355.

022
M79i Moreno Martín, F l o r e n t i n o
Infancia y guerra en C e n t r o a m é r i c a . - l . e d . -
San J o s é : F L A C S O , 1991
244 p.
ISBN 9977-68-023-x

1. Niños-América Central. 2. G u e r r a - A m é r i c a
Central

Editor:
S e b a s t i á n Vaquerano

Procesamiento del t e x t o :
Vilma Herrera

© Facultad Latinoamericana de Ciencias S o c i a l e s - FLACSO

Primera edición: Noviembre de 1991

Facultad Latinoamericana de C i e n c i a s S o c i a l e s - F L A C S O
Secretaría General. Apartado 5 4 2 9 . S a n J o s é , C o s t a Rica
A Nacho y a Silvio
 PREFACIO

Un g r u p o de n i ñ o s c o r r í a en d i r e c c i ó n a la c á m a -
r a por u n a c a r r e t e r a d e s i e r t a . A l g u n o s d e s n u d o s ,
otros en harapos. Levantaban los brazos y lloraban
desconsoladamente mirando en todas direcciones.
Al f o n d o , b r o t a b a n v a r i o s h o n g o s de f u e g o de lo que
parecía ser una pequeña aldea. Era el Vietnam, de
finales de los años 60. Miles de ciudadanos de los
E E U U de A m é r i c a h i c i e r o n m a l la d i g e s t i ó n la n o c h e
q u e p a s a r o n la e s c e n a por t e l e v i s i ó n y c o m e n z a r o n
a p r e g u n t a r s e si e r a j u s t a a q u e l l a g u e r r a .
P l a z a d e l a R e v o l u c i ó n , M a n a g u a , 1 9 8 3 . U n a ni-
ña de 15 a ñ o s se d i r i g e a u n a m u l t i t u d de h o m b r e s
y m u j e r e s , la m a y o r p a r t e de e l l o s a r m a d o s . En m e -
d i o del b o s q u e d e f u s i l e s e s c u c h o e x p e c t a n t e . L a
n i ñ a g r i t a q u e h a p e r d i d o u n b r a z o por l a r e v o l u c i ó n
y q u e e s t á d i s p u e s t a a dar el o t r o , i n c l u s o la v i d a ,
por l a m i s m a c a u s a . M e e s t r e m e z c o a l oirlo. D í a s
a t r á s la contra había asaltado su comunidad y ella
h a b í a r e s i s t i d o j u n t o con o t r o s s o l d a d o s s a n d i n i s t a s .
S e m a n a s d e s p u é s m i l e s d e a f i c h e s con s u r o s t r o e m -
p a p e l a b a n t o d o s l o s r i n c o n e s del p a í s . Bajo l a f o t o -
g r a f í a , u n a s o l a f r a s e : la sonrisa de Nicaragua.
 San Salvador, julio de 1989. Un grupo de ex-
t r a n j e r o s se a r r e m o l i n a n en t o r n o a un m o s t r a -
dor del a e r o p u e r t o i n t e r n a c i o n a l , d o n d e d o s g u a p a s
azafatas están repartiendo algo. Me acerco con la
curiosidad del t u r i s t a q u e d e s e a r e c i b i r u n o b s e -
quio típico. L o que r e g a l a n s o n a f i c h e s m u l t i c o l o -
res l l e n o s d e f o t o g r a f í a s i n f a n t i l e s . S o b r e u n f o n d o
azul i n t e n s o , una p r e c i o s a n i ñ a h a c e e q u i l i b r i o e n -
tre su ú n i c a p i e r n a y dos m o d e s t a s m u l e t a s . P r o b a -
blemente sea la primera fotografía que le hayan
hecho. E n otro, u n grupo d e n i ñ o s , t a m b i é n m u t i l a -
dos, c u e n t a n s u s d e s g r a c i a s con f r a s e s s e n c i l l a s . E n
otro, un a m a s i j o de v i s c e r a s y m ú s c u l o s , q u e d e b i e -
ron p e r t e n e c e r a u n a n i ñ a , c o m p a r t e c a r t e l c o n un
señor c i e g o , padre d e l a d i f u n t a s e g ú n a d v i e r t e e l
t e x t o . Sobre e s t a g a l e r í a d e h o r r o r e s , g r a n d e s m e n -
sajes que a c u s a n a los g u e r r i l l e r o s del F M L N de s e r
los c a u s a n t e s d e t a n t a s c a l a m i d a d e s i n f a n t i l e s .
E s t o s n i ñ o s d e l o s que t a n t o n o s c o m p a d e c e m o s
cada vez que la m a q u i n a r i a de u n a g u e r r a c o m i e n z a
a funcionar, ¿son v í c t i m a s i n o c e n t e s q u e n o t i e n e n
nada que ver con el c u r s o de l o s e n f r e n t a m i e n t o s
promovidos y p r o t a g o n i z a d o s por l o s a d u l t o s ? . A u n -
que l a opinión m á s g e n e r a l i z a d a p a r e c e i n d i c a r q u e
sí, e s n e c e s a r i o poner e n d u d a e s t a s u p u e s t a m a r g i -
nalidad i n f a n t i l del f e n ó m e n o b é l i c o .
Cuando en t i e m p o de g u e r r a h a b l a m o s de la i n -
fancia, lo m á s h a b i t u a l es q u e n o s r e f i r a m o s a l o s
e f e c t o s que é s t a produce e n l o s m á s p e q u e ñ o s . S i n
embargo, e l papel que los n i ñ o s j u e g a n e n l o s c o n -
flictos a r m a d o s n o s e l i m i t a a l s u f r i m i e n t o p a s i v o d e
sus e f e c t o s m á s e v i d e n t e s : m u e r t e , d e s n u t r i c i ó n ,
t r a u m a s , etc. A d e m á s d e s u p a r t i c i p a c i ó n a c t i v a c o -
mo niños-soldados, fenómeno nada marginal en
gran parte de los g r u p o s a r m a d o s del orbe, la i n f a n -
cia e s u t i l i z a d a c o m o e x c u s a d e a v e n t u r a s b é l i c a s ,
como s u s t a n t i v o e s t i m u l a n t e e n l a s a r e n g a s ( s e l u -

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c h a por un f u t u r o mejor para la i n f a n c i a , para no
a v e r g o n z a r n o s a n t e n u e s t r o s hijos, e t c . ) , y s o b r e
t o d o c o m o r e c u r s o p r o p a g a n d í s t i c o . E s difícil n o
e s t r e m e c e r s e cuando se contrasta la inocencia de un
n i ñ o c o n l o s h o r r o r e s de la g u e r r a . Es un e f e c t o que
s e r e p i t e e n t o d o s los c o n f l i c t o s a r m a d o s . C u a n d o
q u i e r e d e n u n c i a r s e la b r u t a l i d a d de la g u e r r a , o
s e n c i l l a m e n t e l a del e n e m i g o , s i e m p r e a p a r e c e u n
n i ñ o s o b r e un f o n d o de d e s t r u c c i ó n . Un n i ñ o s o l o , o
en brazos de una madre plañidera. Es efectivo y
conmovedor.
E s t a s m i s m a s criaturas, a las que todos parece-
mos querer apartar de la catástrofe, cuando tengan
a l g u n o s años m á s (a partir de los 15 según las Na-
ciones U n i d a s ) , conformarán los grupos armados a
los que la sociedad exigirá efectividad en el cumpli-
m i e n t o d e s u s f u n c i o n e s . L a m a y o r p a r t e d e los adul-
tos, incluso los militares más duros, estarán de
a c u e r d o en a p a r t a r a un m u c h a c h o de 13 o 14 a ñ o s
d e l a a c t i v i d a d b é l i c a . Q u i e n e s p r o m u e v a n e s t a par-
t i c i p a c i ó n s e r á n t a c h a d o s de c r u e l e s y b á r b a r o s .
Cuando este niño tenga tres o cuatro años más, esa
m i s m a m a y o r í a q u e a y e r l o p r o t e g í a del c h o q u e d e
l o s s a b l e s , hoy c o n s i d e r a r á n e c e s a r i a s u p a r t i c i p a -
c i ó n en la m i l i c i a . Q u i e n i n t e n t e a h o r a a p a r t a r a
este adolescente de las armas, será tratado como el
q u e h a c e t r e s a ñ o s p r o m o v í a s u p a r t i c i p a c i ó n , a ve-
c e s m u c h o p e o r . S e p a s a a s í d e ser l a v í c t i m a d e u n a
c o n f r o n t a c i ó n , a s e r p r o t a g o n i s t a de la m i s m a , de
e s t a r en el b a n d o de l o s moralmente intocables, a s e r
un o b j e t i v o m i l i t a r a a b a t i r .
¿ E s e s t e c a m b i o t r a u m á t i c o ? ¿Es n e c e s a r i o
t r a n s f o r m a r r a d i c a l m e n t e la f o r m a de p e n s a r y de
s e n t i r d e l o s a d o l e s c e n t e s para q u e e n l u g a r d e l a
g r a m á t i c a o la g e o m e t r í a a p r e n d a n a h o r a la f o r m a
m á s e f e c t i v a de matar a un semejante?

11
 S i para r e s p o n d e r a e s t a s p r e g u n t a s a t e n d e m o s
a la e x p e r i e n c i a de l o s m i l l o n e s de p e r s o n a s q u e h a n
p a r t i c i p a d o en u n a g u e r r a , o s e n c i l l a m e n t e , a a q u e -
llos que han c u m p l i d o u n s e r v i c i o e n e l e j é r c i t o d e
s u país; p o d e m o s a f i r m a r q u e e n l a m a y o r p a r t e d e
los c a s o s , e s t e p a s o de la v i d a c i v i l a la m i l i t a r , de
la i n f a n c i a i n g e n u a a la e x p e r i e n c i a c a s t r e n s e , no
supone un cambio fundamental en la i d e n t i d a d de
estos jóvenes. Salvo excepciones, no existe una rup-
tura t r a u m á t i c a e n t r e e l n i ñ o a l q u e t o d o s q u e r e m o s
dejar al m a r g e n de la g u e r r a y el j o v e n q u e la p r o t a -
g o n i z a . ¿Qué s u c e d e e n t o n c e s ? . ¿Es t a n g r a n d e l a
capacidad d e a d a p t a c i ó n del ser h u m a n o c o m o p a r a
asimilar fácilmente cualquier n u e v a realidad, aun-
que é s t a s e a tan d r a m á t i c a c o m o l a q u e s u p o n e l a
a n i q u i l a c i ó n d e los m i e m b r o s d e s u m i s m a e s p e c i e ? .
V i é n d o l o d e s d e otro p u n t o d e v i s t a p o d e m o s h a c e r -
nos l a p r e g u n t a d e otro m o d o : l a s e x i g e n c i a s q u e
p l a n t e a la guerra, o la p r e p a r a c i ó n p a r a la m i s m a ,
¿suponen r e a l i d a d e s n o v e d o s a s p a r a e l a d o l e s c e n t e
o por el c o n t r a r i o , han s i d o ya i n c o r p o r a d a s en u n a
fase previa de su d e s a r r o l l o e v o l u t i v o ? .
E s t a s son a l g u n a s d e l a s p r e g u n t a s s o b r e l a s q u e
p r e t e n d o r e f l e x i o n a r e n e s t e libro. M i p r o p ó s i t o f u n -
d a m e n t a l es el a n á l i s i s de lo q u e he v e n i d o a d e n o -
minar como s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a . Con e s t e n o m b r e
quiero describir u n f e n ó m e n o q u e v a m á s a l l á d e l
mero a p r e n d i z a j e i n s t r u m e n t a l del m a n e j o d e l a s
a r m a s o la vida m i l i t a r . A mi j u i c i o , y e s t a es la
suposición que ha g u i a d o mi trabajo de i n v e s t i g a -
ción de los ú l t i m o s a ñ o s , la g u e r r a es u n a i n s t i t u -
ción que forma p a r t e d e n u e s t r a i d e n t i d a d c o m o
a d u l t o s . No como un i n s t i n t o o i m p u l s o i n n a t o , c o m o
han t r a t a d o de d e m o s t r a r d e t e r m i n a d o s e t ó l o g o s y
psicofisiólogos, sino como un hecho interiorizado en
el proceso de s o c i a l i z a c i ó n por el q u e t o d o s p a s a m o s
en n u e s t r a i n f a n c i a .

12
 La experiencia en que se basan las afirmaciones
de e s t e libro t i e n e un m a r c o g e o g r á f i c o y t e m p o r a l
e s p e c í f i c o : l o s d i s t i n t o s e n f r e n t a m i e n t o s c i v i l e s que
t u v i e r o n l u g a r e n los a ñ o s o c h e n t a e n C e n t r o a m é r i -
ca, e s p e c i a l m e n t e e n N i c a r a g u a . E n los p r i m e r o s
a ñ o s d e e s a d é c a d a s e v i v i e r o n e n e l á r e a los m o m e n -
tos m á s álgidos de las guerras de la región. Desde
1 9 8 2 h a s t a 1 9 8 4 t r a b a j é e n u n a z o n a rural n i c a r a -
g ü e n s e , l o q u e m e h i z o vivir d e c e r c a e l a m b i e n t e d e
guerra que se respiraba en todo el país. En aquellos
años tuve la ocasión de conocer de cerca las zonas
de g u e r r a de El S a l v a d o r y G u a t e m a l a . De r e g r e s o a
E s p a ñ a me propuse desarrollar una investigación
s o b r e e l f e n ó m e n o q u e m á s m e h a b í a i m p a c t a d o du-
r a n t e e s o s a ñ o s : l a n a t u r a l i d a d con l a q u e los n i ñ o s
a s u m í a n e i n c o r p o r a b a n a su vida c o t i d i a n a , los te-
rribles hechos de la guerra.
Desde entonces he visitado Centroamérica en
tres o c a s i o n e s , t e r m i n a n d o el estudio en que se basa
e s t e libro en los últimos m e s e s de 1990. La investi-
g a c i ó n me l l e v ó a r e c o r r e r , j u n t o con un m a g n í -
fico equipo de colaboradores, las zonas de guerra de
N i c a r a g u a , l o s c a m p a m e n t o s contras del sur de H o n -
d u r a s y , c o m o c o n t r a s t e , d e t e r m i n a d o s n ú c l e o s ru-
rales e s p a ñ o l e s donde hacía más de 50 años que no
se vivía la guerra. En todos estos lugares entrevis-
t a m o s a c a s i un m i l l a r de n i ñ o s de o c h o a c a t o r c e
a ñ o s . H a b l a m o s con m a d r e s d e f a m i l i a , con m i l i t a -
r e s y g u e r r i l l e r o s . A n a l i z a m o s l i b r o s e s c o l a r e s , no-
ticias periodísticas y distintos testimonios hablados
y e s c r i t o s . E s t e libro p r e t e n d e s e r u n a n á l i s i s c o n -
j u n t o de todo e s t e material, enmarcado en la tradi-
ción científica de la psicología social.
L a obra s e d i v i d e e n tres partes. La primera es
una reflexión sobre las múltiples relaciones de la
infancia con la guerra (utilización, efectos, trau-
mas, etc.), basada en la e x p e r i e n c i a a c u m u l a d a por

13
los trabajos d e d i s t i n t o s i n v e s t i g a d o r e s . L a s e g u n d a
parte e s u n a r e f l e x i ó n t e ó r i c a g e n e r a l s o b r e e l p r o -
b l e m a de la s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a . La t e r c e r a , por
último, se centra en la exposición de los r e s u l t a d o s
del e s t u d i o al que me he r e f e r i d o a n t e r i o r m e n t e .
N o podría t e r m i n a r e s t e P r e f a c i o s i n c o n s i g n a r
un doble a g r a d e c i m i e n t o . En p r i m e r l u g a r a N O R A D
por s u i n d i s p e n s a b l e c o n t r i b u c i ó n f i n a n c i e r a , q u e
hace posible la a p a r i c i ó n de e s t e l i b r o . Y a la S e c r e -
taría G e n e r a l de la FLACSO y s u P r o g r a m a A c a d é m i -
co, que se h i c i e r o n c a r g o de l a s l a b o r e s de e d i c i ó n y
con cuyo c o n c u r s o e s t e t r a b a j o p o d r á c i r c u l a r e n
C e n t r o a m é r i c a . Es a los c e n t r o a m e r i c a n o s a d u l t o s
a q u i e n e s e s t á d i r i g i d o , p o r q u e es r e s p o n s a b i l i d a d
a d u l t a el s u f r i m i e n t o de los n i ñ o s .

14
 Primera parte

I N F A N C I A Y GUERRA
 I N V E S T I G A C I Ó N Y GUERRA:
UN P R O B L E M A DENTRO DE OTRO

C o m p a r a d o s con los e s t u d i o s r e l a c i o n a d o s con l a

s e l e c c i ó n y e n t r e n a m i e n t o de t r o p a s , g u e r r a p s i c o -
l ó g i c a , y o t r o s t e m a s r e l a t i v o s a la e f i c a c i a m i l i t a r ,
l a s i n v e s t i g a c i o n e s a c e r c a d e los e f e c t o s d e l a g u e r r a
en la p o b l a c i ó n civil, y c o n c r e t a m e n t e en los n i ñ o s ,
s o n m u y e s c a s a s . La m a y o r í a de l i b r o s y a r t í c u l o s
s o b r e g u e r r a e i n f a n c i a , al m e n o s a los q u e se p u e d e
a c c e d e r por l o s p r o c e d i m i e n t o s u s u a l e s d e d o c u m e n -
t a c i ó n , a l u d e n , a d e m á s de a l a s dos g u e r r a s m u n -
diales, a los conflictos entre árabes e israelíes y a
l a s d i s t i n t a s g u e r r a s del s u d e s t e a s i á t i c o c o n t e m -
poráneo. La mayor parte de los mismos abordan
p r o b l e m á t i c a s r e l a c i o n a d a s con r e f u g i a d o s , o con
a c t i t u d e s d e l a p o b l a c i ó n c i v i l h a c i a c o n f l i c t o s que
se viven lejos de sus fronteras. Como contraste, son
muy e s c a s o s los informes sobre la situación de los
n i ñ o s que habitan en las m i s m a s zonas de guerra.
E s t a s e l e c c i ó n g e o g r á f i c a y t e m á t i c a t i e n e fácil
e x p l i c a c i ó n s i t e n e m o s e n c u e n t a que l a m a y o r p a r t e
de p u b l i c a c i o n e s q u e c i r c u l a n a n i v e l i n t e r n a c i o n a l
t i e n e n s u o r i g e n en l o s E E U U de A m é r i c a , p a í s que a

17
pesar d e haber p a r t i c i p a d o e n n u m e r o s o s c o n f l i c t o s
b é l i c o s del p r e s e n t e s i g l o , n u n c a l o s h a s u f r i d o e n s u
propio t e r r i t o r i o .
E s lógico que a l l e c t o r n o r t e a m e r i c a n o l e i n t e r e -
sen m á s las a c t i t u d e s d e s u s c o n c i u d a d a n o s h a c i a l a
guerra, o la p a r t i c i p a c i ó n f e m e n i n a en el c u e r p o de
m a r i n e s , que l a s r e a c c i o n e s d e l o s n i ñ o s , v i e t n a m i -
tas o panameños, a los bombardeos.
F r e n t e a la e s c a s e z de e s t u d i o s e m p í r i c o s , e x i s t e
una gran c a n t i d a d d e a u t o r e s q u e a b o r d a n l o s e f e c -
tos d e l a g u e r r a d e s d e u n a p e r s p e c t i v a m á s t e ó r i c a .
Estas publicaciones suelen referirse a la guerra en
un s e n t i d o g e n e r a l . Al h a b l a r de la m i s m a se r e f i e -
ren a un tipo de c o n f l i c t o g e n e r a l i z a d o ( b o m b a r d e o s ,
caos, d e s t r u c c i ó n m a s i v a d e c i u d a d e s ) c u y o p a r a d i g -
ma sería la segunda guerra mundial, tan d i f e r e n t e
a los c o n f l i c t o s c o n t e m p o r á n e o s de C e n t r o a m é r i c a y
o t r a s p a r t e s del m u n d o . E s u s u a l e n c o n t r a r s e e n
e s t e tipo de d o c u m e n t o s r e f e r e n c i a s a e f e c t o s d e l
s i g u i e n t e tipo: l i b e r a c i ó n d e i n s t i n t o s , s u p e r a c i ó n
d e complejos, c o n d u c t a i r r a c i o n a l , d e s i n d i v i d u a -
ción, cambio en el s i s t e m a de v a l o r e s , a u m e n t o de la
d e s v i a c i ó n social, e t c .
En un t e m a t a n p o l é m i c o c o m o la g u e r r a , y m á s
s i l a r e l a c i o n a m o s con l a i n f a n c i a , e s s u m a m e n t e
difícil e n c o n t r a r o e l a b o r a r e s t u d i o s q u e c o n s e r v e n
una cierta objetividad. A u n q u e s a b e m o s q u e l a obje-
tividad total e s u n a q u i m e r a e n l a s c i e n c i a s s o c i a l e s ,
cuando s e i n v e s t i g a sobre los e f e c t o s d e l a g u e r r a e n
los n i ñ o s , s e a d m i t e n c i e r t a s l i c e n c i a s m e t o d o l ó g i -
cas que en otro tipo de e s t u d i o s , de c o m p r o m i s o
ideológico m e n o s e v i d e n t e , s e r í a n c r i t i c a d a s a b i e r -
t a m e n t e . L a principal d e t o d a s e l l a s e s l a g e n e r a l i -
zación. E n m u c h o s d e los d o c u m e n t o s a n a l i z a d o s s e
observa como, a partir de c u a l q u i e r i n d i c i o , a u n q u e
sea aislado, s e g e n e r a l i z a l a o b s e r v a c i ó n c o m o h e c h o
global.

18
 O t r o d e los d e s a j u s t e s m e t o d o l ó g i c o s h a b i t u a l e s
lo e n c o n t r a m o s al a n a l i z a r la forma en que se reco-
g e n l o s d a t o s . E s h a b i t u a l que para o b s e r v a r los
e f e c t o s d e l a g u e r r a e n los n i ñ o s s e u t i l i c e n e n t r e -
vistas, cuestionarios, escalas y otros instrumentos,
e l a b o r a d o s para p o b l a c i o n e s i n f a n t i l e s c o m o l a nor-
t e a m e r i c a n a o la e u r o p e a o c c i d e n t a l , muy d i f e r e n t e s
a la de l o s n i ñ o s que s u f r e n los c o n f l i c t o s b é l i c o s .
También es frecuente la categorización de trastorno
p s í q u i c o , o p r o b l e m a de c o n d u c t a , s i g u i e n d o pará-
metros que no guardan la misma significación de
unas sociedades a otras.
La d i f i c u l t a d p r i n c i p a l de l o s e s t u d i o s en los q u e
se evalúa los efectos de la guerra es, precisamente,
atribuir a qué circunstancia se deben esos efectos.
Si, por e j e m p l o , h a c e m o s u n a n á l i s i s c l í n i c o d e l o s
n i ñ o s s a l v a d o r e ñ o s r e f u g i a d o s e n u n a c i u d a d d e Cos-
ta Rica y e n c o n t r a m o s distintos trastornos psíqui-
c o s , p o d e m o s a t r i b u i r l o a u n a m u l t i t u d de c a u s a s :
los combates presenciados, la muerte de familiares,
la huida, la separación de su habitat, la situación
del p r o p i o r e f u g i o , l a s r e l a c i o n e s f a m i l i a r e s , e t c .
Con t o d o , l a s r e s e r v a s con l a s que hay q u e a n a -
lizar las i n v e s t i g a c i o n e s sobre los efectos de la gue-
rra, e s t á n s o b r a d a m e n t e j u s t i f i c a d a s s i t e n e m o s e n
c u e n t a l a s d i f i c u l t a d e s q u e e n t r a ñ a abordar con
cierta objetividad cualquier estudio de este tipo,
e n t r e las que se pueden mencionar las siguientes:

1. L a s i n f o r m a c i o n e s s o b r e la g u e r r a t i e n e n un
m a r c a d o v a l o r p o l í t i c o , c u a n d o n o m i l i t a r . L a faci-
l i d a d con la que se pueden manejar datos sobre
muertos, heridos, desaparecidos, huérfanos, etc, en
los foros n a c i o n a l e s e internacionales, así como
su valor propagandístico, cierra muchas puertas a
los i n v e s t i g a d o r e s sociales. A los que sólo se les

19
p e r m i t e a c c e d e r a la i n f o r m a c i ó n en d e t e r m i n a d a s
circunstancias.

2. Como c o n t r a p a r t i d a a lo d i c h o en el p u n t o
anterior, las i n f o r m a c i o n e s t i e n e n t a m b i é n u n v a l o r
e c o n ó m i c o cada vez m á s i m p o r t a n t e . C u a l q u i e r d e -
sastre en el tercer mundo, la guerra incluida, s u e l e
traer a s o c i a d o s p r o y e c t o s d e c o o p e r a c i ó n f i n a n c i a -
dos por d i s t i n t a s a g e n c i a s i n t e r n a c i o n a l e s . E n e s t e
caso los d a t o s , e s p e c i a l m e n t e l o s d e c a r á c t e r c u a n -
t i t a t i v o , s u e l e n ser el f i l t r o de l a s a y u d a s , por lo q u e
e s habitual e n c o n t r a r s e con c u a n t i f i c a c i o n e s t o t a l -
mente dispares de un mismo hecho.

3. El posicionamiento ideológico inevitable de

los i n v e s t i g a d o r e s , l i g e r a o t o t a l m e n t e a f a v o r de
uno de los b a n d o s , l e s l l e v a en o c a s i o n e s a o c u l t a r ,
minimizar o maximizar d e t e r m i n a d o s d a t o s que pu-
dieran influir en la a c c i ó n , en la m o r a l o en la i m a -
gen exterior, del grupo con el q u e se i d e n t i f i c a n . En
ocasiones esta toma de postura es a b i e r t a m e n t e ins-
trumental, en otras se trata de una t e n d e n c i a sutil
de la que ni el m i s m o a u t o r es c o n s c i e n t e .

4. La i n d e p e n d e n c i a en el a n á l i s i s , a ú n la p u r a -
m e n t e formal, e s p r á c t i c a m e n t e i m p o s i b l e e n cir-
cunstancias de guerra civil. A d e m á s de la c e n s u r a
oficial y de la r e s e r v a l ó g i c a q u e i m p o n e el m i e -
do, los i n v e s t i g a d o r e s que v i v e n e n p a í s e s c o n c o n -
flictos a r m a d o s c o m o los c e n t r o a m e r i c a n o s , d e b e n
s o m e t e r s e a una a u t o c e n s u r a que a f e c t a de d i s t i n t o
modo a unos y a o t r o s . Los q u e e s t á n t r a b a j a n d o
directa o i n d i r e c t a m e n t e para u n o de l o s b a n d o s en
conflicto, t i e n e que m a n e j a r l a s i n f o r m a c i o n e s d e
forma que el enemigo no p u e d a u t i l i z a r l a s p a r a
su beneficio. Por otro lado, los i n v e s t i g a d o r e s q u e
pretenden ser i n d e p e n d i e n t e s , e s p e c i a l m e n t e l o s

20
q u e t r a b a j a n para o r g a n i s m o s i n t e r n a c i o n a l e s , de-
ben controlar lo que dicen, pues las informaciones
s u e l e n ser i n s t r u m e n t a l i z a d a s y el a u t o r acaba por
ser e s t i g m a t i z a d o .

5. M u c h o s de los p r o b l e m a s m e t o d o l ó g i c o s de los
e s t u d i o s empíricos realizados en tiempo de guerra,
s e d e b e n f u n d a m e n t a l m e n t e a l p e l i g r o que e n t r a ñ a
la r e c o g i d a de d a t o s en l a s z o n a s de guerra. No es
e x t r a ñ o pues, que la mayor parte de los informes se
refieran a refugiados.

6. Los p a d r e s de l o s n i ñ o s s u e l e n ser r e a c i o s a
q u e se i n t e r r o g u e a s u s hijos s o b r e a s u n t o s r e l a c i o -
n a d o s con l a g u e r r a . E n m u c h a s o c a s i o n e s t e m e n
q u e r e v e l e n i n f o r m a c i o n e s que p u e d a n c o m p r o m e t e r
a la f a m i l i a . En o t r a s , s e n c i l l a m e n t e d e s c o n f í a n del
u s o q u e se le p u e d a dar a l a s e n t r e v i s t a s . Los r u m o -
r e s e n t i e m p o d e g u e r r a , d i s t o r s i o n a n d e tal f o r m a
la realidad, que la desconfianza lleva en ocasiones
a un r e c e l o c e r c a n o a lo a b s u r d o . Por e j e m p l o , n o s o -
t r o s m i s m o s t u v i m o s c i e r t o s p r o b l e m a s para e n t r e -
v i s t a r a l o s n i ñ o s en a l g u n o de los c a m p a m e n t o s del
s u r de H o n d u r a s . Se h a b í a c o r r i d o la voz de q u e
e s t á b a m o s r e c o g i e n d o n o m b r e s , para que c u a n d o
v o l v i e r a n a N i c a r a g u a , l o s s a n d i n i s t a s los m a t a r a n .
La dificultad que entraña la realización de e s t e
t i p o d e e s t u d i o s , l e s o t o r g a u n valor c o m p l e m e n t a r i o
que va más allá de la mera erudición, especialmente
c u a n d o l o s a u t o r e s no se l i m i t a n a la d e s c r i p c i ó n de
l o s f e n ó m e n o s c o n f l i c t i v o s , s i n o que p r o p o n e n a l t e r -
n a t i v a s de s o l u c i ó n a los m i s m o s , c o m o era el c a s o
del g r u p o d e j e s u í t a s d e l a UCA a s e s i n a d o s e n S a n
Salvador en noviembre de 1989.
Con todas e s t a s dificultades, es comprensible la
r e l a t i v a escasez de trabajos. No obstante, en los
ú l t i m o s años he podido tener acceso a d i s t i n t a s in-

21
vestigaciones sobre los e f e c t o s de la guerra en la
i n f a n c i a , d e los q u e d a r é c u e n t a , e n l o s p r ó x i m o s
puntos.

22
 U S O Y A B U S O DE LA INFANCIA
EN TIEMPO DE GUERRA

VÍCTIMAS Y V E R D U G O S

E m p l e a r el t é r m i n o utilización de la infan-
cia, p u e d e i m p l i c a r un j u i c i o de valor por mi p a r t e .
D e - c i r q u e se u t i l i z a a a l g u i e n , i m p l i c a r e s t a r ca-
p a c i d a d v o l i t i v a al utilizado. No q u i s i e r a e n t r a r a
d e b a t i r a q u é e d a d se p u e d e c o n s i d e r a r que l a s per-
s o n a s e s t á n e n d i s p o s i c i ó n d e d e c i d i r por s í m i s m a s
si q u i e r e n p a r t i c i p a r o no en u n a g u e r r a . Por o t r o
lado es una discusión baladí, ya que la mayoría de
los soldados no llegan al campo de batalla tras una
decisión racional donde se ponga e n j u e g o su madu-
rez d i s c u r s i v a .
El 20 de noviembre de 1989, cuando la Asamblea
G e n e r a l d e l a s N a c i o n e s U n i d a s aprobó por u n a n i -
m i d a d e l t e x t o d e l a C o n v e n c i ó n d e los D e r e c h o s del
N i ñ o , los e x p e r t o s de la ONU calculaban que había
en el mundo unos 200.000 soldados menores de
quince años. En esa m i s m a Convención se acordó
fijar la m a y o r í a de e d a d a l o s 18 a ñ o s , m i e n t r a s q u e
se p e r m i t i r í a el r e c l u t a m i e n t o m i l i t a r a p a r t i r de los
15. E s t e h e c h o o r i g i n ó u n a p o l é m i c a e n t r e los p a í s e s

23
e u r o p e o s que a p o y a b a n l a p r o p u e s t a s u e c a d e s i t u a r -
la en los 18 a ñ o s , y los E E U U y o t r o s p a í s e s c o n
c o n f l i c t o s i n t e r n o s o con g u e r r a s e n p a í s e s c e r c a n o s
c o m o A r g e l i a y El S a l v a d o r , p a r t i d a r i o s de m a n t e -
ner los p r o t o c o l o s a d i c i o n a l e s a la C o n v e n c i ó n de
Ginebra de 1949. Al final prevaleció e s t a opción,
con lo que se o f i c i a l i z ó la e d a d de 15 a ñ o s c o m o
l í m i t e m í n i m o para p a r t i c i p a r e n l o s e j é r c i t o s , ( v é a -
se El País de l o s d í a s 2 1 , 23 y 26 de n o v i e m b r e de
1989).
E n 1977 s e a c e p t a r o n dos p r o t o c o l o s a d i c i o n a l e s
a la Cuarta C o n v e n c i ó n de G i n e b r a de 1 9 4 9 . En e l l o s
se afirma:Los niños deben ser objeto de respeto es-
pecial y deberán ser protegidos en contra de cual-
quier forma de asalto indecente. Las partes en
conflicto deberán brindarles la ayuda que requie-
ran, sea por razón de su edad o por cualquier otra
razón ( v é a s e P l a t t n e r , 1 9 8 3 ) . T a m b i é n s e a c u e r d a
protección e s p e c i a l a m a d r e s de n i ñ o s m e n o r e s de 15
a ñ o s ( i n c l u i d a la p r o h i b i c i ó n de la p e n a de m u e r t e
para las m i s m a s ) , d e r e c h o de los n i ñ o s a v i s i t a r o
ser i n t e r n a d o s con los p a d r e s p r e s o s , e t c . S e e s t a b l e -
c e pues, una d i v i s i ó n e s q u i z o i d e e n t r e e l n i ñ o - v í c t i -
ma, m e r e c e d o r de t o d o s los d e r e c h o s y a t e n c i o n e s , y
e l n i ñ o - v e r d u g o que r e c l u t a d o l e g a l m e n t e por e l
ejército de su país c a e f u e r a de l a s a t e n c i o n e s de l o s
Organismos Internacionales.
Que n i ñ o s m e n o r e s d e 1 5 a ñ o s h a y a n p a r t i c i p a -
do, o lo s i g a n h a c i e n d o , en los c o n f l i c t o s a r m a d o s de
Centroamérica, nadie lo puede poner en duda. Yo
m i s m o he podido verificar d i r e c t a m e n t e , o a t r a v é s
de testimonios gráficos fiables, la presencia i n f a n t i l
en los ejércitos y g r u p o s i n s u r g e n t e s de N i c a r a g u a ,
El Salvador y G u a t e m a l a . Los m e n o r e s d e s e m p e ñ a n
casi s i e m p r e labores de v i g i l a n c i a y de c o r r e o , a u n -
que e n o c a s i o n e s p a r t i c i p a n c o m o u n c o m b a t i e n t e
más, e m p u ñ a n d o las a r m a s o c o l o c a n d o e x p l o s i v o s .

24
 L a s e x p l i c a c i o n e s que los d i s t i n t o s g r u p o s mi-
l i t a r e s c e n t r o a m e r i c a n o s , dan al h e c h o de la par-
t i c i p a c i ó n i n f a n t i l e n s u s filas, d e p e n d e n f u n d a m e n -
t a l m e n t e de si é s t o s d e t e n t a n el poder o e s t á n en l a s
filas insurgentes.
E l e j é r c i t o s a l v a d o r e ñ o n i e g a que haya n i ñ o s e n
s u s f i l a s , y por t a n t o no j u s t i f i c a su p r e s e n c i a . Di-
versos informes (véanse UNICEF, 1988 y Martín-Ba-
ró, 1 9 8 8 b ) y t e s t i m o n i o s c o n f i r m a n , s i n e m b a r g o ,
que e x i s t e n m e n o r e s de quince años en las Fuerzas
Armadas.
La j u s t i f i c a c i ó n q u e h a c e n l o s g r u p o s a f i n e s a la
g u e r r i l l a s a l v a d o r e ñ a del F M L N , p u e d e e n c o n t r a r s e
en un a r t í c u l o e l a b o r a d o con b a s e a l a s e x p e r i e n c i a s
de la B r i g a d a de S a l u d Manuel Federico Castillo y
m i e m b r o s de la Asociación de Mujeres Salvadoreñas
- A S M U S A - , que t r a b a j a r o n e n z o n a s d e n o m i n a d a s por
e l l o s c o m o bajo c o n t r o l p o p u l a r . (El S a l v a d o r . Los
efectos de la guerra en los niños de El Salvador,
1987).
E n e s t e a r t í c u l o l o s a u t o r e s s e p r e g u n t a n : ¿por
qué un niño hace vigilancia teniendo apenas 10
años?, ¿por qué en ocasiones se les ve con un fusil a
los 13 años?, ¿por qué a los 11 años llegan a ser
correos, e incluso antes, cuando se sabe el riesgo que
corren si son capturados?, ¿por qué niñas brigadis-
tas de 12 y 14 años tienen que ver heridos y muertos
en los hospitales de las zonas?, ( o p . c i t , p . 9 2 ) .
La r e s p u e s t a q u e dan es la s i g u i e n t e : La razón
es muy sencilla, porque ESO, es lo que ellos quieren
hacer. Los niños quieren que acabe la guerra y quie-
ren que cuanto antes los soldados desaparezcan de
su vida. Saben la importancia que tiene su colabo-
ración para que esto sea una realidad, porque ven el
resultado de su participación y eso les anima a se-
guir viviendo y colaborando más, aún a sabiendas
de que arriesgan sus vidas...Es algo que han ido

25
entendiendo por ellos mismos, por la dolorosa coti-
dianidad que han enfrentado tanto tiempo (op.cit,
p.92).
En la R e s i s t e n c i a N i c a r a g ü e n s e o contra, t a m -
bién se daba el c a s o de los n i ñ o s - s o l d a d o . Un c o m a n -
d a n t e contra me e x p l i c a b a el f e n ó m e n o , q u e a su
j u i c i o no era muy c o m ú n , del s i g u i e n t e m o d o : Pasa-
do el primer período de la guerra, cuando ésta se
generaliza, adoptamos el mismo criterio que los
sandinistas utilizaron en 1979, es decir, la guerra
era justa, la liberación del país estaba en juego y
por tanto todos tenían que participar para derrocar
al comunismo opresor. La participación de los niños
casi siempre se daba por su propia voluntad, se
trataba de niños que habían perdido a sus padres a
manos de los sandinistas, durante la guerra ante-
rior a 1979 o después de la misma. O bien eran
niños, como yo mismo, hijos de guardias naciona-
les, que salieron con sus padres después del 19 de
Julio de 1979, y que vivieron la creación de la FDN
de forma directa. ( N o son p a l a b r a s t e x t u a l e s s i n o
t r a s c r i p c i ó n posterior de la c o n v e r s a c i ó n ) .
La Central de I n t e l i g e n c i a A m e r i c a n a ( C Í A ) , e l a -
boró un m a n u a l ( v é a s e "Manuales de s a b o t a j e y g u e -
rra psicológica", 1 9 8 5 ) , d e d i c a d o a la i n s t r u c c i ó n de
la contra. En lo que se r e f i e r e a la u t i l i z a c i ó n i n f a n -
til, el m a n u a l e x p o n e :

° En la p r o p a g a n d a a r m a d a : En lugares y situacio-
nes donde sea posible, por ejemplo cuando se esté
descansando durante la marcha, los guerrilleros
pueden explicar el manejo de las armas a los jóvenes
y muchachos. Pueden dar un fusil descargado, para
que aprendan a armarlo y desarmarlo; su uso, y a
apuntar a blancos imaginarios ya que ellos son re-
clutas potenciales para nuestras fuerzas (Manuales
1985, p. 67)

26
° Al e x p l i c a r l a s f u n c i o n e s de c o m a n d o s e x t e r n o s e
i n t e r n o s , t r o p a s de c h o q u e , e t c , al hablar de los
m e n s a j e r o s , a f i r m a el m a n u a l : Deberán mantenerse
cerca de los líderes. Trasmitiendo órdenes entre los
comandos externos e internos. Usarán radio de co-
municación, teléfono, bicicletas, motocicletas, auto-
móviles o se moverán a pie o a caballo, tomando
trochas o veredas para acortar distancias. Jóvenes
adolescentes (varones y mujeres) son ideales para
esta misión. ( M a n u a l e s , 1 9 8 5 , p. 8 5 ) .

L a s F u e r z a s A r m a d a s d e N i c a r a g u a t a m b i é n nie-
g a n la p a r t i c i p a c i ó n de m e n o r e s de 17 a ñ o s en la
g u e r r a , d e s d e que e n 1 9 8 3 s e i n i c i a r a e l r e c l u t a -
m i e n t o l e g a l , a t r a v é s de la ley del S e r v i c i o M i l i t a r
P a t r i ó t i c o ( S M P ) . T o d o s los m i l i t a r e s y r e s p o n s a b l e s
políticos s a n d i n i s t a s que entrevisté, coincidían en
un punto: exaltaban la participación infantil en la
g u e r r a c o n t r a S o m o z a y n e g a b a n q u e en la g u e r r a
q u e l o s e n f r e n t a b a a la contra, l a s F u e r z a s A r m a d a s
p e r m i t i e r a n la p a r t i c i p a c i ó n de los n i ñ o s .
La e x a l t a c i ó n de la p a r t i c i p a c i ó n de los n i ñ o s en
la guerra contra Somoza es particularmente eviden-
te en el entramado cultural de Nicaragua: nombres
de parques, escuelas, hospitales, canciones, poemas,
e t c , r e f l e j a n la a d m i r a c i ó n g e n e r a d a en t o r n o a l o s
niños que murieron en la insurrección colaborando
c o n l o s g u e r r i l l e r o s s a n d i n i s t a s . U n o d e los t e s t i m o -
n i o s e s c r i t o s q u e mejor r e c o g e n e s t a a d m i r a c i ó n e s
e l libro q u e L i g i a G u i l l e n ( 1 9 7 9 ) e s c r i b i ó n a d a m á s
t r i u n f a r la r e v o l u c i ó n s a n d i n i s t a , d e n o m i n a d o Los
niños de Nicaragua.
E n r e s u m e n , p a r e c e que los g r u p o s que d e t e n t a n
a l g u n a r e s p o n s a b i l i d a d d e poder ( e j é r c i t o s r e g u l a -
r e s ) , n i e g a n l a p a r t i c i p a c i ó n i n f a n t i l e n los m i s m o s .
L a ú n i c a j u s t i f i c a c i ó n q u e d e s d e fuera p u e d e d a r s e
a e s t a u t i l i z a c i ó n , es la n e c e s i d a d o b j e t i v a de s o l d a -

27
dos que t i e n e n e s t o s g r u p o s . S i n e m b a r g o , l o s g r u p o s
i n s u r g e n t e s (el F M L N , la contra, o l o s s a n d i n i s t a s
cuando luchaban contra Somoza), suelen j u s t i f i c a r
la p a r t i c i p a c i ó n i n f a n t i l a t e n d i e n d o a l o s s i g u i e n t e s
argumentos:

o N e c e s i d a d y j u s t i c i a de la c a u s a e s g r i m i d a : La
guerra es j u s t a y n e c e s a r i a para el b i e n c o m ú n y la
libertad. T o d a s las f u e r z a s , i n c l u s o l a s i n f a n t i l e s ,
deben u t i l i z a r s e para a l c a n z a r e s e o b j e t i v o . E n pa-
labras de Ligia G u i l l e n ( 1 9 7 9 ) Y entonces los niños
como tú, amiguito, que antes jugaban con pelotas de
trapo hechas por ellos mismos, fueron muy hábiles
para ayudar a fabricar bombas de contacto, que fue
el arma con que el pueblo se defendió. Aquel trabajo
no era lo mejor para los niños, pero la patria pedía
la participación de todos para lograr liberarla y que
nuestro pueblo fuera dueño de su destino. La guerra
es triste y dolorosa y solamente cuando luchamos
por nuestra libertad es que se debe llegar a ella.

° V o l u n t a r i e d a d y t o m a de c o n c i e n c i a : A l o s n i ñ o s
no se les obliga a p a r t i c i p a r , s i n o q u e s o n e l l o s l o s
que t o m a n c o n c i e n c i a de la s i t u a c i ó n y p i d e n c o l a b o -
rar. En p a l a b r a s de dos p s i c ó l o g a s n i c a r a g ü e n s e s :
Sin embargo, el niño, a pesar de su propia natura-
leza, supo interpretar su mundo, identificó a su
enemigo y se integró a la lucha del pueblo. (Nicara-
gua. Efectos de la guerra de agresión en los niños
nicaragüenses, 1 9 8 7 , p. 1 1 7 ) .

° I n e v i t a b i l i d a d : Es muy difícil i m p e d i r a n i ñ o s q u e
han p r e s e n c i a d o e l a s e s i n a t o d e s u s f a m i l i a r e s q u e
se unan a sus filas.

° Seguridad: E n m u c h a s o c a s i o n e s e l n i ñ o e s t á m á s
seguro j u n t o a los i n s u r g e n t e s , q u e p e r m a n e c i e n d o
al m a r g e n del c o n f l i c t o .

28
INFANCIA Y PROPAGANDA
DE GUERRA

El r e c l u t a m i e n t o de n i ñ o s , no es la ú n i c a m a n e r a
de utilización bélica de la infancia. En las guerras
c o n t e m p o r á n e a s , e s p e c i a l m e n t e e n l a s c i v i l e s , los
n i ñ o s s o n el e l e m e n t o c e n t r a l de p r o p a g a n d a y g u e -
rra p s i c o l ó g i c a . Se g u e r r e a por el f u t u r o de los ni-
ñ o s , el e n e m i g o es c r u e l p o r q u e m a t a o m u t i l a a los
n i ñ o s , l a g u e r r a e s j u s t a p o r q u e h a s t a los n i ñ o s
e s t á n d i s p u e s t o s a dar la vida por la causa. E s t o s y
otros a r g u m e n t o s son motivo de polémica perma-
n e n t e entre los partidarios de mantener al margen
de l o s c o n f l i c t o s a r m a d o s a l o s m e n o r e s de edad y
los que consideran inevitable su participación. Un
ejemplo típico de esta polémica se da en las distintas
i n t e r p r e t a c i o n e s q u e p a l e s t i n o s e i s r a e l í e s daban a
la i n c l u s i ó n o no de los n i ñ o s en la intifada ( v é a s e
S i g m u n d Freud Center, 1990).
Dos son los a r g u m e n t o s básicos de la utilización
de l o s n i ñ o s en la p r o p a g a n d a de g u e r r a : 1. El n i ñ o -
h é r o e q u e a p e s a r de su edad se s a c r i f i c a c o n s c i e n -
t e m e n t e por l o s d e m á s , e j e m p l o a e m u l a r por su
v a l o r y a l t r u i s m o e n c o m i a b l e y 2. El n i ñ o - m á r t i r ,
a s e s i n a d o o h e r i d o c r u e l m e n t e por el e n e m i g o , de-
m u e s t r a la c r u e l d a d del m i s m o y la n e c e s i d a d y
justeza de combatirle hasta la muerte.

El niño-héroe

En la g u e r r a de N i c a r a g u a ha s i d o u t i l i z a d o el
a r g u m e n t o del v a l o r y la g e n e r o s i d a d i n f a n t i l c o m o
e s t í m u l o para la lucha. En una de las conversacio-
n e s con un alto mando de la contra, éste me expli-

29
caba que eran los a d o l e s c e n t e s de 14 o 15 a ñ o s l o s
s o l d a d o s m á s v a l i e n t e s que t e n í a . N o t e m í a n a n a d a ,
p u e s la mayor p a r t e de e l l o s h a b í a n p e r d i d o a s u s
f a m i l i a r e s y no c a l c u l a b a n l a s c o n s e c u e n c i a s de s u s
a c t o s . A pesar de que no a p l a u d í a l a s a c c i o n e s p e l i -
grosas de estos muchachos, afirmaba que en las con-
c e n t r a c i o n e s p o l í t i c a s d e los c o m b a t i e n t e s , s e h a c í a
r e c o n o c i m i e n t o público de su labor y se r e p r e n d í a
las a c c i o n e s m e n o s a u d a c e s d e l o s a d u l t o s , p o n i e n d o
como ejemplo a e s t o s n i ñ o s .
En N i c a r a g u a es p a t e n t e el c u l t o a l o s n i ñ o s
caídos e n l a lucha c o n t r a S o m o z a , p e r o e n l a g u e r r a
que e n f r e n t ó a s a n d i n i s t a s y c o n t r a s t a m b i é n se
dieron c a s o s de e x a l t a c i ó n de la labor i n f a n t i l . El
caso m á s e m b l e m á t i c o e s e l d e l a n i ñ a B r e n d a Ro-
cha, que en 1 9 8 3 perdió u n o de s u s b r a z o s en un
combate cuando tenía 15 años. En una c o n c e n t r a -
ción muy i m p o r t a n t e , e s e m i s m o a ñ o , e n l a q u e e s -
taba p r e s e n t e la p l a n a m a y o r de l o s s a n d i n i s t a s , la
n i ñ a se dirigió a la m u l t i t u d con l a s p a l a b r a s a l a s
que me he referido en el p r e f a c i o del libro: he perdi-
do un brazo y estoy dispuesta a dar el otro por la
revolución. Los c a r t e l e s que se e d i t a r o n c o n su i m a -
gen se d i s t r i b u y e r o n por t o d o el p a í s con u n a
frase que quedó a s o c i a d a a su n o m b r e : la sonrisa
de Nicaragua.

El niño-mártir

El niño es i n o c e n t e y e s t á al m a r g e n de la g u e r r a .
E s t a parece ser l a m á x i m a q u e e s t á d e t r á s d e l a
u t i l i z a c i ó n que s e hace d e l a s d e s g r a c i a s i n f a n t i l e s
en t i e m p o de guerra: h a m b r e , f a l t a de e d u c a c i ó n ,
heridas, m u t i l a c i o n e s , m u e r t e s , e t c . Los n i ñ o s s o n
un objeto que s e n s i b i l i z a a la o p i n i ó n p ú b l i c a . T o d o

30
lo que se hace en contra de ellos es responsabilidad
del b a n d o c o n t r a r i o , y d e m u e s t r a la c r u e l d a d del
e n e m i g o , que ni siquiera se detiene ante la inocen-
cia infantil.
L a s d e s g r a c i a s d e los n i ñ o s , e s p e c i a l m e n t e l a
m u e r t e d e é s t o s , e s u t i l i z a d a para c a n a l i z a r l a i n d i g -
n a c i ó n h a c i a los c a u s a n t e s d e l a m i s m a : e l e n e m i g o .
Es é s t e un f e n ó m e n o que se da en todas las guerras.
En o c a s i o n e s esta utilización es fruto de un cálculo
político, otras sin embargo es una reacción emocio-
n a l q u e p u e d e s e r c a n a l i z a d a p o l í t i c a m e n t e . Así po-
d r í a c a l i f i c a r s e tal vez e l f a m o s o p o e m a d e P a b l o
N e r u d a r e f i r i é n d o s e a la b r u t a l i d a d de l a s t r o p a s de
F r a n c o en la g u e r r a c i v i l e s p a ñ o l a : Pero de cada
niño muerto/ nace un fusil con ojos.
E n N i c a r a g u a hay u n c a s o h i s t ó r i c o q u e p u e d e
s i m b o l i z a r e s t e f e n ó m e n o . E n 1 9 8 2 e n u n a z o n a del
d e p a r t a m e n t o d e J i n o t e g a d e n o m i n a d a A y a p a l , don-
de se daban e n f r e n t a m i e n t o s entre contras y san-
d i n i s t a s , u n o de l o s h e l i c ó p t e r o s q u e e v a c u a b a a
varias d o c e n a s de niños cayó y los niños murieron.
La contra a c u s ó a l o s s a n d i n i s t a s de s a c r i f i c a r a los
n i ñ o s por s u s i n t e r e s e s d e dejar l i m p i a l a z o n a d e
p e r s o n a l c i v i l p a r a r e s t a r l e s a p o y o . Los s a n d i n i s t a s
a c u s a r o n del i n c i d e n t e a l o s c o n t r a s , por ser l o s
r e s p o n s a b l e s d e l a c a í d a del a p a r a t o . E l h e c h o t u v o
u n g r a n i m p a c t o e n l a p o b l a c i ó n n i c a r a g ü e n s e . Va-
rios e v e n t o s y lugares públicos fueron bautizados
c o n el n o m b r e de niños mártires de Ayapal. A ñ o s
después, cuando hemos recogido datos en esa misma
z o n a , a l g ú n n i ñ o c o n t e s t a b a a l a p r e g u n t a ¿Qué e s
un mártir? con la definición: un niño.
Afirma Bouthoul ( 1 9 7 1 , p.72) que Trotsky, con-
t e s t a n d o un día a K a u t s k y , q u i e n r e c l a m a b a la liber-
t a d de p r e n s a , d e c l a r ó en un d i s c u r s o : Las ideas en
nombre de las cuales se vierte sangre son, por este
mismo hecho, un absoluto, y no se puede en el mismo

31
momento tratarlas como a unas verdades relativas
que se puedan confrontar tranquilamente con otras.
E s t e e s e l tipo e x a c t o d e r a z o n a m i e n t o d e n o m i n a d o
necrolátrico, e s t o es: los e s t a d o s de p é r d i d a s s o n
c o n s i d e r a d o s c o m o el c r i t e r i o por e x c e l e n c i a de la
verdad i d e o l ó g i c a . Se c a l c u l a q u e t o d a i d e o l o g í a o
c a u s a que h a p r o v o c a d o m á r t i r e s t o m a u n v a l o r e n
sí m i s m a . Si los m á r t i r e s s o n n i ñ o s i n o c e n t e s o per-
s o n a s a l a s que no se l e s s u p o n g a m a l a i n t e n c i ó n ,
e s t e e f e c t o s e m u l t i p l i c a . Los m á r t i r e s e x a l t a n l a
j u s t e z a de la c a u s a propia y d e n i g r a n la a c c i ó n d e l
enemigo.
D o n d e de forma m á s e x p l í c i t a se ha u t i l i z a d o a
los n i ñ o s e n l a p r o p a g a n d a , c o m o e l e m e n t o d e g u e -
rra p s i c o l ó g i c a , ha sido en El S a l v a d o r . T a n t o en la
p r e n s a como en v a l l a s p u b l i c i t a r i a s o en a f i c h e s
p e g a d o s e n los n ú c l e o s u r b a n o s del p a í s , s e h a e m -
pleado p r o f u s a m e n t e l a i m a g e n i n f a n t i l p a r a d e n u n -
ciar la b r u t a l i d a d de los g u e r r i l l e r o s del F M L N .
A n g e l e s que a v i s a n a los n i ñ o s de l a s m i n a s c o l o -
cadas por los g u e r r i l l e r o s , c r i a t u r a s l l o r a n d o c o n
v a s o s vacíos en la m a n o y g r a n d e s m e n s a j e s i n d i -
cando que su h a m b r e se debe a la a c c i ó n de l o s
guerrilleros mata-vacas, cuerpos tendidos, n i ñ o s
m u t i l a d o s , y casi t o d a s las f o r m a s de s e n s i b i l i z a c i ó n
de la opinión pública han s i d o u s a d a s por l a s a u t o -
ridades s a l v a d o r e ñ a s .
U n o d e los a f i c h e s m á s i m p a c t a n t e m u e s t r a d o s
fotografías. La de la d e r e c h a p r e s e n t a el c u e r p o de
una niña a b s o l u t a m e n t e d e s t r o z a d o , d i v i d i d o e n d o s
o t r e s p a r t e s . A la i z q u i e r d a el p a d r e de la n i ñ a , un
señor ciego, llora s e n t a d o en u n a s i l l a . El t e x t o del
afiche donde se habla del h e c h o , t e r m i n a c o n el
s i g u i e n t e m e n s a j e : ¿SON E S T A S LAS A C C I O N E S Q U E
D E F I E N D E N ? . ELLOS NO Q U I E R E N LA PAZ, S U S ACCIO-
NES SON DE GUERRA Y TERROR Y E S T A S S O N S U S V I C T I -
MAS...¡QUE NO TE E N G A N C H E N ! Lo m á s d e s t a c a b l e del

32
cartel es que sobre el destrozado cuerpo de la niña
a p a r e c e , e n l e t r a s rojas, e l s i g u i e n t e m e n s a j e : E L
F M L N C O N T I N U A CON EL T E R R O R I S M O COMO U N A ME-
DIDA D E P R E S I Ó N . . P a d r e S e g u n d o M o n t e s S.J. Direc-
tor de la C o m i s i ó n de D e r e c h o s H u m a n o s .
Universidad Centroamericana José Simeón Cañas.
La u t i l i z a c i ó n , en un a f i c h e t a n m a c a b r o , del
n o m b r e del p a d r e S e g u n d o M o n t e s , muy c r í t i c o con
l a a c t u a c i ó n del e j é r c i t o s a l v a d o r e ñ o , r e s u l t a c u a n -
to m e n o s irónica, pues unos meses después, el 16 de
n o v i e m b r e d e 1 9 8 9 , é l m i s m o fue a s e s i n a d o por los
militares junto a otros jesuítas.

33
 3

E F E C T O S D I R E C T O S DE LA
G U E R R A EN LA INFANCIA

N i n g ú n a c o n t e c i m i e n t o r e p e r c u t e t a n t o e n l a vi-
da cotidiana de un país como una guerra, especial-
m e n t e c u a n d o é s t a e s l a r g a . A l g e n e r a l i z a r s e los
e n f r e n t a m i e n t o s armados, la política, la economía,
l a c u l t u r a , l a s a l u d , l a e d u c a c i ó n , l a s r e l a c i o n e s fa-
m i l i a r e s , y en g e n e r a l t o d a la vida s o c i a l de un p a í s
se ve afectada. Precisamente es este carácter de
h e c h o g l o b a l lo q u e a t r a e a m u c h o s de los j ó v e n e s
q u e se i n c o r p o r a n a la a c t i v i d a d b é l i c a . La g u e r r a es
un todo ante el que no es posible permanecer indife-
rente. Llega a todas las actividades, a todas las
relaciones. Cuando no es una carta de movilización,
es u n a a r e n g a , o un c r u c e de d i s p a r o s . La n o t i c i a de
a l g ú n f a m i l i a r m u e r t o o m u t i l a d o , u n c a m i n o cerra-
do, r u m o r e s de i n s u r g e n c i a o de a s a l t o . S o n i d o s de
morteros, camiones cargados de muchachos. Una
f a m i l i a q u e s e v a del o t r o l a d o . C o n f i d e n c i a s , trai-
ciones, silencios, engaños, traslados.
P o r m u c h o s e s f u e r z o s q u e h a g a n f a m i l i a r e s , po-
l í t i c o s , m i l i t a r e s o f u n c i o n a r i o s de o r g a n i s m o s hu-
m a n i t a r i o s , l o s n i ñ o s s e v e n a f e c t a d o s por l a g u e r r a
de muy diversas maneras.

