Está en la página 1de 324

P.

Luis GLINKA OFM


(COMP.)

La oración en
los santos Padres

ichthys bolsillo

L U M E N
LA ORACIÓN
EN LOS SANTOS PADRES
PEDID, LLAMAD Y BUSCAD
ichthys bolsillo

LA ORACIÓN
EN LOS SANTOS PADRES
PEDID, LLAMAD Y BUSCAD

PADRE LUIS G L I N K A
COMPILADOR

LUMEN
Grupo Editorial LUMEN
Buenos Aires - México
Colección: Ichthys bolsillo
Compilación: Padre Luis Glinka
Coordinación gráfica y diseño: Lorenzo Ficarelli

La oración en los santos Padres / compilado por Luis Glinka.


a
1. ed. - Buenos Aires : Lumen, 2009.
320 p . ; 18x13 cm.

ISBN 978-987-00-0858-3

1. Religión. 2. Patrística. I. Luis Glinka, comp.


CDD 200.1

No está permitida la reproducción total o parcial de este libro, ni


su tratamiento informático, ni su transmisión de ninguna forma,
ya sea electrónica, mecánica, por fotocopia,
por registro u otros métodos, ni cualquier comunicación
pública por sistemas alámbricos o inalámbricos,
comprendida la puesta a disposición del público de la obra de tal
forma que los miembros del público puedan acceder a esta obra
desde el lugar y en el momento que cada uno elija,
o por otros medios, sin el permiso previo y por escrito del editor.

© Editorial y Distribuidora Lumen SRL, 2009.

Grupo Editorial Lumen


viamonte 1674, (C1055ABF) Buenos Aires, República Argentina
Tel. 4373-1414 (líneas rotativas) o Fax (54-11) 4375-0453
E-mail: editorial@lumen.com.ar
http://www.lumen.com.ar
Hecho el depósito que previene la ley 11.723
Todos los derechos reservados

LIBRO DE EDICIÓN ARGENTINA


PRINTED IN ARGENTINA
PRÓLOGO

S an P a b l o , dirigiéndose a los fieles de Te-


salónica, los exhorta a orar sin interrup­
ción. " R e c e n i n c e s a n t e m e n t e " , les dice
(1 Ts 5, 1 7 ) . E l a p ó s t o l n o h a c e otra c o s a q u e
t r a n s m i t i r a los fieles v e n i d o s del p a g a n i s m o u n a
de las principales exigencias que J e s ú s h a b í a
p u e s t o p a r a sus discípulos. L o s que v e n í a n del
p a g a n i s m o a c o s t u m b r a b a n rezar c o n m u c h a s p a ­
labras, o c o n interminables repeticiones d e las
m i s m a s fórmulas.

Ya J e s ú s h a b í a d i c h o a sus discípulos q u e n o
rezaran c o m o los p a g a n o s (Mt 6, 7-8). L o s cristia­
n o s d e b í a n rezar de acuerdo con la antigua tradi­
ción q u e se e n r a i z a b a en el A n t i g u o T e s t a m e n t o y
q u e tenía su m o d e l o en los S a l m o s , c o m o y a lo
h a c í a n los fieles v e n i d o s del j u d a i s m o . P e r o les
advirtió que no hicieran como algunos judíos,
q u e r e z a b a n e n las p l a z a s o e n las c a l l e s p a r a
ser vistos por los demás. La oración de los dis­
cípulos de Jesús se caracteriza por ser interior,

5
6 LA O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

y se hace con el deseo de ser vistos sólo por


D i o s ( M t 6, 5 - 6 ) .

J e s ú s fue c o n o c i d o c o m o h o m b r e de oración.
Los E v a n g e l i o s r e c u e r d a n que c o n frecuencia se
retiraba a orar, q u e a v e c e s se levantaba m u y t e m -
p r a n o p a r a h a c e r l o ( M c 1, 3 5 ) y q u e otras v e c e s
" p a s a b a t o d a la n o c h e en o r a c i ó n " (Lc 6, 1 2 ) . E n
ciertas circunstancias, lo hacía a c o m p a ñ a d o p o r
sus discípulos (Lc 9, 2 5 ) . En algunas o p o r t u n i d a -
des, los evangelistas transmiten las palabras q u e
el S e ñ o r p r o n u n c i a b a en su oración, c o m o la afec-
tuosa acción de gracias al Padre p o r q u e reveló s u
misterio a los p e q u e ñ o s (Mt 11, 25-26; L c 10, 2 1 -
2 2 ) , el d e s g a r r a d o r grito en la cruz ( M t 2 7 , 4 6 ; M c
15, 3 4 ) , t o m a d o de u n S a l m o (Sal 2 2 , 2 ) , o el cari-
ñ o s o " ¡ A b b á ! " c o n el que revelaba su especial in-
t i m i d a d c o n D i o s . E l ejemplo del S e ñ o r resultó
atrayente p a r a los discípulos, p o r q u e éstos, al
verlo rezar, se dirigieron a él pidiéndole: "¡Señor,
e n s é ñ a n o s a rezar!" (Lc 11, 1 ) .

J e s ú s e n s e ñ ó a sus discípulos q u é debían decir


en la oración y c ó m o debían orar. L o que se d e b e
decir e n la oración está resumido en la principal
e n s e ñ a n z a de J e s ú s en esta materia, que es el " P a -
d r e n u e s t r o " (Mt 6, 9-12; L c 11, 2-4). Entre las ins-
PRÓLOGO 7

trucciones sobre la forma en que h a y q u e rezar, se


e n c u e n t r a el triple imperativo c o n s e r v a d o en los
textos e v a n g é l i c o s que los críticos atribuyen a tina
de las m á s antiguas fuentes: "Pidan... busquen...
l l a m e n " (Mt 7, 7; L c 11, 9). S o n expresiones que se
dirigen a los q u e están en condición de carencia.
Si d e b e n p e d i r o buscar, es p o r q u e n o tienen o
p o r q u e h a n p e r d i d o lo que tenían. Si deben lla­
mar, es p o r q u e están fuera y desean ser recibidos.

L o s tres imperativos van seguidos p o r otros


tantos v e r b o s q u e aseguran la respuesta que se
d a r á a los que o b e d e z c a n a estos m a n d a t o s : a los
q u e b u s q u e n , hallarán, y a los que llamen se les
abrirá. S e g ú n la forma de expresarse de los j u d í o s ,
q u e a t e n d i e n d o al m a n d a m i e n t o evitan, p o r lo ge­
neral, p r o n u n c i a r el n o m b r e de D i o s , los v e r b o s
dichos en forma pasiva indican q u e quien realiza­
rá la acción es el m i s m o Dios; al que pide, D i o s le
dará, y al q u e l l a m e , Dios m i s m o le abrirá.

Se s o b r e e n t i e n d e que el que b u s c a e n c o n t r a r á
a D i o s . E l texto c o n c l u y e h a c i e n d o u n a c o m p a r a ­
ción: los seres h u m a n o s , aun s i e n d o m a l o s , s a b e n
dar c o s a s b u e n a s a sus hijos. E l Padre celestial,
q u e es s ó l o b o n d a d , dará s i e m p r e lo q u e es b u e ­
n o p a r a aquellos q u e se lo piden. P o r eso los t e x -
8 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

tos del N u e v o T e s t a m e n t o insisten en que el oran-


te será e s c u c h a d o , y q u e todo lo que p i d a le será
c o n c e d i d o , a u n las c o s a s m a s sorprendentes ( M c
11, 2 4 ) .

La s e g u r i d a d q u e debe tener el orante de q u e


será a t e n d i d o en la oración está m u y lejos de p a -
recerse a la " m a g i a " . N o es sólo decir p a l a b r a s
para que las c o s a s sucedan: el q u e reza d e b e c o -
m e n z a r p o r liberarse de todo m a l sentimiento. El
E v a n g e l i o p o n e u n ejemplo: " C u a n d o te p o n g a s
de pie para orar, p e r d o n a a los demás..." ( M c 11,
25). A d e m á s , la o r a c i ó n se debe h a c e r "en el n o m -
bre de J e s ú s " (Jn 14, 13; 15, 16). Estar "en el n o m -
bre" es c o m o estar m e t i d o s dentro del m i s m o
n o m b r e , es decir, c o m o f o r m a n d o u n a sola p e r s o -
n a c o n él. E n t o n c e s , si se tienen los m i s m o s senti-
m i e n t o s q u e tiene Jesucristo, y se reza en u n i ó n
con él, se tiene la s e g u r i d a d de participar de su
o m n i p o t e n c i a . P e r o , aun así, es necesario "pedir";
n o es c o m o p r o n u n c i a r u n a palabra m á g i c a , sino
p o n e r s e en h u m i l d e actitud de petición p a r a q u e
D i o s la c o n c e d a .

El A n t i g u o T e s t a m e n t o , c o m o la e n s e ñ a n z a
d e J e s ú s y d e l o s a p ó s t o l e s , c o n t r a d i c e la a c t i -
t u d d e aquellos fatalistas que aceptan pasiva-
PRÓLOGO 9

m e n t e lo que s u c e d e . U n o s p i e n s a n que t o d o su-


c e d e i n e x o r a b l e m e n t e de acuerdo c o n las leyes de
la naturaleza, y q u e es inútil que los seres h u m a -
n o s p r e t e n d a n c a m b i a r el orden de las cosas recu-
r r i e n d o a D i o s . O t r o s dicen q u e todo ya fue deter-
m i n a d o p o r D i o s ("estaba escrito"), y que El n o
va a cambiar sus planes.

A u n o s y a otros se les responde que D i o s quie-


re q u e le p i d a n y que, para ordenar las c o s a s ,
D i o s tiene en c u e n t a la súplica de los h u m a n o s .
N o se explica c ó m o entra a j u g a r la petición de u n
ser h u m a n o en el orden inflexible de las c a u s a s
naturales, ni en el s o b e r a n o plan de D i o s . P e r o la
Escritura e n s e ñ a q u e los h u m a n o s n o son objetos
p a s i v o s ni s o n "juguetes del destino"; D i o s h a
q u e r i d o o r d e n a r la historia en diálogo c o n sus hi-
j o s , y t o d o s p u e d e n participar c o m o suplicantes.

L o s santos P a d r e s c u m p l i e r o n con el misterio


de profundizar las e n s e ñ a n z a s del E v a n g e l i o y
transmitirlas a los fieles de todas las culturas,
aplicándolas a las n u e v a s circunstancias q u e se
iban p r o d u c i e n d o en la historia de la Iglesia. D e
esa m a n e r a , dejaron sorprendentes enseñanzas
sobre la oración. U n o s escribieron tratados sobre
la o r a c i ó n en general, o sobre alguna oración en
10 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

particular, e s p e c i a l m e n t e sobre el "Padrenues-


tro"; otros escribieron oraciones o dejaron p o r e s -
crito las oraciones q u e ellos m i s m o s rezaban, p a -
ra q u e sirvieran de ejemplo a los fieles; a l g u n o s
c o m p u s i e r o n los textos litúrgicos que se u s a r o n
en a l g u n o s t i e m p o s o q u e todavía h o y se rezan y
se c a n t a n en las iglesias; finalmente otros, e n s u
tarea pastoral, dirigieron s e r m o n e s al p u e b l o p a -
ra instruirlo sobre q u é debía rezar y c ó m o d e b í a
hacerlo.

Las e n s e ñ a n z a s sobre la oración que se en-


c u e n t r a n en los escritos de los santos Padres
c o n s t i t u y e n u n m a t e r i a l inabarcable. D e t o d o e s -
te a b u n d a n t e material, el p a d r e Luis G l i n k a h a
extraído u n a c a n t i d a d de ejemplos que a los lec-
tores p o d r á n p a r e c e r m u c h o s , pero q u e en reali-
d a d s o n u n a p e q u e ñ a m u e s t r a de todo lo q u e se
p u e d e leer sobre este tema.

El p a d r e G l i n k a h a seleccionado estos e j e m -
plos, y a q u í los ofrece traducidos al castellano y
o r d e n a d o s c o m o p a r a q u e los cristianos de h o y
a p r e n d a n a rezar en la escuela de los santos P a -
dres. E s de d e s e a r q u e estos ejemplos susciten el
interés p o r la lectura de las obras de aquellos pri-
m e r o s testigos y m a e s t r o s de la fe.
PRÓLOGO 11

L o s fieles reciben en la actualidad la oferta de


m u c h o s m é t o d o s de oración. A l g u n o s se a p o y a n
sobre c o n c e p t o s religiosos m u y distantes de la fe
cristiana, p o r lo q u e son ciertamente desaconseja-
b l e s . L a obra del p a d r e G l i n k a sirve c o m o un v a -
lioso indicador, que ubica a los lectores en el c a -
m i n o de la auténtica tradición cristiana. C o m o se
suele decir, c u a n d o r e m o n t a m o s el c a m i n o , y v o l -
v e m o s hacia la fuente, ahí e n c o n t r a m o s el a g u a
más pura.

Monseñor Luis Heriberto Rivas


PRESENTACIÓN
P E R M A N E C E R DELANTE DE D I O S

A c t u a l m e n t e existe u n a proliferación de
o r a c i o n e s p o p u l a r e s p a r a todas las n e ­
cesidades e inquietudes personales,
a l g u n a s de las c u a l e s hasta p u e d e n p a r e c e r m á ­
gicas o m a c u m b e r a s a la h o r a de obtener gracias
y favores divinos.
Estas o r a c i o n e s a p u n t a n e s p e c i a l m e n t e a o b t e ­
n e r trabajo, p o d e r e c o n ó m i c o , salud corporal y,
p o r ú l t i m o , al t e m a espiritual e interior del h o m ­
bre. S e organizan procesiones, peregrinaciones,
manifestaciones religiosas p a r a rogar p o r " p a n y
trabajo", p a r a a g r a d e c e r h a b e r c o n s e g u i d o u n
e m p l e o o salud. E s t o es v e r d a d e r a m e n t e n e c e s a ­
rio y b u e n o ; p e r o olvida la parte m á s i m p o r t a n t e
de la p e r s o n a h u m a n a que garantiza la salud e s ­
piritual y m o r a l : m a n t e n e r la amistad c o n D i o s
d u r a n t e t o d o el t i e m p o , p e r m a n e c e r c o n t i n u a ­
m e n t e ante Dios.

13
14 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Es n e c e s a r i o p e d i r a D i o s el p e r d ó n de los p e -
c a d o s , la c o n v e r s i ó n interior, vivir i n t e n s a m e n t e
la c a r i d a d fraternal. L a oración n o es u n a s p e c t o
sólo p e r s o n a l , sino t a m b i é n c o m u n i t a r i o , litúrgi-
co, q u e n o s u n e a D i o s y n o s h e r m a n a en u n a s o -
la c a r i d a d y fe en el Señor.

R e z a m o s m u c h o o p o c o pero n o s a b e m o s q u é
p e d i r a D i o s . S e h a n tergiversado los valores y las
p r i o r i d a d e s de la oración.

Los santos P a d r e s tienen aquí u n a importante


e n s e ñ a n z a sobre la oración. N o s dejaron preciosos
tesoros sobre su p e d a g o g í a que l a m e n t a b l e m e n t e
d e s c o n o c e m o s . E l l o s n o s e n s e ñ a n c ó m o rezar,
c ó m o p e d i r a D i o s u n a gracia y, p a r t i c u l a r m e n -
te, c ó m o p e r m a n e c e r c o n t i n u a m e n t e ante la p r e -
s e n c i a de D i o s c o n el corazón y la m e n t e , y conti-
n u a r delante de él, día y n o c h e , en m e d i o de n u e s -
tras actividades, p r e o c u p a c i o n e s y tareas de c a d a
día.

Se trata, p u e s , de n o volver a u n p a s a d o h i s t ó -
rico, s i n o r e c u p e r a r las ricas e n s e ñ a n z a s de los
P a d r e s sobre la o r a c i ó n y aplicarlas a nuestra rea-
lidad m o d e r n a materialista, h e d o n i s t a e indivi-
dualista p a r a m a n t e n e r un contacto p e r m a n e n t e
con D i o s q u e es amor, n o s p e r d o n a y es el S e ñ o r
PRESENTACIÓN 15

de t o d o lo c r e a d o . A través de D i o s n o s e n c o n t r a -
m o s c o n n u e s t r o prójimo c o m o h e r m a n o e hijo de
n u e s t r o Padre.

"Oren c o n s t a n t e m e n t e " (1 Ts 5, 17) es la ense-


ñ a n z a constante de los Padres que tiene su origen
en la S a g r a d a Escritura. Es b ú s q u e d a constante de
Dios y descubrir c a d a día m á s , quién es Dios p a r a
mí, para la c o m u n i d a d . N o es u n a b ú s q u e d a abs-
tracta, teológica de la oración, sino u n a experiencia
directa y personal, vivencial, n o m e r a especula-
ción racional. U n a vez, un monje preguntaba al
anciano M a c a r i o : " ¿ C ó m o d e b e m o s o r a r ? " E l an-
ciano respondió: " N o es necesario usar un m o n t ó n
de palabras; sólo extiende las m a n o s y di: 'Señor,
c o m o tú quieres y c ó m o tú conoces mejor, ten m i -
sericordia', o, 'Señor, socorro'."

La p e d a g o g í a de los Padres sobre la oración: la


espiritualidad es m u y rica en la experiencia d e l
m i s t e r i o d e la r e l a c i ó n del h o m b r e c o n la S a n t í -
s i m a T r i n i d a d e n espíritu de a d o r a c i ó n y e n v e r -
d a d . L a o r a c i ó n e n los s a n t o s P a d r e s tiene s u
f u n d a m e n t o y o r i g e n en la S a g r a d a E s c r i t u r a , e s -
p e c i a l m e n t e en la oración del Padrenuestro y en
los s a l m o s .
16 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

Al final de los p r i m e r o s t i e m p o s del cristianis-


m o c o m e n z a r o n aparecer p e q u e ñ o s c o m e n t a r i o s
sobre la o r a c i ó n s e ñ a l a n d o q u e debía ser h u m i l -
de, alegre, confiada y vigilante, orientada e s p e -
c i a l m e n t e a p e d i r a D i o s los b i e n e s espirituales
p r o m e t i d o s p o r el Señor. L a c o m u n i d a d reza diri-
g i é n d o n o s al P a d r e creador y S e ñ o r de los siglos.
La o r a c i ó n es a l a b a n z a y acción de gracias p o r el
Hijo y recoge las intenciones de toda la Iglesia
p o r la m e d i a c i ó n de Jesucristo. E n ella, el Padre y
el Hijo están u n i d o s en u n m i s m o culto y en u n a
m i s m a fe.

D u r a n t e el siglo III, aparecen los p r i m e r o s c o -


m e n t a r i o s al P a d r e n u e s t r o (Orígenes, Tertuliano,
C i p r i a n o , etc.), d o n d e se insiste en q u e el P a d r e -
n u e s t r o es el c o m p e n d i o de t o d o el E v a n g e l i o . E l
rezo del P a d r e n u e s t r o tiene que ser a c o m p a ñ a d o
con genuflexiones, a y u n o s y hospitalidad, y así
n o s h a c e perfectos adoradores de D i o s Padre.

El t r a t a d o de O r í g e n e s sobre la o r a c i ó n y el
c o m e n t a r i o al P a d r e n u e s t r o es u n " v e r d a d e r o te-
s o r o " d e la o r a c i ó n , a d e m á s de ser u n p e q u e ñ o
tratado teológico de la oración. P a r a este t e ó l o g o ,
la o r a c i ó n es el c a m i n o p o r el cual los fieles c a m i -
n a n h a c i a D i o s , r e c u p e r a n d o la s e m e j a n z a q u e
h a b í a s i d o p e r d i d a a c a u s a del p e c a d o y del odio.
PRESENTACIÓN 17

C o n la purificación interior se llega a la perfecta


u n i ó n c o n D i o s q u e es el fin de toda oración.

Ésta n o p u e d e estar separada de la existencia


h u m a n a real, sino que se extiende en situaciones
concretas, "de u n a caridad sin límites", hospitali­
dad, repartición de bienes que son manifestaciones
de u n a fraternidad en Jesús, m i e m b r o de la Iglesia:
"La oración aceptada por Dios es u n a b u e n a obra."

En el Oriente cristiano, durante los siglos I V y


V, aparecen obras maestras sobre la espiritualidad
de la oración especialmente en el ambiente m o ­
nástico. L o s monjes consideran la oración c o m o
u n a ciencia p o r excelencia que recoge todo en sí:
la fe, la vida, la salvación. Para estos m o n j e s la
o r a c i ó n tiene q u e ser un diálogo del h o m b r e c o n
D i o s , y lo principal es p e d i r a D i o s los b i e n e s c o n ­
v e n i e n t e s p a r a la s a l v a c i ó n ; e s u n a e l e v a c i ó n d e
la m e n t e y el c o r a z ó n a D i o s , n o en el s e n t i d o
d e u n a visión platónica sino en u n transformarse
en u n " d i á l o g o del espíritu c o n el P a d r e " . P a r a
evitar u n a cierta intelectualización h e l é n i c a d e la
oración, los m o n j e s unificaron el espíritu c o n el
c o r a z ó n p a r a referirse a la totalidad de la p e r s o n a
vivificada p o r el Espíritu S a n t o .
18 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

Los P a d r e s c o m e n t a n las cuatro distinciones


que s a n P a b l o h a c e en la oración: petición, ora-
ción, súplica y acción de gracias (1 T m 2, a ) .

Por petición, e n t i e n d e n rogar a Dios p o r los


b i e n e s celestiales y espirituales, y l u e g o , en u n
s e g u n d o lugar, p o r las cosas materiales y t e m p o -
rales. A la pregunta de p o r qué nuestras oraciones
n o siempre son escuchadas, san J u a n C r i s ó s t o m o
responde: " P o r q u e r o g a m o s m u y p o c o o n o s en-
contramos en pecado."

En la tradición m o n a c a l , la oración tiene u n


carácter insistente, en p r i m e r l u g a r p a r a p e d i r
p e r d ó n p o r los p e c a d o s : "Señor, ten p i e d a d d e
mí, p e c a d o r . "

La continua oración n o es hablar constante-


mente, sino llegar al estado de vida de u n a gran
oración, de la cual la oración vocal es parte. O t r o
aspecto fundamental para el m o n a q u i s m o oriental
es la oración litúrgica y comunitaria, que encuen-
tra su lugar teológico en un conocimiento y sabi-
duría de la vida mística donde el alma se une a
Dios a través de la fe y el amor, aceptando el sufri-
miento, el dolor y la cruz en Cristo. El creer nos lle-
va a suplicar: cuando m á s viva es la fe, tanto m á s se
siente la necesidad de orar y estar u n i d o al Señor.
PRESENTACIÓN 19

E n los c o m e n t a r i o s litúrgicos, en las h o m i l í a s ,


en la catequesis de las cartas pascuales, los P a d r e s
insisten en la n e c e s i d a d de rezar c o n t i n u a m e n t e
p a r a c o m b a t i r las tentaciones de los espíritus m a ­
lignos, las especulaciones filosóficas, el racionalis­
m o teológico que h a c e n perder la fe v i v a en D i o s
Uno-Trino.

La oración tiene que salir del corazón.

En O c c i d e n t e t u v o gran influencia el t r a t a d o
de la oración del t e ó l o g o alejandrino O r í g e n e s .
P e r o a d e m á s , los Padres occidentales h a n dejado
u n p r e c i o s o l e g a d o sobre la oración: c o m e n t a n d o
los s a l m o s , afirmaban "Vox Christi ad P a t r e m "
(san A m b r o s i o ) .

Los s a l m o s eran presentados c o m o u n c a m i n o


espiritual de elevación del a l m a hacia D i o s . L a
oración n o es sólo u n a fórmula de oración c o n
m u c h a s p a l a b r a s sino u n estilo de vida, u n afecto
c o n t i n u o del corazón, u n a actitud p e r m a n e n t e de
fe, a u n en los m o m e n t o s difíciles de la vida. D i o s
es u n misterio q u e se acepta sólo c o n la oración
de fe y n o c o n la especulación teológica.

La a d o r a c i ó n silenciosa es mejor que el r a c i o ­


n a l i s m o p a r a encontrarse c o n D i o s .
20 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

San A g u s t í n h a d a d o amplios espacios en sus


escritos, reflexionando sobre la oración. M e d i t a n d o
el comentario a los salmos, la carta a Proba sobre la
oración, afirma que la oración de Cristo es n u e s -
tra y la nuestra se h a c e en Cristo: "Nuestras ora-
ciones s o n e n t o n c e s hacia él, p o r él y en é l " (In
Pas, 8 5 , 1). L a oración es el c a m i n o c o n Cristo y e n
Cristo p a r a llegar al P a d r e con la a y u d a del E s p í -
ritu S a n t o .

D e s p u é s de san A g u s t í n siguieron otros


c o m e n t a r i o s a la o r a c i ó n , p o r e j e m p l o los d e
C a s i a n o , s a n J u a n D i a s a n c e n o , s a n M á x i m o el
Confesor, etc. M u c h a s de las oraciones de los P a -
dres y del m o n a q u i s m o se h a n recogido en los
cuatro t o m o s de la Filocalia, que es u n precioso te-
soro p a r a a p r e n d e r a orar con los Padres.

La presente edición de compilaciones de


o r a c i ó n d e l o s P a d r e s n o tiene otro o b j e t i v o q u e
h a c e r c o n o c e r y acercar algunas e n s e ñ a n z a s úti-
les p a r a la oración. E s t a m o s p a s a n d o p o r u n
t i e m p o de crisis de fe, de n e c e s i d a d de orar. N o
sólo c o n los m e d i o s h u m a n o s p o d e m o s resolver
nuestros p r o b l e m a s , sino que es necesaria la ora-
ción c o n fe. El h o m b r e es creado a i m a g e n y s e m e -
janza de Dios, y n o p o d r á encontrar la verdadera
PRESENTACIÓN 21

felicidad h a s t a q u e recupere la s e m e j a n z a c o n
D i o s , a través de la continúa oración, a y u n o s y
obras de misericordia.

Los t e x t o s p u b l i c a d o s fueron revisados c o n


los o r i g i n a l e s q u e se e n c u e n t r a n en P a t r o l o g í a
g r i e g a y latina, o r d e n a d a s c r o n o l ó g i c a m e n t e p o r
los P a d r e s .

A l g u n a s afirmaciones sobre el misterio de la


oración:

" L a oración es el m á s grande de todos los


b i e n e s , el fin de todos los m a l e s y el funda­
m e n t o y raíz de todas las virtudes."

"Todas las virtudes juntas, sin la oración,


son p u r a ilusión."

" C o m o se h a g a b i e n la oración, que es lo


m á s i m p o r t a n t e , n o dejará de h a c e r s e t o d o
lo q u e D i o s quiere."

" D o n d e e s t é la o r a c i ó n , c o n ella e s t a r á n
t o d o s l o s b i e n e s y t o d a s las verdaderas
virtudes."

"Tú n o vales otra cosa que lo que valga tu


oración: ella es la m e d i d a de toda virtud y el
fundamento y origen de toda perfección."
22 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

" A u n q u e repartas todos tus bienes a los


pobres, aunque te sacrifiques y entregues tu
vida en a y u d a de los necesitados, aunque
vivas e n perfecta austeridad y en continuas
vigilias y ayunos, y aunque te parezca que
posees todas las virtudes, todas ellas n o ten­
drán otro valor q u e lo que valga tu oración."

" P o r la oración y sólo en ella y c o n ella re­


c i b i m o s todos los b i e n e s . "

" E s t o t a l m e n t e i m p o s i b l e q u e e x i s t a al­
g o b u e n o e n u n a l m a d o n d e n o a n i d a la
oración."

" U n h o m b r e sin oración es c o m o u n ani­


m a l sin razón."

"El q u e a b a n d o n a la oración p r o n t o se
convierte en bestia o d e m o n i o . "

P. Luis Glinka ofin


PIDAN A DIOS CON FERVOR

1 Así, p u e s , a p o y a d o s e n esta e s p e r a n z a ,
únanse nuestras almas a Aquel que es
• fiel e n sus p r o m e s a s y j u s t o en sus jui­
cios. E l q u e n o s m a n d ó n o mentir, m u c h o m e n o s
mentirá El mismo, pues nada hay imposible pa­
ra D i o s fuera d e l mentir... T o d o lo h a r á c u a n d o
q u i e r a y c o m o q u i e r a , y n o h a y peligro de q u e
deje de c u m p l i r s e n a d a de c u a n t o E l h a p r o m e t i ­
a
do (Carta 1 ) .

2. P o r c o n s i g u i e n t e , t a m b i é n nosotros, reuni­
d o s y c o n s c i e n t e s de nuestro deber, en c o n c o r d i a
y en u n solo lugar, l l a m e m o s fervorosamente a É l
(con o r a c i o n e s ) c o m o salidas de u n a sola b o c a , a
fin de llegar a ser partícipes de sus magníficas y
a
gloriosas p r o m e s a s (Carta 1 ) .

3. O r e m o s t a m b i é n p o r los q u e están en p e c a ­
do, a fin d e q u e les sea otorgada la m o d e r a c i ó n y
la h u m i l d a d , y c e d a n , n o a n o s o t r o s , s i n o a la
v o l u n t a d d e D i o s ; p o r q u e así c u a n d o los r e c o r ­
d e m o s e n espíritu de misericordia delante de

23
24 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Dios y de los S a n t o s , nuestra oración será fruc-


tuosa y perfecta (1 C o LVI. 1-3, 1 6 ) .

4. A s í , p u e s , oren s a n t a m e n t e y p i d a n a D i o s
con fervor y c o n t o d a s o b r i e d a d y castidad, sin
odio y sin malicia... C o n vuestros a y u n o s y ora-
ciones c o n t i n u a s , d a d en Cristo, visitad a los q u e
estén e n d e m o n i a d o s y recitad sobre ellos u n a
o r a c i ó n q u e a g r a d e a D i o s . . . P o r q u e esta c a s t a
— d i c e el S e ñ o r — sólo se expulsa p o r la oración
fervorosa y fe c o n a y u n o . Bello es, p o r tanto, c o m -
p a d e c e r a los h e r m a n o s enfermos, c o m o q u e d a
dicho, p o r m e d i o de vigilias, a y u n o s y oraciones
a
continuas... (Carta 1 Virg.).

5. C u a n d o a ú n estés tú h a b l a n d o , diré: H e m e
a q u í presente (Is 5 8 , 9 ) . S i g n o es, efectivamente,
esta p a l a b r a , de gran p r o m e s a : p u e s n o s dice el
S e ñ o r q u e É l está m á s dispuesto a d a r n o s sus do-
a
n e s que n o s o t r o s a recibirlos (Carta 2 a C o r ) .

SAN CLEMENTE ROMANO ( † 99)


DEDÍCATE
SIN INTERRUPCIÓN
A LA ORACIÓN

1 E n c a d e n a d o c o m o estoy p o r a m o r de J e -
sucristo, suplicando alcanzar a D i o s , o s
• h a g o esta exhortación: p e r m a n e c e d uni-
dos en la oración, rogando los u n o s p o r los otros
(Carta Tral).
2. P u e s , si tanta fuerza tiene la oración de c a d a
u n o en particular, ¿cuánta m á s la que se h a c e pre-
sidida p o r el o b i s p o y en unión con toda la Igle-
sia? (Carta a los Efesios).

3. Yo te e x h o r t o a que, p o r la gracia de que e s -


tás revestido, aceleres el p a s o de tu carrera, y q u e
a s i m i s m o exhortes tú, p o r tu parte, a todos p a r a
que se salven. D e s e m p e ñ a el lugar que o c u p a s
con toda diligencia de cuerpo y espíritu. P r e o c ú -
pate de la u n i ó n entre todos, mejor que la cual n a -
da existe. Llévalos a todos sobre ti, c o m o a ti te
lleva el Señor. Sopórtalos a todos con cariño, c o -
m o y a lo h a c e s . D e d í c a t e sin interrupción a la ora-

25
26 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

ción. P i d e a D i o s m a y o r inteligencia de la q u e tie-


nes. Estáte alerta, apercibido del espíritu que des-
c o n o c e el s u e ñ o (...). D o n d e m a y o r es el trabajo,
allí h a y m a y o r e s g a n a n c i a s (Carta a san Policarpo).

SAN I G N A C I O DE A N T I O Q U Í A ( † 1 0 7 )
O R E M O S POR TODOS

1 D e s p u é s del b a u t i s m o , l l e v e m o s con n o ­
sotros a nuestros h e r m a n o s , c o n el fin d e
• h a c e r preces en c o m ú n p o r nosotros
m i s m o s y p o r todos los d e m á s esparcidos p o r to­
d o el m u n d o , o r a n d o con fervor, suplicando se
n o s c o n c e d a vivir de acuerdo con la verdad q u e
h e m o s c o n o c i d o , siendo h o m b r e s de recta c o n ­
ducta, guardianes de todo lo que se n o s h a m a n ­
a
d a d o p a r a conseguir la vida eterna (1 Apolog.).

2. N o s o t r o s v e n e r a m o s al C r e a d o r del u n i v e r ­
so c o n o r a c i o n e s y acciones de gracias, a l a b a n d o
al q u e h e m o s a c e p t a d o c o m o ú n i c o d i g n o de este
h o n o r d á n d o l e gracias p o r h a b e r n o s creado y p o r
t o d o s los b i e n e s , c o n nuestras peticiones p a r a re­
n a c e r l u e g o en la eternidad p o r la fe q u e t e n e m o s
en É l (ibíd.).

3. O r e m o s p o r toda la Iglesia, p a r a q u e c o n o ­
c i e n d o la v e r d a d y o b r a n d o el bien, g u a r d a n d o
los m a n d a m i e n t o s , n o s h a g a m o s d i g n o s de alcan­
zar la s a l v a c i ó n eterna (ibíd.).

27
28 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

4. E n vuestras s i n a g o g a s vosotros m a l d e c í s a
todos los q u e se h a n h e c h o cristianos, y las d e m á s
n a c i o n e s h a c e n lo m i s m o . Pero nosotros a todos
d e c i m o s : "vosotros sois nuestros h e r m a n o s " , y
nuestro d e s e o es que todos l l e g u e m o s al conoci-
m i e n t o de la v e r d a d e r a vida. P o r eso o r a m o s p o r
vosotros, p a r a que Cristo tenga piedad. Él, en
efecto, n o s e n s e ñ ó a orar m u c h o p o r nuestros
e n e m i g o s (Diálogo con Trifón, 96).

O r e m o s p o r vosotros y p o r todos los h o m b r e s


sin e x c e p c i ó n , c o n f o r m e n o s enseñó nuestro Cris-
to y Señor, q u e m a n d ó orar incluso p o r nuestros
e n e m i g o s , a m a r a los q u e n o s odian, y b e n d e c i r a
los que n o s m a l d i c e n (ibíd., 1 3 3 ) .

SAN JUSTINO ( † 1 6 5 )
N O DUDAR
EN PEDIR AL SEÑOR

A rranca d e ti toda d u d a y n o vaciles e n


n a d a a b s o l u t a m e n t e al p e d i r al Señor,
ni digas dentro de ti: " ¿ C ó m o p u e d o
p e d i r n i recibir n a d a del Señor, h a b i e n d o c o m e t i -
d o c o n t r a É l tan g r a n d e s p e c a d o s ? " N o discurras
así, s i n o conviértete de todo c o r a z ó n al S e ñ o r y
pídele sin vacilación y e x p e r i m e n t a r á s s u g r a n
m i s e r i c o r d i a , y n o t e n g a s m i e d o de q u e te a b a n -
d o n e , s i n o q u e c u m p l i r á la petición de tu a l m a .
P o r q u e n o es el S e ñ o r c o m o los h o m b r e s , q u e
g u a r d a n rencor, sino que Él n o es rencoroso, an-
tes se c o m p a d e c e de la h e c h u r a de sus m a n o s .
P o r tu parte, p u e s , purifica tu c o r a z ó n de t o d a s
las v a n i d a d e s de este siglo y de todas las p a l a b r a s
q u e a n t e r i o r m e n t e te fueron dichas, y pide al S e -
ñ o r y lo recibirás t o d o y n o te v e r á s defraudado
de n i n g u n a de sus peticiones, c o m o le pidas c o n
fe. M a s si d u d a r a s en tu corazón, n a d a recibirás
de c u a n t o pidieres. P o r q u e los q u e d u d a n de

29
30 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Dios, son d o b l e s de a l m a y n a d a a b s o l u t a m e n t e
tienen de c u a n t o piden. M a s los sencillos de la fe
piden c o n confianza en el S e ñ o r y reciben, p o r q u e
p i d e n sin vacilación y sin dar lugar a d u d a . P u e s
todo h o m b r e doble de a l m a , si n o se arrepiente,
difícilmente se salvará.

Purifica, p u e s , tu c o r a z ó n de toda d u d a y re-


vístete de la fe, p o r q u e es fuerte, y cree en D i o s
que recibirás t o d o c u a n t o pidieres. Y si a c o n t e c e
alguna v e z que, d e s p u é s de pedir, tardas en reci-
bir del S e ñ o r lo que pides, n o d u d e s p o r q u e tarde
en d e s p a c h a r t e la petición de tu alma. Porque, sin
género de d u d a , p o r a l g u n a tentación o p e c a d o
que tú d e s c o n o c e s , tardas en recibir tu petición.
Por tu parte, p u e s , n o cejes en tus súplicas, que al
fin recibirás. M á s si desfalleces y vacilas al rogar,
a ti m i s m o tienen q u e acusarte y n o al que te da.
Vigila contra esta d u d a , p o r q u e es m a l a e insen-
sata y a m u c h o s desarraiga de la fe, incluso los
m u y fieles y firmes en ella.

( E L PASTOR, I X M A N D A M I E N T O ) H E R M I A S ( S . I I )
C O N SINCERIDAD E INOCENCIA,
OFRECER NUESTRAS OFRENDAS
AL SEÑOR

1 C o n simplicidad y conciencia pura, la


Iglesia ofrece a D i o s el sacrificio insti-
• t u i d o p o r el m i s m o Señor, en el q u e
o f r e c e m o s t a m b i é n nuestros c u e r p o s y n u e s t r a
oración, glorificando su n o m b r e entre las g e n t e s
( F r a g m e n t o 3 8 ) . Y n o se lo ofrecemos c o m o a u n
indigente, sino dándole gracias p o r su dominio...,
y para que nos conceda sus bienes..., el p e r d ó n de
los p e c a d o s y la vida eterna (Adversus haereses, 1 y
Fragmento 38).
2. " E n todo lugar se ofrece incienso y sacrificio
p u r o a m i n o m b r e " (MI 1 , 1 1 ) . E n el A p o c a l i p s i s ,
J u a n dice q u e el incienso es las oraciones de los
santos (cf. A p 5, 8 ) . El sacrificio puro y agradable a
Dios es la obligación de la Iglesia que el Señor m a n -
dó que se ofreciera en todo el m u n d o , n o porque
Dios necesite nuestro sacrificio, sino porque el que
ofrece es glorificado él m i s m o en lo que ofrece, con
tal de que sea aceptada su ofrenda. L a ofrenda que

31
32 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

hacemos al R e y es u n a muestra de honor y de afec-


to y el Señor quiere que ofrezcamos nuestras ofren-
das con toda sinceridad e inocencia (...).

N o h e m o s de pensar que haya sido abolida to-


da clase de oblación, p u e s las oblaciones continúan
en vigor ahora c o m o antes: el antiguo pueblo de
Dios ofrecía sacrificios y la Iglesia los ofrece tam-
bién. L o que h a cambiado es la forma de la obla-
ción, puesto que los que ofrecen no son ya siervos,
sino h o m b r e s libres. (...) Es necesario, por tanto,
que presentemos nuestra ofrenda a Dios y que le
seamos gratos en todo ofreciéndole las primicias de
su creación con mente sincera, con fe sin mezcla de
engaño, con esperanza firme, con a m o r ferviente.
Esta oblación pura sólo la Iglesia puede ofrecerla a
su Hacedor en la Eucaristía, hecha con frutos de la
creación. (...) Y se la ofrecemos n o porque El la ne-
cesite, sino para darle gracias por su Providencia y
para santificar la creación. Dios n o necesita de lo
nuestro, pero nosotros sí necesitamos ofrecer algo a
Dios. S e g ú n dice Salomón: "Quien se apiada del
débil, presta a D i o s " (Pr 19, 17), pues Dios, que n o
necesita de nada, acepta nuestras buenas obras pa-
ra correspondemos con sus beneficios (...).

SAN IRENEO ( † 2 0 2 )
REZA
EN T O D O M O M E N T O

1 P a r a u n v e r d a d e r o s a b i o (o c r i s t i a n o
i n s t r u i d o ) , t o d a la v i d a es u n a fiesta
• s a c r a . S u s sacrificios c o n s i s t e n , p o r
t a n t o , e n las o r a c i o n e s y en las a l a b a n z a s (a
D i o s ) , e n la l e c t u r a d e la S a g r a d a E s c r i t u r a , e n
las r e c i t a c i o n e s d e los Salmos..., a n t e s de a c o s -
tarse y e n la o r a c i ó n d e la n o c h e . A s í se u n e a la
m i l i c i a celestial c o n s u i n c e s a n t e m e d i t a c i ó n y
c o n t e m p l a c i ó n (...).
Durante la oración que recitará en alta voz, n o
usará m u c h a s palabras, p o r haber aprendido del
Señor c ó m o se debe rezar. Reza, pues, en todo lugar,
pero n o públicamente y delante de los ojos de to-
dos. Y reza en todo m o m e n t o y en toda circunstan-
cia, bien cuando pasea, y cuando va en compañía
de otros, y cuando se acuesta y cuando comienza
alguna obra espiritual. Y cuando en el interior de
su alma le preocupa algún pensamiento, con gemi-
dos inenarrables invoca al Padre (Stromata, 7).

33
34 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

2. Es evidente que la vida de un cristiano h a de


estar ligada a la permanente oración. Nadie p u e d e
discutir la importancia fundamental del recogi-
miento en la oración en la vida diaria de los cristia-
nos...; p u e s el alma tiene que dar incesantemente
gracias a Dios p o r los dones que le hace y también
tiene que pedir perdón de sus continuos pecados.

E s t a n d o obligados a aspirar a la perfección, n e -


cesitamos indiscutiblemente recurrir a la oración,
de la q u e j a m á s p o d e m o s prescindir... E n nuestra
oración, a ejemplo del Señor, h e m o s de pedir p o r
todos los h e r m a n o s , a m i g o s y e n e m i g o s , y p o r la
conversión de todo el m u n d o al verdadero Dios.
La oración n o s debe a c o m p a ñ a r siempre en todo
nuestro obrar, p u e s n o s une íntimamente con D i o s
y n o s h a c e c a m i n a r a D i o s (Stromata, 6).

3. L a oración es "trato y c o n v e r s a c i ó n con


D i o s " . D e ahí q u e el cristiano, al g u a r d a r escru-
p u l o s a m e n t e los t i e m p o s de oración, c o n s a g r a a
Dios t o d o su q u e h a c e r diario, y así da testimonio
del S e ñ o r c o n su vida entera... (Stromata, 7).

SAN C L E M E N T E DE ALEJANDRÍA ( † 2 1 4 )
¿CUÁNDO
SE DEBE ORAR?

S o b r e los m o m e n t o s de la o r a c i ó n n o te-
n e m o s n a d a prescrito; tan s ó l o q u e t e n e -
m o s q u e o r a r en t o d o t i e m p o y lugar.
P e r o , si se n o s p r o h i b e o r a r en p ú b l i c o , ¿ c ó m o se
d i c e e n t o d o l u g a r ? S e e n t i e n d e en t o d o l u g a r
d o n d e se considere o p o r t u n o o necesario. P u e s
los A p ó s t o l e s n o creyeron que q u e b r a n t a b a n el
p r e c e p t o c u a n d o oraron y cantaron a D i o s en la
cárcel, o y é n d o l e s los guardianes (Hch 16, 2 5 ) , n i
t a m p o c o P a b l o , q u e celebró la Eucaristía en el
b a r c o en p r e s e n c i a de todos (Hch 2 7 , 3 5 ) .
R e s p e c t o al t i e m p o , n o estará de m á s tener s e -
ñ a l a d a s u n a s horas: las q u e c o m ú n m e n t e se c o n -
sideran c o m o intermedias del día: tercia, sexta y
n o n a , q u e en la Escritura aparecen c o m o m á s s o -
l e m n e s . E n la h o r a de tercia, el Espíritu se infun-
dió p o r v e z p r i m e r a a los discípulos c o n g r e g a d o s .
Pero, el día q u e tuvo la visión de toda la c o m u n i -
d a d en a q u e l lienzo, h a b í a subido a orar a la plan-
ta alta d e la casa a la h o r a sexta (Hch 10, 9 ss.).

35
36 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Él m i s m o iba al t e m p l o a la h o r a de n o n a
c u a n d o dio la salud a u n paralítico ( H c h 3 , 1 ss.).
A u n q u e t o d o esto está d i c h o s e n c i l l a m e n t e y sin
n i n g ú n p r e c e p t o q u e lo prescriba, p a r e c e q u e
constituye u n a p r e s u n c i ó n que n o s exhorta a orar
y que n o s i m p o n e c o m o u n a ley de interrumpir
nuestras o c u p a c i o n e s p a r a la oración, lo m i s m o
que h a c í a D a n i e l , c u m p l i e n d o la n o r m a t i v a j u d í a
(Dn 6, 11); p o r tanto, h e m o s de orar al m e n o s tres
veces p o r día, p u e s h e m o s de dar culto al Padre,
al Hijo y al Espíritu S a n t o ; esto aparte de las ora­
ciones r e g l a m e n t a d a s q u e se h a n de hacer, aun­
q u e n o se diga n a d a de ello, al c o m i e n z o del día
y de la n o c h e . A d e m á s , n o está bien q u e los fieles
c o m a n o se aseen antes de rezar, p u e s h a y q u e
atender el a l i m e n t o y el c u i d a d o del espíritu an­
tes que el d e la carne, p o r q u e lo celestial es prio­
ritario a lo terreno (Tratado de la Oración, 25).

TERTULIANO ( † 220)
LA ORACIÓN
ES UN ARMA PODEROSA

E l q u e cree en la palabra de Jesús, q u e n o


p u e d e mentir, n o d u d a r á un instante e n
h a c e r oración, p u e s Él dice: P e d i d y se os
d a r á (...), p o r q u e t o d o el q u e p i d e r e c i b e ( M t 7,
7-8; L c 11, 9-10).
P i e n s o q u e las palabras de las oraciones de los
santos tienen gran p o d e r p o r q u e oran con espíri-
tu y m e n t e (1 C o 14, 1 5 ) . Salen de la b o c a c o n el
p o d e r de D i o s p a r a debilitar el v e n e n o de las p o -
testades adversas. Estos p o d e r e s m a l i g n o s influ-
y e n en la m e n t e de quienes descuidan la oración
y n o tienen en c u e n t a el m a n d a t o de orar s i e m p r e
(1 Ts 5, 1 7 ) . Salen de la b o c a c o m o u n d a r d o q u e
hiere los espíritus e n e m i g o s de Dios. L o s derrota
y aniquila c u a n d o ellos quieren e n r e d a r n o s c o n
lazos de p e c a d o (Sal 8, 3; Pr 5, 2 2 ) .

Y ¿ c ó m o c u m p l i r e m o s el p r e c e p t o de orar
s i e m p r e ? O r a c o n s t a n t e m e n t e el que u n e la ora-

37
38 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

ción al c u m p l i m i e n t o de los deberes y las b u e n a s


obras a la oración. L a única m a n e r a de e n t e n d e r
el m a n d a t o de "orar s i e m p r e " (1 Ts 5 , 1 7 ) , tenien-
d o en c u e n t a nuestras limitaciones, es considerar
que la vida del santo en conjunto es u n a gran ora-
ción. L o que a c o s t u m b r a m o s llamar oración es,
p o r consiguiente, parte de la oración.

A t e n i é n d o n o s a la noción c o m ú n de oración,
h a y que practicarla tres veces al día. Esto se ve cla-
ro en la historia de Daniel, que oraba tres veces p o r
día, aun c u a n d o p o r ello corriese gran peligro su
vida (Dn 3, 13). San Pedro subió a la terraza para
hacer oración a la hora sexta cuando vio el lienzo
que bajaba del cielo atado por las cuatro puntas.
Practicaba el s e g u n d o de los tres tiempos de ora-
ción, c o m o dice David: "Porque a ti suplico, Señor,
ya de m a ñ a n a oyes m i voz; de m a ñ a n a te presen-
to m i súplica y m e q u e d o a la espera" (Sal 5, 3 ) .

