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DIREITO EMPRESARIAL II

AULA IV - ESPÉCIES DE TÍTULOS DE CRÉDITO

➢ NOTA PROMISSÓRIA.

o A Nota Promissória, assim com a Letra de Câmbio é regida pela Lei


Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66).

o Diferente da Letra de Câmbio que possui uma relação triangulada, com um


sacador, um sacado e um beneficiário, a Nota Promissória possui uma
relação apenas entre duas partes, devendo apresentar a seguinte estrutura:

o Para o título de crédito ser considerado uma Nota Promissória este deve
preencher alguns requisitos específicos – obrigatórios, conforme explica o
professor Gladston Mamede:
▪ “Identificação. O documento deverá trazer a denominação Nota
Promissória inserta no próprio texto do título e expressa na língua
empregada para a redação do título; a ausência da denominação no
próprio texto descaracteriza o título, mesmo que esteja presente em
outro lugar da cártula.
▪ Declaração cambiária. A promessa pura e simples de pagar uma
quantia determinada, desmotivada e sem submissão a qualquer
condição.
▪ Quantia certa. O valor será certo, preciso e expresso em moeda
corrente nacional, sendo permitido operações com moedas
estrangeiras nas hipóteses contempladas pelo Decreto-lei 857/69.
Havendo indicação da quantia por extenso e em algarismos, prevalece
a feita por extenso, se houver divergência entre uma e outra. Se
houver mais de uma quantia feita por extenso, com valores
divergentes, prevalecerá a menor; essa é uma hipótese muito rara.
▪ Nome do beneficiário. A nota deverá trazer o nome da pessoa a
quem ou a ordem de quem deve ser paga; não se permite a sua
emissão ao portador. Se emitida sem a designação do beneficiário, o
nome desse deverá ser preenchido antes da apresentação ou execução
judicial.
▪ Data de emissão. Como já visto, a data de emissão é requisito
essencial de todos os títulos de crédito, perdendo sua executividade
quando ausente.
▪ Assinatura do subscritor. É a prova da autoria, devendo ser lançada
de próprio punho pelo devedor principal ou por representante com
poderes especiais para tanto. Atente-se, entretanto, para a Súmula 60
do Superior Tribunal de Justiça: “É nula a obrigação cambial
assumida por procurador do mutuário vinculado ao mutuante, no
exclusivo interesse deste.” O tema foi estudado no item 1 deste
capítulo.”

o Além dos requisitos obrigatórios, há alguns requisitos não essenciais, que nas
palavras do professor Gladston Mamede são:
▪ “Época do pagamento. O sacador poderá definir o prazo ou o
termo (a data) para o pagamento; a nota promissória em que não se
indique a época do pagamento será considerada pagável a vista; é
possível lançar no título as expressões à vista, vencimento a vista,
pagar imediatamente a, pagar contra a apresentação ou similar.
▪ Lugar de pagamento. É faculdade do emitente indicar o lugar em
que se efetuará o pagamento prometido; fazendo-o, somente ali o
título poderá ser exigido. Em sua ausência, tem-se que a obrigação
deverá ser saldada no lugar de emissão do título; inexistindo esse, na
localidade que conste ao lado do nome do subscritor; se também não
há tal indicação, no domicílio do subscritor da nota promissória.
▪ Lugar de emissão. Indica-se o Município onde o título foi emitido;
a nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi
passada considera-se como tendo-o sido no lugar designado ao lado
do nome do subscritor. Se não existe esta indicação, aceita-se o lugar
do domicílio do subscritor da nota promissória.”

o O Artigo 77 da Lei Uniforme de Genebra (Decreto 57.663/66), estabelece


que aquilo que se aplicam as mesmas regras da Letra de Câmbio à Nota
Promissória.
▪ Art. 77 - São aplicáveis às notas promissórias, na parte em que não
sejam contrárias a natureza deste título, as disposições relativas as
letras e concernentes:
Endosso (artigos 11 a 20);
Vencimento (artigos 33 a 37);
Pagamento (artigos 38 a 42);
Direito de ação por falta de pagamento (artigo 43 a 50 e 52 a 54);
Pagamento por intervenção (artigos 55 e 59 a 63);
Cópias (artigos 67 e 68);
Alterações (artigo 69);
Prescrição (artigos 70 e 71);
Dias feriados, contagem de prazos e interdição de dias de perdão
(artigos 72 a 74);
São igualmente aplicáveis às notas promissórias as disposições
relativas as letras pagáveis no domicílio de terceiros ou numa
localidade diversa da do domicílio do sacado (artigos 4 e 27), a
estipulação de juros (artigo 5), as divergências das indicações da
quantia a pagar (artigo 6), as conseqüências da aposição de uma
assinatura nas condições indicadas no artigo 7, as da assinatura de uma
pessoa que age sem poderes ou excedendo os seus poderes (artigo 8)
e a letra em branco (artigo 10).
São também aplicáveis às notas promissórias as disposições relativas
ao aval (artigos 30 a 32); no caso previsto na ultima alínea do artigo
31, se o aval não indicar a pessoa por quem é dado entender-se-á ser
pelo subscritor da nota promissória

o Exemplificando este dispositivo Gladston Mamede cita:


