Está en la página 1de 24

Capítulo VI

RACIONALISMO Y REACCION
EN LA EPOCA CLASICA

L o s prin cipales adelantos de la civilización son


s ie m p re procesos que están a p u n to de hácer nau
fr a g a r las sociedades en las cuales se producen.
A . N . W h it e h e a d .

E n l o s c a p ítu lo s p re c e d e n te s d e e s te lib ro h e in te n ta d o p o n e r e n
c l a r o , d e n t r o d e u n a e s f e r a e s p e c íf ic a d e c r e e n c i a s , l a l e n t a f o r m a
c ió n a t r a v é s d e lo s s i g l o s y s o b r e l a b a s e d e l d e p ó s i t o d e j a d o p o r
s u c e s iv o s m o v im ie n to s r e lig io s o s , d e lo q u e G i l b e r t M u r r a y h a l la
m ado, en u n a c o n fe re n c ia re c ie n te m e n te p u b lic a d a , “e l C o n g lo m e
r a d o H e r e d a d o ” 1. L a m e t á f o r a g e o ló g i c a e s a p r o p i a d a , p o r q u e e l
c r e c i m i e n t o r e l i g i o s o e s g e o ló g ic o : s u p r i n c i p i o e s , e n c o n j u n t o y
s a lv o e x c e p c io n e s , la aglom eración, n o l a s u s t i t u c i ó n . Un nuevo
e s q u e m a d e c r e e n c i a s r a r a v e z b o r r a p o r c o m p l e to e l e s q u e m a a n t e
r i o r : o e l a n tig u o s ig u e v iv ie n d o c o m o u n e le m e n to d e l n u e v o — a
veces com o u n e le m e n to in c o n fe sa d o y s e m i- in c o n s c ie n te — o b ie n
lo s d o s p e r s i s t e n y u x t a p u e s t o s , l ó g i c a m e n t e i n c o m p a t i b l e s , p e r o a c e p
ta d o s c o n te m p o rá n e a m e n te p o r d if e r e n te s in d iv id u o s o in c lu s o por
e l m is m o in d iv id u o . C o m o e je m p lo d e l a p r i m e r a s i t u a c i ó n h e m o s
v i s t o c ó m o a l g u n a s i d e a s h o m é r i c a s c o m o l a d e l a ate f u e r o n a s u m i
d a s y tr a n s f o r m a d a s p o r la c u lt u r a d e c u lp a a r c a ic a . C o m o e je m p lo
d e la s e g u n d a , h e m o s v is to c ó m o la E p o c a C lá s ic a h e r e d ó to d a tin a
s e r ie d e r e p r e s e n ta c io n e s in c o m p a tib le s d e l “ a lm a ” o d e l “ y o ” — el
c a d á v e r v iv o e n la tu m b a , la im a g e n f a n ta s m a l d e l H a d e s , e l a lie n to
p e re c e d e ro q u e s e e s p a rc e e n e l a ir e o e s a b s o rb id o p o r e l é te r , el
d e m o n io q u e v u e lv e a n a c e r e n o tr o s c u e r p o s . A u n q u e d e d i s t in t a
edad y d e riv a d a s d e d is tin to s e s q u e m a s c u ltu r a le s , to d a s e s ta s r e

171
172 E . R. D odds

p re se n ta c io n e s p e rs is tía n en el tra s fo n d o del p e n sa m ie n to del si


g lo v ; se p o d ía to m a r e n s e rio a lg u n a d e e lla s , o m á s d e u n a , o
i n c l u s o t o d a s a l a v e z , y a q u e n o h a b í a n i n g u n a c la s e d e I g l e s i a E s
ta b le c id a q u e le a s e g u r a r a q u e la u n a e r a v e r d a d e r a y la o tr a f a ls a .
S o b r e c u e s t i o n e s c o m o é s t a n o h a b í a u n a “ o p i n i ó n g r i e g a ” , s i n o s ó lo
u n e m b ro llo d e r e s p u e s ta s e n p u g n a .
T a l e r a , p u e s , e l C o n g lo m e ra d o H e re d a d o a fin e s d e la E p o c a
A rc a ic a , in te lig ib le , d e s d e e l p u n to d e v is ta h is tó r ic o , com o r e fle jo d e
l a s c a m b i a n t e s n e c e s i d a d e s h u m a n a s a lo l a r g o d e m u c h a s g e n e r a
c io n e s s u c e s i v a s , p e r o q u e e s , p a r a e l c r i t e r i o i n t e l e c t u a l , u n a m a s a
d e c o n fu s ió n . H e m o s v is to d e p a s a d a c ó m o E s q u ilo in te n tó d o m in a r
e s t a c o n f u s i ó n y e x t r a e r d e e l l a a lg o q u e t u v i e r a s e n t i d o m o r a l z. P e r o
e s t e i n t e n t o n o v o l v ió a r e n o v a r s e e n e l p e r í o d o e n t r e E s q u i l o y P l a
tó n , d u r a n te el c u a l se e n s a n c h a h a s ta c o n v e rtirs e e n u n a r u p tu r a
c o m p le ta d e la b r e c h a e n tr e la s c re e n c ia s d e l p u e b lo y la s c re e n c ia s
d e lo s i n t e l e c t u a l e s , im p líc ita y a e n H o m e ro 3, p r e p a r a n d o a sí el
c a m in o p a r a la g r a d u a l d is o lu c ió n d e l C o n g lo m e r a d o . E n e s te c a p ítu lo
y e n lo s r e s t a n t e s m e o c u p a r é d e c i e r t a s c o n s e c u e n c i a s d e e s t e p r o
c e s o y d e lo s i n t e n t o s q u e s e h i c i e r o n p a r a c o n t e n e r l o .
E l p ro c e s o m is m o , e n s u s lín e a s g e n e r a le s , n o f o r m a p a rte de
m i te m a . P e rte n e c e a la h is to r ia d el ra c io n a lis m o g rie g o , q u e y a se h a
r e l a t a d o b a s t a n t e s v e c e s 4. P e r o q u iz á h a y a c i e r t a s c o s a s q u e v a l g a l a
p e n a d e c ir a e s te p r o p ó s ito . U n a d e e lla s e s q u e l a “ A u f k l ä r u n g ” o
I l u s t r a c i ó n n o f u e i n i c i a d a p o r lo s s o f i s t a s . P a r e c e o p o r t u n o d e c i r e s t o
p o rq u e h a y to d a v ía q u ie n e s h a b la n com o si “ I lu s tr a c ió n ” y m ovi
m ie n to s o f ís tic o f u e s e n la m is m a c o sa , y p r o c e d e n a e n v o lv e rlo s a
a m b o s e n l a m i s m a c a p a d e c o n d e n a c i ó n o (c o n m e n o s f r e c u e n c i a )
d e a p r o b a c ió n . L a I l u s t r a c ió n e s , d e sd e lu e g o , m u c h o m á s a n ti g u a .
S u s ra íc e s s e h a lla n e n la J o n ia d e l s ig lo v i ; a c tú a e n H e c a te o , J e -
n ó fa n o s y H e rá c lito , y en una g e n e ra c ió n p o s te rio r la fo m e n ta n
c ie n tíf ic o s e s p e c u la tiv o s , com o A n a x a g o ra s y D e m ó c r ito . H e c a te o
e s el p r im e r g rie g o e n re c o n o c e r q u e e n c u e n tra “ e x tr a ñ a ” 6 la m i
to lo g ía g r ie g a , y e l p r i m e r o q u e e m p r e n d e la t a r e a d e h a c e r la m e
n o s e x tr a ñ a in v e n ta n d o e x p lic a c io n e s r a c io n a lis ta s m ie n t r a s s u c o n
te m p o rá n e o Je n ó fan e s a t a c a lo s m i t o s h o m é r i c o s y h e s i ó d ic o s des
d e el á n g u lo m o ral 6. M á s im p o rta n te p a ra n u e s tro p ro p ó s ito es
la a f ir m a c ió n d e q u e J e n ó f a n e s n e g ó la v a lid e z d e la a d iv in a c ió n
(¡u m i> a ¡)7 : si e s to es v e rd ad , q u ie re d e c ir que fu e casi e l ú n ic o
e n t r e lo s p e n s a d o r e s g r i e g o s d e la E p o c a C lá s ic a q u e d e s c a rtó no
s ó lo l a p s e u d o - c i e n c i a d e l o s p r e s a g i o s , s i n o t o d o e l a r r a i g a d o c o m -
Los griegos y lo irracional 173

p ie jo de id e a s so b re la in s p ira c ió n que nos ocupaba en un capí


tu lo a n te rio r. P e ro su c o n trib u c ió n d e c is iv a f u e e l d e s c u b rim ie n to
d e la r e la tiv id a d d e la s id e a s r e lig io s a s . “ S i e l b u e y p u d ie r a p i n t a r ,
s u d io s se p a r e c e r ía a u n b u e y ” 8 : u n a v e z q u e se h u b o d ic h o e s to ,
s ó lo p o d ía s e r c u e s tió n d e tie m p o e l q u e la f á b r ic a e n te r a d e la
c r e e n c ia tr a d ic io n a l e m p e z a r a a d e s in te g r a r s e . J e n ó f a n e s m is m o f u e
u n h o m b re p ro fu n d a m e n te r e lig io s o ; te n ía s u fe p e rs o n a l e n u n
d i o s “ q u e n o e s c o m o lo s h o m b r e s e n s u a s p e c t o o e n s u m e n t e ” 9.
P e r o t e n í a c o n c i e n c i a d e q u e e s t o e r a f e , n o c o n o c i m ie n to . N i n g ú n
h o m b re , d ic e , h a te n id o n u n c a , n i te n d rá ja m á s , u n c o n o c i m ie n to
s e g u r o s o b r e lo s d i o s e s ; a u n c u a n d o p o r c a s u a l i d a d a t i n a r a c o n l a
v e rd ad e x a c ta no p o d ría sabe r que h a b ía a tin a d o , si b ie n to d o s
podem os te n e r n u e s tra s o p i n i o n e s 10. E s t a h o n ra d a d is tin c ió n en
t r e l o q u e e s c o g n o s c ib l e y lo q u e n o lo e s a p a r e c e u n a y o t r a v e z
e n el p e n s a m ie n to d e l s ig lo v ” , y e s s in d u d a u n a d e s u s g lo ria s
p r i n c i p a l e s ; e s e l f u n d a m e n t o d e l a h u m i l d a d c i e n t íf i c a .
S i , p o r o t r o l a d o , n o s v o lv e m o s a lo s f r a g m e n t o s d e H e r á c l i t o ,
h a lla m o s to d a u n a s e r ie d e a ta q u e s d ire c to s c o n tr a e l C o n g lo m e ra d o ,
a lg u n o s d e lo s c u a l e s a fe c ta n a lo s t i p o s de c re e n c ia que hem os
c o n s id e ra d o en c a p ítu lo s a n te rio re s . H em os a n o ta d o ya que negó
v a l i d e z a l a e x p e r i e n c i a o n í r i c a 12. S e b u r l ó d e l a k&tharsis r i t u a l ,
c o m p a r a n d o a lo s q u e p u r g a n s a n g r e c o n s a n g r e a u n h o m b r e q u e
i n t e n t a r a l a v a r s u s u c i e d a d b a ñ á n d o s e e n b a r r o 13. E s t o c o n s t i t u í a
u n g o l p e d i r e c t o c o n t r a l o s c o n s u e lo s d e l a r e l i g i ó n . L o m i s m o p u e
d e d e c i r s e d e s u q u e j a d e q u e “ lo s m i s t e r i o s a c o s t u m b r a d o s ” s e
re a liz a b a n d e u n a m a n e ra n o s a n ta , a u n q u e d e s g ra c ia d a m e n te ig n o
ra m o s e n q u é s e f u n d a b a e s ta c r ític a y e n q u é m is te rio s p e n s a b a
e x a c t a m e n t e 14. S u d i c h o d e q u e vexósq xoitpí<ov éx$\r¡xo-spoi “ lo s c a
d á v ere s so n m ás v i le s que e s tié rc o l” , p o d ría h a b e r s id o a p ro b ad o
p o r S ó c ra te s , p e r o e r a u n i n s u lto d e lib e ra d o a l s e n tim ie n to g rie g o
com ún : d esh ace en tre s p a la b ra s to d a s la s a lh a ra c a s so b re rito s
f u n e r a r io s q u e f i g u r a n e n t a n g r a n m e d id a , a s í e n la tr a g e d ia á tic a
c o m o e n l a h i s t o r i a m i l i t a r g r i e g a , y , lo q u e e s m á s , t o d a l a m a r a ñ a
d e s e n t i m i e n t o s q u e s e c e n t r a b a n s o b r e e l c a d á v e r - e s p í r i t u 15. O t r a
m á x i m a d e t r e s p a l a b r a s , r¡8 o<; dvfrpdyjcip Saíjj.oiv, “ c a r á c t e r e s d e s t i n o ” ,
d e s p a c h a d e u n m o d o p a r e c id o p o r im p lic a c ió n to d o e l c o n ju n to d e
c re e n c ia s r e la tiv a s a la s u e rte in n a ta y la te n ta c ió n d i v i n a I6. Y ,
fin a lm e n te , H e r á c lito tu v o la te m e rid a d d e a t a c a r lo q u e h a s t a el
d ía d e h o y c o n s titu y e un ra sg o d e la r e lig ió n p o p u la r g r ie g a , el
c u l t o d e l a s i m á g e n e s , q u e e r a , s e g ú n é l, c o m o h a b l a r a l a c a s a d e u n
174 E. R. D odds

