Está en la página 1de 10

C U A T R O ASPECTOS DE L A

POESÍA I N D I G E N I S T A

Daniel WOGAN

I) E l " b u e n s a l v a j e " . - E \ " b u e n salvaje" puede definirse,


en l a l i t e r a t u r a , c o m o u n ser l i b r e e i n d ó m i t o , cuya s i m p l e
e i n o c e n t e existencia se contrasta c o n l a d e l h o m b r e c i v i l i z a d o
p a r a n e g a r o desacreditar los beneficios de l a civilización. E l
b u e n salvaje es u n a f i g u r a peco c o m ú n e n l a poesía m e x i c a n a ,
a d e m á s de q u e los raros ejemplos q u e p u e d e n citarse n o se
r e f i e r e n concretamente a l i n d i o . L a i d e a d e l b u e n salvaje
es u n concepto filosófico cuya v a l i d e z sólo subsiste mientras
no e n c u e n t r a u n a aplicación concreta. L o s poetas mexicanos,
por razones sentimentales o patrióticas, suelen i d e a l i z a r a l
i n d i o , p e r o e l i n d i o sigue siendo, n o obstante, u n o de los
f e n ó m e n o s más f a m i l i a r e s de l a v i d a d i a r i a m e x i c a n a , m u y
a l e j a d o d e l m u n d o abstracto h a b i t a d o p o r e l b u e n salvaje.
U n o de los pocos ejemplos auténticos de éste en l a poesía
m e x i c a n a se e n c u e n t r a en u n a composición de Félix M a r í a
E s c a l a n t e , E l s a l v a j e , p u b l i c a d a e n 1843. E l salvaje de Esca-
l a n t e n o es u n i n d i o , sino u n ser i m a g i n a r i o q u e l l e v a u n a
d i c h o s a e x i s t e n c i a en u n desierto desconocido, l i b r e de las
tribulaciones del hombre civilizado:

Emblema de eterna bienandanza


es tu vivir; que del desierto dueño,
de la suerte no temes la mudanza
al despertar de tu tranquilo sueño.

Halagas a tu hermosa compañera,


contemplando sus formas encantado,
y le das la alborada placentera
en su desnudo seno reclinado.

T ú no entrenas tus férvidas pasiones;


libre es tu amor, cual del desierto el viento,
que para ti quitó las distinciones
quien dió la libertad al pensamiento.l
588 DANIEL WOGAN

E l s a l v a j e de Esteva y U l í b a r r i , p u b l i c a d o u n a ñ o más
tarde q u e e l p o e m a de Escalante d e l m i s m o título, es u n
e j e m p l o casi perfecto d e l b u e n salvaje. C o m p a r a n d o l a v i d a
idílica de su salvaje i m a g i n a r i o c o n l a d e l h o m b r e c i v i l i z a d o ,
Esteva c o n c l u y e q u e l a civilización es u n a " a m a r g a b e b i d a " :

¡Cuánto envidio la libre existencia


que en los bosques disfruta el salvaje!
No se rinde a feroz vasallaje,
nunca el yugo su cuello dobló.

Como el águila audaz que en las nubes


se remonta en su curso violento,
libertad respirando en el viento
donde nunca oprimido gimió,

descansando en humilde cabaña,


la señal del combate percibe,
y se apresta, y al irse recibe
el dulcísimo beso de amor.

T r a s l o c u a l e l poeta describe cómo e l dichoso salvaje v a a l a


b a t a l l a y vence c o n toda f e l i c i d a d a sus enemigos. C a r g a d o
con e l b o t í n , regresa a casa:

¿Quién su pecho a la gloria ha excitado?


Su ángel bueno, su dios... la mujer.