35
 E n los i n f o r m e s que dan c u e n t a d e l o s e f e c t o s
que en los n i ñ o s p r o v o c a la g u e r r a , s u e l e s i t u a r s e a
é s t a como el o r i g e n de t o d o s los p r o b l e m a s de la
infancia. Si seguimos un criterio amplio p o d e m o s
decir que así e s , ya que la v i d a de un n i ñ o c a m b i a de
forma radical e n t i e m p o s d e g u e r r a . S i n e m b a r g o ,
para ser m á s e x a c t o s , h a b r í a q u e d i s t i n g u i r e n t r e
e f e c t o s d i r e c t o s y e f e c t o s de s e g u n d o o r d e n . L o s
primeros s e r í a n a q u e l l o s q u e i n e q u í v o c a m e n t e s e
deben al a c o n t e c e r b é l i c o y q u e no se d a r í a n de no
mediar una guerra. Los e f e c t o s d e s e g u n d o o r d e n
son a q u e l l o s e n los que l a g u e r r a a c t ú a c o m o t e l ó n
de fondo, c o n f i g u r a n d o u n a m a r a ñ a de r e l a c i o n e s y
a c o n t e c i m i e n t o s que r e p e r c u t e n d e d i s t i n t a m a n e r a
en cada niño, ya que e n t r e é s t o s y el c o n f l i c t o , a c -
túan una s e r i e d e e l e m e n t o s m e d i a d o r e s q u e i n t e n -
sifican o a t e n ú a n su i m p a c t o .
Las r e p e r c u s i o n e s q u e t i e n e para l o s n i ñ o s l a
d e s t r u c c i ó n e c o n ó m i c a que o r i g i n a l a g u e r r a , e s u n
ejemplo típico d e e s t o s e f e c t o s d e s e g u n d o o r d e n ,
que no por ser i n d i r e c t o s t i e n e n m e n o r i m p o r t a n c i a .
La c a r e n c i a de a l i m e n t o s y m e d i c i n a s , i n c i d e n en el
a u m e n t o de la m o r t a n d a d i n f a n t i l , el h a m b r e y la
aparición d e e n f e r m e d a d e s q u e e n c i r c u n s t a n c i a s d e
paz e s t a r í a n c o n t r o l a d a s . E s t a s d i f i c u l t a d e s s e a g r a -
van aún m á s en el c a s o de los r e c i é n n a c i d o s c u y a
morbilidad y m o r t a l i d a d , a u m e n t a e n o r m e m e n t e en
t i e m p o s d e guerra ( v é a s e A n t o n o v , 1 9 4 7 ) . L a i n c i -
dencia de la guerra en la s a l u d m e n t a l de l o s n i ñ o s
y en su d e s a r r o l l o p s i c o s o c i a l , es el t e m a q u e m á s
i n t e r é s y p o l é m i c a s u s c i t a e n t r e los i n v e s t i g a d o r e s ,
por lo que será t r a t a d o en un p u n t o a p a r t e .
A n t e s q u i s i e r a r e f e r i r m e a los e f e c t o s d i r e c t o s '
de la guerra sobre la i n f a n c i a . El p r i m e r o de e l l o s se

1. Existe un buen número de p u b l i c a c i o n e s que a p o r t a n d a t o s

numéricos sobre los efectos directos de la g u e r r a en la infan-

36
r e f i e r e a la i n t e g r i d a d f í s i c a de l o s n i ñ o s . Los bom-
b a r d e o s s o b r e l a s p o b l a c i o n e s c i v i l e s , los h o s t i g a -
m i e n t o s de c i u d a d e s , la c o l o c a c i ó n de m i n a s , y en
general toda la actividad militar, lleva consigo un
i m p o r t a n t e n ú m e r o de n i ñ o s m u e r t o s , h e r i d o s o m u -
t i l a d o s . A e s t o s h e c h o s hay que s u m a r los m ú l t i p l e s
a c c i d e n t e s derivados de la gran cantidad de armas
de f u e g o a l a s q u e los n i ñ o s y a d o l e s c e n t e s t i e n e n
fácil acceso.
La e s t r u c t u r a f a m i l i a r en la que los n i ñ o s vivi-
r á n s u i n f a n c i a , s e v e f r e c u e n t e m e n t e a l t e r a d a por
los a c o n t e c i m i e n t o s bélicos. Lo más frecuente es la
a u s e n c i a del h o g a r del p a d r e m o v i l i z a d o . E l e f e c t o
m á s g r a v e es el de la o r f a n d a d t o t a l o p a r c i a l . Un
h u é r f a n o de g u e r r a no es s ó l o un n i ñ o al que le f a l t e
el p a d r e o la m a d r e . A e s t a f a l t a , que l l e v a en oca-
s i o n e s al a b a n d o n o o a la i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n , hay
q u e a c o m p a ñ a r l a s c o n s e c u e n c i a s que para e l n i ñ o
t i e n e el m o t i v o y la f o r m a en q u e los p a d r e s perdie-
r o n la v i d a ( d e f e n d i e n d o a u n o u o t r o b a n d o , v e n g a n -
za, a t e n t a d o . . . ) .
El t e r c e r e f e c t o d i r e c t o de la g u e r r a sobre l o s
n i ñ o s e s e l d e l a m o v i l i z a c i ó n ^ d e los m i s m o s . E n
c o n t r a s t e con aquellos combates de la antigüedad,
en los que los ejércitos se enfrentaban en lugares

cia c e n t r o a m e r i c a n a . Sobre G u a t e m a l a pueden c o n s u l t a r s e

B l a n d ó n de Cerezo ( 1 9 8 8 , p . l 4 ) y Terre dea Hommes (1987,
pp 2 5 - 6 2 ) . Sobre El Salvador: U N I C E F ( 1 9 8 7 y 1988). Sobre
N i c a r a g u a : García y Yopo ( 1 9 8 8 ) ; República de N i c a r a g u a
( 1 9 8 8 ) ; A N S ( 1 9 8 9 ) ; Yopo ( 1 9 8 9 ) ; P é r e z ( 1 9 8 9 ) ; I N S S B I ( 1 9 8 5 -
1 9 8 9 ) ; Barrey y S i e r r a ( 1 9 8 9 ) ; C o m i s i ó n N a c i o n a l . . . , ( 1 9 8 9 ) ;
G u t i é r r e z , C a s t r o y C e n t e n o ( 1 9 8 8 ) y Takaro, H u d e l s o n y
Stookey (1989).
2. P a r a i n f o r m a c i ó n d e t a l l a d a del t e m a de Refugiados, despla-
z a d o s , r e p a t r i a d o s , etc, en el área c e n t r o a m e r i c a n a pueden
c o n s u l t a r s e l a s s i g u i e n t e s obras: M o n t e s ( 1 9 8 5 ) ; P a c h e c o
(1988); [NEC (1989); CSUCA-CIPRA (1989); ACNUR (1989a);
R u g g l e s y Fix ( 1 9 8 5 ) ; Aguayo y W e i s s ( 1 9 8 8 ) y Dewey ( 1 9 8 8 ) .

37
deshabitados y previamente acordados, las guerras
m o d e r n a s i n v o l u c r a n t o t a l m e n t e a la p o b l a c i ó n ci-
vil. E s t o m o t i v a u n a c o n s t a n t e m o v i l i z a c i ó n d e fa-
m i l i a s e n t e r a s que h u y e n de l o s c o n f l i c t o s , o q u e s o n
obligadas a desalojar sus hogares. Las mujeres y los
n i ñ o s son los s e c t o r e s m á s a f e c t a d o s por e s t o s c a m -
bios r a d i c a l e s de h a b i t a t .
Los g r a n d e s m o v i m i e n t o s d e p o b l a c i ó n q u e g e n e -
ró la guerra que e n f r e n t ó a c o n t r a s y s a n d i n i s t a s
d u r a n t e l a d é c a d a d e los o c h e n t a , s o n u n e j e m p l o
típico de lo que s u e l e s u c e d e r en c u a l q u i e r g u e r r a .
Las m i g r a c i o n e s g e n e r a d a s por e l c o n f l i c t o b é l i -
c o t u v i e r o n dos v e r t i e n t e s : u n a i n t e r i o r (la d e a q u e -
llos que fueron d e s a l o j a d o s a la f u e r z a de l a s z o n a s
en las que operaba la c o n t r a , y la de a q u e l l o s , q u e
empujados por la g u e r r a y la p r e c a r i a s i t u a c i ó n
e c o n ó m i c a , fueron a e n g r o s a r la p o b l a c i ó n de c i u d a -
des m á s s e g u r a s , e s p e c i a l m e n t e M a n a g u a ) ; y o t r a
exterior.
En c u a n t o a las m i g r a c i o n e s e x t e r n a s , t u v i e r o n
un doble c a r á c t e r : p o l í t i c o (los q u e s a l i e r o n del p a í s
para i n t e g r a r s e a la c o n t r a , v o l u n t a r i a o i n v o l u n t a -
r i a m e n t e ; los r e f u g i a d o s a t e n d i d o s por o r g a n i s m o s
i n t e r n a c i o n a l e s v i n c u l a d o s t o d o s e l l o s por s u o p o s i -
ción al s a n d i n i s m o , y por ú l t i m o , a l o s q u e s a l i e r o n
para e v i t a r ser l l a m a d o s por el S e r v i c i o M i l i t a r P a -
triótico ( S M P ) ) y e c o n ó m i c o ( l o s q u e b u s c a r o n m e j o r
fortuna en C o s t a Rica y E E U U p r i n c i p a l m e n t e ) .

38
 4

INFANCIA, GUERRA
Y S A L U D MENTAL

P a s a d o s los primeros m o m e n t o s de confusión,

c u a n d o s e e s t a b i l i z a n l a s c o m u n i c a c i o n e s y s e co-
m i e n z a n a e m i t i r l o s p a r t e s de g u e r r a , j u n t o a los
i n f o r m e s s o b r e el n ú m e r o de b a j a s y o b j e t i v o s d e s -
t r u i d o s , s u e l e s e r f r e c u e n t e , e s p e c i a l m e n t e e n t r e los
d e t r a c t o r e s del c o n f l i c t o , h a c e r u n b a l a n c e del im-
pacto de la guerra en la infancia. Las organizacio-
n e s h u m a n i t a r i a s y los medios de comunicación
a c u d e n a p s i c ó l o g o s y p s i q u i a t r a s para c o n o c e r los
t r a s t o r n o s que p r e s e n t a n los niños.
E n t o d o s l o s i n f o r m e s q u e s e h a n e l a b o r a d o para
s i n t e t i z a r los trabajos de los especialistas, se afirma
q u e n o e x i s t e a c u e r d o e n l a e v a l u a c i ó n del d a ñ o
p s í q u i c o d e l a g u e r r a e n l a i n f a n c i a . Así e s , t a n t o a l
h a b l a r del t i p o de t r a s t o r n o s , c o m o de la g r a v e d a d y
p e r m a n e n c i a de los mismos, existe una gama de
o p c i o n e s que van desde los que afirman que la gue-
rra ú n i c a m e n t e e l e v a e l n i v e l d e a n s i e d a d d e los
n i ñ o s , h a s t a los que describen todo tipo de efectos
p s i c o p a t o l ó g i c o s . Más q u e u n p r o b l e m a d e o r i e n t a -
c i ó n t e ó r i c a de l o s a u t o r e s , o de d i f e r e n c i a s en el
tipo de diagnóstico, la dificultad en el acuerdo se
produce cuando se pretende reducir a categorías

39
u n í v o c a s dos r e a l i d a d e s c o m p l e j a s , c o m o la g u e r r a y
l a i n f a n c i a , que r e ú n e n m ú l t i p l e s d i m e n s i o n e s d i f e -
r e n c i a d o r a s . Al decir q u e la g u e r r a p r o d u c e en l o s
n i ñ o s tal o cual e f e c t o , es p r e c i s o e s p e c i f i c a r a q u é
guerra y a qué t i p o de n i ñ o s n o s e s t a m o s r e f i r i e n d o .
En la primera guerra mundial, se e x a l t a b a el
valor i n f a n t i l m i n i m i z a n d o l a s r e p e r c u s i o n e s n e g a -
t i v a s d e l a m i s m a e n los m á s p e q u e ñ o s . E n l a s e g u n -
da gran g u e r r a los a u t o r e s se r e f i e r e n a g r a n d e s
t r a u m a s p s í q u i c o s . En los c o n f l i c t o s e n t r e á r a b e s e
israelíes se pone el acento sobre el e l e v a d o nivel de
a n s i e d a d d e los n i ñ o s . A u n q u e e x i s t a n e l e m e n t o s
coincidentes, es lógico pensar que no repercute del
m i s m o modo u n a g u e r r a d e t r i n c h e r a s e n l a q u e
e s t á n bien d e f i n i d o s los f r e n t e s ; q u e u n a d e p e r m a -
nentes bombardeos sobre las ciudades; que otra de
acciones militares rápidas e imprevistas.
D e igual modo, u n a m i s m a g u e r r a i m p a c t a d e
d i s t i n t a forma a los n i ñ o s q u e la s u f r e n . D e p e n -
diendo e s t e i m p a c t o , t a n t o d e s u s c a r a c t e r í s t i c a s
p e r s o n a l e s (edad s e x o , . . ) , c o m o d e l a s c i r c u n s t a n -
c i a s en las que v i v e n el c o n f l i c t o ( r e f u g i o s , z o n a s de
combates...).
S i e l i m i n a m o s los i n f o r m e s g e n e r a l i z a d o r e s d e
tipo p e r i o d í s t i c o , e n los que s e r e l a c i o n a d e f o r m a
m e c á n i c a guerra y t r a s t o r n o p s í q u i c o i n f a n t i l , n o s
e n c o n t r a m o s con a q u e l l o s o t r o s e s t u d i o s q u e a b o r -
dan los h e c h o s a t e n d i e n d o al c a r á c t e r h i s t ó r i c o y
e s p e c í f i c o de las o b s e r v a c i o n e s . La m a y o r p a r t e de
é s t o s u t i l i z a n un e n f o q u e s i m i l a r al d e s a r r o l l a d o por
Anna Freud y D o r o t h y T. B u r l i n g h a m , q u i e n e s en
1943 publicaron u n libro c o n s i d e r a d o c o m o p i o n e -
ro en el t e m a , al que d e n o m i n a r o n Los niños y la
guerra. Las a u t o r a s e x p o n e n l a s c o n d i c i o n e s de v i d a
de las nurseries d o n d e se a l o j a b a n a l g u n o s n i ñ o s
londinenses y cómo éstos reaccionaban a n t e los
a c o n t e c i m i e n t o s de la g u e r r a , e s p e c i a l m e n t e a l o s

40
b o m b a r d e o s y a l a s e v a c u a c i o n e s . De l a s o b s e r v a c i o -
n e s p a r t i c u l a r e s s e g e n e r a l i z a b a n los s í n t o m a s de-
tectados, como efectos de la guerra.
A n t e s d e d e s c r i b i r los t r a s t o r n o s m e n c i o n a d o s
e n d i s t i n t o s i n f o r m e s , creo n e c e s a r i o r e f l e x i o n a r so-
bre el m a r c o de r e f e r e n c i a d e s d e el que é s t o s se
elaboran.
En p r i m e r l u g a r , el h e c h o de que los m i s m o s
a c o n t e c i m i e n t o s produzcan en unos niños trastor-
n o s p s í q u i c o s y en o t r o s no, n o s i n d i c a que no
puede establecerse una relación directa de causa-
e f e c t o entre la guerra y el trastorno mental. Esta
r e l a c i ó n e s t á m e d i a d a por los d i s t i n t o s e f e c t o s di-
r e c t o s del c o n f l i c t o ( m u e r t e s , d e s e s t r u c t u r a c i ó n fa-
m i l i a r , c a m b i o de h a b i t a t , e t c . ) y por c ó m o e s a s
e x p e r i e n c i a s s o n f i l t r a d a s por l a s p e r s o n a s que ro-
d e a n a l n i ñ o , e s p e c i a l m e n t e l a m a d r e del m i s m o .
S u e l e d e f i n i r s e c o m o t r a u m a psíquico^ e l e f e c t o
p r o d u c i d o por l a g u e r r a e n los n i ñ o s . A l u t i l i z a r e s t a
terminología se parte de un planteamiento racional
cargado de lógica: La experiencia de la guerra es tan
s u m a m e n t e v i o l e n t a y b r u s c a , q u e debe dejar a l g u n a
herida (trauma) en los niños. Cuando en psicología
h a b l a m o s de t r a u m a s , aludimos a experiencias espe-
c í f i c a s , q u e por s u c a r á c t e r e s p e c i a l m e n t e b r u s c o ,
dejan una huella que nos impide pensar, sentir o
a c t u a r de una forma que en nuestro medio se entien-
de c o m o n o r m a l . Así, si un a c c i d e n t e de t r á f i c o , un
i n c e n d i o o la m u e r t e v i o l e n t a de un f a m i l i a r , p u e d e n
p r o d u c i r t r a u m a s p s í q u i c o s , ¿ c ó m o no lo va a g e n e -
rar u n a s i t u a c i ó n c o m o l a g u e r r a e n l a que l a m u e r t e
y la d e s t r u c c i ó n e s t á n al o r d e n del día?.
Para contestar adecuadamente a esta pregunta,
e s p r e c i s o a t e n d e r a v a r i o s e l e m e n t o s . C u a n d o pre-
t e n d e m o s abordar de la m i s m a manera la reacción

3. Véase Martín-Baró (1988b)

41
de un n i ñ o en t i e m p o de g u e r r a q u e en c i r c u n s t a n -
c i a s d e paz, d e f i n i e n d o c o m o t r a s t o r n o e l m i s m o t i p o
de conductas, estamos suponiendo que lo traumáti-
co y lo p a t o l ó g i c o s o n c a t e g o r í a s i n v a r i a n t e s p a r a
cuya d e s c r i p c i ó n no es n e c e s a r i o a c u d i r a l a s cir-
cunstancias sociales e históricas que lo g e n e r a r o n .
Por ejemplo, s i g u i e n d o u n c r i t e r i o d e d i a g n ó s t i c o
n o r m a l i z a d o , c o m o el DSM IIl'^, p o d e m o s c a t a l o g a r a
un adolescente salvadoreño como paranoico, cuando
en realidad su d e s c o n f i a n z a y c r e e n c i a de q u e e s t á
siendo perseguido no son más que formas a d a p t a t i -
vas d e s o b r e v i v i r e n u n a m b i e n t e d e g u e r r a . D e i g u a l
modo, l a i n s e n s i b i l i d a d e m o c i o n a l q u e m a n i f i e s t a n
m u c h o s n i ñ o s a n t e la m u e r t e de f a m i l i a r e s y a m i g o s ,
no puede ser c a t a l o g a d a c o m o un t r a s t o r n o de la
e m o c i ó n , s i n o que m á s b i e n e s u n a r e a c c i ó n e c o n ó -
mica y a d a p t a t i v a a la p r e s e n c i a p e r m a n e n t e de la
m u e r t e en su vida c o t i d i a n a .
Al relativizar las definiciones sobre qué puede
considerarse como trastorno en tiempo de guerra,
no p r e t e n d o caer en un r e l a t i v i s m o en el q u e t o d a s
las formas de p e n s a r , s e n t i r y a c t u a r de l o s n i ñ o s se
c o n s i d e r e n n o r m a l e s y a d a p t a d a s ; s i n o m á s b i e n po-
ner el é n f a s i s en la n a t u r a l e z a d i a l é c t i c a del t r a u m a
de guerra. Es lo que M a r t í n - B a r ó ( 1 9 8 8 ) d e f i n i ó
como t r a u m a p s i c o s o c i a l , e s decir, u n a h e r i d a pro-
ducida por una p a r t i c u l a r r e l a c i ó n s o c i a l de la q u e
el individuo sólo es u n a p a r t e .
A l cambiar r a d i c a l m e n t e l a s c o n d i c i o n e s d e v i d a ,
cambian t a m b i é n las f o r m a s d e r e l a c i ó n i n d i v i d u a l
y social, c o n f i g u r á n d o s e u n a n u e v a r e a l i d a d en la
que los i n d i v i d u o s a c t ú a n i n s t a l a d o s en u n a norma-
lidad que en t i e m p o s de paz p o d r í a c o n s i d e r a r s e
patológica. S i u n n i ñ o s u i z o d e s c a r g a u n a e s c o p e t a

4. Manual Diagnóstico y E s t a d í s t i c o de los T r a s t o r n o s Men-

tales.

42
de c a z a s o b r e l o s r i v a l e s de su e q u i p o de fútbol
p r e f e r i d o , n a d i e d u d a r á d e que s u f r e u n s e r i o t r a s -
t o r n o ntxental. Si e s a m i s m a i n i c i a t i v a la t o m a un
n i ñ o c e n t r o a m e r i c a n o d i s p a r a n d o sobre los e n e m i -
g o s d e s u g r u p o d e r e f e r e n c i a , e s muy probable que
s e a a p l a u d i d o y e n s a l z a d o c o m o un h é r o e . La g u e r r a
e s t a b l e c e un t i p o de r e l a c i o n e s d e s h u m a n i z a n t e s * a
las que la población, tanto la adulta como la infan-
t i l , s e a d a p t a con m á s f a c i l i d a d d e l a que cabría
esperar a n t e s de comenzar las hostilidades. Y es en
e s t e proceso en el que una parte de la población
i n f a n t i l m a n i f i e s t a u n a s e r i e d e c o n d u c t a s que po-
demos considerar como trastornos psicológicos.

TRASTORNOS

Del desarrollo

E n t r e e s t o s trastornos, los que están más gene-

r a l i z a d o s son aquellos que se refieren al desarrollo
e v o l u t i v o i n f a n t i l . U n o d e los m á s c i t a d o s e s l a re-
g r e s i ó n , e s t o e s , el r e t r o c e s o o i n v o l u c i ó n a u n a f a s e
e v o l u t i v a a n t e r i o r . E s r e l a t i v a m e n t e f r e c u e n t e que
los niños y niñas realicen conductas ya superadas
hacía tiempo, como orinarse en la cama, chuparse el
dedo, berrinches, balbuceos en lugar de palabras,
e t c . L a g u e r r a , e s p e c i a l m e n t e e n s u s p r i m e r o s mo-
m e n t o s , s u p o n e u n a m o d i f i c a c i ó n s u s t a n c i a l del a m -
b i e n t e familiar, social, incluso físico, en el que el
n i ñ o h a ido a p r e n d i e n d o l a s f o r m a s d e c o m p o r t a -
miento más maduro. Si estas conductas no estaban

5. Véase Samayoa (1987).

43
muy c o n s o l i d a d a s , a l c a m b i a r l a s c i r c u n s t a n c i a s e n
las que se d e s a r r o l l a b a n , el n i ñ o v u e l v e a r e p r o d u c i r
h á b i t o s que le s u p o n e n m e n o s e s f u e r z o y en l o s q u e
se siente más seguro.
Las r e g r e s i o n e s s u e l e n ser t r a s t o r n o s t r a n s i t o -
rios que, al igual que a p a r e c e n en c i r c u n s t a n c i a s de
inestabilidad, se superan en el m o m e n t o en que se
estabilizan n u e v a m e n t e las condiciones de vida. Mu-
cho m á s i m p o r t a n t e que los r e t r o c e s o s , m á s o m e n o s
t r a n s i t o r i o s , s o n l a s h u e l l a s q u e deja l a g u e r r a e n l a
f o r m a c i ó n de los n i ñ o s . La a u s e n c i a por m u e r t e o
r e c l u t a m i e n t o del padre o la m a d r e , el t r a s l a d o a
r e f u g i o s o c a m p a m e n t o s , la p r e s e n c i a c o n s t a n t e de
la v i o l e n c i a , la m i l i t a r i z a c i ó n del t r a b a j o y la v i d a
social, y e n g e n e r a l t o d a s l a s c i r c u n s t a n c i a s q u e s e
derivan de la guerra, t i e n e n su reflejo en la c o n f i g u -
ración d e l a i d e n t i d a d i n f a n t i l , e n l a s f o r m a s d e
pensar, s e n t i r y a c t u a r de l o s q u e p r o n t o s e r á n a d u l -
t o s . P u e s t o que l a s p a r t e s s e g u n d a y t e r c e r a d e e s t e
libro e s t a r á n d e d i c a d a s a e x p l i c a r c ó m o a f e c t a la
guerra en el p r o c e s o de s o c i a l i z a c i ó n i n f a n t i l , q u i -
siera r e f e r i r m e aquí a o t r o s t r a s t o r n o s m á s i n m e -
d i a t o s d e t e c t a d o s d u r a n t e los p e r í o d o s b é l i c o s .

Emocionales

Es la vida e m o c i o n a l del n i ñ o la q u e se ve m á s
afectada d u r a n t e la g u e r r a . En c u a n t o a la i n t e n s i -
dad de e s t a s e m o c i o n e s , se p r o d u c e u n a c i e r t a p a r a -
doja. A n t e los p r i m e r o s e f e c t o s de la g u e r r a , s o b r e
todo cuando m u e r e a l g u n o d e s u s f a m i l i a r e s , p u e d e n
observarse e n a l g u n o s n i ñ o s m a n i f e s t a c i o n e s d e
desbordamiento afectivo: hiperactividad, gritos, es-
pasmos, p a r á l i s i s f u n c i o n a l e s , t i c s , e t c . S i n e m -
bargo, con el paso del t i e m p o se g e n e r a l i z a u n a

44
i n s e n s i b i l i d a d e m o c i o n a l que r e s u l t a s o r p r e n d e n t e .
C a s i l a m i t a d d e l o s n i ñ o s n i c a r a g ü e n s e s que e n t r e -
v i s t a m o s en l a s z o n a s de g u e r r a de N i c a r a g u a y en
l o s r e f u g i o s d e H o n d u r a s , h a b í a n perdido a l g ú n fa-
m i l i a r c o m o c o n s e c u e n c i a de la g u e r r a . M u c h o s de
e l l o s h a b í a n p r e s e n c i a d o i n c l u s o el a s e s i n a t o , a ve-
ces acompañado de tortura, de sus padres. Cuando
l e s p e d í a m o s q u e e v o c a r a n los h e c h o s , l a i n m e n s a
m a y o r í a l o s r e l a t a b a n , con u n a frialdad a s o m b r o s a .
E s t a i n s e n s i b i l i d a d e m o c i o n a l e s u n o d e los m e c a -
nismos defensivos más eficaces ante la permanente
a c t i v a c i ó n a f e c t i v a a la q u e se v e n s o m e t i d o s los
m á s p e q u e ñ o s . A la vez e x p l i c a un d a t o en el que
coinciden la mayor parte de investigadores, esto es,
e l r e d u c i d o p o r c e n t a j e d e n i ñ o s con t r a s t o r n o s psi-
cológicos graves.
E l m a n t e n i m i e n t o d e s i t u a c i o n e s tan p r o p i c i a s
al desequilibrio como la muerte, las separaciones
a f e c t i v a s y la destrucción, podrían tener como cor-
s e c u e n c i a lógica la aparición de determinados tipos
de n e u r o s i s , o i n c l u s o la m a n i f e s t a c i ó n de b r o t e s
p s i c ó t i c o s . Así s u c e d e en a l g u n o s c a s o s a los que
a l u d i r é m á s a d e l a n t e , p e r o e s m á s f r e c u e n t e l a in-
s e n s i b i l i d a d e m o c i o n a l , q u e a u n q u e debe ser e n t e n -
dida también como un trastorno, representa un
m e c a n i s m o a d a p t a t i v o d e p r i m e r o r d e n para e l n i ñ o .
T a n t o en la población infantil como en la adulta,
l a g u e r r a g e n e r a d o s t i p o s d e s e n t i m i e n t o s que pue-
den producir consecuencias patológicas. El miedo es
el primero de ellos. Sentimos miedo ante una ame-
n a z a p r e c i s a . T e m e m o s l a l l e g a d a d e los a v i o n e s
m i l i t a r e s o la a c t i v a c i ó n de u n a m i n a en u n a z o n a
d e c o m b a t e . L a i n t e n s i d a d del t e m o r g u a r d a c i e r t a
r e l a c i ó n c o n la n a t u r a l e z a de la a m e n a z a . La a n s i e -
d a d , por e l c o n t r a r i o , e s u n s e n t i m i e n t o v i t a l q u e
i m p l i c a u n m a l e s t a r g e n e r a l i z a d o , pero q u e n o e s
a t r i b u i b l e a un o b j e t o o s i t u a c i ó n p r e c i s a , s i n o m á s

45
bien a un p r o c e s o o c i r c u n s t a n c i a q u e el i n d i v i d u o
no c o n t r o l a , d e s c o n o c e , o a n t e la q u e no s a b e c ó m o
a c t u a r o qué p e n s a r .
En tiempo de guerra las c o n s e c u e n c i a s de ambos
sentimientos son diferentes. M i e n t r a s que a n t e el
m i e d o p u e d e n d a r s e c o n d u c t a s de e v i t a c i ó n y p r e -
v e n c i ó n que l o m i t i g a n ( c o n s t r u c c i ó n d e r e f u g i o s ,
sistemas de vigilancia, etc), es decir, c o n d u c t a s ac-
t i v a s que p e r m i t e n , si no s u p e r a r l o , sí al m e n o s
a f r o n t a r l o ; la a n s i e d a d , y m á s a ú n el p r o c e s o p o s t e -
rior de a n g u s t i a con el q u e va a m e n u d o a s o c i a d a ,
provoca u n a a l t e r a c i ó n del á n i m o c u y a p e r m a n e n c i a
d e g e n e r a e n t e n s i o n e s p a r a l i z a d o r a s , q u e m u y fre-
cuentemente se manifiestan a t r a v é s de d o l e n c i a s
físicas. E s t o s p r o b l e m a s p s i c o - s o m á t i c o s o s o m a t i -
z a c i o n e s , o lo que es lo m i s m o , e s t o s t r a s t o r n o s
corporales derivados de problemas psicológicos, se
han d e t e c t a d o e n casi t o d a s l a s g u e r r a s . L o s m á s
f r e c u e n t e s son la s u d o r a c i ó n y l o s p r o b l e m a s di-
gestivos (diarreas, e s t r e ñ i m i e n t o s , v ó m i t o s ) ; en
a l g u n o s c a s o s s e han e n c o n t r a d o t a m b i é n d e s v a n e -
cimientos, ataques de asma, etc. En cada niño inca-
paz de manejar y e x t e r i o r i z a r la t e n s i ó n n e r v i o s a ,
ésta se manifiesta atacando la parte más vulnerable
de su cuerpo.

Del pensamiento

En muy pocos de los i n f o r m e s a los q u e he t e n i d o

acceso s e m e n c i o n a n t r a s t o r n o s del p e n s a m i e n t o , a l
describir los e f e c t o s de la g u e r r a s o b r e la s a l u d m e n -
tal i n f a n t i l . S í s e han d e s c r i t o c a s o s e n l o s q u e l a s
f a n t a s í a s d e los n i ñ o s e n t i e m p o s d e g u e r r a c o n s t i -
tuían v e r d a d e r o s p r o b l e m a s . E n u n a d e l a s z o n a s d e

46
g u e r r a e n e l i n t e r i o r d e N i c a r a g u a pude c o n o c e r u n o
de e s t o s casos. Se trataba de un niño de nueve años
al q u e le e r a i m p o s i b l e d i s t i n g u i r e n t r e r e a l i d a d y
f a n t a s í a . R e l a t a b a c o m b a t e s e n los que é l m i s m o s e
tiraba en paracaídas desde los aviones sandinistas
y en la c a í d a d e r r i b a b a h e l i c ó p t e r o s e n e m i g o s .
A u n q u e se trate de casos excepcionales, la gue-
rra p u e d e p r o v o c a r o i n t e n s i f i c a r t r a s t o r n o s impor-
t a n t e s en el p e n s a m i e n t o infantil. La creación de
m u n d o s i m a g i n a r i o s a t r a v é s de la f a n t a s í a , es un
e l e m e n t o n e c e s a r i o para e l d e s a r r o l l o d e los n i ñ o s ,
y a q u e p e r m i t e d i f e r e n c i a r l o real d e l o i m a g i n a d o .
P o r m u y m a l v a d o s y c r u e l e s que s e a n l a s b r u j a s o l o s
m o n s t r u o s de los cuentos, al acabar felizmente el
r e l a t o , el n i ñ o v u e l v e a s u m e r g i r s e en la r e a l i d a d
c o t i d i a n a d o n d e p u e d e s e n t i r s e s e g u r o , y a que n o
hay brujas ni monstruos. En tiempo de guerra las
b u c ó l i c a s fábulas se transforman en rumores sobre
t e r r i b l e s m a l d a d e s c o m e t i d a s por el e n e m i g o . A di-
f e r e n c i a d e l o s t i e m p o s d e paz, l a f r o n t e r a e n t r e l a
m a l d a d i m a g i n a d a y la t r a g e d i a real, se d i s i p a en
a l g u n a s o c a s i o n e s y e l n i ñ o v i v e e x p e r i e n c i a s terri-
b l e s c o m o el a s e s i n a t o de s u s f a m i l i a r e s o la d e s t r u c -
c i ó n d e s u h o g a r . L a m a y o r p a r t e d e los n i ñ o s , t r a s
un período de n e g a c i ó n de la realidad, superan el
i m p a c t o p r o d u c i d o por la m u e r t e y la d e s t r u c c i ó n .
Sin e m b a r g o algunos pueden perder la capacidad de
d i f e r e n c i a r e n t r e lo real y lo i m a g i n a d o y s u m e r g i r -
s e , por l a r g o s p e r í o d o s , e n c o n d u c t a s a u t i s t a s o e n
síndromes esquizoides.
Si a t e n d e m o s a los informes psiquiátricos mili-
t a r e s , c o m p r o b a m o s q u e e s m á s f r e c u e n t e que e s t o s
t r a s t o r n o s psicóticos aparezcan en los soldados. A
diferencia de los niños, los adultos t e n e m o s mucho
m á s desarrollada la capacidad de diferenciación de
realidades contrapuestas (vigilia-sueño, realidad-
f a n t a s í a ) . E s por e s o q u e c u a n d o s e t i e n e n v i v e n c i a s

47
que m e z c l a n e s a s r e a l i d a d e s , i m p i d i e n d o por u n
t i e m p o r e g r e s a r a la s e g u r i d a d del m u n d o r e a l de
referencia, estas experiencias pueden d e s e m b o c a r
e n t r a s t o r n o s g r a v e s del p e n s a m i e n t o .

De la conducta social (agresión)

La conducta social de los niños t a m b i é n puede

v e r s e a f e c t a d a por los h e c h o s b é l i c o s . L o s p r o c e s o s
más estudiados en este sentido son los de la agresión
y la v i o l e n c i a .
Conviene distinguir ambos conceptos para poder
analizar la influencia de la guerra en los m i s m o s .
Cuando h a b l a m o s de v i o l e n c i a a l u d i m o s a a q u e l l o s
a c t o s que i m p l i c a n l a a p l i c a c i ó n e x c e s i v a d e f u e r z a .
Así, puede ser v i o l e n t o un g o l p e de m a r o un p a r t i d o
d e rugby. E l c o n c e p t o d e a g r e s i ó n t i e n e u n a s i g n i -
ficación m á s l i m i t a d a , y a que s e r e f i e r e n o s ó l o a l
acto de f u e r z a en sí, s i n o q u e al m i s m o h a y q u e
añadirle l a i n t e n c i ó n d e q u e r e r c a u s a r d a ñ o d e
quien lo e j e c u t a .
E s e v i d e n t e que l a g u e r r a e s l a m a n i f e s t a c i ó n
cumbre de la v i o l e n c i a y de la a g r e s i ó n , ya q u e en la
m i s m a s e aplica una e x c e s i v a f u e r z a d e s t r u c t i v a c o n
la i n t e n c i ó n e x p l í c i t a de c a u s a r d a ñ o al b a n d o e n e -
migo. Ahora b i e n , n o s i n t e r e s a s a b e r s i e l a c t o s o c i a l
y político de la g u e r r a h a c e que l a s r e l a c i o n e s i n t e r -
p e r s o n a l e s no b é l i c a s s e a n m á s v i o l e n t a s y a g r e s i -
vas. Para r e s p o n d e r a e s t a d u d a lo m á s h a b i t u a l ha
sido comparar, en un m i s m o p a í s , el n ú m e r o de a c -
ciones delictivas no políticas (homicidios, violacio-
n e s , etc) en t i e m p o s de paz y en l o s a ñ o s de g u e r r a .
A l a n a l i z a r los d i s t i n t o s e s t u d i o s , e s p e c i a l m e n t e l a s
e s t a d í s t i c a s d e los g o b i e r n o s c e n t r o a m e r i c a n o s , pa-

48
r e c e e x i s t i r l a s i g u i e n t e t e n d e n c i a : e n los p r i m e r o s
m e s e s o a ñ o s de la g u e r r a , baja s i g n i f i c a t i v a m e n t e
el n ú m e r o de d e l i t o s c o m u n e s . Si la g u e r r a se pro-
l o n g a , e s t a b i l i z á n d o s e los f r e n t e s , l a d e l i n c u e n c i a
a s c i e n d e . Por ú l t i m o , a l a c a b a r l a s h o s t i l i d a d e s e l
n ú m e r o d e d e l i t o s s e d i s p a r a por e n c i m a del n i v e l
q u e e x i s t í a a n t e s del c o n f l i c t o .
T o d a i n t e r p r e t a c i ó n que s e h a g a d e e s t o s d a t o s
d e b e s e r p r u d e n t e , y a que, e n t i e m p o s d e g u e r r a , e s
muy difícil separar ambos tipos de violencia. El des-
c e n s o e n e l n ú m e r o d e d e l i t o s e n los m o m e n t o s álgi-
d o s del c o m i e n z o d e l a s h o s t i l i d a d e s , t i e n e v a r i a s
e x p l i c a c i o n e s . La p r i m e r a de e l l a s es la que a l u d e a
la absoluta centralidad de la guerra. Cuando ésta
c o m i e n z a t o d o s e p o n e e n f u n c i ó n d e l a m i s m a . Así
se genera una homogeneización de las conductas
q u e a l g u n o s a u t o r e s d e f i n e n c o m o solidaridad so-
cial, lo q u e l l e v a a q u e los d e l i t o s m e n o r e s s e a n
condenados, tanto penal como moral y socialmente,
c o n m u c h a m a y o r d u r e z a . Los e l e m e n t o s m á s m a r g i -
n a l e s de la s o c i e d a d se a p r e s t a n a c o l a b o r a r en el
e s f u e r z o c o m ú n por d e s t r u i r a l e n e m i g o , l o cual pue-
d e e x p l i c a r t a m b i é n e s t a r e d u c c i ó n del d e l i t o . Las
t e n d e n c i a s a g r e s i v a s de los más violentos se canali-
z a n p o l í t i c a m e n t e . C o n s t i t u y e n d o para los m i s m o s
un d e s a h o g o de t e n s i o n e s y f r u s t r a c i o n e s .
Con l a e s t a b i l i z a c i ó n del c o n f l i c t o , v a n n o r m a -
l i z á n d o s e l a s r e l a c i o n e s s o c i a l e s y por t a n t o t a m -
bién las conductas delictivas privadas. Pero es al
f i n a l d e l a g u e r r a c u a n d o s u e l e n a u m e n t a r l o s deli-
tos c o m u n e s . Varios son los factores que favorecen
e s t e a u m e n t o : los problemas económicos y la deses-
tructuración social de la postguerra, especialmente
e n e l b a n d o p e r d e d o r d e l a m i s m a , con l a s f u e r z a s
p o l i c i a l e s , j u d i c i a l e s y p o l í t i c a s en p r o c e s o de r e e s -
t r u c t u r a c i ó n , a n i m a n y f a c i l i t a n la p o s i b i l i d a d de
d e l i n q u i r . A h o r a b i e n , por e n c i m a d e e s t o s h e c h o s

49
coyunturales, la guerra, como f e n ó m e n o social, legí-
t i m a el u s o de la v i o l e n c i a c o m o f o r m a l í c i t a y e f i c a z
de conseguir un objetivo. La penalización moral que
la s o c i e d a d da al a s e s i n a t o o la t o r t u r a , se c o n v i e r t e
en aprobación si se aplica contra el e n e m i g o en t i e m -
po de g u e r r a . Al a c a b a r é s t a no es f á c i l a c o m o d a r s e
a las d e m a n d a s d e l o s v a l o r e s p r e - b é l i c o s . E n t o d a s
las p o s t g u e r r a s se da el f e n ó m e n o de los s o l d a d o s
v e t e r a n o s que s i g u e n e m p l e a n d o , e n e l p e r í o d o d e
paz, las a r m a s c o n t r a o b j e t i v o s c i v i l e s .
E s l a l e g i t i m a c i ó n d e los h e c h o s d e v i o l e n c i a l o
que m á s p u e d e i m p a c t a r e n l a c o n d u c t a p r i v a d a d e
los n i ñ o s que v i v e n u n a g u e r r a . Y no s ó l o en é s t o s .
L a e x a l t a c i ó n del h é r o e v i o l e n t o q u e t o d o l o c o n s i -
gue por l a f u e r z a , e s u n a c o n s t a n t e e n l a s t e l e v i s i o -
n e s y s a l a s de c i n e , de la p r á c t i c a t o t a l i d a d de l o s
p a í s e s e n paz. E s e v i d e n t e q u e e l n i ñ o a p r e n d e l a s
c o n d u c t a s v i o l e n t a s y a s e a p o r q u e l a s p r e s e n c i e di-
r e c t a m e n t e o porque l a s v e a a t r a v é s de la t e l e v i -
s i ó n . Ahora b i e n , la r e l a c i ó n e n t r e e s e a p r e n d i z a j e y
su conducta más o menos agresiva, no es s i m p l e .
Ante una situación de conflicto i n t e r p e r s o n a l
agudo, s o l e m o s sufrir u n a a n s i e d a d y un n e r v i o s i s -
m o que p u e d e n ser s u f i c i e n t e s para i n h i b i r l a r e s -
puesta agresiva. Una exposición continua a hechos
v i o l e n t o s puede g e n e r a r e n e l n i ñ o u n a d e s e n s i b i l i -
zación hacia e s t e m a l e s t a r , l o q u e h a r á m á s p o s i b l e
la respuesta violenta. Ahora bien, para que é s t o se
dé, debe e x i s t i r una c i e r t a c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e l a
s i t u a c i ó n que se e s t á h a b i t u a d o a c o n t e m p l a r , y l a s
c i r c u n s t a n c i a s que r o d e a n a l n i ñ o a n t e s d e c o m p o r -
tarse agresivamente. La conducta violenta no se
aprende a i s l a d a d e s u c o n t e x t o . Q u i e r o d e c i r c o n
e s t o que un n i ñ o que e s t é h a b i t u a d o a p r e s e n c i a r
c o m b a t e s , puede adquirir u n a d i s p o s i c i ó n a p a r t i c i -
par como s o l d a d o y no t e m e r l o s e n f r e n t a m i e n t o s ,
pero n o n e c e s a r i a m e n t e s e c o m p o r t a r á d e f o r m a

60
m á s a g r e s i v a con s u s h e r m a n o s o con s u s c o m p a ñ e -
ros d e c o l e g i o . E n t r e a m b a s s i t u a c i o n e s m e d i a n di-
v e r s o s f a c t o r e s c u l t u r a l e s y s o c i a l e s que l i m i t a n la
c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e la v i o l e n c i a p o l í t i c a y la con-
ducta privada de agresión interpersonal.
C o m p a r a n d o l a s r e l a c i o n e s p e r s o n a l e s e n t r e ni-
ñ o s n i c a r a g ü e n s e s que v i v í a n e n z o n a s d e g u e r r a ,
c o n l a s d e l o s n i ñ o s e s p a ñ o l e s , n o s e p u e d e decir que
a q u e l l o s s e a n m á s a g r e s i v o s que é s t o s , m á s b i e n a l
contrario. De igual modo, siempre ha existido más
v i o l e n c i a i n f a n t i l y j u v e n i l en c u a l q u i e r b a r r i o de
M a n a g u a q u e e n e l p u e b l e c i t o m á s c a s t i g a d o por los
combates militares.
Aunque no existe un total acuerdo en este punto,
s o n v a r i o s l o s i n v e s t i g a d o r e s que c o m p a r t e n l a idea
e x p u e s t a a n t e r i o r m e n t e , esto es, que el ejemplo de
l a v i o l e n c i a p o l í t i c a e s u n a c o n d i c i ó n q u e p u e d e fa-
v o r e c e r l a a p a r i c i ó n d e c o n d u c t a s v i o l e n t a s priva-
d a s e n l o s n i ñ o s , pero n o e s é s t a u n a r e l a c i ó n d e
c a u s a - e f e c t o , sino que entre ambas existen múlti-
ples factores culturales y sociales que relativizan
esa influencia.

De la conducta social (juego)

Otro de los a s p e c t o s de la conducta infantil en el

q u e m á s se ha i n c i d i d o a la h o r a de e v a l u a r l o s
e f e c t o s de la g u e r r a , ha s i d o en el j u e g o . En la m a y o r
p a r t e d e l o s p a í s e s o c c i d e n t a l e s d e s a r r o l l a d o s s e vi-
ve desde hace varios años, una polémica sobre la
c o n v e n i e n c i a o n o del j u g u e t e b é l i c o . E n l o s p a í s e s
en guerra esta polémica no existe, fundamentalmen-
te porque casi n i n g u n o de ellos posee una industria
que produzca juguetes.

51
 Que en l a s z o n a s de g u e r r a l o s n i ñ o s j u e g a n a
soldados, es una realidad que puede c o n s t a t a r cual-
quier p e r s o n a que l a s v i s i t e . L a f r e c u e n c i a d e e s t o s
j u e g o s e s m u c h o m e n o r que l o q u e c a b r í a e s p e r a r .
G e n e r a l m e n t e los n i ñ o s r e p r o d u c e n e n s u s j u e g o s l a
realidad que l e s rodea. Así s u e l e n j u g a r a la g u e r r a
t r a s un c o m b a t e , del m i s m o m o d o q u e j u e g a n a m é -
d i c o s y e n f e r m e r a s t r a s v i s i t a r un h o s p i t a l . A u n q u e
no conozco ningún estudio comparativo, no creo que
los n i ñ o s n i c a r a g ü e n s e s d e l a s z o n a s d e g u e r r a j u e -
g u e n m u c h o m á s a s o l d a d o s , q u e lo q u e l o s n i ñ o s
e s p a ñ o l e s j u e g a n con p i s t o l a s y a m e t r a l l a d o r a s . El
número de escenas violentas que é s t o s c o n t e m p l a n
a t r a v é s de s u s p a n t a l l a s t e l e v i s i v a s es m u y s u p e r i o r
al número de combates que pueden librarse en una
determinada zona de guerra.
La p r e o c u p a c i ó n de los p a d r e s por no c o m p r a r
j u g u e t e s b é l i c o s a s u s hijos es un i n t e n t o l o a b l e ,
pero no g a r a n t i z a que el n i ñ o no s i g a j u g a n d o a la
guerra. Cuando y o era u n n i ñ o e x i s t í a e n E s p a ñ a
u n a gran afición a l b o x e o . Los p ú g i l e s e s p a ñ o l e s
eran h é r o e s p o p u l a r e s que a p a r e c í a n m u y f r e c u e n -
t e m e n t e e n los m e d i o s d e c o m u n i c a c i ó n . P o r a q u e -
llos a ñ o s era muy f r e c u e n t e que e n t r e l o s a m i g o s
jugáramos a marcarnos golpes, incluso que nos sa-
l u d á r a m o s con los p u ñ o s . P o s t e r i o r m e n t e y d u r a n t e
los a ñ o s en que el b o x e o fue p r o h i b i d o en t e l e v i s i ó n
y r e l e g a d o a d e p o r t e m a r g i n a l , se fue p e r d i e n d o e s t a
c o s t u m b r e . Con la g u e r r a s u c e d e lo m i s m o , el n i ñ o
seguirá reproduciéndola en sus j u e g o s m i e n t r a s en
su t e l e v i s o r o en su e n t o r n o real, e x i s t a n e j é r c i t o s ,
g u e r r i l l a s , c o m b a t e s , t i r o t e o s , e t c . E s t a n fiel e s t a
reproducción de lo que h a c e n los a d u l t o s , q u e lo q u e
s í s e puede afirmar e s que los n i ñ o s j u e g a n m u c h í s i -
mo m á s a la guerra que l a s n i ñ a s . A e s t e f e n ó m e n o
me referiré en la t e r c e r a p a r t e del libro.

52
DESENCADENANTES
DE LOS T R A S T O R N O S

Hechos bélicos

N o a t o d o s l o s n i ñ o s l e s a f e c t a del m i s m o m o d o
l a v i v e n c i a d e l a g u e r r a . S o n m u c h o s los f a c t o r e s
que a t e n ú a n o intensifican las repercusiones psico-
s o c i a l e s del c o n f l i c t o . U n a d e l a s m á s e v i d e n t e s e s
el l u g a r en el q u e se v i v a n l a s h o s t i l i d a d e s . Los
niños que habitan en las zonas de guerra experimen-
tan de forma m á s clara el miedo de la situación,
m i e n t r a s que aquellos otros que viven en zonas más
s e g u r a s , c o m o l o s r e f u g i o s , s u f r e n m á s los proble-
m a s e m o c i o n a l e s d e r i v a d o s de la a n s i e d a d y la an-
gustia. En c i r c u n s t a n c i a s similares en cuanto a
f a m i l i a r e s h e r i d o s o m u e r t o s , es m á s probable q u e
a p a r e z c a e l t r a s t o r n o p s í q u i c o e n t r e n i ñ o s que v i v e n
en refugios, que entre aquellos que pasan la guerra
en su c o m u n i d a d o c i u d a d . En n u e s t r a s v i s i t a s a los
c a m p a m e n t o s del s u r d e H o n d u r a s e n c o n t r a m o s
m á s n i ñ o s c o n p r o b l e m a s e m o c i o n a l e s , que e n l a s
z o n a s de guerra de Nicaragua. En varios campamen-
t o s d e r e f u g i a d o s n i c a r a g ü e n s e s d e C o s t a Rica s e
observó el m i s m o efecto, esto es, las familias tenían
m á s p r o b l e m a s d e s a l u d m e n t a l e n e l r e f u g i o , que e n
l a s z o n a s d e g u e r r a d e l a s que p r o v e n í a n ( v é a s e
P a c h e c o , 1 9 8 8 ) . E s t e m i s m o h e c h o y a fue o b s e r v a d o
en la s e g u n d a g u e r r a m u n d i a l por A n n a F r e u d y
D o r o t h y B u r l i n g h a m ( 1 9 4 3 ) . Por t a n t o , n o p o d e m o s
a t r i b u i r a h e c h o s b é l i c o s c o n c r e t o s c o m o los b o m b a r -
d e o s , l o s c o m b a t e s , e t c , l a c a u s a l i d a d del t r a s t o r n o
psíquico de la infancia.

53
Separaciones afectivas

Influyen mucho más en la salud m e n t a l infantil

las separaciones afectivas que la c o n t e m p l a c i ó n ex-
plícita de las acciones militares. La presencia de la
f a m i l i a , pero muy e s p e c i a l m e n t e d e l a m a d r e , e s u n a
g a r a n t í a d e s e g u r i d a d para l o s n i ñ o s , s o b r e t o d o
para los m á s p e q u e ñ o s . Los a c o n t e c i m i e n t o s v i o l e n -
tos como tal, ya s e a u n a g u e r r a o u n a c a t á s t r o f e
n a t u r a l , son m á s f á c i l m e n t e s u p e r a d o s por l o s n i -
ños, s i s u a m b i e n t e t a n t o e l f a m i l i a r c o m o e l f í s i c o ,
no es alterado. En el m o m e n t o en que éste cambia,
sobre todo con los t r a s l a d o s q u e s e p a r a n a m a d r e e
hijo, el n i ñ o se h a c e m u c h o m á s v u l n e r a b l e a la
situación.

La elaboración de las
experiencias bélicas

Probablemente sea la clave de la aparición de

t r a s t o r n o s e s t a b l e s . Los a c o n t e c i m i e n t o s b é l i c o s ,
d e s d e los c o m b a t e s a la m u e r t e de f a m i l i a r e s , p a s a n -
do por el e x i l i o , son i n t e r p r e t a d o s por el n i ñ o , c o n
b a s e en la s i g n i f i c a c i ó n e m o c i o n a l q u e le d a n l o s
adultos más próximos.
L a e x p e r i e n c i a m á s i m p o r t a n t e q u e l o s n i ñ o s de-
ben i n t e r p r e t a r es la de la m u e r t e de un f a m i l i a r ,
e s p e c i a l m e n t e c u a n d o é s t e es el p a d r e o la m a d r e .
E s t e proceso s u e l e ser d e f i n i d o c o m o l a r e a c c i ó n d e
duelo Se ha estudiado mucho este fenómeno, lle-
gando en la mayor p a r t e de l o s c a s o s a la m i s m a
c o n c l u s i ó n . E s n e c e s a r i o que e l n i ñ o c o n o z c a l a

6. Véase Metraux (1989b).

54
m u e r t e del f a m i l i a r y no se le i m p i d a m a n i f e s t a r s u s
s e n t i m i e n t o s a l r e s p e c t o , los c u a l e s s u e l e n ser d e
c u l p a b i l i d a d y a n g u s t i a en un p r i m e r m o m e n t o y de
t r i s t e z a posteriormente. La mayor parte de casos
p a t o l ó g i c o s en n i ñ o s h u é r f a n o s s u e l e n ser d e b i d o s a
u n a f r u s t r a n t e e l a b o r a c i ó n del d u e l o . E n e s t e s e n t i -
d o e s c l a r i f i c a d o r o b s e r v a r l a d i f e r e n c i a e n t r e los
informes que nos hablan de trastornos psicológicos
en h u é r f a n o s de g u e r r a de u n a de las r e g i o n e s de
N i c a r a g u a ( v é a s e I N S S B I , 1 9 8 8 ) con un e s t u d i o s i m i -
lar h e c h o c o n hijos de d e s a p a r e c i d o s y a s e s i n a d o s
d u r a n t e l a r e p r e s i ó n d e los a ñ o s s e t e n t a e n A r g e n t i -
na (véase Movimiento Solidario de Salud Mental,
1987). En el segundo caso la salud mental de la
mayor parte de los niños estaba seriamente afecta-
da, m i e n t r a s q u e e n t r e l o s h u é r f a n o s n i c a r a g ü e n -
s e s n o l l e g a b a a l s i e t e por c i e n t o e l n ú m e r o d e
n i ñ o s a f e c t a d o s por a l g ú n t r a s t o r n o , s i e n d o é s t o s
m e n o s g r a v e s que los de los argentinos. La explica-
ción de e s t e hecho puede buscarse en cómo unos y
otros elaboraron su duelo. Mientras que a los niños
n i c a r a g ü e n s e s se les informaba de la muerte de sus
f a m i l i a r e s y se les permitía exteriorizar sus senti-
m i e n t o s , a l o s n i ñ o s a r g e n t i n o s n o s e l e s s o l í a infor-
m a r d e l a r e a l i d a d , por l a m i s m a s i t u a c i ó n d e m i e d o
que se vivía en la familia.
N o s ó l o e n l a e l a b o r a c i ó n del d u e l o t i e n e impor-
t a n c i a la actitud de los adultos hacia el niño. La
c o m u n i c a c i ó n q u e se e s t a b l e z c a e n t r e m a d r e e hijo
e s u n o d e l o s f a c t o r e s d e t e r m i n a n t e s e n l o que s e
r e f i e r e a la a p a r i c i ó n de t r a s t o r n o s en la i n f a n c i a .
T a n t o e s así, q u e e n a l g u n o s d e l o s e s t u d i o s r e a l i z a -
dos entre niños palestinos (véase Punamáki, 1990)
s e h a d e t e c t a d o q u e e l mejor i n d i c a d o r para p r e v e n i r
el t r a s t o r n o emocional de los niños es la depresión
de la m a d r e . N o r m a l m e n t e la m a d r e es el f i l t r o a
t r a v é s del cual el niño interpreta la realidad que le

55
rodea. Los s e n t i m i e n t o s d e é s t a r e p e r c u t e n p o d e r o -
s a m e n t e en la e s t a b i l i d a d e m o c i o n a l de su hijo, y
é s t e e s u n p e s o a d i c i o n a l que, e n t i e m p o d e g u e r r a ,
debe s o p o r t a r la mujer con hijos.
La e l a b o r a c i ó n de la e x p e r i e n c i a v i v i d a , u n a v e z
que é s t a h a p a s a d o , j u e g a por t a n t o u n p a p e l f u n d a -
mental. Si la experiencia se comunica en el a m b i e n -
t e e n e l que s e v i v i ó , e x i s t e n m e n o s p o s i b i l i d a d e s d e
a p a r i c i ó n del t r a s t o r n o . E n e s t e s e n t i d o c r e o i n t e r e -
sante expresar la experiencia que tuve ocasión de
o b s e r v a r el primer día del c o n g r e s o Children in War
desarrollado en Jerusalén en 1990. Un joven corea-
n o d e m á s d e 2 0 a ñ o s , a d o p t a d o por u n a f a m i l i a
estadounidense, contó su experiencia como niño de
l a guerra. Era u n a e x p e r i e n c i a t r a u m á t i c a : m u e r t e
d e f a m i l i a r e s , p a r t i c i p a c i ó n e n c o m b a t e s , e t c . Ca-
da dos o t r e s m i n u t o s el m u c h a c h o se p a r a b a p a r a
llorar o g i m o t e a r . Al final t o c a b a a la f l a u t a u n a
hermosa música de su país, en un e s p e c t á c u l o con-
movedor. E s t e h e c h o n o p a r e c e t e n e r n a d a d e c h o -
c a n t e a s i m p l e v i s t a , pero sí lo es si t e n e m o s en
c u e n t a que una a c t u a c i ó n p r á c t i c a m e n t e i d é n t i c a s e
había r e p e t i d o e l día a n t e r i o r e n u n a p e q u e ñ a r e u -
nión d e p r e s e n t a c i ó n d e a l g u n o s c o n g r e s i s t a s e x -
tranjeros. E n e l m i s m o día p u d e l e e r e n u n a r e v i s t a
norteamericana una e n t r e v i s t a en la que el m i s m o
n i ñ o r e l a t a b a los m i s m o s h e c h o s d e f o r m a s i m i l a r .
Y lo m á s curioso de todo, es que a q u e l l o h a b í a s u c e -
dido hacía n u e v e a ñ o s .
S i c o m p a r a m o s e s t a e x p e r i e n c i a con l o s i n f o r m e s
de los h u é r f a n o s n i c a r a g ü e n s e s , o i n c l u s o c o n l o s de
e s p e c i a l i s t a s que a t e n d í a n a n i ñ o s que l l e g a b a n s o -
los a los r e f u g i o s de T a i l a n d i a ( v é a s e U N H C R / R á d d a
B a r n e n , 1 9 8 0 ) , los c u a l e s s e s o r p r e n d í a n del n ú m e r o
e x c e s i v a m e n t e bajo d e n i ñ o s a f e c t a d o s p s í q u i c a m e n -
te, p o d e m o s s u p o n e r que ha s i d o la f o r m a en q u e la
f a m i l i a n o r t e a m e r i c a n a de a d o p c i ó n ha e l a b o r a d o la

56
v i v e n c i a del n i ñ o , r o d e á n d o l e de un e n t o r n o de com-
p a s i ó n , v i c t i m i z a c i ó n , e t c , la que l l e v a al j o v e n a
r e a c c i o n a r d e f o r m a c o m p u l s i v a a n t e h e c h o s pasa-
dos hace casi una década.

FACTORES ATENUANTES

Los hechos bélicos, las separaciones afectivas y

l a e l a b o r a c i ó n d e l a s e x p e r i e n c i a s v i v i d a s , s o n los
t r e s d e s e n c a d e n a n t e s f u n d a m e n t a l e s del t r a s t o r n o
p s í q u i c o d e l a i n f a n c i a e n t i e m p o d e g u e r r a . N o hay
que olvidar sin embargo que los tres e l e m e n t o s se
e n t r e c r u z a n p e r m a n e n t e m e n t e , y que es en d e f i n i t i -
v a l a s i t u a c i ó n g l o b a l del p a í s q u e v i v e e l c o n f l i c t o ,
l a c a u s a n t e del t r a u m a p s i c o s o c i a l d e l a i n f a n c i a .
Varias son las iniciativas que se han llevado a
c a b o p a r a m i t i g a r l a i n f l u e n c i a d e l a g u e r r a e n los
n i ñ o s , t a n t o d u r a n t e e l d e s a r r o l l o d e l a m i s m a , co-
mo en la situación post-bélica.
Aunque en algunos casos especialmente graves,
se l l e v a n a c a b o t e r a p i a s i n d i v i d u a l e s , la m a y o r par-
t e d e l o s t r a s t o r n o s p s i c o l ó g i c o s o r i g i n a d o s por l a
g u e r r a , s u e l e n s e r m á s e f i c a z m e n t e t r a t a d o s acu-
d i e n d o al e n t o r n o s o c i a l del n i ñ o , e s p e c i a l m e n t e a la
f a m i l i a y al g r u p o de p e r s o n a s m á s c e r c a n a s de la
comunidad.
Ya he citado alguna de las medidas preventivas
en e s t e s e n t i d o : evitar, siempre que sea posible, las
s e p a r a c i o n e s a f e c t i v a s , p e r m i t i r u n a a d e c u a d a ela-
b o r a c i ó n del d u e l o c u a n d o e x i s t e n v í c t i m a s m o r t a l e s
y e s t a b l e c e r un n i v e l de c o m u n i c a c i ó n con el n i ñ o ,
lo s u f i c i e n t e m e n t e f l u i d o y a d e c u a d o a su e d a d , so-

7. Véase Metraux (1990).

57
bre los a c o n t e c i m i e n t o s q u e l e r o d e a n . C u a n d o c o -
mienza la guerra es frecuente que los padres i n t e n -
t e n m a n t e n e r a p a r t a d o s a s u s hijos del c o n f l i c t o lo
que l e s l l e v a en o c a s i o n e s a o c u l t a r l e s lo q u e s u c e d e ,
o lo que es peor, a e n g a ñ a r l e s d i c i é n d o l e s q u e lo q u e
s e dice sobre l o s c o m b a t e s e s m e n t i r a . A u n q u e e s
comprensible esta conducta, su resultado es inefi-
caz. U n a g u e r r a n o e s u n h e c h o q u e p u e d a o c u l t a r s e
fácilmente. El niño observa c o n d u c t a s e x t r a ñ a s y
percibe los t r a s t o r n o s e m o c i o n a l e s d e l o s a d u l t o s
que l e r o d e a n : n e r v i o s i s m o , m i e d o , t r i s t e z a , e t c . E s
n e c e s a r i o que t o d o s e s t o s f e n ó m e n o s s e a n i n t e r p r e -
t a d o s por e l n i ñ o d e n t r o del c o n t e x t o e n e l q u e s e
d e s a r r o l l a n . D e n o ser así e s m u y p r o b a b l e q u e s e
g e n e r e n en él s e n s a c i o n e s de i n s e g u r i d a d y d e s -
c o n c i e r t o que a b o n a n el t e r r e n o a la a p a r i c i ó n d e l
trastorno.
Algo que se ha m o s t r a d o c o m o e f i c a z a la h o r a de
prevenir el trastorno infantil en t i e m p o de guerra,
es la p a r t i c i p a c i ó n s o c i a l y p o l í t i c a de l o s f a m i l i a r e s .
Las f a m i l i a s m á s a f e c t a d a s s u e l e n ser l a s q u e e s t á n
más aisladas de sus vecinos, las que se m a n i f i e s t a n
n e u t r a l e s , o l a s que se o p o n e n f i r m e m e n t e al d e s a -
rrollo v i o l e n t o del c o n f l i c t o . E s n o r m a l q u e a s í s e a .
En el a m b i e n t e de a b s o l u t a p o l a r i z a c i ó n q u e l l e v a
c o n s i g o la guerra, l a s a c t i t u d e s n e u t r a l e s o a n t i b e -
l i c i s t a s son f i r m e m e n t e c o m b a t i d a s y t a c h a d a s de
i n s o l i d a r i a s . Las p e r s o n a s que m a n t i e n e n e s t a s p o s -
t u r a s son a c u s a d a s de c o l a b o r a r con el e n e m i g o ,
generándose alrededor de las m i s m a s un clima de
m a r g i n a c i ó n al que no son a j e n o s l o s n i ñ o s . P o r el
c o n t r a r i o , las p e r s o n a s m á s a c t i v a s p o l í t i c a m e n t e s e
ven arropadas por el a m b i e n t e g e n e r a l de e x a l t a c i ó n
a la lucha. Su p a r t i c i p a c i ó n l e s p e r m i t e dar s e n t i d o
a los m ú l t i p l e s d r a m a s que l e s r o d e a n , y lo q u e t a l
vez sea m á s i m p o r t a n t e , l e s p o s i b i l i t a e n f r e n t a r s e a
la s i t u a c i ó n de una forma a c t i v a , lo q u e es m e n o s

58
a n g u s t i o s o q u e l a c o n t i n u a e s p e r a d e l o s que c r e e n
e s t a r a l m a r g e n del c o n f l i c t o .
L a s i t u a c i ó n e s d i f e r e n t e c u a n d o l a g u e r r a ter-
m i n a . M i e n t r a s dura l a c o n t i e n d a s e v i v e e n u n
e s t a d o de p r o v i s i o n a l i d a d que la paz c o r t a radical-
m e n t e . E s e n t o n c e s c u a n d o , e n t r e los que p a r t i c i p a -
ron e n l a m i s m a d e f o r m a m á s a c t i v a , l a i n t e n s a
v i d a e m o c i o n a l da p a s o a un e s t a d o de á n i m o en el
q u e t o d o p a r e c e c a r e c e r d e s e n t i d o . Las d e p r e s i o n e s
de los adultos, tan frecuentes en las post-guerras,
h a c e n q u e l o s n i ñ o s s e a n m á s v u l n e r a b l e s a l padeci-
m i e n t o de los distintos trastornos mencionados en
el presente capítulo.