El ú l t i m o t i e m p o de oración q u e d a indicado
así: " E l alzar de m i s m a n o s c o m o oración de la
t a r d e " (Sal 141, 2 ) . (Tratado de la Oración.)

ORÍGENES (†254)
LO QUE DEBEMOS PEDIR

Y a q u e h e m o s h a b l a d o de los beneficios
q u e p o r la oración reciben los santos,
p e n s e m o s en el dicho: " B u s c a d lo gran-
de; las c o s a s p e q u e ñ a s os v e n d r á n p o r a ñ a d i d u r a
(Mt 6, 3 3 ) . B u s c a d las c o s a s del cielo, las de la tie-
rra os v e n d r á n p o r añadidura." C u a l q u i e r s í m b o -
lo o tipo de c o m p a r a c i ó n en relación c o n a lo v e r -
d a d e r o y espiritual, es p e q u e ñ o y terreno. E l v e r -
b o de D i o s n o s e x h o r t a a que i m i t e m o s las oracio-
n e s de los santos y p i d a m o s la v e r d a d de lo q u e
ellos c o n s e g u í a n en figura. Esto es, que p i d a m o s
las celestiales y g r a n d e s cosas indicadas p o r las
terrenas y p e q u e ñ a s . El texto e v a n g é l i c o quiere
decir: "Vosotros, q u e deseáis ser espirituales, b u s -
c a d e n vuestras oraciones las c o s a s celestiales y
g r a n d e s , p a r a que, obteniéndolas, heredéis el rei-
n o de los cielos y disfrutéis g r a n d e m e n t e de las
cosas b u e n a s . E n c u a n t o a las cosas que n e c e s i t a
vuestra v i d a corporal, el Padre os la c o n c e d e r á e n
la m e d i d a q u e las necesitéis." P o r tanto, el q u e pi-

39
40 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

de a Dios c o s a s terrenas y sin importancia, n o ha­


ce lo q u e dice Dios, quien sin p r o m e t e r cosas te­
rrenas o r d e n ó p e d i r las celestiales.

Todos c u a n t o s se d e d i c a n c o n a s i d u i d a d a la
o r a c i ó n , s a b e n m u y b i e n c ó m o ésta los a p a r t a
del p e c a d o y c ó m o los invita al ejercicio de las
virtudes.

H a y q u e orar, n o p a r a dejar de ser tentados,


cosa i m p o s i b l e , sino p a r a n o ser e n r e d a d o s en la
tentación, c o m o s u c e d e a los que son atrapados y
v e n c i d o s p o r ella.

C r e o q u e , si el que v a a la oración, se recoge u n


instante y se c o m p r o m e t e a sí mismo... si se es­
fuerza c o n t o d o interés en recordar la majestad de
A q u e l a q u i e n se va a acercar, y p i e n s a en lo i m ­
p í o q u e sería acercarse a El con cierto a b a n d o n o y
desprecio, se hallará m á s dispuesto y atento a lo
largo de t o d a la oración (Tratado de la Oración).

ORÍGENES (†254)
PERMANECER
FIEL A LA ORACIÓN

A u n q u e t e n g a m o s dificultades para orar,


d e b e m o s imitar a Daniel, del que está
escrito: " E n t r ó en su casa. L a s v e n t a n a s
de su c u a r t o superior estaban orientadas h a c i a J e -
rusalén, y tres v e c e s al día se p o n í a de rodillas
o r a n d o y a l a b a n d o a su D i o s , c o m o h a b í a h e c h o
s i e m p r e " (Dn 6, 11).

A p r i m e r a vista, sus obligaciones p a r a c o n el


E s t a d o parecían o c u p a r todo su t i e m p o . N o o b s -
tante, p e r m a n e c í a fiel a la oración diaria, d a n d o
así al C é s a r lo q u e es del César, y a D i o s lo q u e es
de D i o s (Mc 1 2 , 1 3 - 1 7 ) .

Objetará a l g u n o : " ¿ P a r a qué ese riesgo? ¿ N o


p o d í a h a b e r o r a d o d u r a n t e el día en el interior de
su c o r a z ó n , y de n o c h e , si quería, dedicarse a la
oración en el secreto de su c a s a ? "

Yo contesto: Podría haberlo h e c h o , pero n o qui-


so. Si h u b i e r a p r o c e d i d o así, ministros y sátrapas
del E s t a d o p u d i e r a n h a b e r dicho con razón: " ¿ C ó -

4 1
42 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

m o ? ¿Teme a su Dios pero al m i s m o tiempo tam-


bién al rey, p u e s acata sus ó r d e n e s ? " ¡Eso hubiera
sido hipocresía y n o sincera fe de un creyente!

Así d e m o s t r ó Daniel q u e temía m á s a D i o s que


a los h o m b r e s , y fue valiente ante la m u e r t e , y u n
ángel le salvó e n la fosa de los leones. Si, p o r el
contrario, se h u b i e s e s o m e t i d o servilmente du-
rante los treinta días al decreto real, n o h u b i e r a
d e m o s t r a d o fidelidad a D i o s según aquello q u e
sostiene q u e n a d i e p u e d e servir a dos señores.

Ésa fue s i e m p r e la artimaña del d e m o n i o : per-


siguió, a t o r m e n t ó a los santos, para que n o pu-
diesen elevar a D i o s sus m a n o s limpias. Él sabe
m u y b i e n q u e la oración de los santos trae al
m u n d o p a z , y al m a l v a d o la ira de Dios.

Así ocurrió cierta vez en el desierto: C u a n d o


Moisés alzaba las m a n o s , vencía Israel; m á s si las
bajaba un p o c o , vencía Amalee. Es lo que al presen-
te sucede entre nosotros: siempre que aflojamos en
el fervor de nuestra oración, vence el adversario;
pero cuando p e r m a n e c e m o s con valentía, fieles a
ella, el poder y la fuerza de los perseguidores se re-
ducen a nada. (Comentario al Libro de Daniel, a. 222).

SAN HIPÓLITO († 2 3 5 )
PRACTICAR LA ORACIÓN
Y LA ASCESIS

S olía decir a los h e r m a n o s q u e v e n í a n al


m o n t e , y recordarles, c o n frecuencia,
q u e t u v i e r a n fe y a m a r a n a Cristo, q u e se
g u a r d a r a n d e t o d o p e n s a m i e n t o i m p u r o y de los
p l a c e r e s c a r n a l e s , y s e g ú n el consejo de los P r o -
v e r b i o s " q u e n o fueran e s c l a v o s del v i e n t r e " (Pr
2 4 , 15), q u e h u y e r a n de la v a n a g l o r i a , y q u e " o r a -
s e n sin c e s a r " (1 Ts 5, 1 7 ) , q u e c a n t a r a n s a l m o s
antes de dormir, e i n t e r r u m p i e r a n el s u e ñ o p a r a
orar y s a l m o d i a r , m e d i t a r a n lo q u e s a b í a n de m e -
m o r i a , r e c o r d a r a n los e j e m p l o s de los santos, p a -
ra q u e s u a l m a e m p a p a d a en D i o s se a n i m a r a a
imitarles.

Y añadía: Para probarnos, lo mejor es obedecer


al A p ó s t o l que dice: " E x a m i n a o s y probaos a v o s o -
tros m i s m o s " (1 C o 13, 5); que cada u n o lleve dia-
riamente la cuenta de las acciones del día y de la
noche; y si alguno h a pecado, que p o n g a fin a sus
pecados; y el que n o h a pecado, que n o se gloríe de
ello, sino que persevere en el bien y en la oración.

43
44 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

O r a b a m u c h o , p o r q u e había aprendido que


"es preciso orar i n c e s a n t e m e n t e " (1 Ts 5 , 1 7 ) ; y e s ­
c u c h a b a con tanta atención lo que se lee en la
iglesia que n o se le e s c a p a b a n a d a de las Escritu­
ras, sino que lo c o n s e r v a b a todo en su m e m o r i a y
le servía de libro.

Decía: "Necesitamos, pues, practicar m u c h o la


oración y la ascesis para poseer la perfección (...) "

C o n t r a los d e m o n i o s , la mejor a r m a para ata­


carlos es u n a v i d a h o n e s t a y la confianza en D i o s .
T i e m b l a n ante el ayuno, la ascesis, las vigilias, la
oración, la p a z y la m a n s e d u m b r e , el a m o r a los
pobres, la b o n d a d , la misericordia, y sobre todo,
la obediencia a Cristo (Ibíd., 5 5 ) .

M a n t e n e o s firmes y orad.

También decía que n o era perfecta la oración del


que se acuerda que ora, porque la perfecta oración
arrebata el espíritu, de m o d o que no hace estas re­
flexiones ni se acuerda de otra cosa que de su Dios
con el que trata (san Atanasio, Vita Antonii, 5 5 ) .

SAN ATANASIO ( † 3 5 6 )
IMPORTANCIA
DE LA ORACIÓN DOMINICAL

E l Señor, entre otros p r e c e p t o s y consejos


s a l u d a b l e s c o n que p r o v e y ó a la salva-
ción de s u p u e b l o , le e n s e ñ ó t a m b i é n la
m a n e r a d e orar, y É l m i s m o aconsejó y e n s e ñ ó
t a m b i é n lo q u e d e b í a m o s pedir.

El q u e n o s dio la vida, con la m i s m a b e n i g n i d a d


c o n q u e se h a d i g n a d o d a m o s todas las cosas, n o s
e n s e ñ ó también a orar, para que m á s fácilmente
s e a m o s e s c u c h a d o s c u a n d o h a b l a m o s al Padre c o n
las súplicas y oraciones enseñadas p o r el Hijo.

P u e s , ¿qué oración p u e d e h a b e r m á s espiritual


q u e la q u e n o s h a e n s e ñ a d o el m i s m o D i o s ? Y
¿qué súplica m á s verdadera para con el Padre q u e
aquella q u e h a p r o c e d i d o de la b o c a de su Hijo?

D e m a n e r a q u e el orar de distinto m o d o del


q u e É l n o s e n s e ñ ó , n o sólo es ignorancia, s i n o
t a m b i é n culpa. P o r e s o dijo: " H a b é i s r e c h a z a d o el
m a n d a t o de D i o s p a r a establecer v u e s t r a tradi-
ción" (Mt 7 ) .

45
46 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

O r e m o s , p u e s , h e r m a n o s carísimos, del m o d o
que Él, n u e s t r o M a e s t r o , n o s enseñó.

Es oración a m i g a y familiar el rogar a D i o s con


lo suyo. H a g a m o s que llegue a sus oídos la ora-
ción de Cristo, de m o d o que reconozca el Padre
las palabras de su Hijo en nuestras oraciones.
P u e s si Él h a d i c h o que cualquier cosa que pidié-
r a m o s al Padre en su n o m b r e , n o s la dará, ¿con
cuánta m a y o r eficacia c o n s e g u i r e m o s lo que pi-
d a m o s si lo h a c e m o s con su oración?

Pues, ¿ c u á n t o s son, h e r m a n o s carísimos, los


misterios de la oración dominical? ¡Oh, cuántos y
c u á n g r a n d e s , y c u á n c o m p e n d i o s a m e n t e resumi-
dos, y t a m b i é n , c u á n copiosos en virtudes espiri-
tuales! N o q u e d a absolutamente n a d a de doctri-
n a celestial sin ser c o m p e n d i a d o en esta oración
(De oratione dominica).

SAN CIPRIANO ( † 2 5 8 )
A LA ORACIÓN
HAN DE ACOMPAÑAR
LAS OBRAS

L os q u e o r a n n o h a n de presentarse ante
D i o s con preces estériles y v a n a s . E s b a l -
día la petición si se ruega a D i o s c o n
o r a c i o n e s sin obras. P u e s , c o m o t o d o árbol q u e
n o d a fruto, d e b e ser cortado y e c h a d o al fuego,
n o h a y d u d a q u e las palabras sin el fruto de las
obras n o p u e d e n m e r e c e r la aprobación de D i o s ,
p o r q u e es infecunda en obras. P o r lo m i s m o lo
advierte la S a g r a d a Escritura c o n estas palabras:
" B u e n a es la oración j u n t o c o n el a y u n o y la li-
m o s n a " (Jb 12, 8 ) . P u e s t o que, en el día del juicio
h a de p a g a r la r e c o m p e n s a p o r las obras y l i m o s -
nas, ahora también Dios escucha con benignidad
al q u e llega a la oración con b u e n a s obras.

D e ese m o d o , en fin, c u a n d o oraba el c e n t u -


rión C o r n e l i o , m e r e c i ó ser e s c u c h a d o . H i z o m u -
c h a s l i m o s n a s al p u e b l o y siempre estaba o r a n d o

47
48 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

a Dios. A éste, c u a n d o un día estaba o r a n d o h a c i a


las tres de la tarde, se le presentó un ángel d á n d o ­
le t e s t i m o n i o d e sus b u e n a s obras y diciéndole a
Cornelio: "Tus oraciones y l i m o s n a s h a n s u b i d o
hasta la p r e s e n c i a de D i o s , que las tiene presen­
tes" (Hch 1 0 , 2-4).

N o tardan en subir a D i o s las oraciones a las


que los méritos de nuestras obras acrediten ante
Dios. P o r eso, el ángel Rafael dio testimonio de la
oración continua de Tobías y de sus continuas
obras diciendo: " E s honroso manifestar y recono­
cer las obras de Dios. E n efecto, cuanto tú y Sara
orabais, y o presenté vuestras oraciones en el acata­
miento de Dios. Y c u a n d o sepultabas piadosamen­
te a los muertos, levantándote al p u n t o de la m e s a
para enterrarlos, por eso fui enviado para probar­
te, y de n u e v o m e h a enviado Dios a curarte a ti y
a Sara, tu nuera. Yo soy Rafael, u n o de los siete án­
geles que asistimos en la presencia de Dios (Tb 12,
11-15)" (De oratione dominica).

SAN CIPRIANO ( † 2 5 8 )
FRECUENCIA
DE LA ORACIÓN

E n lo q u e toca a la frecuencia de la ora­


ción, v e m o s q u e los j ó v e n e s c o n D a n i e l ,
c o n s t a n t e s en la fe y v e n c e d o r e s e n el
cautiverio, o b s e r v a r o n las h o r a s tercia, sexta, n o ­
n a , prefigurando el misterio de la Trinidad, q u e
se revelaría en los últimos tiempos. E n efecto,
d e s d e la h o r a p r i m a a la tercia, llena el n ú m e r o
tres; lo m i s m o de la h o r a cuarta a la sexta t a m b i é n
c u b r e tres, y de m a n e r a semejante de la s é p t i m a a
la n o n a , es decir, q u e p o r grupos ternarios de h o ­
ras se c u e n t a u n a perfecta trinidad.
D e s d e m u y atrás h a b í a n d e t e r m i n a d o estos in­
tervalos d e h o r a s c o n sentido espiritual los a d o r a ­
dores d e D i o s y d e d i c a b a n a la oración e s o s tiem­
p o s prescritos. Y d e s p u é s se p u s o de manifiesto
q u e h a b í a m i s t e r i o en lo q u e hacían anteriormen­
te los j u s t o s , o r a n d o de tal m a n e r a .

C i e r t a m e n t e , a la h o r a tercia, d e s c e n d i ó s o b r e
los d i s c í p u l o s el Espíritu S a n t o , que realizó lo

49
50 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

p r o m e t i d o p o r el Señor, con sus dones. A s i m i s m o


Pedro, a la h o r a sexta, subió a la azotea de la ca-
sa, avisado p o r u n a visión y l l a m a d a de Dios, pa-
ra q u e admitiese la gracia del b a u t i s m o p a r a to-
dos, p u e s antes h a b í a vacilado en recibir a los
gentiles e n esa purificación.

El S e ñ o r fue crucificado a la hora sexta, a la h o -


ra n o n a lavó c o n s u sangre nuestros p e c a d o s , y
p a r a r e d i m i m o s y d a m o s vida, dio c i m a a la vic-
toria c o n la p a s i ó n , a esa hora.

Pero a d e m á s de las horas q u e g u a r d a b a n los


antiguos, h e r m a n o s a m a d í s i m o s , a nosotros se
n o s h a n a u m e n t a d o los t i e m p o s de orar a la v e z
q u e los m i s t e r i o s . P o r q u e t a m b i é n se h a de orar a
la m a ñ a n a m u y t e m p r a n o , para c o n m e m o r a r c o n
esa oración de la m a ñ a n a la resurrección del S e -
ñor. Esto y a lo e n s e ñ a el Espíritu S a n t o en los sal-
m o s c u a n d o se dice: " R e y m í o y Dios m í o , oraré
a ti p o r la m a ñ a n a ; Señor, oirás mis palabras, p o r
la m a ñ a n a estaré en tu presencia y te c o m p l a c e r é "
(Sal 4 , 3-5). Y en otro lugar, h a b l a p o r el profeta:
" A la aurora velarán, diciendo: V a m o s a volver-
n o s al S e ñ o r n u e s t r o D i o s (Os 6, 1 ) " (De oratione
dominica, 34-36).

SAN C I P R I A N O ( † 2 5 8 )
ORAR
SIN DISTRACCIONES

S ea, p u e s , nuestra ocupación u n c o n t i n u o


llanto y u n a continua oración. Éstas s o n
las a r m a s celestiales con q u e p e r s e v e r a n
y defienden nuestras almas. A y u d é m o n o s u n o s a
otros c o n o r a c i o n e s y c o n s o l é m o n o s c o n recípro-
ca c a r i d a d en nuestros trabajos.
C u a n d o o r a m o s d e b e m o s h a c e r l o con t o d o
n u e s t r o corazón, desterrando todos los p e n s a -
m i e n t o s c a r n a l e s y del siglo, a t e n d i e n d o ú n i c a -
m e n t e a la a c c i ó n q u e e s t a m o s e j e c u t a n d o . P a r a
esto, el sacerdote u obispo, antes de e m p e z a r la
o r a c i ó n , p r e p a r a los espíritus c o n esta a d v e r t e n -
cia: " E l e v a d los c o r a z o n e s . " Y el p u e b l o r e s p o n -
de: " Y a los t e n e m o s levantados al S e ñ o r " , c o n lo
q u e se n o s indica q u e p o r entonces s o l a m e n t e en
D i o s h e m o s de pensar.

H a y que orar sin distracciones. ¿ C ó m o queréis


que Dios os atienda en la oración, si vosotros m i s -
m o s n o os entendéis? Y ¿ c ó m o os atrevéis a pedir

5 1
52 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

a Dios que n o os olvide, al m i s m o tiempo que v o ­


sotros m i s m o s os estáis olvidando? El que así ora,
con tanta negligencia, ofende a la Divina Majestad.

E m p l e e m o s nuestros ojos en la lección de las


D i v i n a s Escrituras; nuestras m a n o s en el ejercicio
de las b u e n a s obras; y nuestro espíritu en p e n s a r
en D i o s . O r e m o s sin cesar, a p l i c á n d o n o s conti­
n u a m e n t e a las santas acciones, para dar gracias
a D i o s , n o c e s e m o s de orar y dar gracias t a m b i é n
a q u í (ibíd., 3 4 - 3 6 ) .

SAN C I P R I A N O ( † 2 5 8 )
GRACIAS
A LOS MONJES

L os monjes sois constantes en los ayunos y


m á s constantes aun en las oraciones (...).
Vosotros sois bienaventurados ante Dios
y el m u n d o m i s m o lo es p o r vosotros: gracias a v o -
sotros, los desiertos son lugares de culto y p o r
vuestras oraciones el orbe de la tierra p e r m a n e c e
i n c ó l u m e . Gracias a vuestras oraciones cae lluvia
sobre la tierra, el cielo verdea de hierba, los á r b o -
les proporcionan su fruta sana; y m u e s t r a la efica-
cia de vuestras súplicas el río que c a d a a ñ o c r e c e
r e g a n d o t o d o E g i p t o , dejando e m p a n t a n a d a la
tierra y p r o p o r c i o n a n d o a g u a a b u n d a n t e al mar.
Pues si Elias, c o m o está escrito, q u e se dejaba lle-
var de las pasiones h u m a n a s , sin embargo p o r su
oración impidió la lluvia y luego hizo que lloviera
n u e v a m e n t e t a m b i é n mediante su oración y así la
tierra dio su fruto, ¿cuanto m á s vuestra interce-
sión n o s será útil en nuestras peticiones? ¡Feliz
c i u d a d de Alejandría que os tiene p o r interceso-

53
54 LA ORACIÓN E N LOS S A N T O S PADRES

res! S o d o m a y G o m o r r a n u n c a habrían sido redu­


cidas a cenizas si hubieran habitado en ellas diez
justos; y t a m p o c o otras ciudades habrían sido des­
truidas si hubieran tenido en su interior vuestra
santidad.

Vosotros estáis en el ejército de D i o s y c o n s ­


t a n t e m e n t e p o n é i s vuestras oraciones en su pre­
sencia. " L o s ojos de D i o s m i r a n a los j u s t o s y s u s
oídos e s c u c h a n sus o r a c i o n e s " (Sal 3 3 , 1 6 ) . P o r
tanto, orad p o r el m u n d o , conscientes de que
Dios inclina su o í d o a las oraciones de los b u e n o s
y que la intercesión del h o m b r e justo tiene m u c h o
valor. A c o r d a o s siempre de nosotros. Vosotros te­
néis a c c e s o libre al paraíso de las delicias; y las
p u e r t a s del p a r a í s o q u e el p e c a d o de A d á n cerró,
las abre vuestra entrega a D i o s " (Carta a los Mon­
jes, XI: P. 40, 937).

SAN SERAPIÓN DE T H M U I S (†360)


REZAR EN SILENCIO

Y o m e acordé de vuestro n o m b r e p o r
la n o c h e . " El Profeta sabía m u y b i e n
que, en especial d u r a n t e la n o c h e ,
d e b e m o s recurrir a D i o s . Sabía q u e e n t o n c e s es
p r e c i s o a t e n d e r m á s a o b s e r v a r la ley, p o r s e r el
t i e m p o e n q u e los deseos i m p u r o s se introducen
en el a l m a (Sal 118).
E n el E v a n g e l i o , n o s p i d e el S e ñ o r q u e o r e m o s
en silencio en el secreto de nuestras a l m a s p a r a
q u e n u e s t r a oración sea m á s b i e n obra del c o r a -
zón q u e de la lengua. ¿Podría ser esto contrario a
las p a l a b r a s del Profeta: " Y o h e c l a m a d o c o n t o d o
m i c o r a z ó n " ? N o , p o r cierto, p u e s sabía m u y b i e n
aquel Profeta q u e m á s consiste (la oración) en el
c l a m o r del c o r a z ó n que en el de la b o c a .

Es la oración u n grito que n o ofende ni hiere


los oídos; p o r q u e es u n grito de la fe, un grito del
a l m a q u e penetra en los cielos y s u b e hasta el tro-
n o de D i o s , n o c o n el esfuerzo de la v o z , sino c o n
la virtud d e la fe.

55
56 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

A q u e l , p u e s , c l a m a a D i o s con todo su c o r a z ó n
si le pide g r a n d e s cosas, si le suplica que le dé los
b i e n e s celestiales, que espera los b i e n e s eternos y
v i v e e n t r e t a n t o en la i n o c e n c i a y t e m o r de D i o s
(Sal 118).

Los ángeles están atentos a las oraciones de los


fieles y las ofrecen a D i o s diariamente ( H m 13 in
mat.).

Es preciso ser tan loco c o m o impío para dejar de


conocer que d e p e n d e m o s absolutamente de Dios,
y para creer, por el contrario, que cuanto hace, lo
podrá conseguir con sus propias fuerzas. Porque si
en nosotros h a y algún bien, sin duda viene de Dios.
Por lo cual, es preciso poner en Él toda nuestra es-
peranza, y confesar que del Señor nos viene todo, a
ejemplo del Profeta que clama: "Señor, vos sois m i
protector y m i redentor" (Sal 51).

SAN HILARIO († 367)


REZAR
C O N EL CORAZÓN

C u a n d o r e z a m o s , la iniciativa p a r a q u e
D i o s c o n c e d a su don, parte de n o s o -
tros; y si el d o n de D i o s d e p e n d e de
n u e s t r a iniciativa, d e p e n d e t a m b i é n de n o s o t r o s
b u s c a r l o , obtenerlo y que p e r m a n e z c a .
S o b r e t o d o p o r la n o c h e h a y que rezar a D i o s
e i m p l o r a r su favor. E l espíritu n o se d e b e a b a n -
d o n a r al r e p o s o p e l i g r o s o de las v e l a d a s n o c t u r -
n a s , s i n o q u e d e b e c o n s a g r a r s e a las p l e g a r i a s y
s ú p l i c a s y a la confesión de los p e c a d o s a fin d e
q u e , s o b r e t o d o c u a n d o se presenta u n a o c a s i ó n
de satisfacer los vicios del c u e r p o , tales v i c i o s
sean c o m b a t i d o s p o r el recuerdo de la ley divina.

Entre los n u m e r o s o s preceptos de la doctrina


e v a n g é l i c a , figura el silencio que el S e ñ o r n o s h a
e x i g i d o en la oración p a r a que nuestra petición
s e a s i l e n c i o s a , v e n g a de lo s e c r e t o de n u e s t r o
c o r a z ó n y la p a l a b r a o c u p e m e n o s lugar q u e el e s -

57
58 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

píritu. L o s secretos de nuestra oración son escu-


c h a d o s p o r D i o s p o r q u e Él penetra los secretos.
Parecería q u e h a y contradicción entre lo q u e en-
seña el E v a n g e l i o y lo q u e dice el profeta: " H e gri-
tado c o n t o d o m i corazón, e s c ú c h a m e S e ñ o r " (Sal
118, 145). P e r o el profeta sabe que es preciso q u e
su grito sea m á s del c o r a z ó n que de s u v o z ; p o r
eso su grito v i e n e del corazón. N o se trata a q u í
del s o n i d o e l e v a d o de la v o z , ni de u n a audición
en el s e n t i d o físico de la palabra, sino del grito de
la fe, del grito del espíritu h e c h o para ser e m i t i d o
n o p o r el esfuerzo de la v o z , sino p o r el espíritu
de la fe. G r i t a a D i o s c o n s u c o r a z ó n q u i e n le pi-
de g r a n d e s c o s a s , q u i e n i m p l o r a b i e n e s c e l e s t i a -
les, quien espera bienes eternos, quien vive
c u m p l i e n d o sus deberes c o n inocencia y t e m o r
de D i o s (Sal 118, 19, 1 ) .

SAN H I L A R I O ( † 3 6 7 )
LA ORACIÓN ES EFICAZ
PARA M O V E R AL S E Ñ O R

G ran a r m a d u r a es la oración, tesoro in-


deficiente, riqueza inagotable, p u e r t o
sereno, fundamento de tranquilidad,
raíz, fuente y m a d r e de i n n u m e r a b l e s b i e n e s : m á s
p o d e r o s a es la oración que el m i s m o reino.
La oración q u e asciende hasta el cielo n o es la
oración fría y llena de negligencia, sino aquella
que se h a c e c o n g e n e r o s o e m p e ñ o , c o n m e n t e ele-
v a d a y d o l o r de c o r a z ó n .

P o r tanto: h a b l a d m u c h o con D i o s y p o c o c o n
los h o m b r e s .

O r a d , p u e s , t a m b i é n vosotros p o r m í ; p o r q u e
la oración c o m ú n de m u c h o s , h e c h a con amor, es
eficaz p a r a m o v e r al Señor.

D e j e m o s de l a d o toda p r e o c u p a c i ó n y q u e
n u e s t r o ú n i c o c u i d a d o sea rogar a D i o s , n o sea
que s u furor n o s quite toda solicitud en aquella
v e n g a n z a q u e Él ejecutó contra los de S o d o m a ,

59
60 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

quienes, distraídos c o n otros n e g o c i o s , n o quisie-


ron o c u p a r s e del ú n i c o importante: el de p e d i r la
c l e m e n c i a de D i o s c o n oraciones y p r o m e s a s .

O r a c i ó n a C r i s t o : C a i g o d e rodillas, Señor, p a -
ra a d o r a r t e . Te d o y g r a c i a s D i o s de b o n d a d , te
i n v o c o , o h D i o s de s a n t i d a d . A n t e ti d o b l o m i s
rodillas.

Tú a m a s a los h o m b r e s y y o te glorifico, oh
Cristo, Hijo ú n i c o y S e ñ o r d e todas las cosas, que
eres el ú n i c o sin p e c a d o . P o r mí, p e c a d o r e indig-
no, te h a s e n t r e g a d o a la m u e r t e , a la m u e r t e de
cruz. D e este m o d o h a s liberado a las a l m a s de las
ligaduras del m a l . ¿ Q u é te devolveré y o a c a m b i o
de tanta b o n d a d ? (Sal 43).

SAN EFRÉN († 5 7 9 )
ABRIRNOS
A LOS DONES DE DIOS

A p l i q u é m o n o s a la v i d a espiritual a fin
de llegar a ser hombres perfectos; só-
lo e n t o n c e s s e r e m o s a p t o s p a r a
o r a c i ó n , c u a n d o t e n g a m o s y a sujetas n u e s t r a s
la

p a s i o n e s , d e s t r u i d a en n o s o t r o s tal a d i c i ó n n a t u -
ral y v a c i a d o de t o d a p r e o c u p a c i ó n n u e s t r o e s p í -
ritu. E n t o n c e s , e n efecto, h a l l a n d o el E s p í r i t u
S a n t o n u e s t r a a l m a en r e p o s o y c o m u n i c a n d o a
n u e s t r a i n t e l i g e n c i a u n n u e v o poder, e n c e n d e r á
la l u z e n n u e s t r o s c o r a z o n e s , al m o d o c o m o se
enciende una lámpara bien preparada, donde
b a s t a a c e r c a r la l l a m a p a r a q u e l u e g o e m p i e c e a
d e r r a m a r s o b r e t o d o s los asistentes u n a luz b e -
néfica y g o z o s a . D i s p o n g a m o s , p u e s , ante t o d o
n u e s t r a s a l m a s p a r a recibir la luz d i v i n a , y de e s -
te m o d o h a g á m o n o s dignos de recibir los d o n e s
de D i o s . S i n o s d i s p o n e m o s a recibir estos d o n e s ,
el S e ñ o r n o s tratará c o m o a m i g o s y n o s invitará a
las v i r t u d e s m á s perfectas y s u b l i m e s .

61
62 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

H a b l a d m u c h o c o n D i o s y p o c o c o n los h o m -
bres.

D u r a n t e toda la vida del h o m b r e n o h a y teso-


ro c o m p a r a b l e a la oración.

Lo que p o r tu debilidad n o p u e d a s recibir de


D i o s en u n d e t e r m i n a d o m o m e n t o , lo p o d r á s re-
cibir en otra o c a s i ó n si perseveras en la oración.

La oración es c o m o u n arco con el q u e lanza-


m o s a D i o s d a r d o s de santos y ardientes d e s e o s .
C o n e s t o s d a r d o s h e r i m o s el c o r a z ó n de D i o s y
triunfamos en El, hiriendo al propio t i e m p o y
d e s c o n c e r t a n d o a nuestros e n e m i g o s .

Si ( m e d i a n t e la o r a c i ó n ) n o s d i s p o n e m o s a
recibir e s t o s d o n e s , el S e ñ o r n o s tratará c o m o
a m i g o s y n o s invitará a las virtudes m á s perfec-
tas y s u b l i m e s , a l e g r á n d o s e nuestro corazón.

Si p o n e s gran e m p e ñ o en desentenderte de las


cosas del m u n d o c o n a l m a pura, p o d r á s v a c a r a la
c o n t e m p l a c i ó n de las cosas que n o se ven y rega-
larte y regocijarte en el recuerdo de D i o s (De Vit.
Spirit N.°21).

SAN EFRÉN (379)


LA ORACIÓN CONTINUA

Y o le invocaré en m i s días." Este santo


rey (David) indica q u e la m e d i d a de
su confesión y oración era toda la vi­
da. N o s o t r o s , al contrario, c u a n d o h e m o s o r a d o
u n solo día, y a u n q u e n o sea m á s que u n a hora, o
h e m o s tenido el m e n o r p e n s a m i e n t o de dolor p o r
n u e s t r a s culpas, y a p e n s a m o s que e s t a m o s s e g u ­
ros, c o m o si h u b i é r a m o s e x p i a d o enteramente
nuestros p e c a d o s .
H a y q u e orar c o n fervor y perseverancia. E s
preciso i m p l o r a r el auxilio divino, p r o c u r a n d o n o
p e d i r l e c o n t i b i e z a , p o r q u e si se o r a c o n a p l i c a ­
c i ó n , e n v e z d e c o n s e g u i r lo q u e se p i d e , se m e ­
r e c e la i n d i g n a c i ó n d e D i o s , y la o r a c i ó n s e
c o n v i e r t e en p e c a d o .

" O r a d sin intermisión." Orarás sin intermisión


si tu oración n o se reduce a solas palabras, sino
q u e t o d o el m é t o d o de tu vida es c o n f o r m e a la
divina v o l u n t a d , de tal m o d o q u e p u e d a y m e r e z ­
ca tu v i d a llamarse oración continua.

63
64 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

H a y q u e estar libres de todos los t u m u l t o s e x -


ternos y crear la p a z m á s c o m p l e t a en la intimi-
d a d del p r o p i o corazón; sólo entonces p o d r e m o s
e n t r e g a m o s a la c o n t e m p l a c i ó n de la verdad.

La o r a c i ó n a y u d a a la perfección. P o r esto, n o -
sotros, d á n d o n o s c u e n t a de vuestro d e s e o de lle-
gar a esa perfección, c o n la a y u d a de D i o s y de
vuestras o r a c i o n e s , n o s esforzamos en la m e d i d a
en q u e n o s lo p e r m i t e la luz del Espíritu S a n t o
p o r avivar la chispa del a m o r divino e s c o n d i d a
en vuestro interior.

C o n f í a , p u e s , en la b o n d a d divina, a g u a r d a
s u a u x i l i o . Ya s a b e s q u e , si n o s c o n v e r t i m o s a É l
de v e r a s , n o s ó l o n o n o s e c h a r á , s i n o q u e c o n la
o r a c i ó n t o d a v í a e n los l a b i o s , n o s dirá: " ¡ M i r a ,
aquí estoy!"

SAN BASILIO ( † 379)


N O A LAS MUCHAS
PALABRAS
SINO A LA INTENCIÓN

P a r a n o p a d e c e r d i s t r a c c i o n e s e n la o r a -
ción, h e m o s de persuadirnos,
D a v i d , de q u e D i o s siempre está presen-
te... P u e s si a u n e n presencia de los h o m b r e s ,
como

n u e s t r o s iguales, p r o c u r a m o s g u a r d a r tal c o m -
p o s t u r a y p a l a b r a s q u e n o hallen q u é reprender,
¡con c u á n t a m a y o r razón h a b r e m o s d e ser cir-
c u n s p e c t o s si n o s p e r s u a d i m o s de q u e e s t a m o s
delante de D i o s !
¿Por q u é D i o s n o n o s d a enseguida lo q u e le p e -
d i m o s ? P o r q u e el S e ñ o r conoce mejor que nosotros
lo que n o s conviene; y aun p u e d e ser q u e dilate
c o n c e d e m o s lo que n o s concede, con el fin de q u e
se lo p i d a m o s con m á s frecuencia y fervor, o p a r a
que c o n o z c a m o s que es don suyo y que si n o s lo
confiere d e b e r e m o s conservarlo con cuidado.

El A p ó s t o l dice: " O r a d c o n t i n u a m e n t e " (1 Ts 5,


17). Voy a explicar que h a y que orar continuamen-

65
66 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

te y que este m a n d a m i e n t o es posible cumplirlo.


La oración es la petición de un bien hecho a Dios
por personas piadosas. Pero ni la realizamos sólo
con palabras ni Dios necesita que lo invoquemos
hablando, sino que conoce lo que nos conviene,
aunque n o se lo pidamos. Con esto queremos decir
que lo esencial de la oración n o está en los sonidos
que se pronuncian, sino que su fuerza reside m á s
bien en la intención del alma y en las obras virtuo-
sas que se extienden a toda la vida, pues se dice: "Ya
comáis, ya bebáis o hagáis cualquier cosa, hacedlo
todo para gloria de D i o s " (1 C o 10, 31). A l ponerte
a la m e s a , reza; al c o m e r el pan, da gracias al que
te lo h a dado; al t o m a r vino para fortalecer el
c u e r p o débil, acuérdate del que te h a h e c h o ese
regalo p a r a a l e g r a r el c o r a z ó n y aliviar las enfer-
m e d a d e s . ¿ H a s satisfecho la n e c e s i d a d de ali-
m e n t a r t e ? P u e s q u e n o t e r m i n e el r e c u e r d o del
benefactor. Si vistes u n a túnica, dale gracias a
Dios, quien te la regala; si te pones u n m a n t o , a m a
con m á s i n t e n s i d a d a D i o s , p o r q u e n o s h a pro-
p o r c i o n a d o v e s t i d o s a c o m o d a d o s al invierno y al
v e r a n o p a r a p r o t e g e r nuestra vida y cubrir la
desnudez.

SAN BASILIO ( † 3 7 9 )
ESTAR U N I D O A D I O S

e h a a c a b a d o el día? D a gracias al q u e
n o s h a p r o p o r c i o n a d o el sol p a r a p o -
¿S d e r realizar los trabajos d i u r n o s y n o s
regala el fuego p a r a a l u m b r a r la n o c h e y p a r a
otras n e c e s i d a d e s de la vida. H a s de e n c o n t r a r en
la n o c h e n u e v o s m o t i v o s p a r a la oración: c u a n d o
mires al cielo y c o n t e m p l e s la belleza de los as-
tros, i n v o c a al S e ñ o r de las cosas invisibles y a d o -
ra al Artífice perfecto del universo q u e h i z o t o d o
con sabiduría (cf. Sal 103, 24). Al observar toda la
naturaleza a n i m a l dormida, adora de n u e v o a
A q u e l que m e d i a n t e el sueño n o s relaja de los
c o n t i n u o s trabajos aun sin nosotros quererlo, y
n o s repara el v i g o r y las fuerzas con u n b r e v e d e s -
c a n s o . Q u e la n o c h e n o sea toda ella c o m o propie-
dad p r i v a d a y e x c l u s i v a del sueño, y n o p e r m i t a s
q u e la m i t a d de tu v i d a sea inútil p o r el s o p o r del
s u e ñ o y la oración. M á s aún, hasta los m i s m o s
s u e ñ o s h a n de ser ejercicio de p i e d a d . P o r q u e las
fantasías de los s u e ñ o s suelen ser vestigios y ras-
tros de las o c u p a c i o n e s diurnas; y, p o r tanto, s e -

67
68 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

g ú n sean las p r e o c u p a c i o n e s de nuestra vida, así


serán t a m b i é n nuestros s u e ñ o s . E n conclusión,
orarás c o n t i n u a m e n t e si n o dejas de rezar n o c o n
palabras, s i n o p o r la u n i ó n c o n D i o s en t o d o s tus
q u e h a c e r e s , d e m o d o q u e tu v i d a sea u n a conti-
n u a e i n i n t e r r u m p i d a oración (Sobre el martirio de
santa Julita).

C u a n d o p i d e s y n o recibes, es p o r q u e p i d e s
mal, o p o r q u e te c a n s a s , o p o r q u e pides lo que n o
te c o n v i e n e (Regla Monástica I ) .

SAN BASILIO ( † 379)


T Ú ERES NUESTRO PADRE

C u a n d o reces, procura n o pedir u n a c o -


sa p o r otra e irritar así al Señor: n o pi-
das dinero, gloria h u m a n a , poder, ni
n a d a pasajero; pide m á s bien el Reino de Dios y El
te dará todo lo necesario para el cuerpo, c o m o El
m i s m o dice: "Buscad el Reino de Dios y su justicia,
y todo lo d e m á s se os dará por añadidura" (Mt 6,
33). H a y dos clases de oración: la de la alabanza con
humildad y la de petición, que es inferior. Por tan-
to, cuando ores, no pases inmediatamente a la peti-
ción porque entonces demuestras que oras sólo m o -
vido por la necesidad. Cuando entres en oración,
deja a la mujer, a los hijos y a ti mismo, abandona la
tierra y asciende hasta el cielo, deja toda criatura vi-
sible e invisible y comienza a alabar al Creador del
universo y mientras lo alabas n o desvíes tu mente
para acá y para allá ni en fábulas al estilo griego, si-
n o inspírate en la Segunda Escritura y di: "Señor, te
bendigo a ti, que eres clemente y misericordioso,
que cada día tienes paciencia conmigo pecador, y
nos das a todos la posibilidad de la conversión. Por
esto callas y nos aguantas, Señor, para que te alabe-

69
70 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

m o s a ti que administras la salvación del género hu-


mano: unas veces con castigos, otras con amenazas,
otras por los profetas y finalmente nos has visitado
con la venida de Cristo. Tú nos has creado y n o n o -
sotros. Tú eres nuestro Dios."

C u a n d o h a y a s glorificado y alabado a Dios si-


guiendo las Escrituras según tus fuerzas, c o m i e n z a
con la oración de h u m i l d a d : "Señor, n o s o y d i g n o
de h a b l a r c o n t i g o p o r q u e s o y m u y pecador." Y lo
h a s de decir a u n q u e n o te acuerdes de n i n g ú n p e -
c a d o , p o r q u e n a d i e h a y sin p e c a d o sino sólo
D i o s , p u e s a u n c o m e t i e n d o m u c h o s p e c a d o s , de
la m a y o r í a de ellos n o n o s d a m o s c u e n t a (...). P o r
tanto, ora a D i o s c o n t e m o r y h u m i l d a d . Y c u a n -
d o h a y a s d i c h o la o r a c i ó n de h u m i l d a d , dirás:
"Te d o y g r a c i a s , S e ñ o r , p o r q u e h a s sido p a c i e n t e
con m i s p e c a d o s y n o m e h a s c a s t i g a d o h a s t a
a h o r a , a u n q u e m e h i c e d i g n o de p a d e c e r i n n u -
m e r a b l e s s u p l i c i o s y de ser e c h a d o de tu presen-
cia; p e r o tu b o n d a d c l e m e n t í s i m a fue m a g n á n i m a
c o n m i g o . Te d o y gracias aunque n o p u e d o corres-
p o n d e r a la m a g n i t u d de tu clemencia."

SAN BASILIO ( † 379)


REZAR
EN PRESENCIA DE D I O S

C u a n d o h a y a s a c a b a d o las d o s partes
p r i m e r a s de la oración — l a a l a b a n z a y
la h u m i l d a d — , e n t o n c e s p i d e lo q u e
h a s de pedir, p e r o n o dinero, n i gloria terrena, ni
salud c o r p o r a l , c o m o y a dije, p u e s D i o s , q u e te
creó, c u i d a de tu salud. L o que h a s de pedir, c o -
m o está d i c h o , es el R e i n o de D i o s , p u e s E l p r o -
v e e r á las n e c e s i d a d e s del cuerpo. P u e s n u e s t r o
R e y es de s u p r e m a d i g n i d a d y se indignaría si le
pidiéramos cosas pequeñas o no convenientes.
C u i d a , p o r tanto, c u a n d o ores, que n o se indigne,
y p i d e c o s a s d i g n a s de este R e y que es D i o s . Y
c u a n d o p i d a s cosas dignas de D i o s , n o desistas
h a s t a q u e las consigas, c o m o dice el S e ñ o r en el
E v a n g e l i o (cf. L c 9, 5 - 8 ) . (...) A h o r a bien, c u a n d o
alguien está e n audiencia con u n a autoridad, está
c o n m u c h o t e m o r y tiene tanto la m i r a d a e x t e r n a
c o m o la interna del a l m a atenta p a r a n o distraer-
se o despistarse. ¡ C u á n t o m á s h e m o s de estar c o n

71
72 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

t e m o r y t e m b l o r ante Dios y tener nuestra m e n t e


centrada sólo en Él, evitando cualquier distrac­
ción! Pues Él n o sólo ve el exterior del h o m b r e , c o ­
m o los d e m á s , sino también el interior. P o r tanto,
si así estás en la presencia de Dios, concentrado a
ti m i s m o , n o desistas hasta que obtengas lo que
pides. P e r o si tu c o n c i e n c i a te a c u s a de n e g l i ­
g e n c i a y e s t á s e n la o r a c i ó n c o n la m e n t e distraí­
da, p u d i e n d o e s t a r a t e n t o , n o te atrevas a p o ­
n e r t e en p r e s e n c i a de D i o s p a r a n o c o n v e r t i r tu
o r a c i ó n e n p e c a d o . Pero si, debilitado p o r el p e ­
cado, n o p u e d e s rezar sin distracción de la m e n t e ,
esfuérzate todo lo que p u e d a s y mantente en la
presencia de D i o s , teniendo la m e n t e dirigida ha­
cia Él y reconcentrándote en ti m i s m o . E n t o n c e s
Dios te p e r d o n a r á porque, si n o p u e d e s estar c o ­
m o conviene delante de Dios, n o es p o r desprecio,
sino p o r debilidad. Si así te esfuerzas para toda
b u e n a obra, n o ceses hasta conseguir tu petición
(P. G. 2, 31).

SAN BASILIO († 379)


PEDIR
CON CONFIANZA

C u a n d o p i d a s algo a D i o s , l l a m a a su
p u e r t a c o n constancia, p o r q u e " t o d o
el que p i d e , recibe y el que b u s c a , en-
c u e n t r a y al q u e l l a m a , se le a b r e " (Lc 11, 1 0 ) . (...)
P e r o a l g u n o dirá: " h e p e d i d o m u c h a s v e c e s y n o
he r e c i b i d o " . S e g u r o que es p o r q u e h a s p e d i d o
m a l , sin confianza, de m o d o distraído o c o s a s
q u e n o te c o n v i e n e n ; y si h a s p e d i d o c o s a s que te
c o n v i e n e n , n o h a s p e r s e v e r a d o en la oración,
p u e s está escrito: " C o n la p a c i e n c i a salvaréis
v u e s t r a s a l m a s " (Lc 2 1 , 1 9 ) , y "el que p e r s e v e r e
hasta el fin, se s a l v a r á " (Mt 10, 2 2 ) . D i o s c o n o c e
el c o r a z ó n de los que le suplican. E n t o n c e s , m e
dirás, ¿ q u é n e c e s i d a d tiene de nuestra p e t i c i ó n ?
¿ N o c o n o c e n u e s t r a s n e c e s i d a d e s ? ¿Para qué p e -
dirle? C i e r t o q u e D i o s c o n o c e lo q u e n e c e s i t a m o s
y n o s p r o p o r c i o n a c o n a b u n d a n c i a lo n e c e s a r i o
p a r a el c u e r p o y, c o m o es b u e n o , h a c e llover s o -
bre j u s t o s e injustos y quiere q u e el sol salga s o -
bre b u e n o s y m a l o s , antes de que nosotros se lo

73
74 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

p i d a m o s . P e r o la fe, las o b r a s virtuosas y el R e i -


n o de los cielos n o los o b t e n d r á s si n o los p i d e s
con m u c h a insistencia y p e r s e v e r a n c i a . P r i m e r o
h a y q u e d e s e a r l o , d e s p u é s b u s c a r l o c o n sinceri-
d a d , fe y c o n s t a n c i a , sin q u e la c o n c i e n c i a te a c u -
se de n e g l i g e n c i a o distracción y, c u a n d o D i o s
quiera, los recibirás, p u e s Él s a b e m e j o r q u e tú
c u á n d o te c o n v i e n e . Y q u i z á s se retrasa en darte
lo q u e p i d e s p a r a h a c e r t e m á s p e r s e v e r a n t e y
p a r a q u e c o n o z c a s q u e es regalo de D i o s y lo
c o n s e r v e s c o n c u i d a d o . P u e s lo q u e u n o h a c o n -
s e g u i d o c o n m u c h o trabajo, se esfuerza en g u a r -
darlo, no sea que perdiendo aquello, pierda
t a m b i é n s u m u c h o trabajo y p e r d i e n d o t a m b i é n
la gracia de D i o s se h a g a i n d i g n o d e la v i d a eter-
na. ¿ D e q u é le sirvió a S a l o m ó n h a b e r recibido
p r o n t o el d o n de la sabiduría, si l u e g o lo p e r d i ó ?
(Cont. Asc. c. 1, P. 31).

SAN BASILIO ( † 379)


EJEMPLO
DE LOS MONJES

S a b e n q u e nuestra gloria es la c o m u n i d a d
m o n a c a l de h o m b r e s y mujeres, que c o n
su espíritu p e r m a n e c e n ya en el cielo.
Ellos crucificaron su c u e r p o j u n t o con sus p a s i o -
n e s y tentaciones. Ellos ya n o se p r e o c u p a n de
aquello q u e v a n a c o m e r o vestir, sino aquella
oración p o r la que, sin perder el t i e m p o , día y n o -
che, están u n i d o s a D i o s , aun c u a n d o trabajan
c o n sus m a n o s .

