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BIBLIOTECA UNIVERSAL.
BIBLIOTECA UNIVERSAL,

COLECCION

C S LOS

MEJORES AUTORES
ANTIGUOS Y MODERNOS,
NACIONALES Y EXTBAKJE¡OS.

TOMO XXI.

DANTE, TASSO, PETRARCA.

11133Í
pe

. s r
ADVERTENCIA DEL EDITOR.
P 5

Dan le es conocido e n España por su Di-


vina Comedia, n o por su Vida Nueva, has-
ta h o y n o traducida. Tasso lo e s m á s por
su Jerusalen Libertada q u e por su Aminta,
á pesar de haberla vertido al castellano en
excelentes versos uno de n u e s t r o s mejores
poetas, D. Juan de Jáuregui.
La Vida Nueva e s , sin e m b a r g o , u n a es-
pecie de autobiografía del Dante, d o n d e es-

I
te g r a n d e autor descubre bajo formas de-
licadas y poéticas los más íntimos secretos
de su pasión por Beatriz, en cuya compa-
m
o ñía supuso haber recorrido después los ám-
v-l?/ v bitos del cielo. Aminta es una fábnla pasto-
v; ral de primer ó r d e n , llena d e dulces y tier-
nos p e n s a m i e n t o s , correcta, acabadísima,
reflejo d e lodos los colores y pebetero de
todos los ricos perfumes de la naturale2a.
TA F L ' Í W ' • • • • ' « . B C V » » » « RLVIOR-NEISÍ,
Eu ambas obras s e pinta al a m o r , pero en
W U . \ » EDIPBEIONE* OR CA»ABA DE ». cada una bajo distinto aspecto. E n la Vida
callo d() Peque áo Oeun», n<u»on> J.
Nueva e s , por decirlo a s í , el amor divino
puesto en criatura h u m a n a ; e n Aminta el
a m o r h u m a n o elevado casi á lo divino por LA VIDA NUEVA,
la inocencia y la poesía.
C r e e m o s , por lo tanto, q u e se n o s ha d e DK
agradecer la reunión e n u n solo v o l u m e n
de tan preciadas joyas. La t r a d u c c i ó n d e DANTE ALIGHIERI.
Aminta es u n v e r d a d e r o m o d e l o : no deja-
rá m u c h o q u e desear la d e la Vida Nueva,
donde se c o n s e r v a n hasta los giros y el es-
pecial estilo del altísimo poeta.
Para complemento de este v o l u m e n , da- En aquella parte del libro de mi m e m o -
m o s aún algunos sonetos y canciones d e ria , antes de la cual poco podría referir
Petrarca á L a u r a , traducidos por E n r i q u e encuéntrase u n epígrafe que d i c e : lncipi't
GaEces. Sirvan como d e muestra al lector, Vita Nova: ' A q u í comienza la Vida N u e v a .
ínterin publicamos Los Triunfos de tan ins- bajo el cual están escritas n o pocas cosas
con palabras q u e , si n o textualmente al
pirado vate.
raénos en s u s t a n c i a , apuntaré e n e s t e ' l i -
brito.
N u e v e veces y a , desde q u e n a c í , diera
una vuelta total la esfera celeste, cuando
por vez primera s e presentó á mi vista la
gloriosa dama de mis p e n s a m i e n t o s , á la
cual dieron en llamar Beatriz, por n o acer-
tar á designarla con otro nombre. No h a -
bía a ú n trascurrido del tiempo de s u vida
s m o lo q u e tarda la misma celeste b ó v e d a
en andar hácia el Oriente la duodécima
Nueva e s , por decirlo a s í , el amor divino
puesto en criatura h u m a n a ; e n Aminta el
a m o r h u m a n o elevado casi á lo divino por LA VIDA NUEVA,
la inocencia y la poesía.
C r e e m o s , por lo tanto, q u e se n o s ha d e DK
agradecer la reunión e n u n solo v o l u m e n
de tan preciadas joyas. La t r a d u c c i ó n d e DANTE ALIGHIERI.
Aminta es u n v e r d a d e r o m o d e l o : no deja-
rá m u c h o q u e desear la d e la Vida Nueva,
donde se c o n s e r v a n hasta los giros y el es-
pecial estilo del altísimo poeta.
Para complemento de este v o l u m e n , da- En aquella parte del libro de mi m e m o -
m o s aún algunos sonetos y canciones d e ria , antes de la cual poco podría referir
Petrarca á L a u r a , traducidos por E n r i q u e encuéntrase u n epígrafe que d i c e : lncipi't
GaEces. Sirvan como d e muestra al lector, Vita Nova: ' A q u í comienza la Vida N u e v a .
ínterin publicamos Los Triunfos de tan ins- bajo el cual están escritas n o pocas cosas
con palabras q u e , si n o textualmente al
pirado vate.
rnénos en s u s t a n c i a , apuntaré e n e s t e ' l i -
brito.
N u e v e veces y a , desde q u e n a c í , diera
una vuelta total la esfera celeste, cuando
por vez primera s e presentó á mi vista la
gloriosa dama de mis p e n s a m i e n t o s , á la
cual dieron en llamar Beatriz, por n o acer-
tar á designarla con otro nombre. No h a -
bía a ú n trascurrido del tiempo de s u vida
s m o lo q u e tarda la misma celeste b ó v e d a
en andar hácia el Oriente la duodécima
parle d e un grado, y , por tanto, c u a n d o la q u e el Amor s e e n s e ñ o r e ó de mi alma
conocí áun n o era entrada e n s u s n u e v e u n i é n d o s e tan íntimamente á rila y toman-
años, q u e e n t ó n c e s y o acababa de cumplir. do sobre todo mi sér tal ascendiente, e n vir-
Al aparecerse á mi vista c o n nobilísimo as- tud del-mismo vigor q u e mi imaginación le
pecto , vestida de color rojo, h u m i l d e y ho- c o m u n i c a b a , q u e me sentí forzado á pres-
n e s t a , ceñida graciosamente y adornada tarle completa obediencia. En ta! situación
cual convenia á s u s j u v e n i l e s a ñ o s , sentí sen time como secretamente impplido á ir
q u e el espíritu vital q u e e n lo recóndito del en busca de aquel ángel de j u v e n t u d (cosa
c o r a z o n tiene su m o r a d a , comenzó á latir fácil en aquellos mis p r i m e r o s a ñ o s ) , y á
con gran fuerza en m i pecho y recibió h o n - seguir en pos d e su gentil persona ; hubie-
da impresión todo mi organismo, cual si y o ra podido decir de ella con Homero : «Más
interiormente m e dijera : Ecce Deus fortior parecía hija del mismo Dios que de h o m -
me qui veniens dominabüur mihi (« h é aquí bre mortal. . A pesar de q u e su imágen
á un Dios superior á mí q u e v i e n e á sobre- b e l l a , q u e sin tregua m e perseguía, fuese
p o n é r s e m e » ) . Desde e n t ó n c e s el espíritu el m e d i o de que el A m o r s e valiera para
animal que reside e n el p u n t o d o n d e toda s u b y u g a r m e , tan poderosa virtud h a b i a e n
s e n s a c i ó n es p e r c i b i d a , pareció m a r a v i - eLla, q u e nunca éste pudo d o m i n a r m e has-
llarse grandemente y dirigirse á los ojos ta tal grado, q u e m e hiciera perder el freno
para decirles: Apparuitjam beatitudo ves- de la razón en circunstancias oportunas.
tra ( • y a s e apareció v u e s t r a dicha > )• ^ Mas como quiera q u e podrían parecer á los
á su v e z el espíritu natural q u e tiene s u m á s puras ilusiones de mi fantasía todos
asiento hácia donde el alimento corporal los esfuerzos q u e hacía en resistir á tal pa-
se e l a b o r a , sintióse m o v i d o á llanto y pro- sión en tan tierna edad , no insistiré sobre
rumpió diciendo : Heumiser! quia frecuen- esto en manera alguna , tratando de otras
ter impeditus ero deicenps! ( • A y de m i ' cosas grabadas en mi memoria con más in-
cuan atormentado seré e n adelante! • ) Y delebles caracléres.
en verdad q u e desde e n t ó n c e s puedo decir Trascurrido el plazo s u b i e n t e para q u e
mi a m a d a h u b i e s e cumplido los n u e v e años
oi q u e me decía: Ego Dominus tutu (« Yo
de e d a d , despues de aquella tan sobrena-
s o y tu s e ñ o r » ) . Asimismo creí v e r q u e so-
tural aparición , v o l v i ó s e m e á presentar de
bre s u s brazos yacía una j ó v e n ligeramen-
n u e v o cierto dia , vestida d e u n a b l a n q u í -
te envuelta e n una rojiza t ú n i c a ; miré más
sima t ú n i c a , entre dos n o poco gentiles
atentamente y p u d e e n t ó n c e s v e n i r e n co-
d a m a s , si bien de edad más m a d u r a . A su
nocimiento de q u e n o era otra sino aque-
p a s o , y v o l v i e n d o los ojos hacia mi teme-
lla en quien se cifraba todo mi bien, la q u e
roso , con imponderable cortesía que y a
tan amable saludo m e dirigiera. El m i s m o
el cielo habrá r e c o m p e n s a d o , s a l u d ó m e tan
misterioso y g r a v e personaje me mostraba
e x p r e s i v a m e n t e , q u e m e creí trasportado
e n u n a de s u s m a n o s c o m o un cuerpo e n -
á los últimos términos de la beatitud. La
cendido en llamas, y parecía decirme: Vide
hora e n q u e m e dirigió este amabilísimo
cor tuum ( . Mira tu corazon . ) . Pasados
saludo fué p r ó x i m a m e n t e la d e nona ; y co-
breves instantes y despertando á la que
mo quiera q u e ésta fuese la v e z primera
d o r m í a , con n o poco esfuerzo de su parte
que el timbre d e s u v o z llegó á m i s oídos,
la introducía en la boca aquel ardiente co-
m e embargó tan dulce turbación, q u e , co-
razon , n o sin gran repugnancia de ella. No
m o fuera de m í , me retiré á lugar solitario
s e tardaba m u c h o tiempo, y ya aquel ale-
e n u n rincón de mi e s t a n c i a , entregándo-
gre semblante que primero m o s t r á r a , nu-
m e sólo á pensamientos d e ella y de su
blábase con amarguísimo llanto; y d e esta
amable cortesía. E n tal disposición m e e n -
suerte m e parecía que se replegaba dentro
tregué á u n dulce s u e ñ o en q u e m e sobre-
de s u s m i s m o s brazos y volaba al cielo.
vino una visión maravillosa : veíame co-
Así aquejado y o de cruel angustia desper-
mo rodeado de una n u b e de color de fue-
té a z o r a d o , y s e g ú n pude c o m p r e n d e r m e
go , á t r a v é s de la cual percibía la figura
había s o b r e v e n i d o tan extraña visión e n la
d e u n varón de aspecto venerable y d e
cuarta hora de la n o c h e , y por c o n s i g u i e n -
semblante placentero. E n t r e otras m u c h a s
t e , en la primera de las n u e v e últimas de
palabras que y o apenas podía comprender,
la misma. Meditando despues s o b r e lan
teria tratada en este s o n e t o ; e n t r e los au-
misterioso sueño, creí deber comunicarlo
tores de ellas h u b o u n o á quien y o desde
con algunos insignes p o e t a s y t r o v a d o r e s e n t o n c e s p u d e llamar mi primer amigo,
de aquel t i e m p o , y como ya hubiese ex- puesto q u e , luego q u e fué sabedor de ser
perimentado serme á mí m i s m o fácil el y o quien esperaba su respuesta , me e s c r i -
arte d e la r i m a , m e p u o p u s e , s a l u d a n d o bió cierto s o u c t o , e n t ó n c e s oculto á todos,
d e paso á lodos los fieles a m a d o r e s , y c o n al presente c o n o c i d o y a hasta de los más
objeto de q u e juzgasen acerca d e mi vi- ignorantes.
sión e x t r a o r d i n a r i a , c o m p o n e r este so-
A contar del dia en que se m e presentó
neto :
m i ideal visión , mi espíritu q u e d ó lan pre-
ocupado, q u e fui inhábil para t o d o , entre-
« A t o d a alma cautiva, á todo noble cora-
g á n d o s e por completo mí pensamiento al de
zon á quien llegaren estas mis palabras que
la hermosa y gentil criatura. Tornóse mi
en són de consulta quiero d i r i g i r l e s , salud,
en nombre de su señor el Amor. natural débil y flaco; hasta á los amigos
>> Ya casi trascurridas las horas -en que las pesaba de mi encuentro, y si m e dirigían
' estrellas envían su resplandor á los mortales, la palabra, era tan sólo con el fin de inqui-
A m o r , cuya esencia ni quiero recordar, se rir lo q u e y o intentaba precisamente guar-
me ¡¡pareció de repente. dar secreto en el fondo d e mi pecho. No
» Con apacible semblante mostraba en su era f á c i l , con t o d o , q u e s e ocultasen al
mano mi propio corazón, y una hermosa jó- m u n d o las h u e l l a s q u e el amor i m p r i m i e -
ven ligeramente vestida descansaba dur- ra sobre mí f r e n t e , y así solía responder á
miendo sobre sus brazos. a l g u n o s v a g a m e n t e en el sentido de ser es-
» Despertándola, hacíala comer de aquel ta pasión la q u e á tal punto m e habia con-
ardiente corazon; ella obedecía humilde, y d u c i d o ; si s u impertinencia iba más allá
esta visión so apartaba de mi v i s t a , no sin
hasta querer s a b e r el n o m b r e de mí a m a -
dejarme sumido en amargo llanto.»
da , mirábales s o n r i e n d o y sellaba s u s la-
bios con m i p r o f u n d o silencio.
Muchas y m u y d i v e r s a s sentencias f u e -
ron dadas como interpretaciones de la ma-
Sucedió un dia hallarse la gentil señora á los más, y c o n este fin llegué hasta com-
de mis p e n s a m i e n t o s en cierto lugar sagra- poner algunas rimas que n o quiero tras-
do, en una festividad en q u e s e tributaban cribir, a u n q u e inteucionalmente fuesen di-
h o n o r e s y alabanzas á la Reina de los cie- rigidas á mi bella Beatriz y contuviesen
los. Allí fui y o también, c o l o c á n d o m e en alabanzas en pro de mi a m a d o bien.
¡Vente de ella de modo q u e pudiese gozar Por aquel m i s m o tiempo en que con ta-
la dicha de c o n t e m p l a r l a ; cómo s e inter- les artes encubría el v e r d a d e r o objeto de
pusiese en m e d i o de ambos y en línea rec- mi pasión amorosa, m e s o b r e v i n o g r a n de-
ta cierta apuesta dama de noble presencia seo de celebrar el n o m b r e de mi amada
q u e dirigía de c o n t i n u o s u s miradas á mezclado con el de otras m u c h a s j ó v e n e s ,
m i persona ( s i n d u d a maravillada de mi y m á s particularmente con el de mi s u -
m i s m a distracción ó acaso pensando ser puesta dama ; así p u e s , escogiendo los d e
ella el objeto d e mi c u r i o s i d a d ) , n o faltó sesenta d e las m á s bellas d e aquella ciu-
quien s e apercibiera d e ello y llegase á de- d a d , patria, por voluntad del Altísimo, de
cir á mis e s p a l d a s : « Mucho miraba á éste la mia, escribí cierta e p í s t o l a , q u e n o tras-
«quella dama», y p r o n u n c i a n d o s u n o m b r e cribo aquí ni a u n tomaría e n mientes si n o
al decir esto p u d e asegurarme q u e no s e fuera por q u e , e n virtud de no s é q u é m i s -
referían á otra s i n o á la que había ocupa- terioso artificio, s e verificó q u e no pude
do el c e n t r o de la línea recta q u e , partien- colocar el n o m b r e de mi d a m a , á causa de
d o de Beatriz, terminaba en m i s ávidos la r i m a , sino el n o v e n o entre los n o m b r e s
ojos. Alegréme con esto no poco, seguro ya de las otras.
de q u e mi c o n t i n u o mirar n o m e había he- Mas en t a n t o , aquella por c u y o medio
cho traición d i v u l g a n d o mi dulce secreto. habia podido ocultar mi verdadera pasión,
Y de este e r r o r m e p r o p u s e sacar partido, tuvo que ausentarse d e la ciudad y partir-
e s c u d á n d o m e c o n aquella gentil dama c o - se á lejanas tierras; q u e d é m e con esto tan
m o c o n u n a égida que ocultase al m u n d o desorientado y c o n f u s o , cual nunca hubie-
v e r d a d ; asi logré e n g a ñ a r én este p u n t o ra podido imaginar ; pero reflexionando
q u e , d e n o mostrar de a l g ú n m o d e mi sen-
llamar á sí á cierta j ó v e n d e bellas p r e n -
timiento por aquella ausencia, se haria más
das y g r a n d e m e n t e celebrada en la mis-
pronto patente mi s e c r e t o , decidí e x p o -
ma ciudad ; y t e n i e n d o y o ocasion de
n e r mis l a m e n t o s en u n soneto q u e c o p i a -
contemplar su inerte c u e r p o , al cual ren-
r é , p o r ser mi dama aludida en él en cier-
dían último tributo de dolor várias pia-
tas e x p r e s i o n e s q u e sin duda podrá com-
dosas m u j e r e s , hice memoria de haberla
prender el lector, ü e c i a a s í :
visto algunas veces en compañía del objeto
de mis d e s v e l o s ; no pude evitar el verter
« ¡ Oh, vosotros que pasais por las vías del algunas l á g r i m a s , y á u n m e propuse h o n -
Amor, paraos y ved si hay algún dolor com- rar s u memoria en los d o s s o n e t o s q u e Si-
parable al m i ó ! Sólo os ruego t e n g á i s á bien guen, en que se ponen de manifiesto estas
escucharme por breves instantes y despues circunstancias:
juzgad si está ó no cifrado en mí todo mal.
» N o y a por mis méritos, escasos cierta- « Llorad, amantes, puesto que Amor llora,
m e n t e , más por su misma excelencia, dióme y sabed la causa de sus lamentos, y a que
el Amor vida tan dulce y s u a v e que pudo convoca á piadoso llanto á estas mujeres que
oir á muchos decir de m í : «¿Acaso merece muestran en tan amargas lágrimas su duelo.
este corazon gozar do tan gran dicha? »Muerte traidora arrebató esta flor, áun
» Mas ¡ ah! y a perdió éste toda la impe- antes que el mundo percibiese su perfume y
tuosa alegría nacida de su amado tesoro y hablase en su alabanza.
y a no sabe sino callar. » E l mismo Amor honró tanto su memo-
» Y cual aquellos que se esconden con ver- ria , que en forma visible se le vió lamentán-
güenza de su misma poquedad, fingiendo ex- dose sobre los inanimados restos,
terior tranquilidad, más llora y se destroz •>. » Y dirigir sus ojos hácia el cielo, y a m o -
interiormente.» rada eterna da l a , cual n i n g u n a , bellísima
doneella.»
No mucho d e s p u e s de la partida d e la
referida d a m a , plugo al S u m o Hacedor « Muerte v i l , ajena á la compasion, anti-
g u a madre del dolor, de terrible é irrevoca-
ble f a l l o , pues que has. sumido en lo pro- en grata c o m p a ñ í a , h í z o s e m e en e x t r e m o
fundo del dolor á mi corazon, no ha de cejar penoso aquel v i a j e , por n o poder mi p e -
mi lengua un punto en tus vituperios. cho desahogar la pena que le aquejaba á
J> Y pues tan ajena á la piedad te mues- medida q u e s e separaba de su único b i e n .
tras , bien es que publique tos perversas in- Representábaseme mi d u e ñ o el A m o r — q u e
tenciones ; no porque á nadie estén ocultas,
tan dulcemente m e tiranizaba con la imá-
sino para inducir á mayor enojo el corazon
gen d e m i a d o r a d a — c u a l pobre y mal ves-
de los que en lo futuro cediesen á los halagos
de Amor. tido p e r e g r i n o , q u e - c o m o distraído, fijaba
» Arrebataste de la tierra un ángel de sin sus o j o s , ora en la tierra, ora en u n a her-
igual dulzura y cortesía, cuando más brilla- mosa ribera por do s e deslizaba límpida y
ban en ella los encantos de la gracia y la ju- cristalina corriente, no léjos del camino
ventud ; con ella destruíste en Un punto t o - que y o seguía. En m e d i o de mi delirio, creía
das las delicias amorosas. oir q u e m e decia: « He visto á aquella da-
» N o diré el nombre de esta d a m a , pues ma q u e e n c u b r i ó por tanto tiempo tu amor
harto publica sus virtudes la f a m a . Quien no y sé q u e su ausencia será perpétua; e m p e -
sea digno de la salud eterna, pierda toda es-
r o , c o m o s o y d u e ñ o del corazon q u e simu-
peranza de estar en su compañía.»
ladamente la c o n s a g r a b a s , le depositaré en
el de otra dama q u e , cual la primera , te
servirá para que cese toda s o s p e c h a . » Dió-
N o m u c h o despjies de la m u e r t e de esta
niela e n t ó n c e s á conocer p o r su n o m b r e , y
j o v e n , h u b e , por ciertas circunstancias, de
añadió: «Si tratas de repetir algunas de mis
ausentarme de aquella c i u d a d , llevándo-
palabras, guárdate d e descubrir el secreto
m e la casualidad hácia d o n d e residía aque-
de este aparente a m o r hácia ambas damas,
lla otra d a m a q u e por algún tiempo m e
ó el que e n adelante te c o n v i n i e s e fingir
sirviera para disimular mi v e r d a d e r o amor,
por alguna otra. • Y dicho e s t o , d e s a p a r e -
si bien n o llegué hasta el mismo punto de
ció súbitamente de mí esta f a n t a s í a , d e -
s u residencia; y no obstante q u e c a m i n é
jando h o n d a m e n t e impresionado á mi e s -
píritu en tal m a n e r a , que todo aquel día
caminé p e n s a t i v o , c o n d e m u d a d o semblan- mi pretendida pasión, q u e llegaron algunos
t e , y arrojando frecuentes suspiros. Al fin á referirlo en t é r m i n o s para mí hasta poco
de aquella jornada p u d e componer este . d e c o r o s o s , lo cual h u b o de enojarme na-
soneto: turalmente. Estes h a b l a d u r í a s con que se
pretendió p o n e r tilde á mi fama hicieron
« Cabalgando ayer por un camino, no poco efecto hasta en el á n i m o de la noble Bea-
preocupado y marchando á pesar m i ó , me triz, reina d é todas las virtudes y destruc-
encontré frente á frente al Amor, vestido con tora d e todos los v i c i o s ; y á tanto llegó,
ligero traje de peregrino. que h a b i é n d o n o s e n c o n t r a d o casualmente
»Parecióme á primera vista de ruin y po- al-paso, m e negó s u dulce s a l u d o , en q u e
bre aspecto, cual si hubiese declinadlo su
estribaba e n t ó n c e s mi ú n i c a v e n t u r a . Sí,
prestigio ; suspiraba mustio y cabizbajo es-
en esto cifraba mi dicha toda: c u a n d o s e
quivando toda mirada.
»Lnégo que se apercibió de mi me llamó me aparecía mi d u l c e b i e n , ' d o n d e quiera
por mi nombre, diciéndome : « De léjos ven- que f u e s e , c o n la esperanza d e que m e sa-
»go: de allí donde tu corazon, por mi volun- l u d a s e , m e olvidaba primeramente de to-
t a d , y a c i a cautivo. dos mis e n e m i g o s , y u n a e n c e n d i d a cari-
»Mas ahora le he arrancado de allí, á fin d a d inflamaba súbitamente mi p e c h o , de-
»de que perciba nuevos placeres.» Tal emo- seando p e r d o n a r á todos los q u e en algún
cion sentí cou estas palabras, que, sin y o no- modo m e hubiesen ofendido ; y si alguno
tarlo, se partió de mi lado desapareciendo
m e h u b i e s e dirigido e n t ó n c e s cualquier
la visión.»
p r e g u n t a , s o l a m e n t e hubiera sabido con-
testarle con esta palabra Amor, pronun-
Vuelto ya de mi viaje d í m e á averiguar
ciada con acento d e h u m i l d a d . Y áun más,
cuál pudiese ser aquella dama q u e el A m o r
si Beatriz hacía a d e m a n de s a l u d a r m e , el
m e anunciára e n el c a m i n o de los suspi-
espíritu amoroso, s o b r e p o n i é n d o s e á todos
ros. Para abreviar, diré q u e e n corto plazo
los otros espíritus s e n s i t i v o s , hacía q u e se
hallé m a n e r a de fingir tan perfectamente
mostrasen m á s al exterior los débiles espí-
ritus de la vista, d i c i é n d o l e s : «Id y honrad m e , cual el tierno-iufante despues del c a s -
á vuestra Señora • , t o r n a n d o luego aquel tigo sufrido. E n medio de m i s b e ñ ó pare-
primer espíritu á ocupar s u lugar. Cual- cíame distinguir q u e , n o Iéjos de mí, y e n
quiera que hubiese querido conocer al aquella misma m a n s i ó n , se m e aparecía
Amor hubiera podido fácilmente observar- cierto m a n c e b o , v e s t i d o todo de blanco, en
le en !a e x p r e s i ó n de m i s ojos. Cuando mi a d e m a n p e n s a t i v o y c o m o mirando al lado
noble dama s a l u d a b a , n o solamente el en que m e e n c o n t r a b a ; éste m e decia: Fili
A m o r era incapaz de privarme de mi exce- mi, tempus est ut prcetermütanlur simulacro
siva f e l i c i d a d , s i n o q u e también él m i s m o nostra (* Tiempo e s , h i j o mío , de acabar
quedaba tal con esta dulzura, q u e mi cuer- con n u e s t r o s v a n o s ' e n s u e ñ o s » ) . Recono-
po, en u n todo s o m e t i d o á s u p o d e r , per- cíle e n t ó n c e s , p u e s q u e m e llamaba cual
manecía c o m o i n e r t e é inanimado. Así me otras v e c e s , y p u d e v e r , fijándome más,
persuadía á q u e e n s u salud moraba mi q u e , m o v i d o de compasión p o r m í , l l o r a -
dicha , n o obstante q u e á m e n u d o s o b r e - ba. Como m e pareciese q u e aguardaba m i
pujaba y excedía á mis facultades. r e s p u e s t a , comencé" á d e c i r l e : « S e ñ o r de
Mas v o l v i e n d o á mi propósito, d e s p u e s toda n o b l e z a , ¿ p o r q u é l l o r a s ? . S u r e s -
d e h a b e r m e n e g a d o el para mí tan dulce puesta fué d e c i r m e : Ego íanquam centruvi
c o n s u e l o de su s a l u d o , tanto pudo en mí circuli, cui simili modo se habent circumfe-
el d o l o r , que h u y e n d o d e las g e n t e s á lu- re.ntia: partes; tu autem nonsic ( • S o y c o -
gar solitario, regué la tierra con llanto mo el centro del c í r c u l o , al cual s e refie-
a m a r g u í s i m o , y á u n despues de haber des- ren todos los puntos de la circunferencia;
a h o g a d o algún tanto mi p e n a , m e retiré no así tú»), «¿.Porqué m e hablas con tanta
m á s a ú n adonde pudiese libremente dar o s c u r i d a d ? , r e p u s e y o ; entónce's, respon-
rienda suelta á mi d o l o r : allí imploraba d i é n d o m e ya en lengua vulgar , m e dijo :
misericordia d e mi amada; allí invocaba * No m e preguntes s i n o cosas útiles. • E n -
al Amor para q u e viniese e n s o c o r r o d e su tonces le referí mi aflicción y su causa, e s -
fiel siervo. De está suerte llegué á d o r m i r - to e s , habérseme n e g a d o aquel s a l u d o ; é
interrogado acerca del motivó de e s t o , re- c o m p o n i é n d o l o todo con s u a v e armonía, e n
p u s o : - N u e s t r a Beatriz ha llegado á saber, la cual tomaré parte cuanto menester fuese.
hablando de tí con ciertas p e r s o n a s , c ó m o Esto dicho desapareció é i n t e r r u m p i ó s e
aquella dama que te m o s t r é en el c a m i n o mi s u e ñ o . V i n i e n d o á c u e n t a s conmigo
d e los s u s p i r o s habia recibido de tí algu- m i s m o , p u d e inferir q u e semejante visión
na o f e n s a , y como quiera q u e su d e l i c a - m e habia s o b r e v e n i d o e n la novena hora
deza n o puede soportar n i . l a m á s ligera del dia; salí luégo d e mi estancia dispuesto
sospecha de mal causadtf'á nad:e, no se ha á c o m p o n e r u n a balada en obediencia á lo'
dignado s a l u d a r t e , t e m i e n d o que p u d i e s e s que mi s e ñ o r m e i m p u s i e r a ; fué así como
ser culpable. Mas al mismo t i e m p o , como sigue :
te c o n o c e bien y es sabedora de tu secre-
t o , quiero que compongas u n o s versos en « Balada m i a , v e en busca del Amor; con
q u e e s p r e s e s cuánto dominio ejerce s o b r e él preséntate ante mi s e ñ o r a , á fin de que,
tí su v i r t u d , habiéndole pertenecido des- cantando tú para disculparme, la hables
de tus m á s tiernos años. De esto toma por con su ayuda en f a v o r mió. Tan cortés vas
y tan modesta que sola podrías doquiera
testigo á aquel que lo sabe, y dile cómo le
presentarte sin temor; mas para tu mayor
ruegas q u e á este propósito diga toda te
s e g u r i d a d , v e en busca del Amor; acaso no
v e r d a d , p u d i e n d o estar cierto de q u e yo,
te convenga ir sin su compañía, pues aque-
que s o y é s t e , diré cuanto sepa. Por esté lla que h a de escuchar tus acentos, de tal
camino llegará á conocer ella tus v e r d a d e - manera está airada contra m í , q u e , s e g ú n
ras i n t e n c i o n e s , y rechazará cuanto mal creo, podría, darte mal acogimiento si el
han hablado de tí sin fundamento. En es- Amor no se hallase á su lado. Ya delante de
tos v e r s o s h a z por g u a r d a r u n t é r m i n o mi señora, obtenida su vénia, comiénzala á
m e d i o , sin hablar con ella directamente, decir dulcemente : «Señora, á vos me envía
como si n o fueses digno: c u i d a , e s fin, de »quien desea tengáis á bien escuchar sus dis-
enviarla lo que escribas á lugar d o n d e yo »culpas; el Amor que m e acompaña podrá
m e e n c u e n t r e y pueda dárselo á entender, »deciros cómo ha dominado por vos su cora-
»zon; que el vuestro adivine la causa de que
»el mismo Amor le h a y a obligado á dirigir defenderme. Cuatro c o n s i d e r a c i o n e s , s o -
»sus ojos á otra.» bre t o d o , privaban á mi á n i m o de reposo.
»Y aun di más, balada m i a ; di que mi Por una parte m e decía: el i m p e r i o de A m o r
eorazon está tan firme en su f e que todos sns bueno s e r á , puesto q u e aparta á s u s fieles
movimientos se encaminan tan sólo á obe- s i e r v o s de todas las cosas v i l e s ; m a s otro
decerla ciegamente, pues tan jóven se la en-
pensamiento venía á neutralizar el efecto
tregó y desde entónces siempre la ha perte-
necido. Si no diese f e á tus palabras, dilaque d e ' é s t e ; n o p u e d e s e r , m e decia , sino fa-
consulte sobre esto al A m o r , y si ánn así no tal el influjo del A m o r , puesto q u e cuanto
quisiese perdonarme, suplícala üumilde que con m á s ciega obediencia se le entrega el
m e envie órden de morir por ella, y entón- e o r a z o n , á m á s graves y dolorosos tor-
ces podrá asegurarse bien de mi c i e g a obe- mentos le condena. La tercera considera-
diencia. ción era q u e : s i e n d o el n o m b r e d e A m o r
»Y en cnanto al A m o r , principio de toda cosa tan dulce y g r a t a , no p u e d e p r o d u c i r
compasion, que bien sabrá defender mi cau- sino cosas también dulces y gratas , toda
sa, dile, ántes que se aparte de su presencia:
vez q u e es v e r d a d aquel principio d e q u e
«Dueño mió, en gracia de mi dulce canto, no
los n o m b r e s s o n la c o n s e c u e n c i a d e las co-
te apartes de ella jamas, di cuanto quisieres
á tu fiel siervo y s i , gracias á tus súplicas, s a s , Nomina sunt consequentia rerum. La
está y a perdonado, anúnciale esta paz con c u a r t a , e n fin, m e hacía pensar q u e la
afable rostro.» ¡Vé, s í , oh balada m i a ! elige dama q u e absorbía todos mis p e n s a m i e n -
la ocasion más oportuna y t u y a será toda la tos n o e r a , c o m o otras m u j e r e s , fácil de
gloria del éxito.» ser vencida. Cada u n o d e estos pensamien-
tos se sobreponía s u c e s i v a m e n t e en mi
mente y andaba s u m a m e n t e indeciso sin
Despues d e esta v i s i ó n , y dichas por' m í
saber qué camino seguir ni por d ó n d e em-
aquellas palabras que el propio A m o r m e
pezar mi derrotero. C u a n d o , e n medio de
dictára, asaltaron y combatieron mi e s p í r i -
mis e s f u e r z o s , buscaba u n t é r m i n o medio
tu d i v e r s o s y e n c o n t r a d o s afectos con vio-
á estos distantes e x t r e m o s , habia para mí
lencia tal, q u e n o m e daban lugar para
á u n m a y o r dificultad en apelar á la pie-
dad y arrojarme c o n f i a d a m e n t e en s u s bra- c o n d u c i r m e , m a s fiado de su amistad lle-
zos. En tal situación v í n o m e deseo d e com- gamos , en fin , al lugar de la reunión. En-
poner el siguiente soneto f tóneos le pregunté á q u é fin h a b í a m o s ve-
nido á v e r tan amables d a m a s , y respon-
«Mis pensamientos todos se refieren al dió q u e para q u e tuviesen más dignos
Amor, mas con tanta variedad entre sí, que servidores. El caso era q u e todas ellas
miéntras por los unos m e someto á su domi- formaban el cortejo de una nobilísima don-
m i o , en otros dudo acaso de su poder. cella , desposada aquel m i s m o dia, á q u i e a
»Ora siento inefable dulzura, movido de habían de a c o m p a ñ a r en el banquete de
esperanza, ora prorumpo en amargo llan- b o d a , s e g ú n el uso de aquella c i u d a d , en
to d e . desconsuelo, siendo invariable sola- la morada de su esposo. En cuanto á mí,
mente en el deseo de buscar remedio á mi c r e y e n d o corresponder á los deseos de mi
dolor. a m i g o , me p r o p u s e servir á aquellas da-
» A s í , estoy rodeado de ineertidumbré, n o m a s e n cuanto se ofreciese ; m a s , una v e z
sé cómo hablar ni cómo tranquilizar m i amó-
en presencia de toda la r e u n i ó n , sentí re-
rosa pasión.
p e n t i n a m e n t e hácia el lado izquierdo de
» Y llamando en mi auxilio á todos estos
mi pecho un extraordinario t e m b l o r , q u e
encontrados a f e c t o s , imploro también el f a -
vor de mi enemiga señora, la piedad para á su vez s e c o m u n i c ó á todo mi sér. Para
que me defienda y ampare.» n o caer h u b e de a p o y a r m e e n u n pintado
frisó que rodeaba toda la e s t a n c i a , y te-
Despues d e esta porfía de opuestos pen- m i e n d o que alguno se apercibiese del caso,
samientos s u c e d i ó q u e , r e u n i é n d o s e en disimulé euanto pude, alcé los ojos, y pude
cierto lugar mi n o b l e s e ñ o r a con otras v a - ver entre las otras d a m a s á mi gentilísima
Beatriz. E n t ó n c e s , de tal m a n e r a s e ocu-
rias damas d e d i s t i n c i ó n , u n amigo mió,
paron todas m i s potencias por la fuerza
c r e y e n d o h a c e r m e o b s e q u i o , quiso llevar-
de Amor , al sentirme tan cerca del objeto
m e a l l í , d ó n d e tantas bellezas s e ofrecían
a m a d o , q u e no m e q u e d ó v i d a sino en
á la vista. Yo ignoraba a d o n d e quería
los ojos para mirar, y á u n éstos c o m o
fuera de s u s órbitas, porque el A m o r que- bien sentiría por mí gran compasion.» Dan-
ría ocupar su lugar para admirar más de do así rienda suelta á m i dolor quise pin-
cerca s u sin par h e r m o s u r a ; y áun d e s - tarle al Y' v o> mí súbita m u d a n z a , y lo
pues de repuesto un tanto de m i t u r b a - oculta q u e para todos estaba la v e r d a -
c i ó n , m e apenaba el calcular que aquéllos dera causa ( q u e á n o estarlo hallára en
habían de publicar mi s e c r e t o y quejarse m u c h o s palabras de consuelo 1 } en el si-
d i c i e n d o : • Si A m o r no n o s hubiese, así guiente s o n e t o , q u e deseaba llegase á o í -
t u r b a d o , p o d r í a m o s disfrutar de la vista dos de mi dulce bien :
d e tan maravillosa hermosura.
«No os riáis de mi, sefiora, hablando con
Apercibidas algunas de a q u e l l a s damas otras d a m a s , porque si bien reflexionáis, no
de mi súbita emocion, comenzaron á admi- es otra la causa de mi turbación que el haber
rarse y h a c e r girar sobre mí la conversa- contemplado vuestra beldad.
ción con maliciosas sonrisas. Luégo que » A h , si lo supieseis, no podría vuestra pie-
mi a m i g o se apercibió d e ello rae tomó de dad resistirse á tal prueba. Amor que cerca
la m a n o , y s a c á n d o m e fuera m e preguntó «le vos me halla, se apoderado mi albedrío.
q u e m e sucedía. Respondíle con frases en- 3) Y agitando mi espíritu, queda él sólo
trecortadas hasta tanto q u e m i espíritu duefio de miraros.
» T a n t a conmoción se pinta en mi sem-
r e c o b r ó algún tanto la calma y el reposo
blante, siempre que penetran en mi corazon
v o l v i e n d o y o á ser d u e ñ o d e m i s faculta-
sus crueles punzadas, B
des. « H e p u e s t o , le dije, el pié e n u n a
s e n d a e n q u e n o es posible retroceda u n
Despues de tan peregrinos s u c e s o s s o -
paso. . E n t ó n e o s m e retiré á m i aposento
b r e v í n o m e u n a tan fatigosa pesadilla que
para estar s o l o , llorar y sentir m á s mi
n o m e dejaba punto de reposo, y m e pa-
afrenta, d i c i é n d o s e entre sollozos:« Si mí
recía que era argüido y r e c o n v e n i d o e n los
amada s u p i e s e el estado á que m e ha re-
siguientes t é r m i n o s : «Si tan mal papel
d u c i d o , nq creo q u e s e m o f á r a de m i e n t e s
representas a n t e tu d a m a , ¿por q u é e s e
afán que tienes en buscarla ? Y si ella te »Coínpásion, sí, cuandofen mis tristes mi-
llamase á su p r e s e n c i a , ¿qué responderías radas se pinta el deseo de la muerte, no el de
toda vez q u e fueses d u e ñ o de tí mismo? conmover el eorazon ajeno.»
Un p e n s a m i e n t o de h u m i l d a d venía e n t ó n -
ces en mi a y u d a dictándome esta respues- Escrito este soneto m e o c u r r i ó el expre-
ta : «En este c a s o , e s t a n d o en mi acuerdo, sar cuatro distintas e m o c i o n e s q u e sentía
diría á mi amada que, al pensar e n s u respecto á mi actual estado y q u e áun creo
h e r m o s u r a , m e asalta tan fuerte y ardo- no he dado á conocer Condolíame, en pri-
roso deseo de v e r l a , q u e esto amortigua y mer l u g a r , siempre q u e mi memoria recor-
apaga e n mi memoria todo otro pensa- daba los efectos q u e el A m o r me causára; el
miento contrario, que ni se m e acuerdan m i s m o Amor-me asaltaba ademas tan fuerte-
los pasados tormentos ni ambiciono otra mente que no'me quedaba m á s señal de vida
cosa q u e mirarla. Tan varios afectos m e que el p e n s a m i e n t o fijo en mi dama. Cuan-
inspiraron el soneto s i g u i e n t e : do así el Amor m e combatía , aturdido y
c o n f u s o , acudía en busca d e el\a, c o m o si
me olvidase d e cuanto m e sucedía en c o n -
«Todo cuanto á mi imaginación se presen- trario en sintiéndome cerca de su noble
ta se extingue y desvanece ante tu bella persona ; s u v i s t a , en e f e c t o , léjos de c o n -
imágen, ¡oh bien mió! Si de cerca te miro, el fortarme en los c o m b a t e s , acababa, por el
amor parece que m e dice : « huye si no quie- c o n t r a r i o , con las pocas fuerzas q u e m e
»res sucumbir, s
quedaban. A este fin exclamaba :
»En mi rostro se pinta la agitación de m i
ánimo. Paréceme que oigo anunciar mi pro-
« D e continuo se pinta en mi mente la
pio fin cuando en busea de consuelo, cuando triste suerte á que Amor me ha reducido, y
en medio de m i s temores, creo oir resonar por lleno de conmoeion no puedo por menos de
todos los ámbitos : «¡ muera! ¡ muera!» exclamar : «¡Ay de mí, á quien sólo suceden
» P e c a , en verdad, quien viéndome desfa- »tamaños males!»
llecido no m e conforta con alguna muestra
» A punto estoy de perder m i vida en loa
de compasión.
continuos asaltos de Amor. U n espíritu sólo
2
\

