Está en la página 1de 5

Immanuel

Crítica
de la razón pura
Prólogo, traducción, notas e índices
Pedro Rivas

asicos
T ítu lo original: K ritik der reinen vernunft
© De la traducción: Pedro Ribas
© De esta edición:
1997, Santillana, S. A.
Torrelaguna, 60. 28043 Madrid
Teléfono (91) 744 90 60
Telefax (91) 744 92 24

• A guilar, A ltea, T aurus, A lfaguara S. A.


Beazley 3860. 1437 Buenos Aires
• A guilar, A ltea, T aurus, A lfaguara S. A. de C. V.
Avda. U niversidad, 767, Col. del V alle,
M éxico, D.F. C .P . 0 3 1 0 0
• Ediciones Santillana, S. A.
Calle 80 N° 10-23
B ogotá, C olom bia

ISBN: 84-204-0407-1
Depósito legal: M. 7.202-1998
Impreso en España - Printed in Spain

Diseño de colección; José Crespo y Rosa Marín


© Imagen de cubierta;
Fragmento de El astrónomo, 1668. Johannes Vermeer

PRIMERA EDICIÓN' DICIEMBRE 1978


DECIMA EDICIÓN SEPTIEMBRE 1994
DECIMOPRIMERA EDICIÓN. ABRIL 1995
DECIMOSEGUNDA EDICIÓN OCTUBRE 1996
DECIMOTERCERA EDICIÓN: NOVIEMBRE 1997
DECIMOCUARTA EDICIÓN FEBRERO 1998

Todos los derechos reservados.


Esta publicación no puede ser
reproducida, ni en rodo ni en parre,
ni registrada en o transmitida por,
un sistema de recuperación
de información, en ninguna forma
ni por ningún medio, sea mecánico,
fotoquínnco, electrónico, magnético,
electroóptico, por fotocopia,
o cualquier otro, sm el permiso previo
por escrito de In edirorial
ARQ UIT EC TONICA D E LA RA Z O N PURA 649

idea co n la q u e se relacio n an ra p só d ic a m e n te y q u e se halla


ocu lta en n o so tro s, e inclu so d esp u és de h a b e r p a sa d o m u c h o
tie m p o e n sam b lán d o lo s té c n ic a m e n te , nos sea p o sib le c o n te m
p la r esa idea desde u n a luz m ás clara y e sb o zar u n to d o
a rq u ite c tó n ic o de a c u erd o co n los fines de la razó n . In c o m p le
tos al p rin c ip io y c o m p le ta d o s c o n el tie m p o , los sistem as
p arecen haberse fo rm a d o , c o m o lo s g u sa n o s, p o r generatio aequi-
voca, p o r m era co n flu en cia de los c o n c e p to s re u n id o s, a u n q u e
to d o s ellos hay an te n id o su esq u e m a , c o m o g e rm e n o rig in a rio ,
en u n a ra z ó n q u e n o hace m ás q u e d esarro llarse. C o n sig u ie n te
m e n te n o só lo está cada u n o de los sistem as a rtic u la d o p o r
sí m ism o de a c u erd o co n una idea, sin o q u e, ad em á s, to d o s
ellos se hallan c o n v e n ie n te m e n te u n ificad o s e n tre sí en un
sistem a del c o n o c im ie n to h u m a n o , esta vez c o m o m iem b ro s
de u n to d o , p e rm itie n d o así u n a a rq u ite c tó n ic a de to d o el
sab er h u m a n o . E n la ac tu a lid ad , u n a vez q u e ta n to m aterial
ha sido re u n id o o p u e d e ser to m a d o de los viejos edificios
caídos, esa arq u ite c tó n ic a es, n o só lo p o sib le, sin o q u e ni
siquiera resu ltaría difícil. N o s c o n fo rm a m o s aq u í c o n c o m p le ta r
n u estra tarea, a sab er, co n e sb o zar sim p le m e n te la arquitectónica
de to d o co n o c im ie n to d e riv a d o de la ra^ón pura, em p e z an d o
p o r el p u n to en que la raíz g e n e ra l de n u e stra capacid ad
c o g n o scitiv a se bifurca en d o s ram as, u n a de las cuales es
la ra^ón. P o r ra zó n en tie n d o a q u í to d a la facu lta d c o g n o sc itiv a
su p e rio r y, co n sig u ie n te m e n te , c o n tra p o n g o lo racional a lo
em p írico .
Si p re sc in d o p o r c o m p le to del c o n te n id o del c o n o c i
m ien to , c o n sid e ra d o o b je tiv a m e n te , to d o c o n o c im ie n to es, c o n
sid erad o su b je tiv a m e n te , o b ie n h is tó ric o , o b ie n racional.
E l h istó ric o es cognitio ex datis, m ie n tra s q u e el racio n al es
cognitio ex principiis. Sea cual sea la p ro c e d e n c ia o rig in a ria de
u n co n o c im ie n to d a d o , p ara el su je to q u e lo p o see se tra ta
de u n co n o c im ie n to h istó ric o c u a n d o só lo c o n o ce en el g ra d o
y hasta el p u n to en q u e le ha sid o re v e la d o d esd e fu era,
ya sea p o r la experiencia in m ed iata, p o r u n re la to o a tra v é s
de u n a en señ an za (de c o n o c im ie n to s generales). Q u ie n haya
aprendido, en se n tid o p ro p io , u n sistem a de filo so fía, el de
W olf, p o r e je m p lo , n o p o see, c o n sig u ie n te m e n te , p o r m ás
q ue sepa de m em o ria to d o s sus p rin c ip io s, exp licacion es y
d e m o strac io n es, ju n ta m e n te co n la d iv isió n del c u e rp o d o c trin a l
en te ro , y p o r m ás q u e sepa e n u m e ra rlo to d o c o n los d ed o s,
sino u n co n o c im ie n to histórico c o m p le to de la filosofía w olfiana.
650 K A N T /C R IT IC A D E LA R A Z O N PURA

