TRADUCCIÓN DE

JACQUES ALGASI

R E V I S I Ó N DEL GRIEGO

CÉSAR GUELERMAN
 C O R N E L I U S CASTORIADLS

FIGURAS
DE LO PENSARLE
( L a s e n c r u c i j a d a s del l a b e r i n t o Vi)

FONDO DE CULTURA ECONÓMICA

M É X I C O - A R G E N T I N A - B R A S I L - C O L O M B I A - C H I L E - ESPAÑA
ESTADOS U N I D O S D E AMÉRICA - PERÚ - VENEZUELA
Primera edición en francés, 1999
Primera edición en español, 2001

Título original: Figures dupensable

ISBN de la edición original: 2-02-036569-3

© 1999, Éditions du Seuil

D . R . © 2001, F O N D O D E C U L T U R A E C O N Ó M I C A DE A R G E N T I N A , S.A.
El Salvador 5665; 1414 Buenos Aires, Argentina
e-mail: fondo@fce.com.ar
Av. Picacho Ajusco 227; 14200 México D . E

ISBN: 950-557-362-6

I M P R E S O E N A R G E N T I N A - Printed in Argentina
Hecho el depósito que previene la ley 11.723
 C o n s i d e r a c i o n e s preliminares

E n 1 9 7 8 aparecía el p r i m e r v o l u m e n de Les Carrefours du labyrintbe [Las en-

crucijadas del laberinto]. O t r o s c u a t r o v o l ú m e n e s fueron publicados en vida
del autor, e n t r e 1 9 8 6 y 1 9 9 7 . La singularidad d e esta experiencia de entrada en
el Laberinto, de esta interrogación filosófica llevada a cabo d u r a n t e veinte a ñ o s
p o r Castoriadis, fue i n t r o d u c i d a p o r él en las primeras páginas de Les Carre-
fours: «Pensar n o consiste en salir d e la caverna, ni reemplazar la i n c e r t i d u m b r e
de las s o m b r a s p o r los c o n t o r n o s recortados d e las cosas m i s m a s , la claridad
vacilante de u n a l l a m a p o r la luz del v e r d a d e r o sol. C o n s i s t e en entrar en el
L a b e r i n t o [...]. C o n s i s t e en p e r d e r s e en galerías q u e sólo existen en la m e d i d a
en q u e las cavamos i n c a n s a b l e m e n t e , en girar en círculos en el fondo d e u n ca-
llejón sin salida cuyo acceso se h a cerrado d e t r á s de n u e s t r o s pasos, hasta q u e
esta rotación abre, i n e x p l i c a b l e m e n t e , fisuras transitables en la pared».'
D e s d e ese p r i m e r v o l u m e n , C a s t o r i a d i s reflexionaba a p r o p ó s i t o del ser
del lenguaje, creación a n ó n i m a d e los sujetos h a b l a n t e s , del psicoanálisis, en
el cual d i s c r i m i n a b a e s e n c i a l m e n t e u n a actividad práctico patética, y se acer-
caba al e n i g m a del carácter histórico, en el s e n t i d o fuerte del t é r m i n o , d e la
filosofía y d e la ciencia, y a la c u e s t i ó n del m o d o de ser d e lo sociohistórico.
F i n a l m e n t e , en la m i s m a é p o c a , c o l o c a b a las bases de lo q u e c o n s t i t u í a p a r a
él u n a d e las c u e s t i o n e s políticas f u n d a m e n t a l e s d e n u e s t r o t i e m p o : ¿el p r o -
yecto d e a u t o n o m í a p o d r á sobrevivir si existe u n a a m e n a z a de d e s a p a r i c i ó n
del t i p o a n t r o p o l ó g i c o q u e fue c o n s u s t a n c i a l a su n a c i m i e n t o y a su d e s a r r o -
llo? P r e g u n t a s q u e h a n sido a m p l i a d a s y p r o f u n d i z a d a s en los v o l ú m e n e s si-
guientes, y q u e e n c o n t r a r e m o s en los textos r e u n i d o s a q u í m i s m o ,
Figuras de lo pensable: el t í t u l o n o fue e l e g i d o p o r C o r n e l i u s C a s t o r i a d i s ,
2
pero la expresión se e n c u e n t r a bajo su p l u m a . « N o se t r a t a - n o s dice e n este

1
Les Carrefours du labyrintbe, París, Senil, 1978, pp. 7-8; reed. col. Points Essais, 1998, p. 6.
2
«La dimensión histórica de la filosofía es además lo que se realiza c o m o creación. Ella es la
emergencia de otras figuras de lo pensable» (ibíd., p. 17).

7
 F I G U R A S D E L O PENSABLfc

sentido d e estilo literario ni de u n estilo d e p e n s a m i e n t o , ni t a m p o c o , s i m -

p l e m e n t e , de ideas n u e v a s . Las formas, los t i p o s , las figuras/esquemas/signifi-
c a c i o n e s son o t r o s ; del m i s m o m o d o q u e s o n o t r o s los problemas, lo q u e
3
c o n s t i t u y e y lo q u e n o c o n s t i t u y e un p r o b l e m a . » El lector se d a r á c u e n t a
c l a r a m e n t e d e q u e «lo q u e c o n s t i t u y e o n o u n p r o b l e m a » p a r a C a s t o r i a d i s lo
diferencia r a d i c a l m e n t e d e aquellos q u e o c u p a n el p r i m e r p l a n o d e la escena
intelectual c o n t e m p o r á n e a . A p r o p ó s i t o d e t e m a s c o m o los límites d e la «ra-
c i o n a l i d a d » d e la sociedad capitalista, la d e m o c r a c i a c o m o a u t o i n s t i t u c i ó n
explícita de la sociedad; la creación literaria c o m o c r e a c i ó n / p o s i c i ó n d e nue-
vos tipos de eidos, la i n t e r r o g a c i ó n Filosófica s o b r e la ciencia o el m o d o d e ser
de lo s o c i o h i s t ó r i c o y d e la psique, estos ú l t i m o s textos cavan n u e v a m e n t e
esas «galerías» varias veces recorridas p o r el autor. D e m o d o q u e se p r o d u c e n
t e p e t i c i o n e s inevitables, ya q u e a d e m á s , tal c o m o C a s t o r i a d i s h a b í a t e n i d o la
o p o r t u n i d a d d e escribir a n t e r i o r m e n t e en ocasión d e la p u b l i c a c i ó n d e o t r a
1
obra,' esos s u p u e s t o s previos están lejos d e ser evidentes p a r a t o d o s .
Bajo la r ú b r i c a «Poíesis» - c i e r t a m e n t e , u n a c r e a c i ó n p o é t i c a , p e r o e n la
m i s m a m e d i d a t a m b i é n u n a creación institucional— h a n sido r e u n i d o s d o s
textos en los q u e C a s t o r i a d i s reflexiona s o b r e esta c r e a c i ó n p o r excelencia
q u e c o n s t i t u y e , en el i n t e r i o r d e la l e n g u a , la poesía, y m u e s t r a q u e «el p o e t a
n o es s o l a m e n t e metropoiós [ c r e a d o r d e m e t r o s , versificador] y muthopoiós
[creador d e m i t o s , d e historias], es a d e m á s noematopoiós, creador de sentidos
y d e significaciones. Y es t a m b i é n eikonopoiós, creador de imágenes, y meló-
5
poiós, c r e a d o r d e m ú s i c a » . M u e s t r a a d e m á s d e q u é m a n e r a , a través d e las
respuestas diferentes a la p r e g u n t a «¿qué es el h o m b r e ? » b r i n d a d a s p o r los
d o s g r a n d e s p o e t a s trágicos griegos del siglo V a . C , p o d e m o s ya leer el pasa-
je d e la idea d e u n a a n t r o p o g e n i a d i v i n a a la d e u n a a u t o c r e a c i ó n del h o m -
b r e c o n s c i e n t e c o n respecto a su m o r t a l i d a d . Estos d o s textos - « N o t a s s o b r e
a l g u n o s recursos d e la poesía» y « A n t r o p o g e n i a en E s q u i l o y a u t o c r e a c i ó n
del h o m b r e en Sófocles»- aclaran a s p e c t o s d e la c r e a c i ó n h u m a n a q u e , a p e -
sar de n o llegar a ser e n t e r a m e n t e n o v e d o s o s en el autor, fueron a b o r d a d o s
con p o c a frecuencia t a n f r o n t a l m e n t e y bajo esta perspectiva.

3
Les Carrefours..., ob. cit., p. 19.
La Montee de /' insignifiance, París, Seuil, 1996, p. 7 [traducción castellana: El avance de la
insignificancia, Buenos Aires, Eudeba, 1998],
3
Véase más adelante, p. 56,
 Advertencia

C o r n e l i u s C a s t o r i a d i s h a b í a previsto la p u b l i c a c i ó n d e u n v o l u m e n VI d e Les
Carrefours du labyrinthe. E n c o n t r a m o s e n t r e sus papeles d o s «índices t e m á t i -
cos». U n o , sin fecha, i n c l u y e ios siguientes t í t u l o s :

1. El espacio y el n o m b r e ;
2. Las raíces psíquicas y sociales d e l o d i o ;
3. La a n t r o p o l o g í a d e E s q u i l o y d e Sófocles;
4. N o t a s s o b r e a l g u n o s recursos d e la poesía;
5. V e r d a d e r o y falso caos;
6. El e n i g m a del f u n d a m e n t o d e la política;
7. N u e v a m e n t e a p r o p ó s i t o d e la p s i q u e y d e la sociedad;
8. (¿Ardoino?);
9. H e r e n c i a y revolución;
10. La «cientificidad» del psicoanálisis;
1 1 . El e s t a t u t o histórico del s e n t i d o , el e s t a t u t o p s í q u i c o del s e n t i d o .

El o t r o , fechado el « 1 8 - 0 9 - 9 6 » , y q u e p r o b a b l e m e n t e sea posterior, se c o m -

p o n e d e la s i g u i e n t e m a n e r a :

1. Falso y v e r d a d e r o caos;
2. El espacio y el n o m b r e ;
3. E n t r e v i s t a A r d o i n o ;
4. Aporfas d e la ciencia;
5. La socialización d e la p s i q u e ;
6. P s i q u e e historia;
7. O n t o l o g í a y a n t r o p o l o g í a ;
8. El e s t a t u t o h i s t ó r i c o del s e n t i d o ;
9. E s q u i l o y Sófocles;
10. N o t a s s o b r e la poesía;

9
10 HGUR/LS D E L O PENSABLE

1}. O d i o hacia el otro, odio hacia u n o m i s m o ;

12. La «racionalidad» del c a p i t a l i s m o .

Estas listas de escritos a p u b l i c a r eran p o r cierto provisionales, a u n q u e m á s

n o sea porque algunos textos existían ú n i c a m e n t e e n e s t a d o d e e s q u e m a , o
incluso c o r n o proyecto. En cuanto a los textos t e r m i n a d o s , o ya p u b l i c a d o s ,
uo caben dudas de q u e Castoriadis hubiese i n t r o d u c i d o , s e g ú n su c o s t u m -
bre, numerosas modificaciones.
A l g u n o s títulos seleccionados por él t u v i e r o n q u e ser excluidos p o r q u e el
estado del m a n u s c r i t o parecía p r o h i b i r t o d a p u b l i c a c i ó n e n u n f u t u r o p r ó x i -
m o . Pero e r a a p a r e n t e m e n t e o p o m i n o j u n t a r en la o b r a a l g u n o s textos q u e
no h a b í a n sido r e t o m a d o s e n obras anteriores, sin m o t i v o e v i d e n t e , así c o m o
otros textos, m á s recientes, a p r o p ó s i t o d e los cuales se p u e d e p e n s a r razona-
b l e m e n t e cjue h u b i e s e n sido retenidos p o r el a u t o r e n el m o m e n t o d e la ela-
b o r a c i ó n definitiva del c o n j u n t o , y q u e b r i n d a n , sobre los p u n t o s i m p o r t a n -
tes, precisiones, desarrollos o aclaraciones.
Salvo alguna excepción d e b i d a m e n t e señalada e n el texto, el trabajo d e edi-
ción del m a n u s c r i t o se ha l i m i t a d o a la i n t r o d u c c i ó n d e referencias c u a n d o
aquello parecía indispensable, a la corrección d e lapsus calami y a algunas m o d i -
ficaciones estilísticas m e n o r e s . C o n u n a sola excepción (la nueva rúbrica «Poíe-
sis»), los títulos d e los distintos capítulos («Polis», «Psique», etcétera) s o n los
de los v o l ú m e n e s p r e c e d e n t e s d e Les Carrefours..., p e r o la d i s t r i b u c i ó n d e los
textos h a sido efectuada p o r los responsables d e la edición.* Las n o t a s q u e es-
cribieron a p i e d e p á g i n a , q u e están d i s c r i m i n a d a s p o r u n asterisco o p o r n ú -
m e r o s , a p a r e c e n s i e m p r e colocadas e n t r e corchetes.

La selección y la preparación de textos para esta edición fueron fruto de un trabajo conjun-
io de Cybele, Sparta y Z o é Castoriadis, Enrique Escobar, Olivier Fressaid, ¡vlyrto G o n d i -
cas, Pascal Vernay y D o m i n i q u e Walter.
Poíesis
 Antropogenia en Esquilo y autocreación
del hombre en Sófocles*

A C O N S T A N T I N DESPOTOPOULOS,
a modo de regalo por todo...

L A P R E G U N T A «¿qué es un h o m b r e ? » se m a n t i e n e s i e m p r e presente, d i r e c t a o
i n d i r e c t a m e n t e , e n la t r a g e d i a griega. P e r o se p l a n t e a —y e n c u e n t r a u n a res-
p u e s t a - d e u n m o d o m u y claro y llamativo e n dos de las tragedias m á s i m -
p o r t a n t e s y m á s maravillosas: el Prometeo encadenado de Esquilo (muy proba-
b l e m e n t e , u n a d e las ú l t i m a s o b r a s del p o e t a , escrita h a c i a el a ñ o 4 6 0 a . C . ) y
la Antígona de Sófocles (fechada e n el a ñ o 4 4 2 o 4 4 3 a . C ) .
Las respuestas brindadas p o r estas dos tragedias a esa p r e g u n t a f u n d a m e n t a l
para t o d a la cultura griega son, c o m o voy a tratar de d e m o s t r a r l o , t o t a l m e n t e
opuestas. Y esta diferencia n o p u e d e ser ú n i c a m e n t e atribuible a la situación
personal d e los dos poetas: a pesar del breve lapso (veinte a ñ o s a p r o x i m a d a -
m e n t e ) q u e separa estas dos obras, tal diferencia refleja el r i t m o vertiginoso d e
la creación cultural en la A t e n a s d e m o c r á t i c a , y es consustancial con esa m i s m a
creación. Las representaciones tradicionales son cada vez m á s radicalmente re-
chazadas; la conciencia de sí m i s m o del h o m b r e se ensancha y se profundiza. La
distancia es, e n cierto s e n t i d o , a n á l o g a a la q u e separa a L l e r ó d o t o y Tucídides,
q u e él prefigura con veinte a treinta años de anticipación.
El t i e m p o y el espacio n o m e p e r m i t e n e x t e n d e r m e a p r o p ó s i t o del c o n -
j u n t o d e cuestiones hermenéuticas (en el s e n t i d o c o n t e m p o r á n e o del t é r m i n o )
q u e i n e v i t a b l e m e n t e p l a n t e a n estos dos textos gigantescos. V o l u n t a r i a m e n t e ,
v o y a extraer los pasajes q u e m e interesan p r i n c i p a l m e n t e , sin o c u p a r m e (salvo
en el caso de algunos c o m e n t a r i o s anexos) d e su relación c o n el c o n j u n t o de

[Texto publicado en griego en un volumen de Hommage a Constantin Despotopoulos, Ate

ñas, Papazizis, 1 9 9 1 . T r a d u c c i ó n al francés de Z o é Castoriadis.]

13
14 POÍESIS

la tragedia d e la cual se o r i g i n a n , y m e n o s a ú n con el c o n j u n t o d e la o b r a d e

estos d o s poetas. N o voy a referirme t a m p o c o al c o m p l e j o d e c o n c e p c i o n e s
a n t r o p o l ó g i c a s que aparecen a partir d e H o m e r o y de H e s í o d o hasta el siglo V
y más allá d e éste. Las c u e s t i o n e s anexas s o n e v i d e n t e m e n t e legítimas. Pero
t a m b i é n resulta, sin d u d a , tan legitimo c o n s i d e r a r per se y c o n t o d a su fuerza
a l g u n a s cosas dichas p o r los d o s poetas ( t e n i e n d o en c u e n t a , e v i d e n t e m e n t e ,
t o d o el c o n t e x t o q u e los r o d e a , p e r o sin u n a e l a b o r a c i ó n explícita d e este c o -
n o c i m i e n t o ) y, p a r t i e n d o de ellas, tratar d e aclarar, en u n s e g u n d o m o m e n t o ,
el c o n j u n t o del paisaje griego.
N u e s t r o t e m a a q u í c o n s i s t e en lo que se dice —y, e n c o n s e c u e n c i a , lo q u e
está propuesto para ser comprendido por parte del p ú b l i c o f o r m a d o p o r los a t e -
nienses—, p o r u n lado, en Prometeo, p o r o t r o lado, en Antigona, a p r o p ó s i t o del
h o m b r e y d e sus a t r i b u t o s esenciales. N o s interesa p o c o , p o r lo t a n t o , el h e c h o
de saber si Esquilo y Sófocles inventaron sus discursos o si los plagiaron, si los
p e n s a r o n c o n t o d a lucidez, si los v i e r o n en s u e ñ o s o si se les h i c i e r o n p r e s e n -
tes en a l g ú n m o m e n t o d e l o c u r a divina. N o s resulta a d e m á s i n d i f e r e n t e sa-
b e r si creían en ellos ( a u n q u e s e g u r a m e n t e t e n í a n esa c o n v i c c i ó n ) . D e s d e esta
perspectiva, s o l a m e n t e u n a cosa n o s i m p o r t a : lo q u e v a m o s a e x p o n e r p o d í a
pensarse en la A t e n a s d e 4 6 0 - 4 4 0 a . C , se lo p o d í a expresar, presentarlo al
p u e b l o y - a l m e n o s en el caso d e Antigona— hacerse c o r o n a r p o r h a b e r l o p e n -
sado, expresado, p r e s e n t a d o . P o r lo t a n t o , lo q u e i m p o r t a p a r a n o s o t r o s es la
presencia efectiva en el espacio sociohistórico ateniense d e algunas configura-
ciones d e significaciones, d e las cuales c o n o c e m o s , p o r o t r o l a d o , la í n t i m a
afinidad q u e establecen c o n el c o n t e x t o d e la i n s t i t u c i ó n i m a g i n a r i a de ese es-
pacio. La relación de Esquilo c o n las raíces d e u n a tradición m í t i c o religiosa,
a la cual él m i s m o le i m p o n e u n giro decisivo, la relación d e Sófocles c o n t o -
d a la efervescencia d e la creación filosófica y «sofista» c o n t e m p o r á n e a s o n
más o m e n o s c o n o c i d a s . C r e o q u e t e n d r á n m á s claridad l u e g o del análisis
c o m p a r a t i v o q u e sigue.

' Aparte del famoso pasaje de la Odisea sobre los cíclopes, nos vienen enseguida a la m e n t e
Hesíodo (Teogonia, 507-616; Trabajos, 42-121) y, evidentemente, obras posteriores a las
tragedias discutidas aquí, el Mikrbs Diákosmos de D e m ó c r i t o , tal c o m o lo conocemos a
partir de los comentarios de Tzetzes, el Político (268e-274e) de Platón. Discutiré aquí el
Prometeo encadenado (versos 2 3 1 - 2 4 1 , 2 4 8 - 2 5 4 , 2 6 5 - 2 6 7 , 4 3 6 - 5 0 7 ) , y el famoso estásimo
de Antigona (versos 3 3 2 - 3 7 5 ) . Para las dos ohras utilizo el texto de la edición Budé (Paul
Mazon para Prometeo, Alphonse Dain para Antigona), S u p o n g o de a n t e m a n o que el lector
conoce las dos tragedias y que tiene a la vista el texto.
 ANTRO I'OGENIA Y AUTOCREACIÓN 13

N o v o y a d i s c u t i r t a m p o c o las i n t e r p r e t a c i o n e s m á s o m e n o s c o n o c i d a s
2
de las d o s o b r a s . M e n c i o n a r é b r e v e m e n t e s ó l o d o s p u n t o s . E n p r i m e r lu-
gar, la traducción y la interpretación p o r p a r t e d e H e i d e g g e r ' del e s t á s i m o d e
Antígona q u e v a m o s a d i s c u t i r —el q u e e m p i e z a c o n las célebres p a l a b r a s Po-
lla ta deiná. Su traducción ejerce u n a v i o l e n c i a t r e m e n d a sobre el t e x t o d e
Sófocles. A p u n t a l a y se basa s o b r e u n a interpretación q u e consiste, c o m o ca-
si s i e m p r e , e n u n a p r o y e c c i ó n d e los p r o p i o s e s q u e m a s d e H e i d e g g e r . Si
b i e n es cierto q u e los m i s m o s p u e d e n llevar a la reflexión y a estimular de
m a n e r a f e c u n d a al lector a m e n u d o p e r e z o s o e n la l e c t u r a d e los textos a n t i -
guos, en este caso c o n c r e t o c o n d u c e n a u n a c o n s t r u c c i ó n artificial y frágil
q u e , p r e s e n t a n d o al h o m b r e d e Sófocles c o m o u n a e n c a r n a c i ó n del Da ¡n
h e i d e g g e r i a n o , se caracteriza p o r alcanzar u n g r a d o i n c r e í b l e y m o n s t r u o s o
( c o m o t o d o lo q u e escribió H e i d e g g e r s o b r e los griegos) d e i g n o r a n c i a siste-
m á t i c a s o b r e la polis, la p o l í t i c a , la d e m o c r a c i a y la p o s i c i ó n c e n t r a l q u e
o c u p a n en la c r e a c i ó n g r i e g a . E l r e s u l t a d o i n e l u d i b l e d e esta i g n o r a n c i a
consiste, e v i d e n t e m e n t e , e n u n a comprensión e r r ó n e a d e la filosofía, q u e es
tá i n d i s o c i a b l e m e n t e v i n c u l a d a a ¡a polis y a la d e m o c r a c i a , a u n c u a n d o les
resulta hostil. P l a t ó n m i s m o , y s o b r e t o d o P l a t ó n , n o s o l a m e n t e resulta i m -
p e n s a b l e e i m p o s i b l e en a u s e n c i a d e la polis d e m o c r á t i c a , s i n o q u e se vuelve
i n c o m p r e n s i b l e c o m o filósofo s i n su l u c h a t e n a z e n c o n t r a d e la d e m o c r a -
cia. E s t o el n a c i o n a l s o c i a l i s t a ( 1 9 3 3 - 1 9 4 5 ) H e i d e g g e r n o p u e d e n i q u i e r e
verlo ( v e r e m o s m á s a d e l a n t e u n o d e los r e s u l t a d o s d e esta ceguera e n o c a -
s i ó n d e la d i s c u s i ó n s o b r e el t e x t o d e Sófocles).

