Está en la página 1de 148

R. D.

Laing

EL CUESTIONAMIENTO
DE
LA FAMILIA

ediciones
PAIDOS
Barcelona
Buenos Aires
Título original:
The politics of the family and other essays.
Publicado en inglés por Tavistock, Londres, 1969.

Traducción de Adolfo A. Negrotto

Cubierta de Julio Vivas

2° reimpresión en España, 1982

© 1969, 1971 by R. D. Laing


© de todas las ediciones en castellano.
Editorial Paidós, SAICF;
Defensa, 599; Buenos Aires.
© de esta edición.
Ediciones Paidós Ibérica, S. A.;
Mariano Cubí, 92; Barcelona-21; Tel. 200 01 22.

ISBN: 84-7509-007-9
Depósito legal: B-18.281/1982

Impreso en I.G. Socitra, S.A.;


Arquímedes, s/n; L'Hospitalel de Llobregat

Impreso en España - Printed in Spain


ÍNDICE

Prólogo 9

Primera parte

ENSAYOS

La familia y la "familia" 15
Intervención terapéutica en situaciones sociales 34
Estudio de la familia y de los contextos sociales
en relación con la "esquizofrenia" 59

Segunda parte

EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA

Introducción 81
Familia e invalidación 83
Argumentos familiares 93
Operaciones 105
Reglas y metarreglas 120
Trasposición 136
Bibliografía 145
PROLOGO

Los capítulos q u e componen este libro son, a ex-


cepción del p r i m e r o , versiones revisadas de confe-
rencias q u e p r o n u n c i é en distintas oportunidades
d u r a n t e el período 1967-1968. H e eliminado m u -
chas r e d u n d a n c i a s (la m a y o r í a , espero) y pulido el
lenguaje. E l p r i m e r capítulo h a sido p r á c t i c a m e n t e
reelaborado. E n otros aspectos, n o h a n sufrido cam-
bios: su finalidad fue y es suscitar i n t e r r o g a n t e s
m á s q u e proporcionar respuestas.
E n t r e 1961 y 1967 mis estudios sobre familias
fueron financiados p o r medio d e becas q u e m e otor-
garon el Fondo de F u n d a c i o n e s p a r a Investigacio-
nes Psiquiátricas (subsidio Nº 64-297) y el Insti-
tuto Tavistock d e Relaciones H u m a n a s .

Londres, marzo de 1971


R. D . LAING
Leyes, libro I

Ateniense: . . .suponiendo q u e tengáis leyes bas-


t a n t e b u e n a s , u n a de las mejores será
la q u e prohíba a los jóvenes p r e g u n t a r
cuáles de ellas son justas y cuáles n o ;
deben convenir en cambio al unisono
en q u e todas son b u e n a s , p o r q u e su
origen es divino; y a c u a l q u i e r a q u e
diga lo c o n t r a r i o n o h a y q u e escucharlo.
Pero u n a n c i a n o q u e advierta a l g ú n
defecto en vuestras leyes podrá comu-
nicar su observación a u n g o b e r n a n t e
o a alguien q u e lo iguale en años, c u a n -
do no h a y a n i n g ú n joven presente.
Cleinas: Es exacto, e x t r a n j e r o ; y a u n q u e no
h a y a s estado allí en esa época, m e pa-
rerece q u e , cual u n adivino, h a s com-
prendido p l e n a m e n t e el propósito del
legislador...
Ateniense: .. . podemos observar q u e todas las me-
ditaciones sobre las leyes g i r a n casi
exclusivamente sobre el placer y el do-
lor, t a n t o e n los Estados como en los
individuos. . .

Leyes, libro IV
Ateniense: .. . d e b e m o s . . . o r g a n i z a r n u e s t r a s ciu-
dades y hogares de acuerdo con la l e y ;
con el t é r m i n o " l e y " q u e r e m o s expresar
el o r d e n a m i e n t o de la m e n t e .
P l a t ó n , Las leyes
PRIMERA PARTE

ENSAYOS
1
LA FAMILIA Y LA "FAMILIA"

H a b l a m o s de familias como si todos nosotros su­


piéramos q u é son. D a m o s el n o m b r e de tales a gru­
pos de personas q u e viven j u n t a s d u r a n t e determi­
nados períodos y se h a l l a n vinculadas e n t r e sí por
el m a t r i m o n i o o el parentesco de sangre. C u a n t o
m á s estudiamos la d i n á m i c a de la familia, m á s
difícil nos resulta distinguir en q u é se asemeja y
en q u é se diferencia de la d i n á m i c a de otros grupos
q u e no reciben el n o m b r e de familias, incluso si
dejamos de lado las diferencias q u e p r e s e n t a n las
familias e n t r e sí. Otro tanto o c u r r e con la estruc­
t u r a (conjunto de p a u t a s m á s estables y d u r a d e r a s
q u e las d e m á s ) : t a m b i é n e n este caso las compara­
ciones y generalizaciones deben ser en e x t r e m o
cautelosas.
La d i n á m i c a y las estructuras observables e n los
grupos a los que n u e s t r a sociedad da el n o m b r e de
familias, p u e d e n m u y bien n o manifestarse e n los
grupos q u e recibieron esa d e n o m i n a c i ó n en otras
épocas y lugares. Es probable q u e la influencia de
la d i n á m i c a y la estructura de la familia sobre la
formación de la personalidad varíe de u n a sociedad
a otra, así como t a m b i é n d e n t r o de n u e s t r a propia
sociedad,
La familia sobre la q u e aquí t r a t a m o s es la fami­
lia de origen t r a n s f o r m a d a por medio de la inter-
1
Versión revisada de "Individual and Family Structure",
en Lomas (1967).
16 R. D. LAING

nalización, la división y otras operaciones, en la


2
" f a m i l i a " , proyectada a su vez sobre la familia y
otros objetivos. La relación e n t r e las estructuras
observables de la familia y las estructuras q u e per-
sisten como p a r t e de la " f a m i l i a " como u n conjunto
de relaciones y operaciones e n t r e ambas, constituye
el t e m a de este capitulo.

La familia como fantasía

Lo q u e i n t e r n a l i z a m o s , es la familia como siste-


ma. N o los elementos aislados, sino las relaciones y
operaciones e n t r e elementos y conjuntos de elemen-
tos. Los elementos p u e d e n ser personas, cosas u
objetos parciales. Los padres son internalizados
como unidos o distanciados, juntos o separados, pró-
ximos o alejados, como personas q u e se a m a n , se
pelean, etc., e n t r e sí o consigo m i s m a s . La m a d r e
y el p a d r e p u e d e n ser fusionados en u n a especie de
m a t r i z q u e los r e p r e s e n t a a ambos o divididos en
segmentos q u e n o coinciden con la h a b i t u a l dife-
renciación de elementos en las personas. Sus rela-
ciones sexuales, tal como se las r e p r e s e n t a el n i ñ o ,
ocupan u n a posición c e n t r a l en cada " f a m i l i a "
interna. Los m i e m b r o s de la familia p u e d e n sentirse
en m a y o r o m e n o r grado d e n t r o o fuera de ésta o
de u n a cualquiera de sus p a r t e s , según sientan o no
q u e llevan la familia d e n t r o de ellos y q u e están
incluidos e n el conjunto de relaciones q u e caracte-
r i z a n la familia i n t e r n a de los otros m i e m b r o s .
La familia, en c u a n t o internalizada, es u n siste-
m a témporo-espacial. Lo q u e se i n t e r n a l i z a como
" p r ó x i m o " o " a l e j a d o " , o como " u n i d o " o "separa-
2
Empleamos comillas para señalar que nos estamos refi-
riendo a la familia internalizada.
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 17

d o " , no son sólo relaciones espaciales: u n a sucesión


en el tiempo está siempre presente.
Si pienso en otras personas como u n i d a s a m í , y
t a m b i é n en otras m á s como no u n i d a s a mí, h a b r é
realizado dos actos de síntesis, de los q u e resultan
el nosotros y el ellos. La familia es u n nosotros
c o m ú n q u e se contrapone a ellos, ajenos a la fami-
lia. P e r o están a d e m á s los subgrupos d e n t r o de la
familia: nosotros, yo, tú, ellos, nosotros los padres,
esos niños, nosotros los niños, nosotros (la m a d r e y
el n i ñ o ) y él (el p a d r e ) , y así sucesivamente.
C u a n d o m e identifico a m í m i s m o como u n o de
nosotros, espero q u e t ú hagas otro t a n t o . C u a n d o las
personas son tres, t ú y él (o ella) y yo, cada u n a
se convierte e n u n o de nosotros. E n tal familia
nosotros, cada u n o de nosotros, n o sólo reconocemos
(reconoce) su propia síntesis de la familia, sino q u e
espera q u e u n a síntesis semejante exista t a m b i é n en
ti y e n él (o e l l a ) . M i " f a m i l i a " c o m p r e n d e la de
él (o de e l l a ) , es de él (o de ella) y m í a . L a "fami-
l i a " n o es u n objeto social simple, compartido por
sus m i e m b r o s . N o es, p a r a cada u n o de éstos, u n
conjunto objetivo de relaciones. Existe e n cada u n o
de los elementos q u e la f o r m a n , y sólo allí.
Como diría Sartre, lo q u e u n e a la familia es la
internalización recíproca por p a r t e de sus m i e m b r o s
(cuya condición de tales depende, precisamente,
3
de esa i n t e r i o r i z a c i ó n ) de sus respectivas i n t e r n a -
lizaciones. La u n i d a d de la familia se e n c u e n t r a en
el interior de cada síntesis, y cada síntesis está
vinculada por interioridad recíproca con la i n t e r n a -
lización por cada m i e m b r o de la interiorización de
rada m i e m b r o . . .
La unificación por co-inherencia se halla presen-
te en la experiencia cristiana de ser u n o " e n "

s Empleamos interiorizar e interiorización como sinónimos


de internalizar e internalización.
18 R. D . L A I N G

Cristo. La co-inherencia i m p r e g n a b a la mística


N a z i del País y el Partido. Sentimos q u e somos
U n o e n la m e d i d a en q u e reconocemos en nuestro
interior u n a presencia c o m ú n a todos nuestros her-
m a n o s y h e r m a n a s en Cristo, en el P a r t i d o o en la
4
familia.
¿Qué función c u m p l e la " f a m i l i a " e n lo q u e res-
pecta a la relación e n t r e los m i e m b r o s de la
familia?
La " f a m i l i a " , es decir, la familia como estructura
concebida por la fantasía, lleva aparejado u n tipo
de relación e n t r e los m i e m b r o s de la familia q u e
difiere de las relaciones e n t r e quienes no h a n
asumido r e c i p r o c a m e n t e en su interior esa i m a g e n .
La " f a m i l i a " no es u n objeto introyectado, sino
u n conjunto de relaciones introyectado.
La " f a m i l i a " , en su condición de sistema i n t e r n o
q u e nos i n c l u y e , p u e d e n o ser c l a r a m e n t e diferen-
ciada de otros sistemas de esa especie, a los q u e
asignamos n o m b r e s t a n inadecuados como " ú t e r o " ,
" s e n o " , " c u e r p o m a t e r n o " , etc. P u e d e ser concebida
como algo q u e vive, agoniza o h a m u e r t o ; como u n
a n i m a l , u n a m á q u i n a , a m e n u d o como u n recep-
táculo h u m a n o protector o destructivo, como esos
objetos q u e son a la vez rostro, casa y cuerpo q u e
dibujan los niños. Es u n conjunto de elementos con
subdivisiones d e n t r o de las cuales se e n c u e n t r a el
y o , junto con otras personas q u e lo contienen.
La familia p u e d e ser i m a g i n a d a como u n a t r a m a ,
u n a flor, u n a t u m b a , u n a cárcel, u n castillo. El y o
puede ser m á s consciente de u n a i m a g e n de la fa-
milia q u e de la familia m i s m a y t r a s p o n e r las imá-
genes a la familia.

* Mi propósito es únicamente realizar una comparación


abstracta entre grupos basados en la co-inherencia. Un estu-
dio de la co-inherencia desde el punto de vista cristiano puede
verse en Williams (1950).
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 19

El espacio y el tiempo son, en la " f a m i l i a " , seme-


jantes al espacio y el tiempo míticos: t i e n d e n a
ordenarse e n torno de u n centro y describen ciclos
q u e se repiten. ¿Quién o q u é es, dónde se encuen-
tra, el centro de la familia?
Según u n a descripción:

"Mi familia era como una flor. Mi madre era el centro


y nosotros los pétalos. Cuando me fui de casa, mi madre
sintió como si hubiera perdido un brazo. Ellos (los herma-
nos) aún se reúnen a su alrededor en esa forma. Mi padre
nunca integra en realidad la familia en ese sentido."

Esa familia era representada por u n a i m a g e n de


u n objeto, el cual d e s e m p e ñ a b a la función de
c o m u n i c a r la sensación de f o r m a r p a r t e de u n a
estructura vegetativa.

Internalización

" I n t e r n a l i z a r " significa trasponer lo " e x t e r n o "


a lo " i n t e r n o " . Implica la transferencia d e cierto
n ú m e r o de relaciones q u e constituyen u n conjunto
(con diversas operaciones e n t r e los elementos del
conjunto, cuyos productos p e r m a n e c e n d e n t r o
del conjunto) de u n a modalidad de la experiencia
a otras: o sea, de la percepción a la imaginación,
la m e m o r i a , los sueños.
E n nuestros períodos de vigilia percibimos algo;
lo r e c o r d a m o s ; luego lo olvidamos; soñamos con
algo de contenido diferente pero de e s t r u c t u r a aná-
loga; recordamos el sueño, pero n o la percepción
original. A l g u n a s p a u t a s de esta y otras clases de
internalización r e a p a r e c e n u n a y otra vez e n nues-
tras ensoñaciones, sueños, imaginaciones, fanta-
sías. La imaginación p u e d e elaborar p a u t a s opues-
20 R. D. LAING

tas a las q u e se h a l l a n presentes en n u e s t r a s en-


soñaciones. A r g u m e n t o s con d r a m á t i c a s secuencias
de relaciones témporo-espaciales e n t r e elementos
sufren transformaciones ( c u l m i n a n e n catástrofe
o en u n desenlace idóneo p a r a satisfacer los propios
deseos, por ejemplo) al reaparecer bajo diferentes
modalidades. Podemos t r a t a r de influir sobre los
procesos imaginativos inspirados e n nuestros deseos
o temores, de c u y a existencia sólo nos e n t e r a m o s
cuando sufrimos los efectos de esa acción.
Dostoievski describe a la familia de Raskolnikov
valiéndose de los recuerdos, los sueños, las fanta
sías inconscientes y la imaginación de éste, así co-
m o t a m b i é n de sus actos en relación con otros
personajes. Raskolnikov p r o c u r a a s u m i r la q u e cree
ser su personalidad, pero sólo consigue r e p r e s e n t a r
la p a u t a q u e h a concebido de su " f a m i l i a " , dis-
cernible en sus sueños, recuerdos, ensoñaciones
d i u r n a s y experiencias físicas, de las cuales el sujeto
q u e actúa en este m u n d o se halla p r o f u n d a m e n t e
5
disociado.
M u c h o s son, pues, los procesos q u e se designan
con el rótulo c o m ú n de " i n t e r n a l i z a c i ó n " . Todos
ellos implican transición o modulación de u n m o -
do a otro.
Resumiendo, diremos q u e lo q u e se internaliza
no son objetos como tales, sino p a u t a s de relación
por medio de operaciones i n t e r n a s , a p a r t i r de las
cuales u n a persona desarrolla u n a e s t r u c t u r a gru-
pal personificada.

Transformación y externalización (proyección)

Este g r u p o i n t e r n o p u e d e condicionar e n m a y o r
o m e n o r grado la relación de u n a persona consigo

6 Véase Laing (1969).


EL C U E S T I O N A M I E N T O D E LA FAMILIA 21

m i s m a . Relaciones tripartitas son reducidas a re-


laciones del yo con el yo. U n adulto p u e d e sentirse
como u n n i ñ o m i e n t r a s trata de reconciliar dos
" p a r t e s " de sí m i s m o q u e lo i m p u l s a n e n direc-
ciones opuestas y q u e concibe q u i z á , respectiva-
m e n t e , como b u e n a y m a l a , m a s c u l i n a y femenina
o, incluso, como la m i t a d derecha y la m i t a d iz-
quierda de su cuerpo: trata de c o m p o n e r sus ideas,
pero i n t e r v i e n e entonces u n a tercera p a r t e , y así
sucesivamente.
Estas relaciones i n t e r n a s del yo con el y o son
tan v a r i a d a s como los sistemas familiares reales.
Incluso si la " f a m i l i a " n o se convierte e n u n m e d i o
i m p o r t a n t e de relacionarse o n o relacionarse con el
propio " y o " , siempre nos c a m b i a r á e n a l g u n a m e -
dida el hecho de t e n e r este g r u p o e n nuestro in-
terior. A l g u n a s personas parecen d e p e n d e r hasta
tal p u n t o de esas operaciones grupales p a r a estruc-
t u r a r su espacio y su t i e m p o q u e , sin ellas, se sien-
ten incapaces de m a n t e n e r su equilibrio.
U n joven e x p e r i m e n t a la sensación de q u e su
vida h a llegado a u n p u n t o m u e r t o . Lo p r e o c u p a n
el conflicto e n t r e el Este y el Oeste, la guerra fría,
el equilibrio del terror, las técnicas de disuasión,
la imposibilidad del divorcio, la necesidad de co-
existencia, la evidente imposibilidad de coexisten-
cia. Cree q u e tiene la responsabilidad de h a l l a r u n a
solución, pero se siente sin esperanzas, como pa-
ralizado. N o hace n a d a , pero lo a b r u m a la idea de
q u e es responsable de la destrucción q u e sin duda
sobrevendrá.
Los elementos estructurales de sus preocupacio-
nes — e l conflicto, la g u e r r a fría, el divorcio emo-
cional, el equilibrio del terror, la necesidad de co-
existencia— se asemejan a los q u e caracterizan la
relación e n t r e sus padres.
El, sin e m b a r g o , n o advierte esa semejanza. In-
siste en q u e su preocupación por la situación m u n -
22 R. D . L A 1 N G

dial no sólo está p l e n a m e n t e justificada por la rea-


lidad objetiva, sino q u e se inspira exclusivamente
en ella. La situación m u n d i a l es u n hecho y miles
de personas provienen de familias como la s u y a ;
por consiguiente, no ve q u é relación pueda haber.
U n a m u j e r casada sueña q u e su esposo hace el
a m o r en su presencia a u n a rival m á s joven y q u e
ella se siente aterrorizada a n t e la idea de demos-
t r a r sus celos. Si se m u e s t r a celosa puede ser cas-
tigada. Vincula ese sueño con la preocupación q u e
le inspira u n a infidelidad actual de su esposo. P e r o
no logra establecer n i n g u n a conexión e n t r e u n a
experiencia m u y arcaica de destete, la visión de sus
padres haciendo el a m o r o la de su m a d r e (a quien
asimila a su esposo) en compañía de su h e r m a n a
m e n o r , con u n tabú familiar q u e proscribe los
" m a l o s " sentimientos o las acciones i m p u l s a d a s por
los celos p a r a separar las parejas q u e excluyen a
todos los ajenos a ellas.
Es imposible e v a l u a r el alcance de esas operacio-
nes y transformaciones i n t e r n a s r e c u r r i e n d o exclu-
sivamente a la técnica psicoanalítica: se necesitan
a d e m á s estudios sobre familias coordinados con
estudios sobre "familias".
E n las personas g r a v e m e n t e p e r t u r b a d a s halla-
mos algo q u e puede considerarse como estructuras
delirantes, pero que, sin e m b a r g o , están visible-
m e n t e relacionadas con situaciones familiares. La
re-proyección de la " f a m i l i a " no consiste simple-
m e n t e en la proyección de u n objeto " i n t e r n o " so-
bre u n a persona externa. Es la superposición de u n
conjunto de relaciones a otro: ambos conjuntos pue-
den coincidir en m a y o r o m e n o r grado. Sólo c u a n d o
la discordancia es suficientemente grave a juicio
de los d e m á s la operación se considera psicótica. Es
decir q u e la operación no se considera psicótica
en sí m i s m a .
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 23

P e n s a r en la estructura espacial ú n i c a m e n t e , n o
basta; tampoco puede separarse u n objeto interior
de su contexto. Debemos buscar siempre u n a suce-
sión de acontecimientos e n la q u e varios elementos
— n u n c a u n o solo— t e n g a n u n papel q u e desem-
peñar.
U n h o m b r e se sintió destruido por u n a mujer.
Sintió, a los 30 años, q u e ella actuaba como lo había
hecho su m a d r e c u a n d o él tenía tres. N o era la
p r i m e r a vez, ni sería la ú l t i m a , q u e e x p e r i m e n t a b a
esa sensación.
El prototipo fue descubierto m e d i a n t e u n análisis
de su transferencia al presente y luego confrontado
con los datos complementarios obtenidos de los pa-
dres y otras personas.

Orden de los acontecimientos en el prototipo


1. Está con la m u j e r q u e a m a (su n i ñ e r a ) .
2. Su m a d r e regresa, despide a la n i ñ e r a ,
3. y lo m a n d a como pupilo a u n colegio,
4. m i e n t r a s su p a d r e se abstiene de intervenir.
5. Su m a d r e vacila e n t r e él y sus a v e n t u r a s
amorosas.
6. H u y e del colegio, al q u e es devuelto por la
policía.

Argumento recurrente en el adulto


1. Se e n a m o r a de A.
2. Deja a A por B.
3. R o m p e con B.
4. C no interviene.
5. T a n t o él como B vacilan e n t r e su relación
recíproca y sus a v e n t u r a s amorosas con ter-
ceros.
6. T r a t a de escapar, pero n o puede.
24 R . D . LAING

La principal diferencia q u e se observa e n t r e las


dos series de acontecimientos es q u e en la segunda
el protagonista intenta hacer lo que le hicieron a él.
Deja a A. B no se lo lleva consigo. Aleja a B. Al
hacer q u e B lo a b a n d o n e , parece tener la situación
bajo su control. Pero e x p e r i m e n t a cada repetición
del a r g u m e n t o como si él fuera la víctima de B y ,
en última instancia, del a r g u m e n t o m i s m o , del cual
considera responsable a su m a d r e . B lo a p a r t ó de A ,
luego lo a b a n d o n ó y lo condenó a la soledad. Yo
m e limité al papel de espectador, como a n t e s su
padre.
El d r a m a , " i n t e r n a l i z a d o " y vuelto a r e p r e s e n t a r
con u n a apariencia de control, es e x p e r i m e n t a d o
por él como su destrucción a m a n o s de u n a mujer.
Este papel de " d e s t r u c t o r a " es u n papel adjudi­
cado e n u n d r a m a . Los d r a m a s familiares son, sin
e m b a r g o , varios. Si incursionamos e n su pasado,
otros nos salen al e n c u e n t r o , y si a v a n z a m o s siquie­
ra u n poco, el d r a m a c a m b i a n u e v a m e n t e . Todos
ellos son representados s i m u l t á n e a m e n t e en el mis­
m o teatro; la farsa y la tragedia ocupan el escena­
rio al m i s m o tiempo.
El a r g u m e n t o , modificado por las reversiones,
combinaciones, divisiones, inversiones, etc., p u e d e
a ú n ser reconocible. H a b i t u a l m e n t e , a d e m á s , apa­
rece dotado de u n final, feliz o catastrófico.
C u a n d o u n modelo i n t e r n o semejante de relacio­
nes témporo-espaciales dispuestas en serie es exter-
nalizado, parece funcionar a la vez como u n
esquema q u e gobierna el modo en q u e se desean,
se t e m e n , se ven suceder los acontecimientos exter­
nos y , al i n d u c i r acciones y reacciones, como fan­
tasías y profecías q u e se c u m p l e n a sí m i s m a s .
EL C U E S T I O N A M I E N T O D E L A FAMILIA 25

La transferencia de los modos grupales

El n i ñ o nace e n el serio de u n a familia q u e es el


producto de las operaciones de seres h u m a n o s q u e
lo h a n precedido e n este m u n d o . Es u n sistema al
q u e se logra acceso m e d i a n t e la vista, el oído, el
gusto, el olfato, el tacto, el dolor y el placer,
el calor y el frío; u n océano en el q u e el n i ñ o
a p r e n d e m u y pronto a n a d a r . Pero de esta serie son
las relaciones, no los simples objetos, lo q u e se inter-
naliza y se interpreta p a r a h a l l a r l e significado.
La familia q u e describimos aquí es u n modo
grupal caracterizado por la co-inherencia. A l g u n a s
familias son dirigidas a la m a n e r a de organizacio-
nes comerciales; otras son instituciones. D e la m a -
ñ a n a a la noche el individuo se metamorfosea
m i e n t r a s pasa de u n modo g r u p a l a otro: de la fa-
milia a la cola q u e espera el ó m n i b u s , al trabajo,
al a l m u e r z o con los amigos, a la r e u n i ó n con los
compinches, antes de regresar a la familia. La
transferencia supone trasponer u n a metamorfosis
—basada en estar " e n " y en llevar dentro de sí u n
modo grupal de sociabilidad— a otra.
La " f a m i l i a " es transferida al trabajo. O bien el
fatigado trabajador proyecta el " t r a b a j o " —fruto
de la proyección de la " f a m i l i a " sobre el trabajo—
sobre la familia.
La persona q u e se m u e v e a través de distintas
pluralidades en u n a sociedad pluralista funciona de
diferentes modos, incluso s i m u l t á n e a m e n t e , mien-
tras cada u n o de los conjuntos internos de estruc-
turas modales sufre u n a transformación q u e difiere
de las d e m á s por su tipo, su fase, su tempo, etcétera.
26 R. D . L A 1 N G

Función defensiva de la "familia"

"Nada más eficaz que otra persona para comunicar vida


al mundo que nos rodea o para —con una mirada, un gesto
o una observación— agostar la realidad que nos aloja."
(Goffman, 1961).

La m a y o r p a r t e de las defensas e n u m e r a d a s por


el psicoanálisis — p o r ejemplo la disociación, la pro­
yección, la introyección, la negación, la represión,
la regresión— son intrapsíquicas. Estos m e c a n i s m o s
de defensa psicoanalíticos son lo que una persona
se hace a sí misma. N o son acciones q u e recaen
sobre el m u n d o externo, sobre los d e m á s n i sobre el
m u n d o de los demás.
Es u n hecho manifiesto q u e las personas t r a t a n
de a c t u a r sobre los m u n d o s " i n t e r i o r e s " de los
d e m á s con el fin de p r e s e r v a r sus propios m u n d o s
interiores, y q u e a l g u n a s (los llamados sujetos obse­
sivos, por ejemplo) o r d e n a n y r e o r d e n a n los objetos
del m u n d o externo con idéntico fin.
N o existe n i n g u n a teoría psicoanalítica sistemá­
tica sobre la n a t u r a l e z a de las defensas transperso­
nales, es decir, las defensas p o r medio de las cuales
el y o p r o c u r a controlar la vida interior del prójimo
con el fin de preservar su propia vida interior, n i
sobre las técnicas a q u e se p u e d e r e c u r r i r p a r a h a c e r
frente a la persecución q u e es su consecuencia.
Si el y o depende de la integridad de la " f a m i l i a " ,
dependerá entonces — d a d o q u e la " f a m i l i a " es u n a
e s t r u c t u r a c o m p a r t i d a — de q u e conciba a ésta como
u n a e s t r u c t u r a compartida p o r otros. Nos sentimos
seguros c u a n d o i m a g i n a m o s la integridad de la
e s t r u c t u r a de la " f a m i l i a " en otros.
Cada m i e m b r o de la familia personifica u n a
estructura derivada de relaciones e n t r e los m i e m ­
bros. Esta presencia grupal compartida existe a
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 27

condición de que cada m i e m b r o la sienta dentro de


sí. Esta es la r a z ó n de ser de las fantasías sobre
la familia a salvo, destruida o r e s t a u r a d a , sobre la
familia q u e crece, m u e r e o es i n m o r t a l . Cada
m i e m b r o de la familia p u e d e exigir q u e los otros
m a n t e n g a n dentro de sí la m i s m a i m a g e n de
la "familia". La identidad de cada individuo se
apoya entonces en la presencia de u n a " f a m i l i a "
compartida dentro de los d e m á s , quienes, e n v i r t u d
de ello, son p a r t e de la m i s m a familia. Integrar una
familia es sentir la misma "familia" dentro de sí.
E n a l g u n a s familias los padres n o p u e d e n per-
m i t i r q u e sus hijos a n i q u i l e n la " f a m i l i a " d e n t r o
de sí, c u a n d o ésa es su voluntad, p o r q u e piensan
q u e ello ocasionaría la fragmentación de la familia:
¿dónde iría ésta entonces a p a r a r ? T a m b i é n p a r a
los hijos la " f a m i l i a " p u e d e ser u n a e s t r u c t u r a in-
t e r n a m á s i m p o r t a n t e q u e el " s e n o " , el " p e n e " , la
" m a d r e " o el " p a d r e " . M i e n t r a s se conciba a la
" f a m i l i a " como algo p e r m a n e n t e , m u c h a s otras
cosas p u e d e n n o serlo.
L a " f a m i l i a " se convierte en u n elemento de
unión e n t r e sus m i e m b r o s , cuyos vínculos recípro-
cos p u e d e n ser, e n caso contrario m u y débiles. Si
cualquiera de los m i e m b r o s de la familia desea
separarse excluyendo la " f a m i l i a " de su sistema o
disolviéndola d e n t r o de sí, el resultado será u n a
crisis. L a " f a m i l i a " p u e d e r e p r e s e n t a r p a r a la fami-
lia el m u n d o entero. D e s t r u i r la " f a m i l i a " p u e d e
ser concebido como algo peor q u e el asesinato o m á s
egoísta q u e el suicidio. "Sería como destruir el
m u n d o de mis p a d r e s " , quienes no dejarían de sen-
tirlo así. Y lo q u e h a c e n los padres puede ser expe-
r i m e n t a d o como destructivo por los hijos si acarrea
la división de la " f a m i l i a " al m i s m o tiempo q u e la
de la familia.
Los dilemas a b u n d a n . Si no destruyo la " f a m i -
lia", la " f a m i l i a " m e destruirá. N o puedo destruir
28 R. D. LAING

la " f a m i l i a " en m í sin destruirla en ellos. Si se


sienten en peligro, ¿me d e s t r u i r á n ?
Actos q u e no h a n tenido tal propósito son defi-
nidos por los oíros miembros de la familia como
destructivos, persecutorios o malsanos p o r q u e deter-
m i n a n la fragmentación de la "familia". Cada cual
debe sacrificarse, e n consecuencia, con el fin de
preservar la " f a m i l i a " .
L a " f a m i l i a " llega a ser u n a defensa o b a l u a r t e
contra el d e r r u m b e , la desintegración, la futilidad,
la desesperación, la culpa y otras calamidades.
La preservación, modificación o disolución de la
" f a m i l i a " n o puede ser u n a s u n t o m e r a m e n t e pri-
vado c u a n d o todos sus m i e m b r o s sienten q u e debe
ser preservada. La pérdida de u n m i e m b r o p u e d e
resultar m e n o s peligrosa q u e la incorporación de
u n e x t r a ñ o si éste introduce otra " f a m i l i a " d e n t r o
de la " f a m i l i a " .
Como consecuencia, la preservación de la "fami-
l i a " es e q u i p a r a d a a la preservación del y o y del
m u n d o , y la disolución de la " f a m i l i a " d e n t r o de
otro es e q u i p a r a d a a la m u e r t e del y o y el d e r r u m -
be del m u n d o . T a m b i é n p u e d e o c u r r i r q u e odiemos
o t e m a m o s a la " f a m i l i a " o q u e envidiemos a otros
su vida familiar feliz o satisfecha; el m u n d o se
h u n d i r á entonces si la " f a m i l i a " no es asesinada.
Cualquiera q u e sea el caso, la sombra de la "fa-
m i l i a " oscurece n u e s t r a visión. M i e n t r a s n o h a y a -
mos visto a la " f a m i l i a " d e n t r o de nosotros n o
podremos ni vernos n i v e r a familia a l g u n a con
claridad.