D e s p u é s de la lectura siguen las oraciones. L a s


a l m a s , en las cuales el a m o r a D i o s se originó,
c u m p l e n c o n m á s rapidez y perseverancia. L a
oración q u e e l e v a la m e n t e a D i o s es b u e n a . J u s -
t a m e n t e en esto está la v i d a de D i o s en n o s o t r o s ,
c u a n d o r e c o r d a m o s que el S e ñ o r vive en n o s o -
tros. D e esta forma, s o m o s t e m p l o s de D i o s , p r o -
c u r a n d o q u e esta u n i ó n n o se interrumpa a c a u s a
de las p r e o c u p a c i o n e s terrenales, las inquietudes,
y c u a n d o las p a s i o n e s turban el intelecto. Q u i e n ,

75
76 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

pues, a m a a D i o s y h u y e de t o d o esto, se orienta


a D i o s , aleja de su c o r a z ó n las pasiones que lo
c o n d u c e n al p e c a d o y p e r m a n e c e en la lucha que
lo llevó a las v i r t u d e s (Carta a san Gregorio
Nacianceno).

Y, ¡qué p u e d e dar m á s suerte, aquí en la Tierra,


que imitar los coros de los ángeles! C u a n d o a ca-
da o c u p a c i ó n p r e c e d e la oración, c u a n d o c o n can-
tos, c o m o c o n sal, c o n d i m e n t a m o s las o c u p a c i o -
nes, los cantos h e r m o s o s y espirituales d a n al al-
m a alegría y e s p e r a n z a d a tranquilidad (Carta a
san Gregorio Nacianceno).

SAN BASILIO ( † 379)


EL CANTO
DE LOS SALMOS

E
m p e z a r el día c o n h i m n o s . Ir a la m a d r u -
g a d a a la oración c o n cantos e h i m n o s ,
a l a b a n d o al C r e a d o r y luego, c o m o el sol
m á s c l a r a m e n t e ilumina, volver al trabajo. L o s
s a l m o s s o n tranquilidad para el a l m a , principio
de paz, q u e tranquiliza los atormentados e inquie-
tos p e n s a m i e n t o s , q u e n o solamente d o m i n a n la
turbulenta ira, la despertada cólera espiritual, si-
n o q u e la c o n d u c e a la misericordia. L o s s a l m o s
fortifican a los c o n g r e g a d o s , reconcilian a los
o f e n d i d o s , y entre a m i g o s , i n d u c e n al amor.
¿ Q u i é n e n t o n c e s p u e d e tener p o r e n e m i g o a
a q u e l c o n el c u a l j u n t o s elevan s a l m o s a D i o s ? Y
el canto de s a l m o s u n e c o n aquel b i e n m á s grande
q u e es el amor. Este canto es c o m o si encontrara
algún porvenir, u n a e s p e r a n z a , u n a p r e d i s p o s i -
ción a una actitud conciliadora. Los himnos ahu-
y e n t a n a los d e m o n i o s y traen la protección de los
ángeles.

77
78 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

Es m u y i m p o r t a n t e orar con h u m i l d a d y c o n
fervor. "Tú, hijo, c u a n d o v a y a s a rogar al Señor,
póstrate h u m i l d e m e n t e en su presencia y n o pi-
das n a d a p o r tus propios méritos. A u n q u e t e n g a s
conciencia de h a b e r h e c h o algo b u e n o , ocúltalo,
p a r a q u e en tu silencio te sea restituido a b u n d a n -
t e m e n t e p o r el Señor. N o d e b e s acordarte de lo
b u e n o que h a y a s h e c h o , sino, p o n e n s e g u i d a tus
p e c a d o s a la vista, p a r a que D i o s los borre c u a n -
d o los h a y a s c o n f e s a d o . C u a n d o te v a y a s a confe-
sar, n o te justifiques, p a r a q u e n o salgas c o n d e n a -
do c o m o el fariseo. A c u é r d a t e del p u b l i c a n o y c ó -
m o o r a b a p o r sí, e imítalo p a r a que alcances el
p e r d ó n de tus p e c a d o s " (Hom. Sal, 1).

SAN BASILIO ( † 379)


INVOCAR
PRIMERO A D I O S

N o ores c o n v o z c l a m o r o s a al que c o ­
n o c e los secretos, sino m á s bien llame
a sus oídos el c l a m o r de tu corazón.
N o te p r o l o n g u e s ante Él con d e m a s i a d a s pala­
b r a s , p o r q u e D i o s n o será aplacado p o r las m u ­
c h a s p a l a b r a s , s i n o p o r el a l m a i n m a c u l a d a . E n el
t i e m p o de la oración aleja de ti toda malicia del
corazón, y si tienes algo contra tu prójimo, p e r d ó ­
nalo. H a y u n a raza de serpientes que, c u a n d o b e ­
b e n agua, antes de acercarse a la fuente, v o m i t a n
t o d o el v e n e n o . Imita la astucia de esta serpiente
y arroja de tu a l m a t o d o el a m a r g u í s i m o v e n e n o .
P e r d o n a a tu c o n s i e r v o los cien denarios, p a r a
que te sea p e r d o n a d a a ti la d e u d a de los diez m i l
talentos. P u e s , así c o m o quieras que sea D i o s p a ­
ra c o n t i g o , sé tú para tu consiervo.

C u a l q u i e r acción que e m p r e n d a s , i n v o c a pri­


m e r o a D i o s y n o dejes de darle gracias c u a n d o la
hayas consumado.

79
80 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

B u s c a a D i o s e i n v ó c a l o de t o d o corazón y lo
alcanzarás, y n o lo dejes ir c u a n d o lo tengas, p a ­
ra que se u n a tu a l m a c o n su amor.

Aplícate e n tu v i d a p a r a ofrecer a D i o s u n a
oración p u r a , y n o turben tu corazón los p e n s a ­
m i e n t o s v a n o s , ni tu a l m a sea llevada h a c i a diver­
sos sitios.

R e c u e r d a q u e estás bajo los ojos de D i o s , q u e


m i r a los secretos del c o r a z ó n y c o n o c e lo oculto
de las a l m a s . M a n t e n t e con atención en la presen­
cia de D i o s d u r a n t e el t i e m p o de la oración y d e
los s a l m o s (P. G. 3 2 ) .

SAN BASILIO ( † 379)


CANTAR
CON VIGILANCIA
Y SABIDURÍA

N o te o p r i m a el s u e ñ o del a l m a y n o e s -
tén discordes el sentimiento y la len-
gua, sino en c o n s o n a n c i a , y de a m b o s
b r o t e n las p a l a b r a s , p o r q u e c o m o es i m p o s i b l e
servir a d o s señores, así t a m p o c o p o d r á elevarse
a D i o s la o r a c i ó n divina.

N o transcurra para ti t i e m p o a l g u n o ocioso o


v a c í o , de día o de n o c h e . Te c o n v i e n e v e l a r p a r a
q u e p u e d a s h u i r m á s fácilmente de la tentación
inminente.

Si los p e n s a m i e n t o s s ó r d i d o s t u r b a s e n tu c o -
r a z ó n y te llevaran a h a c e r lo q u e n o es lícito,
sean e x p u l s a d o s de tu a l m a p o r las o r a c i o n e s y
las vigilias. P u e s la o r a c i ó n es la gran defensa del
a l m a . P o r las o r a c i o n e s p u r a s n o s es d a d o t o d o
c u a n t o es útil p a r a n o s o t r o s , y t o d o lo n o c i v o
h u i r á sin d u d a .

81
82 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Hijo, en t i e m p o de los s a l m o s , s a l m o d i a c o n
sabiduría, y e n t o n a a t e n t a m e n t e cantos espiritua-
les ante el Señor, p a r a q u e p u e d a s percibir m á s fá-
cilmente la virtud de los s a l m o s . Así, toda la du-
reza del corazón, c o n su dulzura será suavizada.
E n t o n c e s tendrás dulce la b o c a y cantarás a l e g r e -
m e n t e : " C u á n d u l c e es tu p a l a b r a a m i p a l a d a r ,
m á s q u e la m i e l e n m i b o c a " (Sal 118, 103). P e r o
n o p o d r á s sentir esta dulzura, si n o cantas c o n su-
m a vigilancia y sabiduría.

La b o c a gustará el alimento, pero el espíritu


discernirá las p a l a b r a s . P u e s c o m o la carne se ali-
m e n t a c o n los a l i m e n t o s carnales, así el h o m b r e
interior se nutre y alimenta c o n palabras divinas
(A un hijo espiritual).

SAN BASILIO († 379)


LA SANTA MISA

C u a n d o en la m i s a el sacerdote c l a m a :
" A r r i b a los corazones"... respondéis:
" L o s t e n e m o s dirigidos al Señor"...
N a d i e , p u e s , asista (a la m i s a ) de tal m a n e r a q u e
d i c i e n d o esto c o n la b o c a , c o n la intención t e n g a
su espíritu en los n e g o c i o s de la vida. E n t o d o
t i e m p o , p u e s , d e b e m o s p e n s a r en D i o s , p e r o si e s -
to, p o r la debilidad h u m a n a , n o s es imposible, al
m e n o s en esta h o r a d e b e m o s procurarlo.

D e s p u é s p e d i m o s a Dios p o r los difuntos y


principalmente p o r todos aquellos que m u r i e r o n
de entre nosotros, creyendo que esto les será d e
gran utilidad p a r a las almas de quienes se ofrece
la oración, mientras yace delante de nosotros la
Víctima S a n t a q u e n o s h a c e estremecer de respeto.

P u e s , ¿ q u i é n p u d e d u d a r de que nuestras ora-


ciones s o n de gran utilidad a los difuntos? O s v o y
a p e r s u a d i r c o n u n ejemplo: M i r a d , si u n rey con-
d e n a r a al destierro a sus ofensores, y d e s p u é s
u n o s a m i g o s entretejiendo u n a valiosa c o r o n a se

83
84 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

la ofrecieran al rey intercediendo p o r los deste-


rrados, ¿ a c a s o n o les p e r d o n a r í a la p e n a ? D e l
m i s m o m o d o nosotros, ofreciendo a D i o s n u e s -
tras o r a c i o n e s p o r los difuntos, a u n q u e t e n g a n
p e c a d o s , ¿ n o los p e r d o n a r á ?

"Uno es el S a n t o , U n o el Señor, Jesucristo." E n


v e r d a d u n o es el S a n t o , s a n t o p o r naturaleza. N o -
sotros t a m b i é n s o m o s santos, p e r o n o p o r natura-
leza, sino p o r participación (de E l p o r la gracia) y
p o r el ejercicio de la oración (Catequesis).

SAN C I R I L O DE JERUSALÉN ( † 3 8 7 )
PADRE N U E S T R O

L a oración del Padrenuestro en la i n v o c a ­


ción inicial refleja el " g r a n d í s i m o a m o r
de D i o s p a r a c o n el h o m b r e " , q u e r i e n d o
"ser l l a m a d o incluso P a d r e " p o r quién otorgó el
"perdón de sus m a l d a d e s " , así c o m o "la partici­
p a c i ó n de su g r a c i a " . A El le p e d i m o s la santifica­
ción de s u n o m b r e "en nosotros, santificados y
h a c i e n d o obras dignas de la santidad". S u p l i c a la
v e n i d a de su reino a q u e l en quien "no reina el p e ­
c a d o " (cf. R m 6, 12), sino que "se h a purificado a
sí m i s m o de la obra, p e n s a m i e n t o y de p a l a b r a " .
Ese p i d e s e g u i d a m e n t e que en él se c u m p l a la v o ­
luntad de D i o s en la Tierra c o m o "se c u m p l e e n
los á n g e l e s " (cf. Sal 102, 2 0 ) , suplicando, a s i m i s ­
m o , p a r a el " h o y " de esta vida, el p a n nuestro
sustancial, es decir, "el p a n santo..." p r e p a r a d o
p a r a sustancia del a l m a . El p e r d ó n de las p r o p i a s
d e u d a s lo p i d e n quienes r e c o n o c e n tener " m u ­
c h o s p e c a d o s " , m i n t i e n d o en c a s o contrario (cf. 1
J n 1, 8 ) , c o n s c i e n t e s de que m e d i a n t e la c o m p a r a -

85
86 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

ción, "así c o m o " en esa súplica " h a c e m o s un p a c -


to con D i o s " p a r a q u e n o s perdone n u e s t r o s p e -
c a d o s , del m i s m o m o d o que nosotros p e r d o n a -
m o s las ofensas de n u e s t r o s prójimos. Y p a r a q u e
n o s h a g a m o s r e m i s o s en perdonar, c o n s i d e r e m o s
la diferencia. P o r q u e las ofensas de nuestros p r ó -
j i m o s c o n t r a n o s o t r o s s o n livianas y p e q u e ñ a s ,
m á s las q u e n o s o t r o s c o m e t e m o s contra D i o s son
tan g r a n d e s q u e sólo c o n el auxilio del m i s m o
D i o s s o m o s c a p a c e s de borrarlas.

G u á r d a t e , p u e s , de que D i o s te cierre el per-


dón de tus g r a v í s i m o s p e c a d o s , p o r n o p e r d o n a r
tú u n a s p e q u e ñ í s i m a s ofensas (Catequesis).

SAN C I R I L O DE JERUSALÉN ( † 3 8 7 )
TENTACIÓN
DEL D E M O N I O

Y n o n o s dejes c a e r en la tentación. ¿ N o s
m a n d a r á el S e ñ o r rezar de esta m a n e -
ra p a r a q u e de n i n g u n a f o r m a s e a m o s
t e n t a d o s ? P u e s , ¿ c ó m o está escrito: " E l v a r ó n
q u e n o es t e n t a d o , n o está p r o b a d o " ? Y en otra
parte: " R e c i b i d , h e r m a n o s , gran alegría c u a n d o
fuerais p r o b a d o s c o n v a r i a s tentaciones"... O y e ,
p u e s , al c o r o de los s a n t o s : " N o s p r o b a s t e , S e ñ o r ,
c o m o la p l a t a en el crisol; n o s pusiste e n el l a z o
y pusiste trabajos sobre nuestras espaldas... pasa-
m o s p o r a g u a y fuego, pero al fin n o s colocaste en
lugar de refrigerio." ¿ N o ves c ó m o se alegran d e
h a b e r p a s a d o la p r u e b a sin ser p o r ella v e n c i d o s ?

M a s líbranos del m a l . Si n o h u b i é r a m o s de ser


tentados, n o n e c e s i t a r í a m o s a ñ a d i r q u e n o s li-
b r a s e del m a l . E l m a l o es el d e m o n i o , del c u a l
p e d i m o s v e r n o s libres. Y al t e r m i n a r la o r a c i ó n ,
d e c i m o s : A m é n ; sellando c o n ese a m é n , que sig-
nifica h á g a s e , t o d o c u a n t o h e m o s dicho en e s a
oración d a d a p o r D i o s (Catequesis, 23, 11-18).

87
88 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Ten fe segura, firme e s p e r a n z a y fundamento


fuerte p a r a q u e p o r el m i s m o lugar o c u p a d o p o r
el e n e m i g o p a s e s hasta el Señor. Prepara tu cora-
zón p a r a recibir la doctrina y para la participación
de los sagrados misterios. O r a frecuentemente y
n o ceses ni de día ni de n o c h e para que D i o s te
h a g a d i g n o de esos i n m o r t a l e s misterios; y cuan-
d o el s u e ñ o se aparte de tus ojos, tu a l m a v u e l v a
a la oración (Catequesis).

SAN C I R I L O DE JERUSALÉN ( † 3 8 7 )
S E R SINCEROS
CON D I O S

Y c u a n d o te acerques a la c o m u n i ó n , ten
c u i d a d o , n o pierdas algo de Él; p o r q u e
si a l g o perdieres serás perjudicado. D i -
m e : si a l g u n o te diese u n a s l i m a d u r a s de oro, ¿ n o
las guardarías c o n toda diligencia, c u i d a n d o n o
p e r d e r n a d a de ellas n i sufrir n i n g ú n m e n o s c a b o ?
¿ N o p r o c u r a r á s , p u e s , c o n m u c h a m á s diligencia,
que n o se te c a i g a ni u n a migaja de lo q u e es m á s
precioso q u e el oro y que las piedras preciosas?
M í o es decírtelo, p e r o t u y o el h a c e r l o , y de
Dios es de perfeccionar la obra. A f i r m e m o s n u e s -
tra a l m a y p r e p a r e m o s el c o r a z ó n y a q u e se trata
de u n a lucha de espíritu y se n o s p r o m e t e u n pre-
m i o eterno. P o r q u e p o d e r o s o es Dios (si se lo p e -
d i m o s ) q u e c o n o c e vuestros c o r a z o n e s y sabe
quién es sincero y q u i é n engañador.

O r a frecuentemente y n o ceses ni de día ni de


n o c h e p a r a q u e D i o s te h a g a d i g n o de los i n m o r -

89
90 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

tales misterios; y (por las m a ñ a n a s ) c u a n d o el


s u e ñ o se aparte de tus ojos, vuelva tu a l m a a la
oración.

Si algún p e n s a m i e n t o torpe asaltare tu a l m a ,


refúgiate c o n el recuerdo del juicio, p a r a que te
sea aviso de salvación.

Tantos a ñ o s c o m o pasaste trabajando p o r las


cosas del m u n d o , ¿ n o p o d r á s dedicar cuarenta
días p a r a la o r a c i ó n en p r o v e c h o de tu a l m a ?

D u r a n t e la n o c h e es c u a n d o con m á s atención
se c a n t a n los s a l m o s o h a c e m o s nuestra oración,
y c u a n d o m á s v e c e s n o s a c o r d a m o s de nuestros
p e c a d o s (Catequesis 9).

SAN C I R I L O DE JERUSALÉN ( † 3 8 7 )
N O ABANDONAR
LA ORACIÓN

L a o r a c i ó n es la o b r a s a g r a d a y d i v i n a
p o r excelencia. Pero creo que h a y m á s
interés p o r las d e m á s cosas, y cada u n o
se dedica a su n e g o c i o y olvida la oración. Tanto el
que v e n d e c o m o el que c o m p r a se p r e o c u p a n en
m a d r u g a r p a r a q u e nadie se les adelante, y corren
al lugar de s u n e g o c i o , al foro, n o a la oración, Así,
el artista y el obrero, el orador y el estudiante, se
dedican de lleno a su n e g o c i o y se olvidan de la
oración. Igualmente, el que c o m p o n e oraciones, a
veces se olvida de D i o s que p u e d e darle el espíri­
tu de oración, y olvidándose de Dios, cree que su
esfuerzo vale m á s que la oración.

Si la oración p r e c e d e al trabajo, el p e c a d o n o
e n c o n t r a r á e n t r a d a en el alma. L a oración aparta
al agricultor del p e c a d o , para n o caer en la avari­
cia. Y c u a l q u i e r n e g o c i o q u e se e m p r e n d a t e n d r á
éxito y se liberará del p e c a d o p o r la oración. Pero
si se deja la oración d e d i c a d o totalmente a los n e -

9 1
92 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

gocios, terminará m a l . El que n o se u n e a D i o s


p o r la oración, se aparta de Dios. Y el que con
D i o s está p o r la oración, se aparta del m a l i g n o .
(P. G . 44-46).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
LA ORACIÓN
ES CONVERSACIÓN
CON DIOS

L a oración es defensa del pudor, n o s ofre-


ce m o d e r a c i ó n en la ira, m e s u r a en la s o -
b e r b i a , olvido en las injurias, n o s libera
de la envidia, de la injusticia y de la i m p i e d a d . L a
oración n o s ofrece fuerzas naturales, a b u n d a n c i a
de p r o v i s i o n e s , rectitud en el ejercicio de la ley,
defensa del reino, trofeo en la guerra, s e g u r i d a d
en la p a z , reconciliación c o n los e n e m i g o s , u n i ó n
c o n los aliados. L a oración es sello de la virgini-
dad, fidelidad en el m a t r i m o n i o , e s c u d o de c a m i -
n a n t e s , g u a r d a d e los durmientes, confianza de
los vigilantes, fertilidad de los labradores, salud
de los n a v e g a n t e s ...
L a oración es p a t r o n a de los reos y de los a b o -
g a d o s , c o n s u e l o de los presos, alivio de los c a n s a -
dos, m e d i c i n a de los tristes, deleite de los felices,
solaz de los q u e lloran, corona de los e s p o s o s , ale-
gría de los aniversarios, c o m p a ñ í a de los q u e

93
94 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

m u e r e n . L a oración es conversación con D i o s ,


c o n t e m p l a c i ó n de lo invisible, esperanza de las
cosas q u e se desean. N o s otorga u n h o n o r s e m e ­
jante a los ángeles, a u m e n t o de bienes, separa­
ción del m a l , corrección de p e c a d o s , fruto de las
c o s a s presentes, e s p e r a n z a de las futuras.

La oración de J o n á s convirtió la ballena e n m o ­


rada, a E z e q u í a s lo trasladó de las p u e r t a s de la
m u e r t e a la v i d a , a los tres j ó v e n e s les c o n v i r t i ó
la l l a m a en h ú m e d a brisa, a los israelitas les dio
la victoria c o n t r a los amalecitas.

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
N o CESES
EN LA ORACIÓN

L os n i ñ o s , al principio, se c o n t e n t a n c o n
la leche m a t e r n a , y c u a n d o crecen aspi-
ran a b i e n e s superiores. A s í t a m b i é n
D i o s , que quiere lo m e j o r p a r a el h o m b r e , n o lo
e s c u c h a c u a n d o p i d e n i m i e d a d e s , p a r a q u e aspi-
re al d e s e o de c o s a s s u b l i m e s . P o r tanto, tú n o te
entretengas en p e d i r a Dios bagatelas, pídele c o -
sas g r a n d e s . P u e s es u n a n e c e d a d acercarse a
D i o s y p e d i r cosas t e m p o r a l e s al E t e r n o , terrenas
al Celeste, bajas al A l t í s i m o y despreciables al q u e
c o n c e d e el R e i n o de los Cielos.
Para c o n s e g u i r de D i o s lo q u e d e s e a m o s , n o es
n e c e s a r i o h a b l a r m u c h o c o m o los gentiles, q u e
creen q u e serán oídos p o r su palabrería. L a ora-
ción que d e b e m o s presentar ante D i o s es sobre
t o d o el P a d r e n u e s t r o .

N i n g u n a de cuantas cosas p o r las que suspiran


en este m u n d o los mortales, n i n g u n a de c u a n t a s

95
96 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

cosas se p u e d e n c o n s i d e r a r preciosas, tanto p o r


su vista c o m o p o r su valor, n i n g u n a , repito, p u e -
de igualar a la o r a c i ó n (...). P o r tanto, si n o fueres
o í d o a la p r i m e r a v e z que rogases, n o aflojes la
oración, antes insiste m á s en los ruegos, e n t o n c e s
levanta m á s q u e n u n c a la v o z a Dios: p o r q u e el
S e ñ o r quiere ser rogado, quiere ser forzado, quie-
re ser v e n c i d o p o r nosotros c o n u n a santa i m p o r -
t u n i d a d . B u e n a es la violencia, y a que c o n ella, l e -
jos de ofenderse nuestro Dios, se c a l m a y aplaca
(In Sal. Pennit. 6).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
LA GENTE
SE PREOCUPA POR TODO,
MENOS POR LA ORACIÓN

A los santos discípulos, que con afán


querían aprender a orar, el Verbo divi-
n o les e n s e ñ ó c ó m o había que proceder
para que las palabras de la oración fueran escucha-
das p o r Dios. Yo m e atrevo a añadir un p o c o a lo
que está escrito, porque esta sociedad de h o y tiene
que aprender, antes que el m o d o de orar, la abso-
luta n e c e s i d a d de orar. L a gran mayoría n o h a es-
c u c h a d o esto aún porque, de hecho, m u c h o s tie-
n e n olvidada y descuidada esta obra sagrada y di-
vina que es la oración. Haré todo lo posible p a r a
demostrar con m i palabra, en primer lugar, que es
absolutamente necesario perseverar en la oración,
c o m o dice el A p ó s t o l (cf. R m 12, 12), y a continua-
ción comentaré el m o d o de presentar nuestra ora-
ción a Dios, que n o s enseñó la Palabra divina.

97
98 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

A c t u a l m e n t e , las p e r s o n a s se p r e o c u p a n p o r
todo, p o n i e n d o t o d a su a l m a en distintas c o s a s ,
p e r o n o tienen interés p o r el b i e n de la oración: el
c o m e r c i a n t e m a d r u g a a sus n e g o c i o s , i n t e n t a n d o
ofrecer su m e r c a n c í a a los clientes antes q u e otros
p a r a que, a d e l a n t á n d o s e , le c o m p r e n a él; lo m i s -
m o el c o m p r a d o r se apresura a conseguir lo q u e
necesita n o sea q u e otro se le adelante ante sus
p r o p i o s ojos y se q u e d e sin n a d a . L a gente corre
n o a la iglesia, sino a la plaza. Y así, teniendo to-
dos s e m e j a n t e a m b i c i ó n de ganancia que casi lle-
gan a pelearse, c o n tales p r e o c u p a c i o n e s el tiem-
p o de la oración se convierte en t i e m p o p a r a el
n e g o c i o . L o m i s m o ocurre con el artesano, c o n el
m a e s t r o de retórica, con el a b o g a d o , c o n el j u e z :
c a d a cual, d á n d o s e p o r c o m p l e t o a lo q u e lleva
entre m a n o s , se olvida de entregarse a la oración
c o n s i d e r a n d o q u e ocuparse de las cosas de D i o s
perjudica a su profesión (La oración del Señor).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
LAS PREOCUPACIONES
TERRENALES
NOS ALEJAN DE DIOS

P ues el que ejerce un trabajo manual juzga


inútil para su oficio el auxilio divino; y así,
omitiendo la oración, pone la esperanza
en sus m a n o s , olvidando al que le h a dado las m a -
nos. D e m o d o similar el que prepara con todo esme-
ro un discurso elegante, n o piensa en el que le h a
dado la facultad de hablar, sino que, c o m o si él se
hubiera conseguido esa facultad por su cuenta, se
entrega a su estudio y a la enseñanza de los discípu-
los y piensa que n o v a a obtener ningún beneficio
con la ayuda de Dios, sino que su trabajo es priori-
tario a la oración. D e manera parecida, el resto de
trabajos, oficios y profesiones de la vida. C o n la
preocupación de las cosas corporales y terrenales se
olvidan de ocupar el alma en las cosas superiores y
celestes. Por eso cada día aumenta m á s el pecado en
el m u n d o e invade todas las actividades h u m a n a s ,
pues el olvido de Dios se va apoderando de todos y
los hombres n o adhieren a la oración a la vez que a

99
100 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

sus actividades. En los negocios entra la avaricia y


la avaricia es u n a idolatría (cf. C o l 3, 5). A s í , el la-
b r a d o r n o trabaja el c a m p o en proporción a sus
necesidades sino que ambiciona más y ensancha
sus c a m p o s en su p r o v e c h o , m e t i é n d o s e en los
linderos ajenos y da cabida al pecado de ambición.
De ahí n a c e n disputas y riñas sobre los linderos de
los c a m p o s entre los que están d o m i n a d o s de m o -
do p a r e c i d o p o r la e n f e r m e d a d de la avaricia. D e
ahí p r o c e d e n a m e n u d o los e n f a d o s , los m a l o s
d e s e o s , al l l e g a r a las m a n o s e i n c l u s o el d e r r a -
m a m i e n t o de s a n g r e y el h o m i c i d i o . A l g o pareci-
d o ocurre en los tribunales de justicia, d o n d e se
c o m e n t e n infinidad de p e c a d o s de injusticia: el
j u e z u n a s v e c e s de m o d o voluntario inclina la b a -
lanza en contra de la justicia y otras veces invo-
luntariamente, a p o y á n d o s e de forma m e t i c u l o s a
en que las d e c l a r a c i o n e s h a n sido imperfectas a
p e s a r de ser verdaderas, dictamina algo que es
injusto. Pero ¿para qué v a m o s a e x p o n e r en deta-
lle todos los c a s o s de la vida en que se c o m e t e n
p e c a d o s de m u c h a s y diversas m a n e r a s ? L a c a u -
sa de estos p e c a d o s está en que los h o m b r e s n o
p o n e n el sentido de D i o s en las o c u p a c i o n e s q u e
llevan entre m a n o s (La oración del Señor).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
ORAR
ES ESTAR CON D I O S

S i la oración precediera al n e g o c i o , n o h a ­
b r í a c a b i d a para el p e c a d o del a l m a .
P u e s , si está presente en el c o r a z ó n el re-
c u e r d o de D i o s , n o surgen p e n s a m i e n t o s de e n e -
m i s t a d y la justicia se convierte en intermediaria
de las controversias. La oración aleja al l a b r a d o r
del p e c a d o p o r q u e a u m e n t a los frutos en u n p o ­
co de tierra, de forma que n o le entre el p e c a d o de
a m b i c i o n a r m á s . Igual ocurre c o n el c a m i n a n t e o
c o n el que p r e p a r a lo m i s m o u n a expedición q u e
u n a b o d a . Así, todo el que proyecta cualquier n e ­
gocio, si lo realiza con oración, irá b i e n en lo e m ­
p r e n d i d o sin caer en p e c a d o y sin que n i n g ú n
e n e m i g o le h a g a inclinar el a l m a a la pasión. P e ­
ro si se e n t r e g a al n e g o c i o p o r c o m p l e t o , a b a n ­
d o n a n d o a D i o s , n e c e s a r i a m e n t e , al estar fuera
de D i o s , se e n c o n t r a r á c o n e n e m i g o s . Y se apar­
ta de D i o s el q u e n o se u n e a El p o r la o r a c i ó n .
P o r c o n s i g u i e n t e , lo p r i m e r o que tenéis q u e

101
1 02 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

aprender es que " h a y que orar siempre y n o des­


fallecer" (Lc 18, 1 ) , p u e s de la oración n a c e el e s ­
tar c o n D i o s y el que está con D i o s , está alejado de
los e n e m i g o s (P. G. 44-46).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
N A D I E PIENSA
EN LOS BIENES DE D I O S

T i e m p o h a b r á de e x p l i c a r esto c o m e n -
t a n d o la m i s m a oración del Señor, p e r o
antes d i r e m o s q u e a tantos y tan v a r i a -
d o s favores q u e h e m o s r e c i b i d o de la g r a c i a di-
v i n a h e m o s de c o r r e s p o n d e r c o n la o r a c i ó n y la
a c c i ó n de gracias a nuestro Benefactor. P i e n s o
q u e a u n q u e p a s á r a m o s toda la vida en c o l o q u i o
c o n D i o s d á n d o l e gracias y rezándole, e s t a r í a m o s
tan lejos de u n a justa c o r r e s p o n d e n c i a c o m o al
c o m e n z a r a darle gracias. El t i e m p o se divide en
tres partes: p a s a d o , presente y futuro. E n los tres
se reciben beneficios del Señor: si c o n s i d e r a s el
presente, resulta q u e vives en Él; si el futuro, É l es
p a r a ti e s p e r a n z a de las cosas a las que aspiras; si
el p a s a d o , n o existirías si Él n o te h u b i e r a h e c h o .
El n a c i m i e n t o es u n don suyo; tu vida posterior
t a m b i é n es regalo, p u e s en Él vives y te m u e v e s ,
s e g ú n dice el A p ó s t o l (Hch 17, 28); las e s p e r a n z a s
futuras d e p e n d e n t a m b i é n de su acción. P e r o c o -

103
104 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

m o tú eres d u e ñ o solo del presente, a u n q u e n o


dejes de dar gracias a Dios en toda tu vida, a p e -
n a s p o d r á s a g r a d e c e r el presente, sin p o d e r p e n -
sar en a g r a d e c e r los beneficios del p a s a d o y del
futuro. Y sin e m b a r g o , estando tan lejos de p o d e r
dar las d e b i d a s gracias a Dios, n o d e d i c a m o s a la
a l a b a n z a divina n o y a todo el día, sino ni aún u n a
m í n i m a parte del día.

¿ Q u i é n h a h e c h o la tierra firme bajo m i s p i e s ?


¿ Q u i é n h a h e c h o c o n sabiduría n a v e g a b l e el m a r ?
¿ Q u i é n h a c o n s t r u i d o el cielo c o m o un t e c h o ?
¿ Q u i é n m e trae la l á m p a r a del sol? ¿ Q u i é n h a c e
brotar fuentes de los valles? ¿ Q u i é n ha p r o p o r c i o -
n a d o cauce a los ríos? ¿ Q u i é n p u s o a m i servicio
los a n i m a l e s irracionales? ¿ Q u i é n m e h i z o partíci-
p e de su v i d a y de su p e n s a m i e n t o a m í q u e s o y
p o l v o i n a n i m a d o ? ¿ Q u i é n formó este b a r r o a
i m a g e n de la i m p r o n t a divina? ¿ Q u i é n d e v o l v i ó a
su primitiva h e r m o s u r a la i m a g e n divina afeada
en m í p o r el p e c a d o ? ¿Quién m e devolvió a la fe-
licidad p r i m e r a a m í que estaba expulsado, priva-
d o del árbol de la vida e i n m e r s o en el a b i s m o de
la vida m a t e r i a l ? " N o h a y quien entienda", dice
la Escritura ( R m 3 , 1 1 ) .

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
N O CONVERTIR
LA MISERICORDIA DE DIOS
EN CRUELDAD

E l que n o piensa lo que v a a hacer a fin de


que le resulte bien, sino que se detiene en
deseos vanos, es un pobre tonto, puesto
que e m p l e a en tales fantasías el tiempo que h a b í a
de dedicar a la liberación. D e l m i s m o m o d o , quien
en tiempo de la oración n o atiende a lo que convie­
ne a su alma y piensa que a Dios le van a agradar
los m o v i m i e n t o s y distracciones viciosas de su
mente, es realmente un tonto y un "palabrero",
p u e s pide a Dios que colabore y sirva a sus propias
necedades. S u p o n g a m o s , p o r ejemplo, que se acer­
ca u n o a Dios para orar y, sin pensar la excelencia
del Poder al q u e se acerca, deshonra la Majestad
Divina con peticiones torpes y sucias; es c o m o u n o
que, p o r ignorancia piensa que unos vasos de b a ­
rro son de oro y c u a n d o el rey va a distribuir ri­
q u e z a y dignidades, él le pide que le dé algo de
aquella materia que a él le gusta, que en realidad

105
106 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

es barro. A s í ocurre con el que utiliza la oración


con ignorancia y n o se eleva a la altura del D o n a n ­
te divino, sino q u e quiere que la Potencia divina
descienda hasta sus sucios, bajos y terrenos deseos
y dirige sus impulsos apasionados al que c o n o c e
los corazones n o para que le cure los m o v i m i e n t o s
absurdos de sus m e n t e , sino para que se convier­
tan en peores c o n la ayuda de Dios ya que van di­
rigidos hacia el m a l . Le dice a Dios: " C o m o fulano
m e molesta y le odio de corazón, castígalo." Sólo le
falta decir: " Q u e m i m a l deseo esté en Ti y que m i
m a l d a d pase a ti." A s í c o m o en una pelea n o se
p u e d e prestar auxilio a un contendiente sin enfa­
darse con el otro, así el que le reza a Dios contra su
e n e m i g o , le pide que se enfade y se haga socio de
su ira. E n t o n c e s la D i v i n i d a d incurriría en u n a
p a s i ó n y se c o m p o r t a r í a al m o d o h u m a n o , c a m ­
b i a n d o su n a t u r a l e z a b u e n a en crueldad p r o p i a
de fieras. L o m i s m o hace el que b u s c a honores, el
que quiere sobresalir por soberbia, el que ansia ga­
nar un juicio, el que busca el premio en las c o m p e ­
ticiones deportivas, el que anhela los aplausos en
el teatro, y hasta el que se c o n s u m e por el rabioso
deseo de la j u v e n t u d (P. G. 44-46).

SAN G R E G O R I O N I S E N O ( † 3 9 0 )
PEDIR A DIOS
QUE DESAPAREZCA
LA MALDAD

P ero a l g u n o s n o están de a c u e r d o c o n e s ­
to y p a r a a p o y a r su dureza a d u c e n tex­
tos de los profetas: D a v i d desea q u e los
p e c a d o r e s m u e r a n y p i d e v e n g a n z a y la confu­
sión p a r a los e n e m i g o s (cf. Sal 9, 1 y ss.); J e r e m í a s
d e s e a q u e D i o s se v e n g u e de sus adversarios y
los castigue (Jr 10, 17); O s e a s le pide que las m u ­
jeres de sus e n e m i g o s se q u e d e n estériles y q u e
sus p e c h o s se s e q u e n (cf. O s 9, 6 y ss.); y citan
otros m u c h o s textos parecidos de la S a g r a d a E s ­
critura, c o n c l u y e n d o que c o n v i e n e i m p r e c a r a
D i o s contra los e n e m i g o s y pedirle q u e la b o n d a d
divina colabore c o n la crueldad de ellos. P e r o n o ­
sotros, s a l i e n d o al p a s o de tales afirmaciones, h a ­
r e m o s callar a los palabreros, rebatiendo c a d a
u n o los a r g u m e n t o s aducidos.

N i n g u n o de los textos s a g r a d o s d i v i n a m e n t e
i n s p i r a d o s p o r el Espíritu S a n t o , c u y a s p a l a b r a s

107
108 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

h a n sido escritas s e g ú n la disposición divina p a -


ra instruir a las g e n e r a c i o n e s venideras, tiene in-
tención alguna de h a c e r el mal, sino que la finali-
d a d de todos era corregir los vicios vigentes en s u
é p o c a . El q u e reza q u e n o h a y a enfermos ni p o -
bres, n o desea q u e se m u e r a n , sino q u e d e s a p a -
rezca s u e n f e r m e d a d y pobreza. Del m i s m o
m o d o , c u a n d o a l g u n o de aquellos santos p i d e
q u e m u e r a lo q u e es adversario y e n e m i g o a la
naturaleza, sólo los n o entendidos piensan q u e
está d e s e a n d o m a l e s a los h o m b r e s . C u a n d o el
S a l m i s t a dice: " D e s a p a r e z c a n de la Tierra y dejen
de existir los p e c a d o r e s y los i n i c u o s " (Sal 9, 1 8 ) ,
lo q u e está p i d i e n d o es que desaparezcan el p e c a -
d o y la iniquidad. P u e s el h o m b r e n o es e n e m i g o
del h o m b r e , sino q u e es la v o l u n t a d libre q u e se
inclina hacia el m a l la que considera e n e m i g o s a
quienes la n a t u r a l e z a constituye a m i g o s . P i d e
que d e s a p a r e z c a la m a l d a d , pero el h o m b r e n o es
m a l d a d . ¿ C ó m o v a a ser m a l d a d el que es i m a g e n
de la B o n d a d ?

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
PIDE A D I O S LA VICTORIA
SOBRE LAS PASIONES

C u a n d o se p i d e v e r g ü e n z a y confusión
p a r a los e n e m i g o s , se refiere a la m u l ­
titud de e n e m i g o s que, m o v i d o s p o r el
E n e m i g o invisible, atacan el a l m a h u m a n a . D e
ellos, P a b l o h a b l a c o n m á s claridad c u a n d o dice
que: " N u e s t r a l u c h a es contra los p r i n c i p a d o s ,
p o t e s t a d e s y p o d e r e s de este m u n d o y contra los
espíritus del m a l q u e están en las alturas" (Ef 6-
12). Se trata de las asechanzas del d e m o n i o q u e
tientan a los h o m b r e s al mal; circunstancias q u e
invitan a la violencia, ocasiones de c o n c u p i s c e n ­
cia, envidia, o d i o , soberbia y cosas s e m e j a n t e s .
C u a n d o el gran Profeta ve al alma de c a d a u n o
r o d e a d a de estas tentaciones, p i d e q u e se aver-
g ü e n c e n estos e n e m i g o s , es decir, que él se salve,
p o r q u e es natural q u e el que h a sido v e n c i d o e n
u n a c o m p e t i c i ó n se avergüence de su derrota, lo
m i s m o q u e el v e n c e d o r se alegra de su victoria.
Es lo q u e dice el Salmista: " S e a v e r g ü e n c e n y sean
confundidos los que asaltan m i a l m a " (Sal 6, 11).

109
110 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

N o se p i d e c o n t r a los q u e están al acecho p a r a ro-


b a r el dinero, o contra los q u e pelean sobre los
linderos de los terrenos o contra los que intentan
c a u s a r algún m a l corporal, sino contra los q u e in-
sidian al alma. P e r o insidiar al a l m a ¿qué otra c o -
sa es q u e alejarse d e Dios? Y el a l m a sólo se aleja
de D i o s p o r la inclinación de las p a s i o n e s , y a q u e
la D i v i n i d a d está e x e n t a de p a s i o n e s y p o r tanto
el q u e se d e s e n v u e l v e siempre entre pasiones se
aleja de la u n i ó n c o n la D i v i n i d a d . Para q u e esto
n o suceda, se p i d e la v e r g ü e n z a de los adversa-
rios. Y esto es lo m i s m o q u e pedir la propia victo-
ria sobre los e n e m i g o s , que son las pasiones.

Así, J e r e m í a s (Jr 1 0 , 1 y ss.), llevado del celo de


la p i e d a d p a r a c o n Dios, c u a n d o el rey de su
t i e m p o d a b a culto a los ídolos y los subditos se
d e s v i a b a n c o n él, n o se deja llevar de su pasión,
sino q u e suplica a D i o s p o r el b i e n de los h o m b r e s
y q u e la cólera c o n t r a los i m p í o s se convirtiera en
lección p a r a la h u m a n i d a d .

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
¿ Q U E COSA TENEMOS
QUE PEDIR A D I O S ?

P ero a l g u n o s , dirás, obtuvieron p r i n c i p a -


d o s , h o n o r e s y riquezas tras pedirlos en
la o r a c i ó n y fueron c o n s i d e r a d o s a m i g o s
de D i o s p o r t e n e r tan b u e n a suerte; ¿ c ó m o n o s
v a s a prohibir p e d i r a Dios tales cosas? N a d i e ig-
n o r a q u e t o d o d e p e n d e de la v o l u n t a d de D i o s y
que esta vida está dirigida desde arriba. Pero
s a b e m o s q u e la c a u s a de e s t o s é x i t o s n o es la
oración: D i o s n o da estos b i e n e s p o r q u e se lo pi-
den, sino p a r a fortalecer la confianza en D i o s de
los m á s s i m p l e s , de m o d o que e x p e r i m e n t a n d o
p o c o a p o c o c o n p e q u e ñ a s peticiones que D i o s e s -
c u c h a a los q u e le suplican, n o s e l e v e m o s al d e s e o
de d o n e s m á s altos y m á s acordes a D i o s . A s í lo
v e m o s en n u e s t r o s hijos, q u e al principio se ad-
hieren a los p e c h o s m a t e r n o s b u s c a n d o sólo lo
q u e la n a t u r a l e z a les p r o p o r c i o n a p o r m e d i o de la
m a d r e ; p e r o c u a n d o el n i ñ o crece y c o m i e n z a a
hablar, r e c h a z a el p e c h o y j u e g a con el gorro, el

111
112 LA O R A C I Ó N EN L O S S A N T O S PADRES

m a n t o y t o d o lo q u e v e atractivo; c u a n d o llega a
la j u v e n t u d y se desarrolla su c u e r p o y su inteli-
gencia, a b a n d o n a las aficiones y deseos infantiles
y les p i d e a sus p a d r e s lo propio de u n adulto. A s í
t a m b i é n D i o s , q u e a través de todas las cosas en-
seña al h o m b r e a q u e lo descubra, m u c h a s v e c e s
n o d e s o y e las p e q u e ñ a s peticiones para invitar al
q u e h a c o n s e g u i d o esos p e q u e ñ o s beneficios a as-
pirar a c o s a s m á s altas. P o r tanto, si fulano, q u e
p r o c e d í a de familia baja, se h a h e c h o f a m o s o e
ilustre o h a c o n s e g u i d o cualquier otra cosa q u e se
e s t i m a en este m u n d o , principados, riqueza, fa-
m a , tú p i e n s a c u á l es el fin de todo eso, a saber,
q u e a través de la b o n d a d de D i o s que aparece e n
estas c o s a s se te manifiesta su p o d e r para que te
des c u e n t a de p e d i r al padre, n o juguetes y c o s a s
infantiles, sino d o n e s m a y o r e s y m á s perfectos;
los q u e p r o p o r c i o n a n ganancia al alma. Sería d e
lo m á s n e c i o , al acercarse a D i o s , pedir al E t e r n o
c o s a s t e m p o r a l e s ; al Celeste cosas terrenas.

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
LA ORACIÓN
NOS ACERCA
Y NOS UNE A D I O S

B e l l a m e n t e i n d i c a el S e ñ o r este a b s u r d o
c u a n d o a ñ a d e " c o m o los g e n t i l e s " ( M t
6, 7 ) , p u e s p o n e r el afán en las c o s a s v i -
s i b l e s es p r o p i o de q u i e n e s n o tienen e s p e r a n z a
e n el m u n d o futuro, ni m i e d o al j u i c i o o al infier-
n o , n i d e s e o del cielo n i de n a d a de lo q u e se e s -
p e r a en la r e s u r r e c c i ó n . S o n c o m o los a n i m a l e s ,
q u e m i r a n a la v i d a p r e s e n t e v i e n d o c ó m o p o d e r
satisfacer s u g u l a , su vientre o el resto de los p l a -
ceres corporales, considerando todo esto c o m o
b i e n e s ; lo m i s m o el m a n d a r sobre otros, el t e n e r
m á s p r e s t i g i o q u e los d e m á s , el a m a s a r u n a g r a n
fortuna, o c u a l q u i e r otra m e n t i r a de este m u n d o .
A t o d o s é s t o s , si a l g u i e n les h a b l a de la e s p e r a n -
za futura, les p a r e c e u n l o c o , p u e s les m e n c i o n a
el p a r a í s o , el R e i n o , la m o r a d a de los c i e l o s y lo
d e m á s . E s p r o p i o d e los q u e n o tienen e s p e r a n -
za q u e se a g a r r e n y a p e g u e n a la v i d a p r e s e n t e .

113
114 L A O R A C I Ó N EN L O S S A N T O S PADRES

P o r e s o c o n t o d o acierto la E s c r i t u r a l l a m a " d e
los g e n t i l e s " a s u s p a s i o n e s y d e s e o s v a n o s q u e
p r e t e n d e n o b t e n e r c o n la oración, c r e y e n d o q u e
c o n s e g u i r á n e s a s futilidades y q u e la D i v i n i d a d
les a y u d a r á en e s a s c o s a s rectas e i n n e c e s a r i a s ,
" p u e s p i e n s a n q u e en su v e r b o r r e a v a n a ser e s -
c u c h a d o s " ( M t 6, 7 ) . P e r o lo cierto es lo q u e h e -
m o s a p r e n d i d o en la e x p o s i c i ó n p r e c e d e n t e (La
Oración del Señor).

Es la o r a c i ó n u n a c o n v e r s a c i ó n c o n D i o s , c o n -
t e m p l a c i ó n de las c o s a s invisibles, c o n f i a n z a
cierta de c o n s e g u i r lo q u e se d e s e a , e l e v a c i ó n d e l
h o m b r e a la h o n r a de los á n g e l e s , p r o g r e s o y au-
m e n t o de los bienes, ruina de los males, e n m i e n d a
de las culpas, fruto de lo presente y seguridad de
lo futuro.

La o r a c i ó n d e l S e ñ o r n o s e n s e ñ a a purificar
de tal m o d o n u e s t r a vida, q u e h a c i é n d o l a s e m e -
j a n t e a la v i d a d e l cielo, halle en n o s o t r o s el c u m -
p l i m i e n t o de la v o l u n t a d de D i o s tan p o c o o b s -
táculo c o m o e n los espíritus celestiales, los q u e
j a m á s s i e n t e n i m p e d i m e n t o a l g u n o p a r a la eje-
c u c i ó n del b i e n .

El q u e dice a D i o s en la oración: "santificado


sea tu n o m b r e " , le dice estas p a l a b r a s : " S e ñ o r ,
LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES 115

haced que mediante vuestra protección y auxi­


lios y o s e a irreprensible, j u s t o y p i a d o s o ; q u e y o
d i g a la v e r d a d y h a g a lo b u e n o . " P o r q u e e s c i e r ­
to q u e D i o s n o p u e d e ser g l o r i f i c a d o p o r el
h o m b r e , s i n o c u a n d o su v i r t u d y p i e d a d s o n tan
e x c e l e n t e s q u e p e r s u a d a n a los otros d e q u e es
p r e c i s o q u e s e a la o m n i p o t e n c i a de D i o s la q u e
p r o d u z c a tan g r a n d e efecto (Orat. 2 de Or. Dom.).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
¿ C Ó M O TENEMOS
QUE REZAR?

