Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
T
!
V ¡di
I1
I PQ431®
7$m
BIBLIOTECA UNIVERSAL.
BIBLIOTECA UNIVERSAL,
COLECCION
C S LOS
MEJORES AUTORES
ANTIGUOS Y MODERNOS,
NACIONALES Y EXTBAKJE¡OS.
TOMO XXI.
11133Í
pe
. s r
ADVERTENCIA DEL EDITOR.
P 5
I
te g r a n d e autor descubre bajo formas de-
licadas y poéticas los más íntimos secretos
de su pasión por Beatriz, en cuya compa-
m
o ñía supuso haber recorrido después los ám-
v-l?/ v bitos del cielo. Aminta es una fábnla pasto-
v; ral de primer ó r d e n , llena d e dulces y tier-
nos p e n s a m i e n t o s , correcta, acabadísima,
reflejo d e lodos los colores y pebetero de
todos los ricos perfumes de la naturale2a.
TA F L ' Í W ' • • • • ' « . B C V » » » « RLVIOR-NEISÍ,
Eu ambas obras s e pinta al a m o r , pero en
W U . \ » EDIPBEIONE* OR CA»ABA DE ». cada una bajo distinto aspecto. E n la Vida
callo d() Peque áo Oeun», n<u»on> J.
Nueva e s , por decirlo a s í , el amor divino
puesto en criatura h u m a n a ; e n Aminta el
a m o r h u m a n o elevado casi á lo divino por LA VIDA NUEVA,
la inocencia y la poesía.
C r e e m o s , por lo tanto, q u e se n o s ha d e DK
agradecer la reunión e n u n solo v o l u m e n
de tan preciadas joyas. La t r a d u c c i ó n d e DANTE ALIGHIERI.
Aminta es u n v e r d a d e r o m o d e l o : no deja-
rá m u c h o q u e desear la d e la Vida Nueva,
donde se c o n s e r v a n hasta los giros y el es-
pecial estilo del altísimo poeta.
Para complemento de este v o l u m e n , da- En aquella parte del libro de mi m e m o -
m o s aún algunos sonetos y canciones d e ria , antes de la cual poco podría referir
Petrarca á L a u r a , traducidos por E n r i q u e encuéntrase u n epígrafe que d i c e : lncipi't
GaEces. Sirvan como d e muestra al lector, Vita Nova: ' A q u í comienza la Vida N u e v a .
ínterin publicamos Los Triunfos de tan ins- bajo el cual están escritas n o pocas cosas
con palabras q u e , si n o textualmente al
pirado vate.
raénos en s u s t a n c i a , apuntaré e n e s t e ' l i -
brito.
N u e v e veces y a , desde q u e n a c í , diera
una vuelta total la esfera celeste, cuando
por vez primera s e presentó á mi vista la
gloriosa dama de mis p e n s a m i e n t o s , á la
cual dieron en llamar Beatriz, por n o acer-
tar á designarla con otro nombre. No h a -
bía a ú n trascurrido del tiempo de s u vida
s m o lo q u e tarda la misma celeste b ó v e d a
en andar hácia el Oriente la duodécima
Nueva e s , por decirlo a s í , el amor divino
puesto en criatura h u m a n a ; e n Aminta el
a m o r h u m a n o elevado casi á lo divino por LA VIDA NUEVA,
la inocencia y la poesía.
C r e e m o s , por lo tanto, q u e se n o s ha d e DK
agradecer la reunión e n u n solo v o l u m e n
de tan preciadas joyas. La t r a d u c c i ó n d e DANTE ALIGHIERI.
Aminta es u n v e r d a d e r o m o d e l o : no deja-
rá m u c h o q u e desear la d e la Vida Nueva,
donde se c o n s e r v a n hasta los giros y el es-
pecial estilo del altísimo poeta.
Para complemento de este v o l u m e n , da- En aquella parte del libro de mi m e m o -
m o s aún algunos sonetos y canciones d e ria , antes de la cual poco podría referir
Petrarca á L a u r a , traducidos por E n r i q u e encuéntrase u n epígrafe que d i c e : lncipi't
GaEces. Sirvan como d e muestra al lector, Vita Nova: ' A q u í comienza la Vida N u e v a .
ínterin publicamos Los Triunfos de tan ins- bajo el cual están escritas n o pocas cosas
con palabras q u e , si n o textualmente al
pirado vate.
rnénos en s u s t a n c i a , apuntaré e n e s t e ' l i -
brito.
N u e v e veces y a , desde q u e n a c í , diera
una vuelta total la esfera celeste, cuando
por vez primera s e presentó á mi vista la
gloriosa dama de mis p e n s a m i e n t o s , á la
cual dieron en llamar Beatriz, por n o acer-
tar á designarla con otro nombre. No h a -
bía a ú n trascurrido del tiempo de s u vida
s m o lo q u e tarda la misma celeste b ó v e d a
en andar hácia el Oriente la duodécima
parle d e un grado, y , por tanto, c u a n d o la q u e el Amor s e e n s e ñ o r e ó de mi alma
conocí áun n o era entrada e n s u s n u e v e u n i é n d o s e tan íntimamente á rila y toman-
años, q u e e n t ó n c e s y o acababa de cumplir. do sobre todo mi sér tal ascendiente, e n vir-
Al aparecerse á mi vista c o n nobilísimo as- tud del-mismo vigor q u e mi imaginación le
pecto , vestida de color rojo, h u m i l d e y ho- c o m u n i c a b a , q u e me sentí forzado á pres-
n e s t a , ceñida graciosamente y adornada tarle completa obediencia. En ta! situación
cual convenia á s u s j u v e n i l e s a ñ o s , sentí sen time como secretamente impplido á ir
q u e el espíritu vital q u e e n lo recóndito del en busca de aquel ángel de j u v e n t u d (cosa
c o r a z o n tiene su m o r a d a , comenzó á latir fácil en aquellos mis p r i m e r o s a ñ o s ) , y á
con gran fuerza en m i pecho y recibió h o n - seguir en pos d e su gentil persona ; hubie-
da impresión todo mi organismo, cual si y o ra podido decir de ella con Homero : «Más
interiormente m e dijera : Ecce Deus fortior parecía hija del mismo Dios que de h o m -
me qui veniens dominabüur mihi (« h é aquí bre mortal. . A pesar de q u e su imágen
á un Dios superior á mí q u e v i e n e á sobre- b e l l a , q u e sin tregua m e perseguía, fuese
p o n é r s e m e » ) . Desde e n t ó n c e s el espíritu el m e d i o de que el A m o r s e valiera para
animal que reside e n el p u n t o d o n d e toda s u b y u g a r m e , tan poderosa virtud h a b i a e n
s e n s a c i ó n es p e r c i b i d a , pareció m a r a v i - eLla, q u e nunca éste pudo d o m i n a r m e has-
llarse grandemente y dirigirse á los ojos ta tal grado, q u e m e hiciera perder el freno
para decirles: Apparuitjam beatitudo ves- de la razón en circunstancias oportunas.
tra ( • y a s e apareció v u e s t r a dicha > )• ^ Mas como quiera q u e podrían parecer á los
á su v e z el espíritu natural q u e tiene s u m á s puras ilusiones de mi fantasía todos
asiento hácia donde el alimento corporal los esfuerzos q u e hacía en resistir á tal pa-
se e l a b o r a , sintióse m o v i d o á llanto y pro- sión en tan tierna edad , no insistiré sobre
rumpió diciendo : Heumiser! quia frecuen- esto en manera alguna , tratando de otras
ter impeditus ero deicenps! ( • A y de m i ' cosas grabadas en mi memoria con más in-
cuan atormentado seré e n adelante! • ) Y delebles caracléres.
en verdad q u e desde e n t ó n c e s puedo decir Trascurrido el plazo s u b i e n t e para q u e
mi a m a d a h u b i e s e cumplido los n u e v e años
oi q u e me decía: Ego Dominus tutu (« Yo
de e d a d , despues de aquella tan sobrena-
s o y tu s e ñ o r » ) . Asimismo creí v e r q u e so-
tural aparición , v o l v i ó s e m e á presentar de
bre s u s brazos yacía una j ó v e n ligeramen-
n u e v o cierto dia , vestida d e u n a b l a n q u í -
te envuelta e n una rojiza t ú n i c a ; miré más
sima t ú n i c a , entre dos n o poco gentiles
atentamente y p u d e e n t ó n c e s v e n i r e n co-
d a m a s , si bien de edad más m a d u r a . A su
nocimiento de q u e n o era otra sino aque-
p a s o , y v o l v i e n d o los ojos hacia mi teme-
lla en quien se cifraba todo mi bien, la q u e
roso , con imponderable cortesía que y a
tan amable saludo m e dirigiera. El m i s m o
el cielo habrá r e c o m p e n s a d o , s a l u d ó m e tan
misterioso y g r a v e personaje me mostraba
e x p r e s i v a m e n t e , q u e m e creí trasportado
e n u n a de s u s m a n o s c o m o un cuerpo e n -
á los últimos términos de la beatitud. La
cendido en llamas, y parecía decirme: Vide
hora e n q u e m e dirigió este amabilísimo
cor tuum ( . Mira tu corazon . ) . Pasados
saludo fué p r ó x i m a m e n t e la d e nona ; y co-
breves instantes y despertando á la que
mo quiera q u e ésta fuese la v e z primera
d o r m í a , con n o poco esfuerzo de su parte
que el timbre d e s u v o z llegó á m i s oídos,
la introducía en la boca aquel ardiente co-
m e embargó tan dulce turbación, q u e , co-
razon , n o sin gran repugnancia de ella. No
m o fuera de m í , me retiré á lugar solitario
s e tardaba m u c h o tiempo, y ya aquel ale-
e n u n rincón de mi e s t a n c i a , entregándo-
gre semblante que primero m o s t r á r a , nu-
m e sólo á pensamientos d e ella y de su
blábase con amarguísimo llanto; y d e esta
amable cortesía. E n tal disposición m e e n -
suerte m e parecía que se replegaba dentro
tregué á u n dulce s u e ñ o en q u e m e sobre-
de s u s m i s m o s brazos y volaba al cielo.