Un partido de tenis

A los 17 años, Luisa presentaba u n cuadro de


esquizofrenia j u v e n i l simple. Activa en la escuela,
capaz de hacer amistades, aficionada a los deportes
E L C U E S T I O N A M I E N T O D E LA FAMILIA 29

— e n especial el t e n i s — , desde hacía varios meses


se mostraba inactiva, indiferente y absorta e n sus
pensamientos. C u a n d o la vi, su m u t i s m o e inmovi-
lidad e r a n casi totales. Se dejaba, n o obstante, ves-
tir; comía lo q u e le p o n í a n en la boca y obedecía
p a s i v a m e n t e las órdenes i m p a r t i d a s con energía.
Librada a sí m i s m a n o m o s t r a b a iniciativa y n o
desarrollaba n i n g u n a actividad.
Estaba absorta e n u n desvarío relacionado con u n
i n t e r m i n a b l e partido de tenis. Dobles mixtos. Can-
cha principal. W i m b l e d o n . L a m u l t i t u d , la cancha,
la red, los jugadores y la pelota, q u e iba y venía,
iba y venía, iba y venía. Ella era todos esos ele-
m e n t o s , en especial la pelota.
Esa pelota — t a n p e q u e ñ a , t a n pasiva, y sin
e m b a r g o t a n s a l t a r i n a — era servida, golpeada, vo-
leada, enviada a veces fuera de la c a n c h a : el ele-
m e n t o principal del partido y el espectáculo. Todas
las m i r a d a s están fijas e n ella. A u n q u e elástica, su
resistencia no es ilimitada. E m p e z ó llena de brío,
pero puede cansarse. E s el i n s t r u m e n t o de la rela-
ción e n t r e los jugadores. Estos la i m p u l s a n con
efecto, la u s a n p a r a sus t r a m p a s y a r t i m a ñ a s . A u n -
q u e es t a n i m p o r t a n t e , a n a d i e le interesa r e a l m e n -
te. L a e m p l e a n o la q u i e r e n sólo p a r a vencer al
rival. A veces la t r a t a n con suavidad, pero sólo p a r a
g a n a r . N a d i e se preocupa por ella. N o le tiei en
compasión. Si quisiera protestar o rebelarse, o n o
a c t u a r de acuerdo con el impulso q u e se le da, si
aspirara a seguir su iniciativa, a elegir el modo de
rebotar o el l u g a r de destino, sería puesta a u n lado.
Lo i m p o r t a n t e es el partido: quizás, en lo esencial,
lo q u e interesa n o es g a n a r l o , sino prolongarlo inde-
finidamente.
Supongamos q u e la pelota sufriera u n a transfor-
mación. Podría convertirse en u n a g r a n a d a de
m a n o y h a c e r volar por los aires a los jugadores-
30 R. D . L A I N G

Podría incluso volverse u n a bomba atómica y hacer


volar la c a n c h a principal, los espectadores y la
m i t a d de Londres. Podría ser u n a bomba de tiem-
po, p r e p a r a d a para explotar en u n m o m e n t o critico,
sin q u e ella m i s m a supiera c u á n d o o cómo.
¡Qué v e n g a n z a ! ¡Qué cambio! P e r o , si explota,
será la p r i m e r a e n ser destruida. Quizás incluso la
intolerable existencia de u n a pelota de tenis, gol-
peada, abrasada, raída, cubierta por el polvo calien-
te y seco del h o r n o en q u e se convierte la cancha
principal bajo el implacable resplandor del sol,
contemplada con indiferencia por los espectadores,
sea mejor q u e nada.
A d e m á s , quizá sea eso lo q u e ella es. Quizá sea
ése su karma. T a l vez sea u n a princesa apresada en
u n maleficio. Quizá deba aceptar la situación por-
que ése es su destino: r e n u n c i a r a u n a vida feliz
en expiación de u n a falta olvidada. P o r q u e es u n
sacrificio, o u n ejemplo, o p o r q u e se lo dicta u n
misterioso impulso de amor.
Luisa vivía con su padre, su m a d r e , su abuela
p a t e r n a y su abuelo m a t e r n o . P a d r e y abuela se
e n f r e n t a b a n con m a d r e y abuelo: dobles mixtos.
La pelota era Luisa. U n ejemplo p o n d r á en claro
la exactitud de la metáfora: de c u a n d o en c u a n d o
ambos bandos pasaban varias s e m a n a s sin hablarse,
m a n t e n i e n d o la comunicación por i n t e r m e d i o de
Luisa. D u r a n t e las comidas no se dirigían la pala-
bra. La m a d r e pedía por ejemplo a Luisa: " D i l e a
tu p a d r e q u e m e alcance la sal." Luisa se volvía a
su p a d r e : " M a m á quiere q u e le alcances la sal." El
padre respondía: " D i l e q u e venga ella a buscarla."
" D i c e q u e la vayas a buscar", t r a n s m i t í a Luisa.
C u a n d o Luisa era p e q u e ñ a , su m a d r e tuvo u n
"episodio psicótico".
Dio en decir q u e faltaba unión en la familia.
Todo el m u n d o tenía q u e sentarse alrededor de
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 31

u n a mesa, sin h a b l a r y sin moverse, con las m a n o s


extendidas, las p a l m a s hacia abajo, tocando cada
u n o con la e x t r e m i d a d del p u l g a r el m e ñ i q u e de
su vecino. U n a corriente de a m o r circularía así por
la familia y a y u d a r í a a paliar su desgracia. ¡Qué
idea descabellada! Lo h a c í a n p a r a complacerla,
pero no lo t o m a b a n e n serio. ¿Daría resultado?
Luisa no tenia conciencia de q u e existiera u n
vínculo e n t r e su desvarío sobre el partido de tenis
y su familia. Ese vínculo era la "familia". U n a de
las cosas q u e no se le p u e d e pedir a u n a pelota
de tenis es q u e sepa q u e es u n a pelota de tenis.
T a r d ó tres meses e n descubrir la relación. Dos
años después se separó de su familia y h a estado
llevando u n a vida activa d u r a n t e los 10 años subsi-
guientes. La " f a m i l i a " como fantasía puede ser
6
"inconsciente".
Los elementos de ese modelo d r a m á t i c o q u e es la
" f a m i l i a " a s o m a n en la conciencia bajo la forma
de diferentes imágenes. La " f a m i l i a " sufre m o d u -
laciones y otras transformaciones en el proceso de
internalización y en su posterior historia como fan-
tasía.
La " f a m i l i a " traspuesta a la familia (o transfe-
rida a otras situaciones) n o es u n simple conjunto
de objetos introyectados, sino m á s bien u n a m a t r i z
de dramas, de p a u t a s de secuencias témporo-espa-
ciales q u e representar. Lo m i s m o q u e en u n rollo
de película, todos los elementos están presentes
s i m u l t á n e a m e n t e , dispuestos de modo q u e e n t r e n
en escena unos a continuación de otros, como en
u n a proyección cinematográfica. El rollo es la fa-
milia interna.
La " f a m i l i a " n o es el único rollo q u e llevan den-
tro de sí las personas, listo p a r a desplegarse c u a n d o
6
Sobre la fenomenología de la "fantasía inconsciente",
véase Laing (1970).
32 R. D. LAING

se dan las circunstancias adecuadas; tampoco es


n e c e s a r i a m e n t e el m á s i m p o r t a n t e . U n o es atrave-
sado por u n o y atraviesa i n n u m e r a b l e s conjuntos
de subsistemas dentro de la totalidad infinita de
todos los conjuntos q u e sumados componen el u n i -
verso, y ocupa i n n u m e r a b l e s posiciones en esos con-
7
juntos i n n u m e r a b l e s .
La creación de la " f a m i l i a " tiene l u g a r d u r a n t e
los primeros años de vida. Exige la internalización,
concebida aquí como modulación e x p e r i m e n t a l y
transformación e s t r u c t u r a l . L a internalización de
u n conjunto de relaciones por cada u n o de los ele-
mentos de ese conjunto t r a n s f o r m a la n a t u r a l e z a de
los elementos, sus relaciones y el conjunto, e n u n
g r u p o de u n a clase m u y especial. Este conjunto de
relaciones de la " f a m i l i a " puede ser traspuesto a
nuestro cuerpo, sentimientos, p e n s a m i e n t o s , fanta-
sías, sueños, percepciones; puede convertirse en
a r g u m e n t o s q u e envuelven nuestros actos y ser
traspuesto a c u a l q u i e r aspecto del cosmos. El cos-
mos en su totalidad p u e d e recibir la proyección de
u n a r g u m e n t o familiar a p a r t i r del cual será posi-
ble reconstruir el conjunto original de relaciones y
operaciones constitutivas de la " f a m i l i a " . Este pro-
totipo g r u p a l de la " f a m i l i a " es transferido o tras-
ladado (Übertragung: traslado) de u n " e s t r a t o "
8
(range) a otro, sin dejar de ser el dominio desde
el cual las proyecciones son proyectadas. L a co-
inherencia r e s u l t a n t e de la superposición recíproca
de la " f a m i l i a " de cada u n o a la familia c o m ú n
conduce a lo q u e h e l l a m a d o la nexificación de la
familia. Esas familias nexificadas p u e d e n conver-
tirse en sistemas r e l a t i v a m e n t e cerrados; adverti-
mos su presencia u n a y otra vez c u a n d o estudiamos

7
No pretendo afirmar que estas observaciones sean apli-
cables a algo más que apariencias.
8
Para la explicación de estos términos, véanse págs. 136
y sigs.
EL C U E S T I O N A M 1 E N T O D E LA FAMILIA 33

las familias de personas a quienes se h a diagnosti­


cado esquizofrenia. Hay mucha distancia entre lo
que acabamos de expresar y la afirmación de que
9
esas familias causan esquizofrenia.
Al h a b l a r de la familia o de la " f a m i l i a " sólo
estamos c o m e n z a n d o a v i s l u m b r a r lo q u e quizá
podemos suponer q u e hemos estado t r a t a n d o de
describir.

" Véase el prefacio a la segunda edición de Laing y Ester-


son: Sanity, Madness, and the Family (1970).
INTERVENCIÓN TERAPEUTICA EN SITUACIONES
1
SOCIALES

Estudiar situaciones sociales e i n t e r v e n i r en ellas


son actividades q u e desarrollan por igual asistentes
sociales y psiquiatras.
N o son las únicas q u e e n c u a d r a n en n u e s t r o m i -
nisterio, pero sí algo q u e hacemos c o n s t a n t e m e n t e ,
cualesquiera q u e sean n u e s t r a s d e m á s actividades.
C u a n d o u n médico, a c t u a n d o estrictamente e n cali-
dad de tal, diagnostica amigdalitis a u n n i ñ o o
cáncer a u n adulto y dispone q u e al p r i m e r o se le
practique la ablación de las a m í g d a l a s o q u e al se-
g u n d o se lo i n t e r n e en u n hospital p a r a q u e se
investigue su enfermedad y se lo opere, está inter-
viniendo en u n a situación social a la q u e quizá n o
pueda dedicar, por falta de tiempo o interés, sino
u n a atención pasajera. A l e n t a m o s la esperanza de
q u e los médicos consultados por familias a d v i e r t a n
—cosa q u e a m e n u d o así o c u r r e — q u e las decisio-
nes " e s t r i c t a m e n t e " profesionales r e p e r c u t e n inten-
s a m e n t e en todo el g r u p o familiar y afectan a
m u c h a s otras personas a d e m á s del paciente. C u a n -
do sobreviene u n a enfermedad, sin e m b a r g o , la
salud física — l a vida, a veces— del paciente es
antepuesta a todo lo d e m á s , y las repercusiones so-
ciales de aquélla y de la intervención del médico son
a m e n u d o descuidadas.

1
Conferencia pronunciada en la Associaüon of Family
Caseworkcrs en mayo de 1968.
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 35

El n i ñ o ingresa en el hospital. Es difícil captar


p l e n a m e n t e las consecuencias individuales — p a r a
no h a b l a r de las sociales— de tan grave aconteci-
miento. N o son los investigadores quienes nos ilus-
t r a r á n sobre las profundas repercusiones q u e pro-
duce e n la familia la hospitalización de u n n i ñ o o
u n progenitor. M u y pocos asistentes sociales y casi
n i n g ú n psiquiatra tienen conciencia cabal del gra-
do en q u e la gente se resiste a a d m i t i r esas reper-
cusiones. M e refiero especialmente a lo q u e o c u r r e
en G r a n Bretaña.
D u r a n t e varios años m i tarea h a estado vinculada
ron el estudio de gente en situaciones. P o r lo gene-
ral se m e consulta respecto de u n a " s i t u a c i ó n " q u e
ya ha sido definida por las personas q u e participan
en ella y , a veces, por otros agentes de la sociedad,
como caracterizada por el hecho de q u e "algo le
p a s a " a uno de los partícipes. Los d e m á s no saben
q u é h a c e r con esa persona; d a n por sentado, asimis-
mo, q u e si la persona en cuestión estuviera bien, la
situación se enderezaría por sí sola. Es decir, se m e
consulta sobre u n a crisis social a la q u e se define
r o m o (se considera causada por, e n g e n d r a d a por,
ocasionada por, provocada por) u n a enfermedad.
H a y m u c h o s tipos de crisis social: c u a n d o la
crisis es definida como enfermedad, la opinión co-
rriente es q u e p a r a solucionarla es necesario h a b é r -
selas con ésta, es decir, t r a t a r a d e c u a d a m e n t e al
enfermo y curarlo (a condición de q u e esa crisis no
h a y a originado otra, como ser u n a crisis econó-
m i c a ) . C u a n d o u n a situación social d e t e r m i n a d a es
definida como crisis social provocada por u n a enfer-
medad, esa definición está r e c l a m a n d o u n tipo de
acción d e t e r m i n a d o : es u n a prescripción inequívoca
de q u e u n a persona debe ser curada por medio de
un " t r a t a m i e n t o " y de q u e —si ello fuera conside-
rado necesario— debe suministrarse a y u d a comple-
36 R. D . L A I N G

m e n t a r í a a los otros partícipes en la situación para


q u e p u e d a n h a c e r frente a la enfermedad y a las
consecuencias sociales secundarias q u e ésta acarrea.
La definición de la situación y el r e q u e r i m i e n t o de
acción son las dos caras de u n a m i s m a m o n e d a . La
estrategia racional correcta de la intervención es
prescripta por la definición de la situación.
Buena p a r t e de la zona de convergencia de la
asistencia social, la medicina y la psiquiatría, está
representada p o r las situaciones de ese tipo: fami-
lias q u e c u e n t a n en su seno con u n niño r e t a r d a d o
o u n m i e m b r o afectado por u n a incapacidad física.
E n m u c h o s casos h a b l a m o s de incapacidad mental
(excluida la s u b n o r m a l i d a d y otros estados m a n i -
fiestamente orgánicos) aguda o crónica; i n t e r p r e -
tamos la situación en función del e s q u e m a señalado
p r e c e d e n t e m e n t e y la abordamos guiándonos por
éste.
Veamos a h o r a a l g u n a s de las consecuencias prác-
ticas q u e trae a p a r e a d a s la adopción por los asis-
tentes sociales de ese modelo médico de situación
social. Los asistentes sociales y los psiquiatras tie-
n e n q u e ser prácticos. N u e s t r a labor n o es repo-
sada: a m e n u d o reflexionamos m i e n t r a s a c t u a m o s ,
o bien, si la fatiga nos lo p e r m i t e , en nuestros ratos
libres. Con frecuencia descubrimos lo q u e h e m o s
estado haciendo después q u e lo h e m o s hecho. U n a
ventaja de ello es q u e nos lleva a a d o p t a r u n enfo-
q u e p r a g m á t i c o y empírico. L a desventaja es que,
sin tiempo p a r a reflexionar críticamente, podemos
volvernos dogmáticos en los aspectos teóricos y r u -
tinarios en c u a n t o a la práctica. Podemos incluso
r e i t e r a r explicaciones sobre lo q u e realizamos q u e
ni siquiera c o n c u e r d a n con lo q u e hacemos: e n es-
pecial si no disponemos del tiempo necesario p a r a
a n a l i z a r a fondo lo q u e r e a l m e n t e hacemos. C u a n d o
lo q u e pensamos q u e hacemos n o coincide con lo
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 37

q u e en verdad hacemos, caemos en suposiciones q u e


i n f l u y e n sobre n u e s t r a s actitudes y podemos llegar
a e n c o n t r a r n o s (si es q u e volvemos a e n c o n t r a r
algo a l g u n a vez) lo bastante confundidos como
p a r a no advertir e n q u é consisten n u e s t r a s suposi­
ciones o el hecho de q u e estamos p e r p e t u a n d o p r á c ­
ticas q u e n o comprendemos. Otro peligro es q u e
dejamos q u e sean otros los q u e hacen el análisis,
m i e n t r a s nosotros hacemos el trabajo. N i n g u n o de
nosotros puede p e r m i t i r s e el lujo de aceptar sin m á s
las afirmaciones de gente que cree q u e p u e d e decir­
nos q u é es lo q u e estamos haciendo o lo q u e debe-
riamos hacer, es decir, de gente q u e e n realidad n o
a s u m e p e r s o n a l m e n t e la labor práctica, sino q u e
piensa q u e está en condiciones de teorizar sobre
ella. La situación r e s u l t a n t e es por d e m á s peligrosa.
E n m i opinión, g r a n p a r t e de los lineamientos
teóricos con q u e se m a n e j a n los asistentes sociales
son fruto (o h a n sufrido la influencia) de u n mo­
delo médico derivado de la psiquiatría, tomado a su
vez por ésta de la m e d i c i n a general, modelo q u e ,
p e r lo m e n o s hasta h a c e m u y poco tiempo, era
aceptado sin análisis por los mismos psiquiatras.
Este modelo, aplicado a u n a situación social, nos
presta t a n t a a y u d a p a r a ver q u é ocurre como la
q u e prestaría u n p a r de anteojos oscuros p a r a
ver q u é ocurre en u n a habitación sin luz.
E n los casos e n q u e h e sido consultado sobre u n a
situación, por lo general existía y a opinión formada
en el sentido de q u e "algo le p a s a b a " a a l g u i e n ; con
frecuencia t a m b i é n a l g ú n " e x p e r t o " h a b í a comen­
zado a sospechar q u e algo " m e n t a l " le ocurría a
esa persona. Les d a r é u n ejemplo. Como compren­
d e r á n , m e h e visto obligado a c o m p e n d i a r y esque­
m a t i z a r los hechos.
38 R. D . LAING

Los Clark

De u n hospital p a r a niños con problemas de con-


ducta m e e n v í a n u n a carta, en la q u e m e invitan
a d a r m i opinión sobre u n m u c h a c h i t o de n u e v e
años al q u e se le ha diagnosticado esquizofrenia in-
cipiente ( ? ) . P o r espacio de tres meses el m u c h a c h o
había concurrido s e m a n a l m e n t e al hospital, donde
era entrevistado por u n psiquiatra. Su m a d r e , q u e
era q u i e n lo había, llevado al hospital, acudia allí
m i s m o s e m a n a por medio p a r a m a n t e n e r conver-
saciones con u n asistente social versado e n psiquia-
tría. El m u c h a c h o no denotaba m e j o r í a ; su con-
ducta en el hogar y e n la escuela e m p e o r a b a ; el
psiquiatra ignoraba la causa, y a q u e la m a y o r p a r t e
del tiempo n o conseguía ni siquiera hacerlo h a b l a r ;
pensaba q u e quizás estuviera evolucionando hacia
u n a esquizofrenia. Si esta hipótesis se viera confir-
m a d a , podría hacerse algo en su favor, como ser
i n t e r n a r l o en u n a u n i d a d psiquiátrica p a r a niños.
A causa de la p e r m a n e n t e i n t r a n q u i l i d a d q u e mos-
traba en el a u l a , y a e n otra ocasión h a b í a sido
enviado a u n hospital de niños; de las punciones
l u m b a r e s y otras pruebas q u e se practicaron no
surgió q u e existiera " e n f e r m e d a d o r g á n i c a " .
C u a n d o recibo u n pedido de esta n a t u r a l e z a ,
tengo q u e decidir no solamente cómo a b o r d a r a la
persona a q u i e n se h a adjudicado y a el papel de
paciente, sino t a m b i é n cómo investigar con eficacia
y e n el m e n o r tiempo posible q u é es lo q u e real-
m e n t e sucede. Esto n o fue lo q u e se m e pidió.
Se m e solicitó u n diagnóstico. Yo h e asignado otro
alcance a m i tarea. M i actitud es legítima. N u e s -
tros clientes no p l a n t e a n siempre las cosas como
nosotros quisiéramos. N o debemos i g n o r a r su plan-
teo, pero tampoco estamos obligados a adoptarlo, ni
siquiera c u a n d o n u e s t r o cliente es u n psiquiatra
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 39

Yo podría haber citado a la m a d r e p a r a que m e


viniera a ver con el niño. T a m b i é n podría h a b e r
concurrido al hospital p a r a entrevistar a l n i ñ o a
solas o p a r a celebrar consulta con el psiquiatra.
Podría h a b e r hecho m u c h a s cosas. Lo q u e hice fue
escribir a la m a d r e pidiéndole q u e m e h a b l a r a por
teléfono. E n la conversación telefónica q u e d ó con-
venido q u e la visitaría a c o m p a ñ a d o por dos asisten-
tes sociales, e n las p r i m e r a s h o r a s de la t a r d e , es
decir, en u n m o m e n t o e n q u e p u d i e r a n estar pre-
sentes la m a y o r í a de los m i e m b r o s de la familia.
Estuvimos reunidos cerca de dos h o r a s y m e d i a con
los familiares m á s cercanos del m u c h a c h o : su m a -
dre, sus dos h e r m a n o s m a y o r e s (de 13 y 11 a ñ o s ) ,
su h e r m a n a m e n o r (de 7 años) y su p a d r e . E n ese
lapso entrevistamos al señor y la señora Clark j u n t o
a sus hijos; a David solo; al señor y la señora Clark
solos. M e m o s t r a r o n la casa y m e i n f o r m a r o n sobre
las costumbres de la familia e n lo tocante a la ali-
m e n t a c i ó n , el sueño y otros aspectos.
D a r é unos pocos detalles. Nos r e u n i m o s , en pri-
m e r t é r m i n o , en la sala de estar: la m a d r e , el pa-
dre, el h e r m a n o de 13 años, el h e r m a n o de 11
años, David (de 9) y la h e r m a n a (de 7 ) . E n de-
t e r m i n a d o m o m e n t o , le p r e g u n t é a la señora Clark:
" ¿ A q u i é n se parecen sus hijos?"
"Este es la i m a g e n de su p a d r e " , contestó, seña-
lando al m a y o r .
El segundo no se parecía a nadie.
" M i hija se parece a David. Eso forma p a r t e del
problema: está e m p e z a n d o a parecerse a D a v i d . "
" ¿ A q u i é n se parece D a v i d ? "
"David se parece a mí."
" ¿ Y q u é es lo q u e ocurre con D a v i d ? "
Lo q u e ocurre con David (la señora Clark recito
la lista de u n tirón) es q u e no se lo p u e d e controlar,
no hace lo q u e le o r d e n a n , no t e r m i n a de compren-
derlo, se aleja de la casa, no dice a q u é h o r a va n
40 R. D . LAING

volver, no se interesa por la lectura ni la escritura


y, por último, " n o está preocupado".
Todo ello ocurrió e n los p r i m e r o s veinte m i n u t o s .
¡Vías t a r d e la m a d r e m e mostró toda la casa: el lu-
gar en q u e d o r m í a n los varones, el lugar en q u e
dormía su hija, el lugar e n q u e d o r m í a n ella y el
esposo, etc. C u a n d o nos h a l l á b a m o s en el descanso
de la escalera, m i e n t r a s el resto de la familia aguar-
daba abajo, le p r e g u n t é :
" ¿ C ó m o e m p e z a r o n en realidad las cosas?"
" D a v i d se lo pasaba fuera de la casa, n o m e decía
a q u é hora iba a volver, se negaba a obedecerme:
m e desafiaba. U n día en q u e debía volver a la u n a
p a r a a l m o r z a r , y n o lo hizo hasta después de las
dos, y el p a d r e había salido, le dije: ' T i e n e s q u e
estar en casa a la h o r a de las comidas y vas a h a c e r
lo q u e y o te diga.' ' N o ' , m e contesto. 'Sí q u e lo
h a r á s . Si n o m e obedeces, te m a n d a r é bien lejos.'
'Hazlo.'"
La m a d r e n o sabía q u é actitud t o m a r . Casi sin
saber lo q u e hacía telefoneó a la policía y dijo de-
l a n t e del n i ñ o : " T e n g o u n hijo al q u e no puedo
controlar. N o sé q u é h a c e r con é l . " " E s p e r e u n
m i n u t o " , le contestaron. Esperó y esperó ( d u r a n t e
dos m i n u t o s ) y al fin volvieron al teléfono y le
dijeron q u e lo llevara al hospital local p a r a niños
con problemas de conducta, y le dieron la direc-
ción. Lo hizo así, y desde entonces h a c e y a tres
meses q u e c o n c u r r e s e m a n a l m e n t e con el n i ñ o al
hospital. A c t u a l m e n t e l a m e n t a h a b e r tomado esa
iniciativa, pero lo.cierto es q u e D a v i d sigue negán-
dose a obedecerla y n o parece preocupado en ab-
soluto.
Después de estar con la señora Clark t u v e u n a
charla con David, parados ambos j u n t o a la ven-
t a n a de su dormitorio. F u e u n a conversación de
h o m b r e a h o m b r e , e n cuyo transcurso m e explicó
lo que hacía fuera de la casa: a y u d a b a a los obre-
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 41

ros en u n a obra en construcción. N o sentía un in-


terés especial por la lectura o la escritura, pero en
cambio le gustaba m u c h o t r a b a j a r con objetos. D e
lo q u e hacía e n el hospital, lo único q u e le agra-
daba era el dibujo: había dado autorización p a r a
q u e sus obras fueran incluidas en u n a exposición
de a r t e infantil ( ¿ u n a m u e s t r a m á s d e arte psi-
cótico?). El principal motivo q u e había tenido para
q u e r e r ir al hospital no era m u y loable: faltar a la
escuela esa tarde. P e r o no le dio resultado, y a q u e
al día siguiente tuvo q u e r e c u p e r a r lo perdido. Le
p r e g u n t é si había algo q u e p u d i e r a h a c e r por él.
M e pidió q u e t r a t a r a de conseguir q u e lo e x i m i e r a n
de ir al hospital. L e dije q u e vería q u é podía hacer.
Los últimos c u a r e n t a m i n u t o s de las dos h o r a s y
media los destinamos a conversar con el señor y la
señora Clark, sin q u e estuvieran presentes los
niños.
La señora Clark h a b í a dicho q u e David se pa-
recía a ella en ciertos aspectos en apariencia vincu-
lados con el problema.
E n ese caso, ¿a q u i é n se parecía ella? " A m i
p a d r e " , contestó sin vacilar.
" E n t o n c e s D a v i d se parece a su a b u e l o . " La se-
ñ o r a Clark n o había establecido c l a r a m e n t e hasta
entonces la relación, pero después de u n a breve
pausa exclamó:
"Sí, por supuesto. Es lo que siempre dice m i
madre."
La señora Clark es hija única. Su esposo, q u e es
el m e n o r de dos h e r m a n o s , perdió a su p a d r e (el
abuelo p a t e r n o de D a v i d ) cuando era n i ñ o ; su m a -
dre vive a ú n . El abuelo m a t e r n o de David m u r i ó
poco antes de q u e éste fuera concebido. E n t r e el
p a d r e de D a v i d y su p r i m e r hijo se desarrolló desde
el comienzo u n a estrecha vinculación. El m a t r i -
monio Clark tuvo otro hijo. Ello resultó satisfac-
torio p a r a la señora Clark, pero no p a r a su suegra.
42 R. D. LAING

Esta había tenido dos hijos: su hijo m a y o r t a m b i é n


tuvo dos hijos, y ahora ocurría otro t a n t o con su
hijo m e n o r . Ella quería u n a nieta. Así la señora
Clark, al poco tiempo de m o r i r su p a d r e , q u e d ó
n u e v a m e n t e e m b a r a z a d a p a r a b r i n d a r a su suegra
el obsequio de u n a nieta. El resultado fue D a v i d ,
a quien se dio el n o m b r e de su abuelo m a t e r n o .
H u b o u n n u e v o intento y , gracias a Dios, esta vez
nació u n a n i ñ a , que fue i n m e d i a t a m e n t e a n e x a d a
por la m a d r e del señor Clark.
C u a n d o tenía la edad de D a v i d , la señora Clark
se parecía a su padre. Este era u n individuo des-
preocupado q u e pasaba la m a y o r p a r t e del t i e m p o
fuera de su casa, haciendo — s e g ú n su esposa— lo
q u e no debía. N u n c a le explicaba a ésta e n q u é
ocupaba su tiempo ni con quiénes se a c o m p a ñ a b a ,
ni q u é era lo q u e le impedía regresar t e m p r a n o .
No estaba m u y interesado en h a c e r dinero, a u n q u e
g a n a b a bastante, y n u n c a a p r e n d i ó a leer y escri-
bir. La señora Clark quería m u c h o a su p a d r e
y se le parecía, pero su m a d r e consiguió d e s t e r r a r
esas tendencias e hizo d e ella u n a m u c h a c h a for-
m a l . A h o r a advierte q u e " r e a p a r e c e n " en David.
Su m a d r e n o cesa de repetirle q u e debió h a b e r l a s
combatido, como ella en su m o m e n t o las combatió
en su hija. P e r o la señora Clark no p u d o decidirse
a hacerlo c u a n d o estaba a tiempo y a h o r a es de-
masiado tarde. A veces piensa q u e D a v i d le gusta
m u c h o y q u e quizá n o h a y a n a d a de m a l o en su
m a n e r a de ser. Recuerda lo q u e ella sentía c u a n d o
tenía esa edad.
Lo expuesto no nos a y u d a m u c h o a c o m p r e n d e r
por q u é t e n d r á q u e haberse visto en D a v i d a u n
posible esquizofrénico. La forma e n q u e se m a n e -
jan los hechos y el hábil empleo de u n a adecuada
esquizofrenización psiquiátrica p u e d e n favorecer
la aparición de u n a "esquizofrenia". E n clase D a -
vid se mostraba distraído, irritable, inquieto (cali-
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 43

ficativos q u e se aplican a los " h i p o m a n i a c o s " ) ;


pero el relato de su m a d r e de q u e era u n m u c h a c h o
imposible, de q u e n o podía lograr n a d a d e él, in-
vita a p e n s a r e n el " n e g a t i v i s m o " . D a v i d n o h a -
blaba al psiquiatra ( " m u t i s m o " ) , estaba alegre
c u a n d o todos se sentían preocupados ( " p e r t u r b a -
ción a f e c t i v a " ) : otros tantos t é r m i n o s vinculados
con la esquizofrenia. Es éste u n juego de grave fu-
tilidad. El diagnóstico referente a D a v i d era u n a
complicada m a n e r a de eludir el* verdadero proble-
m a : diagnosticar ( l i t e r a l m e n t e , ver a través de)
la situación social.
Podemos v i s l u m b r a r e n esa familia u n d r a m a
q u e se p e r p e t ú a a través de tres generaciones. Los
actores son dos m u j e r e s y u n h o m b r e : la m a d r e ,
la hija y el p a d r e en u n p r i m e r m o m e n t o , y la
m a d r e , la hija y el hijo de ésta m á s t a r d e . C u a n d o
el p a d r e m u e r e , la hija concibe u n hijo p a r a reem-
plazar a aquél. Lo i m p o r t a n t e es el d r a m a . Los ac-
tores vienen y v a n . C u a n d o m u e r e n , otros son en-
gendrados. El q u e acaba de nacer se hace cargo
del papel dejado v a c a n t e por el q u e acaba de m o -
rir. El sistema se p e r p e t ú a a sí m i s m o a través de
las generaciones; los jóvenes son familiarizados con
los papeles q u e e n su m o m e n t o d e s e m p e ñ a r o n los
muertos. P o r consiguiente, la representación con-
tinúa. La e s t r u c t u r a d r a m á t i c a p e r d u r a , sujeta a
transformaciones cuyas leyes a ú n n o h e m o s for-
m u l a d o y c u y a existencia sólo r e c i e n t e m e n t e he-
mos podido v i s l u m b r a r .
D a v i d representa el papel q u e su abuelo repre-
sentó en otro tiempo. ¿Qué o c u r r i r á c u a n d o se
case? ¿Se casará con su abuela y reproducirá a su
m a d r e en su hija, q u i e n a su vez se casará con
su abuelo p a t e r n o y reproducirá a su p a d r e en su
hijo? ¿Quién fue su abuelo? ¿Su propio abuelo, que
reprodujo a su nieto e n sí mismo? H a b l a r de iden-
tificaciones es engañoso. Es u n a m a n e r a sintética
44 R. D . L A I N G

de decir q u e b desempeña el papel q u e e n otro


tiempo desempeñó a; q u e el nieto desempeña el
papel q u e su abuelo desempeñó u n a vez. Los ac-
tores no son nunca los personajes q u e r e p r e s e n t a n
(en este s e n t i d o ) , a u n q u e p u e d a n a veces "identi-
ficarse" confusamente con ellos. Lo q u e antecede,
q u e h e presentado en u n a forma m u y esquemática
y abstracta, se basa en u n tipo de información co-
tidiana a la q u e tienen acceso los asistentes sociales
y m u c h a s otras personas. Se basa e n lo q u e seña-
lan p ú b l i c a m e n t e u n a s personas respecto de otras.
P u e d e ser grabado, reproducido y estudiado e n for-
m a totalmente objetiva.
U n ámbito m u y i m p o r t a n t e del estudio de las
situaciones sociales es todo lo q u e se s u m a a las
palabras: la forma de p r o n u n c i a r l a s ( p a r a l i n g ü í s -
t i c a ) , los movimientos de las personas ( c i n é t i c a ) .
Estos datos son i g u a l m e n t e objetivos, pero su re-
producción resulta en la actualidad m e n o s sencilla
q u e la de las palabras. P o r eso h e prescindido de
ellos. P e r o es evidente q u e n o serán advertidos por
quien estudie u n a situación de m a n e r a fragmen-
taria.
El caso es típico: u n psiquiatra había visto al ni-
ño, pero n o a los otros m i e m b r o s de la familia; u n
asistente social versado en psiquiatría había visto
a la m a d r e , pero n o al n i ñ o n i a otros familiares;
el asistente social y el psiquiatra se h a b í a n r e u n i d o
p a r a discutir el caso. N a d i e había visto a nadie m á s
ni e x a m i n a d o el escenario: nadie había visto el ho-
gar de D a v i d , su escuela, las calles en q u e jugaba
o, mejor dicho, trabajaba. N a d i e había reconstrui-
do la situación. A m e n o s q u e estemos embotados
por el hábito hasta el p u n t o de considerar todo esto
como u n a práctica n o r m a l , n o dejaremos de per-
cibir q u e es u n a e x t r a ñ a m a n e r a de proceder. Si
u n equipo de hockey requiriese nuestra i n t e r v e n -
ción p o r q u e su zaguero izquierdo tiene bajos des-
EL C U E S T I O N A M I E N T O D E LA FAMILIA 45

empeños, no pensaríamos sólo en citar al zaguero


a n u e s t r a oficina, r e d a c t a r u n a historia clínica y
a d m i n i s t r a r l e u n Rorschach. Así lo espero, por lo
m e n o s . T a m b i é n iríamos a ver j u g a r al equipo. N o
llegaríamos a n i n g u n a p a r t e si no supiéramos n a d a
sobre el hockey ni sobre el tipo d e j u g a d a s q u e son
corrientes en él.
E n nuestro trabajo n a d i e sabe por adelantado
en q u é consiste la situación. T e n e m o s q u e descu-
brirlo. Cada u n o d e los elementos de la situación
es u n relato n a r r a d o por algunos m i e m b r o s de la
situación sobre la situación, en el sentido de q u e
"algo le p a s a " a alguien en la situación; ello con-
figura y a u n a situación engañosa q u e m e r e c e ser
c u i d a d o s a m e n t e investigada. Quizá t e n g a n razón.
Quizás alguien tenga n e u m o n í a , u n t u m o r cere-
bral, epilepsia, etc. Corresponde al médico diagnos-
ticar y t r a t a r la e n f e r m e d a d . O quizá se equivo-
q u e n . M u c h o s psiquiatras son a ú n m u y ingenuos
con respecto a lo social. Casi todos ellos n u n c a h a n
visto reunidos a todos los m i e m b r o s de u n a familia;
si los vieran, su modelo médico-clínico h a r í a que
fuera m á s difícil p a r a ellos q u e para u n lego inteli-
gente c o m p r e n d e r lo q u e ocurre. C u a n d o todos los
m i e m b r o s de u n a situación comienzan a definir la
situación como:
Lo que nos pasa a todos es q u e tenemos q u e h a -
cer frente a lo q u e le pasa a él (o e l l a ) ; debemos,
a n t e todo, poner esa m a n i o b r a e n t r e paréntesis, en
la situación tal como nosotros la vemos. Le pase o
no algo al principio a la persona elegida como chivo
emisario, no t a r d a r á en pasarle si el proceso sigue
su curso. Es u n o de los procesos sociales m á s anti-
guos de q u e se tenga m e m o r i a . E n el caso conside-
rado, m i dictamen fue q u e por el m o m e n t o al
m u c h a c h o no le pasaba n a d a serio, pero q u e no
tardaría e n pasarle (pobre- predicción) por cuanto
si todos seguían tratándolo como hasta entonces, se
46 R. D : L A I N G

volvería "esquizofrénico" e n el plazo de seis meses.


