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Como Usar o ATP Proj Final Hugo Marcio PDF
Como Usar o ATP Proj Final Hugo Marcio PDF
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
1
FICHA CATALOGRÁFICA
FONSECA, HUGO LEONARDO C. A. DA & LEAL, MÁRCIO FERNANDES
Análise de Transitórios Eletromagnéticos Utilizando o ATPDraw
[Distrito Federal] 2003.
viii, 49p., 297 mm (ENE/FT/UnB, Engenheiro Eletricista, 2003). Monografia de
Graduação – Universidade de Brasília. Faculdade de Tecnologia. Departamento de
Engenharia Elétrica.
1. ATPDraw 2. PlotXY
3. Transitório 4. Palavra-chave 4
I. ENE/FT/UnB II. Título (série)
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
FONSECA, HUGO LEONARDO C. A. DA & LEAL, MÁRCIO FERNANDES. (2003).
Análise de Transitórios Eletromagnéticos Utilizando o ATPDraw. Monografia de
Graduação, Publicação ENE 12/2003, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade
de Brasília, Brasília, DF, 134p.
CESSÃO DE DIREITOS
AUTORES: Hugo Leonardo Chaves Ayres da Fonseca e Márcio Fernandes Leal.
TÍTULO: Análise de Transitórios Eletromagnéticos Utilizando o ATPDraw.
__________________________________ _______________________________
Hugo Leonardo Chaves Ayres da Fonseca Márcio Fernandes Leal
QSC 14 CASA 25, Taguatinga Sul. SQN 415 Bloco E apto. 302, Asa Norte
72.016-140 Brasília – DF – Brasil. 70.000 – 000 Brasília – DF – Brasil.
2
RESUMO
ANÁLISE DE TRANSITÓRIOS ELETROMAGNÉTICOS UTILIZANDO O
ATPDraw.
À primeira vista, o ATPDraw possui uma interface gráfica similar a qualquer outro
software de simulação de circuitos elétricos. Mas, faz-se necessário uma explanação a
respeito dos principais comandos, haja vista a existência de algumas peculiaridades
pertinentes à sua utilização. O programa ATPDraw é uma ferramenta de grande
flexibilidade e de grande importância na realização de estudos de transitórios em
sistemas de potência, ou mesmo de estudos em regime permanente onde a topologia da
rede ou o circuito a ser implementado não permite uma simples representação
monofásica.
Durante o período em que se desenvolveu o projeto foram implementados vários circuitos
para que houvesse um refinamento na utilização do ATPDraw como ferramenta para
simulação de transitórios eletromagnéticos. A evolução na complexidade dos circuitos
modelados trouxe vários desafios e oportunidades, na medida em que solicitava ajustes
tanto de parâmetros quanto da teoria aplicada. Nesse intervalo de tempo, e com o
estudo de várias simulações, pôde-se compreender melhor o comportamento e forma de
ajuste dos dispositivos usados para o modelamento da rede elétrica a ser estudada,
principalmente: transformadores, linhas de transmissão, chaves, entre outros.
O que é sempre válido lembrar, é que com o correto ajuste de fluxo e com todos os
parâmetros corretamente dimensionados, qualquer tipo de falta pode ser dimensionada no
ATPDraw, e que as estudadas aqui, servem apenas para mostrar a validade deste programa
para tais estudos.