h o m b r e e n l u g a r d e h a b l a r a s u d u e ñ o 17. S i H e r á c l i t o h u b i e r a s i d o
a te n ie n s e , e s c a s i s e g u r o q u e h a b r ía s id o c o n d e n a d o p o r b la s f e m ia ,
c o m o d ic e W ila m o w itz ls .
C o n to d o , n o d e b e m o s e x a g e r a r la in flu e n c ia d e e s to s p io n e ro s .
J e n ó f a n e s y H e r á c l it o — é s te a ú n m á s — d a n la im p r e s ió n d e s e r f i
g u r a s a i s l a d a s i n c l u s o e n J o n i a 19, y s u s i d e a s t a r d a r o n m u c h o t i e m p o
e n e n c o n tr a r a lg ú n eco e n el C o n tin e n te . E u r íp id e s es el p r im e r a te
n ie n s e d e q u ie n podem os d e c ir co n c e rte z a que h a b ía le íd o a J e
n ó f a n e s 20, y s e le r e p r e s e n t a ta m b ié n co m o e l p r im e r o qu e in tro
d u j o l a e n s e ñ a n z a d e H e r á c l i t o a l p ú b l ic o a t e n i e n s e 21. P e r o p a r a l o s
tie m p o s d e E u r íp i d e s l a I l u s t r a c ió n h a b ía id o m u c h o m á s le jo s . F u e
p r o b a b le m e n te A n a x á g o r a s q u ie n le e n s e ñ ó a l la m a r “ u n t e r r ó n d o
r a d o ” a l d i v i n o s o l 22, y e s p o s i b l e q u e f u e r a e l m i s m o f iló s o f o q u i e n
i n s p i r ó s u s b u r l a s s o b r e lo s v i d e n t e s p r o f e s i o n a l e s 23 ; m i e n t r a s q u e
f u e r o n i n d u d a b l e m e n t e lo s s o f i s t a s q u i e n e s lo l a n z a r o n a é l y a
to d a s u g e n e r a c ió n a d i s c u t i r c u e s tio n e s m o r a le s f u n d a m e n ta le s e n
t é r m i n o s d e N o m o s f r e n t e a P h y s is , “ L e y ” o “ C o s t u m b r e ” o “ C o n
v e n c ió n ” f r e n te a “ N a tu r a le z a ” .
N o m e p ro p o n g o d e c ir m u c h o s o b re e s ta c é le b re a n títe s is , c u y o
o r ig e n y ra m ific a c io n e s h a n s id o c u id a d o s a m e n te e x a m in a d o s e n u n
lib ro r e c ie n te p o r el jo v e n e r u d ito s u iz o F é l ix H e i n e m a n n 24. P e r o
q u iz á n o s e a s u p e rflu o s e ñ a la r q u e el p e n s a r e n e s to s té r m in o s p o
d ía c o n d u c ir a c o n c lu s io n e s m u y d if e r e n te s s e g ú n e l s e n tid o q u e se
a s i g n a r a a lo s té r m in o s m is m o s . N om os p o d ía r e p r e s e n t a r e l C o n
g l o m e r a d o , c o n c e b id o c o m o l a c a r g a h e r e d a d a d e c o s t u m b r e i r r a c i o
n a l ; o p o d ía r e p r e s e n t a r u n a r e g la a r b i t r a r i a c o n s c ie n te m e n te im
p u e s ta p o r c ie r ta s c la s e s e n s u p ro p io i n te r é s ; o p o d ía r e p r e s e n t a r
u n s is te m a ra c io n a l d e d e re c h o e s ta ta l, la c o n q u is ta q u e d is tin g u ía
a lo s g r i e g o s d e lo s b á r b a r o s . D e l m i s m o m o d o P h y s i s p o d í a r e p r e
s e n t a r u n a “ le y n a t u r a l ” n o e s c rita , in c o n d ic io n a lm e n te v á lid a , f r e n
t e a l p a r t i c u l a r i s m o d e l a c o s t u m b r e l o c a l ; o p o d í a r e p r e s e n t a r lo s
“ d e re c h o s n a tu r a le s ” d e l in d iv id u o , f r e n t e a la s e x ig e n c ia s a r b i t r a
ria s d el E s t a d o ; y e s to a s u v ez p o d ía p a s a r a s ig n if ic a r — com o
o c u r r e s i e m p r e c u a n d o s e a f i r m a n lo s d e r e c h o s s i n e l r e c o n o c i m i e n t o
c o r r e s p o n d ie n te d e lo s d e b e r e s — u n p u r o in m o r a lis m o a n á r q u ic o , el
“ d e r e c h o n a t u r a l d e l m á s f u e r t e ” t a l c o m o lo e x p o n e n lo s a t e n i e n
s e s e n e l D i á l o g o M e l io y C a l i c l e s e n e l G orgias. N o e s s o r p r e n
d e n te q u e u n a a n títe s is c u y o s té r m in o s e r a n t a n a m b ig u o s c o n d u je ra
a u n a e n o r m e c a n t i d a d d e d i s c u s i ó n e q u ív o c a . P e r o a t r a v é s d e l a
n ie b la d e c o n tro v e rs ia c o n fu s a y p a r a n o s o tro s f r a g m e n ta r ia , p o d e
Los griegos y lo irracional 175

m o s p e r c ib ir v a g a m e n te q u e se d e b a te n d o s g ra n d e s p ro b le m a s . U n o
•es l a c u e s t i ó n é t i c a r e l a t i v a a l a f u e n t e y a l a v a l i d e z d e l a o b l i g a
c i ó n m o r a l y p o l í t i c a . E l o t r o e s l a c u e s t i ó n p s i c o ló g i c a r e l a t i v a a
l a s f u e n te s d e la c o n d u c ta h u m a n a : p o r q u é se c o n d u c e n lo s h o m
b re s com o se co n d u cen , y có m o se le s p u e d e in d u c ir a c o n d u c irs e
m e j o r . S ó lo e l s e g u n d o d e e s t o s p r o b l e m a s n o s i n t e r e s a a q u í .
R e s p e c to de e s te p ro b le m a , la p rim e ra g e n e ra c ió n de so fis ta s ,
en p a r ti c u l a r P r o tá g o r a s , p a re c e h a b e r s o s te n id o u n a o p in ió n c u y o
• o p ti m is m o r e s u l t a p a té tic o m ir a d o re tr o s p e c tiv a m e n te , p e ro es h is
tó r ic a m e n te in te lig ib le . “L a V irtu d o la E fic ie n c ia ( a re té) p o d í a
-e n señ a rse ” : c ritic a n d o sus tra d ic io n e s , m o d e rn iz a n d o el Nomos
c r e a d o p o r s u s a n t e p a s a d o s , y e l i m i n a n d o d e é l lo s ú l t i m o s v e s t i g i o s
•de “ n e c e d a d b á r b a r a ” 25, e l h o m b r e p o d í a a d q u i r i r u n n u e v o “ A r t e
d e V i v i r ” y la v id a h u m a n a p o d ía a lc a n z a r n iv e le s n u n c a so ñ a d o s
h a s t a e n to n c e s . T a l e s p e r a n z a e s c o m p r e n s ib le e n h o m b r e s q u e h a b ía n
sid o te s tig o s d el rá p id o d e s a rro llo d e la p r o s p e rid a d m a te ria l d e s
pués d e la s G u e rra s M é d ic a s , y d e l flo re c im ie n to s in p re c e d e n te s
d e l e s p íritu q u e l o a c o m p a ñ ó , y q u e c u l m i n ó e n lo s l o g r o s ú n i c o s
•de l a A t e n a s d e P e r i c l e s . P a r a a q u e l l a g e n e r a c i ó n , l a E d a d d e O r o
no e ra u n p a ra ís o p e rd id o en la s n ie b la s d e l p a sa d o , co m o h a b ía
c r e í d o I í e s í o d o ; p a r a e llo s n o e s t a b a d e t r á s , s i n o d e l a n t e , y n o m u y
le jo s . E n u n a c o m u n id a d c iv iliz a d a , d e c la ra b a P r o tá g o r a s e n é r g ic a
m e n te , e l p e o r c iu d a d a n o e r a y a u n h o m b re m e jo r q u e e l s a lv a je s u
p u e s t a m e n t e n o b l e 26. M e j o r , e n e f e c to , c i n c u e n t a añ o s de E u io p a
•q u e u n c ic lo d e C a t a y * . P e r o l a h i s t o r i a , p o r d e s g r a c i a , a c a b a p r o n t o
c o n l o s o p t i m i s t a s . S i T e n n y s o n h u b i e r a e x p e r i m e n t a d o lo s ú l t i m o s
c in c u e n ta a ñ o s d e E u r o p a , m e fig u ro q u e p o d ría h a b e r re c o n s id e ra d o
s u p re fe re n c ia , y P r o t á g o r a s a n t e s d e m o r i r t u v o m o ti v o s u f i c i e n t e
p a r a r e v is a r la s u y a . L a fe e n la in e v ita b ilid a d d el p ro g re s o tu v o
u n a v i d a a ú n m á s c o r t a e n A t e n a s q u e e n I n g l a t e r r a 27.
E n u n d i á l o g o q u e y o t e n g o p o r u n o d e lo s p r i m e r o s , P l a t ó n c o n
tra p o n e su c o n c e p c ió n p ro ta g ó ric a de la n a tu ra le z a hum ana a la
c o n c e p c ió n s o c rá tic a . S u p e rfic ia lm e n te c o n s id e ra d a s , la s d o s tie n e n
m u c h o e n c o m ú n . A m b a s e m p le a n el le n g u a je u tilita r io tr a d ic io
n a l 2 8 : “ b u e n o ” s ig n ific a “ b u e n o p a r a e l in d iv id u o ” , y n o s e d i s t in
g u e d e lo “ p r o v e c h o s o ” o d e lo “ ú t i l ” . Y a m b a s t i e n e n e l e n f o q u e
in te le c tu a lis ta tra d ic io n a l 29 : e s tá n de a c u e rd o , c o n tra la o p in ió n

* N. de la T.—Tennyson, Locksley Hall, 184: Better fifty years of Europe


than a cycle of Cathay.
176 E. R. D odds

c o m ú n d e s u t i e m p o , e n q u e s i e l h o m b r e s u p i e r a lo q u e e s b u e n o
p a ra é l, a c tu a ría c o n fo rm e a su c o n o c i m ie n to 30. C ada uno, s in
e m b a r g o , c u a lific a s u in te le c tu a lis m o c o n u n a c la s e d if e r e n te d e r e
s e r v a . P a r a P r o t á g o r a s , l a arete p u e d e e n s e ñ a r s e , p e r o n o m e d i a n t e
una d is c ip lin a in te le c tu a l: uno la “co g e” com o el n iñ o coge su
le n g u a n a tiv a 3 1 ; n o se tr a n s m ite m e d ia n te u n a e n s e ñ a n z a fo rm a l,
s i n o p o r lo q u e lo s a n t r o p ó l o g o s l l a m a n “ c o n tr o l s o c ia l” . P a r a .Só
c ra te s , p o r e l c o n tr a r io , la areté e s , o d e b e r í a s e r , e p isté m e , u n a
r a m a d e l c o n o c i m i e n t o c i e n t íf i c o : e n e s t e d i á l o g o i n c l u s o s e le h a c e
h a b l a r c o m o s i e l m é t o d o a p r o p i a d o p a r a l a a d q u i s i c i ó n d e l a areté
fu e ra el c á lc u lo e x a c to de lo s fu tu ro s d o lo re s y p la c e re s , y me
i n c l i n o a c r e e r q u e e n o c a s io n e s h a b l ó , e f e c t i v a m e n t e , a s í 32. S i n e m
b a r g o , s e l e h a c e t a m b i é n d u d a r q u e l a areté p u e d a e n s e ñ a r s e e n a b
s o l u t o , y e s t o t a m b i é n e s t o y d i s p u e s t o a a c e p t a r l o c o m o h i s t ó r i c o 33.
P o r q u e p a r a S ó c r a t e s l a areté e r a a l g o q u e p r o c e d í a d e d e n t r o a f u e r a ,
n o e r a u n c o n ju n to d e e s q u e m a s d e c o n d u c ta q u e h u b ie r a n de a d
q u irirs e m e d ia n te h a b itu a c ió n , s in o una a c titu d c o h e re n te de la
m e n te , r e s u lta d o d e u n a p e r s p ic a c ia s e g u r a p a r a la n a tu r a le z a y el
s e n tid o d e l a v id a h u m a n a . E n s u c o n s is te n te c o h e re n c ia se p a re c ía
a u n a c ie n c ia 3 4 ; p e r o c re o q u e n o s e q u iv o c a r ía m o s s i i n t e r p r e t á r a
m o s e s a p e r s p i c a c i a c o m o p u r a m e n t e l ó g ic a : e n v o l v í a l a t o t a l i d a d d e l
h o m b r e 35. S ó c r a t e s , s i n d u d a , c r e í a e n “ s e g u i r a l a r g u m e n t o a d o n
d e q u ie ra q u e c o n d u je s e ” ; p e ro h a b ía h a lla d o q u e co n f re c u e n c ia n o
c o n d u c ía s in o a n u e v o s p r o b le m a s , y c u a n d o le f a lla b a e s ta b a d i s
p u e s to a s e g u ir a o tro s g u ía s . N o d e b em o s o lv id a r q u e to m a b a m u y
e n s e r i o t a n t o lo s s u e ñ o s c o m o lo s o r á c u l o s 36, y q u e h a b i t u a l m e n t e
o í a y o b e d e c ía a u n a v o z i n t e r i o r q u e s a b í a m á s q u e é l (s i p o d e m o s
c r e e r a J e n o f o n t e 37, l a l l a m a b a , s i m p l e m e n t e , “ l a v o z d e D i o s ” ).
A s í , n i P r o t á g o r a s n i S ó c r a t e s s e a j u s t a n p o r c o m p l e to a l a c o n
c e p c ió n p o p u l a r m o d e r n a d e u n “ra c io n a lis ta g rie g o ” . P e ro lo q u e
a n o s o tro s n o s p a re c e e x tr a ñ o e s q u e a m b o s d e s c a r te n t a n fá c ilm e n te
la p a r te d e s e m p e ñ a d a p o r e l s e n tim ie n to e n l a c o n d u c ta h u m a n a
o rd in a ria . Y sa b e m o s p o r P la tó n q u e e s to e x tr a ñ a b a ig u a lm e n te a
s u s c o n te m p o rá n e o s ; s o b r e e s te p u n to e x is tí a u n a s e p a ra c ió n n e ta
e n t r e lo s i n t e l e c t u a l e s y e l h o m b r e c o r r i e n t e . “ L o s h o m b r e s , e n s u
m a y o r ía ” , d ic e S ó c r a te s , “ n o c o n s id e r a n el c o n o c im ie n to c o m o
u n a f u e r z a (E a p p o v ), m u c h o m e n o s c o m o u n a f u e r z a d o m i n a n t e o
g o b e rn a n te : c re e n q u e el h o m b re p u e d e m u c h a s veces te n e r co n o ci
m ie n to m ie n tr a s se d e ja d o m in a r p o r a lg u n a o tr a c o sa , u n a s v e c e s
p o r la i r a , o t r a s p o r e l p la c e r o e l d o lo r, a v e c e s p o r e l a m o r , c o n
Los griegos y lo irracional 177

