Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
DEL CÓDIGO V E R B A L A L V I S U A L
EN L A CRÓNICA I L U S T R A D A
DE G U A M A N P O M A *
v e l e s . Y más r e c i e n t e m e n t e , l a semiótica de l a i m a g e n e m e r g e
2
p l a n t e a el p r o b l e m a en términos c o n t u n d e n t e s : ¿ p u e d e l a r e p r e -
sentación analógica p r o d u c i r v e r d a d e r o s sistemas de signos, o só-
lo colecciones de símbolos? ¿Hasta qué p u n t o es c o m p a t i b l e l a a n a -
logía con l a d i s c o n t i n u i d a d q u e parece necesaria p a r a el proceso
de l a significación? T a n t o B a r t h e s c o m o Eco aceptan l a e x i s t e n -
cia de códigos icónicos, pero a d v i e r t e n c o n t r a su d e b i l i d a d en t a n t o
sistemas p a r a c o m u n i c a r s i g n i f i c a d o , y a que n i son universales
n i p u e d e n existir fuera del texto. Barthes v a más lejos c u a n d o a f i r -
m a q u e el c ó d i g o v i s u a l depende e n última i n s t a n c i a de l a e s c r i t u -
r a , y a que el sentido " s ó l o p u e d e ser n o m b r a d o " :
2
E R W I N PANOFSKY, Studies in iconology: Humanistic theory in the art of Renais-
sance, O x f o r d U n i v e r s i t y Press, N e w Y o r k , 1 9 3 9 .
3
L a revista parisina Communications ha publicado buena parte de este de-
bate. Véanse, entre otros, los estudios de CHRISTIAN M E T Z , " A u - d e l à de l ' a n a -
logie, l ' i m a g e " ( 1 9 7 0 ) ; UMBERTO E C O , "Sémiologie des messages v i s u e l s "
( 1 9 7 0 ) y ROLAND BARTHES, " R h é t o r i q u e de l ' i m a g e " ( 1 9 6 4 ) .
4
BARTHES, " R e t ó r i c a de la i m a g e n " , en Comunicaciones. La semiología,
T i e m p o Contemporáneo, Buenos Aires, 1 9 7 0 , p p . 1 2 7 - 1 4 0 ( t r a d . española del
n ú m . de Communications de 1 9 6 4 ) .
NRFH, XXXVI DEL CÓDIGO V E R B A L A L V I S U A L EN G U A M A N P O M A 381
ciente d i s c i p l i n a de l a semiótica de la i m a g e n . D e s c r i b e c u i d a d o -
samente el proceso de l a codificación v i s u a l , pese a las a d v e r t e n -
cias de B a r t h e s y Eco e n c u a n t o a su d i f i c u l t a d . P a r a ello t r a z a
las a v e n t u r a s d e l signo icónico / m o t i v o de r e f e r e n c i a d e l título
— l a salvaje de senos c a í d o s — en su d o b l e j u e g o de oposiciones
paradigmáticas y sintagmáticas a través de los 400 grabados de
los trece volúmenes de l a colección de los Grandes viajes (1590-1634)
d e l e d i t o r b e l g a T h e o d o r e de B r y , corpus l o s u f i c i e n t e m e n t e a m -
p l i o c o m o p a r a r e v e l a r , detrás de múltiples t r a n s f o r m a c i o n e s , l a
r e c u r r e n c i a de elementos q u e c o n s t i t u y e n e s t r u c t u r a s s i g n i f i c a t i -
vas c o n mensajes c i f r a d o s . E l m o d e l o lingüístico, o p e r a n t e en es-
t a incursión de B u c h e r e n l a semiótica de l a i m a g e n , n o le i m p i d e
p e r c i b i r l a especificidad de los mensajes visuales. P o r q u e los tex-
tos verbales y los textos pictóricos se leen de m a n e r a d i f e r e n t e .
L a s d i s t i n t a s i m p l i c a c i o n e s de cada sistema de signos se p e r c i b e n
m e j o r c u a n d o c o n s i d e r a m o s l a traslación de c ó d i g o s que caracte-
r i z a a l a l i t e r a t u r a i l u s t r a d a . Y n o h a y q u e p e r d e r de v i s t a u n h e -
cho s i n g u l a r : los que e s t u v i e r o n a cargo de l a representación v i -
sual de a l g u n a s de las escenas descritas p o r el t e x t o v e r b a l de c r ó -
nicas y l i b r o s de v i a j e sobre el N u e v o M u n d o f u e r o n artesanos
europeos q u e n u n c a p u s i e r o n p i e e n A m é r i c a . D e ahí que el r e -
5
H e r m a n n , Paris, 1977. L a University of Chicago Press ha publicado re-
cientemente la traducción de este l i b r o bajo el título Icón and conquest: A structu-
ral analysis of the illustration of de Bry's Great Voyages (1981). Recojo algunas de
sus ideas en m i ensayo " L a iconografía política de América: el m i t o fundacio-
nal en las imágenes católica, protestante y n a t i v a " , NRFH, 32 (1983), 448-461.
