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ENSINO MÉDIO / PRÉ-VESTIBULAR

Bandeiras descobridoras e povoamento de Goiás


Goiás era conhecido e percorrido pelas ouro, Goiás situado entre esses dois territórios
bandeiras quase que desde os primeiros dias de haveria de ter.
colonização, mas seu povoamento só se deu em
decorrência do descobrimento das minas de ouro no *O gasto das expedições corriam por conta dos
século XVIII. Esse povoamento, como todo bandeirantes que em troca recebiam vantagens nas
povoamento aurífero, foi irregular e instável. minas e cargos políticos na região.

As primeiras bandeiras *Bandeira: expedição organizada militarmente e


uma espécie de sociedade comercial (cada
- Aconteciam desde o inicio da colonização, apesar bandeirante entrava com uma parcela de capital –
da pouca documentação que comprove. escravos.)

- Primeiras Expedições: Bahia – eram oficiais ou *Financiadores da expedição do Anhanguera:


particulares João Leite da Silva Ortiz (genro do Anhanguera) e
João de Abreu (irmão de Ortiz e dono de lavras em
- Séc. XVII – Vasta documentação das Bandeiras Minas)

*São Paulo: chegavam com freqüência ate o *Tinha aproximadamente 150 bandeirantes, mas
extremo norte de Goiás, inicialmente pelos rios ao total (com escravos e índios) chegava a quase
Paranaíba, Tocantins e Araguaia retornando pelo 500.
Tietê.

*As viagens s podiam durar até 3 anos. A viagem da Bandeira de Anhanguera

- A partir de 1630: introdução do uso de muares e - Saída de SP: 3\07\1722 – o Anhanguera dizia ter
preferência pelas viagens terrestres de sul a norte e um roteiro até Goiás
vice-versa por todo território goiano.
- Desentendimento desde o inícios na Bandeira
- As “descidas” dos Jesuítas do Pará: busca de entre os chefes paulistas e os emboabas
índios para composição do aldeamento na
Amazônia pelo do rio Tocantins até Goiás. *perderam-se pelo caminho

- Volatilidade das bandeiras: não fixação em Goiás. *muitos morreram de fome

Descobrimento de Goiás *outros a abandonaram

- O Anhanguera não foi o “descobridor” de Goiás, - Anhanguera “Preferia a morte a voltar


mas o primeiro a se interessar pela fixação no fracassado”.
território \ Povoamento ligado à exploração aurífera
- Descobriu ouro nas cabeceiras do rio Vermelho
*1690:Minas Gerais (passou a ser povoado por (Cidade de Goiás)
vilas – Vila Rica, Vila do Carmo, dentre outras).
- 21\10\1725: volta triunfante a SP
*1718: Mato Grosso (Cuiabá) iniciando o
povoamento. Povoamento de Goiás

- 1722: Bandeira do Anhanguera para Goiás: licença - Bartolomeu Bueno recebe o titulo de
concedida pelo rei ao Anhanguera para buscar ouro superintendente das minas de Goiás e Ortiz o de
em Goiás – Se em Minas e Mato Grosso havia tanto guarda-mor.
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* região do Tocantins (alto Tocantins ou
- Primeira região ocupada foi a do rio Vermelho Maranhão) \ a mais limitada e densa em população:
Traíras, Água Quente, São Jose (Niquelândia),
*Arraial de Sant’Ana, depois chamado de Vila Santa Rita, Munquém, etc.
Boa e mais tarde Goiás sendo capital por quase 200
anos desse território. *Norte \ entre o Tocantins e os chapadões dos
limites com a Bahia: Arraias, São Félix, Cavalcante,
*Outros arraiais: Barra, Ferreiro, Anta, Ouro, Natividade e Porto Real (Porto Nacional).
Fino, Santa Rita, etc.
- Fora dessas regiões os arraias estavam dispersos
- Grande atração de pessoas para a região como Pilões, Crixás, Couros (Formosa), etc.

- Povoamento irregular e instável, sem - 2\3 do território estava desabitado como: o sul e o
planejamento ou ordem de acordo com o encontro e sudeste, todo o Araguaia e o norte desde Porto
demanda do ouro. Nacional até o Estreito e sua ocupação ganharia
força com a pecuária e da agricultura (XIX e XX).
-Três zonas de relativa densidade durante o século
XVIII: - Até 1783 houve um crescimento de 50% da
população (quase 60.000 habitantes) e a partir daí
* região centro-sul: Santa Cruz, Santa Luzia uma diminuição até 1804. A partir desta data
(Luziânia), Meia Ponte (Pirenópolis), Jaraguá, Vila começa novo crescimento através das lavouras e
Boa e arraias vizinhos. pecuária.

Economia do ouro em Goiás


A época do ouro em Goiás foi intensa e breve. e desprezo por outras atividades como o roceiro (o
Após 50 anos, verificou-se a decadência rápida e proprietário da terra e de escravos)
completa da mineração. Por outro lado, só se
explorou o ouro de aluvião, e a técnica empregada A mineração em Goiás
foi rudimentar.
- Brevidade e intensidade do ouro em Goiás por 50
Goiás no sistema colonial anos

- Vigência do Pacto Colonial e do Mercantilismo na -Só houve a exploração do ouro de aluvião através
exploração aurífera de técnicas rudimentares

- Hierarquia da produção aurífera nas minas: - “Mineração de morro” era cara e difícil. Podia ser
por meio de túneis e galerias (mineração de mina)
*dedicação exclusiva à exploração do ouro; ou cortando a montanha perpendicularmente (talho
aberto).
* alimentos e outros bens necessários vinham
das capitanias da costa (Bahia, Rio de Janeiro e São Política fiscal das minas: o contrabando
Paulo) \ Altos preços
-Predominância do “direito senhorial” ao rei:
*pouco desenvolvimento da lavoura e da controle dos produtos minerais
pecuária neste período
-Direito de particulares à exploração, mas com
- Mentalidade de valorização da atividade pagamento de impostos.
mineradora em Goiás através da metrópole.
*supervalorização do mineiro (proprietário da mina) *o Quinto
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*contrabando em Goiás: mais praticado no norte *seu rendimento decai após 1750 juntamente
(vigilância mais afastada) que no sul. com a mineração