f r e c u e n c i a p o r e l m ie d o ; e n r e a l i d a d s e i m a g i n a n e l c o n o c i m ie n to
c o m o u n e s c la v o a r r a s t r a d o d e a c á p a r a a l l á p o r t o d a s e s a s o t r a s
c o s a s . ” 38 P r o t á g o r a s e s t á d e a c u e r d o e n q u e é s t e e s e l p a r e c e r c o
m ú n , p e ro c o n s id e ra q u e n o m e re c e la p e n a d is c u tirlo , “ el h o m b re
c o r r i e n t e e s c a p a z d e d e c i r c u a l q u i e r c o s a ” 39. S ó c r a t e s , q u e lo d i s
c u t e , lo d e s c a r t a t r a d u c i é n d o l o a t é r m i n o s i n t e l e c t u a l e s : l a p r o x i m i
d a d d e u n p la c e r o d e u n d o lo r in m e d ia to c o n d u c e a ju ic io s fa ls o s ,
a n á l o g o s a lo s e r r o r e s v i s u a l e s d e p e r s p e c t i v a ; u n a a r i t m é t i c a m o r a l
c i e n t í f i c a lo s c o r r e g i r í a 40.
N o e s p ro b a b le q u e t a l r a z o n a m ie n to im p r e s io n a ra a l h o m b re
c o rrie n te . E l g rie g o h a b ía s e n tid o s ie m p re la e x p e rie n c ia d e la p a
s i ó n c o m o a lg o m i s t e r i o s o y a t e r r a d o r , c o m o l a e x p e r i e n c i a d e u n a
f u e r z a q u e e s t a b a e n é l, p o s e y é n d o lo , m á s b i e n q u e p o s e í d a p o r é l.
L a m i s m a p a l a b r a p a th o s lo a t e s t i g u a : c o m o s u e q u i v a l e n t e l a t i n o
passio, s i g n i f i c a a l g o q u e l e “ a c o n t e c e ” a u n o , a l g o d e lo q u e u n o
e s v íc tim a p a s iv a . A r is tó te le s c o m p a ra al h o m b re e n u n e s ta d o d e
p a s i ó n c o n lo s q u e e s t á n d o r m i d o s , lo c o s o e m b r i a g a d o s : s u r a z ó n ,
c o m o l a d e é s t o s , e s t á e n s u s p e n s o 41. V i m o s e n lo s p r i m e r o s c a p í t u
lo s 42 c ó m o lo s h é r o e s d e H o m e r o y lo s h o m b r e s d e l a E p o c a A r
c a ic a in te rp re ta b a n ta l e x p e rie n c ia en té rm in o s r e lig io s o s , com o
ate, c o m o u n a c o m u n i c a c i ó n d e m enos, o c o m o l a a c t u a c i ó n d i r e c t a
d e u n d e m o n io q u e s e s ir v e d e la m e n te y d e l c u e rp o h u m a n o s c o m o
i n s t r u m e n t o s . T a l e s la c o n c e p c ió n u s u a l d e la s g e n te s s e n c illa s :
“ el p r im itiv o , b a jo la in f lu e n c ia d e u n a p a s ió n v io le n ta , s e c o n s id e
r a a s í m is m o c o m o p o s e s o , o c o m o e n f e r m o , q u e p a r a é l e s la m is
m a c o s a ” 43. E s t e m o d o d e p e n s a r n o e s t a b a m u e r t o n i a u n a f i n e s d e l
s i g l o v . J a s ó n , a l f i n a l d e l a M edea, s ó lo p u e d e e x p l i c a r l a c o n d u c t a
d e s u m u j e r c o m o e l a c t o d e u n alástor, e l d e m o n i o c r e a d o p o r e l
d e lito de sa n g re i n e x p i a d o ; e l C o r o d e l H ip ó lito c r e e q u e F e d ra
p u e d e e s t a r p o s e s a , y e ll a m i s m a h a b l a a l p r i n c i p i o d e s u c o n d ic i ó n
c o m o l a ate d e u n d e m o n i o 44.
P e r o p a r a el p o e ta , y p a r a l a p a r te e d u c a d a d e s u a u d ito r io , e s te
l e n g u a j e s ó lo t i e n e a h o r a l a f u e r z a d e u n s i m b o l i s m o t r a d i c i o n a l . E l
m u n d o d e m o n í a c o s e h a r e t i r a d o , d e j a n d o a l h o m b r e s o lo c o n s u s
p a s i o n e s . Y e s t o e s lo q u e d a a lo s e s t u d i o s q u e E u r í p i d e s h a c e d e l
c rim e n s u in te n s id a d p e c u lia r : E u r íp id e s n o s m u e s tr a a h o m b re s y
m u je re s a f ro n ta n d o a l d e s n u d o e l p ro b le m a d el m a l, n o y a co
m o a lg o a je n o q u e a s a lta s u ra z ó n d e sd e f u e r a , sin o c o m o p a r te
d e s u p r o p i o s e r : 7;9o ; av9-p<úx(¡> Saíficov. Y , s i n e m b a r g o , p o r h a b e r d e
ja d o d e s e r s o b r e n a tu r a l, n o e s m e n o s m is te rio s o y a te r r a d o r . M e d e a
178 E. R. D odds

s a b e q u e s e e s t á d e b a t i e r d o , n o c o n u n alástor, s i n o c o n s u p r o p i o y o
i r r a c i o n a l , c o n s u t h y m ó s . P i d e c o m p a s i ó n a e s e y o c o m o u n e s c la v o
p i d e c o m p a s i ó n a u n a m o b r u t a l 45. P e r o e n v a n o : lo s r e s o r t e s d e
l a a c c ió n e s t á n o c u lt o s e n e l th y m ó s , d o n d e n i l a r a z ó n n i l a p i e d a d
p u e d e n a lc a n z a rlo s . “ C o n o z c o la m a ld a d q u e e s to y a p u n to d e c o m e te r ;
p e r o e l th y m ó s e s m á s f u e r t e q u e m i s p r o p ó s i t o s , e l th y m ó s , l a r a í z
d e l a s p e o r e s a c c io n e s d e l h o m b r e ” 46. C o n e s t a s p a l a b r a s a b a n d o n a
la e s c e n a ; c u a n d o v u e lv e , h a c o n d e n a d o a s u s h ijo s a la m u e r t e y se
h a c o n d e n a d o a s í m is m a a u n a v id a d e p r e v is ta d e s g ra c ia . P o r q u e
M e d e a n o s u f r e n in g u n a s o c r á tic a “ ilu s ió n d e p e r s p e c tiv a ” ; n o co
m e t e e r r o r a l g u n o e n s u a r i t m é t i c a m o r a l , lo m i s m o q u e n o c o n f u n d e
s u p a s ió n co n u n e s p ír itu m a lig n o . A h í e s tá p re c is a m e n te s u s u p re m a
c a lid a d tr á g ic a .
S i e l p o e ta e s ta b a p e n s a n d o o n o e n S ó c r a te s c u a n d o e s c rib ió la
Medea, y o n o s a b r í a d e c i r l o . P e r o s e h a v i s t o , a m i j u i c i o c o n r a z ó n ,
u n a r e p u ls a c o n s c ie n te d e la te o r ía s o c r á tic a e n la s f a m o s a s p a la b r a s
q u e p o n e e n b o c a d e F e d r a t r e s a ñ o s d e s p u é s 47. L a m a l a c o n d u c t a ,
d ic e , n o p r o v ie n e d e u n a f a l t a d e p e r s p ic a c ia , “ p o r q u e m u c h a s p e r
so n a s tie n e n b u e n e n te n d im ie n to ” . N o , c o n o ce m o s y re c o n o c e m o s
n u e s tr o b ie n , p e ro n o c o n s e g u im o s a c t u a r d e a c u e r d o c o n e s e c o n o
c im ie n to : o n o s o b s tr u y e u n a e sp e c ie d e in e r c ia , o n o s d i s t r a e d e
n u e s t r o p r o p ó s i t o “ a l g ú n o t r o p l a c e r ” 48. E n e s t e p a s a j e s í p a r e c e t r a
ta rs e de a lg ú n p u n to p o lé m ic o , p o r q u e v a m ás a llá d e lo q u e la
situ a c ió n d r a m á tic a r e q u ie re o in c lu s o s u g i e r e 4\ Y e s to s p a s a je s
n o s o n lo s ú n i c o s ; l a i m p o t e n c i a m o r a l d e l a r a z ó n s e a f i r m a m á s
d e u n a v e z e n f r a g m e n t o s d e d r a m a s p e r d i d o s so. P e r o , a j u z g a r p o r
l a s p i e z a s q u e h a n l l e g a d o h a s t a n o s o t r o s , lo q u e p r i n c i p a l m e n t e
p re o c u p a b a a E u ríp id e s en sus o b ra s p o s te rio re s no e ra ta n to la
im p o te n c ia d e la r a z ó n h u m a n a , s in o la d u d a m á s a m p lia d e s i p o d ía
v e r s e p r o p ó s ito r a c io n a l a lg u n o e n la o r d e n a c ió n d e la v id a h u m a n a
y e n e l g o b i e r n o d e l m u n d o 51. E s t a t e n d e n c i a c u l m i n a e n l a s Bacan
tes, c u y o c o n t e n i d o r e l i g i o s o e s , c o m o h a d i c h o u n c r í t i c o r e c i e n t e
m e n t e 52, e l r e c o n o c i m i e n t o d e u n “ m á s a l l á ” q u e e s t á f u e r a d e n u e s
t r a s c a te g o r ía s m o r a le s y e s in a c c e s ib le a n u e s t r a r a z ó n . N o m a n t e n
g o q u e d e la s t r a g e d ia s d e E u r íp i d e s p u e d a e x tr a e r s e u n a filo s o fía
c o n s e c u e n te d e la v id a (n i d e b em o s e x ig irlo a un d ra m a tu rg o que
e s c rib e e n u n a é p o c a d e d u d a ). P e ro , si h e m o s d e p o n e rle u n a e tiq u e
t a , s ig o c re y e n d o q u e e l té r m in o “ ir r a c io n a lis ta ” , q u e s u g e r í u n a
v e z 53, c u a d r a a E u r í p i d e s m e j o r q u e n i n g ú n o t r o .
Los griegos y lo irracional 179

E s t o n o im p lic a q u e E u r íp i d e s s ig u ie r a la e s c u e la d e la e x tr e m a
P h y sis, q u e p ro v e ía a la d e b ilid a d h u m a n a d e u n a e le g a n te e x c u s a
d e c l a r a n d o q u e l a s p a s i o n e s e r a n “ n a t u r a l e s ” y p o r lo t a n t o b u e n a s ,
y l a m o r a l i d a d u n a c o n v e n c ió n y p o r lo t a n t o u n e s t o r b o d e l q u e
d ebem os d e sh a c e rn o s. “ S é n a t u r a l ” , d ic e l a C a u s a I n j u s t a e n L a s
N u b e s ; “ c o c e a , r í e t e d e l m u n d o , n o t e a v e r g ü e n c e s d e n a d a ” 54.
C i e r t o s c a r a c t e r e s d e E u r í p i d e s s i g u e n e s t e c o n s e jo , s i b i e n m e n o s
a le g re m e n te . “L a n a tu r a le z a lo q u is o ” , d ic e u n a h ija e x tra v ia d a ,
“ y la n a tu r a le z a n o h a c e c a so d e r e g la s : n o s o tr a s la s m u je r e s fu im o s
h e c h a s p a r a e s t o ” 55. “ N o n e c e s i t o t u c o n s e jo ” , d ic e u n h o m o s e x u a l ;
“ p u e d o v e r p o r m í m i s m o , p e r o l a n a t u r a l e z a m e e m p u j a ” 50. I n
c lu s o e l t a b ú m á s p r o f u n d a m e n t e a r r a i g a d o e n e l h o m b r e , e l c a r á c t e r
p r o h ib id o d e l in c e s to , s e r e c h a z a c o n la o b s e rv a c ió n “ n o h a y n a d a
v e r g o n z o s o s i e l p e n s a m i e n t o n o lo h a c e t a l ” 57 * . D e b e h a b e r h a b i d o
j ó v e n e s e n e l c í r c u l o d e E u r í p i d e s q u e h a b l a b a n a s í (c o n s u s d o b l e s
m o d e rn o s e s ta m o s f a m ilia r iz a d o s ) . P e r o d u d o q u e el p o e ta c o m p a r
tie r a s u s o p in io n e s . P o r q u e s u s C o ro s se a p a r t a n r e p e tid a m e n te d e
s u c a m in o p a r a d e n u n c ia r , s in m u c h a o p o r tu n id a d d r a m á tic a , a c ie r
ta s p e rs o n a s q u e “ u l tr a j a n la le y p a r a s a tis f a c e r im p u ls o s ile g itim o s ” ,
y s u f i n e s s5 xaxoupYstv, “ s a l i r s e c o n l a s u y a h a c i e n d o e l m a l ” ,
c u y a te o r ía y c u y a p r á c tic a e s tá n “ p o r e n c im a de la s le y e s ” , p a r a q u ie
n e s aidós y areté s o n m e r a s p a l a b r a s 58. E s t a s p e r s o n a s n o n o m b r a
d a s s o n , s i n d u d a , lo s h o m b r e s d e l a P h y s is , o lo s d i s c í p u l o s d e lo s
h o m b r e s d e l a P h y s is , lo s p o l í t i c o s “ r e a l i s t a s ” q u e e n c o n t r a m o s e n
T u c í d id e s .
E u r í p i d e s , p o r t a n t o , s i n o m e e q u iv o c o , r e f l e j a n o s ó lo l a I l u s
tr a c ió n , s in o ta m b ié n la re a c c ió n c o n tra la I lu s tr a c ió n ■ — e n to d o c a s o
r e a c c i o n ó c o n t r a l a p s i c o lo g í a r a c i o n a l i s t a d e a l g u n o s d e s u s e x p o
n e n t e s y c o n t r a e l r e f i n a d o i n m o r a l i s m o d e o t r o s — . D e l a v i o le n c ia
d e l a r e a c c i ó n pú blica h a y , d e s d e l u e g o , o t r o t e s t i m o n i o . D e l a u d i t o
r io q u e v e ía L a s N u b es se e s p e r a b a q u e d i s f r u t a r a v ie n d o i n c e n d ia r
e l P e n s a d e r o y q u e le i m p o r t a r a p o c o q u e S ó c r a t e s a r d i e r a c o n é l.
P e r o lo s s a t í r i c o s s o n m a l o s t e s t i g o s , y c o n l a d o s i s s u f i c i e n t e d e
b u e n a v o lu n ta d p u e d e p e n s a rs e q u e L as N ubes n o so n s in o u n a
b r o m a a m i s t o s a d e A r i s t ó f a n e s 59. Q u i z á p u e d e n h a c e r s e d e d u c c io
n e s m á s s e g u r a s d e u n a p r u e b a d o c u m e n ta l q u e n o s es m e n o s f a m i
lia r. Un fra g m e n to de L is ia s 60 nos da a conocer u n c ie rto c lu b