P reguntaron al a b b a M a c a r i o , diciendo:
" ¿ C ó m o d e b e m o s o r a r ? " , y el a n c i a n o
c o n t e s t ó : " N o es n e c e s a r i o h a b l a r m u -
c h o : b a s t a q u e e x t i e n d a s las m a n o s , y d i g a s :
'¡Señor, c o m o tú sabes y quieres, ten p i e d a d de
mí!'. Si te llega u n a tentación, di: '¡Señor, a y ú d a -
me!'. P u e s Él sabe lo que n o s es útil y tiene m i s e -
ricordia c o n n o s o t r o s . "

E n efecto, aquellos q u e se esfuerzan en orar,


incluso contra los d e s e o s del corazón, si al m i s m o
t i e m p o se esfuerzan en ser h u m i l d e s , dulces, i n o -
centes y g e n e r o s o s c o n los d e m á s (...) e n r e s p u e s -
ta a estos esfuerzos, el Señor, que ve el d e s e o ar-
diente del h o m b r e , les dará el p o d e r c u m p l i r sin
p e n a , a p e s a r de sus esfuerzos, todas estas prácti-
cas, y llegarán a ser para él, c o m o u n a s e g u n d a
naturaleza. P u e s , al final, el S e ñ o r viene h a c i a el
h o m b r e y p e r m a n e c e en él, y él en el Señor. Y el
m i s m o S e ñ o r c u m p l e en él, sin esfuerzo, sus p r o -
pios m a n d a m i e n t o s , c o l m á n d o l o con los frutos
del Espíritu S a n t o .

11 7
118 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

El a l m a d e b e s a b e r hasta q u é p u n t o , e s t a n d o
sola, n o tiene fuerza. N o esperen n a d a de sí m i s -
mos, p ó s t r e n s e ante D i o s y, en su corazón, reco-
n o z c a n q u e n o s o n n a d a . E n t o n c e s la gracia t o d o -
p o d e r o s a creará todas las cosas de esa n a d a .
A q u e l que, c o n u n a h u m i l d a d perfecta, se p o n e
entre las m a n o s del D i o s de la m i s e r i c o r d i a ,
atrae al S e ñ o r h a c i a él y se h a r á fuerte c o n su
fuerza.

A u n q u e t e n e m o s que esperarlo todo de D i o s y


n a d a de nosotros m i s m o s , sin e m b a r g o (suplican-
do la a y u d a de Dios), d e b e m o s e s f o r z a m o s en
obrar d e s p l e g a n d o toda nuestra fuerza p a r a crear
en nosotros algo a d o n d e D i o s p u e d a venir en ayu-
da y q u e p u e d a ser penetrado p o r la fuerza divi-
na. L a gracia y a está presente en nosotros, pero n o
actuará hasta que el m i s m o h o m b r e h a y a actuado,
llenando c o n su fuerza la debilidad del h o m b r e .

SAN M A C A R I O EGIPCIO ( † 3 9 0 )
PEDIR
AL ESPÍRITU SANTO
P O R LOS DONES

L
os que h a n merecido llegar a ser verda­
deros hijos de Dios y renacer del Espíri­
tu S a n t o , los que p o s e e n en sí m i s m o s a
Cristo, que los ilumina y consuela (en la oración),
éstos reciben del Espíritu de Dios u n o s favores y
operaciones de otro género, y la gracia obra invi­
siblemente en sus corazones sin turbar su quietud
(...), sienten a v e c e s u n a santa e m b r i a g u e z celestial
que m a n t i e n e n en íntimo silencio, g o z a n d o en el
a l m a de grandísima p a z e indecibles delicias.

O t r a s v e c e s el Espíritu S a n t o a l u m b r a su inte­
ligencia y les c o m u n i c a u n a afable sabiduría y
u n o s altísimos c o n o c i m i e n t o s q u e la l e n g u a h u ­
m a n a n o p u e d e expresar. A s í es c o m o la divina
gracia h a c e p a s a r al a l m a fiel p o r n u m e r o s a s al­
ternativas, u n a s v e c e s c o n s o l á n d o l a y otras ejerci­
tándola s e g ú n los designios de la Providencia,
hasta h a c e r l a del t o d o p u r a y perfecta a los ojos

119
120 LA O R A C I Ó N EN L O S S A N T O S PADRES

del P a d r e celestial (...). Penetradas p o r todas par-


tes p o r el Espíritu de Dios, estas almas se h a c e n
semejantes a Cristo, tienen en sí la fuerza y la vir-
tud del Espíritu, p e r m a n e c e n recogidas en su in-
terior y llevan u n a v i d a p u r a e intachable.

P i d a m o s t a m b i é n nosotros al Señor, a n i m a d o s
de u n a e n c e n d i d a caridad y llenos de confianza,
que se digne c o n c e d e m o s sus gracias y los d o n e s
del Espíritu S a n t o , de suerte que este divino Espí-
ritu n o s gobierne y n o s h a g a dóciles en todo a s u
v o l u n t a d , y n o s c o n c e d a el d e s c a n s o y el c o n s u e -
lo, p a r a que así, r e a n i m a d o s y m o v i d o s p o r la
gracia, m e r e z c a m o s , c o n f o r m e dice san Pablo (Ef
3, 1 9 ) , q u e d a r llenos de la plenitud de D i o s y lle-
g u e m o s a ser h o m b r e s perfectos, establecidos en
la p l e n a p o s e s i ó n de la vida de Jesucristo. ¿ N o
p r o m e t i ó el Señor, p o r ventura, que a c u a n t o s
crean en El y se lo p i d a n con sinceridad les c o n -
c e d e r á los misterios de la unión inefable con el
Espíritu S a n t o ? H a g a m o s , p u e s , la donación total
de nosotros m i s m o s al S e ñ o r y aceleremos c o n
r u e g o s la r e c e p c i ó n de u n b i e n tan g r a n d e
(Homilía 12, 7-12).

SAN M A C A R I O E G I P C I O ( † 3 9 0 )
PERSEVERAR
EN LA ORACIÓN

E l h o m b r e q u e n o se vuelve a D i o s p o r s u
p r o p i a v o l u n t a d y c o n todo su a n h e l o , y
n o se dirige a Él en oración, con fe ente-
ra, n o p o d r á ser c u r a d o e n el alma.
L a oración es la piedra fundamental de t o d o
esfuerzo h u m a n o , y la persistencia en la oración
es la c u m b r e de la perfección.

N o existe otra m e d i t a c i ó n saludable m á s q u e


el n o m b r e b e n d i t o de N u e s t r o S e ñ o r Jesucristo
que h a b i t a s i e m p r e en ti, tal y c o m o está escrito:
" C o m o g o l o n d r i n a clamaré y c o m o tórtola m e d i -
taré." Esto es lo q u e h a c e el h o m b r e p i a d o s o q u e
permanece constantemente ( m e d i t a n d o ) en el
n o m b r e de N u e s t r o S e ñ o r Jesucristo.

L o m á x i m o de nuestra cooperación, lo m á s im-


portante q u e p o d e m o s hacer, es la p e r s e v e r a n c i a
en la oración. P o r ella p o d e m o s solicitar todas las
virtudes y alcanzar las de D i o s .

121
122 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

El que día tras día se obliga a la perseverancia


en la oración, será c o n s u m i d o p o r el a m o r espiri-
tual en el deseo de Dios, será encendido p o r la m o -
ción de la gracia espiritual de la santidad perfecta.

L a n z a tu ancla en el a b i s m o de la oración, y el
b a r c o de tu v i d a resistirá con la fuerza de la gra-
cia d i v i n a todas las olas de Satanás, las m a r e a s y
t o r m e n t a s de este oscuro, e n g a ñ o s o y v a n i d o s o
mundo.

La ley escrita contiene m u c h o s misterios de ca-


rácter oculto. El monje que cuida la oración y con-
tinuamente se c o m u n i c a con Dios, los reconoce, y
la gracia le revela secretos todavía m á s grandes que
los que se encuentran en la Sagrada Escritura. Por
la lectura de la ley escrita n o se puede conseguir lo
que sí se consigue en la oración con Dios. Quien
presta homenaje a Dios adorándole, n o tiene p o r
qué seguir la lectura. Por experiencia sabe que todo
se perfecciona en la oración (P. G. 34).

SAN M A C A R I O E G I P C I O ( † 3 9 0 )
P O N E R LA ORACIÓN
P O R ENCIMA
DE TODA OBRA HUMANA

C
on el esfuerzo, la vigilancia sobria, la
paciencia, el combate del alma y el sa-
crificio del cuerpo, el que se dedica a la
oración debe hacerse un h o m b r e fuerte, sin rela-
jarse ni a b a n d o n a r s e a las distracciones de los
p e n s a m i e n t o s , sin entregarse d e m a s i a d o al sueño,
a la pereza, a la negligencia, a la confusión, a las
palabras desordenadas e inconsideradas. N o debe
permitir n a d a de esto en su reflexión y n o se d e b e
contentar con estar m u c h o tiempo de pie o de ro-
dillas quieto, d e j a n d o al m i s m o t i e m p o que la in-
teligencia v a g u e p o r cualquier parte. P o r q u e si n o
se p r e p a r a p a r a u n a estricta y s o b r i a v i g i l a n c i a ,
o p o n i é n d o s e a los p e n s a m i e n t o s v a n o s , recha-
z á n d o l o s todos y deseando siempre al Señor, n a d a
impedirá que sea seducido por el vicio invisible-
mente y de m u c h o s m o d o s o que se enorgullezca
ante los que todavía n o consiguen perseverar en la
oración. Víctima de semejantes astucias del vicio,
destruiría su b u e n trabajo y lo ofrecería al d e m o -
nio m a l o .

123
124 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

La obra de la oración y de la palabra, c u m p l i d a


c o m o conviene, está p o r e n c i m a de toda virtud y
mandamiento. El Señor m i s m o lo atestigua. Él ha-
bía entrado en casa de Marta y María. Marta estaba
o c u p a d a en servir y M a r í a estaba sentada a los
pies del Señor, y degustaba c o m o un santo ali-
m e n t o las palabras de su divina b o c a . Pero su her-
m a n a le reprochó el n o trabajar con ella y se lo fue
a decir a Cristo. Éste, señalando lo principal y lo
secundario, le dijo: "Marta, Marta, te inquietas y
te agitas p o r m u c h a s cosas, pero sólo u n a cosa es
necesaria; M a r í a h a escogido la mejor parte q u e
n o se le quitará" (Lc 1 0 , 42). Dijo esto, n o p o r q u e
rechazara la obra del servicio, sino porque quería
situar lo m a y o r antes que lo menor. ¿No aceptó él ser
servido? ¿No se puso él a servir y a lavar a los discí-
pulos? Está tan lejos de impedir el servicio, que or-
d e n a a sus discípulos que h a g a n lo m i s m o entre
ellos. Sin e m b a r g o , verás también a los m i s m o s
apóstoles que, mientras al principio se entregaban
al servicio de las m e s a s , luego prefirieron la obra
mayor, es decir, la oración y la palabra (Hch 6, 2-
4). ¿Ves c ó m o h a n preferido lo principal a lo se-
cundario, a u n q u e ellos sabían que a m b a s cosas
son brotes de u n a b u e n a raíz? (P. G. 34).

SAN M A C A R I O E G I P C I O ( † 3 9 0 )
LA CONTEMPLACIÓN
ES MÁS SUBLIME
QUE LA ORACIÓN

T é n g a s e b i e n claro que carecer p l e n a -


m e n t e de todo vicio e x c e d e las fuerzas
h u m a n a s . Esto s o l a m e n t e p u e d e c o n c e -
derlo el Señor, si se lo p e d i m o s .
N o d u d e s de rezar e interceder p o r todos,
c u a n d o traigas al altar al Verbo de D i o s c o n tu p a -
labra, c u a n d o dividas el c u e r p o y la sangre del
Señor, utilizando la voz en v e z de la e s p a d a (Car-
ta a un sacerdote).

H a y que acordarse de D i o s m á s que de respi-


rar. Incluso, si se m e permite hablar así, n o h a y
q u e h a c e r n a d a m á s que esto: acordarse de D i o s .
El recuerdo c o n t i n u o de Dios es el eje de la v i d a
espiritual.

Toda la filosofía se divide en dos partes: con-


t e m p l a c i ó n y acción. L a p r i m e r a es m á s s u b l i m e ,
la s e g u n d a , m á s h u m i l d e , pero cada u n a se c o m -
p l e m e n t a c o n la a y u d a de la otra.

125
126 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

H e r m o s a es la c o n t e m p l a c i ó n , h e r m o s a es la
acción. A q u é l l a m i r a hacia las cosas celestiales,
i n c l i n a n d o n u e s t r a m e n t e hacia las realidades e s ­
pirituales. É s t a recibe a Cristo, le sirve y m u e s t r a
con las obras la fuerza del a m o r (Marta y M a r í a ) .

A d o r a al q u e p o r ti fue crucificado, y si estás


crucificado p o r tu culpa, saca p r o v e c h o de tu m i s ­
m o p e c a d o y c o m p r a c o n la m u e r t e tu salvación.
Súfrelo t o d o p o r D i o s y aguántalo todo esperan­
do e n É l . D a l e gracias p o r todo. E n c o m i é n d a l e tu
vida y la de aquellos que, h a b i e n d o c o n v i v i d o en
otro t i e m p o c o n t i g o , te h a n precedido ya en la
m o r a d a eterna (P G. 3 5 , P. G. 786-787).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
C R E C E R SIEMPRE
EN LA I N T I M I D A D
CON DIOS

N o h a y c o s a en el m u n d o m á s deseable
q u e , cerrada la puerta de los sentidos
y p u e s t o u n o fuera de la carne y del
m u n d o , r e c o g i d o el espíritu dentro de sí m i s m o ,
t e n e r c o n D i o s sus c o l o q u i o s y h a c e r otra v i d a su-
perior a estas c o s a s que n o s rodean; traer dentro
de ti los r e c u e r d o s de D i o s , c o m u n i c a d o s de su
influencia, s i e m p r e puros y sin m e z c l a de c o s a s
creadas, y h a c e r s e c a d a día espejo m á s claro de
D i o s y de las c o s a s divinas para recibir la luz p o r
m e d i o de la luz, la m á s ilustrada de la ilustración
divina p o r la fe sencilla, y percibir y a c o n la e s p e -
r a n z a el b i e n del siglo venidero en c o m p a ñ í a de
los á n g e l e s , c o n v e r s a n d o y a con ellos y, a u n q u e
t o d a v í a en la Tierra, d e s a m p a r á n d o l a y v i v i e n d o
c o n el espíritu en el cielo.
Es u n a c o s t u m b r e m u y b u e n a y laudable e m -
p e z a r las c o s a s p i d i e n d o a D i o s sus auxilios, y
concluir d á n d o l e gracias.

127
128 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

H a y u n s e g u n d o b a u t i s m o q u e es el de las lá­
g r i m a s , m u c h o m á s áspero y laborioso q u e el pri­
m e r o ; y a q u e l q u e v e r d a d e r a m e n t e se lava, riega
su l e c h o todas las n o c h e s c o n lágrimas; aquel p a ­
ra quien a solas las cicatrices de sus p e c a d o s s o n
de u n h e d o r intolerable; que v a siempre llorando
y abatido c o n tristeza; q u e imita la c o n v e r s i ó n de
M a n a s e s y el arrepentimiento de los ninivitas;
que se aplica c o n las palabras del p u b l i c a n o en el
t e m p l o ; q u e se p o s t r a en tierra i m p l o r a n d o la di­
vina m i s e r i c o r d i a c o m o la C a n a n e a , p i d i e n d o p a ­
ra s u c o n s u e l o las migajas, esto es, el alimento del
perro h a m b r i e n t o (P. G. 35-38).

SAN G R E G O R I O NISENO († 3 9 0 )
Q U E EL S E Ñ O R
LOS ENCUENTRE
VIGILANTES

E ste pasaje, p r i m e r o p o r m e d i o del m a n -


dato y d e s p u é s a través del e j e m p l o , n o s
prescribe la oración frecuente, la e s p e -
r a n z a de c o n s e g u i r lo p e d i d o y u n a especie de ar-
te p a r a p e r s u a d i r a D i o s . E n verdad, c u a n d o se
p r o m e t e u n a c o s a , se d e b e tener e s p e r a n z a en lo
p r o m e t i d o , d e suerte q u e se preste o b e d i e n c i a a
los avisos y fe a las p r o m e s a s ; esa fe q u e , m e d i a n -
te la c o n s i d e r a c i ó n de la p i e d a d h u m a n a , l o g r a
enraizar en sí m i s m a u n a e s p e r a n z a m a y o r e n la
b o n d a d eterna p a r a todo, con tal que se p i d a n c o -
sas j u s t a s y la o r a c i ó n n o se c o n v i e r t a en p e c a d o
(Sal 108, 7 ) .
T a m p o c o P a b l o tuvo v e r g ü e n z a en p e d i r el
m i s m o favor repetidas veces y eso c o n objeto de
q u e n o pareciera q u e desconfiaba de la m i s e r i c o r -
dia del Señor, o q u e se quejaba con arrogancia de
q u e n o h a b í a o b t e n i d o lo que p e d í a en s u p r i m e -

129
130 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

ra o r a c i ó n ; p o r lo c u a l — d i j o — h e r o g a d o tres
v e c e s al S e ñ o r (2 C o 1 2 , 8 ) ; c o n e s o n o s e n s e ñ ó
q u e , c o n frecuencia, D i o s n o c o n c e d e lo que se le
p i d e p o r r a z ó n de q u e sabe que, lo que c r e e m o s
que n o s v a a ser b u e n o , n o s va a resultar perjudi-
cial (Lc 7, 9 2 ) .

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
EL S E Ñ O R
C O N C E D E SIEMPRE MÁS
DE LO QUE SE PIDE

S u c e d i ó que p o r aquellos días se fue él al


m o n t e a orar, y se p a s ó la n o c h e en la
oración de D i o s (Lc 6, 12)
El S e ñ o r ora: n o para pedir p o r Él, sino p a r a
o b t e n e r u n favor m í o . Pues, a u n q u e el Padre h a
p u e s t o todas las c o s a s a disposición del Hijo, sin
e m b a r g o el Hijo, p a r a realizar p l e n a m e n t e su
c o n d i c i ó n de h o m b r e , j u z g a o p o r t u n o i m p l o r a r al
Padre p o r nosotros, p u e s él es nuestro a b o g a d o
(...). J e s ú s , m a e s t r o de obediencia, n o s instruye
con su e j e m p l o en los preceptos de la virtud.

P a s ó la n o c h e o r a n d o a D i o s . C o n esto te da u n
e j e m p l o y traza el m o d o que has de imitar. ¿ Q u é
será n e c e s a r i o que h a g a s tú p o r tu salvación,
c u a n d o Cristo se p a s a la n o c h e en oración? ¿ Q u e
d e b e r á s h a c e r tú p a r a realizar tus deberes, si C r i s -
to al e n v i a r a los apóstoles h a o r a d o y h a o r a d o
solo?

131
132 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

En n i n g u n a parte encuentro que Cristo h a y a


orado c o n los apóstoles, siempre oraba solo (...).
A p r e n d a m o s a ser continuos y hasta pertinaces
en nuestros r u e g o s , p u e s si p a r a salvarnos J e s u -
cristo se p a s a b a las n o c h e s o r a n d o , ¿cuánto m á s
d e b e r e m o s h a c e r l o nosotros p a r a c o n s e g u i r la
salvación eterna?

O r e m o s p o r n o s o t r o s y p o r t o d o s los cristia-
nos. S i tú oras p o r t o d o s , la o r a c i ó n de t o d o s
t a m b i é n te a p r o v e c h a r á a ti, p u e s tú t a m b i é n
eres p a r t e de t o d o . D e este m o d o t e n d r á s u n a
g r a n r e c o m p e n s a , p u e s la oración de c a d a m i e m -
b r o del p u e b l o se enriquecerá c o n la oración d e
todos los d e m á s m i e m b r o s .

El S e ñ o r c o n c e d e siempre m á s de lo que se le
p i d e : el l a d r ó n s ó l o p e d í a q u e se a c o r d a s e d e él,
pero el S e ñ o r le dijo: " H o y m i s m o estarás c o n m i -
go en el P a r a í s o " (Catena Áurea, VI).

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
ENTRA
EN TU APOSENTO

N o carece de importancia, en efecto,


d e t e r m i n a r el t i e m p o y el l u g a r p a r a
la o r a c i ó n , p o r q u e , c o m o d i c e e l
A p ó s t o l (1 T m 2, 8 ) : Q u i e r o que oréis en t o d o lu-
gar. E n c a m b i o , el S e ñ o r dice en el E v a n g e l i o (Mt
6, 6): Tú, p o r el contrario, c u a n d o v a y a s a orar, en-
tra en tu a p o s e n t o y, cerrada la puerta, reza a tu
Padre. ¿ N o te p a r e c e que entre a m b a s p a l a b r a s
h a y c o n t r a d i c c i ó n ? (...). Parece que P a b l o dice
u n a c o s a y que el S e ñ o r dice otra. ¿ P u e d e el a p ó s -
tol P a b l o contradecir las palabras del M a e s t r o ?
N o . P u e d e s estar o r a n d o en cualquier parte y
t a m b i é n estar s i e m p r e en tu aposento, p u e s tu
a p o s e n t o lo tienes en todas partes. A u n q u e te en-
cuentres entre los gentiles, a u n q u e estés entre los
j u d í o s , tienes s i e m p r e en todas partes tu a p o s e n -
to secreto. E n efecto, tu m e n t e es tu a p o s e n t o .
A u n q u e te e n c u e n t r e s entre la multitud, sigues
c o n s e r v a n d o en tu interior u n a p o s e n t o secreto.

133
134 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

N o ores c o m o los judíos de los que se dijo: Este


pueblo m e honra con los labios, pero su corazón
está lejos de mí. N o proceda tu oración, por consi­
guiente, sólo de tus labios; pon en ella toda tu al­
ma, entra en lo secreto de tu pecho hasta lo m á s re­
cóndito de tu corazón (La Iniciación Cristiana III).

Sería desconfiar del p o d e r de D i o s p e n s a r q u e


n o n o s p u e d e oír si n o resuenan en sus oídos los
c l a m o r e s de nuestra b o c a . C l a m e m o s a D i o s c o n
nuestras b u e n a s obras, c l a m e m o s con nuestra fe,
c l a m e m o s c o n nuestros afectos; c l a m e m o s c o n
nuestra p a c i e n c i a e n los trabajos, c l a m e nuestra
sangre c o m o la de A b e l ; porque aquel que n o s
purifica en lo secreto de nuestro corazón, n o s o y e
t a m b i é n e n lo m á s oculto de nuestros p e n s a m i e n ­
tos (De Abel et Cain, Lib. I, c. 9 ) .

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
ORAR
EN T O D O TIEMPO Y LUGAR

ara qué n o s envía D i o s los m a l e s ? N o s


envía D i o s los m a l e s p a r a obligarnos a
¿P recurrir a su b o n d a d , supuesto que los
b i e n e s que n o s h a d a d o n o n o s h a n servido p a r a
reconocerle, y que las adversidades n o s excitan a
suplicarle d e s p u é s de haberle ofendido d u r a n t e
la p r o s p e r i d a d , y a darle gracias p o r la c o m u n i c a ­
ción de sus d o n e s (Jn Pralm 37).
P a r a la j o v e n c o n s a g r a d a p o r la pureza, la c o ­
m u n i c a c i ó n í n t i m a con D i o s p o r la oración es c o ­
m o su respiración sobrenatural, sin la cual n o p o ­
dría subsistir, p u e s , c o m o dice Tertuliano c o m e n ­
t a n d o a san P a b l o : " R e s p e c t o de los t i e m p o s d e s ­
tinados a la oración, n o h a y n a d a establecido, si­
n o q u e , sin m á s , se debe orar en todo lugar y en
t o d o t i e m p o " (De Oratione, c. 23).

R e s p e c t o de la lucha p o r la pureza, se presen­


tan m o m e n t o s de ardor y fatigosa continuidad.
E n la oración h e m o s de b u s c a r las a r m a s n e c e s a -

135
136 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

rias p a r a vencer, y hallar refrigerio d e s p u é s de


v e n c e r los ataques m á s agudos.

La profesión de la castidad requiere un aisla­


m i e n t o absorbente, y es en la oración d o n d e la
virgen p o d r á e n c o n t r a r el único r e m e d i o para las
desgracias q u e de otra m a n e r a n o p o d r á resolver.

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N († 397)
LA ORACIÓN
VENCE A DIOS

P or ello, decía Tertuliano: " L a oración del


justo aplaza la ira de D i o s , h a c e de cen-
tinela contra los e n e m i g o s y obtiene gra-
cia contra los perseguidores... "
L a oración es el ú n i c o p o d e r que v e n c e al
m i s m o D i o s (...). Cristo le confirmó su p o t e n c i a
absoluta p a r a el bien: destruye el p e c a d o , aleja las
tentaciones, desbarata las persecuciones, c o n s u e -
la a los p u s i l á n i m e s , alienta a los m a g n á n i m o s ,
guía a los peregrinos, apacigua el oleaje, detiene
a los salteadores, alimenta a los necesitados, le-
vanta a los caídos, sostiene a los vacilantes y c o n -
firma a los fuertes. E s m u r o de defensa p a r a la fe
y a r m a contra el adversario que n o s acecha. E s
n e c e s a r i o n o a v a n z a r n u n c a d e s a r m a d o s , ni des-
cuidar el p u e s t o de guardia durante el día y la vi-
gilancia d u r a n t e la n o c h e , defendiendo c o n las
a r m a s de la oración la e n s e ñ a de nuestro E m p e r a -
dor, y c o n ellas en la m a n o , esperar la t r o m p e t a
angélica del juicio final (De Oratione, c. 29).

137
138 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

D e d í c a t e c o n a s i d u i d a d a la oración y a la lec­
tura santa. D i s t r i b u y e tu t i e m p o y tus o c u p a c i o ­
n e s de tal forma q u e la lectura s u c e d a a la oración
y la o r a c i ó n a la lectura. A fin de q u e p u e d a s par­
ticipar de b i e n e s tan i n m e n s o s y n u n c a te v e a s
p r i v a d o de ellos, c u a n d o h a y a s de ocuparte de al­
g ú n trabajo m a n u a l o t o m a r alguna refección,
p r o c u r a q u e otro te lea. D e este m o d o , m i e n t r a s
tus ojos y tus m a n o s se v u e l v e n a la actividad e x ­
terna, tu a l m a se alimentará de la gracia de las p a ­
labras de Dios.

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
O R A C I Ó N Y LECTURA

P ues, si a p e s a r de vivir c o n s a g r a d o s a la
oración y a la lectura, n o s cuesta trabajo
m a n t e n e r el corazón libre de t o d a in-
fluencia diabólica, ¿ c ó m o n o se va a lanzar de-
s e m b o c a d o a los vicios sin los frenos de la lectura
y de la oración?
Instruyete en la lectura, y p i d e las gracias c o n
la oración. D e s p u é s de orar, b u s c a de n u e v o en la
lectura lo q u e tienes que pedir en la oración (Las
Vírgenes Cristianas B A C , pp. 3 3 2 y 9 4 5 ) . L a (divi-
n a ) o b s e r v a n c i a se traduce en la plegaria incesan-
te a D i o s . Si el real profeta podía, sin desatender
el g o b i e r n o de s u vasto reino, cantar las alaban-
zas divinas siete veces al día, ¿qué n o d e b e m o s
h a c e r nosotros, a quienes exhorta el E v a n g e l i o a
vigilar y orar p a r a v e n c e r la tentación?

O r e m o s s o l e m n e m e n t e con acción de gracias


al d e s p u n t a r el n u e v o día, al salir de casa, antes
de c o m e r y d e s p u é s de h a b e r c o m i d o , a la h o r a de
ofrecer el incienso y antes de entregarnos al d e s -

139
140 LA O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

canso. Y aun en la m i s m a c a m a quiero que alter-


n e m o s los s a l m o s c o n la oración d o m i n i c a , ya an-
tes que el s u e ñ o te d o m i n e , ya c u a n d o despiertes,
para q u e el s u e ñ o te coja libre de p e n s a m i e n t o s
m u n d a n o s y o c u p a d o en los divinos.

El a l m a del j u s t o , e s p o s a del Verbo, si arde e n


deseos y ora sin cesar ni reposar, y toda tiende h a -
cia él, e n t o n c e s le p a r e c e r á que de repente oye su
v o z sin verle y siente íntimamente el olor de su
divinidad, c o m o s u c e d e c o n frecuencia a los q u e
tienen u n a fe excelente, p u e s en un instante que-
da el olfato del a l m a lleno de u n a gracia espiri-
tual, que les indica la presencia de su a m a d o y les
hace decir: " H e aquí a quien b u s c o , h e aquí a
quien d e s e o " (Serm. 6 in Sal 118).

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
QUÍTATE HORAS DE SUEÑO
PARA DEDICARLAS AL S E Ñ O R

¿ H a s t a c u á n d o te h a n de tener atado el s u e ñ o
o las c o s a s del m u n d o ? Ya que otra cosa n o hicie-
res, al m e n o s reparte el t i e m p o entre D i o s y el
m u n d o , y c u a n d o la oscuridad de la n o c h e te i m -
p i d a e m p l e a r t e e n los n e g o c i o s del m u n d o , dale a
D i o s ese t i e m p o e m p l e a n d o parte de la n o c h e e n
la oración, y c a n t a s a l m o s p a r a despabilar tu
s o m n o l e n c i a . Prívate c o n este p i a d o s o e n g a ñ o de

141
142 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

alguna parte del s u e ñ o , y levántate t e m p r a n o p a -


ra ir a la iglesia a llevar las primicias de tus ora-
ciones y de tu p i e d a d . Y si d e s p u é s te l l a m a n a
otra parte los a s u n t o s del m u n d o , n o te i m p e d i -
rán q u e antes digas: " M i s ojos h a n p r e v e n i d o al
día p a r a meditar desde la m a d r u g a d a tus pala-
b r a s . " E n t o n c e s y a p o d r á s ocuparte con seguridad
de tus n e g o c i o s . ¡Qué cosa agradable es e m p e z a r
el día c o n h i m n o s y cánticos en alabanza de Dios!
¡Cuánta ventaja l l e v a m o s en q u e su palabra n o s
p r e v e n g a desde el a m a n e c e r con sus b e n d i c i o n e s !

P e r o al m i s m o t i e m p o q u e r e p a s a s en tu m e -
m o r i a c o n los c á n t i c o s e s p i r i t u a l e s las m i s e r i -
c o r d i a s de D i o s , a p l í c a t e t a m b i é n al e s t u d i o y
p r á c t i c a de a l g u n a virtud particular para r e c o n o -
cer en tus acciones el mérito y los efectos de la
b e n d i c i ó n divina (In Salmo 118).

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
EL PADRENUESTRO

L
os A p ó s t o l e s dijeron al S e ñ o r Jesús: " S e -
ñor, e n s é ñ a n o s a orar c o m o J u a n e n s e ñ ó
a sus discípulos." Entonces, dijo el S e ñ o r
esta oración:

"Padre n u e s t r o que estás en el cielo,

santificado sea tu N o m b r e ,

v e n g a a nosotros tu R e i n o ,

h á g a s e tu voluntad en la tierra c o m o en el cielo.

D a n o s h o y nuestro p a n de c a d a día,

y p e r d ó n a n o s nuestras ofensas

c o m o nosotros p e r d o n a m o s

a los q u e n o s ofenden.

N o n o s dejes caer en la tentación,

y líbranos del m a l " (Mt 6, 9-13; Lc 11, 1-4).

¡Mira q u e oración tan breve y llena de virtudes!

143
144 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

Dices: " E l p a n nuestro de c a d a día, dánosle


h o y " . P u e s si es de c a d a día, ¿por qué esperar u n
a ñ o p a r a que lo recibas? Recibe c a d a día lo q u e
debe aprovecharte cada día. Vive de tal m o d o q u e
cada día m e r e z c a s recibirle. Q u i e n n o merece reci-
birle c a d a día, n o m e r e c e recibirle después de u n
año. A s í era c o m o el santo J o b ofrecía cada día u n
sacrificio p o r sus hijos, para que n o sucediera que
hubieren c o m e t i d o algún p e c a d o e n su corazón o
en su palabra (Job 1, 5 ) . P o r tanto, oyes decir que
cada vez que se ofrece el sacrificio, significa la
muerte del Señor, la resurrección del Señor, la as-
censión del S e ñ o r y la remisión de los pecados. ¿ Y
n o recibes este p a n de vida cada día? El que tiene
u n a herida b u s c a la medicina. Herida es para n o -
sotros estar bajo el p e c a d o . M e d i c i n a celestial es el
venerable s a c r a m e n t o (Los Sacramentos lib.).

SAN A M B R O S I O DE M I L Á N ( † 397)
ANTE DIOS
T O D O S SOMOS POBRES

L a oración del justo es p u r a c u a n d o n o


tiene n i n g u n a perturbación, c u a n d o está
libre d e cualquier fluctuación del a l m a y
c u a n d o n o es distraída p o r las preocupaciones.
D i o s retribuye s e g ú n el c o r a z ó n del q u e ora,
c u a n d o se p i d e n c o s a s q u e están de a c u e r d o c o n
D i o s y q u e a p r o v e c h a n al q u e las recibe.

El q u e c a n t a s a l m o s debe e n t e n d e r el s e n t i d o
de lo q u e se dice e n los h i m n o s ; p u e s n o h a d e te­
n e r tanto c u i d a d o en la m o d u l a c i ó n de la v o z y e n
la m ú s i c a , c u a n t o en entender lo que canta. D i o s
r e c h a z a a los q u e n o s a l m o d i a n así y sólo se p r e o ­
c u p a n de los s o n i d o s : " A p a r t e de m í , el s o n i d o d e
tus cánticos; n o oiré el s a l m o de tus i n s t r u m e n ­
t o s " (Sal 4 6 , 7). P o r el contrario, canta b i e n los sal­
m o s el q u e se c o m p o r t a s e g ú n los m a n d a m i e n t o s
d i v i n o s y los m e d i t a .

145
146 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

Dios n o desprecia la oración q u e se le hace c o n


á n i m o pacífico y sencillo, y con m a n o s santas, es
decir, " d e c e n t e s y o r d e n a d a s " .

Si p i d e s algo q u e deseas conseguir con la ora­


ción, es p o r q u e n o lo tienes y eres pobre. C u a n d o
rezas a D i o s quieres conseguir u n o s b i e n e s que tú
n o p u e d e s o b t e n e r p o r tus fuerzas. P o r tanto, an­
te D i o s t o d o s s o m o s pobres. Así, a u n q u e D a v i d
era u n gran rey, era p o b r e y estaba necesitado d e
aquello q u e p e d í a a Dios; p o r e s o , c u a n d o s u p o
que D i o s le p r i v a b a de su auxilio en todo o e n
parte, sufrió u n a gran ansiedad y d e c a y ó su áni­
m o totalmente. D e s p u é s , recuperada la esperan­
za, p r e s e n t ó su oración ante D i o s , i n v o c a n d o al
que d a los b i e n e s a los q u e invocan (P. G. 39).

SAN D Í D I M O EL CIEGO ( † 3 9 8 )
PEDIR AL SEÑOR
PARA CONOCER
SUS ENSEÑANZAS

N o tenéis p o r q u e n o pedís. P e d í s y
n o recibís p o r q u e pedís m a l , c o n la
intención de malgastarlo en v u e s -
tras p a s i o n e s " (St 4 , 2 - 3 ) . Si son ciertas las pala-
b r a s del S a l v a d o r : " P e d i d y se os d a r á " , q u e se
c o n f i r m a n c o n aquellas otras: "Todo el que p i d e
r e c i b e " , n o s h e m o s de preguntar p o r qué algu-
n o s , a p e s a r de q u e oran, n o s o n e s c u c h a d o s n i re-
ciben lo que p e d í a n en la oración. A esto h a y q u e
decir q u e quien viene a pedir p o r b u e n c a m i n o ,
n o o l v i d a n d o n i n g u n o de los requisitos de la ora-
ción, c o n s i g u e t o d o lo que pide. Pero el que v i e n e
a la o r a c i ó n c o n u n a i n t e n c i ó n p e r v e r t i d a , n o pi-
de d e l m o d o d e b i d o y p o r e s o n o recibe lo q u e
p i d e . N o es falso a q u e l l o de q u e " t o d o el q u e p i -
de r e c i b e " , s i n o q u e ocurre c o m o si un sabio
dijera " t o d o el que se acerca a m í p o r m i s doctri-
n a s , recibirá m i s e n s e ñ a n z a s " . H a y q u e acercarse

147
148 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

al d o c t o r p a r a recibir lo p r o p i o de él, es decir, c o n


d e s e o d e adquirir s u doctrina p a r a practicarla y
m e d i t a r l a y t e n e r en gran consideración lo que el
m a e s t r o dice y adquirir la virtud. Q u i e n así se
acerca i n d u d a b l e m e n t e adquirirá la e n s e ñ a n z a
q u e el m a e s t r o p r o m e t e . Pero si u n o viene al m é -
dico sin las actitudes señaladas, sino sólo p a r a
que lo v e a o p a r a verlo, q u e r i e n d o d e s m e n t i r la
p r o m e s a del doctor, h a y que decirle: N o acudiste
a él c o m o te invitó, s i n o sólo p a r a verlo. A c l a r a n -
d o a u n m á s , dice el a u t o r de la epístola, que pi-
den m a l p o r q u e están adheridos a sus v a n a s p a -
siones. ¿ Y p o r q u é a l g u n o s q u e p i d e n ciencia y
virtud, n o la r e c i b e n ? P o r q u e p i d e n esos b i e n e s
n o p o r s í m i s m o s , s i n o p a r a que los alaben p o r
ellos, p u e s es a m o r d e c o n c u p i s c e n c i a el q u e r e r
recibir a l a b a n z a s . P o r e s o n o se les d a n esos b i e -
nes, p o r q u e los quieren p a r a a u m e n t a r sus p a s i o -
n e s (P. G. 3 9 , 1753, 1754).

SAN D Í D I M O EL C I E G O ( † 3 9 8 )
ORACIÓN
C O N LÁGRIMAS

S i se quiere preparar un perfume de agra-


dable olor, se mezclará, c o m o dice la ley
(Ex 3 0 , 3 4 ) , igual cantidad de incienso
transparente, canela, ónix y mirra. Este es el cuater-
nario de las virtudes. Si éstas alcanzan su plena
m e d i d a y equilibrio, el espíritu n o será traicionado.
El alma purificada p o r la plenitud de las virtu-
des afianza el espíritu en una actitud inconmovible
y le da la capacidad de recibir el estado que b u s c a .

Si la oración es el trato í n t i m o del espíritu c o n


D i o s , ¿en qué e s t a d o deberá hallarse el espíritu
p a r a q u e , establecido en u n a p a z inalterable, v a -
ya h a c i a su p r o p i o S e ñ o r y trate c o n Él sin n i n g ú n
intermediario?

Si M o i s é s , c u a n d o intentó acercarse a la z a r z a
ardiente, n o p u d o h a c e r l o hasta que se quitó las
sandalias de sus p i e s , ¿ c ó m o tú, que p r e t e n d e s
v e r al q u e está p o r e n c i m a de todo c o n o c i m i e n t o

1 49
150 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

y s e n t i m i e n t o , n o te desprendes de todo p e n s a -
m i e n t o p e r t u r b a d o p o r la p a s i ó n ?

L o p r i m e r o q u e h a s de p e d i r es el d o n de lá-
g r i m a s , p a r a q u e el d o l o r a b l a n d e la dureza de tu
a l m a y, r e c o n o c i é n d o t e culpable de tus p e c a d o s ,
Él te p e r d o n e .

C u a l q u i e r o r a c i ó n preséntala con l á g r i m a s ,
p u e s el S e ñ o r se alegra m u c h o si recibe la oración
con l á g r i m a s .

A u n q u e derrames torrentes de lágrimas en tu


oración, n o por eso te engrías c o m o si fueras m á s
que los demás. Simplemente tu oración ha recibido
una ayuda para que puedas confesar generosamen-
te tus pecados y aplacar al Señor con tus lágrimas.

N o conviertas, p u e s , en pasión al antídoto de


las p a s i o n e s , n o sea que irrites m á s al que te da la
gracia. M u c h o s q u e lloraban sus p e c a d o s se olvi-
daron de la finalidad de las lágrimas y se extra-
viaron e n l o q u e c i d o s (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
ORAR
SIN DISTRACCIONES

M a n t e n t e firme, o r a c o n e m p e ñ o y
r e c h a z a las p r e o c u p a c i o n e s y p e n -
samientos que te distraen, pues te m o -
lestan y perturban rebajando el fervor de la oración.

C u a n d o los d e m o n i o s te ven lleno de entusias-


m o p o r la verdadera oración, te sugieren primero
el p e n s a m i e n t o de cosas necesarias, y luego avivan
su recuerdo e incitan al espíritu a que las b u s q u e .
Pero c o m o éste n o las halla, entonces se entristece
y se descorazona. E n el tiempo de la oración, le re-
presenta las cosas que b u s c a b a y su recuerdo, para
que el espíritu, relajado por esta consideración, de-
feccione y pierda la oración fructuosa.

E n el t i e m p o de la oración, lucha p o r m a n t e n e r
tu m e n t e sorda y m u d a (para las c o s a s del m u n -
d o ) , y así p o d r á s orar.

C u a n d o sufras a l g u n a p r u e b a o contradicción,
c u a n d o te irrites, o c u a n d o te sientas i m p u l s a d o a

151
152 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

vengarte o replicar, acuérdate de la oración y del


juicio q u e e n ella te espera, e i n m e d i a t a m e n t e se
a p a c i g u a r á en ti el m o v i m i e n t o d e s o r d e n a d o .

Todo lo q u e hicieres p a r a v e n g a r t e de un her­


m a n o q u e te h a ofendido, se convertirá en p i e d r a
de tropiezo en el t i e m p o de la oración.

La oración es g e r m e n de m a n s e d u m b r e y d o ­
m i n i o d e sí.

La oración es fruto de la alegría y de la acción


de gracias.

La oración es defensa contra la tristeza y el


abatimiento.

Vende tus b i e n e s y dáselos a los pobres (Mt 19,


21), t o m a tu cruz y n i é g a t e a ti m i s m o (Mt 16, 24),
p a r a q u e p u e d a s orar sin distracciones.

Si q u i e r e s orar d i g n a m e n t e , n i é g a t e a ti m i s ­
m o c o n s t a n t e m e n t e , y ante t o d a clase de p r u e ­
bas, t o m a el p a r t i d o q u e d e b e s p o r a m o r a la ora­
ción (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 3 9 9 )
REZAR SIEMPRE
C O N ALEGRÍA

C
u a n d o aceptes todas las contrarieda­
d e s c o n sabiduría, encontrarás el fruto
ó p t i m o a la h o r a de la oración.

Si quieres orar c o m o c o n v i e n e , n o p e r m i t a s
q u e la tristeza i n v a d a tu a l m a , p o r q u e si n o , c o ­
rres e n v a n o .

Deja tu ofrenda ante el altar y vete p r i m e r o a


reconciliarte c o n tu h e r m a n o (Mt 5, 2 3 ) , y así p o ­
drás orar sin turbación, p u e s el recuerdo d e las
injurias ofusca la razón del orante y n u b l a s u s
o r a c i o n e s (...).

L o s q u e a c u m u l a n p e n a s y rencores y se i m a ­
ginan que oran, s o n c o m o q u i e n e s sacan a g u a y la
vierten en un barril agujereado.

Si eres p a c i e n t e , orarás siempre c o n alegría.

C u a n d o ores c o m o c o n v i e n e , se te ocurrirán
cosas tales q u e te p a r e c e r á ciertamente j u s t o el

153
154 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

enojarte. P e r o n u n c a es a b s o l u t a m e n t e justa la c ó ­
lera contra el p r ó j i m o , y si b u s c a s a t e n t a m e n t e v e ­
rás q u e es posible s o l u c i o n a r el asunto sin enojar­
se. U s a , p u e s , de t o d o s los m e d i o s p a r a n o esta­
llar en cólera.

Ten c u i d a d o , n o sea que p o r sanar a otro te


v u e l v a s tú m i s m o u n e n f e r m o incurable y destro­
ces tu oración.

Si evitas la ira, aprenderás a ser discreto, te


m o s t r a r á s p r u d e n t e en tus p e n s a m i e n t o s , y serás
c o n t a d o entre los h o m b r e s de oración.

P e r t r e c h a d o c o n t r a la ira, n o admitirás j a m á s
la c o n c u p i s c e n c i a . Ésta es quien p r o v e e de m a t e ­
ria a la ira, la cual perturba el ojo del espíritu y
deteriora el e s t a d o de oración.

N o ores s o l a m e n t e con gestos externos, s i n o


recoge tu m e n t e p a r a q u e sienta la oración espiri­
tual c o n t e m o r (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
DIOS OTORGA
EXCELENTES DONES

A veces, en cuanto te p o n g a s en oración


obrarás bien. Otras veces, aunque te
esfuerces m u c h o , n o alcanzarás tu ob-
jeto. Esto último te sucede p a r a que busques m á s
y, u n a v e z que halles, guardes inviolablemente lo
que hallaste.
Al llegar un ángel, se alejan al instante aque-
llos que nos importunan, y el espíritu, g o z a n d o
de u n a p a z inalterable, ora saludablemente. A
veces, p o r el contrario, c u a n d o la g u e r r a a c o s -
t u m b r a d a n o s o p r i m e , el espíritu, asediado p o r
diversas pasiones, se debate sin p o d e r levantar la
cabeza. Sin e m b a r g o , si éste b u s c a con insisten-
cia, hallará, y si llama con insistencia, se le abrirá.

N o ores p a r a que tu voluntad sea cumplida,


p u e s ella no c o n c u e r d a necesariamente c o n la
v o l u n t a d de Dios. R u e g a , sobre todo, s e g ú n la
enseñanza recibida, diciendo: "Que tu v o l u n t a d ,
Señor, se c u m p l a en mí." E n todas las cosas píde-

155
156 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

le q u e se h a g a s u v o l u n t a d ; p u e s Él quiere el b i e n
y el a d e l a n t o de tu a l m a , mientras que tú n o b u s -
cas n e c e s a r i a m e n t e e s o .

M u c h a s v e c e s h e p e d i d o en m i s o r a c i o n e s lo
q u e y o e s t i m a b a q u e era b u e n o p a r a m í , obsti-
nándome en mi demanda y violentando necia-
m e n t e la v o l u n t a d de D i o s , sin permitirle q u e m e
diera lo q u e Él sabía q u e m e c o n v e n í a . Y c u a n d o
recibía lo que había implorado, era grande m i de-
cepción p o r h a b e r p e d i d o que se hiciera m i volun-
tad, p u e s la cosa n o era c o m o y o m e imaginaba.

¿ Q u é b i e n p u e d e existir fuera de D i o s ? N e g u e -
m o s t o d o s nuestros intereses y e n c o n t r e m o s el
bien. A q u e l q u e es B u e n o , es t a m b i é n el dispensa-
d o r de los m á s e x c e l e n t e s d o n e s (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 3 9 9 )
EL DEMONIO
SIENTE ENVIDIA
DEL HOMBRE QUE REZA

S
i tu inteligencia divaga d u r a n t e la ora­
ción, es q u e ella n o ora todavía c o m o u n
m o n j e , ella aún p e r t e n e c e al m u n d o y e s ­
tá o c u p a d a en la apariencia de lo exterior.

M i e n t r a s oras, d e b e s velar a t e n t a m e n t e s o b r e
tu m e m o r i a p a r a q u e , e n lugar de sugerirte sus
r e c u e r d o s , te lleve a la conciencia de tu ejercicio,
p u e s la inteligencia tiene u n a peligrosa t e n d e n c i a
a dejarse trastornar p o r la m e m o r i a en el m o m e n ­
to de la oración.

C u a n d o oras, la m e m o r i a te presenta las i m á ­


g e n e s de cosas p a s a d a s , o de n u e v a s p r e o c u p a ­
ciones, o el rostro de quien te h a h e c h o sufrir.