3
SUMÁRIO
4
3.7 - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................27
APÊNDICE
A – DIMENSIONAMENTO DOS PARÂMETROS.....................................................50
5
LISTA DE TABELAS
6
LISTA DE FIGURAS
7
Figura 4.10 - Comportamento da tensão (chaveamento em 4.5 ms, escala de 10 ms) para 20
MVAr............................................................................................................35
Figura 4.11 - Comportamento da tensão (chaveamento em 4.5 ms, escala de 100 ms) para
20 MVAr .......................................................................................................35
Figura 4.12 - Comportamento da corrente (chaveamento em 4.5 ms, escala de 100 ms) para
20 MVAr .......................................................................................................36
Figura 4.13 - Comportamento da corrente (chaveamento em 4.5 ms, escala de 100 ms) para
20 MVAr .......................................................................................................36
Figura 4.14 - Modelo para a energização de banco de reatores no ATPDraw....................37
Figura 4.15 - Comportamento da tensão sem o banco de reatores (escala de 100ms) ........38
Figura 4.16 - Comportamento da tensão com o banco de reatores (escala de 100ms) ........38
Figura 4.17 - Comportamento da corrente sem o banco de reatores (escala de 100ms)......39
Figura 4.18 - Comportamento da corrente com o banco de reatores (escala de 100ms) .....39
Figura 4.19 - Modelo o curto-circuito monofásico no ATPDraw ......................................40
Figura 4.20 - Comportamento da tensão para a falta monofásica (escala de 100ms) .........41
Figura 4.21 - Comportamento da corrente para a falta monofásica (escala de 100ms).......41
Figura 4.22 - Modelo o curto-circuito bifásico no ATPDraw............................................42
Figura 4.23 - Comportamento da tensão para a falta bifásica (escala de 100ms) ...............43
Figura 4.24 - Comportamento da corrente para a falta bifásica (escala de 100ms) ............43
Figura 4.25 - Modelo o curto-circuito fase-fase-terra no ATPDraw ..................................44
Figura 4.26 - Comportamento da tensão para a falta fase-fase-terra (escala de 100ms) .....44
Figura 4.27 - Comportamento da corrente para a falta fase-fase-terra (escala de 100ms) ..45
Figura 4.28 - Modelo o curto-circuito trifásico no ATPDraw ...........................................45
Figura 4.29 - Comportamento da tensão para a falta trifásica (escala de 100ms)...............46
Figura 4.30 - Comportamento da corrente para a falta trifásica (escala de 100ms) ............46
8
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1.2 – ATPDraw
9
integração trapezoidal. Durante a solução são utilizadas técnicas de esparsidade e de
fatorização triangular otimizada de matrizes.
Ao longo de 25 anos o ATP sofreu inúmeras modificações, dentre elas destaca-se a
codificação dos dados de entrada, que seguia uma formatação rígida, e agora se faz por
meio de interface gráfica. A essa evolução deu-se o nome ATPDraw que atua como
núcleo central de onde o usuário pode controlar o processamento de qualquer outro
programa, inclusive o ATP propriamente dito.
O programa ATPDraw usualmente é utilizado como passo inicial para uma simulação com
o ATP. Com o programa ATPDraw o usuário pode construir um circuito elétrico
convencional, bastando para isso selecionar modelos pré-definidos dos principais
elementos componentes de uma rede elétrica.
Tanto circuitos monofásicos quanto trifásicos, podem ser construídos pelo ATPDraw, com
a facilidade de se usar um diagrama unifilar para circuitos trifásicos complexos, não
havendo a necessidade de se montar o circuito fase a fase. Isso oferece um leque muito
maior de aplicações possíveis não encontradas em outros softwares de simulação de
circuitos elétricos.
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O ATPDraw suporta a maioria dos componentes freqüentemente usados no ATP, conforme
listado abaixo:
Este projeto, em consonância com a busca evolutiva do Homem, tenta, ainda que de forma
simplificada, modelar o comportamento da rede quando submetida à perturbação por
transitórios eletromagnéticos, entre os quais: faltas, curtos-circuitos, chaveamento de banco
de capacitores. Permitindo uma maior precisão no dimensionamento dos dispositivos de
proteção do sistema.
11
Contudo, este projeto é somente o início de um trabalho conjunto no sentido de permitir o
processamento do sinal produzido pela perturbação na rede, para facilitar a decodificação e
solução dos problemas advindos destes transitórios eletromagnéticos.
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CAPÍTULO 2 – CONHECENDO O ATPDraw
À primeira vista, o ATPDraw possui uma interface gráfica similar a qualquer outro
software de simulação de circuitos elétricos. Mas, faz-se necessário uma explanação a
respeito dos principais comandos, haja vista a existência de algumas peculiaridades
pertinentes à sua utilização. O programa ATPDraw é uma ferramenta de grande
flexibilidade e de grande importância na realização de estudos de transitórios em sistemas
de potência, ou mesmo de estudos em regime permanente onde a topologia da rede ou o
circuito a ser implementado não permite uma simples representação monofásica.
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Uma vez escolhidos todos os dispositivos, deve-se então conectá-los, selecionando-os e
arrastando-os com a ajuda do mouse. Para isso clica-se com o lado esquerdo do mouse no
ponto vermelho do dispositivo, fazendo aparecer uma mão, a qual deve ser conduzida até o
ponto vermelho do outro dispositivo.