Vive libre, habitante del bosque;


se desliza en placeres su vida;
nunca prueba la amarga bebida
que se gusta en el mundo social.2

E l p o e m a de G u i l l e r m o P r i e t o , C a n t o d e l s a l v a j e * h a b l a
del p l a c e r q u e debe de sentirse a l portarse c o m o " u n salvaje"
en e l m u n d o de l a sociedad m o d e r n a . Se acerca más a l a
i d e a u n soneto de H e r i b e r t o B a r r ó n t i t u l a d o asimismo E l
s a l v a j e . Este p o e m a , p u b l i c a d o e n 1885, parece ser e l ú l t i m o
y , p o é t i c a m e n t e , e l q u e trató c o n más f o r t u n a e l tema d e l b u e n
salvaje e n l a poesía m e x i c a n a :

Sin escuchar de la ambición el grito,


sin el llanto fatal de los pesares,
libre, como el pirata entre los mares,
jamás un yugo le oprimió, maldito.
POESÍA INDIGENISTA 589

Él tiene en las montañas de granito


regios palacios y floridos lares,
y duerme bajo hermosos platanares
teniendo por techumbre el infinito.

Nunca el afán del mundo le desvela,


sonrisa de placer brilla en sus labios
al ver cumplido todo lo que anhela.

Muere por fin, y su alma sin agravios


a la misma región ufana vuela
•• • a donde van tos buenos y ios sabios.'* •

2) E l i n d i o antifrancés.-Bespués de c o n q u i s t a r M é x i c o su
i n d e p e n d e n c i a , nuevos enemigos de su n a c i o n a l i d a d sustitu-
y e r o n a los españoles, hasta entonces los únicos execrados e n
los poemas patrióticos. E n 1838 l a flota francesa b o m b a r d e ó
el castillo de San J u a n de U l ú a y o b l i g ó a l p u e r t o de V e r a c r u z
a rendirse. A d e m á s , u n año antes, los Estados U n i d o s h a b í a n
r e c o n o c i d o l a i n d e p e n d e n c i a de T e x a s y el presidente J a c k s o n ,
en su mensaje a l C o n g r e s o , h a b í a a f i r m a d o que los Estados
U n i d o s p o d í a n verse obligados a declarar l a g u e r r a a M é x i c o .
R o d r í g u e z G a l v á n escribió, e n estas circunstancias, su célebre
p o e m a L a profecía d e G u a t i m o c (1839) E n él l a f i g u r a d e l
h e r o i c o defensor de T e n o c h t i t l á n se evoca p a r a expresar e l
recelo d e l poeta p o r el francés y, hasta cierto p u n t o , p o r el i m -
p e r i a l i s m o y a n q u i E l C u a u h t é m o c de R o d r í g u e z G a l v á n ,
frente a estas nuevas amenazas a l a i n d e p e n d e n c i a m e x i c a n a ,
p e r d o n a a sus antiguos enemigos los españoles y lle^a a de-
c l a r a r que los m e x i c a n o s necesitan héroes c ó m o ¿ o r ' é s y
A l v a r a d o q u e los g u í e n c o n t r a e l " p é r f i d o e x t r a n j e r o " .
L a Intervención francesa se inició e n 1862. L a presencia
de los soldados de N a p o l e ó n I I I e n tierra m e x i c a n a p r o d u j o ,
n a t u r a l m e n t e , g r a n c a n t i d a d de poemas antifranceses, escritos
algunos e n u n d i a l e c t o indo-español más o menos convencio-
nal; en ellos aparecía el i n d i o c o m o símbolo de u n acrisolado
p a t r i o t i s m o . E l p r i m e r o de esos poemas parece ser u n a peque-
ñ a composición a n ó n i m a , t i t u l a d a Üchili, a l o s t r a i d o r e s , e n
la c u a l e l i n d i o e x h o r t a a N a p o l e ó n a r e t i r a r sus tropas de
M é x i c o , a ñ a d i e n d o q u e h a n a c i d o p a r a cosas mejores q u e
p a r a ser colgado p o r e l francés:

Güelve los ojos, don Bonaparte,


que para ahorcado no nací yo.r»
59° DANIEL WOGAN

S e g u i d i l l a s , p o e m a a n ó n i m o p u b l i c a d o e n septiembre de
1862, i n c i t a a l a " r a z a azteca" a levantarse c o n t r a e l i n v a s o r y
enfrentarse v a l i e n t e m e n t e a las balas francesas:

De América los hijos,


raza de aztecas,
nunca para batirse
buscan trincheras;
con pecho al frente
resistirán las balas
de los franceses.C

E l m a r i s c a l Forey, jefe francés q u e o b l i g ó a c a p i t u l a r a


P u e b l a el 17 de m a y o de 1863, es e l b l a n c o de p u l l a s satíricas
en u n p o e m a a n ó n i m o t i t u l a d o G l o r i a s d e J u a n P a m u c e n o J
T e m a d e l a i n d i t a , o t r a o b r a a n ó n i m a e n d i a l e c t o indo-espa-
ñol, se endereza t a m b i é n c o n t r a F o r e y :

¿Quí te cuenta Pamuceno?