* N. de la T.—Dodds, al traducir este fragmento, «There’s nothing sha-


m eful but thinking makes it so», está recordando Hamlet II. 2: «For there
is nothing either good or bad but thinking makes it so».
180 E. R. D odds

d e c o m e n s a le s . E s t e c lu b t e n í a u n n o m b r e e x tr a ñ o y c h o c a n te :
s u s m i e m b r o s s e l l a m a b a n a s í m i s m o s K ax o 8 ai|j.<maTaí( p a r o d i a p r o f a
n a del n o m b re ’A fa& oSaijioviaxaí a d o p t a d o a l g u n a s v e c e s p o r r e s p e t a
b le s c lu b s d e s o c ie d a d . L id d e ll- S c o tt tr a d u c e a q u e l té r m in o “ d e v il-
w o r s h ip p e r s ” , “ a d o r a d o r e s d e l D ia b lo ” , y é sa s e r ía la tr a d u c c ió n l i t e
r a l; p e ro L is ia s tie n e s in d u d a ra z ó n a l d e c ir q u e e lig ie ro n e se t ítu lo
“ p a r a b u r l a r s e d e lo s d i o s e s y d e l a c o s t u m b r e a t e n i e n s e ” . N o s d i c e ,
a d e m á s , q u e t e n í a n p o r n o r m a r e u n i r s e a c o m e r e n lo s d í a s c o n s i d e
r a d o s n e f a s t o s (V¡|J.épat d-jtocppáSsí), lo c u a l n o s h a c e p e n s a r q u e e l p r o
p ó s ito d e l c lu b e r a e x h ib i r s u d e s d é n h a c ia la s u p e r s tic ió n te n ta n d o
d e lib e r a d a m e n te a lo s d io s e s y h a c ie n d o d e lib e r a d a m e n te e l m a y o r
n ú m e ro p o s ib le d e c o sa s n e f a s ta s , in c lu s o la d e a d o p ta r u n n o m b re
d e m a l a g ü e r o . T o d o e s to p o d r ía c o n s id e r a r s e b a s t a n t e in o fe n s iv o .
P e r o , s e g ú n L i s i a s , a lo s d i o s e s n o l e s h i z o g r a c i a : l a m a y o r p a r t e
d e lo s m i e m b r o s d e l c l u b m u r i e r o n j ó v e n e s , y e l ú n i c o q u e lo s s o b r e
v i v ió , e l p o e t a C i n e s i a s 61, f u e v í c t i m a d e u n a e n f e r m e d a d c r ó n i c a t a n
d o lo ro s a q u e h u b ie r a s id o p r e f e r ib le la m u e r te . E s t a h is to r ia s in
im p o rta n c ia m e p a rec e ilu s tr a r b a s ta n te b ie n do s co sas. I lu s tr a el
s e n tim ie n to de lib e ra c ió n — lib e r a c ió n de re g la s s in s e n tid o y de
ir r a z o n a le s s e n tim ie n to s d e c u lp a b ilid a d — q u e a s u a d v e n im ie n to
t r a j e r o n lo s s o f i s t a s y q u e h i c i e r o n s u e n s e ñ a n z a t a n a t r a c t i v a p a r a
la ju v e n tu d a tr e v id a e in te lig e n te . Y m u e s tr a a s im is m o c u á n f u e r te
f u e la r e a c c ió n c o n tr a t a l r a c io n a lis m o e n el p e c h o d e l c iu d a d a n o
m e d io : p o r q u e L is ia s e v id e n te m e n te se a p o y a e n el h o r r ib le e s c á n
d a lo d e l c l u b d e c o m e n s a le s p a r a d e s a c r e d i t a r e l t e s t i m o n i o d e C i n e
s ia s e n u n p le ito .
P e r o la p r u e b a m á s im p r e s io n a n te d e la re a c c ió n c o n tr a la I l u s t r a
c ió n p u e d e v e r s e e n e l é x i t o d e lo s p r o c e s o s s e g u i d o s c o n t r a i n t e l e c
tu a le s p o r m o tiv o s r e lig io s o s q u e tu v ie r o n lu g a r en A te n a s en el
ú ltim o te rc io d e l sig lo v . H a c ia el 4 32 a . C . 82 o u n año o dos d es
p u é s , s e d e c la r a r o n d e lito s d e n u n c ia b le s el n o c r e e r e n lo s o b r e n a tu
ral 63 y e l e n s e ñ a r a s t r o n o m í a 64. L o s t r e i n t a a ñ o s s i g u i e n t e s , a p r o x i
m a d a m e n te , f u e r o n te s tig o s d e u n a s e rie d e ju ic io s p o r h e r e jía , ú n ic o s
e n la h i s to r ia a te n ie n s e . E n t r e la s v íc tim a s se c u e n ta la m a y o r ía de
lo s j e f e s d e l a i d e o l o g í a p r o g r e s i s t a d e A t e n a s : A n a x á g o r a s 65, D i á -
g o r a s , S ó c r a t e s , c a s i s e g u r a m e n t e P r o t á g o r a s t a m b i é n 66, y p o s i b l e
m e n t e E u r í p i d e s 67. E n t o d o s e s t o s c a s o s , s a l v o e n e l ú l t i m o , t r i u n f ó
la a c u s a c ió n : A n a x ág o ra s fu e p ro b a b le m e n te m u lta d o y d e s te rra
d o ; D i á g o r a s s e s a l v ó c o n l a h u i d a ; lo m i s m o , p r o b a b l e m e n t e , h i z o
P r o t á g o r a s ; S ó c r a t e s , q u e p o d í a h a b e r h e c h o lo p r o p i o , o p o d í a h a b e r
Los griegos y lo irracional 181

p e d id o u n a s e n t e n c i a d e d e s t i e r r o , p r e f i r i ó q u e d a r s e y b e b e r l a c i c u t a .
T o d o s é s to s e r a n h o m b re s fa m o s o s . N o s a b e m o s c u á n ta s p e r s o n a s , m á s
o sc u ra s , s u frie ro n p o r s u s i d e a s 68. P e r o l a s p r u e b a s q u e t e n e m o s
so n m á s q u e s u fic ie n te s p a r a d e m o s tr a r q u e la G r a n E p o c a d e la
I lu s t r a c ió n g r ie g a f u é a l m is m o tie m p o , c o m o la n u e s t r a , u n a é p o ca
d e p e r s e c u c ió n , d e d e s tie r r o d e e s tu d io s o s , d e tr a b a s p a r a e l p e n s a
m i e n t o , e i n c l u s o ( s i p o d e m o s c r e e r l a t r a d i c i ó n s o b r e P r o t á g o r a s ) **
d e q u e m a d e lib ro s .
E s to desazonaba p ro fu n d a m e n te y c o n f u n d ía a lo s p ro feso re s
d e l s ig lo x i x , q u e n o te n í a n la v e n ta j a q u e n o s o tro s te n e m o s d e e s t a r
f a m i l i a r i z a d o s c o n e s t a c la s e d e c o n d u c t a . L o s c o n f u n d í a t a n t o m á s
p o r h a b e r o c u r rid o p r e c is a m e n te e n A te n a s , la “ e s c u e la d e la H é -
la d e ” y “se d e de la filo s o f ía ” , y , que sepam os, en n in g u n a o tra
p a r t e 70. D e aquí una te n d e n c ia a dudar de la s p ru e b as s ie m p re
q u e f u e r a p o s ib le , y , c u a n d o e s to n o e r a p o s ib le , a e x p li c a r q u e el
v e rd a d e ro m o tiv o d e lo s p r o c e s a m i e n t o s e r a p o lític o . H a s ta c ie r to
p u n t o , e s t o e r a s i n d u d a v e r d a d , p o r lo m e n o s e n a l g u n o s c a s o s : lo s
a c u sa d o re s de A n a x á g o ra s p re s u m ib le m e n te a p u n ta b a n , c o m o d ic e
P lu ta r c o , a s u p r o te c to r P e ric le s ; y S ó c ra te s p o d ía m u y b ie n h a b e rs e
l i b r a d o d e l a m u e r t e s i n o h u b i e r a e s t a d o a s o c ia d o c o n h o m
b r e s c o m o C r i t i a s y A l c i b í a d e s . P e r o a u n c o n c e d ie n d o t o d o e s t o , t e
n e m o s to d a v ía q u e e x p lic a r p o r q u é e n e s te p e río d o la a c u s a c ió n d e
i r r e l i g i ó n s e e s c o g ía c o n t a n t a f r e c u e n c i a c o m o e l m e d i o m á s s e g u r o
d e h a c e r c a lla r a u n a voz in g r a ta o d e a r r u in a r a u n c o n tra rio p o líti
co . N o s v e m o s f o r z a d o s , a l p a r e c e r , a s u p o n e r l a e x i s t e n c i a , e n t r e l a s
m a s a s , d e u n f a n a t i s m o r e l i g i o s o e x a s p e r a d o q u e lo s p o l í t i c o s p o d í a n
a p ro v e c h a r p a r a s u s p ro p io s fin e s . Y e s ta e x a s p e ra c ió n d e b e h a b e r
te n id o u n a c a u sa .
N i l s s o n h a s u g e r i d o 71 q u e l a a t i z a r o n lo s a d i v i n o s p r o f e s i o n a l e s ,
q u e v ie ro n e n el a v a n c e d e l ra c io n a lis m o u n a a m e n a z a a s u p r e s ti
g io , y h a s t a a s u m e d io d e g a n a r s e la v id a . E s t o p a r e c e m u y p r o b a
b le . L a p r o p u e s ta d e l d e c re to q u e d e s e n c a d e n ó la s e r ie d e p ro c e s o s
f u e o b r a d e l a d iv in o p r o fe s io n a l D io p ite s ; A n a x á g o r a s h a b ía e x p u e s
to la v e r d a d e r a n a tu r a le z a d e lo s lla m a d o s “p o r te n to s ” 7 2 ; m ie n t r a s
q u e S ó c r a t e s t e n í a u n “ o r á c u l o ” 73 p a r t i c u l a r d e s u p r o p i e d a d q u e
p u e d e b i e n h a b e r s u s c i t a d o e n v i d i a s 71. L a i n f l u e n c i a d e lo s a d i v i n o s ,
s in e m b a rg o , te n ía s u s lím ite s . A j u z g a r p o r la s c o n s ta n te s b ro m a s
d e A r is tó f a n e s a s u s e x p e n s a s , n o e r a n m u y q u e rid o s , n i (s a lv o e n
m o m e n to s d e c r i s i s ) 75 i n s p i r a b a n e n te ra c o n f ia n z a : com o lo s p o -
182 E. R. D odds

lític o s , p o d ía n e x p lo ta r el s e n tim ie n to p o p u la r, p e ro d ifíc ilm e n te