Sugerí q u e el m u c h a c h o n o debía ser entrevistado
si no lo deseaba en forma expresa, pero q u e alguien
tendría q u e m a n t e n e r charlas con su m a d r e y su
abuela.
E n esa situación, como en m u c h a s otras, es dable
observar la siguiente característica: ninguno de los
que están en la situación sabe en que consiste la
situación. Si p e r m a n e c e m o s e n u n a situación tal
|K»r u n breve lapso — d i g a m o s noventa m i n u t o s —
nos sentimos cada vez m á s perdidos, confusos, des-
orientados. La gente habla como si supiera q u é es lo
q u e está ocurriendo: no lo saben en absoluto, como
tampoco nosotros. A c t ú a n como si se comprendie-
ran recíprocamente, c u a n d o en realidad nadie en-
tiende a nadie. N o todas las situaciones son de esta
clase, la cual engloba sin e m b a r g o a b u e n n ú m e r o
de ellas. El ejemplo q u e di puede ser considerado
u n subtipo d e n t r o de esa categoría: u n a situación
presentada como la inexistencia de u n a situación.
V e a m o s otro caso:
Los padres de u n a m u c h a c h a de 16 años se sien-
ten preocupados p o r q u e creen q u e ésta h a empe-
zado a c o n s u m i r drogas, frecuenta m a l a s c o m p a ñ í a s
y n o habla con ellos. C o n c u r r e n a u n hospital. U n a
asistente social versada e n psiquiatría confecciona
u n a historia clínica sobre la base de lo q u e exponen
los padres. Consulta al psiquiatra. E n vista de lo
q u e resulta de la historia clínica, la m u c h a c h a es
citada a la oficina del psiquiatra. F a l t a a la cita. Se
le fija otra. C o n c u r r e con u n a h o r a de retraso. El
psiquiatra c o m p r u e b a q u e su m a n e r a de c o m u n i -
carse con él es deficiente. Dispone una entrevista
con ambos padres. Les dice q u e su colega, la asis-
t e n t e social, lo h a consultado, q u e él h a visto a la
m u c h a c h a y q u e , e n su opinión, está e n f e r m a de
cuidado: p r o b a b l e m e n t e se volverá psicótica en el
plazo de seis meses si no a b a n d o n a las drogas. N o
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 47

tiene noción del daño que se está causando a si


m i s m a . Su recomendación (considerando que la
m u c h a c h a n o advierte el peligro, no coopera, n o
m u e s t r a deseos de librarse de las drogas, de recibir
psicoterapia ni de r e n u n c i a r a las m a l a s compa-
ñías) es q u e r e c u r r a n a las autoridades competen-
tes p a r a q u e la h a g a n comparecer a n t e u n a corte
juvenil por estar m á s allá de sus cuidados, protec-
ción y control.
El psiquiatra no vio a los padres a c o m p a ñ a d o s
por su hija. Esta no se enteró de q u e sus padres
h a b í a n concurrido a u n hospital hasta q u e recibió
la carta del psiquiatra " d á n d o l e " u n a cita. La asis-
t e n t e social no vio a la m u c h a c h a . N a d i e vio juntos
a todos los m i e m b r o s de la familia. A nadie se le
ocurrió la idea de h a b l a r con el novio, q u e la visi-
taba en su casa con frecuencia. ¿No h u b i e r a sido
m á s civilizado h a b l a r el asunto con todos los afec-
tados, incluso el novio, antes de iniciar u n trata-
m i e n t o psicoterapéutico ( q u e en ciertas circunstan-
cias es u n a forma de violencia apenas m á s sutil q u e
h a c e r i n t e r v e n i r a la policía) ? N o puedo d a r deta-
lles sobre esta situación. P u e d o decir, en cambio,
q u e c u a n d o en su oportunidad la estudiamos como
situación, descubrimos q u e existía u n problema
" r e a l " e n t r e el p a d r e y el novio. T a n t o la m u c h a -
cha como su novio " f u m a b a n " m e n o s q u e el c o m ú n
d e sus condiscípulos. P a r a sus años e r a n en realidad
"conservadores": o b r a b a n de acuerdo con sus con-
vicciones, como e n sus tiempos lo hicieron sus
padres respecto de otras cuestiones.

La situación debe ser descubierta

N i n g u n a de las personas incluidas e n la situa-


ción puede saber en q u é consiste ésta. Nunca hemos
de p r e s u m i r q u e las personas incluidas e n la sitúa-
48 R. D . LAING

(ion sepan en q u é consiste ésta. U n corolario de lo


q u e antecede es el siguiente: la situación debe ser
descubierta. El lector p u e d e p e n s a r q u e se t r a t a de
u n a proposición trivial: lo invitamos a t o m a r en
cuenta sus implicaciones. Los relatos q u e h a c e la
gente (la p a l a b r a " g e n t e " designa a q u í a toda clase
de personas: padres, hijos, asistentes sociales, psi-
q u i a t r a s , nosotros m i s m o s ) n o nos r e v e l a n simple
e i n e q u í v o c a m e n t e e n q u é consiste la situación.
Esos relatos f o r m a n p a r t e de la situación. N o h a y
n i n g u n a razón a priori p a r a " c r e e r " e n u n relato
por el hecho de q u e q u i e n lo hace es tal o cual per-
sona; tampoco h a y n i n g u n a r a z ó n a priori p a r a
desconfiar de u n relato por el hecho de q u e q u i e n
lo hace es tal o cual persona. Podemos t e n e r b u e n a s
razones p a r a creer — d e s p u é s de haberlos sometido
a p r u e b a — e n los relatos de ciertas personas. Los
relatos q u e nos h a c e n y q u e hacemos son siempre
p a r t e i m p o r t a n t e de la situación por descubrir, pero
su aporte al conocimiento de la verdad es a m e n u d o
desdeñable.
Esto es t a m b i é n aplicable a las "historias clíni-
c a s " redactadas por profesionales. I m a g i n e el lector
lo q u e sería u n a "historia clínica" psiquiátrica de
Jesús. Es i n g e n u o s u p o n e r q u e llegaremos a descu-
brir u n a situación recopilando los antecedentes su-
ministrados p o r u n o o dos de sus m i e m b r o s . Pero
esa "historia clínica" de la situación es una muestra
de la situación. Lo q u e hacemos c u a n d o "confeccio-
n a m o s u n a historia c l í n i c a " no es, f u n d a m e n t a l -
m e n t e , descubrir la historia. Nos i m p o n e m o s de u n
relato, es decir, del m o d o en q u e u n a persona define
la situación. Ese modo de definir la situación puede
ser u n a p a r t e i m p o r t a n t e de la situación q u e nos-
otros estamos t r a t a n d o de descubrir. T a m p o c o las
fechas son esenciales p a r a la historia. Las fechas
son señales discontinuas q u e la historia deja tras de
sí: son producto de la historia. D u r a n t e n u e s t r a
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 49

intervención inicial puede ser m u y instructivo oír


los relatos de la gente. Pocos psiquiatras son exper-
tos en sonsacar esos relatos. Son expertos en inter-
p r e t a r situaciones e n función de u n o s pocos mitos
psiquiátricos corrientes.
Todo el m u n d o tiene su versión sobre lo q u e
ocurre y sus causas. A m e n u d o las versiones con-
c u e r d a n , sin q u e a u m e n t e por ello la probabilidad
de q u e sean exactas. N o h a y u n a relación necesaria
o constante e n t r e lo q u e las personas h a c e n , lo q u e
creen q u e hacen y lo que dicen q u e están o h a n
estado haciendo.
C u a n d o la situación se deteriora hasta el p u n t o
de d a r lugar a la intervención de u n e x t r a ñ o , puede
o c u r r i r q u e todos o p a r t e de sus m i e m b r o s n o sólo
no c o m p r e n d a n en q u é consiste la situación, sino
q u e n o comprendan que no la comprenden. Caer
en cuenta de ello puede resultarles a t e r r a d o r en
sumo grado; t a m b i é n es bastante a t e r r a d o r p a r a
nosotros, q u e no estamos " e n " la situación del mis-
mo modo. Si pueden c o m p r e n d e r q u e n o la com-
p r e n d e n y e m p i e z a n a comprenderla, ello nos per-
m i t e a veces a l e n t a r esperanzas de q u e s e r á n m á s
capaces de hacerle frente por sí mismos. Con fre-
cuencia, sin embargo, u n a de las causas q u e contri-
b u y e n al deterioro de la situación — a l m i s m o
tiempo q u e es efecto, e n n u e s t r a opinión, de ese de-
terioro— es el hecho de q u e la situación no puede
ser vista por n i n g u n o de sus m i e m b r o s e n la forma
en que nosotros creemos q u e podemos ver q u e es.
Cualquier formulación de este tipo nos invita a
desarrollar una teoría sobre la ignorancia y la
superchería sociales.
El ámbito de nuestra competencia es el estudio y
la intervención en situaciones sociales relativamen-
te p e q u e ñ a s (microsituaciones): e n n i n g u n a situa-
ción social podemos presumir q u e los participantes
sepan en q u é consiste la situación. Quizás algunos
50 R. D. LAING

lo sepan, o quizá no. N o podemos dar a su defini­


ción de la situación otro alcance q u e el de u n relato
que ellos nos c o m u n i c a n y q u e es p a r t e i n t e g r a n t e
de la situación q u e debemos descubrir. H e m o s de
descubrir en q u é consiste la situación en el curso
de n u e s t r a intervención en ella. U n a m a n e r a obvia
(y sin e m b a r g o dejada de lado con frecuencia) de
descubrir e n q u é consiste u n a situación es r e u n i r
en u n l u g a r y ocasión determinados a todas las per­
sonas de quienes suponemos e n u n comienzo, con
fundadas razones, q u e son elementos clave d e la
situación.
Consideramos necesario llegar a u n a formulación
de las estrategias posibles y adecuadas de la inter­
vención en situaciones. E m p l e a r psicoterapia con
u n a persona es u n a estrategia de intervención en
la situación de la q u e esa persona es m i e m b r o .
A p e n a s si h e m o s comenzado a catalogar y clasi­
ficar las estrategias de intervención; m u c h o m e n o r
es el c a m i n o recorrido en la t a r e a de investigar cuá­
les se a d a p t a n mejor a cada tipo de situación. N o
contamos, en p r i m e r l u g a r , con u n a tipología siste­
m á t i c a de las situaciones; m e n o s a ú n con u n a cla­
sificación de las m a n e r a s e n q u e podemos inter­
venir.
P o r ejemplo: las situaciones nos son presentadas,
definidas por sus m i e m b r o s en a l g u n a de las si­
guientes formas:

1. Algo le pasa a alguien.


2. N a d a le pasa a n a d i e , pero todo a n d a m a l .
3. Cada u n o opina q u e al otro o a los otros les
pasa algo.

E n otros casos e n q u e somos llamados a interve­


nir, los m i e m b r o s de la situación q u e h a provocado
i n q u i e t u d o quejas dicen:
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 51

4. N a d a pasa, n i con nosotros n i con la situación.


N o nos molesten. ¿Por q u é se e n t r o m e t e n ?
P a r a nosotros, todo m a r c h a bien. A u n q u e
quizá no todo m a r c h e bien desde el p u n t o de
vista de la policía o de los vecinos.

¿Quién debe decidir — y sobre la base de q u é cri-


terios— cuál es la opinión "correcta"? ¿Es ésta u n a
p r e g u n t a i n a d e c u a d a ? C u a n d o nos e m b a r c a m o s e n
la arriesgada empresa de i n t e r v e n i r e n algo, la cosa
cambia p a r a nosotros según q u e los m i e m b r o s
de la situación digan q u e n a d a pasa con ellos n i con
la situación, q u e algo les pasa a u n o o dos m i e m -
bros de la situación o q u e n a d a les pasa a ellos, pero
que la situación está embrollada. Y lo m i s m o en los
d e m á s casos.
N o puedo h a c e r otra cosa, a q u í y a h o r a , q u e
m e n c i o n a r de paso la i m p o r t a n t e tarea cuyo obje-
tivo es h a l l a r m a n e r a s adecuadas de f o r m u l a r ios
problemas implícitos en lo q u e antecede.
A n á l o g a m e n t e , debo l i m i t a r m e a a l u d i r al t e m a
de las estrategias prácticas de i n t e r v e n c i ó n q u e te-
n e m o s a nuestro alcance. El ejemplo q u e sigue sirve
p a r a d e m o s t r a r q u e las técnicas de intervención
posibles son m á s v a r i a d a s de lo q u e m u c h o s de nos-
otros podríamos h a b e r i m a g i n a d o .
El relato, hasta h o y inédito, pertenece a G r e g o r y
Bateson y se refiere a u n a situación en H a w a i . Dice
así:

"Un niño, el quinto o sexto de una familia con diez hijos,


tenia copiosos antecedentes delictivos. No salía de un esta-
blecimiento correccional sino para entrar en otro, hasta que
finalmente fue derivado a una entidad particular de asisten-
cia psiquiátrica (el Lilinokalani Trust) integrado por ha-
waianos.
La entidad cuenta con los servicios de un psiquiatra occi-
dental y de un joven asistente social. Este hizo una visita
52 R . D . LAING

a la madre del niño, que era huérfano de padre. Descubrió


que el problema estaba vinculado con la ruptura de una
promesa que había hecho en otro tiempo la madre. Ni bien
se enteró de eso, decidió abandonar el caso. Los alucinados
esquizofrénicos son una cosa, y todo el mundo sabe que son
de incumbencia de la psiquiatría; pero cuando nos enfren-
tamos con una promesa r o t a . . . La conducta del niño pa-
recía 'psiquiátrica', pero la promesa rota tenía ya un as-
pecto diferente. Las promesas rotas se manejan en Hawai
con precauciones rituales. Algo puede sucederle a uno, ya
que toda promesa contiene una maldición. Esa es la razón
por la cual no se puede conseguir que un hawaiano prometa
venir un sábado a arreglarnos el jardín, y en el viejo Hawai
nadie hacía promesas. La madre, sin embargo, había pro-
metido a su madre (la abuela del niño) que nunca se ca-
saría con un divorciado: la abuela se había casado con un
divorciado y las cosas habían marchado mal, y ella exigió
a su hija que prometiera no hacer lo mismo. La abuela
murió, su hija se casó con un divorciado, tuvo diez hijos, y
uno de ellos era ahora el paciente."

Es i n t e r e s a n t e , s e ñ a l a Bateson, q u e esta c u l t u r a
e n decadencia r e c u e r d e p o r lo g e n e r a l q u é es lo in-
correcto y lo q u e a t r a e dificultades de o r d e n reli-
gioso o s o b r e n a t u r a l , p e r o n o la n a t u r a l e z a de los
viejos r e m e d i o s c u l t u r a l e s . Quizá nosotros h a y a m o s
ido a u n m á s lejos. Y a n o somos capaces n i siquiera
de " d i a g n o s t i c a r " q u é es lo q u e o c u r r e .

"En el viejo Hawai, lo adecuado en esas circunstancias era


celebrar un 'Ho'o Pono Pono'. Se trata de una reunión de
la familia completa, que incluye a los miembros casados con
sus cónyuges y descendencia. En esa reunión se pide a cada
uno de los concurrentes que exprese todos los cargos que
tenga contra los demás. Una vez que el interpelado ha deta-
llado todas las quejas que acudieron a su pensamiento, el
presidente de la asamblea (por lo general un sacerdote o el
jefe de la familia) le pregunta: '¿Lo desenredas?'
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 53

A lo que debe contestar: 'Sí.'


Luego se le pregunta: '¿Quién te desenreda a ti?' Porque
el enredo es mutuo.
La respuesta correcta es: 'Dios.' "

" E s t o " , observa Bateson, " p u e d e h a b e r sido aña-


dido al ritual después de la conversión al cristia-
nismo."

"Es evidente que no podemos reunir a veinte o treinta


personas en una semana y conseguir que respondan con
convicción a las preguntas, y esa sinceridad en las respues-
tas es necesaria. Es ineludible, por consiguiente, destinar
entre seis meses y tres años a preparar a los miembros del
grupo con el fin de que estén en condiciones de asistir a
la reunión y actuar con convicción. La asamblea final es
hasta cierto punto una confirmación ritual de lo que tuvo
lugar en el transcurso de este período de seis meses o de
tres o cuatro años. En el caso a que nos referimos se decidió
organizar un Ho'o Pono Pono y los miembros de la familia
empezaron a comunicarse entre sí para preparar el terreno.
Desde el mismo momento en que iniciaron sus gestiones
el muchacho comenzó a andar por el buen camino. Hoy
cursa con provecho la escuela secundaria, obtiene buenas
notas y se ha mantenido alejado de los establecimientos co-
rreccionales por espacio de dos años. Después de varios me-
ses sus familiares celebraron un Ho'o Pono Pono al que
conceptuaron frustrado. No pudieron conseguir que todo el
mundo hablara con franqueza, pero siguen empeñados en
su intento y piensan que, en dos o tres años más, podrán
realizar el verdadero Ho'o Pono Pono. El procedimiento
iguala —o tal vez supera— en complejidad a cualquiera de
2
los que nosotros somos capaces de poner en práctica."

2
Los trabajos que realiza Speck en Filadelfia con grupos
son los de mayor complejidad de cuantos conozco. Véase
Speck (1966).
54 R. D. LAING

Diferencias entre el diagnóstico social y el médico

Consignaremos a q u í u n a s pocas observaciones


finales sobre la relación e n t r e las situaciones socia-
les y el modelo médico. El diagnóstico médico cobra
sentido en el contexto de u n conjunto de procedi-
mientos q u e son enseñados a todos los médicos y
c u y a influencia se ejerce a lo largo de toda la
vida de quienes los h a n aprendido. E n lo esencial,
consiste en lo siguiente. C u a n d o abordamos a al-
guien en calidad de paciente escuchamos sus l a m e n -
taciones, confeccionamos u n a historia clínica, lo
e x a m i n a m o s , prescribimos las investigaciones com-
p l e m e n t a r i a s q u e a n u e s t r o juicio h a c e n falta, lle-
gamos a u n diagnóstico, formulamos u n pronóstico
c u a n d o ello es posible y, al cabo de todo eso, in-
dicamos u n t r a t a m i e n t o . L a m e n t a c i o n e s , historia
clínica, e x a m e n e investigaciones, diagnóstico, pro-
nóstico, t r a t a m i e n t o . El diagnóstico i n c l u y e la etio-
logía si ella es conocida. A m e n u d o implica el
pronóstico. E n todos los casos d e t e r m i n a el trata-
m i e n t o : n i n g u n a terapia racional p u e d e preceder
al diagnóstico. Es t e m e r a r i o e irresponsable t r a t a r a
u n e n f e r m o sin h a b e r a r r i b a d o antes, por lo m e n o s ,
a u n diagnóstico provisional q u e sirva de base al
tratamiento.
E x a m i n e m o s este modelo en relación con el diag-
nóstico de u n a situación social. U n a situación nos
sale al e n c u e n t r o , definida en p r i m e r l u g a r por sus
m i e m b r o s y / o por agentes q u e p a r t i c i p a n en otras
situaciones. T a n pronto como nos hacemos presen-
tes en u n a situación i n t e r a c t u a m o s con algunos de
sus elementos; por consiguiente, lo q u e r a m o s o no,
intervenimos de u n modo u otro. T a n p r o n t o co-
mo i n t e r v e n i m o s , la situación cambia u n tanto, por
poco q u e sea. U n médico n o e x p e r i m e n t a la sensa-
ción de estar interviniendo en, por ejemplo, u n a
cardiopatía o u n a tuberculosis por el hecho de escu-
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 55

char las quejas del paciente, redactar u n a historia


clínica o practicar u n e x a m e n . N o comienza a in­
tervenir con el propósito de cambiar algo hasta que
inicia el t r a t a m i e n t o , después de h a b e r hecho todo
lo necesario p a r a llegar a u n diagnóstico. E n nues­
tro caso, estamos i n t e r v i n i e n d o en la situación
y modificándola tan pronto como e m p e z a m o s a
actuar. T a n pronto como i n t e r a c t u a m o s con la si­
tuación h e m o s comenzado a intervenir, lo q u e r a ­
mos o no. A d e m á s , n u e s t r a intervención h a comen­
zado a c a m b i a r n o s a nosotros, t a n t o como a la
situación. Una relación recíproca ha comenzado.
Los médicos y t a m b i é n los psiquiatras f r u y a orien­
tación es a ú n p r e d o m i n a n t e m e n t e médica t utilizan
u n modelo estático n o recíproco: la historia clínica
se confecciona después d e h a b e r escuchado al pa­
ciente; el e x a m e n se practica después de h a b e r con­
feccionado la historia clínica; después se formula u n
diagnóstico provisional o, si es posible, definitivo;
a continuación se prescribe la " t e r a p i a " .
Diagnóstico proviene de día, a través de, y gnosis,
conocimiento. Diagnosticar es u n t é r m i n o apro­
piado p a r a las situaciones sociales si por él enten­
demos ver a través del escenario social. El diagnós­
tico comienza t a n p r o n t o como tropezamos con u n a
situación d e t e r m i n a d a , y n o concluye j a m á s . N u e s ­
tro modo de ver a través de u n a situación cambia
la situación. T a n pronto como dejamos traslucir
de c u a l q u i e r modo (con u n gesto, u n a p r e t ó n de
m a n o s , u n a tos, u n a sonrisa, u n a inflexión de voz)
lo q u e vemos o lo q u e creemos ver, algo cambia en
la situación, incluso la m á s rígida.
Podría parecer q u e la m a n e r a m á s r á p i d a , radi­
cal y apropiada de modificar u n a situación consiste
en t o m a r a u n o o dos de sus m i e m b r o s , " s a c a r l o s "
de la situación y " a d m i n i s t r a r l e s " psicoterapia in­
dividual. Practicamos " t e r a p i a " a u n m a t r i m o n i o
p a r a conseguir q u e nos digan cómo ven la situación
56 R. D . LAING

y para decirles q u é creemos h a b e r descubierto, e n


la esperanza de que ese i n t e r c a m b i o a y u d a r á a
modificar la situación. Es i n g e n u o confiar e n q u e ,
al decirle a u n a persona lo q u e creemos distinguir
q u e hace, la capacitaremos p a r a q u e deje de ha-
cerlo. Quizá n o es u n a desventaja el q u e las cosas
no sean t a n fáciles.
El diagnóstico social es u n proceso, n o u n m o m e n -
to aislado. N o es u n elemento de u n conjunto orde-
nado de acontecimientos q u e se suceden en el tiem-
po. E n el modelo médico esa sucesión es u n ideal
al q u e t r a t a m o s de a p r o x i m a r n o s e n la práctica:
quejas; historia clínica; e x a m e n ; diagnóstico; t r a -
tamiento. La intervención en situaciones sociales
puede t e n e r diferentes fases: éstas se s u p e r p o n e n ,
c o n t r a p u n t í s l i c a m e n t e . N o se les puede fijar u n
orden de sucesión temporal.
Lo q u e vemos c u a n d o e x a m i n a m o s u n a situación
cambia c u a n d o escuchamos lo q u e nos c u e n t a n de
ella. Después de u n año, c u a n d o h a y a m o s logrado
conocer u n t a n t o a las personas y su situación, el
relato h a b r á sufrido diversas transformaciones: a
m e n u d o será m u y distinto del q u e oímos u n a ñ o
antes. N i n g u n a de las versiones es n e c e s a r i a m e n t e
verídica ni falsa. Es u n relato diferente, o quizá
nosotros oímos u n relato diferente. Así como el r e -
lato se t r a n s f o r m a con el correr del tiempo, t a m -
bién lo q u e vemos sufre transformaciones. E n u n
m o m e n t o d e t e r m i n a d o nos sentimos inclinados a
definir la situación de u n modo d e t e r m i n a d o ; a su
vez esa definición cambia la situación de u n m o d o
q u e quizá n u n c a seamos capaces de definir. N u e s -
tra definición de la situación puede d a r origen a
diferentes relatos. Las personas r e c u e r d a n cosas
distintas y las c o m b i n a n de m a n e r a distinta. Esto
redefine la situación como c a m b i a d a por n u e s t r a
definición, teniendo en c u e n t a la forma e n q u e ori-
g i n a r i a m e n t e se mostró a n t e nosotros. N u e s t r a defi-
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 57

nición es un acto de intervención q u e cambia la


situación, la cual requiere entonces q u e se la defina
n u e v a m e n t e ; significa introducir u n factor nuevo.
A cada instante, en el proceso continuo de m i r a r
a través, de diagnosticar, la vemos de u n m o d o
d e t e r m i n a d o que nos lleva a u n a definición n o defi-
nitiva, sujeta a revisión de a c u e r d o con las t r a n s -
formaciones q u e esa m i s m a definición provoca,
prospectiva y retrospectivamente. E n el aspecto
médico, nuestro diagnóstico no influye sobre el
hecho de q u e u n a persona padece de tuberculosis.
N u e s t r o diagnóstico no modifica la e n f e r m e d a d . N o
podemos t r a n s f o r m a r u n a tuberculosis en u n a car-
diopatia por el hecho de decir q u e se t r a t a de u n a
cardiopatía. P e r o supongamos q u e n u e s t r o diagnós-
tico es el siguiente: Esto es u n a crisis social que
obedece al hecho de q u e este m u c h a c h o sufre de
esquizofrenia. Debemos t r a t a r la "esquizofrenia"
del m u c h a c h o y el asistente social debe a y u d a r a
los parientes a h a c e r frente a la terrible tragedia
q u e significa tener u n e n f e r m o m e n t a l en la fami-
lia, etc. N o se t r a t a , en este caso, de u n simple diag-
nóstico médico. Se t r a t a de u n a prescripción social.
En m i opinión, como ustedes saben, es u n a inter-
pretación errónea de la situación. E n todo caso, lo
m i s m o si están de acuerdo conmigo q u e si n ó , no
cabe duda de q u e u n diagnóstico médico semejante
t a m b i é n define y cambia la situación. Esa defini-
ción puede ser u n "factor etiológico" q u e contri-
b u y e a crear la situación q u e h e m o s definido e
incluso a originar la " e n f e r m e d a d " q u e pretende-
mos combatir. Las situaciones sociales son el á m b i t o
adecuado p a r a las profecías q u e favorecen la apa-
rición de los efectos a q u e se refieren. U n diagnós-
tico de esta especie tiende a provocar u n a situación
como la que define.
Debemos p r o c u r a r n o ser ingenuos. ¿Quiénes son
los expertos en la m a t e r i a ? N o los psiquiatras, o al
38 R. D. LAING

m e n o s n o m u c h o s de ellos, en la actualidad. E n su
m a y o r í a no h a n realizado n i n g ú n aprendizaje al
respecto y con frecuencia h a n recibido u n a prepa-
ración q u e los vuelve incompetentes e n ese terreno.
Todos deberíamos dedicarnos sin pausa a a p r e n -
der a d e s a p r e n d e r g r a n p a r t e de lo q u e h e m o s
a p r e n d i d o y a a p r e n d e r a a p r e n d e r lo q u e n o se
nos h a enseñado. Sólo así nos perfeccionaremos y
se perfeccionará nuestra disciplina.
ESTUDIO DE LA FAMILIA
Y DE LOS CONTEXTOS SOCIALES EN RELACIÓN
1
C O N LA "ESQUIZOFRENIA"

Dispuestos como nos hallamos a dedicar nuestra


a t e n c i ó n al problema de los orígenes de la esquizo­
frenia, sería m u y útil q u e nos pusiéramos previa­
m e n t e de acuerdo sobre q u é es la esquizofrenia.
P e r o , sin ir m á s lejos, u n e x a m e n de los trabajos
presentados en este congreso nos h a c e d u d a r de q u e
exista tal a c u e r d o sobre lo q u e es aquello cuyos
orígenes estamos t r a t a n d o de descubrir.
E l hecho m i s m o de t e n e r q u e u s a r el t é r m i n o
esquizofrenia m e causa contrariedad. Seria, sin
e m b a r g o , caprichoso e l i m i n a r l o de m i vocabulario,
puesto q u e son tantos los q u e lo e m p l e a n .
La m a y o r í a o quizá todos los oradores p a r e c e n
d a r su asentimiento, tácito o explícito, a lo q u e
para mi es sólo u n a hipótesis: a saber, q u e la "es­
quizofrenia" es u n a e n f e r m e d a d q u e aflige a las
personas a quienes los psiquiatras a t r i b u y e n la con­
dición de esquizofrénicas. Su opinión parece ser
q u e a ciertas personas se les a t r i b u y e la condición
de esquizofrénicas porque sufren de esquizofrenia.
1
Versión revisada de un trabajo publicado en "The
Origins of Schizophrenia: Proceedings of the First Rochester
International Congress", marzo de 1967, Excerpta Medica
v
International Congress Series N 151.
60 R. D. L A I N G

El problema de los orígenes de la esquizofrenia se­


ría, pues, descubrir por q u é a l g u n a s personas sufren
de esa e n f e r m e d a d y otras no.
Esta posición m e r e c e serios reparos. Ya sea q u e
se considere a la enfermedad q u e sufren los es­
quizofrénicos como orgánica, social, psicológica,
genética, químico-molecular o psicobiológico-social,
creo q u e es bastante exacto a f i r m a r que, si bien casi
todo el m u n d o concuerda e n q u e existe u n a enfer­
m e d a d llamada esquizofrenia q u e afecta a los es­
quizofrénicos, las opiniones difieren c u a n d o se t r a t a
de establecer en q u é consiste esa enfermedad. P a r a
caracterizarla se h a n propuesto todos los tipos
imaginables de perturbaciones, desde las heredi-
tario-orgánicas hasta las socio-funcionales, asi como
también todas las combinaciones imaginables e n t r e
ellas.
T e n i e n d o en cuenta lo q u e antecede, propongo
q u e demos u n paso a t r á s y adoptemos el siguiente
p u n t o de p a r t i d a : Esquizofrenia es el nombre dado
a un estado que la mayoría de los psiquiatras ads­
criben a los pacientes a quienes llaman esquizofré­
nicos. Esta adscripción, p r e d o m i n a n t e m e n t e des­
tructiva, es u n sistema de atribuciones dotado de
u n a coherencia i n t e r n a variable. Con frecuencia es
el resultado de u n a mezcla de psiquiatrización cli-
nico-médico-biológico-psicoanalítica q u e rivaliza en
confusión con la esquizofrenización en su confusión
profunda a p a r e n t e .
Si los q u e e m p l e a n el t é r m i n o esquizofrenia pa­
ra designar u n estado morboso q u e afecta a ciertas
personas t r a t a n de justificar su empleo a r g u m e n ­
tando q u e lo aplican al estado morboso q u e sufre
el paciente porque es obvio q u e el paciente sufre
u n estado morboso (sea cual f u e r e ) , están recu­
rriendo a u n a explicación q u e n o halla sustento
fuera de si m i s m a . El estado morboso es o bien
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 61

u n a presunción, o bien u n a hipótesis. N o se puede,


hoy por hoy, a f i r m a r q u e sea u n a realidad, p o r q u e
nadie lo h a comprobado. Yo n o comparto esa p r e -
sunción n i m e baso e n esa hipótesis. ( N o puedo
decir que niego los hechos p o r q u e n o h a y hasta
ahora n i n g ú n hecho q u e n e g a r . )
D e esto se deduce q u e investigar los orígenes de
la esquizofrenia es como perseguir u n a liebre cuyos
rastros están en la m e n t e de los cazadores. ¿En q u é
circunstancias aparece e n escena la adscripción de
esquizofrenia? ¿Cómo y p o r q u é se p e r p e t ú a ? ¿Por
p a r t e de quién y con respecto a q u i é n ? ¿ E n q u é
2
condiciones? ¿Cuáles son las funciones interper-
sonales y grupales a las q u e presta utilidad? ¿Qué
ocurriría si ese conjunto d e atribuciones fuera de-
jado de lado?
U n a especie p a r t i c u l a r de d e s a r m o n í a e n t r e dos
seres h u m a n o s , psiquiatra el u n o y paciente el otro,
es la causa decisiva — a u n q u e no o r i g i n a r i a — de la
atribución de esquizofrenia. La institucionalización
de esa atribución e n u n conjunto de conductas or-
ganizadas observadas por psiquiatras, e n f e r m e r a s
psiquiátricas, asistentes sociales, familiares y otras
personas es lo q u e induce — e n m a y o r m e d i d a de
lo q u e m u c h o s de nosotros s u p o n e m o s — b u e n a
p a r t e de las formas de conducta ulteriores a las
q u e se considera típicas, por lo general, de la es-
quizofrenia, t a n t o a g u d a como crónica, y e n las q u e
se ve con frecuencia u n a confirmación del diagnós-
3
tico inicial.
2
Véase Laing y Esterson (1964).
3
Los antecedentes de la sociología de la desviación en
relación con la adscripción de enfermedad mental pueden
verse en Scheff (1967). También en Goffman (1961). Fou-
cault (1965) sitúa el desarrollo de la noción de enfermedad
mental en la perspectiva de la historia socioeconómica y cul-
tural europea. También puede consultarse la obra de Szasz
(1961), por supuesto.
62 R. D . L A I N G

P a r a investigar los orígenes de la esquizofrenia


debemos c o m e n z a r por el principio: debemos poner
todas las presuposiciones e n t r e paréntesis y reflexio-
n a r sobre la n a t u r a l e z a de esa dilatada espiral de
múltiples y progresivas desarmonías y creciente y
recíproca alienación como consecuencia de la cual
un ser h u m a n o pone, llegado el caso, u n termó-
metro en la boca y el a n o de otro ser h u m a n o para
obtener datos q u e p e r m i t a n explicar la conducta
a n o r m a l de este último. H a sido necesario q u e se
sucedieran m u c h a s generaciones p a r a llegar a u n a
situación como la descripta por el doctor Shakow en
esta conferencia: u n h o m b r e le pide a otro q u e res-
te siete de 100, y el interpelado contesta: " N o soy
partidario de h a c e r cosas hacia a t r á s " . El psicólogo
ve en esta m a n e r a de expresarse del paciente u n a
confirmación del diagnóstico formulado con a n t e -
rioridad por los psiquiatras.
A p e n a s si h e m o s comenzado a e s c u d r i ñ a r los orí-
genes de este p a r t i c u l a r sistema de atribuciones de
e n f e r m e d a d a u n m i e m b r o de u n sistema social.
No sólo debemos interrogarnos sobre cómo y por
q u é en ciertas circunstancias sociales es convenien-
te —inevitable, incluso, en a p a r i e n c i a — considerar
a u n m i e m b r o de u n g r u p o social como afectado
por u n a e n f e r m e d a d l l a m a d a esquizofrenia, sino
también f o r m u l a r la siguiente p r e g u n t a : ¿Hasta
q u é p u n t o se vuelve m á s inteligible la conducta
diagnosticada como esquizofrenia c u a n d o se la ubica
en el contexto de la situación social originaria a la
q u e pertenece?
Esto no significa q u e la conducta de la persona
a quien se está por diagnosticar la enfermedad no
tenga n a d a q u e ver con la etiología de la esquizo-
frenia. P o d r í a m o s decir q u e esa conducta, q u e pro-
voca la a t r i b u c i ó n , es u n o de los m u c h o s factores
etinlógicos presentes en la génesis de la esquizo-
frenia. Esa conducta es u n a de las " c a u s a s " de la
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA

"esquizofrenia". Pero la i n t e r m i n a b l e espiral de


transacciones sociales no h a comenzado ni t e r m i n a
allí.
Abordamos la curva siguiente de la espiral c u a n -
do formulamos esta p r e g u n t a : ¿Hasta q u é p u n t o
" d e t e r m i n a " la "esquizofrenia" la conducta poste-
rior de esa persona? O si ustedes prefieren: ¿Hasta
q u é p u n t o es iatrogénica la conducta considerada
en general como esencialmente esquizofrénica?
Hipótesis: El a t r i b u i r la e n f e r m e d a d a u n a per-
sona y el inducirla a d e s e m p e ñ a r el papel corres-
pondiente g e n e r a n b u e n a p a r t e de las formas de
c o m p o r t a m i e n t o q u e se consideran " s i n t o m á t i c a s "
de la esquizofrenia.