La a r b i t r a r i e d a d d e H e i d e g g e r llega h a s t a agregar, a la alteración d e la

p u n t u a c i ó n e v i d e n t e del t e x t o , la supresión d e las palabras, m i s m a s , lo q u e d e -
m u e s t r a lo a b s u r d o d e esa alteración. Así, p o r ejemplo, los versos 3 6 0 - 3 6 1 del
estásimo d e Antígona: pantopóros' áporos ep' ouden érebetai tb mellón, «capaz de
c a m i n a r p o r cualquier lugar, d e atravesar t o d o , d e e n c o n t r a r respuestas a t o -
d o ; n o avanza hacia lo q u e está p o r venir sin d i s p o n e r d e a l g ú n recurso», q u e
H e i d e g g e r lee - v i o l a c i ó n v e r g o n z o s a del t e x t o - pantopóros áporos, ep' oudén

2
Para consultar un resumen de las discusiones contemporáneas sobre Antígona, véase Georgc
Stcincr, Antigones, Oxford, Clarcndon Press, 1984 [traducción francesa: Les Antígona, Pan •
Gallimard, col. Folio/Essais, 1992],
3
M . Heidegger, Einfuhrung in die Metaphysik, T ü b i n g e n , Niemeyer, sin fecha, edición At
1952 de los cursos de 1935, p p . 112-126 [traducción francesa: Introducción a ta métaphysique,
París, Gallimard, 1967, p p . 1 5 3 - 1 7 1 ] .
•ó noíKSis

érchetai, p a r a p o d e r traducir: «Siempre en el c a m i n o l l e v a n d o a c a b o la expe-

4
r i e n c i a , i n e x p e r t o sin salida, n o llega a n a d a » . A d e m á s , p a r a o t o r g a r u n a v e -
r o s i m i l i t u d superficial a s u t r a d u c c i ó n , H e i d e g g e r está o b l i g a d o a o m i t i r su-
b r e p t i c i a m e n t e las palabras ib mellan
A l g u n a s d e las licencias arbitrarias e i m p e r t i n e n t e s d e H e i d e g g e r fueron
3
señaladas, e n t r e o t r o s , pot D a n i e l C o p p i e t e r s d e G i b s o n , y esto m e lleva al
segundo p u n t o q u e quiero mencionar d e a n t e m a n o . En contra de Heideg-
get, el m i s m o C o p p i e t e r s d e G i b s o n recurre a los trabajos y las c o n c l u s i o n e s
de l o s h e l e n i s t a s franceses c o n t e m p o r á n e o s d e la e s c u e l a estructuralista
- V e r n a n t , D e t i e n n e , V i d a l - N a q u e t - , s e g ú n q u i e n e s la figuta del h o m b r e
griego d e f i n e el e s t a t u t o del h o m b r e p o s i c i o n á n d o l o e n relación c o n D i o s y,
s i m é t r i c a m e n t e , en relación c o n el a n i m a l (p. 6 5 ) . Y n o c a b e d u d a d e q u e la
c o n c e p c i ó n griega del h o m b r e se define g e n e r a l m e n t e a través de l a e s t r u c -
t u r a o r g a n i z a t i v a a n i m a l e s / h o m b r e s / d i o s e s , p r e s e n t e d e a l g u n a m a n e r a des-
de los albores d e la civilización griega ( p o r lo m e n o s a p a r t i r d e H e s í o d o )
hasta los t i e m p o s clásicos, y a u n m á s allá d e los m i s m o s (véase el theríonl
theás, «o b i e n a n i m a l salvaje o b i e n dios», e n Aristóteles). Esta e s t t u c t u r a
c o n s t i t u i d a p o r los griegos y e v i d e n t e para nosotros, s i t u a d o s e n la d e s e m b o -
c i d u i a d e su c o n s t i t u c i ó n , n o es e v i d e n t e en a b s o l u t o . P e n s e m o s , p o r e j e m -
p l o , en los j u d í o s , los h i n d ú e s , los c h i n o s o las t r i b u s i n d i a s d e A m é r i c a , en
d o n d e se o b s e r v a a m e n u d o e n t r e los e s t a d o s a n i m a l , h u m a n o y d i v i n o u n a
circulación y n o un c o t t e .
Pero esto en el caso de los griegos es ú n i c a m e n t e u n a e n v o l t u r a , u n a cas-
cara en el i n t e r i o r de la cual se lleva a c a b o u n a e n o r m e creación s o c i o h i s t ó -
rica —decisiva p a r a nosotros— q u e altera totalmente la significación d e las
c o n d i c i o n e s / e l e m e n t o s q u e c o n s t i t u y e n tal e s t r u c t u t a . Y esto se h a c e exclusi-
v a m e n t e a través del c a m b i o d e la significación, del m a g m a de significacio-
nes q u e se v i n c u l a con el e l e m e n t o c e n t r a l d e la e s t r u c t u t a , o sea, el h o m b r e .
Alteración q u e se lleva a c a b o c o n u n i n t e n t o d e a u t o c o n o c i m i e n t o , la q u e
j u s t a m e n t e caracteriza esta creación d e m a n e r a c e n t r a l . Si n o s m a n t e n e m o s
en esta c o n c e p c i ó n estructuralista, c o r r e m o s el riesgo d e caer n u e v a m e n t e en
el d e s c o n o c i m i e n t o crítico q u e d e s d e h a c e siglos dificulta el a c e r c a m i e n t o al

* [M. Heidegger, Einftihrung in..., ob, cit., p. 154.]

Daniel Coppieters de Gibson, «Les Grecs et la question de l ' h o m m e . Á propos d'une lec-
;ure de Sophocle par Heidegger», en Qu 'est-ce que l'homme? Hommage a Alphome de Waeh-
lens, Bruselas, Publicaciones de las Facultades universitarias Saint Louis, 1982, p p . 53-70,
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN 17

m u n d o griego a n t i g u o . H a b l a r e m o s del hombre griego, d e la ciudad griega, de

la concepción de la naturaleza griega, etcétera, o l v i d á n d o n o s de q u e la caracte
rística esencial d e la h i s t o r i a griega a n t i g u a c o n s i s t e j u s t a m e n t e en el h e c h o
de q u e es historia en el s e n t i d o m á s fuerte d e este t é r m i n o , q u e el espíritu de
los griegos se realiza j u s t a m e n t e c o m o a l t e r a c i ó n , a u t o a l t e r a c i ó n , a u t o i n s t i -
t u c i ó n , t o d a s c o n s u s t a n c i a l e s c o n el i n t e n t o del c o n o c i m i e n t o d e sí, q u e es
acción c o n t i n u a , trabajo, p r o c e s o y n o r e s u l t a d o c o n g e l a d o .
El análisis y la c o m p a r a c i ó n de la a n t r o p o l o g í a en E s q u i l o y Sófocles nos
p e r m i t e n a p r e h e n d e r u n m o m e n t o decisivo d e esta alteración. La c o m p a r a -
ción e n t r e los dos p o e t a s n o s m u e s t r a c l a r a m e n t e un v u e l c o o n t o l ó g i c o d e
u n a e n o r m e i m p o r t a n c i a , q u e se lleva a c a b o d u r a n t e esos v e i n t e años.

La p r e g u n t a «¿qué es el h o m b r e ? » n o está e x p l í c i t a m e n t e f o r m u l a d a en estas

dos tragedias, c o r n o sería el caso e n u n texto filosófico, s i n o q u e se i n c l u y e
en las tragedias y se d e d u c e d e la respuesta q u e se le b r i n d a e x t e n s a m e n t e . A
esta p r e g u n t a implícita, E s q u i l o c o n t e s t a a través d e u n a a n t r o p o g e n i a . E s t a
a n t r o p o g e n i a es mítica, n o s i m p l e m e n t e en u n s e n t i d o exterior, ya q u e se re-
fiere a u n m i t o , el m i t o d e P r o m e t e o , q u e vuelve a utilizar; es m í t i c a en el
sentido profundo, filosófico del t é r m i n o , ya q u e r e s p o n d e a la p r e g u n t a so¬
bre el h o m b r e r e t r o t r a y é n d o l a a su origen y p r e s e n t a n d o u n relato: el h o m b r e
es lo q u e es p o r q u e a n t a ñ o , e n t i e m p o s m u y r e m o t o s ( m á s allá de t o d a c o n -
firmación o refutación e m p í r i c a p o s i b l e ) , o c u r r i ó algo q u e sobrepasa n u e s t r a
experiencia h a b i t u a l . Los h o m b r e s d e b e n a u n ser s o b r e h u m a n o , P r o m e t e o ,
lo q u e h a c e a su c o n d i c i ó n d e seres v e r d a d e r a m e n t e h u m a n o s . D e f i n i c i ó n
del m i t o : el relato del o t i g e n c o r r e s p o n d e a la c u e s t i ó n d e la esencia. E n S ó -
focles, c o m o lo v a m o s a ver, la p r e s e n t a c i ó n d e la esencia r e s p o n d e s i m u l t á -
n e a m e n t e a la p r e g u n t a sobre la esencia y a la p r e g u n t a s o b r e el origen. La
esencia del h o m b r e (to deinón) es su p r o p i a a u t o c r e a c i ó n .
E x a m i n e m o s m á s d e cerca el texto d e E s q u i l o . La a n t r o p o g e n i a se p r e -
senta a q u í c o m o la o b t a d e P r o m e t e o , r e s u l t a n t e de su d e c i s i ó n y de su a c -
ción. Esta d e c i s i ó n se d e s p r e n d e , a su vez, d e u n conflicto d e fuerzas s o b r e -
h u m a n a s - c o n f l i c t o e n t r e Z e u s y P r o m e t e o - . Z e u s a n h e l a b a destruir a los
h o m b r e s (versos 2 3 1 - 2 3 6 ) , P r o m e t e o d e c i d e salvarlos y lo h a c e t r a n s m i t i é n -
doles u n a p a r t e d e esta p o s i b i l i d a d del prátteinlpoiein, del actuar/crear, que
hasta e n t o n c e s era u n a p r e r r o g a t i v a d e las fuerzas divinas.
N o es inútil s u b r a y a r esta v o l u n t a d de d e s t r u c c i ó n del g é n e r o h u m a n o
q u e E s q u i l o a t r i b u y e c o n i n s i s t e n c i a a Z e u s . S e g ú n E s q u i l o , las razones o

)
 18 POIESiS

m o t i v a c i o n e s d e Z e u s p e r m a n e c e n d e s c o n o c i d a s . P r o b a b l e m e n t e el p o e t a las
había d a d o a c o n o c e r en su Prometeo portador del juego, q u e n o n o s llegó.
; G i á l es la situación de la h u m a n i d a d antes d e la i n t e r v e n c i ó n de P r o m e -
teo? Esta p r e g u n t a e n c u e n t r a e v i d e n t e m e n t e u n a respuesta indirecta y a con-
trario en la e n u m e r a c i ó n de t o d o lo q u e faltaba a los h o m b r e s en su situación
original (versos 2 4 8 - 2 5 4 , 4 5 8 - 5 0 6 ) . Pero Esquilo b r i n d a t a m b i é n u n a res-
puesta directa, a través de la descripción positiva de la h u m a n i d a d p r c h u m a -
na (versos 2 4 8 - 2 5 4 , 4 4 3 - 4 5 7 ) . Esta d e s c r i p c i ó n , s o b r e t o d o en los versos
4 4 3 - 4 5 7 , es a s o m b r o s a . El estado p r e h u m a n o tal c o m o n o s lo p r e s e n t a Es¬
quilo es v e r d a d e r a m e n t e increíble, t o t a l m e n t e fantástico, sin n i n g u n a verosi-
militud a p a r e n t e e, i n c l u s o , e x e n t o d e la p r e o c u p a c i ó n p o r tal v e r o s i m i l i t u d
Estos bombres-allí, si p o d e m o s llamarlos de esta m a n e r a , son c o m o som¬
bras vacías - r e c u e r d a n los zombies d e la l i t e r a t u r a fantástica c o n t e m p o r á -
n e a - . Veían sin ver, sin sacar n i n g ú n p r o v e c h o d e la m i r a d a {maten), escu-
c h a b a n sin e s c u c h a r y, « p a r e c i d o s a las figuras d e los s u e ñ o s » , oneiráton
alínkioi morpbaisi, sus largas vidas t r a n s c u r r í a n sin n i n g ú n o r d e n , al azar (ei-
keí). Vivían bajo tierra, en cavernas oscuras, sin p o d e r d i s t i n g u i r i n v i e r n o ,
p r i m a v e r a y v e r a n o ; h a c í a n t o d o sin reflexionar, sin pensar, áter gnómes tb
pan éprasson. Y n o p o d í a n prever - n o c o n o c í a n - la m u e r t e (verso 2 4 8 ; vol-
veré sobre la i n t e r p r e t a c i ó n d e este verso).
E s t e estado carece t o t a l m e n t e d e realismo, t a n t o p a r a n o s o t r o s c o m o en
la é p o c a d e E s q u i l o . N o se trata d e salvajes s u m a m e n t e p r i m i t i v o s ni d e n i n -
g u n a especie a n i m a l p o s i b l e o c o n c e b i b l e . N i se trata d e s i m i o s , ni siquiera
de h o r m i g a s ( m e n c i o n a d a s en el verso 4 5 3 ) ; n o p o d r í a m o s decir q u e se pare¬
cen a figuras d e s u e ñ o s y q u e m i r a n sin ver. El estado p r e h u m a n o d e la h u -
m a n i d a d n o es para E s q u i l o u n estado a n i m a l c o r r i e n t e . D e s d e el p u n t o d e
vista biológico, estos seres s o n m o n s t r u o s o s y r a d i c a l m e n t e i n a d a p t a d o s p a r a
la vida. S u p o n i e n d o q u e a l g ú n día h u b i e r a n a p a r e c i d o , n o h a b r í a n sobrevivi-
d o m á s allá d e la s e g u n d a g e n e r a c i ó n ; n i n g u n a n e c e s i d a d d e r e m i t i r n o s a la
teoría d a r w i n i a n a p a r a llegar a esta c o n c l u s i ó n .
Y sin e m b a r g o , la d e s c r i p c i ó n d e E s q u i l o n o s p e r m i t e e n t r e v e r algo m á s
i m p o r t a n t e q u e la realidad: la c o n d i c i ó n del h o m b r e antes o fuera d e la insti-
t u c i ó n de la v i d a social - d e l arte, del trabajo, d e la p a l a b r a - . L o q u e se des-
cribe a q u í es el h o m b r e tal c o m o sería si tuviese e v i d e n t e m e n t e u n c u e r p o , y
u n a l m a , p e r o sin p e n s a m i e n t o (gnóme). Es lo q u e llamaría el i n c o n s c i e n t e
original, la a-racionalidad o la a-realidad de la m ó n a d a psíquica. U n e s t a d o
semejante a u n a figura d e s u e ñ o - l l e n o d e figuras d e s u e ñ o s - , q u e p o d e m o s
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN 19

pensar ú n i c a m e n t e d e s d e u n a perspectiva lógica, h i p o t é t i c a m e n t e y p o r abs

tracción: io q u e sería el h o m b r e y a q u é se parecería sin p e n s a m i e n t o y sin ar-
te [téchne). A f i r m o q u e esta a b s t r a c c i ó n es m á s i m p o r t a n t e q u e la realidad, ya
q u e s o l a m e n t e ella nos p e r m i t e c o m p r e n d e r t o d o lo q u e , e n el h o m b t e , p r o -
viene d e lo q u e se sitúa m á s allá d e los datos psíquicos p r i m a r i o s y r e m i t e a la
d i m e n s i ó n social, a lo q u e , p a r a n o s o t r o s , es la i n s t i t u c i ó n del p e n s a m i e n t o y
de las artes y, p a t a E s q u i l o , es el regalo d e P r o m e t e o a los h o m b r e s : nepíous
óntas tb prín, énnous étheka kai phrenón epebólous (versos 4 4 3 - 4 4 4 ) , «ellos q u e
eran c o m o los bebés antes d e hablar, [han s i d o p o r mí] l l e n a d o s con p e n s a -
6
m i e n t o y p o s e y e n d o el p e n s a m i e n t o q u e p u e d e i m p o n e t s e a lo q u e es».
L u e g o , sigue u n a e n u m e r a c i ó n y u n a d e s c r i p c i ó n de las d o t e s d e P r o m e -
teo (versos 4 5 7 - 5 0 6 ) p a r a la cual sería r i d í c u l o tratar d e e n c o n t r a r a p r i o r i
u n o r d e n s i s t e m á t i c o , lógico filosófico. Sin e m b a r g o , n i el o r d e n d e la e x p o -
sición ni lo q u e c o n t i e n e y excluye p o d r í a n ser en n i n g ú n caso p r o d u c t o del
azar. P r o m e t e o habla, en p r i m e r lugar, de las apariciones y desapariciones d e
las estrellas difíciles de discernir {duskritous dúseis). A p a r i c i o n e s y d e s a p a r i c i o -
nes d e b e n ser, a q u í , s i m u l t á n e a m e n t e los f e n ó m e n o s c o t i d i a n o s , p e r o s o b r e
t o d o las epitoLzí, m o m e n t o s e n los cuales u n a esttella reaparece en el ciclo
a n u a l y p e r m i t e , d e esa m a n e t a , u b i c a r la estación. El s i m p l e a m a n e c e r y atar-
decer del sol o incluso d e c u a l q u i e r estrella n o es «difícil d e discernir», y la i n -
c a p a c i d a d d e los h o m b r e s p r e h u m a n o s de discernir las estaciones fue mencio¬
n a d a a n t e r i o r m e n t e (versos 4 5 4 - 4 5 6 ) . P r o m e t e o b r i n d a a los h o m b r e s signos,
p u n t o s d e referencia estables, q u e s o n los q u e h a c e n posibles la a p r e h e n s i ó n
y la m e d i d a del t i e m p o . E s t a m e d i d a , del t i e m p o y de t o d o lo q u e es m e n s u -
rable, aparece i n m e d i a t a m e n t e después: arithmón, éxochon sophismáton, exeüron
autois, «he i n v e n t a d o p a r a ellos el n ú m e r o , el <sofisma> [invento, hallazgo] m á s
7
excelso» (versos 4 5 9 - 4 6 0 ) .
C ó m o n o acordarse d e A r i s t ó t e l e s l u e g o d e esta c o n j u n c i ó n del t i e m p o y
del n ú m e r o {Física, libro D , 2 1 9 b 1-2; 2 2 0 e 3 - 4 ) : chrónos estin arithmós ki-
néseos kata tb próteron kai hústeron, «el t i e m p o es el n ú m e r o del m o v i m i e n t o
según el antes y el después». P a r a q u e haya e n u m e r a c i ó n , es necesario q u e
haya p r i m e r o u n a d e f i n i c i ó n y u n a d e t e r m i n a c i ó n d e los divisibles. Y u n a
h u m a n i d a d sin a r i t m é t i c a es i n i m a g i n a b l e .

6
[Esta traducción retoma la propuesta p o r Castoriadis en su seminario del año 1993.]
7
[Véase nota 6.]
20 POÍESIS

A c o n t i n u a c i ó n , llegan i n m e d i a t a m e n t e los grammáton [...] sunthéseis,

mnémen bapánton, mousométor ergánen (verso 4 6 1 ) , las c o m b i n a c i o n e s o
c o n j u n t o s d e signos g r a b a d o s o t r a z a d o s , a p t o s p a r a r e p r e s e n t a r t o d a m e m o -
ria o s e c u n d a r c u a l q u . e r trabajo «que e n g e n d r a a las Musas.» - l o q u e llama-
mos artes y c o n o c i m i e n t o s - .
Luego de este d o n del t i e m p o , de los n ú m e r o s y d e los signos (artificiales)
q u e sostienen y representan la m e m o r i a , t e n e m o s las artes productivas, la téc-
nica, c o m o d i r í a m o s en la actualidad. N o voy a c o m e n t a r a q u í esta e n u m e r a -
ción (versos 4 6 2 - 4 6 9 , 5 0 0 - 5 0 3 ) . H a r é n o t a r s o l a m e n t e el énfasis p u e s t o en
p t o p o r c i o n a r la referencia a la m e d i c i n a (to méghton, «el m á s i m p o r t a n t e » , ver-
sos 4 7 8 - 4 8 3 ) y la descripción detallada de la m á n t i c a y d e la interpretación de
los sueños (versos 4 8 4 - 4 9 9 ) , sobre la cual volveré m á s adelante. El verso q u e
cierra la e n u m e r a c i ó n tiene u n s e n t i d o p r o f u n d o : pásai téchnai brotoisin ek
Promethéos (verso 5 0 6 ) , «todas las artes [llegan] a los m o r t a l e s p o r p a r t e de
P r o m e t e o » . N u e s t r o p o s t u l a d o en este análisis consiste en q u e hay q u e t o m a r
al p o e t a en serio. Pásai téchnai (todas las artes) equivale a pasa téchne (toda la
capacidad técnica). P r o m e t e o n o d i o a los h o m b r e s algunos e l e m e n t o s c o n los
cuales se p o d í a c o m p o n e r y e n s a m b l a r el resto; d e él (ek) derivan todas las ar-
tes (pásai téchnai). Esquilo e v i d e n t e m e n t e n o p u e d e ignorar q u e en su época
las artes se perfeccionaban c o n s t a n t e m e n t e , y q u e él m i s m o habí a transforma-
d o su p r o p i a arte d e u n a m a n e r a decisiva. Se trata a q u í d e u n a r u p t u r a total
con la c o n d i c i ó n p r e h u m a n a y de la e m e r g e n c i a r e p e n t i n a d e las artes c o m o
tales. N o p u e d e h a b e r u n pasaje gradual e insensible del n o - t i e m p o al t i e m p o ,
del n o - n ú m e r o al n ú m e r o . Los n ú m e r o s existen o n o ; la existencia de u n a m i -
tad o d e u n a p e q u e ñ a c a n t i d a d d e n ú m e r o s (con u n a progresión, p o r ejemplo,
hacia las ttes cuartas par tes y luego hacia la totalidad) es inconcebible. U n a vez
q u e el n ú m e r o existe, p o d e m o s e n u m e r a r n ú m e r o s cada vez mayores - o inclu-
so otras clases de n ú m e r o s - . La m i s m a cuestión es válida p a r a las artes (en el
sentido original del t é r m i n o ) : o existen o n o existen. La aparición del arte n o
p u e d e ser otra cosa q u e pasaje del n o - a r t e al arte, r u p t u r a , alteridad absoluta
q u e n o acepta graduaciones. D e repente y g l o b a l m e n t e , p a s a m o s d e u n nivel al
o t r o , p o r m á s p t i m i t i v o q u e sea. D e la c o n d i c i ó n p r e h u m a n a a la c o n d i c i ó n
8
h u m a n a , n o h a y u n a t r a n s i c i ó n progresiva ( r e c o r d e m o s el l e n g u a j e ) . Esta

8
Véase mi libro L'institution imaginaire de la société, París, Seuil, 1975, cap. VI [reed. col.
«Points Essais», 1999] [traducción castellana: La institución imaginaria de la sociedad Bue-
nos Aires, Tusquets, 1993].