e s t a b a n e n c o n d ic i o n e s d e c r e a r l o .
M á s im p o r ta n te , q u iz á , fu e la in flu e n c ia d e la h is te r ia d el tie m
po de g u e rra . S i te n e m o s e n c u e n ta el h e c h o de q u e la s g u e rra s
van p re c e d id a s de so m b ra s y se g u id a s de d is tu rb io s e m o c io n a le s ,
la E poca d e la P e rs e c u c ió n c o in c i d e b a s ta n te e x a c ta m e n te con la
g u e r r a m á s la r g a y m á s d e s a s tr o s a d e la h i s t o r ia g r ie g a . L a c o in
c id e n c ia d ifíc ilm e n te puede ser a c c id e n ta l. Se ha o b se rv ad o que,
“ e n t i e m p o s d e p e l i g r o p a r a l a c o m u n i d a d to d o lo q u e e s t e n d e n c i a
e l c o n fo rm is m o se fo rta le c e g r a n d e m e n te : la g r e y a g r u p a y u n e y
t o l e r a m e n o s q u e n u n c a l a s o p i n i o n e s “ o r i g i n a l e s ” 76. H e m o s v i s t o
c o n f ir m a d a e s ta o b s e rv a c ió n e n d o s g u e r r a s r e c ie n te s , y p o d e m o s
su p o n e r q u e n o o c u rría de o tro m odo en la a n tig ü e d a d . La a n ti
güedad te n ía , de hecho, una ra zó n c o n s c ie n te p a r a in s is tir en el
c o n fo rm is m o r e lig io s o en tie m p o de g u e rra , m ie n tra s que nos
o tro s te n e m o s m o tiv o s in c o n s c ie n te s . O fe n d er a lo s d i o s e s d u
d a n d o d e s u e x is te n c ia , o lla m a n d o a l so l u n a p ie d r a , e ra b a s ta n te
a r r ie s g a d o e n tie m p o d e p a z ; p e ro e n g u e r r a e r a p r á c tic a m e n te t r a i
c ió n , e q u i v a l í a a a y u d a r a l e n e m i g o . P o r q u e l a r e l i g i ó n e r a u n a r e s
p o n s a b i l i d a d c o le c t i v a . L o s d i o s e s n o s e c o n t e n t a b a n c o n a b a t i r a l
o f e n s o r i n d i v i d u a l : ¿ n o d i jo H e s í o d o q u e c i u d a d e s e n t e r a s s u f r í a n
m u c h a s v e c e s p o r c u l p a d e u n s o lo h o m b r e m a l o ? 77 Q u e e s ta s id e a s
e s ta b a n to d a v ía m u y v iv a s e n la s m e n te s d e l p o p u la c h o a te n ie n s e
re s u lta e v i d e n t e d e l a d e s m e s u r a d a c o n m o c ió n h is té ric a a q u e d io
l u g a r la m u tila c ió n d e lo s H e r m e s 78.
E s t a e s , a m i ju ic io , u n a p a r te d e la e x p lic a c ió n — el t e r r o r s u
p e r s tic io s o f u n d a d o e n la s o lid a r id a d d e la c iu d a d -e s ta d o — . M e g u s
t a r í a c r e e r q u e e s to d a la e x p lic a c ió n . P e r o n o s e r ía h o n ra d o d e ja r
d e re c o n o c e r q u e el n u e v o r a c io n a lis m o lle v a b a c o n s ig o p e lig r o s re a le s
y n o s ó lo im a g in a r io s p a r a e l o r d e n so c ia l. A l d e s e c h a r e l C o n g lo m e
r a d o H e r e d a d o , m u c h o s d e s e c h a b a n c o n é l lo s f r e n o s r e l i g i o s o s q u e
h a b ía n te n id o s u je to el e g o tis m o h u m a n o . P a r a h o m b r e s d e f u e r t e s
p r in c ip io s m o ra le s — u n P r o tá g o r a s o u n D e m ó c rito — e s to n o te n ía
i m p o r ta n c ia : s u c o n c ie n c ia e r a lo b a s t a n t e m a d u r a p a r a n o n e c e s ita r
a n d a d e r a s . N o o c u r r í a lo m i s m o c o n l a m a y o r p a r t e d e s u s d i s c í p u
l o s . P a r a e ll o s , l a l i b e r a c i ó n d e l i n d i v i d u o s i g n i f i c a b a u n a l i b e r t a d
ilim ita d a d e a u to -a firm a c ió n ; s ig n if ic a b a d e re c h o s s in d e b e re s , a
m e n o s q u e l a a u t o - a f i r m a c i ó n s e a u n d e b e r ; “ lo q u e s u s p a d r e s h a
b ía n lla m a d o e c u a n im id a d lo lla m a b a n e ll o s una excusa p a ra la
c o b a r d í a ” 79. T u c í d i d e s a c h a c a b a to d o e s t o a l a m e n t a l i d a d d e g u e
Los griegos y lo irracional 183

rra , y s in d u d a é s ta e r a la c a u s a in m e d ia ta ; W ila m o w itz o b se rv ó


con ra z ó n q u e lo s a u to r e s d e la s m a ta n z a s d e C o rc ir a n o h a b ía n
a p r e n d i d o l a t r a n s v a l u a c i ó n d e lo s v a l o r e s e n n i n g ú n c u r s o d e c o n f e
r e n c i a s d e H i p i a s . E l n u e v o r a c i o n a l i s m o n o autorizaba a lo s h o m
b r e s p a r a p o r ta r s e c o m o b e s tia s : e s to s ie m p r e h a n p o d id o h a c e r lo .
P e r o lo s a u t o r i z a b a p a r a j u s t i f i c a r a n t e s u s p r o p i o s o jo s s u b r u t a l i
d a d , y e n u n tie m p o e n q u e la s te n ta c io n e s e x te r n a s a u n a c o n d u c ta
b r u t a l e r a n p a r tic u la r m e n te f u e r te s . C o m o h a d ic h o a lg u ie n h a b la n
do d e n u e s tr a p ro p ia ép o ca ilu s tr a d a , “ p o c as v eces se v e r tie r o n t a n
t o s n i ñ o s c o n t a n p o c a a g u a d e b a ñ o ” 80 *. A h í e s t a b a e l p e l i g r o i n
m e d ia to , u n p e lig r o q u e s ie m p re h a a p a re c id o c u a n d o u n C o n g lo
m e ra d o H e r e d a d o h a e s ta d o e n v ía s d e v e n ir s e a b a jo . E n p a la b r a s
d e l P r o f e s o r M u r r a y , “ la a n tro p o lo g ía p a re c e p r o b a r q u e e s to s C o n
g lo m e ra d o s H e r e d a d o s n o tie n e n , e n la p rá c tic a , n in g u n a p ro b a b ilid a d
d e s e r v e r d a d e ro s , n i a u n r a z o n a b le s , y , p o r o tro la d o , q u e n in g u n a
s o c i e d a d p u e d e e x i s t i r s i n e ll o s , n i a u n s o m e t e r s e a n i n g u n a c o r r e c
c ió n d r á s t i c a d e e llo s s i n p e l i g r o s o c i a l ” 81. D e l a ú l t i m a v e r d a d h a
b í a , a m i e n t e n d e r , a l g ú n c o n f u s o v i s l u m b r e e n l a s m e n t e s d e lo s
h o m b r e s q u e a c u s a r o n a S ó c r a te s d e c o r ro m p e r a la ju v e n t u d . S u s
te m o r e s n o c a r e c ía n d e f u n d a m e n t o ; p e r o , c o m o s u e le o c u r r i r c u a n
d o se e s tá a s u s ta d o , se e q u iv o c a ro n e n e l a r m a y se e q u iv o c a ro n e n
el h o m b re.
La Ilu s tr a c ió n a f e c tó ta m b ié n a la fá b ric a s o c ia l d e u n m odo
d i s t i n t o y m á s p e r m a n e n t e . L o q u e J a c o b o B u r k h a r d t d i jo d e l a r e l i
g i ó n d e l s i g l o x i x , q u e e r a “ e l r a c i o n a l i s m o p a r a lo s p o c o s y l a m a
g i a p a r a lo s m u c h o s ” , p o d r í a d e c i r s e e n c o n j u n t o d e l a r e l i g i ó n g r i e g a
d e fin e s d e l sig lo V e n a d e la n te . G ra c ia s a la I lu s tr a c ió n , y a la a u
s e n c ia d e in s tr u c c ió n g e n e r a l, s e h iz o a b s o lu to e l d iv o rc io e n t r e la s
c r e e n c i a s d e lo s p o c o s y l a s c r e e n c i a s d e lo s m u c h o s , c o n p e r j u i c i o d e
u n o s y d e o tro s . P la tó n e s c a s i el ú ltim o in te le c tu a l g rie g o q u e p a
re c e t e n e r v e r d a d e r a s r a íc e s so c ia le s ; s u s s u c e s o re s , c o n p o q u ís im a s
e x c e p c io n e s , d a n la im p re s ió n d e e x is ti r a l m a r g e n d e la so c ie d a d m á s
b i e n q u e e n e ll a . S o n p r i m e r o sa p ie n tes, c i u d a d a n o s d e s p u é s , o n o
lo s o n e n a b s o l u t o , y s u p u l s a c i ó n d e l a s r e a l i d a d e s s o c i a l e s c o n t e m

* N. de la T.—He preferido traducir literalmente la pintoresca metáfora


proverbial inglesa. Cf. esta otra aplicación paralela de Bernard Shaw: «When
changing w e must be careful not to em pty the baby w ith the bath in mere
reaction against the past.» (E verybody’s Political What is What?, 172, citado
por The Oxford Dictionary of English Proverbs (1948), s. v. empty.)
184 E. R. D adds

p o rá n ea s es, en c o n s e c u e n c ia , in s e g u ra . E s te hecho nos es fa m i


lia r . L o q u e n o se h a a d v e r tid o ta n a m e n u d o e s el r e b ro te d e la
r e lig ió n p o p u la r e n la E p o c a d e la I lu s tr a c ió n . L a s p r i m e r a s s e ñ a le s
d e e s ta r e g r e s ió n a p a re c ie ro n d u r a n te la G u e r r a d e l P e lo p o n e s o , y
s i n d u d a s e d e b i e r o n e n p a r t e a l a g u e r r a . B a jo l a s t e n s i o n e s q u e é s t a
e n g en d ra , la s g e n te s e m p e za ro n a e c h a rse a trá s d e l lo g ro , dem a
s ia d o a r d u o , d e la E p o c a d e P e ric le s ; a p a re c ie ro n h e n d id u r a s e n
la f á b ric a , y a tra v é s d e e sa s h e n d id u ra s e m p e z a ro n a a so m a r, a q u í
y a llí, c o sa s d e s a g ra d a b le m e n te p r im itiv a s . U n a v e z q u e o c u rrió
e s t o , y a n o h u b o m e d i o e f ic a z d e c o n t e n e r s u d e s a r r o l l o . C o m o lo s
in te le c tu a le s fu e ro n r e tir á n d o s e c a d a v e z m á s a u n m u n d o s u y o p r o
p io , la m e n te p o p u la r q u e d ó , d e u n m o d o c r e c ie n te , in d e f e n s a , a u n q u e
h a y q u e d e c i r q u e a l o l a r g o d e v a r i a s g e n e r a c i o n e s lo s p o e t a s c ó
m ic o s s i g u i e r o n h a c i e n d o s u p a r t e lo m e j o r q u e p u d i e r o n . E l r e l a
j a m i e n t o d e l a r e l i g i ó n c ív i c a e m p e z ó a d e j a r a lo s h o m b r e s e n l i b e r
t a d d e e le g ir s u s p ro p io s d io s e s , e n lu g a r d e c o n tin u a r p ra c tic a n d o
s im p le m e n te e l c u lto d e s u s p a d r e s , y , a b a n d o n a d o s a la d e s o r ie n ta
c ió n , f u e r o n r e f u g i á n d o s e c a d a v e z m á s , c o n u n s u s p i r o d e a l i v i o , e n
lo s p l a c e r e s y c o n s u e lo s d e l s e r p r i m i t i v o .
C o n c l u i r é e s t e c a p í t u l o d a n d o a l g u n o s e je m p lo s d e lo q u e e n t i e n d o
p o r r e g r e s i ó n . Y a h e m o s t e n i d o o c a s ió n d e a n o t a r u n o 8 2 : l a c r e
c ie n te d e m a n d a d e la c u r a c ió n m á g ic a q u e , e n el e s p a c io d e u n a o d o s
g e n e ra c io n e s , tr a n s f o rm ó a E s c u la p io d e u n h é ro e m e n o r e n u n o d e
lo s g r a n d e s d i o s e s , e h i z o d e s u t e m p l o d e l E p i d a u r o u n c e n t r o d e
p e r e g r i n a c i ó n t a n f a m o s o c o m o lo e s L o u r d e s h o y d í a . E s r a z o n a b l e
s u p o n e r q u e s u f a m a e n A te n a s (y q u iz á ta m b ié n e n o tr a s p a r te s )
d a t a b a d e l a G r a n P e s t e d e 4 3 0 83. A q u e l l a p l a g a c o n v e n c ió a
a l g u n a s p e r s o n a s , s e g ú n T u c í d i d e s , d e q u e l a r e l i g i ó n e r a i n ú t i l 84,
y a q u e l a p i e d a d n o r e s u l t a b a p r o t e c c i ó n a l g u n a c o n t r a lo s b a c i l o s ;
p e r o p r o b a b l e m e n t e l a n z ó a o t r o s e n b u s c a d e o t r a m a g i a m á s e f ic a z .
N a d a p o d ía h a c e r s e e n to n c e s ; p e r o e n e l 4 2 0 , d u r a n te e l in te r v a lo
d e p a z , E s c u la p io fu e s o le m n e m e n te in s ta la d o e n A te n a s , a c o m p a ñ a
d o , o p r o b a b l e m e n t e r e p r e s e n t a d o , p o r s u S e r p i e n t e S a g r a d a 85. H a s
t a q u e s e le p u d i e r a e d i f i c a r u n a c a s a , d i s f r u t ó d e l a h o s p i t a l i d a d
n a d a m e n o s q u e d e l p o e ta S ó fo c le s — h e c h o q u e tie n e s u im p o r ta n c ia
p a r a l a c o m p r e n s i ó n d e l a p o e s í a d e S ó f o c l e s — . C o m o lo o b s e r v ó W i -
l a m o w i t z 86, n o p o d e m o s p e n s a r q u e a E s q u i l o n i a E u r í p i d e s l e s
h u b ie r a in te re s a d o h o s p e d a r a u n a S e rp ie n te S a g r a d a . P e ro n a d a
i l u s t r a m e jo r la p o la r iz a c ió n d e la m e n te g r ie g a e n e s te p e r ío d o q u e
el h e c h o d e q u e la g e n e r a c ió n q u e p a g ó t a l h o n o r a e s te r e p ti l m é d ic o
Los griegos y lo irracional 185