Enquanto o usuário não especificar os valores dos parâmetros de cada dispositivo, o
ATPDraw, por precaução, mantém a cor dos componentes em vermelho. Após a inserção
dos valores o circuito assume seu aspecto normal.
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Caso haja alguma dúvida a respeito dos parâmetros dos dispositivos como, por exemplo,
unidades, pode-se fazer uso do “Help” que se encontra na parte direita inferior da caixa de
diálogo, fornecendo, para o RLC monofásico, a figura 2.4.
Para um melhor entendimento de como se faz uma simulação a partir do ATPDraw, foi
escolhido, como exemplo, um circuito RLC monofásico em corrente contínua, com:
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Figura 2.5 – Circuito RLC monofásico em corrente contínua.
“Delta T” igual a 1µs significa que este será o intervalo de análise, ou seja, a cada
período o programa fará uma leitura do circuito, uma vez que um programa digital
não permite obter uma solução contínua no tempo;
“Tmax” corresponde ao tempo máximo de simulação do circuito, no caso do
exemplo sugerido este tempo é de 0,1s;
16
O valor de “Xopt” determina qual a unidade será adotada pelo programa, se for
igual a zero, tem-se que o valor da indutância será dado em mH, caso contrário o
sistema admitirá este valor em ohms;
Para “Copt” tem-se, da mesma forma que “Xopt”, se o valor do mesmo for igual a
zero, a capacitância será dada em µF, caso contrário em ohms;
“Simulation type” estabelece qual o domínio que será usado na simulação.
Para salvar o circuito, assim como na maioria dos programas, basta selecionar o ícone
“salvar” na barra de ferramentas. O próximo passo é gerar o formato em linha de comando
que descreve o circuito elétrico implementado, para isso basta selecionar “ATP” na barra
de comandos do ATPDraw. Esse procedimento fornecera as opções mostradas na figura
2.7. Dentre as opções mostradas deve-se escolher a opção “Make file as” e nomear o
circuito.
Essa linha de comando pode ser visualizada selecionando-se a opção “Edit ATP-file”, que
fornece, para o exemplo considerado:
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Figura 2.8 – Linhas de comando que descrevem o circuito elétrico implementado.
Para rodar o programa basta selecionar a opção “run ATP current”. Existem algumas
maneiras de se obter a resposta para o circuito implementado. Uma delas é escolher a
opção “Edit LIS-file” que mostra a resposta, em regime permanente, na forma de linhas de
comando, o que permite, dentre outras coisas, visualizar os fluxos de potência em cada
barra. A maneira mais prática de se visualizar a resposta é selecionando a opção “run
PLOTXY” que fornece uma resposta gráfica, a qual só pode ser obtida a partir da seleção
de “probes”, ou na caixa de diálogo do dispositivo que se deseja mensurar. O gráfico é
gerado selecionando-se as variáveis que se deseja visualizar, na janela que aparece abaixo.
Figura 2.9 – Janela inicial para a resposta gráfica (PlotXY) do circuito implementado.
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2.7 – RESULTADOS E ANÁLISE
A partir da janela do “PlotXY” seleciona-se a saída desejada e com isso pode-se plotar o
gráfico. Inicialmente analisar-se-á a saída de tensão em cada dispositivo. Apesar de ser
possível plotar todos os gráficos de uma só vez é recomendável que as grandezas de ordem
diversas sejam analisadas separadamente.
Na figura acima, vale salientar que a tensão entregue pela fonte ao circuito é a curva em
vermelho, enquanto que a curva em verde representa a resposta em tensão sobre o resistor.
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Figura 2.11 – Forma de onda da tensão sobre o Indutor e o Capacitor.
Mais uma vez, vale ressaltar que a tensão sobre o indutor aparece na curva em azul,
enquanto que a curva em marrom representa a resposta em tensão sobre o capacitor.
Da mesma maneira que foi feita para as tensões é necessário que se altere as configurações
do “output” dos dispositivos do circuito do ATPDraw, solicitando, agora, que ele forneça
a saída de corrente. Como antes os resultados serão apresentados separadamente
respeitando a mesma seqüência anterior.
20
Figura 2.12 – Corrente nos dispositivos do circuito RLC: fonte, resistor, indutor e
capacitor.
