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Del Cielo y del Infierno

Emanuel Swedenborg
E d ic io n e s Siruela
« S w e d e n b o r g es u n s e r q u e h a e x p e r i m e n t a d o y
a t r a v e s a d o to d o s io s e s ta d o s d e u n a v id a p s íq u ic a
d e la s m á s in t e n s a s y c o m p l e t a s ...»
P a u l V a lé r y

D e lo s ú l t i m o s tr e s s ig lo s , lo s d o s g r a n d e s r e la to s
v i s i o n a r i o s m á s v a lo r a d o s y q u e m a y o r i n f lu e n c ia h a n
e je r c id o e n n u e s t r a c u l t u r a s o n , s in d u d a , E l m atrim onio
del C ielo y del In fiern o (1 7 9 0 ) d e W il l i a m B la k e y D e l C ielo
y del In fiern o (1 7 5 8 ) d e l s u e c o E m a n u e l S w e d e n b o r g (1 6 8 8 -
1 7 7 2 ). S w e d e n b o r g d e d i c ó la p r i m e r a p a r t e d e su v id a
a la i n v e s t ig a c i ó n c i e n tí f i c a , d e s ta c a n d o c o m o in g e n ie r o
e i n v e n t o r d e a r t i l u g i o s m e c á n ic o s . A p a r t i r d e 1745 u n a
visió n c a m b ia r ía t o t a l m e n t e e l r u m b o d e su v id a y d e su
o b r a , o r i e n t á n d o l a h a c ia u n p l a n o p u r a m e n t e m ís tic o .
D e s p u é s d e e s te h e c h o , y a lo l a r g o d e c a si 30 a ñ o s , tie n e
c o n ti n u a s y c la r a s v is io n e s , r e c o g id a s e n e s te lib r o , q u e le
h a c e n r e c o r r e r lo s d i f e r e n t e s c ie lo s e i n f i e r n o s d e l o tr o
m u n d o y c o n v e r s a r c o n lo s m u e r t o s , lo s d e m o n io s y lo s
á n g e le s , q u e p a r a é l n o r e p r e s e n t a n - c o m o a f ir m a n las
o r t o d o x i a s r e l i g i o s a s - u n s is te m a d e p r e m io s y c a s tig o s ,
s in o u n a v is ió n m e ta f ís ic a d e lo s d i f e r e n te s e s ta d o s
e v o lu tiv o s d e c a d a e s p í r i t u e n la c a d e n a d e l S e r.
L a i n f l u e n c i a d e S w e d e n b o r g es e n o r m e : B a lz a c ,
B a u d e l a i r e , N e r v a l , lo s s im b o lis ta s , B o r g e s , V a lé ry o
H e n r i C o r b i n f u e r o n a l g u n o s d e su s m á s p r o f u n d o s
a d m i r a d o r e s . E s ta p r i m e r a t r a d u c c i ó n a l e s p a ñ o l se h a
r e a l i z a d o a p a r t i r d e la e d i c i ó n d e f i n i ti v a d e la F u n d a c ió n
S w e d e n b o rg , p u b lic a d a r e c ie n te m e n te .
El Árbol del Paraíso

6 Las g ra n d e s t e n d e n c ia s
d e la m ística j u d í a
G ersh om S ch olem

;1 lib ro d e los m u e r t o s ti b e t a n o

8 El s ilen cio d el B u d d h a
R a itn o n P an ik k ar

9 D io n is o
W a lte r F. O t t o

10 S u fism o y ta o ism o
V oi. i: Ibn ‘A rabi
T o s h ih ik o Izutsu

11 S u fism o y ta o ism o
V oi. 11: L ao zi y Z h u a n g z i
T o s h ih ik o Izutsu

12 El o ri g e n m usical
d e los a n im a le s - s í m b o l o s
en la m i to lo
! g ía
y la e sc
s c u lty
l tu ra
fa a; n tig u as
M ariu s^ S clu ip id er

j f f f r u t o de la n a d a
' y O tro s e s c r i t o s
M aestro E c k h a rt
14 L áT rin id a
R a i t n o 11 P a n i k k a r

15 L ib r o d e l r il's o 'X ’ d e la v ir tu d

16 V is ió n e n a z u l
Al oi s M. Haas

17 E ro s y m a g ia e n e l R e n a c i m i e n t o
loan P. Culianu

18 La r e li g i ó n y la n a d a
K e iji N i s h i t a n i

19 La p l e n i t u d d e l h o m b r e
R a im o n P a n ik k a r

20 C o r p u s H e r m e t ic u m y A s c le p io

21 La r e li g i ó n g n ó s tic a
H ans Jo ñ as

22 El h o m b r e d e lu z
H e n ry C o rb in

23 E l m ito d e l a n d r ó g in o
J e a n L ib is

24 T e x t o s e s e n c ia le s
B a ra c e ls o

25 El V e d a n t a y la t r a d i c i ó n o c c i d e n t a l
^ n a n d a K. C o o m á ra sw a m y

26 R a m ó n L lu ll y e l s e c r e t o ele la v id a
A n ia d o r V ega J

27 D e l g ie ^ o y d e l I n f i e r n o
E m a n u el S w ed e n b o rg
Á r b o l d e l P a r a ís o
Emanuel Swedenborg

Del Cielo y del Infierno

I n tr o d u c c ió n y a p é n d ic e s de
B e rn h a rd L ang

N o ta s de
G e o r g e F. D o l e , R o b e r t H . K i r v e n
y J o n a t h a n S. R o s e

T ra d u c c ió n de
M a ría T a b u y o y A g u s tín L ó p e z

m
E d ic io n es Siruela
ín d ic e

N o ta d e lo s t r a d u c t o r e s
M a r ía T a b u y o y A g u s tín L ó p e z 13
In tro d u c c ió n
B ern h a rd L ang 15
A p é n d i c e I. A lg u n a s id e a s d e l B a r r o c o s o b r e
la v id a d e s p u é s d e la m u e r t e y s o b re el c ie lo
y el i n f i e r n o 79
A p é n d i c e II. C u a d r o c r o n o l ó g i c o 85
O b r a s c i t a d a s e n la I n t r o d u c c i ó n 87
O b ra s de S w e d e n b o rg 97

Del C ielo y del I n fie rn o

P a r t e I. E l c i e l o y e l i n f i e r n o
T o d o s los d e r e c h o s re s e r v a d o s . N in g u n a p a r te de e sta p u b lic a c ió n
p u e d e s er re p ro d u c id a , a lm a ce n a d a o tra n s m itid a en m a n era alguna § 1 [ P r ó lo g o d e l a u to r ] 105
ni p o r n i n g ú n m e d i o , ya s e a e l é c t r i c o , q u í m i c o , m e c á n i c o , ó p t i c o ,
[1] §§ 2 -6 E l S e ñ o r es el D io s d e l c ie lo 107
d e g ra b a c ió n o de fo to c o p ia , sin p e rm is o p re v io d e l e d ito r.
[2] §§ 7 -1 2 La n a tu r a le z a d iv in a d e l S e ñ o r
E s te l i b r o h a s i d o p u b l i c a d o c o n la a y u d a c o n s titu y e el c ie lo 110
d e la S w e d e n b o r g S o c i e t y , L o n d o n W C l A 2TH t^ ] §§ 1 3 -1 9 La n a tu r a le z a d iv in a d e l S e ñ o r
e n e l c ie lo es el a m o r a él y la c a r id a d p a ra
T ítu lo o rig in al: H e a v e n a n d H ell
En c u b i e r t a : D e t a l l e d e E l J a r d í n d e l a s D e l i c i a s , d e El B o s c o c o n el p r ó j i m o 113
C o le c c ió n d irig id a p o r J a c o b o Siruela [4] §§ 2 0 -2 8 E l c ie lo e stá d i v id id o e n d o s
D i s e ñ o g r á f i c o : G. G a u g e r & J. S i r u e l a re in o s
© T h e S w e d e n b o r g F o u n d a t i o n , I n c . , 2000
117
© D e la t r a d u c c i ó n , M ar ía T a b u y o y A g u s t í n L ó p e z [-*] §§ 2 9 -4 0 H a y tre s c ie lo s 121
© E d i c i o n e s S i r u e l a , S. A., 2002 t 6 l §§ 4 1 -5 0 E l c ie lo e s tá c o m p u e s to d e
P la z a d e M a n u e l B e c e r r a , 15. «El P a b e l l ó n »
in c o n ta b le s c o m u n id a d e s 127
28028 M a d r id . T e l s . : 91 355 57 20 / 91 355 22 02
T e l e f a x : 91 355 22 01 t 7 ] §§ 5 1 -5 8 C a d a c o m u n id a d es u n c ie lo a e sc a la
siru e la @ siru e la .c o m w w w .siru e la .c o m r e d u c id a , y c a d a á n g e l, u n c ie lo a e s c a la a ú n m ás
P r i n t e d a n d m a d e in S p a in r e d u c id a 131
[ 8 ] §§ 5 9 -6 7 E l c o n j u n t o d e l c ie lo , e n t e n d i d o [3 1 ] §§ 2 7 6 -2 8 3 E l e s ta d o d e i n o c e n c i a d e lo s
c o m o u n a s o la e n t i d a d , r e f le ja u n ú n i c o h o m b r e 136 á n g e le s e n el c ie lo 262
[ 9 ] §§ 6 8 - 7 2 C a d a c o m u n i d a d d e lo s c ie lo s [3 2 ] §§ 2 8 4 -2 9 0 E l e s ta d o d e p a z e n el c ie lo 268
140 [33] §§ 2 9 1 -3 0 2 La u n i ó n d e l c ie lo c o n el g é n e r o
r e f le ja u n ú n i c o h o m b r e
[1 0 ] §§ 7 3 - 7 7 P o r t a n t o , c a d a á n g e l es u n a hum ano 273
142 [3 4 ] §§ 3 0 3 - 3 1 0 La u n i ó n d e l c ie lo c o n n o s o tr o s
fo rm a h u m a n a p e rfe c ta
[1 1 ] §§ 7 8 - 8 6 Se d e b e a lo h u m a n o - d i v i n o a tr a v é s d e la P a la b ra 281
d e l S e ñ o r q u e el c ie lo , e n su t o t a l i d a d y e n sus [35] §§ 3 1 1 -3 1 7 E l c ie lo y el i n f i e r n o p r o c e d e n
146 del g é n e ro h u m a n o 288
p a r t e s , r e f le je u n h o m b r e
R e f e r e n c i a s a lo s p a s a je s d e L os arcanos celestiales [36] §§ 3 1 8 -3 2 8 L os p a g a n o s, o lo s q u e e s tá n
r e la tiv o s al S e ñ o r y su c o n d i c i ó n h u m a n o - d i v i n a 150 fu e ra d e la Ig le s ia , e n el c ie lo 294
[1 2 ] §§ 8 7 -1 0 2 H a y c o r r e s p o n d e n c i a e n t r e to d o [37] §§ 3 2 9 -3 4 5 L o s n iñ o s e n el c ie lo 302
lo q u e p e r t e n e c e al c i e l o y t o d o lo q u e p e r t e n e c e [38] §§ 3 4 6 - 3 5 6 L o s s a b io s y lo s s im p le s e n el c ie lo 312
155 R e f e r e n c ia s a lo s p a s a je s d e L os arcanos celestiales
al h o m b r e
[1 3 ] §§ 1 0 3 -1 1 5 H a y c o r r e s p o n d e n c i a d e l c ie lo re la tiv o s a lo s d if e r e n te s tip o s d e c o n o c i m i e n t o 322
c o n to d a s las c o sa s d e la t i e r r a 162 [39] §§ 3 5 7 - 3 6 5 R i c o s y p o b r e s e n el c ie lo 326
[1 4 ] §§ 1 1 6 -1 2 5 E l so l d e l c ie lo 170 [40] §§ 3 6 6 -3 8 6 L os m a t r i m o n i o s e n el c ie lo 335
[1 5 ] §§ 1 2 6 -1 4 0 La lu z y el c a lo r d e l c ie lo 176 [4 1 ] §§ 3 8 7 -3 9 4 L o q u e h a c e n lo s á n g e le s
[1 6 ] §§ 1 4 1 -1 5 3 Las c u a t r o r e g i o n e s d e l c ie lo 187 en el c ie lo 349
[ 1 7 ] §§ 1 5 4 -1 6 1 C ó m o c a m b ia n lo s e s ta d o s d e [42] §§ 3 9 5 - 4 1 4 A le g r ía y f e lic id a d c e le s tia l 353
lo s á n g e le s e n el c ie lo 194 [4 3 ] §§ 4 1 5 - 4 2 0 La i n m e n s id a d d e l c ie lo 366
[1 8 ] §§ 1 6 2 -1 6 9 E l t i e m p o e n el c ie lo 198
[1 9 ] §§ 1 7 0 -1 7 6 Las r e p r e s e n t a c i o n e s y a p a r ie n c ia s P a r t e II. E l m u n d o d e lo s e s p í r i t u s y e l e s t a d o
201 d e l h o m b r e d e s p u é s d e la m u e r t e
e n e l c ie lo
[2 0 ] §§ 1 7 7 -1 8 2 Las v e s tid u r a s c o n q u e a p a r e c e n
204 [44] §§ 4 2 1 -4 3 1 E l m u n d o d e lo s e s p ír itu s 375
lo s á n g e le s
[2 1 ] §§ 1 8 3 -1 9 0 L o s h o g a r e s y casas d e lo s á n g e le s 207 [45] §§ 4 3 2 - 4 4 4 C a d a se r h u m a n o es
[ 2 2 ] §§ 1 9 1 -1 9 9 E l e s p a c io e n e l c ie lo 211 in te r io r m e n te un e s p íritu 380
[2 3 ] §§ 2 0 0 -2 1 2 C ó m o el c ie lo d e t e r m i n a la [46] §§ 4 4 5 -4 5 2 La r e s u r r e c c i ó n d e la m u e r t e
f o r m a d e a s o c ia r s e y c o m u n ic a r s e 215 Y la e n tr a d a e n la v id a e t e r n a 385
[2 4 ] §§ 2 1 3 - 2 2 0 L as f o r m a s d e g o b i e r n o e n el c ie lo 223 [47] §§ 4 5 3 - 4 6 0 D e s p u é s d e la m u e r t e , e s ta m o s
[2 5 ] §§ 2 2 1 - 2 2 7 E l c u l t o d iv i n o e n e l c ie lo 228 e n f o r m a h u m a n a c o m p le ta 390
[2 6 ] §§ 2 2 8 -2 3 3 E l p o d e r d e lo s á n g e le s d e l c ie lo 231 [48] §§ 4 6 1 -4 6 9 D e s p u é s d e la m u e r t e ,
[2 7 ] §§ 2 3 4 -2 4 5 E l l e n g u a j e d e lo s á n g e le s 234 d is f r u ta m o s d e to d o s lo s s e n tid o s , la m e m o r i a ,
[2 8 ] §§ 2 4 6 -2 5 7 C ó m o n o s h a b la n lo s á n g e le s 241 l° s p e n s a m ie n to s y lo s s e n t i m i e n t o s q u e te n ía m o s
[2 9 ] §§ 2 5 8 - 2 6 4 M a t e r i a l e s e s c r i t o s e n e l c ie lo 248 en el m u n d o : n o d e ja m o s n a d a a trá s salv o
[3 0 ] §§ 2 6 5 -2 7 5 La s a b id u r ía d e lo s á n g e le s d e l c ie lo 252 el c u e r p o t e r r e n a l 397

8 9
[4 9 ] §§ 4 7 0 -4 8 4 L o q u e s o m o s d e s p u é s d e la
R e f e r e n c i a s a lo s p a s a je s d e Los arcanos celestiales
m u e r t e d e p e n d e d e l t i p o d e v id a q u e h a y a m o s
r e la tiv o s a n u e s tr a l i b e r t a d , el i n f lu jo y lo s e s p ír itu s
lle v a d o e n e l m u n d o 408
q u e s o n lo s m e d io s d e c o m u n ic a c ió n 514
[5 0 ] §§ 4 8 5 -4 9 0 D e s p u é s d e la m u e r t e , lo s
p la c e r e s d e la v id a se t r a n s f o r m a n e n c o s a s q u e
N o ta s 517
se c o r r e s p o n d e n c o n e llo s 423
O b r a s c i t a d a s e n la s n o t a s 547
[5 1 ] §§ 4 9 1 - 4 9 8 N u e s t r o p r i m e r e s ta d o d e s p u é s
ín d ic e d e p a s a je s e s c r itu r a r io s 551
d e la m u e r t e 430
[5 2 ] §§ 4 9 9 -5 1 1 N u e s t r o s e g u n d o e s ta d o d e s p u é s
d e la m u e r t e 434
[5 3 ] §§ 5 1 2 -5 2 0 N u e s t r o t e r c e r e s ta d o d e s p u é s
d e la m u e r t e , q u e es u n e s ta d o d e i n s t r u c c i ó n p a ra
lo s q u e e n t r a n e n el c ie lo 444
[5 4 ] §§ 5 2 1 -5 2 7 N a d i e e n t r a e n e l c ie lo s ó lo
p o r m is e ric o rd ia 451
[5 5 ] §§ 5 2 8 -5 3 5 N o es ta n d if íc il lle v a r u n a v id a
e n c a m i n a d a al c ie lo c o m o se s u e le c r e e r 457

P a r t e III. E l i n f i e r n o

[5 6 ] §§ 5 3 6 -5 4 4 E l S e ñ o r g o b i e r n a lo s i n f i e r n o s 469
[5 7 ] §§ 5 4 5 -5 5 0 E l S e ñ o r n o e n v ía a n a d ie al
i n f i e r n o : lo s e s p í r i t u s v a n p o r sí m is m o s 473
[5 8 ] §§ 5 5 1 -5 6 5 T o d o s lo s q u e e s tá n e n lo s
i n f i e r n o s e s tá n a b s o r t o s e n lo s m a le s y las
c o n s e c u e n t e s f a ls e d a d e s q u e d e r iv a n d e su a m o r
a sí m is m o s y al m u n d o 476
[5 9 ] §§ 5 6 6 -5 7 5 E l f u e g o d e l i n f i e r n o y e l c r u j i r
de d ie n te s 487
[6 0 ] §§ 5 7 6 -5 8 1 La m a ld a d y las in d e c i b le s
a r tim a ñ a s d e lo s e s p í r i t u s in f e r n a l e s 495
[6 1 ] §§ 5 8 2 -5 8 8 A p a r ie n c i a , s i t u a c i ó n y n ú m e r o
d e lo s i n f i e r n o s 499
[6 2 ] §§ 5 8 9 -5 9 6 E l e q u i l i b r i o e n t r e e l c ie lo
y el in fie rn o 505
[6 3 ] §§ 5 9 7 -6 0 3 N u e s t r a l i b e r t a d d e p e n d e
d e l e q u i l i b r i o e n t r e el c ie lo y el i n f i e r n o 510

10
11
N o t a d e lo s t r a d u c t o r e s

Sw edenborg escribió Del Cielo y del Infierno en latín. La presente tra­


ducción se ha realizado básicam ente a partir de dos ediciones en inglés: la
norteam ericana, con traducción del latín de G eorge F. D ole, Heaven and
Hell, Sw edenborg F oundation, W est C hester, Pensilvania 2000, y la ingle­
sa, con traducción d e j. C . Ager, revisada p o r D oris H . Harley, Heaven and
its Wonders and Hell from Things Heard and Seen, T h e Sw edenborg Society,
Londres 1958. A u nque en ciertas cuestiones term inológicas se ha seguido
la versión de J. C. Ager, la referencia básica ha sido la traducción de G. F.
D ole, recogiéndose asimismo en esta edición española lo fundam ental del
aparato crítico co ntenido en la edición am ericana.
Las notas a pie de página, introducidas p o r letras, c o n tie n en las refe­
rencias del pro p io S w edenborg a su obra an te rio r Los arcanos celestiales. E n
estas notas recogem os entre corchetes y en cursiva las correcciones a cier­
tos errores en cuanto a la nu m eració n de los pasajes, que figuraban en la
prim era edición en latín, siguiendo el crite rio de la citada ed ición de G.
F. D ole. E n un par de casos, dichas referencias entre corchetes no van en
cursiva sino en redonda, lo que indica que no se trata de una co rrecció n
sino de una adición. El m ism o criterio se sigue co n las citas bíblicas, que
se han tom ado siem pre para la presente edición en español de la traduc­
ción de la Biblia de C asiodoro de R e in a revisada p o r C ip ria n o de Valera.
La edición de G. F. D o le co n tien e igualm ente una serie de notas al fi­
nal del texto, introducidas p o r núm eros, b ien del p ropio traductor, bien
de otros dos com entadores: R o b e r t H . K irven y Jo n ath a n S. R o se. Se in ­
cluyen en esta edición aquellas que se han considerado más significativas.
Las iniciales entre corchetes al final de cada nota ([G FD ], [R H K ), [JSR])
indican el au to r de la misma.
S iguiendo el criterio de J. C. A ger se han intercalado eventualm ente
en el texto, siem pre entre corchetes, algunos térm in o s latinos utilizados
por S w edenborg con relación a ciertos conceptos im portantes que p o -
drían dar lugar a confusión o am bigüedad.

13
S w ed en b o rg n o n u m eró los capítulos de Del Cielo y del Infierno. D e
acuerdo co n el criterio de G. F. D o le la n u m eració n se incluye sin e m ­
bargo en el índice. N o obstante, los estudios sw edenborgianos suelen re­
ferirse a las obras de este a u to r indican d o titu lo y n ú m ero de parágrafo,
prescindiéndose habitu alm en te tan to de la paginación co m o del n ú m ero
de capítulo. Así p o r ejem plo, Los arcanos celestiales 123 debe entenderse
com o el parágrafo 123 de la obra citada. In tro d u c c ió n
Los títulos de las obras de Sw ed en b o rg se dan de form a abreviada. E n
las págs. 97 -ss. encontrará el le c to r u n a relación de su correspondencia H e rr S w edenborg es probablem ente, entre todos los visionarios, el
co n los títulos com pletos y los datos de la p rim era ed ición de las obras que ha escrito de m anera más explícita. D iscute, cita fuentes, aduce ar­
respectivas. gum entos y causas, etc. Todo el edificio tiene coherencia y co n toda su
M aría Tabuyo y A gustín López rareza está co n stru id o siguiendo u n estudiado pensam iento. E l libro tie­
ne, además, tantos giros nuevos e inesperados que se p u ed e leer de p rin ­
cipio a fin sin aburrirse.
C ari G u sta f Tessin
Diario, entrada del 4 de ju lio , 1760
(Sigstedt 1981, 274-275)

Pero repito una vez más m i convicción de que el sentido de Sw e­


denborg es la verdad; y el d eb er de sus seguidores, para asegurar este sen­
tido a los lectores de sus obras, es recoger de sus num erosos volúm enes
aquellos pasajes en los que dicho sentido se exprese en térm in o s tan cla­
ros que no pueda ser e rró n ea m en te in terpretado; una in tro d u cc ió n de 50
páginas bastaría para este objetivo.
Sam uel Taylor C o lerid g e
N o ta al m argen en S w edenborg, Heaven and Hell
(C oleridge 2000 , 410)

E m anuel Sw edenborg (1688-1772) fue un h o m b re que siguió una d o ­


ble trayectoria en su vida: una en ciencias y otra en teología. La prim era
finalizó en 1747, cuando abandonó su puesto en el R e a l C o leg io de
Minas de su país natal, Suecia. C o n los recursos que había heredado, au­
m entados p o r u n p eq u e ñ o salario, el e ru d ito de cincuenta y nueve años
se m archó al extranjero, pasando m u ch o tiem po en Londres y A m sterdam ,
ciudades que conocía p o r visitas anteriores. Londres era la ciudad en la
que en abril de 1745 había ten id o una visión de «Dios, Señor, C read o r y
R e d e n to r del m undo» que le p e rm itió ver «el m u n d o de los espíritus, el

14
cielo y el infierno» (Tafel 1875, 36)'. D esde entonces, dedicó to d o su del libro, que es un com entario espiritual sobre Génesis y Éxodo.
p rin c ip a l
tiem p o y su energía a escribir libros de carácter teológico. El principal U n o de estos libros m enores de 1758 se titulaba D e Coelo et Ejus
fruto de sus esfuerzos iniciales llegó a su conclusión en 1756 con la p u ­ Mirabilibus, et de Inferno, ex Auditis et Visis (El cielo y sus maravillas y el
blicación del to m o octavo y ú ltim o de Arcana Coelestia, Quae in Scriptura infierno, a p artir de las cosas oídas y vistas)4. Al parecer se im prim iero n
Sacra, seu Verbo Domini Sunt, Detecta: ...U na cum Mirabilibus Quae Visa un millar de ejem plares (A cton 1955, 524). C o n c eb id o co m o una especie
Sunt in M undo Spirituum, et in Coelo Angelorum (U na revelación de los ar­ de introducción a algunas ideas de Los arcanos celestiales, era breve, co nci­
canos celestiales co n ten id a en la Sagrada E scritura, o la Palabra del so y bien organizado; la pretensión pedagógica es perceptible a lo largo
Señor,... Ju n to co n cosas asombrosas vistas en el m u n d o de los espíritus y de todo el libro en el sencillo estilo latino, los frecuentes anuncios de lo
en el cielo de los ángeles)2. P or expreso deseo del escritor, los volúm enes
que se exam inará después y los resúm enes que p u n tú a n el libro.
aparecieron sin ninguna indicación de autoría. C o m pletada a los sesenta y Sw edenborg m ism o anotó el libro con referencias a Los arcanos celestiales
och o años, constituye la obra teológica fundam ental de Sw edenborg. y añadió a d eterm inados capítulos unos sum arios de ciertos tem as trata­
El d o cto au to r podía haberse retirado entonces definitivam ente, pues, dos en esa obra (por ejem plo, después del § 86 ), de m anera que el lector
en todos los sentidos, era m u ch o lo q u e había conseguido. Adem ás, tras es co n tinuam ente rem itido a la obra mayor. C o m o tex to in tro d u c to rio
todos esos años de escritura, debía de estar exhausto, o al m enos así ca­ basado en u n trabajo teológico más am plio, D el Cielo y del Infierno form a
bría im aginarlo. E n realidad, nada de eso sucedía. S w edenborg debió de parte de to d o u n c u erp o de textos. O casionalm ente, S w edenborg se re­
pensar q u e u n a obra de o ch o grandes to m o s de exégesis bíblica, reflexión fiere tam bién a otros escritos co m o De Nova Hierosolyma et Ejus Doctrina
teológica e in fo rm ació n sobre las visiones del au to r no encontraría m u ­ Coelesti (La nueva Jemsalén: véase Del cielo y del Infierno § 78) y D e Ultimo
chos lectores, al m enos, no inm ediatam ente. Así pues, preparó varios li­ Judicio, et de Babylonia Destructa (El Juicio Final, véase Del Cielo y del In­
bros más breves y m enos im presionantes, algunos de los cuales estaban fierno § 559), am bos p ertenecientes a la m ism a serie de libros im presos en
basados m u y directam en te en Los arcanos celestiales. C in co de ellos apare­ 1758. A unque pensado co m o una in tro d u cció n accesible para «los h o m ­
cieron en 1758, p o co después del septuagésim o cum pleaños del au to r’. bres de Iglesia en la actualidad» y específicam ente para «gentes de fe y co ­
Todos esos libros estaban en latín, im presos en Londres p o r Jo h n Lewis, razón simple» (§ 1 ), Del Cielo y del Infierno no es una obra com pleta en sí
que tenía una librería en Paternóster R o w (A cton 1955, 523). A parecieron misma, y to d o estudio co ncienzudo debe te n e r en cuenta este hecho. Se
de m anera an ó n im a y se inspiraban en gran m edida en Los arcanos celes­ podría decir que lo que realm ente quiere expresar S w edenborg solam en­
tiales, obra hacia la que parecían q u erer d irig ir la atención. Estos nuevos te se puede en c o n tra r m ediante u n estudio m inucioso de to d o el corpus,
libros más breves se basaban p rin cip alm en te en ciertos capítulos de Los ar­ no sim plem ente m ed ian te la consideración de una parte aislada de él. El
canos celestiales d o n d e los tem as teológicos particulares están desarrollados reconocim iento de la im portancia del c o n te x to de Del Cielo y del Infier­
sistem áticam ente, capítulos q u e destacan p o r contraste con el interés no llevó al au to r ro m ántico inglés Sam uel Taylor C o lerid g e (1772-1834) a
garabatear en el m argen de su ejem plar en latín el co m en tario citado an­
1U n análisis de esta visión y de la autenticidad del inform e pertin en te puede enco n ­
teriorm ente. E n lo que sigue, sin em bargo, no se recalca el carácter in -
trarse en B enz 1949, 278-288.
2A lo largo de esta edición, se utiliza el título abreviado Los arcanos celestiales en lugar
En la presente edición, se utiliza el título abreviado Del Cielo y del Infierno en lugar
del título latino. del título latino. C o m o es habitual en los estudios sw edenborgianos, las citas de textos se
3Sw edenborg n o fue el único autor de u n com pendio de su Los arcanos celestiales en
efieren no a los núm eros de página, sino a los núm eros de los capítulos de Sw edenborg,
su época. E n el sur de Alemania, Friedrich C hristoph O e tin g e r (1702-1782), m inistro lu­
9u e son los m ismos en todas las ediciones. E n esta introducción debe entenderse que las
terano, deploró la inaccesibilidad de los enorm es cuatro tom os en latín y en 1765 publi­
rC erencias a núm eros de capítulo en las que no se especifica ninguna obra corresponden
có un resum en de cien páginas (O etinger [1765] 1855, 15-116). f Cielo y del Infierno. Así, «§ 90» significa «Del Cielo y del Infierno, § 90».

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co m p leto y ab ierto de Del Cielo y del Infierno, pues hacerlo presentaría in ­ de los espíritus, el cielo, el in fierno y, p o r últim o, el S eñ o r co m o realidad
convenientes, especialm ente para los lectores que n o son conocedores de última. Pero una vez se co m prende el m apa, se p u ede a b rir el libro de
la obra de S w edenborg. P or el contrario , Del Cielo y del Infierno se estu­ S w edenborg p o r cualquier lugar y em pezar a leer p o r d o n d e se quiera.
dia c o m o u n fragm ento representativo q u e transm ite y hace resonar el es­
p íritu y el significado de la œuvre teológica de Sw edenborg. A quí se c o n ­
sidera c o m o si fuera una obra com pleta cuyo co n ten id o p u ed e resum irse
y en tenderse c o m o u n a presentación c o h eren te de la enseñanza del au­
EL SEÑOR
tor.

I. D e l C ie lo y del I n fie r n o , u n m a p a d e l u n i v e r s o
La m e jo r form a de resum ir el c o n te n id o de Del Cielo y del Infierno es
reco n stru ir su enseñanza a la m anera de u n m apa del universo (véase fig. LOS CIELOS

1). El m u n d o m aterial (mundus) en el q u e vivim os es solam ente una p e­


queña p arte de la totalidad. R o d e a d o p o r inm ensos m u ndos espirituales,
es com parable a u n p eq u e ñ o p rin cip ad o rodeado de vastos im perios. El
p rim ero de estos im perios es el mundus spirituum (§ 421), el m u n d o de los
espíritus de los m uertos. In m ed iatam en te después de la m u erte, los seres
hum an o s se en cu en tran en esa región. EL MUNDO
D espués de algún tiem po, bajan a las regiones infernales (inferna, los
infiernos) o ascienden al cielo. El cielo tien e una estructura com pleja que
EL MUNDO DE LOS ESPÍRITUS
rep ro d u ce la fo rm a hum ana. E n el nivel principal se diferencia en dos rei­
nos, el celestial y el espiritual. E n u n exam en más detallado, se divide en
tres cielos: el cielo p rim ero o cielo m ás exterior, el cielo segundo o m e­
dio y el tercer cielo o cielo más in terio r. C ada cielo consta de in n u m e ­ LOS INFIERNOS
rables com unidades, y cada co m u n id ad , de num erosos ángeles. La es­
tru ctu ra del in fiern o es sem ejante a la del cielo, au n q u e invertido en
relación a él. C ada co m u n id ad del in fie rn o está equilibrada p o r una c o ­
m u n id ad del cielo entregada a u n a fo rm a opuesta de am or. Toda la es­
tru ctu ra está envuelta y anim ada p o r el S eñor (Dominus).
E n D el Cielo y del Infierno S w ed en b o rg describe su m apa del universo
p artien d o del nivel superior, de m anera que después de hablar de D ios,
trata del cielo, después del reino de los espíritus y, finalm ente, del in fier­ ^ • g u r a 1. M a p a d e l u n i v e r s o d e S w e d e n b o r g ( p r im e r a v e r s i ó n ) . E n D e l C ielo
no, en u n nivel inferior. N u estro m u n d o , es decir, el área central, n o es y el I„ fierno S w e d e n b o r g d e s c rib e lo s d iv e rs o s r e in o s q u e c o n f ig u r a n el
tratado en u n capítulo aparte, pero se lo m en cio n a siem pre que resulta n iv e rs o ; e s ta d e s c r i p c ió n p o d r ía r e s u m ir s e d e v a ria s m a n e r a s . E l e s q u e m a
necesario. La descripción q u e vien e a co n tin u ació n parte del plantea­ s u g e r id o c o lo c a a n u e s t r o m u n d o e n el c e n t r o d e lo s r e in o s ; c o m p á r e -
m ien to de S w ed en b o rg em pezando p o r el reino central del m apa —nues­ se c o n la f ig u r a 2 .

tro m u n d o —y avanza luego hacia los reinos q ue lo envuelven: el m u n d o

18
a. E l m u n d o bién contra el m a trim o n io entre personas de religiones diferentes, pues
«El m undo» (mundus), situado en el cen tro del esquem a, está el m u n ­ entre ellos n o se desarrolla u n verdadero am o r conyugal (§ 378). Incluso
do m aterial en q u e vivim os. Este m u n d o se c o m p o n e de num erosas tie­ se ofrece una in terp retació n de la intim id ad m arital: «El placer conyugal,
rras dispersas p o r el universo, de las q u e nuestro planeta es solam ente una que es el placer del tacto más p u ro y delicado, supera todos los dem ás d e­
entre m uchas (§ 417). Todas las tierras están habitadas p o r seres hum anos. bido a su servicio, la procreación del género h u m an o y, de esta m anera,
N o obstante, para u n objetivo práctico, basta equiparar el m u n d o con de los ángeles del cielo» (§ 402). E n relación a la religión, S w edenborg
nuestra tierra. E n la tierra en co n tram o s la Iglesia, definida com o «el cie­ pronuncia u n veredicto sobre aquellos que piensan q u e la práctica y el re­
lo del S eñor en la tierra» (§ 57). E n el m u n d o , la Iglesia cristiana es res­ zo constante son el cam ino recto (§ 535). C o n o cía los lím ites y peligros
ponsable de enseñar a los fieles la cosm ovisión adecuada, esto es, to d o so­ espirituales de lo que ex te rn am en te parece ser una vida santa y devota.
bre los diversos m un d o s espirituales que rodean y envuelven el mundus. En resum en, el m ensaje ético del v idente es de optim ism o: «N o es tan
Sin em bargo, las iglesias tradicionales generalm ente han fracasado. A u nque difícil llevar una vida encam inada al cielo co m o se suele creer» (título de
Del Cielo y del Infierno n o tenga una p arte in d ep en d ien te que trate de es­ §§ 528-535).
te m u n d o , S w ed en b o rg se refiere n o obstante a él m uy frecuentem ente, V iviendo todavía en el m u n d o m aterial, a Sw edenborg se le co n ce­
pues to d o lo q u e explica es para co n o c im ie n to y beneficio de quienes vi­ dieron vislum bres de los inm ensos reinos que transcienden y envuelven
ven en este reino. E structuralm ente, la característica más im p o rtan te del el reino terrenal. M ientras que en la E dad M edia D an te podía presentar
m u n d o es su localización entre el cielo y el infierno. Estos dos reinos tra­ su visión del m u n d o en la form a de una narración coherente, Sw edenborg
tar de influir en el m u n d o y en la vida de los individuos; en co n secuen­ prefiere una descripción filosófica, más sistemática. E n m uchos puntos,
cia, las dos fuerzas se neutralizan recíprocam ente, de m anera que los h u ­ sin em bargo, su descripción incluye afirm aciones narrativas co n carácter
m anos son libres: n o están forzados a som eterse al m al ni tam poco al bien autobiográfico: co m o visionario, S w edenborg conversó con los residen­
(§§ 597-602). P u e d e n decidir lib rem en te entre el b ie n y el mal. E n el dia­ tes de otras regiones. N o hay nada extraño en esta co m u n icació n , nos
gram a hay q u e inclu ir una característica subrayada p o r Sw edenborg: la in ­ asegura, pues todos los seres que e n cu en tra son personas que vivieron an­
fluencia del cielo y el in fiern o sobre nuestro m u n d o n o es inm ediata, si­ taño una vida h u m an a n o rm al en este m undo.
n o q u e se eierce m ediante espíritus activos en el m u n d o de los espíritus
(§ 600). b. E l m u n d o d e lo s e s p ír itu s
E n u n m u n d o de libre decisión, es im p o rta n te ser guiado m o ralm en ­ El m undo de los espíritus (mundus spirituum) es el reino que envuelve
te. S w ed en b o rg tiene m u ch o que decir y reco m en d ar sobre la vida co ­ inm ediatam ente nuestro m u n d o m aterial. Las observaciones de S w eden­
rrecta y la vida equivocada en el m u n d o y ofrece su consejo. Los temas borg sobre este m u n d o p u e d en encontrarse bajo el encabezam iento «El
centrales se refieren al trabajo, el m a trim o n io y la práctica eclesial. U n a m undo de los espíritus y el estado del h o m b re después de la m uerte»
vida productiva, activa, de servicio a la sociedad es el ideal. Sw edenborg US 421-535). C o m o indica este encabezam iento, la m u e rte desplaza la
previene sobre la ociosidad y el ascetismo. La ociosidad nunca hace feliz conciencia p rim aria desde el m u n d o m aterial al m u n d o de los espíritus.
al ser h u m an o (§ 403), y la separación de la vida activa, co m o sucede en urante su estancia en ese m u n d o in te rm e d io , los seres h u m anos atra­
las com unidades m onásticas, tien d e a inflar a cada u n o con el sentim ien­ viesan varias etapas:
to de su propia valía y le aísla así de las fuerzas divinas co n las que hay que h La prim era p u ed e describirse com o etapa de intro d u cció n . Al llegar
asociarse para ser feliz aquí y en la otra vida (§ 535). E n cuanto al m atri­ e m undo, las personas parecen seguir siendo las mismas. Se encuentran
m onio, Del Cielo y del Infierno advierte co n tra la actitu d de d o m in io en la remo* Cn SU V'^ a terrena' : «"-podem os hablar con cualquiera cuando que-
relación conyugal, pues «cualquier deseo de con trol de u n o sobre el otro e ° S’ con l ° s am igos y conocidos de nuestra vida física, especialm ente
destroza co m p letam en te el am o r conyugal» (§ 380). El libro advierte tam ­ ° ° esposa, y tam bién herm anos y herm anas. H e visto cóm o u n pa­

20 21
dre reconocía a sus seis hijos y hablaba co n ellos. H e visto a m uchas otras recen im penetrables a algunos lectores n o iniciados en el pensam iento del
personas con sus parientes y amigos», relata el visionario (§ 427). autor, m uchos se han sentido atraídos y fascinados p o r las vividas des­
2. La segunda es una etapa de transform ación. Las personas se en ­ cripciones del v id en te del m u n d o de los ángeles. Los ángeles, según
S w e d e n b o r g , no son otra cosa que los bienaventurados: personas que,
cu en tran co n los ángeles, antiguos seres hum anos m ateriales, delegados
p o r el cielo para ofrecer in stru cció n sobre el Señor, la existencia celestial después de h ab er vivido en el m u n d o (mundus) y después de haber pasa­
y los valores de la b o n d ad y la verdad (§ 548). C o m o recep to r de la ins­ do algún tiem po en el m u n d o de los espíritus (mundus spirituum), han e n ­
tru cció n angélica, el ser h u m an o se centra cada vez más en su actitud es­ contrado su m orada p erm an en te en u n o de los reinos celestiales.
piritual básica, de m o d o que se afirm a su carácter positivo o negativo. H ablando de todos los hum anos, dice Sw edenborg: «H em os sido creados
M anifiesta sus verdaderos pensam ientos, sentim ientos y actitudes y así re­ para e n t r a r en el cielo y convertirnos en ángeles» (homo creatus est ut in coe-
lum veniat, et fia t Angelus, § 57).
vela su verdadera naturaleza. Sucede q u e la personalidad de algunas p er­
sonas honradas incluye ciertos elem entos falsos y n o depurados en cuan­ A unque m uchos se im aginan a los ángeles co m o «m entes sin forma»,
to a su pen sam ien to y o rien tació n . D espués de u n p erío d o de sufrim iento com o «algo etéreo con una cierta vitalidad en su interior», Sw edenborg
sem ejante al purg ato rio , p u ed en ser incluidos entre los justos (§ 513). insiste en su form a verdaderam ente h u m ana (§ 74). «T ienen cara, ojos,
Finalm ente, las personas cam bian. Se despojan de la form a del c u e rp o fí­ oídos, pecho, brazos, m anos y pies. Se ven unos a otros, se oyen unos a
sico, que habían recibido de sus padres, para que su propia form a in te rio r otros y hablan entre sí. E n suma, n o carecen de nada de lo que es propio
individual, a n te rio rm e n te oculta, se haga visible, una form a m odelada de los hum anos, pero n o están revestidos de u n c u e rp o m aterial» (§ 75 ).
p o r su naturaleza, carácter y o rie n ta c ió n verdaderos. Las personas de ca­ C om o su padre, el obispo luterano Jesper S w edberg (1653-1735),
rácter b u e n o tien en ahora u n rostro h erm oso, m ientras que quienes si­ Sw edenborg insiste en que los habitantes del cielo no están privados del
gu en u n a m ala o rien tació n lo tien en feo (§ 457). más elem ental m ed io de com unicación, el lenguaje5. «Los ángeles hablan
3. H ab ien d o alcanzado su form a definitiva al final de la segunda eta­ entre sí com o hacem os nosotros en este m u n d o . H ablan de cosas diver­
pa, el ju sto y el m alvado se separan para llevar cada cual su propia vida. sas: asuntos dom ésticos, preocupaciones de la com unidad, cuestiones de
Los réprobos p u ed en ab andonar el m u n d o de los espíritus inm ediata­ la vida m oral y de la vida espiritual», explica el v idente (§ 234). A ñade
m ente, arrojándose de cabeza al infierno. E n cam bio los justos atraviesan que «el lenguaje angélico, co m o el lenguaje hum ano, se diferencia en pa­
una etapa adicional de in stru cció n angélica que los prepara para la exis­ labras. Se pro n u n cia y se oye igualm ente p o r m edio de sonidos» (§ 235).
M ientras que su padre había especulado que los suecos hablarían sueco en
tencia celestial (§ 512).
A u n q u e algunas personas p e rm a n e c en m u ch o tie m p o en el m u n d o de el cielo pero co m p ren d erían otras lenguas sin dificultad, S w edenborg
los espíritus -h a sta treinta a ñ o s-, la m ayor parte de los recién llegados e n ­ propone la visión más filosófica de que «todos en el cielo tie n en el m is­
cuen tran p ro n to su particular cam ino al cielo o al in fiern o (§ 426). El ca­ m o lenguaje», in d e p en d ie n tem e n te de su lugar de procedencia (§ 236).
E n el cielo, los ángeles de naturaleza y m e n te sem ejantes se rec o n o ­
m in o que cada u n o recorre d ep en d e de la o rie n ta ció n in te rio r que se ha­
cen e n tre sí co n facilidad y se reú n en para form ar com unidades (societas).
ya adoptadq d u ran te la vida en la carne y q ue se ha co nfirm ado en
S w ed en b o rg las describe m uy sem ejantes a lo que pu ed an ser las ciuda­
respuesta a la in stru cció n angélica. Los réprobos eligen el infierno; los
des, p u eb lo s y aldeas de la tierra: las mayores de esas com unidades cons­
justos, el cielo.
tan de decenas de miles de individuos, otras más pequeñas de algunos m i-
Y las más pequeñas de todas de varios centenares. Algunas personas
c. E l c ie lo
Del Cielo y del Infierno dedica la m ayor p arte de su extensión a descri­ V1Ven s° las (§ 50). El vidente insiste rep etidam ente en el h ech o de que las
b ir el cielo y la existencia celestial (§§ 20-420). A u n q u e gran parte del
Sobre el interés de Jesper Sw edberg en el lenguaje de los santos, véase Lam m 1922, 5.
tex to se basa en n o ciones psicológicas y filosóficas abstractas y p u e d en pa­

23
22
com unidades n o se fo rm an según una ley im puesta desde el exterio r; más antiguos seres hum anos. Según S w edenborg, no hay diablos ni dem onios
bien, cada co m u n id ad celestial está constituida p o r el ser in te rio r de ca­ creados p o r D ios en un acto in d ep en d ien te de creación; esta creencia co ­
da m iem bro. E n palabras de Sw edenborg: «El cielo no está fuera de los m ún, dice S w edenborg, está co m pletam ente injustificada. Los espíritus y
ángeles, sino d en tro de ellos» (§ 53). Los m iem bros de la co m u n id ad ce­ los dem onios han vivido en la tierra, han m u e rto y han pasado algún
lestial viven en casas; éstas son «igual q u e las casas de la tierra, lo que p o ­ tiem po en el m u n d o de los espíritus. ¿Por qué están en el infierno, un lu ­
dem os llam ar u n hogar, pero más herm osas. T ie n e n habitaciones, salas y gar de «un h e d o r fétido y repugnante» (§ 429)? S w edenborg afirm a que
d o rm ito rio s en abundancia, y patios con jardines, bancadas de flores y la razón de que los pecadores en tren en el in fiern o n o es que el S eñ o r es­
césped a su alrededor» (§ 184). Las casas fo rm an ciudades con calles, ca­ té enojado con ellos (§ 545). H abitan allí p o rq u e du ran te su existencia te­
llejones y plazas «com o las q u e vem os en las ciudades de la tierra» (§ 184). rrenal prefirieron el m al al bien y se asociaron cada vez más con los rei­
C o m o antiguos hom bres y m ujeres, los ángeles son m asculinos y fe­ nos infernales, A resultas de ello, acabaron co m o espíritus en la reg ió n de
m eninos (§ 366). E n consecuencia, form an parejas. El com pañero es atraí­ los espíritus m alignos o, peor, en la reg ió n de los dem onios.
do hacia la co m pañera cuando sus m entes p u e d en unirse en una sola. Se ¿Q ué les sucede a los espíritus m alignos y a los dem onios en el infier­
am an u n o a o tro a p rim era vista y co n traen m atrim onio. C o n num erosas no? N ingún ju ic io basado en el registro de crím enes y ofensas pasadas se
personas reunidas a su alrededor, tam b ién celebran una fiesta co n m otivo celebra ante un tribunal'1, y no existe ninguna prisión propiam ente ha­
de su u n ió n (§ 383). El S eñor b en d ice su am or m u tu o y los hace felices. blando, ni fuego, ni diablos con tridente. E n cam bio, los réprobos sufren
Las parejas celestiales se diferencian de sus hom ologas terrenales sola­ por su propio estado espiritual (§ 547). Sin em bargo, debem os te n e r cui­
m e n te en q u e n o tien en hijos (§ 382b). dado y no interpretar erró n eam en te a Sw edenborg: él no psicologiza los
¿Consiste la dicha celestial en una vida de ocio? N o , responde el vi­ torm entos del in fiern o hablando de ellos en térm inos de infelicidad in te­
dente, pues la ociosidad n o co n d u ce a la felicidad (§ 403). Lejos de ser rior7; en lugar de ello, se refiere de m anera consecuente a los to rm en to s
ociosa, la vida celestial es una vida activa. Los asuntos dom ésticos, cívi­ del infierno co m o un daño infligido desde el exterior. «La turba infernal
cos y eclesiásticos m an tien en a los ángeles ocupados no sólo en su propia no ansia ni quiere nada más que hacer daño, especialm ente m altratar y to r­
com u n id ad (§ 388), sino tam b ién fuera. P or regla general, las co m u n id a­ turar» (§ 550). Los Evangelios describen el in fierno com o un lugar de to ­
des celestiales tie n e n asignados deberes específicos. Los m iem bros de al­ tal oscuridad, de «lloro y crujir de dientes» (M ateo 8 , 12), y el pasaje co n ­
gunas trabajan co m o ángeles guardianes en el m undo; su tarea es apartar duce fácilmente a una interpretación psicológica. S w edenborg com enta
a los seres h u m an o s de sentim ientos y pensam ientos perversos y ayudar­ específicamente el texto bíblico, pero lo rem ite a los «conflictos y luchas»
les a con tro lar sus acciones (§ 391). O tro s trabajan con los que acaban de entre los m oradores del infierno (§ 575). A diferencia de Sw edenborg, su
llegar al m u n d o de los espíritus. O tro s edu can a los niños que han m u er­ contem poráneo Jean-Jacques R ousseau (1712-1778) define el in fierno en
to en la infancia. S w edenborg asegura a su padres que «todos los niños, términos m ucho más psicológicos. Según el libro 4 del Emilio, los corazo­
nacidos d en tro o fuera de la Iglesia, son adoptados p o r el S eñ o r y se c o n ­ nes hum anos están «corroídos p o r la envidia, la avaricia y la am bición», por
v ie rte n en ángeles» (§ 416). eso infierno está «en el corazón del malvado» (R ousseau [1762] 1991,
284). R ousseau y Sw edenborg consideran los corazones m alvados y los ac-
d. E l in fie rn o 0S Perversos com o una unidad, y los dos saben que el m al se origina en
Las regiones infernales (inferna), co n su división en u n nivel superior
d en o m in ad o reg ió n de los espíritus (regnum spirituum) y o tro in ferio r de­ Debe observarse que § 462b: 7 term ina de m anera poco habitual c o n la sugerencia
n o m in ad o reg ió n de los d em onios (regnum geniorum, véase § 596), son tra­ de un «proceso judicial».

tadas am pliam ente, au n q u e n o tan ex tensam ente com o los reinos celes­ sufrimiento interior (dolor) según Sw edenborg no es nunca un estado p erm anen-
tiales (§§ 536-588). Los espíritus (spiritus) y d em onios (gemí) n o son sino •nfelicidad, sino solam ente u n estado o sentim iento tem poral (véase § 400: 3- 4).

24 25
el corazón hum ano. Sin em bargo, a pesar de esta sem ejanza, R ousseau su­ el reino terrenal. Los espíritus peores, los dem onios (genii), «se deleitan de
braya el corazón, y S w edenborg acentúa los actos. El in fierno de manera particular en hacerse im perceptibles y flotar alrededor de los otros
R ousseau podría describirse co m o u n m anicom io, m ientras que el infier­ c o m o fantasmas, haciendo daño de m anera encubierta, vaporizando el
n o de Sw edenborg es una sociedad en la que gobierna el m alvado. E n el mal a su alrededor co m o el veneno de las serpientes» (§ 578). S w edenborg
infierno, liberado de las coacciones sociales, el corazón m alvado se expre­ señala que los espíritus tam bién atacan el cielo (§ 595); pero no sirve de
sa librem ente en actos perversos co n tin u am en te renovados. nada, pues cuando los cielos se d efienden del infierno, los ángeles, m e ­
¿Y q u é hay del castigo? E n el infierno, el castigo existe, pero no se ba­ diante un sim ple esfuerzo de voluntad, dispersan a los espíritus m alignos
sa en el registro de los pecados com etidos d u ran te la vida terrenal. E n lu­ y los arrojan de nuevo al in fierno (§ 229). El resultado de este conflicto
gar de ello, se in c u rre en el castigo exclusivam ente p o r las acciones reali­ y antagonism o constante es u n dram a dinám ico. Supervisada y dirigida
zadas en el in fiern o (§ 509). Esta fun ció n es realizada p o r otros dem onios, por el Señor, que siem pre apoya a las fuerzas celestiales, la acción de los
que nun ca se abstienen de frustrar y a to rm e n ta r a sus sem ejantes en cuan­ poderes antagónicos tien e co m o resultado u n gran eq u ilib rio cósm ico (§§
to pued en . 592 - 593 ). Lejos de estar en un estéril estado de hom eostasis, el universo
El estado en q u e se en cu en tran los m alvados depende de sus im pulsos rebosa de vida.
individuales y sus cualidades interiores (§ 508), las cuales reflejan el am or El carácter dinám ico del universo de S w edenborg em erge aún más
a sí m ism o y el am o r al m u n d o en grados diversos (§ 554). A nte los ju s­ claramente cuando se com para con las nociones escolásticas tradicionales
tos, aparecen co m o «m onstruos» (§ 80) de fo rm a «distorsionada, oscura y de la vida después de la m uerte. Según gran parte de la tradición cristia­
grotesca» (§ 99 ), vestidos ú n icam en te co n «harapos sucios y asquerosos» na, la vida h u m ana se detendrá finalm ente en el cielo y en el infierno.
(§ 182). «Algunos rostros son negros, otros c o m o pequeñas antorchas, H abiendo alcanzado su m eta, dejará de existir. E n el cielo, los bienaven­
otros c o n granos o co n grandes llagas ulcerosas» (§ 553). Pero, pregunta turados serán recom pensados, esencialm ente m ediante la visión beatífica
S w e d e n b o rg , ¿están d e fin itiv a m e n te p e rd id o s para el cielo? ¡Sí! de Dios. E n el infierno, los condenados serán castigados co n u n sufri­
D efinitivam ente; es decir, es en este m u n d o , el m u n d o del tiem p o y el m iento eterno. Del Cielo y del Infierno n o presenta nada sem ejante a esto.
espacio, en el q u e pod em o s y debem os elegir. U n a vez que el carácter El cielo, realidad dinám ica, significa una vida arm ó n ica bajo el influjo di­
m aligno de alguien se ha ratificado, n o habrá ya n in g ú n cam bio, y p o r vino, m ientras que el in fiern o significa una vida in arm ó n ica separada del
tanto n o habrá escapatoria del in fiern o en toda la eternidad. «Una abun­ Señor. Para el a u to r de Del Cielo y del Infierno la vida h u m ana c o n tin u a­
dante exp erien cia m e ha convencido tam b ién de que después de la m u er­ ra para siem pre, tan to en este m u n d o co m o en los universos espirituales
te p erm an ecem o s igual para siempre» (§ 480). P or consiguiente, «los ha­ que lo rodean.
bitantes de los infiernos n o p u e d e n ser salvados» (§ 595). Sin em bargo,
Sw edenborg ofrece a los m oradores del in fiern o una últim a esperanza: a e. E l S e ñ o r
veces el S eñ o r envía ángeles a los q u e allí se e n cu en tran para im p ed ir que Toda esta vida procede del S eñor (Dominus), que envuelve y sostiene
se a to rm e n te n excesivam ente entre sí (§ 391). toda la estructura cósm ica. T odo lo que existe y vive debe su ser al Señor,
S w ed en b o rg describe b revem ente la co n d ició n m iserable y las activi­ Y efectivam ente extrae su p o d e r de ser en cada m o m e n to del S eñor (§ 9).
dades de los espíritus infernales. V iv ien d o en toscas chozas, los espíritus A parado de su fuente de ser, to d o se desvanecería in m ed iatam en te en la
infernales se em p eñ an en «disputas, hostilidades, peleas y violencias cons­ nada. E n el m u n d o (mundus), n o todas las personas se vuelven hacia el
tantes. Las calles y callejuelas están llenas de ladrones y atracadores. En al­ Señor com o fuente de su ser, pero en el m u n d o espiritual todos los án ­
gunos infiernos n o hay nada sino burdeles, de aspecto repu g n an te y lle­ geles lo hacen. Para los ángeles del reino celestial, el S eñor es visible co -
nos de to d o tip o de suciedades y excrem entos» (§ 586). E l v id en te insinúa m ° un S°1 p o r encim a de los cielos (§ 118), «rojizo y resplandeciente, con
en u n capítulo (§ 600) que tratan de influir en las personas que viven en Un brillo tal que no se pued e describir» (§ 159).

26 27
La m etáfora solar para el S eñor se utiliza de m anera que da al univer­
so te o c é n tric o de S w edenborg una estru ctu ra heliocéntrica: «Puesto que
el S eñ o r es el sol del cielo... el S eñ o r es el centro c o m ú n [Dominus en
Centrum communej» (§ 124). E n otros lugares S w edenborg utiliza expre­
siones más tradicionales, de verticalidad, según las cuales D ios está por
encim a de to d o y los diversos cielos se d en o m in an inferiores y su perio­
res (§ 22). Sin em bargo, una lectura atenta revela que S w edenborg o rie n ­
ta a m e n u d o su lenguaje desde las m etáforas de verticalidad hacia las m e ­
táforas del centro. D e esta m anera, los ángeles y los cielos superiores se
den o m in a n tam b ién ángeles y cielos «más interiores», esto es, aquellos
que están más cerca del centro divino (§§ 22, 29, 31). «La perfección au­
m en ta cu ando nos dirigim os hacia d en tro y dism inuye cuando vam os ha­
cia fuera, p o rq u e las cosas más in terio res están más cerca del S eñor y son
intrín secam en te más puras, m ientras que las cosas más exteriores están
más lejos del S eñ o r y son intrín secam en te más bastas» (§ 34). La figura 2
es u n in te n to de m ostrar el discurso de S w ed enborg basado en el centro
y ofrece u n a alternativa al a n te rio r m apa del universo (fig. 1).
S w edenborg procura corregir los m alentendidos com unes de la idea de
Dios. Los teólogos desvirtúan con frecuencia la naturaleza del Señor al cre­
er en tres seres divinos (§ 2) o negando la divinidad del S eñor y reco n o ­
ciendo solam ente al Padre (§ 3). Existe u n solo Dios, u n solo Señor, que
se m anifestó en la tierra com o Jesús y que se m anifiesta en el cielo com o
el sol o la luna (§§ 117-118). P uede m anifestarse tam bién en form a angé­
lica, esto es, h u m an a (§§ 55, 121). La autom anifestación y la visibilidad del
Señor son hechos m u y recalcados p o r Sw edenborg: sólo los filósofos des­
cam inados piensan en D ios com o invisible y p o r consiguiente com o in­
com prensible (§§ 82, 86 ). Q uienes describen a D ios com o el alma invisi­
ble del universo, co m o u n ser más allá de la com prensión de la cognición
hum ana (§ 3), están claram ente equivocados. Leído com o una crítica de es­
ta filosofía naturalista, Del Cielo y del Infierno de S w edenborg em erge co ­
F
m o una celebración del cono cim ien to de las realidades divinas. Al vidente 'g u ra 2 . M a p a d e l u n i v e r s o d e S w e d e n b o r g ( s e g u n d a v e r s i ó n ) . M ie n tr a s
le fue dado ese conocim ien to en dos form as que se apoyan m utuam ente: l ú e el e s q u e m a o f r e c i d o e n la f ig u r a 1 s itú a a D io s e n la p e r if e r ia , h a c i e n ­
p o r vía de una com unicación mística co n los ángeles y p o r vía de co m ­ d e e n v u e lv a e l u n i v e r s o , e n el t e x t o d e S w e d e n b o r g e s tá i m p l í c i t a u n a
prensión del sentido in te rio r de los escritos bíblicos. «Me ha sido concedi­ re P re s e n ta c ió n a lt e r n a t iv a . E l v i d e n t e h a b la t a m b i é n d e lo s d iv e r s o s n i v e -
les del i
do estar co n los ángeles y hablar co n ellos cara a cara», explica. «Se m e ha ^ c ie lo e n t a n t o q u e m ás c e r c a n o s o m ás a le ja d o s d e l c e n t r o d iv in o .
autorizado igualm ente a describir lo que he visto y oído, con la esperanza e s q u e m a s itú a al S e ñ o r e n el c e n t r o y r e le g a t o d o lo d e m á s a la p e r i ­
feria.
de derram ar luz d o n d e hay ignorancia y disipar así el escepticismo» (§ 1).

28 29
II. E l e m e n t o s d e i n t e r p r e t a c i ó n m o com o el ú n ico m é to d o adecuado. La verdad, decían, n o pued e al­
Las palabras q u e acabam os de citar son co m o u n sólido p u n to de par­ c a n z a rs e confiando inco n d icio n alm en te en una escuela tradicional com o
tida para u n exam en del c o n tex to de la época de Sw edenborg: «Me ha la fundada p o r P latón (427-347 a. C .), A ristóteles (384-322 a. C .), o los
sido co n ced id o estar co n los ángeles y hablar con ellos cara a cara. e s to ic o s ; solam ente p u ed e encontrarse m ed ian te la experiencia y el exa-
T am bién se m e ha p e rm itid o ver, a lo largo de trece años, lo que hay en m e n cuidadoso y en profundidad y posiblem ente depurado de las ideas
el cielo y en el infierno» (§ 1). D esde q u e se escribieron estas palabras, r e c i b id a s y de las nociones que se p u e d en e n co n trar en el e n o rm e reper­
han im pactado a m uchos que las han leído o han o íd o hablar de ellas. t o r i o del pensam iento acum ulado a lo largo del tiem po. T radición, es d e­
D u ra n te los últim os años de su vida, E m anuel Sw edenborg se convirtió c ir, la s ideas recibidas, e innovación, es decir, las nuevas perspectivas ad­
en una especie de celebridad y la g en te le buscaba en su casa de q u i r i d a s a través de la experiencia y la observación cuidadosa, interactúan
E stocolm o y de L ondres o en cualquier lugar en que pudiera en co n trar­ e n lo s siglos XVII y XVIII para pro d u cir u n c o n o c im ien to nuevo. Las m e n ­
se. Y a él n o le im p o rtó que se le acercaran. U n o de estos visitantes, el tes eclécticas estaban abiertas a to d o tipo de ideas, com binándolas en c o n ­
poeta alem án G ottlieb F ried rich K lopstock (1724-1803), quería que le figuraciones siem pre nuevas, desarrollándolas p o r nuevos cam inos, y ra­
pusiera en co n tacto co n sus am igos difuntos, a lo que Sw edenborg, sin ramente trataban de rastrear - o de rev elar- sus fuentes últim as.
em bargo, se n egó (Tafel 1890, 697). K lopstock y m uchos otros le consi­ En la ciencia, la edad de oro del eclecticism o se desarrolla alrededor
deraban co m o u n vid en te de espíritus, y la gente quería oírle hablar so­ de 1700, cuando en A lem ania Jo h a n n C h risto p h S tu rm (1635-1704) apa­
bre los ángeles o sus parientes m u erto s, p o r pura curiosidad. C onfiaban recía com o su representante principal (A lbrecht 1994, 307-357). C o m o
en él p o r lo q u e habían o íd o o quizás a raíz de una lectura m uy superfi­ estudioso de la «filosofía natural» (com o entonces se llamaba), S tu rm es­
cial de libros co m o Del Cielo y del Infierno, q u e parecía a algunos u n co n ­ cribió sobre m atem áticas y física, in tro d u jo la física ex p erim ental en los
g lo m e ra d o de alu cin acio n es disparatadas. A u n q u e es c ie rto que cursos que im partía en A ltd o rf (en la universidad de N u rem b erg ,
S w ed en b o rg preten d ía estar en co n tacto co n el otro m undo, m uchos Baviera), trabajó ju n to al q u ím ico inglés R o b e r t Boyle (1627-1691), y
co n tem p o rán eo s in terp retaro n e rró n e a m en te o sim plem ente pasaron por atrajo la atención del filósofo alem án G o ttfried W ilhelm Leibniz
alto el h e ch o de que él quería establecer los cim ientos de u n a nueva teo ­ (1646-1716). S turm explicaba su enfoque en u n tratado titulado De
logía. T am poco co m p ren d ían su lenguaje, sobrio y perfectam ente razo­ Philosophia Sectaria et Electiva (Sobre la filosofía sectaria y ecléctica, 1679),
nable, ni su tip o de pensam iento. P o r eso, el resum en preced en te ha tra­ y a su últim a colección de escritos la tituló Philosophia Ecléctica (Filosofía
tado de insistir en el carácter co h e re n te y sistem ático de la enseñanza de ecléctica; 1686, 1698). Para in teg rar en la m e n te los fenóm enos naturales,
Del Cielo y del Infierno. insistía S turm , no basta con estudiar los libros antiguos; es preciso inves­
E n las páginas q u e siguen la enseñanza de Sw edenborg es exam inada tigar tam bién en «el libro de la naturaleza». S tu rm practicó u n m é to d o de
desde u n ángulo diferente, desde u n p u n to de vista histórico. La co m ­ tres pasos: p rim e ro hay que describir los fenóm enos tan fielm ente com o
prensión histórica de u n tex to tan alejado de nuestra época y tan co m ­ sea posible; luego hay que hacer u n inventario de las teorías explicativas
plejo co m o D el Cielo y del Infierno exige investigar en los diversos niveles propuestas p o r las autoridades antiguas y m odernas; y, finalm ente, extraer
de su trasfondo cultural, filosófico y religioso. La m etáfora de los estratos la explicación adecuada de la literatura disponible. E n la ciencia, el eclec­
adquiere su sentido cuando el le c to r considera el h ec h o de que la filoso­ ticismo era «m oderno» y «elitista» (A lbrecht 1994, 330). C u a n d o Sw eden­
fía de Swedenborg pertenece a la tradición ecléctica. A ctualm ente el eclecticis­ borg estudió m atem áticas y física a principios del siglo XVIII, los p rim e -
m o tiene m ala fam a, pues se da este n o m b re a sistemas de pensam iento tos científicos co m partían la filosofía básica de S turm , y el sueco lo hizo
que de m anera arbitraria co m b in an elem entos de una diversidad de fuen­ suyo. El espíritu del eclecticism o se extendía más allá de la filosofía n a tu -
tes sin una estructura adecuada para tal com binación. E n cam bio, en los ^ Y Uegó a incluir toda la filosofía. Toda filosofía verdadera, afirm aba
siglos x v i i y x v i i i m uchos filósofos y científicos celebraban el eclecticis­ enis D id ero t (1713-1784) en la Enciclopedia, es ecléctica p o r naturaleza.

30 31
ca o s. La sequía podía trastornar las estaciones, la esterilidad am enazaba la
«La p hilosophie eclectique» existía en la antigüedad, pero luego «perm a­
c o n tin u id a d de las generaciones, la enferm ed ad y la guerra daban el p o -
neció olvidada hasta finales del siglo xvi», cuando renació co n G iordano
j er a la m u erte más que a la vida y la prosperidad. Sin em bargo, pese a
B ru n o (1548-1600), F rancis B aco n (1561-1626), R e n é D escartes
t o d o su p o d e r destructivo, las fuerzas del caos n o podían triu n far n u nca
(1596-1650), T h o m as H obbes (1588-1679), G o ttfried W ilhelm Leibniz,
c o m p l e ta m e n t e sobre el o rden de la creación divinam ente establecido.
N icolás de M alebranche (1638-1715) y una larga lista de héroes de
A u n q u e el m u n d o está siem pre expuesto a la p ertu rb ació n y lleno de
D id ero t (D iderot [1755] 1876, 345). E n tre los filósofos eclécticos, algunos
c o n f l i c t o s , los dioses, al parecer, m an tie n en el m u n d o en u n equilibrio
no parece que pensaran incluir ideas cristianas en su sistema; otros, sin
i n t e m p o r a l entre cosm os y caos, co n la balanza ligeram ente inclinada, p o r
em bargo, estuvieron abiertos a las afirm aciones cristianas tradicionales,
lo g e n e r a l , en la dirección del o rd en cósm ico. La visión global del m u n ­
aceptaron la idea de revelación divina y rechazaron la descripción pura­
d o d e la hum an id ad arcaica era de una estabilidad visible y en definitiva
m en te m ecanicista de la naturaleza (G aier 1984, 90-91; D reitzel 1991,
f i r m e , atem perada p o r u n fuerte sentido de inseguridad.
332-333).
El m u n d o de los pueblos arcaicos n o se detenía en los lím ites de la
C o m o co rresp o n d e a u n h o m b re de esta creencia filosófica, el saber
conciencia cotidiana, sino que se extendía m u c h o más allá de esos confi­
de Sw ed en b o rg era vasto y ecléctico, siendo su pensam iento el resultado
nes. Alguna form a de cielo e in fiern o —residencia de los favorecidos y los
de una variedad de fuentes. R etro sp ectiv am en te, R a lp h W aldo E m erson
menos favorecidos de entre los m uertos—p erten ecía a esa visión del m u n ­
(1803-1882) —h o m b re fam iliarizado co n los logros del eclecticism o - p o ­
do. Este reino bienaventurado se describe rep etidam ente en el R ig Veda,
día escribir: «Sw edenborg nació en u n a atm ósfera de grandes ideas. Es di­
antiguos him nos sánscritos com puestos alrededor del 1200 a. C . en la
fícil decir lo q u e era de su propiedad» (E m erson [1849] 1903, 103). Si se
India (C ohn 1993, 76). E n esos him nos, el cielo aparece co m o lleno de
com parara el p ensam iento de S w ed en b o rg co n una casa, en ella se co m ­
luz, arm onía y alegría. Sus habitantes se alim entan de leche y m iel. H acen
binarían m ateriales de co n stru cció n de orígenes diversos para fo rm ar una
el am or con tanto m ayor deleite cuanto que han sido liberados de todo
unid ad nueva y sólida. Pero ¿cuáles eran esos m ateriales y de d ó n d e p ro ­
defecto corporal. El sonido del dulce canto y de la flauta es fácilm ente
cedían? E n las páginas siguientes se in ten tará precisar cuáles son algunos
audible. U n in fiern o típico era el de la antigua M esopotam ia: u n o tro -
de los m ateriales intelectuales co n los q u e Sw edenborg co nstruyó su sis­
mundo poblado p o r dem onios que a veces se escapan al m u n d o de los vi­
tem a y rastrear sus orígenes históricos. Se p u e d e n discernir elem entos ar­
vos e incluso asaltan el m u n d o de los dioses. El m ism o o tro -m u n d o al­
caicos, n eoplatónicos, renacentistas, b arrocos y rom ánticos. El p rim e r te­
bergaba tam bién los espíritus de los seres h u m anos m uertos, o al m enos
m a será el carácter arcaico de su visión del m undo.
de gran parte de ellos. D escrito co m o u n reino de oscuridad y g o b ern a­
do por una diosa p o c o amistosa, el in fiern o era u n lugar tenebroso y de­
a. U n a c o s m o v is ió n a r c a ic a
sagradable.
Los pueblos antiguos se en co n trab an en u n m u n d o m arcado p o r dos
En su diálogo Fedón, el filósofo griego P latón discute el destino de las
experiencias opuestas y contrarias (C o h n 1993, 3-76). H abía estabilidad y
almas después de la m u erte, asignándoles lugares de acuerdo con su vida
orden, que se m anifestaba en el ciclo p eren n e de día y noche, nacim ien ­
de santidad o de pecado:
to y m u erte. «M ientras la tierra perm an ezca, n o cesarán la sem entera y la
siega, el frío y el calor, el verano y el invierno, y el día y la noche»
Cuando llega al lu g a r e n q u e las o tras alm as e stán re u n id a s, el a lm a q u e v a sin
(Génesis 8 , 22 ). Ese o rd en se extendía de la naturaleza a la sociedad y se
purificar y h a re a liz a d o a c c io n e s im p u ra s, q u e h a e je c u ta d o h o rrib le s asesin ato s u
consideraba válido tam bién para el rein o de los espíritus y las deidades.
°tro s crímenes sim ilares, q u e re su lta n h e rm a n o s d e ésos, o a cto s p ro p io s d e alm as
D iv in am en te fijado e invariable, el o rd e n era esencialm ente eterno. Sin
hermanas en el c rim e n , a ésa to d o el m u n d o la r e h u y e y le v u e lv e la espalda; n a -
em bargo, n u n ca era plen am en te tran q u ilo y estable, pues existía la se­
die quiere ser su c o m p a ñ e ro n i su g u ia, y ella v a sola y e rra n te , e n to ta l in d ig e n ­
gunda experiencia, igualm ente im p o n e n te , de inestabilidad, conflicto y

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32
cia hasta que se cumple un cierto tiempo, cuando es irresistiblemente arrastrada |uicio Final, arguyendo que los textos bíblicos correspondientes han sido
al lugar que le corresponde... Aquellos que parecen ser incurables por la gran mal com prendidos (§§ 1 , 307, 312). A firm a S w edenborg que se le ha co n ­
magnitud de sus crímenes, que cometieron numerosos y horribles actos sacrile­ c e d id o el descubrim iento del verdadero significado oculto en la Biblia.
gos, asesinatos injustos y violentos, o cosas semejantes, ésos son arrojados al A u n q u e no trate de ello, se p u ede inferir de Del Cielo y del Infierno que
Tártaro, que es el destino que les conviene, y de donde nunca saldrán... Los que para Sw edenborg el Juicio Final ya ha ten id o lugar com o acontecim iento
se distinguieron por la santidad de su vida son liberados de su prisión terrenal [es­ no en la tierra, sino en el m u n d o espiritual. E n El Juicio Final § 45 lo des­
to es, el cuerpo], y se dirigen a su hogar puro que está en lo alto, y habitan en la c rib e com o un acontecim iento del que él m ism o había sido testigo en
tierra más pura. Y de entre éstos, aquellos que se han purificado debidamente me­ 1757. Del Cielo y del Infierno incluye una breve descripción:
diante el ejercicio de la filosofía viven en lo sucesivo completamente sin cuerpo,
en mansiones todavía más hermosas, que no pueden ser descritas, ni tenemos Hevisto m o n ta ñ a s q u e e ra n m o ra d a d e g e n te m a lv a d a d e m o lid a s y allanadas,
tampoco ahora tiempo suficiente para contarlo (Fedón 108b-c, 113e, 114b-c). a veces sacudidas d e u n a p u n ta a o tr a c o m o s u c e d e e n n u e s tro s te r re m o to s . H e
visto acantilados h e n d ié n d o s e h asta el fo n d o y tra g a n d o a lo s m a lv a d o s q u e esta­
P latón parece h ab er añadido algunas ideas propias —llam ar al cu erp o la ban sobre ellos. H e v isto ta m b ié n c ó m o los á n g e le s d isp e rsa b a n v a rio s c ie n to s d e
prisión del alm a y ver la filosofía c o m o el m edio más poderoso de alcan­ miles de espíritus p e rv e rs o s y los a rro ja b a n al in f ie rn o (§ 229).
zar u n estado post m o rte m elevado— pero, en su designación de u n des­
tin o particular a cada tipo de alma, su visión básica concuerda con n o ­ A unque este relato está acom pañado de una referencia a El Juicio Final,
ciones arcaicas. que describe el aco n tecim ien to real detalladam ente, los lectores p o co in ­
El profeta iranio Z oroastro, que vivió hacia el año 1200 a. C ., revisó formados apenas sospecharán que el au to r habla aquí sobre el Ju icio Final
la cosm ovisión arcaica intensificando su dim ensión dram ática8. El co n ­ como un aco n tecim ien to pasado, u n episodio co n tem p o rán e o de la his­
flicto entre las fuerzas del o rd en y los poderes del caos n o sería sim ple­ toria hum ana más que su culm inación y su final. S w edenborg prefiere
m en te etern o ; p o r el contrario, el conflicto debe desem bocar algún día dedicar un libro in d ep e n d ien te —E l Juicio Final— a este im p o rtan te tem a.
en u n ch o q u e final de arm as y ejércitos. Esta g uerra de dim ensiones apo­ Según el credo cristiano, C risto «volverá en su gloria para ju zg a r a vi­
calípticas significaría la victo ria del dios creador y la d erro ta final, si no la vos y m uertos y su reino n o tendrá fin»9. Este artículo de fe es c o m p re n ­
aniquilación, de sus adversarios. E n consecuencia, la historia hum ana se dido generalm ente en térm in o s apocalípticos co m o referencia a u n gran
deten d ría y se establecería u n m u n d o nuevo sin conflicto. La cosm ovisión drama cósm ico que m arca el final de la historia hum ana. E n la teología
de Z oroastro influyó en las creencias ju d ías antiguas y, a través de ellas, en m oderna, la creencia en el «fin del m undo» se ha convertido en u n tem a
las doctrinas escatológicas cristianas. El tem a de la guerra se com pletó muy discutido y m uchos teólogos buscan un significado más allá de las
co n el tem a del ju icio , de m anera q u e el dram ático final y la consum a­ meras palabras. Para ellos, los elem entos escatológicos descritos en el
ció n de la historia hum an a se consideraron dos actos term inales: la de­ Nuevo Testam ento y resum idos en el C red o no son ni predicciones ni
rro ta de Satanás y el Juicio Final. m form ación sobre acontecim ientos futuros. E n vez de ello, d eben de te­
E n Del Cielo y del Infierno, S w edenborg deja de lado intrépidam ente la ner algún significado sim bólico que hay que recuperar m ediante especia-
doctrin a zoroastriano-crisdana para volver a la cosm ovisión arcaica. Para es estrategias de interpretación.
él, la historia continuará p o r siem pre c o m o lugar de conflicto entre el bien Tres de estas estrategias se han vuelto m uy com unes entre los te ó lo ­
y el mal, la verdad y la falsedad, el o rd en y el desorden. O frece una nue­ gos. U na escuela considera el dram a apocalíptico del N u ev o T estam ento
va in terp retació n radical de las enseñanzas cristianas tradicionales sobre el c°m o un nivel secundario, postjesuánico, de la tradición cristiana p rim i-

8B oyce (1975, 190) sitúa a Z oroastro entre 1400 y 1000 a. C. ,> Del credo constantinopolitano del año 381 d. C . Véase Leith 1973, 33.

34 35
tiva. Sobre esta prem isa, el m in isterio de Jesús p u ed e com prenderse d e n ­ en la m edida en que lo describe co m o u n ú n ico aco n tecim ien to signifi­
tro de la cosm ovisión arcaica. V isto desde esta perspectiva, sus curaciones que ya ha tenido lugar.
c a tiv o

aparecen co m o victorias tem porales en la batalla contra las fuerzas del


m al, ap u n tan d o al establecim iento del g o b iern o real de D ios entre los b. C a r a c te r ís tic a s n e o p l a t ó n i c a s
pueblos. A u n q u e Jesús p u d o p re te n d e r la curación de la sociedad ju d ía U na de las prim eras cosas que se nos dicen en Del Cielo y del Infierno
com o u n todo, nun ca esperó algo más q u e u n triu n fo in m ed iato aunque es que «lo D ivino es uno» (quod D ivinum unum sit, § 2 ). Este U n o (unum)
tem poral sobre las fuerzas del mal. El restablecim iento del g o b iern o divi­ es el «Principio» (Primum), y to d o lo que existe en este m u n d o y en los
n o de Jesús es realista y a p eq u eñ a escala, y supone u n episodio de la lu ­ otros reinos del universo le debe su existencia. N o debem os pensar que
cha entre el o rd en y el caos. N o hay necesidad de hacer de ello u n p re­ los seres existentes -m a teriales e inm ateriales, anim ados e inanim ados,
lu d io m e n o r a u n a c o n te c im ie n to ap o c a líp tico de d im en sio n es animales y h u m a n o s - se m a n tien en p o r sí m ism os. M ás bien, d eb en ser
universales. El Jesús histórico, co m o algunos historiadores m o d ern o s le continuam ente plenificados desde el P rincipio, fuente de to d o ser. Todo
ven, n u n ca dio a su m ensaje u n a estru ctu ra utópica y apocalíptica (Lang depende del P rin cip io en fuerza y vitalidad. «Si las cosas no se m a n tu ­
1997, 94-96). vieran en una relación constante co n el P rincipio, a través de elem entos
U n a segunda estrategia de la revisión de las creencias escatológicas interm edios, instantáneam ente se desintegrarían y desaparecerían» (§ 9 ).
cristianas tradicionales p u ed e apreciarse en la obra del teólogo católico Nada perm an ece en sí m ism o co m o una substancia com pleta e in d ep en ­
del siglo x x G erh ard L ohfm k. Según él, solam ente habrá u n ju ic io indi­ diente; to d o o b tien e su capacidad de ser de una fu ente transcendente,
vidual después de la m u e rte de cada persona; co m o dram a cósm ico, el alejada del m u n d o : del U n o o Principio.
Juicio Final n o tendrá n u n ca lugar y p u e d e co m prenderse co m o la ex­ Estas afirm aciones constituyen la lección on to lò g ica fundam ental no
presión de que, desde la perspectiva ete rn a de D ios, todos los juicio s in­ sólo d e Sw edenborg, sino de una larga y venerable tradición filosófica
dividuales suceden al m ism o tiem p o (L ohfm k 1975, 70-81). iniciada e n la G recia antigua p o r P latón en el siglo IV a. C. y renovada y
La tercera estrategia p ertin en te, representada p o r el teólogo luterano desarrollada p o r P lo tin o (205-270) en el siglo III d. C .10
del siglo XX R u d o lf B ultm an n , m an tien e que la escatología m itológica La filosofía platónica enseña tres doctrinas principales. P rim era, que
debe de te n e r u n m ensaje existencial. M ás q u e ser u n anuncio literal del existen dos m undos: u n m u n d o m aterial y u n m u n d o espiritual, trans­
Juicio Final, sirve co m o llam am iento u rg en te a enfrentarse co n D ios aquí cendente, siendo el m u n d o espiritual el reino más pu ro y poderoso.
y ahora y d escubrir el au tén tico ser in terio r. C u an d o se descubre a D ios Segunda, que am bos m u ndos derivan en definitiva de u n a fu ente c o m ú n
com o la realidad últim a, entonces to d o lo dem ás —el m u n d o m aterial y de ser y p o d er que transciende to d o lo espiritual y lo m aterial. Se pued e
su historia— desaparece. Así es co m o explica B u ltm an n el significado in ­ hablar de esta fuente co m o el B ien, el U n o , el P rincipio, o la D eidad.
terior, real, del m ensaje bíblico del «fin del m undo»: Tercera, el ser h u m an o p erten ece esencialm ente al m u n d o espiritual o di­
vino, y p o r lo tanto transciende la m u erte; la fo rm a habitual de referirse
La predicación escatológica considera el tiempo presente a la luz del futuro, a esta d o ctrina es decir que el alma h u m an a individual es inm ortal.
y dice que este m undo presente de naturaleza e historia, el mundo en que vivi­ E xpresada en estos térm in o s generales, m u ch o de la teología cristiana,
mos nuestra vida y hacemos nuestros planes, no es el único mundo; que este S1 n o to d o , es com parable al pensam iento p latónico o neoplatónico. Sin
mundo es temporal y transitorio; sí, en el fondo, vacío e irreal frente a la eter­ etnbargo, Sw edenborg utiliza en ocasiones la m ism a term inología em plea­
nidad (Bultmann 1958, 23). r á p o r la escuela de P latón, p o r ejem plo, cuando designa a D ios com o

C o m o Sw edenborg, gran parte de la teología m o d ern a elim ina los te­ Para una síntesis in troductoria de la filosofia de P lo tin o y el im pacto que p rodujo

mas apocalípticos. Sin em bargo, el Ju icio Final de Sw edenborg es único en h vida intelectual occidental, véase H arris 1976.

36 37
«Principio». Según la d o ctrin a más im p o rta n te de P latón, to d o lo que la d e s c r i p c ió n vivida de experiencias espirituales. C u an d o escriben de for­
existe o b tien e su ser de una fuente sup rem am ente transcendente y debe m a a b s tra c ta sobre el bien y la verdad y su em anación del S eñor y su influ­
perm an ecer en co n tacto co n esa fu en te para n o caer en la nada. D ios, o jo e n lo s seres hum anos, raram ente dan p o r finalizada la discusión sin ilus­
el B ien, sim bolizado en P latón y en S w ed en b o rg p o r el sol, trae las e n ti­ tra r su argum entación con las «cosas oídas y vistas» en el m u n d o espiritual.
dades «a la existencia y les da crecim ien to y alim ento»; «derivan del Los d o s filósofos concuerdan en su em peño de agotar los recursos del len-
B ien... su ser y realidad» (República 6 , 509b). S w edenborg utiliza tam bién g u a je y la com unicación para lograr su objetivo. D e aquí la tendencia
ideas y enseñanzas específicam ente neoplatónicas. La afirm ación citada
a n te rio rm e n te es u n ejem plo perfecto: «Si las cosas no se m an tu v ieran en [de P lo tin o ]a concluir pasajes de árida discusión dialéctica con alguna de sus vi­
una relación constante co n el P rincipio, a través de elem entos in te rm e ­ vidas descripciones de contemplación o experiencia mística, y su hincapié en
dios [in nexu continue teneturper intermedia cum Primo], instantáneam ente se que solamente a la luz de tales experiencias pueden resolverse todas las dificul­
desintegrarían y desaparecerían» (§ 9). E l Principio, en el pensam iento tades. También es significativo en este contexto el empleo de imágenes por par­
platónico, es transcendente y está m u y lejos de las realidades m ateriales y te de P lo tin o , especialmente de las llamadas «imágenes dinámicas», en las que se
espirituales, de m anera que debe existir u n intermedium o m ed iad o r que utilizan procesos tomados del mundo material para ilustrar la actividad de orden
lo con ecte co n su suprem a fuen te de ser. «Todo lo que existe después del espiritual (Wallis 1972, 41).
P rincip io debe surgir necesariam ente de dicho Principio, sea de form a
inm ediata o rem o n tán d o se a él a través de elem entos interm edios», afir­ Las siguientes parábolas, que ilustran la presencia divina en el m undo,
m a P lo tin o (Enéadas, V, 4, 1). Los platónicos dedicaron m u c h o esfuerzo p u ed en dar una idea de la belleza co n que P lo tin o utiliza parábolas e im á­
a tratar de d efinir este intermedium; P lo tin o , p o r ejem plo, desarrolló la genes:
teoría de u n alm a cósm ica que vincula todas las cosas, conectándolas con
el U n o o P rincipio. E n Sw edenborg, en co n tram os a los ángeles en la fun­ El Alma [del mundo] observa el universo incesantemente cambiante y sigue
ción de intermedium: «N o pod em o s dar u n paso sin el influjo (infiuxus) del el d e stin o de todas sus obras. Esa es su vida, y no conoce ningún respiro en el
cielo», observa. A ñade que «se p e rm itió a los ángeles activar m i andar, mis cu id ad o de su obra, sino que está siempre trabajando en pos de la perfección,
acciones, m i lengua y m i conversación co m o desearan, fluyendo en m i p lan e an d o llevarlo todo, incesantemente, a un estado de excelencia; como un
v oluntad y en m i pensam iento» (§ 228). T am bién P lo tin o se refiere a la ag ricultor, que primero siembra y planta y luego arregla los estragos que hacen
guía divina m ed ian te el influjo: «Una vez el alm a recibe una c o rrien te las to rm e n ta s , las largas escarchas y los grandes vendavales (Enéadas, II, 3, 16).
[em anación] q u e llega a ella de D ios, es excitada y em bargada co n lo c u ­
ra báquica y colm ada de deseos incitantes: de esta m anera nace el am or... Imagina que se ha construido una gran casa majestuosa y variada. Nunca ha
Sin em bargo, u n a vez que u n calor p ro c e d e n te del B ien la ha alcanzado, sido abandonada por su arquitecto, quien, sin embargo, no está atado a ella. La
es fortalecida y despertada» (VI, 7, 22). La «corriente» (de lo D ivino) y el ha considerado digna en toda su longitud y anchura de todo el cuidado que pue­
«influjo» (en el alma) que en P lo tin o excita al alm a a am ar se generaliza en da serv ir a su ser —en la medida en que puede participar del ser- o a su belleza,
Sw edenborg a todos los m ovim ientos de la voluntad y el pensam iento h u ­ p e ro un cuidado que no es carga para el que la dirige, que nunca desciende, si­
m anos. Todas las form as de am o r —el am o r conyugal (amor conjugialis) así no q u e lo preside todo desde arriba. Tal es el modo en que el cosmos está ani-
com o las form as más simples del am o r m u tu o (amor mutuus)— se derivan niado, por un alma que no le pertenece, pero que está presente en él; domina­
tam bién del influjo celestial. («El am o r conyugal desciende del S eñor a tra­ do, no dominante; no poseedor, sino poseído. El alma lo sostiene, y está dentro
vés del cielo»; Am or conjugialis a Domino per Coelum descendat, § 385.) de él, sin que haya parte alguna que no participe de ella (Enéadas, IV, 3, 9).
Plotino y Sw edenborg com parten u n a característica notable en su es­
critura y su form a de razonar: la alternancia de la discusión conceptual con E l a lm a cósm ica, para P lotino, es una em anación del U n o que, a tra­

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vés de su presencia en todo, conecta to d o co n el U n o co m o su fuente su­ cada alma hum ana. U n o de esos poderes está representado p o r la hueste
prem a y divina de ser. U n ejem plo final, el em pleo sim bólico del cuer­ je los dem onios, los espíritus m alignos
po hu m an o , p u ed e servir para ilustrar c ó m o el lenguaje p lo tin ian o p u e­
de estar m u y cerca del de S w edenborg. El a u to r de Del Cielo y del Infierno que moldean nuestras almas con otra forma, y las ponen fuera de sí mismas, asen­
utiliza a m e n u d o en sus argum entos el c u e rp o h u m an o co m o analogía lu­ tadas e n nuestros nervios [o tendones], en nuestra médula, venas y arterias, pe­
m inosa. Así, afirm a que el universo en su c o n ju n to tiene form a hum ana, n e tra n d o incluso en nuestros órganos más internos... Estos demonios se abren
y que el cielo suprem o o tercer cielo se co rresp o n d e co n la cabeza del paso a través del cuerpo y entran en las dos partes irracionales del alma; y cada
H o m b re U niversal (§ 65). E n la escuela de P latón en co ntram os ideas si­ d e m o n io pervierte el alma de una manera diferente, según su modo especial de
milares. C onsidérese el siguiente pasaje de Plotino: acción (Scott 1924, 271).

En todo ser vivo, las partes superiores —cabeza, rostro— son las más bellas, Sin em bargo, hay u n a tercera parte, racional, del alma, y esta p arte es
mientras que las de en medio y las más bajas no lo son tanto. En el universo, los inasequible a los asaltos dem oníacos:
miembros intermedios y los más bajos son los seres humanos; por encima de
ellos, los cielos y los dioses que allí habitan. Estos dioses, con toda la extensión P e ro la parte racional del alma humana permanece libre del dominio de los
que rodea los cielos, constituyen la mayor parte del cosmos (Enéadas, 111, 2 , 8). d e m o n io s y está capacitada para recibir a Dios en sí misma. Si entonces la parte
racional del alma humana es iluminada por un rayo de la luz de Dios, la obra de
Si sustituim os los ángeles p o r los dioses de P lotino, ten em o s entonces los d e m o n io s se frustra con respecto a ese ser humano, pues ni demonios ni dio­
una afirm ación q u e se acerca a lo q u e S w ed en b org podría hab er escrito. ses tie n e n poder contra un solo rayo de la luz de Dios. Pero esos humanos son,
Así, en m uchas de las ideas de S w ed en b o rg resuena el p en sam iento y el en v e rd a d , escasos (Scott 1924, 271).
lenguaje de la filosofía más antigua y venerable de E uropa. D ic h o esto,
debem os señalar una diferencia im p o rta n te en tre D el Cielo y del Infierno Fiel a su elitism o neoplatónico, el Corpus Hermeticum afirm a que sólo
y la idea n eo p lató n ica de D ios. E n el n eo p lato n ism o clásico, el P rincipio unas pocas personas han sido tocadas p o r la luz divina.
o U n o p erm an ece alejado de la creación y es difícil de alcanzar incluso La filosofía n eo p latón ica in trig ó e inspiró a los pensadores cristianos
m ed ian te la m ed itació n filosófica. E l n eo p lato nism o cristiano de Swe­ de la A ntigüedad, incluido O rígenes (ca. 185-254), A gustín (354-430), y
d en b o rg insiste en q u e el U n o es el Señor, es decir, Jesucristo, que se m a­ el P seudo-D ionisio (que vivió hacia el 500). E l filósofo italiano M arsilio
nifestó en el rein o del m u n d o creado y, p o r lo tanto, se p u ed e pensar en Ficino (1433-1499), enam orado del pensam iento de P lotino, tradujo las
él, creer en él y am arle. (Es interesante q u e S w edenborg n o plantee n in ­ obras del au to r griego al latín, haciéndolas accesibles a los lectores e u ro ­
guna crítica del neoplatonism o. Su crítica de aquellos que hablan de una peos. Ficino realizó tam bién una versión latina del Corpus Hermeticum, al
deidad más o m en o s idéntica a la naturaleza pero que n o p u ed e ser cap­ que entonces se consideraba entre los textos más antiguos del m u n d o , an­
tada p o r el p ensam iento ni el am o r h u m an o , que se en c u en tra en § 3, pa­ teriores incluso a los libros bíblicos escritos p o r M oisés. E n el siglo XVII,
rece dirigirse d irectam ente con tra la filosofía neoestoica.) los llamados platónicos de C am bridge, escuela representada p o r H e n ry
N o sólo las Enéadas de Plotino, sino tam b ién otras obras neo p lató n i- M o re (1614-1687) y R a lp h C u d w o rth (1617-1688), revitalizaron el p e n ­
cas p u e d e n ser com paradas de m an era provechosa co n D el Cielo y del In­ samiento platónico, defendiéndolo co ntra los científicos que adoptaban
fierno. A quí, la fu en te más destacada es el Corpus Hermeticum, una serie de una visión m ecanicista del m undo. E n tre los investigadores más tem p ra-
tratados filosóficos y religiosos que datan de los siglos II y III. Según uno uos, M artin L am m recalcó la cercanía, si no la deuda, de S w edenborg a
de los libros incluidos en ese co rp u s y que recuerda a Sw edenborg la filosofía neoplatónica (Lam m 1922). Sólo una vez el au to r de Del Cielo
(H erm es Trism egisto, libro 16), dos p o deres co m p iten p o r el d o m in io de y del Infierno m en c io n a a P lo tin o p o r su n om bre, en u n a cita de A gustín

40 41
(S w edenborg 1931, 138), pero parece h ab er c o n o cid o las obras de P lotino e m b a rg o , no todas las enseñanzas de S w edenborg rep ro d u cen ideas n e o -
p o r la trad u cció n de Ficino. La B iblioteca diocesana de L inköping, E n ciertos aspectos, el au tor de Del Cielo y del Infierno era m uy
p la tó n ic a s .
Suecia, posee u n a copia latina de las obras de P lo tin o (publicada en d ife r e n te de P lotino. Sus actitudes respectivas hacia la riq u eza y las o c u ­
Basilea en 1580) que Sw ed en b o rg había firm ad o con su n o m b re en 1705 p a c io n e s m undanas diferían considerablem ente.
(Lam m 1922, 62). Así pues, en algún m o m e n to de su larga carrera in te­ El filósofo antiguo elogiaba a u n o de sus am igos, el senador rom ano
lectual debió de h ab er co n o cid o el pen sam ien to neo p lató n ico y éste p u ­ ITogatianus, presentándole com o m odelo a aquellos que aspiraban a lle­
do haberle inspirado, llevándole a pensar en u n a línea sem ejante. E ntre var una vida filosófica. R ogatianus, según la Vida de Plotino, de Porfirio,
las autoridades filosóficas conocidas p o r S w edenborg, L eibniz es quizá el había «llegado a tal desapego de las am biciones políticas que dejó todas
más cercano al n eoplatonism o (N em itz 1991 y 1994); véase p o r ejem plo sus propiedades, despidió a todos sus esclavos, ren u n ció a to d a dignidad...
su afirm ación de que «la criatura d ep en d e co n tin u am en te de la operación Incluso abandonó su casa, pasando su tiem p o aquí y allá en casa de sus
divina, y d ep en d e de ella n o m enos después de sus com ienzos que cuan­ amigos y conocidos, d u rm ien d o y co m ien d o co n ellos y haciendo una
do aparece p o r vez prim era. Esta dependencia im plica que no seguiría exis­ sola com ida cada dos días» (Porfirio [301] 1991, § 7). P lo tin o re co m en d a­
tiendo si D ios n o siguiera actuando» (Leibniz [1710] 1952, 355 = § 385). En ba una vida de pobreza y renuncia del m undo, prefirien d o la co n tem p la­
este im portante punto, Plotino, Leibniz y S w edenborg coinciden. ción y la m ed itació n a la vida activa en el m u n d o . E n su fo rm a agusti-
D u ran te los siglos xvii y xvill, los intelectuales europeos se esforzaron niana, la filosofía neoplatónica se ajustaba a los ascetas y renunciantes del
en desarrollar lo que ahora denom inam os ciencia, pero que entonces se lla­ mundo cristiano y podía ser invocada p o r los m onjes medievales.
m aba filosofía natural. Algunos autores barrocos —principalm ente aquellos Swedenborg no quiere saber nada de esto. Sólo la gente ig n o ran te pre­
que ahora consideram os científicos de la Ilustración—rechazaron la noción fiere una existencia caracterizada p o r «despreciar los asuntos m undanos,
de una naturaleza anim ada, basaron sus ideas exclusivam ente en la expe­ especialmente los referidos al dinero y el prestigio, vivir en constante m e ­
riencia verificable y adoptaron una visión del m u n d o m ecanicista (Bonk ditación devota sobre D ios, la salvación y la vida eterna, y dedicar la vi­
1999). E n cam bio otros, com o G eorge B erkeley (1685-1753), se m antuvie­ da entera a la oración y la lectura de la Palabra [es decir, la Biblia] y la li­
ron próxim os a las tradiciones neoplatónicas, de las que extrajeron y crea­ teratura religiosa». N o , dice S w edenborg, «si querem os aceptar la vida del
ron los elem entos clave de su «philosophia ecléctica» (Sladek 1984, 145). cielo, debem os p o r todos los m edios vivir en el m u n d o y participar en
A u n q u e siem pre religioso, Sw edenborg había adoptado una visión del sus deberes y asuntos» (§ 528). Basada en el fondo en el egoísm o y en un
m u n d o m ecanicista en sus obras filosóficas tem pranas. Finalm ente, en con­ alto grado de am or a sí m ism o —co m o opuestos al desinterés y al servicio
tró lo que quería y se inclinó p o r u n a perspectiva más neoplatónica. a la com unidad— la m o rtificación hace la vida lú gubre y triste; nos pre­
para para el in fie rn o más que para la santidad en el cielo (§§ 528, 535).
c. Id e a s e id e a le s d e l R e n a c i m i e n t o Lo que dice S w edenborg respecto de los deberes m undanos se aplica
P lo tin o y Sw ed en b o rg p erm an eciero n solteros, sin prestar demasiada también a la riqueza, que n o obstaculiza el cam ino de la autenticidad es­
aten ció n a la co m id a11, y dedicaron toda su vida a la búsqueda intelectual. piritual.
T am bién ellos com p artían ideas filosóficas básicas sobre lo divino. Sin
Es c o m p le ta m e n te c o r re c to a d q u ir ir riq u e z a s y a c u m u la r b ie n e s m ie n tra s n o
"P o rfirio [301] 1991, Vida de Plotino § 8: «Incluso su sueño se m antenía ilum inado por se haga m e d ia n te fra u d e o e stra ta g e m a s m alv a d as. E s c o r r e c to c o m e r y b e b e r c o n
la abstinencia que a m en u d o le im pedía tom ar algo más que u n trozo de pan». E n los años ekgancia, s ie m p re q u e n o p o n g a m o s e n e llo n u e s tra v id a. Es c o r re c to v iv ir e n
posteriores a su visión de Cristo, Sw edenborg n o parecía com er m u ch o (Tafel 1890, 537, na casa ta n g ra ta c o m o c o rre s p o n d a a la p r o p ia c o n d ic ió n , c h a rla r c o n o tro s,
544; C u n o 1947, II), viviendo con frecuencia con una sencilla dieta de uvas y almendras frecuentar lu g are s d e d iv e rs ió n o h a b la r s o b re los a su n to s m u n d a n o s ... N o es n e ­
(Tafel 1890, 540). cesario d a r a los p o b re s e x c e p to c u a n d o el e s p íritu n o s m u e v e a e llo (§ 358).

42 43
E n otras palabras, S w edenborg n o dice a nadie que venda sus pro p ie­ r3 UIia validez su p erio r y afirm aba que las buenas acciones espontáneas
dades y lleve una vida diferente. N o habría aprobado a R ogatianus, el eran superiores (Trinkaus 1948, 151). La actitu d crítica de Sw edenborg
am igo de P lotino. Para él, R ogatianus debía de ser u n h o m b re extraño. hacia el m onaquism o y su ex h o rtació n a dar a los pobres «cuando el es­
Le habría dicho que lo que en el fo n d o cu en ta no es el co m p o rta m ien ­ píritu nos mueve» (§ 358) habla el m ism o lenguaje y refleja la m ism a at­
to externo, sino el estado in terio r, pues «nuestra cualidad es en realidad mósfera de pensam iento del R en acim ien to .
la de nuestro sentim ien to y nuestro pensam iento, o la de nuestro am or y C om o se ha dem ostrado, la valoración renacentista de la riqueza y la
nuestra fe» (homo enim talis est qualis ejus affectio et cogitatio, § 358). m undanidad reposa en u n a firm e base teológica: la idea de la b o n d ad de
E n su actitud negativa hacia la renuncia del m u n d o y su valoración de la creación. D escansa tam bién en u n fu n d am en to filosófico: la idea de la
la riqueza, el au to r de Del Cielo y del Infierno se separa de la tradición n e o - libertad y la au to d e term in ació n hum anas. A diferencia de los animales,
platónica y de la católica m edieval. Sus valores son los del R en acim ien to . los seres hum anos p u ed en d e term in ar su destino libres de las coacciones
A u n q u e la actitu d m edieval seguía siendo visible en el siglo XVIII, el de las disposiciones innatas. U nas pocas líneas del fam oso Oratio de
R en acim ien to , co n su nuevo estilo cultural, intelectual, político y reli­ Hominis Dignitate [Discurso sobre la dignidad del hombre, 1486] de G iovanni
gioso había pen etrad o en toda E uropa, incluidas Suecia e Inglaterra. Pico della M irándola p u ed e servir com o in fo rm e condensado de la at­
Estudiosos y com erciantes, poetas y prelados, consideraban que la vida mósfera en la que S w edenborg desarrolló su pensam iento. Pico p o n e las
«en el m undo» era al m enos tan pura y valiosa com o la del retiro de los siguientes palabras en boca de D ios cuando habla a A dán en el Paraíso:
m onjes. M ás que renunciar al m undo, decían, deberíam os darle form a y
disfrutarlo. La teología del R e n a c im ie n to insistía en que co m o seres n o ­ A d án , no se te ha dado una morada fija ni una única forma que sea la tuya
bles estam os invitados a disfrutar más q u e a ren u n ciar al m u n d o . El capí­ ni ninguna función peculiar con el fin de que según tu anhelo y según tu juicio
tulo p rim ero del libro del Génesis sancionaba el ideal de una vida activa, puedas tener y poseer toda morada, toda forma y toda función que desees. La
detallando có m o la h u m an id ad creadora refleja la im agen del D ios naturaleza de todos los demás seres está acotada y coartada por los límites de le­
C reador. A m ando, disfrutando y p articip an d o en el m u n d o de D ios, los yes prescritas por nosotros. Tú, sin ninguna coacción a tus límites, de acuerdo
cristianos despliegan su am o r a D ios (T rinkaus 1970). A com ienzos del si­ c o n tulibre albedrío, en cuyas manos te hemos colocado, ordenarás por ti mis­
glo XVI, R o d rig o B orgia (1431-1503; c o m o papa, A lejandro V I), Erasm o mo los límites de tu naturaleza. Te hemos puesto en el centro del m undo para
de R o te rd a m (1466?-1536), M aquiavelo (1469-1527) y M iguel Ángel que desde ahí puedas observar más fácilmente todo lo que está en el mundo. No
(1475-1564) representaron el interés del R e n a c im ie n to p o r el arte y la ar­ te hemos hecho ni del cielo ni de la tierra, ni mortal ni inmortal, para que con
quitectura, los libros y las construcciones, la riqueza, el sexo opuesto y el libertad de elección y con integridad, como si fueras el creador y formador de ti
p o d e r m undano. E n el siglo XVIII, los m ism os intereses seguían fascinan­ mismo, puedas darte la forma que prefieras. Tendrás el poder de degenerar en
do a la elite cultural e intelectual, y la afirm ación de Sw edenborg «fuera las formas inferiores de la vida, que son bestiales. Tendrás el poder, por el juicio
de la vida activa, n o hay felicidad ninguna» (absque vita activa, nulla vitae de tu alma, de renacer en las formas superiores, que son divinas (Pico della
felicitas, § 403) p u ed e pasar fácilm ente p o r u n a m áxim a del R en acim ien to . Mirándola 1948, § 3).
N o habría existido ni G o ttfried W ilh e lm L eibniz ni Im m anuel K ant
(1724-1804) en A lem ania, ni Voltaire (1694-1778) en Francia, ni Isaac La libertad, para los filósofos del R e n a c im ie n to y para Sw edenborg,
N e w to n (1642-1747) en Inglaterra, ni E m an u el S w edenborg en Suecia, si fiene que ver c o n la facultad h u m ana de la v o luntad o volición. E n este
el R e n a c im ie n to n o les h ubiera preparado el cam ino. contexto, com o en m uchos otros, el a u to r de Del Cielo y del Infierno se
L orenzo Valla (1405-1457), u n o de los autores más im portantes del centra en la distinción entre voluntad y e n ten d im ien to co m o nuestras ca­
R en acim ien to , rom pió co n m uchas ideas católicas m edievales. E n La pro­ pacidades m entales básicas (§§ 423-425, 500). El vocabulario que utiliza
fesión del religioso negaba q u e la v irtu d m onástica institucionalizada tuvie- puede presentarse co m o sigue:

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capacidades v o lu n ta d /v o lic ió n / in te le c to /e n te n d im ie n to ¿a es nunca libre a m enos que proceda de nuestra voluntad» (§ 598, 2).
m entales esenciales: i n t e n c i ó n (v o lu n ta s) (in tellectu s, cogitatio) Pero ¿cóm o pued e ser libre la persona hum ana? Según Sw edenborg,
en la atm ósfera en que viven los hum anos las influencias buenas y malas
estados m entales: a m o r (amor) s a b id u r ía (sapientia) se mezclan: «Por m ed io de los espíritus del in fiern o nos encontram os con
nuestro m al, y p o r m ed io de los ángeles del cielo encontram os el bien
realidades b i e n (bonum ) v e r d a d (verum ) que le debem os al Señor. E n consecuencia, estam os en u n equilibrio es­
extramentales: o m a l (m a lu m ) o fa ls e d a d (falsum ) piritual, esto es, en libertad» (§ 599). Es en libertad co m o los hum anos
pueden decidir si asociarse con el cielo o con el in fiern o y así fijar su des­
Si el ser h u m a n o debe ser libre, d eb e te n e r una voluntad libre. Antes tino final. C o m o los únicos seres libres del universo, los hom bres y las
de Pico, A gustín había afirm ado este h e ch o en De Libero Arbitrio [Sobre el mujeres están en el cen tro del cosm os. P u ed en o bien abrirse al influjo
libre albedrío, entre 388 y 395]; después de él, el príncipe de los hum anis­ del bien y la verdad del Señor, o cerrarse a esa influencia. D e esta m an e­
tas, E rasm o de R o te rd a m , había h e ch o lo m ism o en una obra co n el m is­ ra, el cielo y el in fie rn o están habitados p o r seres libres. La idea ren acen ­
m o título, D e Libero Arbitrio (1524). A q u í ten em os que recordar que en el tista de la libertad h u m an a n u nca se ha afirm ado de m anera más c o h e ­
R en a c im ie n to , el debate filosófico sostenía la idea de que la voluntad h u ­ rente.
m ana o rien tad a a la acción, más q u e el in telecto o rien ta d o a la c o n tem ­ Todos los seres h u m anos disfrutan de esta libertad, n o sólo los cristia­
plación, era la facultad h u m an a más n o b le (Trinkaus 1970, 73). M ientras nos. Por consiguiente, todos los seres h u m anos p u e d e n vivir u n a vida
que los escolásticos medievales invocaban la a u to rid ad de A ristóteles pa­ moral en la que se un an al b ien y al Señor. Y, p o r consiguiente, todos
ra d efender sus ideales contem plativos, los escritores del R e n a cim ien to pueden alcanzar la existencia celestial. M ientras que la teología cristiana
p refiriero n a C ic e ró n (106-43 a. C .), estadista y orador, el h o m b re de la tradicional estaba dispuesta a relegar a los paganos al in fiern o (com o h i­
voluntad. Esta tradición renacentista llegó a S w edenborg a través de au­ zo D ante en su Inferno), S w edenborg reco n o ce su capacidad para entrar
tores co m o M aleb ran ch e (m. 1715), L eibniz (m. 1715) y C h ristian WolfF en el cielo (§§ 318-328). Al hacerlo, tien e de su lado a fam osos h u m anis­
(m. 1754)12. Según S w edenborg, la facultad h u m an a de la v o luntad (vo­ tas del R en ac im ien to : Erasm o de R o te rd a m y el refo rm ad o r suizo U lrico
luntas) tam b ién está p o r encim a del in telecto o capacidad cognoscitiva. Se Zwinglio (1484-1531). Para Erasm o, no es necesario ser cristiano para
da p rio rid a d a la volu n tad hum an a y, p o r consiguiente, a to d o lo que es­ convertirse en santo; y los cristianos p u ed e n incluso confiar en la in te r­
tá en el centro del diagram a: voluntad, am o r y bien. «N uestra voluntad cesión pagana en el cielo; p o r eso, ¿por qué n o rezar «Sánete Sócrates, ora
—afirm a—es la substancia de nuestra vida... m ientras que nuestro en te n d i­ pro nobis»?: San Sócrates, ora p o r nosotros (Erasm o [1552] 1997, 194). A
m ie n to es la m anifestación consecuente de la vida» (§ 26, n o ta i). E n el diferencia de otros reform adores m enos liberales, Z w in g lio tam bién ad­
m u n d o espiritual, el reino superio r del cielo —el llam ado reino celestial­ mitía a los paganos en el cielo. Esperando atraerse al rey francés Francis-
es definido co m o «el lado volitivo del cielo» (§ 95). E xpresado en unos c° I (1494-1547) a la causa protestante, Z w in g lio le p ro m etió la felicidad
térm in o s más filosóficos, «el pen sam ien to n o es nada sino la form a de eterna en com pañía de sus piadosos antepasados así co m o de figuras b í ­
nuestra voluntad» (cogitatio non aliud est quam voluntatis forma, § 500). En blicas. C o n u n espléndido estilo hum anista añadía que personajes com o
el o rd en de las facultades de la m e n te h u m ana, pues, la volición tiene el Hércules, Sócrates, los C atones y los Escipiones tam bién esperarían al rey
rango superior. Para el au to r de Del Cielo y del Infierno se sigue que «na- en el cielo (Z w inglio [1531] 1953, 275-276; véase Stephens 1995). Ju n to
COn Jesús, Sócrates constituía el paradigm a m oral del R e n a cim ie n to , y
12Véase S w edenborg 1931, 54-59 para los extractos de Sw edenborg sobre la noción P°r eso n o tenía sentido excluirle del cielo. Si todos som os libres para lie—
de voluntad. N em itz 1991 y 1994 com enta la influencia de L eibniz y W olfF en Var una vida verdaderam ente m oral y espiritual, entonces el cielo está
Sw edenborg. ablerto a todos.

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El disfrute de la riqueza y la capacidad universal de la libre au to d eter­ ponible; la enseñanza pluralista de este libro hizo que los intelectuales eu ­
m in ació n fo rm a p arte de lo que los filósofos del R e n a c im ie n to llam aron ropeos se fam iliarizaran con la idea. E n el siglo XVI, el apoyo científico lle­
la dignidad del ser hu m an o . Pero au n q u e riq u eza y libertad sean aspectos gó de N icolás C o p érn ico (1473-1543), cuya redescripción heliocéntrica
im po rtan tes de esa dignidad, son de alguna m anera secundarios. Sw eden- j e l universo hizo de la tierra un o más entre otros planetas posiblem ente

b o rg escarbó más h o n d o , insistiendo en q u e esa dignidad h u m ana debe habitados. P or el siglo x v i i i , la idea de u n universo habitado se había co n ­
ten e r m ayor co n ten id o . A firm aba q u e en el ser h u m an o existe u n punto v e r ti d o en un lugar c o m ú n y era com partida p o r la m ayor parte de los f i ­
in te rio r de co n tacto co n la D eidad q u e es el fu n d am en to de la propia dig­ lósofos y científicos (C row e 1997, 152), incluido Sw edenborg (véase Del
nidad. D e las vacilaciones de su lenguaje p o d em os ver que a Sw edenborg Cielo y del Infierno § 147, y su obra Las tierras en el universo). C u an d o el pa­
le resultó difícil expresarse sobre este tem a; sin em bargo, su sentido es pa B enedicto X IV (1675-1758) levantó el interdicto sobre las obras que ex­
bastante claro. D e n tro de cada ser h u m a n o existe «algo central y superior ponían el heliocentrism o, en 1757 (R andles 1999, 217), la historia del cos­
[intimum et supremum quoddam], d o n d e la vida divina del S eñor fluye de mos m edieval llegó a su fin y una nueva historia p u d o com enzar: la de u n
form a ín tim a y em inente». Es este «nivel central o su p erio r lo que nos ha­ universo infinito co n una pluralidad de m undos.
ce hum an o s y nos diferencia de los anim ales, puesto que éstos carecen de
él. P or eso nosotros, a diferencia de los animales, p o dem os ser elevados d. L a o tr a v id a e n el p e n s a m i e n t o d e l B a r r o c o
p o r el S eñor hacia él... P or eso tam bién vivim os para siempre» (§ 39). La Las biografías de E m an u el S w edenborg incluyen reg u larm en te una lá­
presencia divina en la persona h u m an a está más allá de nuestra percep­ mina con u n o de los pocos retratos que existen de él: u n h o m b re de
ción, o en otras palabras, p erten ece a la estru ctura ontològica básica. Es constitución erguida y vigorosa, grandes ojos risueños, con una peluca
ese «algo central y superior» lo que nos conv ierte en algo central y supe­ blanca, rizada y em polvada, un frac de terciopelo negro y camisa blanca
rio r en el universo. N o s co nvierte en los únicos com pañeros inteligentes de mangas co n chorreras: u n h o m b re al que se p u ed e re co n o c er fácil­
y sensibles del Señor. mente com o u n aristócrata m o d estam ente ataviado del p erío d o barroco.
Los com pañeros del Señor, según algunos pensadores renacentistas, no El retrato nos recuerda el h ech o de que el au to r de Del Cielo y del Infier­
tien en p o r qué ten er su o rig en en el planeta T ierra. E n el siglo XV el car­ no, aunque perfectam ente al c o rrie n te de las tradiciones del pasado, era
denal N icolás de C usa (1401-1464), en La docta ignorancia (1440), sostiene también u n h o m b re de su siglo y de su cultura. C o n o c id o s co m o el p e ­
la idea de una pluralidad de m undos y la existencia de vida en la luna y el ríodo barroco, los siglos x v n y x v i i i se jactab an de una rica cultura artís­
sol. La afirm ación más interesante del R e n a c im ien to proviene del teólo­ tica, literaria, religiosa y política, de la que los térm in o s «Ilustración» (es
go franciscano G uillaum e de V aurouillon (1392-1463), que enseñaba en decir, racionalism o barroco) y «música clásica» sólo recogen unos aspec­
París. A u n q u e n o creía en la existencia de m undos diferentes al nuestro, tos parciales. U n a característica particular de la m entalidad barroca es su
sostenía que n o existía ninguna dificultad para que D ios los creara. extremado y casi excesivo interés p o r los detalles, sea en la elaboración de
«Infinitos m undos, más perfectos q u e éste, están escondidos en la m ente un mapa, en los inform es de viajes, en la p intura, la historiografía, la b io ­
de D ios... Es posible q u e las especies de cada u n o de esos m undos sean dis­ grafía, los diarios, las novelas, la teología o en cualquiera de los asuntos
tintas de las del nuestro» (citado p o r O ’M eara 1999, 15). V aurouillon no P°r los que se sentía fascinada. Escritores, artistas y científicos se esforza­
pensaba que el co n o cim ien to de esos m undos, lejanos y separados, pudie­ ban por satisfacer el ham bre de un co n o cim ie n to preciso, detallado y bien
ra llegar a la tierra salvo a través de la com u n icación angélica o algún otro tuformado, tanto del m u n d o visible del presente y de los reinos invisibles
m edio divino especial. P ro n to la idea recibió el apoyo tanto de la cosm o­ pasado, co m o de los lugares rem otos y del m u n d o transcendente.
logía científica co m o de la tradicional. E n 1473, el libro recientem ente A unque ejem plos pertin en tes de la excesiva aten ció n a la elaboración
descubierto D e Rerum Natura [De la naturaleza de las cosas], escrito en el si­ ^ el detalle en las crónicas de viaje, diarios y novelas p u ed en quedar re­
glo 1 a. C. p o r el filósofo epicúreo L ucrecio (ca. 96-55 a. C .), estaba dis­ c a d o s a las notas, este m o d o de presentación en la cartografía, el arte, la

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historiografía y la teología m erece aquí al m en os un breve co m e n tario ". I realista con la esperanza de despertar sentim ientos patrióticos y religiosos.
E n 1492, C ristóbal C o ló n d escubrió el c o n tin en te que llegaría a co- I En el siglo x v m , la p in tu ra histórica podía considerarse co m o el tipo más
nocerse co m o A m érica. D u ran te los dos siglos siguientes, los explorado- j n o b le y más elevado de arte. «Q uien pinta bien la historia -escrib ía
res viajaron alrededor del m u n d o , a m e n u d o al servicio de la realeza eu - 1 J o n a th a n R ich ard so n (1665-1745)- debe ser capaz de escribirla; debe es­
ropea. Su preten sió n era la de conquistar nuevas islas, nuevas riquezas y tar to ta lm e n te in fo rm ad o de todas las cosas relacionadas co n ella, y c o n ­
nuevos tesoros para sus señores y para sí m ism os. G eneralm ente, los in- cebirla clara y n o b lem en te en su m ente, o nunca podrá expresarla en el
form es de esas expediciones eran considerados secretos de estado y p o r lo I lien zo : debe te n e r u n ju ic io sólido, co n una im aginación viva, y saber qué
tan to n o se hacían públicos. Puesto q u e el cam ino a las «islas del tesoro» j figuras y qué incidentes d eben ser representados y lo que cada u n o debía
debía p erm a n e c er oculto, los cartógrafos recibían poca in fo rm ació n que 1 d e c ir y pensar. Por consiguiente, un p in to r de este tipo debe poseer to ­
p u d ieran utilizar en sus m apas (S cheuerbrandt 1993, 38). Esta actitud de j das las buenas cualidades que se exigen a un historiador» (R ichardson
secreto cam bió alrededor de 1700, cu an d o co m enzó una nueva era de ex- I [1725] 1996, 215). La valoración de la p intura histórica refleja el deseo del
ploración. Los exploradores del siglo x v m co m o el danés V itus B ering p e río d o barroco de visualizar to d o tan concreta y detalladam ente co m o
(1681-1741), el alem án C arsten N ie b u h r (1733-1815), y el capitán inglés! sea posible.
Jam es C o o k (1728-1779) buscaban co n o cim ien to , no tesoros, y p o r con-1 El siglo XVIII co n o ció el p rim e r desarrollo de la historiografía m o d e r­
siguiente cuidaron de registrar sus d escu b rim ientos en form a de inform es j na; Voltaire com puso su Ensayo sobre las costumbres y el espíritu de las nacio­
detallados y m apas cada vez más precisos. V inculaban sus mapas con las i nes, David H u m e (1711-1776) su Historia de Inglaterra, y E dw ard G ib b o n
coordenadas determ inadas astronóm icam ente que habían sido estableci­ (1737-1794) la célebre Historia de la decadencia y caída del Imperio Romano,
das p o r cartógrafos franceses a finales del siglo XVII (Musall 1993, 66-67). | obras que siguen estando entre los clásicos de la narrativa histórica. U na
E n to rn o a 1700, los europeos co n o cían alrededor del 60,6% de la tierra; | mayor riqueza de detalles insignificantes podía incluirse, p o r supuesto, en
hacia 1800, co n o cían el 82,6% (S cheu erb ran d t 1993, 41). H acia finales del las biografías (por no m en cio n ar los diarios privados, entonces no p u bli­
siglo XVIII, los cartógrafos pod ían realizar m apas bastante fiables de la ma­ cados), de los que Life o f Samuel Johnson ¡La vida del doctor Samuel Johnson],
yor parte del m u n d o , y aquellos m apas se parecían m u c h o a los que uti­ de James Boswell (1740-1795), sigue siendo el p rim e r ejem plo. La gente
lizam os actualm ente. leía estas obras con adm iración y m iraba co n te m o r el trabajo de los his­
Los artistas barrocos, y en p articular los pintores holandeses, nos de-1 toriadores. Se esperaba que los historiadores recrearan el pasado con d e­
ja ro n una visión plena, realista y casi fotográfica de su m u n d o . Se supo-1 talles vividos, que hicieran casi presentes los grandes m o m en to s y nos
nía que los p intores debían m ostrar escenas del pasado -batallas históri­ ofrecieran vislum bres de la vida dom éstica y cotidiana. Pero la h isto rio ­
cas, personajes, encuentros de grandes hom bres— con el m ism o toque grafía no aspiraba a una m era acum ulación de acontecim ientos, nom bres
Y descripciones. Pretendía ofrecer una im agen co h e re n te y explicar el
13P odem os m encionar a G eorg Forster (1754-1794), que realizó la crónica de las ex-1 curso de la historia: ¿Por qué decayó el im p e rio ro m an o (G ibbon)? ¿Q ué
pediciones m arítim as del capitán C o o k (A Voyage round the World, 1777) y Carsten I jtnpulsó a los m onarcas ingleses a actuar com o lo hicieron? ¿Cuáles son
N ie b u h r (1733-1815), que exploró y describió Arabia y los países adyacentes (Beschreibung I límites del p o d er institucional (H um e)? ¿C ó m o es determ in ad a la his-
von Arabien, 1772). Los típicos diarios barrocos incluyen los de los ingleses Sam uel Pepys j n a por la religión, la econom ía, el com ercio y las distintas costum bres
(1633-1703) y Jam es Bosw ell (1740-1795). T am b ién entre ellos se encuadra el breve dia-j visiones del m u n d o (Voltaire)? Lejos de identificar la historia co n la
rio de sueños de Sw edenborg y su gran diario de experiencias espirituales. La novela m-1 simple relación de dinastías y crónicas de batallas, los historiadores consi-
glesa es esencialm ente u n producto del siglo xviii; n o superada en cuanto a detalle es I ra an su tarea c o m o algo e m in e n te m e n te filosófico y m oral.
Tristram Shandy (1760-1767), de L aurence S tem e (1713-1768), en el que el a u to r alcanza! histe enb ° rg no era historiador, pero ¿no tenía u n espíritu afín al de los
el tercer v olum en antes de llegar al nacim iento del protagonista. orladores, co m o dem uestra cuando trata de describir el otro m u n d o

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co n la m ayor viveza posible a la vez que explicaba las disposiciones in te r­ puedan oírse, etc. (R andles 1999, 165). C ada vez más los autores insistían
nas de las personas y el trato que D ios tenía con ellos? C u a n d o u n te m ­ en el carácter verdaderam ente h u m an o de la otra vida, im aginada y des­
prano defensor alem án de S w edenborg trató de caracterizar al vidente, lo crita con conm ovedoras escenas de reencuentros, y hablaban del cielo co ­
com paraba con u n h istoriador: «C uando [Sw edenborg) se refiere a los es­ mo un hogar.
tados de revelación q u e dice haber tenido, se nos m uestra co m o quien, El co n sentim iento general en la especulación sobre los detalles de la
con el espíritu de u n historiógrafo, observa co n p ercepción clara y narra vida etern a p u ede ser ilustrado re cu rrie n d o a una fuente m uy inespera­
de m anera veraz y precisa» (Prüfungsversuch 1786, XLiv)14. da: Life o f Samuel Johnson (1791), de Jam es Boswell. El d o cto r Jo h n so n
C o m o parte integral de la cultura de los siglos XVII y XVIII, la religión (1709-1784), el célebre lexicógrafo inglés, fue inm ortalizado en la m agní­
participa del ansia p o r el detalle, lo específico y la precisión. La casuísti­ fica biografía de Jam es Boswell, que se sitúa entre las más im portantes
ca m oral católica describía y definía los actos pecam inosos y sus circuns­ obras de la literatura inglesa. Presto a observar to d o lo que Jo h n so n d e­
tancias con detalles sutiles. C o m p itie n d o co n todos los dem ás en elabo­ cía, recoge u n diálogo m an te n id o entre los dos una n o ch e de 1772. Así
rar descrip cio n es m orales y «descripciones de co m p o rtam ien to s» , es cóm o Boswell describía la conversación:
predicadores de todas las iglesias asestaban largos serm ones a sus feligre­
ses, a m e n u d o el d o m in g o m añana y tarde (con el con o cid o disgusto de Y o [Boswell] volví a visitarle [al Dr. Johnson] por la noche. Al encontrarle
S w ed en b o rg ). La religiosidad barroca p u ed e m edirse p o r la intensidad de de muy buen humor, me aventuré a llevarle al tema de nuestra situación en un
su deseo de im aginar escenas de la Biblia, de la vida de los santos y del estado futuro, pues tenía gran curiosidad por conocer sus ideas sobre este asun­
m u n d o celestial. Teólogos, visionarios y poetas se esforzaban todos por to. J o h n s o n : «Yo creo, Sir, que la felicidad de un espíritu desencamado consis­
incluir en sus escritos tantos detalles sobre el o tro m u n d o co m o incluían tirá en la conciencia del favor de Dios, en la contemplación de la verdad, y en
los pintores de tem as históricos en el lienzo. E n el siglo x v i i , el libro clá­ la posesión de ideas dichosas». Boswell: «¿Hay algo de malo, Sir, en que haga­
sico sobre el cielo se debía al teólogo p u ritan o R ich ard B axter (1615-1691). mos conjeturas en cuanto a las particularidades de nuestra felicidad, aunque la
T itu lad o The Saints’ Everlasting Rest [El e te rn o descanso de los santos] Escritura no diga sino muy poco al respecto? “N o sabemos lo que seremos”».
(1649), se esforzaba p o r describir co n el m áx im o n ú m ero posible de de­ Johnson: «Nada malo, Sir» (Boswell [1791] 1952, 192).
talles u n cielo centrado en D ios, u n cielo de santos que alaban al Señor
etern am en te. A u n q u e esta perspectiva c o n tin u ó a lo largo de to d o el si­ La conversación entra entonces en esas «particularidades» de la felici­
glo x v i i , gradu alm en te fue dejando lugar a u n a visión diferente, más cen­ dad eterna -e n c o n tra rse co n amigos, oír m úsica y te n e r u n cuerpo, pues
trada en lo h u m an o (M cD annell y Lang 1988, 177-180, 224-227). U n p ri­ «hay algunos filósofos y teólogos que han m an ten id o que no serem os es­
m er paso en esta direcció n fue el presupuesto, tan hábilm ente sostenido piritualizados hasta ese grado, sino que algo de m ateria, m uy refinada,
p o r el jesuita Athanasius K ircher (1602-1680), de que la m orada eterna de Permanecerá» (Boswell [1791] 1952, 193). Jo h n so n y Boswell eran ingle­
los santos debe ser u n ambiente v erdaderam ente hum ano, en el que los ses norm ales de su época, interesados p o r todo, pero no excesivam ente
sentidos físicos fu n cio n en , en el que los colores puedan verse, los sonidos preocupados p o r la religión. Leyendo sus palabras p o dem os te n e r una li­
gera idea del espíritu barroco: se consideraba n o rm al -« n o hay nada m a­
14 El original alem án dice: «W enn e r v o n seinen (von ih m b eh au p teten ) lo»- plantear especulaciones sobre la vida celestial. El diálogo entre los
O ffenbarungszuständen etwas erzählet, so findet m an an ihm den G eist eines m it gutem dos apoya la idea recien tem en te sugerida p o r Philip A lm ond en su estu­
Bewusstsein beobach tenden, sehr treu u n d genau erzählenden Geschichtschreibers» c o Heaven and Hell in Enlightenment England [El cielo y el in fiern o en la
(.Prüfungsversuch 1786, x liv ). El anónim o a u to r conocía Del Cielo y del Infierno, de la que hustración en Inglaterra]: en los siglos XVII y XVIII, la influencia de filó­
cita el § 358 para afirm ar el carácter práctico y sobrio de la ética de S w edenborg y de­ sofos platónicos co m o H e n ry M o re lo im pregnaba to d o y p ro p o rcio n a-
fender al vidente del reproche de entusiasm o sectario (Prüfungsversuch 1786, XL-XLl). a el trasfondo al diálogo de Bosw ell-Johnson. A dem ás, la idea de que en

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la m u e rte el alm a cam bia su vehículo terren al p o r u n o de aire u o tro más entre las obras consideradas, Del Cielo y del Infierno - y su obra de orig en
refinado de éter era c o m ú n a todos los platónicos de la época, incluidos Los arcanos celestiales- ofrece con m u ch o la descripción más detallada.
M o re en Inglaterra (A lm ond 1994, 29-33) y Leibniz en A lem ania N inguno prefigura el relato de S w edenborg del reino espiritual co m o u n
(S w edenborg 1931, 281)15. m undo de aristócratas co n refinados vestidos, castillos y parques.
Según la escuela platónica m o d ern a, el o tro m u n d o n o sólo era coex- N inguno tiene la idea de que incluso podría existir u n cielo superior, el
tensivo co n el universo físico; situado d e n tro del universo, com partía el reino celestial, en el que vivan los ángeles en condiciones prim itivas, n o ­
m ism o reino espaciotem poral. La teoría del vehículo del alma m antenía blem ente salvajes, desnudos y co n sencillas iglesias de m adera (§§ 179 y
a los espíritus, d em o n io s y ángeles d en tro del reino físico y eran así sus­ 223 )16. Tercero, Sw edenborg se separa del paradigm a platónico estableci­
ceptibles de investigación científica o, al m enos, de una especulación ra­ d o p o r H e n ry M o re y otros en el sentido de que m odifica las ideas de
zonable. Según A lm o n d (1994, 36-37), el m apa de los platónicos consta­ tiempo y espacio en el cielo y el in fierno (§§ 162-169, 191-199). A dife­
ba de los dos niveles siguientes: rencia de los defensores del nuevo paradigm a platónico, Sw edenborg no
1. El nivel más alto era el reino celestial etéreo, en el que habitaban incluye el cielo y el in fiern o en el universo m aterial tal co m o lo c o n o c e ­
D ios, los ángeles, los santos y las almas de los bienaventurados. m o s, sino que afirm a la existencia de u n universo espiritual conectado
2 . D ebajo del reino celestial había u n rein o aéreo poblado p o r algunas con el físico m ediante correspondencias. C u arto , S w edenborg es el ú n i­
almas. Incapaces de p en etrar en los niveles superiores del reino aéreo, las co autor que p reten d ió h ab er estado en co ntacto c o n el otro m undo. Al
almas perversas y los espíritus m alignos ten ían que p e rm a n ec er próxim os hacerlo, fue ú n ico en su tiem po. A lgunos le consideraron loco, e
a la tierra. A lgunos espíritus m alignos vivían en cavidades en el in terio r Im m anuel K ant, en su Träume eines Geistersehers [Los sueños de un visiona­
de la tierra. rio, (1766) 1987], co n su crítica aparentem ente m ordaz de la obra del vi­
Si se com paran las ideas platónicas co n las de los autores enum erados sionario sueco, dem uestra lo extraño que resultaba el m o d o visionario al
en el apéndice I, se p u ed en hacer las siguientes observaciones. Prim ero, temple ilustrado. E n la época barroca, la especulación sobre el otro m u n ­
Del Cielo y del Infierno de S w edenborg e n cu en tra su lugar natural, p o r de­ d o era posible, co m o K ant incluso concedía; sin em bargo, debía hacerse
cirlo así, entre los autores barrocos. C o m p a rte su interés p o r la vida des­ dentro de los lím ites de la razón, argüía K ant, pues no p u ede haber n in ­
pués de la m u e rte y su esfuerzo p o r ofrecer descripciones precisas de la guna experiencia real del más allá. C o m o visionario, Sw edenborg an u n ­
otra vida. D etalles de su descripción tie n e n paralelos: el tem a del reen ­ cia otro m o v im ien to intelectual, el del rom anticism o.
cu en tro co n am igos y parientes, insinuaciones de placeres sexuales y la
colocación de los niños m u erto s en el cielo y n o en el infierno. Segundo, e. E l a m a n e c e r d e la E d a d R o m á n t i c a
En 1772, u n joven de veintitrés años escribía una reseña de los varios vo­
15Q u e los ángeles, espíritus y almas hum anas tien en todos algún tipo de cuerpo era lúmenes de Aussichten in die Ewigkeit [Perspectivas de eternidad] de Johann
creído p o r m uchos filósofos y teólogos en el principio de la E dad M oderna. E n su Kaspar Lavater (1741-1801) en un diario im preso en Frankfurt, Alemania.
Colloquium Heptaplomeres de Abditis Sublimium Arcanis (1593), el escritor político y jurista Aunque el crítico en contró algunos pasajes interesantes en las cartas que
francés Jean B odin (1530-1596) resum e el razonam iento com o sigue: «Si u n ángel no tu­
viera cuerpo, com o piensan Aristóteles y la m ayor parte de los teólogos, su substancia es­ E n su visión de los ángeles que viven en el reino celestial, S w edenborg repite las
taría en todas partes y tendría u n ser de una extensión infinita. Además, de ello se segui­ ■deas del «noble salvaje» en u n estado de devoción y m orabdad no corrom pido p o r la ci-
ría que las inteligencias y los espíritus del m al podrían hacer lo m ism o que D ios, y así todo 'álización urbana. Q uizás esto subyace a su afirm ación de que «entre los gentiles, los afri-
estaría confundido... T enem os pues una dem ostración clara... de que los ángeles, los es­ Canos son especialm ente valorados» (§ 326). Para la idea de S w edenborg de África, véase
píritus del mal y las almas tienen cuerpos y lím ites, y que sus naturalezas están sujetas al O dhner 1978. La descripción de Sw edenborg del reino celestial corre pareja con las des-
cambio» (M axw ell-Stuart 1999, 177-178). Pciones clásicas de la «Edad de O ro» (§ 115), sobre ello, véase Frazier 1998.

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constituyen ese tratado sobre la otra vida, su reacción de co njunto fue re­ En E uropa, desde m ediados del siglo x v m , tres m ovim ientos cultura­
servada: «En la carta 17, la única sobre las alegrías sociales del cielo, hay m u ­ les e intelectuales rivalizaban entre sí: la antigua ten d en cia barroca, re­
cho calor y b o ndad de corazón, pero n o suficiente para llenar nuestra alma presentada p o r el devoto y e ru d ito Lavater; la ilustrada, que, en la p erso­
con el cielo»17. Le parecía que el autor suizo había tratado u n tem a intere­ na de K ant, era crítica co n la religión tradicional, hostil a las pretensiones
sante de m anera fría, pedante e insensible, lleno de razón pero carente del místicas e insistía en los lím ites de la especulación filosófica y teológica;
fuego del sentim iento y el p o d er contagioso del entusiasmo. El crítico ter­ y el rom anticism o, que, p erm an ecien d o firm em en te dentro de la tradi­
m ina co n una nota lírica. El autor debería buscar la inspiración de ción cristiana, expresaba su interés en el m isticism o, los sueños y la ex­
periencia visionaria, y que a m e n u d o dio expresión a sus sentim ientos en
ese v id e n te d e n u e s tra é p o c a d iv in a m e n te e le g id o q u e e stab a im p r e g n a d o d e las la poesía y en la novela. El espíritu del jo v en G o eth e estaba teñ id o de sen­
a legrías d e l c ie lo , a q u ie n los e sp íritu s h a b la b a n a trav é s d e to d o s los s e n tid o s y tim iento rom ántico, y S w edenborg unía el tem ple b arroco y rom ántico
del c u e r p o e n te r o , e n c u y o p e c h o v iv ía n lo s á n g eles: la g lo ria d e ese h o m b r e d e ­ en una sola alm a20.
b e ría irra d ia r s o b re él y , si fu e ra p o sib le , h a c e rle b rilla r, p a ra q u e p u d ie r a se n tir A diferencia de sus predecesores barrocos, los rom ánticos n o se en co n ­
la b e n d ic ió n y a p re c ia r la v o z ta rta m u d e a n te d e lo s p ro fe ta s c u y o e s p íritu se lle ­ traban satisfechos con las especulaciones devotas sobre la otra vida.
n a d e p ala b ras in d e c ib le s 18. Querían m irar más allá del m u n d o cotidiano en el que la gente vive sus
vidas ordinarias y ex p erim en tar realm ente m undos superiores. Según la
El jo v en crítico era G oethe (1749-1832), y el hom bre que recom endaba, tradición rom ántica, sólo u n delgado velo divide nuestro m u n d o del m u n ­
aunque n o lo nom bre, n o era otro que Sw edenborg (Peebles 1933, 148)19. do real, y se pensaba que los sueños, las experiencias místicas, las visiones,
la clarividencia, incluso la telepatía y el sonam bulism o, daban acceso a él.
17G oethe [1772] 1987, 384. Tanto las personas educadas com o las carentes de educación creían en la
18G oethe [1772] 1987, 385. existencia de espíritus, en su actividad e influencia sobre el reino m aterial
'“Q u e en los años 1772 y 1773 G oethe estaba m uy dispuesto a reconocer la autoridad y en la capacidad de individuos dotados para com u n icar con ellos (Sawicki
de u n genio divinam ente inspirado es evidente n o sólo p o r la reseña de Lavater, sino tam ­ 1999). Algunos se zam bullían en las artes ocultas y form aban círculos que
bién p o r su ensayo «Zw o w ichtige, bisher unerorterte bibbsche Fragen» [Dos im portantes buscaban ávidam ente in fo rm ació n sobre el estado de las personas difuntas
problem as bíblicos hasta ahora descuidados] (1773). Este texto finaliza con una exhortación a través de mensajes espiritistas (Sigstedt 1981, 343). E n A lem ania, dos m u ­
retórica dirigida a aquellos a quienes Dios ha dado experiencia de la realidad divina: jeres visionarias lograron una fam a inesperada debido al interés rom ántico
«C uando el Espíritu eterno lanza una mirada de su sabiduría, proyecta una chispa de am or por sus visiones: la m o n ja católica A nna K atharina E m m erich (1774-1824)
sobre su elegido, entonces éste debe darse a c onocer y decir tartam udeando lo que siente. Y la laica protestante Friedericke Hauffe (1801-1829). M ientras que las vi­
¡Se dará a conocer! ¡Y nosotros le honrarem os! ¡B endito seas, de dondequiera que vengas! siones de la herm an a A nna fueron transcritas y publicadas p o r el poeta
¡Tú, que ilum inas a los paganos! ¡Tú, que entusiasmas a las naciones!» (G oethe [1773] 1987, Clemens B rentano (1778-1842) para convertirse en clásicos de la literatu­
443). El elegido es Sw edenborg, y la referencia a «la sabiduría y el amor» tiene u n fuerte ra devocional católica, H auffe fue inm ortalizada co m o «la vidente de
tim bre sw edenborgiano (véase, p o r ejem plo, § 158: el am or y la sabiduría proceden del Prevorst» p o r su doctor, el escritor suabio Justinus K ern er (1786-1862).
Señor). Probablem ente, G oethe conocía el libro de O etin g er sobre Sw edenborg. E n los U n análisis que incluya a Sw edenborg en el m o v im ien to rom ántico
escritos de la amiga de G oethe Katharina von K lettenberg (1723-1774) se encontraron al­ debería subrayar al m ism o tiem p o su in d ep endencia de él. M ás que in te­
gunas páginas de extractos del libro de O etinger (W eis 1882, Fuchs 1900); estos extractos grante de ese m ovim iento , debe ser considerado su precu rso r y su fu en -
representan la traducción alem ana de O etinger de Los arcanos celestiales §§ 449-553, texto
am pbam ente repetido en Del Cielo y del Infierno §§ 395-414. P o r eso puede argum entarse Véase Lam m 1918, que escribe sobre una corriente rom ántica dentro de la Ilustración
el conocim iento indirecto de G oethe de al m enos u n capítulo de Del Cielo y del Infierno. el siglo xvm, m encionando a S w edenborg com o uno de sus principales representantes.

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te de inspiración. Se p u ed e apreciar la influencia de Sw edenborg en todo los ángeles, la naturaleza de éstos se encu en tra en cam bio constante, de
el m o v im ien to rom ántico, especialm ente en A lem ania21. La naturalidad manera que n u nca son exactam ente el m ism o (§ 155). Y otro tanto suce­
co n q u e los escritores rom ánticos de Inglaterra, A lem ania y Francia p u ­ de con su en to rn o . Las casas en que viven los ángeles «cambian ligera­
dieron apreciar las ideas sw edenborgianas dem uestra el rom anticism o in­ mente com o respuesta a los cam bios de estado de sus naturalezas más p ro ­
h eren te al au to r de Del Cielo y del Infierno. fundas» (§ 190). «Así co m o cam bian los estados interiores de am or y
Del Cielo y del Infierno invoca frecu en tem en te la experiencia visionaria, sabiduría de los ángeles, así cam bian tam bién los estados de las diversas
a m en u d o para ilustrar las nociones abstractas co n las descripciones más vi­ cosas que los rodean y son visibles a sus ojos; pues la apariencia de las co ­
vidas, de m anera q u e el espíritu rom án tico com pleta y en ocasiones pre­ sas que rodean a los ángeles está en fu nción de las cosas que están en su
valece sobre la racionalidad barroca. La enseñanza de S w edenborg sobre interior» (§ 156). E n otras palabras: la realidad celestial, au n q u e obra del
las «apariencias» celestiales da a su o tro m u n d o una cualidad rom ántica Señor, es con stan tem en te m odelada y rem odelada p o r los ángeles. E n
p articularm ente visionaria. La apariencia externa de cada ángel expresa su consecuencia, los ángeles individuales se en cu e n tra n siem pre en u n e n ­
ser in terio r; de esta m anera, la b o n d ad in te rio r aparece com o belleza res­ torno sem ejante a su estado m ental, co m o si el e n to rn o fuera una p ro ­
plandeciente (§ 459), y u n carácter perverso se m anifiesta co m o fealdad vi­ yección o em anación de su estado. Se podría decir que en el cielo todos
sible. Q u e el estado in te rio r crea la apariencia externa es tam bién cierto tienen el cielo en su interio r, y p o r ello S w edenborg p u ed e decir de ca­
en cuanto a la vestim enta que llevan los ángeles en el reino espiritual: da individuo que es u n cielo com pleto: «El cielo no está fuera de los án­
cuanto más elegante, brillante o festivo es el atuendo, m ayor es la inteli­ geles, sino dentro de ellos. Sus niveles más profundos, los niveles de su
gencia que está presente en esa persona. «Los más inteligentes llevan ves­ mente, están ordenados en form a de cielo y p o r tan to dispuestos para
tidos que brillan co m o si estuvieran en llamas, otros irradian co m o si fue­ aceotar todos los elem entos del cielo que se en c u e n tra n en el exterior...
ran lum inosos. Los que n o son tan inteligentes llevan vestidos de un En consecuencia, u n ángel es tam b ién u n cielo» (§ 53).
blanco p uro y suave que n o brilla» (§ 178). La m ism a relación con el in­ La n o ció n visionaria rom ántica de u n m u n d o ideal en el que todo
te rio r se p ro d u ce en el en to rn o en el q u e viven los ángeles, pues «en los emerge del ser in te rio r de hom bres y m ujeres e tern a m e n te jó venes y b e ­
cielos, to d o v iene a la existencia desde el S eñor com o respuesta a la natu­ llos (§ 414) inspiró a u n o de sus biógrafos más reticentes llevándole a re­
raleza más profunda de los ángeles» (§ 173). A los ángeles centrados en la conocer los logros del m aestro. E scribe M artin Lam m : «Gracias a su ca­
inteligencia «se les m uestran jardines y parques llenos de toda clase de ár­ pacidad única para dar u n significado sim bólico al m u n d o espiritual
boles y flores»; en estos árboles «hay frutos según la cualidad del am or de forjado a p artir de ideas terrenales, [Sw edenborg] p u d o darle la m ism a
la que esos ángeles inteligentes participan» (§ 176). Se puede com parar es­ cualidad fantástica, sem ejante a los sueños, que debe de h ab er ten id o en
te m u n d o psicológico co n el proyectado p o r una linterna m ágica: la lin­ sus propias visiones originales» (Lam m 1922, 367).
tern a y su rep erto rio de im ágenes corresp o n d en al alma angélica y sus es­ A dem ás del m o d o visionario de experiencia y descripción, una ca­
tados, la luz q u e se proyecta corresponde al influjo divino, y las imágenes racterística más prefigura —y en definitiva im pregna pro fu n d am en te— la
proyectadas al e n to rn o de los ángeles. Todos los estados interiores n o sólo Edad R o m ántica: el tem a del am o r celestial entre hom bres y m ujeres. El
se m anifiestan en el m u n d o exterior, sino que realm ente crean ese m u n ­ canon clásico del pensam iento cristiano en esta m ateria n o se tien e en
do. E n palabras de Sw edenborg: «N unca se p u ede decir que el cielo está cuenta, pues en el cielo, según la do ctrin a cristiana ordinaria, toda dicha
fuera de nadie. Está dentro, pues cada ángel recibe el cielo que está fuera deriva del disfrute del alm a co n D ios solo. E n la teología barroca, el je -
de él en concordancia co n el que está dentro» (§ 54). suita francés P ierre N ic o le (1625-1695) resum e esta enseñanza diciendo
E n parte deb id o al influjo divino, en p arte debido al pro p io h u m o r de clUe en el cielo, los bienaventurados no ten d rán n in g ú n deseo fuera de
D i° s- La «capacidad de sus almas para amar, desear y disfrutar quedará tan
21Véase infra, al final de esta introducción. agotada que les será im posible am ar y desear algo aparte de Dios» (N icole

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[1715-1732] 1971, 375). Para N icole, la c o m u n ió n de los bienaventurados III. A lg u n o s le c to r e s te m p r a n o s d e
entre sí es tan p o c o im p o rta n te que habla de la existencia celestial com o D e l C ie lo y del In fie r n o
solitude eternelle avec Dieu seul: «El ser h u m a n o ha sido creado para vivir en En nuestro in ten to de ofrecer elem entos de in terp retació n , Del Cielo
u n soledad etern a co n D ios solo» (N icole [1715-1732] 1971, 506). y deI Infierno em erge co m o una obra en la que resuena una variedad de
D u ra n te la época barroca, co m o se ha visto, la enseñanza clásica tal co ­ corrientes intelectuales y culturales. S w edenborg co n stru y ó su pensa­
m o la expresa N ico le fue m odificada g radualm ente, y se podía im aginar miento sobre la visión arcaica del p e rm a n en te conflicto entre el bien y el
una idea de am or, incluso de am o r erótico, entre los bienaventurados. mal; adoptó las ideas neoplatónicas de la D eidad; re c u rrió a la valoración
Pero au n q u e el tem a sale a la superficie en los escritos más tem pranos, renacentista de la voluntad hum ana y de una vida en la que la riqueza
n u n ca alcanza tan to desarrollo co m o en la obra de Sw edenborg. puede ser legítim am ente disfrutada; describió el cielo y el in fiern o a la
A prim era vista, lo que dice Del Cielo y del Infierno sobre los hom bres y manera detallada de los escritores espirituales del barroco, superándolos;
las m ujeres suena m uy convencional: «En cuanto a la naturaleza innata, los y, finalm ente, desarrolló ideas atrevidas sobre el a m o r conyugal en el cie­
hom bres actúan sobre la base de la razón [ex rationej, m ientras que las m u­ lo y trató de ser fiel a las experiencias visionarias de su p ropio espíritu ro­
jeres actúan sobre la base de sus sentim ientos [ex affectione]. E n cuanto a la mántico. D e este m odo, E m anuel S w edenborg creó una obra de una
form a, el hom b re tiene u n rostro más tosco y m enos atractivo, una voz más complejidad im presionante. A pesar del objetivo confesado de que sir­
profunda y u n cuerp o más fuerte, m ientras que la m ujer tiene un rostro más viera com o resum en e in tro d u c ció n a la volum inosa obra Los arcanos ce­
suave y atractivo, una voz más dulce y u n cu erp o más delicado» (§ 368). U n lestiales para las «gentes de fe y corazón simple» (§ 1), D el Cielo y del In­
lectura más m inuciosa revela que el pensam iento de Sw edenborg es más fierno va dirigido a lectores cultos, inteligentes. Lo que sigue es un
m atizado de lo que esta cita parece sugerir. Para él los sentim ientos están resum en de las reacciones de la prim era g eneración de dichos lectores.
relacionados con la voluntad, lo que, co m o se ha m ostrado, se valora más A fortunadam ente, algunas de estas personas confiaron sus pensam ientos
que la facultad de pensar y razonar; así, Del Cielo y del Infierno está cerca de en diarios privados o los expresaron librem ente en reseñas y anécdotas
adm itir la superioridad de las mujeres. Pero n o es la celebración de la su­ publicadas. A u n q u e las fuentes pertin en tes son escasas, p e rm ite n n o obs­
p erioridad fem em na lo que interesa a Sw edenborg. C elebra la u n ió n m a­ tante una clasificación en cuatro tipos: el lecto r de la clase educada, el tra­
rital celestial com o una fusión de los dos sexos, y la u n ión es tan com pleta ductor, el teólogo y el fu n d ad o r de una nueva iglesia.
que los dos ángeles aparecen más co m o u n o que com o dos seres diferentes
(§ 367). C o m p arten plenam ente razonam iento (ratio) y sentim iento (affectio). a. L e c to r e s d e la c la se e d u c a d a
«Los ángeles m e han dicho -a firm a el v id e n te - que cuanto más com pro­ e n S u e c ia , A m s te r d a m y L o n d r e s
m etidos están los dos esposos en este tipo de unión, más unidos están en el D o s suecos y un alem án, q u e c o n o c ie ro n p e rso n a lm e n te a
am o r conyugal y, al m ism o tiem po, en inteligencia, sabiduría y felicidad» (§ Swedenborg, se pu ed en incluir en la prim era categoría, el lector culto de
370). Éste es el m aterial del que está hecha la visión rom ántica del amor. la clase acom odada. Al escribir sus notas privadas o m em orias entre 1759
Sin Sw edenborg, Novalis (1772-1801) nunca habría descrito la felicidad ce­ Y 1770, el con d e G u staf B onde, C ari G u staf Tessin y Jo h a n n C hristian
lestial en los térm inos de «dulce conversación de deseos susurrados: esto es Cuno nos han dejado las respuestas más tem pranas de los lectores a la edi-
todo lo que escucham os y m iram os en los ojos benditos para siempre, y no C10n original latina de D el Cielo y del Infierno. A estos tres educados lec-
saboreamos nada sino la boca y el beso» (Novalis 1978, 401)22. Sw edenborg tores puede añadirse un cuarto, el recensor an ó n im o del Treatise concerning
dio al rom anticism o una de sus más atrevidas fantasías. Heaven and Hell [Del C ielo y del Infierno] en Tlie Gentleman’s Magazine
de 1778.
22 Este poem a fue escrito p o r Novalis en 1800, pero sólo se publicó después de su Tras haber publicado Del Cielo y del Infierno así co m o otros cuatro li-
m uerte. 0s en Londres en 1758, Sw edenborg regresó a Suecia, llevando co n él,

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según parece, sólo unos pocos ejem plares de sus nuevas publicaciones c r e e n c ia s luteranas de B o n d e eran tolerantes co n las revelaciones angéli­
(Tafel 1890, 397; A cto n 1955, 529). U n ejem plar llegó a Suecia a través de cas, pero intolerantes con to d o lo que contradijera su d o c trin a de la m i­
canales desconocidos y fue v endido al co n d e G ustaf B on d e (1682-1764), s e r i c o r d i a divina.
ento n ces canciller de la U niversidad de U ppsala y viejo co n o cid o de O tra anotación de los lectores prim eros es la de Cari G ustaf Tessin
Sw edenborg. B onde, o su librero, d eb en de h aber sido los prim eros en (1695-1770), arquitecto y antiguo presidente de la Cám ara de los N obles de
Suecia en adivinar o descu b rir que Sw ed en b o rg era el au to r de la obra Suecia. Lo que sobrevive de su diario incluye varias notas sobre Swe­
im presa anónim am en te. d e n b o r g . La prim era recoge la visita de Tessin a Sw edenborg en Estocolm o:

E n n o ta personal n o publicada y de fecha incierta -1759 o 1760- el


co n d e B o n d e en u m era algunas de las objeciones que planteó cuando la Por pura curiosidad, para conocer a un hombre singular, fui a ver al asesor
leyó23. La enseñanza de S w ed en b o rg de q u e «lo que som os después de la S w e d e n b o rg la tarde del 5 de marzo de 1760. Vive en la parte alta de
m u e rte d ep en d e del tip o de vida q u e hayam os llevado en el m undo» (tí­ Hornsgatan en una pequeña y elegante casa de madera en un amplio terreno
tulo de §§ 470-484) parecía con trad ecir «los principios de nuestra fe y la con ja r d ín que le pertenece. Encontré allí a un anciano de unos setenta y tres
esperanza de la vida etern a para el p o b re pecador». Los luteranos creen años de edad de aspecto muy parecido al del difunto obispo Swedberg, pero no
en la co n d ició n p ecadora esencial de to d o ser hum ano, de m anera que, si tan a lto . Tenía ojos tenues, boca grande y tez pálida, pero era alegre, amistoso
Sw ed en b o rg tenía razón, todos ellos term in arían en el infierno. Según y p a rla n c h ín . Me pareció que yo era bienvenido, y como no tenía interés en
B onde, S w ed en b o rg n o tom aba en consideración los m éritos de C risto y hacer m u c h o s prolegómenos, empecé enseguida a hablar de la obra Del Cielo y
la m isericordiosa in terv en ció n de D ios en favor del pecador. N o es la vi­ del Infierno (Tessin, citado en Sigstedt 1981, 273; véase Tafel 1890, 398-399).
da que llevam os en la tierra, sostiene B o n d e, sino la m isericordia de Dios
lo q u e d eterm in a la vida eterna; p o r consiguiente, existe esperanza de vi­ A parentem ente, Tessin había oído hablar de este libro, pero n o había
da etern a incluso para el pob re pecador. O tras visiones sw edenborgianas v is to nin g ú n ejem plar. Sw edenborg tuvo que decirle que en aquel m o ­
eran igualm ente problem áticas: ¿C ó m o p odría la serpiente haber tentado m e n t o no había n in g ú n ejem plar en Suecia:

a A dán y Eva si ángeles y d em onios n o h u b ieran existido antes que los


seres h um anos en el paraíso? El co n d e te m e q ue si, en lugar de funda­ El [Swedenborg] dijo que aparte de su propio ejemplar tenía solamente
m en tar la fe en la p u ra letra de la E scritura, se tien e que buscar u n «sen­ otros dos, que había pensado entregar a dos obispos en el próximo Riksdag
tido interno», ento n ces cualquiera p u ed a inventar una religión especial a [reunión del parlamento]; pero como había oído que había entrado una copia
su m edida, d escu b rien d o el significado q u e le plazca. Lo que sorprendía en el país sin su conocimiento, y había sido vendida a Su Excelencia el conde
al co nde B o n d e era la crítica de S w ed en b o rg a la d o ctrin a luterana de la Bonde, había reconsiderado el asunto y había dado una de sus copias al senador
«salvación p o r la fe p o r m ed io de la m isericordia divina» (véase §§ 521 y conde Hópken y la otra al concejal Oelreich, censor de libros. Esperaba que le
522) y su redefinición de los ángeles, lo q u e equivalía al aban d o n o de la llegaran cincuenta ejemplares más de Inglaterra la primavera siguiente y enton­
creencia tradicional en los ángeles co m o especies separadas, n o humanas, ces m e enviaría una (Tessin, citado en Sigstedt 1981, 273; véase Tafel 1890, 399).
en la creación de D ios (§311). C u rio sam en te, B o n d e n o parece sorpren­
dido p o r la preten sió n del au to r de estar en co ntacto co n los ángeles. Las Estos cincuenta ejem plares debieron de llegar enseguida, pues en j u -
' Tessin ya tenía su ejem plar de Del Cielo y del Infierno. El día 4 de j u -
23El breve d o c u m e n to se encuentra en los A rchivos Estatales de E stocolm o; puede 0 de 1760 co m enta sobre el libro en su diario:
encontrarse una copia en la A cadem y C ollection o f Sw edenborg D ocum ents, vol. 6, 11•
809 (Sw edenborg Library, B ryn A thyn, Pennsylvania). La A cadem y C ollection fecha el err Sw edenborg es probablem ente, entre todos los visionarios, el que ha
d o cu m en to en 1760, m ientras que Sigstedt (1981, 270) pro p o n e el 5 de enero de 1759. to de manera más explícita. Discute, cita fuentes, aduce argumentos y cau­

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sas, etc. Todo el edificio tiene coherencia y con toda su rareza está construido a q u e lla época S w edenborg vivía en A m sterdam , d o n d e estaba supervi­
siguiendo un estudiado pensamiento. El libro tiene, además, tantos giros nuevos I s a n d o la im presión de algunos de sus libros, y fue en esta ciudad do n d e
e inesperados que se puede leer de principio a fin sin aburrirse. Lo que dice en j C u n o se convirtió en u n o de sus am igos y de sus más ávidos lectores.
[§] 191... respecto al espacio en el cielo es un sueño bien razonado. A lo largo E n tr e 1768 y 1770, vio a S w edenborg con frecuencia, y a m en u d o tuvo
de todo el libro se reconoce al hijo del obispo Swedberg, que sueña con una o c a s ió n de preguntarle sobre sus visiones religiosas y sus publicaciones.
profundidad mucho mayor que el padre... Todo esto puede leerse con la misma j C u n o poseía algunos libros de Sw edenborg; otros -in c lu id o Del Cielo y
fe que uno concede al Alkorán de Mahoma (Tessin, citado en Sigstedt 1981, I del Infierno- los pidió prestados al a u to r (C u n o 1947, 17). Leyó Del Cielo
274-275)24. y del Infierno en 1769, «once años» después de su publicación (C u n o 1947,
52), t o m ó m uchas notas, ap u n tó com entarios e incluyó to d o ello en su
Tessin leyó Del Cielo y del Infierno co n m u ch o interés, reco n o ció su a u to b i o g r a f í a . H o m b re devoto, practicante regular y au to r de libros reli­
coherencia, valoró su novedad e incluso su profundidad, pero finalm en­ g io so s, C u n o estaba to talm en te fam iliarizado con la teología y se dio
te decidió colocarlo con el Q u r an, libro revelado de otro pueblo, libro c u e n ta in m ediatam ente de que Del Cielo y del Infierno se apartaba de la
no aceptado ni aceptable co m o fuente norm ativa de nuestra religión. La e n s e ñ a n z a bíblica tal co m o habitualm ente se entendía (C u n o 1947,
referencia al Q u r ’an llegaría a ser algo n o rm al en la polém ica antiswe- 43- 68 ). O b serv ó que en la teología de S w edenborg todos los ángeles y es­
denborgiana; aparecerá tam bién infira en la discusión de las reacciones de p ír itu s del m al han sido prim ero hum anos en la tierra; hay m atrim onios
Jo h a n n C hristian C u n o y j o h n Wesley, pero la n o ta de 1760 de Tessin pa­ en e l cielo; la resurrección significa en realidad la entrada en el m u n d o
rece ser el p rim e r testim o n io 25. de lo s espíritus. Tuvo la sospecha de que el au to r caía en la tram pa del
Jo h a n n C h ristian C u n o (1708-1796) -te r c e r y últim o lector de los que m a n i q u e ís m o , herejía que plantea la coexistencia eterna de dos principios
m encio n arem o s en este a p a rta d o - era u n culto com erciante y escritor c o n tr a p u e s to s , u n o b u en o y otro malo, u n o realizado en el cielo, el o t r o
alem án q u e vivía en A m sterdam . A m ediados del siglo xix, el biblioteca­ en e l infierno. Para C u n o las pretensiones visionarias de S w edenborg
rio de la B iblioteca R e a l en Bruselas fue alertado de la existencia de un e ran la característica más irrita n te de la teología de su am igo. ¿Era posi­
m anuscrito autógrafo alem án de cuatro m il páginas: la autobiografía de ble q u e un caballero del siglo XVIII fuera su p erio r a san Pablo, que había
C u n o . A ugust Scheler, el bibliotecario, leyó el m anuscrito y decidió pu­ sido i n c a p a z de hablar de sus visiones celestiales? S w edenborg había es­
blicar el capítulo q u e trataba de S w ed en b o rg (C u n o 1947 es una traduc­ c rito sobre los entusiastas que, con la m en te centrada exclusivam ente en
ción inglesa). a s u n to s religiosos, ahondaban en el m u n d o de los espíritus y eran enga­
C u n o co n o ció a S w ed en b o rg en u n a librería de A m sterdam el 4 de ñ a d o s p o r espíritus m entirosos (§ 249). ¿Era posible que Sw edenborg, a
n oviem bre de 1768, y los dos hom bres sim patizaron m utu am en te. En P esar de sus pretensiones de lo contrario, fuera u n o más de tales e n tu ­
siastas (C u n o 1947, 1 14)?
24La transcripción de Tessin 1760 indica que los tres pasajes aquí citados fueron escn- C o n todo, C u n o adm ite que encuentra «aquí y allá... un grano de
tos el 5 de m arzo de 1760. Sin em bargo, Sigstedt cita la fecha de esta particular entrada (C u n o 1947, 97), y disfrutó de lo que S w edenborg escribía sobre la
del diario com o 4 de ju lio de 1760; y debería señalarse que Sigstedt copió todas esas en­ admisión de paganos sabios y virtuosos co m o C ice ró n en el cielo (C u n o
tradas de los dianos originales de Tessin en la biblioteca de su familia en el castillo de l 9d7, 52). Sin em bargo, aun así, perm anecían las dudas:
Á kero, en Sóderm anland, en 1915. Véase Sigstedt 1981, notas 443 y 447.
25E n la com paración con el Q u r’an está im plícita la idea co m ú n de u n Paraíso celes­ o mismo [Cuno] no puedo en absoluto sostener la corrección de los escri-
tial que sería dem asiado sensual. Los escritores del siglo XVIII se refieren con frecuencia al s de Swedenborg. Pero si, hace once años, cuando esta obra de la que estoy
Q u r ’an o a los «mahom etanos» cuando rechazan ideas sensuales sobre el cielo; p o r ejem­ a lando, a saber, Del Cielo y del Infierno, se publicó, un teólogo con fúnda-
plo, véase The Gentleman’s Magazine 1739, 9: 5b, citado en A péndice I. ment°s firmes hubiera dejado bien sentado lo que es bueno y hubiera refutado

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se n sa ta m e n te lo q u e es e r ró n e o y c o n tr a d ic to r io , e n to n c e s el a u to r, si n o se 10 b. P r i m e r o s tr a d u c t o r e s
im p e d ía n sus im a g in a c io n e s , se h a b ría v isto o b lig a d o a se r m ás c u id a d o s o e n el El libro de Sw edenborg tuvo la suerte de captar la atención n o sólo
f u tu r o y a n o in u n d a r el m u n d o c o n sus m ú ltip le s e sc rito s ( C u n o 1947, 52). je personas de la clase culta con un interés pasajero en el tem a, sino tam ­
b ié n de personas devotas que trataron de prom overlo en traducciones
Si las afirm aciones de B onde, Tessin y C u n o fueran representativas de j v e r n á c u la s . P ro n to Del Cielo y del Infierno se convirtió en Vom Himmel und

los prim eros lectores de Del Cielo y del Infierno, entonces tendríam os que uon den wunderbaren Dingen desselben (1775, alem án), A Treatise concerning
decir que la respuesta fue m u y crítica y sólo m arginalm ente elogiosa. Sin Heaven and Hell (1778, inglés) y Les Merveilles du Ciel et de l ’Enfer (1782,
em bargo, h u b o otros lectores, y algunos de ellos respondieron de m odo francés).
favorable, si n o c o n entusiasm o. C u an d o , en 1778, la prim era traducción El p rim e ro en traducir Del Cielo y del Infierno fue un alem án. A u n q u e
inglesa de Del Cielo y del Infierno estuvo disponible, una publicación m en- I Vom Himmel und von den wunderbaren Dingen desselben n o m en c io n e el
sual entonces de m oda, The Gentleman s Magazine, de Londres, la honró ¡ nombre del traductor, un d iccionario biográfico c o n te m p o rán e o alem án
co n una reseña de algo más de dos colum nas en letra pequeña. El anóni­ la atribuye a Jo h a n n C h ris to p h L enz (1748-1791), q u e está id en tific a­
m o crítico ofreció am plios extractos del p rólogo del trad u cto r para in- I do com o secretario y m aestro contable de la U niversidad de Leipzig
tra d u c ir a Sw ed en b o rg («Swedenberg» en la reseña), el científico y el v i-i (Hamberger and M eusel 1797). Lenz debió de te n e r una considerable co­
sionario26. U n sed u cto r y breve co m e n ta rio sobre A Treatise concerning - lección d e lib ro s que clasificaba co m o «obras alquím icas y teosóficas»
Heaven and Hell constituye la conclusión: (Breymeyer 1984, 227). M u y probablem ente, en c o n tró los libros de
Swedenborg más interesantes que otros y p o r lo tan to eligió dos de ellos
Ú n ic a m e n te o b s e rv a re m o s , e n g e n e ra l, q u e sea c u al sea el j u ic i o q u e el p ú - i para trad u cir: La comunicación entre el alma y el cuerpo, que apareció co m o
b lic o p u e d a fo rm u la r d e la p a rte v isio n a ria d e la o b ra , la p a rte d o c trin a l es irre- I Von der Vereinigung der Seele und des Leibes (1772) y Del Cielo y del Infier­
p ro c h a b le ; y c o m o la p rim e r a e n c u e n tra u n a d e fen sa m u y in te lig e n te p o r parte no, aparecido com o Vom H im m el... (1775).
d e l e s c rito r d e l p r ó lo g o , la ú ltim a n o n e c e sita n in g u n a ju s tific a c ió n {G entlem an's H artley y C ookw orthy, los dos traductores ingleses, habían conocido y
M ag a zin e 1778, 326b). admirado personalm ente a Sw edenborg, y su obra provocó un im pacto
enorme en m uchos lectores. T hom as H artley (1709-1784) era un clérigo
N in g ú n lector co n tem poráneo habrá dejado de advertir el to n o amable anglicano. C o m o párroco ausente de W inw ick, N orth h am p to n sh ire, so­
de la crítica, y p o r eso se puede concluir que en 1778, cuando apareció elj licitó un coadjutor para que hiciera el trabajo parroquial ordinario.
prim er com unicado público sobre el libro de Sw edenborg, los lectores ilus- ¡ Liberado de ese deber, H artley llevó una vida de intelectual y escritor in ­
trados de Inglaterra tom aron la obra con seriedad. Lam entablem ente, no se teresado en el m isticismo. C on o cía a Selina, condesa de H u n tin g d o n
puede encontrar ninguna inform ación sobre el crítico en los ficheros que ( 707 - 1791 ), la famosa patrocinadora de la espiritualidad inglesa barroca,
quedan del editor (Kuist 1982). E n cam bio, el nom bre del «muy inteligen­ como a W illiam Law (1686-1761) y a G eorge W h itefield (1714-1770)
te defensor» que escribió el prólogo de A Treatise concerning Heaven and Hell\ H P j * 1931). W illiam C o o k w o rth y (1705-1780), que era p o r lo demás
ha sido establecido: T hom as Hartley. P ertenece a aquellos lectores prim e- ¡ UU actlvo quím ico, fabricante de porcelana y em presario, en co n tró tiem -
ros de Del Cielo y del Infierno cuyo entusiasm o les im pulsó a ofrecer v e rsio - j P® para serv ir a la com unidad cuáquera de P ly m o u th co m o presbítero
nes vernáculas del libro latino. ck 1978). D urante la década de 1760, los dos se interesaron p o r la
2 * de Sw edenborg. Finalm ente se conocieron, se hicieron am igos y vi-
“■El n úm ero de abril de 1772 de The Gentleman’s Magazine (42: 198b) incluía la si-j n al m aestro en Londres. Su historia refleja la devoción p o r la obra
guíente nota necrológica: «Hon. y docto E m anuel Sw edenburgh [sic], célebre por susj - d e u b o r g . Tras la m u erte de este últim o, los dos colaboraron en la
obras m atem áticas y visionarias». Ucción de Del Cielo y del Infierno. A unque el reverendo H artley era en ­

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tonces un frágil anciano de más de setenta años, rehizo el proyecto de Gran Bretaña que no estén en posesión de documentos o tradiciones de estos
C ookw orthy. H acia 1778 C o o k w o rth y lo publica a sus expensas, pagando] hechos en sus propias familias, aunque el saduceísmo que prevalece en nuestros
cien libras esterlinas al im presor (Tafel 1890, 539). días pueda haber hundido su crédito, del mismo modo que ha cortado en gran
H artley escribió una larga in tro d u cció n a A Treatise concerning Heavenl m edida las comunicaciones de este tipo (Hartley 1778, xxii-xxm ).
and Hell en la que defendía la pretensión de S w edenborg de te n e r cono-]
c im ien to del m u n d o espiritual p o r exp eriencia personal27. Sabía que la Para m uchos contem p o rán eo s de H artley, éste era u n arg u m en to frá­
época n o era favorable a esas pretensiones, pues «la creencia en todas las gil. En G ran Bretaña, el caso «C ock Lañe» de 1762 había dejado su m ar­
dispensaciones extraordinarias o sobrenaturales está entre nosotros en su | ca en la m em o ria de la g ente (U glow 1997, 625-655). E n enero de 1762,
p u n to más bajo» (H artley 1778, Vi). Los co n tem poráneos de H artley que-] Fanny Lynes, que había m u e rto hacía po co de viruela, se apareció su­
rían - y en u n caso co n o cid o p o r él, realm ente lo c o n sig u ie ro n - que se I puestamente en la casa de R ic h ard Parsons en C o c k Lañe, Londres. A
atribuyera a las personas que conversaban co n los ángeles «un estatuto de través de unos golpes peculiares en el cu arto de la hija de Parsons, que
locura» y q u e se las enviara al m an ico m io (H artley 1778, xvili). Esta ac-1 tenía once años, ésta pensó que se le estaba in dicando que había sido ase­
titu d descansa n o solam ente en «una indebida exaltación de las facultades I sinada. Todo L ondres discutió el caso, y el com ité de investigación in clu ­
y poderes racionales naturales del h o m b re, co m o prueba suficiente de la yó a celebridades co m o el d o c to r Sam uel Jo h n so n . P ro n to el «fantasma
Verdad revelada», sino tam bién en la creencia de que los m ilagros dejaron I de C ook Lañe» se reveló co m o u n a m ixtificación. A u n q u e el fraude to ­
de existir en tiem pos de la iglesia p rim itiva (H artley 1778, V i). Sin em-j davía se recordaba en 1778, la creencia en los fantasmas estaba dem asiado
bargo, esto n o p u ed e ser cierto, pues n o parece racional despachar los nu-j firmemente establecida en la tradición p o p ular b ritánica co m o para ser
m erosos inform es de visiones conocidos en todos los períodos de la his-j erradicada p o r esa denuncia. El crítico an ó n im o de A Treatise concerning
toria de la Iglesia co m o invenciones y falsificaciones (H artley 1778, xm).| Heaven and Hell cita la apelación de H artley a las visiones británicas de
D e esta m anera, H artley pensaba que podía apelar a la creencia popular fantasmas sin señalar ninguna reserva en contra (Gentleman’s Magazine
co m o si la realidad de los contactos ultram u ndanos fuera cosa de domi-l 1778, 326a).

n io público: Hartley finaliza su largo prefacio con la explicación de dos de las e n ­


señanzas de Sw edenborg: la do ctrin a de las «correspondencias» y la d o c ­
Y quién dirá que el ojo natural del hombre es incapaz... de discernir losj trina del estado in te rm e d io en el que el difunto se en cu en tra entre la
vehículos sutiles de ciertos espíritus, sean éstos de aire o de éter; cierto es que o muerte y su destino en el cielo o en el infierno. A m o d o de conclusión,
por condensación o de alguna otra manera pueden hacerse visibles, y conversarl aquí están las recom endaciones de H artley sobre la lectura de A Treatise
con nosotros, como un hombre con otro, y, en efecto, innumerables son losj c°ncerning Heaven and Hell. Se p u ede considerar a S w edenborg co m o «el
ejemplos de ello, como también de sus descubrimientos, advertencias, predio I vidente ilum inado y el m ensajero extraordinario de im portantes noticias
ciones, etc., de modo que puedo aventurarme a afirmar, apelando a una verda® e °tro m undo»; o, si no, se le podría considerar c o m o un «intérprete
de todos conocida, que hay pocas familias antiguas en cualquier condado de 11 cristiano sabio y divino de las Escrituras». Si tam poco esto se aceptase, se
^ podría «leer co m o un sensato m oralista y u n agudo m etafísico; o tam -
27La introducción a A Treatise concerning Heaven and Hell es anónim a, pero, en gen*J n com o pro fu n d o filósofo; o si no se quieren ad m itir estas caracterís-
ral, los investigadores adm iten la autoría de H artley. The Gentleman s Magazine 1791, <>■ as> se le podría leer al m enos co m o el ingenioso au to r de una novela
619b-620a publicó una carta de «Candidus». C andidus recom endaba a un correspons* ^g m fica» (H artley 1778, x x x v in ).
que preguntaba p o r la verdadera personalidad de Sw edenborg que leyera el prefacio ^ trad u cción de C o o k w o rth y y H artley de D el Cielo y del Infierno
A Treatise concerning Heaven and Hell, afirm ando que había sido «escrito p o r el Rev. ■ un gran im pacto al m enos en algunos de sus contem p o rán eo s, tan-
H artley, clérigo respetable y piadoso de la Iglesia de Inglaterra» (620a). iva com o negativam ente. H u b o dos im p o rtan tes lectores de su

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traducción. R o b e r t H in d m arsh y Jo h n W esley leyeron A Treatise coticer-1 g u n ta que se hizo a S w edenborg sobre si sus visiones eran com patibles
ning Heaven and Hell en 1782, y, c o m o verem os, llegaron a conclusiones I con las del m ístico alem án Jacob B o eh m e (1575-1624). «B oehm e era un
m uy diferentes. Pero antes de discutir sus o p iniones debem os m encionar! h o m b r e b u en o , respondió Sw edenborg; es una pena que en sus escritos

a o tro trad u cto r tem p ran o : el abad Pernety. se deslizaran algunos errores, especialm ente co n respecto a la Trinidad».
La vida de A n to in e Joseph P ernety (1716-1801), traductor al francés de I g u a lm e n t e , se le p reg u n tó a S w edenborg si existía alguna verdad en la fi­

Del Cielo y del Infierno, está m arcada p o r la in q u ietu d de u n h om bre que lo so fía herm ética: «Sí, contestó, pienso que es verdadera, y una de las m a­

pasó de u n m onasterio b en ed ictin o a la co rte de u n príncipe; al mismo! y o re s maravillas de D ios; pero n o aconsejo a nadie que trabaje en ese te ­

tiem po, el católico devoto se convirtió en u n escritor de temas esotéricos m a» (Pernety 1782, 78; Tafel 1875, 62). A u n q u e n o hay form a de

(W illiam s-H ogan 1998, 235-239). El m ism o año en que Sw edenborg ha-1 a u te n t if i c a r estas anécdotas, reflejan el interés de A ugust N ord en sk jó ld y
P e r n e ty p o r las tradiciones esotéricas29.
bía editado Del Cielo y del Infierno, P ern ety publicaba sus Fables égyptiennes I
et grecques dévoilées et réduites au même principe [Fábulas egipcias y griegas re-1 E n obediencia a «la Sainte Parole», P ernety dejó finalm ente B erlín y

veladas y reducidas a u n m ism o principio, París 1758], P ernety llegó a v ia jó al sur para establecer el reino de la nueva Jerusalén. El núcleo de ese

Prusia d urante el reinado de Federico el G rande y sirvió en el puesto de I re in o debía ser una sociedad esotérica que fundó en la ciudad de A viñón,
e n P r o venza.
bibliotecario entre 1767 y 1783. Fue co m o bibliotecario co m o conoció la j
obra de Sw edenborg; en 1779 leyó A m or conyugal. E n su correspondencia I S e sabe p o c o sobre la acogida que p u d o ten er Les Merveilles du Ciel et

co n C ari Fredick N ordenskjóld, sueco, refiere có m o llegó a convencerse! de l’Enfer, pero hay una anécdota digna de ser contada. E l escritor fran­
del valor y la verdad espiritual de la obra de Sw edenborg. Pernety había I cés H o n o rato de Balzac (1799-1850) conocía el libro, y cuando en 1832

reu n id o a su alrededor a u n g ru p o de personas interesadas en las artes eso-J e s c rib ió su novela Louis Lambert —la historia de u n jo v en genio— colocó

téricas co n las q u e practicaba una especie de oráculo. Su cosm ovisión neo-i la traducción de P ernety en las m anos de su protagonista. A los catorce
platónica n o le p erm itía com unicar d irectam ente con el U n o , la Deidad! años, Louis, hijo de u n curtidor, fue en co n trad o p o r M adam e D e Staël
Suprem a; pero se podía contactar con una de las em anaciones del Uno,! c u a n d o leía «une trad u ctio n du Ciel et de l’Enfer», una traducción de Del

llam ada «la Sainte Parole» (la Santa Palabra) p o r m edio de u n procedi-J Cielo y del Infierno (Balzac [1832] 1980, 595). Es el año 1811, y Balzac aña­
m ien to oracular. La respuesta que dio la Santa Palabra a su pregunta sobre I d e q u e en esa época sólo u n p u ñ ad o de intelectuales franceses había o í­

S w edenborg era enteram ente favorable: Sw edenborg había hablado con j do hablar de S w edenborg. E n la novela, M adam e de Staël se apiada del
verdad («il a dit vrai»)28. E n consecuencia, P ernety realizó una versión fran-J c h ic o y co rre co n los gastos de sus estudios en u n convento cercano.

cesa bastante libre de Del Cielo y del Infierno, y los dos volúm enes de Les I Balzac nos ofrece toda la lista de las lecturas de su genio: cuando D e Staël
Merveilles du Ciel et de l’Enfer se im p rim iero n en B erlin en 1782. le descubrió, ya había co m p lem en tad o sus estudios bíblicos m ediante la
La trad u cció n de P ern ety incluye u n largo prólogo titulado «Obser-| l e c tu r a de los grandes místicos: Santa Teresa de Jesús, M adam e G uyon y

varions o u notes sur Sw édenborg» [O bservaciones o notas sobre Swe-J Les Merveilles du Ciel et de l ’Enfer (Balzac [1831] 1980, 594). Así es com o
denborg] en el q u e P ern ety co m en ta la vida y obra de S w e d e n b o r g - 1 p ie n s a Balzac que debería com en zar una vida m ística. Y, en realidad, al­

A lgunas de las anécdotas sobre el a u to r de Del Cielo y del Infierno lle g a ro n ! g u n o s de los pensam ientos filosóficos con los que Balzac term in a su n o ­

a P ern ety a través de sus corresponsales suecos, los herm an o s Ñor-j vela revelan la influencia de Sw edenborg (W ilkinson 1996, 156-171).
denskjóld, C ari F redrick y A ugust. U n a de las anécdotas relata la pre' |

“ Pernety aparece citado en W illiam s-H ogan 1998, 236. Para una transcripción d e ® 25Tal vez Sw edenborg repita a Agustín, que en la Ciudad de Dios (8, 23) sugiere que

carta original del 20 de octubre de 1781, en la que aparece la cita, véase Pernety 1781. Bermes «hace m uchas afirm aciones conform es a la verdad respecto del único D ios ver­
e d e ro , creador del m undo».
más inform ación sobre Pernety, véase Tafel 1875, 637.

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c. U n l e c t o r t e o l ó g i c o : J o h n W e sle y brillo original, sino que aparece majestuosa, au n q u e en ruinas» (Wesley s.
Im presionantes visiones sobrenaturales de D ios y de los ángeles, co ­ ^ 5 - 440)30. A pesar de esta cautela, sus com entarios globales p u d iero n ser
m u n ió n c o n los espíritus, percepciones de la presencia y la ayuda angéli­ muy positivos. E n carta dirigida a su amiga Miss E lizabeth R itc h ie se e n ­
ca: to d o esto estaba p resente en el e n to rn o de J o h n W esley (Ayling 1979, cuentran las siguientes palabras: «Tengo pruebas abundantes de que la fie­
300-303). A W esley (1703-1791) le gustaban los ángeles y creía que éstos bre que el b arón S w ed en b o rg 31 padeció treinta años antes de m o rir afec­
enviaban m ensajes a nuestra conciencia, a veces m ientras d o rm im o s, p e ­ tó m ucho a su en ten d im ien to . Sin em bargo, su opúsculo es “ m ajestuoso,
ro a veces tam b ién cu an d o estam os despiertos (Wesley [1782] 1856, 77). aunque en ruinas” . T ien e pensam ientos vigorosos y herm osos, y p u ede
El fu n d ad o r del m o v im ie n to m etodista creía ávidam ente en signos y p ro ­ ser leído con provecho p o r u n lecto r serio y precavido» (Wesley [1782]
digios. N o es pues so rp ren d en te q u e Wesley, cuando oyó hablar de 1856, 58). Wesley n o especifica a qué «opúsculo» se refiere, pero la refe­
Sw edenborg, quedara in trig ad o p o r su exp eriencia del o tro m undo. rencia podría ser el re cie n tem en te publicado A Treatise concerning Heaven
A u n q u e tanto W esley c o m o Sw ed en b o rg vivían en Inglaterra, habían oí­ and Hell. A u nque la carta de W esley fechada el 12 de febrero de 1779 re­
do hablar cada u n o del o tro y se interesaban m u tu am en te en sus obras comienda con cautela a S w edenborg, la anotación de su diario del 22 de
respectivas, nun ca se co n o ciero n . Poco antes de su m u erte, en 1772, abril de 1779 está cercana a u n a condena total: «De esta obra en particu ­
S w ed en b o rg le había enviado u n ejem plar de su ú ltim a obra teológica, La lar [A Treatise concerning Heaven and Hell] deb o observar que la d o ctrin a
verdadera religión cristiana (Wesley [1782] 1856, 403). en él contenida no sólo n o está nada probada, resultando m uy precaria de
La ex periencia de la lectura de la obra de S w edenborg p u ed e seguir­ principio a fin, en tanto q u e se basa ín teg ram en te en la afirm ación de u n
se en su diario privado a p a rtir del 28 de febrero de 1770, d o n d e cuenta simple trastornado m ental, sino que, en m uchos casos, es contraria a la
que se sentó «a leer y a considerar seriam ente alguno de los escritos del Escritura, a la razón y a ella misma» (Wesley s. fi, 6 : 231).
b aró n Sw edenborg» (Wesley s. f., 5: 354). A u n q u e W esley n o consigna de N o fue antes de principios de 1782 cuando Jo h n Wesley se to m ó
qué obras se trataba, p u d iera ser perfectam en te q ue Del Cielo y del Infier­ tiempo para pensar en todos los libros de S w edenborg que había acu m u ­
no estuviera entre ellas. E n la an o tació n de su d iario del 8 de diciem bre lado en su estudio: vo lu m en I de The True Christian Religión [La verdade­
de 1771 vuelve sobre el tem a: «Leí algo más de ese extraño libro, Theologia ra religión cristiana] (cuya p rim era edición fue publicada en Inglaterra en
Coelestis del b aró n Sw edenborg» (Wesley s. f., 5: 440). El título latino que 1781), A Treatise concerning Heaven and Hell (edición inglesa de 1778), y
da (que significa La teología del cielo) parece ser u na versión algo inexacta Marriage Love [Amor conyugal] (en la edición latina de 1768). Se refiere al
del títu lo latino de Del Cielo y del Infierno, au n q u e tam bién podría refe­ título latino de esta últim a, Delitiae Sapientiae de Amore Conjugiali [Delicia
rirse a Los arcanos celestiales. L uego W esley parece haber abandonado la de la sabiduría del am o r conyugal] co m o D e Nuptiis Coelestibus [Sobre los
lectura d u ran te m uchos años. La reanudó sólo después de h ab er recibido matrim onios del cielo] co n su característico descuido p o r la referencia
algunas versiones inglesas de los libros de S w edenborg. Su colección in ­ exacta. Sus « T h o u g h ts o n th e W ritin g s o f B aró n S w edenborg»
cluía ahora A Treatise concerning Heaven and Hell, la trad u cció n inglesa de [Pensamientos sobre los escritos del barón Sw edenborg], term inados el 9
Del Cielo y del Infierno publicada en 1778. La an o tació n del 22 de abril de de mayo de 1782 y publicados en 1783 en el Arminian Magazine, repre-
1779 de su diario es más larga y detallada que las anteriores, y se refiere a
A Treatise concerning Heaven and Hell co m o «Barón S w ed en b o rg ’s Account Véase El paraíso perdido 2, 305.

o f Heaven and Hell» (Wesley s. f., 6 : 230); en su diario, Wesley no se preo-< Wesley se refiere en repetidas ocasiones a esta «fiebre» (W esley s. £., 5, 440; W esley

cupaba en absoluto de an o tar los títulos exactos de los libros que leía. *• 6, 230; W esley [1782] 1856, 402). Al parecer en respuesta a W esley, H artley (1778,

E n tre 1770 y com ienzos de 1779, W esley e n c o n tró siem pre algo posi­ I) descarta el incidente de la «fiebre» com o si constituyera alguna prueba de la lo cu -

tivo en las obras de S w edenborg, au n q u e tenía sus dudas y le aplicaba lo 13 ^ Wedenborg. Investigadores recientes consideran la fuente de W esley apócrifa y d u -

que M ilto n escribiera de Satanás: «Su m e n te n o ha perdido aún to d o su r 1 véase R ogal 1988, 297-298.