mora en m i , y ese v i v e tan sólo por estar


consagrado á t i , Beatriz m i a 1 dama n o se hallaba e n t r e e l l a s , salúdelas
»Ya me esfuerzo y peleo contra mí mismo, c o r t e s , preguntando qué tenian que m a n -
y y a desfallecido deseo verte como al único darme. Reíanse u n a s con otras al parecer
remedio de mis penas.
y alguna como q u e esperaba á que y o m é
» Mas si oso levantar á tí mis miradas, lue-
explicase c l a r a m e n t e ; al fin una de ellas,
g o me asalta gran temblor, desfallezco y pa-
v o l v i e n d o á mí s u s ojos y llamándome por
rece que m e falta la v i d a . »
mi propio nombre m e d i j o : «¿A q u é fin has
Compuestos estos tres ú l t i m o s sonetos, puesto tu amor en persona c u y a mirada
d i r i g i d o s á mi a m a d a , como v e r d a d e r a no pueden soportar tus o j o s ? f u e r z a es
q u e el fin q u e te p r o p o n e s sea e n e x t r e m o
pintura del estado de mi á n i m o , parecióme
peregrino y e x t r a ñ o . . Dicho esto parecía
b a b e r dicho y a bastante y resolví callar
que querían arrancarme la respuesta con
en adelante s i n decirla cosa alguna. Tra-
sus penetrantes y tenaces miradas Res-
t a r é , p u e s , ahora de otra materia m á s
póndales : « S e ñ o r a s , el fin d e mi amor
n u e v a y elevada que la q u e hasta aqui he
se cifra en el dulce y amoroso saludo d e
r e f e r i d o , no d e j a n d o también de ser algún
mi a m a d a , término actual de mi dicha y
tanto grata.
colqio de mis d e s e o s ; esta gracia me ha
La súbita mudanza d e m i rostro m e ha- sido n e g a d a , y ahora se cifra mi amoroso
bía h e c h o traición ante los más , a r r a n - anhelo en otro bien q u e n o puede faltar-
c a n d o á mi afma su íntimo secreto, ü n dia me. , Luego q u e m e e s c u c h a r o n v o l v i e r o n
tuvieron ocasion de o b s e r v a r m e de cerca a hablar entre sí u n a s con o t r a s , y cual
ciertas damas q u e j u n t a s solían várias ve- vemos á veces la lluvia acompañada de
ces solazarse; u n a de e l l a s , m á s particu- blancos copos de n i e v e , así parecíame oír
l a r m e n t e , llegó, se dirigió hacia d o n d e s u s palabras entremezcladas de s u s p i r o s
y o estaba y m e llamó. Sus palabras no ca- Al fin repuso mi ¡ n t e r l o c u t o r a : - S u p l i c á -
recían de gracia y e n c a n t o ; llegándome rnoste n o s hagas ver cuál es esa última di-
más c e r c a , y bien a s e g u r a d o de q u e mi cha d e que nos h a b l a s . - E n las palabras
t

que se dirigen e n alabanza de mi señora, la p a l a b r a s : «Oh d a m a s q u e sabéis bien qué