El d e m o n i o tiene u n a gran envidia del h o m b r e


q u e ora, y e m p l e a t o d o s los m e d i o s p a r a arruinar
su propósito. A s í n o cesa de reavivarle en la m e -

157
158 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

m o r i a el recuerdo de objetos, y de despertarle e n


la carne todas las pasiones, para impedirle, si fue­
ra posible, su e s p l é n d i d a carrera y su é x o d o h a c i a
Dios.

C u a n d o el p e r v e r s o d e m o n i o n o h a p o d i d o
i m p e d i r la oración del virtuoso, se retira u n p o c o
para t o m a r l u e g o desquite de ese orante. O en­
ciende su ira p a r a destruir el estado excelente que
la oración h a dejado en él, o lo incita a algún pla­
cer irracional p a r a denigrar su espíritu.

C u a n d o h a y a s o r a d o c o m o es debido, esfuér­
zate p o r n o faltar a tu deber, y sé valiente p a r a
g u a r d a r el fruto. R e c u e r d a que desde el principio
has sido h e c h o para que trabajes y guardes (Gn 2,
15). N o dejes de custodiar lo que h a s h e c h o con tu
trabajo, p u e s , de lo contrario, de n a d a te servirá
lo orado (P. G. 79).

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 3 9 9 )
A M A R A DIOS ES HABLAR
PERMANENTEMENTE CON ÉL

L a guerra que se libra entre nosotros y los


espíritus i m p u r o s , n o se h a c e p o r otra
c o s a sino p o r la oración espiritual. É s t a
es hostil y odiosa p a r a ellos, p e r o p a r a n o s o t r o s es
fuente de salvación y de alegría.
¿ Q u é b u s c a n los d e m o n i o s c u a n d o excitan e n
n o s o t r o s la gula, la impureza, la a m b i c i ó n , la c ó -
lera, el rencor y las otras p a s i o n e s ? Q u i e r e n q u e
n u e s t r a inteligencia, bajo su p e s o , n o p u e d a orar
c o m o es d e b i d o , p u e s las p a s i o n e s de la parte
irracional, t o m a n d o el d o m i n i o , le i m p i d e n m o -
verse s e g ú n la razón.

V a m o s hacia las virtudes a través del sentido


profundo de los seres creados, y a éstos, p o r m e d i o
del S e ñ o r que los llamó a la existencia. Él, p o r su
parte, suele manifestarse en el estado de oración.

El e s t a d o de oración es el h á b i t o sin p a s i o n e s
q u e , c o n s u m o ardor rapta hasta las alturas celes-
tes la m e n t e sabia y espiritual.

159
160 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Q u i e n quiera orar v e r d a d e r a m e n t e , n o sólo


d e b e d o m i n a r la ira y la c o n c u p i s c e n c i a , sino q u e
d e b e librarse de t o d o p e n s a m i e n t o p e r t u r b a d o
por alguna pasión.

Aquel que ama a Dios, conversa permanente­


m e n t e c o n É l c o m o u n Padre, despojado de t o d o
pensamiento apasionado.

N o p o r h a b e r a l c a n z a d o la p a z interior y a se
ora v e r d a d e r a m e n t e , p u e s es posible entretenerse
con p e n s a m i e n t o s s i m p l e s y distraerse siguién­
dolos, y estar m u y lejos d e Dios.

El espíritu, a u n c u a n d o n o se d e t e n g a en los
p e n s a m i e n t o s s i m p l e s de las cosas, n o p o r e s o h a
a l c a n z a d o el " l u g a r de la oración". P u e d e s u c e d e r
que se e n t r e g u e a la c o n t e m p l a c i ó n de las criatu­
ras y se o c u p e e n s u s e n t i d o p r o f u n d o , p e r o a u n
entonces, aunque tenga representaciones sim­
p l e s , c o m o lo q u e c o n t e m p l a s o n c o s a s , é s t a s
i m p r i m e n s u i m a g e n e n el e s p í r i t u y lo alejan
m u c h o d e D i o s (P. G. X X ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
REZAR
VERDADERAMENTE
ES SER UN TEÓLOGO

A u n q u e el espíritu se eleve p o r e n c i m a
de la c o n t e m p l a c i ó n de la n a t u r a l e z a
corporal, n o p o r eso h a llegado a v e r el
" l u g a r d e D i o s " . P u e d e estar o c u p a d o en el c o n o -
c i m i e n t o de los inteligibles y dispersarse en él.
Si quieres orar, necesitas de D i o s q u e es q u i e n
da la o r a c i ó n al q u e ora. Invócalo: "Santificado
sea tu n o m b r e ; v e n g a a nosotros tu r e i n o " , es de-
cir: el Espíritu S a n t o y tu Hijo unigénito. E s t a es
su e n s e ñ a n z a c u a n d o dice que h a y que a d o r a r a
D i o s , esto es, al Padre, en Espíritu y en Verdad.
Estos tres s o n u n solo Dios.

El q u e o r a en Espíritu y en Verdad, n o s a c a de
las criaturas la a l a b a n z a al Creador, sino q u e es
de D i o s m i s m o de d o n d e saca la alabanza a D i o s .

Si eres t e ó l o g o , orarás v e r d a d e r a m e n t e , y si
oras v e r d a d e r a m e n t e , eres teólogo.

161
162 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

C u a n d o tu inteligencia, en un ardiente a m o r
p o r D i o s , sale p o c o a p o c o , p o r así decirlo, de tu
carne; c u a n d o rechaza todos los p e n s a m i e n t o s
que v i e n e n de los sentidos, de la m e m o r i a o del
t e m p e r a m e n t o ; c u a n d o se llena al m i s m o t i e m p o
de respeto y de alegría, entonces p u e d e s conside­
rarte cerca de los confines de la plegaria.

El Espíritu S a n t o , c o m p a d e c i é n d o s e de n u e s ­
tra debilidad, n o s visita a u n q u e n o e s t e m o s toda­
vía purificados. Si halla nuestro espíritu o r a n d o
s i n c e r a m e n t e , entra en él, aniquila el ejercicio de
r a z o n a m i e n t o s y p e n s a m i e n t o s que lo asedian, y
lo incita a q u e se o c u p e en los trabajos de la ora­
ción espiritual (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 3 9 9 )
DIOS
CAMINA A TU LADO

L o s d e m o n i o s (lit. los otros) p r o d u c e n en


el espíritu r a z o n a m i e n t o s , p e n s a m i e n -
tos y visiones, c a u s a n d o alteraciones
corporales. Pero D i o s h a c e lo contrario: llega al
m i s m o espíritu, le infunde el c o n o c i m i e n t o q u e
quiere y, a través del espíritu, c a l m a la i n t e m p e -
rancia del c u e r p o .

Todo el q u e aspira a alcanzar la oración verda-


dera y se enoja y g u a r d a rencor, es u n loco. E s c o -
m o a q u e l q u e quiere tener u n a vista penetrante y
se d a ñ a los ojos.

Si quieres orar, n o h a g a s n a d a q u e sea contra-


rio a la oración, p a r a q u e D i o s se acerque y c a m i -
ne a tu lado.

C u a n d o ores, n o p l a s m e s en ti representación
a l g u n a de lo d i v i n o , n i p e r m i t a s q u e e n tu e s p í -
ritu se i m p r i m a n i n g u n a f o r m a , si n o q u e v e ,
i n m a t e r i a l , h a c i a lo i n m a t e r i a l , y lo h a l l a r á s .

163
164 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Ten cuidado de las trampas de los adversarios.


C u a n d o estés orando con u n a oración p u r a y tran-
quila, p u e d e suceder que de improviso se te pre-
sente u n a forma desconocida y extraña. Es p a r a
arrastrarte a la presunción de que creas que allí es-
tá la divinidad, y así persuadirte de que Dios es
mensurable. Pero la divinidad no tiene cantidad ni
figura.

C u a n d o el e n v i d i o s o d e m o n i o n o p u e d e per-
turbar la m e m o r i a d u r a n t e la oración, fuerza la
complexión corporal para provocar alguna ima-
g e n p e r e g r i n a q u e i n f o r m e el espíritu. Éste,
a c o s t u m b r a d o a p e n s a r c o n f o r m a s m e n t a l e s , fá-
c i l m e n t e se d o b l e g a y se deja e n g a ñ a r t o m a n d o el
h u m o p o r la luz, él, q u e tendía a la ignosis i n m a -
terial y libre de toda forma.

M a n t e n t e en guardia y p e r s e v e r a con tu espí-


ritu libre de p e n s a m i e n t o s en el t i e m p o de la ora-
ción, p a r a que p e r m a n e z c a en su p r o p i a s o l e d a d .
E n t o n c e s a q u e l q u e se c o m p a d e c e de los ignoran-
tes te visitará, y recibirás el d o n e m i n e n t e de la
oración (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
EL D E M O N I O
NOS HACE REZAR
PARA VANAGLORIA

N o p o d r á s orar con p u r e z a si te c o m ­
plicas c o n cosas materiales y te agi­
tas c o n continuas preocupaciones,
p u e s p a r a la oración tienes que a b a n d o n a r t o d o s
los p e n s a m i e n t o s (inútiles).
Así c o m o aquel que está atado n o p u e d e c o ­
rrer, así, el espíritu sometido a las pasiones n o
p u e d e v e r el lugar de la oración espiritual. Tiro­
n e a d o y r o d e a d o p o r pensamientos c a r g a d o s de
pasiones, no p u e d e mantenerse en paz.

C u a n d o el espíritu ora con pureza, sin dis­


traerse y v e r d a d e r a m e n t e , entonces los d e m o n i o s
no se acercan a él p o r la izquierda, sino p o r la de­
recha. L e representan la gloria de Dios c o m o u n a
figura agradable a los sentidos, p a r a que crea que
y a alcanzó perfectamente el fin de la oración. E s ­
to proviene —decía un admirable gnóstico— de

165
166 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

la pasión de la vanagloria y del d e m o n i o que a c ­


túa sobre el cerebro y las venas.

C r e o que el d e m o n i o actúa sobre el lugar q u e


dije, p a r a mortificar a su gusto la luz que rodea al
espíritu. Excita, p u e s , la pasión de la v a n a g l o r i a
i n c u l c a n d o e n el espíritu irreflexivo el p e n s a ­
m i e n t o de q u e alcanza la ciencia divina y esen­
cial. C o m o es espíritu, n o se siente a c o s a d o p o r
p a s i o n e s carnales e i m p u r a s sino afianzado en la
pureza, cree q u e n o se ejerce contra él n i n g u n a ac­
ción contraria, y s u p o n e que es realmente u n a
aparición divina lo que el d e m o n i o h a c e surgir
c o m o antes e x p l i c a m o s .

C u a n d o viene el ángel de Dios, con su sola p a ­


labra h a c e cesar en nosotros toda la acción del ad­
versario, e induce a la luz del espíritu a obrar sin
desviarse (P. G. 7 9 ) .

EVAGRJO P Ó N T I C O ( † 3 9 9 )
EL SEÑOR
NOS ENSEÑA A ORAR
SIEMPRE SIN CANSANCIO

O ra c o n e c u a n i m i d a d y sin p e r t u r b a -
ción, canta concertada y a r m o n i o s a -
m e n t e , y serás c o m o cría de águila
q u e se eleva a las alturas.
L a s a l m o d i a a p a c i g u a las p a s i o n e s y h a c e re-
p o s a r la i n t e m p e r a n c i a del cuerpo; p e r o la ora-
ción p r e p a r a la m e n t e p a r a que se ejercite en la
acción q u e le es propia.

La oración es la actividad d o n d e se asienta la


d i g n i d a d de la inteligencia; ella es su u s o m á s e x -
celente y m á s c o m p l e t o .

L a s a l m o d i a releva de la sabiduría multifor-


m e ; la oración es el p r e l u d i o de la gnosis i n m a t e -
rial y u n i f o r m e .

L a g n o s i s es algo excelente. C o l a b o r a c o n la
oración m o v i e n d o la potencia intelectual del e s -
píritu a la c o n t e m p l a c i ó n de la ciencia divina.

167
1 68 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Si todavía n o h a s recibido el c a r i s m a de la ora-


ción y la s a l m o d i a , obstínate y lo recibirás.

El S e ñ o r e n s e ñ ó a sus discípulos u n a p a r á b o l a
que m o s t r a b a q u e debían orar siempre sin can-
sarse (Lc 18). N o te c a n s e s , pues, de esperar, n i te
d e s c o r a z o n e s p o r n o h a b e r recibido; y a recibirás
luego. L a p a r á b o l a c o n c l u í a así: " A u n q u e y o n o
t e m o a D i o s , ni m e i m p o r t a n los h o m b r e s , sólo
p o r el fastidio q u e m e c a u s a esta mujer, le haré
justicia" (Lc 1 8 , 4 - 5 ) . Así, D i o s hará pronto justicia
a los q u e lo i n v o c a n n o c h e y día. Ten, p u e s , b u e n
á n i m o y p e r s e v e r a e n la santa oración.

N o desees que tus cosas te sucedan c o m o a ti te


guste sino c o m o quiera Dios. Entonces tu oración
será llena de p a z y de acción de gracias (P. G. 79).

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
LA ORACIÓN
SE ALIMENTA DE LA MENTE

E s b u e n o q u e n o d e s c o n o z c a s esta a r t i m a -
ña: a v e c e s , los d e m o n i o s se s e p a r a n en-
tre ellos, y c u a n d o tú p i d e s a y u d a c o n t r a
u n o s , entran los otros con aspecto angélico y echan
a los primeros. L o hacen para engañarte y hacerte
creer que son verdaderos ángeles.
Esfuérzate p o r t e n e r u n a gran h u m i l d a d , y las
a m e n a z a s de los d e m o n i o s n o llegarán h a s t a tu
a l m a , n i el flagelo se acerca a tu tienda. E l d a r á
ó r d e n e s a sus á n g e l e s p a r a que te g u a r d e n y
a p a r t e n i n v i s i b l e m e n t e de ti todas las m a q u i n a -
c i o n e s hostiles.

Q u i e n se e s f u e r z a p o r a l c a n z a r la o r a c i ó n
pura, aunque oiga ruidos, estrépitos, voces e
i n s u l t o s , n o se a b a t i r á n i se rendirá, s i n o q u e le
dirá al S e ñ o r : " N o t e m e r é n i n g ú n m a l p o r q u e tú
estás c o n m i g o " , y cosas semejantes.

E n los m o m e n t o s tales, recurre a la oración,


b r e v e p e r o intensa.

1 69
170 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Si los d e m o n i o s apreciándose de i m p r o v i s o en
el aire, te a m e n a z a n p o r aterrarte y asolar tu espí-
ritu o, bajo la apariencia de fieras, p a r e c e n querer
destrozar tu carne, n o t e m a s n a d a ni te p r e o c u p e s
de sus a m e n a z a s ; ellos te quieren a t e m o r i z a r a
ver si los atiendes o si los desprecias del todo.

Si en tu o r a c i ó n estás ante Dios t o d o p o d e r o s o ,


creador y p r o v i d e n t e , ¿ c ó m o estás en s u presen-
cia, o l v i d á n d o t e l o c a m e n t e de su t e m o r s o b e r a n o
y t e m i e n d o , e n c a m b i o , a los m o s q u i t o s y escara-
bajos? ¿ N o oíste a aquel que dijo: "Tú t e m e r á s al
Señor, tu D i o s " (Dt 10, 2 0 ) y también: " A n t e tu
p o d e r t o d o se e s t r e m e c e y t i e m b l a " (Jl, 2, 10-11 y
Eccli. 1 6 , 1 9 ) ? (P G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
N O ORES C O M O EL FARISEO,
SINO C O M O EL PUBLICANO

E sfuérzate en tu oración, p a r a n o d e s e a r
n u n c a m a l a nadie, n o s sea que, h a c i e n -
d o a b o m i n a b l e tu oración, destruyas lo
que edificas.
El d e u d o r q u e debía diez m i l talentos te e n s e -
ñ a q u e si tú n o p e r d o n a s al que te d e b e , t a m p o c o
alcanzarás el p e r d ó n , p u e s escrito está q u e a q u é l
fue e n t r e g a d o a los verdugos.

N o atiendas a las exigencias de tu c u e r p o du-


rante el ejercicio d e la oración; n o dejes q u e la
m o r d e d u r a de u n piojo, p u l g a o m o s c a , te i m p i d a
a d e l a n t a r en la oración.

L l e g ó h a s t a nosotros la noticia de que el m a l i g -


n o c o m b a t í a tanto a cierto santo que, c u a n d o éste
extendía las m a n o s , el e n e m i g o , transformándose
en león e irguiéndose sobre las patas traseras, cla-
v a b a las garras en las mejillas del atleta, sin sol-
tarlo h a s t a q u e bajara las m a n o s . Pero él n u n c a

171
172 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

las bajó hasta t e r m i n a r las oraciones a c o s t u m b r a -


das.

S a b e m o s q u e así era también J u a n el p e q u e ñ o ,


o p o r decirlo mejor, ese m u y grande monje, que
llevaba vida solitaria en u n a fosa. G r a c i a s a su ín-
tima u n i ó n c o n D i o s , p e r m a n e c í a i n c o n m o v i b l e
m i e n t r a s el d e m o n i o , bajo la forma de u n d r a g ó n
e n r o s c a d o en su c u e r p o , le trituraba las carnes y
le eructaba en su rostro.

S e g u r a m e n t e h a b r á s leído en la vida de los


monjes de Tabenisi, aquel pasaje d o n d e se narra
que dos víboras se acercaron un día a los pies del
a b a d T e o d o r o m i e n t r a s éste estaba h a b l a n d o a los
h e r m a n o s . Sin inmutarse, les hizo u n lugar entre
los pies p a r a alojarlas allí hasta el fin de la confe-
rencia. R e c i é n e n t o n c e s se las mostró a los h e r m a -
n o s y les c o n t ó lo s u c e d i d o (P. G, 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
A TRAVÉS
DE LA VERDADERA ORACIÓN,
EMULAMOS A LOS ÁNGELES

T
a m b i é n h e m o s leído que u n a v í b o r a se
e n r o s c ó en los pies de otro varón espi-
ritual m i e n t r a s éste oraba. Pero él n o
bajó los b r a z o s h a s t a terminar la oración habitual,
a p e s a r d e lo c u a l n o sufrió n i n g ú n d a ñ o p o r h a -
b e r a m a d o m á s a D i o s q u e a sí m i s m o .

M a n t e n quieta tu m i r a d a d u r a n t e la oración.
R e n u n c i a a tu c a r n e y a tu a l m a y vive s e g ú n el
espíritu.

U n s a n t o solitario del desierto, m i e n t r a s o r a b a


c o n gran fortaleza, fue asaltado p o r los d e m o -
nios. E s t o s , d u r a n t e dos s e m a n a s j u g a r o n a la p e -
lota c o n él, arrojándolo al aire y recibiéndolo en
u n a estera. P e r o e n m o d o a l g u n o les fue p o s i b l e
apartar s u espíritu de su ferviente oración.

Otro, lleno de a m o r de D i o s y de celo p o r la


oración, iba p o r el desierto c u a n d o se le aparecie-

173
174 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

ron dos á n g e l e s q u e se pusieron a a m b o s l a d o s y


c a m i n a b a n j u n t o a él. P e r o él n o se p r e o c u p ó de
atenderlos p a r a n o p e r d e r lo que era m á s i m p o r ­
tante, a c o r d á n d o s e de las palabras del A p ó s t o l :
" N i los á n g e l e s ni los principados, ni las potesta­
des p o d r á n s e p a r a r n o s de la caridad de C r i s t o "
(Rm 8, 3 8 - 3 9 ) .

Si quieres v e r el rostro del Padre que está en


los cielos, n o trates de m o d o a l g u n o de percibir
a l g u n a f o r m a o figura en el t i e m p o de la oración.

N o d e s e e s v e r s e n s i b l e m e n t e a los ángeles o a
las p o t e s t a d e s o a Cristo, n o sea que pierdas total­
m e n t e el juicio y recibas al lobo en lugar del p a s ­
tor, y adores a los d e m o n i o s e n e m i g o s .

Esta ilusión n a c e de la vanagloria espiritual, la


cual incita al espíritu a i m a g i n a r a la divinidad li­
m i t a d a bajo formas o figuras (P. G. 79).

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
FELIZ EL HERMANO
QUE SE PONE EN MANOS
DE DIOS

D iré algo q u e p i e n s o y q u e y a se lo h e
d i c h o a los j ó v e n e s : feliz el espíritu
q u e en el t i e m p o de la oración c o n s i ­
g u e u n a total ausencia de formas.

Feliz el espíritu que, orando sin distracción,


crece s i e m p r e m á s en el d e s e o de D i o s .

Feliz el espíritu que en el tiempo de la oración se


vuelve inmaterial y pobre.

Feliz e l espíritu q u e en el t i e m p o de la oración


llega a despojarse de todo lo sensible.

Feliz el m o n j e q u e se considera el d e s e c h o de
todos.

Feliz el m o n j e que, c o n gran alegría, v e la sal­


v a c i ó n y p r o g r e s o de t o d o s c o m o s u y o s p r o p i o s .

Feliz el m o n j e q u e tiene a todos p o r D i o s , d e s ­


p u é s de D i o s .

175
176 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

M o n j e e s a q u e l q u e está s e p a r a d o de t o d o s y
unido a todos.

M o n j e es a q u e l q u e se c o n s i d e r a u n i d o a t o d o s
p o r q u e se v e s i e m p r e a sí m i s m o en c a d a u n o de
los h o m b r e s .

A q u e l q u e ofrece a D i o s el fruto de las p r i m i ­


cias de s u espíritu, lleva la oración a la perfección.

P u e s t o q u e eres m o n j e , y deseas orar, evita t o ­


d a falsedad y t o d o j u r a m e n t o ; si n o , e n v a n o a p a ­
rentas lo q u e eres.

Si quieres orar con el espíritu, n o le p i d a s n a ­


da a la c a r n e , y n i n g u n a n u b e se te o p o n d r á en el
t i e m p o de la oración.

Deja e n las m a n o s de D i o s el c u i d a d o de tu
c u e r p o , y así m o s t r a r á s q u e le confías t a m b i é n el
c u i d a d o d e tu espíritu (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
ES NECESARIA LA HUMILDAD
EN LA ORACIÓN

S i logras las p r o m e s a s , reinarás. P i e n s a e s -


to y soportarás alegremente la p o b r e z a
del presente.

N o r e h u y a s la p o b r e z a y la tribulación, p u e s
son el a l i m e n t o de la oración ingrávida.

Q u e las virtudes del c u e r p o te a y u d e n a a d -


quirir las del alma; las del alma, a las del espíritu;
y estas últimas, a la gnosis inmaterial.

C u a n d o ores, si los p e n s a m i e n t o s fácilmente se


apartan de ti, m i r a de d ó n d e proviene esto, n o sea
q u e c a i g a s en u n a e m b o s c a d a y te traiciones a ti
m i s m o por haberte equivocado.

S u c e d e a v e c e s q u e los d e m o n i o s te s u g i e r e n
pensamientos, incitándote a veces a que ores
c o n t r a ellos y los c o m b a t a s . E n t o n c e s ellos se reti-
ran e s p o n t á n e a m e n t e . L o h a c e n p a r a e n g a ñ a r t e y
h a c e r t e creer q u e y a h a s c o m e n z a d o a v e n c e r los
p e n s a m i e n t o s y a a t e m o r i z a r a los d e m o n i o s .

177
178 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Si oras contra u n a p a s i ó n o contra u n d e m o n i o


q u e te a t o r m e n t a , acuérdate de aquel que dijo:
"Perseguiré a m i s e n e m i g o s , los alcanzaré, n o m e
detendré h a s t a h a b e r l o s v e n c i d o ; los quebrantaré
y n o p o d r á n rehacerse y s u c u m b i r á n bajo m i s
p i e s " (S 17, 3 8 - 3 9 ) , etc. E s t o dirás en el t i e m p o
oportuno, armándote de humildad c o n t r a los
adversarios.

N o creas q u e h a s a l c a n z a d o la virtud antes de


h a b e r l u c h a d o p o r ella hasta d e r r a m a r sangre. E s
n e c e s a r i o o p o n e r s e a m u e r t e al p e c a d o , l u c h a n d o
de u n m o d o irreprensible, c o m o dice el A p ó s t o l
(P. G. 79).

EVAGRJO P Ó N T I C O ( † 399)
LOS DEMONIOS
TURBAN LA ORACIÓN

C u a n d o h a y a s h e c h o u n b i e n a alguien,
otro v e n d r á a hacerte m a l p a r a q u e la
injusticia te h a g a defeccionar o c o m e ­
ter a l g ú n traspié, disipando m a l a m e n t e lo q u e e n
b u e n a ley h a b í a s j u n t a d o . Esto es lo q u e persi­
g u e n los p e r v e r s o s d e m o n i o s , p o r eso h a y q u e e s ­
tar s a b i a m e n t e atento.

Prepárate p a r a recibir los asaltos de los d e m o ­


nios q u e v i e n e n a la carga, p e n s a n d o c ó m o v a s a
h a c e r p a r a aludir su s e r v i d u m b r e .

D e n o c h e , los d e m o n i o s intentan turbar p o r sí


m i s m o s al m a e s t r o espiritual. D e día se sirven d e
los h o m b r e s p a r a asediarlos c o n dificultades, c a ­
l u m n i a s y peligros.

N o e s c a p e s d e los b a t a n e r o s p o r q u e é s t o s
h i e r e n al p i s a r y d e s g a r r a n al estirar. P i e n s a
q u e p o r e s t e m e d i o se v u e l v e l i m p i a y c l a r a tu
sensibilidad.

179
180 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

M i e n t r a s n o renuncies a las p a s i o n e s y tu espí-


ritu c o n t i n ú e o p o n i é n d o s e a la virtud y a la ver-
dad, n o p o d r á s hallar en tu s e n o el perfume de
agradable olor.

¿Quieres orar? Sal de a q u í y ten tu m i r a d a en


los cielos. P e r o n o sólo c o n palabras sino c o n la
praxis angélica y c o n la gnosis divina.

Si s o l a m e n t e en el t i e m p o de la a d v e r s i d a d te
acuerdas del J u e z y de qué terrible e i n s o b o r n a b l e
es, n o h a s a p r e n d i d o a servir al S e ñ o r c o n t e m o r
y a g o z a r d e E l con t e m b l o r (Sal 2 , 1 1 ) . D e b e s sa-
ber q u e en el t i e m p o de las alegrías y c o n s u e l o s
espirituales h a y q u e rendirle culto c o n m a y o r
p i e d a d y reverencia (P. G. 7 9 ) .

EVAGRIO P Ó N T I C O ( † 399)
LA ORACIÓN ES LA
MÁS DIVINA
DE LAS VIRTUDES

E s u n h o m b r e sabio aquel q u e , antes d e


h a b e r a l c a n z a d o su perfecta c o n v e r s i ó n ,
n o a b a n d o n a el recuerdo doloroso de
sus p r o p i o s p e c a d o s y del castigo del fuego eter-
n o q u e ellos r e c l a m a n .
A q u e l q u e t o d a v í a sufre el i m p e d i m e n t o de
los p e c a d o o de los a c c e s o s de ira, y pretende d e s -
c a r a d a m e n t e alcanzar el c o n o c i m i e n t o de las c o -
sas divinas y, aun, la oración inmaterial, m e r e c e
la c e n s u r a del A p ó s t o l que le advierte q u e es p e -
ligroso p a r a él orar c o n la c a b e z a descubierta y
sin velo: " D e b e ésta — d i c e — tener u n a señal de
sujeción en su c a b e z a , p o r la presencia de los án-
g e l e s " (1 C o 11, 10), e n v o l v i é n d o s e en el p u d o r y
la h u m i l d a d apropiadas.

C o m o de n a d a a p r o v e c h a al q u e está e n f e r m o
de los ojos, el m i r a r firmemente el sol c u a n d o bri-

181
182 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

lia c o n m á s fuerza en p l e n o m e d i o d í a , así, de n a -


d a a p r o v e c h a al e s p í r i t u d o m i n a d o p o r las p a -
s i o n e s e i m p u r o , i m i t a r la terrible y e s p l é n d i d a
o r a c i ó n en espíritu y en verdad, sino que, m á s
bien, p r o v o c a contra él la indignación divina.

Si el q u e fue al altar llevando u n a ofrenda, n o


fue a d m i t i d o p o r A q u e l q u e n a d a necesita y q u e
es i n s o b o r n a b l e , hasta q u e se reconciliase c o n su
prójimo ofendido, m i r a q u é c u i d a d o y q u é discre-
ción s o n n e c e s a r i o s p a r a ofrecer a Dios u n incien-
so q u e le a g r a d e en el altar espiritual.

N o seas l o c u a z ni b u s q u e s la gloria, de lo con-


trario, n o sobre la e s p a d a sino sobre tu rostro ara-
rán los p e c a d o r e s (cf. S a l 128, 3 ) . S e d u c i d o y
arrastrado p o r p e n s a m i e n t o s extraños, les servi-
rás de diversión en el t i e m p o de la oración.

La atención que se esfuerza p o r alcanzar la


oración h a c e hallar la oración. Si h a y algo que lle-
v a la oración, es esta atención. Es necesario, p u e s
aplicarse a ella (P. G. 79).

EVAGRJO P Ó N T I C O ( † 399)
LA ORACIÓN
EN EL SENO DE LA FAMILIA

L leva de tal m a n e r a la solicitud de tu c a -


sa, q u e d e s t a m b i é n v a c a c i ó n a tu a l m a .
E s c o g e u n lugar o p o r t u n o y u n tanto
a p a r t a d o del e s t r u e n d o de la familia. A c ó g e t e a él
c o m o a u n p u e r t o , c o m o quien sale de u n a gran
t o r m e n t a de p r e o c u p a c i o n e s . C a l m a c o n la tran-
quilidad del retiro las olas de los p e n s a m i e n t o s
que excitan los asuntos de fuera. P o n allí tanto
e m p e ñ o e n la lección divina, sucédanse tan fre-
cuentes tus oraciones, sea tan firme y d e n s o el
p e n s a m i e n t o de la v i d a futura, que fácilmente
c o m p e n s e s c o n esta vocación todas las p r e o c u p a -
ciones del t i e m p o restante (Epístola 148 a Gelatina).
C o m o a l i m e n t a m o s el c u e r p o , d e b e m o s ali-
m e n t a r el a l m a .

Ya s a b e s q u e el a l i m e n t o del a l m a cristiana es
m e d i t a r día n o c h e y en la L e y del S e ñ o r (Epístola
5 a Florentin).
No os dejéis engañar.

183
184 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Es así que, de tal m o d o , p o n e n la gracia de


D i o s , q u e n o n o s e s f o r z a m o s y s e g u i m o s p o r su
auxilio e n c a d a u n a de las obras, sino q u e lo refie­
ren al libre albedrío y a los preceptos de la ley pa­
ra lo que a l e g a n aquello de Isaías: " P o r q u e D i o s
dio la ley p a r a a y u d a " (Is 8 , 2 0 ) . D e m o d o q u e (se­
g ú n ellos) h a y q u e dar gracias a Dios de h a b e r n o s
c r e a d o tales q u e p o d a m o s a nuestro albedrío e s ­
c o g e r y evitar lo m a l o .

Y n o se percatan, al h a b l a r así, de que p o r s u


b o c a silba el diablo u n a blasfemia insoportable. Y
es así que, si la gracia de D i o s se cifra en que n o s
creó c o n p r o p i a v o l u n t a d , y n o s c o n t e n t a m o s c o n
el libre albedrío, (resulta q u e ) ya n o n e c e s i t a m o s
s u auxilio. P u e s , de necesitarlo, se quebraría el li­
b r e albedrío. Y así se sigue q u e y a n o t e n e m o s n e ­
cesidad de orar p a r a n a d a , ni de tratar de ablan­
dar c o n s ú p l i c a s la misericordia divina para reci­
bir c a d a día lo q u e u n a v e z recibido t e n e m o s y a
en nuestro poder.

SAN EPIFANIO ( ( † 4 0 2 )
DIOS
ES MUY GENEROSO
EN C O N C E D E R BENEFICIOS

T ales h o m b r e s s u p r i m e n la oración, y
p o r el libre albedrío se jactan de h a b e r
sido h e c h o s n o h o m b r e s de propia v o -
luntad, s i n o el p o d e r de D i o s , que n o necesita d e
la a y u d a d e n a d i e .

El que esto dice ¿ q u é blasfemia n o profiere?


¿ Q u é v e n e n o que sobrepuja al de todos los herejes?
Afirman que, por el libre albedrío, ya n o necesitan a
Dios para nada, e ignoran que está escrito: ¿ Q u é tie-
nes que n o hayas recibido? Y si lo has recibido, ¿ a
q u é a l a r d e a s c o m o si n o lo h u b i e r a s r e c i b i d o ?
(1 C o 4 , 7 ) . ¡ D a a D i o s m u c h a s g r a c i a s el q u e
p o r e l libre a l b e d r í o e s r e b e l d e c o n t r a D i o s !

T a m b i é n nosotros lo a d m i t i m o s de b u e n a g a -
na, p e r o sólo a c o n d i c i ó n de dar s i e m p r e gracias
al S e ñ o r y s a b e r que n a d a s o m o s si Él m i s m o n o
g u a r d a en n o s o t r o s lo que n o s dio, c o m o dice el

185
186 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Apóstol: N o es cosa del q u e quiere ni del que c o -


rre, sino de D i o s que se c o m p a d e c e ( R m 9 , 1 0 ) .

El querer y el correr es m í o , pero lo m i s m o que


es m í o n o lo sería sin el auxilio de D i o s . E s así que
dice el A p ó s t o l : D i o s es que opera en vosotros el
querer y el a c a b a r (Fil. 2 , 1 3 ) .

Y el S e ñ o r en el E v a n g e l i o : " M i Padre trabaja


hasta ahora, y o t a m b i é n trabajo" (Jn 5, 7 ) .

Él es s i e m p r e g e n e r o s o . Él da siempre. N o le
basta que m e h a y a d a d o u n a vez; tiene que estar
d á n d o m e s i e m p r e . P i d o p a r a recibir, y ya que h e
recibido, p i d o de n u e v o . S o y avaro para recibir
los beneficios d e D i o s . N i Él se cansa de dar, n i y o
m e c a n s o de recibir. C u a n t o m á s b e b o , m á s sed
tengo, p u e s h e leído que canta el Salmista: " G u s -
tad y v e d lo dulce que es el S e ñ o r " (Sal 3 3 , 9 ) .

SAN EPIFANIO († 4 0 2 )
LA LIBERTAD HUMANA
Y LA NECESIDAD
DE D I O S

E n c u a n t o a los que cacarean en todos los


t o n o s diciendo que nosotros d e s t r u i m o s
el libre albedrío, sepan, p o r lo contrario,
que son ellos los q u e destruyen la libertad del al-
b e d r í o al a b u s a r d e él c o n t r a el b e n e f i c i o del q u e
se lo h a d a d o . ¿ Q u i é n destruye el a l b e d r í o : el
q u e da s i e m p r e gracias y c u a n t o fluye en su ria-
c h u e l o lo refiere a la Fuente; o el que dice: apárta-
te de m í p o r q u e s o y limpio (Is 6 5 , 5 ) , n o t e n g o n e -
cesidad de ti? M e diste u n a vez p o r t o d a s el libre
albedrío, la libertad de albedrío, p a r a q u e h a g a lo
que m e diera la gana. ¿ A qué entrometerte de
n u e v o , de m o d o q u e n a d a p u e d a h a c e r si tú n o
c o m p l e t a s en m í tus d o n e s ? Fraudulentamente
p o n e r p o r delante la gracia de D i o s p a r a referirla
a la c o n d i c i ó n del h o m b r e y n o requerir en c a d a
obra el auxilio de D i o s , p a r a que n o parezca, cla-
ro está, que pierde el libre albedrío.

187
188 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

De b a l d e b l a s f e m a s y sugieres a los oídos de


los ignorantes q u e nosotros c o n d e n a m o s el libre
albedrío. S e a c o n d e n a d o quien lo c o n d e n e . P o r lo
d e m á s , los h o m b r e s n o s diferenciamos de los
b r u t o s a n i m a l e s , en que h e m o s sido creados c o n
libre albedrío. P e r o c o m o y a h e dicho, el albedrío
se a p o y a en el auxilio de D i o s y necesita en t o d o
m o m e n t o de su a y u d a , cosa que vosotros n o que­
réis. Para vosotros, el que u n a v e z ha recibido el
libre albedrío, y a n o necesita que D i o s lo ayude.
El libre albedrío h a c e la libre voluntad, pero n o
h a c e a n a d i e u n D i o s que n o necesite a y u d a algu­
na. (Epístola 133 a Clesifonte).

SAN EPIFANIO ( ( † 4 0 2 )
T A M B I É N DEBEMOS ORAR
P O R LOS DIFUNTOS

R especto del rito de leer los n o m b r e s de


los difuntos (en las m i s a s ) pregunta-
m o s : ¿ Q u é cosa p u e d e darse m á s útil
q u e ésta? ¿ Q u é cosa m á s provechosa, m á s a d m i -
rable y m á s a propósito para que todos los presen-
tes crean que los difuntos están vivos todavía y
q u e n o h a n dejado de existir, sino que existen y vi-
ven al lado del S e ñ o r ? C o n esto se profesa el dog-
m a p i a d o s o de q u e aquellos que oran p o r sus her-
m a n o s difuntos, abrigan la esperanza de que vi-
ven y de q u e sólo casualmente se hallan lejanos. Y
su oración ayuda a los difuntos, aunque p o r ella
n o q u e d a n borradas todas sus deudas. P o r tanto,
la Iglesia debe guardar esta costumbre, h a b i é n d o -
la r e c i b i d o c o m o u n a tradición de los P a d r e s .
P o r q u e ¿ q u i é n p o d r í a s u p r i m i r el m a n d a t o de la
m a d r e o la l e y del p a d r e , c o n f o r m e lo q u e dice
S a l o m ó n : "Tú, ¡oh, hijo mío!, e s c u c h a las c o r r e c -
ciones de tu p a d r e y n o deseches las advertencias
de tu m a d r e " ? (Pr 1, 8 ) .

189
190 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Con esto quiso enseñar el Padre, es decir, el


Dios unigénito y el Espíritu Santo, que tanto p o r
escrito c o m o sin escritura n o s ha dado doctrinas, y
nuestra m a d r e la Iglesia nos ha legado preceptos
que son indisolubles y definitivos (Haeres, 76, 89).

M a r í a sobrepuja toda alabanza y es nuestra


puerta p a r a entrar en el cielo. ¿ Q u é diré o c ó m o
hablaré de la ilustre y santa Virgen? Ya que, des-
p u é s de D i o s , ella es superior a todos; m á s bella
que los querubines y los serafines, y que toda la
milicia angélica. P o r lo cual, n o h a y lengua q u e
sea suficiente en la Tierra ni en el cielo para cantar
sus alabanzas. ¡Oh, Virgen bienaventurada! Salve,
llena de gracia y puerta del cielo. (P. G. 41-43).

SAN EPIFANIO ( † 4 0 2 )
P O R LA ORACIÓN
SE ALCANZA LA FELICIDAD

P or d o s r a z o n e s c o n v i e n e q u e a d m i r e m o s
a los siervos de Dios y los r e p u t e m o s fe-
lices: p o r q u e pusieron la e s p e r a n z a de
su s a l v a c i ó n en las santas oraciones, y p o r q u e
c o n s e r v a n d o p o r escrito los h i m n o s y a d o r a c i o -
n e s , q u e c o n t e m o r y g o z o tributaron a D i o s , n o s
transmitieron t a m b i é n a nosotros su tesoro, p a r a
p o d e r arrastrar a su intimación a la p o s t e r i d a d .
P o r q u e es n a t u r a l que p a s e n a los discípulos las
c o s t u m b r e s de los m a e s t r o s , y que los discípulos
de los profetas brillen c o m o imitadores de justi-
cia, de suerte que en todo t i e m p o m e d i t e m o s , ro-
g u e m o s , a d o r e m o s a D i o s , y ésta t e n g a m o s p o r
nuestra vida, ésta p o r nuestra salud y alegría, éste
p o r el c o l m o y término de todos nuestros bienes, el
rogar a D i o s c o n el a l m a p u r a e i n c o n t a m i n a d a .
P o r q u e c o m o a los c u e r p o s da luz el sol, así al al-
m a la oración. Sí, p u e s , p a r a un ciego es grave da-
ñ o el n o v e r el sol, ¿ q u é clase de d a ñ o será p a r a

191
192 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

u n cristiano el n o orar c o n s t a n t e m e n t e , e introdu­


cir en el a l m a , p o r la oración, la l u m b r e d e C r i s ­
to? (P. G. 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O († 407)


EXCELSA DIGNIDAD
DEL HOMBRE QUE ORA

uién h a y q u e n o se e s p a n t e y a d m i -

¿Q re del a m o r que D i o s manifiesta a


los h o m b r e s c u a n d o libremente les
c o n c e d e tan g r a n d e h o n o r que n o se d e s d e ñ a de
e s c u c h a r sus p r e c e s y trabar con ellos c o n v e r s a -
ción a m i g a b l e ? P u e s n o con otro, sino c o n el m i s -
m o D i o s h a b l a m o s en el t i e m p o de la oración, p o r
m e d i o d e la c u a l n o s u n i m o s c o n los ángeles y
n o s s e p a r a m o s i n m e n s a m e n t e de lo q u e h a y en
n o s o t r o s c o m ú n c o n los b r u t o s irracionales. Q u e
de ángeles es propia la oración, y aun sobrepuja a
su d i g n i d a d , p u e s t o que mejor q u e la d i g n i d a d
angélica es h a b l a r c o n D i o s . Y que c o m o digo, s e a
mejor, ellos m i s m o s n o s lo e n s e ñ a n al ofrecer a
D i o s n u e s t r a s súplicas c o n gran t e m o r (Ap 5, 8 ) ,
h a c i é n d o n o s v e r y aprender de este m o d o q u e es
razón q u e c u a n t o s se acercan a D i o s , lo h a g a n c o n
g o z o sí, p e r o t a m b i é n c o n temor. P o d e m o s g o z a r
c o n t i n u a m e n t e de la c o n v e r s a c i ó n c o n D i o s , p o r

193
194 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

m e d i o de la c u a l h a s t a d e j a m o s de ser m o r t a l e s y
c a d u c o s ; p u e s m i e n t r a s p o r u n a parte p e r m a n e ­
c e m o s m o r t a l e s p o r naturaleza, p o r la otra, c o n la
oración y c o n v e r s a c i ó n c o n Dios n o s t r a s l a d a m o s
a u n a vida i n m o r t a l .

En efecto, es n e c e s a r i o que quien c o n v e r s a c o n


Dios llegue a ser superior a la m u e r t e y a toda c o ­
rrupción. Y así c o m o es a b s o l u t a m e n t e p r e c i a d o
que quien g o z a de los r a y o s del sol esté alejado
de las tinieblas, del m i s m o m o d o es n e c e s a r i o q u e
quien disfruta del trato divino, n o sea y a m o r t a l ,
p o r q u e la m i s m a g r a n d e z a del h o n o r lo traspasa
a la i n m o r t a l i d a d . P u e s , si es imposible que los
q u e h a b l a n c o n el e m p e r a d o r y son de él e s t i m a ­
dos sean p o b r e s , m u c h í s i m o m á s lo es q u e los
q u e r u e g a n a D i o s y le h a b l a n tengan a l m a s e x ­
p u e s t a s a la m u e r t e (P. G. 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
N o s CONVIENE
OBEDECER A DIOS

P o r q u e n o es posible, n o , q u e los que pi-


d e n a D i o s el d o n de la t e m p l a n z a , de la
justicia, de la m a n s e d u m b r e , de la virgi-
n i d a d , n o c o n s i g a n lo q u e piden. P o r q u e dice:
" P e d i d y se os dará, b u s c a d y hallaréis, l l a m a d y
se os abrirá; p o r q u e todo el que pide, recibe; el
que b u s c a , halla; y al q u e llama a la puerta, se le
a b r i r á " (Mt 7, 7-8; Lc 11).

Y a u n se añade: " ¿ Q u i é n de vosotros hay, q u e


si su hijo le p i d e pan, le dé u n a piedra, o si le pi-
de un p e z le dé u n a serpiente, o si le pide u n h u e -
v o le dé u n e s c o r p i ó n ? P u e s si vosotros s i e n d o
m a l o s sabéis dar cosas b u e n a s a vuestros hijos,
¿ c u á n t o m á s v u e s t r o Padre del cielo dará el E s p í -
ritu b u e n o a los q u e p i d a n ? " (ibíd.).

C o n tales p a l a b r a s n o s e x h o r t ó a la oración el
S e ñ o r de t o d o lo creado, y a nosotros n o s c o n v i e -
ne vivir s i e m p r e obedientes a D i o s , ofreciéndole
h i m n o s de a l a b a n z a y oraciones con m a y o r cui-

195
196 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

d a d o del culto divino que de nuestra p r o p i a al-


ma; p o r q u e así p o d r e m o s vivir siempre u n a v i d a
d i g n a de h o m b r e s . P o r q u e el q u e n o ruega a D i o s ,
n i ansia g o z a r c o n s t a n t e m e n t e de la divina c o n -
versación, está m u e r t o y sin alma, y n o tiene del
todo s a n o juicio; p o r q u e ésta es la m a y o r s e ñ a l de
insensatez: el n o c o n o c e r la g r a n d e z a de este h o -
nor, ni a m a r la oración, ni tener p o r m u e r t e del al-
m a el n o p o s t r a r s e delante de D i o s (P. G. 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
LA ORACIÓN
ES LA VIDA DEL ALMA

P u e s claro está que, así c o m o a este n u e -


v o c u e r p o , c u a n d o le falta el alma, q u e -
d a fétido, así c u a n d o el a l m a n o se m u e -
ve a sí m i s m a a la oración, y a está m u e r t a , m i s e -
rable y c o r r o m p i d a .
Y q u e se d e b a tener p o r m á s acervo que cual-
quier m u e r t e el verse p r i v a d o de la oración, her-
m o s a m e n t e n o s lo e n s e ñ a el gran profeta D a n i e l ,
al elegir antes la m u e r t e que estar p o r sólo tres
días p r i v a d o de la oración; p u e s n o le m a n d ó el
rey de los p e r s a s c o m e t e r n i n g u n a i m p i e d a d , sino
que quiso v e r sólo si en el espacio de tres (¿trein-
ta?) días se hallaba a l g u n o que pidiese n a d a a
n i n g u n o de los dioses, si n o era al m i s m o rey (Dn
4 ) . P o r q u e , si D i o s n o se inclina hacia nosotros,
n i n g ú n b i e n d e s c e n d e r á a nuestras almas; p e r o el
inclinarse D i o s a nosotros m a r a v i l l o s a m e n t e olvi-
dará nuestros trabajos, si n o s ve a m a r la oración
y rogar c o n s t a n t e m e n t e a su majestad, y tener

197
198 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

p u e s t a n u e s t r a e s p e r a n z a en que allí h a n de d e s ­
c e n d e r a n o s o t r o s todos los b i e n e s .

La oración es la fuente y el origen de la virtud

P u e s la m u e r t e de las almas es la i m p i e d a d y la
vida sin ley; c o m o al contrario, su vida es el servi­
cio de Dios y el m o d o de obrar conforme a Él.

Cierto es q u e la vida santa y conforme al ser­


vicio de D i o s , claro está que la oración la p r o d u ­
ce y m a r a v i l l o s a m e n t e la g u a r d a c o m o u n t e s o r o
en n u e s t r a s a l m a s . P o r q u e sea q u e u n o a m e la
v i r g i n i d a d , s e a q u e se esfuerce p o r g u a r d a r la
m o d e r a c i ó n p r o p i a del m a t r i m o n i o , o p o r s u p e ­
rar la ira, o p o r f a m i l i a r i z a r s e c o n la m a n s e ­
d u m b r e , o p o r v e n d e r la e n v i d i a , o p o r c u m p l i r
c u a l q u i e r otro deber, teniendo p o r guía a la ora­
ción q u e le v a y a allanando la senda del m o d o de
vivir q u e h a y a e s c o g i d o , hallará expedita y fácil
la carrera de la p i e d a d (P. G. 47-64).