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sentan su única declaración pública sobre el tem a. A quí W esley exam iif inpie rn o>> (W e sle y [1782] 1856, 422). «Así, ¡el C o r á n c ris tia n o e x c e d e in c lu so al
la vida de S w edenborg, ofrece u n a selección de extractos de sus libros m a h o m e ta n o ! M a h o m a p e r m itía q u e e s tu v ie ra n e n el p a raíso , p e r o n u n c a p e n ­
te rm in a c o n u n detallado análisis de nueve páginas de A Treatise concerninm só e n c o lo carlas e n el in fie rn o » (W e sle y [1782] 1856, 421). « ¡O h , c u á n to m ás c ó ­
Heaven and Hell. C o m p arad o co n las anotaciones de su diario, el to n o no m o d a es la p o s ic ió n d e esto s e sp íritu s e n el in fie r n o q u e la d e los esclav o s d e las
ha cam biado. U n a vez más, S w ed en b o rg es acusado de locura y su te o - ■ : galeras e n M a rse lla o la d e los in d io s e n las m in a s d e P o to sí!» (W e sle y [1782]
logia considerada inaceptable. A p artir del análisis de W esley se p u ed e ex­ 1856, 420). W e s le y c o n s id e ra la d e s c rip c ió n d e l in fie r n o d e S w e d e n b o r g c o m o
traer la siguiente relación de los errores más im portantes que observa en «la p a rte m ás p e lig ro sa d e sus escritos», p u e s « tie n d e a fa m ilia riz a r c o n ella a los
Sw edenborg: im píos, a q u ita rle t o d o su te r r o r y h a c e r q u e se lo c o n s id e re n o c o m o u n lu g a r
de to rm e n to , sin o c o m o u n a s itu a c ió n m u y to le rab le » (W e sle y [1782] 1856, 417).
1. Swedenborg no creen en la divina Trinidad, sino sólo en un Dios.
2 . R e c h a z a la c re e n c ia c o m ú n d e q u e D io s c re ó a los á n g e le s c o m o tales. Aparte de lo que ve co m o errores flagrantes, a Wesley le desagrada el
«Esta p o s tu ra , q u e r e c o r r e to d a s sus o b ra s, d e q u e to d o s los á n g e le s y d ia b lo s fu e ­ estilo de A Treatise concerning Heaven and Hell, pues carece de dignidad.
r o n a n ta ñ o h o m b r e s , sin la q u e to d a su h ip ó te sis se d e rru m b a , es p a lp a b le m e n te D e la descripción del cielo de S w edenborg, W esley escribe:
o p u e s ta a la E sc ritu ra » (W e sle y [1782] 1856, 416).
3. C r e e e n u n a e sp e c ie d e p u r g a c ió n d e a lg u n a s alm as d e sp u é s d e la m u e rte ,: S ería te d io s o in d ic a r las p a rtic u la re s rarezas y a b su rd o s... P u e d e b a sta r c o n se­
p o r e so llega a a firm a r las c re e n c ia s cató licas: « ¡Q u é p e q u e ñ a es la d ife re n c ia e n ­ ñalar e n g e n e ra l q u e n o c o n tie n e n a d a su b lim e , n a d a a c o rd e c o n la d ig n id a d d e l
tre el p u r g a to r io m ís tic o y e l papista!» (W e sle y [1782] 1856, 415). tem a. La m a y o ría d e las im á g e n e s so n bajas, m e d io c re s y te rre n a le s, n o e le v a n ,
4. C r e e e n los m a tr im o n io s e n el c ie lo . W e s le y p re g u n ta : « ¿ C ó m o c o n c u e r ­ sino q u e h u n d e n la m e n te d e l le c to r; r e p re s e n ta r a los á n g eles d e D io s d e esa m a ­
d a e sto c o n las p a la b ras d e n u e s tro S e ñ o r, “ E n la r e s u rre c c ió n n i se c asarán n i se nera, p o d ría m o v e m o s n o a a d o ra rlo s sin o a d e sp re c ia rlo s. Y h a y u n a g ro se ría y
d a rá n e n c a s a m ie n to , sin o se rá n c o m o los á n g eles d e D io s e n el c ie lo ” ?» (W esley u n a o rd in a rie z e n to d a la d e s c rip c ió n d e l m u n d o in v isib le , q u e te m o q u e te n d e ­
[1782] 1856, 416, c ita n d o M a te o 22, 30). rá c la ra m e n te a c o n firm a r a los in fie les ra c io n a le s e n u n a to ta l in c r e e n c ia (W e sle y
5. D e s c rib e c a v e rn a s e n las ro c as, m in a s su b te rrá n e a s , casas e n ru in a s y tosd [1782] 1856, 417).
c h o z a s e n el in fie rn o . « ¿P ero c ó m o c o n c u e r d a e sto c o n lo q u e le e m o s e n la
E s c ritu ra r e fe r e n te al fu e g o d e l in fie rn o ? » (W e sle y [1782] 1856, 418). S eg áL En otro lugar, exclam a: «¡Q ué insignificante es este texto! Tan pueril,
A p o c alip sis 2 0 , 15, «Y el q u e n o se h a lló in s c rito e n el lib ro d e la v id a fu e lanza­ tan por debajo del tem a, que alguien que no conociera el carácter del es­
d o al lag o d e fu eg o » (W e sle y [1782] 1856, 422). critor [esto es, de Sw edenborg] podría im aginar de form a natural que
6 . Describe, especialmente en L a verdadera religión cristiana, una vida relativa­ pretendía ser una parodia» (Wesley [1782] 1856, 419).
mente decente en el infierno: una vida en la que la gente trabaja, descansa e in ­ Jo h n Wesley, a una edad en la que tendía a m irar hacia atrás, a sus p ro ­
cluso se mantienen relaciones con el sexo opuesto32. Aquí se refiere a pias realizaciones, se sentía incapaz de aceptar nin g u n a de las visiones de
Swedenborg como «un soñador obsceno..., que se cuida de proporcionar p ro s­ Sw edenborg. La propia teología de W esley del cielo y el in fiern o era m uy
titutas, en vez de fuego y azufre, a los diablos y los espíritus condenados en el; convencional. H acía tiem po, había incluido u n resum en de Saints’
Everlasting Rest, de R ic h a rd Baxter, en el c o n ju n to de cincuenta v o lú m e­
32E n el infierno, cada h o m b re «es inform ado tam bién de que cada u n o está en liber­ nes titulado Biblioteca Cristiana (1749-1755). En el cielo de Baxter, los san­
tad de cam inar, conversar y después dorm ir, cuando ha hecho su trabajo; es entonces lle­ tos descansaban y alababan a D ios más que em peñarse en ocupaciones
vado a una parte interior de la caverna, donde hay prostitutas, y se le perm ite tom ar una mas terrenales co m o las descritas p o r S w edenborg. A parentem ente, el
y llamarla su esposa, pero está p rohibido so pena de castigo relacionarse con más de una» único resultado de la renovada consideración de W esley de la obra de
(La verdadera religión cristiana, § 281). Sw edenborg fue que re to m ó el tem a de los ángeles y el in fiern o en va­

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rios serm ones, en los que repetía visiones com pletam ente convencionales33. ig le siay pidió al padre de R o b e rt H indm arsh, el m inistro m etodista
E n los círculos m etodistas, Sw ed en b o rg sería considerado persona non gra­ H indm arsh (1731?-1812), que oficiara su p rim e r servicio de culto
J a n te s
ta. «O h, h erm a n o —decía W esley d irigiéndose a los lectores m etodistas del e l 27 de enero de 1788. La sw edenborgiana «Iglesia de la nueva Jerusalén»
Arminian Magazine— ¡que n in g u n o de vosotros reco m ien d e a ese escritor se rem onta a este acontecim iento. Sin el entusiasm o de R o b e rt H indm arsh
nunca más!» (Wesley [1782] 1856, 422). por A Treatise concerning Heaven and Hell, esto nunca habría ten id o lugar.
Los prim eros lectores de A Treatise concerning Heaven and Hell prefigu­
d . E l f u n d a d o r d e u n a n u e v a ig le s ia : raron e incluso dieron fo rm a al cam ino para que generaciones p o sterio ­
R o b e r t H in d m a rs h res respondieran al libro. H o y es evidente que en 1782 los prim eros lec­
A Wesley, ya anciano, n o se le podía co n vencer fácilm ente ni se le p o ­ tores habían form ulado ya las tres principales respuestas de los siglos XIX
dían a rran car sus viejas y tradicionales ideas teológicas. R o b e r t y x x . M u ch o s seguirían las fuertes críticas de J o h n W esley y despacharían
H in d m arsh ofrece una historia co m p letam en te diferente, incluso, en m u ­ A Treatise concerning Heaven and H ell co m o p u ra fantasía, engaño, herejía
chos aspectos, opuesta. A la im presionable edad de veintidós años, o, peor, co m o inspirado p o r «los espíritus de la oscuridad» (Wesley [1782]
R o b e r t H in d m arsh (1759-1835), im presor, trab ó relación con G eorge 1856, 422). E n ocasiones, W esley llegó casi a ridiculizar las visiones de
K een, cuáquero interesado p o r Sw edenborg. K een prestó dos libros de Sw edenborg, pero para él y su audiencia el tem a era dem asiado serio co ­
S w eden b o rg a H in d m arsh el 2 de enero de 1782, día que éste recordaba mo para som eterlo a un co m e n tario satírico. Esto cam bió en el siglo XX,
bien: fue el m ism o en q u e co n o ció a su futura esposa, Sarah P aram or cuando M ark Tw ain (1835-1910) publicó «C aptain S to rm field ’s Visit to
(1761 ?-l 833). Las dos obras eran A Treatise concerning Heaven and Hell y On Heaven» ([1907] 1995). U n segundo g ru p o consideraría A Treatise concer­
thè Commerce between thè Soni and thè Body [La comunicación entre el alma y ning Heaven and Hell com o lo hiciera su trad u c to r francés, A n to in e Joseph
el cuerpo] (am bos traducidos p o r H artley). H in d m arsh leyó inm ediata­ Pernety: co m o una in tro d u c ció n a una visión del m u n d o nueva y esoté­
m e n te los dos volúm enes y al p u n to se convenció de su «origen celestial» rica que p erm itía la recepción de la inspiración de los espíritus o ángeles.
(H in d m a rsh 1861, 11 ); p ro n to fue u n se g u id o r co n v e n c id o de U n im presionante n ú m ero de poetas y artistas rom ánticos apreciaron el
Sw edenborg. E n 1784 había fundado una asociación «con el propósito de libro de S w edenborg o estuvieron de una form a u otra influidos p o r él;
pro m o v er las doctrinas celestiales de la nueva Jerusalén m ed ian te la tra­ entre éstos, W illiam Blake (1757-1827) y Sam uel Taylor C o lerid g e en
d ucció n , edició n y divulgación de los escritos teológicos del honorable Inglaterra, F ried rich W ilh elm Schelling (1775-1854) en A lem ania, y
E m anuel Sw edenborg» (H indm arsh 1861, 23). C o n sede en L ondres, es­ H onorato de Balzac en Francia34. U n tercer grupo, representado p o r
ta «Sociedad Teosòfica» p ro n to se vanaglorió de te n e r cerca de u n cen te­
nar de m iem bros (todos varones), de los cuales u no, Jo h n Flaxm an 34Las fuentes secundarias sobre la influencia de Sw edenborg sobre el rom anticism o in ­
(1755-1826), habría de convertirse en u n fam oso escultor (H indm arsh cluyen: Peebles 1933 (G oethe), Benz 1941 (Schelling), Schuchard 1949 (G oethe), R oos
1861, 23). E n 1784, H in d m arsh había publicado tam b ién la segunda edi­ 1952 (Novalis y otros), H einrichs 1979 (Schelling, G oethe), G aier 1984 y 1988 (Goethe),
ció n de A Treatise concerning Heaven and Hell. Paley 1985 (Blake), Bellin y R u h l 1985 (Blake), Sjodén 1985 (Balzac y otros), Bellin 1988

A u n q u e la Sociedad Teosòfica se disolvería en m en o s de una década, (Blake), W ilkinson 1996 (Balzac y otros), H o m 1997 (Schelling), Ford 1998, 95-96, 147-151
H indm arsh n o ab an d o n ó la idea de organizar u n g ru p o de personas in­ (Coleridge). C oleridge anotó un ejem plar de Del Cielo y del Infierno de Sw edenborg; las n o ­
teresadas en la obra de Sw edenborg. C o n R o b e r t H in d m a rsh a la cabe­ tas, conservadas en la Biblioteca Británica, están editadas en C oleridge 2000, 403-425; pare-
za, una facción escindida de la Sociedad Teosòfica se estableció com o cen datar de 1819-1820. Dos expresiones del tem peram ento rom ántico francés, las utopías
ultramundanas y el esplritualismo, parecen incluir tam bién un elem ento sw edenborgiano
’ Tres serm ones fechados entre 1782-1783 se titulan «De los ángeles buenos», «De los (Kselman 1993, 143-162). El m ovim iento rom ántico más im portante de Am érica, el trans-
ángeles malos» y «Del infierno» (W esley 1986, 3- 44). cendentalismo, tam bién estuvo profundam ente influido p o r Sw edenborg (Taylor 1988).

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R o b e r t H in d m arsh , haría de A Treatise concerning Heaven and Hell parte de
los escritos sagrados reco n o cid o s p o r u n a nueva iglesia cristiana y lo acep­
taría co m o una gran afirm ación teológica de la vida después de la m u e r­
te, o b ien lo consideraría el co m ien zo de u n a nueva filosofía religiosa. En
el hab er de este gru p o , a cuyos m iem bros g eneralm ente se denom ina
A p é n d ic e I
ahora «swedenborgianos», está la trad u cció n de Del Cielo y del Infierno a
m uchas lenguas m o d ern as. U n sw edenborgiano, Jo h a n n F ried rich A lg u n a s id e a s d e l B a r r o c o s o b r e la v id a d e s p u é s
d e la m u e r t e y s o b r e e l c i e l o y e l in f ie r n o
Im m an u el Tafel (1796-1863), bibliotecario jefe de la U niversidad de
Tubinga, en A lem ania, publicó tam bién u n a nueva edición del tex to la ­
En nuestros tiem pos, la vida después de la m u e rte y la naturaleza del
tin o original (1862). D e b id o al esfuerzo de sus traductores, Del Cielo y del
cielo y el in fie rn o han dejado de ser tem as que suijan fácilm ente en la
Infierno de E m anuel S w ed en b o rg figura c o m o u n o de los pocos libros re­
conversación. E n los siglos XVII y XVIII se tenía una actitud diferente. Casi
ligiosos del siglo xvili que se sigue editando y co n tin ú a ejerciendo una
todo el m u n d o se interesaba en el asunto, y n o fueron pocos los filósofos
considerable atracción en com paración co n m u chos otros escritos de la
y teólogos que publicaron sus pensam ientos sobre el cielo y el infierno.
m ism a época. Gracias a ellos, Del Cielo y del Infierno se puede descubrir
Se discutía sobre to d o «el problem a de la inm ortalidad», pero de vez en
todavía co m o u n a obra que, co m o dijo Tessin, tien e «tantos giros nuevos
cuando el cielo y el in fiern o figuraban en el debate. E n G ran Bretaña,
e inesperados que se p u ed e leer de p rin cip io a fin sin aburrirse».
B ern h ard Lang más o m enos desde 1650 en adelante y al m enos du ran te u n siglo, «casi
cada aspecto de la vida después de la m u e rte dio pie a la especulación o
el debate entre los estudiosos» (H o u lbrooke 1998, 50). Pero n o sólo en
Gran Bretaña. U n a u to r e n u m eró los libros sobre la inm o rtalid ad p u b li­
cados en A lem ania entre 1751 y 1758 —en los años inm ed iatam en te an te­
riores a Del Cielo y del Infierno— y señaló cincuenta y cuatro obras (U nger
1944, 11). E n otros países europeos encontraríam os sin duda cifras sem e­
jantes: los filósofos y teólogos del B arroco y la Ilustración tien en en su
haber la p rim era explotación real del tem a. La breve lista de autores y vi­
siones del m u n d o relacionados co n el asunto que se facilita a c o n tin u a­
ción, p roporciona el c o n te x to en el que Sw edenborg desarrolló su p e n ­
samiento y publicó Del Cielo y del Infierno, y p ro p o n e las obras co n las que
algunos de los lectores prim eros de Sw edenborg p u d ie ro n haber co m p a-
tado Del Cielo y del Infierno y sus traducciones vernáculas.

L The lmmortality of the Soul (1659) [La inmortalidad del alma]. El filósofo de
Cambridge Henry More, conocido como seguidor de Platón, ofrecía mucho
El au to r agradece la amable ayuda recibida d e ja rte W illiam s-H ogan, que ha sido ase naas de lo que el título de su obra parece indicar. Com o otros platónicos de su
sora sobre S w edenborg durante m uchos años. R e cib í tam bién ayuda valiosa de R einhard P°ca, trató de evitar la separación estricta entre el mundo material y el espiri-
Breym ayer, N ancy D aw son, H eath er Jackson, C arroll O d h n e r, Jonathan S. R o se, Stuart haciendo del mundo espiritual una parte del universo tal como lo conoce-
tIl0s- Para los platónicos del siglo xvn, explica el historiador Philip Almond, «no
Shotw ell y E berhard Z w ink.

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se e sta b le c ía u n a b is m o d e s e p a ra c ió n e n tr e lo s v iv o s y los m u e rto s» (A lm ond j ! 93). Las alm as humanas «continúan obviamente el camino que llevaban y per­
1994, 36). V iv o s y m u e r to s p e r te n e c ía n al m is m o r e in o e s p a c io te m p o ra l, c o n los 1 m anecen en el estado espiritual en que murieron» (Leibniz 1966, 9). Aunque es­
á n g eles, los sa n to s y D io s situ a d o s e n las re g io n e s s u p e rio re s , y las alm as m a l v a J te d o c u m e n to no se publicó hasta el siglo xix, demuestra sin embargo que una

das y S atanás e n el a ire , a lre d e d o r d e la tie rra y e n sus c av id ad e s in terio res I de las e n se ñ an z as de Swedenborg (D e l Cielo y del Infierno 363, 477) estaba dentro

( A lm o n d 1994, 3 6 -37). E n o c a sio n e s, las alm as d e los b ie n a v e n tu ra d o s « c an tan ,! de las p e rsp e c tiv a s de los pensadores del Barroco.

j u e g a n y b a ila n ju n ta s , d is fru ta n d o los p la c e re s líc ito s d e la p ro p ia v id a a n im a l,! 6 . A Vindication of the Im m ortality of the S oul and a Future State (1703)

e n u n g ra d o m u y s u p e r io r a a q u e l d e l q u e e r a n c ap a c e s e n el m u n d o » (M ore : [Justificación d e la in m o rta lid a d d e l a lm a y u n e sta d o f u tu ro ], W illia m A s sh e to n ,

1659, 420). S e g ú n M o re , las alm as c o n s e rv a n a lg u n a s c ara cte rística s m ascu lin as y i párroco d e B e c k e n h a m , e n K e n t, tr a tó d e re fu ta r la id e a d e q u e los q u e m o ría n

fe m e n in a s ( M c D a n n e ll y L a n g 1988, 212; A lm o n d 1994, 31). La o b ra d e M o re se descubrían q u e la v id a c elestia l c o n siste e n « e sp e cu lac ió n p u ra , e n m ira rse u n o s

r e c o r d ó d u ra n te a lg ú n tie m p o ; el d o c to r J o h n s o n la m e n c io n a b a e n u n a c on- : a otros y a d m ira r m u tu a m e n te las re sp e c tiv a s p e rfe c c io n e s» . E n el c ie lo se lle v a ­

v e rs a c ió n q u e h a b ía m a n te n id o c o n Ja m e s B o s w e ll e n 1772 (B o sw ell [1791] 1952,1 rá u n a v id a a ctiv a. E l R e i n o d e D io s te n d rá «leyes, e sta tu to s, g o b e rn a d o re s y


súbditos, y d ife re n te s ra n g o s, ó rd e n e s y grados» (A s sh e to n 1703, 57-60).
192-193).
2. T w o Treatises... o f the Im m ortality o f Reasonable Soules (1644) [D o s tratad o s... ! 7. The Spectator, n ° III, 7 d e j u l i o d e 1711. E ste n ú m e r o d e l fa m o s o Spectator,
d e la in m o rta lid a d d e las alm as ra cio n ale s]. S ir K e n e lm D ig b y , filó so fo y c ie n tí­ uno de los «diarios m o rales» e n los q u e los a u to re s d e la Ilu s tra c ió n tra ta b a n d e

fic o c a tó lic o (A lm o n d 1994, 7 0 -71), n e g a b a la e x is te n c ia d e l j u ic i o d iv in o ! d ifu n d ir sus id ea s e n tr e las p e rso n a s e d u c a d a s , está d e d ic a d o a «la in m o rta lid a d

A firm a b a q u e «si u n h o m b r e m u e r e c o n u n s e n tim ie n to d e s o r d e n a d o p o r algo del alma». E l en say ista J o s e p h A d d is o n re c h a z ó el c a rá c te r in m u ta b le d e la sa n ti­

e n c u a n to a su b ie n p rin c ip a l, p e rm a n e c e e te r n a m e n te , p o r n e c e s id a d d e su p ro ­ dad, a firm a n d o q u e d e b e e x is tir m o v im ie n to y p ro g re s o e n el m ás allá. D io s n o s

p ia n a tu ra le z a , e n el m is m o s e n tim ie n to ; y n o e x is te n in g u n a d isp a rid a d e n que, ofrece a q u í s o la m e n te los « ru d im e n to s d e la e x is te n c ia , y d e sp u é s se re m o s tra n s­

al p e c a d o e te r n o , se le im p o n g a u n c astig o e te rn o » (D ig b y 1644, 445). M ás tar­ plantados a u n c lim a m ás fa v o ra b le , d o n d e p o d a m o s d e sp le g a rn o s y flo re c e r p o r

d e , S w e d e n b o r g d e sc rib iría la e x is te n c ia e te rn a e n el in f ie r n o d e l m is m o m o d o . toda la e te rn id a d » (A d d iso n [1711] 1965, 458). A d d is o n n o d e s c rib e el c ie lo . E n

3 . V on den vier letzten D ingen: nämlich von dem Tod, Gericht, H ölle und un n ú m e ro p o s te r io r d el Spectator J o h n H u g h e s se re fie re al d iá lo g o d e C ic e r ó n

Himm elreich (1680) [S o b re las p o strim e ría s d e l h o m b r e : M u e r te , J u ic io , In fiern o Sobre la ancianidad e n el q u e C a tó n e sp e ra e n c o n tr a r a sus a m ig o s y a n te p a s a d o s
y G lo ria ], E sc rita p o r el fraile c a p u c h in o M a rtin d e C o c h e m , esta o b ra in tro d u ­ en el o tro m u n d o (H u g h e s [1712] 1965, 418-420). S w e d e n b o r g p u d o h a b e r le í­

cía a los c a tó lic o s d e l B a rr o c o e n u n m u n d o p o s t m o r te m m u y sen su al. Se re­ do el Spectator d u r a n te u n a d e sus p rim e ra s e stan cias e n G r a n B r e ta ñ a (véase la
fie re a «un río real, á rb o le s reales, fru to s reales y flo res reales q u e a g rad a n a nues­ nota del e d ito r so b re Diario espiritual § 5565 e n S w e d e n b o r g 1889).

tra v ista, g u sto , o lfa to y ta c to d e m a n e ra in su p e ra b le » (M a rtin 1753, 170). 8. Death and H eaven; or the L ast E n e m y Conquered, and Sepárate Spirits M ade
4 . T h e P ilgrim ’s Progress (1678-1684) / £ / peregrino!. E n la s e g u n d a p a rte de su Perfect (1722) [La muerte y el cielo; o el último enemigo conquistado y los espí­
c o n o c id a o b r a p u rita n a , J o h n B u n y a n in c lu ía u n análisis so b re la a le g ría q u e de­ ritus sep arad o s perfeccionados]. Isaac Watts, autor de himnos («O God, O ur

b e s e n tir el c ris tia n o c u a n d o está u n id o a su e sp o sa c ristia n a y sus h ijo s e n la ciu­ H elp in Ages Past») y ministro de una iglesia independiente en Londres, descri-

d a d c elestia l (B u n y a n [1678-1684] 1965, 351). un cielo lleno de movimiento y vida. Los bienaventurados servirán a Dios
5. System a theologicum, 1686 [S istem a te o ló g ic o ]. E n este m a n u s c rito , el fa­ «quizas como sacerdotes en su templo, y como reyes, o virreyes, en sus extensos

m o s o filó so fo y m a te m á tic o G o ttfr ie d W ilh e lm L e ib n iz so ste n ía q u e el e stad o es­ dom inios» (Watts [1722] 1812, 398-399). Sus ejemplos de los empleos celestiales

p iritu a l e n el q u e u n o m u e r e d e te r m in a r e a lm e n te su d e s tin o e n el m u n d o espi­ 'n clu y en la «ejecución fiel de alguna comisión divina» y el gobierno «sobre los

ritu a l. « C u a n d o u n a lm a d e ja el c u e rp o e n e sta d o d e p e c a d o m o rta l, esto es, grados inferiores de los espíritus felices» o sobre «todas las provincias de los seres

e s ta n d o a m a l c o n D io s, cae p o r d e c irlo así a u to m á tic a m e n te e n los ab ism o s del ■nteligentes en las regiones inferiores» (Watts [1722] 1812, 402-403). Aunque es-

in fie rn o , c o m o a lg o p e sa d o q u e está r o t o y n o está s o s te n id o p o r n i n g ú n agen­ «o se mencione en D eath and H eaven , Watts también cuestionaba las ideas tra-

te e x te rn o . A le ja d o d e D io s , se im p o n e la c o n d e n a a sí m ism o » (L e ib n iz 1966. ronales de la Trinidad. D eath and H eaven había alcanzado cuatro ediciones en

80
1737, y dieciséis e n 1818: e sto lo c o n v ie rte e n el lib ro q u e , so b re e ste te m a , m e- I jas, los n iñ o s no bautizados que morían en la primera infancia pasarían la vida
j o r p o d ía n c o n o c e r los le c to re s in g leses d e S w e d e n b o rg . en el infierno. En el E m ilio, libro 4, Rousseau discute y rechaza
e te rn a su frie n d o

9. F estum M a gnum (1724, su e c o ) [La g ra n fe stiv id a d ]. J e s p e r S w e d b e rg , obis- 1 esa o p in ió n : «Mantenemos que ningún niño que muera antes de la edad de la ra­

p o lu te r a n o d e S k a ra e n la S u e c ia c e n tra l y p a d re d e E m a n u e l S w e d e n b o rg , f i J I zón será privado de la felicidad eterna» (Rousseau [1762] 1991, 258). Swedenborg

u n a u to r p ro lífic o . A lg u n o s d e sus lib ro s d e v o c io n a le s , e sc rito s to d o s e n sueco, 1 dice lo m is m o (§ 410). Véase también el debate en G en tlem a n ’s M agazine 1739-

in c lu y e n re fe re n c ia s al c ie lo y la v id a celestial. E n Festum M agnum e sc rib e sobre I 1740, m e n c io n a d o supra.

el in te ré s d e los sa n to s p o r la v id a d e sus p a rie n te s e n la tie rra . E n o tr o libro, I 12. Aussichten in die E w igkeit (1768-1778) [Perspectivas de eternidad]. El autor

Sanctificatio Sabbati (1734, su e c o ) [S a n tific a c ió n d e l S a b b a th ], e x p o n e sus ideas de 1 de esta obra, Johann Caspar Lavater, fue ministro reformado en Zurich, Suiza,
c ó m o los sa n to s h a b la n e n tr e sí e n el c ie lo : a u n q u e to d o el m u n d o u tiliz a su len- 1 y figuraba como conocida celebridad junto a Moses Mendelssohn y Goethe. En

g u a n a ta l, to d o s se c o m p r e n d e n . A u n q u e el o b is p o n o p a re c e h a b e r o frecido i la vida e te rn a , decía, «tendremos cuerpo, viviremos en mundos corpóreos, ten­

n in g u n a d e s c rip c ió n fu n d a m e n ta d a d e la o tr a v id a , sus e sc rito s re v e la n interés I drem os r e la c ió n con objetos materiales, sensuales, y formaremos una o más co­

p o r el te m a y s o n u n e je m p lo d e la n a tu ra lid a d c o n la q u e éste p o d ía aparecer I m unidades» (Lavater 1773, 93)35. Por la fecha de ese escrito, es posible que

e n la p re d ic a c ió n d e l B a rro c o (L a m m 1922, 5-6). Lavater conociese la obra de Swedenborg. En 1772, Goethe reseña el Aussichten

10. T h e G e n tle m a n ’s M agazine, 1739. E sta c o n o c id a p u b lic a c ió n m e n s u a l no 1 en Frankfurter Gelehrte A n ze ig e n (Goethe [1772] 1987).

só lo re c o g ía y c o m e n ta b a su ceso s c o tid ia n o s , sin o q u e in c lu ía ta m b ié n u n a sec-B Hj^3. Ufe o f Sam uel Johnson (1791) [La vida del doctor Sam uel Johnson], Com o ya
c ió n d e c o r re s p o n d e n c ia e n la q u e los le c to re s, a m e n u d o c o n p s e u d ó n im o , se 1 se m e n c io n ó , James
Boswell recogió una conversación que había mantenido con
e x p re s a b a n lib r e m e n te s o b re el te m a e le g id o . E n el n ú m e r o d e e n e ro u n tal j Samuel Johnson sobre la vida eterna. Después de la muerte, dice Johnson, nu­

« T h e o p h ilu s» se q u e ja d e los a u to re s q u e , s ig u ie n d o E l paraíso perdido d e John I merosas amistades dejarán de existir, pues «hacemos muchas amistades por equi­

M ilto n , e stán « c o rro m p ie n d o n u e stra s id eas d e las cosas e sp iritu a le s y sensuali- vocación, imaginando que la gente es diferente a como realmente es. Después

z a n d o n u e stra s id ea s d e l c ie lo e n u n g ra d o q u e p u e d e t e n e r e fec to s n o c iv o s so- 1 de la m u e rte , veremos a cada uno a la luz de la verdad» (Boswell [1791] 1952,

b r e la r e lig ió n e n g e n e ra l: se p e rm ite q u e la fan tasía e n tr o m e ta su exuberancia I 193). E sto es algo que también Swedenborg podía haber dicho: la idea no era
salvaje e n el lu g a r d e la v e rd a d y la ra z ó n , y se a b re c a m in o al tip o m ás absurdo 1 extraña e n aquella época. Juan dice del Señor: «Le veremos tal como él es» (1

y g ro s e ro d e e n tu s ia s m o , y si d e b e m o s in te r p r e ta r sus o tra s d e sc rip c io n e s [es de- | Juan 3, 2), y la idea se puede aplicar también a los demás.

c ir, d e M ilto n ] se g ú n los m is m o s c rite rio s, su c ie lo es ta n se n su al c o m o el de los I


m a h o m e ta n o s » ( G en tlem a n ’s M agazine, 1739, 5b). E n el n ú m e r o d e a b ril d el m is-1
m o a ñ o , « C leo m e n es» p r o p o n e a lo s le c to re s d is c u tir la o tra v id a d e los n iñ o s qu e l
m u e r e n a e d a d te m p ra n a , s u g irie n d o q u e sus alm as o s o n a n iq u ila d a s después d e j
la m u e r te o tra n s m ig ra n d e n u e v o a o tro s c u e rp o s ( G e n tle m a n ’s M agazine, 1739, 1
177-179). A p a rtir d e l n ú m e r o d e e n e r o d e l G e n tle m a n ’s M agazine, 1740, el
t o r in c lu y ó m u c h a s re sp u estas a « C le o m e n e s» ( G e n tle m a n ’s M agazine, 1740,
52-54, 167-168, 2 4 5-246, 341-342, 441-443; v é ase H o u l b r o o k e 1998, 52-53). 4
F.», el p r im e r p a rtic ip a n te e n el d e b a te , in sistía e n q u e c u a lq u ie r resp u esta a » 1955 ^ d COn° ClmÍento p o r parte de Lavater de la obra de Sw edenborg, véase A cton
c u e s tió n d e b e ría e sta r b asa d a e n «la ra z ó n g u ia d a p o r la re v e la c ió n » ( Gentletn ti j >v°l. 2, 641-643, y Benz 1938. B enz especula sobre que Lavater estuvo inspirado en
^ medida p o r Sw edenborg, con el que trató en vano de contactar para conocer su opi-
M agazine, 1740, 4b).
11. É m ile ou de l ’Education (1762) [Em ilio o la educación]. E l c é le b re tr a ta d o m ■ s°bre sus libros. Q u ería tam bién inform ación sobre u n am igo m u erto (Benz 1938
155-15(>\ t ’
J e a n -J a c q u e s R o u s s e a u so b re la e d u c a c ió n n o c o m e n ta d e m a n e ra especifica 1 debid 3ter Parece haber evitado el reconocim iento de su deuda con S w edenborg
m as e sc ato ló g ic o s, p e r o re c h a z a las ideas tra d ic io n a le s so b re el in fie rn o . Segu ^ 0 a la crítica de Im m anuel K ant en Los sueños de un visionario (Kant [1766] 1969).

83
A p é n d i c e II
C u ad ro c r o n o ló g ic o

1688 2 9 de enero N ace E m anuel Sw edberg en E stocolm o, Suecia.


1719 26 de mayo El hijo del obispo Jesper S w edberg se ennoblece y
c am b ia su n o m b re p o r Sw edenborg.
1745 Abril S w edenborg recibe una llamada divina en Londres.
1747 17 de julio S w edenborg abandona el C o le g io R e a l de M inas de
S uecia.
1749 Verano Se publica en Londres, de m anera anónim a, el p rim e r vo­
lu m e n de Los arcanos celestiales (principal obra teológica de Sw edenborg).
1756 Junio Se publica el últim o v o lum en de Los arcanos celestiales.
1758 P ublicación anónim a de Del Cielo y del Infierno en Londres.
1759 5 de enero P rim era reacción a Del Cielo y del Infierno en unas n o ­
tas breves, no publicadas, del con d e G u stafB o n d e , sueco.
1760 5 de marzo C ari G ustafTessin visita a S w edenborg en E stocolm o
y habla co n él sobre Del Cielo y del Infierno.
1769 A notaciones de Jo h a n n C hristian C u n o sobre Del Cielo y del In­
fierno.
1770 28 de febrero P rim era anotación del diario de Jo h n W esley so­
bre Sw edenborg, con posible referencia a Del Cielo y del Infierno.
1772 29 de marzo S w edenborg m uere en Londres.
Goethe, en una reseña del Aussichten in die Ewigkeit, de Lavater, reco ­
m ie n d a la obra de Sw edenborg.
1775 Vom Himmel und von den wunderbaren Dingen desselben (traduc-
C10n a le m a n a de Del Cielo y del Infierno), publicada en Leipzig, Alem ania.
1778 Se publica en Londres A Treatise concerning Heaven and Hell (tra­
ducción inglesa de Del Cielo y del Infierno).
julio A Treatise concerning Heaven and H ell recibe una crítica favorable
C!1 Gentleman’s Magazine, Londres.
1779 12 de febrero John W esley recom ienda la obra de Sw edenborg a
El« b e , h R itc h ie.
1782 Se publica en B erlín, A lem ania, Les Merveilles du Ciel et de l ’E n fe r
(traducción francesa de Del Cielo y del infierno).
2 de enero R o b e r t H in d m arsh to m a prestado de u n am igo A Treatise
concerning Heaven and Hell.
1783 Se publica el artículo de J o h n W esley «T houghts o n the
O b r a s c i t a d a s e n la I n t r o d u c c i ó n
W ritin g s o f B aron Sw edenborg» [Pensam ientos sobre los escritos del ba­
ró n Sw edenborg] (escrito el 9 de m ayo de 1782) en el Arminian Magazine.
1. F u e n t e s
1784 R o b e r t H in d m arsh funda en Londres la Sociedad Teosòfica.
a. F u e n te s a n tig u a s
R o b e r t H in d m arsh publica la segunda ed ició n de A Treatise concerning
H erm es T rism egistus. Véase Scott, Walter.
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O bras de S w ed en b o rg

O b ras t e o l ó g i c a s p u b lic a d a s e n v id a d e S w e d e n b o r g
Los arcanos celestiales
Título original: Arcana Coelestia, Quae in Scriptura Sacra, seu Verbo
D om ini sunt, Detecta: ...U na cum Mirabilibus Quae Visa Sunt in Mundo
Spirituum, et in Coelo Angelorum, Londres, 1749-1756.

Del Cielo y del Infierno


Título original: De Coelo et Ejus Mirabilibus, et de Inferno, ex Auditis et
Visis, Londres, 1758.

La nueva Jerusalén
Título original: D e Nova Hierosolyma et Ejus Doctrina Coelesti: E x
Auditis e Coelo: Quibus Praemittitur Aliquid de Novo Coelo et Nova Terra,
L o n d res, 1758.

El Juicio Final
Título original: De Ultimo Judicio, et de Babylonia Destructa: Ita Quod
Omnia, Quae in Apocalypsi Praedicta Sunt, Hodie Impleta Sunt: E x Auditis
et Visis, Londres, 1758.

El caballo blanco
T ítu lo o rig in a l: D e Equo Albo, de Quo in Apocalypsi, Cap. XIX: E t Dein
de Verbo et Ejus Sensu Spirituali seu Interno, ex Arcanis Coelestibus, Londres,
1758.

Tas tierras en el universo


T ítu lo original: De Telluribus in Mundo Nostro Solari, Quae Vocantur
anetae, et de Telluribus in Coelo Astrífero, deque Illarum Incolis, Turn de
Spiritibus et Angelí Ibi: E x Auditis et Visis, L ondres, 1758.

97
La doctrina del Señor La comunicación entre el alma y el cuerpo
T ítu lo original: Doctrina Novae Hierosolymae de Domino, Amsterdam 1 T ítulo original: D e Commercia Anim ae et Corporis, quod Creditur Fieri
1763. vel Per difluxum Physicum, vel per Influxum Spiritualem, vel per Harmoniam
praestabilitam, Londres, 1769.
La doctrina de la Sagrada Escritura
T ítu lo orig in al: Doctrina Novae Hierosolymae de Scriptura Sacra | La verdadera religión cristiana
A m sterdam , 1763. T ítulo original: Vera Christiana Religio, Continens Universam Theologiam
Novae Ecclesiae a Domino A pud Danielem Cap. VII: 13-14, et in Apocalypsi
La doctrina de la vida Cap. X X I: 1, 2 Praedictae, A m sterdam , 1771.
T ítu lo original: Doctrina Vitae pro Nova Hierosolyma ex Praeceptis
Decalogi, A m sterdam , 1763. O b r a s n o t e o l ó g i c a s y p u b lic a d a s p o s t u m a m e n t e
Elogio gozoso
La doctrina de la fe T ítulo original: Fesdvus Applausus in Caroli X I I ... in Pomeraniam Suam
T ítu lo original: Doctrina Novae Hierosolymae de Fide, A m sterdam , 1763. ' Adventum, Greifswald [1714-1715],

Suplementos La musa del norte


T ítu lo original: Continuado de Ultimo Judicio: E t de Mundo Spirituali, T ítulo original: Camena Borea cum Heroum et Heroidum Factis Ludens,
A m sterdam , 1763. Greifswald, 1715.

A m or divino y sabiduría divina Dinámica del dominio del alma


T ítu lo original: Sapientia Angelica de Divino Amore et de Divina T ítulo original: Oeconomia Regni Animalis in Transactiones Divisa,
Sapientia, A m sterdam , 1763. Amsterdam, 1740-1748.

Divina providencia Psicología racional


T ítu lo original: Sapientia Angelica de Divina Providentia, Amsterdam, 1764. i T ítulo original: [Psychologia Rationalis], 1742.

E l Apocalipsis revelado I El reino animal


T ítu lo original: Apocalypsis Revelata, in Qua Deteguntur Arcana Quae Ibi T ítulo original: Regnum Animale, Anatomice, Physke, et Philosophice
Praedicta Sunt, et Hactenus Recondita Latuerunt, A m sterdam , 1766. Perlustratimi, La Haya, 1744-1745.

A m or conyugal i El Antiguo Testamento explicado


T ítu lo original: Delidae Sapientiae de Amore Conjugiali: Post Q p t 1 T ítulo original: Explicado in Verbum Historicum Veteris Testamenti, 1745-
Sequuntur Voluptates Insaniae de Amore Scortatorio, A m sterdam , 1768. 1747.

Breve exposición : Diario espiritual


T ítu lo original: Summaría Expositio Doctrinae Novae Ecclesiae, Quae p^m T ítu lo o rig in a l: Experientiae Spirituales, 1745-1765.
Novam Hierosolyman in Apocalypsi Intelligitur, A m sterdam , 1769.

98 99
E l Apocalipsis explicado
T ítu lo original: Apocalypsis Explicata secundum Sensum Spiritualem, Ubi
Revelan tur Arcana, Quae Ibi Praedicta, et Hactenus Recóndita Fuerunt, 1757.
1759.

Del Cielo y del Infierno

100
P arte I

El Cielo y el Infierno
[P r ó lo g o d e l a u to r ]
1. E n el capítulo 2 4 de M ateo, el S eñ o r 1 habla a sus discípulos sobre el
final de los tiem pos y lo que será el ú ltim o p erío d o de la vida de la
Iglesia“'2. Al term in ar sus profecías sobre los estados que se habrán de su­
c e d e r con respecto al am o r y la feb'3, Jesús dice:

E in m e d ia ta m e n te d e sp u é s d e la trib u la c ió n d e a q u e llo s días, e l so l se o s c u ­


recerá y la lu n a n o d a rá su re s p la n d o r, y las estrellas c a e rá n d e l c ie lo , y las p o ­
tencias d e los c ie lo s se rá n c o n m o v id a s . E n to n c e s a p a re c e rá la se ñ a l d e l H ijo d e l
H o m b re e n el c ie lo ; y e n to n c e s la m e n ta rá n to d a s las trib u s d e la tie rra , y v e rá n
al H ijo d e l H o m b r e v in ie n d o s o b re las n u b e s d e l c ie lo , c o n p o d e r y g ra n g lo ria .
Y enviará a sus á n g e le s c o n g ra n v o z d e tr o m p e ta , y j u n ta r á n a los e sc o g id o s d e
los c u atro v ie n to s , d e sd e u n e x tr e m o d e l c ie lo h a sta el o t r o (M a te o 24, 2 9 -3 1 )4.

Q uienes en tien d e n estas palabras en sentido literal, d eben pensar que


tales cosas sucederán exactam ente co m o allí se describe, al final de los
tiempos, en el llam ado Juicio Final5. P o r consiguiente, n o sólo creen que
el sol y la lu n a se oscurecerán y las estrellas caerán del firm am ento, que
el signo del S eñor aparecerá en el cielo y se le verá sobre las nubes, ro ­
deado de ángeles haciendo sonar sus trom petas, sino tam bién, según se
profetiza en otras partes, que to d o el m u n d o visible será destruido y que
aparecerá p o ste rio rm e n te u n cielo nuevo y una tierra nueva.
En la actualidad, son m uchos en la Iglesia 6 los que c o m p a rten esta Opi­
nión. Sin em bargo, quienes creen estas cosas n o son conscientes de los

1Sobre el final de nuestra era com o tiem po postrero de la Iglesia: 4535, 10672 [10622],
b Para una explicación de lo que dice el Señor en M ateo 24 y 25 sobre el final de los
tlempos, su venida, y la consecuente destrucción gradual de la Iglesia y el Ju icio Final,
Vease el material que precede a los capítulos 5-24 [26-40] de Génesis. Véase, e n particu-
lar>3353-3356, 3486-3489, 3650-3655, 3751-3759 [3751-3757], 3897-3901, 4056-4060, 4129-
23h [4229-4231], 4332-4335, 4422-4424, [4335], 4635-4638, 4661-4664, 4807-4810, 4954-
4959, 5063-5071.

105
abismos ocultos que se esconden en los detalles de la Palabra7. E n efecto p re s e n c ia en la Palabra' y su revelación; las nubes se refieren al sentido l i -
hay en esos detalles u n sentido espiritual, pues n o sólo se refieren a los [e ra l d e l a Palabra1, y la gloria a su sentido in te rio r1". Los ángeles co n tro m ­
acontecim ien to s terrenales y exteriores que en co ntram os en el nivel lite­ peta y gran voz significan el cielo, de d o n d e procede la verdad divina1.
ral, sino tam b ién a acontecim ientos de o rd en espiritual y celestial; y esto Esto nos p e rm ite co m p ren d er que las palabras del S eñ o r quieren d e­
se aplica n o sólo al sentido global de las frases, sino incluso a cada pala­ cir que al final de la Iglesia, cuando ya n o haya am or, y p o r tanto tam ­
bra en particular". poco fe, el S eñ o r abrirá la Palabra sacando a la luz su sentido in te rio r y
E n realidad, la Palabra ha sido escrita basándose en correspondencias r e v e la r á los arcanos del cielo11. Los arcanos que serán desvelados en las pá­
puras48, de tal m anera que en sus detalles se esconden sentidos profundos. ginas que siguen tie n e n que ver co n el cielo y el in fiern o y co n nuestra
Las posibles preguntas sobre la naturaleza de estos sentidos ocultos podrán vida después de la m uerte.
en co n tra r respuesta en lo que a n te rio rm e n te expuse en Los arcanos celes­ En la actualidad los hom bres de Iglesia 12 no saben p rácticam ente nada
tiales9. E l lecto r en contrará tam b ién una selección de to d o ello en m i ex­ sobre el cielo y el in fiern o o la vida después de la m u erte, au n q u e exis­
plicación sobre el caballo blanco m en cio n ad o en el libro del Apocalipsis10. tan descripciones com prensibles de to d o ello en la Palabra. Incluso m u ­
Es en este sentido más p ro fu n d o en el que se debe e n ten d er lo que dice chos que han nacido en la Iglesia niegan esas realidades, preguntándose
el S eñor en el pasaje que acabam os de citar acerca de su venida entre las en lo más p ro fu n d o de sí m ism os q u ién ha vu elto de allí para hablarnos
nubes del cielo. El sol que se oscurecerá significa el S eñor desde el pun­ de ello.
to de vista del am o r', la luna significa el S eñor desde el p u n to de vista de Para evitar que esta actitud negativa -p a rticu la rm en te extendida entre
la fef. Las estrellas significan las cogniciones del bien y la verdad, o del aquellos que han adquirido una gran sabiduría m undana— infecte y co­
am or y la fe8. La señal del H ijo del H o m b re en el cielo significa la mani­ rrom pa a las gentes de fe y corazón simple, m e ha sido concedido estar con
festación de la verdad divina. Los lam entos de las tribus de la tierra signi­ los ángeles y hablar con ellos cara a cara. Tam bién se m e ha perm itid o ver,
fican to d o lo relativo a la verdad y el bien, o a la fe y el am or1'. La veni­ a lo largo de trece años, lo que hay en el cielo y en el infierno. Se m e ha
da del S eñ o r sobre las nubes del cielo en p o d e r y gloria significan su autorizado igualm ente a describir lo que he visto y oído, co n la esperanza
de derram ar luz donde hay ignorancia y disipar así el escepticismo.
e H ay u n sentido más profundo en cada detalle de la Palabra: 1143, 1984, 2135, 2333, Tal revelación directa se hace ahora p o rq u e eso es lo que significa la
2395, 2495, 4442, 9049, 9086. venida del S e ñ o r13.
d La Palabra se com pone de correspondencias puras, de m anera que cada uno de sus
detalles sugiere u n significado espiritual: 1404, 1408, 1409, 1540, 1619, 1659, 1709, 1783, E l S e ñ o r es e l D i o s d e l c i e l o
2900, 9086. 2. Antes de nada, tenem os que saber quién es el D ios del cielo, pues
' E n la Palabra el sol designa al Señor desde el p u n to de vista del am or, y p o r tanto todo lo dem ás está en fu n ció n de eso. E n to d o el cielo, nadie es rec o n o ­
el am or al Señor: 1529, 1837, 2441, 2495, 4060, 4696, 4996 [4966], 7083, 10809. cido com o D ios salvo el S eñ o r14. Los ángeles dicen lo que él m ism o en -
f E n la Palabra la luna designa al Señor desde el p u n to de vista de la fe, y p o r tanto la
fe en el Señor: 1529, 1530, 2495, 4060, 4996 [4669], 7083. 1 ' La venida del Señor es su presencia en la Palabra y su revelación: 3900, 4060.
g E n la Palabra las estrellas significan cogniciones de lo que es b u en o y verdadero: 1 En la Palabra las nubes significan la Palabra en la letra, es decir, su significado lite—
2495, 2849, 4697. [A diferencia de G. F. D ole y de acuerdo con D . H . H arley, utilizamos Cl*: 4°60, 4391, 5922, 6343, 6752, 8106, 8781, 9430, 10551, 10574.
el térm ino «cogniciones» para el latín cognitiones. Designa una form a de conocim iento es­ E n la Palabra la gloria significa la verdad divina com o es en el cielo y en el sentido
piritual, superior al co nocim iento sensorial. Véase infra nota 24. N . de los T.] mten o r de la Palabra: 4809, 5292 [?], 5922, 8267, 8427, 9429, 10574.
h Las tribus representan una síntesis de todos los elem entos de bien y de verdad, o de La trom peta o cuerno significa la verdad divina en el cielo y revelada desde el cie-
todos los elem entos de fe y de am or: 3858, 3926, 4060, 6335. • 8815, 8823, 8915. La voz tiene el m ism o sentido: 6971, 9926.

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señó, a saber, que es u n o co n el Padre, q u e el Padre está en él y él en el solamente reco n o ciero n su naturaleza h u m ana (com o los socinianos20)
Padre, q u e q u ien le ve a él ve al Padre, y que toda santidad procede de él también son excluidos del cielo. S on em pujados u n p o c o hacia delante,
0u a n 10, 30. 38; 14, 9 -1 1l5; 16, 13-15). C o n frecuencia he hablado de es­ 3 la derecha21, y se les deja caer en el abism o, totalm en te separados del rei­
te asunto co n los ángeles, y su firm e testim onio ha sido que en el cielo no cristiano. Están tam b ién los que profesan la creencia en u n D iv in o in ­
no p u e d e n dividir a lo D iv in o 16 en tres, p o rq u e co n o cen y perciben que v is ib le llam ado el Ser [Ens] del U niverso y rechazan to d a fe en el Señor.
lo D iv in o es u n o y que esta «unidad» está en el Señor. M e dijeron tam­ C u a n d o se exam ina su pensam iento, se co m p ru eb a que n o creen real­
bién q u e cu ando desde la tierra llegan personas con la idea de tres seres m e n te en n in g ú n D ios, puesto q u e su D ivinidad invisible es co m o la na­
divinos n o p u e d e n ser adm itidos en el cielo, pues su pensam iento vacila tu ra le z a en sus prim eros principios, lo que resulta incom patible con la fe
entre u n a o p in ió n y la otra, y en el cielo n o se les p e rm ite 17 pensar «tres» y el amor, p o rq u e elude to d o pensam iento real6. Estas personas son des­
y decir «uno»“18. te rra d a s ju n to co n los llam ados «materialistas»22.
Los q u e están en el cielo hablan directam en te desde su pensamiento, Las cosas suceden de m anera diferente con los que han nacido fuera de
de m anera q u e encon tram o s allí u n a especie de discurso cogitativo o pen­ la Iglesia, los llamados «gentiles». N os ocuparem os de ellos más adelante23.
sam iento audible. Esto quiere decir q u e quienes en el m u n d o han dividi­ 4 . Todos los niños pequeños (que constituyen la tercera parte del cie­
do lo D iv in o en tres y m a n tien en u n a im agen separada de los tres sin reu­ lo) son llevados p rim ero al re co n o c im ie n to y la creencia de que el Señor
n id o s ni concentrarlos en uno, n o p u e d e n ser aceptados. E n el cielo hay es su padre, y, después, al reco n o cim ien to y la creencia de que él es el
una co m u n icació n de todos los pensam ientos, de m o d o que quienes lle­ Señor de todo, y p o r consiguiente D ios del cielo y de la tierra. M ás ade­
gan p en sando «tres» y dicen «uno», son reconocidos de inm ediato y ex­ lante se verá q u e los niños peq u eñ o s m aduran en el cielo y p o r m edio de
pulsados de allí. cogniciones 24 llegan a la plena inteligencia y sabiduría angélicas25.
Sin em bargo, hay que c o m p ren d er que quienes n o han puesto el bien 5. N o p u ed e h ab er du d a alguna en tre los ho m b res de Iglesia de que
en u n lado y la verdad en otro, quienes n o h an separado la fe del amor, el Señor es D ios del cielo, p o rq u e él m ism o enseña que to d o lo del Padre
aceptan en la o tra vida la idea celestial del S eñ o r co m o D ios del univer­ le pertenece (M ateo 11, 27; Ju a n 16, 15 y 17, 2 ) y que tie n e to d o p o d er
so una vez que se les ha enseñado. Es diferente, n o obstante, con las per­ en el cielo y en la tierra (M ateo 28, 18). Se dice «en el cielo y en la tie ­
sonas q u e h an separado la fe de la vida, es decir, que n o han vivido se­ rra» porque el que g o b iern a el cielo go b iern a tam b ién la tierra, ya que
gú n los principios rectores de la fe verdadera. lo uno dep en d e realm ente de lo o tro c. Su «gobierno del cielo y de la tie­
3. A quellos que en la Iglesia h an ignorado al S eñor y han reconocido rra» significa que recibim os de él to d o el bien que es in h e re n te al am o r
sólo al Padre, cerran d o sus m entes a otros pensam ientos, son excluidos y toda la verdad que es in h e ren te a la fe, y p o r consiguiente, to d a in te ­
del cielo. P uesto que n o reciben n in g ú n in flu jo 19 del cielo, d o n d e sólo se ligencia y toda sabiduría, así c o m o toda felicidad; en resum en, la vida
adora al Señor, p ierd en g radualm ente su capacidad para pensar con ver­ eterna.
dad acerca de todas las cosas y finalm ente te rm in a n p o r enm u d ecer o son Esto es tam bién lo que el S eñor nos enseña cuando dice: «El que cree
incapaces de expresarse. Vagan sin o b jeto de u n lado para otro con los
brazos colgando flácidam ente co m o si toda fuerza hu b iera escapado de k U n Ser D ivino que no puede ser aprehendido en u n concepto n o puede ser acep­
sus articulaciones. t o por la fe: 5110, 5633 [5663], 6982, 6996, 7004, 7211, 9359 [quizá 9356], 9972, 10067.
P o r o tra parte, las personas que n egaron la naturaleza divina del Señor ' La totalidad del cielo pertenece al Señor: 2751, 7086. Suyo es el p o d e r en los cielos
y en la tierra: 1607, 10089, 10827. C o m o el Señor gobierna el cielo, gobierna tam bién to -
’ E n la otra vida, se ha exam inado a los cristianos para ver cuál era su idea de Dios, y 0 cuanto depende del cielo, lo que significa todas las cosas de este m undo: 2026, 2027,
ha resultado que pensaban en tres dioses: 2329, 5256, 10736, 10738, 10821. Sobre el reco­ *23, 4524. Sólo el Señor tiene el p o d e r de desterrar a los infiernos, separar a los hom bres
no cim iento en el cielo de una trinidad en el Señor: 14, 15, 1729, 2005, 5256, 9303. 'k l nial y unirlos al bien; es decir, el po d er de salvar: 10019.

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en el H ijo tiene vida eterna; pero el q u e rehúsa creer en el H ijo no verá ésta la flue constituye el cielo. Los ángeles no hacen nada co n sentido de
la vida» (Juan 3, 36). Y añade: «Yo soy la resurrección y la vida. El qu J propiedad1.
cree en m í, au n q u e esté m u e rto vivirá. Y to d o aquel que vive y cree ei] Por eso en la Palabra se llama al cielo «la m orada» y «el trono» del
m í n o m o rirá eternam ente» (Juan 11 , 25-26)26. Y tam bién: «Yo soy el cid S e ñ o r y se dice de los que allí viven que están «en el Señor»b. Sobre la

m ino, la verdad y la vida» (Juan 14, 6). f o r m a en que la divinidad procede del S eñor y llena el cielo nos explica­

6 . H u b o algunos espíritus que reco n o ciero n al Padre pero creyeron rem o s más adelante28.
que el S eñ o r era ú n icam en te u n h o m b re co m o cualquier otro, y, p0r 9. En su sabiduría, los ángeles van aún más lejos. D icen que n o sólo
consiguiente, n o creían que fuera el D ios del cielo. A éstos se les p erm i­ t o d o bien y toda verdad procede del Señor, sino tam bién cualquier par­

tió m archar de aquí para q u e preguntaran a todos si existía algún cielo tícula de vida. C o n firm a n de este m o d o que nada p u ed e nacer de sí m is­
que n o fuera el del Señor. P reg u n taro n d u ran te varios días pero no en­ m o , pues la existencia de cualquier cosa presupone algo anterior. Esto

con traro n respuesta. s i g n i f i c a que to d o ha nacido de un Principio, al que consideran el Ser

H u b o quienes pusieron su felicidad en la gloria y en el ejercicio del e s e n c i a l [Esse] de la vida de todo. T odo perdura de la m ism a m anera, pues

p oder, mas c o m o n o p u d iero n lograr lo que tan to anhelaban, y com o se p e r d u r a r es u n constante venir a la existencia29. Si las cosas no se m an tu ­

les dijo q u e tales sentim ientos n o form ab an parte del cielo, se sintieron v i e r a n en una relación constante co n el P rin cip io 30, a través de elem en ­

insultados. Q u e ría n u n cielo en el q u e pudiesen d o m in a r a los otros y so­ t o s interm edios, instantáneam ente se desintegrarían y desaparecerían.

bresalir en el tipo de gloria q u e habían ten id o en este m undo. Añaden, adem ás, que ú n icam ente existe una fuente de vida, y que la vi­
da h u m a n a es una c o rrien te que fluye desde ella. Si la vida n o estuviera
La n a t u r a l e z a d i v i n a constantem ente alim entada p o r su fuente, se agotaría de inm ediato.
d e l S e ñ o r c o n s t i t u y e el c i e l o [2] Es más: dicen que nada fluye de esa fuente única de vida que es el
7. A u n q u e llam am os cielo a la re u n ió n de todos los ángeles porque, Señor que no sea divinam ente bueno y divinam ente verdadero, lo que afec­
en efecto, lo fo rm an , lo q u e realm en te constituye el cielo de manera ta a cada individuo según la form a en que lo reciba. Q uienes lo aceptan en
global y en cada p arte específica es la naturaleza divina que procede del su fe y en su vida encuentran el cielo en ello, pero quienes lo rechazan o
Señor, fluye hacia los ángeles y es recibida p o r ellos. La naturaleza divi­ sofocan lo transform an en infierno. E n verdad, estos últim os transform an el
na que p ro ced e del S eñ o r es el bien in trín seco del am o r y la verdad in­ bien en mal y la verdad en falsedad, en suma, la vida en m uerte.
trínseca de la fe. E n la m edida en q u e los ángeles recib en del Señor el Los ángeles confirm an tam bién su creencia de que el S eñor es la fuen­
b ien y la verdad, en esa m ed id a los ángeles son ángeles y el cielo es cie­ te de toda vida al observar que to d o lo que existe en el universo rem ite al
lo. bien y la verdad. N uestra vida volitiva, la vida de nuestro am or, rem ite al
8 . Todos en el cielo saben, creen e incluso p ercib en q u e el yo no pre­
tende ni realiza nada b u e n o y q u e n o piensa ni cree nada verdadero, pues ‘ Los ángeles reco n o cen que todo bien procede del Señor y no de ellos m ismos, y que
to d o el b ien y la verdad p ro ced en de lo D ivino, es decir, del Señor. Nada ú Señor m ora en ellos en lo que es de él y n o en nada que ellos puedan reclam ar com o
que sea b u e n o o verdadero para el yo es realm ente b u e n o o verdadero, suyo: 9338, 10125, 10151, 10157. E n consecuencia, los «ángeles» significan en la Palabra al­
p o rq u e n o hay vida de lo D iv in o en él. Los ángeles del cielo central 27 go que pertenece al Señor: 1925, 2821, 3093, 4085, 8192, 10528. D ebido a su aceptación
percib en y sien ten el influjo de m anera distinta. C u a n to más r e c i b e n , de la divinidad del Señor, los ángeles son llamados dioses: 4295, 4402, 7268, 7873, 8192,
más les parece estar en el cielo, pues más p len am en te absortos están en 830L En verdad, el Señor es la fuente de todo lo que es realm ente b u e n o y de todo lo
el a m o r y la fe, en la luz de la in teligencia y la sabiduría y en la alegría : lú e es realm ente verdadero, de toda paz, am or, caridad y fe: 1614, 2016, 2751, 2882, 2883,
celestial q u e de ello deriva. U n a vez c o m p ren d em o s que todas estas cua­ 2891, 2892, 2904. Es tam bién la fuente de toda sabiduría e inteligencia: 109, 112, 121, 124.
lidades p ro c e d e n de la naturaleza divina del Señor, queda claro que es b D e quienes están en el cielo se dice que están en el Señor: 3637, 3638.

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bien, m ientras que nuestra vida cognitiva, la vida de nuestra fe, rem ite a la L a n a t u r a l e z a d i v i n a d e l S e ñ o r e n el c i e l o es
verdad. H abida cuenta que to d o b ien y toda verdad v ien e n a nosotros de el a m o r a él y la c a r i d a d 31 p a r a c o n el p r ó j i m o
lo alto, se deduce de ello que ésa es la fuente de toda nuestra vida. 13 . E n el cielo, la naturaleza divina que em ana del S eñ o r se llam a ver­
[3] C o m o ésta es la creencia de los ángeles, rechazan c u a lq u ie r agra- i dad divina, p o r la razón que se ex pondrá más adelante. La verdad divina
decim ien to q u e se les p u eda ofrecer p o r el b ie n q ue llevan a cabo. E n rea­ se derrama en el cielo desde el Señor, desde su am o r divino. E l am or di­
lidad, se sienten heridos y protestan si alguien les atribuye a ellos algún vino y la verdad divina que deriva de él son sem ejantes al fuego y la luz
bien. Se so rp ren d en de que alguien p u ed a creer q ue son sabios o q u e ha­ que desde el sol llegan hasta nuestro m undo. El am o r es co m o el fuego
cen el b ien p o r sí m ism os. H acer el b ie n p o r u n o m ism o, en su lengua­ del sol, y la verdad q u e de él p rocede es co m o la luz del sol. A dem ás, p o r
je , n o p u ed e calificarse de «bueno», p o rq u e es u na a c titu d q u e procede razones de correspondencia, el fuego significa el am o r y la luz significa la
del yo. H acer el b ien p o r el b ien es lo q u e ellos llam an «el b ie n de lo verdad que fluye desde é l\
D ivino», y dicen que éste es el tip o de b ie n q u e constituye el cielo, por­ Esto nos p e rm ite d e term in ar el carácter de la verdad divina que p ro ­
q ue ese tip o de b ien es el Señor'. cede del a m o r divino: en su esencia, es el b ien divino u n id o a la verdad
10 . Los espíritus que d u ran te su vida te rre n a q u ed aro n persuadidos de divina, los cuales, al estar unidos, dan vida a to d o en el cielo, co m o el ca­
ser ellos m ism os la fuen te del b ien que hacían y de la verdad q u e creían, lor del sol u n id o a su luz hacen que to d o fructifique en la tierra en p ri­
o que reclam aron esas virtudes co m o propias, n o son aceptados e n el cie­ mavera y verano. Es diferente cu an d o el calor n o está u n id o a la luz,
lo. Esa es la creencia de todos aquellos q u e a trib u y en m é rito a sus buenas cuando la luz es, p o r tanto, fría. E nto n ces todas las cosas van más despa­
acciones y p reten d en ser justos. Los ángeles los evitan, considerándolos cio y están co m o apagadas.
estúpidos y ladrones: estúpidos p o rq u e están c o n tin u a m e n te p e n san d o en El bien divino, que hem os com parado al calor, es el b ien del am or en ­
sí m ism os y n o en lo D ivino, y ladrones p o rq u e se ap ro p ian d e lo que tre los ángeles y dentro de ellos, y la verdad divina, que hem os com para­
realm ente p e rte n e c e al Señor. C o n tra d ic e n la creencia del cielo d e que la do a la luz, es el m ed io y el orig en de ese bien de am or.
naturaleza divina del S eñ o r en los ángeles es lo q ue co n stitu y e el cielo. 14. La razón de que lo D ivino en el cielo (que, en realidad, co n stitu ­
11. Q u ie n e s están en el cielo o en la Iglesia están en el S e ñ o r y el ye el cielo) sea am o r es que el am o r es u n ió n espiritual. U n e a los ánge­
S eñor está en ellos. Esto es lo que el S eñ o r nos en señ ó c u a n d o dijo: les con el S eñor y a éstos entre sí, y lo hace tan p erfectam ente que a ojos
«Perm aneced en m í, y yo en vosotros. C o m o el p á m p an o n o p u e d e lle­ del Señor son c o m o u n solo ser32. A dem ás, el am o r es el verdadero ser [es-
var fru to en sí m ism o si n o p erm an ece en la vid, así ta m p o c o vosotros, si s?] de toda vida individual, y, p o r tanto, la fuente de la vida de los ánge­
n o perm anecéis en m í. Yo soy la vid, vosotros los pám panos; el q u e per- j les y de la vida de los seres hum anos en este m undo. Q u ie n reflexione
m anece en m í, y yo en él, éste lleva m u c h o fruto, p o rq u e separados de acerca de ello se dará cuenta de que el am o r es nuestro nú cleo vital. N os
m í nada podéis hacer» (fuan 15, 4-7 [4-5]). calentamos gracias a su presencia y nos enfriam os p o r su ausencia, hasta
12 . P or últim o, esto nos p erm ite concluir q u e el S eñ o r hab ita e n los an- privados p o r co m pleto de él, m o rim o sb. D eb em o s co m p re n d er que
geles en lo que le pertenece, y p o r consiguiente q ue el S eñ o r es la esencia
y la totalidad del cielo. La razón de que así sea es que el bien q u e procede! En la Palabra, «fuego» significa am or en am bos sentidos [esto es, am or p o r el bien y
del Señor es el Señor en ellos y entre ellos, puesto que lo q u e procede de I r el mal]: 934, 4906, 5215; el fuego sagrado y celestial significa el a m o r divino y todo

él es él m ism o. E n consecuencia, el b ien del Señor, y n o algo q u e perte' l ^ntim iento que le corresponda: 934, 6314, 6832; la «luz» que procede del fuego significa

nezca a ellos m ism os, es el cielo para los ángeles. verdad que fluye del bien del am or, y la luz en el cielo es la verdad divina: 3395 [3195],
5>4636, 3643, 3993, 4302, 4413, 9548, 9684.
b El
c El bien que procede del Señor tiene al S eñ o r e n su interio r, p e ro el b ie n atribuí“® am or es el fuego de la vida, y la vida procede realm ente del am or: 4906, 5071,
42, 6314.
a u n o m ism o, no: 1802, 3951, 8478.

112 113
la co n d ició n de nuestro am o r d e te rm in a la co n d ició n de nuestra vida33. a c c ió n , pues te n d e r in te n c io n a d a m e n te hacia algo es q u e re r hacerlo. El
15. H ay dos form as de am o r perfectam en te diferenciables en el cielo: 5eñor nos enseña q u e esto es c ierto cu an d o dice: «El q u e tie n e mis
el am o r al S eñ o r y el am o r al prójim o. El am o r al S eñor es característico m andam ientos y los guarda, ése es el que m e am a, y m i Padre le am a­
del tercer cielo o cielo central, m ientras que el am or al pró jim o es carac­ rán y vendrem os a él y harem os m o rad a c o n él» (Juan 14, 21. 23)36, y
terístico del segundo cielo o cielo in te rm e d io 34. A m bos pro ced en del ta m b ié n , «Si guardareis mis m an d am ien to s, p erm an e ceréis en m i am or»
Señor y cada u n o crea u n cielo. 0 uan 15, 10. 12)37.
A la luz del cielo, es fácil ver en q u é difieren estas dos form as de amor 17. Toda m i experiencia en el cielo atestigua el h ec h o de que la na­
y có m o están unidas, pero en nuestro m u n d o eso sólo se puede ver de for­ turaleza divina que procede del Señor, que afecta a los ángeles y consti­
m a vaga. E n el cielo «amar al Señor» n o quiere decir am arle p o r la ima­ tuye el cielo, es am or. D e hecho, todos los que allí están son form as de
gen q u e proyecta35, sino am ar el b ien que procede de él. Adem ás, «amar al amor y caridad y parecen ten er una belleza inefable. Sus rostros, sus pa­
prójim o» n o significa am ar a los sem ejantes p o r la im agen que proyectan, labras y todos los detalles de su co n d u cta irradian am or1.
sino am ar la verdad que procede de la Palabra. A m ar la verdad es querer­ Además, en to rn o a cada ángel y cada espíritu hay u n aura 38 de vida
la y llevarla a la práctica. P odem os com probar, p o r tanto, que esas dos for­ espiritual que em ana de ellos y los envuelve. P o r m ed io de esta aura se
mas de a m o r difieren del m ism o m o d o que difieren el b ien y la verdad, y puede reco n o cer incluso a distancia la cualidad de sus sentim ientos y de
se u n e n , tam bién, de la m ism a fo rm a que el b ien se u n e con la verdad'. su amor, pues fluye desde la vida de los sentim ientos y los pensam ientos
P ero to d o esto difícilm ente p o d rá ser co m p ren d id o p o r quien no se­ consecuentes de cada uno, es decir, de la vida de su am o r y de su consi­
pa qu é es el am or, qué es el b ie n y q u é es el p ró jim o 3. guiente fe. E l aura que em ana de los ángeles está tan llena de am o r que
16. E n num erosas ocasiones h e hablado de to d o esto c o n los ánge­ puede llegar hasta los rin cones más recónditos de la vida de aquel en que
les, q u e h a n expresado su asom bro p o rq u e los m iem b ro s de la Iglesia no se manifiesta. Yo la he percibido en ciertas ocasiones y m e ha co n m o v i­
sepan q u e am ar al S e ñ o r y am ar al p ró jim o es am ar lo q u e es bueno y do profundam ente'.
v erd ad ero y hacerlo in te n c io n a d a m e n te. Los h o m b res deb erían com­ H e podido constatar que el am o r es la fuente de la vida de los ánge­
p re n d e r q u e dem o stram o s n u estro a m o r q u e rie n d o y h acien d o lo que les, pues todos en la otra vida se vuelven en la dirección d eterm in ad a p o r
o tro q u ie re . Y así es ta m b ié n co m o llegam os a ser am ados, n o «aman­ su amor. Q u ienes p e rm a n ec en en el am o r al S eñor y en el am o r al p ró ­
do» al o tro p ero n eg án d o n o s a h acer lo q u e el o tro desea, pues, en esen­ jimo están con stan tem en te vueltos hacia el Señor, m ientras que aquellos
cia, eso n o es am ar en absoluto. D e b e ría n c o m p re n d e r igu alm en te que que están em peñados en el egoísm o están volviendo de c o n tin u o la es­
el b ie n q u e p ro c e d e del S e ñ o r es u n a im ag en del Señor, pues él está ahí. palda al Señor. Esto sigue siendo cierto in d ep e n d ien te m en te de la direc­
N o s c o n v e rtim o s en im ag en de él y estam os u n id o s a él cu an d o hace­ ción que to m en , pues en la otra vida las relaciones espaciales están d eter­
m os d e l b ie n y la verdad los p rin c ip io s de n u estra vida, e n inten ció n y minadas p o r la naturaleza in te rn a de las personas, que d eterm in a tam bién
las regiones geográficas, cuyas fronteras no están trazadas a la m anera en
c A m a r al Señor y a nuestro prójim o significa vivir según las leyes del Señor: 10143, que lo están en el m u n d o físico, sino que d ep en d en del lugar hacia el que
10153, 10310, 10578, 10648. se mira. R ealm en te, no son los ángeles quienes se vuelven hacia el Señor,
i A m a r al prójim o no es am ar la im agen que proyecta, sino am ar lo que está dentro^
de él y q u e es, p o r tanto, su verdadero origen, a saber, el bien y la verdad: 5025 [S02Sm ' Sobre los ángeles com o formas de caridad: 3804, 4735, 4797, 4985, 5199, 5530, 9879,
10177.
10336; si se ama al individuo pero n o lo que está d entro de él, y que constituye por taBJ
f El
to su o rig en , se am a el m al tanto com o el bien: 3820; «caridad» significa buscar lo que : aura espiritual, que es u n aura de vida, se derram a en oleadas desde cada persona,
verdadero y ser influido p o r cosas intrínsecam ente verdaderas: 3876, 3877; caridad para c°nl esPÚitu y cada ángel y se adhiere a ellos: 4464, 5179, 7454, 8630. El aura fluye desde
vid^ H i
el p ró jim o es hacer lo que es bueno, ju sto y honrado en toda tarea y oficio: 8120- 81^ Qe los sentim ientos y sus pensam ientos consiguientes: 2489, 4464, 6206.

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sino el S eñ o r el que vuelve hacia sí a todos aquellos a quienes complace Había espíritus que dudaban de que ese am o r fuera tan pleno y qui­
hacer to d o lo q u e tiene su o rig en en él6,39. Pero tratarem os más amplia­ sieron saber si era realm ente verdadero. Para que pudiesen averiguarlo, se
m ente este asunto más adelante, cu an d o exam inem os las regiones geo­ les llevó a u n estado de am o r celestial, se quitaron de en m ed io todos los
gráficas en la otra vida40. o b stácu lo s y fu eron conducidos a considerable distancia hasta u n cielo an­
18. La razón de que la naturaleza divina del S eñor en el cielo sea amor gélico. H ablaron co nm igo desde allí y m e dijeron que exp erim en tab an
es que el am o r es receptáculo de toda cualidad celestial, es decir, de la paz, una felicidad más intensa de lo que se p u ed e expresar co n palabras, la­
la inteligencia, la sabiduría y la felicidad. El am o r es receptivo de todo m e n ta n d o el ten er que regresar a su an te rio r estado. T am bién otros han
cuanto está en arm onía co n él. Lo anhela, lo busca, lo absorbe espontá­ sido elevados al cielo, y cuanto más pro fu n d o o más alto se les ha lleva­
neam ente p o rq u e tiene el constante propósito de unirse co n todo ello y do, más pro fu n d am en te y más in tensam ente han p en etrad o en la inteli­
salir de este m o d o enriquecido11. Los seres hum anos reco n o cen realmente gencia y la sabiduría, llegando a co m p ren d er cosas que antes les habían
este hecho, puesto que el am o r que está en su in te rio r inspecciona la me­ resu ltad o incom prensibles. Vemos así que el am o r que em ana del S eñor
m oria, p o r decirlo así, y saca de ella todas las cosas que concuerdan con está abierto al cielo y a todas sus riquezas.
él, reuniéndolas y disponiéndolas d en tro y debajo de sí; dentro de sí, de 19. Podem os co n clu ir que el am o r a D ios y el am or al p ró jim o abar­
m anera q u e pueda poseerlas, y debajo para que puedan servirle. Por el can en sí m ism os toda la verdad de lo D ivino, pues así se d educe de lo
contrario, desecha y erradica las cosas q u e n o arm onizan co n él41. que el Señor dijo sobre estas dos form as de am or; «Amarás al S eñor tu
H e p o d id o ver m uy claram ente q u e el am o r tien e una plena capaci­ Dios con to d o tu corazón, y con toda tu alma, y co n toda tu m en te. És­
dad intrínseca para aceptar los elem entos de verdad que se adaptan a él y te es el prim ero y grande m andam iento. Y el segundo es sem ejante:
tam bién u n deseo de unirlos a sí m ism o. P u d e com p ren d erlo con clari­ Amarás a tu pró jim o com o a ti m ism o. D e estos dos m an dam ientos de­
dad observando a quienes han sido llevados al cielo. Incluso aquellos que pende toda la ley y los profetas» (M ateo 22, 37-40). La Ley y los profetas
en este m u n d o form aban p arte de la g ente sencilla llegaron a la sabiduría son la totalidad de la Palabra, lo que significa toda la verdad divina.
angélica y la felicidad celestial en com pañía de los ángeles, pues amaban
lo qu e es b u e n o y verdadero p o r ser b u e n o y verdadero. H abían implan­ El c i e l o está d i v i d i d o en d os r e in o s
tado esas cualidades en su vida y de este m o d o se habían h ech o capaces 20. C o m o en el cielo hay una variedad infinita —ya que, de h echo, no
de aceptar el cielo y todas sus inefables riquezas. hay com unidad ni ser individual que sea id én tico a o tro 3—se encuentran,
Sin em bargo, quienes están en cerrados en el am o r a sí m ism os y al en consecuencia, unas divisiones generales, otras más específicas y otras
m u n d o n o tie n e n esa capacidad receptiva. Se apartan de esas cualidades, particulares. E n su co n ju n to , el cielo está divido en dos reinos, más espe­
las rechazan, y a su p rim e r to q u e o influjo tratan de escapar de ellas. Se cíficamente en tres cielos, y, más en particular, en innum erables c o m u n i­
alian entonces c o n quienes están en el infiern o , atrapados en u n am or co­ dades42. A co n tin u ació n exam inarem os los detalles. La d en o m in ació n de
m o el suyo. «remos» se debe a que el cielo es «el reino de Dios».
21. H ay ángeles que aceptan la naturaleza divina que em ana del S eñor
8 Los espíritus y los ángeles se vuelven continuam ente en dirección a lo que aman, lo
que significa que en los cielos todos están constantem ente vueltos hacia el Señor: 10130, Hay una variedad infinita, y nada puede ser idéntico a otra cosa: 7236, 9002. H ay
10189, 10420, 10702. E n la otra vida, las regiones geográficas dependen, para los indivi­ ^ b i é n una variedad infinita en el cielo: 684, 690, 3744, 5598, 7236. La variedad en el cie-
duos particulares, de la dirección en la que m iren; esto es lo que establece sus f r o n te r a s , 0 es variedad de lo que es bueno: 3744, 4005, 7236, 7833, 7836, 9002. D e este m o d o se
a diferencia de lo que ocurre en el m u n d o físico: 10130, 10189, 10420, 10702. diferencian todas las com unidades del cielo entre sí y cada ángel de los otros d entro de
h El am or incluye incontables elem entos y recibe en si to d o lo que está en armoni Una misma com unidad: 690, 3241, 3519, 3804, 3986, 4067, 4149, 4263, 7236, 7833, 7836. Sin
con él: 2500, 2572, 3078, 3189, 6323, 7490, 7750. ar8°, todos form an una sola entidad p o r el am or del Señor: 457, 3986.

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en u n nivel más p ro fu n d o y otros q u e la aceptan m enos profundam ente j llamó «Jesús» p o r su naturaleza divina celestial, y «Cristo» p o r su natu ra­
A los q u e la aceptan más p ro fu n d am en te se les llama ángeles celestiales, y I leza divina espiritual.
a los q u e la aceptan m enos profu n d am en te, ángeles espirituales. El cielo 25. Los ángeles del reino celestial del S eñor superan a los ángeles del
está p o r tan to dividido en dos reinos, u n o llam ado reino celestial, y e¡ reino espiritual en sabiduría y esplendor po rq u e aceptan la naturaleza di­
otro, reino espirituaP. vina d e l S eñor en u n nivel más profundo. V iven en c o n tin u o am o r a él
2 2 . Los ángeles q u e constituyen el reino celestial aceptan la naturale- i y por consiguiente, más íntim am en te unidos a élf. La razón de su exce­
za divina del S eñ o r en u n nivel m ás profundo, y p o r tal razón se les lia- ] lencia es que han aceptado y c o n tin ú an aceptando las verdades divinas di­
m a ángeles superiores o interiores. C o n secu en tem en te, los cielos que r e c t a m e n t e en su vida, sin colocarlas p rim ero en la m e m o ria y el pensa­

constituyen son denom in ad o s cielos superiores o interiores". Empleamos m ie n to , co m o hacen los ángeles espirituales. Esto significa que las han
las palabras «superior» e «inferior» para referirnos, respectivam ente, a las i g rab ad o en sus corazones y las perciben -las ven, podríam os d e c ir-, d e n ­
cosas más internas y a las más externas443. tro d e sí m ism os. N u n c a calculan si son o no son ciertas®. Son com o
23. E l am o r q u e envuelve a quienes están en el re in o celestial se lla­ aquellos que describe Jeremías:
m a a m o r celestial, y el que envuelve a quienes están en el reino espiri- ]
tual, am o r espiritual. E l a m o r celestial es a m o r al Señor, y el am or espi­ Pondré mi ley en su mente y la grabaré en su corazón: y no enseñará ya nin­
ritu al es carid ad hacia el p ró jim o . A dem ás, co m o to d o bien está 1 guno a su prójimo diciendo, «conoce a Jehová»44; desde el más pequeño de ellos
relacionado c o n el am o r (pues to d o lo que am am os es b u e n o en nuestra al más grande, me conocerán (Jeremías 31, 33-34).
consideración), el b ie n de u n rein o se llam a celestial y el bien del otro, j
espiritual. D e este m o d o p o d em o s observar c ó m o se distinguen estos dos j En Isaías, se les llama «los hijos que han sido enseñados p o r Jehová»
reinos en tre sí: a saber, de la m ism a fo rm a q u e se distingue el bien del (Isaías 54, 13). E n Ju an 6 , 45-46, el S eñor m ism o enseña que los que son
am o r al S eñ o r del b ie n de la caridad hacia el p ró jim o '. P uesto que el pri­ enseñados p o r Jehová son los m ism os que son enseñados p o r el Señor.
m e r b ie n es u n b ien más p ro fu n d o y el p rim e r am o r es u n am or más j 26. H em o s afirm ado que tien e n más sabiduría y esplendor que los
pro fu n d o , los ángeles celestiales son ángeles más in terio res y se denom i- i otros porque han aceptado y siguen aceptando las verdades divinas di­
nan «superiores». rectamente en su vida. D esde el m o m e n to en que las escuchan, se sien­
24. E l rein o celestial recibe tam b ién el n o m b re de reino sacerdotal del \ ten atraídos p o r ellas y quieren vivirlas, sin necesidad de referirlas a la
S eñ o r y, en la Palabra, se le llam a «su m orada»; y al reino espiritual se le memoria y sin dedicarse a pensar si son verdaderas. Esos ángeles c o n o ­
llama su rein o regio; en la Palabra, «su trono». E n el m undo, el Señor se cen instantáneam ente, p o r influjo directo del Señor, si las verdades que
están oyendo son realm ente verdaderas o no. El S eñor p en etra directa­
b E n su conjunto, el cielo está dividido en dos reinos, u n reino celestial y un reino 1 mente en nuestras intenciones, e in d irectam ente, a través de ellas, en
espiritual: 3887, 4138. Los ángeles del reino celestial aceptan la naturaleza divina del Señor 1 nuestro pensam iento. E n otras palabras, el S eñ o r fluye directam en te en
en su aspecto volitivo, y p o r tanto más profundam ente que los ángeles espirituales, que i
la aceptan en su aspecto cognitivo: 5113, 6367, 8521, 9935 [9915], 9995, 10124. f Los ángeles celestiales son m u ch o más sabios que los ángeles espirituales: 2718, 9995.
c A los cielos que constituyen los reinos celestiales se les llama «superiores», m ientra* Sobre la naturaleza de la diferencia entre los ángeles celestiales y los ángeles espirituales:

que a los que constituyen el reino espiritual se les llama «inferiores»: 10068. 2°88, 2669, 2708, 2715, 3235, 3240, 4788, 7068, 8121 [8521], 9277, 10295.
d T o d o lo que es más profundo se designa com o superior, y lo que es superior cofflO I 8 Los ángeles celestiales n o argum entan sobre las verdades de la fe po rq u e las c o m -

más profundo: 2148, 3084, 4599, 5146, 8325. P*6nden desde d entro de sí m ismos, m ientras que los ángeles espirituales argum entan so-
' El bien del reino celestial es el bien del am or al Señor, y el bien del reino espíritu3* bre si son ciertas o no: 202, 337, 597, 607, 784, 1121, 1387 [1384], 1398 [1385, 1394], 1919,
3246, 4448j 7680i 7877; 8780> 9277j ]0786
es el bien de la caridad hacia el prójim o: 3691, 6435, 9468, 9680, 9683, 9780.

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lo que es b u e n o en nosotros, e in d irectam en te, a través de eso que es H a y tres c i e l o s
bu en o , en lo q u e es verdadero11. Llam am os «bueno» a to d o lo que in­ 29. H ay tres cielos, que se distinguen m u y claram ente entre sí. H ay un
cu m b e a la v o lu n tad y, p o r tanto, a la acción, y «verdadero» a to d o lo que cielo central o tercero, u n cielo in te rm e d io o segundo y u n cielo ex te­
in cu m b e a la m e m o ria y, p o r tanto, al p ensam iento. Sin em bargo, mien­ rior o p rim ero 46. Se suceden en este o rd en y hay en tre ellos una m u tu a
tras un a verdad cualquiera está en la m em o ria , y p o r tan to en el pensa­ r e l a c i ó n , sem ejante a la que existe entre la cabeza o parte su p erio r del
m ien to , n i es b u e n a ni está viva. N o ha sido asimilada p o r la persona, cuerpo h u m an o con el torso o parte m edia y co n los pies o parte infe­
pues u n a p erso n a es tal en v irtu d de su v oluntad, en p rim e r lugar, y de rior; o tam bién co m o las partes alta, m edia y baja de una casa. La vida di­
su e n te n d im ie n to , en segundo lugar, n o en v irtu d del e n te n d im ie n to se­ vina que em ana y desciende del S eñor sigue igualm ente ese m ism o m o ­
parado de la v o lu n tad 145. d e lo . Y es la necesidad del o rden divino lo que d e term in a la disposición
27. Al existir u n a diferencia entre los ángeles del rein o celestial y los tripartita del cielo.
ángeles del rein o espiritual, n o viven ju n to s n i asociados unos co n otros. 30. Los niveles más profundos de la m e n te y la disposición 47 hum anas
P u e d e n com unicarse sólo a través de com unidades angélicas mediadoras siguen tam bién u n m o d elo sem ejante. T enem os una naturaleza central,
llamadas «espirituales-celestiales»: p o r su m ed iació n el reino celestial flu­ otra in term edia y otra exterior, pues cuan d o fue creada la hum anidad, to ­
ye en el rein o espiritu al. E l resultado de ello es q ue au n q u e el cielo esté do el orden divino se c o n c en tró en el ser h u m ano, hasta el p u n to de que,
dividido en dos reinos, am bos sin em bargo fo rm an u n o solo. El Señor en cuanto a su estructura, el h o m b re es el o rd en divino y es, p o r consi­
provee siem pre de ángeles m ediadores co m o éstos a través de los cuales guiente, u n cielo en m iniatura“. P o r la m ism a razón, estam os en relación
p u ed e h ab er co m u n icació n y u n ió n . con el cielo en cu an to a nuestra naturaleza in te rio r y estarem os en c o m ­
28. P uesto q u e se tratará am pliam ente de los ángeles de cada reino en pañía de los ángeles después de la m u erte, ya sea de los ángeles del cielo
las páginas siguientes, ren u n cio a dar más detalles aquí. central, del in term ed io , o del exterior, según haya sido nuestra aceptación
del bien y la verdad divina del S eñ o r en el transcurso de nuestra vida te­
11El influjo del S eñor es en el bien y a través del bien en la verdad, y n o al revés. Así rrena.
tam bién en nuestra voluntad y a través de ella en el en tendim iento, y n o al revés: 5482, 31. La naturaleza divina que fluye del S eñ o r y es aceptada en el te r­
5649, 6027, 8685, 8701, 10153. cer cielo o cielo central se llam a celestial, y, p o r consiguiente, los ánge­
' N uestra voluntad es la substancia de nuestra vida y es lo que recibe el bien del amor, les que le co rre sp o n d e n son los ángeles celestiales. La naturaleza divina
m ientras que nuestro entendim iento es la m anifestación consecuente de la vida y es lo que que fluye del S eñ o r y es aceptada en el segundo cielo o cielo in te rm e ­
recibe los elem entos buenos y verdaderos de la fe: 3619, 5002, 9282. P o r consiguiente,
nuestra vida volitiva es nuestra vida fundam ental, y nuestra vida cognitiva deriva de ella: cas denom inadas «espirituales-celestiales»: 4047, 6435, 8787 [8796], 8881 [8802], Sobre el
585, 590, 3619, 7342, 8885, 9285 [9282], 10076, 10109, 10110. Son las cosas aceptadas en influjo del S eñor a través de! reino celestial e n el espiritual: 3969, 6366.
nuestra voluntad las que se convierten en m ateria de vida y son asimiladas p o r nosotros: ■T odos los elem entos del orden divino están reunidos en el ser hum an o , y, p o r la
3161, 9386, 9393. Se es persona en virtud de la voluntad, y secundariam ente en virtud de creación, el ser h u m an o es, estructuralm ente, el orden divino: 4219, 4220 [4222], 4223,
la capacidad cognitiva: 8911, 9069, 9071, 10076, 10106, 10110. Q uienes tienden al bien y 4523, 4524, 5114, 5368 [3628, 5168], 6013, 6057, 6605, 6626, 9706, 10156, 10472. E n el h o m ­
piensan bien son amados y valorados p o r los otros, m ientras que aquellos que piensan bien bre, la persona in te rio r está estructurada a sem ejanza del cielo, y la e xterior a sem ejanza
pero no quieren el bien son rechazados y despreciados: 8911, 10076. D espués de la m uer­ de la tierra, y p o r eso los antiguos consideraban al ser hu m an o com o u n m icrocosm o:
te, lo que corresponde a la voluntad y el entendim iento que de ella deriva perm anece en 4523, 5368 [3628, 5115], 6013, 6057, 9279, 9706, 10156, 10472. Así, p o r la creación, el h o m ­
nosotros, pero todo lo que es solam ente m ateria de cognición, y n o de volición, desapa­ bre es un cielo en m iniatura en cuanto a las cosas interiores, u n espejo del m acrocosm o,
rece, porque no está realm ente dentro de nosotros: 9069, 9071, 9282, 9386, 10153. Y tam bién la persona que fue creada de n uevo o regenerada p o r el Señor: 911, 1900, 1982
J Existe com unicación y u nión de los dos reinos p o r m edio de com unidades angéli- [1928], 3624-3631, 3634, 3884, 4041, 4279, 4523, 4524, 4625, 6013, 6057, 9279, 9632.

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dio se llam a espiritual, y a sus ángeles se les llam a, p o r consiguiente, án­ or los dones de la verdad divina y los adm iten directam ente en su vida
geles espirituales. La naturaleza divina q u e fluye del S eñ o r y es aceptada _en sus in tenciones y, p o r tanto, en sus acciones— están en el cielo cen ­
realm en te en el tercer cielo o cielo e x te rio r se llam a natural. N o obs­ dal o tercero, y su situación en él dep en d e de su aceptación del b ie n en
tante, p uesto q u e lo «natural» de ese cielo n o es c o m o lo «natural» de respuesta a la verdad. Q u ienes no p e rm ite n que esos dones de la verdad
nuestro m u n d o , sino q u e tien e algo de espiritual y celestial, ese cielo es entren d irectam ente en sus intenciones, sino sólo en su m e m o ria y, des­
llam ado «espiritual-natural» o «celestial-natural», y los ángeles que en él de allí, en su en ten d im ien to , querién d o lo s y realizándolos co m o resulta­
están son llam ados ángeles «espirituales-naturales» o «celestiales-natura- do de ese proceso, están en el cielo in te rm e d io o segundo. A quellos que
les»b. Los ángeles llam ados espirituales-naturales son los que aceptan el llevan una vida m oral recta y creen en lo divino sin n in g ú n interés espe­
influjo del cielo in te rm e d io o segundo, q u e es el cielo espiritual, mien­ cial en aprender, están en el cielo e x te rio r o p rim ero '. P o r consiguiente,
tras q u e los ángeles llam ados celestiales-naturales son los que aceptan el podemos co n cluir que el estado de nuestra naturaleza in te rio r es lo que
influjo del cielo central o tercero, q u e es el cielo celestial. Los ángeles constituye el cielo y que el cielo está den tro de cada u n o de nosotros, y
espirituales-naturales y los ángeles celestiales-naturales son diferentes en­ no fuera. E sto es lo que el S eñor nos enseña cuando dice:
tre sí, p ero co n stitu y en u n solo cielo p o rq u e están to dos en el m ism o ni­
vel. E l reino de Dios no vendrá con advertencia, ni dirán: helo aquí, o helo allí;
32. C ada cielo tiene una parte e x te rio r y otra interio r. A los ángeles porque he aquí que el reino de Dios está dentro de vosotros (Lucas 17, 20-21).
q ue están en la regió n in te rio r se les llam a «ángeles interiores», mientras
q ue a los de la reg ió n e x te rio r se les llam a «ángeles exteriores». La parte 34. La p erfección aum enta cuando nos dirigim os hacia den tro y dis­
e x te rio r e in te rio r de los cielos (o de cada cielo particular) son como minuye cuando vam os hacia fuera, p o rq u e las cosas más interiores están
nuestro lado volitivo y su aspecto cognitivo. Todo lo volitivo tiene su la­ más cerca del S eñor y son intrínsecam ente más puras, m ientras que las
do cognitivo, pues n o se da lo u n o sin lo otro. Lo volitivo es com o una cosas más exteriores están más lejos del S eñor y son in trínsecam ente más
llama, y lo cognitivo co m o la luz q u e la llam a em ite48. bastas8. La perfección angélica consiste en inteligencia, sabiduría, am o r y
33. D e b e q u ed ar m u y claro que es la naturaleza in te rio r de los ánge­ toda clase de bien, y en la felicidad que de to d o ello se deriva, pero no
les lo q u e d eterm in a el cielo en que se en cu en tran. C u a n to más se han en alguna felicidad desprovista de esas cualidades, pues, sin ellas, la felici­
abierto los niveles profundos, más in te rio r es el cielo en el que están. Hay dad es m eram en te superficial y carece de toda profundidad.
tres niveles in tern o s en cada ángel o espíritu, y tam b ién en cada ser hu­ Puesto que las facultades interiores de los ángeles del cielo central es­
m ano. A quéllos cuyo tercer nivel ha sido ab ierto están en el cielo central, tán abiertas en el tercer nivel, su perfección sobrepasa co n m u c h o la de
m ientras q u e quienes sólo tien en abierto el segundo o el prim ero están los ángeles del cielo in term ed io , cuyas facultades interiores están abiertas
en el cielo in te rm e d io o en el más ex terio r, respectivam ente.
Los niveles más profundos se abren p o r nuestra aceptación de los do­ P? ‘ H ay e n el ser h um ano tantos niveles de vida com o en los cielos, y éstos se abren
nes del b ien divino y la verdad divina. Q u ien es son realm ente afectados después de la m u erte según la form a en que el individuo haya vivido: 3747, 9594. El cie­
lo está d entro de nosotros: 3884. P o r eso las personas que han aceptado el cielo d entro de
b H ay tres cielos, u n o central, o tro interm edio y otro exterior, o bien, cielos tercero, S1 en este m u n d o entran en el cielo después de la m uerte: 10717.
segundo y prim ero: 684, 8594 [9594], 10270. Las diferentes clases de bien siguen ta m b ié n 4 Las cosas más interiores son más perfectas porque están más cerca del Señor: 3405,
esta triple secuencia: 4938, 4939, 9992, 10005, 10017. El bien del cielo central o tercero se ^146, 5147. H ay m iles y m iles de cosas en el in terio r que aparecen e xteriorm ente com o
denom ina celestial, el bien del cielo interm edio o segundo se d enom ina espiritual y e* SI fueran una sola cosa general: 5707. E n la m edida en que se nos lleva desde las preo cu ­
bien del cielo exterior o prim ero se denom ina espiritual-natural: 4279, 4286, 4938, 4639, paciones exteriores hacia las interiores, entram os en la luz y p o r tanto en la inteligencia,
9992, 10005, 10017, 10068. y este ascenso es co m o salir de la brum a al aire lim pio: 4598, 6183, 6333 [63Í3],

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en el segundo nivel. Por la m ism a razón, la p erfección de los ángeles del ¡¿• manera, el S eñor efectúa la u n idad de los tres cielos. Están to dos enla-
cielo in te rm e d io sobrepasa la de los ángeles del cielo exterior. ados, desde el P rin c ip io 3" al ú ltim o cielo, de m o d o que no hay nada que
35. D eb id o a esta diferencia, los ángeles de u n cielo n o p u ed e n reu­ n o esté conectado. N ada que no esté vinculado con el P rin cip io p o r al­
nirse co n los ángeles de o tro cielo: los ángeles de u n cielo inferior no gún elem ento m ed iad o r puede perm anecer, sino que se desintegra y se
p u ed e n subir a u n o superior, y los de u n cielo su p erio r n o puede bajar a c o n v ie rte en nadaf.
u n o inferior. Q u ie n sube de u n cielo a o tro es presa de una in q u ietu d qUe 38. Q u ie n n o sepa de qué m o d o el o rd en divino está dispuesto en n i­
llega incluso al d o lo r y n o p u ed e ver a quienes están allí, y m ucho me­ veles no pued e co m p re n d er c ó m o se distinguen los cielos entre sí, o qué
nos hablar co n ellos. Q u ie n desciende de u n cielo su p erio r a otro infe­ s ig n if ic a la diferencia entre la persona in te rio r y la persona ex te rio r (en

rio r pierd e su sabiduría, su habla se vuelve balbuceante y pierde toda con­ un individuo). La única idea que la m ayor parte de la gente de este m u n ­
fianza en sí m ism o. do tiene de las cosas interiores y exteriores es u n a idea de continuidad,
H u b o quienes, procedentes del cielo e x te rio r y no instruidos acerca de coherencia a lo largo de una estructura c o n tin u a desde lo más sutil a
de que el cielo d ep en d e de las cualidades más profundas de los ángeles, lo más basto. Sin em bargo, las cosas interiores y las cosas exteriores no es­
creyeron q u e enco n trarían m ayor felicidad angélica con tan sólo ser ad­ tán dispuestas en u n a estructura co n tinua, sino que tie n e n lím ites defini­
m itidos en el cielo en q u e aquellos ángeles vivían. Se les p erm itió visi­ dos.
tarlos, pero cu an d o llegaron, au n q u e había allí num erosos ángeles, no H a y dos tipos de niveles, continuos y discontinuos. Los niveles c o n ti­
veían a n in g u n o p o r m u ch o q u e m iraban, pues los niveles más profundos nuos son co m o los niveles decrecientes de luz p ro ced en te de una llama,
de los recién llegados n o habían sido abiertos en el nivel en que vivían hasta llegar a la oscuridad, o co m o la d ism inución en la visión de los o b ­
los ángeles interiores, de m anera que carecían de visión. M u y pronto se jetos, desde los que están ilum inados hasta los que están en la som bra, o
apoderó de ellos tal angustia que, al final, apenas podían decir si estaban como los niveles de densidad de la atm ósfera, del in ferio r al superior.
vivos o no, así que rápidam ente decid iero n volver al cielo del que proce­ Estos niveles se m id en p o r la distancia.
dían, co n ten to s de encontrarse de nuevo en tre sus iguales. Prom etieron [2] Sin em bargo, los niveles discontinuos están separados co m o lo an­
entonces q u e n u nca p reten d erían condiciones superiores a las que con­ terior y lo posterior, la causa y el efecto, el p ro d u c to r y el producto.
venían a su propia fo rm a de vida. Cualquiera que lo exam ine aten tam en te advertirá que este tipo de fases,
Es diferente cuando el S eñor sube a alguien desde un cielo inferior a de p ro ducción y com posición, se en c u e n tran en todas las cosas del m u n ­
otro superio r para que vea su esplendor, lo que sucede con gran frecuen­ do, cualesquiera que sean: una cosa surge de otra, y de ahí una tercera, y
cia. Los que así son ascendidos son preparados p o r adelantado y se les asig­ así sucesivamente.
nan ángeles m ediadores que sirven co m o agentes de com unicación. [3] Las personas que no ad q u ieren una co m p ren sió n de estos niveles
Vemos, pues, q u e los tres cielos son m u y distintos entre sí. no tien en form a de saber có m o están ordenados los cielos o cuál es la
36. Sin em bargo, los que viven en el m ism o cielo p u ed e n asociarse allí
con q u ien quieran, y el deleite de tales reu n io n es está en p roporción a la va de u n cielo a otro, y lo m ism o sigue siendo cierto en cuanto a nosotros respecto de
afinidad de sus valores. H ablarem os más sobre ello en otros capítulos41'. nuestros procesos más internos: 6063, 6307, 6472, 9682, 9683. Sobre el influjo directo de

37. A u n q u e los cielos sean tan distintos que los ángeles de u n o no h divinidad del Señor: 6058, 6474-6478, 8717, 8728. Sobre el influjo indirecto a través del

puedan te n e r trato regular co n los de otro, sin em bargo el S eñor une to­ mundo espiritual en el m u n d o natural: 4067, 6982, 6985, 6996.

dos los cielos p o r m edio de influjos directos e indirectos. El influjo di­ f Todas las cosas v ienen a la existencia a partir de otras anteriores a ellas y, p o r consi­

recto va de él a todos los cielos, y el indirecto, de u n cielo a o tro'. D e es- guiente, de u n Principio. Se m antienen e n el ser de la misma m anera, puesto que la con­
tinuidad en el ser es u n nacim iento constante. P o r consiguiente, n o existe nada que no
E1 influjo del S eñor procede directam ente de él y tam bién indirectam ente cuando e«é relacionado: 3626-3628, 3648, 4523, 4524, 6040, 6056.

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disposición de nuestras capacidades, desde las más profundas hasta las más a0 no fluye ab iertam ente para la percepción de cualquier ángel, ya que
exteriores, así c o m o ta m p o c o p u e d e n saber cuál es la diferencia entre el stipera Pensam ien to angélico y transciende su sabiduría.
m u n d o espiritual y el m u n d o natural, o en tre nuestro espíritu y nuestro 40 . H em os expuesto, pues, algunos datos generales sobre los tres cie­
cuerp o . Esto im plica ta m b ié n que n o p u ed an c o m p re n d e r qué son las los En las páginas siguientes tendrem os ocasión de hablar co n más d ete­
corresp o n d en cias 51 y las im á g e n e s52, n i q u é es el influjo. A quellos que só­ nimiento sobre cada u n o de ellos54.
lo están atentos a sus se n tid o s físicos n o co m p re n d e n estas diferencias, si­
no qu e las consideran c o m o ejem plos de crecim ien to y decrecim iento El c i e l o está c o m p u e s t o
según u n m o d elo de niveles e n c o n tin u id a d 53. E n consecuencia, no pue­ de incontables co m u n id a d es
den hacerse u n a idea de lo e sp iritu a l si n o es co m o lo natural en un gra­ 41. Los ángeles de u n d eterm in ad o cielo n o están todos reunidos en
do más puro; p o r eso están e n el ex terio r, m u y distantes de la inteligen­ un lugar, sino que se encu en tran separados en com unidades más amplias
cia8. o más pequeñas en fu n ció n de las diferencias que entre ellos existen en
39. P or últim o, desvelaré u n secreto p articular sobre los ángeles de los c u a n t o a los buenos efectos del am or y la fe. Los ángeles que ejercen ac­
tres cielos del q u e nadie h a sta ahora era co n o cedor, pues n o se había tividades similares fo rm a n una m ism a com unidad. H ay u n a variedad in ­
com p ren d id o la realidad d e los niveles. E l secreto es éste: que en el inte­ finita de buenas actividades en el cielo, y cada ángel individual es, p o r de­
rio r de cada ángel —y d e n tro de cada u n o de nosotros—hay u n nivel cen­ cirlo así, su propia actividad“.
tral o superior, o algo c e n tra l y superior, d o n d e la vida divina del Señor 42. La distancia entre las com unidades angélicas del cielo varía en la
fluye de fo rm a ín tim a y e m in e n te . D esd e ese centro el S eñor dispone medida en que difieren sus actividades, en general y en particular. Pues la
d entro de nosotros tod o s lo s dem ás aspectos, relativam ente internos, que única causa de distancia en el m u n d o espiritual es la diferencia en cuanto
se suceden en c o n c o rd a n c ia co n los niveles del o rden global. Ese nivel al estado de la naturaleza in te rio r de unos y otros, y en los cielos, p o r tan­
central o su p erio r p u ed e lla m a rse la p u e rta de entrada del S eñor hacia los to, la diferencia en cuanto a los estados de am or. C u an d o las com unidades
ángeles o hacia nosotros, su m o rad a esencial d en tro de nosotros. son m uy diferentes, la distancia entre ellas es grande; cuando la diferencia
Es ese nivel central o s u p e r io r lo q u e nos hace hum anos y nos dife­ es pequeña, la distancia tam bién lo es. La sem ejanza es causa de unidadb.
rencia de los anim ales, p u e s to que éstos carecen de él. P o r eso nosotros, 43. Los individuos de una m ism a co m u n id ad están distanciados entre
a diferencia de los anim ales, p o d em o s ser elevados p o r el S eñor hacia él sí por el m ism o principio. Los m ejores, esto es, aquellos que son más p er­
hasta en los niveles más p ro fu n d o s de nuestra m e n te y de nuestro carác­ fectos en b o n d a d y p o r consiguiente en am or, sabiduría e inteligencia, se
ter. P o r eso p o d em o s c re e r e n él, am arle, y p o r consiguiente verle. Por encuentran en el centro. A quellos que destacan m enos se sitúan a su al-
eso pod em o s recibir la in te lig e n c ia y la sabiduría y hablar racionalmente.
P or eso tam b ién vivim os p a r a siempre. 1 Hay una variedad infinita, y nunca nada se repite: 7236, 9002. H ay una variedad in ­

Sin em bargo, lo que está previsto y dispuesto p o r el S eñor en ese cen- finita en los cielos: 684, 690, 3744, 5598, 7236. Las variedades infinitas que existen en los
c>elos son variedades del bien: 3744, 4005, 7236, 7833, 7836, 9002. Estas variedades vienen
g Las realidades interiores y e x te rio re s n o son una estructura continua, sino que están a h existencia p o r m edio de verdades, que son m últiples y de ellas procede el bien de ca­
dispuestas en niveles distintos y separados, c o n una frontera en cada nivel: 3691, 4145 da individuo: 3470, 3804, 4149, 6917, 7236. E n consecuencia, todas las com unidades de los
[5Í45], 5114, 8603, 10099. C ada n iv e l se form a a partir de otro, y las cosas formadas de es­ cielos, y todos los ángeles de cada com unidad, se diferencian unos de otros: 690, 3241,
ta m anera n o son una estructura c o n tin u a de lo más fino a lo más basto: 6326, 6465. Quien 3519, 3804, 3986, 4067, 4149, 4263, 7236, 7833, 7836. Sin em bargo, actúan de form a c on-
no com prenda la diferencia e n tre la s realidades internas y las externas según niveles de es­ c°rdante por el am or del Señor: 457, 3986.
te tipo n o puede com p ren d er la p e rs o n a in te rio r y la exterior o el cielo interior y el e* Todas las com unidades del cielo tienen localizaciones perm anentes que dependen
terior: 5146, 6465, 10099, 10181. las diferencias en su estado de vida, p o r tanto, de sus diferencias en cuanto al am or y

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red ed o r a u n a distancia que está en p ro p o rció n a su dism inuida perfec­ creía haber con o cid o desde la infancia eran los que se en co n trab an en un
ción, del m ism o m o d o que la luz va dism inuyendo desde el centro hacia : estado espiritual sem ejante al m ío, m ientras que los otros m e parecían
la circunferencia. Los que se e n cu en tran en el centro están envueltos por d e s c o n o c i d o s p o r encontrarse en u n estado distinto55.

la luz más intensa; los de la periferia del círculo, p o r una luz progresiva­ 47 . Todos los ángeles que form an una com u n id ad particular tie n en en
m e n te más tenue. g e n e r a l una cierta sem ejanza facial, pero difieren en los detalles. Yo p o ­
44. Las almas tien d en esp ontáneam ente, p o r decirlo así, hacia las que día captar en alguna m edida esa sem ejanza general y las diferencias p arti­
se les asem ejan, pues se sienten co n ellas co m o si estuvieran con su pro­ culares basándom e en las situaciones similares de este m u ndo. Sabem os
pia familia, en su casa, m ientras que c o n las otras se sienten extrañas, co­ que cada raza presenta rasgos generales de sem ejanza en la cara y en los
m o fuera de su hogar. E n com pañía de sus iguales, las almas disfrutan de ojos que nos hace posible reconocerla y distinguirla de las otras razas, y
libertad y ex p e rim e n ta n los deleites de la vida. que eso m ism o o cu rre tam bién, incluso de form a más acentuada, entre
45. Vem os así que es el b ien lo q u e reú n e a todos en los cielos, y que las familias. Pues esto es aún más perfectam ente verdadero en los cielos,
los ángeles se diferencian p o r el grado de su bien. C o n todo, no son los porque allí los sentim ientos más profundos son visibles y brillan en el ros­
ángeles los que realizan esa u n ió n , sino el Señor, que es el o rig e n de to­ tro, ya que en el cielo el rostro es la form a ex te rio r que los expresa. E n
do bien. Él los guía, los reúne, los diferencia y los m an tien e en libertad el cielo nadie p u ed e ten e r un rostro que no sea el de sus sentim ientos56.
en la m edida en q u e están em peñados en el bien. D e esta m anera, man­ También se m e m ostró có m o esta sem ejanza general variaba en los de­
tiene a cada u n o en la vida de su am o r y de su fe, de su inteligencia y sa­ talles entre los m iem bros de una m ism a com unidad. H abía una especie
biduría, y, p o r tanto, en la felicidad0. de rostro angélico que se m e m ostraba, y que variaba según las peculia­
46. P or otra parte, las personas de cualidades sem ejantes se reconocen res cualidades del sentim iento de bien y verdad de los m iem bros de una
entre sí, au n q u e p u ed an n o haberse visto nun ca a n te rio rm e n te, igual que comunidad particular. Estas variaciones se prolongaban du ran te un rato,
las personas de este m u n d o co n o cen a sus vecinos, parientes y amigos. Así y a lo largo de todas ellas observé que el m ism o rostro general p erm an e­
sucede p o rq u e la única form a de relación, parentesco y am istad en la otra cía constante co m o base, y to d o lo dem ás eran sim plem ente derivaciones
vida es la fo rm a espiritual, y p o r co nsiguiente está en fu n ció n del amor y y variaciones a p artir del m ism o rostro. T am bién de esta m anera se m e
la fed. mostraron los sentim ientos de toda la co m u n id ad que daban lugar a las
A m e n u d o se m e ha p e rm itid o v er to d o esto cu an d o estaba en el es­ diferencias en los rostros de sus m iem bros, pues co m o ya he señalado, el
píritu y p o r tan to fuera de m i c u erp o y en co m pañía de los ángeles. Me rostro de los ángeles es la form a que tom an sus cualidades más profundas,
daba la im presión de que a algunos los conocía desde la infancia, mien­ lo que significa que es la form a de los sentim ientos de am o r y de fe.
tras que otros m e resultaban en teram en te desconocidos. Aquellos que 48. Por eso tam bién un ángel de particular sabiduría ve la cualidad de
los otros instantáneam ente p o r su rostro. En el cielo, nadie p u ed e ocultar
la fe: 1274, 3638, 3639. Inform ación im portante sobre distancia, localización, lugar, espa­ 5,1 carácter íntim o p o r la expresión facial, no pued e fingir, y m u c h o m e-
cio y tiem po en la otra vida o en el m u n d o espiritual: 1273-1277. os mer>tir y engañar a los otros m ediante em buste o hipocresía,
c T o d a libertad es una cuestión de am or y atracción, pues to d o lo que amam os lo ha-j j Sucede en ocasiones que elem entos hipócritas entren furtivam ente en
cem os librem ente: 2870, 3158, 8907 [8987], 8990, 9585, 9591. Puesto que la libertad es una com unidades celestiales; estos hipócritas, expertos en esconder su na-
cuestión de am or, es fuente de vida y alegría para cada ser individual: 2873. N ada pareC* raleza profunda y en disponer su apariencia ex terna con el aspecto be-
ser nuestro a m enos que proceda de la libertad: 2880. La verdadera esencia de la liberta« eV°lente que presentan en público, engañan de este m o d o a los ángeles
consiste en ser guiado p o r el Señor, porque de esa m anera som os conducidos p o r el amo
al bien y la verdad: 892, 905, 2872, 2886, 2890, 2891, 2892, 9096, 9586-9591. guinea surgen del bien y dependen de afinidades y diferencias: 695 [6851, 917 1394
dE n el cielo, todas las cuestiones de proxim idad, familia, parentesco y re la c ió n c0» | 2?39’ 3612, 3815, 4121.

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de luz. Sin em bargo, n o p u ed en p e rm a n e c er m u ch o tiem p o en su en­ cenas de miles de individuos, las pequeñas, de algunos m iles, y las más
to rn o , pues p ro n to em piezan a sentir m alestar y to rm e n to interiores, sus pequeñas de unos centenares. Incluso hay quienes viven solos, cada u n o
rostros se p o n e n lívidos, y llegan casi a desmayarse: son cam bios provo­ en su casa, p o r decirlo así, y tam bién reunidos p o r familias. Incluso los
cados p o r la contrad icció n que sup o n e la vida que allí fluye y que les que viven separados responden sin em bargo a u n o rd en sem ejante al de
afecta. P or eso, en seguida son rechazados de nuevo a los infiernos y ya los que viven en com unidades, con los más sabios en el centro y los más
no se atreven a subir de nuevo. Es precisam ente a éstos a los que se re­ simples en la periferia. Están m uy directam ente bajo la guía del S eñor y
fieren las palabras evangélicas sobre el h o m b re que fue descubierto entre son los m ejores entre los ángeles.
los invitados a la cena sin el traje de b oda y fue arrojado a las tinieblas ex­
teriores (M ateo 22, 11 [-14]). C a d a c o m u n i d a d es u n c i e l o a e s c a l a r e d u c i d a ,
49. Todas las com unidades se co m u n ican entre sí, pero n o p o r una in­ y cada á n g e l , un c i e l o a e sc a la aú n m á s r e d u c i d a
teracción abierta. R ealm en te, n o son m uchos los que dejan su propia 51. La razón de que cada com u n id ad sea u n cielo a escala reducida y
com u n id ad para ir a otra, p o rq u e dejar la co m u n id ad propia es com o de­ cada ángel u n cielo a escala aún más reducida es que lo que constituye el
jarse a sí m ism o, o dejar la propia vida, y pasar a otra que no es la que a cielo es la actividad del am o r y la fe. Esta actividad del bien está presen­
un o le corresponde. M ás b ien, se co m u n ican p o r m edio de las auras que te en cada com unidad y en cada ángel de una com unidad, y au n q u e p u e ­
em anan de la vida de cada u n o 57. U n aura de vida es un aura de los sen­ da ser diferente y varíe en cada lugar, es siem pre el b ien del cielo. La ú n i­
tim ientos q u e derivan del am o r y la fe. Ésta se extiende hacia fuera y lle­ ca diferencia es que el cielo tiene una cualidad distinta en cada lugar. P or
ga a las com unidades circundantes, más lejos y más am pliam ente en la eso, cada vez que alguien es elevado a una com u n id ad del cielo, se dice
m edida en q u e los sentim ientos sean más profundos y perfectos'. Los án­ que ha llegado al cielo, y de quienes están en esas com unidades se dice que
geles p oseen inteligencia y sabiduría en p ro p o rció n al alcance de su aura. están en el cielo, cada u n o en el suyo. Todos los que han llegado a la otra
Los que están en el cielo in te rio r y p o r tan to en el centro tienen un al­ vida com prenden esto; p o r eso los que están fuera o p o r debajo del cie­
cance o capacidad de difusión q u e llega a to d o el cielo, de manera que lo, si ven a lo lejos una reu n ió n de ángeles, dicen que allí se encu en tra el
existe una co m u n icació n en el cielo de cada u n o con todos y de todos cielo.
con cada uno'. N o s referirem os más d eten id am en te a este alcance en pa­ Es com o la situación de los oficiales, funcionarios y sirvientes de u n
ginas venideras, cu ando hablem os de la form a celestial en que están dis­ palacio o corte real. A u n q u e vivan de form a separada cada u n o en sus ha­
puestas las com unidades angélicas (y tam bién cuando hablem os de la sa­ bitaciones, unas superiores a otras, sin em bargo todos están en un m ism o
biduría e inteligencia de los ángeles), pues la difusión o alcance de o i palacio o en una m ism a corte, desem peñando cada u n o una fu nción par­
sentim ientos y pensam ientos está en co ncordancia co n esa form a . ticular al servicio del rey. Así podem os en te n d er lo que quieren decir las
50. H em o s observado a n te rio rm e n te q u e existen en el cielo unas c d | Palabras del S eñor cuando afirm a que «en la casa de m i Padre hay m uchas
m unidades m ayores y otras más pequeñas. Las más grandes constan de dei moradas» (Juan 14, 2 ) o las expresiones «cámaras del cielo» y «los cielos de
os cielos» que utilizan los profetas59.
■ El aura espiritual, u n aura de vida que fluye de cada persona, cada espíritu y <?■ 52. Tam bién p o dem os deducir que una com u n id ad es un cielo a es-
ángel, y los envuelve: 4464, 5179, 7454, 8630. Fluye desde la vida de sus sentimientos i ^ ^ reducida del h e ch o de que la form a celestial de cada co m u n id ad es
pensam ientos: 2489, 4464, 6206. E n las com unidades angélicas, el alcance de estas a u t a * misma naturaleza que el cielo en su conjunto. E n el cielo en su co n -
proporcional a la cualidad e intensidad de su am or: 6598-6613 [6598-6612], 8063, to (como decíam os en el § 43), los individuos más sobresalientes están
8797. centro, y a su alrededor, en orden decreciente hasta la periferia del
f E n el cielo hay participación de to d o bien po rq u e el am or celestial c o m p a rte V
el S '°' CSt^n ^°S m enos em inentes. Se deriva tam bién de este h e ch o que
lo que tiene con los otros: 549, 550, 1390, 1391, 1399, 10130, 10723. J ° r conduce a todos los que están en el c o n ju n to del cielo co m o si

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fueran u n solo ángel, y hace lo m ism o co n aquellos que p e rten e cen a una vida in terio r era co n traria a la de los ángeles, q u edaron cegados en su en -
com u n id ad particular. E n consecuencia, toda una co m u n id ad angélica tendim iento hasta el p u n to de volverse virtu alm en te idiotas, al tiem po
aparece a veces co m o u n a sola en tid ad co n la fo rm a de u n ángel, visión que em pezaron a ser atorm entados en su voluntad, llegando a c o m p o r­
que el S eñor m e ha p e rm itid o contem plar. Adem ás, cu an d o el Señor tarse com o personas que se h u b ieran v u elto locas. E n sum a, quienes lle­
aparece en m ed io de los ángeles, n o aparece ro deado p o r una multitud, g a n al cielo tras haber vivido inicuam ente llevan su alm a consigo y son

sino co m o u n solo in dividuo en fo rm a angélica. P or eso en la Palabra se atorm entados co m o pez fuera del agua, debatiéndose en el aire, o com o
den o m in a ángel al Señor, cu an d o es tam b ién toda una comunidad: animal en el éter, en una burbuja de aire cuando el aire se agota61. Es evi­
M iguel, G abriel y R afael no son o tra cosa que com unidades angélicas a dente, pues, que el cielo está dentro de nosotros y n o fuera'.
las que se dan esos nom bres d eb id o a sus funciones“. 55. Puesto que cada cual acepta el cielo que está en el e x te rio r según
53. Así co m o una co m u n id ad en su c o n ju n to es un cielo a escala más sea la cualidad del cielo que está en su interio r, los ángeles aceptan al
pequeñ a, así tam b ién u n ángel es u n cielo en su form a m ínim a. Pues el Señor de la m ism a form a, pues es la naturaleza divina del S eñor la que
cielo n o está fuera de los ángeles, sino d en tro de ellos. Sus niveles más constituye el cielo. E n consecuencia, cuando el S eñor se hace presente en
profundos, los niveles de su m en te, están ordenados en form a de cielo y una com unidad particular, su apariencia dep en d e de la naturaleza del bien
p o r tan to dispuestos para aceptar tod o s los elem entos del cielo que se en­ que actúa en esa com unidad. P or lo tanto, no es exactam ente la m ism a
cuentran en el exterior. A ceptan esos elem entos según la cualidad de bien en todas las com unidades62. La diferencia n o está en el Señor: está en los
que existe en su in te rio r p ro ced en te del Señor. E n consecuencia, un án­ individuos que le ven desde su pro p io b ien y p o r consiguiente en c o n ­
gel es tam b ién u n cielo60. cordancia con él. Su visión depende de la cualidad de su am or. Q u ienes
54. N u n c a se p u e d e d ecir q u e el cielo está fuera de nadie. Está den­ le aman pro fu n d am en te son pro fu n d am en te afectados, m ientras que
tro, pues cada ángel recibe el cielo q u e está fuera de él en concordan­ quienes le am an co n m e n o r profundidad son afectados en u n grado m e ­
cia c o n el q u e está d entro. Vem os pues c ó m o se equivocan aquellos que nor. A los réprobos, que están fuera del cielo, su presencia les resulta in ­
piensan q u e ir al cielo consiste sim p lem en te en ser trasladado al lugar tensamente dolorosa.
en qu e se e n c u e n tra n los ángeles, sin q u e im p o rte la cualidad de su vi­ C uando el S eñor aparece en una co m unidad, aparece c o m o u n ángel,
da in te rio r, creyendo q u e el cielo se c o n c e d e sencillam ente p o r la mi­ pero se le p u ede identificar p o r la cualidad divina que irradia.
serico rd ia del S eñ o r6. P o r el co n tra rio , a m en o s q u e el cielo esté den­ 56. El cielo es el lugar d o n d e se reco n o ce al Señor, se confía en él y
tro de cada h o m b re , nada del cielo q u e está fuera en tra ni es aceptado se le ama. Las diferentes form as en que se le adora - c o n variaciones que
en él. resultan de la diferencia de actividad entre las diversas com unidades— no
H ay m uchos espíritus que m a n tie n e n esta o p in ió n y que, debido a su ocasionan n in g ú n inconveniente, sino que pro cu ran beneficio, pues son
fe, han sido llevados al cielo. Sin em bargo, una vez llegaron allí, com o su fuente de perfección celestial.
R esulta difícil explicar esto de m anera que pueda ser co m p ren d id o sin
* E n la Palabra, al Señor se le llama ángel: 6280, 6831, 8192, 9303. U n a com unidad en recurrir a expresiones co m o las que h ab itualm ente se utilizan en los
su conjunto es denom inada ángel, y M iguel y R afael son com unidades angélicas llama­ circuios académ icos para explicar có m o u n to d o perfecto está form ado
das de esa m anera en razón de sus funciones: 8192. Las com unidades angélicas y los attl P°r una variedad de elem entos. C ada c o n ju n to perfecto es el resultado de
geles individuales n o tienen nom bres particulares, sino que se identifican p o r la cualidad
de su bien y p o r algún concepto de él: 1705, 1754. estrictamente p o r m isericordia, se concedería a todos: 2401. Inform ación sobre perso-
b El cielo n o se concede por m isericordia, sino según sea la vida de cada uno; cada as­ . m alvadas que fueron rechazadas del cielo y que creyeron que el cielo se concedía a
pecto de la vida p o r la que som os conducidos al cielo por el Señor procede de su rmse''; °s por la m era m isericordia: 4276 [4226],
ricordia, y ése es el significado de la «misericordia»: 5057, 10659. Si el cielo se c o n ce d ió El cielo está d entro de nosotros: 3884.

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una variedad de elem entos, pues u n c o n ju n to que no esté fo rm ado de es­ Iglesia en la que el S eñ o r está presente en las cualidades del a m o r y la fe'.
te m o d o n o es realm ente nada, n o tien e fo rm a y, p o r lo tanto, no tiene Lo m ism o que se ha d icho del ángel que tiene el cielo en su interior,
cualidad. Sin em bargo, cuando u n c o n ju n to resulta de una variedad de p u e d e decirse del h o m b re que tiene la Iglesia den tro de sí: que es una

elem entos q u e tie n e n una form a perfecta, cada u n o de los cuales está aso­ I g l e s i a a escala reducida co m o el ángel es un cielo a escala reducida. Más

ciado co n el q u e le sigue en la serie c o m o dos am igos que simpatizan, a ú n , podem os decir que el h o m b re que tien e la Iglesia en su in te rio r es

entonces el c o n ju n to tiene u n a cualidad perfecta. D el m ism o m odo, el u n cielo tan to co m o lo es el ángel, pues hem os sido creados para entrar

cielo es u n solo c o n ju n to co m puesto p o r u n a variedad de elem entos dis­ e n e l cielo y convertirnos en ángeles. Por eso, quien tiene la cualidad del

puestos en la fo rm a más perfecta; pues de todas las form as posibles, la más b i e n del S eñor es u n h o m b re-án g el8.

perfecta es la form a del cielo. Vale la pena señalar lo que tenem os en c o m ú n con los ángeles y aque­
P odem os co m p ro b ar que éste es el o rig e n de toda perfección en cada llo que nosotros poseem os y de lo que ellos carecen. Tenem os en c o m ú n
ejem plo de belleza, encanto y deleite q u e conm ueve nuestros sentidos y con los ángeles el h e ch o de que nuestro nivel más pro fu n d o está fo rm a­
nuestro espíritu. Esos ejem plos surgen y fluyen de m anera invariable del do a im agen del cielo y que tam bién nosotros nos convertim os en im á­
con cierto arm ó n ico de u n a pluralidad de cosas q ue están en concordan­ genes del cielo en la m edida en que participam os de las cualidades del
cia, ya se hayan reu n id o de m anera sim ultánea o se sucedan en una se­ amor y la fe. A quello que nosotros tenem os y de lo que los ángeles care­
cuencia. N o fluyen de una u n id ad sim ple que carezca de diversidad. Por cen es que nuestro nivel más ex te rio r está fo rm ado a im agen de este
eso decim os que la variedad deleita, y reco n o cem os que el deleite de­ mundo; de este m odo, en la m edida en que estam os co m p ro m etid o s con
p en d e de la cualidad de la variedad. A p artir de ahí po d em o s ver, como el bien, nuestro m u n d o in te rio r está subordinado al cielo y le sirve11, y en ­
en u n espejo, que tam bién en el cielo la p erfección es el resultado de la tonces el S eñor está presente c o n nosotros en los dos niveles, co m o lo es­
variedad, puesto q u e las cosas q u e suceden en el m u n d o natural nos ofre­ tá en su cielo. Está realm ente presente en am bos niveles en su o rd en di­
cen u n reflejo de lo q u e son las cosas en el m u n d o espiritual“1. vino, pues D ios es o rd en 1.
57. Podem os decir de la Iglesia lo m ism o que decim os del cielo, pues­
to que la Iglesia es el cielo del S eñ o r en la tierra. T am bién tien e num e­ ' La Iglesia está d entro del hom bre y n o fuera, y la Iglesia en general está constituida
rosos co m p o n en tes, y sin em bargo cada u n o se llama iglesia y lo es en la por personas que tienen la Iglesia dentro de sí mismas: 3884.

m edida en q u e las cualidades de am o r y fe la g obiernan. E n ella, el Señor ; - 8 El individuo que es una Iglesia es un cielo a escala reducida, a im agen del cielo más

form a u n solo c o n ju n to a p artir de u n a variedad de elem entos, y hace por grande, porque los niveles más profundos de su m ente están ordenados en la form a del

tanto u n a sola Iglesia de las m uchas iglesias“'. cielo y dispuestos p o r tanto para aceptar todos sus elem entos: 911, 1900, 1982 [1928],

D e cada m iem b ro individual de la Iglesia se pued e d ecir más o me­ 3624-3631, 3634, 3884, 4041, 4279, 4523, 4524, 4625, 6013, 6057, 9279, 9632.

nos lo m ism o q u e hem os d ich o a n te rio rm e n te de la Iglesia en general, F h T enem os una naturaleza in terio r y una naturaleza exterior, nuestra naturaleza inte­

a saber, q u e la Iglesia está d e n tro y n o fuera, y que cada u n o es una rior formada desde la creación a im agen del cielo, y la exterior a im agen del m u n d o , p o r
eso los antiguos consideraban al ser h um ano com o m icrocosm o: 4523, 4524, 5368 [3628],
d Cada conju n to surge de la arm onía y el concierto de m últiples elem entos, pues d í *®13, 6057, 9279, 9706, 10156, 10472. H em os sido creados así para que el m u n d o sirva al
otro m o d o n o habría cualidad alguna: 457. El cielo en su conju n to es una sola entidad« 01610 en nosotros, lo que sucede realm ente en las personas de bien; p o r el contrario, su-
457. P o r eso todos los que allí se encuentran están centrados en u n ún ico objetivo, a sa­ Cede lo inverso en los malvados, en los que el cielo está subordinado al m undo: 9283,
«278.
ber, el Señor: 9828.
' Si el bien fuera la característica esencial de la Iglesia y n o la verdad separada del bien, 4 El Señor es orden po rq u e el bien y la verdad divinos que em anan del S eñor consti-
la Iglesia sería una: 1285, 1316, 2982, 3267, 3445, 3451, 3452. P or otra parte, todas las iglesias yen el orden: 1728, 1919, 2201 [2011], 2258, 5110, 5703, 8988, 10336, 10619. Las verda-
constituyen una sola Iglesia a los ojos del Señor en razón de su cualidad: 7395 [7396], 927® s ivinas son leyes de orden: 2247, 7995. E n la m edida en que vivim os según el orden

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58. Para concluir, habría q u e ad v ertir q u e las personas que tienen el 1 como el Hombre divino y u n iv e rsa l«divino» p o rq u e la naturaleza divina del
cielo en su in te rio r tie n e n el cielo n o solam ente en sus aspectos más arn- 1 Señor constituye el cielo (véase supra, §§ 7-12)63.
plios o generales, sino tam b ién én los m ás p eq u eñ o s o específicos, con 1 60. Q u ienes n o tien en una idea ju sta de las realidades espirituales y ce­
esos aspectos más p eq u eñ o s reflejando los más am plios. La razón de que j lestiales n o p u e d e n co m p ren d er el h ech o de que dichas realidades estén
así sea es que, c o m o individuos, som os nuestro am o r y nuestra cualidad ] o r d e n a d a s y relacionadas de esta form a y según esta im agen. Piensan que

depen d e de la cualidad del am o r q u e nos rige. T odo lo que gobierna flu- 1 los elem entos m ateriales y terrenales que constituyen la form a ex terio r 64
ye hacia los aspectos específicos y los o rdena, e im p o n e en todas partes ■ q u e les es propia les hacen ser realm ente lo que son y que sin ellos no se­
su propia im ag en 1. E n el cielo, g o b iern a el am o r al Señor, po rq u e allí se ] ñ a n hum anos. D eb erían saber, sin em bargo, q u e n o son seres h u m anos a
am a al S eñ o r sobre todas las cosas y, p o r tanto, el S eñor es allí la suma y 1 causa de esos elem entos, sino p o r su capacidad para c o m p re n d e r la ver­
la esencia de to d o , d erram ándose ab so lu tam en te en todo, disponiéndo- 1 d a d y desear el bien. Estas son las realidades celestiales y espirituales que
lo to d o , c u b rié n d o lo to d o co n su fo rm a y co n v irtien d o en cielo el lu- ] los hacen hum anos.
gar d o n d e él está. Por eso u n ángel es u n cielo a escala reducida, una co- 1 Es generalm ente reco nocido que la h u m an id ad de cada individuo d e­
m u n id ad es u n cielo a escala algo m ayor, y todas las co m unidades juntas pende de la cualidad de su com prensión y de sus intenciones. P uede
u n cielo a escala m áxim a. Sobre la naturaleza divina del S eñ o r com o lo comprenderse tam bién que el c u erp o terrenal se fo rm ó para servir a los
que constituye el cielo, y co m o su intrínseca esencia, véase supra, §§ 1 seres hum anos en este m u n d o y realizar acciones útiles de m anera ade­
7-12. cuada a la esfera ex tern a de la naturaleza. P or eso el c u e rp o no hace na­
da por sí m ism o, sino que actúa co n entera obediencia a las órdenes de
El c o n j u n t o d e l c i e l o , nuestro e n te n d in ú e n to y de nuestra voluntad. Esto es cierto hasta el p u n ­
e n te n d id o c o m o una sola en tid ad , to de que la lengua y la boca dicen to d o lo que pensam os, y el c u e rp o y
refleja un ú n i c o h o m b r e sus m iem bros hacen to d o lo que nos pro p o n em o s. Lo que actúa, p o r
59. Es u n secreto aún n o c o n o cid o en este m u n d o que el cielo, en- 1 consiguiente, es nuestro en ten d im ie n to y nuestra voluntad, n o el cu erp o
ten d id o globalm ente y de m o d o q u e lo incluya todo, refleja u n único I por sí misino. D ed u cim o s de ello que es to d o lo relacionado con el en ­
h om b re. E n el cielo, sin em bargo, nada es m ejo r conocido. Estar al tan- 1 tendim iento y la voluntad lo que nos hace h um anos, y co m o actúan so­
to de esto, co n o c e r sus particularidades y detalles, es el sello de la inteli- j bre los elem entos particulares del c u erp o de la m ism a m anera que una
gencia angélica. E n verdad, de ello se derivan otras m uchas cosas que no 1 realidad in te rio r actúa sobre una exterior, d eb en te n e r una form a sem e­
se m uestran a la m en te de m anera clara y distinta si no se tiene en cuen- 1 jante. Por este m otivo p o dem os llam arnos seres espirituales e interiores.
ta ese p rin cip io general. Puesto que los ángeles saben que todos los cíe- 1 E l cielo es este tipo de h o m b re en su form a más grande y perfecta.
los c o n sus com unidades reflejan u n ú n ico hom bre, se refieren al cielo 1 61. Esta es la co n cep ció n angélica del ser h u m ano, p o r eso los ánge­
les nunca prestan atención a lo que hace el c u erp o de alguien, sino más
-e s decir, en la m edida en que vivim os en el bien en tanto que determ inado por las ver- ■ b ien a la in ten ció n a p artir de la cual el c u erp o actúa. Llam an a eso la p er-
dades d iv in a s- en esa m edida som os hum anos y tenem os la Iglesia y el cielo dentro SOna esencial, ju n to c o n el en ten d im ien to , en la m edida en que éste ac-
nosotros: 4839, 6605, 8067 [8513]. tUe al unísono co n la voluntad6.
1 El a m o r gobernante o dom inante de cada individuo se encuentra en cada detalle de ■
su vida y p o r lo tanto en cada detalle de su pensam iento y su voluntad: 6159, 7648, 8 0 ^ ^ l lies particulares de nuestra vida, aunque n o seamos conscientes de ello: 8854, 8864, 8865.
8853. La cualidad de cada u n o de nosotros depende de la cualidad dom inante de nuest»M • El cielo globalm ente en tendido se m uestra en form a de hom bre, y p o r eso se llama
vida: 918, 1040, 1568, 1571 /?/. 3570, 6571, 6934 / 6935¡, 6938, 8854, 8856, 8857 18858]. 1007fc* cielo el H o m b re Universal: 2996, 2998, 3624-3649, 3636-3643, 3741-3745, 4625.
10109, 10110, 10284. C uando la fe y el am or gobiernan, están presentes en todos los d e t^ H f 7 ba voluntad es el ser esencial [esse] de la vida, y el enten d im ien to es la m anifestación

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62. E n verdad, los ángeles n o ven el cielo en su globalidad según u J e x p u ls a d o s del cielo, p o r falta de adaptación. «Ser de utilidad» es querer
form a de este tipo, puesto que la totalidad del cielo n o está al alcance j j el bien de los otros p o r el bien co m ú n , m ientras que «no ser de utilidad»
la visión de n in g ú n ángel. Sin em bargo, de m anera co h eren te ven co­ significa qu erer b*en de los otros no p o r el bien co m ú n , sino p o r el de
m unidades particulares constituidas p o r m uchos miles de ángeles como uno m ism o. Q u ie n es actúan de esta últim a fo rm a son aquellos que se
unidades simples co n esa form a; y to m a n d o la com u n id ad com o mues­ aman a sí m ism os sobre todas las cosas, m ientras que los que actúan de la
tra, sacan conclusiones sobre la totalidad del cielo. Es así p o rq u e en la for­ p r i m e r a form a son aquellos que am an al S eñ o r sobre todas las cosas. Por
m a más perfecta los elem entos generales están dispuestos co m o las partes, eso, en el cielo todos actúan al unísono n o desde sí m ism os sino desde el
y las partes co m o los elem entos generales. La única distinción es la que Señor. En realidad, se centran en él co m o fu ente única de todas las co ­
existe en tre lo m ayor y lo m en o r. P or eso los ángeles dicen que la totali­ sas V en su reino co m o com u n id ad 66 a la que se debe atender. Este es el
dad del cielo tiene esa form a a los ojos del Señor, p o rq u e lo D ivino lo s ig n i f i c a d o de las palabras del Señor: «Buscad p rim ero el reino de D ios y
contem p la to d o desde el centro que es tam b ién el p u n to más alto65. s u justicia, y lo dem ás se os dará p o r añadidura» (M ateo 6 , 33). «Buscar su

63. P uesto q u e el cielo tiene esta naturaleza, está g o b ern ad o también justicia» es buscar su b ien 1.
p o r el S eñ o r c o m o si fuera u n solo h o m b re y p o r tan to una sola unidad. [3] E n el m u n d o hay gentes que am an el b ien de su país más que el
N osotros constam os de innum erables elem entos diferentes, en conjunto suyo propio y el b ien de su p rójim o tanto co m o el suyo. Esos son los ú n i­
y en cada parte. E n c o n ju n to estam os constituidos de m iem bros, órganos cos que am an y buscan el reino del S eñor en la otra vida, puesto q u e allí
y visceras, y en cada parte de grupos de nervios, fibras y vasos sanguíneos; el reino del S eñor to m a el lugar del país de cada cual. A dem ás, quienes
así pues, de m iem bros d en tro de otros m iem bros y de partes dentro de son amantes de hacer el b ien a los otros, n o p o r razones egocéntricas si­
otras partes. Sin em bargo, dam os p o r supuesto que cuando hacem os al­ no por el bien m ism o, am an tam bién a su prójim o, puesto que en la otra
go, lo hacem os c o m o individuos globales. A lgo así ocu rre tam bién con vida el bien es el p ró jim o 6. Q u ien es así actúan están en el H o m b re
el cielo, bajo la guía y la vigilancia del Señor. Universal, es decir, en el cielo.
64. La razón de q u e tantos elem entos variados actúen com o un o solo 65. P uesto q u e el cielo en su totalid ad refleja u n solo h o m b re , y es
en cada ser h u m a n o es que n o hay nada en él q ue n o contribuya en al­ en realidad el H o m b re espiritual divino en su fo rm a e im agen suprem a,
guna m edida al b ien c o m ú n y a la realización de algo útil. El cuerpo glo­ el cielo se diferencia en m iem bros y partes, igual que u n a p ersona, a los
bal sirve a sus partes y las partes sirven al c u e rp o global, p o rq u e el cuer­ que se atrib u y en n o m b res similares. Los ángeles saben en q u é m iem b ro
p o global está co n stitu id o de partes y las partes constituyen el cuerpo está cada co m u n id ad y d icen que esta c o m u n id a d se e n c u e n tra en el
global. P o r eso se atien d en de m anera recíproca, se cuidan m utuam ente m iem bro o re g ió n de la cabeza, aquella otra en el m ie m b ro o re g ió n
y están u nidos de tal fo rm a q u e cada c o m p o n e n te tien e relación con la del p ec h o , la de más allá en el m ie m b ro o re g ió n de los genitales, etc.
entidad global y su bienestar. Esto es lo q u e los capacita para actuar co­ En general, el tercer cielo o cielo su p erio r form a la cabeza hasta el
m o una unidad. cuello, el segundo o m ed io form a el torso hasta los genitales y las ro d i-
[2] Sucede lo m ism o co n las asambleas de los cielos. Allí las personas
se u n e n en u n a fo rm a de este tipo para la consecución de una actividad ' En la Palabra, «justicia» se refiere al bien, y «juicio», a la verdad, p o r eso «hacer ju s­
útil. C o n sig u ien tem en te, quienes n o son de utilidad para el co njunto son ticia y juicio» es hacer lo que es b u e n o y verdadero: 2235, 9857.
En un sentido superior, el Señor es nuestro prójim o, y p o r eso am ar al S eñor es am ar
existencial de esa vida [existen]: 3619, 5002, 9282. La vida de nuestra voluntad es nuestra flue de él procede, puesto que él está presente en to d o lo que procede de él, y p o r tan-
vida principal, y la vida de nuestro entendim iento fluye de ella: 585, 590, 3619, 7342, 8885, to 1° que es bueno y verdadero es tam bién nuestro prójim o: 2425, 3419, 6706, 6711, 6819,
9282, 10076, 10109, 10110. U n a persona es tal en razón de la voluntad y del consecuente *^23, 8123. P or consiguiente, todo bien que viene del Señor es nuestro prójim o, y bus-
entendim iento: 8911, 9069, 9071, 10076, 10109, 10110. ar ^ Eacer ese bien es am ar a nuestro prójim o: 5028, 10336.

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lias, y el p rim e ro o in ferio r form a los pies hasta sus plantas y tam bién 1<J I t os hipócritas son personas que hablan b ien e incluso se co m p o rta n
brazos hasta los dedos de las m anos, p uesto que brazos y m anos están en bien Pero flue est^n c e n trados específicam ente en sí m ism os. H ablan co -
tre nuestras «cosas inferiores» au n q u e estén a am bos lados. Tam bién a par, m o los ángeles sobre el Señor, el cielo, el am o r y la vida celestial y tam ­
tir de aquí se p u e d e ver co n claridad p o r q u é existen tres cielos. bién se co m p o rtan bien, de m anera que su carácter parece estar en c o n ­
6 6 . Los espíritus que son indignos del cielo se quedan asombrados c o r d a n c i a con sus palabras. Sin em bargo, piensan de m anera diferente.
cuando oyen y ven que el cielo está debajo y p o r encim a de ellos, pUes Ho c r e e n nada ni quieren a nadie sino a sí m ism os. T odo el bien que p u e ­
participan de la creencia y la idea c o m ú n entre las gentes de este m undo den hacer lo hacen p o r su propio interés. Si es en beneficio de los otros,
de que el cielo está ú n icam en te arriba. E n verdad no saben que la posi­ es por aparentar, y p o r tan to p o r su propio interés.
ción de los cielos es sim ilar a la de los m iem bros, órganos y visceras del 69. T am bién se m e p erm itió ver que toda una co m u n id ad angélica
ser hum ano, con unos arriba y otros abajo, y tam bién a la de las partes de a p a re c e com o una sola entidad en form a h u m ana cuando el S eñor se ha­
cada m iem b ro y ó rgano e x te rio r o in terio r, co n unas partes den tro y otras ce p r e s e n te . A rriba hacia el este, se veía algo que parecía una nube; era
fuera. Esta es la razón de sus confusas ideas sobre el cielo. blanca al principio, fue enrojeciendo luego, y estaba rodeada p o r algunas
67. H em o s q u e rid o establecer estas afirm aciones sobre el cielo como estrellas. Bajó po co a poco, y a m edida que descendía se fue h aciendo más
H o m b re U niversal p o rq u e de o tro m o d o n o se habrían po d id o com­ brillante hasta ad q u irir finalm ente una form a h u m ana perfecta. Las p e­
p rend er las cosas del cielo que se ex p o n d rán a co n tin u ació n . E n efecto, queñas estrellas que rodeaban la nu b e eran ángeles, que se veían de ese
n o se habría p o d id o sacar n in g u n a idea clara del cielo, de la u n ió n del modo m erced a la luz del Señor.
S eñor con el cielo, ni de la u n ió n del cielo con nosotros en la tierra, así 70. Tenem os que co m p ren d er que au n q u e todos los m iem bros de una
com o tam p o co de la influencia del m u n d o espiritual en el m u n d o natu­ comunidad del cielo parezcan una sola entidad de form a h u m ana cuan­
ral y de sus correspondencias, tem as q u e serán tratados en las páginas que do están todos ju n to s, sin em bargo ninguna com u n id ad se m uestra com o
siguen. Así pues, lo dicho hasta ahora se ha expuesto ante to d o para pro­ el mismo h o m b re que otra. Se diferencian entre sí co m o los rostros de los
yectar luz sobre estos asuntos. individuos de una m ism a familia. La razón de que así sea es la m ism a que
se dio an te rio rm en te, en el § 47, a saber, que difieren según las diversas
Cada c o m u n i d a d de los c i e l o s actividades del bien en que participan y que son las que les dan su form a.
refleja un ú n i c o h o m b r e Las com unidades que están en el cielo su p erio r o central y que están en
6 8 . E n varias ocasiones se m e ha p e rm itid o ver que cada com unidad su centro aparecen en la form a hum ana más h erm osa y perfecta.
del cielo refleja u n ú n ico in dividuo y es a sem ejanza de un hombre. 71. M erece la pena señalar que cuantos más m iem bros hay en una so­
H abía una co m u n id ad en la que se había infiltrado cierto n ú m e ro de es­ la com unidad y más unidos están en la acción, más perfecta es su form a
píritus hipócritas q u e sabían có m o asum ir la apariencia de ángeles de luz. humana. Esto se debe a que la variedad dispuesta en form a celestial crea
C u an d o estaban siendo apartados p o r algunos ángeles, observé que toda perfección, co m o ya se explicó en el § 56; y la variedad se da d o n d e hay
la com u n id ad aparecía p rim ero u n tan to nebulosa, después, gradualm en­ muchos individuos.
te, to m ó u n a form a h u m ana, au n q u e todavía algo vaga, y finalm ente apa­ Cada com u n id ad del cielo crece d iariam ente en núm ero, y cuanto
reció a la luz co m o u n ser hum ano. Los q u e estaban en aquel hom bre y más crece, más perfecta se vuelve. D e esta form a, n o sólo se perfecciona
lo constituían eran los q u e participaban en la benevolencia de la com u­ la com unidad, sino que tam bién el cielo en general se perfecciona, pues­
nidad. Los otros, q u e n o estaban en aquel h o m b re y no lo constituían, to que las com unidades constituyen el cielo.
eran los hipócritas. Estos últim os fueron expulsados, m ientras que los pri­ Puesto que el cielo se perfecciona p o r su in c re m en to nu m érico , p o ­
m eros se m an tu v iero n d o n d e estaban. Así fue co m o se realizó la separa­ demos co m p ren d er qué equivocados están aquellos que creen que el cie-
ción. lo se cerrará para im p ed ir un crecim iento excesivo. En realidad, es ju sto

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al contrario , pues n u nca se cerrará y su siem pre creciente plenitud lo h j uro [el m uro de la Jerusalén celestial] c ie n to cu arenta y cu atro codos,
ce progresivam ente más perfecto. P or eso los ángeles nada anhelan mjj , p e d id a de h o m b re, la cual es de ángel» (A pocalipsis 2 1 , 17). En es­
que el h e c h o de q u e nuevos ángeles invitados lleguen al cielo. te pasaje, «Jerusalén» es la Iglesia del S eñor, y en u n sen tid o más eleva­
72. La razón de que cada co m u n id ad aparezca en form a humanaí do el cielo'. El m u ro es la verdad que la p ro teg e del ataque de las c o ­
cuand o se la ve c o m o una u n id ad es q u e el cielo en su co n ju n to tiene sas falsas e inicuasb. « C iento cuarenta y cuatro» se refiere a todas las cosas
esa m ism a apariencia, co m o ya se dijo en el capítulo an terio r; y en la f0r_ b u e n a s y verdaderas en su c o n ju n to '. La «medida» se refiere a su cuali­
m a más perfecta, c o m o es la fo rm a del cielo, existe sem ejanza entre h l dad4. El h o m b re está d o n d e se en c u e n tra n todas esas cosas, en general
partes y el todo, en tre lo m e n o r y lo m ayor. Los elem entos y las partes y específicam ente, y p o r ta n to d o n d e se e n c u en tra el cielo; y c o m o un
m enores del cielo son las com unidades q u e lo in tegran, cada una de las ángel es tam b ién u n h o m b re en razón de estas características, se dice
cuales es u n cielo en form a más p eq u eñ a, c o m o se dijo supra, en los «medida de h o m b re , la cual es de ángel». E ste es el significado espiri­
51-58. tual de esas palabras. Sin esta in te rp re ta c ió n , ¿quién p o d ría c o m p re n d e r
La razón de esta constante sem ejanza es q u e en los cielos todas las cua­ que la m edida del m u ro de la Jerusalén celestial fuera la m edida de un
lidades p ro ced en de u n solo am o r y, p o r tanto, de una sola fuente. El so­ hombre, que sería tam b ié n la m ed id a del ángel?'
lo am o r q u e es o rig e n de to d o b ien en el cielo es el am o r del Señor al 74 . Pero volvam os ahora a la ex periencia. Q u e los ángeles son form as
Señor. P or eso el cielo en su c o n ju n to es una im agen del S eñor a gran humanas, o personas, es algo que yo he visto m iles de veces. H e habla­
escala, cada co m u n id ad una im agen a u n a escala m enor, y cada ángel una do con ellos cara a cara, a veces in d iv idualm ente, a veces en g rupos de
im agen de m anera específica. Véase lo dicho a n te rio rm e n te sobre este varios, y en cu an to a lo que se refiere a su form a, n o vi en ellos nada di­
asunto en el § 58. ferente a la de u n ser hum an o . E n ocasiones, m e so rp ren d í de q u e así
fuera; y para que n o se dijera que se trataba de alguna ilusión o alucina­
Por tanto, cada ángel ción, se m e p e rm itió contem plarlos estando p len a m en te despierto, en
es una f o r m a h u m a n a p e r f e c t a plena posesión de mis facultades físicas y en estado de clara p ercepción.
73. H e m o s ex plicado en los dos capítulos p reced en tes que el cielo C on frecuencia les he dicho que los cristianos están sum idos en una
en su c o n ju n to refleja u n solo h o m b re y q u e o tro tan to es cierto de ca­ ignorancia tal sobre los ángeles y los espíritus que piensan que son algo
da c o m u n id a d del cielo. D e esta cadena de causas aquí presentadas se así com o m entes sin form a, m eros pensam ientos, y sólo p u e d e n co n c e-
deriva q u e cada ángel refleja ta m b ié n lo m ism o. Así co m o u n cielo es
u n ser h u m a n o en fo rm a m ayor y u n a c o m u n id ad del cielo es un ser ’ «Jerusalén» es la Iglesia: 402, 3654, 9166.

h u m a n o en fo rm a m e n o r, tam b ién u n ángel es u n ser h u m a n o en la for­ b U n m u ro es la verdad que la protege del ataque de las cosas falsas e inicuas: 6419.

m a más p eq u eñ a; pues en la fo rm a m ás perfecta, c o m o es la form a del , ‘ D oce se refiere a todas las cosas buenas y verdaderas tom adas en conjunto: 577, 2089,

cielo, hay sem ejanza del to d o en la p a rte y de la p arte en el todo. El 2129, 2130, 3272, 3858, 3913. Lo m ism o sirve para setenta y dos y para ciento cuarenta y

m otiv o de q u e así sea es q u e el cielo es u n a c o m u n id ad . E n verdad, cuatro, porque ciento cuarenta y cuatro es doce m ultiplicado p o r sí m ism o: 7973. T odos

c o m p a rte to d o lo q u e tien e co n cada in d iv id u o , y los individuos reci-1 los núm eros en la Palabra significan algo: 482, 487, 647, 648, 755, 813, 1963, 1988, 2075,

b e n to d o lo q u e tie n e n de la c o m u n id ad . U n ángel es u n receptáculo, 2252, 3252, 4264, 4495, 5265. Los m últiplos tienen el m ism o significado que los núm eros

y p o r ta n to u n cielo en fo rm a m en o r, c o m o h em o s d ich o en el capítu­ S'mples que los generan: 5291, 5335, 5708, 7973.
lo anterio r. d En la Palabra, la m edida significa la cualidad de una entidad respecto a la verdad y

E n la m edida en q u e aceptan el cielo, tam bién aquí los seres humanos el bien: 3104, 9603.

son un receptáculo, u n cielo y u n ángel (véase supra, § 57 ). ' Sobre el significado espiritual o interior de la Palabra, véase la obra explicativa El ca-

E sto se d escrib e en el A pocalipsis de la fo rm a siguiente: «Y m idió su ballo blanco y el apéndice a La nueva Jerusalén.

142 143
birlos co m o algo etéreo co n u n a cierta vitalidad en su in terior. Además en las iglesias están representados invariablem ente co m o seres hum anos.
co m o n o les atribuyen nada h u m a n o salvo la capacidad de pensar, creen En cu a n to a la im agen que les ha sido transm itida desde el cielo, los án­
que los ángeles n o p u e d e n ver p o rq u e n o tien en ojos, que n o pued en oír geles me dicen que es algo divino que fluye en las personas que viven en
p o rq u e n o tien en oídos, y q u e n o p u e d e n hablar po rq u e no tienen boca el bien de la fe y de la vida.
ni lengua. 75 . E n v irtu d de toda m i experiencia, que ha durado desde hace va­
[2 ] Los ángeles m e respondieron q u e ya sabían que son m uchos los rios años hasta ahora67, p u e d o decir co n toda seguridad que la fo rm a de
que en la tierra tie n e n una creencia de este tip o y que tales ideas predo­ los ángeles es p len am en te hum ana. T ie n e n cara, ojos, oídos, pecho, bra­
m inan en tre las personas instruidas y, so rp ren d en tem en te, entre el clero. zos, manos y pies. Se ven unos a otros, se oyen unos a otros y hablan en ­
M e dijeron q u e esta situación se debía a q u e ciertos hom bres instruidos, tre sí. E n sum a, no carecen de nada de lo que es p ropio de los hum anos,
particu larm en te em inentes, q u e elaboraron estas ideas sobre ángeles y es­ pero no están revestidos de u n c u erp o m aterial. Los he visto en su p ro ­
píritus, lo h iciero n sobre la base de las facultades sensibles de la persona pia luz, que es m ucho, m uchísim o más intensa que el m ediodía en nues­
externa. Si los seres h um anos piensan sobre esta base y n o p arten de la tra tierra, y en esa luz h e visto todos los detalles de su rostro de form a
luz in te rio r y de la c o m ú n idea innata a cada uno, n o po d rán evitar cons­ más clara y directa que los rostros de quienes están en este m undo.
tru ir im ágenes co m o ésa, p o rq u e las facultades sensibles de la persona ex­ Se m e ha p e rm itid o tam bién ver a u n ángel del cielo central. Su ros­
tern a co m p re n d e n solam ente lo q u e está d en tro de los lím ites de la na­ tro era más glorioso y radiante que el de los ángeles de los cielos in fe rio ­
turaleza y n o las cosas superiores; p o r consiguiente, n o c o m p ren d en nada res. Lo m iré m uy de cerca, y tenía una form a h u m ana en toda su perfec­
del m u n d o espiritual'. D esde estas personas em inentes que cum plían la ción.
fu nció n de guías, las falsas ideas sobre los ángeles se difundieron entre el 76. N o obstante, debem os co m p re n d er que n o po d em o s ver a los án­
p ueblo que n o pensaba de m anera in d ep en d ien te sino que dependía de geles con nuestros ojos corporales, sino solam ente con los ojos del espí­
esos hom bres em inentes, y a quienes p e rm ite n que su pensam iento de­ ritu®, po rq u e ellos están en el m u n d o espiritual, m ientras que to d o lo
p enda p rin cip alm en te de los otros y fo rm e su fe, para después examinar corporal está en el m u n d o natural. Lo sem ejante ve lo sem ejante p o rq u e
esos asuntos co n su m en te, les cuesta m u c h o ab andonar esas ideas. En es de substancia sem ejante. A dem ás, el órgano visual del cuerpo, el ojo,
consecuencia, m uchos de ellos co o p eran en la difusión de esas falsas es tan basto que co m o to d o el m u n d o sabe ni siquiera ve los elem entos
creencias. nías pequeños de la naturaleza sin una lente, y m u c h o m enos las cosas
[3] Los ángeles m e han dicho tam b ién q u e las personas de fe y cora­ que, com o todas las realidades del m u n d o espiritual, están p o r encim a de
zón simple n o se enredan en tales ideas acerca de los ángeles, sino que la esfera de la naturaleza, au n q u e po d em o s verlas cuan d o nos liberam os
tien en u n a im agen de ellos co m o personas del cielo. Esto se debe a que de la visión corp o ral y se abre la visión de nuestro espíritu. E sto sucede
no p e rm ite n que la eru d ició n destruya la im agen que les ha sido trans­ m stantáneam ente cu an d o place al S eñ o r que veam os. E n to n ces nos pa­
m itida desde el cielo y a que n o p u e d e n co m p ren d er nada a m enos que rece exactam ente c o m o si estuviéram os v ie n d o co n nuestros ojos co r­
tenga alguna form a. P o r eso los ángeles q u e vem os esculpidos y pintados porales. Así es co m o los ángeles fueron vistos p o r A braham , L ot, M an o a
y los profetas. Así tam b ién co m o fue visto el S eñ o r p o r los discípulos
f A m enos que nos elevem os p o r encim a de las facultades sensibles de la persona ex­
después de la resurrección. Y así es, igualm ente, c o m o yo he visto a los
terior, nuestra sabiduría será escasa: 5089. La persona sabia piensa en un nivel superior al ágeles.
de las facultades sensibles: 5089, 5094. C uando som os elevados p o r encim a de las fa c u lta ­
Precisam ente p o rq u e los profetas vieron de este m odo, fueron llam a-
des sensibles, estamos en una luz más clara y en últim a instancia en una luz celestial: 6183,
6313, 6315, 9407, 9730, 9922. Ser elevado y liberado de las facultades sensibles era una ex­ En cuanto a nuestros niveles interiores, som os espíritus: 1594. El espíritu es la per-
periencia habitual para los antiguos: 6313. na esencial, y es desde el espíritu com o el cuerpo vive: 447, 4622, 6054.

144 145
dos «videntes» y se les designó co m o «aquéllos cuyos ojos están abiertos« este c a p ítu lo , pues ese co m p en d io p roporciona u n resum en. P uede d e­
(1 Sam uel 9, 9; N ú m ero s 23, 3 [24, 3[); y se llam a «abrir los ojos» al a c tj ducirse tam bién de esas referencia que lo h u m an o del S eñor es divino,
que p e rm ite v er de este m odo. Esto es lo que le sucedió al criado o n tra ria m e n te a la creencia de la Iglesia de que no lo es. Eso pued e de-
Eliseo, de q u ien leem os: «Y o ró Eliseo y dijo: Te ruego, o h Jehová, qUe' d u c irs e tam bién de lo que se dice sobre el S eñor al final de La nueva
abras sus ojos, para que vea. E n tonces Jehová abrió los ojos del criado, t i jerusalén.
m iró; y he aquí q u e el m o n te estaba lleno de gente de a caballo y de ca­ 79 . N um erosas experiencias, a algunas de las cuales m e referiré a c o n ­
rros de fuego alrededor de Eliseo» (2 R eyes 6 , 17). m e han dem ostrado que to d o esto es verdadero.
tin u a c ió n ,

77. A lgunos espíritus rectos c o n los q u e hablé de esto se sentían pro­ Los ángeles que están en los cielos no ven nun ca lo D ivino sino en
fund am en te desolados de que h ubiera tal ignorancia en la Iglesia sobre el forma hum ana. Y lo que aún es más notable: los ángeles de los cielos su­
estado del cielo así co m o sobre los espíritus y los ángeles. M e insistieron periores no piensan en to d o lo divino de ninguna otra form a. D eb en
en q u e yo debía transm itir el m ensaje de que n o eran m entes sin forma pensar necesariam ente así debido a la divinidad esencial que fluye en su
n i alientos etéreos, sino que tenían fo rm a h u m ana y que veían, oían y interior y tam bién a causa de la fo rm a del cielo, que d eterm in a la form a
sentían igual que la gen te de este m u n d o b en que sus pensam ientos se extien d en a su alrededor. C ada pensam iento
de los ángeles se difunde p o r el cielo, y su inteligencia y sabiduría está en
Se d e b e a lo h u m a n o - d i v i n o proporción a su alcance. Esta es la razón de que todos en el cielo reco ­
d e l S e ñ o r q u e el c i e l o , e n su t o t a l i d a d nozcan al Señor, puesto que lo h u m a n o divino existe ún icam en te en él.
y e n s us p a r t e s , r e f l e j e u n h o m b r e No sólo he oído to d o esto p o r boca de los ángeles, sino que se m e p e r­
78. Esta co nclusión —q u e el cielo, en su totalidad y en sus partes, re­ mitió percibirlo directam ente cuando fui elevado a una esfera más in te ­
fleja u n h o m b re deb id o a la naturaleza h u m a n o -d iv in a del S e ñ o r- se de­ rior del cielo.
riva de to d o lo dicho en los capítulos anteriores: 1) el S eñor es Dios del Vemos, pues, que los ángeles son más sabios cu an to más claram ente
cielo [§§ 2 - 6 ]; 2 ) es la naturaleza divina del S eñor lo que constituye el cie­ perciben estas cosas, y p o r eso el S eñor es visible para ellos. E l S eñ o r apa­
lo [§§ 7-12]; 3) los cielos están form ados p o r com unidades incontables, y rece en una form a angélica divina, que es una form a hum ana, a quienes
cada co m u n id ad es u n cielo a escala reducida y cada ángel u n cielo a es­ reconocen u n Ser divino visible y confían en él, pero n o a quienes sólo
cala más reducida [§§ 41-58]; 4) el cielo en su conjunto, en tendido como reconocen y confían en u n Ser divino invisible. Los prim eros p u e d e n ver
una sola entidad, refleja u n solo h o m b re [§§ 59-67]; 5) cada comunidad la form a divina del Señor, pero no los últim os.
del cielo refleja u n solo h o m b re [§§ 68-72]; 6 ) p o r consiguiente, cada án­ 80. Puesto que los ángeles no perciben a u n Ser divino invisible (que
gel tiene u n a fo rm a hum an a perfecta [§§ 73-77]. Todas estas proposicio­ ellos llam an lo D iv in o sin form a) sino a u n Ser divino visible en form a
nes llevan a la conclusión de que, p u esto que lo D iv in o crea el cielo, es hum ana, es práctica c o m ú n en ellos decir que sólo el S eñor es u n h o m ­
h u m a n o en su form a. bre, y que ellos lo son gracias a él. D icen tam b ién que cada u n o de n o ­
P u ed e verse c o n u n p oco más de claridad q ue esto es lo hum ano di­ sotros es h u m an o en la m edida en que acepta al Señor. P o r «aceptar al
vino del S eñor a p artir de las referencias a Los arcanos celestiales al tmal del Señor» en tien d en aceptar el bien y la verdad que procede de él, po rq u e
el Señor está presente en su bien y en su verdad. Los ángeles llam an a es­
h T odos los ángeles, al ser receptáculos del orden divino del Señor, tienen una f ° ^ H to sabiduría e inteligencia. D icen que to d o el m u n d o sabe que la in teli­
hum ana cuya perfección y belleza son proporcionales a su receptividad: 322, 1880, gencia y la sabiduría son lo que nos hace hum anos, y no sim plem ente la
3 6 3 3 , 3 8 0 4 , 4 6 2 2 , 4 7 3 5 , 4 7 9 7 , 4 9 8 5 , 5 1 9 9 , 5 5 3 0 , 6 0 5 4 , 9 8 7 9 , 1 0 1 7 7 , 1 0 5 9 4 . L a v e r d a d d iv ™ « toera fo rm a externa.
-232, ]
es el m edio del ord en y el bien divino es la esencia del orden: 2451, 3166, 4390, 4409, Estas verdades son realm ente visibles a los ángeles de los cielos in te ­
7256, 10122, 10555. g r e s . C o m o el S eñor los m antiene en el bien y la verdad, y p o r lo tan­

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to en la sabiduría y la inteligencia, p o seen la fo rm a h u m an a más hernioJ preparado para aceptar el cielo, se encu en tra realm ente cerrado pues no
sa y perfecta; m ientras que los ángeles de los cielos inferiores tienen una tiene la form a del cielo. E n verdad, cuando más se acercan esas personas
form a m en o s h erm o sa y m enos perfecta. al cielo, más h e rm é ticam en te se cierra su nivel más profundo.
Todo está in vertido en el infierno. A la luz del cielo, quienes allí SJ Éstos son todos aquellos que en la Iglesia niegan al S eñor y quienes,
encu en tran apenas parecen hum anos, sino más bien m onstruos. Están c o m o los socinianos, niegan su divinidad68. D e quienes han nacido fuera
atrapados en el m al y la m en tira en lugar de p e rm an e cer en el bien y la de la Iglesia y no le c o n o c en ni están en posesión de la Palabra hablare­
verdad, y se e n cu en tran p o r tan to en el lado o puesto a la sabiduría y la mos más adelante69.
inteligencia. E n consecuencia, su vida n o se llam a vida, sino m uerte es­ 84. Podem os decir que los antiguos tenían una im agen de lo D ivino
piritual. como ser h u m an o p o r la form a en que lo D iv in o se apareció a A braham ,
81. Puesto q u e el cielo en su totalidad y en sus partes refleja un hom­ Lot, Josué, G ed eó n , M anoa y su m u jer y otros. A u n q u e vieron a D ios
bre deb id o a lo h u m a n o divino del Señor, los ángeles dicen que están «en como hom bre, sin em bargo le adoraron co m o D ios del universo, lla­
el Señor» e incluso q u e están «en su cuerpo», q u e rie n d o expresar con ello mándole «Dios del cielo y de la tierra» y «Jehová». E n Ju an 8 , 56, el Señor
que están en la substancia m ism a de su am or. Esto es tam bién lo que el dice que era él a q u ien A braham había visto. D e las propias palabras del
S eñor nos enseña cuando dice: «Perm aneced en m í y yo en vosotros. Señor se deduce que era el S eñor quien fue visto p o r otros: «A D ios na­
C o m o el p ám p an o n o p u ed e llevar fru to p o r sí m ism o si n o permanece die le vio jam ás. N u n c a habéis oído su voz ni habéis visto su aspecto»
en la vid, así tam p o co vosotros si n o p erm an ecéis en m í, p o rq u e separa­ (Juan 1, 18; 5, 37).
dos de m í nada podéis hacer. P erm an eced en m i am or. Si guardareis mis 85. Pero quienes ju z g a n to d o sobre la base de sus sentidos externos
m andam ientos, perm aneceréis en m i amor» (Juan 15, 4-10). tienen gran dificultad para c o m p ren d er el h e ch o de que D ios sea u n ser
82. Puesto q u e es así co m o el Ser divino es p ercibido en los cielos, es humano. E n realidad, la única form a en que los seres hum anos centrados
instintivo en to d o aquel que acepta el influjo del cielo pensar en el Señor en los sentidos p u e d e n pensar en el Ser divino es sobre la base de este
co n apariencia hum an a. Así lo hiciero n los antiguos y tam b ién las gentes mundo y lo que contiene, p o r eso piensan en el h o m b re espiritual y di­
de hoy en día, fuera y d en tro de la Iglesia. La g ente sencilla le ve en su vino del m ism o m o d o que lo hacen de u n h o m b re natural y corpóreo.
p ensam iento c o m o u n anciano en la gloria. Esto les lleva a la conclusión de que si D ios es u n ser hum ano, debe ser
Pero esta facultad instintiva ha sido ahogada p o r aquellos que se han tan grande com o el universo, y si g o bierna el cielo y la tierra, debe ser a
distanciado del influjo celestial a causa del orgullo de su inteligencia y de través de m uchos subalternos, a la m anera en que los reyes g o b iern an la
su vida en el mal. Los que la han asfixiado p o r el orgullo de su inteli­ tierra. Si se les dice que en el cielo no existe el tipo de espacio extenso
gencia prefieren u n D ios invisible, m ientras q u e quienes lo han hecho por que tenem os en este m u n d o , n o p u e d en com p ren d erlo en absoluto. Los
su m ala vida n o prefieren n in g ú n D ios en absoluto. N i siquiera saben de 4ue piensan sobre la base y a la sola luz de la naturaleza no p u e d e n evi-
la existencia de esta facultad instintiva, pues n o está en ellos, aunque es l*j 131 facerlo en térm inos del espacio extenso que está ante nuestros ojos,
naturaleza divina celestial en su esencia q u e fluye en nosotros continua­ Pero están lam entablem ente equivocados cuando piensan lo m ism o del
m en te desde el cielo p o rq u e hem os nacido para el cielo; y nadie entra eu clelo. La «extensión» que allí existe no es co m o la de nuestro m u n d o . En
el cielo sin alguna idea del Ser divino. nuestro m u n d o está determ inada y es, p o r tanto, m ensurable, m ientras
83. P or eso quienes n o participan de la idea del cielo (esto es, de 4ue en el cielo no está determ inada y p o r tanto es inm ensurable. N o obs-
idea del Ser divino q u e constituye el cielo) n o p u e d en ser elevados ni te, se dirá algo más sobre la extensión en el cielo más adelante, en los
quiera al p rim e r um b ral del cielo. E n cu an to alguien así llega al cielo- Paulos acerca del espacio y el tiem p o en el m u n d o espiritual7".
siente u n a o posición perceptible y una fu erte resistencia. O c u rre de est ° r otra parte, to d o el m u n d o sabe cuán lejos alcanza nuestra vista,
m o d o p o rq u e el nivel más p ro fu n d o de esas personas, que debería esta j t , 13 el sol y las estrellas, que están m uy alejados. C ualquiera que piense

148 149
[3] E n la Iglesia, do n d e está la Palabra y d o n d e el S eñor es c o n o cid o
más p ro fu n d am en te sabe tam b ién que la visión in te rio r q u e pertenece aÜ
través d e ella, no cabe negación alguna de la naturaleza divina del S eñor
pensam ien to llega incluso más lejos, y q u e u n a visión a ú n más interior
• Ja s a g r a d a em anación a partir de él: 2359. Q u ien es están en la Iglesia
debe llegar todavía más lejos. ¿Q ué direm os entonces de la visión divina
n o r e c o n o c e n al S eñor no tien en nin g u n a u n ió n con lo D ivino; es di­
que es la más in te rio r y la más elevada de todas?
ferente p a r a quienes están fuera de la Iglesia: 10205. La esencia de la
D ad o q u e los pensam ientos tien en ese tip o de e x ten sió n , todas las co­
Iglesia es reco n o cer la naturaleza divina del S eñor y su unidad con el
sas del cielo se co m u n ican allí a to d o el m u n d o , com o ta m b ié n se com u­
Padre: 10083, 10112, 10370, 10738 [10728], 10730, 10816, 10817, 10818,
nica toda la naturaleza divina que constituye el cielo y lo llena, tal como
he explicado en capítulos anteriores. 10820 .
[4] La Palabra tiene m u ch o que decir sobre la glorificación del Señor:
86. Los ángeles se asom bran de q u e los h om bres se c re an inteligentes
10828. Esto aparece en todas partes en el sentido in te rio r de la Palabra:
p o r pensar en D ios co m o algo invisible, algo q u e no se p u e d e compren­
2249, 2523, 3245. El S eñor glorificó su naturaleza hum ana, pero n o su na­
der de n in g u n a form a, y que consideren a quienes p ie n san de otra ma­
tu ralez a divina, p o rq u e esta últim a estaba glorificada intrínsecam ente:
nera p o co inteligentes e incluso necios, cu an d o la verdad es ju sto lo con­
10057. El S eñor v in o al m u n d o a glorificar su naturaleza hum ana: 3637,
trario. A firm an que si los q u e p o r este m otivo se co n sid eran inteligentes
4286 [4287], 9315. E l S eñor glorificó su naturaleza h u m ana p o r m ed io del
se exam inaran a sí m ism os, en co n trarían la naturaleza en el lugar de Dios:
amor divino que estaba en él desde la concepción: 4727. El am o r del
algunos, la naturaleza q u e está frente a ellos; otros, una natu raleza que no
Señor por to d o el género h u m a n o fue la vida del S eñor en este m undo:
p u e d e n ver co n sus ojos. Se darían cuen ta de que son tan ciegos que no
2253. El am or del S eñor transciende to d o en ten d im ien to h u m ano: 2077.
saben qué es D ios, u n ángel, u n espíritu, o el alma que viv e después de
El Señor salvó al género h u m an o m ed ian te la glorificación de su n atura­
la m u erte, q u e n o saben qué es la vida del cielo para n o so tro s, o muchas
leza humana: 4180, 10019, 10152, 10655, 10659, 10828. D e otra m anera,
otras cosas que in c u m b e n a la inteligencia. Sin em bargo, to d o s aquellos a
to d o el género h u m an o habría perecido en la m u e rte eterna: 1676. Sobre
quienes consideran simples saben esas cosas a su m anera. T ie n e n una ima­
los estados de glorificación y hum illación del Señor: 1785, 1999, 2159,
gen de D ios co m o Ser divino en fo rm a h u m an a, una im a g e n del ángel
6866. A tribuir la «glorificación» al S eñor significa que su hu m an id ad se
co m o el h o m b re celestial, piensan q u e el alm a que seguirá viviendo des­
hace una con la divinidad, y «glorificar» significa «hacer divino»: 1603,
pués de la m u e rte es co m o u n ángel y creen q ue la v id a del cielo para
10053, 10828. C u an d o el S eñor glorificó su hum anidad, dejó a u n lado lo
nosotros consiste en vivir aquí según los m andam ientos d e D ios. Los an­
humano que había recibido de su m adre tan co m pletam ente que ya no
geles consideran a esas personas inteligentes y capacitadas para el cielo,
era su hijo: 2159, 2574, 2649, 3036, 10829 [10830].
pero de los otros dicen que n o son inteligentes.
[5] El H ijo de D ios desde la etern id ad era la verdad divina en el cie­
lo: 2628, 2798, 2803, 3195, 3704. C u an d o estuvo en el m u ndo, el Señor
R efe r e n c ia s a los pasajes
hizo tam bién su naturaleza h u m ana divinam ente verdadera m ediante el
d e L o s a r c a n o s c e l e s t i a l e s r e l a t i v o s al S e ñ o r
bien divino que estaba en él: 2803, 3194, 3195, 3210, 6716, 6864, 7014,
y su c o n d i c i ó n h u m a n o - d i v i n a
499, 8127, 8724, 9199. El S eñor entonces dispuso to d o den tro de sí en la
[2] El S eñ o r tien e u n elem en to divino desde el m o m e n to mismo
®rma celestial que concuerda co n la verdad divina: 1928, 3633. P or eso
su co ncepción: 4641, 4963, 5041, 5157, 6716, 10125. S ólo el Señor tiene
una semilla divina: 1438. Su alm a e ra je h o v á : 1999, 2004, 2005, 2018, 20jB 2859^°r CS ^ amac^0 Palabra, fiue es la verdad divina: 2533, 2818 [2813],
, 2894, 3393, 3712. Sólo el S eñor poseía percep ció n y pensam iento
Así, lo más in te rio r del S eñor era lo D iv in o m ism o; y su vestimen
1 S1 mism° Y P o r encim a de toda percep ció n y pensam iento angélicos:
de su m adre: 5041. Lo D iv in o m ism o era el Ser [Esse] d e la vida^H
°4’ !914, 1915 [19191.
Señor, y su naturaleza h u m an a em erg ió y se convirtió e n la exis ”■ El s ~ •-
enor unió la verdad divina que era él m ism o co n el b ie n divino
[Existere] de ese Ser [Esse]: 3194, 3210, 10270 [10269], 10372.

151
150
que estaba en sí m ism o: 10047, 10052, 10076. Esta u n ió n fue recípr0(J podemos adorar algo de lo que tenem os alguna idea, pero no algo de lo
2004, 10067. que no tenem os ninguna: 4733, 5110, 5633 [5663], 7211, 9267 110067],
[6 ] C u an d o el S eñ o r dejó este m u n d o , hizo tam bién su hum anidad dij 10267. P or eso, la m ayor parte de los h u m anos adoran lo D iv in o en for­
vinam en te buena: 3194, 3210, 6864, 7499, 8724, 9199, 10076. Esto es lñ i ma hum ana; y es así p o r u n influjo del cielo: 10159. C u an d o aquéllos cu­
que se quiere d ecir co n «salir del Padre» y «volver al Padre»: 3194, 321qJ ya conducta no se aparta de lo que es b u en o piensan en el Señor, p ie n ­
Así es có m o se hizo u n o co n el Padre: 2751, 3704, 4766. D esde e j f l san en u n h u m an o divino y n o en algún h u m an o separado de lo divino.
u n ió n , la verdad divina em ana del Señor: 3704, 3712, 3969, 4577, 5704 Es diferente para aquéllos cuya co n d u cta se aparta de lo que es bueno:
7499, 8127, 8241, 9199, 9398. E jem plos de la form a en que em ana la ver­ 2326, 4724, 4731, 4766, 8878, 9193, 9198. A ctualm ente, quienes piensan
dad divina: 7270, 9407. El S eñor u n ió su naturaleza h u m ana a su natura- í en lo hu m an o del S eñor separado de lo divino son aquellos que en la
leza divina p o r su propio poder: 1616, 1749, 1753 [1752], 1813, 192] ■ Iglesia siguen el cam ino del m al en su co n d u cta y que separan la solici­
2025, 2026, 2523, 3141, 5005, 5045, 6716. Es p o r tanto evidente que la na­ tud de la fe; tam bién, algunas razones de p o r qué no co m p re n d en lo que
turaleza hum an a del S eñor n o era co m o la naturaleza hum ana de ningún I es lo hum ano divino: 3212, 3241, 4689, 4692, 4724, 4731, 5321, 6372
hom b re, p o rq u e fue concebida p o r lo D iv in o m ism o: 10125, 10826. Su [6872], 8878, 9193, 9198. Lo h u m an o del S eñor era divino p o rq u e su al­
u n ió n co n el Padre, que era la fuen te de su alma, no fue una unión en­ ma procedía de la m ism a realidad del Padre; ilustrado p o r la sem ejanza
tre dos entidades, sino la u n ió n del alma y el cu erpo: 3737, 10824. entre un padre y su hijo: 10270 ¡10269], 10372, 10823. T am bién porque
[7] Los antiguos n o eran capaces de adorar un Ser divino, sino una procede del am o r divino, que fue el au tén tico Ser de su vida desde el m o ­
Existencia divina, q u e es lo h u m an o divino; p o r eso el S eñor vino al m ento de la concepción: 6872. La naturaleza de cada in d ividuo está d e­
m u n d o para convertirse en la existencia divina del Ser divino: 4687, 5321. ‘ term inada p o r su am o r más profundo; y cada u n o de nosotros es su p ro ­
Los antiguos reco n o ciero n lo D ivino p o rq u e se les apareció en form a hu­ pio am or más profundo: 6872, 10177, 10284. El S eñor hizo divina toda su
m ana, y esta fo rm a era lo h u m an o divino: 5110, 5663, 6846, 10737. El ser naturaleza hum ana, sus com p o n en tes in te rn o s y externos: 1603, 1815,
infin ito n o p u ed e fluir en el cielo en tre los ángeles o hacia los hombres 1902, 1926, 2093, 2803 [2083]. Así, a diferencia de cualquier o tro hom bre,
en la tierra salvo a través de lo h u m an o divino: 1646 [1676], 1990, 2016, resucitó con to d o su cuerpo: 1729, 2083, 5078, 10825.
2035 [2034]. E n el cielo n o se percibe o tro D iv ino que lo hu m an o divi­ [9] La divinidad de lo h u m an o del S eñor se reco n o ce en su o m n ip re-
no: 6475, 9303, 9267 [9315, 9356], 10067. Lo h u m an o divino desde la sencia en la Santa C ena: 2343, 2359. Se reco n o ce tam bién en su transfi­
etern id ad era la verdad divina en el cielo y la naturaleza divina atravesan- j guración ante los tres discípulos: 3212; y tam bién p o r la Palabra del
do el cielo; así fue la existencia divina, q u e más tarde, en el Señor, llegó A ntiguo Testam ento, d o n d e se le llama «Dios»; 10154; y d o n d e se le lla­
a ser el Ser divino per se, la fuente de la existencia divina en el cielo: 3061, j ma «Jehová»: 1603, 1736, 1815, 1902, 2921, 3035, 5110, 6281, 6303, 8864,
6280, 6880, 10579. C uál era el estado del cielo antes de la venida del 9194, 9315. E n el sentido literal, se hace una distinción entre el Padre y
S eño r7': 6371, 6372, 6373. Lo D iv in o n o era perceptible salvo si pasaba a el H ijo o entre Jehová y el Señor, pero esto no sucede en el sentido in ­
través del cielo: 6982, 6996, 7004. terior de la Palabra al que los ángeles llegan: 3035. E n el m u n d o cristia-
[8] Los habitantes de todos los planetas adoran lo D ivino en form a hu­ no> lo hum ano del S eñor n o es reco n o cid o co m o divino, situación que
m ana, p o r consiguiente, al Señor: 6700, 8541-8547, 10736-10738. Se lle­ tIene p o r objeto que el papa p u eda ser reco n o cid o co m o su vicario: 3035
naron de alegría cuan d o oyeron que el S eñ o r se hizo realm ente h o m b r e : /9738|
9361. El S eñ o r acepta a to d o el que está c o m p ro m etid o en lo que es bue­ [10] A lgunos cristianos fueron exam inados en la otra vida para d eter­
n o y adora lo D iv in o en fo rm a hum ana: 9359. Es im posible pensar en minar qué clase de idea tenían del D ios único, y se descubrió que pensa-
D ios salvo en form a hum ana, y lo que es incom prensible n o c o n cu er d a * en tres dioses: 2329, 5256, 10736, 10737, 10738, 10821. U n a trin id ad
co n n in g u n a idea, de m anera que n o co n cu erd a con la fe: 9359, 9972« mía tríada divina en una persona —y p o r consiguiente, u n solo D ios—es

152 153
concebible, pero una trin id ad en tres personas no lo es: 10738, 10821, der d e apartar los infiernos de nosotros, pro teg ern o s del mal, m a n ten e r­
10824. E n el cielo se reco n o ce una tríada divina en el Señor: 14, 15, 1729, o s en el bien, y de este m o d o salvarnos: 10019.
2005 [2004], 5256, 9303. La tríada en el S eñ o r es la naturaleza divina esen­
cial llamada Padre, lo h u m an o divino llam ado H ijo, la divina procesión73 H ay c o rresp o n d en cia entre
llamada E spíritu Santo, y esta tríada divina es una: 2149, 2156, 2288, 2321 t o d o l o q u e p e r t e n e c e al c i e l o y t o d o
[23Í9], 2329, 2447, 3704, 6993, 7182, 10738, 10822, 10823. El S eñor ense­ l o q u e p e r t e n e c e al h o m b r e
ña que el Padre y él son uno: 1729, 2004, 2005, 2018, 2025, 2751, 3704, 87. A ctualm ente no se sabe en qué consiste la «correspondencia».
3736, 4766; y lo sagrado divino em ana de él y es suyo: 3969, 4673, 6788, N um erosas son las razones de esta ignorancia, pero la fundam ental es que
6993^ 7499, 8127, 8302, 9199, 9228, 9229, 9270 [9264], 9407, 9818, 9820, nos hem os alejado del cielo p o r nuestro am or a nosotros m ism os y al m u n ­
10330. i do. C o m o se puede com probar, quienes se am an a sí m ism os y al m u n d o
[11] Lo h u m a n o divino fluye en el cielo y constituye el cielo: 3038. El sobre todas las cosas sólo prestan atención a los bienes terrenales que pro­
S eñor es to d o en el cielo, y es la vida del cielo: 7211, 9128. El Señor ha­ porcionan satisfacción a sus sentidos externos y gratifican sus inclinacio­
bita entre los ángeles en lo que es suyo: 9338, 10125, 10151, 10157. Así, ; nes. N o se preocupan p o r los asuntos espirituales que ofrecen satisfacción
aquellos que están en el cielo están en el S eñor: 3637, 3638. La u n ión del a sus sen tid o s más profundos y gratifican su m ente. D ejan estos asuntos a
S eñor con los ángeles se realiza según sea su aceptación de la cualidad de un lado, alegando que son dem asiado elevados para pensar en ellos.
am o r y solicitud del Señor: 904, 4198, 4206 [4205], 4211, 4320 [4220], Los hom bres de antaño se conducían de m anera m uy diferente. Para
6280, 6832, 7042, 8819, 9680, 9682, 9683, 10106, 10811 [10810], La totali­ ellos, el co n o cim ien to sobre las correspondencias era el más im p o rta n te
dad del cielo co rresp o n d e d irectam ente al Señor: 551, 552. El Señor es el de todos los conocim ien tos. Por m edio de él, adquirían inteligencia y sa­
centro c o m ú n del cielo: 3633. Todo el m u n d o allí se vuelve hacia el biduría, y quienes p ertenecían a la Iglesia tenían co m unicación con el
Señor, que está p o r encim a de los cielos: 9828, 10130, 10189. Sin embar­ cielo. El co n o cim ien to sobre las correspondencias es en verdad u n c o n o ­
go, los ángeles n o se vuelven hacia el Señor; más bien, el S eñor los vuel­ cimiento angélico.
ve hacia él: 10189. N o hay ninguna presencia de los ángeles con el Señor, Los antiguos, que eran hom bres celestiales, pensaban a p artir de las co ­
sino que hay una presencia del S eñor con los ángeles: 9415. N o hay mn- J rrespondencias, co m o los ángeles, de tal m o d o que podían incluso hablar
guna u n ió n co n lo D iv in o esencial en el cielo, pues la que hay es con lo con ellos. A dem ás, con frecuencia el S eñor se hacía visible para ellos y les
hu m an o divino: 4211, 4724, 5633 [5663], | enseñaba. Sin em bargo, en la actualidad este c o n o c im ie n to se ha perdido
[12] El cielo se corresponde co n lo h u m a n o divino del Señor, y el cie­ form a tan com pleta que ya n o se sabe qué es la correspondencia1.
lo en c o n ju n to es p o r tanto co m o u n solo h o m b re; y p o r lo tanto, se .
88 A hora bien, sin una idea de lo que es la correspondencia, no se
nom in a al cielo el H o m b re Universal: 2996, 2998, 3624-3649, 3636-3643, j puede co n o cer con claridad el m u n d o espiritual o su influjo en el m u n ­
3741 _3745 ; 4625. El S eñ o r es el H o m b re único, y sólo aquellos que acep­ do natural, ni se p u ed e c o m p ren d er nada de lo que significa lo espiritual
tan algo divino de él son hum anos: 1894. E n la m edida en que lo acep- I aspecto de lo natural, ni sobre el espíritu h u m an o al que se llama «alma»,
tan, son seres hum an o s e im ágenes suyas: 8547. Por lo tanto, los ángele*« 1,1 de cóm o afecta al c u erp o in te rio rm en te, ni nada tam poco acerca de
son form as de am or y caridad en form a h u m ana, que es concedida p o ®
el Señor: 3804, 4735, 4797, 4985, 5199, 5530, 9879, 10177. , En qué m edida el c o nocim iento de las correspondencias es superior a cualquier otro
[13] El cielo en su c o n ju n to p erten ece al Señor: 2751, 7086. El t i e n j conocimiento: 4280. El co nocim iento fundam ental de los antiguos era el co nocim iento
to d o p o d e r en los cielos y en la tierra: 1607, 10089, 10827. C o m o el S eft^ H , hs correspondencias, pero éste ha sido olvidado: 3021, 3419, 4280, 6749 [4749], 4844 ,
gobiern a el cielo entero, gobierna tam bién lo que depende de él, Por I 4, 4965 [4966], 6004, 7729, 10252. El c o nocim iento de las correspondencias floreció en
tanto, to d o el m u n d o : 2026, 2027, 4523, 4524. Sólo el S eñor posee el . ° riente P róxim o y en Egipto: 5 7 0 2 , 6 6 9 2 , 7 0 9 7 , 7 7 7 9 , 9 3 9 1 , 10407.
nuestro estado después de la m uerte. P or estos m otivos, debo explicar qué &aal, y lo exterior, persona natural. Vemos tam bién que son distintas en ­
es la correspondencia, para preparar así el cam ino a los asuntos que ven­ tre sí com o lo son el cielo y la tierra, y que to d o lo que sucede y apare­
drán después. ce en la persona natural o e x terio r procede de la persona espiritual o in ­
89. E n p rim e r lugar, debo decir qué es la correspondencia. Todo el terior.
m u n d o natural —n o sólo en general sino tam b ién en sus aspectos particu­ 93 . H em o s hablado de la correspondencia de nuestra persona espiri­
lares— se corresponde co n el m u n d o espiritual. P or eso, de to d o lo que tual o in te rio r con la natural o exterior. E n lo q u e sigue tratarem os de las
aparece en el m u n d o natural p ro ced en te del m u n d o espiritual se dice que correspondencias del cielo en su totalidad con el ser h u m a n o individual.
«está en corresp o n d en cia con» él. Se debe c o m p re n d e r que el m u n d o na­ 94. Se ha explicado ya que el cielo en su totalidad refleja u n solo h o m ­
tural surge del m u n d o espiritual y es sostenido en el ser p o r el m u n d o es­ bre, y que es u n h o m b re a su im agen y p o r tan to se d en o m in a H o m b re
piritual, exactam ente co m o u n efecto se relaciona con su causa eficiente. Universal. Se ha explicado tam bién que, p o r esta razón, las com unidades
P or «m undo natural» quiero decir toda realidad extensa74 que está ba­ celestiales que constituyen el cielo están dispuestas com o los m iem bros,
jo nuestro sol75 y recibe su luz y su calor. Todas las cosas que son m ante­ los órganos y las visceras del ser hum ano. Así, hay com unidades que se
nidas en el ser p o r esa fuente p e rte n e c en a ese m u ndo. El m u n d o espiri­ localizan en la cabeza, en el pecho, en los brazos y en las partes específi­
tual, p o r el contrario , es el cielo, y a ese m u n d o p e rten e cen todas las cosas cas de estos m iem bros (véase supra, §§ 59-72). Las com unidades que es­
que están en los cielos. tán en u n m iem bro particular se corresponden, pues, con el m iem b ro se­
90. Puesto q u e el ser h u m an o es u n cielo y u n m u n d o a escala redu­ mejante del ser hum ano. P o r ejem plo, las que están en la cabeza del cielo
cida a im agen del m ayor (véase supra, § 57), existe un m u n d o espiritual y se corresponden co n nuestra cabeza, las que allí están en el p ech o se co ­
u n m u n d o natural d en tro de cada u n o de nosotros. Los elem entos más rresponden con nuestro pecho, las de los brazos se co rresp o n d en con
profundos, que p e rte n e c en a la m e n te y se relacionan co n el entendi­ nuestros brazos, y lo m ism o con las dem ás. Seguim os en la existencia d e­
m ien to y la voluntad, constituyen nuestro m u n d o espiritual, m ientras que bido a estas correspondencias, pues el cielo es la única base de nuestra
los elem entos más externos, q u e p e rte n e c en al c u erp o y se relacionan existencia continuada.
con los sentidos y las acciones, constituyen nuestro m u n d o natural. Todo 95. La diferenciación del cielo en dos reinos, u n o llam ado rein o ce­
lo que o cu rre en nuestro m u n d o natural (esto es, en nuestros cuerpos y lestial y el otro reino espiritual, ha sido planteada a n te rio rm e n te en el ca­
sus sentidos y acciones) viene a la existencia a p artir de nuestro m undo pítulo corresp o n d ien te76. El reino celestial en general corresponde al co ­
espiritual (esto es, pro ced e de nuestra m e n te y su en te n d im ien to y vo­ razón y a todas las extensiones del corazón a lo largo del cuerpo. El reino
luntad) y decim os q u e está en corresp o n d en cia c o n él. espiritual corresponde a los pulm ones y a todas sus extensiones en el
91. Veamos có m o es la corresp o n d en cia en el rostro hum ano. En un cuerpo. P o r otra parte, el corazón y los pulm ones fo rm an dos reinos en
rostro que n o ha sido enseñado a disim ular, todos los sentim ientos de la nosotros, con el corazón que gobierna a través de las arterias y las venas
m en te se m anifiestan visiblem ente de fo rm a natural, co m o si fuera su Y los pulm ones a través de los nervios y las fibras m otoras, actuando c o n ­
im agen, y p o r ello decim os que el rostro es el «espejo del alma». Este es juntam ente en to d o esfuerzo y acción.
nuestro m u n d o espiritual en el in te rio r de nuestro m u n d o natural. D entro de cada u n o de nosotros, en nuestro m u n d o espiritual que se
Igualm ente, elem entos del en te n d im ie n to se m anifiestan en las palabras; denomina persona espiritual, existen tam bién dos reinos. U n o volitivo y
y lo relacionado co n la voluntad, en el co m p o rta m ien to físico. P or eso lo °tro cognitivo: el volitivo g o bierna a través del sen tim ien to p o r lo q ue es
que sucede en el cu erp o , sea en el rostro, en las palabras o en el com ­ bueno y el cognitivo a través del sentim iento p o r lo que es verdadero.
portam ien to , se d en o m in a tam bién correspondencia. st0s reinos se corresponden tam bién con los reinos del corazón y los
92. Vemos tam b ién a partir de ahí q u é es la persona in te rio r y que es Pulmones en el cuerpo. Lo m ism o ocu rre en los cielos. El reino celestial
la persona exterior, a saber, lo in te rio r es lo que se llama persona espiri- es el lado volitivo del cielo, d o n d e g o b ierna el b ie n que fluye del am or.