, j i j e — ¿ N o podría d u d a r s e , m e tornó á de- cosa e s amor...» y contento las retuve en
c i r , si aquellas e n que h a s tratado d e pin- mi m e m o r i a , pensando tomarlas c o m o
tar tu amorosa pasión s e dirigen á este ñn?- principio de mí composicion. Vuelto luégo
Oyendo esto senti tal rubor q u e , sin re- á la ciudad , y m a d u r a n d o m á s y m á s mi
p l i c a r , hube de alejarme, diciendo para mí: pensamiento en el espacio de algunos dias,
«Si tal dicha encuentro e n las palabras q u e compuse, bajo el pió de aquel primer con-
cepto , la canción cuya forma y tenor es
s e dirigen á ensalzar á mi noble señora,
así :
¿ por q u é hablar de otra cosa alguna?. Con
esto m e propuse desde aquel punto n o tra-
«¡Oh damas que sabéis bien qué cosa es
tar otros a s u n t o s sino los que íuesen e n
amor! hablaros deseo en alabanza de mi
alabanza s u y a , y m e d i t a n d o sobre esto m e amada, no porque pueda hacerlo dignamen-
parecía empresa m u y superior á m i s esca- te, smo con el fin de dar alivio á mi pasión
sas f u e r z a s , tanto q u e no m e atrevía á encendida. Y diré cómo, pensando en los teso-
c o m e n z a r l a ; así permanecí agobiado con ros que su corazon encierra, percibo los efec-
el temor de hablar y con el miedo de dar tos de amor tan dulcemente, que, si no me vie-
principio á m i s composiciones. se falto de todo valor, mis palabras comuni-
canan igual pasión á todas las gentes. Mas
Y en tanto, pasando por cierto sitio, jun-
no quiero remontar tan alto mi vuelo, no sea
to al cual se deslizaba u n a r r o y u e l o de lím-
q u e m e precipite mi propia peqneñez; habla-
pida y cristalina c o r r i e n t e , v í n o m e tal de- re, pues,- brevemente á vosotras, damas y
seo de decir algo q u e empecé á p e n s a r e n doncellas enamoradas, de los méritos y ele-
la manera d e d e c i r l o ; m a s creí n o deber vadas dotes de mi amada, que no es asunto
hacerlo en nombre de mi amada , sino di- este para tratado con todo el mundo.
rigirme á otras d a m a s , a u n q u e solamente »Un ángel invoca á Dios y le d i c e : «Señor,
á aquellas q u e fuesen nobles y distingui- »un sér h a y en la tierra de nobles dotes y gra-
das. A s í , p u e s , se desató mi l e n g u a , y »cias sin cuento, como procedentes de un alma
pomo maquinalmente p r o r u m p i ó en estas »cuyo esplendor hasta estas alturas se remon-
»ta.» Por eso el cielo, en que nada faltaba sino
»cierre?» Mas despuesde contemplarla pien-
su presencia, la pidió al Señor, y cada santo sa cómo Dios creó cosa tan m a r a v i l l o s a . !
la reclamó por sus oraciones. Sólo la piedad Odor de perla casi imperceptible, cual con-
hizo causa por mí, y el Señor, sabiendo que viene á dama de tales prendas. La bondad
era m i amada r habló diciendo : « Sufrid con que encierra es cuanta capaz es de producir
»paciencia, oh amados m i o s , que aquella que la naturaleza; mirando su rostro se apre-
»deseáis ver, permanezca allá cuanto mi vo- s a todo lo bello. Cualquier movimiento de
»luntad fuere, puesto que hay una criatura sns ojos despide rayos inflamados de amor
«que si la perdiese podría decir á los malde- que hiere la vista de quien la mira, pene-
»cidos del infierno : « H e visto la esperanza trando derechos al corazon. El amor/en fin,
»de los bienaventurados.» se retrata en su semblante con brillantes ful-
» En el alto cielo se desea la v i s t a de mi gores.
amada; no cantaré sino en honor de sus vir-
tudes excelsas. La que desee mostrar gentil auSrk f S f e T'-y'M que irás por do-
continente, que busque su compañía; si ella quier hablando á muchas damas en nombre
camina, amor pone como hielo en los corazo- mío. Ahora sólo te advertiré, pues te he dado
nes corrompidos, matando y destruyendo el ser como á hija de Amor jóven y sencilla
todos los pensamientos indignos. Quien no que preguntes á todos el camino más breve'
p u e d a arrostrar sus nobles miradas ó se en- T Z t T f T " a q U d l a á q n Í e n ™ dedicada
noblecerá ó perecerá, pues cuando encuentra y cuya a abanza es. tu más preciado orna-
á alguno digno de contemplarla cara á cara, mento Mas s i n o quieres caminaren vano,
éste percibe los efectos de su virtud poderosa huye de los corazones manchados de bajeza
y corrupción, y muéstrate sólo á aquellas da-
si la hace acatamiento, y tal modestia y bon-
laas y g a l a D t e 8 m a n c e b o s q u e ensefieü
dad le comunica, que llega á olvidar todas las
ofensas recibidas. Y áun más sublimes gra- el camino más fácil y breve. Allí encontrarás
con ella al Amor, y á ambos recomiéndame
cias puso el Excelso en ella, que cualquiera
cual debes.
con quien conversare no puede desastrosa-
mente f e n e c e r . » Después q u e mi canción circuló n o p o c o
»El Amor á su vez d i c e : «¿ Es posible que entre las g e n t e s , cierto amigo q u e la oyera
»criatura mortal tal hermosura y belleza en- recitar mostró deseo d e oir de mi boca
q u é cosa es a m o r , por h a b e r formado de r a b i o s a m e n t e l e arrastró á su antojo. Ta-
mí una idea más lisonjera q u e merecida. les efectos quise e x p r e s a r en este soneto :
Con tal o c a s i o n , p e n s a n d o q u e la materia
«Amor se pinta en los ojos de mi bella
era d e s u y o a m e n a y oportuna, quise com-
amada; aeí ennoblece todo aquello en que
placerle c o m p o n i e n d o el siguiente soneto: fija sus miradas. A s n paso todos la miran
embelesados, y con sn amable saludo se con-
«Dice muy bien el sabio que el Amor y el
mueven los corazones.
eorazon noble son una misma cosa, y cuando
el uno intenta separarse del otro, sucede lo »Su aspecto hace bajar la mirada y pali-
que al alma á quien abandona la razón. decer el rostro en vista de la propia peqne-
fiez.; ante ella huyen el orgullo y la cólera.
» Cuando la naturaleza sonríe de amor le
Unios á m í . jóvenes doncellas, para tribu-
entrega todos los corazones, y en ellos mora
tarla honor y alabanza.
por breve ó largo tiempo éste, descansando
y durmiendo dulcemente. »Quien escucha su voz concibe suma dul-
zura y pensamientos de humildad y modes-
» La belleza á su vez se ofrece á la vista
tia ; por eso se siente feliz el que por v e z pri-
bajo el aspecto de una mujer discreta; tan
mera la contempla.
grata es su vista, que engendra en el eorazon
el deseo de poseerla. »Si sonríe, no es dable pintar ni imaginar
siquiera la expresión de su rostro, ¡tan mi-
»Y á veces, persistiendo tanto este deseo,
lagroso encanto encierra la
s e sobrepone al espíritu enamorado; igual
efecto produce en el eorazon de la mujer el
hombre que sabe amar.» No se pasó m u c h o tiempo sin que la s u -
prema voluntad de n u e s t r o Señor ( q u e
Y p u e s canté d e amor en este soneto, áun á sí m i s m o n o quiso libertarse de la
quiero decir ahora algo en pro y alabanza muerte) dispusiese de la vida de aquel á
d e mi s e ñ o r a , m o s t r a n d o e n cuál manera quien cupo la suerte de s e r padre d e tan
maravillosa criatura c o m o era mi a m a d a
A m o r m e desveló por ella, y c ó m o , n o
B e a t r i z , y q u e al partir de este m u n d o , sin
solamente consiguió despertarse en mi
duda fué recibido e n la gloriosa eternidad.
pecho doquiera q u e f u e s e , sino q u e ma-
Y c o m o quiera q u e s i e m p r e esta larga a u -
Con mis m a n o s trataba de ocultar. Si n o
sencia sea amarga para los q u e acá q u e -
fuera por v e r si oia alguna otra e x p r e s i ó n
d a n y lian sido amigos del difunto y q u e
q u e s e refiriese á mi amada (pues m e h a -
también n o h a y amistad m á s íntima q u e la
llaba p r e c i s a m e n t e en u n lugar por d o n d e
q u e p u e d e haber d e un b u e n padre á un
habían d e pasar todas las q u e v o l v í a n del
b u e n hijo ó de u n b u e n hijo á u n b u e n pa-
duelo) h u b i é r a m e e s c o n d i d o luégo q u e aso-
d r e , y siendo a d e m a s Beatriz buenísima
m ó á mis ojos *el llanto. • ¿Quién será c a -
e n e x t r e m o , y s u p a d r e (según s e cree g e -
paz de alegría despues de haberla oido do-
n e r a l m e n t e y es cierto) también de e m i -
l e r s e con tanta p i e d a d ? , decían las unas;
n e n t e v i r t u d , cosa natural era q u e ella se
poco despues otras, refiriéndose á m í : »És-
llenase de a m a r g u í s i m o d e s c o n s u e l o . S i -
te , añadían, llora también ni más ni ménos
g u i e n d o el uso establecido e n la c i u d a d
q u e , si cual n o s o t r a s la h u b i e s e v i s t o . .
e n c i r c u n s t a n c i a s t a l e s , s e r e u n i e r o n las
• ¡Mirad, decían o t r a s , cuán cambiado está,
m u j e r e s por u n lado y los h o m b r e s por
n o parece el m i s m o ! . Estas y otras e x - *
otro, para celebrar el d u e l o , y las prime-
presiones p u d e escuchar d e s d e el sitio e n
ras unieron s u s lágrimas á las que piado-
q u e m e hallaba; e n ellas m e inspiré para
s a m e n t e derramaba Beatriz. Por acaso en-
expresar e n v e r s o , puesto q u e el a s u n t o
c o n t r é á a l g u n a s d e éstas e n la calle cuan-
se prestaba n o poco , todo lo q u e acababa
do v o l v í a n d e estar en s u compañía é hice
de escuchar de la boca de a q u e l l a s j ó v e -
por e s c u c h a r lo q u e d e c í a n , p u e s pareció-
nes. Y si bien la prudencia y discreción hi-
m e q u e s u s d i s c u r s o s se referían al dolor
cieron que no les preguntase nada , a u n .
y llanto d e aquella amada mía. E n t r e otras
q u e lo deseaba m u c h o , t o m é ocasion d e
cosas oí q u e decían : ¡«Cómo llora! ¡ E s
aquí para hablar como si realmente y o les
para m o r i r oir s u s quejas!» Conforme se
h u b i e s e i n t e r r o g a d o y eílas respondido. A
iban alejando aquellas damas iba y o q u e -
este fin hice d o s s o n e t o s : e n el primero
d a n d o s u m i d o en profunda tristeza, y áun
p r e g u n t o s e g ú n mi d e s e o , y en el otro d o y
a l g u n a lágrima cayó por m i s mejillas q u e
como respuesta aquello m i s m o q u e y o
p u d e oír. Decía el primero d e estos so- »Déjanos estar tristes; no es bien que tra*
tes de consolarnos cuando la hemos podido
netos :
oir mezclar sus palabras á sus lágrimas.
«¡ Ab ! que el dolor está tan grabado en sus
«¡Oh vosotras, que con humilde aspecto y
facciones que si la hubiésemos mirado fija-
baja mirada demostráis vuestro dolor! ¿ d e
mente hubiésemos al punto sucumbido.»
dónde v e n i s que tanta emoeion se pinta en
la palidez de vuestro rostro ?
»¿Habéis visto á la noble dama inundada Pocos días despues d e estos s u c e s o s m e
de dolor piadoso? Decídmelo, señoras, que aquejó una dolorosa enfermedad que m e
y a el corazon m e lo hace presentir viéndoos llenó de profunda tristeza durante bastan-
como ennoblecidas con vuestro aspecto triste.
te tiempo, s o b r e v i n i é n d o m e tal debilidad
»Y si venis de presenciar tan doloroso es-
q u e m e vi obligado á p e r m a n e c e r en q u i e -
pectáculo, hacedme merced de quedaros á mi
tud casi completa. Al n o v e n o dia sentía
lado y contadme cuanto de ella sepáis.
un dofór insoportable; m a s á pesar de
»Que vuestros ojos están tan llorosos y tan
desfigurados vuestros semblantes que y a esto m i s ideas estaban fijas, en mi amada.
temo llegar á ser testigo d e lo que vosotras E n t r e g a d o á estos pensamientos, v o l v í mis
habéis .visto.» ojos á mí p r o p i o , y considerando mi a c -
tual estado y la fragilidad y poca duración
de la vida h u m a n a , no pude m é n o s de l l o -
El s e g u n d o soneto decia :
rar tanta miseria. Decia entre mí s o l l o z a n -
do : ¡ Llegará algún dia en q u e la hermosa
«¿Eres acaso tú quién tanto nos ha habla-
Beatriz habrá de morir ! Desfallecí d e tal
do de nuestra dama conversando con nos-
otros ? Bien lo pareces en la v o z , mas tu fi- suerte q u e , cerrando los o j o s , m e e n t r e -
gura h a cambiado no poco, gué á un e x c e s o d e frenético d e l i r i o , y m i
»¿Y por qué causa así lloras que excitas imaginación veía pasar s o m b r a s de m u j e -
en todo corazon profunda lástima? ¿Acaso res que con los c á b e l a s al viento parecían
l a has visto llorar cuando no puedes ocultar decirme : Has de morir, y d e s p u e s creía
tfl amargo llanto ?
v e r diversas figuras h o r r e n d a s q u e m e
gritaban : Estás muerto. En esta agitación q u e m e movía para v e r el c u e r p o , morada
de todo mi sér llegué á n o saber d ó n d e me hasta e n t ó n c e s d e su alma tan noble y
hallaba. Se m e antojaba q u e pasaban á mi pura. Tan léjos m e condujo mi desbordada
vista otras m u j e r e s con los cabellos desor- fantasía q u e llegué á verla muerta e n efec-
denados y v e r t i e n d o l á g r i m a s , q u e el sol to, y q u e otras j ó v e n e s cubrían su rostro
s e oscurecía y dejaba v e r las pálidas es- con u n blanco velo. Su r o s t r o , lleno de
trellas , q u e parecían llorar también la h u m i l d a d , parecía q u e quería decir: «Voy
muerte d e alguna criatura ; las aves á ver el principio d e toda paz.» Contem-
caian en tierra e n m e d i o d e su vuelo y plándola así m e sentí p e n e t r a d o de tanta
oíase el sordo ruido de u n terremoto. En humildad que i n v o q u é la m u e r t e c l a m a n -
medio de mi estupor y no poco atemori- do : «Vén á m í , m u e r t e d u l c e , n o m e seas
zado parecíame q u e u n a v o z amiga m e de- v i l l a n a , ántes debes ser n o b l e , pues que
cía : «Debes saber q u e la mujer f quien en tal parte moras. V é n , q u e m u c h o te de-
tanto a m a s ha partido de esta vida á la seo, y ves q u e ya m e visto de tu c o í o r . » —
e t e r n i d a d . » E n t o n c e s ya n o lloré e n mi Despues de h a b e r asistido á todas las ce-
imaginación s o l a m e n t e , sino con los ojos r e m o n i a s q u e con los c u e r p o s muertos s e
c o r p o r a l e s , v e r t i e n d o raudales de lágri- acostumbra o b s e r v a r , creia q u e volvía á
mas. L e v a n t a n d o mi vista creia v e r m u l - mi propia e s t a n c i a , y a l l í , l e v a n t a n d o al
titud de á n g e l e s q u e subían al cielo tras cielo los ojcs, comenzaba á decir : * ¡Oh be-
u n a p e q u e ñ a n u b e como d e luz b l a n q u í s i - llísima alma, c u á n f e l i z e s q u í e n goza d e tu
ma. Parecíame que cantaban e n coro glo- vista!» Entre lágrimas y sollozos, y así in-
r i o s o , y las palabras q u e p r o n u n c i a b a n v o c a n d o el auxilio d e la muerte, una m u -
e r a n estas : Hosanna in excelsis, y no po- j e r j o v e n q u e estaba cabe m i l e c h o , c r e -
día oír más. D e s p u e s m e parecía q u e mí y e n d o que m i s palabras y l á g r i m a s nacian
propio corazon, t a n j e n o de a m o r , m e de- de la misma fuerza de mi m a l , p r o r u m -
cía : «Cierto e s , tu amada h a muerto >, y pió en c o m p a s i v o llanto. Otras j ó v e n e s q u e
allí también e s t a b a n , v i e n d o llorar á s u
compañera (que n o era sino u n a cercana sos en q u e narrase todo lo representado á
parienta m i a ) , procuraron apartarla y á mi imaginación c o m o cosa de í n t e r e s , y al
mí d e s p e r t a r m e , c r e y e n d o que s o ñ a b a , di- efecto hice esta canción :
c i é n d o m e : « No llores m á s ni te desconsue-
les. • En este punto cesó m i delirio á tiem-
«Una piadosa dama, llena de juventud, y
po q u e iba á g r i t a r : * ¡Oh , Beatriz, bendita
con toda la distinción capaz de l a humana
seas! • Y ya habia salido d e mis labios el
condicion , estaba en aquel lugar en que la
n o m b r e d e Beatriz, c u a n d o d e s p e r t á n d o - muerte parece que qneria visitarme. Viendo
m e abrí los ojos y e c h é de v e r el e n g a ñ o mis ojos llenos de tristeza, oyéndome pala-
de mi s u e ñ o . Con t o d o , la misma vehemen- bras vacías de sentido que dejaba escapar,
cia con q u e p r o n u n c i é aquel n o m b r e e n - asustada, púsose á derramar copioso llanto.
tre la conmocion y los sollozos impidió Otras mujeres la apartaron de aquel lugar,
q u e lo c o m p r e n d i e s e n las circunstantes; y acercándose á mí la n n a m e decia: «no duer-
áun así m e sobrevino n o poco s o n r o j o de »mas y a » ; la otra :« ¿por que te acongojas?»
mi d e b i l i d a d , a u n q u e u n a advertencia sa- Entonces abandoné todo pensamiento que
ludable del Amor hizo que volviese hacia no f u e s e el nombre de m i dama.
ellas". Luégo q u e m e vieron dijeron entre »Tan doloroso era el aeento mió , tan en-
s í : « ¡ Parecé m u e r t o ! . y anadian : «Pro- trecortada mi voz por el llanto y l a agonía,
que y o solo pnde comprender dentro de mi
curemos confortarle.» Así parecia lo pro-
pecho aquel nombra qne pronunciaban mis
curaban al par que me preguntaban el mo-
labios. Amor hizo qne volviese la vista hácia
tivo d e mi terror. Respondíles algún tanto aquellas mujeres no sin pintarse turbación
aliviado y c o n v e n c i d o d e mi e n g a ñ o s o so- y vergüenza en-mi semblante. Mi vista les
ñ a r , c o n t á n d o l e s todo lo q u e habia visto causó l a m i s m a impresión que la muerte.
en mi imaginación del principio al fin, aun- « ¡ A h , d e c i a n , démosle valor!» Y todas
q u e c u i d a n d o bien d e omitir aquel dulcí- juntas, orando humildemente, me repetían
simo nombre. Despues que hube s a n a d o sin cesar: «¿Qué es de t í ? ¿te falta el valor?»
de aquel mal m e propuse h a c e r u n o s ver- Y cuando hube cobrado fuerzas prometí con-
társelo todo.
»En tanto qne y o meditaba sobre lo ¿rá- coro : « ¡ H o s a n n a ! » Y si algo más dijeron os
g i l de im existencia y fe breve de su dira- lo declararé. El Amor se dirigió á mí dicién-
cion Amor lloraba dentro de mi coraon, dome : « N a d a quiero ocultarte, quiero que
su habitual morada, y ini alma sufria tanta «veas á tu dama que y a c e muerta.» Mi en-
turbación que, lanzando suspiros, decía en- gafio'so soñar me hizo verla en efecto priva-
tre mí : ¡ A h , mi amada habrá de morirt da de vida, al tiempo que otras jóvenes la
Nuevas congojas me asaltaron entónces mis cubrían con un blanco velo. La pureza y la
ojos se cerraron y todos mis sentidos y f a - modestia se pintaban en su semblante; no
cultades cesaron en sus funciones; privado parecía sino que decía : «¡ Ya estoy en paz!»
del conocimiento, y como sin propia exis- »En vista de su rostro lleno de humilde
tencia, imagíneme rodeado de mujeres que expresión sentíme como anonadado y excla-
gritaban con saña : «¡ Muere, muere!» mé : «¡Oh, muerte , como m u y dulce cosa te
»Así divagando mi mente, v i entre sueños »estimo ahora, pues que has tocado en ella!
cosas espantosas. Ignoraba el lugar en que »¡ Mostrar debes compasion, no encono 1 ¡Oh
me hallaba, y sólo creia ver á unas mujeres »muerte, pues que y a me asemejo á tí en la
con largos cabellos esparcidos al viento »palidez, vén y tenme en el número de los
unas llorando, otras lanzando lastimeros y' »tuyos!» A s í , dando rienda suelta á mi do-
penetrantes quejidos. Creí ver el cielo cu- lor me quedé s o l o , y tornando á mirar al
bierto de tristes celajes y aparecer las estre- c i e l o , c l a m a b a : « ¡ D i c h o s o , oh alma her-
llas tristes también como si llorasen, las »mosa, quien t e contempla!....» Entónces m e
aves caían en medio de su vuelo y la tier- despertaron, d e m i suefio, dándoles y o las
ra se conmovia. Entónces un hombre suma- gracias.»
mente flaco y cubierto de palidez s e me pre-
sentó diciendo : « ¿Qué h a c e s ? ¿ no sabes por D e s p u e s de este delirio de mi imagina-
«ventura la triste nueva? ¡ la hermosa dama ción s u c e d i ó un dia que, entregado á p r o -
»tuya ha muerto !»
fundas m e d i t a c i o n e s , comenzó á palpitar
»Levanté mis ojos al cielo a n e g a d o s en
mi corazon con la v e h e m e n c i a q u e solia
amargo llanto y vi á los ángeles como lluvia
de maná c e l e s t i a l , volar al empíreo guia- siempre que m e hallaba en presencia d e l
dos por cierta nube luminosa y cantando en objeto de mis desvelos. Represen tóseme
entónces v i v a m e n t e el Amor, q u e venía de
Beatriz se m u e s t r e despues de la visión te-
allí d o n d e estaba mi a d o r a d a , y con a l e -
nida por su amante. Y á u n te digo m á s ,
gre tono m e decía: . B e n d i c e el día en q u e
que si paras l a atención verás que s u pri-
m e conociste, pues así debes h a c e r l o . . Mi
mer n o m b r e también significa Primavera,
corazon rebosaba de alegría, tanto que por
puesto q u e s u n o m b r e de Juana v i e n e del
por la n o v e d a d parecía que n o estaba d e n -
de J u a n , el precursor de la verdadera Luz,
tro de mi pecho; d e s p u e s q u e así m e con-
según aquel texto d e : Egovox clamantisin
movió por obra-del A m o r , vi venir hácia
deserto : Parate viam Domini.» Y áun m e
mí una gentil dama d e admirable hermo-
pareció q u e anadia: «Y quien quisiese m á s
s u r a , c u y o corazon pertenecía, y a tiempo
sutilmente pensar en esto llamaría á Bea-
h a b i a , á aquel mi primer amigo ya cita-
triz A m o r á causa del s u m o parecido q u e
d o (l). S u n o m b r e v e r d a d e r o era Juana,
conmigo tiene.» E n t ó n c e s , reflexionando
sólo q u e por razón d e s u belleza habían
sobre todo esto i d e é , callando lodo aque-
d a d o en llamarla m u c h o s Primavera, por
llo q u e c o n v i e n e , hacerlo m o t i v o de u n o s
c u y o apodo era más g e n e r a l m e n t e conoci-
versos dirigidos al dicho mi a m i g o , juz-
da. E n pos de ella vi v e n i r ó mi n u n c a
gando aún á s u corazon preso en los e n -
bien alabada Beatriz, y caminando ambas
cantos de la bella Primavera ; fueron éstos
d e esta s u e r t e , y v i n i e n d o hácia mí, creí
el siguiente soneto :
oir al A m o r que m e decia interiormente :
« Esta primer dama s e llama Primavera,
tan sólo porque h o y v i e n e aquí de este
m o d o , p o r q u e y o h e i n d u c i d o al autor d e » Sentí cual despertaba de profundo sueño
este mote á llamarla Primavera, q u e sig- Un espíritu amoroso que dentro de mi pecho
nifica v e n d r á la primera (2) el dia en q u e dormia; y en pos v i venir de léjos al mismo
Amor ¡ mas con tan alegre rostro que apénas
le reconocí.
(1) Guido Cavaleantl. »Piensa, me d i j o , en honrarme, y á cada
(2) Prima verrá en i t a l i a n o , e n que tiene lagar e s t e palabra mezclaba nna sonrisa. A s í estando
j u e g o de palabras.
un breve rato á mi lado mi Señor el Amor
m i r a n d o á aquel p u n t o d e d o n d e éste habia
venido, e s , s e g ú n la filosofía d e Aristóteles, p r o p i o
»Vi á a m b a s d a m a s Vanna y B i c e (1) que sólo d e la n a t u r a l e z a c o r p ó r e a , r e s u l t a d e
v e n i a n al lugar en que m e hallaba cual dos aquí el q u e y o e s t a b l e z c a q u e el A m o r e s
m a r a v i l l o s a s v i s i o n e s u n a e n p o s de otra. un cuerpo. Y como áun añado que ríe y
« Y como n o m e es infiel l a m e m o r i a , re- que h a b l a , actos p r o p i o s del h o m b r e , s o -
cuerdo que A m o r m e d i j o : ésta e s Prima- bre t o d o el r e i r , s e s i g u e q u e le c o n s i d e r o
v e r a ; en c u a n t o á l a otra, su n o m b r e es también c o m o h o m b r e .
»Amor, tanto s e m e asemeja.» Para e x p l i c a r e s t o (cosa n o ajena d e es-
te Jugar), c o n v i e n e h a c e r n o t a r q u e anti-
Podría aquí dudar cualquiera, á quien g u a m e n t e n o h a b i a c a n t o r e s d e a m o r (poe-
s u s a b e r d i e s e el d e r e c h o d e aclarar toda tas eróticos) e n l e n g u a v u l g a r , a u n q u e h a -
d u d a , a c e r c a d e l o q u e digo del A m o r , tra- bia a l g u n o s q u e c o m p o n i a n v e r s o s latinos;
t a n d o d e él c o m o d e u n a cosa e n sí, n o so- esto e n c u a n t o á n o s o t r o s d o n d e , c o m o e n
lamente e n cuanto á inteligencia sino e n G r e c i a , por e j e m p l o , l o s p o e t a s literatos
cuanto á sustancia corpórea. Cuyo princi- trataban l o s a s u n t o s a m o r o s o s , p o r q u e e n
p i o á la v e r d a d e s f a l s o , p u e s t o q u e el cuanto á otras naciones acaso no sucedie-
A m o r n o e s p o r sí s u s t a n c i a , s i n o u n a c c i - s e así. N o h a n t r a s c u r r i d o m u c h o s a ñ o s
d e n t e e n la s u s t a n c i a . Y el h a b l a r d e él co- d e s d e q u e a p a r e c i e r o n por v e z p r i m e r a es-
m o si f u e s e c u e r p o y á u n c o m o si f u e s e tos p o e t a s ó r i m a d o r e s e n l e n g u a v u l g a r y al
h o m b r e , n a c e d e tres cosas que digo á pro. p r e s e n t e tanto v a l e c o m p o n e r v e r s o s l a t i n o s
p ó s i t o d e é l ; p o r q u e d i g o q u e l e vi v e n i r como rimar en nuestra lengua. Prueba de
d e léjos, y c o m o la p a l a b r a venir i n d i q u e u n esto es q u e si s e b u s c a n l a s c o m p o s i c i o n e s
m o v i m i e n t o local, y e s t e m o v i m i e n t o local e s c r i t a s e n l e n g u a d e oc ó e n l e n g u a d e
si (t), n o s e h a l l á r a n m á s allá d e c i e n t o cin-

apOCOp3dos d e
^ » ( O m a n n a ) , y Bea-
(1) L e n g u a d e oc, p r o v e n z a l ; l e n g u a d e si, italiano.
cuenta a ñ o s á partir del presente. Esto hi-
zo que s e llamasen los primeros en decir cultades al cantor e n r i m a , tailto más cuan-
en lengua v u l g a r , d e c i d o r e s ó narradores to n o s e expresa por puro capricho, sino
en l e n g u a d e si. Y lo que m o v i ó , s e dice, en términos q u e podrían decirse m u y bien
a! primero de t o d o s , no fué sino el deseo en prosa.
de darse mejor á e n t e n d e r de cierta dama E n cuanto á q u e los poetas s e h a n e x -
á quien era desconocida la lengua latina. presado del modo q u e queda d i c h o , t e n e -
Esto sirva de ejemplo á los que riman otras mos la prueba en Virgilio, el cual dice q u e
materias que las de a m o r , siendo así que J u n o , es d e c i r , una divinidad enemiga de
los t r o y a n o s , habló á E o l o , s e ñ o r d e los
la rima fué inventada con el fin de cantar
vientos, en el primer libro de la Eneida, e n
cosas de amor. Sigúese d e aquí, q u e como
aquel pasaje:
siempre s e haya c o n c e d i d o á los poetas
más libertad y desembarazo q u e á los pro-
Eole, namque tibi, etc.
sistas , á estos r i m a d o r e s , q u e n o son otra
cosa q u e poetas en l e n g u a v u l g a r , debe Y Eolo r e s p o n d e :
otorgárseles igual p r i v i l e g i o , y así debe
también c o n c e d é r s e l e s el uso d e figuras y Tuus, ó regina, quid optes
giros poéticos como á los d e m á s poetas. Explorare labor: mihijussa capesserefas est.
De cuanto s e sigue vengo á concluir que,
El m i s m o poeta h a c e q u e una cosa i n -
si c o n v e n i m o s en q u e los poetas h a n h a -
animada hable á otras a n i m a d a s en el s e -
blado de cosas i n a n i m a d a s , c o m o si r e a l -
g u n d o libro del m i s m o poema:
mente tuviesen sentidos y estuviesen dota-
das de r a z ó n , y las h a n hecho estar e n ^ Dardamidae duri. etc.
mutua c o m u n i c a c i ó n , n o ya con cosas ver-
daderas sino hasta con falsas, haciendo Y en Lucano u n a cosa animada habla
hablar á los accidentes como sustancias c o n u n a inanimada.
reales ú h o m b r e s , j u s t o es dar iguales fa-
Multum, Roma, tamen debes civilibus armis
E n Horacio el hombre habla con sn pro'
á algunos q u e riman d e esta m a n e r a vacía
pia ciencia como con otra p e r s o n a , c u y a s
de sentido.
palabras n o s o n tan sólo d e este p o e t a , si-
n o q u e e n cierto m o d o habla con Homero Tanto excitaba aquella noble j ó v e n la
c u a n d o dice en su Poética: admiración de las g e n t e s , que á su paso
por alguna calle corrían á porfía con ob-
Dic mihi, Musa, virum, etc. jeto de m i r a r l a ; cosa q u e á mí m e produ-
cía inexplicable júbilo. Si por ventura al-
Y Ovidio p o n e en boca del A m o r pala- guno s e le a c e r c a b a , le comunicaba u n
bras parecidas en s u obra del Remedio del cierto temor nacido de la m o d e s t i a , q u e
Amor. aquel n o se atrevía ni á levantar la vista
del s u e l o , ni á r e s p o n d e r á s u s a l u d o ; he-
Bella mihi video, lella parantur, ait. cho e s este de q u e podrán dar testimonio
m u c h o s q u e lo h a n e x p e r i m e n t a d o á quien
Ejemplos todos q u e p o d r á n disipar las quiera q u e no lo creyere. En e f e c t o , r o -
d u d a s q u e h a y a n abrigado m u c h o s al leer deada s u persona d e cierta aureola d e
ciertos pasajes de este libro. Mas para que modestia y de v i r t u d , caminaba sin vana-
los rudos ó i g n o r a n t e s no s e crean autori- gloria de lo q u e viera ú o y e r a á su r e d e -
z a d o s á malversar e s t o , a ñ a d i r é q u e no en dor. Luégo q u e p a s a b a , los u n o s d e c í a n :
v a n o s e e x p r e s a b a n así los poetas n i s i n * Esta n o es mujer, sino una de las m á s be-
r a z ó n , y que los rimadores n o deben usar llas criaturas celestiales »; los otros: "« ¡Ma-
de tales licencias s i n q u e s u s palabras ravillosa m u j e r ! bendito sea el S e ñ o r que
e n c i e r r e n u n sentido bien f u n d a d o , por- así la ha formado. »
que sería n o poco desdoro de los m i ó n o s
Puede asegurarse en v e r d a d q u e apare-
revestir s u s rimas de figuras y de colores
cía tan llena de nobleza y rodeada de gra-
retóricos y no p o d e r e x p l i c a r , interroga-
cia, q u e c u a n t o s la veían e x p e r i m e n t a b a n
dos q u e fuesen sobre e s t o , su sentido ocul-
una e m o c i o n d e indecible suavidad q u e n o
to. A s í , mi primer amigo y y o c o n o c e m o s
les era posible e x p l i c a r , arrojando, á s u
p e s a r , h o n d o s s u s p i r o s d e su pecho. Estos bién. De aquí q u e , d e s e a n d o y o poner esto
y otros efectos admirables producía su de manifiesto á quien n o lo s a b í a , quise
virtud. P e n s a n d o todo esto, y q u e r i e n d o componer otros versos, para así darlo á
t o r n a r á s u s alabanzas, m e propuse expre- entender e n el soneto s i g u i e n t e , haciendo
sarlo con palabras á fin d e que t o d o s , así notar c ó m o la fuerza d e su virtud obraba
los e x p e r i m e n t a d o s c o m o los q u e sólo lo maravillosamente e n las otras:
s u p i e s e n por referencia d e é s t o s , pudieran
formar m á s cabal idea. A este fin compuse «Quien percibe á Beatriz entre otras da-
el siguiente s o n e t o : mas , adivina seguramente todo el bien y la
salud del paraíso, y las que la acompañan
« El salndo de mi señora es tan digno y por sólo esta merced deben rendir gracias al
lleno de modestia, que la lengua permanece Altísimo.
muda en aquellos á quienes honra con é l , y «Su beldad produce tan saludables efec-
áun los ojos no osan levantar su mirada. tos , que lejos de hacer nacer la envidia en
»Revestida de dulce candor, camina en las demás, las hace caminar á su lado reves-
medio de mil alabanzas. ¡ Admirable prodi- tidas de n o b l e z a , de f e , y de amor.
g i o ! diríase que era venida al mundo para » Todo es en su presencia humilde y mo-
que los hombres le admirasen. desto ; su belleza no tan sólo la hace agrada-
»Hinche el corazon de cuantos la miran ble en sí, sino que comunica á las demás su
tan hermosa de secreta é inexplicable dul- misma virtud.
zura, dulzura desconocida á todo aquel que »Y tanta nobleza y encanto se refleja en
n o la h a y a por sí experimentado. cada una de sus acciones, que ninguno al
» Y un espíritu amoroso que revolotea so- evocar su recuerdo, puede por ménos de sus-
-bre la beldad de su rostro parece que dice pirar dulcemente de amor.»
secretamente al alma: «Suspira».
Reflexionando u n día s o b r e lo q u e que-
No tan sólo mi dama fué el objeto de las da dicho d e m i dama en a m b o s sonetos,
h o n r a s y alabanzas d e los m á s , sino q u e pensé q u e n o habia d a d o á e n t e n d e r nada
otras m u c h a s por su causa lo fueron tam- de lo q u e e n mí m i s m o e x p e r i m e n t a b a al
p r e s e n t e , y j u z g a n d o n o haberlo dicho sino
i m p e r f e c t a m e n t e , m e decidí á expresar el
m o d o d e obrar e n mí s u secreta virtud.
Mas t e m i e n d o que u n soneto sería dema-
siado corto para dar á e n t e n d e r mis pen- Qao modo seda sola titilas plena populi ?
samientos, escribí una c a n c i ó n , la cual em- Si. "s Pacta es guasi ridua domina gentium (1).
pezaba de este m o d o :

» Tanto há y a que Amor se enseñoreó de • Aun m e ocupaba en c o m p o n e r esta can-


mi s é r . y me acostumbró á su dominación, ción, y ya estaba terminada la estancia q u e
que por duro que me fuera en un principio, se acaba de l e e r , c u a n d o e l Señor de la
es ahora para mi corazon dulce y suave. Mas soberana justicia la llamó á gozar de la
cuando de tal modo enerva mi valor y me gloria eterna en el coro de la siempre ben-
priva de mis facultades, entónces mi espíri- dita reina del cielo María, c u y o nombre
tu, débil y abatido, siente cierta dulzura tan
fué s i e m p r e r e v e r e n c i a d o por la ya b i e n -
intensa, que palidece mi semblante. Entón-
aventurada Beatriz. Por o p o r t u n o q u e pa-
ces Amor es m i absoluto dueño y me hace
arrojar frecuentes suspiros que se mezclan rezca referir aquí algo acerca d é l o acaeci-
con mis palabras; suspiros en que invoco á do en s u muerte, n o lo he estimado c o n v e -
mi dama para que me comunique mayor di- niente, por tres r a z o n e s : la p r i m e r a , por
cha. Cuantas veces me mira m e sucede otro n o s e r este asunto propio de esta obrilia,
tanto, B como dejé a p u n t a d o al c o m e n z a r l a ; la
s e g u n d a , p o r q u e , áun c u a n d o lo fuese,
sería esta tarea superior á mis escasas