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 }
A M A R LA ORACIÓN
ES SEÑAL DE PERFECCIÓN

P o r esto, c u a n d o v e o a a l g u n o q u e n o
a m a la oración, y que n o siente h a c i a
ella u n afecto e n c e n d i d o y v e h e m e n t e ,
ya p a r a m í es c o s a manifiesta que el tal n o abriga
en su a l m a n a d a de grande y generoso; p e r o
c u a n d o v e o a u n o q u e n o se harta de dar culto a
D i o s , y j u z g a el n o orar c o n t i n u a m e n t e p o r el m a -
y o r de los d a ñ o s , conjeturo que el tal es u n fiel y
firme p r a c t i c a d o r de todas las virtudes, y t e m p l o
de D i o s . P o r q u e si el vestido del h o m b r e , y el c a -
m i n a r de sus pies, y la risa de sus dientes dicen y a
q u i é n e s , s e g ú n el s a b i o S a l o m ó n ( Q o 1 9 , 2 7 ) ,
m u c h o m á s la o r a c i ó n y culto de D i o s es s e ñ a l d e
t o d a j u s t i c i a , s i e n d o c o m o es u n a v e s t i d u r a e s p i -
ritual y d i v i n a , q u e p r e s t a a n u e s t r a s m e n t e s
m u c h a h e r m o s u r a y b e l l e z a , m o d e r a la v i d a d e
cada uno, n o permite que nada malo ni imperti-
n e n t e se a p o d e r e del a l m a , y n o s p e r s u a d e d e
q u e r e v e r e n c i e m o s a D i o s y e s t i m e m o s el h o n o r

199
200 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

que n o s c o n c e d e , n o s e n s e ñ a a arrojar lejos de n o -


sotros t o d a s las s e d u c c i o n e s del m a l v a d o (enemi-
go), d e s e c h a t o d o s los p e n s a m i e n t o s torpes y n e -
cios, y h a c e a n u e s t r a s a l m a s despreciadoras del
deleite. P o r q u e éste es el ú n i c o orgullo q u e con-
viene a los a d o r a d o r e s de Cristo, el n o ser escla-
vos de n a d a torpe, sino c o n s e r v a r el á n i m o e n li-
b e r t a d y vida i n m a c u l a d a . Y que sin la oración
sea i m p o s i b l e p a s a r y t e r m i n a r v i r t u o s a m e n t e la
vida, creo v e r d a d a t o d o s manifiesta.

P o r q u e ¿ c ó m o h a b r á de ejercitar la virtud, n o
a c u d i e n d o y r i n d i e n d o adoración c o n s t a n t e m e n -
te al s u m i n i s t r a d o r y d a d o r de ella? Y ¿ c ó m o h a -
brá de d e s e a r u n o ser t e m p l a d o y justo, n o con-
v e r s a n d o d u l c e m e n t e c o n el que de nosotros pide
esto y m u c h o m á s ? (P. G. 4 7 - 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
LA ORACIÓN
NOS ALCANZA EL PERDÓN
DE LOS PECADOS

Y ahora quiero brevemente demostrar


q u e , a u n q u e al orar e s t e m o s llenos de
p e c a d o s , la oración nos limpiará
ellos en b r e v e . P o r q u e ¿qué cosa p u e d e h a b e r o
de

m a y o r o m á s divina q u e la oración, q u e n o pare-


ce sino u n c o n t r a v e n e n o p a r a l o s q u e t i e n e n e l
alma enferma?
L o s ninivitas son los p r i m e r o s que se n o s pre-
sentan absueltos p o r m e d i o de la oración, de m u -
c h o s p e c a d o s contra D i o s ; p o r q u e u n a m i s m a c o -
sa fue a p o d e r a r s e de ellos la oración, y h a c e r l o s
justos, y corregir al p u n t o la ciudad h e c h a y a a la
liviandad, y a la m a l d a d , y a la vista sin freno,
v e n c i e n d o la antigua c o s t u m b r e , llenando la ciu-
dad de leyes celestiales, y llevando c o n s i g o la
t e m p l a n z a , y la caridad, y la m a n s e d u m b r e y el
c u i d a d o de los pobres; p o r q u e n o sufre habitar en

201
202 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

las a l m a s sin estas virtudes; antes, cualquier a l m a


en q u e r e s i d e , la llena de t o d a j u s t i c i a , a d i e s -
t r á n d o l a p a r a la v i r t u d , y e x p u l s a n d o d e ella la
m a l d a d . Cierto que, si entonces hubiera e n t r a d o
en la c i u d a d de N í n i v e a l g u n o que la c o n o c i e r a
b i e n de antes, n o la reconocería: ¡tan repentino
fue el salto q u e dio del vicio a la virtud!

Así c o m o a u n a mujer pobre y v i l m e n t e vesti-


da, n o la r e c o n o c e r í a u n o si la viera d e s p u é s
a d o r n a d a c o n vestiduras de oro, así, quien viera
p r i m e r o aquella c i u d a d m e n d i g a n d o y v a c í a de
tesoros espirituales, la desconocería p o r c o m p l e -
to, d e s p u é s q u e de tal suerte logró transformar la
oración, dirigiendo a la virtud sus c o s t u m b r e s y
vida viciosa.

H u b o a s i m i s m o u n a mujer que, h a b i e n d o e m -
p l e a d o t o d o el t i e m p o en la i n t e m p e r a n c i a y las-
civia, a p e n a s se postró a los pies de Cristo c u a n -
do alcanzó la salvación (Lc 7, 3 7 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
LA ORACIÓN
NOS DEFIENDE
DE T O D O PELIGRO

F u e r a de esto, n o s o l a m e n t e limpia la ora­


c i ó n el a l m a de p e c a d o s , sino q u e a d e ­
m á s , aleja de m u c h o s peligros. A s í es
q u e , a q u e l r e y y al m i s m o t i e m p o profeta a d m i ­
rable D a v i d a h u y e n t ó c o n la oración m u c h a s y
t e m i b l e s g u e r r a s , p o n i e n d o este solo r e s g u a r d o
p a r a el ejército, y l o g r a n d o de este m o d o p a r a sus
s o l d a d o s j u n t a m e n t e la p a z y la victoria.
A s í c o m o otros reyes suelen p o n e r la e s p e r a n ­
za de s u s a l v a c i ó n en la pericia de los militares,
en el arte de la guerra, en los saeteros, en los sol­
d a d o s d e a pie y de a caballo así, el a d m i r a b l e
D a v i d r o d e ó a su ejército p o r toda defensa c o n la
m u r a l l a de la oración; n i reparaba en el v a l o r de
los generales, tribunos y centuriones; antes sin re­
c o g e r dinero, sin p r e p a r a r a r m a s , l o g r a b a c o n la
oración las a r m a s del cielo.

203
204 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

Porque verdaderamente la oración es a r m a d u ­


ra celestial que se derrama ante Dios, y es la única
que defiende p o r c o m p l e t o a los que se p o n e n en
sus divinas m a n o s . P u e s t o q u e la robustez y peri­
cia de la infantería, y la práctica de los saeteros, y
la destreza en s o r p r e n d e r al e n e m i g o , m u c h a s v e ­
ces q u e d a n fallidas y frustradas, o p o r los lances
de la guerra, o p o r la seguridad de los adversa­
rios, o p o r m u c h a s causas. Pero la oración es ar­
m a d u r a i n e x p u g n a b l e y segurísima, y n u n c a h a c e
traición, y tan fácilmente rechaza a un e n e m i g o
c o m o a i n n u m e r a b l e s millares.

En efecto, el a d m i r a b l e D a v i d , de quien a c a b a ­
m o s de hablar, c u a n d o se l a n z ó sobre él c o m o un
formidable d e m o n i o , a q u e l gigante Goliat (1 R 7),
lo derribó, n o c o n a r m a s y espadas, sino c o n ora­
ciones; tan p o d e r o s a a r m a es la oración p a r a los
reyes en las batallas contra los e n e m i g o s . P u e s
bien; el m i s m o p o d e r tiene para nosotros esta ar­
m a contra los d e m o n i o s (P. G. 4 7 - 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
LA ORACIÓN
ES LA RAÍZ
Y BASE DE TODO

P ero q u i z á a l g u n o de los m á s p e r e z o s o s y
de los q u e n o quieren orar c o n c u i d a d o
y e m p e ñ o , se persuadirá q u e D i o s dijo
t a m b i é n aquellas palabras: " N o t o d o el que dice
Señor, Señor, entrará en el R e i n o de los C i e l o s , si-
n o el q u e hiciera la v o l u n t a d de m i Padre celes-
tial" (Mt 7, 2 1 ) . Cierto, si y o j u z g a r a q u e la ora-
ción p o r sí sola b a s t a p a r a nuestra salvación, c o n
r a z ó n p o d r í a a l g u n o h a c e r uso contra m í de esas
palabras; p e r o diciendo, c o m o digo, q u e la ora-
ción es c o m o la c a b e z a de todos los b i e n e s , y fun-
d a m e n t o y raíz de u n a vida p r o v e c h o s a , n a d i e
p o r pretexto de s u p e r e z a se defienda con s e m e -
jantes p a l a b r a s . P o r q u e ni sólo la i n t e m p e r a n c i a
p u e d e s a l v a r n o s sin los otros b i e n e s , ni el c u i d a -
d o de los p o b r e s , n i la b o n d a d , ni cosa a l g u n a de
las q u e se p u e d e n desear, sino que c o n v i e n e q u e
todas j u n t a s entren en nuestras a l m a s . P e r o la
oración está debajo de todas c o m o raíz y b a s e , y

205
206 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

así c o m o a u n a n a v e y a u n a casa, las partes q u e


están debajo, la c o n s o l i d a n y sostienen, de la m i s ­
m a m a n e r a las o r a c i o n e s fortalecen n u e s t r a vi­
da, y sin ellas n a d a h a b r í a en n o s o t r o s de b u e n o
y saludable.

Por e s o , s a n P a b l o n o s urge c o n s t a n t e m e n t e
e x h o r t á n d o n o s y d i c i é n d o n o s : " P e r s e v e r a d en la
oración, v e l a n d o en ella en acción de g r a c i a s "
(Col 4 , 2 ) . Y e n otro lugar: " O r a d sin i n t e r m i s i ó n
d a n d o gracias en t o d o , p o r q u e ésta es la v o l u n ­
tad de D i o s " (1 Ts 5, 17-18). E n otra parte d e n u e ­
vo: " O r a d e n t o d a o c a s i ó n en Espíritu, v e l a n d o
e n É l c o n t o d a p e r s e v e r a n c i a y s ú p l i c a s " (Ef 6,
18). C o n tantas y tan divinas v o c e s , n o s e x h o r t a a
la o r a c i ó n c o n t i n u a m e n t e a q u e l caudillo de los
apóstoles.

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
TENGAMOS
T O D O S LOS DÍAS
VARIOS RATOS DE ORACIÓN

C o n v i e n e , p u e s , que a m a e s t r a d o s p o r
él, p a s e m o s la v i d a en o r a c i ó n , y d e ­
m o s c o n t i n u a m e n t e este r i e g o a n u e s ­
tras a l m a s , p u e s n o m e n o s n e c e s i t a m o s d e la
o r a c i ó n los h o m b r e s que del a g u a los árboles;
p o r q u e ni éstos p u e d e n producir sus frutos si n o
b e b e n p o r las raíces, ni nosotros p o d r e m o s dar
los p r e c i o s í s i m o s frutos de la p i e d a d si n o recibi­
m o s el riego de la oración.

Conviene, pues, que al levantamos del lecho,


nos adelantemos siempre al sol en dar culto a Dios,
y que al s e n t a m o s a la m e s a y al irnos a acostar, y
mejor todavía cada hora, ofrezcamos a Dios u n a
oración, y c o r r a m o s d e e s t a m a n e r a la m i s m a
c a r r e r a q u e e l día; y q u e en t i e m p o de i n v i e r n o
e m p l e e m o s la m a y o r p a r t e de la n o c h e e n o r a ­
c i o n e s , y d o b l a n d o las rodillas, c o n gran temor,
i n s t e m o s e n la o r a c i ó n , y n o s j u z g u e m o s felices
en d a r culto a Dios.

207
208 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

D i m e : ¿ c ó m o v e r á s al s o l sin a d o r a r al q u e
e n v í a a t u s ojos s u d u l c í s i m a l u m b r e ? ¿ C ó m o
disfrutarás d e la m e s a , sin a d o r a r al q u e te d a y
regala tantos b i e n e s ? ¿ C o n q u é e s p e r a n z a llega-
rás al t i e m p o de la n o c h e ? ¿ C o n q u é s u e ñ o s pien-
sas o c u p a r t e , n o arrullándote c o n la oración, y
yendo a dormir desprevenido?

Sólo p o r la oración v e n c e r e m o s a los d e m o n i o s .

D e s p r e c i a b l e y fácil p r e s a parecerás a los d e -


m o n i o s q u e a n d a n s i e m p r e alrededor a c e c h a n d o
u n a o c a s i ó n en n u e s t r o d a ñ o , y m i r a n d o a quién
p o d r á n h a l l a r p r i v a d o de la oración, p a r a e n s e -
g u i d a arrebatarle.

Pero si n o s vieren defendidos c o n o r a c i o n e s ,


h u y e n al p u n t o , c o m o los ladrones y m a l v a d o s
c u a n d o v e n p e n d e r sobre sus c a b e z a s la e s p a d a
del s o l d a d o . P e r o quien se e n c u e n t r a d e s n u d o de
la oración, a r r e b a t a d o p o r los d e m o n i o s , es arras-
trado y e m p u j a d o a los p e c a d o s y c a l a m i d a d e s y
t o d o m a l (P. 4 7 - 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
IMITEMOS
A LA CANANEA

A
cerquémonos, pues, a Él y digámosle:
" B i e n está, Señor, que t a m b i é n los p e -
rros c o m e n de las m i g a s q u e c a e n d e la
m e s a de los d u e ñ o s . " A c e r q u é m o n o s c o n o p o r t u -
nidad e importunidad; por más que nunca po-
d r e m o s a c e r c a r n o s c o n i m p o r t u n i d a d , p o r q u e la
i m p o r t u n i d a d está en n o acudir c o n t i n u a m e n t e .
P o r q u e así c o m o el respirar n u n c a es i m p o r t u n o ,
así t a m p o c o es el orar, sino que lo i m p o r t u n o e s el
n o orar. P u e s c o m o n e c e s i t a m o s de la respiración,
así n e c e s i t a m o s de su auxilio, y si lo q u e r e m o s ,
fácilmente lo c o n s e g u i r e m o s .

Y p a r a h a c é r n o s l o v e r el profeta y d e c l a r a m o s
c ó m o s i e m p r e t e n e m o s a m a n o sus beneficios, d e -
cía: " L o h a l l a r e m o s p r e p a r a d o c o m o la aurora."
Porque cuantas veces acudamos a Él, veremos
q u e n o s está a g u a r d a n d o . Y si n a d a s a c a m o s de la
fuente de s u b o n d a d , s i e m p r e m a n a n t e , la c u l p a
es n u e s t r a p o r c o m p l e t o .

209
210 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Esto era lo q u e e c h a b a en cara a los j u d í o s , di­


ciendo: " M i misericordia c o m o n u b e de m a d r u ­
g a d a . " C o n lo c u a l quiere decir: " Y o hice c u a n t o
estaba de m i parte; pero vosotros, a la m a n e r a
q u e el sol ardiente d a n d o sobre la niebla y el ro­
cío los disipa y los deshace, p o r vuestra m a l d a d
reprimisteis m i inefable liberalidad." L o cual a s u
v e z es p r o p i o de su providencia: p o r q u e c u a n d o
n o s v e i n d i g n o s de ser favorecidos, contiene sus
beneficios p a r a n o h a c e r n o s desidiosos.

Pero si n o s convertimos un poquito, lo suficien­


te tan sólo p a r a reconocer que p e c a m o s , brota m á s
que todas las fuentes, derrama m á s que el océano
y, cuanto m á s hubieres recibido, tanto Él m á s se
complace, y con eso se prepara para dar m á s de
n u e v o . P u e s j u z g a riqueza propia nuestra salva­
ción y el dar c o n largueza a los que piden, c o m o
lo d e c l a r a b a s a n P a b l o , diciendo: " R i c o p a r a to­
d o s y sobre t o d o s los que le i n v o c a n " ( R m 1 0 , 1 2 )
(P. G. 47-84).

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
C O N LA ORACIÓN
SUS MANDAMIENTOS
RESULTAN FÁCILES

P ero p a r a que nadie p u d i e r a decir que


sus m a n d a m i e n t o s son imposibles de
cumplir, les e n s e ñ ó la forma de h a c e r l o s
fáciles, a l e g a n d o razones suficientes p a r a c o n -
v e n c e r n o s de ello. Pero, en este caso, el r e m e d i o
q u e n o s ofrece toca la cúspide de la facilidad,
p u e s n o es u n alivio cualquiera, sino la a y u d a de
la p e r s e v e r a n t e oración.

P o r q u e n o b a s t a , n o s viene a decir el S e ñ o r
q u e n o b a s t a c o n que n o s e s f o r c e m o s n o s o t r o s
solos s i n o q u e h a y que i n v o c a r t a m b i é n el auxi-
lio de lo alto, y ese auxilio v e n d r á infaliblemente
y n o s asistirá y t o m a n d o parte en n u e s t r o s c o m -
b a t e s n o s lo h a r á t o d o fácil.

P o r e s o , n o sólo n o s m a n d ó a pedir, sino q u e


n o s garantizó que se n o s dará lo que p i d a m o s .
Pero n o n o s m a n d ó s i m p l e m e n t e pedir, sino p e -
dir c o n gran perseverancia, insistencia y fervor.

211
212 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Eso es p r e c i s a m e n t e lo que significa a q u e l i m -


perativo: " B u s c a d . " P o r q u e el que b u s c a , arroja
de su p e n s a m i e n t o t o d o lo d e m á s y sólo p i e n s a
en lo q u e b u s c a , sin q u e le distraiga n a d a de
c u a n t o ocurre a s u lado. Bien saben lo q u e d i g o
los q u e b u s c a n n e g o c i o s t e m p o r a l e s .

Eso fue p r e c i s a m e n t e lo q u e n o s quiso decir el


S e ñ o r c o n la p a l a b r a " b u s c a r " , y eso lo q u e n o s
quiso d a r a entender. M a s c o n la de l l a m a r a la
p u e r t a n o s i n d i c a c o n q u é v e h e m e n c i a y ardiente
espíritu h e m o s de acercarnos a la oración.

¡Oh, h o m b r e ! N o te d e s a l i e n t e s , p u e s , ni
m u e s t r e s m e n o s e m p e ñ o p o r la v i r t u d q u e c o d i -
cia p o r el d i n e r o . E l d i n e r o , m i l v e c e s lo h a s b u s -
c a d o sin e n c o n t r a r l o , y a u n c u a n d o s a b e s q u e n o
lo h a s d e e n c o n t r a r a b s o l u t a m e n t e , n o dejas p i e -
dra p o r m o v e r p a r a dar c o n él. A q u í , e m p e r o ,
q u e tienes p r o m e s a infalible de que absolutamen-
te recibirás, n o p o n e s ni la m í n i m a parte de a q u e l
e m p e ñ o q u e m u e s t r a s p o r el dinero (P. G. 4 7 - 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
LA ORACIÓN
ES LA LUZ DEL ALMA

L a oración es la luz del alma, v e r d a d e r o


c o n o c i m i e n t o de D i o s y m e d i a d o r a en­
tre D i o s y los h o m b r e s . P o r ella n u e s t r o
espíritu, e l e v a d o hasta el cielo, abraza a D i o s c o n
b r a z o s inefables. P o r ella nuestro espíritu e s p e r a
el c u m p l i m i e n t o de sus propios anhelos y recibe
u n o s b i e n e s que superan t o d o lo natural y visible
(Homilía 6, sobre la oración).
La luz de la oración es la que ilumina n u e s t r a
inteligencia. Si se d e s c u i d a la oración que alimen­
ta la luz, la inteligencia bien pronto q u e d a r á a o s ­
curas (Catena Áurea, vol. I V ) .

Q u i e n te r e d i m i ó y te creó n o quiere q u e c e s e n
tus o r a c i o n e s , y d e s e a que alcances p o r la ora­
ción lo q u e su b o n d a d quiere c o n c e d e r t e . N u n c a
n i e g a sus beneficios a quien los pide, y a n i m a a
los q u e oran a q u e n o se c a n s e n de orar (Catena
Áurea, vol. V I ) .

213
214 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

El S e ñ o r o b l i g ó a los discípulos a subir a la


b a r c a y a irse a la otra orilla, mientras El d e s p e d í a
a la m u c h e d u m b r e . U n a v e z que la despidió, su-
bió a u n m o n t e a p a r t a d o p a r a orar, y, llegada la
n o c h e , El p e r m a n e c í a allí solo (Mt 14, 22-23).

¿ P o r q u é s u b e el S e ñ o r al m o n t e ? P a r a e n s e -
ñ a r n o s q u e n a d a h a y c o m o la soledad p a r a orar.
De ahí la frecuencia c o n q u e se retira a lugares s o -
litarios y allí se p a s a las n o c h e s en oración, p a r a
e n s e ñ a r n o s q u e , p a r a la oración, h e m o s de b u s c a r
la tranquilidad del t i e m p o y del lugar. El desierto
es, en efecto, p a d r e de la tranquilidad, un p u e r t o
de c a l m a q u e n o s libra de todos los alborotos. H e
a q u í p o r q u é se retira al m o n t e p o r las n o c h e s .
(Homilía 50 sobre san Mateo).

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
" T Ú , CUANDO QUIERAS ORAR,
ENTRA EN TU HABITACIÓN"

u é n o s dice aquí el S e ñ o r ? Q u e n o s

¿Q recojamos dentro de n o s o t r o s m i s -
mos y no andemos divagando por
las plazas c o n n u e s t r o p e n s a m i e n t o . P u e s si n o s o -
tros, los q u e r o g a m o s y s u p l i c a m o s , n o n o s aten-
d e m o s a n o s o t r o s m i s m o s , ¿con q u é d e r e c h o pre-
t e n d e m o s q u e n o s atienda D i o s ?

¿ N o veis c ó m o en los palacios reales se evita


t o d o el alboroto y reina p o r todas partes profun-
d o silencio? Tú, p u e s , q u e entras en tu p a l a c i o , n o
de la Tierra sino del cielo, q u e h a de inspirarte
m a y o r r e v e r e n c i a , p ó r t a t e a q u í c o n la m a y o r
d e c e n c i a . E n v e r d a d , c u a n d o o r a s , e n t r a s e n el
c o r o d e l o s á n g e l e s , e r e s c o m p a ñ e r o d e l o s ar-
c á n g e l e s y c a n t a s j u n t a m e n t e con los serafines.

A h o r a b i e n , todas estas m u c h e d u m b r e s guar-


d a n el m a y o r orden al e n t o n a r a D i o s , r e y del
u n i v e r s o , c o n t o d a reverencia, a q u e l m i s t e r i o s o

215
216 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

cántico y aquellos h i m n o s sagrados. M é z c l a t e


p u e s , c o n ellos en tu oración y e m u l a aquel m i s -
terioso orden. N o h a c e s , en efecto, tu oración a
los h o m b r e s , s i n o a D i o s ; a D i o s que está presen-
te en todas partes, que te oye antes de que abras
tu b o c a , que s a b e los secretos todos de tu corazón.

Si así oras, recibirás u n a gran recompensa.


" P o r q u e tu Padre — d i c e el S e ñ o r — , que v e en lo
e s c o n d i d o , te p a g a r á en lo manifiesto."

Y p o n atención, que n o dijo: "Te gratificará",


sino "te p a g a r á . " D i o s quiso hacerse d e u d o r tuyo,
y g r a n d e fue la h o n r a q u e en esto te c o n c e d i ó . Y
es q u e , c o m o E l es invisible, quiere que tu ora-
ción sea invisible.

"En la oración, n o afectéis hablar m u c h o , c o -


m o h a c e n los gentiles que se i m a g i n a n ser o í d o s a
fuerza de p a l a b r a s . N o queráis imitarlos, que
b i e n sabe v u e s t r o Padre lo q u e necesitáis antes de
pedírselo ( M t 6, 8 ) " (P. G. 4 7 - 6 4 ) .

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O († 4 0 7 )
¿ Q U E ES LA O R A C I Ó N ?

L a o r a c i ó n es la m u r a l l a q u e n o s defien-
de, es la a r m a d u r a invencible, es el sa-
crificio expiatorio de nuestra a l m a y la
b a s e y f u n d a m e n t o de t o d o s los b i e n e s . P o r q u e la
oración n o es otra cosa q u e un diálogo con D i o s y
u n a c o n v e r s a c i ó n c o n el S e ñ o r del universo.
¿ P u e d e h a b e r algo de m a y o r dicha que el ser u n o
c o n s i d e r a d o d i g n o de c o n v e r s a r ininterrumpida-
m e n t e c o n el S e ñ o r ?
Y p a r a q u e a p r e n d a s las g r a n d e z a s de este
bien, c o n s i d e r a c u á n t o s a n d a n e n l o q u e c i d o s p o r
las cosas de este m u n d o , que vienen a ser p o c o
m e n o s q u e s o m b r a s . Y c u a n d o v e n a u n o q u e tie-
n e trato c o n el rey y p u e d e conversar c o n t i n u a -
m e n t e c o n él, a u n q u e sea u n rey terrenal, ¿en q u é
c o n c e p t o de g r a n d e z a le tienen? L o p r o c l a m a n
d i c h o s o y lo h o n r a n c o m o a p e r s o n a a d m i r a b l e y
altísima, d i g n o de altísimo honor.

P u e s si a este h o m b r e , que n o dialoga m á s q u e


c o n u n c o n g é n e r e , c o n el q u e tienen en c o m ú n la

217
218 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

m i s m a n a t u r a l e z a y q u e sólo trata de a s u n t o s te-


rrenales y e f í m e r o s , y a p e s a r de t o d o es c o n s i -
d e r a d o tan d i g n o d e a d m i r a c i ó n , ¿ q u é se p o d r í a
decir del q u e es considerado digno de conversar
con Dios y n o sobre asuntos de la Tierra, sino so-
bre la remisión de los p e c a d o s , sobre el p e r d ó n de
las culpas, sobre la salvaguarda de los bienes ya
otorgados, sobre los que le serán concedidos, que
son todos los bienes eternos? Este tal es m u c h o
m á s dichoso, incluso que el m i s m o que ciñe la dia-
dema, con tal que p o r m e d i o de la oración se gane
el a p o y o de lo alto (Catequesis Bautismales, XI).

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O († 4 0 7 )
VANAS EXCUSAS
PARA N O ORAR

N o digas, pues: D i o s es e n e m i g o m í o y
n o m e escuchará. P o r q u e si tú insis-
tes sin d e s f a l l e c i m i e n t o , p r o n t o
c o n t e s t a r á . P o r q u e a u n q u e n o te e s c u c h e p o r
te

a m i s t a d , lo h a r á al m e n o s p o r importunidad.
P o r tanto, n i la e n e m i s t a d , ni lo i m p o r t u n o de la
h o r a , ni otra c o s a a l g u n a es i m p e d i m e n t o .

T a m p o c o h a s de decir: "Yo n o s o y d i g n o y p o r
eso n o h a g o o r a c i ó n . " P o r q u e t a m p o c o la c a n a n e a
era d i g n a y fue e s c u c h a d a . N i digas t a m p o c o :
" H e p e c a d o m u c h o y n o p u e d o rogar al que ten-
go tan o f e n d i d o " ; p o r q u e D i o s n o m i r a los m e r e -
cimientos, s i n o la intención. P u e s si aquella v i u d a
del E v a n g e l i o logró d o b l e g a r c o n sus r u e g o s al
j u e z q u e n o t e m í a a D i o s ni le i m p o r t a b a n los
h o m b r e s , ¿ c u á n t o m á s inclinará h a c i a n o s o t r o s a
D i o s la c o n t i n u a oración, s i e n d o É l la s u m a b o n -
d a d ? P o r tanto, a u n c u a n d o n o fueras a m i g o su-
yo, a u n c u a n d o n o tengas d e r e c h o a reclamarle

219
220 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

u n a d e u d a , a u n c u a n d o te h u b i e r a s a u s e n t a d o de
la casa p a t e r n a y h u b i e r a s c o n s u m i d o y despilfa­
rrado tu h e r e n c i a , aun c u a n d o estés d e s h o n r a d o
y seas el d e s e c h o del m u n d o , aun c u a n d o le ha­
y a s ofendido e irritado g r a n d e m e n t e , b a s t a que
quieras suplicarle y volverte a El, para q u e al
p u n t o lo recobres todo, y, a p l a c a n d o su ira, anu­
les la sentencia q u e contra ti tenía preparada. Y
p a r a h a c e r l o v e r el profeta, y declararnos c ó m o
s i e m p r e t e n e m o s a m a n o sus beneficios, decía:
"Lo h a l l a r e m o s p r e p a r a d o c o m o la a u r o r a " (Os 6,
3 ) , p o r q u e c u a n t a s v e c e s a c u d a m o s a Él, v e r e m o s
que nos estaba esperando.

Y si n a d a s a c a m o s de la fuente caudalosa de su
b o n d a d , s i e m p r e m a n a n t e , nuestra es p o r c o m ­
pleto la c u l p a . E s t o era lo q u e e c h a b a en cara a los
j u d í o s , diciendo: " M i misericordia c o m o n u b e de
m a d r u g a d a . " C o n lo c u a l quiere decir: Yo hice
c u a n t o estaba de m i parte; pero, vosotros, a la
m a n e r a del sol ardiente d a n d o sobre la niebla y
el rocío los d i s i p a y d e s h a c e , p o r vuestra m a l d a d ,
reprimisteis m i inefable liberalidad (P. 47-64).

SAN JUAN C R I S Ó S T O M O ( † 4 0 7 )
S I N AYUDA DE LA GRACIA,
N O PODREMOS CUMPLIR
LOS MANDAMIENTOS

M ientras l u c h a m o s , Dios n o s está m i -


r a n d o ; si v e que n o s faltan las fuer-
zas vendrá inmediatamente
n u e s t r o auxilio, p e r o sólo si se lo p e d i m o s (...).
en

C o m o Él n o n o s a y u d e , n o s o l a m e n t e n o p o d r e -
m o s vencer, sino q u e ni luchar n o s será posible si-
quiera (Sal 1 5 6 ) .
Se n o s o r d e n a la continencia: sé continente. E s
u n a orden, u n m a n d a t o , h a y que e s c u c h a r l o y
c u m p l i r l o ; p e r o , si D i o s n o s ayuda, q u e d a m o s c o -
m o antes. I n t e n t a m o s h a c e r algo c o n n u e s t r a v o -
luntad, la v o l u n t a d se esfuerza en ello; n o p r e s u -
m a p o d e r si n o recibe ayuda. E s cierto q u e está
m a n d a d o : Sé continente. E s c u c h a otro texto de la
Escritura: " Y s a b i e n d o , dice, que nadie p u e d e ser
c o n t i n e n t e si D i o s n o se lo c o n c e d e (...), m e acer-
q u é al S e ñ o r y se lo pedí." Pero ¿ q u é n e c e s i d a d
t e n e m o s de a c u m u l a r textos? C u a l q u i e r cosa q u e

221
222 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

n o s m a n d e , h a y q u e orar para p o d e r cumplirla.


P e r o n o de m a n e r a q u e c o n e s o y a p o d a m o s de­
s e n t e n d e r n o s del asunto y, c o m o perezosos, t u m ­
b a d o s h a c i a arriba d i g a m o s : " H a g a D i o s llover
los a l i m e n t o s sobre nuestras b o c a s . " Y sin querer
h a c e r a b s o l u t a m e n t e nada, c u a n d o los a l i m e n t o s
h a y a n llovido sobre nosotros, d i g a m o s : " Q u e
D i o s n o s lo e n g u l l a t a m b i é n . " También nosotros
d e b e m o s h a c e r algo. D e b e m o s o c u p a r n o s de ello,
d e b e m o s intentarlo y, en la m e d i d a en que a ú n n o
h a y a m o s p o d i d o , orarle. A l darle gracias, evitas
el ser c o n d e n a d o p o r ingrato; m a s c u a n d o p i d e s
lo q u e aún n o h a s p o d i d o , evitas el quedarte v a ­
cío, p o r q u e tú n o te bastas (Sermón 3 4 8 A ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
H A Y QUE PEDIR AYUDA
DE LA GRACIA

uién dirá q u e desea lo q u e de tal

¿Q m o d o se halla a su alcance, q u e
pueda h a c e r l o sin q u e n a d i e lo
a y u d e ? L u e g o , si el h o m b r e desea tener lo q u e
D i o s le m a n d a , h a de rogar a D i o s que le dé lo
q u e É l m a n d a . ¿ Y de quién h a de desearse sino de
a q u e l p o r el cual, c o m o Padre de las luces, d e s -
c i e n d e t o d a la d á d i v a b u e n a y todo d o n perfecto,
c o n f o r m e lo atestigua la Escritura?

R e s p e c t o a aquellos q u e p i e n s a n q u e D i o s n o s
a y u d a s o l a m e n t e a c o n o c e r sus preceptos, p a r a
q u e u n a v e z c o n o c i d o s , y a sin la a y u d a de la gra-
cia de D i o s los c u m p l a m o s c o n las solas fuerzas
de n u e s t r o querer, entiendan q u e n o se p i d e la
a y u d a , sino d e s p u é s de h a b e r c o n o c i d o los m a n -
d a m i e n t o s . C o m o si dijese: " Y a h e c o n o c i d o la
Ley, y a la c o n o z c o , p o r q u e tú ordenaste q u e fue-
sen g u a r d a d o s c o n d e m a s í a tus m a n d a m i e n t o s , y
tus p r e c e p t o s s o n santos, justos y b u e n o s . P e r o el

223
224 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

p e c a d o m e c a u s a la m u e r t e , a n o ser que m e a y u ­
des c o n tu g r a c i a " (Sal 118 s. 4 ) .

Si alguien dijera que es injusto m a n d a r a u n


cojo que a n d e b i e n , se le responde que ciertamen­
te se le p u e d e m a n d a r a u n h o m b r e q u e a n d e
bien, si c u a n d o v e que n o p u e d e , le ofrece el re­
m e d i o , q u e es la gracia de D i o s , que n o s h a m e r e ­
c i d o Jesucristo, gracia interior que se n o s da p a r a
curar la cojera del p e c a d o (De Perfectione Iustitiae
hominis, epístola 3).

El p r e c e p t o de D i o s n o es tiránico (...). D i o s
m a n d a lo q u e se p u e d e hacer, y Él m i s m o d a el
p o d e r h a c e r a los q u e p u e d e n h a c e r y h a c e n . Y a
los q u e n o p u e d e n , les aconseja y m a n d a q u e pi­
dan para p o d e r (Cont. Ju. Lib. 3 , c. 76).

La L e y se h a d a d o p a r a i m p e t r a r la g r a c i a , y
la g r a c i a se d a p a r a c u m p l i r la L e y (De Spiritu et
Littera, 19).

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
S Ó L O DEBEMOS C O N F I A R
EN LA GRACIA
QUE ALCANZAMOS
P O R LA ORACIÓN

A quellos versículos del s a l m o , d o n d e


dice: "Ojalá s e a n e n d e r e z a d o s m i s c a -
m i n o s p a r a guardar tus justificantes;
e n t o n c e s n o seré confundido al m i r a r t o d o s tus
m a n d a m i e n t o s (...)", dan a e n t e n d e r la a u d a c i a
del libre albedrío c u a n d o se apropia de lo q u e se
d e b e e s p e r a r de la gracia. E l c o r a z ó n de los
m i e m b r o s del C u e r p o de Cristo se h a c e i n m a c u -
l a d o c o n la gracia de Dios, que se c o m u n i c a p o r
su C a b e z a , n u e s t r o S e ñ o r Jesucristo, m e d i a n t e el
b a u t i s m o de la regeneración, en el que se b o r r a n
todos n u e s t r o s p e c a d o s p o r la a y u d a del Espíritu,
c o n el q u e l u c h a m o s contra la carne p a r a n o ser
v e n c i d o s , y p o r la eficacia de la oración d o m i n i -
cal, en la q u e d e c i m o s : P e r d ó n a n o s n u e s t r a s d e u -
das. A s í , p u e s , h a b i é n d o s e n o s d a d o la r e g e n e r a -
ción, s i e n d o a y u d a d o s en el c o m b a t e y h a b i é n d o -
n o s p o s t r a d o e n oración, nuestro c o r a z ó n se h a c e

225
226 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS P A D R E S

i n m a c u l a d o p a r a q u e n o s e a m o s confundidos,
p o r q u e t a m b i é n esto pertenece a las justificacio­
n e s de D i o s , y a q u e entre sus preceptos m a n d a :
P e r d o n a d y seréis p e r d o n a d o s ; d a d y se os dará
(Enarrationes in Psalmos 118, c. 19).

Verdad e s q u e el h o m b r e ahora con solo sus


fuerzas y c o n la gracia ordinaria y c o m ú n q u e a
todos es c o n c e d i d a , n o p u e d e observar a l g u n o s
m a n d a m i e n t o s , p e r o tiene en su m a n o la oración
y c o n ella p o d r á alcanzar la fuerza m a y o r q u e n e ­
cesita p a r a p o d e r guardarlos (...). D i o s n o m a n d a
c o s a s i m p o s i b l e s , p e r o c u a n d o m a n d a , te e x h o r t a
a h a c e r lo q u e p u e d e s y a p e d i r lo q u e n o p u e d e s ,
y e n t o n c e s te a y u d a p a r a q u e lo p u e d a s (...).
V e a m o s , p o r t a n t o , q u é es lo q u e p u e d e y q u é e s
lo que n o p u e d e : lo q u e p o r e n f e r m e d a d o vicio
del a l m a n o p u e d e hacer, p o d r á hacerlo c o n la
m e d i c i n a , q u e es la oración (De natura et grada, 1).

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
S Ó L O PODREMOS VENCER
CON LA AYUDA DE D I O S

D ios le i m p u s o al h o m b r e u n a ley y le
a m e n a z a c o n castigarlo si la infringe
(...). D i o s , siendo justo, n o p u d o p o -
n e r u n a ley al h o m b r e si p o r naturaleza era m a l o .
D i o s , q u e es j u s t o , i m p u s o u n a ley al h o m b r e .
L u e g o , es evidente que p o d í a c u m p l i r lo q u e
D i o s , j u s t í s i m o , le m a n d ó , p o r q u e es claro q u e , si
n o tuviera fuerza p a r a obedecer, n o existiría e n el
q u e m a n d a , r a z ó n p a r a m a n d a r (...). L a justicia de
D i o s s o l a m e n t e se p u e d e i m p o n e r a subditos q u e
sabe p u e d e n cumplirla.

En el P a r a í s o , el h o m b r e fue creado b u e n o y
recibió u n m a n d a t o p a r a e n s e ñ a r n o s que, p a r a
u n a criatura r a c i o n a l , la o b e d i e n c i a , si n o es la
ú n i c a , sí es virtud principal. Infringió el h o m b r e
este m a n d a t o y se h i z o él m i s m o m a l o . Y p u d o
p o r sí m i s m o m a l e a r s e , p e r o n o p u e d e sanarse.
D i o s , en su sabiduría, se reservó elegir t i e m p o
oportuno y lugar conveniente para promulgar,

227
228 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

m á s tarde, u n a l e y p a r a el h o m b r e m a l e a d o ; n o
p a r a corregirlo, sino p a r a que c o m p r e n d i e r a s u
d e g r a d a c i ó n e i m p o t e n c i a en q u e se e n c o n t r a b a
p a r a corregirse p o r la ley. Y v i e n d o el h o m b r e q u e
sus p e c a d o s , lejos de disminuir, a u m e n t a b a n bajo
la ley, triturado s u orgullo y c o n d u c i d o p o r las
s e n d a s de la h u m i l d a d , implorase el auxilio de la
gracia y fuese p o r el espíritu vivificado.

Escrito está: " S i el Hijo de D i o s os libra, seréis


v e r d a d e r a m e n t e libres." Y esto fue d i c h o n o sola­
m e n t e a c a u s a de los p e c a d o s p a s a d o s , de los q u e
h e m o s sido liberados p o r el perdón, sino t a m ­
bién, p o r la a y u d a de la gracia q u e recibimos p a ­
ra n o pecar. E s decir, n o s h a c e m o s libres c u a n d o
D i o s e n c a m i n a nuestros p a s o s p a r a q u e la iniqui­
d a d n o n o s d o m i n e (Contra Iulianum I 1 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
NO PODEMOS NADA
SIN LA GRACIA

N o se e n g a ñ e n , p u e s , q u i e n e s dicen:
"¿A qué nos vienen con sermones y
m a n d a t o s p a r a q u e e v i t e m o s el m a l
y h a g a m o s el b i e n , si n o s o m o s nosotros, sino
D i o s , el autor de nuestros deseos y de la ejecución
de la o b r a ? "
A n t e s b i e n , entiendan, si son hijos de D i o s ,
q u e s o n m o v i d o s p o r el Espíritu del S e ñ o r p a r a
h a c e r lo q u e h a c e n , y d e s p u é s de obrar, d e n gra-
cias al q u e les dio fuerza para ello. S o n m o v i d o s
c i e r t a m e n t e p a r a obrar, p e r o n o de m o d o q u e
n a d a p o n g a n d e su parte. Y c o n este fin se les
d e s c u b r e lo q u e h a n de hacer, p a r a que, c u a n d o
ejecuten lo q u e d e b e n h a c e r con a m o r y g u s t o de
la justicia, se alegren de h a b e r recibido la suavi-
d a d q u e les dio el S e ñ o r para que la tierra de sus
c o r a z o n e s diese s u fruto. Y, c u a n d o n o obran, ora
a b s t e n i é n d o s e d e toda obra b u e n a , ora h a c i é n d o -
la sin gusto, n i e g u e n para q u e se les c o n c e d a lo

229
230 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

que falta. P u e s n a d a h a n de p o s e e r que n o sea de


regalo y n a d a p o s e e n que n o lo h a y a n recibido
(De la Corrección y de la Gracia, 2 ) .

Sería temeraria insensatez p e n s a r que p o r u n a


parte n o s i m p u s o el S e ñ o r la observancia de su
divina ley y, p o r otra, que fuera esa ley i m p o s i b l e
de cumplir. C u a n d o el S e ñ o r n o s da a e n t e n d e r
que n o s o m o s c a p a c e s de guardar todos sus m a n -
d a m i e n t o s , n o s m u e v e a h a c e r las cosas fáciles
con la gracia ordinaria que p o n e siempre a n u e s -
tra disposición, y p a r a hacer las m á s difíciles, n o s
ofrece u n a gracia m a y o r que p o d e m o s a l c a n z a r
con la oración.

¿ P o r q u é n o s m a n d a lo q u e n o p o d e m o s h a -
cer? N o s m a n d a algunas cosas que n o p o d e m o s
hacer, p a r a que e n t e n d a m o s qué cosas son las que
t e n e m o s que p e d i r (De natura et gratia, 69; De gra-
tia et libero arbitrio).

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
HAY GRACIAS
QUE D I O S SOLAMENTE
LAS DA A QUIEN LAS PIDE

H a y algunos que n o rezan o rezan sin


fervor, p o r q u e s a b e n , s e g ú n dijo
n u e s t r o S e ñ o r Jesucristo, que D i o s
c o n o c e perfectamente lo que n e c e s i t a m o s antes
de q u e se lo p i d a m o s . E n t o n c e s , ¿habrá q u e aban-
d o n a r esta v e r d a d (de que es necesario orar) o b o -
rrarla del E v a n g e l i o ? ¡Todo lo contrario!, p u e s
n o s c o n s t a q u e D i o s nuestro S e ñ o r da u n a s c o s a s
sin que las p i d a m o s , c o m o el initium fidei, y otras
s o l a m e n t e las da a los que se las piden, c o m o la
p e r s e v e r a n c i a final. A h o r a que el que cree q u e la
p e r s e v e r a n c i a es de su p r o p i a c o s e c h a , n a t u r a l -
m e n t e n o r e z a p a r a q u e se la den.
P o r c o n s i g u i e n t e , h a y que tener m u c h o c u i -
d a d o , n o s e a q u e p o r t e m o r a q u e la e x h o r t a c i ó n
i n d u z c a a la tibieza se a p a g u e la o r a c i ó n y se en-
c i e n d a n la p r e s u n c i ó n y la soberbia (Del don de la
perseverancia XVI, 39).

23 1
232 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

A p l a u d o , sin e m b a r g o , lo que (Pelagio) dice:


" D i o s , tan b u e n o c o m o justo, hizo al h o m b r e c a -
p a z de m a n t e n e r s e en la inocencia si éste hubiera
querido." E n efecto, ¿quién n o sabe que fue creado
sano e inocente y dotado de libre albedrío y capaz
de vivir en la justicia? M á s ahora se trata de aquel
a quien los ladrones dejaron m e d i o m u e r t o en el
c a m i n o y que, herido y traspasado con graves le-
siones, n o p u e d e y a subir a la c i m a de la justicia
c o m o p u d o d e s c e n d e r de ella; el cual, si es recogi-
d o en el m e s ó n , allí es atendido y m e d i c a d o .

N o m a n d a , p u e s , D i o s cosas imposibles, p e r o
al i m p o n e r u n p r e c e p t o te a m o n e s t a q u e h a g a s lo
que está a tu a l c a n c e y p i d a s lo que n o p u e d e s .

Veamos, pues, q u é es lo que p u e d e o n o p u e d e .


C i e r t a m e n t e n o es fruto de la voluntad la justicia
del h o m b r e en c u a n t o p r o c e d e de su c o n d i c i ó n
natural, m á s c o n la m e d i c i n a de la g r a c i a p o d r á
c o n s e g u i r lo q u e n o p u e d e p o r c a u s a del vicio (De
la Naturaleza y de la Gracia, XLIII, 5 0 ) .

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
D I O S N O MANDA COSAS
IMPOSIBLES DE CUMPLIR

L os preceptos son m u y b u e n o s si sabe­


m o s cumplirlos fielmente. Y p u e s cree­
m o s q u e D i o s es justo y n o p u e d e i m p o ­
n e r p r e c e p t o s i m p o s i b l e s , se n o s avisa q u é h e m o s
de h a c e r en las cosas fáciles y qué pedir en las di­
ficultosas. P o r q u e t o d o resulta fácil p a r a la cari­
dad, y a ella sola le es ligera la carga de Cristo, o
ella ú n i c a m e n t e es la carga ligera.
Está escrito: " Y sus m a n d a m i e n t o s n o s o n p e ­
s a d o s " (1 J n 5, 3 ) . Si alguien, pues, los tiene p o r
p e s a d o s , considere que si el divino oráculo los h a
declarado n o pesados, es porque El p u e d e infun­
dirnos el a m o r con que se aligeran, y pida lo nece­
sario para cumplirlos (...). Son difíciles para el te­
m o r y fáciles para el amor (De la Naturaleza y de la
Gracia 6 9 ) .

Los p e l a g i a n o s creen saber algo de m u c h a im­


portancia c u a n d o dicen "que Dios n o m a n d a lo
q u e sabe q u e n o p u e d e c u m p l i r el h o m b r e " .

233
234 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

¿ Q u i é n ignora esto? M á s p r e c i s a m e n t e p o r e s o
o r d e n a D i o s a l g u n a s cosas que n o p o d e m o s c u m -
plir, p a r a q u e s e p a m o s lo q u e d e b e m o s pedir. E s
u n a m i s m a la fe q u e p o r la oración impetra lo q u e
la ley m a n d a .

E n t o n c e s , ¿ p o r q u é c l a m a m o s al S e ñ o r ? E s in-
d u d a b l e que, s i q u e r e m o s , p o d e m o s c u m p l i r lo
o r d e n a d o . M a s c o m o nuestra v o l u n t a d h a de ser
p o r D i o s p r e p a r a d a , razón es que tanta v o l u n t a d
le p i d a m o s , c u a n t a sea suficiente, para que q u e -
riendo, c u m p l a m o s .

Cierto que q u e r e m o s c u a n d o q u e r e m o s , p e r o
A q u é l h a c e q u e q u e r a m o s el bien, del que fue di-
cho: " L a v o l u n t a d es p r e p a r a d a p o r el Señor, y
D i o s ordena los p a s o s del h o m b r e , guía y sostie-
n e al q u e v a p o r b u e n c a m i n o , y D i o s es el q u e
obra en vosotros el querer." Sin d u d a que n o s o -
tros o b r a m o s c u a n d o o b r a m o s ; pero Él h a c e q u e
o b r e m o s al dar fuerzas eficacísimas a la v o l u n t a d ,
c o m o lo dijo: " H a r é que viváis e n m i s justificacio-
n e s y que o b s e r v é i s y c u m p l á i s m i s p r e c e p t o s "
(De la Gracia y del libre albedrío, 16).