¿Quí te dice to Virrey?
Dun I'oleón te lo descola,
te lo deja catosté.
Pobrecito cuatro oreja,
archichintle del francés,
fuchi te hace el tata cura
e lus marqueses tambié.
Júyete pronto, Juan Pamuceno,
que te repuja tata Forey.8

E l i n d i t o antifrancés desapareció de l a poesía a l retirarse


las tropas francesas de t i e r r a m e x i c a n a .

3) L o s p s e u d o a z t e c a s . - Y X g é n e r o pseudoazteca e n l a poesía
m e x i c a n a está m e j o r representado p o r L a s a z t e c a s de José
J o a q u í n Pesado, colección de versos p u b l i c a d a e n 1854. Estos
poemas p r e t e n d e n ser traducciones de antiguos cantos aztecas,
o, c o m o reza e l s u b t í t u l o , "poesías tomadas de los antiguos
cantares m e x i c a n o s " . Pesado n o conocía las lenguas indígenas
de M é x i c o , y u n i n d i o a m i g o suyo, F a u s t i n o C h i m a l p o p o c a ,
q u i e n se supone p r o p o r c i o n ó a l poeta traducciones literales
del n á h u a t l , declaró q u e los versos de Pesado " n a d a tenían
q u e v e r c o n e l texto q u e él le h a b í a d a d o " . L o s "aztecas"
presentados p o r Pesado n o s o n i n d i o s , sino graciosos caballeros
cristianos (algunas veces damas) d e l siglo x i x , m u y amigos
POESÍA I N D I G E N I S T A 591

de d a r sanos consejos. A l g u n a s líneas d e l p o e m a t i t u l a d o


Consejos d e u n p a d r e a u n a h i j a bastarán c o m o e j e m p l o :

Hija, preciosa como grano de oro,


de amor rico tesoro;
bella como la luna en noche fría,
o como estrella que precede al día;
graciosa como candida paloma
cuando serena por el cielo asoma;
no suena en-.la.espesura _ -
la ave con tal dulzura,
hija, retrato de tu hermosa madre,
como tu voz al corazón de un padre.»

C o m o e l p a d r e azteca, l a m a d r e azteca de Pesado es t o d a


d u l z u r a y luz. Los C o n s e j o s d e u n a m a d r e a s u h i j a a l t i e m p o
de casarla t o c a n l a m i s m a n o t a de i d e a l i s m o y resignación
c r i s t i a n a q u e los C o n s e j o s de u n padre. E l efecto es i g u a l -
mente absurdo:

Ahora que herida de dolor me toca


llorar tu ausencia fiera,
escucha los consejos que mi boca
te da, la vez postrera:

Nunca amor extraviado y delincuente


tu corazón mancille;
en tus humildes ojos y tu frente
siempre el recato brille.10

Pesado es e l p r i n c i p a l c u l t i v a d o r de l a poesía pseudo-


azteca e n M é x i c o . S i n embargo, los cantos de a m o r "azteca"
de R a m í r e z A p a r i c i o 1 1
y Sebastián Segura 1 2
son buenos ejem-
plos d e l m i s m o género, c o m o l o es t a m b i é n u n p o e m a a n ó n i m o
t i t u l a d o C a n t a r azteca,™ que d a t a de 1883. A p a r t e d e l uso oca-
s i o n a l de aztequismos, n a d a hay característicamente i n d í g e n a
en estos poemas. S o n semejantes a esos cantos de a m o r i n d i o s
o m o r o s t a n p o p u l a r e s a l g u n a vez en l e n g u a inglesa. E l c a n -
t o r c i l l o a z t e c a de Sebastián Segura es t í p i c o de este género:

Recoge con presura


. „..,..,„.,.,. l a s«aireas-redes-de-ixtle;-——~-
que ya viene el chahuistle
cubriendo el Tepeyac.
59 2 DANIEL WOGAN

Prepara, linda Xóchitl,


los Cándidos tamales;
no temas los nahuales
que el aire ves cruzar.