9/15
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN 2!

t r a n s i c i ó n se p r o d u c e o n o se p r o d u c e ; c u a n d o se p r o d u c e , ella es alteración
total, o sea, c r e a c i ó n . Y esta c r e a c i ó n n o p u e d e ser p e n s a d a p o r p a r t e d e Es-
q u i l o c o m o a u t o c r e a c i ó n , c o m o lo h a r á Sófocles. Sin e m b a r g o , sabe q u e n o
p u e d e ser el r e s u l t a d o d e c u a l q u i e r a c u m u l a c i ó n , y eso lo expresa a través del
d o n de P r o m e t e o , del cual se d e s p r e n d e n «todas las artes».
Vuelvo al e x t e n s o f r a g m e n t o s o b r e la m a n tica y la i n t e r p r e t a c i ó n d e los
s u e ñ o s (versos 4 8 4 - 4 9 9 ) , q u e m e r e c e r í a t a m b i é n u n largo c o m e n t a r i o , para
a t e n e t m e a d o s o b s e r v a c i o n e s e i n t e r r o g a c i o n e s . La p r i m e r a c o n s t a t a c i ó n
- q u e se i m p o n e y q u e a q u í p r e s e n t o s i m p l e m e n t e - es e n o n n e , a s o m b r o s a :
E s q u i l o h a b l a d e la m á n t i c a y n o d e la religión, m e n c i o n a a los dioses ú n i c a -
m e n t e al pasar y d e n t r o d e u n a perspectiva utilitarista. D e b e m o s e x a m i n a r
las e n t r a ñ a s d e la v í c t i m a s sacrificadas p a r a v e r si c o n v i e n e n «al placer d e los
dioses», daímosin pros hedonén (verso 4 9 4 ) . L o repito u n a vez m á s , n o d i g o
q u e E s q u i l o creía en eso, d i g o q u e estas reflexiones - e q u i p a r a b l e s a la d e s c r i p -
c i ó n del p o d e r d e Z e u s c o m o u n a tiranía b r u t a l , o a la d e Z e u s c o m o u n ti-
r a n o efímero c o n d e n a d o a caer a su v e z - e r a n posibles y c o n c e b i b l e s p o r
p a r t e d e los atenienses del a ñ o 4 6 0 , tal c o m o su expresión pública.
La o t r a o b s e r v a c i ó n se refiere a la a m p l i t u d , al lugar y a la n e c e s i d a d d e
esta d e s c r i p c i ó n . Este f r a g m e n t o es el m á s largo (16 versos) d e esta a n t r o p o -
genia. ¿Por qué? ¿Y p o r q u é aquí? ¿Y p o r q u é este f r a g m e n t o era i n d i s p e n s a -
ble? C r e o q u e u n a respuesta - s e g u t a m e n t e p a r c i a l - a esta p r e g u n t a se e n -
c u e n t r a e n la relación del h o m b r e c o n el t i e m p o , y m á s p a r t i c u l a r m e n t e c o n
el f u t u r o . P r o m e t e o h a d a d o a los h o m b r e s la a p r e h e n s i ó n y la m e d i d a del
t i e m p o . I g u a l m e n t e , les p r o p o r c i o n ó u n m o d o d e i n s t i t u i r u n a relación c o n
el p a s a d o : c o m b i n a c i o n e s d e letras {grammdton sunthéseis), q u e son la m e -
m o r i a q u e a b a r c a t o d o (mnémen hapánton). A través d e la m á n t i c a y d e la
i n t e r p r e t a c i ó n d e los s u e ñ o s , les p e r m i t e relacionarse c o n el f u t u r o , o r i e n t á n -
d o l o s hacia «este a t t e m u y difícil d e p e n e t r a r » , la dustékmarton téchnen, y ha-
ciéndoles c o m p r e n d e r los «signos del fuego [de los sacrificios]», los phlogopa
sémata (versos 4 9 7 - 4 9 8 ) .
A partir del m o m e n t o en q u e existe la c o n c e p c i ó n del t i e m p o , el h o r i z o n -
te del futuro existe, con sus d e t e r m i n a c i o n e s f u n d a m e n t a l e s : la i n c e r t i d u m
bre, la espeta, la espetanza. Para q u e p u e d a n enfrentar estas características del
futuro, P r o m e t e o p r o p o r c i o n a a los h o m b r e s la m á n t i c a y la i n t e r p r e t a c i ó n de
los sueños.
Este c o n j u n t o d e ideas n o s a u t o t i z a - n o s o b l i g a - a volver sobre u n frag-
m e n t o anterior, de u n a importancia fundamental, q u e a ú n no h a b í a m o s

)
22 POI'ESIS

a b o r d a d o . S e trata d e los versos 2 4 7 - 2 5 2 , q u e i n c l u y e n l a p r i m e r a mención

( l u e g o d e los versos 2 3 5 - 2 3 6 , e n l o s cuales P r o m e t e o d i c e q u e s a l v ó a l o s
m o r t a l e s d e la d e s t r u c c i ó n q u e Z e u s les t e n i a r e s e r v a d a ) d e t o d o lo q u e h i z o
p a r a los h o m b r e s . Esta p r i m e r a i n t e r v e n c i ó n - a n t e r i o r i n c l u s o a l d o n d e l
fuego está presentada e n el d i á l o g o trágico d e l o s v e r s o s 2 4 8 - 2 5 1 , q u e t e n e -
m o s q u e citar a q u í , t a n t o por su i m p o r t a n c i a c o m o p o r el h e c h o d e q u e s u
t r a d u c c i ó n habitual m e parece t o t a l m e n t e a b s u r d a .

riPOMHSE'TI. evii-uoúc y' E T t c t o c a ui\ TtpooíipKEaOat u ó p o v .

X O P O I . T o íioTov eüp&v TÍiaSe cpáppaKOV vóaot);
IIPOMHeETZ. Tocptóc, év aútoT'c. éXjiíSok; KaxtpKtoa.
XOPOI. M é y ' cotpítA.tipa t o d x ' éócüpqcw PpotoTc;.

PROMETEO. — H e h e c h o q u e termine p a r a los m o r t a l e s la n o - p r e v i s i ó n d e la

muerte.
El. C O R O . — . H a b i e n d o e n c o n t r a d o q u é m e d i c a m e n t o p a r a esta e n f e r m e d a d ?
PROMETEO. — L e s h e i n c u l c a d o e s p e r a n z a s ciegas.
9
EL C O R O . — E s u n r e g a l o d e g r a n u t i l i d a d el q u e h i c i s t e a los m o r t a l e s .

H a b i t u a l m e n t e se t r a d u c e el p r i m e r v e r s o d e esta m a n e r a : « H e l i b e r a d o a los
1 0
h o m b r e s d e la p r e v i s i ó n d e l a m u e r t e » . P o r e m p e z a r , esta t r a d u c c i ó n se e n -
c u e n t r a e n d i r e c t a c o n t r a d i c c i ó n c o n la d e s c r i p c i ó n q u e h a c e P r o m e t e o d e la
c o n d i c i ó n p r e h u m a n a ( v e r s o 4 4 7 y s i g u i e n t e s ) . En l o s v e r s o s q u e e x a m i n a -
mos, s e t r a t a c l a r a m e n t e d e l p a s a j e d e l a c o n d i c i ó n p r e h u m a n a a la h u m a n a .
El d o n d e l f u e g o e s t á m e n c i o n a d o p o s t e r i o r m e n t e ( v e r s o 252). ¿ D e q u é m a -
n e r a se p u e d e c o n c e b i r q u e estos seres, q u e n i s i q u i e r a t i e n e n la n o c i ó n del

[Véase nota 6.]

Tan así es que Mazon, en la colección Budé, traduce: «He libetado a los hombres de la o b -
sesión de la muerte... N o está descartado que esta traducción, habitual, sea atribuida a la
aplicación retroactiva al texto de Esquilo de la formulación de Platón (Gorgias, 523d): «La
primera cosa para llevar a cabo [...] consiste en sacar a los hombres el conocimiento de la
hora en la cual deben morir, ya que la conocen de a n t e m a n o . Es así que Prometeo ha sido
ya advertido de poner un t é r m i n o a este abuso» (traducción de Émile C h a m b r y , París,
Garnier-Flammarion, 1967). Pero los hombres que describe Sócrates en este mito del Gor-
gim n o tienen ninguna relación con los hombres de Prometeo: en este caso, los que están
juzgados están vestidos, pueden pertenecer a las grandes tribus, ser ricos (523c.) Evidente-
mente, Platón transforma el m i t o de Esquilo según las necesidades de su argumentación.

10/1!
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN 23

t i e m p o , p u e d a n prever su m u e r t e ? ¿ C ó m o a t r i b u i r a E s q u i l o u n a i n c o h e r e n -
cia tan inaceptable? E n s e g u n d o lugar, esta i n c o h e r e n c i a ejerce una violencia
al s e n t i d o e v i d e n t e del texto (y, e n este s e n t i d o , t e n e m o s q u e atribuir, artifi-
c i a l m e n t e , a la negación me el s e n t i d o c o n t r a í d o de bina rné: «de m a n e r a de
evitar q u e . . . » ) . El texto dice: h e p u e s t o u n t é r m i n o a la c o n d i c i ó n en la cu ai
los m o r t a l e s n o p o d í a n prever su m u e r t e ( h e c h o e v i d e n t e , ya q u e vivían sin
p e n s a m i e n t o , áter gnómes). N o se trata e v i d e n t e m e n t e d e prever la h o r a o e!
m o m e n t o , sino d e prever el h e c h o : h e e n s e ñ a d o a los m o r t a l e s q u e s o n .mor-
tales. E n tercer lugar, n o es p o s i b l e a t r i b u i r a P r o m e t e o esta idea extravagan-
te según la cual él habría h e c h o q u e estos m o r t a l e s ( s u p u e s t a m e n t e p o s i b i l i -
tados p a r a prever su m u e r t e , m i e n t r a s q u e al m i s m o t i e m p o « m i r a b a n sin
ver» y «en vano») n o supieran m á s q u e son mortales. Si h a y algo seguro e n t r e
los h o m b r e s , y en t o d o caso p a r a los griegos, es el h e c h o d e su m o r t a l i d a d ;
d e s d e H o m e r o hasta el final d e la tragedia a t e n i e n s e , la c o n f i r m a c i ó n d e esta
característica f u n d a m e n t a l d e la existencia h u m a n a está r e p e t i d a en t o d a s las
ocasiones.
P r o m e t e o e n s e ñ ó a los h o m b r e s la v e r d a d : son m o r t a l e s y, según la v e r d a -
d e r a c o n c e p c i ó n griega a n t i g u a , definitiva e i n s u p e r a b l e m e n t e m o r t a l e s . Pe-
to ser m o r t a l y saberlo consiste, c o m o lo d i c e el coro en el verso s i g u i e n t e ,
en u n a e n f e r m e d a d q u e requiere u n r e m e d i o . E s t e r e m e d i o , P r o m e t e o lo e n -
c o n t r ó y lo e n t t e g ó : i n c u l c ó a los h o m b r e s «esperanzas ciegas». E s p e r a n z a s
ciegas, esperas oscuras y v a n a s ; las a r m a s - f i n a l m e n t e i n o p e r a n t e s - c o n las
cuales el h o m b r e enfrenta su c o n d i c i ó n d e m o r t a l , c o n d i c i ó n q u e d e o t r a
m a n e r a le sería i n s o p o r t a b l e . D e tal m o d o q u e c u a n d o el coro habla d e u n
« d o n m u y útil», la respuesta no es irónica. Si se trataba d e q u e los h o m b r e s
se d e s p r e n d i e r a n d e su c o n d i c i ó n p r e h u m a n a , t e n í a n q u e saber la v e r d a d
p r i m e r a y ú l t i m a , el h e c h o d e q u e son m o r t a l e s . Esta v e r d a d p o d í a h a b e r l o s
a p l a s t a d o , c o m o nos aplasta a n o s o t r o s t a n a m e n u d o . E l c o n t r a p e s o p a r a
a q u e l l o consiste en las esperanzas ciegas. N o se refieren a n i n g u n a i n m o r t a l i -
d a d positiva ( c o m o lo s a b e m o s a p a r t i r del d e s c e n s o d e Ulises h a c i a los
m u e r t o s , en la Odisea). T i e n e n q u e ver c o n t o d o lo q u e el h o m b r e h a c e o
p u e d e hacer en su vida. Por s u p u e s t o , están ciegos ya q u e el f u t u r o se d e s c o -
n o c e y los dioses s o n e n v i d i o s o s . Pero estos d o s e l e m e n t o s c o n s t i t u y e n al
h o m b r e , p o r lo m e n o s al h o m b r e griego; el conocimiento d e la m u e r t e y la
p o s i b i l i d a d de u n práttein/poiein, d e u n h a c e r / c r e a r q u e este c o n o c i m i e n t o
a g u d i z a e n vez de ahogar. G r e c i a c o n s t i t u y e la m á s brillante d e m o s t r a c i ó n de
la p o s i b i l i d a d d e t r a n s f o r m a r esta a n t i n o m i a e n u n a fuente creativa.
24 POÍE515

Atenas, a ñ o 4 4 2 a . C . La paz d e treinta años c o n los h a b i t a n t e s del Peloponeso

( 4 4 6 / 4 4 5 ) c o n f i r m a o f i c i a l m e n t e la s u p e r i o r i d a d ateniense. E n el a ñ o 4 5 0 ,
1 d . a s erige sobre la Acrópolis la e n o r m e estatua de b r o n c e d e A t e n e a , visible
desde el c a b o S u n i o n , según decían los griegos. La c o n s t r u c c i ó n del P a t t e n ó n
c o m i e n z a en el a ñ o 4 4 7 y se t e r m i n a en el a ñ o 4 3 8 ; la del O d e ó n d e Pericles
tiene lugar en el a ñ o 4 4 3 ' Los Largos M u r o s , t e r m i n a d o s en el a ñ o 4 5 6 , serán
p a r c i a l m e n t e r e c o n s t r u i d o s en el a ñ o 4 4 5 . M u y p r o b a b l e m e n t e , H e r ó d o t o
ya visitó A t e n a s , d o n d e leyó en p ú b l i c o f r a g m e n t o s d e sus Historias, y Sófo-
cles escribirá u n p o e m a sobre el en el a ñ o 4 4 1 . E n t r e o t r o s g r a n d e s p e r s o n a -
jes q u e visitan Atenas o q u e viven en la c i u d a d , t e n e m o s q u e m e n c i o n a r a
P r o t á g o r a s -el Protágoras de «el h o m b r e es la m e d i d a de t o d a c o s a » - , q u e
sin d u d a ya h a b í a e x p u e s t o su propia a n t r o p o g e n i a , r e t r a t a d a b a s t a n t e fiel-
m e n t e , creo, p o r P l a t ó n en el diálogo q u e lleva el m i s m o n o m b t e . D e s c r i b í a
si i n v e n t o sucesivo p o r p a r t e d e los h o m b r e s d e las artes y del c o n o c i m i e n t o ,
así c o m o t a m b i é n la igual repartición e n t r e ellos del juici o político, funda-
m e n t o d e la d e m o c r a c i a . E n los a ñ o s 4 4 4 / 4 4 3 , los atenienses, e m p u j a d o s
u
a p a r e n t e m e n t e p o r los astunómous orgás, d e c i d e n crear u n a c o l o n i a p a n h e -
lénica en T u r i o s , en Italia, en el sitio d e Sibaris. Eligen c o m o legislador a u n
h o m b r e q u e n o era ateniense, P r o t á g o r a s d e A b d e r a . E s q u i l o m u e r e en Sici-
lia, Sófocles ( n a c i d o en el a ñ o 4 9 6 en C o l o n a ) lo h a b í a v e n c i d o en el c o n -
curso d e las G r a n d e s Fiestas en h o n o r a D i o n i s o s del a ñ o 4 6 8 . E n los a ñ o s
4 4 3 / 4 4 2 , escribe o t e r m i n a Antígona (a la e d a d d e 5 3 a ñ o s ) ; los c i u d a d a n o s
1 2
de A t e n a s lo h a n n o m b r a d o h e l e n ó t a m o . E u r í p i d e s h a c e su p a r t i c i p a c i ó n
en los c o n c u t s o s trágicos a p a r t i r del a ñ o 4 5 5 ; será p o r p r i m e r a vez g a n a d o r
del c o n c u r s o en el a ñ o 4 4 1 .

Así es el p u e b l o sobre el cual Pericles dirá d o c e años m á s tarde: pasan gtn

kai pasan thálassan esbatbn ta hemetérai tólmei katanakásantes, «[hemos] obli-
3
gado a t o d a tierra y a t o d o m a r a resultar accesibles a nuestra audacia» . ' Tal
es el espacio sociohistórico creador en el seno del cual e m e r g e el polla ta deinh
koúden anthrópou deinóteron pélei. Esquilo, veinte o veinticinco años antes, ex
p o n í a su a n t r o p o g e n i a , n o c o m o u n proceso g r a d u a l , s i n o c o m o u n pasaje
a b r u p t o d e u n antes a u n después, q u e resulta d e la decisión y del acto d e u n

" [«Pasiones instituyentes», Antígona, vetsos 3 5 4 - 3 5 5 (véase nota 6 para la traducción); véa-
se la discusión de esta expresión en las páginas que siguen.]
2
' [Magistrado encargado de recaudar las contribuciones de las ciudades aliadas.]
1 3
[Véase n o t a 6.]

11/1!
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN :
2í

T i t á n s u b l e v a d o , c o m o la a r r a n c a d u r a y casi el r o b o , p o r p a r t e d e u n a fuerza
s o b r e h u m a n a , d e c a p a c i d a d e s y p o t e n c i a l i d a d e s q u e p e r t e n e c e n a otras fuer­
zas s o b r e h u m a n a s ( p o r lo t a n t o , ya existentes). La a n t r o p o l o g í a d e Sófocles
en c a m b i o , n o p r e s u p o n e n a d a : los h o m b r e s crean ellos m i s m o s sus c a p a c i ­
dades y p o t e n c i a l i d a d e s ; p o n e d e m a n i f i e s t o c l a r a m e n t e y c o n insistencia a la
h u m a n i d a d c o m o a u t o c r e a c i ó n . L o s h o m b r e s n o h a n t o r n a d o n a d a d e ios
dioses, y n i n g ú n dios les d i o n a d a . Éste el espíritu del siglo V , y es esta tragedla
la q u e h a n c o r o n a d o los a t e n i e n s e s .
T e n e m o s e v i d e n t e m e n t e q u e t r a d u c i r el e s t á s i m o (versos 3 3 2 - 3 7 5 ) en
función del lugar q u e o c u p a e n la e c o n o m í a d e l c o n j u n t o d e la obra. A p a r e ­
ce p r e c i s a m e n t e l u e g o d e las n u e v a s a m e n a z a s d e C r e o n t e , q u e se e n t e r ó d e
la s e g u n d a t e n t a t i v a d e e n t i e r r o ( s i m b ó l i c o ) d e Polinices, y p r e c i s a m e n t e a n ­
tes del d e s c u b r i m i e n t o y del arresto d e la c u l p a b l e , A n t í g o n a . Su s e n t i d o - e n
realidad, el s e n t i d o d e t o d a la o b r a - está c o n c e n t r a d o en s u desenlace (vetsos
3 6 4 - 3 7 5 ) , q u e lo c o n e c t a í n t i m a m e n t e c o n las m á s altas y ú l t i m a s significa­
ciones, a p u e s t a d e esta tragedia. E n el h o m b r e q u e está d e s c t i t o y c e l e b r a d o
en la p a r t e anterior, la m á s larga d e este c a n t o d e coro (versos 3 3 2 - 3 6 3 ) , la
lA
deinótes c r e a d o r a se c o m b i n a c o n u n a escisión i n s u p e r a b l e e n su n a t u r a l e ­
za. Téchnas buper elpíd' échon, tote men kakón, dllot' ep' esthtbn hérpei (versos
3 6 5 - 3 6 6 ) : su s a b i d u r í a y su arte s o b r e p a s a n c u a l q u i e r expectativa, p e r o su
realidad es d o b l e , los dirige a veces hacia el b i e n , otras veces hacia el m a l . E s ­
te bien y este m a l n o están d e f i n i d o s p o r p a r t e del p o e t a d e s d e u n p u n t o d e
vista m o r a l , s i n o politicamente. El h o m b r e c a m i n a hacia el b i e n c u a n d o llega
a tejer c o n j u n t a m e n t e (pareíron) las leyes d e su c i u d a d (nómous cbthonós;
chthón, n o significa a q u í la T i e r r a e n el s e n t i d o c ó s m i c o , se trata d e la tierra
de los p a d r e s , d e la polis, d e la c o m u n i d a d política) c o n el juicio/justicia d e
los dioses, g a r a n t i z a d o p o r los j u r a m e n t o s [theon énorkon díkan). E n este ca­
so, el h o m b r e llega a ser bupsipolis, p a l a b r a q u e su p o l i s e m i a vuelve i n t r a d u ­
cibie. Hupsípolis: g r a n d e e n s u c i u d a d , p e r o a n t e t o d o g r a n d e (sublime; véase
el t r a t a d o De lo sublime) c o m o m i e m b r o d e la polis, d e la c o m u n i d a d p o l í t i ­
ca, es decit, h u m a n a . I n m e d i a t a m e n t e , a bupsipolis se o p o n e el h o m b r e ápo-
lis, q u i e n , taimas cbdrin, p o r c u l p a d e u n a a u d a c i a exagerada, p o r insolencia,
p o r a r r o g a n c i a - e n u n a p a l a b r a , p a r a utilizar el t é r m i n o a d e c u a d o , p o r hú-
bris-, se vuelve ápolis - d e j a q u e lo i n v a d a el me kalón, lo c o n t r a r i o d e l o b e ­
llo/bien. El q u e está p o s e í d o p o r húbns sale d e la c o m u n i d a d política d e los

14
[«Terribilidad»; véase la discusión de esta palabra en las páginas siguientes.]

0
26 POH'SIS

h o m b r e s (y el resultado c o n c r e t o n o p u e d e ser otra cosa q u e la m u e r t e , la

h u i d a o el exilio). Se t r a n s f o r m a en u n i n d i v i d u o sin fe ni ley, ún fuego ni lu-
gar* Y el coro t e r m i n a d i c i e n d o : este ápolis, n o lo q u i e r o c o m o p a r é s t i o s , en
el . m e n o r o ai lado de m i bogar, ni c o m o tson phronoünta, d o t a d o d e la m i s -
m a s a b i d u r í a -de u n a s a b i d u r í a e q u i p a r a b l e , c o m ú n a t o d o s los c i u d a d a n o s -
y llevado a considerarse c o m o igual a los o t r o s
M e veo o b l i g a d o a b r i n d a r a q u í , m u y b r e v e m e n t e , u n a i n t e r p r e t a c i ó n
16
global de la t r a g e d i a . El tema n o es la lucha de A n t í g o n a , v í c t i m a i n o c e n t e ,
en c o n t r a del t i r a n o C r e ó m e , ni ia c o n t r a d i c c i ó n e n t r e m o r a l y razón d e Es-
tado, ni la o p o s i c i ó n del i n d i v i d u o al E s t a d o ( i n t e r p r e t a c i o n e s m o d e r n a s ) , ni
e! conflicto, dé la familia c o n la Ley y la política (versión hegeliana). El t e m a
de la tragedia es, m á s allá de t o d o eso. la húbris, el acto c o m e t i d o taimas chu-
ru,. E v i d e n t e m e n t e , A n t í g o n a y C r e ó m e r e p r e s e n t a n d o s a u t o r i d a d e s en
c o n f l i c t o . P e r o sin e m b a r g o , estas a u t o r i d a d e s -nómous chthonós y theon
enorkon díkan- n o están c o n s i d e r a d a s p o r el p o e t a c o m o t o t a l m e n t e i n c o m -
patibles, ya q u e el h o m b r e p u e d e llegar a ser hupsípolis tejiéndolas c o n j u n t a -
m e n t e (pareíron). T a n t o A n t í g o n a c o m o C r e ó m e son incapaces d e tejerlas
j u n t a s ; cada u n o de ellos, p o r h a b e r s e d e d i c a d o a la defensa ciega y absolut a
d e u n o de los dos p r i n c i p i o s , pasa a ser hubristés y ápolis.
1
Paradoja s u p r e m a : s u p e r a n d o los límites del phronem} v i n c u l a d o con el
monos phronem (ser el ú n i c o q u e «piensa justo»), el defensor d e las leyes de la
polis, C r e ó m e pasa a ser ápolis. Pero es e v i d e n t e q u e A n t í g o n a m i s m a es ápo-
lis. I n m e d i a t a m e n t e d e s p u é s del f r a g m e n t o q u e e s t a m o s e s t u d i a n d o , c u a n d o
el g u a r d a trae a A n t í g o n a , a la q u e h a s o r p r e n d i d o - p o r tercera v e z - e c h a n -
d o tierra sobre el cadáver d e Polinices, el c o r o , e x p r e s a n d o su p r o f u n d a tris-
teza, n o se dirige a A n t í g o n a c o m o si fuese u n a c a m p e o n a d e la fe y del res-
p e t o a las leyes d i v i n a s , s i n o q u e la d e f i n e c o m o l o c a (en aphrosúnei
kathelóntes, verso 3 8 3 ) . La l o c u r a d e A n t í g o n a se d e b e a q u e ella t a m b i é n n o
s o l a m e n t e es i n c a p a z d e tejer c o n j u n t a m e n t e los dos p r i n c i p i o s , s i n o q u e

i? [En francés en el texto: sans fot ni loi, samfeu ni lieu.)

El lector podrá encontrar una exposición condensada en «Lapolis grecque et la création de
la démocratie», en Domaines de T hornme, París, Senil, 1986, p p . 3 0 0 - 3 0 3 [reed. col.
Points Essais, p p . 325-382] [traducción castellana: «La polis griega y la creación de la de-
mocracia», en Los dominios del hombre, Barcelona, Gedisa, 1998],
¡«Que constituye el pensar justo en situaciones verdaderas, pero no en la especulación»;
definición de Castoriadis en su seminario de 1993.]