As curvas de corrente obtidas estão em consonância com a teoria, já que se trata de um
circuito ligado em série, por isso a corrente que circula através dos dispositivos deve ser a
mesma.
21
CAPÍTULO 3 – MODELANDO O CIRCUITO
A ordem de apresentação dos assuntos neste capítulo tem conexão direta com a seqüência
de desenvolvimento do projeto. Haja vista que os componentes foram sendo utilizados a
medida que os circuitos foram sendo implementados, permitindo a escolha dos que melhor
se ajustaram, antes mesmo de se ter conhecimento da rede elétrica a ser modelada no
projeto.
A representação por parâmetros distribuídos pode ser efetuada com ou sem variação dos
parâmetros com a freqüência. Na prática, os modelos de linhas com parâmetros
distribuídos apresentam resultados plenamente satisfatórios e a linha que melhor se
adequou aos propósitos do projeto foi a trifásica transposta de Clarke.
22
Figura 3.1 – Escolha da linha.
3.2.2 – Fonte
23
3.2.3 – Chave
3.2.4 – Transformador
24
Figura 3.4 – Escolha do transformador.
3.2.5 – Carga
Assim como acontece com outros componentes do ATPDraw, existem várias formas de
elementos acoplados, os quais são responsáveis pelo modelamento da carga. Para o projeto
desenvolvido foi escolhida uma carga RLC trifásica conectada em estrela. Contudo há que
se salientar a possibilidade de se fazer uso de outros tipos de carga trifásicas, em conexões
distintas, as quais poderiam ter sido utilizadas.
25
3.3 – ESCOLHA DO SISTEMA
Figura 3.6 – Diagrama de impedância da rede, em pu, com 100 MVA de base.
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Figura 3.7 – Diagrama de fluxo do circuito, todos os fluxos estão em MW e MVAr.
Sabendo que, para o diagrama de impedância da figura 3.6, a potência de base (Sb) é de
100 MVA e que como as linhas de transmissão se encontram, todas, no lado de alta dos
transformadores, cuja tensão de linha é de 230 kV, e adotando-a como a tensão de base
(Vb), calcula-se facilmente a impedância de base (Zb):
Vb2 2302
Zb = = = 529Ω (3.1)
Sb 100
De posse do valor de Zb, efetua-se, de maneira simples, o cálculo dos parâmetros das linhas
de transmissão. Estes serão obtidos, como abaixo [5]:
Uma vez obtido Zbarra é necessário, pelo tipo de linha escolhida, dividi-la pelo
comprimento da linha, obtendo assim um Zbarra em [ /km]. A parte real de Zbarra é a
própria resistência de seqüência positiva, para a obtenção da indutância utiliza-se a
seguinte relação, extraída da teoria de circuitos:
27
X barra X barra X barra
L+ = =
ω 2π f
(3.3)
377
Para a obtenção da capacitância outro parâmetro, a impedância shunt (B/2), fornecido pelo
diagrama é utilizado, a relação com a capacitância se dá através de:
B B
C+ = (3.4)
ω 377
Como o valor das cargas foi fornecido em pu, e as mesmas se encontram no lado de alta,
uma vez obtido o valor da impedância de base para o lado em questão, o que foi feito
anteriormente, para extrair o valor em ohms basta multiplicá-los, como mostra a fórmula
abaixo.
Z C ( Ω ) = Z C ( pu ).Z b = RC ± jX C (3.5)
O valor da resistência de cada carga é a parte real da impedância (RC), dada em ohms. Já
no caso da reatância (XC), o que determina o tipo de reativo é o sinal. Se positivo trata-se
de uma carga indutiva, caso contrário é capacitiva.
28
Para o caso indutivo a relação usada é:
XC XC
LC =
ω
(3.6)
377
1 1
CC =
ω.XC 377.XC (3.7)
Como para o circuito implementado as cargas consideradas são indutivas, não se fará
necessária a utilização da equação 3.7. Os cálculos mais detalhados para todos os
parâmetros se encontram no apêndice A (pág. X). Os valores apresentados neste apêndice
estão dispostos na tabela abaixo.
O transformador utilizado é o trifásico saturado, com seu lado de baixa conectado em delta
e o lado de alta conectado em estrela, com um defasamento de 30°. Observa-se que o
dispositivo usado apresenta uma configuração de um transformador utilizado em sistemas
reais.
