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VARASES
EDICIONES

PO E S Í A
V I A JE S &
rockV koi.i.

LA PRACTICA
DE LO SALVAJE
(ENSAYOS)

Gary Snyder
Traducción de Nacho Fernández R. yjosé Luis Regojo Borras

w w w .v a r a s e k e d i c i o n e s .e s
1

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VAR AS E K
EDICIONES
O N T i l i: R O A D

La práctica de lo salvaje
Originally published in the Cnglish
language by Counterpoint under lhe title
The Practice ofThe Wtld, by Gary Snyder
© 1990 by Gary Snyder
© Gary Snyder, 20l6
© de esta edición y derechos en
castellano, Varasek Ediciones
© de la traducción,
Nacho Fernández R.
yjosé Luis Regojo Borrás
© de la foto de portada, Justine Kurland
titulo: Pool ofMoxie in 7in Canoe
Dirección creativa:
Beatriz Ruibal
Diseño de la colección:
Jaime Narváez

C/ Toledo, 73
28005 Madrid
www.varasekediciones.es

1. a edición, Madrid, 20l6


2. a edición, Madrid, 20l6

ISBN (libro): 978-84.-943353-+-I


ISBN (e-book): 978-84-943353-5-8
DL: M-35740.2015

NARRATIVA
lib ro es p ara C aro le
en el sen d ero
1

i
1

I
1
II PRÓLOGO

15 EL PROTOCOLO DE LA LIBERTAD
43 EL LUGAR, LA REGIÓN Y EL PROCOMÚN
73 GRAMÁTICA PARDA
iog BUENA, SALVAJE, SAGRADA
135 EL ETERNO CAMINAR DE LAS MONTAÑAS AZULES
159 LOS BOSQUES ANTIGUOS DEL LEJANO OESTE
195 EN EL CAMINO, FUERA DEL SENDERO
211 LA MUJER QUE SE CASÓ CON UN OSO
235 SUPERVIVENCIA Y SACRAMENTO

251 BIBLIOGRAFÍA
257 AGRADECIMIENTOS DEL AUTOR
261 AGRADECIMIENTOS DE LOS TRADUCTORES
1

1
PRÓLOGO

T o d o s n o s o tro s , e sp e c ia lm e n te c u a n d o s o m o sjó v e n e s , n o s e n fre n ta m o s


a p re g u n ta s: ¿ Q u ié n soy y o ? ¿ Q u é estoy h a c ie n d o a q u í? ¿ Q u é está p a s a n d o ?
C re c í e n u n a p e q u e ñ a g ra n ja e n el N o ro e ste d el Pacífico n o rte a m e ric a n o , e n
la Isla de la T o rtu g a . Las aguas c o lm ad as d e sa lm o n e s d el e stre c h o d e P uget
e stab a n cerca, y "lo q u e estaba p a sa n d o " e ra la im p la ca b le d e fo re sta c ió n de
u n o d e los m ás im p o n e n te s b o sq u e s d e to d o s lo s tie m p o s.
La vasta e x te n sió n de e n o rm e s á rb o le s e n el lito ra l d el Pacífico N o ro e ste
e ra u n fe n ó m e n o b o tá n ic o y e co ló g ico d e fo rm id a b le s p r o p o rc io n e s .
O r ig in ó , j u n t o c o n los b o sq u e s de secuoya ro ja algo m ás al s u r, las c o n ife ra s
m ás g ra n d e s d e l m u n d o . A esta e x p re sió n m arav illo sa de los p ro c e so s
n a tu ra le s lle g a ro n los e u ro a m e ric a n o s , q u e , d e in m e d ia to , d e v asta ro n el
c re c im ie n to d e siglos p a ra tra n s fo rm a rlo e n las casas d e las c iu d a d es cada
vez m ás g ra n d e s de la C o sta O e ste . P ara m í, la p re g u n ta " ¿ q u ié n soy yo ?"
estaba ligada a m i p e rte n e n c ia ju v e n il a u n a so c ied a d e n e x p a n s ió n sin
c o n c ie n c ia a lg u n a d e l p a sa d o o d e l f u tu r o m e d io a m b ie n ta l. N u e stra g ra n ja
se e n c o n tra b a lo b a sta n te cerca d e ese m u n d o o rig in a l d e la n a tu ra le z a salvaje
c o m o p a ra a b s o rb e r a lg u n as e n se ñ an z as d e p r im e r a m a n o d e las lag u n as, los
b o sq u e s y la alta m o n ta ñ a . El v a lo r d e esas e x p e rie n c ia s se c o n s o lid ó c o n
m i p o s te r io r fo rm a c ió n in te le c tu a l, y m e d e d iq u é al e s tu d io ju v e n il d e la
h i s t o r ia h u m a n a y n a tu r a l, c o n u n o jo p u e s to e n r e c o n o c e r las h u e lla s
d e la in ju s tic ia y la e x p lo ta c ió n .
A los d ie c isie te a ñ o s m e h ic e so cio d e la W ild e rn e ss S ociety, u n a
o rg a n iz a c ió n q u e todavía lleva a cabo u n a b u e n a la b o r, y m ás ta rd e m e
a filié a u n c lu b de m o n ta ñ is m o lla m a d o M azam as, c o n sede e n O re g ó n . M e
c o n v e rti n o so lo e n m o n ta ñ e ro y tra b a ja d o r fo re sta l te m p o ra l —in c lu y e n d o
faenas d e le ñ a d o r —, s in o ta m b ié n e n u n d e fe n s o r d e la n a tu ra le z a salvaje.
A lo la rg o de los a ñ o s h e d e se m p e ñ a d o m i tra b a jo e n m o n ta ñ a s y b o sq u e s
d e to d o el O e ste a m e ric a n o , y d e sp u é s e n J a p ó n , y u n p o c o e n T aiw án y
N e p a l. C o m e n c é a im p a r tir tallere s p a ra p e q u e ñ o s g ru p o s , y clases p o r to d a

11
1

N o rteam érica, e n se ñ a n d o la d isc ip lin a , el c o n o c im ie n to y las d e stre z a s que


creía necesarias p a ra a p re c ia r la fe ro z o r d e n a c ió n d e lo salvaje.
T rab a ja r c o n p e rso n a s d e lu g are s re m o to s d e A lask a, o d e l c e n tro
de M an h attan o de T o k io e n c u e s tio n e s r e la c io n a d a s c o n la e co lo g ía y
las estrategias m ed io a m b ie n ta le s, las esp e cies a m e n a z a d a s , las c u ltu ra s
p rim a rias y las re lig io n es de A sia o r ie n ta l es lo q u e h a d a d o p ie a estos
ensayos.
T am b ién p la n te a n u n e n fo q u e e s p iritu a l. M i p r o p i o c a m in o es u n a
suerte de b u d ism o arcaico, q u e n o h a p e r d id o su v ín c u lo c o n las raíces
anim istas y cham ánicas. El re sp e to p o r to d o s lo s se re s vivos es u n a p a rte
p rim o rd ia l de esta tra d ic ió n . H e in te n ta d o e n s e ñ a r a o t r o s a m e d ita r y
a d en trarse e n las zonas salvajes d e la m e n te . C o m o s u g ie re u n o d e estos
ensayos, incluso el lenguaje p u e d e se r visto c o m o u n s iste m a salvaje.
U n té rm in o clave es la practica, e n te n d id a c o m o u n e s fu e rz o s o s te n id o ,
deliberado y co n scien te p o r a c o m p asarn o s c o n m a y o r su tile z a c o n n o s o tro s
m ism os y la v erd ad era c o n d ic ió n d e l m u n d o e x is te n te . El m undo,
exceptuando u n a m ín im a in te rv e n c ió n h u m a n a , es e n ú ltim a in s ta n c ia u n
lugar salvaje. Es esa la p a rte de n u e s tro se r q u e d irig e la r e s p ir a c ió n y la
digestión, y cuando se observa y a p rec ia es u n a f u e n te d e lú c id a in te lig e n c ia .
Las enseñanzas del b u d ism o so n re a lm e n te so b re la p rá c tic a y m u y p o c o
teóricas, a u n q u e la teo ría es ta n a tra y en te q u e a lo la rg o d e su h is to r ia ha
provocado u n a ligera y su g e ren te d e s o rie n ta c ió n e n m u c h o s .
La practica de lo salvaje p ro p o n e q u e n o s o c u p e m o s d e alg o m ás q u e d e la
ética m ed io am b ien tal, la acción p o lítica o u n a ctiv ism o ú til e in e lu d ib le .
D ebem os e n ra iz a m o s e n la o sc u rid a d de n u e s tro se r m ás p r o f u n d o . U n a
re co p ila c ió n de ensayos p o ste rio r, A p la c e in Spa ce, su g ie re q u e la m a y o r p a rte
d e ese arraig o tie n e lu g ar en c o m u n id a d e s, q u e e x iste n , lo s e p a m o s o n o ,
e n nacio n es n a tu ra le s” c o n fo rm a d as p o r cad e n as d e m o n ta ñ a s , c u rso s de
río s, p lan icies y hum edales.
N ada de lo q u e a q u í se dice p re te n d e p o n e r e n d u d a la e le g a n c ia , el
re fin a m ie n to , la belleza o la llam ativa c o m p le jid a d d e eso q u e lla m a m o s
civilización, p a rtic u la rm e n te aquella que p rim a la c u a lid a d s o b r e la c a n tid a d y
q u e n o es so lo u n a excusa p a ra la p ira te ría g lo b al i n te r n a c io n a l. M e a tra e la
idea de q u e la c u ltu ra m ism a ten g a u n sesgo salvaje. C o m o m a n ife s tó hace
a ñ o s C lau d e L év i-S trau ss, las a rte s so n el t e r r i t o r i o salvaje q u e sobrevive

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e n la im a g in a c ió n , c o m o p a rq u e s n a c io n a le s e n el i n te r i o r de las m e n te s
civilizadas. El a b a n d o n o y el d e le ite al h a c e r el a m o r, tan ta s veces c a n ta d o ,
es p a rte d e n u e s tro gozoso c a rá c te r salvaje. ¡Sexo y a rte p o r igual! L o q u e
quizás n o vim os c o n ta n ta c la rid a d e ra q u e la re a liz a c ió n p e rs o n a l, e in c lu so
la ilu m in a c ió n , es o tro a sp ecto d e n u e s tra c o n d ic ió n salvaje, u n v ín c u lo de
esa c u a lid a d q u e hay e n n o s o tro s c o n los p ro c e so s (salvajes) d e l u n iv e rs o .
M i m o tiv a c ió n d e b e m u c h o a se r u n e u ro a m e ric a n o v iv ien d o en el N uevo
M u n d o , e n u n lu g a r sem isalvaje. C o n s id e ra n d o el p la n e ta e n su c o n ju n to ,
se observa q u e los p ro b le m a s n o so n m uy d ife re n te s e n c u a lq u ie r lu g a r d e la
T ie r r a . El m u n d o e n te ro te n ía b u e n o s b o sq u e s y m u c h a fa u n a salvaje hasta
hace u n o s c u a n to s siglos. Las c o m u n id a d e s h u m a n a s d is fru ta b a n de u n g ra n
esp acio , e x ce le n te agua y b u e n a tie r r a . Y su m a n d o o re s ta n d o u n o s p o c o s
m ile s d e a ñ o s, to d o s h e m o s e stad o v iv ie n d o e n p e q u e ñ a s c o m u n id a d e s de
su b siste n c ia d u r a n te la m ay o r p a rte de la h is to ria h u m a n a . Ese tip o d e vida
te n ía sus in c o n v e n ie n te s , p e ro hay le c cio n e s y destrezas relativas a esa larga
h is to ria q u e todavía n o h e m o s a su m id o n i in c o r p o r a d o a n u e stra s actuales
o c u p a c io n e s.
L o salvaje, ta n ta s veces d e sp a c h a d o c o m o c aó tico y b ru ta l p o r los
p e n sa d o re s civilizados, re s p o n d e e n re a lid a d a u n o rd e n im p a rc ia l,
im p la c a b le y h e rm o s o , a la vez q u e lib re . S u e x p re sió n , la p le n itu d de la vida
a n im a l y vegetal e n el p la n e ta , q u e incluye las to rm e n ta s , los vendavales, las
se re n a s m a ñ a n a s de p rim a v e ra y a n o s o tro s m ism o s, es el m u n d o real, al q u e
to d o s p e rte n e c e m o s . E stoy p ro f u n d a m e n te a g rad e cid o p o r h a b e r p o d id o
r e c o r r e r este s e n d e ro , e s tu d ia n d o c o n m ae stro s e n O r ie n te y O c c id e n te ,
y h a b e r d is fru ta d o d e la o p o r tu n id a d de e s c rib ir y e x p re sa r m is ideas p a ra
to d o a q u el q u e h a q u e r id o e sc u c h a r.

CARY SNYDER
2 5 .1 0 .9 8
1 2 .0 5 .IO

*Todas las notas que aparecen en el libro son de los traductores.

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1
EL PRO TO CO LO DE LA LIBERTAD
1

'I
I

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l

i
I
í ]
El pacto

U n a tarde de ju n io a p rin cip io s de los años setenta, cam inaba


en tre ru m o ro so s pastos dorados hacia u n a cabaña, cuidada p ero sin
p in tar, en el co n fín de u n rancho en la cuenca del río Y uba del Sur,
al n o rte de C alifornia. La cabaña n o tenía p u erta n i cristales en las
ventanas. Estaba a la so m b ra de u n g ra n ro b le n eg ro y parecía des­
h ab itad a. M i am igo, u n estudioso de los idiom as y la literatura n a ­
tivos de C alifo rn ia, e n tró sin llam ar. A u n lado, an te u n a m esa de
m ad era vacía y c o n u n tazón de café, se sentaba u n recio in d io viejo
y canoso. N os recibió y saludó a m i am igo, o freciéndonos solem ­
n e m e n te café soluble y leche condensada. N os dijo que estaba bien,
p ero que n u n ca más volvería al hospital de veteranos. D e ahora en
adelante, en caso de en ferm ar, se quedaría d o n d e estaba. Le gustaba
su casa. C harlam os u n b u e n rato sobre la gente y los lugares a lo largo
de la ladera occidental del n o rte de la Sierra Nevada, el territo rio de
los concow y los n isenan. Finalm ente, m i amigo le anunció la buena
noticia: "L ouie, e n co n tré a alguien que habla n isen an”. Es posible
que n o h u b iera más de tres personas vivas que lo hablaran entonces,
y L ouie era u n o de ellos. " ¿ Q u ié n ? ”, p reg u n tó L ouie. Mi amigo le
dijo el n o m b re de u n a m u jer: "Vive detrás de O roville. Si quiere, la
traigo y los dos p o d rá n conversar”. "La conozco desde hace m ucho
tie m p o ”, dijo L ouie. "N o q u errá venir aquí. N o creo que deba verla.
A dem ás, su fam ilia y la m ía n u n ca se llevaron b ie n ”.
A q u e llo m e d e jó sin a lie n to . E staba fre n te a u n h o m b re que
n o p e rm itía q u e la m e ra am en aza de e x tin c ió n c u ltu ra l se cru zara
e n el c a m in o de sus valores, o los de ella. E n tre b la n co s corteses y
b ie n in te n c io n a d o s su re sp u e sta es casi in c o m p re n s ib le ; p e ro e n
el m u n d o de su g e n te , n u n c a su p e rp o b la d o , lle n o de b ello tas,

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ciervos, salm o n es y p lu m a s d e p á ja ro c a r p in te r o ,- a f e r r a r s e a
sem ejan te p u re z a , se r e sc ru p u lo so s e n tem as d e fa m ilia y clan ,
e ra n lu jo s asu m ib les. L o u ie y su p a isa n a n is e n a n te n ía n a su n to s
m ás im p o rta n te s e n tre ellos q u e e n ta b la r c o n v e rs a c ió n . C re o
q u e él lo veía co m o u n m o d o de p re se rv a r su d ig n id a d , su
o rg u llo y su p ro p io d e stin o —s in im p o r ta r las e stre c h e ce s q u e
p ad ecían —h asta el fin a l.

C oyote y ard illa de tie rra n o q u ie b ra n el p a c to q u e lo s u n e ,


e n el que u n o d eb e ju g a r a ser d e p re d a d o r y el o tr o p re s a . E n la
n atu ralez a salvaje u n le b ra to de cola n e g ra q u izá n o te n g a m ás de
u n a o p o rtu n id a d de c ru z a r u n a p ra d e ra a la c a rre ra s in le v a n ta r
la vista. N o existirá la seg u n d a. C u a n to m ás a fila d o el c u c h illo ,
más lim p ia la lín e a del c o rte . P o d em o s v a lo ra r la e leg an cia d e las
fuerzas que c o n fo rm a n la vida y el m u n d o , d a n d o f o rm a a cada
u n o de los p erfiles de n u e s tro c u e rp o : d ie n te s y u ñ a s , p e z o n e s
y cejas. T am b ién e n te n d e m o s q u e hay q u e in t e n ta r vivir sin
causar daño in n e c e sa rio , n o so la m e n te a n u e s tro s se m e ja n te s,
sino a todos los seres. D ebem os in te n ta r n o s e r c o d ic io so s n i
aprovecharnos de los dem ás. Ya h a b rá s u fic ie n te d o lo r e n el
m u n d o tal com o es.
Tales son las lecciones de lo salvaje. La escuela e n q u e p u e d e n
ser aprendidas, los feudos del caribú y el alce, d el elefante y el
rin o cero n te, de la orea y la m orsa, m en g u an cada día q u e pasa.
Seres que h an viajado con nosotros a través de los tiem p o s están
ahora aparentem ente condenados, a m edida q u e su h á b ita t —el
viejo, el antiguo hábitat de los h u m an o s— se colapsa fre n te a la
explosión ralentizada de las ram pantes econom ías m u n d ia le s .^Si
está entre n osotros el m uchacho o la m uchacha q u e c o n o ce d ó n d e
se oculta el secreto corazón de este m o n stru o so c re c im ie n to , que
p o r favor diga hacia d ó n d e a p u n ta r la flecha q u e lo c o n ten g a Fy si
el corazón secreto perm an eciera escondido y n u e stra la b o r e n n ad a
se aliviara, yo, p o r m i p arte, trabajaré día a día a favor de lo salvaje.

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S a lv a je j libre. U n a frase del su eñ o am erican o que p ie rd e im ágenes:
u n sem en tal de largas crin es galo p an d o a través de la p ra d e ra , la uve
de las b arn aclas canadienses g ra zn an d o en las alturas, u n a ardilla
• chachareando m ientras salta de ram a en ram a so b re n o so tro s e n u n
ro b le . T a m b ié n su en a a u n a n u n c io de H arley -D av id so n . A m bas
palabras, p ro fu n d a m e n te políticas y delicadas, se h a n co n v ertid o
en fru slerías d el m e rc a d o . E sp ero investigar el significado de
salvaje y có m o se re la c io n a co n libre y lo que u n o p o d ría h acer
co n esto. S er v e rd a d e ram e n te lib re es acep tar las con d icio n es
esenciales tal co m o so n : d o lo ro sas, tra n sito rias, abiertas e
im p erfectas, y al m ism o tie m p o , agrad ecer esa tra n sito rie d a d
y la lib e rta d q u e n o s co n ced e, p o rq u e la -lib ertad n o existiría
e n u n u n iv erso p reestab lecid o . C o n esa lib e rta d m ejo ram o s el
c am p am e n to , ed ucam os a los n iñ o s, d erro cam o s a tiran o s. El
m u n d o es n atu ra le z a, in ev itab lem en te salvaje a la larga, ya que
lo salvaje, co m o p ro ceso y esencia de lo n a tu ra l, tam b ién es una
o rd e n a c ió n de lo tra n s ito rio .
A p e s a r d e q u e natu ra leza sea u n té r m in o q u e e n sí n o
re s u lta a m e n a z a n te , la c o n c e p c ió n de "salvaje” q u e tie n e n las
so c ie d a d e s civ ilizad as, ta n to e n E u r o p a c o m o e n A sia, se asocia
c o m ú n m e n te c o n d e s o r d e n , d e s o b e d ie n c ia y v io le n c ia . La
p a la b ra c h in a p a ra n a tu ra le z a es z i- r a n ; e n ja p o n é s , sh izen , q u e
sig n ific a "el s e r, así ” . Se tr a ta d e u n a p a la b ra b a n a l y g e n é ric a .
E n c h in o , la p a la b ra p a ra n a tu ra le z a esjie (e n ja p o n é s ,j a ) , q u e
b á s ic a m e n te q u ie r e d e c ir "c a m p o a b ie r to ” , a u n q u e tie n e u n
a m p lio a b a n ic o d e a c e p c io n e s : e n d ife re n te s c o m b in a c io n e s
el té r m i n o sig n ific a " c o n e x ió n ilíc ita ” , " t e r r i t o r io d e s ie r to ” ,
" h ijo ile g ítim o ” ( n i ñ o d e c a m p o a b ie r to ) , " p r o s titu ta " ( f lo r de
c a m p o a b ie r to ) y d e m á s. E n u n caso in te r e s a n te ,j e - m a n z i~ ju
(" c a m p o a b ie r to , p e r s o n a - s u r e ñ o - t r i b a l - l i b e r t a d ”) sig n ific a
" lic e n c ia sa lv a je ” . E n o tr o c o n te x to , " c u e n to d e cam p o
a b i e r t o ” se t o r n a e n " fic c ió n y a m o río s fic tic io s " . T a m b ié n
s o n f r e c u e n te s las a s o c ia c io n e s c o n lo rú s tic o y lo in c u lto .

I!)
I

D e alg u n a m a n e ra , j e v ie n e a s ig n if ic a r "la n a tu r a le z a e n su
p e o r e x p re s ió n ” . A p e s a r d e q u e lo s c h in o s y lo s ja p o n e s e s h a n
alabado de b o q u illa a la n a tu ra le z a d e s d e a n tig u o , es p r o b a b le
q u e solo los p r im e r o s ta o ísta s h a y a n p e n s a d o q u e la s a b id u r ía
em an a de lo salvaje.
T h o re a u dice: "D ad m e u n a n atu ra le z a salvaje q u e n in g u n a
civilización p u ed a s o p o rta r” . Lo cual, c la ra m e n te , n o es d ifíc il de
e n c o n tra r. Más difícil es im a g in a r u n a civ ilización q u e lo salvaje
p u eda so p o rta r, a u n q u e esto sea, ju s ta m e n te , n u e s tra o b lig a c ió n .
Lo salvaje n o es solo la "preservación d el m u n d o ” , es el m u n d o .
Todas las civilizaciones, ya sean o rie n ta le s u o c c id e n ta les, hace
tiem po que siguen u n ru m b o de co lisió n c o n la n a tu ra le z a salvaje,
y hoy existen naciones d esarrolladas q u e tie n e n el in se n sa to
p o d e r de e rrad icar de la faz de la tie rra n o so lo seres, sin o
especies y procesos com pletos. N ecesitam os u n a civ ilizació n que
pueda convivir e n te ra y creativam ente c o n lo salvaje. Y d eb em o s
com enzar a hacerla crecer aquí, en el N uevo M u n d o .
C uando hoy en día evocam os la n a tu ra le z a salvaje e n A m é ­
rica, solem os p en sar e n reg io n es re m o ta s y q uizás c a te g o riz a ­
das que casi siem pre so n alpin as, desérticas o p a n ta n o s a s . H ace
solo uno s siglos, cu an d o v irtu a lm e n te todo e ra salvaje e n el c o n ­
tin e n te , la naturaleza n o era algo p a rtic u la r m e n te sev ero . Los
b erren d o s y los b isontes re c o rría n las p ra d e ra s , lo s río s estab an
llenos de salm ones, las alm ejas c u b ría n h e c tá re as, y el oso p a r ­
do, el pu m a y el m u fló n e ra n co m u n es e n las tie rra s b ajas. T a m ­
b ié n existían los seres hu m an o s: N o rte a m é ric a estaba com pletam ente
poblada. Se p o d ría a firm a r que sin g ra n d e n sid a d , p e ro eso d e ­
p en d e de q u ié n lo diga. D e h e c h o , h ab ía g e n te p o r to d a s p a rte s .
D espués de que el so ld ad o de in fa n te ría A lv ar N ú ñ e z C abeza
de Vaca y sus dos c o m p a ñ e ro s —u n o de los cuales e ra a fric a ­
n o — naufragaran en la playa de lo que hoy es G alveston, c a m in a ­
ro n los tres, e n tre 1528 y 1536, hasta el valle d e l R ío G r a n d e y
lu ego hacia el s u r y M éxico. E n co n tad as o c a sio n e s d u r a n te esos

20

1
o ch o a ñ o s n o d e sc a n sa ro n e n p o b la d o s o ca m p a m en to s nativos.
Y sie m p re s ig u ie ro n se n d e ro s.
Vivir en u n a cu ltu ra de naturaleza salvaje ha sido siem pre parte de
la experiencia esencial de los seres hum anos. N o ha existido en to rn o
salvaje sin algún tip o de presencia h u m an a d u ran te cientos de miles
de años. La naturaleza n o es u n sitio que se visita, es nuestro hogar, y
en ese te rrito rio hay lugares que nos son m enos o más familiares. A
veces hay áreas que son difíciles y rem otas, p ero todas son conocidas y
hasta tie n e n n o m b re . U n día de agosto m e encontraba en u n pu erto
de la cordillera de Brooks, al n o rte de Alaska, en el nacim iento del
río Koyukuk, u n paso verde en la tu n d ra a 9 0 0 m etros de altura
en tre am plias y suaves cordilleras que divide las aguas que van al
océano Á rtico desde el Y ukón. Se trata de u n lugar tan rem oto como
el que más en N orteam érica, d o n d e n o hay cam inos y las sendas son
las que ab ren los caribúes en sus m igraciones. S in em bargo, este paso
ha sido usado sistem áticam ente p o r los in u p iaq de la ladera n o rte y
p o r los atabascanos del Y u k ó n com o su ru ta com ercial de n o rte a
sur, desde hace al m enos siete m il años.
T o d o s y cada u n o de los collados y lagos de Alaska fu e ro n
n o m b ra d o s e n alg u n o de los doce o más idio m as hablados p o r los
nativos, co m o d e m u e stra n las investigaciones de J im K a ri (1982;
I9 8 5 ) y o tro s. P o r su p a rte , los cartógrafos eu ro a m erican o s les
d ie ro n los n o m b re s de ex p lo rad o res de paso, sus p ro p ias novias
o sus lugares de n a c im ie n to e n el resto de E stados U n id o s.
B ásicam ente, to d o está e n la h is to ria nativa y, sin em bargo, solo
se vislu m b ra u n a m ín im a h u ella de la presen cia h u m a n a a lo largo
de ese d ila ta d o p e rio d o . Las h isto ria s basadas e n lugares que
relata la g e n te y los n o m b re s q u e p u s ie ro n so n su arq u eo lo g ía, su
a rq u ite c tu ra y su título so b re la tie rra . Eso sí que es vivir ligeros.
Las cu ltu ras de los e n to rn o s salvajes viven de acuerdo con las
lecciones de la vida y la m u e rte de las econom ías de subsistencia.
P ero ¿q u é q u erem o s d ecir hoy co n las palabras salvaje e, incluso,
naturaleza? Los idio m as trazan m e a n d ro s com o los grandes ríos,

21
dejando cursos curvos sobre lechos olvidados, solo visibles desde el
aire o p o r los estudiosos. El lenguaje es com o u n a fam ilia de especies
in fin itam en te h íb rid a que se expande o d ec lin a m iste rio sa m e n te
con el tiem p o , cruzándose de fo rm a desvergonzada e in ag o tab le,
.y que cam bia sus p ro p ias reglas a m ed id a q u e avanza. Las palabras
se utilizan com o signos, com o sustitutos, de fo rm a a rb itra ria y
tem poral, incluso cuando la lengua refleja e in fo rm a d e los valores
cam biantes de las gentes cuyas m entes h ab ita y re c o rre . T e n e m o s fe
e n el "significado” de la m ism a m an era e n q u e p o d e m o s c re e r en
los glotones, confian d o en los in fo rm es ocasionales de te rc e ro s o
en la autorid ad que nos concede h a b e r visto u n a vez u n a p ie l; p e ro
a m enudo vale la p en a rastrear de vuelta a esos p icaro s.

Laspalabras naturaleza, salvaje [iui/d]_y selva [lüí/demess]1

C om encem os p o r naturaleza. La palabra naturaleza p ro v ie n e del


latín natura, "nacim iento, co n stitu ció n , carácter, cu rso d e las co ­
sas”, originalm ente de nasci, n acer. D e ella d eriv an nación, natal, nati­
vo, preñada. La probable raíz in d o e u ro p e a (a través d e l griego g na, de
ahí cognado y agnado) es gen, que prov ien e del sán scrito ja n , q u e a su
vez nos da generar y género, y las palabras kin y kind e n inglés.
La palabra tiene dos significados lig eram en te d ife re n te s. U n o
es "el exterior”, el m u n d o físico, que incluye a to d o s los seres vi­
vos. P or d efin ició n , la n aturaleza es u n o rd e n a m ie n to d e l m u n d o
que se aparta de las características o creacio n es de la civilización
y la v o lun tad h u m an a. Se dice que so n " a n tin a tu ra le s” la m á q u i­
na, el artefacto, lo inventado o lo extrao rd in ario (com o u n a te rn e ra
bicéfala). El o tro significado, más am plio, es "el m u n d o m aterial o
el conjunto de sus objetos y fen ó m en o s”, incluyendo los p ro d u cto s

I. Wildemess: en el texto original, el autor rastrea en detalle la etimología de esta palabra.


Su traducción al castellano por "selva” no tiene la misma correspondencia etimológica,
pero hemos preferido no alterar una argumentación que consideramos importante.

22
de la acción e in te n c ió n h u m ana. E n ta n to agente, la naturaleza se
d efin e co m o "la acció n física cread o ra y reg u lad o ra que o p era en
el m u n d o m a te ria l y es causa in m e d ia ta de tod o s sus fen ó m en o s".
El p e n sa m ie n to cien tífico y algunos tipos de m isticism o p r o p o ­
n e n c o rre c ta m e n te q u e todo es n a tu ra l. E n este m arco la ciudad de
Nueva Y ork n o tie n e nada de an tin atu ral, n i tam poco los desechos
tóxicos o la energ ía atóm ica, y p o r d e fin ic ió n nada de lo que hace­
m os o ex p erim en tam o s e n la vida es "an tin a tu ra l”.
¿ Q u é co n stitu y e en to n c e s lo "s o b re n a tu ra l”? U n a m an era
de a b o rd a rlo es d e c ir q u e designa fe n ó m e n o s o c u rrid o s a tan
pocas p e rso n a s q u e se d u d a de su existencia. S in em bargo, estos
hechos —fantasm as, dioses, tra n sfo rm a c io n es mágicas y dem ás—
se d esc rib e n c o n su ficien te frecu en cia com o p ara que sigan
in trig á n d o n o s y, p a ra algunos, sean creíbles.
P r e f e r ir ía u s a r la p a la b ra n a tu r a le s re fe rid a al u n iv erso físico
y to d a s sus p r o p ie d a d e s . P e ro , a v e c e s, in c lu s o a q u í, ap arecerá
c o n el sig n ific a d o d e "a ire l i b r e ” o "lo n o h u m a n o ” .

La p a la b ra w ild es c o m o u n z o rro g ris a le já n d o se al tro te


p o r el b o s q u e , o c u ltá n d o s e tra s lo s a rb u sto s, a p a re c ie n d o y
d e s a p a re c ie n d o . D e cerca, a p r im e r a vista, es "w ild ” [salvaje];
observado n u ev am en te m ás lejos e n tre los árboles será wyld, y p o r vía
del an tig u o n o ru e g o villr y el an tig u o te u tó n ic o wilthijaz, retrocede a
u n vago y p re te u tó n ic o ghweltijos, que a ú n significa "salvaje" y quizás
"boscoso” (wald). A h í se e sc o n d e , c o n c o n e x io n e s p o sib les c o n
w ill, c o n el la tín silva (selva, salvaje) y c o n su raíz in d o e u ro p e a
gh w er, o r ig e n d e l latín/erus, d e l cu al provien en /era/y /ero* (q u e n o s
lleva n u e v a m e n te a l o q u e T h o r e a u lla m a "la te r r ib le fe ro c id a d ” ,
q u e c o m p a r te n lo s a m a n te s y las p e rs o n a s v irtu o sa s). E l O xford
English D ictio n a ry d e s c rib e el té r m in o de la s ig u ie n te m a n e ra :

A n i m a l e s : s i n d o m a r , s i n d o m e s ti c a r , re b e ld e s .
P la n ta s : s i n c u ltiv a r .

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T ierra: deshabitada, inculta.
Cosechas: producidas o surgidas sin labranza.
Sociedades: incivilizadas, rudim entarias, que se resisten al
G obierno constituido.
Individuos: sin restricciones, insubordinados, licenciosos, viciosos,
rústicos. ("Viudas salvajes y maliciosas”, 1614)-
Conductas: violentas, destructivas, crueles, rebeldes.
Conductas: simples, libres, espontáneas. (" [...] trin a las
salvajes notas de sus bosques nativos”. JOHN MILTON)

Salvaje se define principalm ente e n n uestros d iccio n ario s p o r lo


que, desde el p u n to de vista h u m an o , n o es. C o n esa perspectiva n o
puede revelarse lo que sí es. Veámoslo de o tra m anera:

Anim ales: agentes libres, cada u n o co n sus p ro p ia s cualidades,


viviendo d e n tro de los sistem as n atu rales.
Plantas: que p ro life ra n y se m a n tie n e n p o r sí m ism as, c re ­
ciendo de acuerdo a sus cualidades in n a ta s.
T ie rra : u n lugar en el que la vegetación y la fa u n a o rig in ales
y potenciales están intactas, e n in te ra c c ió n p le n a , y e n el q u e los
accidentes del te rre n o so n e n te ra m e n te el re su lta d o de fuerzas n o
hum anas. P rístin o .
Cosechas: su m in istro de alim en to s p ro v isto y s o ste n ib le p o r
la abundancia y la fertilid ad n atu rales de las p la n ta s silvestres en
su crecim iento y p ro d u c c ió n de fru tas y sem illas.
Sociedades: aquellas cuyo o rd e n surge in trín s e c a m e n te y se
m an tien e p o r la fuerza del consenso y la c o stu m b re , e n c o n tr a ­
p o sició n a u n a legislación explícita. Las cu ltu ras p rim ig e n ia s , que
se co n sid eran a sí m ism as m o rad o ras o rig in ales y e te rn a s de su te ­
r rito rio . Sociedades que c o n fro n ta n la d o m in a c ió n e c o n ó m ic a y
p o lítica de la civilización. S ociedades cuyo o r d e n e c o n ó m ic o está
e n relac ió n cercana y sostenible co n el ecosistem a lo cal.
In d iv id u o s: q u e siguen los h áb ito s, estilos y p r o to c o lo locales
sin p reo c u p a rse p o r los estándares de la u rb e o de lo s lu g ares de

24
in te rc a m b io m ás cercanos. V aleroso, au to su ficien te, in d e p e n ­
d ie n te . "O rg u llo so y lib re ”.
C arácter: que resiste ferozm ente cu alquier op resión, c o n fin a­
m ie n to o explotación; atrevido, escandaloso, "m alo", adm irable.
C o n d u c ta : n a tu ra l, lib re , esp o n tán ea, n o co n d icio n ad a. Ex­
presiva, física, a b ie rta m e n te sexual, extática.

La m ay o ría de los se n tid o s de esta segunda lista se acerca a la


m a n e ra e n q u e los c h in o s d e fin e n el té rm in o tao, "el ca m in o ”
de la g ra n n atu raleza; su p o n e e lu d ir el análisis, ir más allá de las
categorías, ser a u to -o rg a n iz a d o , a u to -in fo rm a d o , lú d ico , s o r­
p re n d e n te , tra n s ito rio , insu stan cial, a u tó n o m o , com pleto, o r ­
d e n a d o , sin m ed ia c io n e s, co n leg itim id ad y disposición p ropias,
co m p lejo , b a sta n te sim p le. S im u ltán eam en te vacío y llen o . E n
algunos casos lo llam aríam o s sagrado y n o está lejos del térm in o
b u d ista dharm a e n sus sen tid o s orig in ales de fo rm arse y afirm arse.

La p a la b ra selva [wilderness], antes w)ildemesse, del inglés antiguo


wildeornes, quizás d erivado de w ild-deer-ness —deor: ciervos y otros
anim ales d el b o sq u e —, a u n q u e más p ro b a b le m e n te de witdern-ness,
tie n e estas acepciones:

U n a e x te n sió n am p lia de tie rra salvaje, co n flora y fauna


o rig in ales, q u e p u e d e ser desde u n a ju n g la cerrad a o bosque
h ú m e d o hasta te rre n o s ártico s y alp in o s de "selva b lan ca” .
Tierra baldía, u n área sin uso o inservible como pasto o tierra de labor.
U n espacio d e m a r o aire, com o e n la cita de Shakespeare,
"A hora soy co m o aq u el q u e está sob re u n a roca, ro d ead o p o r u n
d esierto de m a r ” (T ito A n d ró n ico ). Los océanos.
U n lu g a r p elig ro so y d ifícil d o n d e se asu m en riesgos, se
d e p e n d e de la p ro p ia p e ric ia y n o se cu en ta co n ser rescatado.
E l m u n d o , e n c o n tra p o sic ió n al cielo. "C am in é a través de la
selva de este m u n d o ” (E l progreso del peregrino).
U n lug ar de a b u n d a n c ia , co m o e n la frase d e J o h n M ilto n
"u n a selva de b ie n e s”.

El uso que M ilto n hace de la palabra selva c a p tu ra las verdaderas


cualidades de energía y riqueza p resen tes ta n a m e n u d o e n los
sistemas salvajes. "U n a selva de b ie n e s” se asem eja a los b illo n e s de
pequeños arenques o caballas e n el océan o , a los k iló m e tro s cúbicos
de kril, a las semillas de la h ierb a de las p ra d e ra s salvajes, q u e llevan
al p an de nuestros días, h echo de los g érm en es de las h ierb as, y a
la increíble fecundidad de todos los p e q u e ñ o s an im ales y plantas
que alim entan la red. P ero, p o r o tra p a rte , lo selvático sugiere el
caos, el eros, lo desconocido, el ám bito del tab ú , el h á b ita t ta n to de
lo extático com o de lo dem oníaco. E n am bos se n tid o s es u n lugar
arquetípico de p o d er, enseñanza y desafío.

La condición salvaje

De m anera que podem os afirm ar q u e las ciudades de Nueva


York y Tokio son "naturales" sin ser "salvajes” . N o se desvían de
las leyes de la naturaleza, p ero se trata de hábitats ta n exclusivos en
cuanto a quién y a qué dan cobijo —adem ás de ta n in to le ra n te s para
con otros seres—que constituyen u n a v erdadera rareza. U n e n to r­
no salvaje es u n lugar en el cual el potencial salvaje se expresa de lleno,
como en la diversidad de seres vivos y no vivos que flo recen de acu er­
do a su propio sentido del o rden. E n ecología h ab lam o s d e "sis­
temas salvajes”. C uando u n ecosistema fun cio n a p len am en te, todos
sus m iem bros están presentes en la asamblea. H a b la r de n a tu ra le ­
za salvaje es h ab lar de to talid ad . Los seres h u m a n o s s u rg ie ro n de
ella, y co n sid erar la posib ilid ad de reactivar n u e stra p e rte n e n c ia a
la asam blea de todos los seres n o es en absoluto re tró g ra d o .
Llegado el siglo XVI, las tierras de O ccid e n te , los países de
Asia y todas las civilizaciones y ciudades desde el s u b c o n tin e n te
in d io hasta la costa del n o rte de A frica se estaban e m p o b re c ie n d o

26
ecológicam ente. La p o b lació n se to rn ab a ráp id am ente analfabeta
en cu an to a la n aturaleza. M ucha de la vegetación o rig in a l había
sido d e s tru id a p o r la e x p an sió n del p a sto re o o la a g ricu ltu ra, y la
tie rra s re sta n te s n o te n ía n g ra n valor eco n ó m ico : e ra n baldíos,
reg io n e s m o n ta ñ o sa s y d esierto s. Los anim ales que q u ed ab an
—g ran d e s fe lin o s, b o rre g o s c im a rro n e s, serau say o tro s—lo g ra ro n
sobrevivir re tirá n d o s e a los h áb itats m ás hostiles. Los líderes de
estas civilizaciones c re c ie ro n c o n cada vez m en o s c o n o cim ien to
sobre el c o m p o rta m ie n to an im aly n o fu e ro n educados en el am plio
espectro de sa b id u ría b o tá n ic a que hab ía sido universal. E n su
lugar a p re n d ie ro n "gestión de recursos h u m a n o s”, ad m in istració n
y habilidades retóricas. Solo los cam pesinos más m arginales, gente
de la tie rra , co n serv aro n el co n o cim ien to práctico sobre plantas y
anim ales y la m e m o ria de los antiguos hábitos. Q uienes crecieron
en pueb lo s y ciudades, o en grandes haciendas, ten ían m enos
o p o rtu n id a d e s de a p re n d e r cóm o o p erab an los sistemas salvajes.
Más tard e, am plias esferas de m itologías ciudadanas (la cristiandad
m edieval y, después, el auge de las ciencias) n eg aron p rim ero el
alm a; luego, la con ciencia y, fin alm en te, hasta la cualidad sentiente
del m u n d o n a tu ra l. E n ese clim a de ideología m ecanicistay negadora
de la naturaleza, m u ltitu d es de euro p eo s p e rd ía n la o p o rtu n id ad
de te n e r u n a experien cia directa de ella.
A pareció así u n a nueva especie de viajero de la naturaleza:
h o m b res q u e p a rtie ro n com o buscadores de recursos, financiados
p o r com pañías o fam ilias aristocráticas, y que p e n etrab an en los
te rrito rio s levem ente p oblados de quienes vivían in m ersos en la
naturaleza salvaje. Se tratab a de conquistadores y sacerdotes. E u ro p a
había ex te rm in a d o los lobos y los osos, había deforestado regiones
en teras y agotado los pastos. La b úsqueda de esclavos, pescado,
azúcar y m etales preciosos sobrepasó los lím ites del h o rizo n te hasta 2

2. El serau (Capricomis) es un mamífero de la familia de los bóvidos que habita en el


centro y el este de Asia.

27
1

abarcar Asia, Á frica y el Nuevo M u n d o . Estos estados licenciosos y


beligerantes se levantaron de nuevo co n tra la n aturaleza salvaje y las
sociedades naturales: gentes q u e h a b ía n vivido sin Iglesia n i E stado.
E n retrib u c ió n , a cam bio de o ro o azúcar c ru d o , los h o m b res
blancos tu v iero n que en treg ar algo de sí m ism os e in d a g a r lo que
para ellos significaba considerarse u n ser h u m a n o , p o n d e ra r
sobre la naturaleza de las je ra rq u ía s y p re g u n ta rse si la vida valía el
h o n o r de u n m onarca o el precio del o ro (u n h o m b re p e rd id o y
h am b rien to se detiene y exam ina el filo m ellado de su espada y su
raída capa española en u n a ciénaga de F lo rid a ).
A lgunos, com o Ñ u ñ o de G uzm án, se v o lv iero n locos y sádicos.
"G uando com enzó a g o b e rn a r esta p ro v in c ia , h ab ía e n ella
2 5 -0 0 0 in d io s, sojuzgados y pacíficos. D e ellos v e n d ió 1 0 .0 0 0
com o esclavos, y los o tro s a b a n d o n a ro n sus aldeas te m ie n d o la
m ism a fo rtu n a ”. (Todorov, 1985, 134)- C o rté s, el c o n q u ista d o r
de México, term in ó su vida d e rro ta d o y d e p rim id o , m e n d ig a n d o
u n tro n o . Alvar N úñez, que d u ra n te o cho añ o s c a m in ó d e sn u d o a
través de Texas y Nuevo M éxico, salió tra n sfo rm a d o e n u n a p e rso n a
del Nuevo M undo. H abía reto m ad o las an tig u as co stu m b res y
nunca volvió a ser el m ism o. Su co razó n se to r n ó com pasivo y
adquirió el gusto p o r la au tosuficiencia y la sim p licid ad , y el d o n
de la sanación. Los tipos de G uzm án y N ú ñ e z a ú n se e n c u e n tra n
entre nosotros. H u b o o tra p e rso n a que ta m b ié n cru zó el escen ario
n o h de la historia de Isla de la T o rtu g a p a ra estre c h arle la m an o
a Alvar N úñez e n el extrem o opuesto del m ism o p ro c e so : Ish i el
yaki, que e n tró en la civilización c o n ta n ta d e se sp e ra c ió n com o
Alvar N úñez cuando salió de ella. N ú ñez fue el p r im e r e u ro p e o en
e n c o n tra r A m érica del N o rte y su m e n te m ítica o rig in a l; Ish i fue el
ú ltim o nativo n o rteam erican o que con o ció esa m e n te , y h u b o de
dejarla atrás. El espacio d e n tro de ese p arén tesis n o está m u e rto n i
p e rd id o . Está p e re n n e m e n te d e n tro de n o so tro s, d o rm id o com o
u n a sem illa de d u ra cáscara, esp eran d o el fuego o la ria d a q u e lo
despierte de nuevo.

28
E n el tra n s c u rs o de aq u ello s siglos, decenas de m illo n es
de in d io s de a m b o s c o n tin e n te s a m e ric a n o s s u f r ie ro n m u ertes
te m p ra n a s y v io le n ta s, al igual q u e in n u m e ra b le s e u ro p e o s. Se
ex tin g u ió la m a n a d a de m a m ífe ro s más g ra n d e d el m u n d o —la
de b ú fa lo s—, y d e s a p a re c ie ro n q u in c e m illo n e s de b e rre n d o s . La
m ay o ría de las p ra d e ra s y el su elo q u e las su sten tab a ya n o existen,
y solo q u e d a n fra g m e n to s de los an tig u o s b o sq u es p rim a rio s de
á rb o les de h o ja cad u ca d el E ste y c o n ife ra s del O este. T o d o s
p o d ría m o s a ñ a d ir cosas a esta lista.
Se suele d e c ir q u e la f ro n te ra dio u n g iro p a rtic u la r a la
h isto ria n o rte a m e ric a n a . U n a f ro n te ra es u n b o rd e ardiente^
u n j i r ó n , u n a ra ra z o n a de com ercio e n tre dos m u n d o s
a b so lu ta m e n te d ife re n te s. Es u n a fra n ja e n la que hay pieles,
lenguas y p e z o n e s a m ansalva. Existe u n a lín ea casi percep tib le
que la p e rs o n a de u n a c u ltu ra invasora p o d ría atravesar, saliendo
de la h is to ria y a d e n trá n d o s e e n u n p resen te p e rp e tu o , en u n a
fo rm a de vida acom pasada co n la le n titu d y la c o n tin u id a d de
los p ro ce so s n a tu ra le s. La p o sib ilid a d de e n tra d a en u n m u n d o
d e fin id o p o r u n tie m p o m ític o h ab ía sido p rácticam en te olvidada
e n E u ro p a . Su re d e sc u b rim ie n to —la angustiosa visión de u n yo
n a tu ra l—h a p e rse g u id o a los p o b lad o res eu ro am ericanos a m edida
que d esb ro zab an y p av im en tab an los m uchos rin c o n es salvajes del
c o n tin e n te n o rte a m e ric a n o .
La n a tu ra le z a salvaje es hoy, en la m ayor p arte de
N o rte a m é ric a , lugares q u e h a n sido o ficialm en te preservados
e n te rre n o p ú b lic o , p re d io s del Servicio Forestal o la O ficin a
de A d m in is tra c ió n de T ie rra s, o p arq u es estatales y nacionales.
A lgunas áreas —m ín im a s p e ro críticas—están e n m anos de g ru p o s
privados sin á n im o de lu c ro , com o T h e N a tu re C onservancy o
el T ru st f o r P u b lic L a n d . S o n los sa n tu ario s preservados de to d o
u n te r r ito r io q u e e n tie m p o s fu e c o n o cid o y h ab itad o p o r sus
p o b la d o re s p rim ig e n io s , p eq u e ñ o s frag m en to s q u e se d e ja ro n tal
y com o e ra n , los ú ltim o s lugares e n los que la n atu raleza esencial

20
gim e, florece, an id a y cen tellea sin cesar. C o n s titu y e n so lo el dos
p o r ciento del te r r ito r io de los E stados U n id o s .

Pero lo salvaje n o se re strin g e al d os p o r c ie n to d e las tierras


fo rm a lm e n te catalogadas com o tales. Si cam b iam o s d e escala, está
en todas partes: p o b lacio n es im p o sib les d e e r r a d ic a r d e h o n g o s ,
m usgos, m o h o , levaduras y sim ilares q u e n o s r o d e a n y h a b ita n .
T am b ién hay ra to n e s en el p o rc h e tra se ro , ciervos q u e atrav iesan la
carretera a saltos, palom as e n el p a rq u e y arañ as p o r las esq uinas.
H abía grillos e n la taq u illa de la p in tu r a d el p e tro le ro S appa Creek,
en el que trab ajé de lim p ia d o r e n m e d io d el P acífico lavando
brochas e n la sala de m áq u in as. Seres de u n a c o m p le jid a d exquisita,
integrados e n sus redes energéticas, h a b ita n las esq u in as fértiles
del m u n d o u rb a n o de acu erd o a las reglas de los sistem as salvajes:
las recias matas y tallos visibles e n los solares a b a n d o n a d o s y e n tre
las vías de los ferro carriles, las co n stan tes h o rd a s de m ap ach es, las
bacterias en la m arga y en n u e stro y o g u r. La p a la b ra cultura, ta n to
en la acepción de "u n a vida estética e in te le c tu a l d e lib e ra d a m e n te
sostenida”, com o e n su significado de "la to ta lid a d d e las pautas
de co m p o rtam ien to q u e se tra n s m ite n so c ia lm e n te ” , n u n c a está
dem asiado lejos de u n a raíz bioló g ica q u e sig n ifica, al igual que
en la cultura del y o g u r” , u n h á b ita t n u tr ic io . La civilización es
perm eable y p o d ría estar ta n h ab itad a com o lo está lo salvaje.
La condición salvaje p u ede m en g u a r te m p o ra lm e n te , p e ro su
esencia.no desaparece. U na naturaleza salvaje fantasm a sobrevuela
la totalidad del planeta: los m illones de sem illas m in ú scu las de la
vegetación original están escondidas en el b a rro de la p a tita de u n
ch arrá n ártico, en la seca arena del desierto o e n el v ie n to . C ada
u n a de estas semillas está específicam ente adaptada a u n suelo o u n a
circunstancia p articu lar, co n su p eq u eñ a fo rm a y pelusa, lista para
flo tar, congelarse o ser engullida, p reservando siem p re el g e rm e n .
La n aturaleza salvaje volverá irre m e d ia b lem en te , p e ro n o será a
u n m u n d o tan m agnífico com o aquel que b rillab a e n la m a ñ a n a

30
tem p ran a del H o lo c e n o . Se h a b rá p e rd id o m ucha vida en la estela
de la actividad h u m a n a sobre la T ie rra , la de los siglos XX y XXI.
M ucho se ha p e rd id o ya, com o revelan los suelos y las aguas:

" ¿ Q u é es esa c o sa o s c u r a e n el a g u a ?
¿ N o e s u n a n u t r i a c u b ie r ta d e p e t r ó l e o ? ” .

¿ D ó n d e em p ezam o s a resolver la d ico to m ía e n tre lo civilizado


y lo salvaje?

¿ R e a lm e n te p ien sas q u e eres u n an im a l? H oy esto se ap ren d e


e n el coleg io . Es u n a fra c c ió n de in fo rm a c ió n m aravillosa: la he
d isfru ta d o to d a la vida y vuelvo a ella u n a y o tra vez, com o algo que
investigar y c o m p ro b a r. C re c í e n u n a g ranja p eq u eñ a con vacas
y gallinas y u n b o sq u e se c u n d a rio lin d a n d o co n la valla trasera,
p o r lo q u e tuve la su e rte de ver al an im al y al ser h u m an o en el
m ism o d o m in io . S in em b arg o , m u ch o s de los que h a n escuchado
esta n o tic ia desde la in fa n c ia n o h a n ab so rb id o sus im plicaciones.
Q uizás se s ie n te n d istan tes d el m u n d o n o h u m a n o , y n o están
seguros de se r an im a le s. Les g ustaría s e n tir que tal vez sean algo
m e jo r q u e u n a n im a l. Es co m p re n sib le , ya que tam b ién otros
anim ales p u e d e n s e n tir q u e so n algo m ás que "solo anim ales".
P ero d eb e m o s o b serv ar el te r r ito r io c o m p a rtid o de n u e stro ser
b io ló g ico an tes de h a c e r h in c a p ié en las diferencias.
N u estro s c u erp o s so n salvajes: el ráp id o giro involuntario de
la cabeza an te u n g rito , el vértigo al m ira r sobre u n precipicio, el
co razón e n la g arganta e n u n in stan te de peligro, la recu peración
del alien to , los silenciosos m o m en to s rep o n ién d o se, observando,
re fle x io n a n d o ... T odas so n respuestas universales del cuerpo
m am ífero y están p resen tes e n el co n ju n to de nuestra clase
biológica. E l c u e rp o n o re q u ie re la in tercesió n de u n intelecto
con scien te p a ra h acerlo re sp ira r o m a n te n e r el latido del corazón.
Es e n g ra n m e d id a a u tó n o m o y tien e vida p ro p ia . Las sensaciones y

31
la p ercep ció n n o pro v ie n e n exactam ente del e x te rio r, y el in sisten te
flujo de pensam iento s e im ágenes n o se e n c u e n tra c o m p letam en te
en el in te rio r. El m u n d o es n u e stra co n cien cia y n o s ro d e a . Hay
más cosas en la m en te, e n la im ag in ació n , de las q u e " tú ” puedas
llevar cuenta: pensam ientos, recu erd o s, im ágenes, e n o jo s y gozos
surgen esp o n tán eam en te. Las p ro fu n d id a d e s d e la m e n te , el
inconsciente, so n nuestras áreas salvajes in te rio re s, y es a h í d o n d e
ahora hay u n lince. N o m e re fie ro a linces p e rso n ales e n psiques
particulares, sino al lince que d eam bula de su e ñ o e n su e ñ o . E l ego
consciente y p lan ificad o r ocupa u n te r rito rio m uy re strin g id o , u n
p eq u eñ o habitáculo cerca de la verja de acceso q u e lleva la cuenta
de p arte de lo que e n tra y sale —a veces in te n ta n d o co n sp iracio n es
expansionistas—, p ero el resto se o cupa de sí m ism o . E l c u e rp o se
encu en tra, p o r así decirlo, e n la m en te. A m bos so n salvajes.
A lgunos d irá n : "H asta aq u í, de a c u e rd o , so m o s m a m ífe ro s
prim ates, p e ro ten em o s leng u aje, y los a n im ales n o ” . Q uizás
tengan razón e n fu n c ió n de ciertas d e fin ic io n e s, p e ro ta m b ié n
los anim ales se co m u n ic a n p ro fu sa m e n te , y a través d e sistem as de
llamadas que solo com enzam os a e n te n d e r a h o ra .
Sería u n e rro r pensar que los seres h u m an o s se volvieron "más
listos en algún m om ento e inven taro n p rim e ro el lenguaje y luego
la sociedad. El lenguaje y la cultura b ro ta n de n u estra existencia
biológica, social y natural, com o anim ales que fuim os y som os. El
lenguaje es u n sistema de la m ente y el cuerp o q u e coevolucionó
con nuestras necesidades y nervios. G om o lo h acen la im aginación
y el organism o, el lenguaje surge de m an era esp o ntánea y tie n e u n a
com plejidad que elude nuestra capacidad racional e intelectual.
Todos los intentos de descripción científica de los lenguajes naturales
se h a n quedado cortos, com o confiesan sin am bages los lingüistas
descriptivos, y, sin em bargo, el n iñ o ap ren d e su lengua m atern a
m uy tem p ran o y a los seis años de edad prácticam ente la d o m in a.
La lengua se aprend e en casa y en el cam po, n o e n el colegio. Sin
h ab e r estudiado n u n ca gram ática form al, p ro n u n c ia m o s frases

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sintácticam ente correctas, u n a tras otra, todas las horas de vigilia de
los años de n u estra vida. S in m ediación consciente, recurrim os sin
cesar al vasto tesoro de vocablos e n las p rofundidades del inconsciente
salvaje. N i com o individuos n i com o especie podem os reclam ar
m érito alguno p o r este p o d er. V ino de o tro sitio j de la form a en
que se dividen y ag ru p an las nubes (y de las espirales de energía que
se en ro scan p rim e ro hacia atrás y después hacia delante), de la
m anera e n que los m uchos brotes de u n a inflorescencia se dividen y
redividen, de la caligrafía centelleante de los antiguos lechos del río
Y ukón bajo los actuales que fluyen desde la meseta del Y ukón, del
viento en las agujas de los pinos, de los cantos del urogallo entre los
arbustos de ceanoto.
La en señanza del id io m a en las escuelas p reten d e acotar una
peq u eñ a p a rte d el te rrito rio del p ro c e d e r del lenguaje y cultivar
algunos a trib u to s predilecto s: m odalidades elitistas culturalm ente
definidas q u e ay udan a postularse p ara u n trabajo o a facilitar
la aceptació n social e n u n a fiesta; hasta es posible ap ren d er a
p ro d u c ir ese artefacto b iz a n tin o d en o m in a d o "ensayo académ ico”.
Hay m uchas y excelentes razones p ara d o m in a r tales cosas, pero el
p o d e r, la virtus, s ig u e estando del lado salvaje.
El o rd e n social está p resen te a través de la naturaleza y es muy
a n te rio r a los lib ro s y los códices legales. Es p arte in h eren te de lo
que som os, y sus m o d elo s siguen los m ism os pliegues, controles y
eq u ilib rio s q u e la p iel y la p ie d ra . Lo que llam am os "organización
social” y "b u e n g o b ie rn o ” so n u n c o n ju n to de norm as de las que la
m en te an alítica se ha a p ro p ia d o a p a rtir de los p rin cip io s operativos
de la naturaleza.

El m undo observa

E n la costa n o ro e s te de Estados U n id o s hay u n d icho: "El


m u n d o es ta n afilad o co m o la h o ja de u n cu ch illo ”. ¿ C u á l es la
perspectiv a d e las co m u n id a d e s p ara las q u e n o existe u n a gran

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dicotom ía e n tre su cu ltu ra y la n a tu ra le z a, a q u e llo s q u e viven en
sociedades cuyas eco n o m ías se n u tr e n de sistem as in c u lto s ? El
m u n d o sin sen d ero s de la n atu ra le z a salvaje es u n a escuela sin
Pa r > Y quien es la h a n resistid o p u e d e n s e r m aestro s r i g u r o s o s y
a la vez d ivertidos. A q u í a fu era u n o está e n c o n sta n te relació n
co n in n u m erab les plan tas y anim ales. S e r b ie n ed u c a d o significa
h ab e r a p re n d id o los cantos, p ro v e rb io s, c u e n to s, d ic h o s, m itos
y, tam b ién , tecnologías, q u e lleg an al r e p a ra r e n los m ie m b ro s
n o h u m an o s de la c o m u n id a d ecológica lo cal. Es p rim o rd ia l la
práctica e n el cam po, "al aire lib r e ”. C a m in a r es la g ra n av en tu ra,
la p rim e ra m ed itació n , u n ejercicio de v italid ad y alm a esencial
para la h u m a n id a d . C a m in a r re p re se n ta el e q u ilib rio exacto de
esp íritu y hu m ild ad . Al c a m in a r u n o d escu b re d ó n d e hay co m id a.
Y se topa co n h isto rias reales de p rim e ra m a n o , d e l tip o " tu culo
es la pitanza de algún o tr o ” , q u e es u n a m a n e ra b ru sc a d e decir
in te rd e p e n d e n cia ”, " in te rc o n e x ió n ”, "eco lo g ía”, allí d o n d e
cuentan. T am bién es u n ap ren d izaje p a ra estar m e n ta lm e n te
alerta y p rep arad o . Hay u n m aravilloso c o n o c im ie n to sobre
plantas y anim ales específicos y sus usos, e m p íric o y cabed, que
nun ca los reduce a ser o bjetos n i m ercan cía.
A l p a re c e r, n o h a c e m u c h o , la h is to r ia d e las ideas
occid en tales se b ifu rc ó . La lín e a d e p e n s a m ie n to re p re s e n ta d a
p o r au to re s com o D escartes, N e w to n y H o b b e s —to d o s ellos
u rb a n ita s que s o stie n e n q u e la vida e n u n a s o c ie d a d p r im a r ia es
desag rad ab le, b ru ta l, y c o r ta ”—e n tr a ñ a b a u n p r o f u n d o rechazo
del m u n d o o rgánico. S u stitu y ero n el u n iv erso re p ro d u c tiv o p o r
u n m o d elo m ecanicista estéril y u n a e c o n o m ía d e " p r o d u c c ió n ”.
E sto s p e n sa d o re s se m o s tra b a n ta n h is té ric o s f r e n te al "c a o s”
co m o sus an te c e so res, los in q u is id o r e s d e a p e n a s u n siglo
a n te s, lo e ra n a n te las b ru ja s ” . N o so lo n o d is f r u ta b a n d e la
p o s ib ilid a d de q u e el m u n d o fu ese ta n a fila d o c o m o la h o ja
de u n c u c h illo ; q u e r ía n q u ita r le ese filo a la n a tu r a le z a . E n
lu g a r de h a c e r el m u n d o m ás se g u ro p a ra lo s se re s h u m a n o s , la

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in se n sa ta m a n ip u la c ió n d e l c ie n tíf ic o - in g e n ie r o -g o b e rn a n te
o c c id e n ta l d e lo s p o d e re s d e la vida y de la m u e rte p o n e al
p la n e ta e n te r o al b o r d e de la d e g ra d a c ió n . La m ayor p a rte de la
h u m a n id a d , lo s re c o le c to re s , ca m p e sin o s o a rte san o s, sie m p re
to m ó u n ra m a l d if e r e n te ; es d e c ir, c o m p re n d ió el ju e g o del
m u n d o re a l, c o n to d o su s u f r im ie n to , n o ya e n los té rm in o s
sim p les d e " u n a n a tu ra le z a de g a rra y c o lm illo r o jo ”, sin o a
través d e la c e le b ra c ió n d e l c a rá c te r de d o n e in te rc a m b io de
n u e s tro to m a y d aca. "¡S o m o s to d o s p a rtíc ip e s de u n e n o rm e
p o tla tc h !".3 R e c o n o c e r q u e cada u n o de los congregados a la
m esa c o n s titu irá e v e n tu a lm e n te p a rte de la co m ida n o solo es
"re a lista ” , s in o q u e ta m b ié n p e rm ite in c lu ir lo sagrado, y que
acep tem o s el asp ecto sa c ra m e n tal de n u e s tro tra n s ito rio y frágil
ser p e rs o n a l.
E l m u n d o observa. U n o n o p u ed e atravesar u n prad o o
u n b o sq u e s in q u e u n a o n d a de in fo rm a c ió n se propague a su
paso. E l zorzal desaparece com o u n d ard o , el arren d ajo chilla,
u n escarabajo se escabulle b ajo la h ie rb a ... La señal se transm ite.
C ada c ria tu ra sabe cu á n d o sobrevuela u n h alcó n o cam ina u n ser
h u m a n o . La in fo rm a c ió n q u e re c o rre el sistem a es inteligencia.
E n las ico n o g rafías h in d ú y bu d ista, se in scrib e la form a de u n
an im al e n las im ágenes de las deidades o en budas y bodhisattvas.*
M an ju sh ri, el b o d h isattv a de la sab id u ría d iscrim in ad o ra, cabalga
so b re u n le ó n ; S a m a n ta b h a d ra , el bodhisattva de la b o n d ad ,
lo hace so b re u n e lefan te; Sarasvati, la diosa de la m úsica y el
ap ren d iz a je, cabalga so b re u n pavo real; Shiva descansa en

3. Pof/afc/i: celebración ceremonial de reparto que se llevaba a cabo en diversas


comunidades nativas del Noroeste del Pacífico norteamericano. Las relaciones
yjerarquías entre grupos se reforzaban con este intercambio de ofrendas.4

4. Bodhisattva: en el budismo, "aquel cuya esencia es la iluminación”. En la tradición


Mahayana de esta filosofía religiosa se trata de seres míticos concretos que son objeto
de devoción, como los que el autor menciona en el párrafo.

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com pañía de u n a s e rp ie n te y u n to r o . A lg u n o s llev an p eq u eñ o s
anim ales e n las c o ro n a s o el p e lo . E sta eco lo g ía e s p iritu a l y
ecum énica sugiere q u e los o tro s a n im ales ta m b ié n o c u p a n tanto
nichos espiritu ales co m o " te rm o d in â m ic o s " . Q u e su co n cien cia
sea o n o id én tica a la de los seres h u m a n o s es d isc u tib le . ¿ P o r qué
h a n de ser las p ec u lia rid a d es de la c o n c ie n c ia h u m a n a el estrecho
p a tró n co n el q u e ju z g a r a o tro s seres? " ¿ Q u ié n lia d ic h o que
mente sig n ifiq u e p e n sa m ie n to s, o p in io n e s , id eas y c o n c e p to s?
M ente significa árboles, postes de u n a cerca, tejas y h ie rb a s " , dice
D ogen, el filósofo y fu n d a d o r d e la escuela s o to d e l z e n ja p o n é s ,
con su d ivertido y c ríp tic o estilo.
T o d o s som os capaces d e tra n s fo rm a c io n e s e x tra o rd in a ria s . E n
los m ito s y las histo rias esos cam bios s o n d e a n im a l a se r h u m a n o ,
de ser h u m a n o a an im al, de a n im a l a o tro a n im a l, o in c lu so saltos
aú n m ayores. La natu raleza esencial se m a n tie n e clara y c o n stan te
a través de tales cam bios. Así, lo s ic o n o s a n im a le s d e l p u e b lo
in u p ia t (esquim ales) del m a r de B e rin g llev an u n a p e q u e ñ a cara
h u m an a cosida en la p ie l —e n este caso es al revés—, o b ajo las
plum as, o grabada e n la espalda o e l p e c h o , o in c lu s o d e n tro
del ojo, m iran d o fu rtiv am en te. Es el inua, a m e n u d o llam ad o
"esp íritu ” , p e ro ta m b ié n p o d ría d e n o m in a rs e la n atu raleza
esencial” de ese an im al. S iem p re se conserva la m ism a cara, sin
im p o rta r cam bios lú d ico s y pasajero s. A l ig u al q u e el b u d ism o
eligió rep resen tar n u e stra c o n d ic ió n m o s tra n d o la im a g e n sólida,
afable y constante de u n a fig u ra h u m a n a se n tad a, m e d ita n d o
e n m edio del m u n d o d e los fe n ó m e n o s, lo s in u p ia t p re s e n ta n
u n a p a n o p lia de criaturas d iferen tes, cada cu al c o n u n p e q u e ñ o
ro stro h u m a n o disim u lad o . Esto n o equivale a a n tro p o c e n tris m o
o arro g an cia h u m a n a . Es u n a fo rm a d e d e c ir q u e cad a c ria tu ra
es u n e sp íritu q u e o sten ta u n a in te lig e n c ia ta n lú c id a c o m o la
n u e stra . Los p in to re s de iconos b u d istas e sc o n d e n u n a p e q u e ñ a
cara an im al e n tre los pelos d el se r h u m a n o p a ra re c o rd a rn o s
q u e ta m b ié n m ira m o s c o n ojos a rq u e típ ic a m e n te salvajes.