Después de que gustemos


las perlas del helóte
y el dulce texocote,
iremos al teocal.

Allí, mullido el lecho


te formaré con pastle,
y al son del teponastle
mi amor te arrullará.

E l a n ó n i m o C a n t a r a z t e c a es todavía más r o m á n t i c o e n e l
t o n o ; su t e m a s o n las recomendaciones de u n m o r i b u n d o a su
amada:
T e encargo, dulce bien, que cuando muera,
me sepultes en esta choza umbría,
en el lugar do enciendes viva hoguera
para cocer el pan de cada día.
Si al recordarme, alguno sorprendiera
tu oculto padecer ¡oh amada mía!
dile que el humo de las verdes ramas
hace brotar el llanto que derramas.

E n esta categoría de poesía pseudoazteca p u e d e n i n c l u i r s e


t a m b i é n las traducciones o paráfrasis de los poemas de N e t -
zahualcóyotl p o r A l v a L x t l i l x ó c h i t l , " P e s a d o , J u a n de D i o s
16

V i l l a l ó n i " y u n p o e t a s i n i d e n t i f i c a r q u e f i r m a c o n las i n i c i a -
les E . M . O . 1 7

4) E l " u b i sunt".-México es u n paraíso arqueológico, y


las r u i n a s de M i t l a , C h i c h ó n Itzá, P a l e n q u e , C h o l u l a , X o c h i -
calco, U x m a l y T e p e a c a h a n i n s p i r a d o a los poetas p a r a
m e d i t a r e n los desaparecidos constructores de esos grandiosos
monumentos.
E l i n v e s t i g a d o r esperaría e n c o n t r a r , e n los poemas m e x i c a -
nos q u e t r a t a n de las r u i n a s i n d i a s , a l g u n a i n f l u e n c i a de l a
célebre c o m p o s i c i ó n de José M a r í a H e r e d i a , E n e l t e o c a l l i
d e G h o l u l a , escrita -en M é x i c o ..en- 1820-. y b i e n c o n o c i d a e n
este país; s i n e m b a r g o , n o parece h a b e r ejercido u n a i n f l u e n -
cia d i r e c t a e n los poemas m e x i c a n o s basados e n temas s i m i -
POESÍA I N D I G E N I S T A 593

lares. E l de H e r e d i a , q u e insiste e n l a " v i l superstición y


t i r a n í a " de los antiguos aztecas, es n o t o r i a m e n t e a n t i i n d i o ,
a c t i t u d q u e los patriotas m e x i c a n o s n o p o d í a n adoptar. N o
obstante, e l m a r c o general de l a composición de H e r e d i a - e l
m o t i v o u b i s u n t y l a evocación d e l fasto de l a a n t i g u a v i d a
i n d í g e n a - están más o menos presentes e n todos los poemas
m e x i c a n o s cuyo m o t i v o c e n t r a l son las r u i n a s i n d i a s .
E l u b i s u n t e n c u e n t r a su más v i v a expresión e n e l n u t r i d o
c i c l o de poemas i n s p i r a d o s p o r e l bosque de C h a p u l t e p e c ,
f i n c a campestre y coto de caza de los antiguos reyes aztecas.
Los poemas de C h a p u l t e p e c evocan nostálgicamente los es-
pectros de los monarcas i n d i o s e i n t e n t a n recrear l a v i d a de los
n o b l e s entre las frescas sombras y fuentes d e l bosque de ahue-
huetes. A M o c t e z u m a , f i g u r a c e n t r a l de estos poemas, se le
p i n t a casi siempre c o m o u n m o n a r c a sensual, q u e goza de
l a c o m p a ñ í a de i n n u m e r a b l e s y bellas c o n c u b i n a s e n m e d i o
d e u n escenario de esplendor o r i e n t a l . L u i s de l a R o s a , e n su
a r t í c u l o " E l bosque de C h a p u l t e p e c " , p u b l i c a d o e n 184S, fué
el p r i m e r o q u e descubrió las p o s i b i l i d a d e s románticas d e l
t e m a de M o c t e z u m a y sus c o n c u b i n a s , y t a m b i é n de Cortés
y l a M a l i n c h e , solazándose e n e l bosque de C h a p u l t e p e c :

