Está en la página 1de 9

LA REALIDAD GEOPOLÍTICA D E MÉXICO*

MARIO OJEDA

L A C É L E B R E F R A S E atribuida algunas veces a Porfirio Díaz y otras a L u c a s


I Alamán o a L e r d o de T e j a d a , "pobre M é x i c o , t a n lejos de Dios y t a n cerca
de los Estados U n i d o s " , resume en f o r m a irónica l a realidad geopolítica a
la que México se ve expuesto a l ser vecino del país más rico y poderoso
del m u n d o . S i n embargo, n u n c a se h a hecho, en realidad, u n inventario
objetivo y pormenorizado de los efectos que a México le h a p r o d u c i d o esa
cercanía a l coloso del m u n d o contemporáneo. S i n pretender agotar el c a -
tálogo de problemas, se puede decir que, históricamente, l a v e c i n d a d directa
con t a l coloso le h a costado a México u n a guerra abierta y declarada, l a
pérdida de más de l a m i t a d de su territorio original, varias intervenciones
militares, l a constante interferencia en los asuntos políticos internos y l a
penetración económica a todos los niveles. Históricamente resulta claro
también, que los gobiernos de M é x i c o h a n dependido, p a r a su estabilidad,
de l a buena v o l u n t a d de W a s h i n g t o n . E n efecto, en pocos países c o m o en
M é x i c o se puede ver tan claramente el fenómeno de que l a situación geo-
gráfica haya operado como u n a condicionante de l a política exterior y u n a
limitación a l a soberanía.
' M á s recientemente, los efectos negativos de l a vecindad directa se h a n
manifestado dentro de u n a gran variedad de formas. E n t r e los más obvios
se encuentra l a dependencia económica. Esto no necesariamente quiere
decir que los Estados U n i d o s sean los únicos culpables de esta situación.
L a dependencia económica es ante todo u n a responsabilidad de los m e -
xicanos. S i n embargo, es u n hecho incontrovertible que l a p r o x i m i d a d geo-
gráfica a l mayor p r o d u c t o r industrial y más rico consumidor de materias
primas y productos agrícolas h a tenido u n efecto de atracción m o n o p o l i z a -
d o r a sobre el comercio exterior mexicano.
En 1942, u n año después de que los Estados U n i d o s entraron a l a guerra,
la dependencia d e l comercio exterior de México respecto del mercado nor¬
* E l presente artículo es parte d e l libro A l c a n c e s y límites d e la política exterior

d e México que publicará en f e c h a próxima E l C o l e g i o de M é x i c o .

1
2 MARIO OJEDA FI XVII—1

teamericano alcanzó su p u n t o más alto. Ese año el valor de las exportaciones


mexicanas a los Estados U n i d o s significó el 9 1 % del total y el de las i m -
portaciones el 8 7 % . C l a r o está que fue l a guerra l a causante de esta situa-
ción. S i n embargo, l a verdad es que treinta años después M é x i c o sigue de-
pendiendo de los Estados U n i d o s p a r a el 667c de su comercio exterior, su-
mando exportaciones e importaciones.
Respecto de l a a y u d a económica de tipo bilateral México h a sido menos
dependiente de los Estados U n i d o s . L a mayor parte de los créditos interna-
cionales obtenidos p o r M é x i c o en los últimos años h a n provenido de orga-
nismos multilaterales tales como el B a n c o M u n d i a l y el B a n c o I n t e r a m e r i -
cano de Desarrollo o de bancos privados no necesariamente norteamericanos.
S i n embargo, en m a t e r i a de inversión directa l a historia es diferente. P a -
r a 1970 l a inversión extranjera directa en M é x i c o había alcanzado u n valor
de 2 000 millones de dólares, de los cuales el 8 5 % correspondía a empresas
norteamericanas. Podría argumentarse que dos m i l millones de dólares de
inversión extranjera no es u n a suma importante p a r a u n país del tamaño
de México. S i n embargo, l a inversión extranjera en México d e r i v a su i m -
portancia n o tanto de su m a g n i t u d , sino porque está concentrada e n los
sectores más dinámicos de l a economía, tales c o m o las industrias m a n u f a c -
turera y turística y entre las empresas más ricas y con tecnología más c o m -
pleja y avanzada. P o r ejemplo, y a p a r a 1965 el 4 7 % de las 100 empresas
mayores y el 6 1 % de las dedicadas a l a producción de bienes de capital
eran extranjeras, principalmente norteamericanas. 3