vino una visión maravillosa : veíame co-
Así aquejado y o de cruel angustia desper-
mo rodeado de una n u b e de color de fue-
té a z o r a d o , y s e g ú n pude c o m p r e n d e r m e
go , á t r a v é s de la cual percibía la figura
había s o b r e v e n i d o tan extraña visión e n la
d e u n varón de aspecto venerable y d e
cuarta hora de la n o c h e , y por c o n s i g u i e n -
semblante placentero. E n t r e otras m u c h a s
t e , en la primera de las n u e v e últimas de
palabras que y o apenas podía comprender,
la misma. Meditando despues s o b r e lan
teria tratada en este s o n e t o ; e n t r e los au-
misterioso sueño, creí deber comunicarlo
tores de ellas h u b o u n o á quien y o desde
con algunos insignes p o e t a s y t r o v a d o r e s e n t o n c e s p u d e llamar mi primer amigo,
de aquel t i e m p o , y como ya hubiese ex- puesto q u e , luego q u e fué sabedor de ser
perimentado serme á mí m i s m o fácil el y o quien esperaba su respuesta , me e s c r i -
arte d e la r i m a , m e p u o p u s e , s a l u d a n d o bió cierto s o u c t o , e n t ó n c e s oculto á todos,
d e paso á lodos los fieles a m a d o r e s , y c o n al presente c o n o c i d o y a hasta de los más
objeto de q u e juzgasen acerca d e mi vi- ignorantes.
sión e x t r a o r d i n a r i a , c o m p o n e r este so-
A contar del dia en que se m e presentó
neto :
m i ideal visión , mi espíritu q u e d ó lan pre-
ocupado, q u e fui inhábil para t o d o , entre-
« A t o d a alma cautiva, á todo noble cora-
g á n d o s e por completo mí pensamiento al de
zon á quien llegaren estas mis palabras que
la hermosa y gentil criatura. Tornóse mi
en són de consulta quiero d i r i g i r l e s , salud,
en nombre de su señor el Amor. natural débil y flaco; hasta á los amigos
>> Ya casi trascurridas las horas -en que las pesaba de mi encuentro, y si m e dirigían
' estrellas envían su resplandor á los mortales, la palabra, era tan sólo con el fin de inqui-
A m o r , cuya esencia ni quiero recordar, se rir lo q u e y o intentaba precisamente guar-
me ¡¡pareció de repente. dar secreto en el fondo d e mi pecho. No
» Con apacible semblante mostraba en su era f á c i l , con t o d o , q u e s e ocultasen al
mano mi propio corazón, y una hermosa jó- m u n d o las h u e l l a s q u e el amor i m p r i m i e -
ven ligeramente vestida descansaba dur- ra sobre mí f r e n t e , y así solía responder á
miendo sobre sus brazos. a l g u n o s v a g a m e n t e en el sentido de ser es-
» Despertándola, hacíala comer de aquel ta pasión la q u e á tal punto m e habia con-
ardiente corazon; ella obedecía humilde, y d u c i d o ; si s u impertinencia iba más allá
esta visión so apartaba de mi v i s t a , no sin
hasta querer s a b e r el n o m b r e de mí a m a -
dejarme sumido en amargo llanto.»
da , mirábales s o n r i e n d o y sellaba s u s la-
bios con m i p r o f u n d o silencio.
Muchas y m u y d i v e r s a s sentencias f u e -
ron dadas como interpretaciones de la ma-
Sucedió un dia hallarse la gentil señora á los más, y c o n este fin llegué hasta com-
de mis p e n s a m i e n t o s en cierto lugar sagra- poner algunas rimas que n o quiero tras-
do, en una festividad en q u e s e tributaban cribir, a u n q u e inteucionalmente fuesen di-
h o n o r e s y alabanzas á la Reina de los cie- rigidas á mi bella Beatriz y contuviesen
los. Allí fui y o también, c o l o c á n d o m e en alabanzas en pro de mi a m a d o bien.
¡Vente de ella de modo q u e pudiese gozar Por aquel m i s m o tiempo en que con ta-
la dicha de c o n t e m p l a r l a ; cómo s e inter- les artes encubría el v e r d a d e r o objeto de
pusiese en m e d i o de ambos y en línea rec- mi pasión amorosa, m e s o b r e v i n o g r a n de-
ta cierta apuesta dama de noble presencia seo de celebrar el n o m b r e de mi amada
q u e dirigía de c o n t i n u o s u s miradas á mezclado con el de otras m u c h a s j ó v e n e s ,
m i persona ( s i n d u d a maravillada de mi y m á s particularmente con el de mi s u -
m i s m a distracción ó acaso pensando ser puesta dama ; así p u e s , escogiendo los d e
ella el objeto d e mi c u r i o s i d a d ) , n o faltó sesenta d e las m á s bellas d e aquella ciu-
quien s e apercibiera d e ello y llegase á de- d a d , patria, por voluntad del Altísimo, de
cir á mis e s p a l d a s : « Mucho miraba á éste la mia, escribí cierta e p í s t o l a , q u e n o tras-
«quella dama», y p r o n u n c i a n d o s u n o m b r e cribo aquí ni a u n tomaría e n mientes si n o
al decir esto p u d e asegurarme q u e no s e fuera por q u e , e n virtud de no s é q u é m i s -
referían á otra s i n o á la que había ocupa- terioso artificio, s e verificó q u e no pude
do el c e n t r o de la línea recta q u e , partien- colocar el n o m b r e de mi d a m a , á causa de
d o de Beatriz, terminaba en m i s ávidos la r i m a , sino el n o v e n o entre los n o m b r e s
ojos. Alegréme con esto no poco, seguro ya de las otras.
de q u e mi c o n t i n u o mirar n o m e había he- Mas en t a n t o , aquella por c u y o medio
cho traición d i v u l g a n d o mi dulce secreto. habia podido ocultar mi verdadera pasión,
Y de este e r r o r m e p r o p u s e sacar partido, tuvo que ausentarse d e la ciudad y partir-
e s c u d á n d o m e c o n aquella gentil dama c o - se á lejanas tierras; q u e d é m e con esto tan
m o c o n u n a égida que ocultase al m u n d o desorientado y c o n f u s o , cual nunca hubie-
v e r d a d ; asi logré e n g a ñ a r én este p u n t o ra podido imaginar ; pero reflexionando
q u e , d e n o mostrar de a l g ú n m o d e mi sen-
llamar á sí á cierta j ó v e n d e bellas p r e n -
timiento por aquella ausencia, se haria más
das y g r a n d e m e n t e celebrada en la mis-
pronto patente mi s e c r e t o , decidí e x p o -
ma ciudad ; y t e n i e n d o y o ocasion de
n e r mis l a m e n t o s en u n soneto q u e c o p i a -
contemplar su inerte c u e r p o , al cual ren-
r é , p o r ser mi dama aludida en él en cier-
dían último tributo de dolor várias pia-
tas e x p r e s i o n e s q u e sin duda podrá com-
dosas m u j e r e s , hice memoria de haberla
prender el lector, ü e c i a a s í :
visto algunas veces en compañía del objeto
de mis d e s v e l o s ; no pude evitar el verter
« ¡ Oh, vosotros que pasais por las vías del algunas l á g r i m a s , y á u n m e propuse h o n -
Amor, paraos y ved si hay algún dolor com- rar s u memoria en los d o s s o n e t o s q u e Si-
parable al m i ó ! Sólo os ruego t e n g á i s á bien guen, en que se ponen de manifiesto estas
escucharme por breves instantes y despues circunstancias:
juzgad si está ó no cifrado en mí todo mal.
» N o y a por mis méritos, escasos cierta- « Llorad, amantes, puesto que Amor llora,
m e n t e , más por su misma excelencia, dióme y sabed la causa de sus lamentos, y a que
el Amor vida tan dulce y s u a v e que pudo convoca á piadoso llanto á estas mujeres que
oir á muchos decir de m í : «¿Acaso merece muestran en tan amargas lágrimas su duelo.
este corazon gozar do tan gran dicha? »Muerte traidora arrebató esta flor, áun
» Mas ¡ ah! y a perdió éste toda la impe- antes que el mundo percibiese su perfume y
tuosa alegría nacida de su amado tesoro y hablase en su alabanza.
y a no sabe sino callar. » E l mismo Amor honró tanto su memo-
» Y cual aquellos que se esconden con ver- ria , que en forma visible se le vió lamentán-
güenza de su misma poquedad, fingiendo ex- dose sobre los inanimados restos,
terior tranquilidad, más llora y se destroz •>. » Y dirigir sus ojos hácia el cielo, y a m o -
interiormente.» rada eterna da l a , cual n i n g u n a , bellísima
doneella.»