156 157
El reino espiritual es el lado cognitivo del cielo, d o n d e gobierna la ver­ los que están en la boca y la lengua participan de la capaci­
p e rc e p c ió n ;
dad. Estos dos reinos se co rresp o n d en en nuestro c u erp o con las funcio­ dad de conversar con discernim iento y percepción.
nes del corazón y los pulm ones. Los que están en los riñones participan de la verdad que p rueba, dis­
D eb id o a estas correspondencias «el corazón» significa en la Palabra crim ina y purifica; los que están en el hígado, el páncreas y el bazo par­
volición y b ien de am or, m ientras que «el soplo del espíritu» significa en­ ticipan de los diversos aspectos de purificación de lo que es b u e n o y ver­
ten d im ie n to y verdad de la fe. P or eso tam b ién adscribim os los senti­ dadero; y así sucesivam ente. Fluyen en las partes similares del ser h u m an o
m iento s al corazón, au n q u e n o residan ni se o rig in e n allí . y se corresponden con ellas.
96. La corresp o n d en cia de los dos reinos del cielo co n el corazón y los El influjo del cielo está en las funciones y usos de esos m iem bros, y
pulm ones es la co rrespondencia general del cielo con el hom bre. Sin em­ puesto que los usos se orig in an en el m u n d o espiritual, tom an form a p o r
bargo, hay una co rrespondencia m enos general con cada u n o de los medio de elem entos característicos del m u n d o natural y así se hacen p re ­
m iem bros, órganos y visceras, que tam bién debe ser observada . sentes en sus efectos. Este es el orig en de la correspondencia.
Q u ien es están en la cabeza del H o m b re U niversal que es el cielo dis­ 97. E n la Palabra esos m ism os m iem bros, órganos y visceras significan
frutan del b ien suprem o. E n verdad, están inm ersos en el am or, la paz, la cosas sem ejantes, pues allí to d o tiene un significado según su c o rresp o n ­
inocencia, la sabiduría, la inteligencia y, p o r tanto, en el deleite y la feli­ dencia. La cabeza significa la inteligencia y la sabiduría; el pecho, la cari­
cidad. D e allí fluyen en la cabeza y en los co m p o n en tes de la cabeza den­ dad; las ingles, el am o r conyugal; los brazos y las m anos, el p o d e r de la
tro de nosotros y se co rresp o n d en con ellos. verdad; los pies, lo que es natural; los ojos, el discernim iento; la nariz, la
Los q u e están en el p ech o del H o m b re U niversal que es el cielo par­ percepción; los oídos, la obediencia; los riñones, la búsqueda de la ver­
ticipan de las cualidades de caridad y fe, y tam bién fluyen en nuestro pe­ dad, etc.c
cho y se co rresp o n d en con él. Sin em bargo, las personas que están en la Por eso tam bién se dice habitualm ente de quien es inteligente y sabio
ingle del H o m b re U niversal o cielo y en los órganos dedicados a la re­ que tiene una buena cabeza, o de q u ien es una persona solícita q u e es u n
pro d u cció n están en el am o r conyugal78. amigo íntim o, de u n individuo especialm ente perceptivo que tiene bu en
Q u ien es están en los pies están en el cielo más exterior, que es llama­ olfato, de alguien ju icio so que tiene una visión profunda79, de alguien p o ­
do «bien natural-espiritual». Los que están en los brazos y m anos partici­ deroso que tiene el brazo largo811, de alguien que actúa in ten c io n ad a m e n ­
pan del p o d er de la verdad q u e procede del bien. Los que están en los te que obra con el corazón; éstas y m uchas otras expresiones del lengua­
ojos p articipan del en ten d im ien to ; los q u e están en los oídos participan je hum ano proceden de las correspondencias. Esas expresiones se
de la atención y la obediencia; los que están en la nariz participan de la originan realm ente en el m u n d o espiritual, au n q u e los hom bres n o sean
conscientes de ello.
b Sobre la correspondencia del corazón y los pulm ones con el H o m b re Universal que .
> 98 La realidad de este tipo de correspondencia de cada elem en to del
es el cielo, basada en la experiencia: 3883-3896. El corazón corresponde a los que están
en el reino celestial, m ientras que los pulm ones corresponden a quienes se encuentran e ro ||r ‘ El pecho en la Palabra significa caridad: 3934, 10081, 10087. Los lom os y los órganos
el reino espiritual: 3685 [3885], 3886, 3887. E n el cielo hay una pulsación sem ejante a 1» reproductores significan am or conyugal: 3021, 4280, 4462, 5050-5052. Los brazos y las m a-
del corazón y un soplo co m o el de los pulm ones, pero en u n nivel más profundo: 3884, I nos significan el p o d e r de la verdad: 878, 3091, 4931-4937, 6947, 7205, 10017 [10019], Los
3885, 3887. El latido del corazón varía allí según los estados de am or, y el soplo vana * P '« significan lo natural: 2162, 3147, 3761, 3986, 4280, 4938-4952. Los ojos significan dis-
gún los estados de caridad y fe: 3886, 3887, 3889. «El corazón» en la Palabra es la v o l t * B r ^ n im ie n to : 2701, 4403-4421, 4523-4534, 6923, 9051, 10569. La nariz significa percepción:
tad, de m o d o que lo que procede del corazón es lo que procede de la voluntad: 2 9M ■ 77, 4624, 4625, 4748, 5621, 8286, 10054, 10292. Los oidos significan obediencia: 2542,
7542, 8910, 9113, 10336. P o r eso tam bién, el corazón en la Palabra significa am or, de ^ ^ K ^ * 4 5 2 3 , 4653, 5017, 7216, 8361, 8990, 9311, 9396 [9397], 10061. Los riñones significan
do que lo que procede del corazón procede del am or: 7542, 9050, 10336. H p k g a c i ó n y purificación de lo que es verdadero: 5380-5386, 10032.

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cielo co n cada elem en to del h o m b re se m e ha m ostrado m ediante la ex­ te> radiante y angélica. D espués de la m uerte, nuestro espíritu tiene el as­
periencia, hasta el p u n to de estar tan conv en cid o de ello que m e parece pecto de lo que es actualm ente dentro del cuerpo, m ientras vivim os en
co m pletam en te obvio y fuera de cualquier duda. Pero no p u ed o referir­ este m undo.
m e a las pruebas de esa experiencia, pues su abundancia no perm ite su 100. Pero la correspondencia se extiende m u c h o más allá de los seres
inclusión aquí. El lecto r p u ed e encontrarlas en Los arcanos celestiales, don­ humanos. Existe una correspondencia de los cielos entre sí. El cielo se­
de se trata de las correspondencias, las representaciones, el influjo del gundo o in te rm e d io co rresp o n d e al tercero o central, el cielo p rim ero o
m u n d o espiritual en el m u n d o natural y la in teracción del alma con el exterior corresponde al segundo o in term ed io , y el cielo p rim ero o ex ­
c u e rp o 8. terior corresponde a nuestras form as físicas, las form as propias de nues­
99. A u n q u e todas las cosas del h o m b re físico se correspondan con las tros m iem bros, órganos y visceras. P or eso el cielo viene a parar final­
cosas del cielo, n o som os todavía im ágenes del cielo en la form a externa, mente en la naturaleza co rp o ral del hom bre, en la que se apoya com o
sino solam ente en la in tern a. N uestros aspectos interiores son receptores cimiento. Pero este m isterio será explorado más adelante81.
del cielo, m ientras que los exteriores son receptores de este m undo. En 101. Es absolutam ente necesario com prender que toda correspondencia
la m edida, pues, en qu e lo más in te rio r de nosotros acepta el cielo, so­ con el cielo es correspondencia con lo hu m an o divino del Señor, porque
m os cielos a escala reducida, a im agen del cielo m ayor; pero en la medi­ el cielo procede de él y porque él es el cielo, com o se ha explicado en los
da en q u e lo más in te rio r n o lo acepta, n o som os cielos ni im ágenes del capítulos precedentes. Pues a m enos que lo hu m an o divino fluyera en ca­
cielo mayor. C o n to d o , nuestros aspectos más externos, que son recepti­ da fragmento de cielo y, de acuerdo con las correspondencias, en cada p e­
vos al m u n d o , p u e d e n estar de alguna fo rm a en concordancia con el or­ dazo de nuestro m undo, n o existirían los ángeles ni existiríamos nosotros.
den del m u n d o , y p o r lo tanto ser de m ayor o m e n o r belleza. La belleza Podem os com prender, pues, a p artir de aquí p o r qué el S eñor se hizo
física, exterior, tiene su o rig en en nuestros padres y deriva de nuestra for­ hombre en la tierra y revistió su naturaleza divina con una naturaleza h u ­
m ación en el útero, y p o r tan to se m an tien e después m ediante el influjo mana de prin cip io a fin. Sucedió así po rq u e lo h u m an o divino de que el
general del m undo. Ésta es la razón de q u e nuestra form a natural difiera cielo dependía antes de la venida del S eñor82 no era ya adecuado para sos­
notab lem en te de nuestra form a espiritual. tenerlo todo, pues nosotros, cim ientos del cielo, habíam os socavado y
E n ocasiones se m e ha m ostrado có m o era la form a de una persona destruido el orden.
espiritual, y he visto que algunas personas q u e eran herm osas y atractivas En los pasajes a que m e he referido al final del capítulo a n te rio r se
en su apariencia física tenían una fo rm a in te rio r distorsionada, oscura y puede estudiar cuál era la co n d ició n y la naturaleza de lo h u m an o divino
grotesca; es decir, parecían una im agen del in fiern o más que del cielo; antes de la venida del Señor, así com o el estado del cielo en aquel m o ­
mento.
m ientras que otros que n o eran bellos, ten ían u n a form a in te rio r elegan-
102. Los ángeles se quedan estupefactos cuando escuchan que hay
J Sobre las correspondencias de todos los m iem bros de nuestro cuerpo con el Hombre; quienes atribuyen to d o a la naturaleza y nada a lo D ivino, personas que
Universal o cielo, en general y en detalle, basado en la experiencia: 3021, 3624-3649, piensan que sus cuerpos, en los que se reú n en tantas maravillas del cielo,
3741-3751 [3741-3750], 3883-3896, 4039-4051 [4039-4054], 4218-4228. 4318-4331. s°n form ados p o r la naturaleza, e incluso que ésta es el orig en de su ca-
4403-4421, 4523-4534, 4622-4633, 4652-4660, 4791-4805, 4931-4953, 5050-5061, 5171-5189, 'dad racional. M uy al contrario, si las gentes elevaran sus m entes p o r
5377-5396, 5552-5573, 5711-5727, 10030. Sobre el influjo del m u n d o espiritual en el mun­ P°c° qUe fuese> p o drían ver que cosas co m o ésas pro ced en de lo D ivino
do natural, o del cielo en la tierra, y el influjo del alma en todos los elem entos del cue . de la naturaleza, y que la naturaleza fue creada sim plem ente para cu -
po, basado en la experiencia: 6053-6058, 6189-6215 , 6307-6327, 6466-6495, 6598- 66^ r”" espfritual y representarlo de form a sensible en el nivel más bajo del
S obre la interacción del alma y el cuerpo, basado en la experiencia: 6053-6058, 6189-62ni ^ Cn t0ta*’ L ° s ángeles com paran a esas personas con las lechuzas, que
6307-6327, 6466-6495, 6598-6626. oscuridad pero n o ven nada a la luz.

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Hay c o r r e s p o n d e n c ia del cielo que las correspondencias existan es que el m u n d o natural, incluyendo
c o n t o d a s l as c o s a s d e la t i e r r a todo lo q u e hay en él, surge del m u n d o espiritual y está sostenido p o r
103. E n el capítulo an terio r hem os explicado qué es la corresponden­ él, y am bos m u ndos p ro ce d en de lo D ivino. D ecim os tam bién que «es­
cia, y tam bién q u e en el c u e rp o del alma absolutam ente to d o es una co­ tá sostenido» p o rq u e to d o está sostenido p o r aquello de lo q u e surge,
rrespondencia. El p ró x im o paso es explicar q u e to d o lo terrenal y en ge­ siendo en realidad su p erm an en cia u n p e rp e tu o n a c im ie n to 85, pues nada
neral to d o lo que p erten ece a nuestro m u n d o es una correspondencia83. ¡ puede perd u rar de m anera in d ep en d ien te, sino que necesita de algo an ­
104. Todas las cosas terrenales se diferencian en tres clases que llama­ terior, u n P rincipio, y perecería y desaparecería to talm en te si se separa­
m os «reinos», a saber, el rein o anim al, el rem o vegetal y el reino mineral. ra de dicho P rincipio.
Los m iem bros del reino anim al son correspondencias84 de p rim e r nivel 107. Todo es una correspondencia que surge y p erm an ece en la n atu ­
po rq u e están vivos. Los m iem bros del reino vegetal son correspondencias raleza según el orden divino. Lo que constituye el orden divino es el bien
de segundo nivel p o rq u e m eram en te crecen. Los m iem bros del reino mi­ divino que em ana del Señor. C o m ienza a p artir de él, em ana de él a tra­
neral son correspondencias de tercer nivel p o rq u e ni viven m crecen. vés de los cielos que se suceden hasta llegar al m undo, y ahí term in a en
Las correspondencias en el reino anim al son las criaturas vivas de di­ las cosas más rem otas. Las cosas que están en arm onía con el orden divi­
versas clases, las que cam inan y reptan sobre la tierra y las que vuelan por no son correspondencias. Las cosas que están en arm onía con el ord en
el aire. N o necesitam os enum erarlas todas, p o rq u e son conocidas. Las co- ] son todo lo que es b u en o y perfecto para algún uso, pues to d o bien es
rrespondencias del reino vegetal son todas las cosas que crecen y florecen bueno según su utilidad. Su form a refleja lo que es verdadero p o rq u e la
en jardines, bosques, cam pos y praderas, q u e tam bién son conocidas y ^ ■ p a d es la form a del bien. Por eso todas las cosas del m u n d o en su c o n ­
que tam p o co es necesario enum erar. Las correspondencias del m undo junto y del m u n d o de la naturaleza que están en arm onía con el orden
m ineral son los m etales nobles y básicos, las piedras preciosas y las com u­ divino se rem iten al bien y la verdad8.
nes y las tierras de diversas clases, así co m o los cuerpos de agua. Aparte 108- E1 h ech o de que todas las cosas de en este m u n d o suijan de lo
de to d o esto, las cosas fabricadas a partir de tales elem entos p o r la indus­ | P ÍVlno Y estén revestidas con los elem entos de la naturaleza que las ca­
tria h u m an a para nuestro uso son correspondencias, cosas co m o alimen­ pacitan para estar presentes en el m u n d o natural, ten er algún uso y, p o r
tos de to d o tipo, o rn am en to s, casas, grandes construcciones, etc. lo tanto, corresponder, se deriva claram ente de lo que p o dem os observar
105. Las cosas que están p o r encim a de la tierra, com o el sol, la luna y en los reinos anim al y vegetal. E n am bos reinos existen cosas que cual­
las estrellas, son tam bién correspondencias e igualm ente to d o lo que apa­ quiera que tenga un pensam iento profundo p u ed e ver que deben p ro ce­
rece en nuestra atm ósfera, co m o nubes, nieblas, tem pestades, rayos y true­ der del cielo. C o m o ejem plo, m en cio n aré sólo algunas de las in n u m e ra­
nos. Las em anaciones del sol en su presencia y en su ausencia, com o luz y bles que se p o drían citar.
som bra, calor y frío, son tam bién correspondencias; y tam bién lo son esos En p rim e r lugar, algunas del reino anim al. E n este cam po, m uchos sa­
corolarios com o las estaciones del año llamadas prim avera, verano, otoño ri que tipo de c o n o c im ie n to es v irtu alm en te instintivo en cada criatu -
e invierno, y los m o m en to s del día, m añana, m ediodía, tarde y noche. J ^ Las abejas saben có m o recoger la m iel de las flores, co n stru ir celdas de
106. E n u n a palabra, absolutam ente todas las cosas de la naturaleza,
de lo más p eq u e ñ o a lo más grande, son co rrespondencias'. La r a z ó n d * 928° ' A ttaVés de k s co rr« P ondencias, el m u n d o natural está unido con el m u n d o
8615. P or eso la naturaleza en su totalidad es un escenario que representa el rei-
' T odas las cosas del m u n d o y sus tres reinos se corresponden con las cosas c elestia « 00 del Señor: 2758, 2999, 3000, 3483, 4938, 4939, 8848, 9280.
que están en el cielo; o las cosas del m u n d o natural se corresponden con las c o s a s « ^ ^ H p o d o lo del cielo y de este m u n d o que está en arm onía con el orden rem ite al bien
m u n d o espiritual: 1632, 1881, 2758, 2890-2893 [2990-2993], 2897-3003 [2987-3 B ^ P v e r d a d : 2451, 3166, 4390, 4409, 5232, 7256, 10122; y a la u n ió n de los dos, para que
3213-3227, 3483, 3624-3649 [3624-3639], 4044, 4053, 4116, 4366, 4939, 5116, 5377, 4 « tener existencia: 10555.

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cera en las que alm acenarla, y de esa m anera disponer de alim ento p3J lo adecuado de su vida y, al n o ser racionales, n o p u e d e n d estruir lo que
ellas y sus familias d u ran te el in v iern o siguiente. La reina po n e los hUe, j el m un<io espiritual está d en tro de ellos. N o o c u rre lo m ism o co n n o ­
vos, m ientras q u e las otras los cubren y los cuidan para que pueda nacer sotros, que pensam os desde el m u n d o espiritual. C o m o nos h em os c o ­
u n a nueva generación. V iven bajo u n tip o de g o b iern o que todos sus rrompido viviendo de m anera co n traria a la que la razón m ism a nos re ­
m iem bros c o n o cen de m anera instintiva, p ro teg ien d o a sus m iem bros úti­ comendaba, n o p o d em o s escapar al h e ch o de nacer en total ignorancia,
les y expulsando a los inútiles y privándoles de sus alas. H ay aún más ma­ para que desde ella, p o r m edios divinos, podam os regresar al o rd en del
ravillas que les son dadas p o r el cielo para su utilidad. Su cera es utiliza­ cielo.
da en to d o el m u n d o p o r los seres hum an o s para hacer velas, y su miel se 109. Podem os ded u cir có m o los m iem bros del reino vegetal se co ­
em plea para endulzar los alim entos. rresponden con una m u ltitu d de cosas; p o r ejem plo, el h e ch o de que se­
[2] ¡Y q u é d ecir de las orugas, las criaturas más inferiores del reino millas dim inutas se conviertan en árboles, en g en d ren hojas, flores y lu e ­
animal! Saben có m o alim entarse co n la savia de las hojas y a su debido go frutos en los que depositan otra generación de semillas, y que estas
tiem p o có m o h acer u n a envoltura en to rn o a sí mismas y m eterse vir­ cosas se sucedan y em erjan todas ju n tas en ese m aravilloso ord en es algo
tualm en te en u n ú tero para in cu b ar la descendencia de su especie. que no se p u ed e describir en pocas palabras. Serían necesarios varios vo­
Algunas se transform an p rim ero en ninfas y crisálidas y fabrican hilos, y lúmenes y todavía habría m isterios más profundos relativos a su uso que
después de u n trabajo agotador se a d o rn an co n nuevos cuerpos y se en­ nuestro co n o cim ien to n o podría com prender.
galanan co n alas. E ntonces, vuelan p o r el aire com o si éste fuera su cie­ C om o estas cosas son el resultado del m u n d o espiritual o cielo, que
lo, celebran sus «bodas», p o n e n sus huevos, y de esta m anera aseguran su tiene form a de h o m b re (com o se explicó en el capítulo corresp o n d ien te
posteridad. [supra, §§ 78-86]), tam bién los detalles de ese reino tie n en una relación
[3] A dem ás de estos ejem plos particulares, todas las aves del aire co­ con las características hum anas, h echo reco n o cid o p o r algunos represen­
n o c e n los alim entos q u e son buenos para ellas; no sólo cuáles son, sino tantes del m u n d o académ ico.
tam b ién d ó n d e están. Saben có m o co n stru ir sus nidos, cada especie de U na gran can tid ad de experiencias m e h a n m o strad o c o n claridad
m anera diferente a las otras, có m o p o n e r en ellos sus huevos, incubarlos, que todas las cosas de ese re in o son tam b ién co rresp o n d en cias. M u y a
em pollarlos, alim entar a sus polluelos y expulsarlos del n id o cuando pue­ menudo, cu a n d o h e observado los árboles, frutas, flores y plantas de los
d en conseguirse u n o p o r sí m ism os. C o n o c e n tam bién los enem igos par­ huertos, h e llegado a ser con scien te de las cosas q u e les c o rre sp o n d e n
ticulares que d eb en evitar y los aliados c o n los que p u ed e n asociarse, to­ en el cielo. E n to n ces, h e hablado co n personas p róxim as y m e h e in ­
do desde la más tiern a infancia. N o diré nada acerca de las maravillas de formado de d ó n d e p ro ced ían esas plantas y cuáles eran sus característi­
cas.
los m ism os huevos, d o n d e to d o lo necesario para la fo rm ació n y el ali­
m e n to de los polluelos em b rió n ico s está disponible de la form a adecua­ 110. A ctualm ente, sin em bargo, nadie sabe a qué cosas espirituales del
da, ni de otras innum erables maravillas. clelo corresponden las cosas naturales del m undo, salvo los que están en
[4] ¿H abrá alguien que pensando co n sabiduría racional pueda decir el cielo, pues el co n o cim ien to de las correspondencias se ha perdido p o r
que esas cosas surgen de otra fuente q u e n o sea el m u n d o espiritual, alj c°mpleto. M e gustaría presentar unos ejem plos para p o n e r de m anifiesto
que sirve el m u n d o natural revistiendo to d o lo que de él procede con u k correspondencia de las cosas espirituales con las cosas naturales.
cuerpo, o p resentando co m o consecuencia lo q u e es espiritual en su or En general, las criaturas vivas de la tierra co rresp o n d en a los senti-
gen? m'entos, las amables y útiles a los sentim ientos buenos, las feroces e in ú -
La razón de q u e los anim ales terrestres y las aves del aire nazcan co* , es a los sentim ientos malos. E specíficam ente, el ganado vacuno y los
todo s estos c o n o cim ien to s y de q u e nosotros, q ue som os realm ente suj ecerros corresp o n d en a los sentim ientos de la m e n te natural, las ovejas
periores, n o nazcam os con ellos, es q u e los anim ales están en el m od^i y °s corderos a los sentim ientos de la m en te espiritual. Las criaturas vo­

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ladoras, especie p o r especie, co rresp o n d en a las actividades cognitivas de celebraban sus cultos en arboledas'. Por esta razón los árboles
p e n d e n c ia s ,
cada nivel m en tal1. P o r eso anim ales varios co m o vacas, becerros, carne­ son m encionados tan a m en u d o en la Palabra y p o r eso m ism o el cielo, la
ros y ovejas, m achos cabríos y cabras, corderos y corderas, así com o pa_ Iglesia y las personas son com parados con ellos —con la vid, p o r ejem plo, el
lom as y tórtolas fuero n aceptados para el uso sagrado en la iglesia israeli­ olivo, el cedro y otros— y el bien que hacem os se com para con u n fruto.
ta, qu e era u n a iglesia representativa86. Los em plearon para sus sacrificios Además, los alim entos que obtenem os de ellos, especialm ente de los
y holocaustos, y co n estos usos co rresp o n d ían de h ech o a las realidades cultivos plantados en los cam pos, corresp o n d en a los sentim ientos p o r el
espirituales que se co m p ren d en en el cielo de acuerdo con su correspon­ bien y la verdad p o rq u e alim entan nuestra vida espiritual igual que los ali­
dencia. mentos terrenales alim entan nuestra vida natural6.
La razón de que los anim ales sean sentim ientos, según su género y es­ El pan, hablando en general, corresponde a u n sentim iento p o r el
pecie, es que están vivos, y la fuen te única de vida de cualquier criatura bien porque es el fu n d am en to de la vida y p o rq u e es sím bolo de to d o ali­
proced e de los sentim ientos y está en co ncordancia co n ellos. Los hom­ mento. D eb id o a esta correspondencia el S eñor se llam a a sí m ism o pan
bres som os co m o los anim ales en lo q u e se refiere a nuestra persona na­ de vida; y es tam bién p o r la m ism a razón p o r lo q u e se dio al pan una
tural, p o r eso nos com param os co n ellos en el habla co m ú n . Por ejem­ atribución sagrada en la iglesia israelita; de hecho, h icieron u n lugar al
plo, decim os de u n a p ersona m ansa q u e es u n a oveja o u n cordero, de pan en la m esa del tabernáculo y lo llam aron «el pan de la presencia»87, y
una violenta que es u n oso o u n lobo, de alguien astuto que es com o un todo el culto divino que realizaban m ediante sacrificios y holocaustos
zorro o una serpiente, etc. también fue d en o m in a d o «pan». D e b id o asim ism o a esta co rresp o n d e n ­
111. H ay u n a corresp o n d en cia sim ilar co n las cosas del reino vegetal. cia el acto de culto más sagrado de la iglesia cristiana es la Santa C ena, en
U n jard ín , en térm in o s generales, co rresp o n d e al cielo respecto de la in­ la que se co m p arten el pan y el v in o g.
teligencia y la sabiduría, y p o r eso al cielo se le llama ja rd ín de D ios y pa­ 112. D e estos pocos ejem plos podem os in ferir qué son las corresp o n ­
raíso8, y p o r eso lo llam am os paraíso celestial. dencias.
Los árboles, según las especies, corresponden a las percepciones y el co­ Podem os observar brevem ente có m o la u n ió n del cielo co n el m u n ­
nocim ien to directo del bien y la verdad, lo que produce inteligencia y sa­ do se establece p o r m edio de correspondencias. E l reino del S eñor es u n
biduría. P or eso los antiguos, que tenían el conocim iento de las corres- reino de finalidades que son funciones 88 o —lo que vien e a ser lo m ism o—
de funciones que son finalidades. P or esta razón, el universo ha sido crea-
c E n razón de las correspondencias, los animales están en relación con los sentimien­
tos; los animales amables y útiles c o n los buenos sentim ientos, los feroces e inútiles con ' Los árboles significan percepción y c o nocim iento experim ental: 103, 2163, 2682,
los malos: 45, 46, 142, 143, 246, 714, 716, 719, 2179, 2180, 3519, 9280; ejem plos de la ex­ 2722, 2972, 7692. P o r eso los antiguos celebraban su culto divino en arboledas, bajo ár­
periencia sacados del m u n d o espiritual: 3218, 5198, 9090. Sobre el influjo del m undo es­ boles determ inados según su correspondencia: 2722, 4552. Sobre el influjo del cielo en los
piritual en la vida de los animales: 1633, 3646. E n razón de la correspondencia, vacas y be­ miembros del reino vegetal, p o r ejem plo en árboles y plantas pequeñas: 3648.
cerros están en relación con los sentim ientos de la m ente natural: 2180, 2566, 9391, 10132»] En razón de las correspondencias, alim ento significa la clase de cosas que alim enta
10407. Lo que significan las aves: 4169, 4809. Lo que significan los corderos: 3994, 10132a nuestra vida espiritual: 3114, 4459, 4792, 4976, 5147, 5293, 5340, 5342, 5410, 5426, 5576,
Las criaturas voladoras significan las actividades cognitivas: 40, 745, 776, 778, 866, 988, 9SJ 5582, 5588, 5656 [5655], 5915, 6277, 8562, 9003.
[991 ], 5149, 7441; variadas com o indica su género y especie, según la experiencia del mun­ g El pan significa todo lo b u e n o que alim enta nuestra vida espiritual: 2165, 2177, 3478,
do espiritual: 3219. 235, 3813, 4211, 4217, 4735, 4976, 9323, 9545, 10686. Las hogazas que estaban en la mesa
d E n razón de las correspondencias, jard ín o paraíso significa inteligencia y sabidut™ tabernáculo tienen u n significado sem ejante: 3478, 9545. Los sacrificios en general fue-
100, 108; según la experiencia: 3220. T o d o lo que se corresponde tiene el m ism o signi® 0n denom inados «pan»: 2165. «Pan» incluye todo alim ento: 2165. P o r eso significa todo
cado tam bién en la Palabra: 2890 [2896], 2987, 2989, 2990, 2971 [2991], 3002, 3225. “ •mentó espiritual y celestial: 276, 680, 2165, 2177, 3478, 6118, 8410.

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do p o r lo D iv in o de tal m o d o que las funciones p uedan revestirse de ma­ 0 ¿e u n ió n . Pues hay dentro de nosotros u n m u n d o natural y tam bién
teriales que las cap aciten para hacerse presentes en actos o en resultados un m undo espiritual (véase supra, § 57); p o r eso, en la m edida en que so­
p rim ero en el cie lo y luego en este m u n d o , y así, paso a paso, hasta las mos espirituales, som os u n nex o de u n ió n . P or el contrario, en la m e d i­
cosas más in fe rio re s en cu an to a su naturaleza. Podem os ver de esta ma­ da en que som os naturales y n o espirituales, n o som os nex o de u n ió n . El
nera qu e la c o rre sp o n d e n c ia de los fen ó m en o s naturales co n los espiri­ indujo del S eñor en el m u n d o y en las cosas del m u n d o que p erte n e c en
tuales, o de este m u n d o c o n el cielo, tiene lugar a través de funciones que al hom bre co n tin ú a incluso sin nuestra m ediación, pero n o p enetra en
establecen la u n ió n en tre dichos fenóm enos. Vemos tam bién que las for­ n u e s t r o fu n cio n am ien to racional.

mas qu e re v iste n las funciones son correspondencias y uniones en la me­ 113. Así co m o to d o lo que está en arm onía co n el o rd en divino co ­
dida en que s o n form as de funciones. r r e s p o n d e al cielo, to d o lo que es con trario al o rd en divino corresponde

E n los tres re in o s de la naturaleza terrenal, todas las cosas que suceden al infierno. Todo lo que corresponde al cielo refleja lo que es b u e n o y
según el o rd e n so n form as externas de sus funciones o resultados forma­ verdadero, y lo que corresponde al infierno refleja lo que es m alo y falso.
dos p o r la f u n c ió n para la función. Ésta es la razón de que las cosas que 114. A hora p o dem os decir algo sobre el c o n o c im ie n to de las corres­
o cu rren en la n a tu ra le z a sean correspondencias. pondencias y su uso. A cabam os de e x p o n e r que el m u n d o espiritual, que
E n cu an to a n o so tro s, nuestros actos son servicios en form as en la me­ es el cielo, está un id o al m u n d o natural p o r m ed io de correspondencias;
dida en que v iv im o s seg ú n el o rden divino, esto es, en el am o r al Señor es decir, que la com u n icació n co n el cielo nos viene dada p o r m ed io de
y en la carid ad p ara c o n el prójim o. E n esa m edida, nuestros actos son correspondencias. Los ángeles del cielo no piensan en térm in o s de fen ó ­
co rresp o n d en cias q u e n o s u n e n al cielo. E n térm in o s generales, amar al menos naturales co m o hacem os nosotros, p o r eso cuando tenem os co ­
S eñ o r y a n u e stro p ró jim o es ser ú til\ nocim iento de las correspondencias podem os, en cuanto a los pensa­
D eb em o s s a b e r ta m b ié n q u e el m u n d o natural está u n id o con el m un­ mientos de la m ente, estar en com pañía de los ángeles, y, en cuanto al ser
do espiritual a trav és de la hu m an id ad , es decir, q u e nosotros som os el ne- interior o espiritual, estar unidos a ellos.
Para que pudiera h ab er una u n ió n del cielo co n la hum anidad, la
h T o d o bien o b tie n e su d e le ite de sus funciones y en pro p o rció n a ellas, y éste es tam­ Palabra fue escrita en correspondencias puras. A bsolutam ente to d o en ella
b ién el origen de s u cualidad; p o r eso la naturaleza de la función determ ina la naturaleza son correspondencias’. P or eso, si estuviéram os im pregnados de u n c o n o ­
del bien: 3049, 4984, 7038. La vida angélica consiste en la realización de buenas acciones cimiento de las correspondencias, com prenderíam os la Palabra en su sen­
de am or y caridad, p o r tan to e n ser útil; 453 [454], El S eñor - y esto es cierto también tido espiritual y seríamos capaces de co n o c er los tesoros escondidos en
para los ángeles- n o se fija e n nada sino en finalidades que son funciones respecto de no­ ella que no advertim os en absoluto en su sentido literal. La Palabra tiene
sotros: 1317, 1645, 5844 [5854], El reino del Señor es u n reino de funciones y, por consi­ en realidad u n significado literal y u n significado espiritual. E l significa­
guiente, de finalidades: 453 [454], 696, 1103, 3645, 4054, 7038. Servir al Señor es ser útil: do literal se co m p o n e de cosas co m o las que hay en nuestro m u n d o ,
7038. A b so lu ta m e n te to d o e n nosotros está form ado p o r alguna función: 3565 [3570], mientras que el significado espiritual se co m p o n e de cosas co m o las que
4104, 5189, 9297; y to d o p ro c e d e de las funciones; p o r eso la función es anterior a nues­ hay en el cielo; y puesto que la u n ió n del cielo con nuestro m u n d o se es­
tras formas o rgánicas a través d e las cuales se ejercen las funciones, po rq u e la función sur­ tablece p o r las correspondencias, se nos ha dado una Palabra en la que los
ge del influjo del S e ñ o r a trav é s del cielo: 4223, 4926. Adem ás, las estructuras más pro­ detalles están en correspondencia, hasta la últim a jo ta .
fundas de nuestra m e n te se fo rm a n cuando m aduram os a partir de la función y Por 115. Se m e ha enseñado en el cielo que los antiguos habitantes de
función: 1964, 6815, 9297. P o r eso la cualidad de u n individuo está determ inada por
cualidad de la f u n c ió n in d iv id u a l: 1568, 3570, 4054, 6571, 6934, 6938, 10284. Las funciones La Palabra fue escrita en correspondencias puras: 8615. A través de la Palabra, hay
son finalidades causativas: 3565, 4054, 4104, 6815. La función es nuestro com ienzo y nues­ Una Unión de la hum anidad con el cielo: 2899, 6943, 9396, 9400, 9401, 10375, 10452.
tro fin, y p o r lo t a n t o toda n u e stra hum anidad: 1964. | ’Sobre el significado espiritual de la Palabra, véase El caballo blanco.

169
nuestro planeta, q u e eran hom bres celestiales, pensaban sobre la base de e n re a lid a d , tien e su p rin cip io en el sol, y to d o lo que es p ro d u cid o p o r
las correspondencias reales, y q u e los fe n ó m en o s naturales del m u n d o que se d enom ina natural. La realidad espiritual en la que existe el cielo es-
se presentaban a su vista les servían co m o m e d io para pensar de esa ma­ ' sin em bargo, p o r encim a de la naturaleza y es co m p letam en te distin­
nera. Al te n e r este carácter, estaban en c o m p añ ía de los ángeles y habla­ ta de cualquier cosa natural. La realidad espiritual y la realidad natural se
ban co n ellos, y de este m odo, p o r su m ed ia c ió n , el cielo se unía con el c o m u n i c a n entre sí sólo a través de las correspondencias.
m undo. P or eso aquellos tiem pos re cib iero n el n o m b re de E dad de Oro La naturaleza de la distinción pued e deducirse de lo que se dijo an te­
Los autores clásicos la describieron co m o u n tiem p o en que los habitan­ r i o r m e n t e sobre los niveles en el § 38, y la naturaleza de la com unicación,
tes del cielo m orab an co n los m ortales y los acom pañaban co m o u n ami­ de lo dicho en los dos últim os capítulos sobre las correspondencias.
go acom paña a u n am igo89. 117. Sin em bargo, au n q u e ni el sol de este m u n d o ni nada que de él
Pero pasados aquellos tiem pos, apareciero n personas que n o pensaban se derive sea visible en el cielo, allí hay u n sol; hay luz y calor, existen to ­
m ed ian te correspondencias reales, sino m e d ia n te u n c o n o cim ien to de las das las cosas que tenem os en nuestro m u n d o y m uchas más, au n q u e su
correspondencias. H ab ía todavía una u n ió n del cielo co n la hum anidad, origen sea distinto, puesto que las cosas del cielo son espirituales, m ie n ­
pero ya n o tan íntim a. A aquel tiem p o se le llam ó la E dad de Plata. tras que las cosas de nuestro m u n d o son naturales.
Los que v in iero n después con o cían e n efecto las correspondencias, El sol del cielo es el Señor; la luz que allí hay es la verdad divina, y el
pero no basaban su pen sam ien to en el c o n o c im ie n to de las correspon­ calor es el b ien divino que irradia desde el S eñor c o m o sol. Todo lo que
dencias. Esto se debía a q u e vivían en el b ie n natural, y no, co m o sus an­ viene al ser y se m anifiesta en los cielos p rocede de esa fuente.
tepasados, en el b ien espiritual. Esa época fu e llam ada E dad de Bronce. Exam inarem os la luz, el calor y las cosas que surgen de ellos en los capí­
Se m e enseñó, finalm ente, que después de esa era la hum anidad se tulos siguientes; aquí, nos lim itarem os al sol.
centró cada vez más en lo e x te rio r y, p o r últim o, sólo en lo físico. La razón de que en el cielo el S eñor aparezca co m o sol es que él es el
E nto n ces el co n o c im ie n to de las co rresp o n d en cias se perdió p o r com­ amor divino del que p ro ced en todas las cosas espirituales, y, a través de la
pleto, y co n él, to d a conciencia del cielo y sus riquezas. acción del sol de nuestro m undo, tam bién todas las cosas naturales. Ese
Los nom bres de esas edades —O ro, Plata y B ro n ce—pro ced en también amor es lo que brilla co m o u n sol.
de las correspondencias1, p o rq u e el oro, e n razó n de la correspondencia, 118. E n cuanto a la aparición real del S eñor en el cielo co m o sol, es­
significa la b o n d ad celestial en la que v iv ie ro n los más antiguos. La plata, to es algo que n o sim plem ente m e han dicho los ángeles, sino que tam ­
en cam bio, significa la b o n d a d espiritual p ro p ia de sus sucesores, los an­ bién se m e ha p e rm itid o ver en varias ocasiones; p o r eso, m e gustaría en
tiguos. El bronce significa la. b o n d ad n a tu ra l característica de los que vi­ este p u n to describir brevem ente lo que he visto y o íd o 91 respecto del
n ie ro n después. P or el contrario, el h ierro , q u e dio su n o m b re a la últi­ Señor com o sol.
m a era, significa u n a verdad endurecida, desprovista de b ien 90. El S eñor no aparece co m o u n sol en los cielos, sino p o r encim a de
ellos y no en lo más alto, sino frente a los ángeles, en una elevación m e ­
El sol del c i e l o dia. A parece en dos lugares, claram ente separados, u n o ante el ojo d ere-
116. El sol de nuestro m u n d o n o es v isible en el reino celestial, ni es cho y el otro ante el izquierdo. Para el ojo derecho aparece co m o u n sol,
algo que se derive de él, pues es c o m p le ta m e n te natural. La naturaleza, tnas o m enos co n el m ism o fuego y tam año que el sol de nuestro m u n ­
do. Para el ojo izquierdo, sin em bargo, no aparece co m o u n sol, sino c o ­
k E n razón de las correspondencias, el oro significa el bien celestial: 113, 1551, 1552, rrió una luna, con u n brillo similar aunque más centelleante y con tam a-
5658, 6914, 6917, 9510, 9874, 9881. La plata significa e l bien espiritual, o la verdad de un no m uy sem ejante al de la luna de nuestra tierra; pero parece estar
origen celestial: 1551, 1552, 2954, 5648 [5658], El b r o n c e significa el bien natural: 425, r°deado de m uchas pequeñas lunas, todas similares en brillo y esplendor.
1551. El hierro significa la verdad en el nivel más b a jo del orden: 425, 426. La razón de que el S eñor aparezca en dos lugares, de m anera tan di­

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ferente, es que se m uestra a los ángeles según su receptividad. Se aparece 119. P o r eso en la Palabra se com para al S eñor co n el sol cuando el
de una form a a quienes le aceptan a través del b ien del am or, y de otra centro se sitúa en el am or y co n la luna cuando el cen tro se sitúa en la fe.
form a distinta a quienes le aceptan a través del b ien de la fe. A quienes lo por eso tam bién el sol significa u n am o r al S eñor que p ro cede del Señor,
aceptan a través del b ien del am or, aparece c o m o u n sol, ardiente y Ua_ y la luna significa una fe en el S eñor que procede del Señor. C om párense
m eante en respuesta a su receptividad. Estos están en su reino celestial. A los pasajes siguientes:
quienes le aceptan a través del b ien de la fe, sin em bargo, aparece como
u n a luna, brillante y resplandeciente co m o respuesta a su receptividad Y la luz de la luna será como la luz del sol, y la luz del sol será siete veces
Estos están en su reino espiritual*. Esto es deb id o a que el b ien del amor como la luz de siete días (Isaías 30, 26).
m a v o r,
corresp o n d e al fuego, de m anera q u e el fuego, en su sentido espiritual, es
am or; m ientras q u e el b ien de la fe co rresp o n d e a la luz, de m anera que Y cuando te haya extinguido, cubriré los cielos y haré entenebrecer sus es­
la luz, en su sentido espiritual, es feb. trellas;el sol cubriré con nublado, y la luna no hará resplandecer su luz (Ezequiel
La razón de que aparezca ante los ojos es q u e los niveles más profun­ 32, 7).
dos de la m e n te [m en s] ven a través de los ojos, m irando desde el bien del
am o r a través del ojo derech o y desde el b ien de la fe a través del ojo iz­ Y el sol se oscurecerá al nacer, y la luna no dará su resplandor (Isaías 13, 10).
q u ierdo '. Todo lo q u e está en el lado derech o de u n ángel o de cualquiera
de nosotros corresponde al b ien que p ro d u ce la verdad, m ientras que to­ E l sol y la luna se oscurecerán y las estrellas retraerán su resplandor; el sol se
do lo que está en el lado izquierdo co rresp o n d e a la verdad que procede convertirá en tinieblas y la luna en sangre Joel 2, 2. 10. 31; 3, 15)93.
del b ie n 492. «El bien de la fe» es esencialm ente la verdad que procede del
bien. Y el sol se puso negro como tela de cilicio94, y la luna se volvió toda como
sangre, y las estrellas del cielo cayeron sobre la tierra (Apocalipsis 6, 12 [-13]).
* El Señor es visto en el cielo com o u n sol, y es el sol del cielo: 1053, 3636, 3643, 4060.
E l Señor se aparece com o u n sol a las personas del reino celestial, donde reina el amor a
E inmediatamente después de la tribulación de aquellos días, el sol se os­
él, y com o una luna a las personas del reino espiritual, d onde reinan la caridad para con
curecerá, y la luna no dará su resplandor, y las estrellas caerán del cielo (Mateo
el p rójim o y la fe: 1521, 1529, 1530, 1531, 1837, 4696. El Señor aparece en una elevación 24, 29).
m edia com o sol para el ojo derecho y com o luna para el ojo izquierdo: 1053, 1521, 1529,
1530, 1531, 3636, 3643, 4321, 5097, 7078, 7083, 7173, 7270, 8812, 10809. El Señor ha sido Y en otras partes. E n esas páginas, el sol significa am or, y la luna, fe,
visto com o u n sol y com o una luna: 1531, 7173. La divinidad esencial del Señor está muy
mientras que las estrellas son ejem plos de re co n o c im ien to del b ien y la
p o r encim a de su divinidad en los cielos: 7270, 8760.
verdad'. Se dice que se oscurecen, que pierden su luz, y que caen del cie­
b El fuego en la Palabra significa am or p o r el bien o p o r el mal: 934, 4906, 5215. El
lo cuando dejan de existir.
fuego sagrado o fuego celestial significa am or divino: 934, 6314, 6832. El fuego del in­
La aparición del S eñor co m o u n sol en el cielo p u ed e deducirse tam ­
fierno significa am or a sí m ism o y al m undo, y toda aspiración relacionada con estas for­
bién de su transfiguración ante Pedro, Santiago y Ju an , cuando «resplan­
mas de am or: 1861, 5071, 6314, 6832, 7575, 10747. El am or es el fuego de la vida, y la vi­
deció su rostro com o el sol» (M ateo 17, 2). Así es co m o el S eñor fue vis-
da procede realm ente de él: 4096 [4906], 5071, 6032, 6314. La luz significa la verdad de la
fe: 3395 [3195], 3485, 3636, 3643, 3993, 4302, 4413, 4415, 9548, 9684. nuentras que lo que está en nuestro lado izquierdo se refiere a la verdad que procede del
1 La visión del ojo izquierdo corresponde al aspecto de la verdad de la fe, y la visión bien: 9495, 9604.
del ojo derecho corresponde a su aspecto de bien: 4410, 6923. ' En la Palabra, las estrellas grandes y pequeñas significan ejem plos de reco n o cim ien -
d Lo que está en nuestro lado derecho se refiere al bien del que deriva la v erd ad , t0 del bien y la verdad: 2495, 2849, 4697.

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to p o r aquellos discípulos cuando fueron sacados de sus cuerpos y estu­ ona» está siem pre vestido de sol—sino que está presente en apariencia. Es
v ieron en la luz del cielo. mi lugar co m ú n en el cielo que las cosas se vean co m o si estuvieran pre­
Por esta razón, los antiguos (que constituían una iglesia representati­ s e n te s e n e l lugar en que se centra o se ñja la m irada, aunque se esté m uy
va) se volvían hacia el sol en el este cu an d o celebraban el culto divino jejo s d e l lugar en que realm ente se encuentran. Esta presencia se llama
Por eso constru y ero n sus tem plos o rientados hacia el este. «presencia de la visión interior», y la exam inarem os más adelante95.
120. P odem os d ed u cir la m ag n itu d y naturaleza del am or divino, A d e m á s , tam bién he visto al S eñor en lo alto, fuera del sol, en form a
com parándolo co n el sol de nuestro m u n d o : se crea o no, ese am o r es más angébca, u n po co p o r debajo del sol, y tam bién cerca en form a sem ejan­
intenso, m u ch o más intenso. P or eso el S eñ o r co m o sol no fluye directa­ te- una v e z , incluso entre algunos ángeles, y parecía co m o u n rayo de luz
m e n te en los cielos, sino que la intensidad de su am o r es atem perada por llameante.
grados en su trayectoria. Esos grados son co m o aureolas resplandecientes 122. A los ángeles, el sol de nuestro m u n d o les parece algo lóbrego,
alrededor del sol. A dem ás, los ángeles están p rotegidos p o r una nube del o p u e s to al sol del cielo, y nuestra luna algo débil, opuesta a la luna del
espesor co nveniente para n o resultar dañados p o r el influjof. C o m o con­ cielo, y e s t o de form a p erm an en te. La razón de q u e así sea es que el fue­
secuencia, los cielos están distanciados según su receptividad. Los cielos go de n u e s t r o m u n d o corresponde al am or a nosotros m ism os, y la luz
superiores, al estar en el bien del am or, se en c u e n tran más próxim os al que e m i t e corresponde a la distorsión que surge de ese am or. El am o r a
S eñor co m o sol. Los cielos inferiores, sin em bargo, al estar en el bien de sí m is m o es lo absolutam ente opuesto al am or divino, y la distorsión que
la fe, se en cu en tran más lejos de él. Q u ien es n o están en el bien, como surge d e él es lo absolutam ente opuesto a la verdad divina96. T odo lo que
los que están en el infiern o , se en cu en tran aú n más lejos, a una distancia se o p o n e a la verdad y el am o r divinos es oscuridad para los ángeles.
proporcio n al a su o posición al b ien8. Por eso, en la Palabra, adorar el sol y la luna de nuestro m u n d o y re­
121. Sin em bargo, cuando aparece el S eñor en el cielo (lo que sucede verenciarlos significa amarse a sí m ism o y representa tam bién la distorsión
m uy a m enudo) n o aparece vestido co n el sol, sino en form a angélica, dis­ que s u r g e d e la egolatría, to d o lo cual debe ser abolido (D eu tero n o m io
tinguible de la de los ángeles p o r la cualidad divina que resplandece en su 4, 19; 18, 3-5 [17, 3-5]; Jerem ías 8, 1-2; Ezequiel 8, 15-16. 18; Apocalipsis
rostro. R ealm en te, n o está allí en persona —puesto que el S eñor «en per- 16, 8; M ateo 13, 6)h.
123. Puesto que el S eñor aparece en el cielo co m o u n sol debido al
f La cualidad y la m agnitud del am or divino, ilustradas p o r com paración con el fue­ amor divino que está en él y procede de él, todos allí se están volviendo
go del sol de nuestro m undo: 6834, 6844 [8644], 6849. El a m o r divino del S eñor es un constantem ente hacia él. Los habitantes del reino celestial se vuelven ha­
am or al género h um ano en su conjunto, para su salvación: 1820, 1865, 2253, 6872. El amor cia él com o sol, m ientras que los habitantes del reino espiritual se vuelven
que procede del fuego del am or del Señor no entra e n el cielo, sino que aparece alrede­ hacia él com o luna. E n cam bio, los habitantes del in fiern o se vuelven ha­
d o r del sol com o u n halo resplandeciente: 7270. Además, los ángeles están protegidos por cia la oscuridad y las tinieblas, que están en el lado opuesto, y se apartan
una nube del espesor conveniente, para no resultar dañados p o r el influjo del calor del por tanto del Señor, pues todos los que están en los infiernos están atra­
am or: 6849. pados en el am or a sí m ism os y al m undo, y son p o r consiguiente opues­
8 La presencia del Señor con los ángeles depende de su aceptación del bien del amor tos al Señor. Q uienes se vuelven hacia la oscuridad que representa el sol
y de la fe que procede de él: 904, 4198, 4320, 6280, 6832, 7042, 8819, 9680, 9682, 9683,
10106, 10811. El Señor aparece a cada individuo según su propia cualidad individual: 1861, h El sol de nuestro m u n d o n o es visible a los ángeles, sino que en su lugar hay algo
2235 [3235], 4198, 4206. Los infiernos están distanciados de los cielos po rq u e no pueden lóbrego, opuesto al sol del cielo o del Señor: 7078, 9755. E n su sentido opuesto, el sol sig­
soportar la presencia del am o r divino que procede del Señor: 4299, 7519, 7738, 7989, 8157 nifica am or a sí m ism o: 2441; y en este sentido, «adorar al sol» significa adorar cosas que
[8137], 8266 [8265], 9327. P o r eso los infiernos están efectivam ente m uy lejos del cielo, y s°n contrarias al am or celestial o al Señor: 2441, 10584. Para los que están en el infierno,
constituyen el «gran abismo»: 9346, 10187. e sol del cielo es oscuridad: 2441.

174 175
de nuestro m u n d o están detrás en los infiernos y son llamados «demonios» los cielos hay una luz m u c h o más intensa que la luz de m ediodía en la
m ientras que los que se vuelven a la oscuridad que representa nuestra lu_ tie rra . Yo la he visto a m en u d o , incluso durante nuestras tardes y nuestras
na están delante en el infiern o y se les llama «espíritus»97. Por eso, de quie- noches. Al principio, m e q u edé asom brado cuando oí decir a los ángeles
nes están en los infiernos se dice que están en la oscuridad, y de quienes q u e la luz de nuestro m u n d o no era nada sino som bra en com paración
están en los cielos se dice que están en la luz. La «oscuridad» significa la c o n la luz del cielo, pero ahora que la he visto, yo m ism o p u ed o dar tes­
falsedad que surge del m al, y la «luz» significa la verdad que surge del bien. t im o n io de ello. Su claridad y su brillo están más allá de toda descripción.
La razón de que se vuelvan de este m o d o hacia uno u otro lado es que L o que h e visto en el cielo lo he visto envuelto en esa luz, y p o r tanto
en la otra vida todos m iram os hacia lo que gobierna nuestra naturaleza más más clara y distintam ente que to d o lo que he visto en este m undo.
profunda, p o r tanto hacia lo que es objeto de nuestro am or; y esta natura­ 127. La luz del cielo n o es natural co m o la luz de nuestro m u n d o , si­
leza más profunda form a los rostros de los ángeles y los espíritus. Además, n o espiritual. R e a lm e n te p rocede del S eñor co m o sol, y ese sol, según
en el m u n d o espiritual los puntos cardinales n o se fijan com o en el mundo e x p liq u é en capítulos precedentes, es el am o r divino. Lo que em ana del
natural, sino que están determ inados p o r la dirección hacia la que se mira. S e ñ o r com o sol se llama en los cielos la verdad divina, au n q u e en esen­
N osotros m ism os, en espíritu, nos volvem os tam bién de la misma for­ cia es el bien divino en tanto que u n o co n la verdad divina. Ésta es la
m a, apartándonos del S eñor si estam os enredados en el am o r a nosotros fu e n te de la luz y el calor para los ángeles; ellos o b tie n e n su luz de la ver­
m ism os y en el am o r al m u n d o , y acercándonos a él si vivim os en el amor dad divina y su calor del b ien divino.
a él y a nuestro prójim o. Pero n o som os conscientes de esto porque esta­ Por tanto p o dem os co n clu ir que la luz del cielo, vista la naturaleza de
m os en un m u n d o natural d o n d e los p u n to s cardinales están determ ina­ sufuente, es espiritual y no natural, y lo m ism o p u ed e decirse de su ca­
dos p o r la salida y la puesta del sol. C o m o esto es difícil de comprender, lor1.
se darán más adelante algunos ejem plos sobre los puntos cardinales y el 128. Si la verdad divina es luz para los ángeles es p o rq u e éstos son es­
significado del espacio y el tiem p o en el cielo9“. p iritu a le s y no naturales. Las personas espirituales ven las cosas desde su
124. Puesto q u e el S eñ o r es el sol del cielo, y puesto que todo lo que sol, y las personas naturales desde el suyo. La verdad divina es lo que p ro ­
proced e de él m ira hacia él, el S eñor es el centro co m ú n , el fundamento p o rc io n a discernim iento a los ángeles, y el discern im ien to es su luz in te­
de toda dirección y orien tació n '. T am bién p o r eso todas las cosas por de­ rio r, que fluye en su visión e x te rio r y la produce. Así que to d o lo que se
bajo de él están en su presencia y bajo su co n tro l, to d o lo que está en los ve e n e l cielo del S eñor co m o sol se ve en la luzb. Puesto que ésa es la
cielos y en la tierra. fu e n te de la luz del cielo, ésta varía según la aceptación de la verdad di­
125. Esto nos p e rm ite ver con m ayor claridad las cosas que se han di­ vina d e l S eñor o (lo que viene a ser lo m ism o) según la inteligencia y la
cho sobre el S eñor en los capítulos anteriores, a saber, que el Señor es el sa b id u ría de los ángeles que participan en ella. Esto significa que la luz es
D ios del cielo (§§ 2-6), que su naturaleza divina constituye el cielo (§§ d ife re n te en el reino celestial y en el reino espiritual, y diferente tam bién
7-12), que hay una co rrespondencia de to d o lo que p ertenece a n u e stij ca<da com unidad. La luz del reino celestial parece ardiente po rq u e los
m u n d o co n el cielo, y a través del cielo co n el S eñor (§§ 87-1 15)99, y fíue angeles que están allí reciben la luz del S eñor c o m o sol. La luz en el rei-
el sol de nuestro m u n d o y su luna son entidades correspondientes (§ 10® n° esP*ritual, sin em bargo, es blanca po rq u e los ángeles que están allí re-

La l u z y el c a l o r d e l c i e l o Toda la luz de los cielos procede del Señor com o sol: 1053, 1521, 3195, 3341, 3636,

126. Q u ien es piensan solam ente sobre la base de la naturaleza no pue" ’ 4415> 9 5 4 8 , 9684, 10809. La verdad divina que em ana del S eñor aparece en el cielo
den co m p ren d er el h e ch o de que haya luz en los cielos; sin embargo, ° m° luz y constituye toda la luz del cielo: 3195, 3222 ¡3223], 5400, 8644, 9399, 9548 9684
bí 1
. luz del cielo ilum ina la visión y el discernim iento de los ángeles y los espíritus-
¿ n 3138.
'E l Señor es el centro com ún hacia el que to d o se vuelve en el cielo: 3633.

177
ciben la luz del S eñor co m o luna (véase supra, § 118). Adem ás, la luz no Te pondré por pacto al pueblo, por luz de las naciones (Isaías 42, 6).
es la m ism a en todas las com unidades. Incluso difiere en el in te rio r de ca­
da una. Los que están en el centro están envueltos en una luz m ayor,« T a m b ié n te d i p o r lu z d e las n a c io n e s , p a ra q u e seas m i sa lv a c ió n h a sta lo p o s ­

los que están alrededor, en u n a m e n o r (véase supra, § 43). trero d e la tie rra (Isaías 49, 6).
E n resum en, los ángeles tien en luz en la m ed id a en que están abiertos
a la verdad divina (esto es, en la m edida en q u e participan de la inteli­ Y las n a c io n e s q u e h u b ie r a n sid o salvas, a n d a rá n a la lu z d e ella (A p o calip sis
gencia y sabiduría del Señor)0. P or eso los ángeles del cielo se llaman án­ 21, 24).
geles de luz.
129. C o m o el Señor en los cielos es la verdad divina'y allí la verdad di­ Envía tu lu z y tu v e rd a d ; éstas m e g u ia rá n (S alm os 43, 3).
vina es luz, al Señor se le llam a «luz» en la Palabra, pues toda verdad pro­
cede de él. C onsidérense los siguientes pasajes: En estos y otros pasajes se llam a «luz» al S eñor en razón de la verdad
divina que procede de él y la verdad m ism a es igualm ente llam ada «luz».
Otra vez, Jesús les habló diciendo: Yo soy la luz del mundo; el que me si­ Porque el S eñor co m o el sol es luz en los cielos, c o m o cuando se trans­
gue no andará en tinieblas, sino que tendrá la luz de la vida (Juan 8, 12). figuró ante Pedro, Santiago y Juan:

Entre tanto que estoy en el mundo, luz soy del m undo (Juan 9, 15 [9, 5]). Y se tra n s fig u ró d e la n te d e ellos, y re s p la n d e c ió su ro s tr o c o m o el sol, y sus
vestidos se h ic ie ro n b la n c o s c o m o la lu z (M a rc o s 9, 3; M a te o 17, 2).
Entonces Jesús les dijo: Aún por un poco está la luz entre vosotros; andad
entre tanto que tenéis luz para que no os sorprendan las tinieblas. Entre tanto Si las ropas del S eñor aparecieron de este m o d o fue p o rq u e eran una
que tenéis luz, creed en la luz, para que seáis hijos de luz. Yo, la luz, he venido imagen de la verdad divina que procede de él en los cielos. Las ropas en
al m undo para que todo aquel que cree en mí no permanezca en tinieblas (Juan la Palabra se refiere tam bién a las verdades0*, p o r eso dice en D avid, refi­
12, 35-36. 40 [46]). riéndose a Jehová, «el que se cubre de luz co m o de vestidura» (Salmos
104, 2 ) T
La luz vino al mundo y los hombres amaron más las tinieblas que la luz (Juan 130. Podem os inferir, pues, que la luz de los cielos es espiritual y que
3,19). .1 esa luz es la verdad divina desde el m o m e n to en que consideram os que
también nosotros tenem os luz espiritual y que som os ilum inados p o r ella
En él estaba la vida y la vida era la luz de los hombres. Aquella luz verdade­ en la m edida en que participam os en la inteligencia y en la sabiduría ba­
ra que alumbra a todo hombre venía a este m undo (Juan 1, 4. 9). sadas en la verdad divina. N uestra luz espiritual es la luz de nuestro en -
*endimiento, cuyo ob jeto son las cosas verdaderas que ese e n ten d im ien ­
El pueblo, asentado en tinieblas, vio gran luz; y a los asentados en región de to ordena m ediante u n proceso de análisis y configura en relaciones, de
sombra de muerte, Luz les resplandeció (Mateo 4, 16). las que saca una serie de conclusiones'.

Las ropas en la Palabra significan las verdades que visten lo que es bueno: 1073, 2576,
c La luz en el cielo es proporcional a la inteligencia y la sabiduría de los ángeles: 152® 48, 5319, 5954, 9216, 9952, 10536. Las ropas del Señor cuando se transfiguró signifíca­
1529, 1530, 3339. H ay tantas variaciones de luz e n los cielos com o com unidades, porque la verdad divina que em ana de su am or divino: 9212, 9216.
abi"
hay variaciones constantes respecto del bien y la verdad y, p o r tanto, respecto de la saI^ l La luz de] cjel0 ilum ina nuestro entendim iento, haciéndonos individuos racionales:
duría y la inteligencia: 684, 690, 3241, 3744, 3745, 4414, 5598, 7236, 7833, 7836. 1S24, 3138, 3167, 4408, 6608, 8707, 9126 [9128], 9399, 10659 [10569], El entendim iento es

178 179
Las personas naturales n o son conscientes de que la luz que nos per­ ]o m i s m o tam bién que «ser ilum inado». P or eso, igualm ente, los ángeles

m ite ver esas cosas es u n a luz verdadera p o rq u e n o la ven con sus ojos ni] ¿etien exactam ente el m ism o grado de luz que de inteligencia y sabidu­
la percib en co n su pensam iento. Sin em bargo, m uchos la reconocen y ]a ría.
distinguen de la luz natural en q u e se en c u e n tra n cuando piensan de ma­ C om o la luz del cielo es sabiduría divina, las personas son reco n o ci­
nera natural y n o espiritual. Las personas piensan de m anera natural das a la luz del cielo p o r lo que realm ente son. La naturaleza in te rn a de
cuando se fijan solam ente en este m u n d o y atribuyen to d o a la naturale­ cada uno resplandece en el rostro tal cual es, sin que nada quede oculto.
za. Pero piensan de m anera espiritual cu an d o se fijan en el cielo y atri­ Además, a los ángeles del cielo in te rio r les gusta que to d o cuanto hay en
buyen to d o a lo D ivino. ellos sea visible, pues n o anhelan nada sino el bien. Es diferente para q u ie­
C o n frecuencia se m e ha p e rm itid o p ercib ir q u e la luz que ilumina nes están p o r debajo del cielo y n o buscan el bien, pues ésos tien en un
la m e n te es u n a luz verdadera [lux], m u y diferente de la luz que llama­ profundo te m o r a ser vistos a la luz del cielo. E specialm ente los que es­
m os natural [lumen]. T am bién se m e ha p e rm itid o verlo. H e sido eleva­ tán en el in fiern o parecen hum anos unos a otros, pero a la luz del cielo
d o in te rio rm e n te de fo rm a gradual a esa luz, y cuando era elevado, mi parecen m onstruos, con rostros y cuerpos espantosos, en la fo rm a exacta
d iscern im ien to se ilum inaba en la m edida en q u e p o d ía captar lo que an­ de su malg.
te rio rm e n te había sido incapaz de co m p ren d er, las cosas últim as que de N osotros tenem os una apariencia sim ilar en cuanto a nuestros espíri­
n in g ú n m o d o p u e d e n ser com prendidas p o r el p en sam ien to de la luz na­ tus cuando som os observados p o r los ángeles. Si hay b o n d ad en nosotros
tural. A veces, m e irrita b a el h e c h o de q u e fu eran incom prensibles a la tenemos u n aspecto h erm o so de acuerdo con nuestra bondad; si hay m al­
luz natural cu an d o se p ercib ían de m anera tan clara y evidente a la luz dad, parecem os m onstruos, deform ados de acuerdo co n nuestro mal.
celestial*. Vemos, pues, que to d o es claro a la luz del cielo, y es claro p o rq u e la luz
Puesto que nuestra m e n te tiene luz, hablam os de ella igual que de del cielo es la verdad divina.
nuestros ojos; p o r ejem plo, decim os q u e ve y está ilum inada cuando 132. Puesto que la verdad divina es la luz de los cielos, todas las cosas
co m p ren d e algo, y que está en la oscuridad y en la som bra cuando no lo verdaderas son lum inosas allí d o n d e se p ro d u cen , ya sea den tro de u n án­
hace; y p o d em o s en c o n tra r otras m uchas expresiones semejantes. gel, fuera de u n ángel, den tro de los cielos o fuera de los cielos. C o n to ­
131. P uesto q u e la luz del cielo es la verdad divina, esa luz es también do, las verdades que están fuera de los cielos n o brillan igual que las ver­
sabiduría e inteligencia divina. P or consiguiente, «ser elevado a la luz del dades que están dentro. Las verdades de fuera de los cielos tien en un
cielo» significa lo m ism o que «ser elevado en inteligencia y sabiduría» y brillo frío, com o algo niveo, sin calor, p o rq u e a diferencia de las verdades
del interior de los cielos, su esencia no deriva del bien. P or eso la luz fría
ilum inado porque es receptáculo de la verdad: 6222, 6608, 10659 [10569], El entendimien­ desaparece al contacto con la luz del cielo; y si hay algún mal subyacen­
to es ilum inado en la m edida en que aceptam os lo que es verdadero en el bien del Señor. te, vuelve a la oscuridad. H e visto esto varias veces, ju n to con otras m u ­
3619. La cualidad de nuestro entendim iento está determ inada p o r la cualidad de las vero® chas cosas extraordinarias respecto de las verdades lum inosas, que ren u n ­
des percibidas de las que está form ado: 10064. El entendim iento tiene la luz del cielo co­ cio a contar p o r ah o ra1”.
m o la vista tiene la luz del m undo: 1524, 5114, 6608, 9128. La luz del cielo del Señor esta 133. A hora debem os decir algo sobre el calor del cielo. E n esencia, el
siem pre presente con nosotros, pero fluye [solamente] en la m edida en que estamos cotn j calor del cielo es am or. E m ana del S eñor co m o sol, que es am o r divino
a e - 1
prom etidos en la verdad en razón de lo que es bueno: 4060, 4213 [4214], enor y desde el Señor, co m o se ha explicado en el capítulo anterior.
f C u an d o somos elevados p o r encim a del nivel sensorial entram os en una luz mas sua-'j
ve, y finalm ente en la luz celestial: 6313, 6315, 9407. U n in crem ento real de la luz del CW F . Q teenes están en el infierno parecen hum anos a su propia luz, que es com o luz de
lo tiene lugar cuando som os elevados a la inteligencia: 3190. C uánta luz percibí cuand ones encendidos; pero a la luz del cielo, parecen m onstruos: 4532 [4531], 4533, 4674,
se m e despojó de mis conceptos m undanos: 1526, 6608. ’ S058, 6605, 6626.
P odem os ver, p o r tanto, q u e el calor del cielo es tan espiritual corno s sidad y cualidad, con to d o su calor m anifiesto cuando nos asalta. P o r eso
luz, ya que am bos p ro ced en de la m ism a fu en te11. h ab itu al hablar de inflam arse, acalorarse, arder, hervir, encenderse, ta n ­
H ay dos cosas que em anan del S eñor co m o sol, la verdad divina y ] to cu an d o hablam os de los sentim ientos de u n am o r b u e n o com o de los
bien divino. La verdad divina aparece en el cielo com o luz y el bien d p deseos d e u n am o r malo.
vino co m o calor. Sin em bargo, la verdad divina y el bien divino están ta J 135 . La razón de que el am or que procede del S eñor co m o sol se ex­
unidos q u e n o son dos, sino uno, au n q u e para los ángeles estén separa­ p erim en te co m o calor en el cielo es que los niveles más profundos de los
dos, pues hay ángeles q u e aceptan el b ie n d ivino más fácilm ente que la ángeles están envueltos en u n am o r que procede del b ie n divino, que a
verdad divina, y ángeles que aceptan la verdad divina más fácilm ente que su vez procede del Señor. A consecuencia de ello, el calor llega tam bién
el bien divino. Q u ien es están más abiertos al b ien divino están en el rei­ a sus niveles exteriores. P or eso el calor y el a m o r son recíprocam ente
n o celestial del Señor; quienes están más abiertos a la verdad divina están sensibles u n o a otro en el cielo, de m anera que cada ángel está en la cla­
en el reino espiritual del Señor. Los ángeles más perfectos son aquellos se de calor que arm oniza co n su am or, com o se deriva de lo que acaba­
que están igualm ente abiertos a am bos. mos de decir.
134. E l calor del cielo, co m o la luz del cielo, es diferente en lugares El calor de nuestro m u n d o no entra en el cielo pues es dem asiado bas­
diferentes. T ie n e u n a naturaleza en el rein o celestial y otra en el reino es­ to, ya que es natural y no espiritual. Sin em bargo, es diferente para n o ­
p iritual. T am bién difiere en cada co m u n id ad n o sólo en intensidad, sino sotros, puesto que estam os en el m u n d o espiritual y en el m u n d o n a tu ­
tam b ién en cualidad. El calor es más in ten so y pu ro en el reino celestial ral. En lo que se refiere a nuestros espíritus, nos calentam os exactam ente
del S eñor p o rq u e allí los ángeles aceptan más el b ien divino. Es menos de acuerdo a nuestro am or, pero en lo que se refiere a nuestros cuerpos,
intenso y p uro en el rein o espiritual del S eñ o r p o rq u e allí los ángeles respondemos tanto al calor de nuestro espíritu co m o al calor del m undo.
aceptan más la verdad divina. E n cada co m u n id ad, varía según la recep­ El prim ero fluye en el segundo, puesto que se co rresponden.
tividad de las personas. T am bién hay calor en los infiernos, pero es un ca­ Podem os d eterm in ar la naturaleza de la co rrespondencia de estos dos
lo r sucio'. tipos de calor observando el am o r en los anim ales, cuya form a prim aria,
El calor del cielo está representado p o r el fuego sagrado y celestial, y dirigida a la procreación de la especie, se despierta y se activa en respues­
el calor del in fiern o p o r el fuego p rofano e infernal. Los dos tienen co­ ta a la presencia y la influencia del calor del sol de nuestro m u n d o , u n ca­
m o referencia el am or: el fuego celestial, el am o r al S eñor y el amor al lor que llega prin cip alm en te en prim avera y en verano.
prójim o, y el fuego del infierno, el am o r a sí m ism o y el am or al mundo Q uienes creen que el influjo del calor de nuestro m u n d o despierta ese
y el anhelo asociado a esos am ores1. amor están m u y equivocados, pues no hay realm ente n in g ú n influjo de
El h ech o de q u e el am o r sea u n calor de o rig en espiritual puede co­ lo natural en lo espiritual, sino de lo espiritual en lo natural. Este últim o
rroborarse p o r la fo rm a en que aum en ta el calor en p ro p o rció n a nuestro influjo es propio del o rd en divino, m ientras que el p rim e ro sería c o n tra­
am or, incluso inflam ándonos y acalorándonos en pro p o rció n a su ínten- rio al orden divinok.
136. Lo m ism o que los hum anos, los ángeles tie n e n en te n d im ien to y
h H ay dos fuentes de calor y tam bién dos fuentes de luz, el sol de nuestro mundo ■ voluntad. La luz del cielo pro d u ce su vida cognitiva p o rq u e la luz del cie­
el sol del cielo: 3338, 5215, 7324. El calor del S eñor co m o sol es sentim iento, que es arno^ lo es la verdad divina y la sabiduría divina que p ro ced e de ella; m ientras
3636, 3643. P o r eso, en su esencia, el calor espiritual es am or: 2146, 3338, 3339, 6314. .1 rjne el calor del cielo pro d u ce su vida volitiva p o rq u e el calor del cielo es
‘ H ay calor en los infiernos, pero es sucio: 1773, 2757, 3340; y el olo r que p ro c e d e <■
allí es co m o el olor del estiércol y los excrem entos en nuestro m undo; en los infiem® k H ay u n influjo espiritual y no físico, p o r consiguiente hay u n influjo del m u n d o es­

peores, com o el olor de los cadáveres: 814, 815 [819], 817 [820], 943, 944, 5394. piritual en el natural y no del natural en el espiritual: 3219, 5119, 5259, 5427, 5428, 5477,

J [La nota de Sw edenborg en este p unto rem ite al lector a la nota b del §118 6322, 9H 0 [9109], 9111 [9110],

182 183
el bien divino y el am o r divino que pro ced e de él. La vida quintaesencié • a con «el Verbo» no se c o n o ce todavía y p o r eso es preciso decirlo. El
de los ángeles proced e del calor, pero n o de la luz, salvo en la m edida en V e rb oe n este pasaje es la verdad divina que está en el S eñor y procede

que exista calor en ella. Podem os ver q u e la vida procede del calor p o r ­ del Señor", p o r eso aquí se la llam a tam bién la luz, que es la verdad divi­
que cu an d o falta calor la vida m uere. Sucede lo m ism o con la fe sin amor na c o m o se m ostró a n te rio rm e n te en este capítulo. A hora tenem os que
o con la verdad sin b o n d ad , puesto que la verdad que se atribuye a la fe explicar la afirm ación de que todas las cosas fu eron hechas y creadas p o r
es luz y la b o n d a d atribuida al am o r es calor1. m e d iode la verdad divina.
Todo esto lo m uestran co n claridad aún m ayor el calor y la luz de [2] E n el cielo, es la verdad divina la que posee to d o poder, pues n in ­
nuestro m u n d o , que se co rresp o n d en co n el calor y la luz del cielo. Del gún otro p o d er existe fuera de ella". A todos los ángeles se les llama «po­
calor de nuestro m u n d o , u n id o a su luz, n acen y crecen todas las cosas de deres» a causa de la verdad divina, y son poderes en la m edida en que son
la tierra. Están unidos en prim avera y verano. Sin em bargo, nada nace ni sus receptáculos o contenedores. P or m edio de ella prevalecen sobre los
florece de la luz separada del calor, sino q u e to d o languidece y muere. infiernos y sobre todos los que se les o p o n en . U n m illar de enem igos no
Están separados en invierno, cuando el calor ha desaparecido pero la luz pueden so p ortar un solo rayo de la luz celestial, que es la verdad divina.
p erm an ece. P or esta correspondencia, al cielo se le llama paraíso102, por­ Fuesto que los ángeles son lo que son debido a su aceptación de la ver­
que allí lo verdadero está u n id o a lo q u e es b u en o , o la fe al am or, como dad divina, se sigue de ello que to d o el cielo p ro cede de esta fuente y de
la luz está unida al calor cu an d o la prim avera llega a la tierra. ninguna otra, puesto que el cielo está form ado p o r ángeles.
Esto co n firm a co n m ayor claridad la verdad exam inada anteriorm en­ [3] Los hom bres n o p u ed e creer que este tipo de p o d e r sea in h eren te
te en los §§ 13-19 de q u e la naturaleza divina del S eñor en el cielo es a la verdad divina desde el m o m e n to en que su idea de verdad se refiere
am o r a él y caridad para co n el prójim o. a un pensam iento o unas palabras carentes de to d o p o d e r salvo en la m e ­
137. Se dice en Juan: dida en que otros se lo concedan p o r m ed io de la obediencia. Sin e m ­
bargo, hay u n p o d er intrínseco en la verdad divina, p o d e r de tal natura­
En el principio era el Verbo, y el Verbo era con Dios, y el Verbo era Dios. leza que p o r su m ediación fueron creados el cielo, el m u n d o y to d o lo
Todas las cosas por él fueron hechas, y sin él nada de lo que ha sido hecho, fue que hay en ellos.
hecho. En él estaba la vida, y la vida era la luz de los hombres. En el mundo es­ Podem os ilustrar el h ech o de que este tipo de p o d e r es inh eren te a la
taba, y el mundo por él fue hecho. Y aquel Verbo fue hecho carne y habitó en­ verdad divina m ediante dos com paraciones: p o r el p o d e r de lo que es ver­
tre nosotros (y vimos su gloria) (Juan 1, 1. 3-4. 10. 14). dadero y b u e n o en nosotros y p o r el p o d er de la luz y el calor del sol en
nuestro m undo.
Es evid en te que «el Verbo» es el Señor, p uesto que se dice que el
Verbo se hizo carne. Sin em bargo, lo que se quiere decir de form a pre- ” El V erbo en las Santas Escrituras tiene varios significados: la palabra hablada, el p e n ­
samiento de la m ente, cada entidad que realm ente viene a la existencia, y, en el sentido
1 Las verdades separadas del bien n o son intrínsecam ente verdades porque no tienen superior, la verdad divina y el Señor: 9987. «El Verbo» significa la verdad divina: 2803,
ninguna vida; en realidad, toda la luz de las cosas verdaderas procede del bien: 9603; por 2884 [2894], 4692, 5075, 5272, 7830 [7930], 9987. «El Verbo» significa el Señor: 2533, 2859.
eso son com o un cuerpo sin alma: 3180, 9454 [9154], Las verdades sin bien no son acep­ | " La verdad divina que procede del Señor posee to d o el poder: 6948, 8200. T o d o el
tadas p o r el Señor: 4368. La naturaleza de la verdad separada de la bondad, y p o r lo tan­ Poder del cielo pertenece a la verdad del bien: 3091, 3563, 6344, 6413 [6423], 8304, 9643,
to la naturaleza de la fe sin am or; y la naturaleza de la verdad sincera, y p o r lo tanto 10019, 10182. Los ángeles son llam ados poderes, y son poderes co m o resultado de su acep­
naturaleza de la fe con am or: 1949-1951, 1964, 5830, 5951. E n definitiva, es lo mismo de­ tación de la verdad divina del Señor: 9639. Los ángeles son receptores de la verdad divi-
cir «verdad» o «fe», «bien» o «amor», porque la verdad es u n atributo de la fe, y la bon­ 114 del Señor y p o r consiguiente con frecuencia en la Palabra se les llama «dioses»: 4295,
dad, un atributo del am or: 2839, 4353 [4352], 4997, 7178, 7623, 7624, 10367. 44°2, 8301, 8192, 9398 [8988],

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Por el poder de lo que es verdadero y bueno en nosotros. Todo lo q u e b g J ¿ad y con su u n ^°n ’ flue es necesaria para que p u ed a n acceder a la exis­
mos, lo hacem os p o r el en te n d im ie n to y la voluntad. P or la voluntad a tencia4.
tuam os p o r m edio de lo q u e es bueno, y p o r el enten d im ien to por m«! 139103- D ebería com prenderse que el b ien divino y la verdad divina
dio de lo q u e es verdadero. E n realidad, todos los elem entos de nuestjJ ue proceden del S eñor co m o sol en los cielos n o están en el S eñor sino
v o lun tad están relacionados c o n to d o lo q u e es bueno, y todos los el que proceden de él. Todo lo que está en el S eñ o r es el am or divino, que
m ento s de nuestro en te n d im ie n to están relacionados con todo lo que es es el Ser a p artir del cual el b ien divino y la verdad divina vien en a la exis­
verdadero0. Sobre esta base, pues, p o n em o s to d o nuestro cuerpo en mo­ tencia. Existir desde el Ser es lo que significa «procesión»104. T am bién es­
v im ien to y miles de cosas se p recipitan a realizar nuestra orden por su to se puede ilustrar m ediante la com paración co n el sol de nuestro m u n ­
propia iniciativa. O bservam os entonces q u e to d o nuestro cuerpo está for­ do. El calor y la luz de nuestro m u n d o no están en el sol, pero p ro ced en
m ado para o b ed ecer a lo que es b u en o y verdadero, y, p o r consiguiente de él. E n el sol no hay nada sino fuego, y el calor y la luz se m anifiestan
fo rm ad o de lo q u e es b u e n o y verdadero. y proceden de él.
[4] Por el poder de la lu z y el calor del sol en nuestro mundo. Todo lo que 140. Puesto que el S eñor co m o sol es el am o r divino, y el am o r divi­
crece en n u estro m u n d o —cosas co m o árboles, arbustos, flores, hierbas no es el bien divino esencial, lo divino que em ana de él —su naturaleza
fru to s y sem illas- surge solam en te p o r m e d io del calor y la luz del sol. divina en el cielo— se llam a verdad divina a causa de su claridad, aunque
P o d em o s ver, pues, q u é tip o de p o d e r p ro d u c tiv o es in h e re n te a ese ca­ sea el bien divino u n id o a la verdad divina. La verdad divina es lo que se
lo r y esa luz. ¿ Q u é es, e n to n ces, la luz d iv in a q ue es la verdad divina, denom ina «lo sagrado» q ue procede de él.
y q u é es el calor d iv in o q u e es el b ie n d ivino, fu en te de la que proce­
de el cielo y, p o r co n sig u ien te, tam b ién el m u n d o , p u esto que como L as c u a tr o r e g io n e s d e l c ie lo
h em o s m o strad o a n te rio rm e n te es a través del cielo c o m o aparece el 141. E n el cielo, com o en el m undo, hay cuatro regiones; Este, Sur,
m undo? Oeste y N o rte ; están determ inadas en cada m u n d o p o r su sol, en el cie­
Esto nos p e rm ite d e te rm in a r có m o debem os co m p ren d er la afirma­ lo por el sol del cielo, que es el Señor, y en la tierra p o r el sol de la tie­
ció n de que todas las cosas fueron hechas p o r m edio del Verbo, y que sin rra. Sin em bargo, existen diferencias im portantes. La p rim era es que en
él nada de lo q u e se hizo habría sido h echo, y además, que el m undo fue nuestro m u n d o llam am os «Sur» a la dirección en la que el sol alcanza su
h ech o p o r m ed io de él, es decir, que se hizo realidad p o r m edio de la ver­ máxima altura sobre la tierra, y «N orte» a aquella en la que está más b a­
dad divina del Señor*1. jo, en la dirección opuesta. El Este es el lugar p o r d o n d e sale el sol en los
P or eso en el libro de la creación se m en cio n a prim ero la luz y des­ equinoccios, y el O este el lugar p o r d o n d e se p o n e en esa época. Así, en
pués las cosas que surgen de la luz (Génesis 1, 3-4). P o r eso tam bién to­ la tierra, todas las direcciones están determ inadas sobre la base del S ur105.
das las cosas en los cielos y en la tierra tien en q u e ver c o n el bien y la ver- Sin em bargo, en el cielo, llam an «Este» a la d irección en que el S eñor es
visto com o sol. O este es la dirección opuesta, el S ur en el cielo está a la
° El entendim iento es el receptáculo de lo que es verdadero, y la voluntad es el re­ derecha y el N o rte a la izquierda. Esto se m an tien e in d e p e n d ie n tem en te
ceptáculo de lo que es bueno: 3623, 6125, 7503, 9300, 9930. P o r lo tanto, todos los ele­ de hacia d ó n d e se pueda d irig ir el rostro o el cuerpo. D e esta m anera, en
m entos de nuestro entendim iento están relacionados con lo que es verdadero, se trata de el cielo todas las direcciones están determ inadas sobre la base del Este.
cosas realm ente verdaderas o que creem os que lo son; y todos los elem entos de nuestra La razón de que para ellos el Este sea la d irección en la que se ve al
voluntad están igualm ente relacionados con lo que es bueno: 803, 10122. Señor com o sol es que toda fuente u origen de vida p rocede de él en cuan­
p La verdad divina que procede del Señor es lo ún ico real: 6880, 7004, 8200. Por me­ to sol. A dem ás, en la m edida que el calor y la luz, o la inteligencia y la
dio de la verdad divina fueron hechas y creadas todas las cosas: 2803, 2884, 5272, 7 8 ®
[7796]. p q [La nota de Sw edenborg en este p u n to rem ite al lector a la nota b del § 107 supra.]

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sabiduría p rocedentes de él, son aceptados en tre los ángeles, éstos dicen dijimos, sus niveles más profundos están orientados hacia su centro co ­
que el S eñ o r se ha levantado o resucitado entre ellos. P or eso tam bién en la mún P ° r eso en Clel° se v u e lven hacia el Señor, su sol, y com o el am or
Palabra se llama al S e ñ o r el Este u O rien te'-'06. stá constantem ente presente ante sus niveles profundos, y su rostro es la
142. U n a segunda diferencia es que, para los ángeles, el Este está siem­ manifestación a nivel ex te rn o de esa in terio rid ad o profundidad, el am or,
pre frente a ellos, el O este detrás, el Sur a la derecha y el N o rte a la iz­ que predom ina sobre todo, está siem pre enfrente de su rostro. E n el cie­
quierda. Sin em bargo, c o m o esto es difícil de c o m p ren d er en este m un­ lo este am or es el S eñor co m o sol, puesto que él es la fuente de to d o su
do, ya que nosotros volvem os el rostro hacia todas las direcciones, debe am of. Adem ás, puesto que el S eñor m ism o está co n los ángeles en su
ser explicado. amor, es el S eñor q u ien hace que le m iren a él d o n d e q u iera que se v u el­
Todo en el cielo se vuelve hacia el S eñ o r co m o su centro com ún, por van. Estos asuntos n o p u ed e n aclararse más aquí, pero lo serán en los ca­
eso todos los ángeles se vuelven en esa m ism a dirección. Es sabido que pítulos siguientes. E n particular, cuando tratem os de las representaciones
tam bién en la tierra to d o ap u n ta hacia u n cen tro co m ú n , pero la orien­ y apariencias, así co m o del tiem p o y el espacio en el cielo, se presentarán
tación del cielo es diferente a la de la tierra. E n el cielo, son las partes de­ de m anera que pued an com prenderse co n m ayor claridad107.
lanteras las que se vuelv en hacia el centro co m ú n , m ientras que en la tie­ En cuanto a que los ángeles tien en co n stan tem en te al S eñor frente a
rra son las partes inferiores. Esta o rien tació n de nuestro m u n d o es lo que sí, es algo que se m e ha dado a co n o cer a través de num erosas ex p e rie n ­
llam am os fuerza cen tríp eta, o tam b ién gravitatoria. Los niveles más pro­ cias. A veces, cuando he estado en com pañía de los ángeles, he observa­
fundos de los ángeles están vueltos efectivam ente hacia delante; y puesto do la presencia del S eñor ante m i rostro: aunque yo n o le viera, podía d e­
que estos niveles profu n d o s se m anifiestan en el rostro, es el rostro el que cir que él estaba allí debido a la luz. T am bién los ángeles han dado con
determ in a la o rie n ta c ió n 6. frecuencia testim onio de esta verdad.
143. Pero el o rie n te está siem pre enfrente de los ángeles cualquiera que C om o el S eñor está con stan tem en te delante de los ángeles, en nues­
sea la dirección hacia la que dirijan su rostro o su cuerpo. E sto es aun más difí­ tro m undo decim os que los ángeles tien en a D ios ante sus ojos y su ros­
cil de c o m p ren d er en n u estro m u n d o , dado q u e para nosotros, la direc­ tro, y que quienes creen en él y le am an le m iran y le ven. Expresiones
ció n que ten em o s en fren te d ep en d e de la direcció n a la que estemos mi­ como éstas llegan a nosotros desde el m u n d o espiritual, pues ésa es la
rando; p o r eso, tam b ién esto debe ser explicado. fuente de m uchas de las expresiones que utilizam os, au n q u e no seamos
Los ángeles giran el rostro y el c u erp o y lo dirigen en cualquier di­ conscientes de su verdadera procedencia.
rección, co m o hacem os nosotros, pero, sin em bargo, el o rie n te está siem­ 144. Esta o rien ta ció n hacia el S eñor es una de las maravillas del cielo,
pre ante sus ojos. Los m o v im ien to s del rostro y el c u e rp o de los ángeles pues m uchos individuos p u e d e n reunirse en u n lugar, volviendo el ros­
n o son co m o los de los ho m b res, puesto q u e tie n e n u n origen diferente. tro y el c u erp o cada un o hacia el otro, y sin em bargo todos ten d rán al
Las dos form as de volverse parecen iguales, pero n o lo son. Para los án­ Señor frente a sí, y cada u n o tendrá el Sur a la derecha, el N o rte a la iz­
geles su o rig e n está en el am o r que to d o lo dirige. Esta es la base de to­ quierda y el O este detrás.
da d e term in ació n para los ángeles y espíritus, pues, c o m o anteriorm ente O tro h ech o extraordinario es que aun q u e los ángeles estén com pleta-

1 El Este en su sentido superior es el Señor, po rq u e es el sol del cielo, que está siem­ En el m u n d o espiritual todos se vuelven hacia lo que am an, y las direcciones tienen
pre saliendo y nunca se pone: 101, 5097, 9668. *11* su origen y su definición sobre la base del rostro: 10130, 10189, 10420, 10702. El ros-
b E n el cielo todos se vuelven hacia el Señor: 9828, 10130, 10189, 10219. Sin embar­ 0 esta conform ado en correspondencia con los niveles más profundos: 4791-4805, 5695.
go, los ángeles no se vuelven ellos m ismos hacia el Señor; es, más bien, el Señor el que 0r eso los niveles más profundos resplandecen en su rostro: 3527, 4066, 4796. E n los án-
los vuelve hacia él: 10189. N o hay una presencia de los ángeles c o n el Señor, sino que Sdes, el rostro está unido a los niveles más profundos: 4796, 4797, 4799, 5695, 8250. Sobre
hay una presencia del Señor c o n los ángeles: 9415. lnfluJ0 de los niveles más profundos en el rostro y sus m úsculos: 3631, 4800.

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m e n te orien tad o s hacia el este, tien en sin em bargo visión de las otras tres continuidad, parece estar fuera de ellos. Esto nos p e rm ite ver có m o d e­
direcciones. A hora b ien , este h e ch o co n c ie rn e a su visión interior, qUe beríamos co m p ren d er el ser del S eñor en ellos y el ser de ellos en el
es una fu n ció n de su pensam iento. Señor, según las palabras del Señor,
T am bién se cuen ta en tre los hechos ex traordinarios del cielo que no
se p erm ite a nadie estar detrás de nadie y m irar la p arte de atrás de su ca­ P e rm a n e c e d en mí y yo en vosotros (Juan 15, 4).
beza. Esto p ertu rb a el influjo de la verdad y el b ien que proceden del
Señor.
y
145. Los ángeles ven al S eñ o r de u n a m anera, y el S eñor ve a los án­
geles de otra. Los ángeles ven al S eñ o r c o n sus ojos, m ientras que el Señor El que come mi carne y bebe mi sangre, en mí permanece y yo en él (Juan
ve a los ángeles a través de sus frentes. La razón de que así sea es que la 6, 56).
frente corresponde al am or, y es a través del am o r co m o el Señor fluye
en su v o lu n tad y se hace visible a su m en te, a la q u e corresponden los La «carne del Señor» significa lo que es divino y b u en o , y su «sangre»
ojosd. significa lo que es divino y verdadero".
146. Pero las regiones de los cielos que constituyen el reino celestial 148. E n los cielos los ángeles viven en zonas diferentes según las di­
del S eño r difieren de las q u e constituyen su reino espiritual. Esto se de­ recciones cardinales. Q u ien es son sensibles al b ien que hace el am or vi­
be a que los ángeles en su reino celestial ven al S eñor co m o u n sol, m ien­ ven ju n to al eje E ste-O este: los que tien en una p e rcep ció n clara de ello,
tras que en su rein o espiritual lo ven c o m o u n a luna, y es hacia oriente hacia el este; y quienes tien en una percepción más vaga, hacia el oeste.
d o n d e el S eñor aparece. Quienes son sensibles a las em isiones de la sabiduría que resulta de ese
La distancia entre el sol y la luna es de treinta grados108, p o r consiguien­ bien del am o r viven ju n to al eje S u r-N o rte : quienes están en la clara luz
te hay esa m ism a distancia entre las direcciones. La división del cielo en los de la sabiduría, hacia el sur; y quienes están en una luz de sabiduría más
dos reinos llamados reino celestial y reino espiritual fue presentada en el ca­ oscura, hacia el norte.
pítulo correspondiente (§§ 20-28), así co m o el hecho de que el Señor apa­ Los ángeles del reino espiritual del Señor viven de form a sem ejante a
rezca com o sol en el reino celestial y com o luna en el reino espiritual (§ los del reino celestial, aunque con las diferencias que se derivan de la dis­
118). Sin em bargo, n o p o r ello existe riesgo de confusión entre las direc­ tinción entre el bien del am or y la luz de la verdad que procede de ese bien.
ciones, pues los ángeles espirituales n o p u ed en elevarse al nivel de los án­ Es así porque el am or en el reino celestial es am or al Señor, y la luz de la
geles celestiales, ni éstos bajar al nivel de aquéllos (véase supra, § 35). verdad de ese am or es sabiduría. P or su parte, el am or del reino espiritual
147. Vem os así que la presencia del S eñ o r es en todas partes p o r igual es el am or a nuestro prójim o, llam ado caridad, y la luz de la verdad que
en los cielos: está en to d o lugar y c o n cada in d iv id u o en las cualidades procede de él es inteligencia, llamada igualm ente fe (véase supra, § 23).
buenas y verdaderas que em anan del Señor. Así, está en los ángeles en to­ Difieren tam bién según las direcciones ya que, com o hem os observado (§
do lo qu e es realm ente de él (com o se señaló en el § 12 supra). 146), las direcciones en los dos reinos están separadas p o r treinta grados.
La p ercep ció n que tien en los ángeles de la presencia del S eñor radica 149. H ay una disposición sim ilar en cuanto a los lugares en que viven
en su in terio r. Es desde ahí desde d o n d e sus ojos ven; p o r eso, al haber los ángeles en cada com u n id ad particular del cielo. Q u ie n es se en c u e n -

J La frente corresponde al am or celestial, p o r eso en la Palabra la frente se refiere a En la Palabra, la «carne» del Señor significa su naturaleza h um ano-divina y el bien
ese am or: 9936. Los ojos corresponden a nuestro entendim iento, porque el entendim ien­ vino de su am or: 3813, 7850, 9127, 10283; y la «sangre del Señor» significa la verdad di-
to es la m irada interior: 2701, 4410, 4526, 9051, 10569. P o r eso levantar los ojos y ver sig v,na y la santidad de la fe: 4735, 4978 [6978], 7317, 7326, 7846, 7850, 7877, 9127, 9393,
nifica discernir, percibir y advertir: 2789, 2829, 3198, 3202, 4083, 4086, 4339, 5684. 10°26, 10033, 10152, 10204 [10210],
tran en un grado m ayor de a m o r y c a rid a d están hacia el este, y los _J f l n u e stro m u n d o y la luna de la tierra n o son visibles en el m u n d o es-
están en u n grado m e n o r hacia el oeste; quien es están en una luz más i n l . sino que en lugar de nuestro sol hay algo oscuro opuesto al sol
tensa de sabiduría se sitúan hacia el sur, y q u ien es están en una luz n ^ | ¿el cie lo y alg° tenebroso opuesto a la luna del cielo. Esto significa que
nos intensa hacia el n o rte. La razó n de esta disposición es que cada co ] i0 s habitantes del in fiern o tienen direcciones opuestas a las del cielo. Su
m unid ad es u n reflejo del cielo y es ta m b ié n u n cielo a escala reducida] Este se encuentra allí d o n d e ven ese objeto oscuro o tenebroso y su O este
(véase supra, §§ 51-58). La m ism a o rd e n a c ió n se m an tie n e en sus reunió- ■ d o n d e está el sol del cielo. El Sur está para ellos a su derecha y el N o rte

nes. Esta disposición tiene su o rig e n en la fo rm a del cielo, que perm ite a ¡ a su izquierda, in d ep en d ie n tem en te de hacia d ó n d e vuelvan el cuerpo.
cada u n o co n o c e r su lugar. jq0 es posible de otro m odo, pues todas las tendencias de su naturaleza
Está tam bién previsto p o r el S e ñ o r q u e haya to d o tipo de ángeles e t j profunda, toda su orien tació n , p o r consiguiente, apunta y tiende hacia
cada com unidad, para que la fo rm a del cielo sea en todas partes la misma i esa dirección. Sobre el am or co m o lo que d ete rm in a la tendencia de
Sin em bargo, la disposición del cielo en su c o n ju n to difiere de la de una n u e s tr a naturaleza profunda y p o r tan to la o rie n tac ió n de las acciones de
co m un id ad com o lo que es general difiere de lo q u e es particular. Esto es cada u n o en la otra vida, véase § 143. El am or de los que están en los in ­
las com unidades que están situadas hacia el este son superiores a las que fiernos es am o r a sí m ism os y al m u ndo, y estos am ores están representa­
están hacia el oeste, y las q u e están hacia el sur son superiores a las que es­ dos por el sol de este m u n d o y la luna de la tierra (véase § 122). P o r otra
tán hacia el norte. parte, estos am ores se o p o n e n al am o r al S eñor y al am o r al p ró jim o 11. Por
150. Por eso las direcciones cardinales del cielo expresan las cualidades eso se vuelven hacia la oscuridad, lejos del Señor.
de quienes allí viven. E l Este significa el a m o r y la clara percepción de su Quienes están en los infiernos tam bién viven dispuestos según las di­
bien, el O este lo m ism o co n u n a p e rc e p c ió n m ás oscura, el Sur significa recciones cardinales. Los que están obsesionados con los males que surgen
sabiduría e inteligencia en u n a lu z clara, y el N o r te lo m ism o en una luz del amor a sí m ism os están ju n to al eje E ste-O este, y quienes se obsesio­
oscura. A dem ás, estos significados p ro p io s de las direcciones son igual­ nan con las falsedades del mal están ju n to al eje S u r-N o rte. N os referire­
m e n te aplicables al sentido esp iritual o in te rio r de la Palabra', puesto que mos a ellos más detenidam ente cuando hablem os de los infiernos109.
el sentido espiritual o in te rio r de la Palabra está en perfecta arm onía con 152. C u an d o u n espíritu m alo está en com pañía de los buenos, hab i­
las cosas del cielo. tualmente se produce tal confusión de direcciones que los buenos espíri­
151. Lo co n trario sucede c o n los q u e están e n los infiernos. Allí no se tus apenas saben d ó n d e está su o riente. Esto es algo que he observado a
centran en el S eñor co m o su sol o su lu n a, sino q u e apartan la m irada del menudo, y de ello he oído lam entarse a los espíritus.
S eñor hacia el o bjeto oscuro q u e o c u p a el lug ar d el sol de nuestro m un­ 153. Los malos espíritus parecen a veces orientarse según las direccio­
do y hacia el objeto ten eb ro so q u e o c u p a el lu g a r de la luna de la tierra. nes del cielo, en m o m en to s en que tienen inteligencia y co m p re n d en lo
Los llam ados d em onios m iran hacia el o b je to o scuro que ocupa el lugar que es verdadero, pero sin sentir n in g ú n afecto p o r lo que es bu en o ; así,
de nuestro sol, y los llam ados espíritus h acia el o b je to tenebroso que ocu­ tan pronto co m o se o rien tan de nuevo según sus propias direcciones,
pa el lugar de nuestra lu n a6. C o m o explicam os e n el § 122, supra, el sol quedan desprovistos de toda inteligencia o com p ren sió n de la verdad.
E ntonces dicen que las cosas verdaderas que habían oído y en ten d id o no
1E n la Palabra el Este significa el a m o r claram ente p ercibido: 1250, 3708. El O este sig­ son verdaderas sino falsas, e incluso p reten d en que las cosas falsas son ver-
nifica am or oscuram ente percibido: 3708, 9653. El S ur significa u n estado de luz de sabi­
duría e inteligencia: 1458, 3708, 5672; y el N o rte significa ese estado oscuram ente perci­ Q uienes están absortos en el am or a sí m ismos y al m u n d o vuelven la espalda al
bido: 3708. Señor: 10130, 10189, 10420, 10702. El a m o r al Señor y la caridad hacia el prójim o consti­
6 La identidad y naturaleza de los llam ados d e m o n io s y la identidad y naturaleza de , tuyen el cielo, y el am or a sí m ism o y al m u n d o constituyen el infierno, porque son
los llam ados espíritus: 947, 5035, 5977, 8593, 8622, 8625. °Puestos: 2041, 3610, 4225, 4776, 6210, 7366, 7369, 7490, 8232, 8678, 10455, 10741-10745.

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daderas. Se m e ha hablado acerca de este tipo de cam bios y se m e ha di­ vuelven al p rim ero, y así sucesivam ente. Las fases se siguen una a otra con
cho específicam ente que en el caso de esos espíritus m alignos la facultad una variedad constante.
intelectual p u ed e sufrir estos cam bios, pero n o la facultad de la voluntad. Estos estados se siguen u n o a o tro com o variaciones de luz y som bra,
Se m e ha dicho tam bién que está previsto p o r el S eñor que, al final, to­ calor y frío, o com o la m añana, el m ediodía, la tarde y la n o ch e de los
dos po d rán te n e r la capacidad de ver y reco n o cer la verdad, pero que na­ ¿xas en nuestro m undo, variando co n stan tem en te a lo largo de to d o el
die la aceptará salvo quienes estén centrados en el bien, puesto que el año. Y n o sólo eso, sino que realm ente se corresponden: la m añana co­
bien - n u n c a el m a l- es lo que acepta las verdades. P o r otra parte, algo si­ rresponde al estado de su am o r en la claridad, el m ediodía al estado de su
m ilar sucede co n nosotros, que pod em o s ser corregidos p o r m edio de las sabiduría en la claridad, la tarde al estado de su sabiduría en la oscuridad,
verdades, au n q u e la m edida en que som os corregidos dep en d e de la me­ y la n o ch e a u n estado sin a m o r ni sabiduría. A u n q u e debe saberse que,
dida en q u e nos centram os en el b ien. P o r eso p o d em os volvernos igual­ en realidad, n o existe nin g u n a correspondencia de la n o c h e con los esta­
m en te hacia el Señor. Sin em bargo, si en nuestra co n d u cta cotidiana es­ dos de vida de quienes están en el cielo, sino que la correspondencia se
tam os inm ersos en el m al, in m ed iatam en te le dam os la espalda de nuevo debe establecer, más bien, co n la m edia luz que antecede al alba. La n o ­
y justificam os en nuestro fuero in te rn o las falsas racionahzaciones de che se co rresp o n d e con las personas que están en el in fie rn o ”.
nuestro m al frente a las verdades que hem o s co m p ren d id o y hem os vis­ D ebido a esta correspondencia, «día» y «año» significan en la Palabra los
to. Esto sucede cu an d o pensam os sobre la base de nuestras inclinaciones estados de la vida en general, el calor y la luz significan el am or y la sabi­
más profundas. duría, la m añana el nivel prim ero y superior del am or, el m ediodía la sa­
biduría en su luz, la tarde la sabiduría en su som bra, y el crepúsculo la m e­
C ó m o ca m b ia n los estados dia luz que precede a la m añana. La noche, sin em bargo, significa la
d e l o s á n g e l e s e n el c i e l o pérdida del am or y la sabiduríab.
154. Al hablar de «cam bios en los estados de los ángeles» nos referi­ 156. Así co m o cam bian los estados interiores de am o r y sabiduría de
m os a sus cam bios respecto del am o r y la fe y, p o r consiguiente, respec­ los ángeles, así cam bian tam bién los estados de las diversas cosas que los
to de la sabiduría y la inteligencia, es decir, cam bios en el estado de su rodean y son visibles a sus ojos; pues la apariencia de las cosas que rodean
vida. Los estados son atrib u to s de la vida y de lo que p erten ece a la vi­ a los ángeles está en fu nción de las cosas que están en su interior.
da; y p u esto q u e la vida angélica es u n a vida de a m o r y de fe, y p o r tan­ Describirem os lo que son y có m o son en capítulos posteriores, cuando
to de sabiduría e in teligencia, los estados son los atributos de éstos, y ha­ analicemos las representaciones y apariencias en el cielo 110.
blam os de estados de a m o r y de fe y de estados de sabiduría e 157. C ada ángel e x p erim en ta y atraviesa in d iv id u alm en te cam bios de
inteligencia. A h o ra d ebem os d escribir có m o cam bian estos estados en
los ángeles. 'E n el cielo, no hay ningún estado que se corresponda c o n la noche, sino con la m e­
155. Los ángeles n o se e n cu en tran siem pre en el m ism o estado en dia luz que antecede al alba: 6110. La m edia luz significa el estado interm edio entre lo úl­
cuanto al am or, y p o r consiguiente tam p o co están en el m ism o estado en timo y lo prim ero: 10134.
cuanto a la sabiduría, pues toda su sabiduría p ro cede de su am or y es pro­ bLas alternancias de u n estado en cuanto a ilum inación y percepción están ordenadas
porcional a su am or. A veces están en u n estado de am or intenso, a vece en el cielo com o los m om entos del día en el m undo: 5672, 5962, 6310 [6110], 8426, 9213,
en u n estado de am o r que n o es tan intenso. D ecrece gradualm ente dei W605. Los días y los años significan en la Palabra todos los estados en general: 23, 487,
una m ayor a u n a m e n o r intensidad. C u an d o están en el nivel más alto cw*j ®8, 493, 893, 2788, 3462, 4850, 10656. La m añana significa el com ienzo de un nuevo es-
am or, están en la luz y el calor más intensos, o en su m ayor claridad y d®| W o ’ y url estado de am or: 7216 [7218], 8426, 8427, 10114, 10134. La tarde significa un es-
leite. A la inversa, cuan d o están en los niveles más bajos están en la so p r ° en el que la luz y el am or se desvanecen: 10134, 10135. La n o c h e significa un estado
bra y la frialdad, o en lo tenebroso y desagradable. D e este últim o estadal SI" am or ni fe: 221, 709, 2353, 6000, 6110, 7870, 7947.

194 195
estado c o m o éstos, y lo m ism o sucede co lectivam ente a cada com uni­ vas de deleite y malestar, su percep ció n y su sensibilidad hacia el b ien se
dad. Sin em bargo, cada u n o lo hace de m an era diferente a los demás hace cada vez más delicada1*.
puesto q u e difieren en am o r y sabiduría. Los q u e están en el centro es­ Los ángeles siguieron diciendo que el S eñor n o p ro d u ce estos cam bios
tán en u n estado más perfecto q u e aquellos q u e están a su alrededor y en Je estado, puesto que el S eñor co m o el sol está siem pre fluyendo co n ca­
los m árgenes (véase supra, §§ 23 [43] y 128). Pero llevaría demasiado lor y luz, esto es, con am o r y sabiduría. La causa de los cam bios son más
tie m p o h acer u n re c u e n to de las diferencias, puesto q u e la cualidad del bien ellos m ism os, puesto que am an su sentido del yo y esto les hace
am o r y la fe d e te rm in a la fo rm a de los cam bios q u e sufre cada uno. Por equivocar co n tin u a m en te los cam inos. Para explicarlo, lo com paran con
consiguiente, u n o p u ed e estar en claridad y d eleite m ientras otro está en el sol de nuestro m u n d o , que n o es la causa de los cam bios de calor y frío,
oscuridad y m alestar, incluso al m ism o tiem p o , d e n tro de una m ism a co­ de luz y oscuridad, de la sucesión de los años y los días, puesto que el sol
m unidad . Los estados difieren en las distintas co m unidades, y serán dife­ perm anece inm óvil. La razón hay que buscarla en la tierra.
rentes en las co m unidades del reino celestial y en las com unidades del 159. Se m e m ostró có m o el Señor, com o u n sol, aparece ante los án­
rein o espiritual. geles del reino celestial en el p rim e r estado, en el segundo y en el terce­
H ablando en general, las diferencias de los cam bios de estado son se­ ro. Vi al S eñor com o sol, al prin cip io rojizo y resplandeciente, co n u n
m ejantes a las variaciones de los días en los distintos climas de la tierra. brillo tal que no se p u ed e describir. Se m e dijo que el S eñor co m o sol
P uede ser m añana para unos m ientras q u e es de n o c h e para otros, y unos aparece así a los ángeles en el p rim e r estado. M ás tarde vi u n gran halo
tien e n calor m ientras otros tie n e n frío, y viceversa. oscuro alrededor del sol, a causa del cual la cualidad rojiza y resplande­
158. Se m e ha dicho desde el cielo p o r q u é tien e n lugar cambios de ciente que lo hacía tan brillante co m enzó a palidecer. Se m e dijo que así
estado co m o éstos. Los ángeles m e han dicho q u e existen m uchas razo­ aparece el sol a los que están en el segundo estado. L uego vi có m o el ha­
nes. E n p rim e r lugar, el deleite de la vida y del cielo que disfrutan los án­ lo se oscurecía de m o d o que el sol adquiría u n aspecto m enos rojizo, pa­
geles deb id o al am o r y la sabiduría que les es dada p o r el S eñor se iría de­ so a paso, hasta que finalm ente su aspecto fue co m p letam en te pálido. Se
bilitando si estuvieran co n stan tem en te en él, a la m anera que les sucede me dijo que así es com o aparece el sol a los que están en el tercer estado.
a quienes están inm ersos en placeres y goces carentes de variedad. Una Después de eso vi el disco pálido m overse a la izquierda hacia la luna del
segunda razón es que los ángeles tien en igual q u e nosotros u n ego o ima­ cielo y añadir su luz a la luz de la luna, de m o d o que ésta brilló de for­
gen de sí'11, y esto im plica el am o r a sí m ism o. Todos en el cielo están li­ ma excepcional. Se m e dijo que éste era el cu arto estado de los que es-
bres del sentido del yo, y en la m edida en que el S eñ o r los m antiene li­ tan en el reino celestial y el p rim e r estado de los que están en el reino es­
bres, disfrutan del am o r y la sabiduría. Sin em bargo, en la m edida en que piritual. T am bién se m e dijo que los cam bios de estado en cada reino
no se m a n tie n e n libres, son atrapados p o r el am o r a sí mism os; y puesto proceden alternativam ente, n o en to d o el reino a la vez, sino en una co ­
que tod o s ellos am an el sentido del yo y lo llevan consigo', se producen m unidad después de otra. Y tam bién se m e dijo que estas alteraciones no
los cam bios de estado o alternativas sucesivas. U n a tercera razón es que están prefijadas, sino que suceden de fo rm a más o m enos rep en tin a sin
de esta m anera se perfeccionan, pues se acostum bran a m antenerse en el que nadie las p u eda prever.
am or al S eñ o r y libres del am o r a sí m ism o. A dem ás, p o r estas alternati- Los ángeles siguieron diciendo que el sol en sí y p o r sí nun ca cam bia
ni se mueve, pero que tom a esa apariencia en concordancia co n la suce­
e La im agen que tenem os de nosotros o ego es am or a nosotros m ismos: 694, 731, siva progresión de sus estados, puesto que el S eñ o r se m uestra a cada un o
4317, 5660. La im agen que tenem os de nosotros o ego debe ser separada de nosotros pa-
ra que el S eñ o r esté presente: 1023, 1044. Está realm ente separada cuando nos mantene­ Los ángeles se van perfeccionando hasta la eternidad: 4803, 6648. E n el cielo, nunca
m os en lo que es b u e n o p o r el Señor: 9334, 9335, 9336, 9445 [9447], 9452, 9453, ^ ^ 9 Puede existir u n estado exactam ente igual a otro, de lo que resulta u n perp etu o proceso

9938. de Perfeccionam iento: 10200.

196 197
de acuerdo co n la realidad de su estado individual: rojizo a quienes están 165. Puesto que los ángeles no tienen ninguna idea derivada del tiem ­
en u n am o r intenso, m enos ru b ic u n d o luego y finalm ente pálido cuando po, com o tenem os en nuestro m undo, tam poco tienen ninguna idea del
el am or declina. La cualidad del estado de cada u n o está representada por tiempo en sí ni de las cosas que d ep enden de él. N i siquiera saben lo que
el aura débil q u e im p o n e n al sol las aparentes variaciones de llama y de son todas esas cosas tem porales com o el año, el mes, la semana, el día, la
luz. hora, hoy, m añana, o ayer. C u an d o los ángeles oyen estas expresiones a al­
160. C u a n d o los ángeles se e n cu en tran en ese ú ltim o estado, lo que guno de nosotros (el S eñor hace que los ángeles estén siem pre en contac­
sucede cu an d o están inm ersos en su sen tim ien to del yo, em piezan a sen­ to con nosotros), perciben en su lugar estados, y cosas que tienen que ver
tirse tristes. H e hablado c o n ellos cuando estaban en ese estado y he sido con estados. P or eso nuestra idea natural se transform a en idea espiritual
testigo de su tristeza112. Sin em bargo, dijeron q u e vivían en la esperanza para los ángeles. Por eso las expresiones del tiem po en la Palabra signifi­
de que p ro n to volverían a su estado a n te rio r y estarían de nuevo en el cie­ can estados, y p o r eso las cosas propias del tiem po co m o las enum eradas
lo, p o r decirlo así, puesto que el cielo es para ellos estar libres de su sen­ anteriorm ente significan las realidades espirituales que les corresponden*.
tim ien to del yo. 166. Sucede lo m ism o con todas las cosas que existen co m o resultado
161. T am bién hay cam bios de estado en los infiernos, pero éstos se del tiem po, co m o las cuatro estaciones del año llamadas prim avera, vera­
describirán más tarde, cuando nos o cupem os del in fie rn o 113. no, o to ñ o e invierno; las cuatro partes del día llamadas m añana, m ed io ­
día, tarde y noche; nuestras cuatro edades, llamadas infancia, ju v e n tu d ,
El t i e m p o en el c i e l o madurez y vejez; y co n las otras cosas que o c u rre n co m o consecuencia
162. A u n q u e las cosas sucedan en o rd en y progresen en el cielo igual del tiem po o que se suceden en una secuencia tem poral. C u a n d o noso­
que lo h acen en el m u n d o , sin em bargo los ángeles n o tienen ninguna tros pensam os en ellas es desde u n p u n to de vista tem poral, pero u n án­
n o c ió n o idea del tiem p o y el espacio. La ausencia de estos conceptos es gel piensa en ellas en tanto que estado. P or consiguiente, to d o lo que en
tan com pleta que sim plem ente n o saben q u é es el tiem p o o el espacio. ellas es tem poral para nosotros se troca en una idea de estado para el án­
A quí hablarem os del tiem p o en el cielo, dejando el espacio para estu­ gel. Prim avera y m añana se transform an en la idea de am o r y sabiduría en
diarlo en o tro cap ítu lo 114. el sentido que estos térm in o s tie n en para los ángeles en el p rim e r estado;
163. La razón de q u e los ángeles n o sepan lo q ue es el tiem po (aun­ verano y m ediodía se transform an en la idea de am o r y sabiduría según
que to d o se m ueva para ellos sucesivam ente, co m o en nuestro m undo, su sentido para los ángeles del segundo estado; y lo m ism o el o to ñ o y la
pues en eso n o hay n in g u n a diferencia) es q u e en el cielo n o existen años tarde respecto del tercer estado; y la n o ch e y el in v iern o en las ideas de
ni días, sino sólo cam bios de estado. Allí d o n d e hay años y días, hay tiem­ tales estados según existen en el infierno. P or eso las cosas sem ejantes es-
pos, y d o n d e hay cam bios de estado, hay estados. tan representadas en la Palabra p o r esos m o m en to s (véase supra, § 155).
164. La razón de que haya tiem pos en nuestro m u n d o es que nos pare­ Vemos así có m o los conceptos naturales que surgen en nuestro pensa-
ce que el sol se m ueve de una zona a otra, creando así los tiem pos que lla­
m am os estaciones del año. Se m ueve tam bién alrededor de la tierra y crea “En la Palabra, las expresiones referentes al tiem po significan estados: 2788, 2837, 3254,
3356, 4816 [4814], 4901, 4916, 7218, 8070, 10133, 10605. Los ángeles piensan sin ninguna
los tiem pos que llamamos m om entos del día, y lo hace p o r períodos fijos.
Es diferente lo que sucede co n el sol del cielo. N o pro d u ce los años y «lea de tiem po ni espacio: 3404. Las razones de esto: 1274, 1382, 3356, 4882, 4901, 6110,

los días p o r m ovim ientos y rotaciones sucesivos, sino que produce apa* 7218, 7381. Lo que «año» significa en la Palabra: 487, 488, 493, 893, 2906, 7828, 10209. Lo
que significa «mes» en la Palabra: 3814. Lo que significa «semana»: 2044, 3845. Lo que sig-
rentes cam bios de estado; y n o lo hace p o r períodos fijos, com o explicá­
nifica «día»: 23, 487, 488, 6110, 7430 [7443], 8426, 9213, 10062 [10132], 10605. Lo que sig-
bam os en el capítulo anterior. P o r eso los ángeles n o p u ed en ten er nin­
01 lea «hoy»: 2838, 3998, 4304, 6165, 6984, 9939. Lo que significa «mañana»: 3998, 10497.
guna idea de tiem po, pero tien en en su lugar una idea de estado. Para 1°
Lo que significa «ayer»: 6983, 7124 [7114], 7140.
que es u n «estado» p u ed e verse supra, § 154.

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m ie n to se vuelven espirituales para los ángeles que están con nosotros. tros. H ablé co n él más tarde, a solas, y al p rin cip io él n o sabía a qué lla­
167. C o m o los ángeles n o tie n e n n in g u n a n o c ió n de tiem po, tienen maba yo «tiempo». P or eso tuve que explicarle que el sol parece despla­
u n co ncep to diferente de la etern id ad del q u e tenem os los seres hum a­ zarse alrededor de nuestra tierra y da lugar a los años y los días y que, co ­
nos en la tierra. Por «eternidad» los ángeles perciben u n estado infinito, m o resultado, los años se dividen en cuatro estaciones y en meses y
no un tiem p o infinitoh semanas, y los días en veinticuatro horas, y que esos tiem pos se repiten a
E n una ocasión pensaba en la etern id ad y recurría a una idea de tiem ­ intervalos fijos. Esto da lugar a nuestras expresiones sobre el tiem po. Se
po con la que trataba de c o m p ren d er lo que supone «hasta la eternidad» quedó asom brado cuando escuchó to d o esto, y dijo que n o conocía ese
- a saber, sin fin a l- pero n o podía co m p ren d er lo q ue supone «desde la tipo de cosas, pues él solam ente conocía lo que eran los estados.
eternidad» y p o r tan to n o co m p ren d ía lo q u e hacía D ios antes de la crea­ [3] E n el transcurso de nuestra conversación m en c io n é que en nues­
ción, desde la eternidad. Al ir au m en tan d o m i ansiedad en m i m ente por tro m u n d o se sabía que no hay tie m p o en el cielo. E n verdad, hablam os
esta causa, fui elevado a la esfera del cielo y p o r tan to a la percepción de realm ente co m o si lo supiéram os, pues cuando la gen te m uere, decim os
la eternid ad que tien en los ángeles. Así se m e ilu m in ó acerca del hecho que han dejado las cosas tem porales y han pasado más allá del tiem po,
de que n o debem os pensar en la etern id ad en térm in o s tem porales, sino queriendo decir que han dejado nuestro m u n d o . D ije tam bién que es co ­
en térm in o s de estado, y cuando lo hacem os co m p rendem os lo que su­ nocido p o r algunos que los tiem pos son estados en su origen, pues reco ­
po n e «desde la eternidad», tal c o m o m e sucedió a m í. nocen que el tiem po se ex p erim en ta en concordancia con los estados de
168. Los ángeles que hablan co n nosotros nun ca em plean los concep­ ánimo en que nos encontram os. Es breve para nosotros cuando estam os
tos naturales q u e nos son propios, todos derivados del tiem po, el espacio, en ocupaciones placenteras y agradables, largo cuando estam os ocupados
la m ateria, etc. U tilizan co nceptos espirituales, derivados de los estados y en cuestiones desagradables y tristes, y variable cuando nos encontram os
de los diversos cam bios que acaecen en los ángeles y en su entorno. Sin esperanzados o a la expectativa. E n consecuencia, los sabios se preguntan
em bargo, cu an d o los conceptos angélicos, q u e son espirituales, fluyen en qué son el tiem p o y el espacio, y algunos adm iten que el tiem po es un
nosotros, se transform an instantánea y esp o n tán eam ente en aquellos con­ atributo de la persona natural.
ceptos naturales que, siendo apropiados a nosotros, corresp o n d en exacta­ 169. El h om bre natural puede creer que no tendríam os nin g ú n pensa­
m en te a los espirituales. N i los ángeles ni nosotros som os conscientes de miento si se nos privara de los conceptos de tiem po, espacio y m ateria,
esto, pero, sin em bargo, ésta es la form a en que todos los influjos del cie­ pues todo nuestro pensam iento se basa en tales fundam entos1. Sin em bar­
lo actúan en nosotros. go, hay que saber que esos pensam ientos están lim itados y forzados en la
H abía unos ángeles a los que se p e rm itió p en etrar m u y íntim am ente medida en que derivan del tiem po, el espacio y la m ateria, y que son libe­
en mis pensam ientos, hasta en los pensam ientos naturales que contenían rados y expandidos en la m edida en que no se derivan de esas cosas, pues
m u ch o m aterial relacionado co n el tiem p o y el espacio. Pero com o no en esa m ism a m edida la m en te se eleva p o r encim a de consideraciones co r­
podían c o m p re n d e r en absoluto nada de to d o eso, enseguida se retiraron, porales y m undanas. Éste es el origen de la sabiduría de los ángeles, tan
y después de q u e se hubiesen retirado les oí hablar y decir que habían es­ grande que podem os considerarla inabordable, puesto que no se ajusta a las
tado en la oscuridad. rdeas form adas solam ente a partir de las cosas corpóreas y mundanas.
[2] Se m e p e rm itió co n o cer desde la exp erien cia a qué se parece la ig­
norancia de los ángeles sobre el tiem po. H abía cierto individuo del cielo Las r e p r e s e n t a c i o n e s y a p a r i e n c i a s e n el c i e l o
cuya naturaleza le p erm itía en trar en concep to s naturales com o los nues- DO. C ualquiera que piense ú n icam en te desde la luz natural no podrá
C°m p ren d er que algo del cielo sea co m o algo de nuestro m undo, pues la
b N uestra idea de eternidad incluye el tiem po, m ientras que para los ángeles la eter­
nidad excluye el tiem po: 1382, 3404, 8325. A diferencia de los ángeles, n o pensam os sin algún concepto tem poral: 3404.

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luz natural les ha llevado a pensar y a convencerse de que los ángeles no geles tienen, de hecho, una naturaleza in te rio r y otra exterior. T odo lo
son nada sino m entes, y q u e esas m entes son co m o alientos etéreos. Esto q u e es pro fu n d o en ellos tiene que ver con el am o r y la fe, y p o r tanto
significaría q u e los ángeles n o podrían te n e r los sentidos que nosotros te­ con su v o luntad y su enten d im ien to , puesto que su v o luntad y su e n te n ­
nem os, es decir, n o ten d rían ojos, y, sin ojos, n o habría nin g ú n objeto dim iento son los vehículos de su am o r y su fe. Su naturaleza más ex ter­
que ver. Sin em bargo, los ángeles tien en todos los sentidos que nosotros na, sin em bargo, corresponde perfectam ente a su naturaleza más in tern a
tenem os —m u ch o más refinados, en realidad— y la luz en la que ven es (sobre la correspondencia de su naturaleza ex terna co n su naturaleza in ­
m u ch o más brillante q u e la luz en q u e vem os nosotros. terna, véase supra, §§ 87-115). Esto p u ede ilustrarse p o r lo dicho ante­
Sobre los ángeles co m o personas de fo rm a más perfecta en posesión riorm ente sobre el calor y la luz del cielo, a saber, que los ángeles tien en
de todos sus sentidos, véase supra, §§ 73-77; y sobre la luz del cielo m u­ calor de acuerdo con la cualidad de su am or, y luz de acuerdo co n la cua­
cho más brillante que la luz de nuestro m u n d o , véase §§ 126-132. lidad de su sabiduría (véase §§ 128-134). Lo m ism o es cierto para todas
171. N o hay m anera de describir co n brevedad có m o se m uestran a las cosas que se presentan a los sentidos de los ángeles.
los ángeles las cosas que hay en los cielos. E n u n grado considerable, son 174. C u a n d o se m e ha p e rm itid o estar en com pañía de los ángeles, he
sem ejantes a las que vem os en la tierra, pero son más perfectas en su for­ visto las cosas de allí exactam ente igual que veo las cosas de nuestro m u n ­
m a y más abundantes en núm ero. do, de m anera tan perceptible que no sabía si no estaría en nuestro m u n d o
Podem os co n clu ir q u e existen cosas co m o éstas en los cielos a partir y en la co rte de algún rey. T am bién he hablado co n los ángeles exacta­
de lo qu e v iero n los profetas, p o r ejem plo, lo q u e vio E zequiel del nue­ m ente igual que una persona habla en este m u n d o co n otra.
vo tem p lo y la nueva tierra según lo describe en los capítulos de su libro 175. P uesto que todas las cosas que se corresp o n d en con la naturaleza
q ue van del 40 al 48, lo q u e describe D aniel en sus capítulos 7 a 12, lo más profunda de los ángeles tam bién las representan, se les llam a represen­
q ue vio Ju an según pod em o s leer de p rin cip io a fin en el Apocalipsis, taciones. Puesto que varían según los estados de la naturaleza profunda de
ju n to co n otras visiones presentadas en los libros históricos y proféticos los ángeles, se les llama apariencias, au n q u e los ángeles ven co n sus ojos y
de la Palabra115. V ieron cosas co m o éstas cuando el cielo se les abrió, y se perciben co n sus sentidos las cosas del cielo tan vividam ente co m o n o so ­
dice que el cielo se abre cuando nuestra visión in terio r, la visión de nues­ tros vem os y percibim os las cosas de la tierra; en realidad, co n m ayor cla­
tro espíritu, se abre. Pues las cosas q u e existen en el cielo n o pueden ver­ ridad, frescura y perceptibilidad. Las apariencias que de esta m anera sur­
se co n nuestros ojos físicos, sino solam ente co n los ojos de nuestro espí­ gen en el cielo son llamadas apariencias reales, po rq u e tie n e n existencia
ritu , y cu an d o place al Señor, éstos se abren. E n esas ocasiones somos real. H ay tam bién apariencias irreales, cosas que parecen estar presentes
sacados de la luz natural en q u e se en cu en tran nuestros sentidos físicos y pero que n o co rresponden a realidades profundas“. Pero esto será tratado
elevados a la luz espiritual en la q u e habitam os en razón de nuestro espí­ con m ayor d eten im ien to más adelante116.
ritu . E n esa luz es en la q u e he visto las cosas q u e existen en los cielos.
172. Pero au n q u e las cosas q u e se ven en los cielos son m uy similares! * Todas las cosas que son visibles a los ángeles son representaciones: 1971, 3213-3226,
a las cosas de la tierra, n o son iguales en su esencia. Las cosas que existen 3457 [3342], 3475, 3485, 9481, 9574 [9457], 9576, 9577. Los cielos están llenos de repre­
en los cielos p ro ced en del sol del cielo, m ientras que las cosas terrenales sentaciones: 1521, 1532, 1619. Las representaciones son más herm osas cuanto más profun­
p ro ced en del sol de nuestro m u n d o . Las cosas q u e surgen del sol del cie­ damente se entra en los cielos: 3475. Las representaciones son allí apariencias reales p o r­
lo se d en o m in an espirituales, m ientras que las cosas que surgen del sol de gue proceden de la luz del cielo: 3485. El influjo divino se transform a en representaciones
nuestro m u n d o se d en o m in a n naturales. en ^os cielos superiores, y p o r consiguiente, tam bién en los cielos inferiores: 2179, 3213,
173. Las cosas q u e surgen en los cielos n o surgen de la m isma mane ­ 9457, 9481, 9576, 9577. Se llam an representaciones las cosas que aparecen a ojos de los án-
ra que las de la tierra. E n los cielos, to d o viene a la existencia desde j Kríes en formas sem ejantes a las de la naturaleza y p o r tanto sem ejantes a las de nuestro
S eñor co m o respuesta a la naturaleza más profunda de los ángeles. Los a "1 mUndo: 9574 [9457], Las cosas internas se transform an en cosas externas de esta m anera:

202 203
176. Para m ayor claridad, m e gustaría p o n e r u n ejem plo de cóm o las pasa nuestra sabiduría en tan gran m edida que supera to d o lo que se p u e ­
cosas aparecen a los ángeles debido a las correspondencias. A los ángeles da expresar, así tam bién nos sobrepasa to d o cu an to aparece a su percep ­
que se centran en la inteligencia se les m uestran jard in es y parques llenos ción y su vista, ya que to d o lo que es percibido p o r los ángeles y se les
de toda clase de árboles y flores. Los árboles están dispuestos en formas aparece corresponde a su sabiduría (véase supra, § 173).
herm osas, y se u n e n para fo rm ar arcos abovedados q u e ofrecen espacios 178. C o m o to d o lo dem ás, las vestiduras que llevan los ángeles tam ­
de entrada y de paseo a su alrededor. El c o n ju n to es tan bello que supe­ bién son correspondencias y, precisam ente p o r serlo, tie n e n existencia
ra cualquier posible descripción. Las personas centradas en la inteligencia real (véase supra, § 175). Sus ropas reflejan su inteligencia, p o r eso todos
pasean p o r esos lugares recogiendo flores y tejien d o guirnaldas para ador­ en el cielo visten según su inteligencia; y puesto q u e cada ángel quiere
nar con ellas a los niños. H ay allí variedades de árboles nun ca vistos, ni sobrepasar a los otros en inteligencia (véase §§ 43 y 128), todos qu ieren
siquiera im aginables en nuestro m undo. E n los árboles hay frutos según superar en su fo rm a de vestir a los dem ás. Los m ás inteligentes llevan
la cualidad del am o r de la que esos ángeles inteligentes participan. Ven vestidos que brillan co m o si estuvieran en llamas, otros irradian co m o si
esas cosas p o rq u e el ja rd ín y el parque, los frutos y las flores, correspon­ fueran lum inosos. Los que n o son tan inteligentes llevan vestidos de u n
den a la inteligencia y la sabiduría1'. blanco pu ro y suave que n o brilla, y los m enos inteligentes llevan vesti­
Es sabido en la tierra q u e cosas así existen en los cielos, pero es cono­ dos de colores diversos. Sin em bargo, los ángeles del cielo in te rio r van
cido solam ente p o r aquellos que están en el b ien y en cuyo in te rio r no desnudos.
se ha extin g u id o la luz del cielo a causa de la luz natural y su apariencia 179. P uesto que las vestiduras de los ángeles c o rre sp o n d e n a su in te ­
engañosa. C u an d o piensan en el cielo, piensan y d icen que allí hay cosas ligencia, co rresp o n d en tam b ién a lo que es verdadero, p u esto que toda
que ojo no vio ni oído oyó117. inteligencia p ro ced e de la verdad divina. P or eso se p u ed e decir tanto
que los ángeles visten según su inteligencia co m o q u e lo hacen según la
Las v e s t i d u r a s c o n q u e a p a r e c e n l o s á n g e l e s verdad divina. La razón de q u e la vestim enta de algunos ángeles brille
177. P uesto que los ángeles son personas y viven ju n to s com o hacen como si fueran llamas m ientras que la de otros irradie c o m o si fuera luz
las personas de la tierra, tien en vestidos, casas y m uchas otras cosas, aun­ es que la llam a co rresponde a lo que es c o n fo rm e al b ien , y la luz a lo
que con la diferencia de q u e to d o es más p erfecto para ellos porque es­ que es verdadero a causa de ese b ie n 1. La razón de q u e algunos vestidos
tán en u n estado más perfecto. Pues así co m o la sabiduría angélica sobre- sean de u n blanco puro y suave y no brillen, m ientras q u e otros son de
colores diversos es que el b ien y la verdad divina son m enos deslum ­
1632, 2987-3002. La naturaleza de las representaciones del cielo ilustrada m ediante varios brantes y son aceptados de m anera diferente en tre los que son m enos in ­
ejemplos: 1521, 1532, 1619-1628, 1807, 1973, 1974, 1977, 1980, 1981, 2299, 2601, 2761, 2762, teligentes1’. E l blanco pu ro y suave se co rresp o n d e co n lo que es verda-
3217, 3219, 3220, 3348, 3350, 5198, 9090, 10278 [10276], Todas las cosas que son visibles en
los cielos están de acuerdo con las correspondencias y se den o m in an representaciones: [ 1Las vestiduras significan en la Palabra verdades en razón de la correspondencia: 1073,
3213-3226, 3457 [3342], 3475, 3485, 9481, 9574 [9457], 9576, 9577. Todas las cosas que co­ 2576, 5319, 5954, 9212, 9216, 9952, 10536; porque las verdades visten lo que es bueno:
rresponden tam bién representan y significan aquello a lo que corresponden: 2890 [2896], 248. Un velo significa algo intelectual, puesto que el discernim iento es el receptáculo de
2987, 2971 [2991], 2989, 2990, 3002, 3225. 0 que es verdadero: 6378. Los vestidos blancos de lino significan las verdades de lo
b «Jardín» y «parque» significan inteligencia y sabiduría: 100, 108, 3220. El significado del Divino: 5319, 9469. La llama significa el bien espiritual, y la luz que procede de ella sig­
jardín de E dén y el jardín de Jehová: 99, 100, 1588. C ó m o es la m agnificencia de las cosas nifica la verdad que procede del bien: 3222, 6832.
paradisíacas en la otra vida: 1122, 1622, 2296, 4528, 4529. Los árboles significan las percep­ A los ángeles y espíritus se los ve vistiendo de acuerdo a sus verdades y p o r lo tan­
ciones y cogniciones que dan origen a la sabiduría y la inteligencia: 103, 2163, 2682, 2722, to a su inteligencia: 165, 5248, 5954, 9212, 9216, 9814, 9952, 10536. Algunos vestidos de los
2972, 7692. Los frutos significan el bien que realizan el am or y la caridad: 3146, 7690, 9337. angeles son radiantes, y otros no: 5248.

204 205
d eroc, y los colores se co rresp o n d en co n los diferentes grados de verdad*1 y en E z e q u ie l: «Te ceñí de lino y te cubrí de seda, y tu vestido era de li­
La razón de que los ángeles en el cielo in te rio r estén desnudos es qUe no fino, seda y bordado» (Ezequiel 16, 10. 13); y m uchos otros pasajes.
están en la in o cen cia, y a la in o cen cia co rresp o n d e la desnudez'. En cam bio, se dice de qu ien n o está co m p ro m etid o en las verdades
180. P uesto que los ángeles van vestidos en el cielo, han aparecido ves­ que no lleva el vestido de bodas, co m o en M ateo: «Y en tró el rey para
tidos cuan d o h an sido vistos en nuestro m u n d o , co m o los que se apare­ ver a los convidados, y vio allí a un h o m b re que n o estaba vestido de b o ­
cieron a los profetas y los q u e se v iero n en la tu m b a del Señor, cuyo «as­ da. Y le dijo: A m igo, ¿cóm o entraste aquí, sin estar vestido de boda? Por
p ecto era blanco co m o u n relám pago, y su vestido blanco com o la nieve» eso fue arrojado a las tinieblas de afuera» (M ateo 22, 12-13 [ÍÍ-Í3]). La
(M ateo 28, 3; M arcos 16, 5; Lucas 22, 4 [24, 4/; Ju an 20, 11. 13 [20, 12]) casa del festín de bodas significa el cielo y la Iglesia en v irtu d de su u n ió n
y los que fu ero n contem plados en el cielo p o r Ju an , «vestidos de ropas con el Señor a través de su verdad divina. Por eso en la Palabra se llama
blancas» (Apocalipsis 4, 4; 19, 11. 13). Y dado que la inteligencia proce­ al Señor el N o v io y el Esposo, y al cielo y a la Iglesia la novia y la esposa.
de de la verdad divina, los vestidos del Señor, cu an do fue transfigurado, 181. Podem os decir que los vestidos de los ángeles n o solam ente pa­
«se hiciero n blancos co m o la luz» (M ateo 17, 2; M arcos 9, 3; Lucas 9, 29; recen vestidos, sino que lo son realm ente po rq u e n o sólo los ven, sino
sobre la luz co m o la verdad divina que em ana del Señor, véase supra, § que tam bién los sienten. A dem ás, tien e n m uchos vestidos que se quitan
129). P o r eso las ropas significan en la Palabra las cosas verdaderas y la in­ y se ponen, guardan los que n o usan y sacan los que usan. H e visto m i­
teligencia que de ellas resulta, c o m o en Ju a n 118: «Unas pocas personas que les de veces que utilizan prendas diferentes.
n o han m an ch ad o sus vestiduras, y andarán co n m ig o en vestiduras blan­ Les he p reguntado de d ó n d e sacan sus ropas, y m e h an dicho que p ro ­
cas, p o rq u e son dignas; el que venciere será vestido con vestiduras blan­ ceden del Señor, que les son dadas a ellos, y que a veces están vestidos sin
cas» (Apocalipsis 3, 4-5); y «bienaventurado el q u e vela y guarda sus ro­ percibirlo. M e han dicho tam bién que sus vestidos cam bian según sus
pas» (Apocalipsis 16, 15). cambios de estado, que sus vestidos son radiantes y de u n blanco brillan­
C o n respecto a je ru sa lé n , refiriéndose a la Iglesia cuando está centra­ te en sus estados prim ero y segundo, m ientras que en el tercero y en el
da en lo q u e es verdadero8, se dice en Isaías: «D espierta, despierta, víste­ cuarto son más apagados. T am bién esto se debe a las correspondencias,
te de poder, o h Sión; vístete tu ropa herm osa, o h je ru salén » (Isaías 52, 1); porque esos cam bios de estado tie n en que ver c o n su inteligencia y su sa­
biduría, de lo que ya hem os hablado supra, en §§ 154-161.
c El blanco p uro y suave significa en la Palabra lo que es verdadero, porque procede 182. Para todos los integrantes del m u n d o espiritual, la ropa depende
de la luz del cielo: 3301, 3993, 4001 [4007]. de la inteligencia, y p o r lo tanto de las verdades que constituyen la in te ­
d Los colores del cielo son com binaciones de la luz que allí hay: 1042, 1043, 1053, 1624, ligencia. A u n q u e puede parecer que quienes están en los infiernos van
3993, 4530, 4742, 4922. Los colores significan cosas diversas relacionadas con la inteligen­ vestidos, co m o carecen de verdades, sus vestiduras no son sino harapos
cia y la sabiduría: 4530, 4677, 4922, 9466. Las piedras preciosas de U rim y T u m im signifi­ sucios y asquerosos, los de cada individuo de acuerdo co n su propia lo­
can, según su color, todas las verdades de los cielos que son el resultado de lo que es bue­ cura. T am poco p u ed en vestirse de otra m anera. El S eñor les p e rm ite lle­
no: 9865, 9868, 9905. E n la m edida que los colores derivan del rojo, significan lo que es var vestidos para que no vayan desnudos.
bueno; m ientras que en la m edida en que derivan del blanco, significan lo que es verda­
dero: 9476. Los h o g a r e s y casas de los án g eles
' Todas las personas del cielo interior son inocentes, y p o r lo tanto parecen estar des-, 183. E n el cielo hay com unidades y los ángeles, co m o nosotros, viven
nudas: 154, 165, 297, 2736, 3887, 8375, 9960. La inocencia se m anifiesta en el cielo como en casas que difieren según el estado de la vida de cada uno. Son esplén­
desnudez: 165, 8375, 9960. Para las personas inocentes y castas, la desnudez n o es motivo didas para quienes tien en u n estado especial de dignidad y m enos es­
de vergüenza po rq u e n o hay ocasión para la ofensa: 165, 213, 8375. pléndidas para quienes están en u n estado inferior.
fJerusalén significa la Iglesia en la que existe una doctrina genuina: 402, 3654, 9166. En ocasiones, he hablado co n los ángeles sobre las casas del cielo, y les

207
a p re g u n ta r si el alma es realm ente así, si to d o eso es verdadero, sus ideas
he m anifestado q u e a ctu alm en te casi nadie adm itiría que e os pu an te
anteriores se desvanecen.
ner hogares y casas: algunos p o rq u e n o las ven, otros po rq u e no com
184. Pero sería m ejo r presentar alguna prueba experim ental en este
prenden q u e los ángeles son personas, otros p o rq u e creen que e c e o an
punto. Siem pre que he hablado con los ángeles frente a frente, he estado
gélico es el firm a m e n to que ven p o r encim a de ellos con sus ojos, uesto .
con ellos en sus casas. Sus casas eran igual que las casas de la tierra, lo que
que éste parece estar v acío y ellos piensan que los ángeles son o r as ete j
podem os llam ar un hogar, pero más herm osas. T ien en habitaciones, salas
reas, llegan a la c o n c lu sió n de q u e los ángeles viven en e eter. otta |
y d o r m i t o r i o s en abundancia, y patios con jardines, bancadas de flores y
parte, tam p o c o c o m p re n d e n el h e c h o de que en el m u n d o espi 1
césped a su alrededor. D o n d e se vive en com unidad, las casas son co n ti­
ta el m ism o tip o de cosas que en el m u n d o natural, po rq u e n o sa en na S
guas, unas al lado de otras, dispuestas en form a de ciudad co n calles, ca­
da de lo espiritual. minos y plazas públicas, co m o las que vem os en las ciudades de la tierra.
[2] Los ángeles m e han dicho que eran conscientes de esa ignorancia j
Se me ha p erm itid o pasear p o r ellas y m irar p o r todas partes siem pre que
que prevalece e n n u e stro m u n d o en la actualidad, y m uy especia m e te en j
quisiera, en ocasiones incluso he entrado en las casas. Esto ha sucedido
la Iglesia, y m ás e n tre los intelectuales que entre los consi era os simp es.
estando plenam ente despierto, con m i visión in te rio r abierta1.
M e han d ic h o ta m b ié n que los seres h um anos podían conocer p
185. H e visto palacios en el cielo tan espléndidos que están más allá
Palabra que los án g eles son co m o nosotros p orque los únicos q
de cualquier descripción. Sus pisos altos brillaban c o m o si fueran de oro
do vistos lo fu e ro n d e ese m odo. Y tam bién el S eñ or fue com o nc so ,
puro, y los inferiores co m o si estuvieran hechos con piedras preciosas.
adoptando su p len a h u m an id ad . Se podría co m p ren d er entonce q ^ ^
Cada palacio parecía más espléndido que el anterior, y lo m ism o sucedía
ángeles son p e rso n a s, q u e tien en casas y hogares y no vue an por >
con su in terior. Las habitaciones estaban engalanadas con adornos tan
que aun q u e sean llam ad o s «espíritus» n o son viento, co™ ° a ^ magníficos que no p u ed en ser descritos con palabras y que n o se ajustan
(que los án geles lla m a n locura) de algunos pretende, am íen p
a nuestros con o cim ien to s en artes y ciencias. En la parte orien tad a al Sur
co m p ren d er to d o e s to si cuando piensan en los ángeles y os e p
había jardines d o n d e to d o resplandecía p o r igual, las hojas parecían de
jaran a u n la d o sus p reju icio s y n o se dedicaran a p o n e r to o „ plata y los frutos de oro, con m acizos de flores que con sus colores crea­
m en te en d u d a , so p e sa n d o razonadam ente si realmente es asi. o
ban la sensación de u n arco iris. D en tro del h o rizo n te visual había otros
do tiene, en v e rd a d , la idea general de que los ánge es tie ,
palacios que enm arcaban la escena. Así es la arquitectura del cielo, a la
hum ana y d e q u e tie n e n casas q u e son denom inadas m ora as _
que se podría considerar la verdadera esencia del arte, lo que no es una
más espléndidas q u e las casas terrenales. Pero esta idea genera ^ q ^
gran sorpresa, puesto que el arte nos viene a nosotros del cielo.
de de u n in flu jo d e l cielo) enseguida se desvanece, dicen os ang
Los ángeles m e dijeron que cosas co m o estas y otras m uchas aun más
queda en n a d a c u a n d o se co nvierte en el centro de la atencic ^
perfectas son colocadas ante ellos p o r el Señor; pero que esas visiones d e­
te y se le h a c e fre n te c o n la preg u n ta de si realmente es asi. sto ^
leitan realm ente sus m entes más que sus ojos, p o rq u e ven co rresp o n d en ­
ticu larm en te e n tr e lo s investigadores que han usado la in te ge
cias en los detalles, y a través de esas correspondencias co n tem p lan las co ­
para alejar d e sí m is m o s el cielo y la luz que procede de e • uer- sas divinas.
[3] Lo m is m o s u c e d e respecto de la fe en la vida espue ^ aCadé- 186. Sobre este tem a de las correspondencias, se m e ha dicho tam bién
te. Los q u e h a b la n d e este asunto sin ten er en cuenta e con qUe 9uc no solam ente los palacios y las casas, sino todos los objetos que hay
m ico de a lm a o la d o c trin a de su u n ió n co n el c u erp o is ^ ^ ^ e_ dentro y fuera de ellos co rresp o n d en a las cualidades profundas que reci-
después de la m u e r t e vivirem os co m o personas entre ° ^ expe'
m os v ivido r e c t a m e n t e —y q u e disfrutarem os de visiones e-r ^ ^ unión Los ángeles tienen ciudades, palacios y casas: 940-942, 1116, 1626-1628, 1630, 1631,
riencias de é x ta sis. P e ro en cu an to se cen tran en la d o c trin corn[enz3-fí 4622 .
del alm a y el c u e r p o o en cualquier hipótesis sobre e a ma, y

208
ben del Señor. E n térm in o s generales, sus casas co rresp o n d en al bien qUe 188. Los ángeles que constituyen el reino celestial del S eñ o r viven en
hay en ellos y los objetos que hay d en tro de las casas a las diversas cosas su m ayor p arte en lugares elevados que parecen m ontañas que se alzan
que constituyen ese b ie n b. Los objetos q u e están tuera de las casas se re­ sobre el suelo. Los ángeles que constituyen el reino espiritual del S eñor
fieren a las cosas verdaderas q u e se derivan del b ien, y tam bién a las ex­ viven en lugares m enos elevados que parecen colinas, m ientras que los
periencias de p ercepción y reco n o c im ie n to '. Puesto que dichos objetos ángeles que viven en las regiones más bajas del cielo viven en lugares que
corresp o n d en a las cosas buenas y verdaderas q u e reciben del Señor, se parecen riscos rocosos. Estas cosas resultan tam bién de las co rresp o n ­
corresp o n d en co n su am o r y p o r tan to co n su sabiduría e inteligencia, dencias, p u esto que las cosas más profundas c o rresp o n d e n a las más ele­
po rq u e el am o r está relacionado co n el bien; la sabiduría, con el bien y vadas, y las más exteriores a las más bajasf. P o r eso las m ontañas signifi­
la verdad; y la inteligencia, con la verdad que resulta del bien. Este, me can en la Palabra el am o r celestial, las colinas el am o r espiritual y las rocas
dijeron, es el tipo de cosas q u e perciben los ángeles cuando m iran sus ca­ la fep.
sas; y p o r eso esas visiones les deleitan y activan su m en te más que sus 189. H ay ángeles que n o viven en com unidades, sino aparte, cada un o
ojos. en su casa. V iven en el centro del cielo po rq u e son los m ejores entre los
187. D e esta m anera, p u d e ver p o r q u é el S eñor se llama a sí mismo ángeles.
el tem p lo que está en Jerusalén (Juan 2, 19. 21)d. T am bién pude ver que 190. Las casas en que viven los ángeles n o están construidas co m o las
si la nueva Jerusalén aparecía co m o una ciudad de oro puro, con puertas de nuestro m u n d o , y les son dadas gratis p o r el Señor, a cada individuo
de perlas y cim ientos de piedras preciosas (Apocalipsis 21), es porque el según su grado de aceptación del b ien y la verdad. T am bién ellas cam bian
tem plo ofrece una im agen de lo h u m a n o divino del Señor; la nueva ligeramente co m o respuesta a los cam bios de estado de sus naturalezas
Jerusalén se refiere a la Iglesia que debía ser fundada; las doce puertas son más profundas (véase supra, §§ 154-160).
las verdades que nos llevan al b ien, y los cim ientos son las verdades sobre Todo lo que los ángeles poseen lo consideran dones del Señor, y to ­
las que se funda'. do lo que necesitan les es concedido.

b Las casas y lo que contienen significan los atributos de la m en te del ser hum ano, y El e s p a c i o e n el c i e l o
p o r tanto nuestra naturaleza más interior: 710, 2233, 2234 [2231], 2719 [2454], 3128, 3538, 191. A u nque to d o en el cielo parece estar situado en el espacio com o
4973, 5023, 6619 [6639], 6690, 7353, 7848, 7910, 7929, 9150; y p o r tanto lo que está rela­
cionado c o n el bien y la verdad: 2233, 2234 [2231], 2559, 4982, 7848, 7929. Las habitacio­ f En la Palabra, las cosas más interiores son tam bién las «más elevadas», y las cosas su­
nes y los dorm itorios significan las cosas que están en nuestro interior: 3900, 5994 [5694], periores, las más interiores: 2148, 3084, 4599, 5146, 8325. «Alto» significa interior, y tam ­
7353. El tejado de una casa significa lo más interior: 3652, 10184. U na casa de madera s i f l ben cielo: 1735, 2148, 4210, 4599, 8153.

nifica lo que está relacionado con el bien, y una casa de piedra lo que está relacion^M ■* En el cielo, se pued en ver m ontañas, colinas, rocas, valles y planicies com o p o d e -

con la verdad: 3720. P Ver en este m undo: 10608. Los ángeles que están en el bien del am or viven en las
c [La nota de Sw edenborg rem ite al lector a la nota b del § 176 supra.] ®°ntanas; los que están en el bien de la caridad, en las colinas; y los que están en el bien
d En el sentido superior, «la casa de Dios» significa lo hu m an o divino del S e ñ o t^ ^ B fe, en los acantilados: 10438. P o r lo tanto, en la Palabra las m ontañas significan el
p ecto del bien divino, y el tem plo significa lo m ism o respecto de la verdad divina. ^ R d e l am or. 795, 4210, 6435, 8327, 8758, 10438, 10608. Las colinas significan el bien de
C 3 rir| j
sentido relativo, significan el cielo y la Iglesia respecto del bien y la verdad: 3720. : 6435> 10438. Las rocas significan el bien y la verdad de la fe: 8581, 10580. La
cJerusalén significa la iglesia en la que hay una doctrina auténtica. 402, 3654, 9 y 6 b 9ue están hechas las rocas significa tam bién la verdad de la fe: 114, 643, 1298,
puertas significan una introducción a la doctrina de la Iglesia, y a través de la do 6426, 8608 [8609], 10376. P or eso las m ontañas significan el cielo: 8327, 8805, 9420;
la Iglesia misma: 2943, 4478 [4411]. Los cim ientos significan la verdad en la que se la cim a de la m ontaña significa el cielo superior: 9422, 9434, 10608. Ésta es la
cielo, la Iglesia y la doctrina: 9643. e que los antiguos celebrasen su culto sagrado en las m ontañas: 796, 2722.

210
3 o tro en el p en sam iento y se identifica con su estado. A la inversa, u n o
las cosas en nuestro m u n d o , sin em bargo los ángeles n o tien en ningún
se aleja de otro en la m edida en que hay algún sen tim ien to de repulsión;
co n cep to ni n in g u n a idea sobre la situación y el espacio. D ad o que esto
y puesto que toda repulsión procede de una oposición de sentim ientos y
puede parecer una paradoja, y puesto que es m u y im p o rtan te, m e gusta­
u n desacuerdo en el pensam iento, p u ed e o c u rrir que varios aparezcan
ría aclararlo.
r e u n id o s en un lugar m ientras están de acuerdo, pero desaparezcan tan
192. T odo m o v im ien to en el m u n d o espiritual es consecuencia de los
p r o n t o están en desacuerdo.
cam bios de los estados interiores, hasta el p u n to de que el m ovim iento
195. C u an d o alguien se traslada de u n lugar a otro, sea en su propia ciu­
no es otra cosa q u e u n cam bio de estado'. Así es co m o yo lui conducido
dad, p o r sus patios y jardines, o fuera de su com unidad, lo hace con m a­
p o r el S eñor a los cielos y tam bién a otros planetas del universo121. Esto
y o r rapidez si tiene u n vivo deseo de llegar a ese lugar y más lentam ente
le sucedió a m i espíritu, m ientras m i c u erp o p erm anecía en el m ism o lu­
si no lo tiene. El cam ino se alarga o se acorta en función de su deseo, aun­
gar1’. Así es co m o se m ueven los ángeles, lo que significa que no hay dis­
q u e sea el m ism o. H e visto esto con frecuencia, para m i gran sorpresa.
tancias para ellos; y si n o hay distancias, n o hay espacio. E n su lugar tie­
U n a vez más podem os ver que la distancia y el espacio dep en d en en ­
n e n los estados y sus cam bios.
t e r a m e n t e del estado in te rio r de los á n g e les'122 y p o r eso nin g u n a idea o
193. Siendo ésta la naturaleza del m ovim ien to , podem os ver que el
c o n c e p to de espacio cabe en su pensam iento au n q u e tengan espacio co­
acercam iento es sem ejanza co n el estado in terio r, y el alejam iento, dife­
m o lo tenem os en nuestro m undo.
rencia. P or eso las personas q u e están cerca se e n cu en tran en un estado
196, Podem os ilustrar esto m ediante nuestros propios pensam ientos,
sem ejante, y las que están lejos, en estados diferentes. P o r eso en el cielo
q u e tam bién están desprovistos de espacio; cualquier cosa en que fijemos
el espacio n o es nada sino los estados exteriores que corresponden a los
in te n s a m e n te nuestro pensanñento está aparentem ente presente. E ntonces,
estados interiores.
q u ie n reflexione sobre ello co m prenderá que nuestra vista registra el es­
Ésta es la única razón de q u e los cielos se diferencien entre sí, como
p a c io solam ente a través de los objetos in term ed io s de la tierra que ve­
se diferencian las com unidades de cada cielo y los individuos de cada co­
m o s d e form a sim ultánea, o recordando la experiencia de que las cosas
m unidad. Por eso tam b ién los infiernos están co m pletam ente separados
están a una cierta distancia. Esto es así p o rq u e hay una con tin u id ad , y en
de los cielos: se en cu en tran en u n estado opuesto.
lo q u e es c o n tin u o no existe distancia aparente salvo p o r m ed io de las dis­
194. T am bién p o r eso en el m u n d o espiritual un individuo está pre­
c o n ti n u i d a d e s . C o n m ayor razón o c u rre así con los ángeles, po rq u e su
sente ante o tro si esa presencia es deseada intensam ente. Pues un ángel ve
vista a c t ú a al u n ísono con su pensam iento, y su pensam iento al unísono
c o n sus sentim ientos, y tam bién p o rq u e las cosas parecen cercanas o leja­
“ E n la Palabra, lugares y espacios significan estados: 2625, 2837, 3356, 3387, 7381,
10578 [10580]', desde la experiencia: 1274, 1277, 1376-1381, 4321. 4882, 10146, 105?J
nas y cam bian co m o respuesta a los estados de su naturaleza más pro fu n ­
da, s e g ú n hem os dicho.
[10580], Las distancias significan diferencias del estado de la vida: 9104, 9967. El m o ' J
m ien to y los cam bios de situación en el m u n d o espiritual son cam bios del estado de W j
M ? 7 . P or eso, en la Palabra, los lugares y los espacios (y to d o lo que
da pues éste es su origen: 1273-1275, 1377, 3356, 9440. Lo m ism o es cierto de los viajes. ^ nnplica espacio) significan cuestiones que im plican estados - p o r ejem plo,
9440, 10734; ilustrado p o r la experiencia: 1273-1277, 5606 [5605], P o r eso en la Palabra vi
P p ancias, cercanía y lejanía, cam inos, viajes, em igraciones, m edidas de
ja r significa vivir y tam bién el curso de la vida, y el m ism o significado tiene la
°ngitud, estadios123, llanuras, cam pos, jardines, ciudades, calles, m o v i-
«emigrar»: 3335, 4554, 4585, 4882, 5493, 5606 [5605], 5996, 8345, 8397, 8417, 8420, 8557. m
h f n t o , distintos tipos de m edida, lo n g itu d , anchura, altura y p ro fu n d i-
> e innum erables cosas m á s- pues m uchas de las cosas que en tran en
con el Señor» es vivir con él: 10567. A
b U n individuo puede ser llevado a grandes distancias en espíritu p o r cambios
Lugares y espacios se presentan a la visión com o respuesta a los estados interiores de
tado, sin que el cuerpo cam bie de lugar: desde la experiencia, 9440, 9967, 10734. L t f ^ M
^ eles y «P íritus: 5604 [5605], 9440, 10146.
significa ser llevado p o r el espíritu a otro lugar: 1884.

213
212
Desde la angustia invoqué a Jah,
nuestro pen sam ien to a p artir de nuestro m u n d o se derivan en alguna me­
y me respondió Jah poniéndome en lugar espacioso (Salmos 118, 5).
dida del espacio y el tiem po.
[2] Q uisiera subrayar ahora lo que lo n g itu d , anchura y altura signifi­
can en la Palabra. E n este m u n d o decim os q u e algo es largo y ancho si es H ay tam bién otros pasajes; p o r ejem plo, Isaías 8, 8 y H abacuc 1, 6, e n ­
largo y ancho espacialm ente, y lo m ism o sucede co n lo alto. En el cielo, tre otros.
sin em bargo, d o n d e el p ensam iento n o im plica el espacio, se entiende la 198. Vemos, pues, que aun q u e en el cielo exista espacio, co m o existe
lo n g itu d co m o u n estado del b ien , y la anchura co m o u n estado de la en nuestro m u n d o , allí nada se valora sobre la base espacial, sino sola­
verdad, m ientras que la altura es su diferenciación en cuanto al nivel (te­ m ente sobre la base del estado. T am poco los espacios p u e d en m edirse allí
m a tratado a n te rio rm e n te en el § 38). La razón de que estas tres dim en­ de la form a que lo hacem os en nuestro m undo, sino q u e solam ente se
siones se co m p ren d an así es q u e la lo n g itu d en el cielo es de Este a Oeste, pueden considerar a p artir del estado de su naturaleza más profunda y en
concordancia con éld.
que es d o n d e viven los que se e n cu en tran en el b ien del am or. La anchura
en el cielo es de S ur a N o rte , d o n d e viven los que están en la verdad de­ 199. La causa p rim era y esencial de to d o esto es q u e el S eñ o r está
rivada del b ie n (véase supra, § 148); y la altura se aplica en el cielo a am­ presente en cada in d iv id u o de acuerdo c o n su am o r y su fe individual',
bas dim ensiones respecto de su nivel. Por eso las cualidades de este tipo y que to d o parece cercano o lejano en fu n ció n de su presencia, puesto
se indican en la Palabra p o r la lo n g itu d , la anch u ra y la altura, com o en que su presencia es lo que define to d o lo que existe en los cielos. Esto
Ezequiel 40-48, d o n d e se dan las m edidas del nuevo tem plo y de la nue­ es lo que da sabiduría a los ángeles, puesto que les p ro p o rcio n a e x ten ­
va tierra, co n sus patios, cámaras, puertas, verjas, ventanas y alrededores, sión a sus pensam ientos, lo que a su vez les p e rm ite la co m u n ic ació n con
aludiendo a la nueva Iglesia y a las cosas buenas y verdaderas que están en todos los que viven en el cielo. E n una palabra, esto es lo que les capa­
ella. Así tam bién todas las m edidas de otros lugares. [3] La nueva Jerusalén cita para pensar esp iritu alm en te y n o n atu ralm en te, c o m o hacem os n o ­
sotros.
se describe en el Apocalipsis de la form a siguiente:

L a c iu d a d se h alla e sta b le c id a e n c u a d ro , y su l o n g itu d es ig u a l a su anchura; C ó m o el c i e l o d e t e r m i n a


y él [el ángel) m id ió la c iu d a d c o n la c añ a, d o c e m il e stad io s'"4; la lo n g itu d , la al­ la f o r m a d e a s o c i a r s e y c o m u n i c a r s e
tu ra y la a n c h u r a d e ella s o n ig u ale s (A p o calip sis 21, 16).
200. E n alguna m edida, podem os d e term in ar có m o es la form a del
cielo sobre la base de lo que hem os presentado en los capítulos prece­
A quí, la nueva Jerusalén significa una nueva Iglesia, p o r eso sus medi­ dentes, a saber: que el cielo tiene una sem ejanza básica en sus partes m a­
das significan los atributos de esa Iglesia, refiriéndose la longitud al bien yores y m enores (§ 72); que, p o r lo tanto, cada co m u n id ad es un cielo a
de su am or, la anchura a la verdad que se deriva de ese bien, y la altura a escala reducida y cada ángel lo es en escala aún más reducida (§§ 51-58);
am bos, el b ien y la verdad, respecto de su nivel. D o ce m il estadios signi­ que así co m o el cielo globalm ente considerado se asem eja a u n solo h o m ­
fica to d o lo b u e n o y verdadero considerado en su co njunto. D e otra ma­ bre, así cada com u n id ad del cielo se asemeja a u n h o m b re a escala re d u -
nera, ¿qué sentido tendría que su altura sea de doce m il estadios, igual a
En la Palabra, longitud significa lo que es bueno: 1613, 9487. A nchura significa lo
su lo n g itu d y su anchura?
que es verdadero: 1613, 3433, 3434, 4482, 9487, 10179. A ltura significa lo que es b u en o y
Vemos en D avid que la anchura significa en la Palabra la verdad:
verdadero con respecto a su nivel: 9489, 9773, 10181.

N o m e e n tre g a s te e n m a n o d e l e n e m ig o ;
La un ió n y la presencia del Señor con los ángeles depende de su aceptación de su
am or y de su caridad: 290, 681, 1954, 2658, 2886, 2888, 2889, 3001, 3741-3743, 4318, 4319,
p u siste m is p ies e n lu g a r e sp a c io so (S alm os 31, 8 )125.
4524, 7211, 9128.

214 215
cida, lo m ism o que cada ángel individual, a escala aún más reducida (§§ leyes del o rd e n divino, pues las leyes del orden divino son los preceptos
59-77); q u e las personas más sabias están en el centro, con las m enos sa­ que allí encontram os. E n la m edida en que los conozcam os y vivam os p o r
bias a su alrededor hasta sus últim os confines, y que lo m ism o sucede en e llo s , nuestro ser in te rio r se abrirá, y en él el o rden o fo rm a del cielo se
cada com u n id ad (§ 43); y q u e las personas q u e p e rm a n ec en en el bien del f o r m a r á de nuevo. A p artir de ahí p o dem os constatar lo que significa ser
am or viven a lo largo del eje E ste-O este y las q u e p e rm a n ec en en las ver­ en form a de cielo: a saber, vivir según lo que está en la Palabra".
dades que se derivan del bien, a lo largo del eje S u r-N o rte , lo que suce­ 203. E n la m edida en que alguien es en form a de cielo, está en el cie­
de igualm en te en cada co m u n id ad (§§ 148-149). Todas estas cosas están lo y es en realidad u n cielo a escala reducida (§ 57). P o r otra parte, vive
determ inadas p o r la form a del cielo, p o r eso pod em os im aginar esa for­ en inteligencia y sabiduría en la m ism a m edida, pues c o m o ya se dijo, to ­
m a en u n sentido general'. dos los pensam ientos del e n ten d im ien to y todos los sentim ientos de la
201. Es im p o rta n te co n o c e r la fo rm a del cielo p o rq u e ella determ ina voluntad se ex tien d en a su alrededor en el cielo según su form a, y se co ­
n o sólo có m o se asocian los ángeles entre sí, sino tam bién có m o se reali­ m unica m aravillosam ente co n las com unidades allí existentes, y, a su vez,
za su com un icació n ; y puesto q u e toda su co m u n icación es una exten­ éstas se co m u n ican con éld.
sión de sus pensam ientos y sentim ientos, esto im plica que toda su inteli­ [2] H ay quienes creen que sus pensam ientos y sentim ientos n o se ex­
gencia y sabiduría debe estar igualm ente en concord ancia con esa forma. tienden realm ente a su alrededor sino que p erm a n ec en en su interior,
P o r eso, la m edida en que som os según la fo rm a del cielo (en que somos porque ven lo que piensan co m o si estuviera den tro de sí m ism os y no
form as del cielo) d eterm in a nuestra sabiduría. Es lo m ism o decir «forma lejos de ellos. Sin em bargo, están lam entablem ente equivocados, pues así
del cielo» u «orden del cielo», puesto que la fo rm a de u n a entidad pro­ com o nuestra vista alcanza objetos rem otos y es afectada p o r la estru ctu ­
cede de su o rd en y está determ in ad a p o r élb. ra de las cosas que ve en ese despliegue, así nuestra visión interio r, que es
202. E n p rim e r lugar hay que aclarar q u é significa ser en form a de cie­ un atributo de nuestro intelecto, tien e una extensión sem ejante en el
lo. H em o s sido creados a im agen del cielo y a im agen de este m undo, con
nuestro in te rio r a im agen del cielo y nuestro e x te rio r a im agen de este c Las verdades divinas son las leyes del orden: 2247 [2447], 7995. E n la m edida que vi­
m u n d o (véase supra, § 57). D ecir «a imagen» o d ecir «según la forma» ex­ vimos según el ord en -e sto es, en la m edida en que nuestra vida se ajusta a lo que las ver­
presa lo m ism o. Sin em bargo, p o r la p erversión de nuestra voluntad y las dades divinas nos dicen que es b u e n o - som os hum anos: 4839, 6605, 6626. El ser hum ano
distorsiones de nuestro p ensam iento hem o s d estruido la im agen y, por es la criatura en la que todos los elem entos del orden divino se re ú n en , y desde la crea­
consiguiente, la fo rm a del cielo en nosotros y hem os in tro d u cid o en su ción somos el o rden divino en la forma: 4219, 4220 [4222], 4223, 4523, 4524, 5114, 5368
lugar la im agen y la form a del infierno; d ebido a ello, nuestro ser interior [4839], 6013, 6057, 6605, 6626, 9706, 10156, 10472. N acem os n o en lo que es b u en o y ver­
está cerrado desde el m o m e n to del n acim iento. P or eso, a diferencia de dadero, sino en lo que es m alo y falso, en lo contrario del ord en divino; y p o r eso nace­
todos los dem ás anim ales, h em os nacido en com pleta ignorancia. Para mos en com pleta ignorancia y p o r eso nos es necesario nacer de nuev o , es decir, ser re­
que la im agen o la fo rm a del cielo sea restaurada en nosotros, necesita­ generados, lo que se realiza m ediante las verdades divinas del Señor, para que así podam os
m os ser educados en los princip io s del o rden; pues la form a, com o ex­ ser devueltos al orden: 1047, 2307, 2308, 3518, 3812, 8480, 8550, 10283, 10284, 10286, 10731.
plicam os a n te rio rm e n te, d ep en d e del orden. La Palabra co n tien e todas las Cuando el S eñor nos form a de nuevo (esto es, nos regenera) dispone to d o en nosotros
según el orden, p o r lo tanto, en form a de cielo: 5700, 6690, 9931, 10303.
* El cielo en su conju n to —específicam ente todas sus com unidades angélicas- está dis-J k i T odos en el cielo tienen una com unicación vital, lo que podem os llam ar su alcan-
puesto p o r el Señor según su orden divino, puesto que la naturaleza divina del Señor en ce, con las com unidades angélicas que están a su alrededor en concordancia con la can­
los ángeles y a su alrededor constituye el cíelo: 3038, 7211, 9128, 9338, 10125, 10151, 10157. tidad y cualidad de su bien: 8794, 8797. Los pensam ientos y los sentim ientos tienen este
Sobre la form a celestial: 4040-4043, 6607, 9877. P° de alcance: 2475, 6598-6613. N os unim os y separamos de acuerdo a nuestros senti-
b La form a de cielo se deriva del ord en divino: 4040-4043, 6607, 9877. m>entos dom inantes: 4111.

216 217
m u n d o espiritual, au n q u e (por las razones expresadas en el § 196) no lo 204. Sin em bargo, tenem os que c o m p ren d er que inteligencia y sabi­
percibam os. La única diferencia es que la vista de nuestros ojos es afecta­ duría varían en los individuos según la com unicación. A quéllos cuya in ­
da en el nivel natural p o rq u e está hecha de m ateriales del m u n d o natu­ teligencia y sabiduría están form adas de cosas autén ticam en te buenas y
ral, m ientras q u e la visión de nuestro in telecto es afectada espiritualm en­ verdaderas, tien en co m unicación co n com unidades acordes c o n la form a
te po rq u e está hecha de m ateriales del m u n d o espiritual, todos los cuales del cielo; m ientras que aquéllos cuya inteligencia y sabiduría n o están for­
tien en relación co n el b ien y la verdad. N o sabem os q u e es así porque no madas de cosas realm ente buenas y verdaderas, sino sólo de cosas que es­
sabemos q u e existe u n a cierta luz que ilum ina nuestro en ten d im ien to . Sin tán de acuerdo co n ellas, tien en una co m unicación in te rm ite n te y sólo
em bargo, sin la luz q u e ilum ina nuestro e n te n d im ie n to seríam os incapa­ parcialm ente coherente, p o rq u e no se trata de com unidades acordes con
ces de pensar cualquier cosa. (Sobre esta luz, véase supra, §§ 126-132.) el orden característico de la fo rm a del cielo. P o r otra parte, hay quienes
[3] H abía u n espíritu p articular que creía que pensaba in dependiente­ no están en la inteligencia y la sabiduría y p e rm a n ec en atrapados en las
m ente, esto es, sin n in g ú n alcance más allá de sí m ism o y p o r lo tanto sin falsas ideas que resultan de sus males, y ésos están en com u n icació n con
co m unicació n co n las com unidades circundantes. Para que pudiera darse las com unidades del infierno. Su extensión dep en d e de la m edida en que
cuenta de que estaba equivocado, fue privado de toda co m unicación con sus actitudes han sido in te rio rm e n te confirm adas.
las com unidades cercanas. A consecuencia de ello, n o sólo perdió la ca­ T am bién se debe saber que esta co m unicación c o n las com unidades
pacidad de pensar, sino que realm ente se d e rru m b ó sin vida, agitando sus no es algo que llegue a la p ercepción m anifiesta de quienes las form an,
brazos co m o u n n iñ o recién nacido. E nseguida se restableció la com uni­ sino que es una co m unicación con la cualidad en la que participan y que
cación, y p o c o a poco, al ser restablecida, volvió a su estado habitual de se desprende de ellosf.
pensam iento. 205. Todos en el cielo están agrupados según sus afinidades espiritua­
[4] O tro s espíritus que v iero n esto adm itieron después que todo su les, que son las del b ien y la verdad en su nivel, tan to en el cielo en su
pensam iento y su sen tim ien to fluía en concord an cia con esta com unica­ conjunto co m o en cada com u n id ad y en cada casa. P or eso los ángeles
ción, y puesto que esto era cierto de to d o su pen sam iento y sentim ien­ que están im plicados en actividades buenas y verdaderas se reco n o c en en ­
to, era cierto tam b ién de toda su vida, ya q u e nuestra vida consiste en tre sí a la m anera en que lo hacen los parientes y los espíritus afines, co ­
nuestra capacidad de pensar y ser m ovidos p o r el sentim iento, o, en otras m o si se con o cieran desde la infancia.
palabras, de c o m p ren d er y q u erer1. Los elem entos buenos y verdaderos que constituyen la inteligencia y
la sabiduría están igualm ente dispuestos en cada ángel individual. Se re­
' Existe únicam ente una vida de la que viven todos en el cielo y en la tierra: 1954, conocen entre sí de la m ism a m anera, y co m o se re co n o cen unos a otros,
2021, 2536, 2658, 2886-2889, 3001, 3484, 3742, 5847, 6467. Esa vida procede sólo del Señor: se u n en “.
2886-2889, 3344, 3484, 4319, 4320, 4524, 4882, 5986, 6325, 6468, 6469, 6470, 9276, 10196. C o m o consecuencia, aquellos en los que las cosas buenas y verdade­
Fluye en los ángeles, en los espíritus y e n nosotros de form a maravillosa: 2886-2889, 3337, ras están unidas según la form a del cielo ven có m o las cosas se suceden
3338, 3484, 3742. El Señor fluye desde su am or divino, po rq u e p o r su misma naturaleza
quiere que lo que es suyo sea dado a los otros: 3472 [3742], 4320. P o r esta razón, nuestra ‘ El pensam iento fluye hacia el exterior a las com unidades circundantes de espíritus y
vida parece estar d entro de nosotros y no fluyendo: 3742, 4320. Sobre la alegría de los an­ á g eles: 6600-6605. Sin em bargo, n o agita ni perturba los pensam ientos de las com unida­
geles, que he percibido y que m e ha sido confirm ada p o r su testim onio, debido a que no des: 6601, 6603.
viven desde sí sino desde el Señor: 6469. Las personas malvadas no quieren c o n v e n c e rse 8 Lo b u e n o reconoce su verdad apropiada, y lo verdadero reconoce su bien: 2429,
de que su vida fluye en ellos: 3743. La vida del Señor fluye incluso en los ré p ro b o s: 2706, 3101, 3102, 3161, 3179, 3180, 4358, 5407 [5704], 5835, 9637. Ésta es la fuente de la unió n
3743, 4417, 10196. Sin em bargo, ellos transform an el bien en mal y la verdad en falsedad, j de lo b u en o y lo verdadero: 3834, 4096, 4097, 4301, 4345, 4353, 4364, 4368, 5365,
porque nuestra cualidad determ ina nuestra aceptación; con ejem plos: 4319, 4320, 4417. 1 7623-7627, 7752-7762, 8530, 9258, 10555; y esto sucede debido al influjo del cielo: 9079.

218 219
o rd e n a d a m e n te y có m o las cosas se re ú n en arm ónicam ente p o r todas par­ esto sucede, el ángel pierde inteligencia y sabiduría. Es necesario explicar
tes a su alrededor. Es diferente para las personas en las que las cosas bue­ la razón de esta circunstancia. C ada ángel tiene tres niveles de vida, co­
nas y verdaderas n o están unidas según la form a del cielo. m o los tres niveles del cielo. Los ángeles del cielo in te rio r tie n en abierto
206. Es la fo rm a de cada cielo lo que d eterm ina la com unicación y el el tercer nivel o nivel interior, pero el segundo y el p rim e ro están cerra­
alcance de los pensam ientos y sentim ientos de los ángeles y la que, por dos. Los del cielo in term e d io tienen abierto el segundo nivel y cerrados
ta n to , d e te rm in a su inteligencia y su sabiduría. La co m u n icació n entre los el p rim ero y el tercero; y los ángeles del cielo e x te rio r tien e n abierto el
cielos, esto es, la del tercer cielo o cielo in te rio r co n el segundo o inter­ prim er nivel y cerrados el segundo y el tercero. En el m o m e n to en que
m ed io , y de estos dos co n el p rim ero o más ex terio r es, sin em bargo, di­ un ángel del tercer cielo m ira hacia una com u n id ad del segundo y habla
ferente. D e h e c h o , la co m u n icació n en tre los cielos n o debería llamarse con alguno de sus m iem bros, el tercer nivel de ese ángel se cierra; y cuan­
«com unicación», sino «influjo». A cerca de esto es necesario decir algo do se cierra, el ángel se ve privado de sabiduría, p o rq u e su sabiduría ha­
m ás. Sobre los tres cielos y sus diferencias, véase el capítulo correspon­ bita en el tercer nivel, y n o en el segundo ni en el prim ero.
d ien te, supra, §§ 29-40.
Éste es el significado de las palabras del S eñor en M ateo:
207. P o dem os co n clu ir de la form a en que cada cielo está situado en
relació n a los otros q u e n o existe n in g u n a com unicación de u n cielo con El que esté en la azotea, no descienda para tomar algo de su casa; y el que
o tro , sino u n influjo. El tercer cielo o cielo in te rio r está arriba, el segun­ esté en el campo, no vuelva atrás para tomar su capa (Mateo 24, 17-18).
d o o in te rm e d io está abajo, y el p rim ero o ex terio r está todavía más aba­
jo . Sucede lo m ism o en todas las com unidades de cada cielo: p o r ejem ­
Y en Lucas:
plo, hay algunas en lugares altos que parecen m ontañas (véase § 188), en
cuyas cimas viven aquellos q u e están en los cielos interiores; debajo de En aquel día, el que esté en la azotea, y sus bienes en su casa, no descienda
ellos están las del segundo cielo, y debajo de estos últim os, las del cielo a tomarlos; y el que en el campo, asimismo no vuelva atrás. Acordaos de la mu­
e x terio r. Es así en todas partes, sea en la áreas altas o en las bajas. U na co­
jer de Lot (Lucas 17, 31-32).
m u n id a d de u n cielo su p erio r n o tiene com u n icació n co n otra de u n cie­
lo inferior, salvo p o r m edio de las correspondencias (véase supra, § 100), 209. N o existe n in g ú n influjo de los cielos inferiores en los su p erio ­
y la co m u n ic a c ió n p o r las correspondencias es lo que se llam a influjo. res po rq u e esto va contra el o rden divino. Por el contrario, el influjo ac­
208. U n cielo está u n id o a o tro (o una com unidad de u n cielo con túa de los superiores hacia los inferiores. La sabiduría de los ángeles de un
u n a co m u n id a d de otro) sólo p o r el Señor, a través de u n influjo directo cielo su p erio r supera a la sabiduría de los ángeles de u n o in ferio r en ra­
e indirecto. El directo procede de él, y el indirecto procede de form a se- zón de m il veces a una. P o r eso los ángeles de u n cielo in ferio r n o p u e ­
cu en cial a través de los cielos superiores a los cielos inferiores1'. den hablar con los de u n o superior. D e hecho, cuando m iran hacia ellos
Puesto q u e la u n ió n de los cielos p o r m edio del influjo se realiza so­ no los ven; su cielo les parece algo nebuloso p o r encim a de sus cabezas.
la m en te p o r el Señor, se to m an las m ayores precauciones posibles para Sin em bargo, los ángeles de u n cielo su p erio r p u e d e n ver a quienes están
im p e d ir que cu alq u ier ángel de u n cielo su p erio r baje la m irada a una co­ en el cielo inferior, aunqu e no les esté p erm itid o m a n te n e r ninguna co n ­
m u n id a d de u n o in ferio r y hable co n alguno de sus m iem bros. C uando versación con ellos, para im p ed ir que pierdan su sabiduría, co m o ya se ha
dicho.
h H ay u n influjo directo del Señor y otro indirecto a través del cielo: 6063, 6307, 6472,
210. Los pensam ientos, sentim ientos y conversaciones de los ángeles
9682, 9683. H ay u n influjo directo del Señor en los más pequeños detalles de todas las co­
del cielo in te rio r están totalm ente fuera de la percepción de los ángeles del
sas: 6058, 6474-6478, 8717, 8728. R especto del influjo indirecto del Señor a través de los
cielo in term ed io , pues transcienden to d o lo que hay en él; pero cuando
cielos: 4067, 6982, 6985, 6996.
place al Señor, son visibles en los cielos inferiores co m o algo sem ejante

220
221
a una llam a del cielo superior, m ientras q u e las conversaciones en el cie­ e m b a rg o , son tan sólo algunas de las cosas que el ojo p u ed e ver, y lo que
lo in te rm e d io son vistas en el cielo e x te rio r co m o algo que brilla, a ve­ 00 p u e d e ser visto p o r ser de naturaleza más in te rio r es todavía más sor­
ces co m o u n a n u b e resplandeciente, iridiscente. Los ángeles inferiores p ren d en te.
p u e d e n c o n o c e r en alguna m edida lo q u e dicen los superiores a partir de Es m u y claro que esta form a se corresponde co n la form a del cielo si
la m anera en que la n ube surge y desciende y según la form a que adopta. consideram os có m o nuestra v o luntad y nuestro en te n d im ien to actúan en
211. Esto nos p e rm ite co n clu ir có m o es la form a del cielo, a saber, es ella y de acuerdo co n ella, p o rq u e to d o lo que nos p ro p o n em o s fluye es­
la más perfecta de todas en el cielo in terio r, perfecta en el cielo interm e­ p ontáneam ente en acto y to d o lo que pensam os recorre las fibras de p rin ­
dio pero algo m enos, y todavía m en o s en el cielo que está debajo. cipio a fin, dando nacim iento a nuestras sensaciones. P o r otra parte, pues­
P odem os tam b ién co n clu ir que la fo rm a de u n cielo es m antenida por el to que ésta es la form a de nuestros pensam ientos y nuestras intenciones,
o tro a través del influjo del Señor. es la form a de nuestra inteligencia y sabiduría.
Sin em bargo, n o se p u ede c o m p re n d e r có m o es la com unicación por Esa es la form a que corresponde a la form a del cielo. D e aquí p o d e ­
el influjo si n o se sabe có m o son los niveles verticales y cuál es la dife­ mos aprender que es esa form a la que d eterm in a el m o d o en que se ex­
rencia en tre esos niveles y grados de lo n g itu d y anchura. La naturaleza de tiende to d o sentim iento y pensam iento de los ángeles, y que éstos dis­
ambas clases de niveles p u ed e verse en el § 38. frutan de inteligencia y sabiduría en la m edida en que son en esa form a.
212. E n cu an to a la fo rm a del cielo y có m o actúa y fluye, esto es al­ Puede com probarse supra (§§ 78-86) que esta form a de cielo procede de
go que n i siquiera los ángeles p u e d e n co m prender. P u ed e llegarse a al­ lo hu m an o divino del Señor.
gún tipo de conceptualización m ed ian te la co m paración co n la form a de Se han incluido estos tem as para que tam bién se pueda co n o cer que
todos los elem entos del c u erp o h u m a n o cu ando es explorado y exam i­ la form a del cielo, p o r su m ism a naturaleza, nunca p u e d e ser co m p ren d i­
nado p o r alguien q u e es sabio y ex p erim en tad o ; pues c o m o se explicó da ni siquiera en general y es incom prensible incluso para los ángeles, co ­
an te rio rm e n te en los capítulos p ertin en tes, el cielo co m o u n to d o se ase­ mo ya se dijo.
m eja a u n h o m b re (§§ 59-72) y to d o en el c u erp o h u m an o se corres­
p o n d e c o n los cielos (§§ 87-102). Podem os ver en general cuán incom ­ Las f o r m a s d e g o b i e r n o e n el c i e l o
prensible e in trin cad a es esta fo rm a m iran d o sim plem ente nuestras fibras 213. C o m o el cielo se diferencia en com unidades, y las com unidades
nerviosas, q u e sirven para entrelazar absolutam ente to d o en nosotros. N o más grandes constan de varios cientos de miles de ángeles (§ 50), y pues­
hay m anera de p o d e r presentar a nuestros ojos su naturaleza y cóm o ac­ to que todos los que viven en una co m u n id ad co m p arten u n bien sem e­
tú an y fluyen en el cerebro, pues las innum erables cosas ahí presentes son jante pero no u n a sabiduría sem ejante (§ 43), se sigue necesariam ente de
tan com plejas q u e vistas en co n ju n to p arecen u n a masa indefinida y con­ ello la necesidad de que existan unas form as de go b iern o . El o rden debe
fusa. Sin em bargo, todas y cada u n a de las funciones de nuestra voluntad ser m antenido, y to d o lo relativo al ord en debe ser observado.
y e n te n d im ie n to fluyen en acto a través de ellas co n una perfecta defini­ Las form as de g o b ie rn o en el cielo son diversas. S on de u n tipo en las
ción. Podem os ver có m o esas fibras se re ú n e n en el c u erp o observando com unidades que constituyen el reino celestial del Señor, y de o tro en
los diversos plexos —cardíaco, m esen térico y otros—y los nodos llamados las com unidades que constituyen el reino espiritual del Señor. Incluso va­
ganglios en los q u e se re ú n e n m últiples fibras de to d o el cuerpo, com bi­ nan según la fu n ció n particular de cada com unidad. A hora bien, en los
nándose en esos nodos y saliendo luego en diferentes ordenaciones hacia cielos n o existe n in g ú n g o b iern o salvo el del am o r m u tu o , y el g o b iern o
funciones diversas, m o d elo que se repite u n a y o tra vez. A dem ás, existen del am or m u tu o es el g o b iern o celestial.
disposiciones sem ejantes en todas nuestras visceras, en cada m iem bro, en 214. La form a de g o b iern o del reino celestial del S eñor se llam a ju s ­
cada órgano, en cada m úsculo. Q u ie n exam ine estas y otras maravillas ticia, puesto que allí todos están en el bien que el am o r del S eñor hace
co n los ojos de la sabiduría se quedará co m p letam ente pasm ado; y, sin en nosotros y a través de nosotros, y to d o lo que resulta de ese b ien se

222 223
¿el cielo y de la Iglesia; «justicia» significa el bien celestial, y «juicio», el
considera ju sto . Este g o b iern o p e rte n e c e sólo al Señor. É l los guía y en­
bien espiritual; este ú ltim o bien, co m o se explicó a n te rio rm en te, es en
seña en los asuntos de la vida. Las verdades que asociamos con el juicio
esencia verdadero. Los ejem plos siguientes p u e d e n servir:
están grabadas en sus corazones y todos las co n o cen , las co m prenden y
las vena. P o r eso las cuestiones de ju ic io n u n ca son m ateria de discusión
Lo dilatado de su imperio y la paz no tendrán límite, sobre el trono de David
para ellos, sólo los asuntos de justicia q u e son asuntos de vida. Los m e­
y sobre su reino, disponiéndolo y confirmándolo en juicio y en justicia desde aho­
nos sabios p reg u n tan sobre ello a los más sabios, y éstos a su vez pregun­
ra y para siempre (Isaías 9, 7)126.
tan al S eñor y ap o rtan las respuestas. Su cielo —su deleite más h o n d o —es
vivir ju sta m e n te desde el Señor.
«David» significa aquí el Señor1' y su reino significa su cielo, c o m o p o ­
215. El g o b ie rn o en el reino espiritual del S eñ o r se llam a ju icio , pues
demos ver en el siguiente pasaje:
allí están inm ersos en el b ien espiritual que es el b ien de la caridad para
co n el pró jim o , y este b ien es en esencia verdaderob. Lo que es verdade­
Levantaré a David renuevo justo, y reinará como Rey, el cual será dichoso
ro es asunto de ju icio , y lo que es b u e n o es asunto de justicia'.
y hará juicio y justicia en la tierra (Jeremías 23, 5).
T am bién estos ángeles son guiados p o r el Señor, pero de m anera in­
Será exaltado Jehová, el cual mora en las alturas; llenó a Sión de juicio y de
directa (§ 208); p o r eso tien en fu ncionarios, más o m enos según las ne­
justicia (Isaías 33, 5).
cesidades de la co m u n id ad en la q u e viven. T am bién tien en leyes, que
observan en su vida. Los fu ncionarios dirig en to d o de acuerdo con las le­
Sión significa tam bién el cielo y la Iglesia'.
yes; las co m p re n d e n p o rq u e son sabios, y en los asuntos dudosos son ilu­
m inados p o r el Señor.
Yo soy Jehová, que hago misericordia, juicio y justicia en la tierra, porque es­
216. P uesto q u e el g o b iern o sobre la base del b ien (lo que es bueno
tas cosas quiero (Jeremías 9, 24)127.
en el reino celestial del Señor) se d en o m in a justicia, y el g o b iern o sobre
la base de la verdad (lo que es b u e n o en el rein o espiritual del Señor) se
Y te desposaré conmigo para siempre; te desposaré conmigo en justicia, ju i­
den o m in a ju icio , en la Palabra se dice «justicia y juicio» cuando se habla
cio (Oseas 2, 19).
1 Los ángeles celestiales n o piensan ni hablan sobre la base de las verdades com o ha­
cen los ángeles espirituales, po rq u e disfrutan de una percepción de todo lo relativo a la
Jehová, hasta los cielos tu justicia es como los montes de Dios, tus juicios,
verdad desde el Señor: 202, 597, 607, 784, 1121, 1387 [1384], 1398, 1442, 1919, 7680, 7877,
abismo grande (Salmos 36, 5-6)128.
8780, 9277, 10336. R especto de las verdades, los ángeles celestiales dicen, «Sí, sí» o «No,
no», m ientras que los ángeles espirituales piensan si son verdaderas o no: 2751, 3246, 4446
Me piden justos juicios, y quieren acercarse a Dios (Isaías 58, 2).
[4448], 9166, 10786; donde se da la explicación de las palabras del Señor: «Pero sea vues­
tro hablar: Sí, sí; no, no, porque lo que es más de esto, de m al procede» (M ateo 5, 37).
Y en otros lugares.
b Los que están en el reino espiritual del Señor están fijos en la verdad, y los del rei­
217. E n el reino espiritual del S eñor hay varias form as de gobierno,
n o celestial en el bien: 863, 875, 927, 1023, 1043, 1044, 1555, 2256, 4328, 4493, 5113, 9596.
difiriendo de u n a com u n id ad a otra, pues varían según las funciones que
El bien del reino espiritual es el bien de la caridad para con el prójim o, y este bien es
realizan las com unidades. Estas funciones son com parables a las del cu er­
esencialm ente la verdad: 8042, 10296.
po hum ano, co n el que se corresponden; y la variedad de estas últim as es
c E n la Palabra, la justicia está asociada al bien, y el ju ic io a la verdad, p o r eso hacer
d E n los libros proféticos de la Palabra, D avid significa el Señor: 1888, 9954.
justicia y ju ic io es hacer lo que es b u e n o y verdadero: 2235, 9857. «Los juicios grandes»
‘ ' Sión significa la iglesia, y específicam ente la iglesia celestial: 2362, 9055.
[Exodo 6, 6] son las leyes del ord en divino y r p o r lo tanto, las verdades divinas: 7206.