L a dependencia económica hace que México sea altamente vulnerable a


políticas tomadas p o r W a s h i n g t o n o las empresas transnacionales de origen
norteamericano con sucursales en México. Esto es verdad aun en el caso
de políticas o decisiones internas de W a s h i n g t o n , que por v i r t u d de l a de-
pendencia tienden a tener u n efecto extraterritorial e n México.
O t r o ejemplo notorio de impacto negativo es l a penetración cultural a
través del cine, radio, televisión y periódicos que h a n difundido masiva-
mente imágenes d e l sistema de v i d a y hábitos de consumo de l a sociedad
norteamericana, así como mensajes político-ideológicos. E l turismo norte-
americano h a c i a M é x i c o — y el mexicano h a c i a los Estados U n i d o s — h a .
sido también u n vehículo importante para l a transmisión de estas imágenes
y hábitos de v i d a . U n a de las más perniciosas consecuencias de este fenó-
meno h a sido l a creación de grandes expectativas de consumo entre ciertos
sectores de l a población, que por estar inspiradas en hábitos de u n a sociedad
extraordinariamente r i c a , quedan m u y por e n c i m a de l o que l a economía

1
Ricardo Cinta G , "Burguesía n a c i o n a l y d e s a r r o l l o " , en el v o l u m e n m de l a
serie E l p e r f i l d e México e n 1980. México, Siglo X X I , 1972, pp. 187-192.
JUL-SEP 76 LA REALIDAD GEOPOLÍTICA DE M É X I C O 3

m e x i c a n a puede soportar sin perjuicio de distraer recursos valiosos p a r a el


a h o r r o y l a inversión. P o r otra parte, l a influencia c u l t u r a l masiva h a ero-
sionado las bases de l a identidad nacional v abonado el campo p a r a l a
penetración ideológica.
Podría argumentarse que éste no h a sido u n problema privativo de
M é x i c o , particularmente en u n a época en l a que las distancias se h a n
a c o r t a d o notablemente debido a l a revolución tecnológica operada en los
transportes y en las comunicaciones. S i n embargo, l a cercanía geográfica
hace que l a influencia c u l t u r a l , en esencia l a m i s m a que para otros países,
se dé p a r a México en grado notablemente superior. Baste decir que en
1973 e l número de viajeros extranjeros a M é x i c o fue de 3 millones 226 m i l
( 8 5 % norteamericanos) y que el de mexicanos a los Estados U n i d o s fue de
u n millón 620 m i l . Esto sin contar lo más i m p o r t a n t e : 150 millones de
2

" c r u c e s " fronterizos por año incluyendo salidas de mexicanos y entradas


de norteamericanos. 3

O t r a consecuencia negativa derivada de l a vecindad directa es el c o n t r a -


b a n d o . S i bien éste n o es tampoco u n problema p r i v a t i v o de México, l a
c o n t i n u i d a d territorial con el mercado más rico en artículos de consumo
suntuario hace que su v o l u m e n sea de los más altos del m u n d o . Fuentes
oficiales mexicanas calculaban el valor de éste p a r a 1970 en 3 000 millones
de pesos (240 millones de dólares), c a n t i d a d que equivale aproximadamente
4

a l a c u a r t a parte del déficit comercial p a r a ese mismo año. E l contrabando


significa p a r a México, desde el p u n t o de vista económico, u n a competencia
desleal a l a industria y comercio nacionales, pues l i m i t a su capacidad de
operación y su desarrollo mismo. P o r otra parte, el contrabando significa
u n a pérdida en l a recaudación fiscal de orden incalculable.
C l a r o está que — y sin que esto se interprete como u n a visión cínica d e l
p r o b l e m a — se puede decir que el contrabando se ve compensado, a l a l u z de
u n balance de comercio ilegal, p o r el tráfico de drogas de M é x i c o h a c i a
los Estados U n i d o s . Esto es particularmente cierto en el caso de l a m a r i -
g u a n a , que es u n o de los más antiguos productos mexicanos de " e x p o r t a -
c i ó n " h a c i a el mercado del norte. Fuentes oficiales del Congreso de los