(!) ¡Cuán solitaria yace ia ciudad un día llena de pue-


blo ! Como viuda está la Señora de l a s gentes. <Lamenta-
ciones de Jeremías, cap. i.)
fuerzas, y mi pluma n o sabría describirlo;
la t e r c e r a , e n fin, p o r q u e áun admitido de nuestra i n d i c c i ó n , es decir, de ¡os a ñ o s
uno y o t r o , n o m e convendría hablar de de N u e s t r o S e ñ o r , c u y o n ú m e r o completo
e s t o , puesto que m e habría de deslizar á se repetía n u e v e v e c e s en el siglo actual.
mi propia a l a b a n z a , cosq ciertamente dig- Así , p u e s , vivió entre los cristianos d e la
na de vituperio; y así dejaré este trabajo décimatercia centuria. '
para ánimos s u p e r i o r e s á los míos. Si s e trata de indagar la causa de que
Como q u i e r a , n o o b s t a n t e , q u e el núme- dicho número n u e v e la a c o m p a ñ e tan
ro n u e v e ha figurado y a várias veces en lo c o n s t a n t e m e n t e , h é aquí la razón q u e m á s
q u e dicho q u e d a , y p u e d a creerse que n o probablemente parece explicarlo. Según
sea ciertamente s i n c a u s a , y ademas inter- l'toiomeo y la ciencia cristiana (l) hay n u e -
v i n o la misma cifra e n las circunstancias v e cielos q u e s e m u e v e n , y según la co-
de s u s ú l t i m o s m o m e n t o s de paso por esta m ú n opinion d e l o s a s t r ó l o g o s , estos nue-
vida mortal, c o n v i e n e que aquí se apunten ve cielos n o s trasmiten las c o m b i n a c i o n e s
algunas observaciones q u e no s o n inopor- armónicas á que ellos mismos se hallau
tunas. A s í , diré cómo entró dicho n ú m e r o sometidos. Et-te n ú m e r o a c o m p a ñ ó s i e m p r e
n u e v e e n s u s últimos m o m e n t o s , y des- á Beatriz, para expresar q u e c u a n d o fué
p u e s las causas para explicar la predilec- e n g e n d r a d a , las esferas m ó v i l e s de estos
ción q u e parecía tener hácia aquel. n u e v e cielos s e mantenían en perfecto y ar-
Según el m o d o de contar s e g u i d o e n to- monioso equilibrio. Esta es ya una de las
da Italia, la noble alma d e Beatriz s e se- razones á q u e n o s referíamos. Pero si m á s
paró de su cuerpo en la primera hora del sutilmente c o n s i d e r a m o s e s t o , y según la
n o v e n o dia del m e s ; y s i g u i e n d o el cálculo infalible v e r d a d , este n ú m e r o es ella mis-
u s a d o en Siria, en el n o v e n o m e s del año, ma. l i é a q u í c o m o y o m e e x p l i c o esto por
por cuanto Tismin, ó sea el primer mes, la siguiente comparación. El n ú m e r o tres
c o r r e s p o n d e entre n o s o t r o s á Octubre; y es la raíz de n u e v e , puesto q u e sin a y u d a
s e g ú n n u e s t r o u s o , s e ausentó e n este año
( t ) E n t i é n d a s e d e t i e m p o d e Dante.
de otro n ú m e r o , y por sí p r o p i o , produce
n u e v e , s i e n d o así q u e tres por tres son bir en lengua v u l g a r , y así n o h e podido
n u e v e . Si, pues, el tres es por sí factor del trascribir las palabras q u e dirigí en esta
n u e v e , y el g r a n autor d e los milagros es ocasion á los p r í n c i p e s d e la tierra, q u e
por sí Tres, es d e c i r . P a d r e , Hijo y E s p í - eran en lengua l a t i n a ; d e c u y o propósito
ritu S a n t o , q u e son Tres y Uno á la vez, de escribir sólo en lengua vulgar es bien
Beatriz fué siempre a c o m p a ñ a d a del núme- sabedor el ya citado amigo mió.
ro n u e v e , como para dar á entender que Mas c o m o quiera q u e , c a n s a d o s ya d e
era un n u e v e , esto e s , u n milagro cuya llorar mis o j o s , n o hallase alivio á mí do-
raíz e m a n a de la Santísima Trinidad. Aun lor , pensé en desahogar mi pena en que-
podrían aducirse m á s sutiles argumentos; jas rimadas y c o m p o n e r una canción que,
pero el q u e acabo de e x p o n e r m e s e d u c e pintando mi amargo llanto, hablase de
más q u e otro alguno d e los q u e surgen e n aquélla por quien mi pena destrozaba á
mi mente. mi propia alma. Y así c o m e n c é d i c i e n d o :
Así q u e Beatriz s e partió del s i g l o , la
c i u d a d , privada de lo q u e constituía s u «Las angustias del corazon movieron á
triste llanto mis ojos, y áun superaron á mis
m á s preciada gloria , q u e d ó cual solitaria
lágrimas. Si quiero desahogar mi pecho de
v i u d a ; y y o , llorando por s u s calles deso- un dólor que me conduce poco á poco al se-
ladas , escribí sóbre esto á los príncipes de pulcro, no puedo hacerlo sino con palabras
la tierra, c o m e n z a n d o por aquellas p a l a - que denoten toda mi amargura. Y recordan-
bras de J e r e m í a s : ¿ Qao modo sedet sola ci- do, oh nobles damas , que á vosotras m e di-
vitas? Y repito aquí esta cita p o r q u e , h a - rigía en vida de Beatriz, hablándoos de ella,
biéndola puesto como encabezamiento de no quiero ahora tampoco hablar sino con
la materia n u e v a q u e v e n d r á l u é g o , no s e vosotros, nobles y tiernos corazones, y asi
os diré que se huyó súbitamente de la tierra,
e x t r a ñ e q u e n o la h a y a proseguido. Me e x -
dejando al Amor triste en mi compañía.
cusaré d i c i e n d o q u e mi intención al com-
»¡ Sí, volóse al c i e l o ! allí donde los ánge-
poner este librito, n o h a sido sino e s c r i - les gozan de la eterna p a z , con ellos está, ha-
biéndoos dejado. N i los rigores del frió n\
del calor nos la arrebataron, como á tantas d o , me avergüenzo de mí propio y llamo en
otras. Su sola bondad y su modestia nos pri- mi auxilio á Beatriz, clamando:« Estás muer-
varon de este bien. Subió á los cielos con ta»; y en tanto que así la invoco m e siento
tal virtud que el Señor de la Eternidad se algo confortado.
complació en haberla llamado, deleitándose » En llorar y suspirar se me destroza de
en la belleza de aquella alma, indigna de tal'modo el corazon en viéndome solo, que
esta mísera y triste vida. conmovería á quien quiera que me oyese. Ta-
les son mis dias desde que mi amada se par-
«Henchida de gracia, se separó del cuer-
tió á la vida n u e v a , que nadie podría dar
po alma tan noble, y y a gloriosa f u é á habi-
cuenta de ella, y y o mismo, ¡oh señoraB mias!
tar un lugar digno de ella. Quién no llora
no os podría decir quien s o y , tanto me hace
su pérdida al hablar de tan bella criatura,
penar el desconsnc-lo. Tan desanimado vivo,
tiene el corazón empedernido y condicion
que creo oír de boca de todo el qne m e mi-
malvada y vil, que no puede comprender
ra que m e dice : «Yo te abandono.» Mas lo
virtud tan superior. Las almas bajas, aun-
que quiera que yo sea mi amada l o sabe, y
que sean dotadas de inteligencia, jamas po-
ella me dará el galardón que haya merecido.
drán alcanzar nada de lo que á ella se refie-
ra ; por esto nunca serán m o v i d o s á llanto. »¡Oh triste canción m i a ! vé en busca de
Al contrario, Ja amargura y el deseo demorir las. damas y doncellas á quienes otras como
de tristeza se apoderan de cuantos corazo- tú eran mensajeras de alegría ; t ú , hija del
nes la han comprendido en la tierra y saben inconsolable dolor, v é á s u encuentro y qué-
que se ha ausentado al alto cielo. date con ellas.»
» Angustias sin cuento que brotan en sus-
piros, produce en<tni pensamiento el sólo re- Despues de compuesta la anterior c a n -
cuerdo de la que ha herido tan profunda- ción v i n o e n mi busca cierta persona que,
mente mi corazou. A v e c e s , trasportando m i s según los grados d e la amistad, podia y o
ideas á la muerte, tal deseo, me sobreviene considerar como mi s e g u n d o amigo. Era
de lograrla, que mi rostro cambia completa- éste el pariente más c e r c a n o de mi glorio-
mente de color ; y dueña y a de mi alma , es- sa d a m a , y despues de c o n v e r s a r de otras
tos pensamientos m e producen tan agudos cosas, llegó á rogarme que le compusiese
(Joíores, que haciéndome volver en mi acucr-
vicio le habia h e c h o , siendo como él era,
íilgunos v e r s o s para una dama q u e habia
pariente tan cercano de aquella b i e n a v e n -
m u e r t o , d i c i e n d o esto con cierta ambigüe-
turada criatura. Por este m o t i v o , a n t e s de
d a d , c o m o i n t e n t a n d o dar á entender q u e
ponerle en s u s m a n o s c o m p u s e dos estan-
era otra la dama en cuestión muerta poco
cias de una canción, una, en efecto, para él,
tiempo hacía. Y o , a p e r c i b i é n d o m e q u e se
y otra para m í , a u n q u e á los ojos del q u é
trataba de la b i e n a v e n t u r a d a Beatriz, le
no se apercibiese, ambas parecían e s c r i -
p r o m e t í darle g u s t o , y así resolví hacer e]
tas para una misma persona. Mas para
siguiente soneto en q u e e x p r e s a s e m i s la-
aquel q u e las lea con a t e n c i ó n , será evi-,
m e n t o s , a u n q u e fingiendo estar c o m p u e s t o
dente q u e s o n dos p e r s o n a s las q u e ha-
p o r éste mi amigo. El tal soneto decia a s í :
blan, pues una n o la llama s u señora mién-
tras q u e la otra sí. D í l e , p u e s , á a q u é l am-
«Venid, oh corazones nobles y generosos,
y oiréis mis suspiros, m o v i é n d o o s á piedad, bas composiciones, a s e g u r á n d o l e q u e para
suspiros inconsolables que se escapan de m i él las habia c o m p u e s t o .
pecho y sin cuyo d e s a h o g o moriría de dolor. La canción era ésta :
»Sí, porque mis ojos, f a t i g a d o s y a de llo-
rar , no quieren á veces derramar más lágri-
«Cuando reflexiono, ¡ay de m í ! , que no
m a s , aunque y o necesite este alivio de mi
veré y a más á la mujer por quien suspiro,
pena.
tantas desdichas se pintan en mi mente que
» Oiréis también el eco de mis suspiros que
exclamo : «Oh, alma m i a , ¿por qué no te vas?
llama sin cesar á la dama gentil que partió
»El pensar las penas que habré de soportar
al siglo digno de su virtud-
»en este mundo m e anonada.» L l a m o , pues,
»Veréis cuál menosprecia la v i d a aquel cu- á la muerte como á mi dulce y suave des-
y a alma triste está separada de la que hacía canso , y la digo con tocto de envidia que en
su mayor dicha.» mi origina ver á los que mueren : ¡Oh muer-
te, vén á m í !
Hecho este soneto, y c o n s i d e r a n d o quién
era la persona en c u y o n o m b r e le habia » D e todos mis suspiros reunidos se forma
un sonido doloroso que sin cesar invoca á la
e s c r i t o , reflexioné cuán pobre y ruin ser-
me habian hallado. Hice el soneto siguien-
muerte. Hacia ella se dirigieron todas mis
te que tiene dos principios :
ansias, lnégo mi Señora f u é presa de su
crueldad, porque el dulce solaz de ver la
Primer principio. /
hermosura de su rostro se ha tornado en
- u n a hermosura grande, espiritual, que se « En mi pensamiento v i v e la gentil dama
dilata en el empíreo como llama de amor vi- que por su mérito fué llevada por el Altí-
vo que saluda á los á n g e l e s y arrebata en simo al cielo de la humildad, donde reina
admiración de su gentileza á sus elevadas María Santísima.»
iuteligencias.»
Segundo principio.
El día en q u e s e cumplía el aniversario a En mi pensamiento estaba aquella g e n -
del en q u e Beatriz fué contada en el nú- til dama que Amor llora, al tiempo qtf} en
mero de c i u d a d a n o s de la vida eterna , es- gracia de su virtud vinisteis á ver lo que
taba y o sentado e n cierto s i t i o , e n que, Bacía.
p e n s a n d o siempre en ella , dibujaba u n án- «Amor que sentia su presencia en mi m e n -
gel sobre u n a s tablillas. Y en t a n t o , t o r - te, se despertó en mi fatigado pecho dicien-
n a n d o los o j o s , vi cerca d e m i á dos hom- do á los suspiros: «Salid«, y ellos lo hacian
así con sumo dolor.
bres á q u i e n e s debia saludar. Miraron lo
»Salian, si, de mi seno, con ese acento que
q u e yo hacía , a u n q u e según he podido sa-
arranca de ordinario las lágrimas á los ojos
ber d e s p u e s , hacía y a rato que m e obser- tristes.
vaban ántes de apercibirme yo. Levanté- » Y los q u e con mayor pena brotaban de
m e , á saludarlos d i c i é n d o l e s : « Otra p e r - mi pecho rabian hasta ella diciéndole: « ¡Oh
sona m e preocupaba ahora á mí.» Habién- »sublime inteligencia! hoy hace un año que
dose aquellos ido, volví á mi tarea, al d i - te remontaste al cielo.»
bujo de m i s á n g e l e s , y á ésta entregado,
m e ocurrió decir palabras r i m a d a s , con Poco d e s p u e s , e s t a n d o en cierto sitio
motivo de aquel aniversario de mi a m a d a , ocupado e n evocar r e c u e r d o s p a s a d o s , m e
y escribir á aquellos q u e e n tal situación
tuve valor de dejar ver por más tiempo m i
sentí tan asaltado d e los m u c h o s dolorosos
apocamiento y debilidad.
q u e s e m e representaban, que mi semblan-
» H e pues esquivado vuestras miradas, sin-
te retrataba la angustia y desfallecimiento
tiendo que mis ojos m e habían de hacer trai-
q u e embargaba todo mi sér. Apercibido que ción en presencia vuestra.
fui d e mi turbación, levanté los ojos por »Y despues dije entre mí : «Sin duda el
v e r si álguien m e o b s e r v a b a , y vi á una jó- Amor que en tal estado me ha puesto, vive
v e n agraciada y gentil q u e desde lo alto de también en el corazon de aquella dama.»
u n a v e n t a n a parecía contemplarme y dar
á u n muestras de sentir piadosa compasion
Sucedía d e s d e e n t o n c e s q u e doquiera
hácia mí. Y c o m o quiera que el desgraciado
q u e ésta m e veia mostraba el m i s m o aire
s e conduele doblemente así q u e en alguno
compasivo para c o n m i g o , y su semblante
descubre simpatía hácia s u s d o l o r e s , sentí
aparecía lívído c o m o el del A m o r ; e n este
q u e los ojos s e m e anegaban e n lágrimas;
se m e representaba á m e n u d o el de mi
m a s a v e r g o n z a d o de mi debilidad, procuré
amada, q u e así s e aparecía siempre á mis
h u i r las miradas d e aquella mujer dicien-
do entre m í : no es posible dejar de hallar ojos. A m e n u d o , no pudiendo brotar el
en dama tan compasiva .un noble y desin- llanto ni apartar de mi corazon las p e n a s ,
teresado amor. A este fin, es d e c i r , para corria á s u p r e s e n c i a , y s u vista solia cal-
h a c e r relación de todo esto á dicha j ó v e n , marme algún tanto h a c i é n d o m e d e r r a m a r
resolví escribir el siguiente soneto : a b u n d a n t e s lágrimas. Por esto quise c o m .
poner este otro soneto dirigido á ella c o m o
el anterior :
«Mis ojos han visto en vuestro semblante
pintada la compasion, cuando mirabais los «Nunca se juntaron mejor el color de amor
ademanes y movimientos con que el dolor y la expresión de compasiva piedad en el ros-
m e ha familiarizado. tro de una dama atenta á dolorosas quejas,
»Luégo eché de ver lo preocupado que os » Que en el vuestro, cuando veis en mí re*
tenía el triste estado de m i oscura vida, y tratadas todas las penas; su efecto es tan
eficaz que me sucede llegar á temer que el sostenía, compuse el siguiente soneto e n
corazon se me destroce. que todo este horrible conflicto estuviese
» Ñ o puedo evitar que mis ojos os miren patente:
sin cesar, y en ello se fatiguen buscando en
vos el consuelo y alivio del llanto. «El amargo llorar vuestro, ¡oh, ojos mios!
» Y en tal grado los habéis hecho codicio- por tan largo espacio sostenido, hacía derra-
sos de miraros, que con este deseo se consu- mar llanto á los demás movidos por vosotros
m e n , aunque no saben llorar y a aute vos.» á compasion.
»Creo que ahora lo olvidaríais, si y o fue-
La vista de esta j ó v e n e n g e n d r ó e n mí se tan ruin que no procurase por mil medios
u n cierto placer que experimentaba al con- sacaros de vuestro olvido, trayendo á vues-
templarla. Esto m e desagradaba y culpaba tra memoria la que ántes llorabais.
n o pocas veces mi d e b i l i d a d , maldiciendo »No puedo ménos de pensar en vuestra
ruindad y temer á la dama que tanto os mira.
otras la vanidad y disipación de mis ojos.
» Sólo en vuestra muerte debeis olvidar á
Con el p e n s a m i e n t o decía á é s t o s : teníais
aquella que "murió. Esto dice mi corazon y
c o s t u m b r e de v e r llorar á los que v e í a n suspira profundamente.»
v u e s t r o triste e s t a d o , y al presente parece \
que quereis olvidarlo por la que ahora os
m i r a , que n o e s mira sino por el pesar que El v e r á esta dicha dama producía en
siente por la gloriosa dama por quien llo- mí profunda e m o c i o n , y á m e n u d o pensa-
rabais. Pero obrad como queráis, ojos mal- ba en ella como e n una persona á quien
d i t o s , q u e y o siempre m e acordaré de esta, se e s t i m a , diciendo entre mí: esta dama es
y n o debiais haber cesado de llorar has- n o b l e , h e r m o s a , j ó v e n y s á b i a : acaso el
ta la muerte. Y c u a n d o así hube dicho es- Amor m e haya h e c h o encontrar con ella
to á mis o j o s , profundos y p r o l o n g a d o s para dar algún reposo á- mi alma. Y á u n
s u s p i r o s m e asaltaron; para que este com- otras veces abrigaba tan a m o r o s o s p e n -
bate interior viniese al conocimiento de samientos q u e solía el corazon consentir
otros desde el fondo d e l pecho del q u e le e n ello,"y despues de haber consentidoj
reflexionaba como á i m p u l s o s de la misma
razón, d i c i é n d o m e : «¡Bah'i ¿ q u é p e n s a - dulcemente cosas de amor, que hace que el
miento es éste q u e de tan ruin modo m e corazon consienta en ellas.
c o n s u e l a , q u e no m e deja lugar á otro pen- »Entónces dice al corazon el alma: ¿quién
s a m i e n t o ? > D e s p u e s anadia: « A h o r a q u e es este que viene á consolar nuestro espíri-
tal tribulación p a d e c e s por causa del Amor, t u ? Su virtud es tan eficaz que no deja en-
¿ p o r q u é no tratas de escapar d e tanta señorearse de mí otro pensamiento.
amargura ? Bien ves q u e éste es u n soplo « E l corazon responde: ¡Oh alma pensati-
de a m o r q u e tiene tan grato o r i g e n , cual v a ! un nuevo y ligero pensamiento de amor
los ojos de aquella q u e tan compasiva s e es este que m e pone delante tales deseos.
mostró por t í . . Despues d e tan rudos »Y su vida y su poder dimanan de aque-
llos ojos de quien tan compasiva se turbaba
combates e n el fondo de mi a l m a , quise es-
en v i s t a de mis p e n a s . »
cribir algunos c o n c e p t o s , y c o m o en tal
batalla de e n c o n t r a d a s ideas llevaban la
victoria los q u e eran e n favor d e aquella U n dia (sería c o m o á la hora de n o n a ) ,
d a m a , p e n s é dirigirme á ella e n este sone- surgió en mi m e n t e , contra este a d v e r s a -
to q u e s i g u e : rio de la razón, u n p e n s a m i e n t o p o d e r o s o .
Creí ver á Beatriz gloriosa, vestida d e púr-
pura cual en otro tiempo, j ó v e n , y como
ti Noble pensamiento (1), qüien de tí habla
á la misma edad e n q u e la vi por vez p r i -
mora no pocas v e c e s en mi pecho, y dice tan
mera. E n t ó n c e s mis p e n s a m i e n t o s se con-
c e n t r a r o n en ella s o l a , y e v o c a n d o todos
(1) Digo noble p e n s a m i e n t o , porque me dirijo á una
(.ama noble, porque por lo demás este pensamiento seria
s u s r e c u e r d o s d e lo p a s a d o , comenzó á
vil. t n e s t e soneto llamo corazon al apetito y alma á ta contristarse mi corazon y dolerse de aquel
l a z o n , y digo como hablan entre s i . Verdad e s q u e en e l
s o n e t o precedente opougo la parte del corazon á la de v a n o deseo d e q u e s e dejára arrastrar du-
i o s o j o s , lo que parece contradecir á lo que ahora d i g o .
Kepno que por apetito entiendo el corazon por cuanto rante a l g u n o s dias á d e s p e c h o de la cons-
anngaba un d e s e o mucho más intenso de acordarme de
Beatriz que de ver i la otra d a m a , áun cuando lo d e s e a - tancia que la razón aconsejára. Arrojado
s e también algo.
d e mí el culpable d e s e o , todos mis pensa-
m i e n t o s se v o l v i e r o n á mi gentilísima Bea-
triz. D e s d e aquel p u n t o , al o c u p a r m e de pilcados suspiros que nacen de lo que mi pe-
ella s o l a , mi corazon estaba tan lleno de cho se conduele, los ojos han que lado inúti-
confusion y v e r g ü e n z a , q u e harto lo de- les para sostener la mirada de quien los con-
claraba por mis profundos s u s p i r o s , que temple.
b r o t a n d o de mi p e c h o , daban á entender »No parece que v i v a n sino para llorar y
lo que m e agitaba interiormente p e n s a n d o desear demostrar nuevo dolor. Tantas lágri-
e n ella y e n su partida. Tanto dolor s e en- mas vierto, que. Amor los rodea con la aureo-
la del martirio.
cerraba en cada uno de mis pefisamientos,
»Estos pensamientos, estos suspiros que
que olvidado de m í , perdía la conciencia
exhalo llegan á conturbar al mismo Amor,
del lugar en que m e hallaba. Este suceder-
que se aqueja.
s e sin cuento los s u s p i r o s aumentó la in- »Pues en ellos v a envuelto el nombre de
tensidad de mi d o l o r , y mis ojos n o pare- mi dama y todo lo relativo á BU triste
cían sino dos fuentes de copioso llanto; és- muerte.»
te los hizo enrojecerse c o m o á a q u e l l o s q u e
padecen algún acerbo mal. Habiendo s u -
Despues de esta tribulación s u c e d i ó (al
frido este justo castigo de s u vanidad, que-
tiempo que gran multitud de gente acude
daron imposibilitados de mirar á quien los para ver la bendita imagen en q u e se re-
mirase. Con el deseo d e q u e tan culpables trata la bellísima faz de Jesucristo, q u e
intenciones en esta vana tentación, queda- Beatriz contempla gloriosa en los cielos),
sen destruidos en un punto sin q u e p u - s u c e d i ó , d i g o , q u e pasaron ciertos p e r e -
diesen e n g a ñ a r las frases rimadas del so- grinos por la calle situada e n el centro d e
neto que precede, quise c o m p o n e r otro que la ciudad . en q u e n a c i ó , v i v i ó y muí ió
e x p r e s a s e el estado actual de mi á n i m o : aquélla. Al parecer todos caminaban p e n -
sativos, y al observarles dije entre m í :
« ¡ A y de m í ! (1) en fuerza de los raulti-
•Estos peregrinos sin duda v i e n e n de m u y
léjos; n o habrán oido n u n c a hablar de mi
« na Jen!e mis 'ojos! d e q
° e 56 bab¡an disi
Pad° s e ñ e r a ; nada saben d e lo q u e á ella con-
preocupados acaso con otras cosas diferen-
c i e r n e , y , al c o n t r a r i o , sus pensamientos
tes de las que os rodean! ¿ V e n í s , por ventu-
estarán fijos en cosas bien distintas de es- ra, de tan lejas tierras, como parece indicar
tas. Acas.0 pensarán en s u s amigos á quie- vuestro aspecto ?
n e s aquí n o conocemos. Si fuesen m o r a - » ¿ Cómo no derramais lágrimas al atrave-
dores de este p a í s , a ñ a d í , la emocion y el sar esta ciudad condolida, cual personas que
pesar s e pintarían en s u s rostros al cruzar no comprendéis todo lo acerbo de sus do-
la afligida ciudad. ¡ O h ! si pudiese detener- lores ?
los u n momento , les movería á llanto á n - »Si quereis pararos á escucharme, el cora-
t e s q u e se ausentáran , p o r q u e mis pala- zon me dice entre suspiros que no os aleja-
bras se lo arrancarían á cualquiera que me réis ein haber llorado juntamente conmigo.
escuchase. Con estas reflexiones, y cuando »Si, esta ciudad ha perdido á su Beatriz
los peregrinos s e hubieron alejado, pensé bella, y cuanto se diga de sus virtudes cier-
c o m p o n e r u n soneto en q u e diese á enten- to que hará llorar á cualquiera.»
der todos estos afectos que m e e m b a r g a -
ban ; y para q u e m á s interesase y tocase al Dos nobles damas m e enviaron e n segui-
c o r a z o n , s u p u s e q u e les dirigía á ellos mis da á pedir q u e les compusiese u n o s versos,
palabras. El soneto era e s t e : y a t e n d i e n d o á s u d i s t i n c i ó n , f o r m é inten-
cion d e c o m p l a c e r l a s , haciendo u n a c o m -
«¡Oh peregrinos ( 1 ) , qué pensativos vais posicion del todo n u e v a . H i c e , p u e s , u n
soneto q u e diese á conocer m i situación, y
se le e n v i é j u n t o con otro q u e comenzaba:
(li Digo p e r e g r i n o s , en la'acepción más lata de esia
palabra, puesto que p u e d e interpretarse en un sentido « Oh corazones n o b l e s , venid y e s c u c h a d
general 0 concreto. En el primer caso, peregrino e s el
que anda fuera de su patria ; en sentido más particular mis s u s p i r o s . » El otro era el s i g u i e n t e :
e s aquel que va á la iglesia de Santiago, en Compostela'
o que vuelve de allí. Y aquí e s bien hacer notar que bar
tres clases de palabras para expresar á los que asi cami- u A través de la esfera que gira más veloz*
nan por servir á Dios. L l á m a s e l e s palmeros cuando van á
Oriente, de d o n d e s u e l e n traer palmas. Peregrinos cuan- mente, penetra el suspiro nacido de mi pe-
do van á Galicia, porque Santiago fué entre l o s apóstoles cho ; es la nueva inteligencia á que Amor le
el que más lejos fué de su país. En fin, s e denomina ro-
meros á l o s que van á Roma. induce llorando, y que á tan alto le remonta»
» Allí mi suspiro donde el Amor desea, v e
á nna dama rodeada de honores, cuyo res- le consta. Y así si pluguiese al Sumo Cria-
plandor es tan intenso, que con ayuda de sus dor q u e se prolongase m u c h o mi v i d a , es-
propios r a y o s , el espíritu peregrino la admi- pero decir de ella lo q u e j a m a s s e ha dicho
ra y contempla.
de otra a l g u n a ; d e s p u e s , Dios m e otorgue
»Tal la v e , que cuando me lo refiere no el bien de ir á gozar de la gloria que la
l l e g o á comprenderle; habla a mi corazon,
sin par Beatriz está g o z a n d o , contemplan-
deseoso de e s c u c h ó l e , un lenguaje que no
penetra mi inteligencia. do la faz de Aquél q u e e s p&r omnia swcula
benediclus. LAUS DEO.
»Me consta, sin embargo, que me habla
deella, pues que á menudo pronuncia el ama-
ble nombre de Beatriz, que esto sí lo com-
prendo, estimadas señoras mias» (1).

Terminado este s o n e t o , m e s o b r e v i n o
una extraordinaria v i s i ó n , en q u e fui tes-
tigo de cosas tales , q u e formé el propósito
d e callar todo lo c o n c e r n i e n t e á aquella
alma b i e n a v e n t u r a d a , m i é n l r a s no pudie-
se hacerlo e n t é r m i n o s dignos. Para l o -
grarlo he estudiado sin c e s a r , como á ella

r
• V •.
E n s e son l
'¿J , . ® .! f ° digo «piriÍB peregrino, puesto que
s u b e 4 lo alto cual p e r e y n n o . j léjos del a l e t e e del hu-
mano entendimiento D i g o también que mí pensamiento
la ve aunque ini inteligencia no la c o m p r e n d e , p u e s esta
Sf n n n / c f P C C U ! á l a s 3 l m a s d e l o s bienaventurados-, co-
mo¡nuestra vista respecto á la luz del s o l ; asi lo dice
Aristóteles en el s e g u n d o libro de la Metafísica.
A M I N T A .

FÁBULA PASTORAL DE TORCUATO TASSO,


TRADUCIDA

POR D. J U A N DE JÁUREGUI.

PERSONAS.
AMOR . ni hábUo pastoril.
D A F N E , compañera de Hit r in.
S I L V I A , amada de Aminta.
AMINTA , enamorado de Silría,
T I B S I , compañero de Aminta.
SÁTIRO , mu morado de Silcta.
NERIN'A, mensajera.
KRGASTO, mensajero.
E L P I N O , pastor.
CORO DB I-ASTOBES.

PRÓLOGO.
AMOR, en hábito pastoril.