59
 Segunda parte

SOCIALIZACIÓN BÉLICA
 5

LA SOCIALIZACIÓN
O EL P R O C E S O DE
CONVERTIRSE EN PERSONA

En los albores de una guerra, cuando los milita-

res t o m a n posiciones estratégicas, traspasan pues-
t o s f r o n t e r i z o s , o a t a c a n l o s c u a r t e l e s e n e m i g o s , las
ú n i c a s o f i c i n a s q u e f u n c i o n a n a c e l e r a d a m e n t e son
los c e n t r o s de reclutamiento. Miles de personas
a g u a r d a n l a r g a s c o l a s para p a r t i c i p a r e n l a c o n t i e n -
da, p a r a c o l a b o r a r con l a c a u s a c o m ú n . Y a s e t r a t e
de d e f e n d e r la p a t r i a , l i b e r a r a los o p r i m i d o s , p r o t e -
g e r la r e l i g i ó n , r e s p o n d e r a u n a o f e n s a , c o n q u i s t a r
un t e r r i t o r i o , e x t e r m i n a r u n a r a z a , o c u a l q u i e r a de
los m ú l t i p l e s m o t i v o s que se esgriman en esos mo-
m e n t o s , l a r e a l i d a d e s q u e s i e m p r e hay g r a n d e s
c a n t i d a d e s d e p e r s o n a s que, a ú n s a b i e n d o que
a r r i e s g a n la vida, solicitan no quedar al margen de
las hostilidades.
D e s d e lejos, cuando el conflicto no nos atañe
d i r e c t a m e n t e , t e n d e m o s a p e n s a r que la m a y o r par-
te de los que participan en la guerra lo hacen porque
no les queda otra salida, porque les obligan amena-
z á n d o l e s con duros castigos. Exculpamos a las ma-
y o r í a s p e n s a n d o que las guerras se deben a la locura
de l o s d i r i g e n t e s o al f a n a t i s m o de un g r u p o de
l u n á t i c o s q u e l l e v a n a l o s d e m á s a u n a m u e r t e ab-

63
surda. N o s n e g a m o s a pensar que m i l e s de p e r s o n a s
acepten voluntariamente convertirse en a s e s i n o s o
en mártires.
Sin e m b a r g o , c u a n d o e s n u e s t r a n a c i ó n , n u e s -
tra é t n i a , o n u e s t r o g r u p o de r e f e r e n c i a , q u i e n se
encuentra sumido en un enfrentamiento armado,
s e n t i m o s la necesidad de colaborar con n u e s t r o s
compañeros en el esfuerzo común. Es posible inclu-
so, q u e v a y a m o s a e n g r o s a r l a s f i l a s de l o s s o l d a d o s
voluntarios, sin que detrás de n o s o t r o s haya un mi-
litar a p u n t á n d o n o s con u n r e v ó l v e r .
Es consolador pensar que los que p r o t a g o n i z a n
las guerras son todos reos de la represión militar.
Quien haya v i v i d o e n u n p a í s s u m i d o e n u n c o n f l i c t o
a r m a d o sabe que é s t o n o e s así, e s p e c i a l m e n t e s i s e
trata de contiendas civiles como las que tuvieron
lugar e n C e n t r o a m é r i c a e n l o s a ñ o s o c h e n t a . P a c í f i -
cos c i u d a d a n o s a m a n t e s d e s u f a m i l i a , d e v o t o s r e l i -
g i o s o s i n c a p a c e s de o f e n d e r a su p r ó j i m o , h o n r a d o s
comerciantes, cariñosos muchachos llenos de idea-
les d e f r a t e r n i d a d , s e c o n v i e r t e n e n t i e m p o d e g u e -
rra e n rudos m i l i t a r e s q u e i n t e g r a n p e l o t o n e s d e
fusilamiento, hacen emboscadas, d e s t r u y e n fábri-
cas, q u e m a n c o s e c h a s o b o m b a r d e a n el c o r a z ó n de
las c i u d a d e s . La m a y o r p a r t e de la p o b l a c i ó n se ve
e n v u e l t a en lo que s o l e m o s c a l i f i c a r c o m o locura
colectiva. G e n t e s de t o d a s l a s e d a d e s y c o n d i c i o n e s
aclamaban en Alemania las a v e n t u r a s m i l i t a r e s de
H i t l e r , m i l e s de a r g e n t i n o s v i t o r e a b a n a s u s d i c t a -
dores c u a n d o é s t o s d e c i d i e r o n i n v a d i r l a s I s l a s Mal-
vinas, grandes manifestaciones de ciudadanos de
todo tipo, i n u n d a n l a s c i u d a d e s c a d a vez q u e u n a
guerra c o m i e n z a .
E l que e s t o s c a m b i o s t a n r a d i c a l e s s e r e p i t a n e n
cada c o n f l i c t o a r m a d o , sin n e c e s i d a d d e q u e h a y a
que e s t a r d i r i g i e n d o p e r m a n e n t e m e n t e l a c o n d u c t a
de los n u e v o s s o l d a d o s o de los c i u d a d a n o s q u e l o s

64
a p o y a n , n o s h a c e p e n s a r que e x i s t e e n los s e r e s
h u m a n o s u n a c i e r t a d i s p o s i c i ó n a p a r t i c i p a r en la
guerra.
P o d e m o s d e c i r por t a n t o , que la g u e r r a no es un
h e c h o t o t a l m e n t e e x t e r n o a l i n d i v i d u o . Más b i e n
parece que t e n e m o s una motivación a participar en
ella cuando se dan determinadas circunstancias. Es
é s t a u n a r e a l i d a d c o n s t a t a b l e e h i s t ó r i c a . Los s e r e s
h u m a n o s se han estado matando unos a otros desde
los t i e m p o s m á s remotos.
E s t a t e n d e n c i a que t e n e m o s los hombres a matar
a los m i e m b r o s de nuestra m i s m a especie, ha sido
d e s d e hace siglos motivo de preocupación de todo
tipo de pensadores. Las dos posturas contrapuestas,
e s t á n d e f e n d i d a s por l o s q u e c o n s i d e r a n l a a g r e s i ó n
h u m a n a c o m o a l g o a p r e n d i d o , f r e n t e a los que l a
consideran innata.
Freud es uno de los autores que ha defendido
e s t a ú l t i m a i d e a . E n s u s e g u n d a t e o r í a d e los i n s t i n -
t o s , h a b l a d e l a e x i s t e n c i a , j u n t o a l i m p u l s o d e vida,
d e u n a p u l s i ó n d e m u e r t e c a r a c t e r i z a d a por l a t e n -
d e n c i a a r e t o r n a r a lo i n a n i m a d o . C u a n d o en 1 9 3 2
A l b e r t E i n s t e i n l e pidió u n a e x p l i c a c i ó n p s i c o l ó g i c a
d e l o r i g e n de la g u e r r a , F r e u d le c o n t e s t ó : es inútil
tratar de librarse completamente de las pulsiones
agresivas humanas, basta con intentar desviarlas
para que no tengan que canalizarse hacia la guerra
(Freud, 1932). No menos citadas y debatidas, son
las t e o r í a s de los psicofisiólogos y etólogos que con-
s i d e r a n la agresión como fenómeno instintivo y el
conflicto como consecuencia inevitable de la mis-
ma*. E l q u e e x i s t a n d e t e r m i n a d a s e s t r u c t u r a s ner-

8. Los c o n o c i d o s p o s t u l a d o s de Lorenz ( 1 9 6 9 ) , E i b l - E i b e s f e l d t
( 1 9 7 7 ) , y o t r o s t e ó r i c o s i n n a t i s t a s pueden ser e x t e n s a m e n t e
c o n t r a s t a d o s , l e y e n d o las obras de a u t o r e s como S c o t t ( 1 9 5 8 )
M o n t a g u ( 1 9 7 8 ) , Kaufman ( 1 9 7 0 ) , Fromm ( 1 9 7 5 ) y otros, que
desde distintas ópticas presentan argumentos contrarios.

65
v i o s a s r e l a c i o n a d a s con e l f e n ó m e n o a g r e s i v o , h a
sido u n o d e l o s p r i n c i p a l e s a r g u m e n t o s e s g r i m i d o s
por q u i e n e s d e f i e n d e n e l o r i g e n i n n a t o d e l a a g r e s i -
vidad h u m a n a .
Determinadas conductas agresivas pueden expli-
c a r s e muy b i e n a c u d i e n d o a e s t a s t e o r í a s p s i c o l ó g i -
cas i n n a t i s t a s o biologicistas. El que una mujer
g o l p e e a a l g u i e n que e s t é h a c i e n d o d a ñ o a su hijo, o
el h e c h o de r e s p o n d e r v i o l e n t a m e n t e a un a t a q u e
físico, s o n r e s p u e s t a s q u e e s t á n p r e s e n t e s e n e l re-
pertorio de conducta de casi todos los a n i m a l e s . Sin
embargo, tratar de explicar una guerra b a s á n d o n o s
en u n a t e n d e n c i a i n n a t a del i n d i v i d u o a r e a c c i o n a r
agresivamente ante determinados estímulos, es un
a r g u m e n t o difícil d e s o s t e n e r e n e l c a s o d e u n f e n ó -
meno social tan complejo.
La explicación de cualquier a c o n t e c i m i e n t o en el
que i n t e r a c t ú e n dos o m á s p e r s o n a s s e r á s i e m p r e
parcial si n o s c e ñ i m o s a la c o n d u c t a de c a d a u n o de
los s u j e t o s , sin a t e n d e r a la i n f l u e n c i a q u e s o b r e l o s
m i s m o s t i e n e n los f e n ó m e n o s c o l e c t i v o s .
Aún en el c a s o de a c e p t a r la t e n d e n c i a i n n a t a
del ser h u m a n o a r e s p o n d e r de f o r m a v i o l e n t a a n t e
determinados estímulos, es preciso acudir a otra
t e o r í a que d é c u e n t a d e l a f a c i l i d a d c o n q u e n o s
a d a p t a m o s a la c o n s t e l a c i ó n de c i r c u n s t a n c i a s q u e
rodean u n a guerra. E s t o e s l o q u e p r e t e n d o h a c e r e n
las p r ó x i m a s p á g i n a s . N o t a n t o e x p l i c a r e l o r i g e n
c o n c r e t o d e las g u e r r a s , a l g o q u e s e e s c a p a a l á m b i t o
exclusivo de la psicología social, sino el proceso me-
d i a n t e e l cual los h o m b r e s l a s i n t e r i o r i z a n . E n o t r a s
palabras, se t r a t a r í a de d e s c r i b i r la c o r r e s p o n d e n c i a
e n t r e el h e c h o objetivo de la g u e r r a y l o s p r o c e s o s
p s i c o l ó g i c o s que l l e v a n a los i n d i v i d u o s a j u s t i f i c a r -
las y a p a r t i c i p a r en l a s m i s m a s . A e s t e f e n ó m e n o es
al que me r e f e r i r é c u a n d o h a b l e de la s o c i a l i z a c i ó n
bélica.

66
¿ Q U É ES LA SOCIALIZACIÓN?

P a r a p o d e r e n t e n d e r e s t e p r o c e s o , e s p r e c i s o de-
finir a n t e s a qué me estoy refiriendo cuando empleo
el t é r m i n o de socialización, ya que en el ámbito de
las c i e n c i a s sociales es un vocablo que se ha utiliza-
do, e n l o s ú l t i m o s a ñ o s , p a r a d e s i g n a r g r a n n ú m e r o
de fenómenos.
Al h a b l a r de s o c i a l i z a r , si a c u d i m o s al s i g n i f i c a -
do nuclear de la palabra, nos e s t a m o s refiriendo al
a c t o de c o n v e r t i r en s o c i a l algo q u e p r e v i a m e n t e no
lo e r a , o lo e r a i n s u f i c i e n t e m e n t e . Si e s e algo es u n a
f á b r i c a de z a p a t o s o u n a p l a n t a c i ó n de a l g o d ó n , el
a c t o d e s o c i a l i z a r i m p l i c a q u e e l objeto p a s a d e ser
de u s o y p r o p i e d a d p a r t i c u l a r a c o n v e r t i r s e en un
bien social o público.
Si r e f e r i d o a l o s o b j e t o s el t é r m i n o socializa-
ción t i e n e un s i g n i f i c a d o c o n c r e t o fácil de e n t e n d e r ,
c u a n d o h a b l a m o s de s o c i a l i z a r , de hacer social, a
una persona, se nos presenta un dilema fundamen-
t a l : ¿Se p u e d e c o n c e b i r a l ser h u m a n o s i n d e s c r i b i r -
lo desde parámetros sociales?. En otras palabras,
¿ e x i s t e a l g ú n i n d i c i o q u e n o s p e r m i t a hablar d e u n a
n a t u r a l e z a h u m a n a p r e v i a e i n d e p e n d i e n t e del a c t o
social?
E n e s t a s p r e g u n t a s s e c o n d e n s a u n o d e los deba-
tes m á s a p a s i o n a n t e s de las ciencias humanas, y
probablemente el que m á s ha calado en el hombre
de la calle. La polémica se suele resumir en un
d i l e m a que pone a la n a t u r a l e z a humana, frente al
a m b i e n t e social. T r a d i c i o n a l m e n t e las posturas que
se adoptaban ante esta polémica, se situaban entre
d o s e x t r e m o s m u y b i e n c o n o c i d o s . E l lado p e s i m i s t a
e s t á r e p r e s e n t a d o por H o b b e s ( 1 6 5 1 ) , para q u i e n e l
hombre es un lobo para el hombre y es la s o c i e d a d la
que impide que nos e x t e r m i n e m o s unos a otros. En

67
el e x t r e m o o p u e s t o , R o u s s e a u c o n s i d e r a q u e el hom-
bre es bueno por naturaleza y h a c e r e c a e r en la
influencia social la responsabilidad de todos s u s ma-
les. En ambos casos existirían dos realidades clara-
m e n t e d i f e r e n c i a d a s : por u n l a d o u n a n a t u r a l e z a
h u m a n a , b u e n a o m a l a , y por o t r o u n a s o c i e d a d q u e
e j e r c e r í a sobre l a m i s m a s u i n f l u e n c i a .
Siguiendo esta distinción clásica en la historia
del p e n s a m i e n t o s o c i o l ó g i c o , s e p o d r í a h a b l a r d e l
h o m b r e a n t e s y d e s p u é s de s o c i a l i z a r , i n c l u s o de
h o m b r e s s o c i a l i z a d o s , q u e c r e c e n y v i v e n en un a m -
biente social, y hombres sin socializar, que podrían
d e s a r r o l l a r s e y vivir en a m b i e n t e s no h u m a n o s .

NATURALEZA SOCIAL
DEL SER HUMANO

La m i t o l o g í a , la l i t e r a t u r a , y el c i n e , e s t á n p l a -
g a d o s de h i s t o r i a s de h o m b r e s q u e se c r i a r o n y d e s a -
rrollaron c o m o s e r e s h u m a n o s a l m a r g e n d e l a
s o c i e d a d . Las h a z a ñ a s de R ó m u l o y R e m o , d o s n i ñ o s
a l i m e n t a d o s por u n a loba que f u n d a r o n la c i u d a d de
Roma, o la m á s c o n o c i d a de T a r z á n , q u i e n c r i a d o por
una m a n a d a de m o n o s , g r a c i a s a la inteligencia in-
nata de su e s p e c i e , l l e g a a ser el rey de la selva,
e j e m p l i f i c a n a la p e r f e c c i ó n la c r e e n c i a de u n a n a -
t u r a l e z a h u m a n a i n d e p e n d i e n t e del c o n t a c t o s o c i a l .
La realidad no p a r e c e ir en e s a d i r e c c i ó n .
En la h i s t o r i a de la h u m a n i d a d se h a n c o n o c i d o
a l g u n o s c a s o s de n i ñ o s c r i a d o s por a n i m a l e s , y b a s -
t a n t e s m á s d e c r i a t u r a s que c r e c i e r o n a i s l a d o s d e l
c o n t a c t o h u m a n o , e n s u m a y o r p a r t e hijos d e p a d r e s
p s i c ó t i c o s que los m a n t e n í a n r e c l u i d o s e n c u a d r a s
junto a sus animales domésticos. N i n g u n o de e s t o s

68
n i ñ o s fundó ciudades, ni siquiera lograron dominar
a l o s a n i m a l e s q u e l e s r o d e a b a n . Por el c o n t r a r i o ,
c u a n d o fueron rescatados, eran seres físicamente
d e f o r m e s que no habían desarrollado ninguna de las
c a p a c i d a d e s q u e d i f e r e n c i a n a l ser h u m a n o d e los
demás animales.
El c a s o de l o s niños salvajes no s ó l o es un ejem-
plo d e l a i m p o s i b i l i d a d d e d e s a r r o l l o e s p e c í f i c a m e n -
t e h u m a n o a l m a r g e n d e l a s o c i e d a d , s i n o que v i e n e
a q u i t a r v a l i d e z a la vieja d i s t i n c i ó n e n t r e naturale-
za humana y m e d i o s o c i a l . No e x i s t i r í a u n a sin la
o t r a . Si se q u i e r e h a b l a r de naturaleza humana para
r e f e r i r s e a lo q u e d e f i n e al h o m b r e c o m o tal, debe
p o n e r s e e l a c e n t o e n l o que d e s o c i a l t i e n e e l i n d i v i -
duo^, p u e s l a s i m p l e m a d u r a c i ó n b i o l ó g i c a n o impli-
ca por sí m i s m a un p r o c e s o de h o m i n i z a c i ó n . Ser
h o m b r e , por t a n t o , n o e s a l g o d e l o que s e p a r t e , s i n o
a l g o a lo q u e en d e t e r m i n a d a s c i r c u n s t a n c i a s se
puede llegar. E s t a s circunstancias son, precisamen-
te, las que definen los procesos de socialización.
N o e s n e c e s a r i o a c u d i r a c o m p l e j a s t e o r í a s para
c o m p r e n d e r l a n a t u r a l e z a s o c i a l del s e r h u m a n o .
Miremos en nosotros mismos. Si intentamos separar
en los dos lados de una balanza los aspectos de
n u e s t r a i n d i v i d u a l i d a d d e r i v a d o s d e n u e s t r a s rela-
c i o n e s sociales, de los que no lo son, encontraremos
que uno de los platillos está prácticamente vacío. La
sociedad no sólo es el factor determinante en las
costumbres, los formalismos, las convenciones, es
decir, lo que a p a r e n t e m e n t e es exterior a nosotros
m i s m o s . T a m b i é n lo que consideramos como más
íntimo, nuestros s e n t i m i e n t o s , percepciones y pen-

9. D e s c r i b i r al hombre como ser s o c i a l no es u n a novedad en la

h i s t o r i a del p e n s a m i e n t o . Ya A r i s t ó t e l e s describía al hombre
como "zoon politikon", a n i m a l p o l í t i c o , y S a n t o T o m á s u t i l i -
z a b a la e x p r e s i ó n "animal sociale" para referirse a la n a t u r a -
leza humana.

69
samientos, está construido sobre una b a s e social e
histórica, como trataré de explicar más adelante.
En resumen, podemos entender la socialización
c o m o el p r o c e s o de c o n v e r t i r s e en p e r s o n a . El re-
sultado de este proceso es la t r a n s f o r m a c i ó n del
homínido recién nacido en un individuo h u m a n o , la
c o n s t r u c c i ó n de un s e r s o c i a l a p a r t i r de un o r g a n i s -
mo b i o l ó g i c o .
I n d i v i d u o h u m a n o , ser s o c i a l , p e r s o n a . . . . ¿ a q u é
me estoy refiriendo cuando menciono estos concep-
tos? En d e f i n i t i v a , ¿qué es ser hombre?. A u n q u e no
es e s t e el lugar a d e c u a d o para r e s p o n d e r a u n a de
las p r e g u n t a s f u n d a m e n t a l e s d e l a h i s t o r i a del p e n -
samiento, es preciso delimitar de algún modo las
c a r a c t e r í s t i c a s b á s i c a s que l o d e f i n e n , p a r a p o d e r
e n t e n d e r c ó m o l l e g a m o s a a d q u i r i r l a s , es d e c i r , c ó -
mo nos socializamos.
T r e s son los e l e m e n t o s f u n d a m e n t a l e s q u e r e s u -
m e n l a idea del ser h u m a n o : s u b a s e b i o l ó g i c a , s u
r a c i o n a l i d a d y su s o c i a b i l i d a d o c a p a c i d a d p a r a la
interacción social. P u e s t o que el dato m á s e v i d e n t e
y c e r t e r o del que p a r t i m o s es el p r i m e r o , n o s b a s a -
r e m o s e n e l m i s m o para poder e x p l i c a r l a s o t r a s d o s
capacidades.
Al nacer p o s e e m o s un c u e r p o q u e la z o o l o g í a
c l a s i f i c a en la f a m i l i a de los p r i m a t e s . Si n o s c o m -
p a r a m o s con un g o r i l a o un c h i m p a n c é , p o d e m o s
comprobar que n o s u n e n a e l l o s m u c h a s p e c u l i a r i d a -
d e s a n a t ó m i c a s . V a r i o s s o n t a m b i é n los a s p e c t o s
b i o l ó g i c o s que n o s d i f e r e n c i a n . A l g u n o s d e e l l o s h a n
sido s u m a m e n t e i m p o r t a n t e s e n n u e s t r a d i f e r e n c i a -
ción como e s p e c i e , c o m o n u e s t r a p o s t u r a e r e c t a y la
c o n s i g u i e n t e l i b e r a c i ó n d e l a s m a n o s para f u n c i o n e s
n o l o c o m o t o r a s . Sin e m b a r g o , los e l e m e n t o s b i o l ó g i -
cos que m á s nos i d e n t i f i c a n , y que e s t á n en la b a s e
de nuestra diferenciación como especie, son: la ex-

70
t r a o r d i n a r i a i n m a d u r e z con l a que v e n i m o s a l m u n -
do y la e s t r u c t u r a de n u e s t r o s i s t e m a n e r v i o s o .
E n e l m o m e n t o del n a c i m i e n t o n o e x i s t e ser t a n
indefenso, tan desprovisto de respuestas eficaces
p a r a e n f r e n t a r s e a lo q u e le rodea, c o m o el c a c h o r r o
h u m a n o . L e f a l t a n e s a s p a u t a s fijas d e a c c i ó n e n l a s
q u e s e m u e v e e l a n i m a l d e s d e los p r i m e r o s m o m e n -
t o s y q u e le i d e n t i f i c a n i n e q u í v o c a m e n t e con su es-
pecie. Aunque poseamos una serie de impulsos
i n n a t o s , é s t o s n o s o n s u f i c i e n t e s para g a r a n t i z a r
nuestra supervivencia y mucho menos nos sirven
como modelo de vida futura, ya que son s u m a m e n t e
i n d e t e r m i n a d o s . N o s i n d i c a n que hay que a c t u a r ,
p e r o s i n e s p e c i f i c a r c ó m o hay que h a c e r l o . D e e s t e
modo podría decirse que nos e n c o n t r a m o s expuestos
a nuestras carencias instintivas.
P r e c i s a m o s i n c o r p o r a r n o s a un m u n d o l l e n o de
e s t í m u l o s para el que no t e n e m o s respuestas gené-
ticas suficientemente definidas. Estamos abiertos a
ese m u n d o de una forma radical. El aprendizaje
p u e d e c o n s t i t u i r para m u c h o s a n i m a l e s u n a impor-
t a n t e función en su adaptación al medio natural
p r e d e f i n i d o d e s u e s p e c i e , e n los h u m a n o s j u e g a u n
papel mucho más esencial, representa la construc-
ción de ese medio. Cualquier otro animal tiene un
m u n d o natural específico al que se adapta, el hom-
b r e c a r e c e de él, y por t a n t o debe c o n s t r u i r l o . V e a -
mos cómo lo hace.
En algunas empresas existe un departamento de
c o n t r o l de c a l i d a d q u e d e v u e l v e a la f á b r i c a a q u e l l o s
productos que están mal acabados. Si en las mater-
n i d a d e s d e t o d o e l m u n d o e s t a b l e c i é r a m o s u n depar-
t a m e n t o de este tipo, deberíamos hacer regresar al
v i e n t r e m a t e r n o a todos los bebés. N u e s t r a inmadu-
rez a l n a c e r n o s e l i m i t a , c o m o e n o t r o s m a m í f e r o s ,
a la i n c a p a c i d a d p a r a l l e v a r u n a vida i n d e p e n d i e n t e .
A l g u n a s e s t r u c t u r a s a n a t ó m i c a s b á s i c a s , que e n e s -

71
tos animales se forman antes de nacer, nosotros
s e g u i m o s d e s a r r o l l á n d o l a s d e s p u é s del p a r t o . N o m e
refiero s ó l o al d e s a r r o l l o ó s e o o m u s c u l a r , t a m b i é n
determinados aspectos básicos de nuestro sistema
n e r v i o s o , ( c o m o por e j e m p l o el r e c u b r i m i e n t o de
m i e l i n a , del que p r e c i s a n los a x o n e s p a r a e l f u n c i o -
namiento neuronal), se terminan de completar en el
período p o s t - n a t a l .
E s t a i n m a d u r e z b i o l ó g i c a , j u n t o con l a s c a r e n -
c i a s i n s t i n t i v a s y a m e n c i o n a d a s , h a c e n q u e l o s pri-
m e r o s m e s e s d e l a vida del n i ñ o s e a n u n a e s p e c i e d e
p r o l o n g a c i ó n del e m b a r a z o . U n p e r í o d o e n e l q u e e l
n i ñ o c o m p l e t a su d e s a r r o l l o f i s i o l ó g i c o y en el c u a l
d e p e n d e d e forma a b s o l u t a d e s u r e l a c i ó n c o n l a s
p e r s o n a s que s e o c u p a n d e s u c u i d a d o . A h o r a b i e n ,
esta maduración biológica no se realiza entre las
p a r e d e s p r o t e c t o r a s del l í q u i d o a m n i ó t i c o , s i n o e n
un mundo social específico que ejerce una influen-
cia d e t e r m i n a n t e e n s u c o n s t r u c c i ó n c o m o i n d i v i d u o
humano.
T e n e m o s p u e s , u n ser i n c o m p l e t o b i o l ó g i c a m e n -
te y con un a p a r a t o i n s t i n t i v o b a s t a n t e d e f e c t u o s o .
Un ser abierto a un m u n d o con el q u e se e n c u e n t r a
al nacer y en r e l a c i ó n con el c u a l se c o n f o r m a r á
como persona. P u e s t o q u e e s e s t a r e l a c i ó n c o n e l
m u n d o l a que e x p l i c a s u d e s a r r o l l o , c e n t r e m o s n u e s -
tra a t e n c i ó n sobre la m i s m a .
Los a n i m a l e s s e p o n e n e n c o n t a c t o con e l m u n d o ,
por medio de u n a r e l a c i ó n d i r i g i d a , f u n d a m e n t a l -
m e n t e , por su s i s t e m a n e r v i o s o . Los m e c a n i s m o s a
t r a v é s d e los c u a l e s s e p r o d u c e e s t e c o n t a c t o , s o n u n
c o n j u n t o de r e c e p t o r e s a los que p o p u l a r m e n t e lla-
m a m o s sentidos, en los que i m p a c t a de a l g ú n m o d o
la realidad e x t e r i o r , y t a m b i é n la del p r o p i o c u e r p o .
Aunque e x i s t a n m i l e s de c o s a s en la r e a l i d a d , el
a n i m a l sólo c a p t a r á a q u e l l a s a l a s q u e s u s s e n t i d o s
s e a n s e n s i b l e s . D e e s t a forma, l a r e a l i d a d f í s i c a s e r á

72
d i f e r e n t e p a r a c a d a t i p o d e a n i m a l , e n f u n c i ó n d e los
efectos que esa m i s m a realidad provoque en su sen-
sibilidad. Un perro es capaz de detectar sonidos
u o l o r e s a l o s q u e el h o m b r e es i n s e n s i b l e , del m i s -
mo modo que nuestra agudeza visual es diferente a
l a d e l o s c a n e s . E n t r e los m i s m o s h o m b r e s , los
i m p a c t o s f í s i c o s y q u í m i c o s que en f o r m a de o n d a s
e l e c t r o m a g n é t i c a s llegan a nuestros sentidos, se
c o n v i e r t e n en s e n s a c i o n e s q u e se a j u s t a n a la pecu-
l i a r i d a d b i o l ó g i c a d e c a d a i n d i v i d u o . D e f o r m a que
n u n c a p o d e m o s e s t a r s e g u r o s d e que a q u e l l o que y o
p e r c i b o c o m o r e a l , s e a e x a c t a m e n t e l o m i s m o que
p e r c i b a q u i e n e s t á a mi lado.
E s t e i m p e r f e c t o c o n t a c t o s e n s o r i a l que los ani-
m a l e s t i e n e n con e l m u n d o , e s u n p r o c e s o q u e
p a r t e d e l i m p a c t o f í s i c o , o q u í m i c o , que la r e a l i d a d
e j e r - c e s o b r e l o s t e r m i n a l e s s e n s i t i v o s . A e s t e im-
pacto le sigue un complicado proceso de transmi-
sión que llega, en forma de señal, a zonas más
c e n t r a l e s del s i s t e m a n e r v i o s o . E s t a s s e ñ a l e s v a n
seguidas, en muchas ocasiones, de respuestas auto-
m á t i c a s m á s o m e n o s precisas, ajustadas a cada
s i t u a c i ó n , e n f u n c i ó n del b a g a j e i n s t i n t i v o d e ca-
d a a n i m a l y , e n a l g u n o s c a s o s , d e s u s r e f l e j o s con-
dicionados o incondicionados.
D e t e r m i n a d o g r u p o d e s e ñ a l e s h a c e n q u e l a ci-
g ü e ñ a e m i g r e , q u e l a v a c a m u e v a s u rabo para e s -
p a n t a r a u n a m o s c a o q u e el perro ladre. M u c h a s de
l a s c o n d u c t a s del s e r h u m a n o s o n t a m b i é n r e s p u e s -
t a s a u t o m á t i c a s a d e t e r m i n a d a s s e n s a c i o n e s . U n re-
c i é n n a c i d o a g a r r a c o n f u e r z a los o b j e t o s q u e s e
ponen en la palma de su mano, tosemos cuando un
objeto extraño irrita nuestra garganta, o cerramos
l o s ojos a u t o m á t i c a m e n t e c u a n d o a l g o s e a p r o x i m a
d e f o r m a i m p r e v i s t a a n u e s t r o s ojos. S i n e m b a r g o ,
l a m a y o r p a r t e d e e s t í m u l o s e x t e r n o s que l l e g a n e n
f o r m a d e s e ñ a l e s a n u e s t r o c e r e b r o , n o e l i c i t a n por

73
sí mismos una respuesta incondicionada. El hombre
debe a p r e n d e r a c o n t e s t a r a e s o s e s t í m u l o s . El m o d o
p a r t i c u l a r en que a p r e n d a a h a c e r l o , c o n s t i t u i r á su
p e c u l i a r f o r m a d e ser u n i n d i v i d u o h u m a n o . D e e s t e
m o d o e x i s t i r á n t a n t a s f o r m a s d e ser h o m b r e , c o m o
modos específicos de estar en el mundo puedan
aprenderse.

FORMALIZACIÓN DE LA REALIDAD

La p a r t i c u l a r i d a d del ser h u m a n o no se l i m i t a a
e s t a n e c e s i d a d de a p r e n d e r a e s t a r en el m u n d o .
C u a n d o el h o m b r e c o m i e n z a a d i f e r e n c i a r s e de l o s
demás animales, es en el m o m e n t o en que da n o m b r e
a los e s t í m u l o s que le l l e g a n a t r a v é s de l o s s e n t i d o s .
C u a n d o dice azul, frío, h a m b r e o m a m á , e s t á a s o -
ciando f e n ó m e n o s con s í m b o l o s . D e e s t e m o d o c o -
m i e n z a a f o r m a l i z a r la r e a l i d a d , es d e c i r , c o n v i e r t e
una configuración de impactos sensoriales en una
unidad con s e n t i d o , en a l g o q u e t i e n e f o r m a y q u e
r e p r e s e n t a a lo real.
Con todo, e s t e a s o m b r o s o p a s o , q u e e l n i ñ o c o -
m i e n z a a dar en t o r n o a los dos a ñ o s , no es u n a
f a c u l t a d p r i v a t i v a d e los h u m a n o s . M u c h o s a n i m a l e s
son c a p a c e s de s i m b o l i z a r de u n a f o r m a r u d i m e n t a -
ria la realidad. P u e d e n l l e g a r a e n t e n d e r y e m i t i r
s i g n o s r e f e r i d o s a un b u e n n ú m e r o de s i t u a c i o n e s
r e l a t i v a s a la a l i m e n t a c i ó n , el d e s c a n s o , e t c . C u a n d o
nos d e s p e g a m o s c o m p l e t a m e n t e d e los d e m á s a n i m a -
l e s , es en el m o m e n t o en que c o m e n z a m o s a u n i r de
forma s i m b ó l i c a , u n a s s i t u a c i o n e s c o n o t r a s . C u a n -
do no nos l i m i t a m o s a e m i t i r j u i c i o s s o b r e lo r e a l
(esto es azul, tengo hambre), s i n o q u e e n l a z a m o s l o s
juicios formando razonamientos.

74
 T r a t a r de dar e x p l i c a c i ó n a cada uno de e s t o s
p r o c e s o s ( c o n v e r s i ó n d e f e n ó m e n o s f í s i c o s e n cuali-
d a d e s p s i c o l ó g i c a s , a p a r i c i ó n y d e s a r r o l l o del l e n -
g u a j e , e t c ) n o s a p a r t a r í a del objeto c e n t r a l d e e s t e
l i b r o . L o q u e r e a l m e n t e i n t e r e s a d e s t a c a r aquí, e s
q u e , a p a r t i r de d e t e r m i n a d o m o m e n t o , el i n d i v i d u o
h u m a n o t i e n e la c a p a c i d a d de conocer la realidad.
E n s u s e n t i d o m á s e l e m e n t a l , c o n o c e r algo s i g n i -
fica p o d e r r e f e r i r u n a s e r i e de f e n ó m e n o s a un con-
c e p t o . Es d e c i r , a u n a i d e a que a g r u p a en u n a m i s m a
g e n e r a l i d a d a v a r i o s o b j e t o s de e x p e r i e n c i a .
Al d e c i r árbol n o s e s t a m o s r e f i r i e n d o a u n a mul-
t i t u d de c o s a s q u e a p e s a r de ser muy d i f e r e n t e s
e n t r e sí, t i e n e n a l g o en c o m ú n . Al decir blanco a l u d o
a u n a c u a l i d a d , el color, que p r e s e n t a c i e r t a c o n s -
t a n c i a de u n o s o b j e t o s a o t r o s .
Las palabras configuran el mundo, nos permiten
c o n o c e r l o . A q u e l l o que n o p u e d a ser d e f i n i d o , e s
d e c i r , lo q u e no p o d a m o s referir a c o n c e p t o s , p a s a
desapercibido, no n o s damos cuenta de su e s p e c i f i -
c i d a d , n o e x i s t e p a r a n o s o t r o s h a s t a que s o m o s ca-
paces de definirlo como algo diferente. Donde un
m a r i n e r o ve ú n i c a m e n t e árboles un l e ñ a d o r v e r á
p i n o s , a b e t o s o c h i l a m a t e s . T o d o s los o b j e t o s que
p a r a mí s o n s e n c i l l a m e n t e blancos, para un e s q u i -
m a l t e n d r á n i m p o r t a n t e s d i f e r e n c i a s d e color. A u n -
q u e l a e s t i m u l a c i ó n f í s i c a s e a l a m i s m a para t o d o s ,
los h o m b r e s referimos e s a s s e ñ a l e s que llegan a
n u e s t r o c e r e b r o , a a q u e l l o s c o n c e p t o s que, por decir-
lo de algún modo, poseemos. De esta forma se com-
p l e t a el c i c l o de la p e r c e p c i ó n , d a n d o s e n t i d o a
aquello de lo que nos informan n u e s t r o s receptores
sensoriales.
Al c o n c e p t u a l i z a r la r e a l i d a d , al r e p r e s e n t a r lo
que e x i s t e con símbolos, n u e s t r a s potencialidades
c o m o e s p e c i e s e d i s p a r a n . Y a n o n e c e s i t a m o s l a ex-

75
p e r i e n c i a física c o m o ú n i c a r e f e r e n c i a p a r a e l
a p r e n d i z a j e , b a s t a con s u r e p r e s e n t a c i ó n . P o d r e m o s
saber que el a g u a del m a r t i e n e un s a b o r s a l a d o , o
que del c i e l o p u e d e caer n i e v e ; a u n q u e j a m á s h a y a -
mos pisado una costa, ni h a y a m o s e x p e r i m e n t a d o
una t e m p e r a t u r a m e n o r d e v e i n t e g r a d o s . S e r e m o s
cada vez m á s c a p a c e s de i r n o s s e p a r a n d o e s p a c i a l y
temporalmente de la realidad física. P o d r e m o s uti-
lizar un l e n g u a j e que no se r e f i e r a s ó l o a c o s a s q u e
impacten directamente nuestros terminales senso-
riales, sino a e l e m e n t o s complejos y a b s t r a c t o s que
n o t i e n e n c o r r e s p o n d e n c i a f í s i c a con l a r e a l i d a d , e s
decir, que no o c u p a n un e s p a c i o d e t e r m i n a d o . La
a m i s t a d , el b i e n , el mal, la b e l l e z a , la l e a l t a d , el
odio, el a m o r , la f e l i c i d a d , la i n t e l i g e n c i a , e t c , s o n
construcciones conceptuales a las que no p o d e m o s
a c c e d e r con n u e s t r o s s e n t i d o s , c o m o p o d e m o s h a c e r -
lo con un árbol, o con el color b l a n c o . A ú n así, t i e n e n
un s e n t i d o para n o s o t r o s : a m a m o s a u n a p e r s o n a ,
nos p a r e c e b i e n u n a a c c i ó n o b e l l a u n a e s t a t u a . N o
sólo p o d e m o s a c c e d e r a e s t o s c o n c e p t o s , s i n o q u e l o s
mismos determinan nuestra conducta.

E s t a c a p a c i d a d r a c i o n a l de ir p r e s c i n d i e n d o y
d i s t a n c i á n d o n o s d e los o b j e t o s r e a l e s , a t a ñ e t a m -
bién a n u e s t r a propia r e a l i d a d f í s i c a . Yo no soy un
cuerpo, s i n o que tengo c u e r p o . R e f e r i m o s n u e s t r a s
a c c i o n e s a un yo con el que n o s i d e n t i f i c a m o s (yo
hice la comida, yo compré tomates, yo iré al cine).
El mundo se configura como una realidad diferente
de mi yo. I n c l u s o el c u e r p o , y m á s e s p e c í f i c a m e n t e
el sistema nervioso central, que posibilita todo e s t e
proceso, s e r á algo que el yo p o s e a . D i r e m o s mi cuer-
po, me duele la cabeza, e t c . E s t a a u t o i d e n t i f i c a c i ó n
no es por t a n t o algo con lo que n a c e m o s , s i n o el
r e s u l t a d o de un p r o c e s o de m a d u r a c i ó n y de i n t e r -
cambio social, como v e r e m o s m á s a d e l a n t e .

76
C U L T U R A Y SOCIALIZACIÓN

Llegados a este punto resulta relativamente sen-

cillo abrazar el tema central de este capítulo, esto
e s , la s o c i a l i z a c i ó n o g é n e s i s s o c i a l del ser h u m a n o .
C u a n d o e l n i ñ o n a c e , y a e x i s t e n las p a l a b r a s , los
v e r b o s , l a s c o n s t r u c c i o n e s i n t e l e c t u a l e s . Como he-
mos visto, lo que sea la realidad viene determinado
por e s t e m u n d o c o n c e p t u a l que se le p r e s e n t a al
n i ñ o . L a s f o r m a s de c o n o c e r el m u n d o , por t a n t o , ya
e s t á n d e f i n i d a s . Los f e n ó m e n o s que i m p a c t a n n u e s -
tra s e n s i b i l i d a d t i e n e n n o m b r e s , por e s o los c o n o c e -
m o s . P e r o a la vez q u e e s t á n d e f i n i e n d o la r e a l i d a d ,
en cierto modo también la están construyendo. Al
t e n e r u n s o l o t é r m i n o para d e f i n i r l a s e n s a c i ó n que
me hace decir que algo es blanco, estoy agrupando
e n u n a m i s m a g e n e r a l i d a d c o s a s que para u n e s q u i -
m a l s e r á n m u y d i f e r e n t e s u n a s de o t r a s . F r e n t e a un
paisaje polar n u e s t r o s sentidos se verán impactados
por l o s m i s m o s e s t í m u l o s f í s i c o s , pero n o s e r á l o
m i s m o l o q u e l o s d o s p e r c i b a m o s . Más a d e l a n t e ve-
r e m o s la importancia que tiene este efecto, trasla-
d a d o , de l a s r e a l i d a d e s f í s i c a s , a l a s s o c i a l e s .
Pero al nacer no sólo existe, en nuestro entorno
i n m e d i a t o , una forma definida de conocer el mundo,
sino también una forma específica de evaluarlo, de
d a r l e s e n t i d o , d e e s t a r e n él. Los e s t í m u l o s s e n o s
p r e s e n t a n c o m o b e l l o s , p e l i g r o s o s , p r o h i b i d o s , ale-
g r e s . . . , y c a d a u n a de e s t a s p a l a b r a s , n o s i n d i c a n
c l a r a m e n t e , o al m e n o s n o s dan u n a i d e a , de q u é
h a c e r a n t e l a s s i t u a c i o n e s que s e n o s p r e s e n t a n . S i n
embargo, estas cualidades no emanan directamente
de l a s c o s a s , ni s o n t e n d e n c i a s n a t u r a l e s o i n s t i n t i -
v a s . U n m i s m o e s t í m u l o p u e d e ser i n t e r p r e t a d o , y
s e g u i d o d e c o n d u c t a s muy d i f e r e n t e s , por u n c a n í b a l
de Á f r i c a , por un o f i c i n i s t a de C a r a c a s o por un

77
monje tibetano. El conjunto de i n t e r p r e t a c i o n e s , va-
loraciones, modelos de conducta, es decir, todo el
aparato simbólico que rodea al m u n d o de las reali-
d a d e s que i m p a c t a n n u e s t r o s s e n t i d o s , e s l o q u e
d e f i n i m o s con e l n o m b r e g e n é r i c o d e c u l t u r a .
C u a n d o l a s p e r s o n a s con l a s q u e c o n v i v e e l re-
cien n a c i d o s i e n t e n h a m b r e , t i e n e n u n a e x c i t a c i ó n
sexual, o se les acerca un i n s e c t o peligroso, a c t ú a n
de una determinada manera, que no t i e n e que ver
e x c l u s i v a m e n t e con l a s i t u a c i ó n c o n c r e t a q u e e s t á n
viviendo en ese preciso momento. La interpretación
que den a e s o s e s t í m u l o s , y la c o n d u c t a q u e s i g a n ,
no serán completamente espontáneas, sino que esta-
rán c o n d i c i o n a d a s por el c o n j u n t o de c o n c e p t u a l i z a -
c i o n e s y e v a l u a c i o n e s con q u e su c u l t u r a d e f i n a la
situación, y las distintas a l t e r n a t i v a s de r e s p u e s t a
f a c t i b l e s que p r o p o n g a . D e e s t e m o d o l a c u l t u r a s u -
ple las c a r e n c i a s i n s t i n t i v a s del s e r h u m a n o .
P u e s t o que e n e l a m b i e n t e e n e l q u e n a c e e l n i ñ o
ya e x i s t e u n a f o r m a de d e f i n i r e i n t e r p r e t a r la r e a l i -
dad y u n a s p a u t a s de a c c i ó n f r e n t e al m u n d o , y
p u e s t o que e s t a s f o r m a s n o p e r t e n e c e n a l b a g a j e
i n s t i n t i v o del r e c i é n n a c i d o , s i n o q u e f o r m a n p a r t e
del m u n d o s i m b ó l i c o de la c u l t u r a , la p r e g u n t a c l a v e
para e n t e n d e r el p r o c e s o de s o c i a l i z a c i ó n es ¿ c ó m o
esos signos externos se convierten en internos?.
Dicho de otro modo, ¿cómo se i n t e r i o r i z a la c u l t u -
ra? P o r q u e es u n a r e a l i d a d c o n s t a t a b l e q u e al c r e -
cer, e l n i ñ o r e p r o d u c e los e l e m e n t o s b á s i c o s d e s u
cultura.

10. Sería más adecuado definirlo como ideología, es decir el apa-

rato simbólico que o r i e n t a y da s e n t i d o a la a c c i ó n . Sin
embargo u t i l i z a r é el concepto de "cultura" ya que lo más u s u a l
es que se limite la palabra "ideología" para d e s c r i b i r el con-
j u n t o de valores que o r i e n t a n la acción p o l í t i c a c o n c r e t a .
11. Véase Vigotsky (1934)

78
 N o p r e t e n d o aquí p r e s e n t a r l a s d i s t i n t a s f o r m a s
específicas de aprendizaje humano, sino más bien,
d e s a r r o l l a r , con m a y o r d e t a l l e , la e x p l i c a c i ó n que he
c o m e n z a d o a dar en l a s p á g i n a s a n t e r i o r e s , c u a n d o
r e f l e x i o n a b a s o b r e el p r o c e s o de f o r m a c i ó n de la
r a c i o n a l i d a d . Se t r a t a de a n a l i z a r , d e s d e la doble
p e r s p e c t i v a de la c u l t u r a y del n i ñ o , c ó m o é s t e re-
p r o d u c e a q u e l l a . P a r a e l l o p a r t i r é de un d a t o que
r e s u l t a e v i d e n t e : l a s f o r m a s d e r e l a c i ó n del n i ñ o con
s u m u n d o , v a r í a n e n s u p r o c e s o evolutivo^^, d e p e n -
d i e n d o d e v a r i o s f a c t o r e s , d e los c u a l e s , los dos m á s
i m p o r t a n t e s s o n , el d e s a r r o l l o b i o l ó g i c o y la posibi-
l i d a d d e i n t e r a c c i ó n , p r o p i a m e n t e h u m a n a , que po-
s i b i l i t a l a a p a r i c i ó n del l e n g u a j e .
H a s t a q u e e l n i ñ o e s capaz d e a s o c i a r los objetos
con los símbolos lingüísticos, las formas de relación
c o n la r e a l i d a d s o n p u r a m e n t e s e n s i t i v a s . Lo que
e x i s t e p a r a el n i ñ o es lo que ve, lo que toca, lo que
i m p a c t a d e a l g ú n m o d o s u s e n s i b i l i d a d . E n e s t e pe-
r í o d o e s t a b l e c e u n o s v í n c u l o s s e n s i t i v o s muy ínti-
m o s c o n l a s p e r s o n a s que m á s d i r e c t a m e n t e s e
e n c a r g a n de a l i m e n t a r l e y cuidarle. Estos vínculos
s o n m u y i m p o r t a n t e s y a que, c o m o s e dijo a n t e r i o r -
mente, en este período están todavía terminándose
de formar importantes estructuras funcionales de
su anatomía.
C u a n d o el n i ñ o e m p i e z a a i d e n t i f i c a r los o b j e t o s
y l a s a c c i o n e s , con l a s p a l a b r a s ( a p a r i c i ó n del l e n -
g u a j e ) , s u r e l a c i ó n con e l m u n d o c a m b i a r a d i c a l m e n -
te. Como d e c í a m o s en páginas anteriores, las cosas
c o m i e n z a n a t e n e r s e n t i d o . El n i ñ o , a la vez que
a p r e n d e a d e f i n i r el m u n d o , a p r e n d e t a m b i é n a e v a -
l u a r l o , p u e s l a s p a l a b r a s y los a c t o s los va r e p r o d u -
c i e n d o e n i n t e r a c c i ó n con los a d u l t o s que l e r o d e a n ,

12. V é a s e P i a g e t ( 1 9 4 7 y 1964)

79
con q u i e n e s t i e n e u n a i m p o r t a n t e r e l a c i ó n d e d e -
pendencia emocional.
En esta relación al niño se le habla, pero no sólo
e s o , s i n o que e s c o r r e g i d o , a c a r i c i a d o , r e p r e n d i d o ,
i g n o r a d o , se le s o n r e i r á o se le g o l p e a r á , se le c o l m a -
rá de b e s o s o se le dejará s o l o . T o d a s e s t a s a c c i o n e s
a s o c i a d a s a l a s p a l a b r a s y c o n d u c t a s del n i ñ o , e s t á n
configurando la realidad, se la están p r e s e n t a n d o
c o m o algo objetivo, e v i d e n t e y c a r g a d o de s e n t i d o .
Las p a l a b r a s n o s e r á n p u e s , s i m p l e s e t i q u e t a s q u e
definan objetivamente el mundo, sino que e s t a r á n
a s o c i a d a s a e s t o s p r o c e s o s a f e c t i v o s con l o s q u e h a n
sido i n t e r i o r i z a d a s . Con l a s p a l a b r a s , e l n i ñ o e s c a -
paz de reproducir lo real de f o r m a s i m b ó l i c a . Así, irá
i d e n t i f i c a n d o a los d e m á s con s u s a c c i o n e s : mamá
lava la ropa, papá va a trabajar, a la v e z q u e l o s q u e
le r o d e a n le i d e n t i f i c a n t a m b i é n a él m i s m o c o n lo
que h a c e .
Con el p a s o del t i e m p o , la r e i t e r a d a e x p o s i c i ó n a
s i t u a c i o n e s s i m i l a r e s , que t i e n e n e l m i s m o s i g n i f i c a -
do, u n i d o a la i n c i p i e n t e a p t i t u d p a r a ir d i s t a n c i a n -
do las p a l a b r a s de los h e c h o s c o n c r e t o s , d o t a r á al
n i ñ o de la c a p a c i d a d n e c e s a r i a para p o d e r a t r i b u i r
las a c c i o n e s a tipos de s u j e t o s , y no a p e r s o n a s c o n -
c r e t a s . Podrá decir las madres lavan la ropa o los
padres trabajan, y todo un c o n j u n t o de s e n t e n c i a s
con a n á l o g o s e n t i d o .
Al m i s m o t i e m p o que d e f i n e la s i t u a c i ó n , la e v a -
lúa, c o n f r o n t á n d o l a con el m u n d o de l a s p a l a b r a s y
los h e c h o s c o n c r e t o s que ha ido a p r e n d i e n d o y q u e
c o n s t i t u y e n una r e a l i d a d b á s i c a e i n c u e s t i o n a b l e pa-
ra él. Cuando el n i ñ o es c a p a z de s i t u a r e s o s h e c h o s
concretos dentro de un marco general que les da
s e n t i d o , c u a n d o es c a p a z de a t r i b u i r l o s a i d e a s g e -
n e r a l e s que los f u n d a m e n t a n (mamá lava la ropa
porque es una mujer), se p u e d e decir q u e ha i n t e -
riorizado el a n d a m i a j e f u n d a m e n t a l de la c u l t u r a .

80
LA I D E N T I D A D P E R S O N A L

A h o r a b i e n , n o s f a l t a u n e l e m e n t o e s e n c i a l para
completar este proceso básico de interiorización,
del c u a l y a h e m o s h a b l a d o : l a a p a r i c i ó n s u b j e t i v a d e
un yo al q u e r e f e r i r l a s p r o p i a s a c c i o n e s y d e s d e el
q u e d e f i n i r y e v a l u a r la r e a l i d a d .
E s t a a p a r i c i ó n d e l a i d e n t i d a d personal'^ n o e s
un a t r i b u t o q u e a p a r e z c a c o m o f r u t o de la m a d u r a -
c i ó n b i o l ó g i c a , s i n o que e s r e s u l t a d o d e los i n t e r c a m -
b i o s del n i ñ o con s u m e d i o s o c i a l m á s i n m e d i a t o .
D e s d e q u e e l n i ñ o n a c e , l a s p e r s o n a s que l e r o d e a n
se r e f i e r e n a él c o n un n o m b r e , le a t r i b u y e n c o n d u c -
tas, le dirigen palabras, etc. En sus primeros años
es incapaz de separar c o m p l e t a m e n t e las distintas
e s f e r a s d e r e a l i d a d : e l m u n d o e x t e r i o r con e l i n t e -
rior, lo q u e es real de la f a n t a s í a , lo que a c o n t e c e
d u r a n t e el s u e ñ o y la v i g i l i a , e t c . R e p r o d u c i r á a q u e -
llo q u e l o s d e m á s d i g a n o h a g a n , i d e n t i f i c á n d o s e con
e l l o s , por m e d i o d e j u e g o s , d e a u t o d i á l o g o s , e t c . E l
n i ñ o , g r a c i a s al l e n g u a j e , va d a n d o s e n t i d o a cada
u n o d e l o s e l e m e n t o s que c o n f o r m a n s u m u n d o real
i n m e d i a t o . En e s t e p r o c e s o i d e n t i f i c a a c a d a u n o de
l o s a c t o r e s q u e l e r o d e a , por s u s a c t o s , s u s p a l a b r a s ,
el m o d o y f r e c u e n c i a con que le t r a t a , e t c . A h o r a
b i e n , e n e s e m i s m o m u n d o hay u n a r e a l i d a d a l a que
l o s o t r o s se r e f i e r e n y q u e es él m i s m o . Al no t e n e r
o t r a r e f e r e n c i a , e l n i ñ o s e i d e n t i f i c a con a q u e l l o que
l o s d e m á s le a t r i b u y e n . El yo e m e r g e del m u n d o
s o c i a l e s p e c í f i c o q u e le rodea. No es que se llene de
l a s c a r a c t e r í s t i c a s q u e los d e m á s l e a t r i b u y e n , d e l a s
v i v e n c i a s i n m e d i a t a s , s i n o que se construye a p a r t i r

13. V é a s e Cooley ( 1 9 0 9 ) , Mead ( 1 9 3 2 ) y Berger y L u c k m a n n

(1967).

81
de l a s m i s m a s . La s o c i e d a d , y por m e d i o de e l l a , el
m u n d o i d e o l ó g i c o y s i m b ó l i c o de la c u l t u r a , no s o n ,
en su raíz, e l e m e n t o s e x t e r n o s a la i d e n t i d a d d e l
individuo, sino sus principales configuradores.
E s t o s dos h e c h o s , la c a p a c i d a d p a r a d e f i n i r y
e v a l u a r l a r e a l i d a d con p a u t a s c u l t u r a l e s g e n e r a l e s ,
y la a p a r i c i ó n de u n a i d e n t i d a d p e r s o n a l , no s o n
a t r i b u t o s que s e a d q u i e r e n e n u n m o m e n t o c o n c r e t o ,
s i n o que l l e v a n u n r i t m o d e d e s a r r o l l o e n e l q u e
i n t e r v i e n e n v a r i o s f a c t o r e s . S i h u b i e r a q u e fijar u n a
edad a p r o x i m a d a e n l a q u e s e s u e l e n p r e s e n t a r , d e
u n a forma m á s o m e n o s d e f i n i d a , p o d r í a m o s s i t u a r -
la en el m o m e n t o en que ya existe un manejo fluido
del l e n g u a j e , en t o r n o a l o s s i e t e u o c h o a ñ o s .
R e c u e r d o que c u a n d o y o era u n n i ñ o , s e u t i l i z a b a
u n a e x p r e s i ó n que c a s i se ha p e r d i d o en E s p a ñ a . A
partir de los s i e t e u ocho a ñ o s se n o s d e c í a q u e ya
t e n í a m o s uso de razón. E s o i m p l i c a b a de a l g ú n m o d o
que d e b í a m o s hacernos cargo de l a s s i t u a c i o n e s , q u e
d e b í a m o s salir, a l m e n o s e n p a r t e , del m u n d o d e
p r o t e c c i ó n y m i m o s de la p r i m e r a i n f a n c i a .
N o e s e s t e e l lugar para d i s c u t i r s i e s t o s c a m b i o s
son el r e s u l t a d o de un p r o c e s o u n i v e r s a l e i n v a r i a -
ble, c o m o a f i r m a b a P i a g e t , o el f r u t o de la h i s t o r i a
particular de aprendizajes, como defendían los psi-
cólogos conductistas clásicos. Lo que r e a l m e n t e nos
i n t e r e s a , es el h e c h o de q u e a p a r t i r de e s t e m o m e n -
t o las r e l a c i o n e s del n i ñ o con s u e n t o r n o c a m b i a n .
Es capaz de r e p r e s e n t a r el m u n d o q u e le r o d e a y
m a n e j a r l o m e n t a l m e n t e con c i e r t a f l u i d e z . A h o r a
b i e n , s u s o p e r a c i o n e s i n t e l e c t u a l e s se r e f i e r e n a lo
real, a lo c o n c r e t o . El n i ñ o no es c a p a z de r a z o n a r
en el plano de las m e r a s i d e a s , é s t a s d e b e n r e f e r i r s e
a las c o s a s , las e x p e r i e n c i a s , el m u n d o p e r c i b i d o . Y
e s t e h e c h o t i e n e una e x t r a o r d i n a r i a i m p o r t a n c i a e n
la vida a d u l t a , y en la f u n d a m e n t a c i ó n t e ó r i c a de lo
que es la s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a . Me e x p l i c a r é .