29
Divide-se a reatância de cada transformador por dois. Metade para o lado de alta e a outra
metade para o lado de baixa. Com as impedâncias de base de cada lado calculada, tem-se:
Z equivalente ( pu )
Z baixa (Ω) = .Z b (baixa ) (3.8)
2
Z baixa Z baixa
Lbaixa = 3. 3.
ω
(3.9)
377
O fator multiplicativo é justificado, porque essa forma de cálculo fornece o resultado para
uma conexão em estrela, e o lado de baixa está conectado em delta, lembrando ainda que
se trata de um sistema equilibrado.
Zequivalente ( pu)
Zalta (Ω) = .Zb( alta) (3.10)
2
Como essa ligação é feita em estrela, não é necessário multiplicar por três o valor de
impedância encontrada, vale lembrar, assim como aconteceu anteriormente, que a
impedância é puramente reativa, com isso:
Z alta Z alta
Lalta =
ω 377
(3.11)
No circuito simulado são utilizados três transformadores, sendo um para cada grupo
gerador. Os valores dos parâmetros calculados estão dispostos, neste texto, em forma de
30
tabela, contudo os cálculos discriminativos de todas as impedâncias são apresentados no
Apêndice A (pág X).
Tabela 3.3 – Parâmetros para os transformadores.
Barra Zeq uivalent e (pu) V 1 (kV) L1 (mH) V2 (kV) L2 (mH)
1 -> 4 j 0.0576 16.5 0.624 132.8 40.41
2 -> 7 j 0.0625 18 0.807 132.8 43.85
3 -> 9 j 0.0586 132.8 41.11 13.8 0.444
Primeiramente foi feito o dimensionamento da carga para a barra 7, a partir dos seguintes
dados:
Dos dados acima se determina o valor da carga a partir do seguinte equacionamento [5]:
PL Q 86, 6 ( −8, 4) 1
Y7 = 2
− j L2 = 2
− j 2
= (3.12)
VL VL 235, 98 235, 98 Z7
31
Por se tratar de uma carga capacitiva substitui-se o valor da reatância na equação 3.7 e com
isso:
1 1 1
C7 = = = 42,9µ F
ω.X 7 377.X 7 377.61,8 (3.14)
Dimensionou-se, com isso, a carga da barra 7. De forma similar, para a barra 9 tem-se:
PL Q 60,8 ( − 18) 1
Y9 = 2
− j L2 = 2
−j 2
= (3.15)
VL VL 237, 36 237, 36 Z9
1 1 1
C9 = = = 10,52µ F
ω.X 9 377.X 9 377.252, 23 (3.17)
Os parâmetros da carga da barra 8 já foram dimensionados, vide tabela 3.2 carga C, bem
como os valores dos parâmetros de linha das barras 7 – 8 e 8 – 9, que estão presentes na
tabela 3.1.
Para obter o valor da reatância equivalente dos transformadores, em ohms, basta substituir
a impedância equivalente, em pu, da tabela 3.3, na equação 3.5. Sabendo que se trata de
um circuito equivalente que modela um transformador ideal, não existe parte real. O valor
obtido é então substituído na equação 3.11, fornecendo indutância desejada. Este
procedimento é parte integrante do Apêndice A (pág X) e os valores obtidos, juntamente
com os valores dos geradores constam na tabela 3.4 abaixo.
32
Tabela 3.4 – Parâmetros do circuito implementado.
Tensão (kV) Fase LT 1 (mH) LT 2 (mH) R (ohm) C (µ F)
Gerador 1 10.65 9.3° 87.7 - - -
Gerador 2 8.167 4.7° - 82.23 - -
Barra 7 235.98 3.7° - - 637 42.9
Barra 9 237.36 2.0° - - 852 10.52
Figura 3.8 – Circuito implementado para verificação dos parâmetros da linha e das cargas.
Uma vez tendo os fluxos obtidos, na implementação do circuito anterior, condizentes com
o esperado, o próximo passo na tentativa de implementar o circuito completo era utilizar o
transformador saturado trifásico. Esta etapa foi a mais difícil e morosa, pois o ajuste do
transformador, para se aproximar do real, exige a utilização de uma carga capacitiva
trifásica, ligada em estrela, no lado em delta (baixa), cujo valor de 0.003 µF foi sugerido
pelo manual do ATP [6].