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El m u n d o n o solo observa, tam b ién escucha. U n co m en tario
o rd in a rio y d e sa te n to so b re u n a ard illa de tie rra, u n pájaro
c a rp in te ro o u n p u e rc o e sp ín n o pasará d esapercibido. Los dem ás
seres, tal y co m o n o s d icen los m aestros de las viejas costum bres,
n o la m e n ta n q u e se les dé m u e rte y servir com o alim en to ,
p e ro esp e ra n q u e digam os " p o r favor” y "gracias”, y o d ia n ser
d esp erd iciad o s. El p re c e p to c o n tra rio a arre b a tar la vida sin
necesidad es in e v ita b le m e n te el p rim e ro y el más difícil de los
m an d a m ie n to s. E n su p ráctica de m atar y co m er con gentileza
y ag rad e c im ien to , los m ie m b ro s de las culturas p rim arias son
n u estro s m a e stro s. La a c titu d hacia los anim ales y la form a de
tratarlo s q u e p re d o m in a hoy e n la p ro d u c c ió n de carne en el
m u n d o o c c id e n ta l so n fra n c a m en te enferm izas y antiéticas, y una
fu e n te ilim ita d a de m ala su e rte p a ra esta sociedad.
U na vida ética es considerada, y tiene buenas maneras y estilo.
De todos los defectos m orales y las im perfecciones de carácter, el
p eo r es la m ezquindad de pensam iento, que incluye la maldad en
todas sus form as. La descortesía en el pensam iento o la acción hacia
otros, o hacia la naturaleza, reduce la probabilidad de la convivencia
y la com unicación en tre especies, ambas esenciales para nuestra
supervivencia física y espiritual. Richard Nelson, estudioso de las
costum bres nativas, ha dicho que u n a m adre atabascana puede
decirle a su hijita: "¡N o señales la m ontaña! ¡Es u na im pertinencia!".
No se debe ser descuidado n i desperdiciar los cuerpos o las partes
de cualquier criatura que se haya cazado o recogido. N i tampoco
vanagloriarse n i m o strar excesivo orgullo p o r los logros propios, n i
dar nuestras habilidades p o r descontadas. El derroche y el descuido
son causados p o r la m ezquindad de espíritu y una falta de inclinación
descortés p ara com pletar el intercam bio de dones (estas reglas son
particularm en te vitales para sanadores, artistas y jugadores).

Q uizás u n o n o d eb ería h ab lar —n i escribir— dem asiado sobre


el m u n d o salvaje: p u e d e q u e a o tro s anim ales les resulte incóm odo

37
que se llam e la aten ció n sobre ellos. Este tip o de se n sib ilid ad p o d ría
ayudar a e n te n d e r p o r qué hay ta n poca "poesía d el paisaje” e n las
culturas p rim arias. La d escrip ció n de la n atu ra le z a es u n tip o de
escritura que llega co n la civilización y sus h áb ito s de co leccio n ar y
clasificar. La poesía china del paisaje com ien za a lre d e d o r d e siglo V
de nuestra era co n la o b ra de Xie L ingyun. H ay m il q u in ie n to s años
de canciones y poesía chin a previa (c o n sid e ra n d o q u e la p rim era
colección de poem as y canciones de C h in a , el S b i-jin g o Libro de los
cantos, po d ría in c lu ir cinco siglos de fo lclo re a n te r io r a su escritura)
y se hace m en ció n a m ucha naturaleza, p e ro n o de g ran d es paisajes.
Se habla de las m oreras, de vegetales silvestres com estibles, de la
trilla, del m u n d o del cam pesinado y del re c o le c to r e n detalle. E n
la época de H sieh los chinos ya se h ab ían a p a rta d o ta n to de sus
propias m ontañas y ríos com o p ara tratarlo s estéticam en te. E sto no
significa que las com unidades p rim a ria s n o a p re c ia ra n el paisaje,
sino que ten ían o tro p u n to de vista.
La misma precaución debe aplicarse a las h isto rias o canciones
que versan sobre u n o m ism o . M alcom M arg o lin , e d ito r de N ew sfio m
Native California,5 señala que los p o b lad o res o rig in ales d e C alifo rn ia
no relataban con facilidad u n a "au to b io g rafía”. D ecían q u e los
detalles de sus vidas particulares n o te n ía n n a d a de e x tra o rd in a rio ;
los únicos hechos que m erecían contarse e ra n d escrip cio n es de
algunos de sus sueños más señalados y m o m e n to s d e e n c u e n tro
con el m u n d o de los espíritus y sus tra n sfo rm a c io n es. E l relato de
las historias de su vida, p o r lo ta n to , era m uy c o rto . H ab la b a n de
sueños, de conocim iento, de sanación.

De vuelta en casa

El p ro to co lo del m u n d o salvaje re q u ie re n o solo g en ero sid ad ,


sino tam b ién u n a fortaleza b ie n h u m o ra d a q u e to le re la in c o m o -

5* Traducido, Noticias de lo California Nativa, una revista dedicada a la cultura, el arte


y la lengua, ademas de a aspectos políticos y sociales, de los nativos de California.

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didad jo v ialm en te, c o m p re n sió n de la fragilidad de todos y cier­
ta m o d e stia . C o se c h a r a rá n d a n o s rá p id o y b ie n , el talen to de la
b aq u ía, sab er lleg ar d o n d e la pesca es b u en a —"u n h o m b re e n fa ­
dado n o p u e d e p e sc a r”—, le e r la superficie del cielo o el m ar, son
logros q u e n o se alcanzan c o n el m ero esfuerzo. El m o n ta ñ is­
m o tie n e las m ism as cualidades. Se trata de acciones que conlle­
van práctica, lo que req u iere cierto grado de abnegación e intuición
que llam a a vaciarse de u n o m ism o. Algunos h an alcanzado g ra n ­
des c o n o c im ie n to s solo después de q u e llegaran al extrem o en el
que ya n o te n ía n n a d a m ás. A lvar N ú ñ ez Cabeza de Vaca ahondó
en sí m ism o de form a indescriptible después de perderse y pasar varias
noches de in v ie rn o d u rm ie n d o d esn u d o en u n agujero en el d e ­
sierto te ja n o , azotado p o r u n vien to del n o rte . H abía realm ente
alcanzado ese p u n to e n el que n o tenía nada (L ord Buckley dice so­
bre ese m o m e n to : "¡P ara n o te n e r nada, debes no tener na d a !")■ Más
tarde se s in tió capaz de sa n a r a nativos en ferm o s que en co n tró en
su cam in o h acia el o este. L a fam a le p recedía, p e ro u n a vez que
llegó a M éxico y fu e de nuevo u n español civilizado, descubrió
que h ab ía p e rd id o su p o d e r p a ra san ar. N o ya la capacidad de cu ­
ra r, sin o la voluntad de c u ra r, q u e es la volu n tad de ser com pleto,
p u esto q u e , co m o él m ism o d ijo , h abía "m édicos v erdaderos” en
la ciu d ad , y em p ezó a d u d a r de su p o d e r. Para resolver la d ico to ­
m ía e n tre lo civilizado y lo salvaje debem os p rim e ro p ro p o n e r­
nos ser c o m p leto s.
U n o p u e d e alcan zar la situ ació n de Alvar N ú ñ ez p e rd ie n d o ,
lite ra lm e n te , to d o . Las experiencias dolorosas y peligrosas a
m e n u d o tra n s fo rm a n a q u ien es sobreviven a ellas. Los seres
h u m a n o s s o n osados; se e n tre g a n a la aventura y quizás tra ta n de
llegar m ás lejo s de lo q u e d e b e n . P o r eso, p ractican d o la austeridad
yóguica o las d iscip lin as m onásticas, algunas p ersonas hacen el
in te n to d e d e s p re n d e rs e e stru c tu ra d a m en te de to d o . A lgunos
de n o s o tro s h e m o s a p re n d id o m u ch o c a m in an d o día tras día
p o r lad eras nevadas, te rra p le n e s , p u e rto s, to rre n te s y bosques

39
1

e n valles p ro fu n d o s , "c o lo c á n d o n o s a h í fu e ra ” . O tr a fo rm a
—sofisticada e n ex trem o — es la d e V im a la la k irti, el le g e n d a rio
laico b u d ista q u e e n señ ab a q u e in tu y e n d o d ire c ta m e n te n u e stra
c o n d ic ió n en el actual m u n d o existente c o m p re n d e m o s q u e jam ás
tuvim os n a d a desde el p rin c ip io . H ay u n d ic h o tib e ta n o q u e lo
expresa así: "L a ex p erien cia d el vacío e n g e n d ra c o m p a s ió n ” .
P ara q u ien es e x p lo re n d ire c ta m e n te a d e n trá n d o s e e n el
tem p lo p rim a rio , la n atu raleza salvaje p u e d e se r u n m e n to r feroz
q u e d e sn u d a rá p id a m e n te al in c a u to o al n o v ato . Es fácil c o m e te r
e rro re s q u e lleven id ex trem o . E n té rm in o s p rá c tic o s, u n a vida
co m p ro m e tid a c o n la sim p licid ad , u n a au d acia a p ro p ia d a , el
b u e n h u m o r y la g ra titu d , p ró d ig a e n el tra b a jo y el ju e g o , y
tam b ié n cam in ar m u ch o , n o s acercan al m u n d o ex isten te y su
com p leció n .
Los m ie m b ro s de las c u ltu ra s salvajes ra r a m e n te b u s c a n la
aven tu ra. Si se arrie sg a n de m a n e ra d e lib e ra d a , lo h a c e n p o r
m otivos esp iritu ales m ás q u e e c o n ó m ic o s. E n ú ltim a in sta n c ia ,
tod o s estos viajes se h a c e n p o r el b ie n c o m ú n y n o c o m o u n a
bú squeda privada. La se re n a d ig n id a d q u e c a ra c teriz a a ta n to s
de los así llam ados p rim itiv o s es u n re fle jo d e e llo . F lo re n c e
Edenshaw , u n a an c ia n a h a id a c o e tá n e a q u e h a vivido u n a
larga vida de trab ajo y fam ilia, fu e e n tre v ista d a p o r u n a jo v e n
an tro p ó lo g a; esta, im p re sio n a d a p o r su c o h e re n c ia , p re se n c ia
y d ig n id ad , le p re g u n tó : " ¿ Q u é p u e d o h a c e r p a ra re s p e ta rm e a
m í m ism a ? ”. La se ñ o ra E denshaw le r e s p o n d ió : "V ístase b ie n y
quédese en casa”. "La casa” es, p o r su p u e s to , ta n a m p lia com o
u n o q u ie ra h acerla.

Las lecciones que a p re n d e m o s de lo salvaje se c o n v ie rte n en


el p ro to c o lo de la lib e rta d . P o d em o s g ozar de n u e s tra c o n d ic ió n
h u m a n a , c o n su llam ativo c e re b ro y su re g o c ijo sexual, sus
cap rich o s sociales y o b stin a d o s e n o jo s, y c o n s id e ra rn o s n i m ás n i
m en o s q u e c u a lq u ie r o tro ser de la g ra n c u en ca fluvial. P o d e m o s

40
acep tarn o s to d o s m u tu a m e n te com o iguales descalzos que
d u e rm e n so b re el m ism o su elo . Podem os p e rd e r la esperanza de
ser e te rn o s y d e ja r de lu c h a r c o n tra la suciedad. Podem os espantar
a los m o sq u ito s y levantar u n a valla co n tra las alim añas sin odiarlas.
C arentes de expectativas, alertas y autosuficientes, agradecidos y
cuidadosos, g en ero so s y francos. La calma y la claridad nos alcanzan
en el m o m e n to e n q ue n os lim piam os la grasa de las m anos entre
u n trab a jo y o tr o , m ie n tra s levantam os la vista contem plando
las n u b es q u e p asan . O tro p lacer será sentarse, p o r fin, a tom ar
u n café co n u n am igo. Lo salvaje req u iere que aprendam os el
te rre n o , salu d em o s a las plantas, los anim ales y las aves, vadeemos
los arroyos y cru cem o s las sierras, y contem os u n a buena historia
al volver a casa.
Y c u a n d o lo s n iñ o s esté n recogidos en la cama, en una de
esas g ra n d e s fiestas c o m o el 4 de J u lio , el día de A ñ o Nuevo o
el de v ísp e ra de T o d o s los S an to s, p o d re m o s sacar los licores
y p o n e r m ú sic a , y los h o m b re s y m u jeres que sigan en tre los
vivos p o d r á n so lta rse y ser re a lm e n te salvajes. Este es el sentido
ú ltim o de "salvaje”, su s e n tid o e so térico , el más p ro fu n d o
e in tim id a n te . Los q u e estén p re p a ra d o s llegarán a ello. P or
favor, n o d iv u lg a r e n tr e los n o in iciad o s.

ti
1

¡I
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J
E L LU G A R , LA R E G IÓ N Y EL PRO CO M Ú N

La p rá ctic a o c u r re c u a n d o e n c u e n tra s tu lugar en d o n d e estás” (do gen)


1
El m undo esta hecho de lugares

Experim entam os barriadas, praderas o humedales todos como


"lugares”. Igual que u n espejo, u n lugar puede contener cualquier
cosa, a cu alquier escala. Q uisiera referirm e al lugar como experiencia
y p ro p o n e r u n m odelo de lo que significaba "vivir asentado en un
lugar” d u ra n te la m ayor p arte de la cronología hum ana, presentándolo
inicialm ente co n el sím il de los pasos que da u n niño hasta integrarse
en una co m u n id ad natural (disponem os de las palabras enculturación
y aculturación, p e ro n o tenem os ninguna para describir el proceso de
asentarse o reasentarse en u n lugar). Al hacerlo, quizás adquiramos
una nueva perspectiva sobre lo que una "civilización de lo salvaje”
podría re q u e rir.
Para la 'm ayoría de los norteam ericanos, reflexionar sobre "su
lugar natal” es u n ejercicio inusual. Pocas personas están hoy en
condiciones de reivindicarse com o alguien de u n sitio. Casi nadie
pasa toda la vida e n el m ism o valle, trabajando ju n to a quienes conoce
desde n iñ o . Todas las personas nativas —la palabra misma significa
"alguien nacido allí”—, así com o los campesinos y los ciudadanos del
Viejo M u n d o , co m p arten la experiencia de vivir en u n lugar. A un
así —y es im p o rta n te recordarlo—, convertirse en u n poblador, estar
asentado en u n lugar, n u n ca significó no viajar de vez en cuando, ya
fuera en u n a aventura com ercial o para conducir el ganado a los pastos
de verano. Los trabajadores itinerantes han sabido siem pre que tenían
un hogar e n el m u n d o , y p odían dem ostrarlo en cualquier celebración
u hoguera de cam pam ento cantando sus propias canciones.
El c o ra z ó n de u n lu g a r es la casa, y el corazón de la casa es el
lar, el h o g a r d el fuego. T odos los in te n to s de exploración p a r­
ten de ah í, y es al h o g a r ad o n d e re to rn a n los ancianos. Se cre-

•1 5
ce h a b la n d o el id io m a de casa, u n a len g u a v e rn á c u la . T u p ro p io
círcu lo fa m ilia r p u e d e u tiliz a r u n g iro o u n a c e n to p a rtic u la r,
d ife re n te d el u tiliz a d o e n la d o m u s ,jia , ie, o ku m ,6 v ered a ab ajo . Es­
cuchas las h isto ria s de tus vecinos y los relato s d o n d e se m e n c io ­
n a n rocas, arro y o s, m o n ta ñ a s y árb o les q u e está n to d o s a la vista.
Los m ito s so b re la creació n del m u n d o te c u e n ta n c ó m o su rg ió esa
m o n ta ñ a y q u é sucedió p a ra q u e exista aquella p e n ín s u la . A m edida
que te vuelves más aguerrido, exploras tu m u n d o en p e q u e ñ o s viajes
a b a n d o n a n d o el la r, que es el c e n tro de cada u n iv e rso . El p aisa­
je de la in fan cia se ap re n d e a p ie, y así se reg istra u n m ap a m e n ­
tal de cam inos, sendas y e sp e su ra s—c o n el p e r r o m a lo , la casa del
viejo an tip ático , el p ra d o d o n d e hay u n to r o — q u e crece y llega
cada vez más lejos. T od o s llevam os d e n tr o u n a im a g e n d el te r r i­
to rio que ap ren d im o s a p ro x im a d a m e n te e n tre lo s seis y los n u e ­
ve años, y esto es igualm ente válido ta n to p a ra u n b a r r io u rb a n o
com o para u n e n to rn o ru ra l. P uedes re c o rd a r casi p o r co m p leto
el lugar en el que cam inabas, jugabas, n adabas o an d ab as e n b ic i­
cleta. Visualizar ese espacio co n sus o lo res y textu ras, re c o rre rlo de
nuevo en tu im aginación, provoca u n a sen sació n d e a rra ig o y so­
siego. C om o reflexión co n tem p o rán ea p o d em o s ta m b ié n p re g u n ­
tarn o s cóm o será esa vivencia p a ra aq u ello s cuyo paisaje in fa n til
fue ro tu ra d o p o r excavadoras o d esd ib u ja d o p o r las m u d a n z a s fa­
m iliares. Tengo u n am igo que a ú n se e m o cio n a re c o rd a n d o cóm o
las huertas de aguacates del paisaje de su ju v e n tu d e n el su r de C ali­
fo rn ia se tra n sfo rm a ro n en cerro tras c e rro de s u b u rb io s.
N u estro lu g ar es p a rte de lo q u e som os. S in e m b a rg o , incluso
cada "lu g ar” tie n e u n a cierta flu id ez y tra n s ita p o r el espacio y el
tie m p o , u n "tie m p o c e re m o n ia l”, e n p alab ras de J o h n H a n so n
M itchell. U n lu g ar p u ed e h a b e r sido p ra d e ra , lu e g o c o n ife ra s y
m ás ad elan te hayas y olm o s. H a b rá o cu p a d o m e d io lé c h o de u n
río p ara ser después ra íd o y r o tu ra d o p o r el h ie lo , y m ás tard e

6. Nombres en diferentes lenguas para "casa".

46
cultivado, p a v im e n ta d o , regado, represado, nivelado, urbanizado.
Pero cada tra n s fo rm a c ió n es pasajera y será únicam ente otra serie
de líneas e n el p alim p sesto . El m u n d o e n tero es u na gran tablilla
que c o n tie n e la s u p e rp o sic ió n m ú ltip le de rastros antiguos y
recientes de las fu erzas vitales. C ada lugar es p articu lar y, llegado
el m o m e n to , e te rn a m e n te salvaje. C u alq u ier lugar de la T ie rra
es u n m osaico in te g ra d o en o tro s más grandes: todo el te rrito rio
está h ech o de p e q u e ñ o s lugares, cada u n o , u n e n to rn o preciso y
red u cid o q u e re p ro d u c e m o d elo s m ayores y m enores. Los niños
com ien zan a a p r e n d e r u n lu g ar a través de esos pequeños en to rn o s
en las in m e d ia c io n e s de la casa, la co m u n id ad y los alrededores.

N u e stra p e rc e p c ió n de la escala del lugar se am plia a medida


que se c o n o c e la re g ió n . Los jóv en es escuchan más historias y salen
en ex p lo racio n es q u e s o n ta m b ié n de subsistencia, para recoger
leña, pescar o v isitar ferias y m ercados. Los rasgos de esa región
más am p lia se in s c rib e n e n la conciencia. E n el ensayo Caminar ,7
T h o re a u dice q u e u n te r r ito r io de tre in ta y tantos kilóm etros
cuadrados alcanza p a ra o c u p a r u n a vida de m inuciosa exploración
a pie, ya q u e u n o n u n c a agotará sus detalles.
El ta m a ñ o específico de la re g ió n que u n a com unidad llama
su h o g a r d e p e n d e d el tip o de te rre n o . Todas las com unidades
son te rrito ria le s y cada u n a se desplaza d e n tro de u na zona dada.
Incluso los n ó m a d a s se a tie n e n a fro n teras. Los pueblos que habitan
desiertos o p ra d e ra s , c o n g ran d es espacios visibles que invitan a
salir y c a m in a r hasta la lín e a del h o riz o n te , re c o rre rá n miles de
k iló m etro s c u a d ra d o s. U n fro n d o so bosque p rim a rio puede que
muy ra ra vez se tra n s ite . Las co m u n id ad es recolectoras en bosques
de rib e ra y p ra d o s se m o v e rá n m u ch o y a m en u d o , m ientras que

7. Hcnry David Thoreau, Caminar. Árdora Ediciones, Madrid, 199®*


Traducción de Federico Romero.

47
quienes h a b ite n e n valles de suelos fé rtile s, id eales p a ra h u ertas,
quizás no se desplacen m ás allá de las c u m b re s d e la sie rra más
cercana. Las fro n te ra s regionales f u e r o n grosso m odo c o n fo rm ad as
p o r el clim a, que es lo q u e d e te rm in a las d ife re n te s zo n as d e flora,
adem ás del tip o de suelo y los accid en tes g eo g ráfico s. L os baldíos
desérticos, las co rd illeras o los g ra n d e s río s fija n el lím ite más
am plio de u n a re g ió n . C am in am o s o vadeam os a través d e b arreras
grandes o p eq u eñ as, y, com o n iñ o s q u e c o m ie n z a n a c o n o c e r su
te rrito rio nativo, p o d em o s d e te n e rn o s e n la m a rg e n d e u n gran
río o sobre la cim a de u n a c o rd ille ra m ay o r y o b se rv a r q u e al otro
lado el suelo es d istin to , hay o tras p lan tas y a n im a le s, el tech o de
u n pajar tien e u n a fo rm a d ife re n te y quizás llueva m ás, o m enos.
Los lím ites e n tre regiones n atu rales n u n c a s o n se n c illo s n i claros,
sino que varían e n fu n c ió n de la b io ta , la d iv iso ria de las aguas,
los accidentes geográficos o la elevación (véase J i m D o d g e , 1981).
C uando las regiones se o bservan de a c u e rd o a c rite rio s natu rales
se las llam a, a veces, biorregiones.
En la A m érica p recolom bina la gente estaba acostum brada a
recorrer grandes distancias. Se dice que los mojave del b ajo C olorado
pensaban que p o r lo m enos u n a vez en la vida cu alq u iera debía viajar
a pie a las mesas de los h o p i, al este, al golfo de C a lifo rn ia, al sur, y
cam inar hasta el Pacifico.

Cada región tiene su te rrito rio salvaje. E stá el fuego en la


cocina y tam bién el lugar m enos fre c u e n tad o . E n la m ayoría de las
regiones habitadas solía h ab er alguna c o m b in a c ió n de tie rra fértil
para la agricultura, zonas de fru talesy viñedos, pastizales, arboledas,
bosque y desierto o m o n tañ a "baldía” . El e n to r n o salvaje existente
era cam po a d e n tro , las zonas más extrem as y m e n o s tran sitad as de
ese te rrito rio , "d o n d e están los osos” . Este te r r ito r io es accesible a
pie, quizás a tres días de cam ino o quizás a diez. Se e n c u e n tra en
el co n fín más alto, lejano y agreste, e n el extrem o d el b o sq u e y del
m arjal, lejos de d o n d e vive y trabaja la m ayoría. La g en te va hasta
allí a reco g er h ierb as alpinas, colocar cepos o en busca de soledad.
Viven e n tre los polo s del hog ar y su te rrito rio salvaje.
Evocar que h u b o u n tiem po en que vivimos en lugares es parte
del red escu b rim ien to co ntem poráneo de nuestro ser. Nos arraiga
en lo que significa ser "hu m an o s” (etim ológicam ente, algo parecido
a "terríco la”). T engo u n amigo que siente, a veces, que el m undo
es hostil p ara la vida h um ana: dice que nos hiela y nos mata. Sin
em bargo, ¿có m o p o d ríam o s existir si n o fuera p o r este planeta que
nos dio la c o n stitu ció n que tenem os? Dos condiciones, la gravedad y
u n rango de tem p eratu ras tolerable —entre el punto de congelación
y el de ebullición—, so n las que nos h an provisto de los Huidos y la
carne. Los árboles que trepam os y el suelo que pisamos nos dieron
los cinco dedos e n cada m an o y pie. El "lugar” —place en inglés, cuya
raíz es plat-, am p lio , vasto, llano— nos dio ojos que pueden divisar
la lejanía, y los arroyos y las brisas nos d iero n lenguas versátiles y
orejas com o caracolas. La tie rra nos dio la zancada, y el lago, un
chapuzón. El asom bro nos dio el tipo de conciencia que nos es
propia. D eberíam os estar agradecidos p o r ello y aceptar las lecciones
más rigurosas de la naturaleza co n la gracia apropiada.

Comprender el procom ún

Me en c o n tra b a ju n to a m i com pañero de cordada (Alien


G insberg) e n la cu m b re del pico Glacier y m irábamos a nuestro
alrededor, co rd illera tras cordillera de m ontañas y cima tras cima,
hasta d o n d e alcanzaba la vista. Hacia el oeste, cruzando el estrecho
de Puget, se e n c o n tra b a n las cum bres más distantes de las montañas
O lím picas. M e dijo: "¿D e verdad que hay u n congresista que
representa a to d o esto ? ” . Al igual que en la G ran Cuenca, después de
cruzar in n u m e ra b le s desiertos y cordilleras, es fácil pensar que en la
T ierra todavía existen vastos espacios sin gobierno, quizás olvidados o
desconocidos (com o la in term in ab le extensión de bosques de píceas
de Alaska y C a n a d á ), p e ro to d o ha sido cartografiado y registrado bajo
algún do m in io . E n N orteam érica, u n a g ra n p a rte es de titularidad
pública, lo que conlleva ciertos prob lem as, p e ro al m en o s todos
estamos llam ados a o cuparnos de ellos. David F o re m an , fu n d ad o r
del colectivo E arth First!,8 precisó re c ie n te m en te cuáles e ra n sus
orígenes radicales. "N o p ro c e d o de la ju sticia social, n i de la izquierda,
n i del fem inism o —afirm aba Forem an—, sin o del m o v im ien to por
la conservación de las tierras públicas” , u n m o v im ien to recio y
ponderoso que se rem o n ta a antes incluso de los años tre in ta . Sin
em bargo, fu e ro n las controversias sobre el te rrito rio y la vida salvaje y
los abusos infligidos al do m in io público lo q u e p o litizó a j o h n M uir,
J o h n Wesley Powell y A ldo L eopold.
Las tie rra s públicas n o rte a m e ric a n a s s o n la e n c a rn a c ió n
actual de u n a in stitu c ió n m u ch o m ás a n tig u a c o n o c id a a través
de E urasia y llam ada " p ro c o m ú n ” , com m ons e n in g lés, q u e era
la fo rm a trad icio n al ta n to de p ro te g e r co m o d e a d m in is tra r las
zonas salvajes de regiones c o n G o b ie rn o p r o p io . F u n c io n a ro n
eficazm ente hasta la época de las e c o n o m ía s d e m e rc a d o , el
colonialism o y el im p e ria lism o . E x am in em o s u n m o d e lo de
cóm o op erab an los p ro c o m u n e s.
E ntre los extrem os de e n to rn o s salvajes a p a rta d o s y las tierras
de lab o r privadas hay u n te r r ito r io q u e n o es a p to p a ra el cultivo.
E n el pasado era utilizad o co lectivam ente p o r los m ie m b ro s de
cualquier trib u o aldea. Este espacio, q u e in c lu ía zo nas salvajes
y semisalvajes, ten ía u n a im p o rta n c ia crítica; e ra n e c e sa rio para
la salud del e n to rn o salvaje, ya q u e a ñ a d ía u n a m p lio h áb itat,
te rrito rio d eslin d ad o y espacioso, d o n d e la fa u n a p o d ía c o rre r
y volar. Es u n espacio esencial in c lu so p a ra u n a ec o n o m ía
agrícola c o m u n ita ria , p o rq u e su d iv ersid ad n a tu r a l abastece de

8. Earth First! [¡La Tierra Primero!]: una organización ecologista constituida en


1979 en Estados Unidos que propugna la acción directa y la defensa de la naturaleza
como portadora de derechos frente a los intereses humanos. David Foreman es uno
de sus fundadores.

50
m uchas n ec e sid a d e s y p ro v ech o s que las parcelas privadas no
p u ed en o fre c e r. E n riq u e c e la d ieta cam pesina co n caza y pesca.
La tie rra c o m p a rtid a p r o p o rc io n a leña, m adera y pied ra para
la c o n s tru c c ió n , a rc illa p a ra el h o rn o , hierbas, tintes vegetales
y m u ch o m ás, ig u al q u e e n u n a econom ía recolectora. Y es
especialm en te im p o r ta n te e n ciclos estacionales o d u ran te todo
el año co m o tie r r a d e pastos p a ra yeguadas y cabañas de vacas,
cabras, ovejas y ce rd o s.
E n a b s tra c to , se p o d r ía p e n s a r que c o m p a rtir una región
n a tu ra l sig n ific a te n e r acceso a "u n a fuen te com partida de
recu rso s", s in lím ite s n i c o n tro le s p a ra la explotación individual.
Pero es u n h e c h o q u e este re p a rto se d esarro lló d u ran te miles de
años, s ie m p re d e n tr o d e u n co n tex to social y te rrito ria l. E n las
sociedades c a m p e sin a s ta n to de Asia com o de E uropa existían
m odos tra d ic io n a le s q u e o rd e n a b a n el uso com partido de la
tie rra . N o se p e r m itía el lib re acceso a los forasteros, y había
c o n tro le s d e e n tr a d a y u tiliz a c ió n p ara los hogares partícipes. El
p ro c o m ú n se h a d e fin id o co m o "la tie rra indivisa que pertenece
al c o n ju n to d e lo s m ie m b ro s de u n a co m u n id ad local”. Esta
d e fin ic ió n n o in c lu y e el h e c h o de que las tierras com unales son
al m ism o tie m p o el te r r i t o r i o c o n c re to y, tam bién, la institución
tra d ic io n a l c o m u n ita r ia q u e d e te rm in a la capacidad de carga de
sus varias s u b u n id a d e s , y q u e establece los derechos y deberes
de q u ie n e s la u tiliz a n , in c lu y e n d o sanciones de faltas. Porque
es tra d ic io n a l y local, es d ife re n te a n u estro actual "d om inio
p ú b lic o ” , q u e es ti e r r a b a jo la cu sto d ia y ad m in istració n de u n
G o b ie rn o c e n tr a l. B ajo u n estado n acio n al esa ad m in istració n
p u ed e se r d a ñ in a —co m o co m ien za a suceder en C anadá y en
los E stad o s U n id o s — o b e n ig n a , com o sucedió a m en u d o en
el p asad o ; p e r o e n n in g u n o de los dos casos es ad m inistrada
lo c a lm e n te . U n a d e las p ro p u e sta s e n el actual debate sobre
cóm o r e f o r m a r n u e s tra s tie rra s públicas p ro p o n e devolver el
c o n tro l a la r e g ió n .

51
T om em os u n e je m p lo d e a d m in is tra c ió n tra d ic io n a l: ¿qué
evita que u n a u n id a d fa m ilia r lleve m ás g a n a d o y p ro v o q u e en
los dem ás la te n ta c ió n d e l s o b re p a s to re o ? E n I n g la te rra , e n el
pasado —al igual q u e hoy e n alg u n as ald eas suizas— (N e ttin g ,
1976). el c o m u n e ro solo p o d ía s o lta r e n lo s p a sto s co m u n ales
ta n to ganado com o le fu e ra p o sib le a lim e n ta r d u r a n te el in v ie rn o
e n sus p ro p io s establos. Esto sig n ificab a q u e n a d ie p o d ía
in c re m e n ta r su cabaña c o n vacas solo p a ra el p a s to re o estival, lo
qu e se co n o cía e n el le n g u a je legal n o r m a n d o c o m o la regla de
levant et couchant: solo se p e rm itía m a n e ja r el g a n a d o q u e se ten ía
' de p ie y d u r m ie n d o ” d e n tr o d e lo s e sta b lo s e n in v ie r n o .
El p ro c o m ú n es el c o n tra to q u e u n p u e b lo establece con
su p ro p io sistem a n a tu ra l. L a p a la b ra in g lesa commons tie n e u n a
in teresan te h isto ria; está fo rm a d a p o r ko ( " ju n to ”) y el griego
tnoin ("te n id o e n c o m ú n ”), p e ro la raíz in d o e u ro p e a mei significa
m overse, ir, c am b iar”. T en ía u n s e n tid o arcaico p a rtic u la r que
significaba "in tercam b io de b ie n e s y servicios e n u n a sociedad,
ajustado a costum bres y leyes”. C re o q u e p o d ría a ta ñ e r al viejo
p rin c ip io de las econom ías d el d o n , d o n d e " e l o b se q u io debe
circular siem p re”. La raíz llega al la tín c o m o m unus, "servicio
prestado a la c o m u n id a d ” , y de ella nace " m u n ic ip a lid a d ” .
Existe u n a h isto ria b ie n d o c u m e n ta d a de los p r o c o m u n e s en
relació n co n la eco n o m ía ru ra l e u ro p e a e inglesa. D esde la c o n q u ista
n o rm a n d a de In g laterra, los e n fe u d a d o s c a b allero s y señ o res
c o m e n z a ro n a c o n tro la r g ra n p a rte d e las tie rra s c o m u n a le s
locales. La ley los apoyó, co m o el E statu to d e M e rto n d e 1235 -
D esde el siglo XV e n ad elan te, la clase te r r a te n ie n te , d e acu erd o
c o n los g rem io s m ercan tiles u rb a n o s y los c u e rp o s d el G o b ie rn o ,
cercó p a u la tin a m e n te las tie rra s c o n tro la d a s p o r las aldeas, y las
e n tre g ó a in tereses priv ad o s. El p ro c e so d e lo s c e rc a m ie n to s fue
apoyado p o r las g ran d es asam bleas de la la n a , q u e d e s c u b rie ro n
q u e las ovejas e ra n m u c h o m ás re n ta b le s q u e la a g ric u ltu ra . Los
negocio» lan ares, c o n sus e x p o rtacio n es al c o n tin e n te , f u e r o n u n

52
p re m a tu ro a g ro n e g o c io q u e tuvo consecuencias nocivas para el
suelo y pro v o c ó el d e sarraig o cam pesino. Los argum entos en favor
de los c e rra m ie n to s e n In g la te rra , com o la eficiencia y la mayor
p ro d u c tiv id a d , d esestim ab an los im pactos sociales y ecológicos y
sirvieron p a ra m u tila r la agricultura sostenible de algunos concejos.
El proceso de los cercam ientos se aceleró de nuevo en el siglo XVIII
y, e n tre 1709 y 1869» a lre d e d o r de dos m illones de hectáreas
se e n tre g a ro n a p a rtic u la re s , u n a séptim a parte de la superficie
existente. D esp u és de 1869 h u b o u n súbito cam bio de o p in ió n
agrupad o a lr e d e d o r d el "m o v im ien to de los espacios abiertos",
que acabó p o r im p e d ir los cercam ientos y consiguió am parar al
bosque de E p p in g p o r m e d io de u n p leito espectacular contra los
te rra te n ie n te s de cato rce se ñ o río s.
K arl P o lan y i (1975) afirm a que los cercam ientos del siglo XVIII
g e n e ra ro n u n a p o b la c ió n de desarraigados rurales que se vieron
forzados, p o r p u r a d esesp eració n , a convertirse en la prim era
clase tra b a ja d o ra de la h isto ria . Los cercam ientos fu eron un
suceso trág ico ta n to p a ra la sociedad com o para los ecosistemas
n aturales. E l h e c h o de q u e hoy en día Inglaterra posea la m enor
cantidad d e b o s q u e y fa u n a de todas las naciones europeas tiene
m ucho q u e v er c o n ellos. La a p ro p ia c ió n de los terrenos comunales
en la lla n u ra e u ro p e a ta m b ié n com enzó hace aproxim adam ente
q u in ie n to s a ñ o s, p e r o u n a tercera p arte del co n tin en te sigue sin
ser p riv ad o . P rácticas re m in isc e n te s del p ro c o m ú n en la ley sueca
p e rm ite n a c u a lq u ie ra e n tr a r en granjas particulares a recoger
fru to s o setas, c ru z a rlas a p ie y acam par fuera de la vista de la
casa. La m ay o r p a r te d e los antig u o s p ro co m u n es está hoy bajo la
a d m in is tra c ió n d e o ficin as g u b ern am en tales del te rrito rio .
U n m o d e lo de p ro c o m ú n todavía existe en J a p ó n , d o n d e hay
aldeas ru ra le s e n c a jo n a d as e n estrechos valles, arroz creciendo
en el tam bo 9 d e las p la n ic ie s y hortalizas y legum bres en terrazas

9. Tambo; en japonés, una tierra de labranza inundada, donde se cultiva el arroz.

53
ligeram ente más elevadas. Las co lin as b o scosas m u y p o r en cim a de
los valles so n los p ro c o m u n e s, e n ja p o n é s lla m a d o s iria i, "en trad a
co m ú n . La fro n te ra e n tre u n a aldea y la s ig u ie n te es a m en u d o
la cum bre m ism a d e las sierras. E n las la d e ra s d e l m o n te H ie i, en
la prefectu ra de K io to , al n o r te del re m o to te m p lo d e fo rm a c ió n
budista te n d a i de Yokokawa, m e to p é c o n h o m b re s y m u je re s de
la aldea de O h a ra reco g ien d o h ato s de le ñ a p a ra el fu e g o . Estaban
d e n tro de las tie rra s del p u e b lo . E n las m o n ta ñ a s m ás re m o ta s del
in te rio r de J a p ó n hay bosques q u e se hayan d e m a sia d o lejos para
ser utilizados p o r n in g u n a ald ea. D u ra n te lo s p r im e r o s tiem pos
feudales estaban todavía h ab itad o s p o r u n a p o b la c ió n re sid u a l de
cazadores, quizás supervivientes d e u n a m ezcla d e raza ja p o n esa
y ain u . Más adelante algunos de estos te r r ito r io s salvajes fu e ro n
confiscados p o r el g o b ie rn o y d eclarad o s "b o sq u es im p e ria le s”.
Los osos se ex tin g u iero n e n In g la te rra e n el siglo X iil, p e r o todavía
cam pean p o r las m o n tañ as ja p o n e sa s m ás d ista n te s, y e n ocasiones
incluso al n o rte de K io to .
E n C h in a, la a d m in istra c ió n de las tie rra s d e m o n ta ñ a se solía
dejar en m anos de los consejos de aldea y el G o b ie r n o c e n tra l solo
exigía el pago de im p u esto s. Se re c a u d a b an e n esp ecie p o r q u e los
producto s locales e ra n m uy valiosos. La cap ital d e m a n d a b a arroz,
m adera y seda, y esquilm ó las p lu m a s d e m a r tín p e sc a d o r, las
glándulas de alm izcle de los venados y las p ieles d e rin o c e ro n te ,
así com o o tro s p ro d u c to s exóticos d e m o n ta ñ a s y a rro y o s. Los
consejos de aldea quizás h u b ie ra n re sistid o la so b re e x p lo ta c ió n
de sus recursos, p e ro su a d m in is tra c ió n s u c u m b ió c u a n d o la
creciente d efo restació n alcanzó sus te r r ito r io s . E l siglo XIV parece
h a b e r sido el p u n to d e in fle x ió n p a ra lo s b o sq u e s d e C h in a
c o n tin e n ta l. H istó ricam en te, la con fiscació n de los p ro c o m u n e s —
ta n to en O rie n te com o e n O ccid en te—p o r p a rte d e lo s G o b ie rn o s
centrales o los em presarios de las econom ías u rb a n a s p ro v o có la
degradació n del e n to rn o salvaje y de las tie rra s d e la b o r. A veces
hay b u e n m o tiv o p a ra m a ta r la g a llin a d e lo s h u e v o s d e o ro :
el b e n e fic io in m e d ia to se p u e d e re in v e rtir e n o tra p a rte y
a u m e n ta r la g a n a n c ia .

E n los Estados U n id o s, e n cuanto los invasores euroam erica-


nos desplazaban p o r la fuerza a los nativos de sus p ropios m odelos
de p ro c o m u n e s tra d ic io n a le s, la tie rra se abría a los nuevos p o ­
bladores. S in e m b a rg o , en el á rid o O este, gran p arte del te r r i­
to rio n u n c a fu e cultiv ad o p o r colonos, y m enos aú n registrado.
Los nativos que h ab ían conocido y amado los desiertos blancos y las
m o n tañ as azules vagaban d ispersos o estaban encerrados en re ­
servas, y los n u ev o s h a b ita n te s, m in e ro s y algunos rancheros, no
ten ían n i p r in c ip io s n i co n o c im ie n to s para cuidar de la tierra.
U na exten sió n e n o rm e era de fa d o de d o m in io público, y el Servicio
Forestal, la A d m in is tra c ió n de P arques y la O ficina de A dm inis­
tració n de T ie rra s se c o n c ib ie ro n p ara adm inistrarla. El mismo
tipo de tie rra s se c o n o c e n e n C an ad á y A ustralia como "tierras de
la C o ro n a ”, re fle jo de la h is to ria de los gobernantes británicos
que tra ta b a n d e a rre b a ta r los p ro c o m u n e s a la gente.
E n el O e ste n o rte a m e ric a n o actual, p o d ría parecer que la
gente qu e h a b la de u n a "re b e lió n de la artem isa” está luchando
p o r la re c u p e ra c ió n d e l c o n tro l local del p ro c o m ú n . Lo cierto
es que los re b e ld e s de la artem isa tie n e n todavía m ucho que
a p re n d e r d e l lu g a r: s o n com p arativ am en te recién llegados, y no
los m otiva el a s e n ta m ie n to cu id ad o so , sino el desarrollo. Algunos
h ab itantes d el O e ste c o m ie n z a n a p en sar más a largo plazo y no
d e fie n d e n la p riv a tiz a c ió n , sin o u n a m e jo r adm inistración del
te rrito rio y m a y o r p ro te c c ió n de la naturaleza salvaje.
La h is to ria m e d io a m b ie n ta l de E u ro p a y Asia parece in d i­
car que la m e jo r a d m in is tra c ió n de la tie rra com unal era la local.
La an tig u a y severa d e fo re sta c ió n —a m en u d o irreversible— de la
cuenca d el M e d ite rrá n e o fue u n a consecuencia extrem a del mal
uso de los p ro c o m u n e s p o r los p o d eres que re tira ro n su gestión
del c o n tro l d e las c o m u n id a d e s regionales (T h irg o o d , 1981). La

no
situación en los Estados U n id o s e n el siglo XIX y c o m ie n z o s del si­
glo XX era la inversa. Los v e rd a d e ra m e n te a u tó c to n o s , los n ati­
vos n o rteam erican o s, estaban d iezm ad o s y d e sm o ra liz a d o s, y la
nueva p o b lación se c o m p o n ía de a v e n tu re ro s y e m p re n d e d o res.
Sin presencia estatal, los furtivos, los g a n a d e ro s y los b a ro n e s de
la m adera lo h u b ie ra n te n id o fácil. A p a r tir d e 1 9 6 0 la situación
volvió a cam biar. Las agencias q u e u n a vez f u e r o n responsables
de la conservación so n p ercib id as, cada vez c o n m a y o r fre c u e n ­
cia, com o cóm plices de las in d u stria s extractivas, y la p o b lación
local —que está em pezando a ser re a lm e n te lo cal— b u sca el apo­
yo de las organizaciones ecologistas y se a g ru p a p a ra d e fe n d e r las
tierras públicas.
La d estru cció n se ex tien d e p o r to d o el m u n d o y cerca los
p ro co m u n es y a los h a b itan tes locales. L os n a tu ra le s de aldeas
y com unidades trib ales q u e viven e n los b o sq u e s tro p ic a le s son
literalm en te expulsados de sus h o g ares p o r las excavadoras de
los consorcios m adereros in te rn a c io n a les e n co n n iv en cia con
os G ob iern o s estatales. Se em p lea u n a b ie n c o n o c id a retórica
para desposeer a los p o b lad o res a u tó c to n o s al s e n te n c ia r que los
osques de p ro p ie d a d trib a l so n , o b ie n de titu la r id a d privada, o
b ie n de d o m in io púb lico .
G uando los p ro c o m u n e s se c ie rra n , los cam p esin o s se
em pobrecen al estar abocados a c o m p ra r la e n e rg ía , la leña
y os m edicam entos en la tie n d a de la c o m p a ñ ía . Es u n a de las
consecuencias de lo que Iván Illich llam a "u n a g u e rra de q u in ie n to s
añ o s c o n tra la subsistencia”.

¿ Q u é significa en to n ces la llam ad a "tra g ed ia d e lo s p r o c o ­


m u n e s . Esta te o ría , e n su actual in te r p r e ta c ió n p o p u la r , p a re ­
ce so ste n e r q u e cu an d o se b r in d a acceso lib re a u n re c u rs o , p o r
e je m p lo u n a zon a de pastos, to d o el m u n d o tra ta d e m axim izar
sus en e cios, y el so b re p a sto re o será la c o n s e c u e n c ia in ev itab le,
o q u e p la n te a n G a rre tt H a r d in y sus colegas d e b e ría llam arse

5G
"el d ilem a d e los re c u rso s de fu e n te c o m ú n ”. Se trata de u n p r o ­
blem a de so b re e x p lo ta c ió n de recursos "sin d u e ñ o ” p o r p arte de
in d iv id u o s y e m p resas atrap ad as en la red del "si n o lo hago yo,
lo h ará o t r o ” ( H a r d in & B adén, 1977)- Los caladeros oceánicos,
el ciclo d el agua, el a ire y la fe rtilid a d de la tie rra e n tra n todos
en esta c a te g o ría . C u a n d o estos au to res in te n ta n aplicar su m o ­
delo al p r o c o m ú n h is tó ric o , n o fu n c io n a , ya que olvidan m e n ­
c io n a r q u e se tra ta b a de u n a in stitu c ió n social que n unca, en
toda su h is to ria , careció de reglas n i p e rm itió el acceso ilim ita ­
do (C ox, 1 8 9 5 ).
E n A sia y p a rte s de E u ro p a , aldeas que en m uchos casos se
re m o n ta n al N e o lític o sig u en m an ejan d o los procom unes a
través de a lg ú n tip o de co n sejo . C ada p ro c o m ú n es una entidad
con lím ites, y los efectos del abuso son evidentes para quienes
d e p e n d e n de él. H ay tres posibles destinos contem poráneos para
los recu rso s de f u e n te c o m ú n : u n o es la privatización; o tro , la
a d m in istra c ió n a cargo de u n a e n tid a d g u bernam ental, y el tercero
—cuando sea viable—, es p asar a fo rm a r p arte de u n verdadero
p ro c o m ú n d e ta m a ñ o razo n ab le y ad m in istrad o p o r los nativos
del lugar. Q u izás esta te rc e ra o p c ió n sea hoy im practicable tal
com o a q u í se p la n te a . P arece que subsisten aquí y allá algunas
cooperativas de tie rra s trib ales o co m u n itarias de raigam bre local,
com o e n A laska, p e r o fu n c io n a n d o tal com o exige el m ercado
global, se d e b a te n p a ra e q u ilib ra r trad ició n y sostenibilidad
con éxito e c o n ó m ic o . La c o rp o ra c ió n Sealaska de la com unidad
tlin g it e n el su d e ste de Alaska fue d u ram en te criticada —incluso
desde d e n tr o —p o r c o n s e n tir la tala de zonas de bosque p rim ario .

D eb e m o s e sta b le c e r u n "c o n tra to n a tu ra l” de escala p lanetaria


con los o c é a n o s, el a ire y las aves del cielo. El reto es convocar
al m u n d o e x p lo ta d o d e los "recu rso s de fu en te c o m ú n ” a la
c o n cien c ia d e l p r o c o m ú n . H oy e n día, cu alq u ier recurso natu ral
de la tie r r a q u e n o esté b ajo c o n tro l será co n sid erad o b o tín p o r

57
los com ercian tes d e m a d e ra o lo s p ro s p e c to re s d e p e tró le o de
O saka, R o terd am o B o sto n . La p re s ió n d e u n a p o b la c ió n en
aum ento y el p o d e r de u n co n so lid ad o sistem a e c o n ó m ic o —aunque
tam bién frágil, d e sn o rta d o y care n te de lid erazg o —e c h a n a perd er
cu alq u ier p o sib ilid a d d e v e r c o n c la rid a d . In c lu s o nuestra
p e rc e p c ió n so b re c u á n c o n so lid a d o está este sistem a p u e d e que
tenga algo de espejism o.
A veces parece im p ro b a b le q u e u n a s o c ie d a d e n su co n ju n to
pued a to m a r decisiones sensatas. Y , s in e m b a rg o , n o hay
alternativa p osible salvo la d e lla m a r a u n a " re c u p e ra c ió n del
p ro c o m ú n ", incluso e n u n m u n d o m o d e rn o q u e n o en tien d e
del to d o lo q u e p e rd ió . R ecu p erem o s, c o m o la n o c h e , aquello
que todos co m p artim o s, lo q u e c o n stitu y e n u e s tr o se r más
co m pleto. N in g u n a "trag ed ia d el p r o c o m ú n ” será m ay o r que
esta-, si n o recu p eram o s el p ro c o m ú n , r e to m a n d o el co m p ro m iso
personal, local y c o m u n ita rio y la im p lic a c ió n d ire c ta d e la gente
en co m p a rtir y ser parte del te jid o d el m u n d o salvaje, ese m u n d o
c o n tin u a rá replegándose. Llegará u n m o m e n to e n q u e nuestras
com plejas co m p o n en d as d e cap italism o y so cialism o in d u stria l
d e stru irá n m uchos de los sistem as vivos q u e n o s s u s te n ta n . No
hay duda de que la p é rd id a del p ro c o m ú n lo cal señ ala el fin
de la au tosuficiencia y a n u n c ia la d e sa p a ric ió n d e las culturas
vernáculas de la reg ió n ; todavía sucede así e n lo s rin c o n e s más
apartados del p laneta.
E l p ro c o m ú n es u n a cu rio sa y eleg an te in s titu c ió n social
d e n tro de la cual los seres h u m a n o s m a n tu v ie ro n existencias
p o líticas libres en tretejid o s e n la re d de los sistem as n a tu ra le s. Se
tra ta de u n nivel de o rd e n a c ió n de las so ciedades h u m a n a s que
in teg ra lo n o h u m a n o . E l nivel s u p e rio r al p r o c o m ú n lo cal es la
b io rre g ió n . C o m p re n d e r el p ro c o m ú n y su fu n c ió n d e n tr o de
u n a cu ltu ra reg io n al a m ayor escala co n stitu y e u n paso m ás e n la
in te g ra c ió n d e la ecología co n la eco n o m ía.

58
Perspectivas biorregionales

"L a r e g i ó n es el o t r o l u g a r d e la c iv iliz a c ió n " , (max c a f a r d )

Las p e q u e ñ a s n a c io n e s del pasado vivían d e n tro de te rrito rio s


que se c e ñ ía n a d ife re n te s pautas de o rd e n n atu ral. Las áreas
culturales de las p o b la c io n e s m ayores de nativos de N orteam érica
se so lap ab an , tal c o m o es de su p o n e r, casi exactam ente con la
co n fo rm a c ió n g e n e ra l de las b io rre g io n e s más grandes (K roeber,
1947). La vieja e x p e rie n c ia h u m a n a de u n a región doméstica
abierta e in d e fin id a , p e ro ta m b ié n auténtica, fue progresivam ente
reem plazada e n to d a E u rasia p o r fro n teras arbitrarias y, a
m en u d o , im p u e sta s a la fuerza p o r los nuevos estados nacionales.
M uchas veces estas nuevas fro n te ra s fragm entaban tanto áreas
bióticas co m o é tn ic a s. La p o b la c ió n p e rd ió e ru d ició n ecológica
y so lid a rid a d c o m u n ita ria . Según las antiguas costumbres, la
flora, la fa u n a y los accid en tes geográficos son parte de la cultura.
El m u n d o d e la c u ltu ra y la naturaleza, siem pre real, es hoy casi
u n m u n d o d e so m b ra s, y u n m u n d o insustancial de soberanía
política y e c o n o m ía s e n ra re cid a s pasa p o r ser real. Vivimos
tiem pos re tró g ra d o s . P o d em o s re c u p e rar u n a ligera im presión de
aquella vieja p e rte n e n c ia d e sc u b rie n d o la o rd en ació n prim ordial
de n u e stra tie r r a y g u iá n d o n o s p o r ella —al m enos en el territo rio
p ro p io y e n la im a g in a c ió n —y n o p o r las fro n teras arbitrarias de
naciones, estad o s y p ro v in c ia s.
Las re g io n e s s o n "c u e rp o s en in te rp e n e trac ió n m utua en
espacios s e m is im u ltá n e o s ” (C afard , 1989). Los biom as, las
divisorias d e aguas, los accidentes geográficos y las elevaciones
del te rre n o n o s o n m ás q u e algunas de las características que
c o n fo rm a n u n a re g ió n .
D e ig u al f o r m a , las áreas cu ltu rales tie n e n su b co n ju n to s,
com o d ia le c to s, re lig io n e s , m o d o s de d isp a ra r las flechas, tipos
de h e rra m ie n ta s , m o tiv o s m ítico s, escalas m usicales y estilos

so
artísticos. U n c rite rio p o s ib le p a ra d e lim ita r u n a re g ió n sería,
p o r ejem p lo , la flo ra . Es el caso d e l a b e to D o u g la s c o m o árbol
parad ig m ático de la costa d el N o ro e s te d e l P a c ífic o . L o conocía
ín tim a m e n te de n iñ o p o r q u e c re c í e n u n a g ra n ja e n tr e el lago
W ashington y el e stre c h o d e P u g e t. L o s s n o h o m is h , nativos
locales, lo llam ab an ¡ukta tciyats, q u e sig n ifica "ag u jas a n c h a s ”. Su
fro n te ra n o rte se sitú a a lre d e d o r d e r io S k e e n a , e n la C olum bia
B ritán ica, y se e n c u e n tra al o este de la c o r d ille r a a lo larg o de
W ashington, O re g ó n y el n o r te d e C a lif o rn ia . E l lím ite costero
m e rid io n a l del abeto D ouglas es m u y p a re c id o al d el salm ón,
que n o re m o n ta c o rrie n te s al s u r d e l r ío B ig S u r . E n el in te rio r
desciende a lo la rg o d e la la d e ra o e ste d e la S ie rra , lleg an d o a
zonas ta n m e rid io n a le s co m o el b ra z o n o r t e d e l r ío S an J o a q u ín .
Este c o n to rn o c o n fo rm a los lím ite s de u n á re a n a tu r a l de gran
ta m a ñ o q u e cruza tre s estados y u n a f r o n te r a in te r n a c io n a l.
La presencia de este á rb o l revela u n ra n g o d e tem p eratu ras
y p recipitaciones, lo que sirve de in d ic a tiv o p a ra sa b e r cuáles
p o d ría n ser los cultivos, q u é in c lin a c ió n d e b e ría n te n e r los tejados
y qué tip o de im p erm eab le es aco n sejab le. N o h ace falta conocer
tantos detalles p a ra arreglárselas e n ciu d ad es m o d e rn a s como
P o rtlan d o B ellingham , p e ro , si sabes lo q u e e n s e ñ a n las plantas
y el clim a, estarás e n la o n d a y te se n tirá s re a lm e n te e n casa. La
sum a de u n cam po de fuerzas se co n v ierte e n lo q u e llam am os,
de m anera algo im precisa, "el e sp íritu d el lu g a r” . C o n o c e r el
e sp íritu de u n lugar es c o m p re n d e r q u e eres u n a p a rte de una
p a rte y que esa to talid ad está co m p u esta ta m b ié n p o r p a rte s, cada
u n a de las cuales tam b ién es co m p leta. Se em pieza p o r la p a rte en
la q u e tú estás com p leto .
P o r q u ijo tescas q u e p a re z c an estas id eas, s o n u n filó n de
e n e rg ía y p o sib ilid a d e s. U n a sem an a d e sp u és d e l e q u in o c c io ,
G ary H o lth a u s y yo viajam os e n coche d e A n c h o ra g e a H ain es,
e n A laska. B o rd e a m o s la m a rg e n s e p te n tr io n a l d e la c u e n c a del
r ío C o p p e r , so rte a m o s a lg u n o s a flu e n te s d e l Y u k ó n y cru zam o s

oo
la c u m b re d e H a in e s . E ra to d o u n a taiga de píceas blancas y
negras a ú n co n g e la d as. Al d esc e n d e r desde el p u e rto hasta el
océano e n la b a h ía de C h ilk a t n os ad en tram o s in m ed iatam en te
en bosq u es d e e n o rm e s píceas de Sitka, con col de m ofeta
asom and o e n las m arism as, típica de la prim avera. Era u n
salto so b re u n a d iv iso ria b io rre g io n a l. Al día siguiente me
h o n ra ro n in v itá n d o m e a to m a r café en la Casa del C uervo con
A ustin H a m m o n d y o tro s an cian o s tlin g it p ara escuchar largas y
elaboradas re fle x io n e s so b re la resp o n sab ilid ad de la gente para
con sus lu g a re s. A l m ir a r hacia fu era desde la ventana p rin cip al
veíamos los g laciares colgados de los picos allende la bahía.
H a m m o n d h a b ló d e los glaciares com o m etáforas de im perios y
civilizaciones. E x p licó có m o g ran d es y extrañas fuerzas avanzan
y re tro c e d e n , e n este caso, la civilización in d u strial, y cómo la
gente a se n ta d a p u e d e e s p e ra r a q u e pasen.
E n alg ú n m o m e n to de los años sesenta, durante una
conferencia de d irig e n te s y activistas indígenas norteam ericanos
en B ozem an, M o n ta n a , escuché d ecir algo parecido a un anciano
crow: "¿S ab e? C re o q u e si la g ente se queda el tiem po suficiente en
un lugar, in c lu so los blan co s, los espíritus les em pezarán a hablar.
Es el p o d e r de los e sp íritu s que viene de la tierra. Los espíritus y
los viejos p o d e re s n o se p e rd ie ro n , solo necesitan que la gente se
quede lo su ficien te y co m en zarán a hacer n o tar su influencia".
La c o n c ie n c ia b io rre g io n a l nos enseña de u n a m anera espe­
cifica. N o es s u fic ie n te "a m a r la n atu raleza” o q u e rer estar "en
arm o n ía c o n G a ia ”. N u e s tro vínculo co n el m u n d o natural
tra n sc u rre e n u n lu g a r, y d eb e enraizarse en u n sustrato de in ­
fo rm ació n y e x p e rie n c ia . P o r eje m p lo , la "gente real” está since­
ram ente fam iliarizad a c o n las plantas locales. Es u n conocim iento
tan c o m ú n q u e to d o s e n E u ro p a , Asia y A frica lo daban p o r des­
contado. M u ch o s n o rte a m e ric a n o s co n tem p o rán eo s n i siquiera
son conscientes de n o "co n o cer las plantas”, lo que ya indica un
grado de a lie n a c ió n . C o n o c e r algo la flora nos p e rm itiría d isfru -

si
ta r de p reg u n tas com o " ¿ d ó n d e se to p a n A laska y M éx ico ? . Sería
alre d e d o r de la costa n o rte de C a lifo rn ia , d o n d e lo s arrendajos
grises y la pícea de Sitka se m ezclan c o n la m a n z a n ita y el ro b le azul.
E n vez de "el n o r te d e C a lifo rn ia , lla m é m o sle la b io rreg ió n
de Shasta. E l actual estado de C a lifo rn ia , a n tig u o te r r ito r io de la
Alta C alifo rn ia, se c o rre sp o n d e al m e n o s c o n tre s d ivisiones natu
rales. E l tercio s e p te n trio n a l m ira c la ra m e n te al n o r te , co m o bien
indica el ejem plo del abeto D ouglas. L os lím ite s d e este tercio cu
b riría n aproxim ad am en te desde la div iso ria d e lo s río s K lam ath y
Rogue, alcanzando p o r el s u r la b ah ía de S a n F ran cisco y aseen
d ie n d o hasta el delta d o n d e se j u n t a n lo s río s S a c ra m e n to y San
Jo a q u ín . La lín ea seguiría hacia el este h asta la cresta d e la Sierra
Nevada y, to m an d o esta com o u n lím ite d e fin id o , se p ro lo n g aría
en d irección n o rte hasta Susanville. D esd e a h í la d iv iso ria de aguas
se abre en u n ángulo am p lio hacia el n o re s te , sig u ie n d o el b o r e
de la meseta de M odoc hasta la c o rd ille ra W a rn e r y el lago Goose.
Al este de la divisoria se e n c u e n tra la G r a n C u e n c a . La región
de Cascadia y C o lu m b ia está al n o r te d e la d e S h asta, y más a
n o rte está lo q u e llam am os la re g ió n d e l r ío Ish , d o n d e d re n a n
el estrecho de P ug et y el de G eo rg ia. ¿ Y p o r q u é h a b ría m o s e
p reo cu p arn o s c o n to d o esto ? Yo re p e tiría q u e n o s p re p a ra para
com enzar a se n tirn o s e n casa e n este p aisaje. H ay d ecenas de
m illones de perso n as e n N o rte a m é ric a q u e n a c ie r o n físicam ente
aq u í p ero n o h a b ita n este te r r ito r io e n c o n c ie n c ia , c o n su
im ag in ació n y su m o ra l. N o hay d u d a d e q u e los p o b lad o res
o rig in ales tie n e n u n d erech o a n te r io r a la p a la b ra n a tiv o , p ero ,
dad o q u e am an esta tie rra , d a rá n la b ie n v e n id a a la co nversión
de m illo n es de psiques in m ig ra n te s e n " c o m p a ñ e ro s nativos
a m e ric a n o s”. Para q u e el a m erican o n o nativo se sie n ta e n su casa
e n este c o n tin e n te , él o ella h a n de re n a c e r e n este h e m is fe rio y en
este c o n tin e n te , llam ado co n p ro p ie d a d , Isla de la T o rtu g a .
C o n ello q u ie ro d ecir q u e d ebem os acep tar y reconocer
co n scien tem en te q u e es a q u í d o n d e vivim os y c o m p re n d e r el hecho

62
de que n u e stro s d escendientes tam bién lo harán en los m ilenios
venideros. D espués debem os h o n ra r la gran antigüedad de esta
tierra, a p re n d e r y d e fe n d e r su esencia salvaje, y trabajar para
entregarla a los n iñ o s del fu tu ro —y a todos los seres—con su salud
y biodiversidad intactas. E u ro p a, Africa y Asia serán así vistos como
los lugares de los q u e llegaron nuestros ancestros, lugares que
quizás q u e rre m o s visitar y conocer, sin que sean nuestro "hogar”.
El hogar, e n té rm in o s p ro fu n d o s y espirituales, ha de estar aquí.
Llam ar a este lu g a r "A m érica” es darle u n nom bre foráneo. "Isla
de la T o rtu g a ” es el n o m b re que le fue dado a este continente p o r
los nativos am erican o s basándose en u n m ito originario (Snyder,
1974). Estados U n id o s, C anadá y México son entidades políticas
tem porales; sin d u d a , tie n e n su legitim idad, pero perderán su
autoridad si c o n tin ú a n abusando de la tierra. "El estado ha sido
destruid o , p e ro las m o n tañ as y los ríos perm anecen”.
Pero esta la b o r n o es solo p ara los recién llegados al hem isferio
occidental, A u stra lia , Á frica o Siberia. Se precisa u n a purificación
m ental p la n e ta ria , la p ráctica de m ira r la superficie de la T ierra tal
com o es p o r n a tu ra le z a . C o n esta conciencia la gente se presenta
en las c o m isio n e s y fre n te a los cam iones y las excavadoras para
d efen d er la tie r r a o los árboles. ¡M ostrar solidaridad con una
región! Q u é id ea ta n extraña al p rin c ip io . El biorregionalism o
es el acceso d e l " lu g a r” e n la dialéctica de la h istoria. Tam bién
p o d ríam o s d e c ir q u e hay "clases” a las que n o se ha considerado
hasta a h o ra —a n im a le s, río s, rocas y praderas— y que están hoy
e n tra n d o e n la h is to ria .
Estas ideas su elen provocar reacciones previsibles y respuestas a
m enudo d esin fo rm ad as. La gente tem e a las pequeñas sociedades y
las críticas al E stado. C u a n d o se ha crecido bajo uno es difícil darse
cuenta de q u e se trata de u n a in stitución intrínsecam ente codicio­
sa, desestabilizadora, en tró p ica, desordenada e ilegítima. Se cita la
m entalidad p ro v in cian a, los conflictos regionales, expresiones "in ­
tolerables” de diversidad cultural y cosas parecidas. Nuestras filo-

63
Sofías, religiones globales e histo rias p riv ileg ian la u n ifo rm id a d , la
universalización y la centralización, o, lo q u e es lo m ism o , la ideo-
logía del m onoteísm o. Es in d u d a b le q u e b ajo d eterm in ad as cir­
cunstancias com unidades vecinas h a n rivalizado d u ra n te siglos, con
u n rencor y u n a hostilidad in te rm in a b le s, h irv ie n d o co m o desechos
radioactivos. Sucede en O rie n te M edio: las m iserias políticas y étni­
cas contem poráneas de esa reg ió n —y p artes de E u ro p a —se rem on­
tan a veces hasta el Im p erio ro m a n o . P ero n o se tra ta de algo que
pueda atribuirse a la beligerancia de la "n atu raleza h u m a n a ” per se.
Antes de la expansión de los p rim e ro s im p e rio s los conflictos oca­
sionales de tribus y naciones naturales e ra n p rá c tic a m en te dom és­
ticos, pero , con el desarrollo del Estado, la escala de la destrucción
y la malevolencia de los conflictos bélicos da u n paso de gigante.
E n los tiem pos e n que la g e n te n o te n ía d e m a sia d o excedente
acu m u lad o , n o existía u n a g ra n te n ta c ió n d e o c u p a r o tra s regiones.
D aré u n ejem plo de m i p ro p io r in c ó n d el m u n d o . Yo describ o mi
ubicación así: ladera oeste de la S ie rra N evada, e n la cuenca del
río Yuba, al n o rte del brazo su r del río e n la cota de los 9 0 0 m etros,
en u n a co m u n id ad de ro b le n e g ro , c e d ro s d e in c ie n so (Caloedrus) ,
m adroños, abetos D ouglas y p in o s p o n d e r o s a ”. E n la ladera
oeste de la sierra llueve y nieva e n in v ie rn o , y hay u n a variedad
c plantas d iferen te a la de la la d e ra este, m ás seca. E n tiem pos
precoloniales las co m u n id ad es nativas q u e vivían e n la cordillera
n o albergaban g ra n deseo de c ru zar a la o tra v e rtie n te , p o rq u e
te n ía n habilidades que se c o rre s p o n d ía n c o n su z o n a y p o dían
pasar am bre e n u n b io m a in e x p lo ra d o . C o n o c e r las plantas
com estibles, saber d ó n d e e n c o n tra rlas y c ó m o p re p a ra rla s , exige
u n a com pleta educación. Los washo de la la d e ra este d e la sierra
in te rc a m b ia b an sus p iñ o n e s y o b sid ian a p o r b e llo tas, arcos de
era e teJ ° y orej as de m a r c o n los m iw o rk y m a id u del oeste,
as p artes se e n c o n tra b a n y acam p ab an ju n ta s e n las praderas
estiva es de la S ierra, su p ro c o m ú n c o m p a rtid o (las c u ltu ra s del
saqueo, los b árb a ro s , se d e sa rro lla n co m o re sp u e sta a los tesoros
e as civilizaciones vecinas. Se dice q u e G engis K h a n , e n una

6-1
audiencia e n su y u rta 10 cerca del lago Baikal, habría afirm ado: "El
cielo se e n fu re c e co n la decadencia y el lujo de C h in a").
Hay n u m e ro s o s ejem p lo s en to d o el m u n d o de la coexistencia
relativam ente apacible e n tre pequeñas culturas. Siem pre han
existido p erso n as m ultilingües, reco rrien d o grandes extensiones e
in tercam b ian d o b ien es de form a pacífica. Las diferencias se salvaban
a m en u d o p o r visiones espirituales com partidas, instituciones
cerem oniales y p o r la variedad de m itos e historias que superan la
barrera del id io m a . ¿Y qué hacem os con las profundas divisiones
causadas p o r la re lig ió n ? Hay que decir que la exclusividad religiosa
es la especialidad característica de las fes ju d ía, cristiana e islámica,
que tie n e n u n d esarro llo reciente y, globalm ente, m inoritario en
el m u n d o . Las relig io n es asiáticas, la totalidad de la religiosidad
popular, el a n im ism o y el cham anism o estim an o, cuanto menos,
toleran la d iversidad. Parece que las diferencias en los hábitos
alim enticios so n causa de las disputas culturales más graves. Cuando
trabajaba co m o p e ó n m ad erero en el este de O regón, uno de los
hom bres e n m i g ru p o era wasco, y su m ujer, chehalis de la ladera
oeste. Me c o n tó q u e cu an d o se peleaban ella le llamaba "maldito
com esaltam ontes” , y él le gritaba: "¡Com epeces!”.
El p lu ra lis m o c u ltu ra l y el m ultilingüism o son la n o r­
ma p la n e ta ria . B uscam os el e q u ilib rio en tre u n pluralism o
cosm opolita y u n a p r o f u n d a a te n c ió n a lo local. Nos preguntam os
cómo la raza h u m a n a al com pleto puede recuperar la autodeterm i­
nación sobre el lu g a r después de siglos de haber sido desposeída de
ese derecho p o r las je ra rq u ía s y el p o d e r centralizado. Este ejerci­
cio n o debe c o n fu n d irs e co n el nacionalism o, que es exactamente
su o p u esto : el im p o s to r, el títere del Estado, el fantasma de so n ri­
sa bufa de la c o m u n id a d p e rd id a .
A quí te n e m o s u n posible com ienzo. El m ovim iento biorregio-
nal n o es solo u n p ro g ra m a ru ra l, sino que p retende igualm ente la

IO. Yurta: tienda de campaña circular utilizada por los nómadas mongoles de Asia Central.

