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MÓDULO II – NORMAS TÉCNICAS, GEODÉSIA E POSICIONAMENTO POR SATÉLITE

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06 – SISTEMAS GEODÉSICOS DE
REFERÊNCIA
Um sistema geodésico de referência normalmente é constituído por parâmetros de um
elipsóide de referência associado a um sistema de eixos orientados formando um terno
cartesiano de coordenadas tridimensionais com escala conhecida, adaptado a superfície
terrestre, de forma a modelá-la. Pode-se afirmar que a precisão final de dados geodésicos está
diretamente ligada à precisão da materialização do sistema de referência. Tem como
características: a massa do elipsóide é equivalente à massa da Terra; a velocidade angular de
rotação do elipsóide é igual à da Terra; a origem do sistema de coordenadas cartesianas
tridimensionais é o centro de massa da Terra e o eixo z coincide com o eixo de rotação da
Terra.
Pode-se dividir os sistemas geodésicos de referência em:
a) sistema de referência geocêntrico: é aquele que tem sua origem no centro de massa da
Terra .
b) sistema de referência quase geocêntrico: sistema definido em caráter regional cuja origem
não coincide com o centro de massa da Terra, onde as estruturas podem ser consideradas
estáveis;
c) sistema de referência topocêntrico: é o sistema cuja origem está situada na superfície física
da Terra.
Os sistemas geodésicos podem também ser divididos em:
a) sistema geodésico global é aquele que possui as características anteriormente descritas, um
exemplo deste sistema é o WGS-84 (“World Geodetic System” -1984) cujas condições de
CTS são: a origem do sistema é o centro de massa da Terra (incluindo oceanos e atmosfera), o
eixo z tem a direção do Pólo de Referência IERS (definido pelo BIH para época 1984,0), o
eixo x tem como direção o meridiano zero definido pelo BIH com base nas coordenadas
adotadas para as suas estações e o eixo y completa o terno dextrógiro. Convém salientar que o
eixo x é dirigido para um ponto do equador muitas vezes denominado de “ponto Observatório
médio de Greenwich”, definido como uma média para as origens das longitudes obtido pelo
BIH.
Baseando-se nas mesmas definições do WGS-84 surgiu o ITRS (“International
Terrestrial Reference System”), com exceção do elipsóide utilizado que no caso é o GRS80, e
tem por objetivos a definição de um sistema utilizável internacionalmente nos levantamentos
GPS, sua materialização foi efetivada por uma rede de pontos distribuidos uniformemente na
Terra denominada de ITRF (“International Terrestrial Reference Frame”).
b) sistema geodésico local pode ser definido como sendo aquele no qual o centro do elipsóide
é deslocado em relação ao centro de massa da Terra com vistas a um melhor ajuste com a
região onde será aplicado. Seu terno cartesiano é dextrógiro e seus eixos paralelos ao eixo que
contém o CTP (“conventional terrestrial pole”) e ao plano do MMG (figura 6.1).

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Z
meridiano
origem CTP Pn superfície
meridiano física
de Greenwich

CM o
Y
q' q

elipsóide

Figura 6.1 - Sistema geodésico local de referência

As coordenadas geográficas de um ponto topográfico no elipsóide de revolução


são denominadas de coordenadas geodésicas de um ponto (latitude e longitude geodésicas). A
definição de um ponto no elipsóide é meramente geométrica, dependendo diretamente da
denominada normal à superfície deste. Normal é a reta perpendicular ao elipsóide num ponto
considerado, portanto, perpendicular à tangente à superfície neste ponto. Observa-se na figura
6.2 a definição de normal. A menor distância entre dois pontos no elipsóide é fornecida pela
geodésica que une os dois pontos, trata-se de uma equação diferencial de segunda ordem.