Experimento: T ó m e s e u n g r u p o de individuos de
los considerados n o r m a l e s según
criterios corrientes ( g r u p o N )
Tráteselos como esquizofrénicos
T ó m e s e u n grupo de individuos de
los considerados esquizofrénicos
" i n c i p i e n t e s " según criterios co-
rrientes (grupo X )
Tráteselos como individuos n o r m a l e s
Predicción: M u c h o s de los i n t e g r a n t e s del grupo
N c o m e n z a r á n a observar el com-
p o r t a m i e n t o q u e , según criterios
corrientes, caracteriza a los esqui-
zofrénicos
M u c h o s de los i n t e g r a n t e s del grupo
X c o m e n z a r á n a observar el com-
p o r t a m i e n t o q u e es tenido por nor-
m a l según criterios corrientes
Experimento: Tómese u n g r u p o de esquizofrénicos
"incipientes"
I ) Tráteselos como a dementes
I I ) Tráteselos como a personas
normales
64 R. D. LAING

Predicción: En I) la "sintomatología" de la esqui-


zofrenia se h a l l a r á presente en
m a y o r proporción
E n I I ) la sintomatologia de la esqui-
zofrenia d i s m i n u i r á considerable-
mente

U n e x p e r i m e n t o de esta clase es factible, pero,


q u e y o sepa, n u n c a h a sido llevado a cabo. |Qué
4
e x t r a o r d i n a r i o ! Sin e m b a r g o , las "predicciones"
consignadas no son otra cosa q u e las comprobacio-
nes a q u e h e llegado a lo largo de m i s 2 0 años de
experiencia e n este t e r r e n o , logradas t a m b i é n por
muchos otros.
El estudio d e los orígenes de la esquizofrenia re-
sultará difícil si n u e s t r a investigación se limita a
las situaciones e n q u e la atribución de la esquizo-
frenia y las consecuencias q u e ello a c a r r e a y a h a n
tenido lugar.

II

H a y tres problemas, por lo menos, q u e son fun-


d a m e n t a l e s : m u e s t r e o . contexto y método. Cada
u n o de ellos merecería, por derecho propio, ser tra-
tado e n detalle. E n lo q u e sigue, q u e es u n e x a m e n
de los principales r u m b o s q u e t o m a r o n n u e s t r a s in-
vestigaciones e n Londres, m e l i m i t a r é a h a c e r alu-
sión a a l g u n a s cuestiones. E n la p a r t e final volveré
a o c u p a r m e del individuo, a u n q u e lo h a r é a la luz
de nuestros estudios sobre contextos sociales; t a m -
bién e x p o n d r é dos fragmentos de teoría destinados
a facilitar la comprensión de lo q u e ocurre.

4
Un experimento de esta clase ha sido descrípto por Zar-
lock (1966).
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 65

H e m o s tratado de obtener m u e s t r a s de conducta


por m e d i o de un estudio de múltiples contextos so-
ciales; r e c u r r i m o s , p a r a ello, a u n método de feno-
menología social.

1. Amplificación de los estudios sobre familias


P r o c u r a m o s c o m p r o b a r hasta q u é p u n t o la per-
sona diagnosticada como esquizofrénica es u n a
p a r t e t a n inteligible del contexto familiar como las
otras personas q u e lo c o m p o n e n . C o n c e n t r a m o s
nuestros esfuerzos, n o t a n t o e n elaborar u n a tipo-
logía de estructuras familiares, como e n a c l a r a r lo
q u e siempre verificamos q u e e r a n situaciones su-
9
m a m e n t e confusas. C o m p a r a m o s esas situaciones
con lo q u e sucede e n las familias " n o r m a l e s " .
Todos los que h a n realizado estudios detenidos
sobre las familias de los esquizofrénicos concuer-
d a n e n q u e la conducta a p a r e n t e m e n t e irracional
del individuo se p r e s e n t a , por lo m e n o s e n p a r t e ,
como racional e n el contexto familiar originario.
La familia en conjunto es entonces lo q u e aparece
como irracional. U b i c a d a la familia e n su contexto,
¿se t r a n s f o r m a r á su irracionalidad en racionalidad?
Podemos seguir así, con intervención, presumible-
m e n t e , de m e t a - m e t a - m e t a . . . contextos, hasta lle-
gar al contexto de todos los contextos sociales, el
sistema total del mundo. Esto parece bastante irra-
cional, pero puede h a l l a r su razonabilidad en u n
meta-contexto adicional del cual sólo tenemos u n a
vaga intuición.
Sea como fuere, hemos llegado a a b a r c a r en nues-
tros estudios no sólo las operaciones ¿nírafamiliares,
sino t a m b i é n las relaciones zrcterfamiliares y la
interacción que, s u p e r a n d o los límites de la fami-
5
Véanse Laing y Esterson (1964); Laing (1965); Ester-
son (1970).
66 R. D. L A I N G

lia, i n c l u y e a los grupos extrafamiliares. Speck, de


Filadelfia, es q u i e n h a s t a ahora, según m i conoci-
0
m i e n t o , h a llevado m á s lejos esta t a r e a . U n o de
sus informes describe la prolongada simbiosis e n t r e
u n a m a d r e y su hijo (éste de 2 0 años, h u é r f a n o
de p a d r e al poco tiempo de n a c e r , falto de h e r m a -
nos o h e r m a n a s ) , e n la q u e u n a y otro n o t e n í a n
casi contactos con terceras personas. La estrategia
de Speck consistió e n convocar al g r u p o del q u e se
había m a n t e n i d o a p a r t a d a la m a d r e d u r a n t e 20
años: logró r e u n i r algo m á s de 35 personas q u e
i n t e g r a b a n n o m e n o s de siete núcleos familiares.
N o " t r a t ó " al hijo o a la m a d r e i n d i v i d u a l m e n t e
ni en pareja, sino al g r u p o en su totalidad. E n el
g r u p o se o p e r a r o n cambios amplios e intensos, en-
tre ellos la r u p t u r a de la simbiosis e n t r e la m a d r e
y el hijo, q u e se produjo c u a n d o ambos establecie-
ron, por p r i m e r a vez e n 2 0 años, relaciones con
otros familiares.
T a m b i é n e m p r e n d i m o s el estudio de lo q u e po-
dríamos l l a m a r la microhistoria de las transforma-
ciones q u e se p r o d u c e n a lo largo de varias genera-
ciones en pequeños grupos sociales, especialmente
en las familias. E s u n c a m p o i n t e r m e d i o e n t r e la
biografía individual y la historia e n escala m á s
a m p l i a . H e c h o curioso, este ámbito no h a merecido
hasta a h o r a la atención de sociólogos, antropólogos
e historiadores.

2. El "anti hospital"
Se debió al doctor D a v i d Cooper la iniciativa de
instalar, e n u n pabellón del Hospital S h e n l e y q u e
alojaba a u n o s veinte esquizofrénicos de sexo m a s -
culino, lo q u e él llamó u n "anti-hospital". Cooper

« Véase Speck (1966).


EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 67
7
publicó u n informe p a r c i a l del e x p e r i m e n t o , que
concluyó e n 1966. P a r a decirlo b r e v e m e n t e , a l bo­
r r a r s e e n esa subcultura las distinciones e n t r e los
roles de " m i e m b r o s del p e r s o n a l " y " p a c i e n t e s " , el
Pabellón 21 adquirió semejanza con u n hogar, li­
bre de " m i e m b r o s del p e r s o n a l " q u e hicieran acos­
tar a los "pacientes", los h i c i e r a n l e v a n t a r , les
a d m i n i s t r a r a n m e d i c a m e n t o s , etc. N o resultaba cla­
ro quiénes i m p a r t í a n y quiénes recibian " t r a t a ­
m i e n t o " , n i p o r qué enfermedad, y a q u e n o se podía
distinguir — n i a nadie p r e o c u p a b a — q u i é n estaba
cuerdo y quién loco.

3. Estudio de autobiografías y vidas


M á s personas quizá de las q u e i m a g i n a m o s p a s a n
por experiencias c u y o curso espontáneo sería inter­
ferido por los psiquiatras e n caso de q u e se los con­
sultara sobre ellas. Bateson h a dedicado su atención
a ese problema e n u n i n f o r m e de especial interés
8
teórico. H e m o s registrado u n g r a n n ú m e r o de re­
latos, h a s t a a h o r a inéditos, de personas q u e logra­
ron completar las transformaciones m á s diversas
sin ser obstaculizadas.

4. Hogares
9
Desde 1964 h a n estado funcionando e n L o n d r e s
hogares dirigidos por los huéspedes a quienes están
destinados. M á s de 150 personas h a n c u m p l i d o es­
tadías e n ellos. N o h a y allí personal n i pacientes;
no h a y psiquiatras n i esquizofrénicos. E l experi­
m e n t o ( a c t u a l m e n t e e n curso) h a demostrado sin
lugar a dudas q u e m u c h a s personas q u e se com­
portan como esquizofrénicos típicos en ciertos lu-

* Cooper (1967).
8
Véase Bateson (1961).
0
Véase el apéndice de este capítulo.
68 R. D. L A I N G

gares, a c t ú a n de u n m o d o diferente en esos esta-


blecimientos. Lo q u e sucede en ellos es m á s pro-
saico de lo q u e m u c h o s esperaban, y a la vez, en
ciertos aspectos, e x t r a ñ o y novedoso. E n ambos sen-
tidos los hospitales psiquiátricos, incluso los m á s
liberales, r e s t r i n g e n la "posibilidad de imprevistos"
abierta t a n t o p a r a el personal como p a r a los pa-
cientes. E n esos hogares h a y reglas, no h a y n i n g u n a
regla contra las reglas, pero h a y la regla de q u e
las reglas p u e d e n ser e x a m i n a d a s y revisadas. Al-
gunos de sus huéspedes, criados e n sistemas fami-
liares en los q u e i m p e r a b a n las n o r m a s m á s ex-
t r a ñ a s , son expertos e n descubrir m e t a r r e g l a s ocul-
tas c u a n d o c o m p r u e b a n q u e están en u n l u g a r en
q u e esa actividad es apreciada.

III

U n o p u e d e estar alegre o desanimado, o fuera


de sí, o a v a n z a r , salir, e n t r a r , moverse e n círculo,
retroceder o p e r m a n e c e r inmóvil. D e todos estos
movimientos, son especialmente los dos últimos los
q u e tienden a provocar la atribución de esquizo-
frenia. El m á s ilícito es, quizás, el de retroceder
( r e g r e s i ó n ) . Sin e m b a r g o , pese a todo lo q u e se h a
escrito sobre él, es a ú n , en m i opinión, m a l com-
prendido.
E n el Pabellón 21 de Cooper y en nuestros hoga-
res ese m o v i m i e n t o n o fue obstaculizado. Si se le
p e r m i t e c o n t i n u a r , se desarrolla u n proceso q u e
parece ser u n curso n o r m a l , con u n principio, u n a
etapa i n t e r m e d i a y u n fin. A ese curso p l a n t e a d o
como hipótesis lo designaré X por el m o m e n t o , p a r a
evitar las connotaciones patológicas de términos
como "colapso esquizofrénico a g u d o " .
Al r e m e m o r a r l a , las personas q u e h a n pasado
por la experiencia X la describen a m e n u d o como
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 69

un movimiento hacia adentro, hacia abajo, hacia


atrás, que al llegar al nadir cambia su dirección y
10
sube y los reintegra al m u n d o .
Rara vez en un hospital psiquiátrico, y nunca
en el seno de una familia, he visto que ese curso X
avanzara más allá de la etapa inicial. En nuestros
hogares lo he visto desarrollarse hasta terminar en
lo que los psiquiatras llamarían una curación, sin
medicamentos, electroshocks ni psicoterapia formal,
y durar desde unas pocas horas hasta m á s de u n
año de incursión a través de formas arquetípicas,
con muchas vicisitudes. Parece ser u n proceso de
muerte y resurrección del cual, si es felizmente
cumplido, las personas regresan al m u n d o sintién-
dose renacidas, renovadas y reintegradas e n u n
nivel de funcionamiento más alto que antes. M e he
11
referido a ese viaje en otro l u g a r , aunque hasta
ahora sólo en forma esquemática.
Paradójicamente, muchas personas a quienes se
diagnostica esquizofrenia son incapaces de hacer tal
viaje, ya sea porque se lo impide el tratamiento o
porque se encuentran atascadas. Están inmoviliza-
das por un complejo nudo, tanto interno como ex-
terno, de atribuciones e interdicciones contradicto-
rias y paradójicas. A menudo esas personas son
trasladadas del lastimoso y desconcertante contexto
de sus familias al igualmente lastimoso y no menos
desconcertante contexto del hospital psiquiátrico,
13
sin que ocurra cambio existencial a l g u n o . Sus
familias, y también el hospital, les impiden en-
contrar en la ruta X u n medio para salir de la
intrincada situación en que se hallan. El comienzo
del proceso X puede inspirar temor a todo el m u n -
do, incluido el paciente. A menudo es considerado

1 0
Véase Laing (1970).
1 1
Véase Laing (1967).
!2 Véase Haley (1965).
70 R. D . LAING

el comienzo de la afección esquizofrénica, pese a


que es el posible comienzo de la curación. Se lo
trata con t r a n q u i l i z a n t e s , envoltura en s á b a n a s
h ú m e d a s , electroshocks, etc. Si otros investigadores
confirman lo q u e yo sospecho sobre el proceso X ,
es decir, q u e se trata de u n recurso por medio del
cual podrían a l c a n z a r la curación a l g u n a s de las
personas sometidas a u n t r a t a m i e n t o c u y o propósito
es, precisamente, impedirles pasar por él, estaría-
mos entonces a n t e u n equívoco trágico e irónico.
A continuación describiré b r e v e m e n t e algunos
aspectos del nudo q u e aprisionaba a u n joven d e 2 3
años c u a n d o lo vi por p r i m e r a vez. M i propósito
es ofrecer u n ejemplo de la internalización de u n a
situación familiar m u l t i g e n e r a c i o n a l , semejante a
las q u e h e observado e n v a r i a s personas, y q u e
puede conducir a u n diagnóstico de esquizofrenia.
P r e s e n t a r é los hechos e s q u e m á t i c a m e n t e .
El joven se percibe a sí m i s m o en esta forma:
L a d o derecho: masculino.
Lado izquierdo: femenino.
El lado izquierdo es m á s joven q u e el derecho.
Los dos lados n o se j u n t a n .
A m b o s se h a l l a n en estado de putrefacción, y
él j u n t o con ellos, c a m i n o de u n a m u e r t e pre-
matura.
Por medio del psicoanálisis y utilizando otras
fuentes de información se estableció q u e :
Sus padres se separaron c u a n d o él tenía cinco
años.
Su m a d r e le dijo q u e él " s a l í a " a su padre.
Su p a d r e le dijo q u e él " s a l í a " a su m a d r e .
Su m a d r e decía q u e su p a d r e n o era u n verda-
dero h o m b r e .
Su p a d r e decía que su m a d r e n o era u n a ver-
dadera mujer.
P a r a Pablo, ambos decían la verdad.
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 71

E n consecuencia, p o r u n a p a r t e (o, como lo h u ­


biera expresado él, e n su lado derecho) era u n
homosexual femenino, y por la otra (en su lado
izquierdo) u n a lesbiana masculina.
Su abuelo m a t e r n o (Ao M ) m u r i ó a poco de
n a c e r él.
Su m a d r e decía q u e salía al abuelo m a t e r n o .
P e r o la cuestión referente a lo q u e era verdadero
y lo q u e no era verdadero había estado en d a n z a en
la familia d u r a n t e varias generaciones.
Su abuela m a t e r n a (Aa M ) n o consideraba a
su esposo (Ao M ) u n verdadero h o m b r e .
Ni su abuelo m a t e r n o ( A o M ) consideraba a
su esposa ( A a M ) u n a v e r d a d e r a m u j e r .
A través de su m a d r e , Pablo pensaba q u e el pa­
dre de ésta (el abuelo de Pablo) se identificaba con
la identificación de su m a d r e (la bisabuela de P a ­
blo) con la relación de su p a d r e (el t a t a r a b u e l o de
Pablo) con su esposa (la t a t a r a b u e l a de P a b l o ) .
A través de su p a d r e , Pablo pensaba q u e el p a d r e
de ésta se identificaba con la identificación de su
m a d r e (la bisabuela de Pablo) con la esposa ideal
de su p a d r e (el t a t a r a b u e l o de P a b l o ) .
C u a n d o realizamos u n serio esfuerzo p a r a anali­
zar por dentro u n g r u p o familiar q u e c o m p r e n d e
tres generaciones, la situación a d q u i e r e u n a com­
plejidad casi insoportable.
1 3
Por sí solas, las alteraciones de la identidad en
la familia son formidables. Veamos, por ejemplo, el
caso de u n h o m b r e y u n a m u j e r : P e d r o y Ester.
Pedro es esposo, p a d r e , abuelo, hijo. Ester es esposa,
m a d r e , abuela, hija. Si tienen u n hijo y éste se casa
y tiene u n a hija, Ester será, según el caso, nieta,
1 3
Alteración: proceso por el cual el yo se convierte en
otro-para-otro.
72 R. D. LAING

hija, h e r m a n a , esposa, m a d r e , abuela, sobrina, pri-


m a , etcétera.
E n u n a familia las personas p u e d e n ser designa-
das por u n n o m b r e , como Ester; por m e d i o de alte-
raciones p r o n o m i n a l e s , como ella, yo, tú, etc.; o de
alteraciones familiares, como hija, esposa, m a d r e ,
suegra, abuela. Esas alteraciones familiares son las
otras personas q u e Ester es p a r a éste o a q u é l o
aquellos otros, o p a r a si m i s m a . P a r a q u e su exis-
tencia familiar total sea viable, esas alteraciones
deben constituir u n conjunto cuyos elementos p u e -
d a n coexistir.
U n a persona es, e n cierto sentido, u n conjunto
de relaciones, y de relaciones de y con relaciones.
Guillermito está relacionado como hijo con su
padre. Pero, ¿quién o q u é es su padre? Ese h o m b r e ,
T o m á s , a q u i e n l l a m a su p a d r e , es él m i s m o u n
conjunto de relaciones. D e m o d o q u e G u i l l e r m i t o
fel h i j o ) , al estar relacionado con T o m á s (su pa-
d r e ) , está relacionado n o sólo con la relación de
T o m á s con G u i l l e r m i t o , sino t a m b i é n con m u c h a s
otras relaciones.
-* H (Guillermito)
-* M (madre)
-> Aa P (abuela p a t e r n a )
Hijo ( G ) Padre (T)
—» Ao P (abuelo p a t e r n o )
-> ( A a P r * Ao P)
- » etcétera
A d e m á s , Guillermito (el hijo) está relacionado
con la relación de T o m á s (su p a d r e ) con sus rela-
ciones (las de G u i l l e r m i t o ) . P o r ejemplo: a G u i -
llermito p u e d e hacérsele c o m p r e n d e r m u y bien
cómo se relaciona el p a d r e ( T o m á s ) con la relación
de Guillermito (el hijo) con la relación del p a d r e
( T o m á s ) con Luisa ( m a d r e de Guillermito, esposa
de T o m á s ) .
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 73

Es decir: la relación de H con la relación de P


con la relación de H con la relación d e P con M .
H-»P-»H->(P^M)
Si M ( L u i s a ) , pongamos por caso, n o está de
acuerdo con la forma e n q u e P se relaciona con la
relación de H con P M o M P , H puede q u e d a r im-
plicado e n
H - » M - » P - > H - > ( P ^ M )
Y la disolución familiar puede, e n t r e otras cosas,
g i r a r e n t o r n o de las diferentes opiniones q u e H , P
y M tienen de M - » P - * H - » ( P ^ M ) .
P o r ejemplo:
H -> ( M (P ( H -> ( P « - » M ) ) ) )
^ M ( M - > ( P -> ( H -> ( P r * M ) ) ) )
u
T ¿ P -> ( M - » ( P - » ( H - » ( P ^ M)))),
para m e n c i o n a r sólo u n fragmento m u y simplifi-
cado de u n ejemplo sencillo.
Veamos ahora la relación de A consigo m i s m o .
Está la relación de A consigo m i s m o como hijo y
la relación de A consigo m i s m o como padre. Pién-
sese e n la relación e n t r e la relación de A consigo
m i s m o en relación con su p a d r e y la relación de su
p a d r e con él, y la relación de A consigo m i s m o en
relación con su relación con su hijo y la relación
de su hijo con él.
E n la relación de cada persona consigo m i s m a se
i n t e r p o n e n las relaciones e n t r e las relaciones q u e
a b a r c a n el conjunto de relaciones q u e tiene con los
demás.
Avancemos u n paso m á s . T e n e m o s la relación de
A con su p a d r e y la relación de A con su m a d r e .
La relación de A con la relación de su p a d r e con
él. La relación de A con la relación de su m a d r e
con él. La relación de A con la relación de su m a -
1 4
En que significa "no equivalente a".
74 R. D. LAING

dre con su p a d r e . La relación de A con la relación


de su p a d r e con su m a d r e . Asimismo, la relación de
A con la relación de su p a d r e con su relación
con la relación e n t r e su p a d r e y su m a d r e . La m a ­
n e r a en q u e A se relaciona con la relación de su
hijo con la relación de A con su esposa, se relaciona
con la m a n e r a e n q u e A se relacionó con la m a n e r a
en q u e su p a d r e se relacionó con la relación d e A
con la relación de su p a d r e con la m a d r e de A.
Volvamos a Pablo. Su m a d r e pensaba q u e podía
ser mejor esposo y p a d r e q u e su esposo. Y su p a d r e
pensaba q u e podía ser mejor esposa y m a d r e q u e
su esposa.
D e acuerdo con lo q u e opinaba sobre la opinión de
su m a d r e respecto de su padre, sobre la opinión
de su m a d r e respecto de la opinión de su abuela
m a t e r n a respecto de su abuelo m a t e r n o , sobre la
opinión de su p a d r e respecto de su m a d r e y sobre
la opinión de su p a d r e respecto de la opinión de su
abuelo p a t e r n o respecto de su abuela p a t e r n a , e n la
familia n o h a b í a habido u n verdadero h o m b r e n i
u n a v e r d a d e r a m u j e r a lo largo de cuatro genera­
ciones.
Pablo, a causa de su i n t e m a l i z a c i ó n de ese em­
brollado conjunto de relaciones de relaciones de
relaciones, se e n c u e n t r a aprisionado por u n n u d o ,
q u e lo inmoviliza eficazmente.
E n r e s u m e n : Pablo percibe su lado derecho e n
consonancia con la opinión de su p a d r e de q u e él
salía a su m a d r e , m u j e r fingida y s e u d o h o m b r e ; y
su lado izquierdo e n consonancia con la opinión de
su m a d r e de q u e él salía a su padre, h o m b r e fingido
y seudomujer. P e r o t a m b i é n se identifica, e n su
lado derecho, con su opinión sobre su p a d r e , y en
su lado izquierdo, con su opinión sobre su m a d r e .
E n su lado derecho, a d e m á s , se identifica con la
identificación q u e su m a d r e hacía de él con lo que
h u b i e r a sido u n esposo y p a d r e ideal p a r a su abuela
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 75

m a t e r n a , y en su lado izquierdo, con la identifica­


ción que su p a d r e hacía de él con lo q u e h u b i e r a
sido u n a esposa y m a d r e ideal p a r a su abuelo pa­
terno.
Su cuerpo era u n a especie de mausoleo, u n ce­
m e n t e r i o q u e los f a n t a s m a s de varias generaciones
visitaban m i e n t r a s sus despojos t e r m i n a b a n de
corromperse. Los m i e m b r o s de esa familia h a b í a n
e n t e r r a d o sus m u e r t o s unos en otros. Lo q u e a n t e ­
cede es u n esquema m u y simplificado del complejo
proceso de t o r t u r a d a y tortuosa confusión sexual
q u e se había desarrollado dentro de la e s t r u c t u r a
familiar, el que n o podemos profundizar aquí.
Ese joven estaba aprisionado p o r u n n u d o ; p a r a
formarlo fueron necesarias cuatro o quizá cinco o
m á s generaciones.

Conclusiones

El concepto de esquizofrenia es u n chaleco de


fuerza q u e ahoga a psiquiatras y pacientes. Desha­
ciéndonos de él podremos ver lo q u e o c u r r e real­
m e n t e . Se h a demostrado e n el c a m p o de la etología
q u e el estudio de los a n i m a l e s en cautiverio no
puede ser aceptado sin reservas como m e d i o p a r a
conocer su c o m p o r t a m i e n t o e n su a m b i e n t e n a t u ­
ral. N u e s t r a civilización actual e n su totalidad
puede ser u n a forma de cautiverio. Sin e m b a r g o , lo
q u e psiquiatras y psicólogos h a n estudiado p a r a
t r a z a r el c u a d r o c o m ú n m e n t e aceptado de la esqui­
zofrenia son, casi sin excepción, seres h u m a n o s
sometidos a u n a doble o incluso triple cautividad.
El h o m b r e n o siempre necesita u t i l i z a r barrotes
p a r a construir jaulas. T a m b i é n las ideas p u e d e n
ser jaulas. Los hospitales psiquiátricos a b r e n h o y
sus p u e r t a s cada vez m á s , a m e d i d a q u e el con­
trol por medios químicos se hace m á s efectivo. Las
76 R. D. LAING

puertas de n u e s t r a m e n t e son las m á s difíciles de


abrir.
U n n e g r o , dijo M a r x , tiene la piel oscura e n toda
circunstancia, pero sólo e n ciertas condiciones so-
cioeconómicas será esclavo. E n toda circunstancia
u n h o m b r e p u e d e q u e d a r atascado, liberarse y verse
obligado a volver la espalda y a retroceder u n largo
trecho p a r a e n c o n t r a r s e a sí m i s m o n u e v a m e n t e .
Sólo en ciertas condiciones socioeconómicas sufrirá
de esquizofrenia.

APÉNDICE

Kingsley Hall (1965-1970)


La P h i l a d e l p h i a Association (Asociación Filadel-
fia) fue fundada e n abril de 1965.
E n junio del m i s m o a ñ o los administradores del
Kingsley H a l l , por i n t e r m e d i o de su fundador, el
señor M u r i e l Lester, le cedieron el uso dé este
antiguo centro social del Este de Londres.
El Kingsley H a l l tiene capacidad p a r a 14 perso-
nas. E n t r e el 1 de j u n i o de 1965 y el 31 de agosto
de 1969 se alojaron e n él 113 personas, como surge
de los cuadros insertos e n las p á g i n a s q u e siguen.
La Asociación organizó allí seminarios y grupos.
E n t r e los t e m a s estaban incluidos estudios sobre la
desviación, crítica de la perspectiva clínica, teorías
del doble v í n c u l o y del parentesco, estudios sobre
la familia, fenomenología de la psicosis e historia
de la psiquiatría.
Realizamos tareas de adiestramiento e investiga-
ción. Médicos y trabajadores no médicos proceden-
tes de G r a n B r e t a ñ a , Estados Unidos y otros países
t o m a r o n p a r t e e n seminarios y labores de supervi-
sión individual.
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 77

Cifras correspondientes al Kingsley Hall, desde


el 1 de junio de 1965 hasta el 31 de mayo
de 1970 inclusive

EDAD A L INGRESAR EN KINGSLEY HALL

Edad Hombres Mujeres Total


16-19 4 1 5
20-29 47 28 76
30-39 20 8 28
40-49 6 1 7
50 y más 2 2 4
Total 79 4« 119

DURACIÓN DE LA ESTADÍA

Periodo Hombres Mujeres Total


ta

3-6 dias 5 7
1 semana - 1 mes 22 9 31
1-3 meses 25 4 29
3-6 meses 6 8 14
6-12 meses 10 7 17
1-2 años 4 7 11
2-3 años 5 2 7
3-4 años 2 2
4-5 años

1 1
Total

79 40 119

PERSPECTIVA MEDICA

Hombres Mujeres Total


Clasificados como pacientes por
los psiquiatras 54 21 75
Con estadía previa en un
hospital (27) (14) (41)
Sin estadía previa en un
hospital (27) (7) (34)
No clasificados como pacientes 25 19 44
Total 79 40 119
Derivados a un hospital 4 4
Ingresados en un hospital después
de su estadía en Kingsley Hall 5 3 8
Total 9 3 12
78 R. D. L A I N G

Las actividades desarrolladas incluían dibujo,


tejeduría, yoga, recitales poéticos, danzas sagradas
de la I n d i a , exposiciones, películas y conferencias
sobre antropología, psiquiatría, teatro, etc. Las ins­
talaciones del Kingsley H a l l fueron utilizadas por
diversos grupos de la c o m u n i d a d local.
C o n c u r r i e r o n m u c h o s visitantes. L a s personas
alojadas e n el i n m u e b l e decidían a quién q u e r í a n
ver.

1 5
Cifras correspondientes a todos los hogares
Otros dos hogares fueron instalados en Londres
(1964-1968, 1966-1968), con el concurso de la Aso­
ciación Filadelfia. E n los tres establecimientos
(incluido el Kingsley H a l l ) residieron en total 194
personas. N a d i e q u e no h u b i e r a estado antes e n u n
hospital psiquiátrico ingresó en u n o después de
c u m p l i r u n a estadía e n nuestros hogares.

PERSPECTIVA MEDICA
Hombres Mujeres Total
Clasificados como pacientes 98 39 137
Con estadia previa en un
hospital (57) (24) (81)
Sin estadía previa en un
hospital (15) (56)
No clasificados como pacientes 32 25 57
Total 130 64 194
Derivados a un hospital 6 2 8
Ingresados en un hospital después
de su estadía en los hogares 12 3 15
Total 18 5 23

1 5
No se incluyen las cifras correspondientes a los hogares
actualmente en funcionamiento (marzo de 1971).
SEGUNDA PARTE

EL CUESTIONAMIENTO
DE LA FAMILIA
INTRODUCCIÓN

1
E n estas c h a r l a s h e p r o c u r a d o caracterizar de
modo provisional algunos componentes d e u n a teo-
ría prospectiva sistemática q u e a ú n n o existe.
H e dado por supuesto que el o y e n t e o lector n o
conoce la labor desarrollada con familias (terapia,
investigación, teoría) d u r a n t e los últimos 25 años,
en especial e n los Estados Unidos.
U n a lista de las personas q u e se h a n destacado
en este campo, de ser completa, ocuparía excesivo
espacio. M e n c i o n a r a los pocos q u e h a n ejercido
sobre m í u n a influencia p r e p o n d e r a n t e , conduciría
a conclusiones erróneas. Algunos h a n influido sobre
mi p r i n c i p a l m e n t e por medio de sus escritos; otros,
a través de la vinculación personal y la a m i s t a d ;
otros a u n , i n d i r e c t a m e n t e , por su influencia sobre
otras personas, etc. El lector q u e n o esté familiari-
zado con este c a m p o y desee conocer m á s sobre los
estudios del tipo de los q u e h a n servido de base a
estas charlas, e n c o n t r a r á u n a orientación en las
referencias bibliográficas contenidas e n las notas
de pie de página.