¿Quién creyera que en esta humana forma,


Y así en estos despojos pastoriles,
Estaba oculto un dios? No un dios agora
Salvaje ó de la plebe de los dioses,
Mas entre los celestes y los grandes
El de mayor poder; que muchas veces
Derriba á Marte la sangrienta espada
De la robusta mano, y á Neptuno,
Quo las tierras combate, el gran tridente,
Y los rayos á Júpiter supremo.
En este aspecto y en aqaestos paños
-No reconocerá tan fácilmente
Mi madre Venus al Amor, su hijo Que nadie quiere revelarme, y callan.
lisme forzoso andar huyendo della, Pues por estar aun más oculto, y que ella
* d i s f r a z ó m e asi, porque ella quiere No pueda descubrirme por las señas,
iJisponer á su gusto de mis flechas Dejé las alas, el aljaba y arco;
* de ,ní m e s m o ; y de ambición movida, Mas no por eso v e n g o desarmado,
t-nai n viana mujer, me insiste y lleva Que aquesta que parece simple v a r a ,
A las ilustres cortes y l o s cetros, Es mi encendida hacha transformada,
v a ,, P ™ c , i r a que mi fuerza emplee : Y toda espira llamas invisibles.
Y sólo al vulgo de ministros míos, También aqueste dardo, aunque no tiene /
Mis menores hermanos, da licencia La punta de oro, es de divino temple,
Que puedan alojarse entre las selvas Y doquiera que pica, amor imprime.
l l W i r I a s armas en silvestres pechos Hoy he de hacer una profunda herida,
*o, que no s o y criatura, aunque mi rostro No ménos incurable, al duro pecho
-Lo representa y mi ademan travieso, De la más cruda ninfa qne en los campos
«mero usar de mis armas á mi gusto Siguió jamas el coro de Diana.
X disponer ñe mi se^un mi antojo ; Será tan grande llaga la de S i l v i a ,
Que á mi fue concedido, y no á mi madre, Que este es el nombre de la ninfa fiera,
El f u e g o omnipotente y arco de oro. Como una que y o hice, habrá algún tiempo,
i or esto, disfrazándome y huyendo, Al tierno pecho del zagal Aniinta,
No su imperio, que en mí no tiene a l ™ Cuando los dos de un modo pequeñuelos,
Mas los m e g o s , que al fi„ siendo de madre El por el campo á caza la s e g u í a ;
l l e n e n W , a me escondo entre las selvas ' Y porque el golpe en ella más e n c a m e ,
y eu las cubafias de la g e n t e humilde. Esperaré que la piedad primero
Mía me s.gtie y busca, prometiendo Ablande el duro hielo, que apretado
A quien me manifieste, ,,n dnlce Sbfazo Al rededor del corazon le ha puesto
U algún premio mayor, cual ei no fuese
La honestidad y virginal decoro;
l o poderoso para dar en cambio
Y eu el instante mismo que lo sienta,
Kegalos semejantes ó mayores
Algo más tierno, lanzaréle el dardo ;
A quien me encubra della. Esto á lo menos
Pues para ejecutar cómodamente
IJe cierto se : que los halagos urios
A las doncellas les serán más gratos, Mi empresa noble, ir quiero á entremeterme
¡M yo, que soy Amor, de amor entiendo. Envuelto con la turba de pastores,
Asi me busca- de ordinario en vauo • Que todos festejantes, coronados,
Aquí se juntan y a , donde los diaa
Solenes gastan eu solaz y fiesta,
Y fingiré ser uno de su escuadra,
En este puesto, en e s t e , haré mi g o l p e .
Que no le puedan ver mortales ojos
n o y estas selvas en manera nueva
oe oirán hablar de amor; h o y ha de verse
Qae aquí presente mi deidad asiste - ACTO PRIMERO.
M í a en sí misma, y no en ministros suyos.
Inspirare sentido noble y puro
A los rústicos pechos, y en sus lenguas D A F N E Y SILVIA.
Pondré uu estilo dulce y delicado,
l ú e s en cualquiera parte que y o asista
boy Amor en efecto, en los pastores DAFNE.
m D( s e e los
V°, ? ? 1", , ° ''éroes poderosos : ¿Querrás, Silvia, en efecto,
* la desigualdad de los sujetos, Sin los placeres de la hermosa Vénus
Como me place, igualo. Esta es la suma Pasar tus verdes y floridos años?
W o n a que alcanzo, el gran milagro m i ó : ¿Ni oirás el dulce nombre
Que suelo hacer las rústicas zampofias De madre, ni verás los tiernos hijos
A la lira más docta semejantes. Con apacible juego rodearte ?
* si mi madre, que desdeña el verme Muda, muda d e intento,
Andar errando por agrestes bosques, Simplecilla de ti, que no te entiendes.
Asta verdad no reconoce acaso,
iUla es c i e g a , no yo, que falsamente SILVIA.
u s a llamarme ciego el ciego vulgo
Siga otra los contentos amorosos,
Si es que hay en el amor algún contento.
Yo desta v i d a gusto, y mi deleite
Es atender al arco y la saeta,
Seguir la fiera f u g i t i v a , y luégo
Aterrar combatiendo la más brava;
Y mientras no faltaron
, Al bosque fieras y á la aljaba flechas,
A mí no temo que placeres falten.

DAFNE.

Desabridos placeres
En este puesto, en e s t e , haré mi g o l p e .
Que no le puedan ver mortales ojos
n o y estas selvas en manera nueva
oe oirán hablar de amor; h o y ha de verse
y u e aquí presente mi deidad asiste - ACTO PRIMERO.
M í a en sí misma, y no en ministros suyos.
Inspirare sentido noble y puro
A los rústicos pechos, y en sus lenguas D A F N E Y SILVIA.
Pondré un estilo dulce y delicado,
l ú e s en cualquiera parte que y o asista
boy Amor en efecto, en los pastores DAFNE.
m D( s e e los
V°, ? ? 1", , ° ''éroes poderosos : ¿Querrás, Silvia, en efecto,
* la desigualdad de los sujetos, Sin los placeres de la hermosa Vénus
Como me place, igualo. Esta es la suma Pasar tus verdes y floridos años?
W o n a que alcanzo, el gran milagro m i ó : ¿Ni oirás el dulce nombre
Que suelo hacer las rústicas zampofias De madre, ni verás los tiernos hijos
A la lira más docta semejantes. Con apacible juego rodearte ?
* si mi madre, que desdeña el verme Muda, muda d e intento,
Andar errando por agrestes bosques, Simplecilla de ti, que no te entiendes.
Asta verdad no reconoce acaso,
Wla es c i e g a , no yo, que falsamente SILVIA.
u s a llamarme ciego el ciego vulgo
Siga otra los contentos amorosos,
Si es que hay en el amor algún contento.
Yo desta v i d a gusto, y mi deleite
Es atender al arco y la saeta,
Seguir la fiera f u g i t i v a , y luégo
Aterrar combatiendo la más brava;
Y mientras no faltaron
, Al bosque fieras y á la aljaba flechas,
A mí no temo que placeres falten.

DAFNE.

Desabridos placeres
Por cierto, y vida en todo desabrida,
Que si agora te agrada, DAFNE.
E s por no haber probado otra ninguna.
Así la gente que habitó primero Conozco y a la juventud esquiva.
En el mundo, q u e á n n era simple i n f a n t e , Así cual eres tú, también yo he sido ;
1 uvo por dulce y buen mantenimiento Así también gocé de gentileza,
A g u a y bellotas ; y a bellotas y agua De rostro hermoso y de cabello rubio ;
Es manjar y bebida de animales, Así t u v e , cual tú, los labios rojos,
Por ser puestas en uso uvas y trigo. Y en mis llenas mejillas delicadas
Tú por ventura si una vez gustases Mezclada así con el jazmín la rosa.
Cualquier mínima parte del contento Auérdome que sólo era mi gusto
Que goza un corazon amante amado, ( ¡ Qué simple g u s t o ! ) componer las redes,
Dijeras, suspirando, arrepentida : Armar con liga la una y otra mata,
«Todo el tiempo se pierde Dar nuevos filos en la piedra al dardo,
Que en amar no se gasta. Y acechar de las fieras en el bosque
¡ Oh mis pasados años! La cueva y huellas; y si vez alguna
Cuántas prolijas noches, Era mirada de l s s c i v o a m a n t e ,
Cuántos silvestres solitarios dias Volvia la vista rústica y salvaje
He consumido en v a n o , Al suelo con .vergüenza desdeñosa,
Qae pudiera ocuparlos Desplaciéndome entónces la hermosura
En estos amorosos pasatiempos!» Tanto como á los otros agradaba,
Muda, muda de intento, Cual si fuera mi culpa ó mi deshonra
Simplecilla de tí, que no te entiendes, El ser vista, querida y deseada.
Y arrepentirse tarde importa poco. Mas ¿qué no puede el tiempo, y qué no puede,
Sirviendo, mereciendo y suplicando,
Hacer un importuno y fiel amante ?
SILVIA. Vencida f u i , y o lo confieso, y fueron
Del vencedor las armas
Cuando y o arrepentida, suspirando, Humildad y continuo sufrimieuto,
Esas palabras d i g a , Llanto, suspiros y piadosos ruegos.
Que 1ú tinges y adornas á tu gusto, Mostróme, en fin, entónces
Háeia sus fuentes volverán los rios, La oscura sombrado una breve noche
Huirá el hambriento lobo del cordero, Lo que la luz de mil enteros dias
El g a l g o de la liebre, amará el oso En largo tiempo no me habia mostrado ;
El mar profundo y el delfín los Alpes. Reprehendímé entónces de mi e n g a ñ o
Y simple ceguedad, y suspirando,
Con voz alegre d i j e : Y como no sea m i o ,
« T o m a a l l á , Cintia, tu bocina y arco • De quien quisiere sea ;
Que desque aquí renuncio Mas no será, no le queriendo, m i o ,
Tu aljaba, flechas, ejercicio y vida.» Y áunque él lo f u e s e , no sería suya.
Asi también espero que tu Aminta
Llegue á domesticar en algún dia DAFNE.
Esa tu condieion rústica y dura
Y ablande en ese pecho • ' ¿De dónde nace tu aborrecimiento?
El intratable corazon de acero.
¿ N o es un gentil mancebo? No te quiere ? SILVIA.
¿Acaso no es querido de otras ninfas?
¿ T e deja á tí por el amor de alguna De su amor solamente.
O por el ódio tuyo?
Pues ¿en nobleza acaso le a v e n t a j a s ' DAFNE.
Si tu eres hija de Cidipe, y ésta
Naciódel dios de nuestro noble rio, Padre apacible de hijo riguroso,
El de Silvano es hijo, cuyo padre ¿ Cuándo se vió del corderillo manso
Fue Pan, aquel gran dios de los pastores. Nacer el tigre, ni del cisne el cuervo?
.No es menos que tú bella, si te miras 0 á mi, Silvia, m e e n g a ñ a s , ó á tí mesma.
AI espejo tal vez de alguna fuente,
La candida Amarilis, y él desprecia SILVIA.
bus afables caricias,
Aborrezco su amor, porque aborrece
Y signe tus desprecios desdeñosos. Su amor mi honestidad, y amelo en tanto
Haz cuenta. y quiera el cielo que sea vana, Que do mí quiso lo que y o quería.
Que el, de ti desdeñado, al fin procura
Agradarse de aquella que 1& adora; DAFNE.
¿Qué sentirás? me d i ; ¿con cuáles ojos
Veras tu amante con ajeno dueño, Tú quieres lo peor, y él te desea
Y y a en ajenos brazos, Lo que á sí mismo.
Feliz y alegre, estac de tí burlado ?
SILVIA.

8ILVIA.
Tú, mi D a f n e , calla,
H a g a Aminta de sí lo que gustare, O habla de otra c o s a , si pretendes
Y de su amor, que á mí m e importa poco ; Que te responda.
- OG —
Deja el veneno y corre
DAFNE.
Fervorosa al amante;
1 Qué desapacible, Siente de amor el t i g r e ,
Qué soberbia rapaza! Dirae al inécos, Ama el bravo león • tú sola, fiera
Si otro alguno te amara , Más que las fieras todas,
¿Admitieras su amor desa manera? Le niegas en tu pecho acogimiento.
Mas ¿qué digo león, serpiente y tigre,
Que tienen sentimiento?
SILVIA. También aman los árboles y plantas.
Mirar puedes la vid con cuánto afecto
D e aquesta misma admitiré á cualquiera
Insidiador de mi virgíneo peclio Y con cuántos abrazos repetidos
Que tú llamas amante, y yo enemigo. A su marido enlaza.
Ama un abeto al otro, el pino al pino,
£-1 fresno al f r e s n o ; el sauce por el sauce
DAFNE.
Y una por otra haya arde y suspira :
¿ J u z g a s por enemigo Aquella grande encina,
Por ventura d carnero de la ov« ¡a, Que parece tan áspera y salvaje,
El toro de la vaca ? Siente también el amoroso f u e g o ;
¿ J u z g a s por e n e m i g o Y si tuvieras tú de amor sentido,
Al caro esposo de su tortoliila? Bien sus mudos suspiros entendieras.
Juzgas por tiempo, acaso, ¿Que has de ser en efecto para ménos
D e enemistad y enojo Que las plantas, huyendo ser amante?
Muda, muda de intento,
La dulce primavera,
Simplecilia de t í , que no te entiendes.
Que agora alegre y verde
EuseBa á amar el mundo y animales,
8ILVIA.
Los hombres y mnjeres, y no adviertes
Cómo todas las cosas Pues bien, cuando á las plantas
En este tiempo estáu enamoradas Oyere los suspiros,
D e un amor apacible y provechoso? Digo q«e entonces quiero ser amante.
Mira allí aquel palomo
Con qué dulces arrullos y caricias DAFNE.
Besa á BU compañera ;
Oye aquel ruiseñor, de ramo en ramo Tú recibes á burla mis consejos
Cómo salta, cantando: «Yo amo, y o amo.» Fieles, y así con mis palabras juegas.
Pues la culebra, si es que no lo Babes, ¡Oh en amor sorda, cuánto boba y necia!
Mas anda, vendrá tiempo en que de véras
SILVIA.
De no haberlos seguido te arrepientas.
Y no te digo cuando irás huyendo ¿ Y qué le respondió Licori entónceu
Las fuentes, donde agora te deleitas: A tales cosas?
Cuando huirás las fuentes, por el miedo
D e verte y a tan arrugada y f e a ,
Bien que esto te avendrá. Mas no te anuncio DAFNE.
Esto solo, que aunque es tan grave d a ñ o ,
Tú del propio hecho
Es daño al tin común ; ¿no te se acuerda fcada cu idas i ¿ é inquieres los ajenos?
Lo que Elpino contaba el otro d i a , Con los ojos le dió respuesta.
El sabio Elpino, á su Licori hermosa,
La que en Elpino puedo con los ojos
Lo que él debiera en ella con el canto, SILVIA.
Cuando el deber en el amor se hallára?
P u e s lo contaba, oyendo Bato y Tirei, D ¿ Cómo
De amor grandes maestros, en la cueva Kesponder pudo con los ojos solos?
De la aurora, do encima de la puerta
Escrito e s t á : «Lejos de aqni, profanos.» DAFNE.
E l dijo ( y dijo que se lo habia dicho
A q u e l , de ingenio grande, Ellos, á Elpino vueltos, respondieron
Que cantó los amores y las armas, t o n una dulce risa : « Tuyos somos,
Cuya zampofia le dejó muriendo ) Y el mismo corazon de la que miras.
Que h a y una oscura cueva en el infierno, Ni mas debes pedirlo,
Allá donde los hornos de Aqueronte Ni más te puede dar.» Y esto bastara
Exhalan negro humo abominable, £or muy cumplido premio al casto amanto,
Uñando el aquellos ojos
Y que en aquesta con tormento eterno Juzgara verdaderos como bellos,
D e llanto y de tinieblas espantosas Y entera f e les diera.
Son castigadas merecidamente
Las mujeres ingratas y rebeldes.
Aguarda, p u e s , que allí se te apareje SILVIA.
Albergue á tu fiereza, y será justo Y ¿por qué no los cree?
Que saque el humo llanto de unos ojos
Do la piedad jamas pudo sacarlo.
Sigue, sigue tu estilo, DAFNE,
Desconocida n i n f a y obstinada.
Luego i no sabes
Lo que Tirsi escribió cuando, perdido, AMINTA Y TIRSI.
Sin seso, ardiendo anduvo por los campos
D e tal manera, que á la par movia AJUSTA,
Piedad y risa en ninfas y pastores?
N o f u é lo que escribió digno de risa, He visto al llanto mió
Si bien sus hechos, como v e s , lo fueron. El mar, las piedras responder piadosas,
É l escribió mil troncos, y con ellos Y suspirar las hojas
Creció la letra juntamente y versos, H e visto al ljanto mió ;
Donde me acuerdo haber así leído : Mas no he visto jamas, ni ver espero,
« F a l s a s lumbres, espejos engaüosos Compadecerse mi enemiga bella
Del triste corazon, bien os conozco, (Que no sé si mujer la nombre ó fiera) ;
Y los engaños vuestros; mas ¿ qué importa, Pero y a niega ser mujer humana
Si amor impide que de v o s me aparte?a La que piedad m e n i e g a ,
No habiéndola negado
8II.VIA. Hasta la dura inanimada piedra,

Yo estoy perdiendo el tiempo aquí en palabras, TIB8I,


Sin acordarme que es el dia prescrito
Que habernos de ir á la ordenada caza Paco el cordero la menuda hierba,
D e l encinal. S i t e parece, D a f n e , Y el lobo se alimenta del cordero;
Me espera en tanto quo e n la f u e n t e lavo Mas el amor de lágrimas se ceba,
El polvo de que estoy toda cubierta Y sin jamas mostrarse satisfecho.
Desde ayer, por seguir un presto gamo
Que al fin pude matar.
ASUNTA.
DAFNE. Ay triste, que el amor bien satisfecho
Está y a de mi llanto; sólo tiene
Esperaréte, Sed de mi sangre, y quiero que mi sangre
Y áun y o quizá me bañaré c o n t i g o ; Él y mi ingrata con los ojos beban.
Mas quiero ir ántes á mi casería,
Pues hasta agora no parece tarde.
TIKSI.
Espérame en la t u y a : iré á buscarte,
Y en tanto piensa tú lo que te importa ¡ A y , Aminta infeliz! ¿ Qué devaneas?
Más que la f u e n t e y caza, y si no sabes, ¿Qué estás d i c i e n d o ? Esfuérzate y conforta
Cree que no sabes, y á los sabios cree.
Que otra ninfa hallarás, si te desprecia
Esta cruel. Con el común estudio de las musas,
Que me descubras lo que á todos celas.
AMINTA.
AMINTA.
¿Cómo podré hallar otra, Tirei, y o soy contento de decirte
Si hallarme á mi no puedo? Y si y o mismo Lo que las selvas, montes y los nos
Me.perdí, ¿qué ganancia Ya saben, y los hombres áun no saben ;
Adquiriré jamas que me contente? Porqué ya estoy tan cerca de mi muerte,
Que me importa dejar quien manifieste
TIBSI. De mi morir la causa, y que la imprima
En la corteza de una haya infausta,
¡ Oh mísero zagal! no desesperes ; Junto al lugar do yacerá mi cuerpo,
Que adquirirás la misma que deseas. Dondo tal vez pasando aquella ingrata,
Sabe que el tiempo largo enseña al hombre Huelgue pisar los infelices huesos
Poner freno al león y tigre hircana. Con el soberbio pié, y entre sí diga :
o Este es mi triunfo»; y de mirar se alegre
AMINTA. Que ya es patente su vitoria á todos
Los pastores veciuos y extranjeros,
Si, pero el desdichado Que allí traiga la suerte, y ser podría
No puede largo tiempo (Mas mucho espero) se llegase un día
Sostener la tardanza de su muerto. Que ella, aunque tarde, de piedad movida,
Llorase muerto al que quitó la vida,
TIBSI. Diciendo: «¡ Oh! y a viviese y f u e s e mió.»
Mas oye agora.
Será breve tardanza, porque en breve
Se enojan las mujeres y se aplacan,
A quien naturaleza hizo mudables TIBSI.
Más que la hoja al viento y que la punta
De blanda espiga. Pero y o te ruego . ' Di, que bien te escucho,
Que de lo oculto de tu triste estado Quizá con mejor fin que tú no piensas.
Me des noticias; que si bien me has dicho
Diversas veces que de véras amas, AMINTA.
La causa de tu amor siempre callaste ;
Y mi fiel amistad pienso merece, Siendo y o zagalejo ,
Tanto, que apéuas con la tierna mano
Podía alcanzad de las primeras ramas Que el amor conociese. Vine al cabo
Eu los pequeños árboles el f r u t o , Bien á entenderlo; mas el m'odo escucha,
Tuve pur# amistad cou una n i n f a , Y nota cómo fué.
La más ainablé y bella
Que al. viento dió jamas sus hebras de oro.
Bien conoces la hija de Cidipe TIBST.
Y del rico Montano , Silvia cara,
Honor de nuestras selvas Debe notarse.
Y ardor de nuestras almas; desta digo.
"Viví con ésta un tiempo tan unido, AMINTA.
Que entre dos tortolilias más conforme
Fidelidad ni se verá ni ha visto. De un álamo á la sombra Silvia y F i l i s ,
Eran nuestros albergues Y y o junto con ellas,
Bien juntos, pero más los corazones; Huyendo el sol estábamos un dia,
Conformes las edades, • Cuando una abeja, que ligera andaba
Pero los pensamientos más conformes. Su miel cogiendo en los floridos prados,
Con ella muchas veces A F i l i s fué volando,
Tendí la red á pájaros y á peces; Y en la mejilla hermosa,
Seguí con ella el ciervo y el veloz gamo , Más fresca y más rosada que la rosa,
Y era común la caza y el contento. A nuestros ojos le picó atrevida
Mas mientras de animales hacía presa, ( Quizá engañada con la semejanza,
Sin saber cómo, f u i y o mismo preso. Creyó que fuese flor). Entonces Filis
Poco á poco nació en el pecho mió Como impaciente, comenzó á quejarse
N o sé de qué raíz (como la hierba, De la aguda picada ;
Que suele de sí misma ella nacerse), Pero mi bella Silvia dijo: «Calla,
Un incógnito afectó, C a l l a ; n o te lamentes, Filis mia,
Que m i deseo m o v i a Que con palabras, que y o sé, de encanto
A ver siempre delaute Te quitaré el dolor. Este secreto
Mi compañera Silvia, Supe de Aresia, m a g a , y le di en trueco
Y de sus bellos ojos Mi cuerno de marfil y engaste de oro.»
Solia gustar una dulzura extraña, Esto diciendo, avecinó los labios
Que al tin dejaba un no sé qué de amargo. De aquella dulce boca á la mejilj^
Mil veces suspiraba, y no sabía Herida, y blandamente m.urfflHV^n'^, ,
Cuál fuese la ocasion de mis suspiros.
P e manera que f u i primero amante
FCV&SESMBERÁ
Quitársele el dolpr. O fué la fuerza S e abstuvo, de temor y de vergüenza,
Y virtud do las mágicas palabras, Siendo más lento y ménos atrevido;
O, como yo presumo, Mas miébtras descendía
L a virtud de la boca, Al corazon la gran dulzura, mixta
Que sana lo que toca ; De un secreto v e n e n o ,
Pues y o , que hasta entonces Tanto regalo de este bien sentia,
Otra ninguna cosa deseaba Que fingiendo no habérseme del todo
Que la agradable lumbre de sus ojos Pasado aquel dolor, hice de suerte,
Y sus palabras dulces, más suaves Que ella más veces repitió el encanto.
Que el lento murmurar de un arroyuelo De allí adelante de manera anduvo
Que rompe el curso entro menudas guijas, Creciendo mi impaciencia y mi deseo,
Y el resonar del céfiro en las hojas, QIIQ como ya en el pecho no cupiesen,
Entónces me encendió nuevo deseo Por fuerza hubieron de salir; y un dia
D e juntar á los suyos estos labios; Que en cerco se sentaban, muchas n i n f a s
Y con mayor astucia y más aviso Y pastores, haciendo un juego nuestro,
Que nunca habia tenido (mira cuánto Que cada uno por órden le decía
El amor sutiliza nuestro ingenio) En la oreja un secreto al más vecino,
Se me ofreció un engaño con que en breve Le dije á S i l v i a : « Yo por tí m e abraso,
Llegar pudiese á conseguir mi intento, Y moriré si tú no me remedias.»
Y f u é desta manera: que fingiendo A estas palabras inclinó su rostro,
Me habia picado otra molesta abeja Y de improviso le tifió de rojo,
El labio bajo, comencé á quejarme Dando señales de vergüenza y rabia.
D e suerte, que el remedio que la lengua No tuve otra respuesta que un silencio
No demandaba, el rostro le pedia. Mudo, turbado y lleno de amenazas.
La simplecilla Silvia, Quitóse de allí luego, y nunca quiso
Piadosa de mi m a l , se ofreció luégo Más hablarme ni verme. Y y a tres veces
Con el remedio á la engañosa herida, H a el segador cortado las espigas,
Y hizo (¡ ay triste!) mucho más crecida Y tantas el invierno ha despojado
Y más mortal mi herida verdadera Los verdes bosques de sus frescas hojas;
Cuando llegó sus labios á los mios. Y todos los caminos he tentado
N o suelen las abejas Por aplacarla, fuera de la muerte.
Coger tan dulce miel de flor alguna, Morir me falta en fin por aplacarla,
Como y o entónces de sus frescas rosas, Y moriré en bueu hora, como entienda
Aunque el vivo deseo, Que lie de causarle sentimiento ó gozo :
Que ardiente m e incitaba á humedecerlas, Ni sé cuál quiera más de estas dos posas,
Bien fuera la piedad más rico premio AMINTA.
De mi f e verdadera,
Y mayor recompensa de mi muerte; Desespero
Más no debo querer cosa que turbe Con justa causa, porque el sabio Mopso
La luz serena de sus ojos bellos, Ya me pronosticó mi dura suerte ;
Ni que moleste aquel hermoso pecho. Mopso. que entiende el canto de las aves,
La virtud de las hierbas y las fuentes.

TIRSI. TIRSI.

¿Es posible que S i l v i a , si te oyese ¿ De cuál Mopso me dices ? ¿ Del que tiene
Palabras semejantes, no te a m a s e ? En la lengua melosas las palabras,
Un amigable término en los labios,
Y engaños y traiciones en el pecho ?
AMINTA.
Ora está de buen ánimo; que todos
Los pronósticos 6uyos infelices,
N o lo sé ni lo creo;
Que entre ignorantes vende con su f a l s a
Más huya mis palabras,
Severidad, jamas tienen efecto ;
Cual áspid el encanto.
Y de experiencia sé lo que te digo.
Antes, por eso sólo que él te anuncia,
TIRSI. Me atrevo á asegurarte un fin dichoso
En tus amores.
Pues confia;
Que el corazon me dice AMINTA.
Que he de ser poderoso á que te escuche.
Pues si sabes cosa
Que aliente mi esperanza, no la calles.
AMINTA.

O nada alcanzarás, ó cuando alcances TIRSI.