05
reparación de la vida e n los b a rrio s u rb a n o s y p o te n c ia r criterios
sostenibles p ara las ciudades. T o d o s n o s m o v em o s c o n com odidad
en tre distintas esferas q u e in clu y en d istrito s d e rie g o , ju risd iccio ­
nes adm inistrativas de g estió n d e la b a su ra, zo n as c o n diferentes
códigos telefónicos y dem ás. La F u n d a c ió n P la n e t D ru m , con sede
en la bahía de San Francisco, c o lab o ra c o n m u c h o s o tro s grupos
locales en la recu p eració n d e la ciu d a d c o m o esp acio h a b itab le, con
proyectos tales com o la id e n tific a c ió n y re s ta u ra c ió n d e arroyos u r­
banos (B ergy otro s, 1989). H ay g ru p o s tra b a ja n d o p o r to d o el pla­
neta co n com unidades del te rc e r y c u a rto m u n d o p a ra visualizar
de nuevo el te rrito rio y e n c o n tra r jo v ia lm e n te lo s n o m b re s apro­
piados p ara antiguas reg io n es re c ié n re d e sc u b ie rtas (i?a¡se th e Stakes,
^987)- Diversos congresos b io rre g io n a le s se h a n llevado a cabo des­
de entonces en la Isla de la T o rtu g a.
C o n la m ism a certeza d e lo tra n s ito rio , las n a c io n e s d el m undo
se sensibilizarán llegado el día y los p rin c ip io s del p lan eta azul
em pezarán a re d e fin ir la política. T -as necesidades d e las economías
sostenibles, la agricultura ecológicam ente viable, u n a vida
com unitaria pujan te y vital, el h áb itat salvaje y, ta m b ié n , el segundo
p rincipio de la term o d in ám ica van e n esa lín e a . N o se m e escapa
que, en el m om ento presente, esto es ta n to te a tro co m o política
ecológica; pero n o es solo teatro callejero, sin o u n visio n ario teatro
de corrientes, cam pos y m o n tañ as. C o m o a firm a J im D odge: Las
posibilidades de que el biorregionalism o tenga éxito n o es la cuestión.
Si u n a persona, o unas cuantas, o u n a c o m u n id ad , llevan u n a existencia
más plena com o consecuencia de u n a práctica b io rre g io n a l, entonces
será u n éxito . Q u e to d o c o n tin ú e p re c ip itan d o la d estru cció n de
los suprapoderes. C o m o dice el M anifiesto S u rre(g io n )alista:

L as p o lític a s re g io n a le s n o se d e s a r r o l l a n e n W a s h in g t o n , M o s c ú
u o t r a , 'sedes d e l p o d e r '. E l p o d e r r e g io n a l n o se 's i e n t a 1, s i n o q u e
flu y e p o r to d a s p a rte s , p o r c u e n c a s flu v ia le s y r ie g o s s a n g u ín e o s ,
p o r s is te m a s n e rv io s o s y c a d e n a s a lim e n tic ia s . L as r e g io n e s e s tá n

66
en todas partes y en ninguna. Todos somos ilegales. Somos nativos
y somos errantes. No tenemos país, vivimos en el país. Estamos
fuera de la interestatal. La región se opone al régimen, a cualquier
régimen. Las regiones son anárquicas”. (cA FA RD , 1989).

Encontrar el "condado de N ise n a n ”

B urt H y b art se ju b iló después de conducir durante muchos


años cam iones volquetes, excavadoras, motoniveladoras y orugas.
Las carreteras, estanques y plataform as son sus esculturas, formas
que q u ed arán sob re la tie rra m ucho después de que desaparezcan las
casas. ¿ C u á n to tard a u n estanque en llenarse de sedim ento? Pero
Burt todavía se co n ju rab a co n tra los pozos. Se quejaba de los p u l­
m ones la ú ltim a vez q u e le vi. "E n aquellos años, cuando trabajaba
en la costa m a n e ja n d o la oruga, el polvo bullía de tal manera detrás
que no se veía a tres pasos, y tam bién me tragaba el hum o del diésel”.

Salimos u n g ru p o a c a m in a r p o r las m ontañas W arner. Se en ­


c u e n tra n e n el ex tre m o n o re ste de C alifo rn ia, el lím ite real de
la cuenca fluvial en tre la cabecera del río Pit y los nors" de la Gran
Cuenca. D esde lo alto de los escarpados picos a más de 2 •7 0 0 m etros
de altitu d se p u e d e divisar O re g ó n , el lago Goose y, siguiendo el
c o n to rn o d e las m o n ta ñ a s hacia el oeste, el extremo norte del va­
lle S u rp rise . A l este hay colinas áridas y desérticas.
Se tra ta d e u n a c o rd ille ra m o n ta ñ o sa desértica. T ien e u n
to q u e de la flo ra d e las M o n ta ñ a s Rocosas que salta p o r encim a
de las cu e n c a s d e sé rtic a s desde las m o n tañ as Steen del sureste
de O re g ó n , las m o n ta ñ a s azules y, quizá, las Wallowa. Se trae
ganado d e sd e E agleville, e n el lado este, u n p ueblo anclado en
la década d e 1 8 8 0 . El d u e ñ o del b a r Egleville m e contó cóm o
los p a sto re s a r r e a n lo s re b a ñ o s desde Lovelock, en Nevada, a1

11. Non: el autor utliliza la palabra tibetana para "playa”.

67
com ienzos de m arzo , c a m in o d e las m o n ta ñ a s W a rn e r, con
las h em bras p a rie n d o p o r e l c a m in o . L le g a n a lo s p ie s de la
co rd illera a fin ales de j u n i o y s u b e n c o n las ovejas a lo s prados
a más d e 2 .0 0 0 m e tro s e n la la d e ra o e s te . E n s e p tie m b re , los
rebaños b a ja n a M a d e lin e y lo s c o r d e r o s v a n d ir e c to s al m atadero.
Las hem b ras se d ev uelven e n c a m ió n a L o v e lo c k a p asar el
in v ie rn o . N os e n c o n tra m o s c o n e l r e b a ñ o e n las in te rm in a b le s
y paradisíacas p ra d e ra s salpicadas c o n flo re s d e o re ja s d e muía
(W yethia). T odos los seg m en to s d e l n e g o c io b o v in o lo c o n tro la n
los vascos. Hay viejas a rb o le d a s de álam o s j u n t o al c a m in o con
in scrip cio n es y d ib u jo s h e c h o s p o r lo s p a s to re s e n lo s troncos
q u e se re m o n ta n a la década de 1 8 8 0 .
E l lago P a tte rso n es la jo y a de las W a rn e r, y an e g a u n viejo
circo bajo las p a re d e s d e l p ic o m ás a lto . H ay m u c h a s repisas
en los cantiles, q u e s o n e l h o g a r d e lo s h a lc o n e s . L as rapaces
jóvenes están so le m n e m e n te p o sad as j u n t o a su s n id o s . L a vista
hacia el oeste está d o m in a d a p o r la m o n ta ñ a S h asta, el eje de
esta in m en sa vastedad k ilo m é tric a de p in o s c o n to r ta y p in o s de
Jeffrey, rocas volcánicas, lirio s de d ía , río s q u e d e sa p a re c e n bajo
la tie rra . ¡M aravilloso! Este es el p u n to m ás a lto d e l lu g a r al que
n o s re fe rim o s com o " rio a r r ib a ” y cerca d e d o n d e el te r rito rio
d re n a hacia am bos lados, u n a p a rte d e la m eseta g ra v ita n d o hacia
el río K lam ath y la o tra h acia el P it y el S a c ra m e n to . L a m o n ta ñ a
Shasta es visible desde m uy lejo s —d e sd e la c o r d ille r a d e la C osta,
desde S ierra B uttes, j u n to a D o w n ie lle - y re s p la n d e c e so b re las
cabeceras de los río s de to d o el n o r te de C a lifo rn ia .

El v ie jo jo h n H o ld solía cam in ar ju n to a la rib e ra d e u n arroyo


h ab lan d o co n él: "¡Así que esto es lo que has estado h a c ie n d o !”.
L e e r la geología, el lavado y depósito del m etal d en so q u e se h u n d e
bajo la aren a, q u e n u n c a se em p añ a n i oxida, el o ro . Los m ineros
co n sus nuevas técnicas ta m b ié n aparecen y d esap arecen . D u ra n te
u n tiem p o , la em presa St. Jo se p h M inerais estuvo e x p lo ra n d o "los

68
yacim ientos” e n tre los cantos rodados del T erciario. Al final, los
supervisores de este condado a p ro b aro n el estudio de im pacto
am biental y c o m e n z a ro n las perforaciones exploratorias. D ijeron
que volverían e n dieciocho meses con su gran propuesta. D urante
u n tiem p o h u b o u n a p eq u eñ a to rre y una caravana perdidas entre
los b arran co s y sim as de grava que quedaron tras la época de la
m inería h id rá u lic a . Los yacim ientos se convirtieron de nuevo en el
patio de recreo de los quads y las m otos to d o terren o . Después otra
com pañía, Siskon G o ld , llegó y puso vallas a lo largo de la única
carretera de gravilla. Siskon qu eb ró , y de nuevo los yacimientos
p erm an ecen , m an zan ita, bonsáis naturales de pino y grava bajo la
luz de la lu n a , esp eran d o el destino que les llegue.

Hay dos viejos caballeros en la estación de autobuses de


S acram ento. Yo estoy ju n to a u n anciano que mece su bastón
ligeram ente ad elan te y atrás, la p u n ta girando en el suelo, y mira
alred ed o r de la sala, sin fijarse dem asiado. T iene huevo en la
barbilla, y, de vez e n cu an d o , m e llega o lo r a o rin a rancia. O tro
anciano cruza d elan te de m í y sale. Es muy pulcro: lleva una manta
im perm eab le e n ro lla d a y co n u n fo rro de plástico sujeta sobre el
h o m b ro , u n g o rro de fieltro , b arb a blanca en el m entón, como un
am ish. Viste p a n ta lo n e s vaqueros de peto y lleva u n pañuelo rojo
anudado al cu ello . Bajo el p eto se asom an otros pantalones, quizás
de traje. M e digo q u e es así com o se abriga, ¡y m antiene parte de la
ropa lim pia! D u ra n te m is años viajeros la gente solía decir: "Sí, he
pasado el in v ie rn o e n Sac”.
C ogí el a u to b ú s p a ra O ak lan d . E n Berkeley, en u n a pared
del ed ificio L ucas Books, hay u n m u ral que m uestra u n corte
transversal d e A lta C a lifo rn ia , desde la costa noroeste hasta el
desierto de M ojave. c am in é hacia atrás en el aparcam iento para
p o d e r verlo e n te r o : le o n e s m a rin o s, coyote, halcón de cola roja
y arb u sto s de C re o so te . V i q u e había u n h o m b re en u n a de las
esquinas, re to c á n d o lo . H ab lé co n él; era L ou Silva, el autor.

09
Estaba rehaciendo u n ra tó n . M e d ijo q u e v enía d e vez e n cuando
p ara p in ta r fauna más p e q u e ñ a .

La sierra de San J u a n se e n c u e n tra e n tre los brazos m edio y


sur del río Yuba, en u n a en tid ad política llam ada el condado de
Nevada. Hasta aquí h a n llegado nuevos resid en tes desde finales de
los años sesenta. Los condados de la S ierra so n u n desbarajuste. Una
rosario de condados rebasan la cresta de la m o n ta ñ a , y e n invierno
las carreteras entre am bos lados se c ie rra n c o n frecu en cia a causa de
la nieve. U n realineación sensata a u n a ría la p a rte d e la Sierra, del
estado de Nevada y de los condados de Placer q u e están al este en
u n nuevo "condado del río T ruckee”, cuya sede p o d ría ser Truckee.
La parte oeste de los condados de Placer y N evada, al s u r del brazo
m eridional del Y uba, p o d ría n c o n stitu ir u n b u e n nuevo co ndado. La
parte occidental del condado de S ierra, j u n to a u n a p e q u e ñ a división
del condado de Y uba y el n o rte del co n d a d o d e N evada estarían
contenidos en la cuenca fluvial de los tres brazos del río Y uba. Yo
lo llamaría el condado de N isen an ”, re to m a n d o el n o m b re de los
nativos que vivieron aquí. La m ayoría fu e ro n d esterrad o s o m u riero n
a manos de los m ineros d u ran te la fieb re del o ro .
La gente vive en las sierras p o rq u e los valles tie n e n ro ca y breña,
y n o son llanos. E n la Sierra Nevada el h áb itat h u m a n o ó p tim o no es
el fondo del valle, sino u n a ancha y am able se rran ía e n tre barrancos.

70
GRAMATICA PARDA
I

f
La misma vieja canciónji el baile

U na ta rd e de sábado estival de 1943 estaba en la puerta del


nuevo c e n tro social de St. J o h n s Woods, u n b arrio de viviendas de
p ro te c c ió n o ficial e n P o rtla n d , O reg ó n . T odo palpitaba, brillaba
y gem ía co m o si fu e ra u n a m edusa gigante: se celebraba un baile.
La mayoría de la gente que había venido a vivir a St. Johns Woods
trabajaba en los astilleros, pero tam bién estaban algunos soldados de
permiso y u n m o n tó n de adolescentes del instituto. Casi todos eran
del M edio O este o del Sur. Yo era de más al n o rte, de la zona del
estrecho de P u g et, y n u n c a antes había oído hablar con acento
su reñ o . D i u n a v uelta y fin a lm e n te m e atreví a e n trar a escuchar
en directo al g ru p o m usical de swing y jitterbug. E n u n m om ento
dado, se p u s ie r o n a to c a r la can ció n de las Andrews Sisters Drinking
Rum and C o ca -C o la . U n a chica del in stitu to St. Jo h n s se fijó en
mí. Yo era u n c h iq u illo de trece años más b ien bajito y ella una
delicada c h ic a -m u je r q u e, p o r alguna razón que nunca sabré, me
sacó in c le m e n te a la p ista y m e hizo bailar con ella.
Yo n o te n ía co n fia n z a n i experiencia social. Mi pasatiempo
habitual e ra o b se rv a r aves acuáticas m igratorias en los marjales a lo
largo del río C o lu m b ia o coser m ocasines. La g uerra y sus nuevos
trabajos h a b ía n a p a rta d o a m i fam ilia de la granjay la habían llevado
a la ciu d ad . Al p rin c ip io , pletórico y luego, aterrorizado, al abrazar a
aquella chica q u e conocía a medias —más alta que yo—, sentí sus pechos
contra m is costillas. M i m a n o se posó en el desconocido triángulo
en la base d e su a n c h a espalda y n o té su dulce o lo r corporal.
Casi m e a tu rd ió la in tu ic ió n de la sexualidad, la fem inidad y las
diferencias e n tr e n u e stro s cu erp o s. N unca antes había bailado ni
abrazado a u n a m u je r y apenas podía resp irar. Ella sim plem ente

75
me movía, giraba y colum piaba c o n u n a p a c ie n c ia in f in ita , y en
cuanto recuperé la resp iració n su p e q u e estaba, e n ese m om ento,
bailando. Me entusiasm ó ver q u e p o d ía h a c e rlo . E ra "nuestra
época, nuestro baile, n u estra c a n c ió n ” . N o volví a b a ila r co n ella;
enseguida se fue con u n chico m ayor. P e ro m e i n tr o d u jo al baile
y, con una suerte so rp re n d e n te , su p e ré u n a b a r r e r a d e te m o r y
nerviosismo ante la calidez de u n a m u je r m a d u ra . M e h ab ía dado
entrada a la sociedad adulta y su m o m e n to .
Cada baile y su m úsica p e rte n e c e n a u n tie m p o y a u n lugar.
Pueden usarse en o tro sitio o más a d e la n te , p e r o n u n c a será lo
m ism o. C uando estos p eq u eñ o s b ro te s c u ltu ra le s se agostan, se
convierten en étnicos o nostálgicos, p e ro n u n c a vuelven a estar
presentes, m ostrando la re d de sus c o n e x io n e s y significados
originarios en su totalidad.

El maíz, el arroz, el ren o , el b o n ia to ..., to d o s in d ic a n lugares


y culturas. Com o plantas, rep resen tan la tie rra y la lluvia, y como
fuentes de alim entación son reflejo de la so cied ad y su gestión
productiva. O tro indicador es "la m úsica y el b a ile ” autóctonos.
La reunión de cantantes, m úsicos, c u e n ta c u en to s, b ailarin es y
artesanos que hacen máscaras es la flo r de la vida d ia ria . N o solo se
baila lo hum ano, sino que el cuervo, el ciervo, la vaca y la torm enta
tam bién hacen su aparición. El baile n o s p e rm ite p resen tarn o s
con nuestras m últiples facetas hum anas y n o h u m a n a s u n o s a otros
y ante nuestro lugar. El lugar se ofrece a sí m ism o . T a n to el arte
como la econom ía son cuestiones de o fre n d a e in te rc a m b io , y la
danza-ofrenda en particular ha sido u n a b u e n a fo rm a de canje para
obtener frutos, cereales o caza. Esta fo rm a de e n tre g a ta m b ié n nos
ayuda a superar nuestra tendencia a la m e z q u in d a d y la arrogancia.
Cada cultura tradicional tiene su baile. Los jó v e n es que se
esfuerzan en ap renderlo siem pre a p o rta n su im p e re c e d era e
incom parable gracia y energía. D eben a p re n d e r a se g u ir el ritm o,
m em orizar los cantos, id en tificar ciertas p lan tas, o bservar las

76
estaciones, asim ilar los gestos de los anim ales y moverse con la
precisión de u n h alc ó n cayendo en picado. El yoga de la danza (tal y
com o lo llam ó Balasaraswati, la gran bailarina y profesora de bharata
natyam) p u ed e ser u n o de los cam inos hacia la realización personal.
Pero esa so lo es la p arte espiritual. La parte central o
p rin cip a l es la re e n c a rn a c ió n p erp etu a de u n sentido sacram ental
del m u n d o , y la danza lo lleva consigo. Es cierto que hoy en día
m uchas p e rso n a s n o tie n e n u n a danza y una canción propias. La
m úsica actual es u n a m ercancía dem asiado cam biante y nunca
llegam os a im p re g n a rn o s de ella. N o estamos muy seguros de
cuál es n u e s tra p ro p ia m úsica. E n J a p ó n , cuando los hom bres
b eb en ju n to s , llega u n m o m e n to d eterm in ad o de la noche en el
que em p iezan a tu rn a rs e p ara can tar canciones populares de sus
pueblos de o rig e n . G u a n d o le toca el tu rn o al estadounidense del
gru p o , lo tie n e d ifícil p a ra saber qué cantar. Yo solía en to n ar la
balada p o r a n to n o m a sia del estrecho de Puget, Acres o f Clams.
C o m o la dan za tie n e u n a clara im po rtan cia cultural y religiosa,
a m en u d o es atacada p o r los gestores de los poderes imperialistas,
los p re d ic a d o re s fu n d am en talistas o los ayatolás. C uando los
m isio n ero s lle g a ro n al te rrito rio esquim al de los inupiaq —en
la rib e ra de lo s m ares de B erin g y C hukchi y la costa n o rte de
Alaska—d u r a n te los ú ltim o s años del siglo XIX, u n a de las prim eras
cosas q u e p r o h ib ie r o n fue bailar. Hoy en día, esos pueblos
todavía cazan, p escan , cosen m ukluks (botas hechas de piel de foca)
y hacen cajas de m a d e ra de abedul, p ero no bailan. U n poco más
al sur, e n la costa d el m a r de B ering, está el te rrito rio esquimal
yupik. A los p u e b lo s q u e h ablaban yupik llegaron m isioneros de
la iglesia o rto d o x a ru sa q u e n o p ro h ib ie ro n bailar. A hora se ha
p ro d u c id o u n re s u rg im ie n to de la danza en esos pueblos; u n
fuerte re n a c im ie n to cu ltu ra l que los aparta de los televisores y los
devuelve a los re c in to s público s para ensayar y bailar.
E n H aw ái, el re n a c im ie n to político de la trad ició n nativa
tiene dos fu e rte s p o lo s culturales: el renovado interés p o r la

77
1

técnica tradicional del cultivo d el taro '2 y la d a n z a a n tig u a o kahiku


huía. Los profesores aceptan a estu d ia n te s d e to d a s las razas en sus
escuelas, llamadas halau, p e ro in siste n e n q u e esto s d o m in e n la
term inología de la danza en len g u a v e rn á c u la . D e b e n m em orizar
poemas épicos transm itidos de fo rm a o ra l e n h a w aian o , hacerse
sus propios trajes y a p re n d e r a p re s e n ta r o fre n d a s a Laka, la
diosa de la danza. Su a p e rtu ra a la m u ltic u ltu ra lid a d p e rm ite que
tam bién los recién llegados te n g a n acceso al s e n tid o tradicional
hawaiano de las islas.

El bharata natyam, la danza del su r de la In d ia , es u n a confluencia


de tradiciones populares arcaicas, c e re m o n ia s d e c o rte jo , devoción
religiosa originaria del n o rte , d a n z a -o fre n d a p ro fe s io n a l del
tem plo y resurgim iento cu ltu ral del siglo XX. E sta tra d ic ió n es de
una calidad excepcional y so lam ente la m ú sica r e q u ie re to d a una
vida de estudio. Las categorías y cualidades d e l g esto y la expresión
son otra form ación aparte, y la p e rc u sió n q u e la a c o m p a ñ a es una
especialidad en sí m ism a. Las n a rra c io n e s o rig in a ria s de origen
mitológico que se cantan com o a c o m p a ñ a m ie n to a algunas danzas
evocan u n cosmos am plio y a te m p o ra l. N o sabía to d o esto la
prim era vez que vi bailar bharata natyam a P ad m a B h u sh a n Shrim ati
Balasaraswati en J a ip u r, In d ia, e n m arzo de 1 9 6 2 . E ra u n día
de torm enta y nos sentam os en el suelo b a jo u n a c arp a que se
agitaba p o r el viento. E ntonces em pezó a llo v er to rre n c ia lm e n te
agua caliente y la m itad de la gente se m a rc h ó . La ac tu a c ió n no
se detuvo. Vi actuar y bailar a Bala en el in s ta n te p re c iso e n que
la m adre de K rishna —al in te n ta r sacar u n tro z o d e tie rra de la
boca de su bebé—m ira y n o ve tie rra , sin o las p ro fu n d id a d e s del
universo en tero y todas sus estrellas. Se in c o r p o r a y retro ced e
co n respeto reverencial, al son de la m úsica (fu e u n a travesura de
K rish n a a su m adre). Se m e puso la p iel de g allin a. 12

12. Taroi planta herbácea perenne y de rizoma grande de la que se extrae una fécula comestible.

78
Seguí a Bala hasta Bom bay para volver a verla y, una vez allí,
me in v ita ro n a u n c o n c ie rto privado en u n piso b ien en trad a la
n oche. Le p re g u n té : "Al bailar, cuando se acerca el m om ento en
que m iras d e n tr o de la boca de K rishna, ¿ya ves las estrellas?”. Se
rio co n sarcasm o y m e d ijo :

" ¡C la ro q u e n o ! D e b o e m p e z a r c o n tie r r a . Se h a d e
c o n v e r t i r e n e s tre lla s . A v e c e s , lo ú n ic o q u e veo es tie r r a y
la d a n z a n o f u n c i o n a . A q u e lla n o c h e vi e stre lla s” .

De v uelta a la C osta O este de N orteam érica diez años


después, d e sc u b rim o s q u e Balasaraswati —que significa "la infante
Saraswati” ; la d io sa Saraswati es la esposa de Brahma y patrona
de la po esía, la m úsica y el co n o cim ien to — iba a dar clases en
Berkeley. N os p u sim o s e n contacto con ella y aprendí más
sobre su tra d ic ió n . Bajo la d o m in ació n inglesa, el bharata natyam
p rácticam en te se d eclaró ilegal p o rq u e algunas bailarinas servían
com o devadasis, "siervas de D ios". E ran chicas jóvenes que desde su
niñez a p re n d ía n a b a ila r en los tem plos hindúes.
Balasaraswati y su círculo batallaron para que el bharata natyam
volviese a te n e r u n a p o sició n respetable en la sociedad india. Los
conservadores p u rita n o s del su r de la India tem ían el com ponente
erótico, q u e Bala d e fe n d ió , purificó y santificó de nuevo. Era una
yogui de la danza. D espués de u n inicio precoz a los diecisiete, tuvo
una época o scu ra d u ra n te varios años. Su deseo más ferviente fue
bailar an te Shiva, co n o c id o e n el su r com o M urugan, en el templo
de T iru tta n i. S o b o rn ó al vigilante, en tró en la cámara in terior
du ran te la n o c h e y bailó sola en el santuario. C uenta que esa noche
ofreció su a rte , y a sí m ism a, a Shiva y el m undo. Bala se hizo
famosa p rim e ro e n la In d ia y después en E uropa y América. Ella se
rem o n ta a esa danza e n el santuario para explicar su buena fortuna
p o sterio r. E n el re p e rto rio de Bala había una danza popular que
com pletaba el rizo q u e iba del m ito cósmico a la vida rural. E n el


sur de la India se encarga a los adolescentes q u e m a n te n g a n a los
loros alejados de las cosechas. Se sabe q u e el tra b a jo d e espantar
pájaros es una o p o rtu n id a d p ara los e n c u e n tro s am o ro so s. La
bailarina canta y se pasea de a rrib a abajo p o r los ja r d in e s agitando
un palo, ahuyentando bandadas de p á ja ro s al ritm o de u n coro
de antiguas canciones populares e n telu g u . Las cosechas, la tierra,
los loros, el trabajo, la danza y el p r im e r a m o r se f u n d e n . Toda la
cultura vernácula del sur de la In d ia se c o n d e n sa e n esta pequeña
representación.

Los kuuvangm iutj las humanidades

El superm ercado de Safeway e n F airb an k s, A laska, está abierto


24 horas al día, sea verano o in v ie rn o . P rá c tic a m e n te to d a la
com ida a la venta en Alaska llega p o r av ió n . L a se g u n d a sem ana
de abril, a las dos de la m adrugada, estáb am o s c o m p ra n d o piñas,
mangos, brócoli y kiwis com o regalo p a ra am ig o s d e los poblados
inupiaq de Shungnak y K obuk. T e m p ra n o a la m a ñ a n a siguiente,
Steve G rubis y yo ayudamos a T o m G eo rg e a r e p o s ta r su avioneta
Cessna 182 y a em pujarla, cru zan d o la c a rre te ra d e tie rra , desde
su plaza en el m uelle de C b en a hasta la p ista d e aterrizaje.
Volamos hacia el n o rte atravesando el río Y u k ó n p a ra después
virar al oeste siguiendo la cara su r de la c o rd ille ra d e B rooks y
descender sobre la ancha cuenca del río K o b u k , q u e desem boca
en el m ar de C hukotka. T odo estaba c u b ie rto d e n iev e. M e había
info rm ad o sobre el yacim iento arq u eo ló g ico O n i o n P o rtag e y p o r
eso nuestro en ten d id o p ilo to voló río abajo u n o s tr e in ta y cinco
kilóm etros de más y giró sobre u n g ran m e a n d ro d el r ío . C u an d o
el avión se ladeó, m iré hacia el suelo y p u d e e c h a r u n vistazo al
em plazam iento de ese cam pam ento y m o ra d a de 1 5 - 0 0 0 añ o s de
antigüedad que posiblem ente acogió a q u ie n e s lle g a ro n a p ie p o r
u n a lengua de tie rra desde S iberia. El valle d el r ío K o b u k n u nca
ha estado bajo hielo glacial. Hay artem isa d e l P re p le isto c e n o ,

80
Artemisia borealis, y u n a legum inosa, Oxytropus kobukensis, que no
crecen en n in g ú n o tro lu g ar del m u n d o .
El avión g iró río a rrib a y planeó p o r encim a de u n solitario
alce. A te rriz a m o s en la pista nevada de K obuk sobre ruedas, no
esquís. Iba a e n c o n tra rm e con algunos m aestros y dirigentes
nativos p a ra in te rc a m b ia r o p in io n es sobre cuál podría ser el
papel del m ito , el fo lclo re, la poesía y la filosofía occidentales
entre las nuevas g en eracio n es. Steve G rubis y yo habíam os
trabajado e n estos tem as antes. El pertenece al program a de
o rie n ta c ió n m u ltic u ltu ra l de la U niversidad de Alaska y tam bién
tenía an tig u o s c o n o c id o s a lo largo del río K obuk. Unos veinte
años antes h ab ía navegado p o r el río en una balsa de troncos que
se destro zó e n los rá p id o s. D urante varias semanas y con penoso
esfuerzo co n sig u ió ab rirse cam ino río abajo hasta el pueblo de
Kobuk, d o n d e lo a lim e n ta ro n , lo vistieron y pudo descansar. Steve
tam bién era am igo de H an s y B onnie Boenish, que enseñaban en
la escuela de K o b u k y nos ib an a hospedar. El pueblo estaba a unos
cientos de m e tro s . N os aco m pañó la m otonieve que arrastraba
el trin e o c o n el c o rre o . El sol b rillaba sobre la ropa infantil roja
y am arilla colgada de los te n d ed ero s, com pletam ente congelada.
Los p e rro s su je to s al tr in e o arm ab an u n a feliz algarabía y, una
vez acabado el re c re o , u n o s n iñ o s subían p o r la escalera hasta el
m ódulo m e tá lic o q u e u tilizab an com o aula. El term óm etro de la
escuela m arcab a diez b ajo cero. El aula sobre pilares parecía u n
m u n d o a p a rte d el re sto de cabañas bajas de troncos', cada una con
u n alm acén d e m a d e ra p a ra la carne sobre unos pilotes, y una
colum na de h u m o s u b ie n d o recta desde cada chim enea.
A u n s ie n d o ta n re m o ta la p arte alta del río K obuk, solo
accesible p o r av ió n o trin e o de p erro s en invierno y a duras
penas p o r b a rc o d u r a n te el co rto verano, hay una m ina en las
cercanías. La z o n a se llam a B o rn ite y se supone que contiene uno
de los m ayores d e p ó sito s de cobre del m u n d o . Se han planificado
carreteras y vías d e fe rro c a rril y la com pañía ha estudiado la

ui
logística d u ran te años. Las g entes de K o b u k , k u u v a n g m iu t en
inupiaq, todavía m a n tie n e n u n a e c o n o m ía d e subsistencia.
Muchos reciben ayudas gu b ern am en tales, p e ro to d o s d e p e n d e n de
la pesca —salm ón chum y b lan co , pez n e g ro d e A laska y tím alo—y
de la prim o rd ial caza del carib ú . E n te m p o ra d a hay so p a de pato.
Algunos p o n e n tram pas; to d o s re c o le c ta n g ra n d e s cantidades
de arándanos en o to ñ o y tie n e n m u c h o s tru c o s p a ra cogerlos,
prepararlos y guardarlos. Los lla m a n asriaviich.
La m inería, cuando llegue —si llega—, tr a e r á g ra n d e s cambios
a su vida social y económ ica, y lo sa b e n . P o r eso, H a n s, B onnie,
Steveyyo enseguida nos enfrascam os e n el e te r n o d e b a te so bre qué
tipo de educación sería la m e jo r. H a n s y B o n n ie llevan muchos
años allí. H ans incluso tie n e sus p ro p io s tr in e o s y e q u ip o s de
perros. T ie n e n u n g ran respeto y p re o c u p a c ió n p o r sus vecinos y
patronos kuuvangm iut.
Nosotros hablábamos com o forasteros, p o r su p u esto . Estábamos
de acuerdo en que sería útil pro g ram ar el h o ra rio escolar para que
los estudiantes pudiesen salir de la escuela e n d e term in ad as épocas
del año y aprender las técnicas de subsistencia de p ad res y ancianos.
Esto les perm itiría m antener una econom ía relativam ente autónom a
y sostenible en el siglo XXI. Los vecinos co n los q u e hablé estaban
divididos; algunos querían m an ten er las técnicas tradicionales
mientras que otros creían que ya era dem asiado tard e y que la
educación de sus hijos debería ser ú til tan to e n Los Á ngeles como
en Alaska. "Técnicas tradicionales” n o significa u sa r ú n icam en te la
tecnología anterior al contacto con los eu ro p eo s. Las herram ientas
y máquinas modernas son muy prácticas y fu n c io n a n al servicio de
los nativos de todo el norte, ayudándolos a vivir e n su e n to rn o . Una
econom ía de subsistencia actualizada en el Á rtico circu m p o lar es
viable. Pero tam bién hay una gran p ro b ab ilid ad de q u e las ganas y
la satisfacción de tener bienes de consum o, y la necesidad de más
dinero, sean una tentación para que la próxim a g en e ra c ió n prefiera
el papel de asalariada en una econom ía m in era.

82
E nto n ces, ¿ d e b e ría n estos niñ o s prepararse para ser
ingenieros de m in a s? La em presa traerá sus propios expertos.
¿O p erad o res de m aq u in aria pesada? Quizás. ¿O rd en adores? Hay
ordenadores y cám aras de vídeo en todas las escuelas del rem oto
norte. P u ed e q u e los estudiantes de las escuelas del noroeste
de Alaska te n g a n m ás co nocim ientos de inform ática que los
de Los Á ngeles. A u n así, n in g u n a escuela del m undo puede
garantizar u n a e d u cació n que sea ú til d en tro de veinte años,
porque es ta n to lo q u e está cam biando tan rápido; excepto, tal
vez, las m ig racio n es de caribúes y la m aduración de las bayas.

D u ra n te los ú ltim o s años, el objetivo de los nativos del


noroeste de Alaska h a sido d e fin ir su p ro p io sistema de valores.
Este esfuerzo se d e n o m in a "m ovim iento del espíritu inupiaq”.
En la p a re d d el au la de la escuela de K obuk había u n póster con
la lista de los "valores in u p ia q ” :

HUMOR
G E N E R O S ID A D
H U M IL D A D
T R A B A JO D U R O
ESPIRITU A LID A D
C O O P E R A C IÓ N
R O L E S FAMILIARES
E V ITA R C O N F L IC T O S
B U E N A CAZA
H A B IL ID A D E S D O M É ST IC A S
AM AR A L O S N IÑ O S
R E SP E T A R LA NATURALEZA
R E SPET A R A L O S O T R O S
R E SP E T A R A L O S MAYORES
R E S P O N S A B IL ID A D C O N LA T R IB U
C O N O C E R LA LEN G U A
C O N O C E R EL Á R B O L G E N E A L Ó G IC O

11:1
1

Estos valores viables y acog ed o res s o n c o m o "sab id u ría de


la abuela", valores fu n d am en tales y e te r n o s d e n u e s tra especie.
A justándolos u n p o q u ito p o r a q u í y allá, f u n c io n a r ía n e n cualquier
parte. Q uizá lo ú n ico que falta es a r tic u la r m ás c laram en te qué
valores aplicar a los vecinos difíciles o d ife re n te s . S u in te ré s son
las realidades d e n tro de la c o m u n id a d in u p ia q , n o versan sobre
cómo llevarse b ie n con forastero s.
Hoy en día, la gente se en c u e n tra atra p a d a e n tre los restos to­
davía en uso de la "sabiduría de la abuela" q u e p e rm a n e c e n en los
pueblos del m undo (en tre los q u e incluyo v arios d e los diez man­
damientos y los prim eros cinco de los diez grandes preceptos budistas)
y los códigos que fu n cio n an p ara cen tralizar y je ra rq u iz a r. Los ni­
ños crecen recibiendo enseñanzas c o n tra d ic to ria s : las que dicen
que cojas lo que es tuyo y las que e n se ñ a n q u e debes ser honrado.
El maestro de escuela, que debe m a n te n e r sep arad o s Iglesia y Es­
tado, solo puede presentar el té rm in o m e d io : la filosofía hum a­
nista liberal que sale de "la universidad”. Es u n a fo rm a de pensar
que empieza —para O ccidente— co n el esfuerzo griego p o r inda­
gar la verdad literal del m ito co n trastan d o h isto ria s y teo rías con la
experiencia. Los prim eros filósofos h acían q u e las p ersonas fue­
ran conscientes de su capacidad p a ra ra z o n a r y c o n sid e ra b a n que la
objetividad era posible. Del filósofo se espera q u e d irija la discu­
sión con transparencia; n o pued e p e d ir que te to m es n in g u n a dro­
ga, sigas una dieta especial o cualquier ré g im e n fu e ra de lo normal,
aparte de la reflexión inteligente, p ara p ro c e d e r c o n tu argum ento.
Creo que se trataba de u n necesario correctivo en algunos casos. Así,
sin descartar necesariam ente el m ito, se p o d ría c o n se g u ir u n a cier­
ta claridad intelectual. Para m an ten er vivo al m ito hace falta pasión
p o r las honduras de la m etáfora y el rito , y n e cesid ad d e historias.
In terp retar y racionalizar el m ito lo m ata. Eso fu e lo q u e pasó más
tarde en la historia griega.
Sin em bargo, los griegos del siglo V n o in v e n ta ro n la actitud
crítica. El m ito, el teatro y, tam b ién , los d eb ates com u n itario s

84
y ia d isc u sió n in te le c tu a l, son prácticam ente universales. Lo
que sí h ic ie ro n los griegos fue exteriorizar su vida intelectual,
hacerla social y explícita, d e fin ir la coherencia del pensam iento
y d isfru ta rlo p ú b lic a m e n te . P ercib iero n que u na posición
intelectual activa y expresada con propied ad podía ser algo actual
y práctico al m ism o tie m p o , que m ejoraba y perfeccionaba sus
capacidades p a ra c u m p lir las obligaciones ciudadanas en una
sociedad d o n d e los debates claros y convincentes eran muy
im p o rtan tes. El to m a y daca de sus am istades y escuelas sentó las
bases de u n a a c titu d c o n tin u a d a de estudio que con el tiem po se
convirtió e n tex tu al y archivística. Pero u n a inteligencia práctica y
analítica n o n e c e sa ria m e n te req u iere de una dialéctica form al. La
cerám ica te m p ra n a y el h o r n o , la p rim era m etalurgia, el diseño
elegante del kayaky d e l um iak '3y la navegación de los melanesios son
todos el re su lta d o fin a l de u n pen sam ien to riguroso y práctico.
Las p e rso n a s q u e ya tie n e n todas las respuestas arguyen que la
actitud h u m a n ístic a carece de firm eza m oral. Siem pre hay quien
cree que los ju ic io s d e b e n ser rigurosos. Según el pensam iento
de la In d ia , el m u n d o es resultado de m uchos puntos de vista
—darshan o "v isió n ”—, cada u n o de los cuales parece completo y
autosuficien te de m a n e ra concluyente para el que lo habita. Uno
de los sistem as b u d ista s d e te rm in ó n o te n e r "u n punto de vista
con creto ” y p ra c tic a r así u n a sublim e im parcialidad. No obstante,
esta escuela de p e n s a m ie n to —la madhyamaka— no dio la espalda
al p rim e r p re c e p to , ahim sa, la n o violencia (este precepto está
im plícito e n la lista in u p ia q bajo los térm in o s de "hum ildad",
"co o p era c ió n ” , " c o m p a r tir ” y "respeto a la naturaleza”). No hay
lugar en el m u n d o d el filósofo d o n d e se reconozca o apruebe la
avaricia o el o d io . T a m b ié n ha de q u ed ar claro que el hum anista

13. l/firítifr: un barco de fabricación artesanal, hecho de madera y piel de foca, utilizada
por los inuit. Es significativamente mayor que el kaynk, y se utilizaba para el transporte
de personas y materiales, asi como para cazar ballenas.

U!>
1

no es necesariam ente u n ag n ó stico . E l ú ltim o acto de Sócrates


fue p e d ir que se llevara a cabo su o f r e n d a p r o m e tid a al reino
del espíritu: Le d ebo u n gallo a A sc le p io s” . E l filó so fo puede
m enospreciar la m istificación, p e ro re sp e ta lo s m iste rio s.

Los días en el Á rtico d u ra n te el m es d e a b r il s o n ya bastante


largos. H abía luz crepuscular a las o n c e de la n o c h e , c u a n d o se fue
relajando la conversación, c o n el sol ju s to b a jo el h o riz o n te . Ala
m añana siguiente no s p re sta ro n u n a m o to d e n iev e a Steve y a mí,
y fuim os a dar u n a vuelta sobre la co stra d e h ie lo y nieve a través de
la tu n d ra de píceas blancas y tu rb e ra , e n d ir e c c ió n a las montañas
y las m inas de B o rn íte. H ay u n paso b a jo y, ju s to después, nos
encontram os la to rre de m ad era y las casetas c e rra d a s d e u n a vieja
m ina de cobre. Cables, cuerdas y cadenas p e n d ía n d e ganchos en
las paredes de tablas, con las m o n ta ñ a s d e la c o rd ille ra Schwatka
al norte, bajo u n a n e b lin a helada, de f o n d o . C am in a m o s por
la nieve en tre las co n stru ccio n es d e la m in a y volvim os a bajar
hacia el rastro que había d ejad o la m o to d e n ie v e , c o n u n a vista
maravillosa de la ancha cuenca y sus a rb o le d a s h elad as. La taiga
subboreal alberga pícea blanca, pícea n e g ra , tu rb e ra s sin árboles,
sauces y abedules. E n u n p a r de sem anas, h a b ía c o m e n ta d o uno
de los hom bres, pued e que reg resen lo s p a to s.
C uando Steve G rubis apareció m e d io m u e r to e n Kobuk
veinte años atrás, el cartero , Guy M oyers, lo aco g ió y se hicieron
amigos. Fuim os a visitarlo. T en ía u n o s o c h e n ta a ñ o s, todavía era
el cartero y la oficina de co rreo s e ra el r e c ib id o r d e su pequeña
casa, el suelo era de lin ó leo , h abía u n a e stu fa n u ev a de hierro,
u n a hilera de estanterías y balanzas p a ra el c o r r e o . U n a niña
p e q u eñ a de rasgos orientales y p elo n e g ro estaba colgada en un
colum pio saltador y se im pulsaba ju n t o a la e stu fa . "M i n ieta”,
ijo él. U na adolescente e n tró detrás de n o s o tro s , re c ié n llegada
e la escuela, y Guy nos la p re se n tó ; e ra W an d a, o tra nieta,
an a e n tró en u n a h ab itació n p e q u e ñ a se p a rad a p o r u n a manta

86
y puso u n a c in ta c o n la m úsica que escuchan los jóvenes desde
los tró p ic o s hasta G ro e n la n d ia . La esposa de Guy trabajaba de
rodillas j u n t o a la estufa. Estaba descarnando u n trozo de piel
con u n a rasq u eta h ech a co n u n a tubería de h ierro afilada. S onrió
y se p re se n tó c o m o F aith. E n u n a pared se alineaban estanterías
de cestas elab o rad as co n corteza de abedul arqueada, doblada y
cosida, q u e es u n a artesan ía de la región.
Guy so lo re c o rd a b a vagam ente a Steve, pero eso no afectó
a nu estra co n v ersació n m ien tras tom ábam os café. Nos dijo que
había llegado p o r accid en te; u n avión lo había dejado en el lago
equivocado hacía c in c u e n ta años. E n co n tró el cam ino a K obuk
y vivía allí desd e e n to n c e s. U na foto de Guy y su esposa recién
casados colgaba e n la p ared : u n a so n rien te y herm osa joven
inupiaq, de rasgos d elicad am en te angulosos, y Guy, u n muchacho
guapo, c o n to d o el p e lo . "N ací aquí hace setenta y dos años", dijo
ella, "y a q u í m e q u e d é ”.
Q u é h a ría yo si fuese p ro fe so r en K obuk o Shungnak, pensé,
y tuviera q u e e n s e ñ a r la c u ltu ra e h isto ria de la civilización que
los está in v a d ie n d o . Q u iz á leeríam o s a Shakespeare, un poco
de H o m e ro , u n o d e los Diálogos de P lató n (ya conocen bien el
c ristian ism o p r o te s ta n te ) . "E sto ha sido lo que han considera­
do im p o r ta n te a lo la rg o de los siglos”, te n d ría que decirles. Y
a c o n tin u a c ió n v iv iría n p a ra ver cóm o se abre una m ina en los
a lred ed o res. Las fo rm a s y actitu d es habituales de em presarios e
ingenieros so n poco representativas de la supuesta cultura occidental
de nadie. La e x p e rie n c ia de la co n trad icció n , com o si fuera una
p eq u eñ a d o sis d e v e n e n o , les p re p a ra ría para sobrevivir en esta
com plicada so c ie d a d p lu ra lista . ¿ S erían capaces de conservar
u n m ín im o d e re s p e to p o r las leyendas griegas que surgieron en
las largas so b re m e sa s e n tr e am igos clarividentes?¿Y de reco rd ar
tam b ién sus p r o p ia s ley en d as de dioses-anim ales re lacio n án d o ­
se con h o m b re s y m u je re s ? ¿N o deberían los profesores desvelar
la avaricia y la c o r r u p c ió n de los sucesivos im perios, escondidas

87
tras el arte y la filosofía? E star se n ta d o e n m e d io d e tales conver­
saciones en casas de tro n c o s e n Alaska m e ay u d ó a e n te n d e r aque­
llo a lo que se en fre n ta n m is h ijo s y las h ijas e h ijo s d e m is vecinos
de la sierra de San J u a n en C a lifo rn ia . P arece q u e to d o quedará
obsoleto, excepto las m atem áticas, la lin g ü ístic a y el m ito .
La sociedad am erican a —c o m o c u a lq u ie r o tra — tiene
su p ro p io c o n ju n to de su p u e sto s in c u e s tio n a b le s . Todavía
m an tien e u n a fe ciega en la n o c ió n d e l p ro g r e s o e n continuo
desarro llo . Se aferra a la idea de q u e p u e d e h a b e r u n a objetividad
científica intachable. Y, so b re to d o , o p e r a b a jo el en g añ o de
que cada u n o de n o so tro s so m o s u n a e sp e c ie d e "conocedor
so litario ”, que existim os co m o in te lig e n c ia s d e sa rraig ad as sin
sucesivas capas de contexto lo c a liz a d o . S im p le m e n te u n "yo"
y el "m u n d o ”. Así n o existe u n re c o n o c im ie n to v e rd a d e ro de
que nuestros abuelos, el e n to r n o , la g ra m á tic a , las m ascotas, los
amigos, los am antes, los n iñ o s , las h e r r a m ie n ta s y lo s poem as y
canciones que reco rd am o s so n con lo que p e n s a m o s . U n a mente
tan solitaria —si pudiese existir— se ría u n a a b u r r i d a prisionera
de las abstracciones. Sin alrededores no hay c a m in o ,y sin cam ino no se
llega a la libertad. N o es de e x tra ñ a r q u e lo s p a d re s d e los niños
esquimales de toda la cuenca de K o tz e b u e d iv u lg u e n lo s "valores
in u p iaq ” en las paredes de sus escuelas.
Pobres intelectuales, p ensaba yo. ¿ H a n sid o siem p re los
filósofos, escritores y sim ilares testigos in ú tile s a n te lo s poderes
fácticos de la Iglesia, el Estado y el m e rc a d o ? E n u n a cronología
cortoplacista, esto es verdad. Si lo m e d im o s e n siglos y milenios,
se ve que la filosofía siem pre se en trelaza c o n el m ito , ta n to para
explicarlo com o para criticarlo , y q u e el m ito fu n d a m e n ta l al
que u n pueblo se adscribe avanza a la v e lo c id a d d e u n glaciar,
p ero es im placable. Los m itos p ro fu n d o s se m o d ific a n de forma
parecida a la deriva de la lengua. E n c u a lq u ie r é p o c a , las fuerzas
sociales p u ed en m a n ip u lar y d a r fo rm a a c ie rto s u so s durante
u n tiem po, com o la A cadem ia Francesa al in t e n t a r m a n te n e r a

aa
raya los p ré sta m o s lingüísticos del inglés. Pero, finalm ente, las
lenguas vuelven a to m a r u n ru m b o p ro p io e inexplicable.
Lo m ism o o c u rre co n el incluso m ayor ám bito de las filosofías
del m u n d o . N o so tro s, m ero s espectadores, nos situam os en la
m o rren a lateral d el glaciar que N ew ton y Descartes co ntribuyeron
a m over le n ta m e n te . La revivificada diosa glaciar Gaia desciende
p o r o tro valle, d esde n u e stro lejano pasado pagano, y o tro brazo
de hielo se desliza desde o tro ángulo: el concepto práctico de
la m ed ita c ió n b u d ista que p o n e énfasis en la com pasión y la
p ercepció n de u n u n iv erso vacío. A lgún día convergerán y aun
así las señales e n cada fracció n co n firm arán el lugar de origen de
cada u n o (co m o e n el g ran d io so glaciar Baltoro en la cordillera
del K a ra k ó ru m ). A lg u n o s histo riad o res m antienen que detrás
de cada idea y m ito lo g ía p o r las que los pueblos se guían hay
"pensado res” . Yo creo q u e tam b ién se rem o n tan al maíz, al reno,
la calabaza, los b o n ia to s y al arro z. Y a sus canciones.
Es b u e n o ser leal a u n glaciar en concreto; es aconsejable estu­
diar todo el ciclo del agua; y es extraño y maravilloso saber que los
glaciares n o siem p re fluyen y que las m ontañas caminan sin cesar.

Mis abuelos n o n o s contab an cuentos alrededor de una hogue­


ra de cam p am en to antes de irn o s a d o rm ir. En vez de eso, en su
casa había u n a estufa de fueloil y un a pequeña biblioteca (mi abue­
lo me dijo u n a vez: "¡Lee a M arx!”). Así que, en la civilización, la
gente lee lib ro s. D u ra n te siglos, la "biblioteca" y la "universidad”
han sido n u e stro rep o sito rio de sabiduría tradicional. En esta in ­
mensa y vieja c u ltu ra occidental los libros son nuestros ancianos
maestros. ¡Los libros son nuestros abuelos! Este encantador pensam ien­
to se m e o c u rrió m ie n tra s iba en el trineo de perros de Jo h n C o -
oper desde K o b u k a S h u ngnak bajando p o r el helado río Kobuk,
subiendo p o r sus laderas y cantiles y atajando p o r caminos de sirga.
Tenía la n ariz y los d ed o s de las m anos y los pies entum ecidos. O ía
el ch irrid o de las co rreas de cuero sin curtir que ensamblan el tr i­

llo
neo y le dan flexibilidad, el com p lejo ta m b o rile o p a re c id o al game-
lán de las pisadas desacompasadas de los p e rro s y el so n id o sibilante
de la nieve. Los p erro s ja d eab an felices, c o n los o jo s brillantes y la
respiración hum eante. N os deslizábam os gracias a la alegre ener­
gía del p erro lobo que corre e n m an ad a so lo p o r c o r r e r y correr.
Desde esta perspectiva, las b ib lio te c a s p a re c e n u n poco más
interesantes. T enem os a n u e stra d is p o s ic ió n a a n c ia n o s y útiles
maestros, exigentes y am igables; p ie n s o e n B a rto lo m é de las
Casas, Baruch Spinoza, H e n ry D avid T h o r e a u . S ie m p re me han
gustado las bibliotecas: están calien tes y a b ie rta s h a sta tard e.
Al llegar a Shungnak, cru zan d o el río h e la d o , u n o s chicos nos
saludaron gritando el n o m b re de cada u n o d e lo s p e r ro s de John.
Había participado en la carrera Id ita ro d el a ñ o a n te r io r y era un
héroe local. H an sy B onnie B oenish lle g a ro n d e trá s d e nosotros en
otro trineo y con o tro tiro . Sacam os los a rre o s a los p e rro s y enca­
denam os a cada u n o a su caseta. A c o n tin u a c ió n h e rv im o s pescado
blanco congelado d e n tro de u n b a r r il d e p e tr ó le o d e 2 0 0 litros
en una hoguera de pícea (ahí re c o rd é c ó m o lo s h aw aianos coci­
naban barriles de taro p ara a lim e n ta r a los c e rd o s ). A l servir una
cucharada de estofado de pescado e n el c u e n c o m e tálico de cada
perro, me so rp ren d í cantando p ara m is a d e n tro s los versos zen
previos a la com ida. Yo era el sirviente. E ra c o m o volver a estar en
casa, en el &ndo,'* círculo de hueso, a la h o ra d e c o m e r.

¡El e sto fa d o d e p e s c a d o es b u e n o d e d i e z m a n e r a s
p a ra a y u d a r a lo s p e r r o s q u e t i r a n d e lo s t r i n e o s
n o hay lim ite a lo s b u e n o s r e s u lta d o s
c o n s u m a n d o e l re g o c ijo e te r n o !

Los p erro s de trin e o m e a c o m p a ñ a b an c a n ta n d o los gathas‘s


con u n coro desordenado de dulces y triste s a u llid o s .

*4* &ndo: término de origen japonés. En el budismo zen, sala de reunión y meditación.
15. Calha: palabra sánscrita que significa "canto" o "verso”.

90
Llegam os a n d a n d o hasta la casita de nuestros anfitriones, los
profesores B ob y C o ra M cG uire, bajo u n cortado en la ribera del
helado río K o b u k . D ebíam os de estar a unos cero grados, pero
las niñas de los M c G u ire , J e n n if e r y A rlene, jugaban bajo la débil
luz del sol.
D e n tro de la casa, la co cin a de fueloil se m antenía tem plada
y la estufa de le ñ a estaba sie m p re en cen d id a. C o n ropa in te rio r
larga y cam isas g ru esas de lan a sobre los jerséis, no pasábamos
frío. H a b ía n b a ja d o u n o s c o n te n e d o re s rojos de plástico llenos
de agua d esd e la c o lin a d o n d e estaba la escuela, y los guardaban
en la c o c in a p a ra q u e el agua n o se congelase. Nos dedicamos
a contar an écd o tas m ie n tra s tom ábam os café; Bob había sido
profesor m u c h o s añ o s. T ie m p o atrás se m archó del norte de
Alaska d u ra n te u n a ñ o p a ra visitar y estudiar escuelas rurales
por el m u n d o . C o ra ta m b ié n es p ro fe so ra y sus alum nos son
atabascanos. B o b y C o r a se c o n o c ie ro n en la u niversidad.
"Si lo ú n ic o q u e in te n tá ra m o s enseñar fueran los valores
de la civilización occid en tal, solo difundiríam os la ideología
del in d iv id u alism o y de la singularidad hum ana, su privativa
dignidad, el p o te n c ia l in fin ito del ho m b re y la gloria del éxito”,
dije, m irá n d o lo desde o tra perspectiva. ¿N o es esa la filosofía
de las com pañías p e tro lífe ra s? ("El introspectivo carácter judío,
el narcisism o g riego, la d o m in ació n cristiana” es como lo
cataloga el ex p erto e n osos grizzlies Doug Peacock). Después del
protestantism o, el capitalism o y la conquista del m undo, quizás sea
ese el resu m en la c u ltu ra occidental.
Pero n o e ra así c u a n d o la sab id u ría griega se abrió de nuevo
paso en la h is to r ia . D esd e el p u n to de vista de las vivaces m entes
italianas de lo s siglos XV y XVI, el m ensaje de los textos griegos
era que los seres h u m a n o s so n soberan am en te inteligentes,
im aginativos, fu e rte s , audaces y herm osos; "paganos” y
"poéticos” . Q u iz á s n o e ra ta n to u n a jactancia de la raza hum ana
(excepto a lo s o jo s d e la iglesia) com o u n red escu b rim iento de

91
la cultura secular y de los seres h u m a n o s c o m o e n te s orgánicos
en u n m u n d o n a tu ra l. E n to d o caso, el e s tu d io apasionado y
en p ro fu n d id a d de la A n tig ü e d a d —p o r el q u e lo s pensadores
occidentales h a n pasado varias veces— es c o m o u n aprendizaje
con los ancianos de las c u ltu ra s tr a d ic io n a le s . La frescura
del R enacim iento se coló e n el a b u r r id o p la n d e estudios de
latín, cultura y lengua de las clases m e d ia s e u ro p e a s . Pero la
fascinación p o r la p e rs o n a lid a d y las n u e v a s p o sib ilid ad es se
diluyeron fren te al a u to rita ris m o y la p e d a n te r ía .
Los m aestros infan tiles —nativos o b la n c o s— agradecen la
op o rtu n id ad de en señ ar u n poco de h is to ria , filo so fía o literatura,
sea de la cultura que sea. Los m aestro s ru ra le s q u e h e conocido en
el n o rte organizan v o lu n ta ria m e n te visitas d e lo s a n cian o s de las
tribus a las aulas y apoyan la e n señ an za d e la c u ltu r a tradicional.
Algunos lideres locales d ije ro n q u e h a b ía n lle g a d o a se n tir que
estamos todos en el m ism o b a rc o : la c u ltu ra o c cid en tal, con
su capitalismo avasallador y su a n tic u a d o so c ia lism o , así como
los jiro n es supervivientes de los g ra n d e s lin a je s d e cazadores y
recolectores del Paleolítico.
Quizá los hum anistas e u ro p e o s n o e stu v ie ro n precisamente
del lado de las élites de p o d e r. A sim p le vista, sirv ie ro n a los
poderosos de las ciudades, p e ro su " p ro y e c to ” , ta n to si lo
sabían com o si n o , era en el fo n d o u n a d e fe n sa d e lo vernáculo,
porque hay que evitar intereses e strech o s y a trin c h e ra rse en
las opiniones para pen sar co n cla rid a d : los v alo res vernáculos
se oponen in co n d icio n alm en te a los in te re s e s p articu lares de
las m ultinacionales, el capital, los e m p re s a rio s , la burocracia
religiosa centralizada y otras in stitu c io n e s sim ila re s. S er de una
región, ser de u n sitio, tien e su p r o p io sesgo, p e ro n o puede
ser exagerado p o rq u e se arraiga e n los p ro c e so s inviolables del
m u n d o n atural.
Así, la filosofía es u n ejercicio en ra iz a d o e n u n lu g a r. V iene del
cuerpo y del corazón y se ratifica c o m p a rá n d o la c o n la experiencia

92

I
com partida ("la sa b id u ría de las abuelas” sospecha de los hom bres
que pasan m u c h o tie m p o h ab lan d o en la casa com unal cuando
deberían estar c o sie n d o redes o haciendo otras cosas. Acabarán
m etiéndose e n líos, y quizás inventando el Estado). C erram os el
círculo al a d m itir q u e es necesario prestar atención a los ancianos
del p u eb lo y ta m b ié n a los sabios de O ccidente que han sido
preservados m ila g ro sa m e n te gracias a la frágil institución de la
biblioteca.

U na n o c h e d i u n recital de poesía en la escuela de K obuk. Fue


ahí cuand o J o h n C o o p e r apareció p o r p rim era vez. Había co n ­
ducido sus p e rro s sesenta k iló m etro s hacia el sur desde su caba­
ña en el río A m b le r p a ra escuchar unos poem as. La voz se había
corrido p o r ra d io . C u a n d o llegó su trin eo , todos los perros del
m undo se p u s ie r o n a la d ra r. C o n o c í a J o h n en la Universidad de
C olorado a p r in c ip io s de los setenta cuando estudiaba gestión
forestal y se c o n v irtió e n u n d efen so r de la naturaleza salvaje. El
auditorio estaba c o m p u e sto p o r nativos locales y unos pocos p ro ­
fesores blancos, m u c h o s de los cuales nunca habían oído recitar
poesía. Más ta rd e esa n o c h e hablam os de los cantantes-percusio­
nistas que a c o m p a ñ a b a n a los b ailarines y la sim ilitud de su fun­
ción con el oficio de los poetas. U n a pareja inupiaq que también
había venido a la le c tu ra desde o tro pueblo habló de la antigüedad
del m ito. N u e s tro s an c e stro s, d ije ro n , contaban las mismas his­
torias que los g rieg o s, q u e los p ueblos de la India y que el resto de
la A m érica in d íg e n a . Todos ten íam o s u n a cultura clásica.
H u b o p re g u n ta s so b re las civilizaciones del lejano O rien te y le
presté u n e je m p la r d el Tao Te C h in g ú e Lao Tse a una reflexiva líder
de la c o m u n id a d , activa ta n to en la defensa de la cultura nativa
como en la iglesia. D os días más tarde, a la h o ra del café, me
lo devolvió d ic ie n d o : "A n tig u o . El lib ro es muy sabio y antiguo.
No sabía q u e los c h in o s se re m o n ta b a n a tanto tiem po atrás”. Le
pregunté so b re su la b o r c o n la iglesia, p o rq u e sabía que tam bién

IJ 3
estaba muy im plicada e n el re n a c im ie n to d e l e s p íritu inupiaq.
"Es agradable fo rm a r p a rte de algo in te r n a c io n a l” , m e dijo . "No
conocía nada de C h in a n i de la In d ia n i d e sus filosofías. Pero,
como estoy en la iglesia, ten g o am igos e n to d a s p a rte s y gente a la
que voy a ver cuando viajo a S eattle” .
Steve y yo n os m archam os de S h u n g n a k u n a m añ an a muy
tem pran o . Fuim os en u n p a r de m o to s d e n iev e h a sta la pista de
despegue; dos cuervos saltaban a lre d e d o r d e u n p e r r o dormido
en la nieve, el aire glacial soplaba so b re la m o n ta ñ a O íd M an y más
allá, hasta el desfiladero e n tre las co lin as d o n d e el s e n d e ro conduce
a B ornite. La n o che a n te rio r se h ab ía d is p u ta d o u n p artid o de
baloncesto en la escuela y las chicas d e l p u e b lo e stab an allí para
despedir al equipo visitante. D os de ellas r o n d a b a n a lre d e d o r del
avión de las líneas aéreas A m b le r llo r a n d o y g im o te a n d o p o r sus
nuevos novios, m ientras otras chicas m ás m ay o res las reprendían
p o r no m o strar in d iferen cia. E n el a v ió n h a b ía o tr o eq uipo que
iba a u n p artid o en Fairbanks. E ra n to d o ch icas. M ientras el
precio del p etró leo se m an tu v iera alto e n A laska, las lín eas aéreas
locales pod ían c u b rir gastos co n el b a lo n c e sto esc o lar.
"La bahía de P ru d h o e —d ijo J o h n C o o p e r —. S olía trabajar
ahí en verano. La gente de la b ah ía de P r u d h o e trab aja el día
com pleto, doce horas al día, siete días a la se m a n a . Se lo funden
en cocaína”.