2
B a n c o de M é x i c o . I n d i c a d o r e s Económicos, v o l . i v , núm. 3, M é x i c o , febrero de
1976. C u a d r o i v - v r a , p. 55 y U . S . D e p a r t m e n t of C o m m e r c e , A Study of Mexican
Travel Habits a n d P a t t e r n s , v o l . i , W a s h i n g t o n , m a y o de 1975, p. 5.
•= V e r declaración d e l Secretario de Gobernación en l a reunión de trabajo ce-
l e b r a d a en N o g a l e s , S o n o r a , e n el mes de m a y o de 1971. en C o m e r c i o Exterior, vol.
xxi, Núm. 5. M é x i c o , m a y o de 1971, p. 388.
* Estimación d e l Secretario de H a c i e n d a y Crédito Público; ver B a n c o N a c i o n a l
de C o m e r c i o E x t e r i o r , México: L a política económica d e lnuevo gobierno. México,
1971, p. 142.
4 MARIO OJEDA FI X V I I — 1

Estados U n i d o s estimaban p a r a 1970 en 850 millones de dólares e l valor


de l a m a r i g u a n a consumida anualmente en los Estados U n i d o s , añadiendo
que l a mayor parte de ésta proviene de México, aunque también crece en
f o r m a silvestre y se c u l t i v a en el territorio norteamericano. S i en f o r m a 3

conservadora interpretamos que " l a mayor p a r t e " p u e d a equivaler a l 7 5 %


d e l total, en consecuencia tendremos que el valor de l a m a r i g u a n a "ex-
p o r t a d a " anualmente a los Estados U n i d o s tendría u n valor aproximado
de 637 millones de dólares. Esto arrojaría, en el balance de comercio ilegal
con los Estados U n i d o s , u n saldo favorable a M é x i c o por 397 millones de
dólares. S i n embargo, es lógico suponer que entre el precio de "exportación"
de l a m a r i g u a n a y el precio de venta f i n a l a l consumidor existe u n a gran
diferencia. P o r lo tanto, las divisas que ingresan a M é x i c o por este concepto
deben tener u n valor m u c h o menor a l mencionado. P o r otra parte, es ló-
gico suponer también que el contrabando de bienes suntuarios a M é x i c o y
el tráfico de drogas h a c i a los Estados U n i d o s , por constituir u n tipo de co-
mercio penado y perseguido por las autoridades, debe tener u n comporta-
miento a mediano y largo plazo m u y errático, pues está sujeto a las fuertes
variaciones que le i m p o n e n las medidas y campañas que se toman perió-
dicamente p a r a combatirlo. E n consecuencia, es m u y difícil en realidad
calcular el verdadero valor que éste pueda tener tomando en consideración
u n plazo más a m p l i o .
S i n embargo, es importante hacer notar que p o r o t r a parte, l a l l a m a d a
"revolución de las drogas" o sea el explosivo aumento del consumo de
éstas en los Estados U n i d o s , h a tenido u n p r o f u n d o efecto-demostración
en México. A raíz de que l a m a r i g u a n a se convirtió en el centro d e l m o -
v i m i e n t o " c o n t r a - c u l t u r a " o también l l a m a d o de " c u l t u r a psicodélica",
generado durante los años sesentas por l a j u v e n t u d norteamericana, p a r t i c u -
larmente l a universitaria, en México se empezó a d i f u n d i r también n o t a -
blemente el consumo de ésta y otras drogas como resultado de l a gran
influencia c u l t u r a l que ejercen los Estados U n i d o s , en u n claro fenómeno
de imitación extralógica. E n consecuencia, puede decirse que México, ex-
portador m a t e r i a l de l a m a r i g u a n a , l a h a reimportado culturalmente de los
Estados U n i d o s . S i damos crédito a las confesiones de u n antiguo contra-
bandista norteamericano de m a r i g u a n a , entendemos mejor el fenómeno:

D u r a n t e los últimos quince años M é x i c o h a cambiado notablemente


y continúa cambiando. M u c h o s de los cambios h a n sido el resultado
de dos causas: u n i n f l u j o increíble de turistas que h a n i n u n d a d o el

3
U . S . House of Representatives, M a r i h u a n a , F i r s t R e p o r t by the Select Com-
mittee on C r i m e . C o m m i t t e d to the C o m m i t t e e of the W h o l e H o u s e o n the State
of the U n i o n . W a s h i n g t o n U n i t e d States G o v e r n m e n t P r i n t i n g O f f i c e , 1970, p. 3.
JUL-SEP 76 LA REALIDAD GEOPOLÌTICA DE M É X I C O 5

país y l a m a r i g u a n a . P a r a aquellos a quienes resulte difícil de creer