1
Este capítulo y los que lo siguen son versiones revisadas
de cinco charlas radiales difundidas en noviembre y diciem-
bre de 1968 por la Corporación Canadiense de Radiodifusión;
las charlas integraron el octavo ciclo anual de las Conferen-
cias Massey. Con el título de The Politics of the Family
fueron publicadas por primera vez en forma de libro por la
CCR, en 1969.
82 R. D . L A I N G

Espero q u e mis colegas, los "profesionales", h a -


llen algo q u e les interese en estas charlas. La teoría
de los conjuntos y la trasposición está siendo apli-
cada con éxito en lingüística, sistemas de parentes-
co, mitología y otros ámbitos de las ciencias sociales.
¿Podemos aplicar este m o d o de p e n s a r al "interior
psicosocial" de las familias en n u e s t r a propia so-
ciedad? P o r cierto q u e sí. Pero, ¿con q u é resultado?
¿Será fructífero, nos p e r m i t i r á realizar nuevos des-
cubrimientos, ver m á s c l a r a m e n t e , c o m p r e n d e r m e -
jor, proporcionar a la terapia p a u t a s útiles y efica-
ces, definir con m á s exactitud los objetivos de
nuestra investigación? A ú n n o lo sabemos. Podría
tratarse de u n traicionero callejón sin salida. P e r o ,
en m i opinión, vale la p e n a correr el riesgo. Quizá
represente la salida del callejón e n q u e p o d r í a n
atascarse, en especial, a l g u n a s de las investigacio-
nes t é c n i c a m e n t e m á s perfectas q u e se r e a l i z a n en
este c a m p o . E s m e r a d a s , meticulosas, esas investi-
gaciones conducen a veces a u n tipo de análisis de
las interacciones familiares del q u e se d e r i v a n
descubrimientos q u e n o p o d r á n n u n c a contestar las
p r e g u n t a s q u e en realidad desearíamos ver contes-
tadas. H e m o s a p r e n d i d o por experiencia q u e es in-
,útil f o r m u l a r p r e g u n t a s c u a n d o n o disponemos de
u n a metodología q u e nos p e r m i t a contestarlas.
Cabe, sin e m b a r g o , q u e e n t r e lo imposible y lo tri-
vial h a y a l u g a r p a r a u n a senda a la vez practicable
y valiosa. Comoquiera q u e sea, desearía q u e se m e
contara e n t r e los q u e persisten e n buscarla.
N o pocas incomodidades ocasioné a la C a n a d i a n
Broadcasting Corporation (Corporación C a n a d i e n -
se de Radiodifusión) d u r a n t e la p r e p a r a c i ó n de
estas charlas. M i agradecimiento a los señores
Phyllis W e b b y Jeff A n d e r s o n , de esa corporación,
quienes facilitaron m i labor en todo m o m e n t o .
R. D . LAING
Londres, e n e r o de 1969
FAMILIA E INVALIDACIÓN

La p r i m e r a familia q u e m e interesó fue la m í a .


A u n h o y sé m e n o s sobre ella q u e sobre m u c h a s
otras. Es típico. A los niños m e n o s q u e a n a d i e se
les explica lo q u e ocurrió " r e a l m e n t e " a n t e s de q u e
llegaran al m u n d o , e n especial si su curiosidad n o
se limita a u n o s pocos p u n t o s discontinuos e n el
tiempo — l a s l l a m a d a s " f e c h a s " — y a otros hechos
e n apariencia "concretos", como c u á n d o nació cada
cual, con q u i é n se casó, c u á n d o y dónde m u r i ó ,
q u é hijos tuvo, q u é trabajo hacía, c u á n t o g a n a b a ,
etcétera.
¿Cuál es la t e x t u r a de la v e r d a d e r a experiencia
vivida de la vida familiar? ¿Cómo es la t e x t u r a de
esa experiencia v i n c u l a d a con la e s t r u c t u r a d r a -
mática, el producto social del e n t r e l a z a m i e n t o de
m u c h a s vidas a lo largo de m u c h a s generaciones?
P r e g u n t a s difíciles de contestar, puesto q u e esa es-
t r u c t u r a d r a m á t i c a , a u n q u e producto d e la conduc-
ta y la experiencia, es por lo general desconocida
p a r a las m i s m a s personas q u e la g e n e r a n y la per-
petúan.
E n este tipo de inquisición, las fechas de los
acontecimientos familiares públicos n o nos sirven
de m u c h o . N o debemos ignorarlas, p e r o tampoco
dejarnos e n g a ñ a r por ellas. P e d r o y L e o n o r se ca-
saron en 1960. A la boda asistieron m á s de 100 in-
vitados. Sin e m b a r g o , P e d r o n u n c a se sintió esposo
de Leonor y L e o n o r comenzó a sentir q u e era " r e a l -
84 R. D. LAING

m e n t e " la esposa de P e d r o sólo algunos meses des-


pués de la boda.
Pedro " s a b e " q u e está casado p o r q u e recuerda
u n a ceremonia l l a m a d a " m a t r i m o n i o " y tiene m á s
de 100 testigos p a r a probarlo. P e r o Leonor no está
satisfecha. N o quiere la apariencia de u n m a t r i -
m o n i o , el cascarón de u n esposo, la fachada de u n a
familia. U n a n o c h e comenzó a decir d e l a n t e de los
niños q u e él no era r e a l m e n t e su esposo. Que ella
estaba casada con él, pero él n o estaba casado con
ella. El se a l a r m ó y al día siguiente por la m a ñ a n a
llamó al médico. L a gente es enviada al psiquiatra,
y al hospital, c u a n d o persiste e n a f i r m a r cosas co-
m o ésas.
La m a d r e de Leonor sufrió u n a t a q u e cerebral
en 1963. Se r e c u p e r ó y siguió viviendo, cuidada
por Leonor, h a s t a que m u r i ó dos años después.
Leonor decía q u e su m a d r e había m u e r t o e n 1963.
N o reconocía a su m a d r e e n la persona a quien
cuidó d u r a n t e dos años. C u a n d o su m a d r e m u r i ó
" o f i c i a l m e n t e " e n 1965, Leonor no sintió p e n a , sino
alivio.
Las fechas oficiales de los acontecimientos p ú -
blicos p u e d e n así n o g u a r d a r correspondencia con
la e s t r u c t u r a de la experiencia. Si n e g a m o s las de-
finiciones oficiales de los acontecimientos públicos,
pasamos por locos. U n a m u j e r q u e dice (al parecer
con convicción) q u e su m a d r e h a m u e r t o c u a n d o
todavía vive y q u e su esposo n o es su esposo, es
considerada psicótica.
L l a m e m o s A a la e s t r u c t u r a de experiencia y B
al acontecimiento público. A veces el producto de
A y B, en u n a ceremonia m a t r i m o n i a l , es u n M a -
trimonio. A m b o s c o n t r a y e n t e s q u e d a n casados en
todo sentido y de u n a vez. C u a n a m e n u d o esto
ocurre, no sabría decirlo.
F.L C U E S T I O N A M I E N T O D É LA FAMILIA 85

Una de las funciones del ritual es trasponer A


a B en los momentos críticos, como por ejemplo el
del nacimiento, el matrimonio, la muerte. E n nues­
tra sociedad muchos de los antiguos ritos han per­
dido gran parte de su poder. N o han surgido otros
nuevos.
A y B notan, desvinculados, de modo que es di­
fícil percibir cuáles son las leyes que rigen su rela­
ción.
Cuando A y B no concuerdan, todo el mundo se
confabula para repudiar a A , con el propósito de
preservar las convenciones. Cualquiera que rompa
esta regla se expone a la invalidación. Se supone
que no debemos sentirnos casados si no nos hemos
casado. Recíprocamente, se supone que debemos
sentirnos casados si lo "estamos". Si la novia par­
ticipa en la ceremonia nupcial pero no la siente
como "real", si la ceremonia no "prende", no fal­
tarán parientes y amigas que le digan: "No te
preocupes, yo sentí lo mismo, querida. Espera a
tener u n hijo. . . Entonces te sentirás madre", etc.
Más grave aún es experimentar la ceremonia nup­
cial como una representación: ello significa traspo­
ner A a B de un modo prohibido. Como consecuen­
cia nos sentiremos quizás asustados o culpables y
desearemos, probablemente, repudiar a A y refu­
giarnos en B, donde todo es como todos dicen.
En este último caso, el conjunto de elementos
que incluye la estructura de los acontecimientos tal
como se han experimentado no sólo debe ser repu­
diado en privado, sino también excomulgado.
Las convenciones son útiles. Es impropio decir
que una persona está muerta cuando vive, o que
vive cuando ha sido enterrada, o que el mundo se
está desmoronando cuando, como todos pueden ver,
sigue en su sitio. Si todo A que no se adapta a B
es ipso facto descalificado, debemos, bajo pena de
86 R.D. LAINC

sufrir graves trastornos, reducir A a In forma y el


t a m a ñ o adecuados, a r t e p a r a el cual n o todos están
i g u a l m e n t e dotados.
M á s a d e l a n t e m e referiré a a l g u n a s operaciones
q u e realizamos e n n u e s t r a experiencia p a r a legi-
t i m a r l a , p a r a a d a p t a r l a a " l e y e s " con frecuencia
no escritas, n o m e n c i o n a d a s y n o confesadas.
C u a n d o este sistema se d e r r u m b a es probable
que sea l l a m a d o a i n t e r v e n i r u n p s i q u i a t r a , según
u n a estrategia desarrollada en E u r o p a y Estados
Unidos en los últimos 150 años.
A continuación transcribiré el relato q u e hizo u n
psiquiatra francés, el profesor M o r e l , de su inter-
vención e n u n a familia, t o m a d o de su m a n u a l de
psiquiatría, q u e vio la l u z en 1860. El relato tiene
interés histórico p o r q u e e n él se e m p l e a por pri-
m e r a vez el t é r m i n o dementia praecox, todavía en
uso, a u n q u e e n general h a sido desplazado por la
noción de "esquizofrenia".
P a r a M o r e l la demencia precoz era u n a enfer-
m e d a d insidiosa de n a t u r a l e z a constitucional, he-
reditaria, q u e se abatía sobre algunos jóvenes y
epilogaba en demencia. E n u n capítulo dedicado
a la predisposición morbosa y la degeneración h e r e -
2
dadas, e s c r i b i ó :

. . . Recuerdo con pena una enfermedad mental hereditaria


de carácter progresivo que se manifestó en una familia con
cuyos miembros compartí mis años de juventud. Un padre
desdichado me consultó un día sobre el estado mental de su
hijo de 13 ó 14 años, en quien un violento odio hacia su pro-
genitor había reemplazado de pronto a los más tiernos senti-
mientos. Cuando vi por primera vez al muchacho, cuya ca-
beza estaba bien formada y cuyas facultades intelectuales
sobrepasaban a las de muchos de sus condiscípulos, me im-

2
Morel (1860, pág. 565).
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 87

presionó el hecho de que su crecimiento hablo quedado (Jo


alguna manera detenido. Sus principales padecimientos guar-
daban relación con esa causa en apariencia insignificante,
que nada tenía que ver con las particulares anomalías de sus
sentimientos. El hecho de ser el más pequeño de su clase lo
llenaba de desesperación, pese a que siempre ocupaba el
primer lugar en "composición", sin esforzarse y sin trabajar
casi para lograrlo. Era, por asi decir, por intuición que com-
prendía las cosas y que todo se ordenaba por si mismo en su
memoria y en su intelecto. Gradualmente perdió la alegría
y se volvió sombrío, taciturno y apegado a la soledad. Podría
pensarse que se sentía inclinado al onanismo, pero no era así.
Sus manifestaciones de depresión melancólica y su odio ha-
cia el padre, que le inspiraba incluso la idea de darle muerte,
reconocían otra causa. Su madre estaba trastornada, alienada,
y su abuela era excéntrica en grado sumo.

Aconsejé que al muchacho se lo hiciera interrumpir sus


estudios y se lo internara en un establecimiento de hidrote-
rapia. Los ejercicios gimnásticos, los baños y el trabajo ma-
nual debían pasar a integrar los requerimientos sanitarios
de su existencia. Esos métodos fueron aplicados con inteligen-
cia y perseverancia por un médico de gran cultura y versa-
ción (el doctor Guillebert dTfercourt) y se logró una pro-
misoria modificación en el estado orgánico del niño. Su
estatura aumentó considerablemente, pero la situación pasó
a ser dominada por otro fenómeno, tan inquietante como los
ya mencionados. El joven enfermo olvidó progresivamente
todo lo que había aprendido; sus brillantes facultades men-
tales sufrieron un retroceso intranquilizador. Un aturdimien-
to cercano al estupor reemplazó su antigua actividad. Cuando
lo volví a ver llegué a la conclusión de que la fatal transición
al estado de demencia precoz había comenzado. Este desola-
dor pronóstico está por lo general muy lejos de haber sido
previsto por los padres e incluso por los médicos que atienden
a esos niños.
Tal es, sin embargo, en muchos casos, el triste fin de la
locura hereditaria. Una súbita parálisis de todas las facul-
R. D. LAING

hieles, una demencia precoz, indica que el joven sujeto hn


llegado ni fin de la vida intelectual que le estaba deparada.

Esta descripción clínica concisa y elegante es el


prototipo de u n a cantidad p r o b a b l e m e n t e millona-
ria de diagnósticos semejantes formulados e n cir-
cunstancias semejantes e n los últimos 100 años.
La estructura de esa presentación, modificada en
algunos aspectos n o esenciales, es a ú n el paradigma
de la m a y o r í a de los e x á m e n e s , diagnósticos y tra-
mientos clínico-psiquiátricos relacionados* con u n
"caso".
El p r e s e n t a n t e es u n " p a d r e desdichado" a q u i e n
M o r e l conocía bien. L a queja es q u e su hijo (de 13
ó 14 años) h a demostrado " d e p r o n t o " u n "odio
violento" hacia él. A n t e s , el p a d r e tenia la i m p r e -
sión de q u e el hijo abrigaba "los m á s tiernos senti-
m i e n t o s " a su respecto. E n su p r i m e r c o m e n t a r i o
sobre la situación, M o r e l se refiere e x c l u s i v a m e n t e
al niño. M á s a ú n , sólo r e p a r a e n algunos aspectos
de su personalidad: dice q u e tiene la cabeza bien
formada y q u e su capacidad intelectual es superior
al promedio. Sin e m b a r g o , su t a m a ñ o es m e n o r q u e
lo n o r m a l . T a l es el conjuro q u e p r o n u n c i a M o r e l ;
podemos ver e n la información u n principio de con-
firmación del diagnóstico al q u e el g r a n clínico nos
conducirá paso a paso m e d i a n t e u n proceso de ex-
clusión, del m i s m o modo q u e u n detective nos con-
duce a u n c r i m i n a l . Está claro q u e n a d a le o c u r r e
al p a d r e . Eso n i es necesario decirlo. Si el p a d r e
afirma q u e el m u c h a c h o lo odia, algo debe ocurrir-
le al m u c h a c h o . Su cabeza tiene b u e n aspecto y su
desempeño escolar es sobresaliente. P e r o es m á s
bien bajo. ¡Aja!. . . u n a detención en el crecimien-
to, de n a t u r a l e z a constitucional hereditaria. L a cau-
sa principal de sus padecimientos parece ser su
pequenez. ¡Aja! Esto no tiene que ver con lo q u e
EL CUESTIONAMIENTO I3E L A FAMILIA 89

realmente le o c u r r e , es decir, con el hecho de que


odia a su p a d r e . H a perdido su alegría y se h a
vuelto sombrío, t a c i t u r n o y apegado a la soledad:
el c u a d r o comienza a t o m a r forma. U n n u e v o sín-
d r o m e psiquiátrico está a p u n t o de ser i n v e n t a d o .
Comienzo brusco; deterioro de la afectividad como
p r i m e r s í n t o m a ; evidente detención del crecimien-
to, de n a t u r a l e z a c o n s t i t u c i o n a l . . . debe ser h e r e -
dado. P e r o si hiciera falta u n a confirmación, la
causa n o es, en apariencia, el o n a n i s m o ( m a s t u r -
bación) . Y su m a d r e y su abuela m o s t r a r o n signos
de perturbación m e n t a l . N o cabe d u d a . Necesita
tratamiento. Ya.
U n o alienta esperanzas, p e r o t e m e lo peor. Es
necesario alejarlo de la escuela e i n t e r n a r l o e n u n
"establecimiento de h i d r o t e r a p i a " . Con ello logra-
remos, s e g u r a m e n t e , q u e deje de odiar a su p a d r e .
El m u c h a c h o crece u n t a n t o . P e r o , l a m e n t a b l e m e n -
te, n o " r e s p o n d e " al t r a t a m i e n t o con otros sentidos.
Pese a todo, podemos decir al p a d r e q u e hicimos
c u a n t o era posible p a r a conseguir q u e su hijo lo
a m a r a . Este h a perdido todo interés p o r sus estu-
dios y y a n o h a b l a con n a d i e . P e r o piénsese e n su
m a d r e y en su abuela. E n estos casos, c u a n d o se
trata de algo heredado, estamos l i b r a n d o u n a ba-
talla perdida de a n t e m a n o . Nos vemos obligados
a i n f o r m a r a usted q u e las posibilidades de curación
son escasas.
Esta historia es a ú n demasiado c o m ú n . D o n d e
dice demencia precoz, léase proceso esquizofrénico.
Sustituyase el "establecimiento de h i d r o t e r a p i a "
por u n o de nuestros " m e j o r e s " hospitales o sana-
torios. E n l u g a r de "ejercicios gimnásticos, etc.",
léase terapia de grupo, terapia ocupacional, terapia
a m b i e n t a l . Agregúese u n a p e q u e ñ a dosis de psico-
terapia, u n a pizca de electroshocks p a r a la depre-
sión,- u n ápice de h o r m o n a s p a r a t r a t a r la deten-
90 R. D . LAING;

ción del crecimiento y a l g u n a s vitaminas y medi-


camentos, de modo que n o quede sin a p r o v e c h a r
n i n g u n a de las posibilidades q u e ofrecen los recien-
tes adelantos de la p s i q u i a t r í a . . .
¿Por q u é odia a su padre y por q u é ha llegado
incluso a p e n s a r en m a t a r l o ? N u n c a lo sabremos.
El efecto — y el propósito— preciso de la inter-
vención psiquiátrica es convertir a ese joven en u n
"joven i n v á l i d o " : invalidar su odio por su padre,
e m p r e s a q u e recibe el n o m b r e de t r a t a m i e n t o . E n
u n a m i n o r í a de casos ese t r a t a m i e n t o producía, ha-
ce 100 años, los resultados deseados. Los jóvenes
decidían no odiar a sus padres, es decir, n o m o s t r a r
los "signos" de la " e n f e r m e d a d " por la q u e recibían
tal " t r a t a m i e n t o " . Unos pocos a p r e n d í a n incluso a
mostrarse agradecidos. Quizá la psiquiatría sea hoy
m á s eficiente. El porcentaje de casos en q u e pro-
clama h a b e r logrado la remisión de los síntomas
y, con a y u d a de tranquilizantes y unos pocos elec-
troshocks de " m a n t e n i m i e n t o " administrados du-
r a n t e años, u n a incidencia m á s baja de recaídas, es
mayor.
El padre del m u c h a c h o es conocido por Morel
como u n buen h o m b r e ; su hijo, un buen m u c h a -
cho q u e no se m a s t u r b a b a . decía odiarlo. ¿Cómo
resolver la contradicción e n t r e la imagen pública
del p a d r e y la experiencia q u e su hijo atestiguaba?
Para Morel. el medio adecuado de lograrlo n o era
investigar la estructura familiar en la q u e los sen-
timientos del niño h u b i e r a n encontrado, según pre-
sumo, un contexto inteligible. H a b í a , en cambio,
que e x a m i n a r su cabeza o su psiquis. La gente se
ha dedicado a e x a m i n a r la cabeza, la s a n g r e , la
orina o la supuesta psicopatología de esos m u c h a -
chos y m u c h a c h a s desde el comienzo de Jos tiem-
pos. Algunos se sienten inclinados a e x a m i n a r ca-
bezas, sangre y o r i n a : otros prefieren buscar lo
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A «) |

patológico " e n " la "psiquis". La búsqueda de la


"patología" y la etiología de la " e n f e r m e d a d " pro-
sigue, a cargo t a n t o d e los q u e se o c u p a n de la
psicopatología como d e los q u e se o c u p a n de la fi-
siopatología. ¿No es posible q u e la causa de que
ese joven odiara a su p a d r e n o fuera u n a e n f e r m e -
dad, y q u e , e n cambio, h a y a sido convertido e n u n
inválido a causa d e q u e su odio por su padre fue
invalidado?
Si nuestros deseos, sentimientos, esperanzas, te-
mores, percepción, imaginación, m e m o r i a , sue-
ñ o s . . . n o se ajustan a la ley, son proscriptos y
excomulgados. Excomulgados y proscriptos, n o por
eso dejan de existir. Sufren, sin e m b a r g o , transfor-
maciones secundarias.
Si A y B n o c o n c u e r d a n , los policías de la m e n t e
(los psiquiatras) son llamados a intervenir. Diag-
nostican u n delito ( e n f e r m e d a d ) . Se practica u n
arresto y se p o n e al paciente bajo custodia (hospi-
talización). Siguen entrevistas e investigaciones.
P u e d e o c u r r i r q u e se obtenga u n a confesión (el pa-
ciente a d m i t e q u e está e n f e r m o , da m u e s t r a s de
d i s c e r n i m i e n t o ) . Lo m i s m o si lo h a c e q u e si no, es
hallado culpable. Se dicta sentencia (se prescribe
u n t r a t a m i e n t o ) . C u m p l e su condena, sale e n li-
bertad y en lo sucesivo obedece las leyes. A l g u n a s
personas son refractarias a esos métodos: tales casos
se consideran de m a l pronóstico. El p s i q u i a t r a , es-
pecialista e n la m a t e r i a , sabe c u á n d o tiene e n t r e
m a n o s u n o de esos casos.
E n el ú l t i m o párrafo h e n a r r a d o la historia oficial
de u n a consulta, e x a m e n , diagnóstico, pronóstico y
t r a t a m i e n t o psiquiátricos en función de la m a n e r a
e n q u e a m e n u d o son experimentados. Si el " p a -
c i e n t e " r e h u s a aceptar la definición pública de la
situación, ello demuestra q u e sufre el delirio p a r a -
noide de q u e es perseguido por nuestro intento de
a y u d a r l o a c o m p r e n d e r q u e no os perseguido.
92 R. D. LAING

D e los r e l a t i v a m e n t e pocos psiquiatras q u e h a n


realizado el estudio directo de familias, la m a y o r í a
h a sacado e n conclusión q u e g r a n p a r t e de la prác-
tica psiquiátrica es hoy t a n i n g e n u a como e n tiem-
pos de Morel."
¿Quién define la situación? ¿Cuál es la situación?
¿Cuál es e n realidad el caso y cuál n o lo es?

3
Véanse Boszormenyi-Nagy y Framo (comps.) (1965);
r
Lidz, Fleck y Cornelison (196 )); Handel (comp.) (1968);
Cooper (1967).
ARGUMENTOS FAMILIARES

La situación m á s c o m ú n q u e m e h a sido dado


e n c o n t r a r en u n a familia es aquella en la q u e lo q u e
yo pienso q u e ocurre no g u a r d a casi n i n g ú n pa-
recido con lo q u e cada u n o de los m i e m b r o s de la
familia siente o piensa q u e ocurre, sea ello coinci-
dente con el sentido c o m ú n o no. Es posible q u e
nadie sepa lo q u e ocurre. D e c u a l q u i e r modo, h a y
algo q u e u n e x t r a ñ o puede con frecuencia percibir
sin dificultad: q u e los m i e m b r o s de la familia opo-
n e n u n a resistencia concertada tendiente a i m p e d i r
q u e se descubra lo q u e ocurre, y q u e e m p l e a n com-
plicadas estratagemas c u y o fin es m a n t e n e r a todo
el m u n d o en la oscuridad. Y quien se halla e n la
oscuridad, como es obvio, n a d a p u e d e ver.
Sabríamos algo m á s sobre lo q u e ocurre si ello
no nos estuviera prohibido, y si n o nos estuviera
vedado darnos cuenta de ello.
E n t r e verdad y m e n t i r a se e n c u e n t r a n imágenes
e ideas q u e i m a g i n a m o s y pensamos como reales,
las que p a r a l i z a n n u e s t r a imaginación y n u e s t r o
pensamiento a causa de los esfuerzos q u e hacemos
por conservarlas.
Cada generación proyecta en la siguiente ele-
mentos derivados del producto de por lo m e n o s
Ires factores: lo q u e fue 1) proyectado e n ella
por generaciones anteriores; 2) inducido en ella por
generaciones anteriores, y 3) su respuesta a esa
proyección y esa inducción.
94 R. D. LAING

Si proyecto el elemento z del conjunto A e n el


e l e m e n t o y del conjunto B, y llamo ^ a la operación
de proyección o trasposición, t e n d r e m o s q u e y es la
i m a g e n de x bajo </>.
C o m o lo expresa u n a frase h a b i t u a l , Luisito es la
" i m a g e n " de su abuelo.
L o q u e se proyecta o traspone es siempre u n
conjunto de relaciones en otro conjunto de relacio­
nes. Son relaciones en el tiempo t a n t o como rela­
ciones en el espacio. E n este tipo de proyección o
trasposición el orden temporal puede ser m a n t e n i d o
o alterado.
La proyección (al igual q u e otras operaciones
de q u e h a b l a r e m o s m á s adelante) es por lo general
ignorada por las personas q u e i n t e r v i e n e n e n ella.
Diferentes trasposiciones se c u m p l e n simultánea­
mente.
La p u r a proyección n o basta. Como i m á g e n e s de
relaciones fantasmales bajo la operación de proyec­
ción, i n d u c i m o s , y somos inducidos nosotros mis­
mos, a e n c a r n a r l a s : a r e p r e s e n t a r u n a pieza de
sombras, sin tener conciencia de ello, como imáge­
nes de imágenes de i m á g e n e s . . . de los m u e r t o s ,
q u i e n e s a su vez e n c a r n a r o n y r e p r e s e n t a r o n esos
d r a m a s proyectados e n ellos e inducidos en ellos
por los q u e los precedieron.
U n a m a n e r a de conseguir q u e u n a persona haga
lo q u e q u e r e m o s es darle u n a orden. Conseguir q u e
alguien sea lo q u e q u e r e m o s q u e sea, o lo q u e supo­
nemos q u e es, o lo q u e t e m e m o s q u e sea (esto último
lo m i s m o si lo deseamos q u e si n o ) , es decir, con­
r
seguir q u e e n c a r n e n u e s t r a s pro) ecciones, es y a
otra cuestión. E n u n contexto hipnótico (o similar)
no le decimos a esa persona lo q u e debe ser, sino lo
q u e es. Esas atribuciones son, e n tal contexto, m u ­
cho m á s poderosas q u e las órdenes ( u otras formas
de coerción o p e r s u a s i ó n ) . U n a orden n o necesita
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 95

ser definida como tal. Creo, p e r s o n a l m e n t e , q u e la


m a y o r p a r t e de las órdenes m á s tempranas y per-
durables que recibimos nos son i m p a r t i d a s en for-
m a de atribuciones. Se nos dice: las cosas son así y
así. Se nos dice, por ejemplo, q u e somos u n b u e n
m u c h a c h o o u n a b u e n a chica y n o s i m p l e m e n t e
q u e debemos ser u n b u e n m u c h a c h o o u n a b u e n a
chica. Es posible q u e nos digan a m b a s cosas; pero
si somos (esto o a q u e l l o ) , n o es necesario q u e nos
digan q u e seamos lo q u e y a nos lian " d a d o a en-
t e n d e r " q u e somos. El medio m á s i m p o r t a n t e que
utilizamos p a r a esta clase d e comunicación es
quizás el lenguaje n o verbal. C u a n d o las atribu-
ciones c u m p l e n la función de m a n d a t o s o prohi-
biciones, esa función puede ser n e g a d a , lo q u e da
origen a u n tipo de perplejidad semejante o idén-
tica a la q u e provoca la sugestión hipnótica. Quizá
la hipnosis sea el modelo e x p e r i m e n t a l d e u n fenó-
m e n o q u e se produce n a t u r a l m e n t e e n m u c h a s fa-
milias. E n u n a situación familiar, sin e m b a r g o , los
hipnotizadores (los padres) h a n sido a su vez hip-
notizados (por sus padres) y c u m p l e n las órdenes
de éstos c u a n d o e d u c a n a sus hijos para q u e edu-
q u e n a sus h i j o s . . . de ese modo, q u e i n c l u y e no
darse cuenta de q u e u n o está c u m p l i e n d o instruc-
ciones; y a q u e u n a de las instrucciones es n o pen-
sar q u e a u n o se le h a ordenado o b r a r así. T a l
estado p u e d e ser inducido fácilmente bajo hipnosis.

Podemos decir a alguien q u e sienta algo y q u e


no recuerde q u e se le h a dicho. O, s i m p l e m e n t e ,
decirle q u e es así como siente. O, m e j o r a ú n , decir
a u n tercero, e n presencia de ese alguien, q u e éste
siente de esa m a n e r a .
Bajo hipnosis, el sujeto así lo siente y no sabe
q u e ha sido hipnotizado para q u e lo sienta. ¿En q u é
medida lo q u e sentimos o r d i n a r i a m e n t e n o es
lo q u e se nos ha hecho sentir por medio de la h i p -
R. D.. LAING

nosis? ¿En q u é medida lo q u e somos no es lo q u e


se nos h a llevado a ser por medio de la hipnosis?
Lo q u e usted diga es u n a orden p a r a m í . La rela-
ción e n t r e dos personas puede ser tan poderosa
como para q u e usted se convierta en lo q u e y o , con
u n a m i r a d a , con el tacto, con u n a tos, estoy asu-
m i e n d o q u e es. N o necesito decir n a d a . U n a a t r i -
bución, en el sentido q u e le doy aquí al t é r m i n o ,
puede ser cinética, táctil, olfativa, visual. T a l atri-
bución equivale a u n a orden q u e debe ser obedecida
"ciegamente".
Así, si yo lo hipnotizo a usted, no digo: " L e or-
deno sentir frío". Indico q u e h a c e frío. Usted,
i n m e d i a t a m e n t e , siente frío. Creo q u e m u c h o s n i ñ o s
comienzan en u n estado semejante.
A los niños les indicamos cómo son las cosas y
ellos adoptan posiciones e n el espacio definido p o r
nosotros. Luego p u e d e n optar por convertirse e n
u n fragmento de ese fragmento de sus posibilidades
q u e nosotros les indicamos q u e son.
Lo que les decimos explícitamente es, creo, m e -
nos i m p o r t a n t e .
Lo q u e les indicamos q u e son es, en realidad, u n a
orden sobre cómo r e p r e s e n t a r u n d r a m a . E s decir,
un argumento.
Ser n i ñ o desobediente, por ejemplo, es u n papel
en u n d r a m a familiar d e t e r m i n a d o , d r a m a q u e se
representa sin interrupción. Los padres le dicen al
n i ñ o q u e es desobediente p o r q u e n o h a c e lo q u e se
le ordena. Lo q u e le dicen q u e es es u n a inducción
q u e obra con m u c h o m a y o r fuerza q u e lo q u e le
dicen q u e haga. Así, por m e d i o de la atribución
" E r e s desobediente", le están diciendo en realidad
q u e no haga lo q u e ostensiblemente le dicen q u e
haga. Es probable q u e descubramos q u e las frases
como " E r e s desobediente" son lo m e n o s i m p o r t a n t e .
Es posible q u e descubramos q u e lo q u e i n d u c e al
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 97

niño a comportarse en la forma en q u e lo hace son


señales táctiles, cinéticas, olfativas y visuales, y
q u e esas señales f o r m a n p a r t e de u n a red "secreta"
de comunicaciones q u e n o g u a r d a relación con los
comunicados verbales oficiales.
Esas señales n o le dicen q u e sea desobediente:
definen como desobediencia lo q u e el n i ñ o hace.
E n tal forma, éste se entera de q u e es desobedien-
te y de la manera e n q u e se p u e d e ser desobediente
e n el contexto p a r t i c u l a r de su familia: se trata de
u n a habilidad aprendida. Algunos n i ñ o s tienen u n a
aptitud especial p a r a este aprendizaje.
N o quiero decir q u e sea éste el único m o d o en
q u e u n n i ñ o pueda volverse "desobediente", pero
sin duda es u n o de ellos.
Así:
No: H a z lo q u e te digo q u e debes h a c e r
Sino: H a r á s lo q u e señalo q u e estás haciendo
Ves lo q u e digo q u e ves
No: Sé lo q u e te digo q u e debes ser
Sino: Eres lo q u e señalo q u e eres
El h i p n o t i z a d o r médico sabe lo q u e está hacien-
do; el familiar hipnotizador casi s i e m p r e lo ignora.
Son pocas las veces e n q u e u n p a d r e m e h a hablado
de esa técnica presentándola como u n a estratagema
deliberada.
Lo c o m ú n es q u e los padres se sientan confun-
didos a n t e u n n i ñ o q u e h a c e x c u a n d o se le dice q u e
haga y y se le indica q u e es x.
" S i e m p r e estoy t r a t a n d o de conseguir q u e h a g a
nuevos amigos, pero es m u y tímido. ¿ N o es verdad,
querido?"
" E s muy desobediente. N u n c a h a c e lo q u e le
o r d e n a n . ¿Lo haces, acaso?"
" N o m e canso de repetirle q u e debe ser cuida-
doso, pero es m u y negligente. ¿ V e r d a d q u e lo
eres?"
98 R. D. LAING

4
C u a n d o las indicaciones o a t r i b u c i o n e s y las
ó r d e n e s son c o n t r a d i c t o r i a s , los dos sistemas, A y B,
se p o n e n de manifiesto. C u a n d o todo m a r c h a con
s u a v i d a d e n u n a situación " n o r m a l " , la e s t r u c t u r a
es m e n o s e v i d e n t e , a u n q u e no p r e s e n t a diferencias
esenciales. E n este caso, a d e m á s , lo p r o b a b l e es q u e
a n a d i e le interese conocer el m e c a n i s m o q u e h a c e
q u e las cosas m a r c h e n b i e n :
" E l solo sabe q u é está bien y q u é está m a l : n u n c a
tuve q u e decirle q u e n o hiciera esas cosas."
" L o h a c e sin necesidad d e q u e y o se lo p i d a . "
" S a b e por sí m i s m o c u á n d o es b a s t a n t e . "
El sistema f a m i l i a r q u e funciona sin c o n t r a t i e m -
pos es m u c h o m á s difícil de e s t u d i a r q u e el q u e
tropieza con dificultades.