No mucho d e s p u e s de la partida d e la
referida d a m a , plugo al S u m o Hacedor « Muerte v i l , ajena á la compasion, anti-
g u a madre del dolor, de terrible é irrevoca-
ble f a l l o , pues que has. sumido en lo pro- en grata c o m p a ñ í a , h í z o s e m e en e x t r e m o
fundo del dolor á mi corazon, no ha de cejar penoso aquel v i a j e , por n o poder mi p e -
mi lengua un punto en tus vituperios. cho desahogar la pena que le aquejaba á
J> Y pues tan ajena á la piedad te mues- medida q u e s e separaba de su único b i e n .
tras , bien es que publique tos perversas in- Representábaseme mi d u e ñ o el A m o r — q u e
tenciones ; no porque á nadie estén ocultas,
tan dulcemente m e tiranizaba con la imá-
sino para inducir á mayor enojo el corazon
gen d e m i a d o r a d a — c u a l pobre y mal ves-
de los que en lo futuro cediesen á los halagos
de Amor. tido p e r e g r i n o , q u e - c o m o distraído, fijaba
» Arrebataste de la tierra un ángel de sin sus o j o s , ora en la tierra, ora en u n a her-
igual dulzura y cortesía, cuando más brilla- mosa ribera por do s e deslizaba límpida y
ban en ella los encantos de la gracia y la ju- cristalina corriente, no léjos del camino
ventud ; con ella destruíste en Un punto t o - que y o seguía. En m e d i o de mi delirio, creía
das las delicias amorosas. oir q u e m e decia: « He visto á aquella da-
» N o diré el nombre de esta d a m a , pues ma q u e e n c u b r i ó por tanto tiempo tu amor
harto publica sus virtudes la f a m a . Quien no y sé q u e su ausencia será perpétua; e m p e -
sea digno de la salud eterna, pierda toda es-
r o , c o m o s o y d u e ñ o del corazon q u e simu-
peranza de estar en su compañía.»
ladamente la c o n s a g r a b a s , le depositaré en
el de otra dama q u e , cual la primera , te
servirá para que cese toda s o s p e c h a . » Dió-
N o m u c h o despjies de la m u e r t e de esta
niela e n t ó n c e s á conocer p o r su n o m b r e , y
j o v e n , h u b e , por ciertas circunstancias, de
añadió: «Si tratas de repetir algunas de mis
ausentarme de aquella c i u d a d , llevándo-
palabras, guárdate d e descubrir el secreto
m e la casualidad hácia d o n d e residía aque-
de este aparente a m o r hácia ambas damas,
lla otra d a m a q u e por algún tiempo m e
ó el que e n adelante te c o n v i n i e s e fingir
sirviera para disimular mi v e r d a d e r o amor,
por alguna otra. • Y dicho e s t o , d e s a p a r e -
si bien n o llegué hasta el mismo punto de
ció súbitamente de mí esta f a n t a s í a , d e -
s u residencia; y no obstante q u e c a m i n é
jando h o n d a m e n t e impresionado á mi e s -
píritu en tal m a n e r a , que todo aquel día
caminé p e n s a t i v o , c o n d e m u d a d o semblan- mi pretendida pasión, q u e llegaron algunos
t e , y arrojando frecuentes suspiros. Al fin á referirlo en t é r m i n o s para mí hasta poco
de aquella jornada p u d e componer este . d e c o r o s o s , lo cual h u b o de enojarme na-
soneto: turalmente. Estes h a b l a d u r í a s con que se
pretendió p o n e r tilde á mi fama hicieron
« Cabalgando ayer por un camino, no poco efecto hasta en el á n i m o de la noble Bea-
preocupado y marchando á pesar m i ó , me triz, reina d é todas las virtudes y destruc-
encontré frente á frente al Amor, vestido con tora d e todos los v i c i o s ; y á tanto llegó,
ligero traje de peregrino. que h a b i é n d o n o s e n c o n t r a d o casualmente
»Parecióme á primera vista de ruin y po- al-paso, m e negó s u dulce s a l u d o , en q u e
bre aspecto, cual si hubiese declinadlo su
estribaba e n t ó n c e s mi ú n i c a v e n t u r a . Sí,
prestigio ; suspiraba mustio y cabizbajo es-
en esto cifraba mi dicha toda: c u a n d o s e
quivando toda mirada.
»Lnégo que se apercibió de mi me llamó me aparecía mi d u l c e b i e n , ' d o n d e quiera
por mi nombre, diciéndome : « De léjos ven- que f u e s e , c o n la esperanza d e que m e sa-
»go: de allí donde tu corazon, por mi volun- l u d a s e , m e olvidaba primeramente de to-
t a d , y a c i a cautivo. dos mis e n e m i g o s , y u n a e n c e n d i d a cari-
»Mas ahora le he arrancado de allí, á fin d a d inflamaba súbitamente mi p e c h o , de-
»de que perciba nuevos placeres.» Tal emo- seando p e r d o n a r á todos los q u e en algún
cion sentí cou estas palabras, que, sin y o no- modo m e hubiesen ofendido ; y si alguno
tarlo, se partió de mi lado desapareciendo
m e h u b i e s e dirigido e n t ó n c e s cualquier
la visión.»
p r e g u n t a , s o l a m e n t e hubiera sabido con-
testarle con esta palabra Amor, pronun-
Vuelto ya de mi viaje d í m e á averiguar
ciada con acento d e h u m i l d a d . Y áun más,
cuál pudiese ser aquella dama q u e el A m o r
si Beatriz hacía a d e m a n de s a l u d a r m e , el
m e anunciára e n el c a m i n o de los suspi-
espíritu amoroso, s o b r e p o n i é n d o s e á todos
ros. Para abreviar, diré q u e e n corto plazo
los otros espíritus s e n s i t i v o s , hacía q u e se
hallé m a n e r a de fingir tan perfectamente
mostrasen m á s al exterior los débiles espí-
ritus de la vista, d i c i é n d o l e s : «Id y honrad m e , cual el tierno-iufante despues del c a s -
á vuestra Señora • , t o r n a n d o luego aquel tigo sufrido. E n medio de m i s b e ñ ó pare-
primer espíritu á ocupar s u lugar. Cual- cíame distinguir q u e , n o Iéjos de mí, y e n
quiera que hubiese querido conocer al aquella misma m a n s i ó n , se m e aparecía
Amor hubiera podido fácilmente observar- cierto m a n c e b o , v e s t i d o todo de blanco, en
le en !a e x p r e s i ó n de m i s ojos. Cuando mi a d e m a n p e n s a t i v o y c o m o mirando al lado
noble dama s a l u d a b a , n o solamente el en que m e e n c o n t r a b a ; éste m e decia: Fili
A m o r era incapaz de privarme de mi exce- mi, tempus est ut prcetermütanlur simulacro
siva f e l i c i d a d , s i n o q u e también él m i s m o nostra (* Tiempo e s , h i j o mío , de acabar
quedaba tal con esta dulzura, q u e mi cuer- con n u e s t r o s v a n o s ' e n s u e ñ o s » ) . Recono-
po, en u n todo s o m e t i d o á s u p o d e r , per- cíle e n t ó n c e s , p u e s q u e m e llamaba cual
manecía c o m o i n e r t e é inanimado. Así me otras v e c e s , y p u d e v e r , fijándome más,
persuadía á q u e e n s u salud moraba mi q u e , m o v i d o de compasión p o r m í , l l o r a -
dicha , n o obstante q u e á m e n u d o s o b r e - ba. Como m e pareciese q u e aguardaba m i
pujaba y excedía á mis facultades. r e s p u e s t a , comencé" á d e c i r l e : « S e ñ o r de
Mas v o l v i e n d o á mi propósito, d e s p u e s toda n o b l e z a , ¿ p o r q u é l l o r a s ? . S u r e s -
d e h a b e r m e n e g a d o el para mí tan dulce puesta fué d e c i r m e : Ego íanquam centruvi
c o n s u e l o de su s a l u d o , tanto pudo en mí circuli, cui simili modo se habent circumfe-
el d o l o r , que h u y e n d o d e las g e n t e s á lu- re.ntia: partes; tu autem nonsic ( • S o y c o -
gar solitario, regué la tierra con llanto mo el centro del c í r c u l o , al cual s e refie-
a m a r g u í s i m o , y á u n despues de haber des- ren todos los puntos de la circunferencia;
a h o g a d o algún tanto mi p e n a , m e retiré no así tú»), «¿.Porqué m e hablas con tanta
m á s a ú n adonde pudiese libremente dar o s c u r i d a d ? , r e p u s e y o ; entónce's, respon-
rienda suelta á mi d o l o r : allí imploraba d i é n d o m e ya en lengua vulgar , m e dijo :
misericordia d e mi amada; allí invocaba * No m e preguntes s i n o cosas útiles. • E n -
al Amor para q u e viniese e n s o c o r r o d e su tonces le referí mi aflicción y su causa, e s -
fiel siervo. De está suerte llegué á d o r m i r - to e s , habérseme n e g a d o aquel s a l u d o ; é
interrogado acerca del motivó de e s t o , re- c o m p o n i é n d o l o todo con s u a v e armonía, e n
p u s o : - N u e s t r a Beatriz ha llegado á saber, la cual tomaré parte cuanto menester fuese.
hablando de tí con ciertas p e r s o n a s , c ó m o Esto dicho desapareció é i n t e r r u m p i ó s e
aquella dama que te m o s t r é en el c a m i n o mi s u e ñ o . V i n i e n d o á c u e n t a s conmigo
d e los s u s p i r o s habia recibido de tí algu- m i s m o , p u d e inferir q u e semejante visión
na o f e n s a , y como quiera q u e su d e l i c a - m e habia s o b r e v e n i d o e n la novena hora
deza n o puede soportar n i . l a m á s ligera del dia; salí luégo d e mi estancia dispuesto
sospecha de mal causadtf'á nad:e, no se ha á c o m p o n e r u n a balada en obediencia á lo'
dignado s a l u d a r t e , t e m i e n d o que p u d i e s e s que mi s e ñ o r m e i m p u s i e r a ; fué así como
ser culpable. Mas al mismo t i e m p o , como sigue :
te c o n o c e bien y es sabedora de tu secre-
t o , quiero que compongas u n o s versos en « Balada m i a , v e en busca del Amor; con
q u e e s p r e s e s cuánto dominio ejerce s o b r e él preséntate ante mi s e ñ o r a , á fin de que,
tí su v i r t u d , habiéndole pertenecido des- cantando tú para disculparme, la hables
de tus m á s tiernos años. De esto toma por con su ayuda en f a v o r mió. Tan cortés vas
y tan modesta que sola podrías doquiera
testigo á aquel que lo sabe, y dile cómo le
presentarte sin temor; mas para tu mayor
ruegas q u e á este propósito diga toda te
s e g u r i d a d , v e en busca del Amor; acaso no
v e r d a d , p u d i e n d o estar cierto de q u e yo,
te convenga ir sin su compañía, pues aque-
que s o y é s t e , diré cuanto sepa. Por esté lla que h a de escuchar tus acentos, de tal
camino llegará á conocer ella tus v e r d a d e - manera está airada contra m í , q u e , s e g ú n
ras i n t e n c i o n e s , y rechazará cuanto mal creo, podría, darte mal acogimiento si el
han hablado de tí sin fundamento. En es- Amor no se hallase á su lado. Ya delante de
tos v e r s o s h a z por g u a r d a r u n t é r m i n o mi señora, obtenida su vénia, comiénzala á
m e d i o , sin hablar con ella directamente, decir dulcemente : «Señora, á vos me envía
como si n o fueses digno: c u i d a , e s fin, de »quien desea tengáis á bien escuchar sus dis-
enviarla lo que escribas á lugar d o n d e yo »culpas; el Amor que m e acompaña podrá
m e e n c u e n t r e y pueda dárselo á entender, »deciros cómo ha dominado por vos su cora-
»zon; que el vuestro adivine la causa de que
»el mismo Amor le h a y a obligado á dirigir defenderme. Cuatro c o n s i d e r a c i o n e s , s o -
»sus ojos á otra.» bre t o d o , privaban á mi á n i m o de reposo.