- O Quinto *a partir de 1775 seu rendimento era tão baixo


que não dava para pagar a importação de novos
*Cobrado de duas formas: pela Capitação ou o escravos.
próprio Quinto. A Capitação vigorou de 1736 a
1751, mas foi abolida, pois mineiros entendiam que - Goiás: segundo produtor do Brasil: 1\6 menor que
era injusto o pagamento igual para todos, já que Minas e 10\7 maior que Mato Grosso
existiam lavras ricas e datas pobres e esgotadas que
mal sustentavam seus escravos. *sua exploração não elevou em muito a renda
per capita da população
*As Casas de Fundição \ O ouro em pó corria
como moeda na capitania *tendo em conta a população e o capital
empregado, os rendimentos não eram grandes
A produção do ouro em Goiás
- O destino do ouro
- Falta de registros que comprovem o total de ouro
foi extraído de Goiás *pouco no Brasil e nada em Goiás em virtude do
Pacto Colonial
- A produção seria de aproximadamente de 100.000
kg de ouro *apesar de não ficar aqui contribuiu para o
progresso do país através da expansão territorial que
- A mineração foi prospera até 1750, arriscada, mas foi em grande parte sustentada por esta atividade,
ainda rendosa, de 1750 a 1770 e um negócio além de incentivar o povoamento do território
ruinoso depois deste período. (aumento de 9,4 vezes a população) sendo o ouro o
capital responsável pelo pagamento da estrutura das
- Alto preço do escravo: dificuldades em trazê-los \ cidades (construções, estradas, caminhos, fazendas
preço multiplicado por oito em produção, etc) que receberam essas populações.

Sociedade goiana da época do ouro em Goiás


Goiás pertenceu até 1749 à capitania de São *eram governos próprios e independentes,
Paulo. A partir desta data, tornou-se capitania ligados diretamente ao rei e aos organismos centrais
independente. No aspecto social, a distinção é entre de Lisboa, especialmente ao Conselho Ultramarino.
livres e escravos. No inicio da colonização das
minas, os escravos predominaram em numero, com *a principal autoridade era o governador
a “decadência” da mineração, os escravos passaram (administrava, aplicava leis, comandava o exército).
a ser menos que os livres. A população, contudo,
continuou composta por negros e mulatos em sua *ouvidor-mor: cuidava da justiça
maioria.
*intendente: arrecadação de impostos
Quadro administrativo: a capitania de Goiás
*a administração era simples, não tendo
- Pertenceu à Capitania de São Paulo ate 1749 desenvolvido a burocracia

-As capitanias - 1749: Goiás tornou-se Capitania

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*crescimento em população e em importância *com a decadência da mineração muitos
não podendo ser administrada à distância brancos migrava para outras regiões

*Primeiro Governador: Conde dos Arcos *a partir de 1804: 77% da população livre de
mulatos
A sociedade de Goiás colonial
*a sociedade escravocrata: associava trabalho à
- Forte dicotomia livres X escravos escravidão e liberdade ao ócio \ os libertos e
mulatos só trabalhavam o indispensável e os
- Situação alterada após a “decadência” da brancos, por costume, faziam o mesmo.
mineração: a escravatura perde parte de sua
importância como instituição básica da sociedade \ *o liberto e o mulato não eram bem aceitos pela
Queda do número de escravos sociedade e a primeira distinção ainda era a cor,
mesmo pós-libertação, sendo vistos como a “rale”
*até 1750: os escravos correspondiam de 60% a da sociedade pautada na desconfiança e no desprezo
70% da população
- Classes dirigentes
*de 1750 a 1804: correspondiam a 40% da
população *concentravam todo poder e quase toda riqueza

*Goiás: deixou de importar escravos a partir de *altos cargos: Homens-bons


1775 \ perda de créditos mineradores frente as cias
importadoras de escravos, logo inevitável *rico minerador: era aquele que possuía 250
diminuição dos mesmos escravos ou mais

*compensações ao escravo: podia trabalhar para *na reestruturação da sociedade sobrevivente da


si em feriados e em horas extras o que somado, “decadência” aurífera o poder político ficou
muitas vezes, a pequenos roubos conduzia a compra concentrado nas famílias que sobreviveram à ruína
da alforria. econômica

*muitos filhos de proprietários com escravos *a pobreza era geral, mas ser branco era honra e
recebiam no batismo a alforria privilégio

- A vida do escravo na mineração - Os índios

*O trabalho era duro, esgotador, havia má *1809: havia aproximadamente 20 tribos


alimentação (quase exclusivamente milho) e graves
doenças (reumatismo, doenças da coluna e dos rins, *na mineração: relação guerreira e de
enfermidades venéreas e verminoses, etc), castigos extermínio mútuo com os colonizadores
e arbitrariedades com os negros.
*a orientação governamental estava baseada nos
- A sociedade mestiça aldeamentos o que divergia com a prática do
extermínio, não existiam pessoas especializadas,
*predominância dos mulatos (braços com principalmente após a expulsão jesuítica, sem falar
negros) \ resultado da miscigenação que a população entendia o índio como um “bicho”.

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Transição da sociedade mineradora à sociedade pastoril


Ao se evidenciar a “decadência” do ouro, varias
medidas administrativas foram tomadas por parte do Novos aspectos administrativos
governo, sem alcançar, no entanto, resultados
satisfatórios. A economia do ouro, sinônimo de - 1809: divisão do território de Goiás em duas
lucro fácil, não encontrou de imediato, um produto Comarcas (facilitar a administração)
que a substituísse em nível de vantagem econômica.
A decadência do ouro afetou a sociedade goiana, *Sul (sede em Goiás): incluindo Meia Ponte,
sobretudo na forma de ruralização e regressão a Santa Cruz, Pilar, Santa Luzia, Crixás e
uma economia de subsistência. Desemboque