La escritura de la naturaleza

U no de los criterio s q u e d eb e c u m p lir el e stu d io de las


hum anidades es el in terés p o r el análisis d e te x to s. U n texto es
inform ació n alm acenada a lo largo d e l tie m p o . L a estratigrafía
de las rocas, las capas de p o le n e n u n a m a ris m a , los anillos
concéntricos en el tro n c o de u n á rb o l ta m b ié n pueden
considerarse textos. La caligrafía d e lo s río s zigzagueando por
la tie rra m ientras dejan trazo so b re trazo d e le c h o s an terio res es

94
texto. Las capas d e h is to ria en la lengua son a su vez u n texto de
esta. E n el lib ro P roto-Indoeuropean Trees, Paul F riedrich identifica
los "prim itiv o s s e m á n tic o s” de las lenguas tribales indoeuropeas
m ediante u n g ru p o de palabras que n o han cam biado demasiado
en doce m il a ñ o s, y so n n o m b res de árboles: especialm ente
abedul, sauce, aliso , o lm o , fresno, m anzano y haya (bher, wyt, alysos,
ulmo, os, abul, bhago) (F rie d ric h , 1970). Semillas de sílabas, bija ,'6 de
la vida o cc id e n ta l.
E n la an tig u a C h in a , los adivinos calentaban u n caparazón de
tortuga sob re u n a llam a hasta que se resquebrajaba para después
interpretar las grietas. La escritura empezó, según los propios
chinos, co p ia n d o estas grietas. Todas las formas de escritura se
relacionan co n m ateriales naturales. Los caracteres chinos actuales,
con sus peq u eñ as curvas y ángulos, aparecieron cuando los chinos
de la dinastía H a n d e ja ro n de usar u n punzón para grabar símbolos
en cañas de b a m b ú peladas y p asaro n a escribir con u n pincel de pelo
de conejo em p a p a d o e n tin ta de ho llín de madera de pino sobre un
papel ab so rb en te d e fib ra de m ora. Las formas de los caracteres
chinos varían e n fu n c ió n de la m anera en que la punta del pincel se
mueve cuan d o se eleva de la página. Levantar u n pincel, u n buril, un
bolígrafo o u n p u n z ó n es com o dejar de m order o levantar una garra.

Aviones lig e ro s co m o com etas bailan en el viento. D urante


los largos días de la p rim av era ártica, la gente vuela a cualquier
hora del día o de la n o c h e . V olam os dejando Bettles al sur, para
aterrizar d e sliz á n d o n o s so b re la nieve en Fairbanks. Allí visité a
Erik G ra n q u ist, u n p aleo tax id erm ista finés, para echar un vistazo
a su re c o n s tru c c ió n d e l c u e rp o de u n antiguo tipo de bisonte que
había m u e rto h acía 36.OOO años. P o r entonces todavía estaba
en el la b o ra to rio d e la u n iv ersid ad . Era u n anim al pequeño, 16

16. Bija: palabra sánscrita que significa "sílaba semilla". Originalmente es


parte del vocabulario de los mantras, como, por ejemplo, Om.

95
1

herm osam ente com pacto y re lle n o , y cuya p ie l tie n e ahora un


to n o azulado. El proyecto a n te r io r de E rik h a b ía sid o u n mamut
lanudo en P olonia, e n c o n tra d o e n el d e p ó s ito d e sal e n el que
había caído.
Erik me enseñó a leer la historia de este b iso n te d el Pleistoceno:
"Está sobre sus cuatro patas, d esplom ado hacia delante, porque
cuando se mata a u n bisonte, n o cae de costado com o u n alce,
se desploma sobre sí m ism o. El le ó n q u e le atacó desde atrás le
hizo estos arañazos en la piel. N o era d istin to a u n leó n africano
actual. Se pueden ver las marcas de las garras y las incisiones de los
colmillos: tienen exactamente la an c h u ra de los d ien tes de u n león
m oderno. Tam bién tiene arañazos e n el m o r r o y m arcas de garras
bajo la m andíbula y en el cuello, q u e m u e stra n co m o u n segundo
león lo tenía agarrado p o r el m o rro y le m a n te n ía la cabeza agachada.
A continuación, la form a en que la piel estaba a b ie rta m uestra que
se lo com ieron desde atrás, arra n c an d o la c arn e a lred ed o r de la
cola y el espinazo, para ab andonarlo después. N o se com ieron ni
el cuello n i la cabeza, p o r eso quedó colapsado tal cual lo dejaron,
con una sola tira de piel desgarrada a lo larg o de la colum na. Poco
después de que los leones acabaran co n él, b ajó la tem peratura y se
congeló. Era otoño. D urante la prim avera sig u ien te —se encontraba
en la cara norte de la ladera—, el b a rro q u e se fue deshelando en la
parte superior de la pendiente cayó en cim a del b iso n te congelado,
todavía sobre sus cuatro patas, y lo c u b rió . Fue arra strad o hasta el
permafrost, donde quedó sellado de fo rm a a n a e ró b ic a y se mantuvo
congelado hasta que la m inería h idráulica lo a flo ró hace unos años”.
Erik tam bién m e explicó cóm o, el día d e su c u m p leañ o s, y co­
incidiendo con el fin de la re c o n stru c c ió n , se c o m ió sacramen­
talm ente u n pequeño trozo de la c arn e q u e h a b ía estado helada
durante m ilenios y trasladada después e n h e lic ó p te ro a u n conge­
lador. Ese cuerpo de bisonte, u n texto rescatad o d e u n antiguo ma­
nuscrito, puede verse hoy expuesto e n el m u se o d e la Universidad
de Alaska, donde se le conoce com o Babe.

96

J
La c u ltu ra o c c id e n ta l es m uy breve si la com param os con
el cadáver de u n b iso n te que trasciende el tiem po, con la sinuosa
caligrafía de u n río que desciende p o r las llanuras del Yukón o con
el arcaico co sm opolitism o circum polar de la tradición que conecta
los pueblos kuuvangm iut. El hum anism o euroam ericano ha sido la
historia de u n o s escritores y académicos profundam ente conmovidos
y transform ados p o r su in m ersió n en literaturas e historias previas.
Sus escritos nos h a n dado u n a útil perspectiva cultural —más que
teológica o biológica— sobre la condición hum ana. Los griegos de
los tiem pos de Pericles asim ilaro n la sabiduría tradicional homérica,
que databa de la E d ad del B ronce e incluso antes. Estudiar a
los griegos e n g ran d eció a los rom anos. Los investigadores del
Renacimiento se a lim e n ta ro n de Grecia y Roma. Hoy, una nueva
generación de poshu m an istas estudia y experimenta las diversas
pequeñas n acio n es d el p lan eta llegando a apreciar lo "primitivo", y
descubriendo q u e la p re h isto ria es u n área de conocimiento de gran
riqueza y en c o n tin u a expansión. O btenem os así u n destello de la
profundidad de n u e stra p rim o rd ial raíz hum ana. La naturaleza
salvaje está in ex tricab lem en te trenzada con el ser y la cultura. El
pos- en el té rm in o poshum anism o se debe a la palabra humano. Nuestro
próximo diálogo será e n tre todos los seres, hacia u n discurso de
relaciones ecológicas. Esto n o im plica m enospreciarlo humano: "el
estudio correcto d e la h u m a n id a d ” es qué significa ser humano. No
basta enseñ ar e n la escuela que som os semejantes al resto, hemos de
sentirlo co m p letam en te. Solo entonces podrem os ser únicamente
"hum anos” sin co n sid e ra rlo u n privilegio especial. El agua es el koan
del agua, com o dice D o g en , y los seres hum anos son su propio koan.
Los osos grizzlies, las ballenas, los macacos o las Rattus preferirían
mil veces q u e los h u m a n o s (especialm ente los euroamericanos) se
conocieran a s í mismos e n p ro fu n d id a d antes de pretender investigar
a los osos o los cetáceos.
C u an d o los h u m a n o s se co n o cen a sí m ism os, el resto de la
naturaleza está a h í. Es p a rte de lo que los budistas llam an dharma.

1)7
Madres leopardo

Los estudiosos del len g u aje u sa n la p a la b ra gram ática para


describir la estru ctu ra de u n a len g u a y el sistem a d e n o rm a s que la
regula. U na gram ática es com o u n a cesta q u e c o n tie n e oraciones
que fu n cio n an todas en u n a len g u a d e te rm in a d a . A l p rin c ip io , los
estudiosos del lenguaje c o n fu n d ía n la e s c ritu ra c o n el habla. Es
evidente en la p ro p ia palabra gram ática: g ra m m a e n g r i e g o significa
"letra”, con la raíz gerebh o grebh, "ra y a r” . G ram ática, v ien e de gramma
techne, "rayas tejidas” . Pero es b a sta n te o b v io q u e la existencia
prim aria de la lengua está e n el suceso, e n el h a b la . E l lenguaje
n o es un a talla, es u n bucle de a lie n to , u n a b ris a e n tr e pinos.
Las metáforas del tipo "la naturaleza es co m o u n libro” no
solo son inexactas, sino perniciosas. El m u n d o p u e d e estar repleto
de signos, pero no es u n texto fijo al que se le añ ad a u n archivo de
comentarios críticos. El excesivo apego a u n m o d e lo basado en el
estudio libresco va em parejado con asum ir q u e n o sucedió realmente
nada interesante antes de que em pezara la h isto ria escrita. Es cieno
que los sistemas escritos dan cierta ventaja. Los p u eb lo s co n escritura se
han creído superiores a los otro s, y q u ie n e s te n ía n u n lib ro sagrado
se han colocado p o r encim a de aquellos co n u n a relig ió n popular,
independientem ente de la riqueza de sus m itos y cerem onias.

Desde Fairbanks re tro c e d í hacia el s u r h a sta A n ch o rag e. Una


noche R on Scollon y yo fu im o s al b a r P io n e e r e n A nchorage: yo
le explicaba nuestro viaje p o r el río K o b u k y él m e p o n ía al día
de lo que había sucedido e n el cam p o d e la lin g ü ístic a . Ron y
Suzanne Scollon son lingüistas p ro fe s io n a le s . H a n estudiado la
fam ilia de lenguas atabascanas d u ra n te a ñ o s y p u b lic a d o trabajos
basados en la observación del a p re n d iz a je d e l le n g u a je , tanto de
n iños atabascanos com o caucásicos, e n los p u e b lo s subárticos. Asi
que com partí con él m i idea; q u e el le n g u a je p e r te n e c e a nuestra
naturaleza biológica, m ien tras q u e la e s c ritu ra es c o m o las huellas
de u n alce e n la nieve. "R o n -le d ije -, ¿n o pertenece el lenguaje,
de alguna fo rm a , a la b io lo g ía ? ”.
La re sp u e sta d e R o n fue básicam ente la siguiente d iserta­
ción: "W ilh elm v o n H u m b o ld t—p ro b ab lem en te con alguna i n ­
fluencia de su h e r m a n o A lexander—creó la m etáfora de la "es-
peciació n ", ta n to p a ra los fen ó m en o s orgánicos com o para el
lenguaje. D esd e e n to n c e s , las lenguas se han visto com o si cada
una fu e ra u n a esp ecie d ife re n te , y los p rim ero s lingüistas h istó ­
ricos so lía n h a b la r d e c ie rta co m p etició n darw iniana entre ellas.
Pero en b io lo g ía , las especies n u n ca convergen, solo divergen.
Todas las le n g u a s p e rte n e c e n a la m ism a especie y p ueden c ru ­
zarse e n tre sí, p o r ta n to , p u e d e n converger. La dinám ica entre
lenguas n o es so lo co m p etitiv a, sino tam bién fam iliar y ecoló­
gica. T am p o c o se p u e d e in f e r ir de la h isto ria del lenguaje que
haya u n tip o de m e jo ra evolutiva: todas las lenguas funcionan
igual de b ie n y cada u n a tie n e su p ro p ia elegancia. No existe la
lengua 'm ás f u e r te ’ de to d as. El inglés se convirtió en una len ­
gua in te r n a c io n a l so lo gracias al afán aventurero de los b ritá­
nicos y a m e ric a n o s (el inglés es u n rico m uladar de palabras
a m edio f e r m e n ta r q u e m ás tard e se em barulló p o r la d e rro ­
ta a m an o s d e los n o rm a n d o s : u n a lengua genuinam ente crio­
lla que tuvo la s u e rte de co n v ertirse en la segunda del m undo).
Lo c ierto es q u e lo s cam b io s lingüísticos —vocálicos, consonán­
ticos, hacia g ra m á tic a s m ás sim ples o más complejas—, no res­
p o n d e n a n in g u n a n e c e sid a d p ráctica”. "Vale, entonces no se
le ap lican los p r in c ip io s de la evolución. ¿Y los de las fuerzas
ecológicas? L os seres h u m a n o s son todavía una especie salvaje,
nunca se h a c o n tr o la d o n u e stra rep ro d u cció n para conseguir
un r e n d im ie n to esp e c ífic o . ¿Estás de acuerdo en que el lengua­
je ta m b ié n es salvaje? Sus estru ctu ras básicas no se dom estican o
educan. P e rte n e c e n al lad o salvaje de la m e n te ”. "Por supuesto
-d ijo - . P ero si el len g u aje es solo una especie, debe de haber otras
criaturas e n el e n to r n o salvaje de tu m ente con las que interactúe,


1

porque u n hábitat salvaje es u n sistem a. Si el len g u a je es el bisonte


del Pleistoceno, ¿qué es el le ó n ? ".
"¡Ja! Si el lenguaje es u n h e rb ív o ro ” —d ije yo—, n o está en la
parte su p e rio r de la cadena. Se p o d ría d e c ir q u e 'la p o e sía' es el león
po rq u e la poesía claram ente se com e e in te n s ific a el h ab la natural.
Pero, com o el lenguaje colorea casi to d o n u e s tr o p en sam ien to y
la poesía es u n su b co n ju n to del uso d el le n g u a je , n o p u ed e ser.
Yo diría que es 'la m ente en el m o m e n to ', in c o n d ic io n a d a , la que
com e, transform a y va más allá del le n g u a je . E l a rte , o el juego
creativo, a veces lo hace y en d o d ire c ta m e n te a la frescura y la
singularidad del m o m en to , y a la e x p e rie n c ia s in in te rm e d ia rio s”.
Ron me puso a p ru eb a c o n u n desafío w h o rfia n o : "¿Hay
alguna experiencia, sea la que sea, que n o n ecesite la m ediación del
lenguaje?”. G olpeé la mesa co n m i pesada j a r r a de cerveza y media
docena de personas d iero n u n respingo y n o s m ir a r o n . Tuvimos
que reírnos y dejarlo en este p u n to d e la co n v ersació n , ya que
parece que siem pre acaba volviéndose al m iste rio de lo ordinario.
Nuestra mesa estaba debajo de la cabeza astada d e u n caribú.

Todos los intelectuales q u e co n o zco e n A laska, tanto


nativos com o blancos, p a rtic ip a n activ am en te e n el in te n to de
m antener vivas las lenguas au tó c to n a s. M ic h a e l fCrauss, James
K ari, Gary H olthaus, los S collon, K a th e r in e P e te rs, Richard
y N ora D auenhauer, Elsie M ath er, Steve G ru b is y profesores
com o los Boenish y el e c ó lo g o -a n tro p ó lo g o R ic h a rd N elson, se
h an tom ado el tem a de la supervivencia d e la le n g u a com o algo
personal. Krauss, que dirige el C e n tro de L e n g u a s Nativas de
Alaska, no es optim ista; los h ablantes m ás jó v e n e s d e las lenguas
nativas envejecen cada año que pasa. El p u e b lo d e K .obuk es uno
de los más fuertes, p ero incluso allí m e d ije r o n q u e lo s hablantes
más jóvenes eran adolescentes, y los n iñ o s e n el p a tio de la escuela
ju g ab an en inglés. A unque hay u n p ro g ra m a estatal d e apoyo a la
educación bilingüe y excelentes textos b ilin g ü e s y lib ro s de texto

too
en todas las len g u as nativas, parece que están desapareciendo.
Es com o si la m ay o ría de las familias nativas percibiera el inglés
como el fu tu r o y la fu e n te del potencial éxito económ ico de sus
hijos, y p o r eso n o se esfuerzan en hablar "la Lengua” en casa
(en A u stralia sie m p re o í que cuando se debatía sobre cualquier
lengua local se la llam ab a "la L engua”; "¿habla la L engua?").
P uede q u e sea u n a fase pasajera. Puede que las lenguas nativas
vuelvan a te n e r fu erza. A yudaría si los profesores y los directores
de c en tro s educativos educados en los Estados U nidos, que
son —a ex c e p c ió n de e n unas pocas áreas— m ayoritariam ente
m o n o lin g ü e s, e n te n d ie ra n que el bilingüism o no es ni raro
ni difícil. U n d ire c to r p ara q u ien el español en la escuela
secundaria e ra u n a pesadilla n o se cree que una niña esquimal
pueda ser b ilin g ü e c o n facilidad. E n el pasado, el m ultilingüism o
p rácticam en te u n iv ersal garantizaba el cosm opolitismo del
mosaico m u n d ia l d e p eq u eñ as naciones basadas en biorregiones.
Se dice q u e u n viejo yupik que m u rió cazando u n caribú hace
algunos añ o s —se ahogó cruzando u n río —fue u no de los últimos
de la g e n e ra c ió n m ás an tig u a de hablantes m ultilingües. Se sabía
que hablaba yupik, d e n a ’in a (u n a lengua atabascana), ruso, inglés
y u n po co de in u p ia q .

Para h a b la r de u n a "ecología del lenguaje” podríam os empezar


p o r re c o n o c e r, e n u n solo h ablante, la coexistencia habitual de
niveles, có d ig o s, je rg a s, dialectos y lenguas completas, incluso
algunas de fam ilias d ife re n te s. J o h n G um perz (1964) describe
la situ ació n de u n p u e b lo en el n o rte de la India donde "los
dialectos locales s o n la lengua vernácula para la mayoría de sus
habitantes. P u e d e q u e haya algunos grupos de intocables con
lenguas v e rn ácu las p ro p ia s . A dem ás de las vernáculas, hay diversas
jergas. U n a fo rm a d el d ialecto subregional se utiliza para negociar
con los c o m e rc ia n te s de los m ercadillos de ciudades vecinas; con
artistas a m b u la n te s o c o n los ascetas religiosos p ueden utilizarse

101
1

otras form as d iferen tes... Es p o sib le q u e lo s ascetas ambulantes


del culto a K rish n a u sen el b raj b h asa m ie n tra s los devotos de
Rama utilizan el avadhi. El h in d i e s tá n d a r sirve p a ra relacionarse
con forasteros cultos; el u rd u , p a ra tra n s a c c io n e s em presariales o
para hablar con m usulm anes cultos. A d em ás, la g e n te co n estudios
habla inglés y hay o tro s que al m e n o s sa b e n algo d e sánscrito".
Volvamos a los pueblos: la m ezcla lo cal d e d ia le c to s y lenguas
estándar es p articu lar a cada lu g a r. T o d as e stá n arraigadas en la
naturaleza; p ero su ram ificació n llega al m u n d o e n te ro (aunque
esta noche la gente de las zonas re m o ta s de A laska, e n McGrath,
K obuk o K iana, quizás verá e n la telev isió n p o r sa té lite el mismo
program a que ahora se oye en la o tra p u n ta d e l b a r ) .
Y aquí es donde e n tra n los clásicos. L o clásico p ro p o rc io n a una
especie de no rm a. N o la n o rm a lid a d estadística d e l conductism o,
sino u n canon que se constituye p o r su p e rm a n e n c ia y p o r un
am plio e in stru id o consenso. L a p e r m a n e n c ia a lo largo de
la h isto ria tie n e relació n c o n el g ra d o d e in te n c io n a lid a d ,
intensidad, co n cien ciació n , ju e g o e in c o r p o r a c ió n d e estrategias
y m odelos a n te rio re s del p ro p io m e d io , m ás la re u tiliz a c ió n o
rein terp re tac ió n creativa de las fo rm a s re c ib id a s . A esto se suma
la coherencia in telectu al, la relevancia h u m a n a a la rg o plazo que
trasciende el tiem p o y u n a re so n a n c ia c o n las im á g e n e s profundas
del incon scien te. Para c o n se g u ir este e sta tu s, es n ecesario que
m uchas naciones acepten el texto o h is to ria d u r a n t e u n o s cuantos
m ilenios, lo re p re se n te n y lo tra d u z c a n e n m ú ltip le s ocasiones.
El m arco tem p o ral in m e d ia to de la e x p e rie n c ia h u m a n a son
los climas y ecologías del H o lo c e n o , es "el m o m e n to p re se n te ”,
los diez u once m il años desde la ú ltim a e d a d d e h ie lo . Entre
las literatu ras trad icio n ales hay p ro b a b le m e n te a lg u n a s historias
com pletas que son tan antiguas, al igual q u e u n a c a n tid a d enorm e
de lite ra tu ra más recien te co m p u esta d e e le m e n to s p restad o s de
la tra d ic ió n a n te rio r. D u ra n te la m a y o r p a r te d e l tie m p o al que
no s referim o s, las p o b lacio n es h u m a n a s f u e r o n relativam ente

102
pequeñ as y se viajaba a p ie , a caballo o en barco. T anto en G recia,
G erm an ia M agna co m o en la C h in a de la dinastía H an, siem pre
había áreas boscosas cercanas y anim ales salvajes, aves acuáticas
m ig rato ria s, m a re s lle n o s de peces y ballenas, y todo form aba
parte de la e x p e rie n c ia de cu alq u ier p erso n a activa. A parecen
anim ales c o m o caracteres lite ra rio s y presencias universales en
la im a g in a c ió n y e n los a rq u e tip o s religiosos p o rq u e estaban ahí.
Las ideas e im á g e n e s d e páram os, tem pestades, e n to rn o s salvajes
y m o n ta ñ a s n o s o n u n a abstracción: surgen de la experiencia
cisalpina, h ip e r b ó r e a , c irc u m p o la r, transpacífica, u lte rio r al
lím ite civ ilizad o . Es el m u n d o en que la gente habitaba hasta
finales d el siglo XIX. (¿ C u á n d o fue la población del planeta la
m itad de la q u e es h o y ? A lre d e d o r de la década de 1950).

Las co n d ic io n e s de vida en el lejano N orte todavía se aproximan


bastante a la ex p erien cia del universo de los cazadores-recolectores,
el tipo de m u n d o q u e n o fue solo la cuna, sino tam bién la joven
edad ad u lta d e la h u m a n id a d . El N o rte aú n tiene una comunidad
salvaje, c o n la m ay o r p a rte de sus poblaciones intactas. Hay
un g ru p o re la tiv a m e n te p eq u e ñ o de individuos resistentes que
viven de la caza y la reco lecció n y h an aprendido a moverse con
la co n cien cia p le n a im p rescin d ib le en la antigua experiencia
hum ana. N o es la " f r o n te r a ” sino el finid del Pleistoceno en
pleno ap o g eo d e l sa lm ó n , el oso, el caribú, el ciervo, los patos
y gansos, las b allen as, las m orsas y los alces. Por supuesto, no
durará m u c h o m ás. El Refugio de Vida Silvestre del Ártico será
p erfo rad o e n b u sca de p e tró le o y el bosque Tongass del sudeste de
Alaska se h a lle n a d o d e carreteras y talado hasta lo inconcebible.
El N uevo M u n d o del N o rte es u n a ventana al pasado eu ro ­
peo: ¿d e d ó n d e v ie n e n el salm ón sagrado de los celtas, los Bjorns
y B rauns y B ru n (h ild e ) [Wiar: oso] de la literatura nórdica de E u­
ropa, los d e lfin e s d e l M ed iterrán eo , las danzas del oso de A rtem i­
sa y la piel de le ó n de H eracles sino de los sistemas salvajes en que

103
1

vivían los h um anos? La p ersisten cia de estas c ria tu ra s maravillosas


en la literatura y en n uestra im a g in a c ió n n o s explica lo im portan­
tes que son para la salud de n u estras alm as.
R on y yo cam biam os de co n v e rsa c ió n y h a b la m o s de China.
Ambos compartimos esta doble visión: valoram os qu e Alaska es el sitio
más abierto y salvaje del N orte --y u n o de los lugares m ás salvajes que
quedan en la tierra—y C hina es la civilización m ás concienzudam ente
literaria de todas. No están ta n alejadas la u n a de la o tra en el globo
terráqueo. Ambas parecen ir acercándose a su p ro p io final. Pero
China, con todo lo destructiva que su h isto ria m ed io am b ien tal reciente
pueda ser, es una gran civilización que quizá se m an ten g a vital gracias
a u n pequeño hilo sobreviviente de su carácter salvaje (llamémoslo
canciones miao y poemas chan),17y algo de Alaska p u ed e que sobreviva
si convierte a su recién llegada població n e u ro am erican a en amante
de la naturaleza salvaje posindustrial, gracias a la m agia de su peligro
ocasional, noche polar y sol de m edianoche, su vacío, inutilidad y
anonimato, su aliento helado y su pescado a h u m ad o . El periódico de
Anchorage publicó que se había visto de nuevo a dos alces paseando
por el aparcamiento de u n centro com ercial, ju sto fre n te al bosque de
abetos que lleva a las m ontañas Chugach.
U na joven blanca m e p re jju n tó (esto fu e e n o tr a ocasión):
'N osotros hem os echado m an o de los a n im a le s p a ra to d o : los
com em os, cantam os sobre ellos, los d ib u ja m o s, lo s cabalgamos y
los soñam os. M ientras ta n to , ¿ q u é o b tie n e n e llo s d e n o so tro s?".
U na pregunta excelente, p e rtin e n te y e le g a n te , p la n te a d a desde
el p u n to de vista de los anim ales. Los a in u d ic e n q u e al ciervo, al
salm ón y al oso les gusta n u estra m úsica y q u e está n fascinados por
nuestras lenguas. P o r eso cantam os a los p eces o a los animales
de la caza, les hablam os, y b en d ecim o s la m esa. P eriódicam ente

17. C an c io n es m iao y poem as c h a n : las p rim e ra s , c a n c io n e s d e la t r a d ic i ó n o r a l d e la


m in o ría m iao, e n C h in a , cuyo tem a p rin c ip a l es la c re a c ió n d e l m u n d o . Chan es la palabra
c h in a p ara u n a escuela d el b u d is m o M ahayana. La p a la b ra ja p o n e s a *en d e riv a d e c/ian.

104
bailam os p a ra ellos; u n a can ció n a cam bio de tu cena: actuar es la
m oneda en la e c o n o m ía del d o n del m u n d o p ro fu n d o . Las otras
criaturas p ro b a b le m e n te nos en cu en tran u n poco frívolos: nos
cam biam os c o n tin u a m e n te la vestim enta y com em os demasiadas
cosas d ife re n te s . N o p u e d o evitar sen tir que la naturaleza no
hum ana es b ie n in te n c io n a d a con la hum anidad y solo desearía
que la g en te m o d e r n a fu era más recíproca y no tan sanguinaria.
Bajé a desay u n ar co n Gary Holthaus, alaskeño desde hace
m ucho tie m p o y d ire c to r del F órum de Hum anidades de Alaska,
al sótano del H o te l C ap itán C ook. Yo había asistido a su asamblea
anual el día a n te r io r p a ra p resentar u n inform e sobre el tiempo
que había p asado j u n to a los kuuvangmiut. (D urante los años
setenta viajam os ju n to s a Aleknagik, pueblo yupik del sudeste de
Alaska, y le vi e m p a q u e ta r u n lib ro de Marco Aurelio). Todavía
seguíamos c o m e n ta n d o algunas ideas de días anteriores en la
asamblea, y n o estábam os de h u m o r como para ser benévolos con el
proyecto hu m an ístico . Decíamos que tampoco se había preocupado
tanto p o r la vida real del m ito, la poesía y los valores. Los pensadores
griegos tu v iero n p ara empe&r u n fondo oral de canciones e historias
aso m b ro sam en te vitales, los poem as hom éricos y Hesíodo. Pero
sus estudios hum anísticos se convirtieron en una preocupación por
el lenguaje ex trañam ente formalista y estrecho.
Se h ab ía a b ie rto u n hueco entre los espacios del chamán,
el sacerdote, el p o e ta y el m itógrafo. Ese hueco era la ciudad, la
pequeña c iu d a d -e sta d o . El pensam iento en la ciudad era el reflejo
de u n a especie de c o m p etició n : la form a poética y mítica de m irar,
com ún e n los p u e b lo s, fre n te a la discusión y el reportaje diario que
dom inaba la vida u rb a n a . E n el fondo era una competición entre
la econom ía de subsistencia y la de excedente, con su centralización
del com ercio . P o r eso los filósofos —los sofistas—enseñaban a los
jóvenes ricos c ó m o d isc u tir eficazm ente en público. H icieron un
buen tra b a jo ; s o n los m aestros fundadores de toda la estirpe
intelectual o c c id e n ta l. El noventa p o r ciento de todo lo que han

105
1

hecho los llam ados hum anistas a lo larg o de la h is to ria ha sido


enzarzarse con el lenguaje: gram ática, re tó ric a y, lu eg o , filología.
D urante dos m il q u in ie n to s a ñ o s, n o so lo c re y e ro n en "la
palabra”, sino tam b ién e n q u e te n ía u n fo r m a to c o rre c to . Y si
algunos franceses están in te n ta n d o a h o ra d e s a rm a r la palabra, es
p o rq u e siguen en la m ism a tra d ic ió n y c o n la m ism a obsesión.
Pero hub o gente in teresan te e n esa tr a d ic ió n : H ip a tia , con
su paganism o intelectu al m a te m á tic o , y P e tra rc a , el prim er
m o n tañ ero m o d e rn o y p rim e r p o e ta líric o e n le n g u a vernácula,
p o r m en cio n ar solo a dos.
N o hay n ad a m alo en h a b la r c la ro y c o n u n a arg u m en tació n
h onesta. "H ab lar b ie n n o tie n e re la c ió n c o n s e r o c c id e n ta l, de
clase alta o co n e stu d io s”, d ijo H o lth a u s . " H e e sta d o e n cientos
de reu n io n es, m uchas de ellas e n zo n a s r u r a le s . L as g e n te s yupik,
in u p iaq o k u tch in , h a b la n to d o s c o n lib e r ta d y v a n al g ra n o . Las
m ujeres tam b ién so n u n as p o te n te s o r a d o r a s . N o a p re n d ie ro n
a serlo leyendo a C ic e ró n e n la e sc u e la ” .
T h o re a u escribió so b re " n u e s tra in m e n s a , salvaje, aulladora
m adre, la N aturaleza, p re se n te p o r d o q u ie r c o n ta n ta belleza y
tanto afecto hacia sus h ijo s co m o el le o p a r d o ; y, s in em bargo,
qué p ro n to hem os a b a n d o n a d o su p e c h o p a r a e n tre g a rn o s a la
sociedad”.18 ¿Es posible q u e el c o n ju n to d e u n a s o c ie d a d pueda
estar en paz con la n atu raleza y n o s im p le m e n te v iv ir a su costa?
T h o re a u contesta: "Los esp añ o les tie n e n u n b u e n té r m in o para
expresar esta sab id u ría salvaje y o sc u ra : g ra m á tica p a r d a , u n a forma
de sentido c o m ú n q u e p ro v ie n e d e l m is m o le o p a r d o al que he
hecho refe re n cia ” . La gram ática n o so lo d e l le n g u a je , sino de
la cultu ra y la civilización m ism a, es d e l m is m o o r d e n que un
arroyuelo m usgoso e n el b o sq u e o u n a p ie d r a d e l d e s ie rto .

18. E n Caminar, H e n ry D avid T h o re a u . Véase n o ta 7.

106
En u n a de sus charlas, D ogen dijo: "Avanzar y ex p erim en ­
tar in n u m e ra b le s cosas es u n a ilusión. Pero, cuando las cosas
in n u m e ra b le s avanzan y se ex p erim en tan a sí mismas, es u n des­
p e rta r”. Si a p lic a m o s esto a la teoría lingüística, creo que sugie­
re que c u a n d o los filósofos occidentales centrados en el logos
p ro m u ev en s in s e n tid o c rític o que el lenguaje es un don h u m a­
no ú n ic o q u e sirve p a ra o rg an izar u n universo caótico, se trata
de u n a ilu s ió n . L os m u ltifacético s y sutiles cosmos del universo
han e n c o n tra d o su en la c e en las estructuras simbólicas, d eján ­
donos m iles d e g ram áticas pardas del lenguaje hum ano.

107
1
BUENA, SALVAJE, SAGRADA
1

J
Erradicar lo salvaje

M i fam ilia y yo llevam os veinte años viviendo en la cordillera


de la S ierra N evada al n o rte de C alifornia. Las laderas de esta cadena
m ontañosa s o n de alguna m anera "salvajes" y no especialmente
"buenas”. A sus h a b ita n te s originales, los nisenan (o maidu del
sur), se les desp lazó o a n iq u iló d u ran te las prim eras décadas de la
fiebre del o r o . N o p arece que quede nadie para podernos enseñar
qué lugares de este e n to r n o se consideraban "sagrados”, aunque
con tiem p o y a te n c ió n , creo que serem os capaces de sentirlos y
en co n trarlo s o tra vez.
T ie rra salvaje, b u e n a tie rra , tierra sagrada. En casa trabajando
en n u estra g ra n ja , e n re u n io n e s políticas en el pueblo, y más
lejos, e stu d ia n d o los p ro b le m a s de los pueblos indígenas, escucho
cómo esas p a la b ra s em e rg e n . Exam inando estas tres categorías
quizá p o d a m o s c o n se g u ir e n te n d e r los problem as de habitar
un e n to rn o r u r a l, la vida de subsistencia, la preservación de la
naturaleza salvaje y la resistencia del tercer y cuarto m undo a las
exigencias de la civilización ind u strial.
N u estra id ea de "b u e n a tierra" viene de la agricultura. Aquí
el significado de buena —com o en "buen suelo"—se reduce a tierra
que p ro d u c e alg u n as variedades elegidas y, p o r tanto, prim a lo
opuesto de salvaje, q u e es lo cultivado. Para cultivar, luchas contra
los bichos, esp a n ta s los pájaros y arrancas las malas hierbas.
Lo salvaje q u e sigue volan d o , creciendo y trepando es pura
fru stració n . A u n así, la naturaleza salvaje no puede catalogarse
como im p ro d u c tiv a . N o hay p lanta fuera de lugar en los mosaicos
casi in fin ito s d e n in g u n a m icro o m acro com unidad. Para los
pueblos cazad o res y reco lecto res que basan su econom ía en ese

nt
despliegue de riqueza —u n sistem a salvaje n a tu r a l—, u n pedazo de
tierra cultivada p u ed e p a re c e r e x tra ñ o y n a d a b u e n o , al menos
al p rin cip io . Los reco lecto res a p ro v e c h a n to d o el territo rio ,
reco rrien d o d iaria m e n te g ran d es d ista n c ia s. Los pueblos
agricultores basan su vida en u n m ap a d e n o d o s m uy productivos
(los cam pos desbrozados) co n ectad o s p o r lín e a s (se n d e ro s a través
del tem ible bosq u e). Es u n in ic io de lo " lin e a l” .
Para los pueblos preagrícolas, los lugares considerados
sagrados, y a los que se dedicaba especial a te n c ió n , eran, por
supuesto, salvajes. E n las civilizaciones agrarias te m p ran as, a veces
se im aginaba sagrada la tie rra cultivada m e d ia n te u n rito o los
campos ju n to a los tem plos. Los cultos a la fe rtilid a d de esa época
no necesariam ente celebraban la de toda la n a tu ra le z a, si n o que se
centraban en la cosecha p ro p ia. La idea de lo cultivado se extendió
conceptualm ente para describ ir u n tip o de fo rm a c ió n e n pautas
sociales que garantizase la p erte n e n c ia a u n a élite. S eg ú n la metáfora
del "cultivo espiritual", u n h o m b re san to h a a rra n c a d o lo salvaje de
su naturaleza. Se trata de teología agrícola; p e ro e lim in a r lo salvaje
de la naturaleza de m iem bros de los clanes b o s y sus —vacas y cerdos-
transform ó gradualm ente a anim ales in te lig e n te s y despiertos en
un entorn o salvaje en in d o len tes m áq u in as p ro d u c to ra s de carne.
Algunas arboledas del bosque o rig in al p e r d u r a r o n a lo largo
de los tiempos clásicos com o "tem plos” bajo la m ira d a recelosa de
los dirigentes de la m etrópoli. Sobrevivieron p o rq u e la gente que
trabajaba la tierra todavía escuchaba el eco de h áb ito s antiguos, y aún
se susurraba la sabiduría tradicional a n te rio r a la agricultura. Los
reyes de Israel em pezaron a talar las arboledas sagradas y los cristianos
rem ataron el trabajo. La idea de que "salvaje” p o d ía significar
tam bién "sagrado” regresó a O ccidente solo c o n el Romanticismo.
Este redescubrim iento de la naturaleza salvaje e n el siglo XIX es un
complejo fenóm eno europeo, u n a reacción c o n tra el racionalismo
formalista y el despotismo ilustrado que apelaba a la sensibilidad,
al instinto, a los nuevos nacionalism os y a u n a cu ltu ra popular

1 12
sentim entalizada. Solo p o r culturas muy antiguas enraizadas en
su en to rn o sabem os de arboledas sagradas y tierra sagrada, en un
contexto de práctica y creencia genuinas. Parte de ese contexto es la
tradición del p ro c o m ú n : la "buena” tierra se convierte en propiedad
privada; lo salvaje y lo sagrado se comparte.

E n to d o el m u n d o , los habitantes originarios de desiertos,


junglas y b o sq u es se e n fre n ta n periódicam ente a una inacabable
marea de in c u rs io n e s en sus territo rio s más rem otos. Les habían
p erm itid o el uso de esas tierras m ediante tratados o por om isión,
porque la so cied ad d o m in a n te decidió que la tundra ártica, el
árido d e sie rto o la selva n o eran "buenos”. Ahora, los pueblos
nativos de to d as p a rte s llevan a cabo una lucha desfavorable y sin
recursos c o n tra c o rp o ra c io n es increíblem ente ricas para evitar
la d efo re sta c ió n , la explotación petrolífera o la extracción de
uranio de sus tie rra s . M a n tien en su lucha no solo porque esa
tierra sie m p re h a sid o su hogar, sino tam bién porque para ellos
algunos de esos lu g ares so n sagrados. Este últim o aspecto les hace
luchar de fo rm a d esesperada para resistir la poderosa tentación
de v ender, c o g e r el d in e ro y aceptar ser desplazados. A veces la
ten tació n y la c o n fu s ió n son dem asiado fuertes; se rinden y se
m archan.
P o r ta n to , su rg e n cuestiones políticas muy convincentes y
actuales resp ecto al trad icio n al uso religioso de algunos lugares.
Estaba en la U n iv ersid ad de M ontana la primavera de 1982 en
un panel c o n R ussell M eans, fu n d ad o r y activista del Movimiento
Indígena E sta d o u n id e n se , que intentaba recabar ayuda para el
Yellow T h u n d e r C a m p 19 de los lakota y otras tribus indias de las
Colinas N egras. T h u n d e r C am p estaba en tierra tribal tradicional,
en aquel m o m e n to b ajo ju risd icció n del Servicio Forestal. Estas

19. Las C o lin a s N eg ras d e D akota d el S u r. en Estados U nidos, son tierra tarrad a p ú a la
n ac ió n nativa la k o ta. A n e x io n a d a s p o r el G o b ie rn o desde J&€-8. Vello*' T isu n o rr Curr.p fue
u n a s e n ta m ie n to la k o ta esta b le c id o e n iq&J q u e reivindicaba ¿a reru p era ctc n ce 1* cierra.

112
personas q u erían p a ra r la exp an sió n de la m in e ría e n las Colinas
Negras con el argum ento de que aqu el lu g a r c o n c re to que habían
reocupado n o solo era ancestral, sin o ta m b ié n sag rad o .
D urante su m andato, el g o b e rn a d o r de C a lifo rn ia , Je rry Brown,
creó la Native A m erican H eritage C o m m issio n 20 específicamente
para los indios de C alifornia, y se dio a u n g ru p o de ancianos la res­
ponsabilidad de localizar y p ro teg er los sitios sagrados y las tumbas
nativas en ese estado. Fue en p arte p ara atajar los enfrentam ientos
entre nativos y propietarios o gestores p úblicos, cu a n d o estos últimos
empezaban a urbanizar tierras e n lo q u e hoy se co n sid era su propie­
dad. A m enudo, el problem a atañe a los cem e n te rio s tradicionales.
Fue u n gesto de com prensión y a los votantes blancos les costó enten­
derlo, pero envió u n mensaje de reco n o cim ien to a todas las comuni­
dades nativas. A unque los fundadores cristian o s b lan co s de Estados
U nidos probablem ente n o tu v iero n e n c u e n ta las creencias ame­
rindias cuando garantizaron la lib ertad religiosa, algunas decisiones
judiciales a lo largo de los años h a n apoyado a d ete rm in ad as iglesias
nativas. Sin embargo, tanto la cultura d o m in a n te co m o los tribuna­
les se han opuesto a la conexión de la re lig ió n a la tierra. Este antiguo
aspecto de culto religioso sigue siendo prácticam en te incomprensible
para los euroamericanos. Y puede que siem pre sea así, p o rq u e, si pe­
queños pedazos de tierra se consideran sagrados, n o se p o d rían ven­
der ni considerar tributables. Y esto im plicaría u n a seria amenaza al
supuesto de una econom ía m aterialista de expansión ilim itada.

Charcas

E n u n estilo de vida cazador y re c o le c to r, to d o el g ru p o tiene


prácticam ente la m ism a exp erien cia de la to ta lid a d d el territo rio .

2 0 . Native A m erican H eritage C o m issio n [C o m isió n p a ra la H e re n c ia N ativa A m ericana]:


o rg an ism o d el estado de C a lifo rn ia d e d ic a d o al re c o n o c im ie n to y re c u p e r a c ió n de la
c u ltu ra e h is to ria de los nativos n o rte a m e ric a n o s .
Los lugares salvajes y sagrados tie n e n m uchos usos: hay lugares
donde las m u je re s van a recluirse, otros donde se llevan los cuerpos
de los m u e rto s , y sitio s p ara in s tru ir a los jóvenes. Esos lugares son
num inosos, está n cargados de significado y p oder. Los recuerdos
de dichos lugares v ie n e n de muy atrás. Nanao Sakaki, J o h n Stokes
y yo estuvim os e n A u stralia en el o to ñ o de 1981 invitados p o r la
C om isión d el A rte A b o rig e n para d ar algunas clases, leer poemas
y hacer talleres, ta n to co n dirigentes como con niños aborígenes.
Una b u en a p a rte d el tie m p o lo pasamos en el desierto australiano
central, al s u r y al oeste de Alice Springs, prim ero en el territo rio
de la trib u p itja n tja ra y luego 4 5 ° kilóm etros al noroeste, en las
tierras de los p in tu b i. T od o s los aborígenes del desierto central
hablan todavía sus lengu as. Su religión está bastante intacta, y la
mayoría de los jó v e n e s c o n tin ú a n iniciándose a los catorce años,
incluso los q u e van a la escuela de Alice Springs. A bandonan la
escuela d u ra n te u n a ñ o y se les envía al bosque australiano para
ap ren d er ru ta s a p ie , d o m in a r la sabiduría ancestral de paisajes,
plantas y a n im a le s, y, p o r ú ltim o , som eterse a la iniciación.
Viajábam os e n furg o n eta p o r u n camino de tierra al oeste de
Alice Springs e n co m pañía de u n anciano pintubi llamado Jimmy
Tjungurrayi. C irc u la n d o p o r la carretera polvorienta, sentados
en la parte p o s te rio r de la furgoneta, empezó a hablarme muy
rápidam ente. H ablaba de u n a m ontaña de allí cerca, contándome
una historia de u n o s ualabíes21 que fueron a esa montaña en el
"tiempo del s u e ñ o ”22 y se m etieron en líos con unas chicas lagarto.
Apenas h u b o acabado esa historia, empezó con otra sobre una colina
por aquí y o tra h isto ria p o r allá. No le podía seguir. Después demedia
hora me d i c u en ta de que todas eran historias que se debían contar

31, U nlabí; v o c a b lo d e riv a d o d el inglés ivallaby. M arsupial australiano


y d e N ueva G u in e a , m á s p e q u e ñ o q u e u n can g u ro .

32. " T ie m p o d e l s u e ñ o " : e n la m ito lo g ía de los pueblos aborígenes australianos,


u n a e d a d d e o r o m ític a .

115
a pie, y que yo estaba e x p e rim e n ta n d o u n a v e rs ió n acelerada de lo
que se debía desgranar sin prisa d u ra n te v ario s días de caminata. El
señor T ju n g u rray i se sin tió o b lig a d o , p o r g e n tile z a , a compartir
el co n ju n to de esa sab id u ría a n c e stra l c o n m ig o e n v irtu d de mi
presencia allí.
Así que recuerda u n a época e n q u e viajabas a p ie cientos de
kilóm etros, cam inando ráp id o y a m e n u d o p o r la n o c h e , viajando
toda la noche y d o rm ita n d o b ajo la so m b ra d e u n a acacia durante
el día, y esas historias te las co n tab an so b re la m a rc h a . E n tus viajes
con una persona m ayor, se te daba u n m ap a p a ra m em o rizar, lleno
de canciones, sabiduría ancestral y ta m b ié n in fo rm a c ió n práctica.
C uando ya estabas solo, podías ca n ta r esas ca n c io n e s p a ra conseguir
regresar. Y quizá incluso podías viajar a u n lu g a r e n el que nunca
habías estado, guiado solo p o r las can cio n es q u e habías aprendido.
Acampamos ju n to a u n a charca llam ada Ilp ili, d o n d e habíamos
acordado encontrarnos con u n g ru p o de g en te p in tu b i del desier­
to circundante. La charca de Ilpili tien e u n m e tro de an cho y quince
centímetros de p ro fu n d id ad y estaba e n u n a p e q u e ñ a zanja entre ar­
bustos llenos de pinzones. La gente acam pa a m e d io k ilóm etro esca­
so. Es la única charca que perm anece llena d u ra n te los años de sequía
en miles de kilóm etros cuadrados a la re d o n d a . U n lugar que, por
costumbre, se m antiene abierto a to d o el m u n d o . S en tad o s alrede­
d o r de u n p eq u eñ o fuego de esp in o s, J im m y y lo s o tro s ancianos
can taro n u n ciclo de can cio n es de viajes, r e c o r r ie n d o u n a par­
te del desierto co n la im a g in a c ió n y la m ú sic a h a sta b ie n entrada
la noche. A com pañaban los cantos c o n el ritm o re g u la r de dos bu-
m eranes golpeados en tre sí. Paraban e n tre c a n c ió n y can ció n , tara­
reaban una o dos frases, discutían u n poco acerca de la letra y volvían
a comenzar. Cada u n o daba preferencia al o tro y le dejaba empezar.
Jim m y me explicó que tien en tantos ciclos de can cio n es de viaje que
no pueden recordarlos todos, y deb en ensayar co n stan tem ente.
Todas las noches em pezaban la velada d ic ie n d o : " ¿ Q u é canta­
rem o s?”, y alguien respondía: "C an tem o s el c a m in o hasta Darwin”.
Empezaban y d iscu tían , cantaban y palm eaban todo el rato. Fue
durante la fase de lu n a llena: unas pocas nubes flotaban en la luz
serena del d e sie rto em pujadas p o r u n viento suave y fresco. Me ha­
bía dado cu en ta de q u e a los ancianos les gustaba el té negro y varias
veces cada n o c h e p re p a ra b a al fuego una tetera, con m ucho azú­
car blanco, co m o ellos lo hacían. Los cantantes paraban cuando les
apetecía. Yo le p re g u n ta b a a Jim m y: "¿Hasta dónde habéis llegado
esta n o c h e ? ” , y él m e contestaba: "Bueno, hemos hecho dos ter­
cios del c am in o a D arw in ”. Esto puede verse como u n ejemplo de
las m uchas fo rm a s e n qu e paisaje, m ito e inform ación se entrela­
zan en las sociedades preliterarias.
U n día, al pasar cerca de Ilpili, paramos la furgoneta; Jimmy y
los otros tres ancianos b ajaro n y él dijo: "Te llevaremos a ver un lugar
sagrado. C reo q u e ya eres lo bastante mayor”. Se giraron hacia los
muchachos y les d ije ro n que esperaran. Mientras subíamos la colina
de roca, estos aborígenes, que norm alm ente eran alegres y ruidosos,
empezaron a b a ja r la voz. A m edida que ascendíamos, empezaron
a susurrar y su co m p o rtam ien to cambió. Casi de forma inaudible,
uno dijo: 'Y a estam os cerca”. Entonces se agacharon y empezaron a
gatear. G ateam os los últim os sesenta m etros y subimos a un pequeño
pro m o n to rio p a ra descender a continuación a una pequeña cuenca
de rocas rotas co n form as extrañas. Nos susurraron lo que allí había
con respeto y aso m b ro . Luego nos retiramos. Bajamos la colina y, en
un p u n to d e te rm in a d o , nos pusim os de pie y caminamos. Un poco
más adelante com enzam os a subir la voz. De regreso, en la camioneta,
todos volvimos a h a b la r más alto y el lugar sagrado no se mencionó.
Muy p o d e ro s o . Lo ten g o m uy presente. Más tarde supimos
que era u n lu g a r c e re m o n ia l adonde se llevaba a los jóvenes.

Viajé e n c a m io n e ta a lo largo de cientos de kilóm etros por


duros ca m in o s de tie r r a y subí p o r zonas de pedregal y m ontaña
allí d o n d e n o llegaba la carretera. Me guiaron hasta lugares
especiales. V im o s peñ asco s inm ensos y particulares, con una

I 17
sorpresa en cada cara y faceta. H abía u n a sú b ita a p e rtu ra tras un
escondido y escarpado desfiladero, d o n d e dos p a re d e s se juntaban
con solo un pequeño lecho de arena en m e d io , a lg u n o s arbustos
verdes y unos loros llam ando. D escendim os p o r u n acantilado
desde una meseta hasta una charca que n u n c a h u b ie ra s pensado
que estaba ahí, donde una lancha de ro ca d e nueve m etros se
mantiene en equilibrio. Cada u n o de estos sitio s e ra fu era de lo
común, incluso fantástico, y a veces llen o de vida. A m e n u d o habia
pictogramas en las inm ediaciones. F u e ro n d e sc rito s co m o lugares
de aprendizaje. Algunos eran "sitios del tie m p o d e l s u e ñ o ”23para
ciertos antepasados totémicos, arraigados e n c a n c io n e s e historias
a lo largo de miles de kilóm etros cuadrados.
"El sueño” o "el tiem po del su e ñ o ” se re fie re a u n tiempo
de fluidez, cambio de apariencia, co n v ersació n y encuentro
sexual entre especies, actos creativos radicales, paisajes enteros
en mutación. A m enudo se considera u n "p asad o m ític o ”, pero
en realidad no acaece en ninguna época d e te rm in a d a . También
podríamos decir que sucede ahora mismo. Es el m o d o del eterno
instante del crear, del ser, en co ntraste c o n el m o d o de causa
y efecto ligado al tiem po. El tiem p o es el á m b ito en que
principalmente vivimos las personas y en q u e im a g in a m o s tienen
lugar la historia, la evolución y el p ro g re so . D o g e n dio una
charla ardua y traviesa sobre la reso lu ció n de estos dos modos a
principios del invierno de 124-0. Se titu la S e r-T ie m p o .
En la sabiduría popular australiana, el lu g a r d e l sueño de
un tótem es especial, p rim ero, para la g en te d e ese tó te m , que a
veces peregrina hasta allí. Segundo, es sagrado, p o n g a m o s, para
las hormigas melíferas que habitan en el lu g a r, q u e so n cientos
de miles. Tercero, es como u n a p eq u eñ a caverna p lató n ica de

23. “Sitios del tiem po del sueño”: el tó tem d e u n a b o rig e n es c o n o c id o c o m o su sueño.


En su cosmogonía, los antepasados crea ro n to d a la tie rra a través d e las c a n c io n e s y
cam inaban m ientras cantaban. Los aborígenes, a través d e c a n c io n e s , h a n c o n ñ g u ra d o
y conservado un mapa de todo el c o n tin e n te .
hormiguería m e lífe ra id eal, quizás el lugar de creación de todas las
hormigas m e lífe ra s. C o n e c ta m isteriosam ente la esencialidad de
la horm iga m e lífe ra c o n los arquetipos de la psique hum ana y
construye p u e n te s e n tr e la h u m an id ad , las horm igas y el desierto.
El lugar de la h o rm ig a m elífera está en historias, danzas y
canciones, y es u n lu g a r real que resulta ser tam bién el hábitat
óptimo para u n m u n d o de horm igas. Considerem os ahora el
lugar del s u e ñ o d e u n lo ro verde: las historias n arran huellas de
ancestros c ru z a n d o el paisaje y se detien en en ese lugar del sueño;
es un lu gar p e rfe c to p a ra los lo ro s. Todo esto constituye una
manera ra d ic a lm e n te d ife re n te de expresar lo que dice la ciencia,
como ig u a lm e n te lo hace o tra colección de metáforas para las
enseñanzas d e la d o c trin a H uayan o las del Sutra Avatamsaka.3*
Esta sacralidad im plica u n a sensación de hábitat óptimo para
una cierta p aren tela que tenem os ahí fuera: los ualabíes, el canguro
rojo, los pavos de m a to rra l y los lagartos. Geoffrey Blainey (1976,
202) dice: "La tie rra m ism a fue su capilla; las colinas y arroyos,
sus altares; los anim ales, plantas y pájaros, sus reliquias. Por eso,
aunque im pulsadas p o r la necesidad económica, las migraciones de
los aborígenes siem p re fu e ro n , tam bién, peregrinaciones". Buena
(productora de m u ch a vida), salvaje {natural) y sagrada era todo uno.
Esta fo rm a d e vida, au n q u e débil y maltratada, todavía
existe. A h o ra está am en azad a p o r los proyectos japoneses, y de
otros, de e x tra c c ió n d e u ra n io , la m in ería de cobre a gran escala
y las ex p lo ra c io n e s p e tro le ra s. La cuestión de lo sagrado se ha
politizado m u c h o ; ta n to , q u e la O ficina A ustraliana de Asuntos
Aborígenes h a c o n tra ta d o a algunos antropólogos y aborígenes
bilingües p a ra tra b a ja r c o n los ancianos de las diversas tribus e
intentar id e n tific a r los lugares sagrados y cartografiarlos. Hay24

24. La escu ela H u a y a n es u n a filo so fía b u d ista M ahayana de o rigen ch in o . Su texto


fu n d a m e n ta l es el Sufra/IvafarmaJra (Sufra de la guirnalda deflores).
grandes esperanzas de que el G o b iern o a u stra lia n o actúe de buena
fe y declare vedadas ciertas áreas antes de q u e n in g ú n equipo de
prospección pueda siquiera acercarse a ellas. E nfrentam ientos
como los de Nincoom ba o K im berly, a c o n se c u e n cia de las
exploraciones petroleras, h an espoleado este esfuerzo. Las
comunidades nativas locales se alzaro n , f o rm a n d o cadenas
humanas frente a las excavadoras y las p la ta fo rm a s de perforación,
y la repercusión mediática de esta resisten cia p u so de su lado
a parte del público australiano. E n A u stralia "L a C o ro n a" se
reserva siempre los derechos m in ero s de c u a lq u ie r propiedad,
por lo que puede explotar incluso u n ra n c h o p a rtic u la r. Otorgar
una categoría especial a la tierra sagrada, a u n q u e sea e n teoría,
es una decisión audaz, aunque tam b ién p re c a ria . Se excavó en
un "lugar registrado” cerca de Alice S p rin g s, supuestam ente
siguiendo instrucciones de u n m in istro de tie rra s d el G obierno,
¡y esto bajo una jurisdicción federal relativ am en te favorable!

Santuarios

Los habitantes originales de J a p ó n , los a in u , te n ía n una


determinada forma de expresión p ara la sa cralid ad y aquello
que hace que todo u n ecosistema sea especial. S u té rm in o iworu
significa "campo” e implica una cuenca fluvial, co m u n id ad es de
plantas y animales, y fuerza espiritual; es el p o d e r tra s la máscara
o la coraza, hayakpe, de cada ser. El iworu del G ra n O so P ardo sería
el hábitat de la montaña —vinculado al sistem a de valles de tierras
bajas—donde el oso dom ina, y tam bién sig n ific a ría el m ito y el
mundo espiritual del oso. El iworu del sa lm ó n s e ría n las cuencas
fluviales más bajas con todos sus aflu en tes (y sus com unidades
de plantas) y, más allá, el m ar e x te n d ién d o se h acia los reinos
oceánicos solo imaginados, d o n d e los salm o n es zigzaguean. El
campo del oso, el campo del ciervo, el cam p o d e l salm ón, el
campo de la orea.

120

J
En el m u n d o a in u hay unas pocas casas hum anas en un valle
junto a u n p e q u e ñ o río . Las entradas siem pre m iran al este. En
el centro de cada casa hay u n fuego. Los rayos de sol se cuelan
por la p u e rta d el este todas las m añanas hasta tocar la lum bre y
se dice que la d io sa sol visita a su herm ana la diosa fuego en la
hoguera. N o d e b e ría m o s cruzar los rayos de sol que brillan sobre
las llamas, ya q u e in te rru m p iría m o s su contacto. A m enudo, la
comida se reco lecta e n las proxim idades, pero algunos de los seres
bajan desde las m o n ta ñ a s in te rio re s y suben desde el fondo del
mar. Se llam a "v isitan te ”, marapto, al anim al, pez o planta que se
deja m atar o re c o le c ta r y e n tra en la casa para su consumo.
La d u eñ a del m a r es O rea; el señor de las montañas interiores
es Oso. O so envía a sus am igos los ciervos a visitar a los humanos.
Orea m and a a sus am igos los salm ones a rem ontar las corrientes
de los ríos. A l lleg ar, "su coraza se rom pe" —se les mata—y esto les
perm ite lib e ra rse de su p iel o escamas y alejarse como espíritus
invisibles. E n to n c e s les en can ta ser testigos de los entretenim ien­
tos hum an o s: el sahe y la m úsica (les fascina la música). La gente
les canta ca n c io n e s y com e su carne. U na vez que han disfrutado
de su visita, vuelven al fo n d o del m ar o a las m ontañas interiores
e in fo rm an : "N o s lo pasam os estupendam ente con los seres hu­
manos”. Los dem ás se ap resu ran a seguir con esas visitas. Por eso, si
los hum anos n o descuidam os nuestra hospitalidad —música y bue­
nas m aneras—e n el m o m e n to de entretener al ciervo, al salmón o a
la planta salvaje m orapio, los seres renacerán y regresarán una y otra
vez. Se trata de u n a especie de gestión cinegética espiritual.

El J a p ó n m o d e rn o es o tro tipo de ejemplo: u n próspero país


industrializado c o n vestigios intactos de una conciencia de la
sacralidad del paisaje. H ay santuarios sintoístas por todas las islas
japonesas. S in to es "el cam ino de los espíritus”. Los hami son tina
"energía” sin fo rm a q u e habita en todo hasta un cierto grado, pero
más in tensa en fuerza y presencia en algunos objetos sobresalientes.

121
tales como grandes peñascos curiosam ente re to rc id o s, árboles muy
viejos o cataratas atronadoras y vaporosas. T odas las singularidades
y curiosidades del paisaje son señales de kam i; esp íritu -p o d er,
presencia, forma de la m ente, energía. El c e n tro m ás grande de
kami es el m onte Fuji. A hora se cree que el n o m b re Fuji deriva del
de la diosa del fuego ainu, la única que está p o r en cim a y puede
regañar y corregir al b'mun kamui, deidad de la m o n ta ñ a u O so. Todo
el monte Fuji es un santuario sintoísta, el más g ra n d e de la nación,
desde mucho antes del lím ite de los árboles hasta la cim a (hoy en
día aún se m antienen en ja p ó n los to p ó n im o s q u e d e ja ro n atrás los
ainu cuando fueron desplazados).
El sintoísmo tuvo una mala rep u tació n d u ra n te los años
treinta y la segunda guerra m undial p o rq u e los jap o n e ses habían
creado un "estado sintoísta” artificial al servicio d el militarismo
y el nacionalismo. En las m entes de m uchos euroam ericanos
se confundió con el tradicional. M ucho antes d e q u e surgiera
ningún estado, pequeños santuarios —jin ja y om iya— q u e eran parte
de la cultura neolítica local salpicaban las islas de J a p ó n . Incluso
inmersos en el hervidero de energía in d u stria l de n u e s tro sistema
actual, las tierras de los santuarios todavía sigfuen sie n d o intocables.
Pone los pelos de punta ver cómo u n c o n stru c to r ja p o n é s lleva las
excavadoras a una hermosa pendiente de viejos p in o s y la nivela para
construir una nueva población. Para crear New Islan d e n el puerto
de Kobe y convertirlo en el segundo p u e rto m ás im p o rta n te del
mundo (después de Roterdam), se elevó el fo n d o de la bahía con
tierra obtenida a base de rebajar toda una cadena de colinas quince
kilómetros al sur de la ciudad. Se llevó en barcazas a la obra a lo
largo de doce años, u n flujo constante de gabarras transportando
tierra desde cintas transportadoras gigantes q u e e ro s io n a ro n por
completo dos hileras de colinas frente a la costa. La nueva zona
nivelada se convirtió en una urbanización. E n el J a p ó n industrial
no es que "nada sea sagrado”; lo sagrado es sagrado y eso es todo lo
que es sagrado.

122
A grad ecem o s los rastro s m icroscópicos de tierra -preservada
en Japón p o r q u e la n o rm a en los santuarios es que —aparte de
edificios y c a m in o s —m in e a se corta nada, ni se m antiene nada,
ni se d esb ro za o p o d a n ad a. P ro h ib id o cazar, pescar, p e n a r,
quem ar, im p e d ir q u e se qu em e, d ejándonos unas m m -m as
zonas de b o s q u e p r im a r io en el in te rio r m ism o de las em eades.
Se pu ede e n tr a r e n u n p e q u e ñ o jm ja '5y estar ante u n ejem plar ese
árbol C rv p to m e ria (sugi) de SOO años de edad. Sin lossar.r~anca
no c o n o c e ría m o s ta n b ie n cóm o p u d o h ab er stdo el bosque
japonés n a tiv o . P e ro tal co m p artim en tació n n o es saludable:
este m o d e lo p a tria rc a l se rescata algo de tierra com o si Cuera una
sacerdotisa v irg e n , o tra es explotada hasta el in fin ito al igual que
,ir,a esposa, v u n a p a rte se rem o d ela b rutalm ente en pubuco.
como ch ica e x u b e ra n te a la que declararan prom iscua v
castigaran. ILo b u e n o , lo salvaje y lo sagrado n o podrían estar
Tnát lejos e n tr e s i .

H u b o u n tie m p o e n que santuarios parecidos salpicaban


Europa v O r ie n te M e d io . Incluso se catalogaron como arbomnas
moradas" - Q u izás, e n u n pasado rem o to , el lugar más sagrarte
de toda E u ro p a estuvo bajo los P irineos, donde se encuentran
las aranaes p in tu r a s e n cuevas. Sospecho que eran pane ae un
núcleo re lig io so , tre in ta m il años atrás, donde los an ímate-- se
"engendrarían" b a jo fie rra . Tal vez, un lugar del "fiempe ael
sueño” Q u izás se p e n sa o s que así. los corazones secretos de ios
animales Te o c u iia o a n bajo la fierra, evitando su extinción. Pero
muchas especies se e x tin g u ie ro n , algunas incluso antes de. fin de
la «ra ae ras p in tu r a s ru p e stre s. Muchas más lo hicieron en ios
últimos uos m ii a n o s, víctim as de la civilización. La expansión
occidental a te ie r ó la o eg iad u ció n de hábitats en todo e. pianeta.
pero e' iru e ie s a ru e s e u a ia r que incluso antes de esa expansión

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¿v-.-
tales métodos políticos y económ icos estaban ya b ie n establecidos.
La eliminación de especies, el e m p o b recim ien to y la esclavización
de la gente del campo, y la persecución de tradiciones que adoraban
la naturaleza han sido parte de E uropa desde hace m u c h o tiempo.
Así, los exploradores franceses e ingleses de N orteam érica,
los prim eros comerciantes de pieles, n o h a b ía n re c ib id o ningún
tipo de enseñanza en las sociedades que h a b ía n d ejad o atrás que
les impeliera a tratar la naturaleza salvaje c o n v e n e ra c ió n . Mucho
de lo que encontraron fue im p resio n an te, y a lg u n o s supieron
expresarlo bien. Incluso hubo quienes se u n ie r o n a los in d io s y se
convirtieron engente del Nuevo M u n d o . Estas pocas excepciones,
casi olvidadas, fueron superadas con creces p o r el n ú m e ro de
comerciantes em prendedores y, más tard e, de c o lo n o s. A u n así,
durante toda la historia am ericana h u b o alg u n o s q u e siguieron
uniéndose a los indios, de hecho o e n estilo de vida, y quienes,
incluso en el siglo xvm, se d ie ro n cuenta de q u e el m u n d o ante sus
ojos desaparecería. En O rien te, o en E u ro p a , la id e a de u n bosque
primario o una pradera original y to d o s los seres maravillosos
que podían llegar a vivir allí es ah o ra u n c u e n to q u e habla del
Neolítico. En el oeste de los Estados U n id o s, e ra el m u n d o de
nuestras abuelas. A muchos de nosotros hoy esta p é rd id a nos causa
de dolor. Para los nativos am ericanos fue la p érd id a de la tierra, de
la vida tradicional y de la fuente de su cultura.

N aturales verdadera

Thoreau se propuso "hacer que la tie r r a d ije ra ju días”


m ientras vivía ju n to a su estanque. C o n s e g u ir q u e la tie rra sea
productiva según nuestros p ro p io s c rite rio s n o es m alo . Pero
tam bién debemos preguntarnos: ¿ q u é hace la m a d re naturaleza
cuando se la deja seguir su p ro p ia estrateg ia a la rg o plazo?
Esto equivale a preguntarse cuál sería el m á x im o potencial
de la vegetación en u n lugar d e te rm in a d o . T o d a tie rra , por
más agotada y ex p lo tad a que esté, si se deja en m anos de la
naturaleza (z i- r a n , p o r sí m ism a), llegará a u n punto de equilibrio
entre p ro d u c tiv id a d biológica y estabilidad. U na agricultura
posindustrial "p rim itiv a fu tu ra ” se preguntará: ¿hay alguna
manera de p o d e r i r a fa v o r y n o en con tra de la tendencia de la
naturaleza? I r , p o n g a m o s, en Nueva Inglaterra, hacia bosques
de hoja caduca y m a d e ra n o b le o, com o donde yo vivo, hacia
una mezcla de p in o y ro b le co n u n sotobosque de kitkitdizze.86
Practicar la h o r tic u ltu r a , ag ricu ltu ra o silvicultura de acuerdo
con la n a tu ra le z a , y n o e n su co n tra, sería lo m ejor para los
intereses h u m a n o s , y n o solo a largo plazo.
Las investigaciones de Wes Jackson sugieren que una agricultura
diversa y basada e n plantas perennes constituye una promesa real de
mantener co m u n id ad es adecuadas a su entorno local en el futuro.
Esto im plica re c o n o c e r que, en últim a instancia, la fuente de la
fertilidad es "salvaje”. Se ha dicho que "la buena tierra es buena por
su carácter salvaje”. ¿ C ó m o p odría haber garantizado semejante
idea u n rey victorioso que reparte su botin ? Esa es la soberbia de
las "mercedes de tie rra españolas" y los "bienes raíces". El poder
que nos da u n a b u e n a tie rra n o es otro que el de la red completa
de Gaia. Es posible q u e casi toda la agricultura civilizada tomara un
rumbo equivocado desde el principio, confiando como lo hace en el
monocultivo an u al. E n NewRootsforAgriculture,2627Wesjackson desarrolla
este argum ento. C o in c id o co n su pun to de vista, entendiendo que
surgen entonces preg u n tas mayores sobre la civilización misma, algo
sobre lo que h e reflexionado otras veces. Baste m encionar que los
tipos de organización económ ica y social a que nos referimos cuando
decimos civilización ya n o se p u ed en aceptar acríticamente como un
modelo útil. S in em b arg o , escrutar la civilización no supone negar
todos los significados de "cultivado”.