▪ “Autonomia das obrigações cambiárias. As obrigações na nota
promissória são, igualmente, autônomas. Se a nota contém assinaturas
falsas, de pessoas incapazes, de pessoas fictícias ou qualquer outro
defeito, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de
ser válidas, se o portador manifesta boa-fé.
▪ Endosso. A nota promissória é endossável (em branco ou em preto),
antes ou depois do vencimento, mesmo que dela não conste,
expressamente, a cláusula à ordem; comporta, todavia, a cláusula não
à ordem (por essa expressão ou similar), em cuja presença, o título só
poderá ser transferido por meio de cessão ordinária de créditos. São,
igualmente, permitidos o endosso-mandato e endosso-pignoratício,
anteriormente estudados. Também aplicáveis a norma sobre cadeia
de endossos, incluindo a responsabilidade solidária dos endossantes,
salvo cláusula expressa em contrário, lançada no título.
▪ Vencimento. Também a nota promissória pode ser emitida (1) a
vista; (2) a um certo termo de vista; (3) a um certo termo de data
(prazo contado da data de emissão); e (4) pagável num dia fixado. Nas
notas promissórias pagáveis a certo termo de vista, o prazo para o
vencimento começa a contar da data do visto dado pelo subscritor, a
quem o título deve ser apresentado no prazo fixado na emissão. A
recusa do subscritor em dar o seu visto é comprovada por um
protesto, cuja data serve de início ao termo de vista. Não se permite,
porém, prazos ou datas diferentes ou sucessivas, cuja presença torna
nulo o título. Também são aplicáveis à nota promissória as hipóteses
de vencimento antecipado do título.
▪ Juros. Notas promissórias emitidas a vista ou a um certo termo de
vista podem conter a estipulação de juros, cuja taxa deverá ser
indicada no título, forma pela qual se pode estimular a apresentação
tardia. O Superior Tribunal de Justiça, julgando o Recurso Especial
1.396.951/PR, reconheceu serem nulas de pleno direito as
estipulações usurárias, assim consideradas as que estabeleçam, nos
contratos civis de mútuo, taxas de juros superiores às legalmente
permitidas, caso em que deverá o juiz, se requerido, ajustá-las à
medida legal, na forma do artigo 1º, caput e inciso I, da Medida
Provisória 2.172-32/01. Assim, definiu-se pelo “aproveitamento do
negócio jurídico e da nota promissória, mediante a redução dos juros
ao patamar legal, com o prosseguimento da execução”.
▪ Pagamento. O subscritor de uma nota promissória é responsável da
mesma forma que o aceitante de uma letra. O portador da nota
promissória pagável em data ou prazo certos deve apresentá-la a
pagamento no dia em que ela é pagável ou num dos dois dias úteis
seguintes, estando o emitente obrigado a verificar a legitimidade do
portador (inclusive a sucessão dos endossos, havendo, mas não a
assinatura dos endossantes). É lícito o pagamento parcial, sem que o
portador o possa recusar. A recusa em pagar será comprovada por
protesto, que deverá ser feito num dos dois dias úteis seguintes àquele
em que a nota é pagável, sem o quê, perde-se o direito de ação contra
os endossantes e seus avalistas. Também aplicáveis as regras sobre
pagamento no domicílio de terceiros ou numa localidade diversa da
do domicílio do sacado, bem como a necessidade de o portador avisar
da falta de pagamento o seu endossante; a falta do aviso, todavia, não
implica perda do direito, mas permite a responsabilização pelo
prejuízo, se o houver motivado pela sua negligência, sem que a
responsabilidade possa exceder a importância da nota promissória.
▪ Ação por falta de pagamento. A inadimplência permite ao credor –
o legítimo portador da cártula – executar a nota promissória contra o
emitente e seus avalistas, independentemente do protesto. O protesto
tempestivo só é indispensável para permitir a execução contra
endossantes e seus avalistas.
▪ Pagamento por intervenção. A nota promissória pode ser paga por
uma pessoa que intervenha por um devedor qualquer; esse
interveniente pode ser um terceiro ou pessoa já obrigada em virtude
da nota promissória, exceto o emitente. O pagamento deve ser feito
o mais tardar no dia seguinte ao último em que é permitido fazer o
protesto por falta de pagamento, constando de recibo passado na nota
promissória, contendo a indicação da pessoa a favor de quem foi
feito, sem o quê presume-se feito a favor do emitente. Não se admite
o ressaque de nota promissória.
▪ Cópias. Pode ser extraída cópia da nota promissória, submetendo-se
às mesmas exigências e às mesmas regras que se atribuem às cópias
de letras de câmbio, estudadas no capítulo anterior. Note não haver
autorização para a emissão de mais de uma via de nota promissória.
▪ Alterações. No caso de alteração do texto da nota promissória, os
signatários posteriores a esta alteração ficam obrigados nos termos do
texto alterado; os signatários anteriores são obrigados nos termos do
texto original.
▪ Prescrição. As ações contra o emitente e seus avalistas, relativas à
nota promissória, prescrevem em três anos a contar do seu
vencimento. Já as ações contra os endossantes e seus avalistas
prescrevem num ano, a contar da data do protesto feito em tempo
hábil ou da data do vencimento, quando se tratar de letra que
contenha cláusula sem despesas. As ações dos endossantes uns contra
os outros e contra o emitente prescrevem em seis meses a contar do
dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi
acionado. Em todos os casos, a interrupção da prescrição só produz
efeito em relação a pessoa para quem a interrupção foi feita.
▪ Atenção para a Súmula 504 do Superior Tribunal de Justiça: “O
prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente
de nota promissória sem força executiva é quinquenal, a contar
do dia seguinte ao vencimento do título.”
▪ Contagem de prazo. Veja o item 1 deste capítulo. Contudo, o
emitente pode estipular regras distintas, fazendo-as constar de forma
expressa, clara e compreensível do título.
▪ Nota promissória em branco. Como todo título de crédito, as
lacunas em branco na nota promissória podem ser preenchidas pelo
portador, em conformidade com os ajustes havidos entre as partes. A
desconformidade no preenchimento, todavia, não pode ser alegada
contra terceiros de boa-fé.
▪ Aval. As obrigações anotadas nas notas promissórias, de emitente ou
endossantes, podem ser avalizadas, nos termos já estudados; por força
do artigo 30 da Lei Uniforme, o aval na nota promissória poderá ser
parcial, excepcionando-se do regime genérico do artigo 897 do
Código Civil, que o veda. Se o aval não indicar a pessoa por quem é
dado, entender-se-á ser pelo subscritor da nota promissória.”