P o r lo g e n e r a l , c u a l e s q u i e r a q u e sean las cir-


c u n s t a n c i a s , los i n t e n t o s p o r t r a e r a la superficie
el proceso de trasposición del p a s a d o al f u t u r o son

4
Todos los medios de comunicación son aptos para trans-
mitir esas indicaciones (atribuciones) casi hipnóticas. La for-
ma en que se dicen las cosas (paralingüística) más que el
"contenido" del discurso (lingüística). Los movimientos que
empleamos (cinética y paracinética). Y el tacto, el gusto, el
olfato. La cinética ha sido estudiada en forma sistemática y
muy completa durante varios años por el profesor Birdwhis-
tell, del Eastern Pennsylvanian Psychiatric Institute (Insti-
tuto Psiquiátrico de Pennsylvania Este), y sus colaboradores.
Sobre el gusto y el olfato no se han reunido, que yo sepa,
datos en forma sistemática. En la Universidad de Florida el
profesor Jourard ha iniciado un estudio sobre nuestros hábitos
táctiles (Jourard, 1968), pero hasta ahora no ha extendido su
investigación a las familias. El doctor Harry Wiener, del
New York Medical College, ha divulgado una serie de espe-
culaciones muy su gerentes sobre el papel que presumible-
mente desempeñan ciertos mensajeros químicos externos
(MQE) o ectohormonas en la regulación, al menos parcial,
de nuestra conducta social. Sabemos que algunos insectos
logran por este medio una coordinación social compleja; se
ha abierto así un vasto y hasta ahora casi inexplorado campo
de estudios: el de la relación que existe entre las ectohormo-
nas y la conducta social humana (Wiener, 1966, 1967, 1968).
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 99

resistidos e n é r g i c a m e n t e . Si u n m i e m b r o cualquiera
de u n a familia comienza a darse c u e n t a de q u e es
la sombra de u n a m a r i o n e t a , sería u n a m u e s t r a de
b u e n criterio de su p a r t e el q u e t o m a r a toda clase
de precauciones a n t e s d e decidir a q u i é n p a r t i c i p a r
su descubrimiento.
D a r s e cuenta de esas cosas n o es " n o r m a l " . H a y
diversos calificativos psiquiátricos y u n a variedad
no m e n o r de t r a t a m i e n t o s aplicables a quienes in-
c u r r e n e n ello.
Opino q u e m u c h o s adultos (yo e n t r e ellos) están
o h a n estado sumidos, en m a y o r o m e n o r grado, en
u n t r a n c e hipnótico q u e se r e m o n t a a su p r i m e r a
infancia: p e r m a n e c e m o s e n ese estado h a s t a q u e ,
r e p e n t i n a m e n t e despiertos (como hace decir Ibsen
a u n o de sus p e r s o n a j e s ) , descubrimos q u e n u n c a
hemos vivido.
Los intentos por despertar antes de t i e m p o son a
m e n u d o castigados, e n especial p o r quienes m á s nos
a m a n . P o r q u e ellos, benditos sean, están dormidos.
Piensan que la persona q u e se despierta o q u e , a ú n
dormida, c o m p r e n d e q u e lo q u e se tiene por verda-
dero es u n " s u e ñ o " , se está volviendo loca. Cual-
quiera q u e se e n c u e n t r e e n ese estado de transición
es probable q u e se sienta confuso. S e ñ a l a r esa con-
fusión como u n signo de enfermedad es u n a m a -
n e r a rápida de o r i g i n a r u n a psicosis. La persona q u e
advierte q u e "todo esto es u n a pesadilla" t e m e vol-
verse loca. U n psiquiatra q u e declara ser médico
de a l m a s pero q u e m a n t i e n e a la gente d o r m i d a , la
somete a t r a t a m i e n t o por el hecho d e haberse des-
pertado y la vuelve a d o r m i r con m e d i c a m e n t o s
(en forma cada vez m á s eficiente, a m e d i d a q u e
este á m b i t o de la tecnología perfecciona sus ar-
m a s ) , la a y u d a e n realidad a volverse loca.
L a s personas m á s despiertas q u e h e conocido
tienen plena conciencia de todo esto. Son m u y
pocas. N o son n e c e s a r i a m e n t e psicóticos n i intelec-
IDO R. D. LAING

tuales de r e n o m b r e . U n conocido filósofo m e dijo


q u e , a su juicio, n o había salido de ese estado h i p -
nótico inducido e n su infancia hasta pasados los
c i n c u e n t a , c u a n d o y a había escrito la m a y o r p a r t e
de las obras q u e le dieron fama.
La Interpretación de los sueños de F r e u d es
en p a r t e u n relato autobiográfico en el q u e describe
su lucha por librarse de ese envolvente estado de
sueño en el c u a l soñamos nuestros sueños, c u y a
función p r i n c i p a l es, en su opinión, p r e s e r v a r el
sueño, pero q u e p u e d e n ser t a m b i é n la llave maes-
tra q u e nos p e r m i t a p e n e t r a r e n el inconsciente: es
decir, volvernos conscientes.
A continuación p r e s e n t a r é u n ejemplo relativa-
m e n t e simple de proyección o trasposición. Invito
al lector a q u e considere la proyección en función
no sólo de la persona que proyecta (como es h a b i -
tual) , sino t a m b i é n e n función de los posibles efec-
tos sufridos por la persona en quien se proyecta.
¿Qué p u e d e n inducir las proyecciones en las perso-
nas e n quienes se proyecta algo? N a d i e conoce la
respuesta: respuesla y p r e g u n t a , somos nosotros.
F r e u d e x p o n e de este modo u n a visión n a r r a d a
5
por u n a m u j e r de 4 0 años:

Una mañana abrió los ojos y vio en la habitación a su


hermano, aunque, como bien lo sabia, éste se hallaba inter-
nado en un manicomio. Su pequeño hijo dormía en la cama,
a su lado. Para evitar que el niño se sintiera aterrorizado
y sufriera convulsiones a la vista de su tío, le cubrió el rostro
con la sábana, después de lo cual la aparición se desvaneció.
Esa visión era una versión modificada de un recuerdo infan-
til de la dama; y, aunque consciente, se hallaba intimamente
vinculada con todo el material inconsciente de su mente. Su
niñera le había contado que su madre (que murió muy
joven, cuando mi paciente tenía sólo 18 meses) sufría de

5
Freud (1958, t. V, pág. 545).
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 101

convulsiones epilépticas o histéricas y que comenzó a expe-


rimentarlas a causa del terror que sintió cuando su hermano
(el lio de mi paciente) se presentó en ana oportunidad anta
ella disfrazado de fantasma, con la cabeza cubierta por una
sábana. La visión, por consiguiente, contenia los mismos
elementos que el recuerdo: la aparición del hermano, la
sábana, el terror y sus consecuencias. Pero los elementos
habían sido dispuestos en un contexto diferente y transfe-
ridos a otras figuras. (La bastardilla es de Freud.)

E n u n nivel superficial, hay dos conjuntos de


relaciones:

Conjunto A
su n i ñ e r a
su m a d r e
y su tío, el h e r m a n o de su m a d r e
Conjunto B
la m u j e r m i s m a
su hijo
y su h e r m a n o , el tío de su hijo

Bajo la operación de <f> (véase página 94) su


h e r m a n o se le aparece en relación con su hijo,
como (¿según su n i ñ e r a , s e g ú n . . . ?) el h e r m a n o de
su m a d r e se había aparecido (disfrazado de fantas-
m a ) a ésta.
Protege entonces a su hijo(<f>m a d r e ) de su her-
m a n o (<t> t í o ) .

Conjunto A <j> Conjunto B


madre —> hijo
el h e r m a n o -> su h e r m a n o
de su m a d r e (el tío de su hijo)
(su tío)
R. D. I . A I N C

" S u " " m a d r e " es la i m a g e n de la i m a g e n q u e se


había formado su n i ñ e r a de su m a d r e .
¿Qué valor de <¡> podemos inferir q u e ella puede
h a b e r asumido, considerando las transformaciones
q u e se h a n mencionado?
F r e u d c o m e n t a : " E v i d e n t e m e n t e , la causa d e la
visión, o de los pensamientos que ella reemplazaba
(la bastardilla es m í a ) , era el t e m o r d e q u e su pe-
q u e ñ o hijo siguiera los pasos de su tío, con quien
tenía u n g r a n parecido físico."
F r e u d piensa q u e la m u j e r " v e " a su h e r m a n o
" e n " su hijo, q u e t e m e q u e éste se parezca a su tío
d e m e n t e y q u e a esa proyección superpone otra, a
saber, la de su m a d r e tal como la conoció a través
de su n i ñ e r a .
F r e u d ve q u e su paciente ve a su h e r m a n o en su
hijo. La posibilidad de q u e su hijo salga al tío la
atemoriza.
U n n i ñ o cubre su cabeza con u n a sábana p a r a
disfrazarse de fantasma y a t e m o r i z a r a su h e r m a n a .
Esta no se " r e c o b r a " del susto. M á s t a r d e se casa,
tiene u n hijo y u n a hija, y m u e r e . C u a n d o la hija
es adulta y m a d r e de u n hijo v e a p a r e c e r a su h e r -
m a n o ( q u e está i n t e r n a d o en u n hospital psiquiá-
trico) en la pieza donde d u e r m e su pequeño. Como
protección, cubre la cabeza de éste con u n a sábana.
P a r a evitar el terror, la paciente de F r e u d lo
causa al colocar el m a n t o del fantasma sobre la
cabeza de su hijo dormido.
U n d r a m a con fantasmas. La sábana con q u e
cubría su cabeza u n n i ñ o q u e quería asustar a su
h e r m a n a es deslizada sobre la cabeza del hijo de la
hija de su h e r m a n a por u n a sobrina a quien quizá
n u n c a conoció. U n fantasma de u n a historia de la
infancia de su m a d r e n a r r a d a a u n a c r i a t u r a por
su n i ñ e r a aparece en la vida de u n n i ñ o que tiene
a ú n q u e descubrir su pesadilla. La sábana aparta
EL CUESTIONAMIENTO DE LA F A M I L I A 103

de su vista una visión q u e a ú n no h a a p r e n d i d o a


ver.
La visión de la paciente de F r e u d h a c e visible
p a r a nosotros u n p e q u e ñ o fragmento de u n velo
c u y o tejido es la proyección p o r nosotros, desde
nosotros, en nosotros, de nosotros. Nosotros somos
el velo q u e nos impide ver n u e s t r o yo.

C u a n d o estudiamos familias debemos e n f r e n t a r


dos dificultades intrínsecas. P r i m e r o , la escala t e m -
poral. F a m i l i a s (de u n a clase u otra, a u n q u e por
cierto muy diferentes de las n u e s t r a s ) h a n existido,
digamos, d u r a n t e 100.000 años. Sólo podemos estu-
diar d i r e c t a m e n t e u n pequeño sector de la cadena
de las familias: tres generaciones, c u a n d o la suerte
nos favorece. Incluso los estudios que a b a r c a n tres
generaciones son raros. ¿Qué p a u t a s podemos aspi-
r a r a descubrir, c u a n d o sólo podemos investigar
tres de u n total de por lo m e n o s 4000 generaciones?
La segunda dificultad consiste en q u e c u a n t o m á s
armonioso es el funcionamiento de u n a familia,
menos accesible resulta ésta p a r a el investigador.
Podemos d e s a r m a r u n reloj y volverlo a a r m a r .
Podemos i n v e n t a r u n reloj o a p r e n d e r a fabricar-
lo. Podemos descubrir m u c h a s cosas sobre él inter-
firiendo en su funcionamiento. Y así sucesivamente.
De los métodos q u e se e m p l e a n e n ciencias n a t u -
rales p a r a estudiar lo q u e es propio de ellas, son
m u y pocos los q u e podemos utilizar p a r a el estudio
de las familias, e n especial de aquellos aspectos de
las familias q u e h e abordado en m i exposición.
N o podemos a s p i r a r a ver cómo se alza o se baja
el telón de u n d r a m a d e n t r o del cual nacemos. P e r o
hay d r a m a s d e n t r o de otros d r a m a s .
T o m e m o s u n pedazo cualquiera de papel. Dibu-
jemos algo en él. A r r u g u é m o s l o . M a t e m á t i c a m e n t e
es posible expresar con precisión de q u é m a n e r a
101 R. D. LAING

se asemejan y se diferencian las p a u t a s lisas y


arrugadas.
C u a n t o m á s a fondo se estudian las familias, m á s
evidente resulta el hecho de q u e las p a u t a s tras-
cienden las generaciones. Se t r a n s f o r m a n . N a d i e ,
q u e yo sepa, h a descubierto si esas p a u t a s y sus
transformaciones pueden ser expresadas e n lo q u e
se conoce hoy por t é r m i n o s matemáticos. Es com-
prensible. Nosotros mismos, todos nosotros, somos
los elementos de la p a u t a q u e estamos t r a t a n d o de
discernir. Las p a u t a s familiares n o están dispuestas
a n t e nosotros como las estrellas e n el cielo.
Notas dotadas de u n a comprensión q u e sólo les
p e r m i t e e n t r e v e r la existencia del acorde del q u e
son elementos. Quizá p u e d a n , i n t e r p r e t a n d o sus vi-
braciones, c o m e n z a r a inferir algo e n y m á s allá
de sí m i s m a s . A esto l l a m a m o s m ú s i c a ; y la música
desdeña ser oída por las notas q u e la f o r m a n .
Representamos papeles e n u n d r a m a q u e n u n c a
h e m o s visto n i leído, c u y o a r g u m e n t o n o conoce-
mos, c u y a existencia podemos e n t r e v e r , pero del
q u e el comienzo y el fin están m á s allá de n u e s t r a s
posibilidades actuales de i m a g i n a c i ó n y concepción.
OPERACIONES

El m u n d o , según Hegel, es " u n a u n i d a d de lo


dado y lo i n t e r p r e t a d o " . Es difícil d e t e r m i n a r q u é
es lo " d a d o " y cuáles n u e s t r a s " i n t e r p r e t a c i o n e s " .
U n modo de lograrlo es c o m p a r a r las m a n e r a s en
q u e los h o m b r e s e x p e r i m e n t a n el m u n d o e n dife-
rentes épocas y lugares, o incluso e n u n a m i s m a
época y lugar. Todos h e m o s sentido sorpresa y
hasta incredulidad c u a n d o , al t e n e r a n u e s t r o al-
cance por p r i m e r a vez los datos de la antropología,
comprobamos lo a m p l i a s q u e son las diferencias
q u e s e p a r a n esas m a n e r a s de e x p e r i m e n t a r l o .
N o conocemos e n detalle la forma e n q u e se llega
a ese resultado. Podemos decir con certeza q u e los
niños n o n a c e n e x p e r i m e n t a n d o el m u n d o del mis-
m o modo e n q u e lo h a c e n los adultos e n u n a cul-
tura d e t e r m i n a d a .
I n t e r p r e t a n lo " d a d o " original e n la m i s m a for-
m a e n q u e nosotros, los adultos, lo hicimos a l g u n a
vez, a u n q u e lo h a y a m o s olvidado. El estudio de las
experiencias de la p r i m e r a infancia es m u y difícil:
los niños no p u e d e n decirnos e n n u e s t r o lenguaje
q u é e x p e r i m e n t a n y nosotros, con frecuencia, n o
podemos recordar.
N u e s t r a experiencia de adultos es el producto
m u y complejo de m u c h o s procedimientos.
Las leyes q u e g o b i e r n a n n u e s t r a experiencia son,
creo, t a n t o n a t u r a l e s como sociales. E n u n cierto
nivel de comprensión, distinguimos e n t r e leyes n a -
turales y sociales.
106 R. D. LAING

"El Universo mesopotámico no consistía en materia inerte:


toda piedra, todo árbol, todo objeto concebible era un ser con
voluntad y carácter propios; a causa de ello estaba. . . asen­
tado en la autoridad; sus miembros, además, obedecían vo­
luntaría y automáticamente órdenes que los hacían actuar
como debían. Llamamos a esas órdenes leyes de la natura­
leza." «

C u a n t o m á s " p r o f u n d a m e n t e " i m p l a n t a d a s están


las leyes sociales, c u a n t o m á s " d u r a m e n t e progra­
m a d a s " o " e n c u r t i d a s " están e n nosotros, t a n t o
m á s " n a t u r a l e s " llegan a p a r e c e m o s . E n realidad,
si alguien viola u n a de esas leyes " p r o f u n d a m e n t e "
i m p l a n t a d a s , nos sentimos inclinados a calificar de
" a n t i n a t u r a l " su conducta.
A continuación m e n c i o n a r é algunos rasgos apa­
r e n t e m e n t e " n a t u r a l e s " de la experiencia contem­
poránea, q u e a d q u i r i m o s a m u y corta edad.
I n t e r p r e t a m o s lo dado en función de distinciones,
conforme a reglas. Sometemos n u e s t r a experiencia
a operaciones, con el propósito de a c a t a r las reglas.
Por medio de esas operaciones, de acuerdo con las
reglas, en función de las distinciones, se e n g e n d r a
u n producto.
H a c e m o s distinciones, pero esas distinciones n o
están y a formuladas y a n u e s t r a disposición c u a n d o
nacemos.
Supongo q u e h a y u n conjunto de distinciones
primitivas en función de las cuales i n t e r p r e t a m o s
lo q u e se presenta a n t e nosotros, y q u e n u e s t r a s
p r i m e r a s experiencias diferenciadas son el p r i m e r
producto de n u e s t r a s interpretaciones m á s primiti­
vas y de lo dado virgen. Posteriormente ese pro­
ducto parece ser dado. C o m p a r a d a con n u e s t r a
experiencia de adultos, esa experiencia " o r i g i n a l "

• Profesor Thorkild Jacobsen, citado en Hooke (1962,


pág. 78).
EL CUESTIONAMIENTO DE LA F A M I L I A 107

es " v i r g i n a l " o inocente. Toda experiencia m e -


diante la cual lo dado es objeto de a l g ú n tipo de
distinción, no es inocente n i dada, a u n q u e pueda
parecerlo. Somos libres de aplicar nuestros califica-
tivos de distintos modos, pero n u e s t r o conjunto
de calificativos está t a n d e t e r m i n a d o p a r a nosotros
como los fonemas (unidades de sonido) de n u e s t r o
lenguaje.
Supongo q u e esas distinciones son a d q u i r i d a s , y
a d q u i r i d a s a u n a edad t e m p r a n a .
U n conjunto de distinciones primitivas son for-
madas.
La formación de ese conjunto y las operaciones
a q u e se lo somete son gobernadas por reglas.
Creo q u e al a ñ o del n a c i m i e n t o h a n llegado a
formarse, e n t r e otras, las distinciones siguientes:

1. dentro y fuera
2. placer y dolor, agradable-desagradable
3. real y n o real
4. bueno y malo
5. y o y no y o
6. a q u í y allá
7. entonces y ahora.
P a r a nuestros fines carece de i m p o r t a n c i a deter-
m i n a r a q u é edad se d o m i n a n esas distinciones o,
incluso, si las distinciones son ésas u otras. Ciertas
distinciones llegan a ser hechas, de u n modo u otro,
e n u n m o m e n t o u otro: esas distinciones n o existían
a n t e r i o r m e n t e . Con esas distinciones operamos en
la materia prima de lo dado. N u e s t r a experiencia
es u n producto formado de acuerdo con u n a receta,
con u n conjunto de reglas sobre q u é distinciones
debemos hacer, c u á n d o , dónde, respecto de qué. Las
reglas m i s m a s son distinciones e n acción. Continua-
m e n t e llevamos a cabo operaciones e n t r e distincio-
nes y a establecidas, de acuerdo con reglas adicio-
nales.
108 R. D. LAING

Divido m i experiencia e n dentro-fuera; real-


irreal; b u e n o y m a l o ; y o y n o y o ; a q u í y allá;
ahora y entonces; lo e n c u e n t r o a g r a d a b l e o penoso.
Supongamos q u e d e n t r o - y o - a q u í - a h o r a - b u e n o -
real-agradable se aplican al m i s m o sector. P u e d e n
p e n s a r q u e soy afortunado. Eso n o significa q u e si
todo lo q u e soy y o es b u e n o , todo lo q u e es r e a l sea
y o ; n i q u e por estar y o aquí-ahora, n o p u e d a h a b e r
estado allá-entonces. P e r o tengo, sí, u n a " i d e n t i ­
d a d " q u e es a l t a m e n t e valorada e n n u e s t r a c u l t u r a .
Yo-irreal-malo-aquí-dentro-ahora-dolor no es infre­
cuente.
U n a de las distinciones f u n d a m e n t a l e s es la q u e
expresan los términos a d e n t r o y afuera. Es imposi­
ble pensarla d u r a n t e largo tiempo independiente­
m e n t e de las otras distinciones q u e hacemos: es­
ta distinción (al igual q u e las d e m á s ) opera con
otras distinciones de acuerdo con las reglas q u e ri­
gen sus combinaciones. La distinción e n t r e adentro-
y-afuera se aplica a casi todas las facetas de la expe­
riencia. M e es casi imposible no h a c e r esa distin­
ción. M u y r a r a s veces la dejo de lado. Sugiero al
lector las siguientes acciones:

I) t r a g u e la saliva q u e h a y e n su boca
II) sorba a g u a de u n vaso y tragúela
III) escupa e n el vaso y t r a g u e la escupida j u n t o
con el a g u a
IV) sorba u n poco de agua, vuélvala al vaso,
sórbala de nuevo y tragúela.

Quizás el lector p u e d a c u m p l i r sin incomodarse


las cuatro operaciones, pero h a y m u c h a gente q u e
no puede hacerlo por c u a n t o la tercera y la c u a r t a ,
e n especial, le r e s u l t a n r e p u g n a n t e s .
Sentimos q u e h a y u n a diferencia e n t r e la saliva
q u e se e n c u e n t r a dentro de n u e s t r a boca y esa mis-
EL CUESTIONAMIENTO D E I.A F A M I L I A 109

m a saliva c u a n d o ha sido a r r o j a d a fuera u n o s pocos


centímetros.
L a diferencia se a c e n t ú a c u a n d o lo q u e se ubica
d e n t r o o fuera son excrementos.
Nosotros nos sentimos d e n t r o de u n saco de piel:
lo q u e se halla fuera del saco es no-nosotros. Yo-
a d e n t r o . N o yo-afuera.
E n m o m e n t o s de éxtasis (cópula, inanición, audi-
ción de m ú s i c a , fiebre alta) la distinción se a n u l a .
Pocos son los q u e n o h a n e x p e r i m e n t a d o esa a n u l a -
ción, pero pocos, t a m b i é n , e n m i concepto, los q u e
la h a n e x p e r i m e n t a d o a m e n u d o o por largo tiempo.
Esos m o m e n t o s son excepciones privilegiadas. E n
circunstancias n o r m a l e s la distinción e n t r e lo in-
terno y lo externo es u n a de las q u e , c o m b i n a d a s
con otras distinciones según reglas de u n a sintaxis
de la experiencia, c o n t r i b u y e n a d a r n o s la sensa-
ción de q u e n u e s t r a experiencia tiene sentido. Per-
tenece al orden sociofamiliar, n o al o r d e n n a t u r a l .
Sin e m b a r g o , la sintaxis del sentido c o m ú n es t a n
oscura como obvia. E n u n a ciudad m o d e r n a quizá
prefiramos d a r por sentado q u e yo estoy d e n t r o de
m i piel y fuera de la t u y a , y q u e t ú estás d e n t r o
de tu piel y fuera de la m í a .
P e r o s u r g e n dificultades. " Y o " estoy d e n t r o de
m i piel, pero puedo e x p e r i m e n t a r como e x t e r n o lo
q u e está dentro de m í y todo lo q u e y o n o soy p o r
dentro. ¿Dónde estoy, entonces? ¿No del todo den-
tro de algo? ¿No del todo fuera de algo? ¿ D e n t r o
de q u é quiero estar? ¿ F u e r a de q u é quiero estar?
¿Qué quiero q u e h a y a d e n t r o de m í ? ¿Qué quiero
q u e h a y a fuera de m í ? ¿Quiero q u e lo q u e está den-
tro de m í esté dentro? ¿Quiero q u e lo q u e está fuera
de m í esté dentro? ¿Siento dentro de m í lo q u e está
fuera? ¿Es lo q u e está d e n t r o de m í lo q u e y o desea-
ría q u e estuviera fuera? ¿Es lo q u e está fuera de
m í lo q u e y o desearía q u e estuviera dentro? Quizá
pueda hacer u n cambio. P o r medio de la proyec-
R. D. LAING

ción, llevar fuera lo q u e está d e n t r o de m í . P o r


medio de la introyección, llevar d e n t r o lo q u e está
fuera d e m í . Asi m e h e dado vuelta a m í m i s m o de
a d e n t r o p a r a afuera y de afuera p a r a dentro. Pero,
a pesar de ese cambio, a ú n puedo e x p e r i m e n t a r lo
i n t e r n o como externo y lo e x t e r n o como i n t e r n o .
I n t r o d u z c a m o s ahora la distinción e n t r e b u e n o y
m a l o . Supongamos q u e m i interior era m a l o y que,
por medio de la proyección, lo h e puesto fuera. M i
interior m a l o , ahora afuera, m e persigue. O sino
supongamos q u e quiero sacar fuera lo q u e yo soy
por dentro. Difícil, sin descubrir q u e tengo lo q u e
yo era por dentro, d e n t r o de m í . Dudosa mejora.
Si estoy lleno de cosas b u e n a s e n m i interior, pue-
den s e r m e robadas por los q u e carecen de ellas. Si
las pongo fuera, quedo vacío de cosas b u e n a s y p a r a
a p r o v i s i o n a r m e de ellas deberé r e c u r r i r al exterior.
La tentativa d e e n c o n t r a r u n a combinación estable
y satisfactoria e n t r e bueno-malo, vacio-lleno, den-
tro-fuera, yo-no y o p u e d e i n s u m i r u n a g r a n canti-
dad de energía y ello m e h a r á sentir exhausto,
vacío por d e n t r o y por fuera. S u p o n g a m o s q u e aña-
dimos las distinciones e n t r e real e irreal, verdadero
y falso, a esta d a n z a infernal: ser real es ser a u t é n -
tico y ser irreal es ser falso. Debo evitar ser irreal,
pero si estoy dentro de la realidad, ésta puede estar
fuera, y si estoy y a vacío por dentro, puedo hallar-
m e en peligro de ser vacío, irreal, falso y m a l o . Sin
e m b a r g o , y o quiero ser a c a b a d a m e n t e r e a l , verda-
dero y bueno. H a g a m o s otro cambio. I n m e d i a t a -
m e n t e son Ellos los que son falsos, vacíos y malos.
Pero no todos p u e d e n h a l l a r sosiego r e c u r r i e n d o
a ese procedimiento. S u p o n g a m o s q u e ser real es
estar dentro de la realidad. Lo externo, sin e m b a r -
go, es irreal, por c u a n t o h e puesto la realidad den-
tro de m í . T r a t e m o s , entonces, de poner dentro lo
externo n u e v a m e n t e ; h a g a m o s real a lo interno,
pleno a lo real y verdadera a la plenitud. Entonces
ELCUESTIONAMIENTODEI.A F A M I L I A 111

seré bueno p o r q u e estoy lleno de algo, p e r o también


m a l o p o r q u e n o estoy lleno d e m í m i s m o , lo q u e
m e hace irreal. P e r o , ¿no podemos distribuir las
cosas e n forma m á s pareja?
¿No h a y acaso realidad bastante p a r a todos?
Veamos: lo q u e está d e n t r o de m í es real y lo q u e
está dentro de ellos es real. L o externo es real y y o
estoy dentro de la realidad y la realidad está dentro
de mí. ¿Dónde está, entonces, la irrealidad? La
irrealidad n o existe y n o merece existir.
Nosotros, nuestra familia, las familias q u e in-
cluye n u e s t r a familia, nuestra escuela, n u e s t r a igle-
sia, nuestra ciudad, n u e s t r a provincia, n u e s t r o país,
n u e s t r o televisor, n u e s t r a s tazas, platos y vitrinas
y n u e s t r a tía Josefina son reales. Y verdaderos. Po-
demos confiar en ellos y ellos e n nosotros. N u e s t r a
vida es plena. El m u n d o se asoma a n u e s t r a ciudad,
y si a veces obramos m a l , hacemos c u a n t o podemos.
N o deseamos el m a l a nadie. Somos. Y aquellos p a r a
quienes nosotros n o existimos, n o existen, y en
cuanto de nosotros d e p e n d a , n o existirán.
P o r q u e debemos defender la realidad contra el
vacío, el e n g a ñ o y la m a l d a d de la Irrealidad. Ese
es el objetivo de n u e s t r a lucha. Defender lo real de
lo irreal, lo verdadero de lo falso, la vida plena de
la vida vacía, lo bueno d e lo m a l o . Lo q u e es, de lo
q u e n o es.
Pero, entonces, ¿de q u é nos estamos defendiendo?
¿De n a d a ? ¡Oh, no! El peligro, la a m e n a z a , el ene-
migo, Ellos, son m u y reales. P o r consiguiente,
debemos r e c o m e n z a r . . .
Ellos Son Reales. Son peligrosos, p o r q u e son.
M i e n t r a s sean, estaremos en peligro. P o r lo tanto,
debemos destruirlos. Y si debemos destruirlos, ellos
deben destruirnos a nosotros p a r a i m p e d i r q u e los
destruyamos, y nosotros debemos destruirlos antes
a ellos para evitar q u e nos d e s t r u y a n antes de q u e
los h a y a m o s destruido p a r a n o d a r l u g a r a q u e nos
R D. LAING

d e s t r u y a n antes a n o s o t r o s . . . y eso es lo q u e esta­


mos t r a t a n d o de h a c e r .
Ellos p u e d e n parecer irreales e inexistentes, o
existir y parecer reales, o existir y parecer irreales,
o n o existir y parecer reales. Existen p a r a ser des­
truidos y son destruidos p a r a ser reinventados.
No debemos preocuparnos si n u e s t r a lucha con­
tra Ellos produce bajas m u y elevadas. S i e m p r e ha­
brá m á s en el l u g a r de donde provienen: nuestro
interior.
D a d a s n u e s t r a s distinciones y n u e s t r a s reglas,
tenemos q u e trabajar p a r a n o r m a l i z a r n u e s t r a ex­
periencia. N u n c a lo lograríamos si n o fuéramos
capaces de someterla a u n conjunto adicional d e
operaciones, de las cuales y a h e m o s m e n c i o n a d o
algunas. El psicoanálisis engloba a la m a y o r í a bajo
la denominación de " m e c a n i s m o s de defensa".

Negación
Es u n a de las m á s sencillas. " L a s cosas son a s i "
se t r a n s f o r m a en " L a s cosas no son así". P o r
ejemplo: "Estoy celoso" se t r a n s f o r m a en "No
estoy celoso".
Disociación
U n conjunto es dividido e n dos subconjuntos.
C u a n d o la disociación es completa, n o se pro­
duce n i n g ú n intercambio e n t r e los subconjun­
tos.
Desplazamiento
P o r ejemplo: Siento enojo contra T o m á s , en
lugar de sentirlo contra Ricardo. Vuelvo a casa
y la " e m p r e n d o " con m i esposa a causa de lo
q u e siento por el jefe.
Escotomización
No veo lo q u e n o quiero ver.
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 113

Sustitución
Veo otra cosa e n su l u g a r .
Proyección
Traspongo lo i n t e r n o a lo externo.
Introyección
T r a s p o n g o lo e x t e r n o a lo i n t e r n o .
Racionalización
M e doy u n pretexto.
Represión
Es olvidar algo y olvidarse de q u e se lo h a
olvidado.
Regresión
Retroceder.
Identificación
Dos subconjuntos diferentes son considerados
como u n o solo.
Tergiversación
Definición errónea de los problemas.
Reversión
" L o odio" se revierte e n " E l m e odia".

E n las obras de psicoanálisis se describen m u c h a s


otras, e n t r e ellas la inversión, la formación reac­
tiva, el aislamiento, la reduplicación, el volverse
contra sí m i s m o , la anulación, la idealización y la
desrealización.
Sobre este t e m a no se h a escrito a ú n u n a obra
definitiva. La lista actual n o se h a l l a bien clasifi­
cada, y a q u e a l g u n a s de esas " d e f e n s a s " son sim­
ples y otras compuestas por dos o m á s operaciones
R. D. laing

simples. L a forma en q u e el tenia h a sido t r a t a d o


en las obras especializadas no contribuye a facilitar
su estudio: h a y superposición e n las connotaciones
de diversos t é r m i n o s ; los autores d a n a veces dis-
tinto significado a u n m i s m o t é r m i n o ; las obras
están redactadas en tres idiomas principales: ale-
m á n , inglés y francés, lo q u e da l u g a r a p r o b l e m a s
de traducción. Las teorías de F r e u d sobre esta y
otras cuestiones evolucionaron y se modificaron a
lo largo de m á s de 4 0 años.
Las operaciones i m p o n e n restricciones adiciona-
les al producto. " B o r r a n " y s u s t i t u y e n lo q u e se
halla de a c u e r d o con las reglas, y lo h a c e n confor-
m e a reglas q u e las gobiernan a ellas m i s m a s .
C u a n d o n o h a y inconveniente en q u e la experien-
cia ( E ) sea agradable, como t a m b i é n c u a n d o la
experiencia debería ser agradable, es sometida a
u n a operación c u y a finalidad es hacerla m á s agra-
dable en apariencia. P e r o c u a n d o las reglas n o lo
p e r m i t e n o no lo exigen, c u a n d o el placer está pro-
hibido o es desdeñado, el " p l a c e r " es entonces sacri-
ficado a otros valores q u e o c u p a n u n l u g a r m á s alto
en la j e r a r q u í a .
La m a y o r í a de las operaciones a q u e se somete
a E son a su vez sometidas a operaciones p a r a vol-
verlas, como se dice c o m ú n m e n t e , "inconscientes".
Sólo c u a n d o conseguimos n e u t r a l i z a r esas operacio-
nes q u e se c u m p l e n respecto de otras operaciones
logramos q u e las operaciones q u e i m p o n e m o s a E
se conviertan en elementos de E susceptibles d e ser
examinados. C u a n d o ello n o es posible, debemos
inferirlos. Esa inferencia acerca de su existencia
puede ser también bloqueada por operaciones como
la negación y la escotomización.
Las operaciones impuestas a la experiencia d e las
q u e venimos h a b l a n d o no son, por lo general, expe-
r i m e n t a d a s . Es t a n poco frecuente q u e ello o c u r r a
q u e , si no m e h u b i e r a acontecido sorprenderlas en
EL CUESTIONAMIENTO DE LA FAMILIA 115

acción a l g u n a s veces y e n t e r a r m e de q u e a otros


les h a ocurrido lo m i s m o , m e sentiría inclinado a
pensar que, en su esencia, no son elementos de la
experiencia. Es r e l a t i v a m e n t e fácil c o m p r o b a r en
otros el proceso. Ello m e i n d u c e a sostener q u e h a y
u n a operación o u n a clase d e operaciones que
actúan sobre nuestra experiencia de nuestras ope-
raciones con el fin de excluirlas de n u e s t r a expe-
riencia. T a l e s operaciones a c t ú a n de a.lgún modo
sobre la experiencia q u e tenemos de ellas, en forma
tal q u e n o e x p e r i m e n t a m o s ni n u e s t r a s p r i m e r a s
operaciones ni las operaciones q u e e x c l u y e n a éstas
de n u e s t r a experiencia. Esto es p a r t i c u l a r m e n t e
claro e n el caso d e la represión.
A los 13 años t u v e u n a experiencia m u y molesta.
No voy a molestarlos explicando e n detalle en q u é
consistió. Dos m i n u t o s después m e sorprendí a m í
m i s m o e n el proceso d e excluirla de m i m e n t e . Ya
la había olvidado en g r a n p a r t e . P a r a ser m á s
exacto, estaba e n c a m i n o de p o n e r p u n t o final a
la operación olvidando q u e la había olvidado. C u á n -
tas veces había hecho lo m i s m o a n t e r i o r m e n t e , n o
sabría decirlo. Quizá m e h a y a ocurrido m u c h a s
veces, p o r q u e n o puedo recordar m u c h a s experien-
cias embarazosas anteriores a ésa y no g u a r d o m e -
moria de n i n g ú n acto de olvidar q u e estaba olvi-
d a n d o cumplido antes de los 13 años. Estoy seguro
de q u e ésa n o fue la p r i m e r a vez, n i tampoco la
ú l t i m a , e n q u e r e c u r r í a semejante a r t i m a ñ a ; pero
la m a y o r í a de esos acontecimientos están a ú n ,
según creo, t a n eficientemente reprimidos, q u e h e
olvidado incluso haberlos olvidado.
E n eso consiste la represión. N o es u n a operación
simple. Olvidamos algo. Y olvidamos q u e lo h e m o s
olvidado. Después de eso, y en lo q u e a nosotros
concierne, n o h a y n a d a q u e h a y a m o s olvidado.
U n a operación de represión c l a r a m e n t e definida
lleva a cabo u n a intercepción, de modo t a l q u e :
116 R. D. LAING

a ) olvidamos X
b) no tenemos conciencia de q u e h a y u n X q u e
hemos olvidado
c) n o tenemos conciencia de q u e h e m o s olvi­
dado X
d ) no tenemos conciencia de q u e n o tenemos
conciencia de q u e hemos olvidado q u e h e m o s
olvidado X .