»Y aun di más, balada m i a ; di que mi Por una parte m e decía: el i m p e r i o de A m o r
eorazon está tan firme en su f e que todos sns bueno s e r á , puesto q u e aparta á s u s fieles
movimientos se encaminan tan sólo á obe- s i e r v o s de todas las cosas v i l e s ; m a s otro
decerla ciegamente, pues tan jóven se la en-
pensamiento venía á neutralizar el efecto
tregó y desde entónces siempre la ha perte-
necido. Si no diese f e á tus palabras, dilaque d e ' é s t e ; n o p u e d e s e r , m e decia , sino fa-
consulte sobre esto al A m o r , y si ánn así no tal el influjo del A m o r , puesto q u e cuanto
quisiese perdonarme, suplícala üumilde que con m á s ciega obediencia se le entrega el
m e envie órden de morir por ella, y entón- e o r a z o n , á m á s graves y dolorosos tor-
ces podrá asegurarse bien de mi c i e g a obe- mentos le condena. La tercera considera-
diencia. ción era q u e : s i e n d o el n o m b r e d e A m o r
»Y en cnanto al A m o r , principio de toda cosa tan dulce y g r a t a , no p u e d e p r o d u c i r
compasion, que bien sabrá defender mi cau- sino cosas también dulces y gratas , toda
sa, dile, ántes que se aparte de su presencia:
vez q u e es v e r d a d aquel principio d e q u e
«Dueño mió, en gracia de mi dulce canto, no
los n o m b r e s s o n la c o n s e c u e n c i a d e las co-
te apartes de ella jamas, di cuanto quisieres
á tu fiel siervo y s i , gracias á tus súplicas, s a s , Nomina sunt consequentia rerum. La
está y a perdonado, anúnciale esta paz con c u a r t a , e n fin, m e hacía pensar q u e la
afable rostro.» ¡Vé, s í , oh balada m i a ! elige dama q u e absorbía todos mis p e n s a m i e n -
la ocasion más oportuna y t u y a será toda la tos n o e r a , c o m o otras m u j e r e s , fácil de
gloria del éxito.» ser vencida. Cada u n o d e estos pensamien-
tos se sobreponía s u c e s i v a m e n t e en mi
mente y andaba s u m a m e n t e indeciso sin
Despues d e esta v i s i ó n , y dichas por' m í
saber qué camino seguir ni por d ó n d e em-
aquellas palabras que el propio A m o r m e
pezar mi derrotero. C u a n d o , e n medio de
dictára, asaltaron y combatieron mi e s p í r i -
mis e s f u e r z o s , buscaba u n t é r m i n o medio
tu d i v e r s o s y e n c o n t r a d o s afectos con vio-
á estos distantes e x t r e m o s , habia para mí
lencia tal, q u e n o m e daban lugar para
á u n m a y o r dificultad en apelar á la pie-
dad y arrojarme c o n f i a d a m e n t e en s u s bra- c o n d u c i r m e , m a s fiado de su amistad lle-
zos. En tal situación v í n o m e deseo d e com- gamos , en fin , al lugar de la reunión. En-
poner el siguiente soneto f tóneos le pregunté á q u é fin h a b í a m o s ve-
nido á v e r tan amables d a m a s , y respon-
«Mis pensamientos todos se refieren al dió q u e para q u e tuviesen más dignos
Amor, mas con tanta variedad entre sí, que servidores. El caso era q u e todas ellas
miéntras por los unos m e someto á su domi- formaban el cortejo de una nobilísima don-
m i o , en otros dudo acaso de su poder. cella , desposada aquel m i s m o dia, á q u i e a
»Ora siento inefable dulzura, movido de habían de a c o m p a ñ a r en el banquete de
esperanza, ora prorumpo en amargo llan- b o d a , s e g ú n el uso de aquella c i u d a d , en
to d e . desconsuelo, siendo invariable sola- la morada de su esposo. En cuanto á mí,
mente en el deseo de buscar remedio á mi c r e y e n d o corresponder á los deseos de mi
dolor. a m i g o , me p r o p u s e servir á aquellas da-
» A s í , estoy rodeado de ineertidumbré, n o m a s e n cuanto se ofreciese ; m a s , una v e z
sé cómo hablar ni cómo tranquilizar m i amó-
en presencia de toda la r e u n i ó n , sentí re-
rosa pasión.
p e n t i n a m e n t e hácia el lado izquierdo de
» Y llamando en mi auxilio á todos estos
mi pecho un extraordinario t e m b l o r , q u e
encontrados a f e c t o s , imploro también el f a -
vor de mi enemiga señora, la piedad para á su vez s e c o m u n i c ó á todo mi sér. Para
que me defienda y ampare.» n o caer h u b e de a p o y a r m e e n u n pintado
frisó que rodeaba toda la e s t a n c i a , y te-
Despues d e esta porfía de opuestos pen- m i e n d o que alguno se apercibiese del caso,
samientos s u c e d i ó q u e , r e u n i é n d o s e en disimulé euanto pude, alcé los ojos, y pude
cierto lugar mi n o b l e s e ñ o r a con otras v a - ver entre las otras d a m a s á mi gentilísima
Beatriz. E n t ó n c e s , de tal m a n e r a s e ocu-
rias damas d e d i s t i n c i ó n , u n amigo mió,
paron todas m i s potencias por la fuerza
c r e y e n d o h a c e r m e o b s e q u i o , quiso llevar-
de Amor , al sentirme tan cerca del objeto
m e a l l í , d ó n d e tantas bellezas s e ofrecían
a m a d o , q u e no m e q u e d ó v i d a sino en
á la vista. Yo ignoraba a d o n d e quería
los ojos para mirar, y á u n éstos c o m o
fuera de s u s órbitas, porque el A m o r que- bien sentiría por mí gran compasion.» Dan-
ría ocupar su lugar para admirar más de do así rienda suelta á m i dolor quise pin-
cerca s u sin par h e r m o s u r a ; y áun d e s - tarle al Y' v o> mí súbita m u d a n z a , y lo
pues de repuesto un tanto de m i t u r b a - oculta q u e para todos estaba la v e r d a -
c i ó n , m e apenaba el calcular que aquéllos dera causa ( q u e á n o estarlo hallára en
habían de publicar mi s e c r e t o y quejarse m u c h o s palabras de consuelo 1 } en el si-
d i c i e n d o : • Si A m o r no n o s hubiese, así guiente s o n e t o , q u e deseaba llegase á o í -
t u r b a d o , p o d r í a m o s disfrutar de la vista dos de mi dulce bien :
d e tan maravillosa hermosura.
«No os riáis de mi, sefiora, hablando con
Apercibidas algunas de a q u e l l a s damas otras d a m a s , porque si bien reflexionáis, no
de mi súbita emocion, comenzaron á admi- es otra la causa de mi turbación que el haber
rarse y h a c e r girar sobre mí la conversa- contemplado vuestra beldad.
ción con maliciosas sonrisas. Luégo que » A h , si lo supieseis, no podría vuestra pie-
mi a m i g o se apercibió d e ello rae tomó de dad resistirse á tal prueba. Amor que cerca
la m a n o , y s a c á n d o m e fuera m e preguntó «le vos me halla, se apoderado mi albedrío.
q u e m e sucedía. Respondíle con frases en- 3) Y agitando mi espíritu, queda él sólo
trecortadas hasta tanto q u e m i espíritu duefio de miraros.
» T a n t a conmoción se pinta en mi sem-
r e c o b r ó algún tanto la calma y el reposo
blante, siempre que penetran en mi corazon
v o l v i e n d o y o á ser d u e ñ o d e m i s faculta-
sus crueles punzadas, B
des. « H e p u e s t o , le dije, el pié e n u n a
s e n d a e n q u e n o es posible retroceda u n
Despues de tan peregrinos s u c e s o s s o -
paso. . E n t ó n e o s m e retiré á m i aposento
b r e v í n o m e u n a tan fatigosa pesadilla que
para estar s o l o , llorar y sentir m á s mi
n o m e dejaba punto de reposo, y m e pa-
afrenta, d i c i é n d o s e entre sollozos:« Si mí
recía que era argüido y r e c o n v e n i d o e n los
amada s u p i e s e el estado á que m e ha re-
siguientes t é r m i n o s : «Si tan mal papel
d u c i d o , nq creo q u e s e m o f á r a de m i e n t e s
representas a n t e tu d a m a , ¿por q u é e s e
afán que tienes en buscarla ? Y si ella te »Coínpásion, sí, cuandofen mis tristes mi-
llamase á su p r e s e n c i a , ¿qué responderías radas se pinta el deseo de la muerte, no el de
toda vez q u e fueses d u e ñ o de tí mismo? conmover el eorazon ajeno.»