A l fin que y o le h a b l e ,
Yo sé que nada he de alcanzar hablando. Dirétela en buen hora: á los principios
Q u e m e trajo la suerte en estos bosques,
Ese hombre conocí, del cual juzgaba
TIRSI. Lo que tú juzgas. D n a v e z , en tanto,
Me vino gusto de ir donde su asiento
¿Por qué así desesperas?
Tiene la gran ciudad cerca del rio •
i primero, tratándolo con éste ' Que te avendrá: tú puedes trasformado
Me dijo así: «Tú irás á la gran'tierra Quedar en sauce, en fiera, en agua ó f u e g o .
itonde el astuto vulgo y cortesanos Agua de llanto y f u e g o de suspiros.»
bouerbios é insolentes muchas veces Así me dijo, y yo me f u i con este
Macen pesadas burlas de nosotros Pronóstico infeliz á mi Ferrara.
Corno de gente rústica v salvaje. ' Y como quiso Dios benigno, acaso
Asi ve sobre aviso: no" te acerques Un dia pasé por el feliz albergue,
Mucho a las sedas de color ni al oro De donde dulces y canoras voces
Nuevos trajes, divisas ni penachos: Salían de cisnes, n i n f a s y sirenas,
Y sobre todo, guárdate no veas , De sirenas celestes; y salía
i or mala suerte ó juvenil descuido Un blando y claro són, con tal dulzura,
La casa de los chismes y las charlas ; Que atónito gozando y admirando,
H u y e aquel encantado alojamiento. Embebecido me paré un gran rato.
«¿Que puesto es ése?» pregunté; y él di ¡o: Estaba encima de la puerta un hombre
«Aquí habitan las magas, que encantando, De semblante magnánimo y robusto,
l l a c e n que se trasoiga y se trasvea; Como por guarda de tan gran belleza,
que parece de diamante y oro Del cual, según pude entender, se duda
Ls vidrio y cobre; aquellas ricas arcas, Si es mejor capitan que caballero. '
Que juzgaras muy llenas de tesoro , E l , con afable y grave cortesía,
.Espuertas son de viles trastos llenas. Siendo un ilustre príncipe, yo humilde
Aquí están las paredes con grande arte, Bajo paBtor, m e convidó á que entrase.
Que hablan y responden al que habla ¡Oh lo que v i ! ¡Lo que sentí y o entónces!
y no responden la palabra escasa Yo vi celestes dioses, ninfas bellas,
Cual eco suele por las selvas nuestras, N u e v a s lumbres purísimas, y Orfeos;
Mas Ja replican toda entera, entera Y otros hallé también sin velo ó nube.
* aun aumentada de lo que otro dice; La aurora v i , cual suele aparecerse
H a s t a las sillas, mesas y los bancos, Ante los inmortales, esparciendo
Los escaños, las camas, las cortinas, Sus rayos de oro y su rocío de plata.
y el mas adorno de la casa, todos Vi fecundando relucir en torno
l l e n e n su lengua y voz, y siempre gritan. A Febo y á las musas, y acogido
Las charlas, en figura de rapazas, Elpino entre éstas ; y en aquel instante
Andan triscando, que si entrase un mudo , Sentí más grande hacerme de mí mismo,
Un mudo á su despecho charlaría. Lleno de gran virtud, lleno de nueva
Alas este e s , hijo, el más ligero daíío Deidad; luégo cantando héroes y guerras,
Desdeñé el pastoril rústico verso.
Y unque despues por gusto ajeno vine
Ni venenosa sierpe consentía ;
0 ti a vez á las s e l v a s , no por eso No porque relucía
De é do sostener alguna parte Sin tristes nubes el sereno cielo,
D e aquel altivo espíritu. No suena Y siempre era templada primavera,
1 a un zampona humilde cnal s o l í a ; (Que ya no persevera,
Sino con voz más alta y más sonora, Mas la destemplan el calor y el hielo),
En ula de la trompa, hinche las selvas Ni llevó nave á la extranjera tierra
De pues oyóme Mopso, y con malvada La vil codicia ó la sangrienta guerra;
Vibla mirando, me aojó, que ronco
Mas sólo porque entonces este v a n o ,
Vine á quedar, de que callé gran tiempo.
Vano y fingido nombre sin sujeto,
1 ensaban los pastores que me hubiese
Este ídolo de errores engañoso,
El lobo visto, y era Mopso el lobo. A quien la urbanidad y el v u l g o insano
Esto te he dicho, porque entiendas cuanto Llamó despues honor , y es en efecto
Crédito debe darse á lo que dice. De la naturaleza opuesto odioso,
Tú, Aminta, puedes osperar sin duda, No mezcló malicioso
1 or sólo quo éste quiere que no esperes. Su afau en los dulcísimos amores,
Ni de su dura ley tan importuna
AMISTA. Tuvo noticia alguna
Aquella libre escuadra de amadores,
Mucho me alegra todo lo que cuentas. Mas de una natural, que consentía
A tí el cuidado, Tirsi, te remito Fuese lícito aquello que placía.
Desta mi vida. Entonces por el agua y por las flores
Iban con dulIces bailes retozando
TIR8I. Los Cupidillos sin aljaba ó lazo.
Sentábanse las ninfas y pastores,
, Y» tendré el c u i d a d o , Caricias mil al razonar mezclando ,
Y tú me espera aquí dentro de una hora. Y á las caricias uno y otro abrazo.
De velo ni embarazo
COBO DE PASTORES. Jamas cubrió sus rosas encarnadas
La pastorcilla, ni la pura f r e n t e ;
¡Oh bella edad del oro venturosa! Desnudó juntamente
No porque miel el bosque destilaba Su blanco pecho y pomas delicadas,
Y de las fuentes leche se vertia; Y á menudo en el agua detenida
No porque dió sus frutos abundosa Triscar se vió el amante y su querida.
La tierra, que al arado no tocaba T ú , honor, fuiste el primero que negaste
La fuente dedeleites tan copiosa,
Y á la sed amorosa la escondiste.'
Tú á los hermosos ojos enseñaste
A encubrir en sí mismos temerosa
La viva luz que en su belleza asiste; ACTO SEGUNDO.
Tú en redes recogiste
Las hebras de oro que trataba el viento,
Y tú pusiste el ademan esquivo
Al proceder lascivo,
Freno á la lengua y arte al movimiento. RÁTIBOí
Efecto ( ¡oh vil honor!) es sólo tuyo
Que el dón de amor se llame hurto suyo. Es pequeña la abeja por extremo,
Y suelen ser tus célebres hazañas Y con sus breves armas, cuando pica,
Las penas del que oprimes á tus leyes. Hace molesta y grave la herida ;
Mas tú, señor de la naturaleza Mas ¿ qué cosa tan breve y tan pequeña
Y del amor, t ú , que sujetas reyes, Gomo el amor? que en todo breve espacio
¿ Qué pretendes oculto entre cabafias, Entra y se esconde; ya en la sombra escasa
Donde caber no puede tu grandeza ? De unas pestañas, ya entre las primeras
Allá con la nobleza Sutiles hebras de un cabello rubio,
Te va á turbar el sueño preeminente; Ya en los hoyuelos de una dulce risa;
Deja sin tí nuestros humildes pechos Y en pequeñez tan mínima, le vemos
En limitados techos Hacer mortales incurables llagas.
Vivir al uso de la antigua gente. ¡ Triste de mí, que es todo llaga y sangro
Amemos ; que no hay tregua diferida Mi corazon y entrañas, y mil dardos
Entre los tiempos y la humana vida. Puso el amor en los airados ojos
A m e m o s , que el sol muere y luego nace, De Silvia: ¡ crudo amor, ingrata Silvia,
A nosotros se esconde y se deshace Más cruda y más iugrata que las selvas!
La breve luz del dia, ¡ Oh, cómo te compete el nombre, y cómo
Y el sueño eterna noche nos envia. Quien tal nombre te puso lo entendía!
La selva encubre al oso, tigre y sierpe
En su arboleda verde, y tú en el pecho
Escondes impiedad, soberbia y ódio,
Fieras mayores que oso, tigre y sierpe;
Que aquéllas suelen aplacarse, y éstas
Ño se aplacan por dádivas ni ruegos.
La fuente de-deleites tan copiosa,
Y á la sed amorosa la escondiste.'
Tú á los hermosos ojos enseñaste
A encubrir en sí mismos temerosa
La v i v a luz que en su belleza asiste; ACTO SEGUNDO.
Tú en redes recogiste
Las hebras de oro que trataba el viento,
Y tú pusiste el ademan esquivo
Al proceder lascivo,
Freno á la lengua y arte al movimiento. 8ÁTIB0.
Efecto ( ¡oh v i l h o n o r ! ) es sólo tuyo
Que el dón de amor se llame hurto suyo. Es pequeña la abeja por extremo,
Y suelen ser tus célebres hazañas Y con sus breves armas, cuando pica,
Las penas del que oprimes á tus leyes. Hace molesta y grave la herida ;
Mas t ú , señor de la naturaleza Mas ¿ qué cosa tan breve y tan pequeña
Y del amor, t ú , que sujetas reyes, Gomo el amor? que en todo breve espacio
¿ Qué pretendes oculto entre cabañas, Entra y se esconde; y a en la sombra escasa
Donde caber no puede tu grandeza ? De unas pestañas, y a entre las primeras
Allá con la nobleza Sutiles hebras de un cabello rubio,
Te va á turbar el sueño preeminente; Ya en los hoyuelos de una dulce risa;
Deja sin tí nuestros h u m i l d e s pechos Y en pequeñez tan m í n i m a , le vemos
En limitados techos Hacer mortales incurables llagas.
Vivir al uso de la antigua gente. ¡ Triste de m í , que es todo llaga y sangro
A m e m o s ; que no hay tregua diferida Mi corazon y entrañas, y mil dardos
Entre los tiempos y la humana vida. Puso el amor en los airados ojos
A m e m o s , que el sol muere y luego n a c e , De Silvia: ¡ crudo amor, ingrata Silvia,
A nosotros se esconde y se deshace Más cruda y m á s ingrata que las selvas 1
La breve luz del dia, ¡ Oh, cómo te compete el nombre, y cómo
Y el sueño eterna noche nos envía. Quien tal nombre te puso lo entendía!
La selva encubre al oso, tigre y sierpe
En su arboleda verde, y tú en el pecho
Escondes impiedad, soberbia y ódío,
Fieras mayores que o s o , tigre y sierpe;
Que aquéllas suelen aplacarse, y éstas
Ño se aplacan por dádivas ni ruegos.
— Í17 —
Tú, cuando te presento flores nuevas,
Esquiva las desprecias, por ventura ¡Oh tú, que f u i s t e el inventor primero
Viendo en tu rostro más hermosas flores. D e vender el amor! maldita sea
Pues si te traigo las manzanas frescas Tu enterrada ceniza y huesos frios,
Tu las desdeñas arrogante, acaso Y no alcancen jamas pastor ó ninfa
Porque en tu pecho las verás m á s bellas. Que pasando les diga : «Hayais descanso;»
Cuando te ofrezco los panales dulces, Mas los bañe la lluvia y m u e v a el viento,
Altiva los ultrajas, por ventura Y con inmundo pié todo ganado
Por ser más dulce miel la de tus labios. Los huelle. Tú primero envileciste
Mas si no puede darte mi pobreza La nobleza de amor, y su dulzura
Cosa que no haya en tí más dulce y bella, Alegre' convertiste en amargura.
A mí mesmo te d o y : ¿ por qué desprecias Amor vendible, amor siervo del oro-
i aborreces el dón? Que no merezco Es el monstruo más vil y abominable
Ser despreciado, si en el mar tranquilo Que el mar y tierra engendran y producen.
Bien me miré, c u a n d o , callado el viento, Mas-¿para qué mé quejo al aire en v a n o ?
Sus claras ondas serenaba un dia. Usa las armas cada cual que expuestas
Este mi rostro de color s a n g u í n e o , Le dió naturaleza á su defensa.
Estas anchas espaldas, estos brazos Usa los piés el ciervo, el león las garras,
D e duros nervios, mi cerdoso pecho El jabalí el colmillo; así son arma3
Y vedijudos muslos, son indicio De la mujer beldad y gentileza.
De mi virii y poderoso esfuerzo. Pues ¿cómo y o al presente no m e v a l g o
¿Qué piensas tú hacer destos douceles, De mi ferocidad para defensa
Apénas florecido el blando bozo De mi s a l u d , pues la naturaleza
En sus mejillas , que con arte y cuenta Apto m e hizo á la violencia y robo ?
Disponen su cabello limpio y crespo ? Yo m e quiero robar lo que m e niega
Mujeres son aquestos en semblante Esta e n e m i g a , y al amor ingrata.
Y en obras. Dile á alguno que te s i g a Pues como agora me contó un cabrero,
Por selva y m o n t e , y que por tí combata Que s a b e s u s costumbres, ella suele
Contra el valiente jabali y el oso. Refrescarse á menudo en una f u e n t e ,
Y me enseñó el l u g a r ; pienso esconderme
N o s o y , pues, malo yo, ni tú me dejas
En él entre los céspedes y ramas,
Por la forma que t e n g o , sino sólo
Aguardando á que v e n g a , y como vea
Por mi pobreza: en fin, las caserías '
Buena ocasion, me arrojaré tras ella.
Siguen de las ciudades el ejemplo.
¿Qué puede contrastar una mozuela
Sin duda alguna el siglo de oro es é s t e ,
Con la débil carrera ó con los brazos
Pues sólo vence el oro y reina el oro.
Contra m í , tan ligero y poderoso ?-
Llore , suspire, oponga toda f u e r z a
TIRSI.
D e piedad ó hermosura , que si puedo
Kevolver esta mano á su cabello,
D e allí no irá, sin que primero tifia, Tú finges y me t i e n t a s : el que enseña
for v e n g a n z a , mis armas de su sangre. El canto y vuelo á las ligeras aves,
El nadar á los p e c e s , el encuentro
A los carneros, á los bravos toros
D A F N E Y TIRSI. Usar del cuerno, y al pavón soberbio
Tender la pompa de bizarras plumas.
DAFNE.
DAFNE.
Como te dije, Tirsi, y a y o vía
S ^ r r , a n \ a b a á Silvia' y 8abe cielo ¿ Cuál es el nombre suyo ?
Como le he hecho siempre buen oficio
a ora
p S con más gusto lié de hacerle ' TIRSI.
Jrorque los ruegos tuyos intervienen.
Mas antes me atreviera, te prometo, El nombre es Dafne.
A domar un novillo, un tigre, uu o^o,
Que una rapaza destas simple y boba,
l a n boba como bella, que no advierta DAFNE.
Cuán ardientes y agudas son las armas ¡Oh falsa l e D g u a !
De su belleza, y con el llanto y risa
A muchos mate y del herir no entienda. TIRSI.

TIRSI. L u e g o , ¿tú no bastas


A dar á mil discípulas escuela ?
¿Qué mujer hay tan simple, que en saliendo Aunque á decir verdad, bien poca falta
r , a s "»antillas, y a no aprenda el arte Les hace otro maestro; su maestra
Ue contentar y parecer hermosa, Es la naturaleza, y á las veces
JJe matar agradando y saber cuáles También la madre y ama alcanzan parte.
Armas pueden herir y cuáles matan,
i cuales dan salud y resucitan?
DAFNE.

lMFNE. Tú eres en suma malicioso, Tirsi ;


Pues y o te sé decir que no resuelvo
¿Quién es maestro do tan grandes artes ? Si es y a tan boba Silvia y tan sencilla
Como en sus hechos y palabras muestra.
Vi ayer cierta sefial, y ésta me puso Si descompuesta. Y o enténdílotodo,
En mucha duda. Yó la hallé dercana Pero callé.
A la ciudad, donde sus anchos prados
Tienen entre lagunas una isleta TI ESI.
Con un estanque trasparente y limpio ; "
Allí la v i , toda pendiente el cuerpo, Tú me refieres, D a f n e ,
D e suerte que mostraba deleitarse Lo que he pensado siempre : ¿ no lo dije?
D e mirar á si m e s m a , y le pedia
Consejo al agua cómo dispondría DAFNE.
Por cima de la frente su cabello,
Sobre el cabello el v e l o , y sobre el velo Bien lo dijiste, mas á todos oigo
Diversas flores que tenía en la f a l d a . Que no fueron las ninfas y pastoras
De aili sacaba la azucena y rosa, Tan entendidas ántes, ni yo tuve
Y la llegaba á su purpúreo rostro' Tal juventud. El mundo se envejece,
Y á su Cándido cuello, cotejando Y en la vejez se aumenta su malicia.
Las colores; y l u é g o , m u y u f a n a
D e la vitoria, un tanto se reia, TIRSI.
Como diciendo: «Yo e n e f e t o os venzo.
No os traigo aquí .por ornamento mió, Quizá entónces no usaban tantas veces
Mas solo os traigo por vergüenza vuestra Los ciudadanos ver el campo y selvas,
Y por mostrar que os llevo gran ventaja.» Ni tantas veces nuestras zagalejas
Mas mientras se adornaba y componía, Entrar en la ciudad. Ya están mezclados
Volvió los ojos bien a c a s o , y viendo Linajes y costumbres ; mas dejando
Cómo y o la miraba, de vergüenza Agora estos discursos, ¿no harías
Se alzó del suelo y derramó las flores. Por conformar á Silvia en que le hablase
Cuanto más yo de verla m e reía, Aminta solo, ó tú delante, un día?
Mas ella de mi risa se encendía ;
Y porque estaba descompuesto en parte
DAFNE.
Su cabello, y en parte recogido,
Dos ó tres veces revolvió los ojos No s é : Silvia es esquiva por extremo.
Hácia la f ú e n t e consejera á hurto,
Como temiendo ser de mí entendida.
Miróse descompuesta, mas con todo, TlRsi.
be satisfizo, que se víó muy bella
y Aminta por extremo comedido.
DA¡FNE. Ingenio ni consejo ; basta sólo
Que á querer t e dispongas.
Pues no hará nada comedido amante;
Tú le aconseja que á otra cosa atienda, DAFNE.
Si es de ese humor. El que saher quisiere
D e amar, deje respetos, ose y pida, Ora sabe *
Solicite, importune, y si no basta, Que vamos Silvia y y o , dentro de un rato,
Tome lo que pudiere. ¿Tú no sabes A la f u e n t e que llaman de Diana,
D e la mujer la condicion precisa ? Allá donde aquel plátano da sombra
H u y e , y huyendo quiere que la alcancen ; Al agua dulce y al lugar convida
N i e g a , y negando quiere que Ja apremien Las ninfas cazadoras : en aqueste
L u c h a , y luchando quiere que la venzan. Es cierto ha de lavar sus miembros bellos.
Y a sabes, T i r s i , que de tí m e fio,
Porque en silencio guardes lo que digo.
TIBSI.

TIBSI. Pues bien.


N o hay ocasion por qué de mí sospeches DAFNE.
Que jamas d i g a cosa que te ofenda •
Mas ruégote, mi D a f n e , por la dulce ¿ Cómo, pues, bien ? ¡ Qué m a l entiendes
Memoria de tus años juveniles, Si en tí cabe discurso, eso te basta.
Me favorezcas, ayudando á Aminéa
Mísero, que perece.
TIRSI.

DAFNE. Ya entiendo ; mas no sé si ha de atreverse


Él á tanto.
¡Qué conjuro
Tan gentil ha buscado este inocente! DAFNE.
La juventud m e trae á la memoria ;
El bien pasado es el presente enojo. Pues si él no ha de atreverse,
Pues ¿ qué dices que haga ? Estése así y aguarde á que le busquen.

TIBSI. TIBSI.

N o te falta Él es por cierto t a l , que lo merece.


- 124 - — 125 —
DAFEK.
Hallarlo expuesto á su apetito y hambre?
Pero nosotros, ¿ no hablaremos algo
DAFNE.
D e tí m i s m o ? D i , Tirsi, ¿tú no quieres
Enamorarte, pues áun eres m o z o ,
Que no ^erán tus años veinte y n u e v e , Mas ¿ quién halló jamas lo que no busca?
Y ayer t e conocimos bien criatura?
¿ H a s de vivir ocioso y sin contento ? TIRSI.
Que sólo sabe de placer el que ama.
Es peligro buscar lo que adquirido
TIBSI. Causa breve contento,
Y no adquirido mucho más tormento.
N o desecha de Venus los placeres Hasta que llantos y suspiros f a i t e a
Quien se retira del amor, mas g o z a En el amor y en su tirano r e m o ,
El dulce desamor sin el amargo. Tirsi no ha de volver á ser amante.
Ya basta lo que t e n g o padeeido.
• DAFNE. Otro fiel amador hará su parte.
Es desabrido dulce el que le f a l t a •
DAFNE.
Mezcla de algún amargo, y luégo cansa.

TIRSI.
Mas no tienes gozado lo que basta.

Más v a l e , p u e s , hartarse TIRSI.


Que estar siempre hambriento .
Ni gozarlo deseo
DAFNE. Si tan caro se compra.

No y a con el manjar que se posee; DAFNE.


Y cuanto más se gusta más agrada.
Amar te será f u e r z a , si no gusto.
TIRSI.
TIRSI.
¿Quién es tan poseedor de lo que g u s t a ,
Que á todas horas pueda No me pueden forzar estando léjos.
— 126 —

DAFNE. TIBSI.

¿Quién está léjos del amor? ¡ Bravo rigor! Qué ¿ m e podrás ver muerto ?
Pues D a f n e a m i g a , si pretendes que a m e ,
TIBST. Quiéreme t ú , y estamos concertados.

Quien hnye. DAFNE.

DAFNE. Tú"me burlas, en fin, y por ventura


No me mereces por amante : ¡ ay, cuántos
Y ¿ qué importa que buyas de sus alas ? Engaña un rostro colorado y liso!

TIBSI. TIBSI.

T i e n e al nacer amor las alas corlas, No burlo á f e ; m a s antes m e parece


Que apéSaa le sustentan ; Que con esa protesta m e desechas,
Y así no las extiende á todo vuelo. Cual hacen t o d a s ; pero ¿qué remedio?
Viviré sin amor si no m e quieres.
DAFNE.
DAFNE.
Pues no conoce el hombre cuando n a c e ,
Y cuando lo conoce es grande y vuela. V i v e , T i r s i , contento, ocioso v i v e ;
Que en ocio tal siempre el amor se engendra.
TIBSI.
TIBSI.
N o , si otra vez no ha visto cómo nace.
¡Oh D a f n e , en esta ociosidad me ha puesto
DAFNE. El que en las selvas como á Dios honramos,
Para quien los ganados grandes pacen
Ora veremos si tus ojos h u y e n , Del uno al otro mar por las campañas
Como dices, y luego te protesto, Extendidas, alegres y f e c u n d a s ,
Y a que presumes tanto de ligero, Y las alpestres cumbres de Apenino.
Que cuando te veré pedirme a y u d a , Él dijo así cuando m e hizo suyo :
No moveré por ayudarte un paso, «Tirsi, ahuyenten otros los ladrones
ÜO solo dedo, una pestaña sola. Y los lobos, guardando mis rebaños j
Reparta otro los premios y las penas
A m i s ministros; otros apacienten Procures ablandaría, y y o entre tanto
Mis g a n a d o s ; en fin, otro, conserve irocurare que Amiuta v a y a , y pienso
L a lana y leche, y otro la despenda : Que no es ménos difícil que la tuya
Agora canta tú, que estás ocioso.» Mi diligencia, Yé en buen hora.
A s i será razón que no le burle
Con mundanos amores, sino cante
DAFNE.
Los abuelos de aqueste verdadero,
N o sé si Apolo ó Júpiter lo llame,
Que á ambos parece en el aspecto y obras, D , Voyme,
Pero nuestro propósito no era ése,
Abuelos de mayor merecimiento
Que el gran Saturno y Celo. Agreste musa
¿A mérito real? Mas no por eso, TIRSI.
Que suene clara ó ronca, la desprecia.
Si bien diviso desde aquí su rostro
D e su mismo sujeto nada canto
Allí parece Aminta : él es sin duda.
Porque no puedo dignamente honrarlo
Sino con el silencio y reverencia •
Mas no faltan jamas en sus altares A M I N T A Y TIRSI.
Las flores de m i mano ni los f u e g o s
D e inciensos olorosos y suaves, AMISTA.
Ni faltará en mi pecho esta devota
Y pura religión hasta que v e a Vejé sí ha hecho Tirsi alguna cosa •
Pacer el abre por el aire el ciervo, Porque si nada ha h e c h o ,
Y que, mudado el curso de los rios, Antes de consumirme he de matarme
•Beba la Sona el persa, el franco el Tigris. Ante los ojos mismos de la ingrata •
Que pues le agrada tanto
Deste mi corazon la viva l l a g a ,
DAFNE.
Agudo golpe de sus ojos bellos,
Tú vas m u y alto ; ora desciende un poco También debe agradarle
Al propósito nuestro. La llaga de mi p e c h o ,
Golpe furioso de mis propias manos.
TlfiSl.
TIRSI.
El punto es éste :
Que en estando en la fuente tú con Silvia Nuevas te traigo , A m i n t a , de consuelo :
üien puedes y a dejar tanto lamento.
5
- 130 — — 131
AMISTA. AMINTA.

¡ Á y , Tirsi! ¿ Qué m e dices ? Fuera resuelto y presto,


¿Tr. es la vida ó la muerte? Mas que á la f u e n t e el ciervo caluroso.

TIRSI. TIRSI.

Traigo salud y vida si te atreves Mayor empresa importa que acometas.


A acometerlas ; pero v e dispuesto
A ser un hombre, Aininta, AMINTA.
A ser nn hombre de ánimo resuelto.
Iré por medio el rápido torrente,
AMINTA. Cuando l a nieve desatada en agua
Al mar se precipita : iré por medio
¿Cómo y con quién el ánimo m e importa? Del v i v o f u e g o , y al infierno m i s m o ,
Cuando en él estuviese, si ser pnede
Infierno donde está cosa tan bella.
TIRSI. Descubre, acaba, lo que pasa.

Si estuviese tu n i n f a en una selva TIRSI.


Que, cercada de altísimos peñascos,
Diese albergue á los tigres y leones,
¿ Fueras allá ? 0., . , Escucha:
hilvia te espera agora en ana f u e n t e ,
Desnuda y s o l a , ¿ irás allá?
AMISTA.
AJIINTA.
Fuera seguro y pronto,
Mas que en la fiesta zagaleja al baile. . , • ¿Qué dices?
6oilvia m e espera á mi, desnuda y sola?
TIRSI.
TIRSI.
Y si estuviese entre ladrones y armas, Sola con D a f n e , que es de nuestra parte,
¿Fueras allá?
— 132 —
TIRSI.
AMISTA.
Que pasar no dejes
¿ Y desnuda m e espera? La dicha que. te ofrece la fortuna.

TIRSI.
AMINTA.

Desnuda digo ; mas


Dios no permita que jamas y o intente
Cosa que la disguste; ni y o supe
AMINTA.
Hacer cosa jamas contra su g u s t o ,
Sino es amarla; y el amarla es fuerza,
¡ A y triste! Acaba.
Fuerza de su hermosura y no mi culpa.
¿Que más, Tirsi? Tú callas , tú me matas. Así no se verá q u e , en cuanto pueda ,
No procure agradarla.
TIRSI.

TIRSI.
Mas 110 sabe que has de ir allá.

Ora responde :
AMINTA.
Si potestad tuvieras
Para dejar de amarla, »
Terrible
¿Dejárasla de amar por agradarla?
Y fiera conclusión, que y a en veneno
La dulzura pasada me convierte.
Cruel, ¿con cuál estudio me atormentas? AMINTA.
¿Tan poco desdichado te parezco,
Que aumentar quieres la miseria m i a ? Ni tal cosa consiente amor que .diga,
Ni que imagine ver en tiempo alguno
TIRSI.
El dejarla de amar, aunque pudiese.

Haz tú mi parecer; serás dichoso. TIRSI.

AMINTA. Desa manera á su pesar la amáras,


Fudiendo no quererla.
¿Qué me aconsejas?
AMINTA.
AMINTA.

N o fuera á su pesar, mas la amaría. Iré sin duda,


Mas no donde tú piensas.
TIRSI.
TIRSI.
¿ Sin su gusto en efeto ?
Pues ¿ a d ó n d e ?
AMINTA.
AMINTA.

Sí por cierto. Iré á morir, si en mi f a v o r no has hecho


Más de lo que me dices.
TIRSI.
TIRSI.
Pues ¿cómo sin su gusto no t e atreves
A aprovecharte de tu bien presente ? ¿ Y esto es poco?
Que si al principio le ha de dar d i s g u s t o , ¿ Orees tu que D a f n e nos aconsejára
Es cierto al fin -qué le será agradable. Ir á la fuente, cuando no entendiera
De Silvia el pecho? Por ventura Silvia
* '>'* • Sabe el concierto, y no querrá se entienda
AMINTA. Que, sabiéndolo, calla. Si tú buscas
Hasta el consentimiento suyo expreso,
¡ Ay, Tirsi amigo ! Amor por mí responda; Buscas derechamente disgustarla;
Que á referir no acierto Y siendo así, ¿ qué es deste tu deseo
Lo que me dice el corazón. Tú agora Que tienés de servirla y complacerla ?
Estás m u y diestro por el uso grande Y si ella aguarda que tu dicha alegre
En razonar de amor; á mi me liga Se adquiera sólo por tu industria á hurto ,
L a lengua aquello mismo Sin que ella de su mano te la ofrezca.
Que el corazon me liga. Por tu vida me di ¿qué más te importa
Este modo que aquel ?
TIRSI.
AMINTA.

¿ No irémos en efeto ?
¿Quién me asegura
Ser esa su intención y su deseo ? Mas nada hará quien muchas cosas mira.