382 MERCEDES LÓPEZ-BARALT NRFH, XXXVI
6
Para más sobre la propuesta de que la imagen no sabe sino afirmar, véa-
se R . MAYENOWA, " A n analysis of some visual signs: Suggestions for discus-
s i o n " , J A N V A N DER E N G AND M O J M I R GRYGAR (eds.), Structure of texts and se-
miotics of culture, M o u t o n , T h e Hague-Paris, 1973, p. 208.
NRFH, XXXVI DEL CÓDIGO VERBAL AL VISUAL EN GUAMAN POMA 383
7
L a traducción latina del término metáfora, de origen griego.
8
FELIPE G U A M A N POMA de A Y A L A , El primer nueva coránica y buen gobierno,
eds. J o h n V . M u r r a y Rolena A d o r n o , t r a d . y comentario de los textos que-
chuas p o r Jorge L . U r i o s t e , Siglo X X I , M é x i c o , 1980, 3 ts.
384 MERCEDES LÓPEZ-BARALT NRFH, XXXVI
g u o e n t a n t o p e r m i t e l a l e c t u r a de dos mensajes c o n t r a d i c t o r i o s :
l a s e v e r i d a d de l a j u s t i c i a i n c a i c a 1) se presenta c o m o e j e m p l a r ,
2) se d e n u n c i a p o r i n h u m a n a . Es interesante el hecho de que G u a -
rnan P o m a n o usa aquí u n anclaje que p u e d a a c l a r a r el mensaje
v i s u a l (aquí el anclaje es p u r a n o m i n a c i ó n : u n título bilingüe, y
u n subtítulo que repite l a m i s m a i n f o r m a c i ó n ) , sino u n relevo que
r e i t e r a l a a m b i g ü e d a d de l a i m a g e n . 9
N o t a m o s q u e , p o r u n a p a r t e , el p r i s i o n e r o , h a b l a n d o en q u e -
c h u a , reconoce su c u l p a y la j u s t i c i a de u n castigo merecido: "zan-
cay suclla micuuay huchazapa soncoyta' ( C á r c e l , d e v o r a de u n a vez
éste m i corazón p e c a d o r ) ; p o r l a o t r a , el p a t e t i s m o de la q u e j a
d e j a al lector c o n la sospecha de q u e el castigo h a sido excesivo:
caypacchoyayayumauarcanqui, mama uachauarcanqui" ( ¿ Y p a r a es-
t o , p a d r e , m e engendraste, m a d r e , m e pariste?). A u n c u a n d o a
los ojos de los incas el p r i s i o n e r o resulta u n t r a i d o r , l a ilustración
lo presenta c o m o u n creyente pre-cristiano: ' 'yaya pachacamac uanazac
yaya" ( P a d r e C r e a d o r d e l m u n d o , m e e n m e n d a r é ) , "maypim can-
qui huchazapac camachic quispichihuay runacamac d i o s " ( ¿ D ó n d e es-
tás, C r e a d o r d e l pecador? C r e a d o r del h o m b r e , D i o s , líbrame).
Y éste es p r e c i s a m e n t e el a r g u m e n t o subyacente e n l a j u s t i f i c a -
c i ó n teleológica que hace G u a r n a n P o m a de l a c o n q u i s t a : el i n d i o
a n d i n o prehispánico era c r i s t i a n o :
A l a n d i n o prehispánico, n a t u r a l m e n t e monoteísta, lo g u i a b a ,
según G u a r n a n P o m a , ' ' u n a s o m b r i l l a del c o n o c i m i e n t o de D i o s "
p o r el c a m i n o de las siete v i r t u d e s , lejos de los siete vicios. L a v i -
9
Para más sobre el empleo del anclaje y el relevo en los dibujos del autor
a n d i n o , véase m i trabajo sobre " L a crónica de Indias como texto cultural: ar-
ticulación de los códigos icónico y lingüístico en los dibujos de la Nueva coránica
de G u a r n a n P o m a " , Revlb, 48 (1982), 461-531.