Un p e n s a m i e n t o de h u m i l d a d venía e n t ó n -
ces en mi a y u d a dictándome esta respues- Escrito este soneto m e o c u r r i ó el expre-
ta : «En este c a s o , e s t a n d o en mi acuerdo, sar cuatro distintas e m o c i o n e s q u e sentía
diría á mi amada que, al pensar e n s u respecto á mi actual estado y q u e áun creo
h e r m o s u r a , m e asalta tan fuerte y ardo- no he dado á conocer Condolíame, en pri-
roso deseo de v e r l a , q u e esto amortigua y mer l u g a r , siempre q u e mi memoria recor-
apaga e n mi memoria todo otro pensa- daba los efectos q u e el A m o r me causára; el
miento contrario, que ni se m e acuerdan m i s m o Amor-me asaltaba ademas tan fuerte-
los pasados tormentos ni ambiciono otra mente que no'me quedaba m á s señal de vida
cosa q u e mirarla. Tan varios afectos m e que el p e n s a m i e n t o fijo en mi dama. Cuan-
inspiraron el soneto s i g u i e n t e : do así el Amor m e combatía , aturdido y
c o n f u s o , acudía en busca d e el\a, c o m o si
me olvidase d e cuanto m e sucedía en c o n -
«Todo cuanto á mi imaginación se presen- trario en sintiéndome cerca de su noble
ta se extingue y desvanece ante tu bella persona ; s u v i s t a , en e f e c t o , léjos de c o n -
imágen, ¡oh bien mió! Si de cerca te miro, el fortarme en los c o m b a t e s , acababa, por el
amor parece que m e dice : « huye si no quie- c o n t r a r i o , con las pocas fuerzas q u e m e
»res sucumbir, s
quedaban. A este fin exclamaba :
»En mi rostro se pinta la agitación de m i
ánimo. Paréceme que oigo anunciar mi pro-
« D e continuo se pinta en mi mente la
pio fin cuando en busea de consuelo, cuando triste suerte á que Amor me ha reducido, y
en medio de m i s temores, creo oir resonar por lleno de conmoeion no puedo por menos de
todos los ámbitos : «¡ muera! ¡ muera!» exclamar : «¡Ay de mí, á quien sólo suceden
» P e c a , en verdad, quien viéndome desfa- »tamaños males!»
llecido no m e conforta con alguna muestra
» A punto estoy de perder m i vida en loa
de compasión.
continuos asaltos de Amor. U n espíritu sólo
2
\
apOCOp3dos d e
^ » ( O m a n n a ) , y Bea-
(1) L e n g u a d e oc, p r o v e n z a l ; l e n g u a d e si, italiano.
cuenta a ñ o s á partir del presente. Esto hi-
zo que s e llamasen los primeros en decir cultades al cantor e n r i m a , tailto más cuan-
en lengua v u l g a r , d e c i d o r e s ó narradores to n o s e expresa por puro capricho, sino
en l e n g u a d e si. Y lo que m o v i ó , s e dice, en términos q u e podrían decirse m u y bien
a! primero de t o d o s , no fué sino el deseo en prosa.
de darse mejor á e n t e n d e r de cierta dama E n cuanto á q u e los poetas s e h a n e x -
á quien era desconocida la lengua latina. presado del modo q u e queda d i c h o , t e n e -
Esto sirva de ejemplo á los que riman otras mos la prueba en Virgilio, el cual dice q u e
materias que las de a m o r , siendo así que J u n o , es d e c i r , una divinidad enemiga de
los t r o y a n o s , habló á E o l o , s e ñ o r d e los
la rima fué inventada con el fin de cantar
vientos, en el primer libro de la Eneida, e n
cosas de amor. Sigúese d e aquí, q u e como
aquel pasaje:
siempre s e haya c o n c e d i d o á los poetas
más libertad y desembarazo q u e á los pro-
Eole, namque tibi, etc.
sistas , á estos r i m a d o r e s , q u e n o son otra
cosa q u e poetas en l e n g u a v u l g a r , debe Y Eolo r e s p o n d e :
otorgárseles igual p r i v i l e g i o , y así debe
también c o n c e d é r s e l e s el uso d e figuras y Tuus, ó regina, quid optes
giros poéticos como á los d e m á s poetas. Explorare labor: mihijussa capesserefas est.
De cuanto s e sigue vengo á concluir que,
El m i s m o poeta h a c e q u e una cosa i n -
si c o n v e n i m o s en q u e los poetas h a n h a -
animada hable á otras a n i m a d a s en el s e -
blado de cosas i n a n i m a d a s , c o m o si r e a l -
g u n d o libro del m i s m o poema:
mente tuviesen sentidos y estuviesen dota-
das de r a z ó n , y las h a n hecho estar e n ^ Dardamidae duri. etc.
mutua c o m u n i c a c i ó n , n o ya con cosas ver-
daderas sino hasta con falsas, haciendo Y en Lucano u n a cosa animada habla
hablar á los accidentes como sustancias c o n u n a inanimada.
reales ú h o m b r e s , j u s t o es dar iguales fa-
Multum, Roma, tamen debes civilibus armis
E n Horacio el hombre habla con sn pro'
á algunos q u e riman d e esta m a n e r a vacía
pia ciencia como con otra p e r s o n a , c u y a s
de sentido.
palabras n o s o n tan sólo d e este p o e t a , si-
n o q u e e n cierto m o d o habla con Homero Tanto excitaba aquella noble j ó v e n la
c u a n d o dice en su Poética: admiración de las g e n t e s , que á su paso
por alguna calle corrían á porfía con ob-
Dic mihi, Musa, virum, etc. jeto de m i r a r l a ; cosa q u e á mí m e produ-
cía inexplicable júbilo. Si por ventura al-
Y Ovidio p o n e en boca del A m o r pala- guno s e le a c e r c a b a , le comunicaba u n
bras parecidas en s u obra del Remedio del cierto temor nacido de la m o d e s t i a , q u e
Amor. aquel n o se atrevía ni á levantar la vista
del s u e l o , ni á r e s p o n d e r á s u s a l u d o ; he-
Bella mihi video, lella parantur, ait. cho e s este de q u e podrán dar testimonio
m u c h o s q u e lo h a n e x p e r i m e n t a d o á quien
Ejemplos todos q u e p o d r á n disipar las quiera q u e no lo creyere. En e f e c t o , r o -
d u d a s q u e h a y a n abrigado m u c h o s al leer deada s u persona d e cierta aureola d e
ciertos pasajes de este libro. Mas para que modestia y de v i r t u d , caminaba sin vana-
los rudos ó i g n o r a n t e s no s e crean autori- gloria de lo q u e viera ú o y e r a á su r e d e -
z a d o s á malversar e s t o , a ñ a d i r é q u e no en dor. Luégo q u e p a s a b a , los u n o s d e c í a n :
v a n o s e e x p r e s a b a n así los poetas n i s i n * Esta n o es mujer, sino una de las m á s be-
r a z ó n , y que los rimadores n o deben usar llas criaturas celestiales »; los otros: "« ¡Ma-
de tales licencias s i n q u e s u s palabras ravillosa m u j e r ! bendito sea el S e ñ o r que
e n c i e r r e n u n sentido bien f u n d a d o , por- así la ha formado. »
que sería n o poco desdoro de los m i ó n o s
Puede asegurarse en v e r d a d q u e apare-
revestir s u s rimas de figuras y de colores
cía tan llena de nobleza y rodeada de gra-
retóricos y no p o d e r e x p l i c a r , interroga-
cia, q u e c u a n t o s la veían e x p e r i m e n t a b a n
dos q u e fuesen sobre e s t o , su sentido ocul-
una e m o c i o n d e indecible suavidad q u e n o
to. A s í , mi primer amigo y y o c o n o c e m o s
les era posible e x p l i c a r , arrojando, á s u
p e s a r , h o n d o s s u s p i r o s d e su pecho. Estos bién. De aquí q u e , d e s e a n d o y o poner esto
y otros efectos admirables producía su de manifiesto á quien n o lo s a b í a , quise
virtud. P e n s a n d o todo esto, y q u e r i e n d o componer otros versos, para así darlo á
t o r n a r á s u s alabanzas, m e propuse expre- entender e n el soneto s i g u i e n t e , haciendo
sarlo con palabras á fin d e que t o d o s , así notar c ó m o la fuerza d e su virtud obraba
los e x p e r i m e n t a d o s c o m o los q u e sólo lo maravillosamente e n las otras:
s u p i e s e n por referencia d e é s t o s , pudieran
formar m á s cabal idea. A este fin compuse «Quien percibe á Beatriz entre otras da-
el siguiente s o n e t o : mas , adivina seguramente todo el bien y la
salud del paraíso, y las que la acompañan
« El salndo de mi señora es tan digno y por sólo esta merced deben rendir gracias al
lleno de modestia, que la lengua permanece Altísimo.
muda en aquellos á quienes honra con é l , y «Su beldad produce tan saludables efec-
áun los ojos no osan levantar su mirada. tos , que lejos de hacer nacer la envidia en
»Revestida de dulce candor, camina en las demás, las hace caminar á su lado reves-
medio de mil alabanzas. ¡ Admirable prodi- tidas de n o b l e z a , de f e , y de amor.
g i o ! diríase que era venida al mundo para » Todo es en su presencia humilde y mo-
que los hombres le admirasen. desto ; su belleza no tan sólo la hace agrada-
»Hinche el corazon de cuantos la miran ble en sí, sino que comunica á las demás su
tan hermosa de secreta é inexplicable dul- misma virtud.
zura, dulzura desconocida á todo aquel que »Y tanta nobleza y encanto se refleja en
n o la h a y a por sí experimentado. cada una de sus acciones, que ninguno al
» Y un espíritu amoroso que revolotea so- evocar su recuerdo, puede por ménos de sus-
-bre la beldad de su rostro parece que dice pirar dulcemente de amor.»
secretamente al alma: «Suspira».
Reflexionando u n día s o b r e lo q u e que-
No tan sólo mi dama fué el objeto de las da dicho d e m i dama en a m b o s sonetos,
h o n r a s y alabanzas d e los m á s , sino q u e pensé q u e n o habia d a d o á e n t e n d e r nada
otras m u c h a s por su causa lo fueron tam- de lo q u e e n mí m i s m o e x p e r i m e n t a b a al
p r e s e n t e , y j u z g a n d o n o haberlo dicho sino
i m p e r f e c t a m e n t e , m e decidí á expresar el
m o d o d e obrar e n mí s u secreta virtud.
Mas t e m i e n d o que u n soneto sería dema-
siado corto para dar á e n t e n d e r mis pen- Qao modo seda sola titilas plena populi ?
samientos, escribí una c a n c i ó n , la cual em- Si. "s Pacta es guasi ridua domina gentium (1).
pezaba de este m o d o :
Terminado este s o n e t o , m e s o b r e v i n o
una extraordinaria v i s i ó n , en q u e fui tes-
tigo de cosas tales , q u e formé el propósito
d e callar todo lo c o n c e r n i e n t e á aquella
alma b i e n a v e n t u r a d a , m i é n l r a s no pudie-
se hacerlo e n t é r m i n o s dignos. Para l o -
grarlo he estudiado sin c e s a r , como á ella
r
• V •.