v io a s i m i s m o l a p u b l i c a c i ó n d e a l g u n o s d e lo s t r a t a d o s h i p o c r á t i c o s
m á s a u s t e r a m e n t e c ie n t íf i c o s 87.
U n s e g u n d o e j e m p l o d e r e g r e s i ó n p u e d e v e r s e e n l a b o g a d e lo s
c u lto s e x tr a n je r o s , p r in c ip a lm e n te d e c a r á c t e r s u m a m e n te e m o c io n a l,
“ o r g iá s tic o ” , q u e s e d e s a rr o lló c o n s o r p r e n d e n te r a p id e z d u r a n te la
G u e r r a d e l P e l o p o n e s o 8S. A n t e s d e q u e é s t a h u b i e r a t e r m i n a d o , h a
b ía n a p a r e c id o e n A te n a s el c u lto d e la f r i g i a “ M a d r e d e la M o n ta ñ a ” ,
C ib e le s , y el d e s u d o b le tr a c io , B e n d is ; lo s m is te r io s d e l tr a c io -
f r i g io S a b a z io , u n a e s p e c ie d e D io n is o s a lv a je s in h e le n iz a r , y lo s
rito s d e lo s “ d i o s e s m o r t a l e s ” a s i á t i c o s , A tis y A d o n is . He e s tu
d i a d o e s t e s i g n i f i c a t i v o d e s a r r o l l o e n o t r o l u g a r 89, d e m o d o q u e n o
d ir é m á s d e é l a q u í.
A p r o x im a d a m e n te u n a g e n e r a c ió n m á s t a r d e o b s e rv a m o s q u e la
r e g r e s ió n a d o p ta u n a fo rm a a ú n m á s c r u d a . Q u e e n e l s ig lo iv h a b ía
e n A t e n a s a b u n d a n c i a d e “ m a g i a p a r a lo s m á s ” , y e n e l s e n t i d o m á s
l i t e r a l d e l a e x p r e s i ó n , lo s a b e m o s p o r l a p r u e b a d e p r i m e r a m a n o d e
l a s “ d e f i x i o n e s ” . L a p r á c t i c a d e l a d efixio o w á S e a t c e r a u n a e s
p e c ie d e a ta q u e m á g ic o . S e c r e ía q u e u n o p o d ía a t a r la v o lu n ta d d e
u n a p e r s o n a , o c a u s a r s u m u e r t e , i n v o c a n d o s o b r e e ll a l a m a l d i c i ó n
d e lo s P o d e r e s in f e r n a le s ; se in s c r ib ía la m a ld ic ió n e n a lg u n a m a
t e r i a d u r a d e r a , u n a t a b l i l l a d e p l o m o o u n p e d a z o d e b a r r o c o c id o ,
q u e s e c o lo c a b a d e p r e f e r e n c i a e n l a t u m b a d e u n m u e r t o . L o s e x
c a v a d o re s h a n e n c o n tr a d o c e n te n a r e s d e ta l e s “d e f ix io n e s ” e n m u c h a s
p a r t e s d e l m u n d o m e d i t e r r á n e o 90, y d e h e c h o t a l e s p r á c t i c a s s e o b
s e r v a n o c a s io n a lm e n te h o y d ía , t a n t o e n G r e c ia 91 com o e n o tra s p a r
t e s d e E u r o p a 92. P e r o p a r e c e s i g n i f i c a t i v o q u e lo s e j e m p l a r e s m á s
a n tig u o s d e s c u b ie rto s h a s ta a h o ra v ie n e n d e G re c ia , la m a y o r p a r te
d e l A tic a y , q u e m ie n t r a s s o n p o q u ís im o s lo s e je m p la r e s q u e p u e d e n
a tr i b u i r s e co n c e rte z a a l sig lo v, so n d e r e p e n te n u m e r o s ís im o s e n el
s i g l o i v BS. E n t r e l a s p e r s o n a s m a l d e c i d a s e n e llo s s e c u e n t a n f i g u
r a s p ú b l i c a s b i e n c o n o c i d a s , c o m o F o c i ó n y D e m ó s t e n e s 94, lo c u a l
h a c e p e n s a r q u e e s t a p r á c t i c a n o e s t a b a c o n f in a d a a lo s e s c la v o s o
e x t r a n j e r o s . E n e f e c t o , e r a lo s u f i c i e n t e m e n t e c o r r i e n t e e n t i e m p o s
d e P la tó n p a r a q u e a s u ju ic io m e re c ie ra la p e n a le g is la r c o n tra
e ll a 95, a s í c o m o c o n t r a e l m é to d o a f í n d e a t a q u e m á g i c o , c o n s i s t e n t e
e n m a l t r a t a r a u n a i m a g e n d e c e r a d e a l g ú n e n e m i g o 96. P l a t ó n p o n e
en c la r o que la g e n te re a lm e n te te m ía e s ta a g re sió n m á g ic a , y
q u e r í a p r e s c r i b i r p a r a e ll a s e v e r a s p e n a s l e g a l e s ( e n e l c a s o d e lo s
m a g o s p ro fe s io n a le s , la p e n a d e m u e r te ) ; n o p o rq u e él m is m o c re y e r a
e n la m a g ia n e g r a — re s p e c to d e e s to p ro f e s a te n e r la m e n te a b ie r
186 E. R. D odds

t a 87— , s i n o p o r q u e l a m a g i a n e g r a e x p r e s a m a l a v o l u n t a d y t i e n e
m a l o s e f e c to s p s i c o ló g i c o s . N o s e t r a t a a q u í d e l a c h i n c h o r r e r í a p a r
t i c u l a r d e u n v i e j o m o r a l i s t a . D e u n p a s a j e d e l d i s c u r s o Con tra A r is-
to gitón 98 p o d e m o s in f e r i r q u e e n el s ig lo iv s e in te n tó e fe c tiv a m e n te
r e p r i m i r l a m a g i a m e d i a n t e u n a a c c ió n l e g a l d r á s t i c a . T o m a n d o
j u n t a s to d a s e s ta s p r u e b a s , e n c o n tr a s te c o n e l s ile n c io c a s i c o m p le
to d e n u e s tr a s f u e n te s d e l s ig lo v " , m e in c lin o a c o n c lu ir q u e u n
e f e c to d e l a I l u s t r a c i ó n f u e e l d e p r o v o c a r e n l a s e g u n d a g e n e r a
c ió n 100 u n r e n a c i m i e n t o d e l a m a g i a . E s t o n o e s t a n p a r a d ó j i c o c o m o
p a r e c e : ¿ n o h a id o s e g u id o d e f e n ó m e n o s p a r e c id o s , e n n u e s tr o s
p ro p io s d ía s , el d e r r u m b a m ie n to d e o tro C o n g lo m e ra d o H e r e d a d o ?
T o d o s lo s s ín to m a s q u e h e m e n c io n a d o — el r e n a c im ie n to d e la
in c u b a c ió n , e l g u s to p o r la re lig ió n o r g iá s tic a , la v ig e n c ia d e l a ta q u e
m á g ic o — p u e d e n c o n s id e ra rs e c o m o r e g re s iv o s ; e r a n , e n u n s e n tid o ,
u n a v u e lta d e l p a s a d o . P e r o e r a n ta m b ié n , e n o tro a s p e c to , p re s a g io s
d e c o sa s p o r v e n ir . C o m o v e re m o s e n el ú ltim o c a p ítu lo , a p u n ta n a
ra s g o s c a ra c te rís tic o s d e l m u n d o g re c o -ro m a n o . P e ro , a n te s d e lle g a r
a e so , d e b e m o s c o n s id e r a r e l in te n to d e P la tó n d e e s ta b iliz a r la s i
tu a c ió n .

Notas al capítulo VI

1 Gilbert Murray, Greek Studies, 66 s.


1 Cop. ii, pp. 39 s.
3 Defiende esto de modo muy impresionante, aunque con alguna exagera
ción, Pfister, Religion d. Griechen u. Römer, Bursian’s Jahresbericht,
229 (1930), 219. Cf. cap. II, pp. 28 ss.
* V. en particular el libro de W ilhelm Nestle, Vom Mytos zum Logos,
cuyo propósito es poner de manifiesto «la sustitución progresiva del
pensamiento mitológico por el pensamiento racional entre los griegos».
* Hecateo, fr. I Jacoby; cf. Nestle, op. cit., 134 ss. Hecateo racionalizó mons
truos mitológicos como Cerbero (fr. 27), y posiblemente todos los de
más horrores de x<z iv AíSou. Que él era personalmente áSeiaiSaíiuuv re
sulta claro del consejo que dio a sus paisanos de apropiarse para usos
seculares los tesoros del oráculo de Apolo en Branquidas (Herod. 5.36.3).
Cf. Momigliano. Atene e Roma, 12 (1931), 139, y el modo como Diodoro
y Plutarco presentan la acción sem ejante de Sila (Diod. 38/9, fr. 7;
Plut. Sila, 12.
* Jenófanes, frs. 11 y 12 Diels.
' Cic. div. 1.5; Aetius, 5.1.1 ( = Jenófanes, A 52). Cf. sus explicaciones natu
ralistas del arco iris (fr. 32) y del fuego de San Telmo (A 39), ambos te
nidos tradicionalmente por portentos.
* Jenófanes, fr. 15 (cf. 14 y 16).
* Fr. 23. Cf. Jaeger, Theology, 42 ss. Como dice Murray (op. cit., 69). «Ese
griegos y lo irracional 187

o en su mente da m otivo para pensar. Recuerda a un m ístico árabe


medieval que decía que llamar a Dios «justo» era algo tan neciamente
antropomórfico como decir que Dios tiene barba». Cf. el dios de Herácli-
to para quien las distinciones humanas de «justo» e «injusto» no tienen
sentido, porque todo lo percibe como justo (fr. 102 Diels).
Fr. 34.
Cf. Heráclito, fr. 28; Alcmeón, fr. 1; Hip. vet. med. 1, con Festugiére
ad loe.; Gorgias, Hel. 13; Eur., fr. 795.
V. cap. IV, p. 115.
Heráclito, fr. 5. Si podemos fiarnos del fr. 69, no prescindió del todo
del concepto de xá9-apai<;; pero puede haberlo trasladado, como Platón,
al plano moral e intelectual.
Fr. 14. La alusión precedente a Bázyot y \r¡vai sugiere que estaba pen
sando especialmente en misterios dionisíacos (no «órficos»); pero, en la
forma en que se ha transmitido, la condenación no parece limitada a
ellos. Si pretendía condenar los misterios como tales, o sólo sus méto
dos, es cosa que a mi juicio no puede determinarse con certeza, aunque
está claro, por la compañía en que los pone, que tenía pocas simpatías
por los (lúatai. El fr. 15 no arroja ninguna luz sobre la cuestión, aun
cuando pudiéramos estar seguros de su sentido: los faXhxd no eran
un (jLDatrjpiov. En cuanto a la discutidísima identificación de Dioniso con
Hades en ese fragmento, la interpreto como una paradoja de Heráclito,
no como una «doctrina de los misterios órficos», y me inclino a dar la
razón a los que ven en ella una condenación de los <pa\Xixá, no una ex
cusa para los mismos (la vida de los sentidos es la muerte del alma, cf
frs. 77, 117, y Diels, Herakleitos, 20).
Fr. 96. Cf. Platón, Fedón, 115C, y sobre los sentimientos atacados, el
cap. V. p. 132 y s.
Fr. 119; cf. cap. II, p. 31. El fr. 116 ataca igualmente la superstición
sobre los días de bueno o de mal agüero.
Fr. 5. Sobre el culto moderno de los iconos sagrados (las estatuas están
prohibidas), v. Schmidt, Volksleben, 49 ss.
G aube, 11.209. La significación de Heráclito como un Aufklärer es justa
mente puesta de relieve por Gigon, Untersuchungen zu Heraklit, 131 ss.,
y (a pesar de una Interpretación que considero dudosa del fr. 15) por
Nestle, op. cit., 89 ss. Su doctrina tiene, por supuesto, otros aspectos no
menos importantes, pero no conciernen al tema de este libro.
Cf. Jenófanes, fr. 8; Heráclito, frs. 1, 57, 104, etc.
La semejanza entre Eur. fr. 282 y Jenófanes, fr. 2 fue notada por Ate
neo, le parece demasiado grande para ser casual; cf. también Eur. Her.
1341-1346 y Jenófanes A 32 y B 11 y 12. Por el contrario, la semejanza
entre Esq. Sup. 100-104 y Jenófanes B 25-26, aunque interesante, difícil
m ente puede considerarse lo bastante específica para sentar que Esquil'
había leído u oído al Jonio.
Dióg. Laerc. 2.22. La critica de Heráclito del ritual irracional tiene de
hecho ecos en Eurípides (Nestle, Eurípides, 50, 118); aunque no es ne
cesario que las ideas en éstos expresadas hayan sido tomadas directa
mente de Heráclito (Gigon, op. cit., 141). A Eurípides se le describe
como conocido coleccionador de libros (Aten. 3a; cf. Eur. fr. 369 sobre lo i
placeres de la lectura, y Ar. Ran. 943).
Eur. fr. 783.
Cf. P. Decharme, Euripide et l’esprit de son théâtre, 96 ss. ; L. Raderma-
cher, Rh. Mus. 53 (1898), 501 ss.
E. R. D odds