82
 La i d e n t i d a d del n i ñ o se va c o n f o r m a n d o , en un
p r o c e s o e n e l q u e s e m e z c l a n los f a c t o r e s m a d u r a t i -
v o s , e m o c i o n a l e s y c o g n i t i v o s , sobre la b a s e de un
m u n d o o b j e t i v o q u e le rodea, que le i n d i c a qué son
l a s c o s a s ( c o n c e p t u a l i z a c i ó n ) , c ó m o son ( e v a l u a -
c i ó n ) y por q u é s o n así ( l e g i t i m a c i ó n ) . C u a n d o s o m o s
m a y o r e s , c o m p r e n d e m o s que e s a f o r m a d e ver, v a l o -
rar y j u s t i f i c a r l a s c o s a s , es una de l a s f o r m a s posi-
b l e s y q u e se f u n d a m e n t a en un a m b i e n t e c u l t u r a l
e s p e c í f i c o . S i n e m b a r g o , e s a c a p a c i d a d l a adquiri-
mos cuando los e l e m e n t o s claves de nuestra identi-
dad ya se h a n f o r m a d o . En la e l a b o r a c i ó n de é s t a , el
m u n d o no se p r e s e n t a como una opción, sino como
u n a i m p o s i c i ó n . Si a é s t o le s u m a m o s que e s a elabo-
ración de la identidad no se fundamenta en presu-
p u e s t o s e x c l u s i v a m e n t e i n t e l e c t u a l e s , s i n o que,
como h e m o s visto, tiene su anclaje en una necesidad
b i o l ó g i c a y en un a p r e n d i z a j e con b a s e e m o c i o n a l ,
p o d e m o s c o m p r e n d e r l a r e l a t i v a e s t a b i l i d a d con que
l o s h o m b r e s a d u l t o s s e c o m p o r t a n d e n t r o d e l a cul-
t u r a , y lo d i f í c i l q u e r e s u l t a el c a m b i o de los e l e m e n -
t o s q u e s e n o s h a y a n p r e s e n t a d o con m a y o r c a r g a d e
r e a l i d a d y de i n e v i t a b i l i d a d d e s d e la i n f a n c i a .
C u a n d o a d q u i r i m o s la c a p a c i d a d para un r a z o -
n a m i e n t o a l e j a d o d e l o s h e c h o s c o n c r e t o s , con l a s
p o s i b i l i d a d e s q u e é s t o n o s abre para s u p o n e r e x p l i -
c a c i o n e s a l t e r n a t i v a s a l a s c o s a s q u e s u c e d e n , pode-
mos criticar, reelaborar intelectualmente, incluso
c o m p o r t a r n o s en direcciones t o t a l m e n t e opuestas a
l o s p r i n c i p a l e s v a l o r e s , i n t e r p r e t a c i o n e s y p a u t a s de
conducta interiorizados en nuestra primera infan-
cia. S i n e m b a r g o , n o e s é s t o l o m á s f r e c u e n t e , y a que
en ese enfrentamiento no nos estamos situando
ú n i c a m e n t e f r e n t e a la s o c i e d a d , la t r a d i c i ó n y la
c u l t u r a , s i n o f r e n t e a los e l e m e n t o s b á s i c o s que c o n -
forman n u e s t r a propia identidad. No e s t a m o s sólo
f r e n t e a lo q u e c r e e m o s , s i n o f r e n t e a lo q u e s o m o s .

83
 U n a l e c t u r a m i m é t i c a d e e s t e r a z o n a m i e n t o , po-
dría l l e v a r al l e c t o r , a i n t e r p r e t a r q u e e s t o y p l a n -
teando la absoluta conformidad de las conductas
a d u l t a s , a t o d o a q u e l l o q u e h e m o s i n t e r i o r i z a d o en
la infancia (valores, estructuras sociales, etc.). No
es esa mi intención. Ú n i c a m e n t e quiero hacer ver
que a q u e l l o s e l e m e n t o s q u e s e n o s h a y a n p r e s e n t a d o
con m a y o r c a r g a d e i n e v i t a b i l i d a d , e s d e c i r , c o m o
m á s r e a l e s , e n los p r i m e r o s a ñ o s d e n u e s t r a v i d a ,
fundamentan aquello que somos, e s t o es, n u e s t r a s
m a n e r a s de s e n t i r , p e n s a r y a c t u a r f r e n t e al m u n d o .
Pero la cultura no viene de la nada, sino que es
consecuencia de la historia, de los procesos huma-
nos de interacción. Si estos e l e m e n t o s con los que de
forma m á s i n e q u í v o c a n o s i d e n t i f i c a m o s hoy s o n l a
f a m i l i a y la n a c i ó n , a n t e s fue el c l a n , el m o n a r c a
absoluto, la religión.... Quién sabe qué puede ser
mañana.
Por otro lado, c u a n d o d i g o q u e l o s p r o c e s o s d e
socialización dotan al individuo de unas formas de
s e n t i r , p e n s a r y a c t u a r c i r c u n s c r i t a s al m u n d o de
significaciones de la cultura, no me estoy refiriendo
a aquellas normas y principios específicos que rigen
una sociedad determinada. Aunque todo proceso de
socialización lleva implícita cierta conformidad al
orden e s t a b l e c i d o , el a c u e r d o u n i f o r m i z a d o r de la
c u l t u r a se r e f i e r e m á s a la d e f i n i c i ó n y s i g n i f i c a c i ó n
de la a c c i ó n , que a la a d e c u a c i ó n de é s t a a un o r d e n
e s p e c í f i c o . U n grupo d e a m a s d e c a s a q u e a s a l t a n u n
supermercado, no es precisamente una acción con-
forme a la e s t r u c t u r a y n o r m a s s o c i a l e s . A h o r a b i e n ,
esa a c c i ó n es para t o d o s un asalto y d e t r á s de e s a
definición existe un mundo de significaciones com-
p a r t i d a s (los p r o d u c t o s p e r t e n e c e n a un p r o p i e t a r i o ,
para que c a m b i e la p r o p i e d a d de los m i s m o s es n e -
c e s a r i o p a g a r l o s , para e s o s e u t i l i z a n s í m b o l o s m e -

84
t á l i c o s o de p a p e l q u e l l a m a m o s d i n e r o , el cual es
m e j o r g a n a r l o q u e robarlo, e t c ) .
La capacidad de interacción que a d q u i r i m o s
c o n la s o c i a l i z a c i ó n , p u e d e l l e v a r n o s a la coopera-
c i ó n o al c o n f l i c t o , pero s i e m p r e d e n t r o de un m a r c o
c o m ú n d e s i g n i f i c a c i o n e s . E n e l m o m e n t o que n o
e x i s t e e s t e p u n t o d e a c u e r d o , e s decir c u a n d o l a
conducta de un individuo se hace reiteradamente
i n c o m p r e n s i b l e y se r o m p e la p o s i b i l i d a d de c o m u n i -
c a c i ó n con él, le c a l i f i c a m o s c o m o e n f e r m o m e n t a l e
i n t e n t a m o s hacerlo volver al mundo de significacio-
nes compartido.
En el m o m e n t o en que el niño tiene conciencia
de su p r o p i a i d e n t i d a d y es c a p a z de e n t e n d e r e
i n t e r p r e t a r l o s a s p e c t o s m á s e s e n c i a l e s del m u n d o
que le rodea, podemos decir que su proceso de socia-
l i z a c i ó n b á s i c a o p r i m a r i a ha c o n c l u i d o . Con e s t e
r u d i m e n t a r i o e q u i p a j e , se dirá que el n i ñ o no sabe
nada de la vida, s i n e m b a r g o ya t i e n e c a p a c i d a d
para aprenderlo. Al adquirir una identidad básica,
ha establecido una correspondencia entre el mundo
e x t e r i o r y el i n t e r i o r . Los s i g n i f i c a d o s e x t e r n o s del
mundo de la cultura tienen una correspondencia en
l a s f o r m a s de s e n t i r y p e n s a r del n i ñ o . S ó l o así
pueden darse los procesos de interacción.

LAS I N S T I T U C I O N E S

E s t a m o s t a n a c o s t u m b r a d o s a i n t e r a c t u a r que
no nos d a m o s c u e n t a de la complejidad que ésto
e n t r a ñ a . C u a n d o n o s r e l a c i o n a m o s con l o s d e m á s ,
l o s a c t o s n o t i e n e n u n valor e n s í m i s m o s , s i n o que
dependen de un conjunto de significaciones compar-
t i d a s , q u e p u e d e n m o d i f i c a r por c o m p l e t o l a s i t u a -

85
ción. U n m i s m o h e c h o , por e j e m p l o , u n h o m b r e q u e
levanta su mano ante nosotros, puede hacernos sa-
ludar a l e g r e m e n t e s i h a c e t i e m p o q u e n o l e v e m o s e
i n t e r p r e t a m o s que s e t r a t a d e u n s a l u d o ; p u e d e po-
n e r n o s t r i s t e s s i s i g n i f i c a q u e s e v a por m u c h o t i e m -
po; s e p u e d e t r a t a r d e u n s a l u d o p o l í t i c o , d e u n g e s t o
de victoria, de una a m e n a z a de agresión, etc. Un
golpe e n l a e s p a l d a e s a g r a d e c i d o s i n o s e s t á b a m o s
ahogando, es seguido de un abrazo si se trata de ese
amigo algo bruto que nos m u e s t r a de ese modo su
c a r i ñ o , p u e d e ser e l c o m i e n z o d e u n a r i ñ a s i l o h a c e
u n d e s c o n o c i d o para p a s a r por d e l a n t e d e n o s o t r o s
a u n a s a l a de c i n e . D e t r á s de c a d a a c c i ó n h u m a n a ,
existe un conjunto de e l e m e n t o s simbólicos (ideas,
v a l o r e s , e t c ) que s i n s e r c o n s u s t a n c i a l e s a la s i t u a -
c i ó n , la c o n d i c i o n a n y le dan s e n t i d o . C u a n d o en
nuestros procesos de socialización interiorizamos
todo e s t e a p a r a t o s i m b ó l i c o , n o l o h a c e m o s a l m a r -
gen d e l a s s i t u a c i o n e s c o n c r e t a s , s i n o e n d e p e n d e n -
cia d e é s t a s . E l c o n c e p t o c l a v e p a r a e n t e n d e r e s t e
p r o c e s o es el de institución.
U n a institución^^ e s l a c o n c r e c i ó n d e u n a s e -
rie d e e l e m e n t o s s i m b ó l i c o s g e n e r a l e s ( v a l o r e s ,
ideas, c o n o c i m i e n t o s , c r e e n c i a s , e t c ) e n u n a s n o r -
m a s d e a c c i ó n c o n c r e t a , que c o n d i c i o n a n d e a l g ú n
modo l a forma d e a c t u a r d e l a s p e r s o n a s . V e a m o s
un ejemplo.
J u a n y María son dos j ó v e n e s e s t u d i a n t e s u n i v e r -
s i t a r i o s d e M a n a g u a que l l e v a n u n t i e m p o s a l i e n d o
j u n t o s , jalando c o m o e l l o s m i s m o s d i r í a n . Los pa-
dres de María c o n o c e n a J u a n y los de J u a n a M a r í a .
H a c e dos m e s e s que c o m e n z a r o n l a s c l a s e s y d e s d e
e n t o n c e s J u a n a c o m p a ñ a a María c a d a n o c h e h a s t a
su c a s a , que d i s t a v a r i o s k i l ó m e t r o s de d o n d e él
habita. Hoy es j u e v e s y J u a n , s i n dar e x p l i c a c i o n e s ,

14. Véase P a r s o n s ( 1 9 6 1 )

86
se ha d e s p e d i d o en la p u e r t a de la U n i v e r s i d a d , por
lo q u e M a r í a ha v u e l t o s o l a a c a s a . Lo m á s proba-
b l e es q u e de r e g r e s o a c a s a , María v a y a b u s c a n -
do e x p l i c a c i ó n a la c o n d u c t a de J u a n . P e n s a r á que
s e h a e n f a d a d o por a l g o , que e s t a b a c a n s a d o , que n o
q u i e r e ver a su p a d r e . . . I n t e n t a r á dar un s i g n i f i -
c a d o a su i n e s p e r a d a d e s p e d i d a . Si los p a d r e s le
p r e g u n t a n por J u a n , l o m á s probable e s que s e in-
v e n t e una excusa, o que les haga partícipes de su
preocupación.
La s i t u a c i ó n q u e he n a r r a d o es un c a s o t í p i c o de
una conducta institucionalizada. Aunque nunca se
l o h a y a n p l a n t e a d o , e l q u e J u a n a c o m p a ñ e por l a s
n o c h e s a M a r í a , t i e n e d e t r á s un g r a n c o n t e n i d o i d e o -
l ó g i c o ( e s d e c i r hay v a r i a s i d e a s , v a l o r e s y c r e e n c i a s
q u e l o j u s t i f i c a n ) . P a r a d e s c u b r i r l a s p o d r í a m o s ha-
c e r n o s a l g u n a s p r e g u n t a s : ¿Por q u é J u a n a c o m p a ñ a
a M a r í a y no M a r í a a J u a n ? , ¿por qué J u a n a c o m p a -
ña a M a r í a y no a S o f í a o a P e d r o ? , ¿por qué la
a c o m p a ñ a por la n o c h e y no va a b u s c a r l a por la
m a ñ a n a a su c a s a p a r a ir j u n t o s a la U n i v e r s i d a d ? .
P r o b a b l e m e n t e ninguna de estas preguntas, y otras
m u c h a s q u e p o d r í a n h a c e r s e , s e l a s han p l a n t e a d o
j a m á s . Lo h a c e n p o r q u e es de sentido común, p o r q u e
en su a m b i e n t e es lo que suele hacer la gente. Ahora
bien, en su r e s p u e s t a d e s c a n s a el fundamento ideo-
l ó g i c o , o si se q u i e r e c u l t u r a l , de e s a a c c i ó n . P o d r í a
d e c i r s e q u e es J u a n y no María el que v u e l v e s o l o a
su c a s a p o r q u e él es el v a r ó n , q u e a c o m p a ñ a a María
y no a o t r a p e r s o n a , p o r q u e é s t a es su n o v i a , y q u e
l o h a c e d e n o c h e e n l u g a r d e día p o r q u e q u e d a m á s
t i e m p o p a r a la i n t i m i d a d o p o r q u e es p e l i g r o s o q u e
vuelva sola.
S i a n a l i z a m o s l o q u e h a c e m o s c a d a día, n o s da-
m o s c u e n t a que la i n m e n s a mayoría de nuestros
actos e s t á n institucionalizados. Cuando una con-
ducta se repite un determinado número de veces, se

87
 convierte en un hábito. Cuando ese hábito se conso-
lida, se c o n v i e r t e en u n a i n s t i t u c i ó n , q u e p a s a a
controlar la conducta, a p a r e n t e m e n t e voluntaria,
de la que s u r g i ó . Si J u a n un día no q u i e r e , o no
p u e d e , a c o m p a ñ a r a María, se s e n t i r á o b l i g a d o a d a r
e x p l i c a c i o n e s de por qué no lo h a c e . M a r í a , o l o s
' p a d r e s de é s t a , le p r e g u n t a r á n por q u é f a l l ó la n o c h e
a n t e r i o r , qué es lo q u e va m a l , e t c .
I Las i n s t i t u c i o n e s s o n la f o r m a c o n c r e t a en
que u n a c u l t u r a ( i d e a s , v a l o r e s , c r e e n c i a s , e t c ) s e
desarrolla, toma cuerpo, se hace visible, en una so-
ciedad determinada. Cuando n a c e m o s ya e x i s t e n es-
í tas formas concretas de desarrollo ideológico. He
elegido como ejemplo, una institución específica que
p u e d e ser f á c i l m e n t e c a m b i a d a ( J u a n p u e d e d e j a r
de a c o m p a ñ a r a María s i n dejar de s e r n o v i o s ) p a r a
que se entienda cómo las i n s t i t u c i o n e s n a c e n c o m o
consolidación de conductas hechas hábitos. Pero es
e v i d e n t e que e l m u n d o i n s t i t u c i o n a l q u e n o s e n c o n -
t r a m o s al n a c e r , es m u c h o m á s c o m p l e j o y d i f í c i l de
cambiar: f a m i l i a , s i s t e m a d e s a l u d , p o l i c í a , m u n i c i -
pio, e s c u e l a . . . , p o d r í a m o s l l e n a r hojas y h o j a s d e s c r i -
b i e n d o las i n s t i t u c i o n e s e n l a s q u e n o s f o r m a m o s .
El que t e n g a n su o r i g e n en la i n t e r a c c i ó n no
s i g n i f i c a que n o s e a n o b j e t i v a s . L a f o r m a e n q u e h a n
sido i n t e r i o r i z a d a s , a t r a v é s de un a p r e n d i z a j e e m o -
c i o n a l y c o g n i t i v o , c o m b i n a d o con l o s d e t e r m i n a n t e s
s o c i a l e s f u n c i o n a l e s y b i o l ó g i c o s de l o s q u e ya se ha
hablado, c o n d i c i o n a n , n o s ó l o e l c o m p o r t a m i e n t o s o -
cial, s i n o o t r a s f o r m a s m u c h o m á s p r i v a d a s d e a c -
tuar como la f o r m a de c o m e r , de a n d a r , e t c .
A t r a v é s de l a s i n s t i t u c i o n e s se l l e v a n a c a b o l o s
m e c a n i s m o s c o n c r e t o s d e l a s o c i a l i z a c i ó n , por e l l o
p o d e m o s decir que los p r o c e s o s d e s o c i a l i z a c i ó n s o n
procesos de institucionalización.
S i q u e r e m o s d e t e r m i n a r los e l e m e n t o s b á s i c o s
que c o n f i g u r a n n u e s t r a i d e n t i d a d , d e b e m o s b u s c a r -

88
l o s e n a q u e l l a s i n s t i t u c i o n e s que t u v i e r o n una pre-
sencia m á s d e t e r m i n a n t e en nuestros procesos de
socialización. Al haberlas interiorizado mediante
u n p r o c e s o con b a s e e m o c i o n a l , c o m o y a s e h a des-
c r i t o , s e n o s p r e s e n t a n c o m o c o s a s naturales, a n t e
l a s q u e no n o s p a r a m o s a p e n s a r , ni n e c e s i t a m o s
j u s t i f i c a r l a s . E s a s í c o m o s e l e g i t i m a n l a m a y o r par-
te de las prácticas sociales, especialmente el reparto
de p o d e r .
Es necesario establecer una cierta distancia teó-
rica para descubrir aquellos elementos fundamenta-
l e s q u e d e f i n e n c a d a i n s t i t u c i ó n c o n c r e t a , y que de
a l g ú n m o d o f o r m a n p a r t e t a m b i é n d e a q u e l l o que
somos.
Para analizar pormenorizadamente estas insti-
t u c i o n e s p o d e m o s a c u d i r a la d e s c r i p c i ó n o p e r a t i v a
q u e f o r m u l ó T a l c o t t P a r s o n s . A u n q u e por m i p a r t e
n o c o m p a r t a g l o b a l m e n t e s u t e o r í a f u n c i o n a l i s t a del
s i s t e m a social, me parece s u m a m e n t e válida esta
descripción. Este autor identifica cuatro elementos
en u n a i n s t i t u c i ó n : l o s valores que la f u n d a m e n t a n
( J u a n a c o m p a ñ a a M a r í a p o r q u e es v a r ó n , es peli-
g r o s o q u e e l l a v a y a s o l a , e t c ) , l a s normas ( J u a n debe
dar e x p l i c a c i o n e s el día q u e no la a c o m p a ñ e ) , l a s
colectividades ( J u a n y María) y los roles o p a p e l e s
q u e j u e g a c a d a u n o d e n t r o d e l a i n s t i t u c i ó n ( e s decir
la f o r m a c o n c r e t a en q u e se c o m p o r t a n J u a n y María
al acompañarse).
E s t o s c u a t r o e l e m e n t o s p u e d e d i s t i n g u i r s e con
más claridad en aquellas institución más consolida-
d a s en el s i s t e m a s o c i a l y q u e no d e p e n d e n de f o r m a
t a n d i r e c t a d e l a v o l u n t a d d e los a c t o r e s c o n c r e t o s
q u e t i e n e n q u e ver con e l l a s . Por e j e m p l o e l s i s t e m a
de j u s t i c i a de un p a í s , e s t á a s e n t a d o en u n o s valores
(la e q u i d a d , l a i g u a l d a d d e o p o r t u n i d a d e s a n t e l a
ley, la d e f e n s a contra los abusos, etc); está regulado
por u n a s normas ( l a s l e y e s , l o s c ó d i g o s , e t c ) ; e s t á

89
f o r m a d o por u n a s c o l e c t i v i d a d e s (los j u e c e s , l o s f i s -
c a l e s , los a b o g a d o s , e t c ) y c a d a p e r s o n a se c o m -
porta r e s p e c t o a l s i s t e m a s i g u i e n d o u n a s p a u t a s d e
a c c i ó n o roles m á s o m e n o s p r e f i j a d a (el j u e z , el
fiscal, los a b o g a d o s , los s e c r e t a r i o s d e j u z g a d o , e t c ,
cada u n o t i e n e u n a c o n d u c t a y u n a s f u n c i o n e s q u e
le i d e n t i f i c a n ) .
En c o n c l u s i ó n , a t e n d i e n d o a t o d a la f u n d a m e n -
tación teórica precedente, si mi deseo es d e m o s t r a r
que e x i s t e u n a s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a de la i n f a n c i a , y
e n t i e n d o por s o c i a l i z a c i ó n l a i n t e r i o r i z a c i ó n d e r e a -
lidades institucionalizadas, cuya consecuencia es el
d e s a r r o l l o d e u n a i d e n t i d a d reflejo d e é s t a s , d e b e r é
e x p l i c i t a r e n qué c o n s i s t e l a r e a l i d a d i n s t i t u c i o n a l
de la g u e r r a y a v e r i g u a r , a t e n d i e n d o a l o s p r o c e s o s
p s i c o l ó g i c o s d e los n i ñ o s ( c o n c e p t u a l i z a c i o n e s , e m o -
ciones, percepciones, razonamientos, etc), si é s t o s
la han i n t e r i o r i z a d o .

90
 6

LA GUERRA
COMO I N S T I T U C I Ó N

G u e r r a fría, g u e r r a de g u e r r i l l a s , g u e r r a de baja
i n t e n s i d a d , guerra psicológica, guerra de precios,
g u e r r a d e n e r v i o s , g u e r r a a l a n a l f a b e t i s m o . . . Cual-
quiera de e s t a s expresiones se puede encontrar a
diario en los medios de comunicación. Podemos aña-
dir g r a n n ú m e r o d e a d j e t i v o s a l n o m b r e g e n é r i c o d e
g u e r r a , lo q u e m o d i f i c a r á su s i g n i f i c a d o . P e r o si no
e s p e c i f i c a m o s n a d a , t o d o el m u n d o e n t i e n d e a qué
nos e s t a m o s refiriendo cuando aludimos a la guerra:
un c o n f l i c t o en el q u e dos o m á s c o l e c t i v o s de p e r s o -
n a s se combaten, donde muere la gente y se destru-
y e n los bienes.
P r o b a b l e m e n t e no exista otro fenómeno social
e n l a h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d , del que s e p u e d a n
dar t a n t o s e j e m p l o s , del q u e s e p u e d a n h a c e r t a n t a s
d i v i s i o n e s y, sobre todo, que haya influido tanto en
l a c o n f i g u r a c i ó n del m u n d o e n e l q u e v i v i m o s . E s t a s
c a r a c t e r í s t i c a s h a c e n de la g u e r r a un rico c a m p o de
e s t u d i o s para todas las ciencias sociales (política,
s o c i o l o g í a , h i s t o r i a , p s i c o l o g í a , e t c ) . T a n t o e s así,
q u e d e n t r o d e é s t a s s e han c r e a d o n u e v a s d i s c i p l i n a s
q u e t i e n e n c o m o o b j e t o c e n t r a l a la g u e r r a ( p o l e m o -
l o g í a ) o q u e , de a l g ú n m o d o , g i r a n en t o r n o a e l l a .

91
como el estudio de las relaciones i n t e r n a c i o n a l e s ,
los e s t u d i o s e s t r a t é g i c o s o la i r e n o l o g í a ( e s t u d i o de
la p a z ) .
Como d e c í a a l f i n a l del c a p í t u l o a n t e r i o r , m i
i n t e n c i ó n es d e s c r i b i r , de f o r m a c l a r a y c o m p l e t a el
fenómeno de la guerra. Cualquier definición que se
p r e t e n d a h a c e r , s i e m p r e va a c h o c a r c o n un b u e n
número de dificultades. Muchos conflictos armados
e n los que hay g r u p o s e n f r e n t a d o s , d o n d e m u e r e
v i o l e n t a m e n t e la p o b l a c i ó n y e x i s t e d e s t r u c c i ó n de
b i e n e s , n o s o n d e f i n i d o s con e l c a l i f i c a t i v o d e g u e -
rra: i n s u r r e c c i o n e s , t e r r o r i s m o , r e p r e s i ó n p o l í t i c a ,
g o l p e s de e s t a d o , d i s t u r b i o s r a c i a l e s v i o l e n t o s y un
b u e n n ú m e r o d e c o n f l i c t o s d e muy d i v e r s o t i p o , t i e -
n e n su c a l i f i c a t i v o p a r t i c u l a r , q u e s u e l e r e m i t i r a un
f e n ó m e n o m e n o s global que e l d e l a g u e r r a , y a s e a
por el n ú m e r o de v í c t i m a s , por la d u r a c i ó n de l o s
e n f r e n t a m i e n t o s , por l a d e s i g u a l d a d d e l o s c o n t e n -
d i e n t e s o por c u a l q u i e r o t r a c a u s a .
E x i s t e n s i t u a c i o n e s en l a s q u e no hay a c u e r d o a
la hora de definir los c o n f l i c t o s v i o l e n t o s c o n el
c a l i f i c a t i v o de guerra o con otro n o m b r e . C o m o d e -
cía e n e l c a p í t u l o a n t e r i o r , l a s p a l a b r a s q u e d e f i n e n
l a realidad n o t i e n e n ú n i c a m e n t e u n v a l o r n o m i n a l ,
s i n o que a d e m á s dan sentido a la s i t u a c i ó n , la c o n -
figuran. E l c a s o m á s t í p i c o d e d i v i s i ó n d e o p i n i o n e s
e s e l d e los c o n f l i c t o s c i v i l e s . G e n e r a l m e n t e l o s q u e
d e t e n t a n e l poder s u e l e n c a l i f i c a r l o s e n f r e n t a m i e n -
tos como t e r r o r i s m o o c o m o l u c h a s e n t r e b a n d a s
r i v a l e s . M i e n t r a s que los r e b e l d e s i n t e n t a n , por t o -
dos los m e d i o s a su a l c a n c e , h a c e r ver a l o s o b s e r v a -
dores i n t e r n a c i o n a l e s , que s e t r a t a d e u n a a u t é n t i c a
guerra. Algo s i m i l a r s u c e d e con l o s g o l p e s m i l i t a r e s
y las i n v a s i o n e s en l a s que e x i s t e r e s i s t e n c i a a r m a -
da, y en o t r a s s i t u a c i o n e s que s e r í a prolijo d e t a l l a r .
A u n q u e pueda r e s u l t a r p a r a d ó j i c o , c u a n d o a un
conflicto se le califica como guerra, se eleva la con-

92
s i d e r a c i ó n d e los c o n t e n d i e n t e s , s e l e s d a r e s p e t a b i -
l i d a d , se l e g i t i m a el u s o de la v i o l e n c i a . La mejor
f o r m a d e r e s u m i r e s t e f e n ó m e n o e s con e s a t a u t o l o -
g í a q u e t o d o el m u n d o e n t i e n d e : la guerra es la
guerra.
Definir cuándo podemos calificar un fenómeno
c o m o g u e r r a y h a c e r u n a d e s c r i p c i ó n d e t a l l a d a de
las d i s t i n t a s m a n i f e s t a c i o n e s de ésta, nos apartaría
del o b j e t o d e e s t e c a p í t u l o , por u n a razón f u n d a m e n -
t a l q u e t i e n e q u e ver con la idea de i n s t i t u c i ó n ex-
p u e s t a en páginas anteriores. Mi intención no es la
de describir el f e n ó m e n o final de los combates como
e l e m e n t o d e f i n i d o r d e qué s e a l a g u e r r a . H a c e r é s t o
s e r í a c o m o d e f i n i r e l s i s t e m a e d u c a t i v o por e l bole-
t í n de c a l i f i c a c i o n e s del a l u m n o , o el s i s t e m a judi-
c i a l por l a s c a r a c t e r í s t i c a s d e l o s j u i c i o s . Que e n
v a c a c i o n e s l o s a l u m n o s no v a y a n a c l a s e , o que, en
un m o m e n t o determinado, no se celebren juicios, no
s i g n i f i c a q u e d e s a p a r e z c a n los s i s t e m a s e d u c a t i v o y
judicial como instituciones. ¿Sucede lo mismo en el
c a s o d e l a g u e r r a ? ¿ P o d e m o s hablar d e g u e r r a e n
p a í s e s e n l o s q u e n o s e dan e n f r e n t a m i e n t o s a r m a -
dos violentos?
La r e s p u e s t a inmediata a e s t a s preguntas parece
e v i d e n t e . L o m á s l ó g i c o e s decir que n o hay g u e r r a ,
a no ser que se den e s t o s e n f r e n t a m i e n t o s violentos.
E f e c t i v a m e n t e , no p o d e m o s decir que se dé la m a n i -
f e s t a c i ó n f i n a l del f e n ó m e n o b é l i c o , pero l a i n s t i t u -
ción como tal existe. De otro modo no se explicaría
el hecho de que cuando aparecen sus manifestacio-
n e s f i n a l e s , a l g o b a s t a n t e f r e c u e n t e por c i e r t o , s e
haga de forma tan fundamentada ideológicamente,
t a n r e g u l a d a y o r g a n i z a d a , y, s o b r e todo, q u e la
g e n t e p a r t i c i p e en e l l a s con la m a y o r naturalidad,
es d e c i r , s a b i e n d o q u é es lo q u e s u c e d e y c ó m o ha de
comportarse.

93
 La guerra es una institución peculiar. Lo m á s
f r e c u e n t e e s que s u e x p r e s i ó n a b i e r t a ( c o m b a t e s ,
m u e r t e s , e t c ) , es decir, a q u e l l o q u e le da s e n t i d o y
l a i d e n t i f i c a c o m o tal, s ó l o s e d é e n p e r í o d o s r e l a t i -
v a m e n t e c o r t o s , muy d i s t a n c i a d o s e n e l t i e m p o . S i n
e m b a r g o , t o d o s los d e m á s e l e m e n t o s q u e l a c a r a c t e -
rizan como a cualquier institución, es decir, las
i d e a s que l a f u n d a m e n t a n , l a s n o r m a s q u e l a r e g u -
lan y e s t r u c t u r a n , l a s c o l e c t i v i d a d e s q u e la p r o t a g o -
n i z a n y l a s f o r m a s e s p e c í f i c a s de a c t u a r de c a d a u n o
d e los a c t o r e s , e s t á n v i g e n t e s e n e s o s l a r g o s p e r í o -
dos e n t r e los que n o e x i s t e n c o m b a t e s , m u e r t e s , e t c .
Es como si durante años m a n t u v i é r a m o s todos los
e l e m e n t o s del s i s t e m a e d u c a t i v o ( l o s i d e a r i o s d e l a s
e s c u e l a s , los e d i f i c i o s , l a s o f i c i n a s , l a s b e c a s , l a s
l e y e s y n o r m a s de c o m p o r t a m i e n t o , l a s e s c u e l a s de
magisterio, las funciones de los m a e s t r o s , etc); pero
sólo cada veinte o treinta años los a l u m n o s a s i s t i e -
ran por u n o s m e s e s a c l a s e , es d e c i r , se d i e r a el
h e c h o para el q u e la i n s t i t u c i ó n f u e c r e a d a .
Quiero r e f l e x i o n a r s o b r e e s t e f e n ó m e n o a u n q u e
s e a d e forma b r e v e . D e c í a e n e l c a p í t u l o a n t e r i o r
que a m e d i d a que l a s a c t i v i d a d e s se v a n c o n v i r t i e n -
d o e n h á b i t o s , s e van i n s t i t u c i o n a l i z a n d o , é s t a s ad-
q u i e r e n f o r m a s fijas. E s decir, s e c o n v i e r t e n e n
n o r m a s que n o d e p e n d e n y a d e l a i n t e r p r e t a c i ó n
s u b j e t i v a d e los a c t o r e s , s i n o q u e l o s i n d i v i d u o s l a s
experimentan como rutinas, como cosas prescri-
t a s . Las i n s t i t u c i o n e s v i e n e n a s u s t i t u i r al p r e c a r i o
a p a r a t o i n s t i n t i v o con e l que n a c e m o s . L o m á s i m -
p o r t a n t e e s que e s t a s i n s t i t u c i o n e s n o e s t á n d e t e r -
m i n a d a s por u n a e x i g e n c i a g e n é t i c a , s i n o q u e t i e n e n
su precedente en la acción social concreta. Ahora
bien, una vez c o n s t i t u i d a l a i n s t i t u c i ó n c o m o t a l ,
é s t a y a n o n e c e s i t a (para s u c a r a c t e r i z a c i ó n , m a n t e -
n i m i e n t o y c o n t i n u i d a d ) , de la a c t i v i d a d e s p e c í f i c a
d e los s u j e t o s . E s decir, l a s i n s t i t u c i o n e s , a u n q u e

94
t i e n e n su origen en la interacción, se independizan
de é s t a p a r a p a s a r a dirigir de forma n o r m a t i v a
futuras interacciones.
A p e s a r de q u e la i n s t i t u c i ó n se r e f u e r z a c u a n d o
sujetos c o n c r e t o s actúan conforme a su normativi-
dad, no depende de forma mecánica de esta acción
p a r a su m a n t e n i m i e n t o . Por e j e m p l o , la forma par-
t i c u l a r en q u e se r e l a c i o n a n un m é d i c o y un e n f e r m o
en la actualidad, tiene su origen en una serie de
h á b i t o s q u e se h a n ido c o n s o l i d a n d o a lo largo de la
historia de la medicina. Aunque es ésta una de las
p o s i b l e s f o r m a s de l l e v a r a cabo e s t a r e l a c i ó n , t a n t o
los m é d i c o s como los enfermos, actúan siempre de
una forma normalizada, no necesitan reflexionar
s o b r e c ó m o se l l e v a a cabo u n a c o n s u l t a : e x p o s i c i ó n
de la d o l e n c i a , a n á l i s i s , d i a g n ó s t i c o y r e c o m e n d a -
ción médica.
E n d e f i n i t i v a , l a s i n s t i t u c i o n e s c u m p l e n l a mi-
s i ó n q u e e n l o s d e m á s a n i m a l e s e s t á r e s e r v a d a a los
i n s t i n t o s . L a d i f e r e n c i a f u n d a m e n t a l e s t á e n e l ori-
g e n , s o c i a l en un c a s o , b i o l ó g i c o en el otro, y en la
posibilidad de cambio. La determinación genética
e n c o r s e t a a l o s i n s t i n t o s , m i e n t r a s que el o r i g e n de
las i n s t i t u c i o n e s , al estar anclado en la interacción
social, las hace más susceptibles al cambio.
Ahora bien, si una institución no se materia-
liza en acciones concretas durante largos períodos
d e t i e m p o , q u e e n m u c h o s c a s o s d e b e n c o n t a r s e por
g e n e r a c i o n e s , p u e d e p e r d e r f u e r z a s u c a r á c t e r nor-
m a t i v o , t r a n s f o r m a r s e r a d i c a l m e n t e o i n c l u s o de-
s a p a r e c e r . E s l o q u e h a s u c e d i d o con m u c h a s
i n s t i t u c i o n e s a n t i g u a s que e n s u m o m e n t o e s t a b a n
m u y b i e n a s e n t a d a s en l a s l e y e s y en la c o n c i e n c i a
de l o s i n d i v i d u o s , c o m o la m o n a r q u í a a b s o l u t a o la
esclavitud.
En el caso de la guerra, es evidente que su carác-
ter institucional no depende, en sus componentes

95
básicos (caracterización, normatividad, transmi-
sión, interiorización, etc), de la acción bélica explí-
cita. D e e s t e m o d o s e p u e d e d e c i r q u e l a g u e r r a c o m o
institución social, está presente t a n t o en los p a í s e s
con c o n f l i c t o s b é l i c o s m a n i f i e s t o s , c o m o e n l o s p a í -
s e s e n los que é s t o s n o s e d e s a r r o l l a n d e f o r m a
explícita.
Mi i n t e n c i ó n al c a r a c t e r i z a r el h e c h o i n s t i t u c i o -
nal de la guerra, es o b s e r v a r si l o s n i ñ o s la h a n
i n t e r i o r i z a d o . Por t a n t o , a u n q u e t r a t a r é d e r e c o -
ger con la mayor a m p l i t u d que me s e a p o s i b l e , t o d o s
los a s p e c t o s que l a c o n s t i t u y e n , m e c e n t r a r é e s p e -
cialmente en aquellos elementos que sean suscepti-
b l e s de ser a b o r d a d o s d e s d e la p e r s p e c t i v a de la
s o c i a l i z a c i ó n . P a r a l o cual s e g u i r é e l e s q u e m a y a
mencionado, analizando cómo los d i s t i n t o s valores
y n o r m a s , se c o n c r e t a n en l a s c o l e c t i v i d a d e s y en el
d e s e m p e ñ o d e los r o l e s p a r t i c u l a r e s .

IDEAS Y VALORES DE LA GUERRA

La g u e r r a es un c o n f l i c t o i n t e r g r u p a l l l e v a d o al
e x t r e m o . N o podría e n t e n d e r s e u n a g u e r r a s i n a t e n -
der a dos e l e m e n t o s :

° E x i s t e n c i a de g r u p o s l i g a d o s por a l g u n a c a r a c t e -
r í s t i c a que los u n i f i c a ( n a c i ó n , r a z a , r e l i g i ó n , c l a s e
social, i n t e r e s e s , e t c )

° I n c o m p a t i b i l i d a d (real, o p e r c i b i d a c o m o r e a l ) e n -
tre los grupos.

Ahora b i e n , e s t o s dos e l e m e n t o s e s t á n p r e s e n t e s
en gran c a n t i d a d de r e l a c i o n e s s o c i a l e s en l a s q u e

96
d o s , o m á s , c o l e c t i v o s p u e d a n t e n e r i n t e r e s e s con-
t r a p u e s t o s ( p r e s o s y c a r c e l e r o s , p a í s e s ricos y po-
b r e s , e m p r e s a r i o s y o b r e r o s , e t c ) . Lo que d e f i n e a
la g u e r r a , f r e n t e a e s t a s o t r a s m a n i f e s t a c i o n e s con-
f l i c t i v a s , e s l a c a r a c t e r i z a c i ó n del c o n t r a r i o c o m o
e n e m i g o , e n l a c o n c e p t u a l i z a c i ó n m á s radical del
t é r m i n o . Lo que implicaría, al menos, tres cosas:

° I m p o s i b i l i d a d de c o n v i v e n c i a si no v a r í a de forma
r a d i c a l la s i t u a c i ó n ( e l i m i n a c i ó n o s o m e t i m i e n t o del
c o n t r a r i o , m o d i f i c a c i ó n de f r o n t e r a s , c a m b i o en el
r e p a r t o del p o d e r , e t c ) .

° I n t e n c i o n a l i d a d de c a u s a r d a ñ o ( d e s t r u c c i ó n ma-
terial y/o humana)

° O r g a n i z a c i ó n p r e m e d i t a d a (no i m p u l s i v a o de
r e a c c i ó n e m o c i o n a l ) para e l i m i n a r o s o m e t e r al con-
t r a r i o , o p a r a o b l i g a r l e a a c t u a r de u n a f o r m a de-
terminada.
En un sentido estricto, esta conceptualización
del c o n t r a r i o c o m o e n e m i g o e s e l e l e m e n t o u n i f i c a -
dor d e t o d a s l a s g u e r r a s . Cada u n a d e e l l a s t i e n e
u n a s razones o valores e s p e c í f i c o s que l a s s u s t e n t a n
o d e s e n c a d e n a n . E s t a s s e r í a n l a s causas que e s g r i -
me cada uno de los c o n t e n d i e n t e s . Entrar en el aná-
lisis de la causalidad de la guerra me apartaría
t o t a l m e n t e del o b j e t i v o p r o p u e s t o . L o que e n e s t e
caso i n t e r e s a es lo que haya detrás de estas causas
e s p e c í f i c a s . E s d e c i r , a q u e l l a s i d e a s s o b r e l a s que s e
puede f u n d a m e n t a r , con razones diversas, el desa-
r r o l l o de u n a g u e r r a y la p a r t i c i p a c i ó n de l o s ciuda-
d a n o s en la m i s m a . E s t o s son, a mi juicio, esos
valores:
° Polarización: J u n t o con la c o n c e p t u a l i z a c i ó n radi-
c a l del e n e m i g o , e s é s t e u n o d e los e l e m e n t o s c e n t r a -
les en los que se sustenta.

97
 La g u e r r a i m p l i c a a d h e s i ó n y f i d e l i d a d al p r o p i o
grupo e i n c o m p a t i b i l i d a d con el c o n t r a r i o . La a m b i -
g ü e d a d y la duda no t i e n e n c a b i d a en la i n s t i t u -
c i ó n - g u e r r a . Más a d e l a n t e v e r e m o s c ó m o s e l l e g a a
producir e s t a p o l a r i z a c i ó n .

° Justificación: La g u e r r a m o d e r n a se p r e s e n t a c o n
carácter de inevitabilidad. No hacerla significaría
m a l e s m a y o r e s para e l g r u p o . L a s g u e r r a s c o n t e m -
p o r á n e a s s o n s i e m p r e defensivas, respuestas a algo
(provocación, amenaza, agresión, etc). De hecho los
organismos gubernamentales encargados de su ges-
t i ó n , han p a s a d o de d e n o m i n a r s e de la guerra o del
ejército a d e s i g n a r s e como de defensa.

'v„, A pesar d e e s t a r c o m u n m e n t e c o n s i d e r a d a c o m o
r; u n valor é t i c a m e n t e r e p r o b a b l e , l a m a n i f e s t a c i ó n
e x p l í c i t a o i m p l í c i t a de la g u e r r a e s t á s i e m p r e a c o m -
pañada de una justificación (moral, ética, religiosa,
económica,...) basada en valores c o m u n m e n t e acep-
t a d o s c o m o tal en el g r u p o de r e f e r e n c i a ( s a l v a r a la
patria, por la l i b e r t a d , d e f e n d e r la i n t e g r i d a d de la
n a c i ó n , s u p e r v i v e n c i a e c o n ó m i c a del p a í s , l i b e r a -
ción d e los o p r i m i d o s , i d e n t i d a d r e l i g i o s a , e t c ) . D e
e s t e modo, c u a l q u i e r a m e n a z a a é s t o s u o t r o s v a l o -
res, j u s t i f i c a r í a l a m a n i f e s t a c i ó n a b i e r t a del c o n -
flicto a r m a d o , que, a p e s a r de no ser d e s e a b l e , se
c o n s i d e r a preferible a l a s c o n s e c u e n c i a s q u e se d e -
rivarían de h a c e r s e r e a l i d a d l a s a m e n a z a s a l o s v a -
lores r e f e r i d o s .
En m u c h a s o c a s i o n e s la j u s t i f i c a c i ó n a la g u e r r a ,
proviene paradójicamente de las c o n s e c u e n c i a s de
la m i s m a , e s t o e s , los m u e r t o s c a í d o s i m p u l s a r í a n a
seguir c o m b a t i e n d o , y s e r í a n el c r i t e r i o de v e r d a d de
la c a u s a e s g r i m i d a .

98
 ° Acomodación funcional a la guerra: U n a vez
c o n s e g u i d a u n a a d e c u a d a p o l a r i z a c i ó n , con l o que
e l l o i m p l i c a de v i s i ó n p a r c i a l y j u s t i f i c a t o r i a de
la a c c i ó n del b a n d o propio f r e n t e a la que reali-
z a e l e n e m i g o , e l p a s o s i g u i e n t e s u p o n e u n mayor
c o m p r o m i s o , n o s ó l o i d e o l ó g i c o , s i n o sobre todo
de p a r t i c i p a c i ó n a c t i v a en el d e s a r r o l l o de los en-
frentamientos.
L a g u e r r a s e c o n s t i t u y e c o m o u n o d e los e l e m e n -
tos de mayor centralidad en países donde no se da
de f o r m a m a n i f i e s t a , y c o m o el e l e m e n t o c e n t r a l en
los países que viven los conflictos armados.
En los primeros, se dedican numerosos recursos
h u m a n o s , t é c n i c o s y e c o n ó m i c o s al m a n t e n i m i e n t o
de l o s e j é r c i t o s y a la p r e p a r a c i ó n de la d e f e n s a (es
d e c i r d e l a a c c i ó n b é l i c a a n t e u n a amenaza).^** Inde-
p e n d i e n t e m e n t e d e e s t a g e n e r a l i z a c i ó n d e l o mili-
t a r , e l h e c h o o b j e t i v o , e s q u e e x i s t e u n grupo muy
amplio de población (las distintas fuerzas armadas
de los países) organizado, entrenado y estructurado
en f u n c i ó n de la p o s i b i l i d a d de u n a g u e r r a . Los va-
l o r e s y n o r m a s q u e r i g e n e s t o s g r u p o s (jerarquía,
d i s c i p l i n a , e t c . ) e s t á n t a m b i é n f u n d a m e n t a d o s con
b a s e en una mayor funcionalidad de los m i s m o s en
tiempo de guerra.
E n l o s p a í s e s q u e v i v e n d i r e c t a m e n t e los c o n f l i c -
t o s , la v i d a g i r a en t o r n o a la g u e r r a en t o d a s s u s
m a n i f e s t a c i o n e s ( p o l í t i c a , e c o n ó m i c a , f a m i l i a r , cul-
tural, estética, etc.). Todas las actividades se orien-
t a n al m a n t e n i m i e n t o y al é x i t o de la g u e r r a , c o m o
se expondrá más adelante.

15. De la a c o m o d a c i ó n de la vida civil a la m i l i t a r h a n hablado

c o n e x t e n s i ó n l o s a u t o r e s que d e n u n c i a n la m i l i t a r i z a c i ó n de
la s o c i e d a d ( v é a n s e , e n t r e otros, Belda, 1988; Lleixá, 1986,
Luckham, 1986).

99
CARÁCTER NORMATIVO
DE LA GUERRA

La guerra es, probablemente, una de las i n s t i t u -

ciones más normativizada. Podemos estructurar las
normas de ésta en un triple nivel de a n á l i s i s :

Normas de regulación

Existe un derecho de la guerra, como e x i s t e un

d e r e c h o m e r c a n t i l . La g u e r r a ha s i d o , a lo l a r g o de
l a h i s t o r i a , e l gran r e g u l a d o r d e l a s r e l a c i o n e s e n t r e
e s t a d o s y del d e r e c h o i n t e r n a c i o n a l .
Además de estas normas internacionales, prácti-
c a m e n t e t o d a s l a s n a c i o n e s ( y los g r u p o s a r m a d o s
n o - n a c i o n a l e s ) t i e n e n r e g u l a d o , con l e y e s o de fado,
no sólo el m a r c o l e g a l y n o r m a t i v o del d e s a r r o l l o de
l a guerra, s i n o t a m b i é n c u e s t i o n e s c o m o q u i é n p u e -
d e d e c l a r a r l a , qué h e c h o s s e p u e d e n c o n s i d e r a r l e -
galmente como actos de guerra, etc.
J u n t o con e s t a s n o r m a s a l i n t e r i o r d e l o s c o n -
tendientes, existen también normativas y tratados
i n t e r n a c i o n a l e s , que m u c h o s p a í s e s a c e p t a n s o b r e
a s p e c t o s muy e s p e c í f i c o s del d e s a r r o l l o d e l a g u e r r a
( t r a t o a los p r i s i o n e r o s , a s i s t e n c i a s a n i t a r i a , o b j e t i -
vos c i v i l e s , etc.)

Normatividad militar

Los grupos a r m a d o s o r g a n i z a d o s ( n a c i o n a l e s , i n -
ternacionales, políticos, religiosos...) se caracteri-
zan por u n a e x t e n s a , m i n u c i o s a y r í g i d a n o r m a t i v a ,
que i n t e n t a e s p e c i f i c a r , al d e t a l l e , la a c c i ó n s o c i a l

100
d e s u s m i e m b r o s . E s t a rígida e s t r u c t u r a c i ó n n o r m a -
t i v a no se debe a la p e r s o n a l i d a d de los i n d i v i d u o s
q u e d i r i g e n e s t o s g r u p o s , (de ser así e x i s t i r í a n gru-
p o s a r m a d o s c o n o t r a s c a r a c t e r í s t i c a s ) . Por e l con-
t r a r i o , p a r a e n t e n d e r e l o r i g e n d e l a s n o r m a s que
c a r a c t e r i z a n a l a s i n s t i t u c i o n e s m i l i t a r e s , es p r e c i s o
a c e r c a r n o s a l a s m i s m a s d e s d e u n a p e r s p e c t i v a his-
tórica. De este modo, el origen de estas normas
p o d e m o s s i t u a r l o e n l a f u n c i o n a l i d a d que las m i s -
m a s t e n g a n de c a r a a la a c t i v i d a d b é l i c a .
D e l c o n j u n t o de n o r m a s , e x p l í c i t a s o i m p l í c i t a s ,
q u e a c o m p a ñ a n l a a c t i v i d a d d e los g r u p o s m i l i t a r e s ,
a l g u n a s de las m á s r e p r e s e n t a t i v a s son: disciplina,
j e r a r q u i z a c i ó n , e s p í r i t u de s a c r i f i c i o , s o l i d a r i d a d y
f i d e l i d a d al g r u p o e i d e n t i f i c a c i ó n con los v a l o r e s
f u n d a m e n t a l e s del g r u p o a r m a d o ( j u s t i f i c a n d o s u s
errores y exaltando sus logros).

Normatividad de la
conducta individual

I n d e p e n d i e n t e m e n t e de que se p a r t i c i p e o no
en los grupos armados, la institución-guerra
o r i e n t a la c o n d u c t a de los i n d i v i d u o s , en f u n c i ó n de
l a g e n e r a l i z a c i ó n d e v a l o r e s a s u m i d o s c o m o tal
por l a p o b l a c i ó n . Así, e s f r e c u e n t e que l o s c i u d a d a -
n o s d e u n d e t e r m i n a d o g r u p o - n a c i ó n c o n s i d e r e n co-
m o u n d e b e r , p a r t i c i p a r e n los g r u p o s a r m a d o s ,
( i n c l u s o en el c a s o de g u e r r a s a b i e r t a s ) , o c o l a b o r a r
1 6

en su mantenimiento

16. E s t a p r o g r e s i v a a s u n c i ó n de c o m p r o m i s o s con los s i s t e m a s

n a c i o n a l e s , ha sido e s t u d i a d a , por Withey y Katz ( 1 9 6 5 ) .
E s t o s a u t o r e s , como muchos o t r o s ( v é a s e por ejemplo, Young,
1956), e n t i e n d e n que s o n la e s t r u c t u r a misma de las n a c i o n e s

101
 L a n o r m a g e n e r a l que l a i n s t i t u c i ó n - g u e r r a p r e -
s e n t a a l o s i n d i v i d u o s c o m o i m p o s i c i ó n (ya s e a e n
forma de l e y e s p u n i b l e s o de o b l i g a c i ó n m o r a l r e p r o -
bable), se pueden resumir en una c o n c r e c i ó n del
valor d e f i n i d o c o m o polarización, y q u e se p o d r í a
s i n t e t i z a r en la s i g u i e n t e f r a s e : todo por el grupo,
nada contra él, a la cual se p o d r í a s u m a r el c o n o c i d o
refrán: al enemigo, ni agua.

COLECTIVIDADES

A d i f e r e n c i a de o t r a s i n s t i t u c i o n e s , q u e c u a n d o
no se manifiestan en forma explícita, no m a n t i e n e n
c o l e c t i v i d a d e s en t o r n o a e l l a s , la g u e r r a d i s p o n e de
grupos p e r m a n e n t e s f o r m a d o s en t o r n o , y en f u n -
ción, de los v a l o r e s y n o r m a s de la m i s m a . Me e s t o y
refiriendo a las distintas fuerzas armadas, especial-
m e n t e (por ser l a s m á s p o d e r o s a s ) a l a s de l o s e s t a -
dos-nación.
A u n q u e e s t a c o l e c t i v i d a d ejerce e l p a p e l c e n t r a l ,
en la g u e r r a c o n t e m p o r á n e a la p o b l a c i ó n c i v i l de-
s e m p e ñ a una i m p o r t a n t e f u n c i ó n , q u e n o s e l i m i t a
a l m o m e n t o e n que e s t a l l a n l o s c o m b a t e s .
Si e n t e n d e m o s las relaciones políticas como un
s i s t e m a de d o m i n a c i ó n o poder ( v é a s e W e b e r , 1 9 2 2 ) ,
n o e s e x t r a ñ o que, i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l a e x i s t -
e n c i a o no de g u e r r a s , los g r u p o s a r m a d o s se m a n -
t e n g a n . Si el poder es la probabilidad de imponer la
propia voluntad, dentro de una relación social, aun
contra toda resistencia y cualquiera que sea el fun-
damento de esa probabilidad ( o p . c i t , p. 4 3 ) , l o s g r u -

y la identificación del individuo con e l l a s , los o r í g e n e s verda-

deros de la guerra.

102
p o s a r m a d o s c o n s t i t u y e n , por s u s p e c u l i a r i d a d e s , l a
f u e n t e f u n d a m e n t a l del poder c o e r c i t i v o . ^ '
En t i e m p o s de guerra manifiesta, las colectivi-
d a d e s m i l i t a r y civil se c o n f u n d e n en una m i l i t a r i -
z a c i ó n de la a c t i v i d a d de e s t a ú l t i m a por p a r t e de la
p r i m e r a . E n p a í s e s d o n d e n o hay g u e r r a m a n i f i e s t a ,
l a s r e l a c i o n e s e n t r e a m b a s c o l e c t i v i d a d e s v a r í a n se-
gún las distintas peculiaridades socio-politicas y
e c o n ó m i c a s del p a í s . P e r o s u e l e ser c o m ú n que e x i s -
ta u n a v i n c u l a c i ó n de la p o b l a c i ó n civil a los v a l o r e s
y n o r m a s de la m i l i t a r .

ROLES

El a s p e c t o q u e m á s me i n t e r e s a a la hora de
definir la socialización bélica es la manifestación
c o n d u c t u a l de l a s n o r m a s y v a l o r e s de la g u e r r a
c o m o i n s t i t u c i ó n , e s decir, a q u e l l o que e l n i ñ o p u e d e
i n t e r i o r i z a r d e f o r m a m á s d i r e c t a por e s t a r a s o c i a d o
a l a s p e r s o n a s c o n c r e t a s que le r o d e a n .
La i n s t i t u c i ó n - g u e r r a d o t a de un poder de coer-
c i ó n a l o s m i l i t a r e s q u e p u e d e ser a c e p t a d o c o m o
l e g í t i m o o no por l o s c i u d a d a n o s , pero que, en t o d o
c a s o , su f u n c i ó n s o c i a l no p u e d e dejar i n d i f e r e n t e a
la población.
Si h a c e m o s un repaso de las características ins-
t i t u c i o n a l e s de la guerra, su cristalización en la
c o n d u c t a de los ciudadanos tiene como e l e m e n t o
c e n t r a l , y h a s t a d e f i n i d o r , a la v i o l e n c i a . Ya s e a
c o m o a m e n a z a o de fado.
J u n t o con este elemento central, el desempeño
d e l rol m i l i t a r , e s t á d e f i n i d o por un c o n j u n t o de

17. V é a s e , en e s t e s e n t i d o , F r e n c h y Raven ( 1 9 5 9 ) .

103
normas y códigos de conducta que exigen una fuerte
a c o m o d a c i ó n a los v a l o r e s que o r i e n t a n la n o r m a t i -
vidad m i l i t a r : D e l e g a c i ó n d e r e s p o n s a b i l i d a d (jerar-
q u í a ) , e s p í r i t u de s a c r i f i c i o , s o l i d a r i d a d , f i d e l i d a d e
i d e n t i f i c a c i ó n con e l g r u p o ( m i l i t a r , n a c i o n a l , d e
clase, religioso,...), etc.
En el análisis de las instituciones suelen tomar-
s e c o m o b a s e , los e l e m e n t o s s o c i a l e s m e n c i o n a d o s
anteriormente (valores, normas, colectividades y
r o l e s ) . Los objetos q u e r o d e a n a c u a l q u i e r i n s t i t u -
ción n o p a r e c e n e c e s a r i o r e f e r i r l o s e n e s t a c a r a c t e -
r i z a c i ó n . A no ser que se h a g a a l u d i e n d o a e l l o s c o m o
e l e m e n t o s s i m b ó l i c o s que r e p r e s e n t a n v a l o r e s (el
a n i l l o del m a t r i m o n i o c o m o s í m b o l o d e l a f i d e l i d a d ,
por e j e m p l o ) . E n e l c a s o q u e n o s o c u p a , c r e o q u e e s
muy i m p o r t a n t e i n c l u i r el a p a r a t a j e o i n s t r u m e n t a l
bélico en el análisis de las características i n s t i t u c i o -
n a l e s de la guerra.
La razón es muy s e n c i l l a . Los o b j e t o s q u e s i r v e n
a los h o m b r e s para o p e r a t i v i z a r la i n s t i t u c i ó n g u e -
rra, no sólo t i e n e n un c a r á c t e r s i m b ó l i c o q u e a l u d e
a v a l o r e s de la i n s t i t u c i ó n ( b a n d e r a s , i n s i g n i a s ,
e t c ) , s i n o que t a m b i é n , e n l a s g u e r r a s c o n t e m p o r á -
n e a s , s e han c o n v e r t i d o e n u n a c a u s a i n d e p e n d i e n t e
de a p a r i c i ó n de la f o r m a m a n i f i e s t a de la g u e r r a . Me
estoy refiriendo, a l c o n d i c i o n a n t e e c o n ó m i c o - p o l í t i -
c o - m i l i t a r de la f a b r i c a c i ó n de a r m a s .
En la actualidad, existe un vínculo de r e l a c i o n e s
r e c í p r o c a s , que a s o c i a a l a s g u e r r a s con l a s a r m a s
del s i g u i e n t e modo: los h o m b r e s f a b r i c a n a r m a s pa-
ra hacer las g u e r r a s y el a p a r a t o e c o n ó m i c o - i n d u s -
trial de las a r m a s , fabrica g u e r r a s (de f o r m a m á s o
m e n o s directa) para v e n d e r a r m a s .