De posse dos valores dos parâmetros dos transformadores já apresentados na tabela 3.3,
utilizando as barras 2 – 7 e 3 – 9, respectivamente, a implementação do circuito fica
conforme a figura 3.9. O término desta etapa foi um marco no desenvolvimento do projeto,
haja vista a larga utilização de transformadores em redes de alta tensão, pois sem o ajuste
correto dos mesmos a o modelo não representaria fidedignamente a rede elétrica original.
33
Figura 3.9 – Circuito implementado para verificação dos parâmetros dos transformadores.
Com o circuito completo modelado, conforme a figura 3.10, foi feita a verificação dos
fluxos de potência nas barras, comparando-os com os valores teóricos apresentados na
figura 3.7. A coerência entre os valores teóricos fornecidos e os resultantes da simulação
está demonstrada, para as barras de carga e para os geradores, na tabela 3.5.
34
Tabela 3.5 – Comparação entre os fluxos para o circuito simulado.
Resultados fornecidos Resultados obtidos
Barra Erro P (%) Erro Q (%)
P (MW) Q (MVAr) P (MW) Q (MVAr)
G1 71.6 27 71 26.7 0.84% 1.11%
G2 163 6.7 163.3 6.6 0.18% 1.49%
G3 85 -10.9 85.5 -10.92 0.59% 0.18%
Carga A 125 50 125.02 50.01 0.02% 0.02%
Carga B 90 30 90.02 30.01 0.02% 0.03%
Carga C 100 35 100.02 35.01 0.02% 0.03%
O correto modelamento dos fluxos permite fazer análises mais complexas e de maior efeito
prático do comportamento da rede elétrica. Quando por exemplo, ocorre chaveamento de
banco de capacitores ou reatores, ou mesmo algum tipo de curto-circuito, tem-se um
aumento, instantâneo, na tensão ou na corrente o que, dependendo da dimensão
considerada, pode danificar os equipamentos integrantes da rede considerada. E este tipo
de análise permite a escolha dos equipamentos de proteção que melhor se adequem.
35
CAPÍTULO 4 – SIMULANDO TRANSITÓRIOS NO SISTEMA
Esse capítulo tem a pretensão de simular os tipos mais comuns de faltas que podem
acontecer a uma rede elétrica, e com isso provocar um efeito de transitório
eletromagnético. Os estudos feitos se atem ás seguintes causas:
O que é sempre válido lembrar, é que com o correto ajuste de fluxo e com todos os
parâmetros corretamente dimensionados, qualquer tipo de falta pode ser dimensionada
no ATPDraw, e que as estudadas aqui, servem apenas para mostrar a validade deste
programa para tais estudos.
QSH
QSH ( pu ) = (4.1)
SB
36
Com o valor do reativo em pu, para se determinar a reatância em ohms, utiliza-se das
seguintes relações, sabendo que o valor da impedância de base é de 529 , e tensão de base
igual a 1pu.
VB2
X SH = (4.2)
QSH ( pu )
1
X SH (Ω) = .Zb (4.3)
QSH ( pu )
E da equação 3.7:
1
C=
X SH (Ω).377 (4.4)
Os valores obtidos para as capacitâncias, assim como seus valores de reatância equivalente
se encontram na tabela 4.1 abaixo.
37
Figura 4.1 – Modelo para a energização de banco de capacitores no ATPDraw.
Para 5 MVAr:
38
Figura 4.3 – Comportamento da tensão (escala de 100 ms) para 5 MVAr.
O que se pode observar nas figuras 4.2 e 4.3 é que a tensão é muito abalada nas fases A e
B, isso se deve ao fato, de que no momento de fechamento da chave a tensão nessas fases
está longe do zero, fazendo com que estas sejam mais sensíveis às perturbações
provocadas. Em contrapartida, não altera o comportamento da fase C porque a mesma se
encontra próxima ao zero no momento em que ocorre o fechamento da chave.
39
Figura 4.5 – Comportamento da corrente (escala de 100 ms) para 5 MVAr.
Para 10 MVAr:
Para o caso de 10 MVAr será mostrado, somente, os gráficos de tensão e corrente na escala
de 10 ms.
40
Figura 4.7 – Comportamento da corrente (escala de 10 ms) para 10 MVAr.