26. Kilkitdizv es la p a la b ra d e la Irib ú m iw ok p ara la Chamatbiafoliosa, un arbusto com ún


en el e n to r n o n a tu r a l d o n d e vive el a u to r, y q u e ta m b ié n da n o m b re a su casa.
27. E n c a ste lla n o , Nuevas raíces para la agricultura (véase bibliografía).

125
La palabra cultivo, que rem o n ta su e tim o lo g ía a "labrar" y
"girar”,28 implica generalm ente u n m o v im ie n to p a ra alejarse del
proceso natural. En la agricultura consiste e n " d e te n e r la sucesión
ecológica y establecer el m onocultivo”. Si lo ap licam os al plano
espiritual, ha significado austeridad, o b e d ie n c ia a la autoridad
religiosa, gran erudición libresca o, en algunas tra d icio n es, una
devoción dualista —que distingue a b ru p ta m e n te e n tre "creación"
y creador"—y una imagen p re d o m in a n te de la d iv in id ad como
"centro": u n punto de perfección d istan te y ú n ic o al que aspirar.
Los esfuerzos que genera tal práctica e sp iritu a l s o n a veces una
batalla contra la naturaleza, colocando lo h u m a n o sobre lo
animal y lo espiritual sobre lo h u m a n o . La v a rie d a d m o d e rn a más
sofisticada de jerarquía espiritual es la o b ra d el p a d re T eilhard de
Chardin, que proclama u n exclusivo d e stin o evolutivo espiritual
para la hum anidad que él llam a "su p erc o n c ie n c ia ". Algunos
de los más extremistas de estos darw inistas e sp iritu a les estarían
dispuestos a dejar atrás la vida te rre n a l y vegetal vinculada a la
Tierra para entrar en u n reino fuera del p lan eta q u e trascendiera la
biología. El antropocentrism o de algunos p e n sa d o re s de la nueva
era es contrarrestado p o r la reflexión radical d el m ovim iento de
ecología profunda.29
En el aspecto social, cultivar ha significado a sim ila r u n len­
guaje, un conocim iento p o p u lar y u n c o m p o rta m ie n to que ga­
rantiza la pertenencia a una élite, en co n traste c o n u n o s modales
"locales". La verdad es, p o r supuesto, q u e las b u e n a s maneras
de los aldeanos o los nóm adas (C harles D o u g h ty to m a n d o café
con sus anfitriones beduinos en A rabia D e se rta ) p u e d e n ser tan

28. El original se refiere a las palabras inglesas lili (la b ra r) y wheel about (g ira r) .
Colere, palabra latina de la que procede cuíf/uo, se re lacio n a ta m b ié n c o n " g ir a r ”.

29. Ecología profunda: filosofía m edioam biental q u e c o n s id e ra q u e la n a tu ra le z a salvaje


y los seres vivos del planeta son portadores de d erec h o s, y q u e su e x iste n c ia n o d eb e estar
supeditada a su posible utilidad para los seres h u m a n o s.
elaboradas, com plejas y arbitrarias como las de cualquier habitan­
te de u n a c iu d a d .
Sin e m b a rg o , existe lo que llamamos formación. El m undo se
mueve en base a com plem entarios como joven y viejo, tonto y listo,
maduro o verde, cru d o o cocinado. Los animales tam bién ap ren d en
a u to d isc ip lin a y c a u te la a n te el deseo y la d isp o n ib ilid ad .
Hay apren d izaje y fo rm a c ió n en consonancia con la tendencia
natural de las cosas, y lo hay tam bién en su contra. En el taoísmo
chino te m p ra n o , la "fo rm ació n " no significaba desbrozar el
carácter salvaje e n u n o m ism o, sino deshacerse de condicionantes
arbitrarios y e n g añ o so s. Zhuangzi parece decir que todos los
valores sociales s o n falsos y g en eran u n ego autocomplaciente. El
budismo to m a u n c a m in o in term ed io aceptando la avaricia, el odio
y la ign o ran cia co m o in trín se c o al ego, m ientras considera que el
ego m ism o es u n re fle jo de la ignorancia y el engaño que viene
de no ver q u ié n e s so m o s "realm en te”. U na sociedad organizada
puede exacerbar, c o n s e n tir o explotar tales debilidades, o bien
alentar la g e n e ro sid a d , la am abilidad y la confianza. Hay motivos,
por tanto, p a ra c o m p ro m e te rse con un a actitud honrada, aunque
dependa de cada u n o el p eq u e ñ o voto individual de trabajar a
favor de la c o m p a sió n y el d iscernim iento, o pasar p o r alto esa
posibilidad. La actu alizació n diaria del voto requiere práctica: una
form ación q u e n o s ayude a d arn o s cuenta de nuestra naturaleza
verdadera, y de la n atu ra le z a en sí.
La avaricia revela la im prudencia tanto de la persona como del
pollo ante el siem p re atento halcón de la red trófica y la temprana
transitoriedad. Las culturas preliterarias de cazadores y recolectores
estaban altam ente adiestradas y vivían bien en virtud de la
observación aguda y las buenas formas; como hemos señalado antes,
la m ezquindad e ra el p e o r de los vicios. También sabemos que
las econom ías p rehistóricas modificaban su entorno más de lo que
a m enudo creem os. Los habitantes de la Gran Bretaña mesolítica
desbrozaban o q u em ab an selectivamente en el valle del Támesis

127
1

para favorecer el cultivo de la avellana. E n la ju n g la de Guatemala j


se practicó un sistema casi invisible de cultivo de árboles frutales.
Una forma particular de form ación y cu ltu ra p u e d e enraizarse en un
entorno salvaje.
Todos podemos estar de acuerdo e n q u e el egoísm o humano
es un problema. ¿Es u n reflejo de lo salvaje y d e la naturaleza?
No lo creo, porque la civilización m ism a es el ego echado a
perder que se ha institucionalizado en la fo rm a del E stado, tanto
oriental como occidental. No es la n atu ra leza c o m o espejo del
caos lo que nos amenaza, sino la p re s u n c ió n del E stado de haber
creado el orden. Además, u n a casi a u to c o m p la c ie n te ignorancia
del m undo natural invade los círculos e m p resariales, políticos y
religiosos euroam ericanos. La naturaleza es o rd e n a d a . Lo que
parece caótico en la naturaleza sim p lem en te sigue u n o rd e n más
complejo.
Ahora podemos repensar qué p o d ría se r la tie rra sagrada.
Un pueblo de cultura ancestral co nsidera q u e todo su territorio,
mutuamente com partido, contiene vida y e s p íritu n u m in o so s. En
algunos lugares se percibe una alta c o n c e n tra c ió n esp iritu al por
la intensidad del hábitat anim al o vegetal, p o rq u e se asocian con
una leyenda o con ancestros t o t é m i c o s h u m a n o s, p o r anomalías
geomorfológicas o como consecuencia de la co m b in a c ió n de
varias cualidades. Estos lugares son p u ertas a través de las que
uno puede —se diría—ser tocado con más facilidad p o r u n a visión
mayor que la humana, mayor que la p erso n al.

La preocupación por el medio am biente y el destino de la Tierra se


está extendiendo por todo el m undo. En Asia, se percibe el ecologismo
principalmente como un movimiento preocupado p o r la salud, y no
sorprende, viendo en qué condiciones están el aire y el agua. En el
hemisferio occidental tenemos problemas parecidos. Pero aquí somos
afortunados de tener unos pocos restos de tierra salvaje, u n a herencia
a preservar para las personas de todo el m u n d o. Conservam os un

128

J
número m ín im o de edificios que puedan denominarse templos
o santuarios; los tem plos de nuestro hemisferio serán algunas de
las zonas salvajes que queden en el planeta. Al entrar en ellas a pie
podemos sen tir que el kami o el kukini (en maidu) todavía tienen
fuerza. Se h a n convertido en el refugio de los pumas, los borregos
cimarrones y los osos grizzlies, tres animales norteamericanos de
la época a n te rio r a la llegada de los europeos que fueron comunes
en colinas bajas y praderas. La rocosa y helada grandeza de la alta
montaña y las um brosas marismas sureñas, colmadas de peces y de
aves, nos recu erd an los sistemas salvajes globales que nos alimentan
a todos y sostienen la econom ía industrial. En la yerma belleza de
los neveros y glaciares de m ontaña nacen los pequeños arroyos que
riegan los cam pos de la industria agropecuaria del Gran Valle Central
de California. El paso a paso, "suspiro a suspiro” del peregrino de
lo salvaje cuando asciende p o r u n sendero en la montaña nevada,
llevando todo a la espalda, es u n conjunto de gestos tan antiguo que
conlleva u n a p ro fu n d a alegría para el cuerpo y la mente.
P or s u p u e s to , n o so lo s o n los m ochileros. Les sucede lo
mismo a q u ie n e s n a v eg an p o r el o céano, rem an en kayak por
los fio rd o s o río s , c u ltiv a n u n ja r d ín , p elan u n ajo o incluso
se sien tan a m e d ita r . L o im p o rta n te es contactar íntim am ente
con el m u n d o re a l, el se r re a l. Lo sagrado se refiere a aquello
que nos ayu d a a s a lir de n u e s tra p eq u eñ a individualidad (no
solo a los se re s h u m a n o s ) , al m andala universal com pleto
de m o n ta ñ a s y r ío s . La in sp ira c ió n , la exaltación y el
d isc e rn im ie n to n o a c a b a n c u a n d o se cruzan las puertas de la
iglesia. La n a tu r a le z a salvaje com o tem plo es solo u n inicio.
No d e b e ría m o s r e c r e a r n o s e n la exclusividad de la experiencia
ex tra o rd in a ria n i t e n e r esp eran za en d ejar atrás el fracaso
de la p o lític a p a r a a lc a n z a r u n estado de p e rp e tu o e intenso
c o n o cim ie n to . E l m e jo r objetiv o de tales estudios y travesías
es ser capaces d e re g re s a r a la p lan icie y reco n o cer toda la
tierra —a g ríc o la , s u b u r b a n a , u rb a n a — a n u e stro alrededor,

129
1

como parte del m ism o te r r ito r io , n u n c a to ta lm e n te devastada,


nunca com pletam ente a n tin a tu ra l. P u e d e r e c u p e r a rs e , y ser
en gran parte habitable p ara u n b u e n n ú m e r o d e p e rso n a s. El
gran Oso Pardo cam ina y el S alm ó n r e m o n ta la c o r r ie n te con
nosotros m ientras paseamos p o r las calles d e u n a c iu d a d .

Volviendo a mi situación p e rso n a l: la t ie r r a d o n d e mi


familia y yo vivimos en la Sierra N evada d e C a lif o r n ia "no es
muy buena” desde u n p u n to de vista e c o n ó m ic o . C o n la ayuda
de nutrientes, m ucho trabajo y la c o n s tru c c ió n de balsas para
almacenar agua d urante la te m p o ra d a seca p r o d u c e ciertas
verduras y unas cuantas buenas m an zan as. Es m e jo r como
bosque; a lo largo de m ilenios se ha destacad o p o r el crecim iento
de robles y pinos. Creo que d e b e ría a d m itir q u e lo mejor
sería dejar la tierra salvaje. La m ayor p a rte se g e stio n a ahora
con esa premisa. Los pinos se h acen g ra n d e s y a lg u n o s de los
robles ya crecían aquí antes de que los e u r o a m e ric a n o s llegaran
a California. Los ciervos y el resto de a n im a le s la transitan,
excepto los osos grizzlies y los lobos, p o r a h o r a n o tie n e n su
hogar en California. Algún día los tra e re m o s d e n u e v o .
Estas colinas en las estrib a c io n e s de la S ie r r a N evada no
son llamativas p o r nada especial. N o hay p a is a je s d e postal,
pero los ciervos se sien ten ta n a sus a n c h a s p o r a q u í que
creo que podría ser u n "área de c ie rv o s” . E l h e c h o de que
mis vecinos y yo, y todos n u e stro s h ijo s , h a y a m o s apren d id o
tanto al habernos asentado en estas la d e ra s d e la S ie rra (esta
tierra que se deforestó y a h o ra re n a c e , q u e se q u e m ó y se
recupera, considerada inservible d u r a n te d é c a d a s) com ienza
a convertirla en n uestra e d u c a d o ra . Es el lu g a r d e l m undo
con el que trabajam os, lucham os, y d o n d e n o s q u e d a m o s en
verano y en invierno. Nos ha m o stra d o u n p o c o d e su belleza.
¿Y sagrada? U no p o d ría darse u n p o c o el g u s to y ponerse
místico diciendo que sí se h a n e n c o n tr a d o re c ie n te m e n te

130
lugares sa g ra d o s e n n u e s tr o te r r ito r io re h ab itad o . Sé que mis
hijos (c o m o to d o s los n iñ o s ) tie n e n algunos lugares secretos
en el b o s q u e . H ay u n a c o lin a cercana d o n d e m uchas personas
van a p a se a r, p o r la vista o el am p lio cielo n o c tu rn o , un lugar
donde m ir a r la L u n a y s o p la r u n a caracola al alba del R o h atsu .30
Hay k iló m e tro s d e grav eras explotadas p o r la m in ería, d o n d e
hem os c e le b ra d o c e re m o n ia s p ara p e d ir p e rd ó n p o rq u e se
a rra n c a ro n lo s á rb o le s y se d esn u d ó la tie rra , y para ayudar
a acelerar la r e c u p e r a c ió n de la sucesión vegetal. Hay algunas
arboledas p r o f u n d a s d o n d e la g ente se ha casado.
In c lu so e sta c o n e x ió n co n el lugar basta para in sp irar a
nuestra c o m u n id a d lo c a l a re sistir. La reactivación de la m i­
nería d el o r o y el in c r e m e n to de la tala com ercial nos acosa.
La g en te se p r e s e n ta v o lu n ta ria p ara fo rm a r parte de comités
que e s tu d ia n las p r o p u e s ta s m in e ra s, analizan los inform es de
im pacto m e d io a m b ie n ta l, d esafían las chapuceras conjeturas
de las c o r p o r a c io n e s y se p la n ta n an te cierto tipo de funcio­
narios d e l c o n d a d o q u e v e n d e ría n a sus habitantes y ofrece­
rían to d a la z o n a p a ra c u a lq u ie r proyecto rim bom bante. Es
un tra b a jo d u r o , n o re m u n e r a d o y fru stra n te para quienes ya
tien en q u e tr a b a ja r a tie m p o co m p leto m an ten ien d o a sus fa­
m ilias. E l m is m o tra b a jo se lleva a cabo sobre temas forestales,
sacando a la lu z c ó m o la g e stió n de n u e stro cercano Bosque
N acional fa v o re c e de fo rm a escandalosa a la in d u stria m ade­
rera, m ie n tr a s sus g e sto re s tra ta n de apaciguar a la o p in ió n
pública c o n b e lla s p a la b ra s y estadísticas frívolas. Se explo­
ta c u a lq u ie r z o n a p o c o p o b la d a y co n "recursos" com o si fu e ­
ra un p aís d e l T e r c e r M u n d o , in clu so en los Estados U nidos.
Estam os d e f e n d ie n d o n u e s tro p ro p io espacio e intentam os

30- Kohatfcu: d iu e n q u e io s budistas, ce leb ran la ilu m in a ció n del buda Im iórico ,
Sitiarla G a u la m a .
proteger el p ro co m ú n . Lo que in s p ira esta a c titu d va m ás allá
de la lógica del in terés p r o p io ; u n a m o r v e r d a d e r o y abnegado
p o r la tierra es la fuen te del in d ó m ito e m p u je d e m is vecinos.
No hay prisa p o r lla m a r a las cosas sa g ra d a s. C re o que
deberíam os te n e r paciencia y d a r a la t i e r r a m u c h o tiem po
para que nos hable o lo haga a la g e n te d e l f u t u r o . E l can to de
u n pájaro carp in tero , la cháchara d iv e rtid a y a p re s u ra d a de
una ardilla gris, el sonido de u n a b e llo ta s o b re el te ja d o de un
granero son señales suficientes.

132
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r ¡ jT £ R N O G A M I.N A f! U E L A i !A K A i AÍOLL^
F udoj Kan non

"L as m o n ta ñ a s y lo s r ío s d e h o y s o n la a ctu alizació n de las a ctitu d e s


d e lo s a n ti g u o s b u d a s . C a d a u n o , d e a c u e rd o c o n su p ro p ia
e x p r e s ió n f e n o m é n ic a , alcan za la p le n itu d . Las m o n ta ñ a s y las
aguas e s tá n vivas e n e ste in s ta n te p o rq u e h a n estado activas desde
a n te s d e lo s e o n e s d e l vacío. E stán lib e rad a s y realizadas p o rq u e
h a n s id o e l s e r a n te s d e l s u r g ir m is m o d e las cosas".

Este es el p árrafo inicial del extraordinario ensayo de Dogen


Kigen titu lad o Sansui-kyo (El sufra de las montañasj las aguas), escrito en el
otoño de 124° >trece años después de retornar de su visita a la China
de la dinastia Song. K igen había abandonado su hogar en Kioto a
los doce años p ara ascender p o r transitados senderos a través de los
oscuros bosques de cipreses hinoki y sugi (similares a los cedros y
secuoyas) de la m o n ta ñ a H iei. Esta cordillera de 9 0 0 metros de altura
en el rin c ó n n o reste de la cuenca del río Kamo —el ancho valle ahora
ocupado p o r la en o rm e ciudad de K ioto—era el cuartel general de
m ontaña de la d o c trin a budista tendai. Kigen ingresó como novicio
en u n o de los u m b río s tem plos de madera, pintados de rojo, que se
reparten p o r las laderas.

"L as m o n t a ñ a s a z u le s c a m in a n c o n s ta n te m e n te ”.

E n a q u ello s tiem p o s, los viajeros cam inaban. El abad del


m o n asterio zen de D a ito k u -ji m e m ostró en una ocasión el texto
m an u scrito d el m o n a ste rio con las "tareas anuales” del siglo
XIX (había sid o reem plazado p o r o tro volum en m anuscrito con
algunas actu alizacio n es m enores para el siglo xx). Son los anales

137
a los que acuden los superiores a lo largo del a ñ o p a ra dejar
constancia de ceremonias, sesiones de m e d ita c ió n y recetas.
Los templos vinculados a esta escuela de fo rm a c ió n estaban
enumerados de acuerdo con el tiem p o q u e se ta rd a b a en llegar
a ellos: entre u n día y cuatro semanas de trayecto. A u n desde los
templos más distantes, los novicios solían reg resar a sus casas por
lo menos una vez al año.
Casi todo Ja p ó n son colinas esc a rp a d as y m o n tañ as
cortadas p o r arroyos som eros de aguas rá p id a s q u e se abren
a valles angostos, y algunas llan u ras fluviales m ás a n c h as que
conducen al m ar. Las colinas están c u b ie rta s d e c o n ife ra s bajas
y arbustos. En tiem pos estuvieron d e n s a m e n te p o b la d a s por
grandes frondosas, así com o p o r p in o s re to r c id o s y a lto s y rectos
cipreses binoki y sugi. Todavía p u e d e n e n c o n tr a r s e p o r to d o el
territo rio restos de u n a vasta red de s e n d e ro s b ie n señalizados.
Por ellos m archaban m úsicos, m o n jes, m e rc a d e re s , p o rte a d o re s
y, periódicam ente, ejércitos.
A pie y con la im aginación, de n iñ o s n o s fam iliarizam o s
con un lugar y aprendem os a visualizar las re la c io n e s espaciales.
Lugar y escala espacial d eben ser m e d id o s e n re la c ió n con
nuestros cuerpos y sus capacidades. O rig in a lm e n te , u n a "m illa"
era una medida rom ana de m il pasos. Poco p u e d e n e n se ñ a rn o s
los viajes en autom óvil y en avión q u e p o d a m o s tr a d u c ir con
facilidad a percepciones espaciales. S ab er q u e p a ra atravesar la
Isla de la Tortuga (N orteam érica) se n e c e sita c a m in a r a paso
sostenido pero cóm odo la jo rn a d a e n te ra to d o s lo s d ías d u ra n te
seis meses nos da cierta idea de la d ista n c ia . L os c h in o s h ablaban
de las "cuatro dignidades” : levantarse, a c o sta rse , se n ta rse y
cam inar. Son "dignidades” en ta n to c o n s titu y e n fo rm a s de
ser cabalm ente noso tro s m ism os, e n a r m o n ía c o n n u estro s
cuerpos y sus m odalidades fu n d a m e n ta le s. C re o q u e m u ch o s de
nosotros pensam os que sería m aravilloso p o d e r v ia ja r d e nuevo
cam inando, con u n p eq u eñ o h o sp e d a je o u n c a m p a m e n to

138
lim pio a p ro x im a d a m e n te cada dieciséis kilóm etros y sin los
peligros d e l trá fic o , p a ra re c o rre r u n vasto te rrito rio como
toda C h in a o to d a E u ro p a . Así es com o conocem os el m undo:
en n u e stro s p r o p io s cu erp o s.
Las m o n ta ñ a s sagradas y el peregrinaje a estas son dos
características firm e m e n te arraigadas en las religiones populares
de Asia. C u a n d o habla de m ontañas, Dogen es perfectamente
consciente de esas trad icio n es previas. Hay cientos de famosas
cum bres taoístas y budistas en C hina, y m ontañas asociadas con el
budism o y el sin to ísm o en J a p ó n . En Asia existen diferentes tipos
de m o n tañ as sagradas: los "lugares sagrados”, en los que residen
los espíritu s o las deidades, son los más sencillos y quizá los más
antiguos. A estos les siguen las "áreas sagradas” —tal vez de decenas
de kilóm etros cuadrados—propias de la mitología y de las prácticas de
sectas con sus c o rre sp o n d ie n te s deidades taoístas o budistas; hay
miles de se n d e ro s, e in n u m erab les pequeños templos y santuarios.
Un p e re g rin o p u e d e ascender cientos de metros, dorm ir en
m odestos h o sp ed ajes de m adera, com er gachas de arroz y alguna
verdura e n salm u era y circu lar p o r rutas establecidas, quemando
incienso e in c lin á n d o s e reverentem ente en u n lugar tras otro.
P or ú ltim o , existen unas pocas zonas sagradas previamente
determ inadas q u e sig u en deliberadam ente el modelo de un
diagrama s im b ó lic o —u n m andala—o el de u n texto sacro. También
estas p u e d e n te n e r g randes dim ensiones. Se piensa que caminar
en ese paisaje c a n ó n ic o p ro p icia logros específicos en el plano
espiritual (G ra p a rd , 1982). En una ocasión recorrí con algunos
amigos la a n tig u a ru ta de peregrinaje de los O m ine Yamabushi
(ascetas de las m o n ta ñ a s de O m in e) de Yoshino a Kum ano, en la
provincia de N a ra . A l h acerlo , cruzam os el centro tradicional del
"M andala d el R e in o del D iam an te” en la cúspide de la m ontaña
O m ine, a m ás de I .8 0 0 m etro s de altitud, y tras cuatro días de
caminata d e sc e n d im o s al cen tro del "M andala del Reino del U tero
M aterno” d e l s a n tu a rio de K um ano ("cam po del oso”), en las

139
1

profundidades de u n valle. E ra la estació n d e lluvias, a finales de


junio, florida y neblinosa. H abía p e q u e ñ o s s a n tu a rio s de piedra
—y miles de cumbres—a lo largo to d o el r e c o r r id o , y a todos los
saludábamos sinceram ente con u n a in c lin a c ió n . E sta proyección
en el paisaje de complejos diagram as pedagó g ico s p ro v ie n e de la
variedad japonesa del budism o V ajrayana, la secta sh in g o n , y de
su interacción con la trad ició n cham ánica de las fra te rn id a d es de
la m ontaña.
Hoy conoce u n gran auge la c o stu m b re d e p e re g rin a r a la
m ontaña O m ine desde la vertien te de Y o sb in o . C ien to s de
coloridosjamabm/ii31vestidos con a tu en d o s m o n ta ñ e ro s medievales
escalan riscos, ascienden a la cim a y so p la n caracolas, m ientras
otros cantan sutras en el bru m o so tem p lo de su elo de tie rra que
hay en la cumbre. La práctica de las largas cam in atas se había
abandonado en los últim os años, y el se n d e ro estaba ta n oculto
que era casi imposible e n co n trarlo . S eg u ir ese s e n d e ro p o r las
cumbres a 1.200 m etros de altitu d tie n e su lógica, y sospecho que
durante el Paleolítico y el N eolítico fue el re c o rrid o acostum brado
desde la costa hacia el in te rio r. Fue el ú n ic o lu g a r d e J a p ó n donde
me topé con ciervos salvajes y m onos.
En Asia o riental, montañas es a m e n u d o s in ó n im o de
naturaleza salvaje. Hace tiem p o q u e lo s esta d o s agrarios
drenaron, aterrazaron e irrig a ro n los valles. L os b o sq u es y el
hábitat salvaje com ienzan ju sto d o n d e te r m in a n lo s cultivos.
Las tierras bajas, con sus aldeas, m ercad o s, c iu d a d e s, palacios
y tabernas, se identifican con lugares d e c o d ic ia , luju ria,
competencia, com ercio e in toxicación: el " m u n d o p o lv o rie n to ”.
Q uienes huyen de ellas en busca de p u re z a e n c u e n tr a n cuevas
o construyen erm itas en las colinas, y se d e d ic a n a prácticas
que conducen a la realización o, p o r lo m e n o s , a u n a vida más
sana. C on el tiem po, estas erm itas se tr a n s f o r m a n e n el núcleo

31. Yamabushi: o rig in alm en te, erem itas budistas de J a p ó n q u e vivían e n las m o n ta ñ a s .

140
de c o n ju n to s m o n á stic o s y, a la postre, en sedes de órdenes
religiosas. D ic e D o g e n :

" S o n m u c h o s lo s g o b e r n a n t e s q u e h a n visitado las m o n ta ñ a s


p a ra h o m e n a j e a r a lo s sa b io s o p e d ir c o n sejo a los g ran d es
ascetas: lo s t r a t a n c o m o a m ae stro s, sin im p o rta rle s ya el
p r o t o c o l o d e l m u n d o c o tid ia n o . El p o d e r im p e ria l carece de
a u t o r i d a d s o b r e lo s s a b io s e n las m o n ta ñ a s ”.

De esta m a n e ra , las "m o n tañ as” no solo ilum inan el espíritu,


sino que ta m b ié n s o n —o eso se espera— independientes del
control d el G o b ie rn o cen tral. Quienes huyen de la cárcel, de los
impuestos y del servicio m ilitar se u nen a los ermitaños y a los monjes
en las colinas (e n las sierras remotas del sudoeste chino sobreviven
tribus de m ontañeses que adoran a los perros y a los tigres, y entre
hombres y m ujeres hay gran igualdad, pero eso ya es otra historia).
Las m o n ta ñ a s o los te rrito rio s salvajes han servido en todas partes
como refu g io de la lib e rta d espiritual y política.
Las m o n ta ñ a s ta m b ié n tien en asociaciones míticas con la
verticalidad, el e s p íritu , la altura, la trascendencia, la dureza,
la resistencia y la m ascu lin id ad . Los chinos las consideran
m anifestaciones del_yang: seco, d u ro , masculino y brillante. Las
aguas so n fe m e n in a s : h úm edas, suaves, oscuras, e ljin , que se
asocia c o n lo flu id o a u n q u e fu erte, con buscar —y excavar—en lo
más h o n d o , c o n lo e sp iritu a l, lo fértil, las formas cambiantes.
La iconog rafía d e l b u d ism o p o p u lar —y Vajrayana— personifica
"m ontañas y aguas e n las rupas o imágenes de Fudo Myo-o (el
Rey In m ó v il d e la S a b id u ría ) y K an n o n Bosatsu (el Bodhisattva
que M ira las O la s ). T u e rto y con u n colmillo, Fudo muestra una
ferocidad casi có m ica, sen tad o o de pie sobre una laja de roca y
envuelto e n llam as. Se le conoce como aliado de los ascetas de
la m o n tañ a . P o r su p a rte , K a n n o n (K uan-yin o Avalokitesvara),
imagen de la c o m p a s ió n , se inclina graciosamente hacia delante

m
con su flor de loto y su vasija de agua. A am bos se les considera
socios en el trabajo b ú d ic o : la disciplina ascética y la esp iritu alid ad
incansable equilibrada p o r la to leran cia com pasiva y el p erd ó n
desprendido. Montañas y aguas son u n a diada qu e, re u n id a, hace
posible la plenitud; la sabiduría y la c o m p a sió n s o n los dos
com ponentes de la realización. D ice D ogen:

"W enzi a firm ó : 'E l c a m in o d e l a g u a es ta l q u e , c u a n d o s u b e


h acia el c ie lo , se c o n v ie rte e n g o tas d e llu v ia , y se h a c e r í o s al
caer al su elo [ .. .] . E l c a m in o d e l a g u a n o es p e r c i b i d o p o r el
agua, p e r o lo hace el a g u a ’. ” .

Existe el hecho evidente del ciclo del agua y el de que las


montañas y los ríos se form an m u tu am en te: las aguas se precip itan
desde las alturas, excavan o d epositan masas de tie r ra en su
flujo descendente y lastran las platafo rm as c o n tin e n ta le s mar
adentro con sedim entos hasta que acaban p o r p ro v o c a r nuevas
elevaciones. En el lenguaje co m ú n la c o m b in a c ió n "m o n tañ as y
aguas" -shan-shui, en chino— es la fo rm a c o m ú n d e re fe rirse al
paisaje. La pin tu ra de paisaje es "estam pas de m o n ta ñ a s y ríos”
(a veces a una cordillera se le llam a m ai, q u e sig n ifica "p u lso ” o
"vena”, como, p o r ejem plo, la red de venas e n la p a rte a n te rio r
de la m ano). No hay que ser u n especialista p a ra o b serv ar que un
paisaje es obra de la excavación de los río s c o n tra la resistencia
de las cordilleras, y que aguas y sierras se e n tre c ru z a n e n una
cadencia interm inable. El sen tim ien to c h in o c o n resp ecto a la
tierra siempre ha inco rp o rad o esta dialéctica e n tre agua y roca,
entre flujo descendente y ascenso rocoso, y el d e l d in am ism o y
"lento flu ir” de las formas terrestres. Se co n serv an v arios grandes
rollos apaisados de p in tu ra china p re m o d e rn a cuyo n o m b re es
algo así como "M ontañas y ríos sin fin ” . A lg u n o s a b arcan las
cuatro estaciones y parecen re tra ta r el m u n d o e n te ro .
"M ontañas y aguas” es u n a fo rm a de re fe rirse a la totalidad
de los procesos naturales: va más allá de las d ic o to m ía s de pu ro

142
o -con tem i n a d o , n a tu ra l o «rtih cial. La p k rn iu d . ro n sus n o s x
•valles, in r i uve. s in lu p a r-achulas. franjas., campos. akkns, -ciudades
y el m u n d illo y o lv o rie iiío d e los asuntos hum anos, o-ue e n o tro
a tro p o fue re ia t ivam cnte p eq u eñ o ,

¿ ti/ mirme

’ü js antjnu.ñas aróles t i a s n / s ieotvsi;*wtímír.'ts''l

p Q v tn <d¿a sil m aesa ¡no <tha« fra jw sj. Voca prtrbablem em jí asas
r—«----->-. ts: ¿ e A sia ocreas veredas había reco rrid o a Eo largo de Les
i ñ c s ;: — ~ -s -t e n t r e Los I-GJOO y t o s S . S q q m e tro s.. d e ion. azui.
v a p o r a s e a v e r d o s a . , c u b i e r t a s e n s u m a y o r p a r t e d e a rb o le s , caL
v e r e t l a b e r i n t o d e e s c a r p a d a s m o n t a ñ a s d e l a cosca m e r i d i o n a l
d e C í- ttt.-t . d o n d e b a h ía . v i v i d a y p r a c t i c a d o t r e c e a ñ o s a n te s . E n
esas I a r i r c d e s b a y á r b o l e s b a s t a l o s 2 . 8 o q m e t r o s , n o se t r a t a d e
m o n t a ñ a s a l p i n a s - H a b í a c a m i n a d o m ile s y m ile s d e k iló m e tro s :
'L a m e n t e e s t u d i a e l c a m i n o c o r r i e n d o d e s c a lz a ”.

"S i A r t a s d e q u e las m o n r s r a s c a m in a n , desconoces tu p ro p io ca m in a r*.

A Do je n . n o le in te re sa n las 'm o n ta ñ a s sagradas’’, n i los


peregrinajes, n i los e sp íritu s am igos, n i la naturaleza salvaje como
cualidades esp eciales. Sus m on tañ as y arroyos son los procesos de
esta T ie rra , la to ta lid a d de la existencia, curso, esencia, acción
y ausencia; e n tre la z a n y co nvierten en u no el ser y el no ser.
Son lo q u e so m o s, som os lo que son. Para aquellos que m iran
la naturaleza e sen cial sin p estañear, la idea de lo sagrado no es
más que u n a ilu s ió n engañosa y u n obstáculo; nos distrae de lo
que ten em o s a n te lo s o jo s; u n a absoluta m ismidad. Las raíces,
los tallos y las ra m a s p in c h a n todos p o r igual. No existe jerarquia
ni igualdad, n a d a hay o c u lto o esotérico, no hay niños dotados y
otros de a p re n d iz a je le n to . N o hay salvaje ni doméstico, atado ni

m
libre, natural n i artificial. C ada to talid ad e n su p r o p ia y endeble
esencia. A pesar de estar interconectadas, e in clu so qubyís po rq u e
están interconectadas.
Esta mismidad es la naturaleza de la n atu raleza d e la naturaleza.
Lo salvaje en lo salvaje.
Así las m ontañas azules cam inan basta la cocina y vuelven al ta­
ller, al escritorio, a la estufa. Nos sentam os e n u n b a n c o del par­
que y dejamos que el viento y la lluvia nos e m p ap en . Las m ontañas
azules bajan a la calle para m eter otra m o n ed a e n el p a rq u ím e tro y
pasarse p o r la tienda de la esquina; avanzan desde el m a r, llevan el
cielo a cuestas u n rato y vuelven de nuevo a sum erg irse e n las aguas.

Sin hogar

Los budistas llam an "sin h o g ar” a los m o n je s y sacerdotes


(shukke, en japonés, significa literalm en te "fu e ra de la casa”). La
expresión se refiere a quien supuestam ente h a a b a n d o n a d o la vida
de los que habitan u n hogar y las ten tacio n es y ob lig acio n es m u n ­
danas. O tra expresión, "dejar el m u n d o ”, significa ap artarse de las
imperfecciones de la conducta hum ana, en co n creto las reforzadas
por la vida urbana. No quiere decir alejarse d el m u n d o natural.
Para algunos ha significado vivir com o e rm ita ñ o s e n la m o n tañ a o
integrarse en com unidades religiosas. La "casa” se c o n c ib e como
algo opuesto a "m ontañas” o a "pureza”. A m p lia n d o la escala del
m undo de los "sin hogar”, el poeta del siglo V Z h ian y an dijo que
el erm itaño cabal debe "hacer de los cielos p ú r p u r a su choza; del
m ar circundante, su estanque, ru g ir de risa e n su d esn u d ez, cam i­
nar cantando con el pelo ondeando al v ien to ” (W atson, 1971, 82).
El poeta H an-shan, de com ienzos de la época T ang, es conside­
rado como el verdadero m odelo de e rm ita ñ o , p o r q u e su espacio­
so hogar alcanza el fin del u n iv erso :
"M e e s ta b le c í e n la M o n ta ñ a F ría hace tie m p o ,
p a r e c e n h a b e r p a s a d o ya a ñ o s y a ñ o s.
E r r a n d o l i b r e m e n t e , v a g a b u n d e o p o r b o sq u e s y a rro y o s
y m e d e te n g o a m i r a r las cosas e n sí m ism as.
L o s h o m b r e s n o se a v e n tu r a n ta n to e n las m o n ta ñ a s,
las n u b e s b la n c a s se c o n g re g a n e h in c h a n .
L o s p a s to s t i e r n o s m e s irv e n d e c o lc h ó n ,
el c ie lo a z u l es u n a b u e n a m a n ta .
Feliz c o n u n a p i e d r a b a jo la cabeza
d e jo q u e c ie lo y t i e r r a se a fa n e n e n sus m u d an z as”.

E n este se n tid o , "sin h o g ar” significa aquí "sentirse en casa en


el universo e n te r o ” . D e igual form a, los pueblos independientes
cuyos enclaves se co nservan íntegros pueden concebir los hogares,
m ontañas y b o sq u es de su región bajo el mismo prisma.
H ace a ñ o s asistí a las cerem onias del santuario del volcán de la
isla Suw anose, e n el M ar de C h in a oriental. El sendero a través de
la ju ngla estaba s in d esbro zar, así que había poca gente que llegase
hasta allí. D os d e n o so tro s pertenecíam os al ashram de Banyan32
e íbam os c o m o ayudantes de tres ancianos. Pasamos la mañana
cortando m aleza, b a rrie n d o el suelo, abriendo y limpiando
la e stru ctu ra d e m a d e ra despintada del altar —más o menos del
tamaño de u n p a lo m a r— p ara luego colocar ofrendas de batatas,
frutas y shochu 33 e n el estan te fren te al espacio vacío, que, de hecho,
enm arcaba la m o n ta ñ a . U n o de los mayores se encaró entonces
con la cim a, q u e h ab ía estado vom itando cenizas, y le dirigió un
breve p a rla m e n to u o ra c ió n perso n al en su dialecto. Sudorosos,
nos sentam o s e n el suelo y, m ientras los ancianos contaban viejas

32. A sh ra m d e B a n y a n : u n ashram es u n lu g a r de m editación y enseñanza en


el h in d u is m o . E n este ca so , u n a c o m u n id a d fu ndada en la década de 1960
en la isla ja p o n e s a d e S u w a n o se p o r el poeta N anao Sakaki, en tre o tros.

33. Shochu: b e b id a a lc o h ó lic a ja p o n e s a , destilada de cebada o arroz.


historias de otras jo rn ad as en las islas, a b rim o s san d ías con una
hoz y bebimos el potente shochu. A ltos y lu stro so s tro n c o s verdes
se arqueaban sobre nosotros, llenos del fra g o r de las cigarras. No
fue u n m om ento trivial. Su equivalente d o m é stic o se consigue
en cada hogar con las fotos de antepasados, o fre n d a s de arroz
y aguardiente y u n a vasija con ram itas de alg u n a h o ja p eren n e
silvestre. La casa misma, con su vistosa cocina, el b a ñ o , el pozo y
los altares de la entrada, se tran sfo rm a e n u n s a n tu a rio fam iliar.
Y la "casa” propiam ente dicha, cu an d o se p e rc ib e solo como
una parte más del universo en sí m ism a tra n s ito ria y hecha de
agregados, es p o r derecho p ro p io , u n a p o b re cosa "sin h o g ar”.
Las casas se hacen am onto n an d o tablones de p in o , tejas de arcilla,
listones de cedro, pilares de cantos ro d ad o s, v en tan as rescatadas
de demoliciones, pom os de puertas de su p e rm e rc a d o s, esteras de
mercadillos, suelo de arenisca de algún talu d de m o n ta ñ a y un
felpudo de la ferretería, todo hecho a p a r tir de la m ism a realidad
que tú, yo y los ratones del cam po.

"Las m o n ta ñ a s azules n o s o n se n sib le s n i in s e n s ib le s . T ú n o e res


sensible n i in se n sib le . E n este in s ta n te , n o p u e d e s d u d a r d e q u e
las m o n ta ñ a s azules c a m in e n ” .

No solamente los brotes de ciru elo y las n u b es, o los


conferenciantes y roshis,3+ enseñan la verdad de las cosas tal como
son, sino tam bién los buriles, los clavos to rc id o s, las carretillas y
las puertas chirriantes. La verdadera c o n d ic ió n d el "sin h o g a r” es
la madurez de confiar en nada y re sp o n d e r a lo q u e aparezca ante
el um bral. Dogen nos alienta: "U na m o n ta ñ a p ra c tic a siem pre y
en todas partes”.34

34. Roshi: en ja p o n és, "viejo m acslro". T ítu lo asignado a los m a e s tro s p rin c ip a le s
de la trad ición zen del budism o.

146
Mayor que un lobo, m enor que un alce

Me h e p asad o to d a la vida en la naturaleza salvaje o muy


cerca de ella, tra b a ja n d o , o explorando, estudiándola incluso
cuando vivía e n la ciu d ad . Y, sin em bargo, hace unos años me
di cuenta de q u e n o m e había convertido en u n botánico, u n
zoólogo o u n o rn itó lo g o tan b u en o como mucha gente del
campo a la q u e a d m iro . R ecordando en qué había concentrado
mi energía in te le c tu a l a lo largo de los años, caí en la cuenta de
que había h e c h o d e los seres hum anos m i disciplina, que me
había co n v e rtid o e n u n naturalista de m i propia especie. Yo
mismo h ab ía sid o o b je to de m i indagación. Me divierte conocer
cómo cada so c ie d a d resuelve los detalles de la subsistencia y la
celebración e n su p ro p io paisaje. La ciencia, la tecnología y los
usos eco n ó m ico s de la naturaleza n o se o p onen necesariamente a
la celebració n . D e h e c h o , es m uy fina la línea divisoria entre uso
y mal uso, e n tre re ific a ció n y celebración.
La lín e a d ivisoria está en los detalles. Una vez asistí a la
consagración de u n tem p lo jap o n és que había sido desmontado y
transportado a través del océano Pacífico para renacer en la Costa
Oeste de los E stados U n id o s. La cerem onia de la consagración
se hizo al estilo sin to ísta e incluía ofrendas de flores y plantas. La
dificultad estaba e n q u e e ra n las plantas que se habrían utilizado en
una cerem o n ia ja p o n e sa tradicional y habían sido enviadas desde
Japón: n o e ra n p lan tas del lugar del nuevo emplazamiento. Los
ritualistas h a b ía n c u m p lid o con las formas, pero evidentemente
no habían cap tad o la esencia. C uando todo el m undo se había ido
a casa, tra té d e h a c e r las presentaciones p o r m i cuenta: "Edificio
japonés de m a d e ra h in o k i, te presento a manzanita v a los pinos
ponderosa. P o r favor, cuídate en este clima seco. Manzanita. esta
construcción está acostum brada al aire húm edo y a mucha gente.
Por favor, acéptala e n tus laderas polvorientas". Los seres h um an os
aportan sus p ro p ia s fo rm as de en ten d er la naturaleza y lo nzraral.

147
La diversidad hum an a de estilos y c o stu m b res y las
transform aciones constantes de la c u ltu ra p o p u la r constituyen
u n tipo de especiación en el ám b ito sim b ó lic o , co m o si los
seres hum anos eligieran im ita r los colores y los d ib u jo s del
plum aje de los pájaros. E n co n creto , las civilizaciones avanzadas
han desarrollado nociones m uy elaboradas de sep aración y
diferencia, así como decenas de m an eras de d eclararse "fuera
de la naturaleza”. C om o pasatiem po, sería algo inofensivo.
Podríam os im aginarnos al grupo de los c o rd a d o s declarando:
"Constituim os u n salto cualitativo en la ev o lu ció n q u e representa
algo que trasciende com pletam ente lo que h asta a h o ra h abía sido
m era biología”. Pero sem ejante apelació n a u n d e stin o especial
p o r parte de los seres hum anos p u ed e ser ta m b ié n in terp retad a,
cuando m enos, como u n caso de m u ltip lic a c ió n innecesaria
de teorías —la navaja de O ccam —. Y los resu ltad o s, e n lo que se
refiere a la relación entre los h u m an o s y el resto de la naturaleza,
han sido perniciosos.
Existe u n ro llo m an u scrito lla m a d o " M o n ta ñ a s y arroyos
sin fin ” atrib u id o a Lu Y u an , de la d in a s tía C h in g ; hoy
está en el m useo F reer. E n el m arco d e u n p a isa je d e rocas,
árboles, cortados, m o n tañ as y cu rso s de ag u a, v em os a gente
y lo que la gente hace. Hay cam p esin o s y chozas c o n tech o de
paja, sacerdotes y c o n ju n to s de te m p lo s, e s tu d io s o s tras sus
ventanitas, pescadores en b o tes, m e rc a d e re s a m b u la n te s con
sus cargas, m atronas y n iñ o s. M ie n tra s q u e la tr a d ic ió n budista
del n o rte de la In d ia y del T íb e t h izo d el m a n d a la —diagram as
pintados o dibujados de las p o sic io n e s d e la c o n c ie n c ia y de
las cadenas de causa-efecto— su re p re s e n ta c ió n v isu al p ara el
aprendizaje, la tra d ic ió n c h an de C h in a , y e s p e c ia lm e n te la
song del su r, hizo algo sim ilar, m e atrev o a s u g e r ir, co n la
p in tu ra paisajística. Si se c o n sid e ra u n r o llo c o m o u n a especie
de m andala ch in o , en to n ces to d as sus fig u ra s re p re se n ta n
nuestras pequeñas y diversas id e n tid a d e s , y lo s acan tilad o s,

148
árboles, cascadas y n u b e s so n nuestras m udanzas y estaciones.
Un cañav eral e n las ciénagas ju n to al río , ¿qué nos dice? C ada
tipo de e c o siste m a es u n m andala diferen te, una im aginación
d iferen te. D e n u e v o v ien e a la m en te el térm in o ain u iworu,
"campo de s e r e s ” .

"N o to d o s lo s s e re s p e r c i b e n las m o n ta ñ a s y las aguas de la m ism a


m a n e r a ... A l g u n o s v e n el agua c o m o u n a m aravillosa flo ra c ió n .
L os fa n ta s m a s h a m b r i e n t o s v e n el agua co m o fuego fu rio so o
p u s y s a n g r e . L o s d r a g o n e s v e n el agua c o m o u n palacio o u n
p a b e l l ó n ... A l g u n o s s e re s v e n el agua c o m o si fu e ra u n bosque
o u n m u r o . L o s s e re s h u m a n o s v e n el agua com o ag u a... La
lib e r ta d d e l a g u a d e p e n d e so lo d e l a g u a ” .

U n m es de j u lio , b a ja n d o desde el nacim iento del río


Koyukuk h a c ia la c o rd ille ra de Brooks, en Alaska, tuve la
o p o rtu n id a d d e v islu m b ra r el re in o de las ovejas de Dalí. Las
verdes y n e b lin o s a s m o n ta ñ a s estivales de la tu n d ra —en las que
yo era u n frá g il v isita n te — fu e ro n todo lo hospitalarias que
pueden lle g a r a s e r c o n u n p rim ate lam p iñ o . Sin embargo, los
largos y o sc u ro s in v ie rn o s n o in tim id a n a las ovejas de Dalí, que
ni siquiera e m ig ra n h acia el su r. Los vientos arrastran la escasa
nieve, y las flo re s y la h ie rb a seca del verano ártico sirven de
alim ento to d o el a ñ o . Las docenas de ovejas estivales destacaban,
blancas c o n tr a e l v erd e: ju g a n d o , sesteando, com iendo,
em bistiéndose, d a n d o vueltas, sentadas o dorm itando en sus
altos y te rso s le c h o s so b re cortados "al bord e de la vida y la
m uerte” . Las ovejas de D alí, llam adas dibee en atabascano, ven
las m o n ta ñ a s —p o d r ía d e c ir D ogen— "com o u n palacio o un
pabellón” . P e ro esa frase provisional, "palacio o pabellón”, es
demasiado u r b a n a , a risto c rá tic a y hum ana como para m ostrar
realm ente de q u é m a n e ra to tal y singular cada form a de vida está
"en casa” e n su p r o p io "cam po b ú d ic o ”.

H !>
Paredes de montañas verdes entre nubes henchidas
puntos blancos en laderas lejanas, constelaciones
que cambian lentamente, no estrellas, no rocas, '
"dispersas por las brisas de la m edianoche",
jirones de nubes, luz lavanda del Artico
sobre ovejas salvajes que pastan
en calma las hierbas de la tundra, asidas en la red del clan
y la familia por balidos y olores en la lenta
rotación de su orden viviendo ■
a medias en el cielo. Viento húm edo que sube
de la ladera norte y sabor del campo de hielo,
y ahora ruge el hornillo: i
ven, tómate un té.

Y a h í a b a jo , e n e l r i a c h u e l o á r t i c o a l p i e d e l a s l a d e r a s , los
tím a lo s d e c u e r p o t o r n a s o l a d o e s t á n —p a r a n o s o t r o s — e n su
p r o p i o p a r a ís o d e h i e l o . C i t o d e n u e v o a D o g e n : |

"Ahora bien, cuando los dragones y los peces ven el agua como !
un palacio, es lo mismo que cuando los seres hum anos ven un ¡
palacio. No creen que fluya. Si un extraño les dijera: 'lo que veis ¡
como un palacio es agua que corre’, los dragones y los peces se j

sorprenderían, así como nosotros nos sorprenderíam os si nos


dijeran: 'las montañas fluyen’.”.

P o d e m o s c o m e n z a r a im a g in a r y v is u a liz a r la s j e r a r q u ía s y
r e d e s a f in c a d a s e n e l a c tu a l u n i v e r s o n o d u a l i s t a . L a t e o r í a de
s is te m a s n o s o f r e c e e c u a c i o n e s , p e r o p o c a s m e t á f o r a s . E n E l sutra
de las m o n ta ñ a s j las a g u a s, e n c o n t r a m o s l o q u e s i g u e :

"No se trata solamente de que haya agua en el m u n d o , sino de que


hay un mundo en el agua. No está solo en el agua. Hay u n mundo

ISO
de seres sensibles en las nubes, hay un mundo de seres sensibles
en el aire, hay u n m undo de seres sensibles en el fuego..., hay un
mundo de seres sensibles en una brizna de hierba”.

A veces p a re c e q u e la idea aceptada de "evolución” es la


de una su e rte d e c a rre ra e n tre especies rivales a lo largo del
tiempo e n el p la n e ta T ie rra : todas en la misma pista, algunas
abandonando, o tra s p e rd ie n d o fuelle, otras victoriosas a la
cabeza. Si in te rc a m b ia m o s fo n d o y p rim er plano y asumimos la
perspectiva d e las "c o n d ic io n e s” y sus posibilidades creativas, se
nos revelarían m u ltitu d de interacciones a través de cientos de
ojos ajenos. P o d ría m o s decir, p o r ejem plo, que u n alimento
genera u n a fo rm a d e existencia. Los arándanos y los salmones
llaman a los osos; las n u b es de plancton del Pacífico Norte l l a m a n
a los salm ones, y lo s salm o n es Daman a las focas y, p o r tanto, hay
oreas. El cach alo te es a rra stra d o a la existencia p o r la fluctuación
y el latido de las p ra d e ra s de calamares, y los nichos disponibles
de las islas G alápagos lla m a ro n a u n a diversidad de funciones v
formas aviares q u e ev o lu c io n a ro n a p a rtir de una sola rama de
pinzones.
Los biólogos de la conservación hablan de "especies indicadoras”,
a n i m a l e s o aves ta n característicos de una región natural v su
ecosistema q u e su situ ació n es índice del estado generaL Los
bosques p rim a rio s d e coniferas pueden ser medidos p o r la
presencia del cárabo m anchado, y las Grandes Llanuras dijeron
u n a vez —y re p e tirá n —"b iso n te”. P or tanto, la pregunta que me he
estado h a cie n d o es la siguiente: ¿q u ién dice "hum anos”? ¿Q uién
da form a a n u e s tr a especie? S on, sin duda, las ”m ontañas v
ríos sin f i n ”, la to ta lid a d de esta T ierra en la que nos sentimos
propiam ente e n casa. Las bayas, las bellotas, las semillas del
cereal, las m an zan as y las patatas llam an a la existencia de diestras
criaturas p a re c id a s a n o s o tro s . Mayores que el lobo, m enores cue
el alce, los seres h u m a n o s n o ocu p an m ucho espacio en el oaisa-e.
Desde el aire, los trabajos de la h u m a n id a d s o n rasg u ñ o s, lagunas
y cuadrículas, y, de hecho, la m ayor p a rte de la T ie r r a parece, a
lo lejos, campo abierto. A h o ra sabem os q u e n u e s tro im pacto es
m ucho mayor de lo que aparenta.
En cuanto a los pueblos y ciudades, so n —p a ra los que saben
ver—viejos troncos de árboles, grava de los río s , charcos de pe­
tróleo, quemas y desguaces, restos de crecidas, co lo n ias de cora­
les, nidos de avispas, colm enas de abejas, le ñ o s p o d rid o s , capas
de estratos, pilas de guano, ban q u etes, cen a d o re s p a ra el cortejo
y el pavoneo, atalayas de roca y ap artam en to s p a ra to p illo s. Y para
unos pocos tam bién hay palacios.

La descomposición

"L os fantasm as h a m b r ie n to s v e n e l a g u a c o m o fu e g o
fu rio so , o p u s y s a n g r e ...” .

La vida en la naturaleza salvaje n o es solo c o m e r m oras al sol.


Me gusta imaginar una "ecología p ro fu n d a ” q u e se a d en tre en el
lado oscuro de la naturaleza: la bola de huesos aplastados en un
excremento, las plumas en la nieve, las h isto rias de u n insaciable
apetito. Los sistemas naturales están, en u n se n tid o noble,
por encima de toda crítica, p ero tam b ién p u e d e n considerarse
irracionales, mohosos, crueles y parasitarios. J im D odge m e contó
que había visto, con h o rro r y fascinación, cóm o u n g ru p o de oreas
golpeaba m etódicam ente hasta m atarla a u n a b allen a gris en el
Mar de Chukchi. La vida no es solo el feudo d iu r n o de grandes
y atractivos vertebrados, sino tam bién u n a cocina e n las tinieblas:
nocturna, anaeróbica, caníbal, m icroscópica y fe rm e n ta n te. La
vida se sostiene bien a una p ro fu n d id ad de seis k iló m etros por
debajo de la superficie del océano, se sustenta y espera e n u n a pared
congelada de roca, se aferra y alim enta a te m p e ra tu ras de cincuenta
grados en u n desierto. Hay u n m u n d o n a tu ra l d e l lado de la

152
podredum bre, u n m u n d o de seres que se p udren y descom ponen
en la oscurid ad . Los seres hum anos han privilegiado la pureza y les
repele la sangre, la co n tam in ació n y la putrefacción. El otro lado de
lo "sagrado ” es ver a q u ié n amas en el in fie rn o , rezum ando gusanos.
Coyote, O rfe o e Izanagi n o p u eden evitar m irar, y pierden a su ser
amado. La vergüenza, el do lo r, la hum illación y el m iedo son los
combustibles an aeró b ico s de la im aginación oscura. Las energías
menos fam iliares del m u n d o salvaje y sus equivalentes imaginarios
nos han provisto de ecologías de la m ente.
A hí e n c o n tra m o s las particulares condiciones que necesita el
hábitat de los dioses. Se establecen en las cumbres de las montañas,
como en el O lim p o , tie n e n sus cámaras en las profundidades de
la T ierra o s o n invisibles a n u estro alrededor (se rum orea que
una de las d eid a d e s m ayores habita com pletam ente fuera de
nuestra T ie r r a ) . L os yana decían que el M onte Lassen, un volcán
de 3 .0 0 0 m e tro s e n el n o rte de C alifornia —Waganupa en la
lengua de Ish i—, es el h o g ar de innum erables kukinP 5 que avivan
un fuego e n el in t e r i o r (el h u m o sale p o r la abertura, como en el
tipi). P ien sa n se g u ir divirtién d o se con el juego del palo mágico
hasta que los seres h u m a n o s se refo rm en y conviertan en "gente
verdadera", c o n la q u e los espíritus quizás quieran vincularse de
nuevo.
El m u n d o de los esp íritu s reco rre y atraviesa el de las especies.
No necesita p re o c u p a rse p o r la reproducción, no teme a la
muerte n i es p rá c tic o . S in em bargo, los espíritus parecen tener
un interés am b iv alen te y selectivo en la com unicación entre
diferentes m u n d o s . Jó v en es vestidas con túnicas blancas y rojas
danzan p a ra lla m a r a los dioses, para ser poseídas p o r ellos, para
hablar co n sus voces. Los sacerdotes que las emplean solo pueden 35

35. Kukini: e n la c u ltu r a n ativ a m a id u , ubicada en tre el valle del rio Sacram ento y las
m o n tañ as d e la S ie rra N evada d e C a lifo rn ia , espíritus guardianes frecuentem en te
asociados a la g e o g ra fía p a r tic u la r q u e h a b ita n .

153
esperar una palabra suya. C reo q u e fu e D . H . Law rence el que
dijo: "Bebe y diviértete con Baco o com e p a n seco c o n Jesús, pero
no te sientes nunca si n o es en c o m p añ ía de a lg ú n d io s".
(En cuanto al carácter personal de los sueños e n las montañas:
estaba medio dorm ido sobre el suelo rocoso ju n to al lago Tower,
en la Sierra Nevada. Había cuatro bandas h o rizo n tales de roca color
crema rielando en la pared de u n talud, y el su eñ o m e dijo: "Esas
bandas de roca son tus hijas”.).
M ientras Dogen y la tra d ic ió n zen c a m in a b a n , cantaban un
sutra o se sentaban a m editar, los viejos a rte sa n o s au tó cto n o s del
alma y el espíritu tocaban la flauta y el ta m b o r, b a ila b a n , soñaban,
prestaban atención para escuchar u n c a n to , a y u n a b a n y alentaban
el temple necesario para com unicarse c o n p á ja ro s, anim ales o
rocas. Hay u n cuento en el que C oyote m ira b a las o to ñ ales hojas
del álamo m ientras flotaban y caían liv ia n a m e n te al s u e lo . Era tan
hermoso ver ese espectáculo que les p re g u n tó a las h ojas si acaso
él podría hacer lo m ism o. Ellas le a d v irtie ro n : "Pesas demasiado,
Coyote, y tu cuerpo son huesos, visceras y m ú sc u lo s. Nosotras
somos livianas, el viento nos arrastra, p e ro tú caerías y te harías
daño”. Coyote no quiso escuchar, in sistió e n tr e p a r p o r el álamo
y, asomándose tan lejos com o p u d o so b re u n a ra m a , se soltó.
Cayó y m urió. H e aquí u n a advertencia: n o n o s apresurem os a
"fusionarnos”. Por otra parte, tal y com o se n o s c u e n ta , Coyote
se revolverá, recom pondrá su costillar, se p a lp a rá las garras,
encontrará u n guijarro con u n p u n tito n e g ro q u e le sirva de ojo
y saldrá de allí trotando.
Las narraciones son u n a de las h u ellas q u e d ejam os en el
m undo. Todas nuestras literaturas so n resto s, d e l m ism o orden
que los mitos de los nativos, que solo d e ja n tra s d e sí historias y
alguna herram ienta de piedra. Las dem ás fo rm a s de seres vivos
tienen su propia literatura. Las n a rra c io n e s d e l m u n d o de los
venados son el rastro de los olores q u e se tra n s m ite de ciervo
a ciervo con u n arte instintivo p ara su in te r p r e ta c ió n . Una

15t
literatura d e m a n c h a s d e sangre, algo de o rín , el arom a del estro.
un golpe d e celo , el ra sg u ñ o en u n tronco jo v en v hace tiem po
que se fu e ro n . P u e d e in clu so que haya una "teoria de la narrativa"
entre esas c ria tu ra s , y q u e ru m ie n sobre la "intersexualidad" o la
"critica de la d e sc o m p o sic ió n ".
Sospecho q u e las sociedades prim arias saben que, de
alguna fo rm a , sus m ito s h a n sido "imaginados". No los aceptan
literalmente v. s in em bargo, estim an mucho tales narraciones.
Solo al se r in v ad id o s p o r la historia y doblemente encañados
con valores aje n o s com ienza u n pueblo a declarar que sus mitos
son "literalm en te v erd ad ero s . Esta literalidad, a su vez, provoca
cuesñonam ientos escépticos y el ejercicio del pensamiento critico.
Qué refinad a c o n fu s ió n sob re el papel de los mitos supone declarar
que, a pesar de q u e n o d eb en ser creídos, son, sin embarco,
ensoñaciones estéticas v psicológicas que ordenan u n m undo que de
otro m odo sería caótico, c o n las cuales debemos voluntariamente
com prom eternos. U n b u e n antídoto es esta fiase de Doçem
"Deberías sa b e r qu e. a u n q u e todas las cosas se han liberado v no
están ligadas a n a d a , aceptan su p ro p ia expresión fenoménica". E
surte de las m ontañasjy las aguas se d en o m in a sufra no ya para aseverar
que l a s m o n ta ñ a s y río s de este m om ento" son u n texto, un
sistema de sím b o lo s, u n u n iv erso referencial de espejos, sino que
el m undo e n su ex isten cia actual es u n a representación completa.
una puesta e n escen a q u e , sin em bargo, n o representa m ea.

Caminar soir? las a p io s

Hav m uchas m a n e ra s de cam inar, desde avanzar en línea recta


atravesando u n d e sie rto hasta tejer u n sinuoso recorrido en la
maleza. U na m a n e ra d e h acerlo consiste en descender de cumbres
escarpadas v p o r lad eras de taludes. Es una danza irregular, de pasos
cambiantes, so b re lo sa y pedregal. La respiración y la visca siguen
siempre esa cad en cia irre g u la r. N o es n unca rítm ica n i acompasada.
sino tensa, a pequeños saltos, co n pasos laterales, eligiendo un
lugar b ien a la vista para colocar el p ie so b re la ro c a , p isa r firme,
continuar, avanzando en zigzag e in te n c io n a d a m e n te . El ojo
alerta m irando hacia delante, eligiendo los apoyos siguientes, a
la vez que se afianza el siguiente paso. C u e rp o y m e n te se aúnan
de tal form a con ese m u n d o ab ru p to que co n sig u e n m overse sin
esfuerzo un a vez que tien en algo de p ráctica. La m o n ta ñ a se iguala
con la m ontaña.
E n 1225 Dogen pasaba su segundo añ o e n el s u r de C hina. En
esa fecha abandonó las m ontañas en su viaje h acia el n o rte y pasó
p o r Hangzhou, capital de la dinastía S o n g d el su r, cam ino del
m onasterio de W an-Shou en la m o n ta ñ a J in g . E l ú n ic o registro
sobre C hina que nos legó D ogen so n u n as a n o ta c io n e s sobre las
charlas del maestro Ru J in g (K o d e ra ,I9 8 o ). M e p re g u n to qué
hubiera dicho Dogen sobre n u estro c a m in a r u r b a n o . Hangzhou
tenía calles llanas, anchas y rectas, paralelas a canales. D ebió de
conocer las casas de varias plantas, las lim p ias calles de adoquines,
los teatros, los m ercados y los n u m e ro so s re sta u ra n te s. Había
tres m il baños públicos. M arco Polo, q u e la llam ab a Q uinsai, la
visitó veinticinco años más tarde y la co n sid e ra b a la ciudad más
poblada —tenía al m enos u n m illó n de h a b ita n te s— y rica del
m undo (G ernet, 1962). A ú n hoy la g ente de H a n g z h o u recuerda
al gran poeta del siglo XI, Su Shi, que c u a n d o e ra gobernador
construyó el viaducto que cruza el Lago O c c id e n ta l. E n la época
de la peregrinación de D ogen, el n o rte de C h in a estaba dom inado
p o r los mongoles, y cincuenta y cinco años m ás ta rd e Hangzhou
tam bién caería bajo su p o d er.
El sur de C hina de esa época exportó a J a p ó n la p in tu ra de
paisajes y la caligrafía, las escuelas de zen so to y rin z a i y la visión
de esa gran capital del sur. La evocación de H a n g z h o u influyó en
la evolución tanto de Osaka com o de T o k io d u ra n te el periodo
Tokugawa. Estas dos actitudes —p o r u n lad o , la p rá c tic a austera del
zen, con sus salas limpias y sobrias; p o r el o tro , la posibilidad de

ISO
una vida de convivencia urbana con abundantes festivales, repre­
sentaciones teatrales y restaurantes—son dos poderosos legados de
Asia orien tal al resto del m u n d o . Si el zen refleja el am or p or la n a­
turaleza del L ejan o O rie n te , H angzhou representa el ideal urbano.
Ambos d esb o rd an energía y vida, y puesto que la mayoría de las ciu­
dades del m u n d o están hoy atrapadas en la pobreza, el hacinamien­
to y la co n tam in ació n , mayores son los motivos para recuperar este
sueño. G om o sugiere Jam es H illm an (1989, 169), sería suicida des­
atender la ciudad e n n u estro corazón y nuestra mente.

El sutra de las m ontañasji las aguas prosigue:

"T o d a s la s a g u a s a p a r e c e n al p ie d e las m o n ta ñ a s o rien tale s.


S o b re t o d a s la s a g u a s e s tá n to d a s las m o n ta ñ a s . Se cam ina
d e n tr o y se c a m i n a m á s a llá s o b re las aguas. T o d as las m o n ta ñ a s
c a m in a n c o n lo s d e d o s d e lo s p ies so b re to d as las aguas y
c h a p o te a n a l l í ” .

D ogen te r m in a su m ed itació n sobre las m ontañas y las aguas


del siguiente m o d o : "C u a n d o estudias en profundidad las m on­
tañas, ese es el tra b a jo de las m ontañas. Tales m ontañas y aguas
se convierten e n p e rso n a s sabias y m aestros” ; se transform an en
vendedores a m b u la n te s y co cineros de pasta, en marmotas, cuer­
vos, tím alos, carp as, se rp ie n te s de cascabel y m osquitos. Todos los
seres son " d ic h o s ” p o r las m ontañas y las aguas, incluso el es­
truendo de u n tra c to r y el b rillo de las teclas de u n clarinete.