TIBSI. CORO.

j Oh simple! Ves aquí que al fin procuras Amor, ¿ de qué maestro,


La certeza, que á Silvia le desplace, En cuál oculta escuela
Y desplacerle justamente debe, Se aprende esa tu larga
Cual tú debieras no buscarla; y ¿dónde Arte de amar, incierta?
Tienes quieu te asegure lo contrario ? ¿Quién del entendimiento
Si ella así lo pensase, y tú no fueses Declara las ideas,
(Pues que la duda y riesgo son iguales) Cuando con alas tuyas
¿ Será mejor morir como animoso Al mismo cielo vuela ?
Que como vil ? Tú callas, tú conoces No lo explicó el Liceo,
Que estás vencido. Agora me concede No la famosa Aténas,
Esta pérdida tuya, que yo pienso Y en Helicona docta
H a de ser causa de mayor victoria. Ni Febo lo demuestra;
Vamos, Aminta, vámonos.
Que si de amor discurre,
Parece que le enseñan ;
AMINTA. Corto razona y frió
Con perezosa lengua.
Espera. N o tiene voz de f u e g o
Que á tu primor competa,
TIRSI. Ni á tus misterios altos
Sus pensamientos llegan.
¿ Cómo espera ? ¿ No ves que el tiempo huye? Tú, amor, eres el digno
Maestro de tu ciencia,
AMINTA. Y tú solo á tí mismo
Te explicas é interpretas.
Miremos ántes si esto debe hacerse, Tú enseñas al más rudo
Y en qué manera. Que en unos ojos lea
Lo que tu mano escribe
TIRSI. Con amorosas letras.
A los amantes fieles
Todo lo que f a l t a Desatas tú la lengua
Podemos ver por el camino mesmo ; En delicado estilo
Coii elegancia extrema.
Y á mncho más se extiende,
Amor, tn sutileza,
¡ Raro saber y extraña
Manera de elocuencia!
Que á veces con palabras ACTO TERCERO.
Confusas é imperfectas
U n corazón amante
Sus sentimientos muestra,
Mejor que con razones
Lustrosas y compuestas;
Y áun el silencio mismo
A veces habla y ruega. TIRSI y el CORO.
Amor, lea quien quisiere
Socráticas sentencias ;
Que y o en dos bellos ojos TIRSI.
Aprenderé tu ciencia,
Y humillará sns versos ¡Olí extremo de crueldad! ¡ Oh ingrato pecho!
El más alto poeta, ¡ Oh ingrata n i n f a ! ¡ Oh tres y cuatro veces
Con pluma sábia escritos Mujer ingrata! Y t ú , naturaleza,
En doctas academias, N e g l i g e n t e maestra, ¿ por qué sólo
Junto á los que imprimiere En el rostro pusiste á las mujeres,
Mi pastoril rudeza Y en lo aparente, cnanto tienen bneno
Con la grosera mano De agrado, de piedad y cortesía,
En ásperas cortezas. Y te olvidaste de las otras partes?
¡Ay, joven triste y mísero! Sin duda
Se habrá dado la muerte ; él no parece.
Bien há tres horas que le busco, y busco
En donde le dejé y en los contornos,
Sin hallarle, ni rastro de sus pasos.
¡Ay, que Se ha dado muerte el miserable!
Allí delante están unos pastores ;
Ir quiero á ver si sabe dél alguno.—
Decid, a m i g o s , ¿quién ha visto á Aminta
Acaso, ó sabe dél alguna nueva ?
Coii elegancia extrema.
Y á mucho más se extiende,
Amor, tu sutileza,
¡ Raro saber y extraña
Manera de elocuencia!
Que á veces con palabras ACTO TERCERO.
Confusas é imperfectas
U n corazón amante
Sus sentimientos muestra,
Mejor que con razones
Lustrosas y compuestas;
Y áun el silencio mismo
A veces habla y ruega. TIRSI y el CORO.
Amor, lea quien quisiere
Socráticas sentencias ;
Que y o en dos bellos ojos TIRSI.
Aprenderé tu ciencia,
Y humillará sus versos ¡Oh extremo de crueldad! ¡ Oh ingrato pecho!
El más alto poeta, ¡ Oh ingrata n i n f a ! ¡ Oh tres y cuatro veces
Con pluma sábia escritos Mujer ingrata! Y t ú , naturaleza,
En doctas academias, N e g l i g e n t e maestra, ¿ por qué sólo
Junto á los que imprimiere En el rostro pusiste á las mujeres,
Mi pastoril rudeza Y en lo aparente, cuanto tienen bueno
Con la grosera mano De agrado, de piedad y cortesía,
En ásperas cortezas. Y te olvidaste de las otras partes?
¡Ay, joven triste y mísero! Sin duda
Se habrá dado la muerte ; él no parece.
Bien há tres horas que le busco, y busco
En donde le dejé y en los contornos,
Sin hallarle, ni rastro de sus pasos.
¡Ay, que se ha dado muerte el miserable!
Allí delante están unos pastores ;
Ir quiero á ver si sabe dél alguno.—
Decid, a m i g o s , ¿quién ha visto á Aminta
Acaso, ó sabe dél alguna nueva ?
TIRSI.
CORO.
El amar una n i n f a por extremo,
Tirsi, parecemé que estés turbado. Y el ser della en extremo aborrecido.
¿ Qué causa te molesta y te f a t i g a ?
¿ De qué son estas ánsias y sudores ?
¿ H a y algún mal ? Por Dios, que lo sepamos. CORO.

TIRSI.
Cuenta el caso, te ruego, y entre tanto
(Este es lugar de paso) por ventura
Vendrá alguno que dél nos dé noticia,
Temo del mal de Aminta. ¿ Habeisle v i s t o ? Y ánn puede ser también que él mismo llegue.

CORO.
TIRSI.

No le hemos visto desde que contigo,


H á buen rato, partió ; ¿ pero qué temes ? Pláceme de decirlo ; que no es justo
Que ingratitud tan grande y tan extraña
Se quede sin l a i n f a m i a que merece.
TIRSI.
Tuvo noticia Aminta (y yo fui, triste,
Quien noticia le di, y a me arrepiento)
N o se haya muerto él mismo de su mano.
Que Silvia y D a f n e en una fuente habían
D e ir á'bañarse ; y hácia allá en efeto
CORO. Se encaminó, movido solamente,
No de su voluntad, mas de mi pura
¿ É l muerto de su m a n o ? ¿Por qué causa? Persuasión importuna, pues mil veces
¿Qué ocasion hallas? Quiso volverse atras, y á pura fuerza
Yo lo detuve y lo llevé adelante.
TIRSI. Llegábamos y a cerca de la fuente,
H é aquí cuando sentimos de improviso
El amor y el ódio. U n femenil lamento, y juntamente
Vimos á Dafne, que batía las.palmas;
L a cual, como nos viese, alzando el grito,
CORO. «¡ A y , dijo, socorred ; que á Silvia ultrajan 1 a
Luégo que oyó su enamorado Aminta
D o s poderosos enemigos juntos
¿Qué no pueden hacer ? Habla más claro.
Estas palabras, aventóse al campo, CORO.
Furioso como un pardo, y y o seguílo ;
Cuando vemos ligada con un árbol Palabras de ablandar los pedernales.
L a bella ninfa, cual nació, desnuda; Y ¿ qué le respondió ?
Y su cabello, su cabello mismo
Servia de cuerda, y á la planta envuelto
Estaba con mil nudos, y su cinto, TIRSI.
Que fué del seno virginal custodia,
.De aquella ofensa era ministro, y ambas Ninguna cosa;
Las manos le apretaba al duro tronco • Mas con vergüenza y con desden, al suel< •
Hasta la misma planta ligaduras ' Bajando el rostro, el delicado s e n o ,
Contra ella daba, y de un vencido ramo Cuanto podia torciéndose, cubria.
Dos tiernas varas duramente ataban Él, echando delante su cabello
Sus delicadas piernas. Allí v i m o s Bubio, se puso á desatar, y en tanto
En su presencia un sátiro villano, Hablaba a s í : « ¿ Cuándo tan bellos nudo ;
Que entónces acababa de ligarla. U n tan grosero tronco ha merecido ?
Fuése tras él Aminta con un dardo Pues ¿ qué ventaja llevan los amantes
(Que tuvo acaso en la derecha mano), Que sirven al amor, si y a comunes
Como un fiero león; y y o entre tanto Son con las plantas sus preciosos lazos i
Lstaba y a de piedras prevenido. Planta cruel, ¿pudiste unos cabellos
Con que el sátiro vil huyó en efeto. ' D e oro ofender, que tal honor te hacían i J>
Pues como diese espacio su huida Esto le dijo al desatar sus m a n o s ,
A que Aminta mirase, él codiciosos • En tal modo, que junto parecía
Volvió sus ojos á los miembros bellos, Que temiese tocarla y desease.
Que cual tremola entre los juncos lecho, Bajó luégo á los piés por desasirlos ;
Delicados y blancos parecían ; Mas como Silvia y a se viese libres
Y todo vi se demudó en el rostro. Las manos, dijo esquiva y desdeñosa:
Despues llegóse blandamente á e l l a , <iNo me toques, pastor ; s o y de Diana ;
Y con modestia dijo : « ¡ O h bella S i l v i a ! Y o m e desataré los piés, aparta.»
Perdona aquestas manos, si llegarse
A tus miembros es mucho atrevimiento,
P u e s las obliga necesaria y pura CORO.
Fuerza de desatar aquestos nudos ;
No (ya que les concede la fortuna ¡Que tal orgullo en una ninfa albergue!
Esta felicidad) te pese della,» Por cierto ingrata p a g a de tal obra.
TIRSI.
Al fin perdüa, y fué el trabajo en vano.
Él apartóse con respeto á un lado, Despues volví á la fuente donde habia
Aun em alzar los ojos á m i r a r l a , Quedado Aminta, y no le v i ; mas siento
Aquel placer negándose á sí mismo, El corazon presago de algún dafio.
£ o r no darle-cuidado de negarlo Sé que estaba dispuesto de matarse
Yo, que escondido lo m i r a b a todo Aun ántes que esto sucediese.
Y jo escuchaba cuando vi tal cosa,
Mil voces quise dar; al fin me abstuve. COBO.
Mas oye que estrañeza ; ella en efeto,
Despues de gran fatiga, desatóse, Es uso
y sin decir odios, apénas libre, Y arte del que ama amenazarse á muerte
partió de allí, como una cierva huyendo. Mas raras veces ha llegado á e f e t o .
Y 110 había causa de temer ninguna,
Que ya de Ammta conoció el respeto.
TIBSI.

COBO. Quieran los altos dioses qao no sea


Pues ¿ cómo así huyó ? Aminta alguno de los raros.

CORO.
TIESI.

™ ... . Porque no quiso . Calla;


1ener obligación á la modestia Que no será.
y amor del jóven, sino á su carrera.
TIRSI.
COBO.

¿ Que es hasta eso ingrata ? Y el cuitado Yo quiere irme á la cuéva


¿Que hizo entónces, dinos, ó qué dijo? Del sabio Elpiuo, donde, si él es vivo,
Por dicha le hallaré ; porque allí suele
Alentar sus tristezas y tormentos
TIRSI. Al dulce són de la zampoña clara,
Eso no sé, porque, de furia ardiendo Que trae las piedras á escuchar del monte
Corrí por alcanzarla y detenerla, Hace correr de pura leche el rio,
Y miel brotar de las cortezas duras.
AMINTA, DAFNE Y NERINA. Sea premio á tu esperanza
( Si en vivir esperando t e mántienes)
AMINTA. Lo que miraste en la desnuda bella.
Rigurosa piedad por cierto usaste
AMINTA.
Conmigo, Dafne, al detener el dardo;
Porque será mi muerte.
Cuanto más dilatada, más amarga. No pareció al amor y á mi fortuna
Y dime agora, ¿ para qué m e e n g a ñ a s Que era y o enteramente desdichado,
Por diversos caminos, y entretienes Si no me descubrían
Con tus várias razones tan en vano ? Enteramente aquello que me niegan.
Si temes que m e mate, mi bien temes.
NERINA.

DAFNE.
¿Que he de ser y o en efecto la siniestra
¿ Por qué te desesperas, Corneja de una nueva tan amarga?
A m i n t a ? Que si y o bien la conozco, ¡ Oh para siempre mísero Montano!
No fué crueldad, sino vergüenza Sola, Qué sentirá tu pecho cuando entiendas
La que movió á t u Silvia que huyese. Í 1 duro caso de tu Silvia cara ?
¡ Oh viejo padre y c i e g o !
¡ Padre i n f e l i z ! Mas y a no serás padre.
AMINTA.

¡ A y , triste y o , que mi salud sería DAFNE.


Desesperar despues que la esperanza
Mi destruicion ha s i d o , y todavía Oigo una triste voz.
Tienta reverdecer dentro del pecho
Sólo para que v i v a ! AMINTA.
Y al que es t a n desdichado,
¿ Qué mas fiero tormento que la v i d a ? Yo siento el nombre
D e Silvia, que me hiere los oidos [cha
Y el corazon; m a s ¿ quien la nombra? Escu-
DAFNE.

Vive mezquino; miserable, v i v e DAFNE.


Sólo para que goces
D e la felicidad cuando viniere. Esta es Nerina, n i n f a á Gintiacara,
De b e l l o s ojos y de lindas m a n o s ,
- 148 —
Talle gentil y movimiento airoso.
DAFNE.

NERINA.
Cuenta : ¿qué triste caso es el que dices?
Quiero, con todo, que lo Bepa, y trate
NERINA.
De buscar las reliquias miserables, [via!
Si alguuas han quedado. ¡ Ay, Silvia! Ay, Sil
¡Oh c i e l o s ! ¿Yo he de ser la mensajera?
¡ A y cómo fué tu suerte desdichada!
Y ¿ m e obligan también á q u e lo cuente?
Vino desnuda Silvia á mi morada
AMINTA. ( Y la causa y a debes de saberla).
Despues, vestida, me rogó que fuese
¡ A y de m í ! ¿ Qué será lo que esta dice ? Con ella á cierta c a z a , que ordenada
Estaba al bosque dicho de la Encina.
F u i m o s : hallamos muchas ninfas jnntas
NKKINA.
Y luégo á breve rato desemboca
¿ Dafne 1 (No sé de dónde) un carnicero lobo
De terrible grandeza, cuyo labio
Manchaba el suelo de sangrienta espuma.
DAFNE. Silvia al momento acomodó una flecha
A un arco que le di; dispara, y dale
¿Qué estás hablando entre tí m e s m a ? En la cabeza; él emboscóse ; y ella
O ¿cómo á Silvia nombras y suspiras ? Al bosque le s i g u i ó , vibrando un dardo.

NERINA. AMINTA.

Con ocasion bastante ¡ Oh qné principios de dolor! ¡ A y triste!


Suspiro el triste caso. ¡Qué fin me anuncian!

AMINTA. NERINA.

. ¡Ay!¿Dequécaso Yo con otro dardo


J-odr* decir aquesta? Que y o siento, Seguí su rastro, pero lejos, léjos,
Yo siento el corazon que se me hiela, Porque partí más tarde. Ya que estaban
Y enflaquece el espíritu.—¿ Está v i v a ? Dentro del bosque, allí no pude verla ;
Mas tanto f u i siguiendo sus pisadas,
Que me halle en lo más solo y más espeso Que ellas tomen el cargo,
W dC
Y K'- V i a e l á * r d o & 'ierra Ya que tú lo rehusas ó no puedes.
y poco mas abajo un blanco velo ¡ Ay triste! si no falta
Que y o misma primero á su cabezk A la certeza ya ninguna cosa,
Le, revolví H e aquí cuando miraba Y nada falta al colmo
A todas partes, siete lobos veo, De la miseria mia, [ne,
v S d ' > d e Ja tierra alguna skngre, ¿Qué espero más? Qué busco? ¡ Ali Dafne; Daf-
Vertida en cerco de unos huesos mondos • ¿Para este amargo fin me reservaste?
Y fué m, suerte que ellos no me vieron ' ¿ Para este fin amargo ?
(Tan atentos estaban á su pasto) Dulce morir era por cierto el mió
As. que, d e piedad y t e m o r l l e n a , Cuando matarme quise.'
GS C u a n t ¿ Tú lo estorbaste, y estorbólo el cielo,
Decir'de
L»ecir de Silvfá
Silvia,^y veis
^ aquí su velo. B#*> Al cual le parecía
Qile con mi muerte se evitaba el daño
AMINTA. Que ordenado me estaba; mas agora,
Que ha ejecutado su crueldad extrema,
Bien sufrirá que muera,
Y tú sufrirlo debes.

DAFNB.
DAFNE.

Amortecido está de p e ^ ^ N I Suspende pues tu muerte,


Hasta qHe la verdad mejor entiendas.
NKRINA.

A u n todavía respira; esto h a b r á sido AMINTA.


Algún breve d e s m a y o ; y a r e v i v e .
¿Qué más quieres que espere?
AMINTA. Ya sobra lo esperado y lo entendido.
¿ Por qué así me atormentas,
Dolor, que y a no acabas de matarme? NERINA.
Quizá a mis manos el oficio dejas.
y o soy, y o soy contento
¡ Oh quién ántes hubiera sido muda!
AMINTA.
CORO.'
Ninfa, d a m e , té ruego,
Ese su velo, esa funesta y sola No es menester la muerte;
Que si es para obligar un pecho noble,
Basta la f e con un amor conforme;
1116
^ tiempo y de la vida. Ni la que se pretendo
Es tan difícil f a m a ,
.NKBINA.
Si persevera firme el que bien ama;
Que es premio amor que con amar se alcanza,
¿ D e b o darlo 6 negarlo ? Y muchas veces, si al amor inquiere,
Pero negarlo debo, Gloria inmortal el amador adquiere.
Sabida la ocasion por que le pide.

AMINTA.

Cruel, ¿ así me niegas


Un tan pequeño dón al punto extremo?
Hasta en esto se muestra mi e n e . S '
W fiero hado : pues dbjarle quiero g
fW ° q n e d e ' y á , , n luedaos vosotras
Que yo me voy donde volver no ipero.'
DAFNE.

Arnínía, aguarda, escucha:


¡Ay de mí con la furia que se parte!

" NERINA.

El camina de suerte

oera mejor que calle,


Y nada cuente al mísero Montano.
SILVIA.

Yo, siguiendo un lobo,


Me embosqué en lo profundo do la selva
Tanto, que lo perdí de rastra; y miéntras
ACTO CUARTO. Volverme procuraba al mismo puesto
Donde partí primero, el lobo miro,
Al cual reconocí por una flecha
Que y o le liabia clavado de mi mano
Jnnto á la oreja. Vilo entre otros muchos,
Al rededor de un animal que habian
D A F N E , S I L V I A y CORO. De fresco muerto, cuya forma entónces
No supe distinguir. El lobo herido
»
Pienso me conoció, porque se vino
DAFNE. Contra mí con la boca ensangrentada.
Yo lo esperaba audaz, y con l a diestra
El viento l l e v e , con la mala nueva Vibraba un dardo: y a tú sabes, D a f n e ,
Que se esparció de t í , tus males todos, Si con destreza sé tirarle, y sabes
L o s por venir, oh Silvia, y los presentes; Si jamas yerra de mi mano el golpe.
Pues te juzgué y a muerta, y , gloria al cíelo, Ya que lo v i tan cerca de mi puesto,
Viva y sana te miro. De tal suerte Cuanto m e pareció distancia justa
H a contado Nerina tu suceso, Para la herida , l e arrojé mi dardo,
Que ¡ojalá fuera rauda y otro sordo! En vano, porque, ó fué de la fortuna
La culpa, ó m i a , por herir al lobo
Clavé una planta. Entónces se venía
SILVIA. Con más furioso encuentro á acometerme.
Yo, viéndole tan cerca, que del arco
Cierto f u é grande el riesgo, y ella tuvo Era imposible entónces y a valerme,
Causa bastante de juzgarme muerta.
Y no siendo señora de otras armas,
Dispúseme áhnir, y miéntras huyo,
DAFNE. Él me viene siguiendo. Advierte agora:
Un v e l o , que revuelto yo tenía
Mas no bastante causa de decirlo. A los cabelloB, desplegóse en parte,
Ora cuéntame el riesgo, y de qué modo Y andaba ventilando, tal, que á un ramo
l u lo excusaste. Se marañó. Y ° siento que me tiran
Y m e detienen, sin saber qnién fuese -
Mas, con el miedo de morir, redoblo 8ILVIA.
La fuerza á la carrera, y de su parte
T31 ramo no se vence ni me deja. 1 A y ! ¿ cómo es muerto ?
Al fin del velo me deshasgo, y pierdo
Con él algunas hebras del cabello ; DAFNE.
Y tantas alas á los piés f u g a c e s
Me puso el gran temor, que libre y sana El cómo no. lo s é , ni áun el efeto
De la selva salí. Despues, volviendo Puedo afirmar, mas téngolo por cierto.
Hácia mi albergue, te encontré turbada,
l o d a turbada, y me espanté de verte, SILVIA.
Porque de sólo verme te espantabas.
¿Qué es lo que dices? Pues ¿ á qué atribuyes
DAFNB.
La causa de su muerte? Di.

Tú estás v i v a , y alguno y a no vive. DAFNE.

A tu muerte.
SILVIA.

¿Qué me dices? ¿ T e pesa por ventura SILVIA.


Que viva e s t é ? Qué, ¿tanto mo aborreces?
Yo no te entiendo.
DAFNE.
DAFNE.
Pláceme de tu v i d a ; mas me duele
De ajena muerto. La terrible nueva
Desa muerte, que por cierta tuvo,
Lo habrá dado al mezquino el hierro ó lazo,
SILVIA. O alguna cosa tal que lo h a y a muerto.
¿ D e qué muerte dices ?
8ILVIA.
DAFNE.
Será vana sospecha la que tienes,
De la muerte de Aminta, Como la d e i n i muerte; que cualquiera
Salva la vida suya miéntras puede.
DAFNE. Cuando escuchó la desdichada nueva
De que eras muerta, del afan y angustia
¡ Ah Silvia! tú no sabes, ni lo crees, Amortecerse, y con furor extraño
Cuánto el fuego de amor puede en un pecho Luégo partir de allí para matarse,
En un pecho de carne, y no de piedra, Y desta vez se habrá de véras muerto.
Cual ese el t u y o ; que si lo creyeras,
Hubieras y a querido á quien te quiere
Más que las mismas niñas de tus ojos SILVIA.

Y el espíritu mismo de tu v i d a ;
Lo cual sé yo, y áun helo visto. Vilo Qué, ¿lo tienes por cierto?
Cuando huíste, como tigre fiera,
Al tiempo que debieras abrazarlo; DAFNE.
V o l v e r l e vi contra su pecho un dardo,
Desesperado y á morir expuesto, Por sin duda.
Y sin arrepentirse al fiero hecho;
Pues en efecto se pasó el vestido SILVIA.
Hasta la piel, dejándola teñida
De su sangre, y pasára más adentro Triste de mí, ¿por qué no le seguiste
La punta y fnera el corazon herido, Para impedirlo? Vén, busquemos, v a m o
Que tú con más violencia y a heriste, Que si la muerte mia
Si entónces y o no le detengo el brazo Le quitaba la vida,
Y su furor impido. Quizá aquella Más fácilmente espero
Herida breve f u é un ensayo sólo Que mi vida le salve de la muerte.
D e su furor, de la desesperada
Constancia s u y a , y le mostró la vía DAFNE.
Al hierro audaz, para que y a supiese
Arrojarse por ella libremente/ Ya le s e g u í , mas tan veloz corria,
Que se despareció de mí en un punto,
SILVIA. Y nada me valió buscar sus huellas;
Mas ¿dónde quieres ir sin rastro alguno?
A
i y ! ¿«íaé me c u e n t a s ?
SILVIA.
DAFNE.
A y D a f n e , él morirá si no le hallamos,
Y después lo he v i s t o , Y será él homicida de sí mismo.
DAFNE.
D e amor, como el relámpago del trueno.
Criifej, ¿sientes acaso qne te nsurpe
La gloria de tal hecho ? ¿Tú en efeto CORO.
Quisieras haber sido su homicida ?
¿ N o te parece, ingrata, que su muerte Y áun muchas veces, cuando él mismo quiere
Hebe ser obra de otra que tu mano? -centrar oculto en los sinceros pechos
Ora consuelaté, que, como quiera Que lo excluyeron ántes con severa
Que el desdichado muera, tú le matas.
Honestidad , la semejanza toma
De la piedad, que es su ministra y nuncia;
SILVIA. x con estos disfraces engañando
Las jóvenes sencillas,
¡Oh D a f n e ! tú me a f l i g e s , Dentro en sus corazones se aposenta.
Y el gran dolor que siento de su daño
be aumenta más con la memoria acerba
He mi rigor pasado, DAFNE.
Que honestidad llamaba, y fuélo cierto,
Pero f u e m u y severa y rigurosa. Llanto de amor es é s t e , mucho abunda,
T
Agora lo conozco, y me arrepiento. " c a " ® 8 i en fin, amas, pero en vano.
¡Olí poder del amor! justo castigo
Sobre esta ninfa envia.
DAFNE.
Mísero A m i n t a , t ú , como la abeja,
¿Qué es lo que escucho? ¿ Tú piadosa, Silvia ? Que hiriendo muere y en la ajena llaga
¿ l u en ese corazon sientes afecto Deja la propia vida, con tu muerte
Alguno de piedad? ¿ Qué es lo que v e o ? Has herido en efecto un duro pecho,
¿Tu lloras, tú? ¡Notable maravilla! Que áun no picaste en tanto que viviste.
¿X es de amor en efecto ese tu llanto?" Si eres agora espíritu desnudo
Ya de los miembros, como y o presumo
Aquí estarás sin duda.
SILVIA. Mira su llanto y g o z a de tu suerte,
En v i d a amante y en la muerte amado.
N o lloro y o de amor; de piedad lloro.
Y si era tu destiño qne en la muerte
Amado fueses, y esta fiera quiso
DAFNE.
Vender su amor por tan subido precio,
N o importa; la piedad es mensajera E l precio mismo que pidió le d i s t e ,
Y y a su amor con tu morir compraste.
CORO. D e la muerte de Aminta.
Por cierto caro precio al que le ha dado
6ILVIA.
Cnanto inútil y vil á quien le admite.
| Ay, lo que d i c e !
SILVIA.
ERGASTO.
¡ Oh si pudiera ser comprar su vida
Yo con mi amor 6 con mi vida m e s m a , El más noble pastor de nuestras s e l v a s ,
Si al lin es muerto! h l mas gallardo, afable y comedido
Amado de las ninfas y las musas
DAFNE. Murió en sn juventud: ¡ a y , de qué muerte

¡ Oh tardo d e s e n g a ñ o !
COBO.
Tarda piedad sobrada,
Cuando á ningún efecto es de provecho. Dinos cómo, pastor, porque contigo
Llorar podamos su desgracia y nuestra.
E R G A S T O , SILVIA / D A F N E , CORO.
SILVIA.
ERGASTO.
A
¡ y, no oso llegarme
Traigo tan lleno de piedad el pecho, Adonde escuche y sepa
Y tan lleno de horror, que no oigo ó veo Lo que saber no excuso!
Cosa alguna doquiera que me vnelva, Duro corazon mió,
Que todo no me espante y me congoje. Aspero y fiero corazon. ¿qué t e m e s ?
¿ D e qué te espantas? Véte presto, acaba
CORO. Contra el cuchillo agudo de una lengua
Y aquí demuestra agora tu fiereza.
¿Con qué puede venir ¡ay Dios! agora Pastor, y o v e n g o por la parte mia
Este pastor, que muestra De ese dolor que á los demás prometes,
Tal turbación en el semblante y lengua? Porque me pertenece
Quizá más que tú piensas,
ERGASTO. Y cual debida prenda lo recibo.
Así que de dolor tan propio mío
Traigo la nueva triste No debes serme escaso.
ERGASTO. Al fondo, estremecíme de improviso,
Y al punto atras me retiré; y el mozo
Ah n i n f a , y o te creo; Ilizo alguna señal como de risa,
Qne mil veces al mísero sentía Y serenó su rostro, el cual afecto
Llamar tu nombre, al acabar la vida. Fué el motivo mayor de asegurarme.
Despues hablóme así: <r Mira que cuentes
DAFNE. Lo que verás, á ninfas y pastores.»
Luégo dijo, mirando al hondo v a l l e :
Comienza y a la dolorosa historia. «Si y o á m i voluntad hallar pudiera
Prontos así de los hambrientos lobos
REGASTO. El vientre y los colmillos, como tengo
Este despeñadero, bien quisiera
Yo estaba en lo más alto del collado, Morir la muerte que murió mi vida.
Donde mis redes hoy tendido habia, Quisiera qne estos miembros miserables
Cuando bien cerca vi pasar á Aminta, Fuesen despedazados
Muy trocado en el rostro y movimiento ¡ A y triste 1 como fueron
Del que antes era, m u y turbado y triste. Aquellos de mi Silvia delicados;
Tras él partí corriendo, y en efecto Mas, puesto que no-puedo,
Lo alcancé y lo detuve, el cual me dijo : Y ya que á mi deseo
«Yo quiero, Ergasto, que un placer m e hagas, El cielo niega las voraces fieras,
Y es que conmigo v e n g a s por testigo Quiero seguir camino diferente
JDe cierta acción ; mas quiero que me obligues Para morir. Yo seguiré otra vía,
Antes tu f e con juramento estrecho La cual será á lo ménos «
D e estarte á un lado, y no moverte un paso La más breve, sino la que debia.
A impedir el efecto de mi intento.» E a , S i l v i a , y o te sigo,
Yo ( ¿quién pensara tan extraño caso Yo v o y á acompañarte,
Ni tan ciego furor ? ) h i c e , cual quiso, Si tú no me desdeñas;
Mil conjuros horribles, convocando Y muriera contento si entendiera
A P a n , á Pales, Príapo y Pomona Al ménos con certeza que seguirte
Y á la nocturna Ecátes. Luégo anduvo, No fuese disgustarte y que tus iras
Y me llevó por lo fragoso y agro Se hubiesen acabado con la vida.
Del collado, por cuestas y barrancos E a , Silvia, y a te s i g o . »
Incultos, sin canjino ó senda a l g u n a , Esto dicho, de encima del barranco
Do pende al cabo un precipicio á un valle. Precipitóse, vuelta la cabeza
Aquí nos detuvimos ; y o miraudq Hácia lo hondo, y y o quedóme helado.
SILVIA.
No tuve corazon para asomarme
¡ A y desdichada! Por no mirarlo dividido en piezas.