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
LA ORACIÓN,
MEDIO PARA CONSEGUIR
LA GRACIA

P i d a m o s , p u e s , que n o s dé D i o s lo que
n o s m a n d a tener. N o s m a n d a q u e tenga­
m o s lo que aún n o t e n e m o s p a r a adver­
tirnos sobre lo q u e h e m o s de pedir; así, al v e r q u e
p o d e m o s c u m p l i r lo que Él n o s m a n d ó , e n t e n d a ­
m o s de d ó n d e h e m o s recibido el poder, n o sea
q u e , h i n c h a d o s y engreídos, i g n o r e m o s los d o n e s
q u e se n o s otorgó. Y D i o s n o s m a n d a que s e a m o s
sabios y continentes, p u e s sin esos d o n e s n o p o ­
d e m o s ser j u s t o s n i perfectos. Pero o r e m o s p a r a
q u e el q u e n o s a m o n e s t a con su m a n d a t o y v o c a ­
ción lo q u e d e b e m o s querer, n o s dé c o n su a y u d a
e inspiración e s o que n o s m a n d a . O r e m o s p a r a
q u e n o s c o n s e r v e lo que ya n o s dio y o r e m o s pa­
ra q u e supla lo q u e aún n o n o s dio. O r e m o s y de­
m o s gracias p o r lo que y a recibimos y c o n f i e m o s
en q u e h e m o s de recibir lo que aún n o h e m o s re­
cibido, p u e s n o s o m o s ingratos a lo y a recibido
(De Bono 17, 21).

235
236 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

Pero aquí los adversarios se v e n descubiertos


en t o d o c u a n t o ellos se quieren ocultar, p o r q u e
están d e m o s t r a n d o c ó m o c o m b a t e n contra la gra-
cia o misericordia de D i o s , que es lo que desea-
m o s c u a n d o d e c i m o s : H á g a s e tu voluntad en la
tierra c o m o en el cielo, o: N o n o s dejes caer en la
tentación, m á s líbranos del m a l (Mt 6, 10 y 1 3 ) .
P o r q u e ¿para q u é p e d i m o s en la oración t o d o e s -
to c o n tanto g e m i d o , si d e p e n d e del h o m b r e , q u e
quiere y que corre, y n o de D i o s , que tiene m i s e -
ricordia? ( R m 9, 1 6 ) . N o p o r q u e esto se c u m p l a
sin nuestra v o l u n t a d , sino p o r q u e la v o l u n t a d n o
c u m p l e lo q u e s e p r o p o n e sin la a y u d a d i v i n a .
E s t a es la fe s a n a , q u e n o s h a c e orar; b u s c a r p a -
ra encontrar, p e d i r p a r a recibir, l l a m a r p a r a q u e
n o s a b r a n . E l q u e se rebela contra ella, cierra c o n -
tra sí m i s m o la p u e r t a de la misericordia divina
(De perfectione Iustitiae hominis, epístola 19, 4 0 ) .

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
LA LEY
DE LA CARNE
Y LA LEY DE LA MENTE

P or lo tanto, c u a n d o e m p i e c e s a sentir
c a n s a n c i o en tu lucha contra los d e s e o s
de la c a r n e , c a m i n a e n el Espíritu, i n v o -
ca al Espíritu, b u s c a el d o n de D i o s . Y si la l e y re-
sidente en los m i e m b r o s se o p o n e a la l e y d e tu
m e n t e d e s d e la parte inferior, es decir, d e s d e la
carne, t e n i é n d o t e c a u t i v o bajo la ley del p e c a d o ,
t a m b i é n esto s e r á e n m e n d a d o y se contará entre
los h a b e r e s d e l vencedor. Tú grita s o l a m e n t e , tú
i n v o c a . C o n v i e n e orar s i e m p r e y n o desfallecer
(Lc 1 8 , 1). I n v o c a sí, i n v o c a ayuda. A ú n estarás tú
h a b l a n d o — d i c e — y y o y a estaré presente (Is 5 8 ,
9). Recapacita a continuación y escucha a quien
dice a tu a l m a : Yo s o y tu salvación (Sal 3 4 , 3 ) . P o r
lo tanto, c u a n d o la ley de la carne c o m i e n c e a
o p o n e r s e a la l e y de tu m e n t e y a llevarte c a u t i v o
e n la ley del p e c a d o q u e reside en tus m i e m b r o s ,
p r o n u n c i a esta oración y confesión: " D e s d i c h a d o
de m í . ¿ Q u é otra c o s a es el h o m b r e ? ¿ Q u é es el

237
238 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

h o m b r e si n o te acuerdas de é l ? " (Sal 8, 5 ) . D i :


D e s d i c h a d o d e m í , p u e s si n o hubiese v e n i d o el
Hijo del h o m b r e , h u b i e s e perecido el h o m b r e . E n
tus apuros e x c l a m a : ¿ Q u i é n m e liberará del cuer-
p o de esta m u e r t e ? E n él la ley residente en m i s
m i e m b r o s se o p o n e a la ley de m i m e n t e . M e
c o m p l a z c o en la ley de D i o s s e g ú n el h o m b r e in-
terior. ¿ Q u i é n m e liberará del c u e r p o de esta
m u e r t e ? Si dices esto con fe y h u m i l d a d , c o n t o d a
certeza y v e r d a d se te responderá: " L a gracia d e
D i o s p o r J e s u c r i s t o nuestro S e ñ o r " ( R m 7, 22-25)
(Sermón 163,12,12).

Si ora el h o m b r e p a r a arrojar un d e m o n i o aje-


no, ¡cuánto m á s h a de orar para expulsar su pro-
pia avaricia! ¡ C u á n t o m á s para expulsar su propia
violencia! ¡Cuánto m á s para expulsar su lujuria y
s u i m p u r e z a ! ¡ C u á n t a s c o s a s h a y en u n h o m b r e
q u e , de p e r s e v e r a r en él, le cerrarán las p u e r t a s
del reino de los cielos! (Sermón 80, 3).

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
DIOS
QUIERE DAR
AL QUE LE PIDE

L os m i s m o s justos tienen n e c e s i d a d de la
oración, porque, a u n q u e su a l m a esté
s o m e t i d a a Dios, la razón n o i m p e r a
perfectamente a los vicios de esta vida m o r t a l y
en este c u e r p o corruptible que infecta el a l m a .
A u n q u e m a n d e , n u n c a lo h a c e sin c o m b a t e y sin
resistencia p o r parte de las pasiones. Y s i e m p r e es
v e r d a d q u e a u n al fuerte l u c h a d o r y d o m i n a d o r
de tales e n e m i g o s en este valle de flaqueza se le
e n t r o m e t e algo q u e , si n o le h a c e p e c a r con fácil
obra, sí lo h a c e c o n hábil locución o c o n p e n s a ­
m i e n t o inconstante. P o r eso, mientras se i m p e r a a
las p a s i o n e s , n o h a y p a z perfecta, p o r q u e las q u e
resisten se d e b a t e n en p e l i g r o s a p e l e a , y las v e n ­
c i d a s a ú n n o t i e n e n a s e g u r a d a la victoria, s i n o
q u e r e q u i e r e n t o d a v í a u n a vigilante o p r e s i ó n
(De civitate Dei XIX, 2 7 ) .

239
240 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

D i o s quiere dar, p e r o sólo da al que p i d e , p a r a


n o dar al q u e n o quiere recibir. D i o s n o quiere ser
d e s p e r t a d o p o r tu i m p o r t u n i d a d , p u e s c u a n d o
oras n o m o l e s t a s al que está d o r m i d o , y a q u e n o
d o r m i r á ni d o r m i t a r á el que g u a r d a a Israel (Sal
1 0 2 , 4 ) (Sal 1 0 2 , 1 0 ) .

D i o s es t e s t i g o n o sólo de tus p a l a b r a s , p e r o
t a m b i é n de t u s p e n s a m i e n t o s . Si c o n s i n c e r i d a d
y c o n fe p i d e s a l g o a tan g r a n Señor, cree q u e lo
recibes d e a q u é l a q u i e n p i d e s ; n o q u i e r a s h o n -
rarlo c o n la b o c a y a n t e p o n e r t e a É l e n t u c o r a -
zón creyendo que es cosa tuya propia aquello
m i s m o q u e finges pedir. O ¿es q u e n o le p e d i -
m o s a É l e s t a p e r s e v e r a n c i a ? A l q u e esto diga, y a
n o t e n g o q u e refutarlo c o n m i s r a z o n e s , s i n o
a b r u m a r l o y c o n v e n c e r l o c o n los t e s t i m o n i o s y
a f i r m a c i o n e s d e los s a n t o s . ¿Hay, a c a s o , a l g u n o
d e e s t o s q u e n o p i d a c o n t i n u a m e n t e a D i o s la
p e r s e v e r a n c i a , c u a n d o al recibir la oración d o m i -
n i c a l n o se h a c e otra c o s a que p e d i r dicha d á d i v a
d i v i n a ? (De dono pers 2 , 3 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
LA IGLESIA ORA
POR LOS INCRÉDULOS

L a o r a c i ó n te advierte q u e necesitas la
a y u d a d e tu Señor, p a r a que n o p o n g a s
e n ti m i s m o la e s p e r a n z a del b u e n vivir.
N o oras p a r a recibir riquezas u h o n o r e s del pre-
sente siglo o logros de v a n i d a d h u m a n a , sino p a -
ra n o c a e r en la tentación
Si el h o m b r e se lo pudiese dar a sí m i s m o c o n
la v o l u n t a d , n o lo pediría en la plegaria. Si b a s t a -
se la v o l u n t a d , t a m p o c o oraríamos. E s t á b i e n ,
p u e s , q u e q u e r a m o s , p e r o o r e m o s p a r a lograr lo
q u e q u e r e m o s , c u a n d o p o r u n d o n de D i o s tene-
m o s u n recto e n t e n d i m i e n t o . Ya que recibiste ese
d o n , d a gracias p o r él. P o r q u e ¿ q u é tienes q u e n o
h a y a s r e c i b i d o ? S i lo recibiste, c u i d a de n o g l o -
riarte c o m o si n o lo h u b i e s e s r e c i b i d o , e s t o e s ,
c o m o si lo h u b i e s e s p o d i d o l o g r a r p o r ti m i s m o .
S a b i e n d o d e q u i é n lo recibiste, p í d e l e q u e te lo
p e r f e c c i o n e , p u e s E l te p e r m i t i ó comenzar. Traba-
j a e n tu salvación c o n t e m o r y temblor, p u e s D i o s

241
242 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

es el q u e obra e n ti el querer y el c o n s u m a r s e g ú n
la b u e n a v o l u n t a d . P o r q u e el S e ñ o r prepara la v o -
luntad y dirige los p a s o s del h o m b r e , y e n t o n c e s
éste quiere su c a m i n o . Este santo p e n s a m i e n t o te
m a n t e n d r á , p a r a q u e tu sabiduría sea p i e d a d , es
decir, p a r a q u e s e a s b u e n o p o r obra de D i o s y n o
ingrato ante la gracia de Cristo (Epístola 218, 3 ) .

D i o s nuestro S e ñ o r h a querido que le p i d a m o s


n o caer en la tentación, porque si n o c a e m o s , d e
n i n g ú n m o d o n o s s e p a r a m o s de Él. N o h a y q u e
d u d a r de que p o d r í a darnos esto sin pedírselo,
pero quiso q u e nuestra m i s m a oración n o s revela-
ra a quién d e b í a m o s estos beneficios. ¿De quién si-
n o de A q u é l a quien se nos m a n d ó que lo pida-
m o s ? P o r consiguiente, n o tiene la Iglesia en esta
cuestión que h a c e r difíciles indagaciones y sí sola-
m e n t e , atender a sus oraciones. O r a la Iglesia a fin
de que los incrédulos crean, y Dios los convierta a
la fe; ora para que los fieles creyentes perseveren,
y Dios d a la perseverancia final (De dono pers 7, 15).

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
A EJEMPLO
DE LA MUJER CANANEA

Y a c o n o c é i s p o r el E v a n g e l i o , h e r m a n o s ,
c ó m o la mujer c a n a n e a con su p e r s e v e -
rancia alcanzó lo que p u d o lograr al p e -
dirlo u n a v e z . El Señor, al diferir, ejercitaba su de-
seo, n o n e g a b a s u beneficio. S a b í a h a s t a d ó n d e
llegaría ella p i d i e n d o , p u e s Él m i s m o la instruía
p a r a e s o . P r i m e r o la l l a m ó perro, y d e s p u é s dijo:
" O h , mujer, ¡qué grande es tu fe!" (Mt 1 5 , 2 8 ) . R e -
cibido el beneficio, se m a r c h ó gozosa; p r i m e r o
fue c a m b i a d a y d e s p u é s alegrada. ¿ H a s t a q u é
p u n t o c a m b i a d a ? D e perro p a s ó a mujer. ¿ Y q u é
clase de mujer? M u j e r de gran fe. P a s o de gigan-
te el suyo. ¡Cuánto progreso en un m o m e n t o ! P o r
eso se hacía rogar el Señor, quien m a n d ó orar
siempre y n o desfallecer (...). E s o hizo la cananea:
pidió, b u s c ó , l l a m ó , recibió. Ella lo hacía para q u e
su hija fuese liberada del d e m o n i o , y lo logró; la
hija q u e d ó c u r a d a desde aquel punto. ¿ A c a s o , u n a
v e z c u r a d a la hija, iba a volver a pedir? B u s c a b a ,

243
244 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

pedía, l l a m a b a hasta recibir; recibió, se regocijó y


se m a r c h ó . Y n o sé lo que es o, mejor, sé que es
gran cosa aquello p o r lo que es necesario orar
siempre sin desfallecer. M á s que la salud de u n a
hija es la inmortalidad de la vida. Esto es lo q u e
c o n v i e n e pedir siempre hasta el fin, mientras s e
vive aquí, hasta q u e se viva sin fondo d o n d e y a n o
h a y petición, sino exultación (Sermón Morin 16, 1 ) .

E s t a m u j e r c a n a n e a n o s ofrece u n e j e m p l o d e
h u m i l d a d y u n c a m i n o de p i e d a d . N o s e n s e ñ a a
s u b i r d e s d e la h u m i l d a d a la altura (...). Ella gri-
t a b a , a n s i o s a d e o b t e n e r el b e n e f i c i o y l l a m a b a
con fuerza. É l d i s i m u l a b a , n o p a r a n e g a r la m i -
s e r i c o r d i a , s i n o p a r a e s t i m u l a r el d e s e o . Y n o s ó -
lo p a r a a c r e c e n t a r el d e s e o , s i n o t a m b i é n , c o m o
a n t e s dije, p a r a r e c o m e n d a r la h u m i l d a d . C l a -
m a b a , p u e s , ella al Señor, q u e n o e s c u c h a b a , p e -
ro q u e p l a n e a b a e n s i l e n c i o lo q u e iba a e j e c u t a r
(Sermón 77, 1).

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
PIDAMOS
LA BUENA VOLUNTAD

ue n o s e n s e n a n estas c o s a s s i n o

¿Q q u e , c u a n d o lo q u e p e d i m o s a
Dios es cosa buena, hemos de per-
s e v e r a r en la o r a c i ó n h a s t a q u e la r e c i b a m o s , c o n
el d e s e o de quien suspira p o r ella? C o n g r a n d e s
g e m i d o s d e b e m o s pedir la vida eterna, p a r a a q u í
u n a vida santa, y para después, la vida eterna,
p u e s t a m b i é n d e b e s pedir a D i o s la vida santa;
que É l a y u d e tu voluntad. Si n o te ayuda, estás
p e r d i d o y c o m e n z a r á s a ser c o n d u c i d o prisionero
s e g ú n el d i c h o del Apóstol: " ¡ D e s d i c h a d o de mí!,
¿quién m e librará del cuerpo de esta m u e r t e ? " . L a
gracia de D i o s p o r Jesucristo nuestro Señor.

D o s cosas h e m o s de pedir con toda s e g u r i d a d :


aquí, la v i d a santa; p a r a el futuro, la vida eterna.
D e s c o n o c e m o s si las restantes c o s a s n o s serán úti-
les o n o (Sermón 154 A ) .

G r a b a en tus oídos, Señor, m i oración. G r a n


d e s e o del que ora. G r a b a en tus oídos, Señor, m i

245
246 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

oración, es decir, que n o se aparte m i oración de


tus oídos; i m p r í m e l a en ellos. ¿ C ó m o la h a b r á de
proferir para esculpirla en los oíos de D i o s ? H a b l e
D i o s y n o s diga: ¿Quieres que y o grabe tu oración
en m i s oídos? I m p r i m e tú m i ley en tu corazón.
¡Oh, Señor! G r a b a en tus oídos m i oración, y
atiende a la v o z de m i plegaria.

R e c o r d a d q u e se acercó u n necesitado a la ca-


sa de u n a m i g o y le pidió tres panes. M á s él, e s -
t a n d o y a a c o s t a d o , s e g ú n c o n s i g n a el E v a n g e l i o ,
le respondía y decía: " Y a e s t o y a c o s t a d o y m i s
c r i a d o s están dentro, c o n m i g o d u r m i e n d o " . P e -
ro e l n e c e s i t a d o , p e r s e v e r a n d o e n la p e t i c i ó n ,
c o n s i g u i ó c o n la i m p o r t u n i d a d lo q u e n o p u d o
c o n s e g u i r c o n la a m i s t a d . P o r e l c o n t r a r i o ,
D i o s q u i e r e dar, p e r o s ó l o d a al q u e p i d e , p a r a
n o d a r al q u e n o quiere recibir (Sal 1 0 2 , 1 0 ) .

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
LA ORACIÓN
ES NUESTRO ÚNICO
REFUGIO

T an p r o n t o c o m o te e m p i e c e s a sentir
c a n s a d o en la lucha contra las c o n c u -
p i s c e n c i a s de la carne, e m p i e z a a i n v o -
carlo, e m p i e z a a b u s c a r sin d e s c a n s o el d o n de
D i o s . Y si la ley q u e h a y en tus m i e m b r o s c o m b a -
te a la ley de tu espíritu, y te c a u t i v a p o r la car-
ne, bajo la l e y del p e c a d o , n o pierdas la e s p e r a n -
za, p o r q u e esta esclavitud pasará y será r e e m p l a -
z a d a p o r la victoria. Tú, limítate a c l a m a r y n o c e -
ses d e i n v o c a r el auxilio de Dios (Sal 1 6 3 ) .

Te d o y u n consejo sobre c ó m o obtener g a n a n -


cias. A p r e n d e a s e r comerciante. ¿ A p l a u d e s al c o -
m e r c i a n t e q u e v e n d e p l o m o y adquiere oro y n o
alabas al q u e d a dinero y adquiere justicia? (...)
¿ D e quién las v a s a obtener sino de D i o s , fuente
de la justicia? P o r tanto, si quieres p o s e e r la justi-
cia, sé m e n d i g o d e D i o s , quien p o c o h a , m e d i a n -

247
248 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

te las p a l a b r a s del E v a n g e l i o , te exhortaba a q u e


pidieras, b u s c a r a s , llamaras. El sabía que eras su
m e n d i g o , y c o m o p a d r e de familia e n o r m e m e n t e
rico en riquezas espirituales y eternas, te e x h o r t a
y te dice: Pide, b u s c a , llama. Q u i e n pide, recibe; el
que b u s c a , encuentra, a quien llama, se le abre.
P u e s quien te e x h o r t a a que pidas, ¿va a negarte
lo q u e le pides? (Sermón 6 1 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
C O M O ENFERMO
QUE BUSCA AL MEDICO

V ed, h e r m a n o s , c ó m o se b u s c a un m é d i -
co p a r a la salud corporal; c ó m o , si al-
guien e n f e r m a hasta perder la e s p e -
ranza, pierde la v e r g ü e n z a y n o siente raparos e n
arrojarse a los pies de u n m é d i c o m u y e x p e r t o y
lavar c o n las l á g r i m a s sus huellas. Y si le dijera el
m é d i c o : " N o p u e d o sanarte m á s que c o r t a n d o ,
c a u t e r i z a n d o y sajando", ¿qué le contestaría? S u
respuesta sería: " H a z lo q u e quieras; lo ú n i c o q u e
te p i d o es q u e m e s a n e s . " ¡Con q u é ardor d e s e a la
salud pasajera de u n o s p o c o s días, hasta el p u n t o
de que p o r ella a c e p t a ser v e d a d o , sajado, y c a u -
terizado privarse de c o m e r lo que le agrada y b e -
b e r lo q u e le gusta! S e sufre todo esto p a r a p o d e r
alargar la v i d a u n p o c o y m o r i r algo m á s tarde,
¡y n o se quiere sufrir p a r a c o n s e g u i r la vida eter-
na y n o m o r i r j a m á s !

Si D i o s , q u e es el m é d i c o celeste que c u i d a d e
nosotros, te dijera: " ¿ Q u i e r e s s a n a r ? " , ¿ q u é le di-

249
250 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

rías tú sino: " Q u i e r o " ? Pero, quizá n o se lo dices


p o r q u e te crees s a n o . H e aquí la peor enfermedad.

I m a g í n a t e a h o r a a dos enfermos, u n o que c o n


lágrimas pide el m é d i c o , y otro que en su enfer-
m e d a d , p e r d i d a la m e n t e , se ríe de él. El m é d i c o ,
a la v e z que da e s p e r a n z a a quien llora, llora p o r
el que se ríe. ¿ P o r qué sino p o r q u e su e n f e r m e d a d
es tanto m á s peligrosa cuanto que se c o n s i d e r a
s a n o ? (Sermón 8 0 ) .

C u a n d o c l a m a d e s d e el a b i s m o , se e l e v a del
a b i s m o , y el m i s m o c l a m o r n o le permite p e r m a -
n e c e r p o r m u c h o t i e m p o en él.

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
S I N FE,
LA ORACIÓN PERECE

ué mejor exhortación a la oración

¿Q q u e la de la p a r á b o l a del j u e z ini-
c u o ? U n j u e z inicuo, que ni t e m í a a
D i o s n i respetaba al h o m b r e , e s c u c h ó , sin e m b a r -
go, a u n a v i u d a q u e le i m p o r t u n a b a , v e n c i d o p o r
el hastío, n o m o v i d o p o r la piedad. Si p u e s , e s c u -
c h ó q u i e n n o s o p o r t a b a que se le s u p l i c a s e ,
¿ c u á n t o m e j o r e s c u c h a r á quien n o s exhorta q u e
oremos?

D e s p u é s de h a b e r n o s p e r s u a d i d o el S e ñ o r de
q u e c o n v i e n e orar siempre y n o desfallecer, a ñ a -
dió: " ¿ C r e é i s que c u a n d o v e n g a el Hijo del h o m -
bre hallará fe sobre la tierra?". Si flaquea la fe, la
oración perece. ¿ Q u i é n h a y q u e ore si n o cree?
P o r esto, el b i e n a v e n t u r a d o A p ó s t o l , e x h o r t a n d o
a orar, d e c í a : " C u a l q u i e r a q u e i n v o c a r e el n o m -
b r e del S e ñ o r , será s a l v a d o . " Y p a r a m o s t r a r q u e
la fe es la fuente d e la o r a c i ó n y q u e n o p u e d e
fluir el río c u a n d o se seca el m a n a n t i a l del a g u a ,

25 1
252 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

a ñ a d i ó : " ¿ C ó m o v a n a invocar a A q u e l en quien


n o creyeron? C r e a m o s , p u e s , p a r a p o d e r orar".

Y p a r a q u e n o decaiga la fe m e d i a n t e la cual
o r a m o s , o r e m o s . D e la fe fluye la oración, y la
oración que fluye suplica firmeza para la m i s m a
fe. P a r a que la fe n o decayese en m e d i o de las ten-
taciones, dijo el S e ñ o r : "Vigilad y orad para q u e
n o entréis e n tentación".

¿ Q u é es entrar en tentación sino salirse de la


fe? E n tanto a v a n z a la tentación en cuanto d e c a e
la fe, y en tanto desaparece la tentación en cuan-
to a v a n z a la fe.

Y el S e ñ o r añadió: "Esta n o c h e pidió S a t a n á s


c o s e c h a r o s c o m o trigo; m á s y o h e rogado p o r ti,
p a r a que tu fe n o d e c a i g a " . ¿ R u e g a quien defien-
de y n o r u e g a q u i e n se halla en peligro? (Sal 115).

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
¡PECADORES!
O R A D Y CONFESAD
VUESTROS PECADOS

H a y en las palabras del c i e g o de n a c i -


m i e n t o algo q u e inquieta b a s t a n t e , y
q u e h a s t a desespera si n o s o n b i e n
e n t e n d i d a s . Dijo: " N o s o t r o s s a b e m o s q u e D i o s
n o e s c u c h a a los p e c a d o r e s . " ¡ P o b r e s d e n o s o -
tros si D i o s n o e s c u c h a r a a los p e c a d o r e s ! S i
D i o s n o a t e n d i e r a a los p e c a d o r e s , ¿ c ó m o o s a -
ríamos enviarle nuestras súplicas? Donde quie-
ra q u e h a y a u n o q u e le r u e g u e , h a b r á u n o al q u e
Dios escuche.
Si los espirituales son oídos p o r q u e n o s o n p e -
c a d o r e s , ¿ q u é h a b r á n de h a c e r los carnales? ¿ Q u é
h a n de h a c e r ? ¿ P e r e c e r á n ? ¿ N o d e b e n r o g a r a
D i o s ? ¡Ni p e n s a r l o !

Ved al p u b l i c a n o q u e dijo: " S é p r o p i c i o c o n -


m i g o , q u e s o y p e c a d o r . " ¿Dijo v e r d a d o dijo
m e n t i r a ? Si v e r d a d , luego era pecador, y fue o í d o

253
254 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

y fue justificado. E n t o n c e s , tú, ciego, a quien el


S a l v a d o r d e v o l v i ó la vista, ¿ p o r qué dijiste: " S a -
b e m o s q u e D i o s d e s o y e a los p e c a d o r e s " ? Y a e s -
tás v i e n d o c ó m o los o y e . Así, p u e s , lava tu rostro
interior, h á g a s e en tu corazón lo que se h i z o e n tu
cara, y verás q u e D i o s oye a los pecadores. E s o tu-
y o fue u n a c o r a z o n a d a engañosa; n o estás aún
bien curado.

S u c e d i ó q u e lo arrojaron d e la S i n a g o g a .
O y é n d o l o , J e s ú s le salió al encuentro y dijo:
" ¿ C r e e s tú en el Hijo de D i o s ? " . " ¿ Q u i é n es, S e -
ñor, r e s p o n d i ó el h o m b r e , para que y o crea en
é l ? " Veía y n o veía; veía con los ojos pero aún n o
veía c o n el c o r a z ó n . El S e ñ o r le dijo: " L o estás
v i e n d o — e n t i é n d a s e c o n los ojos—; el que h a b l a
contigo, ése e s . " E n t o n c e s , postrándose, lo a d o r ó .
A c a b a b a de lavarle el rostro del alma.

A p l i c a o s , p u e s , ¡oh, pecadores!, a la oración.


C o n f e s a d vuestros p e c a d o s . Pedidle a Dios q u e se
os borren. Pedidle q u e m e n g ü e n según avanzáis
vosotros. P e r o ante todo, n o perdáis la e s p e r a n z a ,
a u n q u e seáis p e c a d o r e s .

¿ Q u i é n n o p e c ó ? E m p e z a d p o r los sacerdotes.
A los sacerdotes se dijo: "Ofreced primero sacrifi-
cios p o r vuestros p e c a d o s , y l u e g o p o r el p u e b l o . "
LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES 255

E s t o s sacrificios argüían contra los sacerdotes,


p o r q u e , a u n q u e dijese alguno de ellos: " Y o s o y
justo, y o n o t e n g o p e c a d o s " , se le p o d í a respon-
der: "Déjate de palabras; lo que ofreces h a b l a p o r
ti; la v í c t i m a q u e tienes entre las m a n o s d e n u n c i a
lo q u e tú e r e s " . ¿ A qué ofreces sacrificios p o r los
p e c a d o s si n o tienes p e c a d o s ? ¿Pretendes m e n t i r
a D i o s ? (Sermón 135).

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )

255
D E B E M O S ORAR
CON ABSOLUTA CONFIANZA
Y SEGURIDAD

L a esperanza que nos ha dado y nos da


a q u e l q u e n o e n g a ñ a c u a n d o p r o m e t e es
m u y g r a n d e , p u e s dijo: " T o d o a q u e l q u e
p i d e , recibe. Y el q u e b u s c a , halla. Y al q u e l l a m a ,
se le abrirá." P o r consiguiente, h a c e falta la p e r s e -
v e r a n c i a p a r a o b t e n e r lo que p e d i m o s , e n c o n t r a r
lo q u e b u s c a m o s y h a c e r q u e n o s abran c u a n d o
l l a m e m o s (...). P o r e s o dijo: " ¿ H a y p o r v e n t u r a ,
a l g u n o entre v o s o t r o s , q u e si u n hijo le p i d e p a n ,
le dé u n a p i e d r a ? ¿ O q u e si le p i d e u n p e z , le d é
u n a c u l e b r a ? " P u e s si vosotros, s i e n d o m a l o s , s a -
b é i s d a r c o s a s b u e n a s a vuestros hijos, ¿ c u á n t o
m á s v u e s t r o P a d r e celestial dará c o s a s b u e n a s a
los q u e se las p i d a n ? (...). E n c o n s e c u e n c i a , ¿ c o n
cuánta confianza debemos esperar que Dios
o t o r g u e los b i e n e s q u e le p e d i m o s , p u e s n o p u e -
de engañarnos dándonos una cosa por otra,
p u e s t o q u e h a s t a nosotros, que s o m o s m a l o s , s a -

257
258 LA ORACIÓN EN L O S S A N T O S PADRES

b e m o s dar aquello que se n o s p i d e ? P u e s ni n o s o -


tros e n g a ñ a m o s a nuestros hijos (...). (Sermón en el
Monte L 2 c. 2 1 ) .

Tal n o s dice q u e era su oración quien c a n t a b a


este s a l m o , diciendo: " C l a m é con todo m i cora-
zón: ó y e m e , S e ñ o r " . Y d e c l a r a n d o p a r a q u é
a p r o v e c h a b a s u clamor, a ñ a d e : " B u s c a r é tus j u s -
tificaciones." C l a m ó a D i o s c o n t o d o su c o r a z ó n
y d e s e ó q u e lo o y e s e e n la b ú s q u e d a de s u s j u s -
t i f i c a c i o n e s . P o r tanto, se ora p a r a b u s c a r e i n d a -
g a r lo q u e se n o s m a n d a hacer. ¡ C u á n distante
está t o d a v í a el q u e busca! N o es forzoso q u e el
q u e b u s c a , e n c u e n t r e , o el que encuentra q u e
obre, a u n q u e n o se p u e d e obrar sin hallar, ni h a -
llar sin buscar. P e r o el S e ñ o r dio gran esperanza,
diciendo: B u s c a d y encontraréis (Sal 118 c. 2 9 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
MISERICORDIA
Y NO CRUELDAD

N o veis repetirse esto cada día en la


vida humana como dura e inexora-
ble misericordia? ¡Cuántas c o s a s
i n c o n v e n i e n t e s p i d e n los enfermos a los m é d i c o s
y c u á n t a s les n i e g a n los m é d i c o s p o r m i s e r i c o r -
dia! S e las n i e g a n p o r misericordia, p u e s el c o n -
c e d é r s e l a s es s e ñ a l de crueldad. E s t o lo s a b e el
m é d i c o ; ¿ p u e d e ignorarlo D i o s ? S a b e tratarte así
q u i e n fue c r e a d o contigo, ¿y n o sabe trataros a
v o s o t r o s quien os creó a a m b o s ? A m a d í s i m o s , en
todas, a b s o l u t a m e n t e en todas las tribulaciones,
en t o d o s los t e m o r e s , en todos los g o z o s , r o g a d a
D i o s q u e en todas las cosas t e m p o r a l e s os c o n c e -
da lo q u e É l sabe q u e os c o n v i e n e . E n c u a n t o a las
c o s a s eternas, c o m o santificado sea tu n o m b r e ,
v e n g a tu reino, h á g a s e tu v o l u n t a d así en la tierra
c o m o en el cielo (Mt 6, 9-10), y c o s a s s e m e j a n t e s ,
p e d i d l a s tranquilos, p u e s n o p u e d e n ser perjudi-
ciales. E l e g i d , a m a d , recoged, p u e s Él abre su m a -

259
260 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

n o y llena de b e n d i c i o n e s a t o d a a l m a . Y c u a n d o
se los das lo r e c o g e n (Sal 144, 16), dijo. Q u e n a d i e
d u d e de los b i e n e s superiores; a u n q u e se difieran,
se darán; n o se n i e g a el premio, pero se ejercita el
deseo. D e s e é m o s l o p o r largo tiempo, puesto q u e
es algo grande lo q u e h e m o s de recibir. T e n g a m o s
s e d de ello p o r m u c h o tiempo, p u e s b e b e r e m o s de
la fuente de la v i d a (Sermón o Morin 15, 8 ) .

El m i s m o q u e sabe lo q u e d a y a q u i é n lo da,
oirá al q u e p i d e y abrirá al q u e llama. Y si, p o r
ventura, n o se lo c o n c e d i e s e , n a d i e se crea a b a n ­
d o n a d o . P o r q u e a v e c e s difiere sus d o n e s , p e r o
n o deja a n a d i e e n su ansiedad (In Ioan 87, 1 4 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
CONFIAR
EN EL S E Ñ O R

P
or e s o , c u a n d o pidas la vida eterna,
c u a n d o digas v e n g a a nosotros tu reino
(Mt 6, 1 0 ) , en q u e vivas seguro, e n q u e
vivas s i e m p r e , en que n u n c a l a m e n t e s al a m i g o n i
t e m a s al e n e m i g o . C u a n d o e s o pides, llora, derra-
m a sangre interior, i n m o l a a tu Dios tu c o r a z ó n
(...). ¡Oh, d e s e o ! ¿ Q u é h o m b r e osaría d e s e a r si
D i o s n o se h u b i e s e d i g n a d o p r o m e t e r ? O r a : gran
cosa es la q u e oras, p e r o m a y o r es quien p r o m e -
tió. Difícil es lo q u e p r o m e t i ó , a saber, que el h o m -
b r e sea ángel; n a d a h a y m á s difícil, pero t o d o es
posible p a r a D i o s (Sermón Morin 16, 7).

L u e g o d i g a m o s : Confié en el S e ñ o r (Sal 3 9 , 2 ) .
Confié, n o en cualquier h o m b r e prometedor, el
cual h u b i e r a p o d i d o e n g a ñ a r y ser e n g a ñ a d o ; n o
en c u a l q u i e r h o m b r e consolador, que p u e d e c o n -
s u m i r s e p o r s u tristeza antes de reanimarse. ¿ M e
c o n s o l a r á el h e r m a n o h o m b r e que está triste c o -
m o y o ? G e m i m o s a una, lloramos a un t i e m p o ,

261
262 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

oramos juntos, mutuamente nos sostenemos. ¿A


quién, p u e s , r e c u r r i r e m o s si n o es al Señor, q u e
n o a n u l a las p r o m e s a s , sino que las difiere? S i n
d u d a las m o s t r a r á . L a s mostrará, p o r q u e y a m a -
nifestó m u c h a s c o s a s , y en m o d o a l g u n o recelar
de la v e r a c i d a d d e D i o s , a u n q u e todavía n o h u -
biera m a n i f e s t a d o n a d a . C r e á m o s l o así; p r o m e t i ó
muchas cosas, pero aún no ha dado nada. Es ca-
p a z p r o m e t e d o r y fiel dador; tú sé ú n i c a m e n t e
p i a d o s o c o b r a d o r y, a u n q u e p e q u e ñ o , a u n q u e d é -
bil, e x i g e m i s e r i c o r d i a (Sal 3 9 , 2 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
SOPORTEMOS
LOS MALES DE LOS HOMBRES

¿Pediste y n o se te c o n c e d i ó lo q u e n e c e -
sitabas? C r e o que si te h u b i e s e c o n v e -
n i d o , te lo hubiera d a d o el Padre. P o n -
te tú c o m o e j e m p l o ; si tu hijo se p a s a el día lloran-
d o p a r a q u e le d e s el cuchillo, esto es, la e s p a d a ,
te n i e g a s a dársela y n o se la das a u n q u e llore, p a -
ra n o t e n e r q u e llorarlo al verlo morir. A u n q u e
llore, a u n q u e se aflija y a u n q u e se golpee p a r a
q u e lo s u b a s al caballo, tú n o lo subes, p o r q u e n o
p u e d e d o m i n a r l o y e c h á n d o l o al suelo p u e d e m a -
tarlo. A q u i e n le n i e g a s u n a parte, le reservas la
totalidad. Y p a r a q u e crezca y p a r a q u e l u e g o lo
p o s e a t o d o sin peligro, le niegas esa cosa p e q u e -
ñ a y peligrosa.

P o r tanto, h e r m a n o s , os d e c i m o s q u e oréis
c u a n d o p o d á i s . A b u n d a n los m a l e s , y D i o s lo
q u i s o así. ¡Ojalá n o a b u n d a r a n los m a l o s y n o
a b u n d a r í a n los m a l e s ! D i c e n los h o m b r e s : " M a -
los t i e m p o s , t i e m p o s fatigosos". V i v a m o s b i e n y

263
264 LA O R A C I Ó N EN LOS SANTOS P A D R E S

serán b u e n o s los tiempos. Los tiempos s o m o s n o -


sotros; tal cual s e a m o s nosotros, así serán los
tiempos.

Pero ¿qué h a c e m o s ? ¿ N o p o d e m o s convertir a


u n a vida recta a la m u c h e d u m b r e de los h o m b r e s ?
V i v a n b i e n los p o c o s q u e m e o y e n ; los p o c o s
que v i v e n b i e n s o p o r t e n a los m u c h o s q u e v i v e n
m a l (...).

¿ P o r q u é n o s entristecemos y a c u s a m o s a
Dios? Si en este m u n d o a b u n d a n los m a l e s es pa-
ra que n o los a m e m o s . G r a n d e s varones, fieles
santos despreciaron u n m u n d o h e r m o s o , y n o s o -
tros, ¿ n o s e r e m o s c a p a c e s de despreciarlo n i a ú n
siendo feo? ¡El m u n d o es m a l o y se le a m a c o m o
si fuera b u e n o ! (...). E l m u n d o es m a l o p o r q u e lo
constituyen los h o m b r e s m a l o s ; y p u e s t o que n o
p o d e m o s carecer de h o m b r e s m a l o s , g i m a m o s a
nuestro D i o s m i e n t r a s v i v i m o s y s o p o r t e m o s los
m a l e s hasta llegar a los bienes. N a d a reproche-
m o s al Padre de familia, p u e s es cariñoso. El es
quien n o s soporta, n o nosotros a Él. Sabe c ó m o
g o b e r n a r lo que h i z o . H a g a m o s lo que m a n d ó , y
e s p e r e m o s lo que p r o m e t i ó (Sermón 8 0 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
D I O S SABE
LO QUE ES PROVECHOSO
PARA TI

P ensáis, h e r m a n o s , q u e n o sabe D i o s lo
que os es n e c e s a r i o ? L o sabe, y h a s t a
se adelanta a nuestros deseos. É l , q u e
c o n o c e n u e s t r a p o b r e z a . P o r e s o , al e n s e ñ a r la
o r a c i ó n y e x h o r t a r a sus discípulos a q u e en ella
n o h a b l e n d e m a s i a d o , les dijo: " N o e m p l e é i s m u -
c h a s p a l a b r a s , p u e s sabe vuestro Padre celestial
lo q u e os es n e c e s a r i o antes de que se lo p i d á i s "
(Mt 6, 7 ) . P u e s si sabe nuestro Padre lo q u e n e c e -
s i t a m o s , ¿para q u é las palabras a u n q u e s e a n p o -
cas? ¿ Q u é m o t i v o h a y para orar, si y a sabe lo q u e
n e c e s i t a m o s ? D i c e alguien: " N o m e p i d a s m á s , sé
lo q u e n e c e s i t a s . " P u e s si lo sabes, Señor, ¿ p a r a
q u é p e d i r ? N o quieres que m i súplica sea larga;
m á s aún, quieres q u e sea m í n i m a . ¿ Y c ó m o c o m -
b i n a r l o c o n aquello que dice en otro lugar: P e d i d
y se os dará, b u s c a d y hallaréis, l l a m a d y se os
abrirá? C o n s i d e r a , p u e s , lo q u e añadió. Q u i s o

265
266 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

que pidieras p a r a recibir, que b u s c a r a s p a r a h a -


llar y q u e llamaras p a r a entrar. P o r tanto, si n u e s -
tro Padre s a b e lo q u e n e c e s i t a m o s , ¿para qué p e -
dir?, ¿ p a r a qué b u s c a r ? , ¿para qué llamar? ¿Para
qué fatigarnos en pedir, b u s c a r y llamar p a r a ins-
truir a quien y a s a b e ?

Son t a m b i é n p a l a b r a s del Señor, dichas en otro


lugar: " C o n v i e n e orar siempre y n o desfallecer"
(Lc 1 8 , 1 ) . S i c o n v i e n e orar siempre, ¿ c ó m o dice:
"No habléis m u c h o " ? ¿ C ó m o voy a orar siem-
pre, si m e c a l l o l u e g o ? P o r u n a parte m e m a n d a s
q u e a c a b e p r o n t o , y p o r otra m e o r d e n a s q u e
ore s i e m p r e sin desfallecer. ¿ Q u é es esto? Pide,
b u s c a , l l a m a t a m b i é n p a r a e n t e n d e r esto.

Por tanto, h e r m a n o s , d e b e m o s e x h o r t a m o s
m u t u a m e n t e a la oración, tanto y o c o m o vosotros.
En m e d i o de la multitud de los m a l e s del m u n d o
actual n o n o s q u e d a otra esperanza que llamar en
la m i s m a oración, c r e y e n d o y m a n t e n i e n d o fijo en
el c o r a z ó n que lo que tu Padre n o te da es p o r q u e
n o te c o n v i e n e . Tú sabes lo que deseas; El sabe lo
que te es p r o v e c h o s o (Sermón 8 0 , 2 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
CRISTO
RUEGA EN Y POR NOSOTROS
AL PADRE

D el m i s m o S e ñ o r está escrito q u e per-


n o c t a b a en oración y que oró prolija-
mente. ¿No será darnos ejemplo,
o r a n d o c o n o p o r t u n i d a d en el tiempo, a u n q u e con
el P a d r e oye en la eternidad? (Epístolas 130, 10, 19).
O y e s orar al M a e s t r o ; aprende a orar. O r ó p a -
ra e n s e ñ a m o s a orar, p a d e c i ó p a r a e n s e ñ a r n o s a
padecer, resucitó p a r a e n s e ñ a m o s a esperar en la
resurrección (Sal 5 6 , 5 ) .

N i n g ú n otro d o n m a y o r h u b i e r a p o d i d o h a c e r
D i o s a los h o m b r e s q u e darles c o m o C a b e z a a su
Verbo, p o r quien h i z o todas las cosas, y adaptar-
los a Él c o m o m i e m b r o s , de m o d o q u e fuese Hijo
de D i o s e Hijo del h o m b r e ; un D i o s con el P a d r e
y u n s o l o h o m b r e c o n los h o m b r e s . P o r tanto,
c u a n d o h a b l a m o s a D i o s con nuestra oración, n o s
s e p a r a m o s de allí al Hijo; y c u a n d o ora el c u e r p o

267
268 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

del Hijo, n o separe de sí su C a b e z a . Y sea el m i s -


m o S a l v a d o r ú n i c o de su C u e r p o , Jesucristo,
nuestro Señor, Hijo de D i o s , el q u e ore p o r n o s o -
tros, y ore en nosotros, y sea r o g a d o p o r nosotros.
R u e g a p o r n o s o t r o s c o m o Sacerdote nuestro, rue-
ga en n o s o t r o s c o m o C a b e z a nuestra, es r o g a d o
p o r n o s o t r o s c o m o nuestro Dios. R e c o n o z c a m o s ,
p u e s , en Él nuestras v o c e s y sus v o c e s en nosotros
(...). S e le p i d e en forma de Dios, y Él ora en for-
m a de siervo; allí c o m o Creador, aquí c o m o crea-
do, t o m a n d o sin ser c a m b i a d o a la criatura que h a
de ser c a m b i a d a , y h a c i é n d o n o s c o n s i g o u n solo
h o m b r e , C a b e z a y c u e r p o . L u e g o o r a m o s a Él,
p o r É l y en Él; y h a b l a m o s con Él, y h a b l a Él c o n
nosotros (Sal 8 5 , 1 ) .

SAN A G U S T Í N ( † 4 3 0 )
LA ORACIÓN DEL
" C R I S T O TOTAL"

E l C r i s t o total es C a b e z a y c u e r p o , lo q u e
n o d u d o q u e vosotros y a sabéis. L a C a ­
b e z a e s n u e s t r o Salvador, q u e p a d e c i ó
debajo del p o d e r de P o n d o Pilato y que ahora,
d e s p u é s d e resucitar de entre los m u e r t o s , está
s e n t a d o a la diestra de D i o s Padre. S u c u e r p o es
la Iglesia, n o ésta o aquélla, sino la difundida p o r
el orbe; n i t a m p o c o sólo la q u e a h o r a se h a l l a e n
los h o m b r e s de esta vida, sino aquélla a la c u a l
p e r t e n e c e n a s i m i s m o quienes vivieron antes q u e
n o s o t r o s y los q u e d e s p u é s de n o s o t r o s v i v i r á n
h a s t a el fin del m u n d o . Esta Iglesia, q u e c o n s t a d e
t o d o s los fieles, p o r q u e todos ellos s o n m i e m b r o s
de Cristo, tiene la C a b e z a c o l o c a d a e n el cielo, la
c u a l g o b i e r n a a s u c u e r p o , el cual, a u n q u e está s e ­
p a r a d o p o r la visión, está u n i d o p o r la c a r i d a d .
C o m o el Cristo total es C a b e z a y c u e r p o , p o r e s o
e n t o d o s los s a l m o s , al oír la v o z de la C a b e z a , oi­
g a m o s la d e l c u e r p o . P u e s n o quiso h a b l a r s e p a -

269
270 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

r a d a m e n t e el q u e n o quiso separarse, c o n f o r m e lo
atestigua: "Ved q u e e s t o y c o n v o s o t r o s h a s t a la
c o n s u m a c i ó n d e los s i g l o s " ( M t 2 8 , 2 0 ) . S i e s t á
con n o s o t r o s , h a b l a c o n n o s o t r o s , de n o s o t r o s y
por nosotros; c o m o también nosotros hablamos
en É l , y p o r e s o h a b l a m o s verdad, p o r q u e h a b l a ­
m o s e n É l . Si q u i s i é r a m o s hablar en nosotros y d e
nosotros, s e r í a m o s m e n t i r o s o s (Sal 5 6 , 1 ) .

D e s d e que el c u e r p o de Cristo g i m e en las an­


gustias h a s t a el fin del m u n d o , en el cual dejarán
de existir estas torturas, g i m e el h o m b r e y c l a m a
a D i o s ; y c a d a u n o de nosotros c l a m a p r o p o r c i o ­
n a l m e n t e e n t o d o este cuerpo. Tú clamaste en tus
días, los cuales y a pasaron; tú en los tuyos, éste
en los s u y o s , y a q u é l en los de él... (Sal 8 5 , 5 ) .

SAN A G U S T Í N († 4 3 0 )
ORAR
INCANSABLEMENTE

E
l a y u n o u n i d o a la oración es el p r i n c i p a l
e n e m i g o de las p a s i o n e s . L a oración, c o -
m o la u n c i ó n c o n el óleo s a g r a d o , n o s
trae la m i s e r i c o r d i a de Dios, es r e m e d i o de la en-
f e r m e d a d e i l u m i n a nuestro c o r a z ó n .

C o m o la n a t u r a l e z a del h o m b r e es débil, y n o
tiene fuerzas suficientes p a r a salir p o r sí m i s m a
de los vicios, el S e ñ o r le p r o p o r c i o n a fuerzas a
través de la oración. U n doble regalo n o s ofrece el
S e ñ o r p o r la oración: n o s eleva c o n sus inspiracio-
n e s y n o s presta a y u d a s , m á s p o d e r o s a s q u e los
m a l e s presentes.

A s í , p u e s , si te d u e l e a l g u n a p a r t e del c u e r p o ,
y c r e e s v e r d a d e r a m e n t e q u e las p a l a b r a s : " S e ñ o r
d e los e j é r c i t o s " , u otras s e m e j a n t e s q u e la d i v i -
n a E s c r i t u r a a t r i b u y e a D i o s , tienen fuerza p a r a
arrojar a q u e l m a l , p r o n u n c i a estas p a l a b r a s p o r
ti m i s m o .