E n s e son l
'¿J , . ® .! f ° digo «piriÍB peregrino, puesto que
s u b e 4 lo alto cual p e r e y n n o . j léjos del a l e t e e del hu-
mano entendimiento D i g o también que mí pensamiento
la ve aunque ini inteligencia no la c o m p r e n d e , p u e s esta
Sf n n n / c f P C C U ! á l a s 3 l m a s d e l o s bienaventurados-, co-
mo¡nuestra vista respecto á la luz del s o l ; asi lo dice
Aristóteles en el s e g u n d o libro de la Metafísica.
A M I N T A .
POR D. J U A N DE JÁUREGUI.
PERSONAS.
AMOR . ni hábUo pastoril.
D A F N E , compañera de Hit r in.
S I L V I A , amada de Aminta.
AMINTA , enamorado de Silría,
T I B S I , compañero de Aminta.
SÁTIRO , mu morado de Silcta.
NERIN'A, mensajera.
KRGASTO, mensajero.
E L P I N O , pastor.
CORO DB I-ASTOBES.
PRÓLOGO.
AMOR, en hábito pastoril.
DAFNE.
Desabridos placeres
En este puesto, en e s t e , haré mi g o l p e .
Que no le puedan ver mortales ojos
n o y estas selvas en manera nueva
oe oirán hablar de amor; h o y ha de verse
y u e aquí presente mi deidad asiste - ACTO PRIMERO.
M í a en sí misma, y no en ministros suyos.
Inspirare sentido noble y puro
A los rústicos pechos, y en sus lenguas D A F N E Y SILVIA.
Pondré un estilo dulce y delicado,
l ú e s en cualquiera parte que y o asista
boy Amor en efecto, en los pastores DAFNE.
m D( s e e los
V°, ? ? 1", , ° ''éroes poderosos : ¿Querrás, Silvia, en efecto,
* la desigualdad de los sujetos, Sin los placeres de la hermosa Vénus
Como me place, igualo. Esta es la suma Pasar tus verdes y floridos años?
W o n a que alcanzo, el gran milagro m i ó : ¿Ni oirás el dulce nombre
Que suelo hacer las rústicas zampofias De madre, ni verás los tiernos hijos
A la lira más docta semejantes. Con apacible juego rodearte ?
* si mi madre, que desdeña el verme Muda, muda d e intento,
Andar errando por agrestes bosques, Simplecilla de ti, que no te entiendes.
Asta verdad no reconoce acaso,
Wla es c i e g a , no yo, que falsamente SILVIA.
u s a llamarme ciego el ciego vulgo
Siga otra los contentos amorosos,
Si es que hay en el amor algún contento.
Yo desta v i d a gusto, y mi deleite
Es atender al arco y la saeta,
Seguir la fiera f u g i t i v a , y luégo
Aterrar combatiendo la más brava;
Y mientras no faltaron
, Al bosque fieras y á la aljaba flechas,
A mí no temo que placeres falten.
DAFNE.
Desabridos placeres
Por cierto, y vida en todo desabrida,
Que si agora te agrada, DAFNE.
E s por no haber probado otra ninguna.
Así la gente que habitó primero Conozco y a la juventud esquiva.
En el mundo, q u e á n n era simple i n f a n t e , Así cual eres tú, también yo he sido ;
1 uvo por dulce y buen mantenimiento Así también gocé de gentileza,
A g u a y bellotas ; y a bellotas y agua De rostro hermoso y de cabello rubio ;
Es manjar y bebida de animales, Así t u v e , cual tú, los labios rojos,
Por ser puestas en uso uvas y trigo. Y en mis llenas mejillas delicadas
Tú por ventura si una vez gustases Mezclada así con el jazmín la rosa.
Cualquier mínima parte del contento Auérdome que sólo era mi gusto
Que goza un corazon amante amado, ( ¡ Qué simple g u s t o ! ) componer las redes,
Dijeras, suspirando, arrepentida : Armar con liga la una y otra mata,
«Todo el tiempo se pierde Dar nuevos filos en la piedra al dardo,
Que en amar no se gasta. Y acechar de las fieras en el bosque
¡ Oh mis pasados años! La cueva y huellas; y si vez alguna
Cuántas prolijas noches, Era mirada de l s s c i v o a m a n t e ,
Cuántos silvestres solitarios dias Volvia la vista rústica y salvaje
He consumido en v a n o , Al suelo con .vergüenza desdeñosa,
Qae pudiera ocuparlos Desplaciéndome entónces la hermosura
En estos amorosos pasatiempos!» Tanto como á los otros agradaba,
Muda, muda de intento, Cual si fuera mi culpa ó mi deshonra
Simplecilla de tí, que no te entiendes, El ser vista, querida y deseada.
Y arrepentirse tarde importa poco. Mas ¿qué no puede el tiempo, y qué no puede,
Sirviendo, mereciendo y suplicando,
Hacer un importuno y fiel amante ?
SILVIA. Vencida f u i , y o lo confieso, y fueron
Del vencedor las armas
Cuando y o arrepentida, suspirando, Humildad y continuo sufrimieuto,
Esas palabras d i g a , Llanto, suspiros y piadosos ruegos.
Que 1ú tinges y adornas á tu gusto, Mostróme, en fin, entónces
Háeia sus fuentes volverán los rios, La oscura sombrado una breve noche
Huirá el hambriento lobo del cordero, Lo que la luz de mil enteros dias
El g a l g o de la liebre, amará el oso En largo tiempo no me habia mostrado ;
El mar profundo y el delfín los Alpes. Reprehendímé entónces de mi e n g a ñ o
Y simple ceguedad, y suspirando,
Con voz alegre d i j e : Y como no sea m i o ,
« T o m a a l l á , Cintia, tu bocina y arco • De quien quisiere sea ;
Que desque aquí renuncio Mas no será, no le queriendo, m i o ,
Tu aljaba, flechas, ejercicio y vida.» Y áunque él lo f u e s e , no sería suya.
Asi también espero que tu Aminta
Llegue á domesticar en algún dia DAFNE.
Esa tu condieion rústica y dura
Y ablande en ese pecho • ' ¿De dónde nace tu aborrecimiento?
El intratable corazon de acero.
¿ N o es un gentil mancebo? No te quiere ? SILVIA.
¿Acaso no es querido de otras ninfas?
¿ T e deja á tí por el amor de alguna De su amor solamente.
O por el ódio tuyo?
Pues ¿en nobleza acaso le a v e n t a j a s ' DAFNE.
Si tu eres hija de Cidipe, y ésta
Naciódel dios de nuestro noble rio, Padre apacible de hijo riguroso,
El de Silvano es hijo, cuyo padre ¿ Cuándo se vió del corderillo manso
Fue Pan, aquel gran dios de los pastores. Nacer el tigre, ni del cisne el cuervo?
.No es menos que tú bella, si te miras 0 á mi, Silvia, m e e n g a ñ a s , ó á tí mesma.
AI espejo tal vez de alguna fuente,
La candida Amarilis, y él desprecia SILVIA.
bus afables caricias,
Aborrezco su amor, porque aborrece
Y signe tus desprecios desdeñosos. Su amor mi honestidad, y amelo en tanto
Haz cuenta. y quiera el cielo que sea vana, Que do mí quiso lo que y o quería.
Que el, de ti desdeñado, al fin procura
Agradarse de aquella que 1& adora; DAFNE.
¿Qué sentirás? me d i ; ¿con cuáles ojos
Veras tu amante con ajeno dueño, Tú quieres lo peor, y él te desea
Y y a en ajenos brazos, Lo que á sí mismo.
Feliz y alegre, estac de tí burlado ?
SILVIA.
8ILVIA.
Tú, mi D a f n e , calla,
H a g a Aminta de sí lo que gustare, O habla de otra c o s a , si pretendes
Y de su amor, que á mí m e importa poco ; Que te responda.
- OG —
Deja el veneno y corre
DAFNE.
Fervorosa al amante;
1 Qué desapacible, Siente de amor el t i g r e ,
Qué soberbia rapaza! Dirae al inécos, Ama el bravo león • tú sola, fiera
Si otro alguno te amara , Más que las fieras todas,
¿Admitieras su amor desa manera? Le niegas en tu pecho acogimiento.
Mas ¿qué digo león, serpiente y tigre,
Que tienen sentimiento?
SILVIA. También aman los árboles y plantas.
Mirar puedes la vid con cuánto afecto
D e aquesta misma admitiré á cualquiera
Insidiador de mi virgíneo peclio Y con cuántos abrazos repetidos
Que tú llamas amante, y yo enemigo. A su marido enlaza.
Ama un abeto al otro, el pino al pino,
£-1 fresno al f r e s n o ; el sauce por el sauce
DAFNE.
Y una por otra haya arde y suspira :
¿ J u z g a s por enemigo Aquella grande encina,
Por ventura d carnero de la ov« ¡a, Que parece tan áspera y salvaje,
El toro de la vaca ? Siente también el amoroso f u e g o ;
¿ J u z g a s por e n e m i g o Y si tuvieras tú de amor sentido,
Al caro esposo de su tortoliila? Bien sus mudos suspiros entendieras.
Juzgas por tiempo, acaso, ¿Que has de ser en efecto para ménos
D e enemistad y enojo Que las plantas, huyendo ser amante?
Muda, muda de intento,
La dulce primavera,
Simplecilia de t í , que no te entiendes.
Que agora alegre y verde
EuseBa á amar el mundo y animales,
8ILVIA.
Los hombres y mnjeres, y no adviertes
Cómo todas las cosas Pues bien, cuando á las plantas
En este tiempo estáu enamoradas Oyere los suspiros,
D e un amor apacible y provechoso? Digo q«e entonces quiero ser amante.
Mira allí aquel palomo
Con qué dulces arrullos y caricias DAFNE.
Besa á BU compañera ;
Oye aquel ruiseñor, de ramo en ramo Tú recibes á burla mis consejos
Cómo salta, cantando: «Yo amo, y o amo.» Fieles, y así con mis palabras juegas.