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224
b ien conocida. El corazón tiene u n a fu n ció n , los p ulm ones otra, el híga­ Sin em bargo, tien en respeto y renom bre. V iven en el centro de sus
do otra, el páncreas y el bazo otra, y así o cu rre tam bién con cada órgano co m u n id ad es, más altos que los otros, en espléndidas m ansiones, y acep­
sensorio. Así co m o nosotros ten em o s estos diversos servicios funcionan­ tan ese ren o m b re y respeto. Sin em bargo, n o lo hacen p o r sí m ism os, si­
do en nuestro cuerpo, así hay tam b ién servicios que funcionan en el no p o r obediencia, pues saben que ese respeto y ese ren o m b re son dones
H o m b re U niversal que es el cielo, puesto q u e sus com unidades se co­ del S eñ o r, para que pu ed an ser obedecidos.
rrespon d en co n los órganos. (El lecto r p u ed e ver supra, en el capítulo co­ É ste es el sentido de las palabras del S eñor a sus discípulos:
rrespondiente, §§ 87-102, que to d o lo q u e hay en el cielo se correspon­
de co n algo en nosotros.) El que quiera hacerse grande entre vosotros será vuestro servidor, y el que
Sin em bargo, todas las form as de g o b iern o co m p arten u n núcleo cen­ quiera ser el primero entre vosotros será vuestro siervo; como el Hijo del
tral ya que tie n e n el b ien público co m o fin, y d en tro de ese bien, el bien Hombre no vino para ser servido, sino para servir (Mateo 20, 27-28 [26-28]).
de cada individuo'. P or eso todos en el cielo están bajo la guía del Señor,
que a todos am a y que desde su am o r divino dispone las cosas en orden Sino sea el mayor entre vosotros como el más joven, y el que dirige como
al bien c o m ú n desde el que los individuos reciben lo que es bueno para el que sirve (Lucas 22, 26).
ellos. C ada in dividuo recibe su b eneficio en p ro p o rció n a su am or por el
conjunto , pues en la m edida en q u e am an al co n ju n to am an a todos los 219. U n a to rm a sem ejante de gobierno, a escala m enor, se encuentra
individuos. Puesto que este am o r es el del Señor, son am ados y benefi­ en cada casa. H ay u n señor y hay servidores; y el señor am a a los servi­
ciados p ro p o rcio n alm en te p o r el Señor. dores y los servidores am an a su señor, y así, p o r este am o r se sirven unos
218. Podem os conclu ir de aquí có m o son los funcionarios, que dis­ a otros. El señor les enseña có m o vivir y les dice lo que hay que hacer, y
frutan más q u e los dem ás del a m o r y la sabiduría y que, p o r tanto, en vir­ los servidores o b ed ecen y cum plen sus funciones. Ser útil es el deleite
tu d de ese am or, desean el b ie n para todos y, en v irtu d de esa sabiduría, esencial de la vida de cada uno. Vemos, pues, que el reino del S eñor es
saben có m o hacerlo llegar a los demás. Tales funcionarios n o controlan y una estructura organizada de funciones129.
m andan, sino que atien d en y sirven, pues hacer el bien a los otros por 220. T am bién hay form as de g o b iern o en los infiernos; pues si n o las
am or de lo que es b u e n o es servir, y asegurarse de que así suceda es aten­ hubiera, los que allí están no se m an ten d rían en reclusión. Sin em bargo,
der. N o se consideran más im p o rtan tes q u e los otros, sino m enos, pues las form as de g o b iern o que hay en los infiernos son exactam ente lo c o n ­
p o n e n el bienestar de la co m u n id ad y del p ró jim o en p rim e r lugar, y el trario de las del cielo, pues todas ellas p ro ced en del egoísm o. Todos q u ie­
suyo en el últim o. Lo que es p rim e ro es más im p o rtante, y lo que es úl­ ren m andar sobre los otros y ser preem inentes. O d ia n a quienes no están
tim o lo es m enos. de acu erd o co n ellos y em plean m edios depravados para vengarse po rq u e
as! es el egoísm o. E ntre ellos los que m andan son los más depravados y
f Cada individuo y cada com unidad, incluyendo el país y la Iglesia y, en un sentido son obedecidos p o r tem o r8. Pero hablarem os de esto más adelante, cuan­
universal, el reino del Señor, es nuestro prójim o; y ayudarlos c o n am or a su bienestar, de do tratem o s de los in fiern o s130.
acuerdo con su estado, es «amar a nuestro prójim o»; p o r eso su bienestar (que es el bieft
com ún, que debe ser de interés principal) es nuestro prójim o: 6 8 1 8 -6 8 2 4 , 8123. Por o ¡

parte, el bien cívico, que es lo que es ju sto , es nuestro prójim o: 2 9 1 5 , 4 7 3 0 , 8 1 2 0 -8 1 2 1 1 g H ay dos tipos de gobierno, uno procede del am or al p rójim o y el otro del am or a
P o r eso la caridad hacia nuestro prójim o alcanza todos los aspectos de nuestra vida; y ®inS °osotros m ismos: 10814. T o d o bien y felicidad procede del gobierno del am or al próji-
lo que es b u en o y hacer lo que es b u e n o p o r am or a lo que es b u en o y verdadero, hacM • • 10160, 10184. E n el cielo, nadie quiere m andar p o r egoísm o; todos q uieren ser ú ti-
lo que es ju sto p o r am or a lo que es ju sto en cada función y acción es am ar a nuestro Pr0| > y esto es gobernar p o r am or al prójim o y ésta es la fuente de todo el p oder que p o -
jim o : 2 4 1 7 , 8 1 2 1 -8 1 2 4 . een: 5732. T o d o m al procede del gobierno del egoísm o: 10038. U n a vez el am or a uno

226 227
El c u l t o d i v i n o e n el c i e l o cha e izquierda se sitúan aquéllos cuya luz es m enor. Los asientos están
221 E x te n o rm e n te , el culto divino en los cielos n o difiere del culto dispuestos de form a circular, para que to d o el m u n d o pueda ser visto p o r
divino de la tierra, pero in te rio rm e n te es distinto. T am bién allí tienen el predicador. N ad ie está separado, a los lados, fuera de la vista del predi­
doctrinas, serm ones e iglesias. Las doctrinas concu erdan en lo esencial, cador. Los recien tem en te iniciados están en la p u erta del ex trem o o rie n ­
pero las de los cielos superiores son de u n a sabiduría más profunda que tal de la iglesia, a la izquierda del púlpito. N o se p erm ite que nadie esté
las de los cielos inferiores. Los serm ones están de acuerdo con las doctri­ detrás del púlpito; si alguien se sitúa allí, el predicador pierde el hilo de
nas; y así co m o tien en casas y m ansiones (§§ 183-190), tam bién tienen su pensam iento. Lo m ism o sucede si alguno de la congregación está en
iglesias d o n d e se realiza la instrucción. desacuerdo, p o r eso quien esté en esa situación está obligado a apartar la
La razón de q u e existan cosas así en el cielo es que los ángeles se per­ mirada.
feccionan co n stan tem en te en sabiduría y am or. T ie n e n voluntad y en­ Los serm ones que allí se pronuncian tienen tal sabiduría q u e sus h o ­
ten d im ien to co m o nosotros, y su e n ten d im ien to , co m o su voluntad, es­ mólogos terrenales n o pu ed en com pararse con ellos: realm ente la gente
tá en u n co n tin u o esfuerzo de p erfeccionam iento: su e n ten d im ien to se de los cielos ex p erim en ta una luz más interior.
perfecciona p o r m edio de las verdades q u e constituyen la inteligencia y Las iglesias del reino espiritual parecen estar hechas de piedra, y las del
su volu n tad a través de los valores que constituyen el a m o r1. remo celestial de m adera. Esto es así po rq u e la piedra co rresp o n d e a la
222. Sin em bargo, el culto divino esencial de los cielos no consiste en verdad que ocupa a las personas del reino espiritual y la m adera al bien
ir reg u larm en te a la iglesia a escuchar serm ones, sino en una vida de que ocupa a las personas del reino celestial*1. Los edificios de este últim o
am or, caridad y fe de acuerdo co n la d o ctrin a. Los serm ones de la iglesia reino no se llam an «iglesias», sino «casas de Dios».
sirven solam ente co m o m edios de in stru cció n sobre la form a de vivir. jp Los edificios del reino celestial están desprovistos de esplendor, pero
H e hablado de esto co n los ángeles y m e han dicho que la gente de en el reino espiritual están más o m enos adornados.
este m u n d o cree que el culto divino consiste solam ente en ir a la iglesia 224. H ablé tam bién con un predicador particular sobre el estado de
a escuchar serm ones, com ulgar tres o cuatro veces al año y observar cier­ santidad de quienes escuchan a los predicadores en la iglesia. D ijo que hay
tos rituales según las reglas de la iglesia, así co m o en rezar y com portarse algo reverente, devoto y sagrado en todos nosotros según la profundidad
con devoción. Los ángeles m e h an dicho que ésos son asuntos externos, de los niveles de nuestro am or y nuestra fe, puesto que hay algo sagrado
co n valor pero ineficaces a m enos que exista algo in te rio r de lo que flu­ en nuestro am o r y nuestra fe ya que la presencia divina del S eñor está allí.
yen esos actos, y que ese algo in te rio r es una vida según los principios Añadió que n o conocía nada que fuera sagrado aparte del am o r y la fe.
que enseña la doctrina. Por otra parte, decía que cuando él pensaba en algo e x tern am e n te sagra­
223. Para p o d e r in fo rm arm e de có m o son los servicios de la iglesia, se do aparte de eso, posiblem ente sería algo que rem edaba la santidad en la
m e ha p e rm itid o ocasionalm ente asistir a los serm ones. El predicador, en apariencia externa, algo ad quirido p o r habilidad o p o r hipocresía. U n
el pùlpito, está colocado en el Este. D irectam en te enfrente están sentados fuego engañoso surgido del a m o r a u n o m ism o y al m u n d o generaría y
los que tie n e n m ayor luz de sabiduría que los otros, m ientras que a dere- presentaría este tipo de apariencia.
225. Todos los predicadores proceden del reino espiritual del S eñor y
m ism o y al m u n d o ha com enzado a ten e r el poder, las personas se ven forzadas a some­ tiriaguno de su reino celestial. La razón de que procedan del reino espiri-
terse a dictadores sim plem ente com o m edio de seguridad: 7364, 10160, 10814. taal es que allí están en arm onía con las verdades que se derivan del bien,
■El entendim iento se abre a la verdad y la voluntad se abre al bien: 3623, 6125, 7503,
9300, 9930. Así com o todo se rem ite a lo que es b u e n o y verdadero, así toda nuestra vi I La piedra significa lo que es verdadero: 114, 643, 1298, 3720, 6426, 8609, 10376. La
da se rem ite al entendim iento y la voluntad: 803, 10122. Los ángeles se están perfeccio-j P * dcra significa lo que es bueno: 643, 3720, 8354. P or eso entre los antiguos, que estaban
nando hasta la eternidad: 4803, 6648. C aptados al bien celestial, los edificios eran de m adera: 3720.

228 229
y toda p redicación proced e de las verdades. La razó n de que n in g u n o sea El p o d e r de los á n g e l e s del c i e l o
de su rein o celestial es que allí están en arm o n ía co n el b ie n del am or, y 228. Q u ien es no saben nada del m u n d o espiritual y su influjo en el
ven y co m p re n d e n las verdades sobre esta base, pero n o hablan de ellas'. m undo natural no p u e d en co m p ren d er el h e ch o de que los ángeles te n ­
A u n q u e los ángeles que están en el reino celestial co m p ren d an y vean gan poder. Piensan que los ángeles n o p u e d e n te n e r n in g ú n p o d e r p o r­
las verdades, sin em bargo, tam b ién allí hay serm ones, p o rq u e los serm o­ que son espirituales y tan puros e insubstanciales que ni siquiera son vi­
nes son m ed io de ilu m in ació n de las verdades q u e los ángeles ya conocen sibles a nuestros ojos. Pero quienes exam inan más pro fu n d am en te las
y llevan a u n a m ayor p erfección p o r m ed io de m uchas cosas que no co­ causas de las cosas piensan de otra m anera. Son conscientes de que to d o
nocían antes. C u a n d o escuchan esas verdades, las reco n o c en y, p o r con­ el p o d er que nosotros m ism os tenem os procede de nuestro e n ten d im ie n ­
siguiente, las co m p ren d en . Las verdades que co m p re n d en son tam bién to y nuestra voluntad, puesto que sin ellos n o podríam os m over ni u n so­
amadas p o r ellos, y al vivir de acuerdo co n ellas las hacen parte de su vi­ lo dedo. E n te n d im ien to y voluntad constituyen nuestra persona espiri­
da. Ellos dicen q u e vivir según las verdades es am ar al S e ñ o r1. tual. Esta persona es la que anim a el c u erp o y sus m iem bros según sus
226. Todos los predicadores son designados p o r el S eñor y, p o r tanto, deseos, pues la boca y la lengua dicen lo que ella piensa y el c u e rp o ha­
disfrutan del d o n de la predicación. A nadie más le está p e rm itid o ense­ ce lo que ella quiere. Incluso co n cede energía cuando quiere. N uestra
ñar en la iglesia. voluntad y nuestro en ten d im ien to están gobernados p o r el S eñor a través
Se los llam a predicadores más q u e sacerdotes. La razón de que no sean de los ángeles y los espíritus; y puesto que esto es verdadero para nuestra
llamados sacerdotes es que el sacerdocio del cielo es el reino celestial, al voluntad y en ten d im ien to , es verdadero tam b ién para cualquier aspecto
significar el sacerdocio el b ien del am o r al S eñor que caracteriza a quie­ de nuestro cuerpo, po rq u e to d o en él p ro cede de la v o luntad y el e n te n ­
nes están en ese reino celestial. E n cam bio, la realeza del cielo es el reino dim iento. Se crea o no, n o podem os dar u n paso sin el influjo del cielo.
espiritual, pues la realeza significa la verdad que pro cede del bien que ca­ Se m e ha m ostrado que esto es verdadero m ed ian te m uchas expe­
racteriza a quienes están en el rein o espiritual (véase supra, § 24)'. riencias. Se p e rm itió a los ángeles activar m i andar, mis acciones, m i le n ­
227. Todas las doctrinas q u e son o b jeto de la p redicación se centran gua y m i conversación co m o desearan, fluyendo en m i vo lu n tad y en m i
en la vida co m o fin, nin g u n a en la fe separada de la vida. La doctrina del pensam iento, y aprendí de form a directa que n o podía h acer nada p o r m í
cielo in te rio r está más llena de sabiduría que la del cielo interm ed io , y és­ m ism o131. M e dijeron después que todos estam os gobernados de este m o ­
ta a su vez está más llena de inteligencia q u e la del cielo exterior. Las doc­ do, y que así se p u ed e aprender de la do ctrin a de la Iglesia y de la Palabra.
trinas se adaptan, en verdad, a la com prensión de los ángeles de cada cielo. De hecho, pedim os a D ios que envíe a sus ángeles para que nos co n d u z­
Lo esencial de todas las doctrinas es el reco n o cim ien to de lo hum ano can, guíen nuestros pasos, nos enseñen e inspiren lo que deberíam os p e n ­
divino del Señor. sar y decir, etc., y sin em bargo hablam os y pensam os de m anera m u y di­
ferente en nuestra vida privada al m argen de la doctrina.
' [La nota de Sw edenborg en este p u n to rem ite al lecto r a la nota a del § 214, supra.] Se han m en cio n ad o estas cosas para p o n e r de m anifiesto el tipo de p o ­
d A m ar al Señor y al prójim o es vivir según los preceptos del Señor: 10143, 10153, der que tie n en los ángeles co n relación a nosotros.
10310, 10578, 10645, 10648 [10659], 229. E n el m u n d o espiritual, los ángeles tien en tanto p o d e r que si des­
' Los sacerdotes representaban al Señor respecto del bien divino, los reyes respecto de cribiera to d o lo que he visto, no se m e creería. Si algo debe ser apartado
la verdad divina: 2015, 6148. P o r eso, en la Palabra, «sacerdote» se refiere a la persona que del cam ino p o rq u e se o p o n e al o rden divino, lo d errib a n y lo apartan
está en arm onía c o n el bien del am or al Señor, y «sacerdocio» significa lo que es bueno sim plem ente co n u n esfuerzo de la voluntad y una m irada. Así, he visto
en sí m ism o: 9806, 9809. «Rey» significa en la Palabra la persona que está en armonía con Montañas que eran m orada de gente m alvada dem olidas y allanadas, a ve-
la verdad divina, p o r eso realeza significa lo que es verdadero del bien: 1672, 2015, 2069, ces sacudidas de una p u n ta a otra co m o sucede en nuestros terrem otos.
4575, 4581, 4966, 5044. visto acantilados hendiéndose hasta el fondo y tragando a los malva­

230 231
dos que estaban sobre ellos. H e visto tam bién có m o los ángeles dispersa­ Por otra parte, cada ángel individual es su propia verdad o su propio
ban varios cientos de miles de espíritus perversos y los arrojaban al in­ bien, po rq u e la naturaleza de cada u n o está determ in ad a p o r su en te n d i­
fierno. U n a inm ensa m u ltitu d carece de p o d e r frente a ellos. Las destre­ miento y su voluntad; el en te n d im ien to está fo rm ado de la verdad, ya que
zas, artim añas y alianzas de los m alos espíritus n o significan nada frente a todas sus funciones se orig in an en las verdades, y la v o luntad está form a­
su poder. Los ángeles lo ven to d o y lo disipan instantáneam ente. Se di­ da del bien po rq u e todas sus funciones se orig in an en aspectos de lo que
cen más cosas al respecto en el relato de la destru cción de B abilonia132. es bueno. C o m o podem os constatar, to d o lo que com p ren d em o s lo lla­
Esta es la clase de p o d e r que tien en los ángeles en el m u n d o espiritual133. mamos verdadero, y to d o lo que preten d em o s lo d en om inam os bueno.
T am bién la Palabra m uestra q u e los ángeles tien en u n p o d e r semejan­ Por eso cada u n o de nosotros es su propia verdad y su p ropio b ie n b. P or
te en el m u n d o natural cuando se les concede. P or ejem plo, se dice que consiguiente, en la m edida en que u n ángel es la verdad de lo D ivino y
acabaron co n ejércitos en tero s134, o q u e desencadenaron una plaga que el bien de lo D ivino, ese ángel es u n p o d e r p o rq u e el S eñor está co n ella136
m ató a setenta m il personas. L eem os del ángel q u e llevó a cabo esta últi­ en esa m edida. Adem ás, puesto que n in g u n o disfruta exactam ente el m is­
m a acción: m o bien y la m ism a verdad que otro (pues en el cielo y en este m u n d o
hay una constante variedad, § 20), n in g ú n ángel goza del m ism o p o d er
Y cuando el ángel extendió su mano sobre Jerusalén para destruirla, Jehová se que otro.
arrepintió de aquel mal, y dijo al ángel que destraía al pueblo135: Basta ahora, de- Los ángeles que fo rm an el brazo del H o m b re U niversal o cielo tienen
tén tu mano. Y David vio al ángel que destruía al pueblo (2 Samuel 24, 16-17). el mayor poder, p o rq u e son los que, más que cualesquiera otros, están
centrados en las cosas verdaderas, y el bien fluye en sus verdades desde to ­
E ntre otros pasajes. do el cielo. T am bién p o r eso, toda nuestra fuerza está concentrada en
C o m o los ángeles tien en este tip o de p o d e r se les llama poderes. nuestros brazos, y to d o el cu erp o expresa su p o d e r a través de ellos. Por
T am bién se dice en D avid: «Bendecid a Jehová, vosotros sus ángeles, po­ eso «brazos» y «manos», en la Palabra, significan poder".
derosos en fortaleza» (Salmos 103, 20). En ocasiones, u n sim ple brazo parece te n e r en el cielo tan to p o d er
230. Sin em bargo, hay que d ecir q u e p o r sí m ism os los ángeles no tie­ que podría aplastar cualquier obstáculo, au n q u e fuera una gran roca so­
n e n en absoluto n in g ú n p oder, sino que to d o su p o d e r les viene del bre la tierra. U n a vez se dirigió hacia m í, y vi que podía aplastar mis h u e ­
Señor. A dem ás, los ángeles son poderes en la m edida en que reconocen sos y reducirlos a polvo.
ese hecho. Si cualquiera de ellos cree q u e el p o d e r procede de sí mismo, 232. P uede verse supra, en el § 137, que to d o el p o d e r p erten ece a la
in m ediatam en te se vuelve tan débil que n o p u ed e enfrentarse ni siquiera verdad divina que em ana del S eñor y que los ángeles son poderes en la
con u n solo espíritu del mal. P o r eso los ángeles n o se atribuyen en ab­ m edida en que aceptan la verdad divina del Señor. Sin em bargo, los án­
soluto n in g ú n m é rito a sí m ism os y rechazan cualquier alabanza o admi­ geles están abiertos a la verdad divina en la m edida en q u e están abiertos
ración p o r cualquier cosa que hagan, atrib u y én d o lo to d o al Señor. al bien divino, puesto que to d o el p o d e r que tien e n las verdades procede
231. Es la verdad divina que em ana del S eñ o r la que posee todo po­
der en los cielos, p o rq u e el S eñ o r en el cielo es la verdad divina unida al 5Los seres hum anos y los ángeles son su propio bien y su propia verdad, p o r tanto su

bien divino (véase §§ 126-140). Los ángeles son poderes en la medida en Propio am or y su propia fe: 10298, 10367. Son su propio enten d im ien to y voluntad p o r­

que están abiertos a esta verdad1. que toda su vida procede de esa fuente; la vida del bien es la m ateria de la voluntad y la
v>da de la verdad es la m ateria del entendim iento: 10076, 10177, 10264, 10284.

1 Los ángeles son llamados poderes, y son poderes debido a su aceptación de la verda“ | Sobre la correspondencia de las m anos, brazos y hom bros con el H o m b re U niversal
divina del Señor: 9639. Los ángeles están abiertos a la verdad divina del Señor y, en con I ° cielo: 4931-4937. E n la Palabra, m anos y brazos significan poder: 8 7 8 , 30 9 1 , 4 9 3 1 -4 9 3 2

secuencia, a lo largo de la Palabra se los llama «dioses»: 4295, 4402, 8301, 8192, 9398 W 32-4933], 6 9 4 7 , 10017 [10019],

232 233
del bien. Las verdades separadas del b ien n o tien e n nin g ú n poder ninguna diferencia, salvo que hablan entre sí de m anera más inteligente
A dem ás, to d o el p o d e r que el b ien tien e le v iene de la verdad; el bien no de lo que lo hacem os nosotros, pues hablan desde u n nivel más pro fu n ­
tiene nin g ú n p o d e r separado de las verdades. El p o d e r surge de la unión do de pensam iento.
de am bos. Lo m ism o es cierto para la fe y el am or, puesto que es lo mis­ C o n frecuencia se m e ha p erm itid o estar en su com pañía y hablar con
m o decir verdad o fe, ya q u e to d o lo que constituye la fe es verdadero, así ellos co m o habla u n am igo co n otro, o a veces co m o u n extraño con
com o es lo m ism o decir b ien o am or, ya q u e to d o lo que constituye el otro; y puesto que en tales ocasiones m e en contraba en u n estado igual
am or es b u e n o 3. al suyo, parecía exactam ente co m o si estuviera hablando co n seres h u m a­
Yo he p o d id o co m p ro b ar cu án to p o d e r tien en los ángeles a través de nos en la tierra.
las verdades del b ien en el h e ch o de que cu an d o los ángeles m iran sim­ 235. E l lenguaje angélico, co m o el lenguaje h u m a n o , se diferencia
plem ente a los espíritus del m al, éstos se desvanecen y ya n o parecen hu­ en palabras. Se p ro n u n c ia y se oye ig u a lm en te p o r m e d io de sonidos.
m anos, lo que se prolonga hasta q u e el ángel aparta su m irada. La razón Los ángeles tie n e n b o ca y len g u a y oídos c o m o te n em o s nosotros; y tie ­
de que la m irada de los ángeles produzca este tipo de efectos es que su nen ta m b ién u n a atm ósfera en la q u e el so n id o de su len guaje se a rti­
vista procede de la luz del cielo, y la luz del cielo es la verdad divina (véa­ cula. Sin em bargo, es una atm ósfera espiritual adaptada a los ángeles,
se supra, §§ 126-132). Los ojos co rresp o n d en a las verdades del bien'. que son espirituales. Los ángeles respiran en su atm ósfera y em p lean su
233. P uesto q u e to d o el p o d e r p e rte n e c e a las verdades del bien, las respiración para p ro n u n ciar palabras, c o m o hacem os n o sotros en la
deform aciones deliberadas de la verdad n o tie n e n n in g u n o f. C o m o todos nuestra'.
en el in fiern o están ocupados en d eform aciones deliberadas, no tienen 236. Todos en el cielo tien en el m ism o lenguaje. Todos se c o m p re n ­
ningún p o d e r con tra la verdad y el bien. Pero se describirá más adelante den unos a otros, sin que im p o rte la co m u n id ad de la que procedan, sea
el tipo de p o d e r q u e los espíritus del m al tie n e n unos respecto a otros y ésta próxim a o re m o ta138. Este lenguaje n o es aprendido, sino innato; flu­
el que tien en antes de ser arrojados al in fie rn o 137. ye de su sen tim ien to y de su pensam iento. E l sonido del lenguaje corres­
ponde a su sentim iento y las articulaciones del sonido —las palabras— co ­
E l le n g u a j e d e lo s á n g e le s rresponden a las construcciones m entales que surgen de sus sentim ientos.
234. Los ángeles hablan entre sí co m o hacem os nosotros en este m un­ Puesto que su lenguaje co rresponde a estos aco ntecim ientos interiores, es
do. H ablan de cosas diversas: asuntos dom ésticos, preocupaciones de la tam bién espiritual, pues es sentim iento audible y pensam iento vocal.
com unidad, cuestiones de la vida m oral y de la vida espiritual. N o hay [2] Q u ie n reflexione p u ed e c o m p re n d er que to d o pensam iento p ro ­
cede del sentim iento, que es una fu n ció n del am or, y que las co n stru c­
3 T o d o el p o d e r en los cielos es una propiedad de la verdad que procede del bien, y ciones m entales son form as diversas en las que se desglosa el sentim iento
p o r tanto de la fe que procede del am or: 3091,3563,6413[6423], 8304,9643,10019,10182. general; pues n in g ú n pensam iento ni co ncepto, cualesquiera que sean, se
T o d o po d er procede del Señor, puesto que él es la fuente de toda verdad que constitu­ producen al m argen del sentim iento. Ésta es la fu ente de su alma y de su
ye la fe y de todo bien que constituye el am or: 9 327,9410.Este p o d e r se representa me­ vida. P or eso los ángeles saben sim plem ente p o r el habla qué tipo de p e r­
diante las llaves entregadas a Pedro: 6 344.Es la verdad divina que em ana del Señor la qne sona es cada u n o ; c o n o ce n la cualidad del sentim iento p o r el sonido y la
posee todo poder: 6 948,8200.Este p o d e r del Señor es lo que se designa con la e x p r e s ió n cualidad de la m e n te p o r las articulaciones del sonido o las palabras. Los
«sentado a la diestra de Jehová»: 3 387,4592,4933,7518,7673,8281,9133.«La diestra» es
poder: 1 0019. ‘ H ay una respiración en los cielos, pero es más interior: 3884,3885;según la expe­
' Los ojos corresponden a las verdades del bien: 4 403-4421,4523-4534,6923. riencia:3884, 3885,3891,3893.La form a en que los ángeles respiran difiere y varía e n fun­
f La falsedad del m al n o tiene nin g ú n p o d e r p o rq u e la verdad del bien lo tiene todo. cióndesusestados: 1119,3886,3887,3889,3892,3893.Las personas malvadas son com ­
6748,10481. pletamenteincapaces de respirar en el cielo y se asfixian si llegan allí: 3893[3894],
234 235
ángeles más sabios c o n o c e n p o r unas pocas frases cuál es el sentim iento blando con un ángel; se conm ovió tan to p o r lo que el ángel le dijo que
dom inante de alguien, pues es a eso a lo que principalm ente están atentos. rom pió en lágrim as, diciendo que no podía evitarlo, pues, au n q u e n u n ­
[3] Es sabido q u e todas las personas tie n e n diversos sentim ientos: uno ca había llorado antes, era el am o r el que hablaba.
en m o m en to s de felicidad, otro en m o m en to s de tristeza, otro en m o­ 239. El lenguaje de los ángeles está tam bién lleno de sabiduría, pues­
m entos de te rn u ra y com pasión, otro en m o m en to s de honradez y ver­ to que fluye de los niveles más profundos de su pensam iento y su pensa­
dad, otro en m o m e n to s de am o r y solicitud, otro en m o m en to s de celos m iento más pro fu n d o es sabiduría, así co m o su sen tim ien to más pro fu n ­
o ira, otro en m o m en to s de sim ulación y engaño, otro en m o m en to s de do es am or. Su a m o r y su sabiduría se u n e n en el habla. E n consecuencia,
búsqueda de respeto y honores, etc., pero en todos hay un sentim iento o su habla está tan llena de sabiduría que pued e expresar co n una sola pa­
am or dom in an te, y, dado que los ángeles m ás sabios lo perciben, saben labra lo que nosotros no podem os decir con mil; y los conceptos de su
p o r la conversación el estado global de la o tra persona. pensam iento p u ed en abarcar igualm ente cosas que nosotros n o podem os
[4] Se m e ha dado c o n o cim ien to de ello a través de una abundante com prender, y m u ch o m enos articular141. P or eso se dice que las cosas que
experiencia. H e visto có m o los ángeles p u e d e n co n o ce r toda la vida de se han visto y oído en el cielo son inexpresables, cosas que ojo n o vio ni
una persona sim plem ente escuchándola. M e han d icho que saben todo oído o y ó 142.
sobre su vida a p artir de unas pocas ideas individuales, pues éstas les per­ [2] T am bién de esto se m e ha o to rg ad o c o n o c im ie n to a través de la
m ite n co n o c e r el am o r que le g obierna, q u e co n tien e to d o com o en un experiencia. E n ocasiones he sido llevado al estado de los ángeles y en
m o d elo o patró n . Saben tam bién q u e el «libro de la vida» de u n ser hu­ él he hablado con ellos. E n tales ocasiones, lo co m p re n d ía to d o , pero
m ano n o es nada más que eso159. cuando volvía a m i estado o rig in al y p o r tan to al proceso n o rm a l de
237. El lenguaje angélico n o tiene nada en c o m ú n con el lenguaje hu­ pensam iento de la co n cien cia física y q u ería reco rd ar lo q u e había es­
m ano excep to unas pocas palabras nuestras cuyo sonido refleja algún sen­ cuchado, n o podía hacerlo. H abía m iles de cosas que n o encajaban en
tim iento, y en este caso n o se trata de las palabras m ismas, sino de su so­ las ideas naturales y eran p o r ta n to inexpresables, salvo p o r sutiles cam ­
nido, tem a del q u e se hablará más adelante140. bios de la luz celestial, pero de n in g ú n m o d o m ed ian te palabras h u m a ­
El h e ch o de que el lenguaje angélico n o tenga nada en c o m ú n con el nas.
lenguaje h u m an o queda patente en la incapacidad de los ángeles para [3] Las ideas individuales de los ángeles que dan o rig en a sus palabras
pro n u n ciar una sola palabra del lenguaje hu m an o . Lo han intentado, pe­ son tam bién variaciones de la luz del cielo; y los sentim ientos que p ro ­
ro no podían. Las únicas cosas q u e p u e d e n p ro n u n ciar son las que están vocan los sonidos de las palabras son variaciones del calor del cielo. Esto
en perfecta co ncordancia co n sus propios sentim ientos. Todo lo que no se debe a que la luz del cielo es la verdad o la sabiduría divina y el calor
está de acuerdo co n ellos repugna a su propia vida, puesto que su vida es del cielo es el bien o el am o r divino (véase supra, §§ 126-140), y los án­
m ateria de sen tim ien to y su lenguaje fluye de él. geles reciben su sentim iento del a m o r divino, y su pensam iento de la sa­
Se m e ha d ich o q u e el lenguaje p rim o rd ial de los seres hum anos so­ biduría divinab.
bre la tierra co m p artía esta naturaleza p o rq u e les fue dado desde el cielo, 240. C o m o el lenguaje de los ángeles fluye directam ente de sus senti­
y que el h eb reo se le asem eja en algunos aspectos. m ientos (puesto que sus ideas individuales son form as diversas en que se
238. P uesto q u e el lenguaje de los ángeles co rresponde a los senti­ desglosan sus sentim ientos, co m o se señaló en el § 236), los ángeles p u e ­
m ientos de su am or, y puesto q u e el a m o r del cielo es am o r al S e ñ o r y den expresar en un m in u to más de lo que nosotros p o dem os decir en m e­
am or al p ró jim o (véase supra, §§ 13-19), pod em o s im aginar cuán e le g a n ­ dia hora, y p u ed e n transm itir en pocas palabras cosas q u e necesitarían
t e y deliciosa es su conversación. A fecta n o sólo a los oídos, sino t a m b i é n
a los niveles más profundos de la m en te de quienes la escuchan. H a b í a en ? k Los conceptos a partir de los que hablan los ángeles se expresan p o r maravillosas va­
una ocasión u n espíritu p articu larm en te d u ro de corazón que e s ta b a ha­ riaciones de la luz del cielo: 1646, 3343, 3693.

237
m uchas páginas de escritura. T am bién de esto he sido testigo m ediante ángeles espirituales son la E y la / las vocales más frecuentes144. Las voca­
num erosas experiencias". les re p r e s e n ta n el sonido y en el sonido están los sentim ientos; pues co -
Las ideas individuales de los ángeles y las palabras de su lenguaje for­ nio ya señalamos (§ 236), el sonido del habla de los ángeles responde a sus
m an una u n id ad a la m anera que u n a causa eficiente lo hace con un efec­ sentimientos, y las articulaciones del sonido, o palabras, co rresp o n d en a
to; pues lo q u e se presenta en las palabras co m o efecto es lo que reside en las ideas individuales que resultan de sus sentim ientos. P or esta razón, las
las ideas co m o causa143. P or eso u n a sola palabra co n tien e tanto dentro de vocales n o p erte n e c en al lenguaje, pero sirven para elevar las palabras, p o r
sí misma. medio de los sonidos, hacia los diversos sentim ientos según el estado de
C u an d o los detalles del p ensam iento de los ángeles y los detalles con­ cada individuo. P o r eso en h eb reo las vocales no se escriben y se p ro ­
secuentes de su lenguaje se presentan en form a visual, parecen una ola su­ nuncian de form a variable145. Esto p e rm ite a los ángeles re co n o ce r la cua­
til o atm ósfera fluida en la que hay incontables elem entos en el orden que lidad de los dem ás en cuanto al sentim iento y al am or.
les es propio, elem entos de su sabiduría q u e entran en el pensam iento de Además, el lenguaje de los ángeles celestiales carece de cualquier c o n ­
los otros y co n m u ev en sus sentim ientos. Las ideas particulares de cual­ sonante dura y rara vez ju n ta dos consonantes sin insertar una palabra que
quiera —sea u n ángel o u n o de n o so tro s- p u e d e n presentarse visualm en­ com ience p o r vocal. P or eso la partícula y146 figura co n tanta frecuencia
te a la luz del cielo cuando esto place al S e ñ o r1. en la Palabra, co m o p u ed e n com p ro b ar los que leen la Palabra en hebreo,
241. Los ángeles que viven en el reino celestial del Señor hablan igual lenguaje en el que dicha palabra es suave, co m enzando y term in a n d o con
que los ángeles del reino espiritual del Señor. Sin em bargo, los ángeles ce­ sonido vocálico. Lo m ism o p o dem os observar en alguna m edida en el vo­
lestiales hablan desde u n nivel de pensam iento más profundo que los ánge­ cabulario de la Biblia hebrea, ya sea en las palabras que p e rte n e c en a una
les espirituales. Adem ás, com o los ángeles celestiales están en arm onía con categoría celestial o en las que p erte n e c en a una categoría espiritual, es
el bien del am o r al Señor, hablan desde la sabiduría, m ientras que los án­ decir, ya im p liq u en lo que es b u en o o lo que es verdadero; las expresio­
geles espirituales —que están en arm onía co n el bien de la caridad para con nes que im plican lo que es b u en o hacen u n am plio uso de las vocales U
el prójim o (que es en su esencia la verdad, véase § 215)—hablan desde la in- y O y en alguna m edida de la A , y las expresiones que im plican lo que
tebgencia. Pues la sabiduría procede del b ien y la inteligencia de la verdad. es verdadero em plean la E y la I.
Las palabras de los ángeles celestiales son co m o u n a c o rrien te ligera, Puesto que los sentim ientos se expresan prin cip alm en te p o r m ed io de
suave y v irtu alm en te continua, m ientras q u e las de los ángeles espiritua­ sonidos, las palabras que utilizan la U y la O son utilizadas en el lengua­
les son algo más sonoras y vigorosas. A dem ás, las vocales U y O tienden je hum ano para expresar grandes asuntos, co m o cielo [coelum] y D ios
a pred o m in ar en el habla de los ángeles celestiales, m ientras que entre los [Deus], Los sonidos musicales tie n en esta m ism a ten d en cia147, cuando tra­
tan de estos tem as, pero no cuando tratan de cosas m enores. P or eso el
1 E n su lenguaje, los ángeles pueden expresar en u n m o m en to más que nosotros, en arte musical es tan apto para expresar diversos tipos de sentim ientos.
nuestro lenguaje, en m edia hora, y esto incluye cosas que p o r naturaleza no encajan en 242. H ay una cierta arm onía en el habla angélica que es indescriptible'.
las palabras del lenguaje hum ano: 1641-1643, 1645, 4609, 7089. Esta arm onía resulta del h echo de que los pensam ientos y sentim ientos
d E xisten innum erables cosas en una sola idea: 1008, 1869, 4946, 6613-6615, 6617, 6618. flue dan o rig en al habla fluyen y se ex tien d en de acuerdo co n la form a
N uestras ideas se abren en la otra vida, c o n una vivida presentación visual de su cualidad: del cielo, siendo la form a del cielo la que d e te rm in a có m o se asocia y co­
1869, 3310, 5510. Lo que parecen: 6201 [6200], 8885. Las ideas de los ángeles del cielo in­ m unica cada uno. (Véase supra, §§ 200-212, sobre la m anera en que la for­
terio r se asem ejan a la luz de una llama: 6615. Las ideas de los ángeles del cielo exterior ma del cielo d ete rm in a có m o se asocian los ángeles y el flujo de sus p e n ­
se asemejan a nubes brillantes y pálidas: 6614. Se vio una idea de ángel cuyos rayos se di­ samientos y sentim ientos.)
rigían hacia el Señor: 6620. Las ideas del pensam iento llegan a todas partes en las com u­
nidades angélicas: 6598-6613. ' E n el lenguaje angélico hay u n acorde arm ónico y descendente: 1648, 1649, 7191.

239
243. El m ism o tip o de discurso q u e encon tram o s en el m u n d o espiri­ infernal. Para los ángeles, el habla infernal es co m o u n o lo r fétido que
tual es in n ato en todos nosotros, pero está en la parte más profunda de ataca la nariz.
nuestro intelecto. Sin em bargo, dado q u e para nosotros n o se manifiesta El lenguaje de los hipócritas -aq u ello s que p u e d en im itar a los ánge­
en palabras análogas a nuestros sentim ientos, co m o sucede co n los ánge­ les de lu z - es co m o el de los ángeles en lo que se refiere a las palabras,
les, n o som os conscientes de que lo poseem os. N o obstante, y debido a pero exactam ente opuesto respecto de sus sentim ientos y pensam ientos
esa circunstancia, ten em o s acceso al m ism o lenguaje que los espíritus y individuales. P or eso cuando se percibe la cualidad in te rio r de su discur­
los ángeles cu an d o llegam os a la otra vida y sabem os có m o hablar con so, com o les sucede a los ángeles sabios, suena com o u n cru jir de dientes
ellos sin q u e se nos haya enseñado1. Pero direm os más sobre este asunto y les provoca horror.
en páginas p o sterio res148.
244. C o m o ya dijim os, en el cíelo existe u n solo lenguaje para to d o el C ó m o n o s h a b la n l o s á n g e l e s
m undo; pero varía en el sentido de q u e el lenguaje de los que son más 246. Los ángeles que hablan co n nosotros n o lo hacen en su propia
sabios es más p ro fu n d o y está más lleno de m atices en los sentim ientos y lengua, sino en la nuestra, o en otras co n las que están fam iliarizados, p e ­
las ideas específicas. E l lenguaje de los q u e son m en os sabios es m enos ro no en lenguas de las que no tengam os n in g ú n co n o cim ien to . La razón
profundo y n o tan pleno, y el lenguaje de los más simples es todavía m e­ de que así sea es que cuando los ángeles hablan con nosotros se vuelven
nos profundo, consistiendo en realidad en palabras q ue sim plem ente tie­ hacia nosotros y se u n e n a nosotros, y una consecuencia de esa u n ió n es
nen significados a la m anera en q u e lo tien en las palabras que nosotros que las dos partes tie n en el m ism o proceso de pensam iento. C o m o nues­
utilizam os en la tierra. tro pensam iento está íntim am en te u n id o a la m em oria, y el lenguaje flu­
H ay tam b ién u n lenguaje de expresiones faciales q ue da lugar a u n so­ ye de ella, las dos partes co m p arten el m ism o lenguaje. A dem ás, cuando
n id o m odificado p o r las ideas, y u n lenguaje en el que las im ágenes del los ángeles o los espíritus se nos acercan y se nos u n e n volviéndose hacia
cielo se co m b in an co n ideas y en el que las ideas se presentan visualm en­ nosotros, en tran en nuestra m e m o ria de form a tan com pleta que parece
te. H ay tam bién u n lenguaje de m ovim ien to s corporales que responde a como si ellos m ism os supieran to d o lo que nosotros sabem os, incluyen­
los sentim ientos y representa las mism as cosas q u e sus expresiones verba­ do nuestra lengua.
les. H ay u n lenguaje de sentim ientos y pensam ientos com partidos; hay un [2] H e hablado co n los ángeles sobre esto y les he dicho que probable­
lenguaje sem ejante al tru en o , y existen tam b ién otros lenguajes. mente suponían que hablaban conm igo en m i lengua m aterna sim ple­
245. El lenguaje de los espíritus m alvados e infernales es semejante, m ente porque así parecía, cuando en realidad no eran ellos los que habla­
po rq u e tam b ién es consecuencia de sus sentim ientos, pero procede de ban, sino yo. Esto es una consecuencia del h ech o de que los ángeles no
m alos sentim ientos y de conceptos in m u n d o s que resultan com pleta­ puedan pro n u n ciar una sola palabra del lenguaje h u m an o (§ 237). Adem ás,
m e n te repugnantes a los ángeles. Esto significa que los lenguajes del in­ el lenguaje h u m an o es natural, y ellos son espirituales, y los seres espiri­
fierno son opuestos a los lenguajes del cielo. Los inicuos no p u ed en so­ tuales no p u e d en p ro d u cir nada natural. C ontestaron que sabían que cuan­
p o rtar las palabras angélicas, y los ángeles n o p u ed en so portar el habla do hablaban con nosotros se unían con nuestro pensam iento espiritual, pe­
ro puesto que el pensam iento espiritual fluía en el pensam iento natural, y
1 El lenguaje espiritual o angélico está d entro de nosotros, aunque no seamos cons­ este pensam iento natural está ín tim am en te ligado a la m em o ria, les pare­
cientes de ello: 4014 [4104], Las ideas de nuestra persona interior son espirituales, pero óla com o si nuestro lenguaje fuera el suyo, lo m ism o que todos nuestros
m ientras vivim os en este m u n d o las percibim os en formas naturales po rq u e pensamos en conocim ientos adquiridos. Así es porque place al S eñor que exista ese ti­
el nivel natural: 10236, 10240, 10550. Después de la m uerte, tenem os acceso a nuestras po de u n ió n y presencia in te rio r del cielo en nosotros. Sin em bargo, de-
ideas más profundas: 3226, 3342, 3343, 10568, 10604. Éstas constituyen entonces nuestro dan, la hum anidad se encuentra ahora en tal estado que este tipo de u n ió n
lenguaje: 2470, 2478, 2479. no es ya con los ángeles, sino con los espíritus que n o están en el cielo149.

240 241
[3] H e hablado tam b ién co n los espíritus de este asunto; pero ellos m iento real que cuando articulam os los sonidos del habla en la fo rm ació n
preferían creer q u e n o éram os n osotros los q u e hablábam os co n ellos, si­ de las palabras.
n o ellos los q u e hablaban c o n nosotros, de m an era que en realidad no­ 249. Sin em bargo, m uy rara vez se p erm ite actualm ente hablar co n los
sotros n o sabíam os lo q u e sabem os, sino q u e eran ellos los que sabían, lo e s p í r i t u s , pues es peligroso1. E ntonces, los espíritus saben que están con

que significaba q u e to d o lo q u e sabem os p ro ced e de ellos. Q u ise con­ n o s o t r o s , lo que de otra m anera no sabrían. Los espíritus malos p o r n atu ­

vencerles m ed ian te num erosos arg u m en to s de q u e no era así, pero fra­ ra le z a abrigan u n odio m ortal contra nosotros y no desean otra cosa que
casé. n u e s t r a total destrucción, en c u erp o y alma. Esto es lo que realm ente su­

Explicarem os más adelante a quiénes nos referim os al hablar de «án­ c e d e con las personas que regularm ente se pierden en engaños, hasta el

geles» y a quiénes al hablar de «espíritus», cu an d o lleguem os a nuestra p u n t o de perder el contacto con las alegrías propias de su persona natural.

descripción del m u n d o de los espíritus150. H ay algunos que llevan una vida solitaria que a veces oyen a los espí­
247. A ngeles y espíritus están tan estrecham ente unidos a nosotros que ritus y hablan co n ellos sin riesgo; pero el S eñor m an tien e a estos espíri­
les parece q u e nuestras características son suyas, y ello se debe a que den­ tus separados para que n o sepan que están con estas personas. La m ayor
tro de nosotros existe una u n ió n tan ín tim a de los m undos espiritual y parte de los espíritus no son conscientes de que existe o tro m u n d o apar­
natural q u e son v irtu alm en te uno. Sin em bargo, cuando nos separamos te del suyo ni, p o r tanto, que existen personas en otros lugares. P o r eso
del cielo, el S eñ o r dispuso que h ubiera ángeles y espíritus co n cada uno no se nos p e rm ite que hablem os co n ellos, pues si lo hiciéram os, se en ­
de nosotros y q u e estuviéram os gobern ad o s p o r él a través de ellos. Esta terarían.
es la razón de que exista una u n ió n tan estrecha. Q uienes están absortos en cuestiones religiosas, tan inm ersos en ellas
H abría sido diferente si esa separación n o se h u b iera producido, por­ que prácticam ente las ven dentro de sí m ism os, tam bién em piezan a oír
que entonces p odríam os h ab er sido gob ern ad o s p o r el S eñor a través de a espíritus que hablan co n ellos. Esto se debe a que cuando voluntaria­
u n influjo general del cielo sin te n e r ángeles ni espíritus asignados a no­ mente nos absorbem os en asuntos religiosos de cualquier clase, sin la in ­
sotros. terrupción de alguna actividad útil en el m u n d o exterior, estos asuntos
H ablarem os de ello más adelante, cuando describam os có m o el cielo entran p rofu n d am en te en nosotros y adquieren substancia de m anera que
está u n id o a noso tro s151. ocupan to d o nuestro espíritu, pen etran en el m u n d o espiritual y actúan
248. C u an d o los ángeles y los espíritus hablan co n nosotros, las pala­ sobre los espíritus que allí se encuentran. Sin em bargo, las personas así
bras suenan tan audibles co m o cu an d o hablam os en tre nosotros, pero no son visionarias o fanáticas, y, no im p o rta a qué espíritu oigan, creen que
es audible para los dem ás, au n q u e estén a nuestro lado, sino solam ente pa­ se trata del E spíritu Santo, aunque los espíritus a los que oyen sean faná­
ra nosotros. Esto se debe a que las palabras de u n ángel o u n espíritu flu- ticos. Estos ven las cosas falsas co m o verdaderas, y al verlas co m o verda­
yen p rim e ro en nuestro p ensam iento y después, p o r una ru ta interior, en deras se convencen a sí m ism os y convencen tam b ién a aquellos en los
nuestro ó rgano auditivo, co m o si lo activara desde dentro. C u an d o ha­ que influyen. P uesto que esos espíritus im p o n en obediencia y han co­
blam os en tre nosotros, las palabras fluyen p rim e ro en el aire y llegan a menzado a incitar a la g ente a hacer el mal, han sido gradualm ente apar­
nuestro ó rgano auditivo activándolo p o r vía extern a. Es decir, que la con­ tados. Los espíritus fanáticos p u ed en distinguirse de los otros po rq u e
versación co n u n ángel o u n espíritu la oím os desde dentro, pero las pa­
labras activan nuestro m ecanism o auditivo tan to co m o en nuestras con­ * N os es posible hablar con los espíritus y los ángeles, y los antiguos hablaban a m e­

versaciones habituales y, en consecuencia, resultan igualm ente audibles. nudo con ellos: 67, 68, 69, 784, 1634, 1636, 7802. E n algunos planetas, ángeles y espíritus

El h ech o de q u e las palabras de u n ángel o u n espíritu fluyan al oído aparecen en form a hum ana y hablan con la gente: 10751, 10752. A unque, actualm ente, en

desde den tro se m e hizo claro p o r la fo rm a en q u e fluían tam bién a mi nuestro planeta es peligroso hablar con los espíritus a m enos que tengam os una fe verda-

lengua y la hacían vibrar ligeram ente, au n q u e n o con el m ism o m oví- dera y estemos guiados p o r el Señor: 784, 9438, 10751.

242 243
creen que son el E spíritu Santo y q u e lo q u e dicen es divino. C uando el
en la parte de la cabeza que cubre el cerebelo y que se llama occipucio,
h o m b re los h o n ra co n un culto divino, ellos n o tratan de hacerle daño.
desde una oreja a la otra y bajo el cuello, puesto que esta área correspon­
H e hablado co n ellos de vez en cu an d o y las cosas indecibles que in­ de a nuestra sabiduría.
funden en sus adoradores han salido a la luz. V iven todos ju n to s hacia la
Toda la conversación de los ángeles entra en nuestros pensam ientos
izquierda152, en u n área desierta.
por esos dos cam inos. Esto m e ha p e rm itid o advertir qué ángeles habla­
250. La posibilidad de conversar co n los ángeles no se concede, sin ban conm igo.
em bargo, más q u e a aquellos que están centrados en las verdades que flu­
252. Q u ien es hablan con los ángeles del cielo tam b ién ven las cosas
yen del bien, especialm ente quienes reco n o cen al S eñor y la naturaleza
que están en el cielo, p o rq u e ven a la luz del cielo lo que rodea sus nive­
divina en el in te rio r de la naturaleza hum an a, p o rq u e ésta es la verdad en
les más profundos. Y n o sólo eso, sino que a través de los ángeles ven las
la que existe el cielo. Pues co m o ya dijim os, el S eñ or es el D ios del cie­
cosas que están en nuestra tierrac. Para quienes hablan con los ángeles, el
lo (§§ 2-6); la naturaleza divina del S eñ o r constituye el cielo (§§ 7-12); la
cielo está realm ente unido con nuestro m undo, y nuestro m u n d o con el cie­
naturaleza divina del S eñor en el cielo es am o r a él y caridad para con el
lo; pues, co m o ya dijim os (§ 246), cuando los ángeles se vuelven hacia
prójim o (§§ 13-19); y el cielo en su co n ju n to , co m p ren d id o com o una
nosotros se u n e n a nosotros de form a tan com pleta que les parece exac­
sola entidad, representa u n solo hom b re, al igual que cada com unidad del
tam ente co m o si to d o lo nuestro fuera suyo. Esto se aplica n o sólo a los
cielo; y cada ángel individual tiene una fo rm a h u m ana perfecta debido a
elem entos de nuestro lenguaje, sino a lo que atañe a nuestra vista y oído.
la naturaleza h u m an o -d iv in a del S eñor (§§ 59-86). Vemos a p artir de aquí
Además, nos parece exactam ente co m o si las cosas que fluyen en y a tra­
que esta conversación co n los ángeles n o se co n ced e sino a las personas vés de los ángeles fueran realm ente nuestras.
cuyos niveles más profundos han sido abiertos p o r las verdades divinas
Los hum anos más antiguos de nuestro planeta disfrutaban de este tipo
hasta llegar al Señor, puesto que es en éstos d o n d e el S eñor fluye en no­
de u n ión con los ángeles del cielo, p o r eso llam am os Edad de O ro a
sotros, y cu an d o el S eñor fluye, tam b ién fluye el cielo.
aquellos tiem pos. R e c o n o c ía n lo D ivino en form a h u m ana y, p o r lo tan­
La razón de q u e las verdades divinas abran nuestros niveles más pro­
to, reconocían al Señor, hablaban co n los ángeles del cielo co m o si lo h i­
fundos es que hem o s sido creados de tal m o d o que nuestra persona inte­
cieran con los m iem bros de su familia, y los ángeles del cielo hablaban
rio r es una im agen del cielo, y la e x te rio r una im agen del m u n d o (§ 57);
con ellos de la m ism a m anera; y, en ellos, el cielo y este m u n d o eran una
y nuestra persona in te rio r es abierta solam ente p o r la verdad divina que sola cosa.
procede del Señor, p o rq u e éste es la luz y la vida del cielo (§§ 126-140).
Pero después de aquellos tiem pos, los hom bres se fueron alejando pa­
251. El influjo del Señor en nosotros actúa sobre la frente, y desde ahí
so a paso del cielo p o r am arse a sí m ism os más que al S eñor y al m u n d o
en toda la cara1’. El influjo de los ángeles espirituales que están con noso­
más que al cielo. P o r eso com enzaron a sentir los placeres del egoísm o y
tros actúa sobre nuestra cabeza en su conjunto, desde la frente y las sienes
el am or al m u n d o separadam ente de los placeres del cielo, hasta el p u n to
hasta toda la reg ió n que cubre el cerebro, p o rq u e esta área corresponde a
de que finalm ente n o cono ciero n ya n in g ú n otro placer. E ntonces se ce­
nuestra inteligencia. E n cam bio, el influjo de los ángeles celestiales actúa
rraron sus niveles más profundos, los niveles que se abren en el cielo,
mientras que sus niveles exteriores se abrieron al m undo. U n a vez suce­
b La frente corresponde al am or celestial, y p o r tanto significa ese am or en la Palabra.
dido esto, nos encontram o s ilum inados con respecto a las cosas de este
9936. El rostro corresponde a nuestros niveles más profundos, que tienen que ver con el
m undo y en la oscuridad co n respecto a las cosas del cielo.
pensam iento y el sentim iento: 1568, 2988, 2989, 3631, 4796, 4797, 4800, 5165, 5168, 5695,
253. D esde aquellos tiem pos, la g ente rara vez ha hablado con los án -
9306. Además, el rostro está form ado para que se corresponda c o n nuestra naturaleza in­
terior: 4791-4805, 5695. P o r eso el rostro en la Palabra significa nuestra naturaleza pro­
' ‘Los espíritus n o pu ed en ver, a través de nosotros, nada de lo que está en este m u n -
funda: 1999, 2434, 3527, 4066, 4796. J 1
0 subsolar; pero han visto a través de mis ojos, y p o r qué: 1880.

244
245
geles del cielo, au n q u e algunos h an hablado co n espíritus que n o están en siquiera recuerdan el suyo. C u a n d o nos vuelven la espalda, sin em bargo,
el cielo. N u estro s niveles in te rio r y e x te rio r p u ed en , p o r su naturaleza, vuelven a su lenguaje angélico y espiritual y n o co n o cen el nuestro. Lo
volverse hacia el S eñ o r co m o su cen tro c o m ú n (§ 124), o hacia nosotros m ism o ha sucedido co nm igo cuando he estado en com pañía de los án­
m ism os, y p o r consiguiente lejos del Señor. Q u ien es están vueltos hacia geles y en un estado co m o el suyo. E ntonces he hablado con ellos en su
el S eñor están vueltos tam bién hacia el cielo, m ientras que los que están lenguaje y no sabía nada del m ío. N i siquiera podía recordarlo. Sin e m ­
vueltos hacia sí m ism os están vueltos tam b ién hacia este m u n d o ; y quie­ bargo, cuando ya n o estaba en su com pañía, volvía a m i propia lengua.
nes están vueltos hacia el m u n d o son difíciles de elevar. Sin em bargo, son [2] T am bién vale la pena señalar que cuando los ángeles y los espíri­
elevados p o r el S eñor en la m edida en q u e p u e d e n serlo, p o r u n giro de tus se vuelven hacia nosotros, p u ed e n hablar con nosotros incluso desde
nuestro am o r; y esto se realiza p o r m ed io de las verdades de la Palabra. una gran distancia. Lian hablado co nm igo desde lejos de m anera tan au­
2 5 4 . Se m e ha d ich o có m o el S eñor habló a los profetas p o r cuya m e­ dible co m o si estuvieran cerca. C o n todo, cuando nos vuelven la espalda
diación se escribió la Palabra. N o hablaba co n ellos a la m anera en que lo y hablan entre ellos, nada de lo que dicen nos resulta audible au n q u e eso
hacía c o m ú n m e n te co n los antiguos, p o r u n influjo en su naturaleza más suceda m uy cerca de nuestros oídos. Esto m e ha p e rm itid o ver que en el
profunda, sino a través de espíritus q u e les enviaba y a los q u e el Señor m undo espiritual toda u n ió n depende de la dirección en que se vuelvan
colm aba c o n su apariencia. D e esta m anera, les inspiró las palabras que quienes allí se encuentran.
ellos a su vez co m u n icaro n a los profetas, pero n o se trataba de influjo, si­ [3] T am bién vale la pena señalar que varios de ellos p u e d e n hablar al
no de o rd en directa. P uesto q u e en aquellos tiem pos las palabras proce­ m ism o tie m p o c o n u n h om bre y ese h o m b re co n ellos. E nvían a u n o de
dían directam en te del Señor, todos los detalles están llenos de lo Divino ellos al individuo co n el que quieren hablar, y ese espíritu m ensajero se
y c o n tie n e n en sí m ism os u n sentido in te rio r de tal naturaleza que los án­ vuelve hacia la persona en cuestión m ientras los otros se vuelven hacia el
geles del cielo los en tie n d e n en u n sentido espiritual y celestial, mientras espíritu m ensajero y así c o n cen tran sus pensam ientos, que el espíritu m e ­
que nosotros los en ten d em o s en u n sentido natural. D e esta m anera, el diador transm ite. Les parece a esos m ensajeros co m o si hablaran p o r sí
S eñor u n e el cielo y la tierra a través de la Palabra. mismos, y a los otros co m o si lo hicieran ellos m ism os. Así, la u n ió n de
T am bién se m e m o stró có m o el S eñ o r llena los espíritus co n su natu­ varios con u n o se realiza volviéndose hacia éld. Pero hablarem os más ade­
raleza divina p o r m ed io de su apariencia. Los espíritus colm ados con lo lante de estos espíritus enviados, llam ados agentes, y de la co m unicación
D ivino p o r el S eñ o r n o tien en n in g u n a idea de n o ser realm ente el Señor que se pro d u ce a través de ellos154.
o de que n o es el S eñ o r q u ien habla, situación que se prolonga mientras 256. N o se p e rm ite a n in g ú n ángel o espíritu que hable co n u n o de
ellos están hablando. D espués c o m p ren d en y adm iten que son espíritus y nosotros desde su propia m em o ria de ángel o espíritu, sino sólo desde la
que no hablaban p o r sí m ism os, sino desde el Señor. del h o m b re en cuestión. E n realidad, los ángeles y los espíritus tienen
Puesto q u e éste era el estado de los espíritus que hablaron con los pro­ m em oria, co m o la tenem os nosotros. Si u n espíritu hablara co n nosotros
fetas, ellos m ism os decían que Jehová hablaba. E n realidad, los espíritus desde su m em o ria, entonces nos parecería que sus pensam ientos son
se llam aban a sí m ism os Jehová, co m o se p u ed e ver no sólo en los libros nuestros, cuando realm ente p erte n ec en al espíritu. Es co m o recordar al­
proféticos, sino tam b ién en los libros históricos de la Palabra1“ . go que nunca hem os visto ni oído. E sto m e ha sido dado a c o n o c e r p o r
2 5 5 . Para aclarar có m o es la u n ió n de los ángeles y los espíritus c o n m edio de la experiencia.
nosotros p u e d o citar algunos ejem plos m em orables que servirán para ilus­
trar el tem a y nos p erm itirán extraer alguna conclusión. C u a n d o los an-| " Los espíritus enviados p o r unas com unidades a otras son llam ados «agentes»; 4403,

geles y los espíritus se vuelven hacia nosotros, les parece exactam ente cch 5856. Las com unicaciones se p roducen en el m u n d o espiritual p o r m edio de esos espin­

m o si nuestro lenguaje fuera suyo y n o tuvieran nin g ú n otro. Esto e* áis mensajeros: 4403, 5856, 5983. Los espíritus que han sido enviados y sirven de agentes

debido a q u e en esas ocasiones están inm ersos en nuestro lenguaje, y *5 n° piensan p o r sí m ismos, sino p o r los espíritus que los envían: 5985, 5986, 5987.

246 247
P or eso algunos de los antiguos pensaban q u e después de unos miles Y miré, y h e a q u í u n a m a n o e x te n d id a h a c ia m í, y e n ella h a b ía u n ro llo d e
de años regresarían a su vida a n terio r y a sus acciones, y creían, de he­ libro. Y lo e x te n d ió d e la n te d e m í, y e stab a e sc rito p o r d e la n te y p o r d e trá s
cho, haber regresado. Lo deducían de que a veces b rotaban en ellos re­ (E zeq u iel 2, 9 -1 0 )15-..
cuerdos de cosas que n u n ca habían visto ni oído. Esto se debía al influjo
de la m em o ria de los espíritus en los pensam ientos de los hom bres. Y en Juan:
257. H ay tam b ién espíritus llam ados naturales y físicos que no se unen
a nuestros pensam ientos co m o los otros espíritus cuando vien en a noso­ Y vi en la m a n o d e re c h a d e l q u e e stab a se n ta d o e n el t r o n o u n lib r o e sc rito
tros, sino q u e más b ie n en tran en nuestro c u e rp o y asum en todos sus sen­ por dentro y p o r fu e ra , se lla d o c o n sie te sellos (A p o calip sis 5, 1).
tidos, hablando p o r nuestra boca y actuando p o r nuestros m iem bros. Les
parece enteram en te co m o si to d o lo nuestro fuera suyo. Estos son los es­ 259. La existencia de m ateriales escritos en el cielo está prevista p o r el
píritus que p o seen a los seres hum anos; p ero h a n sido apartados resuelta­ Señor a causa de la Palabra, pues en su esencia la Palabra es la verdad di­
m en te y arrojados al in fiern o p o r el Señor; p o r eso posesiones de este ti­ vina de la que los ángeles y las personas de la tierra o b tie n en to d a su sa­
p o ya no suceden en nuestros días'. biduría. E n realidad, ha sido dictada p o r el Señor, y lo que el S eñor ha
dictado y dicta pasa sucesivam ente a través de todos los cielos hasta llegar
M a t e r ia le s e s c r i t o s e n el c i e l o a nosotros. D e esta m anera, está adaptada tanto a la sabiduría de los án­
258. Puesto que los ángeles tien en lenguaje y su lenguaje está com ­ geles co m o a nuestra inteligencia. E n consecuencia, los ángeles tienen
puesto p o r palabras, tam bién tienen m ateriales escritos, y a través de esos una Palabra que leen igual que nosotros leem os la nuestra. E xtraen de ella
m ateriales escritos, co m o a través de su conversación, expresan lo que su sus principios doctrinales y de ella p ro ced en sus serm ones (§ 221). Es la
m en te piensa. A veces m e han enviado textos, co m o las hojas escritas a misma Palabra; pero su significado natural, que para nosotros es su signi­
m ano o impresas y publicadas en nuestro m u n d o . Incluso las h e leído del ficado literal, n o existe en el cielo. Allí, en cam bio, existe u n significado
m ism o m odo, pero n o se m e ha p erm itid o e n te n d e r de ellas más que al­ espiritual, que es su sentido interior. La naturaleza de este significado p u e ­
gunas cosas aquí y allá. Esto se debe a que n o es acorde con el orden di­ de verse en el opúsculo E l caballo blanco'56.
vino el ser enseñado m ediante m ateriales escritos del cielo, sino solam en­ 260. E n otra ocasión m e fue enviada del cielo una hoja co n unas p o ­
te p o r la Palabra, puesto que ésta es el ú n ico m ed io de com unicación y cas palabras escritas en letras hebreas. Se m e dijo que cada letra en cerra­
u n ió n entre el cielo y la tierra, y p o r tanto entre el Señor y la hum anidad. ba tesoros de sabiduría y que éstos estaban co n tenidos en las curvas y
D educim o s a p artir de E zequiel que las páginas escritas en el cielo les vueltas de las letras, y, p o r consiguiente, tam bién en los sonidos. Pude
fueron m ostradas tam b ién a los profetas: com prender así el significado de las palabras del Señor: «Porque de cier­
to os digo que hasta que pasen el cielo y la tierra, ni una jo ta ni una til­
' La posesión física o externa no sucede ya actualm ente con la frecuencia de antes: de pasará de la ley» (M ateo 5, 18)137. Se sabe en la Iglesia que la Palabra es
1983. Sin em bargo, ahora existen más posesiones m entales, internas, que antes: 1983, 4793. divina hasta en el trazo más p equeño, pero d ó n d e en cada p u n to está es­
Som os poseídos más in terio rm en te cuando m antenem os pensam ientos obscenos y difa­ condido lo D ivino, eso n o se co n o ce todavía, p o r eso debe explicarse. E n
m aciones contra D ios y el prójim o y cuando evitam os hacerlos públicos solam ente por el cielo in te rio r la escritura consta de diversas inflexiones y curvaturas, y
las restricciones externas im puestas por el m iedo a p e rd er la reputación o el respeto, a ser estas form as concu erd an co n la form a del cielo. A través de ellas, los án­
perjudicados económ icam ente, o p o r tem o r a la situación legal o a p erder la vida: 5990. geles expresan los tesoros de su sabiduría, incluyendo m uchas cosas que
Sobre los espíritus diabólicos que poseen principalm ente nuestros niveles más profundos. no p u ed e n decir en palabras. C réase o no, los ángeles c o n o c e n esta es­
4793. Sobre los espíritus diabólicos que quieren poseer nuestros niveles más externos, que entura sin práctica ni maestros. Están dotados in te rio rm e n te de ella, co -
están confinados en los infiernos: 2752, 5990. m ° están tam bién dotados de lenguaje (§ 236), p o r eso esta escritura es

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escritura celestial. La razón de q u e estén dotados in te rio rm e n te de ella es E n el cielo hay tam bién cosas escritas sin el em pleo de las m anos, sim ­
que el alcance de los pensam ientos y sentim ientos de los ángeles, y p or plem ente co m o respuesta a pensam ientos; pero éstas n o perduran.
tanto toda co m u n icación de su inteligencia y sabiduría, se produce de 263. T am bién he visto m ateriales escritos en el cielo com puestos n a­
acuerdo co n la fo rm a del cielo (§ 201). P or eso su escritura fluye de la da más que de núm eros dispuestos en o rden y en series, c o m o los textos
m ism a form a. form ados de letras y palabras; y se m e ha dicho que tales escritos p ro ce­
Se m e ha dicho q u e antes de que se inventaran las letras, los hum anos den del cielo interio r, cuya escritura celestial (descrita supra, §§ 260-261)
más antiguos de nuestro planeta tenían ese tipo de escritura, y que se se manifiesta co m o núm eros para los ángeles de los cielos inferiores cuan­
transfirió a las letras hebreas, q u e en los tiem pos antiguos eran todas cur­ do el pensam iento de los cielos superiores fluye hacia abajo. T am bién se
vas, sin nin g ú n rasgo recto co m o tien en ahora. Por eso hay cosas y teso­ m e ha dicho que estos escritos n u m éricos en cierran m isterios, algunos de
ros divinos del cielo co n ten id o s en la Palabra incluso en sus jotas y tildes los cuales n o p u ed en ser com prendidos p o r el pensam iento ni expresados
y en los signos más pequeños. en palabras. E n realidad, todos los núm eros se co rresp o n d en con algo y
261. Esta escritura, qu e em plea sím bolos co n form a celestial, se utili­ tienen un significado en función de su correspondencia, c o m o las pala­
za en el cielo in terio r, cuyos habitantes gozan de m ayor sabiduría que los bras', pero con la diferencia de que los núm eros representan entidades ge­
otros. Expresa los sentim ientos de los que fluyen sus pensam ientos en se­ nerales y las palabras entidades específicas. Puesto que una entidad g en e­
cuencias ordenadas según el asunto de que se trate. Por eso estos escritos ral contiene innum erables entidades específicas, los escritos num éricos
encierran tesoros que n o p u ed en ser to talm en te extraídos p o r el pensa­ encierran más m isterios que los alfabéticos.
m iento. T am bién se m e ha p erm itid o ver esos escritos. P ude ver así que los núm eros en la Palabra significan cosas, lo m ism o
Sin em bargo, en los cielos inferiores n o hay escritos m ateriales de ese que las palabras. El significado de los núm eros simples, co m o 2, 3, 4, 5,
tipo. Allí los escritos m ateriales son m u ch o más parecidos a los de nues­ 6, 7, 8, 9, 10 y 12, y el de los núm eros com puestos, co m o 20, 30, 50, 70,
tro m undo, co n letras sem ejantes a las nuestras. N o obstante, son tam bién 100, 144, 1.000, 10.000, 12.000 y otros, p u ede verse en Los arcanos celestia­
ininteligibles para la gente de la tierra, p o rq u e están escritos en lenguaje les, donde se trata de tales m aterias158.
angélico, y el lenguaje angélico, p o r naturaleza, nada tiene en c o m ú n con E n el cielo, en este tipo de escritos, el n ú m ero del que los siguientes,
nuestras lenguas (§ 237). Expresan los sentim ientos p o r m ed io de las vo­ en series ordenadas, d ep en d en se p o n e siem pre en p rim e r lugar, co m o su
cales; con las consonantes expresan los co n cep to s particulares que se de­ tema; pues ese n ú m ero es una especie de título de la m ateria som etida a
rivan de los sentim ientos, y co n las palabras expresan el significado de los consideración, y los núm eros que vienen a con tin u ació n sirven para d e­
asuntos (§§ 236, 241). lim itar la m ateria de m anera más específica.
A dem ás, esta escritura expresa en unas pocas palabras más de lo que 264. Si los hom bres no tienen y n o quieren te n er más idea del cielo
nosotros p o d em o s describir en varias páginas. T am bién he visto estos ma­ que la de una atm ósfera insubstancial en la que los ángeles vuelan com o
teriales escritos. m entes intelectuales carentes de los sentidos del oído y la vista, n o p o ­
Esto significa q u e tien en una Palabra escrita en los cielos inferiores, y drán creer que los ángeles tienen lenguaje y escritura. Para ellos, to d o se
una expresada en form as celestiales en el cielo interior. encuentra en la m ateria. Sin em bargo, las cosas que están en el cielo tie-
262. H ay que saber que en los cielos la escritura fluye espontánea­
m en te del pensam iento, con tanta facilidad co m o si el pensam iento se ¿5 " T odos los núm eros, en la Palabra, significan cosas particulares: 482, 487, 647, 648,
proyectara a sí m ism o. La m ano n o vacila sobre la elección de las p alab t* 755, 813, 1963, 1988, 2075, 2252, 3252, 4264, 4674 [4670], 6175, 9488, 9659, 10217, 10253;
concretas, p o rq u e las palabras —las habladas y las escritas—responden a suí m ostrado desde el cielo: 4495, 5265. Los m últiplos significan lo m ism o que sus factores:
pensam ientos naturales, y to d o lo que de ese m o d o responde es natural y 291, 5335, 5708, 7973. La gente antigua transm itía los arcanos celestiales m ediante n ú ­
espontáneo. m eros, una especie de álgebra eclesiástica: 575.

250 251
m iento p ro ced en te d e l160 sentim iento en form a exteriorizada. P or consi­
n e n una existencia tan real co m o las de nuestro m u n d o , y los ángeles q u e
guiente, nada los aparta del influjo divino: n o hay nada e x te rio r que, co­
están allí tien en to d o lo q u e necesitan para vivir y to d o lo que necesitan
m o ocurre en nuestro discurso, introduzca pensam ientos acerca de otras
para la sabiduría.
cosas. (Sobre el discurso de los ángeles en tan to que p ro ce d en te de su
pensam iento y sentim iento, véase §§ 234-245.)
L a s a b id u r ía d e lo s á n g e le s d e l c ie lo
Tam bién co ntribuye a este tipo de sabiduría angélica el que to d o lo
265. La naturaleza de la sabiduría de los ángeles del cielo difícilm ente
que ven con los ojos y perciben con los sentidos está en arm o n ía con su
p u ede ser com prendida, ya que transciende hasta tal p u n to la sabiduría
sabiduría. (Sobre el h ech o de que to d o lo visible en el cielo esté en co­
h u m ana que n o es posible com pararla co n ella y nada q ue tenga este gra­
rrespondencia con los niveles más profundos de los ángeles y sea repre­
do de transcendencia ofrece una im agen aprehensible. H ay algunos m e­
sentativo de su sabiduría, véase supra, §§ 170-182.)
dios que p u ed en em plearse para su d escripción, m edios que hasta que se
[3] P or otra parte, los pensam ientos de los ángeles no están lim itados
reco n o c en parecen co m o sombras en la m e n te y q u e más b ien oscurecen
y constreñidos p o r conceptos sacados del espacio y el tiem po, co m o lo
la naturaleza del asunto. C o n todo, hay cosas q u e se p u ed e n conocer, y
están los nuestros; pues el espacio y el tiem p o son propiedades de la na­
que, una vez conocidas, se p u e d e n c o m p re n d e r a co ndición de que la
turaleza, y las propiedades de la naturaleza distraen a la m en te de las co ­
m e n te [mens] se deleite en ellas; pues co m o el deleite surge del am or, lle­
sas espirituales y privan de am plitud a nuestra visión intelectual. (Sobre el
va la luz consigo; y para q u ien am a los asuntos de la sabiduría divina y ce­
hecho de que los conceptos de los ángeles, al estar desprovistos de tiem ­
lestial, esa luz irradia desde el cielo y le ilum ina.
po y espacio, sean ilim itados en relación co n los nuestros, véase supra, §§
266. Podem os d ed u cir có m o es la sabiduría de los ángeles si tenem os
162-169 y 191-199.)
en cuenta q u e viven en la luz del cielo, y q u e en su esencia la luz del cie­
Los pensam ientos de los ángeles n o se distraen con los asuntos m ate­
lo es la verdad divina o la sabiduría divina. Esta luz ilum ina al mismo
riales y terrenales ni se in te rru m p e n p o r los req u erim ien to s y las necesi­
tiem p o la visión in te rio r de la m en te [mens], y la visión exterior, la vista
dades de la vida, y no se desvían p o r esas cosas de las alegrías de la sabi­
de nuestros ojos. (Sobre la luz del cielo c o m o verdad divina o sabiduría
duría com o ocu rre co n nuestros pensam ientos en este m undo. Todo les
divina, véase supra, §§ 126-133.) T am bién los ángeles viven en el calor del
es dado gratis p o r el Señor: son vestidos gratis, alim entados gratis, alber­
cielo, que en su esencia es el b ien divino o a m o r divino, y de él procede
gados gratis (§§ 181-190); y, adem ás, se les provee de alegrías y placeres
su afecto y anhelo p o r la sabiduría. (Sobre el calor del cielo co m o bien
en p roporción a su aceptación de la sabiduría del Señor.
divino o am o r divino, véase supra, §§ 133-140.)
Todo esto se ha dicho para m ostrar de d ó n d e o b tien en los ángeles es­
Los ángeles disfrutan de la sabiduría hasta el p u n to de que podría lla­
te tipo de sabiduría“.
márseles «sabidurías», c o m o pod em o s d ed u cir del h ech o de que todos los
267. La razón de que los ángeles p u ed an aceptar tanta sabiduría es que
elem entos de su p ensam iento y su sen tim ien to fluyan según la form a ce­
sus niveles profundos están abiertos, y la sabiduría, co m o cualquier p e r­
lestial, form a q u e es la de la sabiduría divina, y adem ás de que sus nive­
fección, aum enta cuando nos acercam os a los niveles más profundos y
les más interiores, q u e están abiertos a la sabiduría, estén adaptados a esa
cuando éstos están abiertosb.
form a. (Sobre los pensam ientos y sentim ientos de los ángeles, y p o r tan­
to tam bién sobre su inteligencia y sabiduría, que fluyen según la form a
Sobre la sabiduría de los ángeles, que es incom prensible e inexpresable: 2795, 2796,
del cielo, véase supra, §§ 201-212.)
2802, 3314, 3404, 3405, 9094, 9176.
[2] P or otra parte, p o d em o s inferir la excelencia de la sabiduría de los
E n la m edida en que nos elevam os desde los asuntos más exteriores hacia los más
ángeles del h e ch o de q u e sus palabras son palabras de sabiduría. Fluyen
•ntenores, entram os en la luz y p o r tanto e n la inteligencia: 6183, 6313. Esta elevación su­
realm ente de m anera directa y '59 libre desde su pensam iento, que a su vez
cede realm ente: 7816, 10330. Elevarse desde los asuntos más exteriores hacia los más in-
proviene de sus sentim ientos, de m anera q u e su discurso es su pensa­

253
252
E n cada ángel hay tres niveles de vida q u e co rresp o nden a los tres cie­ pensam ientos se elevan p o r encim a de los asuntos sensibles, y aún más pa­
los (véase §§ 29-40). A quellos cuyo p rim e r nivel ha sido abierto están en ra aquellos cuyos niveles más profundos han sido co m p letam en te abiertos
el p rim e r cielo o cielo más lejano. A quellos cuyo segundo nivel ha sido a la luz del cielo.
abierto están en el segundo cielo o cielo in term ed io . A quellos cuyo ter­ 268. El h ec h o de que en el cielo exista una co m u n icació n que abarca
cer nivel ha sido abierto están en el tercer cielo o cielo interior. La sabi­ a todos nos p erm ite ded u cir cuán grande es la sabiduría de los ángeles. La
duría de los ángeles del cielo está en relación c o n esos niveles; la sabidu­ inteligencia y la sabiduría de cada ángel particular es co m partida p o r los
ría de los ángeles del tercer cielo transciende inm en sam ente la sabiduría otros: el cielo es un lugar en el que cada cual co m parte to d o lo que tie­
de los ángeles del cielo in term ed io , y ésta, a su vez, transciende la de los ne valor. P or eso la verdadera naturaleza del am or celestial consiste en d e­
ángeles de los cielos más lejanos (véase supra, §§ 209-210, y, sobre la na­ sear que lo que es de u n o pertenezca al otro; p o r eso en el cielo nadie
turaleza de los niveles, § 38). considera su bien autén ticam en te b u en o a m enos que sea tam bién de al­
H ay tales diferencias p o rq u e los elem entos de los niveles superiores guien más. Esa es tam bién la base de la felicidad del cielo. Los ángeles son
son particulares, y los de los inferiores son generales, y lo general inclu­ introducidos en ella p o r el Señor, cuyo am o r divino tiene esa m ism a cua­
ye a lo particular. Las cosas particulares co n relación a las generales son lidad.
co m o los millares o las decenas de millares co n relación al uno; y así es la T am bién se m e ha dado el co n o cim ien to , p o r experiencia, de este ti­
sabiduría de los ángeles de u n cielo su p erio r con relación a la sabiduría po de co m unicación en los cielos. E n una ocasión, personas bastante sim ­
de los ángeles de u n cielo inferior. ples fueron elevadas al cielo, y una vez allí llegaron tam bién a una sabi­
Sin em bargo, la sabiduría de estos últim os ángeles transciende igual­ duría angélica. C o m p ren d ían cosas que antes n o p o d ían c o m p re n d er y
m en te la nuestra, pues nosotros estam os absortos en nuestros cuerpos y decían cosas que n o h u b ieran p o d id o decir en su estado anterior.
sus operaciones sensoriales, y las facultades físicas sensoriales están en el 269. Las palabras n o son adecuadas para describir la cualidad de la sa­
nivel más bajo de todos. Este h ech o nos p e rm ite ver la naturaleza de la biduría de los ángeles, que sólo se p u ed e sugerir m ediante algunas g en e­
sabiduría de quienes basan su pensam iento en la in form ación sensorial, ralizaciones. Los ángeles p u ed en expresar en una sola palabra lo que n o ­
esto es, de aquellos de quienes podríam os d ecir que están centrados en lo sotros n o p o dem os decir con u n millar. A dem ás, en una sola palabra
sensorial. E n realidad, estas personas n o tie n e n acceso a la sabiduría, sino angélica hay cosas innum erables que están más allá de lo que p u e d en ex­
solam ente a los co n o cim ien to sc. A u n q u e es diferente para aquellos cuyos presar las palabras hum anas. E n los detalles del habla angélica existen real­
m ente tesoros de sabiduría m u tu am e n te interrelacionados, com pleta­
tenores es com o elevarse de la niebla a la luz: 4598. N uestros niveles más extenores están m ente inaccesibles al co n o c im ie n to hum ano. A dem ás, lo que los ángeles
más lejos de lo D ivino, y p o r tanto relativam ente turbios: 6451; y tam bién relativamente no pueden evocar con las palabras de su lengua lo expresan con el soni-
desorganizados: 996, 3855. N uestros niveles más profundos son más perfectos porque es­
tán más cerca de lo D ivino: 5146, 5147. E n nuestra naturaleza interior hay miles y miles nrngún elem ento de la verdad espiritual que hay en ellos: 6564, 6844, 6845. E n resum en,
de cosas que ex teriorm ente parecen una sim ple generalización: 5707. P o r eso, cuanto mas son personas que viven a la luz basta de la naturaleza y p o r tanto n o p erciben nada de lo
profundos son nuestro pensam iento y nuestra percepción, tam bién son más claros: 5920. que surge de la luz del cielo: 6201, 6310, 6564, 6844, 6845, 6598, 6612, 6614, 6622, 6624.
c El nivel sensorial es el nivel más exterior de nuestra vida, asociado con nuestro cuer­ Interiorm ente, se o p o n e n a los principios del cielo y de la iglesia: 6201, 6316, 6844, 6845,
po e inherente a él: 5077, 5767, 9212, 9216, 9331, 9730. Llamamos personas centradas en 6948, 6949. Los eruditos que form an su m ente contra las verdades de la iglesia son así:
lo sensorial a quienes basan sus juicios y conclusiones en sus sentidos físicos y no cree 16. Las personas centradas en lo sensorial son especialm ente taimadas y maliciosas: 7693,
nada a m enos que lo vean c o n sus ojos y lo to q u en con sus manos: 5094, 7693. La gente 10236. R azonan de form a perspicaz y con habilidad, pero sobre la base de su m em oria fí­
así piensa en su nivel más exterior y n o profundam ente desde el in te rio r de sí mism sica, que p ara e[jos gs ej jugar se iocajjza totja inteligencia: 195, 196, 5700, 10236.
5089, 5094, 6564, 7693. Sus niveles más profundos están cerrados, de m anera que no ve m em bargo, ésta se basa en las ilusiones sensoriales: 5084, 6948, 6949, 7693.

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do, que en carna su sensibilidad hacia la disposición apropiada de las co ­ sentaba los arcanos que a ello hacían referencia, en n ú m ero de cien.
sas; pues, co m o ya señalam os (§§ 236, 241), expresan sus sentim ientos a E x p o n ía cada arcano con ideas que contenían otros aún más profundos, e
través de sonidos, y los conceptos derivados de sus sentim ientos, a través hizo esto de p rincipio a fin, explicando có m o la persona espiritual es co n ­
de palabras. P or eso se dice de las cosas q u e se p u e d e n escuchar en el cie­ cebida de nuevo, es luego llevada en el útero, p o r decirlo así, y después na­
lo que son inefables. ce, m adura y es perfeccionada gradualm ente. D ecía que podía m ultiplicar
Los ángeles tam b ién p u e d e n transm itir en unas pocas palabras hasta los el núm ero de arcanos p o r millares, y que las cosas de las que hablaba se re­
m enores detalles co n ten id o s en u n v o lu m en entero, dando a cada palabra ferían sólo a la regeneración de la persona exterior. Innum erables eran las
sentidos que la elevan a una sabiduría más profunda. Su lenguaje está de qu e hubiera po d id o co n tar acerca de la regeneración de la persona in te­
acuerdo p o r naturaleza co n sus sentim ientos, y cada palabra de acuerdo rior.
co n sus conceptos. R ealm en te, las palabras varían c o n m atices infinitos, Estas y otras cosas del m ism o tipo que he escuchado de los ángeles m e
según la fo rm a en q u e expresan en una secuencia las cosas que son si­ han m ostrado cuánta sabiduría tien en y cuánta ignorancia tenem os n o so ­
m ultáneas en su pensam iento. tros en com paración co n ellos, co n apenas algún c o n o cim ien to de lo que
[2] Los ángeles in terio res p u ed en incluso co n o c e r toda la vida del que es la regeneración e inconscientes de cualquier paso cuando estam os sien­
habla a partir del to n o de su voz y de unas pocas palabras. A través de la do regenerados.
form a en q u e el sonido se diferencia p o r co n cep to s en palabras, perciben 270. Tengo ahora q ue decir algo sobre la sabiduría de los ángeles del
realm ente el am o r q u e rige la vida del q u e habla, en el que, p o r decirlo tercer cielo o cielo más interior, y en cuánto supera ésta a la sabiduría del
así, está grabado cada detalle de su vidad. prim er cielo o cielo más exterior.
Vemos así có m o es la sabiduría de los ángeles. E n relación a nuestra La sabiduría de los ángeles del tercer cielo o cielo más in te rio r está más
sabiduría, está en u n a relación de diez m il a uno. Es co m o la relación en­ allá de toda com prensión, incluso para los ángeles del p rim e r cielo o cie­
tre las energías m otoras del cuerpo, que son innum erables, y u n acto que lo más exterior. Esto se debe a que la naturaleza in te rio r de los ángeles
resulte de ellas, q u e a nuestros sentidos le parece u n sim ple aconteci­ del tercer cielo está abierta en el tercer nivel, m ientras que la de los án­
m ien to ; o co m o los m iles de cosas que vem os a través de u n m icrosco­ geles del p rim e r cielo se abre solam ente en el p rim e r nivel; y toda sabi­
p io perfecto com parados co n la im agen confusa q u e vem os directam en­ duría aum enta cuando nos acercam os hacia el nivel más pro fu n d o y se
te con los o jo s161. perfecciona cuando éste se abre (§§ 208, 267).
[3] M e gustaría tam bién ilustrar el asunto co n u n ejem plo. U n ángel162, [2] Puesto que el in te rio r de los ángeles del tercer cielo está abierto en
valiéndose de su sabiduría, describía el proceso de regeneración 163 y pre- el tercer nivel, dichos ángeles tien en v irtu alm en te grabadas en ellos las
verdades divinas, pues las cuestiones internas del tercer nivel son más
d El am or que nos rige o gobierna está presente en todos los detalles de nuestra vida, acordes con la form a del cielo que las de los niveles p rim ero y segundo.
y en consecuencia está presente en cada detalle de nuestros pensam ientos y sentim ientos: La form a del cielo es según la verdad divina y, p o r tanto, está en c o n c o r­
4459, 5949, 6159, 6571, 7648, 8067, 8853-8858. N uestra naturaleza está determ inada por el dancia co n la sabiduría divina. P or eso estos ángeles parecen llevar graba­
am or que nos gobierna: 918 [917], 1040, 8858; ilustrado p o r ejem plos: 8854, 8857. Lo que das las verdades divinas, co m o si les fueran instintivas e innatas. D eb id o a
nos gobierna constituye la vida de nuestro espíritu: 7648. Éste es nuestro propósito esen­ esto, tan p ro n to co m o escuchan las auténticas verdades divinas, las reco ­
cial, nuestro am or esencial y el objetivo de nuestra vida, po rq u e lo que nos proponem os nocen in m ediatam ente y las com p ren d en , y desde ese m o m e n to las ven
es lo que am am os, y lo que am am os es lo que nos hem os planteado co m o objetivo: 1317, virtualrnen te en su interio r. Porque es característico de los ángeles de es­
1568, 1571, 1909, 3796, 5949, 6936. P or tanto, nuestro propósito, o nuestro am or dom i­ te cielo el n o tratar nunca de descifrar 164 las verdades divinas, y m u ch o
nante, o el objetivo de nuestra vida, determ ina el tipo de persona que somos: 1568, 1571, ntenos discutir sobre si una verdad particular es verdadera o no. N o sa­
3570, 4054, 6571, 6934 [6935], 6938, 8856, 10076, 10109, 10110, 10284. ben lo que es creer o te n er fe, y dicen: «¿Q ué es eso de la fe? Yo perci­

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bo y veo q u e esto es así». C o m o ejem plo, ofrecen una com paración: se­ c o m p re n d e n en profundidad. P or eso dicen q u e las verdades d eb en ser
ría co m o si u n o estuviera v iendo u n a casa y to d o lo que hay en ella y en creídas o que hay que te n e r fe en las cosas; cosas que entonces n o q u ie­
sus alrededores y le dijera a alguien que estuviera con él que debía creer ren que nadie exam ine en profundidad. Los ángeles dicen que esas p er­
qu e esas cosas existen y q u e son lo que p arecen ser. O co m o si u n o es­ sonas no podrían acceder al p rim e r um bral del palacio, m u c h o m enos en ­
tuviera en u n ja rd ín co n árboles y frutos y le dijera a su acom pañante que trar en él y pasear p o r sus parques, po rq u e tropiezan al p rim e r paso. Es
debía te n e r fe en q u e allí había u n ja rd ín co n árboles y frutos, cuando él diferente para quienes están inm ersos en las verdades reales. N ad a les im ­
los podía ver claram ente co n sus ojos. P or eso los ángeles no llam an nun­ pide avanzar sin lím ites; pues una vez han visto las verdades, éstas les c o n ­
ca a la «fe» p o r su n o m b re y en realidad n o tie n e n idea alguna de ella. Por ducen adonde vayan, incluso a los prados abiertos, p o rq u e cada verdad
eso n o tratan de descifrar las verdades divinas, m u c h o m enos de discutir tiene u n alcance in finito y está unida a m uchas otras.
si alguna verdad p articular es verdadera o n o '. [5] D icen tam bién que la sabiduría de los ángeles del cielo in te rio r
[3] E n cam bio, los ángeles del p rim e r cielo o cielo ex te rio r no tienen consiste prin cip alm en te en que ven las cosas celestiales y divinas en los
grabadas las verdades divinas en su naturaleza in terna, po rq u e para ellos objetos particulares y las maravillas celestiales y divinas en las series de o b ­
solam ente se ha ab ierto el p rim e r nivel de la vida. P or eso, tratan de des­ jetos, pues to d o lo que aparece a sus ojos tien e una correspondencia.
cifrar, y quienes así cabilan ven p o co más q u e el asunto con el que están C uando ven palacios y jardines, p o r ejem plo, su d iscernim iento n o se
devanándose la cabeza. N o van más allá de ese tem a salvo para encontrar queda en las cosas que están frente a sus ojos, sino que ven las cosas más
apoyo a sus conclusiones, y una vez han decidido, dicen que éstas deben profundas de d o n d e brotan, es decir, las cosas a las que corresponden. Y
ser m ateria de fe y q u e d eb en ser creídas. así según una variedad constante de acuerdo co n la aparición de los o b ­
[4] H e hablado de esto co n los ángeles, que m e han dicho que la di­ jetos; p o r eso en u n m o m e n to dado existen innum erables cosas o rdena­
ferencia entre la sabiduría de los ángeles del tercer cielo y la de los del das y en una relación tan m aravillosa para su m en te, que parecen entrar
p rim e r cielo es co m o la diferencia en tre algo claro y algo oscuro. en éxtasis. (Todo lo que es visible en los cielos co rresp o n d e a algo divi­
T am bién com pararon la sabiduría de los ángeles del tercer cielo con un no que está en los ángeles pro ced en te del Señor, véase §§ 170-176.)
palacio lleno de cosas útiles, rodeado p o r todas partes de parques, con to­ 271. La razón de que los ángeles del tercer cielo sean así es que están
do tip o de cosas espléndidas. P uesto q u e estos ángeles gozan de sabidu­ centrados en el am or al Señor, y ese am or abre el in te rio r de su m en te en
ría, p u e d e n en trar en el palacio y ver to d o lo que hay allí. P u ed en pasear el tercer nivel, que queda abierto y con capacidad para retener toda form a
p o r to d o el parque y disfrutar de to d o lo q u e ven. Sin em bargo, es dife­ de sabiduría. Tam bién se debería saber que los ángeles del cielo in te rio r es-
ren te para quienes tratan de descifrar las cosas, y m u ch o más para quie­ tan siendo continuam ente perfeccionados en sabiduría, y que esto sucede
nes las discuten. Éstos n o ven las verdades a la luz de la verdad, sino que de m anera diferente a com o ocurre para los ángeles del cielo exterior. Los
las adoptan de otras personas o del sentido literal de la Palabra, que no angeles del cielo in te rio r no acum ulan las verdades divinas en su m em oria
m las transform an en inform ación, sino que, más bien, tan p ro n to com o
' Los ángeles celestiales conocen m uchas cosas y son m ucho más sabios que los ange­ las oyen, las com prenden y las aplican a su vida. Por eso para ellos las ver­
les espirituales: 2718. Los ángeles celestiales no piensan ni hablan sobre la base de la fe, dades divinas están com o virtualm ente grabadas en su interior, porque to ­
co m o hacen los ángeles espirituales, porque han sido dotados p o r el Señor con la per­ do lo que se confía a la vida es en esa m edida interiorizado. Sin em bargo,
cepción de todo lo que tiene que ver con la fe: 202, 597, 607, 784, 1121, 1387 [1389], 1398, es diferente en cuanto a los ángeles del cielo exterior. P rim ero asignan las
1442, 1919, 7680, 7877, 8780, 9277, 10336. R especto de las verdades de la fe, dicen sim­ verdades divinas a la m em o ria y las alm acenan en form a de inform ación.
p lem ente, «Sí, sí» o «No, no», m ientras que los ángeles espirituales tratan de razonar so­ Luego las recuperan y las utilizan para perfeccionar su entendim iento; y sin
bre si son verdaderas: 2715, 3246, 4448, 9166, 10786; d onde se da una explicación las uua com prensión en profundidad de su verdad, las quieren aplicar a la vi­
palabras del Señor: «Pero sea vuestro hablar: Sí, sí; no, no» (M ateo 5, 36 [5, 37/). da. Por eso, las cosas son relativam ente borrosas para ellos.

258 259
M erece la pena señalar que los ángeles del tercer cielo son perfeccio­ lidad la principal. Es que están libres de cualquier egoísm o1'’5; y en la m e ­
nados en sabiduría más p o r el oído que p o r la vista. Lo que escuchan por dida en que están libres de egoísm o p u ed e n ser sabios en los asuntos di­
m ed io de la predicación n o entra en su m em o ria, sino directam ente en su vinos. El egoísm o es lo que cierra nuestra naturaleza profunda al S eñ o r y
percepción y en su voluntad y se convierte en m ateria de su vida. Sin em ­ al cielo y abre nuestra naturaleza ex te rio r y la vuelve hacia nosotros m is­
bargo, lo que ven co n sus ojos entra en su m em oria, y piensan y hablan mos. Por eso todas las personas en las que pred o m in a el am o r egoísta es­
de ello. Esto m e ha p erm itid o co m p ren d er q u e el cam ino de la escucha es tán sumidas en abism os de oscuridad p o r lo que a las realidades celestia­
para ellos el cam ino de la sabiduría. T am bién esto se debe a las corres­ les se refiere, p o r m ucha luz de que puedan disfrutar con respecto a los
pondencias, puesto que el oído co rresponde a la obediencia, y la obe­ asuntos m undanos. E n cam bio, c o m o los ángeles están libres de ese am or,
diencia tiene que ver c o n la form a en que vivimos; m ientras que los ojos gozan de la luz de la sabiduría. El am o r celestial en el que están centra­
corresp o n d en a la inteligencia, y la inteligencia es m ateria de doctrina'. El dos -a m o r al S eñor y am or al p ró jim o - abre los niveles más profundos
estado de estos ángeles se describe en num erosos pasajes de la Palabra; por porque estas form as de am or vien en del S eñ o r y el S eñor m ism o está en
ejem plo en Jeremías: ellas. (Estas form as de a m o r constituyen el cielo en general y el cielo en
los individuos en particular: §§ 13-19.)
Daré mi ley en su mente y la escribiré en su corazón; y no enseñará más nin­ Puesto que el am o r celestial abre nuestros niveles más profundos hacia
guno a su prójimo, ni ninguno a su hermano, diciendo: Conoce ajehová; por­ el Señor, todos los ángeles vuelven su rostro hacia el S eñor (§ 142): en el
que todos me conocerán, desde el más pequeño de ellos hasta el más grande m undo espiritual, el am or es lo que orienta el nivel más profundo de ca­
(jeremías 31, 33-34). da uno hacia esa profundidad, y lo que orien ta el nivel más profundo
orienta tam bién el rostro, pues el rostro actúa al unísono con el nivel más
Y en M ateo: profundo y es realm ente su form a externa. Adem ás, com o el am or o rie n ­
ta el nivel más profundo y el rostro hacia sí, tam bién se une a ellos, pues­
Pero sea vuestro hablar: Sí, sí; no, no; porque lo que es más de esto, de mal to que el am or es u n ió n espiritual. Por lo tanto, tam bién co m parte con
procede (Mateo 5, 36 [5, 37]). ellos lo que es suyo. Es a partir de esta o rientación y la consiguiente un ió n
y participación co m o los ángeles obtienen su sabiduría (toda u n ió n en el
La razón de q u e to d o lo que va más allá de esto proceda del mal es m undo espiritual acontece según la orien tació n que se adopta, § 255).
q u e n o es del Señor; las verdades que residen en los ángeles del tercer cie­ 273. Los ángeles están siendo constantem ente perfeccionados en sabi­
lo p ro ced en del S eñor ya que ellos están centrados en el am or a él. Amar duría*, pero no obstante no pued en ser tan perfectos en la eternidad co ­
al S eñor en ese cielo es buscar y hacer la verdad divina, pues la verdad di­ mo para que exista entonces una relación entre su sabiduría y la sabiduría'
vina es el S eñ o r en el cielo. divina del Señor, ya que la sabiduría divina del S eñor es infinita y la de los
272. H ay tam b ién otra razón, más allá de las ya dadas, de que los an­ angeles finita, y no hay ninguna relación entre lo infinito y lo finito.
geles p uedan aceptar tanta sabiduría, una razón que en el cielo es en rea- 274. Puesto que la sabiduría perfecciona a los ángeles y constituye su
vma, y puesto que el cielo con sus bendiciones fluye en los individuos se­
f Sobre la correspondencia del oído y la escucha: 4652-4660. El oído corresponde a
gún su sabiduría, allí to d o el m u n d o la anhela y la busca del m ism o m o ­
percepción y la obediencia, y, p o r tanto, se refiere a ellos: 2542, 3869, 4653, 5017, 721fc
do que una persona ham b rien ta buscaría com ida. E n realidad, co n o ci-
8361, 9311, 9397, 10065 [1006Í]. Esto significa la aceptación de las verdades: 5471, 547 ,
uuentos, inteligencia y sabiduría son alim ento espiritual co m o la com ida
9926. Sobre la correspondencia del ojo y su visión: 4403-4421, 4523-4534. La visión de le*;
es alim ento natural. Se corresp o n d en entre sí.
ojos, p o r tanto, significa la inteligencia de la fe, y tam bién la fe: 2701, 4410, 4526, 692%j
9051, 10569. 8 Los ángeles están siendo perfeccionados hasta la eternidad: 4803, 6648.

260
261
275. E n n in g ú n cielo los ángeles - n i siq u iera los ángeles de una mis­ él A m a n a sus padres, a su n iñera y a sus am iguitos y ju e g a n in o c e n te ­
m a c o m u n id a d - disfrutan de la m ism a sabiduría, sino q u e ésta difiere se­ mente co n ellos. Están dispuestos a ser guiados, escuchan y obedecen; [3]
g ú n los casos. Los del cen tro están en p o sesió n de la m ayor sabiduría y puesto que están en ese estado, aceptan to d o co m o algo p ropio de la
m ientras q u e los q u e tie n e n m enos están a su alred ed o r hasta los márge­ vida. Por eso tien en unos hábitos y u n lenguaje adecuados, y poseen los
nes. La d ism inución de sabiduría según la distancia al cen tro es com o la rudimentos de un a m e m o ria y u n pensam iento sin saber de d ó n d e vie­
dism inución de la luz difundiéndose en la o scu rid ad (véase supra, §§ 43^ nen esos dones; y su estado de inocencia es el m edio para aceptarlos y ab­
128). A dem ás, la luz q u e ellos tie n e n está e n el m ism o nivel que su sabi­ sorberlos. Sin em bargo, dado que esta inocencia es estrictam ente una
duría, puesto q u e la luz del cielo es la sabiduría divina y cada cual está en cuestión del c u erp o y n o de la m e n te ’, co m o ya se ha señalado, es ex ter­
la luz en la m ed id a en que la acepta. (Sobre la luz del cielo y las diferen­ na. Su m e n te n o está todavía form ada, puesto que la m en te es el e n te n ­
tes form as en q u e es aceptada, véase supra, §§ 126-132.) dimiento y la v o luntad y el p ensam iento y el sentim iento que de ellos
proceden.
El e s t a d o d e i n o c e n c i a [4] Se m e ha dicho desde el cielo que los niños están especialm ente al
de los á n g e le s en el c i e l o cuidado del Señor, y que existe u n influjo desde el cielo central, d o n d e
276. N o son m u ch o s en nuestro m u n d o los q u e saben qué es la ino­ hay un estado de inocencia, que atraviesa la naturaleza más profunda de
cencia o cuál es su cualidad, y quienes están in m ersos e n el m al no lo sa­ los niños, afectándola en su paso sólo m ediante la inocencia. Esta es la
b e n en absoluto. D esde luego, es visible a n uestros ojos —algo en el ros­ fuente de la inocencia que p o dem os percibir en sus rostros y en algunos
tro, y en la voz, y en los gestos, especialm ente en los n iñ o s - y sin de sus gestos. Eso es lo que afecta pro fu n d am en te a sus padres y genera
em bargo n o sabem os qué es, y m u ch o m e n o s sabem os que es en ella el amor llam ado storge'68.
d o n d e el cielo está o cu lto en nuestro in te rio r. Para darlo a conocer, me 278. La in o cencia de la sabiduría es una in o cencia real p o rq u e es in ­
gustaría seguir u n o rd en y hablar p rim ero d e la in o cen cia de la infancia, terior, al ser una propiedad de la m en te [mens] y, p o r lo tanto, de nuestra
luego de la in o cen cia de la sabiduría y, p o r últim o , del estado del cielo voluntad y nuestro consiguiente e n ten d im ien to . C u a n d o ahí existe in o ­
respecto de la inocencia. cencia, entonces hay tam b ién sabiduría, p o rq u e la sabiduría es una p ro ­
277. La ino cen cia de la p rim era infancia, o de los n iños en general, no piedad de la voluntad y el en ten d im ien to . P or eso dicen en el cielo que
es ino cen cia verdadera, puesto que se trata solam ente de u n a form a ex­ la inocencia habita en la sabiduría y p o r eso los ángeles tie n en tanta sabi­
te rn a y n o in tern a. Sin em bargo, p o d em o s a p ren d e r de ella cóm o es la duría co m o inocencia. Esto se con firm a observando que quienes están en
inocencia, puesto q u e irradia en sus rostros, e n algunos de sus gestos y en estado de in ocencia no se atribuyen n in g ú n bien, sino que lo adscriben
sus prim eros esfuerzos p o r hablar, y llega [a quienes están a su alrededor. y atribuyen to d o al Señor. Q u ie re n ser conducidos p o r él y no p o r sí m is­
La razón de que n o sea ino cen cia verdadera es ] 166 que los niños n o tienen mos, am an to d o lo que es b u e n o y se deleitan en to d o lo que es verda­
n in g ú n p ensam iento in te rn o ; n o c o n o cen tod avía lo que es b u e n o o ma­ dero po rq u e saben y perciben que am ar lo que es b u e n o —esto es, qu erer
lo, n i lo q u e es verdadero o falso, y este c o n o c im ie n to es la base de nues­ el bien y hacerlo— es am ar al Señor, y am ar lo que es verdadero es am ar
tro pensam iento. [2] E n consecuencia, n o tie n e n previsión, ni prem edi­
tación, y p o r tan to n in g ú n propósito de m al. N o tie n e n una im agen de . " La inocencia de la infancia no es inocencia verdadera; la inocencia verdadera habi­

sí m ism os adquirida m ed ian te el am o r a sí m ism os y al m u n d o . N o exi­ ta en la sabiduría: 1616, 2305, 2306, 3495 [3494], 4563, 4797, 5608, 9301, 10021. El bien de

gen reco n o cim ien to p o r nada, sino que atrib u y en to d o lo que reciben a la infancia no es u n bien espiritual; éste nace a través de la im plantación de la verdad:

sus padres. Se co n te n ta n c o n las pocas cosas q u e se les da co m o regalo y 3504. Sin em bargo, la inocencia de la infancia es u n m edio a través del cual se siem bra la

las disfrutan. N o están preocupados p o r el c o m e r y el vestir ni tam poco inteligencia: 1616, 3183, 9301, 10110. Sin el bien de la inocencia en la infancia, seríamos

p o r el futuro. N o están centrados en el m u n d o n i co d ician 167 m ucho de salvajes: 3494. Lo que se absorbe en la infancia parece ser parte de nuestra naturaleza: 3494.

262 263
al p rójim o. Viven co n ten to s con lo que tien en , sea po co o m ucho, p o r­ 279. Lo m ism o o cu rre con to d o el que está siendo regenerado.
q ue saben que recib en tan to co m o es útil: p o c o si lo p o c o es b u e n o pa­ R egenerarse es renacer co m o persona espiritual. C u an d o estam os siendo
ra ellos y m u ch o si lo m u c h o es b u e n o para ellos. N o saben lo que es lo regenerados, som os llevados p rim ero a la inocencia de la infancia, lo que
m e jo r para sí m ism os: sólo el S eñor lo sabe; y a sus ojos to d o lo que él supone co m p ren d e r que n o sabem os nada de la verdad y que n o som os
da es eterno. [2] N o se p reo cu p an p o r el futuro, sino que se refieren a la capaces de nada b u en o p o r nosotros m ism os, sino sólo p o r el Señor, y
preo cu p ació n p o r el fu tu ro co m o «afán p o r el día de m añana»169, que di­ que anhelam os y buscam os lo que es verdadero y b u e n o sim plem ente
cen es m iedo a p erd er o n o o b te n e r cosas q u e n o son necesarias para las porque es verdadero y bueno. Estos dones son otorgados p o r el S eñor
actividades útiles de la vida. N u n c a actúan co n sus am igos con mala in ­ cuando vam os envejeciendo. P rim ero se nos co ncede el conocerlos, lu e­
ten ció n , sino sólo co n in te n c ió n honrada, ju sta y buena. D ice n que ac­ go se nos lleva del c o n o cim ien to a la inteligencia, y finalm ente de la in ­
tu ar co n m ala in te n c ió n es engaño, y lo evitan co m o el veneno de una teligencia a la sabiduría, siem pre de la m ano de la inocencia, que es, co ­
serpiente pues es lo diam etralm ente opuesto a la inocencia. P uesto que m o ya se dijo, el reco n o cim ien to de que no sabem os nada de la verdad y
su m ayor deseo es ser conducidos p o r el Señor, y puesto que to d o lo atri­ de que som os incapaces de nada b u e n o p o r nosotros m ism os, sino sola­
buyen a él, evitan estar centrados en el yo, y en la m edida en que están m ente p o r el Señor. N ad ie p u ed e aceptar el cielo sin esta creencia y esta
apartados del yo el S eñ o r fluye en ellos. P or eso no alm acenan en su m e­ percepción. Es el c o m p o n e n te principal de la in o cencia de la sabiduría.
m o ria lo q u e oyen de él, sea a través de la Palabra o a través de la predi­ 280. Puesto que la in ocencia es ser conducidos p o r el S eñor y no p o r
cación, sino que in m ed iatam en te lo asum en, es decir, lo quieren y lo ha­ nosotros m ism os, todos los que están en el cielo están en la inocencia,
cen. Su v oluntad es su m em o ria. Parecen ex traordinariam ente simples en puesto que todos los que están allí qu ieren ser conducidos p o r el Señor.
su fo rm a externa, pero son in te rio rm e n te sabios y providentes. Son aque­ Saben que ser co n d u cid o p o r u n o m ism o es ser co n d u cid o p o r el egotis­
llos a los que se refería el S eñor cuando dijo: «Sed pues p ru d en tes com o m o y el egotism o es am or a u n o m ism o. Q u ien es se am an a sí m ism os no
serpientes y sencillos co m o palomas» (M ateo 10, 16). Esta es la naturale­ están dispuestos a ser conducidos p o r nadie. P o r eso los ángeles están en
za de la inocencia d enom inada inocencia de la sabiduría. el cielo en la m edida en que están en la inocencia; es decir, en la m ed i­
[3] P uesto que la ino cen cia n o se atribuye n in g ú n b ien a sí m ism a, si­ da en que están absortos en el bien divino y la verdad divina, pues estar
n o q u e to d o lo atribuye al Señor, y puesto q ue la inocencia quiere ser absortos en tales cosas es estar en el cielo. P o r consiguiente, los cielos se
con d u cid a p o r el Señor, lo q u e genera la aceptación de to d o el bien y la diferencian según su inocencia. Q u ienes están en el p rim e r cielo o cielo
verdad q u e lleva a la sabiduría, hem os sido creados de m anera que tene­ más e x terio r están en la inocencia del nivel más e x te rio r o prim ero.
m os u n a in ocencia e x te rio r cuando som os p eq u eños, pero una inocencia Q uienes están en el segundo cielo o cielo in te rm e d io están en la in o ­
in te rio r en la vejez, para llegar a la últim a a través de la prim era. Por eso, cencia del nivel in te rm e d io o segundo. Q u ien es están en el tercer cielo o
cuan d o nos hacem os viejos, nuestro c u erp o se d eterio ra y som os otra vez cielo más in te rio r están en la inocencia del nivel más in te rio r o tercero;
co m o los niños, pero co m o niños sabios o ángeles, pues en su sentido mas p o r eso estos últim os son la verdadera inocencia del cielo, puesto que an­
elevado, u n n iñ o sabio es u n ángel. P or eso «niño» significa en la Palabra helan más que nadie ser conducidos p o r el S eñor co m o los niños son
u n a persona inocen te, y «anciano», una persona sabia llena de inocencia6. conducidos p o r su padre. P o r eso aceptan la verdad divina directam ente
en su v o luntad y la llevan a la práctica, expresándola en la vida, ya la re­
b E n la Palabra, «niños» significa inocencia: 5608; lo m ism o que «criar a los niños»: ciban de form a inm ediata del S eñor o de m anera m ediata a través de la
3183. Y «anciano» significa una persona sabia, o, de form a abstracta, sabiduría: 3183, 6523 Palabra y los serm ones. P o r eso su sabiduría supera co n m u c h o a la de los
[6524], H em os sido creados de m anera que llegamos a ser com o niños cuando nos acer­ ángeles de los cielos inferiores (véase §§ 270-271). D e b id o a la naturale­
cam os a la vejez, pero con sabiduría en nuestra inocencia. P o r eso podem os entrar en el za de esos ángeles, están más cerca del Señor, que es la fu ente de su in o ­
cielo en ese estado y convertim os en ángeles: 3183, 5608. cencia, y están tan distanciados de su egotism o que parecen vivir en el

264 265
Señor. E n su fo rm a ex tern a p arecen simples, incluso niños o niñitos a los ni el bien a la verdad salvo p o r m ed io de la inocencia. P o r eso los ánge­
ojos de los ángeles de los cielos inferiores. Parece co m o si n o tuvieran una les n o son ángeles del cielo a m enos de que haya inocencia en ellos, pues­
gran sabiduría, au n q u e son los más sabios de los ángeles. E n realidad, son to que el cielo n o está en nadie hasta que la verdad se haya u n id o co n el
conscientes de que n o tie n e n n in g u n a sabiduría p o r sí m ism os y de que bien en su interior. P o r eso la u n ió n de lo verdadero y lo b u e n o se d e­
ser sabio es adm itir que lo q u e saben es nada com parado con lo que no nom ina m atrim o n io celestial, y el m a trim o n io celestial es el cielo.
saben. C o n o cer, reco n o cer y percibir, esto es lo que ellos d en o m in an el Se m e ha dicho tam b ién que el verdadero am o r conyugal 172 deriva de
p rim e r paso hacia la sabiduría. Estos ángeles tam b ién están desnudos, por­ la inocencia p o rq u e p ro cede de la u n ió n del bien y la verdad en que se
que la desnudez corresponde a la ino cen cia0170. encuentran las dos m entes, la m en te del m arid o y la de la m ujer. C u an d o
281. H e hablado m u c h o co n los ángeles sobre la inocencia y m e han esta u n ió n desciende, to m a la apariencia de am o r conyugal p o rq u e los es­
d ich o q u e la inocen cia es el ser [esse] de to d o b ien y que, p o r lo tanto, posos, co m o sus m entes, se am an u n o a otro. Este es el o rig en del ju e g o
to d o lo b u e n o es b u e n o en la m edida en q u e hay in ocencia en su inte­ in ocente e infantil del am o r conyugal7.
rior. P o r consiguiente, la sabiduría es sabiduría en la m edida en que de­ 282. C o m o la inocencia, para los ángeles del cielo, es el ser [esse] m is­
riva de la inocencia, y lo m ism o es cierto del am or, la caridad y la fed. Por m o de lo que es bu en o , es evidente que el b ien divino que em ana del
eso nadie p u ed e en trar en el cielo a m enos q u e tenga inocencia. Esto es Señor es la in ocencia m ism a, en la m edida en que es este bien el que flu­
lo q u e quería decir el S eñ o r co n estas palabras: ye a los ángeles, m ueve sus naturalezas más profundas y los dispone y p re ­
para para aceptar todas las bendiciones del cielo. Sucede más o m enos lo
Dejad a los niños venir a mí, y no se lo impidáis; porque de los tales es el rei­ m ism o co n los niños, cuya naturaleza más p ro funda es configurada p o r el
no de Dios. De cierto os digo, que el que no reciba el reino de Dios como un paso de la inocencia del Señor, y que adem ás están siendo co n tin u a m e n ­
niño, no entrará en él (Marcos 10, 14-15; Lucas 18, 16-17). te dispuestos y preparados para aceptar el b ien del am o r celestial, p o rq u e
el bien de la inocencia actúa desde su interio r, siendo, co m o ya señala­
E n este pasaje, co m o en otras partes de la Palabra, niños significa in o ­ mos, el verdadero ser [esse] de to d o bien. E sto m uestra que to d a in o c e n ­
centes'. E l estado de in o cen cia es descrito p o r el S eñor en M ateo 6 , cia procede del Señor, y p o r eso al S eñor se le llam a el C o rd ero del m u n ­
24-25 [25-34], pero en correspondencias puras171. La razón de que el bien do, puesto que cordero significa inocencia6.
sea b ie n en la m edida en q u e en él hay in o cen cia es que to d o bien pro­
cede del Señor, y la in o cen cia es estar dispuesto a ser co n d u cid o p o r el
Señor. f El verdadero am or conyugal es inocencia: 2736. El am or conyugal es q uerer lo que

Se m e ha d ich o a m e n u d o que la verdad n o p u ed e estar unida al bien el otro quiere, m utua y recíprocam ente: 2731. Las personas que viven en am or conyugal
viven ju n to s en los aspectos interiores de la vida: 2732. H ay una u n ió n de dos m entes, tan
c T odos los que están en el cielo interior son inocentes: 154, 2736, 3887; y, p o r lo tan­ eficaz que ambas se hacen una p o r el am or: 10168, 10169. El origen y la esencia del ver­

to, a los otros les parecen niños: 154. Están tam bién desnudos: 165, 8375, 9960. Desnudez dadero am or conyugal derivan del m atrim onio del bien y la verdad: 2728, 2729. Sobre al­
es inocencia: 165, 8375. Los espíritus atestiguan su inocencia quitándose la ropa y perm a­ gunos espíritus angélicos que podían percibir si existía una inclinación verdadera al m a­

neciendo desnudos: 8375, 9960. trim onio a partir de la im agen que percibían de la u n ió n del bien y la verdad: 10756. El
T o d o el bien del am or y la verdad de la fe tien en que ten e r inocencia en su inte­ am or m atrim onial actúa exactam ente com o la u n ió n del bien y la verdad: 1094 [1904],
rio r para ser buenos y verdaderos: 2526, 2780, 3111, 3994, 6013, 7840, 9262, 10134. La ino­ 2173, 2429 [2729], 2503 [2508], 3101, 3102, 3155, 3179, 3180, 4358, 5407 [5807], 5835, 9206,
cencia es el elem ento esencial de lo que es bueno y verdadero: 2780, 7840. N o se admi­ 9207, 9495, 9637. P or eso, e n la Palabra, «m atrimonio» significa la u n ió n del bien y la ver­

te a nadie en el cielo a m enos que tenga una cierta inocencia: 4797. dad com o es en el cielo y com o debería ser en la Iglesia: 3132, 4434, 4834.

' [La nota de Sw edenborg rem ite aquí al lector a la nota del § 278, supra.] g E n la Palabra, cordero significa inocencia y el bien que ésta realiza: 3994, 10132.

266 267
285. H ay dos cosas en lo m ás in te rio r del cielo, in o ce n cia y paz.
C o m o la ino cen cia es el n ú cleo m ism o de to d o el b ien del cielo, afec­
D ecim os q u e están en lo más in te rio r p o rq u e p ro c e d e n d irectam en te
ta tam b ién a las m entes c o n tal fuerza q u e les parece a quienes la sienten
del Señor. D e la in o ce n cia pro v ien e to d o el b ie n del cielo y de la paz
- l o que sucede cuando se aproxim a u n ángel del cielo in te r io r- com o si
proviene to d o el deleite que ese b ie n pro cu ra. T odo b ie n tien e su p ro ­
hu b ieran p erd id o el co n tro l de sí m ism os. Se sien ten im pulsados p o r una
pio deleite, y am bos - e l b ie n y el d e le ite - son m ate ria del am or. P or
alegría tal y están tan fuera de sí, p o r decirlo de algún m odo, que parece
eso lo q u e se am a se d e n o m in a b ie n y se p e rc ib e c o m o deleite. Se si­
co m o si to d o el placer del m u n d o fuera nada en co m paración con lo que
gue de ahí q u e estas dos cualidades in terio res, la in o c e n c ia y la paz,
sienten. H ablo de esto p o rq u e lo he experim en tad o.
em anan del a m o r d iv in o del S eñ o r y c o n m u ev e n a los ángeles en lo más
283. Q u ie n está en el b ie n de la in ocencia es m ovido p o r la inocen­
profundo.
cia, y es m o v id o p o r la in o cen cia en la m edida en que está en ese bien.
E n el capítulo anterior, d o n d e se trata del estado de in o cencia de los
Sin em bargo, quienes n o están en el b ien de la inocencia no son m ovi­
ángeles del cielo, se ha m ostrado que la in o cencia es el nú cleo m ism o del
dos p o r ella. P o r consiguiente, todos los q u e están en el in fiern o son lo
bien. A hora tengo que explicar que la paz es el nú cleo del deleite que
absolutam ente o puesto a la inocencia. N o saben lo que es la inocencia.
procede del bien de la inocencia.
Su naturaleza es tal que cu an to más in o c e n te es alguien, m ayor es su de­
286. E n p rim e r lugar, debo decir de dó n d e proviene la paz. La paz di­
seo de hacerle daño. P or eso n o p u e d e n so p o rtar a los niños pequeños.
vina está en el S eñor y surge de la unidad de su naturaleza divina y su n a­
C u a n d o los ven, se co n su m en en u n perverso deseo de hacerles daño.
turaleza d iv in o -h u m a n a 174. La cualidad divina de la paz del cielo procede
Esto m e ha m ostrado q u e el ego y el egoísm o q ue fo m enta son opues­
del S eñor y surge de su u n ió n con los ángeles del cielo, y específicam en­
tos a la inocencia, pues todas las personas que están en el in fierno están
te de la u n ió n del bien y la verdad en cada ángel. Estas son las fuentes de
atrapadas en su ego y p o r lo tan to en el egoísm oh.
la paz. Podem os p o r tanto co n cluir que la paz de los cielos es la n atura­
leza divina que derram a ín tim am en te sus bendiciones sobre todas las co ­
El e s t a d o d e p a z e n el c i e l o
sas buenas. P o r eso es la fuente de toda la alegría del cielo. E n su esencia,
284. Q u ie n n o ha e x p erim en tad o la paz del cielo no p u ed e saber en
es la alegría divina del am or divino del Señor, que surge de su u n ió n con
qué consiste la paz que disfrutan los ángeles. M ientras estam os en nues­
el cielo y co n todos los que allí se encuentran. Esta alegría, percibida p o r
tros cu erp o s n o pod em o s recib ir la paz del cielo, p o r eso no podem os
el S eñor en los ángeles y p o r los ángeles desde el Señor, es la paz. Fluye
percibirla, pues nuestra p ercep ció n se sitúa en el nivel natural. Para per­
desde allí para p ro p o rcio n ar a los ángeles to d o lo que es b e n d ito y deli­
cibirla, ten em o s que estar en co ndiciones de q u e nuestro pensam iento sea
cioso y feliz, lo que se d en o m in a «alegría celestial»1.
elevado y sacado del c u e rp o y llevado al espíritu para estar con los ánge­
287. Porque éstos son los orígenes de la paz, se llama al S eñor Príncipe
les. P uesto q u e yo h e p ercibido de esa m anera la paz del cielo, p u ed o des­
de la Paz y se dice que la paz p rocede de él y que la paz está en él. Por
cribirla, p ero n o en palabras, p o rq u e las palabras hum anas no son ade­
eso tam bién los ángeles son llam ados ángeles de paz, y el cielo, m orada
cuadas para hacerlo. P o r m ed io de palabras sólo p u e d o describirlo
de paz, co m o en los pasajes siguientes:
co m parán d o lo co n esa paz de m e n te que tie n e n aquellos que están en
D io s173.
1 E n este sentido superior, paz significa el Señor, porque él es la fuente de la paz; y
en el sentido interior, significa cielo, po rq u e las personas están allí en estado de paz: 3780,
h El «ego» h um ano [latín, proprium, literalm ente «lo que es propiedad de uno»] es
4681. La paz de los cielos es la naturaleza divina afectando p rofundam ente to d o lo bueno
amarse a u n o m ism o más que a D ios, y al m u n d o más que al cielo, y considerar al próji­
Y verdadero con una bienaventuranza que está más allá de nuestra com prensión: 92, 3780,
m o com o nada com parado c o n u n o m ism o; lo que significa el am or a u n o m ism o y al
5662, 8455, 8665. La paz divina se pro d u ce en lo que es buen o , p ero n o e n lo que es ver­
m undo: 694, 731, 4317, 5660. Las gentes malvadas son tan com pletam ente opuestas a la
dadero separado de lo que es bueno: 8722.
inocencia que n o pued en perm anecer en su presencia: 2126.

269
Porque un niño nos es nacido, hijo nos es dado, y el principado sobre su Puesto que la paz significa la un id ad de lo D iv in o y lo h u m a n o divi­
hombro; y se llamará su nom bre Admirable, Consejero, Dios fuerte, Padre eter­ no en el S eñor y la u n ió n del S eñor con el cielo y c o n la Iglesia y con
no, Príncipe de paz. Lo dilatado de su imperio y la paz no tendrán límite (Isaías todos los que están en el cielo, y tam bién co n todos los que en la Iglesia
9, 5-6 [6-7]). le aceptan, se instituyó el Sabbath com o recuerdo de to d o esto y com o
signo de q u ietu d y paz. Se convirtió en el sím bolo sagrado de la Iglesia,
La paz os dejo, mi paz os doy; yo no os la doy como el mundo la da (Juan y por eso el S eñor se llam ó a sí m ism o S eñor del Sabbath (M ateo 12, 8;
14, 27). Marcos 2, 27-28; Lucas 6, 5)c.
288. Puesto que la paz del cielo es u n a b ienaventuranza divina que
Estas cosas os he hablado para que en mí tengáis paz (Juan 16, 33). afecta p ro fu n d am en te co n sus b en d iciones al b ie n esencial q u e hay en
los ángeles, sólo p u ed e ser ab iertam en te percib id o p o r ellos c o m o el
Jehová alce sobre ti su rostro y ponga en ti paz (Números 6, 26). profundo deleite co n el que están envueltos en el b ie n de su vida, co m o
el placer que e x p erim en ta n cu an d o oyen una verdad q u e está de acuer­
Los mensajeros de paz llorarán amargamente. Las calzadas están deshechas do con su bien, y co m o la alegría in telectual cu an d o p ercib en la u n ió n
(Isaías 33, 7-8). del bien y la verdad. Sin em bargo, fluye en to d o s los actos y pensa­
m ientos de su vida y se da a c o n o c e r co m o alegría, au n q u e en fo rm a ex ­
Y el efecto de la justicia será paz; y mi pueblo habitará en morada de paz terior.
(Isaías 32, 17-18). [2] La paz varía en cualidad y cantidad en los cielos, au n q u e en p ro ­
porción a la inocencia de quienes están allí, p o rq u e in o cencia y paz van
[2] T am bién pod em o s d ed u cir de otros pasajes que «paz» significa en de la m ano. Pues com o ya se señaló, la inocencia es la fu ente de to d o bien
la Palabra la paz divina y celestial, co m o p o r ejem plo Isaías 52, 7; 54, 10; en el cielo, y la paz es la fu ente de toda la alegría de ese bien. Podem os
59, 8; Jerem ías 16, 5; 25, 37; 29, 11; A geo 2, 9; Zacarías 8, 12; Salmos 37, concluir, pues, que se p u ed e decir más o m enos lo m ism o sobre el esta­
37; y en otros lugares. do de paz que lo que se dijo sobre el estado de ino cen cia en el capítulo
La paz significa el S eñ o r y el cielo y tam b ién la alegría celestial y la anterior, puesto que in ocencia y paz están unidas a la m anera en que lo
delicia del b ien, y p o r eso en los tiem pos antiguos el saludo era - y lo es están el bien y su deleite. T odo lo que es b u e n o es en realidad sentido p o r
todavía—«la paz sea contigo». El S eñ o r co n firm ó esto cuando envió a sus su deleite, y to d o lo que es delicioso es reco n o cid o en v irtu d de su bien.
discípulos y les dijo: «En cu alquier casa d o n d e entréis, prim eram en te de­
cid: Paz sea a esta casa. Y si h u b iere allí algún hijo de p az, vuestra pa z re­ 10292. Y olo r grato, en relación con Jehová, significa una p ercepción de paz: 925, 10054.

posará sobre él» (Lucas 10, 5-6). P or otra parte, el S eñor m ism o dijo «paz Por eso él olíbano, las distintas clases de incienso y las fragancias de aceites y ungüentos

a vosotros» cu an d o se apareció a los apóstoles (Juan 20, 19. 21. 26). llegaron a ser representativos: 925, 4748, 5621, 10177.

[3] T am bién se hablaba en la Palabra de u n estado de paz cuando se c E n el sentido superior, el Sabbath significa la unidad de lo D iv in o c o n lo h um ano

dice q u e «es holocausto de o lo r grato a Jehová», co m o en E xo d o 29, 18. divino en el Señor; y en el sentido interior, la u n ió n de lo hu m an o divino del S eñor con

25, 41; L evítico 1, 9. 13, 17; 2, 2. 9; 6, 8. 14 [6, 15. 21]; 23, 12-13. 18; el cielo y la Iglesia. E n u n sentido general, significa la u n ió n del bien y la verdad, y, por

N ú m e ro s 15, 3. 7. 13; 28, 6. 8. 13; 29, 2. 6. 8. 13. 36. «O lor grato», en el consiguiente, el m atrim onio celestial: 8495, 10356, 10730. P o r eso el descanso del Sabbath

sentido celestial, significa u n a p ercep ció n de pazb. S1gmficaba el estado de esa unidad, porque entonces el Señor descansó, y p o r eso la paz
y la salvación vienen a los cielos y la tierra; y en u n sentido relativo, significa la u n ió n del
b E n la Palabra, olo r significa una percepción de algo agradable o desagradable, según Señor con nosotros, porque entonces tenem os paz y salvación: 8494, 8510, 10360, 10367,
la cualidad del am or y la fe de la entidad descrita: 3577, 4626, 4628, 4784, 5021 [5621], 10370, 10374, 10668, 10730.

270
S iendo así, vem os q u e los ángeles del tercer cielo o cielo más in terio r es­ P or eso el alba o la m añana de u n día de prim avera corresp o n ­
h u m a n a s.
tán en el tercer nivel o nivel más in te rio r de paz po rq u e están en el ter­ de al estado de paz de los ángeles en el cielo (véase § 155)'.
cer nivel o nivel más in te rio r de inocencia, y que los ángeles de los cie­ 290. T am bién he hablado con los ángeles de la paz, y les he dicho que
los inferiores están en niveles m enores de paz po rq u e están en niveles en la tierra se habla de paz cuando term in an las guerras o se p o n e fin a
m enores de inocen cia (véase supra, § 280). los conflictos entre las naciones o a las enem istades y desacuerdos entre
[3] Si nos ñjam os en los niños p equeños, vem os que la inocencia y la los individuos, y que se piensa que la paz in te rio r es sim plem ente la paz
paz van unidas, de la m ism a m anera que sucede con cualquier bien y su m ental que tenem os cuando las inquietudes han desaparecido, o espe­
deleite. Al estar en inocencia, están tam bién en paz; y al estar en paz, to­ cialmente el alivio y deleite que sentim os cuando las cosas discurren fa­
d o lo asociado co n ellos tiene u n a cualidad festiva. Sin em bargo, su paz vorablem ente para nosotros. Sin em bargo, los ángeles m e respondieron
es u n a paz exterior. La paz in terio r, co m o la inocencia interior, se en­ que esa paz m ental, ese alivio y deleite cuando desaparecen las in q u ie tu ­
cu en tra solam ente en la sabiduría; y puesto q u e habita en la sabiduría, se des y las cosas nos van bien, p u ed e n parecer efectos de la paz, pero no
en cu en tra en la u n ió n del b ien y la verdad, puesto que éste es el origen proceden de una paz real salvo en las personas que están centradas en el
de la sabiduría. bien celestial. P or eso la paz se pro d u ce solam ente en ese bien. La paz flu­
La paz celestial o angélica se p ro d u ce en nosotros cuando estamos en ye realm ente en cada u n o desde el S eñor en el m ism o corazón de cada
arm o n ía co n la sabiduría d ebido a la u n ió n del b ien y la verdad, y nos cual, y desde el corazón baja y se extiende a la naturaleza inferior, p ro ­
vem os p o r tanto co m o co n ten id o s en D ios. Sin em bargo, m ientras vivi­ vocando la paz de la m e n te in te rio r [mens], el alivio de la m e n te e x te rio r
m os en este m u n d o esa paz p erm an ece escondida en lo más profundo de [animus] y la consiguiente alegría.
nosotros. N o obstante, es desvelada cuando dejam os atrás nuestros cuer­ Para quienes están absortos en el mal n o existe sin em bargo paz'. Hay
pos para en trar en el cielo, p o rq u e entonces esas profundidades se abren. una calma, tranquilidad y placer aparentes cuando logran sus objetivos,
289. P uesto q u e la paz divina surge de la u n ió n del S eñor con el cie­ pero es algo m eram en te externo, sin nin g u n a substancia interio r. D en tro
lo —y, en particular, c o n cada ángel individual en v irtu d de la u n ió n de la hay rabia, hostilidad, odio, venganza, crueldad y to d o tipo de deseos p e r­
verdad y el b ien —, cu an d o los ángeles están en u n estado de am or están versos. La m en te e x te rio r [animus] se precipita en estos sentim ientos en
en u n estado de paz, p o rq u e es entonces cu an d o el bien que hay en ellos cuanto ven a alguien que n o está de su parte, y b ro ta n a raudales siem pre
se u n e a su verdad (se ha explicado a n te rio rm e n te que los estados de los que no haya n in g ú n te m o r que lo im pida. P o r eso su deleite se en c u e n ­
ángeles cam bian p erió d icam en te, §§ 154-160). Sucede más o m enos lo tra en la dem encia, m ientras que el deleite de quienes están en el bien se
m ism o en nosotros cu an d o estam os siendo regenerados. C u a n d o la unión encuentra en la sabiduría. Es com o la diferencia entre el infierno y el cielo.
del b ien y la verdad se p ro d u ce en nosotros, lo que sucede principalm ente
después de pruebas y tentaciones, entram os en u n estado de deleite que La u n i ó n d e l c i e l o c o n el g é n e r o h u m a n o
surge de la paz celestial11. 291. Es sabido en la Iglesia que to d o bien p ro ced e de D ios y nada de
Esa paz es sem ejante a la m añana o al alba de u n día de primavera, nosotros, y p o r lo tanto que n u nca deberíam os atrib u irn o s p ersonalm en-
cuando, pasada la n oche, todas las cosas de la tierra em piezan a tomar
nueva vida co n la salida del sol; el rocío q u e cae del cielo extiende por fc* E l estado de paz en el cielo es com o el estado de la m añana o la prim avera e n la tie­
todas partes la fragancia de la vegetación q u e crece, y el calor suave de la rra: 1726, 2780, 5662.
prim avera fertiliza los prados e infu n d e tam b ién su encanto a las mentes 1Las ansias que surgen del am or a u n o m ism o y al m u n d o destruyen com pletam ente
b paz: 3170, 5662. Algunas personas e ncuentran paz en la agitación y en cosas sem ejantes
d La unió n del bien y la verdad en las personas que están siendo regeneradas se pro­ 9ue son lo contrario de la paz: 5662. N o existe paz alguna hasta que las ansias de m al han
duce en u n estado de paz: 3696, 8517. «do expulsadas: 5662.
te nada bueno. Se sabe tam b ién que el m al p ro cede del diablo. Por eso las Este tipo de u n ió n ha llegado a ser para m í tan fam iliar a lo largo de
personas q u e hablan desde la d o c trin a de la Iglesia dicen de quienes ac­ años de constante experiencia que se ha convertido en u n lugar co m ú n .
tú an b ien y hablan y predican piadosam ente que son guiados por Dios 2 9 3 . La razón de que los espíritus que están en relación con el infier­
afirm an lo co n trario de las personas que actúan m aliciosam ente y hablan no estén tam bién unidos a nosotros es que nacem os en to d o tipo de mal,
de m anera blasfem a175. N ad a de esto p o d ría suceder si no tuviéram os una de m anera que nuestra vida p rim era n o está hecha nada más que de mal.
u n ió n co n el cielo o co n el infierno, y si esas uniones no se produjeran A m enos que unos espíritus de naturaleza sem ejante se asociaran c o n n o ­
en la v olición y en el en ten d im ien to , puesto q u e es desde ahí desde don­ sotros, no podríam os vivir ni ser liberados de nuestros males y p o r tanto
de el c u e rp o actúa y habla la boca. A hora h em os de describir esa unión. reformados. P o r eso som os m antenidos en la vida p o r los m alos espíritus
292. E n cada in d iv id u o hay espíritus buenos y espíritus malos. y distanciados de ella p o r los buenos espíritus. M ed ian te la acción de unos
Estam os u nidos co n el cielo p o r m edio de los espíritus buenos y con el y otros, nos m an ten em o s en equilibrio; y al estar en equilibrio, disfruta­
in fiern o p o r m ed io de los malos. Todos ellos están en el m u n d o de los mos de una m edida de libertad adecuada y p o d em o s ser liberados de
espíritus, q u e es u n m u n d o in te rm e d io en tre el cielo y el infierno y del nuestros males y orientados hacia el b ie n 179. Este b ien p u e d e ser así im ­
que se tratará más adelante de m anera más co n creta176. plantado en nosotros, lo que n u n ca podría suceder si n o tuviéram os li­
C u a n d o esos espíritus llegan a nosotros, o cu p an nuestra m em oria y bertad; y la libertad n o se nos podría co n ced er a m enos que los espíritus
desde allí entran en nuestro pensam iento: los espíritus m alos entran en los del infierno actuaran p o r u n lado y los espíritus del cielo p o r el otro, con
asuntos de la m e m o ria y el pensam iento q u e son malos, y los espíritus nosotros en m e d io 180.
buen o s en los asuntos de la m em o ria y el pensam iento que son buenos. Se m e ha m ostrado que en la m edida en que existim os a p a rtir de
Estos espíritus ig n o ran to talm en te que están co n nosotros. Más bien, nuestra naturaleza hereditaria y de nosotros m ism os, n o podríam os ten e r
cuan d o están, creen q u e todos esos asuntos de nuestra m e m o ria y nues­ vida alguna si n o se nos p erm itiera im plicarnos en el mal. T am poco te n ­
tro p ensam iento son realm ente suyos. T am poco nos ven, po rq u e su vista dríamos vida alguna si n o tuviéram os libertad; n o p o d em o s ser obligados
no se extien d e a las cosas de nuestro m u n d o subsolar1'177. al bien: nada que sea obligado pasa a fo rm ar p arte de nosotros. T am bién
E l S eñ o r se p reo cu p a m u c h o p o r im p ed ir que los espíritus sepan con se m e ha m ostrado que to d o lo b u e n o que aceptam os en libertad es im ­
qu ién están178. Si lo supieran, hablarían co n ellos, y entonces los malos es­ plantado en nuestra v o luntad y se hace virtu alm en te n u estro6. P o r eso te­
píritu s los destrozarían; pues los m alos espíritus, unidos al infierno, no nemos una com unicación con el infierno y una com unicación con el cielo.
qu ieren nada más q u e d estruirnos, n o solam ente el espíritu (esto es, el 294. T am bién debo describir la naturaleza de la co m u n icació n del cie­
am o r y la fe), sino tam b ién el cuerpo. Es diferente cuando n o hablan con lo con los espíritus buenos, la naturaleza de la co m u n icació n del in fierno
nosotros. E n to n ces n o saben q u e som os el o rig e n de lo que ellos piensan con los espíritus malos, y la naturaleza de la consiguiente u n ió n del cie-
—y de lo que se dicen entre sí, puesto q u e ellos hablan entre sí com o ha­
cem os nosotros—sino q u e creen que esos asuntos son sólo suyos. Valoran ® k T oda libertad es asunto de am or y de sentim iento, p o rq u e lo que am am os, lo hace­
y am an lo q u e es suyo, p o r eso dichos espíritus están obligados a amar­ mos librem ente: 2870, 3158, 8907 [8987], 8990, 9585, 9591. La libertad es una cuestión de

nos y valorarnos, au n q u e n o lo sepan. amor, que es su vida: 2873. N ad a parece ser nuestro a m enos que proceda de nuestra li­
bertad: 2880. N ecesitam os libertad para ser reform ados: 1937, 1947, 2876, 2881, 3145, 3146,
* H ay ángeles y espíritus c o n cada ser hum ano, y a través de ellos nos com unicam os 3158, 4031, 8700. D e otra m anera, el am or p o r el bien y la verdad n o podría ser concedi­
c o n el m u n d o espiritual: 697, 2796, 2886, 2887, 4047, 4048, 5846-5866, 5976-5993. do e im plantado en nosotros c o m o si fuera nuestro: 2877, 2879, 2880, 2888 [2883], 8700.
Separados de estos espíritus, n o podríam os vivir: 5993. N o som os visibles a los espíritus, Nada que sea forzado se u n e a nosotros: 2875, 8700. Si pudiéram os ser reform ados p o r la
ni ellos a nosotros: 5885 [5862], Los espíritus no pued en ver nada del m u n d o subsolar de fuerza, entonces todo el m u n d o sería reform ado: 2881. El uso de la fuerza en la reform a
la hum anidad, salvo las cosas visibles a los individuos con los que hablan: 1880. es pepudicial: 4031. El estado de algunas personas que han sido obligadas: 8392.

274 275
lo y el in fiern o co n nosotros. Todos los espíritus que se encu en tran en el
el infierno. Esto significa que las personas se asocian con unos espíritus u
m u n d o de los espíritus están en co m u n icació n con el cielo o con el in­
otros según sea su propia naturaleza. Si se am an a sí m ism os, o am an el
fierno, los m alos co n el in fiern o y los buen o s con el cielo. El cielo se di­
dinero, la venganza o el adulterio, estará con ellos el m ism o tipo de espí­
ferencia en com unidades, y tam bién el infierno. C ada espíritu es m iem ­
ritus que se instala, p o r decirlo así, en sus sentim ientos malvados. E n la
bro de alguna co m u n id ad , está sostenido p o r u n influjo que procede de
m edida en que n o p o dem os ser m antenidos al m argen del m al p o r los es­
ella y p o r lo tan to actúa en arm o n ía co n ella. Por eso nosotros estamos
píritus del bien, los espíritus del m al nos incitan, y en la m edida en que
unidos co n el cielo o co n el in fiern o del m ism o m o d o que estamos uni­
un mal sentim iento prevalece, se aferran a nosotros y n o quieren irse.
dos co n los espíritus. R ealm en te estamos unidos con alguna de sus com u­
D e esta m anera, los m alos están unidos al in fiern o y los buenos al cie­
nidades, aquella a la q u e p erten ecem o s en fu n ción de nuestro sentim ien­
lo18'.
to o nuestro am or; pues todas las com unidades del cielo se diferencian
296. La razón de que seamos gobernados p o r el S eñ o r a través de los
según sus sentim ientos hacia el bien y la verdad, y todas las com unidades
espíritus es que n o som os según el o rden del cielo. E n realidad, nacem os
del in fie rn o según sus sentim ientos hacia el m al y la falsedad (sobre las
según los males que pro ced en del in fierno y que son, p o r tanto, exacta­
com unidades del cielo, véase supra, §§ 41-45 y 148-151).
m ente opuestos al orden divino. Esto significa que tenem os que ser d e­
295. El espíritu asociado a nosotros está d eterm in ad o p o r la clase de
vueltos al orden, y n o po d em o s serlo si no es p o r m ed io de la acción de
persona q u e som os respecto del sen tim ien to y el am or, aunque los bue­
los espíritus. Sería diferente si naciéram os en el bien que concuerda con
nos espíritus nos son asignados p o r el S eñor m ientras que som os nosotros
el orden del cielo. E ntonces n o seríam os g o bernados p o r el S eñor m e ­
quienes convocam os a los malos. Sin em bargo, los espíritus que están con
diante la acción de los espíritus, sino m ediante el o rd en m ism o y, p o r tan­
nosotros cam bian, co m o cam bian nuestros sentim ientos. Esto significa to, m ediante u n influjo gen eral'82.
que tenem os co n nosotros u n espíritu en la p rim era parte de la infancia,
Este influjo general d eterm in a la form a en que las cosas p ro ced en del
o tro en la segunda, otro cuando vam os creciendo, otro al llegar a la edad
pensam iento y la voluntad y se proyectan en actos y, p o r lo tanto, d ete r­
adulta y todavía o tro en la ancianidad. D u ra n te los prim eros años de la
mina nuestras palabras y acciones, puesto que unas y otras fluyen según
vida, están con nosotros los espíritus que están en la inocencia, es decir,
el orden natural. P or eso los espíritus que están co n nosotros n o tien en
espíritus q u e están en co n tacto co n el cielo de la inocencia, el tercer cie­ nada que ver con esos procesos.
lo o cielo más interior. En la segunda parte de la niñez, estam os en com ­
Tam bién los animales son gobernados p o r u n influjo general p ro ce­
pañía de espíritus que tie n e n u n sen tim ien to afín co n el conocim iento y
dente del m u n d o espiritual, po rq u e son según el orden apropiado a su vi­
que están en co n tacto c o n el cielo suprem o o p rim e r cielo. C u an d o cre­
da, orden que no p u ed e n desvirtuar ni destruir, p o rq u e no tienen capaci­
cem os, d u ran te la p rim era p arte de nuestra edad adulta, están con noso­
dad racionaf. (Sobre la diferencia entre los seres hum anos y los animales,
tros los espíritus sensibles a los sentim ientos p o r la verdad y el bien y por véase supra, § 39.)
tan to co n la inteligencia. Son espíritus que están en co n tacto con el cie­
lo segundo o in term ed io . E n la ancianidad, están con nosotros los espíri­ f ‘ La diferencia entre nosotros ylos animales es que nosotros podemos ser elevados por
tus q u e están en la sabiduría y la inocencia, espíritus p o r lo tanto que es­ el Señor hacia sí, podemos pensar en lo Divino yamarlo, yde esa manera podemos unir­
tán en co n tacto co n el cielo más in te rio r o tercero. nos al Señor ytener vida eterna, lo que no sucede con los animales: 4 525,6323,9231.Los
A hora b ien , esta asociación está dispuesta p o r el S eñor para las perso­ anim alesson según el orden apropiado a su vida y, por tanto, nacen en cosas que son ade­
nas q u e p u e d e n ser reform adas y regeneradas. Es diferente para quienes cuadasa su naturaleza; pero nosotros no, por eso necesitamos ser conducidos al orden
no p u e d e n ser reform ados ni regenerados. Se les asignan tam bién buenos apropiado a nuestra vida por medios cognitivos: 6 37,5850,6323.El pensamiento descien­
espíritus para m antenerlos tan apartados del m al co m o sea posible, pe10 dealas palabras ya la voluntad en las acciones según un influjo general: 5862,5990,6192,
su relación directa es co n los m alos espíritus que están en contacto con 621 !• Sobre el influjo general del mundo espiritual en la vida de los animales: 1
633,3646.
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297. Para co n tin u ar co n el tem a general de la u n ió n del cielo con el lo que es suyo fuera nuestro (véase supra, § 256). Sin em bargo, a través de
género h u m an o , ten em o s que saber que el S eñ or fluye en cada uno de ellos fluye a nosotros desde el cielo u n sentim iento de a m o r a lo que es
nosotros según el o rd e n del cielo, en nuestra naturaleza in te rio r y en la bueno y verdadero y desde el in fiern o un sen tim ien to de am o r a lo que
naturaleza ex terio r, y nos dispone para recibir el cielo. G o b iern a nuestra es m alo y falso. P or eso, en la m edida en que nuestros sentim ientos estén
naturaleza ex tern a desde la in tern a, y la in te rn a desde la externa al mis­ de acuerdo co n lo que fluye en nosotros, aceptam os su influencia en
m o tiem po, y así m an tien e to d o para nosotros en una relación coheren­ nuestro pensam iento, p o rq u e nuestro pensam iento in te rio r está en co m ­
te. Este influjo del S eñ o r se llam a influjo directo, m ientras que el segun­ pleto acuerdo con nuestro sentim iento o am or. E n la m edida en que
do influjo que se p ro d u ce m ed ian te la acción de los espíritus se llama nuestro sentim iento no está de acuerdo, n o aceptam os la influencia. D e
influjo indirecto. El ú ltim o está sostenido p o r el prim ero. El influjo di­ ahí podem os ded u cir que los espíritus no nos in fu n d en pensam ientos, si­
recto, la acción del Señor, procede de su naturaleza hum ano-divina. Se no solam ente u n sentim iento hacia lo que es b u e n o o u n sentim iento ha­
in tro d u ce en nuestra v oluntad, y a través de ella en nuestro entendi­ cia lo que es m alo. Tenem os, pues, posibilidad de elección ya que te n e ­
m ien to . E sto significa q u e entra en lo que es b u en o en nosotros y a tra­ mos libertad, y en nuestro pensam iento p o dem os aceptar lo que es b u en o
vés de lo que es b u e n o en lo que es verdadero, o (lo que viene a ser lo y rechazar lo que es m alo, puesto que co nocem os p o r la Palabra lo que
m ism o) en nuestro am or, y a través del am o r en nuestra fe. Esto no ocu­ es bueno y lo que es malo. Lo que aceptam os en el pensam iento p ro ce­
rre al revés, m u c h o m enos en la fe separada del am or o en la verdad se­ dente del sentim iento se vuelve parte de nosotros, m ientras que lo que
parada del b ien o en el en te n d im ie n to separado de la voluntad. no aceptam os en el pensam iento pro ced en te del sentim ien to n o se vuel­
Este influjo divino es incesante y es aceptado en el b ie n en los que son ve parte de nosotros. E sto nos p e rm ite d e te rm in a r la naturaleza del in ­
buen o s, pero n o en los malos. E n ellos, es rechazado, sofocado o distor­ flujo del bien del cielo y del m al del in fierno en nosotros.
sionado. P o r eso llevan u n a m ala vida que, espiritualm ente entendida, es 299. Se m e ha p e rm itid o co n o ce r de d ó n d e p ro cede la in q u ietu d , el
u na m uerte'1. agotam iento m ental y la tristeza de m e n te [animus] llam ada m elancolía.
298. Los espíritus q u e están co n nosotros —tan to los que están unidos Existen espíritus que n o están todavía unidos al in fiern o p o rq u e están en
al cielo co m o los que están unidos al in fiern o — n u nca fluyen en nosotros su p rim e r estado (que será descrito después, cu an d o hablem os del m u n ­
desde su propia m e m o ria y su p ensam iento consiguiente. Si fluyeran a do de los espíritus)183. Les gustan las substancias nocivas y m ed io digeri­
nosotros desde su p ensam iento nos parecería exactam ente com o si todo das co m o los alim entos que se vuelven excrem entos en el estóm ago, p o r
eso están presentes d o n d e tales cosas se en cu e n tra n en el ser hum ano,
d H ay u n influjo directo del Señor y tam bién u n o indirecto a través del m undo espi­ porque se deleitan en ellas; y allí hablan entre sí de sus sentim ientos m al­
ritual: 6063, 6307, 6472, 9682, 9683. El influjo directo del S eñor está en los detalles más vados. El to n o em ocional de su conversación fluye a nosotros, y si es co n ­
pequeños: 6058, 6474-6478, 8717, 8728. El Señor fluye en nuestras cosas prim eras y en las trario a nuestro sentim iento, nos procura tristeza y una ansiedad m elan­
últim as al m ism o tiem po [véase la nota de Sw edenborg en § 304: 3, ¡nfra], y cóm o suce­ cólica; m ientras que si concuerda con nuestro sentim iento, nos procura
de esto: 5147, 5150, 6473, 7004, 7007, 7270. El influjo del Señor se produce en el bien que una sensación de felicidad y regocijo. Estos espíritus p u e d e n ser vistos en
hay en nosotros y, a través de ese bien, en la verdad, y no a la inversa: 5482, 5649, 6027, la proxim idad del estóm ago, algunos a la izquierda y otros a la derecha,
8685, 8701, 10153. La vida que fluye desde el Señor varía según nuestro estado y según algunos más abajo y otros más arriba, más cerca o más lejos, d ep en d ie n ­
nuestra, apertura: 2069 [Í909], 5986, 6472, 7343. E n los malos, el bien que fluye del Señor do de los sentim ientos en que estén im plicados184. U n a abundante expe­
se transform a en mal y la verdad en falsedad; desde la experiencia: 3643 [3642], 46321 riencia m e ha convencido de que son la fuente de nuestra ansiedad m e n ­
A ceptam os el bien y la verdad consiguiente que fluyen incesantem ente del Señor en h tal- Los h e visto, los he oído, h e sentido la ansiedad que surge de ellos185.
m edida en que el m al y su consiguiente falsedad no cierran el cam ino: 2411, 3142, 3147, H e hablado con ellos, se retiraron y la ansiedad cesó, regresaron y la an­
5828. siedad volvió. H e observado su au m en to y su d ism inución cuando esta­

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ban cerca y cuando se alejaban. H e com p ren d id o, pues, que la ansiedad b a rg o , si esa relación se rom piera, instantáneam ente nos desplom aríam os
o rig in a lo q u e es atrib u id o al d o lo r de estóm ago p o r aquellos que no sa­ sin v id a . Si creyéram os las cosas com o realm ente son, q u e to d o b ie n p ro ­
b e n lo que es la conciencia p o rq u e n o tie n e n conciencia'. c e d e d e D ios y to d o m al del infierno, entonces n o nos atribuiríam os el
300. La u n ió n del cielo co n nosotros n o es co m o la u n ió n de una per­ b ie n que hay en nosotros ni nos culparíam os p o r el m al. Siem pre que
sona co n otra, sino que es una u n ió n co n los niveles más profundos de p e n s e m o s o hagam os algo bueno, debem os fijarnos en el Señor, y d eb e­
nuestra m e n te [mens] y, p o r tanto, co n nuestra p ersona espiritual o inte­ m o s arrojar to d o el m al que fluye a nosotros al in fiern o del que procede.
rior. Hay, sin em bargo, una u n ió n con nuestra persona natural o exterior P ero puesto que n o creem os en n in g ú n influjo del cielo o del infierno,
p o r correspondencia, u n ió n q u e será exam inada en el capítulo siguiente, sin o que creem os que to d o lo que pensam os y querem os está en nosotros
cuand o tratem os de la u n ió n del cielo co n nosotros p o r m edio de la y p r o c e d e de nosotros, hacem os el m al p o r nosotros m ism os y ensucia­
Palabra. m o s e l b ie n con nuestro sen tim ien to de que lo m erecem os.
301. T am bién explicaré en el capítulo siguiente que la u n ió n del cie­
lo co n nosotros y nuestra u n ió n co n él es de tal naturaleza que cada uno La u n ió n d e l c ie lo
dep en d e del otro. c o n n o s o t r o s a t r a v é s d e la P a la b r a
302. H e hablado co n los ángeles sobre la u n ió n del cielo co n el géne­ 303. Los que piensan desde su racionalidad más p rofunda p u ed e n ver
ro h u m a n o y les he dicho q u e quienes están en la Iglesia dicen realm en­ que hay u n a relación de todas las cosas, a través de elem entos in te rm e ­
te qu e to d o lo b u e n o p ro ced e del S eñor y q u e hay ángeles con nosotros, dios, con el P rin c ip io 187, y que to d o lo que n o esté así co n ectado se d e­
pero q u e pocos creen realm ente que los ángeles estén cerca de nosotros, sintegrará. C u a n d o piensan en ello, saben que nada p u e d e existir p o r sí
y m u c h o m enos q u e estén en nuestro pensam iento y sentim iento. Los án­ mismo, sino que necesita de algo anterior, lo que significa que to d o re­
geles m e han dicho que con o cían este tipo de creencias vacías y estas co­ m ite a ese Principio. Saben que la c o n ex ió n co n lo que es a n terio r es co ­
sas q u e se cu en tan en el m u n d o , y especialm ente (lo que n o deja de m o la de u n efecto con su causa eficiente188, puesto que cuando la causa
asom brarles) en la Iglesia, d o n d e se dispone de la Palabra que enseña so­ eficiente es elim inada el efecto se disuelve y desaparece. Éste ha sido el
bre el cielo y la u n ió n co n él. Sin em bargo, la u n ió n es en realidad tan pensam iento de los sabios, que han visto y afirm ado que la existencia es
vital q u e n o podríam os te n e r el m e n o r p ensam iento separados de los es­ un constante devenir189, de m anera que todas las cosas están v in iendo
píritu s q u e están c o n nosotros. N u estra vida espiritual dep en d e de esto. constantem ente al ser —esto es, al existir— desde ese P rin cip io del que se
D ecían los ángeles que la razón de esta ignorancia es que los hom bres originan.
creen q u e viven p o r sí m ism os, sin n in g u n a relación co n el Ser suprem o Pero n o hay form a de explicar en pocas palabras la naturaleza de esa
de la v id a186, y n o saben que existe relación a través de los cielos. Sin em - conexión de cada cosa co n lo que le precede y, p o r tanto, co n el
Principio que es fuente de todo, po rq u e es variada y diversa. E n general
' Los que no tienen conciencia n o saben lo que es la conciencia: 7490, 9121. Hay in­ solam ente p o dem os decir que hay una co n e x ió n del m u n d o natural con
cluso quienes se ríen de la conciencia cuando oyen que existe: 7217. A lgunos creen que el m u n d o espiritual que tien e co m o resultado una co rrespondencia entre
la conciencia no es nada; otros que es una especie de tristeza natural y dolorosa que sur­ todo lo que hay en el m u n d o natural y to d o lo que hay en el m u n d o es­
ge de los acontecim ientos en el cuerpo o de los acontecim ientos en el m undo; otros que piritual. (Sobre esta correspondencia, véase §§ 103-115, y sobre la c o n e­
es algo que la gente co m ú n obtiene de su religión: 950. H ay una verdadera conciencia, xión y consiguiente correspondencia de to d o lo que hay en nosotros con
una im itación de la conciencia y una falsa conciencia: 1033. El do lo r de la conciencia es todo lo que hay en el cielo, véase §§ 87-102.)
una ansiedad de la m ente p o r lo que es injusto, deshonesto y m alo que creem os es con­ 304. H em o s sido creados así para te n e r una co n ex ió n y una u n ió n con
trario a D ios y al bien del prójim o: 7217. Q uienes están en el am or de D ios y la caridad el Señor, m ientras qu e con los ángeles solam ente ten em o s u n a asociación.
hacia el prójim o tienen conciencia, pero no los otros: 831, 965, 2380, 7490. La razón de que co n los ángeles solam ente tengam os una asociación, no

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una u n ió n , es que, a p artir de la creación, som os co m o ángeles con res­ 305. Sin em bargo, co m o hem os roto esta co n e x ió n al separar nuestra
pecto a los niveles más p rofundos de nuestra m ente, co n una determ ina­ naturaleza in te rio r del cielo y dirigirla hacia el m u n d o y hacia nosotros
ción sim ilar y una sim ilar capacidad de com prensión. P o r eso, si hemos mismos p o r nuestro egoísm o y am o r al m u n d o y nos hem os apartado así
vivido según el m o d elo divino, nos convertim os en ángeles después de la de m anera que ya n o servim os al cielo co m o base y fundam ento, el S eñor
m u e rte y p o r eso entonces, co m o los ángeles, tenem os sabiduría. Así ha proporcionado u n m edio para que sirva de base y fu n d am en to y m a n ­
pues, cu an d o hablam os de nuestra u n ió n co n el cielo nos referim os a tenga la u n ió n del cielo co n la hum anidad. Ese m e d io es la Palabra.
nuestra u n ió n co n el S eñ o r y nuestra asociación co n los ángeles, puesto La form a en que la Palabra sirve de m edio se ha m ostrado extensa­
que el cielo n o es cielo p o r p e rte n e c er a los ángeles, sino p o r la natura­ m ente en Los arcanos celestiales, c o n el m aterial p e rtin e n te reu n id o en el
leza divina del Señor. (Sobre el h e ch o de que la naturaleza divina crea el opúsculo E l caballo blanco y tam b ién en el «A péndice a la do ctrin a celes­
cielo, véase supra, §§ 7-22 [7-12].) tial»190. A lgunas de esas referencias se citan aquí en n o ta a pie de página0.
[2] Pero el h om bre, adem ás, tien e algo que los ángeles n o tienen, pues
estam os en u n m u n d o espiritual en v irtu d de nuestra naturaleza interior, den divino n o se detiene en la m itad sino que sigue hasta su lím ite, y su lím ite está en
p ero tam bién, al m ism o tiem po, en u n m u n d o natural en v irtu d de nues­ nosotros; así el ord en divino term ina en nosotros: 634, 2853, 3632, 5897, 6239, 6451, 6465,
tra naturaleza exterior. Estas cosas exteriores q u e están en el m u n d o na­ 9216 , 9217 [9215], 9824, 9828, 9836, 9905, 10044, 10329, 10335, 10548. Los elem entos in te­
tural son los conten id o s de nuestra m em o ria natural o ex te rio r y sobre riores fluyen secuencialm ente al exterior todo el cam ino hasta el final o lím ite y allí to ­
ese fu n d am en to establecem os el pensam iento y la im aginación. E n gene­ man form a y persisten: 634, 6239, 6465, 9216, 9217 [9215], Los elem entos interiores tom an
ral, esto incluye nuestras cogniciones y co n o cim ientos, ju n to con sus de­ forma y persisten en el e x terior en una ordenación sim ultánea, que se describe: 5897,
leites y encantos en la m edida en que tien en u n sabor m undano, y todos 6451, 8603, 10099. Así, todos los elem entos interiores se m antienen conectados y unidos
los placeres que derivan de nuestros sentidos físicos; tam bién están estos desde el P rincipio hasta lo últim o: 9828. P o r esta razón, «el p rim ero y el últim o» signifi­
sentidos y nuestras palabras y acciones. T odo esto son las últim as cosas en ca cada cosa en detalle, el todo: 10044, 10329, 10335; y p o r esta razón, la fuerza y el p o ­
las q u e el influjo divino del S eñ o r viene a descansar, puesto que no se de­ der están e n las cosas últimas: 9836.
tien e a m itad de cam ino sino q u e co n tin ú a hasta su lím ite. b La Palabra en su sentido literal es natural: 8783; po rq u e el nivel natural es el nivel
Podem os d ed u cir de ello que la form a últim a del m o d elo divino está suprem o en el que las cosas espirituales y celestiales (las que son más interiores) v ienen a
en nosotros, y p o r ser la fo rm a últim a, es la base y el fundam ento. descansar y sobre el cual descansan co m o una casa en sus cim ientos: 9430, 9433, 9824,
[3] P uesto q u e el influjo divino del S eñor n o se detiene a m itad de ca­ 10044, 10436. A fin de ser de esta naturaleza, la Palabra fue escrita en correspondencias
m in o sino q u e co n tin ú a hasta su m ism o lím ite, según se acaba de decir, puras: 1404, 1408, 1409, 1540, 1615 [1619], 1659, 1709, 1783, 8615, 10687. Puesto que la
y puesto q u e la reg ió n in term ed ia que atraviesa es el cielo angélico y el Palabra es así en su sentido literal, es u n receptáculo para el sentido espiritual y celestial:
lím ite está en nosotros, y puesto q u e n o p u ed e existir nada desconecta­ 9407 ; y está adaptada al m ism o tiem po a nosotros y a los ángeles: 1769-1772, 1887, 2143,
do, se deduce que existe u n a c o n ex ió n y u n a u n ió n del cielo con el ge­ 2157 , 2275, 2333, 2396 [2395], 2540, 2541, 2545, 2553, 7381, 8862, 10322. Es lo que une el
nero h u m an o y q u e u n o n o p u ed e perd u rar sin el otro. Si el género hu­ cielo y la tierra: 2310, 2495, 9212, 9216, 9357, 9396, 10375. La unió n del Señor con noso­
m an o se separara del cielo, sería co m o una cadena a la que se hubiera tros a través de la Palabra p o r m edio de su significado interior: 10375. Esta u n ió n tiene
quitad o u n eslabón, y el cielo sin el género h u m an o sería com o una ca­ lugar p o r m edio de cada detalle en la Palabra, de m o d o que es más maravillosa que cual­
sa sin cim ientos'. quier otra escritura: 10632-10634. A hora que la Palabra ha sido escrita, el Señor nos habla
a través de ella: 10290. E n relación a los que están fuera de la Iglesia, que no tienen la
“ N ada surge de sí m ism o, sino de algo anterior; así, todas las cosas vienen de un prin­ Palabra y n o conocen al Señor, la Iglesia donde la Palabra está y d onde el Señor es co­
cipio y persisten p o r su c onexión con aquello desde lo que se originan, de m odo que nocido es co m o el corazón h u m an o y los pulm ones con respecto a las otras partes del
existir es u n constante devenir: 2886, 2888, 3627, 3628, 3648, 4523, 4524, 6040, 6056. El or- cuerpo, que extraen su vida del corazón y los pulm ones co m o si fuera una fuente: 637,

282 283
fu y c u atro cod os, de m ed id a de h o m b re , la cual es de ángel. E l m aterial de su
306. Se m e ha dicho desde el cielo que los antiguos tuvieron una re­
m uro era de jasp e; p e ro la ciu d ad era de o ro p u ro , sem ejan te al v id rio lim pio; y
velación directa p o rq u e su naturaleza in te rio r estaba vuelta hacia el cielo
jos cim ien to s del m u ro de la ciu d ad estaban adornados c o n to d a piedra p re c io ­
y que ésa era la fuen te de la u n ió n del S eñor c o n el género hum ano en
sa. Las d o c e pu ertas eran d o ce perlas; y la calle d e la ciu d ad era de o ro p u ro ,
la antigüedad. Pero pasados aquellos tiem pos, en lugar de esa revelación
transparente c o m o v id rio (A pocalipsis 21, 1-2. 16-18)192.
directa, pasó a h ab er una revelación indirecta m ed ian te correspondencias.
Todo el culto divino consistía en ellas; p o r eso las iglesias de entonces se
Q uienes leen esto lo e n tien d en sim plem ente según su significado li­
den o m in ab an iglesias sim bólicas. Sabían lo que eran las correspondencias
teral, a saber, que este cielo y esta tierra visibles p erecerán y se establece­
y las representaciones y ten ían c o n o cim ien to de q ue to d o en la tierra res­
rá una tierra nueva, que sobre esa tierra nueva descenderá Jerusalén, la
p o n d ía a las cosas espirituales del cielo y de la Iglesia (o las representaba,
ciudad santa, y que todas sus m edidas serán co m o las descritas. Pero los
lo que v iene a ser lo m ism o). D e esta m anera, los elem entos naturales que
ángeles que están co n nosotros lo en tien d en de m anera m uy distinta,
constituían su culto e x te rio r les servían co m o m ed io de pensar espiri­
com prendiendo espiritualm ente lo que nosotros tom am os en u n sentido
tu alm en te y, p o r consiguiente, de pensar co n los ángeles.
natural. [2] Para ellos, el cielo nuevo y la tierra nueva significan una
U n a vez perd id o el c o n o c im ie n to de las correspondencias y las repre­
Iglesia nueva; la ciudad de Jerusalén descendiendo de D ios desde el cie­
sentaciones, se escribió la Palabra; todas las palabras y los significados de
lo significa su d o c trin a celestial revelada p o r el Señor; su lo n g itu d , an­
las palabras que en ella aparecen son correspondencias y, p o r tanto, con­
chura y altura, que son iguales a 12.000 estadios, significan todos los ele­
tie n en ese sentido espiritual o in te rio r en el q u e están los ángeles. Por eso
m entos de b ien y de verdad que la protegen; la m edida del m uro, 144
cuando leem os la Palabra y la co m p ren d em o s en su sentido literal o ex­
codos, que es la m edida de u n h om bre, es decir, del ángel, significa to ­
terior, los ángeles la co m p re n d e n en su sentido espiritual o interior. Esos
das esas verdades protectoras captadas co m o u n solo co n ju n to , y su cua­
dos tipos de p ensam iento parecen diferentes, pero son uno, po rq u e se co­
lidad; las doce puertas hechas de perlas significan las verdades in tro d u c ­
rresponden.
torias (las perlas significan ese tipo de verdad); los cim ientos del m uro que
Así pues, después de q u e nos h ubim os separado del cielo y se hubie­
están hechos de piedras preciosas significan los con o cim ien to s en los que
ra ro to la co n ex ió n , el S eñ o r dispuso que h u b iera u n m edio de u n ió n del
esa d o ctrin a se basa; y el oro co m o cristal pu ro del que están hechas la
cielo co n nosotros a través de la Palabra.
ciudad y sus calles significan el b ie n del am o r que constituye la do ctrin a
307. M e gustaría utilizar unos pasajes para m ostrar cóm o el cielo está
y sus verdades transparentes. Así es co m o los ángeles c o m p ren d e n todas
u n id o co n nosotros a través de la Palabra. La nueva Jerusalén es descrita
estas cosas, pero n o es co m o las co m prendem os nosotros. Así es com o
en el Apocalipsis de la fo rm a siguiente:
nuestros conceptos naturales son transform ados en conceptos espirituales
entre los ángeles sin que ellos conozcan nada del sentido literal de la
V i u n cielo n u e v o y u n a tierra nuev a; p o rq u e el p rim e r cielo y la prim era
Palabra, es decir, sin que sepan nada del cielo nuevo y la tierra nueva, p o r
tierra pasaron. Y vi la santa ciu d ad , la n u ev a Jeru salén , d e scen d er del cielo de
ejem plo, o de la nueva ciudad de Jerusalén, su m uralla, los cim ientos de
D ios. La ciu d ad se halla establecida e n cuadro, y su lo n g itu d es igual a su an­
la m uralla, o sus m edidas. Sin em bargo, los pensam ientos de los ángeles
chura; y él [el ángel] m id ió la ciu d ad c o n la caña, d o c e m il estadios191; la longi­
form an una un id ad co n los nuestros po rq u e se co rresp o n d en . F o rm an u n
tu d , la altura y la an ch u ra de ella son iguales. Y m id ió su m u ro , c ie n to cuaren-
solo c o n ju n to casi co m o las palabras de u n o rad o r y la co m prensión de
esas palabras p o r u n oyente que está centrado n o en las palabras en sí, si­
931, 2054, 2853. T o d a la Iglesia a lo largo y ancho del m u n d o es com o u n solo hom bre a
no en com prenderlas. Esto p u ed e p erm itirn o s e n te n d e r có m o el cielo se
los ojos del Señor: 7395 [7396], 9276. P o r eso el género h u m an o perecería si no hubiera
une a nosotros a través de la Palabra.
una Iglesia en nuestro m u n d o en la que se encontrara la Palabra y se conociera al Señor:
[3] O tro ejem plo de la Palabra:
468, 637, 931, 4545, 10452.

285
284
E n aquel tiem p o habrá u n a calzada de E g ip to a A sina, y asirios entrarán en más extensam ente de ello en el capítulo correspondiente, cuando hable­
E g ip to , y egipcios en Asiría, y los egipcios servirán c o n los asirios. E n aquel tiem ­ mos de los paganos.
p o Israel será tercero c o n E g ip to y c o n Asiría para b e n d ic ió n en m ed io de la tie­ A ojos del Señor, la Iglesia universal en la tierra es co m o u n solo
rra; p o rq u e Je h o v á de los ejércitos los b en d ecirá diciend o : B e n d ito el p u eblo m ío H o m b r e , co m o lo es el cielo (com o se señaló supra, en §§ 59-72). A hora

E g ip to , y el asirio o bra d e m is m anos, e Israel m i h ere d a d (Isaías 19, 23-25). bien, la Iglesia en la que está la Palabra y a través de la cual es co n o cid o
e l Señor es co m o el corazón y los pulm ones de ese H o m b re. Es co n o ci­
P odem os co m p ren d er có m o piensan las personas de la tierra y cóm o m iento c o m ú n que las visceras y los m iem bros del c u e rp o d eben su vida
piensan los ángeles cu an d o leen esto si observam os el sentido literal de la al corazón y los pulm ones p o r diversos cam inos. Así es tam bién co m o vi­
Palabra y su sentido in terio r. Pensam os, sobre la base de su sentido lite­ ve el género h u m an o que está fuera de la Iglesia en la que está la Palabra
ral, q u e los pueblos de E g ip to y Asiria se convertirán al S eñor y serán y que constituye los m iem bros de ese H o m b re. La u n ió n del cielo a tra­
aceptados p o r él, y q u e se u n irán a la n ación israelita. Los ángeles sin em­ vés de la Palabra co n quienes están a distancia p u e d e com pararse con la
bargo piensan sobre la base de su sentido in te rio r en los m iem bros de la luz que se extiende en todas direcciones desde u n centro. La luz divina
Iglesia espiritual, que están descritos aquí en su sentido interior. Su nivel está en la Palabra, y el S eñor está presente allí co n su cielo. Q u ien es es­
espiritual es Israel, su nivel natural es E gipto, y su nivel racional, que es tán lejos tam bién reciben la luz de esa presencia. Sería diferente si no
el nivel in term ed io , es Asiria". C o n todo, esos dos sentidos son uno por­ existiera una Palabra, lo que p u ede com prenderse más plen am en te p o r
que se co rresp o n d en . P or consiguiente, cu an d o los ángeles piensan espi­ referencia a lo que antes se dijo sobre la form a del cielo que determ in a
ritu a lm e n te de esa m anera y nosotros pensam os naturalm ente com o lo su form a de reunirse y co m unicarse193.
hacem os, estam os u nidos casi co m o el alma y el cuerpo. El sentido inte­ Sin em bargo, este arcano es com prensible para quienes están en la luz
rio r de la Palabra es su alm a, y el sentido literal es su cuerpo. espiritual, pero n o para quienes están en la luz natural. Q u ien es están en
La Palabra es así de p rin cip io a fin; p o d em o s ver, pues, que es un m e­ la luz espiritual ven m u y claram ente cosas que quienes están en la luz na­
dio de u n ió n del cielo co n nosotros y q u e el sentido literal sirve de base tural n o p u e d e n ver en absoluto o solam ente ven de fo rm a vaga.
y fundam ento. 309. Si n o h u b iera existido este tip o de Palabra en n u estro m u n d o ,
308. H ay tam b ién u n a u n ió n del cielo m ed ian te la Palabra con quie­ la h u m a n id ad de la tierra se habría separado del cielo, y u n a vez sepa­
nes están fuera de la Iglesia, d o n d e la Palabra n o se encuentra; pues la rada del cielo n o habría te n id o ya n in g u n a capacidad racional. N u estra
Iglesia del S eñ o r está en todas partes y existe en to d o aquel que reconozca capacidad racional h u m an a surge en realidad del influjo de la luz del
algo divino y viva en la caridad. Esas personas son enseñadas p o r los án­ cielo.
geles después de su m u e rte y aceptan las verdades divinas3. Trataremos E n esta tierra som os p o r naturaleza incapaces de aceptar n in g u n a re­
velación directa y de ap render las verdades divinas p o r ese m edio, a dife­
"E gipto y egipcio e n la Palabra significan lo que es natural, y p o r consiguiente lo que rencia de los habitantes de otros planetas (de cuyas capacidades se ha tra­
tiene que ver c o n el c o nocim iento que de ello se deriva: 4967, 5079, 5080, 5095, 5460 tado en u n opúsculo separado dedicado a ellos)194. Estam os más absortos
[5160], 5799, 6015, 6147, 6252, 7353 [7355], 7648, 9340, 9319 [9391]. Asiria significa el ni­ que ellos en preocupaciones m undanas y, p o r consiguiente, en asuntos
vel racional: 119, 1186. Israel significa el nivel espiritual: 5414, 5801, 5803, 5806, 5812, 5817, superficiales195, m ientras que son los niveles más profundos los que están
5819, 5826, 5833, 5879, 5951, 6426, 6637, 6862, 6868, 7035, 7062, 7198, 7201, 7215, 7223,
7956 [7957], 8234, 8805, 9340. bien de acuerdo con su religión: 3263, 6637, 10765. T odos los que viven en el bien de
La Iglesia está específicam ente d onde la Palabra está y d onde el Señor es conocido acuerdo a su religión y reco n o cen algo divino son aceptados p o r el Señor, dondequiera
p o r m edio de ella, es decir, donde las verdades divinas han sido reveladas desde el cielo. que estén: 2589-2604, 2861, 2863, 3263, 4190, 4197, 6700, 9256; y especialm ente todos los
3857, 10761. La Iglesia del Señor existe en todo el m u n d o con todos los que viven en el niños, dondequiera que puedan haber nacido: 2289-2309, 4792.