N o sabe ni ju zg a m ás q u e en la m e d id a d e lo q u e le h a
sid o d a d o . Si alg u ie n le d isc u te u n a d e fin ic ió n , n o sab e d e
d ó n d e e x tra e r o tra . Se h a fo rm a d o a la lu z d e u n a ra z ó n
ajena, p e ro la cap acid ad im ita d o ra n o es u n a fa c u lta d p r o d u c to
ra. E s d e c ir, el c o n o c im ie n to n o h a s u r g id o e n él de la ra z ó n
y, a u n q u e es, d e sd e u n p u n to d e v ista o b je tiv o , u n c o n o c im ie n
to racio n al, es m e ra m e n te h is tó ric o d e sd e u n p u n to d e v ista
su b je tiv o . H a e n te n d id o y re te n id o b ie n , es d e c ir, a p re n d id o ,
y es u n a re p ro d u c c ió n en yeso de u n h o m b re v iv ie n te . L o s
c o n o c im ie n to s racio n ales q u e lo so n o b je tiv a m e n te (esto es,
los q u e n o p u e d e n o rig in a rs e m ás q u e a p a rtir d e la ra z ó n
h u m a n a p ro p ia ) só lo p u e d e n lle v a r tal n o m b re d e sd e u n p u n to
d e vista su b je tiv o , adem ás d el o b je tiv o , c u a n d o h a n sid o e x tra í
A 8371
d o s de las fu e n te s u n iv e rsa le s d e la ra z ó n — fu e n te s d e las
B 865 J
q u e p u e d e s u rg ir la m ism a c rític a e in c lu so el re c h a z o d e
lo a p re n d id o — , es d ecir, de p rin c ip io s.
T o d o c o n o c im ie n to rac io n a l lo es o bien p o r c o n c e p to s,
o b ien p o r c o n s tru c c ió n d e c o n c e p to s. E l p rim e ro se llam a
filo só fic o ; el s e g u n d o , m a te m á tic o . E n el p rim e r c a p ítu lo h e
tra ta d o ya de la d iferen cia e n tre am b o s. U n c o n o c im ie n to
p u e d e ser, p u e s, o b je tiv a m e n te filo só fic o sie n d o , a la vez,
su b je tiv a m e n te h is tó ric o , c o m o o c u rre c o n la m a y o ría de los
a p re n d ic e s y c o n to d o s a q u e llo s q u e n u n c a v e n m ás allá d e
la escuela y q u e s ig u e n sie n d o a p re n d ic e s to d a su v ida. L lam a,
sin e m b a rg o , la a te n c ió n el q u e el c o n o c im ie n to m a te m á tic o ,
tal c o m o ha sid o a p re n d id o , p u e d a c o n sid e ra rs e c o m o c o n o c i
m ie n to ra c io n al ta m b ié n su b je tiv a m e n te y el q u e n o h ay a en
él tal d is tin c ió n , a d iferen c ia de lo q u e o c u rre c o n el filo só fic o .
La cau sa resid e e n q u e las ú n icas fu e n te s c o g n o sc itiv a s d e
las q u e el e n se ñ a n te p u e d e e x tra e r el c o n o c im ie n to se h a lla n
en los p rin c ip io s esenciales y g e n u in o s d e la ra z ó n y en q u e ,
p o r ta n to , el d isc e n te n o p u e d e d e riv a rlo s m ás q u e d e ah í,
c o m o ta m p o c o p u e d e p o n e rlo s en c u e stió n , y ello d e b id o
a q u e , en e ste c aso , la ra z ó n só lo es u sa d a en c o n c re to y,
sin e m b a rg o , a priori, es d e c ir, e n u n a in tu ic ió n q u e , p o r
ser p u ra , es infalible. T a l u so ex clu y e , p u e s, el e n g a ñ o y
el e rro r. L as m atem átic a s so n , p o r ta n to , la ú n ic a ciencia
e n tre las ciencias de la ra z ó n (a p rio ri), q u e p u e d e a p re n d e rse .
N u n c a p u e d e a p re n d e rse , en c a m b io (a n o ser d e sd e u n p u n to
de v ista h is tó ric o ), la filo so fía. P o r lo q u e a la ra z ó n se refiere,
se p u e d e , a lo m ás, a p re n d e r a filosofar.
A 838 |
La filosofía es el sistem a d e to d o c o n o c im ie n to filo só fico .
B 866 |
A R Q U IT EC TO N IC A D E LA RA Z O N PURA 651