Pues la culebra, si es que no lo Babes, ¡Oh en amor sorda, cuánto boba y necia!
Mas anda, vendrá tiempo en que de véras
SILVIA.
De no haberlos seguido te arrepientas.
Y no te digo cuando irás huyendo ¿ Y qué le respondió Licori entónceu
Las fuentes, donde agora te deleitas: A tales cosas?
Cuando huirás las fuentes, por el miedo
D e verte y a tan arrugada y f e a ,
Bien que esto te avendrá. Mas no te anuncio DAFNE.
Esto solo, que aunque es tan grave d a ñ o ,
Tú del propio hecho
Es daño al tin común ; ¿no te se acuerda fcada cu idas i ¿ é inquieres los ajenos?
Lo que Elpino contaba el otro d i a , Con los ojos le dió respuesta.
El sabio Elpino, á su Licori hermosa,
La que en Elpino puedo con los ojos
Lo que él debiera en ella con el canto, SILVIA.
Cuando el deber en el amor se hallára?
P u e s lo contaba, oyendo Bato y Tirei, D ¿ Cómo
De amor grandes maestros, en la cueva Kesponder pudo con los ojos solos?
De la aurora, do encima de la puerta
Escrito e s t á : «Lejos de aqni, profanos.» DAFNE.
E l dijo ( y dijo que se lo habia dicho
A q u e l , de ingenio grande, Ellos, á Elpino vueltos, respondieron
Que cantó los amores y las armas, t o n una dulce risa : « Tuyos somos,
Cuya zampofia le dejó muriendo ) Y el mismo corazon de la que miras.
Que h a y una oscura cueva en el infierno, Ni mas debes pedirlo,
Allá donde los hornos de Aqueronte Ni más te puede dar.» Y esto bastara
Exhalan negro humo abominable, £or muy cumplido premio al casto amanto,
Uñando el aquellos ojos
Y que en aquesta con tormento eterno Juzgara verdaderos como bellos,
D e llanto y de tinieblas espantosas Y entera f e les diera.
Son castigadas merecidamente
Las mujeres ingratas y rebeldes.
Aguarda, p u e s , que allí se te apareje SILVIA.
Albergue á tu fiereza, y será justo Y ¿por qué no los cree?
Que saque el humo llanto de unos ojos
Do la piedad jamas pudo sacarlo.
Sigue, sigue tu estilo, DAFNE,
Desconocida n i n f a y obstinada.
Luego i no sabes
Lo que Tirsi escribió cuando, perdido, AMINTA Y TIRSI.
Sin seso, ardiendo anduvo por los campos
D e tal manera, que á la par movia AJUSTA,
Piedad y risa en ninfas y pastores?
N o f u é lo que escribió digno de risa, He visto al llanto mió
Si bien sus hechos, como v e s , lo fueron. El mar, las piedras responder piadosas,
É l escribió mil troncos, y con ellos Y suspirar las hojas
Creció la letra juntamente y versos, H e visto al ljanto mió ;
Donde me acuerdo haber así leído : Mas no he visto jamas, ni ver espero,
« F a l s a s lumbres, espejos engaüosos Compadecerse mi enemiga bella
Del triste corazon, bien os conozco, (Que no sé si mujer la nombre ó fiera) ;
Y los engaños vuestros; mas ¿ qué importa, Pero y a niega ser mujer humana
Si amor impide que de v o s me aparte?a La que piedad m e n i e g a ,
No habiéndola negado
8II.VIA. Hasta la dura inanimada piedra,
TIRSI. TIRSI.
¿Es posible que S i l v i a , si te oyese ¿ De cuál Mopso me dices ? ¿ Del que tiene
Palabras semejantes, no te a m a s e ? En la lengua melosas las palabras,
Un amigable término en los labios,
Y engaños y traiciones en el pecho ?
AMINTA.
Ora está de buen ánimo; que todos
Los pronósticos 6uyos infelices,
N o lo sé ni lo creo;
Que entre ignorantes vende con su f a l s a
Más huya mis palabras,
Severidad, jamas tienen efecto ;
Cual áspid el encanto.
Y de experiencia sé lo que te digo.
Antes, por eso sólo que él te anuncia,
TIRSI. Me atrevo á asegurarte un fin dichoso
En tus amores.
Pues confia;
Que el corazon me dice AMINTA.
Que he de ser poderoso á que te escuche.
Pues si sabes cosa
Que aliente mi esperanza, no la calles.
AMINTA.
TIBSI. TIBSI.
TIRSI.
Mas no tienes gozado lo que basta.
DAFNE. TIBSI.
¿Quién está léjos del amor? ¡ Bravo rigor! Qué ¿ m e podrás ver muerto ?
Pues D a f n e a m i g a , si pretendes que a m e ,
TIBST. Quiéreme t ú , y estamos concertados.
TIBSI. TIBSI.
TIRSI. TIRSI.
TIRSI.
AMINTA.
TIRSI.
Mas 110 sabe que has de ir allá.
Ora responde :
AMINTA.
Si potestad tuvieras
Para dejar de amarla, »
Terrible
¿Dejárasla de amar por agradarla?
Y fiera conclusión, que y a en veneno
La dulzura pasada me convierte.
Cruel, ¿con cuál estudio me atormentas? AMINTA.
¿Tan poco desdichado te parezco,
Que aumentar quieres la miseria m i a ? Ni tal cosa consiente amor que .diga,
Ni que imagine ver en tiempo alguno
TIRSI.
El dejarla de amar, aunque pudiese.
¿ No irémos en efeto ?
¿Quién me asegura
Ser esa su intención y su deseo ? Mas nada hará quien muchas cosas mira.
TIBSI. CORO.
TIRSI.
Cuenta el caso, te ruego, y entre tanto
(Este es lugar de paso) por ventura
Vendrá alguno que dél nos dé noticia,
Temo del mal de Aminta. ¿ Habeisle v i s t o ? Y ánn puede ser también que él mismo llegue.
CORO.
TIRSI.
CORO.
TIESI.
DAFNE.
¿Que he de ser y o en efecto la siniestra
¿ Por qué te desesperas, Corneja de una nueva tan amarga?
A m i n t a ? Que si y o bien la conozco, ¡ Oh para siempre mísero Montano!
No fué crueldad, sino vergüenza Sola, Qué sentirá tu pecho cuando entiendas
La que movió á t u Silvia que huyese. Í 1 duro caso de tu Silvia cara ?
¡ Oh viejo padre y c i e g o !
¡ Padre i n f e l i z ! Mas y a no serás padre.
AMINTA.
NERINA.
Cuenta : ¿qué triste caso es el que dices?
Quiero, con todo, que lo Bepa, y trate
NERINA.
De buscar las reliquias miserables, [via!
Si alguuas han quedado. ¡ Ay, Silvia! Ay, Sil
¡Oh c i e l o s ! ¿Yo he de ser la mensajera?
¡ A y cómo fué tu suerte desdichada!
Y ¿ m e obligan también á q u e lo cuente?
Vino desnuda Silvia á mi morada
AMINTA. ( Y la causa y a debes de saberla).
Despues, vestida, me rogó que fuese
¡ A y de m í ! ¿ Qué será lo que esta dice ? Con ella á cierta c a z a , que ordenada
Estaba al bosque dicho de la Encina.
F u i m o s : hallamos muchas ninfas jnntas
NKKINA.
Y luégo á breve rato desemboca
¿ Dafne 1 (No sé de dónde) un carnicero lobo
De terrible grandeza, cuyo labio
Manchaba el suelo de sangrienta espuma.
DAFNE. Silvia al momento acomodó una flecha
A un arco que le di; dispara, y dale
¿Qué estás hablando entre tí m e s m a ? En la cabeza; él emboscóse ; y ella
O ¿cómo á Silvia nombras y suspiras ? Al bosque le s i g u i ó , vibrando un dardo.
NERINA. AMINTA.
AMINTA. NERINA.
DAFNB.
DAFNE.
AMINTA.
" NERINA.
El camina de suerte
A tu muerte.
SILVIA.
Y el espíritu mismo de tu v i d a ;
Lo cual sé yo, y áun helo visto. Vilo Qué, ¿lo tienes por cierto?
Cuando huíste, como tigre fiera,
Al tiempo que debieras abrazarlo; DAFNE.
V o l v e r l e vi contra su pecho un dardo,
Desesperado y á morir expuesto, Por sin duda.
Y sin arrepentirse al fiero hecho;
Pues en efecto se pasó el vestido SILVIA.
Hasta la piel, dejándola teñida
De su sangre, y pasára más adentro Triste de mí, ¿por qué no le seguiste
La punta y fnera el corazon herido, Para impedirlo? Vén, busquemos, v a m o
Que tú con más violencia y a heriste, Que si la muerte mia
Si entónces y o no le detengo el brazo Le quitaba la vida,
Y su furor impido. Quizá aquella Más fácilmente espero
Herida breve f u é un ensayo sólo Que mi vida le salve de la muerte.
D e su furor, de la desesperada
Constancia s u y a , y le mostró la vía DAFNE.
Al hierro audaz, para que y a supiese
Arrojarse por ella libremente/ Ya le s e g u í , mas tan veloz corria,
Que se despareció de mí en un punto,
SILVIA. Y nada me valió buscar sus huellas;
Mas ¿dónde quieres ir sin rastro alguno?
A
i y ! ¿«íaé me c u e n t a s ?
SILVIA.
DAFNE.
A y D a f n e , él morirá si no le hallamos,
Y después lo he v i s t o , Y será él homicida de sí mismo.
DAFNE.
D e amor, como el relámpago del trueno.
Criifej, ¿sientes acaso qne te nsurpe
La gloria de tal hecho ? ¿Tú en efeto CORO.
Quisieras haber sido su homicida ?
¿ N o te parece, ingrata, que su muerte Y áun muchas veces, cuando él mismo quiere
Hebe ser obra de otra que tu mano? -centrar oculto en los sinceros pechos
Ora consuelaté, que, como quiera Que lo excluyeron ántes con severa
Que el desdichado muera, tú le matas.
Honestidad , la semejanza toma
De la piedad, que es su ministra y nuncia;
SILVIA. x con estos disfraces engañando
Las jóvenes sencillas,
¡Oh D a f n e ! tú me a f l i g e s , Dentro en sus corazones se aposenta.