Tentativas governamentais para o progresso de *Norte (sede em Vila de São João de Paula):
Goiás incluindo Conceição, Natividade, Porto Imperial,
São Felix, Cavalcante e Traíras
- Incentivo à agricultura pós-mineração pela Coroa \
dificuldades - Criação do cargo de Juiz de Fora de Vila Boa
(1809)
*legislação fiscal desprezo dos mineradores pela
agricultura (pouco rentável), ausência de mercado - Criação de uma linha de correio (1808) da Corte
consumidor (dispersão pelos sertões e outras para o Pará via Goiás: incentivo à comunicação e
regiões) e dificuldade de exportação (alto custo do navegação
transporte e ausência de transporte viário).
Conseqüências da decadência da Mineração em
- Medidas de D. João para incentivar a agricultura, Goiás
pecuária, o comércio e a navegação:
- Com a mesma rapidez que houve crescimento de
1) isenção do dízimo por 10 anos aos lavradores algumas regiões instituído pelo encontro do ouro,
das margens do Tocantins, Araguaia e Maranhão também aconteceu o inverso após a “decadência” o
que trouxe:
2) catequização e civilização do gentio
incentivando seu uso na agricultura *defasagem sócio-cultural na visão dos viajantes
(assimilação dos costumes dos índios pelos brancos
3) construção de presídios nas margens dos rios: – “habitar choupana, não usar o sal, andar nu, não
proteger o comercio, auxiliar a navegação etc. circular moeda”); queda da importação e exportação
afetando o comércio; “estacionamento” do
4) incentivo à navegação do Araguaia e crescimento das cidades, outras desapareceram;
Tocantins (algodão, açúcar, fumo, couros e sola ate abandono e dispersão (zona rural) da população;
o Pará) esquecimento de costumes e hábitos dos brancos
(isolamento); ruralização da sociedade e a
5) incentivo à navegação dos rios do sul, desumanização do homem.
Paranaíba e seus afluentes, a fim de facilitar a
comunicação com o litoral - Nascimento de uma economia agrária, fechada e
de subsistência.
6) revogação do alvará que proibia as
manufaturas

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A Independência do Brasil em Goiás


Assim como no Brasil, o processo de *Os latifundiários alegavam que pagavam
independência em Goiás deu-se gradativamente. A impostos, mas os benefícios não chegavam, tinham
formação das juntas administrativas, que prejuízos econômicos e o povo vivia em completa
representavam um dos primeiros passos nesse miséria.
sentido, deram oportunidade às disputas pelo poder
entre os grupos locais. Especialmente sensível em - Revolucionários:
Goiás foi a reação do norte, que, julgando-se
injustiçado pela falta de assistência governamental, *liderança de Joaquim Teotônio Segurado
proclamou sua separação do sul.
*elaboraram um plano revolucionário com um
Reflexos da Independência em Goiás governo provisório no Norte, instalando-o em
Cavalcante (14\09\1821) independente da Comarca
- O processo de independência da província foi do Sul de Goiás.
conduzido pela elite local, o clero e as forças
policiais (sentimento de separação e autonomia *mediadas administrativas adotadas:
onde as províncias buscavam mais autonomia para organização de uma força policial e a suspensão da
suas administrações). remessa de dinheiro para o Sul

*Três grupos políticos neste momento: - Fracasso do movimento

1) Total separação de Portugal: liderança do *a mudança da sede do governo para


padre Luiz Bartolomeu Marques e do capitão Felipe Natividade, a viagem de Teotônio para as Cortes, a
Antonio Cardoso; precariedade financeira e econômica, as rivalidades
políticas entre os habitantes de Cavalcante, Palma e
2) De idéias republicanas: liderança de Manoel Arraias.
Antônio Galvão e Antônio Pedro de Alencastro;
*Falta de apoio de D. Pedro I ao movimento dos
3) do status quo: liderança do padre Luiz rebeldes: exigia a união com o sul \ temia uma
Gonzaga de Camargo Fleury e do capitão José rebelião contra sua autoridade
Rodrigues jardim (agiam de acordo com a situação).
A divisão administrativa
*Grupos que formaram as oligarquia em Goiás
(Coronelismo) - 1830: divisão do território em 4 Comarcas, duas
ao Sul (Goiás e Santa Cruz) e duas ao Norte (Palma
- A Independência não trouxe transformações e Cavalcante), além de elevar vários arraias à
sociais ou políticas para Goiás, mas operou-se a condição de Vila, dando mais autonomia à região.
descolonização. Os próprios governantes eram
ainda portugueses. - Os núcleos urbanos desse período não eram
centros de produção, estavam marcados pela
Movimento Separatista do Norte de Goiás pobreza, construções simples, subordinação ao
campo, apenas com funções político-administrativas
- Descontentamentos da população do Norte e sócio-religiosas.

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O povoamento de Goiás e a expansão pecuária


Durante o século XIX, a população de Goiás - Sudoeste: novos centros urbanos como Rio Verde,
aumentou consideravelmente, não só pelo Jataí, Caiapônia (Rio Bonito), Quirinópolis
crescimento vegetativo como pelas migrações dos (Capelinha), etc.
estados vizinhos. Os índios diminuíram
quantitativamente e a contribuição estrangeira foi - Norte: intensificou a mestiçagem com o índio
inexistente. A pecuária tornou-se o setor mais (mão-de-obra na pecuária) e com o negro
dinâmico da economia.
*dedicação a outras atividade: babaçus,
Correntes migratórias advindas com a Pecuária pequenos roçados, comercio do sal e faiscação.

- Dedicação dos antigos mineradores à agricultura e *novas cidades: Imperatriz, Palma, São José do
pecuária Duro, São Domingos, Carolina, Arraias.

- Pecuária: alcançou relativo êxito (boas pastagens e Imigração estrangeira


o gado se conduzia até o mercado consumidor)
desenvolveu e aumentou a população, porém - De 1881 a 1886 o governo de Goiás, impulsionado
manteve a ruralização. pela política nacional de incentivo à imigração,
tentou atrair esse tipo de trabalhador para cá, porém
* Séc. XIX: fazendas de pecuárias adquiridas sem êxito. Somente no inicio do século XX iniciou-
por meio de posses ou concessões, eram mal se a imigração européia em Goiás, mas sem êxito e
aproveitadas (falta de trabalhadores e ausência de de forma modesta.
mercado interno)
- Em Anápolis, 1929, formou-se um núcleo de sete
*conseqüência: trouxe fluxos migratórios do famílias japonesas e nos anos seguintes outros que
Pará, Maranhão, Bahia e Minas Gerais que prosperaram pelo seu trabalho sistemático e as
povoavam os sertões semelhanças de clima e solo, sendo essas as
primeiras levas de imigrantes para Goiás.