104
 Tercera parte

EL P R O C E S O DE
INTERIORIZACIÓN
DE LA GUERRA
 7

LA P E R S O N A Y EL GRUPO
A N T E EL CONFLICTO BÉLICO

I N D I V I D U O Y COLECTIVIDAD:
EL P R O B L E M A D E L CONFORMISMO

U n a d e l a s g r a n d e s p a r a d o j a s d e l a g u e r r a e s que
s i e n d o un f e n ó m e n o tan extendido y que involucra
a t a n t a s personas, prácticamente nadie es partida-
rio de e l l a . Muy p o c a s p e r s o n a s d e s e a n ver a su p a í s
e n v u e l t o e n u n c o n f l i c t o a r m a d o . E s é s t a u n a opi-
n i ó n t a n e x t e n d i d a q u e i n c l u s o los m i s m o s m i l i t a -
res, afirman ser los más ardientes defensores de la
paz.
A p e s a r de e s t e r e c h a z o g e n e r a l i z a d o , la g u e r r a ,
n o s ó l o n o h a d e s a p a r e c i d o , s i n o que c a d a vez p a r e c e
estar más presente en la sociedad contemporánea.
D e b e e x i s t i r a l g u n a e x p l i c a c i ó n a l h e c h o d e que
u n f e n ó m e n o q u e e s r e c h a z a d o por l a gran m a y o -
ría d e l o s i n d i v i d u o s e n s u s r a z o n a m i e n t o s i n d i v i -
d u a l e s , s e a r e p r o d u c i d o por los m i s m o s con t a n t a
facilidad.
U n a de las preocupaciones fundamentales de la
psicología social desde sus orígenes, ha sido precisa-
m e n t e dar e x p l i c a c i ó n a e s t a d i f e r e n c i a e n t r e e l

107
r a z o n a m i e n t o i n d i v i d u a l y la c o n d u c t a c o l e c t i v a .
E n t r e lo que el h o m b r e p i e n s a y d e s e a ( r e c h a z o a la
g u e r r a ) y lo que h a c e c u a n d o e n t r a en c o n t a c t o c o n
la colectividad (participación en la m i s m a ) . En tér-
m i n o s g e n e r a l e s es lo que se ha v e n i d o a d e n o m i n a r
conformismo o conformidad.
A f i n a l e s del s i g l o p a s a d o y d u r a n t e l a s pri-
m e r a s dos o t r e s d é c a d a s del p r e s e n t e , se e x p l i c a -
ban los f e n ó m e n o s c o l e c t i v o s (lo q u e e n t o n c e s s e
d e n o m i n a b a c o n d u c t a de l a s m a s a s ) , a t r i b u y e n d o a
la muchedumbre cierta entidad psicológica diferen-
te de la de los i n d i v i d u o s . Las p e r s o n a s a c t u a r í a n
y p e n s a r í a n en un p l a n o s u p e r i o r al de la m a s a , p e r o
el c o n t a c t o con é s t a l e s l l e v a r í a a r e a l i z a r c o n d u c -
t a s i r r a c i o n a l e s (Le B o n , 1 8 9 6 ) , a c t i v a r í a s u s i n s -
tintos (McDougall, 1921) o daría rienda s u e l t a a los
impulsos reprimidos (Freud, 1921). Eran explica-
c i o n e s que c u a d r a b a n b i e n con l o s t u r b u l e n t o s s u c e -
s o s e u r o p e o s de la é p o c a , d o n d e la acción directa
propugnada por m o v i m i e n t o s f a s c i s t a s y por l o s
g r u p o s r e v o l u c i o n a r i o s de o r i e n t a c i ó n m a r x i s t a o
a n a r q u i s t a , p u g n a b a por s u s t i t u i r l a s t r a d i c i o n a l e s
f o r m a s del poder p a l a c i e g o , e c l e s i a l o p a r l a m e n t a -
rio. La a c t u a c i ó n de los i n d i v i d u o s en la m a s a v e n -
dría e x p l i c a d a por d i v e r s o s p r o c e s o s (contagio,
s u g e s t i ó n , i d e n t i f i c a c i ó n con e l líder, e t c ) , e n l o s
que el e l e m e n t o c o m ú n s e r í a la d e s i n d i v i d u a c i ó n o
despersonalización.
U n cariz muy d i f e r e n t e t e n í a n a l g u n a s d e l a s
e x p l i c a c i o n e s que por e n t o n c e s s e d a b a n e n l o s E s -
t a d o s U n i d o s , muy e n s i n t o n í a con e l a u g e del m o v i -
miento conductista. Allport (1924) consideraba un
error dotar al grupo de e n t i d a d p s i c o l ó g i c a . P a r a
e s t e autor sólo e x i s t e n i n d i v i d u o s q u e s e c o m p o r t a n
c o n f o r m e a los e s t í m u l o s que l e s r o d e a n en c a d a
m o m e n t o . La d i f e r e n c i a e n t r e la c o n d u c t a p r i v a d a y
la pública hay que b u s c a r l a en la c o m p l e j i d a d de

108
e s t o s e s t í m u l o s s o c i a l e s . C u a n d o e l hombre a c t ú a e n
g r u p o n o s e t r a n s f o r m a c u a l i t a t i v a m e n t e , s i n o que
su c o n d u c t a se ve f a c i l i t a d a por el c o n t a c t o con los
d e m á s . Cualquier hecho social, como la aparición
del l e n g u a j e o la c o n f o r m i d a d al grupo, podría expli-
c a r s e por l o s p r i n c i p i o s del a p r e n d i z a j e a s o c i a t i v o .
La e x p e r i e n c i a de la A l e m a n i a nazi y de la Se-
g u n d a G u e r r a M u n d i a l , l l e v ó a un b u e n n ú m e r o de
i n t e l e c t u a l e s europeos a instalarse en Estados Uni-
d o s , d o n d e c o n s t i t u y e r o n escuelas que dieron ex-
p l i c a c i o n e s n o v e d o s a s a la c o n d u c t a , r e l a t i v a m e n t e
h o m o g é n e a , d e los i n d i v i d u o s e n l a s c o l e c t i v i d a d e s .
D i s t i n t o s a u t o r e s d e l o que s e d e n o m i n ó c o m o
Escuela de Frankfurt, c u y a s r a í c e s t e ó r i c a s m á s in-
m e d i a t a s e r a n l o s p e n s a m i e n t o s de F r e u d y de Marx,
postulaban que existía una relación intrínseca entre
las e s t r u c t u r a s personales y el s i s t e m a social. Este
buscaba, para pervivir como sistema, transformar
el c a r á c t e r de s u s m i e m b r o s para que s u s d e s e o s y
c o n d u c t a s se adecuaran a las estructuras existen-
tes, (véase Reich, 1933). Erich Fromm (1941) en-
t e n d í a q u e e l c o m p o r t a m i e n t o c o n f o r m i s t a era e l
resultado de un tipo de personalidad sado-masoquis-
ta, q u e a d o p t a la m a y o r p a r t e de la p o b l a c i ó n , con
el fin de h a c e r f r e n t e a la p r e s i ó n s o c i a l y a la
a n g u s t i a d e r i v a d a del e j e r c i c i o de la propia l i b e r t a d .
Más que un rasgo de personalidad, el conformismo
para Fromm, constituía un mecanismo de defensa
q u e i m p l i c a r í a la p é r d i d a de la propia p e r s o n a l i d a d .
L o s t r a b a j o s del d e n o m i n a d o grupo d e B e r k e l e y
c o o r d i n a d o por T h e o d o r A d o r n o ( 1 9 5 0 ) , p l a n t e a d o s
e n u n p r i n c i p i o p a r a dar c u e n t a d e l a s r a í c e s p s i c o -
s o c i a l e s del a n t i s e m i t i s m o , s i t u a r o n e l c o n f o r m i s m o
d e n t r o de una configuración de rasgos que denomi-
n a r o n la personalidad autoritaria. Esta estructura-
c i ó n i d e o l ó g i c a v e n d r í a c o n f o r m a d a por u n c o n j u n t o
d e v a r i a b l e s i n t r í n s e c a m e n t e r e l a c i o n a d a s e n t r e sí.

109
c o m o la a d h e s i ó n r í g i d a a l o s v a l o r e s c o n v e n c i o n a -
l e s , la s u m i s i ó n i n c o n d i c i o n a l a l a s a u t o r i d a d e s , la
tendencia a castigar a quienes violen estos valores,
el r e c h a z o a la e x p r e s i ó n de la s e n s i b i l i d a d , la c r e e n -
cia e n l a d e t e r m i n a c i ó n s o b r e n a t u r a l d e t o d a s l a s
c o s a s , la fe en l o s l í d e r e s f u e r t e s y p o d e r o s o s , e t c .
M i e n t r a s que l o s p o s t u l a d o s d e e s t o s a u t o r e s
ejercían una importante influencia en el p e n s a m i e n -
to y la c o n d u c t a de la j u v e n t u d n o r t e a m e r i c a n a y
europea, se desarrollaba, en el ámbito de la psicolo-
gía s o c i a l , u n a l í n e a t e ó r i c a , el c o g n i t i v i s m o , a la
que c o n t r i b u y ó d e c i s i v a m e n t e l a labor d e o t r o e m i -
g r a n t e a l e m á n l l a m a d o Kurt L e w i n . L a c o n d u c t a d e
los i n d i v i d u o s e n los g r u p o s n o s e r í a e l f r u t o d e u n
rasgo permanente de personalidad, ni el r e s u l t a d o
de una sugestión de la colectividad. Para analizar el
c o m p o r t a m i e n t o de los g r u p o s e r a p r e c i s o a t e n d e r a
la s i t u a c i ó n global, (lo que L e w i n d e n o m i n ó el cam-
po). E n t r e los e s t í m u l o s que r e c i b e el i n d i v i d u o y su
respuesta, median procesos psicológicos más o me-
nos complejos (percepciones, m o t i v a c i o n e s , cogni-
c i o n e s , e t c ) , que c o n d i c i o n a n l a c o n d u c t a del m i s m o .
En el a n á l i s i s de e s t o s p r o c e s o s p s í q u i c o s y en l a s
características de la situación que configura la rea-
lidad de los g r u p o s , se debe b u s c a r la c l a v e p a r a la
e x p l i c a c i ó n y p r e d i c c i ó n de la c o n d u c t a c o l e c t i v a .
Dentro de este paradigma se han generado dis-
t i n t a s t e o r í a s (de la a t r i b u c i ó n , de la d i s o n a n c i a
c o g n i t i v a , e t c ) que, con m a y o r o m e n o r f o r t u n a , h a n
pretendido explicar el comportamiento social de los
i n d i v i d u o s . A d e m á s d e los m o d e l o s t e ó r i c o s , s e h a n
r e a l i z a d o n u m e r o s o s e x p e r i m e n t o s con p e q u e ñ o s
grupos que han p r e t e n d i d o ser c o n f i r m a c i o n e s e m -
píricas d e s u s p o s t u l a d o s . A l g u n o s d e e s t o s e x p e r i -
m e n t o s , c o n v e r t i d o s en clásicos por su r e i t e r a d a
aparición e n los m a n u a l e s d e l a e s p e c i a l i d a d , s e h a n
referido a la c o n d u c t a c o n f o r m i s t a , e x p l i c a d a c o m o

110
r e s u l t a d o d e l a p r e s i ó n grupal (Asch, 1 9 5 2 ) , c o m o
a s u n c i ó n y r e p r e s e n t a c i ó n de un papel o rol (Zim-
b a r d o , 1 9 7 0 ) o c o m o un a c t o r u t i n a r i o de o b e d i e n c i a
a la a u t o r i d a d ( M i l g r a m , 1 9 7 3 ) .
D e s d e u n a p e r s p e c t i v a m á s s o c i o l o g i s t a , l a psico-
l o g í a s o c i a l h a dado o t r a s e x p l i c a c i o n e s a l f e n ó m e n o
del c o n f o r m i s m o . L a s m á s d i f u n d i d a s s o n l a s d e
a q u e l l a s t e o r í a s q u e t i e n e n el c o n c e p t o de rol c o m o
e l e m e n t o c e n t r a l d e e x p l i c a c i ó n d e l a c o n d u c t a so-
c i a l . La i d e a de q u e la vida de los h o m b r e s es s e m e -
j a n t e a la de a c t o r e s que r e p r e s e n t a n un papel (o
rol) en c u y a c o n f e c c i ó n no han p a r t i c i p a d o , no es
p r e c i s a m e n t e n u e v a , ni se p u e d e a t r i b u i r a la moder-
na s o c i o l o g í a . Ya en el s i g l o XVII el d r a m a t u r g o
C a l d e r ó n de la B a r c a h a b l a b a del Gran Teatro del
Mundo, y en La vida es sueño h a c í a decir al m a r t i -
rizado Segismundo:

Sueña el rey que es rey y vive

con este engaño mandando,
disponiendo y gobernando;
y este aplauso, que recibe
prestado, en el viento escribe;
y en cenizas le convierte
la muerte (¡desdicha fuerte!):
¿que hay quien intente reinar
viendo que ha de despertar
en el sueño de la muerte?
Sueña el rico en su riqueza,
que más cuidados le ofrece;
sueña el pobre que padece
su miseria y su pobreza;
sueña el que a medrar empieza,
sueña el que afana y pretende,
sueña el que agravia y ofende,
y en el mundo, en conclusión,

111
 todos sueñan lo que son,
aunque ninguno lo entiende.

E n t r e q u i e n e s han u t i l i z a d o e n s u s t e o r í a s e l
c o n c e p t o de rol la s o c i o l o g í a e s t r u c t u r a l - f u n c i o n a -
lista de Parsons ocupa un destacado lugar. Para e s t e
autor, el individuo interioriza, en sus procesos de
socialización, unas motivaciones para participar en
el sistema social siguiendo unas p a u t a s o roles
preestablecidos. La conformidad con las n o r m a s so-
ciales sería pues, la base de la estabilidad social.
La idea de p a s i v i d a d q u e se d e r i v a de la t e o r í a
o r i g i n a l del rol ( D e u t s c h y K r a u s s , 1 9 6 5 ) , no es
c o m p a r t i d a por a q u e l l o s que s e s i t ú a n d e n t r o d e l a
l í n e a t e ó r i c a del Interaccionismo Simbólico. Para
estos autores el hombre sería un actor, pero no al
e s t i l o del t e a t r o c l á s i c o d o n d e s u p a p e l e s t á e s c r i t o
y dirigido por o t r a s p e r s o n a s ; s i n o q u e su a c t u a c i ó n
r e s p o n d e r í a en cada m o m e n t o al s e n t i d o q u e dé a la
c o n d u c t a de los o t r o s a c t o r e s y a la q u e é s t o s h a g a n
de la s u y a . Al no e s t a r e s c r i t o el g u i ó n , la r e p r e -
s e n t a c i ó n (la c o n d u c t a s o c i a l ) s e r í a , e n p r i n c i p i o ,
imprevisible.
Algunos autores que se inspiran en e s t a línea
teórica interaccionista, considerarían que, s i g u i e n -
do el s í m i l t e a t r a l , la r e p e t i c i ó n de s i t u a c i o n e s s i m i -
lares, conformarían una realidad más previsible. A
fuerza de improvisar las r e p r e s e n t a c i o n e s se irían
r e p i t i e n d o , con l o que s e c o n f o r m a r í a n u n a s f o r m a s
de i n t e r a c c i ó n m á s o m e n o s e s t a b l e s . A u n q u e lo n o r -
mal e s que l a población s e c o m p o r t e s i g u i e n d o e s t a s
normas no escritas (conformismo), esta perspectiva
t e ó r i c a d o t a al i n d i v i d u o de un p a p e l a c t i v o en la
d i n á m i c a social.
En resumen, existe un hecho evidente: la mayor
parte de los i n d i v i d u o s se c o m p o r t a n r e p r o d u c i e n d o
las f o r m a s de a c t u a r que s o n h a b i t u a l e s en el e n t o r -

112
no q u e l e s r o d e a . Y lo m á s i m p o r t a n t e es que e s a
c o n d u c t a n o s i e m p r e c o i n c i d e con s u s d e s e o s . H e
e x p u e s t o en las páginas precedentes algunas de las
e x p l i c a c i o n e s q u e la p s i c o l o g í a s o c i a l da a e s t e he-
c h o ( d e s i n d i v i d u a c i ó n , f a c i l i t a c i ó n social, r a s g o d e
p e r s o n a l i d a d , p r e s i ó n grupal, d e s e m p e ñ o d e roles,
etc). Podrían darse muchas más si nos situáramos
en la p e r s p e c t i v a s o c i o l ó g i c a o i n c l u s o filosófica, ya
q u e el c o n f o r m i s m o refleja un t i p o de a c c i ó n s o c i a l
al que la ética ha prestado especial atención.

V I O L E N C I A Y PROCESOS GRUPALES

Si he a b o r d a d o la e x p l i c a c i ó n p s i c o s o c i a l del con-
f o r m i s m o d e f o r m a r e l a t i v a m e n t e e x t e n s a , e s por-
q u e c o n s i d e r o que e s t e p r o c e s o c o n s t i t u y e uno
de l o s f u n d a m e n t o s de la s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a . Me
explicaré.
D e c í a en el p r i m e r c a p í t u l o de e s t e libro que, a
pesar de ser uno de los f e n ó m e n o s más relevantes
en la h i s t o r i a de la h u m a n i d a d , y de e x i s t i r un con-
s e n s o b a s t a n t e generalizado en su contra, la mayor
p a r t e de c i e n t í f i c o s q u e se d e d i c a n al e s t u d i o de la
guerra, lo hacen con la intención de elevar su efec-
t i v i d a d , y c a r á c t e r d e s t r u c t i v o . Si e x c l u i m o s e s t e
n u m e r o s í s i m o g r u p o d e e s t u d i o s o s a l s e r v i c i o del
complejo militar-industrial, existen algunas expli-
c a c i o n e s t e ó r i c a s q u e d e s d e la p s i c o l o g í a y la p s i c o -
logía social, pretenden aproximarse al fenómeno
bélico.
C u a n d o s e p r e t e n d e dar c u e n t a d e u n f e n ó m e n o ,
e s p r e c i s o d e f i n i r l o m í n i m a m e n t e . E s l o q u e h e he-
c h o en el c a p í t u l o a n t e r i o r con la g u e r r a . En la
c ú s p i d e d e l a d e s c r i p c i ó n i n s t i t u c i o n a l , e s decir, e n

113
 el a p a r a t o i d e o l ó g i c o y s i m b ó l i c o q u e da s e n t i d o a la
acción en su totalidad, situé valores que ú n i c a m e n t e
t e n í a n que ver con p r o c e s o s d e i n t e r a c c i ó n e n t r e l o s
i n d i v i d u o s y l a s c o l e c t i v i d a d e s q u e la p r o t a g o n i z a n
(polarización, justificación y acomodación funcio-
n a l ) . E n t r e los e l e m e n t o s que d e s c r i b e n l a a c t u a c i ó n
c o n c r e t a de los i n d i v i d u o s o roles, h a b l a b a del o t r o
c o m p o n e n t e f u n d a m e n t a l e n l a d e s c r i p c i ó n del f e n ó -
> m e n o b é l i c o : la v i o l e n c i a . Si mi i n t e n c i ó n en e s t e
/** c a p í t u l o es e x p l i c a r el p r o c e s o m e d i a n t e el c u a l i n -
teriorizamos la realidad institucional de la guerra,
es preciso fundamentar esta descripción.
X'V Los dos ú n i c o s e l e m e n t o s i m p r e s c i n d i b l e s p a r a
definir u n a g u e r r a s o n : l a e x i s t e n c i a d e c o l e c t i v o s
, *v e n f r e n t a d o s , y el e m p l e o de la f u e r z a o v i o l e n c i a .
K^P G e n e r a l m e n t e , c u a n d o en l o s m a n u a l e s de p s i c o -
logía, s e aborda e l t e m a d e l a g u e r r a s e h a c e s i t u a n -
do como elemento central el hecho de la violencia.
La a g r e s i v i d a d h u m a n a , i n n a t a o a p r e n d i d a , s e r í a
s u f u n d a m e n t o p s í q u i c o . Los f e n ó m e n o s d e a g r u p a -
ción, c o h e s i ó n grupal, e t c , s e r í a n e l e m e n t o s q u e c a -
n a l i z a r í a n esa a g r e s i v i d a d . E n t é r m i n o s s i m p l e s
podría d e c i r s e que los h o m b r e s s e a g r u p a n p a r a ha-
cer m á s e f e c t i v a s u a g r e s i v i d a d , p a r a o p t i m i z a r l a .
S i g u i e n d o e s t a a r g u m e n t a c i ó n , la ú n i c a s o l u c i ó n a
la guerra sería canalizar esa agresividad, de forma
que los i n d i v i d u o s s e r e u n i e r a n para e j e r c e r u n a
violencia simbólica sobre sus s e m e j a n t e s , a t r a v é s
del d e p o r t e , la c o m p e t e n c i a c i e n t í f i c a o a r t í s t i c a .
Del m i s m o modo que s e e s t a b l e c e e s t a c o r r e s p o n -
dencia, c o n s i d e r o que l a a r g u m e n t a c i ó n c o m p l e m e n -
taria se a p r o x i m a m á s al h e c h o real de la g u e r r a : l o s
h o m b r e s ejercen l a v i o l e n c i a p o r q u e c o n f o r m a n g r u -
pos h o m o g é n e o s e i n c o m p a t i b l e s e n t r e sí. En e s t e
caso l a v i o l e n c i a n o t e n d r í a u n v a l o r c a u s a l , s i n o
instrumental. La consecuencia teórica ingenua que
se derivaría de este postulado es que para acabar

114
c o n l a g u e r r a s e r í a p r e c i s o incidir e n l a e x i s t e n c i a
d e l o s g r u p o s , l o c u a l podría h a c e r s e e n dos p o s i b l e s
d i r e c c i o n e s : e l i m i n á n d o l o s o d i f u m i n a n d o al m á x i -
mo sus diferencias. La primera solución es inviable
d a d a l a n a t u r a l e z a s o c i a l del ser h u m a n o (si d e s a p a -
recen los grupos desaparece el hombre), la segunda
e s l a s o l u c i ó n u t ó p i c a final d e l o s m o v i m i e n t o s igua-
l i t a r i s t a s como el marxismo. Si nos apeamos de la
e s p e c u l a c i ó n t e ó r i c a , p o d e m o s e n c o n t r a r que la so-
lución q u e la h u m a n i d a d ha dado a e s t a i n c o m -
p a t i b i l i d a d g r u p a l , ha s i d o el e s t a b l e c i m i e n t o de
r e l a c i o n e s d e poder e n t r e l o s g r u p o s . D e f o r m a que
la violencia, ú n i c a m e n t e se produciría en el caso de
que alguno de estos grupos cuestionara esas relacio-
n e s . L a o r g a n i z a c i ó n p o l í t i c a del m u n d o c o n t e m p o -
ráneo se f u n d a m e n t a en la subordinación de las
r e l a c i o n e s de p o d e r a la a u t o r i d a d del E s t a d o . E n t r e
l o s E s t a d o s e x i s t e n t a m b i é n r e l a c i o n e s d e poder
a c o r d a d a s o de fado. Cada p e r í o d o de v i o l e n c i a
(guerras, revoluciones, etc) implicaría un cambio en
l a d i s t r i b u c i ó n d e e s e poder. U t i l i z a n d o u n a c o n o c i -
d a m e t á f o r a , p o d r í a d e c i r s e p u e s , que l a v i o l e n c i a e s
la partera o comadrona de la historia.
A l s i t u a r l o s p r o c e s o s g r u p a l e s c o m o valor i d e o -
l ó g i c o y a la v i o l e n c i a c o m o e l e m e n t o i n s t r u m e n t a l
de la guerra, creo estar reflejando lo que ésta es en
r e a l i d a d . Los h o m b r e s n o s e r e ú n e n para g u e r r e a r ,
s i n o q u e e x i s t e n g r u p o s que e n t r a n e n c o n f l i c t o . S i n
una idea que unificara y diera identidad a estos
g r u p o s , l a g u e r r a n o e x i s t i r í a . S e podría a r g u m e n t a r
que si bien esto es evidente en el caso de guerras
e n t r e n a c i o n e s , donde los grupos están perfecta-
m e n t e c o n f o r m a d o s y u n i f i c a d o s por la l e n g u a , la
c u l t u r a , y en o c a s i o n e s i n c l u s o por la r a z a ; el a r g u -
m e n t o podría fallar en el caso de las guerras civiles
e i d e o l ó g i c a s d o n d e h o m b r e s de d i s t i n t o s g r u p o s ,
(raciales, familiares, etc) se reúnen conformando

115
bandos hetereogéneos. Desde mi punto de vista el
argumento es válido en ambos casos. En el primero,
los g r u p o s que e n t r a n e n c o n f l i c t o e s t á n c o n f i g u r a -
dos en t o r n o a i d e a s y v a l o r e s b i e n a s e n t a d o s . La
conciencia de pertenencia al grupo es inmediata. En
el segundo la existencia de los grupos es previa al
a c t o v i o l e n t o y n o e s t á d e r i v a d a del m i s m o . L a s
i d e a s que u n i f i q u e n a e s t o s n u e v o s g r u p o s y q u e l o s
hagan entrar en conflicto, serán las que los identi-
fiquen e n a l g u n a d i c o t o m í a c o m o l a d e o p r i m i d o s - e x -
plotadores, liberales-conservadores o pobres-ricos.
En e s t e c a s o s e r á n e c e s a r i o tomar conciencia de e s a
nueva pertenencia.
E s t e e s u n o d e los f u n d a m e n t o s del c a m b i o r e v o -
l u c i o n a r i o p r o p u g n a d o por Marx q u i e n c o n s i d e r a b a
que e x i s t e u n a falsa conciencia q u e h a c e a l o s h o m -
bres p e n s a r e i d e n t i f i c a r s e con l a s i d e a s de l o s g r u -
pos d o m i n a n t e s . P a r a que e l h o m b r e s e l i b e r e , d e b e
tomar conciencia de su p e r t e n e n c i a o b j e t i v a a u n a
clase social.
Este principio de acción revolucionaria propug-
nado por Marx es u t i l i z a d o , de h e c h o , por c u a l q u i e r
grupo social p o l í t i c o o r e l i g i o s o en su b ú s q u e d a de
a d e p t o s . E n e l c a s o d e que e s a i d e n t i d a d e x i s t a s e
u t i l i z a r á n t é c n i c a s para r e f o r z a r l a . S i n o e x i s t e s e
i n t e n t a r á crear, g e n e r a l m e n t e p a r t i e n d o d e v a l o r e s
de identificación más asentados. En el caso de Nica-
ragua tenemos un ejemplo claro de esto último. Los
s a n d i n i s t a s , cuya p r i n c i p a l raíz i d e o l ó g i c a e r a m a r -
x i s t a , a ñ a d i e r o n a é s t a , en su labor de p r o s e l i t i s m o
c o n t r a S o m o z a , l a idea n a c i o n a l i s t a s i m b o l i z a d a e n
la figura del g e n e r a l liberal A u g u s t o C. S a n d i n o .
Por eso doy t a n t a i m p o r t a n c i a a la i d e a de la
conformidad. Para conseguir iniciar y m a n t e n e r
una guerra e s p r e c i s o crear u n a m o t i v a c i ó n q u e v i n -
cule a los i n d i v i d u o s con uno de los g r u p o s . U n a v e z
conseguida ésta, el aparato institucional de la gue-

116
rra h a c e q u e l o s s u j e t o s c o n s i d e r e n s u p a r t i c i p a c i ó n
como inevitable.
Es t a n i m p o r t a n t e el p r o c e s o de i d e n t i f i c a c i ó n y
c o n f o r m i d a d con el g r u p o , que en el d e s a r r o l l o nor-
m a t i v o de la g u e r r a , s o b r e t o d o en lo referido a la
i n s t r u c c i ó n m i l i t a r , e s e l e l e m e n t o p s i c o l ó g i c o sobre
e l q u e m á s s e t r a b a j a . Los u n i f o r m e s , los d e s f i l e s ,
l a s b a n d e r a s , la h o m o g e n e i d a d en el tipo de vida que
s e l l e v a e n l o s c u a r t e l e s , t i e n e c o m o o b j e t i v o funda-
m e n t a l c r e a r f u e r t e s l a z o s de i d e n t i d a d y f i d e l i d a d
c o n el g r u p o , o r e f o r z a r l o s en el c a s o de que ya
existieran.
L o s m a n d o s m i l i t a r e s e s t á n c o n v e n c i d o s del va-
lor d i r e c t i v o de la i d e n t i f i c a c i ó n y c o n f o r m i d a d gru-
pal e n t i e m p o d e g u e r r a . E l r e c l u t a m i e n t o forzoso,
la disciplina militar, los juicios sumarísimos, las
a m e n a z a s y c a s t i g o s , s o n p o d e r o s o s e l e m e n t o s di-
s u a s o r i o s p a r a q u e a q u e l l o s q u e no e s t á n convenci-
dos d e s i s t a n de a b a n d o n a r l a s f u e r z a s a r m a d a s .
Pero si no se consiguen fuertes lazos de vinculación
i d e o l ó g i c a c o n el b a n d o en el que se p a r t i c i p a , la
e f e c t i v i d a d m i l i t a r d e l o s c o m b a t i e n t e s s e s i t ú a bajo
m í n i m o s . Es lo que en el ámbito castrense se define
c o m o baja moral militar. A u n q u e en e s t e f e n ó m e n o
i n f l u y e n t a m b i é n o t r o s f a c t o r e s , l o s que t i e n e n que
v e r c o n la v i n c u l a c i ó n g r u p a l son l o s que se han
m o s t r a d o m á s efectivos. De hecho, la llamada gue-
rra p s i c o l ó g i c a s e f u n d a m e n t a e n l a u t i l i z a c i ó n d e
d i v e r s a s t é c n i c a s para crear d e s c o n f i a n z a y divi-
sión en el bando enemigo. Estas técnicas no bus-
can q u e el s o l d a d o traicione a su c a u s a y a su
g r u p o d e r e f e r e n c i a , s i n o h a c e r l e ver que s u s diri-
g e n t e s l e s t i e n e n e n g a ñ a d o s , que e s t á n v e n d i d o s a
otras causas ( p a í s e x t r a n j e r o , e n r i q u e c i m i e n t o per-
s o n a l , e t c ) . E l o b j e t i v o e s por t a n t o d e s v i n c u l a r l e
i d e o l ó g i c a m e n t e de su grupo, hacerle psicológica-
m e n t e vulnerable a adoptar una nueva fidelidad.

117
 Situar el proceso de identificación grupal como
condición necesaria para la participación de los ciu-
d a d a n o s en la g u e r r a , y el u s o de la v i o l e n c i a c o m o
elemento funcional de la misma, no significa que
entre ambos procesos exista una relación jerárquica
unidireccional. En realidad esta relación es dia-
í l é c t i c a . La v i o l e n c i a no es ú n i c a m e n t e u n o de l o s
m e d i o s que u t i l i z a n l o s g r u p o s p a r a r e s o l v e r s u s
^,.rr, c o n f l i c t o s y m a n t e n e r s u s r e l a c i o n e s de p o d e r . E l
.*^í u s o de la v i o l e n c i a t a m b i é n c o n t r i b u y e a i n t e n s i f i -
car los s e n t i m i e n t o s de p e r t e n e n c i a al g r u p o , a la
vez que e l e v a l a c o h e s i ó n i n t e r n a d e é s t e . E s t o e s a s í
t a n t o para e l grupo q u e l a s u f r e c o m o p a r a e l q u e l a
ejerce.
I liij E s bien c o n o c i d a la e f e c t i v i d a d q u e t i e n e n l o s
KÍ|Í*'I m á r t i r e s en l a s g u e r r a s . A d e m á s de dar un v a l o r
a ñ a d i d o a la c a u s a e s g r i m i d a (por la q u e e s t a s p e r -
s o n a s dieron s u v i d a ) , a c a l l a n l a s o p i n i o n e s d e l o s
que p r o p u g n a n u n e n t e n d i m i e n t o con e l b a n d o c o n -
trario, los que d e b e n p l e g a r s e a u n o de l o s b a n d o s ,
v o l u n t a r i a m e n t e o a la f u e r z a , ya q u e de s e g u i r
manteniendo sus posiciones serían tomados como
traidores. La diversidad de opciones dura h a s t a que
comienzan las hostilidades. A partir de ese m o m e n -
t o e s p r e c i s o optar e n t r e dos b a n d o s ú n i c a m e n t e .
Q u i e n e s e j e r c e n la v i o l e n c i a se v e n a la v e z m á s
c o m p r o m e t i d o s con el g r u p o . En la g u e r r a , al c o n -
trario que en p e r í o d o s de paz, la d e s t r u c c i ó n y el
asesinato no sólo no se castigan, sino que q u i e n e s
son m á s e f e c t i v o s e n e s t a s f u n c i o n e s s o n m o s t r a d o s
c o m o e j e m p l o s en los q u e el g r u p o ha de m i r a r s e . P o r
otro lado, c u a n d o los p r o g r a m a s d e e n t r e n a m i e n t o
militar crean el hábito de obedecer de forma i n m e -
d i a t a a las ó r d e n e s , no s ó l o c o n s i g u e n u n a m a y o r
funcionalidad operativa, también pretenden eximir
de responsabilidad moral al soldado que mata. De
e s t e modo e l i n d i v i d u o s e v i n c u l a m á s a l g r u p o , q u e

118
en d e f i n i t i v a es el q u e ha c o m e t i d o la a c c i ó n de la
que él no ha sido más que un instrumento, la metá-
f o r a d e l brazo ejecutor r e m i t e a un cuerpo del que el
individuo participa.
T e n e m o s p u e s q u e e n t r e l o s dos c o m p o n e n t e s
definidores de la guerra se da una relación circular:
La c o h e s i ó n e i d e n t i d a d g r u p a l p u e d e l l e v a r , en c a s o
de c o n f l i c t o , a la u t i l i z a c i ó n de la v i o l e n c i a . A su
vez, el uso de la violencia hace aumentar la cohesión
e i d e n t i d a d g r u p a l , lo q u e h a c e m á s p o s i b l e el u s o de
la violencia, etc.
¿Por d o n d e s e r o m p e e l c í r c u l o ? S i n o s f i j a m o s e n
l o q u e s u e l e s u c e d e r a l f i n a l i z a r u n a g u e r r a , pode-
m o s encontrar la solución. En el bando perdedor la
c o h e s i ó n d e s a p a r e c e y la s e n s a c i ó n de p e r t e n e n c i a
de sus m i e m b r o s se difumina. Las bases se sienten
d e s i l u s i o n a d a s y a m e n u d o t r a i c i o n a d a s . La h i s t o r i a
e s s i e m p r e c r u e l con e l v e n c i d o , s u s a c c i o n e s s o n
calificadas como crueles, tiránicas, aberrantes. Las
de l o s v e n c e d o r e s c o m o h e r o i c a s e i n e v i t a b l e s . Lo
m á s usual es que, de un modo u otro, los e l e m e n t o s
f u n d a m e n t a l e s que identifican al triunfador sean
a s u m i d o s por l a p o b l a c i ó n del b a n d o p e r d e d o r . D e
c u a l q u i e r m o d o , e l fin d e u n a g u e r r a , t e n g a v e n c e -
dor c l a r o o n o , s i e m p r e s u p o n e un c a m b i o en l o s
v a l o r e s que identifican a los grupos.
D e e s t e m o d o , t a n t o para f o m e n t a r l a p a r t i c i p a -
ción bélica como para promover la reconciliación,
los valores de identificación grupal se presentan
como centrales. En el primer caso se marca una
l í n e a de s e p a r a c i ó n i r r e c o n c i l i a b l e e n t r e ellos y no-
sotros. A u n q u e t o d o s s e a n del m i s m o p a í s , r a z a ,
c l a s e s o c i a l o r e l i g i ó n se o b v i a r á e s t e d a t o y se de-
s i g n a r á n los b a n d o s con nombres que no permitan
d u d a s a la h o r a de i d e n t i f i c a r s e . En el m o m e n t o en
q u e c e s a n l a s h o s t i l i d a d e s e l o b j e t i v o e s diluir e s a s
diferencias con valores de identificación comparti-

119
da: todos somos del mismo país, nos matamos entre
nosotros cuando el verdadero enemigo de ambos es
otro, etc.
En resumen: la guerra es una institución que se
fundamenta en una serie de valores ideológicos cuya
b a s e c o m ú n hay q u e b u s c a r l a , e n l o s p r o c e s o s q u e
v i n c u l a n a los i n d i v i d u o s a l o s g r u p o s en l i z a . U n a
vez c o n s e g u i d a e s t a v i n c u l a c i ó n e x i s t e u n i m p o r t a n -
te aparato normativo que regula y d e t e r m i n a las
a c c i o n e s q u e debe r e a l i z a r c a d a c o l e c t i v o , y d e n t r o
de éstos, la misión de cada individuo. Así se legiti-
m a n c o n d u c t a s , c o m o la d e s t r u c c i ó n o el a s e s i n a t o ,
que n o r m a l m e n t e c a d a u n o d e e l l o s por s e p a r a d o n o
r e a l i z a r í a de f o r m a e s p o n t á n e a , y q u e s i r v e n , a su
vez, para a u m e n t a r l a v i n c u l a c i ó n d e é s t o s c o n e l
grupo.
C o m o dije e n e l c a p í t u l o p r i m e r o , m i o b j e t i v o n o
es el de explicar el origen concreto de las g u e r r a s ,
sino su fundamento psicosocial, esto es, los proce-
s o s que l l e v a n a los i n d i v i d u o s a j u s t i f i c a r l a s y a
participar en ellas. Mi intención es d e m o s t r a r que
es p o s i b l e e x p l i c a r e s t e proceso acudiendo a los
postulados acerca de la socialización, e x p u e s t o s en
el c a p í t u l o 5. D e s d e mi p u n t o de v i s t a , el pro-
c e s o de c o n f o r m i d a d del i n d i v i d u o a la g u e r r a , no
es un hecho circunstancial, sino que e s t á a n c l a d o
en el desarrollo de su identidad, fruto de s u s inter-
c a m b i o s con e l m e d i o s o c i a l d e s c r i t o e n e l c i t a d o
capítulo.

120
 8

E L E M E N T O S TEÓRICOS
Y METODOLÓGICOS

L a m e j o r f o r m a d e d e m o s t r a r que e x i s t e e s t a
s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a , es a c u d i r a los n i ñ o s y v e r i f i c a r
s i é s t o s h a n i n t e r i o r i z a d o los v a l o r e s y d i s p o s i c i o n e s
conductuales descritos cuando se definía institucio-
n a l m e n t e l a g u e r r a . P a r a tal fin, e l a b o r é u n a s e r i e
de pruebas que pretendían indagar si las formas de
p e r c i b i r , c o n c e p t u a l i z a r e i n t e r p r e t a r la r e a l i d a d
b é l i c a , a s í c o m o l a p o s i c i ó n que a d o p t a b a e l n i ñ o
a n t e ésta, podía ser el factor explicativo de la dispo-
s i c i ó n de l o s a d u l t o s a p a r t i c i p a r en la m i s m a .
A n t e s de p a s a r a e x p o n e r los r e s u l t a d o s del e s t u -
d i o r e a l i z a d o en C e n t r o a m é r i c a y E s p a ñ a , q u i s i e r a
hacer una s í n t e s i s de aquellos elementos teóricos y
metodológicos^*, que lo fundamentan.
El c u a d r o q u e se m u e s t r a a c o n t i n u a c i ó n es un
r e s u m e n e s q u e m á t i c o de las ideas centrales expues-
t a s en el c a p í t u l o 5. Y c o m o tal, me s i r v i ó de m o d e l o
teórico. B a s á n d o m e en este esquema elaboré una
s e r i e d e i n s t r u m e n t o s para v e r i f i c a r s u v a l i d e z . E s -
tas herramientas de investigación estaban orientá-

18. U n a i n f o r m a c i ó n d e t a l l a d a de la m e t o d o l o g í a del e s t u d i o pue-

de e n c o n t r a r s e en M o r e n o - M a r t í n ( 1 9 9 1 )

121
 d a s a t r e s s e c t o r e s de p o b l a c i ó n q u e se c o r r e s p o n -
dían con l o s t r e s g r a n d e s b l o q u e s d e q u e c o n s t a e l
modelo:

1. P a r a h a c e r la d e s c r i p c i ó n i n s t i t u c i o n a l de la
g u e r r a que s e e x p u s o e n e l c a p í t u l o 6 , a d e m á s d e l a
imprescindible revisión bibliográfica, e n t r e v i s t é a
políticos y militares n i c a r a g ü e n s e s de los dos ban-
dos e n f r e n t a d o s ( s a n d i n i s t a s y c o n t r a s ) .

2 . Los i n s t r u m e n t o s u t i l i z a d o s p a r a a n a l i z a r l a
i n f l u e n c i a d e los a g e n t e s s o c i a l i z a d o r e s e n e s t e pro-
c e s o , fueron los s i g u i e n t e s : e n t r e v i s t a s a m a d r e s ,
'^^^ e s t u d i o de los t e x t o s e s c o l a r e s y a n á l i s i s de c o n t e n i -
I do de l a s n o t i c i a s p e r i o d í s t i c a s , a p a r e c i d a s d e s d e
: que c o m e n z ó el c o n f l i c t o , en d o s d i a r i o s c e r c a n o s a
: cada u n o de los b a n d o s : Barricada y La Prensa.

3. Para analizar en qué medida los n i ñ o s habían

interiorizado la guerra, diseñé un i n s t r u m e n t o de
a n á l i s i s que s e d e s a r r o l l a b a e n f o r m a d e e n t r e v i s t a
l'i i n d i v i d u a l d u r a n t e u n o s 30 a 45 m i n u t o s . E s t e i n s -
trumento constaba de 87 cuestiones, de las cuales,
unas eran preguntas ante las que el niño debía res-
ponder (por e j e m p l o ¿por qué cree usted que hay
guerra en Nicaragua?) y o t r a s e r a n p r u e b a s q u e se
presentaban en forma de historias cortas que se
c o n t a b a n con e l apoyo d e u n a s l á m i n a s , d i b u j a d a s
para tal fin, y a n t e las que el n i ñ o d e b í a a d o p t a r u n a
alternativa y fundamentarla.

E s t a s p r u e b a s se l l e v a r o n a c a b o d u r a n t e l o s
m e s e s de j u l i o a s e p t i e m b r e de 1 9 8 9 . E n t r e v i s t a m o s
a un t o t a l de 8 9 1 n i ñ o s y n i ñ a s , los c u a l e s f u e r o n
e l e g i d o s a l azar e n t r e l a s p o b l a c i o n e s d e l a s z o n a s
d e guerra d e N i c a r a g u a , d o n d e h i c i m o s 3 7 5 e n t r e -
v i s t a s , los c a m p a m e n t o s de r e f u g i a d o s contras del

122
 Figura 1

ESQUEMA DEL MODELO TEÓRICO

DE LA INVESTIGACIÓN

GUERRA
Realidad institucional
E x p l í c i t a 0 i m p l í c i t a = V a l o r e s , Ideas,
S í m b o l o s y roles a s o c i a d o s a los mismos

A G E N T E S SOCIALIZADORES

Familia Escuela Med. Comunicación

SOCIALIZACIÓN BÉLICA
I n t e r i o r i z a c i ó n de la r e a l i d a d i n s t i t u c i o n a l

Componente estructural Componente energético

Elementos cognitivos Elementos valorativo

Se m a n i f i e s t a n a t r a v é s de p r o c e s o s p s i c o s o c i a l e s
c o n p o s i b i l i d a d de v e r i f i c a c i ó n empírica:

Percepciones
Conceptualizaciones
Evaluaciones
C r i t e r i o moral
Disposición conductual
Etc.

123
 sur de H o n d u r a s , d o n d e se h i c i e r o n 1 2 0 , y l o s p u e -
b l o s d e m e n o s d e d o s mil h a b i t a n t e s d e E x t r e m a d u r a
en España, donde se llevaron a cabo las 3 9 6 e n t r e -
vistas restantes.
La e d a d de l o s n i ñ o s y n i ñ a s e n t r e v i s t a d o s o s c i -
laba e n t r e los ocho y l o s c a t o r c e a ñ o s . La e l e c c i ó n de
e s t a franja d e e d a d s e f u n d a m e n t a e n l o q u e e x p u s e
al hablar de la s o c i a l i z a c i ó n . Mi i n t e r é s se c e n t r a b a
e n e l p e r í o d o que v a d e s d e q u e e l n i ñ o m a n e j a d e
forma fluida el l e n g u a j e h a b l a d o (y l a s p r i n c i p a l e s
pautas culturales asociadas a éste), hasta que su
forma de p e n s a m i e n t o se a s e m e j a a la de u n a p e r s o -
•^^^t na adulta. Entre ambas edades, se produce un cam-
U** bio en l a s f o r m a s de r e l a c i ó n del n i ñ o c o n su m u n d o ,
l de cuya i m p o r t a n c i a ya h a b l é en el c a p í t u l o 5. Se
iij*' t r a t a del p a s o que P i a g e t d e n o m i n a b a de l a s opera-
ciones concretas a l a s operaciones formales. A p a r t i r
de u n a edad que se s i t ú a en t o r n o a l o s 11 a ñ o s , el
n i ñ o e s capaz d e d e s a r r o l l a r r a z o n a m i e n t o s a l e j a d o s
d e los h e c h o s c o n c r e t o s . E l p e n s a m i e n t o f o r m a l q u e
a d q u i e r e a partir de e n t o n c e s le p e r m i t e r e a l i z a r
operaciones intelectuales en el plano de las m e r a s
i d e a s , sin apoyo de la p e r c e p c i ó n o la c r e e n c i a , lo
que le p o s i b i l i t a r e f l e x i o n a r y c u e s t i o n a r un c o n j u n -
t o d e r e a l i d a d e s que h a s t a e s e m o m e n t o s e l e p r e s e n -
taban como inevitables. En condiciones n o r m a l e s
esta forma de p e n s a m i e n t o está ya consolidada a los
14 a ñ o s .
La comparación entre las r e s p u e s t a s de los n i ñ o s
de 8 a 10 a ñ o s y de 11 a 14, n o s p e r m i t i r á c o m p r e n -
der la e v o l u c i ó n en el p r o c e s o de i n t e r i o r i z a c i ó n de
la guerra. Y a u n q u e es é s t e u n o de l o s a s p e c t o s
c e n t r a l e s del e s t u d i o , no hay q u e o l v i d a r q u e l o s
f o r m a s de s o c i a l i z a c i ó n de los n i ñ o s , a ú n la de a q u e -
llos que v i v e n d e n t r o d e u n a m i s m a c u l t u r a , v a r í a ,
a v e c e s de forma muy s i g n i f i c a t i v a , d e p e n d i e n d o de
las c i r c u n s t a n c i a s a m b i e n t a l e s y p e r s o n a l e s de c a d a

124
uno de ellos. Dentro de un mismo país, aunque el
s i s t e m a educativo sea más o menos homogéneo, la
s o c i a l i z a c i ó n e s c o l a r de c a d a n i ñ o que c o m i e n z a a ir
a la e s c u e l a , e s t a r á en f u n c i ó n del tipo de c o l e g i o al
q u e a c u d a , de la c a p a c i d a d e c o n ó m i c a de la f a m i l i a ,
d e l a f o r m a c i ó n d e los p a d r e s , e t c . Del m i s m o modo,
e l p r o c e s o d e s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a v a r i a r á signifi-
c a t i v a m e n t e e n c a d a n i ñ o , d e p e n d i e n d o d e u n con-
j u n t o m u y a m p l i o d e f a c t o r e s r e l a c i o n a d o s con s u s
c a r a c t e r í s t i c a s p e r s o n a l e s y con el a m b i e n t e que le
r o d e a . L o s f a c t o r e s que, d e s d e m i p u n t o d e v i s t a ,
determinan las diferencias más significativas, y
por t a n t o , e n l o s q u e b a s a r é m i a n á l i s i s son los
siguientes:

° Guerra o paz: C u a n d o d e f i n í a la g u e r r a c o m o i n s -
t i t u c i ó n decía que ésta no dependía e x c l u s i v a m e n t e
d e l a o c u r r e n c i a e x p l í c i t a d e c o m b a t e s . Por t a n t o
suponía, que en los países donde éstos no se daban,
t a m b i é n s e l l e v a b a a cabo u n a s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a
d e l a i n f a n c i a . S i n e m b a r g o , e s e v i d e n t e que d e b e n
existir i m p o r t a n t e s diferencias en este tipo de socia-
lización, entre los niños nicaragüenses (contras y
s a n d i n i s t a s ) q u e v i v í a n e n u n p a í s que l l e v a b a a ñ o s
e n z a r z a d o en u n a g u e r r a , y los n i ñ o s de E s p a ñ a ,
d o n d e l o s ú l t i m o s c o m b a t e s b é l i c o s fueron los d e l a
guerra civil que acabó en 1939.

o Vivencia directa o indirecta de la guerra: U n a de

mis mayores inquietudes al diseñar la investigación
e r a la de c o m p a r a r la f o r m a en que la g u e r r a i n f l u y e
en los niños de los dos bandos enfrentados. En el
caso de la guerra nicaragüense, aunque la mayor
parte de los c o m b a t i e n t e s de ambos lados, eran cam-
p e s i n o s h u m i l d e s , l a s d i f e r e n c i a s e n t r e los hijos d e
é s t o s e r a n m u y i m p o r t a n t e s . N o s ó l o por l a i d e o l o g í a
q u e d e f e n d í a c a d a u n o de los b a n d o s y q u e t r a n s m i -
t í a a l o s m á s p e q u e ñ o s , s i n o , s o b r e t o d o , por la

125
f o r m a en que la g u e r r a i n f l u í a en la v i d a d i a r i a de
cada u n a d e l a s p o b l a c i o n e s . M i e n t r a s q u e l o s n i ñ o s
de las zonas de guerra de N i c a r a g u a vivían cerca de
los c o m b a t e s y e n p e r m a n e n t e a m e n a z a d e a t a q u e s ,
los n i ñ o s d e los r e f u g i o s del s u r d e H o n d u r a s h a b i -
taban c a m p a m e n t o s donde nunca llegaron los en-
f r e n t a m i e n t o s . Por otro lado l a f o r m a d e v i d a d e
ambos grupos infantiles era c o m p l e t a m e n t e diferen-
te. E n N i c a r a g u a l a m a y o r p a r t e d e e l l o s , a d e m á s d e
ir a la e s c u e l a , t r a b a j a b a n y g o z a b a n de c i e r t a l i b e r -
tad d e m o v i m i e n t o ; m i e n t r a s q u e e n l o s r e f u g i o s d e
H o n d u r a s los n i ñ o s v i v í a n h a c i n a d o s e n u n o s c a m -
p a m e n t o s v i g i l a d o s por e l e j é r c i t o h o n d u r e n o d o n d e
la vida era u n a c o n t i n u a , y p a s i v a , e s p e r a .

o Sexo: La c a r a c t e r í s t i c a p a r t i c u l a r q u e s u p u s e q u e
m á s podría influir a la h o r a de i n t e r i o r i z a r l o s e l e -
mentos institucionales de la guerra, era la diferen-
cia d e g é n e r o . E s u n h e c h o e v i d e n t e q u e , s a l v o c a s o s
e x c e p c i o n a l e s que c a d a vez v a n s i e n d o m á s h a b i t u a -
les, quienes hacen la guerra desde hace siglos, son
los v a r o n e s . U n a d e l a s f u n c i o n e s p r i n c i p a l e s d e l o s
v a l o r e s y c r e e n c i a s que se i n t e r i o r i z a n en l o s p r o c e -
sos de socialización, es la de generar en el i n d i v i d u o
u n a s m o t i v a c i o n e s q u e le l l e v e n a a c t u a r c o n f o r m e
a lo que se e s p e r a de su c o n d i c i ó n . El s i s t e m a s o c i a l
y c u l t u r a l de C e n t r o a m é r i c a y E s p a ñ a , por c e ñ i r n o s
a las muestras estudiadas, plantean e x i g e n c i a s muy
d i f e r e n t e s para los v a r o n e s y p a r a l a s m u j e r e s en
t o d o s los á m b i t o s de la vida p ú b l i c a y p r i v a d a . En el
campo e s p e c í f i c o de la g u e r r a , al ser u n a f u n c i ó n
a t r i b u i d a a los v a r o n e s , s u p u s e q u e l a s m u j e r e s i n -
teriorizarían sus valores de una forma mucho m á s
difusa y m e n o s e x i g e n t e .

" Otras diferencias: O t r o s e l e m e n t o s q u e s u p u s e

podían influir, y que por lo t a n t o c o m p a r é en l a s

126
d i s t i n t a s m u e s t r a s , f u e r o n : la r e l i g i ó n y la forma en
q u e a c a d a n i ñ o le h a b í a a f e c t a d o la g u e r r a ( m u e r t e
de f a m i l i a r e s , h e r i d o s , p r e s e n c i a y p a r t i c i p a c i ó n en
c o m b a t e s , e t c ) . O t r a s c a r a c t e r í s t i c a s que podían ha-
b e r i n f l u i d o c o m o la p o s i c i ó n e c o n ó m i c a de la fami-
lia, n o p u d i e r o n ser e s t u d i a d a s y a que e n l a s z o n a s
v i s i t a d a s , p r á c t i c a m e n t e t o d a l a población p e r t e n e -
cía a l o s e s t r a t o s s o c i a l e s m á s h u m i l d e s .

L o s m e s e s que duró el trabajo de r e c o g i d a de

d a t o s , e s t u v i e r o n c a r g a d o s d e e x p e r i e n c i a s que m e
s e r á m u y d i f í c i l o l v i d a r , e s p e c i a l m e n t e a q u e l l a s vi-
v i d a s e n C e n t r o a m é r i c a . C u a n d o p i e n s o d e s d e aquí
en todo lo que nos sucedió me parece estar viviendo
una película de aventuras. Sin embargo, en aquellos
m o m e n t o s n a d a t e n í a e s e c a r á c t e r d e r i e s g o , porque
n o e r a m á s q u e l a f o r m a h a b i t u a l e n que l a p o b l a c i ó n
vivía.
U n a vez e x p u e s t o s los principales e l e m e n t o s teó-
r i c o s y m e t o d o l ó g i c o s , me c e n t r a r é en el a n á l i s i s de
l o s r e s u l t a d o s . C o m e n z a r é o c u p á n d o m e d e l o s argu-
m e n t o s f u n d a m e n t a l e s que m e p e r m i t e n d e m o s t r a r
q u e e l n i ñ o h a i n t e r i o r i z a d o los a s p e c t o s b á s i c o s que
d e f i n e n a la g u e r r a c o m o u n a i n s t i t u c i ó n s o c i a l .
Para tal fin, a d e m á s de observar si las respuestas
g l o b a l e s de l o s n i ñ o s se a c o m o d a n a los v a l o r e s y
roles esperados, analizaré la evolución en las res-
p u e s t a s d e p e n d i e n d o d e l a edad, así c o m o d e l a s
p r i n c i p a l e s d i f e r e n c i a s e n t r e los n i ñ o s que v i v e n e n
cada uno de los tres países de la muestra.
El desarrollo de esta primera parte comenzará
con la exposición de las d i s t i n t a s formas en que los
n i ñ o s c o n c e p t u a l i z a n el h e c h o de la g u e r r a (qué co-
n o c e n de la m i s m a , y de qué m o d o se v i n c u l a n a
e l l a ) . E s t a p r e s e n t a c i ó n m e s e r v i r á para d e m o s t r a r
la influencia de los agentes socializadores, especial-
m e n t e de la f a m i l i a . A c o n t i n u a c i ó n e x p l i c a r é el

127
 proceso de interiorización de los principales valo-
res d e l a i n s t i t u c i ó n g u e r r a . C o m o y a s e h a e x p l i c a -
do, é s t o s t i e n e n su f u n d a m e n t o en la polarización
grupal, y su c o n t i n u a c i ó n en la justificación de l a s
a c c i o n e s del g r u p o propio y la acomodación a c r í t i c a
a l a s m i s m a s . A c a b a r é la e x p o s i c i ó n c e n t r a l de re-
sultados mostrando la relación de los niños con el
papel, o rol, del m i l i t a r .
A partir d e e s e m o m e n t o m e c e n t r a r é e n a q u e -
llos aspectos diferenciales más s o b r e s a l i e n t e s que
s e dan e n t r e los d i s t i n t o s g r u p o s q u e c o n f o r m a n l a s
m u e s t r a s , para l o c u a l p a r t i r é d e l o s c u r i o s o s re-
ití' s u l t a d o s que se d e s p r e n d e n de u n a p r u e b a de p e r -
j^"** c e p c i ó n , para c o n t i n u a r con l a e x p o s i c i ó n d e l a s
marcadas diferencias que p r e s e n t a n niños y n i ñ a s
en el proceso de socialización bélica, que c o n t r a s t a n
con e l m á s e s c a s o i m p a c t o q u e t i e n e n o t r a s d i f e r e n -
c i a s d e b i d a s , e s p e c i a l m e n t e , a la i n t e n s i d a d c o n q u e
cada n i ñ o ha s i d o a f e c t a d o por la g u e r r a .

128
 9

LA G U E R R A PARA EL NIÑO:
C O N O C I M I E N T O , EMOTIVIDAD,
RACIONALIDAD

U n a de las primeras cosas que les pedíamos a los

n i ñ o s , e r a q u e n o s h a b l a r a n d e l a g u e r r a , que n o s
d i j e r a n q u é era. E n m u c h o s c a s o s , e s p e c i a l m e n t e
c u a n d o e n t r e v i s t á b a m o s a los más pequeños, justifi-
c á b a m o s n u e s t r a p r e g u n t a d i c i é n d o l e s que e n n u e s -
t r o p a í s no h a b í a g u e r r a y e s t á b a m o s i n t e r e s a d o s en
s a b e r q u é era, p a r a c o n t a r l o a n u e s t r o r e g r e s o . U n a
de las n i ñ a s de ocho años, cuando el entrevistador
t e r m i n ó de hacer la pregunta, se le quedó mirando
f i j a m e n t e , y c o n h a b l a r p a u s a d o p r e g u n t ó a su v e z :
-ÍY qué país es ese en el que no hay guerra?
L a p r e g u n t a d e e s t a n i ñ a refleja l a r e a l i d a d d e
u n a i n f a n c i a q u e n o h a c o n o c i d o o t r a f o r m a d e vida,
q u e a q u e l l a q u e se e s t a b l e c e en t o r n o a la g u e r r a .
S i n p o s i b i l i d a d d e p o d e r c o m p a r a r , e l c o n f l i c t o béli-
co se ha convertido para ellos en la forma habitual
de vida de su país, lo que hace que su conceptualiza-
c i ó n d e l f e n ó m e n o s e a m u y d i f e r e n t e a la de l o s
niños españoles, cuya vivencia de la guerra es siem-
pre m u c h o m á s i n d i r e c t a .
L a s c o n c e p t u a l i z a c i o n e s q u e los n i ñ o s h a c í a n ,
podrían agruparse en dos grandes categorías de res-
p u e s t a s : las que describían la guerra atendiendo a

129
aquellos e l e m e n t o s que la c o n s t i t u í a n c o m o f e n ó m e -
no social (bandos enfrentados, acciones militares,
i d e a l e s por l o s q u e se l u c h a , e t c ) y l a s q u e se f i j a b a n
en sus consecuencias directas sobre las p e r s o n a s y
su habitat (muerte, destrucción, persecución, etc).
El primer grupo de r e s p u e s t a s t i e n e n un c a r á c t e r
m á s e s t r u c t u r a l , s e r e f i e r e a a q u e l l o s a s p e c t o s for-
males que solemos emplear para definir la guerra:
bandos enfrentados por algún motivo, que combaten
entre sí. El s e g u n d o g r u p o a l u d e a e l e m e n t o s m á s
emocionales.
Los n i ñ o s e s p a ñ o l e s , q u e n o h a n c o n o c i d o l a g u e -
rra e n s u m a n i f e s t a c i ó n e x p l í c i t a , h a n i n t e r i o r i z a d o
un c o n c e p t o de la m i s m a , en el q u e el c o m p o n e n t e
racional predomina sobre el emocional. S u s respues-
tas se referían, en mayor medida que los c e n t r o a m e -
r i c a n o s , a l o s p r o t a g o n i s t a s del c o n f l i c t o (es cuando
dos países se pelean, es un combate entre dos ban-
dos, e t c ) y a l a s i d e a s q u e lo f u n d a m e n t a n {luchan
por defender su país, pelean para conseguir tierras,
e t c ) . D e l m i s m o m o d o , s e fijaban m u c h o m e n o s e n
l a s c o n s e c u e n c i a s , c o m o la m u e r t e y la d e s t r u c c i ó n .
Las c a u s a s d e e s t a d i f e r e n t e c o n c e p t u a l i z a c i ó n
son e v i d e n t e s . E n los p a í s e s d o n d e l a g u e r r a n o s e
presenta de forma explícita, los n i ñ o s no se ven
a f e c t a d o s d i r e c t a m e n t e por s u s c o n s e c u e n c i a s , l o
que les aleja de la r e a l i d a d c o n c r e t a y e v i d e n t e . E s t e
alejamiento conceptual crece a medida que el n i ñ o
va s i e n d o mayor.
Las c o n s e c u e n c i a s d e e s t a r a c i o n a l i z a c i ó n h a y
que a n a l i z a r l a s e n u n doble s e n t i d o . P o r u n l a d o
p e r m i t e a a l g u n o s n i ñ o s d e s l e g i t i m a r la i d e a d e l
enfrentamiento bélico, calificándolo como una ton-
t e r í a , algo a b s u r d o o r i d í c u l o . A n i n g ú n n i ñ o c e n -
t r o a m e r i c a n o le p a r e c í a la g u e r r a a l g o a b s u r d o o
tonto, pues la habían interiorizado como parte de la
realidad i n e v i t a b l e de la v i d a c o t i d i a n a , y por lo

130
t a n t o , con una carga emocional asociada a muchas
o t r a s cosas que configuran esta realidad, como la
f a m i l i a , l o s j u e g o s , e l trabajo, e t c .
E l r e s u l t a d o n e g a t i v o d e e s t a r a c i o n a l i z a c i ó n del
c o n c e p t o de g u e r r a , si no va a s o c i a d o a la d e s l e g i t i -
mación, es que, al no llevar implícita una carga
e m o c i o n a l , s i e n t a l a s b a s e s para u n a j u s t i f i c a c i ó n
del c o n f l i c t o b é l i c o e n e l m o m e n t o e n que s e den l a s
c i r c u n s t a n c i a s racionales p a r a que é s t e c o m i e n c e .
E s t a s c i r c u n s t a n c i a s s e r í a n , l a e x i s t e n c i a d e dos
b a n d o s e n f r e n t a d o s , por c u a l q u i e r r a z ó n que j u s t i f i -
cara el enfrentamiento.
T e n e m o s aquí una primera explicación psicoso-
c i a l de por q u é la a m e n a z a de u n a g u e r r a , o la
e x i s t e n c i a real de la misma, no provoca un rechazo
g e n e r a l i z a d o en las conciencias de los individuos
adultos.
Para aquellos que han interiorizado el fenómeno
a s o c i a d o a l a s d e m á s r e a l i d a d e s de la vida c o t i d i a n a ,
l a g u e r r a n o e s s i n o u n a s p e c t o m á s d e l o s que
configuran esa realidad. Se les presenta como algo
c o n s u s t a n c i a l a la v i d a s o c i a l . P a r a los que no la h a n
vivido, pero la conceptualizan fijándose más en sus
a s p e c t o s racionales, que en los efectos de la misma,
la guerra, al no llevar asociado un componente emo-
cional punitivo, es entendida desde el punto de vista
i n s t r u m e n t a l : como una forma más de resolver un
conflicto, como motor de la economía de un país,
como forma de control de la superpoblación mun-
dial, etc.
P o d e m o s decir pues, que la justificación racional
de la g u e r r a ( e s d e c i r , q u e e x i s t a u n a causa s u f i c i e n -
t e m e n t e razonable), es uno de los e l e m e n t o s funda-
m e n t a l e s para promover la participación de los
c i u d a d a n o s . P e r o a e s t a r a z ó n hay que s u m a r l e , al
menos, dos factores: ausencia de elementos emocio-
n a l e s que puedan servir de contrapeso interno a la

131
participación, y un fuerte aparato n o r m a t i v o que la
p r o m u e v a y la p o s i b i l i t e .
Para concretar la idea anterior, puede ser útil
comparar el concepto de guerra, con otros que, a u n -
q u e d e s d e e l p u n t o d e v i s t a r a c i o n a l t a m b i é n po-
d r í a n ser e n t e n d i d o s d e f o r m a i n s t r u m e n t a l , n o l o
son al faltarles el apoyo de los otros dos f a c t o r e s
m e n c i o n a d o s . Por e j e m p l o , l a i d e a d e e s c l a v i t u d
podría j u s t i f i c a r s e , c o m o d e h e c h o s e h a c e , d e s d e
d i s t i n t a s p o s i c i o n e s q u e a p e l e n a la r a c i o n a l i d a d .
Aunque moralmente no comparta el razonamiento,
hay q u i e n p u e d e decir q u e e x i s t e n e s t a s r a z o n e s :
f u n c i o n a l i d a d y f a m i l i a r i d a d de la r e l a c i ó n e s c l a v o -
amo, razones históricas, de raza, como contraparti-
da por s a l i r del s u b d e s a r r o l l o y la m i s e r i a , e t c . S i n
embargo en las sociedades o c c i d e n t a l e s , el c o n c e p t o
de esclavitud lleva asociado una carga emocional,
que h a c e r e p r o b a b l e l a p u e s t a e n p r á c t i c a d e u n t i p o
d e r e l a c i ó n que h a e s t a d o v i g e n t e d u r a n t e s i g l o s
(como la guerra). J u n t o a e s t a carga e m o c i o n a l , hay
t a m b i é n todo u n c o n j u n t o d e n o r m a s q u e i m p i d e n
poner e n p r á c t i c a los r o l e s e s c l a v o - a m o , e n l a s c o -
lectividades donde dicho concepto carece de s e n t i d o .
Existen multitud de formas que van c r e a n d o en
l a c o n c i e n c i a del n i ñ o e s t a i d e a d e l e g i t i m i d a d d e l a
que g o z a la g u e r r a y de la q u e c a r e c e n o t r a s i n s t i t u -
c i o n e s . T e n e m o s u n e j e m p l o e n los m i s m o s j u e g o s
i n f a n t i l e s . L a mayor p a r t e d e l o s p a d r e s c o n s i d e r a r á
n o r m a l que los n i ñ o s s e d i s p a r e n y m o n t e n b a t a l l a s ,
pero se o f e n d e r á n si o b s e r v a n q u e un n i ñ o a b u s a de
s u hijo m a n d á n d o l e que l e s i r v a c o m o s i s e t r a t a r a
de su e s c l a v o .
E s t a mayor r a c i o n a l i z a c i ó n e n l o s n i ñ o s e s p a ñ o -
les, no es c o n s e c u e n c i a de un d e s c o n o c i m i e n t o d e l
fenómeno-guerra, sino de una desvinculación afec-
t i v a del m i s m o . Los n i ñ o s c o n o c e n m u c h o m á s d e l a
guerra de lo que i m a g i n a n los a d u l t o s .