Y el gran dolor que siento de su daño
be aumenta más con la memoria acerba
He mi rigor pasado, DAFNE.
Que honestidad llamaba, y fuélo cierto,
Pero f u e m u y severa y rigurosa. Llanto de amor es é s t e , mucho abunda,
T
Agora lo conozco, y me arrepiento. " c a " ® 8 i en fin, amas, pero en vano.
¡Olí poder del amor! justo castigo
Sobre esta ninfa envia.
DAFNE.
Mísero A m i n t a , t ú , como la abeja,
¿Qué es lo que escucho? ¿ Tú piadosa, Silvia ? Que hiriendo muere y en la ajena llaga
¿ l u en ese corazon sientes afecto Deja la propia vida, con tu muerte
Alguno de piedad? ¿ Qué es lo que v e o ? Has herido en efecto un duro pecho,
¿Tu lloras, tú? ¡Notable maravilla! Que áun no picaste en tanto que viviste.
¿X es de amor en efecto ese tu llanto?" Si eres agora espíritu desnudo
Ya de los miembros, como y o presumo
Aquí estarás sin duda.
SILVIA. Mira su llanto y g o z a de tu suerte,
En v i d a amante y en la muerte amado.
N o lloro y o de amor; de piedad lloro.
Y si era tu destiño qne en la muerte
Amado fueses, y esta fiera quiso
DAFNE.
Vender su amor por tan subido precio,
N o importa; la piedad es mensajera E l precio mismo que pidió le d i s t e ,
Y y a su amor con tu morir compraste.
CORO. D e la muerte de Aminta.
Por cierto caro precio al que le ha dado
6ILVIA.
Cnanto inútil y vil á quien le admite.
| Ay, lo que d i c e !
SILVIA.
ERGASTO.
¡ Oh si pudiera ser comprar su vida
Yo con mi amor 6 con mi vida m e s m a , El más noble pastor de nuestras s e l v a s ,
Si al lin es muerto! h l mas gallardo, afable y comedido
Amado de las ninfas y las musas
DAFNE. Murió en sn juventud: ¡ a y , de qué muerte
¡ Oh tardo d e s e n g a ñ o !
COBO.
Tarda piedad sobrada,
Cuando á ningún efecto es de provecho. Dinos cómo, pastor, porque contigo
Llorar podamos su desgracia y nuestra.
E R G A S T O , SILVIA / D A F N E , CORO.
SILVIA.
ERGASTO.
A
¡ y, no oso llegarme
Traigo tan lleno de piedad el pecho, Adonde escuche y sepa
Y tan lleno de horror, que no oigo ó veo Lo que saber no excuso!
Cosa alguna doquiera que me vnelva, Duro corazon mió,
Que todo no me espante y me congoje. Aspero y fiero corazon. ¿qué t e m e s ?
¿ D e qué te espantas? Véte presto, acaba
CORO. Contra el cuchillo agudo de una lengua
Y aquí demuestra agora tu fiereza.
¿Con qué puede venir ¡ay Dios! agora Pastor, y o v e n g o por la parte mia
Este pastor, que muestra De ese dolor que á los demás prometes,
Tal turbación en el semblante y lengua? Porque me pertenece
Quizá más que tú piensas,
ERGASTO. Y cual debida prenda lo recibo.
Así que de dolor tan propio mío
Traigo la nueva triste No debes serme escaso.
ERGASTO. Al fondo, estremecíme de improviso,
Y al punto atras me retiré; y el mozo
Ah n i n f a , y o te creo; Ilizo alguna señal como de risa,
Qne mil veces al mísero sentía Y serenó su rostro, el cual afecto
Llamar tu nombre, al acabar la vida. Fué el motivo mayor de asegurarme.
Despues hablóme así: <r Mira que cuentes
DAFNE. Lo que verás, á ninfas y pastores.»
Luégo dijo, mirando al hondo v a l l e :
Comienza y a la dolorosa historia. «Si y o á m i voluntad hallar pudiera
Prontos así de los hambrientos lobos
REGASTO. El vientre y los colmillos, como tengo
Este despeñadero, bien quisiera
Yo estaba en lo más alto del collado, Morir la muerte que murió mi vida.
Donde mis redes hoy tendido habia, Quisiera qne estos miembros miserables
Cuando bien cerca vi pasar á Aminta, Fuesen despedazados
Muy trocado en el rostro y movimiento ¡ A y triste 1 como fueron
Del que antes era, m u y turbado y triste. Aquellos de mi Silvia delicados;
Tras él partí corriendo, y en efecto Mas, puesto que no-puedo,
Lo alcancé y lo detuve, el cual me dijo : Y ya que á mi deseo
«Yo quiero, Ergasto, que un placer m e hagas, El cielo niega las voraces fieras,
Y es que conmigo v e n g a s por testigo Quiero seguir camino diferente
JDe cierta acción ; mas quiero que me obligues Para morir. Yo seguiré otra vía,
Antes tu f e con juramento estrecho La cual será á lo ménos «
D e estarte á un lado, y no moverte un paso La más breve, sino la que debia.
A impedir el efecto de mi intento.» E a , S i l v i a , y o te sigo,
Yo ( ¿quién pensara tan extraño caso Yo v o y á acompañarte,
Ni tan ciego furor ? ) h i c e , cual quiso, Si tú no me desdeñas;
Mil conjuros horribles, convocando Y muriera contento si entendiera
A P a n , á Pales, Príapo y Pomona Al ménos con certeza que seguirte
Y á la nocturna Ecátes. Luégo anduvo, No fuese disgustarte y que tus iras
Y me llevó por lo fragoso y agro Se hubiesen acabado con la vida.
Del collado, por cuestas y barrancos E a , Silvia, y a te s i g o . »
Incultos, sin canjino ó senda a l g u n a , Esto dicho, de encima del barranco
Do pende al cabo un precipicio á un valle. Precipitóse, vuelta la cabeza
Aquí nos detuvimos ; y o miraudq Hácia lo hondo, y y o quedóme helado.
SILVIA.
No tuve corazon para asomarme
¡ A y desdichada! Por no mirarlo dividido en piezas.
DAFNE. CORO.
¡ Miserable A m i n t a !
¡Oh lastimoso c a s o !
COBO.
SILVIA.
¿ Por qué no lo impediste ?
¿ H i z o t e acaso estorbo
A detenerlo el juramento hecho? Bien soy de piedra dura,
Pues una nueva tal ánn no m e acaba
¡ I n s t e de mí, si aquella falsa muerto
EBGA8T0.
H e q u i e n lo o d i a b a tanto,
No, n o ; que, despreciando el juramento, Le ha quitado la v i d a , justo f u e r a
Vano quizá en tal c a s o , • y u e la infalible muerte
Cuando advertí su temeraria y loca D e quien m e quiso tanto
Resolución, corrí con ambas manos, Me q u í t a s e l a vida!
Y como quiso su enemiga suerte, Y quiero m e la quite, si no puede
Lo así deslc cendal, que lo ceiiia, Oon el dolor, al ménos con el hierro
El" cu al, no siendo á sostener bastante U y a con este ceñidor infausto ;
El peso con el ímpetu del cuerpo, E s t e , que no sin causa
Que y a del todo abandonado estaba, No siguió las ruinas
S e m e quedó e n la mano hecho pedazos. D e su caro señor, mas quedó sólo
Para tomar venganza
COBO. D e mi crueldad y de su muerto injusta.
Prenda infeliz de dueño
Y ¿ qué f u é de su cuerpo desdichado? Mucho más infeliz, no te disguste
t Quedar en este abominable a l b e r g u e ,
Que solamente quedas
KRGASTO. Para instrumento de venganza y pena.
N o lo sabré decir, porque y o estaba P o r cierto y o debia
Con tal horror y l á s t i m a , que cierto Haber sido en el mundo compañera
Del infeliz Amintaj y pues no quise,
DAFNE.
Seré por obra tuya su consorte
En el profundo abismo.
Soy contenta por cierto de ayudarte
En el piadoso oficio;
CORO.
Mas tú morir del pensamiento borra.
Consuélate z a g a l a ;
Que no es t u y a la culpa, SILVIA.
Sino de la fortuna.
Hasta agora v i v í para mí mesma
SILVIA.
Y para mi fiereza; agora quiero
Vivir lo que me queda para A m i n t a ,
¿ D e qué lloráis, pastores? O viviré á lo ménos
¿i de m i afau lloráis, y o no merezco Para su helado y mísero cadáver;
Piedad n i n g u n a , que 110 supe usarla; Tanto, y no más es lícito que v i v a ,
Y si lloráis la desdichada muerte Y luégo que se acaben
Del misero ¡nocente, es muy pequeña A un tiempo sus exequias y mi vida.
Demostración de pérdida tan grande. Pero dime , pastor, ¿por qué camino
Y t ú , mi D a f n e , e n j u g a , Podemos ir al valle do el barranco
Por Dios, esas tus lágrimas, si he sido Tiene su asiento ?
Y o la ocasion , y suplicarte quiero
( N o por piedad de m í , sino del triste, ERGASTO.
Que f u é más digno de e l l a )
Me ayudes á buscar sus miserables Aqueste ha de llevaros,
Miembros y sepultarlos. Y él estará de aquí poco distante.
Este cuidado solamente impide
El darme aquí la muerte.
En este oficio solo DAFNE.
Quiero pagar, pues otro no m e queda, Vamos, guiaréte y o ; que bien me acuerdo
E l amor que me tuvo. Bien que puede Deste lugar que dice.
Contaminar esta homicida mano
La piedad de la obra, m a s con todo,
Entiendo y Bé que le será agradable, SILVIA.
Al ménos por ser obra do mi mano,
Porque m e quiere y a m a , Adiós, pastores;
Cual lo mostró muriendo. Prados, adiós; adiós, selvas y rios.
KRGASTO.
CORO.
PETRARCA Á LAURA.
TRADUCCION' DE E N R I Q U E GARCES.
SONETOS.
E f e c t o s d e la p r e s e n c i a ó a u s e n c i a d e L a u r a .
Páginas.