¡Sólo tú, bosque grandioso, has sobrevivido a tanta devastación y a tan-


tas ruinas! T ú embelleces todavía con tu frondosidad, con tu verdor y
con tus sombras ese sitio de tantos recuerdos, tan silencioso y lleno de
misterios. Todavía en tu recinto se levantan excelsos, robustos y lozanos
aquellos ahuehuetes bajo cuya sombra reposó Cortés y la hechicera Ma-
lintzin, Moctezuma y sus concubinas, y sus guerreros valerosos. Todavía
esos árboles gigantescos cubren con su ramaje la alberca en que se bañaron
tantas hermosas indias de aquel sultán; y se oye aún, junto a esa alber-
ca, aquel mismo murmullo que adormecía a los príncipes de Anáhuac
cuando reposaban en el regazo de sus queridas, después de una victoria.is

A q u í , c l a r a m e n t e expuesto, h a b í a u n t e m a a p r o p i a d o p a r a
la p l u m a de los poetas románticos. Y éstos n o desaprovecha-
r o n l a o p o r t u n i d a d . E l artículo de L u i s de l a R o s a inspiró
el p o e m a E n e l b o s q u e d e C h a p u l t e p e c de O . D . Pérez, q u e se
p u b l i c ó ese m i s m o a ñ o :

¿En dónde, en dónde los guerreros se hallan


que en tu recinto a disfrutar venían
dulce descanso de la cruda guerra
tras las fatigas?
594- DANIEL W O G A N

¿Y qué se hicieron los potentes reyes


que en tu perenne manantial de linfas
puras, los bellos y a la par robustos
miembros hundían?

¿En dónde ocultan los morenos rostros


tanta belleza de amorosa risa,
que recostados en tu verde alfombra
visteis un día? 19

Félix María Escalante fué e l siguiente poeta romántico


q u e evocó l a v i s i ó n d e l h a r e m de M o c t e z u m a . Aparece una
nueva nota en la pregunta del poeta sobre si h a b r á n con-
t u r b a d o a M o c t e z u m a los amores de l a M a l i n c h e y C o r t é s :

Millares de bellezas, concubinas preciadas


del rey de los aztecas, danzaban con primor;
sus formas de amazona, con plumas adornadas,
ingenuas ostentaban, ajenas de pudor.

De cristalina alberca, donde sus miembros bellos


quebraban al moverse la superficie igual,
por donde resbalando sus límpidos cabellos
de sus miembros a veces semejaban cendal,

después de activa danza que al sol de medio día


ejecutaban ellas con arte seductor,
a las tranquilas aguas, bajo arboleda umbría,
se arrojaban buscando frescura a su calor.

¿ T u sombra, Moctezuma, en la noche callada


conturba de este bosque la augusta soledad,
buscando en sus albercas la imagen retratada
de alguna favorita indígena beldad?

Díme: ¿tu regia sombra contempló estremecida,


cual se estremece el cedro que el huracán dobló,
las caricias sensuales, la dicha apetecida,
que Malintzin hermosa a Hernando prodigó? 20

N i n g ú n p o e t a m e x i c a n o l l e g ó a los extremos de i d e a l i z a c i ó n
romántica alcanzada por R a m ó n Castañeda e n su romance
E n el bosque de Chapultepec, e v o c a c i ó n d e l h a r e m o r i e n t a l de
M o c t e z u m a y de las huríes ojinegras q u e l o p o b l a b a n :