132
 E n u n o d e l o s c a m p a m e n t o s d e r e f u g i a d o s del sur
d e H o n d u r a s n o s s e n t i m o s muy a m e n a z a d o s e l día
en q u e un n u m e r o s o g r u p o de h o m b r e s rodeó el lugar
d o n d e h a c í a m o s l a s e n t r e v i s t a s , p i d i é n d o n o s expli-
c a c i o n e s de por q u é p r e g u n t á b a m o s a los n i ñ o s c o s a s
de la g u e r r a y de l o s s a n d i n i s t a s , c u a n d o l a s c r i a t u -
r a s , s e g ú n e l l o s , no sabían nada.
E l c o n o c i m i e n t o q u e t i e n e n l o s n i ñ o s d e los as-
p e c t o s objetivos de la guerra, tales como armas,
j e r a r q u í a m i l i t a r , c o n s i g n a s b é l i c a s , t i p o s d e unifor-
m e s , e t c ; e s m u y s u p e r i o r a l que cabría e s p e r a r por
s u e d a d . Los n i ñ o s q u e m a n e j a b a n con m a y o r d e t a l l e
l o s d a t o s del m u n d o m i l i t a r , e r a n los que v i v í a n e n
l a s z o n a s d e g u e r r a d e N i c a r a g u a , s e g u i d o s d e los
q u e h a b i t a b a n e n H o n d u r a s . E l c o n o c i m i e n t o que
t e n í a n los m u c h a c h o s españoles de estos datos, les
v e n í a de u n a f o r m a i n d i r e c t a a t r a v é s de l o s m e d i o s
de c o m u n i c a c i ó n . A u n así, la d i f e r e n c i a con lo que
s a b í a n l o s c e n t r o a m e r i c a n o s , en lo que se r e f i e r e a
la c a n t i d a d de respuestas, no era tan grande, aun-
que desde el punto de vista cualitativo fueran más
pobres. Por ejemplo, mientras unos hablaban de es-
c o p e t a s , los otros definían varios tipos de fusiles
(AK, BZ, e t c ) .
Pero más que el conocimiento de estos datos, mi
i n t e r é s a l h a c e r l e s p r e g u n t a s g e n é r i c a s sobre l a g u e -
rra, e r a v e r i f i c a r e l g r a d o d e c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e
s u s r e s p u e s t a s y las de los a g e n t e s socializadores.
E s t a s c o r r e s p o n d e n c i a s e s t a b a n muy c o n s o l i d a -
das y se daban incluso en algunos aspectos muy
s u t i l e s . P o r e j e m p l o , e n l a s r e s p u e s t a s que s e refe-
r í a n al t e m a de la m u e r t e , l o s n i ñ o s del á r e a contra
i d e n t i f i c a b a n l a g u e r r a c o n l a a c c i ó n d e los s o l d a d o s
q u e matan, en d o b l e p r o p o r c i ó n que los n i ñ o s de la
z o n a s a n d i n i s t a , quienes aludían más al hecho de los
s o l d a d o s q u e mueren. E s t e d e t a l l e p u e d e ser e x p l i -
c a d o del s i g u i e n t e m o d o :

133
 En Nicaragua, los s a n d i n i s t a s t e n d í a n a identi-
ficar a los m u e r t o s c o m o caídos o, de f o r m a m á s
e s p e c í f i c a , c o m o héroes y mártires. L o s d i r i g e n t e s
sandinistas, a través de los medios de c o m u n i c a c i ó n ,
se e s f o r z a b a n por h a c e r v e r a la p o b l a c i ó n , q u e la
guerra no era entre n i c a r a g ü e n s e s , sino e n t r e N i c a -
ragua y la administración n o r t e a m e r i c a n a . De e s t e
modo, las m u e r t e s de la población, se atribuían al
i m p e r i a l i s m o , a R e a g a n y, s ó l o en ú l t i m o l u g a r , a la
contra, a la q u e c a l i f i c a b a n como instrumento de los
EEUU.
E s t a t e n d e n c i a a d i f u m i n a r el a g e n t e asesino en
e s t e doble n i v e l (por un l a d o es un caído, por o t r o lo
m a t ó u n a administración q u e n a d i e h a v i s t o j a m á s ) ,
también estaba presente en las familias de los n i ñ o s
que t e n í a n a l g ú n m u e r t o s a n d i n i s t a e n l a g u e r r a .
P a r a l a s m a d r e s de é s t o s , s u s hijos cayeron en la
guerra, y a u n q u e i d e n t i f i q u e n q u e la b a l a s a l i ó de
un contra, no a s o c i a b a n de f o r m a u n í v o c a la m u e r t e
del f a m i l i a r con la a c c i ó n de la contra, s i n o q u e
entre ambos fenómenos mediaban distintos e l e m e n -
tos i n t e r m e d i o s ( a g r e s i ó n e x t e r i o r , d e f e n s a , e t c . ) .
D e l otro lado, e n los c a m p a m e n t o s d e r e f u g i a d o s ,
el e n e m i g o es m u c h o m á s c o n c r e t o y d e f i n i d o . Los
sandinistas matan a sus familiares o amigos. E n t r e
ambos hechos existen pocos factores i n t e r m e d i o s .
Los f a m i l i a r e s o a m i g o s no murieron como conse-
cuencia de la situación de guerra, sino por la acción
(malévola, interesada, etc.) de los sandinistas. Este
es un argumento recurrente que se manejaba perma-
n e n t e m e n t e en los c a m p a m e n t o s de refugiados. En
n u e s t r a s e n t r e v i s t a s con los f a m i l i a r e s d e l o s n i ñ o s ,
é s t o s i n c i d í a n de f o r m a p e r m a n e n t e en la calidad de
asesinos de los sandinistas, y p o n í a n e j e m p l o s q u e
p r e s e n t a b a n s i t u a c i o n e s e n l a s que l o s a s e s i n a t o s n o
tenían una justificación militar, sino que se atri-
b u í a n a la v o l u n t a d de los s a n d i n i s t a s . D e l l a d o de

134
e s t o s ú l t i m o s también se insistía en las crueldades
de la contra, pero siempre se solía añadir un comen-
tario aludiendo al que ellos consideraban verdadero
c a u s a n t e d e e s t a s m u e r t e s : l a a d m i n i s t r a c i ó n nor-
teamericana.
P e r o e s s o b r e t o d o c u a n d o s e l e s p r e g u n t a b a so-
bre l a s c a u s a s d e l a g u e r r a n i c a r a g ü e n s e , c u a n d o s u s
r e s p u e s t a s se correspondían de forma más ajustada
a l a s de s u s m a y o r e s .
La r e s p u e s t a m á s importante era la de atribuir
el o r i g e n de la g u e r r a , a la v o l u n t a d del e n e m i g o
(hay guerra porque los s a n d i n i s t a s o contras quie-
ren). Lo cual es una señal inequívoca de la polariza-
c i ó n q u e v i v í a n l o s a d u l t o s y a la que v o l v e r é m á s
a d e l a n t e . P e r o h a y m á s . Los n i ñ o s d e los c a m p a m e n -
t o s d e H o n d u r a s c r e í a n , e n m a y o r m e d i d a que los d e
N i c a r a g u a , q u e l a s c a u s a s de la g u e r r a e r a n i d e a s o
valores {echar al comunismo, democracia, libertad,
etc.), m i e n t r a s q u e l o s n i ñ o s de N i c a r a g u a la s i t u a -
b a n , en m a y o r m e d i d a , en la l u c h a por el poder {los
contras quieren mandar aquí, EEUU quiere apode-
rarse de Nicaragua, etc.) y por motivos económicos
(quieren apoderarse de las riquezas...). E s t a ú l t i m a
c a t e g o r í a n o fue m e n c i o n a d a por n i n g ú n n i ñ o e n los
refugios.
La i n t e r p r e t a c i ó n de e s t a s d i f e r e n c i a s v u e l v e a
darnos datos de una interiorización de elementos
j u s t i f i c a t o r i o s del c o n f l i c t o e n f u n c i ó n del b a n d o
bajo c u y a i n f l u e n c i a v i v a e l n i ñ o . L a c o n t r a p o s i c i ó n
guerra de liberación ( e s g r i m i d a por la c o n t r a ) -gue-
rra de agresión o defensa ( d e n o m i n a c i ó n s a n d i n i s -
t a ) , h a s i d o i n t e r i o r i z a d a por l o s n i ñ o s . E n r e a l i d a d
e s t a diferenciación responde a un fenómeno bélico
más general: el bando insurrecto suele fundamentar
el c o n f l i c t o en o b j e t i v o s , i d e a l e s y v a l o r e s e l e v a d o s
(libertad, democracia, etc.), m i e n t r a s que el bando
q u e d e f i e n d e el status quo t i e n d e a i n t e r p r e t a r la

135
g u e r r a e n f u n c i ó n d e l a a m b i c i ó n del q u e c a l i f i c a n
como agresor. Esta dicotomía explicaría t a m b i é n
por q u é hay m e n o s n i ñ o s de Honduras q u e e m i t e n
un juicio descalificador de la guerra, pues es m á s
fácil j u s t i f i c a r e l h e c h o d e l u c h a r por a l g o , q u e l a
defensa de un ataque.
También al tratar de explicar la forma en que
e l l o s a c a b a r í a n con l a g u e r r a , l o s n i ñ o s s o n u n r e f l e -
j o del m e d i o e n e l q u e s e d e s a r r o l l a n . E n C e n t r o a -
m é r i c a l a c o n d i c i ó n para a c a b a r c o n l a g u e r r a s o l í a n
s i t u a r l a s i e m p r e e n e l c a m p o c o n t r a r i o (la g u e r r a
a c a b a r í a c u a n d o los contras d e j a r a n de m o l e s t a r o
cuando los s a n d i n i s t a s abandonaran el poder). El
m o d o d e lograr e s t o s o b j e t i v o s v a r i a b a d e u n o s n i ñ o s
a o t r o s . Los m a y o r e s o p t a b a n , p a r a a c a b a r c o n la
g u e r r a , por s o l u c i o n e s n e g o c i a d a s y no v i o l e n t a s en
mayor m e d i d a q u e los m á s p e q u e ñ o s . El n i ñ o de 8 a
10 años, incapaz de elaborar hipótesis, se ajusta
m á s a l a s e x p e c t a t i v a s g e n e r a l e s s u s c i t a d a s por l o s
a d u l t o s . Lo que no deja de s e r u n a p r u e b a m á s de la
i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n de la g u e r r a . A m e d i d a q u e el
muchacho es capaz de interpretar la s i t u a c i ó n en
forma d e c o n c e p t o s g e n e r a l e s , p u e d e a s i m i s m o , s e -
parar la p o l a r i z a c i ó n y la i n t e r i o r i z a c i ó n d e l e n e -
migo, de la n e c e s i d a d de l l e g a r a a c u e r d o s c o n el
mismo.

T a m b i é n e n t r e los n i ñ o s m á s p e q u e ñ o s h a b í a m a -
yor n ú m e r o d e r e s p u e s t a s q u e i m p l i c a b a n p a s i v i d a d
(rezar, llorar, esperar que Dios lo solucione, no hay
forma de que termine, e t c ) . E s t e t i p o de r e s p u e s t a s
eran m u c h o m á s e l e v a d a s e n H o n d u r a s , q u e e n N i -
c a r a g u a y E s p a ñ a . E s t e s e r í a un reflejo de la f o r m a
e n que los n i ñ o s d e los c a m p a m e n t o s d e H o n d u r a s ,
y m á s que los n i ñ o s , los a d u l t o s q u e l e s r o d e a b a n ,
v i v i e r o n los ú l t i m o s a ñ o s d e l a g u e r r a : e n u n a c o n -
tinua y pasiva espera.

136
 Hay un dato más de esta correspondencia entre
los niños y sus agentes socializadores, en este caso
r e f e r i d o a l o s m u c h a c h o s e s p a ñ o l e s . Un b u e n por-
c e n t a j e d e é s t o s p r o p o n í a n c o m o mejor s o l u c i ó n pa-
ra p o n e r fin a la g u e r r a acudir a una autoridad
superior (el P a p a , el rey, e t c . ) y castigar a los malos
que las empiecen. E s t e t i p o de r e s p u e s t a s no se e n -
contró en la muestra centroamericana.
Los niños españoles han interiorizado un modelo
de sociedad, en la que el conflicto se interpreta
c o m o d e s a r r e g l o f u n c i o n a l , y por t a n t o , debe r e s o l -
v e r s e a c u d i e n d o a la a u t o r i d a d , o c a s t i g a n d o a l o s
que se apartan de la norma imperante. Este último
tipo de r e s p u e s t a es s u m a m e n t e importante de cara
a la c o n f i r m a c i ó n de u n a i n t e r i o r i z a c i ó n de la i n s t i -
t u c i ó n g u e r r a e n l o s n i ñ o s q u e n o l a han v i v i d o
d i r e c t a m e n t e . Como es bien sabido en la justifica-
ción de las guerras se alude siempre a este elemento
ya interiorizado desde la infancia. Dicho de otro
m o d o , n i n g ú n g o b e r n a n t e o e s t a d o , dice haber e m -
pezado una guerra. Las acciones militares siempre
s o n j u s t i f i c a d a s c o m o preservación del orden esta-
blecido o c o m o r e s p u e s t a a u n a a m e n a z a al m i s m o .
En otro orden de cosas, aunque en el momento
de recoger los datos, la postura oficial de los dos
b a n d o s e n f r e n t a d o s e n N i c a r a g u a era l a d e e s t a b l e -
cer b a s e s firmes de negociación; un porcentaje muy
i m p o r t a n t e d e n i ñ o s o p t ó por u n a s o l u c i ó n a l c o n -
flicto que supusiera una intensificación de la lógica
b é l i c a (matarlos a todos, combatir hasta la victoria,
e t c ) . L o s n i ñ o s , e s p e c i a l m e n t e los m á s p e q u e ñ o s , n o
son c a p a c e s de diferenciar los hechos más coyuntu-
rales (proceso de negociación) de los e s t r u c t u r a l e s
(enemigo, bandos enfrentados, etc.).
Los niños más pequeños, siempre daban respues-
t a s m e n o s teóricas, más c e r c a n a s a los hechos evi-
dentes. Cuando debían justificar sus respuestas se

137
apoyaban, de forma más clara que los m a y o r e s , en
aquellos elementos que estaban más d i r e c t a m e n t e
r e l a c i o n a d o s con su g r u p o de r e f e r e n c i a {la guerra
era una situación en la que los contras atacaban, se
debía a la maldad de los sandinistas, para acabarla
era preciso matar al adversario, etc). A p a r t i r de l o s
11 a ñ o s se e m p e z a b a n a e n c o n t r a r r e s p u e s t a s q u e
implicaban una mayor autonomía respecto a e s t a s
opciones de identificación grupal. A e s t e f e n ó m e n o ,
que s e c o n s t i t u y e c o m o u n a d e l a s c l a v e s e x p l i c a t i -
vas fundamentales en el proceso de socialización
bélica, dedicaré el próximo apartado.

138
 10

LA INTERIORIZACIÓN
D E LOS V A L O R E S B É L I C O S

LA POLARIZACIÓN O EL
PROBLEMA DEL ENEMIGO

L a e x i s t e n c i a del e n e m i g o e s l a c o n d i c i ó n im-
prescindible de la guerra. Todas las demás justifica-
c i o n e s se articulan en función de esta idea. Puede
e x i s t i r e n e m i g o s i n q u e e x i s t a g u e r r a , pero n o a l
contrario.
Con e s t a s a f i r m a c i o n e s n o p r e t e n d o p s i c o l o g i z a r
l a i d e a d e l a g u e r r a . C o m o y a dije a n t e r i o r m e n t e , e n
el origen de los conflictos bélicos existen razones de
muy diversa naturaleza (sociopolítica, económica,
e t c ) q u e la f u n d a m e n t a n . A mí lo q u e me i n t e r e s a
demostrar, es que la persona individualiza la con-
frontación, la interioriza en su particularidad psico-
l ó g i c a . No d i c e el enemigo del país donde vivo s i n o
mi enemigo.

139
 E s t a capacidad p a r a c o n c e p t u a l i z a r a l o t r o c o m o
nuestro enemigo, no es un hecho c i r c u n s t a n c i a l fru-
to de una evaluación racional, que el adulto haga
ante las situaciones concretas que vive cada día.
Desde mi punto de vista, este fenómeno hay que
s i t u a r l o e n los p r o c e s o s d e i d e n t i f i c a c i ó n e m o c i o n a l
con los g r u p o s d e r e f e r e n c i a , i m p l í c i t o s e n t o d o pro-
ceso socializador.
Existe una tendencia a pensar que los niños son
seres absolutamente inocentes, incapaces de tener
e n e m i g o s o de odiar a s u s s e m e j a n t e s . C u a n d o e s t a -
b a p r e p a r a n d o l a s p r e g u n t a s , a l g u i e n m e dijo q u e n o
e n t r a b a d e n t r o d e l a s c a p a c i d a d e s del n i ñ o e l a b o r a r
u n a r e l a c i ó n , que p u d i e r a c a l i f i c a r s e c o m o d e v e r d a -
dera enemistad. En e f e c t o , la i d e a de enemigo q u e
t i e n e n los n i ñ o s m á s p e q u e ñ o s , e s m u c h o m á s s i m p l e
y p r i m a r i a que l a que t e n e m o s l o s a d u l t o s . P e r o e s
precisamente en este cambio de conceptualización,
d o n d e r a d i c a u n a d e l a s c l a v e s del p r o b l e m a , q u e
i n t e n t a r é e x p l i c a r m á s a d e l a n t e , a u x i l i a d o por l o s
d a t o s que arrojó la i n v e s t i g a c i ó n .
A n t e s d e e m p e z a r con p r e g u n t a s r e l a c i o n a d a s
con el t e m a b é l i c o , le p e d í a m o s a l o s n i ñ o s q u e n o s
dijeran q u i é n o q u i e n e s e r a n s u s e n e m i g o s p e r s o n a -
l e s . La p r e g u n t a e x a c t a era ¿ Q u i é n o q u i é n e s s o n t u s
enemigos?. I n m e d i a t a m e n t e después de c o n t e s t a r a
e s t a p r e g u n t a l e s l a n z á b a m o s e s t a o t r a : ....y ¿quién
o quienes son los enemigos de tu país? (Nicaragua
o España). La i n m e n s a m a y o r í a de los n i ñ o s e n t e n -
dían a qué n o s r e f e r í a m o s c u a n d o l e s p r e g u n t á b a -
m o s sobre s u s e n e m i g o s . A muy p o c o s de e l l o s h u b o
que d a r l e s e x p l i c a c i o n e s a d i c i o n a l e s .
Resulta especialmente curioso observar la diver-
sidad de e n e m i g o s que t i e n e n los n i ñ o s y l a s r a z o n e s
que dan para c o n s i d e r a r l o s c o m o tal. D e e n t r e t o d o s
los p o s i b l e s a n á l i s i s que p o d r í a n h a c e r s e c o n s u s
r e s p u e s t a s , el que m á s i n t e r e s a a l o s f i n e s de e s t e

140
e s t u d i o , es el r e f e r i d o a la e v o l u c i ó n del c o n c e p t o ,
es decir, las diferencias que muestran los niños más
p e q u e ñ o s r e s p e c t o a l o s m a y o r e s , a la hora de defi-
nir a s u s e n e m i g o s . E n e s t e s e n t i d o e s p r e c i s o h a c e r
u n a d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e e l e n e m i g o a l que s e a l u d e
al h a c e r l e la p r i m e r a p r e g u n t a , al que p o d r í a m o s
d e n o m i n a r enemigo personal, y el que el n i ñ o c r e e
q u e e s e l e n e m i g o d e s u p a í s , a l que d e n o m i n a r é
enemigo nacional.
L o s n i ñ o s m á s p e q u e ñ o s t e n í a n m á s enemigos
personales q u e l o s m a y o r e s . E n t r e e s t o s ú l t i m o s era
f r e c u e n t e la r e s p u e s t a no tengo ninguno. H a y que
t e n e r en c u e n t a q u e e s t a d i f e r e n c i a se debe a que los
m á s p e q u e ñ o s citaban entre sus enemigos, en mayor
p r o p o r c i ó n q u e l o s m a y o r e s , a la g e n t e de su e n t o r n o
i n m e d i a t o (vecino, compañero de colegio, familiar,
e t c . ) . M i e n t r a s q u e l o s m a y o r e s daban m u c h a s m á s
r e s p u e s t a s que podríamos definir como políticas
( l o s s a n d i n i s t a s , l o s contras, la E T A , e t c ) .
En lo q u e se r e f i e r e al enemigo nacional se daba
e l p r o c e s o c o n t r a r i o . E l p o r c e n t a j e d e los q u e con-
s i d e r a b a n q u e s u p a í s t e n í a e n e m i g o s , era m u y su-
perior e n t r e los niños de más de 11 años, que en los
m e n o r e s d e 10. D e l m i s m o m o d o q u e e n e l c a s o
anterior, también aquí los niños mayores aludían
e s p e c i a l m e n t e a e n e m i g o s políticos, m i e n t r a s que
m u c h o s de los más pequeños hacían referencia a
delincuentes, ladrones, drogadictos, etc.
T e n e m o s pues que el concepto de enemigo se va
t r a n s f o r m a n d o con la edad. E s t a evolución parte de
lo p a r t i c u l a r y a c a b a en lo p o l í t i c o . Es decir, con la
e d a d politizamos a nuestros enemigos.
H a y q u e t e n e r e n c u e n t a que m e e s t o y r e f i r i e n d o
a la t o t a l i d a d de l o s n i ñ o s e n t r e v i s t a d o s . P o d r í a
s u p o n e r s e que e s t e f e n ó m e n o es lógico entre los
n i ñ o s n i c a r a g ü e n s e s que estaban viviendo la guerra,
p e r o q u e n o s e d e b e r í a dar e n u n E s t a d o , c o m o e l

141
e s p a ñ o l , que c a r e c e d e s d e h a c e v a r i a s d é c a d a s d e
enetaigos declarados.
Al comparar las respuestas de los niños de a m b o s
l a d o s del A t l á n t i c o , s e o b s e r v a q u e e s e s t e u n f e n ó -
m e n o c o m ú n . E x i s t e n , por s u p u e s t o a l g u n a s d i f e r e n -
c i a s . Por e j e m p l o , los n i ñ o s e s p a ñ o l e s t i e n e n m á s
enemigos personales q u e l o s c e n t r o a m e r i c a n o s , s i -
t u á n d o s e la m a y o r p a r t e de e l l o s e n t r e l o s conocidos
(vecino, compañero, etc) y los d e l i n c u e n t e s (ladro-
n e s , d r o g a d i c t o s , e t c . ) . E n t r e e s t o s enemigos perso-
nales s e c i t a b a n m e n o s g r u p o s d e c a r á c t e r p o l í t i c o ,
aunque también era una respuesta que aparecía con
cierta frecuencia.
Resulta sorprendente comprobar como casi el
80% d e los n i ñ o s e s p a ñ o l e s c r e e q u e s u p a í s t i e n e
a l g ú n e n e m i g o . Casi l a t e r c e r a p a r t e d e e s t o s n i ñ o s
afirmaban que el e n e m i g o de E s p a ñ a era otro país
e x t r a n j e r o , lo cual no deja de s e r c u r i o s o . La e x p l i -
cación de este dato puede encontrarse en la raciona-
l i z a c i ó n del f e n ó m e n o d e l a g u e r r a , y a e x p u e s t a e n
un p u n t o a n t e r i o r .
Si a t e n d e m o s a e s t e g r u p o de n i ñ o s p a r a s a b e r
qué p a í s e s s o n p e r c i b i d o s c o m o l o s e n e m i g o s d e E s -
paña, t e n e m o s que l a s r e s p u e s t a s m á s c i t a d a s , a p a r -
te de las inespecíficas (otros países), eran las que
aludían a países como Francia y EEUU. Parecería
l ó g i c o p e n s a r que a l u d i e r a n a p a í s e s c e r c a n o s , c o m o
Portugal o Marruecos. Sin embargo éstos a p e n a s se
m e n c i o n a b a n . A u n q u e con e s t e p e q u e ñ o g r u p o d e
datos no se pueden sacar conclusiones definitivas,
p a r e c e que hay m á s f a c i l i d a d para p e r c i b i r c o m o

19. En las r e l a c i o n e s i n t e r n a c i o n a l e s e s p a ñ o l a s e x i s t e n dos con-

t e n c i o s o s t e r r i t o r i a l e s con p a í s e s e x t r a n j e r o s (el del P e ñ ó n
de Gibraltar, ubicado en t e r r i t o r i o e s p a ñ o l y o c u p a d o por
Gran Bretaña, y el de Ceuta y Melilla, dos p l a z a s e s p a ñ o l a s
en el norte de África), pero sería e x a g e r a d o h a b l a r de e n e m i -
gos en el s e n t i d o ya citado de la palabra.

142
e n e m i g o , al g r u p o q u e ejerce, ha ejercido, o p u e d e
e j e r c e r , un poder s o b r e el propio grupo, que a a q u e l
otro sobre el que se supone una superioridad.
Con t o d o , e l f e n ó m e n o e n e l que m á s m e i n t e r e s a
i n c i d i r e s e n e l del c a r á c t e r e v o l u t i v o d e l a p o l i t i z a -
c i ó n del e n e m i g o .
A p a r t i r de l o s 11 a ñ o s , c u a n d o el n i ñ o t i e n e la
p o s i b i l i d a d i n t e l e c t u a l d e h a c e r a g r u p a c i o n e s lógi-
c a s , i n t e r i o r i z a con e s a p o s i b i l i d a d , l a v a l o r a c i ó n
a s o c i a d a a l a s a g r u p a c i o n e s que e m p i e z a a e n t e n -
d e r . Con la i d e a de p e r t e n e n c i a al grupo, se i n c o r p o -
ra también el universo de elementos contrapuestos
a é s t e . Si e s t e p r o c e s o de d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e el
g r u p o p r o p i o y l o s a j e n o s a é s t e , se r e f i e r e a g r a n d e s
a g r u p a c i o n e s d i f e r e n c i a d a s , d e f o r m a r a d i c a l , por al-
guna característica que las distinga inequívocamen-
te (como la nación, el idioma, la raza, etc.), j u n t o
c o n e s t a i d e n t i f i c a c i ó n con e l g r u p o , s e a s u m e n t a m -
b i é n l o s c o n f l i c t o s i n t e r g r u p a l e s que e n v u e l v e n a
éste, sus incompatibilidades y sus enemigos.
El que los niños más pequeños identifiquen a sus
e n e m i g o s , en mayor medida que los mayores, como
p e r s o n a s de su círculo inmediato y los niños mayo-
r e s politicen e s t a e l e c c i ó n , v i e n e a c o n f i r m a r lo di-
c h o e n e l p á r r a f o a n t e r i o r . Con e l p a s o d e l o s a ñ o s ,
y el a u m e n t o c o n s i g u i e n t e de la c a p a c i d a d r a c i o n a l ,
t e n d e m o s a i d e n t i f i c a r n o s con g r u p o s c a d a vez m e -
nos concretos: además de sentirnos miembros de
una familia, c o m e n z a m o s a sentir que p e r t e n e c e m o s
a instituciones más amplias (Iglesia, nación, etc).
L o s e n e m i g o s e n t o n c e s , p a s a r í a n d e ser l o s que e s -
t a b a n e n c o n t r a d e a q u e l l o s p e q u e ñ o s g r u p o s origi-
n a l e s , a s e r g r u p o s c a d a vez m á s a m p l i o s , o p u e s t o s
a e s t a s g r a n d e s i n s t i t u c i o n e s que ahora se toman
como referencia.
Lo m á s i n t e r e s a n t e de e s t e proceso, es que e s t a s
a g r u p a c i o n e s con las que nos identificamos cuando

143
 nuestra capacidad intelectiva lo permite, no suelen
ser e l e g i d a s t r a s u n p r o c e s o d e r e f l e x i ó n d e v e n t a j a s
e i n c o n v e n i e n t e s . Lo habitual es que v e n g a n deter-
m i n a d a s por los p r o c e s o s d e s o c i a l i z a c i ó n . D e e s t e
m o d o , los g r a n d e s g r u p o s o i n s t i t u c i o n e s q u e s e h a -
yan presentado con mayor carga de i n e v i t a b i l i d a d ,
e s decir, a q u e l l o s q u e d u r a n t e l o s p r i m e r o s a ñ o s d e
n u e s t r a vida, s e a n más reales p a r a n o s o t r o s , s e r á n
los que d e t e r m i n e n n u e s t r a s v i n c u l a c i o n e s y , por
tanto, nuestros enemigos potenciales o reales.
¿Cuáles son e s t o s grandes grupos?. A u n q u e du-
r a n t e s i g l o s pudo p r e d o m i n a r l a r e l i g i ó n c o m o i n s -
titución más cargada de realidad; en el ámbito
cultural occidental, el gran grupo que se p r e s e n t a
desde la infancia como realidad m á s v i n c u l a d a a la
c o n s t r u c c i ó n d e l a i d e n t i d a d , e s l a n a c i ó n , m u y por
encima de otras diferenciaciones como la raza, la
clase social u otras. Hay que tener en c u e n t a que en
l a n a c i ó n , a d e m á s del h e c h o f u n d a m e n t a l d e l a l e n -
gua, s e a g r u p a n , s o b r e t o d o s i s e t r a t a d e n a c i o n e s -
estado, un conjunto de instituciones unificadoras
TI que r e m i t e n c o n s t a n t e m e n t e a la i d e a n a c i o n a l (par-
l a m e n t o , policía, c a m p e o n a t o s d e p o r t i v o s , m o n e d a ,
etc). Si seguimos este razonamiento hasta el final,
p o d e m o s decir que e l n a c i o n a l i s m o e s u n a d e l a s
bases psicosociológicas más firmes de la guerra con-
temporánea.
Sin e m b a r g o , hay q u e e n t e n d e r e s t a a r g u m e n t a -
ción d e s d e u n a p e r s p e c t i v a h i s t ó r i c a y d i a l é c t i c a .
Del m i s m o modo que e n e l m o m e n t o a c t u a l e s e l
Estado-nación la realidad macrosocial de presencia
m á s clara e n n u e s t r o p r o c e s o d e s o c i a l i z a c i ó n i n f a n -
til, e n e l p a s a d o e r a n o t r a s l a s i d e a s u n i f i c a d o r a s
que g e n e r a b a n d e f o r m a casi a u t o m á t i c a l a f i d e l i d a d
y la c o n s i g u i e n t e e n e m i s t a d . Al i g u a l q u e hoy es
r e l a t i v a m e n t e fácil que l a g e n t e a r r i e s g u e s u v i d a
cuando su nación está en peligro, hace siglos era

144
u s u a l q u e l o s h o m b r e s m u r i e r a n por el rey o por l a s
doctrinas religiosas.
D e b e m o s p u e s e s t a r a b i e r t o s a la p o s i b i l i d a d de
q u e c o n el p a s o de l o s a ñ o s , o de lo s i g l o s , la idea
m a c r o s o c i a l de i d e n t i f i c a c i ó n m á s i n m e d i a t a , p a s e a
s e r o t r a . A n t e e s t a n u e v a idea p r o b a b l e m e n t e desfi-
l e n l o s n u e v o s s o l d a d o s , t r a s haber c o m b a t i d o con-
tra aquellos que osaron mancillarla. No olvidemos
que, si bien las i n s t i t u c i o n e s conforman al hombre,
el origen de las m i s m a s se sitúa en la interacción
social humana.
A u n q u e la v i n c u l a c i ó n r a c i o n a l del n i ñ o con el
grupo no s e a posible hasta que éste no posea una
capacidad de p e n s a m i e n t o formal, esto no quiere
decir que antes no esté ligado al mismo. El vínculo
e x i s t e , pues de este macro-grupo forman parte los
m i e m b r o s del e n t o r n o s o c i a l i z a d o r del m u c h a c h o (la
f a m i l i a , l o s a m i g o s , e t c ) . Y es p r e c i s a m e n t e por te-
ner con e s t o s miembros fuertes lazos emocionales,
por lo q u e la v i n c u l a c i ó n con el g r a n g r u p o es m á s
firme y acrítica.
En Centroamérica, los niños más pequeños esta-
b a n i d e n t i f i c a d o s d e f o r m a m á s d i r e c t a con s u b a n -
do. Muy p o c o s de e s t o s n i ñ o s e n t r e 8 y 10 a ñ o s
p e n s a b a n q u e n i n g u n o d e l o s dos b a n d o s era b u e n o ,
y m u c h o m e n o s q u e el b u e n o f u e r a el q u e e s t a b a al
o t r o l a d o d e l a f r o n t e r a . C o s a q u e s u c e d í a con c i e r t a
f r e c u e n c i a e n t r e los niños mayores.
En general los niños más pequeños siempre eran
m á s radicales en sus juicios de condena al enemigo,
a la v e z q u e se i d e n t i f i c a b a n m á s con los r o l e s m i l i -
t a r e s y , e n g e n e r a l , con los a s p e c t o s m á s c o n c r e t o s
d e l a s c o n d u c t a s e s p e r a d a s s i g u i e n d o los v a l o r e s d e
la institución-guerra.

20. Me refiero aquí al conjunto de ideas y v a l o r e s que definen la

i d e n t i d a d de la i n s t i t u c i ó n a la que e s t á v i n c u l a d o .

145
 Los n i ñ o s m a y o r e s , por s u c a p a c i d a d d e e l a b o r a r
operaciones formales, tienen interiorizada la insti-
tución-guerra de una forma que supone una m e n o r
i m p l i c a c i ó n e m o c i o n a l . Aun así, l a r a c i o n a l i z a c i ó n
d e los h e c h o s s i g u e m a r c a d a e s t r u c t u r a l m e n t e por
las asociaciones establecidas en el m o m e n t o de inte-
r i o r i z a c i ó n d e los c o n c e p t o s . Así, a u n q u e p u e d a n
establecer una crítica racional al hecho bélico, é s t a
no s u p o n e que no e x i s t a u n a d i s p o s i c i ó n a c u m -
plir con el m i s m o , en el c a s o de q u e l o s v a l o r e s
f u n d a m e n t a l e s que c o n s t i t u y e n s u i d e n t i d a d e s t é n
en j u e g o .
En definitiva, el niño más pequeño estaría vin-
culado a la i n s t i t u c i ó n g u e r r a p o r q u e esa es la reali-
dad, m i e n t r a s que el m a y o r lo e s t a r í a p o r q u e es lo
que c o n s i d e r a su deber. E s t o e x p l i c a r í a u n a r e a l i d a d
c o m u n i c a d a por t o d o s los m i l i t a r e s c o n s u l t a d o s , e s -
t o es, que los n i ñ o s - s o l d a d o , c u a n t o m á s p e q u e ñ o s
s o n , t i e n e n una mayor a u d a c i a y v a l e n t í a . Y es q u e ,
c o m o e s bien s a b i d o , n o e s l o m i s m o l u c h a r p o r q u e
es lo que se sabe h a c e r y la r e a l i d a d q u e se c o n o c e ,
que h a c e r l o por deber.
El c o n o c i m i e n t o real del a d v e r s a r i o , por t e r r i -
b l e s que s e a n s u s a c c i o n e s , n o e s e l e l e m e n t o d e t e r -
m i n a n t e para i n t e n s i f i c a r los s e n t i m i e n t o s d e e n e -
m i s t a d y odio. Más b i e n al c o n t r a r i o .
E n t i e m p o s d e guerra, u n a d e l a s n o r m a s m i l i t a -
res f u n d a m e n t a l e s e s l i m i t a r a l m á x i m o e l c o n t a c t o
e n t r e los m i e m b r o s d e l o s b a n d o s e n f r e n t a d o s . E l
intercambio entre personas pertenecientes a grupos
e n e m i g o s , puede l l e g a r a d i f u m i n a r de a l g ú n m o d o
los e l e m e n t o s de fricción i d e o l ó g i c a , lo q u e h a c e
concebir a l c o n t r a r i o c o m o u n ser h u m a n o p a r t i c u -
lar y no como un m i e m b r o del g r u p o o d i a d o . C u a n t o
menor s e a e l c o n o c i m i e n t o p e r s o n a l i z a d o del a d v e r -
sario, m á s p o s i b i l i d a d e s e x i s t e n d e q u e l o t e m a m o s ,
de que lo v e a m o s c o m o una a m e n a z a .

146
 Los niños de las zonas de guerra de Nicaragua
t e n í a n un c o n o c i m i e n t o de su a d v e r s a r i o , y en g e n e -
ral del c u r s o de la g u e r r a , m á s a m p l i o que el de los
n i ñ o s d e l o s r e f u g i o s del sur d e H o n d u r a s . E n e s t o s
c a m p a m e n t o s se o c u l t a b a a los n i ñ o s t o d a la infor-
m a c i ó n q u e t u v i e r a q u e ver con l a g u e r r a . E s t o s
s a b í a n de l o s s a n d i n i s t a s ú n i c a m e n t e a t r a v é s de los
r u m o r e s q u e c o r r í a n p e r m a n e n t e m e n t e e n t r e l a s ha-
c i n a d a s barracas. En estos rumores se les atribuía
a l o s q u e e l l o s d e n o m i n a b a n piricuacos t o d o t i p o de
m a l d a d e s , a l g u n a s de las cuales podrían resultar
r i d i c u l a s p a r a a l g u i e n a j e n o a la r e a l i d a d de los
c a m p a m e n t o s ( f á b r i c a s d e j a b ó n q u e u t i l i z a b a n co-
m o m a t e r i a p r i m a a l o s a n c i a n o s , m i l i t a r e s que de-
s a y u n a b a n s a n g r e d e c r i a t u r a s h u m a n a s , e t c ) pero
no se tomaban así entre los niños, ni entre muchos
adultos, que, a fuerza de escuchar t a n t a s veces las
m i s m a s historias, acababan creyéndolas.
C o n e s t o s p r e c e d e n t e s , e s f á c i l c o m p r e n d e r por
q u é la p e r c e p c i ó n del e n e m i g o e r a en l o s n i ñ o s con-
tras m u c h o m á s r a d i c a l q u e e n t r e l o s n i ñ o s s a n d i n i s -
tas. No son ú n i c a m e n t e los hechos los que nos hacen
asumir a una persona o grupo como nuestro enemi-
go, sino, sobre todo, la interpretación que se haga
d e l o s m i s m o s . E x i s t í a m á s d i f e r e n c i a , a l a hora d e
conceptualizar al adversario como enemigo, entre
l o s h i j o s de l o s c o n t r a s y de l o s s a n d i n i s t a s , q u e en
el interior de cada uno de los bandos, entre niños
m á s y m e n o s a f e c t a d o s por el c o n f l i c t o ( m u e r t e de
f a m i l i a r e s y a m i g o s , h e r i d o s , p r e s e n c i a de c o m b a -
tes, etc). Aunque siempre existía una cierta tenden-
c i a d e l o s n i ñ o s m á s a f e c t a d o s por l a m u e r t e y l o s
c o m b a t e s , a a c e r c a r s e al polo m á s m i l i t a r i z a d o de
c a d a p r e g u n t a , e s t a s d i f e r e n c i a s e r a n poco s i g n i f i -
c a t i v a s s i l a c o m p a r á b a m o s con l a s q u e s e d a b a n
e n t r e n i ñ o s de d i s t i n t a edad, bando o sexo.

147
 En un mundo complejo, en el que todos partici-
p a m o s d e los v a l o r e s d e d i s t i n t a s i n s t i t u c i o n e s q u e
tienen intereses contrapuestos, no es posible evitar
el conflicto entre grupos. Ahora bien, en ocasiones,
los a d v e r s a r i o s o c o m p e t i d o r e s s e c o n v i e r t e n e n e n e -
m i g o s p e r s o n a l e s , con los q u e n o s e s i m p o s i b l e c o n -
vivir s i n d e s t r u i r l o s o h u m i l l a r l o s . E n t r e l a s d o s
situaciones suelen mediar los procesos s e ñ a l a d o s
anteriormente (sensación de amenaza, atribución
d e s m e s u r a d a d e poder, i n f o r m a c i ó n f r a g m e n t a d a ,
rumores, etc). La combinación de todos estos facto-
res, es el o r i g e n de la p o l a r i z a c i ó n p r e v i a a c u a l -
quier e s t a l l i d o b é l i c o .
P u e s t o que los c o n f l i c t o s i n t e r g r u p a l e s e x i s t e n ,
las relaciones políticas se m u e v e n con d e m a s i a d a
frecuencia en la frontera entre la c o n v i v e n c i a difícil
y la p o l a r i z a c i ó n r a d i c a l p r e v i a a l a s h o s t i l i d a d e s
b é l i c a s . U n e q u i l i b r i o con u n p e l i g r o a ñ a d i d o . L a
e x i s t e n c i a d e u n e n e m i g o a l q u e poder o p o n e r s e ,
t i e n e para el d i r i g e n t e de u n a n a c i ó n , o el l i d e r de
un c o l e c t i v o , u n a s e r i e de v e n t a j a s a l a s q u e es
difícil r e n u n c i a r : c o h e s i o n a a l g r u p o , r e f u e r z a l a
i d e n t i d a d del m i s m o en c o n t r a p o s i c i ó n de la d e l ad-
versario, permite imputar los errores propios al
f o r á n e o , j u s t i f i c a el a u m e n t o del c o n t r o l y la pre-
sión sobre los i n d i v i d u o s y , s o b r e t o d o , r e f u e r z a s u
liderazgo.
N o e s e x t r a ñ o p u e s , que e n l a a r e n a p o l í t i c a
a p a r e z c a n con r e l a t i v a f r e c u e n c i a p e r s o n a j e s q u e
b a s e n su ideario en la n e c e s i d a d de salvar a la pa-
tria de los otros. Y en e s t a c a t e g o r í a c a b e c u a l q u i e r
c o l e c t i v o que s e a d i s f u n c i o n a l a l g r a n g r u p o . B a s t a
con que s e pueda e s t a b l e c e r u n a l í n e a c o n c e p t u a l d e
separación lo suficientemente nítida entre estos
grupos y la m a y o r í a de la p o b l a c i ó n . De e s t e m o d o ,
en m u c h o s p a í s e s en los q u e la t o l e r a n c i a e r a la
norma g e n e r a l d e c o m p o r t a m i e n t o , s e o b s e r v a e n

148
e s t e f i n a l d e s i g l o , e l r e s u r g i m i e n t o d e g r u p o s polí-
ticos y s o c i a l e s cuyo f u n d a m e n t o es el rechazo hacia
los grupos minoritarios.
¿Hasta qué punto esta polarización continúa una
vez a c a b a d a s las hostilidades?. Si nos fijamos en el
c a s o e s p a ñ o l , l o s t r e s a ñ o s d e g u e r r a civil e n c a r n i -
z a d a e n t r e r e p u b l i c a n o s y m i l i t a r e s f r a n q u i s t a s , que
tuvo como consecuencia cientos de miles de muer-
t o s , la d e s t r u c c i ó n del p a í s , m u l t i t u d de e x i l i a d o s y
u n a d i c t a d u r a m i l i t a r d e 4 0 a ñ o s , n o l e s dice c a s i
nada a los n i ñ o s e n t r e v i s t a d o s .
El d e s c o n o c i m i e n t o que tenían de esta guerra
e r a t a n g r a n d e q u e s ó l o un 20 % s u p o i d e n t i f i c a r , de
forma m á s o m e n o s acertada, los grupos que se en-
f r e n t a b a n . D e é s t o s , m u y p o c o s s a b í a n por q u é s e
llevó a cabo, y cuales fueron sus consecuencias. Des-
p u é s de t a n t o s a ñ o s , y a p e s a r de ser un t e m a q u e
estaba muy vigente en los medios de comunicación
e n e l m o m e n t o q u e s e h i c i e r o n l a s e n t r e v i s t a s (se
c u m p l í a n 5 0 a ñ o s d e s u f i n ) , p u e d e d e c i r s e que a q u e -
lla g u e r r a , e s u n a m á s d e l a s q u e d e b e n a p r e n d e r s e
para rendir en los e x á m e n e s . Pero su posible vincu-
lación e m o c i o n a l con uno de los bandos es práctica-
m e n t e n u l a . E n t r e l o s p o q u í s i m o s c a s o s d e n i ñ o s que
decían que uno de los bandos era el que tenía la
r a z ó n , l a r e s p u e s t a m á s o r i g i n a l fue l a d e u n a n i ñ a
q u e a f i r m ó : los rojos eran los buenos porque son los
que mandan ahora. ( E n a l u s i ó n al P a r t i d o S o c i a l i s -
ta que c o m b a t i ó en la guerra y en ese m o m e n t o
gobernaba el país).
No es fácil hacer g e n e r a l i z a c i o n e s a partir de los
d a t o s e s p a ñ o l e s , y a q u e , a l ser u n a g u e r r a civil, l a
polarización post-bélica se basaba fundamental-
m e n t e en valores ideológicos que van perdiendo
fuerza al irse transmitiendo de generación en gene-
ración, h a s t a c o n v e r t i r s e en lo que en E s p a ñ a se

149
 c o n o c e c o m o las batallas del abuelito. Es d e c i r cuen-
tos a los que a p e n a s se l e s da i m p o r t a n c i a .
D e s d e mi p u n t o de v i s t a la causa c o n c r e t a q u e se
esgrime en cada guerra, es una idea m á s efímera que
los f u n d a m e n t o s c u l t u r a l e s e i d e o l ó g i c o s q u e u n i f i -
c a b a n a cada u n o de l o s g r u p o s en el m o m e n t o de
l l e v a r s e a cabo l a s h o s t i l i d a d e s . Si e s t a d i f e r e n c i a -
ción c o n t i n ú a u n a vez a c a b a d a l a g u e r r a , e x i s t i r á n
más posibilidades de que en el futuro puedan surgir
n u e v a s causas que a n i m e n a l o s c i u d a d a n o s a p a r t i -
cipar n u e v a m e n t e e n a c c i o n e s h o s t i l e s .

COMPROMISO INDIVIDUAL
CON LA I N S T I T U C I Ó N - G U E R R A

D e c í a en el c a p í t u l o 5 q u e la s o c i a b i l i d a d e r a u n a
d e l a s p r e m i s a s b á s i c a s para e n t e n d e r l o q u e e s e l
h o m b r e . E l a n i m a l h u m a n o p r e c i s a del g r u p o p a r a
d o t a r s e d e i n s t r u m e n t o s que c o m p l e m e n t e n s u i n s u -
f i c i e n t e a p a r a t o i n s t i n t i v o y le p e r m i t a n e s t a r en el
m u n d o , d e s a r r o l l a r s e c o m o ser s o c i a l , c o m o p e r s o -
na. L a i d e n t i f i c a c i ó n con l a s r e a l i d a d e s i n s t i t u c i o -
n a l e s que r o d e a n a l n i ñ o c u a n d o n a c e , e s , a d e m á s d e
i n e v i t a b l e , i m p r e s c i n d i b l e para q u e é s t e d e s a r r o l l e
u n a i d e n t i d a d h u m a n a que l e p e r m i t a c i e r t a a u t o n o -
mía f r e n t e al e n t o r n o .
D e s d e e s t e p u n t o de v i s t a , y m á s si t e n e m o s en
c u e n t a lo que ya se dijo a c e r c a del c a r á c t e r e m o c i o -
nal d e e s t e p r o c e s o d e s o c i a l i z a c i ó n , e s l ó g i c o q u e ,
|! 1 c u a n d o la c a p a c i d a d r a c i o n a l del a d o l e s c e n t e y
del a d u l t o le p e r m i t a d e s v i n c u l a r s e de l o s g r u p o s de
referencia, exista una importante y sólida identifi-
c a c i ó n con e s t o s g r u p o s .

150
 C o m o dije en el a p a r t a d o a n t e r i o r , d e n t r o de la
c o m p l e j i d a d del m u n d o s o c i a l , e l c o n f l i c t o e s u n a
c a r a c t e r í s t i c a i n h e r e n t e a la e x i s t e n c i a de los gru-
p o s . L a i d e n t i f i c a c i ó n con u n o d e e l l o s , i m p l i c a a s u -
mir también sus adversarios, fidelidades y
e n e m i g o s , l o q u e h a c e que l a s i n t e r a c c i o n e s s o c i a l e s
de los individuos, se polaricen en la misma línea que
l a s e s t a b l e c i d a s por s u s g r u p o s d e r e f e r e n c i a .
S i e n d o l a v i n c u l a c i ó n con e l grupo i m p r e s c i n d i -
b l e , y el c o n f l i c t o d e r i v a d o de la d i f e r e n c i a c i ó n in-
t e r g r u p a l , n e c e s a r i o para f a c i l i t a r l a i d e n t i f i c a c i ó n
del i n d i v i d u o con el g r u p o , el p r o b l e m a r a d i c a en
q u e l a v i n c u l a c i ó n e m o c i o n a l con é s t e , s u p o n e u n a
s e r i e d e p r e s c r i p c i o n e s n o r m a t i v a s que, a l ser i n t e -
r i o r i z a d a s por e l n i ñ o , c o n d i c i o n a n s u f o r m a d e j u z -
g a r e i n t e r p r e t a r la a c c i ó n s o c i a l q u e le rodea, y le
p r e d i s p o n e n a a c t u a r de u n a f o r m a que p u e d e l l e v a r -
le incluso hasta la muerte.
H a y c i e n t o s d e p e l í c u l a s y n o v e l a s que r e l a t a n l a
v i d a de un h o m b r e b u e n o que, por a m o r a u n a m u j e r
m a l v a d a , m a l g a s t a t o d o s u d i n e r o , a b a n d o n a s u fa-
m i l i a y a m i s t a d e s , s e v u e l v e h u r a ñ o con s u s c o m p a -
ñ e r o s o c o m e t e c r í m e n e s q u e n a d i e podría i m a g i n a r
que los realizara una persona tan bondadosa. Siem-
p r e hay un a m i g o q u e le dice el amor te ciega, te
estás comportando como un loco, reflexiona. El h o m -
b r e - b u e n o s e s i e n t e a m a d o , t o d o l o h a c e por e l b i e n
d e e l l a , por s u f e l i c i d a d c o m p a r t i d a , n o p u e d e c o m -
p o r t a r s e de o t r a m a n e r a . Si al final del libro, o del
f i l m , l a m u j e r - p e r v e r s a l o a b a n d o n a u n a vez c o n s e -
guido s u s objetivos, el hombre-bueno reflexiona y se
a r r e p i e n t e d e s u error, s e a c u e r d a d e l o s c o n s e j o s d e
su a m i g o y de lo a c e r t a d a s que eran sus afirmacio-
nes. Si esto fuera un guión cinematográfico la esce-
n a f i n a l p o d r í a a m b i e n t a r s e con a q u e l t a n g o d e
G a r d e l 'y pensar que hace diez años, fue mi locura/
que llegué hasta la traición, por su hermosura "

151
 P u e s b i e n , e s t a v i n c u l a c i ó n e x t r e m a del a m o r
pasional, sigue un mecanismo similar al de las vin-
c u l a c i o n e s n o r m a l e s d e los i n d i v i d u o s c o n l o s g r a n -
d e s g r u p o s . Los h o m b r e s j u z g a n l o s h e c h o s c o n u n a
v a l o r a c i ó n que no se c i ñ e a la a c c i ó n en sí, s i n o q u e
se o r i e n t a por los i n t e r e s e s y p r e m i s a s de l o s g r u p o s
de r e f e r e n c i a . Aún m á s : p u e d e n i n c l u s o l l e g a r a m a -
tar, y h a s t a e s t a r í a n d i s p u e s t o s a m o r i r , c u a n d o
e s t o s v a l o r e s que f u n d a m e n t a n l a i d e n t i d a d del g r a n
grupo e s t á n a m e n a z a d o s .
La g u e r r a es el p a r a d i g m a de l o s p r i n c i p i o s e x -
p u e s t o s . Los i n d i v i d u o s t i e n d e n a j u s t i f i c a r c u a l -
quier a c c i ó n de su grupo, por m u y r e p r o b a b l e o
cruel que s e a , s i r e p o r t a a l g ú n b e n e f i c i o p a r a e l
mismo. Pero esta vinculación no se queda en el jui-
cio. E l i n d i v i d u o p o l a r i z a d o s u e l e t e n e r , a d e m á s ,
u n a d i s p o s i c i ó n a a c t u a r por su b a n d o , a ú n c u a n d o
s u p o n g a un p e l i g r o o p e r j u i c i o p a r a sí m i s m o , o
para l a s p e r s o n a s a l a s q u e s e s i e n t e m á s u n i d o
emocionalmente.
Con el fin de d e m o s t r a r q u e e s t a j u s t i f i c a c i ó n
polarizada y esta acomodación funcional a las exi-
g e n c i a s del grupo d e r e f e r e n c i a , e r a n e l e m e n t o s f r u -
to de la socialización bélica, diseñé una serie de
pruebas cuyos resultados expondré a c o n t i n u a c i ó n
en forma r e s u m i d a .

Justificación

Cuando e x p l i q u é l a s c a u s a s q u e s e g ú n l a o p i n i ó n
de los n i ñ o s n i c a r a g ü e n s e s , f u e r o n el o r i g e n de la
guerra, y a decía que l a r e s p u e s t a m á s f r e c u e n t e e r a
atribuirlo a la v o l u n t a d del b a n d o c o n t r a r i o , c o n lo
que eso s u p o n e de e x i m i r al propio, de c u a l q u i e r

152
r e s p o n s a b i l i d a d . E s é s t a u n a o p i n i ó n c a l c a d a del
r a z o n a m i e n t o que hacen los adultos de ambos ban-
d o s . N i n g u n o de l o s d o s g r u p o s tuvo la culpa. Su
p a r t i c i p a c i ó n en el c o n f l i c t o b é l i c o fue absolutamen-
te inevitable.
L a s p r u e b a s e s p e c í f i c a s que d i s e ñ é para c o m p r o -
bar h a s t a q u é p u n t o l o s n i ñ o s h a b í a n i n t e r i o r i z a d o
e s t a f o r m a p o l a r i z a d a d e j u z g a r los h e c h o s b é l i c o s ,
f u e r o n d o s , a l a s q u e d e n o m i n é defensa propia y
cobardía.
En ambos casos, a los niños se les presentaba
u n a lámina'^^ en la q u e h a b í a u n o s dibujos, en los que
e l e n t r e v i s t a d o r s e a u x i l i a b a para c o n t a r l e u n a pe-
q u e ñ a h i s t o r i a . Al final de la h i s t o r i a el n i ñ o t e n í a
q u e o p t a r por u n a solución al p r o b l e m a p l a n t e a d o .
En la p r u e b a de defensa propia se le m o s t r a b a la
l á m i n a 9 en la q u e se ve a un m i e m b r o de su grupo,
q u e a l v e r s e a c o s a d o por c u a t r o s o l d a d o s del b a n d o
c o n t r a r i o , se d e f i e n d e y los m a t a a t o d o s . En la
d e n o m i n a b a cobardía ( v é a s e l á m i n a 10) un m i e m b r o
de su g r u p o se e s c o n d e t r a s un árbol y m a t a a su
enemigo, cuando éste estaba distraído y desarmado.
E l n i ñ o d e b í a d e c i d i r qué h a c e r e n cada c a s o con e s t e
s o l d a d o p e r t e n e c i e n t e a su b a n d o , y r a z o n a r su r e s -
p u e s t a . L a s o p c i o n e s e r a n c i n c o : darle u n a m e d a l l a ,
d a r l e un a p l a u s o , d e j a r l o ir, e n v i a r l o a la c á r c e l (el
t i e m p o que él decidiera) o fusilarlo. Pasados unos
m i n u t o s , y d e s p u é s de q u e se le p r e s e n t a r a n o t r a s
p r u e b a s d i f e r e n t e s , se le v o l v í a n a m o s t r a r u n a s
l á m i n a s q u e e r a n i d é n t i c a s a l a s a n t e r i o r e s , pero
c o n la d i f e r e n c i a de q u e a h o r a era el m i e m b r o del
b a n d o c o n t r a r i o el q u e m a t a b a en defensa propia o
22
de forma cobarde.