12/1!
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN

a d e m á s s u p e r a los límites, taimas chdrin. N o p u e d e h a b e r polis sin leyes p r o -

pias, chthonós; y v i o l a n d o estas leyes, A n t í g o n a pasa a ser t a m b i é n ápolis y sa-
le del ¡son phronein..
El p o e t a dice a los c i u d a d a n o s d e A t e n a s : a u n c u a n d o t e n e m o s r a z ó n
p u e d e ser q u e estemos equivocados, n u n c a h a y u n a última palabra en e! p l a n o
d e la lógica. E n efecto, los a r g u m e n t o s d e C r e o n t e y de A n t í g o n a , considera-
d o s c o m o tales, s o n i m p e r m e a b l e s el u n o p a r a el o t r o , y sin refutación lógica
posible. Es lo q u e expresa c l a r a m e n t e H e m ó n , c u a n d o dice a su p a d r e (verso
6 8 6 ) : « N o q u i e r o ni p u e d o d e c i r {oút' an dunaímen, mét' epistaímen légein)
q u e estás e q u i v o c a d o » ; p e r o estás e q u i v o c a d o p o r otras r a z o n e s - p o r q u e te
e m p e c i n a s en t e n e r razón s o l i t a r i a m e n t e o b i e n e n ser el ú n i c o q u e t e n g a ra-
z ó n - . T e n e m o s q u e citar a q u í los versos f o r m i d a b l e s 7 0 7 - 7 0 9 :

ó o u c , y á p a m o r , fj (ppove'fv uóvoc, SOKET,

f) y ^ c o c o a v iyv OTJK áXXoc,, f) v i / v ^ v e^eiv,
o í k o t 8iaKiv%Qévx&c, axp0i"|cav KCVOÍ.

Ya que aquel que cree ser el único que puede juzgar, o bien aquel que cree
poseer un alma o un discurso que ningún otro posee, éstos, si se los abre, se
18
muestran vacíos.

C r e o n t e está e q u i v o c a d o , a u n c u a n d o tiene r a z ó n , p o r q u e se a t i e n e al monos

phronein; n o se e n c u e n t r a en el íson phronein, n o quiere ni p u e d e e s c u c h a r el
d i s c u r s o y las razones del o t r o , d e los o t r o s . E s t á en húbris, n o alcanza a «te-
jer c o n j u n t a m e n t e » .
Antígona es - c o m o la O r a c i ó n f ú n e b r e d e los atenienses en T u c í d i d e s -
u n a c i m a del p e n s a m i e n t o , d e la a c t i t u d p o l í t i c a d e m o c r á t i c a , q u e excluye y
c o n d e n a el monos phronein, q u e r e c o n o c e la húbris intrínseca d e los h o m -
bres, le r e s p o n d e c o n la phrónesis y e n f r e n t a el p r o b l e m a ú l t i m o del h o m b r e
a u t ó n o m o : la a u t o l i m i t a c i ó n del i n d i v i d u o y d e la c o m u n i d a d política.
La a u t o l i m i t a c i ó n es indispensable j u s t a m e n t e p o r q u e el h o m b r e es terrible
(deinós), y p o r q u e n a d a externo p u e d e limitar v e r d a d e r a m e n t e esta facultad d e
'ser terrible, ni siquiera la justicia d e los dioses garantizada p o r los j u r a m e n t o s .
Esta justicia es u n o . d e los p r i n c i p i o s q u e rigen la vida de los h o m b r e s , p e r o d e
n i n g u n a m a n e r a p o d r í a ser suficiente. Si fuese suficiente, n o h a b r í a ni Antí-

1 8
[Véase nota 6.]
28 POÍES15

gana ni tragedia. Ya q u e n o hay n i p u e d e h a b e r tragedia allí d o n d e una a u t o -

ridad ú l t i m a b r i n d a respuestas a t o d a c u e s t i ó n , t a n t o en el m u n d o p l a t ó n i c o
c o m o en el m u n d o cristiano.
La tragedia, y más p r e c . s a m e n t e Antígona, p r e s u p o n e j u s t a m e n t e al h o m -
bre de la dañóles, q u e c u l m i n a y se a u t o d e s t r u y e con la húbris, pero q u e ade-
más p u e d e , c u a n d o lo t e m b l é se e n c u e n t r a «tejido» con el ¡son phronein, llegar
a la c u m b r e q u e representa el i n d i v i d u o hupsípolis. D e allí la n e c e s i d a d q u e
lleva al coro a describir y alabar este carácter terrible, y es lo q u e hace d u r a n t e
la p a r t e m á s larga del estásimo (versos 3 3 4 - 3 6 3 ) .
La idea central d e este c a n t o del c o r o está a n u n c i a d a en los d o s p r i m e r o s
versos, Polla ta deina koúden anthrópou deinóteron péleí, q u e p l a n t e a p a t a n o -
sotros v a n a s cuestiones. La p a l a b r a clave d e estos versos es e v i d e n t e m e n t e el
i n t r a d u c i b i e demos ( H e i d e g g e r lo restituye c o n el das Unheimliche, traduc-
ción m u y insuficiente q u e pasa p o r alto las significaciones centrales d e la pa-
labra; y el t r a d u c t o r francés d e H e i d e g g e r a u m e n t a a u n esta d i s t a n c i a t r a d u -
c i e n d o Unheimliche p o r « i n q u i e t a n t e » ) . A fin d e r e s u m i r e n u n a frase las
1 9
conclusiones de otro e s t u d i o , diré q u e Sófocles - y esto c o n s t i t u y e u n ca-
rácter esencial d e la poesía griega a n t i g u a - n o sólo n o está o b l i g a d o a elegir
s i e m p r e e n t r e las diferentes significaciones d e u n a palabra, sino q u e e v i d e n -
t e m e n t e casi n u n c a elige. P u e d e y q u i e r e b r i n d a r t o d a s las significaciones
j u n t a s . Danos es el q u e p r o v o c a j u s t i f i c a d a m e n t e el terror, el m i e d o , el susto
- « t e r r i b l e » , «terrorífico», « p e l i g r o s o » - . A p a r t i r d e allí s o m o s llevados, p o r la
vía d e u n a d e las m á s h e r m o s a s p r o d u c c i o n e s d e s e n t i d o en la l e n g u a griega,
a los t é r m i n o s : « e x t r a o r d i n a r i a m e n t e fuerte», «poderoso», « a s o m b r o s o » , «ad-
mirable», y p o s i b l e m e n t e t a m b i é n «extraño». ¿Por q u é «asombroso» y « a d m i -
rable»? Por capaz en el m á s alto g r a d o , h á b i l , sabio, m a e s t r o a r t e s a n o , el q u e
e n c u e n t r a s i e m p r e u n a s o l u c i ó n , el q u e n u n c a está d e s p r o v i s t o d e m e d i o s ,
poluméchanos y polútropos, c o m o diría H o m e r o - y Sófocles lo dice al final d e
n u e s t r o fragmento: áporos, ep'ouden érchetai to mellón (versos 3 6 0 - 3 6 1 ) - . Los
lexicógrafos y los t r a d u c t o r e s t i e n e n la o b l i g a c i ó n d e elegir e n t r e estas signifi-
caciones. Sófocles, y q u i e n e s e n t r e n o s o t r o s t i e n e n la s u e r t e d e e n t e n d e r u n
p o c o el griego, n o c o m p a r t e n esta o b l i g a c i ó n .

El tejido de significaciones d e la palabra se aclara y se enriquece con la con-

tinuación del texto. Deinós significa, a partir de su Antígona, t o d o s los atributos
deinón q u e Sófocles e n c u e n t r a en el h o m b r e . Y la primera aclaración nos resulta

v
> «Notas sobre algunos recursos de la poesía» [en este m i s m o volumen, p p . 3 5 - 6 1 ] . ;

13/1!
 ANTROPOGENIA Y AUTOCREACIÓN

b r i n d a d a p o r la repetición de la p a l a b r a en la c o n t i n u a c i ó n d e la frase, en u n
casi superlativo h e c h o d e n e g a c i ó n d e lo c o m p a r a t i v o : n a d a es m á s terrible
q u e el h o m b r e . El deinós define al h o m b r e y es definido p o r el h o m b r e : es
u n a característica q u e n i n g ú n ser p r e s e n t a en el m i s m o g r a d o q u e el h o m b r e
Oúdén anthrópou deinóteron. N a d a m á s terrible, a s o m b r o s o , capaz-reali-
zador, q u e el h o m b r e . Y p r e g u n t o u n a vez m á s : ¿Nos a t r e v e r e m o s a t o m a r en
setio al poeta? ¿ S u p o n d r e m o s q u e el p o e t a utiliza las palabras al azar? Sófo-
cles, m a e s t r o d e la e x a c t i t u d y d e la p e r t i n e n c i a d e las palabras, dice c o n voz
alta y clara: n a d a . N a d a : ni «el m a r grisáceo» {poliospontos), ni «el v i e n t o del
sur q u e sopla d u r a n t e el invierno» (chámenos notos), ni «las razas de los a n i -
males salvajes» (theron agrión éthne). N a d a q u e p r o v e n g a d e la n a t u r a l e z a .
Pero Sófocles n o se l i m i t a a la n a t u r a l e z a . D i c e , e n f á t i c a m e n t e : nada. N a d a ,
p o r lo t a n t o , ni siquiera los dioses.
E s t o ú l t i m o a d a t a a u n m á s el deinós, a u n q u e parezca oscurecerlo. ¿En
q u é s e n t i d o el h o m b r e p u e d e ser m á s terrible q u e la n a t u r a l e z a —y q u e los
dioses-? Sin e m b a r g o , la respuesta es e v i d e n t e , y está expuesta, casi i n m e d i a -
t a m e n t e , en la c o n t i n u a c i ó n del e s t á s i m o . El polios pontos y el cheimérios no-
tos s o n s e g u r a m e n t e m á s fuertes q u e el h o m b r e , así c o m o t a m b i é n los theron
agrión éthne y tantos otros seres. P e r o estos seres son, y s o n lo q u e s o n , en
v i r t u d de su naturaleza. C u a l q u i e r a fuese la é p o c a c o n s i d e r a d a , h a n h e c h o ,
h a c e n y h a r á n las m i s m a s cosas. Y las facultades q u e les p e r t e n e c e n h a n sido
o t o r g a d a s d e u n a vez p a r a s i e m p r e , sin q u e p u e d a n cambiarlas. Su tí estin,
«lo q u e son», c o m o diría Aristóteles, lo q u e los define y se desarrolla a través
de sus d i s t i n t o s a t r i b u t o s , n o p r o v i e n e de ellos m i s m o s .
Lo m i s m o vale exactamente p a r a los dioses. Poseyendo u n a fuerza aplas-
t a n t e en relación c o n el h o m b r e , d o t a d o s d e posibilidades y d e capacidades
i n n u m e r a b l e s - p e r o , lo r e c o r d a m o s , n o t o d o p o d e r o s o s - , i n m o r t a l es —pero
n o e t e r n o s o fuera del t i e m p o - , los dioses s o n l o q u e son p o r su naturaleza y
sin h a b e r h e c h o n a d a para lograrlo. Es así q u e , p o r e j e m p l o , n o t i e n e n n e c e -
sidad d e t e c u r r i r al arte, a la téchne —de fabricar barcos, d e m o v e r s e o d e es-
cribir algo p a r a r e c o r d a r l o - ; p o r o t r o l a d o , el a r t e de Hefesto es s e g u r a m e n t e
i n c o m p a r a b l e m e n t e superior al a r t e d e los h o m b r e s , p e r o este arte n o h a si-
d o i n v e n t a d o p o r H e f e s t o , es i n n a t o . H e f e s t o es la téchne, c o m o Ares es la
g u e r r a y A t e n e a la sabiduría.
El h o m b r e es el ser m á s terrible q u e existe, p o r q u e n a d a d e lo q u e h a c e
- y q u e está d e s c r i p t o , de m a n e r a f o r z o s a m e n t e i n d i c a d o r a y parcial, e n los
versos 3 3 4 - 3 5 1 - p u e d e ser a t r i b u i d o a u n d o n natural. El tí estin del h o m -

0
30 POfESIS

bre, q u e se expresa y se desarrolla a través d e sus diferentes a t r i b u t o s , es o b r a

del m i s m o h o m b r e . E n t é r m i n o s filosóficos: el h o m b r e se p l a n t e a a sí m i s m o ,
la esencia del h o m b r e es a u t o c r e a c i ó n ; y esta frase p u e d e ser e n t e n d i d a d e d o s
m a n e r a s : el h o m b r e es el creador d e su esencia, v esta esencia es creación y
a u t o c r e a c i ó n . El h o m b r e se crea a si m i s m o c o m o creador, en u n círculo en el
cual la lógica a p a r e n t e m e n t e viciada devela la p r i m a c í a oncológica.
C o n s t a t a m o s sin n i n g u n a d u d a posible q u e ésta es la c o n c e p c i ó n d e Sófo-
cles a partir d e u n a p a l a b r a q u e - c o n el pantopóros' áporos ep oudén érchetai ib
mellón y el oudén anthrópou deinóteron— es el tercer pilar d e esta p a r t e del es
t á s i m o : ediddxato, «él se ha e n s e ñ a d o » (verso 3 5 4 ) . La voz m e d i a expresa, c o -
m o s a b e m o s , el r e t o r n o de la acción sobre el sujeto a c t u a n d o . El h o m b r e n o
recibió la e n s e ñ a n z a d e n a d i e ( p o r e j e m p l o , d e u n P r o m e t e o ) ; es él m i s m o
q u i e n se instruye. C u a n d o m e e n s e ñ o (es la voz m e d i a del griego), m e b r i n d o
a m í m i s m o algo q u e n o p o s e o (si n o , ¿para q u é darlo?) y q u e al m i s m o t i e m -
p o p o s e o (si n o , ¿ q u i é n lo daría?). L o a p a r e n t e m e n t e a b s u r d o d e s a p a r e c e
c u a n d o e n t e n d e m o s q u e la acción sobre sí m i s m o del a u t o d i d a c t a p u e d e ser
t a n t o su contenido c o m o su sujeto, q u e se definen y existen el u n o p o r el o t r o .
Este tercer pilar es quizás el m á s i m p o r t a n t e , p o i q u e este edidáxato vuelve
a definir y a situar t o d o lo q u e se dijo a n t e r i o r m e n t e : t o d a s las o b r a s y las
c r e a c i o n e s del h o m b r e relativas a artes c o n c r e t a s ( n a v e g a c i ó n , a g r i c u l t u r a ,
caza, etcétera). E n efecto, t o d a s estas artes p r e s u p o n e n d e m a n e r a decisiva
q u e el h o m b r e se h a e n s e ñ a d o a sí m i s m o :

K c d cpBé'yn.a KCXÍ á v e p ó e v
(ppóvrpa teca á o x w ó u m x ;
ópyác; é5t5óf axo...
3

«Se ha enseñado a sí mismo la palabra y el pensamiento que es como el viento,

20
y las pasiones instituyentes» (versos 3 5 2 - 3 5 6 ) .

Aristóteles, u n siglo m á s t a r d e , definirá al h o m b r e c o m o zóion lógon échon y

zóion politikón («ser viviente p r o v i s t o d e lagos» y «ser viviente político»). M e
atrevo a decir q u e en este caso el p o e t a es a q u í m á s p r o f u n d o p o r q u e es m á s
radical q u e el m u y p r o f u n d o filósofo. El h o m b r e n o posee el lagos como una
facultad natural ni c o m o u n d o n , y su ser político t a m p o c o le es s i m p l e m e n t e
o t o r g a d o y a d q u i r i d o u n a vez p o r t o d a s . El h o m b r e se e n s e ñ ó a sí m i s m o

[Véase nota 6.]

 A N T R O P O G E N I A Y A U T O C R EACiÓN

- c r e ó - la l e n g u a (phthégma), el p e n s a m i e n t o {phrónema) y estos astunómom

orgás, q u e H e i d e g g e r t r a d u c e , esta vez de u n a m a n e r a c l a r a m e n t e nazi., c o m e
der Mut der Herrschaft über die Stadte, «la p a s i ó n d e la d o m i n a c i ó n s o b r e las
ciudades». T r a d u c c i ó n a b e r r a n t e p o r o t r o l a d o : para q u e h a y a d o m i n a c i ó n
sobre las ciudades, tiene q u e h a b e r e n p r i m e r l u g a r ciudades. Sófocles n o h a b l a
de d o m i n a c i ó n sobre ciudades s u p u e s t a m e n t e ya existentes, y se ubica en el. mo-
mento (en el nivel del estrato mitológico) en el cual el h o m b r e crea la lengua, la
reflexión y los astunómous orgds, las pasiones, las d i s p o s i c i o n e s , las p u l s i o n e s
q u e b r i n d a n leyes a las c i u d a d e s —que i n s t i t u y e n las c i u d a d e s - . «Pasiones
i n s t i t u y e n t e s » es q u i z á s la m e j o r t r a d u c c i ó n d e esta i d e a d e Sófocles t a n
a s o m b r o s a - a m e n u d o p e n s a m o s q u e la ley y la i n s t i t u c i ó n están radical-
m e n t e o p u e s t a s al furor y a las p a s i o n e s - y t a n p r o f u n d a m e n t e cierta: e n la
raíz d e la i n s t i t u c i ó n p r i m o r d i a l se e n c u e n t r a n u n a voluntad y una intención
prelógicas, y las i n s t i t u c i o n e s n o p u e d e n m a n t e n e t s e sin p a s i ó n .
La deinótes [la «terribilidad»] del h o m b r e se r e s u m e e n la frase q u e clau-
sura esta p a r t e del estásimo: pantopóros' áporos ep ouden érchetai tb mellón,..,
c o n respecto a la cual m e l i m i t a r é a insistir n u e v a m e n t e e n el t é t m i n o panto-
póros, q u e r e m i t e n o s o l a m e n t e a la polumechanía sino t a m b i é n a la globali-
dadáe la autóete-ación e n el h o m b r e .
El p o e t a c o n o c e u n p r i m e r l í m i t e a esta deinótes, la m u e r t e : Háida mónon
pheúxin ouk epáxetai, «la ú n i c a cosa q u e n o e n c o n t r a r á es la m a n e r a de h u i r
21
de Hades». H a d e s , lo definitivo - s e g ú n la c o n c e p c i ó n clásica y preclásica
griega q u e t u v o lugar hasta el final del siglo V , y q u e n o a d m i t e consuelo c o n
Listonas sobre la i n m o r t a l i d a d y falsas esperanzas sobre la v i d a después d e la
m u e r t e - , n o aparece a q u í s o l a m e n t e c o m o r e c o r d a t o t i o d e la verdad ú l t i m a ,
sino t a m b i é n p a r a subrayar la deinótes d e este ser q u e , c o n o c i e n d o su m o r t a l i -
d a d , sin e m b a r g o n o cesa d e «avanzar» (choret), d e «agotar [la tierra p a r a su
beneficio]» (apotrúetat), de «encarcelar [los pájaros]» (ágei), d e «hacerse d u e ñ o
[de las bestias salvajes]» (kratei) y d e «enseñarse a sí m i s m o » (didásketat),
U n s e g u n d o límite, interior, si m e p u e d o expresar de esta m a n e r a , lo p r o -
p o r c i o n a su d o b l e n a t u t a l e z a , q u e lo lleva a c a m i n a r a l g u n a s veces hacia el
mal, ottas veces hacia el bien. L í m i t e , ya q u e Sófocles - c o m o t a m b i é n T u c í d i -
des, veinte o treinta años más t a r d e - , m i e n t r a s describe e n el h o m b r e u n p r o -
ceso titánico d e creación y de a d q u i s i c i ó n s i e m p r e creciente d e poderío y d e
facultades diversas, n o se percata - y en eso tiene t o d a la r a z ó n - de la existencia

2 1
[Véase nota 6.]

0
32 POÍESIS

de n i n g ú n progreso moral q u e se estuviese c u m p l i e n d o . El bien y el mal a c o m p a -

ñaron siempre a! h o m b r e , y lo a c o m p a ñ a r á n p e r m a n e n t e m e n t e ; serán siempre
los dos polos q u e orientarán alternativamente sus pasos. El lector del siglo XX n o
tendrá n i n g u n a dificultad para hacer suya esta c o n c e p c i ó n del poeta, h a b i e n d o
t e n i d o la e x p e r i e n c i a de v e i n t i c i n c o siglos Henos d e o b r a s g r a n d i o s a s y d e
m o n s t r u o s i d a d e s criminales, las peores de las cuales se realizaron e n n o m b r e
del bien y de la felicidad del h o m b r e en este m u n d o c o m o en el o t r o .
Esta d o b l e naturaleza n o está c o n s i d e r a d a p o r e! p o e t a c o m o u n a fatali-
d a d . Sabe q u e el h o m b r e p u e d e llegar a ser bupsipolis tejiendo c o n j u n t a m e n -
te las leyes d e su país y la justicia de los dioses. Esta justicia aparece d e esta
m a n e r a c o m o u n tercer l í m i t e , en relación c o n la a c t i v i d a d p r á c t i c a poiética
del h o m b r e . El h o m b r e se e n s e ñ a a sí m i s m o sus leyes, las p l a n t e a y las insti-
tuye. Pero al l a d o d e estas leyes existe la justicia d e los dioses, q u e n o p o d r í a
ser suficiente - d e lo c o n t r a r i o n o h a b r í a ni siquiera leyes p r o p i a s en las ciu-
d a d e s - , p e r o q u e en n i n g ú n caso p o d r í a n o ser t e n i d a en c u e n t a .
E n Antígona, la justicia d e los dioses t i e n e u n c o n t e n i d o c o n c r e t o : se re-
fiere a los ritos c o n s a g r a d o s al e n t i e r r o . Pero ya e n c u e n t r a allí sus p r o p i o s lí-
m i t e s . U n c u l t o a los dioses sin c i u d a d , sin q u e exista u n a c o m u n i d a d d e los
h o m b r e s reglada p o r leyes, n o es concebible. U n a c i u d a d q u e n o se protegiera
c o n t r a el riesgo d e la traición y d e la c o l a b o r a c i ó n c o n el e n e m i g o , c u y o ú n i -
co m ó v i l fuera la sed d e p o d e r p e r s o n a l (Polinices), t a m p o c o es c o n c e b i b l e .
La n o s a n c i ó n del c o m p o r t a m i e n t o de Polinices h u b i e r a v u e l t o i m p o s i b l e el
c u l t o a los dioses. Su castigo, bajo la f o r m a q u e C r e o n t e le i m p u s o - p r o h i b i -
c i ó n d e e n t e t r a r l o - , es i g u a l m e n t e u n insulto a los dioses. La justicia d e ¡os
dioses n o es unívoca, y c o n o c e m o s este h e c h o en p r o f u n d i d a d t a n t o p o r H o -
m e r o c o m o a través d e otras tragedias. Los m i s m o s dioses están e n g u e t r a
e n t r e ellos; n o t i e n e n leyes, sus relaciones se resuelven p o r la fuerza y no por
la ley. El O r e s t e d e E s q u i l o es u n a de las i n n u m e r a b l e s v í c t i m a s del conflicto
e n t r e los dioses. Las ó t d e n e s d e los dioses son oscuras y polisémicas, p u e d e n
c o n d u c i r a la catástrofe, c o m o o c u r r i ó c o n A n t í g o n a .
N o sabemos q u é piensa Sófocles de los dioses, y resulta m u y difícil recons-
tituir este p e n s a m i e n t o . S a b e m o s q u e f o r m a b a p a r t e del círculo de Pericles, co-
m o Protágoras, q u i e n dijo: «En c u a n t o a los dioses, n o q u i e r o saber n a d a ; ni
2 2
c ó m o son, n i si existen, ni si n o existen, ni el aspecto q u e p u e d e n t e n e r » . Sin

2 2
nept ttév eetov o\)K e%to eiSévat, o W cor, eiaiv oi59' ¿c, oútc eiaiv oi39' ónotoí iivec.
ioéav (Diels-Kranz, II, 80, 4) [véase n o t a 6 ] .