Goiás durante o Império


As condições sócio-econômicas do Brasil não
possibilitaram uma ação administrativa satisfatória *distância entre as províncias do governo
em Goiás durante o século XIX. Além disso, a central; a escolha dos governantes das províncias
política goiana era dirigida por presidentes impostos pelo imperador (insatisfação das elites locais); os
pelo poder central. Somente ao final deste período membros da Câmara Alta (deputados e senadores)
Goiás começou a adquirir feições próprias. vinham quase sempre de outras províncias; a
Coexistiu, também, no aspecto cultural um Assembléia Provincial e a Câmara dos Vereadores
verdadeiro vazio. funcionava de acordo com os interesses do
presidente da província.
Panorama Administrativo
- Descaso e isolamento de Goiás no século XIX
- Instauração da Constituição de 1824: pregava uma
Monarquia Constitucional com uma administração *falta de transportes e comunicação, grandes
altamente centralizada. distancias, descasos administrativos, desequilíbrio
entre receita e despesa, ausência de um produto
-Problemas da administração centralizada \ econômico básico.
insatisfações:
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Câmara Legislativa Conselho do Estado

e e

Senado Presidente das Províncias Assembléias Provinciais

Panorama político
*1827: Lei do ensino mútuo: quase impraticável
- Fins do século XIX \ Predominância do em Goiás
“Oficialismo Político” – centralização política: a
elite local culpava os presidentes das províncias *1846: criação do Liceu de Goiás: primeiros
(“estrangeiros”) pelo atraso de Goiás, lutando por passos do ensino secundário, mas não atendia aos
uma consciência política local. jovens do interior da província.

*nasceram partidos políticos: o Liberal (1878) e *Os mais ricos estudavam em Minas Gerais ou
o Conservador (1882) São Paulo (referência em Direito e Medicina).
Jovens de pequenas posses estudavam nas escolas
*incentivo dos jornais locais: Tribuna Livre, militares ou se dedicavam aos seminários.
Publicador Goiano, Jornal do Comércio e Folha de
Goyaz. *1882: criação da Escola Normal de Goiás com
o estudo de matérias experimentais (física, química,
- Mudanças na política em Goiás zoologia, botânica, pedagogia, sociologia, língua
portuguesa, etc.), que durou pouco tempo.
*representantes locais na Câmara Alta: André
Augusto de Pádua Fleury, José Leopoldo de *1889: Colégio das irmãs dominicanas na cidade
Bulhões Jardim, Jerônimo Rodrigues Jardim, de Goiás para jovens.
cônego Inácio Xavier da Silva , dentre outros.
-1830: fundação do primeiro jornal goiano, o
*fortalecimento dos grupos políticos locais, Matutina Meiapontense de caráter liberal
lançado as bases para as oligarquias goianas \
Choque de interesses desses grupos. -1870: expansão da imprensa goiana \ luta pelas
causas regionais como: extensão dos trilhos de ferro
Panorama cultural á Goiás, navegação do Araguaia\Tocantins,
aperfeiçoamento dos rebanhos, impulso ao
- A educação praticamente inexistiu em Goiás no comércio, à mineração, a abolição da escravidão, a
século XIX. imigração e autonomia da província.

Os movimentos liberais e a implantação da República em Goiás


Goiás acompanhou pacificamente os
movimentos liberas que grassavam no Brasil - Decadência do ouro ligada à diminuição
durante o século XIX: a abolição dos escravos não sistemática da mão-de-obra escrava para Goiás \
afetou a vida econômica da província e a Alto preço do escravo e dificuldades de aquisição.
transformação do regime monárquico em
republicano ocorreu sem dificuldades. Os Bulhões, *os fazendeiros perceberam que era mais
dirigentes do Partido Liberal, após o 15 de vantajoso contratar trabalhadores livres a baixos
novembro tornaram-se os donos do poder em Goiás, salários
apoiados pelos republicanos.
*1870 em diante \ diminuição dos escravos:
A escravidão e o movimento libertário morte natural, dificuldades de aquisição, tráfico
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interprovincial e sentimento abolicionista da
sociedade goiana. - Mudanças significativas em relação às questões
administrativas e políticas, porque sócio-
Félix de Bulhões economicamente e cultural manteve-se como antes:
o liberto continuou discriminado, as elites
- Luta pela libertação dos escravos. dominantes continuaram as mesmas, não ocorreu a
imigração européia, a existência de latifúndios
-1885: fundou o jornal O Libertador: libertar, improdutivos, áreas imensas a povoar e explorar, a
integrar e educar o negro no contexto social. agricultura e pecuária deficitárias, a educação em
estado embrionário, o povo esquecido, dentre
- A Lei Áurea (1888) não despertou surpresas em outros.
Goiás libertando aproximadamente 4 mil escravos,
numero insignificante perto da população que já - Movimentação das diferentes facções políticas
alcançava 200 mil pessoas, o que não afetou em (liberais, conservadores e republicanos) em relação
muito a economia agropastoril. ao poder.

- Incentivo a vinda imigrante por Antônio José *O Clube Republicano aclamou Guimarães
Caiado (Liberal) e Antônio Canêdo (Conservador). Natal como presidente do estado de Goiás que não
aceitou tal oferta propondo a criação de uma junta
O movimento republicano em Goiás governativa (Governo Provisório) por: Guimarães
Natal (presidente), José Joaquim de Souza e o major
- Pós-1870: crescimento do movimento republicano Eugênio Augusto de Melo.
no Brasil inspirado por mudanças sócio-
econômicas: surto cafeeiro, crédito bancário, Crises políticas (crise no Executivo)
impulso à industrialização, decadência da mão-de-
obra escrava, imigração européia, urbanização, - Os Bulhões continuaram os “donos do poder”
desenvolvimento do mercado interno, etc. (Guimarães Natal era cunhado de Bulhões), mas
com maior margem de mandonismo devido ao
Joaquim Xavier Guimarães Natal: um republicano autonomismo alcançado com o regime de
histórico Federação.

- 1882: fundação do jornal O Bocayuva (circulou - O Governo Provisório nomeou Presidente do


apenas sete vezes) por Manuel Alves de Castro Estado o tenente-coronel Bernardo Vasques que
Sobrinho lutou pelo ideal republicano. nem chegou a tomar posse, em 25 de fevereiro de
1890, Gustavo Augusto da Paixão assumiu a
-1882: abertura novamente do jornal O Bocayuva, Presidência do Estado.
mas por Joaquim Xavier Guimarães Natal.
*demissão de Gustavo Augusto da Paixão em 12
-Lutou pela federação, abolição, liberdade de de janeiro de 1891: influência dos Bulhões.
ensino, de religião, eleições democráticas, etc.
*Guimarães Natal (Vice-presidente) estava
- 1887: fundou também o jornal O Brasil Federal, impossibilitado de tomar a posse e quem passou a
mas suas idéias não encontraram terreno fértil em governar foi Bernardo Antônio de Faria Albernaz
Goiás. (segundo Vice-presidente).