F. Heinnemann, Nomos und Physis (Basel, 1945). Para una bibliografía de


los estudios anteriores, v. W. C. Greene, Moira, Ap. 31.
C f . H e r o d . 1 .6 0 .3 : ¿TOxpífb] 4x TCaí-aixépou xoü B opS a'pou etí-vsoc; xó 'EX).y¡vixóv. lo
x aí S e-tcúxspov xaí eór)fh’7¡<; iDíou orcr¡M.aT|JÍvov \iakhov.
Platón, Prot. 327CD.
Da una medida del rápido descenso en esta confianza el cambio de tono
en el sofista conocido con el nombre de «Anónimo de Jámblico»
(Vorsokr. s, 89), que compartía la creencia de Protágoras en el vó|i.o? , y
fue quizá su discípulo. Escribiendo, según podemos conjeturar, en los
últimos años de la guerra del Peloponeso, habla en el tono desanimado
de quien ha visto derrumbarse sobre su cabeza todo el orden social y
moral.
Sobre el carácter tradicional de la identificación de lo «bueno» con lo
útil, v. Snell, Die Entdeckung des Geistes, 131 ss. Sobre el utilitarismo
socrático, cf. Jen. Mem. 3.9.4, etc.
Cf. cap. I, p. 17. Mientras se concibió la ¿pexrj positivamente como efi
ciencia, «hacer las cosas bien», se la consideró naturalmente como de
pendiente de un saber hacerlas. Pero hacia el siglo v (a juzgar por
Prot. 2 5 2 b y Gorg. 491 ) a las masas les impresionaba más el aspecto
d

negativo de la apexíj como control de la pasión, en que el factor intelec


tual es menos obvio.
Platón, Prot. 3 5 2 a - e .
Ibíd., 3 2 7 e . La comparación es del -ligio v, y fue probablemente empleada
por el Protágoras histórico, puesto que aparece en e l mismo contexto
en Eurípides, Sup., 9 13 ss. En general, m e inclino a creer con Taylor,
VVilamowitz y Nestie, que el discurso de Protágoras (3 2 0 c -3 2 8 d ) puede
tomarse como una reproducción bastante fiel de ideas realmente profesa
bas por Protágoras, aunque ciertamente no como un extracto o resumen
de una de sus obras.
Cf. K. Hackfortr, «Hedonism in Plato’s Protagoras», CQ 22 (1928), 39 ss.,
cuyos argumentos parecen muy difíciles de contestar.
Prot. 3 1 9 a -3 2 0 c . Del contenido de este pasaje se dice a menudo que es
«meramente irónico» para eliminar la diferencia entre el Sócrates escép
tico de este diálogo y el Sócrates del Gorgias, que ha descubierto lo que
es la verdadera política. Pero tomarlo de esta manera es destruir la
paradoja que termina el diálogo (3 6 1 a ). Platón debe haber sentido que en
la enseñanza de su maestro sobre este punto había una inconsecuencia
real, o por lo menos cierta oscuridad, que necesitaba aclararse. En el
Gorgias la aclaró, pero al hacerlo fue más allá de la posición del Sócrates
histórico.
La implicación recíproca de las virtudes es una de las pocas doctrinas
positivas que podemos atribuir con confianza al Sócrates histórico (cf.
Prot. 3 2 9 d s s .. Laques, Carmides, Jen. Mem. 3 .9 .4 ss„ etc.).
Cf. Festugiére, Contemplation et vie cóntemplative chez Platón, 68 s . ;
Jaeger, Paideia, 11.65 ss.
Platón, Apol. 3 3 C : l |i o í Sé , ú>; sf<ú cprjjit, T tpoaxéxaxxai uno xoü &soü irpáxxeiv
x o ü x o

x a í i x (lavxeúov x a í I? Ivuicvíuiv. Para los sueños, cf. también Critón 4 4 a .


Fedón 6 0 e ; para los oráculos, Apol. 2 1 b , Jen. Mem. 1 .4 .1 5 (donde Só
crates cree también en xép axa'-, Anáb. 3 .1 .5 . Pero Sócrates puso en guardia
también a sus oyentes contra la tentación de tratar la |iavxixíj como
un sustituto del «cálculo, la medida y el peso» (Jen. Mem. 1 .1 .9 ); la
(mvxtxíj podía ser un suplemento y en ocasiones (como en el caso del
oráculo ce Querefonte) un estímulo del pensamiento racional, no su sus
tituto.
Los griegos y lo irracional 189

*T Jen. A 12, 9-eoü aoi (paivstai. Cf. Mem. 4.8.6; Platón (?) Ale, I,
124c.
38 Platón, Prot. 3 5 2 b c .
Ibld., 3 5 3 a .
4D Ibld., 3 5 6 c -357 e .
41 Aristóteles, E.N. 1147a 11 ss.
42 Cap. I y cap. II.
■" Combarieu, La Musique et la magie (Etudes de philologie musicale, III
[París, 1 9 0 9 ], 6 6 s .; citado por Boyancé, Cuite des Muses, 108>. Platón
habla de los animales en ce:o como voaoüvra. (Banq. 2 0 7 a ), y del hambre,
la sed y la pasión sexual como xpía voor^axa (Leyes 7 8 2 e -783 a ).

“ Eur. Med. 1333; Hip. 141 ss., 240. M. André Rivier, en su interesante y
original Essai sur le tragique d'Euripide (Lausanne, 1944), cree que he
mos de tomar en serio estas opiniones; Medea está literalmente poseídi
por un demonio (p. 59), y una mano sobrenatural está vertiendo veneno
en el alma de Fedra. Pero esto me parece difícil de aceptar, especial
m ente por lo que respecta a Medea. Ella, que v e más hondo en las cosas
que el convencional Jason, no emplea nunca este lenguaje re'g ioso
(contrástese con la Clitemnestra de Esquilo, Agam. 1433, 1475 ss., 1497 ss.).
Y Fedra también, una vez que se decide a afrontar cara a cara su si
tuación, la analiza en términos puramente humanos (sobre la significa
ción de Afrodita, v. «Eurípides the Irrationalist», CR 43, [1929], 102).
D ecisiva para la actitud dei poeta es Las Troyanas, donde Helena echa
la culpa de su conducta a un agente divino (940 s., 948 ss.) sólo para ser
abrumada por la réplica de Hécuba, jj.y¡ ay-afretí itoíei Bsobc; -co aov xaxóv xogjj-ou-
aa, 06 aotpou? (981 s.)
45 Med. 1 0 5 6 s s . C f . H e r á c l i t o , f r . 8 5 ; fru tes ^ íX s z ó v ' o f á p dv W X ij, tj>u'/i¡í
(úveítai.
46 Ibld. 1078-1080. W ilamowitz suprimió 1080, que, desde el punto de vista
de un director de escena moderno, quita efecto al «telón». Pero está en
armonía con la actitud mental de Eurípides el que haga a Medea gene
ralizar su auto-análisis, como Fedra generaliza el suyo. Mi caso, da a
entender, no es único: en todo corazón humano hay guerra civil. Y de
hecho estos versos se convirtieron en uno de los ejemplos clásicos del
conflicto interior (v. más adelante, cap. VIII, n. 16).
■*' W ilamowitz, Einleitung i. d. gr. Tragoedie, 25 , n. 4 4 ; Decharme, Euripide
et l’esprit de son théátre, 4 6 s . ; y especialmente Snell, Philologus, 97
(1 9 4 8 ), 125 ss. Siento muchas más dudas sobre el supuesto de Wilamo
w itz (loe. cit.) y de otros de que Prot. 3 5 2 b ss. es la «respuesta» de Platón
(o de Sócrates) a Fedra. ¿Por qué había Platón de juzgar necesario el
responder a las observaciones incidentales de un personaje de una
tragedia escrita hacía más de treinta años? Y si efectivamente respondió
a ellas, o sabía que Sócrates lo había hecho, ¿por qué no citó a Eurípi
des por su nombre, como lo hace en otra parte? (Fedra no puede citar
nominalmente a Sócrates, pero Sócrates puede citar a Fedra.) No veo
dificultad ninguna en suponer que «los muchos» en Prot. 3 5 2 B son jus
tam ente los muchos: el hombre corriente no ha ignorado nunca el poder
de la pasión, en Grecia ni en ninguna parte, y aquí no se le atribuyen
sutilezas.
•“ Hip. 375 ss.
Para un intento de referir el pasaje como un todo a la situación dramá
tica y a la psicología de Fedra, v. CR 39 (1925), 102 ss. Pero cf. Snell,
Philologus, loe. cit., 127 ss., a quien ahora m e inclino a dar la razón.
i0 Cf. frs. 572, 840, 841, y el discurso de Pasifae en su propia defensa
E. R. D odds

(Berl. Kl, Texte, II.73=Page, Gk. Lit. Papyñ , 1.74). En los dos últimos
se emplea el lenguaje religioso tradicional.
Cf. W. Schadewaidt, Monolog u. Selbstgespräch, 250 s s .: «la tragedia de
aguante» sustituye a la «tragedia de ráOot;». Yo supondría, no obstante,
que el Crisipo, aunque una tragedia tardía (representada al mismo tiem
po que las Fenicias), era una tragedia de zdB-o?; llegó a ser, como la
Medea, un ejemplo clásico del conflicto entre la razón y la pasión (v.
Nauck sobre el fr. 841), y es claro que volvió a insistir sobre la irracio
nalidad humana.
Rivier, op. cit., 96 s. Cf. mi edición de la tragedia, pp\ x l ss.
CR 43 (1929), 97 ss.
Ar. Nub. 1078.
Citado por Menandro, Epitrep. 365 s. Koerte, del Auge (parte de él era
conocido previamente, fr. 920 Nauck).
Crisipio, fr. 840.
Eolo, fr. 19, t í 8' aíaypbv fjv \>.r¡ toíat /p<u(iévot<; Soxfl; El sofista Hipias argüía
que la prohibición del incesto era convencional, no «divinamente im
plantada» ni instintiva, puesto que no era universalmente observada
(Jen. Mem. 4.4.20). Pero es comprensible que la linea adoptada por Eurí
pides levantara un escándalo: mostraba a d ó id e podía llevar un relati
vism o ético ilimitado. Cf. la parodia de Aristófanes (Ran. 1475); el uso
que la cortesana hace de él contra su autor (Machón, apud Aten. 5 82 d ) ;
y las anécdotas posteriores que representan a Antístenes o Platón repli
cando a esta doctrina (Plut. aud. poet. 12, 33C, Sereno apud Stob.
3.5.36H).
Her. 778, Or. 823, Ba. 890 ss., 7.4. 1089 ss. Cf. Murray, Eurípides and His
Age, 194 y Stier, «Nomos Basileus», Philol. 83 (1928), 251.
Así Murray, Aristophanes. 94 ss., y más recientemente W olfgang Schmid,
Philol. 97 (1948), 224 ss. No estoy tan seguro de esto como ellos.
Lisias, fr. 73 Th. (53 Scheibe), apud Aten. 551e.
Conocido sobre todo como uno de los blancos favoritos de Aristófanes
(A ves 1372-1409 y en otros lugares). Fue acusado de insultar a un san
tuario de Hécate (2 Ar. Ran. 366), lo que cuadraría perfectamente al
espíritu del club, puesto que los 'Exa'xeia eran focos de superstición po
pular (cf. Nilsson, Gesch. 1.6 8 5 s.). Platón lo cita como ejemplo típico
del poeta que busca el aplauso de la galería en lugar de tratar de hacer
mejor a su auditorio (Gorg. 5 0 1 e ).
Esta fecha está indicada para el decreto de Diopites por Diod. 12.38 s. y
Plut. Per. 32. Adock, CAH V.478, se inclina a fecharlo en 430 y a relacio
narlo con «las emociones provocadas por la plaga, el signo visible de la
ira de los cielos»; esto puede bien ser así.
ra M a |rJ¡ vo)«0=iv (Plut. Per. 32). Sobre el sentido de esta expresión,
v. R. Hackforth, Composition of Plato’s Apology, 60 ss., y J. Tate, CR 50
(1936), 3 ss., 51 (1937), 3 ss. daéSeia en el sentido de sacrilegio había
sido siempre sin duda un delito; lo que era nuevo era la prohibición de
descuidar el culto, y la de la enseñanza antirreligiosa. Nilsson, que se
aferra a la vieja ficción de que «la libertad de pensamiento y de expresión
era absoluta en Atenas» (Greek Piety, 79), intenta restringir el alcance
de los procesos reduciéndolos a las ofensas contra el culto. Pero la tra
dición representa unánim emente los de Anaxágoras y Protágoras comí,
fundados en sus opiniones teóricas, no en sus acciones, y la sociedad que
prohibió al uno describir el sol como un objeto material y al otro expre
sar incertidumbre sobre la existencia de los dioses no permitía cierta
mente la «libertad absoluta de pensamiento».
griegos y lo irracional 191

Aófouc; T.epi tu)v ^eiapauov SiSíc6xciv (Plut. ibíd.). Esto sin duda apuntaba es
pecia.mente a Anaxágoras, pero la desaprobación de la meteorología
estaba muy extendida. Se la consideraba no sólo necia y presuntuosa
(Gorg. Hel. 1 3 , Hip. vet. med. 1, Platón, Rep. 4 8 8 e , etc.), sino también
peligrosa para la religión (Eur. fr. 9 1 3 , Platón, Apol. 19 b , Plut. Nietas
2 3 ), y el pensamiento popular la asociaba especialmente con los sofistas
(Eupolis, fr. 146, Ar. Nub. 3 6 0 , Platón, Pol. 2 9 9 b . Cf. W. Capelle, Philol,
71 (1 9 1 2 ), 4 1 4 ss.
La fecha que da Taylor del Juicio de Anaxágoras en el 450 (CQ 11 [1917],
81 ss. adelantaría mucho el comienzo de la Ilustración en Atenas y la
reacción contra ella respecto de la fecha sugerida por todas las otras
pruebas documentales. A m i parecer, sus argumentos han sido anulados
por E. Derenne, Les Procès d'impiété, 30 ss., y J. S. Morrison, CR 35
(1941), 5, n. 2.
Burnet (Thaïes to Plato, 1 1 2 ), y otros tras él, desechan como no históri
ca la tradición ampliamente atestiguada del juicio de Protágoras, fun
dándose en Platón, Menón, 9 1 e . Pero Platón habla en este pasaje de la
reputación internacional de Protágoras como maestro, que no podía
disminuir por un proceso ateniense de herejía; no se le acusó de corrom
per a la juventud, sino de ateísmo. E l juicio no puede haber tenido lugar
tan tarde como el 4 1 1 , pero la tradición tampoco dice esto (cf. Derenne,
op. cit., 51 ss.).
Satyros, vit. Eur. fr. 39, col. x (Arnim, Suppl. Eur. 6). Cf. Bury, CAH
V.383 s.
Es precipitado suponer que no hubo más procesos que aquéllos de que
hemos oído hablar. Los estudiosos no han prestado atención suficiente a
lo que Platón pone en boca de Protágoras (Prot. 3 1 6 c -317 b ) sobre los
riesgos inherentes a la profesión de los sofistas, que los expone a «gran
envidia y a otras formas de mala voluntad y de conspiración, de modo
que la mayor parte de ellos se ven forzados a trabajar clandestinamen
te». El mismo tiene sus salvaguardias particulares (¿la amistad de Pe-
ricles?), que hasta la fecha le han librado de daño.
D :.óg. Laerc. 9.52, Cic. nat. deor. 1.63, etc. Sobre los peligros de la cos
tumbre de leer, cf. Aristófanes, fr. 490: xoüxov t ó v ávSp’ {¡ujíXíov Siécpfropev
r¡ ripdStxo; f¡ t ¿ü v áSoXeayiBv ef; fé t i ; .
Esto bien pudiera ser un accidente de lo deficiente de nuestra informa
ción. Si no lo es, parece contradecir la pretensión que Platón pone en
boca de Sócrates (Gorg. 4 6 1 e ) de oue Atenas permite más libertad de
pensamiento que ningún otro lugar de Grecia (la fecha dramática de esto
es posterior al decreto de Diopites). Es de notar, sin embargo, que Lamp-
saco honró a Anaxágoras con un funeral público después que Atenas lo
había expulsado (Alcidamas, apud Ar. Rhet. 1 3 9 8 , 15).
Nilsson, Greek Popular Religion, 133 ss.
Plut. Pericles 6.
Platón, Apol. 40A: ^ eúofruíá ¡1.00 (¡urraxTj -f¡ O 8ai(iovtou.
t o