15/1Í
 A N T R O P O G E N I A Y AU'I O C R E A C I Ó N 3;

e m b a r g o , Antígona n o s p e r m i t e afirmar u n a cosa sin vacilar: la justicia d e lo i

dioses n o alcanza, c o m o t a m p o c o s o n suficientes las leyes d e la tierra. O b e -
d e c i e n d o a estas leyes, el h o m b r e d e b e saber q u e n o d e f i n e n e x c l u s i v a m e n t e
lo q u e está p e r m i t i d o , n o a g o t a n t a m p o c o l o q u e está p r o h i b i d o . D e b e e w s
tir al lado d e la ley c a d a vez i n s t i t u i d a -dey positiva y f o r z o s a m e n t e l i m i t a d a
p o r factores espacio t e m p o r a l e s , p o r e n d e , r e l a t i v a - o t r o e l e m e n t o q u e , sin
a n u l a r l a ni dictar sus c o n t e n i d o s , necesita u n tejido c o m ú n c o n ella. A e n e
e l e m e n t o , el p o e t a , c o n la l e n g u a y las r e p r e s e n t a c i o n e s d e s u é p o c a y d e su
c i u d a d , lo llama theon énorkon díkan.

Para t e r m i n a r , c o n f r o n t e m o s r á p i d a m e n t e las a n t r o p o g e n i a s d e los d o s p o e

tas. Su p u n t o en c o m ú n es, e v i d e n t e m e n t e , la significación d e t e r m i n a n t e del
p e n s a m i e n t o y del arte. U n a vez p l a n t e a d o e s t o , las diferencias son e n o r m e s .
E s q u i l o n o m e n c i o n a la i n a u g u r a c i ó n y la i n s t i t u c i ó n d e la sociedad p o l í t i c a ,
m i e n t r a s q u e Sófocles c e n t r a t o d o su e s t á s i m o sobte los astunómous orgds, el
bupsípolis y el ápolis. E s q u i l o p a r t e d e u n a c o n d i c i ó n p r e h u m a n a o n í r i c a , d e
pesadilla, y p r e s e n t a el pasaje h a c i a la c o n d i c i ó n h u m a n a c o m o u n d o n , fru-
to d e la decisión y d e la a c c i ó n d e u n ser s o b r e h u m a n o . N a d a p a r e c i d o e n
Sófocles, p a r a q u i e n n o h a y c o n d i c i ó n p r e h u m a n a del h o m b r e , ya q u e a p a r -
tir del m o m e n t o e n q u e el h o m b r e existe, se define p o r u n a acción p r á c t i c a
patética a u t o c r e a d o r a , p o r u n a a c t i v i d a d d e a u t o e n s e ñ a n z a . El h o m b r e d e
E s q u i l o recibió la e n s e ñ a n z a d e P r o m e t e o c o n respecto a s u ser m o r t a l , c o m -
p e n s a n d o el peso i n s o s t e n i b l e d e este saber c o n «las e s p e r a n z a s ciegas». El
h o m b r e d e Sófocles sabe q u e es m o r t a l y q u e esta d e t e t m i n a c i ó n f u n d a m e n -
tal resulta insoslayable. E v i d e n t e m e n t e , en el t e m a y el c o n t e x t o del Prome-
teo n o h a y t a z ó n ni m e d i o n i l u g a r p a r a e v o c a r los p r o b l e m a s c o n los cuales
se enfrenta el h o m b r e , y q u e Sófocles c o n c i b e d e m a n e r a radical c o m o c o n -
sustanciales c o n la b i p o l a r i d a d del h o m b r e , c o n su húbris i n n a t a (taimas chá-
nn) Y c o n su t e n d e n c i a a q u e r e r ser el ú n i c o d u e ñ o de la r a z ó n .
E n u n cuarto d e siglo, el a u t o c o n o c i m i e n t o griego pasa d e la idea d e u n a
a n t r o p o g e n i a divina a la idea d e a u t o c r e a c i ó n del h o m b r e . El estásimo d e An-
dona y j u n t o con él e i n s u p e r a b l e , la O r a c i ó n fúnebre d e Tucídides, q u e a p a -
rece d o c e años m á s tarde, le p r o p o r c i o n a n sus aspectos m á s esplendorosos.

0
16/1!
 Notas sobre algunos recursos de la poesía*

A L G U N A S D I F I C U L T A D E S d e t r a d u c c i ó n l l e v a n a c o n s t a t a r q u e los p o e t a s
griegos a n t i g u o s se s o s t e n í a n a m e n u d o s o b r e u n rasgo d e l a l e n g u a griega,
p r o b a b l e m e n t e c o m p a r t i d o c o n o t r a s lenguas primitivas, q u e p u e d e llamarse
la p o l i s e m i a indivisible d e las p a l a b r a s y los casos gramaticales. Las l e n g u a s
e u r o p e a s m o d e r n a s n o p o s e e n esta característica, y los p o e t a s r e c u r r i e r o n a
o t r o s m e d i o s p a r a i n s t a u r a r u n a c a p a c i d a d c o m p a r a b l e d e expresión.
Estas c o n s t a t a c i o n e s c o n d u c e n a u n e x a m e n de las vías d e la expresividad
p o é t i c a , en p a r t i c u l a r de su m u s i c a l i d a d s e m á n t i c a .

C u a t r o versos célebres d e Safo ( B e r g k 52) rezan:

AÉ5-DKE UEV d OEÁ,ávva

Kcri nA,T|'icc§Ec, picoa 5é
VÚKTEC,, napa 5''épiexcopa,
eyco SE uóva KatEÚSco.

U n a t r a d u c c i ó n literal sería, a p r o x i m a d a m e n t e :

La L u n a se h a s u m e r g i d o
y las P l é y a d e s , es el m e d i o
de la n o c h e , las h o r a s p a s a n
v
y yo d u e r m o sola.

[Inédito. Este texto, en gestación desde hace veinte años, n o se encuentra quizás en el estado
de terminación que Cornelius Castoriadis hubiese querido proporcionarle. Sin embargo, la
presencia de estas «Notas» en los dos cuadros que nos h a n llegado y la novedad de su terna y
perspectiva justifican, según nuestro criterio, su inclusión en estas últimas Encrucijadas.]

35
36 POÍESIS

Déduke, del v e r b o dúo, significa: «se h a s u m e r g i d o » . E n G r e c i a , país d e d o s -

cientas islas h a b i t a d a s y d e diez m i l k i l ó m e t r o s d e costas, el Sol, la L u n a y las
estrellas n o d e s a p a r e c e n , se s u m e r g e n . Seldnna s e g u r a m e n t e es la L u n a y n o
se p u e d e t r a d u c i r la palabra d e o t r a m a n e r a . Pero, p a r a u n griego, Seldnna
r e m i t e i n m e d i a t a m e n t e a sélas, luz: seldnna es la l u m i n o s a , la l u m i n a r i a .
Plélades son las Pléyades, las N u m e r o s a s . Para u n francés - o u n e u r o p e o - d e
poca c u l t u r a , la palabra n o significa n a d a ; y para el francés m e d i a n a m e n t e
culto, se trata de u n g t u p o famoso de poetas del siglo X V I y d e u n a c o l e c c i ó n
de libros de la e d i t o r i a l ' G a l l i m a r d . Pero para el c a m p e s i n o , el a r t e s a n o , el
m a r i n o griego d e la A n t i g ü e d a d (e incluso del presente), se trata de u n a n u b e
de estrellas - s e p u e d e n distinguif p o r lo m e n o s siete a s i m p l e v i s t a - a la q u e
a c t u a l m e n t e u n a s t r ó n o m o llamaría u n a m a s a g l o b u l a t de a l g u n o s m i l l o n e s
de estrellas, magnífica c o n s t e l a c i ó n q u e f o r m a p a r t e de la m á s h e r m o s a confi-
guración del cielo n o c t u r n o , u n i n m e n s o arco d e círculo q u e c u b r e m á s d e la
m i t a d del cielo, c o m e n z a n d o p o r las Pléyades, p a s a n d o p o r O r i o n y t e r m i -
n a n d o c o n Sirio. C u a n d o al t é r m i n o del v e r a n o aparece Sirio, j u s t o antes del
amanecer, las Pléyades, p a l i d e c i e n d o , s u p e r a r o n el c é n i t en su m a r c h a hacia el
oeste. E n el m o m e n t o e n q u e h a b l a Safo, las Pléyades ya se h a n s u m e r g i d o ,
indicación precisa y d e g r a n valor sobre la cual volveré.
Mésai de núktes, p a l a b r a p o r palabra: las n o c h e s están e n la m i t a d d e su
t i e m p o , es el m e d i o de la n o c h e . E n el m e d i o d e esta n o c h e , a la m e d i a n o -
che d e este día, la L u n a y las Pléyades ya se h a b í a n s u m e r g i d o . S u p o n g a m o s
p r o v i s i o n a l m e n t e q u e el final del p o e m a p u e d e ser e x p r e s a d o por:

[...] la hora pasa,

y yo duermo sola.

Safo es la q u e habla, Safo n a c i d a hacia el a ñ o 6 1 2 en Lesbos. P o d e m o s s u p o -

n e r q u e el p o e m a se escribió en el a ñ o 5 8 0 , quizás antes. P o e m a lírico, c o m o
d i c e n , q u e expresa los s e n t i m i e n t o s , los estados d e á n i m o del p o e t a - y sin
e m b a t g o , el müthos, el relato, la historia está allí, nostálgica y e s p l é n d i d a - .
Sin esfuetzo, v e m o s el cielo n o c t u t n o q u e gira, la L u n a y las Pléyades ya d e -
saparecidas, y esta mujer, quizás e n a m o r a d a d e a l g u i e n q u e n o está, quizás
n o , en t o d o caso llena d e deseos, q u e en el m e d i o d e la n o c h e n o c o n c i l l a el
s u e ñ o y dice su tristeza d e e n c o m i a r s e sola en su c a m a .
Leer u n p o e m a a n t i g u o consiste e n r e e n c o n t t a s e c o n u n m u n d o ya p e r d i -
d o , m u n d o a h o r a r e c u b i e r t o p o r la indiferencia d e la civilización frente a las

17/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S D E LA P O E S Í A 37

cosas e l e m e n t a l e s y f u n d a m e n t a l e s . Es el m e d i o d e la n o c h e y la L u n a ya d e -
sapateció. U n c o n t e m p o r á n e o n o e n t i e n d e lo q u e esto q u i e r e decir. N o se
p e r c a t a del h e c h o de q u e , ya q u e la L u n a desapareció a n t e s de m e d i a n o c h e
e s t a m o s e n t r e la l u n a n u e v a y el p r i m e r c u a r t o , o sea q u e es el c o m i e n z o del
m e s l u n a r ( m e d i d a d e t i e m p o p a r a t o d o s los p u e b l o s a n t i g u o s ) . Pero t a m b i é n
las Pléyades d e s a p a r e c i e r o n . Se t r a t a de la e x a c t i t u d d e los poetas a n t i g u o s
q u e se e n c u e n t r a pocas veces e n t r e los m o d e r n o s : a partir d e esta i n d i c a c i ó n ,
se p o d r í a casi fechar la c o m p o s i c i ó n del p o e m a .
E s t a m o s en primavera, ya q u e es en p r i m a v e r a - e incluso al c o m i e n z o d e la
p r i m a v e r a - c u a n d o las Pléyades desaparecen antes de m e d i a n o c h e ; a m e d i d a
q u e avanza el a ñ o , desaparecen m á s tarde. Safo está recostada, y la ora pasa.
¿ Q u é es la hora} El t r a d u c t o r r e p r o d u c i r á naturalmente ora p o r h o r a , tér-
m i n o c u y a p a l a b r a griega, vía el l a t í n , c o n s t i t u y e su raíz. Pero hora en g r i e g o
significa t a m b i é n la estación, p a l a b r a q u e H o m e r o ya h a b í a utilizado c o n es-
te s e n t i d o , el cual p e r d u r a e n el c o n t e x t o d e los t i e m p o s a l e j a n d r i n o s y b i -
z a n t i n o s : hai hórai toü étous s o n las estaciones del año. A d e m á s , es la h o r a en
el s e n t i d o h a b i t u a l , n o la h o r a d e los relojes s i n o la h o r a c o m o s u b d i v i s i ó n
d e la d u r a c i ó n d e la j o r n a d a . U n o d e los p o e m a s más f a m o s o s q u e la A n t i -
g ü e d a d tardía a t r i b u í a al p o e t a lírico A n a c r e ó n c o m i e n z a así: mesonuktíois
poth'órais, d u r a n t e las h o r a s d e la m e d i a n o c h e . Pero hora es a d e m á s el t i e m -
p o en el cual u n a cosa llega p u n t u a l m e n t e , e n el que es v e r d a d e r a m e n t e b u e -
n a y bella, y p o r e n d e , se trata, p a r a los seres h u m a n o s , del akmé de la j u v e n -
t u d . E n el Banquete, c u a n d o Alcibíades c u e n t a c ó m o i n t e n t ó acostarse c o n
Sócrates, p e r o se l e v a n t ó a la m a ñ a n a sin h a b e r sido siquiera m o l e s t a d o (ka-
tadartheís) c o m o si h u b i e r a d o r m i d o c o n su p a d r e o c o n su h e r m a n o , c o n -
cluye: Sócrates es u n hubristés, u n h o m b r e q u e insulta a los otros, tal h a s i d o
su desprecio (katephrónesen) h a c i a m i hora; d e s d e ñ ó m i j u v e n t u d , m i belleza,
el h e c h o d e q u e estaba m a d u r o p a r a ser t o m a d o c o m o u n bello fruto e r ó t i c o .
F i n a l m e n t e , t e n g o q u e m e n c i o n a t s i m p l e m e n t e la c o n j u n c i ó n de, que
p u e d e significar t a n t o «y» c o m o «pero». E n este caso, la elección es inevita-
ble, y t r a d u c i r é s i m p l e m e n t e p o r «y». ¿ Q u é d i c e e n t o n c e s Safo?

[A partir de esta ocurrencia, y a diferencia de las citas del poema, la ortografía de esta pala-
bra se brinda de acuerdo con el dialecto de la región del Ática, d o n d e lleva una aspiración,
contrariamente al dialecto de la región de la Eolia utilizado por Safo.]

0
38 J'OÍESiS

La Luna y lis Pléyades

se han sumergido, es el medio
de la noche, estacón, hora, juventud se van
y yo duermo sola.

Q u e yo sepa, n i n g ú n t r a d u c t o r m o d e r n o se atrevió a t r a d u c i r la p a l a b r a ú n i c a
era utilizando tres palabras. Pero la c u l m i n a c i ó n de la fuerza d e este p o e m a es
p r e c i s a m e n t e esta palabra q u e j u n t a v a n a s significaciones sin q u e t e t ni t e n e r
la obligación de elegir e n t r e ellas: la estación del a ñ o , la p r i m a v e r a - e l n u e v o
c o m i e n z o del a ñ o luego del i n v i e r n o , la estación d e los a m o r e s - , la h o r a q u e
se va y la j u v e n t u d d e Salo q u e se c o n s u m e v a n a m e n t e ya q u e n a d i e está en
su c a m a . El g e n i o de Safo reside t a m b i é n en esta elección d e u n a p a l a b r a q u e
posee u n espectro d e significaciones q u e se aclaran y se e n r i q u e c e n c o n el
resto del p o e m a (sin la a l u s i ó n a la d e s a p a t i c i ó n d e las Pléyades, la significa-
ción e s t a c i ó n / p r i m a v e r a q u e se a t r i b u y e a ora n o sería t a n i m p e r a t i v a ) .
Polisemia indivisible t o d a v í a en E s q u i l o , en su Prometeo. C u a n d o Prorne-
teo clavado sobre su r o c a c o n v o c a a la T i e r r a m a d r e , al d i v i n o éter, a las
fuentes d e los ríos y al s o p l o d e los v i e n t o s c o m o testigos de los p a d e c i m i e n -
tos q u e sufre i n j u s t a m e n t e , l l a m a t a m b i é n a:

[...] TtOVXÍCÚV X£ KDUáxfflV

á v q p i e p o v YéXaau-a,

[...] lasólas del mar

[la] risa innumerable.

N o t e n g a m o s en c u e n t a la riqueza d e los t r o p o s (hay allí s i m u l t á n e a m e n t e

p r o s o p o p e y a e hipálage: s o n las olas q u e son i n n u m e r a b l e s y n o su risa) p a r a
d e t e n e r n o s e n la p a l a b r a gélasma. Se la p u e d e t r a d u c i r sólo c o m o risa, p e r o
u n griego a n t i g u o , e s c u c h a n d o o l e y e n d o el verso, n o p o d í a dejar d e percibir
en la p a l a b r a la o t t a significación d e geldo, q u e e n c o n t r a m o s en el e p í t e t o
Zeusgeléon, Z e u s d e la luz, o bien en el c o n t e x t o de la t r i b u j ó n i c a d e los ge-
léontes, los ilustres, los brillantes. Por lo t a n t o , existe u n a a r m o n í a m u y fuerte
de gélasma, y p r o b a b l e m e n t e u n parentesco e t i m o l ó g i c o con gélas, brillantez,
centelleo. D e c i m o s t o d a v í a a c t u a l m e n t e : c ó m o s o n r í e el día. El d í a s o n r í e
p o r q u e hay sol, p o r q u e brilla. C u a n d o u n o se e n c u e n t t a en el mar, sobre t o d o
en el m a r E g e o , p u e d e ver con sus p r o p i o s ojos, e n el presente c o m o e n el

18/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S DE LA P O E S Í A 39

t i e m p o d e E s q u i l o , esta risa i n n u m e r a b l e , este i n t e r m i n a b l e centelleo de k s

olas del m a r bajo el sol del m e d i o d í a .
La prosa d e E l e r ó d o t o n o s b r i n d a otro e j e m p l o . H e r ó d o t o dice, en el p n -
m e r t o m o d e sus Historias, q u e e x p o n e su investigación a fin de q u e lo h e c h o
p o r los h o m b t e s n o se b o r r e c o n el t i e m p o , y p a t a q u e los érga grandes y ad-
mirables, llevados a c a b o e n a l g u n o s casos p o r los griegos, en otros casos por
los bárbaros, n o p i e r d a n su fama, ya se trate d e érga pacíficos o de érga en y a
través d e los cuales h i c i e r o n la g u e r r a u n o s c o n otros. Érga, plural de érgon
(que p r o p o r c i o n a ergázomai, "trabajar", " c u m p l i r " ) , son en la m i s m a mecí .da
los actos y las h a z a ñ a s c o m o los trabajos y las o b r a s ( H e s í o d o , Érga kai heme-
rai, Los trabajos y los días). L e g r a n d , en su excelente i n t r o d u c c i ó n al libro de
H e r ó d o t o en la e d i c i ó n B u d é , dice h a b e r v a c i l a d o e n t r e las d o s significacio-
nes de érgon, "obra" y " h a z a ñ a " , y explica p o r q u é prefirió la s e g u n d a No
n o s t o c a d i s c u t i r si t e n í a r a z ó n o n o ; t e n e m o s q u e c o n s t a t a r s i m p l e m e n t e
q u e , c o m o en el caso d e ora en Safo, el t r a d u c t o r m o d e r n o está c o n d e n a d o a
elegir y a preferir. Pero en r e a l i d a d n o es necesario preferir. H e r ó d o t o h a b í
e v i d e n t e m e n t e t a n t o d e las o b r a s y los trabajos - d e las m u r a l l a s d e P a b i l o
nia, d e las estatuas y d e los o b j e t o s d e d i c a d o s a Delfos, del p u e n t e c o n s t t u i -
d o p o r Jerjes sobre el H e l e s p o n t o corno de las hazañas: la c o n q u i s t a d e Asia
p o r C i r o , de E g i p t o p o r C a m b i s e s , las g u e r r a s de D a r í o , M a r a t ó n , S a l a m i n a
y Platea. D e s c r i b e a m b o s y dice al respecto: érga megála kat thaumastá, "tra-
bajos", "obras" y " h a z a ñ a s g r a n d e s y a d m i r a b l e s " , realizados en a l g u n o s casos
p o r los griegos y e n o r t o s casos p o r los b á r b a r o s . En r e a l i d a d , los érga s o n los
" h e c h o s " , si a c e p t a m o s restituir a la p a l a b r a s i m u l t á n e a m e n t e su s e n t i d o d e
s u s t a n t i v o y d e p a r t i c i p i o , si r e c o n s t i t u i m o s el hacer del s e n t i d o d e la activi-
d a d h u m a n a en la historia, q u e lleve a u n resultado s e p a r a d o del a c t o (la
poíesis d e Aristóteles) o n o s e p a r a d o de este ú l t i m o (la praxis), un acto her-
m o s o c o m o la batalla d e S a l a m i n a . T o d o esto p e r t e n e c e al hacer, y d e s c r i b i r -
lo es el érgon, a la vez el " t r a b a j o " y la " h a z a ñ a " , de H e r ó d o t o .