Implantação do regime republicano em Goiás – - Deodoro da Fonseca: nova nomeação para


efeitos presidente e vice da província de Goiás. Foram
escolhidos João Bonifácio Gomes de Siqueira e
- Notícia da Proclamação da República Constâncio Ribeiro da Maia (grupo Fleury).
(15\11\1889) recebida com surpresa pelos políticos
goianos (28\11\1889). Para as camadas populares
nada representou.
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* Siqueira renunciou (velho, cansado e
pressionado pelas diversas facções políticas) em 19 - Com o governo de Floriano Peixoto, os Bulhões
de maio de 1891 assumindo o Vice. consolidaram seu poder político em Goiás, sendo o
grande líder dessa oligarquia José Leopoldo de
- Renúncia de Deodoro da Fonseca: Bulhões.

*movimentação política em Goiás: Constâncio -1904: fracionamento do grupo sob a liderança de


Ribeiro é deposto (19\02\1892) pelo coronel Braz Xavier de Almeida que conseguiu afastar
Abrantes que se aclama Presidente do Estado até momentaneamente os Bulhões do poder.
18\07\1892 quando Antônio José Caiado assumiu a
Presidência (era Vice-presidente), uma vez que o -1908: período de intranqüilidade política (sucessão
Presidente eleito, Leopoldo de Bulhões, renunciou senatorial) em Goiás que levou, em 1909
ao cargo devido suas atividades na Câmara Federal. (“renascimento do mandonismo dos Bulhões”) a
uma vitória dos Bulhões apoiados, neste momento
A crise da Constituição Goiana (crise no por Eugênio jardim e Antônio Ramos Caiado
Legislativo) (influentes políticos em termos regional e nacional).

- Escolha dos representantes goianos pelo Governo *1910-1913: Urbano Gouvêa (cunhado de José
Provisório de Goiás para a Constituinte Nacional Leopoldo) se torna Presidente do Estado e de 1913 a
1918 foi eleito senador da República quando não
*Todos pertencentes ao rol dos Bulhões: os mais conseguiu se reeleger.
senadores José Joaquim de Souza e Antônio Amaro
da Silva Canedo, os deputados José Leopoldo de -Derrubada dos Bulhões
Bulhões, Sebastião Fleury Curado e Joaquim Xavier
Guimarães Natal. *desentendimentos entre os Bulhões e os Jardim
Caiado (apoio de Hermes da Fonseca a estes)
- A crise política gerou duas constituições em
Goiás: a dos Bulhões e a dos Fleury, porem - 1912: elite dominante em Goiás – os Jardim
prevalecendo, após a renuncia de Deodoro, a dos Caiado (o caiadismo) sob a liderança de Antônio
Bulhões (1º\06\1891). Ramos Caiado sendo afastado do poder somente em
1930 sendo um de seus maiores inimigo políticos o
Elites dominantes: os Bulhões e os Jardim médico Pedro Ludovico Teixeira.
Caiado

Goiás até a Revolução de 1930


As três primeiras décadas do século XX não
modificaram substancialmente a situação a que - As comunicações
Goiás regredira em conseqüência da decadência da
mineração no fim do século XVIII. Continuava *1824: primeiro carro de boi em Goiás, visto
sendo um Estado isolado, pouco povoado, quase com progresso na época. Pouco ou nada mudou nos
integralmente rural, com uma economia de anos seguintes.
subsistência.
*1891: chegada do telégrafo
- Situação geral do estado
*1913: construção da estrada de ferro Mogiana
- Até 1930 Goiás continuava fora da frente de que alcançou o Triângulo Mineiro: Uberaba (1889)
progresso que, nos últimos 80 anos, vinha e Araguari (1896), mas deveria ter se prolongado
transformando São Paulo e outros estados a partir até Catalão, mas por falta de capital sua construção
da modernização da agricultura e da foi paralisada.
industrialização.
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*1907: constituiu-se a companhia Estrada de
Ferro Goiás, que deveria construir a linha Araguari - *a maior parte da população trabalhava na
rio Araguaia, chegando os trilhos somente até agricultura, mas o setor mais dinâmico da economia
Leopoldo de Bulhões perfazendo 287 km em era a pecuária (gado: produto de fácil exportação,
território goiano (o território de Goiás tinha 600.000 geralmente vivo, e um dos únicos exportados em
km²), não chegando à Cidade de Goiás, visto o quantidade apreciável) totalizando entre 1920 e
investimento ser antieconômico (pouca importância 1929, 27, 69% da arrecadação total do Estado.
política e econômica de Goiás no cenário nacional)
e a população da região escassa pelo governo *arroz: aumentou sua exportação com a
federal. construção da estrada de ferro representando entre
1928 e 1932 a metade do valor da exportação de
*1921: primeira estrada de rodagem (trecho que gado.
ligava a capital do estado à estação terminal da
estrada de ferro) sendo que em 1907 chegava o *café: grande produção em Nova Veneza
primeiro automóvel em Goiás \ Progresso lento (colônia de italianos especializados em seu cultivo)
nesta estrada, devido aos poucos veículos em
circulação. *indústria e os serviços: atividades
economicamente pouco significativas. A indústria
*Em geral, os transportes eram baseados em mecanizada moderna não existia em Goiás
carros de boi, com estradas de rodagem mal predominando a produção domestica artesanal. O
construídas e conservadas, estradas carroçáveis produto mais importante da indústria artesanal era o
eram reduzidas e com as chuvas ficavam tecido de algodão, feito no tear manual. A indústria
intrafegáveis, os barcos eram, na maioria, da construção era a segunda mais importante após a
antiquados, existindo poucos a vapor (sinônimo de de tecidos. No setor dos serviços, o comércio era
navegação moderna na Europa). um empreendimento tipicamente familiar,
consolidado em pequenos armazéns rurais e
- A população algumas vendas.

*rápido crescimento da população, porem a - Regime de propriedade: classes sociais


densidade populacional continuava baixa (0,77
habitantes por km²). *Predominância dos latifúndios, nas mãos de
poucas famílias onde trabalhavam e viviam muitos
*enormes extensões eram despovoadas: o dependentes (sitiantes, vaqueiros, meeiros,
sudoeste (limite com a Bahia) e o “Mato Grosso camaradas, jagunços, etc.). A falta de mercados e
Goiano” começavam a ser desbravados. uma economia monetária contribuíram para sua
manutenção. Só os latifúndios podiam vender algum
*sudeste: região mais povoada pela proximidade excedente.
com o Triângulo Mineiro e a presença da estrada de
ferro (Catalão, em 1920, com 35 mil habitantes, o *inexistência de uma classe de pequenos
município mais habitado). proprietários dedicados à lavoura ou pecuária.