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abiertos a la revelación. A u n q u e los niveles exteriores fueran más re c e p j lo y in f ie r n o p r o c e d e n d e l g é n e r o h u m a n o . C r e e n r e a lm e n te q u e lo s
tivos, tam p o co entenderíam os la verdad. ángeles fueron c re a d o s al p r i n c ip i o y c o n s titu y e n el c ie lo , y q u e e l d ia b lo
Esta naturaleza de los h om bres de la tierra es claram ente visible en los o S a t a n á s era u n á n g e l d e lu z q u e se re b e ló y fu e a r r o ja d o c o n lo s su y o s,
m iem bros de la Iglesia. A u n q u e sepan, p o r la Palabra, del cielo, el infier­ lo que habría d a d o o r i g e n al in f ie r n o .
no y la vida después de la m u erte, de h ech o niegan esas cosas en el fon­ Los ángeles están m u y sorprendidos de que p u eda h ab er creencias de
do. Esto incluye tam b ién a quienes tien en u n especial prestigio p o r su es­ esta clase en el m u n d o cristiano, y aún más de que la g ente n o sepa ab­
m erada educación, y de los q u e se podría pensar p o r tan to que son más solutam ente nada sobre el cielo, au n q u e esto sea u n a d o ctrin a principal
sabios q u e los demás. de la Iglesia. Al saber que este tipo de ignorancia prevalece, se han ale­
310. E n ocasiones hablé co n los ángeles sobre la Palabra y les dije que grado profundam ente de que haya ahora com placido al S eñ o r revelarnos
es contem p lad a despectivam ente p o r algunos debido a su estilo vulgar196. tanto sobre el cielo - y tam b ién sobre el in f ie rn o - a fin de disipar en la
N o saben absolutam ente nada de su sentido in te rio r y p o r lo tanto no medida de lo posible la oscuridad que surge d iariam ente en esta Iglesia
creen q u e ese tipo de sabiduría esté o culto en su interior. Los ángeles me que está llegando a su fin. [2] P o r eso quieren que atestigüe en su n o m ­
dijero n que au n q u e el estilo de la Palabra pued a parecer vulgar en su sen­ bre que en to d o el cielo n o existe u n solo ángel que fuera creado com o
tido literal, es cualitativam ente incom parable p o rq u e la sabiduría divina tal al principio, m en el in fiern o u n diablo que fuera creado ángel de luz
está escondida n o sólo en el sentido global, sino en cada palabra, y que y expulsado de allí. A ntes bien, todos los que están en el cielo y en el in ­
esta sabiduría brilla en el cielo. Q u isiero n decir que al ser verdad divina, fierno p ro ced en del género h u m ano: los que están en el cielo, de qu ie­
es luz celestial, puesto que la verdad divina irradia en el cielo (véase su­ nes han vivido en am or y fe celestial, y los que están en el infierno, de
pra, § 132). A ñ adieron q u e sin esa Palabra n o habría nin g u n a luz del cie­ quienes han vivido en am o r y fe infernal. El in fiern o en su c o n ju n to es
lo en tre los seres hum an o s de la tierra y, p o r consiguiente, no podrían es­ lo que se llam a diablo y Satanás. E l in fiern o de atrás, d o n d e viven los lla­
tar u nidos co n el cielo; pues la cantidad de luz del cielo que hay entre mados dem onios m alvados, es el diablo, y el in fiern o delantero, d o n d e vi­
nosotros d e te rm in a la u n ió n y p o r tan to la m edida en que tenem os algu­ ven los llam ados espíritus m alvados, es Satanás*. D escribirem os después
na revelación de la verdad divina a través de la Palabra. La razón de que cómo es cada in fie rn o 197. [3] Insistieron los ángeles en que la razón de que
exista g en te que n o cono zca esta u n ió n (a través del sentido espiritual de el m undo cristiano haya adoptado ese tipo de creencia sobre los seres del
la Palabra q u e co rresp o n d e a su sentido natural) es que la gente de la tie­ cielo y los seres del in fiern o es que h an to m ad o unos pocos pasajes de la
rra n o sabe nada del p ensam iento y conversación espiritual de los ánge­ Palabra, co m prendiéndolos solam ente en su sentido literal, sin nin g u n a
les. N o saben que es diferente de nuestro p ensam iento y conversación na­ clarificación ni in stru cción basada en la d o c trin a auténtica de la Palabra.
tural; y q u ien n o sabe esto p o siblem ente n o p u ed e co n o c er el sentido El sentido literal de la Palabra, sin la luz de la d o c trin a auténtica, lleva a
in te rio r y p o r tanto n o p u ed e saber que es posible esa clase de unión. la m ente a vagar en todas direcciones, dando lugar a la ignorancia, la h e ­
D ijero n tam bién q u e si supiéram os q u e existía u n significado de ese rejía y el errorí.
tipo y nuestro p ensam iento estuviera al tan to de ello cuando leem os la
Palabra, nos introduciríam os en una sabiduría más profunda y estaríamos H? Los infiernos como un todo, o la población infernal en masse, son llamados el dia­
más estrecham ente unidos al cielo, p o rq u e de este m o d o tendríam os ac­ blo y Satanás: 694. Los que eran diablos en el m undo son diablos después de la muerte:
968.
ceso a ideas co m o las de los ángeles.
b La doctrina de la Iglesia debe derivarse de la Palabra: 3464, 5402, 6832 [6822], 10763,
E l c ie lo y el in fie r n o 0765 [10764], Sin doctrina, la Palabra no es comprendida: 9021 [9025], 9409, 9424, 9430,
p ro ced en del gén ero h u m an o 0324, 10431, 10582. La verdadera doctrina es una lámpara para el pueblo que lee la
311. E n el m u n d o cristiano es co m p letam en te desconocido que el cie­ Palabra: 10401 [10400], La doctrina auténtica debe ser proporcionada por quienes tienen

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312. Esta creencia de las gentes de la Iglesia es tam bién la causa de su existe? ¿Q u é pasa con quienes son torturados p o r el fuego du ran te toda
creencia de q u e nadie irá al cielo o al infiern o antes de que llegue la ho­ la eternidad? ¿Q u é es ese D ía del Juicio? ¿Lo habrem os estado esperando
ra del Juicio Final, que según creen ellos será u n m o m e n to en el que to­ en vano du ran te siglos?»; y to d o esto un id o a m uchas otras cosas que su­
do lo que se p u ed e ver perecerá y aparecerán cosas nuevas, volviendo las ponen una negación de todo. [4] M uchos que son particu larm en te hábi­
almas a sus cu erpos y em pezando una nueva vida co m o seres hum anos a les en los asuntos m undanos piensan así; p o r eso, para im pedirles además
p artir de esa nueva reu n ió n . Esta creencia im plica la otra, la de que los que p e rtu rb e n y equ iv o q u en a quienes tienen una fe sim ple y corazón
ángeles fuero n creados al principio, pues n o es posible creer que el cielo sencillo y les lleven a una oscuridad infernal respecto de D ios, el cielo, la
y el in fiern o p ro ced en del género h u m an o si se cree que nadie irá a él vida etern a y las otras cuestiones que se derivan de ahí, los lugares más
hasta el fin del m undo. profundos de m i espíritu fueron abiertos p o r el Señor, p erm itie n d o que
[2] Para convencer a todos de que n o es así, se m e ha p erm itid o des­ hablara después de su m u erte con todas las personas que yo había c o n o ­
de hace varios años tratar co n los ángeles y hablar co n quienes están en cido durante su vida física. H ablé con algunos du ran te días, con otros d u ­
el infierno, a veces d u ran te días enteros, y llegar así a u n conocim iento rante meses, y con otros durante un año. H e hablado con tantos que no
del cielo y el infierno. La finalidad de to d o ello es que quienes están en sería ninguna exageración decir que eran cien m il, m uchos en el cielo y
la Iglesia n o perm an ezcan p o r más tiem p o en sus erróneas creencias so­ m uchos en el infierno. H e hablado con algunos dos días después de su
bre la resurrección en el D ía del Juicio o el estado de su alma en el ínte­ m uerte y les dije que en ese m o m e n to se estaban celebrando sus ritos fu­
rin , o sobre los ángeles y el diablo. Son éstas unas creencias equivocadas nerarios a fin de que p u dieran ser enterrados; a ello respondieron que era
que acarrean la oscuridad y llevan a la duda y finalm ente a la negación a una buena cosa haberse desprendido de lo que les había servido de cu er­
quienes piensan en esas cosas sobre la base de su propio intelecto. po para sus funciones en nuestro m undo, q u e rien d o d ecirm e que no es­
R e a lm e n te se dicen a sí m ism os: «¿C óm o p u ed e ser que ese inm enso cie­ taban m uertos en absoluto. Estaban tan vivos y tan h u m anos co m o siem ­
lo y tantas estrellas sean destruidas y desaparezcan, ju n to con el sol y la pre, habiendo cruzado sim plem ente de u n m u n d o a otro. N o eran
luna? ¿C ó m o p u e d e n las estrellas, que son más grandes que la tierra, ca­ conscientes de haber perdido nada, puesto que seguían estando co m o an­
er sobre ella? ¿C ó m o p u e d e n los cuerpos que han sido com idos por los tes en u n cu erpo, disfrutando de voluntad y en te n d im ie n to co m o antes,
gusanos, destruidos, descom puestos y esparcidos a los cuatro vientos, reu­ y tenían pensam ientos y sentim ientos, sensaciones y deseos sem ejantes a
nirse con sus almas? ¿D ónde han estado m ientras tanto esas almas y có­ los que tenían en nuestro m undo.
m o eran sin los sentidos que ten ían en sus cuerpos?». [3] Hay otras m u­ [5] H ay m uchos que, nada más m o rir, cuando descubren que son p er­
chas cosas co m o éstas, que n o están de acuerdo con la fe porque son sonas vivas co m o antes y que se e n cu en tran en un estado similar (pues
incom prensibles, y que destruyen en m uchas personas cualquier creencia nuestro p rim e r estado tras la m u e rte es co m o el que teníam os en la tie­
en u n a vida después de la m u erte, en el cielo y en el infierno, y, ju n to rra, aunque cam bie gradualm ente hacia el cielo o hacia el infierno), han
con esto, el resto de los co n ten id o s de la fe de la Iglesia”8. Esta acción sentido una alegría renovada al co m p ro b ar que estaban todavía vivos, afir­
destructora p u ed e observarse en las personas que dicen: «¿Q uién ha vuel­ m ando que nunca lo h u b ieran creído. Estaban absolutam ente asom brados
to del cielo para d ecirnos q u e existe, o del in fiern o para decirnos que de haber p erm an ecid o en tal estado de ceguera e ignorancia sobre la vi­
da después de la m uerte, y todavía más de que esto suceda a los hom bres
la ilum inación del Señor: 2510, 2516, 2519, 9424, 10105. Q uienes se quedan en el sentido de Iglesia, que podían saber más sobre tales asuntos que el resto del m undo'.
literal de la Palabra, separados de toda doctrina, no alcanzan ninguna com prensión de las
verdades divinas: 9409, 9410, 10582; y caen en num erosos errores: 10431. La naturaleza de c No son m uchos en el m u n d o cristiano de h o y los que creen que resucitarem os de
las diferencias entre quienes estudian y enseñan la doctrina de la Iglesia derivada de nuevo inm ediatam ente después de la m uerte: Génesis 16 prefacio, 4622, 10758; sino sólo
Palabra y aquellos que solam ente se dedican a su significado literal: 9025. en el m o m en to del Ju icio Final cuando el m u n d o visible perezca: 10594 [10595], La ra-

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A hora, p o r vez prim era, veían la razón de su ceguera y su ignorancia, a 314. Podem os co n clu ir que el cielo procede del género hum ano, co ­
saber, que sus preocupaciones exteriores, su interés p o r los asuntos cor­ m o lo dem uestra el h ech o de que la m e n te angélica y la nuestra son m uy
porales y m u ndanos, preocu p ab an y llenaban su m e n te de form a tan semejantes. Am bas gozan de la capacidad de com prender, percibir y de­
com pleta que n o podían ser elevados a la luz del cielo para exam inar los sear. Am bas están form adas para la aceptación del cielo. D e hecho, nues­
temas eclesiásticos más allá de las form alidades de la d octrina. C u an d o se tra m ente es tan sabia co m o la m en te angélica; pero n o es tan sabia en es­
am an los asuntos corporales y m undanos tanto co m o se hace actualm en­ te m u n d o p o rq u e está en un c u e rp o terrenal, y en u n c u e rp o terrenal
te, nada sino oscuridad fluye en la m en te cuando trata de ir más allá. nuestra m e n te espiritual piensa de m anera natural. Sin em bargo, es dife­
313. M u ch o s eruditos del m u n d o cristiano se qu ed an sin habla cuan­ rente cuando se libera de su u n ió n con el cuerpo. E nto n ces no pensam os
do se ven a sí m ism os después de la m u erte co n cu erp o , con ropas, y en ya de m anera natural, sino espiritual, y cuando pensam os espiritualm en­
casas, a la m anera que estaban en este m undo. C u a n d o recuerdan lo que te, pensam os pensam ientos que son incom prensibles e inexplicables para
habían pensado de la vida después de la m uerte, el alma, los espíritus, el la persona natural. Esto significa que som os tan sabios c o m o los ángeles.
cielo y el infierno, se sienten desconcertados y dicen que habían estado Podem os ded u cir de ello que nuestra propia persona interio r, que llam a­
pensando tonterías y q u e la g ente de fe simple era m u ch o más sabia que mos nuestro espíritu, es esencialm ente u n ángel (véase supra, § 57)'. U na
ellos. F ueron exam inados algunos eruditos que habían estado totalm ente vez es liberado del c u erp o terrenal, está en una form a hum ana que es
convencidos de este tipo de creencias y que lo atrib u ían to d o a la natu­ igual a la de un ángel. (Sobre los ángeles en perfecta form a hum ana, véa­
raleza. R e su ltó que su naturaleza in te rio r estaba co m p letam en te cerrada, se supra, §§ 73-77.) Sin em bargo, cuando nuestra persona in te rio r no ha
m ientras q u e su naturaleza e x te rio r estaba abierta. Esto significaba que no sido abierta hacia arriba sino solam ente hacia abajo, entonces tam bién es­
m iraban hacia el cielo, sino hacia el m undo, y p o r consiguiente hacia el tamos en form a hum ana después de ser liberados de este cuerpo, pero en
infierno; pues en la m edida en que nuestra naturaleza profunda está una form a espantosa y diabólica p o rq u e no p u ed e m irar hacia arriba, ha­
abierta, m iram os hacia el cielo, m ientras que en la m edida en que está ce­ cia el cielo, sino solam ente hacia abajo, hacia el infierno.
rrada y nuestra naturaleza e x te rio r está abierta, m iram os hacia el infier­ ' 315. U n a vez que h em os c o n o c id o el o rden divino, p o d em o s c o m ­
no. N uestros niveles más profundos están form ados para la aceptación del p render que fuim os creados para c o n v e rtirn o s en ángeles p o rq u e el lí­
cielo, y nuestros niveles más exteriores para la aceptación del m undo; y si m ite ú ltim o de ese o rd e n se e n c u e n tra en nosotros (§ 304), lo que sig­
aceptam os el m u n d o sin aceptar al m ism o tiem po el cielo, estamos acep­ nifica que en nosotros la substancia de la sabiduría angélica y celestial
tan d o el in fie rn o 1*. puede to m a r fo rm a y p u e d e ser restaurada y m ultiplicada. El o rden d i­
vino n u n ca se d e tien e a m itad de cam ino, para fo rm a r algo sin u n lí­
zón para esta creencia: 10594 [10595], 10758. Sin em bargo, el h ech o es que resucitamos
m ite, pues esto no es el o rd en en su p le n itu d y p erfecció n . M ás bien,
inm ediatam ente después de la m uerte, y som os entonces com pletam ente hum anos en to­
lo im pulsa hacia su frontera últim a', y cuan d o ha alcanzado ese lím ite
dos los aspectos: 4527, 5006, 5078, 8939, 8991, 10594, 10758. El alm a que vive después de
la m uerte es nuestro espíritu, que es la persona esencial d entro de nosotros y tiene una
interior está form ada según el ord en del cielo, m ientras que la e xterior está form ada se­
perfecta form a hum ana tam bién en la otra vida: 322, 1880, 1881, 3633, 4622, 4735, 5883,
gún el ord en del m undo: 3628, 4523, 4524, 6057, 6314 [6013], 9706, 10156, 10472.
6054, 6605, 6626, 7021, 10594; desde la experiencia: 4527, 5006, 8939; desde la Palabra.
* H ay tantos niveles de vida en el ser hu m an o com o cielos, y éstos se abren después
10597. U n a explicación del significado de los m uertos que fu ero n vistos en la santa ciu­
de la m uerte en función de cóm o hayam os vivido: 3747, 9594. El cielo está d entro de n o ­
dad en M ateo 27, 53: 9229. C ó m o som os revivificados de la m u erte, desde la experien­
sotros: 3884. Q uienes viven una vida de am o r y caridad tienen d e n tro de sí una sabidu-
cia: 168-189. N uestro estado después de haber sido devueltos a la vida: 317-319, 2119,
1,3 angélica, pero está oculta; y entran en uso de ella después de la m uerte: 2494. E n la
5079, 10596. Falsas ideas acerca del alma y su resurrección: 444, 445, 4527, 4622, 4658.
g la b r a , cualquiera que acepte el bien del am or y la fe del S eñor es llam ado ángel: 10528.
d El m u n d o espiritual y el m u n d o natural están unidos e n nosotros: 6057. La person
[La nota de S w edenborg aquí rem ite al lecto r a la nota en el § 303, supra.]

292
to m a form a; y en to n ces, p o r m ed io de lo que re ú n e en ese nivel se res­ r e a l m e n t e el am o r m ism o, y su a m o r es u n deseo de salvar a to d o el
taura a sí m ism o y p ro d u c e más, lo que se realiza p o r m ed io de la pro­ m undo. P or eso procura que to dos tengan alguna religión, algún c o n o ­
creació n . P o r eso el sem illero del cielo se e n c u e n tra en este nivel infe­ cim iento del Ser D iv in o a través de la religión, y u n a vida interio r. V ivir
rior. según los p rin cip io s religiosos de cada u n o es llevar una vida in te rio r,
316. La razón de que el S eñor resucitara n o sólo en cuanto a su espí­ pues en tonces nos centram os en lo D ivino; y en la m edida en que nos
ritu sino tam b ién en cu an to a su c u erp o es q u e cu an d o el S eñor estuvo centram os en lo D ivino, n o nos centram os en el m u n d o , sino que nos
en el m u n d o , glorificó toda su naturaleza h u m ana, es decir, la hizo divi­ apartam os del m u n d o y p o r tan to de la vida m u n d an a, que es una vida
na. E n realidad, su alma, que recibió del Padre, era esencialm ente la e x te rio r1.
D ivinidad m ism a, y su c u e rp o se convirtió en im agen de esa alma (esto 319. C ualquiera p u ede c o m p ren d e r que tan to los gentiles co m o los
es, del Padre) y p o r consiguiente tam bién se h izo divino. P or eso, a dife­ cristianos se salvan si saben lo que constituye el cielo en nosotros; pues el
rencia de cu alquier o tro h o m b re, resucitó en espíritu y cuerpo*. M ostró cielo está den tro de nosotros, y quienes tien en el cielo en su in te rio r e n ­
éste a sus discípulos - q u e creían estar ante u n espíritu cuando le v iero n - tran en el cielo. El cielo dentro de nosotros es nuestro reco n o cim ien to de
diciendo: «M irad mis m anos y m is pies, que yo m ism o soy; palpad y ved; lo D ivino y el ser conducidos p o r lo D ivino. El p rin cip io y fundam ento
po rq u e u n espíritu n o tiene carne ni huesos, co m o veis que yo tengo» de toda religión es el reco n o cim ien to del Ser D ivino; una religión que
(Lucas 24, 36-38 [24, 39]). D e esta m anera indicaba que no era un hom ­ no reconozca al Ser D ivino no es una religión. Los preceptos de toda re­
bre solam ente en espíritu, sino tam bién en cuerpo. ligión se centran en el culto, esto es, en có m o lo D iv in o debe ser h o n ra­
317. Para q u e se sepa q u e vivim os después de la m uerte, y que en­ do para que podam os ser aceptables a sus ojos; y cuando esto ocupa ple­
tonces vam os al cielo o al in fiern o según haya sido nuestra vida, se me nam ente la m en te (o, en la m edida en que lo deseem os o queram os)
han m ostrado m uchas cosas sobre nuestro estado después de la m uerte, somos conducidos p o r el Señor.
cosas q u e serán presentadas orden ad am en te más adelante cuando hable­ Es reco n o cid o que los gentiles p u ed en vivir una vida tan íntegra des­
m os del m u n d o de los espíritus199. de el p u n to de vista m oral co m o los cristianos; m uchos de ellos, en rea­
lidad, llevan una vida más íntegra. Se pued e llevar una vida m o ralm en te
Los p a g a n o s , o los que están íntegra para satisfacer a lo D iv in o o para satisfacer a los hom bres. U n a vi­
f u e r a d e la I g l e s i a , e n el c i e l o da ínteg ram en te vivida para satisfacer a lo D ivino es una vida espiritual.
318. La o p in ió n general es q u e los que han nacido fuera de la Iglesia, Las dos parecen sem ejantes en su form a externa, pero in te rio rm e n te son
aquellos a los q u e se designa c o m o «paganos» o «gentiles», n o p u ed e n ser ^totalm ente diferentes. U n a nos salva, la otra no. Por eso si vivim os una
salvados p o rq u e n o tie n e n la Palabra y p o r ta n to n o co n o c e n al Señor, vida íntegra para satisfacer a lo D iv in o estam os siendo conducidos p o r lo
y sin el S eñ o r n o hay salvación200. Se pued e saber, sin em bargo, que es­
tas personas tam b ién son salvadas sim plem ente p o r el h e ch o de que la " Los paganos se salvan lo m ism o que los cristianos: 932, 1032, 1059, 2284, 2589, 2590,
m isericordia del S eñ o r es universal, es decir, se ex tie n d e a todos. Los que 3778, 4190, 4197. Sobre los paganos y los que están fuera de la Iglesia en la otra vida: 2589-
están fuera de la Iglesia nacen tan h um anos c o m o los que están dentro, 2604. La Iglesia específicam ente definida está donde está la Palabra y donde el S eñor es
que, en realidad, son com parativam ente escasos. N o es culpa suya si no conocido a través de ella: 3857, 10761. Esto no significa, sin em bargo, que se pertenezca
co n o c e n al Señor. P or eso cualquiera que piense co n una razón ilum i­ a b Iglesia p o r haber nacido donde la Palabra está y donde el Señor es conocido, sino p o r
nada p u ed e c o m p re n d e r q u e nadie nace para el infierno. El S eñor es vivir una vida de caridad y de fe: 6637, 10143, 10153, 10578, 10645, 10829. La Iglesia del
O -v 8
ñor se encuentra entre todos aquellos que en todo el m u n d o viven en el bien según lo
8 R esucitam os en cuanto a nuestro espíritu: 10593, 10594. Sólo el Señor resucitó tam fine su propia religión y que reconocen u n ser divino; son aceptados p o r el Señor y
bién en cuanto a su cuerpo: 1729, 2083, 5078, 10825. entran en el cielo: 2589-2604, 2861, 2863, 3263, 4190, 4197, 6700, 9256.

294
D ivino; m ientras q u e si vivim os una vida ín tegra para satisfacer al m un­ te d e la tierra, especialm ente sobre el bien y la verdad), se sorprendió al
do, estam os siendo conducidos p o r nosotros m ism os. d escu b rir que se peleaban. D ecía que n o quería escuchar, puesto que dis­
[2] Esto se p u ed e ilustrar con u n ejem plo. Si n o hacem os daño a nues­ cutían sobre la base de apariencias engañosas. El consejo que les dio fue:
tro p ró jim o p o rq u e va con tra nuestra religión y p o r tan to contra 10 «Si soy bueno, p u ed o co n o c er p o r el b ien to d o lo que es verdadero, y
D ivino, nuestra abstención del m al procede de una fuente espiritual. Pero puedo estar abierto a to d o lo que no conozco».
si nos abstenem os de hacer d año a los otros sim plem ente porque tenemos 321. Se m e ha enseñado m ediante num erosos ejem plos que si los gen­
m ied o de la ley o de p erd er nuestra reputación, el respeto o algún bene­ tiles han llevado una vida honrada, en la obediencia y el respeto a los
ficio - e s decir, p o r el yo y el m u n d o -, esto p rocede de una fuente natu­ otros y con caridad m u tu a según exige su religión, de m o d o que han al­
ral y estam os siendo condu cid o s p o r nosotros m ism os. Esta últim a vida es canzado una m edida de conciencia, son aceptados en la otra vida y son
natural, m ientras que la p rim era es espiritual. Si nuestra vida m oral es es­ instruidos p o r los ángeles sobre las cuestiones del b ien y la verdad con es­
piritual, tenem os el cielo d en tro de nosotros; pero si nuestra vida moral pecial solicitud. U n a vez han sido enseñados, se c o m p o rta n m odesta­
es m e ram en te natural, n o ten em o s el cielo d en tro de nosotros. Esto se m ente de m anera inteligente y sabia y aceptan y asum en d iligentem ente
debe a q u e el cielo fluye desde arriba, abre nuestra naturaleza más pro­ las verdades. Esto se debe a que n o se han fo rm ad o n in g ú n prin cip io fal­
funda y fluye a través de esa naturaleza más profunda a nuestra naturale­ so que se o p onga a las verdades de la fe, principios que d eb en ser supri­
za ex terio r; m ientras que el m u n d o fluye desde abajo y abre nuestra na­ midos, y, m enos aún, calum nian al Señor, co m o sucede con m uchos cris­
turaleza ex terio r, pero n o nuestra naturaleza más profunda. N ingún tianos cuya consideración del S eñor es sim plem ente la de u n ser h u m an o
influjo se p ro d u ce desde el m u n d o natural al m u n d o espiritual, solam en­ ordinario. Los gentiles, p o r el contrario, cuando oyen que D ios se hizo
te desde el m u n d o espiritual al m u n d o natural; p o r eso, si el cielo no es una persona y se dio a c o n o c e r en el m u n d o , lo re c o n o c en inm ediata­
aceptado al m ism o tiem po, los niveles más p rofundos se cierran. Podem os m ente y reverencian al Señor. D icen que D ios se dio a c o n o ce r a los
ver a p artir de aquí quiénes aceptan el cielo y quiénes no. hom bres porque, después de todo, él es el D ios del cielo y de la tierra, y
[3] Sin em bargo, el cielo en u n in dividuo n o es el m ism o que en otro. el género h u m an o le p e rte n ec e'.
D ifiere en cada u n o de acuerdo a sus sentim ientos hacia el b ien y la ver­ Es una verdad divina que no existe salvación salvo la salvación del
dad. Si las personas están absortas en u n sen tim ien to hacia el bien por Señor, pero esto debe ser co m p ren d id o en el sentido de q u e n o existe
causa de lo D ivino, am an la verdad divina, pues el bien y la verdad se ninguna salvación que n o proceda del Señor. H ay m uchos planetas en el
am an m u tu a m e n te y q u ieren estar unidosb. P o r consiguiente, los paganos universo, todos ellos habitados. D ifícilm ente se sabe en alguno de ellos
que n o tie n e n acceso a las verdades auténticas en el m u n d o las aceptan sin
em bargo en la otra vida a causa de su am o r201. ' La diferencia entre el bien en el que están los paganos y el bien en el que están los
320. H abía entre los gentiles un espíritu que había llevado en este cristianos: 4189, 4197. Sobre las verdades entre los paganos: 3263, 3778, 4190. Los niveles

m u n d o u n a vida b u en a y solícita de acuerdo con su religión. C u an d o es­ más profundos n o están tan cerrados en los paganos co m o lo están en los cristianos: 9256.

cu ch ó a unos espíritus cristianos discutir sus creencias (los espíritus que N i puede haber tan densas nubes para los paganos que han vivido según su religión en

hablan en tre sí razonan m u c h o más exhaustiva y agudam ente que la gen- m utua caridad co m o para los cristianos que no han vivido e n absoluto en la caridad, y la
razón de que esto sea así: 1059, 9256. Los paganos n o pued en profanar los asuntos sagra­
b La relación entre el bien y la verdad se asemeja a u n m atrim onio: 1094 [1904], 2173, dos de la Iglesia de la form a en que pu ed en hacerlo los cristianos, porque no los c o n o ­
2503 [2508], El bien y la verdad están com prom etidos e n u n c o n tin u o esfuerzo hacia la cen: 1327, 1328, 2051. T ie n en m iedo de los cristianos a causa de la form a en que viven:
u nión, con el bien anhelando la u n ió n con la verdad: 9206, 9207, 9495. C ó m o y en quién 2596, 2597. Los que han vivido bien de acuerdo con sus principios religiosos son enseña­
se realiza esta unió n entre el bien y la verdad: 3834, 3843, 4096, 4097, 4301, 4345, 4353, dos p o r los ángeles y diligentem ente aceptan las verdades de fe y confiesan al Señor: 2049,
4364, 4368, 5365, 7623-7627, 9258. 2595, 2598, 2600, 2601, 2603, 2661 [2861], 2863, 3263.

296 297
que el S eñ o r asum ió la naturaleza hum ana en el nuestro. Sin em bargo nos asediaron de form as diversas; pero él no les prestó nin g u n a atención.
puesto q u e veneran al Ser D iv in o en fo rm a h u m ana, son aceptados y Dijo que no le sorprendía y que eso sucedía p o rq u e du ran te sus vidas fí­
guiados p o r el Señor. Sobre este asunto, véase el opúsculo L as tierras en el sicas se habían em papado de ideas inconvenientes sobre esos tem as y que
universo202. hasta que esas ideas no fueran expulsadas no p o drían abrirse a otras más
322. E n tre los gentiles hay personas sabias y personas simples igual que acordes con la verdad co m o p o dían hacer los que eran sim plem ente ig­
entre los cristianos. Para m o strarm e có m o eran, se m e ha perm itid o ha­ norantes.
blar co n unas y co n otras, a veces d urante horas e incluso durante días. 323. T am bién se m e p e rm itió hablar co n algunos otros que vivieron
A ctualm ente, sin em bargo, n o existen sabios c o m o los de los tiem pos an­ en los días antiguos y estaban entre los más sabios de su tiem po. P rim ero
tiguos, especialm ente de la Iglesia A ntigua203 (ésta cubría buen a parte del aparecieron frente a m í a cierta distancia, y desde allí p o d ían observar los
O rie n te P ró x im o 204 y fue el p u n to desde el q u e la religión se extendió a niveles más profundos de m i pensam iento. Esto significaba que podían
m uchos pueblos n o cristianos). Se m e ha p e rm itid o m a n ten e r conversa­ observarm e p o r com pleto, enterándose de toda la serie de pensam ientos
ciones personales co n algunos de ellos para d escubrir có m o eran. a partir de una sola de mis ideas y colm ándolo de deliciosos elem entos de
Estuvo co n m ig o u n ind iv id u o particular que había sido u n sabio de su sabiduría e im ágenes adm irables. P u d e co m p ren d e r así que eran de los
tiem p o y q u e era p o r consiguiente m uy co n o c id o en el m u n d o erudito. más sabios y se m e dijo que procedían de los tiem pos antiguos. E n ese
H ablé co n él sobre diversos tem as y tengo razones para creer que era m o m en to se acercaron más, y cuando les leí algo de la Palabra, quedaron
C iceró n . P uesto q u e yo sabía q u e era u n sabio, hablam os sobre la sabi­ encantados. Yo podía sentir su m ism o deleite y placer, que era el resulta­
duría, la inteligencia, la co nfiguración de la realidad, la Palabra, y final­ do de que cada detalle, incluso las cosas más insignificantes de lo que es­
m en te sobre el Señor. [2] Sobre la sabiduría, dijo que n o existía otra sa­ cuchaban de la Palabra, era una im agen y u n in d icad o r de realidades ce­
biduría q u e n o fuera la de la vida, y q u e la sabiduría n o podía ser un lestiales y espirituales. D ijero n que en sus tiem pos, cuando vivían en
atrib u to de nada más. Sobre la inteligencia, dijo que procedía de la sabi­ nuestro m u n d o , su form a de pensar y hablar e incluso de escribir era se­
duría. Sobre la config u ració n de la realidad, dijo que el ord en del m u n ­ m ejante, y que eso constituía el centro de su sabiduría.
d o pro ced e de la D eid ad Suprem a, y que vivir de acuerdo co n ese orden 324. E n cu an to a los gentiles de nuestros días, n o son tan sabios, sino
es ser sabio e inteligente. E n cu an to a la Palabra, cuando le leí algo de los que m uchos de ellos son simples de corazón. Sin em bargo, aquellos que
profetas se m o stró encantado, especialm ente ante el h ec h o de que los han llevado una vida de caridad reciben sabiduría en la otra vida. P u edo
nom bres de los individuos y las palabras se refiriesen a realidades más pro­ ofrecer u n par de ejem plos.
fundas. Le so rp ren d ió m u ch o que los eruditos m o d ern o s n o se deleitaran C u a n d o leí los capítulos 17 y 18 del libro de los Jueces sobre M icaía
co n su estudio. P u d e sentir m u y claram ente que los niveles más profun­ (de cuya casa los hom bres de D a n se llevaron el ídolo, los terafines y al
dos de su pen sam ien to o de su m en te estaban abiertos. D ijo que no po­ levita)205, estaba presente u n espíritu gentil que había venerado u n ídolo
día p e rm a n e c er presente p o rq u e sentía algo dem asiado sagrado para que durante su vida física. E scuchó aten tam en te lo que le sucedió a M icaía y
lo pudiera soportar, q u e le afectaba m uy profu n d am ente. se sentía pro fu n d am en te afligido p o r el ídolo que robaron los danitas. La
[3] Finalm ente nuestra conversación se volvió hacia el Señor, sobre su tristeza le abrum aba y estaba tan pro fu n d am en te co n m o v id o que apenas
n acim ien to en el m u n d o co m o hom bre, pero co nceb id o desde Dios; so­ sabía lo que pensaba debido a la profundidad de su dolor. Yo percibía su
bre có m o se despojó de la naturaleza hum an a m atern a y asum ió una na­ dolor y al m ism o tiem p o la in ocencia de todos sus sentim ientos. Estaban
turaleza h u m an a divina; y sobre su ser ú n ico q u e g o b ierna el universo. presentes algunos espíritus cristianos que se sorp ren d iero n de que aquel
D ijo q u e sabía m u c h o sobre el Señor, que tenía su propia form a de en ­ idólatra se sintiera co nm ovido co n tal m isericordia y tal sen tim ien to de
tenderlo, y q u e n o había o tro cam ino p o r el q u e el género hu m an o se inocencia.
hubiera p o d id o salvar. D u ran te to d o ese tiem po, algunos m alos cristianos M ás tarde, algunos espíritus buenos hablaron con él y le dijeron que

298 299
conocim iento de que los cristianos llevaban una vida p e o r que la de ellos,
no debía v enerar ídolos y que, siendo u n ser h u m an o , podía en ten d er eso
una vida carente de caridad. C u a n d o sim plem ente m e n cio n é al «Señor»,
p erfectam ente. E n lugar de adorar ídolos, su pensam iento debía ir más
se sintieron n o obstante pro fu n d am en te conm ovidos. D espués los ánge­
allá, hasta el D ios creador y g o b ern ad o r de to d o el cielo y to d a la tierra,
les les enseñaron que la do ctrin a cristiana, más que cualquier otra del
que era el Señor. C u a n d o se le dijo esto, p u d e sentir su pro fu n d o senti­
m undo, exigía am o r y caridad, pero que n o eran m uchos los que vivían
m ie n to de reverencia, q u e llegó hasta m í co m o algo m u c h o más sagrado
de acuerdo c o n ella.
que lo q u e se p o d ía p ercibir entre los cristianos. P u d e ded u cir de esto que
H ay gentiles que durante su vida terrenal se en teraro n de oídas de que
los paganos en tran en el cielo más d ilig en tem en te que los cristianos de
algunos cristianos llevan una m ala vida - u n a vida de adulterio, odio, m u r­
hoy día, de acuerdo co n las palabras del S eñor en Lucas:
m uración, em briaguez y cosas sem ejantes— que les horro rizab a po rq u e
cosas com o ésas son contrarias a su religión. E n la otra vida vacilan par­
Porque vendrán del oriente y del occidente, del norte y del sur, y se senta­
ticularm ente en aceptar las verdades de la fe. Sin em bargo, son instruidos
rán a la mesa en el reino de Dios. Y he aquí, hay postreros que serán primeros,
por los ángeles de que la d o ctrin a cristiana y la fe m ism a enseñan algo
y primeros que serán postreros (Lucas 13, 29-30).
m uy diferente, pero que los cristianos n o viven según sus doctrinas co m o
hacen los gentiles. C u a n d o c o m p ren d en esto, aceptan las verdades de la
A causa del estado en que se encontraba, podía asimilar todos los te­
fe y adoran al Señor, pero sólo después de u n tiem po.
mas de fe y p o d ía aceptarlos co n u n p ro fu n d o sen tim ien to interior. Había
326. S ucede co n frecuencia q u e cuan d o los gentiles e n tra n en la otra
en él u n a m isericordia llena de am o r y había in o cen cia en su ignorancia;
vida, si h an adorado a algún dios bajo la fo rm a de u n a im agen, estatua
y cuando esta disposición está presente, todos los asuntos de fe son acep­
o ídolo, son presentados a personas que asum en los papeles de esos d io ­
tados espontáneam ente, p o r decirlo así, y co n alegría. D espués de esto,
ses o ídolos para ayudarles a librarse de sus ilusiones. D espués de que
aquel espíritu fue aceptado entre los ángeles.
han estado c o n esas personas d u ra n te unos días, las fantasías desapare­
325. U n a m añana oí u n coro a lo lejos. M e di cu enta p o r las im áge­
cen.
nes del coro q u e eran chinos, pues se podía v er una especie de cabra la­
Si han adorado a individuos particulares, entonces son presentados o
nuda, u n b izco ch o de m ijo y u n a cuchara de ébano, así co m o una im a­
a esas mismas personas o a individuos que desem peñan su papel. M uchos
gen de u n a ciudad flotante206. Estaban deseosos de acercarse a m í, y
judíos, p o r ejem plo, son presentados a A braham , Jacob, M oisés o D avid;
cuand o estuvim os ju n to s dijeron q u e q uerían estar a solas co nm igo para
pero cuando se dan cuenta de que son tan hum anos co m o cualquier otro
m anifestar sus pensam ientos. Pero se les dijo q u e n o estaban solos, y que
y que n o tien en nada especial que ofrecerles, se qu ed an desconcertados,
los dem ás se sentían ofendidos de q u e quisieran estar solos, puesto que
y son llevados a algún lugar que esté de acuerdo co n su vida.
eran invitados. C u a n d o percib iero n ese sen tim ien to de ofensa en su pen­
E ntre los gentiles, los africanos son especialm ente valorados en el cie­
sam iento, su h u m o r cam bió, pues habían infligido una ofensa a los demas
lo. A ceptan las cosas buenas y verdaderas del cielo más diligentem ente
al hab er reivindicado co m o suyo algo que p erten ecía a otros (en la otra
que otros. Q u ie re n que se les llam e obedientes, pero n o fieles. D icen que
vida, tod o s los pensam ientos se com parten). P u d e percibir entonces su
los cristianos d eb en ser llam ados «fieles», puesto que tie n e n una d o ctrin a
tristeza. E sto significaba u n reco n o cim ien to de q ue p o dían haber m oles­
de fe, pero n o ellos a m enos que acepten la d octrina, o, co m o ellos m is­
tado a alguien, y u n sen tim ien to de vergüenza p o r ello, ju n to con otras
mos dicen, que puedan aceptarla207.
em ocio n es características de las personas honradas, de m anera que se po­
327. H e hablado con algunas personas que estuvieron en la Iglesia
día d ecir q u e estaban dotados de caridad.
Antigua208. (Por «Iglesia Antigua» nos referim os a la cultura religiosa que
H ablé co n ellos brev em en te después, y finalm ente m en c io n é al Señor.
prevaleció después del diluvio en m uchos reinos, a lo largo de Asiria,
C u a n d o le llam é «Cristo», p u d e sentir en ellos u n a especie de resistencia.
M esopotam ia, Siria, E tiopía, Arabia, Libia, Egipto, Palestina hasta T iro y
Pero la razó n estaba clara. Procedía de su exp eriencia en el m u n d o , de su

301
300
Sidón, y el país de C anaán a am bos lados del Jo rd án0.) Las gentes supieron en el cielo ni en la fe p o r el bautism o. El bautism o sirve solam ente co m o
entonces que el Señor iba a venir, y en ellos se infundieron los bienes de signo y recuerdo de que debem os nacer de nuevo, y de que quienes na­
la fe; pero apostataron y se hicieron idólatras. Están en la parte delantera, cen en la Iglesia p u e d e n renacer p o rq u e allí está la Palabra, la Palabra que
hacia la izquierda209, en una zona oscura, y se en cuentran en u n estado la­ contiene las verdades divinas que hacen posible la regeneración. La Iglesia
m entable. T ie n e n voces m onótonas, aflautadas, y prácticam ente carecen de está d o n d e el Señor, que es la fu ente del renacim iento, es c o n o cid o 8.
pensam iento racional. D ecían que habían estado allí durante siglos y que, Sépase, p o r tanto, que cada n iñ o que m uere, n o im p o rta d ó n d e haya
a veces, se les perm itía salir para prestar algún servicio dom éstico a otros. nacido, en la Iglesia o fuera de ella, de padres devotos o irreverentes, es
Esto m e llevó a reflexionar sobre los m uchos cristianos que no son aceptado p o r el S eñor después de la m u erte, llevado al cielo, in stru id o se­
idólatras e x te rio rm e n te, pero lo son in te rio rm e n te po rq u e realm ente se gún el o rd en divino y colm ado de sentim ientos p o r el b ien y, a través de
adoran a sí m ism os y al m undo, y en el fo n d o niegan al Señor. Esta es la ellos, del c o n o c im ie n to directo de la verdad; y luego, co n tin u am en te p er­
suerte q u e les espera en la otra vida. feccionados en inteligencia y sabiduría, todos esos individuos son lleva­
328. Se ha explicado en el § 308, supra, q u e la Iglesia del Señor está dos al cielo y convertidos en ángeles.
extendida p o r to d o el m undo. Es universal, pues, y está form ada p o r to­ C ualquiera que piense racionalm ente pued e co m p ren d er que nadie
dos los individuos q u e h an vivido en la v irtu d de la caridad según los nace para el infierno, sino que to d o el m u n d o nace para el cielo.
principios de su religión. E n relación con las personas de fuera, la Iglesia N osotros serem os culpables si vam os al infierno, pero los niños n o son to ­
d o n d e está la Palabra y es co n o cid o el S eñor es co m o el corazón y los davía responsables de nin g u n a culpa.
pulm ones del c u e rp o hum ano, que dan vida a todos los órganos y m iem ­ 330. Los niños que m u eren siguen siendo niños en la otra vida.
bros del c u erp o según su form a, localización y conexiones. T ienen el m ism o tipo de m e n te infantil, la m ism a ino cen cia en su ig n o ­
rancia, la m ism a delicadeza en todas las cosas; están solam ente en los ru ­
L o s n i ñ o s e n el c i e l o dim entos del proceso de convertirse en ángeles; pues los niños n o son án­
329. A lgunas personas creen que solam ente los niños nacidos en la geles en ser, sino que están en cam ino de llegar a serlo. E n realidad, to d o
Iglesia en tran en el cielo, pero n o los nacidos fuera de la Iglesia. D icen el que deja este m u n d o p erm an ece en el m ism o estado vital: u n bebé, en
esto p o rq u e los niños nacidos en la Iglesia son bautizados e introducidos el estado de bebé, u n n iñ o en el estado de niño, u n adolescente, adulto
en la fe de la Iglesia p o r el bautism o. N o co m p re n d en que nadie entra ni o anciano en el estado de adolescente, adulto o anciano. A hora b ien, es­
te estado term in a p o r cam biar. El estado de n iñ o es m e jo r que los otros,
11 La prim era o A ntiquísim a Iglesia en este planeta fue la descrita en los prim eros ca­ sin em bargo, co n respecto a la inocencia, y en el sentido de que los n i­
pítulos del Génesis, iglesia que estaba p o r encim a de todas las demás y tenía un carácter ños no han p erm itid o que los males enraícen en ellos al n o haberlos vi­
celestial: 607, 895, 920, 1121, 1122, 1123, 1124, 2896, 4493, 8891, 9942, 10545. Sus m iem­ vido. Todo lo celestial p u ed e sem brarse en la inocencia, p o rq u e la in o ­
bros estaban com o en el cielo: 1114-1125. H u b o varias iglesias después del D iluvio, a las cencia es el receptáculo de las verdades de la fe y los b u enos sentim ientos
que se d enom ina «Iglesia Antigua»; ju n to con alguna descripción: 1125-1127, 1327, 10355. del am or.
C ó m o eran los m iem bros de la Iglesia Antigua: 609 [607], 895. Las antiguas iglesias eran 331. La co n d ició n de los niños en la otra vida es in m ensam ente m e -
iglesias simbólicas: 519, 521, 2896. H abía una Palabra e n la Iglesia A ntigua, pero se per­
dió: 2897. C ó m o era la Iglesia A ntigua cuando com enzó a declinar: 1128. La diferencia > 1 El bautism o significa regeneración p o r el Señor p o r m edio de verdades de fe desde
entre la A ntiquísim a Iglesia y la Iglesia A ntigua: 597, 607, 640, 641, 765, 784, 895, 4493. h Palabra: 4255, 5120, 9089 [9088], 10239, 10386-10388, 10392. El bautism o es el signo de
Los estatutos, juicios y leyes que eran obligatorios en la iglesia ju d ía eran en alguna me­ que una persona pertenece a la Iglesia donde el Señor, fuente del renacim iento, es reco­
dida com o los de la Iglesia Antigua: 4288, 4449, 10149. El Señor era el Dios de la nocido: 10386-10388. El bautism o no da la fe ni la salvación, pero da testim onio del h e ­
A ntiquísim a Iglesia y de la Iglesia A ntigua, y era conocido com o Jehová: 1343, 6846. cho de que los que serán aceptados en el cielo serán los que hayan renacido: 10391.

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jo r que la de los niños en nuestro m u n d o p o rq u e n o están revestidos con no celestial frente al ojo d erecho (véase supra, § 118). Q u e los niños es­
u n c u erp o terrenal. E n su lugar, tie n e n u n c u erp o angélico. E l cuerpo te­ tén en la re g ió n de los ojos en el H o m b re U niversal o cielo, nos indica
rrenal es intrín secam en te pesado. N o recibe sus sensaciones e impulsos que están bajo la visión y el cuidado directos del Señor.
prim ario s del m u n d o espiritual o in terio r, sino del natural o exterior; por 334. D eb em o s explicar brevem ente có m o son educados los niños en
eso los niños de este m u n d o ap ren d en m ed ian te la práctica a andar, a ha­ el cielo. A p ren d en a hablar del ángel que les cuida. Sus prim eras palabras
cer cosas y a hablar; incluso sus sentidos, co m o la vista y el oído, se de­ son solam ente el sonido de su sentim iento, que g radualm ente se hace más
sarrollan p o r la práctica. Es diferente lo q u e o c u rre co n los niños en la articulado en la m edida en que las ideas que piensan en tran en ellos,
otra vida. A l ser espíritus, sus acciones n acen d irectam ente de su natura­ puesto que esas ideas que surgen de los sentim ientos constituyen to d o el
leza in tern a. A ndan sin práctica e incluso hablan, au n q u e al principio ex­ lenguaje angélico, com o p u ed e verse en §§ 234-245.
presen sólo sentim ientos generales, todavía n o diferenciados en concep­ Las prim eras cosas instiladas en esos sentim ientos (procedentes todos
tos m entales. Sin em bargo, m u y p ro n to son iniciados tam bién en estos de su inocencia) son aquellas que ven co n sus ojos y q u e les com placen
últim os, puesto que su naturaleza e x te rio r está de acuerdo con su natu­ de form a especial; y puesto que esas cosas son de o rig en espiritual, al m is­
raleza in terio r. T am bién entonces, las palabras de los ángeles fluyen de sus m o tiem po fluyen a ellos los aspectos del cielo que sirven para abrir su
sentim ientos, m odificadas p o r las ideas de su pensam iento, de m anera que naturaleza más profunda. D e esta m anera se hacen cada día más perfec­
sus palabras están en perfecta arm o n ía c o n los pensam ientos que surgen tos. C u an d o han com pletado la p rim era fase de su vida, son llevados a
de sus sentim ientos (véase supra, §§ 234-245). otro cielo d o n d e otros instructores les enseñan, y así sucesivam ente.
332. Tan p ro n to co m o los n iños son resucitados (lo que sucede inm e­ 335. A los niños se les enseña especialm ente m ed ian te im ágenes adap­
diatam ente después de su m u erte), son llevados al cielo y entregados a án­ tadas a su naturaleza, im ágenes que son más herm osas y más llenas de sa­
geles fem eninos que hayan am ado tie rn a m e n te a los niños durante su vi­ biduría que to d o lo que se p u ed e im aginar. D e esta m anera, se instila gra­
da física y q u e hayan am ado tam b ién a D ios. Y esos ángeles que habían dualm ente en ellos una inteligencia que extrae su esencia del bien. E n
am ado en este m u n d o a todos los niños co n u na especie de ternura m a­ este p u n to p u e d o citar dos ejem plos que yo m ism o he p o d id o ver y que
ternal, aceptan a los nuevos co m o si fueran suyos, y los niños am an a esos sirven para indicar la naturaleza del conjunto.
ángeles fem eninos co m o a sus m adres, co m o si esto fuera in n ato en ellos. Al p rincipio, representaban al S eñor saliendo resucitado de la tum ba
C ada u n o de estos ángeles tiene tantos niñ o s co m o su naturaleza m ater­ y, al m ism o tiem po, la u n ió n de su naturaleza h u m an a co n su naturaleza
nal espiritual requiere. divina. E sto se hacía de tal m anera que sobrepasaba to d a sabiduría h u m a­
Este cielo p u ed e verse delante de la frente, directam ente en la línea o na y, al m ism o tiem po, co n in o cencia infantil. Se representaba la idea del
radio en q u e los ángeles m iran al S eñor210. La razón de esta localización sepulcro, pero co n el S eñor presente de una fo rm a tan rem o ta que ape­
es que los niños están bajo el cuidado directo del Señor. E n ellos fluye el nas se podía decir que fuera el Señor, co m o si estuviera m u y lejos. D e es­
cielo de la inocencia, que es el tercer cielo. ta m anera elim inaban la sensación de m u erte que hay en la idea de se­
333. Los niños difieren en cu an to a su naturaleza. A lgunos tienen la pulcro. L uego algo etéreo, algo que parecía vago y acuoso se introducía
naturaleza de los ángeles espirituales, otros la naturaleza de los ángeles ce­ cuidadosam ente en el sepulcro, referido a la vida espiritual representada
lestiales. Los niños de naturaleza celestial aparecen en la parte derecha del por el bautism o, de nuevo desde una distancia apropiada.
cielo, y los de naturaleza espiritual en la izquierda. Todos los niños del E ntonces vi una representación del S eñor bajando hasta los cautivos y
H o m b re U niversal que es el cielo están en la reg ió n de los ojos, con los subiendo co n ellos hasta el cielo, presentada co n incom parable pru d en cia
de naturaleza espiritual en la reg ió n del ojo izquierdo y los de naturaleza Y reverencia. Para adaptarlo a la m entalidad infantil, había unas cu erdeci-
celestial en la reg ió n del ojo derecho, pues a los ángeles del reino espiri­ tas> casi invisibles, extrem adam ente suaves y delicadas, que caían hacia
tual el S eñ o r se les m uestra frente al ojo izquierdo y a los ángeles del rei­ abajo y sostenían al S eñor en su ascenso. E n to d o esto, había u n santo te ­

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m o r para que nada en esas im ágenes fuera tratado superficialm ente, para filando constantem ente bendiciones p o r m edio de tan maravillosos y cau­
que n o h u b iera nada que n o fuera espiritual y celestial. tivadores dones.
H abía otras representaciones q u e tam b ién incluían a niños - p o r ejem­ 338. Por u n m edio de co m u n icació n que es c o m ú n en la otra vida, se
plo, ju eg o s convenientes a la m e n te in fa n til- p o r las que eran iniciados en me ha m ostrado có m o son las ideas de los niños cuando m iran diversos
el co n o c im ie n to de la verdad y el sen tim ien to del bien. objetos. Es co m o si to d o estuviera vivo; así, en las m enores ideas de su
336. Se m e m ostró tam b ién la naturaleza de su delicado entendim ien­ p en sam ien to hay una vida inherente. D eduje que los niños de la tierra
to. C u a n d o yo rezaba la O ració n del S eñ o r y ellos fluían a mis ideas des­ tienen ideas más o m enos similares cuando están en sus ju e g o s, puesto
de su p ro p io en ten d im ien to , advertí q u e su influjo era tan delicado y sua­ que no tien en todavía el tipo de pensam iento reflexivo que tien e n los
ve que apenas era nada más q u e u n a sensación. Al m ism o tiem po observé adultos sobre lo inanim ado.
qu e su en te n d im ie n to había estado abierto al Señor, pues era com o si lo 339. M en c io n é antes que los niños tien en una naturaleza celestial o
que procedía de ellos fluyera sim plem ente a través de ellos. E n realidad, una naturaleza espiritual. Se p u ed e establecer co n m ucha claridad cuáles
el S eñ o r fluye en las ideas de los niños, p rin cip alm en te de los más inte­ son de naturaleza celestial y cuáles de naturaleza espiritual. Los prim eros
riores. N o hay nada, co m o sucede c o n los adultos, que cierre sus ideas, piensan, hablan y actúan más suavem ente, de m anera q u e nada es p er­
nin g ú n p rin cip io de falsedad q u e les im pida la verdadera com prensión, ceptible, salvo lo que fluye del am o r al bien, del am o r al S eñor y a los
nin g u n a vida de mal que les im pida aceptar el bien y que les cierre, por otros niños. Los otros no piensan, hablan ni actúan tan dulcem ente. E n
consiguiente, el cam ino a la sabiduría. cambio, hay algo así co m o una vibración de alas que aparece en to d o lo
P odem os d ed u cir de to d o esto que los niños n o se convierten en án­ que tiene relación con ellos. Esto p u ed e percibirse lo m ism o en su enfa­
geles inm ed iatam en te después de la m u erte, sino que son gradualm ente do que en otras cosas.
llevados al cielo a través del c o n o c im ie n to del bien y la verdad, todo se­ 340. M u ch o s piensan que los niños p erm an e cen para siem pre com o
gún los designios del cielo; pues los m enores detalles de su naturaleza son niños en el cielo y son co m o niños entre los ángeles. Los que no saben
conocidos p o r el Señor, y así son conducidos, en concordancia con to­ qué es un ángel ven confirm ada su o p in ió n en las im ágenes que ven p o r
dos y cada u n o de los im pulsos de sus inclinaciones, hacia la aceptación todas partes en las iglesias, d o n d e se representa a los ángeles co m o niños.
de las verdades que surgen del bien y el b ien constituido p o r la verdad. Sin em bargo, las cosas son realm ente m uy distintas. Es la inteligencia y la
337. T am bién se m e ha m ostrado có m o todas esas cosas son instiladas sabiduría lo que constituye u n ángel, cualidades que n o tien en cuando
em p lean d o m edios placenteros y deliciosos apropiados a su naturaleza. son niños. Los niños están con los ángeles, pero todavía n o son ángeles.
D e h echo, se m e ha p e rm itid o ver a niños atractivam ente vestidos, con Tan p ro n to co m o son inteligentes y sabios se co n v ierten en ángeles. E n
guirnaldas de flores sobre el p ech o que brillaban con colores celestiales y realidad - y esto es algo que m e so rp re n d ió - cuando llega ese m o m e n to
encantadores, y otras sem ejantes alrededor de sus delicados brazos. Una ya no parecen niños, sino adultos, p o rq u e ya n o tien e n una naturaleza in ­
vez incluso se m e p erm itió ver a algunos niños con sus niñeras, en com ­ fantil sino una naturaleza angélica más m adura. Esto va u n id o a la inteli­
pañía de algunas m ujeres jó v en es en u n ja rd ín paradisíaco - n o un jardín gencia y la sabiduría.
de árboles com unes, sino de arcos abovedados form ados p o r algo seme­ La razón de que los niños parezcan más m aduros cuando son perfec­
ja n te a laureles que al im bricarse unos co n otros form aban entradas en los cionados en inteligencia y sabiduría - e s decir, que tengan el aspecto de
cam inos q u e ofrecen acceso al in te rio r—, y esos niños vestidos con ign adolescentes y adultos jó v e n e s - es que la inteligencia y la sabiduría son el
belleza. Al entrar, las flores de la entrada resplandecían co n la luz más ale­ alim ento espiritual esenciaP. Por eso las cosas que alim entan su m e n te ali—
gre q u e se pueda im aginar. Esto m e p e rm itió d ed u cir la naturaleza de sus
deleites y có m o eran introd u cid o s en las bendiciones de la inocencia y Ia R El alim ento espiritual está constituido p o r los conocim ientos, la inteligencia y la sa-

solicitud p o r m ed io de cosas encantadoras y deliciosas, con el Señor íns- y p o r consiguiente p o r el bien y la verdad que son su fuente: 3114, 4459, 4792,

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m en tan tam b ién su cuerpo, lo q u e es u n resultado de la correspondencia, [3] La naturaleza de la in o cencia de los niños m e fue descrita com o
ya que la form a del c u erp o n o es otra cosa que la fo rm a ex terio r de la algo leñoso y casi sin vida que era vivificado cuando los niños se perfec­
naturaleza interio r. cionaban m ediante los descubrim ientos de la verdad y los efectos del
H ay q u e saber que los niños en el cielo n o crecen más allá de la pri­ bien. D espués, la naturaleza de la inocencia real fue representada co n u n
m era ju v e n tu d , y que p e rm a n e c en en esa edad para siem pre. H e podido niño sum am ente herm oso, desnudo y lleno de vida. Los realm ente in o ­
asegurarm e de que es así, pues he ten id o ocasión de hablar con algunos centes que están en el cielo in te rio r se m uestran a los ojos de otros ánge­
que habían sido llevados co m o niños al cielo y habían crecido allí, con les com o niños, algunos de ellos desnudos, puesto que la in o cencia se re­
otros m ientras eran todavía niños, y después, con los m ism os cuando ya presenta co m o una desnudez sin vergüenza, co m o leem os respecto del
eran jóvenes; y les he oído hablar del desarrollo de su vida y del paso de prim er h o m b re y su m ujer en el ja rd ín (Génesis 2, 25). T am bién p o r eso,
una edad a otra. cuando perd iero n su inocencia se avergonzaron de su desnudez y se es­
341. Podem os d educir de lo que h em os dicho a n te rio rm en te (§§ condieron (Génesis 3, 7. 10-11).
276-283) sobre la inocencia de los ángeles en el cielo que la inocencia es E n resum en, los ángeles son más sabios cuanto más inocentes son; y
el receptáculo de to d o lo celestial y, p o r lo tanto, que la inocencia de los cuanto más inocentes son, más se parecen a los niños. P o r eso, en la
niños es la m atriz de todos los sentim ientos hacia el b ien y la verdad. Palabra, infancia significa inocencia (véase supra, § 278).
Explicábam os allí que in ocencia es q u erer ser c o n d u cid o p o r el Señor y 342. H e hablado co n los ángeles acerca de los niños, preguntándoles
no p o r u n o m ism o, de m anera q u e la m edida en que estam os en la ino­ si estaban libres de males al n o te n er el co n o cim ien to del m al que tien en
cencia d eterm in a la m edida en q u e estam os liberados de preocupaciones los adultos. Se m e dijo sin em bargo que los niños están igualm ente en el
p o r nuestro ego. E n la m edida en que estam os liberados del ego, logra­ mal, incluso hasta el p u n to de que n o son nada sino m aL 211. Sin em bar­
m os una iden tid ad otorgada p o r el Señor. La id entidad del S eñor es lo go, a ellos, co m o a todos los ángeles, el S eñor les oculta sus males y los
que se d en o m in a la justicia y la dignidad del Señor. m antiene fijos en el bien hasta el p u n to de parecerles q u e están centrados
La ino cen cia de los niños, sin em bargo, n o es una inocencia real, por­ espontáneam ente en él. Por eso, para im pedir que los niños que han cre­
que carece todavía de sabiduría. La ino cen cia real es sabiduría po rq u e en cido en el cielo tengan una falsa idea de sí m ism os -e s decir, para que no
la m ed id a en que som os sabios querem os ser conducidos p o r el Señor; o crean que el bien que los rodea procede de ellos y n o del S e ñ o r- son
lo que v iene a ser lo m ism o, en la m edida en que querem os ser condu­
cidos p o r el Señor, som os sabios. I ' T odos nacem os en males de todo tipo, hasta el p u n to de que nuestra propia identi­
[2] P or eso los niños son llevados desde la in o cencia e x te rio r que los dad no es nada sino mal: 210, 215, 731, 874-876, 987, 1047, 2307, 2308, 3518, 3701, 3812,
caracteriza al p rincipio, lo que se llama la inocencia de la infancia, hasta 8480, 8550, 10283, 10284, 10286, 10731 [10732], P or eso debem os renacer, esto es, ser re­
la inocen cia in te rio r que es la ino cen cia de la sabiduría. Esta últim a ino­ generados: 3701. El m al que heredam os es am arnos a nosotros m ism os más que a D ios y
cencia es el objetivo de to d o el proceso de su in strucción. P o r consi­ al m undo más que al cielo, y considerar a nuestro prójim o com o nada en com paración
guiente, cu an d o llegan a la in o cen cia de la sabiduría, la inocencia de la con nosotros, salvo para nuestro beneficio y, p o r consiguiente, para nosotros m ismos; de
infancia q u e les había servido co m o m atriz en el en tretan to se u n e a ellos. manera que la herencia es am or p o r u n o m ism o y p o r el m undo: 694, 731, 4317, 5660. Es
de este am or a u n o m ism o y al m undo, cuando gobiernan, de d onde v ienen todos los
5147, 5293, 5340, 5342, 5410, 5426, 5576, 5582, 5588, 5656 [5655], 8562, 9003. Así, «ali­ males: 1307, 1308, 1321, 1594, 1691, 3413, 7255, 7376, 7480 [7489], 7488, 8318, 9335, 9348,
m ento» en u n sentido espiritual es cualquier cosa que procede de la boca del Señor: 681. 10038, 10742; males que son u n desprecio para los otros, hostilidad, odio, venganza, cruel­
«Pan» significa to d o alim ento en general, y p o r tanto todo bien celestial y espiritual: 276, d a d y engaño: 6667, 7372-7374, 9348, 10038, 10742; y de estos males viene todo lo que es
680, 2165, 2177, 3478, 6118, 8410. P o r eso alim entan la m ente que pertenece a la persona falso: 1047, 10283, 10284, 10286. Estos am ores irrum pen en la m edida en que se les da rien­
interior: 4459, 5293, 5576, 6277, 8418 [8410], da suelta y el a m o r a u n o m ism o aspira incluso al tro n o de Dios: 7375, 8678.

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puestos ocasionalm ente en co n tacto co n sus males hereditarios y m ante­ los niños en el cielo: p o r m edio de la co m prensión de la verdad y la sa­
nidos en ellos hasta que saben, reco n o cen y creen c ó m o son realmente biduría del bien, son conducidos a una vida angélica que consiste en
las cosas. am o r al S eñ o r y en u n am or m u tu o presidido p o r la inocencia.
[2] H abía u n indiv id u o que, al h ab er m u e rto en la infancia, había cre­ U n ejem plo p u ed e servir para ilustrar cuán diferente es en m uchos as­
cido en el cielo y sostenía esa o p in ió n . Era hijo de u n d eterm in ad o rey y pectos la ed u cación de los niños en la tierra. Estaba en una calle de una
había caído en la vida de mal en que había nacido. Por su aura vital yo gran ciudad y vi a varios niños peleándose. Se re u n ió una m u ltitu d que
diría que tenía ten d en cia a d o m in ar a los otros y que consideraba el adul­ los observaba co n placer, y m e dijeron que los propios padres alentaban
te rio co m o asunto sin im portancia, males que form aban parte de su he­ a los niños a peleas com o ésa. Los espíritus y los ángeles buenos que lo
rencia paterna. U n a vez reco n o ció que era así, fue sin em bargo aceptado veían to d o a través de mis ojos sentían tal repugnancia que yo m ism o p o ­
de nuevo en tre los ángeles c o n los que había estado antes. día sentir có m o se estrem ecían, especialm ente ante el h ech o de que los
[3] E n la otra vida, n in g u n o de nosotros sufre n in g ú n castigo por el padres alentaran ese tipo de conducta. D ijero n que actuando de ese m o ­
m al heredado, p o rq u e n o es nuestro. N o som os culpables de nuestra na­ do ahogarían en la edad más tem prana to d o el am o r m u tu o y toda la in o ­
turaleza hereditaria. Som os castigados sólo p o r to d o m al que nosotros ha­ cencia que los pequ eñ o s reciben del S eñor y los llevarían al o d io y la ven­
yam os realizado, es decir, p o r cu alquier m al h ereditario que hem os rei­ ganza. P or sus prácticas deliberadas sus niños n o serían aceptados p o r el
vindicado co m o nuestro actualizándolo en nuestras vidas212. cielo, d o n d e n o existe nada más que am or m u tu o . Los padres y m adres
La razón de q u e los niños q u e se han h e ch o adultos sean puestos en que deseen el bien para sus hijos deberían ten er cuidado con cosas com o
co n tacto co n su mal h ered itario n o es hacerles sufrir u n castigo; es que éstas.
lleguen a saber que p o r sí m ism os n o son nada sino m al y que son lleva­ 345. D eb em o s describir tam bién la diferencia entre las personas que
dos del in fiern o al cielo p o r la m isericordia del Señor. Esto les impide m ueren com o niños y las personas que m ueren com o adultos. Los que m u e ­
vanagloriarse ante los otros p o r el b ien que les espera, pues eso es con­ ren com o adultos tien e n u n plano214 adq u irid o en el m u n d o terrenal, m a­
trario a la b e n d ic ió n del am o r m u tu o y está asim ism o contra la verdad de terial, y lo llevan consigo. Este plano es su m em o ria y su sensibilidad fí­
la fe. sica, natural. Se estabiliza y luego queda inactivo; pero sirve n o obstante
343. Varias veces he estado co n algunos g rupos de niños m uy peque­ a su pensam iento después de la m u erte co m o un plano ex te rio r po rq u e
ños que todavía n o habían ap rendido a hablar213. P roducían un sonido su pensam iento fluye en él. P or eso la naturaleza de este plano y la for­
suave, in fo rm e, co m o si todavía n o fueran capaces de actuar ju n to s como ma en que su actividad racional responde a sus co n ten id o s d eterm in a la
lo harían si fueran mayores. Lo q u e m e sorp rendió fue que los espíritus naturaleza de los individuos después de la m uerte.
que estaban con m ig o n o pod ían dejar de in te n tar hacerlos hablar, pues Q uienes h a n m u e rto en la infancia y han sido elevados al cielo no
ese tipo de im pulso es in n ato en los espíritus. Sin em bargo, observe que tienen, sin em bargo, este tipo de plano. T ie n e n u n plano n atu ral-esp iri­
los niños siem pre se resistían, n o q u e rie n d o hablar así. C o n frecuencia tual po rq u e n o llevan consigo nada del m u n d o m aterial ni de sus c u er­
capté u n a reluctancia, u n a aversión, acom pañada de u n cierto resenti­ pos terrenales. E sto significa que no p u e d e n dejarse arrastrar hacia sen­
m iento. Y cuando llegaban a te n e r una cierta capacidad de hablar, toa® tim ientos toscos y los pensam ientos consiguientes, pues to d o lo to m an
lo que decían era «eso n o es así». Se m e dijo que se trata de un tipo del cielo.
pru eb a a q u e se som ete a los niños n o sólo para acostum brarlos y ense­ N o solam ente eso, los niños pequ eñ o s no saben q u e nacieron en la
ñarles a resistir lo q u e es falso y m alo, sino para evitar que piensen, ha erra, sino que piensan que nacieron en el cielo. E sto significa que no
bien o actúen a las órdenes de otro, de m anera que no se dejen conducir tenen conciencia de n in g ú n nacim ien to diferente del nacim ien to espiri­
p o r nadie sino p o r el Señor. / ,1 tual que se realiza a través de la fam iliaridad con el b ien y la verdad y p o r
344. Podem os d ed u cir de lo dicho hasta aquí có m o es la educación ^ tttedio de la inteligencia y la sabiduría que hacen a las personas verdade­

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ram en te hum anas. Puesto q u e esto procede del Señor, creen que ellos f ir m a m e n to . La razón de que brillen es que siem pre que la verdad divi­
p erte n e c en al Señor, y les gusta q u e así sea. na aparece en el cielo, brilla (véase supra, § 132); y en razón de la corres­
N o obstante, el estado de quienes h an crecido en la tierra puede lle­ pondencia, el firm am en to del cielo significa la inteligencia más pro fu n ­
gar a ser tan perfecto co m o el estado de los niños que han crecido en el da, tanto en los ángeles com o en nosotros, que está en la luz del cielo.
cielo si se apartan de los am ores físicos y terrenales, del am o r a sí mismos [2] Sin em bargo, quienes tienen am or a la verdad en razón de la ala­
y del am o r al m u n d o , y aceptan en su lugar las form as de a m o r espiritual. banza de este m u n d o o la alabanza del cielo posiblem ente n o p u e d e n b ri­
llar en el cielo, p o rq u e no son deleitados y m ovidos p o r la luz del cielo,
L o s s a b i o s y l o s s i m p l e s e n el c i e l o sino solam ente p o r la luz del m u n d o ; y esta luz sin la luz celestial es p u ­
346. Se piensa que los sabios ten d rán más gloria y ren o m b re en el cie­ ra oscuridad“. Es entonces la gloria del yo la que go b iern a p o rq u e ése es
lo que los sim ples p o rq u e se dice en D aniel: «Los entendidos resplande­ el objetivo que se tien e a la vista, y cuando esa gloria es nuestro o b jeti­
cerán co m o el resplandor del firm am en to ; y los que enseñan la justicia a vo, entonces estam os centrados p rin cip alm en te en nosotros m ism os; y las
la m u ltitu d 215, co m o las estrellas a p e rp e tu a eternidad» (D aniel 12, 3). Sin verdades q u e son útiles com o m ed io para nuestra propia gloria son c o n ­
em bargo, n o son m uchos los que saben lo q u e se quiere decir con «los sideradas solam ente co m o m edios para u n fin y co m o esclavas. Pues siem ­
entendidos» y «los q u e enseñan la justicia». Es o p in ió n c o m ú n que éstos pre que am am os las verdades divinas en razón de nuestra propia gloria,
son los que d en o m in am o s eruditos y doctos, especialm ente los que han centram os en nosotros m ism os las verdades divinas y n o en el Señor. Esto
desem peñado funciones docentes en la Iglesia y han superado a los otros desvía nuestra m irada (que es una actividad de nuestro e n te n d im ie n to y
en d o ctrin a y en predicación, y más aún si están entre aquellos que han de nuestra fe) del cielo hacia el m u n d o y del S eñor hacia nosotros m is­
convertido a otros a la fe. Todas las personas así son consideradas «enten­ mos. P or eso estam os en la luz del m u n d o y no en la luz del cielo.
didas» en el m u n d o ; pero co n todo, las personas de las que habla este ver­ [3] E x te rio rm e n te , a ojos de los dem ás, parecen tan inteligentes y sa­
sículo n o son «entendidas» en el cielo a m en o s que su inteligencia sea la bios com o los que están a la luz del cielo, po rq u e hablan más o m enos de
inteligencia celestial q u e vam os a describir. la misma m anera. Incluso pu ed en parecer más sabios ex te rio rm e n te, p o r­
3 47 . La in teligencia celestial es una inteligencia in te rio r que surge del que están vigorizados p o r su egoísm o y han aprendido a im itar los senti­
am o r a la verdad, n o en busca de alguna alabanza p o r parte del m u n d o o m ientos celestiales. Pero in te rio rm e n te , según los ven los ángeles, son to ­
del cielo, sino sim plem ente p o r la verdad m ism a, p o r ser profundam ente talm ente diferentes.
conm o v ed o ra y deliciosa. Las personas q u e son m ovidas y deleitadas por D e esto po d em o s deducir en alguna m edida quiénes son «los e n te n ­
la verdad m ism a son m ovidas y deleitadas p o r la luz del cielo; y si es así, didos [que] resplandecerán co m o el resplandor del firm am ento». A hora
entonces son m ovidas tam bién p o r la verdad divina y realm ente p o r el debem os explicar quiénes son «los que enseñan la justicia a la m u ltitu d ,
S eño r m ism o, puesto q u e la luz del cielo es la verdad divina, y la verdad com o las estrellas a p erp etu a eternidad».
divina es el S eñ o r en el cielo (véase supra, §§ 126-140).
Esta luz p en etra solam ente en los niveles más profundos de la m ente, | ’ La luz del m u n d o es para la persona exterior; la luz del cielo, para la interior: 3222,
puesto que sólo los niveles más profundos de la m en te están form ados pa­ 3223 [3224], 3337. La luz del cielo fluye en nuestra ilum inación natural, y com o personas
ra aceptarla; y en la m edida en que p en etra en ellos, conm ueve y deleita naturales som os sabios en la m edida en que aceptam os la luz del cielo: 4302, 4408.
po rq u e to d o lo q u e fluye allí desde el cielo y es aceptado co n tien e delei­ M irando desde la luz del m undo, es decir, con lo que se denom ina ilum inación natural,
te y placer en su interio r. Esta es la fuen te de u n sen tim ien to auténtico las cosas que están a la luz del cielo n o p u e d en verse, p ero sí sucede lo contrario: 9754
de la verdad, u n sentim iento de la verdad p o r sí m ism a. Las personas que [9755], P o r eso las personas que están solam ente e n la luz del m u n d o n o pueden ver las
participan de este sen tim ien to (o este am or, que equivale a lo m ism o) dis­ cosas que están en la luz del cielo [leemos luce, «luz», en lugar del absurdo lude de la pri-
frutan de inteligencia celestial y brillan en el cielo com o el resplandor del mera edición]: 3108. La luz del m u n d o es oscuridad para los ángeles: 1521, 1783, 1880.

312 313
348. «Los q u e enseñan la ju sticia a la m ultitud» se refiere a los sabios. con nosotros tras la m uerte, d o n d e es au m entado y com pletado, siem pre
E n el cielo las personas son llamadas sabias si están com prom etidas en el según el grado de nuestro sen tim ien to y deseo de verdad y de bien, y no
b ien , y están co m prom etidas en el b ien cuando llevan las verdades divi­ más allá de ese grado. Las personas que han ten id o p o c o sen tim ien to y
nas d irectam en te a su vida, puesto que la verdad divina se convierte en deseo reciben poco, pero sin em bargo tanto co m o pu ed an aceptar en su
b ien cu an d o llega a ser m ateria de vida. E n to n ces se co n vierte verdade­ nivel. Las personas que han ten id o u n intenso sen tim iento y u n gran d e­
ram en te en m ateria de volu n tad y am or; y to d o lo que p erte n ec e a nues­ seo reciben m ucho. El nivel real de sentim iento y deseo es co m o una m e ­
tra v o lu n tad y nuestro am o r es considerado bu eno. P or eso se les llama dida que se llena hasta que rebosa. Esto significa más para las personas cu ­
sabios, p o rq u e la sabiduría es m ateria de vida. E n cam bio, de aquellos que ya m edida es grande y m enos para las personas cuya m ed id a es pequeña.
n o llevan directam en te las verdades divinas a su vida, sino que las consig­ Así es p o rq u e el am or, al que sen tim ien to y deseo p e rten ec en , acepta to ­
nan p rim e ro en su m e m o ria y luego las sacan para aplicarlas a la vida, se do lo que se ajusta a él; p o r eso, tanto co m o ama, así recibe. Éste es el
dice q u e son inteligentes. La naturaleza y el alcance de la diferencia en­ sentido de las palabras del Señor: «Porque a cualquiera que tien e se le da­
tre los sabios y los inteligentes en los cielos ha sido presentada en el capí­ rá y tendrá más» (M ateo 13, 12; 25, 29); «M edida buena, apretada, rem e­
tulo sobre los dos reinos del cielo, el celestial y el espiritual (§§ 20-28), y cida y rebosando» (Lucas 6, 38).
en el capítulo sobre los tres cielos (§§ 29-40). 350. E n el cielo son aceptados todos los que han am ado la verdad y el
D e quienes están en el rein o celestial del Señor, especialm ente en el bien p o r ser verdadero y bueno. Las personas que han am ado m u ch o son
tercer cielo o cielo más in terio r, se dice q u e son justos p o rq u e no se atri­ las únicas a las que se llama «sabias», y a las personas que han am ado m e ­
buy en n in g u n a justicia a sí m ism os, sino q u e toda justicia la atribuyen al nos se les llam a «simples». Los sabios en el cielo están en una luz ab u n ­
Señor. La ju sticia del S eñor en el cielo es el b ie n que procede del Señorí, dante, m ientras que los simples en el cielo están en una luz m en o r, siem ­
de m anera q u e éstos son los que «enseñan la justicia», aquellos a los que pre en fu n ció n de su nivel de am or al bien y la verdad.
se refiere el S eñ o r cu an d o dice: «Entonces los justos resplandecerán co­ A m ar la verdad y el bien po rq u e es verdadero y b u e n o es quererlo y
m o el sol en el reino de su Padre» (M ateo 13, 43). La razón de que res­ hacerlo, pues las personas que qu ieren y actúan son las que am an, n o las
plandezcan c o m o el sol es que están en el am o r al S eñor desde el Señor, que no qu ieren ni actúan. Los prim eros son los que am an al S eñor y son
y este am o r es lo que significa el sol (véase supra, §§ 116-125). Además, la amados p o r el Señor, p o rq u e el b ien y la verdad son del Señor; y puesto
luz que tie n e n es ardiente, y sus pensam ientos individuales tienen algo de que son del Señor, el S eñor está en ellos (al estar presente en lo que es
flam ígero, pues están recibiendo el bien del am o r directam ente del Señor bueno y verdadero); p o r eso está con las personas q u e aceptan el bien y
co m o el sol en el cielo. la verdad en sus vidas deseándolo y haciéndolo.
349. Todos aquellos q u e han ad q u irid o inteligencia y sabiduría en el Visto en sí m ism o el ser h u m an o n o es nada sino su b ie n y su verdad,
m u n d o son recibidos en el cielo y se co n v ierten en ángeles, según la cua­ pues el bien es la substancia de la voluntad y la verdad es la substancia del
lidad y cantidad de su inteligencia y sabiduría individuales. Todo lo que entendim iento, y la cualidad de la volición y el en ten d im ie n to d e te rm i­
hem os ad q u irid o en este m u n d o p erm an ece con nosotros. Lo llevamos na nuestra propia cualidad com o personas. D ed u cim o s de aquí que so­
ntos am ados p o r el S eñor en la m edida en que nuestra voluntad está fo r-
b La dignidad y la justicia del Señor son el bien que gobierna en el cielo: 9486, 9 9 « ntada p o r el b ien y nuestro e n ten d im ien to p o r la verdad.
Los justos, o los que enseñan la justicia, son aquellos a quienes la dignidad y la justicia Ser am ados p o r el S eñor es tam bién am ar al Señor, p o rq u e el a m o r es
Señor les han sido asignadas, y los injustos son aquellos que tienen su propia justicia y reciproco. El S eñor capacita a lo am ado para amar.
nidad: 5069, 9263. La naturaleza en la otra vida de las personas que han reclamado l a J H 351. E n este m u n d o se cree que las personas que están llenas de co ­
ocia para sí: 942, 2027. La justicia en la Palabra se adscribe al bien, y el ju ic io a la v en » “ fl nocim ientos -se a n referentes a las doctrinas de la Iglesia y la Palabra o a
p o r eso hacer justicia y ju ic io es hacer el bien y la verdad: 2235, 9857. ks artes y las cien cias- ven las verdades más profunda y claram ente que

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las otras, y q u e son p o r tan to más inteligentes y sabias. Esas personas creen dades naturales, civiles, m orales y espirituales. C aptan estas verdades
lo m ism o de sí mismas. D eb em o s explicar ahora qué son la inteligencia cuando las oyen, pero no las ven den tro de sí m ism os. E n cam bio, los sa­
y la sabiduría verdaderas, y q u é son la inteligencia y la sabiduría espurias. bios son aquellos cuyos niveles más profundos han sido n o solam ente
[2] La verdadera inteligencia y la verdadera sabiduría ven y co m pren­ abiertos, sino tam bién desarrollados. Ven ambas verdades dentro de sí y
las captan.
d en lo que es verdadero y b u en o ; sobre esa base ven lo que es falso y m a­
lo y distinguen certeram en te en tre ellos; y hacen esto desde la intuición Vemos así qué son la verdadera inteligencia y la verdadera sabiduría.
y la percep ció n interio r. H ay u n nivel más p ro fu n d o y otro nivel más ex­ 352. P or pseudointeligencia y pseudosabiduría nos referim os a n o ver
te rn o en to d o individuo, c o m p ren d ien d o el más pro fu n d o lo que p erte­ y percibir lo que es verdadero y b u en o (y tam p o co p o r lo tanto lo que es
nece a la p ersona in te rio r o espiritual y el e x te rio r lo que perten ece a la falso y m alo) desde dentro de un o m ism o, y lim itarse a creer que las co ­
persona e x te rio r o natural. La form a en que los niveles más profundos es­ sas son verdaderas y buenas o falsas y malas po rq u e alguien lo dice, y en ­
tán form ados y se u n e n co n los exteriores d eterm in a la form a en que ve­ tonces ratificarlo. Q u ienes así hacen n o ven lo que es verdadero sobre la
m os y percibim os. N uestros niveles mas profundos solam ente pueden ser base de su verdad, sino solam ente p o r la au to rid ad de alguien, y pueden
form ados en el cielo, m ientras que los exteriores se fo rm an en este m u n ­ agarrarse tanto a algo falso co m o a algo verdadero y creer en ello, e in ­
do. C u a n d o los niveles interiores se han fo rm ad o en el cielo, entonces to ­ cluso racionalizarlo hasta que realm ente parezca verdadero. Todo lo que
do lo q u e allí sucede fluye a los niveles exteriores que se derivan de este se racionaliza adquiere la apariencia de verdad, y n o hay nada que no
m u n d o y así se fo rm an de m o d o q u e se co rresp onden co n aquéllos, esto pueda racionalizarse. Los niveles más profundos de tales individuos se
es, para q u e p u ed an actuar u n itariam en te co n los niveles interiores. U na abren sólo hacia abajo, y sus niveles más ex ternos se abren en la m edida
vez q u e se ha realizado este proceso, vem os y percibim os desde dentro. en que co n firm an sus opiniones. P or eso la luz desde la q u e ven n o es la
La única form a en q u e los niveles interiores p u e d en form arse es m e­ luz del cielo, sino la luz del m u n d o , lo que se den o m in a «ilum inación na­
diante nuestra fijación en la D eid ad y en el cielo, pues co m o ya se seña­ tural»21'1. A esa luz, las cosas falsas p u ed e n brillar co m o si fueran verdade­
ló, los niveles más profundos se form an en el cielo. N o s centram os en la ras. En realidad, desde el m o m e n to en que hay una co nvicción co m p le­
D eidad cu an d o creem os en ella y la aceptam os co m o fuente de toda ver­ ta, pueden incluso brillar intensam ente, aunque n o a la luz celestial.
dad y to d o b ien y, p o r consiguiente, de toda inteligencia y toda sabidu­ Las personas m enos inteligentes y sabias de este tipo son aquellas que
ría. C reem os en la D eidad cu an d o querem os ser conducidos p o r ella. Es­ se han convencido de m uchas opiniones, y las más inteligentes y sabias las
que se han convencido de m enos.
ta es la única m anera de que nuestros niveles más profundos se abran.
[3] C u a n d o nos consagram os a esta fe y llevamos una vida acorde con Vemos así qué es la pseudointeligencia y la pseudosabiduría.
ella, disfrutam os de la capacidad de co m p ren d er y ser sabios. Sin em bar­ [2] Sin em bargo, esta categoría no incluye a las personas que de niños
go, para ser inteligentes y sabios es conveniente que aprendam os m uchas creyeron co m o verdadero lo que escucharon a sus m aestros, si p o sterio r­
cosas n o sólo sobre las cuestiones celestiales, sino tam bién sobre las terre ­ mente en su ju v e n tu d , cuando em pezaron a pensar p o r sí m ism os, n o se
nales. A pren d em o s sobre las cosas celestiales p o r la Palabra y la Iglesia, y m antuvieron en esas opiniones sino que, sintiendo el anhelo de la verdad,
sobre las terrenales p o r las artes y las ciencias. En la m edida en que apren­ se esforzaron en buscarla y se sintieron in te rio rm e n te conm ovidos cuan-
dem os y aplicam os nuestro aprendizaje a nuestras vidas, nos hacem os in­ ^o la encontraron. Puesto que son im pulsados p o r la verdad m ism a, ven
teligentes y sabios, pues en esa m edida nuestra visión profunda, la visión 0 que es verdadero antes de hacer de ello una cuestión de convicción'.
de nuestro en ten d im ien to , y nuestro sen tim ien to profundo, que es el sen­
HMm ^ parte de la sabiduría ver y com p ren d er si algo es verdadero antes de que alguien
tim ien to de nuestra voluntad, son perfeccionados.
^ ra tifiq u e , no ratificar lo que dicen otros: 1017, 4741, 7012, 7680, 7950. V er y co m p ren -
D e estas personas, los simples son aquellos cuyos niveles profundos
. que es verdadero antes de que sea ratificado se concede solam ente a las personas
han sido abiertos, pero n o h an sido tan desarrollados a través de las ver­

317
[3] U n ejem plo p u ed e servir para ilustrarlo. A lgunos espíritus estaban c i ó n no se eleva p o r encim a de las cosas que en este m u n d o están frente

em peñados en una conversación sobre la razón de que los animales naz­ a sus ojos, cosas que m a n tien en en su m e m o ria y exam inan casi física­
can co n el co n o c im ie n to de to d o lo que es apropiado a su naturaleza, y m e n t e . Esto sucede aun q u e las mismas ramas de c o n o cim ie n to sirvan a la

los seres h um anos, no. Se les dijo q u e eso se debe a que los animales es­ g e n t e verdaderam ente inteligente co m o m edio de fo rm ar su en te n d i­

tán p len am en te integrados en el o rd en apropiado a su vida, m ientras que m i e n t o . P or «ramas de conocim iento» m e refiero a las diversas disciplinas

nosotros no; p o r eso tenem os q u e ser in tro d u cidos en ese orden p o r me­ e x p e rim e n ta le s c o m o Física, A stro n o m ía, Q u ím ic a , M ecán ica,
dio de cogniciones y cono cim ien to s. Si naciéram os según el orden de G e o m e t r í a , A natom ía, Psicología, Filosofía e H istoria Política, así com o

nuestra vida, q u e es am ar a D ios sobre todas las cosas y al prójim o como a los cam pos de la literatura y la crítica y el estudio del lenguaje.
a nosotros m ism os, naceríam os en inteligencia y sabiduría y p o r consi­ [2] H ay dignatarios de la Iglesia que niegan lo D ivino. E n efecto, no
gu ien te en la aceptación de to d o lo que es verdadero en la m edida en que elevan su pensam ien to p o r encim a de los asuntos sensibles de la persona
nuestra in tu ic ió n lo captara. Los buen o s espíritus viero n y com prendie­ exterior y consideran que el c o n te n id o de la Palabra n o es diferente del
ron in m ed iatam en te q u e esto era así desde la luz de la verdad. Sin em­ conocim iento de cualquier otra cosa; n o tratan ese co n ten id o co m o te ­
bargo, algunos espíritus que se habían convencido sólo de la fe y habían ma de pensam iento o de cualquier consideración m inuciosa m ediante la
dejado a u n lado el am o r y la caridad n o p o d ían com prenderlo, porque mente racional ilum inada. E sto se debe a que sus niveles profundos están
la luz de las falsas convicciones oscurecía para ellos la verdad. cerrados, y ju n to con ellos, los niveles más externos q u e están próxim os
353. P or inteligencia y sabiduría falsas nos referim os a toda inteligen­ a esos niveles profundos. La razón de que estén cerrados es que han v u el­
cia y sabiduría que esté desprovista del c o n o cim ien to de lo D ivino. En to su espalda al cielo e invertido las cosas que allí p o d ían ver, cosas que
realidad, quienes n o reco n o c e n al Ser D iv in o sino que colocan a la natu­ son las propias de los niveles más profundos de la m e n te hum ana, com o
raleza en lugar de lo D iv in o piensan sobre la base de sus cuerpos físicos. señalamos a n te rio rm e n te. P or eso no p u ed en ver lo que es verdadero y
Están centrados solam ente en los sentidos, n o im p o rta cuán doctos y eru­ bueno, po rq u e esos asuntos están para ellos en la oscuridad, m ientras que
ditos p u ed an ser considerados en este m u n d o d. Sin em bargo, su instruc- lo que es falso y m alo está a la luz.
[3] N o obstante, la gente centrada en los sentidos p u e d e pensar lógi­
que son impulsadas p o r la verdad e n razón de la verdad y de la vida: 8521. La luz de la camente, y algunos de ellos incluso co n más habilidad y p en e tra ció n que
ratificación es una luz natural y n o una luz espiritual; es una luz sensorial que puede en­ otros. Sin em bargo, apoyados en su p ropio saber, se fían de las engañosas
contrarse tam bién entre los inicuos: 8780. T o d o puede ser racionalizado, incluso lo falso, apariencias sensibles y co m o p u e d en pensar lóg icam en te de esa form a,
de m anera que parezca ser verdadero: 2482 [2477], 2490 [2480], 5033, 6865, 8521. piensan que son más sabios que los dem ás'. El fuego que alim enta su ra­
d El nivel sensorial es el nivel más exterior de nuestra vida, apegado e incrustado en zonam iento es el fuego del am o r a sí m ism os y al m undo.
nuestros cuerpos: 5077, 5767, 9212, 9216, 9331, 9730. D ecim os que son personas c e n tr a d a s Son las personas entregadas a la falsa inteligencia y sabiduría, aquéllos
en los sentidos si evalúan y deciden todo sobre la base de sus sentidos físicos y no creen
nada a m enos que lo vean c o n sus ojos y lo to q u en con sus manos: 5094, 7693. Quienes en ' os sentidos: 6316. U n a descripción de la naturaleza de las personas centradas en los
son así construyen su pensam iento en su m ente más externa, y n o interiorm ente den sentidos: 10236.
de sí mismos: 5089, 5094, 6564, 7693. Su nivel más profundo está cerrado, de manera que El pensam iento lógico de las personas centradas en los sentidos es hábil y agudo p o r-
no pued en ver nada de la verdad divina: 6564, 6844, 6845. E n resum en, están en una ilu concentra toda la inteligencia en el discurso realizado desde la m em oria física: 195,
m inación natural ordinaria y n o pued en ver nada que proceda de la luz del cielo. 5700> 10236. Sin em bargo, todo esto se apoya en una engañosa apariencia sensorial:
6310, 6564, 6844, 6845, 6598, 6612, 6614, 6622, 6624. P o r eso se o p o n e n tan r a d i c a lm e n te 6948, 6949, 7693. Las personas centradas en los sentidos son más astutas y viciosas
a todo lo que supone el cielo y la Iglesia: 6201, 6316 [6310], 6844, 6845, 6948, 6949. *lUe otras: 7693, 10236. Los antiguos llam aban a la gente así «serpientes del árbol del co­
eruditos que se han convencido en oposición a las verdades de la Iglesia están centra«® nocimiento»: 195-197, 6398, 6949, 10313.

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citados p o r el S eñor en M ateo, q u e «viendo n o ven, y oyendo no oyen, que está d irec tam en te u n id o a sus sentidos físicos, c o m o las disciplinas
ni entienden» (M ateo 13, 13), y tam bién aquellos a los que se refieren las académicas q u e en u m eram o s a n te rio rm e n te. Lo q u e p e rm a n e c e es ú n i­
palabras: «Porque escondiste estas cosas de los sabios y los entendidos, y cam ente la capacidad racional que ahora sirve co m o base al pen sam ien ­
las revelaste a los niños» (M ateo 11, 25). to y al discurso. E n realidad llevam os c o n nosotros to d a nuestra m e m o ­
3 5 4 . Se m e ha p e rm itid o hablar co n m uchos eruditos después de mar­ ria natural, p ero sus co n ten id o s n o están abiertos a n u estro ex am en y no
charse de este m u nd o , co n algunos que fueron renom brados y celebrados entran en n u estro p en sam ien to c o m o cu an d o estábam os vivos en este
en to d o el m u n d o literario p o r sus escritos, así com o con algunos que no m undo. N o p o d em o s re cu p erar nada de ello y presentarlo a la luz espi­
fueron tan con o cid o s pero q u e sin em bargo ten ían en su in te rio r una sa­ ritual p o rq u e los co n ten id o s n o son o b jeto de esa luz. Sin em bargo, las
biduría oculta. capacidades cognitivas o racionales que ad q u irim o s a través de las artes
A quellos que en el fo n d o negaban a la D eidad, la reconocieran o no y las ciencias m ientras vivim os en la carn e se adecúan a la luz del m u n ­
en voz alta, se habían v u elto tan estúpidos q u e apenas p o dían com pren­ do espiritual. P o r eso, en la m edida en q u e nuestro esp íritu se ha h e ch o
der alguna verdad profana, y m u ch o m enos alguna verdad espiritual. Yo racional p o r m ed io de las cogniciones y c o n o cim ien to s ad q u irid o s en
podía c o m p re n d e r y ver q u e los niveles interiores de su m en te estaban tan este m u n d o , som os racionales después de nuestra p a rtid a del cuerpo.
cerrados q u e parecían tinta negra (cosas co m o éstas se hacen visibles en Pues en tonces som os espíritus, y es el espíritu el q u e piensa d en tro del
el m u n d o espiritual), y esto significaba que n o p o dían soportar ninguna cuerpof.
luz celestial ni p e rm itir la entrada a n in g ú n influjo del cielo. La negrura 356. Es diferente para las personas que han ad quirido inteligencia y sa­
que envolvía sus niveles m ás profundos era m ayor y más extensa en quie­ biduría p o r m edio de cogniciones y conocim ientos, personas que han
nes se habían convencido de su oposición a lo D ivino p o r m edio de su aplicado to d o al servicio de su vida y, al m ism o tiem po, han reco n o cid o
eru d ició n secular. al Ser D ivino, han am ado la Palabra y han llevado una vida espiritual y
E n la otra vida, las personas así aceptan alegrem ente cualquier cosa fal­ moral (com o se describe supra, en § 319). A ellos, el saber les sirvió de
sa. La absorben co m o u n a esponja absorbe el agua; y rechazan cualquier medio para ser sabios y para alim entar su fe. Los niveles más profundos
cosa verdadera co m o algo óseo y elástico rechaza cualquier producto que de su m e n te son percibidos e incluso se ven co m o si fueran transparentes
caiga sobre ello. Se dice tam bién que si las personas se convencen a sí mis­ a la luz, con un co lo r brillante, llam eante o azul, co m o el de los diam an­
mas de su o posición a lo D iv in o y de su defensa de la naturaleza, sus ni­ tes, rubíes o zafiros traslúcidos, en concordancia con la co n firm ació n de
veles p rofundos se vuelven realm ente óseos. Incluso sus cabezas se vuel­ sus co nocim ientos acerca de lo D ivino y las verdades divinas. La in teli­
ven callosas, com o si estuvieran hechas de ébano, y esto alcanza igualm ente gencia verdadera y la sabiduría verdadera aparecen así cuan d o se presen­
a su nariz, señal de q u e ya n o tien en n in g u n a p ercepción. tan visualm ente en el m u n d o espiritual. Esto p rocede de la luz del cielo,
Las personas así están hundidas en cenagales, d o n d e son acosados por que es la verdad divina que em ana del Señor, fu ente de toda inteligencia
las alucinaciones en que se co n v ierten sus falsedades. Su fuego del infier­ y sabiduría (véase supra, §§ 126-133). [2] Los planos focales de esta luz, en
n o es su ardiente deseo de gloria y de fama, que los lleva a atacarse entre los que las som bras son com o colores, son los niveles más profundos de
sí y a a to rm e n ta r co n celo infernal a to d o el que n o los adora com o a la m ente; y esas som bras o variaciones de co lor son producidas p o r las
dioses. Se h acen esto unos a otros de fo rm a sucesiva. confirm aciones de las verdades divinas descubiertas a través de la n atura-
E n esto se con v ierte to d o el saber terren al que n o acepta la luz del cie­
lo m ediante el reco n o cim ien to de lo D ivino. f Los conocim ientos conciernen a nuestra m em oria natural, que conservam os m ien­
355. Podríam os d e d u c ir c ó m o son cu an d o llegan al m u n d o espiritual t a estamos en el cuerpo: 5212, 9922. Llevam os con nosotros toda nuestra m em oria na-
después de la m u e rte sim p lem en te p o r el h e c h o de q u e en ese p u n to to ­ **1 después de la m uerte: 2475; desde la experiencia: 2481-2486; pero p o r m uchas razo-
do lo relativo a su m e m o ria natural qued a inactivo, al igual que todo lo nes’ no podem os sacar de ella las cosas com o hacíam os en este m undo: 2476, 2477, 2479.
leza, es decir, m ed ian te aprendizaje8. E n realidad, la m e n te in te rio r exa­ que se construye y fundam enta nuestra vida m oral y cívica así com o
m ina el m aterial existente en la m e m o ria natural y em plea el fuego del n u e s tra vida espiritual; y se aprenden co n idea de em plearlos: 1489, 3310.
am o r celestial para refinar, p o r decirlo así, las cosas que allí se encuentran, Las cogniciones abren el cam ino a la persona interio r, y luego un en a esa
para sacarlas y purificarlas hasta el p u n to de convertirlas en conceptos es­ p e rso n a con la e x te rio r en p ro p o rció n a la acción útil: 1563, 1616.
pirituales. N o som os conscientes de que esto o cu rre m ientras estamos en N u e s t r o fun cio n am ien to racional nace de los con o cim ien to s y las cogni­

el cu erp o físico p o rq u e en ese estado, au n q u e pensem os espiritual y na­ c i o n e s : 1895, 1900, 3086. Pero esto no sucede p o r m ed io de las cognicio­

tu ralm en te, n o observam os todavía lo q u e pensam os espiritualm ente, n e s e n sí, sino a través del deseo de llevarlas a la práctica: 1895.

sino sólo lo q u e pensam os n aturalm ente. Sin em bargo, una vez hemos [5] H ay con o cim ien to s que están abiertos a las verdades divinas y co ­
llegado al m u n d o espiritual, n o som os conscientes de lo que antes pen­ nocim ientos que n o lo están: 5213. La info rm ació n vacía debe ser supri­
sábamos naturalm ente, en este m u n d o , sino solam ente de lo que pensá­ mida: 1489, 1492, 1499, 1580 [1581]. La info rm ació n es «vacía» si tiene
bam os espiritualm ente. D e esta fo rm a es co m o cam bia nuestro estado. [3] com o objetivo fortalecer el am or a nosotros m ism os y al m u n d o y si nos
Podem os ver así có m o nos hacem os más espirituales p o r m edio de las aleja del am or a D ios y a nuestro prójim o. Esto se debe a que esas in ­
cogniciones y los con o cim ien to s y có m o éstos son m edios de llegar a ser fluencias cierran la persona interio r, incluso hasta el p u n to de que no p o ­
sabios solam ente para las personas q u e rec o n o c e n al Ser D ivino en la fe damos aceptar nada del cielo: 1563, 1600. Los con o cim ien to s pueden ser
y en la vida. un m edio para la sabiduría o u n m ed io para la locura. A través de ellos la
Estas personas son recibidas en el cielo antes que otras y viven allí con persona in te rio r está abierta o cerrada, y el fu n cio n am ien to racional es
los que están en el cen tro (§ 43) p o rq u e están en una luz m ayor que los alim entado o destruido: 4156, 8628, 9922.
demás. Son los inteligentes y sabios que brillan en el cielo co m o el res­ [6] La persona in te rio r se abre y es progresivam ente com pletada p o r
p land o r del firm am en to y resplandecen co m o estrellas, m ientras que las m edio de con o cim ien to s si tenem os la actividad constructiva com o o b ­
personas simples son las que h an reco n o cid o al Ser D ivino, han am ado la jetivo, especialm ente la actividad que se centra en nuestra vida eterna:
Palabra y h an llevado u n a vida m oral y espiritual, pero n o han desarro­ 3086. E ntonces las características espirituales y celestiales de nuestra p e r­
llado de la m ism a m anera los niveles más profundos de su m en te m e­ sona espiritual alcanzan los con o cim ien to s que están en nuestra persona
diante las cogniciones y el aprendizaje. La m e n te h u m ana es com o un natural y to m an de ellos lo que es o p o rtu n o : 1495. E ntonces el Señor to ­
suelo cuya calidad d ep en d e de la fo rm a en q u e se cultiva. ma todo lo que es útil para la vida celestial de los con o cim ien to s de nues­
tra persona natural, p o r m edio de la persona interior, y así la perfecciona
R e fere n c ia s a los pasajes y eleva: 1895, 1896, 1900-1902, 5871, 5874, 5901. Los conocim ientos que
de Los arcanos cele stiales relativos a no son convenientes o que se o p o n e n a este proceso son dejados a u n la­
los diferentes tip os de c o n o c i m i e n t o do y elim inados: 5871, 5886, 5889.
[4] D eb eríam o s instru irn o s m ed ian te cogniciones y conocim ientos [7] La visión de la persona in te rio r selecciona de los conocim ientos de
p o rq u e es así co m o aprendem os a pensar, lu eg o a separar lo que es ver­ la persona e x te rio r solam ente aquellos pu n to s que co n v ien en a su am or:
dadero y b u en o , y en definitiva a ser sabios: 129, 1450, 1451, 1453, 1548, 9394. A la m irada de la persona interio r, los pu n to s q u e convienen a su
1802. Los co n o cim ien to s em píricos constituyen la base elem ental sobre la am or están a plena luz, en el centro, m ientras que los que n o convienen
están afuera, a los lados, en las sombras. 6068, 6085 [6084], Los conocí—
8 E n el cielo pued en verse los colores más herm osos: 1053, 1624. E n el cielo los colo­ tnientos que co n v ienen son im plantados en nuestro am o r paso a paso, y,
res p roceden de la luz, y son sus m odificaciones o sus sombras: 1042, 1043, 1053, 1624, Por decirlo así, habitan en él: 6325. N aceríam os en el discernim iento si
3993, 4530, 4742, 4922. Son m anifestaciones de la verdad del bien, y se refieren a los 3S' naciéram os en el am o r al prójim o, pero co m o nacem os en el am or a n o ­
pectos de inteligencia y sabiduría: 4530, 4677, 4922, 9466. sotros m ism os y al m u n d o , nacem os en com pleta ignorancia: 6323, 6325.

322 323
C o n o c im ie n to , discern im ien to y sabiduría son hijos del am or a Dios y 1072. M ás sobre su naturaleza: 196. E jem plos que ilustran que las cosas es­
del am or al prójim o: 1226, 2049, 2116. pirituales n o p u ed e n ser com prendidas a p artir de los con o cim ien to s e m ­
[8] U n a cosa es ser sabio, otra te n e r d iscernim iento, otra co n o cer y píricos: 233, 2094, 2196, 2203, 2209. M uchos sabios son más necios en los
otra actuar; sin em bargo, en la m edida en que estam os espiritualm ente vi­ asuntos espirituales que las personas simples po rq u e están negativam ente
vos, esas cosas se siguen o rd en ad am en te y están ju n tas cuando actuamos, dispuestos, co n firm an d o sus opiniones p o r los con o cim ien to s que tienen
o en nuestras acciones: 10331. A dem ás, una cosa es estar bien inform ado, constante y ab u n d an tem en te ante sus ojos: 4760, 8629.
otra co n o c e r y otra te n e r fe: 896. [11] A quellos que argum entan contra las verdades de la fe sobre la ba­
[9] El c o n o c im ie n to objetivo de la persona natural o e x te rio r está a la se de los con o cim ien to s argum entan agudam ente po rq u e se basan en las
luz del m u n d o , m ientras que las verdades que han llegado a ser m ateria ilusiones sensoriales, que cautivan y convencen ya que son difíciles de di­
de fe y am or, y así han nacido a la vida, están a la luz del cielo. 5212. Las sipar: 5700. Cuáles son las ilusiones sensoriales y có m o son: 5084, 5094,
verdades que son adecuadas a la vida espiritual son com prendidas m e­ 6400, 6948. Q u ien es n o com p ren d en nada de la verdad y están tam bién
diante im ágenes naturales: 5510. El influjo espiritual procede desde la implicados en el mal pued en arg u m en tar sobre lo que es verdadero y b u e­
persona espiritual o in te rio r hacia los co n o cim ientos que están en la per­ no en asuntos de fe sin com prenderlos: 4213 ¡42Í4], La inteligencia no
sona natural o ex terio r: 1940, 8005. Los co n o cim ien to s son receptáculos consiste en co n firm ar sim plem ente un dogm a, sino en ver si es verdade­
y, p o r decirlo así, vasijas de los elem entos buen os y verdaderos de la per­ ro o no antes de que alguien lo confirm e: 4741, 6047.
sona in terio r: 1469, 1496, 3068, 5489, 6004, 6023, 6052, 6071, 6077, 7770, [12] D espués de la m uerte, el c o n o c im ien to em p írico no es de utili­
9922. Son co m o espejos en los que los elem entos buenos y verdaderos de dad; lo que es de utilidad son las cosas que hem os to m ad o para el e n te n ­
la persona in te rio r aparecen co m o en una im agen: 5201. Están allí todos dim iento y la vida: 2480. Todo lo que hem os aprendido p erm a n ec e des­
ju n to s en su form a más concreta: 5373, 5874, 5886, 5901, 6004, 6023, pués de la m uerte; m eram en te se aletarga: 2476-2479, 2481-2486.
6052, 6071. [13] Los m ism os co nocim ientos que son falsos para las personas in i­
[10] El influjo es espiritual y n o físico: esto es, existe un influjo de la cuas po rq u e son aplicados a fines malvados, son verdaderos para las p er­
persona in te rio r sobre la ex terio r y, p o r lo tanto, sobre sus conocim ien­ sonas buenas p o rq u e son aplicados a fines buenos: 6917. Los co n o ci­
tos, pero n o de la e x te rio r sobre la in te rio r y, p o r lo tanto, n o de los co­ m ientos verdaderos no son verdaderos para las personas malas, aunque
no cim ien to s sobre las verdades de la fe: 3219, 5119, 5259, 5427, 5428, puedan parecer verdaderos cuando los dicen, po rq u e hay m al en ellos:
5478, 6322, 9110, 9111 ¡940Í], D eb em o s co m enzar desde las verdades de 10331.
la enseñanza de la Iglesia, que están sacadas de la Palabra, y esta enseñan­ [14] U n ejem plo del deseo ardiente de c o n o cim ie n to que tien en los
za debe p rim ero ser reconocida: es legítim o considerar los hechos sobre espíritus: 1993 [Í973], Los ángeles tie n en un trem en d o deseo de co n o cer
esta base: 6047. Esto significa que, para quienes están positivam ente dis­ Y ser sabios, p o rq u e el co n ocim iento, la inteligencia y la sabiduría son ali­
puestos hacia las verdades de la fe, es legítim o em plear intelectualm ente m ento espiritual: 3114, 4459, 4792, 4976, 5147, 5293, 5340, 5342, 5410,
los co n o cim ien to s para confirm arlas, pero n o para quienes estén negati­ 5426, 5576, 5582, 5588, 5656 [5655¡, 6277, 8562, 9003. E l co n o cim ien to
vam ente dispuestos: 2568, 2588, 4760, 6047. Q u ienes no quieren creer las de los antiguos era un co n o cim ien to de sím bolos e im ágenes, a través de
verdades divinas a m enos que se les convenza con los hechos, nunca cree los cuales llegaban a fam iliarizarse con los asuntos espirituales; pero ac­
rán: 2094, 2832. E ntrar en las verdades de la fe desde los conocim ientos tualm en te este co n o cim ien to se ha disipado p o r com pleto: 4749, 4844,
em píricos es co n trario al orden: 10236. Q u ien es hacen esto se vuelven 4964, 4965.
necios en los asuntos que se refieren al cielo y a la Iglesia: 128-130. Caen [15] Las verdades de nivel espiritual n o pu ed en co m prenderse sin el
en las deform aciones del mal: 232, 233, 6047. E n la otra vida, cuando conocim iento de los siguientes principios universales:
piensan en asuntos espirituales, parece co m o si estuvieran borrachos.

324 325
1. Todo en el universo remite al bien y la verdad y a su unión para llegar a m ente en su sentido literal y n o en u n sentido espiritual se extravían en
existir; esto es, al amor y la fe y su unión. todas direcciones, especialm ente al considerar a ricos y pobres. C reen que
es tan difícil para u n rico en trar en el cielo co m o lo es para u n cam ello
2. Los seres humanos tienen entendimiento y voluntad: el entendimiento es entrar p o r el ojo de una aguja, y que es fácil para el p o b re en razón de su
el receptáculo de la verdad, y la voluntad, el receptáculo del bien. Todo en no­ pobreza, puesto que se dice: «B ienaventurados vosotros los pobres, p o r­
sotros remite al bien, la verdad y su unión, y todo en el universo remite al bien, que vuestro es el reino de Dios» (Lucas 6, 20).
la verdad y su unión. Sin em bargo, quienes saben algo sobre el sentido espiritual de la
Palabra piensan de m anera m uy diferente. Saben que el cielo es para to ­
3. Hay una persona interior y una persona exterior, tan distintas una de otra do el que vive u n a vida de fe y am or, sea rico o pobre. Explicarem os más
como el cielo de la tierra; sin embargo, deben hacerse una para ser persona ver­ adelante lo que se quiere decir p o r «rico» y «pobre» en la Palabra.
daderamente humana. A través de m uchas conversaciones y tras vivir m u c h o tie m p o con los
ángeles §e m e ha concedido u n c o n o c im ie n to cierto de que los ricos en ­
4. La luz del cielo es la luz que está en la persona interior, y la luz del mun­ tran en el cielo c o n tanta facilidad c o m o los pobres, y de que a nadie se
do es la luz que está en la persona exterior. La luz del cielo es lo que es esen­ deja fuera del cielo p o r ten er posesiones abundantes ni se le acepta a cau­
cialmente divino y verdadero, la fuente de toda inteligencia. sa de su pobreza. Allí hay ricos y pobres, y m uchos ricos están en m ayor
esplendor y felicidad que los pobres.
5. Existe correspondencia entre las cosas de la persona interior y las de la per­ 358. A m o d o de prólogo, p o dem os señalar que es co m p letam en te co ­
sona exterior, de manera que las cosas aparecen de modo diferente en uno y otro rrecto ad q u irir riquezas y acum ular bienes m ientras n o se haga m ediante
lado, tan diferente que no pueden identificarse sin el conocimiento de las co­ fraude o estratagem as malvadas217. Es co rrecto co m er y b eb e r con ele­
rrespondencias. gancia, siem pre que no pongam os en ello nuestra vida. Es co rrecto vivir
en una casa tan grata co m o corresponda a la propia co n d ició n , charlar
Sin el c o n o c im ie n to de estos y m uchos otros asuntos sólo se pueden con otros, frecuentar lugares de diversión o hablar sobre los asuntos m u n ­
co n ceb ir y fo rm ar ideas in c o n g ru en tes sobre las verdades de los niveles danos. N o es necesario pasear co n apariencia devota y rostro c o m p u n g i­
espiritual y celestial. Esto significa que, sin estos principios universales, los do, apesadum brado y cabizbajo. Podem os m ostrarnos alegres y felices.
con o cim ien to s y las cogniciones de la persona natural apenas pueden ser­ N o es necesario dar a los pobres excepto cuando el espíritu nos m ueve a
vir para el d iscern im ien to y desarrollo de la persona racional. Esto mues­ ello. E n resum en, p o dem os vivir con todas las apariencias de la gente
tra cuán necesarios son los co nocim ientos. m undana. Esto n o es n in g ú n obstáculo para que seamos aceptados en el
cielo siem pre que recordem os a D ios de m anera apropiada y actuem os
R i c o s y p o b r e s e n el c i e l o honrada y ju stam en te respecto de nuestro prójim o. N u estra cualidad es
357. H ay o piniones diversas sobre la aceptación en el cielo. Algunos en realidad la de nuestro sen tim ien to y nuestro pensam iento, o la de
piensan q u e los pobres son aceptados, pero n o los ricos; otros, que ricos nuestro am o r y nuestra fe. T odo lo que hacem os e x te rio rm e n te tom a su
y pobres son igualm ente aceptados; otros, p o r últim o, que los ricos no vida de ahí, pues actuar es desear y hablar es pensar. Esto es, actuam os
pu ed en ser aceptados a m enos q u e ren u n cien a sus bienes y se convier­ desde nuestro deseo y hablam os a p artir de nuestro pensam iento. Por eso,
tan en pobres; y todos ellos fundam en tan sus o piniones en la Palabra. Sin cuando se dice en la Palabra que serem os juzgados según nuestras accio­
em bargo, en lo q u e se refiere al cielo, los que diferencian entre ricos y nes y recom pensados según nuestras obras218, eso significa que som os ju z ­
pobres n o co m p re n d e n la Palabra. E n el fondo, la Palabra es espiritual, gados y recom pensados según los pensam ientos y los sentim ientos que
au n q u e sea natural en la letra; de m anera q u e si se tom a la Palabra sola­ dan lugar a nuestras acciones, o que están en ellas, pues las acciones no

326 327
tien en n in g ú n sentido fuera de esos co ntenidos. Su cualidad está total­ res y diversiones, y cum plir las obligaciones m undanas requeridas p o r
m en te d eterm in ad a p o r ellos’. nuestra posición y nuestros negocios y la vida del c u e rp o y de la m ente.
Vemos, pues, que nuestra naturaleza e x te rio r n o realiza nada. Es nues­ Así podem os co m p ro b ar que no es tan difícil seguir el cam ino al cielo co -
tra naturaleza in te rn a lo que da lugar a la externa. nio m ucha gente cree. La única dificultad consiste en en co n trar la fuerza
T om em os c o m o ejem plo a quienes se co m p o rta n h o n rad am en te y no para resistir al am o r a nosotros m ism os y al am or al m u n d o e im p ed ir que
estafan a los otros sólo p o r m ied o a la ley y a la pérdida de la reputación, esas form as de am o r to m e n el m ando, pues son la fuente de todos nues­
que llevan a la pérdida del respeto o de u n o u otro beneficio. Si el m ie­ tros malesb. El h ech o de que n o sea tan difícil c o m o se suele pensar es lo
do n o se lo im pidiera, estafarían a los otros tan a m en u d o com o pudie­ que el S eñor quiso decir con estas palabras; «A prended de m í, que soy
ran. Su pen sam ien to y su deseo son fraudulentos aunque sus acciones pa­ manso y hu m ild e de corazón; y hallaréis descanso para vuestras almas;
rezcan honradas en su fo rm a externa. Puesto q ue no son honrados, sino porque m i yugo es fácil, y ligera m i carga» (M ateo 11, 29-30). La razón
in te rio rm e n te fraudulentos, tien en el in fiern o d entro de sí m ism os. Pero de que el yugo del S eñor sea fácil y su carga ligera es que en la m edida
si las personas se c o m p o rta n h o n rad am en te y n o engañan a los otros por­ en que nos resistimos a los males que brotan del am or a nosotros m ism os
que hacerlo va co n tra D ios y contra el pró jim o, entonces, au n q u e pu­ y al m undo, som os conducidos p o r el S eñor y n o p o r nosotros m ism os.
dieran estafar a alguien, sería sin in te n c ió n de hacerlo. Su pensam iento y Entonces el S eñor resiste a esas cosas dentro de nosotros y las quita de en -
su deseo son su conciencia, y tien en el cielo en su interior. E n la form a medio.
externa, las acciones parecen iguales en am bos casos, pero interio rm en te 360. H e hablado después de su m u e rte c o n algunas personas q u e d u ­
son to talm en te diferentes. rante la vida terren a habían ren u n ciad o al m u n d o y se habían entregado
359. Podem os vivir co m o los dem ás en la form a externa. Siem pre que a una vida v irtu alm en te solitaria, buscando tiem p o para la m ed itació n
haya u n reco n o cim ien to in te rio r de la D eid ad y u n deseo de servir al devota y retiran d o su pen sam ien to de los asuntos m u n d an o s. C reían que
prójim o, p o d em o s h acernos ricos, c o m e r o p íparam ente, vivir y vestir tan ésa era la fo rm a de seguir el cam ino al cielo. Sin em bargo en la otra vi­
eleg an tem en te co m o p erm ita nuestra co n d ició n y oficio, disfrutar place- da están m elancólicos. E vitan a los q u e n o son co m o ellos y sien ten re n ­
cor p o r el h e ch o de n o te n e r asignada m ayor felicidad que los dem ás.
■Se dice a m enudo en la Palabra que serem os juzgados y recom pensados de acuerdo C reen que la m erec e n y n o se p reo c u p an p o r los otros, y evitan las res­
a nuestras acciones y obras: 3934. «Acciones y obras» n o significan en la Palabra acciones y ponsabilidades de una co n d u cta solícita que es el m ed io de u n ió n co n el
obras en su sentido exterior, sino en su form a interior, po rq u e incluso la gente malvada cielo. C o d icia n el cielo más que los otros, pero cu an d o son llevados a
puede hacer exteriorm ente buenas acciones, m ientras que solam ente la gente buena pue­ donde están los ángeles, provocan u n a in q u ie tu d q u e trastorna la felici­
de hacer cosas que sean buenas tanto externa com o interiorm ente: 3934, 6073. Nuestras dad de los ángeles. P or eso se separan de los dem ás y se van a lugares so­
obras, com o todas las acciones, derivan su realidad, su form a y su cualidad de nuestros ni­ litarios d o n d e llevan el m ism o tipo de vida que habían llevado en el
veles más profundos, que pertenecen a nuestro pensam iento y deseo, porque em anan de m undo.
allí; p o r eso la cualidad de los niveles más profundos determ ina la cualidad de las obras: [2] La única fo rm a en que podem os ser form ados p o r el cielo es a tra­
3934, 8911, 10331. Esto significa que dependen de la cualidad de nuestros niveles más pro­ vés del m undo. Ese es el objetivo ú ltim o p o r el que to d o sen tim ien to de­
fundos respecto del am or y la fe: 3934, 6073, 10331, 10333 [10332], Significa tam bién que be ser definido. A m enos que el sen tim ien to se m anifieste o fluya en la
nuestras obras contienen estas cualidades y, en realidad, son estas cualidades en la prácdca:
10331. Ser juzgados y recom pensados según nuestras acciones y obras es, pues, ser juzga­ ' k Del am or a u n o m ism o y al m undo vienen todos los males: 1307, 1308, 1321, 1594,
dos y recom pensados según estas cualidades: 3147, 3934, 6073, 8911, 10331-10333. E n la m e­ !691, 3413, 7255, 7376, 7480 [7490], 7488, 8318, 9335, 9348, 10038, 10742. Desprecio de los
dida en que nuestras obras se centran en nosotros m ismos y en el m undo, no son buenas; otros es hostilidad, odio, venganza, crueldad y m entira: 6667, 7372-7374, 9348, 10038, 10742.
sólo lo son cuando se centran en el Señor y en nuestro prójim o: 3147. Nacem os en estos amores, p o r eso nuestros males hereditarios están en ellos: 694, 4317, 5660.

328 329
acción, lo q u e sucede en las com unidades grandes, es sofocado hasta el oro, lo que trabaja p o r la verdad, co m o la platad. La cualidad de las fun­
p u n to de que, al final, ya n o nos fijam os en nuestro prójim o, sino sola­ ciones útiles que realizaron en el m u n d o determ in a su riqueza, su placer
m en te en nosotros m ism os. P odem os ver así có m o la vida de caridad ha­ y su felicidad.
cia el p ró jim o —com p o rtarse ju sta y h o n rad am en te en todas nuestras ac­ Las actividades útiles y buenas incluyen m irar p o r las necesidades de la
ciones y en todas nuestras responsabilidades— lleva al cielo, pero no una vida y de la propiedad de u n o m ism o, y desear la riqueza para el propio
vida piadosa separada de la vida activa0. Esto significa q u e la práctica de país y para el prójim o, objetivos a los que un rico p u ede beneficiar en
la caridad y los beneficios q u e se siguen de este tipo de vida sólo pueden mayor m edida de lo que p u ed e hacerlo un pobre. Estas actividades son
producirse en la m edida en q u e estem os co m p ro m etidos en nuestras ocu­ tam bién útiles p o rq u e apartan la m e n te de la vida ociosa, que es destruc­
paciones, y q u e n o p u e d e n p roducirse en la m edida en que nos retiremos tiva, pues en el ocio nuestros pensam ientos se vuelven hacia el m al debi­
de nuestras ocupaciones. do a nuestra innata naturaleza malvada.
[3] Pero p erm ítasem e decir algo acerca de esto desde la experiencia. Estas actividades útiles son buenas en la m edida en que lo D ivino es­
M uch o s q u e en el m u n d o p o n e n sus energías en los negocios y el co­ tá en su interio r, esto es, en la m edida en que nos centram os en lo D ivino
m ercio, m uchos que se hacen ricos, están en el cielo. A u n q u e n o hay tan­ y en el cielo y p o n em o s nuestro bien en ello y vem os en la riqueza sola­
tos q u e se h iciero n u n n o m b re y llegaron a ser ricos en el oficio público. m ente u n m ed io subordinado.
Esto se debe a q u e estos últim os fueron inducidos al am o r a sí mism os y 362. Lo que espera a los ricos que n o creen en el Ser D iv in o y recha­
al m u n d o p o r los beneficios y hon o res que se derivan de la adm inistra­ zan las cosas del cielo y de la Iglesia es lo contrario. Están en el infierno,
ción de ju sticia, y p o r la situación lucrativa y h onorable que se les con­ donde en c u en tran suciedad, m iseria y necesidad. C u a n d o se am a la ri­
cedió. A su vez, esto les lleva a desviar sus pensam ientos y sentim ientos queza com o u n fin, se convierte en cosas co m o ésas, y n o sólo la riq u e ­
del cielo y a dirigirlos hacia sí m ism os; pues en la m edida en que nos za mism a, sino tam bién sus propios usos: una vida fácil, la com placencia
am am os a nosotros m ism os y al m u n d o y nos centram os exclusivam ente en los placeres, la co n tin u a y despreocupada dedicación a prácticas in ­
en el m u n d o y en nosotros m ism os, nos alejam os de lo D iv in o y nos se­ morales, el desprecio a los otros y la exaltación de u n o m ism o p o r enci­
param os del cielo. ma de los dem ás. C o m o esas riquezas y esas funciones no tie n en nada de
361. H ablando en térm in o s generales, lo q u e se reserva a los ricos en espiritual, sino que son estrictam ente terrenales, se vuelven hacia la su­
el cielo es esto. V iven más elegantem ente q u e otros, algunos en palacios ciedad. E l aspecto espiritual de la riqueza y sus usos es co m o el alma en
do n d e to d o brilla co m o el oro y la plata. T ie n e n to d o lo que necesitan el c u erp o y co m o la luz del cielo en la tierra h úm eda. Así co m o u n cu e r­
para una vida útil. Sin em bargo, n o p o n e n sus corazones en tales cosas, po sin alm a se co rro m p e, así le sucede a la tierra h ú m ed a sin la luz del
sino en sus actividades útiles. Estas son vistas co n claridad y a plena luz,
m ientras q u e el oro y la plata son relativam ente vagos y oscuros. La razón d Es a partir de la utilidad y en pro p o rció n a la utilidad com o to d o bien tiene su de­
de que así sea es q u e en el m u n d o ellos quisieron ser útiles y habían de­ leite: 3049, 4984, 7038; y tam bién su cualidad; p o r eso la cualidad de la utilidad determ i­
seado el oro y la plata solam ente co m o m edios subordinados. Así es có­ na la cualidad del bien: 3049. T oda la felicidad y deleite de la vida viene de la utilidad:
m o las cosas útiles brillan en el cielo: lo que trabaja para el b ien, com o el 997. E n general, la vida es vida de actividades útiles: 1964. La vida angélica consta de los
frutos buenos del am or y la caridad, y p o r consiguiente de ser útil: 453 [452], El Señor, y
c La caridad para c o n el prójim o consiste en hacer lo que es b u e n o , ju sto y honrado por consiguiente tam bién los ángeles, sólo se fijan en cuanto a nosotros en nuestros o b ­
en todas nuestras acciones y en todas nuestras responsabilidades: 8120-8122. Asi, la cari­ jetivos, que son las actividades útiles: 1317, 1645, 5844. El reino del S eñor es u n reino de
dad para con el prójim o se extiende hasta las cosas más insignificantes que pensam os, que­ funciones útiles: 453 [454], 696, 1103, 3645, 4054, 7038. Servir al S eñor es ser útil: 7038.
rem os y hacemos: 8124. Sin una vida de caridad, no sirve de nada una vida de devoción, N uestra cualidad está determ inada p o r las cosas útiles que realizamos: 4054, 6815; con
pero con ella es inm ensam ente productiva: 8252, 8253. ejemplos: 7038.

330 331
cielo. Así tam b ién son las personas a quienes ha seducido la riqueza y les La pobreza p u ed e seducir realm ente a las personas y separarlas del cie­
h a separado del cielo. lo com o p u ed e hacerlo la riqueza. H ay m uchas personas entre los pobres
363. D espués de la m u erte, nos espera a cada u n o nuestro sentim ien­ que no están contentas con su suerte, que codician m u ch o más y que cre­
to o a m o r do m in an te. N u n c a es arrancado a la etern id ad p o rq u e nuestro en que la riqueza es una b en d ició n f, p o r eso cuando n o logran lo que
esp íritu es exactam en te co m o nuestro am or; y (lo que n o se ha sabido an­ quieren se enfurecen y abrigan m alos pensam ientos sobre la providencia
tes) el c u e rp o de cada espíritu y de cada ángel es una form a ex terio r de divina. E nvidian los bienes de los otros y si p u d ieran les em baucarían pa­
su am or, q u e se co rresp o n d e exactam ente c o n la form a in te rio r que es el ra apropiarse de sus asquerosos placeres.
carácter y la m e n te de ese espíritu o ángel. P o r eso p o dem os reconocer Sin em bargo, es diferente en cu an to a los pobres que están co n tentos
la cu'alidad del espíritu p o r el rostro, las actitudes y las palabras. Por eso con su suerte, son concienzudos y cuidadosos en sus tareas, prefieren el
n u estro p ro p io espíritu es reco n o cid o en este m u n d o siem pre que no ha­ trabajo a la ociosidad, se co m p o rtan h o n radam ente, son personas de fiar
yam os ap ren d id o a disim ular co n el rostro, las actitudes y las palabras. y llevan una vida cristiana. E n ocasiones he hablado co n cam pesinos y
P o d e m o s d ed u cir de esto que nuestra p ropia cualidad etern a es la de gente del p u eblo que habían creído en D ios m ientras vivían en este m u n ­
n u e stro sen tim ien to o am o r dom inante. do y se habían c o m p o rta d o honrada y ju sta m e n te en sus oficios. C o m o
H e p o d id o hablar co n personas q u e vivieron hace más de diecisiete si­ estaban m ovidos p o r el deseo de co n o c er la verdad, n o dejaban de pre­
glos, personas cuyas vidas respectivas son conocidas p o r los textos de la guntarse sobre lo que era la fe y la caridad, puesto que habían escuchado
ép oca; y m e he convencido de q u e el m ism o am o r que tenían entonces m uchas cosas sobre la fe en este m u n d o y escuchaban m uchas cosas sobre
les sigue sosteniendo ahora. la caridad en la otra vida. Así, se les dijo que la caridad es querer y hacer
T am b ién p o d em o s d ed u cir q u e el am o r a la riqueza y los usos que lo que es ju sto y recto, m ientras que la fe es pensar lo que es ju sto y rec­
p e rm ite p e rm a n e c e tam b ién co n nosotros para siem pre, c o n la cualidad to; p o r eso la fe y la caridad van ju n ta s co m o la d o c trin a y una vida acor­
ex acta ad q u irid a en este m undo. A u n q u e hay u n a diferencia: para aque­ de con ella, o co m o el pensam iento y el deseo. La fe se convierte pues
llos cuya riqueza les sirvió co m o m edio para una vida útil, se transform a en caridad cuando deseam os y hacem os las cosas justas y rectas que p e n ­
e n deleite de acuerdo co n su utilidad, m ientras q ue para aquellos cuya ri­ samos. C u an d o esto sucede, n o son dos, sino una. C o m p re n d ie ro n esto
q u e z a les sirvió co m o m ed io de actividades perversas, se transform a en perfectam ente bien y se alegraron sobrem anera, diciendo que en el m u n ­
p o rq u e ría , de la que disfrutan tan to co m o disfrutaron del m al uso de la do nunca habían pensado que creer fuera algo diferente de vivir.
riq u e z a en el m u n d o . La razón de q u e disfruten de la p o rquería es que 365. Podem os ded u cir de esto que los ricos llegan al cielo tanto com o
lo s rep u g n an tes placeres y ocupaciones que fueran su práctica en el m un­ los pobres, co n tanta facilidad unos c o m o otros. La razón de que la gen­
d o , y su avaricia (que es u n am o r a la riq u eza sin pensar en su utilidad), te crea que es fácil para el p o bre y difícil para el rico es que la Palabra es
c o rre s p o n d e n a la suciedad. La suciedad espiritual no es otra cosa que eso. mal interpretada cuando habla de ricos y pobres. E n el sentido espiritual
364. Los pobres n o entran en el cielo a causa de su pobreza, sino a de la Palabra, «rico» significa las personas que poseen a b u n d an tem en te el
causa de su vida. N u estra vida nos sigue seam os ricos o pobres. N o exis­ en tendim iento de la verdad y el bien, es decir, las personas de la Iglesia,
te u n a m iserico rd ia especial para unos más q u e para otros'. Q u ien es han donde está la Palabra. «Pobre» se refiere a aquellos que carecen de esa
v iv id o b ie n son aceptados; quienes n o han v ivido b ien son rechazados.
i ' Las dignidades y las riquezas n o son bendiciones reales, p o r eso las tienen tanto las
' N o hay una m isericordia directa, sino sólo m isericordia a través de los m edios; esto Personas buenas com o las malas: 8939, 10755, 10776. La b endición real es la aceptación del
es, para aquellos que viven según los m andam ientos del Señor; a ellos, en su m isericor­ am or y la fe del Señor y la consiguiente u n ió n con él, po rq u e esto nos procura felicidad
d ia, el S e ñ o r les conduce constantem ente en este m u n d o , y después hasta la eternidad: Para siempre: 1420, 1422, 2846, 3017, 3408 [3406], 3504, 3514, 3530, 3565, 3584, 4216, 4981,
8700, 10659. 8939, 10495.

332 333
com prensión pero la anhelan, o a quienes están fuera de la Iglesia, don­ A c t u a l m e n t e , la gente no sabe que éste es el significado del cam ello y

de n o se e n cu en tra la Palabra. el ojo de la aguja p o rq u e no existe ya n in g ú n acceso al c o n o cim ien to que


[2] La p ersona rica vestida de p ú rp u ra y lino fino que fue arrojada al e n s e ñ e lo q u e se quiere decir desde el p u n to de vista espiritual m ediante
in fiern o significa la n ació n ju d ía . C o m o ten ían la Palabra y estaban por bs cosas q u e la Palabra dice literalm ente. H ay u n sentido espiritual en los
lo tan to am pliam ente dotados de co n o cim ien to s acerca del bien y la ver­ detalles de la Palabra, y tam bién u n sentido natural; p o rq u e la Palabra fue
dad, son llam ados «ricos». Los ado rn o s de p ú rp u ra significan la com ­ escrita en correspondencias puras de las realidades naturales co n las espi­
prensión del b ien, y el lino fino significa la com prensión de la verdad8. El rituales para realizar la u n ió n del cielo co n el m undo, o de los ángeles con
pobre que yacía a la p u erta y que deseaba deleitarse co n las migajas que nosotros, una vez ha desaparecido la u n ió n directa. Vemos así quiénes son
caían de la m esa del rico, que fue llevado al cielo p o r los ángeles, signifi­ los ricos en la Palabra.
ca los gentiles q u e n o co m p ren d iero n lo q u e es b u e n o y verdadero, pero [4] Podem os ded u cir de m uchos pasajes que en el nivel espiritual «el
sin em bargo lo anhelaron (Lucas 16, 19-31). rico» se refiere en la Palabra a las personas que disfrutan de cogniciones
E l ric o q u e estaba invitado al g ran festín pero se excusó significa tam ­ de lo que es b u e n o y verdadero y que riqueza significa esas m ism as cog­
b ié n la n ació n ju d ía , y los pobres a los q u e se llevó en su lu g ar significa niciones, que son riquezas espirituales: véase Isaías 10, 12-14; 30, 6-7; 45,
los n o ju d ío s q u e se e n cu en tran fuera de la Iglesia (Lucas 12, 16-24 [14, 3; Jerem ías 17, 3; 47, 7 [48, 7]; 50, 36-37; 51, 13; D aniel 5, 2-4; Ezequiel
16-24]). 26, 7. 12; 27, 1-36; Zacarías 9, 3-4; Salmos 45, 12219; Oseas 12, 9; Apocalipsis
[3] D eb em o s explicar tam b ién lo que se quiere decir p o r el pobre del 3, 17-18; Lucas 14, 33 y otros pasajes. Sobre los pobres en el sentido es­
que dice el Señor: «Es más fácil pasar u n cam ello p o r el ojo de una agu­ piritual co m o personas que n o tie n en cogniciones de lo que es b u en o y
ja , que en trar u n rico en el reino de Dios» (M ateo 19, 24). «Rico» signi­ verdadero pero que lo anhelan, véase M ateo 11, 5; Lucas 6, 20-21; 14, 21;
fica aquí la p ersona rica en am bos sentidos, natural y espiritual. R icos en Isaías 14, 30; 29, 19; 41, 17-18; Sofonías 3, 12. 18 [13]. P u ed e e n co n trar­
el sentido natural son aquellos que tien en riqueza abundante y p o n e n en se una explicación del sentido espiritual de todos estos pasajes en el § 10227
ella su corazón, m ientras q u e en u n sentido espiritual son las personas con de Los arcanos celestiales.
grandes co n o cim ien to s e intuiciones (pues éstas son riquezas espirituales)
y qu e q u ieren em plearlos para en trar en los círculos eclesiásticos y celes­ L o s m a t r i m o n i o s e n el c i e l o
tiales p o r su inteligencia. Puesto q u e esto es co n trario al o rd en divino, se 366. P uesto q u e el cielo p ro c ed e del g énero h u m a n o - l o q u e signi­
dice q u e es más fácil que u n cam ello en tre p o r el ojo de una aguja. En fica que allí hay ángeles de am bos sexos—, pu esto q u e p o r la creación la
este nivel de significado, el cam ello significa nuestra capacidad de apren­ m ujer es para el h o m b re y el h o m b re para la m ujer, cada u n o para el
dizaje y co n o c im ie n to en general, y el ojo de la aguja significa la verdad otro, y p u esto q u e este am o r es in n ato en am bos sexos, se deriva de ello
espiritualL que en los cielos existen m a trim o n io s co m o existen en la tierra. Sin

8 Los adornos significan las cosas que son verdaderas, y p o r tanto las cogniciones: 1033 san en las cosas espirituales, es como si estuvieran borrachos: 1072. Más sobre su natura­
[1073], 2576, 5319, 5954, 9212, 9216, 9952, 10536. La púrpura significa el bien celestial: leza: 196. Ejemplos que ilustran el hecho de que las cosas espirituales no pueden ser com­
9467. El lino significa la verdad de origen celestial: 5319, 9469, 9744. prendidas si se consideran desde esa base: 233, 2094, 2196, 2203, 2209. Es correcto ir des­
h Cam ello significa en la Palabra nuestra capacidad de co n o cer y el co nocim iento en de la verdad espiritual al conocimiento propio de nuestro nivel natural, pero no al
general: 3048, 3071, 3143, 3145. Lo que significa el cosido, el coser con una aguja, y por contrario, porque hay un influjo de lo espiritual en lo natural pero no de lo natural en lo
tanto la aguja: 9688. C o m en zar p o r los hechos externos para lograr el acceso a las verda­ espiritual: 3219, 5119, 5259, 5427, 5428, 5478, 6322, 9110, 9111 [10199], Primero debemos
des de la fe es contrario al orden divino: 10236. Q uienes así hacen se to rn an necios en los conocer las verdades de la Palabra y la Iglesia, y luego se puede tener en cuenta nuestro
asuntos del cielo y de la Iglesia: 128-130, 232, 233, 6047; y en la otra vida, cuando pien- saber secular, pero no al contrario: 6047.

334 335
em bargo, los m a trim o n io s celestiales son m u y diferentes de los terrena­ m ien to . Es ta m b ié n c o m o la d iferen c ia e n tre lo q u e es v e rd a d e ro y lo q u e
les. E n las páginas siguientes explicaré c ó m o difieren los m atrim onios es b u e n o o e n tre la fe y el am o r, p u e s to q u e la v erd a d y la fe están rela­
de los cielos de los q u e se celebran en la tierra y en qué aspectos con- cionadas c o n el e n te n d im ie n to m ie n tra s q u e el b ie n y el a m o r están re ­
cuerdan. lacionados c o n la v o lu n ta d .
367. El m a trim o n io en los cielos es la u n ió n de dos personas en una Por eso u n n iñ o o u n h o m b re , e n el se n tid o e s p iritu a l d e la Palabra,
sola m ente. E n p rim e r lugar, d ebo explicar la naturaleza de esta unión. significa el d is c e rn im ie n to d e la v erd ad , m ie n tra s q u e u n a n iñ a o u n a m u ­
La m en te consta de dos partes, u n a llam ada e n te n d im ie n to y otra llama­ je r significa el se n tim ie n to p o r el b ie n . P o r eso ta m b ié n se d e n o m in a m u ­
da volu n tad 220. C u a n d o estas dos partes actúan com o una sola, hablamos je r o n iñ a a la Iglesia b asán d o se en su se n tim ie n to p o r el b ie n y la v erd ad
de la m en te. E n el cielo, el m arid o desem peña el papel que llam am os en­ y por eso ta m b ié n a to d o el q u e está a b s o rto e n u n se n tim ie n to p o r el
ten d im ie n to y la esposa el papel que llam am os voluntad. C u an d o esta bien se le llam a «virgen», c o m o e n A p o calip sis 14, 4b.
u n ió n - u n ió n de sus naturalezas más p ro fu n d a s- desciende a su nivel in­ 369. El h o m b re y la m u jer están dotados de e n ten d im ien to y v o lun­
ferior, a las naturalezas corporales, es percibido y sentido co m o am or. Ese tad, pero en los hom bres es el intelecto lo que tiende a predom inar,
am o r es el am o r conyugal22'. mientras que en las m ujeres es la voluntad la que lo hace; y las personas
Vemos, pues, q u e el am o r conyugal e n cu en tra su fu en te en la unión se caracterizan p o r lo que predom ina en ellas. Sin em bargo, no existe
de dos personas en una sola m ente. E n el cielo, esto se d enom ina «vivir ningún p re d o m in io en los m atrim o n io s del cielo. La v o luntad de la es­
juntos», y n o se habla de «dos», sino de «una» persona. P o r consiguiente, posa perten ece realm ente al esposo, y el en te n d im ien to del esposo p e rte ­
los dos esposos en el cielo n o son dos ángeles, sino u n o 1. nece a la esposa. P orque cada u n o quiere desear y pensar co m o el otro,
368. La razón para este tipo de u n ió n de esposo y esposa en los nive­ m utua y recíprocam ente. Así es com o los dos se u n e n en uno.
les más profundos de su m en te se retrotrae a la creación m ism a. El varón Esta es una u n ió n verdaderam ente eficaz. La vo lu n tad de la esposa
nace para centrarse en los procesos cognitivos, y p o r tan to basa su pensa­ entra realm ente en el e n te n d im ie n to del esposo, y el e n te n d im ie n to del
m ie n to en el en ten d im ien to . E n cam bio, la m u jer nace para centrarse en esposo entra en la v o luntad de la esposa, especialm ente cuan d o se m iran
las intenciones, y p o r tan to basa su pen sam ien to en la voluntad. Podemos cara a cara, pues co m o ya se señaló, en el cielo se co m p a rte n los pensa­
observar este h e ch o a p artir de la ten d en cia o naturaleza innata de cada m ientos y los sentim ientos, y de form a especial entre la esposa y el es­
u n o así co m o de su form a. E n cu an to a la naturaleza innata, los hom bres poso puesto que se am an u n o al otro.
actúan sobre la base de la razón, m ientras q u e las m ujeres actúan sobre la P o d em o s d e d u c ir d e aq u í q u e la u n ió n d e las m e n te s es lo q u e c o n s­
base de sus sentim ientos. E n cu an to a la form a, el h o m b re tiene u n ros­ tituye u n m a tr im o n io y da n a c im ie n to al a m o r co n y u g a l e n los cielos: ca­
tro más tosco y m en o s atractivo, u n a voz más profunda y u n cu erpo mas da uno q u ie re q u e lo q u e es suyo p e rte n e z c a al o tro y este d eseo es re c í­
fuerte, m ientras q u e la m u jer tiene u n rostro más suave y atractivo, una proco.
voz más dulce y u n c u erp o más delicado. Esto es co m o la diferencia en­
tre el en te n d im ie n to y la v oluntad o en tre el pensam iento y el senti- b «Niños» significa en la Palabra la comprensión de la verdad, o discernimiento: 7668;

Y «nombres» significa más o menos lo mismo: 158, 2 65, 749, 915, 1007, 2517, 3 1 3 4 , 3236,
‘ La naturaleza y la fuente del am or conyugal son desconocidos e n la actualidad: 2727. 4823, 9007. «Mujer» significa un sentimiento por el bien yla verdad: 5 68, 3160, 6014, 7337,
El am or conyugal es q uerer lo que el o tro quiere; querer, pues, m u tu am en te y recípro­ 8" 4 ; y la Iglesia: yasí hace una esposa:
252, 253, 749, 770; con al­
252, 253, 409, 749, 770;
cam ente: 2731. Las personas que participan del am or conyugal viven juntas en el nivel guna diferencia: [4823], En el sentido superior, «marido ym u­
915, 2517, 3236, 4510, 4822
más profundo de su vida: 2732. Es una u n ió n de dos m entes de m anera que se convier­ jer» se refiere al Señor ysu unión con el cielo yla Iglesia: U na mujer joven o una
7022.
ten en una debido a su am or: 10168, 10169; puesto que el am or de las m entes, que es un m uchacha significa un sentimiento por lo que es bueno: 3067, 3110, 3179, 3189, 6731,
am or espiritual, es una unión: 1594, 2057, 3939, 4018, 5807, 6195, 7081-7086, 7501, 10130. 6742; y también la Iglesia: 2362, 3081, 3963, 4638, 6729, 6775, 6778 [6788],

336 337
370. Los ángeles m e h an dicho que cu an to más com prom etidos están m ado el N o v io y el Esposo, y al cielo y a la Iglesia se les llama la novia y
los dos esposos en este tip o de u n ió n , más u nidos están en el am or con­ la esposa1.
yugal y, al m ism o tiem po, en inteligencia, sabiduría y felicidad. Esto es 372. C u a n d o el bien y la verdad están unidos en u n ángel o en un o
debid o a que la verdad divina y el b ien divino, fuente de toda inteligen­ de nosotros, n o son dos entidades sino una, puesto que el bien se sigue
cia, sabiduría y felicidad, fluyen p rin cip alm en te en el am o r conyugal. entonces de la verdad, y la verdad del bien. Esta u n ió n es c o m o la que se
Esto significa q u e el am o r conyugal es la m atriz esencial para el influjo produce cuando pensam os lo que deseam os y deseam os lo que pensam os.
divino p o rq u e im plica el m atrim o n io de la verdad y el bien. Esto se de­ E ntonces nuestro pensam iento y nuestro deseo fo rm an una unidad; el
be a su vez a q u e la naturaleza de la u n ió n del e n ten d im ien to y la volun­ pensam iento fo rm a o presenta en una form a lo que nuestra voluntad
tad d eterm in a la naturaleza de la u n ió n de la verdad y el bien porque el quiere, y nuestra voluntad le da su atractivo. P or eso tam bién, en el cie­
en te n d im ie n to es recep to r de la verdad divina, al estar form ada de verda­ lo no se dice de los esposos que sean dos ángeles, sino uno.
des, m ientras que la v oluntad es receptora del b ien divino y está form a­ Este es tam bién el sentido de las palabras del Señor:
da realm ente de lo que es bueno. E n realidad, to d o lo que querem os es
b u e n o en nuestra apreciación, y to d o lo que co m p ren d em o s es verdade­ ¿No habéis leíd o q u e el q ue los h izo al p rin cip io , v aró n y h e m b ra los hizo?
ro para nosotros. P or eso es lo m ism o que se hable de la u n ió n del en­ Y dijo: P o r esto el h o m b re dejará p adre y m ad re, y se u n irá a su m u jer, y los dos
ten d im ien to y la volu n tad o de la u n ió n de la verdad y el bien. serán u n a sola carne. Así qu e n o son ya m ás dos, sino u n a sola carne. P o r tan to ,
La u n ió n de la verdad y el bien da lugar a u n ángel, y tam bién a la in­ lo q u e D io s ju n tó , n o lo separe el h o m b re . N o to d o s son capaces d e re c ib ir es­
teligencia, sabiduría y felicidad de los ángeles. La naturaleza real de los to, sino aquellos a q u ien es es dado (M ateo 19, 4-6. 11; M arcos 10, 6-9; G énesis
ángeles d ep en d e de có m o se u n e en ellos la voluntad al bien y el bien a 2, 24).

la voluntad. E n otras palabras, la naturaleza de los ángeles depende de la


fo rm a en q u e su am o r está u n id o a su fe y su fe a su am or. A quí tenem os una descripción del m atrim o n io celestial de los ánge­
371. La razón de q u e la naturaleza divina q u e p rocede del S eñor flu­ les y al m ism o tiem p o del m atrim o n io del bien y la verdad. «Q ue nadie
ya p rin cip alm en te al am o r conyugal es que el am or conyugal fluye de la separe lo que D ios ha unido» significa que el bien no debe ser separado
u n ió n del b ien y la verdad, pues, c o m o ya señalam os, n o im p o rta que se de la verdad.
hable de la u n ió n del e n te n d im ie n to y la v o lu n tad o de la u n ió n del bien 373. Podem os ded u cir de lo dicho hasta aquí cuál es el o rig en del ver­
y la verdad. La u n ió n del b ien y la verdad en c u e n tra su o rig en en el am or dadero am or conyugal, a saber, que prim ero tom a form a en las m entes
divino del S eñ o r a to d o lo que está en los cielos y en la tierra. El bien
divino em ana del am o r divino y es recib id o p o r los ángeles y p o r noso­ c El verdadero am or conyugal encuentra su origen, su m edio y su esencia en el m a­

tros en las verdades divinas, siendo la verdad el único recipiente para el trim onio del bien y la verdad, p o r eso procede del cielo: 2728, 2729. Sobre los espíritus

bien. Por eso, nada del S eñ o r y del cielo p u ed e ser aceptado p o r las per­ angélicos que pued en decir si hay una cualidad m arital en los conceptos de u n ió n del bien

sonas que n o están interesadas en la verdad. E n la m edida en que los ele­ y la verdad: 10756. El am or conyugal es precisam ente com parable a la u n ió n del bien y

m en to s verdaderos están u nidos a lo q u e es b u e n o en nosotros, estamos la verdad, con alguna descripción: 1094 [1904], 2173, 2429, 2503 [2508], 3101, 3102, 3155,

unidos al S eñ o r y al cielo. Ésta es la verdadera fu ente del am o r conyu­ 3180, 4358, 5407 [5807], 5835, 9206, 9495, 9637. C ó m o y para quién se p roduce la

gal, lo q u e significa q u e es la verdadera m atriz para el influjo de lo unión del bien y la verdad: 3834, 4096, 4097, 4301, 4345, 4353, 4364, 4368, 5365, 7623-7627,
9258. Sólo las personas que están fijas p o r el Señor en lo que es b u e n o y verdadero co­
D ivino.
P or eso la u n ió n del bien y la verdad en los cielos se d en o m in a ma­ nocen lo que es el verdadero am or conyugal: 10171. E n la Palabra, m atrim onio se refie­

trim o n io celestial y p o r eso el cielo se com para a u n m atrim o n io en la re al m atrim onio del bien y la verdad: 3132, 4434, 4834 [4835], Es en el verdadero am or

Palabra e incluso se le d en o m in a «m atrim onio». Por eso el S eñor es 11a­ conyugal d onde se encuentra el reino del S eñor y el cielo: 2737.

338 339
de ios individuos en el m a trim o n io y luego desciende y fluye a sus cuer­ otro. La m en te n o está form ada de nada sino de cosas que son verdade­
pos, d o n d e se percibe y se siente co m o am or. E n realidad, to d o lo que es ras y buenas, puesto que to d o en el universo rem ite al bien y la verdad y
percibido y sen tid o en el c u erp o tiene su o rig e n en su co m p lem en to es­ a su co n junción. Por eso la cualidad de la u n ió n de las m entes depende
piritual p o rq u e p ro ced e del en te n d im ie n to y la voluntad. E n ten d im ien to enteram ente de la cualidad de los elem entos verdaderos y buenos de que
y volu n tad co n stitu y en nuestra persona espiritual. T odo lo que desciende están form adas las m entes. Esto significa que la u n ió n más perfecta es la
al c u erp o de nuestra persona espiritual es visible de algún o tro m odo; unión de las m entes form adas p o r verdades y bienes auténticos.
existe siem pre u n a sem ejanza y u n a concord an cia co m o la que se da en­ Es necesario c o m p ren d e r que n o hay m ayor am or que el que existe
tre el alm a y el cu erp o , o entre u n a causa y su efecto, co m o p u ede de­ entre la verdad y el bien, y de ese am or procede el am o r conyugaP. Lo
ducirse de lo q u e se dijo en los capítulos sobre las correspondencias222. que es falso y lo que es m alo tam bién se am an m utu am en te, pero ese
374. O í u n a vez c ó m o u n ángel describía el verdadero am o r conyu­ am or se o rien ta hacia el infierno.
gal y sus placeres celestiales de la siguiente form a: Es la naturaleza divi­ 376. D e lo que llevamos dicho sobre el origen del am o r conyugal p o ­
na del S eñ o r en los cielos, esto es, el b ien d iv ino y la verdad divina, u n i­ dem os co ncluir quiénes están realm ente en él y quiénes no. A quellos que
dos en dos in d iv id u o s hasta el p u n to de q u e n o son ya dos sino uno. Dijo están centrados en el bien divino de las verdades divinas están en am or
el ángel q u e en el cielo los dos esposos son ese a m o r p o rq u e cada u n o es conyugal; y el am o r conyugal es au tén tico en la m edida en que las ver­
su p ro p io b ie n y su p ro p ia verdad en el c u e rp o y en la m en te. Es así p o r­ dades que están unidas al bien son auténticas. Por otra parte, puesto que
que el c u e rp o es la m anifestación e x te rio r de la m en te, h ab ie n d o sido todo bien que está u n id o a las verdades procede del Señor, se sigue que
fo rm ad o a su im agen. P or eso lo D iv in o se representa en dos personas nadie pued e estar en un verdadero am o r conyugal si n o reco n o ce al Señor
que están envueltas p o r el verdadero am o r conyugal; y según se repre­ y su naturaleza divina, puesto que, fuera de ese co n o cim ien to , el S eñor
senta lo D iv in o , así es el cielo, p u esto que la to talidad del cielo es el bien no puede fluir y unirse a las verdades que están en nosotros.
divino y la verdad divina que p ro ced e del Señor. P or eso to d o lo celes­ 377. Podem os d ed u cir de esto que quienes están atrapados en falsos
tial tien e im preso este am or, ju n to co n tantas ben d icio n es y deleites que pensam ientos n o están inm ersos en el am or conyugal, especialm ente si
no p u e d e n ser en u m erad o s. Al expresar el n ú m ero co n una palabra que esos falsos pensam ientos proceden del mal. En las personas que están su­
sugería diez m il veces diez m il, el ángel se so rp ren d ió de que las gentes midas en pensam ientos malvados, y p o r consiguiente falsos, los niveles
de la Iglesia n o supieran nada de esto cu a n d o la Iglesia es el cielo del mas profundos de su m en te están cerrados. Esto significa que no puede
S eñ o r en la tie rra y el cielo es el m a trim o n io del b ie n y la verdad; y el ¡ haber ninguna fuente de am or conyugal en ellos. Sin em bargo, en un ni­
ángel decía q u e se quedaba sin habla al pensar que el a d u lterio se prac­ vel inferior, en la persona natural o ex te rio r separada de la interio r, hay
ticaba e incluso se racionalizaba m ás d e n tro de la Iglesia q u e fuera de una u n ió n de lo falso y lo malo, una u n ió n que se d en o m in a m a trim o ­
ella, pues e sp iritu alm en te e n te n d id o (es decir, según se lo en tien d e en el nio infernal.
m u n d o espiritual), el placer del a d u lterio n o es nada sino el placer de la H e p o d id o ver có m o es el m a trim o n io entre las personas que están
u n ió n de la falsedad y el mal. Es u n p lacer infernal, pues es diam etral-
m e n te o p u esto al placer del cielo, q u e es el placer del am o r de la verdad T o d o en el universo, en el cielo y en la tierra, rem ite al bien y la verdad: 2451 [2452],
unida al bien. |P<>6, 4390, 4409, 5232, 7256, 10122; y a su unión: 10555. H ay un m atrim onio entre el bien
375. T odo el m u n d o sabe q u e dos esposos que se am an están unidos V h verdad: 1094 [1904], 2173, 2503 [2508]. El bien ama la verdad, y desde su a m o r la de-
ín tim am en te, y q u e la esencia del m a trim o n io es la u n ió n de las disposi­ desea su unió n con ella, p o r eso hay un esfuerzo incesante hacia la unión: 9206, 9207,
ciones [animus] y las m entes [mens]. Por consiguiente, se p u ede co m ­ ; 495. La vida de la verdad procede del bien: 1589, 1997, 2579 [2572], 4070, 4096, 4097,
p ren d er q u e la naturaleza esencial de las disposiciones y las m entes deter­ 4757, 4884, 5147, 9667. La verdad es la form a del bien: 3049, 3180, 4574, 9154. La
m in e la naturaleza de la u n ió n y del am o r q ue sienten cada u n o p o r el Verdad es al bien com o el agua es al pan: 4976.

340
perciben claram ente que el m atrim o n io con más de una m u jer cierra su
atrapadas en pensam ientos falsos que tien en su o rig en en el mal, lo que
naturaleza in te rio r y hace que la lujuria invada el lugar que debe ocupar
se d en o m in a el m a trim o n io infernal. H ablan entre sí e incluso cohabitan
el am o r conyugal. La lu juria aparta del cielo1.
p o r lujuria, pero in te rio rm e n te arden en u n o d io m u tu o tan crim inal que
A ñadieron que a las personas de la tierra les resulta difícil co m p ren d er
está más allá de toda descripción.
esto po rq u e m u y pocos tien en experiencia del verdadero am or conyugal,
378. El am o r conyugal n o se p ro d u ce en tre personas de religiones di­
y quien no vive en él, no tiene absolutam ente n in g ú n c o n o cim ien to del
ferentes, pues la verdad de una n o está en arm o n ía co n el bien de la otra,
deleite in te rio r que hay en ese am or. Sólo co n o cen el placer de la lu ju ­
y dos entidades desiguales y discordantes n o p u ed en form ar una sola
ria, placer que se to rn a desagradable después de que las personas han vi­
m en te a partir de dos. Esto significa q u e la fuente de su am or no tiene
vido ju n tas du ran te un tiem po. El deleite del auténtico am or conyugal,
nada de espiritual en sí m ism o. Si viven ju n to s en arm onía, es p o r razo­
sin em bargo, no sólo dura hasta la vejez en la tierra, sino que incluso se
nes estrictam ente naturales'.
convierte en deleite celestial después de la m uerte, cuando se llena con
P or esta razón, los m atrim o n io s en el cielo se co n traen con personas
de la m ism a co m u nid ad , pues están centradas en form as similares de bien un deleite más pro fu n d o que se hace cada vez más perfecto hasta la ete r­
nidad.
y de verdad, pero no c o n personas de fuera de su com unidad. P uede ver­
Los ángeles dijeron incluso que las bendiciones del au tén tico am or
se en §§ 41-45, supra, q u e todas las personas que están en una d eterm i­
conyugal po d ían contarse p o r miles, ninguna de ellas conocida p o r los se­
nada co m u n id ad están centradas en u n b ien y una verdad similares, y que
difieren de quienes están fuera de la co m unidad. Esto estaba tam bién re­ res hum anos o com prensible para el e n ten d im ien to de quien no esté en
el m a trim o n io del bien y la verdad del Señor.
presentado en la n ación israelita en el h e ch o de que los m atrim onios se
contraían d en tro de la trib u e incluso d en tro del clan, y no fuera de 380. C u a lq u ie r deseo de c o n tro l de u n o sobre el o tro destroza c o m ­
pletam ente el am o r conyugal y su deleite celestial, pues, c o m o ya se se­
ellos223.
379. El au tén tico am o r conyugal n o es posible entre u n esposo y más ñaló, el am o r conyugal y su deleite consiste en el deseo de cada u n o de
de una esposa. La poligam ia destruye, en verdad, la fuente espiritual del p e rten ecer al otro, de m anera m u tu a y recíproca. El deseo de d o m in io
am o r conyugal, cuyo propósito es fo rm ar u n a sola m en te a p artir de dos. en u n m a trim o n io lo destruye p o rq u e la parte d o m in a n te q u iere sim ­
Por consiguiente, destruye la u n ió n p rofunda del bien y la verdad, que es plem ente q u e su deseo sea el del otro, y n o qu iere aceptar en cam bio
la esencia m ism a de ese am or. El m a trim o n io co n más de una persona es nin g ú n e lem en to del deseo del otro. Así pues, n o es m u tu o , lo que sig-
co m o u n e n te n d im ie n to dividido en tre más de una v o luntad o com o una
f Puesto que el esposo y la esposa deb en ser u n o y deb en vivir ju n to s en el nivel más
persona unida a más de una iglesia. R ealm en te, eso rom pe la fe y deja de
profundo de la vida, y puesto que los dos ju n to s form an u n ángel en el cielo, el am or
ser fe224.
conyugal a uténtico n o puede existir entre u n esposo y más de una esposa: 1907, 2740.
Los ángeles dicen que to m ar más de u n a esposa es absolutam ente con­
T o m ar más de una esposa al m ism o tiem po es contrario al o rd e n divino: 10835 [Í0837],
trario al o rd en divino y que saben eso p o r m uchas razones, incluido el
Es percibido m u y claram ente p o r quienes están e n el re in o celestial del S eñor que no
h e ch o de que en el m o m e n to en q u e piensan en un m atrim o n io con mas
existe m atrim onio salvo en tre u n esposo y una esposa: 865, 3246, 9902 [9002], 10172;
de una persona, se alejan de su bienaventuranza in te rio r y de su felicidad
porque los ángeles allí están en u n m atrim o n io del bien y la verdad: 3246. Se p erm itió
celestial. Parece co m o si estuvieran ebrios pues lo b u e n o se separa den­
a la n ación israelita to m a r más de una esposa y ten e r adem ás concubinas, p e ro esto no
tro de ellos de lo verdadero; y co m o los niveles más profundos de su m en­
es perm isible para los cristianos. Esto se debe a que esa n ación estaba centrada en las c o ­
te entran en ese estado co n sólo pensar en ello co n el más m ín im o deseo,
sas exteriores separadas de las interiores, m ientras que los cristianos p u e d en co n cen trar­
se en las más profundas y, p o r lo tanto, en el m atrim o n io del bien y la verdad: 3246,
' Los m atrim onios entre personas de religiones diferentes n o están perm itidos porque
4837, 8809.
n o existe ninguna u n ió n de bien y verdad sem ejante en los niveles interiores: 8998.

343
342
n iñea q u e n o se c o m p a rte el a m o r y su d eleite c o n el otro. A hora bien, rés p o r la aten ció n y el cuidado del hogar, la sensación de seguridad, el
esta a ctitu d de c o m p a rtir y la u n ió n q u e de ella se deriva es el verdade­ estar en paz o co n tranquilidad, el estar atendidos en la enferm ed ad o la
ro deleite in te rio r q u e llam am os la b ien av en tu ranza del m a trim o n io . El vejez, o el trabajar ju n to s p o r los hijos. E n algunos casos surge del m iedo
am o r al d o m in io ahoga esta bienav en tu ran za, y co n ella absolutam ente del cónyuge a lo que la gente pueda pensar, o p o r fines m alévolos; y, en
to d o lo q u e de celestial y espiritual hay en el am or, hasta el p u n to de algunos casos, es la lu juria la que lo provoca.
q ue se llega a p e rd e r to d o c o n o c im ie n to de su existencia. Se podría de­ El am o r conyugal difiere tam bién entre esposos. P uede h ab er más o
cir incluso q u e esa d im en sió n del am o r es tan despreciada q u e la mera menos en uno, p o co o nada en el otro; y puesto que p u ed e diferir, p u e ­
m e n c ió n de la b ien av en tu ran za del m a trim o n io provoca la risa o la có­ de haber cielo para u n o e in fiern o para el otro.
lera. 382a225. El au tén tico am or conyugal se en cu en tra en el cielo in te rio r
[2] C u an d o u n m iem b ro de la pareja quiere o am a lo que hace el otro, porque allí los ángeles están absortos en el m a trim o n io del b ien y la ver­
entonces hay lib ertad para am bos, p o rq u e to d a libertad procede del amor. dad e igualm ente en la inocencia. Los ángeles de los cielos inferiores es­
Sin em bargo, n o hay lib ertad para n in g u n o cuando hay dom inio. U n o de tán tam bién en am o r conyugal, pero sólo en la m edida en que están en
los dos es siervo; y tam b ién lo es el que dom ina, pues se co n d u ce com o la inocencia. Por eso entre los cónyuges que viven en a m o r conyugal los
siervo p o r su necesidad de dom inar. Sin em bargo, quienes no cono cen la placeres celestiales son casi co m o ju eg o s de inocencia para sus m entes,
libertad del am o r celestial n o c o m p ren d en esto en absoluto. D eberían com o los de los niños, po rq u e no hay nada que n o les deleite. El cielo
co m p ren d er a p artir de las cosas que acabam os de decir sobre el origen y fluye con su alegría en los detalles más peq u eñ o s de su vida. P o r eso el
la esencia del a m o r conyugal que cuando el d o m in io entra e n ju e g o , las am or conyugal es representado p o r una jo v en indescriptiblem ente h e r­
m entes n o se u n en , sino que se separan. El d o m in io sojuzga, y una m en­ mosa envuelta en una nu b e blanca. Se m e dijo que toda la belleza de los
te sojuzgada n o tien e v oluntad o tiene volu n tad de oposición. Si no hay ángeles en el cielo procede del am or conyugal. Los sentim ientos y p e n ­
volu n tad n o hay am or, y si hay volu n tad de oposición, hay odio en lugar samientos que fluyen de él son representados m ediante aureolas resplan­
de am or. decientes, con destellos co m o los de las piedras preciosas226 o rubíes, to ­
[3] Las respectivas naturalezas profundas de quienes viven este tipo de do esto acom pañado de sentim ientos de deleite que co nm ueven los
m atrim o n io cho can y pelean entre sí, c o m o es n o rm al entre dos cosas niveles más profundos de la m ente.
que se o p o n e n , p o r más que su naturaleza e x te rio r pueda estar co nteni­ E n una palabra, el cielo m ism o se describe co m o am or conyugal p o r­
da y preservada p o r la tranquilidad. El ch o q u e y la pelea de sus naturale­ que el cielo es para los ángeles la u n ió n del b ien y la verdad, y es esta
zas interiores brotará después de la m u erte. H ab itualm ente p erm anecen unión la que constituye el am or conyugal.
ju n to s y entonces lu ch an entre sí co m o enem igos y cada u n o atorm enta 382b. Los m atrim o n io s del cielo difieren de los m atrim o n io s de la tie ­
a la otra parte, pues am bos actúan de acuerdo co n el estado de su natu­ rra en que los m atrim o n io s terrenales tien en la finalidad de te n e r hijos,
raleza profunda. E n ocasiones se m e ha p e rm itid o ver có m o luchan y se lo que n o sucede en los cielos. E n lugar de la procreación de hijos, hay
ato rm e n ta n recíprocam ente, en ocasiones co n u n gran despliegue de ren­ allí procreación de lo que es b u e n o y verdadero. La razón de esta sustitu­
co r y violencia. Los niveles más profundos de cada uno, al n o estar ya ción es que se trata de u n m a trim o n io del bien y la verdad, co m o se di­
constreñidos p o r consideraciones externas, tie n en una cierta libertad en jo a n te rio rm en te, y en este m a trim o n io el bien y la verdad son am ados
la otra vida para sus propósitos m undanos. E n to n ces las personas son ex- por encim a de todo, co m o lo es su un ió n ; así, eso es lo que procrean los
te rio rm e n te tal co m o son in te rio rm e n te . m atrim onios en los cielos. P or eso en la Palabra nacim ientos y genera­
381. E n ciertas personas hay algo sem ejante al am or conyugal, pero ciones significan nacim ientos y generaciones espirituales, nacim ientos de
que n o es tal a m en o s que esté centrado en el am o r al b ien y la verdad. lo que es b u en o y verdadero. La m adre y el padre significan la prolífica
Es u n am o r q u e se parece al am o r conyugal p o r diversas razones: el in te­ un ió n de la verdad y el bien, los hijos e hijas son las cosas buenas y ver­

344 345
daderas que nacen, y los yernos y nueras significan las uniones de estos o y tam bién de los ángeles del cielo, pues co m o ya señalam os en el ca­
descendientes, y así co n to d o 8. pítulo correspondiente, el cielo procede del género hum ano. P or esta ra­
P odem os d ed u cir de lo dicho q u e los m atrim o n io s del cielo no son zón y po rq u e tien e n u n orig en espiritual (del m atrim o n io del b ien y la
iguales a los m atrim o n io s de la tierra. E n los cielos, hay bodas espiritua­ verdad), y p o rq u e la naturaleza divina del S eñor fluye especialm ente en
les que n o deberían llam arse bodas, sino u n io n es de m entes, debidas a la este am or, estos m atrim o n io s terrenales son considerados co m o los más
u n ió n del b ie n y la verdad. Sin em bargo, en la tierra hay bodas, porque santos p o r los ángeles del cielo. P o r consiguiente, el adulterio, co m o lo
co n c ie rn e n n o sólo al espíritu, sino tam b ién a la carne. P o r otra parte opuesto al am o r conyugal, es considerado p o r ellos im pío; pues así com o
puesto que n o hay bodas en los cielos, los dos esposos n o son llamados los ángeles ven en las uniones conyugales el m a trim o n io del bien y la ver­
m arid o y m ujer, sino que, debido al co n cep to angélico de la un ió n de dad, que es el cielo, así en el adulterio ven el m atrim o n io de la falsedad
dos m entes en una, cada cónyuge es id entificado p o r una palabra que sig­ y la m aldad, que es el infierno. P o r eso, con sólo oír m en c io n ar el adul­
nifica « p erteneciente al otro». terio, se alejan, y p o r eso el cielo está cerrado a quienes co m e ten adulte­
Esto nos p e rm ite co m p ren d er lo q u e q u ieren decir las palabras del rio por placer. Y cuando el cielo se ha cerrado, el h o m b re ya n o reco ­
S eño r sobre los m atrim o n io s en Lucas 21, 35-36 [20, 35-36], noce lo D ivino, ni nada de la fe de la Iglesia11-227.
383. T am bién se m e ha p erm itid o ver có m o entraron los m atrim onios H e p o d id o percibir p o r el aura que em ana del in fiern o que todos allí
en los cielos. E n to d o el cielo, las personas q u e son sem ejantes se reúnen, se o p o n en al am or conyugal. Era co m o u n esfuerzo incesante p o r ro m ­
y las q u e son distintas se separan. Esto significa que cada com unidad per y destruir los m atrim onios. Esto m ostraba que el placer dom in an te
consta de personas similares. Los sem ejantes son atraídos hacia los seme­ en el in fierno es el del adulterio, y que el placer del ad u lterio es tam bién
jan tes n o p o r su propia volu n tad sino p o r el S eñ o r (véase supra, §§ 41-45). el placer de destrozar la u n ió n del bien y la verdad, la u n ió n que consti­
Igualm ente, u n cónyuge es atraído hacia el otro cuando sus m entes pue­ tuye el cielo. Se sigue de ahí que el placer del adulterio es u n placer in ­
d en unirse. Así, a p rim e ra vista se am an u n o al otro profundam ente, se fernal, diam etralm ente opuesto al placer del m atrim o n io , que es u n pla­
ven m u tu a m e n te co m o casados, y co n traen m atrim onio. P or eso todos cer celestial.
los m atrim o n io s del cielo son obra solam ente del Señor. T am bién cele­ 385. H abía algunos espíritus que m e a to rm en tab an co n particular in ­
bran una fiesta de bodas en la q u e se re ú n e n num erosas personas; estas genio debido a su práctica durante su vida física. H acían esto m ediante
fiestas difieren según las com unidades. un influjo bastante sutil, a m o d o de onda, cosa característica de los espí­
384. Los m atrim o n io s en la tierra son el sem illero del género hum a- ritus honrados; pero se percibía que había elem entos de engaño y cosas
parecidas en ellos, deseo de coger en u n a tram pa y engañar. Finalm ente,
8 La concepción, el dar a luz, el nacim iento y las generaciones significan los aconte­ hablé co n u n o de ellos que había estado al m ando de u n ejército cuando
cim ientos espirituales de lo que es bueno y verdadero, o del am or y la fe: 613, 1145, 1755 vivía en el m u ndo, según m e dijo. P ercibiendo que había algo licencioso
[1255], 2020, 2584, 3860, 3868, 4070, 4668, 6239, 8042, 9325, 10197 [10249], E ngendrar y en sus pensam ientos, hablé con él sobre el m atrim o n io en u n lenguaje es-
nacer significan regeneración y renacim iento p o r m edio de la fe y el am or: 5160, 5598,
9042, 9845. U n a m adre significa la Iglesia respecto de la verdad, y p o r tanto tam bién la ■ h Los actos de adulterio son impíos: 9961, 10174. El cielo está cerrado para los adúlte­
verdad de la Iglesia: 2691, 2717, 3703, 5580 [5581], 8897. Los hijos significan los senti­ ros: 275 [2750], Las personas que se com placen en los actos de adulterio n o p u e d en e n ­
m ientos p o r lo que es verdadero y p o r lo tanto las verdades: 489, 491, 533, 2623, 3373, trar en el cielo: 539, 2733, 2747-2749, 2751, 10175. Los adúlteros son despiadados y no tie­
4257, 8649, 9807. Las hijas significan los sentim ientos p o r el bien y, p o r lo tanto, las cosas nen religión: 824, 2747, 2748. Las ideas de los adúlteros son sucias: 2747, 2748. E n la otra
que son buenas: 489-491, 2362, 3963, 6729, 6775, 6778, 9055. U n yerno significa algo ver­ vida, am an la inm undicia y están en ese tipo de infierno: 2755, 5394, 5722. Los actos de
dadero unido a u n sentim iento p o r el bien: 2389. U n a nuera significa algún bien unido adulterio en la Palabra significan las adulteraciones del bien, y la p rostitución significa la
con su verdad: 4843. distorsión de la verdad: 2466, 2729, 3399, 4865, 8904, 10648.

346 347
piritual, em pleando im ágenes q u e expresaban plenam ente, aun siendo d ic io n e sy delicias más allá de to d o n ú m ero o descripción. C u a n to más
m u y breves, mis sentim ientos. D ijo q u e d u ran te su vida física nunca ha­ se a v a n za b a hacia el interior, más innum erables e indescriptibles eran,
bía pensado en actos de adulterio. hasta alcanzar las delicias del cielo interior, el cielo de la inocencia. Todo
Se m e o c u rrió decirle, sin em bargo, q u e los actos de ad u lterio son in­ esto se realizó con la m ayor libertad, p o rq u e toda libertad p rocede del
decibles, p o r m u y diferentes e incluso perm isibles que pu ed an parecer a amor; p o r eso, la libertad m ayor p rocede del am o r conyugal, que es el
la gente co m o él deb id o al placer q u e codician y sus consiguientes racio­ am or celestial esencial.
nalizaciones. El p o d ía co m p ren d er esto sin dificultad p o rq u e los m atri­ Por otra parte, el cam ino del adulterio co n d u ce al infierno, paso a pa­
m on io s son el sem illero del género h u m a n o y, p o r consiguiente, el semi­ so hasta lo más inferior, do n d e n o hay nada que no sea terrib le y espan­
llero del rein o del cielo. P or este m otivo, nun ca debían ser violados, sino toso. Este es el tipo de destino que espera a los adúlteros después de su
que debían ser considerados co m o algo sagrado. T am bién podía com ­ vida en el m u n d o . P or «adúlteros» nos referim os a las personas que en ­
p rend erlo pensando en el hecho, q u e él p o d ía percibir al estar ahora en cuentran placer en los actos de adulterio y no en el m atrim o n io .
la otra vida, de que el am o r conyugal descendía del S eñor a través del cie­
lo, y de que el am o r m u tu o , fu n d am en to del cielo, procedía de ese am or L o q u e h a c e n lo s á n g e l e s e n el c i e l o
co m o u n hijo pro ced e de sus padres. Estaba tam b ién el h e ch o de que bas­ 387. N o hay fo rm a de enum erar todas las funciones que tien en las
ta con que los adúlteros se acerquen tan sólo a las com unidades celestia­ personas en el cielo o de describirlas en detalle, au n q u e se p u ed e decir al­
les, para que se d en cu enta de su p ro p io h e d o r y se lancen al infierno. go sobre el tem a en térm in o s generales; son innum erables y varían tam ­
D ebía al m enos saber q u e la violación del m a trim o n io va contra las leyes bién según las funciones de las com unidades. E n realidad, cada c o m u n i­
divinas y con tra las leyes civiles de todos los reinos, así co m o es contra­ dad desem peña una fu n ción única, puesto que las com unidades difieren
rio a la au téntica luz racional porque, entre otras m uchas cosas, es con­ según sus virtudes (véase supra, § 41) y, p o r tanto, según su función. Esto
trario tan to al o rd en h u m a n o co m o al ord en divino. se debe a que en los cielos las virtudes de cada u n o son virtudes en acto,
Sin em bargo, contestó que él n o pensaba así durante su vida física. es decir, funciones. Todos hacen allí algo específicam ente útil, pues el rei­
Q u e ría utilizar especulaciones sobre si esto era verdadero o no; pero se le no del S eñor es u n reino de usos o utilidades“-228.
dijo q u e la verdad n o adm ite especulaciones. C o n especulaciones se pue­ 388. H ay m uchas form as de servicio en los cielos, co m o las hay en la
de apoyar to d o lo q u e nos place, y p o r tan to tam bién lo que es malo y tierra, puesto que allí hay asuntos eclesiásticos, civiles y dom ésticos. La
falso. D eb ía em pezar p o r pensar en lo q u e se le había dicho, porque era existencia de los asuntos eclesiásticos se deriva de lo que se señaló ante­
cierto. O, al m enos, p o d ía pensar en ello desde el prin cip io am pliam en­ riorm ente, §§ 221-227, sobre el culto divino; la existencia de los asuntos
te reco n o cid o de q u e n o se debería h acer nada a los otros que n o quera­ civiles, de lo que se dijo sobre las form as de g o b iern o en el cielo, §§
m os que los otros nos hagan. Así, si alguien h u b iera practicado este tipo 213-220; m ientras que la existencia de los asuntos dom ésticos se deduce
de engaño co n su m ujer, a la que am aba (com o sucede en las prim eras de lo dicho sobre los hogares y casas de los ángeles, §§ 183-190, y sobre
etapas de to d o m atrim o n io ), entonces cu an d o estuviera en la cim a de su los m atrim onios en el cielo, §§ 366-386. P or consiguiente, po d em o s ver
ardiente furia y expresara sus sentim ientos, ¿no m antendría que el adul­
te rio es detestable y, puesto que estaba in telectu alm en te dotado, no que­ fcv* El reino del S eñor es u n reino de utilidades: 453 [454], 696, 1103, 3645, 4054, 7038.

rría que to d o el m u n d o apoyara su p reten sió n de que el ad u lterio debía Servir al Señor es ser útil: 7038. T o d o el m undo debe ser útil en la otra vida: 1103; in­

ser co n d en ad o al infierno? cluso la gente mala e infernal, pero de m anera diferente: 696. La cualidad de cada u n o es­

386. Se m e ha m ostrado cóm o los placeres del am o r conyugal llevan ta determ inada p o r la utilidad que satisface el individuo: 4054, 6815; con ejem plos: 7038.

al cielo y có m o los placeres del adulterio c o n d u ce n al infierno. El cam i­ La bienaventuranza angélica consiste en acciones buenas y caritativas y, p o r consiguien­

n o del am o r conyugal hacia el cielo in crem en ta co n stan tem en te las b en ­ te, en realizar usos o utilidades: 454.

348 349
que las funciones y servicios en cu alquier co m u n id ad celestial son m últi­ debe ser am ado en nuestros co n ciu dadanos, nuestra c o m u n id ad , n u es­
ples. tro país y nuestra Iglesia, y esto es lo q u e d eb e ser fo m en tad o p o r sí m is-
389. T odo en el cielo está dispuesto según el o rd en divino, que está „ ^b.229
mo
preservado en todas partes p o r la vigilancia de los ángeles, con los más sa­ 391. Todas las com unidades de los cielos se diferencian según sus for­
bios aten d ien d o a los asuntos del b ien o u tilidad c o m ú n y los m enos sa­ mas de servicio, p o rq u e se diferencian según sus virtudes, co m o se ha se­
bios a los detalles m en o res o particulares. Estos asuntos están subordina­ ñalado a n te rio rm e n te (§§ 41-45). Sus virtudes son virtudes en acción o
dos, lo m ism o q u e las utilidades, al o rd en divino. Esto significa tam bién actos de caridad, que son servicios. H ay algunas com unidades cuya tarea
que la im p o rtan cia q u e se atribuye a cada fu n ció n depende de la im por­ es cuidar de los niños más pequeños; hay otras encargadas de enseñar y
tancia de su utilidad. A hora bien, los ángeles n o reivindican ninguna im ­ guiar a los niños m ientras crecen; hay otras que se ocu p an de los niños y
p o rtan cia para sí, sino q u e la atribuyen toda a la utilidad; y puesto que la niñas que están ya b ien dispuestos debido a la m anera en que fu eron e d u ­
utilidad es el b ien q u e sirve y to d o b ien p ro ced e del Señor, atribuyen to­ cados en este m u n d o y han llegado directam ente al cielo, d o n d e son ins­
do al Señor. Esto significa que si u n o piensa p rim ero en sí m ism o y se­ truidos y educados más o m enos de la m ism a m anera. H ay com unidades
cu n d a ria m e n te en la utilid ad en vez de pen sar p rim ero en la utilidad y que enseñan a la gente sencilla del m u n d o cristiano y les guían en el ca­
secu n d ariam en te en sí m ism o, n o p u ed e d esem peñar n in g ú n oficio en el m ino al cielo, y hay otras que hacen lo m ism o con diferentes pueblos no
cielo, p o rq u e está separado del Señor, al p o n erse a sí m ism o en prim er cristianos. H ay algunas que pro teg en a los nuevos espíritus, que acaban
lugar y a la utilidad en segundo. Al d ecir «utilidad» nos referim os tam bién de llegar del m u n d o , de los ataques de los m alos espíritus; y hay otras que
al Señor, puesto q ue co m o se señaló, la u tilidad es un bien, y el bien pro­ asisten a la gente en la tierra inferior230. T am bién las hay que asisten a los
cede del Señor. que están en los infiernos y los controlan para que n o se to rtu re n m u ­
390. Esto nos p e rm ite d ete rm in a r có m o son las categorías de subor­ tuam ente más allá de los lím ites dispuestos. H ay igualm ente algunas que
d inació n en el cielo, es decir, que am am os, valoram os y respetam os a los cuidan de quienes están despertando de la m uerte.
funcionarios según am am os, valoram os y respetam os las funciones que H ablando en general, los ángeles de todas las com unidades tie n e n co ­
están asociadas a ellos, y que estos funcio n ario s son am ados, valorados y m o m isión p rotegernos, apartarnos de los sentim ientos m alvados y de los
respetados en la m edida en que n o se atribuyen su utilidad a sí m ism os si­ pensam ientos que provocan e in fu n d ir en nosotros buenos sentim ientos
n o al Señor. E n esa m edida, son sabios, y la u tilidad que realizan la reali­ en la m edida en que estem os librem ente abiertos a ellos. D e este m o d o
zan desde el bien. E l am or, el valor y el respeto espirituales n o son otra controlan nuestras acciones u obras alejando nuestras malas intenciones
cosa q u e am or, valor y respeto p o r la utilidad propia de cada función, res­ en la m edida en que es posible hacerlo. C u a n d o los ángeles están co n n o -
p e to p o r la fu n ció n a causa de la utilidad y n o p o r la utilidad a causa de
la funció n . Si m iram os a los dem ás desde u n a perspectiva espiritualm en­ b A m ar al p rójim o es am ar no la función, sino lo que está en nuestro prójim o y es el
te verdadera, n o los vem os de otra form a, pues toda persona es igual a origen de nuestro prójim o: 5025, 10336. Q uienes am an la función más que la substancia
otra, in d e p e n d ie n te m e n te de que su rango je rá rq u ic o sea más elevado o y el origen de la persona am an el m al tanto com o el bien: 3820; y ayudan p o r igual a la
más bajo. La única diferencia que observam os es una diferencia de sabi­ gente mala y a la gente buena aunque ayudar a los malos sea hacer daño a los buenos, lo
duría, y la sabiduría es am o r a la utilidad, lo q u e significa am ar el bienes­ que no es am ar al prójim o: 3820, 6703, 8120. Los ju eces que castigan a los m alhechores
tar de nuestros conciudadanos, de nuestra co m u n id ad o de nuestro país, para corregirlos e im pedir que corrom pan y dañen a las personas buenas am an a su p ró ­
y de la iglesia. jim o: 3820, 8120, 8121. C ada individuo y cada com unidad, el país y la Iglesia, y, en el más
E sto es ta m b ié n lo q u e constituye el a m o r al Señor, p u esto que to ­ amplio sentido, el reino del Señor, son «nuestro prójim o», y ayudarles p o r am or a su bie­
do b ie n q u e sea realm en te u n b ie n p ro c e d e del Señor. T am bién cons­ nestar y según su estado es am ar a nuestro prójim o: esto significa que su bienestar, que es
tituy e el am o r al p ró jim o , p uesto q u e n u estro p ró jim o es el b ien que en lo que hay que fijarse, es nuestro prójim o: 6818-6824, 8123.

350 351
sotros parecen habitar en nuestros sentim ientos, cerca de nosotros en la propio, que se c o n d u jero n honrada y ju stam en te p o r am o r de lo
n e s ta r

m edida en q u e estam os en el bien pro p io de la verdad, y distantes en la que es h o n rad o y justo, se ocupan de los asuntos civiles. E n la m edida en
m edida en q u e nuestra vida se aleja del b ie n 0. que buscaron leyes de justicia im pelidos p o r su am or, desarrollando así su
A hora b ien , todas estas tareas las realiza el S eñor p o r m ed io de los án­ inteligencia, disfrutan de la capacidad de realizar tales funciones en el cie­
geles, puesto que los ángeles las hacen n o p o r sí m ism os sino desde el lo. Las realizan en el lugar o nivel apropiado a su discernim iento, que a
Señor. P or eso, en el sentido más p ro fu n d o de la Palabra, «ángeles» no sig­ su vez es equivalente a su am or p o r el servicio al b ien co m ú n .
nifica p ro p iam en te ángeles, sino más b ien algo del Señor; y p o r eso en la [3] A dem ás, hay tantos oficios y ocupaciones en el cielo, tantas tareas,
Palabra los ángeles son llam ados diosesd. que son sim plem ente demasiadas para enum erarlas. Las que hay en el
392. Éstas son categorías generales de las actividades de los ángeles, pe­ m undo son, en com paración, escasas. P or m uy num erosos que sean los
ro cada ind iv id u o tiene su propia c o n trib u c ió n específica que hacer. Por que están im plicados en ellas, todos participan del am o r a su trabajo y tra­
eso cada servicio general está constituido p o r incontables elem entos que bajan p o r deseo de servir, n o p o r egoísm o ni p o r ansia de lucro. E n rea­
son deno m in ad o s servicios m ediatos, subordinados o de apoyo. Todos és­ lidad, no existe n in g ú n ansia de lucro, puesto que todas las necesidades
tos están dispuestos y coordinados de acuerdo co n el o rden divino, y reu­ de la vida les son satisfechas de form a gratuita. T ie n e n casa, vestidos y ali­
nidos constituyen y com p letan la fu n ció n englobadora que es el bien co­ m entación gratuita. Podem os ded u cir de aquí que las personas que se
m ún . am aron a sí mismas y al m u n d o más que al servicio no tie n en n in g ú n lu ­
393. Las personas del cielo que están im plicadas en asuntos de la Iglesia gar en el cielo. E n realidad, nuestro am o r o afecto p erm an ece invariable­
son las q u e am aron la Palabra en el m u n d o y buscaron las verdades en ella m ente con nosotros después de nuestra vida en el m u n d o . N o se desa­
co n u n interés activo, n o p o r prestigio o beneficio, sino para servicio tan­ rraiga en la etern id ad (véase supra, § 363).
to de su vida co m o de la vida de los demás. E n p ro p o rció n a su am or y 394. T odo el m u n d o en el cielo está em peñado en su tarea según su
anhelo de servicio, son ilum inadas y están en la luz de la sabiduría; y es­ correspondencia, y la correspondencia n o se establece co n el trabajo en
ta luz la recib en de la Palabra en los cielos, q u e no es Palabra natural co­ sí, sino co n la utilidad de cada tarea particular (véase supra, § 112); y to ­
m o en el m u n d o , sino Palabra espiritual (véase § 259, supra). T ie n e n el do tiene una correspondencia (§ 106). C u a n d o estam os em peñados en
d o n de la predicación; y de acuerdo co n el o rd en divino, los que supe­ una actividad o tarea en el cielo que responde a su uso o utilidad, e n to n ­
ran a los otros en la sabiduría que deriva de su ilu m in ació n están situados ces estam os en u n estado de vida más o m enos parecido al que teníam os
en u n a posición más elevada. en este m undo. E sto se debe a que lo espiritual y lo natural actúan com o
[2] A quellos q u e am aron a su país y su p rosperidad más que el bie- uno p o r m edio de su correspondencia, pero con la diferencia de q u e des­
pués de la m u e rte disfrutam os de u n deleite más p ro fu n d o p o rq u e esta­
c Sobre los ángeles en relación con los bebés, luego con los niños y posteriorm ente: mos en una vida espiritual. Ésa es una vida más profunda, y p o r consi­
2303. Som os despertados de la m uerte p o r los ángeles; desde la experiencia: 168-189. Los guiente más abierta a la bienaventuranza celestial.
ángeles son enviados a los que están en el infierno para im pedir que se ato rm en ten entre
sí de m anera excesiva: 967. Sobre los servicios que los ángeles p roporcionan a quienes lle­ A legría y felicidad celestial
gan a la otra vida: 2131. Espíritus y ángeles están con todos nosotros, y el S eñor nos con­ 395. A ctu alm en te, apenas nadie sabe lo que es el cielo o lo q u e es la
duce a través de espíritus y ángeles: 50, 697, 2796, 2887, 2888, 5847-5866, 5976-5993, 6209. alegría celestial. Las personas que piensan en ello p ro p o n e n nocio n es
Los ángeles tienen po d er sobre los malos espíritus: 1755. tan pedestres y burdas q u e apenas tie n e n algo q u e ver c o n la realidad.
d «Ángeles» en la Palabra significa algo divino del Señor: 1925, 2821, 3039, 4085, 6280, H e te n id o una m aravillosa o p o rtu n id a d de ap re n d er de los espíritus que
8192. Los ángeles son llam ados dioses en la Palabra debido a su apertura a la verdad y el estaban pasando de este m u n d o a la o tra vida q u é clase de idea ten ían
bien divinos del Señor: 4295, 4402, 8301, 8192. del cielo y de la alegría celestial, pues cu a n d o son dejados a sí m ism os,

352
c o m o cu an d o estaban en el m u n d o , siguen p en san d o de la m ism a m a- ritu s- están abiertos, y desvían la m irada del m u n d o para dirigirla hacia
231 el cielo. E n la m edida en que los dos am ores del m u n d o 233 son aceptados
ñera .
La razón de que n o co n ozcan la alegría celestial es que las personas y nos afectan, nuestros niveles exteriores -n iveles del c u e rp o o de la car­
que piensa en ello basan todos sus ju icio s en las alegrías externas de la n e - están abiertos, y desvían la m irada del cielo para dirigirla hacia el
persona natural. N o saben qué es la persona espiritual o interior, y en m undo. Así co m o fluyen los am ores y son aceptados, así fluyen sus pla­
consecuencia tam p o co saben en qué consiste su deleite y su bienaventu­ ceres, placeres del cielo en nuestra naturaleza profunda y placeres del
ranza. P or eso, au n q u e quienes están en la alegría in te rio r o espiritual les m undo en nuestra naturaleza exterior, pues, co m o ya se señaló, to d o pla­
dijeran qué es la alegría celestial y có m o se ex p erim en ta, no podrían cer procede del am or.
com prenderlo. Llegarían a u n co n cep to descon o cido y, p o r consiguiente, 397. Por su m ism a naturaleza, el cielo está lleno de deleites, hasta el
no podrían percibirlo, p o r eso se co nvierte en u na de esas cosas que la punto de que si lo viéram os com o realm ente es, com probaríam os q u e no
p ersona natural desecha. es otra cosa que dicha y placer. Así es po rq u e el bien divino que em ana
Todo el m u n d o es capaz de saber que cu an d o dejam os nuestra perso­ del am or divino del S eñ o r constituye el cielo en su c o n ju n to y en deta­
na natural o e x te rio r entram os en nuestra p ersona espiritual o interior; lle para todos lo que están allí; y el am o r divino es la v o luntad de que to ­
p o r eso tam bién pod em o s saber que el placer celestial es espiritual e in­ do el m u n d o sea salvado y sea profunda y p lenam ente feliz. P or eso es lo
te rio r y n o natural y exterior. Al ser espiritual e interior, es más puro y mismo decir «cielo» que decir «alegría celestial».
excelente y afecta a nuestros niveles más profundos, los niveles de nues­ 398. Los deleites del cielo son indescriptibles e innum erables; pero na­
tra alm a o espíritu. die que esté inm erso en los placeres del c u e rp o o de la carne p u ede c o m ­
Podem os co n clu ir de esto que su deleite es según fue previam ente el prender o creer nada sobre ellos. C o m o ya dijim os, esto se debe a q u e sus
deleite de su espíritu, y q u e los placeres del cu erp o, llamados «placeres de niveles profundos se apartan del cielo para orientarse hacia el m u n d o , es
la carne», n o tien en co m paración co n los del cielo. Todo lo que está en decir, hacia lo contrario. Pues nadie que esté inm erso en los placeres del
nuestro espíritu cuando dejam os el c u e rp o p erm an ece con nosotros des­ cuerpo o de la carne (o en el am or a sí m ism o y al m u n d o , que es lo m is­
pués de la m u erte, pues entonces vivim os c o m o espíritus hum anos. mo) siente nin g ú n placer salvo en la fama, el lucro o la gratificación físi­
396. Todos los placeres fluyen del am or, p o rq u e sentim os co m o agra­ ca y sensible. Estos ahogan y sofocan los placeres más profundos del cie­
dable lo q u e am am os. N o hay n in g u n a otra fu en te de placer. D e ello se lo de m anera tan com pleta que ya ni siquiera se cree que esos placeres
sigue, pues, q u e la cualidad del am o r d eterm in a la cualidad del placer. Los existan. Por eso se quedarían m uy desconcertados si se les dijera que se
placeres del c u e rp o o de la carne fluyen del am o r a nosotros m ism os y les ofrecen otros placeres cuando la fam a y el lucro se dejan a u n lado; y
del am o r al m u n d o , y éstos son tam bién la fuente de nuestros im pulsos y se quedarían aún más desconcertados si se les dijera que los deleites que
sus gratificaciones. Los placeres del alma o el espíritu, sin em bargo, flu­ ocupan su lugar son innum erables y están más allá de cualquier co m p a­
yen todos del am o r al S eñ o r y del am o r al prójim o, que son tam bién la ración con los placeres del cu erpo y de la carne, especialm ente los place­
fuente de los sentim ientos p o r el b ien y la verdad y de nuestra dicha más res de la fama y el lucro. Vemos pues p o r qué n o se sabe en qué consiste
profunda. Estos am ores y sus placeres fluyen del S eñor y del cielo p o r un la alegría celestial.
cam ino in terio r, desde arriba, y afectan a nuestra naturaleza más profun­ 399. Podem os deducir la m agnitud del placer celestial del h ech o de
da. Los otros am ores y sus placeres, sin em bargo, fluyen de la carne y del que, allí, a todos parece delicioso com partir su placer y dicha con los de­
m u n d o p o r u n cam ino exterior, desde abajo, y afectan a nuestra natura­ udas; y puesto que todos piensan así en los cielos, podem os im aginar cuán
leza externa. m m enso es el placer del cielo. Pues co m o a n terio rm e n te expliqué (§ 268),
E n la m edida en que los dos am ores del cielo232 son aceptados y nos en el cielo todos com parten lo que tienen con cada uno, y cada u n o con
afectan, nuestros niveles más profundos —niveles de nuestras almas o espi- todos.

