O Anexo Secreto - Cena

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O ANEXO SECRETO
RELEASE DE MONTAGEM
O Anexo Secreto é uma esquete que propõe trazer a cena uma reflexão sobre a esperança de
viver. Inspirado em fatos reais, trechos do diário de Anne Frank, retrata um momento aonde a
personagem judia Anne, escondendo-se dos oficiais da Gestapo em um anexo secreto, tem uma
conversa informal com seu amigo Peter. Anne vive sua primeira paixão na inocência dos seus 14
anos. Apesar do trágico destino da família Frank, quase todos mortos durante o holocausto, os
trechos do diário de Anne mostram a esperança em dias melhores, servindo de inspiração para
nossos dias.

PROPOSTA DE MONTAGEM
A utilização de uma sala pequena para a montagem da cena foi fundamental para a
escolha do tema. A proposta consiste em adaptar o espaço aonde o público, no máximo 10
pessoas, assistiriam em pé a apresentação, dispostos entre dois cenários (anexo - fig1): Mesa de
jantar de Ano Novo com os personagens Anne, pai e mãe; Quarto de Peter. O conceito é
proporcionar à platéia a "intimidade" com esse anexo, inclusive gerando a sensação de
confinamento. A adaptação do local irá requerer que as estantes brancas sejam cobertas com
algum tecido preto (pode ser TNT) de modo a proporcionar um ambiento o mais escuro possível.
A iluminação seria com velas e lanternas (sugiro que o público entre cada um com uma lanterna e
possam iluminar a cena, colocando-os de forma ativa como "voyeurs" da mesma).
A esquete iniciaria com um pequeno discurso no lado de fora da sala, adaptado de um
discurso real de Adolf Hitler. O ator não estaria necessariamente caracterizado como Hitler, mas é
proposto a mesma veemência utilizada pelo personagem real. Ao terminar o discurso duas
atrizes, narrador 1 e 2, convidariam o público para entrar na sala, entregando a eles as lanternas.
Como iluminação na cena, além dessas lanternas, só existiriam candelabros com velas. Durante
a entrada do público, ao som de um violino (ou outro instrumento melódico) tocando a musica
"Jerusalem de Ouro" (link abaixo), Anne e sua família estariam fazendo uma refeição.
A primeira cena, apos entrada do publico, é o diálogo entre Otto Frank e Anne, conforme
texto. A segunda cena seria no "quarto" de Peter e a terceira e ultima cena retornariam as
narradoras para relatar brevemente fatos verídicos sobre a vida de Anne. A esquete finaliza com
o diálogo de Anne e Peter, que encerra com os dois iniciando o solo do refrão da musica tema,
acompanhado de todo o grupo cantando em coro. As narradoras abrem a porta de saída e
entregam ao publico, saindo do local de apresentação, um pequeno bilhete com o seguinte texto:
"E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu,
adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande
voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois
com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e
será o seu Deus. E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá
mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas
são passadas" Apocalipse 21:2-4

Links:
Jerusalem de Ouro - instrumental:
https://www.youtube.com/watch?v=4TwFcc5iaSc
Jerusalem de ouro - cantado
https://www.youtube.com/watch?v=AlV258WPEZg
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TEXTO
O ANEXO SECRETO
CENA DE ABERTURA

HITLER:
Meus senhores e jovens, sejam bem vindos!
Aqueles que estão aqui são um pequeno seguimento da massa que esta lá fora. Desejamos que
vocês entendam tudo o que nós esperamos para estes novos tempos. Queremos ser uma nação
unida, e vocês formarão esta nação. No futuro não desejamos ver classes e vocês precisam
impedir que isso apareça entre vocês. Desejamos que as pessoas almejem a paz, mas também
sejam corajosas! E vocês alcançarão a paz. Vocês precisam almejar a paz e serem corajosos ao
mesmo tempo. Não queremos que esta nação seja fraca, ela deve ser forte. Não importa o que
criemos e façamos, nós sobreviveremos! E quando nada restar de nós, vocês levantarão o país.
Porque vocês são carne da nossa carne, sangue do nosso sangue!

NARRADOR 1: Há quarenta anos, no período de ocupação da Holanda pelos nazistas, as


famílias Frank, a família Van Daan, e o dr. Dussel, todos de origem judaica, refugiaram-se nos
fundos de um estabelecimento comercial no centro da cidade de Amsterdam. Nesse esconderijo,
essas pessoas permaneceram de julho de 1942 até agosto de 1944, quando foram descobertas.

