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Poesia Iberoamericana - España - FRAY LUIS DE LEÓN... http://www.antoniomiranda.com.br/iberoamerica/espan...
AMOR CASI DE UN VUELO ME HA ENCUMBRADO
Amor casi de un vuelo me ha encumbrado
adonde no llegó mi pensamiento;
mas toda esta grandeza de contento
me turba, y entristece este cuidado,
que temo que no venga derrocado
al suelo por faltarme fundamento;
que lo que en breve sube en alto asiento,
suele desfallecer apresurado.
mas luego me consuela y asegura
el ver que soy, señora ilustre, obra
de vuestra sola gracia, y que en vos fío:
porque conservaréis vuestra hechura,
mis faltas supliréis con vuestra sobra,
y vuestro bien hará durable el mío.
ALARGO ENFERMO EL PASO, Y VUELVO, CUANTO
Alargo enfermo el paso, y vuelvo, cuanto
alargo el paso, atrás el pensamiento;
no vuelvo, que antes siempre mito atento
la causa de mi gozo y de mi llanto.
Allí estoy firme y quedo, mas en tanto
llevado del contrario movimiento,
cual hace el extendido en el tormento,
padezco fiero mal, fiero quebranto.
En partes, pues, diversas dividida
el alma, por huir tan cruda pena,
desea dar ya al suelo estos depojos.
Gime, suspira y llora dividida,
y en medio del llorar sólo esto suena:
– ¿Cuándo volveré, Nise, a ver tus ojos?
AGORA CON LA AURORA SE LEVANTA
Agora con la aurora se levanta
mi Luz; agora coge en rico ñudo
el hermoso cabello; agora el crudo
pecho ciñe con oro y la garganta,
agora vuelta al cielo, pura y santa,
las manos y ojos bellos alza, y pudo
dolerse agora de mi mal agudo;
agora incomparable tañe y canta.
Ansí digo y, del dulce error llevado,
presente ante mis ojos la imagino,
y lleno de humildad y amor la adoro;
más luego vuelve en sí el engañado
ánimo y, conociendo el desatino,
la rienda suelta largamente al lloro.
¡OH CORTESÍA, OH DULCE ACOGIMIENTO
¡Oh cortesía, oh dulce acogimiento,
oh celestial saber, oh gracia pura,
oh, de valor dotado y de dulzura,
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TEXTO EM PORTUGUÊS
DO AMOR NUM VÔO SÓ FUI ELEVADO
Trad. de José Jeronymo Rivera
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Do amor num vôo só fui elevado
à altura em que não chega o pensamento;
mas toda esta grandeza num momento
me turba, e me entristece este cuidado,
que temo que não desça derrotado
ao solo, por faltar-lhe fundamento;
que quanto em breve sobe ao alto assento
costuma desmaiar precipitado.
Mas logo me consola e me assegura
o ver que sou, senhora ilustre, a obra
só dessa vossa graça, assim amável;
porque conservareis vossa feitura,
faltas me suprireis com vossas sobras,
e vosso bem ao meu fará durável.
ALONGO ENFERMO O PASSO, E VOLTO, QUANTO
Trad. de José Jeronymo Rivera
Alongo enfermo o passo, e volto, quanto
alongo o passo, atrás o pensamento;
não volto, que antes sempre miro atento
a causa de meu gozo e de meu pranto.
Ali estou firme e quedo, mas no entanto
levado de contrário movimento,
qual faz o torturado no tormento,
padeço fero mal, fero quebranto.
Em partes, pois, diversas repartida
esta alma, por fugir tão crudas penas,
deseja dar ao solo estes espólios.
Geme, suspira e chora, dividida,
e em meio ao seu chorar ouve-se, apenas:
– Ó Nise, quando volto a ver teus olhos?
AGORA COM A AURORA SE LEVANTA
Trad. de Anderson Braga Horta
Agora com a aurora se levanta
minha Luz; colhe em laço, com estudo,
o formoso cabelo; agora o crudo
peito cinge com ouro e a garganta,
agora ao céu retorna, pura e santa,
mãos e olhos belos alça, e do meu rudo
mal ora se condói, meu mal agudo;
agora incomparável tange e canta.
Assim digo e, do doce error levado,
presente ante meus olhos a imagino,
e cheio de humildade e amor a adoro;
mas logo a si retorna o enganado
ânimo e, conhecendo o desatino,
a rédea solta largamente ao choro.
Ó CORTESIA, Ó DOCE ACOLHIMENTO
Trad. de José Jeronymo Rivera
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O ar todo se serena,
de beleza se veste, e luz não usada,
Salinas, quando, amena,
soa a música alada
por vossos sábios dedos governada.
A cujo som divino
minha alma, que no olvido está sumida,
já recobra seu tino
e a memória perdida
de sua origem prima esclarecida.
E, como se conhece,
em sorte e pensamento se aprimora;
o ouro desconhece
que o vulgo vil adora,
a beleza caduca e enganadora.
Traspassa todo o ar
até chegar à esfera derradeira,
e ali vai escutar
outra imortal maneira
de música, entre todas a primeira.
Vê como o grão Maestro,
a esta imensa cítara aplicado,
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Extraídos de POETAS DO SÉCULO DE OURO ESPANHOL: POETAS DEL SIGLO
DE ORO ESPAÑOL / Seleção e tradução de Anderson Braga Horta; Fernando Mendes
Vianna e José Jeronymo Rivera; estudo introdutório de Manuel Morillo Caballero.
Brasília: Thesaurus; Consejería de Educación y Ciência de la Embajada de España,
2000. 343 p. (Coleção Orellana – Colección Orellana; 12) ISBN 85-7062-250-7
Extraídos de
Frei Luis de León
Sete Odes e Três Sonetos de Frei Luis de León e Dezoito Sonetos de Góngora
traduzidos por José Bento com um desenho de Ângelo de Sousa nas edições o
oiro do dia.
Porto, Portugal: O Aprendiz de feiticeiro & O oiro do dia, 1988. 58 p.
DA VIDA DO CÉU
Alma região luzente,
prado ditoso, que nem o ar do pólo
nem o raio ardente
abate, fértil solo,
dispensador eterno de consolo;
de púrpura e de neve
florida, a cabeça coroado,
p'ra doces pastos leva,
sem funda nem cajado,
o bom Pastor em ti seu gado amado;
ele vai e ditosas
seguem-no suas ovelhas, onde as pasce
em sempiternas rosas,
em flor que sempre nasce,
e quanto mais se goza mais renasce;
e depois à montanha
do alto bem as guia; já na veia
do gozo fiel as banha
e lhes dá mesa cheia,
pastor e pasto ele só, doce cadeia.
E de sua esfera quando
atinge o cume, no mais alto subido,
o sol, ele sesteando,
por seu gado cingido,
com doce som deleita o santo ouvido;
toca o rabil sonoro,
e o imortal dulçor à alma passa,
com que envilece o ouro,
e ardendo se trespassa
e lança naquel' bem livre de jaca.
Oh som!, oh voz!, se embora
uma pequena parte só descesse
em meu sentido, e fora
de si a alma pusesse,
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