Sus mismos ramos sombrearon


las mexicanas beldades,
aquéllas de hermosas formas
POESÍA INDIGENISTA 595

cual todas de estos lugares,


aquéllas de negro pelo,
largo, sedoso, abundante,
aquéllas de negros ojos,
de miradas incitantes,
aquellas que en sus canciones
aquí decían sus pesares,
o como libres palomas
entre rosas y plumajes,
de sus amores ardientes
entonaban sus cantares.21

Entre los poetas m e x i c a n o s que han explotado el tema de

Chapultepec en esta vena romántica se encuentran Emilio

Rey, 2 2
Roa Bárcena, 2 3
Juan de D i o s Peza, * 2
Luis G. Ortiz, » 2

José M a r í a B u s t i l l o s , 2 6
J o s e f i n a P é r e z de G a r c í a T o r r e s , 2 7
Fran-

cisco García Ramos, 2 S


y Pérez S a l a z a r y O s o r i o . 2 9

NOTAS

1 E lSiglo X I X , 4 de enero de 1 8 4 3 , P- 3¬
2 E lMuseo Mexicano, II, 1844, p. 134.
3 E lMosaico M e x i c a n o , VII, 1 8 4 2 , pp. 5 9 0 - 5 9 1 .
4 E lLiceo Mexicano, I, 1 8 8 5 , p. 13.
5 /•./ P a l o C i e g o , viernes 22 de agosto de 1862, p. 4.
e L a Cuchara, XII, 1862 (septiembre 2 5 ) , p. 3 .
7 Rubén M . CAMPOS, E l f o l k l o r e literario d e México, México, 1 9 2 9 ,
pp. 134-136.
8
I b i d . , pp. 130-132.
9 José Joaquín PESADO, L a s a z t e c a s . Poesías tomadas d elos antiguos
cantares mexicanos, México, 1854, pp. 9-11.
10 I b i d . , pp. 16-17.
11 A m o r azteca, en sus C a n t o s patrióticos y amorosos, México, 1 8 6 1 ,
pp. 138-141.
12 E l c a n t o r c i l l o a z t e c a , en sus Poesías, México, 1872, p. 109.
13 E l T i e m p o , I, 1883, p. 1 8 2 .
14 L a m e n t a c i o n e s d e Nezahualcóyotl, en Antonio PEÑAFIEL, Colección
de documentos para l ahistoria d e México, 1 8 9 7 , pp. 26-32.
15 E l c a n t o d e Nezahualcóyotl, en E l T i e m p o , I. 1883, p. 110.
10 E l c a n t o d e Nezahualcóyotl, en E l M u n d o Literario Ilustrado, I,
1 8 9 1 , pp. 7-8.
17 C a n t o d e Nezahualcóyotl, en el E n s a y o literario, México, 1 8 3 8 ,
p. 1 6 2 .
is R e v i s t a Científica y Literaria, II, 1 8 4 6 , p. . 8 .
'* i» I b i d : , p. 2 1 0 .
20 L a Ilustración Mexicana, I, 1 8 5 1 , pp. 563-564.
DANIEL WOGAN

21 E l L i c e o M e x i c a n o , I , 1886, p . 100.
22 E n Chapultepec, e n sus Poesías, México, 1863, p p . 151-152.
23 C h a p u l t e p e c , e n E l P a r n a s o m e x i c a n o , M é x i c o , 1883, p p . 6 4 - 6 6 .
24 E n C h a p u l t e p e c , poema de L a s g l o r i a s d e México: Musa, épica,
Buenos Aires-México-Habana, 1893, p p . 262-265.
25 E n e l b o s q u e d e Chapultepec, poema publicado en E l Renaci-
m i e n t o , I I I , 1894, p . 257.
20 E n C h a p u l t e p e c , poema incluido en sus Versos, Toluca, 1900,
pp. 164-165.
27 C h a p u l t e p e c , e n sus Poesías, M é x i c o , 1901, v o l . I I , p p . 20-29.
28 C h a p u l t e p e c , e n F l o r e s d e i n v i e r n o , M é x i c o , 1905, p p . 156-166.
29 C h a p u l t e p e c , en T r o q u e l e s a n t i g u o s , M é x i c o , igo8~ p . 71.

También podría gustarte