Para 20 MVAr:
Assim como aconteceu no caso anterior, para o caso de 10 MVAr será mostrado, somente,
os gráficos de tensão e corrente na escala de 10 ms.
41
Figura 4.9 – Comportamento da corrente (escala de 10 ms) para 20 MVAr.
Comparando os gráficos de tensão e corrente obtidos para os três valores dos bancos de
capacitores estudados, observa-se uma relação direta entre o impacto do acionamento do
banco no circuito com o valor da potência reativa do mesmo. À medida que foi sendo
alterada, para maior, o valor da potência reativa a perturbação nas formas de onda, tanto da
tensão quanto da corrente, foi ficando mais perceptível.
É interessante este tipo de análise, pois, nas redes reais, a perturbação gerada pelo
acionamento dos bancos de capacitores, assim como ocorreu nesta simulação, provoca um
aumento súbito na tensão e na corrente o que, quando ignorado, pode causar danos aos
equipamentos da rede, próximos ao local da manobra. Uma vez que se tenha um
conhecimento prévio do comportamento do sistema quando este tipo de manobra é
executada pode-se dimensionar um sistema de proteção mais robusto e condizente com as
reais necessidades do sistema.
Outra análise interessante que pode ser feita é a alteração do tempo de fechamento da
chave. Nos casos anteriores notou-se que a fase C foi minimamente afetada pelo
chaveamento do banco de capacitores por se encontrar próximo do zero no momento de
acionamento. Foi, então, estrategicamente alterado para 4.5 ms o tempo de fechamento da
chave, já que neste tempo ocorre um mínimo nesta fase, fornecendo, com isso, as seguintes
figuras:
42
Figura 4.10 – Comportamento da tensão (chaveamento em 4.5 ms, escala de 10 ms) para
20 MVAr.
Figura 4.11 – Comportamento da tensão (chaveamento em 4.5 ms, escala de 100 ms) para
20 MVAr.
43
Figura 4.12 – Comportamento da corrente (chaveamento em 4.5 ms, escala de 100 ms)
para 20 MVAr.
Figura 4.13 – Comportamento da corrente (chaveamento em 4.5 ms, escala de 100 ms)
para 20 MVAr.
44
4.3 – ENERGIZAÇÃO DO BANCO DE REATORES
1
X SH (Ω) = .Zb = 2645 (4.5)
QSH ( pu )
XC XC
LC = = 7,016 H
ω
(4.6)
377
O circuito dimensionado é mostrado na figura 4.14, mais uma vez conectado á carga A.
Outro fato importante a ser lembrado é que o tempo total de simulação é, ainda, de 0,1s e
que a chave está normalmente aberta, sendo fechada após 2µs. Será analisada tanto a
corrente quanto a tensão.
45
Como a tensão não é muito alterada, será mostrada, primeiramente, a forma de onda sem o
banco de reatores para que fique mais fácil a visualização dessa alteração.
Apesar de mínima existe uma elevação na tensão quando se adiciona um banco de reatores
ao circuito. Isto ficará mais evidente ao analisar-se o comportamento da corrente.
46
Figura 4.17 – Comportamento da corrente sem o banco de reatores (escala de 100ms).
47
4.4 – CURTOS-CIRCUITOS
Vale ressaltar que para simular a falta monofásica, a 20 Km da barra 7, a linha entre as
barras 7 e 8 foi dividida em duas. Como a linha original tinha 80 Km, bastou multiplicar
os valores dos parâmetros mostrados na tabela 3.1 por 1/4, para a linha de 20 Km, e por
3/4 para a linha de 60 Km. Na tabela 4.2 são mostrados os valores dos parâmetros para as
duas novas linhas. Lembrando ainda que os fluxos de potência para o circuito contendo as
duas novas linhas permanecem os mesmo dos obtidos anteriormente.
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Tabela 4.2 – Valores dos parâmetros calculados para as duas novas linhas geradas para o
modelamento do curto-circuito monofásico.
Barras R0 (ohm) R+ (ohm) L0 (mH) L+ (mH) C0 (µ F) C+ (µ F) l (km)
7->8 0.1686 0.0562 3.78 1.26 0.028014 0.009338 80
(1/4)7->8 0.04215 0.01405 0.945 0.315 0.007004 0.002335 20
(3/4)7->8 0.12645 0.04215 2.835 0.945 0.210105 0.007004 60
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Observa-se que a corrente na fase do curto cresce significativamente justificada pela fuga
da corrente da mesma para a terra.