Figura 6.2 – Definição de latitude geodésica

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A latitude geodésica pode ser definida como o ângulo formado pela normal e
sua projeção sobre o plano do equador geodésico. Por convenção a latitude geodésica varia de
0° a ± 90°, sendo o sinal – adotado para o hemisfério sul geodésico. Note-se também que o
equador geodésico é um círculo máximo devido a própria definição de elipsóide de revolução.
A longitude geodésica pode ser definida como o ângulo diedro formado pelo plano do
meridiano origem de Greenwich com o plano do meridiano geodésico do lugar considerado.
Segue as mesmas convenções da longitude definida no modelo esférico.
Um sistema tridimensional de referência pode ser adaptado à Terra elipsóidica
como mostra a figura 6.3, pode-se também, observar o segmento de reta AB, que determina a
distância de um ponto na superfície do elipsóide ao semi-eixo menor a qual é denominada de
grande normal (N), a qual pode ser calculada pela expressão:

a
N =  (6.1)
(1 – e 2 sen 2 φ ) 1/2

Coincidentemente a grande normal é também um dos raios principais de


curvatura do elipsóide, da denominada seção 1o vertical. O raio de curvatura da seção
meridiana é obtida pela expressão:

a (1 – e 2)
M =  (6.2)

(1 – e 2 sen 2 φ ) 3/2
Figura 6.3 – Sistemas de coordenadas tridimensionais associados ao elipsóide de
Revolução.
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Para calcular-se o raio médio de curvatura em um ponto do elipsóide utiliza-se


a expressão:

R = (MN)1/2 (6.3)

o raio de curvatura de um paralelo será dado pela expressão:

r = N cos φ

Para se transformar coordenadas geodésicas em tridimensionais utilizam-se as


seguintes expressões: [Gemael, 1981]

XP = (N + h) cos φ cos λ
YP = (N + h) cos φ sen λ (6.4)
ZP = [N (1 – e 2 ) + h) sen φ

A transformação inversa é obtida pelas expressões [Andrade, 1998]:

ZP + N e 2 sen φ
tg φ = 
(XP2 + YP2 ) 1/2
YP ZP
tg λ=  e, h =  - N (1 – e 2 ) (6.5)
XP sen φ

EXERCICIO RESOLVIDO:
Seja um ponto topográfico cujas coordenadas geodésicas obtidas por rastreio GPS, no
sistema SAD69 resultou em: φ = 25°27′15,22″ S λ= 49°15′32,68″ W. Calcular as coordenadas
cartesianas geodésicas ortogonais tridimensionais do ponto no sistema SAD69, supondo-o
sobre o elipsóide (h=0).
Solução:
Os parâmetros do SAD-69, referentes ao elipsóide Referencia 1967 são:
a = 6378160m e f=1/298,25.
O achatamento portanto é,

f= 0,003352892

a excentricidade ao quadrado será:

e″ = 2f - f ″

e″ = 0,006694542

a grande normal será dada pela expressão 6.1:

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a
N = 
(1 – e 2 sen 2 φ ) 1/2

N = 6382107,314m

As coordenadas tridimensionais obtidas pelas expressões (6.4):


XP = (N + h) cos φ cos λ
YP = (N + h) cos φ sen λ
ZP = [N (1 – e 2 ) + h) sen φ

Para h = 0m, resultará em:

XP =3761219,831m YP = -4366509,300m ZP = -2724839,582m

Convém salientar que h é a distância do ponto na superfície da Terra ao elipsóide,


denominada de altitude geométrica segmento PA na figura 6.4.

Um problema importante à abordar é aquele, em que nossos instrumento baseiam-se


no campo gravitacional da Terra, utilizando a vertical como referência (fio de prumo), e que
não coincide com a normal que é um ente matemático. O ângulo formado entre a vertical e a
normal é denominado de desvio da vertical e possuí valor de no máximo 30’ em nosso país.
Em trabalhos de alta precisão ele deve ser considerado, principalmente na junção de trabalhos
topográficos e geodésicos.

vertical

normal Superfície
Geóide
Física
(nível médio
dos mares)

No
elipsóide

Figura 6.4 – Ondulação geoidal

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Denomina-se de ondulação geoidal (No) a separação entre a superfície do


Geóide que é o prolongamento do nível médio dos mares considerados em repouso,
prolongado através do continentes e o elipsóide (figura 14). Os trabalhos geodésicos são pois
efetivados segundo o geóide e calculados segundo o elipsóide.
Um elipsóide pode ser associado de varias formas a superfície da Terra de
varias maneiras, como por exemplo, mostrado e enfatizado na figura 6.5

Datum 1

Datum 2

Figura 6.5 – Mesmo elipsóide com datuns diferentes

Denomina-se datum à origem da associação do elipsóide à superfície da Terra. Pode-


se notar que apesar de dois pontos da Terra utilizarem o mesmo elipsóide devido a rotações e
translações na associação deste com a superfície da Terra, tem-se diferentes sistemas
geodésicos nos diferentes locais.

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