354 355
Este tipo de particip ació n fluye de las dos form as de am or que se dan robar y arrebatar el placer celestial a quienes están absortos en él. Es di­
en el cielo, que co m o ya dijim os son el am o r al S eñor y el am o r al pró­ ferente cuando no se produce nin g ú n robo ni destrucción. E ntonces no
jim o . Estas form as de am o r q u ieren p o r naturaleza co m p artir sus place­ pueden acercarse p o rq u e en la m edida en que lo hacen, se h u n d e n en el
res. El am o r al S eñ o r es así p o rq u e co m p arte to d o lo que tiene con todo dolor y el to rm e n to . P or eso rara vez se atreven a acercarse. Tam bién es­
el m u n d o y desea la felicidad de to d o el m u n d o. El m ism o am or existe to m e ha sido m ostrado m ediante una repetida experiencia, parte de la
en quienes le am an, p o rq u e el S eñor está en ellos. Así pues, los ángeles cual m e gustaría transm itir.
co m p arten sus deleites co n todos los demás. V erem os más adelante que el [2] N ada desean con más fuerza los espíritus cuando llegan a la otra
am o r al p ró jim o tam b ién es así. P odem os d ed u cir de to d o esto que estos vida procedentes de este m u n d o que en trar en el cielo. Casi todos espe­
am ores, p o r naturaleza, q uieren co m p artir sus deleites. ran p o d e r hacerlo, pues creen que entrar en el cielo consiste sim plem en­
Es diferente para el am o r a u n o m ism o y el am o r al m undo. El amor te en ser adm itidos y aceptados. C o m o esto es lo que quieren, son acep­
a u n o m ism o arrebata y destruye to d o deleite de los otros y lo desvía ha­ tados en alguna com u n id ad del cielo exterior. Si se entregan al am o r a sí
cia sí m ism o, pues sólo im p o rta el bienestar propio. El am o r al m undo mismos y al m u n d o , cuando alcanzan el p rim e r lím ite de ese cielo em ­
preten d e que las posesiones del p ró jim o sean suyas. P or naturaleza estas piezan a sentir d o lo r y a estar tan ato rm entados que les parece estar en el
form as de am o r q u ieren acabar co n el deleite de los otros. Si tien en al­ infierno más que en el cielo. C aen, entonces, precipitadam ente hacia
guna tendencia a com partir, es p o r su p ro p io interés y n o p o r el de los abajo y n o descansan hasta que se encu en tran co n sus iguales en los in ­
otros; p o r eso, en relación a los dem ás (y salvo en la m edida en que se fiernos.
p u e d e n apropiar del deleite de los otros) n o tien d en a co m p artir sino a [3] T am bién ha sucedido a m e n u d o que espíritus co m o ésos hayan
destruir. querido descu b rir qué es la alegría celestial y, cu an d o han oído que está
C o n m u ch a frecuencia se m e ha m ostrado m ediante vividas expe­ en la naturaleza más profunda de los ángeles, hayan tratado de p articipar
riencias que así son el am o r a u n o m ism o y el am o r al m u n d o cuando es­ en ella. Si esto ha p o d id o o c u rrir es p o rq u e cuan d o los espíritus n o es­
tán en posición do m in an te. Siem pre que los espíritus que estaban sum i­ tán todavía en el cielo o en el infierno, se les co n c ed e to d o lo que q u ie­
dos en estas form as de am o r cuando vivían c o m o personas en este m undo ren si les p u ed e beneficiar. Pero tan p ro n to c o m o se estableció la c o m u ­
se h an acercado a m í, m i pro p io placer ha m erm ad o hasta desaparecer. nicación, co m en zaro n a e x p erim en ta r tal angustia que n o podían
T am bién se m e ha dicho que si se dirigen hacia alguna co m unidad celes­ controlar su c u e rp o d ebido al dolor. Parecía co m o si les apretaran la ca­
tial, el deleite de sus m iem bros dism inuye en p ro p o rció n directa a su pre­ beza hacia los pies y se tiraban al suelo, reto rcién d o se y enroscándose c o ­
sencia. Significativam ente, los espíritus m alignos disfrutan entonces. Pude mo serpientes, d ebido a su angustia interio r. Éste era el efecto que el d e­
en te n d e r así cuál es el estado de espíritu de quienes son así m ientras está leite celestial tenía sobre aquellos cuyos placeres resultaban del am o r a sí
en el cuerpo, pues es básicam ente el m ism o q u e después de la separación mismos y al m u ndo. La razón es que estos am ores son d iam etralm ente
del cuerpo. A nsian y codician los placeres o los bienes de los otros, y en opuestos, y cuando u n am o r se e n cu en tra co n su opuesto se p ro d u c e ese
la m edida en que los consiguen, están satisfechos. Vemos, pues, que el tipo de dolor. A dem ás, puesto que el placer celestial entra p o r u n cam i­
am o r a sí m ism o y el am o r al m u n d o son destructores de la alegría celes­ no in te rio r y fluye en u n placer opuesto, esto invierte los niveles más
tial y son, p o r consiguiente, diam etralm ente opuestos a los am ores celes­ Profundos que están absortos en un placer de signo co n trario , im p o ­
tiales, cuya naturaleza consiste en com partir. niéndoles la d irección opuesta. T odo ello desem boca en esta clase de
400. D eb em o s c o m p ren d er q u e el placer que sienten quienes están torturas.
absortos en el am o r a sí m ism os y al m u n d o cuando se acercan a alguna [4] C o m o ya he señalado, la razón de que esos am ores sean contrarios
com u n id ad celestial es el placer de sus deseos, y esto es diam etralm ente entre sí es que el am o r al S eñor y el am or al p ró jim o quieren co m p artir-
opu esto al deleite del cielo. A lcanzan el placer que desean cuando logran 0 todo con los demás. Éste es en realidad su deleite. Pero el egoísm o y

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el am o r al m u n d o q u ieren arrebatar las cosas a los otros para hacerlas su­ 402. Todos los placeres del cielo están unidos a form as de servicio y
yas, y e n cu en tran placer en la m edida en q u e lo logran. habitan en ellas, p o rq u e las form as de servicio son los buenos efectos del
Esto nos p e rm ite c o m p ren d er tam b ién p o r qué el in fiern o está sepa­ am or y la caridad en que están inm ersos los ángeles. P o r consiguiente, la
rado del cielo. Todos aquellos que están en el in fiern o estaban com pleta­ naturaleza del deleite de cada u n o dep en d e de la naturaleza de su servi­
m e n te centrados en los placeres del c u e rp o y de la carne m ientras vivían cio, y su intensidad dep en d e de la intensidad del interés puesto en el ser­
en este m u n d o , deb id o a su am o r a sí m ism os y a su am or al mundo; vicio.
m ientras que tod o s aquellos que están en el cielo estaban centrados en el Podem os co n firm ar que los deleites del cielo son deleites de servicio
deleite del alm a y el espíritu cuando vivían en el m undo, debido a su com parándolos co n nuestros cinco sentidos físicos. C ada sentido tiene su
am o r al S eñ o r y a su am o r al prójim o. C o m o estos am ores se o p o n en en­ placer pro p io en concordancia con el servicio que realiza. La vista tiene
tre sí, los infiernos y los cielos están to talm en te separados, hasta el punto su placer, el oído el suyo, el olfato el suyo, el gusto el suyo y el tacto el
de que los espíritus q u e están en el in fie rn o n o se atreven a sacar un de­ suyo. El placer de la vista deriva de la belleza y las form as, el del oído de
do o asom ar la coronilla, pues en el m o m e n to en que lo hacen, p o r po­ las arm onías, el del olfato de las fragancias, el del gusto de los sabores.
co que sea, se e n cu en tran envueltos en el to rm e n to y la angustia. C ualquiera que reflexione sobre ello c o n o ce los servicios que los senti­
Tam bién esto lo he visto a m enudo. dos individuales realizan, y quienes están fam iliarizados co n las corres­
401. M ientras aquellos que están atrapados en el am o r a sí mismos y pondencias lo c o n o ce más plenam ente. La razón de que la vista tenga el
al m u n d o viven en el cuerpo, sienten el p lacer que resulta de esos amo­ tipo de placer que tiene radica en el servicio que desem peña para nues­
res y de las gratificaciones que se derivan de ellos. Sin em bargo, quienes tra com prensión, que es la visión interior. La razón de que el oído tenga
están fijos en el am o r a D ios y en el am o r al p ró jim o n o tien en , mientras el tipo de placer que tien e radica en el servicio que realiza para la c o m ­
viven en el cu erp o , n in g ú n sen tim ien to evid en te del placer que resulta de prensión y la voluntad p o r m edio de la atención. La razón de que el ol­
estos am ores y de los b uenos sentim ientos derivados de ellos, sino sólo un fato tenga el tipo de placer que tiene radica en el servicio que realiza pa­
sen tim ien to de bienestar q u e es apenas perceptible p o rq u e está oculto en ra el cerebro y los pulm ones. La razón de que el gusto tenga el tipo de
su naturaleza profunda, velado p o r las sensaciones exteriores de su cuer­ placer que tiene radica en el servicio que realiza para el estóm ago e, in ­
p o y oscurecido p o r las inquietudes de este m u ndo. Sin em bargo, nues­ directam ente, para to d o el cu erp o al alim entarle. E l placer conyugal, que
tro estado cam bia co m p letam en te después de la m uerte. E ntonces los pla­ es el placer del tacto más pu ro y delicado, supera a todos los dem ás d eb i­
ceres del a m o r a nosotros m ism os y al m u n d o se transform an en do a su servicio, la procreación del género h u m a n o y, de esta m anera, de
sensaciones dolorosas y espantosas p o rq u e en ellas está lo que llamamos el los ángeles del cielo.
fuego del infiern o , y tam bién en cosas asquerosas y sucias que responden Estos deleites son inherentes a los sentidos deb id o al influjo del cielo,
a sus gratificaciones inm undas, todas las cuales, de m anera sorprendente, donde to d o deleite p erte n ec e al servicio y está en concordancia co n él.
se to rn a n ahora deliciosas para ellos. 403. Sobre la base de una o p in ió n form ada en el m u n d o , algunos es­
E n cam bio, la débil sensación de placer, el casi im perceptible senti­ píritus creían que la felicidad celestial consistía en una vida de ocio, en la
m ie n to de bienestar en que se en co n trab an aquellos que se centraban en que u n o era servido p o r los otros; se les in fo rm ó de que n o hay nin g u n a
el am o r a D ios y en el am o r al p ró jim o en el m undo, se transform a en felicidad en holgazanear y o b ten e r satisfacción de ello. E sto sería com o
deleite en el cielo, perceptible y palpable de innum erables form as. Esa querer la felicidad de los otros para u n o m ism o, en cuyo caso nadie p o ­
sensación de b ienestar q u e había estado escondida en su naturaleza pro­ dría ser feliz. Este tipo de vida sería una vida ociosa, n o activa, que c o n ­
funda m ientras vivían en el m u n d o q u eda ahora desvelada y se manifies­ duciría a la atrofia. E n realidad, tendrían que h a b er sabido que, fuera de
ta co m o u n a sensación abierta, p o rq u e ahora están en el espíritu y ése era la vida activa, n o hay felicidad ninguna, y que la ociosidad sirve en esta
el deleite de su espíritu. vida solam ente co m o refrigerio, para p o d e r volver a la vida activa con

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más energía. L uego se les m ostró de m uchas m aneras que la vida angéli­ Las actividades útiles de los cielos se p ro d u c e n en variedad y diversi­
ca consiste en acciones solícitas, acciones q u e valen la pena, que son úti­ dad similares. La fu nción de u n individuo n o es nun ca exactam ente igual
les a los otros, y que toda la felicidad que los ángeles tien en se encuentra a la de otro, p o r eso el deleite de u n o n o es n u n ca igual al de otro. N o
en el servicio, deriva del servicio y es p ro p o rcio n al al servicio. sólo eso, los deleites de cada fu n ció n son innum erables, y estos deleites
A quienes ten ían la idea de que la alegría celestial consiste en una vi­ innum erables son igualm ente variados, au n q u e estén unidos en u n orden
da de holgazanería, aspirando ociosam ente a la b en d ic ió n eterna, se les que los capacita para centrarse en los otros co m o las funciones de los
p e rm itió p ercibir q u é tip o de vida era ése, de m o d o que p u d ieran aver­ m iem bros, órganos y visceras individuales en el c u e rp o hu m an o ; o in ­
gonzarse de esa idea. V iero n que es co m p letam en te miserable, y, una vez cluso más, co m o las funciones de cada vaso sanguíneo y cada fibra en esos
desvanecida esa alegría, se sintieron p ro n to disgustados y asqueados. m iem bros y órganos y visceras. Éstos están todos in terconectados de m a­
404. A lgunos espíritus que se creían m e jo r inform ados que otros de­ nera que se centran en lo que p u ed en ofrecer a los otros y, p o r lo tanto,
cían que en el m u n d o h abían m an ten id o la creencia de que la alegría ce­ al conjunto, p o n ie n d o la m áxim a atención en cada m iem b ro individual.
lestial consistía solam ente en alabar y glorificar a D ios, y que ésa era una A ctúan com o u n o debido a esta atención hacia el c o n ju n to y el indivi­
vida activa. Pero se les dijo que alabar y glorificar a D ios n o es una clase duo.
apropiada de vida activa, puesto q u e D ios n o tien e nin g u n a necesidad de 406. E n cierta ocasión hablé co n algunos espíritus que acababan de
alabanza y glorificación234. M ás b ien, D ios quiere que seamos útiles unos llegar del m u n d o sobre el estado de la vida eterna. R e c a lq u é el h e ch o de
a otros, q u e hagam os las cosas útiles que se d en o m in an obras de caridad. que es im p o rtan te saber quién es el señor de u n reino, có m o es su go­
Sin em bargo, n o p o d ían asociar la idea de alegría celestial a la de accio­ bierno y cuáles son las form as que ese g o b iern o adopta. Así sucede cuan­
nes buenas y caritativas, sino solam ente una idea de esclavitud, a pesar de do alguien visita u n país extranjero en este m u ndo. N ada es más im p o r­
qu e los ángeles testificaron que era la vida más libre de todas p o rq u e sur­ tante en tales casos que saber quién es el rey y cuál es su carácter, cóm o
ge de u n sentim iento p ro fu n d o y va ind efectib lem ente acom pañada de es el g o b iern o y dem ás detalles acerca de la nación. ¡C uánto más im p o r­
u n deleite indescriptible. tante será esto en el reino al que se va a vivir para siempre! P o r consi­
405. Casi todos los q u e llegan a la otra vida piensan que el in fierno es guiente se debe saber que es el S eñor q u ien g o b ie rn a tanto el cielo co ­
el m ism o para to d o el m u n d o y que el cielo es el m ism o para todo el m o el universo, pues quien g o bierna lo u n o g o b iern a tam b ién lo otro.
m u n d o , cuando en realidad existen infinitas variaciones y diferencias en Esto significa que el reino en que ahora se e n cu e n tran p erte n e c e al S eñor
fu n ció n de cada uno. E l in fiern o n o es n u n ca el m ism o para dos perso­ y que las leyes de ese reino son las verdades eternas basadas todas en la ley
nas distintas, ni tam p o co el cielo, del m ism o m o d o que n in g u n o de n o ­ de que se debe am ar al Señor sobre todas las cosas y al p ró jim o co m o a
sotros, n in g ú n espíritu ni n in g ú n ángel es n u n ca exactam ente igual a otro, si mismo. E incluso más que eso, pues si se quiere ser co m o los ángeles,
ni siquiera facialm ente. A n te el m ero pen sam ien to de que dos seres p u ­ se debe am ar al p ró jim o más que a sí m ism o.
dieran ser idénticos, los ángeles se qued aro n h o rrorizados. D ijero n que C u an d o escucharon este últim o p u n to fu eron incapaces de responder,
to d a u n id ad está form ada p o r la arm ó n ica co ncordancia de num erosos porque habían oído algo parecido durante su vida física, pero no habían
com p o n en tes y q u e la naturaleza de la u n id ad d epende de la naturaleza
de la concordancia. Así es co m o cada co m u n id ad del cielo fo rm a una 8003. Existe una variedad infinita, y nada es nunca igual a n inguna otra cosa: 7236, 9002.

u n id ad y co m o todas las com unidades fo rm an u n solo cielo, lo que es Es lo m ism o en los cielos: 5744 [3744], 4005, 7236, 7833, 7836, 9002. P o r consiguiente, to ­

realizado solam ente p o r el S eñor p o r m ed io del am or“'235. das las com unidades de los cielos y todos los ángeles individuales de una com unidad di­
fieren entre sí po rq u e están implicados en virtudes y servicios diferentes: 690, 3241, 3519,
“ U n a unidad consta de diferentes com ponentes y su form a y cualidad deriva de ellos, 3804, 3986, 4067, 4149, 4263, 7236, 7833, 3986. El am or divino del Señor los dispone a to ­

así co m o su perfección deriva de la form a en que se arm onizan y concuerdan: 457, 3241, dos ellos en form a celestial y los une com o si fueran u n solo individuo: 457, 3986, 5598.

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creído en ello. P reg u n taro n si existía ese tip o de am or en el cielo, si era m u n d o . Q u ie n quisiera regirse p o r otras n o rm as sería u n rebelde, pues es­
posible que alguien am ara a su p ró jim o más que a sí m ism o. Se les dijo taría en el reino de otro. Sintió vergüenza cuando escuchó esto.
que en la otra vida to d o b ien se acrecienta inm ensam ente. La vida en un 408. H ablé con algunos espíritus que pensaban que el cielo y la ale­
cu e rp o físico n o p u e d e p o r naturaleza ir más allá del am or al prójim o co­ gría celestial consistían en ser im portantes; pero les dije que en el cielo
m o a sí m ism o, p o rq u e está inm ersa en lo q u e co n ciern e al cuerpo. Sin los mayores son los m enores, pues se dice de alguien que es «menor»
em bargo, una vez elim inado éste, el am o r se p urifica y finalm ente llega a cuando no tiene y n o quiere te n e r p o d e r o sabiduría p o r sí m ism o, sino
ad q u irir u n carácter angélico, que consiste en am ar al p ró jim o más que a sólo p o r el Señor. Este tipo de «persona m enor» tiene la m ayor felicidad.
u n o m ism o. Pues en los cielos hacer el b ie n p o r otro es u n deleite y ha­ Y com o esas personas tien en la m ayor felicidad, se deriva de ello que son
cer el b ien para u n o m ism o n o lo es a m enos q ue sea co m o ofrecim ien­ las más im portantes, pues to d o su p o d er y to d a su sabiduría las o b tie n en
to al otro y p o r la causa del otro. Esto es am ar al pró jim o más que a uno del Señor. A dem ás, ¿qué significa ser el m ayor sino ser el más feliz? La
m ism o. mayor felicidad es lo que busca el poderoso en su p o d e r y lo que busca
E n cuanto a la posibilidad de este am or, se dijo que se p u ed e obser­ el rico en su riqueza.
var en este m u n d o a partir, p o r ejem plo, del a m o r conyugal que algunos Se dijo adem ás que el cielo n o consistía en qu erer ser el m e n o r para
sienten p o r su consorte, personas q u e p referirían m o rir antes que perm i­ ser más grande. Q u ien es así piensan suspiran p o r la grandeza y la an h e­
tir cualquier daño a su pareja. Igualm ente se p o d ría considerar el am or de lan. Significa más b ien u n deseo sincero de lo m e jo r para los otros más
los padres a los hijos', el am o r de la m adre q u e m o riría de ham bre antes que para u n o m ism o, y servir a los otros p o r su felicidad sin nin g u n a idea
de p e rm itir que la pasaran sus hijos; o la verdadera am istad que lleva a de recom pensa, sino sim plem ente p o r am or.
arrostrar peligros p o r los amigos. Podría incluso considerarse la amistad 409. La verdadera alegría celestial tal co m o es en sí y p o r sí m ism a es­
sim ulada de la cortesía fo rm al en la q u e se p re te n d e em ular u n a amis­ tá más allá de toda descripción po rq u e habita en la naturaleza más p ro ­
tad real ofreciendo lo m e jo r a las personas a las que se dice querer ayu­ funda de los ángeles. Fluye desde allí a los detalles de su pensam iento y
dar y expresando esa volu n tad en palabras, au n q u e n o surja del corazón. sentim iento y desde éstos a los detalles de sus palabras y su acción. Es c o ­
Finalm ente, se p o d ría considerar la naturaleza del am or, que consiste en m o si sus niveles más profundos se abrieran y quedaran libres para recibir
en co n tra r alegría en servir a los otros p o r ellos m ism os y n o p o r uno. un deleite y una dicha que se esparce a través de todas sus fibras y, p o r c o n ­
Sin em bargo, quienes se am aban a sí m ism os más que a los otros no siguiente, a través de to d o su ser, dándole una especie de percepción y sen­
p o d ían co m p ren d er esto, n i tam p o co p o d ían hacerlo quienes durante su tim iento que sencillam ente no pued e describirse. Todo lo que surge de los
vida física habían codiciado bienes m ateriales; y, m enos que cualesquiera niveles más profundos fluye en los detalles que derivan de esos niveles y
otros, los avaros. prolifera hacia los niveles exteriores, fortaleciéndose constantem ente.
407. H abía u n h o m b re que había sido especialm ente poderoso duran­ C u an d o los b u enos espíritus que n o han e x p erim en tad o todavía este
te su vida física y que en la otra vida seguía conservando el deseo de do­ placer (por no h ab er sido todavía elevados al cielo) lo percib en en la au­
m inio. Se le dijo que ahora estaba en o tro reino, en u n reino eterno, y reola de am or de algún ángel, se ven colm ados p o r u n deleite tal que ex­
que su d o m in io estaba en el país de los m u erto s. A quí, nadie era valora­ p e rim en ta n una especie de dulce desmayo. Esto sucede a m e n u d o a qu ie­
d o p o r otra cosa q u e su v irtu d y su verdad, y p o r la m isericordia del nes quieren saber lo que es la alegría celestial.
S eño r q u e h u b iera disfrutado d u ran te su vida terrenal. Se le dijo tam bién 410. A lgunos espíritus querían saber lo que era la alegría celestial, p o r
q ue este rein o era sem ejante a los reinos terrenales, d o n d e las personas eso se les p e rm itió sentirla hasta u n p u n to en que ya n o p o dían soportar
eran valoradas p o r su riqueza y su relación co n el soberano. A quí, la ri­ más. Sin em bargo, n o se trataba de la alegría angélica, sino solam ente de
queza era la v irtu d y la verdad, y la relación co n el soberano era la mise­ una ligera huella de la cualidad angélica, que se les p e rm itió observar y
ricord ia que cada u n o había disfrutado del S eñ o r durante su vida en el com partir. E ra tan ligera que era casi fría, sin em bargo para ellos era su­

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prem am en te celestial, p ues estaba m uy d en tro en su interior. D e aquí hasta sentirlo en su m áxim a profundidad. D e esta m anera se
in o c e n c ia ,

pued e deducirse que n o so lam en te existen niveles de alegría celestial, si­ jes p erm ite co m p ren d e r lo que es el verdadero bien celestial y espiritual.
no tam b ién que el nivel m ás p ro fu n d o de u n ind ividuo apenas roza el ni­ 4 1 3 . Para que pudiera co n o ce r qué es el cielo y la alegría celestial y

vel ex te rn o o algún nivel m e d io de otro. T am bién se p u ed e com prender cuál es su naturaleza, el S eñor m e p erm itió sentir los placeres de la ale­
que cuando alcanzam os n u e stro nivel más p ro fu n d o estam os en nuestra gría celestial con frecuencia y con todo detalle. C o m o era una e x p e rie n ­
propia alegría celestial y q u e n o p odríam os so p o rtar algo más profundo cia viva, pude en efecto conocerlos, pero n o hay fo rm a de describirlos.
p o rq u e se volvería dolo ro so p ara nosotros. Sin em bargo, algo debe decirse para p ro p o rcio n ar al m enos alguna ligera
411. A lgunos espíritus q u e n o eran m alos se establecieron en un esta­ idea sobre ellos. H ay una sensación de placeres y alegrías innum erables
do de tranquilidad, más b ie n c o m o de sueño, y de esta m anera fueron lle­ que se u n en para presentar una sola realidad, una un id ad o u n senti­
vados al cielo respecto de los niveles más p rofundos de su m ente; pues an­ m iento general que co n tien e una arm onía de innum erables sentim ientos
tes de que los niveles p ro fu n d o s de su m e n te sean abiertos, los espíritus que no llegan a la conciencia individualm ente, sino sólo de m anera vaga,
p u ed e n ser llevados al cielo e instru id o s acerca de la felicidad de las per­ porque la percep ció n es m uy general. Sin em bargo, era posible percibir
sonas que allí viven. Los vi descansar tran q u ilam ente durante m edia ho­ innum erables elem entos en su interio r, dispuestos de una m anera tan b e­
ra y luego volvieron a la co n c ie n c ia e x te rio r en que habían estado antes, lla que está más allá de cualquier descripción. Las cualidades de estos ele­
pero conservando el rec u e rd o d e lo que habían visto. D ijeron que habían m entos innum erables fluyen del m ism o o rd en del cielo; y este tipo de o r­
estado con los ángeles en el cielo y habían p ercib ido cosas sorprendentes den se percibe hasta en los m enores sentim ientos, que se m anifiestan y
que brillaban co m o el oro, la plata y las piedras preciosas, con formas perciben solam ente co m o una unidad m u y general, d ep e n d ien d o de la
asombrosas q u e variaban d e m a n e ra desconcertante. D ecían que los án­ capacidad perceptiva del sujeto. E n una palabra, hay infinitos elem entos
geles n o se deleitaban en p a rtic u la r en esas cosas externas, sino en lo que estructurados en una form a ordenada en cada entidad general, y n o hay
representaban: cosas divinas, indecibles, de sabiduría infinita; ésa era su nada que n o esté vivo y no afecte a to d o desde el in terio r, pues las ale­
alegría verdadera. H abía m u ch as otras cosas q u e el lenguaje hum ano no grías celestiales em anan del m ism o centro.
p u ed e describir, ni en su m ás m ín im a parte, cosas que no cabrían en con­ H e observado tam bién que la alegría y el deleite celestial parecían
ceptos relacionados co n lo q u e tie n e algo de m aterial. proceder de m i corazón, extendiéndose m u y sutilm ente a través de todas
412. Casi todas las p ersonas q u e llegan a la o tra .vida ignoran la natu­ mis fibras internas y desde allí a los haces de fibras, co n una sensación de
raleza de la dicha y felicidad celestial, pues n o c o n o ce n la alegría interior deleite tan pro fu n d o que mis fibras parecían n o ser nada más que alegría
ni su cualidad, salvo sobre la base de su co m p ren sión del buen h u m o r y y deleite, y to d o lo que percibía y sentía parecía estar vivificado p o r la
el placer físico y m un d an o . A l n o conocerla, piensan que n o es real, cuan­ misma felicidad. F rente a estas alegrías, la alegría de los placeres físicos es
do en verdad los placeres físicos y terrenales n o son nada en com paración com o el polvo o rd in ario e irritan te com parado co n la brisa suave y p u ­
ra.
con ella. P o r eso, para q u e p u e d a n conocerla y reconocerla, las personas
honradas que n o saben lo q u e es la alegría celestial son llevadas prim ero O bservé que cuando quería transm itir to d o m i deleite a alguien, u n
a unos lugares deliciosos q u e superan to d o lo que se pueda imaginar. deleite más pro fu n d o y pleno fluía in cesantem ente en su lugar. C u a n to
C o m o piensan que se trata d el paraíso celestial, se les dice que ésa no es más quería transm itirlo, más fluía; y percibí que esto procedía del Señor.
una verdadera felicidad celestial. Así se les p e rm ite rec o n o c er estados más 414. Q u ien es están en el cielo están co n tin u a m en te progresando ha­
profundos de alegría cu an d o éstos se hacen perceptibles a su naturaleza cia la prim avera de la vida. C uantos más miles de años viven, más agra­
profunda; p o ste rio rm e n te so n transportados a u n estado de paz que llega dable y feliz es su prim avera. Esta situación se prolonga etern am en te, au­
a su naturaleza in terio r. R e c o n o c e n que n in g u n a parte de ésta puede ex­ m entando según el crecim iento y el nivel de su am or, caridad y fe.
presarse, ni siquiera c o m p ren d erse. L uego son llevados a un estado de C o n el paso de los años, las ancianas que m u rie ro n a u n a edad avan­

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zada —m ujeres que v iv ie ro n c o n fe en el Señor, caridad hacia el prójim o nos hicim os más superficiales y em pezam os a pensar más en el nivel n atu ­
y en feliz am o r co n y u g al c o n sus m aridos— se e n cu en tran cada vez más ral lo que significa que nos encerram os en sentim ientos más terrenales.
en la flor de la ju v e n tu d y c o n una belleza q u e sobrepasa toda idea de b e­ Esto nos p e rm ite en te n d er en p rim e r lugar que el cielo es e n o rm e
lleza q u e p u ed an c o n te m p la r nuestros ojos. Su b o n d ad y caridad es lo que sim p lem en te p o r los habitantes de este planeta.
les da su fo rm a y su im a g e n , h acien d o que el placer y la belleza de la ca­ 416. La inm ensidad del cielo del S eñor p u ed e deducirse tam bién sim ­
ridad resplandezca hasta e n la m e n o r curva de su rostro, de m anera que plem ente del h ech o de que todos los niños, nacidos den tro o fuera de la
se con v ierten en form as reales de la caridad. A lgunas personas las han vis­ Iglesia, son adoptados p o r el S eñor y se co n v ierten en ángeles, y su n ú ­
to y se han qued ad o estupefactas. La fo rm a de la caridad que se puede m ero asciende a u n cu arto o u n q u in to del c o n ju n to de la hum anidad.
ver en el cielo es así p o rq u e es la caridad m ism a la que da y recibe form a P uede verse supra (§§ 329-345) que cada n iñ o —n o im p o rta d o n d e naz­
visible. E n realidad, esto suced e de m anera q u e to d o el ángel, especial­ ca, en la Iglesia o fuera de ella, sea de padres devotos o im píos— es acep­
m e n te su rostro, es v irtu a lm e n te la caridad m ostrándose a una percepción tado p o r el S eñor cuando m uere. Todo n iñ o es llevado al cielo, se le ins­
abierta. C u an d o se c o n te m p la esta form a, su belleza es indecible, afec­ truye y se le in funde u n sentim iento p o r el b ie n de acuerdo con el ord en
tando co n la caridad a la v id a in te rio r de la m en te. E n una palabra, en ­ divino y p o r m ed io de ello u n co n o cim ien to directo de la verdad, y es
vejecer en el cielo es re ju v en ecer. Las personas que han vivido en el am or luego perfeccionado en inteligencia y sabiduría, p o r decirlo así, y adm i­
al S eñ o r y en la caridad p ara c o n el p ró jim o son form as o bellezas de es­ tido en el cielo para que se convierta en ángel. Se p u ed e ded u cir q u e una
te tipo en la otra vida. T odos los ángeles son form as de esta clase, en una inm ensa m u ltitu d de los ángeles del cielo tien e este o rig e n desde el p rin ­
variedad infinita. E sto es lo q u e constituye el cielo. cipio de la creación hasta el m o m e n to presente.
417. La inm ensidad del cielo del S eñor queda tam b ién confirm ada p o r
La in m e n s id a d del c ielo el hecho de que todos los planetas que vem os en nuestro sistema solar son
415. La inm ensidad d el cielo del S eñor se sigue de m uchas de las co­ tierras, y que hay adem ás incalculables tierras en el universo, todas habi­
sas qu e hem os p lan tead o a n te rio rm e n te , especialm ente del h ech o de que tadas, com o he analizado en otra obra titulada Las tierras en el universo, de
el cielo procede del g é n e ro h u m a n o (véase §§ 311-317), n o solam ente de la que m e gustaría citar los siguientes párrafos:
esa p arte de él nacido e n la Iglesia, sino tam b ién de la parte nacida fuera
de ella (§§ 318-328). E sto significa q u e el cielo incluye a to d o el que ha Es de conocimiento común en la otra vida que existen numerosos planetas
vivido una vida h o n ra d a desde el p rin cip io de nuestro planeta. habitados y, por tanto, ángeles y espíritus que proceden de ellos, puesto que a to­
Q u ie n conozca los c o n tin e n te s, las regiones y las naciones de este do el que quiere hablar con espíritus de otros planetas en razón del amor a la ver­
m u n d o p u ed e saber q u e existe u n a m u ltitu d de pueblos en nuestro glo­ dad y el deseo de ser útil se le permite hacerlo para que se convenza de la plura­
bo. Q u ie n haga cálculos acerca de to d o ello descubrirá que miles y miles lidad de los mundos, para que aprenda que la humanidad no es sólo de la tierra,
de personas m u eren cad a día, lo q u e supone cientos de miles o millones sino de innumerables planetas.
cada año; y esto ha estad o su ced ien d o desde los tiem pos más antiguos, H e hablado de esto de vez en cuando con espíritus de nuestra tierra, y he
hace m iles de años236. T odas estas personas h a n llegado al otro m u ndo, lla­ comprobado que personas intelectualmente dotadas podían saber, sobre la base
m ado m u n d o espiritual, desp u és de su m u erte, y a él siguen llegando. de lo mucho que les es conocido, que existen numerosas tierras habitadas. Esto
N o p u ed o decir cu ántas d e éstas son o serán ángeles del cielo. Se me es, podían llegar a la conclusión racional de que cuerpos tan grandes como los
ha dicho que la m ayor p a rte d e las personas de los tiem pos antiguos se planetas, algunos de los cuales son mayores que nuestra tierra, no son masas va­
convirtieron en ángeles, p o rq u e pensaban m ás profunda y espiritualm en­ cias creadas únicamente para girar alrededor del sol e irradiar su débil luz hacia
te y estaban p o r tanto en v u eltas en u n sentim iento celestial; m ientras que ° t r o planeta, sino que deben de tener una función más importante que ésa.
en tiem pos posteriores ya n o fu e ro n tantas p o rq u e según pasaba el tiem po Quienes creen (como debe ser) que lo Divino creó el universo con el solo

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propósito de que apareciera el género humano y un cielo procedente de él (pues m e r a mano. Me han dicho que existen planetas habitados no sólo en nuestro sis­
el género humano es el semillero del cielo) no pueden dejar de creer que hay tem a solar, sino también fuera de él, en el cielo estrellado, y en un número in­
personas dondequiera que haya un planeta. m en so . Esos espíritus proceden del planeta Mercurio.
Es clarísimo que los planetas visibles a nuestros ojos, los de nuestro sistema so­ Mediante un cálculo preliminar, si hubiera un millón de planetas en el uni­
lar, son tierras, porque son cuerpos materiales, puesto que reflejan la luz del sol- v erso con trescientos millones de personas en cada uno, y doscientas generacio­
y cuando los miramos a través de un telescopio no los vemos como estrellas roji­ nes e n seis mil años, y si a cada persona o espíritu le fueran asignados tres codos
zas y llameantes, sino como tierras con bandas manchadas de color. Está también c ú b ic o s, y si todas esas personas o espíritus se reunieran en un solo lugar, ni si­
el hecho de que giran alrededor del sol, a través de las estaciones del Zodíaco, co­ q u iera llenarían el espacio de nuestra tierra, y apenas más que el de un satélite de
mo hace nuestra tierra, lo que debe ocasionar los años y las estaciones del año que u n o d e los planetas. Esto significaría un espacio tan pequeño en el universo que
llamamos primavera, verano, otoño e invierno. Igualmente rotan sobre su eje lo apenas sería visible, puesto que apenas podemos ver esos satélites a simple vista.
mismo que nuestra tierra, lo que da lugar a los momentos del día denominados ¿ Q u é sería eso para el Creador del universo, para el que no sería suficiente aun­
mañana, mediodía, tarde y noche. N o sólo eso: algunos de ellos tienen lunas lla­ q u e el universo entero estuviera lleno? El Creador es infinito.
madas satélites, que tienen sus propias órbitas periódicas alrededor de su esfera H e hablado de esto con los ángeles, que me han dicho que piensan más o
igual que la luna está en órbita alrededor de nuestra tierra. El planeta Saturno, que m e n o s lo mismo sobre la pequeñez del género humano en comparación con la
está muy lejos del sol, tiene también un gran cinturón luminoso que da muchísi­ in fin itu d del Creador. Sin embargo, ellos no piensan en términos de espacio, si­
ma luz a ese planeta, aunque sea luz reflejada. ¿Cómo podría alguien que conoz­ n o d e estados, y para su mente no importa cuántas decenas de miles de planetas
ca todo esto y piense racionalmente decir que son cuerpos vacíos? p o d a m o s nosotros concebir, pues seguiría siendo nada para el Señor237.
También he hablado con los espíritus sobre cómo se puede comprender que
exista más de una tierra en el universo a partir de la idea de la inmensidad del La info rm ació n sobre los planetas del universo, sus habitantes y los es­
cielo estrellado. Existen de manera incomprensible muchas estrellas en él, y ca­ píritus y ángeles que de ellos pro ced en p u ed e encontrarse en el libro an­
da una es un sol en su propio lugar y en su propio sistema, como nuestro sol, de te rio rm en te m e n cio n a d o 238. Lo que allí se e n cu en tra m e ha sido revelado
magnitudes diferentes. Si se pensara esto detenidamente, se llegaría a la conclu­ y m ostrado para que todos sepan que el cielo del S eñ o r es inm enso y p ro ­
sión de que todo este inmenso universo no puede ser otra cosa que un medio cede del género h u m ano, y tam bién que nuestro S eñor es reco n o cid o en
para un fin, que es el objetivo de la creación, un reino celestial en el que lo todas partes co m o D ios del cielo y de la tierra.
Divino pueda habitar con los ángeles y con nosotros. El universo visible, el cie­ 418. Podem os e n ten d er tam bién qué inm enso es el cielo del S eñor p o r
lo tachonado con tantísimas estrellas, todas las cuales son soles, es en realidad un el hecho de que el cielo co m o co n ju n to se asemeja a u n ser h u m an o y se
medio para la producción de planetas cuyos habitantes puedan constituir un rei­ corresponde tam bién con to d o lo que está en nosotros. Esta relación n u n ­
no celestial. ca puede ser com pletada porque existe correspondencia no sólo co n los
Teniendo en cuenta todo esto, las personas racionales no pueden pensar que m iem bros, órganos y visceras particulares del cuerpo, sino tam bién, en sus
tan inmenso medio hacia tal fin vendría a la existencia sólo para que hubiera una detalles más pequeños, con todos los órganos y visceras dim inutos que hay
humanidad en una sola tierra. ¿Qué sería eso para un ser divino, un ser infinito, dentro de él, incluso con los vasos y fibras; y no sólo con éstos, sino con
para quien miles o decenas de miles de planetas, todos plenamente habitados, son las substancias orgánicas que reciben in te rio rm e n te el influjo del cielo, in ­
tan poca cosa que no significa prácticamente nada? flujo que facilita los procesos interiores que sustentan la actividad de nues­
Hay espíritus cuya especial pasión es aprender directamente por sí mismos, tra inteligencia. E n realidad, to d o lo que sucede dentro de nosotros suce­
porque éste es el único tipo de conocimiento que les procura algún placer. A es­ de en las form as de nuestra substancia; to d o lo que no existe en una
tos espíritus se les permite por consiguiente viajar alrededor de este sistema so­ substancia com o agente es nada. Existe una correspondencia de todas las
lar e incluso dejarlo y visitar otros, para conseguir allí un conocimiento de pri­ substancias con el cielo, com o se explica en el capítulo dedicado a las co ­

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rrespondencias de lo que hay en el cielo co n lo que hay en el ser hum a- Q uienes piensan que el cielo es p eq u eñ o p o rq u e han in terp retad o
tio (§§ 87-102). Esta correspondencia n u nca p u ed e ser com pletada, pues equivocadam ente la Palabra sólo p u e d e n pensar que el cielo es m era­
cuanto m ayor es el n ú m ero de asociaciones de ángeles que respondan a ca­ m ente un lugar en el que to d o el m u n d o se reúne. Sin em bargo, el cie­
da m iem bro, más com p leto es el cielo. E n los cielos, todas las form as de lo consta, en realidad, de innum erables com unidades (véase supra, §§
perfección au m en tan co m o aum entan los núm eros. Es así po rq u e existe 41-50). A dem ás, sólo p u ed e n pensar que el cielo se concede p o r m iseri­
u n objetivo para to d o y u n a convergencia u n án im e de to d o el m u n d o en cordia directa y que, p o r lo tanto, consiste sim plem ente en la adm isión y
ese objetivo. Ese objetivo es el b ien co m ú n ; y cuando éste se im pone, los aceptación p o r b u ena voluntad. N o c o m p re n d en que el Señor, p o r su
individuos se benefician del b ien c o m ú n y el bien de los individuos be­ misericordia, guía a to d o el que le acepta, y q u e quienes le aceptan son
neficia al b ien del conju n to . Esto sucede p o rq u e el S eñor orienta a todos los que viven según las leyes del ord en divino, que son los preceptos del
en el cielo hacia sí (véase supra, § 123) y así los hace a todos u n o con él. amor y la fe. N o co m p ren d en que ser c o n d u cid o p o r el S eñor desde la
C u alquiera q u e posea u n a cierta claridad racional p u ede com prender infancia hasta el final de la vida terrenal y luego hasta la etern id ad es el
que la arm o n ía y la conco rd ia de m uchas personas, especialm ente de ese verdadero significado de la m isericordia. ¡Q ue sepan, al m enos, que to ­
o rig e n y unidos p o r ese tipo de vínculo, p ro d u ce la perfección. dos nacem os para el cielo, que son aceptados en el cielo todos aquellos
419. Se m e ha p e rm itid o ver la extensión del cielo habitado y tam bién que aceptan el cielo en sí m ism os en este m u n d o y que quienes no lo
la del cielo n o habitado; y he visto que el cielo no habitado es tan in­ aceptan se quedan fuera de él!
m enso que n o p od ría llenarse en toda la etern id ad aunque hubiera miles
de millares de planetas co n tanta g ente en cada u n o de ellos com o hay en
el nuestro. Sobre este tem a, véase Las tierras en el universo, § 168.
420. E n te n d ie n d o literalm ente ciertos pasajes de la Palabra, algunos
piensan que el cielo n o es inm enso, sino p eq u eñ o . P or ejem plo, hay lu­
gares d o n d e dice q u e solam ente los pobres serán aceptados en el cielo, o
sólo los elegidos, o solam ente los que p e rte n e c en a la Iglesia y no los de
fuera, o sólo aquellos p o r los q u e intercede el Señor, o que el cielo se ce­
rrará cu ando se llene y q u e el tiem p o para eso está p re d ete rm in ad o 239. N o
co m p ren d en que el cielo nun ca se cerrará; q u e n o existe n in g ú n tiempo
p red eterm in ad o , n i u n n ú m ero fijado; y q u e «los elegidos» son aquellos
que viven en el b ien y la verdad“; que «los pobres» son los que no han en­
co n trad o lo q u e es b u e n o y verdadero pero lo desean ardientem ente
(tam bién se los llama «ham brientos» d ebido a ese anhelo)b.

■Los elegidos son aquellos que llevan una vida de bien y de verdad: 3755, 3900. No
hay elección ni aceptación en el cielo en razón de la m isericordia tal com o se entiende
habitualm ente, sino que está en función de la propia vida: 5057, 5058. N o hay misericor­
dia directa del Señor, sino solam ente m isericordia indirecta, esto es, para las personas que
viven según sus preceptos, a quienes él, p o r m isericordia, conduce constantem ente míe que es verdadero, p ero quieren aprender: 9209, 9253, 10227. C u a n d o dice que están h am -
tras están en el m u n d o y después hasta la eternidad: 8700, 10659. entos y sedientos se refiere a su deseo de encontrar el b ien y la verdad y ser con d u ci-
b Los pobres, en la Palabra, son los espiritualm ente pobres, aquellos que no saben 1° s asi a la Iglesia y al cielo: 4958, 10227.

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Parte II

El m u n d o de los espíritus
y el estado del h o m b r e
después de la m u e r t e
El m u n d o de los e sp ír itu s

421. El m u n d o de los espíritus240 n o es ni el cielo ni el infierno, sino


un lugar o estado entre los dos. Es el lugar al que vam os inicialm ente des­
pués de la m uerte, siendo a su debido tie m p o elevados al cielo o arroja­
dos al infierno en fu n ció n de nuestra vida e n este m undo.
422. El m u n d o de los espíritus es u n lu gar a m edio cam ino entre el
cielo y el in fiern o y es tam bién nuestro estado in te rm e d io después de la
m uerte. Se m e ha m ostrado que es u n lugar a m itad de cam ino al ver que
los infiernos estaban debajo de él y los cielos p o r encim a, y que es u n es­
tado in term ed io p o rq u e m ientras estam os en él, no estam os todavía ni en
el cielo ni en el infierno.
El estado del cielo para el ser h u m a n o es la u n ió n del b ien y la verdad
en su interior, y el estado de in fiern o es la u n ió n de la m aldad y la false­
dad en su interior. C u a n d o el b ien de u n a perso n a-esp íritu está u n id o a
la verdad, ese in dividuo llega al cielo, p o rq u e co m o ya dijim os, esa u n ió n
es el cielo en nosotros. P o r otra parte, cu an d o el m al está u n id o a la fal­
sedad dentro de nosotros, se llega al in fiern o , p o rq u e esa u n ió n es el in ­
fierno en nosotros. E l proceso de u n ió n se p ro d u ce en el m u n d o de los
espíritus p o rq u e entonces estam os en u n estado in term ed io . Es lo m ism o
decir la u n ió n del en te n d im ien to y la v o lu n tad o la u n ió n de la verdad y
el bien.
423. E n p rim e r lugar, debo decir algo sobre la u n ió n del en te n d i­
m iento y la voluntad y su sem ejanza co n la u n ió n del bien y la verdad,
porque esta u n ió n se p ro d u ce en el m u n d o de los espíritus241. C ada u n o
de nosotros tiene u n e n ten d im ien to y u n a voluntad; el e n te n d im ie n to es­
ta abierto a las verdades y es fo rm ado desde ellas y la v o luntad está abier­
ta a las cosas que son buenas y es form ada desde ellas. Así, to d o lo que
com prendem os y p o r consiguiente pensam os lo llam am os verdadero; y
todo lo que querem os y p o r consiguiente pensam os lo llam am os bueno.
Somos capaces de pensar desde nuestro en te n d im ie n to y así observar lo
que es verdadero y lo que es bueno, pero sin em bargo no pensam os lo

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que es b u e n o y verdadero desde nuestra v o lu n tad a m enos que deseemos ya se dijo la u n ió n del bien y la verdad es el cielo. Sin em bargo, en la m e ­
hacerlo. C u an d o lo deseam os y lo hacem os a propósito, entonces está en dida en que los elem entos falsos del e n ten d im ien to están unidos a los ele­
nuestro en te n d im ie n to y en nuestra volu n tad y p o r lo tanto en nosotros. m entos perversos de la voluntad, tenem os el in fiern o den tro de nosotros,
Pues el en te n d im ie n to solo n o es lo que constituye la persona, ni tam ­ porque la u n ió n de la falsedad y el m al es el infierno. C o n todo, en la
p o c o la volu n tad sola, sino el en te n d im ie n to y la voluntad ju n to s. Esto m edida en que las verdades del e n ten d im ien to n o están unidas a los ele­
significa que cu alquier cosa que esté en el en te n d im ien to y la voluntad m entos del b ien de la voluntad, estam os en u n estado in term edio.
está en nosotros y, p o r tanto, se nos atribuye a nosotros. T odo lo que es­ A ctualm ente, casi todos estam os en u n estado en el que co nocem os c o ­
tá solam ente en el en te n d im ie n to está asociado a nosotros, pero no está sas que son verdaderas y pensam os en ellas sobre la base de nuestros co­
en nosotros. Es solam ente cuestión de nuestra m em oria, u n asunto de co­ nocim ientos y tam bién desde nuestro en ten d im ien to . P onem os en acción
n o c im ie n to en la m e m o ria en el que pod em o s pensar cuando estamos en muchas de ellas, o unas pocas o ninguna, o actuam os co n tra ellas debido
com pañía de otras personas y fuera de nosotros m ism os. Así, es algo de a nuestro am o r al m al y la consiguiente confianza en lo falso. P o r eso, pa­
lo que pod em o s hablar y razonar e incluso algo que podem os im itar con ra que podam os o b te n e r el cielo o el infierno, después de la m u e rte so­
los sentim ientos y la conducta. mos llevados prim ero al m u n d o de los espíritus, d o n d e se p ro d u ce la
424. N u estra capacidad de pensar desde nuestro en ten d im ien to y no unión de lo b u e n o y lo verdadero para todos aquellos que deb en ser ele­
al m ism o tiem p o desde nuestra v oluntad se nos pro p o rcio n a para que po­ vados al cielo, o la u n ió n de lo m alo y lo falso para quienes d eben ser
dam os ser reform ados, pues som os reform ados p o r m edio de las verda­ arrojados al infierno. Esto se debe a que ni en el cielo ni en el in fiern o
des; y las verdades, co m o ya se señaló, son asuntos del entendim iento. En se perm ite que nadie tenga una m en te dividida, es decir, com p ren d a una
realidad, nacem os en el m al total en lo q u e se refiere a nuestra voluntad, cosa y desee otra. Lo que deseam os lo co m p rendem os, y lo que co m ­
n o deseando el b ien a nadie sino a nosotros m ism os; com o sólo deseamos prendem os lo deseam os. P or consiguiente, to d o el que en el cielo desea
el b ie n para nosotros, nos alegram os cuando algún daño acontece a los lo que es b u e n o co m p ren d e lo que es verdadero, y to d o el que en el in ­
otros, especialm ente si es en nuestro provecho. Lo que realm ente quere­ fierno desea lo que es m alo com p ren d e lo que es falso. P or eso, a la g en ­
m os es canalizar los bienes de los demás hacia nosotros, ya se trate de ho­ te buena le son retirados los elem entos falsos y se les dan las verdades co n ­
nores o riquezas, y som os felices en la m edida en que lo logram os. Para venientes y adecuadas a su v irtud, m ientras que a la gente perversa se le
co rreg ir y refo rm ar este tip o de deseo se nos da la capacidad de com ­ retiran las verdades y se le dan los elem entos falsos convenientes y ade­
p ren d er las verdades y de emplearlas para d o m in ar los im pulsos perversos cuados a su vicio. Esto nos p e rm ite c o m p re n d e r qué es el m u n d o de los
que b ro tan de nuestra voluntad. Por eso p o d em os pensar cosas verdade­ espíritus.
ras desde nuestro en te n d im ie n to y hablar de ellas y hacerlas aunque no 426. H ay gran n ú m e ro de personas en el m u n d o de los espíritus, p o r­
podam os pensarlas desde nuestra volu n tad hasta que hayam os cambiado que allí es do n d e se reú n e inicialm ente to d o el m undo, d o n d e todos son
nuestra naturaleza, de m anera que p o r nosotros m ism os, esto es, desde el exam inados y preparados. N o existe u n lím ite fijo para nuestra estancia
corazón, las deseem os y las hagam os. C u an d o tenem os esa naturaleza, en­ allí. A lgunos, nada más entrar, son enseguida elevados al cielo o arrojados
tonces las cosas que pensam os desde el e n te n d im ie n to p e rten e cen a la fe al infierno. O tros p erm an e cen allí durante unas pocas semanas, otros p o r
y las cosas que pensam os desde la volu n tad p e rte n e c en al am or. Esto sig­ unos años, au n q u e n o más de treinta. La variación en la d u ración de la
nifica que entonces la fe y el am o r están u nidos dentro de nosotros, co­ estancia se debe a la correspondencia o falta de correspondencia entre la
m o lo están el en te n d im ie n to y la voluntad. naturaleza profunda y la exterior.
425. E n la m edida en q u e las verdades del en ten d im ie n to se u n en a los E n las páginas siguientes se explicará có m o som os preparados y co n ­
bienes de la voluntad, o en la m edida en q u e deseam os y p o r tanto rea­ ducidos de u n estado a otro.
lizam os las verdades, ten em o s el cielo d en tro de nosotros, p o rq u e com o 427. D espués de nuestra m u erte, en cuanto llegam os al m u n d o de los

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espíritus, som os cuidadosam ente separados p o r el Señor. Los reprobos para el cielo. N adie más pued e encontrarlas. H ay una entrada
p re p a ra d o s
son puestos in m ed iatam en te en relación co n la co m u n id ad infernal con a c a d a com u n id ad celestial desde el m u n d o de los espíritus, co n u n solo
la q u e su am o r d o m in an te les había asociado en el m undo, y los justos c a m i n o que parte de él, pero que se bifurca en varias ram ificaciones a
co n la co m u n id ad celestial co n la que su am or, su fe y su caridad les ha­ m e d i d a que asciende.
bla asociado en el m undo. Las puertas que dan a los infiernos son visibles solam ente a quienes
A u n q u e seamos separados de esta m anera, estam os sin em bargo ju n ­ van a entrar en ellos. Se abren para ellos, y una vez se han abierto se p u e ­
tos en ese m u n d o y p o d em o s hablar co n cualquiera cuando queremos, den ver cuevas oscuras y cubiertas de hollín, que descienden hacia abajo
co n los am igos y conocidos de nuestra vida física, y especialm ente espo­ hasta el abismo, d o n d e hay más verjas. U n h e d o r fétido y rep u gnante sa­
so o esposa, y tam b ién h erm an o s y herm anas. H e visto có m o u n padre le de allí, h e d o r del que hu y en los espíritus buenos, po rq u e les repele,
reconocía a sus seis hijos y hablaba co n ellos. H e visto a m uchas otras per­ mientras que los espíritus perversos son atraídos hacia él p o rq u e lo e n ­
sonas co n sus p arientes y amigos. Sin em bargo, puesto que tenían dispo­ cuentran delicioso. E n realidad, así com o encontram os deleite en nuestro
siciones diferentes d eb id o a su vida en el m u n d o , se separan después de propio m al en este m u n d o , encontram os deleite tras la m u e rte en el o lo r
u n cierto tiem po. apestoso que se corresponde con nuestro m al. Podem os com parar esto
Pero aquellos q u e en tran en el cielo o en el in fiern o desde el m undo con el deleite de las aves y los anim ales carroñeros co m o cuervos, lobos
de los espíritus, n o se ven más; ni siquiera se re c o n o ce n a m enos que ten­ y cerdos, que vuelan o co rren hacia los cadáveres putrefactos en cuanto
gan u n a disposición sem ejante p o r una sem ejanza en el am or. La razón perciben su olor. O í a u n h o m b re que vociferaba co m o si le estuvieran
de q u e se vean en el m u n d o de los espíritus p ero n o en el cielo o en el torturando ante una brizn a de aire del cielo, pero que se sintió tranquilo
in fie rn o es que m ientras están en el m u n d o de los espíritus pasan, uno y feliz cuando le llegó el aire del infierno.
tras otro, p o r diferentes estados, sem ejantes a los de su vida física. Sin em ­ 430. T am bién hay dos puertas en cada u n o de nosotros, una que da al
bargo, pasado u n tiem p o se instalan en u n estado que arm oniza con su infierno y está abierta a las cosas falsas y perversas del infierno, y otra que
am o r dom inante. E n ese estado, el reco n o cim ien to m u tu o surge única­ da al cielo y está abierta a las cosas buenas y verdaderas del cielo. La p u e r­
m e n te de la sem ejanza del am or, pues co m o se explicó an terio rm en te ta del in fiern o está abierta para aquellos que están sum idos en el m al y su
(§§ 41-50) la sem ejanza u n e y la desem ejanza separa. falsedad consiguiente, aunque a través de las grietas fluye algo de la luz
428. C o m o el m u n d o de los espíritus es u n estado in te rm e d io entre del cielo, lo que p e rm ite pensar, razonar y hablar. P o r otra parte, la p u e r­
el cielo y el in fiern o d en tro de nosotros, es tam b ién u n lugar interm edio, ta del cielo está abierta a quienes están centrados en el bien y, p o r lo tan ­
c o n los infiernos p o r debajo y los cielos p o r encim a. to, en la verdad. R e alm en te , hay dos cam inos que c o n d u cen a nuestra
Todos los infiernos están cerrados p o r el lado que da a ese m undo, ac­ m ente racional, u n o desde arriba o desde dentro, a través del cual entran
cesible solam ente a través de agujeros y grietas co m o los de las rocas y a el bien y la verdad del Señor, y otro desde abajo o desde el e x te rio r a tra­
través de grandes resquicios que están vigilados para im p ed ir que nadie vés del cual se infiltra el m al y la falsedad desde el infierno. La m e n te ra­
salga sin perm iso, lo q u e sucede en casos de necesidad real, com o se ana­ cional está en la intersección de esos dos cam inos, y p o r eso, en la m ed i­
lizará más adelante242. T am bién el cielo está cerrado p o r todas partes, y el da en que se p erm ite en trar la luz del cielo, som os racionales; en la
ún ico acceso a la co m u n id ad celestial es p o r u n cam ino estrecho cuya en­ m edida en que no, n o som os racionales aun q u e nos parezca que lo so­
trada está igualm ente guardada. Estas salidas y entradas son lo que se de­ mos.
n o m in a las puertas del cielo y las puertas del in fie rn o en la Palabra. H e m en cio n ad o estas cosas para que pued a ser co n ocida nuestra co ­
429. El m u n d o de los espíritus es co m o u n valle rodeado de m onta­ rrespondencia co n el cielo y con el infierno. M ientras nuestra m en te ra­
ñas y acantilados, co n declives y p endientes aquí y allá. Las puertas a las cional está en proceso de form ación, se co rresp o n d e co n el m u n d o de los
com unidades celestiales son visibles ú n icam en te a quienes están siendo espíritus. Lo que está p o r encim a de ella se co rresp o n d e con el cielo, y lo

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que está p o r debajo co n el infierno. Las regiones superiores se abren y las túa y siente debido a la vida— p erten ece sólo al espíritu y n o al cuerpo,
inferiores se cierran co n tra el influjo del m al y la falsedad, para aquellos se deduce que el espíritu es la persona real. E n otras palabras, som os esen­
que están siendo preparados para el cielo; m ientras que las regiones infe­ cialm ente espíritus y tenem os tam bién básicam ente la m ism a form a.
riores se abren y las superiores se cierran frente al influjo del bien y la ver­ Todo aquello que vive y siente en nosotros p e rte n ec e al espíritu, y no hay
dad para las personas q u e están siendo preparadas para el infierno. C om o nada en nosotros, de la cabeza a los dedos de los pies, que n o esté vivo y
consecuencia, estas últim as sólo p u ed en m irar hacia abajo, hacia el in­ sensible. P or eso cuando el cu erp o se separa del espíritu, lo que se d e n o ­
fierno, y las prim eras sólo p u e d e n m irar hacia arriba, hacia el cielo. M irar m ina «morir», seguim os siendo hum anos y seguim os estando vivos.
hacia arriba es m irar hacia el Señor, p o rq u e él es centro c o m ú n hacia el H e oído en el cielo que algunos, cuando m u eren, m ientras están en
q ue to d o se o rien ta en el cielo. M irar hacia abajo, sin em bargo, es apar­ la fosa y antes de que hayan sido revividos, siguen pensando en sus cu er­
tar la m irada del S eñor hacia el cen tro opuesto, el centro hacia el que to­ pos fríos y no p u ed en evitar sentir que están vivos, pero co n la diferen­
do m ira y gravita en el in fiern o (véase supra, §§ 123 y 124). cia de que n o p u ed e n m over una sola partícula de la m ateria que consti­
431. E n las páginas precedentes, la palabra «espíritus» se refiere a los tuye su cuerpo.
que están en el m u n d o de los espíritus, m ientras que «ángeles» se refiere 434. N o podríam os pensar ni desear si n o existiera n in g ú n agente244,
a los que están en el cielo. ninguna substancia c o m o orig en y p u n to focal del pensam iento y el d e­
seo. N ada que suceda separado de u n agente substancial es pensable.
C a d a ser h u m a n o es i n t e r i o r m e n t e un e s p í r i t u Podem os decir esto pues n o podríam os ver sin u n órgano que sirviera de
432. C ualquiera que lo considere d eten id am en te pued e advertir que agente de nuestra vista ni o ír sin u n órgano que sirviera de agente de
n o es el c u erp o el q u e piensa, p o rq u e el c u e rp o es m aterial. Más bien es nuestra audición. Sin ellos, la vista y el oído n o serían nada, n o existirían.
el alma, p o rq u e el alm a es espiritual. El alma h u m ana, cuya inm ortalidad Lo m ism o es cierto para el pensam iento, que es la visión interio r, y para
ha sido u n tem a tratado p o r num erosos autores, es nuestro espíritu; en la atención, que es el oído interior. A m enos q u e se produjeran-en y des­
realidad, es in m o rtal en tod o s los aspectos y es tam bién lo que constitu­ de los agentes que son form as orgánicas, co m o sujetos, no tendrían exis­
ye el pensam iento en nuestro c u e rp o 243. Esto es debido a que es espiri­ tencia en absoluto. Podem os ded u cir de esto que nuestro espíritu está
tual, y lo espiritual está ab ierto a lo espiritual y vive espiritualm ente a tra­ tam bién en una form a, y que está en una fo rm a hum ana, que disfruta de
vés del p ensam iento y la voluntad. Así, toda la vida racional que podem os órganos sensorios y sentidos tanto cuando está separado del c u e rp o co ­
observar en nuestros cu erpos p erten ece al alm a y de n in g ú n m o d o al m o cuando se encontraba en él. E igualm ente que toda la vida del ojo,
cuerpo. E n realidad, el c u e rp o es m aterial, c o m o ya señalamos, y la m a­ toda la vida del oído, en realidad to d a nuestra vida sensorial, perten ece
teria q u e es propia del c u erp o es u n apéndice y casi u n accesorio del es­ no al cuerpo, sino al espíritu, que preside estas funciones incluso en sus
p íritu . Su m isión es p e rm itir que nuestro espíritu desarrolle su vida y rea­ m enores detalles. P o r eso los espíritus ven, oyen y sienten co m o nosotros,
lice sus servicios en u n m u n d o natural que es m aterial en todos los aunque después de dejar el c u e rp o esto n o suceda en el m u n d o natural
aspectos y esencialm ente inanim ado. Puesto q u e la m ateria n o está viva sino en el espiritual. El espíritu era sensible en el nivel natural, cuando
—sólo el espíritu— p o d em o s co n clu ir que to d o lo que está vivo en noso­ estaba en el cuerpo, po rq u e actuaba a través de la parte m aterial que es­
tros es nuestro espíritu y q u e el cu erp o sólo le sirve exactam ente igual taba añadida a él. Sin em bargo, era tam bién espiritualm ente sensible en
que u n a h erram ien ta sirve a una fuerza viva y activa. P o r supuesto, p o ­ su pensam iento y en su voluntad.
dem os decir que una h erram ien ta trabaja o se m ueve o golpea, pero se­ 435. H e planteado esto para convencer a las personas racionales de
ría un e rro r pensar q u e eso es una propiedad de la herram ien ta y no de flue, en sí m ism o, el ser h u m a n o es un espíritu, y que la naturaleza física
la persona que la m aneja. que se le añade para p o d e r actuar en el m u n d o m aterial y natural n o es
433. P uesto q u e to d o lo q u e está vivo en el c u erp o —to d o lo que ac­ la persona real, sino solam ente una h erram ien ta del espíritu.

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Pero sería m e jo r presentar algunos ejem plos basados en la experiencia ¡uñarle y Por consiguiente verle. Por eso podemos recibir la inteligencia y la sa­
p o rq u e los argum entos racionales están fuera de las posibilidades de m u­ b id u ría y hablar racionalmente. Por eso también vivimos para siempre.
chos, y quienes se h an convencido de las o piniones contrarias hacen de S i n embargo, lo que está previsto y dispuesto por el Señor en ese centro no

esos argum entos el te rre n o para su escepticism o arg um entando sobre la fluye a b ie rta m e n te para la percepción de cualquier ángel, ya que supera el pen­
base de las ilusiones sensoriales. s a m i e n t o angélico y transciende su sabiduría246.

Q u ien es se h an convencido de una o p in ió n contraria tien d en a pen­


sar q u e los anim ales viven y sienten co m o nosotros, de m anera que tie­ 436. M i abundante experiencia, que llenaría volúm enes enteros, co ­
n e n tam b ién u n a naturaleza espiritual co m o la nuestra; co n todo, ésta mo se suele decir, si debiera incluirlo todo, m e ha enseñado que in te ­
m u ere ju n to co n su cuerpo. Sin em bargo, la naturaleza espiritual de los r i o r m e n te som os espíritus. H e hablado co n espíritus co m o u n espíritu y
anim ales n o es igual que la nuestra. N osotros tenem os una naturaleza más he hablado co n ellos co m o una persona en u n cuerpo. C u a n d o h e ha­
in te rio r q u e n o tie n e n los anim ales, una naturaleza en la que fluye lo blado con ellos com o espíritu, ellos no p o dían decir que yo n o fuera u n
D iv in o elevándola hacia sí, u n ién d o n o s de esa m anera a sí m ism o245. Por espíritu, en una form a tan h u m ana com o la suya. Así es c o m o les pare­
eso nosotros, a diferencia de los animales, p o d em o s pensar en D ios y en cía m i naturaleza interio r, p o rq u e cuando hablaba co m o espíritu ellos no
los asuntos divinos del cielo y de la Iglesia. Podem os am ar a D ios debido veían m i cu erp o m aterial.
a estos asuntos y al im plicarnos en ellos, y así p o d em o s un irn o s a él; y na­ 437. Podem os en te n d er que in te rio rm e n te som os espíritus p o r el h e ­
da q u e p u eda estar u n id o a lo D iv in o p u ed e ser destruido. Sin embargo, cho de que después de separarnos de nuestro cu erpo, lo que sucede con
lo q u e n o p u ed e unirse a lo D iv in o se desintegra. E n el § 39, supra, exa­ la m uerte, seguim os todavía vivos y som os tan h u m anos co m o antes. Para
m in é esa in te rio rid a d q u e n o tie n e n los anim ales. Vuelvo a m encionarlo convencerm e de esto, el S eñor m e ha p e rm itid o hablar co n casi todas las
aquí p o rq u e es im p o rtan te disipar las ilusiones que m uchas personas, que personas que yo había co n o cid o durante su vida física, c o n algunos d u ­
n o p u e d e n extraer conclusiones racionales sobre estos tem as po rq u e ca­ rante unas pocas horas, co n otros durante semanas y meses, y co n otros
recen de in fo rm ació n o p o rq u e su in telecto n o está abierto, se hacen a durante años. Esto sucedió para que yo m e convenciese y pu d iera dar tes­
p a rtir de la creencia de q u e los anim ales son co m o los hum anos. Lo que timonio.
dije entonces es lo siguiente: 438. P u ed o añadir que incluso cuando vivim os en nuestros cuerpos,
cada u n o de nosotros, en cuanto espíritu, está en una co m u n id ad de es­
Quisiera desvelar un secreto particular sobre los ángeles de los tres cielos del píritus, au n q u e n o seamos conscientes de ello. Las personas buenas están
que nadie hasta ahora era conocedor, pues no se había comprendido la realidad de en com unidades angélicas p o r m ed io de su espíritu y las malas están en
los niveles, analizados en el § 38. El secreto es éste: que en el interior de cada án­ com unidades infernales. P o r otra parte, entram os en esas m ism as co m u ­
gel —y dentro de cada uno de nosotros—hay un nivel central o superior, o algo nidades cuando m orim os. A quienes en tran en com pañía de los espíritus
central y superior, donde la vida divina del Señor fluye de forma íntima y emi­ después de la m u erte se les dice y se les m uestra esto a m enudo.
nente. Desde ese centro el Señor dispone dentro de nosotros todos los demás as­ E n realidad, m ientras vivim os en el m u n d o n o som os visibles com o
pectos, relativamente internos, que se suceden en concordancia con los niveles del espíritus en nuestras com unidades espirituales p o rq u e pensam os en el n i­
orden global. Ese nivel central o superior puede llamarse la puerta de entrada del vel natural. Sin em bargo, si el pensam iento se retira del cuerpo, p o dem os
Señor hacia los ángeles o hacia nosotros, su morada esencial dentro de nosotros. ser ocasionalm ente visibles en nuestras com unidades p o rq u e entonces es­
Es ese nivel central o superior lo que nos hace humanos y nos diferencia de tamos en el espíritu. C u a n d o som os visibles, es fácil diferenciarnos de los
los animales, puesto que éstos carecen de él. Por eso nosotros, a diferencia de los espíritus que viven allí, pues nuestros espíritus cam inan en actitu d m ed i­
animales, podemos ser elevados por el Señor hacia él hasta en los niveles mas tativa, en silencio, sin m irar a los otros, co m o si n o les vieran; y en el m o ­
profundos de nuestra mente y de nuestro carácter. Por eso podemos creer en él, m ento en que cualquier espíritu nos habla, desaparecem os.

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439. Para ilustrar el h e ch o de que in te rio rm e n te som os espíritus nx ' do d e s p e r t a m o s a nuestra naturaleza más profunda o (lo que es lo
gustaría explicar desde m i experiencia lo q u e sucede cuando somos CU.s i n 0 ) a n u e s t r o espíritu, están fuera de lo ordinario. M e fueron m os-
dos del cuerpo y som os conducidos por el espíritu a otro lugar. dos s i m p l e m e n t e para enseñarm e cóm o son puesto que son conocidos
440. E n cuanto a la p rim era experiencia, es decir, el h ech o de ser sa n la Iglesia. Pero m e ha sido concedido hablar con los espíritus y estar
cados del cuerpo, sucede de este m odo: som os llevados a un estado p a d con ellos com o u n o de ellos, incluso estando plena y físicam ente des­
ticular q u e está a m ed io cam ino entre el sueño y la vigilia247, y, en ese esJ pierto experiencia que ha co n tin u ad o hasta ahora du ran te años.
tado, parece exactam ente co m o si estuviéram os despiertos; todos nuestros 443. Se p u ede e n c o n tra r u n fu n d am en to adicional al h e ch o de que
sentidos —la vista, el o íd o y, au n q u e parezca extraño, el ta c to - están tan nuestro ser in te rio r sea u n espíritu en §§ 311-317, supra, d o n d e se c o n ­
alerta co m o cuando estam os físicam ente despiertos. Estos sentidos son sideraba el h ec h o de q u e el cielo y el in fiern o p ro ced e n del género h u ­
más perfectos que lo que p u e d e n serlo d u ran te la vigilia física. Éste es el mano.
estado en el que las personas han visto espíritus y ángeles más vivida­ 444. El h echo de ser in te rio rm e n te espíritus hace referencia a nuestra
m en te, incluso los han oído, y, au n q u e parezca extraño, los han tocado, capacidad de pensam iento y voluntad po rq u e eso es lo que constituye
sin apenas n in g u n a in terferencia física. Es el estado que se describe como nuestra verdadera naturaleza interior. Es lo que nos hace hum anos, y la
ser sacado del cuerpo y no saber si uno está en el cuerpo o fuera de él. cualidad de nuestra h u m anidad dep en d e de su cualidad.
H e sido adm itido a ese estado tres o cuatro veces, sim plem ente para
qu e p udiera co n o cer có m o era y tam bién para m o strarm e que los espíri­ La r e s u r r e c c i ó n d e la m u e r t e
tus y ángeles disfrutan de todos los sentidos, lo m ism o que nosotros, en y la e n t r a d a e n la v i d a e t e r n a
cuan to a nuestros espíritus, cuando som os sacados del c u e rp o 248. 445. C u an d o el c u e rp o de una persona no p u e d e ya realizar sus fu n ­
441. E n cuanto al segundo tipo de experiencia, ser conducidos p o r el ciones en el m u n d o natural en respuesta a los pensam ientos y sentim ien­
espíritu a otro lugar, se m e ha m ostrado d irectam ente lo que sucede y có­ tos de su espíritu (que deriva del m u n d o espiritual), en tonces decim os
m o sucede, pero solam ente en dos o tres ocasiones249. M e gustaría citar que el individuo ha m u erto . Esto sucede cuando la respiración de los p u l­
una experiencia. M ientras cam inaba p o r las calles de la ciudad y a través mones y el m o v im ien to sistòlico del corazón han cesado250. Sin em bargo,
del cam po, absorto en conversación co n los espíritus, m e parecía exacta­ la persona no ha m u e rto en absoluto. Solam ente está separada de la na­
m e n te co m o si estuviera tan despierto y vigilante co m o siem pre, cami­ turaleza física que le era útil en el m undo. La persona esencial está to d a­
n an d o sin desviarm e, y to d o el tiem po co n u n a clara visión. Veía las ar­ vía realm ente viva. D igo que la persona esencial está todavía viva po rq u e
boledas, los ríos, los palacios, las casas, la gente, etc. Sin em bargo, después no somos persona p o r el cuerpo, sino p o r el espíritu. D espués de todo,
de h ab er estado cam inando d u ran te varias horas, m e en co n tré súbita­ es el espíritu den tro de nosotros el que piensa, y el pensam iento y el sen­
m e n te d evuelto a la conciencia de m i visión física y com prendí que ha­ tim iento unidos nos hacen la persona que somos.
bía estado en otro lugar. P ro fu n d am en te sorprendido, percibí que había Vemos, pues, que cuando m o rim o s sim plem ente nos trasladam os de
estado en lo que se suele describir com o el estado del ser conducido por el un m u n d o a otro. P or eso, en el sentido in te rio r de la Palabra, «muerte»
espíritu a otro lugar; pues m ientras d u ró , n o pensaba en m i cam ino, aun­ significa resurrección y co n tin u ació n de la vida’.
q ue p udiera h ab er re c o rrid o m uchas millas, o en el tiem po, aunque p u ­ 446. La co m unicación más profunda de nuestro espíritu se establece
dieran h ab er tran scu rrid o m uchas horas, o incluso días. T am poco fui con nuestra respiración y el latido del corazón; el pensam iento se rela­
consciente de n in g u n a fatiga. Así es co m o p o dem os ser conducidos por ciona co n nuestra respiración, y el sentim iento, a trib u to del am or, co n el
cam inos q u e n o con o cem o s en absoluto a algún lugar predeterm inado,
sin extraviarnos. ’ E n la Palabra, m uerte significa resurrección po rq u e cuando m orim os nuestra vida
442. Sin em bargo, estos dos estados, q u e son vividos p o r nosotros continúa: 3498, 3505, 4618, 4621, 6036, 6222 [6221],

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co razó n 5. P or consiguiente, cuando estos dos m ovim ientos cesan en el 448. N o sólo se m e ha dicho có m o se pro d u ce el despertar, sino que
cu erp o , hay u n a separación inm ediata. Estos dos m ovim ientos, el respi­ se m e h a m ostrado directam ente, m ediante la experiencia. Se m e ofreció
ra to rio de los p u lm o n es y el sistòlico del corazón, son los vínculos esen­ la p o sib ilid ad de una experiencia real para que pudiera te n e r u n co n o c i­
ciales. U n a vez se h an separado, el espíritu es dejado a sí m ism o, y el cuer­ m iento p le n o d e có m o sucede251.
po, sin la vida ya de su espíritu, se enfría y se descom pone. 449. Fui llevado a u n estado en el que mis sentidos físicos eran in o p e ­
La razón de que la co m u n icació n más profunda de nuestro espíritu sea rantes, m uy sem ejante, pues, al estado de las personas que m ueren. Sin
c o n nuestra respiración y nuestro corazón es q ue todos nuestros procesos e m b a rg o , m i vida y pensam iento profundos perm an ecían intactos, de
vitales d ep en d en de éstos, n o sólo de m anera general sino tam bién espe­ manera que podía percibir y recordar lo que m e estaba sucediendo y lo
cíficam ente0. que les sucede a quienes son despertados de la m u erte. O bserv é que m i
447. D espués de esta separación, nuestro espíritu perm an ece breve­ re s p ira c ió n física estaba casi suspendida, con una respiración más p ro fu n ­
m e n te en el cuerpo, pero n o después de la d ete n ció n com pleta del cora­ da, una respiración del espíritu, que continuaba ju n to co n una respira­
zó n , m o m e n to que varía en fu n ció n de la causa de la m uerte. E n algunos ción física m uy ligera y silente.
casos el m o v im ien to del corazón co n tin ú a d u ran te u n rato, y en otros no. Al principio, pues, se estableció una com unicación entre el latido de
E n el m o m e n to en q u e se detiene, som os despertados, pero esto sólo lo mi corazón y el reino celestial, pues ese reino se corresponde con el co ­
realiza el Señor. «Ser despertado» significa q u e nuestro espíritu es sacado razón hum an o 0. Vi tam bién ángeles de dicho reino, algunos a distancia,
de nuestro c u erp o e in tro d u cid o en el m u n d o espiritual, que es lo que pero dos de ellos sentados cerca de m i cabeza. El efecto fue la desapari­
c o m ú n m e n te se llam a «resurrección». ción de todo m i sentim iento, pero para dejarm e en posesión del pensa­
La razón de q u e el espíritu n o se separe del c u erp o hasta que cesa el m iento y la percepción. [2] P erm anecí en este estado durante varias horas.
m o v im ie n to del corazón es que el corazón responde al sentim iento, un Luego los espíritus que estaban a m i alrededor se alejaron gradual­
atrib u to del am or, que es nuestra vida esencial, puesto que nuestro calor m ente, pensando que estaba m uerto. Sentí un olo r m u y dulce, co m o el
vital deriva siem pre del am orí. P o r consiguiente, m ientras dura esta unión de un cu erp o em balsam ado, pues cuando los ángeles celestiales están pre­
existe u n a co rrespondencia, y p o r tanto la vida del espíritu está todavía sentes todo lo que tien e que ver con un cadáver tiene u n o lo r dulce.
e n el cuerpo. C uando los espíritus perciben esto, no p u e d en acercarse. Así es tam bién
com o los malos espíritus son m antenidos a distancia de nuestro espíritu
b E l corazón se corresponde con nuestra voluntad y, p o r tanto, tam bién con el afec­ cuando estam os siendo adm itidos en la vida eterna.
to del am or, m ientras que la respiración de los pulm ones se corresponde con nuestro en­ Los ángeles sentados ju n to a m i cabeza estaban en silencio, co m p ar­
ten d im ie n to y, p o r lo tanto, c o n el pensam iento: 3888. E n la Palabra, pues, el corazón tiendo sim plem ente sus pensam ientos con el m ío (cuando éstos son acep­
significa voluntad y am or: 7542, 9050, 10336; y el alm a significa el entendim iento, la fe y tados p o r el m uerto, los ángeles saben que el espíritu de la persona está
la verdad, de m anera que «desde el alma y el corazón» designa lo que procede del enten­ listo para ser sacado del cu erpo). Llevaban a cabo esta co m unicación de
dim ien to , la fe y la verdad, y lo que procede de la voluntad, el am or y el bien: 2930, 9050.] pensam ientos m irando m i rostro. Así es realm ente co m o se co m unican
Sobre la correspondencia del corazón y los pulm ones [el latín anima, «alma», significa los pensam ientos en el cielo.
tam b ién «aliento»] con el H o m b re U niversal o cielo: 3883-3896. [3] Puesto que se m e había dejado en posesión de pensam iento y p e r­
c El latido del corazón y la respiración de los pulm ones im peran en todo el c u e rp o y cepción para que pudiera ap render y recordar có m o se pro d u ce el des­
fluyen ju n to s a todas partes: 3887, 3889, 3890. pertar, observé que al p rin cip io los ángeles inspeccionaban para ver si mis
d El am or es el ser m ism o de la vida hum ana: 5002. El am or es calor espiritual y, P°*j
consiguiente, nuestra propia esencia vital: 1589, 2146, 3338, 4906, 7081-7086, 9954, 10740.! c i corazón se corresponde con el reino celestial del Señor, y los pulm ones con su
E l sentim iento es un corolario del am or: 3938. reino “ Piritual: 3635, 3886, 3887.

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pensam ientos eran co m o los de los m o rib u n d o s, que habitualm ente pien­ vez hem os despertado querem os abandonar la com pañía de los ángeles.
san en la vida eterna. Q u e ría n m an ten er m i m e n te en esos pensam ientos. pero no son los ángeles los que nos abandonan, sino nosotros los que les
Se m e dijo más tarde que, cuando el c u erp o expira, nuestro espíritu es dejamos a ellos. E n realidad, los ángeles am an a to d o el m u n d o . Ellos no
m an ten id o en su ú ltim o pensam iento hasta q u e finalm ente regresa a los q u ie r e n nada más que ayudar, enseñar, co n d u cir hacia el cielo. Ésa es su

pensam ientos que fluían de nuestro sen tim ien to básico o dom inante en alegría mayor.
el m undo. C u an d o los espíritus dejan la com pañía de los ángeles, son recibidos
Se m e p e rm itió p ercib ir especialm ente, e incluso sentir, que había una por los buenos espíritus, que les acom pañan y que tam b ién hacen to d o
tracción, una especie de tiró n de los niveles más profundos de m i m ente lo que p u ed e n p o r ellos. Sin em bargo, si en el m u n d o habían llevado una
y, p o r tanto, de m i espíritu, respecto al cu erp o ; y se m e dijo que eso era vida que les hace im posible estar en com pañía de la gen te buena, e n to n ­
obra del S eñ o r y que es lo q u e ocasiona la resurrección. ces tam bién de éstos quieren alejarse. Esto sucede tantas veces co m o sea
450. C u a n d o los ángeles celestiales están con las personas que han si­ necesario, hasta que en cu e n tra n la com pañía de quienes, p o r su vida te ­
do despertadas, n o las abandonan, p o rq u e am an a todos. Pero algunos es­ rrena, son adecuados para ellos. A hí en cu en tran su vida; y, p o r extraño
p íritu s son sim plem ente incapaces de estar en com pañía de los ángeles ce­ que pueda parecer, llevan entonces el m ism o tip o de vida que habían lle­
lestiales p o r m u ch o tiem p o y q uieren que les dejen. C u an d o esto ocurre, vado en el m undo.
llegan los ángeles del rein o espiritual del Señor, a través de los cuales se 451. La prim era etapa de la vida después de la m u e rte dura tan sólo
nos co n ced e el uso de la luz, puesto que antes de eso no podíam os ver unos cuantos días. E n las páginas siguientes se describirá có m o som os lle­
nada, sino solam ente pensar. vados entonces de u n estado a otro hasta que finalm ente llegam os al cie­
Se m e m o stró tam b ién có m o sucede esto. Parecía co m o si los ángeles lo o al infierno. T am bién esto es algo que se m e ha p e rm itid o co n o c er
desco rrieran u n velo desde m i ojo izquierdo hacia el cen tro 252 de la na­ m ediante una abundante experiencia.
riz, de m anera q u e el ojo se abría y podía ver. E n cuanto al espíritu, le 452. H e hablado con algunas personas el tercer día después de su
parece co m o si realm ente sucediera así, au n q u e sea solam ente una apa­ m uerte, cuando los acontecim ientos descritos en los §§ 449 y 450 han si­
riencia. C u a n d o ese velo parecía estar d escorrido, pu d e ver una especie do com pletados. H ablé co n tres que había co n o cid o en el m u n d o y les
de luz clara pero pálida, co m o la que vem os a través de los párpados dije que se estaban preparando los servicios funerarios para que sus cu er­
cuan d o nos estam os despertando. M e parecía co m o si esa luz clara y pá­ pos pudieran ser enterrados. C u an d o m e oyeron hablar sobre el h e ch o de
lida tuviera u n co lo r celestial, au n q u e más tarde se m e dijo que varía. que ellos pudieran ser enterrados se sintieron invadidos p o r una especie de
D espués sentí co m o si algo estuviera siendo enrollado suavem ente en mi desconcierto. D ijero n que estaban vivos, y que lo que se estaba e n terran ­
rostro, y a co n tin u ació n tuve acceso al pen sam iento espiritual. Esa sensa­ do era lo que les había sido útil en el m undo. M ás tarde, se quedaron
ció n de que algo del rostro se enrolla es u n a apariencia, pues representa com pletam ente sorprendidos, pues m ientras habían estado vivos en sus
el h e ch o de que nos trasladam os del pen sam iento natural al pensam iento cuerpos no habían creído en este tipo de vida después de la m u erte, lo
espiritual. Los ángeles se p reo cu p an m u ch o de p ro teg er el despertar de la que sucede, en particular, co n casi todos los que están en la Iglesia.
persona de cualquier co n cep ció n que n o tenga u n cierto sabor de amor. Algunas personas, durante su vida terrenal, n o habían creído en n in ­
L uego dicen al ind iv id u o q u e es u n espíritu. guna vida del alma después de la vida del cuerpo. C u a n d o descubren que
D espués que los ángeles espirituales nos h an dado el uso de la luz, ha­ están vivos, se sienten pro fu n d am en te confundidos. Sin em bargo, q u ie-
cen p o r nosotros cu alquier cosa que co m o espíritus recién llegados pu­ ues estaban p lenam ente convencidos de esto se u n e n co n los que tienen
diéram os desear en ese estado. N o s hablan —al m enos en la m edida en que ideas sem ejantes y se separan de los que han vivido en la fe. La m ayor par­
p o d em o s co m p ren d erlo — de las realidades de la otra vida. A hora bien, si te de ellos se vinculan a alguna com unidad infernal p o rq u e rechazan lo
nuestra naturaleza es tal q u e n o querem os ser enseñados, entonces una D ivino y n o soportan las verdades de la Iglesia. E n realidad, en la m ed i­

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da en que nos confirm am os en la oposición al ideal de la vida eterna del que en consideración a nuestro espíritu hem os sido creados en form a de
alma, nos confirm am os tam b ién en la o posición a las realidades del cielo cielo, puesto que todos los elem entos del cielo y del o rd en del cielo están
y de la Iglesia. resum idos en los elem entos de la m en te hum ana“. Éste es el orig en de
nuestra capacidad de aceptar la inteligencia y la sabiduría. N o hay dife­
D e s p u é s d e la m u e r t e , rencia entre hablar de la capacidad de aceptar la inteligencia y la sabiduría
e s t a m o s en f o r m a h u m a n a c o m p l e t a o de la capacidad de aceptar el cielo, com o se p u ed e ded u cir de lo que se
453. E l h e c h o de q u e la fo rm a253 de u n a p e rso n a -e sp íritu sea la for­ ha d ic h o an terio rm e n te respecto de la luz y el calor del cielo (§§ 12 6 -1 4 0 ),
m a h u m a n a o, lo q u e es igual, q u e el esp íritu sea h u m a n o en lo que a la fo rm a del cielo (§§ 2 0 0 -2 1 2 ), la sabiduría de los ángeles (§§ 2 6 5 -2 7 5 ) y
la fo rm a se refiere, se deriva de lo q u e se ha d ich o en capítulos ante­ en el capítulo titulado «El co n ju n to del cielo, en ten d id o com o una sola
riores, especialm ente de la ex p o sició n de q u e cada ángel es una form a entidad, refleja un único hom bre» (§§ 5 9 -6 7 ). Esto es ocasionado p o r la
h u m a n a p erfecta (§§ 7 3 -7 7 ), q u e cada u n o es in te rio rm e n te u n espíri­ naturaleza h um an o -d iv in a del Señor, que es el orig en del cielo y de su for­
tu (§§ 4 3 2 -4 4 4 ), y q u e los ángeles del cielo p ro ce d en del género hum ano m a (§§ 7 8 -8 6 ).
(§ § 3 1 1 -3 1 7 ). 455. Los individuos racionales p u e d e n co m p re n d e r lo que se ha di­
[2] Esto se p u ed e co m p ren d er más claram ente si tenem os en cuenta ch o hasta aquí p o rq u e p u e d e n ver esto a p artir de la cadena de causas y
q ue som os hum an o s deb id o al espíritu, n o al cuerpo, y que nuestra for­ de las verdades en su o rden. Sin em bargo, las personas irracionales no
m a física es añadida al espíritu de acuerdo c o n su form a, pero no al re­ c o m p re n d e n estas cosas. H ay varias razones para que n o co m p ren d an . La
vés, puesto que u n espíritu se reviste co n el c u erp o que conviene a su p rim e ra es que n o q u ieren co m prender, p o rq u e estas cosas co n trad icen
form a. E n consecuencia, el espíritu h u m an o actúa sobre las partes indi­ las falsas opin io n es que ellos han co nvertido en sus verdades. Las p erso ­
viduales del cuerpo, hasta las más pequeñas, incluso hasta el p u n to de que nas q u e n o q u ieren c o m p re n d e r p o r esta razón cierran el cam ino al cie­
cualquier parte que n o sea activada p o r el espíritu, cualquier parte en la lo en su capacidad racional. A ú n así, el cam ino todavía p u ed e abrirse
que n o haya u n espíritu actuando, n o está viva. C ualquiera p u ede com ­ siem p re que su v o lu n tad n o ofrezca resistencia (véase supra, § 4 2 4 ).
p re n d e r esto al considerar que el p ensam iento y el deseo activan absolu­ M u ch as experiencias m e han m ostrado que las personas p u e d e n c o m ­
tam en te to d o en el c u e rp o y lo g o b iern an de form a tan com pleta que na­ prender la verdad y ser racionales siem pre que qu ieren . M u y a m en u d o ,
da disiente, y que si algo n o consiente en ello n o es p arte del cuerpo. Es los esp íritu s perversos que se han vu elto irracionales p o r la neg ació n de
en verdad rechazado co m o algo sin vida. P ensam iento y deseo son atri­ lo D iv in o y las verdades de la Iglesia en este m u n d o (convenciéndose de
buto s del espíritu, n o del cuerpo. su negación) se han visto im pulsados p o r la fuerza divina a m irar hacia
[3] La razón de q u e n o veam os la fo rm a h u m an a de los espíritus que p ersonas que estaban en la luz de la verdad. E n to n ces han co m p ren d id o
h an dejado el c u erp o n i a los espíritus que están todavía en aquellos con to d o co m o lo hacen los ángeles y han adm itido que éstos eran verdade­
quienes nos encon tram o s es que nuestro ó rgano físico de visión, el ojo, ros y que lo c o m p ren d ían todo. Sin em bargo, cu an d o se han v u elto h a­
es m aterial en la m ed id a en que p u ed e v er en este m u ndo, y lo que es cia el am o r apropiado a sus deseos, ya n o c o m p re n d ían nada y decían
m aterial ve solam ente lo q u e es m aterial. Sin em bargo, lo que es espiri­ ju sto lo contrario. [2] Incluso h e oído decir a algunas personas in fern a­
tual ve lo que es espiritual; p o r eso, cuando el ojo m aterial está cubierto les q u e co n o cían y reco n o cían que lo que hacían era m alo y q u e lo que
y pierde su co o rd in ació n co n el espíritu, ento n ces el espíritu es visible en
su propia form a. Ésta es u n a fo rm a hum an a n o sólo para los espíritus que ‘ E n nosotros están reunidos todos los elem entos del ord en divino y en virtu d de la

están en el m u n d o espiritual, sino tam bién para los espíritus que están en creación som os el orden divino en la form a: 4219, 4220, 4223, 4523, 4524, 5114, 5368, 6013,

las personas que vem os m ientras todavía están en su cuerpo. 6057, 6605, 6626, 9706, 10156, 10472. E n la m edida en que vivim os según el ord en divi-

454. La razón de que la form a de u n espíritu sea una form a hum ana es n °, en h otra vida tenem os el aspecto de u n ser com pleto y herm oso: 4839, 6605, 6626.

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pensaban era falso, p ero n o p o d ían resistir la g ratificación de su am or y, aquellos que lo creen son unos ingenuos. Los espíritus se sintieron desa­
p o r tanto, de su voluntad. E sto in d u cía a su p en sam ien to a ver el mal lentados ante el h e ch o de que este tipo de ignorancia siga siendo c o m ú n
co m o b ie n y la falsedad c o m o verdad. P u d e ver así q u e quienes están in­ en el m u n d o y especialm ente en la Iglesia. [2] A firm an ellos que esta
m ersos en ideas falsas a causa de su m alicia p o d ía n co m p re n d e r y podían creencia procede especialm ente de las m entes académ icas que han pensa­
p o r ta n to ser racionales, p ero n o q uerían. La razón de que n o quisieran do acerca del alm a sobre la base de la realidad sensorial física. Y de tales
es que am aban las ideas falsas más q u e las verdaderas p o rq u e las p rim e ­ ideas la única co n cep ció n que se p u ede ded u cir es que el alma es pensa­
ras sustentaban los proyectos perversos en q u e estaban em peñados. A m ar m iento puro; y cuando éste carece de cualquier m ed io en el cual y sobre
y desear son lo m ism o p o rq u e am am os lo q u e deseam os y deseam os lo el cual p u eda ser exam inado, se convierte en una form a volátil, pu ro éter,
que am am os. que n o p u ed e sino disiparse cuando el cu erp o m uere. P uesto que la
[3] P uesto que p o r naturaleza som os capaces de c o m p re n d e r lo que es Iglesia cree en la inm ortalidad del alma basándose en la Palabra, n o p u e ­
verdadero si querem os hacerlo, m e ha sido c o n ced id o el privilegio de de dejar de atribuirle algo vital, algo sem ejante al pensam iento. Sin e m ­
con firm ar las verdades espirituales, verdades de la Iglesia y del cielo, m e­ bargo, no se le atribuye nin g u n a capacidad sensorial co m o la nuestra has­
diante consideraciones racionales, co n el fin de que las falsas nociones ta que se reú n e con el cuerpo. Su do ctrin a de la resurrección se basa en
que h a n oscurecido el fu n cio n am ien to racional de m uchos pu ed an ser di­ esta idea, en cuanto que su creencia es que habrá u n a re u n ió n de alma y
sipadas m ed ian te tales consideraciones racionales y sus ojos puedan, qui­ cuerpo cuando llegue el Juicio Final. E l resultado es que cuando se p ie n ­
zás, abrirse en alguna m edida. Pues con firm ar las verdades espirituales por sa en el alm a sobre la base de la d o c trin a y la especulación, n o se co m ­
verdades racionales es algo q u e les es co n o cid o a todos aquellos que se prende en absoluto el h ech o de que el alma es el espíritu y que tiene fo r­
centran en las verdades. ¿Q u ié n p o d ría c o m p re n d er la Palabra sim ple­ m a hum ana. Sucede tam bién que, actualm ente, apenas nadie sabe qué es
m e n te desde su sentido literal a m enos que viera algunas de sus verdades lo espiritual, y m u c h o m enos que las personas que son espirituales, com o
m ed ian te la razón ilum inada? ¿N o es ésta la fu en te de num erosas herejías los espíritus y ángeles, tien e n u n a form a hum ana.
procedentes de la m ism a Palabra?1’ [3] P o r eso casi todas las personas que llegan de este m u n d o se sor­
456. U n a exp erien cia diaria a lo largo de m u ch o s años m e ha dem os­ prenden tanto cuando descubren que están vivas y q u e son tan hum anas
trado que, después de la separación del cuerpo, el espíritu hu m an o es un com o siem pre, que ven, oyen y hablan, que sus cuerpos siguen dotados
ser h u m a n o y tiene fo rm a de tal. H e visto esto m iles de veces, he oído a del sentido del tacto y q u e nada ha cam biado en absoluto (véase supra,
esos espíritus y he hablado co n ellos incluso de có m o en el m u n d o la § 74). U n a vez han superado su sorpresa, se asom bran sin em bargo de que
gente n o cree que ellos sean lo que son, y de c ó m o los sabios piensan que la Iglesia n o sepa nada del estado después de la m u e rte y, p o r tanto, no
sepa nada del cielo ni del infierno, au n q u e todos los que han vivido en
b El p u n to de partida deberían ser las verdades de la doctrina de la Iglesia tom adas de este m u n d o están en la otra vida y son seres vivos. C o m o se preguntan
la Palabra, y estas verdades deberían ser reconocidas en principio; después, es totalm ente p o r qué esto no se ha h e ch o m anifiesto a los hom bres a través de visio­
correcto tom ar en cuenta el co nocim iento em pírico: 6047. P o r eso, si las personas tienen nes, en la m edida en que es esencial a la fe de la Iglesia, se les responde
una actitud positiva hacia las verdades de la fe, es perfectam ente correcto sostenerlas ra­ desde el cielo que esas visiones habrían po d id o producirse si el S eñor lo
cionalm ente con u n co nocim iento em pírico; pero esto n o es apropiado para quienes tie­ hubiera q uerido, pues nada podía ser más fácil. Sin em bargo, las gentes
nen una actitud negativa: 2568, 2588, 4760, 6047. Es conform e al o rd e n divino pasar ra­ no creerían au n q u e vieran, p o rq u e se han convencido de las falsas ideas
cionalm ente de las verdades espirituales al conocim iento em pírico, a las verdades en sentido contrario. P o r otra parte, es peligroso utilizar las visiones co ­
naturales, p ero no pasar de las últim as a las primeras, p o rq u e hay u n influjo de las cosas m o m ed io para convencer de algo cuando se está in m erso en una o p i­
espirituales e n las naturales, pero n o de las naturales o físicas en las espirituales: 3219, 5119, n ión falsa, p o rq u e se cree al p rin cip io pero luego se niega. D e esta m a­
5259, 5427, 5428, 5478, 6322, 9110, 9111. nera, se profana la verdad, pues la profanación es creer y luego negar. Y

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quienes profanan las verdades se ven obligados a bajar al in fierno más in­ do estábamos en el m undo, el sentim iento característico del espíritu d e n ­
ferio r y h o rrib le de tod o sc. tro del cuerpo, pues el rostro del espíritu es m uy diferente del rostro del
[4] Este es el peligro señalado p o r las palabras del Señor: «Cegó los c u e r p o . El rostro físico procede de los padres, pero el rostro espiritual p ro ­

ojos de ellos, y en d u reció su corazón; para que n o vean con los ojos, y c e d e del sentim iento, y es una im agen de él. El espíritu adquiere este ros­

en tien d an co n el corazón; y se conviertan, y yo los sane» (Juan 12, 40); y tro una vez que la vida física ha term inado, cuando los velos exteriores han
el h e ch o de q u e las personas sum idas en falsas opiniones se n ieguen a sido elim inados. Este es nuestro tercer estado254.
creer es lo q u e se quiere d ecir co n las palabras: «Y A braham le dijo [al ri­ H e visto a algunos recién llegados del m u n d o y los he reco n o cid o p o r
co qu e estaba en el infierno]: A M oisés y a los profetas tienen; óiganlos. su cara y su voz; pero cuando los vi después, n o los reconocí. Q u ienes
El entonces dijo: N o , padre A braham ; pero si alguno fuere a ellos de en­ h ab ían ten id o buenos sentim ientos tenían rostros adorables, m ientras que
tre los m u erto s, se arrepentirán. M as A braham le dijo: Si n o oyen a q u ie n es habían ten id o sentim ientos perversos los tenían feos. V isto en sí
M oisés y a los profetas, tam p o co se persuadirán au n q u e alguno se levan­ m ism o , el espíritu no es sino los sentim ientos, cuya fo rm a e x terio r es el
tare de los m uertos» (Lucas 16, 2 9 -3 1 ). rostro.
457. C u an d o entram os inicialm ente en el m u n d o de los espíritus (lo La razón de que nuestro rostro cam bie es que en la otra vida no está
que sucede p o co después del nuevo despertar ya descrito), nuestro espíri­ p e rm itid o fingir sentim ientos que en realidad no se tien en , p o r eso no
tu tiene u n rostro y u n to n o de voz similares a los que tenía en el m undo, p o d e m o s te n e r u n rostro que sea co n trario a nuestro am or. Todos som os
pues en ese p u n to nos encontram os en el estado de las preocupaciones ex­ p u rific a d o s hasta llegar a u n estado en el que decim os lo que pensam os,
ternas, co n las preocupaciones internas todavía n o descubiertas. Este es y m anifestam os m ed ian te la expresión y los actos aquello que querem os.
nuestro estado inicial después de la m uerte. M ás tarde, nuestro rostro cam ­ P o r eso el rostro se convierte en form a e im agen de los sentim ientos; y
bia y se vuelve m u y diferente. Llega a parecerse al sentim iento dom inan­ p o r eso todas las personas que se han co n o cid o en este m u n d o siguen re­
te en confo rm id ad co n el cual se encontraba el in te rio r de la m en te cuan- conociéndose en el m u n d o de los espíritus, pero n o en el cielo ni en el
in fie rn o , co m o ya se dijo (§ 4 2 7 )d.
c La profanación es la m ezcla del bien y el mal y de la verdad y la falsedad dentro de 458. Los rostros de los hipócritas cam bian más len tam en te que los de
nosotros: 6348. Las únicas personas que pued en profanar el bien y la verdad, o las cosas otras personas, p o rq u e p o r una práctica constante han creado el hábito de
sagradas de la Palabra y de la Iglesia, son las que previam ente han tenido conocim iento d isp o n e r su m e n te in te rio r para fingir sentim ientos buenos. P o r eso, d u ­
de ellas, tanto más si han vivido p o r ellas y después abandonan su fe, las niegan y viven ran te u n tiem p o largo, parecen m uy atractivos. Sin em bargo, co m o esa
para sí m ism os y para el m undo: 593, 1008, 1010, 1059, 3398, 3399, 3898, 4289, 4601, 10284, cara falsa se retira gradualm ente y los elem entos más profundos de su
10287. Si volvem os a caer en los males prim eros después de u n arrepentim iento sincero, m e n te se disponen según la form a de sus sentim ientos, finalm ente son
com etem os profanación; entonces nuestro estado posterior es p e o r que el prim ero: 8394. más feos que las otras personas.
N o se p u e d en profanar las cosas sagradas si no se han conocido, y todavía m enos si ni si­
quiera se ha oído hablar de ellas: 1008, 1010, 1059, 9188, 10284. Los paganos que están fue­ d El rostro está form ado para que se corresponda con la naturaleza interior: 4791-4805,
ra de la Iglesia y n o tienen la Palabra son incapaces de profanación: 1327, 1328, 2051, 2081. 5695. Sobre la correspondencia del rostro y sus expresiones con los sentim ientos de la m en­
P o r eso las verdades más profundas n o fueron reveladas a los ju d ío s, po rq u e si se les hu­ te: 1568, 2988, 2989, 3631, 4796, 4797, 4800, 5165, 5168, 5695, 9306. Para los ángeles del cie­
biesen revelado y las hubiesen conocido, las habrían profanado: 3398, 3489,- 6963. El des­ lo, el rostro form a u n solo conjunto con los niveles más profundos de la m ente: 4796-4798,
tino de los profanadores en la otra vida es el p eor de todos p o rq u e el bien y la verdad que 4799, 5695, 8250. P or eso, en la Palabra, «el rostro» significa los niveles más profundos de la
c onocieron siguen estando allí, así com o el mal y la falsedad; y puesto que coexisten, su m ente, o del sentim iento y el pensam iento: 1999, 2434, 3527, 4066, 4796, 5102, 9306, 9546.
propia vida se desgarra: 571, 582, 6348. P o r eso el Señor tiene el m ayor cuidado para im ­ D e qué m anera el influjo del cerebro en el rostro ha cam biado con el curso del tiem po, y
pedir la profanación: 2426, 10384. con ello, el rostro respecto a su correspondencia con la naturaleza profunda: 4326, 8250.

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Los hipócritas son los q u e hablan co m o los ángeles pero in te rio rm e n ­ tierra, p e ro es claro para el e n te n d im ie n to de los ángeles, puesto que ellos
te respetan sólo la naturaleza, n o al Ser D ivino, y p o r consiguiente nie­ están e n la luz del cielo.
gan las realidades de la Iglesia y del cielo.
459. D e b e saberse q u e después de la m u e rte nuestra form a hum ana es D e s p u é s d e la m u e r t e ,
más herm o sa en la m edida en q u e hem os am ado más profundam ente las d i s f r u t a m o s d e t o d o s l o s s e n t i d o s , la m e m o r i a ,
verdades divinas y h em os vivido p o r ellas, puesto que nuestros niveles los p e n s a m ie n to s y los s e n tim ie n to s
profundos son abiertos y configurados de acuerdo c o n nuestro am or a es­ q u e t e n í a m o s e n el m u n d o : n o d e j a m o s
tas verdades y co n nuestra vida. Así, cuanto más pro fu n d o y más acorde n a d a a t r á s s a l v o el c u e r p o t e r r e n a l
co n el cielo es el sentim iento, más h erm o so es el rostro. P o r eso los án­ 461. R epetidas experiencias m e han dem ostrado que cuando nos tras­
geles q u e están en el cielo más in te rio r son los más bellos, p o rq u e son for­ ladam os del m u n d o natural al espiritual, lo que sucede cuando m orim os,
mas del am o r celestial. P or otra parte, quienes h an am ado las verdades di­ llevam os co n nosotros to d o lo que nos p erten ece en cuanto seres h u m a ­
vinas más e x tern am en te y p o r consiguiente las h an vivido de m anera más nos salvo el c u e rp o terrenal. E n realidad, cuando entram os en el m u n d o
exterio r, son m enos bellos, pues sólo los aspectos más externos irradian espiritual, es decir, en la vida después de la m u erte, estam os en u n cu er­
desde su rostro, y el am o r celestial más p ro fu n d o —q u e expresa la form a p o c o m o lo estábam os en este m undo. Parece que n o existe n in g u n a di­
del cielo c o m o es en sí m ism o— n o brilla a través de esas form as más ex­ ferencia, puesto que n o sentim os ni vem os que algo haya cam biado. Pero
ternas. Se p u ed e percibir algo relativam ente oscuro en su rostro, no ani­ el n u e v o c u e rp o es espiritual, pues ha sido separado o purificado de la
m ado p o r la luz de la vida in te rio r que debería resplandecer a través de m a te ria terrenal. P or otra parte, cuando algo espiritual toca y ve algo es­
él. E n resum en, toda perfecció n aum en ta cu ando u n o se m ueve hacia el p iritu al, es co m o cuando algo natural toca y ve algo natural. Así que
in te rio r y dism inuye cu ando se m ueve hacia el ex terior. C o m o aum enta cu a n d o nos hem os convertido en espíritus, n o tenem os nin g u n a sensa­
o dism inuye la perfección, así aum en ta o dism inuye la belleza. ció n d e n o estar en el cu erp o que habitábam os en el m u ndo, y p o r lo tan­
H e visto rostros angélicos del tercer cielo tan herm osos que ningún to n o com prendem os que hem os m uerto.
pintor, co n toda su destreza, p o d ría ofrecer una p arte de su luz con sus [2] C o m o «persona-espíritu» disfrutam os de todos los sentidos in te ­
pigm en to s ni reflejar, ni en u n a ínfim a parte, la luz y la vida que m ues­ rio res y exteriores q ue disfrutábam os en el m undo. Vemos de la m anera
tran. El rostro de los ángeles del cielo e x te rio r p u e d e sin em bargo ser re­ ac o stu m b ra d a, oím os y hablam os de la m anera acostum brada, olem os, sa­
flejado en alguna m edida. b o rea m o s y sentim os las cosas que tocam os de la m anera acostum brada;
460. F inalm ente, m e gustaría transm itir u n secreto que n u nca antes ha q u ere m o s, deseam os, anhelam os, pensam os, reflexionam os, nos c o n m o ­
sido conocido, a saber, que to d o el bien y la verdad que procede del v em os, am am os y proyectam os de la m anera acostum brada. Los que eran
S eñor y constituye el cielo tien e fo rm a hum ana. E sto es cierto n o sólo estu d io so s siguen leyendo y escribiendo com o antes. E n una palabra, pa­
del c o n ju n to en su globalidad, sino tam bién de cada m ínim a parte. Esta sar d e una vida a otra, o de u n m u n d o a otro, es co m o pasar de u n lugar
form a influye en to d o el que acepta el b ien y la verdad del Señor, y da físico a otro; y llevamos co n nosotros to d o lo que nos perten ecía co m o
lugar a q u e todos tengan en el cielo una fo rm a h u m ana acorde con esa p ersonas hasta el p u n to de que sería injusto decir que hem os p erdido al­
aceptación. P o r eso el cielo es sem ejante a sí m ism o en general y en par­ go d e lo que nos pertenecía antes de la m u erte, pues lo ún ico que m u e­
ticular, p o rq u e la fo rm a h u m an a es la form a del todo, de cada co m u n i­ re es el c u e rp o terrenal. [3] Incluso llevamos con nosotros la m em o ria na­
dad y de cada ángel, co m o ya se explicó en los cuatro capítulos que van tural, puesto que conservam os to d o lo que hem os oído, visto, leído,
del § 59 al § 86. D eb o añadir aquí que ésta es tam b ién la form a de los de­ a p re n d id o o pensado en el m u n d o desde la más tiern a infancia hasta el fi­
talles del p ensam iento q u e pro ced e del am o r celestial en los ángeles. nal m ism o de la vida. Sin em bargo, puesto que los objetos naturales que
Este arcano n o se ajusta al en te n d im ie n to de los seres hum anos en la resid en en la m em o ria n o p u ed e n ser reproducidos en el m u n d o espiri­

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tual, q u e d a n la ten tes c o m o lo están c u a n d o n o p e n sa m o s e n ellos. A u n cer d e m otivaciones centradas en diversos apetitos físicos, apetitos que os­
así, p u e d e n ser re p ro d u c id o s c u a n d o al S e ñ o r le place. H a b la ré m ás sobre c u re c e n y debilitan el intelecto en la m edida en que crecen. Esto sucede
ello, so b re la m e m o r ia y su c o n d ic ió n d espués d e la m u e rte , m ás adelan­ ta m b ié n a las personas que están en el m undo, que se vuelven lerdos y es­
te 255. túpidos respecto de las verdades espirituales en la m edida en que c o n ­
Las personas que están centradas en los sentidos son bastante incapa­ s i e n t e n al gusto y los atractivos sensuales del cuerpo.

ces de creer q u e así es nuestro estado después de la m u erte porque no lo [3] Lo que ya se dijo en el capítulo sobre la sabiduría de los ángeles
com p ren d en . Las personas centradas en los sentidos piensan solam ente en del cielo (§§ 265-275) p u ed e bastar para indicar que los sentidos más p ro ­
el nivel natural, incluso sobre los asuntos espirituales. P o r eso, to d o lo que fundos de los ángeles del cielo, los sentidos de su pensam iento y senti­
no sienten -e s to es, to d o lo q u e n o ven co n sus ojos físicos y no tocan m iento, son más delicados y perfectos que los que ten ían en el m undo.
co n sus m a n o s - dicen q u e n o existe, co m o leem os acerca de Tomás en E n cuanto a la diferencia del estado de las personas que están en el in ­
Ju an 20, 25. 27. 29. La co n d ició n de las personas centradas en los sentidos fierno con su estado en el m u ndo, tam bién es substancial. La perfección
ha sido descrita supra, en § 267 y en su nota c. y maravilla de los sentidos ex ternos e in tern o s de los ángeles del cielo co ­
462a256. S in e m b arg o , la d iferen c ia e n tre n u e s tra v id a e n el m u n d o es­ rre pareja co n su im perfección en los habitantes del infierno. Sin em bar­
p iritu a l y n u e stra v id a e n el m u n d o n a tu ra l es co n sid erab le, ta n to respec­ go, tratarem os de su estado más adelante257.
to d e n u estro s se n tid o s e x te rn o s y la fo rm a e n q u e n o s afectan c o m o de 462b. E n cuanto a la conservación de nuestra m em o ria cuando deja­
n u estro s se n tid o s in te rn o s y la fo rm a en q u e n o s afectan . Q u ie n e s están mos el m undo, se m e ha m ostrado m ediante m u ch o s ejem plos y he vis­
e n el cielo tie n e n los se n tid o s m u c h o m ás refin ad o s. E sto es, v en , oyen y to y oído m uchas conversaciones de interés sobre ello. M e gustaría citar
ta m b ié n p ie n sa n m ás p e rsp ic a z m e n te q u e c u a n d o estab an e n este m u n d o . algunos ejem plos de form a ordenada. H a habido personas que negaban
E sto se d e b e a q u e v e n a la lu z del cielo, q u e su p e ra in m e n sa m e n te la luz los crím enes y transgresiones que habían co m etid o en el m undo. Para im ­
d el m u n d o (véase supra, § 126), y oy en p o r m e d io d e u n a atm ó sfera espi­ pedir que creyeran que eran inocentes, se reveló y sacó de su m em o ria,
ritu a l q u e sobrepasa in m e n s a m e n te la atm ó sfera d e la tie rra (véase § 235). una cosa tras otra, todo lo que habían hech o en su vida desde el p rin c i­
La d iferen c ia e n sus se n tid o s e x te rn o s es c o m o la q u e ex iste e n tre algo pio hasta el final. La m ayoría de esas transgresiones eran actos de adulte­
claro y algo o c u lta d o p o r u n a n u b e , o c o m o la lu z d el m e d io d ía y la os­ rio y prom iscuidad.
c u rid a d d el a n o c h e c e r. A l ser la v erd a d div in a, la lu z d e l cielo p e rm ite [2] H abía quienes habían engañado a otros co n artim añas maliciosas y
q u e la vista de los ángeles o b se rv e y d iferen c ie las cosas m ás in sig n ifican ­ les habían robado. U n o tras otro fueron enum erados sus fraudes y robos,
tes. [2] A d em ás, su v isió n e x te rn a c o rre s p o n d e a su v isió n in te rn a o dis­ m uchos de los cuales no eran conocidos prácticam ente p o r nadie en el
c e rn im ie n to , p u e s to q u e p ara los ángeles u n a v isió n fluye e n la o tra y ac­ m undo salvo p o r ellos m ism os. Los adm itieron p o rq u e se les presentaban
tú a n c o m o u n a sola facu ltad . P o r eso son ta n p e n e tra n te s . Su o ído con la m áxim a claridad, ju n to con cada pensam iento, in ten ció n , placer y
c o rre s p o n d e ig u a lm e n te a su p e rc e p c ió n , q u e es u n a f u n c ió n d el discer­ tem or que habían estado presentes en su m e n te en cada ocasión.
n im ie n to y la v o lu n ta d . A sí, ca p ta n e n el to n o y las palabras d e los ha­ [3] H abía quienes se habían dejado so b o rn ar y habían acum ulado di­
b la n tes los m atices m ás in sig n ifican tes de su s e n tim ie n to y p en sam ien to , nero m ediante decisiones judiciales fraudulentas. F u eron igualm ente exa­
los m a tic es del se n tim ie n to , e n el to n o , y los m a tic es d el p e n sa m ie n to , en minados a p artir de sus propios recuerdos, y to d o fue enum erad o desde
las palabras (véase supra, §§ 234-245). su p rim e r oficio hasta el final. Los detalles de cantidades y valores, de
S in em b a rg o , los o tro s se n tid o s n o so n ta n d elica d o s e n los ángeles co ­ tiem po y disposición m ental e in ten ció n , to d o consignado en su recuer­
m o la vista y el o íd o , p o rq u e vista y o íd o sirv en a su in te lig e n c ia y sabi­ do, fue sacado a la luz, con un cen tenar de ejem plos o más. E n algunos
d u ría, m ie n tra s q u e los o tro s n o . Si los o tro s se n tid o s fu e ra n ta n sensibles, casos, lo que es m u y destacable, los m ism os diarios en que habían regis­
restarían lu z y p la ce r a la sab id u ría d e los ángeles e in te rp o n d ría n u n pía- trado esos hechos se abrieron y se les leyeron, página a página.

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cho en tinieblas, a la luz se oirá; y lo que habéis hablado al oído en los
[4] H abía hom bres q u e habían engañado a vírgenes, deshonrándolas y
aposentos se proclam ará en las azoteas» (Lucas 12, 2-3).
violándolas en su castidad. F uero n convocados a u n ju ic io similar y se sa­
463. C u a n d o nos enfrentam os con nuestros actos después de la m u e r­
caron y en u m eraro n los detalles de su m em o ria. Los rostros reales de las
te, los ángeles a los que se les ha dado la tarea de exam inar m iran m in u ­
vírgenes y otras m ujeres se les presentaron c o m o si estuvieran allí en per­
c io s a m e n te el rostro y c o n tin ú a n su exam en p o r to d o el cuerpo, co m en ­
sona, ju n to co n los lugares, las palabras y los pensam ientos. Se hizo tan
zando p o r los dedos de una m ano y luego de la otra y co n tin u an d o p o r
instantáneam ente co m o cu an d o realm ente se es testigo de algo de form a
el conjunto. C u a n d o p regunté, se m e explicó el po rq u é. La razón es que
directa. A veces, estas presentaciones se prolongaban du ran te horas.
así co m o los detalles del pensam iento y la voluntad están inscritos en el
[5] H abía u n h o m b re q u e pensaba que n o había calum niado a nadie.
cerebro pues es ahí d o n d e están sus orígenes, así están inscritos tam bién
E scuché la relación de todas sus calum nias y blasfemias, ju n to con las pa­
en to d o el cuerpo, puesto que todos los elem entos del pensam iento y la
labras verdaderas, y las personas a las que las había dirigido. T odo esto se
voluntad se inscriben en el c u erp o desde su o rig e n y se definen allí en
presentó co m o si realm ente estuviera o c u rrie n d o , aun q u e él hubiera
sus form as más externas. P o r eso las cosas que están inscritas en la m e ­
m an ten id o todas estas cosas cuidadosam ente ocultas m ientras vivía en el
m oria desde la v o luntad y el pensam iento consiguiente están inscritas no
m undo.
sólo en el cerebro, sino tam b ién en toda la persona, d o n d e adoptan una
[6] H abía u n h o m b re q u e había estafado a u n parien te en su herencia
form a que sigue el m odelo de las partes del cuerpo. P ude ver p o r consi­
m edian te algunos pretextos engañosos. Fue convocado y ju zg ad o igual­
guiente que el co n ju n to de nuestra naturaleza dep en d e de la naturaleza
m ente. E n concreto, las cartas y d o cu m en to s q u e intercam biaron m e fue­
de la voluntad y el pensam iento consiguiente, de m anera que la gente
ro n leídos en voz alta, y él dijo q u e n o faltaba ni u n a sola palabra. [7]
perversa es su propio m al y la gente b u ena es su pro p io bien “.
A quel m ism o h o m b re tam b ién había m atado secretam ente a u n vecino
Podem os tam bién ded u cir de ahí lo que se quiere decir co n el libro
envenenándole ju sto antes de su propia m u erte, lo que se reveló de la m a­
de la vida m en cio n ad o en la Palabra258. Es el h ech o de que todas nuestras
n era siguiente. Se abrió u n a zanja bajo sus pies, y cuando se abrió, salió
acciones y pensam ientos están escritos en toda nuestra persona y parece
u n h o m b re co m o si saliera de u n a tum ba y le g ritó: «¿Q ué m e has h e­
com o si se leyeran en u n libro cuando son extraídos de nuestra m em oria.
cho?». E ntonces, to d o se descubrió: có m o el en v en enador había hablado
A parecen co m o en una im agen cuando nuestro espíritu es observado a la
am istosam ente co n él y le había ofrecido una bebida, lo que había p en ­
luz del cielo.
sado de an tem an o y lo q u e sucedió después. U n a vez esto fue revelado,
M e gustaría añadir algo im p o rta n te sobre la m em o ria que conserva­
el asesino fue co n d en ad o al infierno.
mos después de la m u erte, algo que m e convenció de que no sólo los
[8] E n una palabra, todas las m aldades, crím enes, robos, artim añas y
contenidos generales, sino incluso los detalles más pequ eñ o s que han en ­
engaños de to d o espíritu perverso se sacaron a la luz. Se sacaron de su
trado en nuestra m em o ria perd u ran y n u nca se b o rran . Vi algunos libros
p ropia m e m o ria y se m ostraron. N o hay lugar para el desm entido pues
con una escritura com o la terrestre, y se dijo que procedían de la m e -
todas las circunstancias se presentan reunidas.
T am bién oí que los ángeles habían visto y desplegado de la m em oria
1 Los justos, los espíritus y los ángeles son su propio bien y su propia verdad: esto es,
de u n in d iv id u o to d o lo q u e había pensado día tras día, sin n in g ú n error,
h naturaleza del conju n to de la persona depende de la naturaleza de ese bien y esa ver-
recordándoselo co m o si él m ism o h ubiera v u elto a aquellos días.
10298, 10367. Esto se debe a que el bien constituye nuestra voluntad y la verdad
[9] P odem os d ed u cir de estos ejem plos q u e llevamos nuestra m em o ­
constituye nuestro en tendim iento, y el entendim iento y la voluntad constituyen la vida
ria co n nosotros, y que nada está tan o culto en este m u n d o que no sea
entera para una persona en este m u n d o , para u n espíritu y para u n ángel: 3332, 3623, 6065.
co n o cid o después de la m u e rte y dado a co n o c er en público, según las Esto es lo m ism o que decir que las personas de este m u n d o , los espíritus y los ángeles son
palabras del Señor: «Porque nada hay en cu b ierto , que no haya de descu­ su am °r: 6872, 10177, 10284.
brirse; n i o cu lto que n o haya de saberse. Por tanto, to d o lo que habéis di­

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400
m o ria de las personas que los habían escrito, y q u e n o se había perdido que están relacionadas co n las naturales m ed ian te co rresp o n d en ­
r itu a le s

ni u n a sola palabra de las que figuraban en el libro que ellos habían es­ cias. C o n todo, cuando son presentadas visualm ente, parecen iguales a
crito en el m u n d o . Se m e dijo tam b ién q u e hasta los m ínim os detalles po­ corno eran en el m u n d o natural. Esto se debe a que to d o lo que vem os
dían recuperarse de la m em o ria de cualquiera, incluso cosas que las per­ en los cielos aparece com o era en el m u ndo, au n q u e en esencia no sea
sonas habían olvidado en el m u n d o . T am bién se explicó la razón de que natural sino espiritual, com o se ha explicado en el capítulo dedicado a las
así fuera; a saber, que tenem os u n a m e m o ria ex tern a y una m em o ria in­ representaciones y las apariencias en el cielo (§§ 170-176).
tern a, la ex tern a apropiada a nuestra p ersona natural y la in tern a a nues­ [2] E n lo que se refiere a nuestra m em o ria natural o exterior, en la
tra p ersona espiritual. Los detalles de lo q u e hem os pensado, querido, di­ m edida en que sus contenidos se derivan de la m ateria, el tiem po, el es­
cho y h ech o , incluso de lo q u e hem os visto y oído, están inscritos en pacio y to d o lo que es p ropio de la naturaleza, n o cum ple la m ism a fu n ­
nuestra m e m o ria espiritual o in te rn a b. N o hay nin g u n a m anera de borrar ción para el espíritu que la que cum plía en el m u n d o . Esto se debe a que
to d o lo q u e hay allí, puesto q u e to d o se escribe al m ism o tiem p o en nues­ en el m u n d o , cuando pensábam os sobre la base de nuestra sensibilidad
tro espíritu y en los m iem bros de nuestro cuerpo, co m o se ha señalado exterior y n o al m ism o tiem p o sobre la base de nuestra sensibilidad in te ­
ya. Esto significa q u e nuestro espíritu se ha fo rm ad o en concordancia con lectual o interio r, pensábam os en el nivel natural y n o en el espiritual. Sin
lo q u e hem os pensado y lo q u e hem os h e c h o deliberadam ente. Sé que embargo, en la otra vida, cuando nuestro espíritu está en el m u n d o espi­
todo esto parece paradójico y difícil de creer, pero, sin em bargo, es cierto. ritual, no pensam os en el nivel natural, sino en el espiritual. Pensar en el
Q u e nadie crea, pues, que existe algo q u e hayam os pensado o hecho nivel espiritual es pensar inteligente y racionalm ente. P o r eso nuestra m e ­
en secreto q u e p erm an ecerá escondido después de la m uerte. Q u e pien­ m oria natural o e x te rio r está aletargada en lo que se refiere a las cosas m a­
se más b ien q u e absolutam ente to d o aparecerá a la luz del día. teriales. Las únicas cosas que entran e n ju e g o son las que hem os logrado
464. A u n q u e nuestra m e m o ria natural o e x te rio r sigue siendo parte de en el m u n d o a través de esas cosas m ateriales y q u e hem os h ech o racio­
nosotros después de la m u erte, n o obstante las cosas m eram en te natura­ nales. La razón de que nuestra m e m o ria ex terna esté aletargada en lo que
les que están en ella n o son recreadas en la o tra vida, sólo las cosas espi- atañe a las cosas m ateriales es que no p u e d e n ser recreadas. Los espíritus
y los ángeles hablan en realidad desde los sentim ientos y los pensam ien­
k T enem os dos m em orias, una externa y otra interna, o una natural y otra espiritual: tos consiguientes de su m ente, p o r eso n o p u e d en expresar algo que no
2469-2494. N o som os conscientes de que tenem os esa m em oria interna: 2470, 2471. En cuadre con éstos, co m o se p u ed e ded u cir de lo que se dijo sobre el le n ­
qué m edida la m em oria interna es superior a la externa: 2473. Los contenidos de nuestra guaje de los ángeles en el cielo y su com u n icació n con nosotros (§§
m em oria externa están en la luz del m u n d o , m ientras que los contenidos de nuestra me­ 234-257). [3] P or eso, después de la m u e rte som os racionales en la m e d i­
m oria interna están en la luz del cielo: 5212. Si podem os pensar y hablar inteligente y ra­ da en que nos hem os h e ch o racionales p o r m ed io de las lenguas, las ar­
cionalm ente, se debe a nuestra m em oria interna: 9394. A bsolutam ente todo lo que he­ tes y las ciencias en este m undo, pero n o p o r la destreza que hayam os ad­
m os pensado, dicho, hecho, visto y oído está inscrito en nuestra m em oria interna: 2474, quirido en su m anejo.
7398. Esa m em oria es nuestro libro de la vida: 2474, 9386, 9841, 10505. E n nuestra me­ H e hablado con.algunas personas a las que se consideraba sabios en el
m oria in te rio r están las cosas verdaderas que se han convertido en m ateria de nuestra fe m undo debido a su c o n o cim ien to de lenguas antiguas co m o el hebreo, el
y las cosas buenas que se han convertido en m ateria de nuestro am or: 5212, 8067. Las co­ griego y el latín, pero que n o habían desarrollado su fu n cio n am ien to ra­
sas que han llegado a ser una segunda naturaleza para nosotros y parte de nuestra vida, y cional p o r m ed io de las cosas que estaban escritas en esas lenguas.
p o r lo tanto se han borrado de nuestra m em oria externa, están en nuestra m em oria in­ Algunos de ellos parecían tan simples co m o quienes nada sabían de di­
terna: 9394, 9723, 9841. Los espíritus y los ángeles hablan desde su m em oria interior, por chas lenguas; algunos parecían torpes, aunque seguían siendo orgullosos,
lo que tien en u n lenguaje universal: 2472, 2476, 2490, 2493. Los lenguajes del m undo in­ com o si fueran más sabios que los demás.
cum ben a la m em oria extem a: 2472, 2476. [4] H e hablado con personas que habían creído en el m u n d o que la

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sa b id u ría d e p e n d ía d e c u á n to h ayam os a c u m u la d o e n la m e m o ria y qUe
p o r c o n s ig u ie n te h a b ía n lle n a d o su m e m o r ia a rev en tar. H a b la b a n casi se perm ita la entrada de la luz del cielo, que es la verdad divina, y del ca­
e x c lu siv a m e n te d esd e tales su p u esto s, lo q u e significa q u e n o hablaban lo r d e l cielo, que es el am o r divino, y que son la única fuente de racio­
p ara sí m ism o s sin o para los o tro s; y n o h a b ía n d e sarro llad o n in g u n a fun­ n alid ad .
c ió n ra c io n a l p o r m e d io d e las cosas q u e te n ía n e n la m e m o ria . A lgunos L o s ángeles están pro fu n d am en te afligidos p o rq u e la m ayor parte de
e ra n to rp e s, o tro s n ec io s, sin n in g u n a c o m p re n s ió n d e la v erd ad , sin n in ­ los eruditos siguen atrib u y én d o lo to d o a la naturaleza y, p o r lo tanto, cie­
g ú n d is c e rn im ie n to d e lo q u e es o n o verd ad ero . Se ag a rra b an a cada n o ­ rra n lo s niveles más profundos de su m en te de m anera que no p u e d en ver
c ió n falsa v en d id a c o m o v erd a d era p o r las p erso n a s q u e ellos llam ab an sa­ n in g u n a huella de verdad desde la luz de la verdad, desde la luz del cie­
b ios. R e a lm e n te , e ra n in cap aces de v e r c u a lq u ie r cosa c o m o realm en te lo. E n consecuencia, en la otra vida son privados de la capacidad de ra­
era, d e sa b er si era c ie rta o n o , p o r eso n o p o d ía n v e r n ad a ra c io n a lm e n ­ z o n a r con el fin de que n o la em pleen para difu n d ir nociones falsas e n ­
te c u a n d o o ía n a otros. tre la g e n te sencilla y la confundan. Se les envía lejos, a zonas desiertas.
[5] H e hablado co n algunas personas q u e h abían escrito m ucho en el 465. U n espíritu particular estaba irritad o p o rq u e n o podía recordar
m u n d o , algunos sobre m u y diversas m aterias y que habían logrado una m ucho de lo que había aprendido durante su vida física. Se afligía p o r el
rep u tació n in tern acio n al de eruditos. A lgunos p o dían razonar sobre si las p la c e r perdido puesto que ése había sido su deleite principal, pero se le
verdades eran verdaderas o no. O tro s co m p ren dían lo que era verdadero d ijo que no había p erdido nada en absoluto, que lo sabía absolutam ente
cuan d o se volvían hacia personas q u e estaban en la luz de la verdad; pe­ to d o , y que en el m u n d o en que ahora se en contraba no se le perm itía
ro co m o todavía n o q uerían c o m p re n d e r lo que es verdadero, lo negaban re c u p e r a r cosas co m o ésas. D ebería sentirse satisfecho puesto que ahora
cuando se fijaban en sus propias o piniones falsas, es decir, cuando se cen­ p o d ía pensar y hablar m u c h o m e jo r y más p erfectam ente sin sum ergir su
traban en sí m ism os. A lgunos n o sabían más q ue las masas iletradas. Así funcionam iento racional en densas nubes, en p reocupaciones m ateriales
pues, variaban según la fo rm a en que habían desarrollado su capacidad ra­ y físicas, co m o hacía antes, en asuntos que eran inútiles en el reino al que
cional a través de los tratados q u e habían escrito o copiado. C o n todo, si h ab ía llegado. A hora tenía to d o lo que necesitaba para la vida eterna, y
las personas q u e se habían o puesto a las verdades de la Iglesia habían ba­ ése e ra el ú n ico cam ino para llegar a ser bienaventurado y feliz, pues es
sado su p ensam iento en las artes y las ciencias y las habían em pleado pa­ el consuelo de la ignorancia pensar que la supresión y el letargo de los
ra convencerse de principios falsos, n o habían desarrollado su capacidad asuntos m ateriales en la m e m o ria llevan a la desaparición de la in teligen­
racional, sino solam ente su destreza en la argu m entación, capacidad que cia259, cuando en realidad cuanto más pueda ser apartada la m en te de las
en el m u n d o se co n fu n d e co n la racionalidad, pero que es, en realidad, cosas sensoriales que son propias de la persona e x te rio r y del cuerpo, más
una capacidad diferente a la razón. Es u n a capacidad para dem ostrar lo se elev a a las cosas espirituales y celestiales.
que a u n o le gusta, para ver las cosas falsas más que las verdaderas sobre 466. E n la otra vida, se m uestra en ocasiones có m o son los recuerdos
la base de prejuicios e ilusiones. N o hay fo rm a de hacer reco n o cer las p re s e n tá n d o lo s visualm ente en form as que no se ven fuera de allí (m u­
verdades a quienes así piensan, pues es im posible ver las verdades desde chas cosas que allí son presentadas visualm ente son para nosotros aquí es­
p rin cip io s falsos, au n q u e sea posible ver lo que es falso desde principios tr ic ta m e n te conceptuales). Allí la m em o ria ex tern a parece co m o u n ca­
verdaderos. llo, m ie n tr a s que la intern a se parece a la substancia m edular que se
[6] N u estra facultad racional es co m o u n ja rd ín o u n m acizo de flo­ e n c u e n tr a e n el cerebro hum ano. Esto nos p e rm ite tam b ién re co n o cer su
res, co m o u n a tierra labrada de nuevo. N u estra m e m o ria es el suelo, las c o n d ic ió n .
verdades científicas y las cogniciones son las semillas, y la luz y el calor E n efecto, la m em o ria de las personas que se han centrado solam ente
del cielo las h acen productivas. N o hay g erm in ació n sin estos últim os ele­ en la m em o rizació n durante su vida física, sin desarrollar su capacidad ra­
m entos. P o r eso n o hay n in g u n a g erm in ació n en nosotros a m enos que cional, tiene una cualidad encallecida de m o d o que parece dura y vetea-
tk con tendones en su interior. Para quienes han llenado su m em o ria con

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falsas ideas aparece co m o algo p elu d o deb id o a la masa confusa de cosas tudes. Sin em bargo, las verdades espirituales tien en que ver con los asun­
desordenadas que se acum ulan en ella. E n aquellos que han cultivado la tos del cielo y de la Iglesia, en general con el b ien del am o r y la verdad
m em o ria co n el am o r a sí m ism os y al m u n d o p o r encim a de cualquier de la fe.
otra cosa, aparece co m o u n co n glom erado más o m en o s osificado. En [2] E xisten tres niveles de vida en cada in d ividuo (véase supra, § 267).
quienes h an tratado de sondear los arcanos divinos m ed ian te la adquisi­ N uestra capacidad racional se abre en el p rim e r nivel p o r m ed io de las
ción de info rm ació n , especialm ente filosófica, sin creer nada antes de ha­ verdades cívicas, en el segundo p o r las verdades m orales y en el tercero
berse convencido m ed ian te ese tip o de co n o cim ientos, la m em o ria se por las verdades espirituales.
presenta co m o algo oscuro, co n una cualidad q ue realm ente absorbe los D ebem os com prender sin em bargo que nuestra capacidad racional no
rayos de luz y los transform a en oscuridad. E n el caso de quienes han si­ se form a y se abre sim plem ente p o r el m ero hech o de co n o cer esas verda­
do astutos e hipócritas, parece huesuda y dura c o m o el ébano que refle­ des, sino p o r vivir de acuerdo co n ellas. V ivir de acuerdo con ellas signifi­
ja los rayos de luz. ca amarlas con u n afecto espiritual; y amarlas co n u n afecto espiritual sig­
Sin em bargo, en las personas q u e se h an c e n trad o en el b ie n del am or nifica am ar lo que es ju sto y equitativo porque es ju sto y equitativo, lo que
y las verdades de la fe, n o hay n in g u n a apariencia callosa. Esto es debi­ es honrado y recto porque es honrado y recto, lo que es bueno y verda­
do a q u e su m e m o ria in te rio r transm ite rayos de luz a su m em o ria ex­ dero porque es bu en o y verdadero. Por otra parte, vivir de acuerdo con
terio r, y esos rayos en c u e n tra n d efin ició n en sus objetos o ideas com o si ellas y amarlas con un afecto físico es amarlas p o r u n o m ism o, p o r la re­
fueran su fu n d am en to o base, y en ellos tie n e n sus receptáculos apropia­ putación, el prestigio o el beneficio que procuran. P or consiguiente, en la
dos. E sto se debe a que la m e m o ria e x te rio r es el elem en to más exter­ m edida en que am am os esas verdades con un afecto carnal, no nos volve­
no del o rd en , d o n d e los asuntos celestiales y espirituales se d etie n en sua­ mos racionales, porque no las amamos; nos am am os a nosotros mismos,
v em en te y allí se qu ed an cu an d o existen en ella co n ten id o s de bien y de sirviéndonos de las verdades a la m anera que los am os se sirven de sus es­
verdad. clavos. C u an d o las verdades se convierten en esclavas, no llegan a ser par­
467. M ientras vivim os en este m undo, si estam os em peñados en el te de nosotros ni abren nin g ú n nivel de nuestra vida, ni siquiera el p rim e ­
am o r al S eñor y la caridad para co n el pró jim o , ten em o s con nosotros y ro. Antes bien, perm an ecen en nuestra m em o ria co m o inform ación en
en nuestro in te rio r una inteligencia y sabiduría angélica, pero ocultas en form a m aterial y unidas al am o r a nosotros m ism os, que es un am or físico.
los abism os de nuestra m e m o ria interior. N o hay form a de que esa inte­ [3] Podem os ded u cir de aquí cóm o llegam os a ser racionales, a saber,
ligencia y esa sabiduría p u ed an hacerse visibles antes de que dejemos llegamos a serlo en el tercer nivel a través de u n am o r espiritual al bien y
nuestro cuerpo. E ntonces, nuestra m em o ria natural se ado rm ece y somos la verdad co n respecto al cielo y a la Iglesia; en el segundo nivel, a través
despertados en la conciencia de nuestra m e m o ria in te rio r y, finalm ente, del am or a lo que es h o n rad o y recto; y en el p rim e r nivel a través del
en nuestra verdadera m e m o ria angélica. am or a lo que es ju sto y equitativo. Estas dos últim as expresiones de am or
468. D eb o ahora explicar brevem ente có m o se desarrolla nuestra ca­ se vuelven tam bién espirituales p o r el am or espiritual al bien y la verdad
pacidad racional. La auténtica capacidad racional está constituida de ele­ que fluye a ellas y se une a ellas y form a, p o r decirlo así, su pro p io rostro
m en to s verdaderos y n o de elem entos falsos. Lo que se construye con ele­ en ellas.
m entos falsos n o es racional. H ay tres tipos de elem entos verdaderos, 469. Los espíritus y los ángeles tien en m em o ria co m o nosotros. Lo
cívicos, m orales y espirituales. Las verdades cívicas tie n en que ver con los que oyen, ven, piensan, quieren y hacen p erm an ece co n ellos; y a través
asuntos judiciales y el g o b iern o de las naciones y, en general, con lo que he su m em o ria están desarrollando co n stantem ente su capacidad racional
es ju sto y equitativo. Las verdades m orales tie n e n que ver con las cues­ para siem pre. P or eso los espíritus y los ángeles se perfeccionan en in te ­
tiones de la vida personal en su c o n te x to c o m u n itario y social; en gene­ ligencia y sabiduría a través de la experiencia de lo que es verdadero y
ral, c o n lo que es h o n ra d o y recto, y, en particular, co n to d o tipo de vir­ bueno, igual que hacem os nosotros.

406 407
T am bién a través de la ex p erien cia se m e ha m ostrado que los espíri­ se de la sola m isericordia sin que im p o rte la form a en que se ha vivido,
tus y los ángeles tien en m em o ria. H e visto q u e to d o lo que habían pen­ y que eso depende de una fe que m an tien en separada de la vida.
sado y h echo, en público y en privado, surgía de su m em o ria cuando es­ 471. Se dice en num erosos pasajes de la Palabra que serem os juzgados
taban co n otros espíritus. T am bién h e visto q u e algunas personas que se y re c o m p e n s a d o s según las acciones y las obras. M e gustaría citar aquí al­
habían centrado en alguna verdad desde la sim ple v irtu d quedaban im­ gunos de ellos.
buidas de cogniciones y de la co n sig u ien te in teligencia y luego eran ele­
vadas al cielo. P o rq u e el H ijo del H o m b re v en d rá en la gloria de su P ad re co n sus ángeles,
D eb e saberse, n o obstante, q u e n o q uedaban im buidas de cogniciones y e n to n c e s p a g a rá a cada u n o co n fo rm e a sus obras (M ateo 16, 17 [16, 27]).
y de la consiguiente inteligencia m ás allá del nivel de sentim iento por el
bien y la verdad que habían alcanzado en el m u n d o 260. E n realidad, los es­ B ie n a v e n tu ra d o s d e aq u í en adelan te los m u erto s qu e m u e re n en el S eñ o r
píritus y los ángeles conservan la in ten sid ad y la clase de sentim iento que desde ahora. Sí, d ice el E spíritu, descansarán de sus trabajos, p o rq u e sus obras
tenían en el m u n d o , y q u e es p o s te rio rm e n te perfeccionado. Tam bién es­ con ellos siguen (A pocalipsis 14, 11 [14, 13]).
te p erfeccio n am ien to c o n tin ú a e te rn a m e n te, puesto que todo es suscep­
tible de variaciones y e n riq u e c im ie n to s infinitos p o r m edios diferentes, y Y os daré a cada u n o según vuestras obras (A pocalipsis 2, 23).
p o r eso p u ed e m ultiplicarse y d ar sus frutos. N o hay n in g ú n lím ite para
u n b ien, p uesto q u e su fu en te n o es o tra q u e el Infinito. Y vi a los m u erto s, grandes y p eq u eñ o s, de pie an te D ios; y los libros fu ero n
El h e c h o de q u ed o s espíritus y los ángeles estén siendo perfecciona­ abiertos, y o tro lib ro fue ab ierto , el cual es el lib ro de la vida; y fu ero n ju zg ad o s
dos co n stan tem en te en in telig en cia y sabiduría p o r m e d io de cognicio­ los muertos p o r las cosas q u e estaban escritas e n los libros, según sus obras
nes de la verdad y el b ie n ha sido rec o g id o en los capítulos sobre la sa­ (Apocalipsis 20, 13. 15 [20, 12-13]).
biduría de los ángeles del cielo (§§ 265-275); sobre los paganos o los que
están fuera de la Iglesia en el cielo (§§ 318-328); y sobre los niños en el He aquí yo v en g o p ro n to , y m i galardón co n m ig o , para re co m p en sar a cada
cielo (§§ 329-345). Esto sucede de a cu erd o c o n el grado de sentim iento uno según su obra (A pocalipsis 22, 12).
p o r el b ie n y la verdad q u e te n ía n en el m u n d o , y n o más allá de él (§¡
349). Cualquiera, pues, que me oye estas palabras, y las hace, le compararé a u n
hombre prudente, pero cualquiera que me oye estas palabras y no las hace, le
Lo q u e s o m o s d e s p u é s compararé a un hombre insensato (Mateo 7, 24. 26).
d e la m u e r t e d e p e n d e d e l t i p o d e v i d a
q u e h a y a m o s l l e v a d o e n el m u n d o No t o d o el que m e dice: S eñor, S eñor, entrará en el re in o de los cielos, si-
470. T odo cristiano sabe p o r la Palabra q ue la vida perm an ece con no­ n° el que hace la v o lu n tad de m i P ad re qu e está en los cielos. M u ch o s m e dirán
sotros después de la m u erte, p u esto q u e se dice en m u ch o s pasajes que se­ en aquel día: S eñor, S eñor, ¿no pro fetizam o s en tu n o m b re , y en tu n o m b re
rem os ju zgados según las acciones y las obras y recom pensados de acuer­ ^harnos fuera d em o n io s, y en tu n o m b re hicim os m u ch o s m ilagros? Y e n to n -
do co n ellas. P or otra parte, cu alq u iera q u e piense sobre la base del bien» ^CS^ es declararé: Nunca os con o cí: apartaos de m í, h acedores de m aldad (M ateo
y la verdad real n o p u ed e dejar de a d v ertir q u e quienes viven bien van
cielo y quienes llevan u n a vida perv ersa van al infierno. Sin e m b a r g o , » i
personas resueltas al m al n o q u ie re n creer q u e su estado después d e » ntonces comenzaréis a decir: D elan te de ti hem o s c o m id o y b eb id o , y en
m u e rte d ep en d e de su vida en el m u n d o . Piensan, especialm ente cuan <S P azas enseñaste. P ero os dirá: Os digo q ue n o sé d e d ó n d e sois; apar-
su salud com ienza a flaquear, que el cielo se co ncede a todos sobre la W1 e m í, todos vosotros, hacedores de m aldad (Lucas 13, 26-27).

408 409
Y yo les pagaré conforme a sus hechos, y conforme a la obra de sus manos p ] T o m e m o s p o r ejem plo la co n ducta honrada y ju sta con u n socio.
(Jeremías 25, 14). U n a p e rs o n a pued e co m portarse honrada y ju sta m e n te con alguien para
parecer h o n r a d o y ju sto p o r interés personal y o b te n e r respetabilidad;
Jehová de los ejércitos, grande en consejo, y magnífico en hechos; porque otra p e rs o n a p u ede hacer lo m ism o para conseguir algún beneficio m u n ­
tus ojos están abiertos sobre todos los caminos de los hijos de los hombres, p a j dano; u n a tercera buscando alguna recom pensa o prestigio; una cuarta
dar a cada uno según sus caminos y según el fruto de sus obras (Jeremías 32, 19) para c u ltiv a r una amistad; una quinta p o r m iedo a la ley y a la pérdida de
la re p u ta c ió n o el oficio; una sexta para enrolar a otros en su causa, au n ­
Le castigaré por su conducta, y le pagaré conforme a sus obras (Oseas 4 , 9). que p u e d a ser una causa negativa; una séptim a para engañar a alguien; y
otras más p o r otras razones distintas. Pero aun q u e todas sus acciones pa­
Com o Jehová de los ejércitos pensó tratarnos conforme a nuestros caminos, rezcan b u e n a s (pues com portarse honrada y ju stam en te co n u n colega es
y conforme a nuestras obras (Zacarías 1,6). b u en o ), sin em bargo son perversas p o rq u e n o se han h ech o p o r h o n ra­
dez y re c titu d , no po rq u e se am en esas cualidades, sino p o r u n o m ism o
C u a n d o el S eñor predice el Ju icio Final, tiene en cuenta solam ente las y el m u n d o , po rq u e eso es lo q u e se ama. La h o n rad ez y la rectitu d son
acciones, y dice que las personas q u e han h e ch o obras buenas entrarán en siervas d e este am or, co m o los sirvientes de una casa a quienes su señor
la vida eterna, y las q u e h an h e c h o obras malas en trarán en la condena­ desdeña y despide cuando no sirven.
ció n (M ateo 25, 32-46). H ay tam b ién otros m u chos pasajes que tratan de [3] En cuanto a las form as externas, todos ellos actúan de m o d o se­
la salvación y la co ndenación. m ejan te a quienes se co m p o rta n honrada y ju stam en te con sus colegas
Vemos q u e nuestra vida e x te rio r consiste en nuestras obras y acciones, cuando a c tú a n m ovidos p o r el am o r a lo que es h o n ra d o y ju sto. A lgunos
y qu e la cualidad de nuestra vida in te rio r se m anifiesta a través de ellas. de éstos a c tú a n m ovidos p o r la verdad de la fe, o la obediencia, po rq u e
472. Sin em bargo, «obras y acciones» n o significa obras y acciones so­ así se ordena e n la Palabra. O tro s lo hacen p o r el b ie n de la fe o la c o n ­
lam en te a la m anera que aparecen en la form a exterior. Incluye también ciencia, po rq u e son im pulsados p o r u n sentim iento religioso. O tros, p o r
su naturaleza más profunda. R ea lm e n te , to d o el m u n d o sabe que todas el bien de la caridad hacia su prójim o, p o rq u e el bienestar del p rójim o
nuestras obras y acciones p ro ced en de la volu n tad y el pensam iento, pues debe ser te n id o en cuenta. O tros, p o r el bien del am o r al Señor, po rq u e
si n o pro ced ieran de allí n o serían más que m o v im ientos com o los de las lo que es b u en o debe hacerse p o r sí m ism o, co m o tam b ién lo que es h o n -
m áquinas o los autóm atas261. P o r eso, una obra o acción en sí misma es rado y ju s to debe hacerse p o r la honradez y la justicia. A m an estas cuali­
sim plem ente u n efecto cuya alm a y cuya vida d erivan de la voluntad y el dades po rq u e pro ced en del Señor, y po rq u e la naturaleza divina que em a­
pensam iento, hasta el p u n to de q u e es en realidad v o luntad y pensam ien­ na del S e ñ o r está dentro de ellas. P or eso, si las vem os en su verdadera
to, en su fo rm a exterior. Se d ed u ce de ahí q u e la cualidad de la voluntad esencia, so n divinas. Las acciones o las obras de estas personas son in te ­
y el pen sam ien to que provocan la obra o acción d ete rm in a la cualidad de r io rm e n te buenas, p o r eso son tam bién buenas ex terio rm e n te; pues co ­
la obra o la acción. Si el pensam ien to y la in te n c ió n son buenos, las ac­ m o ya se señaló, la naturaleza de las acciones y las obras está en teram e n ­
ciones y las obras son buenas; p ero si el p en sam iento y la intención son te determ inada p o r la naturaleza del pensam iento y la voluntad de la que
malos, ento n ces las acciones y las obras son malas, au n q u e puedan pare­ p ro ce d en , y separadas de ese pensam iento y esa voluntad n o son acciones
cer sem ejantes en la fo rm a ex tern a. U n m illar de personas pueden com­ m obras, sin o solam ente m ovim ientos sin vida.
portarse de m anera sem ejante —esto es, p u e d e n hacer lo m ism o, de for­ P o d em o s ded u cir de to d o esto lo que se quiere decir p o r obras y ac­
m a tan parecida que e x te rio rm e n te apenas se p u ed e percibir diferencia- ciones en la Palabra.
pero, sin em bargo, cada acción en sí m ism a es única, pues procede de un» 473. P u e sto que las acciones y las obras son asuntos de la v o luntad y
in te n c ió n particular. el P en sam ien to , son tam bién asuntos del am or y la fe hasta el p u n to de

410 411
Podem os deducir de esto qué es la fe separada del am or: nada de ver­
que su cualidad es la cualidad de su am o r y de su fe. Es decir, es lo mis­ dadera fe, sino tan sólo info rm ació n sin ninguna vida espiritual. Esto es
m o hablar de a m o r o de v o lu n tad , hablar de fe o de pensam iento firme, igualm ente cierto para las acciones separadas del am or. N o son acciones
puesto q u e lo q u e am am os ta m b ié n lo querem os, y lo que creem os tam ­ u obras de vida en absoluto, sino acciones u obras de m u erte que c o n ­
bién lo pensam os. Si am am o s lo q u e creem os, tam b ién querem os hacer­ tienen alguna apariencia de vida derivada del am o r al m al y la fe en lo
lo en la m edida en q u e p o d e m o s. C u alq u iera p u ed e c o m p ren d er que el que es falso. Esta apariencia de vida es lo que llam am os m u e rte espiritual.
am or y la fe h ab itan en la v o lu n ta d y el pen sam iento y n o fuera de ellos, 475. D eb em o s co m p ren d er tam bién que en nuestras obras y acciones
pues es la v o lu n tad lo q u e es e n c e n d id o p o r el am or, y el pensam iento lo presentam os toda nuestra persona y que la v o luntad y el pensam iento, o
que es ilu m in ad o en asuntos d e fe. Esto significa que sólo p u e d en pensar el am or y la fe que son nuestros com p o n en tes in tern o s, n o están c o m ­
sabiam ente q u ien es están ilu m in ad o s; y según su ilum inación, piensan lo pletos hasta que están encarnados en las acciones y obras que son nues­
que es verdadero y q u ie re n lo q u e es verdadero, creen lo que es verdade­ tros co m ponentes externos. Estas últim as son en realidad las form as más
ro y am an lo q u e es v e rd a d e ro '. externas en las que los prim eros en cuentran definición; y sin esa defini­
474. Sin em b a rg o d e b e m o s re c o n o c e r q u e la voluntad nos hace quie­ ción son co m o cosas indiferenciadas que todavía n o tie n e n presencia real,
nes som os. El p e n sa m ie n to lo hace sólo en la m edida en que surge de cosas que p o r lo tanto n o están todavía en nosotros. Pensar y querer, y no
nuestra v o lu n tad , m ie n tra s q u e las acciones y las obras proceden de am­ hacer, cuando hay posibilidad, es co m o ten er una llam a encerrada y so­
bos. En otras palabras, es el a m o r el q u e hace que seamos quienes somos; focada en una vasija o co m o sem brar una semilla en la arena que no cre­
la fe lo hace so la m e n te e n la m ed id a en q u e surge del am or, y las accio­ ce sino que m u ere ju n to co n su p o d e r germ inativo. Pensar y querer y ha­
nes y las obras p ro c e d e n de am bos. Se sigue de esto que el am or o la vo­ cer es com o una llama que derram a a su alrededor su luz y su calor, o
lu n tad es la p e rso n a real, p u es las cosas q u e aparecen en la existencia per­ com o la semilla sem brada en el suelo, que se co n vierte en árbol o flor y
tenecen a la p e rso n a d e la q u e p ro ced en . A parecer en la existencia es ser llega a ser algo. C ualquiera p u ede c o m p ren d er que q u erer hacer, y n o ha­
p roducid o y p re se n ta d o en u n a fo rm a con v en iente a la observación y la cer cuando se puede, no es realm ente querer hacer, del m ism o m o d o que
vistah amar, y no hacer el b ien cuando se puede, no es realm ente amar. Es so­
lamente pensar que querem os hacer y am ar; es, pues, u n pensam iento ais­
1 Así co m o to d o lo q u e o c u rre en el universo de form a ordenada rem ite al bien y la lado que se desintegra y desaparece. El am o r y la v o luntad son el alma de
verdad, así todo e n n o so tro s re m ite a la voluntad y el en tendim iento: 803, 10122. Esto se la acción o la obra, que form a su propio cu erp o en las cosas honradas y
debe a que es nuestra v o lu n ta d la q u e recibe el bien y nuestro entendim iento el que re­
cibe la verdad: 3332, 3623, 5332, 6065, 6125, 7503, 9300, 9930. Es lo m ism o decir la ver­ 7342, 8885, 9282, 10076, 10109, 10110. Es com o la luz de u n fuego o llama: 6032, 6314. Se

dad o la fe, puesto q u e la fe es u n asunto de la verdad y la verdad es u n asunto de la fe, sigue de esto que som os hum anos debido a nuestra voluntad y enten d im ien to consi­

y es tam bién lo m ism o d e c ir el b ie n o el am or, puesto que el am o r es u n asunto del bien guiente: 8911, 9069, 9071, 10076, 10109, 10110. T o d o individuo es am ado y valorado por

y el bien es un asunto d el a m o r: 4353, 4997. 7178, 10122, 10367. Asi pues, se sigue de los otros en p roporción a la virtu d de su voluntad y el enten d im ien to consiguiente.

que el e n te n d im ien to es el re c e p tá c u lo de la fe, y la voluntad, el receptáculo del amor: Somos amados y valorados si querem os actuar bien y com prendem os bien, pero rechaza­

7178, 10122, 10367; y p u e s to q u e n u e stro en ten d im ien to puede aceptar la fe en D i o s ^ dos y despreciados si com prendem os bien pero no querem os actuar bien: 8911, 10076.

nuestra volu n tad el a m o r a D io s, p o d e m o s unirnos a D ios p o r la fe y el am or; y Después de la m uerte, conservam os la cualidad de nuestra voluntad y nuestro consi­

pueda unirse a D ios p o r la fe y el a m o r no m orirá para siem pre: 4525, 6323, 9231. j guiente entendim iento: 9069, 9071, 9386, 10153. Esto significa que después de la m uerte

b N uestra v o lu n ta d es la re a lid a d esencial de la vida, puesto que es el re c e p tá c u lo conservamos la cualidad del am or y la fe. C iertos elem entos que pertenecen a la fe pero

am or o del bien; y n u e s tro e n te n d im ie n to es la m anifestación consiguiente de la vida p < ^ n° al mismo tiem po al am or se desvanecen entonces po rq u e n o están d e n tro de nosotros

que es el receptáculo d e la fe o de la verdad: 3619, 5002, 9282; p o r eso, nuestra vida v«^ V Por lo tanto n o son parte de nosotros: 553, 2364, 10153.

luntaria es nuestra v id a p rim a ria y nuestra vida intelectual es secundaria: 585, 590, ^

412
rectas q u e hacem os. Ésta es la única fuen te del c u e rp o espiritual, el cuer­ Sobre el alcance que tie n en en las com unidades los pensam ientos y
po de nuestro espíritu; es decir, el c u e rp o espiritual está enteram ente for­ sentim ientos de espíritus y ángeles, véanse los capítulos anteriores sobre
m ado de lo q u e hem os h e ch o co n nuestro am o r o nuestra voluntad (véa­ la sabiduría de los ángeles del cielo y sobre la fo rm a del cielo, que d ete r­
se supra, § 463). E n u n a palabra, toda nuestra co n d ició n y nuestro espíritu m ina su form a de reunirse y com unicarse [§§ 265-275, 200-212].
están encarnados en nuestras obras o acciones'. 478. Lo dicho hasta aquí se dirige solam ente al p ensam iento racional.
476. Podem os d ed u cir de to d o ello lo que se quiere decir al hablar de Para que to d o ello p u eda ser presentado a la observación sensorial m e
la vida q u e p erm a n e c e c o n nosotros después de la m u erte. Es realmente gustaría añadir algunas experiencias que p u ed e n servir para ilustrar y apo­
nuestro a m o r y nuestra consiguiente fe, n o sólo en teoría sino tam bién en yar las afirm aciones de que: primero, después de la m u erte som os nuestro
acto. Así pues, son las acciones u obras, p o rq u e éstas c o n tien en dentro de am or o voluntad; segundo, p erm an ecem o s igual para siem pre respecto de
sí to d o nuestro am o r y nuestra fe. nuestra voluntad o am o r d o m in an te; tercero, entram os en el cielo si nues­
477. H ay u n am o r d o m in an te q u e p erm anece co n cada u n o de noso­ tro am or es celestial y espiritual, y en el in fierno si nuestro am or es car­
tros después de la m u erte y nunca cam bia en toda la eternidad. Todos te­ nal y m u ndano sin n in g u n a d im en sió n celestial ni espiritual; cuarto, nues­
nem os m uchos amores, pero rem iten a nuestro am or dom in an te y son uno tra fe no perm an ece co n nosotros a m enos que proceda de u n am or
con él, o lo c o m p o n en conjuntam ente. Todos los elem entos de nuestra celestial; y quinto, el am o r en acción, y p o r lo tan to nuestra vida, es lo que
voluntad que están en arm o n ía co n nuestro am o r dom in an te se denom i­ perm anece.
nan am ores p o rq u e son am ados. H ay am ores más profundos y amores más 479. A bundantes experiencias h a n atestiguado que después de la muer­
superficiales, am ores que están directam ente unidos y am ores que están in­ te somos nuestro amor o voluntad. T odo cielo se diferencia en com unidades
directam ente unidos; hay am ores más distantes y am ores más próximos; según las diferencias en la cualidad del am or, y cada espíritu que es ele­
hay am ores que sirven de diversas m aneras. Tom ados todos ju n to s form an vado al cielo y se convierte en ángel es llevado a la co m u n id ad en la que
una especie de reino, p o r el m o d o en que están dispuestos dentro de no­ se encuentra su am or. C u an d o llegam os allí nos sentim os co m o si estu­
sotros, au n q u e seamos com pletam ente inconscientes de su disposición. Sin viéram os en nuestro pro p io elem ento, en casa, co m o si hubiéram os v u el­
em bargo, esa disposición se hace visible en alguna m edida en la otra vida to a nuestro lugar de nacim iento, p o r decirlo así. Los ángeles lo perciben
po rq u e allí el alcance o extensión de nuestros pensam ientos y sentim ien­ y se asocian allí co n sus almas gem elas. C u an d o las dejan y van a alguna
tos depende de ella. N uestros pensam ientos alcanzan las com unidades ce­ otra parte, sienten u n a atracción constante, u n anhelo de regresar co n sus
lestiales si nuestro am o r d o m in an te está constituido p o r am ores del cielo, iguales y p o r lo tanto a su am or d o m in an te. Así es co m o se asocian en el
pero se extien d e hasta las com unidades infernales si nuestro am or dom i­ cielo. Lo m ism o p u ed e decirse del infierno. T am bién allí se asocian se­
nante está constituido p o r am ores del infierno. gún am ores que se o p o n e n a los celestiales. Sobre el h ech o de que tanto
el cielo com o el in fie rn o estén constituidos p o r com unidades y que éstas
c Las cosas más profundas fluyen ordenadam ente en las más externas y finalm ente en estén diferenciadas según las diferencias de am or, véase supra, §§ 41-50 y
lo que es más e x terior o final, que es donde encuentran presencia y perm anencia: 634, §§ 200- 212.
6239, 6465, 9216, 9217. N o solam ente fluyen, form a u n c o n ju n to sim ultáneo en ese nivel [2] Podem os d ed u c ir ta m b ién q u e después de la m u e rte som os nues­
más exterior, en u n orden particular: 5897, 6451, 8603, 10099. P o r eso todos nuestros ele­ tro am or del h ech o de que to d o lo q u e n o está de acuerdo co n nuestro
m entos más profundos se m antienen en relación y son estables: 9828. Las acciones u obras am or d o m in an te es en to n c es separado y a p aren tem en te alejado de n o ­
son las formas finales en las que existen nuestros elem entos más profundos: 10331; p o r eso, sotros. Para los ju sto s, lo q u e es separado y ap aren te m en te alejado es to ­
ser pagado y juzgado según nuestras obras es ser pagado y ju zg ad o según to d o lo que per­ do lo que está en desacuerdo y conflicto, lo q u e tien e c o m o conse­
tenece al am or y la fe o a la voluntad y el pensam iento, puesto que éstas son las realida­ cuencia que sean adm itidos, p o r d ecirlo así, en su p ro p io am or. O c u rre
des más profundas en nuestras obras: 3147, 3934, 6073, 8911, 10331, 10333. más o m enos lo m ism o c o n los rép ro b o s, pero te n ie n d o en cu en ta que

414 415
lo q u e se aleja de ellos es lo verdadero, m ientras q u e en el caso de los cuados, buscan los que conv ien en a su naturaleza y evitan los que no les
ju sto s lo q u e se aleja es lo falso. E n am bos casos, el resultado es que fi­ co n v ien e n . E n realidad, to d o am o r quiere ser alim entado p o r lo que es
n alm en te cada u n o se co n v ierte en su p ro p io am or. E sto sucede cuan­ a p r o p i a d o para él, el am o r perverso p o r falsedades y el b u e n o p o r verda­
do som os in tro d u cid o s en nuestro tercer estado, que será exam inado des. E n ocasiones se m e ha p e rm itid o ver que personas sencillas y buenas
más adelante. q u erían enseñar a gente mala cosas verdaderas y buenas. Sin em bargo, en ­
U n a vez sucedido esto, volvem os co n stan tem ente el rostro hacia nues­ frentadas a esa enseñanza, las personas perversas huían; cuando volvían a
tro am o r y co n stan tem en te lo tenem os ante los ojos ind ep en d ien tem en ­ su m e d io , se aferraban a todas las falsedades que convenían a su am o r con
te del lugar al q u e se m ire (véase supra, §§ 123-124). gran deleite. T am bién se m e ha p e rm itid o ver a buenos espíritus hablan­
[3] Todos los espíritus p u e d e n ser conducidos a d o n d e se quiera siem­ do e n tre sí de las verdades, conversación seguida co n interés p o r otros
pre q u e se les m antenga en su am o r d om inante. N o p u ed e n resistirse b u en o s espíritus que allí se encontraban, m ientras que los espíritus p er­
au n q u e sean conscientes de lo que sucede y piensen que quieren negar­ versos n o prestaban ninguna atención, co m o si n o oyeran nada.
se. Los espíritus han in ten tad o a m e n u d o ofrecer resistencia, pero sin éxi­ E n el m u n d o de los espíritus se p u ed en ver cam inos, algunos de los
to. Su am o r es co m o una cadena o u n a cuerda atada alrededor de ellos, cuales co n d u ce n al cielo y otros al infierno, llevando cada u n o a una co ­
con la q u e p u e d e n ser arrastrados y de la que n o p u e d en escapar. Lo mis­ m u n id a d particular. Los buenos espíritus reco rren sólo los cam inos que
m o sucede c o n las personas en este m undo. T am bién nuestro am or nos c o n d u c e n al cielo y a la co m u n id ad que posee su m ism a cualidad de
condu ce, y es a través de nuestro am o r co m o som os conducidos p o r los am or. N o ven los cam inos que llevan a otros sitios. P o r su parte, los es­
otros. Y lo es aún más cuando nos convertim os en espíritus, po rq u e en­ p íritus perversos sólo reco rren los cam inos que llevan al in fie rn o y a las
tonces n o se nos p e rm ite presentar u n am o r diferente o fingir un am or co m u n id ad e s que allí se e n cu en tran en el m al de su m ism o am or. N o ven
q ue n o sea el nuestro. los cam inos que co n d u cen a otros sitios; y si los ven, n o quieren seguir­
[4] Q u e nuestro espíritu es nuestro am o r d o m in a n te se percibe con los.
claridad en la otra vida en las relaciones con los demás, pues en la m edi­ E stos cam inos del m u n d o espiritual son «apariencias reales» que co ­
da en q u e actuam os y hablam os de acuerdo co n el am or de algún otro, rresponden a lo verdadero y lo falso; esto es lo que en la Palabra signifi­
en esa m ism a m edida el otro está plen am en te presente, con u n rostro que ca «caminos»d.
refleja p len itu d , alegría y viveza. Sin em bargo en la m edida en que ac­ Estas p ruebas de la experiencia apoyan lo que se dijo a n te rio rm e n te
tuam os y hablam os contra el am o r d o m in an te de otro, su rostro empieza sobre fundam entos racionales, a saber, que después de la m u e rte som os
a cam biar, a difum inarse, y a hacerse indiscernible. F inalm ente, desapare­ n u estro am o r y nuestra voluntad. Y se dice «voluntad» p o rq u e la v o lun­
ce co m o si n i siquiera estuviera allí. A m en u d o esto m e ha producido tad d e cada u n o es su am or.
asom bro, ya q u e cosas de este tipo n o p u e d e n suceder en el m undo. Pero 480. U n a abundante ex p eriencia m e ha convencido tam b ién de que
se m e ha d ich o que lo m ism o sucede al espíritu d entro de nosotros, pues después de la muerte permanecemos igual para siempre respecto de nuestra volun­
cuand o apartam os nuestra aten ció n de alguien, ese individuo no está ya tad o amor dominante. Se m e ha p e rm itid o hablar con algunas personas que
en nuestra visión. viv iero n hace más de dos m il años, personas cuyas vidas se describen en
[5] H e co m p ro b ad o tam bién q u e nuestro espíritu es nuestro am or do­ los libros de historia y son p o r tanto conocidas. D escubrí262 que seguían
m in an te p o r el h ech o de q u e to d o espíritu p reten d e y se agarra a todo lo
que conviene a su am or y rechaza y repele to d o lo que n o le conviene. 2 Sendero, cam ino, vía, callejuela o calle significan cosas verdaderas y que conducen
N u estro am o r es co m o u n bosque de suelo esponjoso, poroso, que ab­ a algo buen o , así com o falsedades que conducen a algo m alo: 627, 2333, 10422. B arrer un
sorbe todos los líquidos q u e pro m u ev en su crecim iento y repele los otros. camino es prepararse para aceptar lo que es verdadero: 3142. H acer c onocido u n cam ino,
Es co m o los anim ales de diversas especies. R e c o n o c e n sus alim entos ade­ cuando se dice del Señor, es enseñar las verdades que conducen al bien: 10564.

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siendo los m ism os, tal co m o se describían, incluyendo el am o r que era el to porque es bu en o , h o n rad o y justo, y hacerlo a causa de ese am or. Por
o rig e n y el elem en to d e te rm in a n te de su vida. eso tienen una vida de bien, honradez y justicia, q u e es una vida celes­
H abía otros que habían vivido hace diecisiete siglos, tam bién conoci­ tial. Si am am os estas cosas p o r sí mismas y las hacem os o las vivim os, tam ­
dos p o r los libros de historia, y algunos que habían vivido hace cuatro si­ bién am am os al S eñor sobre todas las cosas p o rq u e ellas p ro ce d en de él.
glos, otros hace tres, etc., con los que tam bién se m e p e rm itió hablar, También am am os a nuestro prójim o, po rq u e esas cosas son nuestro p ró ­
dán d o m e cu en ta de que el m ism o sen tim ien to seguía g o bernando en jim o que debe ser am ado'. Sin em bargo, el am or carnal es am ar lo que es
ellos. La única diferencia era q u e los deleites de su am o r se habían trans­ bueno, h o n rad o y justo, no p o r sí mismo, sino p o r nosotros, p o rq u e p o ­
fo rm ad o en los que les correspondían. demos utilizarlo para o b te n e r prestigio, posición social y beneficio. E n es­
Los ángeles m e han dicho q u e la vida de nuestro am o r dom inante no te caso, en lo que es bueno, honrado y ju sto n o m iram os al S eñ o r y al
cam bia n u n ca para nadie en toda la etern id ad p o rq u e som os nuestro prójimo, sino a nosotros y al m undo, y disfrutam os del engaño. C u an d o
am or; p o r eso, cam biar ese am o r en algún espíritu sería quitarle la vida y el m otivo es el engaño, entonces todo lo que era b u en o , h o n ra d o y ju s ­
acabar co n él. to pasa a ser en realidad malo, fraudulento e injusto. Esto es lo que am a­
T am bién m e han dicho q u e esto es debido a que después de la m uer­ mos en la apariencia externa.
te n o p o d em o s ya ser reform ados m ediante la enseñanza a la m anera en [2] P uesto que estos am ores definen nuestra vida, todos som os exam i­
que podíam os serlo en este m u n d o , puesto q ue el nivel más exterior, nados en cu an to a nuestra cualidad inm ediatam ente después de la m u e r­
constituido p o r las cogniciones y sentim ientos naturales, está entonces la­ te, cuando llegam os al m u n d o de los espíritus, y se nos p o n e en co ntac­
ten te y n o p u ed e ser abierto p o rq u e n o es espiritual (véase supra, § 464). to con quienes tien en u n am or sem ejante. Si estam os centrados en el
Las funciones más profundas de nuestra m e n te o espíritu [animusj des­ am or celestial, se nos p o n e en contacto co n quienes están en el cielo; y
cansan en este nivel co m o una casa descansa en sus cim ientos, y p o r eso si estamos centrados en el am o r carnal, se nos p o n e en co n tac to co n qu ie­
seguim os siendo siem pre co m o ha sido la vida de nuestro am or en el nes están en el infierno. Por otra parte, una vez se ha co m p letad o el p ri-
m un d o . Los ángeles están asom brados de q u e la gen te n o com prenda que
nuestra naturaleza está d eterm in ad a p o r la naturaleza de nuestro am or do­ ' E n el sentido superior, el Señor es nuestro p rójim o po rq u e debe ser am ado sobre

m in an te y que m uchos crean realm ente que p u ed en ser salvados p o r una todas las cosas; sin em bargo, am ar al Señor es am ar lo que procede de él p o rq u e él está

m isericordia instantánea, sim plem ente sobre la base de su sola fe, sin im ­ en todo lo que procede de él, p o r eso nuestro prójim o es lo que es b u e n o y verdadero:

p o rtar el tip o de vida q u e hayan llevado, al n o co m p re n d er que la mise­ 2425, 3419 , 6706 , 6711, 6819, 6823, 8123. Amar lo que es b u e n o y verdadero, que proce­

ricordia divina actúa a través de unos m edios. Esos m edios im plican ser de de él, es vivir de acuerdo con el bien y la verdad, y esto es am ar al Señor: 10143, 10153,

condu cid o s p o r el S eñ o r en el m u n d o así co m o después en el cielo, y 10310, 10336 , 10578, 10648. C ada individuo y cada com unidad, nuestro país y nuestra igle­

quienes son conducidos p o r la m isericordia son los q u e no viven en el sia, y en el sentido más am plio, el reino del Señor, es nuestro prójim o; y hacer el bien a

m al. N i siquiera saben q u e la fe es u n sen tim iento hacia la verdad que estos, p o r am or al bien y de acuerdo con su estado, es am or al pró jim o . Esto significa que

proced e de u n am o r celestial q u e tiene su o rig e n en el Señor. su bien, lo que debem os ten e r en cuenta, es nuestro prójim o: 6818-6824, 8123. El bien

481. E ntram os en el cielo si nuestro am o r es celestial y espiritual, y en moral, o lo que es honrado, y el bien cívico, o lo que es ju sto , son tam bién nuestro p ró ­

el in fiern o si nuestro am o r es carnal y m u n d an o sin nin g u n a dim ensión jim o: y actuar honrada y justam ente p o r am or a lo que es ho n rad o y ju sto es am ar al p ró ­

celestial n i espiritual. M e baso para esta co nclusión en todos aquellos que jim o: 2915 , 4730 , 8120-8123. P or consiguiente, la caridad para c o n el p rójim o incluye to -

he visto elevados al cielo y arrojados al infierno. Los que eran elevados al os los aspectos de nuestra vida, y hacer lo que es bueno y ju sto , y actuar honradam ente

cielo habían llevado u n a vida de am o r espiritual y celestial, m ientras que esde el corazón en toda posición que m antengam os y en to d o lo que hagam os, es am ar

los q u e eran arrojados al in fiern o habían llevado una vida de am o r m un­ 3 nuestro prójim o: 2417, 8121, 8124. La doctrina de la Iglesia A ntigua era una doctrina de

dano y carnal. El am o r celestial es am ar lo que es bu en o , h o n rad o y jus­ caridad, y ésta era la fuente de su sabiduría: 2417, 2385, 3419, 3420, 4844, 6628.

418 419
m e r y segundo estado, los dos tipos de personas son separadas de mane­ q u ie n e s n o les ap o y an . Los p laceres d eriv a d o s d e este a m o r so n el d es­
ra que ya n o se ven ni rec o n o c e n unas a otras. R e a lm e n te nos converti­ p re c io a los o tro s, la h o stilid a d , el o d io y la v en g an za. C u a n d o están ab ­
m os en nuestro pro p io am o r n o sólo en cu an to a los niveles más profun­ s o rto s e n ellos están e n su v erd a d era v id a, sin c o n o c im ie n to n in g u n o de
dos de nuestra m ente, sino tam b ién e x te rio rm e n te, en rostro, cuerpo y lo que significa h a c e r el b ie n a los o tro s p o r la b o n d a d y p o r el b ie n en
palabras, puesto que nos convertim os en im ágenes de nuestro am or in­ sí m i s m o . S ó lo sa b en h a c e r el b ie n p o r el m a l y p ara el m al.
cluso en las cosas exteriores. Q u ien es son am ores carnales tienen un as­ [6] Las p erso n a s q u e v iv e n e n el a m o r ca rn al ta m p o c o p u e d e n respi­
p ecto tosco, oscuro, pálido y d eform e; m ientras que quienes son amores rar en el cielo. C u a n d o los esp íritu s p erv e rso s so n llevados allí, resp iran
celestiales tie n e n u n aspecto vivo, claro, brillante y encantador. Son com ­ como alguien q u e fo rc eje a p e n o s a m e n te . P o r o tra p a rte , las p erso n a s q u e
pletam en te diferentes en espíritu y tam bién en el pensam iento. Los que viven en el a m o r celestial resp ira n m ás lib re m e n te y se sie n te n m ás vivas
son am ores celestiales son inteligentes y sabios, m ientras que los que son cuanto más p ro fu n d a m e n te e n tra n e n el cielo.
am ores carnales son torpes y necios. Podem os d e d u c ir d e esto q u e el a m o r e sp iritu a l y celestial es el cielo
[3] C u a n d o se p e rm ite exam inar los aspectos in tern o s y externos de para nosotros p o r q u e to d o lo celestial está in sc rito e n ese a m o r; y q u e el
los pensam ientos y sentim ientos de quienes están en el am o r celestial, pa­ amor carnal y m u n d a n o sep arad o d el a m o r e s p iritu a l y celestial es el in ­
rece co m o si los aspectos in tern o s estuvieran hechos de luz, en algunos fierno para n o so tro s p o r q u e to d o lo in fe rn a l está in s c rito e n ese am o r.
casos co m o la luz de una llama; y sus m anifestaciones externas son de ma­ Vemos p u e s q u e q u ie n es e n tra n e n el cielo tie n e n u n a m o r esp iritu al
ravillosos y variados colores, c o m o u n arco iris. E n cam bio, los aspectos y celestial, y q u ie n e s e n tra n e n el in fie rn o tie n e n u n a m o r ca rn al y m u n ­
in tern o s de las personas q u e están en el am o r carnal parecen oscuros por­ dano sin a m o r esp iritu al y celestial n in g u n o .
que se e n cu en tran co m o en cerrados en ellos, en algunos casos com o un 482. E l h e c h o d e q u e nuestra f e no permanece con nosotros a menos que pro­
fuego h u m e a n te en el caso de las personas q u e son in te rio rm e n te renco­ ceda de un amor celestial m e h a q u e d a d o claro m e d ia n te tantas ex p erien cias
rosas y em busteras. Sus m anifestaciones externas tien e n u n color feo y que si d eb iera c o n ta r lo q u e h e v isto y o íd o sobre ello, p o d ría llen ar u n li­
d e p rim e n te (tanto el aspecto in te rio r co m o el ex te rio r de la m ente y el bro. P u e d o a firm a r esto: q u e n o hay n i p u e d e h a b e r fe p ara q u ie n es están
espíritu son presentados visualm ente en el m u n d o espiritual cuando pla­ absortos e n el a m o r carn al y m u n d a n o separados d el a m o r esp iritu al y c e ­
ce al Señor). lestial. H a y sólo u n c o n o c im ie n to o p ersu asió n d e q u e algo es v erd ad ero
[4] Las personas que están en el am o r carnal n o ven nada en la luz del porque sirve a su p ro p io am o r. M u c h o s d e los q u e p e n sab a n q u e h ab ían
cielo. La luz del cielo es oscuridad para ellos, m ientras que la luz del in­ tenido fe fu e ro n p u esto s en c o n ta c to c o n q u ie n es te n ía n u n a fe real; y u n a
fierno, q u e es co m o luz de rescoldos incandescentes, les parece a ellos la vez se estableció la co m u n ic a c ió n , se d ie ro n c u e n ta d e q u e n o te n ía n fe en
luz del día. E n realidad, en la luz del cielo su visión in te rio r está privada absoluto. In clu so ad m itie ro n m ás ta rd e q u e c re er sim p le m e n te e n la v er­
de luz hasta el p u n to de q u e se vuelven locos. E n consecuencia, huyen dad o en la P alabra n o es fe; p u es fe es am ar la v erd a d c o n u n a m o r celes­
de ella y se esconden en cuevas y cavernas de una profundidad propor­ tial y q u e re r llevarlo a la p ráctica y h ac erlo c o n s e n tim ie n to p ro fu n d o . Se
cional a las falsas convicciones que se derivan de sus perversas intencio­ me m ostró ta m b ié n q u e esa p ersu a sió n q u e ellos llam ab an fe era so la m e n ­
nes. E xactam en te lo co n trario o c u rre co n quienes están com prom etidos te com o la lu z d el in v ie rn o e n la q u e to d o e n la tie rra se aletarga, afecta­
en el a m o r celestial. C u a n to más p ro fu n d o o alto en tran en la luz celes­ do por el h ie lo y e n te rra d o en la n iev e p o rq u e n o hay n in g ú n calo r en la
tial, más claram ente lo ven to d o y más h e rm o so les parece y más inteli­ luz. En co n sec u en cia, c u a n d o es to cad a p o r los rayos lu m in o so s d el cielo,
gen te y sabiam ente c o m p ren d en lo que es verdadero. la luz d e su falsa fe n o sólo se ex tin g u e, sino q u e re a lm e n te se c o n v ie rte en
[5] Es im posible que quienes están en el a m o r carnal p u ed an vivir en densa o sc u rid a d en la q u e u n o n o p u e d e verse a sí m ism o . A l m ism o tie m ­
el calor del cielo, p o rq u e el calor del cielo es el am o r celestial. Sin em­ po» sus aspectos m ás p ro fu n d o s están ta n o scu recid o s q u e n o p u e d e n dis­
bargo, p u e d e n vivir en el calor del infierno, q u e es u n am o r cruel hacia cernir nada y e n lo q u e c e n fin a lm e n te a causa d e sus falsas co n v iccio n es.

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El resultado es q u e todas las verdades q u e h an aprendido de la Palabra D e s p u é s d e la m u e r t e , l o s p l a c e r e s
y de la enseñanza de la Iglesia, todas las cosas q ue afirm aban que form a­ d e la v i d a se t r a n s f o r m a n e n c o s a s
ban p arte de su fe, desaparecen y en su lugar to d o se llena de la falsedad q u e se c o r r e s p o n d e n c o n e l l o s
q ue está en concordancia co n el m al de su vida. Están inm ersos en sus 485. E xpliqué en el últim o capítulo que nuestro sentim iento o am or
am ores y en las falsas ideas q u e los sustentan. Y co m o las verdades con­ p re d o m in a n te p erm an ece co n nosotros para siem pre. A h o ra debo expli­
trad icen las falsas y perversas ideas en las que están absortos, odian las ver­ car q u e los placeres de ese sentim iento o am or se transform an en cosas
dades, les vuelven la espalda y las rechazan. q u e se co rresp o n d en con ellos. «Transform arse en cosas que se corres­
P u ed o dar testim onio p o r todas mis experiencias relativas a lo que su­ p o n d en » significa que se transform an en cosas espirituales que corres­
cede en el cielo y en el in fiern o de q u e quienes han confesado la fe co­ p o n d e n a las naturales. Podem os deducir que se transform an en cosas es­
m o m ero asunto de d o ctrin a m ientras toda su vida se ha desarrollado en p iritu ales p o r el h echo de que m ientras estam os en nuestro cu erp o
el mal, están en el infierno. H e visto có m o miles de ellos eran arrojados te rren a l estam os en el m u n d o natural; pero una vez h em os dejado atrás
al in fiern o y m e he referido a ellos en m i opúsculo E l Juicio Final. ese cuerpo, llegam os al m u n d o espiritual y adquirim os u n c u e rp o espiri­
483. E l amor en acción, y por lo tanto nuestra vida, es lo que permanece. Esto tual. (Sobre los ángeles con form a h u m ana perfecta y que son personas
es lo q u e se ded u ce ló g icam en te de lo q u e he m ostrado a p artir de mi después de la m u erte, y sobre el c u erp o espiritual que llevan, véase supra,
ex perien cia y de lo q u e he dicho sobre las acciones y las obras. El am or §§ 73-77 y §§ 4 5 3 -4 6 0 ; y para u n a descripción de la correspondencia de
e n la práctica es la obra y la acción. las cosas espirituales con las naturales, véase §§ 8 7 -1 1 5 .)
484. D eb em o s saber q u e todas las obras y acciones p erte n e c en a la vi­ 486. Todos nuestros placeres se derivan de nuestro am o r dom inante,
da civil y m o ral y, p o r tanto, se cen tran en lo que es h o n ra d o y recto y pues las únicas cosas que nos com placen son las que am am os; p o r eso, lo
en lo que es ju sto y equitativo. Lo q u e es h o n rad o y recto perten ece a la más placentero de to d o es lo que am am os p o r encim a de todo. D ecir
vida m oral, y lo que es ju sto y equitativo a la vida civil. E l am o r del que «nuestro am o r dom inante» o «lo que am am os sobre todas las cosas» son
p ro c e d e n es celestial o infernal. Las obras y acciones de nuestra vida m o­ expresiones equivalentes.
ral y civil son celestiales si las hacem os co n am o r celestial, p o rq u e las co­ H a y diferentes placeres, tantos, hablando en general, com o am ores
sas q u e hacem os co n am o r celestial las hacem os desde el Señor, y todo lo dom inantes diferentes, lo que significa tantos co m o seres hum anos, espí­
q u e hacem os desde el S eñ o r es bueno. P or el contrario, las acciones y ritu s y ángeles, puesto que n in g ú n am o r d o m in an te es enteram en te igual
obras de nuestra vida civil y m oral son infernales si p ro ce d en de u n am or a o tro . P o r eso n in g ú n rostro es exactam ente igual a otro, pues el rostro
infernal, p uesto que to d o lo q u e263 hacem os co n este am or, que es am or es la im agen de la m ente, y en el m u n d o espiritual es una im agen del
a nosotros m ism os y al m u n d o , lo hacem os desde nosotros m ism os, y lo a m o r dom inante. Los placeres de cada in dividuo específico son tam bién
q u e hacem os desde nosotros m ism os es intrín secam ente m alo. E n reali­ infinitam ente variados y n in g ú n placer es n u nca en teram en te igual a otro.
dad, vistos en nosotros m ism os, o en térm in o s de lo que es realm ente E sto se aplica tanto a los placeres que vien en sucesivam ente com o a los
nuestro, n o som os nada sino m alf.
todo mal, sino tam bién toda la falsedad: 1047, 10283, 10284, 10286. Los males que proce­
den de nuestro ego son desprecio hacia los otros, hostilidad, odio, venganza, crueldad y

1 N uestra naturaleza es am am os a nosotros m ismos más que a D ios y al m undo- mas engaño: 6667, 7372, 7373, 7374, 9348, 10038, 10742 [10743], E n la m edida en que nuestro

que al cielo, y considerar al prójim o com o nada en com paración c o n nosotros, y en eso ego gobierna, rechazam os, sofocamos o pervertim os el bien del am o r y la verdad de la fe:

consiste el am or a u n o m ism o y al m undo: 634 [694], 731, 4317. Éste es el ego en el que 2041, 7491, 7492, 7643, 8487, 10455, 10743. N uestro ego es el infierno para nosotros: 694,

nacem os, que es u n m al denso: 210, 215, 731, 874-876, 987, 1047, 2307, 2318 [2308], 3518, 8480. C ualquier bien que hagam os p o r m edio de nuestro ego n o es bu en o , sino esen­

3701, 3812, 8480, 8550, 10283, 10284, 10286, 10731 [10832], D e nuestro ego viene no sólo cialm ente m alo: 8478 [8480, 8487],

422 423
que se p ro d u c e n sim ultáneam ente. N o hay dos iguales. Sin em bargo, los las p e rc e p c io n e s verdaderas que surgen del bien son luz y co rresponden
placeres específicos de u n in d iv id u o dado rem iten a ese único am or que a la lu z (véase supra, §§ 126-134). Así pues, quienes están centrados en las
es el am o r d o m in an te del individuo. E n realidad, lo constituyen y, p o r 10 p e rc ep cio n es verdaderas que surgen del bien ven y tie n e n los ojos abier­
tanto, se h acen u n o co n él. D e la m ism a form a, todos los placeres en ge­ tos y p u e d e n diferenciar entre las cosas que están a la luz y las que están
neral rem iten al am o r ú n ico que es universalm ente d o m inante: en el cie­ en la som bra.
lo, el am o r al Señor, y en el in fiern o el am o r a u n o m ism o. [3] T am bién esto m e ha sido co nfirm ado p o r la experiencia. Los án­
487. La única m anera de c o n o c e r las clases y cualidades de los place­ geles q u e están en los cielos ven y captan el m al y las incitaciones p e r­
res espirituales en que se transform an los placeres naturales después de la versas q u e b ro tan ocasionalm ente en ellos; y tam b ién p u e d e n ver el m al
m u e rte es a través del co n o c im ie n to de las correspondencias. Este cono­ y las incitaciones falsas de los espíritus que, en el m u n d o de los espíritus,
cim ien to enseña que n o hay nada natural a lo que n o responda algo es­ están en co n tacto con los infiernos, au n q u e los espíritus m ism os n o p u e ­
p iritual, y enseña específicam ente la id en tid ad y naturaleza de todo lo d en v er su p ropio m al y sus incitaciones a la falsedad. N o co m p ren d e n la
que así se corresponde. Esto significa q u e las personas que tie n en este co­ v irtu d d el am o r celestial, ni la conciencia, ni lo que es ser h o n rad o y ju s­
n o cim ie n to p u e d e n re c o n o c e r y saber su estado después de la m uerte con to (ex c ep to cuando es en su p ro p io beneficio), ni lo que significa ser c o n ­
tal de q u e co n o zcan su am o r y có m o se relaciona co n el am or umversal­ d u cid o p o r el Señor. D ice n que esas cosas n o existen y, p o r lo tanto, no
m en te d o m in an te al que, co m o acabam os de decir, to d o am or remite. las tie n e n en cuenta.
Sin em bargo, las personas apresadas en el egoísm o n o p u e d en cono­ T odo esto se ha expuesto para estim ular a todos a exam inarse a sí m is­
cer su am o r d o m in an te p o rq u e am an to d o lo que es suyo y llam an a sus m os y a identificar su am o r d o m in an te sobre la base de sus deleites, para
males bienes. Y a las falsas n o ciones en q u e se apoyan y que em plean pa­ que seg ú n su co m prensión del co n o cim ien to de las correspondencias,
ra racionalizar sus males las llam an verdades. Si quisieran, podrían cono­ p u ed an co n o ce r el estado de su vida después de la m u e rte 264.
cer su am o r d o m in an te p o r m ed io de otros que son sabios, pues éstos ven 488. A p artir del co n o cim ien to de las correspondencias se p u ed e co ­
lo q u e ellos n o ven, pero esto es im posible para aquellos que, atrapados n o cer cóm o los placeres de la vida se transform an después de la m u e rte
en su egoísm o, n o tie n e n nada sino desprecio p o r cualquier enseñanza de en lo que les corresponde; pero puesto que éste n o es u n co n o cim ien to
los sabios. co m ú n , m e gustaría proyectar alguna luz sobre el asunto con ciertos
[2] P o r otra parte, quienes viven en el am o r celestial aceptan la ins­ ejem plos tom ados de m i experiencia.
tru c c ió n y ven los males en los que nacen tan p ro n to co m o aparecen en Q uienes están atrapados en el m al y se han fo rm ad o falsas conviccio­
ellos. Los ven desde las verdades, pues las verdades hacen evidente el m alí nes contra las verdades de la Iglesia, especialm ente quienes han rechaza­
E n realidad, cualquiera p u ed e ver lo que es m alo y la distorsión que el do la Palabra, huyen de la luz del cielo. Se h u n d e n en sótanos que m ues­
m al causa, m iran d o desde la verdad que deriva del bien; pero nadie pue­ tran su oscuridad a través de sus aberturas y se m ete n en las grietas de las
de v er lo q u e es b u e n o y verdadero desde u n p u n to de vista perverso. tocas, escondiéndose en ellas. E sto se debe a que han am ado las ideas fal­
Esto es deb id o a que las ideas falsas q u e surgen del m al son oscuridad y sas y h a n odiado las verdaderas. Estos sótanos y las grietas en las rocasb y
se co rresp o n d en co n ella. P o r eso las personas q u e están atrapadas en ideas
falsas q u e surgen del m al son co m o ciegos q u e n o ven las cosas que están os infiernos están en la oscuridad po rq u e están absortos en las falsas nociones que se de-
a la luz, y las evitan co m o la lechuza evita la luz del día1. P or otra parte, Ovan del mal; con algún análisis: 3340, 4418, 4531. E n la Palabra, los «ciegos» son los que
estan absortos en convicciones falsas y n o quieren ser enseñados: 2383, 6990.
1P o r razón de correspondencia, la oscuridad significa en la Palabra las falsedades, y E n la Palabra, las grietas y fisuras en las rocas significan lo que es som brío y falso en
oscuridad densa significa las falsedades que resultan del mal: 1839, 1860, 7688, 7711. La luz e - 10582; porque las rocas significan fe del Señor: 8581, 10580; y la piedra significa la
del cielo es oscuridad para los malvados: 1861, 6832, 8197. Se dice que quienes están e , Verdad de la fe: 114, 643, 1298, 3720, 6426, 8608, 10376.