La represión es la aniquilación, n o sólo desde el


recuerdo, sino t a m b i é n del recuerdo de u n a p a r t e
de E , junto con la aniquilación de la experiencia
de la operación. Es el producto de por lo m e n o s tres
operaciones.
Si consideramos u n ejemplo r e a l c u a l q u i e r a de
a l g u n a operación, descubrimos q u e es casi imposi­
ble h a l l a r u n ejemplo p u r o de u n a operación sin­
g u l a r aislada. Ello era de prever. El hecho de q u e
u n a c r i a t u r a m u e v a todos los dedos de u n a m a n o
al m i s m o tiempo, n o significa q u e n o tenga cinco
dedos. Las operaciones de negación y desplaza­
m i e n t o d a n l u g a r a u n producto c o m ú n . " L a culpa
n o es mía. Es t u y a . " L a negación y el desplaza­
m i e n t o p u e d e n ser el equivalente de la proyección.
La satisfacción de deseos y la idealización son
operaciones q u e implican proyección y negación.
T o d a proyección i n c l u y e cierto grado d e negación
de la a m p l i t u d (range) de E. Soy desdichado. No
soy desdichado ( n e g a c i ó n ) . No estoy n e g a n d o
q u e soy desdichado (negación de la n e g a c i ó n ) .
Considero q u e la función principal de todas esas
operaciones es lograr la producción y subsistencia
de la E q u e se desea, o al m e n o s se tolera, en la
familia, en especial p o r p a r t e de la familia.
Las operaciones q u e h e m e n c i o n a d o son opera­
ciones q u e i m p o n e m o s a n u e s t r a propia experien­
cia. Las h a c e n las personas p a r a si m i s m a s . P e r o
serían innecesarias si las reglas de la familia n o las
EL C U E S T I O N A M I E N T O DE LA FAMILIA 11 7

exigieran, e ineficaces sin la cooperación de los


d e m á s . L a negación es exigida p o r los d e m á s : es
p a r t e de u n sistema transpersonal de colusión por
el cual obramos d e acuerdo con los d e m á s y éstos
con nosotros. R e p r e s e n t a r la "familia feliz", por
ejemplo, no sería posible si n o h u b i e r a colusión.
I n d i v i d u a l m e n t e , soy desdichado. Lo niego a mi
mismo. Niego a mi mismo y a los d e m á s q u e esté
n e g a n d o algo. Los d e m á s deben proceder igual.
Debo h a c e r m e cómplice de su negación y compli-
cidad, y ellos deben hacerse cómplices d e las m í a s .

De modo que somos una familia fejiz y no tenemos


secretos entre nosotros.
Si somos desdichados/debemos mantenerlo en secreto/
y somos desdichados por tener que mantenerlo en secreto
y desdichados por tener que mantener en secreto/el hecho/
de que tenemos que guardarlo como un secreto
y porque estamos manteniendo todo eso en secreto.
Pero, como somos una familia feliz, comprenderán ustedes
7
que el problema no se plantea.

La represión de g r a n p a r t e de la sexualidad in-


fantil es aprobada, el acto de la represión es negado,
y la represión, su aprobación y la negación de la
represión son negadas. N a d a h a ocurrido. " N o sé
de q u é m e h a b l a . " ¿Quién oyó h a b l a r j a m á s , por
ejemplo, de q u e u n n i ñ o b u e n o , luego u n a d u l t o
n o r m a l , h a y a deseado en circunstancia alguna chu-
p a r el p e n e de su p a d r e ? E s p e r f e c t a m e n t e n o r m a l
que a d e t e r m i n a d a edad u n o h a y a deseado c h u p a r
el pecho de su m a d r e . Sin e m b a r g o , es e n general
preferible n o relacionar el pecho de la m a d r e con
el de u n a amiga o, p a r a u n a m u j e r , el pecho feme-
n i n o con los genitales d e u n amigo. Lo m á s p r u -
d e n t e , e n general, es m a n t e n e r esos conjuntos de

1
Para un mayor desarrollo del tema, véase Laing (1970).
118 R. D . LAING

relaciones en c o m p a r t i m i e n t o s separados (disocia­


ción) y reprimir, p a r a asegurarse u n m a r g e n ma­
y o r de seguridad, todos los deseos infantiles cuando
éstos sean demasiado "perversos", puesto q u e son
anteriores a la c o m p a r t i m e n t a c i ó n y la represión,
etcétera, y negar la existencia de tales operaciones,
y n e g a r a d e m á s esa negación. El producto al q u e
se llega es el resultado de m u c h a s reglas, sin las
cuales n o podría surgir o subsistir. A d m i t i r las
reglas, sin e m b a r g o , sería a d m i t i r lo q u e las reglas
y operaciones t r a t a n de volver inexistente.
Se espera de u n o q u e sea capaz de e x p e r i m e n t a r
pasión después de casado, pero n o q u e la h a y a expe­
r i m e n t a d o e n exceso ( m e n o s a u n , q u e se h a y a de­
jado a r r a s t r a r por ella) m u c h o tiempo antes. Si
esto es demasiado difícil, u n o debe fingir p r i m e r o
q u e n o siente la pasión q u e r e a l m e n t e siente y
a l a r d e a r luego de u n a pasión q u e e n realidad no
siente y s i m u l a r q u e ciertos m o v i m i e n t o s apasio­
nados d e resentimiento, odio o envidia son irreales,
no se h a n producido o son otra cosa. Ello r e q u i e r e
realizaciones falsas, desrealizaciones falsas y u n
pretexto (racionalización). Después de este holo­
causto casi total de la experiencia e n el altar de la
conformidad, es probable q u e nos sintamos algo
vacíos. P e r o podemos t r a t a r de l l e n a r ese vacío con
dinero, artículos de consumo, posición, respeto,
a d m i r a c i ó n , o con la envidia q u e nos provoca el
éxito económico, profesional o social de nuestros
colegas. Todo eso, m á s u n repertorio de distraccio­
nes p e r m i t i d a s u obligatorias, sirve p a r a distraernos
de n u e s t r a propia distracción. Y si nos h a l l a m o s
recargados de trabajo, demasiado tensos, podemos
refugiarnos e n líneas de defensa adicionales incues­
tionablemente lícitas: podemos degustar m i x t u r a s ,
narcóticos, estimulantes, sedantes o t r a n q u i l i z a n t e s
q u e nos d e p r i m a n a u n m á s , hasta el p u n t o de im­
pedirnos c o m p r e n d e r lo deprimidos q u e estamos, y
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 119

nos a y u d e n a excedernos en la comida y el sueño.


Y m á s allá de eso h a y todavía otras líneas de defen-
sa, q u e llegan hasta los electroshocks, hasta la solu-
ción final (o casi) q u e consiste p u r a y s i m p l e m e n t e
en remover partes del cuerpo culpable, en especial
del sisti'ina nervioso central. Esta ú l t i m a solución,
sin e m b a r g o , sólo es necesaria cuando la lobotomía
social normal n o da resultado y la lobotomía quí-
mica fracasa i g u a l m e n t e .
N o puedo i m a g i n a r otro modo de obtener u n pro-
ducto " n o r m a l " a p a r t i r de la sustancia de nuestro
y o originario q u e no sea ése: u n a vez q u e llegamos
a nuestra m a t r i z de distinciones, tenemos reglas
para combinarlas y dividirlas en conjuntos y sub-
conjuntos. El producto " n o r m a l " requiere q u e esas
operaciones sean negadas. Nos gusta la comida pre-
sentada con elegancia a n t e nosotros, pero no q u e r e -
mos oír h a b l a r de las fábricas en q u e se procesa a
los animales, de los m a t a d e r o s , n i de lo q u e ocurre
en la cocina. N u e s t r a s ciudades son n u e s t r a s fábri-
cas; familias, escuelas e iglesias, los m a t a d e r o s ;
universidades y otros lugares, las cocinas. E n nues-
tra vida de adultos, e n el m a t r i m o n i o y los nego-
cios, consumimos el producto.
REGLAS Y METARREGLAS

P o r lo general t e n e m o s plena conciencia de


n u e s t r a s distinciones, pero n o , en el m i s m o grado,
de q u e las hacemos. Las operaciones a q u e somete-
mos a E no son por lo c o m ú n e x p e r i m e n t a d a s . Sin
e m b a r g o , es con su a y u d a q u e la m a y o r í a de nos-
otros da cuerpo a todo u n m u n d o de elecciones. Con
g r a n trabajo, u n deseo es:
I ) negado
I I ) r e e m p l a z a d o por u n t e m o r q u e provoca u n a
pesadilla que es
I I I ) negada y
I V ) disimulada tras u n a fachada.
(Negación, r e e m p l a z o , negación, r e e m p l a z o : pro-
ceso r e l a t i v a m e n t e simple e n cuatro etapas.)
Tales operaciones p u e d e n ser exigidas. L a pro-
yección y su negación son exigidas. Es obligatorio
proyectar lo m a l o en el E n e m i g o , sea q u i e n sea; y
es obligatorio n e g a r q u e se t r a t a de u n a proyección.
Podemos t r a z a r u n m a p a de proyecciones que
a b a r q u e el cosmos en su totalidad y señalar en él
con sombreado o con color q u é debe y q u é n o debe
proyectarse en cada región: u n m a p a frente a otro
mapa.
Consideremos el ejemplo m á s sencillo. Supon-
gamos q u e en cada región rige u n a n o r m a sobre lo
bueno y lo m a l o . Supongamos q u e los valores asig-
nados a las distintas regiones son: b u e n o ( + ) ,
F.L C U E S T I O N A M J E N T O D E LA FAMILIA 121

m a l o ( — ) , optativo ( + o — ) y n e u t r a l ( 0 , n i +
ni—).
Se dice que h a y u n tiempo y l u g a r apropiados
para cada cosa. E n el hogar:
1. No debemos e c h a r e n el inodoro el collar de
perlas de n u e s t r a m a d r e .
2. H a y algo q u e debemos e c h a r e n el inodoro,
y solamente allí.
3. No debemos acostarnos con los zapatos pues­
tos.
4. Debemos cepillarnos los dientes antes de ir a
dormir.
5. No debemos despedir gases c u a n d o estamos
e n la mesa, etc.
Tales reglas tienden a ser precisas y estrictas.
Las reglas q u e rigen los valores con q u e dotar al
cosmos p u e d e n t a m b i é n ser estrictas.
H a y tiempos, lugares y personas p a r a
1. valor + ( b u e n o ) .
2. valor — ( m a l o ) .
3. valor -f- o — (optativo).
n
4. valor n i + i — ( 0 ) ( n e u t r a l ) .
(las estrellas n o deben ser consideradas ni bue­
nas n i m a l a s ) .
Cabe a g r e g a r u n a q u i n t a categoría de regiones
q u e p u e d e n ser vistas como b u e n a s ( + ) , m a l a s
( — ) , optativas ( + o — ) o n e u t r a l e s ( 0 ) . Son m u y
pocas.
Si h a y perfecta coincidencia e n t r e los valores
proyectados en y asignados a u n estrato (range)
todo está en el tiempo y l u g a r q u e le corresponde.
En ese conjunto de problemas n o h a y violación de
las reglas y n o cabe sentir culpa o ansiedad por tal
causa.
C u a n d o los valores positivos son traspuestos a u n
estrato positivo, pensamos bien de aquellos de quie-
122 R. D. LAING

nes se supone q u e debemos p e n s a r bien. Si somos


cristianos, Dios es b u e n o . Si somos patriotas, nues­
tro país es bueno. Si somos partidarios del Poder
Negro, los negros son admirables. U n o es b u e n o si
tiene buenos pensamientos sobre aquello de q u e se
supone q u e debe p e n s a r bien y malos p e n s a m i e n ­
tos sobre aquello de q u e se supone q u e debe pen­
sar m a l . C u a n d o los valores negativos son traspues­
tos al estrato positivo, no pensamos bien de aquellos
de quienes se supone q u e debemos p e n s a r bien.
C u a n d o los valores negativos son aplicados al es­
trato negativo, pensamos m a l de aquellos de quie­
nes se supone que debemos p e n s a r m a l . Con
valores positivos en el estrato negativo, p e n s a m o s
bien de aquellos de quienes se supone q u e debemos
pensar m a l . Con valores positivos o negativos en el
estrato optativo, pensamos m a l o bien de aquello o
aquellos a c u y o respecto somos libres de t o m a r par­
tido. Con valores n e u t r a l e s en el estrato n e u t r a l ,
no pensamos bien ni m a l de aquello de q u e se
supone q u e debemos p e n s a r q u e no es b u e n o ni
malo. Y así sucesivamente.
Esas reglas gobiernan por entero el c a m p o social.
Si n o somos capaces de comprenderlas, condicio­
n a r á n de continuo nuestra visión. A causa de ello,
la investigación en el ámbito de las ciencias sociales
resulta p a r t i c u l a r m e n t e difícil: al investigador
m i e m b r o de u n a sociedad d e t e r m i n a d a su condición
de tal no le da el poder de h a c e r q u e las reglas se
desvanezcan. A " n o s o t r o s " nos resulta fácil adver­
tir q u e en Rusia o en C h i n a la sociología tiene u n
campo de acción m u y limitado. D a r n o s c u e n t a de
cómo gobiernan " n u e s t r a s " reglas los valores q u e
trasponemos al ámbito social, nos es ya m u c h o m á s
difícil. Nos es difícil, incluso, darnos cuenta de q u e
tenemos valores q u e trasponemos, para n o mencio­
n a r n u e s t r a dificultad p a r a e n t r e v e r las reglas en
EL C U E S T I O N A M T E N T O D E LA F A M I L I A 123

función de las cuales llevamos a cabo esas proyec­


ciones.
Analicemos ahora los malos pensamientos e n
relación con las reglas de las q u e d e p e n d e la asig­
nación de valores a las distintas regiones del m u n ­
do, es decir, e n relación con n u e s t r o m a p a de pro­
yecciones.
Los malos pensamientos son u n a relación. Lo q u e
corresponde tener en c u e n t a n o es q u é pensamos,
vemos, sentimos, nos proponemos, nos i m a g i n a m o s ,
etc., sino qué pensamos, etc., respecto de qué o
quién, c u á n d o y dónde.
Es m a l o p e n s a r m a l d e aquello de q u e se supone
q u e debemos p e n s a r bien. Es m a l o p e n s a r bien de
aquello de q u e se s u p o n e q u e debemos p e n s a r m a l .
Es b u e n o pensar mal de aquello de q u e se supone
q u e debemos p e n s a r mal. Es poco sensato t o m a r
en serio lo que se s u p o n e q u e n o es serio. E s m a l o
mostrarnos frivolos respecto de lo q u e se supone
q u e debemos t o m a r e n serio (afectividad inadecua­
d a ) . U n p e n s a m i e n t o " b u e n o " o " m a l o " sólo se
convierte e n Bueno o M a l o al ser relacionado con la
persona o cosa a las cuales se aplica: lo q u e impor­
ta es qué pensamos acerca de qué. U n m a l pensa­
m i e n t o es bueno si se aplica a u n objeto m a l o . U n
b u e n p e n s a m i e n t o es malo si se aplica a u n objeto
malo.
E n n u e s t r a sociedad sabemos, sin necesidad de
conocer al destinatario, q u é atribuciones debemos
hacer, y cuáles n o , a cada u n o : p a d r e , m a d r e , es­
poso, esposa, hijo, hija, y o ; blancos, rojos, a m a r i ­
llos, negros, judios, gentiles; bueno-malo, seguro-
peligroso, digno de confianza-indigno de confianza,
bondadoso-cruel, etcétera.
U n a vez q u e u n a p a r t e cualquiera del sistema
social u n i v e r s a l llega a ser gobernada por esas r e ­
glas, a cada u n a de las partes del sistema social
universal:
124 R. D. LAING

I) se le asigna u n valor por el hecho de q u e


h a y u n a regla q u e la gobierna.
I I ) P u e d e h a b e r u n a regla q u e disponga q u e
ese valor n o debe ser sustituido, contradi­
cho, cuestionado o siquiera percibido.
I I I ) P u e d e h a b e r n o sólo u n a regla q u e prohiba
percibir q u e existe tal valor y q u e existe
u n a regla I ) , sino t a m b i é n
I V ) u n a regla q u e prohiba percibir I I )
V ) u n a regla q u e prohiba percibir I I I ) y
V I ) u n a regla q u e prohiba percibir I V ) y V ) y
VI).
H a y reglas xjue prohiben percibir las reglas y
q u e prohiben, por lo t a n t o , percibir todos los pro­
blemas q u e se originan en su c u m p l i m i e n t o y en
su violación.
Con el objeto de i m p e d i r cualquier q u e b r a n t a ­
m i e n t o del sistema, la violación de las reglas, lo
m i s m o que la de las reglas q u e p r o h i b e n percibir las
reglas y la de las reglas q u e prohiben percibir
las reglas q u e prohiben percibir las reglas, es en­
frentada, p r i m e r o , por medio de la disuasión, y ,
en segundo t é r m i n o , por medio de castigos.
P e r o ni la disuasión ni el castigo p u e d e n ser de­
finidos como tales con palabras, y a q u e u n a defi­
nición semejante sería u n a infraección a las reglas
q u e prohiben percibir las r e g l a s . . .
La violación directa de las reglas básicas de pri­
m e r grado p u e d e ser castigada con la m u e r t e . El
culpable se hace acreedor a atribuciones de trai­
ción, felonía, herejía; p r o b a b l e m e n t e se p e n s a r á
que él es m a l v a d o , depravado, degenerado. L a gen­
te considera por lo c o m ú n q u e n i n g ú n castigo es
suficiente: debería ser azotado y sometido al t r a ­
t a m i e n t o m á s adecuado. El culpable es malo y de­
m e n t e (Ezra P o u n d , por e j e m p l o ) .
Referirse a la posibilidad de referirse a reglas
que se refieren a reglas referidas a su vez a reglas
F.L CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 125

(como y o lo estoy haciendo) es posible, s i e m p r e


q u e n o se lleven las cosas demasiado lejos y n o
se aborde el t e m a en forma demasiado directa. P a ­
ra ir m á s allá sin riesgos, debo ser m á s abstracto.
Las reglas r i g e n todos los aspectos de la expe­
riencia: q u é debemos y q u é no debemos experi­
m e n t a r , q u é operaciones debemos, y cuáles n o , lle­
v a r a cabo p a r a formarnos u n a i m a g e n permitida
de nosotros mismos y de los d e m á s en el m u n d o .
Supongamos que nos o r d e n a n r e p a r a r el m o t o r
de u n automóvil, q u e nos d a n instrucciones q u e
fatalmente c o n d u c i r á n a q u e el m o t o r se haga pe­
dazos y q u e hemos sido condicionados p a r a q u e nos
sintamos mal si no podemos volver a p o n e r cada
cosa en su sitio.
P u e d e habérsenos instruido p a r a q u e analicemos
n u e s t r a s instrucciones si las cosas a n d a n m a l . N u e s ­
tras instrucciones p u e d e n ser erróneas. Quizá sea
necesario a d a p t a r l a s , modificarlas o dejarlas de la­
do. P e r o se produce u n a situación especial c u a n d o
existe u n a regla q u e prohíbe e x a m i n a r o cuestionar
las reglas; y m á s a u n c u a n d o existen reglas q u e
prohiben advertir q u e existen tales reglas, incluida
la ú l t i m a m e n c i o n a d a e n p r i m e r t é r m i n o .
Si aquello q u e se nos ordena r e a l i z a r n o p u e d e
ser realizado a causa del modo en q u e se nos or­
dena realizarlo, nos h a l l a r e m o s e n dificultades.
Se nos ordena ser honestos. P e r o se nos o r d e n a
a c t u a r sobre n u e s t r a experiencia e n u n a forma q u e
sólo puede ser calificada de deshonesta.
Se nos induce a confiar en ciertas personas, quie­
nes nos dicen q u e n o podemos confiar en nosotros
mismos. O sea, se nos exhorta a depositar n u e s t r a
poco confiable confianza en aquellos q u e nos dicen
que confiemos e n ellos c u a n d o nos dicen q u e n o
somos dignos de confianza: por lo t a n t o , n u e s t r a
confianza es indigna de confianza. Y asi sucesiva­
mente.
126 R.D. I.AING

La gente lleva a cabo diferentes operaciones,


regidas por diferentes n o r m a s , p a r a m a n t e n e r tras­
puestas al cosmos social, estrictamente de acuerdo
con las n o r m a s , distinciones p r i m a r i a s casi idénti­
cas (en n u e s t r a c u l t u r a ) . Al v a r i a r el objeto al q u e
son aplicadas esas distinciones y la forma en
q u e son aplicadas, v a r i a n t a m b i é n los m u n d o s de
experiencia q u e ellas originan y m a n t i e n e n . Si las
instrucciones son contradictorias o paradójicas p u e ­
den t r a e r como consecuencia q u e las distinciones se
combinen en conjuntos simultáneos e incompati­
bles.
P u e d e o c u r r i r q u e ni siquiera sea posible disociar
o dividir el m u n d o en dos, tres o m á s pedazos de
m a n e r a tal q u e cada subconjunto esté integrado
por elementos compatibles.
H a y instrucciones q u e se refieren al objeto de
nuestra experiencia. E instrucciones q u e nos dicen
q u é debemos e x p e r i m e n t a r y cómo debemos hacer­
lo. T a l es el caso de las q u e están dirigidas a gober­
n a r n u e s t r a conducta. Se nos dice, por ejemplo, que
debemos cepillarnos los dientes ( q u é h a c e r ) . Y se
nos dice cómo debemos hacerlo.
Las instrucciones nos i m p o n e n deberes m á s o
m e n o s estrictos y nos dejan u n a libertad de acción
q u e es t a m b i é n variable. P o r ejemplo: se nos indica
q u e debemos m a n t e n e r nuestros dientes y encías
en b u e n estado. P u e d e o c u r r i r q u e se dejen a n u e s ­
tra elección los medios p a r a lograrlo. Si nuestros
dientes se deterioran, la culpa será n u e s t r a o n o
según q u e se nos h a y a dicho o n o que e n tal caso
seremos los responsables. Sin e m b a r g o , si se nos
indica q u e limpiemos nuestros dientes de determi­
nado modo, con d e t e r m i n a d o tipo de cepillo y
d e t e r m i n a d a clase de pasta dental, q u e comamos
ciertos alimentos q u e benefician la d e n t a d u r a y q u e
no comamos otros q u e la perjudican, y q u e respete­
mos otras recomendaciones y prohibiciones especí-
EL C U E S T I O N A M I E N T O DE LA FAMILIA 127

Ticas, y si nosotros hacemos lo q u e se nos ha orde-


n a d o y nos abstenemos de hacer lo q u e se nos ha
prohibido — e s decir, si cumplimos las instrucciones
al pie de la l e t r a — entonces, si se nos caen los
dientes, la culpa no será nuestra. P e r o debemos in-
dagarnos a nosotros mismos p a r a descubrir en qué
nos hemos equivocado, e n q u é nos h e m o s a p a r t a d o ,
si n o de la letra, del espíritu de las instrucciones,
m i e n t r a s las llevábamos a cabo. Si las cosas salen
m a l — p u e d e n decir las instrucciones— ello debe
i n t e r p r e t a r s e como u n castigo. A nosotros nos in-
c u m b e descubrir a q u é falta corresponde. Y si no
descubrimos la falta, nuestro fracaso t a m b i é n es
u n a falta. Sólo sirve p a r a demostrar lo culpables
q u e somos. T a l vez nuestros dientes se caigan por-
q u e , si bien comimos e x a c t a m e n t e lo q u e debíamos
y n o m á s de lo q u e debíamos, deseábamos comer
m á s o comer otra cosa. Quizá sea castigo a nuestra
gula. Está claro q u e n o nos serviría d e n a d a ser
p r u d e n t e s después de ocurrida la desgracia. P o r lo
tanto, debemos repasar m i n u c i o s a m e n t e u n a y otra
vez n u e s t r a s instrucciones, p a r a e n c o n t r a r a l g u n a
falta q u e pueda ser castigada con la pérdida de
nuestros dientes o con algo peor. P e r o este constante
a u t o e x a m e n , ¿no será en sí m i s m o u n a falta, u n a
forma de autoindulgencia, de narcisismo, egotismo,
orgullo, v a n i d a d ? ¿Qué otra cosa podemos hacer
nosotros, c r i a t u r a s débiles por n a t u r a l e z a , a quienes
se exige ser fuertes? Debemos orar. Pero, ¿no sería
sensato hacernos sacar todos los dientes, t a n t o p a r a
evitar q u e se nos caigan como p a r a castigar a nues-
t r a c a r n e por su sibaritismo y a n u e s t r o espíritu por
sus pecados contra la carne? P o r q u e hemos sido
instruidos p a r a c o m p r e n d e r , en especial si n o somos
capaces de descubrir cuál es n u e s t r a falta, q u e esa
m i s m a ignorancia es signo de q u e hemos alcanzado
las mayores, profundidades del pecado: de q u e esta-
mos t a n hundidos en la depravación q u e ni siquiera
128 R. D. laing

tenemos conciencia de n u e s t r a depravación. Si no


conocemos n u e s t r a depravación, esa falla en ver
nuestra depravación es u n a depravación m á s de-
pravada q u e todas las d e m á s depravaciones. . .
N a d i e supone, c u a n d o le dice a u n n i ñ o cómo y
con q u é frecuencia debe lavarse los dientes, y q u e
si se porta m a l se le c a e r á n , q u e esas indicaciones,
s u m a d a s a la escuela dominical y presbiteriana y
a todo lo d e m á s , producirán 4 5 años m á s t a r d e u n
cuadro típico de obsesión y depresión involutivas.
Este s í n d r o m e es u n a de las especialidades de Esco-
cia.
Dos o m á s instrucciones p u e d e n ser incompati-
bles. A causa de ello se origina u n tipo de conflicto
que, al m e n o s si se lo juzga por su e s t r u c t u r a , es
r e l a t i v a m e n t e simple. L e digo a u n a persona q u e
haga a la vez A y B ; pero si h a c e A n o podrá h a c e r
B y viceversa. Podemos vernos aprisionados por
nudos m u c h o m á s complejos. Sólo m e es posible
indicar algunos aspectos de este t e m a , q u e recién
8
comienza a ser estudiado por u n a s pocas p e r s o n a s .
Si le digo a u n a persona q u e h a g a algo, no le
estoy d a n d o u n a indicación explícita de q u e debe
decirse a sí m i s m a q u e lo está haciendo p o r q u e yo
se lo dije. P u e d o decirle a esa persona q u e h a g a
algo y estar dispuesto a p e r m i t i r l e q u e se diga a si
m i s m a (si es su deseo, si eso la h a c e sentirse m e j o r )
q u e lo está haciendo p o r q u e quiere y no p o r q u e se
lo dije. P o r otra p a r t e , una persona puede q u e r e r
hacer algo y darse cuenta de q u e a m í m e a g r a d a
p e n s a r q u e ella q u i e r e q u e y o le diga lo q u e debe
hacer; en consecuencia, logrará q u e yo le diga q u e
haga lo q u e ella quiere hacer, y e n esta forma h a r á
a la vez lo q u e quiere y lo q u e y o le dije q u e hi-
ciera.
8
Véase especialmente Watzlawirk, Beavin y Jackson
(1PC7).
EL C U E S T I O N A M I E N T O D E LA FAMILIA 129

Eso, sin embargo, puede r e s u l t a r m e molesto. E n


consecuencia, le o r d e n a r é I) que h a g a lo q u e yo
quiero. Pero, I I ) u n a de las cosas q u e quiero es
q u e , al h a c e r lo que yo quiero, no piense que está
haciendo lo q u e y o quiero, sino q u e está haciendo
lo q u e ella quiere, e incluso q u e piense q u e eso q u e
está haciendo, lejos de ser lo q u e yo q u i e r o , es lo
q u e y o no quiero. P o r lo tanto, le o r d e n a r é q u e , al
c u m p l i r m i s instrucciones, que no son lo q u e ella
quiere sino lo q u e yo quiero, se diga a sí m i s m a
q u e , por el contrario, está haciendo lo q u e ella
quiere y n o lo q u e y o quiero.
Por a ñ a d i d u r a , las órdenes n o sólo p u e d e n ser
contradictorias, incompatibles o encubiertas, sino
también paradójicas. U n a orden es paradójica
c u a n d o , al cumplirla c o r r e c t a m e n t e , se la desobe-
dece, y al desobedecerla, se la obedece. N o hagas lo
q u e te digo. N o m e creas. Sé espontáneo.
H e podido observar e n la vida r e a l situaciones
familiares e n las q u e se d a n todas las posibilidades
hasta a h o r a m e n c i o n a d a s y a l g u n a s m á s .
La situación es compleja; sin e m b a r g o , u n a vez
q u e comenzamos a violar las reglas q u e prohiben
percibir las reglas, nos d a m o s c u e n t a de q u e g r a n
p a r t e de n u e s t r a s dificultades n o se deben a la
complejidad intrínseca del asunto sino a nuestros
i m p e d i m e n t o s p a r a v e r lo q u e , si esos i m p e d i m e n -
tos son eliminados, p u e d e resultar obvio. Subsisten
obstáculos q u e h a c e n difícil expresar con palabras
todo eso q u e hemos visto o creído ver.
N u n c a h e encontrado a n a d i e ( y en esto m e
i n c l u y o ) q u e no fijara u n límite a lo que puede
expresarse con palabras y a las palabras a que es
lícito recurrir para expresar algo.

Si lo q u e pienso es correcto, nosotros, en este


m o m e n t o , podemos n o saber que existen reglas que
prohiben saber que existen ciertas reglas.
130 R. D. LAING

Algunos e n t r e ustedes sienten q u e h a y reglas q u e


se refieren a reglas, pero quizá n u n c a p e n s a r o n en
ello en tales términos.
Otros lo ven claro, h a s t a a h o r a . T e n d r á n q u e
tener paciencia conmigo, por u n rato, hasta q u e
les dé a l c a n c e , si es q u e puedo hacerlo.
Deseo h a b l a r acerca de las reglas sobre las q u e
n o se puede h a b l a r , t a n t o como sea necesario p a r a
convencer a quienes n o saben con certeza sobre q u é
estoy h a b l a n d o , de q u e es ésta u n a cuestión m u y
i m p o r t a n t e a la q u e no puedo r e f e r i r m e e n forma
m á s directa.
H a y u n a ley q u e r e p r i m e el homicidio. P o d e m o s
h a b l a r sobre el homicidio y sobre la ley q u e repri-
m e el homicidio.
H a y u n a ley q u e r e p r i m e el incesto. P o d e m o s
h a b l a r m u c h o m á s l i b r e m e n t e sobre la ley contra
el incesto q u e sobre el incesto. P o r lo c o m ú n existe
u n a regla q u e prohíbe h a b l a r sobre el incesto, espe-
c i a l m e n t e delante dé los niños, pero n o u n a regla
absoluta q u e prohiba h a b l a r sobre si existe o n o u n a
ley contra el incesto.
Solía parecer evidente a m u c h a s personas ( e n t r e
ellas L é v y - B r u h l ) q u e si el incesto n o se producía,
era p o r q u e existía u n a aversión " n a t u r a l " hacia él.
M u c h o s consideran hoy i g u a l m e n t e evidente q u e si
n o o c u r r e con m á s frecuencia es p o r q u e h a y reglas
que lo prohiben.
M u c h a s personas solían escandalizarse a n t e esta
opinión p o r q u e ella parece i m p l i c a r q u e , si no
existieran esas reglas, la gente h a r í a lo q u e está
prohibido. M u c h a s personas creían, y a l g u n a s sin
duda lo creen todavía, q u e a d m i t i r q u e existen re-
glas contra el incesto sería a d m i t i r q u e padres e
hijos, h e r m a n o s y h e r m a n a s , p o d r í a n querer m a n -
t e n e r relaciones sexuales e n t r e sí. ¿Por q u é debería
existir u n a regla contra lo q u e n a d i e desea " n a t u -
r a l m e n t e " hacer? F r e u d opinaba q u e lo q u e la
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 131

gente cree q u e " p o r n a t u r a l e z a " n o se siente incli­


n a d a a h a c e r puede ser u n producto de la represión
y otras operaciones c u m p l i d a s bajo la influencia de
reglas q u e prohiben hacerlo e incluso pensar en
ello. El deseo, o a u n el p e n s a m i e n t o , y la regla q u e
de n u e s t r a conciencia. D e esta m a n e r a , el resultado
de esas operaciones es u n estado de conciencia
" n o r m a l " que ignora el deseo, el p e n s a m i e n t o y las
reglas, y las operaciones.