Jen. Apol. 1 4 : oí SixaaTai 19 -o p ú é o o v, oí |ié v á iu a T o ü v T e i; xoT; Xsfojiévotc;, oí Sé xai


'.p O -o vo O Ts;, et xai xapà fre û iv jmÇvdujv 9¡ aixoi TUf^ávoi.
A pesar de los ingeniosos argumentos de Taylor en contra (Varia So
cratica, 10 ss.), considero imposible separar la acusación de introducir
xctLvá So^dvicc del Satudvtov con que la relacionan tanto Platon como
Jenofonte. Cf. A. S. Ferguson, CQ 7 (1913), 157 ss.; H. Gomperz,NJbb
1924, 141 ss.; R. Hackforth, Composition of Plato’s Apology. 68 ss.
Cf. Tue. 5.103.2, cuando las cosas van mal, las masas Irà raç àtpaveïç (iXirí-
Saç) x c t f r i a r a v T a i , |J.avtixrjv t s xa! Contrástese Platón, Eutifrón, 3c:
E. R. Dodds
oxav xi Xéfu> Iv xijj lxxXr¡aí<j rapi x<üv fi-efcuv, xpoXÉ7 (uv aúxoít xa jiéXXovxa, xaxeqe-
X<Baiv ¿uí ¡JLccivo|iivou.
R. Crawshay-Williams, The Comforts of Unreason, 28.
Hesiodo, Erga; 2 4 0 ; cf. Platón, Leyes, 9 1 0 b , y cap. II, n. 43. La actitud
de Lisias es iluminadora. «Nuestros antepasados», dice, «cumpliendo los
sacrificios prescritos, nos dejaron una ciudad que es la más grande y la
más próspera de Grecia; s'n duda deberíamos ofrecer los mismos sa
crificios que ellos, aunque sólo sea por la buena fortuna que ha resul
tado de esos ritos» (3 0.1 8 ). Esta concepción pragmática de la religión de
be haber sido bastante corriente.
Tuc. 6.27 s„ 60. Tucídides, naturalmente, pone el énfasis en los aspectos
políticos de la cosa, y en efecto es imposible leer 0.60 sin acordarse de
las «purgas» políticas y «cacerías de brujas» de nuestro propio tiempo.
Pero la raíz de la excitación popular era la 8ei<ji8ai|j.ovía: el acto era un
oÍcdvoc xoC exxXou, (6.27.3).
Tuc. 3.82.4.
Nigel Balchin, Lord, I was afraid, 295.
Gilbert Murray, Greek Studies, 67. Cf. el juicio de Frazer de que «la so
ciedad ha sido contruída y cimentada en gran parte sobre las bases de
la religión, y es imposib.e relajar los cim ientos y socavar las bases sin
poner en peligro la superestructura» (The Belief in Immortalit-y, 1.4).
Que existe una conexión causal real entre el derrumbamiento de una
tradición religiosa y el desarrollo sin restricción de la política de fuerza
parece confirmarlo ia experiencia de otras culturas antiguas, especial
m ente de la China, donde el positivismo secularista de la escuela Fa Hia
tuvo su contrapartida práctica en el militarismo despiadado del Impe
rio Ts’in.
cap. IV, pp. 62 ss.
Así Kern, Reí. der Grieehen, 11.312, y W. S. Ferguson, «The Attic Orgeo-
nes», Harv. Theol. Rev. 37 (1944), 89, n. 26. Fue por una razón sem ejante
por lo que el culto de Esculapio fue traído a Roma el 293 a. C. Era
efectivamente, en palabras de Nock, «una religión de urgencia» (Cph 45,
[1950J, 48). La primera referencia a la incubación en el templo de Escu
lapio que ha llegado hasta nosotros aparece en Las Avispas, escrita algu
nos años después del fin de la plaga.
Tuc. 2.53.4: xpívovxet; Iv ó¡ioíi¡> xcti aéfev xa't jtrj, Iz xoü xavxai; ópav iv taip «t o XXu-
liévou?.
IG. II.2.4960. Sobre los detalles, v. Ferguson, loe. cit., 88 ss.
Glaube. 11.233. La interpretación más probable de la documentación de
que disponemos parece ser que Esculapio se apareció en un sueño o en
una visión (Plutarco, non posse suaviter 2 2 , 1 1 0 3 b ) y dijo: «Id a reco
germe al Epidauro», tras lo que le trajeron Spaxovxi stxaaojiivov, lo m is
mo que lo hicieron los sicionios en la ocasión descrita por Pausanias
(2 .1 0 .3 ; cf. 3 .2 3 .7 ).
Por ej., de vetere medicina, que Festugiére fecha ca. 440-420; de aeribus,
aguis, locis (consllderados por W ilamowitz y otros como anteriores ¡»
430); de morbo sacro (probablemente algo posterior, cf. Heinemann,
Nomos u. Physis, 170 ss.). Igualmente, la aparición de los primeros «libros
de sueños» de que tenemos noticia (cap. IV, p. 68) es contemporánea
de los primeros intentos de explicar los sueños en términos naturalistas:
aquí también hay polarización.
La Segunda Guerra Púnica había de producir efectos muy sem ejantes en
Roma (cf. Livio, 25.1, y J. J. Tierney, Proc. R. I. A. 51, [1947], 94).
Harv. Theol. Rev. 33 (1940), 171 ss. Posteriormente, v. Nilsson, Geseh.
1.752 ss„ y el importante artículo de Ferguson (más arriba, n. 83), que
Los griegos y lo irracional 193

arroja mucha luz sobre la naturalización de los cultos tracios y frigios en


Atenas y su difusión entre los ciudadanos atenienses. El establecimiento
del culto público de Bendis puede fecharse ahora, como lo ha demostrado
Ferguson en otro lugar (Hesperia, Supl. 8, [1949], 131 ss.), en el año de la
peste, 430-429.
•° Más de 300 ejemplos fueron recogidos y estudiados por A. Audollent,
Defixionum Tabellae (1904), y desde entonces se han encontrado otras.
Preisendanz, Arch. f. Reí. 11 (1933), da una lista suplementaria del cen
tro y del norte de Europa.
** Lawson, Mod. Greek Folklore, 16 ss.
•2 V. Globus 79 (1901), 109 ss. Audollent, op. cit., cxxv s., cita también un
cierto número de casos, entre ellos el de «un caballero rico y cultivado»
de Normandía que, al ser rechazada su oferta de matrimonio, atravesó
con una aguja la frente de una fotografía de la dama en cuestión y
escribió encima: «¡Dios te maldiga!». Esta anécdota indica las simples
raíces psicológicas de esta clase de magia. Guthrie ha citado un intere
sante ejemplo del Gales del siglo xix (The Greeks and Their Gods, 273).
•* Los ejemplos áticos conocidos antes de 1897 (más de 200) fueron publi
cados separadamente por R. Wünsch, IG III.3, Appendix. Después han
publicado más defixiones áticas Ziebarth, Gott. Nachr. 1899, 105 ss., y
Berl. Sitzb. 1934, 1022 ss., y se han hallado otras en el Cerámico (W. Peek,
Kerameikos, 111.89 ss.) y en el Agora. Entre todas ellas parece haber sólo
dos ejemplos (Cerámico 3 y 6) que pueden asignarse con confianza al
siglo v o antes; mientras que los nombres de las personas mencionadas
prueban la pertenencia de buen número de ellas al siglo iv, y hay m u
chas en que la clase de escritura sugiere este período (R. Wilhelm, Ost.
Jahreshefte, 7, [1904], 105 ss.).
*4 Wünsch, n.° 24; Ziebarth, Gott. Nachr. 1899, n.° 2, Berl. Sitzb. 1934,
t n.o 1 B.
•5 Platón, L eyes 9 3 3 a -e . En Rep. 364c alude también a xax«ísa[j.oi como
ejecutados para sus clientes por á-fúpxac xa! (iavieic;. y en Leyes 9 0 9 b a
la nigromancia como practicada por gentes semejantes. La bruja Teoris
(n. 98) se arrogaba alguna clase de rango religioso: Harpocration s.v. la
llama una (invxic;, Plutarco, Dem. 14, una ílpsia. No había, por consi
guiente una línea divisoria tajante entre superstición y «religión». Y de
hecho los dioses invocados en las xaxaStei? áticas más antiguas son las
divinidades ctónicas de la creencia griega común, Hermes y Perséfone
sobre todo. Hay que notar, no obstante, que las fórmulas sin sentido
(’Etpéaia Tpa'^iiaxa) características de la magia posterior ya estaban em
pezando a usarse, como parece desprenderse de Anaxilas, fr. 18 Kock,
y, con más certidumbre, de Menandro, fr. 371.
“ L eyes 933b: xTjpivá TETcXf/a^éva, eiV liti 8-úpau; eit' Ixí xptoSoii; eix ' lirí
(jLvrjjiaai •fovéujv. Que yo sepa, la referencia más antigua a esta técnica
es una inscripción de principios del siglo iv, de Cirene, donde se dice
que se han empleado públicamente xrjptvó como parte de la sanción
de un juramento tomado en el tiempo de la fundación de la ciudad
(Nock, Arch. f. Reí. 24, 1926, 172). Las imágenes de cera han perecido,
naturalm ente; pero se han encontrado con relativa frecuencia figurinas
en materiales más duraderos con las manos atadas a la espalda (una
xax ó S ean; literal), o con otras señales de ataque mágico, por lo menos
dos o tres en el Atica: v. la lista de Ch. Dugas, Bull. Corr. Hell. 39
(1915), 413.
*' L eyes 933a: xaüx' ouv xai rapt xoiaüxa aú(ficovxa otixe p<z8iov o m u í icoxs Ttécpuxev
fifÚKjxeiv out ’ eí xi? "[voít ¡, TOtfi-ctv €ut o xeí éxépous- La segunda parte de la fra

7
194 E. R. Dodds
se apunta quizá a un mayor grado de escepticismo del que deliberada
mente expresa, ya que el tono de Rep. 364c (así como el de Leyes 9 0 9 b ) es
decididamente escéptico.
•• [Dem.] 25.79 s., el caso de una tpctp|W; de Lemnos llamada Teoris, que
fue ejecutada en Atenas, «con toda su familia» tras la denuncia de su
esclava. Que esta fctp¡iax!<: no era meramente una envenenadora resulta
claro de la referencia en la misma sentencia a <páp¡naxa xai ír.tpSás (y cf.
Ar. Nub. 749 ss.). Según Filocoro, apud Harpocration s.v. 8eu>pÍ!; la acu
sación form al fue una acusación de áoéSeia, y esto es probablemente
exacto: la destrucción salvaje de toda la familia implica una contami
nación de la comunidad. Plutarco (que da una versión diferente de
la denuncia) dice, Dem. 14, que el acusador fue Demóstenes—quien,
como hemos visto, fue él mismo más de una vez objeto de ataque
mágico.
•• Dejando aparte la mitología, son sorprendentemente pocas las referencias
en la literatura ática del siglo v a la magia agresiva, fuera de los filtros
de amor (Eur. Hip. 509 ss., Antifón, 1.9, etc.) y la ItccjiSí; ’Opcpéux;, Eur.
Cicl. 640. El autor de morb. sncr. habla de personas a quienes se supo
nía 7ie(pap(iaxsu|isvouí «hechizadas» (VI.362 l.), y es posible que signifique
lo mismo Ar. Tesm. 534. En otro caso, la alusión más próxima a
este orden de ideas ha de verse quizá en la palabra «vaM-crj? «desatador»
o «deshacedor» de hechizos, empleada según se dice por el poeta cómico
prim itivo Magnes (fr. 4). La magia profiláctica o magia blanca era sin
duda común: se llevaban, por ejemplo, anillos mágicos como amuletos
(Eupolis, fr. 87, Ar. Plut. 883 s. y 2 ) . Pero si se quería una bruja ver
daderamente poderosa había que comprar una de Tesalia (Ar. Nub.
749 ss.).
100 En el siglo xix hubo un lapso comparable entre el derrumbamiento
de la fe en el Cristianismo entre los intelectuales y el ascenso del espi
ritismo y otros movimientos similares en las clases semi-educadas (de
las cuales algunos de estos movimientos pasaron a una parte de las
educadas). Pero en el caso de Atenas no se puede excluir la posibilidad
de que el renacimiento de la magia agresiva date de los últimos deses
perantes años de la Guerra del Peloponeso. Para otras posibles razones
que pueden haber contribuido a su popularidad en el siglo iv, v. Nilsson,
Gesch. 1.759 s. No puedo creer que la multiplicación de las «defixiones»
en esa época sea meramente un reflejo de la disminución del analfabe
tismo, como se ha sugerido; porque pudieron ser escritas, y probable
mente lo fueron en muchos casos (Audollent, op. cit. xlv), por magoá
profesionales empleados para este propósito (Platón habla como si esto
fuera así, Rep. 364c).

También podría gustarte