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las cosas falsas, co rresp o n d en a la o sc u rid a d '265; y la luz corresponde a las [es donde to d o es fétido y asqueroso. Les gustan esos lugares y evitan las
cosas que son verdaderas. E n cu en tran agradable vivir allí, y doloroso vi­ casas honestas. C u an d o se acercan a esas casas se sienten al borde del des­
vir a la luz del día. mayo. N ada les com place más que ro m p e r m atrim onios.
[2] Las personas que se deleitan en m aquinar siniestros planes y en tra­ Las personas que se han inclinado a la venganza y que, p o r consi­
m ar proyectos engañosos en secreto tam bién viven en estos sótanos y se guiente, han adoptado una naturaleza salvaje y sádica, gustan de lugares
in tro d u c e n en lugares tan oscuros q u e nadie p ued e ver a nadie. C uchi­ com o los depósitos de cadáveres y están en infiernos de ese tipo.
chean en tre sí p o r los rincones. E n esto es en lo que se con v ierten los pla­ O tros c o rren suertes diferentes.
ceres de su am or. 489. E n cam bio, los deleites de quienes han vivido en el am o r celes­
Si se h an interesado p o r las disciplinas académ icas solam ente para pa­ tial en el m u n d o se transform an en el tipo de cosas correspondientes que
recer eruditos, sin em plearlas para desarrollar su capacidad racional, de­ existen en los cielos, cosas que participan del sol del cielo y p ro ced en de
leitándose orguliosam ente en los co n ten id o s de su m em o ria, les gustan las su luz. Las cosas que la luz hace visibles tien en ocultas en su in te rio r las
zonas arenosas y las prefieren a los prados y jardines p o rq u e las zonas are­ realidades divinas. Lo que llega a la vista pro ced en te de ese o rig en c o n ­
nosas se co rresp o n d en co n este tip o de estudios. mueve los rin cones más profundos de la m en te de los ángeles y tam bién
[3] Q u ien es están absortos en co n o c e r las doctrinas de las iglesias, las los niveles externos de su cu erp o ; y puesto que una luz divina (que es la
de la suya y las de las otras, sin aplicarlas a su vida, am an las zonas pedre­ verdad d iv in a que em ana del Señor) fluye en su m ente, que ha sido abier­
gosas y viven en tre m o n to n es de piedras. E vitan la tierra cultivada por­ ta por el a m o r celestial, presenta ex te rio rm e n te cosas que responden a los
que les resulta repulsiva. placeres d e su am or. E n el capítulo que trata de las representaciones y
Si han atrib u id o to d o a la naturaleza - y a su propia p ru d e n c ia - y han apariencias en el cielo (§§ 170-176) y en el dedicado a la sabiduría de los
em pleado ardides diversos para conseguir riquezas y un puesto elevado, ángeles del cielo (§§ 265-275), he explicado que las cosas presentadas a la
se dedican en la otra vida al estudio de las artes mágicas, que son malos vista de los ángeles en los cielos se corresp o n d en c o n su naturaleza p ro ­
usos del o rd en divino, en co n tra n d o en ellas el m ayor placer de su vida. funda o c o n los elem entos de su fe y de su am or, y p o r lo tanto con su
[4] Q u ien es han acom odado las verdades divinas a sus propios amores, inteligencia y sabiduría.
y p o r tan to las h an falsificado, am an los urin arios, pues los urinarios co­ [2] P u e sto q ue he em pezado sosteniendo esta p roposición general con
rresp o n d en a los placeres de este tip o de am or1*. ejemplos sacados de m i experiencia, para proyectar luz sobre lo que se ha­
Q u ien es estaban en u n a sórdida avaricia viven en cubículos y aman la bía dicho previam ente acerca de la base de las causas de las cosas, m e gus­
porq u ería de los cerdos y los olores asquerosos que exhalan de la comida taría ta m b ié n in tro d u cir en este p u n to algunos particulares sobre los pla­
m al digerida en sus estóm agos. ceres celestiales en que se transform an los placeres naturales para quienes
[5] Si h an dedicado sus vidas to talm en te al placer, a vivir elegante­ en el m u n d o viven en un am or celestial.
m en te, d an d o gusto al vientre y el gaznate, am ando esto com o el mayor Aquellos que han am ado las verdades divinas y la Palabra con u n sen­
bien de su existencia, en la otra vida am an las heces y las letrinas, que en­ tim iento profundo, o desde el sentim iento p o r la verdad m ism a, viven en
cu en tran deliciosas. Esto se debe a que placeres de ese tipo son miseria la luz, en altiplanicies que parecen m ontañas, y están con stan tem en te ba­
espiritual. E vitan los lugares q u e están lim pios y sin basura porque los en­ badas por la luz del cielo. N o saben nada de la oscuridad que tenem os
cu en tran desagradables. Por la noche en el m u n d o y viven en un am biente prim averal. El paisa-
[6] Q u ien es se com placen en el adulterio pasan su tiem p o en buruol les ofrece la visión de cam pos listos para la cosecha y viñedos. Todo lo
hay en sus casas brilla co m o si estuviera h e ch o de piedras preciosas,
c [La nota de Sw edenborg en este p u n to rem ite al lecto r a la nota de § 487: 2.] ar a través de sus ventanas es co m o m irar a través de cristal puro. É s-
d La profanación de la verdad se corresponde con la orina: 5390. son sus deleites visuales; pero, realm ente, son placeres más profundos

427
p o r su co rrespondencia co n las cualidades celestiales divinas, puesto que [5 ] Si las personas han atrib u id o to d o a lo D ivino y han considerado
las verdades de la Palabra que habían am ado se co rresp o n d en con los la naturaleza co m o relativam ente m uerta, sim plem ente subordinada a los
cam pos en sazón, las viñas, las piedras preciosas, las ventanas y los crista­ asuntos espirituales, y si se han convencido de esto, están en la luz celes­
les'. tial; todo lo que se presenta entonces a sus ojos tiene una especie de trans­
[3] Q u ien es h an aplicado las enseñanzas de la Iglesia que proceden de parencia lum inosa. E n esa transparencia ven innum erables m atices de luz
la Palabra directam en te a su vida están en el cielo in te rio r y más que na­ que su visión in te rio r absorbe, p o r decirlo así, directam ente. Y así alcan­
die se e n cu en tran absortos en los deleites de la sabiduría. Ven las realida­ zan los deleites más profundos. Los objetos de sus casas parecen diam an­
des divinas en los objetos particulares. E n realidad, ven los objetos, pero tes con variaciones sem ejantes de luz. Se m e ha dicho que sus m uros pa­
las realidades divinas co rrespondientes fluyen directam ente a su m ente y recen de cristal y, p o r consiguiente, son tam bién transparentes; en su
la llenan co n u n sentim iento de dicha que afecta a todas sus funciones interior se p u ed e ver form as fluidas representativas de las cosas celestiales,
sensoriales. E n consecuencia, to d o lo que ven parece reír, ju g a r y vivir tam bién en una variedad continua. Y esto se debe a que ese tipo de trans­
(sobre esto, véase supra, § 270). parencia se co rresponde con una co m prensión que ha sido ilum inada p o r
[4] Si las personas han am ado la in stru cció n y han desarrollado su ca­ el Señor, u n a vez elim inadas las som bras que surgen de la fe en las cosas
pacidad racional co m o corresponde, ganando así en inteligencia, y si han naturales y el am o r p o r ellas. Cosas co m o ésta —e infinitam ente m á s- son
reco n o cid o al Ser D iv in o al m ism o tiem po, su com placencia en el cono­ las que cu en tan quienes han estado en el cielo cuando d icen que han vis­
cim ien to y su placer en el razo n am ien to se transform an en la otra vida en to lo que el ojo n o vio jam ás, y que, m ediante la co m prensión de las co ­
u n deleite espiritual que es el p ro p io del co n o c im ien to inm ediato del sas divinas que les han sido transm itidas p o r quienes allí están, han oído
bien y la verdad. V iven en jardines d o n d e se p u e d en ver áreas de césped lo que el oído n u nca oyó266.
y m acizos de flores h erm o sam en te dispuestos, rodeados de hileras de ár­ [6] A quellos que no han actuado furtivam ente sino que han q u erid o
boles co n arcadas y paseos. Los árboles y las flores se renuevan cada día. que todo lo que pensaban se conociera abiertam ente en la m edida en que
C o n te m p la r to d o ello procura u n placer p e rm a n en te a su m ente, y los la ley civil lo perm ite, tien e n en el cielo un rostro radiante puesto que no
cam bios específicos reavivan co n tin u a m e n te su deleite. A dem ás, com o han pensado nada sino lo que era h o n rad o y ju sto en razón de la D eidad.
to d o eso se co rresp o n d e co n las cualidades divinas, y co m o esas personas D ebido a ese resplandor, los detalles de sus pensam ientos y sentim ientos
tien en el c o n o c im ie n to de las correspondencias, se ven constantem ente son visibles en sus rostros co m o si se presentaran en su form a; y palabras
colm ados co n nuevas cogniciones y de este m o d o están perfeccionando y acciones son co m o im ágenes virtuales de sus sentim ientos. Son más
co n stan tem en te sus facultades racionales. D isfrutan de estos placeres p o r­ amados que otros. C u an d o hablan, su rostro se oscurece ligeram ente, p e ­
q ue los jardines, los m acizos de flores, el césped y los árboles correspon­ ro después que han hablado, las mismas cosas que han dicho se p u ed en
d en a las ciencias, las cogniciones y la inteligencia que de ello se siguef. ver plena y claram ente en su rostro. A dem ás, co m o to d o a su alrededor
corresponde a su naturaleza más profunda, adquieren u n sem blante que
' La cosecha significa en la Palabra un estado de aceptación y crecimiento de la ver­ p erm ite a los dem ás ver claram ente lo que representan y significan. Los
dad del bien: 9291. El grano significa la concepción de la verdad: 9146. Las viñas signifi­ espíritus que se han com placido en actividades furtivas se apartan de ellos
can la Iglesia espiritual y las verdades de la Iglesia: 1069, 9139. Las piedras preciosas signi­ tanto c o m o p u ed en , y parecen deslizarse alejándose de ellos co m o ser­
fican las verdades del cielo y de la Iglesia que transparentan el bien: 114, 9863, 9865, 9868, pientes.
9873, 9905. Las ventanas significan la función intelectual de nuestra vista interior: 655, 658,
3391. fican las verdades científicas y las cogniciones: 9553. Las pequeñas plantas, las hierbas y el

'Jardines, arboledas y parques significan inteligencia: 100, 103, 3220. P o r eso los anti­ nesped significan las verdades científicas: 7571. Los árboles significan percepciones y cog­

guos celebraban el culto en arboledas: 2722, 4552. Las flores y los m acizos de flores signi- niciones: 103, 2163, 2682, 2722, 2972, 7692.

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[7] Las personas que h an considerado el adulterio co m o algo incalifi­ ¿ido el engaño a su m alicia y han utilizado la b o n d a d co m o m ed io para
cable y h an vivido u n am o r casto en su m a trim o n io están más que los de­ confundir a los dem ás, son arrojados directam ente al infierno. H e visto a
más en el o rd en y la form a del cielo. Esto les o to rga una belleza total y personas así enviadas al in fiern o in m ed iatam en te después de su m uerte.
el estar co n tin u am en te en la flor de la ju v e n tu d . Los deleites de su am or U n o de los más em busteros fue de cabeza al infierno, co n los pies p o r de­
son indescriptibles y au m en tan hasta la eternidad. Esto se debe a que to ­ trás; para otros es diferente.
das las alegrías y delicias del cielo fluyen en ese am or, p o rq u e ese am or H ay tam b ién quienes ju sto después de su m u erte son enviados a unas
proced e de la u n ió n del S eñ o r co n el cielo y co n la Iglesia, y en general cuevas y así son separados de quienes están en el m u n d o de los espíritus.
de la u n ió n del b ien y la verdad, cuya u n ió n es el cielo en general, y con Son sacados y devueltos en sucesivas ocasiones a esos lugares. Estas son
cada ángel en p articular (véase supra, §§ 366-386). Sus placeres externos personas que han tratado a su pró jim o c o n m aldad bajo el pretex to de
son tan m aravillosos que n o p u ed en describirse en palabras hum anas. una co nducta cívica.
Sin em bargo, lo que se m e ha d ich o sobre las correspondencias de los Sin em bargo, ésos son pocos com parados co n el n ú m ero de los que
deleites para quienes están en el am o r celestial es sólo u n a peq u eñ a par­ p erm anecen en el m u n d o de los espíritus, siendo preparados allí para el
te de la realidad. cielo o para el in fiern o según el plan divino.
490. Esto nos p e rm ite saber q u e después de la m u erte nuestros place­ 492. E n cu an to al p rim e r estado, el de las cosas más externas, llegam os
res se transform an en lo que les corresponde, pero que el am or perm a­ a él in m ed iatam en te después de la m uerte. Todo el m u n d o tiene aspec­
nece igual para siem pre, especialm ente el am o r conyugal, el am o r a la ju s­ tos más ex ternos y aspectos más in tern o s del espíritu. R e c u rrim o s a los
ticia, la h o nradez, el b ien y la verdad, el am o r a los con o cim ien to s y las aspectos ex tern o s para adaptar nuestros cuerpos en el m u n d o —especial­
cogniciones, el am o r a la inteligencia y la sabiduría, y a to d o lo demás. m ente nuestro rostro, palabras y co n ducta— a nuestras interacciones con
Las cosas q u e fluyen de estos am ores, co m o arroyos m an an d o de su fuen­ otras personas. Los aspectos más interiores de nuestro espíritu son los p ro ­
te, son placeres q u e n o solam ente p erm an ecen , sino que son elevados a pios de la voluntad y el consiguiente pensam iento, que rara vez se m ues­
u n nivel su p erio r cuando se transform an de naturales en espirituales. tran en el rostro, las palabras o la conducta. Som os educados desde la in ­
fancia a m ostrarnos amables, benévolos y honrados, y a ocultar los
N u e s t r o p r i m e r e s t a d o d e s p u é s d e la m u e r t e pensam ientos de nuestras intenciones. D e esta m anera, adquirim os u n es­
491. H ay tres estados q u e atravesar después de la m u e rte antes de lle­ tilo de vida que es ex te rio rm e n te m oral y cívico sin que im p o rte cóm o
gar al cielo o al infierno. El p rim e r estado es el de las cosas más exterio­ somos in terio rm e n te . A resultas de este co m p o rta m ie n to habitual apenas
res; el segundo, el de las más interiores, y el tercero, el de la preparación. conocem os nuestra naturaleza in te rn a y no le prestam os atención.
Atravesam os esos estados en el m u n d o de los espíritus. 493. N u estro p rim e r estado después de la m u erte es sem ejante al es­
Sin em bargo, hay quienes n o atraviesan esos estados, sino que son ele­ tado en este m u ndo, puesto que estam os igualm ente envueltos en asun­
vados al cielo o arrojados al in fiern o in m ed iatam ente después de su tos de carácter externo. Tenem os rostro, voz y carácter similares; llevamos
m uerte. Los que son in m ed iatam en te elevados al cielo son los que han si­ una vida civil y m oral similar. P o r eso nos da la im presión de que segui­
do regenerados y preparados para el cielo en este m u n d o . Los que han mos en este m u n d o , a m enos que observem os cosas que están fuera de lo
sido regenerados y preparados hasta ese p u n to sólo necesitan deshacerse ordinario y recordem os que los ángeles nos dijeron que éram os espíritus
de su im pureza natural ju n to co n su c u erp o y son inm ed iatam en te lleva­ cuando fuim os despertados (§ 450). P o r eso, la m ism a vida c o n tin ú a en la
dos al cielo p o r los ángeles. H e visto a personas a las que se llevaba al cie­ otra, y la m u e rte es sólo u n tránsito.
lo una h o ra después de su m uerte. 494. P uesto que éste es nuestro estado com o espíritus in m ed iatam en ­
P or otra parte, quienes h an sido p ro fu n d am en te m alvados pero exte- te después de nuestra vida en el m u n d o , nuestros am igos y las personas
rio rm e n te se disfrazaban de b o n d ad , quienes p o r consiguiente han aña- flue habíam os con o cid o en el m u n d o nos reco n o cen . Los espíritus p e r­

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ciben quiénes som os n o solam ente p o r el rostro y la voz, sino tam bién te y sobre el cielo y el infierno. E sto les lleva a un cierto resentim iento
p o r el aura de nuestra vida cuando se acercan. E n la otra vida, cuando p or haber sido, ellos m ism os y tam bién la Iglesia, tan ignorantes sobre to ­
pensam os en alguien hacem os surgir su rostro en nuestro pensam iento das estas cosas.
ju n to co n m u ch o s detalles de su vida; y cuando hacem os esto, el otro se Casi todos quieren saber si entrarán en el cielo. M u ch o s piensan que
hace presente. Cosas co m o ésta suceden en el m u n d o espiritual porque entrarán p o rq u e llevaron una vida m oral y cívicam ente respetable en el
allí los pensam ientos se co m p arten y el espacio no es lo m ism o que era m undo, sin pensar que tanto las personas buenas co m o las malas llevan vi­
en el m u n d o natural (véase supra, §§ 191-199). P or eso tan p ro n to com o das similares, ayudando igualm ente a los demás, yendo a la iglesia, escu­
llegam os a la otra vida som os reconocidos p o r nuestros am igos y parien­ chando serm ones y rezando lo m ism o que todos, co m p letam en te in ­
tes y p o r las personas q u e hem os c o n o cid o de una fo rm a u otra. Además, conscientes de que la co n d u cta ex tern a y el cu m p lim ien to del culto
hablam os c o n cada u n o y seguim os viéndolos de acuerdo co n nuestra externo n o sirven para nada; solam ente las realidades interiores que dan
am istad en el m u n d o . H e o íd o a m uchas personas que acababan de llegar lugar a las exteriores son eficaces. A penas u n o entre m il sabe lo que son
del m u n d o q u e se llenaban de alegría al ver a sus am igos de nuevo, y sus las realidades internas o que es en ellas d o n d e en co ntram os realm ente el
am igos se alegraban de que ellos h u b ieran llegado. cielo y la Iglesia. A ú n m enos c o m p ren d en que la cualidad de nuestras ac­
Sucede co n frecuencia que las parejas casadas se en c u e n tre n y se den ciones exteriores está determ inada p o r la cualidad de nuestras in te n c io ­
la bienvenida u n o a otro llenos de alegría. T am bién p e rm a n ec en juntos, nes y pensam ientos in tern o s y p o r la fe y el am o r que hay en ellos y que
duran te u n tiem p o más largo o más breve según la felicidad con que ha­ dan lugar a nuestras acciones. A u n q u e se les diga, n o c o m p re n d en el h e ­
yan vivido ju n to s en el m undo. Finalm ente, a m enos que hayan estado cho de que pensam iento y v o luntad son realm ente lo que im p o rta. Ú n i­
unidos p o r u n m a trim o n io verdadero (que es una u n ió n de las m entes en cam ente co n c ed e n im portancia a hablar y actuar. Así son actualm ente
el am o r celestial), se separan después de h ab er estado ju n to s durante un muchas personas que entran en la otra vida procedentes del m u n d o cris­
tiem po. tiano.
Si las m entes de la pareja están en desacuerdo, y se repelen in terior­ 496. Finalm ente, los buenos espíritus los exam inan para d eterm in ar su
m e n te u n o a otro, ro m p en en u n a hostilidad abierta y a veces se pelean naturaleza. E sto se lleva a cabo de varias m aneras, p o rq u e en ese p rim er
realm ente en tre sí. Sin em bargo, n o se separan hasta que en tran en el se­ estado los que están en el m al p u e d e n decir cosas verdaderas y hacer co ­
gun d o estado, que será descrito enseguida. sas buenas, igual que los que están en el bien. C o m o ya expliqué, esto se
495. P uesto que la vida de los espíritus recién llegados n o es diferen­ debe a que habían llevado una vida m o ralm en te respetable en cuanto a
te de su vida en el m u n d o , y puesto que n o saben nada de la vida des­ las formas externas po rq u e vivían bajo gobiernos y sujetos a leyes, y esto
pués de la m u erte, del cielo o el in fiern o salvo lo que han aprendido del les pro p o rcio n ó una rep u tació n de rectitu d y honradez que les hizo ga­
significado literal de la Palabra y de los serm ones basados en ella, una vez narse la consideración de las gentes y les p ro p o rcio n ó h o n ores y grandes
han superado su asom bro de estar en u n c u e rp o y disfrutar de todos los riquezas. Sin em bargo, se p u ed e distinguir a los m alos espíritus de los
sentidos que ten ían en el m u n d o , v ien d o cosas familiares a su alrededor, buenos particu larm en te p o r el h ech o de que los m alos prestan m ucha
quieren saber có m o son el cielo y el in fiern o y d ó n d e están. P o r consi­ atención cuando la conversación trata de asuntos ex ternos y poca cuan­
guiente, sus am igos les hablan del estado de la vida eterna y les llevan a do trata de tem as internos, de los principios falsos y verdaderos de la
diversos lugares en com pañía de personas diferentes. Van a distintas ciu­ Iglesia y del cielo. O y en esas cosas, pero sin n in g u n a aten ció n ni placer
dades, a ja rd in e s y parques, a m e n u d o m agníficos p o rq u e cosas com o esas verdaderos. Se p u e d en identificar tam bién p o r el h ech o que se vuelven
interesan a los asuntos extern o s en los q u e ellos están. E ntonces, de vez constantem ente hacia determ inadas regiones, y cuando se les deja siguen
en cuando, se les vuelven a hacer presentes los pensam ientos que habían l° s cam inos que llevan al infierno. Se p u ede reco n o ce r el am o r que los
ten id o d u ran te su vida física sobre el estado del alma después de la inuer- SWa p o r las regiones hacia las que m iran y p o r los cam inos que siguen.

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497. Todos los espíritus que llegan desde el m u n d o son puestos en cielo, la salvación de las almas, las verdades de la Iglesia, el bienestar del
co n tacto co n alguna co m u n id ad del cielo o del infierno. Sin em bargo, es­ país y del pró jim o co m o si estuvieran m ovidos p o r la fe y el am or cuan­
to se aplica ú n icam en te a su naturaleza profunda, y su naturaleza profun­ do en el fo n d o piensan de otra m anera y n o se am an más que a sí m is­
da n o es evidente para ellos m ientras están centrados en los asuntos ex­ mos.
ternos. Esto se debe a que sus intereses ex ternos ocultan los internos, [2] Podem os ded u cir de esto que tenem os dos procesos de pensa­
especialm ente para quienes están im plicados más pro fu n d am en te en el m iento, u n o más e x terio r y otro más interior, y que hablam os sobre la
mal. Sin em bargo, salen al e x te rio r cuando llegan al segundo estado p o r­ base de nuestro pensam iento más e x te rio r y sentim os de form a distinta
q ue sus niveles más profundos están abiertos y los exteriores se aletargan. sobre la base de nuestro pensam iento más in terior. A dem ás estos dos p ro ­
498. Este p rim e r estado después de la m u e rte dura unos pocos días pa­ cesos de pensam iento han sido separados para im p ed ir q u e el in te rio r flu­
ra algunas personas, meses para otros y u n año para otros, pero rara vez ya al e x terio r y se haga de alguna m anera visible.
más de u n año para nadie. La diferencia en tre los individuos particulares H em os sido así creados para que nuestro pensam iento in te rio r pueda
dep en d e de la arm o n ía o discordia entre sus naturalezas in tern a y exter­ actuar al u n ísono co n el e x te rio r p o r m ed io de la correspondencia; ac­
na. Estas naturalezas d eben actuar co m o u n a sola y corresponderse. E n el túan com o u n o solo cuando estam os en el bien, pues entonces pensam os
m u n d o espiritual n o se p e rm ite a nadie pensar y p re ten d er de una form a y hablam os sólo lo que es bueno. Pero si estam os en el mal, el pensa­
y hablar y actuar de otra. T odo el m u n d o debe ser una im agen de su sen­ m iento in te rio r n o actúa al u n ísono c o n el pensam iento ex terio r, puesto
tim ien to o am or, lo que significa q u e se debe ser e x te rio rm e n te lo que que pensam os algo m alo y decim os algo bueno. Esto significa que el m o ­
se es in te rio rm e n te . P or eso las p reocupaciones exteriores de u n espíritu delo se invierte, puesto que el b ien está para nosotros en el ex te rio r y el
son p rim ero sacadas y ordenadas, de m anera q u e p u ed a n servir com o un mal en el interio r. C o m o consecuencia, el m al controla el b ie n y lo re­
plan o 267 de co rrespondencia a las interiores. prim e co m o a u n esclavo del que se sirve co m o m ed io para conseguir sus
propios fines, las m etas de su am or. Puesto que este tipo de propósito es­
N u e s t r o s e g u n d o e s t a d o d e s p u é s d e la m u e r t e tá latente en el b ien que decim os y hacem os, vem os entonces que el bien
499. N u estro segundo estado después de la m u erte se d enom ina esta­ no es realm ente bueno, sino que está infectado p o r el m al, p o r más b u e ­
do de los intereses profundos p o rq u e se nos da entonces acceso a los as­ no que pued a parecer en la form a ex tern a a las personas que n o saben de
pectos más profundos de la m en te, o de la voluntad y el pensam iento, los asuntos in tern o s. [3] Es diferente para quienes están en el bien. Para
m ientras que los intereses exteriores en los q u e estábam os centrados en el ellos, el m o d elo n o está invertido; el b ie n fluye desde su pensam iento
p rim e r estado se aletargan. profundo a su pensam iento más ex te rio r y p o r lo tanto a sus palabras y
C ualquiera q u e observe nuestra vida y nuestras palabras y acciones acciones. Este es el o rden en el que fuim os creados. D e esta m anera,
p u ed e re c o n o c e r q u e todos tenem os una naturaleza más in te rio r y otra nuestros aspectos profundos están en el cielo y en su luz, y puesto que la
más exterior, o u n a volu n tad y u n p ensam iento más exteriores y otros luz del cielo es la verdad divina que em ana del S eñor y es en realidad el
más interiores. P odem os darnos cu enta de esto p o r el h ec h o de que en la Señor en el cielo (véase §§ 126-140), el S eñor nos guía.
vida civil pensam os de los dem ás en fu n ció n de lo que hem os oído o he­ M e n cio n o esto para m ostrar que cada u n o de nosotros tiene u n p e n ­
m os sabido de ellos p o r in form aciones o conversaciones. Sin em bargo, no samiento más in te rio r y u n pensam iento más exterior, y que am bos se
hablam os co n ellos de la m ism a m anera que hablam os de ellos, y aunque pueden distinguir. C u an d o digo «pensam iento» quiero decir tam b ién vo­
sean malas personas, nos co m p o rtam o s sin em bargo co rtésm en te cuando luntad, puesto que el pensam iento p rocede de la voluntad. E n realidad,
los tratam os. Esto es p articu larm en te evidente en personas taimadas y nadie pued e pensar al m argen de la voluntad.
aduladoras cuyas palabras y acciones están to talm en te separadas de sus Todo esto deja clara la diferencia entre el estado que co n ciern e al in ­
pensam ientos e intenciones, y en los hipócritas que hablan de Dios, e terior y el que co n c iern e al exterior.

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500. C u a n d o hablo de v oluntad y pensam iento, «voluntad» significa ffl0s y vivim os nuestra vida real, puesto que pensar librem ente desde
sentim iento y am or, así com o to d o el deleite y placer que se deriva del sen­ nuestro sentim iento es nuestra m ism a vida y nuestro yo.
tim ien to y el am or, puesto que éstos rem iten a la v o luntad co m o su ba­ 503. Los espíritus que están en ese estado piensan desde su propia vo­
se. T odo lo que querem os hacer, lo am am os y lo sentim os delicioso y luntad y p o r lo tanto desde su sen tim ien to o am or; y en tonces su pensa­
agradable; y, a su vez, to d o lo que am am os y sentim os agradable y deli­ m iento form a una unidad con su voluntad, voluntad q u e apenas parece
cioso q uerem os hacerlo. Sin em bargo, el pensam iento im plica tam bién pensar, sino solam ente desear. O c u rre casi lo m ism o cuando hablan, sal­
to d o lo que utilizam os para apoyar nuestro sentim iento o am or, pues el vo si hay algún m ied o de que los pensam ientos de su v o luntad puedan
pensam iento n o es nada sino la fo rm a de nuestra v o luntad o el m edio por aparecer al desnudo, puesto que su vida civil en el m u n d o había sem bra­
el cual lo q u e deseam os aparece a la luz, y esta form a está construida por do este m ied o en su voluntad.
diversos análisis racionales q u e tie n e n su fuen te en el m u n d o espiritual y 504. Todos, sin excepción, som os introducidos en ese estado después
son funciones integrales de nuestro espíritu. de la m u erte p o rq u e es el apropiado a nuestros espíritus. El estado ante­
501. D eb em o s saber que nuestra cualidad básica está enteram ente de­ rior era característico de nuestro espíritu cuando estaba en la vida p ú bli­
term in ad a p o r la cualidad de nuestra naturaleza in tern a, n o p o r lo que pa­ ca, pero ése n o es su verdadero estado. E n cuanto al estado de las cosas
recem os e x te rio rm e n te al m argen de la naturaleza interio r. N uestro as­ externas c o n que nos encontram os in m ed iatam en te después de la m u e r­
pecto in te rn o es nuestro espíritu, y puesto q u e es desde el espíritu desde te (según se describió en los capítulos anteriores), hay m uchas razones pa­
d o n d e vive el cuerpo, nuestra vida es la vida de nuestro espíritu. P or con­ ra concluir que n o es el apropiado a nuestros espíritus. P o r ejem plo, los
siguiente, según som os en nuestra naturaleza interio r, así som os en la espíritus no sólo piensan, sino que tam b ién hablan desde su sentim iento,
eternidad. P uesto q u e nuestra naturaleza e x te rio r p e rten ece al cuerpo, se puesto que es la fuente de su lenguaje, co m o está im plícito en lo que se
separa después de la m u erte, y algunos de sus elem entos que se agarran al dijo en el capítulo dedicado al lenguaje de los ángeles (§§ 234-245).
espíritu se ad o rm ecen , sirviendo solam ente co m o u n plano268 para las co­ Pensábamos de la m ism a fo rm a en el m u n d o cuando estábam os vueltos
sas más interiores, según expliqué a n te rio rm e n te al describir la m em oria hacia dentro, p o rq u e en esas ocasiones n o pensábam os sobre la base de
que conservam os después de la m u e rte 269. nuestro lenguaje físico sino que sim plem ente contem plábam os, y podía­
Vemos así lo que realm ente nos p erten ece y lo que no. P or lo que res­ mos pensar más cosas en u n m in u to de las que podríam os decir en m e ­
pecta a la g ente perversa, los co n ten id o s del pensam iento e x terio r que dia hora. Vemos tam bién que ese estado de preocupaciones relativam en­
orig in an sus palabras y de la volu n tad e x te rio r que o rig in an sus acciones te exteriores n o es el apropiado a nosotros ni a nuestro espíritu, pues,
n o les p e rte n e c en realm ente. Lo que les p erten ece son los contenidos de cuando estábam os en la vida pública en el m undo, hablábam os de acuer­
su pen sam ien to y de su volu n tad interior. do con las leyes civiles y m orales de la vida. E nto n ces nuestro pensa­
502. U n a vez se ha com pletado el p rim e r estado —el estado de las co­ m iento pro fu n d o controlaba nuestro pensam iento e x te rio r co m o una
sas más externas descrito en el capítulo p reced en te— som os introducidos persona controla a otra, para ver que n o atraviese los lím ites de la conve­
co m o espíritus en el estado de las cosas más internas, o en el estado de la niencia y la decencia. Se evidencia tam bién p o r el h e ch o de que cuando
volu n tad in te rio r y el consiguiente pensam iento, en que estábam os cuan­ pensamos en privado, pensam os lo que querem os decir y hacer para agra­
do fuim os abandonados a nosotros m ism os en este m u n d o y nuestro pen­ dar a la gente, ganar am igos, asegurarnos la buena predisposición y la gra­
sam iento estaba libre y sin freno. E ntram os en ese estado sin com pren­ titud de los dem ás, a veces p o r m edios tortuosos, esto es, de m anera di­
derlo m ucho, co m o sucede en el m u n d o cuando llevamos el pensam iento ferente que si actuáram os desde nuestra voluntad real.
más p ró x im o a nuestras palabras, el o rig en in m ediato de nuestras palabras, D e d u c im o s de to d o esto que el estado de las cosas más interiores a que
hacia nuestro p ensam iento in te rio r q u e está detrás y se deja allí p o r u n ra­ s esp íritu s son conducidos es su estado propio, lo que significa que era
to. C u an d o som os espíritus estam os en ese estado, som os nosotros irus- también el estado propio de los individuos cuando vivían en el m undo.

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505. C u a n d o el espíritu está en ese estado más profundo, se hace evi­ [2] C o m p leta m e n te opuesto, sin em bargo, es el estado de las personas

den te el tipo de persona que era realm ente en el m undo, pues se com porta que llevaron en el m u n d o una vida centrada en el mal, que n o tenían n in ­
realm ente de acuerdo co n su naturaleza. Q uien es en el m u n d o estaban de­ guna conciencia y negaron p o r consiguiente al Ser D ivino; pues todas las
dicados in te rio rm e n te al bien se co n d u cen entonces sensata y sabiamente, personas que viven en el m al niegan al Ser D iv in o in te rio rm e n te , p o r
más sabiam ente que cuando vivían en el m undo, en realidad, porque han m uy convencidos que pu ed an estar e x te rio rm e n te de que no lo niegan,
sido liberados de cualquier relación co n el c u erp o y p o r lo tanto con las sino de que lo reco nocen. R e c o n o c e r al Ser D ivino y vivir en el m al son
cosas terrenales que oscurecen y cub ren co n una especie de nube. cosas opuestas. C u a n d o en tran en el estado más p ro fu n d o en la otra vi­
E n cam bio, quienes en el m u n d o estaban centrados en el m al se con­ da, parecen locos a quienes les oyen hablar o les ven actuar, p o rq u e sus
d u cen de fo rm a insensata y alocada, más aún que cuando estaban en el impulsos perversos los em pujan a to d o tipo de acciones malvadas, de des­
m un d o , en realidad, p o rq u e son libres y ya no están constreñidos. precio hacia los otros, de m ofa y blasfemia, de odio y de venganza. U rd en
M ientras vivían en el m u n d o eran e x te rio rm e n te sensatos, pues imitaban intrigas, algunas co n tal ingenio y perversión que apenas se p u ed e creer
a las personas racionales, pero cu an d o se q u itan la envoltura exterior se que algo así pued a existir en u n ser hum ano. Son entonces libres para ac­
descubre su locura interio r. tuar según los pensam ientos de sus deseos pues están libres de las cosas
U n a persona perversa q u e p reten d e e x te rio rm e n te ser buena puede más exteriores que les constreñían en el m undo. E n resum en, pierd en su
com pararse co n una vasija cerrada, lim pia y brillante, con to d o tipo de racionalidad p o rq u e en el m u n d o su razón no habitaba en su naturaleza
porq u ería en su in terio r; co m o decía el Señor: «Sois sem ejantes a sepul­ profunda sino en la exterior. N o obstante, se creen más sabios que cual­
cros blanqueados, q u e p o r fuera, a la verdad, se m uestran herm osos, mas quiera.
p o r d en tro están llenos de huesos de m u e rto y de to d a inmundicia» [3] U n a vez que éstos se en cu e n tra n en el segundo estado, son de­

(M ateo 23, 27). vueltos al estado más ex te rio r du ran te breves períodos de tiem po.
506. Todas las personas que h an vivido en el m u n d o centradas en el C onservan entonces el recuerdo de có m o se cond u cían cuando estaban
bien y h an actuado de acuerdo c o n su conciencia -e s to es, las personas en el estado más interior. A lgunos se sienten desconcertados y adm iten
que h an reco n o cid o al Ser D iv in o y h an am ado las verdades divinas, y es­ que estaban locos. O tros n o se alteran en absoluto. A lgunos se ofenden
pecialm ente aquellos que las han aplicado a su vida—parecen haberse des­ por el h ech o de que no se les p e rm ita estar to d o el tiem p o en el estado
p ertad o de u n sueño cuando son in tro d u cid o s en el estado interior, co­ más exterior, pero se les m uestra có m o serían si estuvieran constante­
m o las personas que pasan de la oscuridad a la luz. Piensan realmente m ente en ese estado. Estarían to d o el tiem p o in te n tan d o h acer las mismas
desde la luz del cielo y p o r tan to desde la sabiduría profunda; y actúan cosas furtivam ente, engañando a las personas de fe y co razón sim ple con
desde el b ie n y, p o r tanto, desde el sen tim ien to más profundo. El cielo simulacros de b ondad, honradez y justicia. Se destruirían c o m p letam en ­
fluye a sus pensam ientos y sentim ientos co n una profunda sensación de te a sí m ism os p o rq u e finalm ente su naturaleza e x tern a ardería con el
dicha y deleite que n u nca antes habían conocido. Esto se debe a que es­ m ismo fuego que su naturaleza in tern a, y esto consum iría toda su vida.
tán en co n tacto co n los ángeles del cielo. E n to n ces reco n o c en al Señor y 507. C u an d o los espíritus están en este segundo estado aparecen real­
le adoran c o n su m ism a vida, pues están em peñados en su vida cuando m ente co m o eran in terio rm en te en el m undo. Las cosas que habían h e ­
están en este estado más in te rio r (com o se acaba de señalar en el § 505). cho y dicho en secreto se hacen públicas, porque ahora, co m o las cosas
Le reco n o c e n y adoran tam bién en libertad, puesto que la libertad Per" externas ya n o los lim itan, dicen lo m ism o abiertam ente; y siguen tratan­
tenece a nuestro sentim iento más profundo. D e esta m anera, se apartan do de hacer las mismas cosas sin el m iedo p o r su reputación que tenían en
de la santidad e x te rio r y entran en la santidad in te rio r que es la esencia el m undo. P or otra parte, son entonces conducidos a m uchos estados de
del culto verdadero. Éste es el estado de quienes han vivido una vida cris sus males, de m anera que se m uestren a ángeles y espíritus com o quienes
tiana de acuerdo co n los preceptos de la Palabra. realm ente son. Así es com o las cosas escondidas se revelan y las cosas ocul­

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tas se descubren según las palabras del Señor: «Porque nada hay encubier [4 ] H ay personas que han atribuido la creación a la naturaleza y, por
to, que n o haya de descubrirse; ni oculto, que n o haya de saberse. Por tan consiguiente, h an negado en el fondo al Ser D ivino, au n q u e n o en voz
to, to d o lo que habéis dicho en tinieblas, a la luz se oirá; y lo que habéis alta negando así to d o sobre la Iglesia y el cielo. Se re ú n e n co n sus igua­
hablado al o íd o en los aposentos, se proclam ará en las azoteas» (Lucas 12 les en este estado y llam an «Dios» a los que son p articu larm en te astutos,
2-3); y tam bién: «Mas yo os digo que de toda palabra ociosa que hablen honrando incluso a esos individuos co n culto divino. H e visto a personas
los hom bres, de ella darán cuenta en el día del Juicio» (M ateo 12, 36). como éstas en una reu n ió n adorando a u n m ago, discutiendo sobre la na­
508. N o hay m an era de describir brevem ente có m o son las personas turaleza y co m p ortándose co m o idiotas, co m o si fueran anim ales en for­
en este estado p o rq u e su locura d ep en d e de sus im pulsos, y éstos varían ma hum ana. A lgunos de ellos fueron designados para puestos elevados en
P or eso m e gustaría m en cio n ar algunos casos particulares que perm itirán el m undo y otros habían sido considerados doctos y sabios. Los detalles
sacar conclusiones sobre los demás. pueden variar.
A lgunas personas se h an am ado a sí mismas sobre todas las cosas. Se [5] Se pued e ded u cir de estos casos có m o son las personas cuyos ni­
h an centrado en su p ro p io prestigio, en sus deberes y situación social, y veles m entales más profundos están cerrados en la d irección del cielo.
h an h e c h o cosas constructivas n o p o r sí m ismas o p o r en c o n tra r deleite Esto es lo que le sucede a quien n o acepta n in g ú n influjo del cielo a tra­
en ellas, sino p o r su reputación, para q u ed ar p o r encim a de los demás, vés del reco n o cim ien to del Ser D iv in o y de una vida de fe viva. C ada
com placiéndose en su rep u tació n y en su p reem inencia. C u an d o llegan uno puede ju z g ar p o r sí m ism o có m o sería si ésa fuera su naturaleza, si se
al segundo estado son co m p letam en te estúpidos, p o rq u e cuanto más se le perm itiera com portarse sin n in g ú n m ied o a la ley o sin te m o r p o r su
am an a sí m ism os más se distancian del cielo, y cuanto más se distancian vida, y sin n in g u n a coacción externa, es decir, sin peligro para su rep u ­
del cielo más se alejan de la sabiduría. tación, su posición social, su beneficio e co n ó m ico o los placeres consi­
[2] H ay personas atrapadas en el egoísm o y el engaño al m ism o tiem ­ guientes.
po, personas q u e h an em pleado m edios ilegítim os para elevarse a posi­ [6] Sin em bargo, el S eñor controla su locura para que n o supere los lí­
ciones de prestigio. Traban am istad co n las personas peores y estudian las mites de la utilidad, pues existe alguna utilidad para cada individuo. Los
artes m ágicas, q u e son u n abuso del o rd en divino, utilizándolas para aco­ buenos espíritus ven en ella qué es el m al y cuál es su naturaleza, y cóm o
sar a q u ien n o se som ete a ellos. M aquinan conspiraciones, am an el odio, son las personas que no son guiadas p o r D ios. Los individuos abierta­
alientan la venganza y q u ieren acabar co n to d o el que n o se som ete a mente perversos tam b ién sirven para reu n ir a las personas de m aldad si­
ellos. Se h u n d e n en todas estas conductas en la m edida que la horda per­ milar y separarlas de la gente buena, para separar los elem entos buenos y
versa los apoya. Finalm ente, especulan sobre la fo rm a de subir al cielo pa­ verdaderos que los inicuos e x te rio rm e n te m ostraban y fingían, y devol­
ra destruirlo, o sobre có m o p o d rían ser allí adorados co m o dioses. Su lo­ verlos a los males de su vida y a las falsedades de su m aldad, p reparándo­
cura siem pre los lleva a esto. los así para el infierno. [7] Pues n o en tran en el in fiern o hasta que están
[3] Los papistas que son así son más locos q ue otros270. A carician el inmersos en su m aldad y en las falsedades que se derivan de ella, ya que
pensam iento de q u e cielo e in fiern o están bajo su p o d e r y que pueden a nadie se p e rm ite te n e r una m e n te dividida, pensar y decir una cosa y
p erd o n ar los pecados a voluntad. P re te n d e n to d o lo divino para sí y se desear otra. Allí, toda persona perversa piensa lo que es falso a causa del
dan a sí m ism os el n o m b re de C risto. Su creencia de que esto es verda­ nial y habla desde esa falsedad del m al, pro ced ien d o am bos aspectos de su
dero es tan fu erte que cuando surge en sus m entes perturbadas los lleva a voluntad y p o r lo tanto de su am or, placer y gratificación. Así es com o
la oscuridad hasta el extrem o de sentir dolor. Son más o m enos iguales se com portaban en el m u n d o cuando pensaban en su espíritu, esto es,
en los dos estados, au n q u e en el segundo carecen de racionalidad. Se en­ cuando pensaban en su in terior, desde su sentim iento más profundo. Esto
contrará in fo rm ació n particular sobre sus form as de lo cura y su suerte se debe a que la voluntad es la persona esencial, y n o existe pensam iento
después de este estado en la obra E l Juicio FinaP7'. salvo el que deriva de ella; y la v o luntad es la naturaleza o característica

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esencial del ser hum ano. Por eso, ser rem itido a nuestra verdadera volun­ llevados a nuestras com unidades después de la m u erte, véase § 438.) El es­
tad es ser rem itid o a nuestra propia naturaleza o co n d ició n y tam bién a píritu es llevado gradualm ente hasta allí, y finalm ente entra en ella.
nuestra verdadera vida, puesto que es a través de la vida co m o adquiri­ C uando u n espíritu perverso está en el estado más profundo, es dirigido
m os nuestra naturaleza. D espués de la m uerte, conservam os la naturaleza gradualm ente hacia su propia co m u n id ad y finalm ente colocado directa­
que habíam os ad q u irid o en nuestra vida en el m u n d o , que para las per­ m ente ante ella, antes de que ese estado sea com pletado. C u a n d o el esta­
sonas perversas ya n o p u ed e ser m odificada para m e jo r p o r la vía del pen­ do es com pletado, entonces el m ism o espíritu perverso se h u n d e en un
sam iento o la com prensión de la verdad. infierno en el que hay otros sem ejantes a él. Para la vista, ese acto es co ­
509. P uesto q u e los m alos espíritus se h u n d e n en to d o tipo de males m o si alguien cayera hacia atrás de cabeza. La causa de q u e así parezca es
cuando están en este segundo estado, es n o rm al que sean castigados a m e­ que esos espíritus están en u n o rd e n invertido. H an am ado las cosas in ­
n u d o y co n severidad. E xisten m uchos tipos de castigos en el m u n d o de fernales y despreciado las celestiales. D u ran te este segundo estado, algunos
los espíritus, y n o hay n in g ú n respeto p o r el rango, p o r si alguien ha si­ espíritus perversos entran y salen de varios infiernos; pero n o parecen e n ­
do rey o servidor en el m undo. C ada m al lleva consigo su p ropio castigo. tonces ir de cabeza co m o les ocu rre a quienes están co m p letam en te p e r­
A m bos van u nidos y quien q u iera q u e esté envuelto en el m al está en­ didos.
v u elto tam b ién en el castigo del m al. Sin em bargo, nadie sufre ningún La com u n id ad real en que sus espíritus estaban en el m u n d o se les
castigo p o r las cosas hechas en el m u n d o , sino sólo p o r las malas acciones m uestra tam b ién m ientras están en el estado de las cosas exteriores, para
que entonces hace. A u n q u e viene a ser lo m ism o, y n o hay diferencia en que sepan a p artir de ahí que estaban en el in fiern o du ran te su vida físi­
decir q u e sufrim os castigo p o r nuestras malas acciones en el m u n d o o que ca; sin em bargo no se e n cu en tran en el m ism o estado que los que están
sufrim os castigo p o r nuestras malas acciones en la otra vida, pues después en el infierno. Su estado es sem ejante, más bien, al de los que están en el
de la m u e rte volvem os a nuestra vida, lo q u e significa que estamos en­ m undo de los espíritus. Explicaré más tarde có m o es este estado co m p a­
vueltos en el m ism o tipo de mal. Esto se debe a que nuestra naturaleza rado con el de aquellos que están en el in fie rn o 271.
está d eterm in ad a p o r el tipo de vida física q u e llevam os (§§ 470-484). 511. La separación de los espíritus perversos de los buenos se p ro d u ­
La razón de q u e sean castigados es que el m ied o al castigo es el único ce en el segundo estado, puesto que en el p rim ero estaban todos ju n to s.
m ed io de subyugar sus males en ese estado. El estím ulo ya n o sirve, ni la La razón es que m ientras los espíritus están centrados en sus p reo cu p a­
enseñanza, n i el m ied o a la ley o el m ied o p o r su reputación, pues actúan ciones externas la situación es la m ism a que cuando estaban en el m u n ­
desde su naturaleza, que n o p u ed e ser obligada ni quebrantada p o r nada do, los m alos co n los buenos y los buenos co n los malos. Es diferente
sino p o r el castigo. cuando han sido introducidos en su naturaleza in tern a y dejados a su p ro ­
Los buen o s espíritus n u nca son castigados, au n q u e hayan h echo cosas pia naturaleza o voluntad.
malas en el m u n d o . Esto se debe a que sus m ales n o vuelven. Se me ha La separación de los espíritus buenos y m alos se realiza p o r m edios di­
conced id o u n c o n o c im ie n to de q u e sus males son de una clase o natura­ versos. C o n frecuencia, llevándolos p o r las com unidades co n que han es­
leza diferente. N o derivan de n in g u n a resistencia deliberada a la verdad, tado en co n tacto p o r m edio de sus buenos pensam ientos y sentim ientos
y no p ro ced en de n in g u n a m aldad de corazón salvo la adquirida p o r he­ durante el p rim e r estado. Esto los lleva a com unidades a las que habían
rencia de los padres, a la que fueron llevados p o r el placer ciego cuando engañado p o r la apariencia exterior, h aciendo creer que n o eran malos.
estaban envueltos en las cosas externas separadas de las internas. A m en u d o se les hace pasar a través de u n gran arco, y su co n d ició n in ­
510. C ada in d iv id u o llega a la co m u n id ad en la que estaba su espíritu trínseca aparece con toda claridad ante los buenos espíritus, que se alejan
en el m u n d o . C ada uno, en cuanto espíritu, está realm ente u n id o a algu­ en cuanto los ven; al m ism o tiem p o tam bién se alejan los espíritus p er-
na co m u n id ad , sea celestial o infernal: los réprobos a las com unidades in­ versos, dirigiéndose a la co m u n id ad infernal que es su destino. M e abs­
fernales y los ju sto s a las com unidades celestiales. (En cuanto a que somos tengo de m en c io n ar otros m odos de separación, pero son num erosos.

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N u e s t r o te rce r e s t a d o d e s p u é s de bre todas las cosas y nuestro p ró jim o co m o nosotros m ism os, y que d e­
la m u e r t e , q u e es u n e s t a d o d e i n s t r u c c i ó n bemos creer lo que dice la Palabra p o rq u e la Palabra es divina. Sin reco­
p a r a l o s q u e e n t r a n e n el c i e l o nocer y adm itir estos principios, n o p o dem os pensar de m anera espiri­
512. N u estro tercer estado después de la m u erte, o tercer estado de tual, y sin pensam iento sobre esos asuntos n o podem os quererlos; pues no
nuestros espíritus, es u n estado de instrucción. Este estado es para quie­ podem os pensar en lo que no conocem os, y n o podem os qu erer lo que
nes entran en el cielo y se co n v ierten en ángeles, pero no para quienes no pensamos. Sin em bargo, cuando hacem os esas cosas, el cielo fluye, es
entran en el infierno, p o rq u e estos últim os n o p u ed e n ser enseñados. En decir, el S eñor fluye en nuestra vida a través del cielo, pues fluye en la vo­
consecuencia, su segundo estado es tam bién el tercero, y term ina cuan­ luntad y a través de ella en el pensam iento, y a través de am bos en la vi­
do se vuelven directam en te hacia su am o r y p o r tanto hacia la com uni­ da, puesto que están en el lugar de d o n d e procede nuestra vida. Vemos
dad infernal em peñada en u n am o r co m o el suyo. U n a vez sucede esto así que el bien y la verdad espirituales no se aprenden del m u n d o , sino
su voluntad y su p ensam iento fluyen desde ese am or; y puesto que es un del cielo, y que nadie pued e prepararse para el cielo salvo m ed ian te la ins­
am o r infernal, desean solam ente lo que es m alo y piensan únicam ente lo trucción.
q ue es falso. Éstos son sus placeres p o rq u e son el ob jeto de su am or, y se [4] E ntonces, en la m edida en que el S eñor fluye en nuestra vida, nos
acom paña de su rechazo de to d o lo que, siendo b u e n o y verdadero, sólo enseña, puesto que en esa m ism a m edida enciende nuestra v o luntad con
había servido a su am o r co m o m edio. un am or a la in stru cció n de lo que es verdadero e ilum ina nuestro p e n ­
[2] Sin em bargo, las personas buenas son llevadas del segundo estado samiento para que conozcam os lo que es verdadero. E n la m edida en que
al tercero, que es u n estado de preparación para el cielo m ediante la ins­ esto se produce, se abre nuestra d im ensión más profunda y el cielo es im ­
tru cció n . E n realidad, nadie p u ed e ser preparado para el cielo sino m e­ plantado en ella. A dem ás, lo que es divino y celestial fluye en esa m ism a
diante el c o n o c im ie n to directo del b ien y la verdad, y p o r lo tanto sólo m edida en las acciones honradas de nuestra vida m oral y en las acciones
p o r la enseñanza. Sin enseñanza, nadie p u ed e c o n o cer qué son el bien y justas de nuestra vida civil, haciéndolas espirituales, puesto que entonces
la verdad espirituales y qué, el mal y la falsedad que se o p o n e n a ellos. En las hacem os desde lo D ivino, ya que las hacem os p o r lo D ivino. Las ac­
este m u n d o p o d em o s co n o c e r qué son la verdad y el bien m oral y civil, ciones justas y honradas de nuestra vida civil y m oral que realizam os des­
lo qu e se d en o m in a ju sto y honrad o , p o rq u e hay leyes civiles que ense­ de esta fuente son efectos reales de la vida espiritual; y u n efecto deriva
ñan lo q u e es ju sto , y tam bién situaciones sociales en las que aprendem os todo su ser de su causa eficiente272, po rq u e la cualidad de la causa d ete r­
a vivir p o r m ed io de leyes m orales q u e establecen lo que es honrado y mina la cualidad del efecto.
equitativo. Sin em bargo, el bien y la verdad espirituales n o se aprenden 513. La enseñanza es realizada p o r ángeles de distintas com unidades,
del m u n d o , sino del cielo. D e h ech o p o d em os conocerlos desde la principalm ente de las regiones n o rte y sur, po rq u e estas com unidades an­
Palabra y desde la d o ctrin a de la Iglesia p ro ced en te de la Palabra, pero es­ gélicas están centradas en la inteligencia y la sabiduría basadas en u n co ­
to no fluye aú n a nuestra vida a m enos q u e estem os en el cielo en cuan­ nocim iento directo del b ien y la verdad. Los lugares do n d e se im parte la
to a los niveles más profundos de nuestra m ente. Estam os en el cielo enseñanza están en el n o rte, y existen varios, diferenciados y dispuestos
cuando reco n o cem o s al Ser D iv in o y al m ism o tiem p o actuam os justa y según los géneros y especies de las virtudes celestiales, de m anera que ca­
honrad am en te, reco n o cien d o lo que debem os hacer p o rq u e se nos m an­ da uno pueda ser enseñado de la m anera adecuada a su carácter y recep­
da en la Palabra. D e esta m anera vivim os ju sta y h o n rad am en te p o r lo tividad. Estos lugares se e x tien d en p o r u n área amplia.
D ivin o m ism o y n o p o r nosotros y el m u n d o co m o objetivos prim eros. Los buenos espíritus que deb en ser enseñados son llevados allí p o r el
[3] Sin em bargo, nadie p u ed e com p o rtarse así sin que antes se le hayan Señor después de que se ha cum plido su tiem p o en el m u n d o de los es­
enseñado cosas c o m o que D ios existe, que existen el cielo y el infierno, píritus. Esto n o se aplica a to d o el m u ndo, puesto que las personas que
q ue existe una vida después de la m u erte, q u e D ios debe ser am ado so­ han sido enseñadas en el m u n d o ya han sido preparadas para el cielo p o r

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el S eñ o r y son llevadas hasta él p o r u n cam ino diferente. Para algunos, es­ 514. Q u ienes están en estos lugares de in stru cció n viven en lugares di­
to se p ro d u ce in m ed iatam en te después de la m uerte. Para otros, tras un¿ feren tes. C o m o individuos, están in te rio rm e n te en co n tacto con las co ­
breve estancia co n los buen o s espíritus para la elim inación de los ele­ m u n id a d e s del cielo hacia las que se dirigen: así co m o las com unidades
m en to s más bastos de sus pensam ientos y sentim ientos (adquiridos por las del cie lo están dispuestas en form a celestial (véase supra, §§ 200-212), así
preocupaciones en cu an to al rango y la riqueza en el m u n d o ), y su con­ ta m b ié n lo están los lugares d o n d e se im parte la enseñanza. E n conse­
siguiente purificación. A lgunas personas son p rim ero quebrantadas lo c u e n c ia , cuando se m ira a esos lugares desde el cielo, parecen u n cielo a
que sucede en u n lugar llam ado «la tierra inferior», situado bajo los pies escala reducida. E n lo n g itu d , se e x tien d en de este a oeste, y en anchura,
do n d e sufren u n tratam ien to violento. S on personas convencidas de prin­ de su r a no rte; pero la anchura parece ser m e n o r que la lo n g itu d .
cipios falsos, pero q u e sin em bargo h an vivido en el bien. Las conviccio­ La disposición general es co m o sigue. D elante están las personas que
nes falsas se aferran co n fuerza, y hasta que son disipadas n o pueden ver­ m u r ie ro n en la infancia y son educadas en el cielo hasta la edad de la p ri­
se las verdades y p o r lo tanto n o p u e d e n ser aceptadas. D e estas m era adolescencia. D espués de hab er pasado su infancia co n educadoras,
experiencias violentas y de las diferentes m aneras en que se producen se son llevados a ese lugar p o r el S eñor y allí son instruidos.
trata en Los arcanos celestiales y algunas referencias a ese trabajo se añaden Detrás están los lugares d o n d e se enseña a las personas que m u riero n
en nota'. de adultos y que en el m u n d o fu eron atraídos p o r la verdad debido a la
bondad de su vida.
*En la otra vida se producen experiencias violentas, es decir, algunas personas que lle­ Detrás de éstos están las personas que fueron devotas del Islam y ha­
gan desde el m undo son violentadas allí: 698, 7122, 7474, 9763. Las personas rectas son vio­ bían llevado una vida recta en el m u ndo, que habían reco n o cid o a u n
lentadas en cuanto a los elementos falsos y las personas perversas en cuanto a los verda­ único D ios y reco n o ciero n al S eñor c o m o el profeta esencial. C u an d o
deros: 7474, 7541, 7542. Las personas rectas pasan por las experiencias violentas para que abandonan a M u h am m a d po rq u e no p u ed e hacer nada p o r ellos, se v u el­
puedan deshacerse de las preocupaciones terrenas y mundanas que adquirieron mientras ven hacia el S eñ o r y le adoran, rec o n o cie n d o su naturaleza divina; y en ­
vivían en el mundo: 7186, 9763; y para que las cosas malas y falsas puedan ser eliminadas, tonces reciben in stru cció n en la religión cristiana.
dejando lugar al influjo del bien y la verdad del cielo del Señor, y dándoles capacidad pa­ Tras éstos, y más hacia el n o rte, están los lugares para la in stru cció n de
ra aceptarlas: 7122, 9331 [9 3 3 0 ], N o podemos ser elevados al cielo antes de que cosas co­ diversos pueblos no cristianos que vivieron en el m u n d o rectam ente de
mo ésas sean eliminadas porque se cruzan en el camino y no están de acuerdo con los va­ acuerdo con su religión, ad q u iriero n una especie de conciencia y se c o m ­
lores celestiales: 6928, 7122, 7136 [7 1 8 6 ], 7541, 7542, 9763. Así es cóm o se prepara a las portaron de m anera ju sta y honrada no p o r las leyes de su nación, sino
personas que deben ser elevadas al cielo: 4728, 7090. Es peligroso para las personas entrar por las leyes de su religión, creyendo que esas leyes son santas y n o deben
en el cielo antes de haber sido preparadas: 537, 538. Sobre el estado de iluminación y la violarse m ediante n in g ú n tipo de acciones. Todos ellos re co n o c en gusto­
alegría de quienes están saliendo de la experiencia violenta y se elevan al cielo, y sobre samente al S eñ o r cuando han sido enseñados, p o rq u e en el fo n d o han
cómo son aceptados allí: 2699, 2701, 2704. El lugar donde tienen lugar las experiencias m antenido que D ios n o es invisible sino visible en form a hum ana. El n ú -
violentas se denomina «la tierra inferior»: 4728, 7090. U na descripción de este lugar situa­
do bajo los pies, rodeado por los inflemos: 4940-4951, 7090; desde la experiencia: 699. Los mundo y las cosas falsas que habían pensado en el m undo, lo que da lugar a inquietud y
inflemos concretos que atacan y violentan más que los otros: 7317, 7502, 7545. Quienes remordimientos de conciencia: 1106. Algunos son violentados por el encarcelamiento es-
atacan y violentan a las almas rectas después las temen, huyen de ellas y las evitan: 7768. P'ntual, que es ignorancia y privación de la verdad unida al anhelo de conocer lo que es
Estos ataques y experiencias violentas adoptan formas diferentes según la obstinación de verdadero: 1109, 2694; algunos por sueños [som nium ; la primera edición dice som n um ,
los elementos perversos y falsos y la manera y el modo en que persisten: 1106-1113- “dormir»]; otros, por un estado a medio camino entre el despertar y el sueño, con des­
Algunos sufren experiencias violentas voluntariamente: 1107. Algunos son violentados cripción: 1108. Quienes han reivindicado alguna atribución por sus actos parecen un bos-
por los miedos: 4942; otros, al ser asaltados por las cosas malas que habían hecho en el flue talado: 1110. Y así sucesivamente, con gran variedad: 699.

*
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m ero de éstos excede al de los dem ás, y los m ejores de entre ellos perte país), y puesto que cum plim os nuestras funciones individuales distintivas
n ecen a Africa. en la m edida en que se centran directa e ín tim am en te en esa utilidad co ­
515. N o todos son enseñados de la m ism a m anera ni p o r las mismas m ún, todas las innum erables funciones distintivas e individuales son b u e -
com unidades del cielo. Los q u e han sido elevados al cielo desde la infan­ nas y celestiales. E sto significa que el sen tim ien to de lo que es verdadero
cia son enseñados p o r los ángeles de los cielos interiores p o rq u e no han está unido en cada u n o al sentim iento de la utilidad, hasta el p u n to de
absorbido falsas ideas p rocedentes de las distorsiones de la religión ni que actúan co m o u n o solo. D e esta m anera se siem bra la verdadera co m ­
m an ch aro n su vida espiritual con im purezas debidas a la posición social y prensión de la utilidad, de m anera que las verdades que aprendem os son
la riqueza en el m undo. percepciones verdaderas de lo que es útil. Así es co m o los espíritus angé­
La m ayoría de los que han m u e rto de adultos son enseñados por án­ licos son enseñados y preparados para el cielo.
geles del cielo ex terio r, p o rq u e estos ángeles están m ejo r adaptados a ellos [3] H ay diversas form as en las que se transm ite el sentim iento p o r la
q ue los de los cielos más interiores. Estos últim os están centrados en una verdad adecuado a la utilidad, m uchas de ellas desconocidas en el m u n ­
sabiduría pro fu n d a q u e el difunto todavía n o p u ede aceptar. do, principalm ente p o r las descripciones de actividades útiles. Estas p u e ­
Sin em bargo, los m usulm anes son enseñados p o r ángeles que se adhi­ den ser presentadas en m il form as distintas en el m u n d o espiritual, con
riero n hace tiem p o a esa religión pero se volvieron luego hacia el cristia­ esa gracia y en can to que im pregna los espíritus desde los niveles más p ro ­
nism o. O tro s paganos tam bién son enseñados p o r sus propios ángeles. fundos de su m e n te hasta los más ex ternos de su cuerpo, y que afecta p o r
516. Toda la enseñanza procede de la d o c trin a extraída de la Palabra, tanto a toda la persona. C o m o consecuencia, los espíritus se con v ierten
y no de la Palabra separada de la d o ctrin a. Los cristianos son enseñados virtualm ente en sus vidas constructivas; p o r eso, cuando llegan a las co ­
sobre la base de una d o c trin a celestial q u e está en total arm onía con el m unidades que para ellos ha preparado su instrucción, están en su propia
significado in te rio r de la Palabra. Los otros, co m o los m usulm anes y los vida cuando están co m prom etidos en sus actividades útilesb.
paganos, son enseñados sobre la base de doctrinas adecuadas a su com ­ Podem os ded u cir de aquí que las cogniciones, que son una form a ex­
prensión. Estas difieren de la d o ctrin a celestial solam ente en que la vida terior de la verdad, n o llevan a nadie al cielo. M ás bien, lo que nos lleva
espiritual se enseña a través de una vida m oral de acuerdo co n los prin­ es la vida útil concedida p o r m ed io de las cogniciones.
cipios buen o s de su religión, q u e co n stituían la base de su vida en el 518. H abía algunos espíritus que m ientras estuvieron en el m u n d o ha­
m undo. bían pensado a su m anera con la convicción de que entrarían en el cielo
517. La enseñanza en los cielos difiere de la enseñanza en la tierra en y serían aceptados antes que nadie p o rq u e estaban bien educados y sabían
que allí las cogniciones n o son confiadas a la m em o ria, sino a la vida, m ucho sobre la Palabra y la do ctrin a de las iglesias. Se creían sabios y p e n -
puesto q u e la m em o ria de los espíritus está en su vida. A ceptan y absor­
b e n realm ente to d o lo q u e está de acuerdo co n su vida, y n o aceptan, y b Todo bien tiene su deleite por las actividades constructivas y de acuerdo con ellas;

m u ch o m en o s absorben, lo q u e n o lo está. E sto se debe a que los espíri­ esta es también la fuente de su cualidad, por eso la naturaleza de la actividad determina la
tus son sentim ientos, y p o r lo tanto tien en u n a form a h u m ana que se ase­ del bien: 3049, 4984, 7038. La vida angélica consiste en las virtudes del amor y la caridad,
m eja a sus sentim ientos. y por lo tanto en acciones constructivas: 453 [4 5 4 ]. Para el Señor, y por tanto para los án­
[2] P uesto q u e ésta es su naturaleza, alientan co n tin u am en te el deseo geles, nada importa en los seres humanos más que los objetivos que son actividades úti­
de co n o c e r la verdad p o r una vida constructiva. El S eñor vela para que
les: 1317, 1645, 5844 [5 8 5 4 ], El reino del Señor es un reino de actividades útiles: 453 [4 5 4 ],
am em os las actividades constructivas que co n v ien en a nuestra disposición.
696, 1103, 3645, 4054, 7038. Servir al Señor es vivir de manera constructiva: 7038. Nuestra
Este am o r se intensifica p o r nuestra esperanza de convertirnos en ánge­
condición está determinada por sus utilidades: 1568, 3570, 4054, 6571, 6934 [6 9 3 5 ], 6938,
les. A dem ás, p uesto q u e todas las actividades del cielo se cen tran en una
10284.
utilidad co m ú n , q ue es el b ien del reino del S eñ or (que ahora es nuestro

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saban que eran aquellos a los que se refiere la profecía de D aniel 12, 3 que se produce de diversas m aneras, a veces co n ciertos rodeos. N in g ú n án­
dice: «R esplandecerán co m o el resplandor del firm am en to y com o las es­ gel co n o ce los cam inos p o r los que pasan, sólo el Señor. C u an d o llegan
trellas»273. F u ero n exam inados para v er si sus co n ocim ientos estaban en su a sus com unidades, se abre su naturaleza in terna, y puesto que está en ar­
m em o ria o en su vida. Q u ien es tenían u n sen tim iento real p o r la verdad m o n ía co n la naturaleza in tern a de los ángeles que son m iem bros de esa
—esto es, p o r los actos constructivos in d e p e n d ie n te m en te de m otivos m e­ c o m u n id a d , son reconocidos in m ed iatam en te y aceptados co n alegría.
ram en te físicos y m u ndanos, es decir, p o r actos que fueran esencialm en­ 520. M e gustaría añadir algo notable sobre los cam inos que desde esos
te espirituales—, u n a vez instruidos, eran aceptados en el cielo. Se les con­ lugares llevan al cielo, cam inos p o r los que son adm itidos los ángeles re­
cedía entonces co n o c im ie n to de lo que brilla en el cielo. Lo que brilla es cién llegados. E xisten ocho, dos p o r cada lugar de enseñanza. U n o lleva
la verdad divina (que es la luz del cielo) en la vida constructiva, que es el hacia el este y o tro hacia el oeste. Q u ien es en tran en el reino celestial del
plano que recibe esa luz y la transform a en diversos tipos de resplandor. Señor son adm itidos p o r el cam ino oriental, m ientras que quienes entran
E n otros, sin em bargo, la eru d ició n estaba con ten id a sólo en su m e­ en el reino espiritual del S eñor son adm itidos p o r el cam ino occidental.
m oria. H ab ían ad q u irid o así u n a capacidad de razonar sobre las verdades Los cuatro senderos que co n d u cen al reino celestial del S eñor están
y de dem ostrar las q u e aceptaban co m o fundam entales, ideas que pare­ ad o rn ad o s co n olivos y diversos árboles frutales, m ientras que los que
cían verdaderas cu an d o se las dem ostraba, au n q u e fueran falsas. Estas per­ c o n d u c e n al reino espiritual del S eñor están adornados co n vides y lau­
sonas n o estaban en la luz del cielo, sino que estaban envueltos en una fe rel. E sto se debe a la correspondencia, puesto que las vides y el laurel co­
basada en el orgullo q u e caracteriza a tantos otros de inteligencia seme­ rre sp o n d e n a u n sentim iento p o r la verdad y sus utilidades, m ientras que
jan te, orgullo de ser especialm ente eruditos y, p o r lo tanto, de estar des­ el olivo y los árboles frutales corresp o n d en a u n sen tim iento p o r el bien
tinados al cielo, d o n d e les recibirán los ángeles. D eb id o a to d o esto, para y sus utilidades.
liberarles de su vanidosa fe, fueron llevados al p rim e r cielo o cielo exte­
rio r para ser adm itidos en una co m u n id ad angélica particular. E n cuanto N a d i e e n t r a en el c i e l o s ó l o p o r m i s e r i c o r d i a
entraron, su vista co m en zó a oscurecerse p o r el influjo de la luz del cie­ 521. Q u ien es n o han sido instruidos sobre el cielo, el cam ino al cielo
lo. E n tonces sus intelectos se co n fu n d iero n , y finalm ente tenían que es­ y la vida del cielo para las personas de la tierra, piensan que la aceptación
forzarse p o r respirar co m o si estuvieran agonizando. N o sólo eso, sino en el cielo se debe a la pura m isericordia extendida a las personas de fe,
que cu ando sintieron el calor del cielo, q u e es el am or celestial, em peza­ p o r las que el S eñor intercede, de m anera que la adm isión dep en d e sola­
ro n a e x p e rim e n ta r u n a agonía profunda. E n to n ces fueron expulsados y m e n te de la gracia274. P or consiguiente, creen que cualquiera p u ed e ser
aprendieron q u e el c o n o cim ien to n o hace al ángel, sino sólo la vida real salvado si el S eñor lo quiere y algunos creen incluso que esto incluye a
que se alcanza m ed ian te el co n o cim ien to . Esto se debe a que en sí mis­ los que están en el infierno.
m o y p o r sí m ism o, el c o n o cim ien to está fuera del cielo; pero la vida ga­ P ero quienes así piensan no saben nada de los seres hum anos, n o sa­
nada a través del co n o c im ie n to está en el cielo. b en q u e nuestra cualidad depende de nuestra vida y nuestra vida d ep en ­
519. D espués de que los espíritus han sido preparados para el cielo en de de nuestro am or. Esto se aplica no solam ente a los niveles profundos
estos lugares de aprendizaje (lo que n o se p rolonga p o r m u ch o tiem po, de la voluntad y el en ten d im ien to , sino incluso a los aspectos ex ternos de
po rq u e están rodeados de conceptos espirituales que c o m p ren d e n ense­ n u estro cuerpo, y la form a física no es otra cosa que u n a fo rm a e x terio r
guida en g ran cantidad), se les viste co n vestiduras angélicas, habitual­ en la que nuestra naturaleza profunda se m anifiesta en la práctica. Esto
m e n te de lin o blanco, se les lleva a u n cam ino que co n d u ce al cielo y alh significa que nuestro am or es nuestra persona en su co n ju n to (véase su-
se les entrega a unos ángeles guardianes. L uego son aceptados p o r los Pra, § 363). N o co m p ren d e n que el c u e rp o no vive p o r sí m ism o, sino
otros ángeles y puestos en co n tacto co n sus com unidades co n numerosas P°r su espíritu, y que nuestro espíritu es nuestro sen tim ien to real, no
bendiciones. E n to n ces el S eñor lleva a cada ángel a su com unidad. Esto siendo nuestro c u e rp o espiritual más que nuestro sen tim ien to en el tipo

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de form a h u m an a q u e presenta después de la m u erte (véase supra, §§ 524. Si p u d ié ra m o s ser salvados p o r la sola m ise ric o rd ia , e n to n c e s to ­
453-460). M ientras estos hechos n o sean conocidos, las gentes pueden do el m u n d o sería salvado, in c lu so los q u e están e n el in fie rn o . E n reali­
creer q u e la salvación n o es nada más q u e la d eterm in ació n divina qUe dad, n o ex istiría el in fie rn o , p u e s to q u e el S e ñ o r es la m is e ric o rd ia m is­
llam am os gracia y m isericordia. ma, el a m o r m ism o , la b o n d a d m ism a. P o r eso va c o n tra su n atu ra lez a
522. E n p rim e r lugar, perm ítasem e explicar qué es la m isericordia di­ divina esen cial d e c ir q u e to d o s p u e d e n ser salvados d ire c ta m e n te y q u e él
vina. La m isericordia divina es m isericordia pura hacia to d o el género hu­ n o los salva. S ab em o s p o r la P alab ra q u e el S e ñ o r q u ie re la salv ació n de
m an o co n in te n c ió n de salvarlo, y es constante hacia cada individuo, sin todos y n o q u ie re la c o n d e n a d e n ad ie.
excluir n u nca a nadie. Esto significa que to d o el que p u ede ser salvado es 525. M u c h o s q u e lleg an a la o tra v id a d esde el m u n d o cristian o llevan
salvado. Sin em bargo, nadie p u ed e salvarse ex cepto p o r medios divinos, los consigo la fe d e q u e serán salvados p o r p u ra m iserico rd ia , p o rq u e la im ­
m edios revelados p o r el S eñor en la Palabra. M edios divinos son aquellos ploran. S in em b arg o , c u a n d o se les ex a m in a , resu lta q u e p ie n sa n q u e e n ­
a los q u e aludim os co m o verdades divinas. Estas nos enseñan cóm o de­ trar en el cielo es sim p le m e n te u n a c u e stió n d e ad m isió n , y q u e q u ie n es
bem os vivir para ser salvados. E l S eñ o r las utiliza para llevarnos al cielo e habían sido ad m itid o s estab an e n la aleg ría celestial. N o tie n e n la m e n o r
in fu n d ir la vida del cielo en nosotros. El S eñ o r hace esto co n todos, pe­ idea d e lo q u e es el cielo o la aleg ría celestial. Se les d ic e e n to n c e s q u e el
ro n o p u ed e in fu n d ir la vida del cielo en nadie que n o se abstenga del S eñor n o n ie g a el cielo a n adie. P u e d e n ser ad m itid o s e n el cielo si d esean
mal, puesto q u e el m al intercep ta el cam ino. Así, en la m edida en que nos y so p o rtan estar allí. A lg u n o s q u e lo q u e ría n fu e ro n re a lm e n te ad m itid o s;
abstenem os del m al, el Señor, en su divina m isericordia, nos conduce por pero en el m ism o u m b ral, al c o n ta c to c o n el calo r d el cielo (es d ecir, c o n
m edios divinos, desde la infancia hasta el final de la vida en el m undo y, el a m o r d e los ángeles q u e allí se e n c u e n tra n ) y an te el in flu jo d e la lu z del
p o r lo tanto, hasta la eternidad. Esta es la m isericordia divina a la que me
refiero. Vemos, pues, q u e la m isericordia del S eñor es m isericordia pura, 2011, 5110, 5703, 10336, 10619. Las verdades divinas son las leyes del orden: 2247 [2447],
pero n o inm ediata: es decir, n o salva a las personas cuando quiere sin que 7995. El cielo en su conjunto está dispuesto p o r el Señor según su m odelo divino: 3038,
im p o rte có m o h an vivido. 7211, 9128, 9338, 10125, 10151, 10157. Así, la form a del cielo está en concordancia con el
523. El S eñ o r n u n ca hace nada co n trario a su o rd en p o rq u e él mismo orden divino: 4040-4043, 6607, 9877. E n la m edida en que vivim os de acuerdo con el o r­

es el orden. La verdad divina que em ana de él es lo que establece el or­ den, es decir, en la m edida en que vivim os queriendo el bien según la verdad divina, acep­

den, y las verdades divinas son las leyes del o rd en p o r las que el Señor nos tamos el cielo en nosotros mismos: 4839. El ser h um ano está donde todos los elem entos

conduce. Salvar a los hom bres p o r m isericordia inm ediata es contrario al del orden divino están reunidos, y p o r la creación som os el orden divino en la form a p o r­

o rd en divino, y to d o lo co n trario al o rd en divino es co n trario a la natu­ que somos sus receptáculos: 4219, 4220, 4223, 4523, 4524, 5114, 5368 [4839], 6013, 6057,

raleza divina. 6605, 6626, 9706, 10156, 10472. N o nacem os en el bien y la verdad, sino en el m al y la fal­
El o rd en d ivino es el cielo para nosotros. N osotros lo hem os distor­ sedad, y p o r consiguiente no en el orden divino sino en u n m odelo contrario a él, y ésta

sionado v iviendo de m anera contraria a sus leyes, que son las verdades di­ es la razón de que nazcam os en la pura ignorancia y necesitem os nacer de nuevo o ser re­

vinas. El S eñ o r nos devuelve al o rd en p o r p u ra m isericordia, a través de generados; el Señor realiza esto a través de las verdades divinas, para llevam os de nuevo al
las leyes del orden; y en la m ed id a en q u e lo hace, aceptam os el cielo en orden: 1047, 2307, 2308, 3518, 3812, 8480, 8550, 10283, 10284, 10286, 10731. C uando el

nosotros m ism os. T odo el q u e acepta el cielo entra en el cielo. Señor nos form a de nuevo o nos regenera, dispone todo en nosotros de acuerdo con el
Esto nos m uestra u n a vez más que la m isericordia divina del Señor es orden, o según la form a del cielo: 5700, 6690, 9931, 10303. Las cosas falsas y perversas son

m isericordia pura, p ero n o inm ediata1. contrarias al orden, pero sin em bargo quienes están absortos en ellas son gobernados por
d Señor, n o según el ord en sino desde él: 4839, 7877, 10778 [10777], Es im posible que al­
a La verdad divina que em ana del Señor es la fuente de su orden, y el bien divino es guien que vive en el m al sea salvado p o r pura m isericordia, porque esto va contra el or­
la esencia del orden: 1728, 2258, 8700, 8988. E n consecuencia, el Señor es el orden: 1919, den divino: 8700.

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cielo (q u e es la v erd ad divina), se sin tie ro n em b arg ad o s d e tal d o lo r en el [3] Los ángeles m e dijeron tam b ién que las personas que están atrapa­
co ra z ó n q u e les p are ció e n c o n tra rse en los to rm e n to s d el in fie rn o antes das en este tipo de prin cip io referente a los m edios esenciales de nuestra
q u e e n las alegrías d el cielo. S o b re co g id o s p o r esto, se h a n arro jad o d e ca­ salvación n o p u e d e n evitar creer en la m isericordia directa p o rq u e p u e ­
b eza hacia abajo. D e esta m a n e ra h a n a p re n d id o m e d ia n te u n a ex p e rien ­ den decir desde la luz natural y la experiencia visual que la fe p o r sí m is­
cia d irecta q u e n ad ie p u e d e e n tra r e n el cielo p o r m ise ric o rd ia directa. ma no constituye la vida hum ana, pues quienes llevan una vida perversa
526. E n ocasiones he hablado co n los ángeles sobre esto y les he di­ pueden pensar y convencerse de algunos principios lo m ism o que los
cho que m uchas gentes de este m u n d o q u e han vivido resueltam ente en otros. P or eso creen que los inicuos p u e d en ser salvados tan to c o m o los
el m al y han hablado co n otros del cielo y la vida eterna, dicen que en­ justos, con tal que en la hora de la m u erte m uestren confianza e n la in ­
trar en el cielo es sim plem ente cuestión de ser adm itido sobre la base de tercesión y en la m isericordia ob ten id a p o r ella.
la pu ra m isericordia. Esto es cierto especialm ente de las personas que ha­ Los ángeles insisten en que n u n ca han visto que alguien q u e llevara
cen de la fe el ú n ico m ed io de salvación, puesto que basándose en este una vida de m aldad fuera aceptado en el cielo p o r m isericordia directa,
p rin cip io fundam ental de su religión n o se cen tran en la vida ni en los por m uy ferv ien te m en te que hu b ieran hablado de la fe en el m u n d o , ni
actos de am o r que constituyen la p ropia vida. E n consecuencia, no se de la confianza que la fe expresa de form a em inente.
centran en los otros m edios q u e em plea el S eñ o r para in fu n d ir el cielo en [4] C u a n d o se les p regunta si A braham , Isaac, Jacob y D avid, o los
nosotros y ab rirn os a la alegría celestial. Así pues, com o rechazan todos apóstoles, n o fueron aceptados en el cielo p o r m isericordia directa, los
los m edios reales, el corolario necesario de su prem isa es que entram os en ángeles responden que n in g u n o de ellos lo fue. Todos fu eron aceptados
el cielo sobre la base de la pura m isericordia, creyendo que D ios Padre se sobre la base de su vida en el m u n d o ; que ellos sabían d ó n d e estaban, y
sentirá co n m o v id o p o r m ed io de la intercesión del H ijo. [2] Los ángeles que no eran más estim ados que los dem ás. A ñadieron que aparecían m e n ­
respondieron que saben q u e ese tip o de dogm a se sigue necesariam ente cionados en la Palabra con tanto respeto po rq u e rem itían en su sentido
de la aceptación del p rin cip io de la salvación p o r la sola fe y que tal dog­ más p ro fu n d o al Señor; A braham , Isaac y Jacob re m iten al S eñ o r en
m a es el fundam en tal del que d ep en d en los dem ás, y que en él no pue­ cuanto a su naturaleza divina y su divina naturaleza hum ana; D avid, en
de fluir n in g u n a luz del cielo, p o rq u e n o es verdadero. Es p o r lo tanto la cuanto a su naturaleza divina regia; y los apóstoles, en cu an to a las ver­
fu en te de la ignorancia en que la Iglesia está actualm ente enfangada: ig­ dades divinas. Los ángeles n o percib en nada de ellos cuando la Palabra se
n orancia sobre el Señor, el cielo, la vida después de la m u erte, la alegría lee en la tierra p o rq u e sus nom bres n o llegan hasta el cielo. E n cam bio,
celestial, la naturaleza esencial del am o r y la caridad, y en general sobre son conscientes del Señor, co m o ya se señaló. Así pues, la Palabra que es­
el bien y su u n ió n c o n la verdad. Esto tien e co m o resultado la ignoran­ tá en el cielo (descrita supra, en § 259) n u nca les m en cio n a, pues esa
cia sobre la vida h u m ana, su o rig en y su cualidad. La vida n o se obtiene Palabra es el sentido in te rio r de la Palabra que existe en el m u n d o b.
n u nca p o r el m ero pensam iento, sino solam ente p o r la v o luntad y los he­
chos consiguientes. Es el resultado del pensam iento en la m edida en que b En el sentido interior de la Palabra, A braham , Isaac y Jacob significan el S eñ o r res­
el p ensam iento se deriva de la voluntad, p o r eso procede de la fe sola­ pecto de su naturaleza divina y su divina naturaleza hum ana: 1893, 4615, 6098, 6185, 6276,
m en te en la m edida en que la fe deriva del am or. Los ángeles se lam en­ 6804, 6847. A braham es desconocido en el cielo: 1834, 1876, 3229. D avid significa el Señor

tan de que estas personas n o co m p ren d an q u e la fe sola n o p u ed e existir respecto de su reinado divino: 1888, 9954. Los doce apóstoles representaban al Señor res­
en nadie p o rq u e la fe separada de su fuente, q u e es el am or, es solam en­ pecto de todos los elem entos de la Iglesia y, p o r tanto, respecto de las cuestiones de la fe
te info rm ació n , o, para algunos, u n a fo rm a de persuasión que tiene el as­ y el amor: 2129, 3354, 3488, 3858, 6397. P edro representaba al Señor respecto de la fe,
p ecto de la fe (véase supra, § 482). Esta persuasión no es parte de nuestra Santiago respecto de la caridad, y Ju an respecto de las obras caritativas: 3750, 10087. La
vida, sino que está fuera de ella, puesto q u e está separada de nosotros si afirmación de que los doce apóstoles se sentarán en doce tronos para ju zg ar a las doce tri­
n o es c o h eren te co n nuestro am or. bus de Israel significa que el Señor juzgará según los elem entos buenos y verdaderos de

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527. P u ed o dar testim o n io p o r m i ab u n d ante experiencia de que es N o es t a n d i f í c i l lle v a r u n a v i d a
im posible im plantar la vida del cielo en aquellos que han llevado vidas e n c a m i n a d a al c i e l o c o m o s e s u e l e c r e e r
opuestas a él en el m u n d o . H a h abido algunos que de verdad creyeron 528. A lgunas personas creen que es difícil vivir una vida orien tad a ha­
que fácilm ente aceptarían las verdades divinas después de la m u erte, cuan­ cia el cielo, lo que se d en o m in a una vida «espiritual», p o rq u e han oído
do las oyeran a los ángeles, q u e se convertirían en creyentes y llevarían que debem os ren u n ciar al m u n d o y ab andonar los deseos del c u e rp o y la
una vida diferente, de m anera que p o d rían ser aceptados en el cielo. Esto c a r n e y «vivir espiritualm ente»275. Todos e n tie n d e n que eso consiste en

se ha in ten tad o co n algunos individuos (aunque solam ente con personas despreciar los asuntos m undanos, especialm ente los referidos al dinero y
que com p artían este m ism o tipo de creencia), a los que se les concedió el prestigio, vivir en constante m ed itació n devota sobre D ios, la salvación
para que p u d ieran c o m p re n d e r que n o hay arrep en tim ien to posible des­ y la vida eterna, y dedicar la vida entera a la oración y la lectura de la
pués de la m u erte. A lgunos co m p ren d iero n las verdades y parecían acep­ Palabra y la literatura religiosa. Piensan que esto es ren u n ciar al m u n d o y
tarlas; pero en cu an to volvieron a la vida de su a m o r las rechazaron e in­ vivir para el espíritu y n o para la carne. Sin em bargo, la realidad es m uy
cluso razonaron co ntra ellas. A lgunos las rechazaron en el acto, sin estar distinta, co m o h e aprendido de m i abundante ex periencia y conversación
dispuestos siquiera a escucharlas. O tro s q uerían q ue la vida del am or que con los ángeles. E n realidad, quienes renuncian al m u n d o y viven para el
habían asum ido en el m u n d o fuera apartada de ellos y que en su lugar se espíritu de esa m anera adoptan una vida lúgubre, u n a vida que n o está
derram ara una vida angélica o celestial. Se dio p erm iso para que así se hi­ abierta a la alegría celestial, puesto que nuestra vida p erm an ece con n o ­
ciera; pero en cu an to se les retiró la vida de lo que am aban, quedaron sotros después de la m u erte. N o , si querem os aceptar la vida del cielo, d e­
postrados co m o cadáveres, sin n in g ú n co n tro l sobre sí m ism os. bem os p o r todos los m edios vivir en el m u n d o y participar en sus debe­
Estos y otros tipos de experiencia similares enseñan a la b u ena gente res y asuntos. D e esta m anera, aceptam os la vida espiritual p o r m ed io de
sencilla que n o existe n in g u n a form a de cam biar la propia vida después nuestra vida civil y m oral; n o hay n in g u n a otra form a de que la vida es­
de la m u erte, n in g u n a fo rm a de reescribir u n a vida perversa co m o vida piritual p u eda form arse en nosotros, n in g u n a otra m anera de que nues­
b uena, o u n a vida infernal co m o vida angélica. Esto se debe a que la na­ tros espíritus pu ed an ser preparados para el cielo. Y esto es así p o rq u e vi­
turaleza de cada espíritu, de la cabeza a los pies, está d eterm inada p o r su vir una vida in te rio r sin vivir al m ism o tiem p o una vida e x te rio r es com o
am o r y, p o r consiguiente, p o r su vida. T ransform ar esto en su opuesto vivir en una casa que n o tiene cim ientos, en la que gradualm ente se abren
significaría la d estru cció n total del espíritu. Los ángeles insisten en que es grietas, y que se va desm oronando hasta que se d erru m b a.
más fácil transform ar u n a lechuza en palom a o en ave del paraíso que 529. Si m iram os críticam ente la vida h u m an a co n una perspectiva ra­
transform ar u n espíritu infernal en u n ángel del cielo. cional, verem os que es triple: vida espiritual, m oral y civil. Estas vidas son
E l lecto r p u e d e v er en el capítulo co rresp o n d ien te (supra, §§ 470-484) diferenciables: algunos llevan una vida civil pero n o espiritual o m oral,
que nuestra naturaleza después de la m u e rte está d eterm in ad a p o r lo que otros llevan una vida m oral pero n o espiritual, y otros una vida civil y
ha sido nuestra vida en el m u n d o . P odem os d ed u cir de esto que nadie m oral y tam bién una vida espiritual. Estos últim os son los que llevan la
p u ed e ser aceptado en el cielo sobre la base de la pura m isericordia. vida del cielo, m ientras que los dem ás llevan la vida del m u n d o , divor­
ciada de la vida del cielo.
E n p rim e r lugar, pues, p o dem os ded u cir que la vida espiritual n o es­
la fe y el am or: 2129, 6397. Los nom bres de personas y lugares en la Palabra no entran en te separada de la vida natural o la vida del m u n d o , sino que está unida a
el cielo, sino que se transform an en cosas y estados; y, en realidad, los nom bres ni siquiera ella com o el alm a al cu erp o ; y si estuvieran separadas, sería, tal co m o h e ­
pued en ser pronunciados en el cielo: 1876, 5225, 6516, 10216, 10282, 10432. Además, los mos dicho, co m o un a casa sin cim ientos.
ángeles piensan sin referencia al papel que las personas desem peñan: 8343, 8945 [8985], E n realidad, vivir u n a vida m oral y cívica es lo que hace el que lleva
9007. una vida espiritual, pues querer hacer el b ien es la esencia de la vida es­

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piritual y com p o rtarse b ien es la esencia de la vida m oral y cívica. Si es­ vela la naturaleza interior, la naturaleza en la que seguirán viviendo has­
tán separadas, la vida espiritual consiste solam ente en pensar y hablar, y la ta la eternidad (véase supra, §§ 499-511). P uesto que en tonces actúan sin
volun tad se debilita p o rq u e n o tiene n in g ú n apoyo. Sin em bargo, la vo­ restricciones externas, que son (com o acabam os de señalar) el m ied o a la
lu n tad es nuestra verdadera substancia espiritual. ley y a la pérdida de reputación, prestigio, beneficios o de la propia vida,
530. Lo q u e sigue p erm itirá co m p ro b ar q ue no es en absoluto tan di­ actúan v io len tam en te y se m ofan de la hon rad ez y la justicia.
fícil llevar u n a vida que conduzca al cielo. [3] E n cam bio, quienes han vivido honrada y rectam en te a causa de
¿Q u ién no puede llevar una vida m oral y cívica? D espués de todo, so­ las leyes divinas actúan sabiam ente cuando su naturaleza ex tern a se des­
m os intro d u cid o s en ella en la infancia y la co nocem os p o r vivir en el prende y se quedan en su naturaleza in terna, po rq u e están unidos a los
m und o . E n realidad, llevam os este tipo de vida seamos b u enos o malos, ángeles del cielo, que co m p arten con ellos su sabiduría.
puesto que nadie quiere ser considerado p o c o h o nrado o injusto. Casi to ­ Esto nos p erm ite ded u cir inicialm ente que la g ente espiritual puede
do el m u n d o practica la h o nradez y la rectitu d e x terio rm en te, hasta el com portarse básicam ente igual que la gente natural en su vida cívica y
p u n to de parecer au tén ticam en te h o n rad o y recto, de parecer que actúa moral, a co n d ició n de que estén unidos a la D ivinidad en su persona in ­
desde una h o n rad ez y una rectitu d auténticas. Las personas espirituales terior, en su v o luntad y en su pensam iento (véase supra, §§ 358-360).
tien en que vivir más o m en o s igual y p u e d e n hacerlo tan fácilm ente co­ 531. Las leyes de la vida espiritual, las leyes de la vida civil y las leyes
m o la g ente natural, co n la diferencia de q u e la gente espiritual cree en de la vida m oral nos han sido transm itidas en los D iez M andam ientos.
el Ser D iv in o y actúa h o nrada y ju sta m e n te n o sólo p o rq u e se sigan las Los tres prim eros c o n tie n en las leyes de la vida espiritual, los cuatro si­
leyes civiles y m orales, sino tam bién p o rq u e se siguen las leyes divinas. En guientes las leyes de la vida civil y los tres últim os las leyes de la vida m o ­
realidad, puesto q u e piensan en las leyes divinas cuando actúan, están en ral. E x te rio rm e n te , la gente p u ram en te natural vive según los m ism os
co ntacto co n los ángeles del cielo; y en esa m edida, están unidos a ellos m andam ientos que lo hace la gente espiritual. A doran lo D ivino, van a la
y su persona in te rio r —q u e es esencialm ente u n a persona espiritual— se iglesia, escuchan los serm ones, p o n e n cara de devoción, n o m atan ni co ­
abre. C u an d o ésta es nuestra naturaleza, el S eñ o r nos adopta y nos con­ m en ten adulterio, n o roban ni prestan falso testim onio ni despojan a sus
duce sin q u e nos dem os cuenta, y to d o lo q u e hacem os q u e es honrado colegas de sus bienes. Sin em bargo, se co m p o rta n de esta form a sola­
y recto —los actos de nuestra vida m oral y cívica—procede de una fuente m ente en su p ropio interés, para parecer buenos en el m undo.
espiritual. H acer lo q u e es h o n rad o y recto desde una fu ente espiritual es In terio rm e n te, estas personas son exactam ente lo co n trario de lo que pa­
hacerlo desde u n a h o n rad ez y rectitu d auténticas, o hacerlo desde el co­ recen ser e x te rio rm en te. Porque, en el fondo, niegan lo D iv in o y son h i­
razón. pócritas en el culto. E n su pensam iento privado, se burlan de los ritos sa­
[2] E x te rio rm e n te , esa h o n rad ez y esa re ctitu d se parecen a la ho n ra­ grados de la Iglesia, creyendo que sirven solam ente para co ntrolar a las
dez y rectitu d de la g ente natural o incluso de la gente perversa e infer­ masas ignorantes. [2] P or eso están to talm ente separados del cielo. Así,
nal, pero in te rio rm e n te son to talm en te diferentes. Los m alvados hacen lo puesto que n o son espirituales, tam p o co son personas civiles ni m orales;
que es ju sto y h o n ra d o solam ente p o r sí m ism os y el m u ndo. Si no tu­ pues au n q u e no m aten, odian a to d o el que se cruza en su cam ino y ar­
vieran m ied o de la ley y sus castigos, de p erd er su reputación, su riqueza den de venganza a causa de su odio. Si n o fuera p o r la co n stricción de las
y su vida, actuarían co n la más com pleta falta de honradez y de rectitud. leyes civiles y las restricciones externas ejercidas p o r sus m iedos, m atarían.
C o m o n o te m e n a D ios n i la ley divina, n o tie n e n n in g u n a restricción C o m o esto es lo que ard ientem ente desean, se deriva de ello que están
in te rio r que los contenga; así, en la m edida en que p u ed e n , estafan, ro­ constantem ente m atando. A u n q u e n o co m etan adulterio, sin em bargo,
ban y saquean a los otros sim plem ente p o r placer. Su naturaleza in terio r com o creen que n o hay nada m alo en ello, son co n stan tem en te adúlte­
se percibe co n claridad observando a quienes siendo co m o ellos están en ros, y realm ente co m e te n adulterio en cuanto p u ed en y tan a m en u d o
la otra vida, cu an d o la naturaleza e x te rio r de todos se desprende y se re­ com o tien en o p o rtu n id ad . A u n q u e n o roben, co n todo, co m o codician

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los bienes de los otros y consideran que la estafa y las estratagem as per­ danos, y el am o r al cielo lo dirige hacia los asuntos celestiales. Esto nos
versas son legalm ente justificables, están ro b an d o co n stantem ente en su perm ite saber en qué estado están los aspectos interiores de nuestra m e n ­
m ente. Lo m ism o sucede co n los otros m an d am ientos de la vida moral- te una vez identificam os nuestro am or. Esto es, si am am os el cielo, están
n o levantar falso testim o n io ni codiciar los bienes de los otros. Todos los elevados hacia el cielo y abiertos hacia arriba. Si am am os el m u n d o y a
que niegan lo D iv in o son así, todos los q u e n o tienen nin g u n a concien­ nosotros m ism os, están cerrados hacia arriba y abiertos hacia el exterior.
cia basada en la religión. Su naturaleza se p o n e claram ente de manifiesto De esta m anera p o dem os deducir que si los aspectos más elevados de
en la otra vida cuando son introd u cid o s en su naturaleza profunda des­ nuestra m e n te están cerrados a lo que está p o r encim a de ellos, n o p o d e ­
pués de que su naturaleza e x te rio r ha sido elim inada. C o m o están sepa­ mos ya ver los objetos que p e rte n e c en al cielo y a la Iglesia. Estos están
rados del cielo en ese p u n to , actúan al u n íso n o con el infierno; p o r eso en la oscuridad para nosotros, y to d o lo que está en la oscuridad lo n e ­
se asocian co n las personas que allí viven. gamos o n o lo com prendem os. P o r eso quienes se am an a sí m ism os y al
[3] Es diferente para quienes, en el fondo, han reco n o cid o a la m undo sobre todas las cosas niegan en el fondo las verdades divinas, pues
D ivinidad y han cu m p lid o las leyes divinas en las acciones de su vida, vi­ los niveles superiores de su m e n te están cerrados; y au n q u e digan algo so­
vien d o según los tres prim eros m andam ientos del D ecálogo pero tam bién bre ellas desde su m em o ria, sin em bargo no las co m p ren d en . T ie n e n la
según los otros276. C u a n d o son introd u cid o s en su naturaleza in terna, des­ misma actitud hacia esos tem as que hacia los intereses físicos y m u n d a ­
pués de q u e su naturaleza e x te rio r se ha desprendido, son más sabios de nos; y puesto que son así, no p u ed en pensar en nada salvo en lo que en ­
lo qu e lo eran antes en el m undo. E n trar en su naturaleza in tern a es co­ tra por sus sentidos físicos, que son su ú n ico deleite. Su experiencia sen­
m o salir de la oscuridad a la luz, de la ignorancia a la sabiduría, de una sorial incluye tam bién lo que es sucio, obsceno, irreligioso y crim inal. N o
vida triste a otra bienaventurada, p o rq u e están en lo D iv in o y p o r lo tan­ pueden ser apartados de esas obsesiones p o rq u e n o existe en su m en te
to en el cielo. ningún influjo del cielo, pues, co m o ya se ha señalado, su m e n te están ce­
H e m en cio n ad o esto para q u e se conozca có m o es cada clase de per­ rrada a lo que está p o r encim a de ellos.
sona, au n q u e am bos p u ed an llevar el m ism o tipo de vida exterior. [3] La in te n c ió n que fija nuestra visión o p en sam iento in te rio r es
532. C ualq u iera p u e d e reco n o cer q u e los pensam ientos tien d en a se­ nuestra voluntad, puesto que nuestras intenciones d ete rm in a n nuestras
g uir la o rie n ta c ió n de las intenciones, o a ir d o n d e nosotros pretendam os. metas, y nuestras m etas d e te rm in a n nuestros pensam ientos. P or eso, si as­
El pensam iento es realm ente nuestra visión in te rio r y se co m p o rta com o piramos al cielo, fijamos nuestro pensam iento en él, y c o n nuestro p e n ­
nuestra visión in terio r. Se o rien ta hacia el p u n to que se elige com o ob­ samiento, toda nuestra m ente, que p o r consiguiente está en el cielo. Esto
je tiv o y allí se queda. E n consecuencia, si nuestra vista o pensam iento in­ significa que nuestra m en te m ira las cosas del m u n d o co m o p o r debajo
te rn o se vuelve hacia el m u n d o y habita allí, nuestro pensam iento se ha­ de sí m ism a, co m o alguien que está en el tejado de una casa. P or eso
ce m undano. Si se o rie n ta hacia el yo y el prestigio social, se vuelve aquellos cuyos niveles m entales más profundos están abiertos ven los ele­
carnal. Sin em bargo, si se vuelve hacia el cielo, se hace celestial. Por eso, m entos falsos y perversos en ellos m ism os, puesto que éstos están p o r d e­
si se vuelve hacia el cielo es elevado; pero si se vuelve hacia el yo, es apar­ bajo de su m e n te espiritual. A la inversa, si n o están abiertos, n o p u ed e n
tado bruscam en te del cielo y se h u n d e en lo físico; si se vuelve hacia el ver sus elem entos falsos y perversos p o rq u e están en esos elem entos y no
m u nd o , se separa tam b ién del cielo y se difunde a todos los puntos que por encim a de ellos. Podem os ded u cir de aquí de d ó n d e p rocede nuestra
están ante nuestros ojos. sabiduría y de d ó n d e nuestra insensatez, y có m o serem os después de la
[2] Es nuestro am o r el que crea nuestra in te n ció n y el que fija nuestra m uerte cuando seamos dejados a nuestra in te n c ió n y a nuestro pensa­
vista o nuestro pensam ien to in te rio r en sus objetos. Así, el am o r a noso­ m iento y entonces actuem os y hablem os de acuerdo co n nuestra natura­
tros m ism os d irige nuestro p ensam iento hacia nosotros y lo que reivindi­ leza interior.
cam os co m o nuestro, el am o r al m u n d o lo dirige hacia los asuntos m un­ U n a vez más, hem os expuesto to d o esto para m ostrar có m o som os en

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el interio r, in d e p e n d ie n te m e n te de có m o p odam os parecer desde el ex­ ta la gran piedra, en el lugar de la bifurcación; pero en ese p u n to se se­
terior. p a ra b a n . Los justos se dirigían a la izquierda y cam inaban p o r el sendero
533. Vemos ahora q u e n o es tan difícil co m o se piensa llevar la vida e s t r e c h o que llevaba al cielo. Los m alos ni siquiera veían la piedra de la

del cielo, p o rq u e se trata sim plem ente de reconocer, cuando surge algo b i f u r c a c i ó n , sino que tropezaban con ella y se lastim aban. C u a n d o se le­

atractivo que sabem os q u e n o es ju sto o n o es h o nrado, que no debe ha­ v a n t a b a n , se precipitaban p o r el cam ino ancho de la derecha, que llevaba

cerse p o rq u e va co n tra los m andam ientos divinos. Si nos acostum bram os h a c i a el infierno.

a pensar así, y a p artir de esa práctica se form a u n hábito, nos vamos [2] M ás tarde se m e explicó el significado de to d o esto. El p rim e r sen­
u n ien d o gradu alm en te co n el cielo. E n la m edida en que estam os unidos dero, el cam ino ancho p o r el que justos y réprobos iban ju n to s, charlan­
al cielo se abren los niveles superiores de la m en te, y en la m edida en que do unos con otros co m o buenos am igos sin ninguna diferencia visible en ­
se abren, vem os lo q u e es injusto y fraudulento; y en la m edida en que tre ellos, representaba a las personas que e x te rio rm e n te llevan una vida
lo vem os, esas cualidades p u e d e n ser elim inadas. Pues n in g ú n m al puede honrada y justa, sin diferencias visibles entre unos y otros. La piedra que
ser desterrado hasta q u e n o se ha visto. Ese es u n estado en el que pode­ estaba en la bifurcación o esquina d o n d e los réprobos tropezaban, y des­
m os en trar gracias a nuestra libertad, puesto que to d o el m u n d o es libre de la que se precipitaban p o r el sendero que c o n d u ce al infierno, repre­
para pensar así. Sin em bargo, una vez ha com enzado el proceso, el Señor sentaba la verdad divina, que es negada p o r las personas que están cen ­
obra sus maravillas en nosotros y hace n o sólo que veam os los males sino tradas en el infierno. E n el sentido superior, esta piedra significaba la
que los rechacem os y finalm ente nos alejem os de ellos. Este es el sentido naturaleza h u m an o -d iv in a del Señor. Sin em bargo, quienes reconocían la
de las palabras del Señor: «Porque m i y u g o es fácil y ligera m i carga» verdad divina y tam bién la naturaleza divina del S eñor eran conducidos
(M ateo 11, 30). por el sendero que lleva al cielo.
N o obstante, es im p o rta n te co m p ren d er que la dificultad de pensar así Esto m e dem ostró una vez más que los justos y los réprobos llevan ex­
y tam bién de resistir al m al aum en ta en la m edida en que de m anera de­ terio rm en te la m ism a vida, o reco rren el m ism o cam ino, tan diligente­
liberada hacem os el m al; en realidad, en la m edida en que nos acostum ­ m ente unos co m o otros. Sin em bargo, quienes en el fo n d o reco n o c en lo
bram os a hacer cosas malas, llegam os a u n p u n to en que, finalm ente, ya Divino, especialm ente quienes p erten ecen a la Iglesia y rec o n o c en la na­
n o las vem os. E n to n ces llegam os a amarlas y excusarlas para gratificar turaleza divina del Señor, son llevados al cielo; m ientras que quienes no
nuestro am o r y las racionalizam os c o n to d o tip o de engaños, considerán­ la reconocen son conducidos al infierno.
dolas perm isibles y buenas. Esto sucede a las personas que en la adoles­ [3] Los cam inos en la otra vida representan los pensam ientos que flu­
cencia se sum ergen en to d o tipo de m al sin restricción y rechazan en el yen de nuestros propósitos o intenciones. Los cam inos que allí se presen­
fondo to d o lo divino. tan a la vista responden exactam ente a los pensam ientos de nuestra vo­
534. E n una ocasión se m e m ostró el cam ino que co n d u ce al cielo y luntad, y nuestra trayectoria sigue los pensam ientos que fluyen de
el cam ino que c o n d u ce al infierno. Elabía u n sendero am plio que se abría nuestros propósitos. P or eso se p u ede re co n o ce r la cualidad de los espíri­
a la izquierda, al n o rte. Parecía h ab er m uchos espíritus viajando p o r él. tus y de sus pensam ientos p o r sus cam inos. Esto m e m ostró tam bién el
E n la distancia p u d e v er una piedra m u y gran d e d o n d e finalizaba el ca­ significado de las palabras del Señor: «Entrad p o r la p u erta estrecha; p o r­
m in o ancho. D os senderos se abrían desde la piedra, u n o a la izquierda y que ancha es la p u erta y espacioso el cam ino que lleva a la perdición, y
otro, en el o tro lado, a la derecha. E l sendero de la izquierda era estrecho niuchos son los que entran p o r ella. P o rque estrecha es la p u erta y an­
y lim itado, con d u cía rodean d o el oeste hacia el sur, y p o r tan to a la luz gosto el cam ino que lleva a la vida, y pocos son los que la hallan» (M ateo
del cielo. El sendero de la derecha era anch o y abierto, y llevaba oblicua­ 13-14). El cam ino que lleva a la vida es estrecho n o p o rq u e sea difícil,
m e n te hacia abajo, hacia el infierno. sino porque m uy pocos lo encuentran.
Al p rincipio, to d o el m u n d o seguía claram ente el m ism o sendero has­ i La piedra que vi en el p u n to en que finalizaba el ancho cam ino co ­

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m ú n y los dos cam inos q u e parecían llevar en direcciones opuestas nre las miras puestas ante to d o en sí m ism os. C o m o han ensuciado las verda­
aclararon el significado de las palabras del Señor: «¿Qué, pues, es lo que des divinas p o r el egoísm o en que estaban inm ersos, algunos de ellos es­
está escrito: La piedra q u e desecharon los edificadores ha venido a ser la tán ta n trastornados que piensan que son dioses. P o r eso están con otros
cabeza del ángulo? T odo el que cayere sobre aquella piedra será quebran­ com o ellos en el infierno. A lgunos son ingeniosos y astutos y están en los
tado; mas sobre q u ien ella cayere, le desm enuzará» (Lucas 20, 17-18)277. La in fiern o s p o r ser personas astutas que em pleaban sus artes y artim añas pa­
piedra significa la verdad divina, y la roca de Israel representa al Señor res­ ra co n s tru ir apariencias externas que llevaran a las masas a creer que ellos
p ecto de su naturaleza h u m an o -d iv in a. Los constructores son los m iem ­ poseían una santidad divina.
bros de la Iglesia. La cabeza del ángulo es el lugar de la bifurcación, y ca­ [3] Esto incluye a num erosos santos católicos. Se m e ha p e rm itid o ha­
er y quebrantarse es negar y p e re c e r1. blar con algunos de ellos y se m e ha descrito su vida con m ucha claridad,
535. Se m e ha p e rm itid o hablar co n algunas personas en la otra vida la q u e habían llevado en el m u n d o y la que llevaban después.
que se han distanciado de los asuntos del m u n d o para vivir en devoción H e m en cio n ad o to d o esto para que se sepa que la vida que con d u ce
y santidad, y tam b ién co n algunos que se han m ortificado de diversas ma­ al cielo no es una vida separada del m undo, sino una vida en el m undo,
neras p o rq u e pensaban que eso era ren u n ciar al m u n d o y dom ar los de­ y q u e una vida de devoción separada de una vida de caridad (que sólo es
seos de la carne. Sin em bargo, la m ayoría de ellos había term in ad o lle­ posible en el m undo) n o con d u ce en absoluto al cielo. M ás bien, es una
vando u n a vida som bría, distanciándose de la vida de caridad activa que vida de caridad, una vida de co n ducta honrada y recta en el cum pli­
sólo p u ed e llevarse en el m u n d o , razón p o r la cual n o podían asociarse m ie n to de los deberes de cada uno, de las tareas y m isiones que a cada
con los ángeles. La vida de los ángeles es alegre y bendita. Consiste en cual corresponden, realizadas desde nuestra naturaleza más p rofunda y
actividades útiles que son actos de caridad. E n particular, las personas que p o r lo tanto desde una fuente celestial. La fuente de esa vida está en n o ­
han llevado u n a vida apartada de las p reocupaciones m undanas están sotros cuando actuam os de m anera honrada y recta p o rq u e actuar así es
enardecidas c o n el sentim iento de su p ro p io valor y desean intensa y co n fo rm e a las leyes divinas. Esa vida n o es difícil, pero sí lo es una vida
co n stan tem en te el cielo. Piensan en la alegría celestial co m o una recom ­ de devoción separada de una vida de caridad. U n a vida así separa del cie­
pensa, sin n in g ú n co n o c im ie n to de lo que realm ente es la alegría celes­ lo tan ciertam ente co m o se piensa que con d u ce hasta élb.
tial. C u a n d o están c o n los ángeles y son in tro d ucidos en esa alegría -q u e
k Una vida de devoción separada de una vida de caridad n o conduce a nada, pero j u n ­
n o tiene n in g ú n carácter de m é rito y consiste en actividades y servicios
tas llevan a cabo todo: 8252, 8253. La caridad hacia el prójim o es hacer lo que es bueno,
públicos y en la dicha p o r el b ien q u e se realiza con ellos—se sienten tan
justo y recto en cada tarea y en cada deber: 8120-8122. La caridad hacia el p rójim o in­
desconcertados co m o si estuvieran v ien d o algo to talm en te extraño a su
cluye absolutam ente todo lo que pensam os, deseam os y hacem os: 8124. U n a vida de ca­
fe. C o m o n o están abiertos a estas alegrías, se alejan y se asocian con per­
ridad es una vida según los m andam ientos del Señor: 3249. V ivir según los m andam ien­
sonas que han llevado el m ism o tip o de vida en el m undo.
tos del Señor es am ar al Señor: 10143, 10153, 10310, 10578, 10648 [10645], La verdadera
[2] H ay otros que e x te rio rm e n te h an llevado una vida devota, cons­
caridad no se atribuye nada porque procede de u n sentim iento profundo y el correspon­
tan tem en te en la iglesia y en oración. H an m ortificado su alma mientras
diente placer profundo: 2340 [2380], 2373 [2371], 2400, 3887, 6388-6393. N u estro carácter
pensaban co n stan tem en te en sí m ism os, en q u e eran m ejores y más esti­
duradero después de la m uerte está determ inado p o r la cualidad de nuestra vida de cari­
mables que otros y en q u e serían considerados santos después de su m uer­
dad en el m undo: 8256. La dicha celestial fluye desde el S eñor en una vida de caridad:
te. N o están en el cielo en la otra vida, p o rq u e han h ech o to d o eso con
2363 . N adie es llevado al cielo sim plem ente p o r pensar, sino p o r desear y hacer ju n to con

‘ U na piedra significa la verdad: 114, 643, 1298, 3720, 6426, 8609, 10376. P or eso la ley Pensar: 2401, 3459. A m enos de que la práctica del bien esté unida al deseo del bien y el
se escribió en tablas de piedra: 10376. La roca de Israel es el Señor en cuanto a la v e rd a d Pensamiento del bien, n o existe salvación ni unió n de nuestra persona in te rio r con la ex­
terior: 3987.
divina y su divina naturaleza hum ana: 6426.

465
P a r te III

El infierno
El S e ñ o r g o b ie r n a los in f ie r n o s

536. E n lo a n te rio rm e n te dicho sobre el cielo se ha aclarado en n u ­


merosos lugares (especialm ente en §§ 2-6) que el S eñor es el D ios del cie­
lo y que el g o b ie rn o de los cielos en su c o n ju n to está en m anos del Señor.
La relación del cielo con el in fiern o y del in fiern o co n el cielo es la de
dos opuestos que actúan u n o contra otro, acción y reacción de la que de­
riva el estado de equilibrio en el que to d o existe; y para que to d o se m an ­
tenga en ese equilibrio es necesario que el g o b ern an te de u n o sea tam ­
b ié n el g o b ern a n te del otro. Es decir, a m enos que el m ism o S eñor
controlara los ataques de los infiernos y frenara su locura, el equilibrio se­
ría destruido; y si el equilibrio fuera destruido, to d o lo dem ás tam b ién lo
sería.
537. Pero p rim e ro debem os decir algo sobre el equibbrio. Se sabe que
c u a n d o dos fuerzas actúan una contra otra y cuando una reacciona y re­
siste tanto co m o la otra actúa y em puja, nin g u n a pred o m in a p o rq u e hay
el m ism o p o d e r en am bos lados. E ntonces, las dos fuerzas p u ed e n ser m o ­
vidas p o r una tercera, puesto que cuando nin g u n a de las dos pred o m in a
d e b id o a su igual resistencia, la tercera fuerza lo controla to d o y actúa tan
fácilm en te co m o si no existiera nin g u n a resistencia.
[2] Éste es el equilibrio que existe entre el cielo y el infierno. Sin em ­
bargo, n o es el equilibrio que se pro d u ce entre dos personas que luchan
físicam ente y son tan fuertes una co m o otra; se trata más b ien de u n eq u i­
lib rio espiritual de la falsedad contra la verdad y del bien co ntra el mal.
La falsedad perversa alienta co n stantem ente desde el in fiern o y la verdad
b e n é v o la alienta co n stan tem en te desde el cielo. Éste es el equilibrio espi­
ritual que nos p roporciona la libertad para pensar y desear, puesto q u e to ­
do lo que pensam os y deseam os depende o del m al y su consiguiente fal­
sedad o del bien y su consiguiente verdad. [3] P o r eso, cuando estam os
en ese estado de eq uilibrio tenem os la libertad de dejar entrar y aceptar
lo que es el m al del in fiern o y su consiguiente falsedad o de dejar entrar
Y aceptar lo que es el b ien del cielo y su consiguiente verdad. C ada u n o

469
equilibrio, puesto que el S eñor nos go b iern a en el m u n d o p o r m ed io de
de nosotros es m an ten id o en ese eq u ilib rio p o r el Señor, que gobierna el
cielo y el in fie rn o 278. los espíritus que están en su m u n d o propio, tem a del que trataré en ca­
Explicaré más adelante, en capítulo aparte, p o r qué nos m antenem os pítulo aparte280.
en esa libertad p o r m ed io del equilibrio y p o r qué el p o d er divino no ale­ Este tipo de equilibrio no sería posible a m enos que el S eñor g o b e r­
ja de nosotros el m al y la falsedad in fu n d ien d o en su lugar el bien y la nara y regulara el cielo y el infierno. D e otra m anera, la falsedad m alévo­

verdad279. la atravesaría las fronteras y afectaría a la gente b u ena y sencilla que está
en las regiones exteriores del cielo, personas que p u e d e n ser más fácil­
538. E n ocasiones se m e ha p e rm itid o sentir el aura de falsedad malé­
m e n te engañadas que los verdaderos ángeles. E sto destruiría el equilibrio,
vola que fluye del infierno. Era co m o u n esfuerzo constante p o r destruir
y c o n la pérdida del equilibrio desaparecería nuestra libertad.
to d o lo b u e n o y verdadero, u n id o a una cólera, una especie de rabia por
no p o d e r hacerlo. E specialm ente era u n esfuerzo para destruir la natura­ 541. Igual que el cielo, el in fiern o se diferencia en com unidades. E n
leza divina del S eñ o r p o r ser él la fuen te de to d o bien y de toda verdad. realidad, existen tantas com unidades en el in fie rn o co m o en el cielo,
H e sentido u n aura de verdad benévola del cielo que servía para limi­ puesto que, para que haya equilibrio, cada co m u n id ad celestial tien e su
co n tra ria en el infierno.
tar la ira del esfuerzo q u e subía del infierno, lo que producía un equili­
Sin em bargo, las com unidades del in fiern o se diferencian según sus
brio. Percibí q u e la única fuente de esa aura era el Señor, aun q u e parecía
p roced er de los ángeles del cielo. Procedía ú n icam en te del S eñor y no de m ales y consiguientes falsedades po rq u e las com unidades del cielo se di­
feren cian según su buen a v o luntad y las consiguientes verdades. Podem os
los ángeles p o rq u e tod o s los ángeles del cielo ad m iten que nada bueno y
estar seguros de que existe algún m al opuesto a cada b ie n y alguna false­
verdadero pro ced e de ellos, sino que to d o pro cede del Señor.
dad opuesta a cada verdad, pues nada existe que no esté en relación con
539. Todo el p o d e r en el m u n d o espiritual p erten ece a la verdad be­
su opuesto. Lo opuesto nos p erm ite c o n o cer su verdadera naturaleza y su
névola y nada a la m alévola falsedad.
La razón de que to d o p o d e r p erten ezca al b ien y la verdad es que la verdadero nivel. La oposición es la fu ente de to d a percep ció n y sensa­
naturaleza divina esencial en el cielo es el b ien divino y la verdad divina, ció n 281.
P o r eso el S eñor cuida co n stantem ente de que cada co m u n id ad del
y to d o p o d e r p erten ece a lo D ivino. La falsedad m alévola n o tiene nin­
cielo tenga su opuesto en alguna co m u n id ad del in fiern o y de que exis­
gún p o d e r p o rq u e to d o el p o d e r p erten ece a la verdad benévola, y no hay
ta un equilibrio entre ellas.
n in g u n a verdad benévola en la falsedad m alévola. P or eso to d o el poder
está en el cielo, y nada en el infierno. E n el cielo todos están centrados en 542. Puesto que el in fiern o está diferenciado en tantas com unidades
co m o el cielo, hay tam bién tantos infiernos co m o com unidades en el cie­
lo qu e es verdadero p o r el bien, y en el in fie rn o todos están centrados
lo. Así co m o cada com u n id ad del cielo es u n cielo a escala reducida (véa­
en lo que es falso p o r el mal. Esta es la razón de que n o se abra a nadie
el cielo hasta que esté centrado en la verdad p o r el bien, y de que nadie sea se §§ 51-58), así tam b ién cada co m u n id ad del in fiern o es u n in fie rn o a
escala reducida.
arrojado al in fiern o hasta que esté centrado en la falsedad p o r el mal. En
apoyo de esto, véanse los capítulos en que trato del estado prim ero, se­ C o m o hay tres cielos en total, hay tam bién tres infiernos en total. H ay
u n in fiern o más pro fu n d o que es el opuesto al tercer cielo o cielo más in ­
g u n d o y tercero después de la m u erte (§§ 491-520); y sobre la verdad be­
te rio r; hay u n in fiern o m edio que es el opuesto al cielo segundo o m e­
nevolente q u e posee el poder, véase el capítulo sobre el p o d e r de los án­
d io ; y hay u n in fiern o su p erio r que es el opuesto al p rim e r cielo o cielo
geles del cielo (§§ 228-233).
m ás exterior.
540. Este, pues, es el equilibrio entre el cielo y el infierno. Q uienes
están en el m u n d o de los espíritus están en este equilibrio, puesto que el 543. D eb o explicar brevem ente có m o están gobernados los infiernos.
E n su conjunto, los infiernos están gobernados p o r u n a efusión del bien
m u n d o de los espíritus está a m ed io cam ino en tre el cielo y el infierno.
Por eso tam bién en el m u n d o som os m antenidos en el m ism o tipo de divino y la verdad divina procedentes de los cielos que frena y controla el

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esfuerzo g en eral q u e fluye de los infiernos. H ay tam bién una efusión es­ E l S e ñ o r n o e n v í a a n a d i e al i n f i e r n o :
pecífica d esde cada cielo y desde cada co m unidad del cielo. l o s e s p í r i t u s v a n p o r sí m i s m o s
E specíficam ente, los infiernos son g o b ernados p o r m edio de ángeles 545. A lgunos albergan la idea de que D ios aleja su m irada de los h o m ­
a los q u e se les da capacidad para exam inar los infiernos y controlar las bres, los desprecia y los envía al infierno, y está enojado co n ellos a cau­
locuras y d istu rb io s que allí tien en lugar. A veces, los ángeles son envia­ sa de su mal. A lgunos incluso llegan a pensar que D ios castiga a los seres
dos allí, y su m ism a presencia calm a las cosas. hu m an o s y les hace daño. Sostienen esta idea basándose en el sentido li­
E n g en eral, todos los habitantes de los infiernos están gobernados p o r teral de la Palabra, d o n d e se dicen cosas así, sin c o m p ren d e r que el sen­
sus m iedos, alg u n o s p o r m iedos sem brados en el m u n d o y todavía vivos. tido espiritual de la Palabra, que constituye el sentido de la letra, es to ­
Sin em bargo, co m o esos m iedos n o son suficientes y se debilitan gra­ talm ente diferente. La d o ctrin a real de la Iglesia, que procede del sentido
d ualm ente, s o n g o b ernados p o r el m ied o al castigo, que es el m ed io p rin ­ espiritual de la Palabra, enseña algo más. Enseña que el S eñor n u nca apar­
cipal para p re v e n ir el mal. H ay m u ch o s tipos de castigos, más suaves o ta su rostro de nadie ni hace daño a nadie, ni envía a nadie al in fiern o ni
más severos se g ú n el m al a q u e se apliquen. La m ayor parte del tiem po tam p o co se encoleriza“.
son unos e sp íritu s relativam ente m alévolos los que están en el poder, del Todo aquel cuya m en te está ilum inada percibe esto cuando lee la
que se h a n ap ro p ia d o p o r su exp erien cia y astucia; tales espíritus son ca­ Palabra sim plem ente p o r el h e ch o de que el S eñor es la b o n d ad m ism a,
paces de m a n te n e r a los dem ás en o b ediencia servil m ed ian te los castigos el am o r m ism o y la m isericordia m ism a282. E l bien no p u ed e hacer daño
y el m ie d o q u e éstos p ro d u cen . Estos espíritus dom inantes n o se atreven a nadie. El am or y la m isericordia n o p u e d e n perjudicar a nadie, po rq u e
a ir más allá d e los lím ites fijados. eso es co n trario a la m isericordia y el am or, y es p o r tan to co n trario a la
D e b e m o s c o m p re n d e r q u e la única form a de co n trolar la violenta fu­ naturaleza divina. P or eso las personas que piensan con una m e n te ilu ­
ria de los h a b ita n te s de los infiernos es a través del m iedo al castigo. N o m inada cuando leen la Palabra perciben claram ente que D ios n u nca se
existe n in g ú n o tro m edio. aparta de nosotros, y que p o r n o apartarse, se co m p o rta hacia nosotros
544. E n el m u n d o se cree todavía q u e existe un diablo que gobierna con b o n d ad , am o r y m isericordia. Esto es, nos desea el bien, nos am a y
los in fie rn o s y q u e fue creado co m o ángel de luz, pero que fue arrojado nos com padece.
al in fie rn o c o n sus secuaces después de p rom over una rebelión. La razón Las m entes ilum inadas ven tam bién que el sentido literal de la Palabra,
de esta c r e e n c ia es q u e la Palabra habla del diablo y de Satanás, y tam bién donde se dicen esas cosas, tiene u n sentido espiritual o culto en su in te­
de L ucifer; y e n estos casos la Palabra se en tiende literalm ente. Sin em ­ rior, u n sentido necesario para explicar expresiones que en la letra están
bargo, e n esos pasajes diablo y Satanás significan el infierno. El diablo sig­ adaptadas a la com p ren sió n hum ana, cosas dichas de acuerdo con nues­
nifica el in f ie r n o hacia la p arte po sterio r, donde vive la gente peor, las tras concepciones prim arias y generales.
personas p e rv e rsa s llamadas d em onios m alvados; y Satanás significa el in­ 546. Q u ien es están ilum inados ven tam b ién que bien y m al son dos
fiern o q u e e stá hacia la p arte delantera, d o n d e viven las personas m enos cosas opuestas, co m o opuestos son el cielo y el infierno, y que to d o bien
m alévolas, lo s llam ados espíritus del mal. Lucifer significa las personas que
p ro ced en d e B a b e l o Babilonia, cuyo p o d e r llega incluso hasta el cielo. * En la Palabra se dice del Señor que arde de ira, pero es la ira que está e n nosotros;
Pero n o e x iste n in g ú n diablo al q u e le estén som etidos los infiernos, y la Palabra dice esas cosas po rq u e es lo que nías parece a nosotros cuando som os castiga­
pues to d o s lo s q u e están en los infiernos, co m o todos los que están en los dos y condenados: 798 [5798], 6997, 8284, 8483, 8875, 9306, 10431. Incluso el m al se atri­
cielos, p e r te n e c e n al género h u m an o (véase §§ 311-317); además son m i­ buye al Señor, aunque nada que n o sea bien procede del Señor: 2447, 6073 [6071], 6992
llones los q u e h a n ido allí desde el p rin cip io de la creación hasta el día [6991], 6997, 7533, 7632, 7677 [7679], 7926, 8227, 8228, 8632, 9306. P o r qué la Palabra di­
presente, y a llí cada u n o es u n tipo de diablo en fu nción de la oposición ce esas cosas: 6073 [6071], 6992 [6991], 6997, 7632, 7643, 7679, 7710, 7926, 8282, 9009
a la D iv in id a d q u e tuviera en el m u n d o (véase supra, §§ 311-312). [9010], 9128. El Señor es pura m isericordia y clem encia: 6997, 8875.

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proced e del cielo y to d o m al del infierno. P o r otra parte, puesto que la n0 y verdadero. Sin em bargo, si co m o espíritus som os de las personas que
naturaleza divina del S eñ o r constituye el cielo (véase §§ 7-12), nada flu­ estu v iero n fam iliarizadas co n estas cosas en el m u n d o pero que las nega­
ye a nosotros desde el S eñ o r sino el b ien, y nada desde el in fiern o sino el ban o rechazaban en el fondo, entonces después de hablar algo sobre ello
mal. Así pues, el S eñ o r nos aparta c o n tin u am en te del m al y nos condu­ q u e r e m o s alejarnos y m archarnos. C u a n d o los ángeles lo observan, nos
ce hacia el bien, m ientras que el in fiern o nos in tro d u ce continuam ente dejan. D espués de pasar algún tiem po con otras personas, finalm ente tra­
en el m al. Si n o estuviéram os entre los dos, n o tendríam os pensam iento b a m o s am istad co n aquellos que están entregados a males sem ejantes
ni voluntad, m u ch o m enos lib ertad o capacidad de elección. Tenem os to­ (véase supra, §§ 445-452). C u an d o esto sucede, nos alejam os del S eñ o r y
dos estos dones d ebido al eq u ilib rio entre el b ie n y el mal. Por eso, si el v o l v e m o s el rostro hacia el in fiern o co n el que estábam os unidos en el
S eño r se alejara y fuéram os abandonados a nuestro propio mal, ya no se­ m u n d o , d o n d e viven aquellos que están inm ersos en u n tipo de am o r se­
ríam os hum anos. m ejante.
P odem os constatar así có m o el S eñor está constantem ente fluyendo V em os así que el S eñor con d u ce a cada espíritu hacia sí m ism o a tra­
en cada u n o co n el b ien, tan to en los réprobos co m o en los justos. La di­ vés d e los ángeles y a través de u n influjo desde el cielo, pero que los es­
ferencia estriba en que está constan tem en te apartando a las personas m a­ p íritu s que están absortos en el m al se resisten activam ente y v irtu a lm en ­
las del m al, m ientras que acerca co n stan tem en te a las personas buenas ha­ te salen disparados lejos del Señor. Su m al —el in fie rn o - tira de ellos com o
cia el bien. La razón de esta diferencia está en nosotros, puesto que somos si fu era una cuerda; y co m o son atraídos y qu ieren seguir al m al debido
nosotros quienes aceptam os283. a su a m o r p o r él, se arrojan librem ente al infierno.
547. Podem os d ed u cir de esto que el m al que hacem os procede del E sto resulta difícil de creer en el m u n d o debido a las ideas que se tie­
infierno, y el bien, del Señor. Sin em bargo, co m o creem os que todo lo n en sobre el infierno. E n realidad, ni siquiera parece así en la otra vida.
que hacem os pro ced e de nosotros m ism os, el m al que hacem os se agarra Parece d e otro m o d o a quienes están fuera del infierno, au n q u e n o a los
a nosotros co m o si fuera nuestro. P or eso som os nosotros los culpables de que se arrojan realm ente a él. Estos entran v oluntariam ente, y los que lo
nuestro m al, n u nca el Señor. El m al d en tro de nosotros es el infierno h acen p o r u n ardiente deseo de m al parece co m o si saltaran de cabeza.
den tro de nosotros, pues n o hay diferencia entre decir «mal» o «infierno». P or eso parece com o si fueran arrojados al in fie rn o p o r el p o d e r divino.
P uesto q u e som os culpables de nuestro m al, som os nosotros, no el Señor, Se dirá más sobre esto más adelante (véase infra, § 574)284.
quienes nos llevam os al infierno. E l Señor, lejos de llevarnos al infierno, Podem os ver, pues, que el S eñor no envía a nadie al infierno. Vamos
nos libera de él en la m ed id a en que n o deseam os ni am am os ser absor­ p o r nosotros m ism os, n o sólo m ientras vivim os en este m u ndo, sino tam ­
bidos en nuestro mal. Toda nuestra volu n tad y to d o nuestro am or per­ b ién después de la m u erte, cuando nos encontram os entre los espíritus.
m an ecen co n nosotros después de la m u e rte (véase §§ 470-484). Q uienes 549. La razón de que el Señor no pued a tratar a to d o el m u n d o igual
h an deseado y am ado lo que es m alo en el m u n d o desean y am an lo que desde su esencia divina, que es b ondad, am o r y m isericordia, es que nues­
es m alo en la otra vida, y entonces n o se les p e rm ite que se separen de tras preocupaciones falsas y perversas son u n obstáculo que n o sólo e m ­
ello. P or eso quienes están absortos en el m al están relacionados con el b o ta su influjo divino, sino que incluso lo rechaza. Estas inclinaciones fal­
in fiern o y realm ente están allí en espíritu; y después de la m u erte desean sas y perversas son co m o negras nubes que se in te rp o n e n entre el sol y
ard ien tem en te y p o r encim a de to d o estar d o n d e está su mal. Por eso, nuestros ojos y nos privan de la clara luz del sol. El sol trata co n tin u a­
después de la m u e rte som os nosotros, n o el Señor, quienes nos arrojamos m e n te de disipar las nubes, está detrás de ellas, actuando, y a veces algo
al infierno. de lu z nebulosa se abre paso hasta nuestros ojos m ediante varios rodeos.
548. D eb o referirm e a có m o sucede esto. C u an d o llegam os a la otra Lo m ism o o c u rre en el m u n d o espiritual. Allí el sol es el S eñor y el am or
vida, som os p rotegidos p o r los ángeles que h acen todo p o r nosotros y nos divino (véase §§ 116-140), allí la luz es la verdad divina (§§ 126-140). Allí,
hablan del Señor, el cielo y la vida angélica y nos enseñan lo que es bue­ las n u b es negras son las falsedades del m al, y el ojo, nuestra capacidad de

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esas verdades cóm o hablar co n aparente afecto y co m portarse hon rad a­
d iscernim iento. E n la m edida en q u e estam os absortos en la falsedad m a­ m ente co m o si estuvieran m otivados p o r una fe espiritual. E n cu an to a
lévola, hay u n a n u b e a nuestro alrededor cuya n eg ru ra y densidad de­ los que in te rio rm e n te pensaron lo con trario y se abstuvieron cuidadosa­
p en d e del nivel de nuestro mal. P odem os v er en este símil que la presen­ m ente de hacer el m al en que pensaban sim plem ente a causa de las leyes
cia del S eñ o r co n cada u n o es constante, pero nuestra aceptación es civiles y p o r su reputación, posición social o los perjuicios que ello p o ­
variable. dría acarrearles, son m alos en el fondo, y sólo físicam ente están en el bien
550. Los m alos espíritus son castigados severam ente en el m u n d o de y la verdad, pero n o con el espíritu. P or eso, cuando en la otra vida d e­
los espíritus para disuadirles de hacer el mal. T am bién esto parece proce­ s a p a re c e n las leyes externas y la naturaleza in te rio r que constituía su es­
d er del Señor, pero, sin em bargo, n in g ú n castigo de los que allí se infli­ píritu queda al descubierto, están to talm en te absortos en asuntos m alos y
gen viene del Señor, sino que p ro ced en del m ism o mal, puesto que cada falsos, despreocupados de lo b u en o y lo verdadero. E ntonces se p u ed e ver
m al está tan estrecham ente u n id o a su castigo que n o p u ed en separarse. que los valores buenos y verdaderos habitaban sim plem ente en su m e ­
La turba infernal n o ansia ni quiere nada más que hacer daño, especial­ m oria co m o cosas que habían aprendido y que sacaban de ella cuando h a­
m e n te m altratar y to rtu rar, y hace daño y m altrata a to d o aquel que no blaban, im itan d o las buenas acciones co m o si estuvieran m otivados p o r
está p ro teg id o p o r el Señor. P or eso, cuando se hace algún m al desde un un am or y una fe espirituales.
corazó n m alvado, c o m o éste rechaza cu alquier p ro tecció n del Señor, los C u an d o las personas así son introducidas en su naturaleza in tern a —es
m alos espíritus asaltan al m alh ech o r y le m altratan. decir, en su m al—ya n o p u ed e n decir nada verdadero. S olam ente p u ed en
E n alguna m edida, esto p u ed e ser ilustrado m ediante las acciones per­ decir lo que es falso p o rq u e sus palabras surgen de sus in ten cio n es p er­
versas y su castigo en el m u n d o , d o n d e están igualm ente unidos. A quí las versas. Es im posible decir algo verdadero co n fines perversos, pues cu an ­
leyes tien en una pena para cada crim en , de m o d o que q u ien se precipita do hay u n fin perverso el espíritu no está constituido más que p o r su pro­
en el m al se precipita tam b ién en su castigo. La única diferencia es que pio mal, y lo que em ana del m al es la falsedad.
en el m u n d o el m al p u ed e ser ocultado, lo que n o sucede en la otra vida. C ada espíritu del m al es red ucido a este estado antes de ser arrojado
Podem os p o r tan to co n clu ir que el S eñ o r n o hace daño a nadie. Lo al in fierno (véase supra, §§ 499-512). Esto se llam a ser despojado de lo que
m ism o sucede en este m u n d o . N o son el rey ni el ju e z ni la ley los res­ es verdadero y b u e n o “. El despojam iento es sim plem ente el proceso de ser
ponsables del castigo de la culpa, pues ellos n o son responsables del mal introducido en la naturaleza in tern a, en lo que es lo p ropio del espíritu,
del crim inal. o en el espíritu m ism o. Sobre este p u n to , véase supra, § 425.
552. C u a n d o u n ser h u m an o es así después de la m u erte, entonces no
T o d o s los q u e e stá n en es ya «persona espiritual» co m o era en el p rim e r estado (descrito supra, §§
los in fie r n o s están a b so r to s en los m a les 491-498); es verdaderam ente u n espíritu, que tien e u n rostro y u n cu er-
y las c o n s e c u e n t e s f a l s e d a d e s q u e d e r i v a n
d e s u a m o r a s í m i s m o s y al m u n d o * Antes de que la gente malvada sea arrojada al infierno, es despojada de lo que es ver­
551. Todos los q u e están en los infiernos están entregados a objetivos dadero y bu en o , y una vez se han quitado esos elem entos, entran voluntariam ente e n el
perversos y a las distorsiones que de ellos resultan. N o hay nadie entre­ infierno: 6977, 7039, 7795, 8210, 8232, 9330. El Señor n o les despoja [del bien y la ver­
gado a objetivos perversos q u e esté interesado en las percepciones verda­ dad], sino que lo hacen ellos mismos: 7642 [7643], 7926. C ada m al tiene algo falso en su
deras. M u ch o s m alvados del m u n d o c o n o cen las verdades espirituales, las interior; p o r eso quienes están resueltos al m al están resueltos a lo que es falso, a unque al­
verdades de la Iglesia, p uesto que las aprendieron prim ero en la infancia gunos n o lo com prendan: 7577, 8094. Las personas que están resueltas al m al no pued en
y después en los serm ones y en la lectura de la Palabra y han seguido dán­ evitar pensar falsam ente cuando piensan en sí mismos: 7437. T odos los que están en el in ­
dolas p o r supuestas en sus conversaciones. A lgunos incluso han llevado a fierno dicen falsedades, con in ten ció n perversa: 1695, 7351, 7352, 7357, 7392, 7698 [7689],
otros a creer q u e eran cristianos en el fondo p o rq u e habían aprendido de

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p o que co rresp o n d en a la naturaleza in te rn a de su m en te [animus]. Así ñ era d e describir b rev em en te todas las form as que adoptan, pues n o hay
pues, tiene una form a e x te rio r que es la im presión o efigie de su natura­ dos iguales. H ay solam ente una sem ejanza general en tre los que están
leza in tern a. Los espíritus son así u n a vez que se han com pletado los es­ absortos en males similares y se en c u e n tra n p o r lo tan to en la m ism a c o ­
tados p rim e ro y segundo a n te rio rm e n te descritos. Esto significa que m u n id a d infernal, sem ejanza que actúa co m o trasfondo c o m ú n q u e da
cuan d o son vistos p o r ojos espirituales se p u ed e decir instantáneam ente a los rostros individuales una especie de sem ejanza global. E n general,
cuál es su naturaleza n o sólo p o r su rostro, sino tam b ién p o r su cuerpo, y sus rostros son espantosos, tan carentes de vida co m o si fueran cadáve­
especialm ente p o r sus palabras y conducta. A dem ás, puesto que están en res. A lgunos rostros son negros, otros co m o pequeñas antorchas, otros
sí m ism os285, sólo p u e d e n estar d o n d e están las almas que les son seme­ c o n granos o co n grandes llagas ulcerosas. E n m uchos casos n o hay n in ­
jantes. [2] E n el m u n d o espiritual hay una participación com pleta en los g ú n rostro visible, solam ente algo p elu d o y h u esu d o en su lugar, m ie n ­
sentim ientos y pensam ientos consiguientes; p o r eso los espíritus se diri­ tras q u e otros sólo m uestran los dientes. Sus cuerp o s son ig u alm e n te d e­
gen espon tán eam en te hacia los espíritus sem ejantes, p o rq u e están m oti­ fo rm e s, y sus palabras parecen en carn ar la ira, el o d io o la venganza,
vados p o r lo q u e los atrae y deleita. E n realidad, se vuelven en esa direc­ p u es to qu e to d a su articulación p rocede de su falsa p erc ep c ió n , y el to ­
ció n p o rq u e así es c o m o inhalan su vida, o realizan librem ente su no, d e su in te n c ió n perversa. E n una palabra, todos son im ágenes de su
respiración286, y n o cu an d o se dirig en hacia cu alquier otro lugar. D ebe­ in fie rn o .
m os co m p ren d er que en el m u n d o espiritual la co m unicación depende [3] N o se m e ha p e rm itid o ver la form a del in fierno en su co njunto.
de la o rie n ta c ió n del rostro, y que las personas q ue estén enfrente de no­ Sólo se m e ha dicho que de la m ism a m anera que to d o el cielo co m o una
sotros son siem pre las que están en u n am o r co m o el nuestro. Esto es así sola entidad se asemeja a u n único h o m b re (§§ 59-67), así to d o el infier­
in d ep e n d ie n te m e n te de la fo rm a en q u e volvam os nuestros cuerpos (véa­ n o c o m o una sola en tid ad se asem eja a u n ú n ico diablo y p u ed e m an i­
se supra, § 151). festarse co m o la im agen de u n solo diablo (véase supra, § 544). Sin em ­
[3] P or eso los espíritus infernales se apartan del S eñor y se dirigen ha­ bargo, he visto a m e n u d o la form a que tie n e n los infiernos particulares o
cia los objetos oscuros y tenebrosos que están en el lugar del sol y la lu­ c o m u n id a d e s infernales, pues en su entrada (lo que se d en o m in a las p u e r­
na de la tierra, m ientras que los ángeles del cielo se vuelven todos hacia tas d el infierno) aparece a m en u d o una figura m onstruosa que de m an e­
el S eñ o r co m o sol y luna del cielo (véase supra, §§ 123, 143, 144, 151). ra g en e ral representa la form a de las personas que viven allí. La violencia
E sto nos lleva a la conclusión de que todos los habitantes de los in­ de esos habitantes se representa entonces m ed ian te espantosos horrores
fiernos están absortos en los males y sus falsedades consiguientes, y tam ­ q u e m e abstengo de m encionar.
b ién de q u e se vuelven hacia sus am ores. [4] D eb e saberse que los espíritus infernales tien en este aspecto a la luz
553. Vistos a la luz del cielo, todos los espíritus de los infiernos apa­ del cielo, pero que entre ellos aparecen co m o hum anos. E ste es u n do n
rec en c o n la fo rm a de su p ro p io m al. C ad a u n o es en realidad una im a­ de la m isericordia del Señor, para que n o se m uestren tan repulsivos un o
gen de su m al, p u esto q u e en cada in d iv id u o las naturalezas ex terio r e a o tro co m o se m uestran ante los ángeles. Sin em bargo, esta apariencia es
in te rio r actú an co m o una: los elem en to s más profundos se presentan a engañosa, puesto que en el m o m e n to en que en tra u n rayo de luz del cie­
la vista en los elem en to s exterio res, en la cara, el cu erp o , las palabras y lo esas form as hum anas se transform an en las form as m onstruosas que
la co n d u cta. P o r eso, m irán d o lo s, se p u e d e d ecir có m o son. E n general, esen c ialm en te son, las form as ya descritas, pues a la luz del cielo to d o se
son form as de desprecio hacia los otros, am enazas co ntra las personas ve com o realm ente es. P o r eso evitan la luz del cielo y se p ro te g en en su
q u e n o los veneran; son form as de diversas clases de odio, de diversas p ro p ia ilum inación, una ilum inación c o m o la d e carbones al rojo vivo o,
clases de venganza. La v iolencia y la cru eld ad se m uestran a través de en alg u n o s lugares, co m o azufre ardiente. Esta luz sin em bargo se trans­
ellas. C u a n d o los o tros los alaban o reverencian o adoran, entonces sus fo rm a e n pura oscuridad cuando fluye algún rayo de luz del cielo. P or eso
rostros se sosiegan y p arecen casi felices y gratificados. [2] N o hay m 3' se d e sc rib e n los infiernos com o si estuvieran en p en u m b ra y oscuridad,

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y p o r eso la p en u m b ra y la oscuridad caracterizan las distorsiones malé­ s o c ia l y la gloria. A m enos que éstos se aprecien en los servicios que ofre­
volas peculiares del infierno. cem os, nos decim os en el fondo: «¿A m í que m e im porta? ¿Por qué te n ­
554. H ab ien d o exam inado las form as m onstruosas de los espíritus en dría q ue hacerlo? ¿Q u é p u e d o sacar de ello?». P or eso lo olvidam os.
los infiernos, q u e co m o se señaló son todas form as de desprecio hacia los Vemos, pues, que quienes están absortos en el am o r a sí m ism os n o am an
otros, de am enazas co n tra quienes n o los respetan ni reverencian, de odio a su Iglesia, ni a su país o com unidad, ni n in g u n a actividad constructiva.
y venganza co n tra quienes n o los apoyan, se m e hizo claro que en gene­ Se am an ún icam en te a sí m ism os. Su único placer radica en la au to g rati-
ral son form as de am o r a u n o m ism o y al m u n d o y que los males que dan ficación; y puesto que el placer que se deriva del am o r constituye la vida
o rig e n a esas form as individuales derivan de esos dos am ores. Se m e ha h u m an a, su vida es una vida de su yo. U n a vida del yo es una vida que
dicho tam b ién desde el cielo, y se m e ha dado testim onio m ediante abun­ d ep e n d e de lo que p retendem os co m o nuestro, y en sí m ism o lo que p re­
dante experiencia, q u e estos dos am ores, el a m o r a u n o m ism o y el am or te n d em o s co m o nuestro n o es nada sino mal.
al m u n d o , g o b iern an los infiernos y constituyen realm ente los infiernos, Q u ienes se am an a sí m ism os am an tam b ién lo suyo, siendo específi­
y que el am o r al S eñ o r y el am o r al p ró jim o g o b iern an los cielos y cons­ ca m e n te lo suyo sus hijos, nietos y de m anera más general todos los que
tituyen realm ente los cielos. T am bién he ap ren d ido que los dos amores se relacionan con ellos, a quienes llam an «los suyos». Ese am o r es real­
del in fiern o y los dos am ores del cielo son absolutam ente opuestos. m e n te am o r a sí m ism os, p o rq u e consideran a los otros co m o si estuvie­
555. A l p rin cip io p reg u n té p o r qué el am o r a u n o m ism o y el am or ran e n ellos, y se cen tran en sí m ism os centrándose en los otros. Estos
al m u n d o son tan diabólicos, p o r qué las personas que están absortas en «otros» que reivindican co m o suyos incluyen a to d o aquel que los alaba,
ellos parecen tan espantosas. D espués de todo, en el m u n d o apenas dedi­ reverencia y adora.
cam os u n pen sam ien to al am o r a nosotros m ism os. N o s fijamos sola­ 557. Podem os ded u cir lo que es el am o r a u n o m ism o co m parándolo
m e n te en esa inflación e x te rio r del espíritu llam ada orgullo, que consi­ co n el am or celestial. E l am or celestial es am ar la actividad constructiva
deram os que, al ser tan visible, es el ú n ico egoísm o. N o sólo eso: si el p o r sí m ism a, o am ar p o r sí mismas las cosas valiosas que hacem os p o r la
am o r a u n o m ism o n o se expresa co m o orgullo, entonces se piensa en el Iglesia, el país, la co m u n id ad hum ana, o nuestros conciudadanos. Esto es
m u n d o que dicho am o r es el fuego vital que nos alienta a trabajar para rea lm en te am ar a D ios y am ar a nuestro prójim o, puesto que todas las ac­
conseguir una p osición elevada y realizar cosas constructivas. C reem os tividades constructivas y todas las acciones valiosas p ro ced en de D ios y son
que si n o vem os n in g ú n panoram a de h o n o r y de gloria en tales esfuer­ el p rójim o a quien debem os amar. E n cam bio, quienes am an estas activi­
zos, nuestro espíritu se volvería perezoso. La g en te se pregunta: «¿Quién dades p o r am o r a sí m ism os las am an sólo co m o esclavas que les sirven.
haría algo decente, útil o notable si n o es para ser alabado y respetado en Se sigue de ello que las personas entregadas al am o r a sí m ism as quieren
las palabras y los pensam ientos de los otros? ¿Y de dó n d e viene esto sal­ que su Iglesia, su país, la co m unidad h u m ana y sus conciudadanos sean
vo del fuego de u n am o r a la gloria y los h onores, esto es, al yo?». Por sus sirvientes más que ser ellos quienes les sirvan. Se sitúan p o r encim a
eso en el m u n d o la gen te n o co m p ren d e que en su p ropio a m o r a sí mis­ de su p ró jim o y lo rebajan. Así, en la m edida en que están entregados al
m a está el am o r q u e reina en el in fiern o y q u e constituye el in fiern o den­ am o r a sí m ism os, se separan del cielo p o rq u e se alejan del am o r celestial.
tro de nosotros. 558a288. P or otra parte, en la m edida en que estam os en el am o r celes­
Puesto q u e así es, en realidad, quisiera p rim ero describir qué es el tial —q u e es am ar las actividades valiosas y constructivas y ser m ovidos p o r
am o r a u n o m ism o, y luego explicar que to d o lo m alo y falso surge de un p la ce r sincero cuando las ofrecem os a nuestra iglesia, nuestro país, la
este am or287. c o m u n id a d h u m ana y nuestros conciudadanos—som os conducidos p o r el
556. El am o r a u n o m ism o es quererse sólo a sí m ism o, no a los otros Señor, p o rq u e éste es el am o r que él es y el am o r que procede de él. Sin
—la Iglesia, el país o cualq u ier co m u n id ad h u m an a—, salvo si es p o r uno em bargo, en la m edida en que nos centram os en el am o r a nosotros m is­
m ism o. Es ayudar a los dem ás ú n icam en te p o r la reputación, la s itu a c ió n m os —haciendo cosas valiosas y constructivas sólo para nosotros—nos c o n ­

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ducim os a nosotros m ism os, y en esa m edida, n o estam os siendo co n d u ­ sas en el a m o r a sí mismas, el am or a su pró jim o com ienza en el yo.
cidos p o r el Señor. D e ello se sigue pues, u n a vez más, que cuanto más Pretenden que to d o el m u n d o es su prójim o, y desde ahí co m o centro al­
nos am am os a nosotros m ism os, más nos alejam os de lo D iv in o y tam ­ canzan a todos los que se alian con ellos, co n intensidad progresivam en­
b ié n del cielo. te m e n o r en fu n ció n del am or que une a los otros con ellos. C onsideran
Ser co n d u cid o p o r el yo es ser c o n d u cid o p o r lo que reivindicam os a las personas que están fuera de ese g ru p o despreciables, y a quienes se
co m o nuestro, y lo que reivindicam os co m o nuestro no es otra cosa que o p o n e n a ellos y a sus fechorías los consideran enem igos. N o im p o rta lo
mal. Es realm ente nuestra mala herencia, q u e im plica am arnos a nosotros qu e realm ente sean, sabios, rectos, honrados o justos.
m ism os más que a D ios y al m u n d o más q u e al cielob. E l am or espiritual al p ró jim o com ienza sin em bargo co n el Señor, y
Estam os co m p letam en te absortos en nuestra im agen y, p o r lo tanto, en se extiende desde él co m o centro a todos los que están unidos a él p o r el
nuestro m al h ered itario siem pre que nos fijam os en cualquier cosa valio­ a m o r y la fe. Su extensión depende de la cualidad del am o r y la fec.
sa que hacem os, pues nos centram os en nosotros y nos separam os de lo Vemos, pues, que el am o r al p ró jim o que com ienza p o r nosotros m is­
que es bueno, en vez de centrarnos en lo q u e es b u en o y separarnos de m os es lo co n trario de u n am o r al pró jim o que co m ien ce p o r el Señor.
nosotros m ism os. Así, en las actividades valiosas establecem os u n a im agen El prim ero procede del mal, po rq u e procede de lo que exigim os com o
de nosotros m ism os y n o una im agen de lo D ivino. M e he cerciorado de n uestro, m ientras que el ú ltim o procede de lo que es bueno, p o rq u e p ro ­
esto tam bién p o r experiencia. H ay m alos espíritus que viven a m edio ca­ cede del Señor, que es el bien m ism o. Podem os ver tam bién que u n am o r
m in o entre el n o rte y el oeste, p o r debajo de los cielos, que son particu­ al p ró jim o que proceda de nosotros y de nuestra propia im agen es u n
larm e n te hábiles en llevar a los espíritus rectos a su ego y p o r tanto en am o r físico, m ientras que el am or al pró jim o que p ro cede del S eñor es
centrarlos en diversos tipos de m al. H acen esto absorbiéndolos en el p en ­ celestial.
sam iento sobre sí m ism os, o bien ab iertam en te m ediante palabras de ala­
banza y halago o e n cu b iertam en te d irig ien d o sus sentim ientos exclusiva­ , ■Quienesnosabenquéesamaralprójimopiensanquetodoelmundoessupróji­
m e n te hacia sí m ism os. E n la m edida en q u e lo logran, desvían el rostro m o yq uetodoelqueestáennecesidaddebeserayudado:6704.Creentambiénqueno­
de los espíritus rectos del cielo y oscurecen su e n ten d im ien to , haciendo sotros s om osnuestropropioprójimo,yqueelamorhaciaelprójimocomienzaporlo
surgir diversos males de su p reo cu p ació n p o r sí m ism os. tanto p ornosotrosmismos:6933.Quienesseamanasímismossobretodaslascosas,quie­
558b. Si se m iran sus orígenes y su esencia, se p u ed e ver que el am or nes p orconsiguientesongobernadosporelamorasímismos,tambiénpiensanqueel
a u n o m ism o y el am o r al p ró jim o son opuestos. E n las personas inm er- am or al p rójimoempiezaporelosmismos:8120[6710].Unaexplicacióndelaformaen
que s om osnuestroprójimo:6933-6938.Sinembargo,laspersonasquesoncristianasy
bElegoqueobtenemosdenuestrospadresporlaherencianoesotracosaquemal aman a DiossobretodaslascosaspiensanquesuamoralprójimocomienzaporelSeñor,
condensado:210,215,731,876,987,1047,2307,2318[2308], 3518,3701,3812,8480,8550, porque é ldebeseramadosobretodaslascosas:6706,6711,6819,6824.Haytantostipos
10283,10284,10286,10731[10732], Estarcentradosenelyoimplicaamarnosanosotros diferentes d eprójimocomodiferentestiposdebienprocedentesdelSeñor,yelbiende­
mismosm ásqueaDiosyalmundom ásquealcielo,yconsideraranuestroprójimoco­ be ser h echodemaneradiferenteconcadaindividuoenfuncióndelacualidaddelesta­
monadacomparadoconnosotros,salvocuandonosbeneficia;poresoesamoranoso­ do d eeseindividuo,locualesunasuntodeprudenciacristiana:6707,6709,6710[6711],
trosmismosyamoraunomismoyalmundo:694,731,4317,5660.Delamoraunomis­ 6818. E xistenmuchísimasdiferencias;poresolospueblosprecristianos,quesabíanloque
moyalmundocuandosecolocanenprimerlugarprocedentodoslosmales:1307,1308, era el p rójimo,clasificabanlosactosdecaridadenvariosórdenesylesdabannombresque
1321,1594,1691,3413,7255,7376,7480[7490], 7488,8318,9335,9348,10038,10742;lo les p ermitíansaberenquéformaunapersonauotraerasuprójimoycómodebíaserayu­
quesoneldesprecioporlosotros,lahostilidad,elodio,lavenganza,laviolenciayelen­ dada c onprudencia:2417,6629[6628], 6705,7259-7262.Ladoctrinadelasiglesiaspre­
gaño:6667,7372[7370], 7374,9348,10038,10742;ydeestosdosmales,fluyetodolofal­ cristianas e raunadoctrinadecaridadparaconelprójimo,yésaeralafuentedesusabi­
so:1047,10283,10284,10286. duría: 2 385,2417,3419,3420,4844,6628[6629],
482 483
E n u n a palabra, cu an d o estam os absortos en el am or a nosotros mis­ quien es se a m a n a sí m ism o s so b re to d as las cosas se v u e lv e n h acia ellos
m os, éste constituye nuestra cabeza, y el am o r celestial constituye los pies. m ism os y el m u n d o , y se alejan, p o r ta n to , d el S e ñ o r y d el cielo. P o r eso
Sobre ese am o r celestial nos m an ten em o s en pie, y, si n o nos sirve, lo pi­ tales in d iv id u o s so n p resa d e to d o tip o d e m ales y p o r eso la n atu ra lez a
soteam os. P or eso parece co m o si las personas q u e son arrojadas al infier­ divina n o p u e d e flu ir e n ellos. E sto se d e b e a q u e e n el m o m e n to e n q u e
n o se tiraran de cabeza, co n la cabeza hacia abajo y los pies hacia el cie­ fluye, q u e d a su m e rg id a e n p e n s a m ie n to s so b re el sí y p ro fa n a d a y sa tu ra­
lo (véase supra, § 548). da d e los m ales q u e su rg e n del h e c h o d e estar c e n tra d o s e n sí m ism o s. P o r
559. Por naturaleza, el am o r a u n o m ism o crece salvaje en la m edida eso to d o s ellos se alejan d el S e ñ o r e n la o tra v id a, se d irig e n h ac ia la os­
en qu e se aflojan las riendas, esto es, en la m edida en que las trabas exte­ cu rid ad q u e o c u p a allí el lu g a r d el sol d el m u n d o y q u e está e n el lad o
riores constituidas p o r el m ied o a la ley y sus castigos, el m iedo a perder op u esto al sol del cielo, q u e es el S e ñ o r (véase § 123, supra). O s c u rid a d
la reputación, la estim a, los beneficios económ icos, la posición social y la significa m al, y el sol d e n u e s tro m u n d o sig n ifica a m o r a u n o m is m o d.
vida desaparecen. C rece en estado salvaje hasta el p u n to de querer go­ 562. E n té rm in o s g en erales, las características neg ativ as d e las p erso n a s
b ern a r n o sólo el c o n ju n to del globo, sino incluso el cielo y al Señor. N o centradas e n el a m o r a sí m ism o s so n d esp re cio p o r los o tro s, en v id ia,
co n o ce n in g ú n freno, n in g ú n lím ite. Está latente en to d o el que está cen­ enem istad h acia c u a lq u ie ra q u e n o esté d e su p a rte , y la c o n s ig u ie n te h o s­
trado en el am o r a sí m ism o au n q u e pueda n o verse en el m undo, don­ tilidad; o d io s diversos, v en g a n za , astucia, en g a ñ o , d u re z a y cru e ld a d . E n
de las trabas q u e h em os m en cio n ad o p u ed en retenerlo. cuestiones religiosas, esto n o sólo se e x tie n d e a u n d e sp re c io p o r lo
N o p odem os dejar de verlo en las personas q ue están en el p o d er y en D ivino y los d o n e s d iv in o s q u e so n los e le m e n to s b u e n o s y v erd a d ero s d e
los reyes q u e n o tien en el freno q u e supone este tipo de trabas. Se lanzan la Iglesia, sin o q u e c o m p re n d e ta m b ié n u n a ira h acia tales cosas, ira q u e
salvajes a la conquista de tantos te rrito rio s y reinos co m o puedan y aspi­ se tran sfo rm a e n o d io c u a n d o n o s c o n v e rtim o s e n esp íritu s. E n to n c e s , n o
ran a u n p o d e r y u n a gloria ilim itados289. Esto es aún más claro en la m o­ solam ente n o p o d e m o s o ír h ab lar d e esos asu n to s, sin o q u e n o s in fla m a ­
dern a B abilonia290, q u e extien d e su control hasta el cielo y transfiere to­ mos en o d io c o n tra to d o a q u e l q u e r e c o n o c e y a d o ra lo D iv in o .
do el p o d e r divino del S eñ o r a sí m ism a e incluso ansia más. H ab lé c o n u n h o m b re q u e h ab ía sido p o d e ro so e n el m u n d o y se h a ­
El lecto r p u ed e ver en m i obra E l Juicio Final que quienes son así se bía am ad o d em asiad o a sí m ism o . C u a n d o o ía ta n só lo m e n c io n a r lo
o p o n e n diam etralm ente a lo D iv in o y al cielo y que prefieren el infierno D ivino - e s p e c ia lm e n te c u a n d o o ía el n o m b r e d el S e ñ o r - se sen tía ta n e x ­
cuan d o llegan a la otra vida después de la m u erte. citado p o r la có lera y el o d io q u e se c o n s u m ía c o n ideas d e asesinato.
560. Si im aginam os u n a co m u n id ad constituida p o r personas de esta C u an d o se d esatab an las rien d a s d e su p e rv e rso am o r, in c lu so deseab a ser
clase, todas co m p letam en te entregadas al am o r a sí mismas, sin preocu­ el m ism o d iab lo p ara d ar satisfacció n a su a m o r m e d ia n te in c esa n tes a ta ­
parse p o r los dem ás a m en o s que sean sus aliados, verem os que su amor ques al cielo. M u c h o s in d iv id u o s d e la re lig ió n p ap al sie n te n este d eseo
n o es diferente del q u e se tien en los ladrones entre sí. E n la m edida en en la o tra vida c u a n d o c o m p re n d e n q u e el S e ñ o r tie n e to d o el p o d e r y
que actúan de acuerdo, se abrazan unos a otros y se llam an amigos; pero que ellos n o tie n e n n in g u n o .
una vez que dejan de co o p erar y rechazan cualq uier subordinación entre 563. Se m e a p a re c ie ro n alg u n o s esp íritu s e n la re g ió n o c c id e n ta l, h a ­
ellos, se atacan y destrozan m utu am en te. Si su naturaleza profunda Ia cia el sur, q u e d ec ía n q u e se les h ab ía c o n c e d id o g ran h o n o r e n el m u n -
m e n te — fuera explorada, se com probaría que está llena de un odio vir I Y q u e m e re c ía n ser asce n d id o s p o r e n c im a d e los d em ás y te n e r p o d e r
lento p o r los otros, q u e en el fo n d o ridiculiza to d o lo ju sto y honrado/®
que ridiculiza incluso a la D eidad, desdeñándola co m o algo carente i El sol denuestromundosignificaelamoraunomismo:2441.«Inclinarsealsol»
valor. Esto se descubre más claram ente en las com unidades de los i j uteronom io 4,19;17,3]significaadorarlascosasquesoncontrariasalamorcelestial
nos, q u e se describirán más adelante.
y al s .
ñor. i?10584.El«solquecalienta»[Éxodo16,21]significalaaparicióndelde-
44
1

561. Los niveles más profundos de los pensam ientos y sentim ientos i Se° ardiente de mal: 8487.

484 485
sobre ellos. F u ero n exam inados p o r los ángeles para ver cóm o eran inte­ cio q u e rea lice n p o r los d em ás lo h a c e n e n rea lid ad p o r su p ro p ia estim a
rio rm e n te , y resultó q u e en sus oficios terrenales n o habían prestado nin­ y reputación, p u e s to q u e so la m e n te eso les sirve. A y u d a r a los o tro s es p a ­
g una aten ció n al servicio a los dem ás, sino solam ente a sí m ism os, lo que ra ellos sim p le m e n te u n m e d io d e ser serv id o s, re sp e ta d o s y h o n ra d o s . Se
significaba que se habían puesto a sí m ism os antes que el servicio. C o n esfuerzan p o r c o n s e g u ir u n p u e s to elev ad o n o p o r el b ie n q u e p u e d a n h a ­
todo, puesto que estaban inflam ados co n la am b ición de ser ascendidos cer por su país y su Iglesia, sin o p ara ser re c o n o c id o s y en salzad o s y p o r
se les p e rm itió q u e se u n ieran a u n g ru p o q u e discutía algunos asuntos tanto p ara d e le ite d e su c o ra z ó n .
im po rtan tes. Se p u ed e d ecir que eran incapaces de prestar la m e n o r aten­ [3] E l a m o r al p o d e r p e rm a n e c e c o n n o so tro s d esp u és d e la m u e rte .
ció n a las cuestiones reales q u e se discutían y de ver n in g ú n asunto en Sin em b arg o , a aq u ello s cu y a a u to rid a d descansaba e n el a m o r al p ró jim o
profundidad. N o hablaban sobre la base de los sentim ientos constructivos se les e n c o m ie n d a el p o d e r e n los cielos. E n realid ad , n o s o n ellos q u ie ­
de la discusión, sino solam ente sobre la base de su pro p io ego. Esta con­ nes tie n e n p o d e r, sin o los serv icio s q u e am an , y c u a n d o rig e el serv icio ,
ducta estaba m otivada p o r el deseo de congraciarse co n ellos mismos; por rige el S eñ o r. S in em b a rg o , aq u ello s cu y a a u to rid a d e n el m u n d o d es­
eso, fueron despedidos y se les dejó para que buscaran oficio en cualquier cansaba e n su eg o ísm o , lleg an al in fie rn o d esp u és d e su v id a e n este m u n ­
otra parte. E ntonces, se fu ero n más hacia occid ente, d o n d e se les aceptó do y so n allí m iserables esclavos. H e v isto a p erso n a s p o d e ro sa s cu y a a u ­
en diversos lugares, p ero en todos los casos se les dijo que no pensaban to rid a d e n el m u n d o h ab ía estad o basada e n su e g o ísm o , a b a n d o n a d o s
nada más q u e en sí m ism os y que sólo pensaban en las cosas con relación en tre los m ás m iserables, alg u n o s d e ellos v iv ie n d o e n le trin a s .
a sí m ism os. Esto significa que eran espíritus estúpidos, com o espíritus 565. E n c u a n to el a m o r al m u n d o , n o se o p o n e ta n f u e r te m e n te al
carnales y sensuales. D o n d e q u ie ra q u e llegaban, eran rechazados. Pasado a m o r celestial, p o r q u e e n él n o ex iste n ta n to s m ales la te n te s.
u n tiem po, estaban co m p letam en te arruinados y tu v iero n que pedir li- E l a m o r al m u n d o es q u e re r d esv iar la riq u e z a d e lo s d e m á s h a c ia n o ­
m osna 291 . sotros p o r c u a lq u ie r m e d io . E s p o n e r n u e s tro c o ra z ó n e n la r iq u e z a y p e r ­
U n a vez más vi así q u e n o im p o rta cuán sabiam ente pueda parecer m itir q u e el m u n d o n o s a p a rte d el a m o r esp iritu a l q u e es el a m o r al p r ó ­
que se habla en el m u n d o desde el fuego del egoísm o, pues se trata sim­ jim o y p o r ta n to al cielo y a lo D iv in o .
p lem en te de m em o ria ru tin aria y n o de luz racional. P or eso en la otra E ste a m o r a d o p ta m u c h as fo rm as. P o d e m o s a m a r la r iq u e z a p ara ser
vida, cuando ya n o se p e rm ite a esos espíritus recuperar las cosas de su elevados a ran g o s su p e rio re s sim p le m e n te p o r q u e n o s g u s ta n las p o s ic io ­
m e m o ria natural, son más estúpidos q u e los dem ás, p o rq u e están separa­ nes elevadas. P o d e m o s a m a r u n ra n g o y u n a p o s ic ió n ele v a d o s p o r la r i ­
dos de lo D ivino. queza. P o d e m o s a m a r la riq u e z a p o r los div erso s p laceres q u e p ro c u ra en
564. H ay dos clases de poder. U n a pro cede del am or a nuestro próji­ el m u n d o . P o d e m o s am ar la riq u e z a sim p le m e n te p o r la riq u e z a , es d e ­
m o y la otra del am o r a nosotros m ism os. E n esencia, estas dos clases de cir, p o r avaricia, etc. E l o b je tiv o d e ser ric o es la u tilid a d d e la riq u e z a , y
p o d e r son exactam ente opuestas. Q u ien es tie n e n p o d e r p o r am or al pró­ el o b je tiv o o u tilid a d es lo q u e d a a u n a m o r su cu a lid a d . E sto es, la c u a ­
jim o desean el b ien de todos y n o q uieren o tra cosa que ser útiles, esto lidad d e u n a m o r está d e te rm in a d a p o r el o b je tiv o q u e se p re te n d e . T o d o
es, servir a los otros (servir a los otros significa desear el bien y ayudar a lo dem ás sirve d e m e d io p ara ello.
los otros, ya sea la Iglesia, el país, la co m u n id ad o los conciudadanos). Es­
te es su am o r y el deleite de su corazón. C u a n d o esas personas son ele­ El f u e g o d e l i n f i e r n o y el c r u j i r d e d i e n t e s
vadas a posiciones im p o rtan tes se regocijan, p ero n o p o r causa del honor, 566. H a s ta a h o ra , ap en as n a d ie c o n o c ía el s ig n ific a d o d e l fu e g o e te r ­
sino de las cosas constructivas que p u ed en h acer en m ayor m edida y en n o y el c r u jir d e d ie n te s q u e e n la P ala b ra292 se a trib u y e a q u ie n e s están
u n nivel superior. Este p o d e r es co m o el de los cielos. en el in fie rn o . E sto se d e b e a q u e se p ie n sa d e m a n e r a m a te ria lis ta so ­
[2] E n cam bio, aquellos cuyo am o r a sí m ism os les lleva a conseguir b re las a firm a c io n e s d e la P alab ra, ig n o r a n d o su s e n tid o e s p iritu a l.
poder, n o desean el b ien a nadie más que a sí m ism os. C u alq u ier servi­ A lg u n o s p ie n s a n q u e el fu e g o es u n fu e g o m a te ria l, o tro s q u e es el t o r ­

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m e n tó e n g e n e ra l, o tro s q u e so n los re m o r d im ie n to s d e c o n c ie n c ia , piritual hacia el m u n d o natural y no del m u n d o natural hacia el espiri­
o tro s q u e n o s o n m ás q u e p alabras d estin a d as a p ro v o c a r el m ie d o al m al tual; y to d o am o r es espiritual po rq u e es la esencia m ism a de la vida. [3]
e n n o so tro s. A lg u n o s p ie n s a n q u e el c r u jir d e d ie n te s es u n a e sp ec ie de Por otra parte, quienes creen que algo sucede en el m u n d o natural apar­
c h ir r id o , o tro s q u e se tra ta s o la m e n te d e u n a e sp e c ie d e es ca lo frío c o ­ te del influjo del m u n d o espiritual están tam bién equivocados, puesto
m o el q u e se n tim o s c u a n d o o ím o s ese tip o d e r u id o p r o d u c id o p o r los q u e los fenóm enos naturales surgen y perd u ran solam ente a p artir de los
d ie n te s. espirituales. Incluso los elem entos del reino vegetal o b tien en su p o d e r de
S in em b arg o , c u a lq u ie ra q u e esté fa m ilia riz a d o c o n el se n tid o esp iri­ germ inación de esta clase de influjo. El calor natural de la prim avera y el
tu a l d e la P alabra p u e d e c o m p re n d e r lo q u e so n el fu e g o e te r n o y el c ru ­ verano dispone sim plem ente las semillas en sus form as naturales h in c h á n ­
j i r d e d ie n tes, p u e s to q u e h ay u n se n tid o esp iritu a l e n cada ex p re sió n y dolas y abriéndolas para que el influjo del m u n d o espiritual pueda ten er
e n el sign ificad o d e cada e x p re sió n e n la P alabra. E n el fo n d o , la Palabra su efecto causal.
es esp iritu al, y el se n tid o e sp iritu a l sólo se p u e d e ex p re sar p ara n o so tro s M e n cio n o to d o esto para aclarar que existen dos tipos de calor, espi­
e n té rm in o s n atu ra les p o r q u e estam os e n u n m u n d o n a tu ra l y pen sam o s ritual y natural, y que el calor espiritual p rocede del sol del cielo y el ca­
so b re la base de lo q u e e n c o n tra m o s e n él. lor natural del sol del m u n d o , y que el influjo y la coo p eració n estable­
E n las p ág in as sig u ien te s ex p lica ré , p u es, q u e el fu e g o e te r n o y el c ru ­ cen los efectos que vem os ante nosotros en el m u n d o 1.
j i r d e d ie n tes son lo q u e los seres p erv e rso s e n c u e n tra n d esp u és d e la 568. Para nosotros, seres hum anos, el calor espiritual es el calor de la
m u e rte , o lo q u e e x p e r im e n ta n sus esp íritu s u n a vez están e n el m u n d o vida, po rq u e co m o ya señalábam os es esencialm ente am or. Este am o r es
e sp iritu al. lo q u e significa el fuego en la Palabra. E l fuego celestial significa am o r al
567. H ay dos fuentes de calor. U n a es el sol del cielo, que es el Señor, S e ñ o r y am o r al prójim o, y el fuego infernal significa am o r a u n o m ism o
y la otra es el sol de nuestro m undo. El calor q u e procede del sol del cie­ y a m o r al m undo.
lo o del S eñor es calor espiritual, q u e en su esencia es am or (véase supra, 569. E l fuego o am or infernal tiene el m ism o o rig e n que el fuego o
§§ 126-140). El calor q u e procede del sol de nuestro m undo, sin em bar­ am or celestial, a saber, el sol del cielo o el Señor. Sin em bargo, es troca­
go, es u n calor natural q u e en su esencia n o es am or, sino que sirve al ca­ do en fuego infernal p o r aquellos que lo reciben, pues to d o influjo del
lo r o am o r espiritual c o m o receptáculo. Podem os ded u cir que en esencia m undo espiritual varía en fu nción de có m o es recibido o según las for­
el am o r es calor del h e ch o de q u e nuestra m e n te [animus] y nuestro cuer­ mas en las que fluye. Lo m ism o sucede con el calor y la luz del sol del
p o se en cien d en a causa del am o r y de acuerdo co n su intensidad y cua­ m undo. E l calor que desde ese o rig e n fluye en los árboles y las flores p ro ­
lidad. Esto nos sucede tan to en invierno co m o en verano. Podem os tam ­ duce la vegetación y los arom as suaves y agradables. E l m ism o calor cuan­
b ién observar el calor de nuestra sangre. E n cu an to al h ech o de que el do fluye en el estiércol o en la carroña pro d u ce descom posición y u n h e ­
calor natural q u e surge del sol del m u n d o sirve al calor espiritual com o d or repugnante. Igualm ente, la luz del m ism o sol pro d u ce sobre un
receptáculo, esto lo p o d em o s d ed u cir de q u e el calor del c u e rp o es esti­ objeto colores herm osos, adorables, m ientras que sobre otro pro d u ce co­
m ulad o p o r el calor del espíritu y lo incita. Podem os fijarnos de form a lores feos y desagradables. Sucede lo m ism o c o n el calor y la luz del sol
particu lar en los efectos del calor de la prim avera y el verano sobre todas del cielo, que es am or. C u an d o el calor o el am o r fluye en recipientes
las especies animales, c o n sus ciclos am orosos anuales. [2] N o es que el buenos, co m o los h om bres y los espíritus o ángeles b u enos, hace fértil su
calor natural haga que esto suceda, sino q u e d ispone los cuerpos para que
sean receptivos al calor q u e fluye a ellos desde el m u n d o espiritual. Vemos 1 H ay uninflujodelmundoespiritualenelmundonatural:6053-6058,6189-6215,
q ue el m u n d o espiritual fluye en el natural a la m anera en que una cau­ 6307-6327, 6
466-6495,6598-6626.H ay tambiénuninflujoenlasvidasdelosanimales:
sa fluye en su efecto. Q u ie n e s piensan que el calor natural crea estos am o­ 5850; ytambiénenloselementosdelreinovegetal:3648.Esteinflujoesunesfuerzocons­
res están m u y equivocados, puesto que el influjo procede del m u n d o es­ tanteporactuardeacuerdoconelordendivino:6211,6212.
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bondad; m ientras que cu an d o fluye en h o m b res perversos pro d u ce el Y su tierra [se co n vertirá] en b rea ard ien te. N o se apagará de n o c h e ni de día,
efecto contrario. Su perversidad o lo sofoca o lo desvirtúa. Igualm ente, p e rp e tu a m e n te subirá su h u m o (Isaías 34, 9-10).
cuan d o la luz del cielo fluye en las percepciones verdaderas a p artir de una P o rq u e h e aquí, v ien e el día ard ien te c o m o u n h o m o , y to d o s los soberbios
volu n tad buena, p ro d u ce inteligencia y sabiduría; pero cuando fluye en y to d o s los q u e h acen m aldad serán estopa; aq u el día q u e v en d rá los abrasará
distorsiones malvadas, se to rn a allí locura y diversos tipos de ilusión. Todo (M alaquías 4, l) 295.
d ep en d e de la recepción.
570. C o m o el fuego infernal es am o r a u n o m ism o y al m u n d o , es H a caído la gran B abilonia, y se ha h e c h o h ab itació n d e d em o n io s, y v ien ­
tam b ién el anhelo de estos am ores, puesto q u e el anhelo es el am or en su do el h u m o de su in c e n d io d iero n voces, y el h u m o d e ella sube p o r los siglos
extensión. Todo lo q u e am am os, lo anhelam os constantem ente, y es de los siglos (A pocalipsis 18, 2. 18; 19, 2 [19, 3]).
nuestro deleite, puesto que sentim os deleite cuando logram os lo que
am am os o anhelam os. N o hay n in g ú n o tro o rig e n del deleite de nuestro Y ab rió el p o z o del abism o, y subió h u m o del p o z o c o m o h u m o de u n gran
corazón. Así pues, el fuego del in fiern o es el anhelo y placer que brota ho m o ; y se o scu reció el sol y el aire p o r el h u m o del p o z o (A pocalipsis 9, 2).
de la fuen te de estos dos am ores. Estos males293 son desprecio de los otros,
enem istad y hostilidad hacia las personas q u e no nos apoyan, envidia, Y de su b o ca [de los caballos] salían fuego, h u m o y azufre; p o r estas tres pla­
o d io y venganza; y violencia y crueldad c o m o consecuencia. R especto gas fue m u e rta la tercera p arte de los hom bres; p o r el fu eg o , el h u m o y el azu­
de lo D ivino, son rechazo y el consiguiente desprecio, m ofa y blasfemia fre q u e salían de su b o ca (A pocalipsis 11, 17-18 [9, 17-18]).
de los valores sagrados de la Iglesia. D espués de la m uerte, cuando nos
convertim os en espíritus, se transform an en furia y odio contra dichos va­ Si alg u n o adora a la bestia, él tam b ién b eb erá del v in o de la ira de D io s, que
lores (véase supra, § 562). ha sido v aciado p u ro en el cáliz de su ira; y será a to rm e n ta d o c o n fuego y azu­
P or otra parte, puesto q u e esos males alientan co n stantem ente la fre (A pocalipsis 14, 9-10).
m u e rte y d estrucción de to d o el q u e vem os co m o enem igo, de to d o el
que es blanco de ese o d io y venganza ardientes, el deleite de nuestra vi­ El cu a rto ángel d e rra m ó su copa sobre el sol, al cual fue d ad o q u e m a r a los
da es el deseo de d estru ir y m atar, o, en la m edida en que no podem os h o m b res c o n fuego, y los h o m b res se q u e m a ro n c o n gran calor (A pocalipsis 16,
hacerlo, de hacer daño, h e rir y lacerar. [8-]9).
[2] Estos son los significados del fuego en la Palabra cuando trata de la
g ente perversa y los infiernos. M e gustaría citar unos pasajes que lo apo­ Estos dos fu e ro n lanzados vivos d e n tro de u n lago de fuego q u e arde co n
yan: azufre (A pocalipsis 19, 20; 20, 14-15; 21, 8).

P o rq u e to d o s son falsos y m alignos, y to d a b o ca habla d espropósitos, p o rq u e T o d o árbol q u e n o da b u e n fru to es co rtad o y ech ad o en el fuego (M ateo 3,
la m aldad se e n cen d ió c o m o fuego, cardo y espinos devorará; y se en ce n d e rá en 10; Lucas 3, 9).
lo espeso del bosque, serán alzados c o m o rem o lin o s de h u m o ; y será el p u eb lo
c o m o pasto del fuego; el h o m b re n o ten d rá p ied ad de su h e rm a n o (Isaías 9, 17-18 E nviará el H ijo del H o m b re a sus ángeles, y reco g erán de su rein o a to d o s
[9, 17-19]). los q u e sirven de tro p iezo , y a los q u e h acen in iq u id ad , y los ech arán en el h o r­
n o de fu ego (M ateo 13, 41-42. 50).
Y d aré prodigios en el cielo y en la tierra, sangre, y fuego, y co lu m n as de h u ­
m o ; el sol se co n v ertirá e n tinieblas (Joel 2, 30-31)294. E n to n c e s [el R e y ] dirá tam b ién a los de la izquierda: A partaos de m í, m aldi­
tos, al fu eg o e te rn o p rep arad o para el diablo y sus ángeles (M ateo 25, 4 [25, 41]).