Como foi explicado anteriormente, todas as considerações feitas para o curto monofásico
podem ser estendidas ao bifásico. Os parâmetros calculados para as linhas de 20 e 60 Km,
constantes da tabela 4.2 também serão considerados. Assim, o circuito que modela, no
ATPDraw, o curto-circuito bifásico fica como o da figura 4.22 abaixo. A resistência
utilizada no modelo é de 1 ohm e o tempo de fechamento da chave é de 20 ms.
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Figura 4.23 – Comportamento da tensão para a falta bifásica (escala de 100ms).
As tensões das fases onde ocorre o curto-circuito diminuem, como pode ser visto na figura
4.23. A tensão da fase A não se alterou, porque coincidentemente, assim como foi
mostrado para energização do banco de capacitores, o curto aconteceu no momento em
que a mesma se encontrava próxima ao zero. E também como na falta monofásica, as
correntes das fases envolvidas no curto têm um aumento súbito.
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4.4.3 – Curto-circuito fase-fase-terra.
Os dimensionamentos e análises feitas anteriormente podem ser estendidos para este tipo
de falta, razão porque não serão mais mencionadas. Com isso o circuito modelado no
ATPDraw, fica como na figura 4.25 abaixo.
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Figura 4.27 – Comportamento da corrente para a falta fase-fase-terra (escala de 100ms).
Comparando os gráficos obtidos nesta simulação com os fornecidos pelo curto bifásico,
nota-se que a tensão no curto fase-fase-terra, na fase A é mais afetada quando o sistema é
submetido a tal distúrbio, já a corrente, para o mesmo caso, nas fase B e C, é menor que a
encontrada para o curto bifásico.
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Para o curto-circuito trifásico foi utilizado o circuito constante da figura 4.28 para
modelamento no ATPDraw. E as formas de onda para a tensão e a corrente são:
Como feito anteriormente, percebe-se um abalo, agora, nas três fases, tanto na tensão
quanto na corrente do circuito estudado.
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4.5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo dos impactos sofridos pelo sistema, quando submetido à uma manobra ou a um
curto-circuito, é um dos mais importantes objetivos da análise transitória. Estes
fenômenos causam distúrbios de grande magnitude, acarretando na geração e propagação
de surtos no sistema, sendo que tais curtos são ondas eletromagnéticas íngremes, de curta
duração.
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CAPÍTULO 5 - CONCLUSÕES
O trabalho desenvolvido neste projeto é apenas o inicio de um estudo conjunto que busca
modelar as redes reais de um sistema de potência, permitindo a decodificação dos sinais de
tensão e corrente gerados tanto na manobra de bancos de capacitores ou reatores, quanto na
análise de faltas no sistema, para que se saiba, no ponto de monitoramento da rede, o que,
quando e onde aconteceu o distúrbio.
Tal tentativa de se monitorar, assim como o exposto na introdução, está de acordo com a
tendência, em voga hoje, de se conhecer e com isso poder controlar os sistemas
implementados, minimizando assim, as perdas econômicas, humanas e de tempo, inerentes
a qualquer projeto.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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programas ATP/EMTP e ATPDraw.” XVI SNPTEE, Campinas-SP-Brasil.
[2] D’Ajuz, Ary, Fonseca, Cláudio S., Carvalho, F. M. Salgado, Filho, Jorge Amon, Dias,
L. E. Nora, Pereira, Marco Pólo, Esmeraldo, Paulo César V., Vaisman, Roberto e
Frontin, Sérgio O. (1987). “Transitórios Elétricos e Coordenação de Isolamento.”
EDUFF, Rio de Janeiro.
[3] Prikler, László e Hoidalen, Hans KR. (1998) “ATPDraw for Windows 3.1x/95/NT
version 1.0 – User’s Manual”.
[4] Comitê Nacional Brasileiro – CIGRÉ. (1995) “Disjuntores e Chaves – Aplicaçãoe em
sistemas de potência.”, EDUFF, Rio de Janeiro.
[5] P. M., Anderson e A. A., Fouad. (1986) “Power System Control and Stability.”, The
Iowa state University Press-USA.
[6] ATP/EMTP – RULE BOOK.
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