C o n s i d e r e m o s a h o r a d o s e j e m p l o s t o m a d o s de Sófocles, en el e s t á s i m o
de Antígona q u e e m p i e z a c o n la célebte polla ta deina koüden anthrópou dei-
2
naterón pélei, « n u m e r o s o s s o n los deina, p e r o n a d a es m á s deinón q u e el
h o m b r e » . El t r a d u c t o r m o d e r n o se ve en la obligación d e elegir d e n t r o d e la

2
[Versos 3 3 2 - 3 7 5 , comentados en «Antropogenia en Esquilo y autocreación del h o m b r e en
Sófocles», p. 13-33 de este m i s m o volumen,]

0
40 POÍESIS

m u l t i p l i c i d a d d e las significaciones de demos, y h a b i t u a l m e n t e elige algo c o m o

' m a r a v i l l o s o " o "terrible", p e r o el o y e n t e a n t i g u o n o está obligado a hacerlo.
Escuchaba t o d o esto c o n j u n t a m e n t e , así c o m o el a u t o r lo h a b í a p e n s a d o c o n -
j u n t a m e n t e . Detnós s e g u r a m e n t e es lo t e m b l é , aquello q u e p r o v o c a el terror
(déos), es lo t o d o p o d e r o s o , pero es a d e m á s lo maravilloso, es aquel q u e se des-
taca en u n a o c u p a c i ó n o en un arte - s e p u e d e ser deinós n a r r a d o r u o r a d o r - ,
al p u n t o tal de p r o v o c a r t e r r o r v a d m i r a c i ó n , Es i m p o s i b l e a p r e h e n d e r la
constelación significativa a g r u p a d a debajo d e la palabra sin dilucidar lo esen-
cial d e este coro, cuestión q u e v a m o s a llevar a c a b o ahora. D i g a m o s sola-
m e n t e d e e n t r a d a q u e el t é r m i n o deinós n o p u e d e c o m p r e n d e r s e de la m i s m a
m a n e r a u n a vez q u e se ha e s c u c h a d o el c o r o d e Antígona.
A p a r t i r del verso 3 5 3 c o m i e n z a la p a r t e m á s i m p o r t a n t e de la explicación
del s e n t i d o de deinón. H a b l a n d o del h o m b t e , Sófocles dice q u e se e n s e ñ ó a sí
m i s m o (ediddxato) - v e r b o a p r o p ó s i t o del cual v o l v e r é - la lengua (phthégma)
y el p e n s a m i e n t o (phrónema), calificado c o m o anemóen. Ánemos es el viento.
El caso a q u í es o p u e s t o a los q u e h e m o s e n c o n t r a d o hasta ahora: e n t r e las
múltiples significaciones a las cuales nos r e m i t e la palabra, d e b e m o s e l i m i n a r
u n a p a r t e y conservar otra. Por e j e m p l o , H o m e r o dice {¡Liada, III, 3 0 5 ) : Ilion
anemóessan, "Ilion la ventosa"; v e m o s las altas murallas d e Troya en la c i m a de
u n a colina, expuestas a t o d o s los vientos. Pero n o se trata e v i d e n t e m e n t e de u n
p e n s a m i e n t o expuesto al v i e n t o del cual n o s h a b l a Sófocles. El p e n s a m i e n t o
es e x t r e m a d a m e n t e m ó v i l c o m o el v i e n t o , está u n rato a q u í y casi i n m e d i a t a -
m e n t e después, allá; t a m b i é n es, c o m o el e l e m e n t o n a t u r a l , p o d e r o s o y vio-
l e n t o ; a d e m á s , c o m o el e l e m e n t o , es t r a n s p a r e n t e casi t o d o el t i e m p o , p e r o
p u e d e t a m b i é n t r a n s p o r t a t n u b e s y oscurecer el cielo. E n francés o en inglés,
t e n d r e m o s q u e d e b i l i t a r la i m a g e n e s c r i b i e n d o " c o m o el v i e n t o " ; ventee o
windy e v i d e n t e m e n t e n o setían a d e c u a d o s .
La l e n g u a o el p e n s a m i e n t o n o son a t r i b u t o s naturales, d a d o s , del h o m -
bre: el h o m b r e ediddxato se los h a e n s e ñ a d o a sí m i s m o . La f o r m a reflexiva
del s i m p l e v e r b o didásko contiene un pensamiento filosófico incomparable-
m e n t e a u d a z y q u e ha p e r m a n e c i d o i n t a c t o d u r a n t e v e i n t i c i n c o siglos. El
h o m b t e n o tiene la l e n g u a y el p e n s a m i e n t o ; se los h a o t o t g a d o , los h a crea-
d o p a r a sí m i s m o , se los h a e n s e ñ a d o a sí m i s m o . P l a t ó n h u b i e r a d i c h o : ¿ C ó -
m o p u e d o e n s e ñ a t m e algo? Si lo c o n o z c o , n o t e n g o necesidad d e e n s e ñ á r -
m e l o , y si n o lo c o n o z c o , n o sé q u é c o s a e n s e ñ a t m e . Y es lo q u e d i c e
efectivamente: n o se p u e d e a p r e n d e r n u n c a algo q u e , d e a l g u n a m a n e r a , n o
se c o n o c e d e a n t e m a n o . Sófocles r o m p e esta lógica a p a r e n t e m e n t e itrecusa-

19/1Í
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S DE LA P O E S Í A (.1

ble y afirma c l a r a m e n t e lo q u e b e l l a m a d o el círculo p r i m i t i v o d e la crea-

ción: los resultados son p r e s u p u e s t o s p o r la actividad q u e los p r o m u e v e , el
h o m b r e se e n s e ñ a a sí m i s m o algo q u e n o c o n o c e y, d e esta m a n e r a , a p r e n d e
lo q u e se tiene q u e e n s e ñ a r a sí m i s m o .
Sófocles c o n t i n ú a a f i r m a n d o q u e el h o m b r e edidáxato, «se e n s e ñ ó a sí
misino», los astunómous orgás. T r a d u z c o i n m e d i a t a m e n t e : «las pasiones insti-
t u y e n d o las ciudades». Astunómous p r o v i e n e d e ástu, q u e e n general es la «ciu-
dad», p e r o en este caso el a c e n t o está p u e s t o s o b t e la ley q u e f u n d a la c i u d a d
y la ley q u e la rige en t a n t o u n i d a d política. Orgé tiene t o d a v í a m ú l t i p l e s sig-
nificaciones, y u n a vez m á s los t r a d u c t o r e s d e b e n elegir o i n v e n t a t algo. M a -
zon, en la e d i c i ó n B u d é , escribe: «las a s p i r a c i o n e s d o n d e n a c e n las c i u d a d e s » ;
p e r o en e! texto n o se t t a t a d e n a c i m i e n t o . Liddell-Scott, c i t a n d o el verso (s.v.
astunómous..), p r o p o r c i o n a : thefeelings of law-abiding [los s e n t i m i e n t o s del
o b s e r v a n t e q u e la ley | o b i e n social Ufe [vida social] ( p e r o , s.v. orgé, t r a d u c e
astunómoi orgaí p o r social dispositions [disposiciones sociales]). C o m o t o d o
d i c c i o n a r i o , está e n la o b l i g a c i ó n de d i v i d i t y d e i m p u t a r d e u n m o d o u n í -
voco. Pero h a y q u e saber lo q u e es u n d i c c i o n a r i o y usarlo de u n a m a n e r a
a p r o p i a d a . U n a p a l a b r a n o es u n p a q u e t e d e diversas v a r i e d a d e s de galletas
colocadas unas tras otras, e n t r e las cuales se p o d r í a s i e m p r e t o m a t u n a y dejar
las otras. Orgé es la "pulsión", la " i m p u l s i ó n " , el " t e m p e r a m e n t o " , el " h u m o r "
( t a m b i é n la "ira"). Es la p a l a b r a q u e b r i n d a orgáo y orgasmos, "orgasmo". En
este caso, orgé es la p u l s i ó n , la i m p u l s i ó n , el e m p u j e e s p o n t á n e o e incoercible.
Astunómous orgás c o n s t i t u y e a p r i m e r a vista u n a c o n t r a d i c c i ó n o u n o x í m o -
ron: ¿de q u é m a n e r a las p u l s i o n e s y las i m p u l s i o n e s p u e d e n llevar a la i n s t i t u -
ción de las leyes? Pero Sófocles dice: edidáxato, y de este m o d o brinda al v e r b o
u n a significación a d i c i o n a l . Estas pulsiones q u e e m p u j a b a n hacia la c o n s t i -
t u c i ó n d e las c o m u n i d a d e s f u e r o n educadas e institucionalizadas p o r el h o m -
bre, las f o r m ó y t r a n s f o r m ó , las s o m e t i ó a leyes, y c o n s t r u y ó de esta m a n e t a
las c i u d a d e s . T o d o esto, q u e h u b i e r a p o d i d o c o n s t i t u i r u n t r a t a d o filosófico,
Sófocles lo dice en tres palabras: edidáxato [...] astunómous orgás. El h o m b r e
se e d u c ó a sí m i s m o t r a n s f o r m a n d o sus p u l s i o n e s , para q u e se c o n v i e r t a n en
f u n d a d o r a s y r e g u l a d o r a s d e las c i u d a d e s .

D i s c u t i r l a r g a m e n t e astunómous orgás es a d e m á s i m p o r t a n t e p o r u n a ra-

z ó n histórica. A q u í e n c o n t r a m o s p o r p r i m e r a vez la f o r m u l a c i ó n explícita d e
lo q u e será u n o d e los g r a n d e s t e m a s d e la filosofía p o l í t i c a clásica, d e s d e
P l a t ó n h a s t a , i n c l u s o , J e a n - J a c q u e s R o u s s e a u , t e m a o l v i d a d o l u e g o e n el
c o n t e x t o d e la sequía i n t e l e c t u a l q u e azota este espacio d e s d e hace dos siglos:

0
42 POÍESIS

.•para institucionalizar u n p u e b l o » , c o m o dice R o u s s e a u , p r i m e r o h a y q u e

c a m b i a r l e d o s h á b i t o s » , y los h á b i t o s se c o n s t i t u y e n e s e n c i a l m e n t e en el
aprendizaje de las pasiones, q u e exige p o r lo m e n o s q u e las leyes lo t e n g a n
en c u e n t a p o s i t i v a m e n t e en la paidéia de los c m d a d a n o s . Aristóteles h a b l a d e
la phdía en La Política: ¡os legisladores, dice A r i s t ó t e l e s , d e b e n o c u p a r s e
p r i n c i p a l m e n t e de instaurar entre los c i u d a d a n o s la philía ( q u e n o es u n a
«amistad» d e s d i b u j a d a sino el afecto en el s e n t i d o fuerte del t é r m i n o ) , ya
q u e d o n d e se e n c u e n t r a la phdía, la justicia n o es necesaria. Aristóteles, q u e
ha c o n d e n a d o el . c o m u n i s m o » en esta m i s m a Política, c o n t i n ú a d i c i e n d o : el
proverbio tiene razón c u a n d o d.ce q u e las cosas d e los a m i g o s son c o m u n e s .
C u a n d o Sófocles habla a q u í d e las orgaí, t i e n e c o m o petspectiva este c i m i e n -
to esencia] d e la v i d a de las c i u d a d e s q u e son, para m e j o r y p a r a peor, las pa-
siones y los afectos recíprocos d e los m i e m b r o s d e la c o m u n i d a d .
Deinós n o p u e d e , p o r lo t a n t o , c o m p r e n d e r s e s i n o a p a r t i t d e este c o n -
j u n t o ( a q u í i n c o m p l e t a m e n t e e x p l o t a d o ) de p o t e n c i a l i d a d e s s e m á n t i c a s q u e
h e m o s t r a t a d o de dilucidar. Ser deinós consiste en p t e s e n t a r e f e c t i v a m e n t e li-
gados los a t t i b u t o s d e s i g n a d o s p o t el p o e t a , q u e , c o n s i d e r a d o s en su esencia,
r e m i t e n t o d o s a u n a idea central: la de la autocreación del h o m b r e . La for-
m u l a c i ó n p o d r í a parecer fuera d e c o n t e x t o . P i e n s o q u e estará p l e n a m e n t e
justificada si t e n e m o s en c u e n t a la caracterización decisiva q u e el p o e t a in-
t r o d u c e d e s d e el v a m o s en la m i s m a frase d o n d e a p a t e c e el t é n n i n o deinós.

noAAct xa cetva Kon8ev ávOpcÓTton oetvóxepov nétoi

N u m e r o s o s s o n los deina, y n a d a es m á s deinón q u e el h o m b r e .

Los deinh, d i r í a m o s d e u n a m a n e r a p e d a n t e , f o r m a n u n a c o l e c c i ó n , y esta

colección c o m p r e n d e u n e l e m e n t o m á x i m o ú n i c o , el h o m b r e . H e t r a t a d o
3
hace u n o s diez a ñ o s d e e s b o z a t las i n m e n s a s i m p l i c a c i o n e s de esta frase. R e -
s u m o a q u í lo esencial. U n a o b j e c i ó n a esta aserción d e Sófocles nos v i e n e in-
m e d i a t a m e n t e a la m e n t e : ¿ c ó m o se p u e d e decir q u e el h o m b r e es m á s deinós
q u e los dioses? Sófocles n o era i m p í o , c o m o lo m u e s t r a n los ú l t i m o s versos
de este m i s m o c o r o , y u n texto a t e o s e g u r a m e n t e n o h u b i e s e sido c o r o n a d o
en las fiestas de D i o n i s o s . D e m o d o q u e Sófocles n o dice q u e el h o m b t e es

[Véase nota 2.]

20/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S DE LA POESÍA 43

mejor q u e los dioses, ni q u e es m á s p o d e r o s o q u e ellos. Pero es deinóteros, y

cenemos q u e i n d a g a r - s i en t o d o caso t o m a m o s en serio al p o e t a - en q u é
s e n t i d o p u e d e serlo. Y la respuesta, i n t r o d u c i d a p o r u n gár - e x a c t a m e n t e :
"ya q u e " - está p r o p o r c i o n a d a p o r t o d o el resto del coro q u e e n u m e r a y cali-
fica los m ú l t i p l e s e m p r e n d i m i e n t o s del h o m b r e . D e m o d o q u e la respuesta
salta a la vista: lo q u e caractetiza la deinótes del h o m b r e es esta t r a n s f o r m a -
c i ó n i n i n t e r r u m p i d a e i n m e n s a d e sus relaciones con la n a t u r a l e z a , p e r o a d e -
m á s c o n su p r o p i a naturaleza, tal c o m o está c l a r a m e n t e significada p o t el
v e r b o reflexivo edidáxato. Y su a l t e r i d a d e n relación, c o n los dioses se p o n e
en evidencia. Los dioses n o se h a n e n s e ñ a d o n a d a , y n o se h a n m o d i f i c a d o .
S o n lo q u e h a n sido d e s d e q u e existen y lo serán p a r a s i e m p r e . A t e n e a n o se
c o n v e r t i r á en u n a diosa m á s sabia, H e r m e s n o a d q u i r i r á m á s v e l o c i d a d ni
Hefesto será u n a r t e s a n o m á s h á b i l . Su p o d e r í o es u n a t r i b u t o i n m u t a b l e d e
su naturaleza, y n o hicieron n a d a p a r a a d q u i r i r l o o m o d i f i c a r l o . C o n s t r u y e n ,
fabrican, p e r o s i e m p r e c o m b i n a n d o lo q u e ya está allí. E n c a m b i o el h o m -
bre, m o r t a l , i n f i n i t a m e n t e m e n o s p o d e r o s o q u e los dioses, es más deinós q u e
ellos p o r q u e crea y se crea. El h o m b r e es m á s deinós q u e t o d a cosa n a t u r a l , y
q u e los dioses, q u e son naturales, p o r q u e es s o b r e n a t u r a l . Es el ú n i c o e n t r e
t o d o s los seres, m o r t a l e s o i n m o r t a l e s , q u e se altera a sí m i s m o .
Y si alguien dice q u e esta d i l u c i d a c i ó n del texto i n t r o d u c e ideas c o n t e m -
p o r á n e a s ajenas a la G r e c i a del siglo V , r e c o r d e m o s las « a n t r o p o g e n i a s » d e
D e m ó c r i t o y d e a l g u n o s g r a n d e s sofistas, y las p o t e n c i a l i d a d e s p r e s e n t e s e n
T u c í d i d e s , t a n t o en su A t q u e o i o g í a c o m o en s u O r a c i ó n f ú n e b r e de Pericles.
El siglo V a t e n i e n s e p a l p ó la i d e a d e a u t o c r e a c i ó n h u m a n a , y fue necesaria la
d e r r o t a d e A t e n a s en la g u e r r a del P e l o p o n e s o y la reacción p l a t ó n i c a p a t a
q u e estos g é t m e n e s fuesen a h o g a d o s y e n t e r r a d o s . Y esta reacción fue tan
p o d e r o s a q u e d o m i n ó casi c o m p l e t a m e n t e la i n t e r p r e t a c i ó n e u r o p e a d e esta
i n v e n c i ó n del siglo V.
4
El s e g u n d o c o t o célebre d e Antígona, c o n s a g r a d o al a m o r , aclara o t r o s
aspectos de la creatividad p o é t i c a d e la p o l i s e m i a indivisible. El c o r o i n t e r -
viene luego d e la pelea e n t r e C r e ó m e y su hijo H e m ó n , q u e deja la e s c e n a
a m e n a z á n d o l o (se va a s u i c i d a r u n p o c o m á s tarde). El c o r o c a n t a al p o d e r í o
d e Eros el i n v e n c i b l e (aníkate machan), E r o s e m b o s c a d o en las mejillas tier-
nas y lisas d e la jovencita (en malakaisparetais neánidos ennucheúeis), y sigue:

[Versos 781-800.1

0
 ^ POÍESIS

••. i o' évapyqc, p\aj>S|X¡ov

Uüpoc etiXéfflpcm véucp,x<;

¡vL,/„n ,, , | U ( 1, , du ion Bu 1 « () ¡en

u triunfa en este caso aquí? Evi-
.! u c e m c m e e . 1 deseo d e (os ojos de ¡a virgen p r o m e t i d a al lecho d e su es-
poso». H a y q u e m o d i f i c a r i o d o en esta t r a d u c c i ó n p u s i l á n i m e y v i c t o r i a n a ,
la cito s o l a m e n t e para ejemplificar u n a vez más el calvario del b u e n t r a d u c -
tor m o d e r n o . P r o c e d a m o s p a l a b r a por palabra: Nikai significa "victorioso,
q u e se i m p o n e ' ; himnos, el " d e s e o ' ; enarger. en u n t e x t o filosófico, sería tra-
d u c i d o p o r la p a l a b r a e v i d e n t e , p e r o en este caso se t r a t a d e m u c h o m á s :
enarges p r o v i e n e d e la raíz argos, q u e p r o p o r c i o n a árguros, p l a t e a d o (y argén-
tum, plata, e n l a t í n ) , e i n d i c a el brillo", el ' r e s p l a n d o r " , la "luz"; hírneros
enarges es, e n t o n c e s , el deseo m a n i f i e s t o , q u e estalla. ¿Deseo de qué? Blepbá-
ron euléktrou númphas. N o se t r a t a de la virgen p r o m e t i d a al lecho d e su es-
poso; se h a b l a d e la j o v e n esposa, e n t o d o caso de la j o v e n m u j e t m a d u r a para
el c a s a m i e n t o , c o m o lo m u e s t r a el e p í t e t o eúlektros. T e n e m o s q u e l l a m a r las
cosas p o r su n o m b r e , y los A n t i g u o s n o t e n í a n reparos en hacerlo. Léktron es
el lecho, y eú- es lo b u e n o . U n a m u j e r eúlektros es u n a m u j e r cuya c a m a es
b u e n a , es decir q u e es b u e n a en la c a m a y p a r a la c a m a - e l griego m o d e r n o
diría f á c i l m e n t e kalokrevati, que traduce literalmente y fielmente eúlektros-
Q u e d a el g e n i t i v o blepháron, "de los ojos". ¿ D e los ojos d e quién? Liddell-
Scott, c i t a n d o los vetsos, t t a d u c e : desire beamingfrom tbe eyes, se t t a t a e n t o n -
ces del deseo del cual la j o v e n es el sujeto; M a z o n c o n s e r v a la a m b i g ü e d a d ,
p e r o t e n e m o s q u e explicitarla. Se t t a t a i g u a l m e n t e del deseo «de» la joven
m u j e t y del deseo «pata» (los ojos de) la j o v e n mujet. El deseo p r o v i e n e de
los ojos de la j o v e n m u j e r y se dirige hacia los ojos d e la joven mujer. U n
gran p o e t a de la p r o s a m o d e r n a , P r o u s t , expresa la m i s m a s i t u a c i ó n en u n
m a g n í f i c o f r a g m e n t o d e la Recherche. E n el c u r s o d e la velada en los «jardi-
nes d e la a v e n i d a Gabriel», e n la casa de la p r i n c e s a d e G u e r m a n t e s , el n a r r a -
d o t está h a b l a n d o c o n S w a n n - S w a n n m u y e n f e r m o , cerca del final d e su vi-
d a - del a s u n t o D r e y f u s y del r e c r u d e c i m i e n t o d e l a n t i s e m i t i s m o , q u e lo
obsesiona, c u a n d o pasa el b a t ó n d e C h a r l u s y se p r o d i g a en alabanzas exage¬
radas a p r o p ó s i t o d e la m a t q u e s a de Sutgis, a m a n t e de su h e t m a n o : « . . . la
m a r q u e s a d á n d o s e vuelta y d i r i g i e n d o u n a sonrisa t e n d i ó la m a n o a S w a n n
q u e se h a b í a l e v a n t a d o p a t a saludarla. Pero casi sin d i s i m u l a r l o , p o r el h e c h o
de u n a vida a v a n z a d a q u e le h u b i e s e s u p r i m i d o o bien la v o l u n t a d m o r a l p o r
indiferencia a la o p i n i ó n , o b i e n el p o d e r físico e n c u a n t o a la exaltación del

21/K
 N O T A S O B R E A E G U N O S RECURSC )S DE LA P O E S Í A .'r:

d e s e o y el d e b Ü i t a m i e n t o d e los resortes q u e a y u d a n a o c u l t a r l o , a p e n a s
S w a n n t u v o , a p r e t a n d o la m a n o d e la m a r q u e s a , la visión d e su p e c h o , d e
m u y cerca y d e s d e arriba, h u n d i ó u n a m i r a d a a t e n t a , seria, c o n c e n t r a d a , cas,
p r e o c u p a d a , e n t r e las p r o f u n d i d a d e s del c o r p i n o , y sus narices, e m b r i a g a d a s
p o r el p e r f u m e d e la mujer, p a l p i t a r o n c o m o u n a m a r i p o s a dispuesta a p o -
sarse sobre la flor p e r c i b i d a . B r u s c a m e n t e , se d e s p r e n d i ó del vértigo q u e se
había a p o d e r a d o d e él, y la m i s m a s e ñ o r a d e Surgis, a u n q u e u n p o c o m o l e s -
5
ta, a h o g ó u n a r e s p i r a c i ó n p r o f u n d a , t a n c o n t a g i o s o es el deseo»». Swann
h u n d e su m i r a d a en el c o r p i n o d e la m a r q u e s a - a la q u e p o d e m o s i m a g i n a r
fácilmente m u y e s c o t a d a p a r a la v e l a d a - , y la m a r q u e s a , q u e sin e m b a r g o n o
tiene ojos en la p u n t a de los p e c h o s , se s i e n t e o b s e r v a d a en este p u n t o y se
p e r t u r b a con esta m i t a d a . Tal es la d o b l e realidad del d e s e o . N o t a r e m o s la
precisión, la o r i g i n a l i d a d y la precisión d e los adjetivos de P t o u s t - m i r a d a
"atenta", "seria", " c o n c e n t r a d a " , "casi p r e o c u p a d a " - p e r o a d e m á s la a c u m u l a -
ción d e los m i s m o s p a r a alcanzar el efecto d e s e a d o .
P a r m é n i d e s b r i n d a u n e j e m p l o diferente d e riqueza s e m á n t i c a , c o n u n a
fuente ya no léxica sino g r a m a t i c a l :

A e w c e 8' ÓUXÜC coieóvTa vócb n a p e ó v x a (iepaíeoc-

Considera cómo los ausentes (neutro: "las cosas ausentes") esrán presentes con
una total certeza (bebaíos = sobte fundamentos inquebrantables) nóoi.

Nóoi es el dativo d e naos (o noús). E n este caso, esta p a l a b t a significa i n c o n -

t e s t a b l e m e n t e el " p e n s a m i e n t o " o el "espíritu". Es otra frase más e n t r e t o d a s
las q u e h a n s i d o d i s t o r s i o n a d a s p o r H e i d e g g e r , q u e t r a d u c e nóoi p o r Verneh-
men, "percibir", "percepción". La frase d e P a r m é n i d e s se convierte i n m e d i a -
t a m e n t e en u n a b s u r d o en esta t r a d u c c i ó n : ¿ c ó m o las cosas ausentes p u e d e n
llegar a ser presentes p o r i n t e r m e d i o de la percepción, p a r a la cual el o b j e t o es
p o t definición u n a cosa s i m p l e y d i r e c t a m e n t e presente?
S e g u r a m e n t e , "percibir" es a d e m á s u n a d e las primeras significaciones de
noetn, pero d e n i n g ú n m o d o la única. H e i d e g g e r está extraviado p o t su e m -
p e c i n a m i e n t o rabioso de sacar el rasgo p l a t ó n i c o de los t é r m i n o s presocrati-
cos. Naos quiere decir d i r e c t a m e n t e p e n s a m i e n t o , espíritu, desde los p r i m e r o s
versos de la Odisea. Ulises, dice H o m e r o , «ha visto las c i u d a d e s d e m u c h o s

5
París, Gallimard, col. Bibliothéque de la Pléiade, 1954, tomo II, p . 7 0 7 .

0
46 i'ofesis

h o m b r e s y ha c o n o c i d o ( c o m p r e n d i d o ) nóon», e! p e n s a m i e n t o , la m a n e r a d e
pensar. Naos es en el verso de P a r m é n i d e s la c a p a c i d a d d e hacer p r e s e n t e c o n
u n a total certeza lo q u e n o está allí. El apean, «lo q u e n o está allí», p u e d e set
u n r e c u e r d o , un r o s t r o a u s e n t e , u n t e o r e m a m a t e m á t i c o , la e x i s t e n c i a d e
g e n t e en t i e m p o s i n m e m o r i a l e s . El noüs p u e d e presentificar t o d o s estos o b j e ­
tos, a u n en su ausencia física. Está claro q u e el t é r m i n o , a p a r t i r d e este a t r i ­
b u t o , d e b e ser c o m p r e n d i d o c o m o i n c l u y e n d o t a n t o la i m a g i n a c i ó n c o m o la
m e m o r i a . ;Es posible t r a d u c i r este dativo nóoi a u n a l e n g u a m o d e r n a q u e n o
d e c i m a los n o m b r e s , c o m o es el caso del francés? C a s i t o d o s los usos del da­
tivo catalogados p o r los g r a m á t i c o s están en este caso vigentes; elegir u n tér­
m i n o s o l a m e n t e n o es traducir, s i n o i n t e r p r e t a r m u t i l a n d o . E s t e d a t i v o es
i n s t r u m e n t a l : es p o r i n t e r m e d i o del noüs q u e los a u s e n t e s se c o n v i e r t e n en
presentes; es locativo: se h a c e n presentes en el noüs; es eucarístico ( p o r la
gracia d e , for the sake ofi: los a u s e n t e s se c o n v i e r t e n en presentes «por» el
nous; es u n d a t i v o d e c o m p l e m e n t o d e objeto: este «hacerse presente» a p u n t a
d noüs; y s e g u r o es e m i n e n t e m e n t e subjetivo: las cosas ausentes están p r e ­
sentes «en» noüs, n o en el s e n t i d o del lugar sino del sujeto frente al cual los
ausentes se h a c e n presentes.