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Ir al infierno, al fuego que no puede ser apagado, donde el gusano de ellos am or p o r u n o m ism o, y ju n to con él, apaga tam b ién el fuego de su vida.
no muere, y el fuego nunca se apaga (Marcos 9, 43-49; Mateo 18, 8-9). Esto es lo que provoca el frío, el tem b lo r y el dolor. Y tam b ién provoca
entonces oscuridad, lo cura y confusión.
Entonces él [el rico] dijo: Padre Abraham, ten misericordia de mí porque es­ Esto, sin em bargo, n o sucede m u y a m en u d o ; solam ente cu an d o es
toy atormentado en esta llama (Lucas 16, 24). necesario sofocar las rebeliones que se escapan de las m anos.
573. C o m o el fuego del in fiern o significa to d o el anhelo de hacer el
E n estos y otros m uchos pasajes el fuego significa el anhelo de am or a m al que fluye del am o r a u n o m ism o, ese m ism o fuego significa tam bién
u n o m ism o y de am o r al m u n d o , y el h u m o del fuego significa la false­ el tipo de to rm e n to que se pro d u ce en los infiernos. Pues los im pulsos
dad qu e proced e de ese m al. que ese am o r genera in d u ce n a hacer daño a todos aquellos que n o m ues­
571. C o m o el fuego del in fiern o significa el im pulso de hacer los m a­ tran respeto, deferencia o reverencia a u n o m ism o. E n la m edida en que
les incitados p o r el am o r a u n o m ism o y al m u n d o , y co m o este tipo de su rabia es excitada, así co m o el odio y la venganza que pro ced en de la
im pulso es característico de todos los que están en el in fiern o (véase el rabia, se dedican a atacar furiosam ente a los dem ás. C u an d o este im p u l­
capítulo an terio r), cu an d o se abren los infiernos se ve el tipo de fuego so es in h eren te a to d o el m u n d o en una co m u n id ad en la que n o existen
h u m e a n te q u e se ve en las conflagraciones. U n fuego intenso surge de los coacciones externas, ni te m o r a la ley ni a la pérdida de la reputación, la
infiern o s d o n d e g o b iern a el am o r a u n o m ism o, y u n fuego vacilante de posición social, el beneficio eco n ó m ico o la vida, todos atacan a todos
los infiernos d o n d e g o b iern a el am o r al m u n d o . con u n a m alevolencia generalizada. El más fu erte vence y sojuzga a los
C u a n d o los infiernos se cierran, ese fuego n o es visible. E n su lugar demás, to rtu ran d o alegrem ente a to d o el que n o se le rinde. Este ú ltim o
hay algo oscuro, co m o u n h u m o espeso. Sin em bargo, ese fuego es furor deleite está u n id o al deleite de la tiranía hasta el p u n to de que son de igual
en el in terio r, co m o se d ed u ce del calor que irradia. Es co m o el calor de intensidad, pues el sadism o es in h eren te a la hostilidad, la envidia, el odio
las ruinas después de u n a conflagración, o, en ocasiones, co m o el calor y la venganza, que, c o m o ya se señaló, son los males del am or a la cru el­
de u n h o rn o encendido, o, en otras, com o el de u n baño caliente. C uando dad.
este calor fluye en nosotros despierta nuestros deseos: el odio y la ven­ Todos los infiernos son com unidades de este tipo, p o r eso to d o el que
ganza en las personas perversas, y la dem encia en las enferm as. está allí gusta de odiar a los otros en su corazón y estallar con violencia
Este tip o de fuego o de calor es característico de quienes están absor­ siem pre que tenga fuerza para hacerlo.
tos en los am ores a n te rio rm e n te citados p o rq u e en espíritu están en con­ Estos actos de violencia y crueldad son lo que se quiere decir cuando
tacto co n esos infiernos au n q u e vivan todavía en sus cuerpos. se habla del fuego del infierno, po rq u e son la consecuencia de sus obse­
D eb e saberse, sin em bargo, que los habitantes de los infiernos n o es­ siones.
tán realm ente en el fuego. El fuego es apariencia. E n realidad no sienten 574. E xpliqué a n te rio rm e n te (supra, § 548) que los m alos espíritus se
n in g u n a quem adura, solam ente el tip o de calor q u e conocían en el m u n ­ arrojan volu n tariam en te al infierno, p o r tanto deb o ahora explicar breve­
do. La razón de que parezca ser fuego es la correspondencia, puesto que m ente p o r qué sucede eso cuando existe u n to rm e n to tal en el infierno.
el am o r se corresponde co n el fuego, y to d o lo q u e vem os en el m undo C ada in fiern o exhala u n aura de los anhelos que obsesionan a sus m o ­
espiritual o b tien e su fo rm a visible de su correspondencia. radores. C u a n d o esa aura es ex p erim entada p o r las personas que están o b ­
572. D eberíam os recordar que este fuego o calor infernal se transfor­ sesionadas co n u n anhelo similar, toca su corazón y los llena de deleite,
m a en u n frío intenso cu an d o el calor fluye del cielo. E ntonces los que p o rq u e el anhelo y el deleite son inseparables, pues to d o lo que anhela­
están en el in fiern o tiritan co m o si tuvieran u n frío febril y están en un m os nos es delicioso. P or eso los espíritus se v u elven en esa dirección y
to rm e n to in terio r. Esto se debe a su absoluta o p o sición a lo D ivino; y el son im pulsados hacia allí p o r el deleite de su corazón. Sin em bargo, no
calor del cielo, que es el am o r divino, apaga el calor del infierno, que es saben qué tipo de to rm e n to existe en el in fierno, y quienes lo saben si­

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g u e n n o obstante firm es en su anhelo. E n el m u n d o espiritual todos so­ mismos están en los infiernos más profundos. C o m o n o p u ed e n recibir
m os incapaces de resistir a nuestros im pulsos p o rq u e los im pulsos proce­ ningún rayo de la luz del cielo y p o r lo tanto n o ven nada den tro de sí
d en de nuestro am or, y el am o r proced e de nuestro deseo, y el deseo pro­ mismos, la m ayoría se centra en sus sentidos y en sus cuerpos. Éstos son
cede de nuestra naturaleza, y allí todos actuam os desde nuestra naturaleza. los q u e no creen nada que n o pu ed an ver co n sus ojos y tocar c o n sus
[2] Así pues, cu an d o los espíritus volu n taria o librem ente llegan a su manos. Así pues, para ellos todas las ilusiones sensoriales son verdades en
in fie rn o y en tran en él, son aceptados de m anera cordial al principio y las q u e basan sus razonam ientos. P or eso sus razonam ientos suenan com o
piensan que h an llegado a u n lugar en el q u e estarán entre amigos. Esto el c r u jir de dientes. P o r eso en el m u n d o espiritual todos los razona­
dura solam ente unas pocas horas. D u ra n te ese tiem po, son exam inados m ientos falsos chirrían, y los dientes se co rresp o n d en c o n los aspectos
para descu b rir cuál es su grado de astucia y, p o r tanto, de poder. U n a vez más exteriores de la naturaleza y con nuestra naturaleza más exterior, que
se ha com pletado este ex am en com ienzan los ataques de m aneras diver­ es la relacionada con nuestros sentidos y nuestro c u e rp o b.
sas, haciéndose cada vez más fuertes e intensos. La intensificación tiene Sobre el crujir de dientes en los infiernos, véase M ateo 8, 12; 13, 42.
lugar a m edida que se va avanzando más adentro en el infierno, puesto 50; 22, 13; 24, 51; 25, 30; y Lucas 13, 28.
que cu an to más se avanza y más se adentra u n o , más malvados son los es­
píritus. D espués de estos ataques, los espíritus m alvados com ienzan a La m a l d a d y las i n d e c i b l e s
ato rm e n ta r a los recién llegados co n castigos, hasta que finalm ente son re­ a rtim añ as de los esp íritu s in fern a les
ducidos a la esclavitud. 576. Q u ie n piense pro fu n d am en te y sepa algo del fu n cio n am ien to de
[3] Sin em bargo, dado que siem pre están b ro tan d o m ovim ientos de la m e n te h u m ana p u ed e ver y co m p ren d er hasta qué p u n to son su p erio ­
rebelió n (pues allí to d o el m u n d o quiere estar p o r encim a de los demás y res los espíritus en relación a los hom bres. E n u n m in u to p o d em o s c o n ­
arde en odio contra todos, lo que genera c o n tin u am e n te nuevas rebelio­ siderar, exam inar y decidir en nuestra m e n te más de lo que p o dem os de­
nes), el p anoram a cam bia constantem ente. cir e n u n discurso o escribir en m edia hora. E sto nos m uestra cuánto
Q u ien es fueron esclavizados son liberados y ofrecen su apoyo a algún m e jo r som os cuando estam os en el espíritu y, p o r lo tanto, cuando nos
nuevo diablo para el sojuzgam iento de los otros. E ntonces, los que no se c o n v e rtim o s en espíritus, puesto que es el espíritu el que piensa y el cu er­
so m eten ni se rin d e n son to rtu rad o s de m aneras diversas, y así sucesiva­ p o lo q u e el espíritu utiliza para expresar sus pensam ientos m ed ian te las
m ente. palabras o la escritura.
Éstos son los to rm e n to s propios del in fie rn o a los que se refiere la ex­ P o r eso quienes se co n v ierten en ángeles después de la m u e rte tien en
presión «fuego del infierno». acceso a una inteligencia y una sabiduría indescriptibles respecto de la in ­
575. El c ru jir de dientes, sin em bargo, es el conflicto constante y la telig e n c ia y sabiduría que tenían m ientras vivían en el m undo. M ientras
disputa de las falsas convicciones de cada u n o co n todos los demás (y, por vivían e n el m undo, sus espíritus estaban confinados en u n cu erp o y p o r
lo tanto, la g uerra de todos los q u e m a n tie n e n falsas convicciones) unido c o n sig u ie n te en el m u n d o natural. P or eso, cuando el espíritu pensaba es-
al desprecio hacia los otros, la hostilidad, la burla, la m ofa y la blasfemia. p in tu a lm e n te , los pensam ientos fluían en conceptos naturales, relativa-
Todo esto acaba estallando en diversos tipos de carnicería. T odo el que
está allí defiende sus convicciones falsas y afirm a que son verdaderas. Sobre la correspondencia de los dientes: 5565-5568. Las personas m eram ente senso­
D esde el e x te rio r de los infiernos, estos conflictos y luchas suenan como r e s se corresponden con los dientes y apenas tienen alguna luz espiritual: 5565. E n la
cru jir de dientes, y se transform an en c ru jir de dientes cuando las verda-j ^abra, un diente [leemos dens en lugar del obviam ente e rróneo Deus, «Dios»] se refiere

des del cielo afluyen al infierno. nivel sensorial, que es el nivel más exterior de la vida hum ana: 9052, 9062. El crujir de
E n estos infiernos habitan todos los q u e reco n o ciero n a la naturaleza entes en la otra vida procede de las personas que atribuyen to d o a la naturaleza y nada
y n egaron lo D ivino. Q u ien es de m anera deliberada se convencieron a si a lo Divino: 5568.

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m e n te generales, vulgares y vagos. Esto significa que n o estaban abiertos c re e n c ia . H ay miles de cosas que brotan en tonces desde el m al, in clu ­
a los innum erables elem entos característicos del pensam iento espiritual y e n d o algunas que no se p u e d en describir con las palabras de lengua al­
Los sum ergían tam b ién en la espesura de las preocupaciones m undanas. g u n a . Se m e ha p e rm itid o co n ocerlo e incluso observarlo m ediante m u ­
Es diferente una vez q u e el espíritu ha sido liberado del c u erp o y ha lle­ chas experiencias, p o rq u e el S eñor m e ha co n ced id o estar en el m u n d o
gado a su estado espiritual propio, lo que sucede cuan d o pasa del m undo e sp iritu a l en cuanto a m i espíritu m ientras estaba en el m u n d o natural en
natural al m u n d o espiritual que es apropiado para él. D ed u cim o s de lo c u a n to a m i cuerpo. Esto p u e d o testificar: su m aldad es tan grande que
que ya se ha dicho que su estado en relación a los pensam ientos y senti­ a p en as una m ilésim a parte de ella se p u ede describir. P o r otra parte, si el
m ien to s es m u ch o m e jo r que su estado anterior. P or eso los ángeles pien­ S e ñ o r n o nos protegiera, nunca podríam os escapar del in fiern o ; pues con
san pensam ientos q u e son indecibles e indescriptibles, cosas que no pue­ cada u n o de nosotros hay espíritus del in fie rn o y ángeles del cielo (véase
d en llegar a nuestros pensam ientos naturales. Sin em bargo, de hecho, §§ 292-293). A dem ás, el S eñor n o p u ede pro teg ern o s a m enos que reco ­
cada ángel nació co m o p ersona en la tierra y vivió co m o tal, y entonces n o z c a m o s lo D iv in o y llevem os una vida de fe y caridad. D e otra m an e­
no se consideraba más sabio que cu alquier otro. ra, n o s alejam os del S eñor y nos dirigim os hacia los espíritus infernales y,
577. El nivel de sabiduría e inteligencia de los ángeles es tam bién el p o r consiguiente, absorbem os en el espíritu el m ism o tip o de m aldad. [4]
nivel de malicia y astucia entre los espíritus infernales. Es más o m enos Sin e m b a r g o , el S eñor nos aparta co n stan tem en te de los males que asi­
igual p o rq u e u n a vez el espíritu h u m an o es liberado de su c u e rp o se de­ m ila m o s y que atraem os asociándonos c o n esos espíritus, y nos conduce,
dica p len am en te a su v irtu d o a su vicio. U n espíritu angélico se dedica si n o p o r las restricciones interiores de la conciencia (que n o aceptam os
a su v irtu d , y u n espíritu infernal a su vicio, pues cada espíritu es real­ si negam os lo D ivino), p o r las restricciones exteriores ya enum eradas: el
m e n te su pro p io b ien o su p ro p io m al, p o rq u e eso es su propio am or, co­ m ie d o a las leyes y sus castigos, a la pérdida de dinero, de posición social
m o hem os dicho y explicado a n te rio rm e n te en diversas ocasiones. Esto y reputación. Las personas de este tipo p u e d e n ser separadas de los males
significa q u e así co m o los espíritus angélicos piensan, desean, hablan y ac­ m e d ia n te los deleites de su am or y el m iedo a p erd er esos deleites, pero
tú an desde su bien, así los espíritus infernales hacen lo m ism o desde su no pu ed en ser introducidas en las virtudes espirituales. E n la m edida en
mal. Pensar, desear, hablar y actuar desde el m al es hacerlo sobre la base q u e s o n introducidas en ellas, las con v ierten en engaños y artim añas p re­
de to d o lo q u e está im p lícito en el mal. [2] E ra diferente m ientras vivían te n d ie n d o ser buenos, honrados y justos co n vistas a convencer y enga­
en la carne, p o rq u e entonces el m al de sus espíritus estaba bajo las res­ ñar a los otros. Este engaño se añade al m al de sus espíritus y le da for­
tricciones q u e se aplican a to d o en razón de la ley, el dinero, la posición ma, prestando su propia naturaleza al mal.
social, la rep u tació n y el m ied o a p erd er todas esas cosas. P or eso el mal 578. Los peores de todos son todos aquellos que han estado absortos
de sus espíritus n o podía salir y m ostrarse en su verdadera realidad. en ocupaciones perversas debido a su am o r a sí m ism os y cuyo c o m p o r­
A dem ás, el m al de sus espíritus estaba ento n ces escondido p o r velos de tam iento in te rio r ha sido siem pre engañoso. E sto se debe a que el enga­
in teg rid ad , h o n rad ez y rectitu d externas, y del sen tim ien to p o r lo que es ño im pregna co m p letam en te sus pensam ientos e in ten cio n es y los infec­
verdadero y bueno, cualidades q u e esas personas presentaban y simulaban ta c o n veneno, destruyendo toda su vida espiritual. La m ayoría de ellos
en sus palabras p o r razones m undanas. El m al p erm an ecía siem pre tan es­ están en los infiernos hacia la parte p o sterio r y son llam ados dem onios.
co n d id o y velado q u e ellos m ism os apenas sabían que había tanta maldad Se deleitan de m anera particular en hacerse im perceptibles y flotar alre­
y astucia en sus espíritus, y que, p o r consiguiente, eran ya intrínseca­ d ed o r de los otros co m o fantasmas, haciendo daño de m anera en c u b ier­
m e n te los d em onios en q u e se convertirían después de la m uerte, cuan­ ta, vaporizando el m al a su alrededor co m o el ven en o de las serpientes.
do sus espíritus entraran en posesión de sí m ism os y desplegaran su natu­ Estos son to rturados más severam ente que otros.
raleza propia. E n cam bio, aquellos que n o han sido m entirosos sino que han ido allí
[3] El tip o de m aldad que sale entonces a la superficie excede toda P °r su pérfida astucia y están sum idos en esos m ales a causa de su egoís­

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m o, se en cu en tran ta m b ié n hacia la p arte trasera, pero n o tan abajo. cinaciones; una quinta clase, con proyecciones exteriores que p e rm ite n a
Q u ien es están en estos m ales d ebido a su am or al m u n d o están hacia la los espíritus estar fuera de sus cuerpos; una sexta, co n diversos tipos de
p arte delantera de los in fiern o s, y son llam ados espíritus. N o tienen el im itación, persuasión y sim ulación296.
m ism o tipo de males, el m ism o tipo de o d io y venganza que quienes es­ Los espíritus de la gente perversa participan en esas artes de m anera
tán enredados en el a m o r a sí m ism os, p o r eso n o tie n e n el m ism o tipo espontánea cuando son liberados de sus cuerpos. Estas artes son in h e ren ­
de m aldad y de astucia. E n consecuencia, sus in fiern o s son más suaves. tes al m al en el que ellos se sum en.
579. Se m e ha p e rm itid o d escu b rir desde la ex periencia la naturaleza U tilizan esas artes para torturarse m u tu am en te en los infiernos. Sin
de la m aldad de las p ersonas a las que nos referim os co m o dem onios. Los embargo, puesto que, co n la excepción de las diferentes variedades de
dem onios n o fluyen e n los p ensam ientos de los seres hum anos, sino en im itación, persuasión y sim ulación, tales artes son desconocidas en el
sus sentim ientos. Los observan y olfatean a la m anera en que los perros m undo, m e abstengo de describirlas en detalle, tan to p o rq u e n o serían
olfatean a los anim ales salvajes en el bosque. C u a n d o observan buenos com prendidas co m o p o rq u e son inexplicables.
sentim ientos, los tran sfo rm an in stan tán eam en te en m alos utilizando de­ 581. La razón de que el S eñor p e rm ita las torturas en los infiernos es
leites de otras cosas d iferentes para extraviarles así de form a asombrosa. que no existe nin g u n a otra form a de que los espíritus m alignos pu ed an
Lo h acen tan su tilm en te y co n u n a astucia tan m alvada que la víctim a no ser controlados y subyugados. El m iedo al castigo es el único m ed io de
se da cuen ta de nada. Se cuidan especialm ente de im p ed ir que algo se en­ controlarlos y subyugarlos y m an ten er rep rim id a a la turba infernal. N o
trom eta en el p e n sa m ie n to p o rq u e eso los p o n d ría de m anifiesto. En hay ninguna otra form a, pues si no fuera p o r el m ied o al castigo y la to r­
nuestro caso, se instalan cerca de la p arte p o ste rio r de la cabeza. tura, la m aldad se transform aría en rabia y lo destruiría todo, co m o suce­
Estos son los que, e n el m u n d o , sedujeron c o n engaños las m entes de dería en cualquier reino de la tierra en el que no hubiera ni ley ni castigo.
los otros, utilizando los deleites de sus sen tim ientos o de sus im pulsos pa­
ra descarriarlos y p ervertirlos. A p a r ie n c ia , situ a c ió n y n ú m e r o de los in fie r n o s
Sin em bargo, el S e ñ o r m an tien e a estos espíritus alejados de cualquie­ 582. E n el m u n d o espiritual, el m u n d o d o n d e viven ángeles y espíri­
ra para el que haya alg u n a esperanza de reform a, pues n o sólo pueden tus, las cosas son más o m enos iguales a las del m u n d o natural en que vi­
destru ir la conciencia, sin o tam b ién despertar los m ales heredados, que de vimos, tan similares que a p rim era vista n o parece existir diferencia algu­
otra m anera estarían o cu lto s. P o r eso, para im pedirles que nos hagan caer na. Allí se ven planicies, m ontañas, colinas y acantilados co n valles entre
en esos males, el S e ñ o r se asegura de q u e esos infiernos estén com pleta­ ellos; se ven masas de agua y m uchas otras cosas de las que encontram os
m e n te cerrados. C u a n d o las personas de esa naturaleza llegan a la otra vi­ en la tierra. Sin em bargo, todas ellas p ro ced en de una fuente espiritual,
da después de la m u e rte , son arrojadas in m ed iatam en te a su infierno. por eso son visibles a los ojos de los espíritus y los ángeles pero n o a los
C u a n d o se las exam in a p arecen serpientes p o r su engaño y astucia. nuestros, p o rq u e nosotros estam os en u n m u n d o natural. Las personas es­
580. Se p u ed e d e d u c ir de sus artes incalificables có m o es la m aldad de pirituales ven las cosas que p ro ced en de una fu en te espiritual, y las p e r­
estos espíritus infernales. Tan num erosas son esas artes que enumerarlas sonas naturales ven las cosas que pro ced en de u n a fu ente natural. E sto sig­
llenaría to d o u n libro y describirlas exigiría v o lúm enes enteros. La mayor nifica que n o hay n in g u n a m anera de que nuestros ojos vean las cosas del
parte de ellas son descon o cid as en el m u n d o . U n a clase tien e que ver con m undo espiritual a m enos que se nos p erm ita estar en el espíritu, o bien
el m al uso de las co rresp o n d en cias; u n a segunda clase, co n el m al uso de una vez que nos hayam os convertido en espíritus después de la m uerte.
las características más superficiales del o rd e n divino; una tercera, con la Por otra parte, los ángeles y los espíritus son co m p letam en te incapaces de
particip ació n y la in stilació n de p ensam ientos y sentim ientos de distrac­ Ver nada en el m u n d o natural a m enos que estén co n alguno de nosotros
ción, fijándolos in te rio rm e n te , y la u tilización de espíritus-señuelo asi que se le haya p e rm itid o hablar co n ellos. N uestros ojos están adapta­
co m o de em isarios; u n a cuarta clase, c o n la m an ip u lació n m ediante alu­ dos para recibir la luz del m u n d o natural, y los ojos de los ángeles y es­

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p íritu s están adaptados para recibir la luz del m u n d o espiritual; sin em­ so n bastante anchas y están abiertas, otras son estrechas y reducidas, y m u ­
bargo, los dos tipos de ojos parecen exactam ente iguales. chas d e ellas accidentadas. Todas parecen oscuras y tenebrosas cuando se
Los seres naturales n o p u e d e n co m p ren d er que el m u n d o espiritual sea las m ira , au n q u e los espíritus infernales que viven allí tien e n esa clase de
así, y los que están centrados en los sentidos todavía m enos, pues éstos no lu m in o s id a d que se asem eja a la de carbones ardientes. Sus ojos están
creen en nada a m enos que p u ed an verlo co n sus ojos físicos y tocarlo a d a p ta d o s a la recepción de ese tipo de luz. Esto se debe a que cuando
co n sus m anos. Esto significa que creen solam ente en lo que perciben v iv ían en el m u n d o estaban en oscuridad respecto de las verdades divinas,
m ed ian te la vista y el tacto y q u e piensan sobre esa base; p o r eso su pen­ p u e sto que las negaban, pero estaban en una especie de luz en cuanto a
sam iento es m aterial y n o espiritual. sus falsas convicciones p o rq u e las afirm aban, lo que da a su vista la form a
D e b id o a esta sem ejanza en tre el m u n d o espiritual y el m u n d o natu­ q u e tie n e . P or eso la luz del cielo es oscuridad para ellos, y p o r eso cuan­
ral es difícil hacer c o m p re n d e r a algunos que, una vez m uertos, no están do salen de sus cuevas n o p u e d en ver nada. Esto deja p erfectam ente cla­
ya en el m u n d o en q u e nacieron, en el m u n d o que acaban de dejar; por ro q u e estam os en la luz del cielo en la m edida en que hem os reco n o ci­
eso consideran la m u e rte nada más que c o m o el paso de u n m u n d o a otro d o lo D ivino y hem os afirm ado en nuestro in te rio r los valores del cielo
sem ejante. y d e la Iglesia. E ntram os en la oscuridad del in fiern o en la m edida en que
Sobre este tipo de sem ejanza entre los dos m undos, véase el análisis de h e m o s negado lo D ivino y afirm ado dentro de nosotros los valores c o n ­
las representaciones y apariencias en el cielo (supra, §§ 170-176). trario s a los del cielo y la Iglesia.
583. Allí, los cielos están en el terren o más elevado, el m u n d o de los 585. Las entradas o puertas de los infiernos que están bajo las llanuras y
espíritus en las zonas inferiores y debajo de am bos se encu en tran los in­ valles tie n e n form as diferentes. Algunas son com o las que están bajo las
fiernos. m o n ta ñ a s, colmas y acantilados; otras son com o cuevas y cavernas; unas,
E n el m u n d o de los espíritus los cielos n o son visibles para los espíri­ co m o g ra n d e s simas, ciénagas y pantanos; otras, com o charcas estancadas.
tus a m enos que su vista in te rio r haya sido abierta. A veces, aparecen co­ Todas están ocultas y son visibles únicam ente cuando los espíritus m alignos
m o blancas y centelleantes nubes. Los ángeles del cielo están en u n esta­ son a rro ja d o s allí desde el m u n d o de los espíritus. C u an d o se abren, sale de
do más in te rio r co n respecto a su inteligencia y sabiduría, p o r eso están allí algo sem ejante al fuego hum eante que vem os en los incendios, o com o
m ás allá de la vista de los hom bres en el m u n d o de los espíritus. una llam a sin hum o, o com o esa especie de hollín que sale de una chim e­
Los espíritus q u e están en las llanuras y en los valles p u e d en verse en­ nea p re n d id a , o com o una oscura nube de torm enta. H e oído que los es­
tre sí, aunque, cu an d o se los separa (lo q u e sucede cuando son introdu­ píritus malignos ni ven ni sienten esto porque cuando están en ello están
cidos en sus naturalezas interiores), los espíritus m alignos no ven a los en su elem ento y p o r tanto en el deleite de su vida. Esto se debe a que esas
buenos. Sin em bargo, los buenos p u ed en ver a los m alignos, pero se ale­ apariencias corresponden a los males y distorsiones en que están absortos,
ja n de ellos, y los espíritus que se alejan se vuelven difíciles de ver. c o rre s p o n d ie n d o el fuego a su odio y su venganza, y el h u m o y el hollín a
Los infiernos m ism os, sin em bargo, n o son visibles, porque están ce­ sus d isto rsio n e s consiguientes, la llama a los males de su am or a sí mismos,
rrados. Lo ú n ico q u e se p u ed e ver son las entradas, llamadas «puertas», Y la o scu ra nube de to rm en ta a las distorsiones que de ello se siguen.
cuando se abren para ad m itir a espíritus co m o los que ya están allí. Todas« L ' 586. Se m e ha p e rm itid o exam inar los infiernos y ver có m o estaban
las puertas de los infiernos se abren p o r la parte del m u n d o de los e sp in ^ dentro, pues cuando place al S eñor un espíritu o u n ángel que esté
tus, n in g u n a p o r la del cielo. arriba p u e d e explorar visualm ente los abismos y exam inar su naturaleza
584. H ay infiernos en todas partes. Están debajo de las m ontañas, co i e n c o n tr a r obstáculo alguno. Tam bién a m í se m e ha p e rm itid o ex-
linas y acantilados y debajo de las llanuras y los valles. Las aberturas I rarlo s d e esa form a. A lgunos infiernos m e parecían co m o cuevas y ca-
puertas de los infiernos q u e están debajo de las m ontañas, las colinas y I a^rnas fiu e se adentraban en los acantilados y luego se inclinaban hacia los
acantilados parecen a p rim era vista grietas o fisuras en las rocas. Algún2*! srn o s o b lic u a o verticalm ente.

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O tro s infiernos parecían co m o las guaridas o cuchitriles de los anim a­ es el o rien te. Así pues, puesto que los infiernos son lo opuesto a los cie­
les salvajes en la selva, otros co m o las cámaras y criptas abovedadas que se los, sus regiones com ienzan desde el lado opuesto, el oeste. Sobre este te­
e n cu en tran en las m inas, co n túneles q u e c o n d u ce n hacia abajo. M uchos m a, véase el capítulo sobre las cuatro regiones del cielo (§§ 141-153). [2]
d e los infiernos son triples. Los superiores son oscuros en su in te rio r p o r­ P or eso los infiernos de la reg ió n occidental son los peores y los más te ­
q u e a sus habitantes les gustan las distorsiones malignas. Los inferiores sin m ibles de todos, peores y más tem ibles cuanto más alejados se en c u e n ­
em bargo son llam eantes, p o rq u e sus habitantes están entregados al m al en tran del este. Los habitantes de esos infiernos son personas que estuvie­
sí m ism o. E n realidad, la oscuridad se co rresp o n d e co n las distorsiones ron absortas en el am o r a sí mismas en el m u n d o y, p o r consiguiente, en
m alignas, y el fuego co n el m al real. Esto es, los habitantes de los infier­ el desprecio p o r los otros, en la hostilidad hacia quienes n o les apoyaban,
nos más profundos son los que actúan desde el m al en u n nivel profun­ y en el odio y la venganza co ntra quienes n o les adm iraban y veneraban.
do, m ientras que las personas de los infiernos que n o están a tanta pro­ E n las regiones más alejadas viven las personas de la llam ada religión ca­
fundidad actúan desde los males en u n nivel más superficial, esto es, sobre tólica que quisieron ser adoradas com o dioses y que, p o r lo tanto, ardían
la base de sus distorsiones malignas. en odio co n tra to d o el que n o reconociera su p o d er sobre las almas h u ­
E n algunos infiernos se p u ed e ver algo c o m o las ruinas de casas y ciu­ manas y sobre el cielo. T ie n e n el m ism o tipo de anim osidad —el m ism o
dades después de u n fuego, d o n d e viven y se ocultan los espíritus infer­ tipo de odio y de v en g an za- hacia quienes se les o p o n e n que tenían en
nales. el m undo. Se deleitan de m anera especial en la crueldad, pero en la otra
E n los infiernos más suaves se p u e d e n ver chozas toscas, en ocasiones vida esto se vuelve co ntra ellos; pues en sus infiernos (y la reg ió n occi­
agrupadas fo rm an d o algo parecido a una ciudad, co n calles y callejones. dental está llena de ellos) se encolerizan entre sí p o rq u e todos p reten d en
E n estas casas están los espíritus infernales, co n disputas, hostilidades, pe­ poseer el p o d er divino. Se dice más sobre esto en m i obra E l Juicio Final.
leas y violencias constantes. Las calles y callejuelas están llenas de ladro­ [3] Sin em bargo, no p o dem os saber có m o están dispuestos los in fier­
nes y atracadores. nos en esta región, solam ente que los más espantosos están fuera, en la
E n algunos infiernos n o hay nada sino burdeles de aspecto repugnan­ región n o rte, y los m enos espantosos, hacia la reg ió n sur. Esto es, el h o ­
te y llenos de to d o tipo de suciedades y excrem entos. rror de los infiernos dism inuye de la reg ió n n o rte a la sur, y tam bién, su­
H ay tam b ién bosques oscuros d o n d e los espíritus infernales m erodean cesivam ente, a m edida que se avanza hacia el este. Los que están hacia el
c o m o anim ales salvajes; y hay cuevas subterráneas adonde huyen cuando este son aquellos que fueron insensatos y n o creyeron en lo D ivino, pero
son am enazados p o r otros. H ay tam bién zonas desiertas en las que todo que no se entregaron al odio, la venganza o el engaño a que se entrega­
es árido y arenoso, c o n acantilados pedregosos aquí y allá, con cuevas en ron los que están a m ayor profundidad en la re g ió n occidental.
su in terio r, y tam b ién co n chozas disem inadas p o r los alrededores. A es­ [4]. A ctualm ente, n o hay infiernos en la reg ió n oriental. Las personas
tos lugares desérticos son exiliados de los infiernos quienes han sufrido que allí estaban han sido trasladadas a la parte delantera de la reg ió n o c­
hasta el lím ite, especialm ente quienes en el m u n d o fueron más astutos cidental.
qu e los otros en las artes de la m anip u lació n y la intriga. Este tipo de vi­ H ay un b u en n ú m e ro de infiernos en las regiones n o rte y sur. Allí la
da es su suerte final. gente está absorta en el am or al m u n d o durante su vida y, p o r lo tanto,
587. E n cu an to a la situación de los infiernos específicos, nadie pue­ en diversos tipos de m al co m o la enem istad, la hostilidad, el engaño, el
de conocerla, ni siquiera u n ángel del cielo, sólo el Señor. A unque, dfi j robo, el fraude, la avaricia y la inm isericordia. Los peores infiernos de es­
m anera aproxim ada, se c o n o ce su situación p o r la región en que se en i te clase están en la reg ió n n o rte y los más suaves en la sur. Su espanto au­
cu en tran . C o m o los cielos, los infiernos se diferencian en regiones; y en m enta cuanto más cerca están de la reg ió n occidental y más se alejan del
el m u n d o espiritual, las regiones están delim itadas en función de los am I sur, y dism inuye hacia el este y tam bién hacia el sur.
res, p o rq u e todas las regiones del cielo arrancan del S eñor com o sol, qu I D etrá s de los infiernos de la reg ió n occidental hay selvas densas d o n ­

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de los espíritus m alignos vagan co m o anim ales salvajes, y sucede más o El e q u i l i b r i o e n t r e el c i e l o y el i n f i e r n o
m en o s lo m ism o en los infiernos de la reg ió n n o rte. D etrás de los infier­ 589. Para que algo venga a la existencia, es necesario un equilibrio e n ­
nos de la reg ió n sur, hay desiertos co m o los descritos. Esto en cuanto a tre todas las cosas. Si n o existe equilibrio, no hay acción y reacción p o r­
la situación de los infiernos. que el equilibrio se produce entre dos fuerzas, una que actúa y otra que
588. E n cu an to al n ú m e ro de infiernos, existen tantos co m o c o m u n i­ reacciona. El estado de reposo que surge de una acción y una reacción
dades angélicas hay en los cielos, p o rq u e cada co m u n id ad infernal se co ­ sem ejantes se d enom ina equilibrio.
rresp o n d e inversam ente c o n cada co m u n id ad celestial. Expliqué en el ca­ E n el m u n d o natural, hay u n equilibrio entre todas las cosas. Existe de
pítulo sobre las com unidades q u e constituyen el cielo (§§ 41-50) y en el fo r m a general en las atmósferas, d o n d e las capas inferiores reaccionan y
capítulo sobre la inm ensidad del cielo (§§ 415-420) que existen in n u m e ­ re s iste n en la m edida en que las capas superiores actúan y presionan. E n
rables com unidades celestiales, todas diferenciadas en fu n ción de sus vir­ el m u n d o natural tam bién hay estados de equilibrio entre el calor y el
tudes de am or, caridad y fe. Lo m ism o es cierto para las com unidades in ­ frío , la luz y la oscuridad, lo seco y lo húm ed o . Su co n d ició n m edia es el
fernales, q u e se diferencian en fun ció n de los m ales opuestos a aquellas p u n to de equilibrio. H ay tam bién equilibrio entre los m iem bros de los
virtudes. tres reinos de la tierra, m ineral, vegetal y anim al; pues nada o cu rriría en
[2] H ay una variedad infinita de to d o tipo de m al, lo m ism o que de esos reinos si n o fuera p o r el equilibrio. E n todas partes existe u n tipo de
to d o tip o de bien. N o co m p re n d e n esto quienes tien en solam ente co n ­ esfuerzo que actúa desde u n lado y o tro que reacciona desde el otro.
ceptos simplistas de males particulares co m o el desprecio, la hostilidad, el [2] C ada aco ntecim iento, o cada resultado, se pro d u ce en u n equili­
odio, la venganza, el en g añ o y cosas sem ejantes; pero hay que co m p ren ­ b rio , es decir, p o r una fuerza que actúa y otra que p e rm ite que se actúe
d er q u e cada u n o de éstos co n tie n e num erosas form as diferentes, cada sobre ella, o p o r una fuerza que fluye activam ente y otra que acepta y ce­
una de las cuales co n tien e a su vez form as particulares o distintivas, de de de m anera apropiada.
m o d o q u e u n volu m en en tero n o sería suficiente para enum erarlas. Los E n el m u n d o natural, lo que actúa y reacciona se d en o m in a fuerza o
infiernos están tan claram ente ordenados de acuerdo con las característi­ e n e rg ía 297, pero en el m u n d o espiritual lo que actúa y reacciona se d e n o ­
cas distintivas del m al de cada u n o q u e nada p odría estar dispuesto de m a­ m ina vida y voluntad. Allí la vida es una fuerza viva y la voluntad una
nera más clara y definida. Podem os d ed u cir de esto que están más allá de e n e rg ía viva, y el eq u ilib rio real se d en o m in a estado de libertad. Este
cualq u ier contabilidad, p róxim os o alejados unos de otros en función de equilibrio espiritual o libertad se produce, pues, entre el bien que actúa
las diferencias generales, específicas y particulares de sus males. d e s d e u n lado y el m al que reacciona desde el otro, o desde el m al que
[3] P or otra parte, hay infiernos debajo de los infiernos. A lgunos se a c tú a desde u n lado y el bien que reacciona desde el otro. [3] El equili­
co m u n ican en tre sí c o n u n in tercam bio constante, m uchos p o r em ana­ b r io entre el bien activo y el m al reactivo se aplica a los ju sto s, y el eq u i­
ciones, todos de estricto acuerdo co n las afinidades que tien en unos y lib r io entre el mal activo y el bien reactivo se aplica a los m alvados. La ra­
otros en cada género y especie de mal. zón de q u e el equilibrio espiritual sea entre b ie n y m al es que toda vida
Se m e ha dado una idea sobre el n ú m ero de los infiernos p o r el co­ hum ana tien e que ver con el bien y el m al, y nuestra vo lu n tad es su re­
n o c im ie n to de que hay infiernos debajo de cada m ontaña, colina y acan­ ceptáculo.
tilado, de cada llanura y de cada valle, y q u e se e x tien d en a lo largo, a lo H ay tam bién u n eq u ilib rio entre la verdad y la falsedad, pero este
ancho y en profundidad. E n resum en, es c o m o si to d o el cielo y to d o el equilibrio es secundario con respecto al que existe en tre el bien y el mal.
m u n d o de los espíritus estuvieran sobre u n in fiern o c o n tin u o excavado El equilibrio entre la verdad y la falsedad es c o m o el eq u ilib rio entre la
bajo ellos. E sto en cu an to al n ú m ero de los infiernos. luz y la oscuridad, cuyo efecto sobre los m iem bros del re in o vegetal d e­
pende de la cantidad de calor o frío que hay en la luz o en la oscuridad.
Se p u ed e decir que la luz y la som bra n o realizan nada, sino sólo el calor

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que las acom paña, co m o p u ede deducirse de la cantidad igual de luz y m itido ver cam inos co m o ésos, co n espíritus cam in an d o lib rem en te p o r
oscuridad en in v iern o y en prim avera. ellos, de acuerdo co n sus sen tim ientos y los consiguientes p en sam ien ­
La com paración de la verdad y la falsedad c o n la luz y la oscuridad ra­ tos.
dica en su co rrespondencia, dado que la verdad se corresponde co n la luz 591. La razón de que el mal esté em anando co n tin u a m en te hacia a rri­
y la falsedad co n la oscuridad, y el calor se co rresp o n d e c o n la bondad ba desde el in fiern o y el b ie n em anando hacia abajo desde el cielo es que
del am or. A dem ás, la luz espiritual es verdad, la oscuridad espiritual es fal­ cada u n o está rodeado p o r una atm ósfera espiritual, atm ósfera que fluye
sedad, y el calor espiritual es la b o n d ad del am o r (sobre esto, véase el ca­ com o en oleadas desde la vida de nuestros sentim ientos y sus pensam ien­
pítu lo sobre la luz y el calor en el cielo, §§ 126-140). tos8. P o r otra parte, puesto que este tipo de aura fluye desde cada indivi­
590. H ay u n eq u ilib rio constante entre el cielo y el infierno. E l es­ duo, fluye tam bién desde cada com u n id ad celestial y desde cada c o m u n i­
fuerzo de hacer el m al em ana co n stan tem en te hacia arriba desde el in­ dad infernal, p o r consiguiente de to d o el m u n d o al m ism o tiem po, o
fierno, y el esfuerzo de hacer el bien em ana hacia abajo constantem ente desde to d o el cielo y to d o el infierno. La razón de que el b ie n fluya del
desde el cielo. El m u n d o de los espíritus está en este equilibrio (sobre su cielo es que allí to d o el m u n d o está envuelto en lo q u e es bueno, y la ra­
situación a m edio cam ino entre el cielo y el infierno, véase supra, §§ zón de que el m al fluya desde el in fiern o es que allí to d o el m u n d o está
421-431). envuelto en lo que es m alo298. T odo el b ien que p ro cede del cielo es del
La razón de que el m u n d o de los espíritus esté en este equilibrio es Señor, puesto que los ángeles que están en los cielos son preservados del
que después de la m u e rte entram os m icialm ente en el m u n d o de los es­ ego y se m an tien en en la im agen del Señor, que es la b o n d ad m ism a. P or
píritus, d o n d e nos m an ten em o s en el m ism o estado en que estábam os en otra parte, todos los espíritus que están en los infiernos están en su ego,
el m u n d o , lo q u e n o p o d ría suceder a m enos de q u e existiera allí u n equi­ y el ego de cada cual n o es nada más que mal; y puesto que no es nada
lib rio perfecto. Esto p e rm ite q u e se exam ine la co n d ició n de cada uno, más que mal, es el in fiern o '.
puesto que m an ten em o s la m ism a libertad q u e teníam os en el m undo. El Podem os deducir de esto que el equilibrio que m a n tien en los ángeles
equ ilib rio espiritual es u n estado de libertad para nosotros y para los es­ en los cielos y los espíritus en los infiernos n o es co m o el equilibrio que
píritus, co m o ya se señaló antes (§ 589). se alcanza en el m u n d o de los espíritus. E l equilibrio de los ángeles en los
Los ángeles del cielo p u e d e n re c o n o c e r q u é clase de lib ertad tienen cielos depende de hasta qué p u n to se hayan dejado absorber p o r el bien
las personas p o r u n a co m u n ic a c ió n de sen tim ien to s y los consiguientes o hayan vivido en el b ien en el m undo, y p o r tan to de cuánto se opusie­
pensam ientos. T am bién se hace visible a los espíritus angélicos p o r el ca­ ron al mal; m ientras que el equilibrio de los espíritus en el in fiern o d e ­
m in o q u e sigue cada cual, co n los espíritus b u en o s siguiendo cam inos pende de hasta qué p u n to se hayan dejado absorber p o r el m al o hayan
que c o n d u c e n al cielo y los espíritus m alvados siguiendo cam inos que
llevan al in fiern o . Estos cam inos son realm en te visibles en ese m u ndo, y b U n a atm ósfera espiritual fluye en oleadas desde cada ser h u m an o , espíritu y ángel, y
p o r eso los cam inos significan en la Palabra las verdades que co n ducen los rodea: 4464, 5179, 7454, 8630. Fluye desde la vida de nuestros sentim ientos y sus p e n ­
a lo q u e es b u en o , o, en sentido opuesto, las falsedades q u e llevan a lo samientos: 2489, 4464, 6206-6207. La cualidad de los espíritus puede ser discernida a dis­
que es m alo. T am bién p o r eso ir a alguna parte, cam inar y viajar signi­ tancia p o r sus auras: 1048, 1053, 1316, 1504. Las auras de los reprobos chocan con las de
fican en la Palabra los procesos de la vida’. C o n frecuencia se m e ha per- los justos: 1695, 10187, 10312. Las auras tienen u n am plio alcance en las com unidades an­
gélicas, dependiendo del tipo y cantidad de su bien: 6598-6613, 8063, 8794, 8797; y en las
’ Viajar significa en la Palabra u n proceso de vida, com o tam bién ir a algún lado: 3335, com unidades infernales d e pendiendo del tipo y cantidad de su mal: 8794, 8797.
4375, 4554, 4585, 4882, 5493, 5606 [5605], 5996, 5181 [8181], 8345, 8397, 8417, 8420, 8557. ' N uestro propio ego n o es nada más que mal: 210, 215, 731, 874-876, 987, 1047, 2307,
Ir y cam inar con el Señor es aceptar la vida espiritual y vivir con él: 10567. C am inar es 2318 [2308], 3518, 3701, 3812, 8480, 8550, 10283, 10284, 10286, 10731 [10732], N uestro ego
vivir: 519, 1794, 8417, 8420. es el infierno para nosotros: 694, 8480.

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vivido en el m al en el m u n d o , y p o r tanto de cu án to han resistido al bien, m u y p recisa se g ú n los g é n e ro s y especies d e sus b ie n e s, y to d as las c o m u ­
en el corazó n y en el espíritu. n id ad es d el in fie rn o se g ú n los g én e ro s y especies d e sus m ales. P o r o tra
592. Si el S eñ o r n o gobern ara los cielos y los infiernos, n o existiría p arte, hay u n a c o m u n id a d in fe rn a l c o rre s p o n d ie n te d e b a jo d e cada c o ­
n in g ú n equilibrio; y si n o existiera n in g ú n equilibrio, n o existiría ni cie­ m u n id a d celestial, y esta c o rre s p o n d e n c ia p o r o p o sic ió n p ro d u c e u n
lo ni infierno. A b solutam ente to d o en el universo, to d o lo que hay en el e q u ilib rio . A sí p u es, el S e ñ o r está a seg u ran d o c o n s ta n te m e n te q u e la c o ­
m u n d o natural y to d o lo que hay en el m u n d o espiritual, está constitui­ m u n id a d in fe rn a l q u e está b ajo u n a c o m u n id a d celestial n o se h ag a d e ­
do p o r u n equilibrio. C u alq u ier persona racional p u ed e co m p ren d er es­ m asiado fu e rte . E n la m e d id a e n q u e alg u n a e m p ie z a a h ac erse d em asia­
to. Si u n lado p red o m in a sobre el o tro sin que éste le ofrezca nin g u n a re­ do fu e rte , es c o n tro la d a p o r d iversos m e d io s y se restab lece el e q u ilib rio
sistencia, ¿no serán am bos destruidos? Esto es lo que sucedería en el de la rela ció n . M e n c io n a ré so la m e n te alg u n o s d e los n u m e ro so s m e d io s
m u n d o espiritual si el b ien n o reaccionara co n tra el m al y no reprim iera q u e se u tiliza n p ara ese fin. A lg u n o s im p lic a n u n a p re se n c ia m ás fu e rte
co n stan tem en te sus rebeliones. A m enos que el p o d e r divino, y no otro, del S eñ o r. O tro s s u p o n e n u n a c o m u n ic a c ió n m ás estre ch a y la u n ió n d e
haga esto, el cielo y el in fiern o perecerán, y c o n ellos to d o el género h u ­ u n a o m ás c o m u n id a d e s c o n otras. O tro s, el ex ilio d e alg u n o s d e los su ­
m ano. D ig o «el p o d e r divino y n o otro» p o rq u e la individualidad de ca­ p e ra b u n d a n te s esp íritu s in fern ales a lugares d esierto s, o la tran sfe re n cia d e
da ángel, de cada espíritu y de cada u n o de nosotros no es otra cosa sino u n in fie rn o a o tro , o ta m b ié n la re o rg a n iz a c ió n d e los h ab itan tes d e los
m al (véase supra, § 591). Esto significa que n in g ú n ángel ni espíritu pue­ in fie rn o s, lo q u e se realiza d e diversas m an eras. A lg u n o s su p o n e n el o c u l-
de resistir las influencias m alignas que co n stan tem ente alientan desde los ta m ie n to d e alg u n o s in fie rn o s b ajo c u b iertas m ás g ru esas y pesadas, o su
infiernos, puesto que todos nosotros nos inclinam os hacia el in fierno de­ en v ío a lu g ares m ás p ro fu n d o s. Y hay to d a v ía o tro s m e d io s u tiliza d o s p o r
bido a nuestro ego. Vemos así que si el S eñ o r solo no gobernara los cie­ los cielos q u e están so b re los in fie rn o s.
los y los infiernos, n o habría salvación para nadie. M e n c io n o esto p ara q u e se c o m p re n d a e n alg u n a m e d id a q u e sola­
N o sólo eso, sino q u e todos los infiernos actúan al u n ísono po rq u e las m e n te el S e ñ o r se e n c arg a d e m a n te n e r el e q u ilib rio e n tre el b ie n y el
energías m alignas de los infiernos están todas interrelacionadas, a la m a­ m al e n to d a s p artes, y p o r ta n to e n tre el cielo y el in fie rn o . D e este tip o
nera en q u e lo están las energías buenas en los cielos; y nada sino el solo de e q u ilib rio d e p e n d e la salv ació n d e to d o s e n los cielo s y e n la tie rra .
p o d e r divino p u ed e resistir todos los incontables infiernos que actúan de 595. D e b e saberse q u e los in fie rn o s están a ta c a n d o c o n s ta n te m e n te el
acuerdo co n tra el cielo y todos sus habitantes. Ese p o d e r divino único cielo y tra ta n d o d e d e s tru irlo y q u e el S e ñ o r lo p ro te g e c o n s ta n te m e n te
em ana del Señor. p re se rv a n d o a sus h a b ita n te s d e los m ales q u e se d e riv a n d e su p re o c u p a ­
593. El p u n to de eq u ilib rio en tre los cielos y los infiernos fluctúa de ción p o r sí m ism o s y m a n te n ié n d o lo s in m e rso s e n el b ie n q u e p ro c e d e
arriba abajo d ep en d ien d o del n ú m e ro de personas que en tran en el cielo de él. A m e n u d o se m e h a c o n c e d id o e x p e r im e n ta r el a u ra q u e irra d ia d e
y qu e entran en el infierno, que viene a ser de miles cada día. Saber y los in fie rn o s, u n au ra d e esfuerzos p o r d e s tru ir la n a tu ra le z a d iv in a d el
c o m p re n d e r esto, ajustar y cen trar el fiel de la balanza, es algo que n in ­ S e ñ o r y p o r ta n to ta m b ié n el cielo. A veces ta m b ié n h e p e rc ib id o fuerzas
gún ángel p u ed e hacer, solam ente el Señor, puesto que la naturaleza di­ que b u lle n d esd e c ie rto s in fie rn o s, g en erad as p o r los esfu erzo s p o r lib e ­
vina em an an te está presente en todas partes y en todas partes observa ca­ rarse y se m b ra r la d e s tru c c ió n . P o r o tra p a rte , los cielos n o atacan n u n c a
da desviación. Los ángeles sólo ven lo que está a su alrededor, y ni a los in fie rn o s, p u e s to q u e el a u ra d iv in a q u e e m a n a d el S e ñ o r es u n es­
siquiera sienten en sí m ism os lo q u e sucede en su propia com unidad. fuerzo c o n s ta n te p o r salvar a to d o el m u n d o . C o m o los h a b ita n te s d e los
594. Todo en los cielos y en los infiernos está tan b ien dispuesto que in fie rn o s n o p u e d e n ser salvados (pues to d o s los q u e allí están se e n c u e n ­
cada ind iv id u o está en u n equilibrio personal. Podem os ded u cir esto, en tran ab so rto s en el m a l y se o p o n e n a la n a tu ra le z a d iv in a d el S eñ o r), los
alguna m edida, de lo q u e ya se dijo respecto de los cielos y los infiernos. ataques e n el in fie rn o se m a n tie n e n ta n a raya c o m o es p o sib le, y la v io ­
E sto es, todas las com unidades del cielo están diferenciadas de m anera lencia re c íp ro c a es re strin g id a p ara q u e n o vaya m ás allá d e c ie rto s lím i­

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tes. T am bién esto se realiza p o r las innum erables form as que tiene lo nio si fuera nuestra. Y se nos da para que podam os ser reform ados y sal­
D iv in o de ejercer su poder. vados, pues sin lib ertad n o p u ed e haber reform a ni salvación.
596. Los cielos están diferenciados en dos reinos, el reino celestial y el C ualquiera que utilice algo de su capacidad racional p u ed e ver que te ­
reino espiritual (véase supra, §§ 20-28). Igualm ente, los infiernos se dife­ nem os libertad para pensar bien o m al, honrada o fraudulentam ente, ju s ­
rencian en dos reinos, u n o o puesto al reino celestial y o tro opuesto al rei­ ta o injustam ente, y que p o dem os hablar y actuar bien, honrada y recta­
n o espiritual. El opuesto al rein o celestial está en la reg ió n occidental, y m ente, pero no mala, fraudulenta y to rcidam ente debido a las leyes
quienes viven allí son llam ados dem onios; m ientras que el opuesto al rei­ civiles, m orales y espirituales que m an tien en nuestra naturaleza ex tern a
n o espiritual está en la reg ió n n o rte y en la sur, y quienes viven allí son dentro de unos límites.
llam ados espíritus. Vemos, pues, que la libertad se aplica al espíritu, es decir, a lo que
Todos los habitantes del rein o celestial están inm ersos en el am or al pensam os y nos pro p o n em o s, pero no a la naturaleza externa, es decir, a
Señor, y todos los habitantes de los infiernos opuestos a ese reino están lo que decim os y hacem os, salvo que esto se siga de las leyes antedichas.
inm ersos en el am o r a sí m ism os. Todos los q u e están en el reino espiri­ 598. La razón de que no podam os ser reform ados a m enos que te n ­
tual están inm ersos en el am o r al prójim o, y todos los que están en los in­ gam os algo de libertad es que nacem os en males de to d o tipo, males que
fiernos opuestos a ese rein o están inm ersos en el am o r al m undo. Esto m e deben ser expulsados para que podam os ser salvados. N o p u e d en ser eli­
ha p e rm itid o ver que el am o r al S eñor y el am o r a u n o m ism o son opues­ m inados a m enos que los veam os en nosotros, adm itam os que están ahí,
tos, co m o lo son el am o r al p ró jim o y el am o r al m undo. los rechacem os y finalm ente nos separem os de ellos. Sólo entonces son
El S eñ o r cuida co n stan tem en te de que nada fluya desde los infiernos elim inados. Esto no p u ed e suceder a m enos que estem os expuestos tan­
opuestos al rein o celestial del S eñor hacia los habitantes del reino espiri­ to al bien co m o al m al, puesto que es desde el bien co m o podem os ver
tual. Si eso sucediera, el rein o espiritual sería destruido, p o r las razones los males, au n q u e no p o dem os ver lo que es b u e n o desde el mal. D esde
expuestas supra, en los §§ 578-579. la infancia aprendem os las cosas espirituales buenas que debem os pensar
Estos son los dos equilibrios generales q u e el S eñor m antiene cons­ de la lectura de la Palabra y de los serm ones. A prendem os los valores cí­
tan tem en te intactos. vicos y m orales de nuestra vida en el m undo. Esta es la razón principal
de que debam os ser libres.
N u estra libertad d ep e n d e [2] La segunda razón es que nada llega a fo rm ar parte de nosotros si
d e l e q u i l i b r i o e n t r e el c i e l o y el i n f i e r n o no es co m o consecuencia de algún sentim iento de am or. V erdaderam ente,
597. A cabo de describir el equilibrio en tre el cielo y el in fiern o y he otras cosas p u ed e n en trar en nosotros, pero no a más profundidad que en
m ostrado q u e el eq u ilib rio es entre el b ien p ro ced en te del cielo y el mal el pensam iento, ni alcanzar la voluntad; y nada que n o entre en la v o lu n ­
pro ced en te del infierno, lo q u e significa que es u n equilibrio espiritual tad es nuestro. Es así p o rq u e el pensam iento se deriva de nuestra m e m o ­
que es en esencia u n a fo rm a de libertad. ria, m ientras que la voluntad deriva de nuestra vida m ism a. N ada es n u n ­
Este eq u ilib rio espiritual es esencialm ente u n a fo rm a de libertad p o r­ ca libre a m enos que proceda de nuestra voluntad, o lo que viene a ser lo
que está entre el b ie n y el m al y entre la verdad y la falsedad, y éstas son m ism o, de u n sentim iento particular que resulta del am or. Todo lo que
realidades espirituales. Así pues, la capacidad de p ro p o n e rn o s el bien o el deseam os o am am os, lo hacem os librem ente. P o r eso nuestra libertad y el
m al y de pensar lo verdadero o lo falso, la capacidad de escoger u n o en sentim iento de nuestro am o r o de nuestra v o luntad son uno. P or eso tam ­
vez de otro, es la libertad de la que hablo aquí. bién ten em o s libertad para ser im pulsados p o r lo que es verdadero y b u e ­
El S eñ o r conced e esta libertad a cada individuo, y n u nca se la quita. no, o para am arlo, de m anera que llegue a ser parte de nosotros. [3] E n
E n v irtu d de su fuente, p erten ece de h ech o al S eñor y n o a nosotros, p o r­ una palabra, nada que n o entre en nosotros lib rem en te p erm an ece con
que p ro ced e del Señor; sin em bargo, se nos da ju n to co n nuestra vida co- nosotros, p o rq u e n o p e rten ece a nuestro am o r ni a nuestra voluntad; y

510
nada q u e n o perten ezca a nuestro am o r o a nuestra v o luntad perten ece a 602. Todavía debo h acer una últim a observación sobre nuestra in tu i­
nuestro espíritu. El verdadero ser [esse] de nuestro espíritu es am o r o vo­ ción respecto de la vida después de la m u erte que resulta del influjo del
luntad; em pleam os la expresión «am or o voluntad» p o rq u e to d o lo que cielo en nosotros. H abía unas personas ordinarias q u e habían vivido se­
am am os, lo deseam os. P or eso n o pod em o s ser reform ados sino en esta­ gún las virtudes de su fe en el m undo. F ueron devueltos a u n estado co ­
do de libertad. m o el que tenían en el m u n d o (lo que le p u ede suceder a cualquiera
Pero se habla más extensam ente sobre nuestra libertad en los extrac­ cuando el S eñor lo p erm ite) y entonces se les m ostró lo que pensaban so­
tos de Los arcanos celestiales citados infra. bre nuestro estado tras la m uerte. D ecían que en el m u n d o algunas p e r­
599. Para que p odam os ser libres para ser reform ados, estam os unidos sonas inteligentes les habían p reguntado sobre el alma después de su vida
en el espíritu al cielo y al infierno. C o n cada u n o de nosotros hay espí­ en el m u n d o , y ellos dijeron que no sabían lo que era el alma. E ntonces
ritus del in fiern o y ángeles del cielo. P or m ed io de los espíritus del in­ les p reg u n taro n qué pensaban de su estado después de la m uerte, y dije­
fiern o nos encon tram o s co n nuestro mal, y p o r m edio de los ángeles del ron que creían que vivirían co m o espíritus. D espués, se les p reg u n tó qué
cielo en co n tram o s el b ien q u e le debem os al Señor. E n consecuencia, es­ tipo de creencia tenían sobre los espíritus, y dijeron que los espíritus eran
tam os en u n equilibrio espiritual, esto es, en libertad. seres hum anos. Se les p reg u n tó entonces có m o sabían eso, y dijeron que
Sobre la presencia co n nosotros de los ángeles del cielo y los espíritus lo sabían p o rq u e era verdadero. A quellos hom bres inteligentes se sor­
del infierno, véase el capítulo sobre la u n ió n del cielo con el género h u ­ prendieron de que personas simples tuvieran ese tipo de fe cuando ellos
m an o (§§ 291-302). m ism os n o la tenían.
600. D ebem os co m p ren d er que nuestra u n ió n co n el cielo y con el in­ P u d e ver así que to d o el que está u n id o al cielo tien e una n o c ió n ins­
fiern o n o es directam ente co n ellos, sino que está m ediada p o r los espíri­ tintiva sobre la vida después de la m uerte. La única fu en te de esa idea ins­
tus q u e están en el m u n d o de los espíritus. D e estos espíritus que están con tintiva es el influjo del cielo, es decir, el influjo del S eñ o r a través del cie­
nosotros, n in g u n o procede del infiern o m ism o o del cielo mismo. lo, p o r m ed io de los espíritus del m u n d o de los espíritus que nos son
Estam os unidos al in fiern o a través de los espíritus m alignos del m u n d o de asignados. Esta idea instintiva es poseída p o r quienes n o asfixian su liber­
los espíritus y co n el cielo a través de los espíritus buenos de dicho m u n ­ tad de pensam iento con suposiciones sobre el alm a h u m an a que han cap­
do. D eb id o a esta disposición, el m u n d o de los espíritus está a m ed io ca­ tado y con firm ad o p o r m edios diversos, suposiciones co m o que el alma
m in o entre el cielo y el infierno, situado en el p u n to de equilibrio. es pu ro pensam iento o algún p rin cip io anim ado cuya sede buscan en el
Sobre la localización del m u n d o de los espíritus a m ed io cam ino en­ cu erp o 299. Sin em bargo, el alma no es nada más ni nada m enos que nues­
tre el cielo y el infierno, véase el capítulo sobre el m u n d o de los espíri­ tra vida, m ientras que el espíritu es la persona real, y el c u erp o es una co ­
tus (§§ 421-431); y sobre su situación en el p u n to de equilibrio entre el sa terrenal que llevamos co n nosotros en el m u n d o . Es solam ente un
cielo y el infiern o , véase el capítulo p reced en te (§§ 589-596). agente a través del cual nuestro espíritu, la persona real, actúa de m anera
P o d e m o s c o m p re n d e r así de d ó n d e o b te n e m o s n u e stra lib e rtad . adaptada al m u n d o natural.
601. A ú n debo añadir algo más sobre los espíritus que están asociados 603. Lo que he dicho en este libro sobre el cielo, el m u n d o de los es­
a nosotros. Toda una co m u n id ad p u ed e establecer com u n icació n con otra píritus y el infierno, será oscuro para quienes n o e n cu e n tran n in g ú n de­
co m u n id ad o co n o tro ind iv id u o en cualquier lugar a través de u n espí­ leite en el co n o cim ie n to de las verdades espirituales; pero será claro para
ritu em isario. Este espíritu es llam ado «agente» del grupo. Lo m ism o su­ quienes se deleitan en ellas, especialm ente para quienes están inm ersos en
cede respecto de nuestra u n ió n co n las co m unidades del cielo y con las un sen tim ien to de la verdad p o r sí m ism a, es decir, para quienes am an la
com unidades del infierno, a través de espíritus asociados a nosotros en el verdad p o rq u e es verdadera. Lo que es am ado entra de form a lum inosa
m u n d o de los espíritus. Sobre este asunto, véase tam b ién las referencias a en los pensam ientos de la m ente, especialm ente cu an d o lo que es am ado
Los arcanos celestiales al final del capítulo. es verdadero, po rq u e toda verdad está en la luz.

512 513
R e fe r e n c ia s a los pasajes de 1947, 7914; y tam bién a hacer el bien, ap arentem ente p o r nosotros m is­
Los arcanos celestiales rela tiv o s a n u estra m os, pero reco n o cien d o sin em bargo que procede del Señor: 2883, 2891,
l ib e r t a d , el in f lu j o y lo s e s p í r i t u s q u e 2892, 7914. N o s hacem os cada vez más libres en las batallas contra la te n ­
son los m e d i o s de c o m u n i c a c i ó n tación en que salimos vencedores, p o rq u e en tonces nos obligam os in te ­
[2] SO B R E LA LIBERTAD. Toda libertad es cuestión de am or o de rio rm e n te a resistir, aun q u e n o lo parezca: 1937, 1947, 2881.
sen tim iento, p o rq u e to d o lo q u e am am os lo hacem os librem ente: 2870, [4] La libertad infernal es ser guiado p o r el am o r a u n o m ism o y el
3158, 8907 [8987], 8990, 9585, 9591. Puesto que la libertad es una cues­ am o r al m u n d o y sus deseos: 2870, 2873. Esta es la única libertad que co ­
tió n del am or, es la vida de cada individuo: 2873. N ada parece form ar n o ce n los habitantes del infierno: 2871. La lib ertad celestial está tan dis­
p arte de nosotros a m en o s q u e proceda de nuestra libertad: 2880. H ay una tante de la libertad infernal co m o lo está el cielo del infierno: 2873, 2874.
libertad celestial y una lib ertad infernal: 2870, 2873, 2874, 9589, 9590. La libertad infernal, que es ser guiado p o r el am o r a u n o m ism o y el am or
La lib ertad celestial p ro ced e del am o r celestial, o de u n am o r al bien al m u n d o , n o es libertad sino esclavitud: 2884, 2890. Así pues, la esclavi­
y la verdad: 1947, 2870, 2872, y puesto que el a m o r al b ien y la verdad tu d es ser guiado p o r el infierno: 9586, 9589, 9590, 9591.
proced e del Señor, som os verdaderam ente libres solam ente cuando somos [5j SO B R E EL IN FL U JO . T odo lo que pensam os y deseam os fluye;
conducidos p o r el Señor: 892, 905, 2872, 2886, 2890-2892, 9096, 9586, aprendido de la experiencia: 904, 2886-2888, 4151, 4319, 4320, 5846,
9587, 9589-9591. El S eñ o r nos in tro d u ce en la lib ertad celestial a través de 5848, 6189, 6191, 6194, 6197-6199, 6213, 7147, 10219. N uestra capacidad
la regeneración: 2874, 2875, 2882, 2892. N ecesitam os libertad para ser re­ de exam inar las cosas, pensar y sacar conclusiones analíticas procede del
generados: 1937, 1947, 2876, 2881, 3145, 3146, 3158, 4031, 8700. D e otra influjo: 1288 [1285], 4319, 4320. N o podríam os vivir ni siquiera u n m o ­
m anera, el am o r a lo que es b u e n o y verdadero n o podría ser sem brado m en to si estuviéram os privados del influjo del m u n d o espiritual; desde la
en nosotros y llegar a ser p arte de nosotros hasta el p u n to de que parez­ experiencia: 2887, 5849, 5854, 6321. La vida que fluye desde el S eñor va­
ca nuestro: 2877, 2879, 2880, 2888. N ada q u e suceda bajo coacción se une ría en fu n ció n de nuestro estado y de nuestra ap ertura a él: 2069, 5986,
a nosotros: 2875, 8700. Si p udiéram os ser reform ados p o r la fuerza, todo 6472, 7343. E n la gente m alvada, el bien que fluye a ella desde el S eñor
el m u n d o sería salvado: 2881. La coacción en asuntos de reform a es des­ se transform a en mal, y la verdad en falsedad; desde la experiencia: 3643
tructiva: 4031. T odo culto ofrecido en lib ertad es culto, pero n o el que es [3642 o 3743], 4632. R e cib im o s el bien y la verdad que fluyen desde el
ofrecido bajo coacción: 1947, 2880, 7349, 10097. El arrep en tim ien to de­ S eñor en la m edida en que el m al y la falsedad n o lo interceptan: 2411,
be p roducirse en estado de libertad, y si se p ro d u ce en estado de coac­ 3142, 3147, 5828.
ció n n o es efectivo: 8392. Q u é es el estado de coacción: 8392. [6] Todo el b ien fluye desde el S eñor y to d o el m al desde el infierno:
[3] Se nos p e rm ite actuar desde la lib ertad que tenem os com o seres 904, 4151. A ctualm ente, se piensa que to d o está en u n o m ism o y p ro c e­
racionales, para que se nos p u ed a dar; p o r eso, tam b ién tenem os libertad de de u n o m ism o, cuando realm ente to d o está fluyendo a nosotros, co ­
de pensar y q u erer incluso lo que es m alo, e incluso de hacerlo en la m e­ m o se p u ed e aprender de la d o c trin a de la Iglesia, que enseña que to d o
dida en que las leyes n o lo im pidan: 10777. El S eñor nos m an tien e entre b ien p rocede del S eñor y to d o m al del diablo: 4249, 6193, 6206. Si nues­
el cielo y el in fiern o y, p o r lo tanto, en u n eq u ilib rio para que podam os tra creencia estuviera de acuerdo con la d octrina, n o pretenderíam os que
estar en libertad para ser reform ados: 5982, 6477, 8209, 8907 [8987]. Lo el m al es nuestro ni haríam os nuestro el bien: 6206, 6324, 6325. Q u é fe­
q ue se siem bra en lib ertad p erm an ece co n nosotros, pero n o lo que se liz sería nuestro estado si creyéram os que to d o b ie n fluye a nosotros des­
siem bra bajo coacción: 9588. P or eso la lib ertad n u n ca se le arrebata a na­ de el S eñor y to d o m al desde el infierno: 6325. Q u ien es niegan el cielo
die: 2876, 2881. El S eñor n o coacciona a nadie: 1937, 1947. o n o saben nada de él o n o co m p ren d en que existe u n influjo que p ro ­
O bligarse a u n o m ism o pro ced e de la libertad, pero ser obligado no: cede de él: 4322, 5649, 6193, 6479. Lo que es el influjo, ilustrado m ediante
1937, 1947. D eb em o s obligarnos a nosotros m ism os a resistir al mal: 1937, com paraciones: 6428 [6128], 6480 [6190], 9407.
[7] Toda la vida fluye desde el p rim e r m anantial de la vida p o rq u e ésa
es su fuente; y está fluyendo constantem ente, p o r eso procede del Señor:
3001, 3318, 3237 [3337], 3338, 3344, 3484, 3619, 3741-3743, 4318-4320,
4417, 4524, 4882, 5847, 5986, 6325, 6468-6470, 6479, 9276, 10196. El in­
flujo es espiritual y n o físico, lo que significa q u e el influjo procede des­
N otas
de el m u n d o espiritual al natural y n o desde el natural al espiritual: 3219,
5119, 5259, 5427, 5428, 5477, 6322, 9110, 9111 [9109]. El influjo viene a
N o ta s al § 1 [P ró lo g o d e l a u to r]
través de la persona in te rio r a la exterior, o a través del espíritu al cuer­ 1 «El Señor» se refiere a Jesús. A unque la teología de S w edenborg es com pletam ente
po, y n o al revés, p o rq u e nuestro espíritu está en el m u n d o espiritual y m onoteísta, utiliza para referirse a D ios num erosos nom bres y térm inos tom ados de los
nuestro c u e rp o en el m u n d o natural: 1702, 1707, 1940, 1954, 5119, 5259, contextos filosóficos y bíblicos (Dios, el Ser divino, lo D ivino, lo D ivino H u m an o , la
5779, 6322, 9380 [9110]. La p ersona in te rio r está en el m u n d o espiritual U nidad, el Infinito, el Principio, el C reador, el R e d en to r, el Salvador, Jehová, D ios
Shaddai y otros m uchos). El térm ino que, sin em bargo, aparece con más frecuencia es «el
y la e x te rio r en el m u n d o natural: 978, 1015, 3628, 4459, 4523, 4524, 6057,
Señor» (latín Dominus), u n título más que u n nom bre, que significa «el que está a cargo»,
6309, 9701-9709, 10156, 10472. Parece co m o si hu b iera u n influjo desde y que se refiere a Jesucristo com o m anifestación visible del D ios único. Para una breve
nuestra naturaleza ex tern a a la in tern a, pero es u n a ilusión: 3721. H ay un explicación de Sw edenborg sobre sus razones para utilizar «el Señor», véase Los arcanos ce­
influjo en nuestro fu n cio n am ien to racional y a través de éste en nuestro lestiales 14. [[SR]
proceso de in fo rm ació n , y n o al revés: 1495, 1707, 1940. C ó m o es el m o ­ 2 S w edenborg utiliza a m en u d o ecclesia, «Iglesia», para referirse al c o n ju n to de la creen­
cia y la práctica religiosas de una nación o u n período dados. [GFD]
delo del influjo: 775, 880, 1096, 1495, 7270. El influjo procede directa­
3 E n o tro lugar Sw edenborg explica la predicción del S eñor co m o cuatro fases suce­
m e n te del S eñ o r e in d irectam en te a través del m u n d o espiritual o cielo:
sivas de degeneración en la actitud de la Iglesia respecto del a m o r y la fe: cuestionam ien-
6063, 6307, 6472, 9682, 9683. E l influjo del S eñor entra en lo que es b u e ­ to, desdén, destrucción y profanación del am or y la fe (véase Los arcanos celestiales 3754).
no en nosotros y, a través de lo q u e es bu en o , en lo que es verdadero, pe­ asR]
ro n o al revés: 5483 [5482/, 5649, 6027, 8685, 8701, 10153. El bien nos 4 C o n frecuencia las citas de S w edenborg de la Escritura siguen estrictam ente la tra­
p e rm ite aceptar el influjo del Señor, pero n o la verdad separada del bien: ducción latina de la Biblia de Sebastian Schm idt (1617-1696). S w edenborg tam bién tuvo
acceso a la versión interlineal de la Biblia del teólogo y lingüista español B enedicto Arias
8321. N ad a q u e fluya a nuestro p ensam iento nos hace daño, sólo lo que
M o n tan o (1527-1598), y puede estar de acuerdo con él, en contra de Schm idt (véase
fluye a nuestra voluntad, p o rq u e esto se vuelve p arte de nosotros: 6308. M ontano 1657). La copia de la traducción de Schm idt utilizada p o r Sw edenborg, c o n sus
[8] H ay u n influjo general: 5850. Este es u n a energía constante que fa­ notas al m argen, ha sido preservada en los códices 89-90 en la Biblioteca de la R eal
vorece la acción de acuerdo c o n el orden: 6211. Esto es lo que fluye en A cadem ia de Ciencias de E stocolm o. T am bién se encuentra disponible una reproducción
la vida de los animales: 5850; y tam bién en los m iem bros del reino vege­ fotolitográfica, editada p o r R u d o lp h L eonard Tafel (véase S w edenborg 1872). [GFD],
tal: 3648. A dem ás, nuestro p ensam iento desciende a las palabras y nuestra [C om o ya se advirtió, en esta edición española se sigue la versión de la Biblia de C ipriano
de Valera.]
in te n c ió n a las acciones y m odos de con d u cta en concordancia con este
5 C o m o ocurre con otros m uchos conceptos bíblicos, la interpretación del Juicio
influjo general: 5862, 5990, 6192, 6211. Final de S w edenborg es com pletam ente diferente de la de las tradiciones teológicas de su
[9] S O B R E LOS A G EN TES. Los espíritus q ue son enviados desde las tiem po. O poniéndose a las ideas de que nuestra tierra y nuestra vida serán destruidas en
com unidades de los espíritus a otras com unidades o a espíritus indivi­ una batalla final entre el bien y el mal, o de que la historia llegará a su final en una espe­
duales se d en o m in an «agentes»: 4403, 5856. Las com unicaciones en la otra cie de conclusión cósm ica, Sw edenborg presenta el Juicio Final co m o u n sím bolo. E n Los
arcanos celestiales § 3353, escribe: «El Ju icio Final n o es otra cosa que el final de la Iglesia
vida se p ro d u cen p o r m ed io de espíritus em isarios co m o éstos: 4403,
[la verdadera religión] en una nación y su com ienzo en otra... cuando ya no hay ningún
5856, 5983. Los espíritus q u e son enviados para actuar com o em isarios no reconocim iento del Señor... ni fe... ni caridad». Para u n análisis adicional, véase la in tro ­
piensan p o r sí m ism os, sino que piensan desde los espíritus que los n o m ­ ducción a este volum en, así com o la obra de Sw edenborg de 1758 El Juicio Final. [R H K ]
bran: 5985-5987. M ás sobre estos espíritus: 5988, 5989.

516
" C o m o ejem plo de los «muchos» a que se refiere Sw edenborg, se puede citar a dos significado espiritual que podrían ser, al m enos, parcialm ente descubiertos p o r u n c o n o ­
de las figuras más destacadas en el estudio del N u ev o T estam ento durante la época de cim iento de las relaciones específicas de correspondencia. [G FD , R H K ]
Sw edenborg: los alemanes J o h a n n A lbrecht B engel (1687-1752) y Jo h a n n A ugust Em esti 9 Los arcanos celestiales (1749-1756) había sido publicada anónim am ente, al igual que las
(1707-1781), del que se puede decir que contribuyó a sentar las bases para la crítica tex­ obras aparecidas en 1758 (Del Cielo y del Infierno; La nueva Jerusalén; E l Juicio Final; El ca­
tual de la Biblia. A m bos fueron abogados apasionados del sensus literalis o sentido literal ballo blanco; Las tierras en el universo). S w edenborg n o fue identificado com o su au to r has­
de la Biblia, particularm ente en lo que respecta al Ju icio Final. La reseña de E m esti de ta su clarividente experiencia del fuego de E stocolm o en 1759. Sobre este tem a, véase
Arcana Caelesti [Los arcanos celestiales], que apareció en el prestigioso Neue Theologische H jern 1990, 8-9. U n a inform ación más breve de este acontecim iento, en inglés, se p u e ­
Bibliothek (Emesti 1760, 1: 6 515-527), criticaba con vehem encia la asignación p o r parte de en co n trar en D ole y K irven 1992, 50. [GFD, R H K ]
de S w edenborg de significados m últiples a las palabras del texto bíblico, actitud que 10 Véase El caballo blanco, una de las obras publicadas p o r S w edenborg en 1758 ju n to
E m esti consideraba una regresión a los m étodos de los com entarios n o científicos, «ale­ con Del Cielo y del Infierno. [GFD]
góricos y místicos». O tro influyente teólogo alem án de la misma época, el pietista 11 La frase latina aquí traducida p o r «arcanos del cielo» es arcana coeli, una frase que
Friedrich C hristoph O etin g er (1702-1782), que publicó reseñas de Sw edenborg que eran evoca el título de la más im portante obra teológica de Sw edenborg, Arcana Coelestia [Los
favorables en otros aspectos, se colocó del lado de B engel y E m esti en el problem a de la arcanos celestiales/, que expresa el m ism o significado con una form a gram atical ligeram en­
in terpretación de la Biblia, criticando en una carta que «[Swedenborg] p o n e más con­ te diferente. [GFD]
fianza en su analogía de la historia o en su scientiam correspondentiarum [conocim iento de 12 La expresión «en la actualidad los hom bres de Iglesia» (homo ecclesiae hodie) describe
las correspondencias] que en la clara [Biblia] que n o precisa interpretación» («dass er auf la prim era y perm anente preocupación de Sw edenborg, diferenciable de «m uchos en la
seine Á hnlichkeit der G eschichte, oder a u f seine scientiam correspondentiarum m ehr Iglesia» (plerique hodie intra ecclesiam), que se refiere a los investigadores antes citados (véa­
V ertrauen setzt, ais a u f das klare W o rt, welches keiner A uslegung bedarf»; E hm an 1859, se supra, nota 6). Sus encuentros con los espíritus de hom bres de Iglesia recientem ente fa­
750; texto atribuido a O e tin g e r p o r B enz [1947, 166-181]). D ebería señalarse tam bién que llecidos (véase, p o r ejem plo, su obra de 1771 La verdadera religión cristiana 160: 3, 692-694,
la referencia de Sw edenborg a «m uchos en la Iglesia» puede ser entendida com o valora­ 713: 2, 738) le convenció de que la difundida ignorancia de las enseñanzas bíblicas (su
ción de la o p inión religiosa contem poránea, valoración fiable, puesto que entre sus pa­ preocupación aquí) y las distorsiones de las tradiciones teológicas de la Iglesia (véase, p o r
rientes más próxim os e influyentes se incluían u n obispo y u n futuro obispo. (Para una ejem plo, infra, nota 17) ponían en peligro la capacidad del pueblo para vivir rectam ente
inform ación adicional sobre O etinger, véase infra, nota 198.) [R H K ] y prepararse para el cielo. Aquí cita esta circunstancia co m o explicación de su «llamada»
7«La Palabra» (latín Verbum) era la designación luterana preferida de la Biblia com o y su revelación y com o m otivo de su obra. [R H K ]
verdad revelada, la «Palabra de Dios». Sin em bargo, en su utilización de este térm ino, 13 «La venida del Señor» o «el adviento del Señor» se refiere aquí a cualquier ejem plo
S w edenborg se refiere específicam ente a los libros de la B iblia que él considera posee­ de la renovada presencia del Señor entre el pueblo, a cualquier analogía espiritual de la
dores de u n significado co m pletam ente espiritual, especialm ente el P entateuco (Génesis, E ncam ación del Señor. E n sus últim as obras, S w edenborg com enzó a hablar explícita­
E xodo, L evítico, N ú m ero s y D e u te ro n o m io ), los libros históricos (Josué, Jueces, 1 y 2 m ente del «segundo adviento», u n térm ino que utilizó para describir los acontecim ientos
Sam uel, 1 y 2 R eyes), los Salmos, los profetas m ayores y m enores (Isaías, Jerem ías, cósm icos y espirituales que incluían la revelación que —según él se n tía - el S eñor estaba
L am entaciones, E zequiel, D aniel, Oseas, Joel, A m os, Abdías, Jonás, M iqueas, N ahum , realizando a través de sus propias experiencias espirituales. Véase, p o r ejem plo, su obra de
H abacuc, Sofonías, H ageo, Zacarías y M alaquías), los E vangelios (M ateo, M arcos, Lucas 1771 La verdadera religión cristiana 115, 121, 123; y tam bién su inscripción m anuscrita sobre
y Juan) y el Apocalipsis. Véase Los arcanos celestiales 10325 y otras dos obras de la cubierta interior de una copia de su publicación de 1769, Breve exposición: «Esta obra es
Sw edenborg de 1758, La nueva Jerusalén 266 y El caballo blanco 16. H ay que señalar que parte de la llegada del Señor (escrita p o r mandato)». (Sobre esta inscripción, véase Tafel
en su obra de 1771 La verdadera religión cristiana parece usar el térm in o en el sentido ple­ 1890, 757, y Sigstedt 1981, 375.) Las experiencias espirituales de Sw edenborg - q u e se p ro ­
nam ente luterano, incluyendo pasajes de las epístolas de los apóstoles entre las citas de longaban desde hacía trece años en el m o m e n to en que escribió este pasaje, y que abar­
«la Palabra». Para la explicación de p o r qué no incluyó generalm ente las obras de los caron u n total de veintinueve años a lo largo de su vida - son la fuente principal de to ­
apóstoles y Pablo, véase su carta a B eyer (15 de abril de 1766), citada en A cton 1955, 612- dos sus escritos. Puesto que él sentía que estas experiencias le eran proporcionadas p o r el
613. [G FD , JS R ] Señor, constituían su prim era autoridad. E n Los arcanos celestiales 68 escribió: «M uchos
8 Para Sw edenborg el m u n d o m aterial tiene com o causa el m u n d o espiritual y, en pretenderán, im agino, que nadie puede hablar con espíritus y ángeles en tanto perdura la
consecuencia, lo refleja; es decir, los fenóm enos y acontecim ientos físicos ofrecen imágenes vida corporal, y que yo padezco alucinaciones, o que difundo estas historias a fin de apro­
de los fenóm enos y acontecim ientos espirituales, es decir, «responden» o «corresponden» vecharm e de la credulidad del pueblo, o algo sem ejante. P ero nada de esto m e p reo cu ­
a ellos. C o m o señaló el p ropio S w edenborg en Los arcanos celestiales 4, el objetivo funda­ pa. Y o he visto, he oído y he sentido». [G FD , R H K ]
m ental de este texto (su obra más amplia) era dem ostrar que la Biblia contiene niveles de

518 519
§§ 2-6 mas obras, La doctrina del Señor 55, Breve exposición 35, y especialm ente La verdadera religión
14 S w edenborg se refiere aquí al concepto cristiano de la T rinidad: Padre (Dios), Hijo cristian a173: 2: «Ten cuidado, pues, de que la idea de tres dioses n o enraíce en tu m ente
(Cristo) y E spíritu Santo. La unidad de estos trinos esenciales de naturaleza divina, ju n to aunque tu boca - q u e en sí m ism a n o tiene ideas— diga “ u n dios” . La parte de la m ente
con la preem inencia teológica del Señor (Dominus), constituye una de las principales y que está p o r encim a de la m em oria y piensa “ tres dioses” y la m ente p o r debajo de la m e­
más frecuentes preocupaciones de Sw edenborg. (Sus enseñanzas sobre la Palabra y sobre m oria que hace que la boca diga “u n dios” , ¿no serían entonces com o u n com ediante que
la inseparabilidad de la fe y las obras son los únicos asuntos que para él se le pueden com ­ representa dos papeles en el escenario, cam biando de u n o a o tro , diciendo una cosa en
parar en im portancia.) S w edenborg consideró que el trinitarism o de su tiem po era esen­ uno y lo opuesto en el otro, y llam ándose a sí m ism o sabio en u n m o m e n to e insensato
cial y desastrosam ente triteístico, de m o d o que conducía a la adoración de tres dioses en al siguiente?». [GFD]
lugar de u no. Para él, Jesús tuvo desde el m o m en to de su c oncepción una naturaleza di­ ” E1 «influjo» (latín influxus) es u n concepto crucial e n la idea que tiene Sw edenborg
vina in terio r y una naturaleza hum ana exterior. P o r u n proceso de «combates de tenta­ de la naturaleza hum ana. T an to la verdad com o la capacidad para identificar la verdad
ción» análogos a nuestras luchas contra las tentaciones, la naturaleza divina transform ó o «fluyen» desde el Señor a través del cielo hasta la com prensión hum ana, en cada m o m en to
«glorificó» progresivam ente la naturaleza hum ana. La expresión «el Señor», tal com o fue y de form a continua. Así el c o nocim iento -c o m o la vida (y el p ropio ser)—n o es u n don
utilizada p o r Sw edenborg, se refiere siem pre, bien a la naturaleza divina interior (véase estático sino una relación dinám ica activa entre una persona y su con tex to en la realidad
infra, nota 16) o al C risto resucitado y ascendido a los cielos, co m o el autodespliegue más espiritual. Véase infra, § 228, y la obra de Sw edenborg de 1763, A m or divino y sabiduría di­
pleno que sea posible de lo D ivino infinito, que en sí m ism o está radicalm ente más allá vina § 340. El influjo entre los cielos es analizado infra, en §§ 207-209. [R H K ]
de nuestro conocim iento. Es distinto del P a d re /C re ad o r y del E spíritu Santo, y sin em­ 20 Se trata de una referencia a los seguidores del teólogo italiano Fausto Socino (1539-
bargo u n o con ellos. P ro p o n e esta definición en Los arcanos celestiales 14 y la m antiene co­ 1604) y de su tío Laelio Socino (1525-1562), que negaron la divinidad de Cristo. Para re­
herentem ente desde entonces. Sus pasajes más amplios y com pletos sobre la trilogía tri­ ferencias a la postura de Sw edenborg sobre la divinidad de C risto, véase supra, nota 18.
nitaria están en su obra de 1763 La doctrina del Señor y en los tres prim eros capítulos de su [R H K |
obra de 1771 La verdadera religión cristiana (§§ 5-184). [GFD, R H K ] 21 Para describir localizaciones en el m u n d o espiritual S w edenborg utiliza a m en u d o
15 La prim era edición cita los versículos 10 y 11 de Ju a n 14, p ero se alude tam bién cla­ expresiones relacionadas con el espacio tridim ensional que carecen de u n m arco claro de
ram ente al versículo 9. (JSR) referencia -« u n poco hacia delante, a la derecha» (§ 3), «en la parte delantera» (§ 327),
16 Sw edenborg utilizó el adjetivo substantivo Divinum para d enotar la deidad tres-en- «apartados» y «hacia la izquierda» (§ 249)—, o que tienen relación con algún órgano del
una en todos sus aspectos, casi exclusivam ente con preferencia a Deus («Dios»), y com o cuerpo hum ano; «estos espíritus pueden ser vistos en la proxim idad del estóm ago, algu­
una alternativa coherente a «la Trinidad». «Lo Divino» tam bién designa la cualidad que nos a la izquierda y otros a la derecha, algunos más abajo y otros más arriba, más cerca o
une c o n la T rinidad a cada una de las personas que la com p o n en , com o en § 3, «la natu­ más lejos» (§ 299). E n el últim o caso n o está claro si el cuerpo es el del propio
raleza divina del Señor» (Divinum Dominí). [RH K ] Sw edenborg, o el del H o m b re U niversal (véanse §§ 59, 65, 66), o incluso el del Señor
17 E n una gran reestructuración de las visiones tradicionales del Ju icio según la esca- (véase § 81); quizás es el resultado de una superposición perceptiva de los tres.
tología y las creencias cristianas acerca de la salvación, S w edenborg describe el Juicio en S w edenborg señala más adelante que las direcciones en el m u n d o espiritual son constan­
el m u n d o espiritual com o u n proceso in tern o de adecuación de nuestro carácter y sus más tes, indepen d ien tem en te de que cada cuerpo-espíritu se vuelva hacia u n lado o hacia otro.
fundam entales m otivaciones a las realidades objetivas de la vida espiritual. E n §§ 510 y Pues el Este de los ángeles está siem pre delante, el O este detrás, el Sur a la derecha y el
511, infra, describe la separación de los espíritus del m al y los del bien, y nos m uestra a los N o rte a la izquierda (véase §§ 141-142). «Delante» y «detrás» están entonces, presum ible­
«espíritus hundiéndose» en el infierno. El capítulo que incluye los §§ 545-550, infra, está m ente, más lejos hacia el Este y hacia el O este respectivam ente, esto es, más cerca y más
encabezado p o r el epígrafe «El Señor no envía a nadie al infierno: los espíritus van por sí lejos del Señor en tanto que visible en el sol del cielo. «Más arriba» y «más abajo» d en o ­
mismos» y desarrolla la idea en m últiples contextos. A quí, en el § 2, las palabras «no se les tan presum iblem ente niveles diferentes, co m o se describe en el § 38 (véanse tam bién los
perm ite» (non licet), y «son expulsados» (rejiceretur), se refieren al ju ic io que u n o se hace a §§ 22, 197). [JSR]
sí m ism o. Lo m ism o se aplica a «se les deja caer» (demittuntur) y «desterradas» (relegantur) 22 La palabra latina aquí traducida p o r «materialistas» es naturalistae, utilizada p o r
en el § 3. Estas expresiones, que reflejan la apariencia de u n ju ic io externo, n o son co­ S w edenborg para designar a aquellos que adoran el m u n d o natural en lugar de a D ios. E n
m unes en su obra. [R H K ] el § 310 de la obra de 1764 Divina providencia, S w edenborg escribe: «Cada apariencia que
18 P odem os sospechar aquí una referencia indirecta a una afirm ación que aparece en es tom ada com o verdad se convierte en falacia. E n la m edida en que las gentes se afirm an
la obra que Sw edenborg identificó com o el credo atanasiano en el sentido de que, aun­ en falacias se hacen materialistas. Y en esa m edida no creen en nada salvo en lo que p u e ­
que «según la verdad cristiana debem os reconocer a cada Persona com o D ios y Señor, no den percibir p o r alguno de los sentidos corporales». [R H K ]
podem os, según la fe católica, decir que hay tres Dioses o tres Señores». Véanse sus últi­ 23 Véase infra, §§ 318-328. A unque Sw edenborg era cuidadoso para rem itirse a los pa­

520 521
sajes relevantes p o r n úm ero de capítulo, sus referencias a los encabezam ientos rara vez son píritu h u m an o , m odelado según la form a del Señor, que puede ser llam ado el «H om bre
específicas. D o n d e encontram os tales referencias específicas (en el § 207 de Los arcanos ce­ Universal». Éste es u n concepto de gran im portancia que inform a su ontología, su cris-
lestiales se refiere, p o r ejem plo, al § 265) podem os suponer que añadió el n úm ero sobre la tología, su antropología y su escatología. La form ulación com pleta aparece en una serie
base de su p rim er b o rrad o r cuando escribió la copia definitiva. [GFD] de veinte ensayos entrem ezclados entre ciertos pasajes de Los arcanos celestiales (específica­
4 La palabra latina aquí traducida p o r «cogniciones» es cognitiones. E n Los arcanos celes­ m ente, siguiendo la exégesis de S w edenborg del Génesis, capítulos 23 a 43). Para estos
tiales 24, S w edenborg asigna scientifica, «datos» o «inform ación acerca de», a la persona ex­ ensayos, extractados y traducidos, véase Sw edenborg 1984. [R H K ]
tem a (homo externus) y cognitiones a la persona interna (homo intemus). El térm ino cognitio­ 33 La idea del am or que se ofrece aqui aparece más plenam ente definida en la obra de
nes parece referirse siem pre a u n co nocim iento directo, derivado de la experiencia. [GFD] Sw edenborg de 1763 Amor divino y sabiduría divina 1-46. [R H K ]
25 Véase infra, §§ 334-337. [GFD] 34 Para una visión global de los tres cielos véase §§ 29-40. [JSR]
26 La prim era edición dice 24-25. [JSR] , 35 La expresión latina aquí traducida p o r «la im agen que proyecta» es quoad personam.
Es probable que Sw edenborg utilice aquí persona en su sentido clásico de «máscara».
§§ 7-1 2 Téngase en cuenta su cita de Los arcanos celestiales 3820, c o n su contraste entre la persona y
S w edenborg identifica habitualm ente «superior» con «interior» o «central»; e «infe­ la fuente interior de la persona. E n Divina providencia 217: 3 la palabra persona está tam bién
rior» con «exterior» o «extemo». Para u n análisis adicional, véase infra, nota 43. [GFD] asociada c o n fundió et honor, «función y estatus», u n significado que es a m en u d o aplica­
28 Véase infra, §§ 139-140. [GFD] ble en otros lugares y que puede ser válido aquí. [G FD , R H K ]
La frase latina aquí traducida p o r «perdurar es u n constante venir a la existencia» 36 La presente traducción sigue la práctica de S w edenborg de n o indicar las elipsis en
(subsistere est perpetuo existere) era una m áxim a filosófica de la época (véase Los arcanos ce­ las citas bíblicas. [GFD]
lestiales 3483, 5084: 3; La comunicación entre el alma y el cuerpo 4) m anejada frecuentem ente í 37 Ju a n 15, 12, aquí aludido pero n o citado dice: «Éste es m i m andam iento: Q u e os
p o r S w edenborg (véase Los arcanos celestiales 775, 3648, 4322, 4523: 3, 5116: 3, 5377: 1, 6040: améis unos a otros, com o yo os he amado». [GFD]
1, 6482, 9502, 9847, 10076: 5, 10152: 3, 10252: 3, 10266; Del Cielo y del Infierno 107, 303; 38 La palabra latina aqui traducida p o r «aura» es sphaerae, una palabra que S w edenborg
Amor divino y sabiduría divina 152; Divina providencia 3: 2; Amor conyugal 380: 8; La comuni­ utiliza a m en u d o para referirse a regiones o áreas de influencia. [GFD]
cación entre el alma y el cuerpo 9; La verdadera religión cristiana46, 224: 1).Lo significativo de 39E n la nota de Sw edenborg en este p u n to parece probable que la prim era Esta de re­
la m áxim a es esto: aunque u n anim al dado pueda descender de susancestros, y una de­ ferencias fuese a ser, probablem ente, 10130, 10420 y 10702, y la segunda, 10130, 10189 y
term inada roca pueda haber estado donde está durante m ilenios, según otra forma de con­ 10420, p ero debido a su sem ejanza esencial las listas fueron com binadas. [GFD]
siderarlo, el anim al y la roca son creados de nuevo p o r Dios a cada instante. Su persis­ 40 Véase infra, §§ 141-153. [GFD]
tencia tam bién puede ser entendida com o un p erpetuo nacim iento o venida a la 41 Este tem a general es estudiado con cierto detalle en las referencias de Los arcanos ce­
existencia. [JSR] lestiales al final del § 356, infra. |G FD ]
2,1 P o r «el Principio» Sw edenborg designa aquí a Dios com o el o n g e n de todas las co­
sas; véase tam bién infra, §§ 37, 303. [JSR] §§ 20-28
42 Para u n esquem a de los dos reinos en el cuerpo h u m an o véase § 95; para un es­
§§ 1 3 -19 quem a de los tres cielos en el cuerpo hum ano, véanse §§ 29 y 65. QSR]
La palabra aquí traducida p o r «caridad» es caritas. E n este p u n to y en el capítulo si­ 43 A lo largo de todas sus obras teológicas S w edenborg relaciona «alto» con in teriori­
guiente el térm ino denota la práctica de enterarse de lo que el p rójim o necesita, querer­ dad y «bajo» c o n exterioridad; es decir, cuanto más alto es algo, más interior es, y cuan­
lo y hacerlo. E n otros contextos - p o r ejem plo, más adelante, la discusión del n e o y el po­ to más bajo, más exterior. (La relación es tan estrecha en todos los casos que los térm inos
bre (véase especialm ente el § 364)—se refiere a la idea de desear lo que es bueno para el en cuestión parecen intercam biables.) Véase la intro d u cció n a este volum en; y para un
prójim o. U n a de las preocupaciones más urgentes de S w edenborg era el debate c ontem ­ desarrollo adicional del concepto relacional, véase la obra de S w edenborg de 1763 Amor
p oráneo sobre la primacía relativa de la fe o la candad (que puede ser considerada com o divino y sabiduría divina 184-263, especialm ente 205. [G FD , R H K ]
solicitud hacia los otros o com o «obras» que uno hace p o r los otros) en la teoría y en la 44 S iguiendo la práctica cristiana habitual en su tiem po, S w edenborg traduce a m en u ­
práctica, que en su o p inión había puesto en peligro la vida religiosa de su tiem po. Para do el tetragrám aton de las Escrituras hebreas com o «Jehová». [JSR]
él, la fe y la caridad eran inseparables excepto com o conceptos, y su relación sería la que 45 Puesto que la fe es una facultad intelectual, y la caridad es una form a particular de
existe entre el pensam iento y la voluntad (véase infra, § 364). [RFIK] volición, la afirm ación de S w edenborg constituye aquí una afirm ación más generalizada
La expresión «un solo ser» in troduce aquí la idea de S w edenborg —desarrollada con de la unidad de la fe y la caridad para con el prójim o (véase supra, nota 31). [R H K ]
m ayor extensión infra, en §§ 94-101- de que el cielo entero tiene la fo n n a de u n solo es­

522 523
§§ 2 9 -4 0
58 Véase infra, §§ 200-212. [GFD]
46 Las palabras latinas aquí traducidas p o r «exterior o prim ero», ultimum seu primum
podrían tam bién ser traducidas p o r «últim o o prim ero»; una descripción paradójica que
§§ 5 1 -5 8
puede ser una de las expresiones del ingenio más bien lacónico que puede percibirse oca­
59 La expresión latina aquí traducida p o r «cámaras del cielo» es habitacula coeli, proba­
sionalm ente en Sw edenborg, ju n to c o n ejem plos de un h u m o r más am plio. El significa­
blem ente una referencia a las «cámaras [hebreo f f t a g , ma’alól] del cielo» en A m os 9, 6.
do alternativo, que iguala «exterior» c o n «inferior» («primero» en esta serie ascendente) es
La expresión «los cielos de los cielos» aparece en D e u tero n o m io 10, 14, 1 R eyes 8, 27 (=
analizado supra, en las notas 27 y 43. [G FD , R H K ]
2 C rónicas 6, 18), 2 C rónicas 2, 6, y N ehem ías 9, 6. [GFD]
47 La palabra latina traducida p o r «disposición» es animus. S w edenborg tenía u n con­
60 Las referencias de Sw edenborg a m acrocosm o y m icrocosm o se relacionan con su
cepto am plio de la «mente» con tres com ponentes: 1) anima, «el alma» (tam bién traduci­
imagen, más inclusiva, del H o m b re U niversal, m encionado supra, en nota 32. A qui el án­
do p o r «m ente superior» o «conciencia espiritual»); 2) mens, «m ente racional» (también
gel individual es u n m icrocosm o de su com unidad, que es u n m icrocosm o del cielo, a su
traducido p o r «m ente consciente»); y 3) animus, «m ente inferior» (que podem os llamar
vez m icrocosm o del Señor (Dominus), que es lo m áxim o que podem os co n o cer del Dios
neuroconciencia). Para un análisis de estos com ponentes, véase su obra temprana
triuno. Para Sw edenborg el m icrocosm o derivaba funcionalm ente del m acrocosm o, el
Psicología racional (Sw edenborg [1742] 1950, §§ 462-476). [R H K ]
m odelo coherente y necesario de la creación: una relación más com pleja y com prensiva
48 Puesto que la caridad hacia los otros es una volición (algo que hacer) y la fe una
que los antiguos desarrollos cristianos del concepto, com o, p o r ejem plo, el de Hildegarda
cognición (algo de lo que som os conscientes), este pasaje p roporciona otra perspectiva so­
de B ingen (1098-1179). [R H K ]
bre el énfasis caridad/fe de Sw edenborg (véase supra, notas 31 y 45). [R H K ]
61 S w edenborg com partió la creencia de su tiem po de que hay una atm ósfera más su­
49 Véase especialm ente infra, §§ 200-212. [GFD]
til que el aire, llam ada «éter», que n o se agotaría p o r la extracción del aire. Estaba c o n ­
50P o r «el Principio» Sw edenborg designa aquí a D ios co m o origen de todas las cosas;
vencido de que n o podía haber u n vacío absoluto, puesto que esto significaría una ru p ­
véase tam bién §§ 9, 303. 0SR ]
tura total en el tejido inconsútil de la realidad. Véase, p o r ejem plo, su obra de 1763 Amor
51 Véase supra, nota 8. [GFD]
divino y sabiduría divina 82. [GFD]
52 La palabra latina aqui traducida p o r «imágenes» es repraesentationes, a veces traduci­
62 Véase supra, nota 32. La idea del Señor único apareciendo de form a diferente en las
da p o r «representaciones». M ientras una correspondencia (correspondens) necesariam ente
distintas com unidades prefigura la enseñanza característica de S w edenborg de que todo
cam bia para reflejar cam bios en su causa interior, una representación (repraesentatio) no ne­
pueblo tiene acceso a la salvación in dependientem ente de su religión: véase su obra de
cesariam ente lo hace. E n Los arcanos celestiales 2988, S w edenborg utiliza com o ejem plo de
1764 Divina providencia 325. [R H K ]
correspondencia una cara que expresa sentim ientos reales, presentes. U n ejem plo de re­
presentación sería una apariencia exterior de cortesía que está reñida con los sentim ien­
§§ 5 9 -6 7
tos. Véase tam bién la definición de representación, infra, § 175. [G FD , R H K ]
“ A ntes de escribir Del Cielo y del Infierno, S w edenborg había explicado en detalle la
53 La idea que Sw edenborg tiene de los niveles (gradus) se e xpone de form a más com ­
idea de cielo com o H o m b re U niversal en los apartados intercapitulares de Los arcanos ce­
pleta en Amor divino y sabiduría divina 179-263. [R H K ]
lestiales, cuya relación aparece en la nota de S w edenborg al § 98, infra. Véase tam bién su­
54 H ay pocas referencias, si es que hay alguna, al cielo inferior o natural en el resto de
pra, nota 32. [GFD]
la obra. A lguna alusión al cielo espiritual puede encontrarse en §§ 65: 2, 100, 207-210, 280
64 La palabra latina aquí traducida p o r «forma exterior» es ultimum. Sw edenborg utiliza
y 295. El cielo superior o tercero recibe la m áxim a atención, con referencias en §§ 49: 2,
siempre el adjetivo ultimus («final» o «último» de cualquier serie) para designar lo más aleja­
65: 2, 70, 75, 178, 206-211, 227, 260: 2, 267, 277: 4, 295, 382, 459 y 489. [GFD]
do de lo D ivino, y p o r consiguiente lo más externo. El térm ino n o siempre es derogatorio:
por ejem plo, escribe en Los arcanos celestiales 7337: «La divina verdad que fluye del Señor
§§ 4 1 -5 0
contiene todo poder, de m odo que hay poder incluso en los detalles más inferiores [in ulti-
55 «Estado» (latín status), térm ino frecuentem ente utilizado p o r Sw edenborg en el sen­
mis]n\ y en La verdadera religión cristiana 212: «El sentido últim o [sensus ultimus], el sentido na­
tido de «condiciones», es definido infra, en § 154, com o «atributos de vida y de lo que
tural llamado literal, es el contenedor, la base y el soporte de los dos sentidos interiores».
pertenece a la vida». [R H K ]
Véase tam bién §§ 209-221 de su obra de 1763 Amor divino y sabiduría divina. [GFD, R H K ]
56S w edenborg pensaba que la relación entre las expresiones faciales visibles y los es­
65 Véase supra, nota 27. [R H K ]
tados interiores m entales o espirituales son una excelente ilustración de sus conceptos cla­
“ La palabra latina aquí traducida p o r «comunidad» es commune, «cosa común». [R H K ]
ve de «representación» y «correspondencia» (véase supra, notas 8 y 52). Desarrolla más
com pletam ente el sim bolism o en Los arcanos celestiales 2987-2990. [R H K ]
§§ 7 3 -7 7
57 Véase supra, nota 38. [R H K ]
67 E n la época en que se publicó Del Cielo y del Infierno, habian transcurrido unos tre­

524
525
ce años desde el com ienzo de las experiencias de S w edenborg en el m u n d o espiritual, co­ «de filo cortante», con la elipsis de oculorum, «de los ojos». La frase com pleta aparece en
m o el p ro p io Sw edenborg señala supra, en § 1. [GFD] Amor conyugal 1 3 : 3 ; la elipsis en La verdadera religión cristiana 4 0 y 6 9 7 : 1. [GFD]
[N o todas estas correspondencias aparecen con claridad al ser traducidas al castellano.
§§ 7 8 -8 6 N . de los T.]
68 Sobre los socinianos, véase supra, nota 20. [R H K ] 80 El latín aquí traducido p o r «el brazo largo» es extensas manus; literalm ente, «manos
69 Véase infra, §§ 318-328. [GFD] extendidas». [G FD |
70 El tiem po es estudiado en los §§ 162-169 y el espacio en los §§ 191-199. Véase in­ 81 Véase §§ 2 9 1 - 3 0 2 , especialm ente § 3 0 2 . [GFD]
fra, nota 74 para u n análisis más extenso. [GFD] 82 Sobre la «venida del Señor», véase supra, nota 13. [R H K ]

N o t a s a la s r e f e r e n c i a s a p a s a je s d e §§ 103-115
L o s arcanos c e le stia le s a l f i n a l d e l § 86 83 Los contenidos de §§ 1 0 3 - 1 1 5 son especialm ente notables p o r haber sido escritos
71 Sobre «la venida del Señor», véase supra, nota 13. [R H K ] por u n h o m b re de la Ilustración, en u n m o m e n to en que la tendencia a analizar la natu ­
72 La traducción «no concuerda» se basa en la lectura de cadat en lugar del cedat de la raleza con las herram ientas de la razón estaba ganando fuerza. E n los prefacios a las obras
pn m era edición. En otros lugares S w edenborg utiliza cadere in ideam/intellectum, literal­ científicas que precedieron a sus escritos teológicos, Sw edenborg desarrolló m uchos de
m ente «caer en una idea o acto de com prensión», en el sentido de «ajustarse a» o «con­ los objetivos y las perspectivas de deístas com o M atthew T indal ( 1 6 5 5 - 1 7 3 3 ) , incluyendo
cordar con». (Véase Los arcanos celestiales 2896: 2, 4096: 2; Am or divino y sabiduría divina 5, la confianza en el po d er de la razón hum ana y la creencia en D ios com o arquitecto de un
202.) S w edenborg utiliza cedere, «entregar», sólo en el sentido de «revelar». (Véase Los ar­ m u n d o ordenado. Sin em bargo la perspectiva de S w edenborg difería radicalm ente de la
canos celestiales 1951, 8321: 2; Amor conyugal 218.) [GFD] de los deístas en su aceptación de una revelación em pírica. (Los deístas se m ostraban ge­
La palabra latina aquí traducida p o r «procesión» es procedens, «salir desde». Véase in­ neralm ente recelosos ante las creencias basadas en una revelación sobrenatural, ya fuese
fra, nota 104. [GFD, R H K ] en la Biblia o e n otros lugares.) La confianza de S w edenborg en las experiencias de reve­
lación le p erm itieron com binar el m éto d o científico con una p enetrante sensibilidad re­
§§ 8 7 -1 0 2 ligiosa, de tal m o d o que invirtió el objetivo de la Ilustración: en lugar de centrar en la
74 El lecto r filosóficam ente preparado del siglo XVIII indudablem ente entendería el tér­ ciencia la esperanza de com p ren d er el espíritu y com p ren d er a D ios, en este pasaje y en
m ino «extensa» com o una referencia al contraste de Descartes entre la extensión (extensio) otros lugares abogó p o r una búsqueda espiritual de D ios co m o m edio de com p ren d er la
de la m ateria y el pensam iento (cogitado) de la m ente. En el sistema de Descartes, extensio naturaleza y el universo m aterial. Para un análisis de las relaciones de Sw edenborg con el
se refiere a la extensión espacial m ensurable, m ientras cogitado niega esa dintensionalidad pensam iento deísta, véase K irven 1 9 6 5 . [R H K ]
y afirm a (sólo) la realidad m ental. [GFD] 84 A unque cabía esperar que S w edenborg utilizara el más co n creto correspondentia, «co­
75 El uso coloquial de Sw edenborg de omne... sub solé est, «todo... lo que está bajo sas que corresponden», continuam ente utiliza en este capitulo el abstracto correspondentiae,
nuestro sol», n o im plica que estuviera lim itado p o r la cosm ología precopernicana. E n el «correspondencias». [GFD]
m ism o año que Los arcanos celestiales (1758) publicó tam bién Las tierras en el universo, obra 85 Véase supra, nota 2 9 . QSR]
en la que describe la vida en otros planetas de nuestro sistema solar y en galaxias distan­ 86 Sobre el uso de ecclesia, «iglesia» de Sw edenborg, véase supra, nota 2 . P o r ecclesia re-
tes. D e hecho, Sw edenborg fue u n o de los prim eros teólogos en incorporar la perspecti­ praesentativa, traducido aquí com o «iglesia representativa», se quiere decir una iglesia o
va postcopem icana a u n sistema teológico. Véase K irven 1988, 361-370, especialm ente cultura religiosa, que se centró en la cuidadosa realización de los actos prescritos, tuvie­
368-369; y véase la descripción explícita que hace Sw edenborg del sol que perm anece in­ ran o no sus m iem bros u n sentido de las realidades espirituales que esos actos reflejaban.
m óvil m ientras la tierra se m ueve, infra, § 158. [R H K ] [GFD]
78 Véase §§ 20-28. [GFD] 87 La expresión latina aquí traducida p o r «el pan de la presencia» es panes facierum, «pa­
77 Véase supra, nota 32. [GFD] nes de caras», que sigue la versión de Schm idt 1 6 9 6 (véase supra, nota 4) y refleja m uy li­
E n su obra de 1768 sobre el am or conyugal, S w edenborg proporciona una defini­ teralm ente el h ebreo O-jsn o n b , lehem happanim. [GFD]
ción de este concepto que abarca tanto lo abstracto com o lo personal: «El verdadero am or 88 La palabra latina aquí traducida p o r «funciones» es usus, que tam bién se traduce a
conyuga] n o es sino una unió n de am or y sabiduría. D os cónyuges que tienen este am or veces p o r «usos» o «utilidades». S w edenborg em plea este substantivo com o sinónim o al
entre sí y cada u n o para sí son un reflejo y al m ism o tiem po una im agen de él» (Amor con­ m enos parcial de «bien». C uando «uso» o «utilidad» es sinónim o de «acción» (com o en la
yugal 65). Véase tam bién infra, nota 172. QSR] idea de «realizar un uso») se refiere a una acción que es útil para alguien, es decir, que ha­
La expresión latina aquí traducida p o r «que tiene una visión profunda» es acutae aciei, ce bien a alguien. C uando indica u n aspecto de una actividad o la persona que la realiza

526 527
§§ 126-140
(com o en «el uso de u n juez») se refiere a la ayuda que la actividad o persona proporcio­
■ 100 C o m o era habitual en su tiem po, Sw edenborg se refería a los Salmos c o m o el «li­
na. La idea de S w edenborg de «uso» es analizada en Van D usen 1981. [R H K , GFD]
bro de David», y al P entateuco (Génesis, E xodo, Levítico, N ú m ero s y D e u tero n o m io )
89 La inusual palabra latina coelicolae para los habitantes del cielo sugiere que
com o los «libros de Moisés». [GFD]
S w edenborg alude específicam ente a C atulo 64: 409-411. Para análisis y contexto véase
: 101 A ños más tarde Sw edenborg registró varios casos m em orables de la verd ad que bri­
Frazier 1998. (JSR|
lla en el m u n d o espiritual. C u e n ta que si los espíritus frotan su cara o su ro p a con la
90 Para una exposición amplia sobre las visitas de S w edenborg a los cielos de esas eda­
Palabra, brillan con tanto resplandor com o la luna o las estrellas (Divina providencia 256: 4),
des, véase su obra de 1768 Am or conyugal 74-78. [JSR]
incluso tan brillantem ente com o si los espíritus m ismos estuvieran en una estrella (La ver­
dadera religión cristiana 209: 2). D ice tam bién que los espíritus cortan papel en form as de­
§§ 116 -1 2 5
corativas y escriben en ellos frases de la Palabra porque se convierten en form as brillantes
91 Las palabras latinas aquí traducidas p o r «he visto y oído» son audivi et vidi, recor­
en el aire (La verdadera religión cristiana 209: 2). C u e n ta u n caso m em orable en q u e ve una
dando la expresión ex auditis et visis, «de las cosas oídas y vistas», en el título de este libro.
mesa con intensa luz en la que una verdad escrita sobre papel brilla co m o una estrella, pe­
[GFD] [Se recuerda que el título com pleto de esta obra es originalm ente De coelo et ejus
ro una verdad falsificada causa una explosión, apareciendo u n espíritu inconsciente. E n el
mirabilibus, et de Inferno, ex auditis et visis. N . de los T .]
m ism o texto, ve una habitación en la que la Palabra está rodeada p o r unas gem as que p ro ­
92 E n más de una veintena de pasajes de sus obras teológicas, S w edenborg parece ha­
ducen u n arco iris con fondos diferentem ente coloreados d e pendiendo de q u é clase de
ber anticipado las m odernas investigaciones del cerebro reconociendo diferentes funcio­
ángel esté m irando (El Apocalipsis revelado 566: 5-7). Véase tam bién E l Apocalipsis revelado
nes para los hemisferios izquierdo y derecho. P o r ejem plo, Los arcanos celestiales 644 dice
540; Am or conyugal 77: 2, 533. [JSR]
entre otras cosas: «La voluntad y el entendim iento son m uy distintas entre sí... El cerebro
102 El térm ino «paraíso», paradisus, de Sw edenborg incluye el sentido de «parque», «jar­
hum ano está dividido en dos partes, llamadas hem isferios; a su hem isferio izquierdo per­
dín». [GFD]
tenecen las facultades intelectuales, y al derecho las de la voluntad», una distinción no in­
. 103 N o hay § 138 en la edición en latín. [GFD]
com patible con las m odernas atribuciones de las funciones intelectual, analítica, literaria,
104 «Existir» (latín existere, cuyo significado es «salir de»), «ser» (esse) y «proceder» (pro­
y m atem ática al lado izquierdo del cerebro, y las funciones em ocionales y estéticas, al de­
cederé, que significa literalm ente «salir», «aparecer») son térm inos claves en la o n to lo g ía de
recho. [R H K ]
Sw edenborg. A unque palabras latinas com unes, presentan dificultades de trad u c ció n a
93 La versificación de Joel difiere de unas Biblias a otras. La prim era edición de
causa de sus im plicaciones metafísicas. D os pasajes clásicos para u n estudio adicional de
S w edenborg dice 4, 15, siguiendo la versificación latina; en otras versiones este pasaje es
estos conceptos en Sw edenborg son La verdadera religión cristiana 210: «[Dios] es Ser [Esse]
3, 15. [JSR]
y E xistencia [Existere]; y al m ism o tiem po Procesión [Procederé]»; y Am or divino y sabidu­
94 D o n d e leem os saccus, «cilicio», p o r el succus, «zumo, jugo», de la prim era edición; el
ría divina 14: «Ser [Esse] y E xistir [Existere] son distinguibles en su unidad en el H o m b re -
original griego es acxKKOi; (sákkos), «tela de cilicio». [GFD]
Dios. D o n d e hay Ser [Esse], hay E xistir [Existere]; lo u n o n o aparece sin lo otro». [R H K ]
95 Véase infra, § 147. El tem a de presencia p o r vía de visión interior es desarrollado ade­
más en Los arcanos celestiales 6849: «El Señor se hace presente de una form a que no es otra
§§ 1 4 1 -1 5 3
que la visión interior, que resulta posible p o r la fe derivada del am or al prójimo». [GFD]
; 103 Este análisis refleja de form a clara y nada sorprendente la perspectiva de
96 El «am or a sí mismo» -d escrito aquí com o lo opuesto al am or divino, en Los arca­
S w edenborg, que residió durante toda su vida en el hem isferio no rte, y tam b ién su in te ­
nos celestiales 1675: 6 com o lo opuesto a «la esencia hum ana del Señor», e infra, en § 558,
rés p o r la astronom ía, a la que se había dedicado intensam ente en años anteriores. [GFD]
com o lo opuesto al am or al prójim o—es para S w edenborg la esencia del mal hum ano. El
106 Las afirm aciones de este parágrafo desarrollan las relaciones entre oriens, «Este»,
único «amor» que puede ser m alo es el am or a la d om inación de los otros, pero éste es
«Oriente»; origo, «fuente», «origen»; y exoriri, «subir», «levantarse», «salir». [GFD]
tam bién una form a del am or a sí m ism o. U n análisis más am plio del am or a si m ism o apa­
107 Para las representaciones y apariencias, véase §§ 170-176; para el tiem po y el espa­
rece infra, en §§ 556-565. Véase tam bién nota 165. [R H K ]
cio en el cielo, véase §§ 162-169, 191-199. [GFD]
97 E n § 311, S w edenborg asocia respectivam ente las denom inaciones de «diablo» y «sa­
108 U n a posible interpretación de que la distancia entre el sol y la luna sea d e treinta
tanás» con estas dos clases. M uy frecuentem ente utiliza «espíritus» para referirse a quienes
grados es que los ángeles celestiales ven al Señor (en form a solar) en una posició n en el
después de la m u erte están en proceso de preparación ya sea para el cielo o para el in­
cielo que varía en treinta grados respecto de la posición e n que los ángeles espirituales ven
fierno. [GFD]
al Señor (en form a lunar). E n consecuencia, el Este en el reino celestial estaría a treinta
98 Véase §§ 141-153, 162-169 y 191-199. [GFD]
grados de distancia según la brújula respecto del Este en el reino espiritual; si am bos es­
99 Esta referencia difiere de las restantes de la lista en que no reproduce las palabras del
quemas se superpusieran, habría dos conjuntos de direcciones cardinales separadas entre
título del capítulo aludido; la precisión o portuna se hace en los §§ 101 y 103. [GFD]

529
528
sí p o r una rotación equivalente a u n doceavo de circunferencia. A m bos reinos están, sus advertencias contra la erudición co m o su estím ulo para usar la razón p roceden de su
pues, orientados en direcciones más o m enos sem ejantes, p ero no exactam ente en la mis­ convicción fundam ental de que el origen de todo pecado -sim bolizado p o r A dán co­
ma. Sin em bargo, n o se deriva de ello ninguna confusión, porque los dos reinos están se­ m iendo del «fruto del árbol del c o nocim iento del bien y del mal» en Génesis 3, 1-13- es­
parados y nin g ú n ángel tiene que vivir con los dos conjuntos de direcciones a la vez. tá en las gentes «que no creen en el Señor o la Palabra, sino sólo en sí mismos» (Los arca­
[JSR] nos celestiales 231). Esto es, m antiene S w edenborg que si se cree en el Señor o la Palabra,
109 Véase especialm ente § 587. [GFD] el razonam iento es conducido p o r el Señor para reco n o cer lo que es b u en o y lo que es
verdadero; pero si se cree sólo en u n o m ism o, el razonam iento conduce a errores egoís­
§§ 154-161 tas o m undanos. Véase tam bién supra, nota 19 respecto a «influjo». [R H K ]
"° Véase §§ 170-176. [GFD]
'" L a palabra latina aquí traducida p o r «ego» o «imagen de sí» es proprium (lo propio §§ 1 9 1 -1 9 9
de u no, cualquier cosa que sea). S w edenborg utiliza este adjetivo co m o substantivo para 121Véase especialm ente la obra de S w edenborg de 1758 Las tierras en el universo. [JSR]
designar todo lo que constituye nuestra identidad personal, im agen de u n o m ism o, o sen­ 122 En este p u n to , la prim era edición om ite la letra que indica la nota a pie de página
tido de sí. [R H K ] de Sw edenborg, pero está claro que su lugar apropiado es éste. ]GFD]
112 La palabra latina aquí traducida p o r «tristeza» es maestitia. [JSR] 123 U n estadio es una antigua unidad griega de longitud equivalente aproxim adam en­
113 Aunque al tema de cambios de estado en el infierno no se le concede atención ex­ te a 185 m etros. [JSR]
plícita, está claramente implícito en §§ 562, 574 y 594. [GFD] 124 Para la unidad de m edida llamada estadio, véase supra, nota 123. U n a distancia de
12.000 estadios es aproxim adam ente 2.220 kilóm etros. [JSR]
§§ 1 6 2 -1 6 9 ,25 La versificación del salmo 31 difiere según las Biblias. La prim era edición de
114 Véanse §§ 191-199. [GFD] S w edenborg dice 31, 9, según la versificación latina; en otras versiones este pasaje es el
versículo 8. [JSR]
§§ 1 7 0-17 6
115 P o r «libros históricos» Sw edenborg entiende los siguientes: Génesis, Exodo, §§ 2 1 3 -2 2 0
L evitico, N úm eros, D eutero n o m io , Josué, Jueces, 1 y 2 Sam uel y 1 y 2 Reyes; por «li­ 126 La versificación de Isaías 9 difiere según las Biblias. La prim era edición de
bros proféticos»; Isaías, Jerem ías, L am entaciones, Ezequiel, D aniel, Oseas, Joel, Amos, S w edenborg dice 9, 6, siguiendo la versificación latina. E n otras versiones este pasaje es
Abdías, Jonás, M iqueas, N ah u m , H abacuc, Sofonías, H ageo, Zacarías y Malaquías. Véase el versículo 7. [JSR]
tam bién supra, nota 7. [JSR] 127 La versificación de Jerem ías 9 difiere según las Biblias. La prim era edición de
1,6 Aunque hay numerosas alusiones a la forma en que las cosas «aparecen», la refe­ S w edenborg dice 9, 23, siguiendo la versificación latina. E n otras versiones este pasaje es
rencia más explícita al tema se encuentra en § 479: 6. [GFD] el versículo 24. [JSR]
117 La conclusión de esta frase es una cita de Isaías 64, 4, citada en 1 C orintios 2, 9. 128 La versificación del Salmo 36 difiere según las Biblias. La prim era edición de
[GFD] Sw edenborg dice 36, 6-7, siguiendo la versificación latina. E n otras versiones este pasaje
son los versículos 5-6. [JSR]
§§ 1 7 7 -1 8 2 129 La expresión latina aquí traducida p o r «estructura organizada de funciones» es reg-
118 Siguiendo la costumbre de su tiempo, Swedenborg ocasionalmente se refirió al li­ num usuum, literalm ente «un reino de usos». Sw edenborg frecuentem ente da pruebas de
bro del Apocalipsis simplemente como Juan. [GFD] u n vivido sentido de la naturaleza interactiva e interdependiente de la sociedad hum ana.
Véase, p o r ejem plo, Divina providencia 4: 4. [GFD]
§§ 1 8 3 -1 9 0 130 Véase §§ 536-581, especialm ente § 543. [GFD]
119 El énfasis aquí están en v olar o flotar sin cu erp o en el aire físico (com párese con
§ 264). E n otro lugar Sw edenborg describe ángeles, aunque sin alas, dotados de la capa­ §§ 2 2 8 -2 3 3
cidad de volar (Amor conyugal 2: 1; La verdadera religión cristiana 134: 5; compárese mi 131 S w edenborg registra experiencias de esta naturaleza desde los com ienzos de su p e ­
Apocalipsis 8, 13; 14, 6). [JSR] ríodo teológico. Véase El Antiguo Testamento explicado (= Sw edenborg 1927-1951) §§ 943,
120 A m en u d o S w edenborg previene contra el uso del aprendizaje y la inteligencia del 1149-1150. [GFD]
yo para determ inar la verdad de una proposición. P or otra parte, frecuentem ente sugiere f 132 Es una referencia a E l Juicio Final, obra de 1758. [GFD]
criterios racionales p o r los que se puede reconocer la verdad de una. proposición. T anto 133 La m ayor parte de los ejem plos del uso del p o d e r angélico m encionados aquí es­

530 531
tán incluidos en el relato de S w edenborg del Ju icio Final, que cuenta com o ocurrido en
su tiem po; su lengua nativa era el sueco, pero conoció una gran variedad de lenguas; tra­
1757. Para su descripción, véase la obra de 1758 E l Juicio Final, para u n análisis, véase pá­
bajó y estudió en H olanda, Inglaterra e Italia; aprendió latín de m aestros cuyas particula­
ginas 32-36 de la introducción al presente volum en, y nota 5 supra. [JSR]
ridades en cuanto a la pronunciación nos son desconocidas. Adem ás, cada una de estas le­
1:14 Véase 2 R eyes 19, 35 (= Isaías 37, 36). [GFD]
tras puede ten er más de una p ronunciación en latín; y U e I tam bién representan
135 A quí Sw edenborg traduce la poco co m ú n expresión hebrea CS3 rmtpon, hammashit
semivocales. Sólo la pronunciación latina de la U ha ocupado a estudiosos durante gene­
bd ‘am (¿«el destructor entre el pueblo»?) con extrem o literalism o co m o qui perdidit de po­
raciones. U n a conjetura aproxim ada, evitando toda pretensión de transcripción fonética,
pulo, «el que destruye del pueblo». [GFD]
es que p o r U Sw edenborg se refiere al sonido vocálico en las palabras inglesas boot y foot
136 La prim era edición dice íllam, form a fem enina del p ro n o m b re personal de la ter­
[es decir, com o la u en español, ya sea más larga o más breve]; p o r O los sonidos en snow,
cera persona del singular; se trata quizá de una errata p o r illum, que incluye a los dos gé­
oar y not [com o la o en español, ya sea más abierta o más cerrada, más breve o más larga];
neros y significa «él o ella». [GFD, JS R ]
para E los sonidos en gate y get [com o la e española, breve y abierta]; y para / los sonidos
137 Véase §§ 299, 577-580. [GFD]
en sheen y pit [com o la i española, ya sea breve o larga], [JSR]
145 O riginalm ente, en hebreo se escribían sólo las consonantes. C uando el hebreo de­
§§ 2 3 4 -2 4 5
jó de ser u n lenguaje co m ú n m en te hablado se añadieron indicaciones de vocales com o
138 La afirm ación de Sw edenborg de que en el cielo hay un único lenguaje parece
guías de pronunciación. Al final del p rim er m ilenio, se hizo norm ativo u n sistema pales­
contradecir sus prim eras afirm aciones de que los ángeles de los cielos superiores e infe­
tino occidental para la representación de las vocales. El com entario de S w edenborg de
riores n o p u e d en com unicarse verbalm ente entre si (§§ 35, 208-209). Señalando esta apa­
que las vocales «se p ronuncian de form a variable» refleja presum iblem ente el hech o de
rente contradicción, K ing (1999, 30-35) p ro p o n e com o solución que lo que Sw edenborg
que el sistema representó fielm ente los ligeros cam bios en la pron u n ciació n vocal ocasio­
designa p o r «lenguaje» y lo que designa p o r «habla» puede n o ser lo m ism o: el lenguaje
nados p o r los cam bios de acentuación. [GFD]
universal del cielo puede ser «el casi infinito sistema de posibles usos de palabras para
146 E n su análisis de la palabra hebrea correspondiente a y, Sw edenborg se refiere al
transm itir significados, m ientras que el habla im plica la actualización del lenguaje de una
proclítico 1, va; o -I, ü. Es digno de señalar que Schm idt 1696 (véase supra, nota 4) utiliza
persona» (King 1999, 33). Véase tam bién §§ 241 y 244 infra. [JSR]
una am plia variedad de recursos para evitar la repetición del latín et, «y»; y que e n estos
139 Para más detalles sobre el «libro de la vida», véase § 463 y los pasajes de la Biblia
ejem plos Sw edenborg utiliza siem pre et. [GFD]
citados infra, en nota 258. [JSR]
147 Esto puede ser una referencia a la técnica vocal de «cubrir» las vocales, transfor­
140 Véase § 269 infra. [GFD]
m ándolas en u n sonido «ah» cuando se p ronuncian en registros altos. [GFD]
141 E n Diario espiritual (= S w edenborg 1983-1997 = S w edenborg 1998-2000) § 155,
148 Véase §§ 255, 334 y 463. [GFD]
S w edenborg señala que a fin de expresar de algún m o d o las ideas angélicas en el lengua­
je hum ano, las incontables cosas que el lenguaje angélico contiene sim ultáneam ente «de­
§§ 2 4 6 -2 5 7
b e n ser desplegadas en toda una secuencia, y con m uchas digresiones, de m anera exten­
149 Esta afirm ación es significativa en relación a la advertencia de S w edenborg sobre
sa» (succesive et per plures ambages prolixe explicando essent). Esta entrada de su diario ofrece
el peligro de las prácticas espiritistas realizadas con el fin de establecer com unicación con
u n raro vislum bre de la visión de u n problem a que él contem plaba com o escritor. N o
los m uertos. El presente pasaje sugiere que en su visión hay una com unicación norm al y
tiene fecha, pero una entrada cercana (§ 165) está fechada el 2 de agosto de 1747. [GFD]
saludable entre los espíritus y las personas; el peligro surge cuando la m otivación para la
142 R eferencia a Isaias 64, 4, que se cita en 1 C orintios 2, 9. [GFD]
com unicación es la curiosidad vana, la búsqueda de sensaciones o la avaricia, a que son
143 Aristóteles propuso cuatro categorías fundam entales de causa: m aterial, formal, efi­
atraídos los espíritus n o angélicos. Véase infra, §§ 249-250 y la obra postum a de
ciente y final, que se refieren respectivam ente a la substancia de una cosa, su form a, el
Sw edenborg El Apocalipsis explicado (= Sw edenborg 1994-1997) §§ 1182: 4-1183. [R H K ]
agente p o r el que fue producida y la finalidad de su producción. El em pleo p o r parte de
150 Véase § 431. [GFD]
S w edenborg de la term inología aristotélica de «causas» y «causa primera» puede tener más
151 Véase infra, §§ 291-310. [GFD]
relación con la penetrante influencia de Aristóteles en el vocabulario y la sintaxis del pen­
152 Sobre el m éto d o de S w edenborg de referirse a las localizaciones en el espacio es­
sam iento filosófico occidental que con cualquier dependencia respecto de Aristóteles per
piritual véase supra, nota 21. [JSR]
se. Su ontología, p o r citar u n ejem plo n otorio, incluye la de Aristóteles sin estar limitada
153 Para una relación de los libros históricos y proféticos de la Palabra véase supra, n o ­
p o r ella. Véase K irven 1988, 361-364. [R H K ]
ta 115. [JSR]
144 Presum iblem ente, Sw edenborg pensaba en las pronunciaciones latinas de estas vo­
154 Véase infra, §§ 601 y 603: 9. [GFD]
cales, pero n o puede afirmarse con precisión cuáles serían sus m odernos equivalentes fo­
néticos. Varias circunstancias pued en haber afectado a su p ronunciación del neolatín de

532
533
§§ 2 5 8 -2 6 4 sucinta al proceso véase el capítulo sobre reform ación y regeneración en La verdadera re­
155 La prim era edición dice «11, 9-10». Probablem ente el ed ito r in terpretó errónea­ ligión cristiana (§§ 571-620). [JSR]
m ente el «II» de Sw edenborg. [GFD] 164 La palabra latina aquí traducida p o r «tratar de descifrar» es ratiocinantur, que
,5" Véase El caballo blanco, una de las obras publicadas p o r Sw edenborg en 1758 ju n to Sw edenborg rara vez utiliza en un sentido afirm ativo o neu tro . A m en u d o tiene la c o n ­
con Del Cielo y del Infierno. [GFD] notación de racionalización. [GFD]
157 «Jota» es la traducción tradicional de la palabra griega lona, iota, que se refiere a la 165 La expresión latina aquí traducida p o r «egoísmo» es amore sui, literalm ente «amor a
letra hebrea yod, que era en tiem pos de Jesús la letra más pequeña de los alfabetos ara- sí mismo», pero significando claram ente «considerarse a sí m ism o com o lo suprem am en­
m eo y hebreo. «Tilde» es la traducción tradicional de la palabra KEpcáa, keraía, en el tex­ te im portante». Amor sui es de hech o definido en otra de las obras de S w edenborg de
to griego, correspondiente a comiculum en el texto latino de Schm idt 1696 (véase supra, 1758, La nueva Jerusalén, § 65, com o «quererse sólo a u n o m ism o y n o al prójim o salvo a
nota 4) y en Sw edenborg. E n latín y en griego designa el trazo elevado en la escritura causa de u n o mismo». Más adelante, en el § 99 de esa obra, Sw edenborg deja claro que
«recta» utilizada en los textos sagrados hebreos después del siglo V a. C . U n equivalente si estamos obligados a m irar p o r nuestro p ropio bienestar es antes de nada con el fin de
en nuestro alfabeto podría ser el p unto sobre la i o el trazo elevado de la ñ. [GFD] ser capaces de servir a los otros. Véase tam bién la nota g al § 282, infra. [GFD]
158 O b viam ente, Sw edenborg no utiliza aquí la palabra «compuestos» en el sentido
m o d ern o de «expresable en form a de p ro ducto de dos núm eros prim os distintos a 1 y a §§ 276-283
sí mismo», co m o tam poco quiere decir «primo» cuando dice «simple». «Simple» significa Parece que algo se ha om itido aquí, probablem ente una línea com pleta de la co­
12 o inferior a 12, y «compuesto» un n úm ero superior a 12 que resulta de la m ultiplica­ pia definitiva de Sw edenborg. La traducción de A ger (Sw edenborg [1758] 1995) supone
ción de dos o más núm eros simples (véase Los arcanos celestiales 487, 575). Quizá una restauración similar. [GFD]
S w edenborg om ite el 11 en esta lista porque, com o dice en otro lugar, tiene un signifi­ i»? L eyendo cupiunt, «codician», p o r el capiunt de la prim era edición, «coger», «agarrar».
cado in te rio r similar al 10 (Los arcanos celestiales 9616). Para las explicaciones de [G FD |
S w edenborg del significado de los núm eros en general, véase Los arcanos celestiales 482, ,M «Storge» es una versión latinizada (y anglizada, com o dem uestra su presencia en el
487, 647, 648, 755, 813, 1963, 1988, 2075, 2252; y para el significado de los núm eros parti­ Oxford English Dictionary) de la palabra griega crmpyrj, storgé, que en tiem pos de
culares véase, siem pre en Los arcanos celestiales: del 2, §§ 720, 900; del 3, §§ 482, 720, 900; S w edenborg designaba el intenso, indiscrim inado y casi instintivo am o r que los padres
del 4, § 1686; del 5, §§ 649, 798, 1686; del 6, §§ 62. 84-85; del 7, §§ 395, 433, 813: 2; del tienen p o r su descendencia, especialm ente p o r los recién nacidos. [JSR]
8, § 2044; del 9, §§ 1987, 2025, 2075: 2; del 10, § 468: 4; del 12, §§ 575, 577, 648: 2; del 169 La expresión latina citada aquí es curam pro crastino. Se trata de una referencia a
144, § 7973: 2-3; del 1.000, §§ 482, 2588: 4; del 12.000, § 7973: 2-3. Estas referencias uni­ M ateo 6 , 34; e n la traducción de Schm idt 1696 (véase supra, nota 4), N e sitis igitur soliciti
das a abundantes m anuscritos y publicaciones anteriores son una prueba del c o ntinuo in­ in crastinum [en la versión de C ipriano de Valera que seguim os en esta traducción al es­
terés de S w edenborg a lo largo de su vida p o r los núm eros y las m atemáticas. QSR] pañol: «Así que n o os afanéis p o r el día de mañana». N . de los T.]. [GFD]
1,0 Véase supra, §§ 177-179. [R H K ]
§§ 2 6 5 -2 7 5 171 El pasaje citado se refiere a n o preocuparse p o r el c o m er y el vestir, correspon­
159 L eyendo et, «y», en lugar de ex, «de», «desde». [GFD] dencias que son ilustradas en los §§ 103-115, supra, bajo el epígrafe «Hay corresponden­
160 Leyendo ex en lugar de et. [GFD] cia del cielo con todas las cosas de la tierra», especialm ente en el § 108. [R H K ]
A raíz de su p rim er viaje fuera de Suecia, tras la graduación en Uppsala en 1709, ,72 El interés c o n tin u o de S w edenborg p o r el tem a del am o r conyugal está confirm a­
Sw edenborg m andó hacer o hizo p o r sí m ism o u n m icroscopio de cuarenta y dos au­ do p o r las aproxim adam ente quinientas referencias al tem a en Los arcanos celestiales, inclu­
m entos que parece haber sido u n verdadero tesoro para él. Véase K irven y Larsen 1988, yendo u n breve resum en de sus principios en §§ 10167-10175; en los §§ 366-386 de la pre­
15. [GFD] sente obra (bajo el encabezam iento «Los m atrim onios en el cielo»); en fichas y borradores
162El latín de este relato n o contiene pronom bres específicos de género, pero es m uy de sus m anuscritos; y en su obra Am or conyugal, publicada en 1768. Véase supra, nota 78,
probable que si el in terlo cu to r hubiera sido un ángel fem enino, S w edenborg habría se­ e infra, nota 221. [G FD , R H K ]
ñalado este hecho, com o hace, p o r ejem plo, en Amor conyugal 293. [GFD]
63 P o r «regeneración» Sw edenborg designa en general el proceso del renacim iento §§ 2 8 4 -2 9 0
h um ano espiritual, y específicam ente, la últim a fase de este proceso e n el que el indivi­ 173 Este capítulo proporciona uno de los más claros ejem plos de los m uchos pasajes en
duo obtiene un n uevo corazón o voluntad y una nueva m ente o en tendim iento. El pro­ los que S w edenborg expresa la dificultad de proporcionar im ágenes verbales, descripcio­
ceso refleja gestación, nacim iento y prim era y segunda parte de la infancia. A unque nes y explicaciones de sus experiencias espirituales. Su actitud parece derivar de su p ro ­
S w edenborg se refiere extensam ente a ello en Los arcanos celestiales, para una introducción longado interés p o r las ciencias físicas y su devoción p o r lo que luego sería conocido co­

534 535
m o «m étodo científico»: parece ser c o nocedor de que su m etodología descriptiva es en sí 185 Véase §§ 491-498. [GFD]
m isma parte de su m ensaje. Véase tam bién nota 141, supra. [G FD , R H K ] 184 Sobre las referencias de Sw edenborg a las localizaciones en el espacio espiritual,
174 Véase supra, nota 14. «La unidad de su naturaleza divina y la naturaleza div in o -h u - véase nota 21, supra. [JSR|
m ana d entro de él» se refiere aquí a la prim era «Persona» (lo D ivino) y a la segunda 185 La frase recuerda la de Los arcanos celestiales 68, d onde S w edenborg reconoce que
«Persona» (la naturaleza divino-hum ana, el Señor) de la «Trinidad», enfatizando la unidad aunque sus pretensiones de experiencia espiritual exigen la creencia, esto n o le desalien­
sobre la trinidad de la divinidad. [R H K ] ta; porque com o él dice: «He visto, he o ído y he sentido». [GFD]
186 La expresión latina traducida co m o «con el Ser prim ero de la vida» es cum primo
§§ 291-302 Esse vitae. [GFD]
175 Este capítulo trata u n tem a p o r el que Sw edenborg siem pre m anifestó un gran in­
terés: a saber, la identificación de lo que es verdadero (y bueno) en la doctrina de la Iglesia §§ 3 0 3 -3 1 0
y en la devoción popular, y la utilización de esas verdades para apartar a las gentes de las 187 P o r «Principio» aquí S w edenborg designa a D ios co m o o rigen de todas las cosas;
distorsiones que veía en las enseñanzas de la Iglesia de su tiem po. Véase supra, nota 12. véase tam bién §§ 9 y 37. [JSR]
[R H K ] 188 Véase nota 143, supra. [R H K ]
176 Véase especialm ente §§ 421-431. [GFD] 189 Véase nota 29, supra. [JSR]
177 Véase supra, §§ 246-257, bajo el epígrafe «C óm o nos hablan los ángeles», especial­ 190 Las obras m encionadas aqui fueron publicadas p o r S w edenborg en 1758. El
m ente el § 247. [R H K ] «Apéndice a la doctrina celestial» es presum iblem ente una referencia al m aterial de §§ 255-
178 U n a excepción evidente a este principio puede ser encontrada en el § 137: 8 de La 266 de La nueva Jerusalén. [GFD]
verdadera religión cristiana y una m uy probable en el § 137: 12 de la m ism a obra. A unque 191 Véase supra, nota 124. [JSR]
no se dan los nom bres de las personas a que se refieren estos pasajes, las referencias geo­ 192 La cita tam bién incluye m aterial de los versículos 19 y 21. [GFD]
gráficas dejan claro que se refieren a Jo h a n n A ugust E m esti (1707-1781; véase supra, nota 193 Véase §§ 200-212. [GFD]
6) y al obispo Eric L am berg (1719-1780) de la diócesis de G o tem burgo. [GFD] 194 R eferencia a la obra de S w edenborg de 1758 Las tierras en el universo. [GFD]
179 Este es el tem a central de los últim os capítulos del libro, §§ 589-603. [GFD] 195 La palabra latina aquí traducida p o r «asuntos superficiales» es extemis, que tam bién
180 Esta idea de «equilibrio» es crucial en la enseñanza de Sw edenborg sobre la «rege­ podría ser traducida p o r «cosas externas». [GFD]
neración», el proceso de renacim iento o salvación p o r el que el Señor nos prepara para el 196 E n la E uropa del siglo XVIII, donde la com plejidad en los detalles era una m oda
cielo. Los dos pasajes clave que desarrollan la idea son A m or divino y sabiduría divina 21-24 que alcanzaba a todo, desde la música a la pintura y a la narrativa, u n estilo superior sig­
y La verdadera religión cristiana 475-478. [R H K ] nificaba en la práctica una gran ornam entación. [GFD]
181 Este capitulo y el precedente proporcionan u n im portante con tex to para una de las
afirm aciones clave de Sw edenborg acerca de la naturaleza hum ana. «El Señor nos creó de §§ 3 1 1 -3 1 7
tal m o d o que pudiéram os hablar con los espíritus y los ángeles m ientras vivíam os en nues­ 197 Véase §§ 582-588. [GFD]
tro cuerpo, com o ocurría realm ente en la antigüedad. D espués de to d o , estamos unidos 198 El teólogo Friedrich C hristoph O e tin g e r (1702-1782) y el filósofo idealista
con los espíritus y los ángeles, pues nosotros m ismos som os espíritus revestidos con car­ Friedrich v o n Schelling (1775-1854) lam entaron este escepticism o y aprobaron su refuta­
ne. Al final, sin em bargo, los hom bres se sum ieron tan p rofundam ente en las preocupa­ ción p o r parte de Sw edenborg. Sobre O etinger, véase especialm ente B enz 1947; sobre
ciones corporales y m undanas que casi ninguna otra cosa llegaba a interesarles, y de este Schelling, véase H o m 1954. [GFD]
m o d o la vía de com unicación con el cielo se cerró. P ero en cuanto las preocupaciones 199 Véase §§ 421-535. [GFD]
corporales que nos absorben dism inuyen, el cam ino se abre y nos encontram os entre es­
píritus, viviendo ju n to con ellos» (Los arcanos celestiales 69). [R H K ] §§ 3 1 8 -3 2 8
182 A unque Sw edenborg m antiene que «todos hem os nacido del cielo, y nadie ha na­ 20(1 Este principio es más conocido actualm ente según la form a de la sentencia de
cido del infierno» (por ejem plo, infra, § 329), tam bién dice que «hemos nacido en toda C ipriano (circa 200-258 d. C .), antiguo teólogo cristiano, según el cual «fuera de la Iglesia
clase de males, y así p o r nosotros m ismos estamos condenados al infierno... P o r consi­ n o hay salvación» (W alker 1970, 67 nota 22). [R H K ]
guiente necesitam os ser regenerados» (Los arcanos celestiales 10367). Este capítulo se refiere 201 Las ideas de este capítulo -c ó m o una com binación de buenos m otivos y buenas
a la respuesta divina a esa necesidad. Sw edenborg afirm a que si alguna vez el Señor nos acciones conduce al c ie lo - se desarrollan más am pliam ente en el capítulo encabezado por
dejara solos c o n nuestros males ya no seríam os seres hum anos (infra, § 546); la condición el epígrafe «N o es tan difícil llevar una vida encam inada al cielo co m o se suele creer», §§
hum ana es, pues, la de ser salvados si así lo querem os. [R H K ] 528-535 infra. [R H K ]

536 537
202 La obra de Swedenborg Las tierras en el universo fue publicada en 1758 ju n to con m en tó específico del cielo, denva del esquem a presentado supra, en §§ 59-67 (el pasaje
Del Cielo y del Infierno. |G F D | que sigue al epígrafe «El c o njunto del cielo, entendido com o una sola entidad, refleja un
2ro La expresión latina traducida p o r «Iglesia Antigua» es ecclesia antiqua, denom inación único hom bre»), especialm ente § 65. [R H K ]
de Sw edenborg de la iglesia que existió después de los tiem pos m arcados en la Biblia por 2.1 Las frecuentes afirm aciones de S w edenborg de que todo el m u n d o —incluidos los
el D iluvio (Génesis 6-9); Véase supra, § 115, e infra, § 327, para la visión de Sw edenborg n iñ o s- han nacido en males de alguna clase y de que en sí m ismos n o son nada sino mal
de una sucesión de «iglesias» desde los com ienzos de la hum anidad. [R H K , GFD] son equilibradas p o r afirm aciones de que cada persona es creada a im agen y sem ejanza de
204 La expresión latina traducida p o r «O riente Próxim o» es orbis Asiatici, «m undo asiá­ D ios (Génesis 1, 26, Los arcanos celestiales 51) con el cielo com o m eta, y que los m edios de
tico». Para S w edenborg esta expresión no se refiere al c o ntinente ahora conocido com o salvación son proporcionados p o r el Señor. D e hecho, dice él, los seres hum anos «como
Asia, sino al m u n d o geográfico de la Biblia hebrea (véase la relación de nom bres de lu­ son en sí mismos» son hipótesis no existentes, puesto que la presencia que fluye del Señor
gares en § 324, infra). [JSR] es necesaria para la existencia m o m e n to a m om en to ; todos nosotros en la tierra y todos
205 La m adre de M icaía había gastado m il cien sidos de plata en una im agen de talla y los ángeles som os receptáculos de vida p rocedente del Señor (Divina providencia 4) y esa
un ídolo de fundición. M icaía persuadió entonces a u n jo v e n levita llam ado Jonatán, que recepción es el com ienzo de la vida y la regeneración (Los arcanos celestiales 20 y passim).
se encontraba de paso, para que fuera su sacerdote a cam bio de com ida y casa. Pero seis­ Véase tam bién supra, nota 182. P o r otra parte, este pasaje n o debe ser tom ado co m o p rue­
cientos m iem bros de la tribu de D an que buscaban u n lugar para vivir robaron las imá­ ba de una actitud negativa hacia los niños. Los inform es de los contem poráneos de
genes de M icaía y persuadieron al jo v e n levita para que dejara a M icaía y se convirtiera Sw edenborg sugieren que, de hecho, tenía u n afecto espontáneo p o r los niños y una gran
en su sacerdote. M icaía reunió a sus vecinos y reclam ó a los hom bres de Dan: «Tomasteis relación con ellos (véase Tafel 1890, 541, 723-725). [R H K ]
mis dioses que yo hice y al sacerdote, y os vais; ¿qué más m e queda?». P ero abandonó su 2.2 C om párese con Jerem ías 31, 29-30. [R H K ]
pretensión de recuperarlos cuando vio que los seiscientos eran dem asiado fuertes para su 2,5 La frase latina traducida p o r «que todavía n o habían aprendido a hablar» es quum
grupo. [JSR1 adhuc prorsus infantiles essent, literalm ente «cuando eran todavía com pletam ente infantiles».
206 S w edenborg dice en otro lugar que en el m u n d o espiritual los pensam ientos y las El con tex to sugiere que infantiles, «infantil», es entendido en su sentido etim ológico de
asociaciones se proyectan de form a visible alrededor de quien las tiene. Los arcanos celes­ «que n o habla». JGFD]
tiales 6200 explica que cualquier cosa que u n o piense se representa en el m u n d o espiritual 214 U n plano (latín planum) en la teología de Sw edenborg es u n cam po de actividad,
com o un p u n to central, alrededor del cual se puede ver cualquier cosa que se haya aso­ u n nivel receptivo o área inferior en el que fluye o sobre el que cae u n nivel superior, en
ciado alguna vez con ello. P or ejem plo, cuando S w edenborg pensaba acerca de alguien, el que se detiene y a través del cual opera. P or ejem plo, la conciencia individual es un
una im agen de esa persona aparecía en el centro, y, alrededor de él, aparecían formas vi­ plano en el que los ángeles fluyen especialm ente (Los arcanos celestiales 6207). Si alguien ca­
suales de todos los pensam ientos y experiencias que Sw edenborg había tenido alguna vez rece de conciencia, el influjo de los ángeles no tiene plano en el individuo, es decir, no
en relación con esa persona, m oviéndose arriba y abajo com o las alas de u n pájaro (Los encuentra una m orada, una plataform a, una «base de operaciones» en ese individuo. [JSR]
arcanos celestiales 6200). A quí Sw edenborg determ ina la nacionalidad de un grupo a partir
de las im ágenes que ve a su alrededor. [JSR] §§ 346-356
2177 En varios pasajes -la mayor parte de ellos en Suplementos y Diario espiritual, pero 215 La expresión latina correspondiente a «los que enseñan la justicia» [siempre según
muy especialmente también en La verdadera religión cristiana, especialmente §§ 837-839- la versión española de C ipriano de Valera; según la versión inglesa, «los que han justifi­
Swedenborg describe a los espíritus y los ángeles que habían vivido su vida terrenal en cado a muchos»] es justificantes, utilizado en el sentido de absolver a los otros de culpa.
Africa continental, especialmente en las zonas del interior (Véase Suplementos 76 y Diario [GFD]
espiritual [= Swedenborg 1889] § 4777), como especialmente dotados de percepción espi- 216 La palabra latina traducida p o r «iluminación» es lumen, «luz», a m en u d o contrasta­
ntual y discernimiento interior. Véase también infra, § 514, y el paralelo al presente pasa­ do con u n más enfático lux, aunque las dos palabras tienen la m ism a d enotación básica.
je en Los arcanos celestiales 2604. [RH K, JSR] [GFD]
208La expresión latina aquí traducida p o r «Iglesia Antigua» es ecclesia antiqua-, véase su­
pra, notas 2 y 203. [R H K ] §§ 357-365
209Sobre el m étodo de S w edenborg de referirse a las localizaciones en el espacio es­ 2,7 Este capítulo y los siguientes tratan u n tem a com ún en S w edenborg: que el esta­
piritual véase supra, nota 21. [JSR] do y la m otivación espiritual determ inan la cualidad de u n estado o acción, y que las con­
diciones y actividades m ateriales n o son buenas ni malas en sí m ismas al m argen de esas
§§ 3 2 9 -3 4 5 m otivaciones. Véase § 222, supra. [R H K ]
210 Esta forma de describir la localización de un cielo particular, o más bien de un seg­ 218 Véanse los pasajes citados en § 471, infra. [GFD]

538 539
230 La tierra inferior se define en otro lugar com o una región situada p o r debajo del
2,9 La prim era edición dice aquí Salmos 40, pero aparentem ente se trata del Salmo 45.
m u n d o de los espíritus, cerca del infierno pero n o en él. Véase § 513 y la nota a que allí
P o r otra parte, la versificación del Salmo 45 difiere según las Biblias. La prim era edición
figura, El Apocalipsis revelado 845, 2; Los arcanos celestiales 4728. [JSR]
dice versículo 13, siguiendo la versificación latina; en otras versiones este pasaje es el ver­
sículo 12. [JSR]

§§ 3 9 5 -4 1 4
§§ 366-386
231 Para una exposición amplia de esa experiencia, véase A m or conyugal 2-25. [JSR]
220 Véase § 60, supra. [R H K ]
232 Los «dos am ores del cielo» son el a m o r al Señor y el am or al prójim o. Véase supra,
221 S w edenborg distingue con frecuencia entre diferentes clases de am or especifican­
§ 1 5 . [R H K ]
do su objeto (por ejem plo, «amor a u n o mismo» [amor sui], «amor al Señor» [amor in
233 Esto es, am or a u n o m ism o y am or al m undo. Véase supra, § 18. [R H K ]
Dominum]), p ero trata el «amor conyugal» (amor conjugialis) com o una especie de térm ino
234 S w edenborg inicia su obra de 1768, Amor conyugal, con una serie de historias sobre
técnico, que tipifica una categoría. El pasaje proporciona una buena definición del tér­
personas a las que se perm itió experim entar lo que im aginaban que era el cielo, lo que en
m ino en u n nivel. Sin em bargo, Sw edenborg ve en esta relación ideal entre el esposo y
todos los casos se convierte, pasados unos días, en una pesadilla (§§ 2-25). U n o de esos
la esposa, en tanto se corresponde con las m anifestaciones espiritual, celestial y divina del
relatos m uestra a personas desengañadas de la idea de que el cielo es adoración y glorifi­
am or conyugal, la u n ió n del am or al bien con el am or a la verdad, la unió n del bien en
cación perpetuas de D ios (Amor conyugal 1-3, 9). [GFD]
sí m ism o con la verdad en sí misma, y la u n ió n del am or con la sabiduría en Dios. Esto
235 Esta pluralidad de individuos y com unidades celestiales, co m o las variaciones del
se expone de m anera más com pleta en su obra de 1768 Am or conyugal. [R H K ]
aspecto del Señor ante individuos diferentes (§ 55, supra), subyace tras el universalism o de
222 Véase §§ 87-102 y 103-115 supra. [JSR]
Sw edenborg: hay u n cielo para cada u n o que ama al Señor y ama a su prójim o. [R H K ]
223 C o m o prueba de que se casaban dentro de sus clanes, S w edenborg señala en otro
lugar Génesis 24, 2-9, donde A b ra h am ju ra a su criado que encontrará una esposa a Isaac
§§ 4 1 5 -4 2 0
de su propia tierra y parentesco, con el resultado de que el hijo de A braham se casa con la
236 A unque en la época de Sw edenborg existían num erosas teorías respecto a la fecha
hija del sobrino de A braham (véase Los arcanos celestiales 3024, especialm ente el subcapítu-
de la creación, la más generalm ente aceptada era el año 4004 a. C ., establecida p o r Jam es
lo últim o). E n realidad, com o señala Sw edenborg en el capítulo que se acaba de citar, los
U sher (1580-1655), arzobispo de A rm ah, a partir de los datos cronológicos proporciona­
israelitas tenían prohibido casarse fuera de la familia en toda su extensión (D euteronom io
7, 3). [JSR] dos p o r la Biblia. [JSR]
237 Esta pasaje está extraído casi literalm ente de §§ 2-4, 6 y 126 de la obra de
“ 4 E n su más am plio tratam iento de la poligam ia en Am or conyugal, Sw edenborg
Sw edenborg de 1758 m encionada en el párrafo intro d u cto rio , Las tierras en el universo, pa­
afirm a que esa práctica n o es pecado para las personas a las que su religión se lo perm i-
rágrafos que a su vez están tom ados de Los arcanos celestiales 6697-6698 y 9441. E n la pri­
te (§ 348), e incluso m en cio n a u n «cielo m usulm án inferior» d o n d e se practica la poli­
m era edición de la presente obra, el m aterial aquí repetido está resaltado p o r comillas a la
gam ia (§ 343). Insiste sin em bargo en que la práctica im pide llegar a ser verdaderam en­
te espiritual (§ 347). [GFD] izquierda en cada línea de texto. [GFD]
238 Véase § 321, supra. [GFD]
2-5 E n la prim era edición, este parágrafo y el siguiente están am bos num erados com o
382. [GFD] 239 Sobre que sólo los pobres son aceptados en el cielo, véase M ateo 19, 23-24, Lucas
14, 21; sobre que sólo los elegidos son aceptados, véase M ateo 24, 31, M arcos 13, 27; so­
La palabra latina traducida p o r «piedras preciosas» es pyropsis; en latín clásico se re­
bre que sólo los que están en la Iglesia son aceptados y no los de fuera, véase quizá Juan
fiere al bro n ce rojizo; en S w edenborg se refiere a gemas rojas, a veces rubíes. El autor de­
3, 18; sobre que sólo aquellos p o r los que intercede el Señor son aceptados, véase
be de haber sido consciente de su derivación de una palabra griega que significa «de as­
R o m an o s 8, 29-34; sobre que el cielo se cierra cuando está lleno, véase quizás Apocalipsis
p ecto ardiente». H ans H elander identifica la form a adjetival de la palabra com o un posible
14, 3; y sobre que el tiem po para esto está predestinado, véase Apocalipsis 20, 2-7. [GFD]
«neologism o de sentido»; véase Sw edenborg [1715] 1988, 27. [GFD]
227 E n otro lugar sugiere S w edenborg que el arrepentim iento nos da el p o d e r de rea­
§§ 4 2 1 -4 3 1
brir el cielo (véase E l Apocalipsis explicado [= Sw edenborg 1994-1997] § 798: 6). [JSR]
240 El «m undo de los espíritus» (mundus spirituum), definido en este capítulo, es u n tér­
m ino técnico que S w edenborg em plea a lo largo de todas sus obras. Se refiere a la región
§§ 387-394
situada «a m edio cam ino entre el cielo y el infierno» donde los seres hum anos pasan su
228 Véase notas 88 y 129, supra. [R H K ]
«estado interm edio después de la m uerte» antes de ir al cielo o al infierno (§ 422). El m u n ­
229 A quí la prim era edición om ite la letra que indica la nota a pie de página de
do de los espíritus no debe ser confundido c o n el m u n d o espiritual (mundus spiritualis),
Sw edenborg, p ero es evidente que su lugar es éste. [GFD]

541
540
aunque el p n m e ro es parte del últim o. C u an d o se refiere al m u n d o espiritual, 252 La palabra latina aquí traducida p o r «centro» es septum, que tiene el m ism o signifi­
Sw edenborg quiere decir cielo, m u n d o de los espíritus e infierno. [R H K , JS R ] cado literal que la palabra «septo». [GFD]
241 Este es u n tem a que Sw edenborg explica desde m uchos ángulos, tal vez tratando
de corregir lo que consideraba un fallo serio en el pensam iento contem poráneo: la creen­ §§ 453-460
cia de que decidir entre la fe y la caridad, la verdad y el bien, el enten d im ien to y la vo­ 253 «Forma» se em plea aquí en el sentido aristotélico de «causa formal». Form a es dis­
luntad suponía otras tantas disyuntivas. Véanse notas 31, 45 y 48, supra. [R H K ] tinto de «figura» en el sentido de que se refiere al aspecto de una cosa que adapta una
' A parentem ente, esta prom esa n o se cum plió. La única m ención a los espíritus pro­ substancia a una finalidad determ inada; com o una cuchara debe ten e r la forma de una c o n ­
cedentes del infierno en el resto del libro es la breve m en ció n de los espíritus m alignos cavidad para realizar su función, sea cual sea la figura o aspecto que la concavidad pueda
que «entran y salen de varios infiernos» com o parte de su segundo estado en el m u n d o de adoptar (poco profunda, profunda, oval, etc.). Véase nota 143, supra. [R H K ]
los espíritus (§ 510). [JSR] 254 Aquí n o se define ningún segundo estado, pero los tres estados se describen con
todo detalle en §§ 491-520, infra. [R H K ]
§§ 4 3 2 -4 4 4
243 S w edenborg em plea «espíritu» (.spiritus) para señalar casi siem pre el aspecto n o m a­ §§ 461-469
terial de la vida hum ana, así com o para nom b rar todo el aspecto n o m aterial de la reali­ 255 Véase infra, §§ 462b-469. [JSR]
dad, entre lo que se incluye el espíritu hum ano. «Alma» (anima) aparece con m enos fre­ 256 Este parágrafo y el siguiente están num erados com o 462 en la prim era edición.
cuencia, a veces (com o aquí) com o un térm ino distinto, otras veces com o sinónim o [GDF]
clarificador (por ejem plo, la expresión «alma o espíritu» en Los arcanos celestiales 443, 444, 257 Véase especialm ente §§ 551-575. [GDF]
446) y, m enos a m en u d o , co m o térm ino técnico en su teoría psicológica (véase nota 47, 258 Apocalipsis 3, 5; 13, 8; 17, 8; 20, 12. 15; 21, 27; 22, 19; véase tam bién Salmos 69, 28.
supra). [R H K ] USR]
La palabra latina aquí traducida co m o «agente» es subjectum. «Agente» aquí es para­ 259 La traducción «la desaparición de la inteligencia» está basada en el supuesto de que
lelo a «herramienta» (instrumentum) en § 432, supra; es más ilustrativo que técnico [GFD hay un error en la prim era edición, que dice inti¡lligentia appareat, lo que se traduciría por «la
RHK] aparición de la inteligencia», que es com pletam ente contrario al sentido del capítulo. [GFD]
A quí, y frecuentem ente a lo largo de su obra, S w edenborg concede una im por­ 260 La prim era edición añade non autem ultra eum, «pero n o más allá de», lo que sugie­
tancia considerable a la distinción latina entre las formas com parativa y superlativa (véa­ re que nos encontram os ante la reescritura incom pleta de alguna frase com o «...quedan
se, p o r ejem plo, § 33 y 270, supra): los anim ales poseen una «naturaleza espiritual» que po­ im buidos... de acuerdo con el nivel de su sentim iento... pero no más allá de él». [GFD]
dría ser denom inada «interior» o «relativam ente interior» (interior), p ero n o tienen una
naturaleza «más interior» (intimum). [G FD , R H K ] §§ 470-484
246 Este parágrafo es idéntico a § 39 supra, salvo p o r la sustitución de velim, «quisiera», 261 Las palabras latinas aquí traducidas p o r «máquinas» y «robots» son autómata y simu-
p o r ultimo licet, «por último»; y la adición de de quibus n: 38, «analizados en el § 38». [GFD] lachra. QSR]
247 Este estado es com ú n m en te denom inado estado hipnagógico. [R H K ] 262 La traducción «descubrí» corresponde a la expresión illi comperti sunt de la prim era
S w edenborg m enciona en otro lugar que le fue perm itido experim entar un fenó­ edición. Esta expresión latina parece ser em pleada aquí y en la frase siguiente en u n sen­
m eno (escritura autom ática) solam ente para instruirle y n o para que pudiera desarrollarla tido pasivo más que en el habitual sentido deponente, literalm ente, «fueron descubier-
com o práctica habitual. Véase E l Antiguo Testamento explicado (= S w edenborg 1927-1951) tos/se descubrió» (compertum). [GFD]
§§ 1150, 1892, 6884, y especialm ente 7006. |R H K ] 263 D o n d e la traducción dice «todo lo que», la prim era edición dice qui, fom ia mas­
249 Véase E l Antiguo Testamento explicado (= Sw edenborg 1927-1951) § 943. [JSR] culina plural que n o tiene sentido en este contexto. QSR]

§§ 4 4 5 -4 5 2 §§ 485-490
E n la época de Sw edenborg, el m ovim iento respiratorio y cardíaco —m edido tra­ 264 Sw edenborg proponía el autoexam en com o u n p rim er paso esencial en el creci­
dicionalm ente p o r el pulso y p o r el vaho sobre un espejo que se m antenía cerca de la na­ m ien to espiritual hacia la salvación, y com o parte de lo que llam aba «arrepentim iento ver­
riz y la boca de una persona inconsciente— eran los indicadores c o m ú n m en te aceptados dadero». Véase Los arcanos celestiales 1608: 2 y 7178; y especialm ente La verdadera religión
de vida (m ientras que su ausencia definía la m uerte). [R H K ] cristiana 535, 461 y 563. [R H K ]
265 p o r paralelism o se podría esperar la afirm ación de que los sótanos, las grietas y la
271 Lo que sigue en § 450 es fundam entalm ente una adaptación del m aterial de Los ar­
canos celestiales 168-189 y 314-318. [GFD] oscuridad corresponden a las cosas falsas. [GFD]

542 543
288 R eferencia a Isaías 64, 4, que se cita tam bién en 1 C orintios 2, 9. [GFD] tran en M ateo 21, 42 y M arcos 12, 10. M ateo 21, 44 incluye la m en c ió n de aquellos que
caen sobre la piedra, aunque no se en cuentra en M arcos. [GFD]
§§ 4 9 1 -4 9 8
267 Sobre la naturaleza y función de u n «plano», véase supra, nota 214. [JSR] §§ 536-544
278 La im portancia de este equilibrio en la ordenación divina de la creación se m ues­
§§ 4 9 9 -5 1 1 tra en la obra de Sw edenborg de 1764 Divina providencia 21-23 (donde S w edenborg rem i­
268 Sobre la naturaleza y función de u n «plano», véase supra, nota 214. [JSR] te a los lectores a Del Cielo y del Infierno 589-603). [R H K ]
269 Véase §§ 461-469. [GFD]
279 Véase §§ 589-603, y especialm ente § 598. [GFD]
270 S w edenborg hace a m enudo com entarios negativos sobre la religión católica ro­ 280 Véase § 600. [GFD]
m ana. V e especiales problem as con el papel de vicario del Papa, pues cree que el poder 281 Esta afirm ación epistem ológica tiene más de cincuenta paralelos en las obras teo ­
separa de Jesucristo. Sin em bargo, aunque m enciona a católicos malvados aquí y en §§ lógicas de Sw edenborg. La «percepción» (perceptio) se define así en Los arcanos celestiales
535: 2-3 y 587: 2, observa que los católicos tam bién van al cielo (La verdadera religión cris­ 104: «La percepción es una cierta sensación interna procedente sólo del Señor, sobre si
tiana 567: 7; 821). E n una relación de u n caso m em orable S w edenborg habla extensa­ una cosa es verdadera y buena... U n a persona que vive espiritualm ente [pero no de m a­
m en te con el papa Sixto V (1520-1590), a quien presenta dirigiendo una num erosa co­ nera celestial] n o tiene ninguna percepción, pero tiene conciencia. U n a persona espiri­
m unidad en el m u n d o espiritual form ada p o r católicos angélicos (El Apocalipsis revelado tualm ente m uerta ni siquiera tiene conciencia». La cuestión aparece c o n m ayor com ple­
752). [JSR]
jid a d en Divina providencia 24: «U n opuesto destruye tanto com o exalta las percepciones
271 Véase §§ 548, 550. [GFD]
y las sensaciones: las destruye cuando las m ezcla consigo m ism o y las exalta cuando no lo
hace... [por eso] el Señor separa más cuidadosam ente lo que es b u e n o y lo que es malo
§§ 5 1 2 -5 2 0 dentro de nosotros... así com o separa el cielo y el infierno». [R H K ]
272 Véase nota 143, supra. [R H K ]
273 Para u n análisis de este pasaje bíblico, véase § 346 y siguientes. QSR] §§ 545-550
282 E n la visión de Sw edenborg, percepción e ilum inación están estrecham ente in te -
§§ 5 2 1 -5 2 7 rrelacionadas. Véase nota 281, supra. [R H K ]
274 Este capítulo resum e la respuesta de Sw edenborg a sus contem poráneos que creían 283 Este capítulo proporciona una de las propuestas más im portantes de S w edenborg
que el alma podía ser salvada del infierno exclusivam ente p o r «la sola fe», a través de la respecto de la tensión entre el «nacer en el mal» y el «nacer para el cielo»: sugiere que el
«sola gracia», o p o r la m isericordia preferencial. Pensaba que éstos -ig u al que aquellos que mal es real y presente, pero que tam bién el Señor es real y presente, ofreciéndonos una
creían en la salvación p o r las acciones o «las solas obras»- habían distorsionado la ense­ ayuda o m n ip o ten te para resistir a los males si nosotros la aceptam os. [R H K ]
ñanza bíblica sobre la unidad de la fe y las obras, y sobre el equilibrio de la m isericordia 284 Éste es u n o de los escasos ejemplos en que Sw edenborg se refiere a u n núm ero de
divina y la libertad hum ana. Véase nota 31, supra. [RFIK] capítulo específico. D ebem os suponer que insertó el núm ero cuando preparaba la copia en
lim pio para el im presor, y que su prim er borrador había llegado al § 574 p o r esa época.
§§ 5 2 8 -5 3 5 Puede observarse tam bién que el § 574 empieza con una referencia a este pasaje. E n su obra
275 Este capítulo equilibra el precedente, resum iendo la respuesta de Sw edenborg a no publicada El Apocalipsis explicado (elaborada en 1757-1759; = S w edenborg 1994-1997), de
aquellos que creían que las almas eran salvadas del infierno exclusivam ente p o r las bue­ la que tenem os el prim er borrador y la copia definitiva, parece que S w edenborg actualiza­
nas acciones u «obras», incluyendo la conducta piadosa en esta categoría. [RFIK] ba su copia en lim pio frecuentem ente y la escribía en capítulos breves. [GFD]
276 La enum eración de Sw edenborg de los D iez M andam ientos sigue a Schm idt 1696
(véase nota 4 supra). Los tres prim eros, aquellos que se refieren a la vida espiritual, inclu­ §§ 551-565
yen n o ten e r otros dioses, n o tom ar el nom bre de D ios en vano, y acordarse del sábado; 285 La expresión latina aquí traducida «están en sí mismos» es in se est. [GFD]
los cuatro de la parte central, que se refieren a la vida civil, incluyen ho n rar al padre y a 286 La palabra latina aquí traducida p o r «respiración» es animam, que significa tanto
la m adre, n o m atar, no robar y no co m eter adulterio; y los tres últim os, que se refieren a
«respiración» com o «alma». [GFD]
la vida m oral, incluyen no prestar falso testim onio, n o codiciar la casa del prójim o y no 287 Véase nota 96 supra referente al «amor a u n o mismo». [R H K ]
codiciar nada que pertenezca al prójim o. Véase Los arcanos celestiales 8860-8912 y La ver­ 288 Este capítulo y el siguiente llevan ambos el núm ero 558 en la prim era edición. [GFD]
dadera religión cristiana 283-331. [RFIK]
289 D e jo v en , S w edenborg había conocido personalm ente y había gozado del favor del
277 El pasaje de Lucas cita Salmos 118, 22-23. Los pasajes paralelos a Lucas se encuen­ carism àtico rey sueco Carlos X II (1682-1718), cuyas am biciones im periales cayeron p o r

544 545
tierra en Poltava en 1709. Las aventuras expansionistas de Carlos dejaron finalm ente a
Suecia virtualm ente arruinada. M ientras Sw edenborg celebraba públicam ente el heroís­
m o de Carlos e n su poem a en prosa Elogio gozoso (= S w edenborg [1714] 1985), en priva­
do se desesperaba de la suerte de Suecia bajo su jefatura. [GFD]
290 La equiparación de la Iglesia católica con la B abilonia del libro del Apocalipsis 14,
8; 16, 19; 17, 5; 18, 2. 10. 21 (y otros pasajes), se daba p o r supuesta en el pensam iento lu­
terano del siglo x v iii . [GFD] O b r a s c i t a d a s e n las n o t a s
2,1 Para u n paralelism o que entra en m ayores detalles, véase El Apocalipsis revelado 153.
L)SR],
A c to n , A lfred . 1955. The Letters and Memorials o f E m anuel Swedenborg,
§§ 566-575 vol. 2, S w e d e n b o rg S cien tific A sso c iatio n , B ry n A th y n (Pa.).
292 Para una lista de tales pasajes en la Biblia, véase el final de § 575. QSRj. B e n z , E rn st. 1947. Swedenborg in Deutschland: F. C. Oetingers und
293 Parece m u y probable u n a om isión en el texto entre la frase a nterior y ésta, pues así Im m anuel K ants Auseinandersetzung m it der Person und Lehre Em anuel
lo sugiere la falta de a ntecedente para illa, «éstos», y p o r el hech o de que mala, «males», Swedenborgs, V itto rio K losterm ann, Fráncfort del M eno.
está en m ayúsculas en la p rim era edición a pesar de estar precedido p o r dos puntos y no
D o le , G e o rg e F. y R o b e r t H . K irv en . 1992. A Scientist Explores
p o r uno. [GFD]
294 La versificación de Jo e l difiere según las distintas versiones de la Biblia. La prim e­ Spirit, S w e d e n b o rg F o u n d a tio n , N u e v a Y ork y W est C h e s te r (Pa.).
ra edición de Sw edenborg dice aquí 3, 3-4, siguiendo la versificación latina; en otras ver­ E h m a n , K . C . E ., ed. 1859. Friedrich Christoph Oetingers Leben und
siones este pasaje es 2, 30-31. [JSR] Brief, als urkundlicher Com m entar z u desen Schriften (Beyer und Rosen), J. F.
295 La versificación del final de M alaquías difiere según las distintas versiones de la Steinkopf, Stuttgart.
Biblia. La prim era edición de S w edenborg dice aquí 3, 19, según la versificación latina;
E rn e sti, J o h a n n A u g u st. 1760. R e s e ñ a d e Arcana Coelestia [Los arca­
en otras versiones este pasaje es 4, 1. [JSR]
nos celestiales] d e E m a n u e l S w e d e n b o rg , en N eu e Theologische Bibliothek
§§ 576-581 1: 6, 515-527.
296 D ebido al carácter sin tético de la descripción de S w edenborg y el desconocim ien­ F razier, S c o tt I. 1998. «Echoes from the Past: A L ook at Classical
to de los fenóm enos que describe, la traducción de este párrafo es relativam ente conjetu­ Influences w ith in S w edenborgs “ G o ld en A ge”», en Scripta: Bryn A th y n
ral. Sobre los em isarios, véase §§ 601 y 603: 9 infra. [GFD] College R eview 1: 27-44.
H je rn , O lle . 1990. Swedenborg och hans vänner i Göteborg, N ykyrkliga
§§ 589-596
297 La palabra latina traducida aquí p o r «energía» es conatus, palabra em pleada en este
B o k fo rlag e t, Estocolm o.
sentido p o r S w edenborg y varios de sus contem poráneos, aunque su significado literal es H o r n , F rie d e m a n n . 1954. Schelling und Swedenborg: E in Beitrag z u r
«esfuerzo». [G F D , R H K ] Problemgeschichte des deutschen Idealismus und z u r Geschichte Swedenborgs in
298 La palabra latina aquí traducida «en lo que es malo» es malo-, la palabra en viene su­ Deutschland, nebst einem A n h a n g über K . C. F. Krause und Swedenborg sowie
gerida p o r el paralelo con la frase a n terior in bono, «en lo que es bueno», aunque la pre­
Ergänzungen z u R . Schneiders Forschungen, S w edenborg-V erlag, Z ü rich .
posición n o aparezca en la p rim e ra edición. [GFD]
K in g , K ristin . 1999. « T h e P o w e r a n d L im ita tio n s o f L an g u a g e in
§§ 597-603 Swedenborg, S h akespeare, a n d Frost», e n Studia Swedenborgiana 11 . 3: 1-
299 Q uizá S w ed en b o rg p ien se aquí e n sí m ism o, puesto que habia estado intensamen 63.
te ocupado e n u n a in vestigación de ese tipo cuando experim entó la llamada a su vo K irv en , R o b e r t H . 1965. E m anuel Swedenborg and the R evolt against
ción de visionario. Su esfuerzo p rodujo la volum inosa obra titulada Dinámica del dominio E>eism, U n iv e rsity M icro film s, A n n A rb o r.
del alma (— S w ed en b o rg [1740-1741] 1955), que consideró que habia fracasado en su pr°
1988. «Sw edenborg’s C o n trib u tio n s to the H isto ry o f Ideas», en
pósito principal, y las p rim eras fases de otra obra aún más am biciosa, E l dominio del a rM
(= S w edenborg [1744-1745] 1960). [GFD] Emanuel Swedenborg: A Continuing Vision, R o b in Larsen (ed.), S w eden­
borg F o u n dation, N uev a York.

546 547
tierra en Poltava en 1709. Las aventuras expansionistas de Carlos dejaron finalm ente a
Suecia virtualm ente arruinada. M ientras Sw edenborg celebraba públicam ente el heroís­
m o de Carlos en su poem a en prosa Elogio gozoso (= Sw edenborg [1714] 1985), en priva­
do se desesperaba de la suerte de Suecia bajo su jefatura. [GFD]
290 La equiparación de la Iglesia católica con la Babilonia del libro del Apocalipsis 14,
8; 16, 19; 17, 5; 18, 2. 10. 21 (y otros pasajes), se daba p o r supuesta e n el pensam iento lu­
terano del siglo x vh i . [GFD] O b r a s c i t a d a s e n las n o t a s
291 Para u n paralelism o que entra en m ayores detalles, véase El Apocalipsis revelado 153.
¡JSR] -
A c to n , A lfred . 1955. The Letters and Memorials o f Emanuel Swedenborg,
§§ 566-575 v o l. 2, S w e d e n b o rg S cien tific A sso ciatio n , B ry n A th y n (Pa.).
292 Para una lista de tales pasajes en la Biblia, véase el final de § 575. [JSR]. B e n z , E rn st. 1947. Swedenborg in Deutschland: E C. Oetingers und
293 Parece m uy probable una om isión en el texto entre la frase anterior y ésta, pues así Immanuel Kants Auseinandersetzung mit der Person und Lehre Emanuel
lo sugiere la falta de antecedente para illa, «éstos», y p o r el hech o de que mala, «males», Swedenborgs, V itto r io K lo ste rm a n n , F rá n c fo rt d el M e n o .
está en mayúsculas en la prim era edición a pesar de estar precedido p o r dos puntos y no
D o le , G e o rg e F. y R o b e r t Id. K irv e n . 1992. A Scientist Explores
p o r uno. [GFD]
294 La versificación de Joel difiere según las distintas versiones de la Biblia. La prim e­ Spirit, S w edenborg F oundation, N ueva York y W est C h ester (Pa.).
ra edición de Sw edenborg dice aquí 3, 3-4, siguiendo la versificación latina; en otras ver­ E h m a n , K . C . E ., ed. 1859. Friedrich Christoph Oetingers Leben und
siones este pasaje es 2, 30-31. [JSR] Brief, als urkundlicher Commentar zu desen Schriften (Beyer und Rosen), J. F.
295 La versificación del final de M alaquías difiere según las distintas versiones de la S te in k o p f, S tu ttg a rt.
Biblia. La prim era edición de S w edenborg dice aquí 3, 19, según la versificación latina;
E rn e sti, J o h a n n A u g u st. 1760. R e s e ñ a d e Arcana Coelestia [Los arca­
en otras versiones este pasaje es 4, 1. [JSR]
n o s celestiales] d e E m a n u e l S w e d e n b o rg , e n Neue Theologische Bibliothek
§§ 576-581 1: 6, 515-527.
296 D ebido al carácter sintético de la descripción de Sw edenborg y el desconocim ien­ F razier, S c o tt I. 1998. «Echoes from the Past: A L ook at Classical
to de los fenóm enos que describe, la traducción de este párrafo es relativam ente conjetu­ Influences w ith in S w ed en b o rg s “ G o lden A ge” », en Scripta: Bryn A thyn
ral. Sobre los emisarios, véase §§ 601 y 603: 9 infra. [GFD] College Review 1: 27-44.
F Ijern , O lle . 1990. Swedenborg och hans vänner i Göteborg, N ykyrkliga
§§ 589-596
297 La palabra latina traducida aquí p o r «energía» es conatus, palabra em pleada en este
B okforlaget, E stocolm o.
sentido p o r S w edenborg y varios de sus contem poráneos, aunque su significado literal es F lo rn , F rie d e m a n n . 1954. Schelling und Swedenborg: Ein Beitrag zur
«esfuerzo». [GFD, R H K ] Problemgeschichte des deutschen Idealismus und zu r Geschichte Swedenborgs in
298 La palabra latina aquí traducida «en lo que es malo» es malo-, la palabra en viene su­ Deutschland, nebst einem Anhang über K. C. F. Krause und Swedenborg sowie
gerida p o r el paralelo con la frase anterior in bono, «en lo que es bueno», aunque la pre­
Ergänzungen z u R . Schneiders Forschungen, S w e d e n b o rg -V e rla g , Z ü ric h .
posición n o aparezca en la prim era edición. [GFD]
K in g , K ristin . 1999. « T h e P o w e r a n d L im ita tio n s o f L an g u a g e in
§§ 597-603 S w e d e n b o rg , S hakespeare, a n d Frost», e n Studia Swedenborgiana 11. 3: 1-
299 Q uizá Sw edenborg piense aquí en sí m ism o, puesto que había estado intensam en­ 63.
te ocupado en una investigación de ese tipo cuando experim entó la llamada a su voca­ K irv e n , R o b e r t H . 1965. Emanuel Swedenborg and the Revolt against
ción de visionario. Su esfuerzo produjo la volum inosa obra titulada Dinámica del dominio Deism, U n iv e rsity M icro film s, A n n A rb o r.
del alma (= Sw edenborg [1740-1741] 1955), que consideró que había fracasado en su pro­
—, 1988. « S w e d e n b o rg ’s C o n trib u tio n s to th e H is to r y o f Ideas», e n
pósito principal, y las prim eras fases de otra obra aún más ambiciosa, E l dominio del alma
(= Sw edenborg [1744-1745] 1960). [GFD] Emanuel Swedenborg: A Continuing Vision, R o b i n L arsen (ed .), S w e d e n ­
b o r g F o u n d a tio n , N u e v a Y ork.

546 547
K irv e n , R o b e r t H . y R o b in L arsen . 1988. «Em anuel Sw edenborg: Character o f Emanuel Swedenborg, vols. 2-3, S w edenborg Society, Londres.
V an D u se n , W ils o n . 1981. Uses: A Way o f Personal and Spiritual
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W a lk er, W illisto n . 1970. A History o f the Christian Church, C harles
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C h u rc h , B ry n A thyn (Pa.).
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Adventum, A cta U niversitatis Upsaliensis, Uppsala.
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T afel, R u d o lp h L e o n a rd . 1890. Documents concerning the Life rind

548

¡11,1
índice de pasajes escriturarios

Este índice se refiere a pasajes de la Biblia citados en el texto de


Sw edenborg, incluyendo sus notas a pie de página. Los núm eros de la iz­
quierda designan el capítulo, seguido p o r el versículo, c o n las siguientes
m odificaciones: las cifras en neg rita designan versículos citados en su to ­
talidad; las cifras en cursiva designan versículos extractados; las cifras e n ­
tre paréntesis indican versículos m eram en te aludidos. Los núm eros de la
derecha indican los parágrafos de Del Cielo y del Infierno; los núm eros de
subparágrafo figuran a co n tin u ació n separados p o r dos puntos.

G énesis 24 (3) 76
(Prim eros capítulos) § 327 nota d 28 (6, 8, 13) 287: 3
1 (3, 4) 137: 4 29 (2, 6, 8, 13, 36) 287: 3
2 24 372
2 (25) 341 D e u te ro n o m io
3 (7, 10, 11) 341 4 (19) 122, 561 nota d
17 (3) 561 nota d
Exodo 17 (3-5) 122
6 (6) 215 nota c
16 (21) 561 nota d Ju e c e s
29 (18, 25, 41) 287: 3 17-18 (capitulos citados) 324

L evi tic o 1 S am u el
1 (9, 13, 17) 287: 3 9 (9) 76
2 (2, 9) 287: 3
6 (15, 21) 287: 3 2 S am uel
23 (12, 13, 18) 287: 3 24 (15), 16, 17 229

N ú m e ro s 2 R eyes
6 26 287: 1 6 17 76
15 (3, 7, 13) 287: 3

551
Salm os Je re m ía s 3 15 119 12 36 507
31 8 197 8 (1, 2) 122 13 (6) 122
36 5, 6 216 9 24 216 H abacuc 13 12 349
37 (37) 287: 2 16 (5) 287: 2 1 (6) 197 13 13, (14, 15) 353:3
43 3 129 17 (3) 365: 4 13 41, 42, (50) 570: 2
45 (12) 365: 4 23 5 216 S ofonías 13 (42, 50) 575
103 20 229 25 14 471 3 (12, 13) 365: 4 13 43 348
104 2 129 25 (37) 287: 2 16 27 471
118 5 197 29 (11) 287: 2 H ageo 17 2 119, 129, 180
31 33, 34 25, 271 2 (9) 287: 2 18 8, 9 570: 2
Isaías 32 19 471 19 4, 5, 6, 11 372
8 (8) 197 48 (7) 365: 4 Z acarías 19 24 365: 3
9 6, 7 287: 1 50 (36, 37) 365: 4 16 471 20 26, 27, 28 218
9 7 216 51 (13) 365: 4 8 (12) 287: 2 22 11, 12, 13 180
9 17, 18, 19 570: 2 9 (3, 4) 365: 4 22 (11-14) 48
10 (12-14) 365: 4 E z e q u ie l 22 (13) 575
13 10 119 2 9, 10 258 M alaq u ías 22 37-40 19
14 (30) 365: 4 8 (15, 16, 18) 122 4 1 570: 2 23 27 505
19 23-25 307: 3 16 10, 13 180 24 (capítulo citado) 1 nota b
29 (19) 365: 4 26 (7, 12) 365: 4 M a te o 24 17, 18 208
30 (6, 7) 365: 4 27 (1-36) 365: 4 3 10 570: 2 24 29 119
30 26 119 32 7, 8 119 4 16 129 24 29-31 1
32 17, 18 287: 1 40-48 (capítulos citados) 171, 197 5 18 260 24 (51) 575
33 5 216 5 37 214 nota a, 270 nota e, 271 25 (capítulo citado) 1 n o ta b
33 7, 8 287: 1 D a n ie l 6 (25-34) 281 25 29 349
34 9, 10 570: 2 5 (2-4) 365: 4 6 33 64 25 (30) 575
41 (17, 18) 365: 4 7-12 (capítulos citados) 171 7 13, 14 534: 3 25 (32-46) 471
42 6 129 12 3 346, 518 7 21-23 471 25 41 570: 2
45 (3) 365: 4 7 24, 26 471 27 (53) 312: 5 n o ta c
49 6 129 O seas 8 (12) 575 28 3 180
52 1 180 2 19 216 10 16 278: 2 28 18 5
52 (7) 287: 2 4 9 471 11 (5) 365: 4
54 (10) 287: 2 12 (9) 365: 4 11 25, (26) 353: 3 M arco s
54 13 25 11 27 5 2 (27, 28) 287: 3
58 2 216 Joel 11 29, 30 359 9 3 129, 180
59 (8) 287: 2 2 (2), 10, 31 119 11 30 533 9 43-49 570: 2
2 30, (31) 570: 2 12 (8) 287: 3 10 6-9 372

552 553
, r

10 14, 15 281 5 37 14 9, 10 570: 2


84
16 5 180 6 (45, 46) 14 13 471
25
6 56 16 (8) 122
147
Lucas 8 12 16 8, 9 570: 2
129
3 9 570: 2 8 (56) 16 15 180
84
6 (5) 287: 3 9 5 18 2, 18 570: 2
129
6 20, 21 357 10 30, 38 19 3 570: 2
2
6 (20, 21) 365: 4 11 25, 26 19 14 180
5
6 38 349 12 35, 36, 46 19 20 570: 2
129
9 29 180 12 40 20 12, 13 471
456: 4
10 5, 6 287: 2 14 2 20 14, 15 570: 2
51
12 2, 3 462b: 9, 507 14 6 21 (capítulo citado) 187
5
13 (25), 26, 27 471 14 9-11 21 1, 2, 16-19, 21 307: 1
2
13 (28) 575 14 21, 23 21 8 570: 2
16
13 29, 30 324 14 27 287: 2 21 16 197
14 16-24 365: 2 15 4 147 21 17 73
14 (21) 365: 4 15 4, 5 11 21 24 129
14 (33) 365: 4 15 4, 5, 9, 10 81 22 12 471
16 (19, 31) 365: 2 15 10, (12) 16
16 24 570: 2 16 13-15 2
16 29-31 456: 4 16 15 5
17 20, 21 33 16 33 287: 2
17 31, 32 208 17 2 5
18 16, 17 281 20 12 180
20 17, 18 534: 3 20 19, 21, 26 287: 2
20 (35, 36) 382b 20 (25, 27, 29) 461: 3
22 26 218
24 4 180 A po calipsis
24 39 316 1-22 (capítulos citados) 171
2 23 471
Juan 3 4, 5 180
1 1, 3, 4, 10, 14 137: 1 3 (17, 18) 365: 4
1 4, 9 129 4 4 180
1 18 84 5 1 258
2 (19, 21) 187 6 12, 13 119
3 19 129 9 2, 17, 18 570: 2
3 36 5 14 (4) 368

555
554
ISBN: 84-7844-608-7
D e p ó s i t o l e g a l : M-17.061-2002
I m p r e s o e n La ve l S. A.

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