21. T o d o s los dibujos fueron r e a l i z a d o s por E r n e s t o Chamorro,

s i g u i e n d o u n o s b o c e t o s o r i g i n a l e s del a u t o r de e s t e libro.
22. P a r a evitar confusiones en la i d e n t i f i c a c i ó n se u t i l i z a b a n

153
Figura 2 lámina 9

DEFENSA PROPIA
Figura 3 l á m i n a 10

COBARDÍA
 E n a m b o s c a s o s s e t r a t a b a d e c o m p a r a r q u é ha-
ría e l n i ñ o a n t e u n a a c c i ó n i d é n t i c a , p e r o c o m e t i d a
en u n a o c a s i ó n por el m i e m b r o de su g r u p o y en la
o t r a por su e n e m i g o .
Desde la lógica militar, el primer tipo de conduc-
t a ( d e f e n s a propia) e s l e g í t i m a , m i e n t r a s q u e l a q u e
se i l u s t r a en la l á m i n a l l a m a d a cobardía es i l e g í t i -
ma. L a n o r m a t i v a m i l i t a r p r e m i a r í a l a p r i m e r a a c -
ción y c o n d e n a r í a l a s e g u n d a . E s t a d i s t i n c i ó n e s
i m p o r t a n t e para v e r i f i c a r s i l o s n i ñ o s t i e n e c l a r o
que, a p e s a r de que se debe a c t u a r en f a v o r del g r u p o
propio y c o n t r a el e n e m i g o , e x i s t e n d e t e r m i n a d a s
c o n d u c t a s que, a u n q u e s i g a n e s t a l í n e a , s o n c o n d e -
n a d a s por las n o r m a s del propio g r u p o .
Las c o m p a r a c i o n e s e n t r e l a s r e s p u e s t a s a r r o -
j a b a n dos g r u p o s de r e s u l t a d o s : No polarizados
(cuando juzgaba de igual modo las c o n d u c t a s con
i n d e p e n d e n c i a del b a n d o ) y Polarizados ( c u a n d o ,
a n t e l a m i s m a a c c i ó n , era m á s b e n é v o l o c o n s u b a n -
do que con el e n e m i g o ) . E n t r e l a s r e s p u e s t a s p o l a -
r i z a d a s había t a m b i é n d o s g r u p o s : Polarización
media ( c u a n d o la d i f e r e n c i a en el j u i c i o no e r a m u y
radical, por e j e m p l o , dejaba ir al a m i g o y e n c a r c e l a -
ba al e n e m i g o ) y Alta polarización ( c u a n d o la d i s t i n -
ción era radical: a p l a u d í a al a m i g o y f u s i l a b a al
enemigo).
C u a n d o elaboré e s t a prueba, e s t a b a c a s i s e g u r o
d e que l a s r e s p u e s t a s d e los n i ñ o s n i c a r a g ü e n s e s
estarían bastante polarizadas, y suponía que podría
existir cierta polarización en el caso de los e s p a ñ o -
les, pero n o e n t r a b a d e n t r o d e m i s c á l c u l o s q u e e s t o s
ú l t i m o s se a c e r c a r a n t a n t o a la r e a l i d a d de C e n t r o a -
mérica. Más t e n i e n d o en c u e n t a q u e el enemigo de

colores. El grupo propio v e s t í a , en t o d a s las p r u e b a s , del

mismo color; siempre d i s t i n t o al del e n e m i g o .

156
é s t o s , no era un grupo concreto, sino sencillamente
e s o : un enemigo.
En el c a s o de la defensa propia el 80 % de los
n i ñ o s en C e n t r o a m é r i c a y el 70 % en E s p a ñ a , daban
r e s p u e s t a s p o l a r i z a d a s . L a r e l a c i ó n e n t r e l a s opcio-
n e s m á s r a d i c a l e s y l a s m o d e r a d a s , era de t r e s a u n o
a f a v o r de la alta polarización en a m b a s m u e s t r a s .
La p r u e b a de la cobardía arrojó r e s u l t a d o s muy si-
m i l a r e s en C e n t r o a m é r i c a ( c a s i el 80 % de r e s -
p u e s t a s p o l a r i z a d a s , con u n a r e l a c i ó n u n poco m á s
m a t i z a d a e n t r e las más radicales y las moderadas)
y a l g o m e n o s p o l a r i z a d a s en E s p a ñ a , a u n q u e el 63
% de l o s n i ñ o s s e g u í a f a v o r e c i e n d o a su b a n d o en el
juicio de una misma acción, siendo más frecuentes,
incluso en e s t a acción reprobable, las respuestas
radicales.
La i n m e n s a mayoría de los niños justificaba su
a c c i ó n c o n e l m i s m o a r g u m e n t o : u n o era d e s u b a n d o
( c o n t r a , s a n d i n i s t a o e s p a ñ o l ) y el o t r o no. No e x i s t e
forma m á s clara de definir la polarización.
E n t r e los niños n i c a r a g ü e n s e s , eran más radica-
l e s l o s d e l b a n d o contra q u e los q u e v i v í a n en l a s
zonas sandinistas. Con lo q u e v u e l v e a c o n f i r m a r s e
l a m a y o r p o l a r i z a c i ó n d e l o s n i ñ o s d e los r e f u g i o s .
L u g a r e n e l q u e , s i n v i v i r l a , l a vida t e n í a c o m o eje
c e n t r a l u n a g u e r r a c u y o s c o m b a t e s s e libraba lejos
de sus barracas.
En esta prueba se repetía la misma tendencia ya
r e f e r i d a e n t r e l o s g r u p o s d e d i s t i n t a e d a d : los n i ñ o s
m á s pequeños estaban más polarizados y eran más
r a d i c a l e s e n s u s j u i c i o s . Los n i ñ o s m a y o r e s , a u n -
q u e p o s e e n l a c a p a c i d a d i n t e l e c t u a l para s e p a r a r l a
a c c i ó n del a c t o r , y j u z g a r a a m b o s con c i e r t a i n d e -
p e n d e n c i a , s e g u í a n d a n d o r e s p u e s t a s d i c t a d a s , fun-
d a m e n t a l m e n t e , por s u i d e n t i f i c a c i ó n con e l g r a n
grupo.

157
 En r e s u m e n , se c o n f i r m a la t e n d e n c i a a j u z g a r
l a s a c c i o n e s b é l i c a s e n f u n c i ó n del b a n d o q u e l a s
c o m e t a . Ni la c a p a c i d a d r a c i o n a l de j u i c i o m á s o
menos independiente, ni la ausencia de enfrenta-
mientos armados en el caso de España, ni el que la
a c c i ó n s e a d e s d e la p e r s p e c t i v a m i l i t a r l e g i t i m a o
ilegítima, lograron inclinar la balanza hacia la ecua-
nimidad. Ni siquiera en el caso e x t r e m o de la acción
cobarde había u n a m a y o r í a de n i ñ o s e s p a ñ o l e s , t a n
alejado s u p a í s del c h o q u e e n t r e l o s e j é r c i t o s , q u e
j u z g a r a del m i s m o m o d o l o s a s e s i n a t o s , c o n i n d i f e -
r e n c i a del b a n d o que los c o m e t i e r a .

Acomodación funcional

E l o b j e t i v o final que b u s c a t o d o p r o c e s o d e s o -
c i a l i z a c i ó n n o e s s ó l o que e l i n d i v i d u o s e i d e n t i f i -
que con un grupo y q u e e s t e v í n c u l o i n f l u y a en su
forma de i n t e r p r e t a r y j u z g a r la r e a l i d a d q u e le
rodea; s i n o , sobre todo, crear u n a s m o t i v a c i o n e s l o
s u f i c i e n t e m e n t e f u e r t e s para q u e a c t ú e d e f o r m a
f u n c i o n a l a e s o s g r u p o s s o c i a l e s en l o s q u e se ha
s o c i a l i z a d o . B u s c a n d o así que n o s e a n e c e s a r i o obli-
garle d e s d e el e x t e r i o r , por m e d i o de c o a c c i ó n o
r e p r e s i ó n . Las v i n c u l a c i o n e s e m o c i o n a l e s y c o g n i -
t i v a s , son u n p a s o p r e v i o para e s t a d i s p o s i c i ó n
conductual.
Para verificar que e s t a a c o m o d a c i ó n a l a s de-
m a n d a s b é l i c a s , e s u n a r e a l i d a d i n t e r i o r i z a d a por
los n i ñ o s e n s u p r o c e s o d e s o c i a l i z a c i ó n , d i s e ñ é d o s
pruebas que p o d e m o s d e n o m i n a r Agresión y Riesgo,
con u n objetivo c o m ú n : c o m p a r a r l a s r e s p u e s t a s q u e
da el n i ñ o a las d e m a n d a s de u n a i n s t i t u c i ó n a la q u e
está vinculado inequívocamente, como es la familia,

158
y d e n t r o de é s t a la m a d r e , con l a s que daría a u n a
d e m a n d a s i m i l a r p l a n t e a d a por e l grupo m i l i t a r .
L a t é c n i c a d e p r e s e n t a c i ó n d e a m b a s p r u e b a s era
la m i s m a e x p l i c a d a en el p u n t o a n t e r i o r , con la di-
f e r e n c i a de q u e a h o r a era el n i ñ o el p r o t a g o n i s t a de
la s i t u a c i ó n p r e s e n t a d a en los dibujos. A l g o que, por
cierto, les hacía mucha ilusión.
En la prueba denominada Agresión se le presen-
t a b a al n i ñ o la l á m i n a 7, y se le d e c í a lo s i g u i e n t e :
Mire, este niño de aquí es usted, que está llegando
23

a su comunidad. Al acercarse a esta casa de la

izquierda que es la suya, usted mira por la ventana
y ve que hay un hombre, que usted no conoce, gol-
peando a su mamá.^* ¿Qué haría usted en esta situa-
ción?. Se le e x p l i c a b a a c o n t i n u a c i ó n a l g u n a de las
o p c i o n e s : r e f u g i a r s e e n c a s a d e u n o s f a m i l i a r e s , to-
m a r l o s f u s i l e s a p o y a d o s en el árbol o a c u d i r a la
policía.
P a s a d o s unos minutos, y tras responder a otras
p r u e b a s , se le p r e s e n t a b a u n a l á m i n a i d é n t i c a a la
n ú m e r o 7 y se le c o n t a b a o t r a h i s t o r i a : Usted está
llegando a su comunidad y al acercarse a esta casa
(la de la izquierda), mira por la ventana y ve que
hay un enemigo^^ que está haciendo señales para
que otro grupo de enemigos entren a tomarse la
comunidad. T r a s la e x p o s i c i ó n se le v o l v í a a p r e g u n -
tar lo m i s m o , dándole las m i s m a s opciones. En am-
bos casos debía justificar su respuesta.
La p r u e b a d e n o m i n a d a Riesgo t e n í a u n a l ó g i c a
s i m i l a r . Se le p r e s e n t a b a al n i ñ o la l á m i n a 8 y se le

23. A loB n i ñ o s e s p a ñ o l e s en lugar de "Comunidad" se les hablaba

de "pueblo".
24. En el c a s o de que no t u v i e r a mamá, se le hablaba de la mujer
que se o c u p a r a de su cuidado: abuela, t í a , h e r m a n a mayor,
etc.
25. Aquí se e s p e c i f i c a b a el e n e m i g o c o n c r e t o de cada niño (con-
t r a s , s a n d i n i s t a s , p a í s e x t r a n j e r o , etc)

159
Figura 4 l á m i n a 17

AGRESIÓN
d e c í a : Mire, este de aquí es usted y esta su mamá.
Su mamá le está diciendo que debe cruzar por este
palo de aquí, que es muy peligroso, para ir a traer
unas medicinas urgentes que se necesitan para su
familia. Por aquí (se señalaba la orilla izquierda
del precipicio por donde está el árbol) hay otro ca-
mino, pero es muy largo y no llegaría a tiempo,
llegaría tarde. Por eso su mamá le dice que vaya por
el palo. T e r m i n a d a la h i s t o r i a se le p r e s e n t a b a n t r e s
o p c i o n e s p a r a e l e g i r : decir que no a su m a d r e , decir-
le q u e sí p e r o ir por el c a m i n o l a r g o c u a n d o no le
v i e r a n , o c r u z a r por el palo p e l i g r o s o .
Pasados unos minutos y tras responder a otras
p r u e b a s s e l e p r e s e n t a b a a l n i ñ o l a l á m i n a 14, i g u a l
a la l á m i n a 8, con la d i f e r e n c i a de que en lugar de
u n a s e ñ o r a h a b í a un m i l i t a r u n i f o r m a d o , y se le
c o n t a b a l a m i s m a h i s t o r i a con l a ú n i c a d i f e r e n c i a d e
la m i s i ó n . En este caso se trataba de una misión de
u r g e n c i a m i l i t a r . Lo q u e s a n d i n i s t a s y c o n t r a s d e n o -
minaban misión patriótica.
En la p r u e b a d e n o m i n a d a Agresión se da la si-
g u i e n t e c i r c u n s t a n c i a : el a c u d i r a la p o l i c í a no pue-
d e s e r t o m a d o c o m o p o s t u r a m á s m i l i t a r i z a d a que e l
acudir a la familia v e c i n a . D e hecho, es la respues-
ta habitual en cualquier sociedad. Desde mi punto
de vista sólo podían tenerse en cuenta como respues-
t a s de a c o m o d a c i ó n f u n c i o n a l a lo m i l i t a r , o si se
q u i e r e , militarizadas, las siguientes:

a. El n i ñ o a n t e la a m e n a z a del p u e b l o t o m a el
arma, m i e n t r a s que ante la violencia hacia la madre
se va a la c a s a de l o s f a m i l i a r e s o a v i s a a la p o l i c í a .

26. P a r a los fines e s t a d í s t i c o s del e s t u d i o hubiera sido más cómo-

do no i n c l u i r e s t a o p c i ó n y obligar al niño a optar e n t r e la
p a s i v i d a d y la a c c i ó n v i o l e n t a . P e r o de haberlo hecho así
h u b i e r a o b t e n i d o r e s p u e s t a s forzadas que de poco s e r v i r í a n .

161
Figura 6 lámina 8

RIESGO FAMILIAR
Figura 6 l á m i n a 14

RIESGO MILITAR
Podemos definir e s t a s r e s p u e s t a s como m á x i m a aco-
modación-militarización.

b. El n i ñ o t o m a el a r m a p a r a d e f e n d e r a la m a -
dre y t a m b i é n para d e f e n d e r m i l i t a r m e n t e el p u e b l o .
Este sería un grado menor de a c o m o d a c i ó n m i l i t a r
que el a n t e r i o r .

c. Si el n i ñ o para d e f e n d e r a la m a d r e t o m a l o s
f u s i l e s y a n t e la p o s i b l e t o m a del p u e b l o se i n h i b e ,
s e r í a el n i v e l m í n i m o de a c o m o d a c i ó n a la d e m a n d a
militar.

En la prueba del Riesgo l a s o p c i o n e s s e r í a n l a s

siguientes:

a. La m á x i m a a c o m o d a c i ó n a lo m i l i t a r : Si a n t e
la d e m a n d a del m i l i t a r c r u z a el p a l o y a n t e la de la
m a d r e no lo h a c e .

b. Acomodación media: Si sigue la m i s m a con-

d u c t a a n t e los dos, e s t o e s , y é n d o s e por e l o t r o c a -
m i n o o c r u z a n d o el palo.

c. No a c o m o d a c i ó n : Si al m i l i t a r le d i c e q u e no
y a n t e las d e m a n d a s de la m a d r e c r u z a el p a l o , o se
va por el otro c a m i n o .

En la prueba de la Agresión, la m a y o r p a r t e de
los n i ñ o s a l u d i e r o n a la p o l i c í a c o m o s o l u c i ó n a a m -
bos p r o b l e m a s . O p c i ó n , que, a d e m á s d e s e r l a m á s
efectiva, indicaría una buena socialización, m á s que
bélica, cívica. E s p e c i a l m e n t e en el c a s o de la a g r e -
sión a la madre. Por t a n t o , el a n á l i s i s de l o s c a s o s
donde se da u n a mayor o m e n o r a c o m o d a c i ó n a lo
m i l i t a r se l i m i t ó a los 130 n i ñ o s q u e d i e r o n r e s p u e s -
t a s e x t r e m a s . De é s t o s el 7 3 , 1 % lo h a c í a n en la l í n e a

164
d e a l t a m i l i t a r i z a c i ó n (fusil e n d e f e n s a del pueblo,
o t r a o p c i ó n a n t e la a g r e s i ó n a la m a d r e ) , m i e n t r a s
q u e s ó l o 3 n i ñ o s (2,3%) lo h i z o en s e n t i d o c o n t r a r i o ,
e s t o e s , u t i l i z a n d o el fusil f r e n t e a la m a d r e y la
i n h i b i c i ó n f r e n t e a la t o m a del p u e b l o .
En e s t e pequeño grupo de niños y niñas existía
una gran similitud entre España y Centroamérica y
e n t r e l o s n i ñ o s p e q u e ñ o s y los m a y o r e s . Las peque-
ñ a s d i f e r e n c i a s e n e l g r a d o d e m i l i t a r i z a c i ó n , se-
g u í a n e n l a m i s m a l í n e a q u e e n los c a s o s a n t e r i o r e s :
m á s m i l i t a r i z a d o s los centroamericanos (dentro de
é s t o s a ú n m á s l o s q u e v i v í a n e n H o n d u r a s ) que los
e s p a ñ o l e s y los niños pequeños se mostraban más
a c o m o d a d o s a la e x i g e n c i a m i l i t a r que los m a y o r e s .
L o s r e s u l t a d o s de la prueba del Riesgo, van e x a c -
t a m e n t e en la m i s m a l í n e a . S ó l o el 19% de los n i ñ o s
o p t a r o n por u n a a l t e r n a t i v a d e o b e d i e n c i a s u p e r i o r
a la m a d r e q u e al m i l i t a r . La m a y o r í a ( 7 0 , 4 %) c u m -
p l i r í a de i g u a l m o d o con la e x i g e n c i a de a m b o s y el
r e s t o o p t a r í a por f a v o r e c e r a l m i l i t a r . N o e x i s t e
p r á c t i c a m e n t e n i n g u n a d i f e r e n c i a e n t r e los n i ñ o s
e s p a ñ o l e s y l o s c e n t r o a m e r i c a n o s . Los del lado con-
tra s i g u e n s i e n d o los m á s a c o m o d a d o s a la e x i g e n c i a
militar. Y entre los más pequeños se observa nueva-
m e n t e , una muy ligera tendencia a una obediencia
más militarizada.
C u a n d o e s t a b a a n a l i z a n d o e s t a s r e s p u e s t a s ex-
t r e m a s , n o p u d e e v i t a r r e c o r d a r u n a p e q u e ñ a polé-
m i c a que era muy frecuente hace años en España.
E n l a s e g u n d a m i t a d d e los a ñ o s 70, u n a vez m u e r t o
e l g e n e r a l F r a n c o , s e dio u n a e c l o s i ó n g e n e r a l d e l a s
i n q u i e t u d e s p o l í t i c a s e n t o d a l a p o b l a c i ó n , pero e s -
p e c i a l m e n t e e n t r e l o s j ó v e n e s . E n los i n s t i t u t o s y
l a s u n i v e r s i d a d e s , t o d o e l m u n d o era c a l i f i c a d o co-
mo algo: socialista, anarquista, demócrata, comu-
n i s t a , f a s c i s t a . . . A l g u n o s , d e f o r m a muy t í m i d a a ú n ,
se d e f i n í a n c o m o pacifistas. La f a l t a de e x p e r i e n c i a

165
p o l í t i c a y el e n t u s i a s m o por l o s g r a n d e s c a m b i o s q u e
se e s p e r a b a n , l l e v a b a a l o s m á s j ó v e n e s a j u z g a r de
forma radical las a c t i t u d e s y las c o n d u c t a s de cada
i n d i v i d u o , s e g ú n se a j u s t a r a n o n o , a l o s p o c o s c o n o -
cimientos estereotipados que t e n í a n de cada opción
ideológica. Para estos adolescentes, uno no podía
ser c o m u n i s t a s i p o s e í a u n v e h í c u l o p a r a s u u s o
privado, a u n q u e fuera u n u t i l i t a r i o S e a t 6 0 0 . "¿Qué
clase de anarquista era aquel que trabajaba c o m o
jefe de negociado en el Ministerio de Industria?".
Entre estos muchachos, para calibrar la pureza
i d e o l ó g i c a d e los que s e l l a m a b a n p a c i f i s t a s , s e l e s
s o l í a probar con l a s i g u i e n t e p r e g u n t a : ¿ Q u é h a r í a s
s i a l g u i e n e n t r a e n t u c a s a con l a i n t e n c i ó n d e m a t a r
a tu m a d r e y hay c e r c a u n a p i s t o l a ? . ¿ D e j a r í a s q u e
la m a t a r a o m a t a r í a s tú a n t e s al i n t r u s o ? . Si el
m u c h a c h o c o n t e s t a b a c o n u n a e x p r e s i ó n del t i p o
hombre, en ese caso no tiene nada que ver una
cosa con la otra..., no me quedaría más remedio que
defenderla...; s i g n i f i c a b a q u e e r a un f a l s o - p a c i f i s t a ,
como el d u e ñ o del S e a t e r a un m a l c o m u n i s t a , o el
funcionario un anarquista-impostor.
Naturalmente quienes hacían esa pregunta supo-
nían que uno h a c e c u a l q u i e r c o s a , i n c l u s o m a t a r ,
por u n a m a d r e o por a q u e l l a s p e r s o n a s a l a s q u e
ama. E l r a z o n a m i e n t o , muy e x t e n d i d o t a m b i é n e n l a
a c t u a l i d a d , s u g e r i r í a que e l c o m p r o m i s o d e l o s i n d i -
viduos con lo m i l i t a r y con la v i o l e n c i a p o l í t i c a q u e
c o n l l e v a una guerra, s e r í a u n a o p c i ó n r a c i o n a l ,
m i e n t r a s que el crimen emocional por d e f e n d e r a
a l g u i e n querido, s e r í a u n a r e s p u e s t a a u t o m á t i c a a n -
te la que u n o no r e f l e x i o n a .
A u n q u e de e s t a s p e q u e ñ a s p r u e b a s (Agresión y
Riesgo) no puedan e x t r a e r s e c o n c l u s i o n e s d e f i n i t i -
vas, parece que reflejan un h e c h o , q u e va en d i r e c -
ción c o n t r a r i a a lo e x p u e s t o en el p á r r a f o a n t e r i o r .

166
 E l p r o t a g o n i s t a d e u n c r i m e n p a s i o n a l p u e d e ser
j u s t i f i c a d o y c o m p r e n d i d o , se le p u e d e t e n e r l á s t i m a
e i n t e n t a r a p o y a r l o m o r a l m e n t e , pero no s u e l e ser
u n a p e r s o n a e n v i d i a d a . Se dice "pobre hombre" o
"pobre mujer", "no me g u s t a r í a v e r m e en su lugar".
El héroe militar, aquel que mata docenas, cientos o
m i l e s d e e n e m i g o s , n o n e c e s i t a ser c o n s o l a d o , n a d i e
t e n d r á l á s t i m a d e él. Más b i e n s u c e d e r á l o c o n t r a -
rio. M i l e s d e p e r s o n a s l e e n v i d i a r á n . A l a b a r á n s u
h a z a ñ a . S o ñ a r á n con e s t a r a l g ú n día e n s u lugar,
e n v u e l t o s e n u n u n i f o r m e l l e n o d e m e d a l l a s . E l que
a s e s i n a por d e f e n d e r a un ser q u e r i d o , c a m i n a soli-
t a r i o r u m i a n d o s u c u l p a , p e n s a n d o que tal vez po-
dría haberse evitado; el que mata cumpliendo una
m i s i ó n p a t r i ó t i c a , d e s f i l a r o d e a d o de t r o m p e t a s y
b a n d e r a s , c o n n u e v o s g a l o n e s p r e n d i d o s e n s u hom-
b r e r a , en u n a f i e s t a de f l o r e s y de a p l a u s o s .
En una fortaleza militar de la ciudad de Toledo,
d e n o m i n a d a El Alcázar, d u r a n t e m u c h o s a ñ o s , mi-
les de t u r i s t a s han podido escuchar en sus respecti-
v o s i d i o m a s , u n a d r a m a t i z a c i ó n d e u n h e c h o que
sucedió d u r a n t e la guerra civil española. El jefe
m i l i t a r d e e s t e a c u a r t e l a m i e n t o e s t a b a s i t i a d o por
s u s e n e m i g o s . A l ver l a r e s i s t e n c i a que ofrecía, l o s
a d v e r s a r i o s a m e n a z a r o n con f u s i l a r a su hijo, que
había sido hecho prisionero. La cinta magnetofónica
recreaba la conversación telefónica que tuvo el jo-
v e n c o n su p a d r e . E s t e le c o n m i n a b a a morir con
d i g n i d a d , p u e s no e s t a b a d i s p u e s t o a r e n d i r s e . Ofre-
c í a la m u e r t e de su hijo por la salvación de la patria.
M u c h o s de l o s t u r i s t a s salíj^^ a e m o c i o n a d o s de la
s a l a . I n c l u s o a q u e l l o s de i d e o l o g í a c o n t r a r i a a la del
m i l i t a r , e l o g i a b a n su v a l o r y f o r t a l e z a . La e x a l t a -
ción de e s t e tipo de conductas, sobre todo cuando las
a c o m e t e a l g u i e n q u e d e f e n d í a v a l o r e s c o n c r e t o s que
n o c o m p a r t í a n m u c h o s d e l o s v i s i t a n t e s , e s u n refle-
j o m á s del c o m p r o m i s o q u e d e s d e n i ñ o s a d q u i r i m o s

167
con los v a l o r e s d e l a i n s t i t u c i ó n - g u e r r a : v i n c u l a c i ó n
a f e c t i v a con e l g r a n - g r u p o ( p o l a r i z a c i ó n ) , a c o m o d a -
ción al m i s m o del j u i c i o c r í t i c o ( j u s t i f i c a c i ó n ) y d i s -
posición conductual a actuar s e g ú n su n o r m a t i v a
(acomodación funcional).

168
 11

EL NIÑO COMO ACTOR ANTE

LA G U E R R A : EL ROL MILITAR

U n a vez i n t e r i o r i z a d o s los v a l o r e s d e l a i n s t i t u -
c i ó n - g u e r r a , el a p a r a t o n o r m a t i v o que la rodea y l a s
c o l e c t i v i d a d e s m i l i t a r e s que l a d i r i g e n , e n c u e n t r a n
p o c a r e s i s t e n c i a e n t r e los m i e m b r o s d e u n a pobla-
ción ya polarizada, cuando se trata de reclutar
m i e m b r o s para p a r t i c i p a r d e f o r m a a c t i v a e n e l con-
flicto. La r e s i s t e n c i a será menor si en la presenta-
c i ó n d e l o s h e c h o s s e u t i l i z a n los v a l o r e s que l o
c a t a l o g a n como algo inevitable. Estos valores orien-
tan la conducta, siendo las normas específicas las
q u e l a c o n f i g u r a n , l a s q u e l e dan f o r m a c o n c r e t a .
L a s r e l a c i o n e s e n t r e los v a l o r e s y l a s n o r m a s de
la i n s t i t u c i ó n guerra, no tienen un carácter intrín-
seco f u n d a m e n t a d o en la lógica. El origen de estos
vínculos e s t á en el desarrollo histórico de las colec-
t i v i d a d e s , e n l a t r a n s f o r m a c i ó n s u c e s i v a del e n g r a -
naje institucional que se adapta p e r m a n e n t e m e n t e
a cada nueva situación social.
Q u e l a a c c i ó n v i o l e n t a para d e f e n d e r u n c o l e c t i -
vo, una idea religiosa o unos valores políticos, esté
p r o t a g o n i z a d a por c a b a l l e r o s a n d a n t e s , por n o b l e s ,
por e j é r c i t o s de c i u d a d a n o s o por u n i d a d e s m i l i t a r e s

169
p r o f e s i o n a l i z a d a s , r e s p o n d e a la e s p e c i f i c i d a d d e l
m o m e n t o h i s t ó r i c o y a la m a y o r o m e n o r e f e c t i -
vidad d e m o s t r a d a por l a s d i s t i n t a s f o r m a s d e o r g a -
n i z a c i ó n . Del m i s m o m o d o , e n e l i n t e r i o r d e l a s
colectividades militares, la conducta concreta de
s u s m i e m b r o s , s e g u í a por u n a s n o r m a s q u e s e v a n
t r a n s f o r m a n d o para h a c e r s e m á s f u n c i o n a l e s . A l g u -
n a s d e e s t a s n o r m a s que s e q u e d a n c a d u c a s p a s a n a
formar p a r t e l a s q u e s e q u e d a n c a d u c a s , del f o l k l o r e
castrense. (Un ejemplo de esto último es el sable de
los u n i f o r m e s d e g a l a d e m u c h o s e j é r c i t o s ) .
U n a vez i n t e r i o r i z a d o s l o s v a l o r e s f u n d a m e n t a -
l e s , d e b e n aprenderse l a s f o r m a s m á s a d e c u a d a s d e
convertirlos en conductas concretas, en formas de
a c c i ó n . El c o n c e p t o de rol ha s e r v i d o p a r a i l u s t r a r
d e a l g ú n m o d o e s t e h e c h o . Los v a l o r e s del c o l e c t i v o
m o t i v a n al i n d i v i d u o a a c t u a r s e g ú n s u s n o r m a s , y
el resultado es una forma de acción que tiene una
c i e r t a e s t a b i l i d a d , a la q u e se d e n o m i n a rol.
La forma u s u a l de c o m p o r t a r s e de un m é d i c o , de
un profesor o de un a l b a ñ i l , se a s e m e j a m u c h o a la
d e los d e m á s m i e m b r o s d e s u p r o f e s i ó n . A l c o n o c e r
el oficio o la o c u p a c i ó n h a b i t u a l de u n a p e r s o n a
(ama de casa, abuelo, ex-presidiario, cura...) espera-
m o s que se c o m p o r t e s e g ú n el papel o rol q u e t i e n e
a s i g n a d o por s u s c i r c u n s t a n c i a s p a r t i c u l a r e s .
En el caso de la guerra, cuando é s t a se da de
forma e x p l í c i t a y a b i e r t a , t o d o s l o s c i u d a d a n o s c u m -
plen u n a f u n c i ó n o rol que s u p o n e c i e r t a c o n t r i b u -
ción a su grupo, pero es el rol m i l i t a r el q u e se
c o n s t i t u y e en e l e m e n t o c e n t r a l m á s v i n c u l a d o a la
institución-guerra.
La forma e s p e c í f i c a de a c t u a r del m i l i t a r d e b e
por t a n t o a p r e n d e r s e . Ya dije a n t e r i o r m e n t e q u e lo
verdaderamente necesario es conseguir que el indi-
viduo d e s a r r o l l e m o t i v a c i o n e s , q u e l e h a g a n e n -
tender que s u p a r t i c i p a c i ó n m i l i t a r e s i n e v i t a b l e .

170
Y a u n q u e no es n e c e s a r i o que la p e r s o n a c o n o z c a la
f o r m a c o n c r e t a e n q u e debe c o m p o r t a r s e c o m o sol-
d a d o (ya se le e n s e ñ a r á en el período de instruc-
ción), s i e m p r e es b e n e f i c i o s o y f u n c i o n a l , que
c o n o z c a l a s n o r m a s a t r a v é s de l a s c u a l e s se l l e v a n
a la p r á c t i c a , l o s v a l o r e s que le m o t i v a r o n a p a r t i c i -
par en el c o n f l i c t o .
P a r a a v e r i g u a r s i e l c o m p o r t a m i e n t o del n i ñ o s e
a d e c u a r í a a l a s f o r m a s n o r m a l i z a d a s de la c o n d u c t a
m i l i t a r en c a s o de g u e r r a , e l a b o r é un c o n j u n t o de
pruebas en las que se situaba al niño en situaciones
m i l i t a r e s c o n c r e t a s y se le d a b a n d i s t i n t a s o p c i o n e s
p a r a s o l u c i o n a r l a s . S i e m p r e u n a d e e l l a s era l a m á s
a d e c u a d a a la n o r m a t i v a m i l i t a r , s e g ú n las f u e n t e s
castrenses consultadas previamente.

S I G N I F I C A C I Ó N DEL ROL MILITAR

A n t e s de que contestaran a e s t a s pruebas, se les

p r e s e n t a b a o t r a d i s e ñ a d a con el fin de e s t u d i a r la
s i g n i f i c a c i ó n q u e p a r a el n i ñ o t i e n e el rol m i l i t a r en
sí. E s d e c i r , c o m o o c u p a c i ó n c o t i d i a n a e s p e c í f i c a .
E s m u y f r e c u e n t e que e n los e s t u d i o s que rela-
c i o n a n al n i ñ o y la g u e r r a , se le p r e g u n t e a é s t e si
q u i e r e s e r m i l i t a r . E l n ú m e r o d e e l l o s que d i c e n que
sí, ha s i d o t o m a d o a v e c e s c o m o s e ñ a l del grado de
militarización de una sociedad. Esta metodología
e n c i e r r a u n c i e r t o p e l i g r o d e d i s t o r s i ó n d e los d a t o s .
No es lo m i s m o p r e g u n t a r ¿Quieres ser militar? que
De mayor, ¿qué quieres ser? o b i e n p r e s e n t a r l e va-
r i a s a l t e r n a t i v a s para q u e elija, e n t r e l a s q u e s e
incluya el militar como una opción más.
E s t o fue p r e c i s a m e n t e l o que n o s o t r o s h i c i m o s .
P r e s e n t á b a m o s al n i ñ o la l á m i n a 2 en la que se

171
veían cinco personajes. La lámina tenía una ver-
sión masculina y otra f e m e n i n a para pasar respec-
tivamente a niños y niñas. Estos dibujos
m o s t r a b a n a u n a m i s m a p e r s o n a v e s t i d a c o n di-
ferentes trajes representando los papeles de religio-
so, médico, maestro, militar y campesino.
Personajes todos ellos conocidos, y de algún modo
presentes, en las comunidades y pueblos v i s i t a d o s
en C e n t r o a m é r i c a y E s p a ñ a . A n t e s de h a c e r l e s p r e -
g u n t a s sobre l a l á m i n a s e l e s i n f o r m a b a q u e e s t a s
personas tenían todos el mismo dinero y una c a s a
muy p a r e c i d a . Y a c o n t i n u a c i ó n se l e s p r e g u n t a b a
cual d e t o d o s e l l o s l e s p a r e c í a m á s i m p o r t a n t e , m á s
n e c e s a r i o , cual le g u s t a r í a s e r y c u a l e r a el m á s
g u a p o o l i n d o . D e s p u é s de c a d a p r e g u n t a , se le h a c í a
l a p r e g u n t a d e f o r m a i n v e r s a : ¿cual e s e l m e n o s
27

i m p o r t a n t e , cual e s que m e n o s t e g u s t a r í a s e r , e t c .
Más que u n a n á l i s i s d e t a l l a d o del c o n j u n t o d e
respuestas, quisiera exponer la valoración conjunta
que el m i l i t a r l e s m e r e c e a l o s n i ñ o s n i c a r a g ü e n s e s
y españoles.
S u s r e s p u e s t a s i n d i c a n q u e el 8 , 8 % lo e l i g i e r o n
y el 33,7% lo r e c h a z a r o n e x p r e s a m e n t e . L o s n i ñ o s
del lado s a n d i n i s t a e r a n los que e x p r e s a b a n , r e s p e c -
to al m i l i t a r , m á s e l e c c i o n e s y m e n o s r e c h a z o s , s e -
g u i d o s , con u n a d i f e r e n c i a i n s i g n i f i c a n t e , por l o s
n i ñ o s e s p a ñ o l e s , y a u n a d i s t a n c i a c o n s i d e r a b l e , se
e n c o n t r a b a n los del b a n d o contra.
En E s p a ñ a es d o n d e se d a b a n m á s vocaciones
m i l i t a r e s (14,9%) f r e n t e al 5,3% en N i c a r a g u a y el
1,7% en H o n d u r a s ; y m e n o r p o r c e n t a j e de p e r s o n a s
que r e c h a z a r í a n e l oficio c a s t r e n s e . Por e l c o n t r a -
rio, en E s p a ñ a era en el p a í s d o n d e se c o n s i d e r a b a
27. Además de e s t a s p r e g u n t a s a p o y a d a s en la L á m i n a 2, l o s
resultados y e l e c c i o n e s se confirmaron c o n u n a f r a s e i n c o m -
pleta que decía "Cuando sea mayor quiero..." y a la que le n i ñ o
debía dar un fin.

172
 Figura 7 lámina 2

EL ROL MILITAR.
VERSIÓN MASCULINA
 Figura 8 lámina 2

EL ROL MILITAR.
VERSIÓN FEMENINA
al militar como menos necesario, seguido de Hondu-
r a s y de N i c a r a g u a . T a m b i é n en E s p a ñ a era d o n d e
se v e í a a é s t e c o m o m á s guapo/a ( s e g u i d o de N i c a r a -
gua y Honduras).
A mi j u i c i o e s t o s r e s u l t a d o s hay que i n t e r p r e t a r -
los desde la perspectiva ya citada de una desvincu-
l a c i ó n e m o c i o n a l d e l o s n i ñ o s e s p a ñ o l e s con e l
f e n ó m e n o b é l i c o . P a r a é s t o s , l a p r o f e s i ó n m i l i t a r (la
m e n o s n e c e s a r i a s e g ú n s u s r e s p u e s t a s ) e s u n oficio
más que no lleva asociada la carga afectiva negativa
( m u e r t e , d e s t r u c c i ó n , e t c ) que t i e n e para los n i ñ o s
c e n t r o a m e r i c a n o s . Más b i e n a l c o n t r a r i o , c u a n d o
consideraban como más guapo al militar, estaban
e x t e r i o r i z a n d o u n a r e a l i d a d que t r a d i c i o n a l m e n t e ,
a h o r a m e n o s que h a c e u n o s a ñ o s , s e producía e n t r e
la p o b l a c i ó n rural e s p a ñ o l a , d o n d e el u n i f o r m e del
s o l d a d o e r a s e ñ a l d e d i s t i n c i ó n . T r a s los u n i f o r m a -
d o s c o r r í a n l a s a d o l e s c e n t e s e n los b a i l e s , s e g ú n
c u e n t a n los que lo vivieron.
L a v í a m i l i t a r e r a u n a d e l a s p o c a s f o r m a s que
t e n í a el j o v e n de la E s p a ñ a rural de s a l i r de u n a
c a s i s e g u r a m o n ó t o n a y a b u r r i d a vida de c a m p e s i -
no pobre. Algo que sucede en la actualidad entre
l o s c o l e c t i v o s s o c i a l m e n t e m á s d e s f a v o r e c i d o s d e los
E s t a d o s U n i d o s ( h i s p a n o s , n e g r o s . . . ) , que ven e n e l
e j é r c i t o u n a vía m á s s e g u r a de p r o m o c i ó n s o c i a l y
económica.
La baja a c e p t a c i ó n q u e en g e n e r a l t e n í a el rol
m i l i t a r en N i c a r a g u a s o r p r e n d i ó a un grupo de pro-
f e s o r e s u n i v e r s i t a r i o s n i c a r a g ü e n s e s , que h i c i e r o n
u n e s t u d i o e n u n a d e l a s z o n a s v i s i t a d a s por n o s o -
t r o s u n o s a ñ o s a n t e s . La e x p l i c a c i ó n que le d i e r o n a
e s t e f e n ó m e n o e s t o s p r o f e s o r e s , fue que e n e l mo-
m e n t o e n q u e n o s o t r o s h i c i m o s e l e s t u d i o , s e perci-
bía un c a n s a n c i o de la guerra, y, aunque ésta
continuaba, ya estaban en marcha conversaciones
de paz, lo que implicaba una menor relevancia de la

175
actividad castrense. Es decir la explicación que da-
ban era f u n d a m e n t a l m e n t e c o y u n t u r a l .
Si tenemos en cuenta las razones que dan los
n i ñ o s que q u i e r e n ser m i l i t a r e s , o l o s q u e c r e e n q u e
el militar es el personaje m á s i m p o r t a n t e o m á s
n e c e s a r i o , p o d e m o s e n c o n t r a r por q u é h a y t a n p o c a
a c e p t a c i ó n d e e s t e rol. L a m a y o r p a r t e d e e s t o s n i -
ñ o s o p t a n por e s t a r e s p u e s t a p o r q u e c o n s i d e r a n i m -
p o r t a n t e l a labor del m i l i t a r , n o por s u a c t i v i d a d
bélica, sino porque ayudan, cuidan a los n i ñ o s , etc.
Es decir, por su f u n c i ó n s o c i a l .
P o d e m o s s u p o n e r q u e a m e d i d a q u e se a s o c i e al
m i l i t a r con u n a a c t i v i d a d s o c i a l m e n t e n e c e s a r i a , s u
a c e p t a c i ó n s e r á m a y o r . Así l o h a n e n t e n d i d o l a m a -
yor p a r t e d e los e j é r c i t o s m o d e r n o s e n s u s c a m p a ñ a s
institucionales de proselitismo, en las que no se
i n c i d e sobre los a s p e c t o s b é l i c o s s i n o , s o b r e t o d o , e n
los s o c i a l m e n t e f u n c i o n a l e s , q u e a la v e z se p r e s e n -
t a n de u n a forma q u e r e s u l t a a t r a c t i v a a l o s ojos de
u n a edad muy p r o c l i v e a la v i v e n c i a de a v e n t u r a s
excitantes.
E n l a m u e s t r a global p a r e c e h a b e r u n a l i g e r a
t e n d e n c i a de los n i ñ o s p e q u e ñ o s a v a l o r a r m á s p o s i -
t i v a m e n t e e l rol m i l i t a r que l o s n i ñ o s m a y o r e s , re-
f r e n d a d a por u n a m e n o r c a n t i d a d d e r e c h a z o s e n l a s
respuestas complementarias. Un dato que apoya es-
t a d i f e r e n c i a e s que, e n t r e los n i ñ o s m á s p e q u e -
ños e x i s t e mayor c a n t i d a d d e v o c a c i o n e s m i l i t a r e s
(11,6%) que e n t r e los m a y o r e s ( 7 , 2 % ) .
Las r a z o n e s que daban los n i ñ o s m á s p e q u e ñ o s
para ser m i l i t a r e s , e s t a b a n m á s a s o c i a d a s a la a c t i -
vidad m i l i t a r que l a que daban l o s n i ñ o s m a y o r e s ,
los c u a l e s s e o r i e n t a b a n e n u n 8 8 , 9 % h a c i a r a z o n e s
de f u n c i o n a l i d a d s o c i a l .
E s t o s d a t o s podrían ser i n t e r p r e t a d o s , c o m o y a
se hizo en o c a s i o n e s a n t e r i o r e s , a t e n d i e n d o a la m e -
nor c a p a c i d a d i n t e l e c t u a l de a s o c i a r la a c t i v i d a d

176
m i l i t a r a l a s v i v e n c i a s n e g a t i v a s de la g u e r r a . Algo
que cuando están e m p u ñ a n d o realmente las armas,
l e s h a c e p a r e c e r m á s audaces y valientes que los
m a y o r e s . F e n ó m e n o é s t e y a e x p l i c a d o e n o t r a s par-
t e s d e e s t e libro.
S e p u e d e d e c i r por t a n t o , q u e e l s i g n i f i c a d o que
t i e n e la f i g u r a del m i l i t a r para el n i ñ o , y t a m b i é n
para el adulto, depende de distintas circunstancias,
m u c h a s d e e l l a s c o y u n t u r a l e s , que n o s i e m p r e e s t á n
l i g a d a s a la i d e a de la g u e r r a . La e s c a s a v a l o r a c i ó n
q u e l o s n i ñ o s h a c e n del m i l i t a r , y el c o n s i d e r a b l e
n ú m e r o d e r e c h a z o s q u e c o s e c h a e s t a figura, n o sig-
n i f i c a , c o m o y a s e h a e x p l i c a d o , que c u a n d o t e n g a n
unos a ñ o s más, la mayor parte de ellos rechace la
r e a l i d a d de un a p a r a t o n o r m a t i v o que los l l a m a r á a
f i l a s , p a r a e n s e ñ a r l e s c u a l s e r á s u papel e n l a próxi-
ma guerra.

C O N D U C T A S MILITARES ESPECÍFICAS

E n t r e l a s c o n d u c t a s e s p e c í f i c a s que e l s o l d a d o
d e b e l l e v a r a c a b o ( s u s roles), u n o de l o s m á s rele-
v a n t e s , y el q u e en ú l t i m a i n s t a n c i a r e p r e s e n t a su
particularidad como colectivo, es la violencia. Ya
e x p u s e l a s r a z o n e s de por q u é no c o n s i d e r a b a a é s t a
c o m o un valor en la descripción de la institución
g u e r r a . A h o r a q u i s i e r a m o s t r a r a l g u n a s p r u e b a s que
inciden sobre esta idea.
E n p r i m e r l u g a r h a b r í a que p r e g u n t a r s e s i l a
violencia i n s t i t u c i o n a l , d i f e r i d a y con i n t e n c i o -

28. D e c í a C l a u s e w i t z ( 1 8 3 3 ) que la ú n i c a diferencia de la guerra

c o n o t r o s c o n f l i c t o s , como el político o el comercial, era el
d e r r a m a m i e n t o de s a n g r e . La guerra s e r í a un acto de violen-
cia que o b l i g a r í a al a d v e r s a r i o a ejecutar n u e s t r a v o l u n t a d .

177
nalidad racional de la guerra, se corresponde con
la v i o l e n c i a p r i v a d a , de r e s p u e s t a a u n a s i t u a c i ó n
d e t e r m i n a d a , y con c r i t e r i o s e m o c i o n a l e s . En la pri-
m e r a p a r t e del libro i n i c i é , en t o r n o a e s t a c o m p a r a -
ción, un r a z o n a m i e n t o que quiero c o n t i n u a r aquí,
apoyado en las pruebas realizadas con los n i ñ o s .
P a r a e l a n á l i s i s del p r i m e r t i p o d e v i o l e n c i a , m á s
p o l í t i c a , y v i n c u l a d a con e l f e n ó m e n o b é l i c o , m e
basaré en las pruebas ya a n a l i z a d a s d e n o m i n a d a s
defensa propia y cobardía. En un p u n t o a n t e r i o r ,
c u a n d o e x p l i c a b a el valor de la justificación, u t i l i c é
los d a t o s d e e s t a s p r u e b a s , c o m p a r a n d o e l j u i c i o d e
l a s a c c i o n e s s e g ú n l a s c o m e t i e r a e l b a n d o del n i ñ o o
e l b a n d o e n e m i g o . A h o r a s e t r a t a d e ver l a r a d i c a l i -
dad de l a s r e s p u e s t a s , c o n c r e t a m e n t e la o p c i ó n lo
mandaría a matar.
P a r a el a n á l i s i s de la v i o l e n c i a privada e l a b o r é
l a s i g u i e n t e prueba: S e l e p r e s e n t a b a a l n i ñ o l a lá-
m i n a 6 y se le d e c í a : Mire, este de aquí (señalando
al niño de espaldas), es usted. Usted está llegando
a su casa (la que está en llamas) y ve que un niño^^
se la está quemando. Usted sabe que este niño vive
aquí (casa del fondo). Cuando usted llega el niño ya
se ha ido. En este caso ¿qué haría?.
Como e n o t r a s o c a s i o n e s s e l e p r e s e n t a b a n v a -
r i a s o p c i o n e s : ir a q u e m a r la c a s a del i n c e n d i a r i o ,
a v i s a r a la policía, q u e d a r s e s e n t a d o e s p e r a n d o q u e
v i n i e r a a l g u i e n o (sólo en el c a s o q u e h u b i e r a e l e g i d o
l a p r i m e r a opción) q u e m a r l a c a s a a u n q u e e l n i ñ o
estuviera dentro.
Si a t e n d e m o s a l a s r e s p u e s t a q u e i m p l i c a n un
c a s t i g o radical (la m u e r t e ) al e n e m i g o q u e m a t a a
los de su b a n d o en defensa propia, un 4 3 , 1 % de l o s
n i ñ o s de H o n d u r a s , un 33,6% de l o s e s p a ñ o l e s y un

29. Siempre se u t i l i z a b a n las e x p r e s i o n e s l o c a l e s m á s u s u a l e s

como "chavalo", "cipote", e t c .

178
 Figura 9 lámina 6

V I O L E N C I A EN EL ÁMBITO CIVIL
3 2 , 9 % de los de N i c a r a g u a lo m a n d a r í a n a m a t a r .
Estas respuestas a u m e n t a n si el e n e m i g o m a t a b a a
u n o de su b a n d o de f o r m a cobarde. En e s e c a s o un
5 3 , 4 % d e los n i ñ o s d e H o n d u r a s , u n 4 7 , 2 % d e e s p a -
ñ o l e s y un 4 0 , 1 % de n i ñ o s de N i c a r a g u a , m a n d a r í a
a m a t a r al e n e m i g o .
T a n t o los n i ñ o s d e C e n t r o a m é r i c a c o m o l o s e s p a -
ñ o l e s , s e e x c e d e n e n e l c a s t i g o a l e n e m i g o , por e n -
cima, incluso, de la normatividad legal de s u s
respectivos bandos o países.
En la prueba de la c a s a q u e m a d a , l o s n i ñ o s q u e
adoptarían una opción más violenta son los e s p a ñ o -
l e s , e n t r e los c u a l e s u n 1 3 , 1 % q u e m a r í a n l a c a s a d e l
a g r e s o r (casi la m i t a d de e l l o s lo liaría i n c l u s o si el
niño estuviera dentro). En Centroamérica las res-
p u e s t a s se s i t u a b a n en t o r n o al 5%.
Aunque las diferencias no son s i g n i f i c a t i v a s , los
niños más pequeños son los que adoptarían una op-
ción m á s v i o l e n t a e n e l c a s o del e n e m i g o q u e m a t a
a los de su b a n d o , i n d e p e n d i e n t e m e n t e de la r a z ó n
e s g r i m i d a . S u c e d e i g u a l con la p r u e b a de la c a -
s a q u e m a d a , u n 11,7% d e los n i ñ o s m á s p e q u e ñ o s
q u e m a r í a n la c a s a del incendiario, f r e n t e al 6,7%
de n i ñ o s de 11 a 14 a ñ o s que s e g u i r í a n la m i s m a
conducta.
Como s e ve, v u e l v e n a r e p e t i r s e l a s m i s m a s t e n -
dencias apuntadas en otras pruebas. ¿Quiere esto
decir que e s t o s n i ñ o s c e n t r o a m e r i c a n o s y e s p a ñ o l e s
a c t u a r í a n así e n e l c a s o d e que s e v i e r a n e n e s a
situación concreta?. Probablemente no. Lo impor-
t a n t e en e s t e c a s o no es q u e el n i ñ o v a y a a c o m p o r -
t a r s e así e n e s a s i t u a c i ó n , s i n o q u e c o n s i d e r a q u e
esa es la p o s t u r a c o r r e c t a .
A tenor de e s t o s r e s u l t a d o s , pero, s o b r e t o d o ,
basándome en mi experiencia como profesor en am-
bos lados del A t l á n t i c o , n o p u e d o c o n c l u i r a f i r m a n -
do que la g u e r r a a b i e r t a c o n v i e r t a l a s r e l a c i o n e s

180
p r i v a d a s d e l o s n i ñ o s e n m á s a g r e s i v a s . Sin n e g a r l a
i n f l u e n c i a q u e un t i p o de v i o l e n c i a t i e n e en la otra,
é s t a n o p u e d e d e c i r s e que t e n g a una r e l a c i ó n d e
causa-efecto.
La g r a n d i f e r e n c i a en el p o r c e n t a j e de n i ñ o s
q u e o p t a n por u n c a s t i g o v i o l e n t o radical, m u c h o
m á s a l t a en el t i p o de v i o l e n c i a p o l í t i c a o b é l i c a que
en la de t i p o p r i v a d o , no se debe a c h a c a r ú n i c a m e n t e
a la d i m e n s i ó n del a c t o c o m e t i d o ( m a t a r f r e n t e a
q u e m a r u n a c a s a ) . A mi j u i c i o , es u n a prueba m á s
d e q u e e n s i t u a c i o n e s d e guerra, i n c l u s o los n i ñ o s ,
c o n s i d e r a n l í c i t o s c i e r t o s c a s t i g o s que n o e m p l e a -
r í a n e n l a v i d a civil, por e s t a r é s t o s f u e r t e m e n t e
condenados.
A d e m á s d e e s t a s p r u e b a s r e l a c i o n a d a s con l a vio-
l e n c i a , s e r e a l i z a r o n o t r a s , con l a m i s m a m e t o d o l o -
g í a ( p r e s e n t a c i ó n de s i t u a c i o n e s b é l i c a s c o n c r e t a s a
t r a v é s de h i s t o r i a s i l u s t r a d a s ) d e n o m i n a d a s solida-
ridad bélica intragrupal y el fin y los medios. En
ellas se recogían algunas formas típicas de conducta
(roles) q u e d e b e l l e v a r a cabo el m i l i t a r a n t e deter-
minadas situaciones conflictivas.
En la p r i m e r a de e l l a s , a p o y a d a en la l á m i n a 11,
se t r a t a b a de la n e c e s i d a d de cubrir la r e t i r a d a de
los c o m p a ñ e r o s que se habían quedado sin muni-
c i ó n . L a s o p c i o n e s e r a n cubrir l a r e t i r a d a , r e n d i r s e ,
o a c o m p a ñ a r a los compañeros huyendo.
E n c o n j u n t o , l a r e s p u e s t a m á s c i t a d a era l a que
se a c o m o d a mejor al rol m i l i t a r (cubrir la r e t i r a d a :
4 9 , 2 % ) . S i e n d o los n i ñ o s e s p a ñ o l e s los que m á s op-
t a b a n por e s t a c o n d u c t a . E n l a j u s t i f i c a c i ó n que
d a b a n a l a s o p c i o n e s e l e g i d a s , se p u e d e e n c o n t r a r
l a e x p l i c a c i ó n d e e s t a s d i f e r e n c i a s . L a mayor p a r t e
d e n i ñ o s c e n t r o a m e r i c a n o s a r g u m e n t a b a n s u posi-
c i ó n c o n s i d e r a n d o q u e l o t e n í a n que h a c e r porque
era su deber o p o r q u e se c o n s i d e r a b a n v a l i e n t e s .
E n t r e l o s n i ñ o s e s p a ñ o l e s era m á s f r e c u e n t e l a ex-

181
p l i c a c i ó n q u e a l u d í a a la n e c e s i d a d de ayudar a sus
compañeros.
En la prueba d e n o m i n a d a el fin y los medios,
i l u s t r a d a con l a l á m i n a 12, s e t r a t a b a d e r e s o l v e r e l
s e c u e s t r o de u n a f a m i l i a c i v i l , a la q u e el e n e m i g o
rapta después de un combate en el que ya e s t a b a n
c a s i v e n c i d o s . Las o p c i o n e s a q u í e r a n : d i s p a r a r i n -
t e n t a n d o no dar a la f a m i l i a , r e t i r a r s e o r e n d i r s e
entregando las armas.
En g e n e r a l , la r e s p u e s t a m á s c i t a d a e r a entregar
las armas ( 4 2 , 1 % ) . Los n i ñ o s e s p a ñ o l e s e r a n l o s q u e
más elegían esa opción (58,4%), m i e n t r a s que los de
H o n d u r a s p r e f e r í a n r e t i r a r s e (44,1%) y l o s de N i c a -
r a g u a disparar (38%). La m a y o r p a r t e de n i ñ o s e s -
pañoles justificaban su elección en la necesidad de
que no le p a s a r a n a d a a la f a m i l i a . Los c e n t r o a m e -
ricanos, además de esta razón, se preocupan de la
a c c i ó n del e n e m i g o u n a vez q u e s e l e s h u b i e r a e n t r e -
gado l a s a r m a s . Los n i ñ o s e s p a ñ o l e s n o t i e n e n e n
cuenta esa posibilidad. Para ellos e s t á claro que si
se e n t r e g a n l a s a r m a s , a c a b a el p r o b l e m a p u e s se
han rendido y el c o n f l i c t o t e r m i n a . En n i n g u n a de
las pruebas existían i m p o r t a n t e s diferencias e n t r e
los t r e s g r u p o s d e n i ñ o s , a u n q u e l o s e s p a ñ o l e s o p t a -
ban por o p c i o n e s m á s i n g e n u a s (entregar las armas,
pedirles que por favor no los mataran, e t c . ) f r u t o de
su alejamiento racionalizado de lo que es una guerra
real; m i e n t r a s que e n C e n t r o a m é r i c a l a m a y o r p a r t e
d e l a s v e c e s los n i ñ o s , e s p e c i a l m e n t e l o s m a y o r e s ,
a t e n d í a n a r a z o n e s de e s t r a t e g i a y se a n t i c i p a b a n a
cómo pudiera t o m a r e l b a n d o e n e m i g o s u c o n d u c t a .
Eran r e l a t i v a m e n t e f r e c u e n t e s , l a s r e s p u e s t a s del
tipo: si entrego las armas me secuestran y luego me
torturan, es mejor disparar, porque así tal vez se
salve la familia, porque si nos rendimos de todos
modos los van a matar.

182
 E s t a s p r u e b a s n o s p u e d e n dar u n a idea d e l a
a d e c u a c i ó n de los n i ñ o s a la c o n d u c t a que se e s p e r a -
ría de e l l o s , en el c a s o de t e n e r que e n f r e n t a r s e a
d e t e r m i n a d a s s i t u a c i o n e s b é l i c a s , r e l a c i o n a d a s con
el rol del s o l d a d o .
En m u c h o s casos, los niños son más radicales en
s u s posturas que lo que se esperaría de cualquier
s o l d a d o e n a c t i v o q u e c u m p l i e r a l a n o r m a t i v a mili-
t a r . L o s n i ñ o s m á s p e q u e ñ o s s u e l e n ser los que s e
a j u s t a n m á s a e s t e t i p o de r e s p u e s t a s e x t r e m a s . La
v i n c u l a c i ó n d e é s t o s con l a i n s t i t u c i ó n - g u e r r a p o s e e
u n g r a d o d e i n e v i t a b i l i d a d que s ó l o p u e d e ser miti-
gado con la posibilidad intelectual de un pensamien-
t o f o r m a l , q u e l e s p e r m i t a e l a b o r a r h i p ó t e s i s que
vayan más allá de los hechos concretos.