*o censo de 1920 não faz ainda distinção entre *a terra valia pouco e mal conseguia se
população rural e urbana, não havendo dados sustentar, o preço médio do hectare era o mais baixo
concretos sobre este aspecto, mas é quase certo que do Brasil (em 1920 custava 8$ em Goiás, 106$ no
o índice de ruralidade chegava a 90% da população. RJ e 161$ em SP), só levemente superior ao do
Acre. A valorização da terra só se daria com a
- Economia criação de um mercado consumidor decorrente da
urbanização. Não existia muita distância entre o
*a economia era quase exclusivamente de gênero de vida (trabalho, diversão, vestuário e
subsistência, a produção era local e para o consumo, alimentação) do proprietário agrícola e de seus
sendo muito pequeno o comércio interno e a agregados, mas elas se assentavam nas relações de
circulação monetária.
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prestígio e poder, principalmente no aspecto político vigário e o juiz (mais dependente do governo) eram
(coronelismo). mantenedores da ordem social.

- Governo: administração *algumas das causas dessa fraqueza eram: a


pobreza dos meios econômicos e a carência de um
*governo central fraco e limitado pela ação dos corpo de funcionários adequados.
coronéis no interior. Estes, juntamente com o

A Revolução de 1930 e a construção de Goiânia


A revolução de 30 teve significação profunda médico mineiro Carlos Pinheiro Chagas tomou o
para o estado de Goiás. É o marco de uma nova poder.
etapa histórica. Esta transformação não se operou
imediatamente no campo social, mas no campo - Instauração de um governo provisório em Goiás,
político. O governo passou a propor, como objetivo pelo qual Pedro Ludovico fazia parte, consolidando
primordial, o desenvolvimento do estado. A um longo período de influência política do mesmo
construção de Goiânia, pelas energias que (15 anos).
mobilizou, pela abertura de vias de comunicação
que acompanharam e pela divulgação do estado no - Mudança no estilo de governo pós-revolução: o
país, foi o ponto de partida dessa nova etapa governo passou a propor a solução dos problemas
histórica. do estado em todas as ordens, dando ênfase ao
problema do desenvolvimento (transporte, saúde
A Revolução de 1930 em Goiás pública, educação, exportação, dentre outros).

- Limitada participação de Goiás na Revolução de A mudança da capital: a construção de Goiânia


1930
- Desde os primeiros tempos da história de Goiás, a
*Em Goiás a Revolução teve apoio de parte da localização da capital constituía um problema.
classe dominante descontente. A fraca oposição à
Revolução (Rio Verde, Inhumas e Anápolis) era - Dois fatores que sustentavam a oposição à
mais de personalidades descontentes que de fato mudança da capital
uma oposição. A dita oposição não passava de uma
crítica pessoal, não existindo partidos com base *o alto gasto que isso suporia, como novas
ideológica ou com programas de governo diferentes. construções, a contratação de um grande número de
funcionários para sua construção assim como a
*As eleições fraudulentas e a polícia militar pobreza dos governo.
dificultavam a oposição
*a oposição da população da capital, tanto por
*Os efeitos da crise de 1929 não se fizeram senti motivos sentimentais quanto por prejuízos
aqui. econômicos (desvalorização de imóveis e de terras,
empecilho ao comercio e do crescimento dos
- Destaque para Pedro Ludovico Teixeira: manteve- roceiros).
se em contato com os centros revolucionários em
Minas Gerais e em 4 de outubro de 1930 tentou, - Para o novo governo, emergente com a Revolução
com 120 voluntários do Triângulo Mineiro, invadir de 1930, a cidade de Goiás era o centro do poder da
a região sudoeste de Goiás. O grupo se dispersou oligarquia deposta pela Revolução, porém não
em Rio Verde e Pedro Ludovico foi preso, mas estava aniquilada. Mudar a capital reforçava o novo
houve a vitória da Revolução no contexto nacional governo do ponto de vista psicológico e político,
que levou à chegada de uma coluna à cidade de seria o símbolo concreto da própria Revolução em
Goiás comandada por Quintino Vargas, sendo que o Goiás. Era vista como um investimento necessário
para o desenvolvimento.
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Goiânia e o desenvolvimento de Goiás
- A construção de Goiânia: etapas
- Em 1942 o desenvolvimento do Estado ainda
*04\03\1933: escolha de Campinas para a estava longe de ser o ideal.
construção da nova capital devido à sua
proximidade com a estrada de ferro (condição vista -Problemas que dificultavam o crescimento do
como indispensável), abundância de água, bom Estado: as comunicações, a saúde, a instrução, a
clima e topografia adequada. falta de indústrias, a descapitalização da economia,
a estrutura da propriedade, dentre outros.
*24\10\1933: foi lançada a pedra fundamental e
em 07 de novembro de 1935 realizou-se a - Contribuições de Goiânia para o desenvolvimento
“mudança provisória” e o governador passou a se
fixar em Goiânia, mas em Goiás ficaram ainda a *no campo da psicologia social: combate aos
Câmara e o Judiciário. A mudança definitiva sentimentos de isolacionismo, esquecimento
aconteceu em 1937 quando os principais edifícios nacional e frustração. Impulsionou a confiança dos
públicos já estavam construídos. goianos e a construção de um futuro melhor.

*Em julho de 1942 foi realizado o “batismo *promoveu a abertura de novas estradas,
cultural”. A cidade contava com mais de 15 mil favoreceu a migração (povoamento), criou o
habitantes. primeiro centro urbano de relativa importância em
Goiás, desenvolveu diversos tipos de serviços
(colégios, faculdades, bancos, hospitais, comércio,
etc.).