//

H e q u e r i d o p o n e r d e m a n i f i e s t o u n rasgo específico d e la l e n g u a griega a n t i ­

gua, y el uso q u e la poesía le d i o . Las posibilidades s e m á n t i c a s y expresivas
de u n a l e n g u a p r i m i t i v a c o m o el griego n o se vuelven a e n c o n t r a r e n las l e n ­
guas e u r o p e a s m o d e r n a s . Los g r a n d e s poetas e u r o p e o s h a n t r a n s i t a d o otras
vías p a r a llegar a p r o d u c i r efectos d e u n a i n t e n s i d a d c o m p a r a b l e . E x p l o r a r l a s
u n t a n t o s i s t e m á t i c a m e n t e sería u n trabajo i n m e n s o y sin d u d a i n t e r m i n a ­
ble. A q u í , t t a t a r é de ilustrar, a t í t u l o d e e j e m p l o , u n caso q u e a m i critetio
posee u n v a l o t m á s general. Se trata del célebre m o n ó l o g o d e M a c b e t h e n la
escena 5 del a c t o V d e la tragedia con el m i s m o n o m b r e .
R e c u e r d o b r e v e m e n t e la u b i c a c i ó n d e los versos d e la o b r a q u e serán o b ­
jeto d e discusión. M a c b e t h , general escocés, v o l v i e n d o victorioso d e u n a ba­
talla, se e n c u e n t r a c o n tres brujas q u e le p r e d i c e n q u e será rey d e Escocia.
Poco t i e m p o después, el rey D u n c a n se aloja en su casa, y M a c b e t h , i n s t i g a d o
p o r su mujer, a q u i e n h a b í a p u e s t o al t a n t o d e la. profecía d e las brujas y q u e
de a h o r a en m á s pasa a ser su a l m a m a l d i t a , q u e guía su m a n o , m a t a al rey

22/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S D E LA POESÍA 47

d u r a n t e su s u e ñ o y s u b e al t r o n o . L u e g o d e u n a sucesión d e otros c r í m e n e s
«preventivos», Escocia se rebela e n su c o n t r a , y u n ejército c o n d u c i d o p o r u n
n o b l e Escocés, Macduff, lo sitia en su castillo d e D u n s i n a n e . j u s t o a n t e s oe
este sitio, M a c b e t h , t o r t u t a d o p o r la definitiva i m p o s i b i l i d a d de c o n c i l i a r . 1
s u e ñ o a la cual fue c o n d e n a d o y p o r la locura a la cual s u c u m b i ó lady Mae-
b e t h , aplastada p o r el peso d e sus c r í m e n e s , va a visitat n u e v a m e n t e a la
brujas, q u e le predicen q u e n o será v e n c i d o hasta q u e llegue el día en q u e ,,¡
b o s q u e d e B i r n a m c a m i n e hacia D u n s i n a n e , y q u e «jamás u n h o m b r e n a o -
d o d e u n a m u j e r p o d r í a a b a t i r l o » -liar not, till Birnam wood do come •:„
Dunsinane (vol. 5, versos 4 4 - 4 5 ) .
La a m b i g ü e d a d de los d i c h o s d e las brujas es d i g n a d e ios o r á c u l o s de
Delfos. Ya q u e , en u n m o m e n t o del sitio, los soldados d e Macduff, bajo la
o r d e n d e este ú l t i m o , a t r a n c a n las r a m a s d e los árboles del b o s q u e d e Bir-
n a m y a v a n z a n c a m u f l a d o s d e esta m a n e r a hacia el castillo. D e m o d o q u e
v i e n e n a a n u n c i a r a M a c b e t h q u e el b o s q u e d e Bitnarn c a m i n a h a c i a él. Y,
en ocasión del d u e l o final c o n Macduff, M a c b e t h lo interpela: « N o te t e n g o
m i e d o , n i n g ú n h o m b t e n a c i d o d e u n a m u j e r p o d r á a b a t i r m e » , y e s c u c h a la
réplica: «¡Pues m u e t e , ya q u e es del v i e n t r e d e mi m a d r e [ m u e r t a ] q u e m e
arrancaron!».
La q u i n t a escena del ú l t i m o a c t o d e la tragedia se u b i c a en la m i t a d de
éste. El acto c o m i e n z a c o n la e n t r a d a d e l a d y M a c b e t h t e n i e n d o u n a vela en
la o s c u r i d a d . Ella está presa d e u n delirio, q u e para el e s p e c t a d o t es a b s o l u t a -
m e n t e razonable, ya q u e tal delirio está c o m p u e s t o p o t fragmentos e n t t e c o r -
tados y mezclados de la h i s t o r i a c u y o desarrollo presenció el e s p e c t a d o r d u -
r a n t e los a c t o s p r e c e d e n t e s . L a d y M a c b e t h trata de sacar d e su m a n o las
m a n c h a s imaginarias de la s a n g r e del rey D u n c a n : " - A q u í , h a y olor a sangre,
y t o d o s los perfumes d e A r a b i a n o p o d r á n j a m á s lavar esta p e q u e ñ a m a n o » ;
h a b l a c o n su m a r i d o d i c i é n d o l e «Silencio, silencio, t e n e m o s q u e o b r a r suave-
m e n t e » , y todas las secuencias d e este d e l i t i o t e r m i n a n c o n u n refrán sinies-
tro: What's done cannot be undone, «lo q u e está h e c h o n o p u e d e deshacetse».
E n t r a n u n a d a m a de h o n o r y u n m é d i c o , q u i e n , luego d e escuchar a la Lady,
dice: «Lo q u e pasa a q u í llega m á s allá d e m i arte». L u e g o h a y otras tres esce-
nas, y la q u i n t a escena e m p i e z a c o n u n o d e los principales l u g a r t e n i e n t e s d e
M a c b e t h , Seyton, q u e lo v i e n e a visitar. M a c b e t h le p r e g u n t a : ¿ Q u é es este
grito q u e acabo de e s c u c h a t en el castillo? S e y t o n c o n t e s t a : The Queen, my
lord, is dead, «La reina h a m u e r t o , m i S e ñ o r » . D e m o d o q u e a h o r a llegan los
diez versos d e M a c b e t h q u e v o y a discutir, y q u e c o m i e n z a n así:

0
 Sbe sould have died hereafter,
1 here would have been a timefor such a word.

Hubiera d e b i d o morir más tarde.

H u b i e r a e x i s t i d o u n t i e m p o pana s e m e j a n t e palabra.

Lo q u e sigue f u n c i o n a bajo el m o d o de u n a i m p r o v i s a c i ó n asociativa e s p o n

tánea, típica d e los m o n ó l o g o s de Shakespeare, y q u e yo sepa, n o existen an
t e r i o r m e n r e ; en codo caso los q u e se e n c u e n t r a n están c a r e n t e s d e esta fique
/.a y d e esta i n t e n s i d a d :

Tomorrow and tomorrow and tomorrow

Creeps in tbis petty pace from day to day
To the last syllable ofrecorded time;
And allyouryesterday have lightedfools
The way to ditsty death.

Mañana y mañana y mañana

Se arrastra con su paso pequeño día tras día
Hasta la última sílaba del tiempo registrado
Y tocios nuestros ayeres han alumbrado imbéciles
E n su camino hacia la muerte polvorosa.

Out, out brief candiel

¡Apágate, apágate, breve vela!

Y a h o r a llegan los c i n c o famosos versos sobre los cuales q u i e r o insistir:

Life is but a walking shadow,

A poor player that struts andfrets his hour upon the stage
And then is beard no more

It is a tale told by an idiot, full of sound andfury, signijying nothing,

La vida no es más que una sombra que camina;

U n miserable actor que fanfarronea y se agita durante su hora en la escena,
y luego no se lo escucha más.
Es un cuento contado por u n idiota, lleno de ruido y de furia, que no signi-
fica nada.
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S D E LA P O E S Í A *9

P o d r í a m o s citar n u m e r o s o s e j e m p l o s diferentes de este p r o c e s o asociativo tí-

pico d e Shakespeare - u n o d e ios m á s bellos es el m o n ó l o g o de R i c a r d o II en
la escena 2 del acto III d e la o b t a c o n el m i s m o n o m b r e . Voy a invocar a q u í
ú n i c a m e n t e el m o n ó l o g o d e H a m l e t c o n o c i d o p o t t o d o s n o s o t r o s , To be or
not to be, para aclarat lo q u e q u i e r o decir c o n el proceso asociativo. L o q u e
i m p o r t a en t o d o s estos casos n o t i e n e q u e ver c o n el h e c h o d e q u e el p e r s o n a -
je hable al m i s m o t i e m p o e s p o n t á n e a y « n a t u r a l m e n t e » ; esto ocurre a m p l i a -
m e n t e en la tragedia griega, y e n t o d a o b t a d e teatro q u e se sostenga. Si un
personaje n o h a b l a d e m a n e t a e s p o n t á n e a y «natural», la o b r a es s i m p l e m e n t e
mala. Pero en Shakespeare los personajes h a b l a n c o m o si estuvieran i m p r o v i -
s a n d o d e u n m o d o q u e en a p a r i e n c i a está v i n c u l a d o a la situación m u y i n d i -
r e c t a m e n t e , d e j á n d o s e llevar p o r u n t o r r e n t e d e ideas q u e se l l a m a n u n a s a
otras d e u n a m a n e t a q u e se i m p o n e ú n i c a m e n t e a posteriori, pero m u y fuer¬
t e m e n t e . H a m l e t c o m i e n z a c o n u n a i n t e r r o g a c i ó n sorpresiva: ser o n o ser, esa
es la cuestión. Prosigue: acaso es m á s n o b l e sufrir q u e t o m a r las a r m a s . . . D e s -
cribe las miserias d e la existencia q u e t i e n e n p o c o q u e ver c o n su s i t u a c i ó n
real, y llega a la exploración del o t r o t é t m i n o d e la alternativa:

Tobeor not tobe i..}

To die, to sleep -
to sleep, pérchame to dream, ay , there 's the rub;

Ser o n o ser [...]

Morir, dormir -
D o r m i r , q u i z á s s o ñ a r ; ay, a q u í e s t á el n u d o .

El n u d o , el d r a m a , la a n g u s t i a q u e c l a u s u r a el a t o l l a d e r o d e la vida. ¿ Q u i é n
sabe cuáles p o d r á n ser los s u e ñ o s d e este d o r m i r , y si acaso n o serían p e o r e s
q u e la v i d a despierta? Ser, n o ser, morir, d o r m i r , soñar, s u e ñ o , pesadilla, tal
es la c o n c a t e n a c i ó n asociativa.
Vuelvo al f r a g m e n t o c i t a d o d e Macbeth. La teina h a m u e r t o - t e n í a q u e
m o r i r m á s t a t d e , m á s t a t d e q u i z á s h u b i e r a h a b i d o u n l u g a r para tal p a l a b r a ,
p e r o n o a h o r a , n o c u a n d o las catástrofes se a c u m u l a n - . Pero M a c b e t h reca¬
pacita e n s e g u i d a , se b u r l a d e sí m i s m o : m á s t a r d e , q u i e r e decir u n a vez m á s ,
del m i s m o m o d o q u e p a r a t o d o s los imbéciles, m a ñ a n a y m a ñ a n a y m a ñ a n a . . .
D e c i m o s s i e m p r e m a ñ a n a , p e r o este m a ñ a n a , en vez d e set el lugat d e c u m -
p l i m i e n t o d e la esperanza, n o es m á s q u e lo q u e nos e n c a d e n a y nos o b l i g a a
a r r a s t r a m o s , día tras día, h a s t a la ú l t i m a sílaba del t i e m p o registrado. Sílaba,

0
50 POÍF.SIS

;quizás la ú l t i m a p a l a b r a del m o r i b u n d o ? ¿ R e g i s t r a d a d ó n d e ? ¿Por q u i é n ?

R e g i s t r a d , de a n t e m a n o , c o m o el t i e m p o q u e n o s t o c a hasta la m u e r t e p o l -
vorosa, c o r n o la p e q u e ñ a h o r a q u e ie t o c a al p o b r e actor. Y e n t o n c e s d e m a -
ñ a n a se pasa a ayer, ya q u e todas estas m a ñ a n a s se t r a n s f o r m a n , c o n su p e -
q u e ñ o p a s o a r r a s t r a d o , en los a y e r e s q u e a p a r e c e n , a p o s t e r i o r i , como
t r a m p a s , p u e r t a s d i s i m u l a d a s q u e nos han e n g a ñ a d o a n o s o t r o s , i m b é c i l e s , al
señalar la ú n i c a vía q u e (amas p o d r í a m o s transitar, la vía hacia el p o l v o d e la
m u e r t e . Pues, a p á g a t e , a p á g a t e , breve vela d e la vida. L u e g o a p a r e c e n las tres
sublimes metáforas q u e se deslizan m e z c l á n d o s e y se a b r e n , ñ o r e s v e n e n o s a s
y m o r t a l e s , en u n m o v i m i e n t o c i n e m a t o g r á f i c o . La vida, n u e s t t a v i d a , es u n a
s o m b r a q u e c a m i n a ; es a d e m á s u n m i s e r a b l e a c t o r q u e t i e n e su h o r a p a r a
aparecer en la escena; f a n f a r r o n e a n d o y g e s t i c u l a n d o , p e r o su h o r a pasa rápi-
d a m e n t e y ya n o se lo escucha; q u é es t o d o esto, es u n c u e n t o relatado p o t
u n idiota, lleno d e r u i d o y tle furia, q u e n o significa n a d a . P a s a m o s d e u n a
m e t á f o r a a o t t a , en u n m o v i m i e n t o d e ascenso c a d a vez m á s a c e n t u a d o y
q u e llega a su p u n t o c u l m i n a n t e c o n el c u e n t o c o n t a d o p o r u n idiota.
¿Por q u é breve vela? A c a b a m o s d e e n t e r a r n o s d e la m u e r t e de lady M a c -
b e t h . y p o r lo t a n t o este viejo lugar c o m ú n p o é t i c o , la p e q u e ñ a vela d e la vida
q u e se c o n s u m e o se apaga p o r la i n t e r v e n c i ó n d e a l g u n a Moíra, nos recuerda
d e q u é m a n e r a la Lady, t e n i e n d o u n a vela, apareció p o r ú l t i m a vez en la o b r a ,
antes d e apagarse. O t r o lugar c o m ú n : la vida es u n a s o m b r a q u e c a m i n a : P í n -
d a r o ya había escrito, con m á s fuerza, skiás ónar ánthropos, «el h o m b r e es el
s u e ñ o d e u n a s o m b r a » , pero en este caso el lugar c o m ú n d e la m e t á f o r a esrá
revivificado y t o t a l m e n t e r e n o v a d o p o r el c o n t e x t o , p o r su m e l o d í a a r m ó n i c a ;
la línea m e l ó d i c a q u e sigue está en c o n s o n a n c i a c o n lo anterior. Pues acaba-
m o s de ver en la escena u n a s o m b r a q u e c a m i n a , se trata de lady M a c b e t h , es-
taba allí, c a m i n a b a d e l i r a n d o antes d e apagatse. Pero esta s o m b r a q u e cami-
n a b a era t a m b i é n vida, la vida d e M a c b e t h , su a l m a m a l d i t a y su a l m a a secas.
Era ella q u i e n , c u a n d o su coraje, su a l m a se h a b í a n d e b i l i t a d o en el m o m e n t o
del asesinato del rey, lo h a b í a a l e n t a d o , lo h a b í a h e c h o volver al d o r m i t o r i o
del rey y c u m p l i r con el c r i m e n ; ella lo h a b í a insrigado a asesinar a B a n q u o ,
ella lo sostiene c u a n d o el fantasma d e B a n q u o , asesinado p o r ios h o m b r e s de
M a c b e t h , e n t t a en el c o m e d o r d o n d e fue i n v i t a d o t r a i d o r a m e n t e . Ella q u e
siempre lo h a b í a a n i m a d o - e s ella, la s o m b r a q u e v i m o s c a m i n a r en ese ins-
tante, s o m b r a delirante de ella m i s m a . Esta vidz, poorplayer, p o b t e , miserable
actor a q u i e n se o t o r g ó n a d a más q u e u n a p e q u e ñ a h o r a sobre la escena, la
p e q u e ñ a h o r a d e n u e s t r a vida sobre la escena del m u n d o , en la cual faníarro-

24/1!
 N O T A .SOBRE A L G U N O S R E C U R S O S D E LA P O E S Í A 51

"leamos y gesticulamos. M i s e r a b l e actot, p o r q u e cualquier cosa q u e h a g a t e n ­

d r á u n resultado miserable, así c o m o era miserable la lady M a c b e t h q u e aca­
b a m o s d e ver, cuya h o r a sobre la escena recién se t e t m i n a . N o se lo escuchará
m á s hablar, n a d i e h a b l a r á d e él. Pero el m i s m o M a c b e t h es este p o b r e a c t o r
cuya h o r a está a p u n t o d e t e r m i n a r . E n el p l a n o d e la o b r a , la intriga llega a
su desenlace: se retira a su castillo d e D u n s i n a n e , en d o n d e está r o d e a d o p o r
sus e n e m i g o s , sin esperanzas d e salida, y la p r i m e r a de las profecías d e las b r u
jas acaba de c u m p l i r s e a través d e u n a siniestra inversión d e lo i m p o s i b l e en
realidad. E n el p l a n o del e s p e c t á c u l o , el e s p e c t a d o r lo sabe, la o b r a está lle­
g a n d o a su final, es el q u i n t o a c t o . Y el q u e d i c e q u e la v i d a es u n p o b t e actor
q u e tiene su h o r a en la escena es él m i s m o , n o in dicto s i n o in re, u n a c t o r
cuya h o r a d e gesticulación está a p u n t o d e terminar. M a c b e t h h a b l a d e sí
m i s m o y el a c t o t q u e r e p r e s e n t a a M a c b e t h t a m b i é n h a b l a d e sí m i s m o .
T o d o aquello es u n c u e n t o c o n t a d o p o r u n idiota. T e n e m o s q u e t o m a r
n o t a del p a r e n t e s c o e t i m o l ó g i c o : a tale told, u n c u e n t o c o n t a d o . Full of
sound and fury, l l e n o d e r u i d o y d e furia. Sound es el s o n i d o , p e r o a q u í es
e v i d e n t e q u e se t r a t a del r u i d o . S h a k e s p e a r e - c o m o n o s o t r o s m i s m o s - , n o
escucha en la v i d a u n c a n t o m u s i c a l , escucha u n ruido.
U n c u e n t o c o n t a d o p o r u n idiota. El e n c a d e n a m i e n t o d e las m e t á f o r a s
llega a u n a r u p t u r a , q u e n o s u p r i m e la c o n t i n u i d a d . La c o n t i n u i d a d c o n s i s t e
en q u e el teferente es s i e m p r e el m i s m o , la vida. La r u p t u t a consiste en la
existencia d e u n pasaje a o t r o nivel. Las d o s p r i m e r a s m e t á f o r a s - l a v i d a
s o m b r a q u e c a m i n a , la vida a c t o r miserable q u e g e s t i c u l a . . . son d e a l g ú n
m o d o e x t e n o t e s , son i m á g e n e s o c o m p a r a c i o n e s . A l g u i e n h a b l a desde el ex­
terior, i n s p e c c i o n a , c o m p a r a y e n u n c i a . E s t a exterioridad está i n c o r p o r a d a a
la t e x t u r a d e la m e t á f o r a : p a r a q u e haya s o m b r a , tiene q u e h a b e r luz; p a r a
q u e h a y a u n actor, h a c e n falta u n teatro y espectadores. El c o s t a d o irreal d e
la vida se a p r e h e n d e p o r u n a referencia a u n a realidad q u e se o p o n e a ella, y
sin la cual la m e t á f o r a n o t e n d r í a s e n t i d o . P e t o c u a n d o se llega al c u e n t o
c o n t a d o p o r u n idiota, t o d o está a b s o t b i d o p o r la m i s m a m e t á f o r a , y a n o
hay o p o s i c i ó n externa, la m e t á f o t a se dilató h a s t a llegar al p u n t o d e a b s o r b e r
en ella t o d a la tealidad. La v i d a es u n c u e n t o c o n t a d o p o t u n idiota, lleno d e
t u i d o y cíe furia, q u e n o significa nada: esto c o n c i e r n e a t o d o s , usted, y o , el
a u t o t , el espectador, M a c b e t h , el actor, el q u e habla, el q u e escucha, la v i d a y
el t e a t r o q u e la representa. El espacio se cierra, agujero n e g r o q u e se a b s o r b e
a sí m i s m o . Si e n t e n d e m o s los t é r m i n o s d e esta frase p o r diferencia y o p o s i ­
c i ó n , c o m o lo h a c e m o s o b l i g a t o r i a m e n t e p a r a t o d a frase e n c u a l q u i e r i d i o -
52 POÍESiS

m, se d e b e ú n i c a m e n t e a las necesidades d e esta m i s m a c o m p r e n s i ó n ; n o

son i n m a n e n t e s a la m e t á f o r a . Las dos p r i m e r a s metáforas s i t ú a n la v i d a en
algo y p o r o p o s i c i ó n a algo diferente - l a s o m b r a y la luz, la ilusión del p o b r e
actor sobre la escena con la realidad fuera del t e a t r o - . La g r a n d e z a d e Sha-
kespeare consiste en hacer e x p l o t a r en esta tercera meráfora la n a d a q u e es
t o d o . Es la metáfora absoluta, ella es, c o m o d i r í a m o s en m a t e m á t i c a , alge-
b r a i c a m e n t e cerrada. N o dice algo de la vida en relación c o n o t r a cosa m á s
allá de la v,da, sitúa t o d o en la vida, y esta vida es a b s u r d a y se califica ella
m i s m a c o m o a b s u r d a , es u n c u e n t o c o n t a d o p o r u n idiota, es lo q u e p a s a so-
bre la escena y e n t r e la escena y los e s p e c t a d o r e s . M a c b e t h , el actor q u e tiene
el papel d e M a c b e t h y el e s p e c t a d o r q u e m i r a son la m i s m a cosa, es el c u e n -
to a b s u r d o q u e dice d e sí m i s m o q u e es u n c u e n t o a b s u r d o , el q u e h a b l a for-
ma p a r t e del c u e n t o a b s u t d o , y c o m p r e n d e r e n este c u e n t o a b s u r d o q u e u n o
f o r m a p a r t e d e u n c u e n t o a b s u r d o es p a r t e del c u e n t o y d e su a b s u r d i d a d ,
t o d o y t o d o s f o r m a n p a r t e del c u e n t o . E s t e e n u n c i a d o escapa a la E f i m é n i -
des, n o dice: m i e n t o ; n o dice: lo q u e d i g o es a b s u r d o . El e n u n c i a d o es válido
a la s e g u n d a p o t e n c i a . L o a b s u r d o de la v i d a n o se s u p r i m e si a l g u i e n vivo
c o n s t a t a : la v i d a es a b s u r d a ; se ve reforzada p o r esta a f i r m a c i ó n , ya q u e , pre-
c i s a m e n t e , ¿pata q u é sirve, si la vida es a b s u r d a , saberlo? Este m i s m o saber es
a b s u r d o , n o significa v e r d a d e r a m e n t e nada. El e n u n c i a d o se a u t o c o n f i r m a ;
c o n o c i e n d o la a b s u r d o d e la vida, este m i s m o a b s u r d o se ve reforzado. D e s -
d e el p u n r o d e vista h u m i l d e m e n t e h u m a n o , la v i d a sería s e g u r a m e n t e m e -
nos a b s u r d a si n o s u p i é t a m o s q u e lo es. T o d a s las religiones c o n s t i t u y e n el
t e s t i m o n i o d e esto, p a r a afirmar q u e la v i d a n o es a b s u r d a o, si lo es, q u e h a y
t a m b i é n o t r a vida q u e , p o r razones misteriosas (y d e h e c h o a b s u r d a s ) , n o se-
ría a b s u r d a . E s t e a b s u r d o es b i e n c o n o c i d o p o r los griegos, y E s q u i l o lo co-
n o c í a c u a n d o p u s o en b o c a d e P r o m e t e o q u e él i n c u l c ó a los m o r t a l e s «espe-
ranzas ciegas» (íuphlas elpídas, verso 2 5 0 ) .