H ay q u e to m a rla o b je tiv a m e n te si p o r ella se e n tie n d e el m o d e lo


q u e 1 nos sirva p ara v a lo ra r to d o s los in te n to s de filo so far
y to d a filosofía su b jetiv a , cuyo e d ificio suele ser ta n d iv e rso y
c am b ian te. D e esta fo rm a , la filo so fía es la m era idea de
u n a ciencia p o sib le q u e n o está d a d a en c o n c re to en n in g ú n
lu g a r, p e ro a la q u e se tra ta d e a p ro x im a rse p o r d iv e rso s
cam in o s hasta d e sc u b rir el se n d e ro ú n ic o , re c u b ie rto en g ra n
p a rte a causa de la sen sib ilid ad , y h asta q u e c o n sig a m o s, en
la m ed id a de lo c o n c e d id o a los h o m b re s , q u e la co p ia h asta
a h o ra d efectu o sa sea igual al m o d e lo . M ie n tra s esta m eta no
haya sid o alcanzada, n o es p o sib le a p re n d e r filo so fía, pues
¿d ó n d e está, q u ié n la p o see y en q u é p o d e m o s re c o n o c e rla ?
S ólo se p u e d e a p re n d e r a filo so fa r, es d ecir, a e je rc ita r el
ta le n to de la ra z ó n sig u ie n d o sus p rin c ip io s gen erales en cierto s
ensayos ex isten tes, p e ro siem p re sa lv a n d o el d e re c h o de la
ra z ó n a ex am in ar esos p rin c ip io s en sus p ro p ia s fu e n te s y
a re fre n d a rlo s o rechazarlo s.
M ien tras ta n to , el c o n c e p to de filo so fía só lo c o n stitu y e
u n concepto de escuela12, a saber, el de u n sistem a de c o n o c im ie n to s
q u e sólo se b u scan co m o cien cia, sin o tro o b je tiv o q u e la
u n id ad sistem ática d e ese sab er y, c o n sig u ie n te m e n te , q u e la
p e rfecció n lógica del co n o c im ie n to . P e ro hay ta m b ié n u n c o n
c e p to có sm ico (conceptas cósmicas) de la filosofía q u e siem p re
ha se rv id o de fu n d a m e n to a esta d e n o m in a c ió n , esp ecialm en te
A 839
c u a n d o se lo p e rso n ific ó , p o r así d ecirlo , y se lo re p re se n tó
B 867
c o m o a rq u e tip o en el ideal del filósofo. D esd e este p u n to de
vista, la filosofía es la ciencia d e la rela c ió n de to d o s los
c o n o c im ie n to s c o n los fines esenciales de la ra z ó n h u m an a
(teleología rationis humanae), y el filó so fo es u n le g isla d o r de
esa m ism a ra z ó n , n o u n a rtífice de ella. E n tal se n tid o d e m o s tra
ría g ra n a rro g a n c ia el llam arse a sí m ism o filó so fo y p re te n d e r
igualarse a u n p r o to tip o q u e só lo se h alla e n la idea.
E l m a tem ático , el n a tu ra lista , el ló g ic o , p o r m u y so b re sa
lientes q u e sean lo s p ro g re so s de los p rim e ro s en el c o n o c im ie n
to racio n al y p o r m u c h o q u e av a n c e n los se g u n d o s, esp ecial
m e n te en el te rre n o filo só fico , so n m ero s artífices de la razó n .
E n el ideal se en c u e n tra el m a e s tro q u e los u n e, q u e los
utiliza c o m o in s tru m e n to s p a ra p ro m o v e r los fines de la ra zó n
h u m an a. S ólo a ese m a e stro d e b e ría m o s d a r el n o m b re de

1 Leyendo, con Rosenkranz, wehbes, en lugar de welche ( N . del T.)


2 Scbulbegrifj

También podría gustarte