Goiás Atualidade: 1940- 1970


A partir de 1940 Goiás cresce rapidamente: a *1940-1950: taxa de natalidade igual a 4,6%;
construção de Goiânia, o desbravamento do Mato imigração igual 1,67%; crescimento global de 3,9%
Grosso Goiano, a campanha nacional de “marcha anual.
para o oeste”, que culmina na década de 1950 com a
construção de Brasília imprimem um ritmo *1960: crescimento de 4,9%
acelerado ao progresso de Goiás.
- Migrações provenientes, principalmente, dos
A população se multiplica, as vias de estados limítrofes: Maranhão, Bahia e Minas.
comunicação realizam a integração do estado com o
resto do país e dentro do próprio estado, assiste-se a - Segundo as ações do governo de Otávio Lage “as
uma impressionante explosão urbana, com o emigrações trazem consigo boas e más
desenvolvimento concomitante de todo tipo de conseqüências. Para a economia da região,
serviços (a educação especialmente), contudo, melhoram os índices de mão-de-obra, ampliam as
Goiás continua sendo um estado de economia fontes de riquezas, etc. Entretanto, contribuem para
primária, com uma exploração extensiva de baixa a demanda insatisfeita de serviços sociais, escolas,
produtividade. energia, estradas, saneamento e habitação,
sobrecarregando os governos. Isso não indica que os
A população altos índices de imigração sejam negativos para uma
região: é que os benefícios se manifestam a prazos
- Crescimento populacional acelerado: altas taxas de mais longos do que aquelas implicações”.
natalidade e aumento da migração, principalmente
após a construção de Brasília. Distribuição da população

- 1972: de maneira geral, a densidade demográfica


não chegava a 5 habitantes por Km² (4,58),
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enquanto a nacional chegava a 12 habitantes por Economia: predomínio do setor rural
Km². Na verdade a distribuição da população era
muito desigual. De acordo com um estudo do - Ao contrário do que poderia se esperar com a
Conselho Nacional de Geografia juntamente com a urbanização, o peso do setor primário na economia
Secretaria do Planejamento, de norte a sul do estado (agricultura -57% do setor- e pecuária -40% do
foi realizada a divisão do território em áreas setor, sendo 3% de atividades extrativas) aumentou
homogêneas, as oito primeira regiões com 61% do concomitantemente até a década de 1960 em vez de
território tinha 27% da população enquanto o Mato diminuir frente aos setores secundário (indústria) e
Grosso Goiano concentrava mais de 1\3 da terciário (serviços).
população. Outras regiões populosas estavam no
extremo sul como Meia Ponte (7,8 hab.Km²), - Plano de Desenvolvimento do governo Mauro
Sudoeste Goiano (6,4 hab.Km²) e Paranaíba (8,79 Borges (1961) assim expressava: “o baixo nível de
hab. Km²). renda em Goiás decorre de ser uma economia
primária, de produtividade baixa e vulnerável as
- As vias de comunicação e a proximidade maior ou flutuações de clima e de mercado. Da população
menor com os grandes centros econômicos economicamente ativa, 83,69% estava ocupada, em
determinou a distribuição da população, sendo as 1950, no setor primário, em sistema de trabalho
áreas de maior densidade populacional as do rudimentar; 4,17% no setor secundário, ainda
extremo norte (proximidade com Belém) e todo o incipiente e 12,14% no setor terciário. Nos últimos
sul (São Paulo e Minas) ao passo que as áreas dez anos, a economia goiana tornou-se mais
intermediárias pouco habitadas. dependente do setor primário, cuja renda aumentou,
entre 1949 e 1958, cerca de 9 vezes, enquanto nos
Urbanização dois outros setores o crescimento foi de 6 vezes”.

- Se processou em Goiás a partir de 1940, sobretudo - Entre 1960 e 1970 o crescimento da contribuição
depois de 1950, não sendo acompanhada por um da indústria para a renda estadual foi de 4,5% (4
processo industrial concomitante. vezes menor que a média nacional), continuava
sendo de pouca expressão para a formação de
- Modelo de urbanização a partir de um êxodo rural: riqueza e a oferta de empregos.

* a explosão demográfica (principalmente pelos - A agropecuária concentrava 69% da mão-de-obra


avanços da medicina profilática) e as facilidades de total.
comunicação atuam de forma conjugada sobre as
populações rurais, que vivem em condições infra- - Agricultura: três principais produtos: arroz (quase
humanas, impelindo-as a migrar maciçamente para a metade de toda produção agrícola), milho e feijão.
as cidades, em busca de melhores condições de
vida. As cidades crescem assim, desmesuradamente, - Pecuária: criação extensiva: rebanho com mais de
antes de ter tempo de absorver adequadamente o 9 milhões de cabeças.
excesso populacional.
A luta pela terra
- Censo de 1940: 14,6 % da população urbana
contra 85,4% da população rural - A luta pela terra em Goiás ganha proporções de
luta armada. Após a chegada da ferrovia em 1911
- Censo de 1950: 20,2 % da população urbana houve interesse e valorização da terra.

- Censo de 1960: 30,7 % da população urbana -1950-1960: Conflitos camponeses de Trombas e


Formoso: conflitos entre os grileiros e os
- Censo de 1970: 44 % da população urbana. camponeses.
Goiânia estava próxima de 400 mil habitantes,
Anápolis 100 mil, Itumbiara, Rio Verde e Jataí *apoio comunista aos posseiros e da repressão
passavam dos 20 mil. aos grileiros.

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*posseiros: protestos contra a exploração dos
latifundiários da região que queriam cobrar arrendo *cultivo do arroz: 57% dos produtores
de terras devolutas. cultivavam de 5ha e 21,5% entre 5-10ha: é o
camponês tradicional que lavra a terra com a
*1951-54: José Porfírio: tentou a legalização das família, com o uso da enxada, sem adubos e
terras camponesas, não conseguiu e organizou os equipamentos mecanizados. O sistema de trabalho
mesmos com a ajuda do PCB. Os camponeses mais usado é o de meação.
tinham o apoio da população e da imprensa. O
governo de Mário Borges foi de estabilidade da *predomínio do latifúndio na agricultura e na
região, mas a partir do golpe de 64 o movimento foi pecuária: 5% das propriedades abrangiam mais de
duramente reprimido pelos militares, com prisões e 50% das terras. Os 60 mil minifúndios somavam 2
torturas. milhões de hectares e os latifúndios 45 milhões.