q u e l a m a r i g u a n a h a traído muchos cambios en México, les digo esto:
miles de jóvenes que h a n i d o a M é x i c o en los años recientes lo h a n
hecho p o r u n a sola razón: obtener m a r i g u a n a . A l visitar México es-
tos jóvenes llevan consigo u n a fantástica c u l t u r a j u v e n i l , peculiar¬
mente norteamericana y particularmente atractiva p a r a otros jóvenes
de todas latitudes. L a m u t u a politización que está ocurriendo entre
jóvenes mexicanos y norteamericanos es u n a fuerza más potente que
c u a l q u i e r p r o g r a m a de intercambio entre los dos países. L o s jóvenes
gringos son como abejas que p u l u l a n sobre las florecientes plantas de
l a m a r i g u a n a que crecen en México, succionando sustento de ellas y
depositando a cambio nuevas costumbres y actitudes, nuevos estilos
y maneras. 6

Sin embargo, l a vecindad geográfica directa con los Estados U n i d o s t a m -


bién le h a reportado a México ciertos notorios beneficios, que si bien no
a l c a n z a n a compensar los elementos perniciosos de ésta, sirven a l menos
p a r a atenuar su impacto negativo. Desde el punto de vista económico, l a
v e c i n d a d i n m e d i a t a con los Estados U n i d o s le d a a M é x i c o u n a c l a r a v e n -
t a j a c o m p a r a t i v a frente a l resto de los países en desarrollo, particularmente
en l a v e n t a de ciertos productos agrícolas perecederos. Este es el caso de
ciertas legumbres y frutas que durante l a temporada de invierno tienen u n a
g r a n d e m a n d a e n los Estados U n i d o s y que para que puedan llegar frescas
al consumidor, requieren de transporte refrigerado y rápido. L a mayor
cercanía con los Estados U n i d o s abate p a r a M é x i c o los altos costos del
transporte refrigerado y convierte a sus legumbres y frutas en productos
altamente competitivos en el mercado norteamericano.
G r a c i a s a l a cercanía geográfica, M é x i c o presenta también u n a clara
v e n t a j a c o m p a r a t i v a p a r a el negocio turístico. L a cercanía, a u n a d a a l a
a b u n d a n c i a de los llamados recursos turísticos — v a r i e d a d de c l i m a y paisaje,
r i q u e z a de folklore, presencia del pasado histórico, etcétera— y a l desarro-
llo de u n a infraestructura adecuada, h a n convertido a México en uno de
los líderes de l a industria turística.
Los ingresos por concepto de turismo le h a n permitido a México f i n a n -
ciar en g r a n parte el déficit entre exportaciones e importaciones que se h a
m a n t e n i d o casi sin interrupción durante los últimos treinta años. D i c h o en
otras palabras, el turismo le h a dado a M é x i c o u n a mayor capacidad de
importación que l a que simplemente le otorgan las divisas obtenidas por
concepto de exportación de mercancías. D e aquí l a i m p o r t a n c i a económica

* Jerry Kamstra. W e e d : Adventures of a D o pe Smuggler. B a n t a m Books, N u e v a


York, 1975, p . 2. (Traducción nuestra, l a p a l a b r a gringos respetada del original.)
6 MARIO OJEDA FI XVII—1

del turismo. S i n embargo, el turismo tiene dos sentidos y l a cercanía geo-


gráfica con los Estados U n i d o s — p a r t i c u l a r m e n t e el fácil acceso a l gran
m e r c a d o de productos y servicios de consumo s u n t u a r i o — constituye u n
fuerte incentivo que h a propiciado u n a creciente corriente de viajeros me-
xicanos h a c i a los Estados U n i d o s . H a y que hacer notar que el tipo de
v i a j e r o mexicano no se l i m i t a a l turista común y corriente, sino que en u n
número c a d a vez mayor se trata de personas que llevan el propósito c o n -
creto de renovar su guardarropa, asistir a clínicas de diagnóstico o casinos
de apuestas, lugares en donde dejan cuantiosas divisas extranjeras. C o n ello,
los ingresos netos por concepto d e l turismo extranjero h a n ido perdiendo
en M é x i c o su i m p o r t a n c i a relativa como elemento compensatorio en l a b a -
l a n z a de pagos.
L a c o n t i n u i d a d geográfica también le h a p e r m i t i d o a México, con m a -
yor f a c i l i d a d que a otros países cercanos, v a c i a r en los Estados U n i d o s gran
parte de sus "excedentes demográficos", a l i v i a n d o con ello las grandes pre-
siones que l a creciente población ejerce sobre el empleo y los recursos. E n
efecto, e l m e r c a d o de trabajo norteamericano h a venido actuando — a l
menos hasta fecha reciente— como válvula de escape del creciente des-
empleo y subempleo de México, mediante l a absorción de u n a permanente
corriente m i g r a t o r i a de mexicanos que cruzan l a frontera legal e ¡legal-
mente.
Pero l a consecuencia más importante que le impone a México l a v e c i n -
dad geográfica con los Estados U n i d o s , se expresa en f o r m a de u n a l i m i -
tación a su l i b e r t a d de acción política y se d e r i v a concretamente del valor
estratégico que su territorio tiene p a r a e l gobierno de W a s h i n g t o n . México
cae dentro d e l perímetro geográfico que h a sido clasificado c o m o el " i m -
perativo categórico" p a r a l a defensa de los Estados U n i d o s . Este perímetro
incluye l a parte norte de América y l a región d e l C a r i b e y se le tiene como
el de mayor i m p o r t a n c i a dentro de l a escala de prioridades del sistema de-
fensivo norteamericano. D e aquí se desprende que todo lo que e l gobierno
7