157
L O S B O S Q U E S A N T IG U O S D E L LE JA N O O ESTE

"A l c o n t r a r i o , d e s t r u i r é i s s u s a l t a r e s , r o m p e r é i s
s u s e s t e l a s y t a l a r é i s s u s b o s q u e s ” . (ÉXODO, 3 4 :1 3 )
I
Tras la tala rasa

Teníam os u n a p eq u eñ a granja lechera situada entre el estrecho


de Puget y el n o r te del lago Washington, en medio de una zona
talada. Los b io rreg io n alistas llam an a esa parte del noreste del estado
de W ashington Ish, p o rq u e este sufijo significa "río” en salish.36
Los ríos qu e fluyen hasta el estrecho de Puget son el Snohomish, el
Skykomish, el S am am ish, el Duwamish y el Stillaguamish.
R ecuerd o v er a m i p ad re y a su cuadrilla dinam itar tocones
y arran car los resto s co n u n tiro de caballos. Desbrozó casi una
hectárea y la valló p a ra tres vacas guernsey. Después construyó un
establo de d os p la n ta s co n pesebres y zona de almacén: las vacas
abajo y las gallinas a rrib a . E ly m i m adre plantaron árboles frutales,
criaron gansos y v e n d ie ro n leche. Los bosques estaban detrás de
la valla de la p a rte de atrás: u n a selva de segundo crecimiento con
alisos y cáscara sagrada, y las zarzam oras autóctonas extendiéndose
sobre los to c o n e s. A lg u n o s te n ía n hasta tres m etros de altura y de
dos a tres m e tro s de d iá m e tro en la base. E n la parte alta, a los
lados, se p o d ía n v er las m uescas que los leñadores había hecho
para apoyar los ta b lo n e s co n puntas de acero, los trampolines
desde los q u e ta la b a n . A sí se situaban p o r encima de la colosal
circunferencia de la base. D os o tres árboles viejos habían
sobrevivido —p e q u e ñ o s e n com paración a los anteriores—y yo me
subía a ellos, e sp ecialm en te a u n cedro rojo occidental (xelpai'its
en sn o h o m ish ) q u e im aginaba que era m i consejero. C on el paso

36. S alish : n o m b r e d e u n g r u p o in d íg e n a , y su lengua, de la región del N oroeste del


Pacífico n o r te a m e r ic a n o .

161
de los años vagué p o r el bosque de seg u n d o c re c im ie n to , con sus
cedros, tsugas del Pacífico y abetos D ouglas, m ás allá de los pastos
del ganado, detrás de la m arism a, su b ie n d o p o r u n a larga ladera
hasta un a plantación de p in o s secos. E l b o sq u e e ra m i hogar,
más incluso que m i p ro p ia casa. T en ía u n a z o n a de acampada
perm anente donde a veces cocinaba y pasaba la n o c h e .
C uando crecí, hice excursiones hasta los b o sq u e prim arios
en los valles al pie de las m on tañ as Cascades y O lím p icas, donde
la col de m ofeta, que se da b ie n a la so m b ra , y el sotobosque de
maza del diablo (Oplopanax) son más altos q u e u n o , y la alfombra
de musgo llega a los trein ta cen tím etro s de esp e so r. Siem pre hay
u n olor penetrante a organism os h ú m e d o s aplastad o s —hongos—,
rojos troncos pod rid o s y algunos arb u sto s de fru to s ácidos de
zarza pu rpúrea. E n el lím ite del b o sq u e hay m a to rra le s de salal
con hayas insípidas llenas de sem illas, fram b u esas am arillas y una
m araña de arbustos de arce e n re d a d e ra . D esde la u m b ría miras
la tierra quem ada y talada y ves la adelfilla e n flo r.
Siendo algo m ayor llegué hasta la alta m o n ta ñ a . Las cimas
nevadas se veían desde cerca de n u e stra casa: e n p articu lar el
m onte Baker y el pico G lacier, al n o rte , y el m o n te Rainier,
al sur. Al oeste, al o tro lado del estrecho d e P u g et, estaban las
montañas Olím picas. Las sobren atu rales cim as nevadas, flotantes
y resplandecientes, son u n a pro m esa p a ra el e s p íritu . La prim era
vez que experim enté de cerca un a de esas lejanas cu m b res fue a los
quince años, cuando subí a la m o n ta ñ a S a in t H e le n s. M e levanté
a las tres de la m añana ju n to al lím ite de los á rb o le s y desm onté el
campamento para llegar al glaciar a las seis. P re se n c ia r el alba rosa
a dos mil setecientos m etros en u n a lad era h elad a aco m p añ ad o por
el nítido tintineo de las puntas de los c ra m p o n e s so b re el hielo es
u n o de los placeres esotéricos del m o n ta ñ ism o . A d e n tra rse en el
hielo y la roca y estar en lo más alto es e x p e rim e n ta r u n a rigurosa
e inquietante transform ación iniciática. S itu arse p o r encim a de
las nubes con la única com pañía de u n as pocas altas cumbres,

102
tam bién b a jo el so l, m ien tras el m undo hum ano aún duerm e
en el am a n e c er b a jo u n a sábana de nubes grises, es u n pequeño
paso hacia el " p e n s a r com o u n a m ontaña", en palabras de Aldo
Leopold. A scen d i a la m ayoría de las cimas del noroeste —las
m ontañas H o o d , B aker, R ain ier, Adams, Stuart y otras—durante
los años q u e s ig u ie ro n .

Al m ism o tie m p o , m e hice más consciente de las tierras


bajas. Los ca m io n e s b ajab an sin cesar carretera abajo desde las
Cascades a los valles fluviales, cargados con inmensas trozas.3-"
C am inando p o r las m o n tañ as bajas alrededor de nuestra casa
cerca de Lake C ity m e d i cuenta de que yo había crecido justo
después de u n a tala rasa, q u e solo habían pasado treinta y cinco o
cuarenta a ñ o s desd e la d eforestación de todas aquellas montañas.
Ahora sé q u e esa z o n a h ab ía albergado algunos de los árboles más
grandes y h e rm o so s q u e el m u n d o haya visto jamás: u n antiguo
bosque de tsuga, ab eto s D ouglas y u n a zona templada de bosque
húm edo a n te r io r a los glaciares. Sospecho que, de alguna forma,
me in stru y e ro n los fantasm as de esos antiguos árboles cuando
rondaban e n tr e sus to co n es. M e apunté a la Wilderness Societv35
a los diecisiete a ñ o s, m e suscribí a Living Wilderness y escribí cartas
al C ongreso so b re controversias forestales en las montañas
Olím picas.
Pero ta m b ié n m e fo rm é gracias al tipo de trabajo que haría-n
mis tíos, m is v ecin o s y los trabajadores de todo el Noroeste
del Pacífico. M i p a d re m e puso en el extremo de u n tronzador
cuando te n ía d iez añ o s y m e dio las instrucciones clásicas: "No te
montes so b re la s ie rra ” —n o em pujes, solo tira—. Me encantaba

y?. Trota: cu el lenguaje forestal, un tronco aserrado y cortado.

3 8 . W ild e r o e a s S o c ie t v : febocibción con*erv»eioni»ta fundada e n orxenuito


a 1» c o n s e c u c ió n d e poJ iú ca* p ú b lica » d e p r o te c c ió n
y delenaa d el le m ip m :.
Í.W W Ç Hi'íflermí» i u e bu revjata.
el zum bido y el siseo n ítid o de la h o ja, el r itm o , la cam aradería,
el rizo blanco de m adera que salía de las cuchillas, el ritu al de
colocar los mangos y rociar q u ero sen o so b re la cu chilla y en el
corte para disolver la resina. S errábam os secciones de troncos
caídos para cortarlos y utilizarlos com o le ñ a . L os p a ra d o s durante
los años de la D epresión talaban los e n o rm e s to c o n es de cedro
que quedaban después de la p rim e ra tala p a ra h a c e r bloques y
después cortarlos con u n h e n d e d o r p a ra fa b ric a r tejas de cedro
y venderlas. N osotros talábam os p ara a clarar p asto s, quem ando
enorm es pilas de maleza.
A la gente le encanta trab ajar d u ro e n e q u ip o y s e n tir que su
trabajo es verdadero, que es igual a d e c ir p r im a r io , productivo,
necesario. C onocer las habilidades de n u e stra s m a n o s y disfru­
tar de las cualidades de h erram ien tas b ie n d iseñ ad as es p rim o r­
dial. Es u n dilem a trágico que u n a p a rte im p o rta n te del mejor
trabajo que los hom bres hacen ju n to s ya n o sea d e l to d o bue­
no. Hoy sabemos que la precisa in fo rm a c ió n so b re las técnicas de
caza manual de ballenas y todos los pasos de d espiece y lim pie­
za descritos en Moby Dick ya n o p u e d e n o bviar al te rrib le fantasma
de la extinción de las ballenas. H asta el g ra n je ro y el carpintero
están inquietos: pesticidas, herbicidas, esp elu zn an tes subvencio­
nes, agua subvencionada, m ateriales b arato s, subdivisiones ho­
rrorosas, m uros que n o d u ran . ¿ Q u ié n p u e d e estar orgulloso?
Y nuestra indignación ética y ecológica a m e n u d o señala —por
pura frustración—al leñ ad o r o al g an ad ero , c u a n d o el p o d e r real
está en manos de gente que gana sum as de d in e r o inim aginables,
hom bres y m ujeres vestidos im p ecab lem en te, y c o n la exquisita
educación de las m ejores universidades, q u e c o m e n alim en to s de
prim era y leen literatura culta m ientras van o rq u e s ta n d o las in ­
versiones y la legislación que a rru in a rá n al m u n d o . A l e n tra r en
la mayoría de edad en el N oroeste del Pacífico, aco n sejad o p o r un
cedro, conociendo la historia de m i reg ió n , p ra c tic a n d o m onta­
ñism o, estudiando las culturas nativas y co n c ib ie n d o los pequeños

104
r itu a le s q u e m a n t u v i e r o n m i e s p í r i t u c u e r d o , a m e n u d o m e g a ­
n a b a la v i d a g r a c i a s a la s d e s tr e z a s d e l e ñ a d o r q u e a p r e n d í e n u n a
g T an ja d e t o c o n e s d u r a n t e la D e p r e s i ó n .

Trabajar en el bosque

Los añ o s d e 1952 y 1953 trabajé como vigía para el Servicio


Forestal e n las m o n ta ñ a s Cascades del N orte. El verano siguiente,
como q u e ría v e r nuevas m ontañas, solicité plaza en un Bosque
Nacional de la z o n a del m o n te R ainier. Ya había llegado hasta
la estación d e g u ard as de Packwood y com prado mi provisión de
víveres p a ra llevar al m ira d o r forestal cuando llegó la notificación
de m i d e sp id o (desde W ashington, D. C .). Era la época del
m acartism o y las sesiones del C om ité Veldej3 tuvieron lugar
en P o rtla n d . M e n c io n a b a n a m uchos de mis conocidos en la
televisión. F u e el f in de m i carrera com o trabajador forestal
estacional p a ra el G o b ie rn o .
Estaba to ta lm e n te a rru in a d o y decidí volver a trabajar en el
negocio fo re sta l. H ic e au toestop desde el este de las Cascades
de O reg ó n Basta la reserva in d ia de Warm Springs v me puse en
contacto c o n la c o m p a ñ ía m aderera Warm Springs. El verano de
1951 ya h a b ía tra b a ja d o allí de cubicador y ahora me contrataron
de e stro b e ro .40 E n la m eseta de lava al sur del rio Columbia.
en la cuenca d el D eschutes, cerca del nacim iento del rio ^ a rm
Springs. T aláb am o s u n bosque p rim ario de pinos ponderosa
en las faldas d el la d o este, u n a arom ático bosque abierto con

jtj. C o m ité V eld e : u n c o m ité d e actividades antiam ericanas durante e: pertudc ne


te p re s io n a n tic o n iu n ia ta lid e ra d o p o r eJ se n a d o r Joseph M cGortm en Estaca? ^ n in a s
d u ra n te la d é c a d a d e 1 ^5 ^ -

4,0. C u ñ ic a d o r v e s tr o b e í o : el p rim e ro es el o p erario íoresud e n c arrad r de cuizuiir el


vo lu m en d e m a d e ra d e u n tr o n c o y d e te rm in a r su calidad. U es-, ru itere « enm r^aru. ne
en g ariciiar io s ca b les a los n o m o s p a ia tjue fu eran a m u -.rudos p o r tra rtu m i pm as.
árboles inm ensos de tro n co s rectilín eo s q u e c re c ía n e n suelo
volcánico. El extrem o su p e rio r lin d a b a c o n la z o n a alp in a y el
in ferio r —adentrándose más y más e n el d e s ie rto — se convertía
progresivam ente en artem isa. La tala estaba b a jo c o n tra to con el
consejo tribal nativo. Las ganancias se r e p a rtía n e n tr e el conjunto
de la com unidad.

11 de agosto d e i g $ 4

H oy, estrobero. Por la noche, cerveza en M a d r a s. B a jo la sombra del monte


Jefferso n. Largos troncos de color canela. E sto es " p in o 'jip e r te n e c e a lo s "in d io s”,
q u é unión m as curiosa. Q ue estos in d io sj/ estos árboles, q u e co e xistiero n d u ra n te
siglos, de repente sean p o seed o r^ poseído. N u e s tr o s co n c ep to s, sin tu g a r a dudas.

No tuve grandes dilem as co n aq u el tra b a jo . A d iferen cia de


los bosques húm edos de abetos D ouglas de c re c im ie n to rápido al
oeste de las Cascades, d o n d e existen arg u m e n to s plau sib les a favor
de la tala rasa, los bosques de p in o s, más secos, s o n p erfecto s para
la tala selectiva. A quí las p e n d ien tes e ra n suaves y n o se talaba
más de u n cuarenta p o r ciento del dosel fo re sta l. Se dejaban en
pie unos cuantos árboles sem illeros sanos de ta m a ñ o m ed io . Los
tractores de oruga zigzagueaban e n tre ellos sin d escortezarlos.
Los estroberos son p arte de la o p e ra c ió n de tra n sp o rte de
troncos. E n el bosque, p rim e ro llegan los q u e h a c e n el inventario
forestal, calculan el total de m etros de tabla p o r á rb o l y los marcan.
A continuación, aparecen las orugas y las m otoniveladoras.
Y, pisándoles los talones, están los le ñ a d o re s gypo —a los que se
les paga p o r lo que p ro d u cen a destajo, e n lu g a r d e u n sueldo
fijo—; y, p o r últim o, en tra el equipo de tr a n s p o r te d e troncos.
N orm alm ente, el desem bosque al oeste de las m o n ta ñ a s es una
operación realizada m ediante u n sistem a c o n u n cable aéreo de
acero donde se agrupan las trozas y, u tiliz a n d o u n sistem a de
eslingas, se arrastran en línea desde u n á rb o l q u e h a c e de mástil.

ISO
En los bo sq u es de p in o s de la zona este el transporte se hace con
tractores o ru g a d e g ra n tam año. El tractor tira de u n rem olque
con oru g a q u e tie n e u n "arco” del que cuelga u n cable que va
del cabrestan te a la p o p a del tracto r pasando p o r la rueda de la
polea que está e n la p a rte alta del arco. A continuación, el cable
baja hasta d o n d e la eslinga se divide en tres grandes cadenas que
acaban e n u n o s e n o rm e s ganchos de acero, los ganchos de cierre.
Yo estaba e n u n e q u ip o de dos que trabajábamos detrás de u n
tractor o ru g a . E ra cosa de dos.
C ada tra c to r a rra stra los troncos talados y desramados hasta los
cargaderos —d o n d e se suben en camiones—desde las propias vías
de arrastre. M ie n tra s se arrastran los troncos, los estroberos —que
se qu ed an d etrás—van estudiando la siguiente carga. Seleccionan
los tro n c o s q u e a m a rra rá n al tracto r para el siguiente viaje y
d eterm in an la secuencia en que deben ir enganchados para que
no se cru c e n , v o lteen , g ire n o ro m p an otros árboles vivos, para
que n o se tr a b e n c o n los tocones n i hagan ningún movimiento
extraño o p e lig ro so . Los estroberos deben ser delgados y fibrosos.
Yo llevaba b o tas de le ñ a d o r em breadas y con puntas de acero en
la suela, p arecid as a dientecillos de comadreja. Era el calzado
perfecto p a ra c o r r e r e n tre las enorm es trozas y subir por ellas
m ientras observaba su disposición y preveía la dinámica de su
masa e n m o v im ie n to . El tra c to r volvía p o r la vía de arrastre con
las eslingas vacías y se colocaba donde yo le señalaba. Entonces yo
sacaba dos o tre s eslingas de los ganchos de cierre y arrastraba los
cables de cin co m e tro s detrás de m í hasta las trozas y las colocaba.
El tra c to r c o n tin u a b a hasta el o tro estrobero, que sacaba sus
eslingas y h acía lo m ism o .
G om o el tra c to r se iba m oviendo y girando, los estroberos
acabábam os to ta lm e n te llenos de polvo y m antillo, em butiendo el
extremo de la eslinga bajo la troza, rodeándola y enganchándola
al cierre m e tá lic o co rred izo llam ado "de cam pana”, que enlaza la
troza c u an d o la eslinga se tensa. El tractor daba marcha atrás con

107
el rem olque y el arco hasta d o n d e yo estaba s u je ta n d o e n alto las
eslingas. Yo enganchaba la p rim e ra "D ” —el ag u jero e n el extremo
libre de la eslinga—p o r encim a del g ancho de c ie rre y enviaba el
tractor a p o r la siguiente troza. Se p o d ía a d e la n ta r y arrastrarlo
m ientras yo saltaba hasta la siguiente carga y en g anchaba la
siguiente eslinga al gancho de cierre. E n to n c e s el cabrestante de
la parte p o sterio r del tracto r lo acababa d e su je ta r y los extremos
de las trozas se alzaban lim p iam en te del suelo co lg an d o del arco
entre las dos ruedas de oruga.

D e p ie
so s te n ía la e slin g a e n a lto
M ie n tra s el tr a c to r d a b a m a rc h a a trá s c o n e l r e m o l q u e d e a rc o
cay e ro n a b e to s b la n c o s ,
L as ra m a s c h a s q u e a n d o c o n tr a el casco
el b r illa n te cab le D e n g a n c h a d o
L os g an ch o s d e c ie rre se b a la n c e a b a n
r e p iq u e te a n d o c o n tr a el f r í o a c e r o .

(d e M y th s a n d Texts) +I

La siguiente p reg u n ta era: ¿có m o se ib a n a d esplegar las


trozas? El co n d u cto r del tra c to r q u e m e to c a b a e ra L ittle Joe,
de diecinueve años y recién casado; m ascaba tab aco y siem pre
estaba de b rom a. Le hacía u n a señal c o n el d e d o p u lg a r y al
m ism o tiem po salía c o rrie n d o de e n tre las tro zas s a lta n d o detrás,
a veces incluso cuando él ya em pezaba a tir a r y estas se elevaban
desde el arco. N unca te quedes en m e d io de u n d esp lieg u e de
trozas. C uando el tracto r tira , p u e d e n b a la n c e a rse y ju n ta rse

4-1. Aí)</uond7fiti [Mitos y textos]: el segundo poemario del autor, publicado en 1960.
Una sección está inspirada en su trabajo como peón forestal. Otros poemas de este libro
traducidos al castellano pueden leerse en: Snyder, Gary, La mente salvaje: Nueva antología.
Ardora Ediciones, 2016.

1GB
con u n c h a s q u id o . "Así p ie rd e n los estroberos las p iern as”. Y
tam poco p e rm a n e z ca s cerca de u n árbol m uerto cuando salga la
carga. P o r p o c o q u e la carga lo roce, la parte su p erior, o todo
el á rb o l, p u e d e caerse. Yo vi a u n a maestra m uerta —u n árbol
con u n a h o r c a d u r a e n la tercera ram a más alta—resquebrajarse
y caer co m o si n a d a , ro zan d o el casco de u n estrobero llam ado
Stubby. T uvo s u e rte .

E l t r a c t o r D 8 a c e le ra lig e ro e n tr e a b eto s blancos


R o z a e l p i n o s e m ille r o
las a rd illa s rayadas h u y e n ,
U n a h o r m i g a n e g r a lleva u n h u e v o
s i n r u m b o f ijo p o r la m a ltre c h a tie r r a .
A v isp a s a m a r illa s e n m o v im ie n to ro d e a n
e l t r o n c o m u e r t o d e s tro z a d o , su h o g a r.
L a r e s i n a r e z u m a d e lo s á rb o le s
s in c o rte za a ú n e n pie,
e x tr a ñ o o l o r a a r b u s to s tr itu r a d o s .
L o s p i n o s co n to rta s o n frág iles.
L o s c a s c a n u e c e s r e v o lo te a n y o b se rv a n .

D e los estro b ero s experim entados aprendí trucos, asientos y


tiros; m an eras de que u n a eslinga volteara una troza o incluso que
saltara desde d ebajo de otra. Formas y secuencias para enganchar
eslingas. U n a vez colocadas, parecían u n telaraña enmarañada,
pero cuan d o el tra c to r tiraba, se deshacía el revoltijo como por arte
de magia sin q u e las eslingas se cruzasen, y cada troza se colocaba en
su sitio. D e vez e n cu an d o enganchábamos u n árbol de dos metros
y m edio de d iá m e tro y a m enudo otros de casi dos metros: nunca
antes había visto p in o s ponderosa tan perfectos. También había
abetos blancos, abetos Douglas y algunos alerces.
P ro n to m e aco stu m b ré al rugido y el fragor rechinante del
tractor, al p olvo, a los ricos olores que ascendían del suelo herido

160
I
y revuelto de vida vegetal. A la h o ra de c o m e r, c u a n d o to d a la ma­
quinaria estaba en silencio, aparecían ciervos b u sc a n d o el camino
entre el bosque devastado. U n oso n e g ro se m etía u n a y otra vez
en nuestra destartalada fu rgoneta p ara hacerse c o n la com ida has­
ta que alguien le pegó u n tiro y sirvió de cena p a ra to d o el campa­
m ento. N o había re n c o r c o n tra el oso, y n o h a b ía sensació n de
conquista en el trabajo de los leñ ad o res. L os h o m b re s e ra n estoi­
cos, diestros, trabajaban de más y sabían u n m o n tó n de chistes y
dichos horribles, ¡pero tam b ién m uy divertidos! M u chos de ellos
vivían en la reserva, com partida e n tre los p u e b lo s wasco, wishram
y shoshone. La com pañía m aderera daba p rio r id a d a la contrata­
ción de nativos am ericanos de la zona.

Ray W ells, u n n isq u a lly g ra n d e , y yo


p u sim o s u n a e slin g a c a d a u n o
E n los g a n c h o s d e c ie rre d e d o s g r a n d e s a le rc e s
E n u n e sp e su ra d e e s tr a m o n io y u n p a n t a n o .
e sp e ra n d o a q u e v o lv ie ra el t r a c t o r ,
'A yer c ap a m o s u n o s p o n is
M i su e g ro les c o rtó las p e lo ta s
Es wasco y n o h a b la in g lé s
A g arra u n m a n o jo d e tu b o s y d e a lg u n a m a n e r a
c o rta los c o rre c to s .
La p e lo ta salta, el c ab a llo c h illa
P e ro está c o m p le ta m e n te a m a r r a d o ” .
B ajó el tra c to r re c h in a n d o .
A la so m b ra d el e s tru e n d o d e m e ta l y d ie s e l
y su h u e lla m e tá lic a
P en sé e n el tip i d e Ray W ells e n la l la n u r a d e salvia
L o s p o n is c astrados
S a n a n d o y p a sta n d o a p le n o so l.

Tam bién habia viejos blancos que tra b a ja ro n to d a la vida en la

170
industria m ad erera ¡ u n o había sido activista en el sindicato Industrial
Workers o f th e W orld, "los wobblies" ,+a y despreciaba los sindicatos
posteriores. Le hablé de m i abuelo, que había dado mítines a favor
de los wobblies en la plaza Yesler de Seatde, y de mi tío Roy, cuya
esposa, A n n a , fue la cocinera jefa de u n inm enso campamento de
leñadores e n G ray's H a rb o r durante la prim era guerra m undial.
Le conté so b re el renovado interés p o r el anarcosindicalismo en
algunos círculos en P ortland. Me dijo que no había conocido a
nadie con q u ie n h ab lar en wobbly en los últimos veinte años y que
le encantaba. Su trabajo de cortador de nudos le hacía estar en los
cargaderos d o n d e los tractores oruga soltaban las trozas. A unque
las palas c o rta b a n las ramas, a veces se dejaban nudos que hacían
difícil cargar y ap ilar las trozas. Cortaba tocones con u n hacha de
doble filo. E d ten ía u n a marca circular desgastada en el bolsillo
posterior de sus téjanos recortados: era de la piedra redonda para
afilar el hacha. E n tre carga y carga, la afilaba constantemente: con
ella podía hasta c o rta r lám inas de su pastilla de tabaco de mascar.

E d M c C u l lo u g h , l e ñ a d o r d u r a n te tr e in ta y c in c o años
R e le g a d o p o r la lle g a d a d e las m o to s ie rra s
A c o r t a r n u d o s e n lo s c a rg a d e ro s :

" N o te n g o q u e a c e p ta r esta m ie rd a ,
V e in te a ñ o s m á s
y le s d i r é q u e les d e n p o r el c u lo ”
( t e n í a e n to n c e s se se n ta y c in c o años)
E n 1 9 3 4 v iv ía n e n casu ch a s
E n H o o v e r v ille , S u lliv a n 's G u lc h .
C u a n d o e l t r e n a P o r t l a n d e m p e z ó a p a sa r p o r allí 42

42. Industrial Workers of the World [Trabajadores Industriales del Mundo):


un histórico sindicato anarcosindicalista fundado en Chicago en 1905.
Sus simpatizantes era conocidos como loobóli'es.

171
Los ferroviarios les tiraban carbón.
"A miles de chicos les dispararon y golpearon
Por querer una buena cama, una buena paga,
comida decente, en el bosque”
Nadie sabía lo que significaba:
"Soldados del descontento”.
E n un a ocasión u n tra c to r o ruga fu e h asta los cargaderos
tirando solo de u n tro n co , y n o era el típ ic o d e diez m etros de
longitud, sino u n o de cinco. A u n sie n d o la m ita d , el tractor
apenas podía arrastrarlo. Tuvim os q u e a p a re ja r dos eslingas
alrededor de él sin que sobrara m u ch o cable. A h o ra sé que ese
árbol estuvo a p u n to de b a tir u n ré c o rd de ta m a ñ o . El pino
ponderosa más grande del m u n d o , cerca d e l m o n te A dam s, que
fui a ver tras reco rrer kilóm etros de c a rre tera s p o lv o rien tas, no
tenía u n diám etro m ucho m ayor que aq u el á rb o l.
¿Cóm o no lam entarse al ver u n á rb o l ta n g ra n d e convertirse
en madera? Era u n anciano, u n ser de g ra n p re se n c ia , u n testigo
de los siglos. G uardé algunos frag m en to s irre g u la re s y de color
tostado de la corteza y los coloqué en u n p e q u e ñ o a lta r sobre una
caja ju n to a mi litera en el ca m p am en to . Esa y o tra s o fren d as —una
pluma de pájaro carpin tero , u n tro zo de h uevo de p ájaro roto,
un poco de obsidiana y u n a foto del b o d h isattv a d e la sabiduría
trascendental, M anjusri—n o e ra n "m is” o fre n d a s al b osque, sino
las que nos hacía el bosque a todos n o so tro s. S u p o n g o que era mi
manera de recordárm elo.
Todos los árboles del bosque de W arm S prings e ra n primarios.
También eran perfectos para m adera, la m ayoría sin ninguna
podredum bre. No tengo la m enor duda de que m u ch o s de los árboles
semilleros y los más pequeños que se d ejaro n en p ie crecieron, y que
el bosque volvió a recuperarse. U n silvicultor q u e trabajaba para la
Oficina de Asuntos Indios y para el consejo trib a l p lan ificó esa tala.
¿Realmente volvió a recuperarse? N o sé si las m ad ereras de Warm
Springs los han vuelto a talar. No deberían h ab erlo h e c h o , pero...

172
H abía u n a retó rica tranquilizadora y conservacionista en el
m undo forestal y m aderero desde mediados de los años treinta
hasta finales de los cincuenta. A ún no había empezado la brutal
tala rasa q u e h a devastado ya toda la vertiente del Pacífico desde el
río K e rn hasta Sitka, e n Alaska. E n aquellos días, los profesionales
forestales todavía creían en la tala selectiva y, de hecho, ejercían la
producció n sostenible. F ueron, si echamos la vista atrás, los últimos
años de u n a co rrecta gestión de los bosques en Estados Unidos.

P erenne

La tie rra seca y árid a del Oeste am ericano tuvo un extraño


efecto e n la p o lític a de Estados U nidos. Transform ó, radicalizando
incluso, a alg u n o s individuos. U na vez que se cerró a los colonos
y las tie rra s n o reclam adas pasaron a ser de titularidad pública,
unas cuantas p e rso n a s se d ie ro n cuenta de que el futuro de esas
tierras d e p e n d ía de u n debate público. Algunas cambiaron la
exploración y el gusto p o r la naturaleza salvaje p o r el activismo
político.
Los filósofos taoístas nos cuentan que la sorpresa y la enseñanza
sutil p u ed e n llegar de lo inútil. Así sucedió con la tierra baldía del
Oeste am ericano: era inaccesible, inhóspita, árida e intimidatoria a
los ojos de la m ayoría de los prim eros euroamericanos. Estas tierras
inútiles se co n v irtiero n en el "lugar del sueño” de unos cuantos
hombres y m ujeres del siglo XIX y principios del XX -Jo h n Wesley
Powell e n m ateria de agua y terrenos públicos, Mary Austin en lo
concerniente a los nativos americanos, el desierto y las mujeres—que
se ad en tra ro n e n soledad en los grandes espacios y volvieron de sus
expediciones n o solo para criticar la política y los supuestos que se
daban p o r b u e n o s en aquellos Estados Unidos en expansión, sino
tam bién p ara izar las velas, hoy henchidas de viento, en nombre de
lo salvaje y el p ro c o m ú n . Algunos de los terrenos de dom inio
público re c ié n establecido tenían u n uso potencial para la

173
explotación m aderera, el pastoreo y la m in e ría , p e ro e n lo que se
refiere a m adera y praderas, las m ejores tie rra s estab an ya e n manos
privadas. Lo que pasó a ser de titu larid ad pú b lica u ocasionalm ente
reserva india era —desde el p u n to de vista de en to n ces— tierra
marginal. Las zonas restringidas p ara cam pos de tiro y pruebas
nucleares de la G ran Cuenca tam b ién so n de d o m in io público,
aunque el BLM43 las haya cedido a los m ilitares.
P or eso, los bosques que e n esa época se p r o te g ie ro n como
tem pranas reservas forestales n o se c o n sid e ra b a n tie rra óptima
para la explotación m aderera. La p rim e ra in d u s tr ia m aderera
del N oroeste del Pacífico se c en tró e n los espesos bosques de
coniferas de baja elevación, com o los q u e h a b ía a lre d e d o r de la
casa donde me crie, o ju n to al o céan o , o e n las rib e ra s de los
ríos. Ese te rrito rio accesible, tras la tala rasa, se co nvirtió en
bienes raíces, pero las grandes em presas se q u e d a r o n tam bién
con tierras más alejadas p ara explotarlas c o m e rc ia lm en te. La
mayor parte del bosque de la pen ín su la O lím p ic a es p riv ad o . Solo
p o r suerte o casualidad son de d o m in io p ú b lic o algunas zonas
de arbolado a baja elevación, com o el b o sq u e d e l río H o h en el
Parque Nacional de las M ontañas O lím p icas, o las secuoyas del
parque Jedediah Sm ith en C alifo rn ia. Es gracias a estas reservas
de bosques supervivientes que todavía p o d e m o s re c o n o c e r cómo
fue el bosque original de la C osta O este, e n su v ersió n más
espesa y densa. P rim ero se le llam ó "b o sq u e v irg e n ” , u n térm ino
revelador. Después, "bosque p r im a r io ”, o , e n alg u n o s casos,
"clímax”. A hora empezamos a llam arlo "b o sq u e a n tig u o ” .

E n la lluviosa vertiente del Pacífico h u b o b o sq u e s d e m illones


de hectáreas que coevolucionaron a lo larg o de m ile n io s , es posible
incluso que durante más de u n m illó n de a ñ o s. Esos b o sq u es son el

43. BLM: Boreau ofLand Management. La oficina de administración de tierras del


Gobierno de los Estados Unidos.

174
ejem plo m ás c o m p le to de los procesos ecológicos, pues contienen
ingentes c an tid ad es de m ateria m uerta en descom posición ju n to
a la fe rtilid a d re c ie n te , y preservan los flujos de energía tanto del
detritus co m o de la vida en desarrollo. U n bosque antiguo tiene
m uchos árb o le s viejos verdaderam ente grandes; algunos ten d rán
las copas desiguales, rotas y musgosas, "sucias” con considerable
acum ulació n o rg án ica y, la m ayoría, agujeros con podredum bre
en el in te r io r . H a b rá árboles m uertos en pie y u n b uen núm ero
de tro n co s caídos. A u n q u e estas peculiaridades no atraigan a los
m adereros p o r "exceso de m adurez”, hacen que u n bosque antiguo
sea algo m ás q u e m ad era: u n palacio de organismos, u n cielo para
m uchos seres, u n tem p lo d o n d e la vida investiga a conciencia su
p ro p io ro m p ecab ezas. La actividad vital cae directamente para
h u n d irse b a jo el suelo (putrefacción y m antillo). Hay termitas,
larvas, m ilp iés, ácaros, gusanos de tierra, colémbolos, cochinillas
y finos h ilillo s de h o n g o s enhebrados entre sí. "Existen hasta
unos 5 - 5 ° ° in d iv id u o s —sin co n tar.lo s gusanos de tierra y los
n em atodos— p o r cada 3 0 cm a de terren o de aproximadamente
30 c e n tím e tro s de p ro fu n d id a d . Se h an recogido hasta 7°
especies d ife re n te s e n m enos de 3 0 cm! de fértil tierra forestal. La
población a n im a l c o n ju n ta en el suelo y el hum us probablemente
llega a 1 0 .0 0 0 an im ales en 3 0 cma”. (R obinson, 1988, 87).
Las coniferas d o m in an tes de este bosque son longevas y crecen
hasta alcanzar u n g ra n tam año: el abeto Douglas, el cedro rojo del
Pacífico, la tsuga del Pacífico, el abeto noble, la pícea de Sitka y la
secuoya ro ja . S o n c o n frecuencia las más longevas de su género.
Los antig u o s b osques de las laderas occidentales m antienen uno
de los m ayores p o rcentajes de biomasa —materia viva total— por
hectárea de b o s q u e d el m u n d o , y solam ente algunos de los
bosques australianos de eucaliptos se les acercan. Los antiguos bosques
tem plados de fro n d o sas, y tam bién los bosques tropicales, tienen
un p ro m e d io de 61.9x6 toneladas p o r hectárea. Los bosques de
la ladera o c c id e n ta l de las Cascades de O regón prom ediaron
175-228 toneladas p o r hectárea. E n la m áxim a categoria, los
bosques de secuoyas rojas llegan hasta 7 4 ° - 9 7 9 to n eladas de
biom asa p o r hectárea (W aringy F ra n h lin ,I9 7 9 ).
Los ecólogos y paleoecólogos forestales e sp e c u la n so bre cómo
pudo establecerse u n bosque tan in m e n so . A l p a re c e r, el bosque
del Oeste estaba conform ado m a y o rita ria m e n te p o r frondosas
caducifolias hace unos veinte m illo n es de añ o s: h a b ía fresnos,
arces, hayas, robles, castaños, olm os y gingkos, c o n coniferas
solo en los p untos más altos. E n tre doce y d ie c io c h o millones
de años atrás, las coniferas em p ezaro n a o c u p a r g ran d es áreas y
después conectaron entre sí en las tie rra s altas. H a c e u n m illón
y m edio de años, d urante el P leistoceno in f e r io r , las coniferas
lo habían invadido todo y el bosque e ra e se n c ia lm e n te com o es
ahora. El tipo de bosques que había prevalecido a n te rio rm e n te,
los bosques de frondosas, sobreviven hoy e n la z o n a este de los
Estados Unidos y tam bién fu e ro n vegetación o rig in a l —antes de la
agricultura y de las prim eras explotaciones m a d e re ras— de China
yjapón. Visitar el Parque N acional G reat Sm oky M o u n ta in s44 hoy
puede darnos una idea de cóm o fu e ro n e n el siglo IX los bosques
montañosos de los alrededores de la vieja cap ital c h in a de Xian,
conocida antiguam ente com o C h 'a n g -a n .
En las demás zonas de bosque tem p lad o d el m u n d o , las
coniferas tienen una presencia secundaria u o casional. Parece ser
que el aumento de las coniferas en la C osta O este se p u e d e atribuir
a una com binación de factores: veranos relativ am en te fríos y
bastante secos (que no van tan b ie n a los árb o les d e h o ja caduca)
combinado con inviernos húm edos y suaves (d u ra n te los cuales
las coniferas continúan con el proceso de la fo to sín tesis), y una
ausencia casi total de tifones. El e n o rm e ta m a ñ o de los troncos

4.4. Great Smoky Mountains National Park; Parque Nacional de las "Grandes Montañas
Humeantes". El nom bre hace referencia a la presencia habitual de niebla. Está situado
en la cadena de los montes Apalaches, en el este de Estados Unidos, entre los estados de
Tennessee y Carolina dei Norte.

I7G
ayuda a a lm a c e n ar h u m ed ad y nutrientes para los años de sequía.
M ientras so n jó v en es, los bosques tienen u n crecim iento estable
y pro d u ctiv o —desde u n a perspectiva maderera—, y estas especies
en p a rtic u la r sig u en creciendo y acum ulando biomasa incluso
m ucho tie m p o después de que la mayoría de los árboles de otras
zonas h ú m e d a s hayan alcanzado su equilibrio.
E n este b o sq u e se en cuentra la ardilla voladora del n o rte —que se
alim enta de las trufas—y su sagrado enemigo, el cárabo manchado.
La ardilla de D ouglas, o pillillooeet,*s vive aquí, como también su
sagrada enem iga la m arta de los pinos, tan ágil sobre las copas de los
árboles que p u ed e d a r caza a u n a ardilla. La osa negra deambula sin
cesar rebu scan d o larvas en los troncos que llevan tiempo muertos.
Estos y o tro s m u ch o s seres ocupan las galerías sombrías, profundas
y de c o n d ic io n e s estables —m enos viento, menos cambios de
tem p eratu ra, h u m e d a d constante—de las enorm es arboledas. Los
cam pañoles ro jo s, que h ab itan en las copas de los árboles, llevan
centenares de g en eracio n es a sesenta m etros entre el follaje, y
algunos de ellos n u n c a h a n descendido al suelo (M aser,ig8g). De
alguna m a n e ra , la re d que m antiene todo unido es el micelio: los
filam entos de los h o n g o s que m edian entre las puntas de las raíces
de las p lan tas y la q u ím ica de los suelos, captando nutrientes. Esta
asociación es ta n vieja com o las plantas con raíces. El bosque se
sostiene gracias a esa re d soterrada.

Los b o sq u es costeros del N oroeste del Pacífico son los


últim os de este tip o en u n a zona tem plada. U n fragmento de
Critias, de P la tó n ( i l l a -d ) dice: "Entonces, cuando aún no se
había desgastado [A ttica], tenía m ontañas coronadas de tierra y
las llan u ra s q u e a h o ra se dicen de suelo rocoso estaban cubiertas
de tie rra fé rtil. E n sus m ontañas había grandes bosques de los45

45. Pillillooeet: Un nombre onomatopéyico para lns ardillas, que imita su llamada de alerta.
Es el que usaban los nativos americanos del área del rio Ring, en Calilornia.

177
que persisten signos visibles, pues e n las m o n ta ñ a s q u e ah o ra solo
tienen alim ento para las abejas se talab an á rb o le s n o hace mucho
tiem po para techar las co n stru c c io n e s... H a b ía o tro s muchos
altos árboles... Además, gozaba a n u a lm e n te d e l agua de Zeus, sin
perderla, com o sucede en el p resen te q u e fluye d e l su elo desnudo
al m ar”.16La aleccionadora h isto ria de los b o sq u e s m ed iterráneos
es b ien conocida. U na parte im p o rta n te de la d e s tru c c ió n de estos
ha tenido lugar en los últim os siglos, p e ro ya h a b ía com enzado,
en particular en las tierras bajas, d u ra n te el p e rio d o clásico. En el
Neolítico toda la cuenca h abría te n id o m ás de d o sc ie n to s millones
de hectáreas de bosque. Los bosques m ás altos s o n los ú n ico s que
sobreviven, y únicam ente o cupan el tre in ta p o r c ie n to de la zona,
alrededor de dieciocho m illones de h ectáreas. A p ro x im adam ente
dos millones de hectáreas de tie rra a n tig u a m e n te cubiertas de
pino, roble, fresno, laurel y m irto solo tie n e n h o y restos de
vegetación. En el arco m ed iterrán eo existe u n v o cab ulario más
sofisticado para las com unidades de p lan tas q u e o c u p a n antiguas
zonas de bosque y tam bién áreas n o fo restales. E n C alifo rn ia, a
cualquier arbusto se le llama chaparral. M aquis es el té rm in o para el
roble, el acebuche, el m irto y el e n e b ro . A l c o n ju n to de arbustos
bajos, de hoja lustrosa y resistentes a la seq u ía se le llam a garriga.
Batha es roca expuesta, suelo e ro sio n ad o c o n m a to rra l disperso y
plantas estacionales.
Las personas que ahora viven allí n i siquiera saben q u e esas m on­
tañas rocosas y grises tuvieron abundantes árb o les y fau n a salvaje.
La destrucción se intensificó com o resu ltad o d el tip o de agricul­
tura. Los grandes latifundios de propietario s ausentes m antenidos
p o r esclavos y concebidos para su rtir a los m ercados centrales fue­
ro n reemplazando las pequeñas granjas autosuficientes y los proco­
munes de los agricultores. Los nuevos p ro p ie ta rio s e x term in aro n

46. Platón, fí/efco, Timto y Criíias. Biblioteca Clásica Credos, Madrid, 1992. Traducción
de M.a Angeles Durán y Federico Lisi.

178
la fauna salvaje q u e quedaba en el procom ún, el bosque se ven­
dió a cam b io de d in e ro y los campos de cultivo se extendieron p o r
lo que valían. "Las ciudades del litoral m editerráneo se implicaron
en u n in te n so com ercio Ínter regional, con productos fabricados de
forma barata, m ercados crecientes y formas de producción similares
a la in d u stria l... Este desarrollo de la colonización, la economía pla­
nificada, las divisas y el intercam bio de medios tuvo consecuencias
drásticas p ara toda la vegetación natural desde España hasta la India".
(T h irg o o d .ig S l, 29)-
Los b o sq u es de frondosas de las tierras bajas de C hina
d ism in u y e ro n g rad u alm en te a m edida que la agricultura fue
avanzando, y p rá c tic a m en te habían desaparecido hace unos tres
! m il q u in ie n to s a ñ o s (el filósofo chino Mencio ya m encionaba
los riesgos d e la tala rasa en el siglo IV a. C .) La composición
del b o sq u e ja p o n é s se h a alterado d urante siglos p o r la tala
co n tin u a . L os a se rra d e ro s japoneses h an reducido su capacidad
para ajustarse a tro n c o s de alred ed o r de veinte centímetros v los
bosques de h o ja caduca prim igenios solo se encuentran va en
las m o n ta ñ a s m ás rem o tas. El apreciado y aromático falso ciprés
| h inoki (el Chamaecyparis jap o n és), esencial para las edificaciones
i de tem p lo s y sa n tu a rio s, es ahora tan escaso que, para renovar las
con stru ccio n es trad icio n ales, se tien en que im portar troncos lo
bastante g ran d es desde la Costa Oeste de Estados Unidos. Aquí
se le co n o ce c o m o el ciprés de P o rt O rfo rd y solo se encuentra
en el s u r d e O re g ó n y e n las m ontañas Siskivou. al norte de
C alifo rn ia. D u r a n te m u ch o s años se utilizó para hacer los astiies
de las flechas. A h o ra los am ericanos no se lo pueden perm itir.
N in g u n a o tr a c o n ife ra e n el m u n d o se cotiza tanto como esta, y
solo los c o m p ra d o re s japoneses están dispuestos a pagar p o r ella.

La ex p lo tació n com ercial de la madera en la Costa Oeste co-


1 menzó a lre d e d o r de 187O. D urante décadas se realizaba p o r dena-
jo de los 1 .2 0 0 m e tro s, f u e la época de los tronzadores .sierra para

7
I V
dos personas), el hacha de doble filo, los cortes d ireccionales, los
tram polines, la lám para de queroseno c o n u n garfio co m o asa para
colgar de la corteza. Los leñadores gypo que talab an e n los alrededo­
res de las bahías m arinas del estrecho Puget b ajab an los tro n co s por
el agua hasta los aserraderos. Después llegó la m a q u in a ria forestal a
vapor y el tiro de bueyes para arrastrar en o rm e s trozas p o r caminos
de troncos o utilizando grandes ruedas de m a d e ra q u e m antenían
u n extremo del tronco en alto para facilitar el a rra stre . Las m áqui­
nas a vapor reem plazaron a los bueyes, y el diésel, al v apor. La tala
rasa de las tierras bajas de la Costa O este fue ab so lu ta.
C hris Maser (1989, xviii) escribe: "C ad a avance e n tecnología
forestal y en el uso de fibra de m adera h a acelerad o la explotación
de los bosques; p o r eso, desde 1935 hasta 1 9 8 0 , el v o lu m e n anual
de m adera talada ha aum entado e x p o n e n c ia lm en te u n 4 >7% Por
año... Desde la década de 1970 el 65% de la m a d e ra se ha talado
p o r encima de los 1 .2 0 0 m etros de a ltitu d . C o m o e n los últim os
cuarenta años el árbol m edio recogido ha sid o cada vez m ás joven
y pequeño, el aum ento anual de hectáreas taladas es cinco veces
superior al aum ento en volum en talad o ".
En esos años los cam iones re e m p la z aro n a lo s tre n e s, y los
tractores oruga más versátiles, que llam am os cats, re e m p lazaro n a
las grúas fijas de cables. Desde finales de los c u a re n ta e n adelante,
los elegantes y m elodiosos tro n zad o res Royal C h in o o k colgaron
de las paredes en los graneros, y la m o to s ie rra d e gasolina
empezó a ser la h erram ien ta p referid a del le ñ a d o r. A finales de la
segunda guerra m undial las grandes co m p añ ías m a d e re ras habían
conseguido —con algunas notables ex cepciones— esq u ilm ar y
gestionar tan mal su p ro p ia tie rra q u e se f ija ro n e n las tierras
federales, los bosques de la gente, e n busca de rescate. N o se puede
alabar m ucho la virtud de los p ro p ie ta rio s de b o sq u e s privados
—su historia es catastrófica—, p ero todavía hay ro m á n tic o s de la
privatización mal inform ados que a rg u m e n ta n q u e las tierras
públicas deberían venderse al m e jo r p o s to r.

1110
L as ta b la s d e S a n F ra n c is c o
f u e r o n lo s b o sq u e s a lre d e d o r d e S eattle:
Se m a t ó y se c o n s tr u y ó , u n a casa,
u n b o s q u e , a r ru in a d o o cep illa d o
T o d a A m é r ic a c o lg a d a d e u n g a n c h o
y q u e m a d a p o r h o m b re s p a ra su m ayor g lo ria .

A ntes de la segunda guerra m undial, el Servicio Forestal de


los Estados U n id o s se com portó como una verdadera agencia
conservacionista, o p o n ién d o se a la era tem prana de la tala rasa.
N orm alm en te se exigía a los contratistas que hicieran una tala
selectiva alta m e n te profesional. La tala perm itida era m ucho
m en o r. Ib a de los 8 ,2 6 m illones de m etros cúbicos a en 1950 a los
31,85 m illo n e s e n 197o - A p a rtir de 1961, los nuevos responsables
del Servicio F orestal acogieron a la industria con los brazos
abiertos y d u ra n te las décadas de 1960 y 197° se fue eliminando
sucesivam ente al p erso n al más veterano y conservacionista.
En los o c h e n ta , el Servicio Forestal de los Estados Unidos se
em barcó e n u n in g e n te program a de construcción de carreteras.
Los silv icu lto res h a b la n de "fibra vegetal”, con ánimo de
desm arcarse p ro fe s io n a lm e n te y m arginalizar la realidad de los
bosques, y a lg u n o s m an ifiestan que no ven ninguna diferencia
en tre u n m o n o c u ltiv o de plantas de la misma edad y u n bosque
salvaje. L os nuevos responsables de comunicación de la agencia
todavía re p ite n la retórica conservacionista de los años treinta,
como si el Servicio Forestal nunca hubiese perm itido talas rasas
controvertidas n i v en d id o m adera de árboles prim arios incluso
con p érd id a s económ icas.
El m a n d a to legal del Servicio Forestal no deja lugar a dudas
sobre su re sp o n sa b ilid a d en la gestión de las tierras forestales
"como b o sq u e s ” , lo que quiere decir que la madera es solo uno
de los b ie n e s a te n e r e n cuenta. Está claro que los bosques se
deben g e s tio n a r de fo rm a perm anentem ente sostenible. Pero
el C ongreso, el M inisterio de A g ric u ltu ra y las com pañías se
confabulan para sortear los co n tro les. Renovable se c o n fu n d e con
sostenible: sim plem ente p o rq u e algunos o rg a n ism o s vivos co n tin ú en
renovándose n o quiere d ecir que siem p re será así, especialm ente
si se abusa. Y "siem pre” —el lapso de tie m p o q u e u n bosque
debería seguir m ad u ran d o — se m o d ifica p a ra re d u c irlo a "entre
cien y cincuenta años”. A pesar de la a b ru m a d o ra evidencia de la
mala gestión del burocrático Servicio F orestal q u e a p o rta ro n los
grupos ecologistas, este se resistió de fo rm a a rro g a n te y tozuda a
lo que se ha convertido en u n a clara p e tic ió n p ú b lic a de cambio.
Ya está bien de etiquetar com o "g estió n ” ta n to a la sum isió n al
vertiginoso viaje económ ico de los tiem p o s m o d e rn o s —generando
rotaciones forestales cada vez más rápidas e n los b o sq u es—como a
lo contrario: se precisan ciclos len to s.
La turba de los grupos de activistas del b o sq u e (q u e incluye a
los refinados de W ashington D . C . ) p edía ro ta c io n e s m ás lentas,
protección auténtica de las riberas, m en o s carreteras, fin de las talas
en las laderas em pinadas, solo talas ocasionales de regeneración
y la más prudente aplicación de p eq u eñ o s y a p ro p ia d o s cláreos.
Solicitamos volver a la tala selectiva, a la p resen cia de árboles de
diferentes edades y a u n a protecció n real de las especies amenazadas
(el cárabo m anchado, la m arta pescadora y la m a rta de los p inos son
solo algunas de ellas). Decían, y dicen todavía, q u e no debería talarse
masen absoluto en los bosques antiguos que todavía q u e d a n . Además,
todos pedimos que se establezcan co rred o res b io ló g ico s para evitar
que las arboledas m aduras se conviertan en islas ecológicam ente
empobrecidas.
Muchos empleados del Servicio F orestal de los Estados
U nidos estarían hoy de acuerdo e n q u e estas medidas
son vitales para una verdadera sostenibilidad. P ero están atrapados
en la espesa red de leyes expoliadoras im puestas p o r el C ongreso, las
empresas y algunos funcionarios públicos. C o n b u e n a s prácticas,
América del N orte podría m a n te n e r u n a in d u s tria forestal y
proteger al mismo tiem po una extensión m ed io d e c e n te de bosque

1112
salvaje d u ra n te diez m il años. Es aproximadamente la edad de la
cultura de los pu eb lo s del valle del río Wei en China: u n periodo de
tiem po qu e n o resulta excesivo para que los humanos lo consideren
y p lan ifiq u e n de acuerdo a él.
Los b o sq u es p ro fu n d o s reto rn an una y otra vez. Todavía nos
rodean los b o sques antiguos del Oeste. Todas las casas de San
Francisco, E urek a, Corvallis, Portland, Seatde o Longviewse han
construid o c o n esos cuerpos antiguos: las maderas, la tablas y los
revestim ientos exteriores provienen de las talas de las décadas
de 1910 y 1 9 2 0 . Si rascas la p in tu ra de u n apartamento viejo de
San Francisco en c o n tra rás debajo paneles de prim era calidad de
secuoya ro ja . Pasam os n uestra vida diaria cobijados p or árboles
antiguos. N u e stro s biznietos ten d rán seguramente que ampararse
bajo el co n g lo m e ra d o de u n lecho fluvial. Para entonces los
bosques del pasado ya h a b rá n desaparecido p o r completo.
E n m e d io d el b o sq u e, u n árbol caído tarda aproximadamente
los años q u e h a vivido en volver p o r com pleto a la tierra. Si las
sociedades p u d ie s e n a p re n d e r a vivir a ese ritm o, no habría
escasez n i ex tin cio n es; h ab ría arroyos lim pios y el salmón siempre
re to rn a ría a desovar.

U n b o sq u e
V irg e n
E s a n ti g u o ; a m a m a n tó
A m uchos,
E s ta b le ; e n el
C lím a x .

Excursus: Pradera de Sailor, Sierra Nevada

A m e d ia d o s de o ctu b re bajábamos hacia la pradera de Sailor


(a u n o s I . 8 0 0 m e tro s) para ver u n viejo bosque en u n ancho
bancal p o r e n c im a del brazo n o rte del río American en la Sierra
Nevada o c c id e n ta l. P rim e ro descendim os desde la cresta de una

183
serranía en tre arbustos de c h in q u a p in y m a n z a n ita , dejando al
n o rte la ancha cum bre de la m o n ta ñ a S now y los taludes sobre
la garganta Royal. G uando el desvanecido s e n d e ro se niveló, lo
abandonam os para en cam in arn o s hacia las co lin as rocosas en el
extremo n o rte de la ab ru p ta cuenca. C o m im o s se n tad o s bajo un
cedro que crecía en la cima de las rocas.
Luego nos dirigim os hacia el su doeste atrav esan d o ondulantes
form aciones rocosas con arb o lad o , y desp u és lad eras más suaves,
para aden trarn o s en u n universo de árb o les cada vez m ayores. Los
ancianos nos aco m pañaron d u ra n te h o ra s.
Predom inan los pinos de azúcar. Hay árb o les simétricos
perfectam ente m aduros de cuarenta y cinco m e tro s de altura que
se m antienen rectos, con las ram as p e rfectam en te o rd en ad as. Pero
entonces, detrás y p o r encim a de ellos, acechan los árboles antiguos:
enorm es, sinuosos, desaliñados e irregulares. Su corteza es más
roja y más ancha, conservan m enos ram as y las q u e h a n sobrevivido
tienen u n contorno inm enso y están fu rio sa m e n te retorcidas.
Cada una es única y rara. U n cedro de in cien so m a d u ro , grandes
abetos rojos, u n extraño abeto Douglas, u n o s c u an to s y enormes
pinos de Jeffrey. Algunos cedros tie n e n cicatrices e n la base como
resultado de algún antiguo in cen d io . T od o s están e n la cara
noroeste; ninguno de los demás árboles m u e stra estas marcas de
quemaduras.
Yhay m uchos árboles m u erto s, de to d o tip o : a lg u n o s acababan
de m o rir y aún les colgaban agujas m u e rta s ro ja s o m arrones.
O tros, m uertos hace más tiem p o , con tro zo s de co rteza colgando
del tronco donde an id an los m urciélagos; o tro s m u e rto s son de
u n blanco p u ro , lisos, prácticam ente sin ram as, p e ro co n algún
perfecto agujero de pájaro ca rp in te ro ; y, p o r ú ltim o , el m uerto
antiguo: com pletam ente b lando y p o d rid o , p e ro a ú n e n pie.
M uchos ha n caído. Hay árboles m u e rto s re c ié n v e n cid o s (que
a m enudo se llevan o tro s árboles al caer) y o tro s q u e ya estaban
desde hace tiem po en el suelo. Hay tro n c o s so b re los q u e debes

1114
trep ar p a ra cruzarlos, o, sin o , rodearlos, y otros que se desmenuzan
cuando los pisas. T ro n co s de otra época que se han vuelto más
blandos y e m p ie z a n a desaparecer, dejando únicam ente como
m uestra el o sc u ro nú cleo de m adera dura y las resinosas puntitas de
algunas ram as, resistentes a la podredum bre. Y luego encuentras
unos cu a n to s m o n tícu lo s alargados, casi imperceptibles, que
son el ú ltim o ra stro de u n tronco que desapareció hace m ucho
tiem po. L a lín e a recta de hongos brotando a lo largo de una
superficie lisa e n el suelo es la últim a señal, el últim o fantasma,
de u n á rb o l q u e " m u rió ” hace siglos.
A c o n tin u a c ió n , u n a alfom bra de árboles jóvenes—de quince
cen tím etro s a seis m etro s de altura, ejemplares de todos los
tam años—esp era e n la superficie baja del bosque a que los grandes
m uertos q u e p e rm a n e c e n en pie se venzan y creen más espacio
entre el fo llaje. Llega el sol, corre la brisa, la temperatura es
cálida, hay a p e rtu ra s y luz, p ero los grandes árboles nos rodean.
Sus tro n c o s lle n a n el cielo y reflejan una cálida luz dorada. Todo
el follaje tra n s m ite esa im agen vigorosa de los árboles antiguos.
Sus agujas s o n u n p e q u e ñ o y peculiar estampado en el cielo; el
pino ro jo es el m ás recto y delgado.

Los b o sques de la Sierra Nevada, como los de más al norte


en la C osta O este, d atan de la época en que los primeros bosques
caducifolios d e frondosas empezaban a desaparecer, antes del
éxito expansio n ista de las coniferas. Esta "familia” también lleva
u n m illó n de añ o s aquí. Y cada bosque local alcanza una altura
y co m p o sició n q u e viene determ inada p o r las fluctuaciones de
tem p eratu ra e n el p e rio d o glacial, avanzando o retrocediendo hacia
arriba o abajo y de n o rte a su r p o r las laderas, pero manteniendo la
u n ió n de m u ch as com unidades vegetales a pesar de los cambios en
altitud y te rm in a c ió n de las zonas a lo largo de los siglos. Absorben
el fuego, se a d a p ta n a la sequía estival, sobreviven a los años de plaga
del escarabajo del p in o de m ontaña, siempre retejiendo la red.

IBS
Las bellotas alim entan a los ciervos, la m an z a n ita alim en ta a los
petirrojos y a los mapaches, los m a d ro ñ o s a lim e n ta n a las palomas
de collar, los puercoespines m o rd isq u ean cortezas de cedro joven,
los ciervos macho baten sus astas c o n tra los sauces.
El bosque de m ediana elevación d e la S ie rra se com pone
de p in o de azúcar, p in o p o n d e ro sa , c e d ro d e in c ie n so , abeto
Douglas y, en terren o s ligeram en te m ás alto s, p in o de Jeffrey,
abeto del C olorado y abeto ro jo . T odos estos á rb o le s so n longevos.
Los pinos más grandes son el de azúcar y el p o n d e ro s a . El roble
negro, la encina, el ro b le de T anoak y el m a d r o ñ o del Pacífico
son los caducifolios más com unes.
El bosque de la Sierra co m b in a sol y so m b ra y es seco durante
la m itad del año. La m ateria e n d e sc o m p o sic ió n , el polvo del
m antillo, las retorcidas hojas secas d el m a d ro ñ o e n el suelo,
las m oneditas de las hojas de m an zan ita caídas, to d o crepita.
El suelo de agujas de p in o es c ru jie n te , el a ire es ligeram ente
resinoso y arom ático; hay delicadas p in celad as d e tela de araña
p o r todas partes. El bosque en v eran o : sol ra d ia n te y vegetación
de presencia fija e inalterable, sin ced er agua, s in m a rc h itarse, sin
tensión, solo aguantando tra n q u ila m e n te . M a to rra le s co n duras y
brillantes hojitas arom áticas; su co lo r es a m e n u d o azul grisáceo.
El bosque se ha adaptado id fuego d u r a n te m ile n io s y es
sumamente resistente a los in cen d io s e s p o n tá n e o s u n a vez que
la maleza más grande ha m u e rto o se h a q u e m a d o . L os prim eros
colonos describieron cóm o descen d ían p o r la la d e ra oeste de la
cordillera con sus carretas, e n tre bosques de g ra n d e s árb o les. A las
prim eras talas les siguieron in cen d io s devastad o res. L uego llegó
la supresión de incendios p o r p arte de las agencias forestales, y
se desarrolló el sotobosque de m a to rra l q u e h o y es ta n c o m ú n en
la Sierra. La pradera de S ailor es u n b o sq u e esp acio so, abierto y
adaptado al fuego, com o los de antes.
En el extremo su r de la p eq u eñ a p ra d e ra q u e le da n o m b re y
más allá de u n a espesura de álam os, in c lin a d o e n m e d io de una

ino
arboleda de h e rm o s o s abetos, hay u n árbol m uerto im presionante.
Llegó .a ser u n p in o de más de sesenta m etros de altura. Ahora,
toda la a lb u ra se h a despegado y está alrededor de la base, y lo
que m a n tie n e e n alto el en o rm e tronco es una fina columna de
duram en q u e está seca, desnuda y exhausta. ¡Y esa estupenda cosa
podrida ta m b ié n está inclinada! Caerá en cualquier m om ento.
¡Q ué c u rio so d eb e ser m o rir y después perm anecer en pie
uno o dos siglos más! D isfru tar "verticalmente m uerto”. Si los
hum anos lo p u d ie r a n h acer, oiríam os noticias como, "finalmente
Henry D avid T h o r e a u se d erru m b ó ”. La com unidad humana,
cuando está san a, es com o u n bosque antiguo. Los pequeños están
a la som bra y al a b rig o de los mayores, aún arraigados a sus cuerpos
viejos y caducos. T o d o s ju n to s , de todas las edades, creciendo y
m u rien d o . L o q u e algunos silvicultores llaman "ordenación de
masas co etá n e as” —p lan tacio n es de árboles del mismo tamaño que
crecen ju n to s — se a n to ja u n utópico totalitarismo racionalista.
Nunca se n o s o c u r r ir ía dejar a nuestros hijos en instituciones
reglam entadas, s in visitas familiares, para que un colectivo
de p ro fesio n a le s m o ld eara todos sus pensamientos siguiendo
manuales oficiales, escritos p o r gente que nunca ha educado a
niños. ¿ P o r q u é lo d eberíam os hacer con nuestros bosques?
"El d e so rd e n de todas las edades” es una comunidad natural,
hum ana o de o tr o tip o . La industria valora los árboles jóvenes y de
mediana e d ad q u e m a n tie n e n su simetría y presentan ramas con
una lo n g itu d y ángulos un iform es. Pero dejemos que también haya
árboles re a lm e n te viejos que abandonan todo sentido de la p ro ­
piedad y em p ie c e n a echar ramas de manera extravagante, con po­
ses de b aila rin a , m o stra n d o su despreocupación ante la mortalidad
y m an ten ién d o se dispuestos a todo lo que el m undo o la meteo­
rología les d e p a re . Los adm iro: son como los chinos inmortales,
personajes al estilo de H a n Shan y Shide. Vivir tanto tiempo les da
licencia p a ra se r excéntricos, para ser poetas y pintores entre los ár­
boles, risu e ñ o s, an d rajo so s y audaces. Casi hacen que desee la vejez.

187
E n la arboleda de abetos se p u e d e n o le r las setas, y después
descubrirlas a los pies de los tro n c o s p o d r id o s . U n grupo de
poliporos de invierno, u n Cortinarius y, e n m e d io d e l campo,
em pujando las agujas secas, m o n to n e s de rú s u la y b o leto s. Hay
algunos huecos escarbados, d o n d e el ciervo las a rra n c ó . A los
ciervos les encantan las setas.
Intentam os cruzar la parte su r de la p ra d e ra e n lín ea recta,
pero estaba húm eda y blanda bajo plantas y h ie rb a s m uertas que
parecían secas. Así que rodeam os la p a rte su r a través de los álamos
y encontram os —y guardamos— más setas. E m p e z a ro n a acercarse
las nubes desde el sur y la brisa llenó el cielo de u n a lluvia de agujas
de pino secas. Era media tarde, así que atajam os cam p o a través por
pendientes muy em pinadas siguiendo sendas de ciervos u n a hora
seguida, hasta encontrar u n a vereda c u b ierta de vegetación hacia
una mina abandonada que nos llevó de vuelta a la cam ioneta.

G á rru lo s co m o n o so tro s

Esta breve explicación de los g ran d es b o sq u e s de la Costa


Oeste se puede tom ar com o ejem plo de lo q u e está pasando en
cualquier otro lugar del planeta. T odas las c o m u n id a d e s naturales
del m undo han sido, a su m an era, "a n tig u a s” y cada com unidad
natural incluye niños, adolescentes, ad u lto s y a n c ia n o s, com o en
una familia. La integridad de lo co m p leto a b arca d esd e el extremo
del bosque que se ha in cendiado re c ie n te m e n te , c o n sus adelfillas
y zarzamoras, hasta las oscuras arboledas m ás h ú m e d a s y longevas.
Los viejos bosques de árboles p re h istó ric o s, lo s saguaros medio
podridos del desierto de S o n o ra o las viejas m a n z a n ita s de gruesos
y bien arraigados troncos al p ie de las co lin as d e la S ierra son
los abuelos y portadores de la in fo rm a c ió n de sus com unidades.
U na com unidad necesita que sus a n c ia n o s se p re se rv en . De la
misma m anera que n o pued e su rg ir c u ltu ra d e u n a p o b lació n de
niños de guardería, u n bosque n o p u e d e d e s a rro lla r su potencial

180
natural sin los árb o les sem illeros, la m icorriza, los cantos de los
pájaros y los d ep ó sito s mágicos de pequeñas heces que son el
regalo de lo s viejos a los jóvenes. C hris Maser dice: "Necesitamos
bosques a n tig u o s p a ra que los bosques antiguos sobrevivan”.
C uando los a ra d o s de vertedera de los prim eros granjeros del
Medio O e ste " c o rta ro n las raíces de las hierbas de las praderas
—u n so n id o q u e reco rd ab a al a b rir o cerrar de una cremallera—
se ab rió u n n u ev o estilo de vida, y al mismo tiem po se cerró,
p ro b ab lem e n te p a ra siem pre, u n a dinastía de ecosistemas que se
rem ontab a a u n o s tre in ta m illones de años” (Jackson, 1987, 7^)-
Sin em b arg o , los ecosistem as in in terru m p id o s más antiguos de
la tie rra s o n los b osques húm edos tropicales, que en el Sudeste
asiático se estim a q u e llegan a cien m illones de años.