DAFNE. CORO.

¡ Miserable A m i n t a !
¡Oh lastimoso c a s o !
COBO.
SILVIA.
¿ Por qué no lo impediste ?
¿ H i z o t e acaso estorbo
A detenerlo el juramento hecho? Bien soy de piedra dura,
Pues una nueva tal ánn no m e acaba
¡ I n s t e de mí, si aquella falsa muerto
EBGA8T0.
H e q u i e n lo o d i a b a tanto,
No, n o ; que, despreciando el juramento, Le ha quitado la v i d a , justo f u e r a
Vano quizá en tal c a s o , • y u e la infalible muerte
Cuando advertí su temeraria y loca D e quien m e quiso tanto
Resolución, corrí con ambas manos, Me q u í t a s e l a vida!
Y como quiso su enemiga suerte, Y quiero m e la quite, si no puede
Lo así deslc cendal, que lo ceiiia, Oon el dolor, al ménos con el hierro
El" cu al, no siendo á sostener bastante U y a con este ceñidor infausto ;
El peso con el ímpetu del cuerpo, E s t e , que no sin causa
Que y a del todo abandonado estaba, No siguió las ruinas
S e m e quedó e n la mano hecho pedazos. D e su caro señor, mas quedó sólo
Para tomar venganza
COBO. D e mi crueldad y de su muerto injusta.
Prenda infeliz de dueño
Y ¿ qué f u é de su cuerpo desdichado? Mucho más infeliz, no te disguste
t Quedar en este abominable a l b e r g u e ,
Que solamente quedas
KRGASTO. Para instrumento de venganza y pena.
N o lo sabré decir, porque y o estaba P o r cierto y o debia
Con tal horror y l á s t i m a , que cierto Haber sido en el mundo compañera
Del infeliz Amintaj y pues no quise,
DAFNE.
Seré por obra tuya su consorte
En el profundo abismo.
Soy contenta por cierto de ayudarte
En el piadoso oficio;
CORO.
Mas tú morir del pensamiento borra.
Consuélate z a g a l a ;
Que no es t u y a la culpa, SILVIA.
Sino de la fortuna.
Hasta agora v i v í para mí mesma
SILVIA.
Y para mi fiereza; agora quiero
Vivir lo que me queda para A m i n t a ,
¿ D e qué lloráis, pastores? O viviré á lo ménos
¿i de m i afau lloráis, y o no merezco Para su helado y mísero cadáver;
Piedad n i n g u n a , que 110 supe usarla; Tanto, y no más es lícito que v i v a ,
Y si lloráis la desdichada muerte Y luégo que se acaben
Del misero ¡nocente, es muy pequeña A un tiempo sus exequias y mi vida.
Demostración de pérdida tan grande. Pero dime , pastor, ¿por qué camino
Y t ú , mi D a f n e , e n j u g a , Podemos ir al valle do el barranco
Por Dios, esas tus lágrimas, si he sido Tiene su asiento ?
Y o la ocasion , y suplicarte quiero
( N o por piedad de m í , sino del triste, ERGASTO.
Que f u é más digno de e l l a )
Me ayudes á buscar sus miserables Aqueste ha de llevaros,
Miembros y sepultarlos. Y él estará de aquí poco distante.
Este cuidado solamente impide
El darme aquí la muerte.
En este oficio solo DAFNE.

Quiero pagar, pues otro no m e queda, Vamos, guiaréte y o ; que bien me acuerdo
E l amor que me tuvo. Bien que puede Deste lugar que dice.
Contaminar esta homicida mano
La piedad de la obra, m a s con todo,
Entiendo y Bé que le será agradable, SILVIA.
Al ménos por ser obra do mi mano,
Porque m e quiere y a m a , Adiós, pastores;
Cual lo mostró muriendo. Prados, adiós; adiós, selvas y rios.
KRGASTO.

Hablando va de suerte, qne denota


Estar dispuesta á la última partida.

CORO. ACTO QUINTO.


Lo que la muerte rigurosa atierra,
Amor, tú lo reparas dulce y blando,
Siempre amigo de paz y olla de guerra,
De cuyos triunfos siempre vas triunfando.
A la vez que dos almas en Ja tierra ELPINO y CORO.
Ligas, sus voluntades conformando,
Tanto se muestra semejante'al cielo,
Que no desdeñas habitar el suelo. ELPINO.
En la pureza del celeste asiento
N o se han visto jamas turbadas iras; No hay duda que la ley con que gobierna
Así tú en el humano entendimiento Amor su grande imperio eternamente
Una apacible mansedumbre inspiras. No es injusta ni dura, y que sus obras,
El ódio, el alterado movimiento Llenas de providencia y de misterio,
Del blando pecho y corazon retiras, Sin razón se abominan y condenan.
Y casi hace tu valor superno ¡ Oh cuán artificioso por caminos
De todo lo mortal un giro eterno. N o conocidos encamina al hombre
A su felicidad ! Y entre los bienes
Lo pone al fin de sn amorosa g l o r i a ,
Cuando él se juzga al fondo de sus males.
Hé aquí precipitado Aminta sube
Al sumo colino del mayor contento.
¡Oh tú f e l i z , oh venturoso Aminta,
Y más, cuanto más f u i s t e desdichado!
Esperar con tu ejemplo agora puedo
Que vez alguna aquella dulce ingrata,
Que con piadosa risa encubre y cela
El acero mortal de su fiereza,
Con fiel piedad mi corazon repare,
Que con piedad fingida tiene herido,
KRGASTO.

Hablando va de suerte, que denota


Estar dispuesta á la última partida.

CORO. ACTO QUINTO.


Lo que la muerte rigurosa atierra,
Amor, tú lo reparas dulce y blando,
Siempre amigo de paz y olla de guerra,
De cuyos triuufos siempre vas triunfando.
A la vez que dos almas en Ja tierra ELPINO y CORO.
Ligas, sus voluntades conformando,
Tanto se muestra semejante'al cielo,
Que no desdeñas habitar el suelo. ELPINO.
En la pureza del celeste asiento
N o se han visto jamas turbadas iras; No hay duda que la ley con que gobierna
Así tú en el humano entendimiento Amor su grande imperio eternamente
Una apacible mansedumbre inspiras. No es injusta ni dura, y que sus obras,
El ódio, el alterado movimiento Llenas de providencia y de misterio,
Del blando pecho y corazon retiras, Sin razón se abominan y condenan.
Y casi hace tu valor superno ¡ Oh cuán artificioso por caminos
De todo lo mortal un giro eterno. N o conocidos encamina al hombre
A su felicidad ! Y entre los bienes
Lo pone al fin de su amorosa g l o r i a ,
Cuando él se juzga al fondo de sus males.
Hé aquí precipitado Aminta sube
Al sumo colmo del mayor contento.
¡Oh tú f e l i z , oh venturoso Aminta,
Y más, cuanto más f u i s t e desdichado!
Esperar con tu ejemplo agora puedo
Que vez alguna aquella dulce ingrata,
Que con piadosa risa encubre y cela
El acero mortal de su fiereza,
Con fiel piedad mi corazon repare,
Que con piedad fingida tiene herido,
Entre los dulces brazos de su ninfa,
CORO.
r i a d o s a y a , lo que antes rigurosa ;
Aquí se nos acerca el sabio El pino, L a cual en tanto con su boca misma
Y escuchad sus razones ; que de Aminta Las lágrimas lo enjuga de los ojos.
Hablando v i e n e , como si él viviera Asi, v o y á llamar al buen Montano,
Y le llama feliz y venturoso. Della padre, y llevarlo donde agora
¡Oh condicion de los amantes dura! Quedaban juntos, porque el gusto suyo
Sin duda jnzga venturoso'amante Les falta s o l a m e n t e , y y a dilata
Al que muriendo al fin piedad alcanza La voluntad unánime de entrambos.
En el amado pecho de su ninfa,
feto tiene por gloria y esto espera. CORO.
¡ D e cuan ligero premio el dios alado
Contenta sus secuaces! D i m e , Elpino, Iguales son de edad y gentileza,
¿ En estado tan mísero te hallas. En el deseo conformes, y Montano
Que venturosa llamas á la muerte D e nietos deseoso, y de ampararse
Del infeliz Aminta, y semejante Alegre en la vejez con tal presidio;
Fin desdichado para tí deseas? Así q u e , el gusto de ambos será suyo.
Mas tú nos cuenta por tn vida, Elpino,
Cuál dios ó cuál ventura al buen Aminta
ELPINO. Salvarle pudo de peligro tanto.
Amigos, bien podéis estar alegres,
Porque es falsa la fama de su muerte. ELPINO.

Yo lo diré: escuchad, escuchad todos


CORO. Lo que vi por mis ojos. Yo me estaba
¡ Oh cuanto nos alegra lo que dices! Junto á mi c u e v a , que vecina al v a l l e ,
En fin , ¿ha sido falso, según eso, Y casi al pié del gran collado, y a c e ,
Que se precipitó ? Do forma falda su ladera enhiesta.
Allí con Tirsi andaba razonando
D e aquella que en la misma red y lazos,
ELPINO. Primero á él, y á mí despues, ha envuelto
Y anteponiendo mi servir continuo
Verdad ha s i d o ; A su retiramiento y libre estado ;
Mas f u é f e l i z el precipicio, tanto, Cuando una voz nos levantó los ojos,
Que en una imágen mísera de muerte
Y el ver de lo alto despeñarse un hombre
L e trajo vida y bien. Agora queda
J v e r l a dar sobre una espesa mata,
E x h a l a el alma ; á guisa de bacante,
P ™ í ° " n P u u t o - E u e l «>l'ado habia Con altos gritos y herirse el pecho
x*oco alto de nosotros, producido
D e mucha hierba, espinos y otros ramos Se arroja con el cuerpo, que yacia,
Juntos y estrechamente entretejidos Juntando rostro á rostro y boca á boca.
Un grande haz. En éste, ántes que diese
En o t r a p a r t e f v ¡ n o - d a f e J i
COBO.
P C S 0 a l fin l o d e 8
Y f™ndase,
i el mas abajo a nuestros piés cayese
Aquel estoroo, aquel impedimento ' Pues ¿cómo no la abstuvo la vergüenza,
¿ anto ímpetu quitó de la caida, Siendo ella tan severa y tan esquiva?
Que ella no f u é mortal; pero con todo,
l a n grave f u e , que un hora larga estuvo
Corno aturdido y fuera de su acuerdo. ELPINO.
Quedamos mudos de piedad y espanto
Los dos al espectáculo improviso
Conociendo al pastor; mas conociendo Abstiene la vergüenza un amor débil,
Que no era muerto, ni tampoco estaba Mas de un amor constante es débil freno.
Para morir, el duelo mitigamos. Luego, como si fueran sendas fuentes
Airsi entonces m e dió larga noticia Sus ojos, comenzó con v i v o llanto
He sus secretos, sus amores tristes; Del jóven á bafiar el rostro frió;
Was miéntras con diversos argumentos Y f u é aquel agua de virtud tan grande,
Piocuramps hacer que reviviese; Que en sí volvió, y abriendo y a los ojos,
Enviado y a á llamar A l f e s i b e o , U n ay profundo le salió del pecho
A quien l'ebo enseñó la medicina Con gran dolor; y el ay qué tan amargo
Cuando le dió la cítara y el plectro. Partió del Corazon, se encontró luégo
Llegaron juntamente D a f n e y Silvid Con el aliento de su Silvia cara.
Q u e , como Juégo supe, iban buscando Que lo acogió en su boca, y en ¿questa
El triste cuerpo que tenía por muerto Se convirtió al instante dulce y puro.
Pues cuando Silvia lo c o n o c e , y mira ¿Quién os sabrá decir cómo quedaron
E a las mejillas pálidas de A m i n t a En aquel punto entrambos, y a seguro
Una belleza t a l , q u e j a violeta Del amor de su n i n f a el fiel A m i n t a ,
Nunca tan dulcemente se marchita, Y viéndose en sus brazos apretado ?
1 el con gemido débil, que parece Quien sabe qué es amor, él solamente
Que en los suspiros últimos ai aire Por sí mismo lo juzgue, mas no entiendo
Puede juzgarse, cuanto más decirse.
CORO.
Quiero me admita luego
E n fin, Aminta está de suerte s a n o , Mi amada n i n f a con amor piadoso,
Tu e y a . n o bay riesgo de su v i d a ? Y sólo mezcle de cuidados leves
Nuestro dulce sosiego,
No tan grave tormento y riguroso,
ELPINO. Mas un desden celoso,
Una esquiveza blanda enamorada;
Guerra en fin limitada,
v Aminta A quien la dulce paz y tregua siga,
s a n o , a u n q u e su rostro nn poco Que en más ardor los corazones liga.
1 lene arañado, y quebrantado el cuerpo-
Mas es nada en efecto, y él lo estima
i or menos de lo que es. ¡ Dichoso joven .
Que asi ha dado señal de amor tan grande,
Y agora logra del amor el premio ,
A quien las penas todas y peligros
Pasados sirven de mayor contento •
Pero quedáos á Dios, porque y o sigo
Mi camino á buscar al buen Montano.

CORO.

No se s i , siendo tanta la amargura


Qae ese pastor amante
Ha padecido en su penoso estado,
Puedo al presente alguna gran dulzura
Darle sabor bastante
En recompensa á todo el mal pasado,
Y si es más estimado,
Y más alegra el bien tras muchos m a l e s .
Amor, de bienes tales,
Premia á los otros que en dominio tienes;
Que y o no pido tus mayores bienes.
Tras breves ruegos y servicios breves,
SONETOS Y CANCIONES
DEL

PETRARCA Á LAURA.

TRADUCCION' DE E N R I Q U E GARCES.

SONETOS.

E f e c t o s d e la p r e s e n c i a ó a u s e n c i a d e L a u r a .

¡Qué lágrimas, ay triste, van lloviendo


De mis ojos con viento congojoso,
Cuando á miraros vuelvo deseoso'
Por quien me v o y del mundo despidiendo!
Aunque por otra parte bien entiendo
Que vuestra dulce risa algún reposo
V an dando á mi martirio más f o g o s o ,
Mientras en vos los ojos v o y poniendo.
Despues viendo con altos tan .suaves
Mis soles despedirse y absentarse,
Helado quedo y doy diez mil sospiros ;
l a r g a d a al fin con amorosas llaves,
El alma en pena viene á desgarrarse
Del corazon, y sólo por seguiros.
R e s p o n d e á S t r a m a z z o d e P e r n s a que le invitaba
i versilicaj. As! podremos Ver cuán fácilmente
El hombre por lo incierto se abalanza,
Y cómo en vano á ratos se sospira.
Si aquella noble planta, que tocada
No suele ser del rayo f u l m i n o s o ,
Me concediera el ramo glorioso
Que orna al que en Helicón hace morada,
N o pudiera de mi no ser amada E n presencia d e Laura no puede hablar ni s u s p i r a r .
La compaña quo el vulgo más pomposo
Desprecia, mas seguirla y o no oso,
Que Pálas v a de mi m u y desviada. Ingrata lengua, por lo que he mirado
Y no hierve la arena de Etiopía Por t í , que en menoscabo no cayeses,
Al más ardiente sol, ó de otra parte, Creyendo que otra tal paga me dieses,
Cual y o perdiendo cosa á mí tan propia. Con ira y con vergüenza me has dejado.
Buscad, pues, otra f u e n t e que más harte, ¡Que cuando pensé ser aprovechado
Que la mia de humor padesce inopia, De t í , que fria entónces t e volvieses. "
Salvo el que de mis ojos se reparte. Y que lo que decias-profirieses,
Como el que de gran sueño ha despertado!
¡Vos, lágrimas continuas, que olvidarme
Jamas sabéis, al tiempo que os había
Más menester, vinisteis á dejarme!
Q u e n o e s p e r a o l r a p a z ni d e s e n g a ñ o p a r a s u a m o r s i n o
la m o e r t e . ^
Sospiros también vos que á gran porfía
Salis, allí faltasteis por matarme :
Sólo el rostro mi pecho descubría.
Cuanto al extremo más m e voy l l e g a n d o ,
Que el sér humano suele ir breve haciendo,
Conozco más que el tiempo va corriendo,
Y quel falso esperar m e v a burlando.
Y digo á mis cuidados y a tratando : Expresa su turbación, no atreviéndose i hablar i L a u r a .
Mucho de amor no irémos, porque entiendo
Que me v o y como nieve deshaciendo,
Lo cual alguna paz nos irá dando. Lleno de un pensar vago que desvia
Irá también cayendo la esperanza De mí todo otro nuevo pensamiento,
Que devanear me ha hecho grandemente, Desahilado v o y fuera de tiento
Y la risa y temor, el llanto é ira: Tras aquella de quien huir debia.
Y véola tan dulce y poco pía,
Que l'alma mia temblar por irse siento :
Tanto armado sospiro en seguimiento
Tras la enemiga v a de amor y mia.
Mas de p i e d a d , s i no me engaño, un rayo
Por debajo dos arcos salir veo,
Que alivia algo á mi pecho congojoso ; CANCIONES.
Y recogida el a l m a , si me ensayo
A descubrir mi mal y mi deseo,
Es tal, que comenzar no sé ni aun oso.
T r i s t e p o r la a u s e n c i a d e L a u r a , a r d e e n d e s e o s d e v e r l a .

Es tan débil el hilo á que se atiene


E l o g i o s d e L a u r a al e x p r e s a r l o a c e r b o d e la p e n a p o r Mi trabajosa v i d a ,
• cansa de sn muerte. Que si no es socorrida;
Su curso al fin será presto llegado.
Porque despues de la cruel partida
¡ Ay rostro y v i s t a , ejttremos de dnlznra ! Que de quien me sostiene
¡ A y reposado andar, grave y sincero 1 H i c e , sola detiene
¡ A y razonar que á todo ingenio fiero Una esperanza que no haya acabado,
Con humildad hinchias d e b l a n d u r a ! D i c i e n d o : a Aunque apartado
¡ A y risa do salió la flecha dura Seas de lo querido,
D e que para consuelo muerte espero, Ño pierdas el sentido :
A l m a digna del mundo todo entero ¿Qué sabes si verás con mejoría
Si antes bajado hubieras do l'altura ! El tiempo en algún d i a ?
Por tí conviene que arda, confianza ¿ 0 si se cobra el bien que se ha perdido?»
En tí t u v e , y de tí ser apartado Ansí pasando voy lo que padezco
Es desventura que en extremo siento. Con esperar, y en ello me envejezco.
De deseo me henchiste y de esperanza Pasa el tiempo y la3 horas van midiendo
Cuando de tí partí m u y consolado ; Con tal priesa el c a m i n o ,
Mas ¡ a y ! que todo lo ha llevado el viento. Que á mí me f a l t a tino
Para pensar cuán cerca mi muerte anda;
Que apénas en Oriente un matutino
Rayo v a paresciendo,
Que no le vean hiriendo
Que l'alma mia temblar por irse siento :
Tanto armado sospiro en seguimiento
Tras la enemiga v a de amor y mia.
Mas de p i e d a d , s i no me engaño, un rayo
Por debajo dos arcos salir veo,
Que alivia algo á mi pecho congojoso ; CANCIONES.
Y recogida el a l m a , si me ensayo
A descubrir mi mal y mi deseo,
Es tal, que comenzar no sé ni áun oso.
T r i s l e p o r la a u s e n c i a d e L a u r a , a r d e e n d e s e o s d e v e r l a .

Es tan débil el hilo á que se atiene


E l o g i o s d e L a u r a al e x p r e s a r l o a c e r b o d e la p e n a p o r Mi trabajosa v i d a ,
• cansa de sn muerte. Que si no es socorrida;
Su curso al fin será presto llegado.
Porque despues de la cruel partida
¡ Ay rostro y v i s t a , eictremos de dalzura ! Que de quien me sostiene
¡ A y reposado andar, grave y sincero 1 H i c e , sola detiene
¡ A y razonar que á todo ingenio fiero Una esperanza que no haya acabado,
Con humildad hinchias de blandura! D i c i e n d o : a Aunque apartado
¡ A y risa do salió la flecha dura Seas de lo querido,
D e que para consuelo muerte espero, Ño pierdas el sentido :
A l m a digna del mundo todo entero ¿Qué sabes si verás con mejoría
Si antes bajado hubieras do l'altura ! El tiempo en algun d í a ?
Por tí conviene que arda, confianza ¿ 0 si se cobra el bien que se ha perdido?»
En tí t u v e , y de tí ser apartado Ansí pasando voy lo que padezco
E s desventura que en extremo siento. Con esperar, y en ello me envejezco.
De deseo me henchiste y de esperanza Pasa el tiempo y la3 horas van midiendo
Cuando de tí partí m u y consolado ; Con tal priesa el c a m i n o ,
Mas ¡ a y ! que todo lo ha llevado el viento. Que á mí me f a l t a tino
Para pensar cuán cerca mi muerte anda;
Que apénas en Oriente un matutino
Rayo v a paresciendo,
Que no le vean hiriendo
Luégo en el monte opneBto á la otra banda;
Y es tan larga la tanda Lo oculto por de fuera,
De los pesados males Como esta mi alma muestra los cuidados
Quo pasan los mortales, Tan al v i v o sacados,
Que cuando me hallo de aquel lindo viso, Y la dulzura del corazon fiera
Por tal trecho diviso,- Por los ojos qne, v a g o s , del lamento
Viendo al deseo ser tan desiguales Me buscan dia y noche algún contento.
Las alas, pierdo mi consuelo usado, Suelo entre los mortales muy de presto
Ni sé si estaré mucho en tal estado. Un nuevo gusto hallarse,
Entristésceme todo, á do n o veo Que sólo quiere hartarse
L o s dos ojos suaves D e amor lo que da penas á manojos:
Que allá tienen las llaves Yo soy quien suele dello más cebarse,
Desta alma como amor lo lia pretendido ; Y d o y bien muestra desto
Y porque mis destierros sean más graves, Siendo tan manifiesto
Si duermo, ó velo, ó l e o , Que nunca sin llorar están mis ojos.
Allí t e n g o el deseo , Y porque mis antojos
Y sin ellos no me ha cosa placido. (Si tengo de creellos)
¡ Ay, dónde estoy metido! Son ver dos ojos bellos,
¡Cuánto m a l , cuántas cumbres Que no hay cosa que ansí me toque adentro,
Asconden las dos lumbres Allí recorro y entro,
Que aserenaban las tinieblas mias Porque el dolor se aumente más con ellos
Muy más que claros dias! Y sean corazon y ojos punidos,
Porque más me consuman pesadumbres, Pues fueron en amar tan atrevidos.
Que cuanto era mi vida ántes gozosa, El cabello que al sol hacer podría
Tanto es la presente áspera y penosa. D e mucha envidia l l e n o ,
¡ Triste ! si tratar desto más refresca Y aquel mirar sereno
El ardiente deseo, A do el amor sus tiros ha templado,
Que dende entónces veo ¡ Que ante tiempo me privan del ameno
Qne atras de mi dejé lo que e x c e d í a , Regalo, cortesía
Y si olvido á Amor mata, é y o lo creo, Que á toda otra excedía,
¿Cómo me v o y tras y e s c a De lo que por merced me era otorgado 1
Con que mi dolor crezca? Mas ¡ ay! que es y a quitado ;
Como un mármol callar más me valdría, Y cierto que sufriera
Que cristal no podría Otra ofensa cualquiera
Mostrar de tal "manera Mejor que no perder aquel derecho,
Que encaminar mi pecho
Solia á la virtnd p u r a 7 sincera, Por do llevado m'habia mi destino ;
I al que negocio oir de hoy más no espero Y viendo que iba solo, allí en el suelo
Que no m e sea triste y lastimero. Un lazo que de sedurdiendo estaba,
Y por poder llorar con más contento, Me puso en lo más verde del camino.
Los brazos soberanos, Asióme, y con la luz que resurgía
Y aquel marfil de m a n o s , Lleno quedó mi pecho de alegría.
Y los actos de que usa tan á p u n t o ,
Y los dulces desdenes más'que humanos,
1 el pecho casto e x e n t o ,
Torre de entendimiento,
Me quitan estas sierras todo junto.
¡ A y ! que ántes de difunto R e n u é v a t e la m e m o r i a d e Laura e n l o s l u g a r e s por ella
N o sé si podré verla,
visitados.
Que temo de perderla,
Según que v a dudosa mi esperanza,
N i tengo confianza A g u a s frescas sabrosas,
De en mi vida poder enternescerla, Donde el cuerpo agraciado
En quien honestidad y cortesía Puso aquella que siempre m e es señora;
Albergan donde alberga el alma mia. Lindas ramas umbrosas
Canción mía, si imaginas, Donde arrimó su lado,
En viendo á mi soñora D e que me acuerdo con sospiro agora;
Do s u e l e , que á la hora
Y v o s , dones de Flora,
Ella te haya de dar su linda mano
Que aquella vestidura
( D e que estoy bien lejano),
Hinchió de aire sereno,
N o presumas tocarla, ántes la adora,
Y dde que allá voy del todo expreso, Y el sobrehumano seno
Espíritu ó vestido en carne y hueso. D e do m e hirió de amor la flecha dura,
Dad audiencia juntos
A mis postreros y penosos puntos.
Mas si es tal mi destino
Y ansí lo quiere el c i e l o ,
Que amor cierro estos ojos lamentando,
Descripción alegórica del origen de su a m o r .
Este cuerpo mezquino
Se entierre en este s u e l o ,
Una nueva Angelita desde el cielo Y el alma al cielo vueltas dé volando.
A una fresca ribera se bajaba, Ansí será más blando
El trago (si esto es cierto)
Tan fuera me traía
En el dudoso p a s o ,
D e mí su aire sereno
Que el espíritu laso
Y la rareza de su lindo viso ;
No puede desnudar en mejor puerto
Ni en más apta posada Y áun creí ser diviso
D e mi mismo de suerte,
Los huesos de esta carne trabajada.
Que decia sospirando:
Tiempo venir podría
ii ¿Cómo aquí vino ó cuándo ? »
Que al sitio acostumbrado
Creyendo estar n'el cielo do no h a y muerte.
La mansueta fiera allí volviendo
Así ine satisface
En semejante dia
Que della f u i llagado, Tanto el lugar, que nada otro me place.
Su pía y dulce vista revolviendo, Canción, si fueras tal como el deseo,
Buscando y no me viendo, Pudieras fácilmente
Por ser tierra tornado, Salir del bosque y andar entre la gente.
El mismo amor le inspire,
D e suerte que sospire
Tan dulce, que merced m e haya ganado,
H a c i e n d o fuerza al c i e l o ,
Enjugaudo sus ojos con el velo.
Acuerdóme bajaba
( ¡ Ay qué dulce memoria! )
Una lluvia de llores m u y cuajada FIN.
Donde ella sesteaba
Humilde en tanta gloria,
De un amoroso viento rodeada.
La ropa era sembrada,
Y crenchas aquel dia
(Que oro brufiido y perlas
Entóneos era verlas)
D e l l a s , y a l g u n a en tierra se c a i a ,
Otras mil vueltas dando,
Cuasi « a q u í reina amor» iban cantando.
Cuántas veces decia,
D e amor y espanto lleno ,
«Por cierto ésta ha nascido en paraíso» ;
ÍNDICE. ^
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Páginas.

Advertencia del editor. 5


L a Vida Nueva 7
Aminta. . . • 87
Prólogo id.
Acto primero 91
Acto segando 115
Acto tercero 140
Acto cuarto. 155
Acto qniuto 172
Sonetos y canciones 179

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