mexicano h a g a o deje de hacer y todo suceso político de México sea eva-


l u a d o en W a s h i n g t o n , primeramente, e n términos estratégicos. ¿ C ó m o ex-
plicarse entonces, a l a l u z de esta limitación, que México h a y a podido seguir
una política exterior que p a r a el m a r c o de l a región resulta ser de mayor
independencia relativa?
N i n g u n a explicación resume mejor l a aparente contradicción de que
México sea e l país del área más cercano geográficamente a los Estados

• D i c h a escala incluye, según H a n s o n W . B a l d w i n {Strategy for Tom.orrow. Har¬


per and Row, Nueva York, 1970, pp. 82-83) los grados siguientes: Imperativo
categórico, v i t a l , m u y i m p o r t a n t e , de interés y de p o c a i m p o r t a n c i a .
JUL-SEP 76 LA REALIDAD GEOPOLITICA DE M É X I C O 7

U n i d o s y a l m i s m o tiempo que haya sido el menos cooperativo con éstos


en su política exterior, y que siendo el más disidente, haya gozado, sin e m -
bargo, de las relaciones más estables con el país vecino, que esta que dio Pat
H o l t , influyente Consultor de l a Comisión de Relaciones Exteriores del Se-
n a d o de los Estados U n i d o s :

. . .vale l a pena hacer notar l a aparente p a r a d o j a de que México es


el país en América L a t i n a con el c u a l los Estados U n i d o s h a n tenido
las mejores relaciones y también el que más inflexiblemente se resiste
a cualquier tipo de acción colectiva en c o n t r a de C u b a . Más aún,
México es el único país en América L a t i n a que se h a rehusado, por
principio, a f i r m a r u n acuerdo de garantía a l a inversión con los E s -
tados U n i d o s y es u n o de los lugares más atractivos para l a inversión
norteamericana. Es el único país en América L a t i n a que no tiene u n
acuerdo de asistencia m i l i t a r con los Estados U n i d o s (otra vez por
principio) y es u n o de los pocos países latinoamericanos en donde i n -
cuestionablemente existe u n control c i v i l de las fuerzas armadas."

Un año después de esta declaración, el propio H o l t agregó:

Es algo extraño en el gobierno de los Estados U n i d o s , pero parece


que M é x i c o tiene u n a d i s p e n s a especial p a r a [disentir]. S i los m e x i c a -
nos se oponen en l a O E A a algo que el D e p a r t a m e n t o de Estado desea
m u c h o , todos lo d a n p o r hecho, nadie se altera y quedamos siendo
amigos de los mexicanos. 9

¿Existe en r e a l i d a d u n a "dispensa" de parte de los Estados U n i d o s h a c i a


M é x i c o ? Y de ser así, ¿cuál es l a razón p a r a ello? E l propio H o l t se en-
carga u n a vez más de d a r contestación a esa pregunta, a l menos desde el
p u n t o de vista norteamericano:

Esta aparente paradoja puede explicarse únicamente en términos


del desarrollo político de M é x i c o y del reconocimiento tácito de ese
desarrollo p o r parte de los inversionistas norteamericanos y del go-
bierno de los Estados U n i d o s . 1 0