NARRADOR 2: Durante esse período, Anne, a filha mais nova dos Frank, redigiu um diário em
alguns cadernos que levara consigo. Neles, registrou todo o tempo que ali viveram. O local era
chamado “O anexo secreto”. Em seu diário, Anne relata uma noite de Ano Bom:

MÚSICA INSTRUMENTAL E SOLO – Jerusalem de Oro


https://www.youtube.com/watch?v=AlV258WPEZg

CENA 1 – A CEIA DE ANO NOVO

PAI: Abençoado sejais, Oh, Senhor Nosso Deus, por nos terdes preservado a vida, permitindo-
nos assim comemorar esta festa de alegria. Graças vos damos, Oh Deus Nosso Senhor, porque
em vossa infinita misericórdia quiseste salvar-nos uma vez mais. (MUSICA INSTRUMENTAL DE
FUNDO.) – Anne pode conversar com Peter. Mas quando bater nove horas vá dormir.

ANNE: Sim, papai. (SAI)

CENA 2 - ANNE E PETER

ANNE: De que adianta esta guerra? Por que não se pode viver em comum e em paz? Para que
essa destruição? Por que gastar milhões, diariamente, na guerra, enquanto ninguém dispõe de
um centavo para serviços médicos, para auxiliar artistas e gente pobre?
PETTER: Não sei, Anne!
ANNE: Peter, sabe o que a Sara Van Duan disse? Que eu não devia vir no teu quarto; que no
tempo dela as moças não andavam atrás dos rapazes. (Uma pausa. Ele a olha, ela se senta perto
dele.) – Você gosta de minha irmã, não é? Você gostou dela assim que a conheceu. De mim,
não.
PETTER: Não sei.
ANNE: Não faz mal. Ela tem bom gênio, é alegre, é bonita. Eu não.
PETER: Ora, não é isso.
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ANNE: Sei muito bem. Sei que não sou bonita e nunca serei.
PETER: Eu acho você bonita.
ANNE: Mentira.
PETER: Você mudou; não é como antes.
ANNE: Como?
PETER: Você está... não sei... mais quieta.
ANNE: Acho que quando sair daqui você nem vai mais pensar em mim.
PETER: Isso é bobagem.
ANNE: Quando você voltar para junto de seus amigos, dirá: não sei que graça achei naquela
bobinha.
PETER: Não tenho amigos.
ANNE: Ora, Peter, todo mundo tem.
PETER: Menos eu.
ANNE: Pensei que eu fosse sua amiga.
PETER: Você é diferente; se todos fossem iguais a você...
ANNE: (Musica instrumental cessa.) – Peter, você já beijou alguma menina?
PETER: Uma vez.
ANNE: Era bonita?
PETER: Não sei. Foi numa festa. Foi naqueles jogos de prendas.
ANNE: Ah, então não vale, não é?
PETER: Acho que não.
ANNE: Já me beijaram duas vezes. Uma vez foi um homem que eu não conhecia; eu tinha caído
na neve, estava chorando e ele me levantou do chão. Outra vez, um amigo de papai me beijou a
mão. Também não vale, não é?
PETER: Também não.
ANNE: Eu também acho; minha irmã jamais beijaria alguém se não fosse noiva dele. E sei que
mamãe também nunca beijou outro homem além de papai. Mas eu não sei... está tudo tão
mudado. Você não acha? É tão difícil a gente saber o que tem de fazer quando o mundo inteiro
está caindo aos pedaços... Ninguém sabe como será o dia de amanhã... Diz!
PETER: Depende muito da pessoa. (O carrilhão começa a bater nove horas.) – Não sei, mas
acho que quando duas pessoas...
ANNE: Nove horas. Tenho de ir.
PETER: É.
ANNE: Boa noite.
PETER: Boa noite. Não deixe de vir amanhã.
ANNE: Não. Acho... acho que vou trazer meu diário. Escrevi uma porção de coisas sobre você.
PETER: Bem ou mal?
ANNE: Você vai ver. Eu... eu antes não ligava muito para você.
PETER: Você mudou a meu respeito, como eu mudei com você?
ANNE: Eu... você vai ver.
(Pausa. Eles se olham, depois ele a beija. Ficam abraçados enquanto o relógio bate nove horas)

CENA 3

NARRADOR 1: Não houve amanhã... No dia 4 de agosto de 1944 a Polícia de Segurança alemã,
acompanhada por alguns holandeses nazistas, deu uma batida no escritório geral, descobrindo a
entrada para o Anexo Secreto. Todos os seus ocupantes foram presos. No dia 3 de setembro os
prisioneiros judeus, foram enviados, amontoados em vagões de gado, para Auschwitz, o mais
famoso centro de exterminação, na Polônia ocupada.
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NARRADOR 2: O Anexo Secreto foi saqueado e destruído durante a batida policial. Alguns dias
depois, misturados aos jornais velhos e lixo espalhados pelo chão, um limpador encontrou os
cadernos onde Anne escrevera seu diário. Ao fim da guerra seu diário foi devolvido ao seu pai...