271
272 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

A c u d e c o n confianza a D i o s , diciendo: " A b b a ,


P a d r e " , p a r a p o d e r cultivar c o n a h í n c o todas las
virtudes y h a c e r frente con valentía invencible a
las a s e c h a n z a s d e l diablo y a las p e r s e c u c i o n e s d e
los h o m b r e s , c o m o q u i e n e s c u e n t a n c o n la fuerza
p o d e r o s a del Espíritu (ibíd.).

Cristo realizaba t o d o para nuestra edificación y


para utilidad de los creyentes e n él; así, p r o p o ­
n i e n d o s u forma d e actuar c o m o m o d e l o de c o m ­
p o r t a m i e n t o espiritual, quería m o s t r a r c ó m o h a n
de ser los verdaderos adoradores. Veamos, p u e s ,
en la c o n d u c t a de Cristo c o m o en i m a g e n ejem­
plar d e qué m o d o t e n e m o s q u e dirigir nuestras
súplicas a D i o s (Comentario al evangelio de Lucas, 6).

SAN C I R I L O A L E J A N D R I N O ( † 444)
"ESTABA EL O R A N D O
EN CIERTO LUGAR"

E
s v e r d a d e r o D i o s e Hijo de D i o s s u p r e -
m o , p r o p o r c i o n a todo a la creación p a r a
q u e se m a n t e n g a y se c o n s e r v e , y n o n e -
cesita d e n a d a , p u e s t o q u e está lleno, s e g ú n d i c e
(cf. Is 1, 11). E n t o n c e s , p o d r á p r e g u n t a r alguien,
¿ p o r q u é tiene n e c e s i d a d de p e d i r el q u e es d u e -
ñ o p o r n a t u r a l e z a de las c o s a s de s u P a d r e ? , p u e s
Él lo dijo c l a r a m e n t e : "Todo lo q u e tiene m i P a -
dre, es m í o " (Jn 1 6 , 1 5 ) . E s p r o p i o del P a d r e p o -
s e e r e n p l e n i t u d t o d o s los b i e n e s y t o d o lo m á s
v a l i o s o i m a g i n a b l e ; esto t a m b i é n es p r o p i o del
Hijo, s e g ú n d i c e n los santos: " D e s u p l e n i t u d t o -
d o s h e m o s r e c i b i d o " (Jn 1, 16 ) . ¿ P o r q u é , p u e s ,
p i d e , si n o carece d e n a d a de lo q u e el Padre tie-
n e ? A esto r e s p o n d e m o s diciendo que su estado d e
e n c a m a c i ó n le permite desarrollar sus facultades
h u m a n a s p l e n a m e n t e c u a n d o se presenta la o c a -
sión. S i c o m e , b e b e , o se e n c u e n t r a d o r m i d o , ¿ p o r
q u é v a a s e r a b s u r d o q u e , d e s e n v o l v i é n d o s e den-

273
274 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

tro de n u e s t r a n a t u r a l e z a limitada y c u m p l i e n d o
la justicia h u m a n a (cf. M t 3, 15) h a g a oración pro-
p i a m e n t e dicha? Así, n o s enseñaba que n o h e m o s
tener p e r e z a en esto, sino presentar nuestras ora-
ciones n o d e pie en las plazas ( c o m o hacían algu-
n o s judíos, los escribas y fariseos, e n c o n t r a n d o
motivo de enorgullecimiento), sino más bien so-
los, e n s i l e n c i o y e n v i d a retirada, h a b l a n d o a
s o l a s c o n D i o s s o l o , c o n a l m a p u r a y sin d i s t r a c -
c i o n e s . C o n v e n í a q u e d e t o d a s las c o s a s b u e n a s
y útiles n o t u v i é r a m o s otro p r i n c i p i o y m a e s t r o
distinto d e l q u e es p r i m e r o en t o d o y q u e r e c i b e
las súplicas de t o d o s (Comentario al evangelio de
Lucas, 2).

SAN C I R I L O A L E J A N D R I N O ( † 444)
¿ Q U E HACE EN N O S O T R O S
LA EUCARISTÍA?

C r e e d m e , ella n o s o l a m e n t e arroja fuera


de n o s o t r o s la m u e r t e , sino que n o s li-
b r a d e todas las e n f e r m e d a d e s (espiri-
tuales). C o m o Jesucristo vive en nosotros, m i t i g a
la l e y cruel de nuestros m i e m b r o s ( R m 7, 2 3 ) ; da
fuerza a la p i e d a d y destruye las turbaciones del
espíritu; y a n o c o n s i d e r a nuestros p e c a d o s , p e r o
cura las e n f e r m e d a d e s , cierra las llagas de los h e -
ridos y, c o m o b u e n pastor que da la vida p o r sus
ovejas, n o s libra de toda especie de peligros
(Comentario al evangelio de Juan 4 , c. 7 ) .

C u a n d o J e s u c r i s t o está en n o s o t r o s , d u e r m e ,
d i g á m o s l o así, la c r u e l ley de la c a r n e q u e e s t á
en n u e s t r o s m i e m b r o s , d e s p i e r t a y se a v i v a la
p i e d a d y a m o r de D i o s , a m o r t i g u a las p a s i o n e s
en q u e h e m o s i n c u r r i d o s a n á n d o n o s c o m o a e n -
fermos.

275
276 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Así c o m o a q u e l q u e j u n t a u n a m a s a d e c e r a
con otra, y a n o v e s i n o u n a sola, así m e p a r e c e
q u e el q u e recibe el c u e r p o de n u e s t r o Salvador, y
b e b e su p r e c i o s a sangre se h a c e u n o c o n É l , c o m o
el m i s m o S e ñ o r lo dijo. P o r q u e en cierta m a n e r a
q u e d a m e z c l a d o e n É l y c o n É l p o r esta participa-
ción, d e suerte q u e Jesucristo se halla en él y él e n
Jesucristo.

¡ D i c h o s o e l h o m b r e q u e p e r s e v e r a e n la o r a -
ción, q u e p r o l o n g a s u s a y u n o s y siente alegría e n
las vigilias, q u e resiste al s u e ñ o , q u e d o b l a las ro-
dillas p a r a c a n t a r las divinas a l a b a n z a s , q u e h i e -
re s u p e c h o , m a r c h i t a s u rostro y l e v a n t a las m a -
n o s a D i o s , m i r a m u c h a s v e c e s al cielo y p i e n s a
c o n t i n u a m e n t e e n e l S e ñ o r ! (Orac. de exitu animi).

SAN C I R I L O A L E J A N D R I N O ( † 444)
MARÍA
ES MEDIADORA
DE TODAS LAS GRACIAS

S alve, o h M a d r e de Dios, M a r í a , v e r d a d e -
ro tesoro de t o d o el orbe, p o r c u y o m e d i o
se a d m i n i s t r a el santo b a u t i s m o a los cre-
y e n t e s , p o r c u y o m e d i o t e n e m o s el óleo de la ale-
gría, p o r c u y o m e d i o h a n sido fundadas en t o d o
el m u n d o las iglesias; p o r c u y o m e d i o son c o n d u -
cidas las g e n t e s a la penitencia.
P o r ti, oh Virgen, predicaron los apóstoles a las
n a c i o n e s , p o r ti la santa cruz es a d o r a d a y cele-
b r a d a en t o d o el u n i v e r s o ; p o r ti toda criatura
a p r i s i o n a d a en los errores de la idolatría es lleva-
da al c o n o c i m i e n t o de la verdad. ¡Salve, oh M a -
ría, M a d r e de D i o s , p o r m e d i o de la c u a l se s a l v a
toda a l m a fiel! (Homilía 4 Contra Nestorium).

SAN C I R I L O A L E J A N D R I N O ( † 4 4 4 )

277
LA ORACIÓN
CONSIGUE EL CUMPLIMIENTO
DE LA OBRA

C u a n d o el S e ñ o r dice a sus discípulos:


"Sin m í n a d a p o d é i s h a c e r " (Jn 15, 5 ) ,
quiere decir que, el h o m b r e que h a c e
el b i e n , c o n s i g u e de D i o s , p o r la oración, tanto el
d e s e o c o m o la realización de la obra (PL, 5 4 , 2 6 1 ) .

Si el h o m b r e e x p e r i m e n t a algo i m p o s i b l e o di-
fícil en el c u m p l i m i e n t o de los m a n d a m i e n t o s , n o
se q u e d e e n sí m i s m o sino recurra al Legislador,
q u e a la v e z q u e le i m p o n e el p r e c e p t o , le e x c i t a
el d e s e o y le p r e s t a el auxilio n e c e s a r i o , c o m o di-
ce el profeta: " E n c o m i e n d a a D i o s tus afanes, q u e
Él te s u s t e n t a r á " (Sal 5 4 , 23) (PL, 5 4 , 2 8 1 ) .

P u e s , ¿ h a y a c a s o alguien tan i n s e n s a t o , o p r e -
s u m e ser tan i n v u l n e r a b l e e i n m a c u l a d o q u e n o
n e c e s i t e de n i n g u n a purificación? Sería u n a falsa
p r e s u n c i ó n , y es u n p o b r e v a n i d o s o el q u e , entre
las t e n t a c i o n e s de esta vida, se cree i n m u n e d e
t o d a h e r i d a (ibíd.).

279
280 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

El m i s m o S e ñ o r suplica al Padre: "Padre, si es


posible, p a s e de m í este cáliz; p e r o n o se h a g a m i
v o l u n t a d , sino la t u y a " (Mt 2 6 , 3 9 ) . L a p r i m e r a
petición es de debilidad, la s e g u n d a de fortaleza.
Así, p u e s , la v o l u n t a d inferior se s o m e t i ó a la su-
perior, y d e este m o d o se d e m o s t r ó lo que p u e d e
p e d i r el e n f e r m o y lo q u e p u e d e c o n c e d e r el m é -
dico. A p r e n d a n , p u e s , esta disponibilidad t o d o s
los hijos d e la I g l e s i a , y c u a n d o se p r e s e n t e u n a
t e n t a c i ó n difícil, u s e n la p o d e r o s a a y u d a d e la
o r a c i ó n , p a r a q u e , s u p e r a d o el m i e d o , a c e p t e n
la c r u z (PL, 5 4 , 3 2 7 y 3 3 6 B).

SAN LEÓN M A G N O ( † 4 6 1 )
T R E S COSAS
SON NECESARIAS:
LA ORACIÓN, EL AYUNO
Y LA LIMOSNA

H a y tres c o s a s que pertenecen e s p e -


c i a l m e n t e al c a m p o religioso: la ora-
ción, el a y u n o y la limosna. C o n la
oración se b u s c a tener a D i o s propicio, con el a y u -
n o se m o d e r a la concupiscencia, con la l i m o s n a se
r e d i m e n los p e c a d o s , y a la vez, p o r las tres c o s a s ,
se r e n u e v a en n o s o t r o s la i m a g e n de D i o s . E s t a
triple o b s e r v a n c i a abarca los efectos de todas las
virtudes, p o r q u e en la oración se consolida la fe,
en los a y u n o s la v i d a inocente, y en la l i m o s n a la
generosidad (PL, 5 4 171 C ) .
Toda vuestra v i d a está inmersa en tentaciones
y peligros. Si n o q u e r e m o s ser e n g a ñ a d o s , h a y
que vigilar. Si q u e r e m o s vencer, h a y que luchar.
P o r e s o el s a p i e n t í s i m o S a l o m ó n dice: "Hijo m í o ,
si te das al servicio de D i o s , prepara tu a l m a p a r a
la t e n t a c i ó n " (Ecli. 2, 1) (PL, 54, 2 6 4 ) .

281
282 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

R e c o n o c e , cristiano, tu dignidad, y, p u e s t o q u e
h a s sido h e c h o partícipe de la naturaleza divina,
n o p i e n s e s en v o l v e r c o n u n c o m p o r t a m i e n t o in­
d i g n o a las a n t i g u a s vilezas. Piensa de q u é c a b e ­
za y de q u é c u e r p o eres m i e m b r o . N o olvides q u e
fuiste liberado del p o d e r de las tinieblas y trasla­
d a d o a la luz y al reino de D i o s (PL, 5 4 , 1 9 2 ) .

El h o m b r e , h e c h o a i m a g e n y s e m e j a n z a de s u
Creador, recibe el p r e c e p t o de i m i t a r la s a n t i d a d
de D i o s m i s m o , y el m e d i o de c u m p l i r l o , q u e e s :
p e d i r el auxilio de quien se lo m a n d a c u m p l i r
(PL 5 4 , 3 0 3 y 459).

SAN LEÓN M A G N O ( † 4 6 1 )
EFICACIA
DE LA ORACIÓN UNÁNIME
DE TODA LA IGLESIA

D ijo el Señor: " O s aseguro q u e , si d o s


de v o s o t r o s os unieseis en la tierra
p a r a p e d i r algo, sea lo que fuere, os
será o t o r g a d o p o r m i Padre que está en los cielos.
P o r q u e d o n d e se hallan d o s o tres c o n g r e g a d o s
en m i n o m b r e , allí e s t o y y o en m e d i o de e l l o s "
(Mt 18, 19-20).
P u e s si el S e ñ o r h a p r o m e t i d o c o n c e d e r t o d o lo
q u e p i d a n d o s o tres q u e se u n a n c o n s a n t o y p i a -
d o s o c o n s e n t i m i e n t o , ¿qué p o d r í a n e g a r a la c o n -
g r e g a c i ó n de tantos m i l e s que realizan u n a m i s -
m a o b s e r v a n c i a y q u e suplican c o n c o r d e m e n t e
c o n u n m i s m o espíritu?

G r a n d e e s , ante el Señor, a m a d í s i m o s , y s u m a -
m e n t e p r e c i o s o , c u a n d o t o d o el p u e b l o de Cristo
participa j u n t o en los m i s m o s oficios y t o d o s los
g r a d o s y ó r d e n e s de a m b o s s e x o s c o l a b o r a n c o n

283
284 LA ORACIÓN EN L O S SANTOS PADRES

el m i s m o efecto; c u a n d o todos con u n m i s m o cri-


terio se apartan d e l m a l y h a c e n el bien, y c u a n d o
D i o s es glorificado en las obras de sus siervos y
e n m u c h a s a c c i o n e s d e gracias se b e n d i c e al autor
a
de t o d a p i e d a d (Homilía 3. Temporada de Otoño).

Las o b r a s p ú b l i c a s de p i e d a d y practicadas
p o r t o d a la c o m u n i d a d de los fieles, s o n m á s san-
tas y d e m a y o r m é r i t o q u e las q u e c a d a u n o reali-
za e n particular (...), la fuerza del p u e b l o de D i o s
se multiplica c u a n d o todos los c o r a z o n e s de los
fieles se j u n t a n y c u a n d o la Iglesia universal u n e
sus p l e g a r i a s y sus obras.

Nosotros, q u e sin la ayuda de D i o s n o p o d e -


m o s n a d a , p i d á m o s l e que n o s c o n d u z c a y a p o y e ,
para que con Él tengamos la fuerza que necesita-
m o s para hacer lo que está mandado, porque si se
m a n d a , es p a r a q u e b u s q u e m o s a y u d a en el q u e
m a n d a . Y n a d i e se e x c u s e c o n pretexto de debili-
d a d , p u e s t o q u e Él, q u e h a d a d o el querer, d a
t a m b i é n el p o d e r (Sermones de la Cuaresma, PL 54).

SAN LEÓN M A G N O († 4 6 1 )
"SED SANTOS"

N osotros n o sabemos lo que d e b e m o s


pedir a D i o s " ( R m 8). Algunas veces
n o s conviene que n o suceda lo que
d e s e a m o s . Dios es justo y su b o n d a d es infinita. Por
u n efecto de su misericordia nos niega lo que sin
d u d a n o s había de perjudicar (Sermón 5 6 , c. 2)
" P a d r e m í o , si este cáliz n o p u e d e p a s a r sin
q u e Yo lo b e b a , h á g a s e tu v o l u n t a d . " Estas p a l a ­
b r a s d e n u e s t r a C a b e z a son la s a l u d de t o d o el
c u e r p o y la instrucción de todos los fieles. A p r e n ­
d a n esta lección los que fueron rescatados c o n tan
s u b i d o precio, y recurran a la oración eficaz p a r a
v e n c e r los t e m o r e s y sufrir c o n p a c i e n c i a los tra­
bajos (ibíd).

C o n o z c a el h o m b r e la dignidad de su ser y en­


tienda q u e está h e c h o a i m a g e n y s e m e j a n z a d e
su C r e a d o r ; n o se asuste tanto c o n las miserias e n
que cayó por aquel grandísimo y común pecado,
q u e n o aspire a la misericordia de su redentor,
p u e s éste dice: " S e d santos, s u p u e s t o q u e Yo s o y

285
286 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Santo"; esto es, a m a d m e y absteneos de lo que m e


desagrada. H a c e d lo que Yo quiero y quered lo que
Yo h a g o . C u a n d o os parezca difícil lo que m a n d o ,
acudid al que os lo m a n d a , para que de donde sa­
lió el precepto os v e n g a el auxilio. N o negaré el so­
corro, Yo q u e di la voluntad (Sermón 9 4 , c. 2).

SAN LEÓN M A G N O ( † 4 6 1 )
BREVE RESEÑA
DE LOS SANTOS PADRES
Y ESCRITORES
ECLESIÁSTICOS
CITADOS
L
as reseñas son extremadamente suscintas,
sólo ordenadas a que el lector ubique con
cierta aproximación a los Padres y escrito-
res que se citan en el libro. Hemos dejado de lado las
discusiones sobre las fechas precisas de nacimiento y
muerte de los mismos, muchas veces inciertas, eligien-
do una fecha incluible dentro de los márgenes que es-
tablece la duda.

AGUSTÍN DE HIPONA (354-430)


Oriundo de Tagaste (África). Se convirtió siendo
adulto, bajo el influjo de san Ambrosio. Luego de orde-
narse de sacerdote, lo eligieron obispo de Hipona. Su
irradiación en la Iglesia fue poco menos que universal.
Por sus polémicas, principalmente con los pelagianos,
se lo ha llamado "el doctor de la gracia". Principales
obras: Confesiones, Soliloquios, Sobre la Ciudad de Dios,
Sobre la Trinidad, Sobre la gracia, comentarios exegéticos
del Antiguo y el Nuevo Testamento, numerosos ser-
mones y cartas.

289
290 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

AMBROSIO DE MILÁN (337-397)


Nació en Treveris, siendo su padre prefecto de
las Galias. Estudió retórica y ejerció la abogacía en Ro-
ma. Tras ser nombrado cónsul de Liguria y Emilia, con
residencia en Milán, se ordenó de sacerdote y fue pre-
conizado como obispo de Milán. Sus preferencias se
volcaron más a la pastoral que a la elucubración teoló-
gica. Principales obras: Hexaemeron, Sobre los misterios,
Sobre los sacramentos, comentarios exegéticos, cartas, poe-
sías e himnos litúrgicos.

ATANASIO DE ALEJANDRÍA (295-373)


Obispo de Alejandría y doctor de la Iglesia. In-
trépido defensor de la fe contra la herejía amana. Fue
desterrado cinco veces de su sede sin que las amena-
zas, persecuciones y tribulaciones pudieran doblegar
su espíritu. Nunca perdió la esperanza ni la confianza
en Dios, aun en los tiempos turbulentos en que la cau-
sa del cristianismo parecía perdida. Asistió al concilio
de Nicea (325) que proclamó la divinidad de Cristo.
Escribió importantes obras, principalmente sobre el
misterio de la encamación del Verbo. Entre sus escri-
tos sobre la vida monástica es famosa su Vida de san
Antonio. Su fiesta se celebra el 2 de mayo.

BASILIO DE SELEUCIA (†469)


Desde el año 440 fue obispo de Seleucia, en
Isauria, provincia del Asia Menor. En el concilio de
B R E V E R E S E Ñ A DE L O S S A N T O S PADRES 291

Constantinopla, del año 448, se pronunció contra la


herejía monofisita, y en el de Calcedonia, del año 451,
adhirió a la carta o "tomo" que el papa san León Mag-
no dirigió a Flaviano, patriarca de Constantinopla. De
él han llegado hasta nosotros unos cuarenta sermones.

BASILIO M A G N O (330-379)
Nació en Cesárea de Capadocia, en el seno de
una familia profundamente cristiana. Su abuela ma-
terna, Macrina, fue santa, y su abuelo Materno murió
mártir, contando entre sus hermanos a san Gregorio
de Nyssa. Se bautizó cuando ya era adulto, y luego
viajó a Egipto, Siria, Palestina y Mesopotamia, para
conocer a los ascetas más famosos del mundo cristia-
no. Basilio fue monje y también sacerdote, más aun, se
lo considera el fundador del monacato griego. Luego lo
nombraron obispo de Cesárea de Capadocia. Su preo-
cupación por el culto está en el origen de lo que ulte-
riormente se llamaría "la liturgia de san Basilio".
Principales obras: Sobre el Espíritu Santo, Reglas monás-
ticas, Cartas.

BEDA EL VENERABLE (672-735)


Nació en Jarrow (Inglaterra). Si bien no vivió en
la época estrictamente patrística, sin embargo en la
practicase lo considera su heredero directo. Fue monje
benedictino y afamado historiador de la Iglesia, ejer-
ciendo un gran influjo en los prolegómenos de la

291
292 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

Edad Media. Principales obras: Historia eclesiástica de


Inglaterra, Martirologio, Comentarios de libros de la Sagra-
da Escritura, sobre todo del Evangelio.

CARTA A DIOGNETO
Escrito anónimo de los primeros siglo cuyos
autor y fecha de composición se desconocen. Hermo-
sa apología del cristianismo, una de las obras más bri-
llantes de la literatura cristiana primitiva griega.

CIPRIANO (205-258)
Nació probablemente en Cartago (África). Tras
convertirse al cristianismo, fue ordenado sacerdote y
luego elegido obispo de Cartago. En una grave polé-
mica que estalló a raíz de las persecuciones, se mostró
contrario a la inmediata reconciliación de los lapsi, es
decir, de los que habían renegado de la fe. En la per-
secución de Valeriano, fue desterrado a Cucubis y al
año siguiente decapitado cerca de Cartago, siendo así
el primer obispo africano mártir. Principales obras: A
Donato, Sobre los lapsos, Sobre la unidad de la Iglesia.

CIRILO DE ALEJANDRÍA ( † 4 4 4 )
Nació, según parece, en Alejandría (Egipto),
ciudad de la que llegaría a ser patriarca. Desde que
Nestorio fue consagrado obispo de Constantinopla, se
opuso decididamente a él. Con sus escritos y sermo-
B R E V E R E S E Ñ A DE LOS S A N T O S P A D R E S 293

nes anticipó la doctrina del futuro Concilio de Calce-


donia sobre las dos naturalezas de Cristo y la califica-
ción de María como "Madre de Dios". Su autoridad
doctrinal fue enorme en la Iglesia griega y lo sigue
siendo hasta hoy. Principales obras: Sobre la santa y
consustancial Trinidad, Doce anatemas contra Nestorio,
Contra los que no quieren confesar que la santa virgen es la
Madre de Dios, cartas pascuales, sermones y epístolas.

CLEMENTE DE ALEJANDRÍA (150-215)


Nació en Atenas. Tras numerosos viajes se radi-
có en Alejandría, donde sucedió a Panteno como di-
rector de la llamada "Escuela de Alejandría". Tres
años más tarde se vio obligado a huir de Egipto con
motivo de la persecución de Septimio Severo. Exilia-
do en Capadocia, murió sin regresar a Egipo. Fue el
iniciador de la teología especulativa, considerando el
aporte de la cultura griega, como una eficaz ayuda pa-
ra la inteligencia de los misterios cristianos. Principa-
les obras: Protréptico, Pedagogo, Stromata.

EFRÉN (306-373).
Nació en Nísibe (Mesopotamia), imperando
Constantino. Desde joven abrazó la vida eremítica. El
obispo de Nísibe lo llevó al Concilio de Nicea y luego
parece que le confió la dirección de una escuela teoló-
gica en su diócesis. Posteriormente, debió emigrar a
Edesa, viviendo como ermitaño en un monte próximo

293
294 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

a la ciudad. San Basilio lo ordenó de diácono. Cabeza


del movimiento monástico en Oriente, fue uno de los
grandes impulsores del culto mariano, así como el
príncipe de los poetas sirios. Principales obras: diver-
sos comentarios bíblicos, sermones poéticos en siría-
co, los Carmina Nisibena, Diatessaron, y multitud de
poesías a Nuestra Señora.

GERMÁN DE CONSTANTINOPLA († 474)


Obispo de Constantinopla, siglos VII-VIII. Con-
temporáneo de san Juan Damasceno. Defendió los sa-
grados iconos contra el emperador bizantino León el
Isáurico, que había prohibido su culto. Tuvo que re-
nunciar a su episcopado y, retirado en su casa paterna,
vivió dedicado a la oración. Escribió obras dogmáti-
cas, discursos, y compuso himnos. La Iglesia honra su
memoria el 12 de mayo.

GREGORIO M A G N O (540-604)
Nació probablemente en Roma, de una fami-
lia de la aristocracia. Luego de ser prefecto de dicha
ciudad, se hizo monje. Más adelante fue elegido Pa-
pa. Su pontificado es uno de los más grandes de la
historia. Notable defensor del pensamiento agustinia-
no, no fue su fuerte la especulación teológica sino el
terreno práctico de la vida eclesiástica y del gobierno
de la Iglesia. Se reveló como un gran propulsor de la
liturgia y el canto coral. Principales obras: Comentarios
B R E V E R E S E Ñ A DE LOS S A N T O S PADRES 295

al libro de Job, Exposición sobre el Cantar de los Cantares,


Homilías sobre Ezequiel, Homilías sobre el Evangelio, Re-
gla pastoral.

GREGORIO NACIANCENO (330-390)


Obispo de Constantinopla y doctor de la Igle-
sia. Gran teólogo, contemplativo y poeta. Son famosas
sus homilías y poemas. La Iglesia celebra su fiesta el 2
de enero, junto con la de su íntimo amigo san Basilio
el Grande, a quien conoció desde su juventud cuando
ambos estudiaban en Atenas.

GREGORIO DE NISA (335-385)


Obispo. Siglo IV. Hermano de san Basilio. Mon-
je y teólogo de la mística cristiana. Escribió numerosas
y magníficas obras: Comentarios de la Sagrada Escritura,
Tratados dogmáticos, Escritos sobre la vida monástica, La
virginidad, etc. También son importantes sus homilías
y sus cartas. El calendario monástico celebra su fiesta
el 20 de enero.

HILARIO DE POITIERS (315-367)


Nació de una familia noble de Poitiers. Bauti-
zado cuando ya era adulto, llegó a ser obispo de su
ciudad natal. A raíz de su lucha contra el arrianismo,
el emperador Constantino decidió desterrarlo a Fri-
296 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

gia, en el Asia Menor. Fue allí donde se familiarizó


con la doctrina y el espíritu de los Padres griegos.
Luego retornó a su sede. Por su coraje en la lucha
contra los herejes, fue llamado "el Atanasio de Oc-
cidente". Pío IX lo declaró doctor de la Iglesia. Prin-
cipales obras: Sobre la Trinidad, Contra Constancio,
Comentario de san Mateo, Comentario de los Salmos, So-
bre los misterios, Libro de himnos.

IRENEO DE LYON (140-202)


Nació probablemente en Esmima (Asia Menor).
Discípulo de san Policarpo, a través de él entronca con
la era apostólica. Poco se sabe de su vida. Fue obispo
de Lyon, donde mostró su celo sobre todo en combatir
a los gnósticos. Centró su teología, pletórica de virtua-
lidades, en la fecunda idea de la "recapitulación". Fue
asimismo uno de los iniciadores de la teología maña-
na. Principales obras: Contra los herejes, Epideixis o De-
mostración de la enseñanza apostólica.

JERÓNIMO (331-419)
Nació en Estridón, entre Dalmacia y Panonia.
Tras estudiar en Roma, retomó a su tierra natal, don-
de se abocó al estudio del griego y del hebreo. Ya sa-
cerdote, fue a Constantinopla, y después a Tierra
Santa, radicándose en Belén, donde fundó una comu-
nidad monástica. Allí vivió hasta su muerte. Principales
obras: la Vulgata (indroducción de la Biblia al latín),
B R E V E R E S E Ñ A DE L O S S A N T O S PADRES 297

comentarios a diversos libros del Antiguo y del Nue-


vo Testamento, numerosas cartas y homilías.

JUAN CRISÓSTOMO (344-407)


Nació en Antioquía (Asia Menor), de familia
noble. Luego de ser ordenado sacerdote, fue elegido pa-
triarca de Constantinopla. Perseguido duramente por
los herejes y emperadores complacientes, a quienes en-
rostraba su doctrina y sus costumbres, fue desterrado
varias veces de su país. En el último de dichos destie-
rros, temiendo sus enemigos que su lugar de exilio se
convirtiese en centro de peregrinación, por la notable
irradiación apostólica de su personalidad, lo relegaron
aun más lejos, esta vez a Pitio, en el extremo oriental
del mar Negro. En camino al nuevo destino sucumbió
a las fatigas, muriendo santamente. Su espléndida ora-
toria le valió el apodo de Crisóstomo ("boca de oro").
Principales obras: numerosos sermones exegéticos
sobre los Salmos, Isaías, Mateo y Juan, Sobre la Incom-
prensible naturaleza de Dios, Contra los judíos, Sobre el
sacerdocio, Sobre la vida monástica, y numerosas cartas.

JUAN DAMASCENO (siglo VIII)


Presbítero y doctor de la Iglesia. Siglo VIII. Na-
ció en Damasco (Siria) —de allí su apelativo— y
abrazó la vida monástica. Defendió los sagrados ico-
nos contra los emperadores. Escribió una importante
Exposición de la fe. Por sus magníficas homilías sobre la
298 LA O R A C I Ó N EN LOS SANTOS PADRES

Natividad y la dormición de la Virgen, se le venera co­


mo a uno de los grandes teólogos marianos. Su fiesta
se celebra el 4 de diciembre.

LEÓN M A G N O (390-461)
Nació probablemente en Roma. Tras ser elegido
papa, combatió con firmeza el maniqueísmo y el pela-
gianismo en Occidente, y en Oriente enfrentó la here­
jía monofisita. En su carta a Flaviano, patriarca de
Constantinopla, instruyó a los católicos en la lucha
contra el monofisismo. Cuando Atila invadió Roma
con sus bárbaros, León le salió al paso, optando aquél
por retirarse. Luego impidió que los vándalos arrasa­
sen la ciudad. Nos ha dejado una serie de admirables
sermones, así como un nutrido epistolario.

M Á X I M O DE T U R Í N ( † 4 2 3 )
Fue el primer obispo de Turín de que tenemos
noticia. En el norte de Italia el paganismo no se resig­
naba a desaparecer, y se mezclaba con el cristianismo.
Hubo también herejes. San Máximo no sólo enfrentó
todos estos problemas, sino que nos dejó también una
serie de sermones (89) sumamente esclarecedores.
B R E V E R E S E Ñ A DE L O S S A N T O S PADRES 299

OPTATUS MlLEVITANUS (siglo IV)


Sólo sabemos de él que fue obispo de Milevi, en
Numidia (actual Argelia), durante los comienzos del
cisma donatista. Fue autor de la primera obra escrita
contra los donatistas en una época previa a san Agus-
tín, en que la Iglesia en África no se había defendido
aun con eficacia frente a dicho cisma. Su escrito Contra
la calumnia del bando donaciano, es conocido también
con el título de Contra Parmeniano, obispo donatista,
contra el que va dirigido.

ORÍGENES DE ALEJANDRÍA (185-253)


Nació probablemente en Alejandría, de una fa-
milia cristiana. Su padre murió mártir. Se le confió la
"Escuela de Alejandría", que dirigió llevando una vi-
da ejemplar. Posteriormente fue ordenado sacerdote
en Cesárea. Tras numerosas penalidades durante la
persecución de Decio, murió en Tiro. Autor realmente
genial, su influencia fue inconmensurable. Luego de su
muerte se discutió, y no sin razón, la ortodoxia de algu-
nas de sus ideas, y resultó anatematizado, Principales
obras: Homilías sobre el libro de los Números, Josué, Reyes,
Jeremías, Ezequiel, Job, Comentario a san Mateo, Comenta-
rio a san Lucas, Contra Celso.

PASTOR DE HERMIAS
Escrito clasificado entre los llamados Padres
Apostólicos. Hermias, su autor, era posiblemente un
300 L A O R A C I Ó N EN L O S SANTOS PADRES

judío convertido al cristianismo. La obra narra diver-


sas visiones experimentadas por él en Roma, posible-
mente en la época de Clemente. Tertuliano y Orígenes
la consideraron inspirada y como formando parte del
Nuevo Testamento.

PEDRO CRISÓLOGO (406-450)


Nació quizás en Rávena, llegando a ser obispo
de dicha ciudad. Fue muy amigo del papa San León
Magno. Cobró especial notoriedad por su capacidad
oratoria, que le valió el apodo de Crisólogo ("palabra
de oro"). Obras principales: un nutrido conjunto de
valiosos sermones.

TERTULIANO (155-220)
Nació en Cartago, de padre militar. Luego de
recibirse de abogado en Roma, se convirtió al cristia-
nismo, estableciéndose en Cartago. Su temperamento
ardiente lo inclinaba a la polémica, el arrebato y el ri-
gorismo. Hacia el 207 adoptó una actitud favorable al
montañismo. Su lenguaje es vibrante, y su latín, conci-
so y esplendoroso. Principales obras: Apología, Contra
los judíos, Contra Marción, Sobre el bautismo, Sobre la
prescripción de los herejes, Sobre la oración.
ÍNDICE
DE LAS PRINCIPALES SIGLAS
Y ABREVIATURAS

Adv. haer. Adversus haereses (contra los herejes)


BAC Biblioteca de autores cristianos
CCL Corpus Christianorum Latinorum
Comment. Commentarium (comentario)
Epist. Epistolae (cartas)
Exp. Expositio (exposición, explicación)
Exs. Exsortatio (exhortación)
Hom. Homilía
Lib. Liber (libro)
PG Patrología Graeca (Migne)
PL Patrología Latina (Migne)
SC Sources Chrétiennes
Serm. Sermones (sermones u homilías)
Strom. Stromata
Tract. Tractatus (tratado)

301
BIBLIOGRAFÍA
COLECCIÓN ICHTHYS

Todas las obras clave para


conocer en profundidad
el pensamiento de los santos Padres
y la sabiduría de las Iglesias católicas de Oriente,
bajo la dirección del P. Luis Glinka ofm,
reconocido especialista en patrología.

• Preceptos para encontrar la paz espiritual


Isaías de Gaza

• Camino a la perfección de las virtudes


(Vida de Moisés)
San Gregorio de Nisa

• Catequesis de la iniciación cristiana - Nueva edición


San Cirilo y Juan de Jerusalén

• Catequesis de san Agustín


San Agustín

303
304 L A O R A C I Ó N EN LOS SANTOS PADRES

• Claves para el equilibrio interior


Calixto e Ignacio

• Comentario al padrenuestro
Orígenes

• El arte de la oración - Nueva edición


Teófano el Recluso

• El bautismo según los Padres griegos


Gregorio de Nacianzo

• El tesoro espiritual
San Basilio el Grande

• Filocalia I
Varios

• Filocalia II
Varios

• Filocalia III
Varios

• La Filocalia de la oración de Jesús - Nueva edición


R Luis Glinka

• La mujer como evangelizadora - Nueva edición


San Gregorio de Nisa
BIBLIOGRAFÍA 305

• La paciencia
Tertuliano y San Cipriano

• La santa Escala
San Juan Climaco

• La vida de la Iglesia primitiva.


Introducción a la patrología I
Fernando Figueiredo, ofin

• Literatura cristiana primitiva.


Introducción a la Patrología II
Fernando Figueiredo, ofin

• Los sacramentos. Los misterios


San Ambrosio

• Obras selectas
San Alberto Magno

• Ricos y pobres - Nueva edición


San Juan Crisóstomo

• Sabiduría de los Padres del Desierto


Varios

• San Benito de Nursia - Nueva edición


San Gregorio Magno

• Soliloquios. Acerca de la vida feliz


San Agustín
306 L A O R A C I Ó N EN LOS SANTOS PADRES

• Tratado de las vírgenes - Nueva edición


San Ambrosio

• Tratado del Espíritu Santo


Basilio el Grande

• Vida y pensamiento de los Padres.


Introducción a la Patrología III
Fernando Figueiredo, ofin

ESPIRITUALIDAD O R I E N T A L

• Instrucciones espirituales
Serafín de Sarov

• La Madre de Dios en los iconos bizantino-eslavos


P. Luis Glinka ofin

• La oración interior - Nueva edición


Antología de autores espirituales

• Relatos de un peregrino ruso - Nueva edición


Varios
BIBLIOGRAFÍA 307

ESTUDIOS CRÍTICOS

• La Divina Liturgia
San Juan Crisóstomo, comentado por el
P. Luis Glinka ofin

• La oración en san Agustín


Francisco Weismann

• Volver a las fuentes


P. Luis Glinka ofin
ÍNDICE

PRÓLOGO 5

PRESENTACIÓN 13

PIDAN A D I O S CON FERVOR 23

D E D Í C A T E SIN I N T E R R U P C I Ó N A LA O R A C I Ó N 25

O R E M O S POR TODOS 27

NO D U D A R EN P E D I R AL S E Ñ O R 29

CON SINCERIDAD E INOCENCIA 31

O F R E C E R NUESTRAS O F R E N D A S AL S E Ñ O R

R E Z A EN T O D O M O M E N T O 33

¿ C U Á N D O SE DEBE O R A R ? 35

LA O R A C I Ó N ES UN ARMA P O D E R O S A 37

LO Q U E D E B E M O S P E D I R 39

P E R M A N E C E R FIEL A LA O R A C I Ó N 41

P R A C T I C A R LA O R A C I Ó N Y LA ASCESIS 43

I M P O R T A N C I A DE LA O R A C I Ó N D O M I N I C A L 45

309
310 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

47 A LA O R A C I Ó N HAN DE A C O M P A Ñ A R

LAS O B R A S

49 F R E C U E N C I A DE LA O R A C I Ó N

51 O R A R SIN DISTRACCIONES

53 G R A C I A S A LOS M O N J E S

55 R E Z A R EN S I L E N C I O

57 REZAR CON EL C O R A Z Ó N

59 LA O R A C I Ó N ES EFICAZ PARA M O V E R

AL SEÑOR

61 A B R I R N O S A LOS D O N E S DE D I O S

63 LA O R A C I Ó N CONTINUA

65 NO A LAS M U C H A S PALABRAS S I N O

A LA INTENCIÓN

67 ESTAR U N I D O A D I O S

69 T Ú ERES N U E S T R O PADRE

71 R E Z A R EN P R E S E N C I A DE D I O S

73 PEDIR CON CONFIANZA

75 E J E M P L O DE LOS M O N J E S

77 E L C A N T O DE LOS SALMOS
ÍNDICE 311

INVOCAR PRIMERO A D I O S 79

C A N T A R C O N VIGILANCIA Y SABIDURÍA 81

LA SANTA M I S A 83

PADRE N U E S T R O 85

TENTACIÓN DEL D E M O N I O 87

S E R SINCEROS CON DIOS 89

NO A B A N D O N A R LA O R A C I Ó N 91

LA O R A C I Ó N ES C O N V E R S A C I Ó N C O N DIOS 93

NO CESES EN LA O R A C I Ó N 95

LA G E N T E SE PREOCUPA P O R T O D O , 97

M E N O S P O R LA O R A C I Ó N

LAS P R E O C U P A C I O N E S TERRENALES N O S 99
ALEJAN DE DIOS

O R A R ES ESTAR C O N DIOS 101

N A D I E PIENSA EN LOS BIENES DE D I O S 103

NO C O N V E R T I R LA M I S E R I C O R D I A DE D I O S 105

EN C R U E L D A D

P E D I R A D I O S Q U E DESAPAREZCA LA M A L D A D 107

P I D E A D I O S LA V I C T O R I A S O B R E 109

LAS PASIONES
312 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

111 ¿ Q U É COSA TENEMOS QUE P E D I R Á DIOS?

113 LA O R A C I Ó N N O S ACERCA Y N O S U N E A D I O S

117 ¿ C Ó M O T E N E M O S Q U E REZAR?

119 P E D I R AL E S P Í R I T U S A N T O P O R LOS D O N E S

121 P E R S E V E R A R EN LA O R A C I Ó N

123 P O N E R LA O R A C I Ó N P O R ENCIMA

DE T O D A O B R A H U M A N A

125 LA C O N T E M P L A C I Ó N ES MÁS SUBLIME

Q U E LA O R A C I Ó N

127 C R E C E R S I E M P R E EN LA I N T I M I D A D

CON DIOS

129 Q U E EL S E Ñ O R LOS E N C U E N T R E V I G I L A N T E S

131 E L S E Ñ O R C O N C E D E SIEMPRE MÁS DE

LO Q U E SE PIDE

133 E N T R A EN T U A P O S E N T O

135 O R A R EN T O D O T I E M P O Y LUGAR

137 LA O R A C I Ó N V E N C E A D I O S

139 O R A C I Ó N Y LECTURA

141 Q U Í T A T E HORAS DE S U E Ñ O PARA

DEDICARLAS AL S E Ñ O R
ÍNDICE
31 3

EL PADRENUESTRO 143

A N T E D I O S T O D O S S O M O S POBRES 145

P E D I R AL S E Ñ O R PARA C O N O C E R 147

SUS ENSEÑANZAS

ORACIÓN CON LÁGRIMAS 149

O R A R SIN D I S T R A C C I O N E S 151

R E Z A R SIEMPRE C O N ALEGRÍA 153

D I O S O T O R G A EXCELENTES D O N E S 155

EL D E M O N I O SIENTE E N V I D I A 157

DEL H O M B R E Q U E REZA

A M A R A D I O S ES HABLAR 159

PERMANENTEMENTE CON ÉL

R E Z A R V E R D A D E R A M E N T E ES S E R UN T E Ó L O G O 161

D I O S C A M I N A A T U LADO 163

EL D E M O N I O N O S HACE REZAR 165

PARA VANAGLORIA

EL S E Ñ O R N O S ENSEÑA A O R A R SIEMPRE 167

SIN CANSANCIO

LA O R A C I Ó N SE ALIMENTA DE LA M E N T E 169
314 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

171 N O O R E S C O M O EL FARISEO,

S I N O C O M O EL PUBLICANO

173 A TRAVÉS DE LA V E R D A D E R A O R A C I Ó N ,

E M U L A M O S A LOS ÁNGELES

175 F E L I Z EL H E R M A N O Q U E SE PONE

EN M A N O S DE D I O S

177 ES NECESARIA LA H U M I L D A D

EN LA O R A C I Ó N

179 LOS D E M O N I O S T U R B A N LA O R A C I Ó N

181 LA O R A C I Ó N ES LA MÁS D I V I N A

DE LAS V I R T U D E S

183 LA ORACIÓN EN EL SENO DE LA FAMILIA

185 D I O S ES M U Y GENEROSO EN

C O N C E D E R BENEFICIOS

187 LA LIBERTAD HUMANA Y LA

N E C E S I D A D DE D I O S

189 TAMBIÉN DEBEMOS ORAR

P O R LOS D I F U N T O S

191 P O R LA O R A C I Ó N SE ALCANZA LA FELICIDAD


ÍNDICE
31 5

EXCELSA D I G N I D A D DEL H O M B R E Q U E O R A 193

N O S CONVIENE O B E D E C E R Á D I O S 195

LA O R A C I Ó N ES LA V I D A DEL ALMA 197

A M A R LA O R A C I Ó N ES SEÑAL DE P E R F E C C I Ó N 199

LA O R A C I Ó N N O S ALCANZA EL P E R D Ó N DE 201

LOS PECADOS

LA O R A C I Ó N N O S D E F I E N D E DE 203

T O D O PELIGRO

LA O R A C I Ó N ES LA RAÍZ Y BASE DE T O D O 205

T E N G A M O S T O D O S LOS DÍAS VARIOS RATOS 207

DE O R A C I Ó N

I M I T E M O S A LA CANANEA 209

CON LA O R A C I Ó N SUS M A N D A M I E N T O S 211

RESULTAN FÁCILES

LA O R A C I Ó N ES LA LUZ DEL ALMA 213

"TÚ, C U A N D O QUIERAS ORAR, 215

ENTRA EN T U H A B I T A C I Ó N "

¿ Q U É ES LA O R A C I Ó N ? 217

V A N A S EXCUSAS PARA N O O R A R 219


316 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

221 S I N AYUDA DE LA GRACIA, N O PODREMOS

C U M P L I R LOS M A N D A M I E N T O S

223 H A Y Q U E P E D I R AYUDA DE LA G R A C I A

225 S Ó L O D E B E M O S C O N F I A R EN LA G R A C I A

Q U E ALCANZAMOS P O R LA O R A C I Ó N

227 S Ó L O P O D R E M O S V E N C E R C O N LA

AYUDA DE DIOS

229 NO P O D E M O S NADA SIN LA G R A C I A

231 H A Y GRACIAS Q U E D I O S SOLAMENTE

LAS DA A Q U I E N LAS PIDE

233 D I O S N O M A N D A COSAS I M P O S I B L E S

DE CUMPLIR

235 LA O R A C I Ó N , M E D I O PARA C O N S E G U I R

LA G R A C I A

237 LA LEY DE LA C A R N E Y LA LEY DE LA M E N T E

239 D I O S Q U I E R E D A R AL Q U E LE PIDE

241 LA I G L E S I A O R A P O R LOS I N C R É D U L O S

243 A E J E M P L O DE LA M U J E R CANANEA

245 P I D A M O S LA BUENA V O L U N T A D
ÍNDICE 317

LA O R A C I Ó N ES N U E S T R O Ú N I C O R E F U G I O 247

COMO E N F E R M O Q U E BUSCA AL M É D I C O 249

S I N FE, LA O R A C I Ó N PERECE 251

¡PECADORES! O R A D Y CONFESAD 253

VUESTROS PECADOS

D E B E M O S O R A R C O N ABSOLUTA C O N F I A N Z A 257

Y SEGURIDAD

M I S E R I C O R D I A Y NO CRUELDAD 259

C O N F I A R EN EL S E Ñ O R 261

S O P O R T E M O S LOS MALES DE LOS H O M B R E S 263

D I O S SABE LO Q U E ES P R O V E C H O S O PARA T I 265

C R I S T O RUEGA EN Y P O R N O S O T R O S AL P A D R E 267

LA O R A C I Ó N DEL " C R I S T O TOTAL" 269

O R A R INCANSABLEMENTE 271

" E S T A B A ÉL O R A N D O EN C I E R T O LUGAR" 273

¿ Q U É HACE EN N O S O T R O S LA E U C A R I S T Í A ? 275

M A R Í A ES M E D I A D O R A DE T O D A S 277

LAS GRACIAS

LA O R A C I Ó N C O N S I G U E EL C U M P L I M I E N T O 279

DE LA O B R A
318 LA ORACIÓN EN LOS SANTOS PADRES

281 T R E S C O S A S S O N NECESARIAS: LA O R A C I Ó N ,

EL A Y U N O Y LA L I M O S N A

283 E F I C A C I A DE LA O R A C I Ó N UNÁNIME

DE T O D A LA I G L E S I A

285 " S E D SANTOS"


Se terminó de imprimir en el mes de octubre de 2009
en el Establecimiento Gráfico LIBRIS S. R. L
MENDOZA 1523 • (B1824FJI) LANÚS OESTE
BUENOS AIRES • REPÚBLICA ARGENTINA
Este libro es una selección de textos de los
santos Padres acerca de la oración y su importan-
cia para los fieles como lazo de amor con Cristo.
En las enseñanzas de los primeros Padres de
la Iglesia, se encuentran las claves para llevarla a
cabo, en sintonía con las premisas que el propio
Maestro y los evangelistas nos legaron en el
Nuevo Testamento.
El padre Luis Glinka ha extraído y traducido,
de entre el cuantioso material patrístico, pasajes
que pueden aprovechar mejor al lector actual en
su aprendizaje, y generar en él un interés por la
lectura de la obra de aquellos primeros testigos
de la fe.
Desde los pasos previos, la disposición de
ánimo y la entrega al Espíritu, hasta los motivos
usuales de los cristianos para evadir la oración, el
texto va explorando el universo que nutre y
acompaña, a la luz de la tradición cristiana, la
acción de orar.

ichthys bolsillo
www.lumen.com.ar

ISBN 978-987-00-0858-3

9 789870 008583
LUMEN

También podría gustarte