NRFH, XXXVI DEL CÓDIGO VERBAL AL VISUAL EN GUAMAN POMA 385
1 0
Sobre la intención mesiánica de la Nueva coránica véase J U A N M . OSSIO
A . , " G u a r n a n Poma: Nueva coránica o carta al rey. U n intento de a p r o x i m a -
ción a las categorías del pensamiento del m u n d o a n d i n o " , en Ideología mesiáni-
ca del mundo andino, ed. J . M . Ossio, Ignacio Prado Pastor, L i m a , 1973, p p .
155-213.
386 MERCEDES LÓPEZ-BARALT NRFH, XXXVI
MERCEDES L Ó P E Z - B A R A L T
U n i v e r s i d a d de Puerto R i c o , R í o Piedras
APÉNDICE
Castigos y preciones y cárzeles de los Yugas* para la justicia que tenían en este
rreyno para el castigo de los malos:
Zancay, cárzeles de los traydores y de grandes delitos como de la y n q u i c i -
ción. Zancay deuajo de la t i e r r a hecho bóbeda m u y escura, dentro criado ser-
pientes, colebras ponsoñosas, animales de leones y ticre, oso, sorra, perros,
gatos de monte, b u y t r e , águila, lichusas, sapo, lagartos.
Q u e los dichos yndios temen del corregidor porque son peores que cierpes, come
gente porque le come la b i d a y las entrañas y le quita hazienda como brabo
a n i m a l . Puede más que todos y a todos le uense y lo q u i t a en este rreyno y
no ay rremedio.
E l encomendero lo temen porque es león; cogiendo, no le perdona con a q u i -
llas uñas y ser más brabo a n i m a l , no le perdona al pobre y no le agrádese co-
m o feros animales en este rreyno y no ay rremedio.
D e l padre de la dotrina, le temen los yndios porque son mañosos y sorras y
licinciados que sauen más que la sorra de cogille y ciguille y rroballe sus hazien-
das y mugeres y hijas como mañoso y letrado licinciados, bachilleres. Por eso
se l l a m a n letrados; el buen sorra es dotor y letrado. Y ancí destrúe en este
r r e y n o a los pobres de los yndios y no ay rremedio.
Del escriuano le temen los yndios porque es gato cazador, azecha y trauaja
y lo coge y no le haze mene[a]r hasta cogello; en cogiendo, no le haze menear
y da priesa de cogérsela y no ay rremedio del pobre de los yndios.
D e los españoles del tanbo [mesón], pasageros que no temen a Dios n i a la
j u s t i c i a , lo temen los yndios porque son tigre, brabo a n i m a l . E n llegando al tan-
bo, taca mitaya, toma mitayo, taca rrecaudo y serbicios y le t o m a ualor de dies
pesos y se lo gasta y no le paga y no m i r a ci es alcalde o cacique prencipal
o pobre y n d i o . Le da de muchos palos y le quita quanto tiene y se los lleua,
acimismo en los pueblos y en las estancias y es peor que los demás animales
y no ay rremedio de los pobres yndios.
D e los caciques prencipales que se hazen de y n d i o bajo, cacique y m a n d o n c i -
llos de dies yndios los cinco se hazen curaca, prencipal. Déstos temen los yndios
pobres porque son rraiones. L o h u r t a n de día y de noche sus haziendas; cin que
nadie lo cienta h u r t a y lo r r o b a . Pide demás de la taza y ricachicos, ysangas [ees-
t i l l o ] , fruta, plata y otras comidas y le gasta de las comunidades y de sapci quanto
puede, que cinifica m a y o r que todos los animales porque de día y de noche
n u n c a para y no ay rremedio de los pobres yndios deste rreyno.
Y ancí de la cierpe, león, tiegre, sorra, gato, rratón, destos seys animales
que le come al pobre del y n d i o , no le dexa menearse y le desuella en el medio
y no ay menear. Y entre estos ladrones unos y otros entre ellos se ayudan y
se faboresen. Y ci le defiende a este pobre y n d i o el cacique prencipal, le comen
todos ellos y le mata. Y ací el cacique prencipal no le conosca de causas ciuiles,
criminales porque son enemigos mortales en este rreyno.
NRFH, XXXVI DEL CÓDIGO VERBAL A L V I S U A L EN G U A M A N POMA 389
. POBREDElöSJMS^