NARRADOR 2: Em fevereiro de 1945, no campo de concentração de Bergen-Belsen, Anne e sua


irmã Margot contraíram tifo. Margot, no seu estado de doença e fraqueza, morreu. A morte da
irmã fez a Anne o que nada até então conseguira fazer: quebrantar seu espírito. Alguns dias
depois, em princípio de março, Anne morreu.

MUSICA: (inicio da musica que será cantada por todos em instrumental)

ANNE: Não somos os únicos que sofrem; ora um povo, ora outro...
PETER: Isso não me consola.
ANNE: O melhor remédio para os que sentem medo, solidão ou infelicidade é ir para um lugar
ao ar livre, onde possam estar sozinhos com o céu, a natureza e Deus. Só então a gente sente
que tudo está como deve estar e que Deus nos quer ver felizes na beleza simples da natureza.
Enquanto isto existir — e certamente existirá —, sei que sempre haverá consolação para todas
as tristezas, sejam quais forem as circunstâncias.

MUSICA: (Anne e Peter cantam timidamente o refrão, sendo acompanhados


posteriormente por todos do grupo)

NARRADORES 1 E 2 ABREM A PORTA PARA SAIDA DO PÚBLICO E ENTREGAM O


BILHETE COM O TEXTO.

FIM
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ANEXOS
ESQUEMA ESPAÇO CÊNICO

OBS: Se conseguir um praticável para o quarto de Peter vou amar!

LETRA DA MUSICA: JERUSALEM DE OURO


vir arim tzalul kayayin O ar da montanha é límpido como o vinho
vere'akh oranim E o perfume dos pinheiros é carregado na brisa do lusco-
fusco
nisa beru'akh ha'arbayim Entre os sons dos sinos.
im kol pa'amonim. E no contraste de árvore e pedra
Uvtardemat ilan va'even Capturado nos seus sonhos
shvuya bakhaloma A cidade assenta-se solitária
ha'ir asher badad yoshevet E no seu meio está o muro.
uveliba khoma. refrão: Jerusalém de ouro,
e de bronze, e de luz
Yerushalayim shel zahav Entre tudo isso sou um violino para todas as suas
veshel nekhoshet veshel or, canções.
halo lekol shirayikh ani kinor.
Como as cisternas secaram
O mercado está vazio
Eykha yavshu borot hamayim E ninguém mais freqüenta o Monte do Templo
kikar hashuk reyka. Na cidade antiga.
Ve'eyn poked et Har haBayit
ba'ir ha'atika. E nas grutas na montanha
Os ventos estão contidos
Uvamarot asher basela E ninguém mais desce para o Mar Morto
meyalelot rukhot Pelos caminhos de Jericó
ve'eyn yored el Yam haMelakh
bederekh Yerikho. Refrão: Jerusalém de ouro,
e de bronze, e de luz
Entre tudo isso eu sou um violino para todas as suas
Yerushalayim shel zahav
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veshel nekhoshet veshel or, canções.


halo lekol shirayikh ani kinor.
Mas assim como eu venho cantar hoje para ti,
E adornar coroas para ti (contar suas preces)
Akh bevo'i ayom lashir lakh Eu sou o menor das mais jovens de suas criancinhas
velakh likshor ktarim (ou seja, sou o menos honrado a faze-lo)
katonti mitze'ir banayikhv ume'akhron E o último dos poetas nascidos
hameshorerim. Pelo seu nome cerram-se os lábios
Como o beijo de um Serafim
Ki shmekh tzorev et hasfatayim Se eu me esquecer de ti, Jerusalém,
kineshikat saraf. O qual é todo ouro....
Im eshkakhekh Yerushalayim
asher kula zahav. Refrão: Jerusalém de ouro,
e de bronze, e de luz
Entre tudo isso eu sou um violino para todas as suas
Yerushalayim shel zahav canções. Nós voltamos para as cisternas
veshel nekhoshet veshel or, Ao mercado e ao local do mercado
halo lekol shirayikh ani kinor. Um shofar pode ser ouvido a chamar para o Monte do
Templo
Khazarnu el borot hamayim Na velha cidade
lashuk velakikar. E nas suas grutas na montanha
Shofar kore beHar haBayit Milhares de sois brilham
ba'ir ha'atika. Nós desceremos mais uma vez ao Mar Morto
Uvame'arot asher basela Pelo caminho de Jericó.
alfey shmashot zorkhot
Refrão: Jerusalém de ouro, e de bronze, e de luz
nashuv nered el Yam haMelakh
bederekh Yerikho.

Yerushalayim shel zahav


veshel nekhoshet veshel or,
halo lekol shirayikh ani kinor.

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