- 1948-1952: Luta do arrendo na região da estrada *dependência do trabalhador rural em relação ao


de ferro de Orizona e Pires do Rio. Com o apoio do latifúndio como meeiro, agregado ou diarista.
PCB, os camponeses conseguiram diminuir a taxa
do arrendo de 50% para 20%, porem houve violenta - Indústria: contribuição modesta para a distribuição
repressão após a orientação do partido em invadir as de renda, as indústrias eram de pequenas dimensões,
terras. de baixo nível técnico e sem mão-de-obra
especializada.
- 1962: Criação da Frente Agrária Goiana (FAGO),
um projeto de reforma agrária da Igreja Católica por - Setor de serviços: incipiente classe média,
D. Fernando Gomes dos Santos, arcebispo de reduzida, formada por profissionais liberais,
Goiânia, com os seguintes objetivos a fim de técnicos e administradores de empresas,
diminuir as tensões no campo com base no funcionários de alto nível, comerciantes e
humanismo, cristianismo, anticomunismo e a proprietários de tipo médio.
garantia da propriedade privada:
Governo: administração
*evitar o êxodo rural, promover o progresso e
ampara o homem do campo. - Desenvolvimento de Goiás: iniciativa do governo
devido à que a falta de tradição empresarial e de
*ação fundamentada na informação, formação e capital. O envolvimento do governo foi crescendo
liderança, a formação camponesa com educação, gradualmente a partir da construção de Goiânia e
organização de sindicatos rurais e a promoção da mais intensamente na década de 1950 com a criação
doutrina social da igreja. do BEG e da CELG.

Estrutura Social - Governo Mário Borges Teixeira (1960-1964): em


busca de uma estruturação administrativa, propôs
- Apesar de haver dados que permitam esclarecer um “Plano de Desenvolvimento Econômico de
qual era, ao certo, a distribuição de renda em Goiás Goiás” (1961-1965): abrangia todas as áreas como
à época, o governo Otávio Lage aventurava uma agricultura, pecuária, transportes, comunicações,
afirmação: “é muito concentrada a distribuição de energia elétrica, educação, cultura, saúde,
renda em Goiás. Assim é que apenas uns 20% da assistência social, levantamento de recursos
população deve deter cerca de 80% da renda gerada naturais, aperfeiçoamento e atualização das
na economia, donde se infere que uns 80% da atividades do estado.
população vive em nível de subsistência”.
* A ação do estado no desenvolvimento veio
- Alguns dados disponíveis: acompanhada de uma concentração de recursos
econômicos em suas mãos, daí o aumento
*1970: 60% da mão-de-obra do estado sistemático da tributação.
trabalhavam no setor agropecuário, deles apenas
2,15% eram proprietários.
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*Reforma Administrativa (lei nº 3.999 de
14.11.61): criava, paralelamente ao corpo *Serviços paraestatais: eram constituídos pelas
administrativo do estado (secretarias, policia militar, empresas públicas e sociedades de economia mista,
procuradoria geral), os serviços estatais autônomos nas quais o governo era acionista majoritário. Entre
(autarquias) e paraestatais (companhias de elas: METAGO, CASEGO, IQUEGO, etc.
economia mista).
*Reforma Agrária: tentativa através de uma
*Autarquias: permanecem unidas ao governo experiência-piloto pelo Combinado Agro-Urbano de
através de secretarias e participavam do orçamento Arraias. Seria uma experiência de socialismo
estadual. As mais importantes eram a CERNE cooperativista, com forte influência da organização
(Consórcio de Empresas de Radiodifusão e Notícias israelense dos Kibut.
do Estado), OSEGO (Organização de Saúde do
Estado de Goiás), IDAGO (Instituto de - A inflação e a instabilidade política dos primeiros
Desenvolvimento Agrário de Goiás), CAIXEGO, anos da década de 1960 não permitiram testar com a
IPASGO, SUPLAN, ESEFEGO, CEPAIGO, realidade estas diretrizes, ficaram como
DERGO, etc. potencialidades para mais tarde.

República Populista em Goiás


No termo político temos a hegemonia do PSD
(Partido Social Democrático) sob o comando de José Ludovico de Almeida (1955 – 1959)
Pedro Ludovico Teixeira. A oposição formada pela
UDN (União Democrática Nacional) e em segundo - Apoiado por Pedro Ludovico, é eleito pela
plano o PSP (Partido Social Progressista), o PTB coligação PSD-PTB com 50,3% dos votos contra
(Partido Trabalhista Brasileiro) e o PSB (Partido 49,7% de Galeno Paranhos (UDN-PSP).
Socialista Brasileiro).
- 1955: Criou o Conselho Superior de Planejamento
Jerônimo Coimbra Bueno (1947 – 1950) Administrativo e a CELG (inspiração no governo
JK), além de apoiar o presidente na construção de
- Eleito pela UDN, com 50% dos votos contra Brasília.
48,2% de José Ludovico de Almeida, foi marcado
pela forte oposição do PSD. - Combate à grilagem.

-Elaboração do Código Tributário: evitar a José Feliciano Ferreira (1959 – 1961)


sonegação. Encontrou forte oposição com protestos
em Anápolis em 1948 (Greve de Anápolis). - Eleito pelo PSD com 52% dos votos contra César
Cunha Bastos (UDN-PSP-PTB).
Pedro Ludovico Teixeira (1951 – 1954)
- Preocupação central com o setor energético e de
- Eleito pelo PSD em coligação com o PTB com transporte.
60% dos votos.
-Combate á grilagem. Desenvolveu uma política
- 1953: assassinato do jornalista Haroldo Gurgel, agrária, com extensão rural de ajuda aos
critico do governo estadual, causando protestos camponeses, com criação em 1959 da ACAR-GO
contra Pedro Ludovico. (Associação de Crédito e Assistência Rural de
Goiás).
- Foi eleito senador em fins de 1954.
-Criou ainda a CASEGO e a CAESGO.
- Investiu no setor energético e de transporte, alem
de reprimir os camponeses na luta pelo arrendo na Movimento separatista do Norte de Goiás
região da estrada de ferro.
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- 1948: Foi elaborada a Comissão do Norte:
elaborar um projeto de criação do estado do
Tocantins. Desarticulação:

*Oposição: resistência do governo estadual

*divisão interna do movimento.

-1956: Movimento Pró-criação do estado do


Tocantins em porto nacional sob a liderança de
Feliciano Machado Braga.

*cria uma bandeira para o novo estado e um


jornal “O Estado do Tocantins”

*promove vários encontros na região com


políticos e a comunidade em geral

*decadência do movimento com a transferência


de Feliciano para a comarca de Anápolis.

- Década de 60: o separatismo ganha força com a


criação da Casa do Estudante do Norte Goiano
(CENOG): mobilizar a população.

- Com o golpe de 1964 o movimento separatista


entra em declínio devido á pratica centralizadora ,
com o discurso de segurança e desenvolvimento que
inibe os nortistas.

Mauro Borges (1961 – 1964) e o golpe de 1964

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