➢ NOTA PROMISSÓRIA RURAL

o A Nota Promissória Rural foi criada pelo Decreto-Lei n. 167/67 e pode ser
emitida conforme ensina o professor Gladston Mamede:
▪ “(1) nas vendas a prazo de bens de natureza agrícola, extrativa ou
pastoril, quando efetuadas diretamente por produtores rurais ou por
suas cooperativas (constitui promessa de pagamento representativa
de adiantamento por conta do preço dos produtos recebidos para
venda), (2) nos recebimentos, pelas cooperativas, de produtos da
mesma natureza entregue pelos seus cooperados e (3) nas entregas de
bens de produção ou de consumo, feitas pelas cooperativas aos seus
associados.”

o A Nota Promissória Rural, diferentemente da Nota Promissória comum


possui uma vinculação com a operação realizada, ou seja, é um título causal,
não sendo, portanto, válida a sua emissão fora destes contextos.

o Assim como os demais títulos de crédito a Nota Promissória Rural tem


requisitos específicos que devem conter no título, conforme elucida
Gladston Mamede:
▪ “(1) denominação Nota Promissória Rural; (2) data do pagamento; (3)
nome da pessoa ou entidade que vende ou entrega os bens e à qual
deve ser paga, seguido da cláusula à ordem; (4) praça do pagamento;
(5) soma a pagar em dinheiro, lançada em algarismos e por extenso,
que corresponderá ao preço dos produtos adquiridos ou recebidos ou
no adiantamento por conta do preço dos produtos recebidos para
venda; (6) indicação dos produtos objeto da compra e venda ou da
entrega; (7) data e lugar da emissão; e (8) assinatura do próprio punho
do emitente ou representante com poderes especiais, podendo ser
dada sob forma eletrônica, desde que seja inequívoco.”

o O Aval em Nota Promissória Rural, em regra, não é permitido, exceto


quando este for dado por pessoas físicas participantes da empresa que emitiu
o referido título ou por outras pessoas jurídicas.

o É nulo também qualquer garantia prestada na Nota Promissória Rural,


exceto àquelas prestadas por pessoas físicas participantes da empresa
emitente, por esta, ou por outras pessoas jurídicas.
o É possível que sejam efetivados pagamentos parciais da Nota Promissória
Rural, devendo o credor anotar no verso do título o valor recebido e a data,
mantendo a exigibilidade do saldo.

o Sendo inadimplido o título é passível o ajuizamento de ação de Execução por


quantia certa.

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