183
 F i g u r a 10 l á m i n a 11

SOLIDARIDAD BÉLICA INTRAGRUPAL

 F i g u r a 11 l a m i n a 12

EL F I N Y LOS M E D I O S
 12

GUERRA Y PERCEPCIÓN
DE OBJETOS BÉLICOS

E n e s t a t e r c e r a p a r t e del libro h e t r a t a d o d e
d e m o s t r a r q u e e l n i ñ o i n t e r i o r i z a los p r i n c i p a l e s
e l e m e n t o s q u e d e f i n e n a la g u e r r a c o m o i n s t i t u c i ó n
s o c i a l . Q u i s i e r a a p o r t a r u n a prueba m á s e n e s t a
l í n e a . H a s t a e l m o m e n t o t o d a s l a s p r u e b a s que h e
e x p u e s t o s e g u í a n u n a m i s m a m e t o d o l o g í a : s e formu-
l a b a u n a p r e g u n t a ( o s e c o n t a b a una h i s t o r i a ) , e l
n i ñ o p e n s a b a la r e s p u e s t a y por ú l t i m o c o n t e s t a b a .
Si es cierto el modelo teórico expuesto en el capítulo
5 , l a i n t e r i o r i z a c i ó n d e l a s i n s t i t u c i o n e s que s e l l e v a
a c a b o d u r a n t e l o s p r o c e s o s de s o c i a l i z a c i ó n , no
s ó l o i n f l u y e en la f o r m a de p e n s a r de los i n d i v i -
d u o s . T a m b i é n su f o r m a de percibir la r e a l i d a d se ve
afectada.
La e x p l i c a c i ó n de por qué no t o d o s p e r c i b i m o s
las m i s m a s cosas, cuando estamos ante idénticos
e s t í m u l o s , fue u n o d e los p r i m e r o s p r o b l e m a s que s e
planteó la psicología experimental en sus orígenes.
Lo q u e c a d a i n d i v i d u o p e r c i b e de la r e a l i d a d , no
s ó l o de la s o c i a l , s i n o t a m b i é n de la física, d e p e n d e
de un c o n j u n t o de f a c t o r e s b i o l ó g i c o s y p s i c o l ó g i c o s .
E n e s t a e l e m e n t a l c o n s t a t a c i ó n s e b a s a n los t e s t

187
proyectivos. El famoso test de Rorschach m u e s t r a
unas manchas de tinta que a cada individuo le su-
gieren cosas distintas según su personalidad.
Cuando la Psicología Social aborda el problema
de la percepción, le interesa averiguar h a s t a qué
punto en este proceso intervienen, no sólo peculia-
ridades psicológicas individuales, sino el a m b i e n t e
s o c i a l que r o d e a y c o n d i c i o n a a c a d a i n d i v i d u o .
D e s d e m e d i a d o s del p r e s e n t e s i g l o s e h a n v e n i -
do desarrollando gran número de e s t u d i o s que tie-
n e n a la p e r c e p c i ó n s o c i a l c o m o p r o t a g o n i s t a
( v é a n s e P o s t m a n et al, 1 9 4 8 y B r u n e r , 1 9 5 8 ) . El
común denominador de estas i n v e s t i g a c i o n e s es la
verificación empírica de que los f e n ó m e n o s de orga-
nización perceptiva, no dependen sólo de los ele-
m e n t o s e s t i m u l a r e s , s i n o que s e v e n i n f l u i d o s por
factores conductuales como las necesidades, los va-
lores sociales, las actitudes, etc.
E l que s e c o n s i d e r a c o m o e x p e r i m e n t o p i o n e r o ,
lo l l e v a r o n a la p r á c t i c a B r u n e r y P o s t m a n ( 1 9 4 7 ) .
Estos investigadores mostraban trozos de cartulina
de d i s t i n t o s t a m a ñ o a n i ñ o s p o b r e s y r i c o s y l e s
pedían que i n d i c a r a n , s i n fijarse e n n i n g ú n m o d e l o ,
cual era e l t a m a ñ o d e l a s d i s t i n t a s m o n e d a s f r a c c i o -
n a r i a s del dólar. Los r e s u l t a d o s del e s t u d i o i n d i c a -
ban que los n i ñ o s p o b r e s d i s t o r s i o n a b a n m á s e l
t a m a ñ o d e las m o n e d a s q u e l o s r i c o s . D e a l g ú n m o -
do, la c o n c l u s i ó n del e s t u d i o e r a q u e la c l a s e s o c i a l
de los n i ñ o s i n f l u í a en la f o r m a en q u e p e r c i b í a n
e s t o s objetos f í s i c o s , y q u e e s t a d i s t o r s i ó n p e r c e p t i -
va d e p e n d í a del valor que c a d a g r u p o d a b a a l a s
monedas.
A partir de e s t e e x p e r i m e n t o , c r i t i c a d o y r e p r o -
ducido e n m u l t i t u d d e o c a s i o n e s , s e d e s a r r o l l a r o n
muchos otros en la misma línea: demostrar la in-
f l u e n c i a de los v a l o r e s en la p e r c e p c i ó n de o b j e t o s

188
f í s i c o s . Y se m u l t i p l i c a r o n los que ya se d e s a r r o l l a -
ban relativos a situaciones sociales.
U n o d e l o s e x p e r i m e n t o s que g u a r d a m á s rela-
c i ó n c o n el t e m a de la g u e r r a , es el que l l e v a r o n a
c a b o T a j f e l y J a h o d a ( 1 9 6 6 ) , los c u a l e s h a c í a n j u e -
g o s r e l a c i o n a n d o t r o z o s de p l á s t i c o con el n o m b r e de
a l g u n o s p a í s e s . Al f i n a l de la s e s i ó n , c u a n d o ofre-
c í a n a l o s n i ñ o s l o s o b j e t o s para que se q u e d a r a n con
l o s q u e q u i s i e r a n , l o s n i ñ o s s e l l e v a b a n los t r o z o s
fijándose m á s en los que habían sido etiquetados
c o m o E E U U o F r a n c i a ( a m i g o s d e los n o r t e a m e r i c a -
n o s ) , q u e en los d e f i n i d o s c o m o U R S S o A l e m a n i a ,
a u n q u e é s t o s f u e r a n m á s g r a n d e s . E s decir s e guia-
b a n m á s por u n c r i t e r i o v a l o r a t i v o (el p a í s a m i g o )
q u e s e n s o r i a l (el o b j e t o m á s g r a n d e ) .
M u c h o s o t r o s e x p e r i m e n t o s se han l l e v a d o a ca-
bo en el c a m p o de la p e r c e p c i ó n s o c i a l . U n a de l a s
c o n c l u s i o n e s q u e s e e x t r a e n d e é s t o s , e s que los
i n d i v i d u o s p e r c i b i m o s mejor a q u e l l o s objetos que
a p a r e c e n c o n m a y o r f r e c u e n c i a e n n u e s t r a vida co-
tidiana.
En e s t e estudio relativo a la socialización bélica
m e i n t e r e s a b a a p l i c a r e s t o s p r i n c i p i o s t e ó r i c o s , para
a v e r i g u a r si la i n t e r i o r i z a c i ó n de los v a l o r e s de la
i n s t i t u c i ó n guerra, influía en la percepción de unos
o b j e t o s r e p r e s e n t a t i v o s d e l a m i s m a , c o m o l a s ar-
m a s . P a r a l o c u a l d i s e ñ é u n a prueba que c o n s i s t í a
en lo s i g u i e n t e : Se le p r e s e n t a b a al n i ñ o la l á m i n a
1, en la q u e d i s f r a c é 5 o b j e t o s b é l i c o s ( p i s t o l a , a m e -
t r a l l a d o r a , g r a n a d a , fusil y h e l i c ó p t e r o m i l i t a r ) e n -
t r e o t r o s 2 8 o b j e t o s d e t o d o t i p o ( s i l l a , p e i n e , gorra,
etc). A n t e s de mostrarle la lámina se le decía al
n i ñ o : Ahora te voy a enseñar un dibujo, tu sólo
tienes que mirarlo. Se le m o s t r a b a el dibujo y a l o s
t r e i n t a s e g u n d o s s e l e r e t i r a b a , a l m i s m o t i e m p o que
se le p r e g u n t a b a ¿qué es lo que has visto?.

189
 F i g u r a 12 lámina 1

PERCEPCIÓN-MEMORIA DE OBJETOS BÉLICOS

 La h i p ó t e s i s a v e r i f i c a r era que la p e r c e p c i ó n de
los objetos de la lámina seguiría un criterio no sim-
p l e m e n t e sensorial, sino sobre todo evaluativo. De
modo que los niños que tuvieran interiorizada de
forma m á s completa la institución-guerra, darían
u n m a y o r n ú m e r o d e r e s p u e s t a s d e e s t e tipo. Si-
g u i e n d o n u e s t r a s h i p ó t e s i s , e s t o s n i ñ o s s e r í a n los
m a y o r e s f r e n t e a l o s p e q u e ñ o s , los v a r o n e s f r e n t e a
l a s m u j e r e s y l o s c e n t r o a m e r i c a n o s sobre los e s p a -
ñoles. Esperando también encontrar alguna diferen-
c i a en f u n c i ó n del g r a d o de a f e c t a c i ó n de la g u e r r a .
L a s r e s p u e s t a s d e l o s n i ñ o s s e a g r u p a r o n por
c a t e g o r í a s según la función de los objetos (bélicos,
d e a s e o , d e t r a b a j o , e t c ) . E l a n á l i s i s d e los r e s u l t a -
d o s de e s t a p r u e b a o f r e c e c a m p o a m u l t i t u d de refle-
x i o n e s . P o r m i p a r t e m e c e n t r a r é e n e l grupo d e
r e s p u e s t a s r e l a c i o n a d a s con l a g u e r r a . P e r o e s im-
p o r t a n t e s e ñ a l a r q u e l a s d i f e r e n c i a s que s e dan e n
e s t e á r e a s e p u e d e n e n c o n t r a r t a m b i é n e n o t r a s . Por
e j e m p l o , en el g r u p o de o b j e t o s r e l a t i v o s al hogar
p r e d o m i n a b a n l a s r e s p u e s t a s f e m e n i n a s . I n c l u s o en-
t r e l o s o b j e t o s i n v e n t a d o s s e daba e s a t e n d e n c i a .
C o m o a n é c d o t a s e p u e d e decir que 1 0 p e r s o n a s de-
c í a n h a b e r v i s t o u n a e s c o b a , i n e x i s t e n t e e n t r e los
dibujos de la lámina, nueve de ellas eran mujeres.
Si t e n e m o s en cuenta el conjunto de todas las
r e s p u e s t a s , los c e n t r o a m e r i c a n o s recordaban más
dibujos bélicos que los españoles, los niños mayores
m á s q u e l o s p e q u e ñ o s , l o s v a r o n e s m á s que l a s mu-
j e r e s y l o s n i ñ o s m á s a f e c t a d o s por l a g u e r r a ( t a n t o
e n s u s e f e c t o s m o r t a l e s c o m o por los n o m o r t a l e s )
m á s que los m e n o s afectados.
S i n o s a t e n e m o s a l rigor e s t a d í s t i c o , d e t o d a s
e s t a s diferencias las realmente significativas, eran
l a s r e f e r i d a s a la e d a d y al s e x o . De c u a l q u i e r m a n e -
r a l a d i f e r e n c i a m á s m a r c a d a e s l a que d i s t i n g u e
m u j e r e s d e v a r o n e s . E s t o s r e c u e r d a n c a s i e l doble d e

191
objetos b é l i c o s q u e l a s m u j e r e s ( 2 6 , 6 % f r e n t e a
14,8% d e r e s p u e s t a s b é l i c a s ) .
No es ésta la única prueba en la que se p r e s e n t a -
ban d i f e r e n c i a s e n t r e n i ñ o s y n i ñ a s . Si no he h a b l a -
d o a n t e s d e e s t e f e n ó m e n o e s p r e c i s a m e n t e por s u
importancia en el proceso de socialización bélica.
U n a vez e x p u e s t o s los r e s u l t a d o s g l o b a l e s d e t o d a s
l a s p r u e b a s , d e d i c a r é el p r ó x i m o a p a r t a d o a a n a l i z a r
la i n f l u e n c i a del s e x o en la g u e r r a . Me r e f i e r o al
sexo como género, no como actividad física, de cuya
i n f l u e n c i a e n los c o n f l i c t o s b é l i c o s t a m b i é n p o d r í a n
sacarse importantes conclusiones.

192
 13

N I Ñ O S Y NIÑAS
A N T E LA GUERRA

S u p o n g a m o s q u e v a m o s a e m p r e n d e r un viaje en
b u s , y q u e r e m o s c h a r l a r con n u e s t r o v e c i n o de a s i e n -
t o . Al p e d i r l e q u e n o s hable de él, p r o b a b l e m e n t e nos
r e s p o n d a , e n t r e o t r a s c o s a s : "Soy m é d i c o , e s t o y ca-
s a d o , v i v o en el campo...". Ejercer la m e d i c i n a , ser
m a r i d o , y v i v i r en el m u n d o rural, e x p l i c a m u c h a s
cosas de e s t e individuo. No sólo sus ocupaciones y
c o m p o r t a m i e n t o s c o t i d i a n o s s i n o , e n gran medida,
c ó m o v e l a r e a l i d a d , qué p i e n s a del m u n d o , c ó m o s e
c o n s i d e r a a sí m i s m o , e t c . A u n q u e e x i s t a n f u e r t e s
c o n d i c i o n a n t e s s o c i a l e s y c u l t u r a l e s para que elija-
m o s p r o f e s i ó n , e s t a d o civil y el lugar donde v i v i m o s ,
n u e s t r o c o m p a ñ e r o de viaje p u e d e decidir un día
dejar a su e s p o s a , ir a vivir a la ciudad y d e d i c a r s e
a pedir l i m o s n a . Su n u e v a c o n d i c i ó n de m e n d i g o
u r b a n o s e p a r a d o , c a m b i a r á por c o m p l e t o s u vida,
h a r á q u e l o s q u e le r o d e e n le t r a t e n de otro modo.
Su p r o p i a p e r c e p c i ó n de sí m i s m o se verá de a l g ú n
modo alterada.
E x i s t e n m u c h o s a t r i b u t o s h u m a n o s , producto d e
n u e s t r a p a r t i c i p a c i ó n o i n c l u s i ó n en l a s d i s t i n t a s
i n s t i t u c i o n e s ( r e l i g i ó n , e s t a d o civil, p a í s d e o r i g e n .

193
profesión, clase social, etc), que s u p o n e n una impor-
tante diferenciación personal respecto a aquellos
o t r o s que n o p a r t i c i p a n d e l a s m i s m a s . L a c o m p l e j i -
dad del m u n d o c o n t e m p o r á n e o s u p o n e u n a c i e r t a
independencia en la forma de actuar de las perso-
n a s , s e g ú n a d o p t e n los p a p e l e s q u e l e s e x i g e n l a s
distintas instituciones. Existe incluso la posibilidad
d e que s e den c o n t r a d i c c i o n e s e n t r e l o s v a l o r e s r e p -
r e s e n t a d o s por u n a s y o t r a s , lo q u e n o s h a r á a c t u a r
a n t e u n m i s m o p r o b l e m a , i n s p i r a d o s , por p o n e r u n
ejemplo, en nuestros i n t e r e s e s como propietarios,
en nuestras obligaciones como p r o f e s i o n a l e s o en
nuestros preceptos religiosos.
E l grado e n que c a d a i n s t i t u c i ó n c o n d i c i o n a l a
vida de la p e r s o n a e s t a r á en f u n c i ó n de la c e n t r a l i -
dad que r e p r e s e n t e n s u s v a l o r e s e n s u c o m p o r t a -
m i e n t o c o t i d i a n o , l o que, c o m o y a s e dijo e n e l
c a p í t u l o 5, d e p e n d e de la f o r m a en q u e la h a y a i n t e -
r i o r i z a d o e n los p r o c e s o s d e s o c i a l i z a c i ó n . Así, h a b r á
i n d i v i d u o s que t o d o l o q u e h a g a n s e o r i e n t e a l b i e n
d e s u f a m i l i a , o t r o s que c a n a l i c e n s u v i d a a l é x i t o
p r o f e s i o n a l , o t r o s q u e se e n t r e g u e n en c u e r p o y al-
ma a la v o c a c i ó n r e l i g i o s a o a la l u c h a p o l í t i c a , e t c .
Y a u n q u e hay e l e m e n t o s de la vida de un i n d i v i -
duo que l e i d e n t i f i c a n c o m o p e r s o n a m á s q u e o t r o s ,
hay u n o que c o n d i c i o n a a t o d o s l o s d e m á s : la d i f e -
rencia sexual.
A pesar de los i m p o r t a n t í s i m o s c a m b i o s en
la r e l a c i ó n e n t r e v a r o n e s y m u j e r e s , q u e d e s d e ha-
ce unas décadas están modificando los papeles
d e cada s e x o , e s p e c i a l m e n t e e n los p a í s e s o c c i d e n -
tales más desarrollados, existe una forma masculi-
na y otra f e m e n i n a de ser, que i m p r e g n a t o d a s l a s
instituciones.
Se puede ser c a t ó l i c o o m u s u l m á n , e s t a r c a s a d o
o viudo, ser un p r o f e s i o n a l de la s a l u d o t r a b a j a r en
u n a oficina; pero e n c u a l q u i e r a d e e s t a s o c u p a c i o n e s

194
o e s t a d o s , y en t o d o s los d e m á s , se e s p e r a d i s t i n t a s
c o s a s de un v a r ó n y de u n a mujer.
N o s ó l o hay c o s a s que e s t á n e s p e c i a l m e n t e asig-
n a d a s a l o s v a r o n e s y o t r a s de las que se deben
o c u p a r l a s m u j e r e s ; s i n o que, e j e r c i e n d o l a m i s -
ma actividad, la diferencia sexual condiciona su
desempeño.
E n t r e l o s d o s s e x o s e x i s t e n i m p o r t a n t e s diferen-
c i a s en su c o n s t i t u c i ó n a n a t ó m i c a y cada uno de
e l l o s t i e n e u n a f u n c i ó n d i f e r e n t e e n algo tan impor-
t a n t e c o m o la r e p r o d u c c i ó n de la e s p e c i e . Ahora
bien, las diferencias en la identidad sexual no se
l i m i t a n a e s t o s c o n d i c i o n a n t e s b i o l ó g i c o s , s i n o que
se g e n e r a l i z a n a t o d a s l a s a c t i v i d a d e s s o c i o c u l t u r a -
l e s : la f o r m a de v e s t i r , de a n d a r , el trabajo, la polí-
t i c a , la e d u c a c i ó n , el l e n g u a j e , y, por s u p u e s t o la
guerra.
P a r t i e n d o d e u n a d i f e r e n c i a física a n a t ó m i c a -
m e n t e t a n poco i m p o r t a n t e , c o m o el color de la piel,
se h a n v e n i d o a s i g n a n d o a lo largo de los s i g l o s el
p a p e l de e s c l a v o s a los n e g r o s . M i e n t r a s e x i s t í a la
esclavitud en América, la justificación inmediata de
la m i s m a e r a e p i d é r m i c a : es esclavo porque es negro.
L a s c o s a s q u e t e n í a n q u e h a c e r los e s c l a v o s s e de-
b í a n a su c o n d i c i ó n de n e g r o s . A u n q u e n a d a t u v i e r a
q u e ver el c o l o r de la piel con, p o n g a m o s por c a s o ,
r e c o g e r a l g o d ó n . D e l m i s m o modo, y sin p r e t e n d e r
h a c e r u n a a n a l o g í a m e c á n i c a , m u c h a s d e las t a r e a s
a s i g n a d a s a la m u j e r poco t i e n e n que ver con su
genitalidad o sus secreciones hormonales.
A h o r a b i e n , l a s d i f e r e n c i a s c o r p o r a l e s e n t r e va-
rón y m u j e r , no s o n un d a t o a n a t ó m i c o que pueda
c o n s i d e r a r s e a n e c d ó t i c o , p u e s , a d i f e r e n c i a del color
de la piel, l a s m u j e r e s d e b e n parir y a m a m a n t a r (al
m e n o s h a s t a la a p a r i c i ó n de la l e c h e en polvo) a s u s
hijos.

195
 Teniendo como referencia básica estas diferen-
cias anatómicas y funcionales, cada cultura a s i g n a
d e t e r m i n a d a s f o r m a s de a c t u a c i ó n a c a d a s e x o . Al-
gunas tienen alguna relación, aunque sea indirecta,
con e s t a s d i f e r e n c i a s . O t r a s , l a m a y o r í a , r e s p o n d e n
a s i t u a c i o n e s h i s t ó r i c a s que t i e n e n m á s q u e v e r c o n
la r e l a c i ó n de poder e n t r e v a r o n e s y m u j e r e s , e s p e -
c i a l m e n t e t o d a s l a s que s e r e f i e r a n a l s o m e t i m i e n t o
global a los d e s e o s del v a r ó n .
Esta diferenciación sociocultural de los papeles
sexuales se transmite de generación en generación
a t r a v é s de los p r o c e s o s de s o c i a l i z a c i ó n . S i e n d o
p r e c i s a m e n t e l a mujer l a p r i n c i p a l p r o t a g o n i s t a d e
dicha t r a n s m i s i ó n . E s t a s o c i a l i z a c i ó n s e x u a l c o n d i -
c i o n a t o d o s los d e m á s t i p o s d e s o c i a l i z a c i ó n . E n
otras palabras, la forma en que se interioricen las
i n s t i t u c i o n e s s e r á u n a para l o s n i ñ o s y o t r a p a r a l a s
niñas.
En el c a s o de la s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a , l o s r e s u l t a -
dos g l o b a l e s d e e s t e e s t u d i o n o p u e d e n s e r m á s c o n -
c l u y e n t e s : N o sólo e n l a ú l t i m a p r u e b a p r e s e n t a d a
sobre l a p e r c e p c i ó n , s i n o e n t o d a s l a s d e m á s , s i e m -
pre e x i s t e n d i f e r e n c i a s s i g n i f i c a t i v a s , e n t r e v a r o n e s
y m u j e r e s . Y s i e m p r e en la m i s m a d i r e c c i ó n : a l e j á n -
dose las n i ñ a s del polo m á s c e r c a n o a la l ó g i c a m i l i -
tar, a u n q u e sin e s t a r por c o m p l e t o a j e n a s a él.
E l c o n c e p t o que t i e n e n l a s n i ñ a s d e l a g u e r r a e s
m e n o s rico que e l d e los v a r o n e s . E n m u c h a s o c a s i o -
n e s dicen no saber qué r e s p o n d e r a u n a u o t r a pre-
g u n t a . Hay m á s v a r o n e s q u e m u j e r e s q u e d e f i n e n l a
guerra c o m o u n a l u c h a por el poder y m á s n i ñ a s
que n i ñ o s que e m i t e n u n j u i c i o d e s c a l i f i c a d o r d e l
conflicto.
M u c h a s m á s n i ñ a s que n i ñ o s d e s c o n o c í a n por
qué había g u e r r a en N i c a r a g u a . Lo s o r p r e n d e n t e es
que en E s p a ñ a , d o n d e el d a t o de la g u e r r a c i v i l de
1 9 3 6 - 3 9 c a r e c í a d e t o d o valor e m o c i o n a l p a r a l o s

196
niños, y donde a este nivel, según recientes estu-
d i o s , l a s n i ñ a s s u e l e n ser m e j o r e s e s t u d i a n t e s que
l o s n i ñ o s , é s t o s s u p i e r a n mejor por qué p e l e a b a n
republicanos y franquistas.
L o m i s m o s e p u e d e decir del c o n o c i m i e n t o que
l o s n i ñ o s y n i ñ a s t i e n e n de t o d o lo que rodea al
m u n d o militar: armas, uniformes, jerarquías, etc.
I n c l u s o en u n a prueba en la que se l e s pedía que
e x p l i c a r a n el s i g n i f i c a d o de l a s p a l a b r a s : cachorro
(en E s p a ñ a se s u s t i t u í a por quinto), héroe y mártir;
tres voces que pueden tener una significación bélica
y no b é l i c a a la v e z , l a s n i ñ a s a l u d í a n , en mayor
medida que sus compañeros varones, al significado
no militar de las mismas.
Sin poder decir que las niñas no hayan inte-
riorizado los valores bélicos, siempre lo hacían de
forma más matizada. Las mujeres decían tener más
e n e m i g o s p e r s o n a l e s y m e n o s n a c i o n a l e s que los va-
r o n e s , y en a m b o s c a s o s la p o l i t i z a c i ó n del e n e m i g o
era menor en ellas.
Del mismo modo, las mujeres conocían mucho
m e n o s q u i é n e s combatían en la g u e r r a , pero n o
s ó l o e n C e n t r o a m é r i c a . E n t r e los n i ñ o s e s p a ñ o l e s
l o s e r r o r e s en la d e f i n i c i ó n de los b a n d o s de la gue-
rra c i v i l e r a un 6 3 % en l o s v a r o n e s y del 92% en l a s
mujeres.
E n t o d a s l a s p r u e b a s r e l a c i o n a d a s con l a polari-
zación, justificación y acomodación funcional, siem-
pre l a s n i ñ a s e r a n m á s m o d e r a d a s e n s u s c a s t i g o s ,
se fijaban m á s que l o s n i ñ o s en la a c c i ó n de m a t a r ,
f r e n t e a si el q u e la c o m e t í a era de su b a n d o o no.
E n l a s p r u e b a s e n l a s que h a b í a que e l e g i r e n t r e e l
á m b i t o f a m i l i a r y el m i l i t a r , daban m á s r e s p u e s t a s
de i g u a l d a d e n t r e a m b o s , que l o s v a r o n e s , y m e n o s
r e s p u e s t a s a l t a m e n t e militarizadas (favorecer al
m i l i t a r f r e n t e a la f a m i l i a ) .

197
 P e r o es en el a p a r t a d o de l o s roles d o n d e se
manifestaba de forma más clara la idea, reiterada-
m e n t e e x p r e s a d a por l a s n i ñ a s , de q u e la guerra es
cosa de hombres.
Las r e s p u e s t a s e n favor del m i l i t a r f r e n t e a l re-
l i g i o s o , al m é d i c o , al m a e s t r o y al c a m p e s i n o , e r a n
t r i p l e s e n t r e los v a r o n e s q u e e n t r e l a s m u j e r e s . E s -
t a b a claro que l o que e l l a s c o n s i d e r a b a n c o m o f e m e -
n i n o e r a n los p a p e l e s de m a e s t r a y de e n f e r m e r a
(aunque se les decía que era una doctora, e l l a s al
s e ñ a l a r l o casi s i e m p r e d e c í a n la enfermera).
Entre las niñas, al contrario que en los v a r o n e s ,
el rol de c a m p e s i n o c o s e c h ó un b u e n n ú m e r o de
r e c h a z o s . (En C e n t r o a m é r i c a , y en m e n o r m e d i d a en
e l á m b i t o rural poco d e s a r r o l l a d o d e E s p a ñ a , l a m u -
jer no s u e l e ser c a m p e s i n a s i n o la mujer del campe-
sino). E s t a s d i f e r e n c i a s se c o n f i r m a b a n en su
e l e c c i ó n de cual e r a el m á s y m e n o s l i n d o o g u a p o .
E n t r e l a s n i ñ a s la peor p a r a d a fue la m i l i t a r y e n t r e
los n i ñ o s el c a m p e s i n o . Lo b e l l o q u e c o n s i d e r e m o s la
i m a g e n de una c o s a refleja, de a l g ú n m o d o , el v a l o r
que le d a m o s a la c o s a c o m o tal.
Lo m i s m o p o d e m o s decir del p a p e l de la a g r e s i v i -
dad en r e l a c i ó n al s e x o . El n ú m e r o de n i ñ o s q u e
q u e m a r í a n l a c a s a del p e q u e ñ o v e c i n o q u e i n c e n d i ó
p r e v i a m e n t e la s u y a , e r a el doble del de n i ñ a s . Lo
m i s m o s u c e d í a c u a n d o d e b í a n castigar al s o l d a d o
que había m a t a d o a g e n t e de su b a n d o . M u c h a s m e -
nos m u j e r e s r e c u r r í a n al f u s i l a m i e n t o .
En conclusión: La diferencia más estable que se
ha podido e n c o n t r a r a lo l a r g o de t o d o s los a p a r t a -
dos de la i n v e s t i g a c i ó n , ha s i d o la d i f e r e n c i a de
g é n e r o . S i e m p r e las n i ñ a s p u n t u a b a n e n l a s d i s t i n -
t a s pruebas, en el polo o p u e s t o a lo b é l i c o , en m a y o r
proporción que los v a r o n e s .
Esta diferencia sugiere numerosas interpreta-
c i o n e s . Por m i p a r t e c o n s i d e r o , s i g u i e n d o e l m o d e l o

198
t e ó r i c o e l a b o r a d o para e s t a i n v e s t i g a c i ó n , que de-
b e n e n t e n d e r s e e s t a s d i f e r e n c i a s d e s d e u n a perspec-
t i v a d i a l é c t i c a i n s t i t u c i o n a l . E s decir, las m u j e r e s
n o h a c e n l a g u e r r a porque n o e s t á n s o c i a l i z a d a s
p a r a la m i s m a , pero a la vez, no se s o c i a l i z a n en la
guerra porque no son las encargadas de hacerla.
La i n t e r i o r i z a c i ó n de l a s i n s t i t u c i o n e s , el a p r e n -
dizaje de sus roles específicos, siempre tiene, en
m a y o r o m e n o r m e d i d a , un c a r á c t e r f u n c i o n a l .
A p r e n d e m o s , i n c l u s o p e r c i b i m o s , a q u e l l o para l o
q u e h e m o s s i d o s o c i a l i z a d o s . Si el d e s e m p e ñ o del rol
m i l i t a r ha e s t a d o a s o c i a d o d u r a n t e s i g l o s a los varo-
nes, la socialización bélica estará también orienta-
da a l o s m i s m o s .
Con la i n c o r p o r a c i ó n de la mujer a l a s a c t i v i d a -
d e s c a s t r e n s e s e s p o s i b l e que, con e l p a s o del t i e m -
po, e s a s d i f e r e n c i a s v a y a n s i e n d o m e n o r e s . N o
q u e r r á d e c i r e s o q u e la identidad f e m e n i n a se haya
h e c h o m á s a g r e s i v a o b e l i c o s a , s i n o que se habrá
a d e c u a d o de f o r m a m á s f u n c i o n a l al n u e v o rol que
le toca desempeñar.
A t e n d i e n d o a e s t e a n á l i s i s , c o n s i d e r o que la so-
c i e d a d n o e s t a r á m e n o s m i l i t a r i z a d a s i s o n las mu-
j e r e s l a s q u e d e s e m p e ñ a n los r o l e s b é l i c o s . L a
i n s t i t u c i ó n - g u e r r a cubrirá entonces sus demandas
con otra colectividad diferente. Una solución más
a j u s t a d a a l o s r e s u l t a d o s de e s t e e s t u d i o , es la que
proponen algunos pacifistas e investigadores ireno-
lógicos, esto es, la de feminizar la cultura bélica. No
s e t r a t a r í a d e q u e l a s m u j e r e s f e m i n i z a r a n los r o l e s
m i l i t a r e s , s i n o d e q u e los v a r o n e s a s u m i e r a n v a l o r e s
no militarizados, esto es, más femeninos.

199
 EPILOGO

Me p r e g u n t a b a al c o m i e n z o de e s t e libro si se
p o d r í a c o n s i d e r a r a los n i ñ o s , ú n i c a m e n t e c o m o l a s
v í c t i m a s i n o c e n t e s de los e n f r e n t a m i e n t o s bélicos,
p r o m o v i d o s y d i r i g i d o s por los a d u l t o s . U n a vez co-
n o c i d o s l o s r e s u l t a d o s del e s t u d i o e x p u e s t o a n t e r i o r -
m e n t e , l a r e s p u e s t a que debe d a r s e e s t r i s t e m e n t e
negativa.
En e f e c t o , los n i ñ o s no t i e n e n la culpa de la
g u e r r a . Es u n a r e a l i d a d que, de f o r m a e x p l í c i t a o
i m p l í c i t a , s e l e s p r e s e n t a e n e l m o m e n t o del n a c i -
m i e n t o . M i e n t r a s dura s u c o n d i c i ó n i n f a n t i l , debe-
rán sufrir sus efectos directos o indirectos. Cuando
pierdan el escudo protector de los pocos años, será
su obligación protagonizarla eficazmente.
E s t e i n c i p i e n t e a d u l t o , a p e s a r de m a n i f e s t a r en
p r i v a d o su s e n s i b i l i d a d a n t e el dolor y la d e s t r u c -
c i ó n h u m a n a , y el horror que le provoca c u a l q u i e r
asesinato, responde, unas veces convencido, otras
r e s i g n a d o , a l a s d e m a n d a s del gran grupo del que se
s i e n t e p a r t e c o m o m i e m b r o d e una n a c i ó n , d e u n a
r e l i g i ó n o de u n a c u l t u r a . Y se s u m a a o t r o s j ó v e n e s
c o m o él, p a r a d e f e n d e r , l a n z a , arco o fusil en m a n o .

201
l o s v a l o r e s , l a s p o s e s i o n e s , l a i d e n t i d a d del g r a n
grupo.
S e han dado m u c h a s e x p l i c a c i o n e s a e s t a a c o m o -
d a c i ó n del h o m b r e a l m u n d o d e l a v i o l e n c i a o r g a n i -
z a d a que r e p r e s e n t a l a g u e r r a . L a q u e s i g u e s i e n d o
m á s popular, a p e s a r de h a b e r p e r d i d o a c e p t a c i ó n
e n t r e los e s t u d i o s o s d e l a s c i e n c i a s s o c i a l e s , e s l a
que d i l u y e l a r e s p o n s a b i l i d a d del i n d i v i d u o e n f a v o r
de la j e r a r q u í a y de la c o l e c t i v i d a d .
"Las c o s a s s o n así. ¿Qiié p u e d o h a c e r yo?". Se
pregunta el joven que en el correo de la m a ñ a n a
r e c o g e la c a r t i l l a de a l i s t a m i e n t o , o en lo c e r r a d o de
la n o c h e recibe la v i s i t a de un par de s o l d a d o s q u e
vienen a reclutarlo.
"No podía h a c e r o t r a c o s a . Me lo m a n d a r o n " r e s -
ponde, c o n s o l a d o , a q u e l q u e dejó c a e r u n a b o m b a ,
t o r t u r ó a un e n e m i g o o i n c e n d i ó un p o b l a d o . A s í se
han j u s t i f i c a d o l a s m a y o r e s b a r b a r i d a d e s d e l a h i s -
toria, d á n d o s e m ú l t i p l e s n o m i n a c i o n e s j u r í d i c a s a l
f e n ó m e n o . U n a d e l a s que ú l t i m a m e n t e h a e s t a d o
más vigente en varios países latinoamericanos, es la
de "la o b e d i e n c i a debida", por la q u e se e x i m e a l o s
responsables directos de todos los actos, en los que
e x i s t i e r a un s u p e r i o r al m a n d o .
"Todos lo hacían". A s e g u r a i n o c e n t e , el q u e par-
t i c i p ó en el l i n c h a m i e n t o de un g r u p o de s i m p a t i z a n -
t e s del otro b a n d o .
E n l a guerra, n o p a r e c e n ser l o s n i ñ o s l o s ú n i c o s
i n o c e n t e s . En r e a l i d a d , la c u l p a es s i e m p r e de los
otros que n o s a t a c a n (la d e f e n s a s i e m p r e g o z a de
c i e r t a l e g i t i m i d a d ) o que n o s i m p i d e n t e n e r a q u e l l o
que nos p e r t e n e c e , d e s a r r o l l a r n u e s t r a s p o t e n c i a l i -
d a d e s o ser lo que r e a l m e n t e s o m o s .
Del m i s m o m o d o s e j u s t i f i c a l a d i n á m i c a d e l o s
c o m b a t e s , la d e s t r u c c i ó n y los c r í m e n e s m a s i v o s . El
s o l d a d o c u l p a r á a l j e f e del c o m a n d o , é s t e irá s u b i e n -
do en la l í n e a de m a n d o h a s t a l l e g a r al g e n e r a l . El

202
g e n e r a l c u l p a r á al p o l í t i c o , y el p o l í t i c o se j u s t i f i c a -
rá en el D e r e c h o I n t e r n a c i o n a l , en la e c o n o m í a o en
el f u t u r o b i e n e s t a r de los c i u d a d a n o s . En la c a d e n a
de descargos de conciencia probablemente aparezca
D i o s por a l g ú n l a d o . Y al final, t o d o s c o n c l u i r á n con
q u e la g u e r r a es un p r o b l e m a s o c i a l que e l l o s no han
i n v e n t a d o . S¿ siempre hubo guerras, algo de natural
debe haber en ella.
P a r a f u n d a m e n t a r e s t a p r e t e n d i d a naturalidad
de la g u e r r a , a l g u n o s n e u r ó l o g o s , p s i q u i a t r a s y e t ó -
l o g o s h a n i n t e n t a d o e x p l i c a r l a , a m p a r a d o s e n deter-
minadas estructuras anatómicas de nuestro sistema
n e r v i o s o , culpables del f e n ó m e n o de la a g r e s i ó n .
E s a e x p l i c a c i ó n t a m b i é n n o s s a t i s f a c e a todos:
no s ó l o e s t o y o b l i g a d o por la p r e s i ó n de la c o l e c t i v i -
dad, s i n o q u e d e n t r o d e m í m i s m o hay una f u e r z a
n a t u r a l q u e me o b l i g a a p a r t i c i p a r en los c o m b a t e s ,
a a g r e d i r , a l u c h a r , a m a t a r . Lo natural en el ser
h u m a n o , a d i f e r e n c i a de los d e m á s a n i m a l e s , s e r í a
dar m u e r t e a l o s m i e m b r o s de su e s p e c i e .
Ya me he ocupado de analizar este razonamiento
en p á g i n a s a n t e r i o r e s . Culpar de la g u e r r a al cere-
b r o h u m a n o , e s c o m o e x p l i c a r l a r e g u l a c i ó n del trá-
fico por la c a p a c i d a d n e u r o n a l de d e t e c c i ó n de
s e ñ a l e s . S i e l a n i m a l h u m a n o n o fuera a g r e s i v o , n o
e x i s t i r í a n g u e r r a s , del m i s m o m o d o que s i n o pudié-
r a m o s d e t e c t a r l a s d i f e r e n c i a s d e color, n o e x i s t i -
rían semáforos. Remitir al cerebro la participación
del h o m b r e e n l a g u e r r a , c o n s t i t u y e u n a r e f o r m u l a -
ción de las teorías de los instintos. Si matamos es
porque t e n e m o s un instinto criminal, si cooperamos
es porque t e n e m o s un instinto social... Detrás de
cada actividad humana podemos imaginar un instin-
t o q u e l a f u n d a m e n t e , d a n d o c u e n t a d e todo, s i n
explicar nada.
A u n a d m i t i e n d o la d i s c u t i d a capacidad innata
del s e r h u m a n o para a g r e d i r , n o d e b e m o s olvidar

203
que, a l n a c e r , l a p r i n c i p a l d i f e r e n c i a del b e b é h u m a -
n o r e s p e c t o a los d e m á s a n i m a l e s , r e s i d e e n s u c a -
rencia de recursos i n s t i n t i v o s para desarrollar su
especificidad humana. Ser hombre no es algo de lo
que se p a r t e , s i n o a lo q u e se l l e g a . Y e x i s t e n t a n t a s
f o r m a s de l l e g a r a s e r l o c o m o c u l t u r a s p u e d a n i m a -
g i n a r s e . Las p o c a s , o m u c h a s , d i s p o s i c i o n e s i n s t i n -
t i v a s que t e n g a m o s a l n a c e r , s e p r e s e n t a n c o m o
i m p u l s o s o s e ñ a l e s para la a c c i ó n s i n e s p e c i f i c a r la
d i r e c c i ó n c o n c r e t a d e qué h a c e r n i c ó m o h a c e r l o .
P a p e l e s t e ú l t i m o r e s e r v a d o a la c u l t u r a .
L a c o n f o r m i d a d del ser h u m a n o c o n l a g u e r r a ,
bien p a r t i c i p a n d o a c t i v a m e n t e , b i e n j u s t i f i c á n d o l a
o p r o m o v i é n d o l a , ha q u e r i d o ser e x p l i c a d a c o m o u n a
forma característica de personalidad. No se trataría
de algo inequívocamente humano sino una forma
e s p e c í f i c a de s e r l o .
También se ha buscado explicación en la forma
que t i e n e e l i n d i v i d u o d e i n t e r p r e t a r l a s i t u a c i ó n
s o c i a l que p r e c e d e a la g u e r r a , y a c a d a m o m e n t o de
ésta. Actuando éste, en función de las circunstan-
c i a s d e cada m o m e n t o , s e g ú n l o q u e s u h i s t o r i a d e
a p r e n d i z a j e s o su c o n c e p t u a l i z a c i ó n de la s i t u a c i ó n
le d i c t e n .
E n l a t e r c e r a p a r t e d e e s t e libro h e i n t e n t a d o
d e m o s t r a r , que l a p a r t i c i p a c i ó n d e l o s i n d i v i d u o s e n
los c o n f l i c t o s b é l i c o s s e f u n d a m e n t a e n e l p r o c e s o d e
s o c i a l i z a c i ó n por e l que t o d o s p a s a m o s e n n u e s t r a
infancia, mediante el cual el niño interioriza los
p r i n c i p a l e s v a l o r e s y d i s p o s i c i o n e s c o n d u c t u a l e s de
l a s i n s t i t u c i o n e s que c o n f o r m a n l a r e a l i d a d q u e l e
rodea.
L a guerra e s una i n s t i t u c i ó n m á s d e e s e m u n d o .
S e d i f e r e n c i a d e o t r a s e n que m a n t i e n e i n t a c t o s s u s
e l e m e n t o s m á s o p e r a t i v o s aún c u a n d o s u m a n i f e s t a -
ción e x p l í c i t a ( c o m b a t e s , m u e r t e , e t c ) a p a r e z c a c o n
poca f r e c u e n c i a .

204
 Algunos de los e l e m e n t o s más característicos de
e s t a s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a e x p l i c a d o s e n e s t e libro,
podrían resumirse en tres postulados:

Carácter evolutivo: El p r o c e s o de i n t e r i o r i z a c i ó n
de l o s p r i n c i p a l e s v a l o r e s que c o n f i g u r a n la guerra,
en el q u e el l e n g u a j e t i e n e un papel f u n d a m e n t a l , es
d i f e r e n t e en l o s p r i m e r o s a ñ o s de vida, ( c u a n d o la
v i n c u l a c i ó n con l a r e a l i d a d i n s t i t u c i o n a l e s m á s
emocional y está ligada a una incipiente identidad
p e r s o n a l ) , q u e a partir de los 11 o 12 a ñ o s , c u a n d o
la capacidad racional permite una identificación
c o n g r u p o s c a d a vez m e n o s c o n c r e t o s . E s e n e s t e
c a r á c t e r d i f e r e n c i a l , en el que r e s i d e n h e c h o s tan
i m p o r t a n t e s c o m o la p o l i t i z a c i ó n del e n e m i g o y la
dificultad de despolarización adulta.

Funcionalidad: C o m o c u a l q u i e r i n s t i t u c i ó n , la
g u e r r a e s i n t e r i o r i z a d a d e forma m á s c o m p l e t a , in-
t e n s a y m e n o s a m b i g u a , por a q u e l l o s c o l e c t i v o s que
e s t á n l l a m a d o s a p r o t a g o n i z a r l a . Los v a r o n e s r e s -
p o n d e n de f o r m a m á s c l a r a que l a s m u j e r e s a t o d a s
l a s e x i g e n c i a s v a l o r a t i v a s y c o n d u c t u a l e s del con-
flicto bélico.

Universalidad: La s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a se da t a n -
t o e n p a í s e s e n g u e r r a , c o m o e n los que n o e s t á n e n
s i t u a c i ó n de e n f r e n t a m i e n t o a r m a d o . Los v a l o r e s , y
l o s r o l e s e s p e r a d o s d e l a s s o c i e d a d e s con las que e s t á
relacionada esta institución (prácticamente todas),
n o p r e c i s a n d e l a m a n i f e s t a c i ó n final del f e n ó m e n o
e n t o d a s u r a d i c a l i d a d , s i n o que s e m a n t i e n e n per-
m a n e n t e m e n t e en l a s c o l e c t i v i d a d e s , g r a c i a s a la
s u p o s i c i ó n d e q u e t i e n e n u n valor f u n c i o n a l para
e s t a s m i s m a s s o c i e d a d e s (lo que s u e l e j u s t i f i c a r s e
c o n la f a m o s a m á x i m a l a t i n a si quieres la paz pre-
párate para la guerra).

205
 Las diferencias f u n d a m e n t a l e s en la i n t e -
r i o r i z a c i ó n de lo b é l i c o , e s t á n r e f e r i d a s a u n a v i v e n -
cia m á s e m o c i o n a l del f e n ó m e n o e n l o s n i ñ o s q u e l a
viven, frente a un análisis más racionalizado donde
n o s e v i v e . L o que p e r m i t e a e s t o s ú l t i m o s , t a n t o u n a
d e s l e g i t i m a c i ó n l ó g i c a del f e n ó m e n o , c o m o , y e s t o e s
lo más frecuente, una superficialidad en el juicio
c r í t i c o , que l e s l l e v a a j u s t i f i c a r l a g u e r r a c o m o u n a
f o r m a normal de r e s o l v e r c o n f l i c t o s .
A t e n d i e n d o al c a r á c t e r e v o l u t i v o , f u n c i o n a l y
u n i v e r s a l d e l a s o c i a l i z a c i ó n b é l i c a , p a r e c e q u e ha-
bría que p e n s a r que l a g u e r r a , u n a d e l a s i n s t i t u c i o -
nes más antiguas de la humanidad, permanecerá
v i g e n t e por m u c h o s a ñ o s m á s . N o q u i s i e r a a c a b a r
e s t e libro s i n h a c e r u n a r e f l e x i ó n s o b r e l a p o s i b i l i -
dad, s i q u i e r a r a c i o n a l , d e u n f u t u r o m u n d o s i n g u e -
rras.
La vigencia de la guerra, su solidez como fenó-
m e n o s o c i a l t a n a r r a i g a d o a lo l a r g o de la h i s t o r i a
d e l a h u m a n i d a d , hay q u e b u s c a r l a , a d e m á s d e e n s u
f o r m a de t r a n s m i s i ó n g e n e r a c i o n a l , a t r a v é s de la
socialización bélica, en su carácter institucional, en
su f u n c i o n a l i d a d y en la v i n c u l a c i ó n de s u s v a l o r e s
f u n d a m e n t a l e s con n e c e s i d a d e s h u m a n a s b á s i c a s .
La sociabilidad es una condición imprescindible
del d e s a r r o l l o h u m a n o . E l n i ñ o c o n f o r m a s u i d e n t i -
dad c o m o reflejo de la i d e n t i d a d de l o s g r u p o s a l o s
que p e r t e n e c e , o t o m a c o m o r e f e r e n c i a , s u s a g e n t e s
s o c i a l i z a d o r e s . L a i n t e r i o r i z a c i ó n d e l o s v a l o r e s del
grupo, s u p o n e l a a s u n c i ó n d e l a s i n c o m p a t i b i l i d a d e s
de é s t e . Los c o n f l i c t o s , a su v e z , r e f u e r z a n la i d e n -
tidad de los g r u p o s y, por t a n t o , la de los i n d i v i d u o s
que l a s c o n f o r m a n . E s p e c i a l m e n t e s i é s t o s d e r i v a n
en enfrentamientos violentos.
La i d e n t i d a d i n d i v i d u a l y la v i o l e n c i a i n t e r -
grupal s e r e f u e r z a n m u t u a m e n t e . Los v a l o r e s q u e
d e f i n e n a la g u e r r a , e s t á n f u n d a m e n t a d o s , p r e c i s a -

206
m e n t e , e n l a n e c e s i d a d d e p o t e n c i a r , m a n t e n e r , es-
timular, d e f e n d e r o liberar a un grupo determinado.
La v i n c u l a c i ó n e m o c i o n a l del i n d i v i d u o con é s t e , le
p r e d i s p o n e n a a s u m i r la p o l a r i z a c i ó n , la j u s t i f i c a -
c i ó n y la a c o m o d a c i ó n f u n c i o n a l , v a l o r e s de los que
y a s e h a h a b l a d o . U n a vez a s u m i d o s é s t o s , e l a p a r a t o
n o r m a t i v o de la g u e r r a ( e j é r c i t o s , l e y e s , e t c ) , le en-
s e ñ a n la f o r m a más adecuada para d e s a r r o l l a r l o s .
No es la a g r e s i v i d a d p e r s o n a l la que l l e v a al
i n d i v i d u o a la g u e r r a , s i n o su v i n c u l a c i ó n con el
g r u p o q u e e n t r a en c o n f l i c t o , y l a s n o r m a s que ro-
dean a éstos.
Por o t r o l a d o , l a s i n s t i t u c i o n e s s e c o n f o r m a n e n
u n p r o c e s o d i a l é c t i c o del que m u c h a s v e c e s e s difícil
encontrar el comienzo. La interacción humana está
s u j e t a a c i e r t a s r u t i n a s y h á b i t o s , que con el t i e m p o
se v a n c o n v i r t i e n d o en i n s t i t u c i o n e s que p a s a n a
d i r i g i r la c o n d u c t a de los h o m b r e s . Si los h o m b r e s
c r e a n l a s i n s t i t u c i o n e s y é s t a s c o n f o r m a n a los hom-
b r e s . ¿Qué hay q u e h a c e r para acabar con u n a i n s t i -
t u c i ó n ? . E n e s t a p r e g u n t a , que m á s bien p a r e c e ser
un t r a b a l e n g u a s , r a d i c a la c l a v e del p r o b l e m a .
La v i n c u l a c i ó n del h o m b r e con el grupo es u n a
n e c e s i d a d f u n d a m e n t a l , del m i s m o m o d o que lo es la
e x i s t e n c i a de las instituciones. Para eliminar una
i n s t i t u c i ó n c o m o la g u e r r a , t a n v i n c u l a d a a la e x i s -
t e n c i a d e l o s g r u p o s ¿debe p o n e r s e e l a c e n t o e n los
i n d i v i d u o s o en l a s r e l a c i o n e s e n t r e é s t o s ? .
Cada una de las posturas significaría solucionar
un p r o b l e m a : La guerra está en cada individuo. La
guerra es cosa del sistema. A lo l a r g o de e s t e libro
h e t r a t a d o d e d e m o s t r a r que a m b a s e x p r e s i o n e s s o n
c i e r t a s . ¿Por d o n d e e m p e z a r ? .
U n a d e l a s p o s i b i l i d a d e s , d e l a que e x i s t e n pre-
c e n d e n t e s teóricos en las postrimerías de la primera
g u e r r a m u n d i a l , s e r í a m o d i f i c a r los v a l o r e s d e los
individuos, de forma que la interacción entre éstos

207
acabe transformando las instituciones. Se trataría
de truncar el proceso de socialización bélica en su
raíz, t r a n s m i t i e n d o v a l o r e s d i s t i n t o s a l o s n i ñ o s ,
para que, a l ser m a y o r e s , n o c a y e r a n e n l o s m i s m o s
e r r o r e s que los a d u l t o s .
E l p r o b l e m a d e e s t a vía d e t r a n s f o r m a c i ó n i n s -
titucional, está en su limitada eficacia. Desde el
utopismo pedagógico de los educadores de e n t r e g u e -
rras, que b u s c a b a n la paz i n t e r n a c i o n a l a t r a v é s d e l
conocimiento y el intercambio cultural e n t r e los es-
c o l a r e s d e l a s d i s t i n t a s n a c i o n e s , h a s t a e l m á s re-
a l i s t a movimiento de E d u c a c i ó n p a r a la P a z a c t u a l ,
m á s c e n t r a d o en la e d u c a c i ó n p a r a el c o n f l i c t o y su
resolución no violenta; esta vía de t r a n s f o r m a c i ó n
institucional está cargada de l i m i t a c i o n e s y proble-
mas. El fundamental de todos ellos, es el de la esca-
sa r e l a c i ó n e n t r e e s t e t i p o de e d u c a c i ó n y la v i g e n c i a
de la guerra como institución. Otro de los proble-
mas, no menos importante, radica en la n a t u r a l e z a
de la transmisión de los valores. El niño, especial-
mente el más pequeño, interioriza lo que existe, no
lo que e s t á por v e n i r , y h a s t a u n a d e t e r m i n a d a e d a d
lo h a c e de un m o d o e m o c i o n a l . C u a n d o l l e g a a la
escuela, su identidad ya está cuajada en unos valo-
res e n los que los m a e s t r o s c a d a vez t i e n e n m e n o s
influencia.
D e t o d o s m o d o s , l a p r e o c u p a c i ó n por l a t r a n s m i -
s i ó n de v a l o r e s c o n t r a p u e s t o s a l o s q u e f u n d a m e n -
t a n la idea de la g u e r r a , es un i n t e n t o l o a b l e q u e ,
aunque modestos, también da sus frutos. En esta
l í n e a de a c c i ó n , a n t e s que a c u d i r a r e s o l v e r u n a
imprecisa agresividad humana, es preciso recordar
el peligro que s u p o n e la v i n c u l a c i ó n r a d i c a l y h o m o -
g e n e i z a d o r a de los i n d i v i d u o s a l o s g r a n d e s g r u p o s ,
a q u e l l a que l l e v a a la p o l a r i z a c i ó n y al c o m p r o m i s o
con l a i n s t i t u c i ó n - g u e r r a e n e l m o m e n t o q u e é s t o s
entran en conflicto.

208
 L a s e g u n d a vía d e t r a n s f o r m a c i ó n i n s t i t u c i o n a l ,
a la q u e , i n c l u s o l o s m á s p s i c o l o g i s t a s s i e m p r e alu-
d e n , s e o r i e n t a h a c i a e l c a m b i o social.
G r a n p a r t e de la s o c i o l o g í a c o n t e m p o r á n e a se ha
o c u p a d o de la g u e r r a c o m o p r o b l e m a de o r g a n i z a -
c i ó n s o c i a l . Ya en la s e g u n d a m i t a d del s i g l o pasado,
S p e n c e r c o n s i d e r a b a que la g u e r r a era una n e c e s i -
dad d e l a s s o c i e d a d e s a n t i g u a s para m a n t e n e r los
v í n c u l o s s o c i a l e s y la c o o p e r a c i ó n en el i n t e r i o r de
los grupos. En la sociedad industrial avanzada,
a v e n t u r a b a , la c o o p e r a c i ó n se daría l i b r e m e n t e , de
f o r m a e s p o n t á n e a , g r a c i a s a la n e c e s i d a d de i n t e r -
cambio para satisfacer los intereses individuales.
D u r k h e i m ( 1 8 9 5 ) h a c e u n a d i s t i n c i ó n , e n t r e los
d o s t i p o s d e s o l i d a r i d a d que s e dan e n u n a o r g a n i z a -
c i ó n s o c i a l . L a s s o c i e d a d e s p r i m i t i v a s e s t a r í a n vin-
c u l a d a s por u n a solidaridad mecánica, b a s a d a en un
e s t a d o f u e r t e de c o n c i e n c i a c o l e c t i v a y de i n t e g r a -
c i ó n n o r m a t i v a . Los v a l o r e s e r a n los m i s m o s para
c a d a m i e m b r o de la s o c i e d a d , lo que h a c í a m á s pre-
v i s i b l e la e x i s t e n c i a de la g u e r r a . Con el p r o g r e s o de
la d i v i s i ó n del trabajo, y la c o n s i g u i e n t e d i v e r s i d a d
en las funciones individuales, la sociedad se vincula
por un t i p o de solidaridad orgánica, en la que la
c o o p e r a c i ó n s e b a s a , e n l a c o m p l e m e n t a r i e d a d d e las
partes.
L a s p r e v i s i o n e s que d e s d e los a l b o r e s del c a p i t a -
l i s m o se hicieron sobre la progresiva desaparición
d e l a s g u e r r a s , c o m o c o n s e c u e n c i a l ó g i c a del i n t e r -
c a m b i o e n t r e s o c i e d a d e s , c a d a vez m á s l i g a d a s por
s u s i n t e r e s e s y m e n o s s e p a r a d a s por u n o s v a l o r e s
i n n e c e s a r i o s , s e han v i s t o s o b r a d a m e n t e f r u s t r a d a s
por la r e a l i d a d de dos g u e r r a s m u n d i a l e s y d o c e n a s
de c o n f l i c t o s r e g i o n a l e s o c i v i l e s .
D e s d e u n a p e r s p e c t i v a d i f e r e n t e , Marx c o n s i d e -
raba la e x i s t e n c i a de las distintas Fuerzas Armadas
de los Estados, y las sucesivas guerras entre éstos,

209
c o m o u n a n e c e s i d a d del C a p i t a l por r e p r i m i r a la
clase trabajadora. La violencia política ocupa un
lugar p r i m o r d i a l e n s u s i s t e m a , t a n t o c o m o i n s t r u -
m e n t o d e t o m a del poder por p a r t e del p r o l e t a r i a d o ,
c o m o para l a t r a n s f o r m a c i ó n r a d i c a l d e l o s m o d o s d e
producción. La guerra como sistema, acabaría en el
m o m e n t o e n que s e d i l u y e r a n l a s d i f e r e n c i a s e n t r e
los h o m b r e s .
Esta concepción marxista, ha penetrado fuerte-
mente en la conciencia colectiva contemporánea.
C u a n d o se h a b l a de l a s p o s i b l e s a l t e r n a t i v a s a la
guerra, siempre se afirma que la guerra acabará en
e l m o m e n t o que d e s a p a r e z c a n l a s c a u s a s q u e l a ori-
g i n a r o n . A mi j u i c i o la g u e r r a c o m o i n s t i t u c i ó n a c a -
bará, o al m e n o s a d q u i r i r á un c a r á c t e r m a r g i n a l ,
como ha sucedido con otras i n s t i t u c i o n e s t a m b i é n
p o d e r o s a s y a n t i g u a s , no en el m o m e n t o q u e d e s a p a -
rezcan las causas que la originan, sino c u a n d o a n t e
esas mismas causas no exista la posibilidad de con-
cebir l a s o l u c i ó n m i l i t a r c o m o u n a s o l u c i ó n .
En este utópico estado en el que los i n e v i t a b l e s
c o n f l i c t o s e n t r e los g r u p o s s e s o l u c i o n a r a n d e f o r m a
n o v i o l e n t a , l a paz d e b e r í a a d q u i r i r u n c a r á c t e r i n s -
t i t u c i o n a l e s t a b l e del que a h o r a c a r e c e . C o n u n o s
v a l o r e s bien a s e n t a d o s , que s e t r a n s m i t i r í a n e n u n
p r o c e s o que podría d e n o m i n a r s e de socialización
irenológica, que l l e v a r í a a s o c i a d o un f u e r t e a p a r a t o
normativo.
P a r a l l e g a r a e s t a m a r g i n a c i ó n del a p a r a t o i n s -
titucional de la guerra, es preciso solucionar un
p r o b l e m a f u n d a m e n t a l . Los g r a n d e s c a m b i o s e n l a
h i s t o r i a d e l a h u m a n i d a d , a q u e l l o s q u e n o s h a n li-
brado de la e s c l a v i t u d y han s u p u e s t o un c i e r t o pro-
g r e s o e n las f o r m a s d e r e l a c i ó n e n t r e l o s h o m b r e s ,
han t e n i d o c o m o o r i g e n , p r o c e s o s r e v o l u c i o n a r i o s d e
carácter violento. Pretender cambiar una institu-
ción tan i m p o r t a n t e c o m o l a g u e r r a , n o s u p o n e s ó l o

210
d e s h a c e r un e s t a d o de c o s a s que nos a m e n a z a per-
m a n e n t e m e n t e , s i n o , sobre todo, modificar la forma
h a b i t u a l del c a m b i o de l a s i n s t i t u c i o n e s , e s t o e s , la
v i o l e n c i a . Si se me p e r m i t e la m e t á f o r a , podría de-
c i r s e q u e p u e s t o que la v i o l e n c i a es la partera de la
h i s t o r i a , se t r a t a r í a de dar a luz a la paz en el
f u n e r a l de la c o m a d r o n a .
H a c e a ñ o s que s e i n t e n t a s o l u c i o n a r e s t e casi
i r r e s o l u b l e p r o b l e m a : dotar a la n o - v i o l e n c i a de una
e f e c t i v i d a d s i m i l a r a la de su c o n t r a r i o en el proce-
so de c a m b i o s o c i a l , para no h a c e r del p a c i f i s m o
un i n s t r u m e n t o de p e r p e t u a c i ó n de la i n j u s t i c i a ,
c o n t e s t a d a é s t a con m a n i f e s t a c i o n e s m á s o m e n o s
festivas.
D e s e a r í a q u e los r e s u l t a d o s d e l a i n v e s t i g a c i ó n
q u e h a n s i d o p l a s m a d o s e n e s t e libro, fueran u n a
modesta contribución a este esfuerzo.

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240
 ÍNDICE

PREFACIO 9

PRIMERA PARTE:
INFANCIA Y GUERRA

1. I N V E S T I G A C I Ó N Y GUERRA: UN
PROBLEMA DENTRO DE OTRO 17

2. U S O Y A B U S O DE LA INFANCIA
EN TIEMPO DE GUERRA 23

Víctimas y verdugos 23
I n f a n c i a y p r o p a g a n d a de g u e r r a 29

3. E F E C T O S DIRECTOS DE LA
G U E R R A EN LA INFANCIA 35

4. INFANCIA, GUERRA
Y S A L U D MENTAL 39

Trastornos 43
D e s e n c a d e n a n t e s d e los t r a s t o r n o s 53
Factores atenuantes 57

241
 S E G U N D A PARTE:
LA SOCIALIZACIÓN BÉLICA

5. LA SOCIALIZACIÓN O EL PROCESO
D E CONVERTIRSE E N P E R S O N A 63

¿Qué e s l a s o c i a l i z a c i ó n ? 67
N a t u r a l e z a s o c i a l del ser h u m a n o 68
Formalización de la realidad 74
Cultura y socialización 77
La identidad personal 81
Las i n s t i t u c i o n e s 85

6. LA GUERRA COMO I N S T I T U C I Ó N 91

I d e a s y v a l o r e s de la g u e r r a 96
Carácter normativo de la guerra 100
Colectividades 102
Roles 103
TERCERA PARTE
EL PROCESO DE INTERIORIZACIÓN DE LA G U E R R A

7. LA PERSONA Y EL GRUPO A N T E
EL CONFLICTO BÉLICO 107

Individuo y colectividad:
el p r o b l e m a del c o n f o r m i s m o 107
Violencia y procesos grupales 113

8. ELEMENTOS TEÓRICOS Y METODOLÓGICOS 121

9. LA GUERRA PARA EL N I Ñ O :
CONOCIMIENTO, EMOTIVIDAD,
RACIONALIDAD 129

10. LA INTERIORIZACIÓN DE LOS

VALORES BÉLICOS 139

242
 La p o l a r i z a c i ó n o el p r o b l e m a
del e n e m i g o 139
Compromiso individual
con la I n s t i t u c i ó n - g u e r r a 150

1 1 . EL N I Ñ O COMO ACTOR ANTE

LA GUERRA: EL ROL MILITAR 169

S i g n i f i c a c i ó n del rol m i l i t a r 171

Conductas militares específicas 177

12. G U E R R A Y P E R C E P C I Ó N
DE O B J E T O S BÉLICOS 187

13. N I Ñ O S Y NIÑAS A N T E LA GUERRA 193

EPÍLOGO 201

BIBLIOGRAFÍA 213

ÍNDICE 241

243
 Impreso por
Litografía e Imprenta LIL, S.A.
Apartado 75-1100
San José, Costa Rica
363006