Nos sentimos inclinados a p e n s a r q u e toda regla


negativa (como la q u e se refiere al incesto) supone
u n deseo, impulso, propensión, instinto o tendencia
a h a c e r lo q u e ella prohibe. " N o hagas eso" implica
q u e tenderíamos a hacerlo si no estuviera prohibido.
H a y u n tesoro e n t r e las raíces del árbol. Lo des­
cubrirás. Recuerda solamente q u e no debes p e n s a r
en u n m o n o blanco. E n el m o m e n t o e n q u e lo
hagas, p e r d e r á s el tesoro p a r a siempre. (Relato fa­
vorito de F r a n c i s H u x l e y . )
Podemos verificar, por medio de u n e x p e r i m e n t o
directo, q u e a l g u n a s órdenes negativas producen
u n efecto paradójico: nos incitan a h a c e r lo q u e se
nos h a dicho q u e n o h a g a m o s , e n especial si no
deseábamos n i deseamos hacerlo.
" N u n c a h u b i e r a pensado e n ello si n o m e hubie­
r a n dicho q u e n o debo h a c e r l o . "
Las reglas negativas p u e d e n d a r origen a las
acciones q u e prohiben. Si n o q u e r e m o s q u e la gente
haga cosas q u e n o está haciendo, n o debemos pro­
hibírselo. Las probabilidades de q u e y o n o piense
en algo en lo q u e n o h e pensado hasta ahora serán
m a y o r e s si no m e dicen q u e no lo haga.
M i propósito, en estos últimos párrafos, no h a
sido i n d a g a r si la prohibición contra el incesto ema­
na de reglas sociales, de u n a ley n a t u r a l o de ésta y
aquéllas s i m u l t á n e a m e n t e . Sólo quise demostrar
132 R. D. LAING

que no h a y n i n g u n a regla q u e prohíba h a b l a r sobre


si existen o n o esas reglas o esa ley n a t u r a l .
U n a familia tiene u n a regla en el sentido de q u e
Pedrito n o debe p e n s a r en cosas sucias. Pedrito es
un b u e n chico: no es necesario decirle q u e n o
debe p e n s a r en cosas sucias. N u n c a se le enseñó a
no p e n s a r en cosas sucias. N u n c a lo hizo.
Por lo t a n t o , según la familia, e incluso según
Pedrito, no existe n i n g u n a regla que prohiba los
pensamientos sucios, y a q u e n o es necesario t e n e r
u n a regla contra algo q u e n u n c a ocurre. A d e m á s ,
en la familia n o se habla de u n a regla contra los
pensamientos sucios puesto que, dado q u e n o exis-
ten pensamientos sucios n i u n a regla q u e los pro-
hiba, no es necesario h a b l a r sobre u n t e m a sin duda
triste, abstracto, i r r e l e v a n t e e incluso v a g a m e n t e
sucio. N o h a y n i n g u n a regla q u e prohiba h a b l a r
sobre u n a regla inexistente sobre pensamientos su-
cios inexistentes, ni regla a l g u n a q u e prohiba
h a b l a r sobre conversaciones inexistentes acerca de
u n a regla inexistente sobre algo q u e n o existe.
Quizá n a d i e ajeno a tal sistema de reglas familiar
podría adoptarlo conscientemente:
Regla A : N o lo hagas. Regla A 1: La regla A no
existe. Regla A 2: La regla A 1 n o existe.
Este tipo de disposición se aplica sólo a a l g u n a s
reglas. Podemos h a b l a r de ciertas reglas ( c u a n d o
hemos conseguido c r u z a r a la vereda de e n f r e n t e ) .
Pero h a y otras de las q u e n o podemos h a b l a r sin
q u e b r a n t a r la regla de q u e n o podemos h a b l a r
sobre ellas.
Si obedecemos a esas reglas, n o sabremos q u e
existen. N o h a y n i n g u n a regla q u e prohiba h a b l a r
de poner u n dedo en nuestra boca, o e n la de nues-
tro h e r m a n o , h e r m a n a , m a d r e , p a d r e o cualquier
otra persona. N i n g u n a regla nos prohíbe hablar de
m e t e r el dedo en u n flan; hay, en cambio, u n a
regla que nos prohíbe hacerlo. N i n g u n a regla se
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 133

opone a q u e a d m i t a m o s la existencia de esta regla:


no h a y q u e m e t e r el dedo en el fuego. ¿Por q u é no?
P o r q u e podemos q u e m a r n o s . N i n g u n a regla se
opone a q u e hablemos sobre esa prohibición y ex-
pliquemos sus fundamentos.
P e t o , puedo decir, y o n u n c a h e metido el dedo
9
e n . . . ciertos lugares ( q u e n o puedo m e n c i o n a r )
¿Qué lugares? N o los puedo m e n c i o n a r . ¿Por qué?
C u a n d o no podemos h a b l a r sobre u n a regla acerca
de lo que no podemos mencionar, hemos llegado al
límite en cuanto a las cosas de que no podemos
hablar.

H e reflexionado sobre el problema de cómo n o


p e n s a r u n p e n s a m i e n t o q u e se supone q u e n o debe-
mos pensar. N o se m e o c u r r e n i n g u n a m a n e r a de
hacerlo, excepto la de " p e n s a r " de u n modo espe-
cial e n q u é n o debemos pensar, con el fin de asegu-
rarnos de q u e n o pensamos e n ello.
" P o r s u p u e s t o " q u e a u n a persona en quien se
ha c u m p l i d o u n impecable lavado d e cerebro j a m á s
se le o c u r r i r á p e n s a r e n ciertas cosas sucias q u e n o
se p u e d e n m e n c i o n a r . P a r a m a n t e n e r esa p u r e z a ,
sin e m b a r g o , es necesario estar c o n s t a n t e m e n t e
alerta. ¿Alerta contra q u é ? L a respuesta es estric-
t a m e n t e impensable. P a r a t e n e r recuerdos, ensoña-
ciones, deseos, sueños e imaginación limpios, debe-
mos m a n t e n e r n o s alejados d e la suciedad y proteger
a todos nuestros sentidos contra la contaminación.
Si alcanzamos a oír p o r casualidad a u n a persona
q u e habla de cosas sucias, q u e d a r e m o s c o n t a m i n a -
dos. Incluso si podemos olvidarnos i n m e d i a t a m e n t e
de q u e oímos. Deberemos acordarnos d e seguir olvi-
0
No se pueden mencionar sólo en relación con lo que no
puede ser relacionado con ellos (mi dedo) en este contexto
particular.
134 R. D . L A I N G

d a n d o y acordarnos de acordarnos de evitar a esa


persona en el futuro.
M u c h a s de esas reglas d e t e r m i n a n e n q u é partes
del cuerpo, y de quiénes, y p a r a relacionarlas con
quiénes, podemos " p e n s a r " .
T a m b i é n h a y reglas q u e d e t e r m i n a n q u é tipos
de sensación, y e n q u é p a r t e de nuestro cuerpo, en
q u é m o m e n t o y en relación con quiénes, podemos
experimentar.
¿Cuáles son los extraños lugares e n q u e se pro-
ducen las sensaciones extrañas? ¿De dónde vienen?
¿A dónde v a n ?
T r a t a m o s de evitar las sensaciones penosas, pero
h a y m u c h a s sensaciones agradables q u e a m u c h a s
personas les está prohibido e x p e r i m e n t a r , i m a g i n a r ,
recordar, soñar, así como les está prohibido de u n
modo absoluto h a b l a r sobre el hecho de q u e les
está prohibido h a b l a r sobre ellas. Lograrlo n o es
difícil c u a n d o u n o h a obedecido p r e v i a m e n t e la
orden de n o " p e n s a r " siquiera e n las cosas que
estoy t r a t a n d o de explicar.
Llegamos entonces a u n a posición en q u e no po-
demos p e n s a r que no podemos p e n s a r sobre aquello
en q u e no podemos p e n s a r a causa de q u e existe
u n a regla q u e prohibe p e n s a r en X , y u n a regla
q u e prohibe p e n s a r q u e existe u n a regla q u e pro-
hibe p e n s a r q u e no debemos p e n s a r en no p e n s a r
e n ciertas cosas.
Si algunos pensamientos no p u e d e n ser pensados,
y si u n o de los pensamientos q u e no p u e d e n ser
pensados es el p e n s a m i e n t o de que h a y pensamien-
tos q u e no p u e d e n ser pensados, e n t r e ellos el pen-
samiento m e n c i o n a d o p r e c e d e n t e m e n t e , la persona
q u e obra de acuerdo con este cálculo de antipensa-
mientos no sabrá q u e no sabe q u e está obedeciendo
u n a regla q u e le prohibe p e n s a r que está obede-
ciendo u n a regla que le prohibe p e n s a r en X. P o r
lo tanto, no t e n d r á conciencia de X ni de q u e no
El C U E S T I O N A M I F N T O DE LA FAMILIA 135

tiene conciencia de q u e no tiene conciencia de la


regla q u e le prohíbe tener conciencia d e X. Al obe­
decer la regla q u e le prohíbe d a r s e c u e n t a de q u e
está obedeciendo u n a regla, n e g a r á estar obedecien­
do regla alguna.
A u n si no vamos m á s allá d e a n a l i z a r superfi­
cialmente la e s t r u c t u r a de a l g u n a d e las variedades
de la "conciencia" occidental, no dejaremos d e sen­
tirnos maravillados a n t e su ingeniosidad. Es sin
duda u n o de los nudos m á s g r a n d e s con q u e el
h o m b r e se h a y a a m a r r a d o a si m i s m o a l g u n a vez.
U n o de sus muchos rasgos característicos es q u e .
c u a n t o m á s nos inmoviliza, m e n o s nos d a m o s cuen-
ta de q u e estamos aprisionados por él.
C u a l q u i e r persona a t r a p a d a en u n anticálculo de
esta índole n o puede evitar ser m a l a c u a n d o se pro-
pone ser b u e n a . P a r a obedecer las reglas, debemos
violarlas. Incluso si pudiéramos lavar nuestro cere­
bro tres veces por día, no podríamos impedir q u e
u n a p a r t e de nuestro yo siguiera consciente de lo
q u e se supone q u e n o debemos saber si queremos
a s e g u r a r la continuidad de esos estados paradójicos
d e m ú l t i p l e ignorancia, lanzados e n la paradójica
espiral por la cual, c u a n t o m á s obedecemos la ley,
m á s la q u e b r a n t a m o s ; c u a n t o m á s virtuosos, m á s
nos h u n d i m o s en el pecado: nuestra virtud es u n
h a r a p o sucio.
TRASPOSICIÓN*

1A operación contraria de la proyección es la ín-


• royección.
A m b a s son operaciones de trasposición, por me­
dio de las cuales los elementos y las relaciones e n t r e
los elementos de u n conjunto — l l a m a d o "territo­
r i o " (domain)— son traspuestos a elementos y
relaciones e n t r e elementos q u e reciben la denomi­
nación de "estratos".
P u e d e h a b e r m u c h a s trasposiciones diferentes de
un conjunto a otro. P u e d e h a b e r trasposiciones
de u n conjunto a si m i s m o .
Recordemos: si <f> es u n a trasposición de A a B,
diremos q u e el conjunto A es el territorio de <p y
q u e el conjunto B es el estrato de </>.
La proyección es u n a trasposición de lo i n t e r n o
a (o e n ) lo externo, y la introyección es u n a tras­
posición de lo externo a lo interno. Las familias
tienen p a r t i c u l a r importancia porque son, m á s q u e
n i n g ú n otro conjunto social, territorio y estrato a
la vez de proyecciones hacia lo externo e introyec-
ciones desde lo externo, y también, el estrato de
proyecciones hacia ellas desde los m i e m b r o s de la
familia m i s m a , y son el territorio de introyerciones
hacia los individuos q u e las componen. Lo q u e en
la familia proyectan sus m i e m b r o s se combina con
lo que introyectan en sí mismos desde el exterior,
formando u n producto q u e es a su vez proyectado

* Mapping. f T.l
EL C U E S T I O N A M I E N T O D E L A F A M I L I A 137

e introyectado. Las n u e v a s proyecciones e i n t r o


yecciones vuelven a ser proyectadas e introyecta-
das, en u n proceso sin fin.
El propio cuerpo tiene u n a i m p o r t a n c i a singular
porque es el estrato de trasposiciones "introyecti-
v a s " desde todos los territorios, y esos conjuntos
introyectivos proporcionan u n "fondo c o m ú n " p a r a
proyecciones q u e , a su vez, p u e d e n dirigirse hacia
c u a l q u i e r territorio, desde el cual p u e d e n proseguir
— y p r o s i g u e n — sin cesar las re-introyecciones y
re-proyecciones y las re-re-proyecciones y re-re-
introyecciones. Sin e m b a r g o , e n la práctica, como
sabemos, las posibilidades e n c u a n t o a qué p u e d e
trasponerse y hacia qué p u e d e c u m p l i r s e la traspo-
sición, son bastante limitadas. E x a m i n a r e m o s éste
p u n t o m á s adelante.
La familia aporta el p r i n c i p a l territorio a p a r t i r
del cual se hacen las trasposiciones <f> introyectivas.
La nexificación de la familia es la trasposición in-
tensiva, repetida u n a y otra vez, de F -» F - » F . . .
d e n t r o de los conjuntos y subconjuntos de la red de
relaciones familiares f o r m a d a p o r personas y obje-
tos parciales a lo largo d e v a r i a s generaciones.

La familia es t a m b i é n el estrato de trasposiciones


introyectivas desde territorios externos a la familia.
Esas introyecciones familiares son el territorio en
el que se originan fantasías sobre el bebé y el n i ñ o
pequeño. El n i ñ o p e q u e ñ o es, p o r así decir, el
estrato terminal común en el q u e todas las intro-
yecciones convergen y se i n t e r c a m b i a n , son m a n -
c o m u n a d a s y a l m a c e n a d a s p a r a convertirse en u n a
especie de banco de <f>, n u e v o territorio del cual
saldrán otras proyecciones (de acuerdo con u n
curioso cronómetro c u y a n a t u r a l e z a a ú n resta
d e t e r m i n a r ) en busca de su estrato, q u e p u e d e ser
cualquiera, desde u n a relación m a r i t a l , u n núcleo
R. D. LAING

familiar o una red social hasta la totalidad del sis­


tema social universal o, incluso, hasta la totalidad
del cosmos.
E n cuanto estrato, el universo social, con sus sub-
conjuntos traspuestos ya m u c h a s veces por medio
de proyecciones, se convierte a su vez e n el territo­
rio desde el cual se c o n c e n t r a n , por mediación de
la familia, trasposiciones introyectivas q u e h a n de
ser reproyectadas una vez m á s . . .
En modo a l g u n o debemos p e r m i t i r q u e la dife­
rencia de m a g n i t u d e n t r e territorio y estrato nos
provoque desaliento. U n territorio d i m i n u t o p u e d e
ser proyectado en u n estrato m u y vasto y u n vasto
territorio puede ser proyectado en u n estrato dimi­
nuto. La escala no constituye, en la práctica, u n
i m p e d i m e n t o (cf. la astrología, la q u i r o m a n c i a , la
medicina a l q u í m i c a ; el h o m b r e , el microcosmos
como " i m a g e n " del macrocosmos: posible analogía
con los hologramas, e t c . ) . La cuestión n o es el grado
de verdad "científica" o el valor q u e p u e d a n t e n e r
esas trasposiciones. C u a n d o las estudiamos, sin em­
bargo, nos h a l l a m o s e n el verdadero ámbito de la
ciencia. Existen hoy no m e n o s q u e a y e r . P e r o el
estudio "científico" que hacen de ellas los psicólo­
gos, sociólogos y antropólogos se torna inadecuado
c u a n d o deben dejar de lado las sociedades " p r i m i ­
10
tivas" y p e n s a r en t é r m i n o s de " n o s o t r o s " .
La operación por medio de la cual se c u m p l e la
trasposición es por lo general "inconsciente". La
gente describe lo q u e es u n a i m a g e n de u n a i m a g e n
de u n a i m a g e n , pero no advierte q u e es tal: cree
en cambio q u e es a l g ú n tipo de realidad p r i m a r i a .
P a r a desarrollar en forma m á s completa este
lema necesitaríamos i n c u r s i o n a r en la teoría m a t e ­
mática de la trasposición, lo q u e nos vemos obliga­
dos a dejar p a r a otra oportunidad.
10
VéaseWillis (1967).
EL CUESTIONAMIENTO D E LA F A M I L I A 1.1!)

Supongamos q u e proyecto a m i m a d r e en mi
esposa. Esta adquiere el valor £ d e m i m a d r e p a r a
mí. T a l es el efecto de la proyección. Sin e m b a r g o
(véase lo dicho sobre los Clark a n t e r i o r m e n t e ) ,
p u e d e o c u r r i r — t a n t o como q u e n o — q u e y o la in-
duzca a personificar a m i m a d r e . La operación por
medio d e la cual la induzco a personificar a m i m a -
dre es lo q u e yo llamo inducción. La proyección es
hecha por u n a persona como su propia experiencia
de otra. La inducción es hecha p o r u n a persona ha-
cia la experiencia de otra. E n realidad, no contamos
con u n a palabra q u e designe la transformación
sufrida por la experiencia de la otra persona bajo
la influencia de la inducción. La introyección es
u n a operación c u m p l i d a por mí e n mi experiencia,
idéntica en principio a la proyección, de la q u e se
distingue sólo por las diferentes localizaciones de la
transferencia: procede desde u n a zona cualquiera
de lo q u e considero como n o yo, como n o aquello
con lo cual m e identifico ( m i familia, por e j e m p l o ) ,
hacia lo q u e considero como " y o " , como aquello
con lo cual m e identifico.
Si m i esposa, influida por m í , por mis proyeccio-
nes e inducciones, comienza a a c t u a r e incluso a
sentir como m i m a d r e , n o sería suficiente decir q u e
ha introyectado a ésta. M i esposa p u e d e c o m e n z a r
a a c t u a r y a sentir como m i m a d r e a u n q u e n o la
h a y a conocido n u n c a . E n realidad, m i s acciones
p u e d e n m u y bien inducir a otra persona a a c t u a r
y sentir como alguien a quien y o m i s m o n o h a y a
conocido n u n c a .
D a r é a h o r a u n ejemplo imaginario, expresán-
dome en p r i m e r a persona p a r a h a c e r m á s simple
la n a r r a c i ó n . M i padre perdió a su m a d r e c u a n d o
era niño y fue criado por su h e r m a n a m a y o r . Su
esposa fue m á s bien u n a combinación de m a d r e y
h e r m a n a p a r a él. N o tuvo hijas, y sé q u e h u b i e r a
deseado tener u n a . C u a n d o m e casé, encontró en
140 R. D . LAING

mi esposa a la m a d r e q u e había perdido, y ello


coincidió con la i m a g e n q u e se había formado m i
esposa de sí m i s m a p o r influencia de sus padres.
A causa d e las proyecciones q u e convergían sobre
ella, mi esposa fue f i n a l m e n t e inducida a ser algo
m á s q u e u n a m e r a i m a g e n p a r a esas proyecciones:
se convirtió en la e n c a r n a c i ó n de u n a persona (o
de u n a a m a l g a m a de personas) desconocida p a r a
ella y de quien a p e n a s si había oído h a b l a r . Al ser
inducida m i esposa a convertirse en la m a d r e de
mi p a d r e , ¿en quién seré yo inducido a convertir-
m e ? ¿En m i hijo? ¿En m i hija? Y así sucesiva-
mente.
En m i opinión, esas inducciones se desarrollan
sin cesar.
Todas n u e s t r a s acciones y reacciones hacia los
demás incluyen u n coeficiente de inducción. Pocas
veces proporcionamos a los d e m á s u n a información
totalmente exacta. Y pocas veces, en realidad, tene-
mos a nuestro alcance alguien a quien sea posible
proporcionarla. H a c e m o s u n gesto, e n sí m i s m o u n a
corporización inducida de la i m a g e n q u e se h a for-
m a d o otra persona de otra persona proyectada en
nosotros por otra persona; ese gesto, a su vez, induce
en forma m á s o m e n o s a p r e m i a n t e u n gesto com-
p l e m e n t a r i o en la persona a quien fue dirigido;
este ú l t i m o gesto, inducido por nuestro gesto indu-
cido, nos induce a su vez a h a c e r u n gesto del q u e
deriva u n a n u e v a i n d u c c i ó n . . . con lo que la r e p r e -
sentación sigue su curso.

H e tratado de describir u n estado q u e es m á s o


menos a c e n t u a d o según el grado de ignorancia en
que nos m a n t e n e m o s con respecto a él.
Es u n estado difícil de vivir. Aceptamos ser feli-
ces o desdichados, sentirnos satisfechos o frustrados,
llenos de esperanza o de desesperación, a c t u a r con
EL C U E S T I O N A M I E N T O D E LA F A M I L I A 141

bondad o con m a l d a d , siempre q u e sepamos dónde


estamos: siempre q u e nos sintamos orientados.
Creemos saber dónde estamos, qué, c u á n d o , quié-
nes, incluso cómo y por q u é somos.
N o es tan i m p o r t a n t e el lugar e n q u e estamos
como el hecho de q u e estemos en a l g ú n lugar. N o
es t a n i m p o r t a n t e la personalidad q u e tenemos
como el hecho de q u e tengamos u n a personalidad.
Podemos aferramos a nuestra condición de cris-
tianos, de personas casadas, de a m a s de casa, de
hijas obedientes: a distintas atribuciones, incluso
las desagradables. N o somos aquello a lo q u e p a r e -
cemos a f e r r a m o s .
La familia en c u y o seno nacimos hizo por nos-
otros todo cuanto estaba a su alcance. Nos dio sus
distinciones, opciones, identidades, definiciones, r e -
glas, repertorios de operaciones, instrucciones, atri-
buciones, lugares, libretos, roles, papeles que des-
empeñar. . .
P e r o no nos dijo quiénes somos "nosotros", q u e
desempeñamos esos papeles y adoptamos esas posi-
ciones.
Algunos de ustedes p e n s a r á n q u e h e generalizado
t e m e r a r i a m e n t e observaciones basadas en el estudio
de casos "patológicos", sirviéndome de ellas p a r a
i n t e r p r e t a r la " n o r m a l i d a d " . Como los lectores u
oyentes de estas charlas m e son en su m a y o r í a des-
conocidos, debo dejar q u e sean ellos los q u e decidan
si h a n de aceptar o r e c h a z a r lo q u e de interesante
o significativo h a y a n encontrado en ellas. D a r é u n
último ejemplo, q u e i n c l u y o con el propósito de
demostrar que la brecha e n t r e lo q u e en apariencia
es a n o r m a l , desviado o patológico, y lo n o r m a l , es
m á s superficial de lo q u e podría parecer a p r i m e r a
vista. Lo q u e sigue es u n a conversación e n t r e u n a
m a d r e y su hija de 14 años.

M (a su hija de 14 a ñ o s ) : Eres m a l a .
H: N o , no lo soy.
142 R . D . LAING

M : Sí, lo eres.
H : M i tío J u a n no piensa lo m i s m o .
M : N o te quiere t a n t o como yo. Sólo u n a m a d r e
sabe la v e r d a d acerca de su hija, y sólo q u i e n
te q u i e r a t a n t o como y o te dirá la verdad,
sea cual fuere. Si no m e crees, m í r a t e aten­
1 1
t a m e n t e en el espejo y verás q u e estoy
diciendo la verdad.
La hija lo hizo y vio q u e su m a d r e , después de
todo, tenía r a z ó n , y c o m p r e n d i ó c u a n equivocada había e
u n a m a d r e q u e la a m a b a t a n t o q u e estaba dispuesta
a decirle la verdad. F u e r a la q u e fuese.

Este ejemplo puede parecer algo i n q u i e t a n t e ,


incluso siniestro. Veamos ahora lo q u e o c u r r e si
cambiamos u n a p a l a b r a . D o n d e dice " m a l a " , pon­
gamos " b o n i t a " .
M: Eres bonita.
H: N o , no lo soy.
M: Sí, lo eres.
H: M i tío J u a n n o piensa lo m i s m o .
M: N o te q u i e r e t a n t o como yo. Sólo u n a m a d r e
sabe la v e r d a d acerca de su hija, y sólo quien
te q u i e r a t a n t o como y o te dirá la verdad,
sea cual fuere. Si n o m e crees, m í r a t e a t e n
t a m e n t e e n el espejo y verás q u e estoy di­
ciendo la verdad.

La técnica es la m i s m a . A u n q u e varíe la atribu­


ción (bonita, b u e n a , bella, fea, m a l a ) , la estructura
es idéntica. La e s t r u c t u r a es tan c o m ú n que pasa
p r á c t i c a m e n t e inadvertida, a m e n o s q u e la atribu­
ción desentone. Todos utilizamos a l g u n a versión
similar de esa técnica, y quizás estemos dispuestos
a justificarla. Sugiero q u e reflexionemos sobre la
1 1
Cf. Winnicott (1967) y Lncan (1966).
EL CUESTIONAMIENTO D E LA FAMILIA 143

estructura de la inducción y no sólo sobre su con-


tenido.
Lo que para mí es la causa más directa de que
nos sintamos turbados por el ejemplo, podría ser
expresado en términos generales en esta forma: la
otra persona induce al yo a t r a s p o n e r a la imagen
del y o cpie tiene el yo u n valor que — n o s p a r e c e —
no debería ser traspuesto al y o ; el sistema del yo es
un estrato q u e no debería ser traspuesto de ese
modo en n i n g u n a circunstancia o sólo e n circuns-
tancias excepcionales.
No obstante, si se t r a t a r a de u n valor p a r a nos-
otros m á s " a p r o p i a d o " , posiblemente n o nos senti-
ríamos turbados. M á s a u n : si se e n s e ñ a r a a u n n i ñ o
a trasponer el m i s m o valor ( " m a l o " ) a u n a zona
considerada como el estrato adecuado p a r a éste,
tampoco e x p e r i m e n t a r í a m o s , creo, turbación.
Hitler, por ejemplo, era malo. E n s e ñ a m o s esto, y
m u c h a s otras cosas semejantes, a nuestros niños,
antes de que p u e d a n decidirlo por sí mismos con
conocimiento de las " p r u e b a s " . Podemos p e n s a r de
alguien q u e es decididamente m a l o si no piensa que
H i t l e r era m a l o . Consideremos el racismo: semitis-
mo, antisemitismo, antiantisemitismo. Negros y
blancos. Negros antiblancos. Blancos antinegros.
Basura blanca y malditos negros. " C u a l q u i e r a q u e
piense de ese modo es peor q u e ellos." Negros anti-
antiblancos. Blancos antiantinegros. Incluso los q u e
creen q u e n o e m p l e a n esos valores tienden a usar-
los, pero reservándolos p a r a quienes los e m p l e a n .
"Yo n o creo q u e los blancos, en lo f u n d a m e n t a l ,
sean m á s degenerados q u e nosotros los negros. P e r o
cualquiera q u e h a b l e despectivamente de los negros
es una basura b l a n c a . "
"Yo no creo q u e los blancos, e n lo f u n d a m e n t a l ,
sean superiores a los negros. Pero los negros q u e
incitan a la violencia y l l a m a n 'monos' a los blan-
cos no son sino m o n o s ellos m i s m o s . "
144 R . D . LAING

Mientras no podamos elevar nuestro pensamien­


to hasta s u p e r a r la oposición e n t r e Ellos y Nosotros,
e n t r e buenos y malos, la situación seguirá como
hasta ahora. La única a l t e r n a t i v a es q u e los buenos
e x t e r m i n e n a los malos y los malos a los buenos.
La empresa no parece demasiado difícil ni impro­
bable si se considera q u e , en n u e s t r a opinión, nos­
otros somos los buenos y ellos los malos, y en su
opinión, ellos son los buenos y nosotros los malos.
Millones de personas h a n m u e r t o en este siglo,
y m u c h a s m á s — e n t r e las q u e , según todo p e r m i t e
suponerlo, estaremos incluidos muchos de nosotros
y de nuestros hijos— m o r i r á n , estranguladas por
ese n u d o que, en apariencia, somos incapaces de
desatar.
El nudo parece r e l a t i v a m e n t e simple, pero se
halla muy, pero muy ajustado e n torno, por así
decir, de la g a r g a n t a de la h u m a n i d a d entera.
P e r o , no lo c r e a n p o r q u e y o lo digo: m í r e n s e en
el espejo y compruébenlo.
BIBLIOGRAFIA

Bateson, G. ( 1 9 6 1 ) : Perceval's Narrative: A Patient's Ac­


count of his Psychosis. Stanford, Calif., Stanford Univer­
sity Press.
Boszormenyi-Nagy, L y Framo, J. L. ( comps. ) , (1965):
Intensive Family Therapy. Nueva York, Harper and Row.
Cooper, D . ( 1 9 6 7 ) : Psychiatry and Anti-Psychiatry, Lon­
dres, Tavistock Publications. [Hay version castellana:
Psiquiatría y antipsiquiatría. Buenos Aires, Paidós, 1971.]
Esterson, A. ( 1 9 7 0 ) : The Leaves of Spring. Londres, Ta­
vistock Publications.
Foucault, M. ( 1 9 6 5 ) : Madness and Civilization. A History
of Insanity in the Age of Reason. Nueva York, Pan­
theon Books; Londres, Tavistock Publications. [Hay ver­
sion castellana: Historia de la locura en la época clásica,
México, Fondo de Cultura Económica, 1968.]
Freud, S. ( 1 9 5 8 ) : Standard Edition, Vol. V. Londres, Ho­
garth Press.
Goffman, E. ( 1 9 6 1 ) : Asylums: Essays on the Social Si­
tuation of Mentid Patients and Other Inmates. Nueva
York, Double Jay-Anchor Books; Harmondsworth, Pen­
guin Books. [Hay versión castellana: Internados. Ensa­
yos sobre la situación social de los enfermos mentales.
Buenos Aires, Amorrortu, 1970.]

Haley, J. ( 1 9 6 5 ) : "The Art of being Schizophrenic",


Voices, I.
Handel, G. (comp.) ( 1 9 6 8 ) : The Psycho-Social Interior of
the Family: A Source Book for the Study of Whole Fa­
milies. Londres, Allen and Unwin.
Hooke, S. H. ( 1 9 6 2 ) : Babylonian and Assyriam Religion,
Oxford, Blackwell.
Jourard, S. M. ( 1 9 6 8 ) : Disclosing Man to Himself. Nueva
York, Van Nostrand.
146 R. D. LAING

Lacan, J. ( 1 9 0 6 } : "Le stade du miroir comme formateur


de la fonction du Je". En Ecrits. Paris, Editions du
Seuil. Traducción: "The Mirror-phase as formative of
the Function of the I". New l e f t Review, No 51, 1968.
págs. 71-77.
Laing, R. D. ( 1 0 6 5 ) : "Mystification, Confusion and Con-
flict". En Boszormenyi-Nagy y Framo (romps.), op. cit.
Laing, R. D. (1967a): The Politics of Experience. Har-
mondsworth, Penguin Books; Nuevn York, Pantheon
Books.
Laing, R. D. (1967b): "Individual and Family Structure".
En P. Lomas (comp.): The Predicament of the Family.
Londres, Hogarth Press.
Laing, R. D. ( 1 9 6 9 ) : Self and Others. Londres, Tavistock
Publications; Nueva York, Pantheon Books.
Laing, R. D. ( 1 9 7 0 ) : Knots. Londres, Tavistock Publica-
tions; Nueva York, Pantheon Hooks.
Laing, R. D. y Esterson, A. ( 1 9 6 4 ) : Sanity, Madness, and
the Family: Families of Schizophrenics. Londres, Ta-
vistock Publications; Nueva York, Basic Books. Segun-
da edición, 1970. [Hay version castellana: Locura, cor-
dura y familia. México, Fondo de Cultura Económica,
1967.]
Laing, R. D., Phillipson, H. y Lee, A. R. ( 1 9 6 8 ) : Inter-
personal Perception. A Theory and a Method of Re-
search. Londres, Tavistock Publications; Nueva York,
Springer Publishing Co.
Lidz, T., Fleck, S. y Cornelison, A. R. ( 1 9 6 5 ) : Schizo-
phrenia and the Family. Nueva York, International Uni-
versities Press.

Morel, B. A. ( 1 8 6 0 ) : Traité des maladies mentales. Pa-


ris, Librairie Victor Masson.

Scbeff, T. (1967): Being Mentally III. Chicago, Aldine


Books.
Speck, R. V. ( 1 9 6 6 ) : "Psychotherapy of the Social Net-
work of a Schizophrenic Family". Family Process, Vol.
VI, Nº 2.
Szasz, T. ( 1 9 6 1 ) : The Myth of Mental Illness. Nueva York,
Harper.

Watzlawick, P., Beavin, J. II. y Jackson, D. D. ( 1 9 6 7 ) :


Pragmatics of Human Communication. A Study of In-
teractional Patterns, Pathologies and Paradoxes. Nueva
York, Norton.
E L C U E S T 1 0 N A M 1 E N T O D E L A F AM ILIA 147

Wiener, H. (I960, 67, 6 8 ) : "External Chemical Messen-


gers". Partes I a V. New York State Journal of Medi-
cine, Vols. 66, 67, 68.
Williams, C. ( 1 9 5 0 ) : The Descent of the Dove. Londres,
Faber & Faber.
Willis, R. G. (1967): "The Head and the Loins: Lévi-
Strauss and beyond". Man, Nº 4, págs. 518-534.
Winnicott, D. W. ( 1 9 6 7 ) : "Mirror-role of Mother and
Family in Child Development". En P. Lomas (comp.):
The Predicament of the Family. Londres, Hogarth Press
Zarlock, S. P. (1966): "Social Expectations, language
and Schizophrenia". J. human Psychol., Vol. 6, N° 1,
pàg. 68.
R. D . Laing es uno de los pensadores de nuestro tiempo
que más ha contribuido al cuestionamiento radical de los
presupuestos básicos sobre los que se apoyaba la
psiquiatría tradicional. Su trabajo en el Tavistock Jnsti-
tute for Human Relations y su colaboración con D.
Cooper y A. Esterson, constituyen uno de los principales
puntos de partida del movimiento antipsiquiátrico que se
desarrolla en los últimos años. Su rechazo de las ideas
establecidas sobre la enfermedad mental (y especialmen-
te sobre la esquizofrenia: "no acepto que la esquizofre-
nia sea un 'hecho' bioquímico, neurofisiológico ni
psicológico") evoluciona con los años hacia una crítica
radical de los fundamentos de nuestra civilización. Una
de las instituciones básicas de ésta, la familia, que ha
degenerado en un juego de poder, es el objeto de este
libro.
Laing presenta la familia como un sistema altamente
complejo de relaciones y analiza la estructura de la
familia como nexo dinámico de las interacciones que
moldean la personalidad de cada uno de sus miembros y
sus eventuales psicopatologías. Escrito en un lenguaje
directo, este libro va dirigido no sólo al especialista sino
al público lector interesado en la problemática contem-
poránea de esta institución central de nuestra civiliza-
ción.

PAIDOS

También podría gustarte