D e lg a d o s t r o n c o s a r q u e a d o s d e los a lto s y re cto s árb o les de


c o rte z a b la n c a , h e lé c h o s d e c u e r n o d e alce a so m a n de los tro n c o s
y sus h o r c a d u r a s e n lo a lto . A rb o le s q u e lla m a n b o j del cepillo,
p a lo d e a l q u i t r á n , m a n z a n o m a lu s, c e d ro ro jo a u stra lia n o (n o m b res
tr a íd o s d e E u r o p a ) , y e l c a ra b e e n r o jo , el c ara b ee n
a m a r illo , e l a r b u s t o y im p i y im p i, cla ro s azul o sc u ro se in clin an
h a c ia d e la n t e .

L u z d e u n a r c o v e r d e d e h o ja s a llí a rrib a
B e b o e l a g u a q u e flu y e p o r la raíces
D e l b o s q u e , e l a r r o y o T e ra n ia , v ie n e d e Pangea,
D ir e c to d e G o n d w a n a ,
S u e lo r o c o s o ,
S o m b r a d e s d e e l f o n d o d e l c ie lo .

T ie m p o a tr á s d e n t r o d e las ro c as
R aíces d e l c ie lo
E l a g u a c la r a a tra v ie s a las ra íc es

¡ 109

¡
D e lo s á rb o le s q u e lle g a n a lto e n la s o m b r a
E l c a n to d e lo s p á ja ro s n o s m a n t i e n e d e s p i e r t o s
E l latigazo d e lo s t r in o s n o s d e s p ie r ta r i e n d o .
B o o y o n g , c a ra b e e n , b o j d e l c e p illo , t o c ó n n e g r o ,
acacia de b o h e m ia
(tie r r a seca d e e u c a lip tu s v e n c e d o re s d e l s u e lo d e s n u d o
B u sc a n d o e n tr e la t ie r r a á sp e ra d u r a n t e s e t e n t a m i l l o n e s d e a ñ o s)

P e ro estas viejas tr ib u s d e á rb o le s
S ie m p re v iajan e n g r u p o .
V ig ila n d o d e sd e lo s a c a n tila d o s
E n la cresta so b re la c o p a d e lo s á rb o le s .
S e n tad o s e n la c o rn is a d e p o lv o d e l r e fu g io
D o n d e vivim os to d a s esas vidas.

Q ueensland, 1981

Una m ultitud de m u ltin acio n ales s o n p a rtíc ip e s de la


deforestación de los trópicos. A lgunas e m p e z a ro n talando en
Michigan o en el N oroeste del Pacífico. Las em p resas Georgia
Pacific y Scott Paper trabajan ah o ra e n F ilip in a s, e n el Sudeste
asiático o en Latinoam érica co n los m ism o s tra c to re s oruga de
colores brillantes e idénticas m o to sierras e s trid e n te s y amarillas.
D urante el verano de 1987 en el te r r ito r io o c c id e n ta l brasileño
de Rondonia, a consecuencia de la caótica "c o n v e rsió n ” de la
Amazonia para otros usos, se in c e n d ió u n a z o n a d e bosque del
tamaño del estado de O reg ó n . A veces se escu ch a la opinión
ingenua de que todo el m u n d o vive hoy e n c iu d a d e s. P uede que
llegue ese m om ento, p ero p o r a h o ra el m ay o r g ru p o específico
de población m undial lo form a la gen te de d iversos to n o s de piel
que cultiva las zonas cálidas. Hasta hace b ie n p o c o , u n a g ran parte
de ese ám bito estaba entre los árboles, y las c u ltu ra s q u e habitaban
en la profu n d id ad del bosque te n ía n fo rm a s d e vida diversas y

loo
útiles p a ra ese e n to r n o . E n esa época de m enor población, la
agricultura d e largas rotaciones de roza y quema mezclada con
la reco lecció n n o su p o n ía u n a amenaza ecológica. Hoy en día, la
com binació n de la tala a g ran escala, el desarrollo de la industria
agropecuaria y los proyectos de presas mastodónticas amenazan
todos los rin c o n e s d el m u n d o rural.
E n B rasil hay u n com plejo abanico de adversarios. Por un
lado, el G o b ie rn o n acional con sus planes desarrollistas se ha
aliado c o n las m u ltin acio n ales, los prósperos intereses ganaderos y
el com ún de los agricultores empobrecidos. En el lado contrario,
resistiéndose a la deforestación, están los profesionales forestales,
públicos y p riv ad o s, y los científicos, unidos en la causa con las
pequeñas em p resas m adereras locales, los campesinos asentados
al b o rd e d e la ju n g la , las organizaciones ecologistas y las tribus
que viven e n el b o sque. Los G obiernos del Tercer Mundo
no rm alm en te n ie g a n el derecho a la "titularidad nativa” de la
tierra p o r p a rte de los indígenas. No reconocen la validez de los
propietario s ancestrales del bosque com unitario, como el sistema
odat de los p e n a n de Sarawak, u n sofisticado tipo procomún
m u ltid im en sio n al. Los p e n an se tum ban en la carretera para
protestar f re n te a los cam iones de las empresas madereras en su
propia tie rra y después van a la cárcel como si fueran delincuentes.
Las políticas d el T ercer M undo respecto a la naturaleza salvaje
a m enudo sig u en la d irección marcada p o r India en 1938, cuando
perm itió los asentam ien to s externos en los bosques tribales de
Assam a rg u m e n ta n d o que "los indígenas solos, sin la ayuda de
los colono s in m ig ra n te s, n o serían capaces de desarrollar los
inm ensos re c u rso s de los páram os de la provincia en un plazo de
tiempo ra z o n a b le ” (Richards y Tucker, 1988, 107). Demasiadas
personas co n p o d e r en los gobiernos y en las universidades del
m undo p a re c e n te n e r prejuicios contra el m undo natural, y también
contra el pasad o , c o n tra la historia. Parece que los norteamericanos
se guían p o r u n creacionism o de Cámara de Comercio que se

191
declara satisfecho ante la divina presencia d e u n c e n tro comercial.
La integridad y carácter de nuestros p ro p io s an cestro s se desestima
con u n "yo no p odría vivir así” p o r p erso n as q u e n o saben vivir en
absoluto. Se ve al bosque antiguo com o si fu e ra b a su ra p o d re , igual
que a u n grupo de ancianos que n o s avergüenza.

S ilv ic u ltu ra . " ¿ C u á n ta s


V idas
Se se g a ro n
E n V ie tn a m ? ” .

T ala ra sa. "A lg u n o s


E ra n n iñ o s .
A lg u n a s e sta b a n d e m a sia d o m a d u r a s ” .

Las sociedades que viven de a c u e rd o a las viejas costum bres


(Snyder, 1977) tie n e n destrezas n o ta b le s . P a ra los que
viven de la recolección —los zoólogos y b o tá n ic o s forestales
originales— la ju n g la es u n a ric a reserva d e fib ra , veneno,
m edicina, estupefacientes, d e sin to x ic a n te s, c o n ten ed o res,
im perm eabilizantes, com ida, tin te s , p e g a m e n to s , incienso,
diversión, com pañía, in s p ira c ió n y, ta m b ié n , picaduras,
golpes y m ordiscos. Estas sociedades p rim a ria s s o n com o los
bosques antiguos de nuestra h isto ria h u m a n a , c o n p rofundidades
y diversidades similares ("antiguas” y "v írg en es” al mismo
tiem po). La "sabiduría tra d ic io n a l” de la n a tu ra le z a salvaje va
desapareciendo al m ism o tiem p o q u e las c u ltu ra s hum anas
pobladoras. Cada una tiene su p ro p io h u m u s d e costumbres,
m itos y sabiduría tradicional que ah o ra se desvanece c o n rapidez,
una tragedia para todos nosotros.
Brasil p ro p o rcio n a incentivos p a ra este tip o d e desarrollo
destructivo. Al tiem po que se p ro m e te m itig a rlo , se im pulsan
políticas localizadas que favorecen activ am en te a las grandes

192
m ultinacio n ales y desplazan a los nativos, pero no se hace nada p o r
la m ayoría p o b re . Estados U nidos usurpa el poder de los granjeros
del T ercer M u n d o al d a r subsidios al exceso de producción propia.
El capitalism o, su m ad o a u n gobierno enorm e, a m enudo parece
prestar b e n e fic io s sociales para los ricos, concediendo ayudas a
las em presas dedicadas a la tala rasa con pérdidas financieras para
el erario p ú b lic o . El mayor im portador de frondosas tropicales del
m undo es J a p ó n (Mazda, M itsubishi), y el segundo es Estados Unidos.
D ebem os recalcar a las economías capitalistas que sean al menos
lo bastante capitalistas com o para controlar que las multinacionales
que c o m p ra n m ad era de nuestras tierras públicas paguen un precio
de m ercado ju s to . D ebem os dejar claro de manera firme que, en
la práctica, los árboles del m undo son más valiosos en pie que
como m ad era, p o rq u e sirven tam bién para evitar catástrofes fruto
de la d efo restació n , com o las inundaciones que destruyen vidas
en B angladesh y T ailandia, la extinción de millones de especies de
animales y p lan tas y el calentam iento global. Y, finalmente, cuando
hablamos de in te g rid a d ecológica y sostenibilidad, no solo nos
referim os a las culturas que viven en los bosques o a las especies en
peligro com o los topillos o los lémures, también estamos pensando
en el fu tu ro de n u e stra actual sociedad urbana e industrial. No hace
tanto, los b o sq u es fu e ro n nuestra hondura, u n mundo moteado de
sol, una fu e n te inagotable e infinita. A hora están desapareciendo.
Todos som os g árru lo s en peligro de extinción (Ybkel:*7 en dialecto
inglés significa o rig in alm en te "pájaro carpintero verde o dorado”).

4.7. )oírf/: voz coloquial en ingles para pájaro carpintero, pero también "gárrulo
o paleto". El autor juega con la polisemia de la palabra, utilizada en el titulo de la
sección: As Tokels.

193
I
EN EL CAMINO, FUERA DEL SENDERO
I

r*
Trabajo en un lugar, sobre un lugar

El lu g ar es u n o concreto. O tra vertiente es el trabajo que


hacemos, n u e stra vocación, nuestro camino en la vida. La
pertenencia a u n lugar incluye la pertenencia a una comunidad.
La p e rte n e n c ia a u n a asociación de trabajadores —tanto si es
un g rem io , u n sindicato, una orden religiosa o una sociedad
m ercantil—su p o n e p erten ecer a una red. Las redes trascienden las
com unidades co n su p ro p io tipo de territorialidad, análogas a las
largas m ig racio n es de gansos y halcones.
Las m etáforas de cam ino y sendero se remontan a la época de
cuando los viajes e ra n a pie o a caballo con albarda, cuando todo el
m undo h u m a n o era u n a red de caminos. Había caminos por todas
partes: fáciles, trillados, despejados, a veces incluso marcados con
postes o m o jo n es p ara m edir las li, verstas o iqyanas.*s En las boscosas
montañas del n o rte de K ioto me topé con mojones cubiertos de
musgo casi p e rd id o s en tre la floresta de ramas de bambú. Indicaban
—como averigüé m ucho más tarde—la ruta comercial del arenque
desecado tra n sp o rta d o en talegas desde el mar de Japón hasta la vieja
capital. Existen senderos famosos: el de Jo h n Muir sobre las cimas de
la Alta Sierra, la Senda de Natchez,49 la Ruta de la Seda.

+8. Li. venias o ioyanas-. diversas unidades de longitud tradicionales. El h es chino;


la venia, rusa, y la ioyana proviene de India.

49. John Muir Trail y Senda de Natchez: la primera, un camino de montaña de largo
recorrido en la Sierra Nevada californiana. La senda de Natchez es una rula —hoy
carretera—históricamente utilizada por nativos americanos y colonos, que recorre
zonas rurales y de bosque de los estados de Misisipi. Tennessee y Alabama.

97
U n cam ino se puede seguir, te lleva a alg u n a p a rte ; es "lineal”.
¿Q ue sería lo opuesto del cam in o ? "E l n o c a m in o ”. Fuera del
cam ino, fuera del sendero. E ntonces, ¿ q u é hay fu e ra del camino?
E n cierto sentido todo lo demás está fu era del s e n d e ro . La implacable
complejidad del m undo n o está en el se n d e ro m arc a d o , sino en los
márgenes. Para los cazadores y pastores, los se n d e ro s n o siempre
fueron útiles. U n recolector n o se q u ed a larg o ra to e n el camino.
Las plantas salvajes, los bulbos, las co d o rn ices, las h ie rb as colorantes
están más allá del cam ino. La extensa v aried ad d e artículos que
colman nuestras necesidades está ahí fu era. D eb em o s deambular
para conocer y m em orizar el cam po, q u e es o n d u la n te , irregular
y árido, con quebradas y riscos —a rru g a d o co m o el cerebro—y
m antener el mapa en m ente. Este es el ejercicio de economía,
meditación y visualización de los in u p ia q y los atabascanos de Alaska
en la actualidad. Para el recolector, el cam in o trilla d o n o muestra
nada nuevo, y puedes volver a casa co n las m an o s vacías.
En el im aginario de C h in a, la m ás a n tig u a de las civilizaciones
agrícolas, se ha dado u n lugar p re d o m in a n te al c a m in o o la calzada.
Los procesos naturales y prácticos se h a n d e sc rito e n térm inos
de camino o senda desde los p rim e ro s días de la civilización
china. Esta conexión es explícita e n el c ríp tic o tex to que parece
reu n ir toda la sabiduría tra d ic io n a l p rim a ria y re a firm a rla para
la historia posterior, el Tao Te Ching, "E l clásico d e l C am in o y el
Poder”. La palabra tao significa "c a m in o , calzada, r e c o rrid o ”, y
guiar y seguir. E n térm in o s filosóficos sig n ifica "la naturaleza y
el camino de la verdad” (los p rim e ro s tra d u c to re s b u d istas chinos
adoptaron la term inología del tao ísm o . S e r b u d is ta o taoísta, era
ser una "persona del cam ino”). O tra a c e p c ió n significativa de tao
es la práctica de u n arte u oficio. E n ja p o n é s , tao se p ro n u n c ia do,
como en kado, "el cam ino de las flo re s”, bushido, "e l cam ino del
g u errero ”, o sado, "la cerem onia d el té ” .
El aprendizaje era habitual e n to d as las artes y oficios
tradicionales. A lrededor de los catorce añ o s, los chicos o las chicas

198
se convertían e n aprendices de ceramistas, carpinteros, tejedores,
tin to rero s, farm acéuticos, metalúrgicos, cocineros y demás.
Los jóvenes se m arch ab an de casa y se iban a la alfarería, donde
dorm ían e n la p a rte p o sterio r. Pongamos que a lo largo de tres
años seguidos, se les encargaba únicam ente mezclar arcilla o afilar
los fo rm o n e s de los carpinteros. A m enudo era desagradable.
El ap ren d iz te n ía q u e som eterse a la idiosincrasia y la absoluta
m ezquindad d e l p ro fe so r sin quejarse. Se aceptaba que el profesor
pusiera a p ru e b a co n tin u am en te la paciencia y la fortaleza del
aprendiz. E ste n i siq u iera podía plantearse abandonar, sino
aceptarlo, p ro fu n d iz a r, y n o ten er otro interés. Para un aprendiz
no había n in g u n a o tra posibilidad de estudio. Más tarde, se le
iniciaba g ra d u a lm e n te en habilidades más complejasy los criterios
y trucos secreto s d e l o ficio. Tam bién empezaban a experimentar
— justo e n to n c e s, al p rin c ip io — qué significaba ser "uno con tu
trabajo”. E l e stu d ia n te n o solo espera aprender la mecánica del
oficio, sin o ta m b ié n ab so rb er algo de la energia del profesor, el
mana, u n a e n e rg ía q u e va más allá de cualquier comprensión o
habilidad o rd in a ria .
E n El libro de /Jiuangzi (C huang-tzu), u n texto de pensamiento
taoísta rad ic a l d el siglo III a. G. —quizás posterior al Tao Te Chingen
un siglo—, hay u n a serie de párrafos dedicados a los "trucos” de
los oficios:

"E l c o c i n e r o T i n g d e sp e d az ab a u n buey para el se ñ o r W enhui con


ta n ta g ra c ia y d e s tre z a c o m o si estuviese b a ila n d o . 'Avanzo siguiendo
su c o n s t it u c ió n n a tu r a l, g o lp e o las grandes zonas huecas, llevo el
c u c h illo h a c ia las g ra n d e s h e n d id u ra s y sigo las cosas tal com o son.
N u n c a to c o e l m e n o r lig a m e n to o te n d ó n , y m ucho m enos u n a
a r tic u la c ió n m a y o r ... T e n g o este cuchillo desde hace diecinueve
a ñ o s y h e d e s c u a rtiz a d o m ile s d e bueyes c o n él; sin em bargo, la hoja
sig u e t a n a fila d a c o m o si acabara d e pasar p o r la m uela. Hay espacios
e n tr e las a r tic u la c io n e s , y la h o ja d el cuchillo n o tiene g ro so r. Si

199
insertas lo que carece de grosor en tales espacios, sobra sitio... Es
por eso que después de diecinueve años, la hoja de m i cuchillo
sigue tan afilada como cuando llegó de la m uela’. '¡Excelente! —
dijo el señor Wenhui—. ¡He escuchado las palabras del cocinero
Ting y he aprendido cómo cuidar de la vida!’.”.
(WATSON, 1968, 50-51)

Estas historias n o solo estab lecen u n p u e n te e n tre lo


espiritual y lo práctico, ta m b ié n n o s p ro v o c a n c o n el reflejo
de lo realizados que nos p o d ría m o s s e n tir si p u sié se m o s la vida
en tera en el trabajo que hacem os.
La visión occidental de las artes —si así lo q u e re m o s, desde
el nacim iento de la burguesía— m in u sv alo ra el asp ecto del logro
y em puja a la gente a que haga algo nuevo c o n tin u a m e n te . Esto
supone una carga considerable p a ra los tra b a ja d o re s de cada
generación, una carga doble desde el m o m e n to e n que creen
que deben ren u n ciar al trabajo de la g e n e ra c ió n a n te rio r y a
continuación hacer algo su p u estam en te m e jo r y d ife re n te . El
énfasis en conocer b ie n el uso de las h e rra m ie n ta s , a base de
práctica y aprendizaje, ha p e rd id o im p o rta n c ia . E n u n a sociedad
que sigue la tradición, la creatividad se e n tie n d e co m o algo que
llega casi p o r accidente y es im p red ecib le, u n d o n so lo p a ra algunas
personas. N o puede p rogram arse e n el c u rríc u lo educativo y es
m ejor en pequeñas dosis. D eb eríam o s d a r las gracias cuando
llega, pero no co n tar con ella. C u a n d o aparece, es a u tén tica. El
aprendiz-estudiante de artesanía tra d ic io n a l d e b a r r o a quien
le han repetido "hazlo com o sie m p re ” d u r a n te o c h o o diez años
necesita u n fuerte im pulso p ara h a c e r algo n u e v o . ¿ Q u é sucede
entonces? Los veteranos de esa tra d ic ió n lo m ir a n y le dicen:
"¡Vaya!, ¡hiciste algo nuevo! ¡Felicidades!” .
C uando los m aestros artesanos llegan a lo s c u a re n ta , em piezan
a coger aprendices y a tra n sm itir el o ficio . P u e d e q u e se interesen
tam bién p o r otras cosas —com o algo de caligrafía—, p e re g rin e n o

200
am plíen sus h o riz o n te s . Si hay u n paso posterior (y en rigor no
hace n in g u n a falta, p o rq u e es fruto de una vida entera conseguir
la destreza d e u n artesan o dotado y la ejecución de u n trabajo
im pecable q u e refleje lo m ejo r de la tradición), ese sería ir "más
allá de la f o rm a c ió n ” e n busca de la flor definitiva, que no viene
garantizada exclusivam ente p o r el esfuerzo. Hay un punto más
lejano, al q u e n o p u e d e llevarte n i la formación ni la práctica.
Zeami, el ex cep cio n al dram aturgo y director de teatro noh del
siglo X IV , q u e ta m b ié n fue m onje zen, calificó ese momento
como " s o rp re s a ”. Es la sorpresa de encontrarse a uno mismo sin
necesidad d e se r sí m ism o, siendo u no con su trabajo, moviéndose
con d iscip lin a d a facilidad y gracia. Sabes qué significa ser una bola
de arcilla q u e g ira, u n rizo de pura madera blanca que sale del
borde del f o r m ó n o u n a de las muchas manos de Kannon, el
bodhisattva de la co m pasión. Llegados a este punto, uno puede
ser lib re, c o n e l trab ajo y desde el trabajo.
P o r h u m ild e q u e sea su estatus social, el trabajador o
trabajadora c o n oficio tiene dignidady orgullo; se necesita y respeta
su destreza. E sto n o debe entenderse como una justificación
del feudalism o : es sim plem ente una descripción de un aspecto
concreto d el fu n c io n a m ie n to de las cosas en el pasado. Con el
tiem po, la m ística del aprendizaje del oficio en el Extremo Oriente
im pregnó to d a la cu ltu ra japonesa: desde cómo cocinar fideos (la
película Tam popo) a los grandes negocios, las artes y la cultura con
mayúsculas. U n o de los vectores de su difusión fue el budismo zen.
El zen es el e je m p lo más claro de la rama de la "autosalvación”
(jirikí) d el b u d is m o M ahayana. Su vida en comunidad y su
disciplina s o n sim ilares al program a de aprendizaje de u n
oficio tra d ic io n a l. Las artes y oficios han admirado siempre la
fo rm ació n z e n c o m o u n m odelo de educación duro, lim pio y
valioso. D e s c rib iré m i experiencia durante los años sesenta como
koji (m ie m b ro laico ) en el m onasterio de D aitoku-ji, u n templo
de la escuela zen R inzai en K ioto. Nos sentábamos con las piernas

201
cruzadas y m editábam os u n m ín im o de cin co h o ra s diarias. En
los descansos, todos hacíam os trab ajo m a n u a l: o c u p a rn o s del
h u erto , escabechar, co rtar tro n c o s, lim p ia r los b a ñ o s, hacer
tu rnos en la cocina. N os entrevistábam os c o n el p ro fe s o r, el Roshi
O da Sesso, al m enos dos veces al día. E n ese m o m e n to se esperaba
de nosotros que hiciéram os u n a p re se n ta c ió n de lo q u e habíam os
en tendid o del koan que nos h ab ían asignado.
Teníamos que mem orizar algunos sutras y seguir tinos cuantos
rituales menores. La vida diaria se desarrollaba de acuerdo a u n p ro ­
tocolo y u n vocabulario realm ente arcaicos. T eníam os u n horario
fijo de meditación y trabajo dividido p o r ciclos sem anales, mensua­
les y anuales de ceremonias y contem plación que d ataban de la dinas­
tía china Song y se rem ontaban, en parte, hasta la In d ia de la época
de Sakyamuni. Dorm íamos poco, la com ida era escasa y las habita­
ciones sobrias y frías, pero esto, en los sesenta, era así tanto en el
m undo de los trabajadores y agricultores com o en el m onasterio.
A los novicios se les pedía d e ja r atrás su p asad o , afin ar su
atención y hacerse o rd in ario s e n to d o excepto e n su in te n c ió n de
acceder m ediante su koan p o r la estrecha p u e rta de la c o n cen tració n .
Hone o oru, "pártete el espinazo”, q u e dice la e x p resió n ; unas
palabras que en Ja p ó n tam bién u tilizan los tra b a ja d o res m anuales
y los practicantes de artes m arciales, y q u e h oy p u e d e n escucharse
en los deportes m odernos y el m o n ta ñ ism o .
También trabajábamos con adeptos laicos, a m e n u d o granje­
ros, con franqueza y simpatía. Nos dejábam os ver e n los huertos de
los lugareños, hablando con ellos de tod o : las nuevas especies de se­
millas, el béisbol o los funerales. Cada sem ana salíam os a mendigar
p o r las calles de la ciudad y las carreteras e n to n a n d o cánticos m ien­
tras caminábamos, con las caras escondidas bajo g randes som breros
de paja impermeables y teñidos de m a rró n c o n zum o de caqui. En
otoño, la comunidad em prendía viajes a distantes provincias situa­
das detrás de tres o cuatro cordilleras de m o n tes, p a ra m endigar rá­
banos o arroz.

202
P ero , a p esar de toda su rutina, el horario monástico se
podía ro m p e r e n ocasiones especiales: una vez viajamos todos
en tre n a u n a r e u n ió n de centenares de monjes en u n pequeño
y h erm o so te m p lo ru ra l para conm em orar su fundación, hacía
exactam ente q u in ie n to s años... A nuestro grupo le tocó trabajar
en la co cin a: estuvim os muchos días troceando, cocinando,
lavando y d istrib u y e n d o com ida con las esposas de los granjeros
de la re g ió n . A l com enzar el festín, fuimos los sirvientes. Esa
noche, c u a n d o los centenares de invitados se habían marchado,
los trab aja d o res de la cocina y los jornaleros celebramos nuestro
p ro p io b a n q u e te y su fiesta. Los viejos granjeros con sus esposas
y los m o n je s zen a p re n d ie ro n unos de otros danzas y canciones
disparatadas y divertidas.

Libertad en el trabajo

D u ra n te u n o de los largos retiros de meditación, llamados


sessbin, el Roshi n o s d io u n a charla sobre esta frase: "El camino
perfecto n o tie n e dificultades; ¡esfuérzate!”. Esta es la paradoja
fu n d am en ta l d el cam in o . Se nos puede exigir no escatimar
una gota de s u d o r en la intensidad del esfuerzo mientras nos
recu erd an q u e n o hay obstáculos en el camino y que incluso el
p ropio esfu erzo n o s p u ed e llevar a extraviarnos. El esfuerzo por
sí solo p u e d e h a c e r que se acum ule aprendizaje y energia, o se
consigan lo g ro s form ales. La disciplina puede alimentar el talento
natural, p e ro p o r sí sola n o llevará a nadie al territorio del "paseo
libre y fácil” (u n a frase de Zhuangzi). Hay que procurar no ser
víctima d e la in c lin a c ió n personal a la autodisciplina y el trabajo
duro. U n ta le n to m e n o r puede conducirnos al éxito en nuestro
oficio o e n lo s neg o cio s, p ero quizá entonces nunca descubramos
qué capacidades lúdicas nos habrían dado las mayores alegrías.
"E studiam os el yo p a ra olvidar el yo—dijo Dogen—. Cuando olvidas
el yo, eres u n o c o n las diez m il cosas”. Las diez mil cosas quiere

203
decir todo el m u n d o fen o m én ico . G u a n d o estam os ab ierto s, ese
m undo puede llen arn o s.
A un así, estamos llam ados a lu ch ar c o n el c u rio so fenóm eno
de la compleja esencia hum ana, necesaria p e ro desm edida, que
se resiste a dejar en trar al m u n d o . La p ráctica de la m editación
nos enseña form as para rasparla, ab lan d arla y d a rle color. El
propósito del koan es p ro p o rc io n a r al e stu d ian te u n lad rillo con el
que llam ar al p o rtó n para atravesarlo y cru zar esa p rim e ra barrera.
Después hay otros m uchos koans que p ro fu n d iz a n e n el ver y el ser
no dualista, perm itiendo al estudiante —tal y co m o le gustaría a la
tradición—llegar a ser consciente, elegante, agrad ecid o y diestro en
la vida diaria; para ir más allá de la d ico to m ía e n tre lo n atu ral y lo
elaborado. Es en cierta m edida la práctica de " u n a rte de la vida”.
El p ro p io Too Te Ching nos ofrece la in te r p r e ta c ió n más sutil
de lo que el cam ino puede q u e re r d e c ir. E m p ie z a d icien d o así:
"El camino que puede seguirse (cam in arse) n o es el camino
constante”. Dao ke dao fe i changdao. Es la p rim e r a lín e a del prim er
capítulo. Está diciendo: "U na senda q u e p u e d e seg u irse n o es una
senda espiritual”. La realidad de las cosas n o p u e d e c o n fin a rse en una
imagen tan lineal com o u n a calzada. E l o b jetiv o d e l aprendizaje
solo se alcanza cuando se olvida al "s e g u id o r” . E l cam ino no
tiene dificultades, n o p ro p o n e obstáculos, está a b ie rto a todas las
direcciones. Sin em bargo, n o so tro s no s in te r p o n e m o s e n nuestro
propio cam ino, y p o r eso el viejo m aestro d ijo : "¡E sfuérzate!”.
Tam bién hay m aestros que d icen : "N o in te n te s dem ostrarte
algo difícil a ti m ism o, es u n a p é rd id a d e tie m p o ; tu ego y tu
intelecto se m eterán p o r el m ed io ; d eja q u e esas aspiraciones
fantásticas desaparezcan". Te d irá n : " E n este p re c iso m om ento,
sim plem ente sé la m ente m ism a que lea esta p a la b ra y la conozca
sin esfuerzo, y habrás e n te n d id o 'la g ra n m a te ria ’. Tales fueron
las instrucciones de R am ana M ah arsh i, K r is h n a m u rti y el
m aestro zen Bankei. Esta fue la v ersió n de A la n W atts del zen.
Toda una escuela de budism o acepta esta p o s tu ra , J o d o s h in , o

204
budism o d e la T ie r r a Pura, de la que el anciano y elegante maestro
Roshi M o rim o to —q u e hablaba el dialecto de Osaka—dijo: "Es la
única escuela de b u d ism o que puede serm onear al zen”. Puede
se rm o n e a rlo , d ijo , p o r ser tan duro, p o r considerarse tan
especial y p o r se r orgulloso. U no debe respetar la desnudez y la
radical c o rre c c ió n de esta enseñanza. El budismo de la T ierra
Pura es el m ás p u r o . Se resiste con firmeza a todos y cada uno
de los p ro g ra m a s de superación personal y sigue solamente el
tariki, q u e q u ie re d e c ir "ayuda de o tro ”. El otro que puede ayudar
se describ e m ito ló g icam en te com o el "buda Amida”. Amida no
es más q u e el "vacío”, la m ente sin concepción ni intención; la
m ente b ú d ic a . E n otras palabras: "Deja de intentar mejorarte,
deja que el yo v erd a d e ro sea tu yo”. Esta enseñanza es frustrante
para las p e rs o n a s m otivadas p orque no ofrece instrucción, en
sentido e stric to , al desventurado peregrino espiritual.
S ie m p re h a h a b id o in fin id ad de bodhisattvas desconocidos
que n o s ig u ie ro n n in g u n a instrucción formal o búsqueda
filosófica. Se m o ld e a ro n y cu rtiero n en medio de la confusión, el
su frim ien to , la in ju sticia, las prom esas y las contradicciones de la
vida. S o n d esin te re sa d o s, generosos, valientes, misericordiosos,
hum ildes, g e n te c o rrie n te que, de hecho, siempre ha mantenido
a la fam ilia h u m a n a u n id a .
Hay ca m in o s a seguir, y hay u n o que no se puede seguir, no
es u n c a m in o , es la naturaleza salvaje. Hay u n "ir”, pero no un
cam inante: n o hay d estin o , solo el campo abierto. Yo me salí un
poco del s e n d e ro e n las m ontañas del Noroeste del Pacífico, con
veintidós a ñ o s, c u a n d o era vigía forestal en las Cascades Occi­
dentales. E n to n c e s to m é la determ inación de estudiar zen en J a ­
pón. Tuve o tr o vislu m b re parecido echando u n vistazo al pasillo
de la b ib lio te c a de u n m onasterio zen cuando tenía treinta años:
aquello m e ay u d ó a d arm e cuenta de que no debía vivir como un
m onje. M e m u d é a las cercanías del m onasterio y participaba en
la m e d ita c ió n , las cerem onias y el trabajo de la huerta como laico.
Regresé a los Estados U n id o s e n 1969 c o n la q u e era m i
esposa en aquel m o m en to y n u e stro p rim e r h ijo , y p ro n to nos
trasladam os a la S ierra Nevada. A dem ás d el tra b a jo e n granjas,
co n los árboles y en política, m is vecinos y yo h e m o s in te n ta d o
seguir algo de práctica budista fo rm al. La m a n te n e m o s laica y no
profesional a p ro p ó sito . El m u n d o zen ja p o n é s de los últim os
siglos es tan versado y riguroso e n cu an to a la in s tru c c ió n estricta
que ha perd id o , en g ran m edida, la capacidad de so rp re n d e rse a
sí m ism o. Los generosos sacerdotes de J a p ó n , con sagrados p o r
com pleto al zen, d efien d en su pap el de especialistas, señalando
que la gente co rrien te n o p u ed e p ro fu n d iz a r ta n to en las
enseñanzas p o rq u e n o les d edican el tie m p o su fic ie n te . N o tiene
p o r qué ser así para el laico, cuya práctica b u d ista es com o la de
cualquier trabajador, artesano o artista c o n su o ficio .
La estructura del o rd en budista o rig in al se in s p iró e n la gober-
nanza tribal de la nación Sakya ("R oble”), u n a d im in u ta rep ú b li­
ca parecida a la C onfederación Iroquesa, c o n n o rm a s dem ocráticas
para el voto (G ard, 1949 ¡ 1956). El bu d a G autam a n ació en Sakia,
de ahí su apelativo Sakiam uni, "sabio de los sakias”. P o r tanto, la
com unidad budista (shanga) se m odeló sig u ien d o las características
políticas de una com unidad p ro ced en te del N eo lítico .
Es p o r eso que nuestros m odelos e n la p rá c tic a , la enseñanza y
la dedicación no se lim itan a los m o n a ste rio s o a u n a o rie n ta c ió n
vocacional, sino que tam b ién p o d em o s se g u ir a com unidades
prim igenias en la trad ició n del tra b a jo y el re p a rto . Hay
conocim ientos añadidos que solo llegan a través de la experiencia
no monástica del trabajo, la fam ilia, la p é rd id a , el am o r o
el fracaso. Y tam bién están todas las c o n e x io n e s ecológicas y
económicas de los h um anos con o tro s seres vivos, q u e n o pueden
ser siem pre ignoradas y nos alie n ta n a c o n s id e ra r c o n rig o r los
procesos de p lan tar y cosechar, c ria r y m a ta r. T o d o s nosotros
somos aprendices de la mism a m aestra c o n la q u e las in stitu cio n es
religiosas trabajaron o rig in alm en te: la re a lid a d .

206
La re a lid a d ex am in ad a n o s dice: trata de c o m p re n d e r la
historia y la p o lític a in m e d ia ta , ap re n d e a c o n tro la r tu tiem p o ;
dom ina las v e in tic u a tro h o ra s. H azlo b ien , sin au to com pasión.
Cuesta ta n to m e te r a los n iñ o s e n el coche co m p artido que los
lleva hasta el a u to b ú s del colé com o can tar sutras e n la sala de
m editació n u n a m a ñ a n a fría . U n a cosa n o es m e jo r que la otra,
las dos p u e d e n lle g a r a ser bastan te aburrid as, y ambas tie n e n
la virtuosa c u a lid a d d e la re p e tic ió n . La rep etició n y el ritu al, y
sus b u e n o s re su lta d o s , se p re s e n ta n de m uchas m aneras. N o te
dejes co n v e n c e r d e q u e cam b iar el filtro , lim p ia r los m ocos, ir
a re u n io n e s, o r d e n a r la casa, freg ar los platos o co m probar el
nivel de aceite te está ale ja n d o de objetivos más serios. Todas esas
tareas n o s o n u n c o n ju n to de dificultades de las que deseemos
escapar p a ra p o d e r d e d ic a rn o s a la "práctica” que nos p o n d rá en
el "c a m in o ” , son n u e s tro cam in o . P u e d e n ser u n objetivo en sí
mismas, p o r q u e , ¿ q u ié n iba a q u e re r c o n tra p o n e r ilum inación y
n o -ilu m in a c ió n c u a n d o cada u n a de ellas es su p ro p ia realidad al
com pleto, su p r o p ia y p erfe c ta q u im e ra ? A D ogen le gustaba decir
que "la p rá c tic a es el c a m in o ”. Es m ás fácil en ten d erlo cuando
vemos q u e el " c a m in o p e rfe c to ” n o es u n re c o rrid o hasta u n sitio
fácilm ente d e fin id o p a ra alcanzar u n objetivo al que se llega tras
una ev o lu c ió n . L os m o n ta ñ e ro s su b en cimas p o r las fantásticas
vistas, la c o o p e ra c ió n y la cam arad ería, la dificultad gozosa, p ero ,
sobre to d o , p o r q u e "te coloca ahí fu e ra ” d o n d e tiene lugar lo
desconocid o , d o n d e te e n fre n ta s a la sorpresa.
La p e rs o n a v e rd ad eram en te experim entada, la persona
refinada, disfruta con lo corriente. Ese tip o de p ersona en co n trará el
trabajo te d io so d e la casa o de la oficina tan en treten id o y lleno
de retos co m o c u a lq u ie r m etáfo ra sugerida p o r el m o n tañ ism o .
Yo d iría q u e el v e rd a d e ro ju e g o consiste en salirse com pletam ente
del sen d ero , alejarse de cu alq u ier rastro de u n ifo rm id ad h u m an a
o anim al d irig id a a alg ú n objetivo práctico o espiritual. U n o sale
al "sen d e ro q u e n o se p u e d e se g u ir”, que lleva a todas p artes y a

207
n in g u n a, u n en tram ad o in fin ito de p o sib ilid ad es, c o n m illo n es
de elegantes variaciones sobre los m ism os tem as, s ie n d o cada u n a
ú nica. C ada roca en u n ta lu d es d ife re n te ; n i s iq u ie ra hay dos
agujas de abeto idénticas. ¿C ó m o p u ed e ser u n a p a rte m ás crucial
o im p o rta n te que cu alq u ier o tra ? N u n ca te e n c o n tra rá s c o n u n
n id o de rata cam balachera de cola p e lu d a h e c h o c o n ram itas,
piedras y hojas am on to n ad as a u n m e tro de a ltu ra a m e n o s que te
adentres en los m atorrales de m anzanita. ¡Esfuérzate!
E n con tram o s algo de paz y co m o d id ad e n n u e s tra casa, ju n to
a la chim enea, y en los cam inos cercanos. T a m b ié n h allam o s ahí el
tedio de las labores ru tin a ria s y el hastío de los asu n to s repetitivos
y triviales. S in em bargo, nada d u ra u n a e te rn id a d seg ú n la n o rm a
de la tran sito rio . Lo efím ero de to d o s n u e stro s actos n o s sitúa en
u n a especie de "te rrito rio salvaje en el tie m p o ” . V ivim os d e n tro
de redes de procesos inorgánicos y b iológicos q u e lo a lim e n ta n
todo, descendiendo a saltos p o r río s su b te rrá n e o s o b rilla n d o
com o telas de araña en el cielo. V ida y m a te ria e n ju e g o , heladas
y bastas, peludas y sabrosas. Tales cosas c o n stitu y e n u n o rd en
mayor que los p eq ueños enclaves de o rd e n a c ió n p ro v isio n a l que
conocem os com o sendas. Son el C a m in o .
Nuestras habilidades y trabajos n o s o n m ás q u e p eq u eñ o s
reflejos del m u n d o salvaje, cuyo o rd e n es in n a to y lib re . N o hay
nada como salirse de la calzada y a d e n tra rse e n u n a p a rte nueva
de la divisoria de aguas. N o p o r la n o v ed ad e n sí, sin o p o r la
sensación de llegar a casa, a to d o n u e stro te r r ito r io . "A b a n d o n a r
el sendero ” es o tra form a de llam ar al C a m in o , y d eam b u lar
alejándose del sendero es la p ráctica de lo salvaje. Es a h í tam b ién
donde, paradójicam ente, dam os lo m e jo r de n o s o tro s m ism os.
A un así, necesitam os cam inos y se n d ero s, y los m a n te n d re m o s
siem pre. P rim ero debes estar en el cam in o , an te s de p o d e r echar
a andar en o tro sentido y a d e n tra rte e n lo salvaje.

2011
r

L
LA MUJER QUE SE CASO CON UN OSO
La historia

H ab ía u n a vez u n a n iñ a ; te n ía a lre d e d o r de diez años. Solía


salir a re c o g e r bayas to d o s los veranos. T odos los veranos salía
con su fam ilia y re c o g ía n bayas y las secaban. E n ocasiones veían
excrem entos de oso e n el s e n d e ro . Las niñ as d eb ían ser p ru d e n te s
con los ex c re m e n to s de oso y n o c am in ar sobre ellos. Los ho m b res
p o d ía n c a m in a r so b re ellos, p e ro las n iñ as jóvenes debían
ro d earlo s. A ella le e n c a n ta b a saltar sobre los excrem entos de oso
y darles p a ta d a s. D esob ed ecía a su m ad re. Se topaba con ellos a
m en u d o y les d ab a p atadas y los pisaba. C o n tin u a b a viéndolos a
su a lre d e d o r. H a c ía esto desde p eq u e ñ a .
La n iñ a c re c ió . U n v eran o sa lie ro n tod o s a recoger bayas,
secar pescad o y a c a m p a r. Estuvo to d o el día con su m adre, sus tías
y sus h e rm a n a s re c o g ie n d o bayas. Fue hacia el final del día cuando
vio alguno s e x c re m e n to s de oso. Les dijo to d o tipo de cosas, les
dio patadas y saltó so b re ellos. Las m ujeres se estaban prep aran d o
para volver a casa, lev an tan d o sus pesadas cestas cargadas de
a rán d an o s. L a jo v e n vio unas bayas de m uy b u e n aspecto y se p aró
a recogerlas m ie n tra s las dem ás se ad elan tab an . C u an do les estaba
dando alcan ce, resb aló y se le cayeron al suelo algunas. Se agachó
para reco g e rlas. Las dem ás c o n tin u a ro n su cam ino.
U n h o m b r e estaba allí p a ra d o , vestido eleg an tem ente, la
cara p in ta d a de r o jo . L o vio e n tre las som bras. N u nca lo había
visto a n te s. E l d ijo : 'Y o sé d ó n d e hay m uchas bavas grandes,
m ejores q u e esas. V am os a lle n a r tu cesta. Te acom p añaré a casa”.
E stuvieron re c o g ie n d o u n ra to . C om enzaba a o scurecer, p e ro él
dijo: "H ay o tr o b u e n s itio ” ; y p ro n to se hizo de n o ch e. El d ijo :
"Es d em asia d o ta rd e p a ra ir a casa; vamos a p re p a ra r la cena” .

21a
Y cocinó sobre u n fuego; parecía u n fu eg o . C o m ie r o n u n poco
de ardilla de tierra. Luego p r e p a ra ro n u n a cam a e n tre las hojas.
C uando se fu e ro n a d o rm ir, él d ijo : "N o m e m ire s al levantar la
cabeza p o r la m añana, n i siq u iera si te d e sp ie rta s an te s que yo”.
A la m añana siguiente, cu an d o se le v a n ta ro n , el h o m b re le
dijo: "Podem os co n tin u ar. C o m erem o s a rd illa d e tie rra fría y no
harem os fuego. Vayamos a reco g er m u ch ísim as bayas” . La joven
habló de ir a casa, de su pad re y de su m a d re , y él d ijo : "N o tengas
m iedo. Yo iré a casa contigo”. D espués le d io u n a p alm ada justo
en lo alto de la cabeza e hizo u n círcu lo a lre d e d o r de la cabeza de
la chica con su dedo, en el sen tid o d el sol. E n to n c e s ella olvidó y
nunca más volvió a hablar de su casa.
Ella se olvidó com pletam ente de volver. Sencillam ente
perm aneció con él, recogiendo bayas. C ada vez q u e acam paban, a
ella le parecía que pasaba u n m es, c u a n d o e n re a lid a d era u n solo
día. C on tin u aro n viajando de m o n ta ñ a e n m o n ta ñ a . P o r fin ella
reconoció u n sitio. Parecía u n lu g ar d o n d e so lía ir c o n su familia
a secar carne. Él se detuvo allí, al c o m ien zo d e l b o sq u e , y le dio
una palmada en la cabeza e hizo u n círc u lo e n la d ire c c ió n del sol
y después otro en la tierra d o n d e estaba se n ta d a . L e d ijo : "Espera
aquí, voy a cazar ardillas de tie rra . N o te n e m o s c a rn e . Espera
hasta que vuelva”. Volvió con las ard illas de tie r r a . A l anochecer
acamparon y p rep araro n la cena.
A la m añana siguiente se le v a n ta ro n y c o n tin u a r o n el viaje.
Por fin lo supo. Se estaba acercando el o to ñ o y h acía frío . Supo
que era u n oso. El dijo: "Es el m o m e n to d e h a c e rse u n a casa”; y
comenzó a cavar una osera. E n to n ces su p o d e v e rd a d q u e era un
oso. Llegó bastante p ro fu n d o cavando la o se ra y lu e g o d ijo : "Vete
a coger algunas ramas de abeto y algo de m a le z a ” . Ella rom pió
ramas altas y le llevó u n haz. Él vio aq u ello y d ijo : "Esas ram as no
sirven. Dejaste una señal y la gen te la verá y sa b rá q u e estuvimos
aqui. No podem os quedarnos en este lu g a r” . Y se f u e ro n .

214
S u b ie ro n al in ic io d el valle. Ella conocía este valle. E ra d o n d e
sus h e rm a n o s so lía n ir a cazar y c o m er oso. E n a b ril llevarían
allí los p e rro s y cazarían u n oso. M a n d a ría n a los p e rro s a e n tra r
en la o sera y e n to n c e s el oso saldría. A llí era d o n d e so lían i r sus
h erm an o s, y ella lo sabía.
Su m a rid o cavó u n a nueva osera y la m an d ó a p o r m aleza. Le
dijo: "C oge algo d e m aleza que e n cu en tres e n la tie rra , n o ram as
altas. N ad ie v erá d e d ó n d e la cogiste, y la nieve c u b rirá el lu g a r”.
Ella la rec o g ió d e l su elo , p e ro ta m b ié n dob ló algunas ram as altas.
Las dejó co lg a n d o p a ra q u e sus h e rm a n o s las vieran. T am bién se
restregó a re n a e n c im a , p o r to d o el cu erp o . D espués la restregó
p o r los árb o le s a su a lre d e d o r, p a ra que los p e rro s e n c o n tra ran su
rastro. L u eg o se fu e a la osera c o n sus haces de maleza.
C u a n d o el h o m b re escarbaba parecía u n oso. Esa fue la única
vez. P ero el re sto d e l tie m p o p arecía u n ser h u m a n o . La m u jer no
sabía có m o so b rev iv ir de o tra m an era, y, m ien tras fuera bueno
con ella, se g u iría a su lad o .
"E sto está m e jo r ” , d ijo él, y acarreó la maleza al in te rio r y
p rep aró la o se ra . D esp u és de q u e p re p a ra ra la osera se m archaron.
El oso grizzly50 es el ú ltim o e n e n tr a r en la osera; les gusta andar
p o r la n iev e. P a sa ro n alg u n o s días más cazando ardillas de tierra
para el in v ie rn o . E lla n u n c a lo vio h acerlo; se sentaba al sol
del o to ñ o ta r d ío y m ira b a valle abajo. El n o q uería que lo viera
escarbando e n b u sca de ard illas de tie rra com o u n grizzly.
C asi a d ia r io cazaba ardillas de tie rra y recogían bayas. Para
ella él era ig u al q u e u n se r h u m a n o .
El o to ñ o estaba ya m uy avanzado. El dijo: "C reo que es el
m o m en to d e ir n o s . T e n e m o s su ficien te co m id ay bayas. B ajarem os
a casa” . E n t r a r o n e n la o sera y se q u e d a ro n allí d u rm ie n d o . Se
desp ertab an u n a vez al m es p a ra co m er, y luego volvían a la cama.

50. Oso grizzly: una subespecie americana del oso pardo, (/mu árelos horribilis. Es uno de
los osos más grandes del mundo, y el peso de los machos puede alcanzar los 600 kilos.

215
Cada mes parecía o tra m añana, igual q u e o tro d ía c u a lq u ie ra . E n
realidad n u n ca salían fuera, solo lo parecía.
Muy p ro n to la m u je r se dio cu en ta de q u e estaba esperando
u n bebé. Y a m itad del in v iern o , e n la osera, tuvo d o s bebés; u n o
era una n iñ a y el o tro , u n n iñ o . Los tuvo c u a n d o las osas tie n e n
sus oseznos.
Su m arid o solía cantar p o r la n o ch e y ella se d e sp ertab a para
escucharlo. El oso se convirtió e n u n c h a m á n c u a n d o em pezó a
vivir con la m u jer. La canción le era dictad a, co m o a u n cham án.
La cantó dos veces. Lo escuchó la p rim e ra vez. La seg u n d a hizo u n
sonido, "¡wuf! ¡wuf!”, y ella se d esp ertó .
"¡N o lo hagas! ¡Son tus cuñados! Si de v e rd a d m e q u ieres, los
querrás tam bién a ellos. N o los m ates. ¡D eja q u e te m aten! ¡Si
de verdad m e quieres, n o pelees! H as sido b u e n o c o n m ig o . ¿P or
qué has vivido conm igo, si ah o ra vas a m a ta rlo s ? ” . "D e acuerdo
—dijo—. ¡No pelearé, p ero q u ie ro q u e sepas lo q u e su ced ería!”.
Sus grandes dientes caninos parecían espadas. "E sto es c o n lo que
peleo”, dijo. Ella co n tin u ó su p lican d o . "N o hagas n a d a . ¡Todavía
tendré a mis hijos si te m atan a ti!” . A h o ra sabía d e v erd ad que
era u n oso.
Se fu ero n otra vez a d o rm ir. C u a n d o volvió a d e sp ertarse, él
estaba cantando su canción. "E sv erd ad —d ijo —. E stá n acercándose.
Si me m atan, q uiero que les quites m i c rá n e o y m i cola. Allí
donde me m aten p repara u n g ran fuego y q u e m a m i cabeza y m i
cola, y canta esta canción m ien tras la cabeza a rd a . ¡C án tala hasta
que todo esté quem ado!”. Y volvió a c a n ta r la c a n c ió n .
Después com ieron u n poco y volvieron a d o r m ir . Pasó otro
mes. No d u rm iero n bien ese m es. Él se d esp ertab a a m en u d o .
"El m om ento está cerca —dijo—. N o p u e d o d o r m ir b ie n . La tierra
está quedando al descubierto. Sal y m ira si la nieve se h a d erretid o
delante de la osera”. Ella se asom ó, y vio q u e fu e ra h ab ía b a rro y
arena. Recogió u n poco e hizo u n a bola y se la f ro tó p o r encim a.
Estaba llena de su olor. La hizo ro d a r colina abajo; así los p erro s

21(1
p o d rían o le ría . Volvió a e n tra r y dijo: "Hay tie rra al descubierto
en algunos sitio s” . E l le p re g u n tó p o r qué había dejado las señales.
" ¿ P o rq u é ? ¿ P o r q u é ? ¿ P o rq u é ? ¡Nos e n c o n tra rán co n facilidad!”.
D u r m ie r o n d u r a n te m ed io m es y después se d esp e rta ro n .
El estaba c a n ta n d o d e nuev o . "Esta es la ú ltim a vez —dijo—. N o
volverás a o ír m e . D e u n m o m e n to a o tro los p e rro s estarán p o r la
puerta. A n d a n m u y cerca. ¡Pelearé! ¡Voy a h acer algo te rrib le !”.
Su m u je r d ijo : " ¡T ú sabes q u e so n m is h erm anos! ¡No lo bagas!
¿ Q u ié n c u id a rá d e m is h ijo s si los m atas? D ebes p e n sar en los
niños. M is h e rm a n o s m e ayu d arán . ¡Si m is h erm an o s te dan caza,
déjales h a c e r!” . V o lv ie ro n a la cam a p o r m uy poco tiem p o . A la
m añana s ig u ie n te él d ijo : "¡E l m o m e n to está cerca! ¡Está m uy
cerca! ¡D e sp ie rta !” .
J u s to c u a n d o se estab an levan tan d o , o yeron u n ru id o . "Los
perros está n la d r a n d o , d eb o ir. ¿ D ó n d e están m is cuchillos? ¡Los
q u iero !” . L os d esco lg ó . E lla lo vio p o n e rse los dientes. E ra u n
gran oso grizzly.
"P o r fav o r, n o p elees. Si m e querías p ara ti, ¿ p o r qué has
llegado h asta a g u í? P ien sa e n los n iñ o s. ¡No hagas daño a mis
h e rm a n o s!” . E l d ijo : "¡N o volverás a verm e!”, y salió. E n la
entrada g r u ñ ó , y d e u n zarpazo lanzó algo al in te rio r de la osera.
Era u n p e r r illo , u n p e q u e ñ o p e rro cazador de osos. G uando
lanzó el p e r r o al in te r io r , ella lo agarró y lo a rrin c o n ó en tre la
maleza b a jo el le c h o . P uso allí al p e rro p ara re te n e rlo . Se sentó
encim a d e él y lo m a n tu v o allí p a ra que n o p u d ie ra escapar. T enía
una ra z ó n p a ra h a c e r lo .
D u ra n te u n la rg o ra to n o se oyó n in g ú n ru id o . Salió de la
osera y oyó a sus h e rm a n o s la d e ra abajo. Ya h ab ían m atado al oso.
Se sin tió m a l y d e c id ió sen tarse. E n c o n tró u n a flecha e n el suelo
y la re c o g ió . D e sp u é s aju stó u n a cu erd a a la espalda del p e rrillo .
Ató la flech a al p e r r illo y este c o rrió hacia sus d u e ñ o s. Los chicos
estaban ab a jo d e sp ie z a n d o al oso. R e c o n o c ie ro n al p e rro , y al ver
la flecha se la q u ita r o n .

217
"Q u é curioso —d ije ro n —, ¡N adie e n u n a o se ra le a ta ría esto!”.
H ab laro n sobre ello y d e c id ie ro n q u e el h e r m a n o m ás joven
subiera a la osera. U n h e rm a n o p e q u e ñ o p o d r ía h a b la r co n su
herm ana, p ero u n h e rm a n o m ayor n o p o d r ía . L os h erm an o s
mayores le d ije ro n al más joven: "P erd im o s a n u e s tr a herm an a
hace u n añ o . Podría h ab er sucedido algo. P u e d e q u e u n oso se la
llevara. T ú eres el más jo v en , n o debes te m e r. A llí a rrib a n o hay
nadie más que tu herm an a. Ve y m ira si está allí. ¡A verigúalo!”.
El fue. La encontró allí sentada, llo ra n d o . E l n iñ o se acercó
y ella lloró cuando lo vio. Le dijo: "¡V osotros m atasteis a vuestro
cuñado! Me fui con él el verano pasado. Lo m atasteis, p e ro dile a
los otros que conserven el cráneo y la cola. D ejad lo s allí para mí.
C uando lleguéis a casa, dile a m adre q u e zurza u n vestido para
m í y así podré volver a casa. Q u e zurza u n vestido p a ra la niña,
pantalones y una camisa para el n iñ o , y m ocasines. Y dile que venga
a verme”. Él volvió a bajar y les dijo a sus h e rm a n o s: "Es nuestra
herm ana. Q uiere que conservemos la cabeza y la cola d el oso ”.
Así lo hiciero n , y después volv iero n a casa. Se lo d ije ro n a
u m adre. Su m adre se puso a la tarea y co sió . T e n ía u n vestido
Í mocasines y ropa para los n iñ o s. A l d ía sig u ie n te su b ió allí. La
m adre fue al lugar y vistió a los n iñ o s . D esp u és b a ja ro n al sitio
donde habían dado m u erte al oso. Los chicos h a b ía n d ejad o una
gran fogata. La m u jer quem ó la cabeza y la cola, y d esp u és cantó
la canción hasta que to d o fu e ro n cenizas.
Después volvieron a su casa, p e ro ella n o e n tr ó in m e d ia ta ­
m ente. No estaba acostum brada al o lo r h u m a n o . D ijo : "D ile a los
chicos que prep aren u n cam p am en to . T odavía n o p u e d o en tra r
en la casa. Pasará algún tiem p o ”. Estuvo fu e ra u n a larg a te m p o ra ­
da. Hacia el oto ñ o e n tró p o r fin y se q u e d ó j u n t o a su m a d re . Ese
invierno los niñ o s crecieron.
D urante la prim avera siguiente sus h e rm a n o s q u e ría n que se
com portara com o u n a osa. H ab ían m atad o a u n a osa q u e había
tenido oseznos, u n m acho y u n a h e m b ra . Q u e r ía n q u e su h erm an a

2I U
se c u b rie ra con. la p ie l y actuara com o u n a osa. P re p a ra ro n
p eq u eñ o s arc o s. La a c o sa ro n p ara que ju g a ra co n ellos, y q u e ría n
que sus do s h ijito s ju g a ra n ta m b ié n . Ella n o q u ería. Le d ijo a su
m adre: "¡N o p u e d o hacerlo ! Si lo hago, m e co n v ertiré e n u n a
osa. Ya lo soy a m edias. M e h a em pezado a crecer pelo e n los
brazos y las p ie rn a s , y es m uy la rg o ”. Si se h u b ie ra q u edado allí
con su m a rid o oso o tr o v eran o , se h a b ría convertido e n u n a osa.
"Si m e c u b ro c o n la p ie l de la osa, m e con v ertiré e n u n a ”, d ijo .
P ero c o n tin u a r o n in sistie n d o p a ra que ju g a ra . U n día los
chicos e n tr a r o n a h u rta d illa s y la n z a ro n las pieles de oso sobre
ella y sus p e q u e ñ o s . ¡Ella salió a cu atro patas! ¡Se sacudió com o
una osa! E ra u n a osa grizzly. N o p u d o h acer nada. T enía que
d efenderse de las flechas y los m ató a todos, incluso a su m adre.
No m ató a su h e rm a n o m e n o r, a él n o . N o p u d o evitarlo. Las
lágrim as le c o r r ía n p o r el ro s tro .
D espués se m a rc h ó . T en ía co n ella a sus dos oseznos.
C a m in a ro n la d e ra a rrib a y se a d e n tra ro n de nuevo en las
m ontañas.
P o r eso u n oso grizzly es e n p a rte h u m a n o . A h o ra la gente
come c a rn e de oso n e g ro , p e ro siguen sin co m er carne de grizzly,
p o rq u e los grizzlies s o n m e d io h u m a n o s.

Sobre "La m ujer que se casó con un oso”

A rá n d a n o , fra m b u e sa neg ra, zarzam ora, serbal, m anzanita,


arán d an o r o j o ... Las bayas salm ó n m a d u ra n p ro n to , y casi todas
las dem ás lo h a c e n h acia el fin a l del v eran o . El b rillo de las bayas,
su aro m a , su p e q u e ñ a p u n z a d a de sab o r, su du lzu ra, to d o n o s ha
sido d ad o d esd e u n tie m p o m uy lejan o . ¿P ara q u ié n es? Las bayas
in citan a las aves y los osos a alim en tarse. Es u n a o fren d a, p e ro
tam b ién hay u n a c o m p e n sa c ió n , ya que de este m o d o las sem illas
serán d ise m in a d a s. P eq u eñ as sem illas en te rra d as e n dulces
glóbulos q u e v ia ja rá n e n el b u ch e de las aves, en in te stin o s de

219
mapach.es, sobre las rocas, a través d el aire, s o rte a rá n el río , para
ser depositadas en la tie rra de o tro s b o sq u es y b r o ta r d e nuevo.
Para recoger bayas hace falta paciencia. Los osos se acercan a los
brotes y arañ an delicadam ente e n tre los racim o s c o n sus zarpas. La
gente hace rastrillos de m ad era que se asem ejan a zarpas de oso y
las recogen en u n a cesta, o varean los a rb u sto s c o n u n a cuch ara de
m adera sobre u n canasto que so stien en e n la o tra m a n o . ¡Algunas
m ujeres son m uy rápidas! Las a rra n c a n c o n to d o s los dedos de
ambas m anos, sin estropearlas n u n c a . C u a n d o están m aduras,
la gente sale a recogerlas todos los días, y desp u és las secan o las
escabechan para el in v iern o . El com érselas n o h ace n in g ú n m al al
arbusto n i a la semilla. Q uizá esta h isto ria c o m ie n z a c o n las bayas.

Desde u n tiem po m uy lejan o , los osos p a rd o s , los griigjies


(aunque n o nos referirem os a ellos d ire c ta m e n te c o n no m b res
tan bruscos), h a n llegado a los cam pos de bayas. L levan fuera
vagando y alim entándose desde la p rim a v e ra , re c o rrie n d o
docenas o cientos de k ilóm etros, a m e n u d o e n s o lita rio . C u an d o
se reúnen en las laderas más a b u n d a n te s e n bayas, p u e d e haber
muchos osos recogiéndolas a poca d istan cia, y se las a rre g la n para
no enfrentarse.
C om en d u ran te to d o el verano a c u m u la n d o grasa para el
invierno. Si p o r alguna razó n n o c o n sig u e n el s u fic ie n te peso
llegado el final del o to ñ o , los cu erp o s de las m a d re s a b o rta rá n los
pequeños fetos, ya que la lactancia d u ra n te el r ig o r d el invierno
puede agotar sus fuerzas. C u an d o h a n acabado c o n los arán d an o s
y otras bayas en las m ontanas, b a ja n a los río s y a rro y o s a p o r los
salm ones que re m o n ta n la c o rrie n te e n o to ñ o .
D urante m ucho tiem po solo h u b o osos y p á ja ro s e n los ríos
y ju n to a los m atorrales de bayas. Los h u m a n o s lleg aro n más
tarde. Al prin cip io todos se llevaban b ie n ; sie m p re h ab ía algo de
alim ento para com partir. Los anim ales p e q u e ñ o s p u e d e n ser tan
poderosos com o los grandes. A lgunos, y algunos h u m a n o s, podían

220
cam biar de p ie l, cam b iar de máscaras. D e vez e n cu an do todos se
aden trab an e n el m u n d o del esp íritu p ara u n g ran e n c u en tro o u n a
co n tienda. E n los tiem p o s p rim ig en io s los seres h u m an o s n o eran
tan msilos. M ás a d elan te p a re c ie ro n distanciarse. Se ocupaban solo
de sí m ism os y p asab an to d o su tiem p o ju n to s . D e ja ro n de ir a las
reu n io n es, y e ra n cada vez más tacaños. A p re n d ie ro n u n m o n tó n
de m en u d e n c ia s y o lv id aro n de d ó n d e venían.

A lg u n o s a n im a le s em p e z a ro n a evitar a los seres h u m an o s.


O tro s esta b a n p re o c u p a d o s, ya q u e les gustaban los h u m an o s y
d isfru tab a n d e su c o m p a ñ ía y de su divertido c o m p o rtam ien to .
Los osos todavía les te n ía n c ie rto aprecio. Todavía q u erían ser
vistos p o r las p e rso n a s, so rp re n d e rla s de vez en cuando, incluso
que les cazaran y d ie ra n m u e rte , p a ra p o d e r e n tra r en las casas y
oír su m úsica. Q u izás p o r eso los osos dejan excrem entos en las
sendas. Es u n a m a n e ra de d ecirle a la gente que están cerca y así
evitan asu starles. Si osos o p e rso n a s se llevan u n susto, alguien
puede re s u lta r h e r id o . C u a n d o la gen te e n c u e n tra cagadas puede
exam inarlas y v e r si s o n recien tes, y c o m p ro b a r qué se ha com ido.
Si esta sem a n a to c a n bayas, d eb erías saberlo. Las cagadas son una
ventana a la vida d e u n oso: in d ic a n d ó n d e ha estado. Así, cuando
la gente va a la m o n ta ñ a p u e d e silb ar y ocuparse de lo suyo, p o rq u e
todo el m u n d o sabe lo q u e están p e n sa n d o los h um anos.
A las n iñ a s p e q u e ñ a s les gusta c o rre r, saltar y can tar. A
algunas d e ellas les g u sta h a c e r b u rla , p e ro g e n e ra lm en te n o
es u n a b u r la c ru e l. J u e g a n a la com ba: saltan y can tan ; ju e g a n
a la raya: s a lta n y c a n ta n . A u n así, u n a n iñ a o u n a m u je r no
d e b e ría n s a lta r n u n c a so b re e x crem en to s de oso; e n realid ad ,
no d e b e ría h a c e r lo s o b re n in g ú n e x crem en to , y tam p o co los
h o m b res. E stá b ie n o b se rv a rlo s y p e n s a r en tales señales, p e ro
sería u n a to n t e r í a o p in a r al re sp e c to . S in em b arg o , esta n iñ a
siem pre lo s p is a b a y n o d ejab a de h a b la r de ello . Q uizás estaba
siendo tra v ie sa , a u n q u e ta m b ié n d eb em o s d e c ir q ue era u n a

221
n iñ a excepcional que de alg u n a m a n e ra se s e n tía a tra íd a p o r u n
lugar salvaje.
Atraída p o r lo salvaje. Los osos so n ta n tra n q u ilo s y poderosos.
Al mismo tiem po son los anim ales más cercan o s al h o m b re . Todo
el m undo lo dice: "G uando le sacas el ab rig o a u n oso, es igual
que u n h o m b re”. Y actúan com o h u m a n o s: ju g u e te a n , educan a
sus oseznos —que son traviesos y curiosos— y re c u e rd a n . C onfian
en sí mismos. Engullen u n p eq u eñ o b o cad o o tu m b a n a u n alce
con la misma elegancia. Sus zarpas so n delicadas y precisas: pueden
coger u n fruto entre dos uñas. H acen el a m o r d u ra n te h oras. Son
gruñones después de la siesta. P u e d e n re c o r r e r m ás de ciento
cincuenta kilóm etros en u n a n o ch e. P arecen indestructibles.
Saben qué está pasando, a d ó n d e ir y có m o lleg ar allí. N o son
rencorosos. Pueden ponerse furiosos, y c u a n d o p e le a n es como
si no sintieran dolor. N o tie n e n enem igos n i m ie d o s, p u e d e n ser
cómicos y tienen u n gran corazón. El m u n d o es su casa. Les gustan
los seres hum anos, y d ecidieron hace tie m p o d e ja r q u e los hum anos
les acompañaran en los ríos salm oneros y e n los cam pos de bayas.
Esta n iña debia de saber algo de to d o esto , y e n c ie rta m anera
estaba llam ando a los osos. La m ayoría de la g e n te sabe q u e ro m p er
las reglas es m alo, y cuando lo h a c e n a e sc o n d id a s s ie n te n que
están haciendo algo repro b ab le. Hay g e n te q u e r o m p e las reglas
p o r codicia y p o r te n e r u n o scu ro c o ra z ó n . C ie rta s personas
son claras y ro m p e n las reglas p o rq u e q u ie r e n saber. Tam bién
entienden que hay que pagar u n p re c io , y n o se q u e ja rá n .
Las reglas son cuestiones de c o m p o rta m ie n to q u e tie n e n que
ver con el p o d er y el co n o cim ien to , c o n la vida y la m u e rte , dado
que versan sobre q u itar la vida y so b re la p r o p ia a lim e n ta c ió n y
m uerte. Los seres h um anos, en su ig n o ra n c ia , s o n proclives a
ofender. Hay u n m u n d o detrás del m u n d o q u e v em os, q u e es el
mismo m u n d o , p ero más a b ierto , m ás tra n s p a re n te y sin barreras.
Al igual que d e n tro de u n a g ran m e n te , to d o s lo s h o m b re s y los
anim ales p u ed en hablar, y aquellos q u e p a sa n p o r él reciben

222
I

!i
el p o d e r d e a y u d a r y sa n a r. A p re n d e n a co m p o rtarse y a evitar
o fen d er. T o c a r este m u n d o , n o im p o rta con qué brevedad, es una
ayuda en la vida. La gen te lo busca, p e ro la búsqueda n o es sencilla.
A quí las fo rm a s flu y en . Para u n oso to d o s los seres p arecen osos.
Para u n h u m a n o to d o s p a re c e n h u m a n o s. C ada c riatu ra tie n e
sus h isto ria s y su s rarezas; to d o s los anim ales co n su graciosa
naturaleza r e p re s e n ta n d o d iferen tes papeles. "C u an d o dragones
! y peces ven el agua c o m o u n p alacio, es igual que si u n ser h u m a n o
viera u n p alacio - N o p ie n sa n q u e fluya. Si u n fo rastero les dice:
I Lo que veis c o m o u n palacio es agua que c o rre ’, los dragones y
peces se q u e d a ría n p e rp le jo s, al igual que n o so tro s lo estam os
cuando o ím o s las p alab ras: 'Las m o n tañ as fluven’." (D ogen).
Y e n o casio n es aq u ello s q u e tie n e n el p o d e r, o n-na razó n , o
sim p lem e n te s o n cu rio so s, cru zan las fro n te ra s.