En efecto, existe al parecer u n a especie de reconocimiento tácito, mejor

8
Pat H o l t , S u r v e y of t h e Alüance f o r Progresa: T h eP o l i t i c a t Aspects. Estudio
p r e p a r a d o a r e q u e r i m i e n t o de l a Subcomisión de Asuntos de las Repúblicas Ameri-
canas, Comisión de R e l a c i o n e s Exteriores, S e n a d o de los Estados U n i d o s . W a s h i n g -
ton, 1967, p. 14.
9 Estados U n i d o s , C á m a r a de Senadores, " S u r v e y of the A l l i a n c e for Progress",
Audiencias ante l a Subcomisión de Asuntos de las Repúblicas Americanas. Wash-
ington, 1968, p. 218 (subrayado nuestro).
10 M i s m a fuente que l a nota 8.
8 MARIO OJEDA FI XVII—1 v

d i c h o entendimiento, entre México y los Estados U n i d o s , pero m u c h o más


c o m p l e j o quizás de lo que supone Pat H o l t . Este entendimiento operaría
e n l a f o r m a siguiente: Estados U n i d o s reconoce y acepta l a necesidad de
M é x i c o de disentir de l a política norteamericana en todo aquello que le
resulte f u n d a m e n t a l a México, aunque p a r a los Estados U n i d o s sea i m p o r -
tante, mas no fundamental. A cambio de ello M é x i c o b r i n d a su cooperación
e n todo aquello que siendo fundamental o a u n importante p a r a los Estados
U n i d o s , no lo es p a r a el país. /
P o r ejemplo, esto explicaría por qué durante l a guerra fría México pudo
m a n t e n e r relaciones a toda costa con C u b a y n o así con l a C h i n a Popular.
L a s relaciones con C u b a resultan obviamente de fundamental i m p o r t a n c i a
p a r a México, en v i r t u d de l a defensa del p r i n c i p i o de no intervención, y
p a r a el mantenimiento del consenso y l a estabilidad internos, mientras que
a l dejar de tener relaciones con C h i n a no sacrificaba interés especial a l -
g u n o , por el simple hecho de que n u n c a se había tenido intercambio de
i m p o r t a n c i a con ella y porque no causaba repercusión política de i m p o r t a n -
c i a e n lo interno.
E n consecuencia, los Estados U n i d o s parecen estar dispuestos a tolerar
u n a política disidente por parte de M é x i c o si esto ayuda a fomentar l a
estabilidad política interna del país. E s necesario recordar, p a r a entender
este mecanismo en toda su a m p l i t u d , que l a estabilidad política de l a A m é -
r i c a L a t i n a , pero principalmente l a de M é x i c o , debido a l a vecindad d i -
recta, quedó l i g a d a a l sistema de seguridad de los Estados U n i d o s , a l menos
e n l a mente de los estrategas del Pentágono. D e aquí el esfuerzo que el
gobierno mexicano h a hecho siempre p a r a demostrar a los ojos de W a s h -
i n g t o n que puede mantener l a estabilidad interna c o n base en su p r o p i a
c a p a c i d a d y recursos.
P o r otra parte, es obvio que su valor estratégico le d a a México u n a
c a p a c i d a d p a r a negociar a su vez ciertas compensaciones a esta limitación
que l a v e c i n d a d le impone a su libertad de acción.
Pero cualquiera que sea el v a l o r estratégico que el territorio mexicano
tiene realmente p a r a los Estados U n i d o s , es conveniente recordar que his-
tóricamente éste h a aumentado en períodos de crisis políticas en el m u n d o
y e n el hemisferio. E n consecuencia, e l v a l o r estratégico h a disminuido en
períodos de estabilidad política m u n d i a l y regional. Se puede concluir en-
tonces que M é x i c o aumenta o disminuye su c a p a c i d a d de negociación con
los Estados U n i d o s conforme a estos cambios.
Así, por ejemplo, h a c i a finales d e l pasado decenio, con el acceso a l po-
d e r en W a s h i n g t o n de u n nuevo gobierno R e p u b l i c a n o ; u n a vez que fue
c l a r o que l a revolución social en América L a t i n a no estallaría tan fácil-
mente como se había pensado; u n a vez que los primeros signos del relaja-
JUL-SEP 76 LA REALIDAD GEOPOLÍTICA DE M É X I C O 9

m i e n t o de l a guerra fría estuvieron a l a vista; y u n a vez que quedó claro


que el gobierno de F i d e l Castro había m u d a d o su política de apoyo a las
guerrillas latinoamericanas h a c i a u n a actitud menos beligerante, el valor
estratégico de M é x i c o p a r a W a s h i n g t o n se redujo en términos relativos.
C o m o resultado de ello, el gobierno mexicano perdió gran parte de su
a n t i g u a capacidad de negociación con los Estados U n i d o s .

También podría gustarte