Esta jo v e n m u je r y a h ab ía crecido, y recogía bavas con su fam i­


lia- L os osos sa b ía n q u e estaba allí. C u a n d o se quedó arras para re­
coger las bavas q u e se le h ab ían caído de la cesta, u n h o m bre joven
se ap ro x im ó p a ra p resen tarse y a n i d a r l a Llevaba sn m ejo r roña,
vestido co m o a lg u ie n q u e va de visita. Para e’la era u n ser hum a­
no. v así se a d e n tr ó e n u n m u n d o in te rm e d io , n o del to d o h u ­
m ano. n o d el to d o an im al, d o n d e la lluvia puede parecer fuego v el
fuego p u e d e re s u lta r lluvia. Y él la asentó a l l í co n —¿c ñrm eza v r i ­
gor c a n d ó te u n a p a lm a d a en la caneza p a ra cu e c h ib a ra . Se a r e n ­
c a r o n b aio ta m a ra ñ a d e ram as, v cu an d o saliero n —p—■
T¡T.f¡ c a re n a d e m o n ta ñ a s . C ada día es u n r< < o años.
P e ro n o se o lv ic ó d el to d o . S iem p re estam os e n am bos
m u n d o s, p o r q u e n o s o n re a lm e n te d e s. Y a u n r u e reco rd ara
aue ñ a o ía d e ja 0.0 a trá s u n a casa y u n a f a r r v - s . n o era u n ----- --- >t
dem asía0 0 f u e r te p o r q u e estaba e n a m o ra d a . El era u n h o m b re
fuerte v g u a p o , v a c e m a s la am aoa. Se p asearan p o r las m o ntañas
«eás h e rm o s a s , e n el g ra n d io so clim a d o rad o del del v e ra n o .
con bavas m a t u r a s e n to c a s las laderas. Sus sueños ce ; oven

’C i i

i
doncella se h ab ían cu m p lid o . Si ella a p re n d ió a a m a r a u n oso,
él tuvo que su p erar sus preju icio s c o n tra los h u m a n o s , que son
débiles, livianos, im predecibles y m a lo lie n te s. Se u n ie r o n e n la
pasión y la conversación. Vivían e n la f r o n te r a de los bosques.
Pero llega el in v iern o . Los osos g a n a n p eso y les crece m u ch o el
pelo. Si están p rep aran d o u n a nueva osera, se le c c io n an u n lugar
en u n a ladera, cavan hacia abajo y luego h acia a rrib a , situando
la cám ara bajo u n a alfom bra de raíces de a lg ú n á rb o l a lp in o o
u n a gran losa de p ied ra. El tú n e l de e n tra d a p u e d e se r de u n o a
tres m etros de largo, y la cám ara, de dos y m e d io a tres y m edio
de ancho. Y después los osos a rra n c a n ram as: las d o b la n sobre
u n brazo y las ro m p e n con el o tro , rec o g ié n d o la s p a ra usarlas de
lecho en la osera. C o n la osera lista los grizzlies m e ro d e a n , todavía
de caza, m ientras el tiem po c o n tin ú e sie n d o ap acib le. C u a n d o la
nieve com ienza a ser intensa, ju sto cu a n d o está cayendo c o n más
fuerza, el oso en tra en la osera y la nevada c u b rirá sus huellas.
En la osera los osos dejan de b e b e r, c o m e r, o r in a r o defecar
durante meses. Perm anecen alerta y p u e d e n d esp ertarse con
bastante rapidez. Sus cuerpos e n c u e n tra n la m a n e ra d e m etabolizar
sus propios desechos. A u n p e rd ie n d o grasa, a u m e n ta n su masa
muscular y conservan su volum en óseo com o si estu v ieran despiertos
y en activo. Sueñan. Quizás sueñen con en cu en tro s e n las "m ontañas
interiores”, donde El O so, com o "S eñ o r de la M o n ta ñ a ” , ofrece
una gran celebración para todos los dem ás an im ales. P ara la joven
m ujer, este es u n tiem po de relam pagueantes idas y venidas entre
sus dos seres. El paisaje re to rn a a su h isto ria : re c o n o c e u n valle. Ve
a su am ante, a su m arido, p rim e ro com o u n oso cavando la osera,
después como u n ser h u m an o que se sien ta y conversa c o n ella. Le
ayuda a recoger ramas de abeto balsám ico p a ra la o sera y n o puede
evitar dejar marcas, señales para sus h e rm a n o s, q u e la buscarán.
C on disgusto, tristeza y cierto fatalism o, él ve to d o esto, y, sin
irritarse con ella, sim plem ente se aleja y cava u n a nueva osera; pero
ella continuará dejando su rastro.

224
Y llega e l m o m e n to de b a ja r a la osera. Ella todavia n o es
u n osa, asi q u e p r e p a r a n co m id a p a ra cu an d o la necesite. Pare
los bebés d u r a n te el in v ie rn o , al igual q u e lo h acen los osos, y
después llega e l m o m e n to e n q u e d e b e n c o n fro n ta r sus destinos,
su tarea. "Eli se c o n v irtió e n u n cham án cu ando em pezó a vivir
con la m u je r ” . N o e ra u n oso co m ú n , dado que fue capaz de
cam biar d e fo r m a y a c e p ta r lo h u m a n o , p e ro el p o d e r todavía
seguia lle g á n d o le . ¿ O s o s an cian o s velando p o r él e n la distancia,
sabiendo q u e lo s p o d e re s se ría n necesarios? U n cham án canta
canciones d e p o d e r , y él can tó u n a de esas canciones. Si antes n o
sabia lo q u e ib a a lle g a r, a h o ra lo intuye: los h erm an o s de ella v
una b atalla. S in d u d a p o d r ía m atarlo s, conservando a su m u je r e
hijos, y a d e n tr a r s e m ás e n la m o n tañ as p ara estar seguro. Esa es
la te n ta c ió n : viaja e n tr e d os d o m in io s co n sus enorm es dientes
caninos d e grizzly, q u e a p arecen com o espadas o dientes, dientes
o espadas, a lo s o jo s d e ella.
P ero, h a b ie n d o llegado hasta aquí en el d o m in io de lo hum ano,
tam bién se h a o b lig ad o a sí m ism o a la costum bre hum ana, v existe
u n a fé rre a ley q u e dice q u e los cuñados n u n ca deben pelear. El
nom bre de fam ilia q u e los n iñ o s recib en es el de la m adre, v serán
criados m ás p o r lo s h e rm a n o s de ella que p o r su padre. ;5i solo
p u dieran a c e p ta rlo co m o cuñado! Esa seria u n a u n id ad fam iliar
ideal, ex tra ñ a so lo e n cu a n to q u e la m itad de la familia serían osos
—va q ue e l l a se está c o n v irtie n d o en u n a — y la o tra m itad hum anos.
Qué m o m e n to d e su e ñ o u tó p ico debió de ser p ara él.
Ella es p rá c tic a . Sabe q u e sus h e rm a n o s n u n c a lo aceptarán
y siente q u e su s h ijo s d e b e n ser criados com o h u m an o s. Pero
a m a a su m a r id o , n o so lo al h o m b re guapo, tam b ién el cuerpo

de oso. E lla m is m a está em p ezan d o a ser p elu d a. D u ra n te varias


semanas d e b e n c o n v iv ir c o n estas alternativas v el d estino que se
va a c e rc an d o . E l c a n ta o tra vez p o r la n o c h e : es la can eren que
debe c a n ta rse c u a n d o se h a cazado y dado m u e rte a u n oso. Le ña
las in s tru c c io n e s : "A llí d o n d e m e m aten , p re ñ a ra u n gran ruego.
quem a m i cabeza y m i cola y canta esta c a n c ió n m ie n tra s la cabeza
arda. ¡C ántala hasta que to d o esté q u e m a d o !” .
Esta es la razó n p o r la que se e n c o n tra ro n : p a ra q u e él pasara
esa enseñanza, a través de ella, d el d o m in io d e lo s osos al de los
hom bres. A h o ra los dos lo saben. P ero él n o p u e d e d ejarse llevar
del to do; p regunta: "¿ P o r q u é? ¿ P o r q u é ? ” ; y a u n el ú ltim o día
u n pensam iento más le in cita a d e fe n d e rse . E lla sie m p re insiste
en la palabra hermanos y él n o p u ed e reb elarse c o n tra eso. Sale p o r
la p u erta cam ino de su m u erte, lan zan d o de u n zarpazo detrás de
él al pequ eñ o p e rro tahlan cazador de osos. E ste p e r r o dom éstico
es m edio anim al salvaje y m edio h u m a n o , y la ayuda a prep ararse
para regresar a lo h u m an o . Su m a rid o m u e re fu e ra de su vista,
p ero ella puede o ír el lad rid o de los p e rro s . Se sie n ta y llora,
dejando que aflore la p érd id a y el d o lo r q u e estab a c o n te n ie n d o ,
y lo vierte sobre su h erm an o p e q u e ñ o : "¡V o so tro s, ch icos, acabáis
de m atar a vuestro cu ñ ad o !”, lo q u e ta m b ié n es p a ra ellos algo
doloroso.
(Los osos salen de la osera en p rim a v e ra flacos y h a m b rie n to s,
y se sacian con p rim o res de p rim av era -C lq y to n ia - o plantas
similares si no p u ed en e n c o n tra r u n cadáver d e alce o carib ú al
que haya m atado el in v iern o ).
Ella quem a la cabeza y la cola y can ta la c a n c ió n .
No puede volver a casa de su m a d re . Pasa to d o el v eran o de luto
y habituándose al o lo r h u m a n o . D u ra n te el o to ñ o y el in v iern o ,
viviendo en el poblado, enseña a sus fa m ilia re s lo q u e a p ren d ió
—a quem ar el cráneo y la cola de u n oso d e sp u é s d e m atarlo —y
les enseña la canción. A p re n d ió m u c h o m ás d e su m a rid o sobre
la cerem onia del oso y la m a n e ra a p ro p ia d a d e cazar, y to d o lo
enseña: a ser discretos, a n o fa n fa rro n e a r, a n o se ñ a la r n u n c a a
u n oso, a hablar despacio.
No es u n invierno fácil. Los n iñ o s n o se a c o s tu m b ra n , y ella
tam poco. La gente n o le h abla c o n c o n fia n z a . L os h erm an o s
tien en oscuros e in trin cad o s p e n sa m ie n to s s o b re su h e rm a n a , que

220
sabe ta n to d e osos. La sig u ien te p rim av era se p o n e n en m archa
para la caza a n u a l d e l oso y vuelven c o n la p ie l de u n a h em b ra y
dos osezn o s. Q u ie r e n fo rz a r a su h e rm a n a p a ra que se disfrace
y haga d e o so . S ecreto s q u e n o d e b e n co n tarse les acechan: su
h e rm a n a , u n a osa. ¿ Q u é c o m ía n ? ¿D e qué h a b la b a n ? ¿ C o n qué
sueña? ¿ C ó m o fu e ? ¿ C u á n to p o d e r tie n e a h o ra ? ¿ P u e d e n fiarse
de ella? ¿ E n q u é se c o n v e rtirá n sus h ijo s? El p o d e r y el m isterio
que a h o ra la r o d e a n ya n o es có m o d o p ara los h u m an o s.
Ella in te n ta qu e su m adre los detenga, sabiendo lo que o cu rrirá,
su pelo cada vez m ás largo. P ero ocu rre: los h erm an o s no p u ed en
so p o rtar esta am b ig ü ed ad y la fu erzan a cruzar la raya. Ella se vuelve
otra vez osa y los m ata a todos, excepto a su h erm an o peq u eñ o .
A hora ya h a n pagado p o r m atar a su cuñado, y pagado p o r burlarse
y a to rm e n ta rla , y la m ad re tam b ién ha m u e rto . La joven m u jery su s
hijos so n a h o ra irrev o cab lem en te osos; el m u n d o de los hum anos
no los acep tará. D e b e rá n re to rn a r a la naturaleza salvaje habiendo
cum plido su tarea: e n se ñ a r a los hum an o s las actitudes correctas
respecto a los osos. Q uizás to d o esto estaba planeado p o r los Osos
Padres y M adres, q u e escogieron a u n m acho joven e intrépido para
ser el m e n sa je ro . Para cada u n o de los actores había u n precio: el
oso y la fam ilia de la m u je r p e rd ie ro n la vida. N o se puede cruzar
entre d o m in io s s in pagar u n alto precio. Ella p erd ió a su am ante
y su h u m a n id a d p a ra convertirse en u n a osa con dos traviesos
oseznos, sola e n tre bosques y m ontañas.

Esto su ced ió hace m u ch o tiem p o . D esde entonces, los hom bres


han te n id o b u e n a s relacio n es co n los osos. Todos los años a m itad
de in v ie rn o , e n b o sq u es nevados alred ed o r del m u n d o , m uchas
gentes h a n cazado, celebrado y festejado ju n to con los osos. Osos
y h o m b res h a n c o m p a rtid o verano tras verano los cam pos de bayas
y los río s sa lm o n e ro s sin grandes dificultades. Los osos h a n sido
cuidadosos de n o cazar n i elegir a h u m an o s com o presas, si b ien
pelearán si s o n atacados.

227
Su h isto ria tuvo otras consecuencias: la esposa d el oso fue
recordada com o u n a diosa b ajo m u ch o s n o m b re s y se c o n ta ro n
m uchas histo rias sobre sus hijos y lo q u e les a c o n te c ió e n el
m u n d o . Pero ese tiem p o se h a acabado. Los osos están siendo
diezm ados, los h u m an o s están e n todas p a rte s y el m u n d o verde
está siendo desgarrado, arrasado y re d u c id o a cenizas p o r el
avance de u n m u n d o gris que parece n o te n e r fin . Si n o fuera
p o r unas cuantas gentes ancianas de los tie m p o s de a n ta ñ o , n i
siquiera conoceríam os este c u e n to .

M aría Johnsji la narración de esta historia

Esta versión de "La m u je r q u e se casó c o n u n o so ” está


basada en la n a rra c ió n de M aria J o h n s a G a th e rin e M cC lellan,
antropóloga y etn o h isto ria d o ra . H ay m u ch as v ersio n es de esta
historia, y once de ellas están recogidas e n el e stu d io de M cC lellan
The Girl Who Married the Bear: A Masterpiece o fln d ia n O ral Tradition5' (1970).
Sobre M a ria jo h n s escribió:

"Probablemente M ariajohns nació durante la década de 1880.


La primera vez que vio a u n hom bre blanco fue cuando ella y
su familia retaron a los chilkoot de la costa y cruzaron el Paso
de Chilkoot para comerciar en Wilson's Store en Dyea. Esto
sucedió en los ochenta, y Maria era entonces u n a m ujercita.
Maria pertenecía al clan tu q ’wedi o dicitan y rem ontaba su
ascendencia en último térm ino al pueblo costero tlingit de
Angoon. Aunque su prim era lengua era el dialecto tagish del
atabascano, también hablaba bastante tlingit, que, de hecho,
se convirtió en la principal lengua nativa de los tagish. Tenía
muy poco dom inio del inglés.
Aunque parece que llevó una vida bastante rica y activa, pasó
la mayor parte de sus días de adulta con poca salud y parcialm ente 51

51. En castellano, "La mujer que se casó con uñoso: una obra maestra de la tradición oral amerindia".

228
ciega. C uando la conocí en 1948 estaba totalmente ciega y
pasaba la mayor parte del tiempo en la cama, cubierta con una
m anta de piel de ardilla de tierra. Maria compuso po r lo menos
tres canciones propias y evidentemente contó muchas historias
a sus hijos, a juzgar p o r el repertorio de sus dos hijas adultas.
M aria se ofreció a contar la historia del oso la mañana del 16
de ju lio de 1948- La había visitado en casa de su hija Dora y le
pregunté si existían observancias rituales para con los osos.
M aria era obviamente una buena contadora. Gesticulaba
con frecuencia, cambiaba la voz para indicar que se trataba de
diferentes personajes hablando, e imitaba el sonido de perros y
osos. A presuró u n poco el final del cuento porque le preocupaba
que yo pudiera perder el tren para salir de Garcross.
D ora A ustin Wedge, la intérprete, había ido al colegio, y
hablaba u n excelente inglés. La hija de Dora, Annie, era la
otra p ersona presente. Estaba muy interesada en la historia,
que, evidentem ente, no había oído antes”.

Arcadia

O so p a r d o : Ursusarctos.
Arktos, "o s o ” e n griego; en la tín llam ado urs; en sánscrito, rksha;
en galés, arth (rey A rtu ro ). E l sánscrito probablem ente conduce a
Rakshasas: "e rra n te s de m o n io s n o c tu rn o s que ru g en y aúllan y com en
cadáveres” . D . Pawda sugiere que la p ro to rraíz es "¡R rrrrr!”.
E l " A rtic o ” es d o n d e están los osos.
A rc a d e e ra el h ijo d e Z eus y de la diosa osa C alisto.
S u p u e sta m e n te él e ra el p ro g e n ito r de los arcades, gentes de la
A rcadia, " h o m b re s o so ”. V en erab an a Pan, H erm es y A rtem isa, la
dam a de las cosas salvajes, ta m b ié n asociada co n los osos.
A rcad ia : las altip lan icies y cordilleras en las tierras altas e
in te rio re s d e l P e lo p o n e so ce n tra l, co n picos de dos m il trescientos
m etros a lo largo del extrem o n o r te . O rig in a ria m e n te había
bosques de p in o y ro b le , y p rad eras. Los o tro s g rieg os pen sab an
que los arcadios e ra n u n a p o b la c ió n a b o rig e n q u e sie m p re había
estado allí, y, de h ech o , se m a n tu v ie ro n co m o u n p u e b lo fu erte
e in d e p e n d ie n te a lo largo de to d a la h is to ria d e G recia. N o les
afectaron las invasiones dóricas. F u e ro n h o rte la n o s , g an ad ero s y
cazadores. Para los ro m a n o s y los griegos u rb a n o s e ra n el m odelo
de u n a cu ltu ra de subsistencia vernácula y fu e rte q u e n o p e rd ió sus
conexiones co n la naturaleza. E n los p rim e ro s siglos después de
C risto , la d eforestación y el ag o tam ien to de la tie r r a re d u je ro n la
población , y en el siglo octavo los in m ig ra n te s eslavos p ro p ic ia ro n
el fin de esta vieja cu ltu ra. S in d u d a, alg u n o s de lo s p rim itiv o s
arcadios conocían y co n tab an alguna v e rsió n de la h is to ria de la
m u jer que se casó co n u n oso.

En la Danza del Oso

U na m u jer co n ap ariencia de abu ela y v estid o estam p ad o está


hablando con u n anciano c u rtid o que viste p a n ta lo n e s d e le ñ a d o r
y tirantes. "Hay espíritus e n to d o , ¿ v e rd a d ? ”. É l asie n te . Ella
sonríe: "N o pareces m uy co n v en cid o ”.
El viejo es alto y p o d e ro so , a u n q u e u n p o c o cargado de
espaldas. El pelo, rizado y gris m etálico , le llega a la a ltu ra de
los hom bros, lleva los p a n talo n es m e d io salid o s d e u n a s botas
rancheras altas, y sus m anos so n pesadas y ásperas, c o n u n p u lg ar
ro to . C om enta: "Las viejas gentes n o te n ía n to d a s las palabras
apropiadas de la ciencia que ah o ra te n e m o s; o sea, q u e llam aban
a los rayos del sol 'e sp íritu s’. L lam aban a m u ch as cosas 'e s p íritu s ’.
No es que fu e ra n to n to s, p e ro lla m a b a n a esas cosas d e p o d e r y
energía 'e sp íritu s’.”.
U n blanco jo v en está escuchando. La m u je r es in te n s a , d e ojos
claros, b ie n h u m o ra d a , y c o n tin ú a c o n su p r o p io ra z o n a m ie n to :
"Se h an olvidado m uchas cosas. H e averiguado m u c h o so b re esto.

230
N o es p a ra to d o el m u n d o , es p a ra n u e stra g en te. N ecesitam os
e n señ ar a los jó v e n e s ” .
E n la p o lv o rie n ta z o n a de danza se está fo rm a n d o u n círculo de
n iñ o s. M a rv in P o tts, c o n u n viejo so m b re ro de fie ltro , chaqueta
y v aquero s d e d r il, y gastadas botas de trab ajo , los sitúa e instruye
con te r n u r a . H ay u n p o ste de dos m etro s y m edio en la zona de
baile, d e l q u e cuelga u n a p ie l de oso. E n la base del poste hay u n
m o n to n c ito d e h o ja s y tallos de artem isa recién recogidos, todavía
h ú m e d o s d e sp u é s d el lavado. T o d o el m u n d o está cogiendo u n
p u ñ a d ito . U n tre c h o m ás a rrib a de la lad era hay u n som brajo
d o n d e se ju e g a u n a p a rtid a , co n el ritm o incesante del tam borileo
en los tro n c o s y el c a n to q u e asciende y cae.
La m u je r y los dos h o m b re s siguen de p ie bajo u n caluroso sol,
u n to r r e n te de g e n te p asan d o a su alred ed o r, la voz del hom bre
viejo ta n b aja q u e casi n o se le p u e d e o ír. El jo v en escucha y solo
p re g u n ta d e vez e n c u a n d o .
"La c ie n c ia h a su b id o ta n to —dice el h o m b re viejo—que ahora
está e m p e z a n d o a b a ja r. N o so tro s estam os ascendiendo con
n u e stra vieja s a b id u ría , y m uy p ro n to nos enco n trarem os con la
ciencia b a ja n d o ” . U n a nativa jo v e n se ha sum ado al grupo, y la
m u je r m a y o r le dice: "N o m e llam es m aid u o concow. Soy u n a
tai. Ese es n u e s tr o n o m b re p a ra n o so tro s”. El h o m bre viejo se
vuelve h a c ia ella y dice: " ¿ Q u é es u n a ta i? ”. "Eso es lo que yo soy,
p e ro tú n o lo sabes” .
" B u e n o , yo soy u n m a id u igual que tu ”, dice él. Ella se ríe
con fra n q u e z a , y le re sp o n d e : "Lo cierto es que tú eres u n . . . ” ,
y p r o n u n c ia u n s o n o ro n o m b re nativo. "Significa M o n tañ a
M e d ia n a ” . É l re p ite la p alab ra co n facilidad; está claro que la
co n o ce: "S í, sig n ifica M o n ta ñ a M ediana. O sea, ¿q u e eso es lo
que é r a m o s ? ” . "S í, tu g ru p o . E l a n tro p ó lo g o b lan co n o s d io a
to d o s el n o m b r e d e m a id u ” . "D e ac u e rd o ” , dice, y se vuelve o tra
vez h acia el h o m b r e jo v e n . "A hora voy a bailar. Venga a visitarnos
alguna vez. T e n e m o s m u ch o s p ro b lem as tra ta n d o de evitar que la

231
gente ro b e n u e stro c e m e n te rio ” . "¿ A q u é se d e d ic a ? ", p re g u n ta
el h o m b re b lan co . "T rabajo m ed ia jo r n a d a e n u n a s e rra d e ro ”.
Y se va, recogiendo a tres n ieto s p e q u e ñ ito s y c o n d u c ié n d o lo s al
círculo in te r io r de los n iñ o s e n la D anza d el O so .
M arie Potts está en su silla de ru e d a s ju n t o a u n poste
a d o rn ad o co n tiras de corteza de arce q u e p e n d e n a lre d e d o r. U n
sistem a de m egafonía p o rtá til está e n c e n d id o y F ra n k em pieza a
cantar: "W eda.... w e d a ..., w e d a ...” . H ay d os círcu lo s: u n o in te rio r
de n iñ o s y u n c o rro ex terio r de ad u lto s. A m b o s c o m ie n z a n a girar
despacio, e n la d irecció n de las agujas d el re lo j, la g e n te agitando
sus pequ eñ o s p u ñ ad o s de ajenjo rítm ic a m e n te . H ay jó v en es y
viejos, m uchos blancos, m uchos nativos, m u c h o s co lo res en tre
u n o s y otros.
Muy p ro n to es el p ro p io oso el q u e ap arece, la g ra n cabeza
sostenida delante, la gruesa p iel n eg ra c u b rié n d o le la espalda.
Las dos patas delanteras so n brazos c o n b a sto n e s. La p a rte baja
del cuerpo del oso lleva u n o s vaqueros b la n c o s c o rta d o s c o n las
costuras m edio descosidas. Se m ueve c o n s o ltu ra , c o m o lo haría
u n oso, deslizándose d e n tro y fu e ra d el c o rro , desplazándose
en círculos en tre los danzantes, a b rié n d o se p aso h acia d e n tro ,
volviendo a salir. Coge a u n n iñ o y lo c o n d u c e co n sig o b ajo la piel
de oso, y después lo deja m arch ar. U n p e q u e ñ o ro m p e a llo ra r
cuando se le acerca, m ien tras u n n iñ o d etrás de él le azota la
espalda con la artem isa. El co rre hacia las m u je re s, las asedia, ellas
chillan y le pegan co n la artem isa. D e vez e n c u a n d o la can ció n
deja de oírse p o r u n m o m e n to y el c a n ta n te to m a a lie n to . E l oso
se acerca a M arie en su silla de ru ed as, le p o n e la z a rp a a lre d e d o r
de los hom b ro s y la acaricia co n el h o c ic o . A ella le b rilla n los
ojos, y su sonrisa es in ten sa y com placida.
Mientras tanto, Marvin lidera el c o rro de los danzantes,
enarbolando el poste con las cortezas de arce (había dicho que los
enroscados trozos de corteza eran com o cascabeles de serpiente de
cascabel y que jugam os con Serpiente y O so y les ofrecem os diversión

232
y b u e n h u m o r p a ra que todos nos llevemos b ien durante el verano).
La d a n z a c irc u la r c o n tin ú a co n sus m ajestuosas ro taciones.
F in a lm e n te , M a rv in c o n d u ce al c o rro fu era de la zona de danza.
La fila d e lo s d an zan tes, m u jeres y h o m b res nativos, n iñ o s,
ra n c h e ro s b la n c o s de m e d ia n a edad co n vaqueros y som breros
téjanos, zigzaguea e n tre la p ro fu s ió n de furgonetas y coches
aparcados. D e sc ie n d e e n tre los tro n c o s m a rró n canela de los
u m b ro so s p in o s de Je ffre y y a lre d e d o r del som brajo d o n d e se
juega la p a r tid a (todavía su e n a n co n fuerza las canciones, m ano a
m an o c o n la m ú sica de la D anza del O s o ), p ara después su b ir u n a
p e n d ie n te d e h ie rb a q u e lleva a u n veloz to rre n te , d o n d e todo el
m u n d o se d isp e rsa a lo larg o de las m árgenes y se lava las m anos y
la cara c o n agua fresca. D e ja n flo ta r lib rem en te en el arroyo sus
ram os d e a rte m is a . Los ram o s flu irá n e n tre el bosque de pinos,
de vuelta a la veg etació n , y d esaparecerán en la G ran Cuenca.
E ste es el fin a l de la D anza d el O so . La piel se cuelga otra vez
del p o ste , la g e n te se d irig e hacia la b arbacoa y el salm ón, que fue
u n reg alo d e u n g ru p o de la costa. Las canciones de p o d er de los
ju g a d o re s d e la p a rtid a c o n tin ú a n sin in te rru p c ió n .

W ep am k u n , e n Notokkoyo, Shasta, ju n io de 40 0 7752

5a. Junio de 40077= Esta datación toma como punto de partida la fecha aproximada
—hace entre 4*0.000 y 5^.000 años—en la que diversos paleontólogos sitúan la aparición
de los primeros artefactos no utilitarios, como huesos y astas tallados o pinturas rupestres,
indicios del pensamiento simbólico.

23»
SUPERVIVENCIA Y SACRAMENTO
"En u n a ocasión, m ientras el maestro lavaba sus cuencos, vio a
dos pájaros peleándose p o r una rana. U n monje que también
observaba preg u n tó : '¿P or qué se llega a algo así?’. El maestro le
respondió: 'Es solo p o r tu bien’.”, ( d o n g s h a n )

El fin del nacim iento

E n p le n a re b e lió n de A n L ushan, tras la destrucción de la


capital C h ’an g , D u F u escrib ió u n poem a, "Paisaje de prim avera”,
que es u n la m e n to p o r C h ’an g y to d a C h in a. Com ienza así:

"El estado ha sido destruido,


pero las montañas y los ríos permanecen”.

Es u n o d e lo s p o em as chin o s más famosos, muy conocido


tam b ié n e n J a p ó n . E l p o eta ja p o n é s N anao Sakaki ha invertido
re c ie n te m e n te este verso p a ra d arle u n a lectura contem poránea:

"Las m ontañas y los ríos han sido destruidos,


pero el estado permanece”.

U n o d e b e v iajar fu e ra de N orteam érica para valorarlo.


H a b la n d o c o n u n g ru p o de escritores e intelectuales en B eijing
en 1 9 8 4 s o b re la n ecesid ad de in c lu ir las riberas de los ríos y los
bosques e n los co n sejo s de los trabajadores y los cam pesinos, cité
la v e rsió n d e N a n a o de este m agnífico verso; re sp o n d ie ro n con
una risa a m a rg a .
Se h a d ic h o q u e a lre d e d o r de u n m illó n y m edio de especies
anim ales y vegetales h a n sido científicam en te descritas, y que

237
existen e n tre diez y tre in ta m illo n es de o rg a n ism o s e n la T ie rra .
Se cree que más de la m itad de estas especies viven e n lo s bosques
tropicales h ú m ed o s (W ilson, 1989. 1 0 8 ). A lre d e d o r d e la m itad
de estos bosques, en Asia. E n A frica y A m é ric a d e l S u r ya h an
desaparecido. (Al m ism o tie m p o , hay siete m illo n e s d e n iñ o s
sin hogar en las calles de B rasil. ¿E stán los á rb o le s desvanecidos
reen carn án d o se en n iñ o s a b a n d o n a d o s? ). U n a tala rasa, o incluso
u n a m in a a cielo ab ierto de u n k iló m e tro y m e d io de ex tensión,
cicatrizarán e n tiem p o geológico. La e x tin c ió n d e cu alq u ier
especie, pereg rin as todas ellas de c u a tro m il m illo n e s de añ o s de
evolución, es u n a p érd id a irre p a ra b le. El fin al de la sucesión de
tantas criaturas con las que hem os viajado hasta a q u í es m otivo de
p ro fu n d a tristeza y pesar. La m u e rte p u e d e ser acep tad a y, hasta
cierto p u n to , tran sfo rm ad a, p e ro la p é rd id a de u n lin a je y su
fu tu ra descendencia es algo que n o p u e d e a cep tarse. D eb erá ser
rigurosa e in telig en tem en te resistida.
¿D efender todas las plantas, insectos y anim ales de la m isma
m anera? ¿Pequeños invertebrados que n u n c a h a n sido vistos
en u n zoo o en u n a revista de naturaleza salvaje? ¿E species cuyas
diferencias son m ínim as? N o es solo la vida de u n lin a je específico,
sino la de ecosistemas com pletos —u n a fo rm a de cuasi organism os
de mayor tamaño—la que está e n ju e g o . H ay q u ie n arg u m en ta con
cierta suficiencia que la extinción ha sido siem p re el d estin o últim o
tanto de especies com o de com unidades, y n o s re s p o n d e n citando
una enseñanza budista: "T odo es tra n s ito rio ”. S in d u d a ; razó n de
más para actuar con gentileza y causar m en o s d a ñ o . Los grandes
vertebrados altam ente adaptados, u n a vez q u e desaparezcan, nunca
volverán en la form a en que los hem os c o n o c id o . P o d ría n tra n sc u rrir
cientos de m illones de años antes de que el equivalente de u n a ballena
o u n elefante aparezca de nuevo, si es q u e vuelve a ap arecer. La
m agnitud de la pérdida sobrepasa cualq u ier m e d id a ja m ás conocida
en el planeta. "La m uerte es u n a cosa, p o n e r fin al n a c im ie n to es o tra ”.
(Soule y Wilcox, 1980, 8).

23U
P e ro c u a n d o hab lam o s de seres h u m an o s, el fin del
n a c im ie n to n o p arece p ró x im o . La pob lació n m u n d ial se ha
d o b la d o d esd e I9 5 °> y su p era los 5 - 0 0 0 m illones; se convertirá
en 8 .5 0 0 m illo n e s e n el añ o 2 0 2 5 - Se estim a que 1-500 m illones
de p e rso n a s e n el T e rc e r M u n d o carecerán p ro n to de leñ a,
m ie n tra s q u e los h a b itan te s de los países desarrollados co n d u cen
q u in ie n to s m illo n e s de coches (Keyfitz, 1989, I2 l). A lo largo de
la ú ltim a p a r te d el siglo XX el crecim ien to de la población superó
al c re c im ie n to ec o n ó m ic o e n el T ercer M u n d o , y n o se observa
en el h o r iz o n te u n a "tra n sic ió n dem ográfica” que estabilice el
ín d ice d e n a ta lid a d e n esa p a rte del m u n d o .
E x isten c rite rio s p a ra d e b a tir la capacidad de carga del p la­
n eta. P r o p o n e r u n ín d ic e de p o b la c ió n h u m an a ecológicam en­
te ó p tim o n o significa u n a d em an d a inm ed iata de que se m ate
a n a d ie o d e q u e el a b o rto se convierta en obligatorio, tal como
algunos p a re c e n p e n s a r. Es u n a p ro p u e sta a debate. Si se actúa
c o n fo rm e a ella, la re d u c c ió n de la p o b lació n se conseguiría p o r
m e d io d e u n ín d ic e de n a ta lid a d más bajo a lo largo de décadas
e in c lu so siglos. Y o m ism o arg u m e n té que el diez p o r ciento de
la p o b la c ió n d e l p la n e ta e n el 2 0 0 0 , de más de 5 -0 0 0 m illones,
p o d ría se r la m e ta p ro p u e s ta . Esto garantizaría espacio y hábitat
para to d o s , in c lu id a la vida salvaje. M i p erso n a h a sido citada con
c ierto d e s c re im ie n to , m e n c io n a n do m i "obsesión p o r la n a tu ra ­
leza salvaje" (G u h a , 1989- 7 3)- ¡L3 p o b lació n hum ana era alrede­
d o r del diez p o r c ie n to d e lo q u e es hoy e n el año 1650I E n aquel
m o m e n to , a p ro x im a d a m e n te 5 5 ° m illo n es de alm as vivían r o ­
deadas d e ex q u isita a rq u ite c tu ra , a rte y lite ra tu ra , v debatiendo
so bre filo s o f e s y relig io n es largam ente establecidas. las —.ifrrr.as so­
bre las q u e c o n tin u a m o s discu tien d o hov.
N uestro problem a más inmediato, nuestra discuta, es
con nosotros mismos. Sería presuntuoso pensar cue t-uda está
especialmente necesitada de nuestros neios t buenas virrarir.nes:
son los seres hum anos ios que están en peligro- No salo en e-ruano

r.t
de la supervivencia de la civilización, sin o , m ás e se n c ia lm e n te, en
el plano del corazón y del alm a. C o rre m o s el rie sg o d e p e rd e r
nuestras almas. Ig noram os n u e s tra p r o p ia n a tu ra le z a y nos
sentim os d esorientados an te lo q u e sig n ifica u n se r h u m a n o .
Este lib ro p ro p o n e im aginar de nuevo lo q u e h e m o s sid o y hecho,
y tam bién la vigorosa sab id u ría de n u e stra s a n tig u a s fo rm as de
vida. C om o en el lib ro de U rsu la Le G u in El eterno regreso a casa —u n
texto genuinam ente instructivo—, h e p r e te n d id o m e d ita r sobre
las im plicaciones de existir com o seres h u m a n o s .
Este m o m en to presen te, los m ás o m e n o s d o ce m il años
transcurrid o s desde la ú ltim a glaciació n y los a p ro x im a d a m e n te
doce m il años todavía p o r llegar c o n stitu y e n n u e s tro p eq u eñ o
te rrito rio . Serem os juzgados o n o s ju z g a re m o s n o s o tro s m ism os
p o r cóm o hem os convivido e n tre n o s o tro s y c o n el m u n d o e n estos
veinte m il años. Si estam os aq u í p o r a lg ú n p r o p ó s ito b eneficioso
—aparte de cotejar textos, navegar río s o c o n o c e r la estrellas-
sospecho que es para e n tre te n e r a l resto de la n a tu ra le z a . Som os
una panda de prim ates payasos y se d u cto res. T o d as las pequeñas
criaturas se acercan sigilosam ente a escu ch ar c u a n d o los h u m an o s
están de b u en h u m o r y dispuestos a to c a r y c a n ta r ca n cio n es.

Cultivada o silvestre

Pero todavía sabemos solo lo que sabem os. "Los sabores del m e­
locotón y el albaricoque no se p ie rd e n de u n a g e n e ració n a otra.
Tampoco se transm iten a través de la lectu ra de u n lib r o ”, escribió
Ezra Pound. El resto son habladurías. Hay fortaleza, lib e rta d y auto­
suficiencia en el hecho de ser u n m o ra d o r experto e n tus p ro p io s al­
rededores, consciente de lo que sabes.
Existen dos clases de conocim iento; el p rim e ro es aquel que te
enraíza y ubica en tu actual condición. D istingues el n o rte del sur,
el pino del abeto, en qué dirección se p u ed e e n c o n tra r la lu n a n u e ­
va, de dónde viene el agua, a dónde va la basura, có m o d a r la m ano,

240
cóm o afilar u n a navaja, cóm o funciona u n tipo de interés. Este gé­
n e ro de c o n o cim ien to puede, en sí m ism o, m ejorar la vida pública
y salvar especies amenazadas. Lo aprendem os restableciendo cultu­
ra, que es com o reh abitar: volver a u n te rrito rio que ha sido explo­
tado y m e d io olvidado, y replantar árboles, retirar la canalización
de los cauces de los ríos, ro tu ra r el asfalto. Algunos preguntarán:
¿y qué pasa si n o queda cultura? Siem pre la hay, en la misma m ed i­
da e n qu e siem p re existen —n o im p o rta dónde—el lugar y la lengua.
La cultura de cada u n o está en la familia y la com unidad, y se ilum i­
na cuand o ju n to s acom etem os algún trabajo real, o jugam os, o con­
tam os historias, o actuam os, o alguien enferm a, o m uere, o nace, o
nos re u n im o s e n u n día com o el de Acción de Gracias. U na cultura
es u n a re d de vecinos o com unidades, enraizada y atendida; tiene lí­
m ites, es co tid ian a. "M uy culta” n o debería significar "elitista”, sino
"bien ab o n ad a” .
E l té rm in o cultura se re m o n ta a significados latinos —a través
de colere— tales com o ad o rar, d a r atención, cultivar, respetar,
lab rar, c u id a r. La raíz kwel, que significa esencialm ente "dar vueltas
a lre d e d o r de u n c e n tro ”, es cognado de wheel, "rueda” en inglés y el
griego telos, "co m p leció n de u n ciclo”, de ahí teleología. E n sánscrito
es chakra, " ru e d a ” o "g ran ru e d a del universo”. La palabra m oderna
en h in d i es charkha, "ru eca”, co n la que G han d i m editó sobre la
in d e p e n d e n c ia de la In d ia m ien tras estaba encarcelado.
La o tr a clase de c o n o c im ie n to viene de e rra r p o r el exterior.
S o b re la m a n z a n a silvestre escribía T h o re a u : "N uestra m anzana
silvestre es silvestre solo e n la m ism a m edida en que yo lo soy;
n o p e rte n e z c o a la raza a u tó c to n a de este lugar, p e ro h e errad o
p o r los b o sq u e s, sie n d o de g é n ero cultivado”. J o h n M u ir lleva
más allá estas reflex io n es. E n Wild W&o!53 cita a u n am igo ag ricu lto r
que le d ic e : "L a c u ltu ra es u n a m anzana de p o m a r, la naturaleza

53. "Wild Wool” [Lana Silvestre]: un ensayo dejohn Muir (reíos* bibliografía). Muir
(1838-1914) fue un conservacionista y escritor norteamericano nacido en Escocia,
y fundador del Sierra Club.

241
es la silvestre”. R e to rn a r a la n atu raleza salvaje sig n ifica to rn a rse
áspero, austero, silvestre, d u ro , re siste n te , s in a b o n o y sin
poda, y todas las prim averas, escandalosamente h e rm o s o al flo recer.
Prácticam ente to d a la p o b lació n c o n te m p o rá n e a es d e g én ero
cultivado, p e ro pod em o s e rra r de nuevo p o r los b o sq u es.
U n o ab an d o n a el h o g ar p a ra su m irse e n la b ú sq u ed a
ad entrándo se en u n e n to rn o salvaje a rq u e típ ic o q u e resulta
peligroso, am enazante, rep leto de alim añas y de e n e m ig o s h ostiles.
Este tip o de en cu en tro co n el o tro , ta n to in te r io r c o m o e x terio r,
req u iere re n u n c ia r a la co m o d id ad y a la se g u rid a d , acep tar el
frío y el ham bre, y estar dispuesto a c o m e r c u a lq u ie r cosa. P uede
que n u n ca vuelvas a tu hogar. La soled ad es tu p a n . T u s huesos
p u ed en aparecer u n día e n tre el lim o de la o rilla d e alg ú n río .
G arantiza libertad, ap e rtu ra y lib e ra c ió n ; e sta r d e sa tad o , lib re,
enloquecido p o r u n tiem p o . R om pe tabúes, se acerca a la fro n te ra
de la transgresión, enseña h u m ild a d . H ace sa lir a fu e ra , ayunar,
cantar en soledad, conversar a través de la b a r r e r a d e las especies,
rezar, dar gracias, re to rn a r.
E n el plano mítico, esta es la fuente de la n arrativ a del h é ro e a lo
largo y ancho del m u n d o . E n el p lan o e s p iritu a l, re q u ie re aceptar
al otro como a u n o m ism o, y cruzar la lín e a ; n o " fu n d irs e c o n ” y
confundir las cosas, sino m a n te n e r d e lic a d a m e n te ta n to la d ife ­
rencia com o la igualdad. P uede sig n ificar v er las casas, las c a rre te ­
ras y a las gentes de tu lugar de o rigen com o si las vieras p o r p rim era
vez. Significa que toda palabra se escucha hasta su eco m ás p r o f u n ­
do. Puede significar m isteriosas lágrim as de g r a titu d . El "alm a”
pro p ia es nuestro sueño del o tro .
Existe una tendencia hacia la cre a c ió n de u n a " c u ltu ra de la
naturaleza salvaje" d e n tro de la civilización c o n te m p o rá n e a . Los
filósofos de la ecología p ro fu n d a , los d eb ates y d isc u sio n e s que
han tenido lugar en tre ellos y el m o v im ie n to v e rd e , el ecologism o
social y el ecofem inism o son p a rte de esta re c ie n te c o m p re n s ió n .
Los pensadores de la ecología p r o f u n d a in s is te n e n q u e el

242
m u n d o n a tu r a l tie n e valo r p o r derecho p ro p io , que la salud de
los sistem as n atu rales debería ser nuestra p rim era preocupación y
que esto su p o n e tam b ién el m ejo r servicio a los intereses hum anos.
Saben p e rfe c tam e n te que las culturas prim arias de todo el m u n d o
son n u e stro s m aestros e n estos valores. La ap arición de E arth
First! sitú a al ecologism o e n u n nuevo nivel de aprem io, audacia,
osadía y h u m o r . T écnicas de acción directa, que se rem ontan a los
días de los derechos civiles y el m ovim iento obrero, son utilizadas en
conflictos ecológicos. Estos d isidentes obligan a las organizaciones
m e d io a m b ie n ta le s establecidas a volverse más activistas. Al m ism o
tie m p o , se e x tie n d e n c o n rapidez m ovim ientos de base en Asia,
B o rn e o , B rasil, S ib e ria ... Es esp eranzador que tanta gente a lo
largo y a n c h o d e l m u n d o —desde intelectuales checos a m adres
de los b o sq u e s lluviosos de Sarawak— estén despertando a esta
llam ada.
La tr a d ic ió n p rim e ra de defensa del m edio am biente en
A m érica su rg e d e la p o lítica de o rd e n a c ió n del te rrito rio público
y la c o n se rv a c ió n de la vida salvaje (gansos, peces, patos; de ahí
la A u d u b o n Society, la liga Izaak W alton y Ducks U n lim ited ).34
D u ra n te décad as, u n a d ed icació n red u cid a p ero indispensable a
la p ro te c c ió n de la vida salvaje ocupó el tiem po de voluntariado
de to d a la p o b la c ió n . C o n la llegada de la década de de 1 9 7 °>
"c o n se rv a c ió n ” se co n v irtió e n "ecologism o”, al tiem po que las
p re o c u p a c io n e s se e x te n d ía n fuera del te rrito rio de la naturaleza
hacia c u e stio n e s m ás am plias, com o la gestión de los bosques, la
a g ric u ltu ra , la c o n ta m in a c ió n del aire y el agua, la energía n u clear
y to d o s los d em ás asu n to s q u e conocem os ta n b ien .
La p ro b le m á tic a y p o lítica ecológica se h a n d ifu n d id o p o r
to d o el m u n d o . E n algunos países, el in terés se centra casi p o r
e n te ro e n la sa lu d h u m a n a y cuestiones de b ien estar social. Lo 54

54. Audubon Socicty, la liga Izaak Walton y Ducks Unlimited: Organizaciones pioneras
a nivel nacional en Estados Unidos a favor de la conservación de la vida salvaje, fundadas
respectivamente en 1905, 1922 y 1937.

243
apropiado sería que el ra d io de acció n d el m o v im ie n to in cluyera
desde la vida salvaje a la salud u rb a n a . P e ro n o p u e d e h a b e r salud
para el ser h u m an o y las ciudades q u e p re s c in d a d e l resto de la
naturaleza. U n a p o stu ra ecológica a p ro p ia d a m e n te rad ical n o es
en m odo alguno a n tih u m a n a . C o m p re n d e m o s el su frim ie n to
de nuestra co n d ició n e n to d a su c o m p le jid a d y le añ a d im o s la
conciencia de cóm o algunas especies y e n to r n o s clave h a n e n tra d o
en u n a desesperada situ ació n de p e lig ro . P a ra d ó jic a m e n te,
recibim os g ran cantidad de in fo rm a c ió n so b re n o s o tro s desde el
núcleo de la civilización, a través las ciencias b io ló g icas y sociales.
El debate vigente en estos m o m en to s e n los c írc u lo s ecológicos se
sitúa en tre aquellos que o p e ra n desde u n a m e n ta lid a d q u e llam a
a adm in istrar los recursos c o n sid e ra n d o el in te ré s h u m a n o y
aquellos cuyos prin cip io s reflejan u n a c o n c ie n c ia d e la in te g rid a d
de toda la naturaleza. Este ú ltim o p o s ic io n a m ie n to , el de la
ecología p ro fu n d a, es más vivaz p o lític a m e n te , m ás v aliente y
sociable, más arriesgado y científico.
Todo esto nos acerca o tra vez a la su til p e ro c rític a d iferen cia
entre los térm in o s natural y salvaje. La n a tu ra le z a es el o b je to , d icen,
de la ciencia. La naturaleza se p u e d e in v estig ar a f o n d o , com o
dem uestra la m icrobiología. Lo salvaje n o d e b e h a cerse sujeto
n i objeto de esa form a; p ara acercarse a ello hay q u e aceptarlo
desde d en tro , com o u n a cualidad in trín s e c a a q u ie n e s som os.
La naturaleza no está de n in g ú n m o d o e n p e lig ro , la n atu raleza
salvaje sí lo está. Lo salvaje es in d e s tru c tib le , p e r o p u e d e q u e no
veamos lo salvaje.
La civilización es parte de la naturaleza, n u e stro ego ju ega e n los
prados del inconsciente, la historia tien e lugar e n el H o lo cen o , la
cultura hum ana está enraizada en lo prim itivo, n u e stro c u erp o es u n
ser mamífero vertebrado, y nuestra alm a vaga p o r te rrito rio salvaje.

Todos juntos en otro lugar, vastas


manadas de renos avanzan a través

244
de millas y millas de musgo dorado
en silencio y muy rápido.

W. H. AUDEN, "La caída de Roma'

La Gracia

Existe u n verso que los budistas zen recitan llam ado "Los
cuatro g ra n d e s v o to s” . La p rim e ra estrofa dice: "Los seres sensibles
son in c o n ta b le s. M e in clin o p ara salvarlos”. Shoju muhen seigando.
A n u n c ia r d ia ria m e n te tal in te n c ió n al universo —en voz alta— es
lig eram en te e stre m e c ed o r. Este voto m e acechó durante varios
años y fin a lm e n te m e dio caza. Me di cuenta de que yo mismo me
ofrecía p a ra d e ja r q u e los seres sensibles me salvaran a mí. De la misma
m an era, el p re c e p to e n c o n tra de q u itar la vida, causar daño, no se
d etien e e n lo negativo. N os urge a dar vida, a deshacer el daño.
A q u e llo s q u e alcanzan el e n te n d im ie n to últim o de estas
cu estio n e s, s o n llam ad o s "b u d as”, que significa "los ilum inados”.
La p a la b ra está c o n e c ta d a co n el verbo inglés to bud, que significa
" b r o ta r ”. E n u n a o c a sió n escribí u n a p eq u eñ a parábola:

Q uiénes son los budas

Todos los seres del universo están ya realizados. Esto es así con
la excepción de u n o o dos seres. En estos extraños casos, las
ciudades, pueblos, arroyos y bosques, con todas sus aves, flores,
anim ales, ríos, árboles y hum anos que rodean a dicha persona,
colaboran para educarla, servirla, cuestionarla e instruirla, hasta
que la perso n a tam bién se convierte en un nuevo ser iluminado.
Los seres recientem ente realizados se entusiasman instruyendo
y en señ an d o , creando escuelas y prácticas. Ser capaces de ello
desarrolla su confianza y su visión, hasta el punto en que están
totalm en te listos para integrarse en el intachable m undo del

2-45
juego interdependiente. A estos nuevos seres ilum inados se
les llamas "budas”, y les gusta decir este tipo de cosas: "Estoy
iluminado ju n to con todo el universo”.

Barco en la tormenta, 1987.

Podríam os d ecir ¡buena suerte! P ara sa b e r a q u é sabe hay que


p ro b a rlo . Se p u ed e c o n d en sar si observam os la c o n d u c ta q u e se
relaciona con los alim entos. A l a h o ra d el a lm u e rz o , sen tad o s en
el suelo en fila, los m onjes zen can tan :

1 a» gachas son efectivas de diez maneras


Para ayudar al estudiante del zen
No hay límite a los buenos resultados
Consumando la felicidad eterna.

Oh, todos vosotros demonios y espíritus


Os ofrecemos ahora esta comida
Que todos vosotros en cualquier lugar
La compartáis ju n to con nosotros.

Lavamos nuestros cuencos en esta agua


Tiene el sabor del rocío de ambrosía
Lo ofrecemos a todos los demonios
Que todos se alimenten y satisfagan
Om makula sai svaha5S

Seguidos de otros m uchos versos. Estas viejas fó rm u la s de eco


supersticioso n o se m en cio n an n u n ca e n c o n fe re n cia s, p e ro son
el corazón del aprendizaje. Su im p o rta n c ia es a n te r io r al bu d ism o
o a cualquier otra religión del m u n d o . S o n p a rte d e la p rim e ra y
últim a práctica de lo salvaje: la Gracia.

55*Ommokulosaisvoha: parte de un sutra del budismo zen cuyo recitado es previo al acto de comer.

24G
T o d o a q u e l q u e haya vivido privó de la vida a o tros anim ales,
a rra n c ó p la n ta s, recogió fru tas y se a lim en tó . Las culturas
p rim itiv a s te n ía n sus p ro p ia s m aneras de tra ta r de e n te n d e r el
p re c e p to de n o d a ñ a r. S abían que priv ar de la vida req u ería g ratitu d
y c u id a d o . N o hay m u e rte que n o sea el alim en to de alguien, vida
que n o sea la m u e rte de alguien. Hay q u ie n en tie n d e esto com o
u n a señ al d e q u e el u niv erso es esencialm ente im perfecto. Esto
co n d u c e a u n a av ersió n del ser, la h u m a n id a d y la naturaleza. Las
filosofías d e l o tr o m u n d o acaban hacien d o más daño al planeta (y
a la p siq u e h u m a n a ) q u e el d o lo r y el su frim ien to presentes e n las
c ircu n sta n c ias existenciales que p re te n d e n trascender.
La re lig ió n arcaica es m a ta r a dios y com érselo. O com érsela.
La tré m u la c a d e n a alim en ticia, la re d trófica, es la escalofriante y
h e rm o sa c o n d ic ió n de la bio sfera. Las culturas de la subsistencia
viven sin excusas. T e m anchas las m anos de sangre m ientras separas
la vejiga d e l h íg a d o ; has visto desaparecer el color en el brillo
de la tru c h a . U n a ec o n o m ía de subsistencia es u n a econom ía
sacram en tal, d a d o q u e ha c o n fro n ta d o u n o de los problem as
más c rític o s de la vida y la m u e rte : to m a r la vida de otros para
a lim e n ta rse . Las p e rso n a s que viven en el m u n d o actual no
n e c e sita n cazar, m u ch o s n i siq u iera p u e d e n perm itirse com prar
c a rn e , y e n el m u n d o d esarro llad o , la variedad de alim entos
d isp o n ib le s h ace de la ab stin en cia de carne u n a elección sencilla.
Los b o sq u e s d e los tró p ic o s están siendo talados para crear
pasto d o n d e c ria r vacuno de carn e p ara el m ercado am ericano.
N u e stra d ista n c ia resp ecto al o rig e n de los alim entos nos p erm ite
p e rm a n e c e r su p e rfic ia lm e n te más cóm odos y ser d ecididam ente
más ig n o ra n te s .
C o m e r es u n sa c ra m e n to . La b e n d ic ió n que m usitam os lim ­
pia n u e s tro s co razo n es, guía a los n iñ o s y da la b ienvenida a los
in v itad o s, to d o al m ism o tie m p o . O bservam os los huevos, las
m an zan as y el g u is o . S o n evidencia de p le n itu d , fecu n d id ad , exu­
b e ra n c ia re p ro d u c tiv a . M illones de granos de sem illas de h ierb a

247
que se c o n v e rtirá n en a rro z o h a rin a , m illo n e s de p e q u e ñ o s b a ­
calaos frito s q u e n u n c a lleg arán , y nunca deben llegar a la m ad u rez.
In contab les p eq u eñ as sem illas q u e s o n sacrificios a la cad en a ali­
m en ticia. U n a chirivia a n u e stro s pies es m aravillosa q u ím ic a viva,
creando azúcares y sabores de la tie rra , el a ire y el agua. Y si c o ­
m em os carn e, lo q u e nos com em os es la vida, el b r in c o , el siseo
de u n g ra n ser alerta, de fin o o íd o y am o ro so s o jo s, d e c u a tro f ir ­
mes patas y u n gigantesco co razó n p a lp ita n te ; n o n o s en g añ em o s.
T am b ién n o so tro s serem os o fre n d a s ¡to d o s so m o s com estibles.
Y si n o n os d evoran rá p id a m e n te , so m o s lo su fic ie n te m e n te
grandes —com o los viejos árboles caídos—p a ra p r o p o r c io n a r u n a
larga y le n ta com ida a las p eq u eñ as c ria tu ra s. Los cadáveres de
ballena, que se h u n d e n a varios k iló m e tro s d e p r o f u n d id a d e n el
océano, alim en tan a organism os e n la o s c u rid a d d u ra n te q u in ce
años. Se estim a que so n n ecesarios a lre d e d o r de dos m il años
para agotar los n u trie n te s de u n a civilización avanzada.

E n n uestra casa decim os esta p e q u e ñ a o ra c ió n b u d ista :

"Veneramos los tres tesoros: a los maestros, lo salvaje y a los amigos,


y damos gracias por esta comida,
trabajo de muchas gentes
y entrega de otras formas de vida”.

C ualquiera p u ed e u sar u n a o ra c ió n de su p r o p ia tra d ic ió n y


darle realm ente significado, o crear la suya. D e c ir a lg ú n tip o de
oració n n o es n u n ca in a p ro p ia d o , y se le p u e d e n a ñ a d ir n o ticias
y avisos. Es u n a cosita sencilla, c o m ú n y de vieja ra ig a m b re q u e al
hacerla n os conecta co n to d o s n u e stro s an c e stro s.

U n m o n je p re g u n tó a D o n g sh an : "¿E x iste u n a p rá c tic a que


la gente p u ed a se g u ir? ”. Este co n testó : " C u a n d o te co n v ie rte s en
u n a perso n a verdadera, esa p ráctica existe” .

Sarvamangalam, buena suerte para todos.

•ub
I
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I

I
A G R A D E C IM IE N T O S D E L A U T O R

La m ayor p arte de los ensayos de este libro se originaron en


charlas, talleres y conversaciones que tuvieron lugar durante los
últim os qu in ce años. D ebo m ucho a u n buen núm ero de personas
y entidades que p rom ovieron estas reflexiones. A unque m i trabajo
y m i cu rio sid ad m e h a n llevado lejos de casa, soy ante todo una
persona del e n to rn o del río Yuba en la Sierra Nevada del norte de
C alifornia. Las gentes de la Sierra de San Ju a n y muchas personas con
las que co m p arto trabajo, rituales e ideas han sido primordiales para
la consecución de este proyecto. E n p rim er lugar, quiero dar gracias
a la p erso n a a la que he dedicado este libro, m i esposa y compañera,
C arole K o d a, q u e leyó y debatió conmigo su contenido a medida que
lo escribía. J e rry Tecklin, Bob Greensfelder, Jean Greensfelder, Jim
Pyle, Pat Ferris, G en Snyder, Kai Snyder, Chuck Dockham, Bruce
Boyd, H olly T o m h e im , Steve Beckwitt, Eric Beckwitt, David Teddin,
Steve Sanfield, L en n ie Brackett, D o n H arkin, Michael Killigrew,
R obín M artin , A rlo A cton, Tony M ociun, David Samuéis, Nelson
Foster, Masa U ehara, Paul Noel, D eO n n e Noel, Will Staple, Michael
Brackney, B ob Erickson, M oth Lorenzon, Robbie Thompson, A nn
G reensfelder, Sara G reensfelder y Jacquie Bellon me han dado todos
buenas pistas, a m en u d o n o verbales. La com unidad de la Sierra de
San J u a n h a sido a la vez com pañera y maestra.
H e ap ren d id o m ucho de mis diversos viajes aAlaska. Gary Holthaus,
del Alaska H um anities Forum , me indicó qué sitios visitar y me hizo
partícipe de su p ro fu n d o aprecio p o r esa tierra durante reuniones
com unitarias e n lugares tan diversos como Aleknagik, Fort Yukon,
Ju n eau , H o m e r, Sitka y Bethel. Steve Grubis me guió p o r el río K obuk
y B onnie y H ans Boenish nos alojaron. Ron y Suzie Scollon me dieron
a conocer su trabajo con el atabascano y otras familias lingüísticas de
Alaska, y las nevadas m ontañas al norte de Haines. Dick D auenhauer y

257
Nora Marks D auenhauer m e ayudaron a com prender parte del contexto
cultural del sudeste de Alaska. Jim K ari com partió conm igo las sutilezas
de la toponim ia. Dick Nelson m e guió p o r las ciénagas y rom pientes
hasta entornos salvajes sin senderos. Agradezco a Roger R om que se
asociase con la Universidad de Alaska para prom over dos viajes estivales
sucesivos a la cordillera de Brooks, y a Jam es Katz que organizara u n
seminario fluvial en el río Tatshenshini. J a n Straley nos llevó a avistar
ballenas yubarta—com o parte de su investigación—en el estrecho de ley,
yJonathan W hite navegó el Crusader p o r los fiordos de F ord’s "Terror solo
para que viéramos u n Yosemite repleto de hielo y agua.
Muchos de mis com pañeros de la U niversidad de C alifornia en
Davis com parten el interés p o r lo salvaje y p o r la interacción entre
naturaleza y cultura. Agradezco especialm ente la eru d ició n de David
Robertson, Jack Hicks, Will Baker, Scott M cLean y David Scofield
Wilson. Los estudiantes que h a n asistido a mis charlas y sem inarios
han puesto a prueba mis ideas y am pliado m i visión con pu n to s de
vista novedosos e inteligentes. Tam bién la cooperación amistosa y
participativa de mis com pañeros en el departam ento de inglés, y varias
ayudas económicas de la universidad a la investigación —pequeñas,
pero oportunas—, m e fueron de gran utilidad.
Algunos de estos ensayos se concibieron inicialm ente como
conferencias para el Instituto J u n g de San Francisco (a veces en
estimulantes colaboraciones con Jam es H illm an, G ioia T im panelli y
Ursula Le G uin), y tina parte del libro sirvió tam b ién com o base para
trabajos como las charlas en la T etón Science School de Jackon H ole,
las convenciones de la Lindisfam e Association y la asamblea anual de la
Schumacher Society en Bristol, Inglaterra, la W ilderness C onference
de 1984, a cargo de la Universidad de M ontana, la H u d so n Valley
Watershed C onference en Hollyhock Farm , C o lu m b ia Británica, y
otros. J o h n Stokes y el Australian A rts C ouncil h ic ie ro n posible que
Nanao Sakaki y yo viajásemos a lo largo de A ustralia y visitásemos zonas
del desierto central que n o están abiertas al público.
Muchos amigos leyeron partes del libro a lo largo de su redacción

258
y m e d ie ro n o p o rtu n o s consejos. David Padwa y Peter Coyote me
a n im a ro n sin concesiones cuando lo necesitaba, así como Jim Dodge
y P eter Berg. Max Oelschlager y Wendell Berry me hicieron atinadas
sugerencias.
N anao Sakaki, d e ja p ó n y la Isla déla Tortuga; LeeSwenson, George
Sessions y T o m Lyon, de U tah y las Montañas Rocosas; Paul Shepard y
D ru m H adley; de G uadalupe Canyon Ranch; Dave Foreman, de Earth
First!; D olores La Chapelle, Sherm an Paul, Malcolm Margolin y Bob
U hl, de K otzebue, Alaska; Jerry M artien, de Arcata; K urt Hoelting, de
Petersburg, Alaska; Jerry Gotsline, de PortTowsend; FraseryAliLang,
de B ridge River, C olum bia Británica; Kelly Kindscher, de Kansas;
Gary Lawless, de M aine; Dale Pendell, ahora de Santa Cruz; Greg
K eeler, de Bozem an; A lien Ginsberg, de Nueva York y Boulder; Jack
T u rn e r, de la cordillera Tetón; Jack Loefíler, de Santa Fe;Jim Snyder,
deY osem ite; E d G rum bineyJaanK aplinski, de Estonia; Juba Martin,
de C iu d ad del C abo, Sudáfrica; J o h n Seed, de Nueva Gales del Sur;
Sansei Yam ao, de Yakushima, Japón; Peter Bluedoud, deAkwesasne;
Paul W inter, Lewis MacAdams, de T he Friends o f the L. A. River, Non
y B ird, de las m ontañas cerca de Trinidad, Colorado; Dan Kozlowsky,
de W isconsin; C layton Eshleman, de Suljür-, Michael McClure, de la
clase M m am alia y M orinaga Soko Roshi, de Daishu, son unos cuantos
entre los m uchos grandes amigos cuyas vidas y trabajos he tenido en
m ente m ien tras escribía este libro.
Agradezco a C atherine McClellan, profesora emérita de
antropología de la Universidad de Wisconsin, el permiso para adaptar
la versión de "La m ujer que se casó con u n oso” que escuchó de Maria
Jo h n s en los p rim ero s años de su carrera, así como sus recuerdos de esta.
Agradezco a Gary Capshaw el regalo del escritorio y sus recuerdos
de Lew W elch. Q u ie ro agradecer especialmente a Yvon y Malinda
C h o u in a rd y a la Patagonia C orporation su generosa e inmediata
ayuda económ ica d u ran te el últim o año de redacción.
C o n tan to s amigos y críticos cuesta creer que puedan existir errores
o infidelidades. D e haberlos, serían únicam ente m i responsabilidad.

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A G R A D E C IM IE N T O S D E L O S T R A D U C T O R E S

Jo sé L u is R egojo B orrás agradece a C oncepción Catalán


G im én ez sus atin ad o s y puntillosos com entarios a la traducción,
que h a n ayudado a m e jo ra r el resultado final. Nacho Fernández
R o cafo rt agradece el apoyo recibido de la Fundación Galsen a
su pro y ecto de d a r a co n o cer la obra de Gary Snyder en España.
T am b ién a C arlo s A ltschul p o r su versión del ensayo "El eterno
cam in ar d e las m o n tañ as azules”, que sirvió de base para la
tra d u c c ió n q u e a q u í se incluye.
A m b o s tra d u c to re s d a n gracias al au to r p o r las detalladas
respuestas a cu antas p reg u n tas y dudas se le h a n planteado.

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