El e s p l e n d o r del p o e m a j u e g a a q u í sobre este despliegue, esta d i l a t a c i ó n

de la m e t á f o r a . S e g u r a m e n t e está a cada i n s t a n t e la léxis, la e x a c t i t u d s o r p r e -
siva y e s p l e n d o r o s a d e las palabras específicas - e l a c t o r q u e struts and freís,
q u e se p a v o n e a , se agirá, fanfarronea sobre la escena, el c u e n t o c o n t a d o p o r
u n i d i o t a , c o n su visualización i n m e d i a t a al r e m i t i r l a al e s p e c t á c u l o d e la
L a d y cuya v e r d a d e r a v i d a y la v e r d a d d e la v i d a se h a n c o n v e r t i d o en u n d e -
lirio; lo q u e c u e n t a la L a d y es u n c o n j u n t o d e a b s u r d o s , y estos a b s u r d o s son
verdaderos p a r a q u i e n c o n o c e la historia; ella h a b l a d e m a n c h a s d e sangre,
del asesinaro del rey y d e t o d o lo d e m á s , p e r o finalmente esta realidad es ella

25/1 i
 NOTA SOBRE A L G U N O S RECURSOS DE LA POESÍA 5.3

m i s m a u n c o n j u n t o d e a b s u r d o s , ya q u e t o d o s esos c r í m e n e s se c o m e t i e r o n
p a r a a p o d e r a r s e d e la c o r o n a y gozar d e ella, y el r e s u l t a d o final c o n s i s t e en
la l o c u r a y la m u e r t e d e la Lady, y la i n m i n e n t e d e s t r u c c i ó n d e M a c b e t h
A q u í t a m b i é n h a y tres niveles sucesivos. La e x a c t i t u d y la r i q u e z a d e las pala-
bras p e r m a n e c e n s i e m p r e , c o m o e n t o d o s los g r a n d e s p o e t a s m o d e r n o s , p e r o
Shakespeare d e b e tejer el s e n t i d o p o é t i c o p a s a n d o p o r la m e t á f o r a desplega-
da, y ya n o la p u e d e e n c o n t r a r c o m o Safo, E s q u i l o o Sófocles en la p a l a b r a
singular y la p o l i s e m i a indivisible d e lo q u e la p a l a b r a significa.
O t r o t i p o , d e la m i s m a familia p e r o p r o f u n d a m e n t e diferente, c o n s i s t e
en lo q u e p o d e m o s llamar la m e t á f o r a o i m a g e n polisémica. Aquí, la p a l a b r a
es «unívoca»; n o es la p a l a b r a e m p l e a d a q u e p r e s e n t a u n a p o l i s e m i a indivisi-
ble, s i n o las m ú l t i p l e s r e s o n a n c i a s q u e s u r g e n i n m e d i a t a m e n t e , t o d a s llenas
d e significaciones. Líder, en a l e m á n , son los p á r p a d o s , y n a d a más q u e los
p á r p a d o s . Pero c o n s i d e r e m o s el espesor d e esta palabra e n el epitafio escrito
p o r el m i s m o Rilke:

Rose, oh reiner Widerspruch, Lust

Niemandes Schlaf zu sein unter soviet Lidern

Rosa, p u r a c o n t r a d i c c i ó n , felicidad
D e ser el s u e ñ o d e n a d i e d e b a j o d e t a n t o s p á r p a d o s .

¿ D e q u é p á r p a d o s se trata? El m u e r t o , q u e es n a d i e , Niemand, otitis, d u e r m e

debajo d e sus p r o p i o s p á r p a d o s . D u e r m e d e b a j o d e los p á r p a d o s q u e s o n la
m o r t a j a y el a t a ú d , d u e r m e t a m b i é n debajo d e las m ú l t i p l e s capas d e tierra
q u e lo c u b r e n . D u e r m e d e b a j o d e los p á r p a d o s i n n u m e r a b l e s de los h e c h o s y
gestos d e su vida a c a b a d a , d e los roles q u e d e s e m p e ñ ó , d e lo q u e fue p a r a
u n o s y o t r o s . H a c e n falta t o d o s estos p á r p a d o s para recubrir, ¿qué? N a d i e ,
Niemand, oútis.

III
Estos ejemplos t i e n d e n a aclarar p o r oposición u n aspecto d e la diferencia e n -
tre la poesía griega a n t i g u a y la poesía e u r o p e a m o d e r n a , i n t e n t a r é a h o r a ex-
traer de ellos algunas conclusiones m á s generales. E n este i n t e n t o , seré llevado
a formular hipótesis y emitir o p i n i o n e s , todas e x t r e m a d a m e n t e arriesgadas p o r
la naturaleza del t e m a , esquivo p o r excelencia, y p o r la d e b i l i d a d de mis recur-
54 POÍESIS

sos. ya q u e c o n o z c o relativamente bien n a d a más q u e cinco lenguas (el griego

m o d e r n o y a n t i g u o , el francés, el inglés y el alemán) y soy m o d e r a d a m e n t e ig-
n o r a n t e con respecto a otras tres lenguas (el latín, el italiano y el e s p a ñ o l ) ; e n
otras palabras, estoy familiarizado solamente con u n a p a n e m u y l i m i t a d a del
c o n j u n t o i n d o e u r o p e o . Lo q u e m e b r i n d a el coraje de llevar a cabo este i n t e n -
to, a pesat de t o d o y c o r r i e n d o t o d o s los riesgos, radica en lo q u e m e parece es
la negligencia casi general, desde el final de la filología «clásica.» y la m u e r t e del
gran R o m á n J a k o b s o n , con respecto a un t e m a de investigación m u y i m p o r -
tante: la exploración c o m p a r a t i v a d e los recursos expresivos d e las lenguas, te-
rna esencial para la elucidación de la vías y m e d i o s de la creación socio-históri-
ca. E s t a n e g l i g e n c i a m e p a r e c e r e l a c i o n a d a c o n u n a d e las a b e r r a c i o n e s
c o n t e m p o r á n e a s : el t e m o r a aparentar q u e se privilegia tal lengua o tal cultura,
de d a t lugar a la acusación de imperialismo cultural o bien, horresco referens, d e
e u r o p e o - o d e logo f i l o - o n t o - e t c . - c e n t í i s m o -, c o n d u c e , bajo el pretexto falaz
de la igualdad d e defechos d e t o d o s los p u e b l o s , a u n a rabia d e a p l a s t a m i e n t o
generalizado, a tehusar discutir las diferencias y, m á s a ú n , las alleridades que
constituyen la riqueza i n s o n d a b l e d e la historia h u m a n a . C o m o si fuese n e c e -
sario afirmar la equivalencia de la «filosofía» d e los tasmanios y d e los grecoeu-
ropeos para t e n e t el d e r e c h o d e c o n d e n a r el e x t e r m i n i o d e los p r i m e r o s p o r
parte de los ingleses. Los imbéciles q u e r a z o n a n de esta m a n e t a n o a d v i e r t e n
siquiera q u e están a c e p t a n d o de h e c h o el principio del «razonamiento» d e los
q u e justifican el colonialismo: si u n a c u l t u r a es «superior» a otra, los represen
tantes d e la p r i m e r a tienen el d e t e c h o d e d o m i n a t (y, al límite, de e x t e r m i n a r )
a los de la segunda. Por lo tanto, para c o n d e n a r esta d o m i n a c i ó n o e x t e t m i n i o ,
sería necesario c o n d e n a r t o d o estudio c o m p a r a t i v o de culturas, q u e correría el
riesgo de llevar a «juicios de valor» c o n respecto a unas y otras. L o a b s u r d o d e
este s e u d o r a z o n a m i e n t o n o tiene e v i d e n t e m e n t e n a d a q u e ver con las i n m e n -
sas dificultades intrínsecas d e tal e s t u d i o , ni con la cuestión, q u e se coloca e n
u n nivel t o t a l m e n t e diferente, d e las elecciones políticas q u e estamos o b l i g a t o -
r i a m e n t e llevados a realizar entre los tipos d e instituciones creados p o r distin-
tas culturas. Proclamar m i apego a los g é r m e n e s d e m o c r á t i c o s creados e n la
tradición grecoeuropea n o m e obliga d e n i n g u n a m a n e r a a afirmar q u e la ar-
q u i t e c t u r a de u n a sociedad de castas, c o m o la sociedad h i n d ú , es inferior a la
arquitectura occidental; ni p a t a sostenet los derechos de los africanos m e veo
c o n d e n a d o a avalar la ablación y la m u t i l a c i ó n de los ó i g a n o s sexuales femeni-
nos en varias partes del c o n t i n e n t e negro. E n c u a n t o a la cuestión teórica capi-
tal d e la solidaridad interna d e las diferentes áreas de u n a creación cultural, so-

26/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S D E LA P O E S Í A 5 ,

lidaridad evidente y enigmática, n o tiene p e r t i n e n c i a política directa, c o m o lo

muestra la fertilización (y la c o n t a m i n a c i ó n o c o r r u p c i ó n ) recíproca d e c u l t u -
ras de nuestro p l a n e t a en la é p o c a c o n t e m p o r á n e a . P o d e m o s , p o r lo t a n t o , lle-
var a cabo u n a encuesta sobre las diferentes vías q u e p u d o a d o p t a r la expresivi-
d a d poética en la Grecia a n t i g u a y en la E u r o p a m o d e r n a sin t e m e r q u e . e n el
caso de u n imposible desenlace q u e nos llevara a la c o n c l u s i ó n de la «superiori-
dad» d e las primeras sobre las s e g u n d a s , t e n d r í a m o s q u e militar a favor de ¡a
restauración de la esclavitud. N o s q u e d a el riesgo de s u c u m b i r , en semejante
e x a m e n , a inclinaciones y preferencias «subjetivas». Este riesgo n o p u e d e ser
n u n c a e l i m i n a d o c u a n d o se trata d e temas «estéticos», p e r o e n este caso se re-
d u c e a p o c a cosa, ya q u e n o n o s p r o p o n e m o s «evaluar» c o m p a r a t i v a m e n t e
poesía a n t i g u a y poesía m o d e r n a , sino describir y analizar los recursos expresi-
vos de u n a y otra.
E m p e z a r é c o n u n a o b s e r v a c i ó n de Aristóteles en la Poética. D i c e q u e el
p o e t a trágico d e b e ser m u c h o m á s muthopiós q u e metropoiós, mucho más
c r e a d o r d e m i t o s , d e historias, q u e c r e a d o r d e métrica, versificador. P i e n s o
q u e aquello n o es s o l a m e n t e v á l i d o en la p o e s í a trágica, s i n o en t o d a poesía.
A u n en la poesía lírica, hay s i e m p r e müthos - h e t t a t a d o d e ejemplificarlo en
el caso de los c u a t r o versos d e S a f o - , o sea, u n a historia, u n referenre ( e v i d e n -
t e m e n t e c t e a d o p o r el m i s m o p o e t a ) , u n o b j e t o q u e está p r e s e n t a d o y q u e se
«desarrolla», a u n c u a n d o este desarrollo sea m u y breve y a u n c u a n d o el refe-
rente n o esté, c o m o en la poesía épica o en la tragedia, f o r m a d o p o r acciones,
s i n o q u e c o n c i e r n a a los s e n t i m i e n t o s , los e s t a d o s d e á n i m o del p o e t a . La
poesía lírica n o es p u r a e x c l a m a c i ó n , n o se l i m i t a a ¡ay! o bien ¡oh! T i e n e u n
objeto: los estados de á n i m o - r e p r e s e n t a c i o n e s , afectos, d e s e o s - , y si este ob-
jeto, a u n a p r e h e n d i d o en u n a « i n s t a n t a n e i d a d » , n o p u e d e ser p r e s e n t a d o c o -
m o u n i n s t a n t e a b s o l u t o , está e n u n t i e m p o , t o m a d o p o r este t i e m p o , h a c e
existit u n t i e m p o previo y f u t u r o . E n c o n t r a m o s aquello h a s t a en u n a poesía
c o m o los haíkus o c i e n o s p o e m a s c h i n o s m u y breves h e c h o s con a l g u n o s tér-
m i n o s - u n a m o n t a ñ a , u n lago, u n pájaro, ia tristeza; esta p r e s e n t a c i ó n apa-
r e n t e m e n t e estática c o n t i e n e u n m o v i m i e n t o m í n i m o y eso es müthos-. Segu-
r a m e n t e , Arisróteles a l u d e c o n müthos a u n a narración desarrollada, pero
e n t r e la n a r r a c i ó n desarrollada y el s i m p l e métron se halla el espacio del o b j e t o
lírico q u e se halla efectivamente en el t i e m p o .

Pero el poeta n o es s o l a m e n t e metropoiós y muthopoiós, es t a m b i é n noema-

topoiós, creador d e sentidos y d e significaciones. Y es a d e m á s eikonopoiós, crea-
d o r de imágenes, y melopoiós, c r e a d o r d e m ú s i c a . Esta ú l t i m a afirmación exige

0
36 POÍESIS

una elucidación. Por m ú s i c a , n o m e refiero s o l a m e n t e a la m u s i c a l i d a d m a t e -

ria!, la musicalidad r í t m i c a d e la métrica y la musicalidad s o n o r a d e las pala-
bras (y d e lo q u e la a c o m p a ñ a : aliteraciones, rimas o s i m p l e m e n t e bella sonori-
dad «intrínseca»), sino, a d e m á s , a la música del s e n t i d o q u e se manifiesta n o
solamente a nivel de! rnuthos. sino a nivel del verso, d e la sucesión d e palabras,
y hasta de la palabra singular. H a y una presentación y u n a articulación d e las
significaciones; hay u n a significación en el nivel del müthos, de la historia q u e
está relatada, del ob)eto q u e es presentado g l o b a l m e n t e , p e t o existe t a m b i é n
u n a articulación en el sentido propio, semejante a la del c u e r p o , s u b d i v i d i d a
en m i e m b r o s q u e n o están separados sino ligados a través d e u n a sinergia inin-
t e r r u m p i d a . Y la subdivisión n o consiste en u n a separación d e esta significa-
ción global en las partes de la o b r a poética, en las estrofas, los versos, las pala-
bras. Está la p r e s e n t a c i ó n d e u n s e n t i d o p o é t i c o m í n i m o e n el nivel d e la
palabra m i s m a , y s e g u r a m e n t e en forma m á s desarrollada en el nivel d e la co-
nexión, d e la relación e n t r e las palabras, e l e m e n t o s s i e m p r e m á s vivos de u n
sentido abarcativo. Este s e n t i d o m í n i m o d e la palabra n o está p t e s e n t a d o de
m a n e r a lógica ni d e m a n e r a p u r a m e n t e descriptiva; en este caso, t o d a s las
metáforas n o s t r a i c i o n a n p o r q u e t r a i c i o n a n la especificidad d e la o b t a p o é t i -
ca. D e t o d o s m o d o s , h a y q u e emplearlas y decir q u e este s e n t i d o m í n i m o está
presente s i m u l t á n e a m e n t e d e m o d o p i c t ó r i c o y m u s i c a l . P a r a h a b l a r d e la
poesía, t e n e m o s la o b l i g a c i ó n d e e m p l e a r metáforas q u e p r o v i e n e n d e la m ú -
sica y d e la p i n t u t a ; del m i s m o m o d o q u e p a t a h a b l a r d e la m ú s i c a y d e la
p i n t u r a , d e b e m o s e m p l e a r metáforas q u e p r o v i e n e n d e la poesía c o m o d e la
p i n t u r a y d e la m ú s i c a . Es el círculo de la creación artística; n o p o d e m o s ha-
blar de poesía, de m ú s i c a o d e p i n t u t a c o n metáforas geométricas o físicas, l o -
d o esto se evoca a q u í p o r q u e d e b e m o s c o m p r e n d e r en q u é consiste lo q u e n o
p o d e m o s llamar d e otro m o d o q u e la musicalidad del sentido. Si estoy llevado a
privilegiar, en lo q u e sigue, la metáfora musical, eso se d e b e a q u e la metáfora
pictórica n o es a p r o p i a d a m á s q u e en los casos d o n d e la expresión poética se
refiere a u n objeto «exterior», pero ante t o d o p o t q u e la p i n t u t a n o presenta,
c o n t r a r i a m e n t e a la música, el despliegue t e m p o r a l q u e a n i m a al p o e m a .

E n el nivel del m i t o , c o m o en el d e la m é t r i c a , o sea, d e los versos, n o s

e n c o n t r a m o s s i e m p r e c o n d o s d i m e n s i o n e s . El m i t o p u e d e ser p r o y e c t a d o
sobre la d i m e n s i ó n d e u n a historia, d e lo q u e se p u e d e c o n t a r , la «narra-
ción». Es lo q u e se manifiesta p o r e j e m p l o en la escolástica, q u e b t i n d a al
c o m i e n z o d e los m a n u s c t i t o s de las tragedias a n t i g u a s las hipótesis, el a t g u -
m e n t o , la a n é c d o t a d e la o b t a , su r e s u m e n c o n el estilo d e u n t e l e g r a m a de

27/1 í
 N O T A SOBRE A L G U N O S R E C U R S O S DE I A POESÍA 5?

prensa: «Polinices h a b i é n d o s e s u b l e v a d o en a r m a s en c o n t r a d e d e b a s , su p a -
tria, m u e r e en u n d u e l o c o n su h e r m a n o q u e defendía d e b a s . C r e ó m e , el ti
r a n o d e d e b a s , p r o h i b e q u e encierren su cadáver, pero A n t í g o n a , h e r m a n a d e
Polinices, se o p o n e a este d e c r e t o . . . . . . El m i t o p u e d e ser así p r o y e c t a d o s o b r e
la d i m e n s i ó n d e la significación; es lo q u e q u e r e m o s d e s t a c a r c u a n d o a r r i -
z a m o s el c o n t e n i d o , el s e n t i d o d e la historia relatada. U n m i t o q u e se dejase
p r o y e c t a r í n t e g r a m e n t e s o b r e el eje d e la n a r r a c i ó n t e n d r í a , caso l í m i t e , u n a
significación n u l a , sería el « c u e n t o c o n t a d o p o r u n idiota, q u e n o significa
nada», o s o l a m e n t e la a n é c d o t a . U n m i t o q u e p u d i e r a ser p r o y e c t a d o ínte-
g r a m e n t e s o b t e el eje d e la significación sería u n a especie d e sistema filosófi
c o , quizás el s i s t e m a d e S p i n o z a , p e r o s e g u r a m e n t e n o sería u n p o e m a . U n
p o e m a , c o m o u n a tragedia, se despliega s i e m p r e en las d o s d i m e n s i o n e s .
L o q u e c o n s i d e r a m o s a q u í n o es el müthos s i n o el métron, el «verso» o los
versos, s u b - u n i d a d e s esenciales d e la realización de la significación p o é t i c a .
A q u í t a m b i é n , t e n e m o s d o s d i m e n s i o n e s . S e g ú n lo q u e ya h a sido e x p u e s t o ,
está la m u s i c a l i d a d «material», fonética y r í t m i c a . Lo q u e a q u í n o s i m p o r t a
es la m u s i c a l i d a d s e m á n t i c a : h a y s i m u l t á n e a m e n t e u n a m e l o d í a y u n a a r m o -
n í a del s e n t i d o .
La m e l o d í a del s e n t i d o es el tejido c o n j u n t o del «ascenso-descenso» e n el
registro d e la significación y e n s u nivel d e i n t e n s i d a d . La significación de
c a d a p a l a b r a m o d u l a la significación del verso a m e d i d a q u e este ú l t i m o se
despliega; las variaciones d e a g u d e z a o i n t e n s i d a d de la e x p r e s i ó n crean u n a
forma, u n pattern. Por e j e m p l o , la i n t e n s i d a d creciente e n :

Sumergirse en el fondo del abismo, Infierno o Cielo, ¿qué importa?

¡En el fondo de lo desconocido para encontrar lo nuevo!

o la s u b i d a i n i n t e r r u m p i d a de:

Mañana es el caballo que se derrumba blanco cubierto de espuma,

Mañana...

t e r m i n a d o b r u t a l m e n t e p o r la c a í d a infinita d e :

Mañana, es la tumba.

La m e l o d í a del s e n t i d o es la relación h o r i z o n t a l de los s e n t i d o s y d e las i n -

t e n s i d a d e s de las p a l a b r a s específicas en su sucesión, q u e ya c o n t i e n e en ella

0
38 POÍE5IS

m i s m a un c o m p o n e n t e a r m ó n i c o . Ya q u e , del m i s m o m o d o q u e , c u a n d o es-
c u c h a m o s el final de u n a m e l o d í a , su s u s t a n c i a m u s i c a l incluye lo q u e la h a
p r e c e d i d o , así, el despliegue de s e n t i d o en u n a frase poética, c o n s t i t u y e n d o
en sí m i s m o u n a f o r m a t e m p o r a l , lleva a u n t é r m i n o q u e es lo q u e es ú n i c a -
m e n t e en función d e t o d o lo q u e sucedió a n t e r i o r m e n t e .
La a r m o n í a d e s e n t i d o , en s e n t i d o estricto, parece u n a e x p r e s i ó n q u e ca-
rece d e lógica, ya q u e la a r m o n í a es la c o n s o n a n c i a d e varias voces y q u e el
p o e m a - m á s g e n e r a l m e n t e la expresión l i n g ü í s t i c a - parece ser u n c a n t o de
u n a sola voz. Pero ¡a a r m o n í a se p r o d u c e p o r q u e existen los a r m ó n i c o s d e la
significación d e las palabras. C u a n d o se t o c a u n a tecla d e u n p i a n o o la c u e r -
da d e u n violín, u n d o o u n sol, n o se e s c u c h a s o l a m e n t e ese t o n o sino t a m -
bién sus a r m ó n i c o s : la octava, la q u i n t a superior, etc. Es lo q u e c o n f o r m a la
r.queza y el c o l o r del s o n i d o d e c a d a i n s t r u m e n t o . P o d e m o s c o n s i d e r a r c o -
m o a r m ó n i c o s d e u n a p a l a b r a r o d o lo q u e esta p a l a b r a p a r t i c u l a r p r o v o c a
c o m o resonancias. U n a palabra es lo q u e es desde el p u n t o de vista del senti-
d o j u n t o c o n t o d o s sus a r m ó n i c o s , sus r e s o n a n c i a s y sus c o n s o n a n c i a s , lo
q u e se l l a m a t r a d i c i o n a l m e n t e sus c o n n o t a c i o n e s , t o d o lo q u e conlleva y t o -
6
d o a lo c u a l r e m i t e . S e g u r a m e n t e , a q u e l l o se e n c u e n t r a i n s e p a r a b l e del
o y e n t e , del a u d i t o r i o c o n c r e t o ; p e r o a d e m á s está d e p o s i t a d o «de m a n e r a i m -
personal» f u n d a m e n t a l m e n t e en el lenguaje. U n a p a l a b r a n o p u e d e f u n c i o -
n a r en el lenguaje sin p r o d u c i r estas r e p e r c u s i o n e s i n d e f i n i d a s , c a d a u n a de
las cuales a su vez i n v o l u c r a otras r e p e r c u s i o n e s . La r i q u e z a a r m ó n i c a d e u n
verso está c o m p u e s t a d e la riqueza d e las r e p e r c u s i o n e s d e las p a l a b r a s q u e la
componen.
T o d o aquello es válido para la poesía en general, i n d e p e n d i e n t e m e n t e de
7
la lengua en la cual se e x p r e s a . El t e m a q u e q u i e r o planrear a q u í es u n a dife-

6
Desde otro p u n t o de vista, he c o m e n t a d o de una manera crítica la oposición tradicional
d e n o t a c i ó n / c o n n o t a c i ó n en L'Institution imaginaire de la société, cap. VII, p p . 4 6 3 - 4 6 8
[reed. col. Points Essais, pp. 499-505] [traducción castellana: La institución imaginaria de
la sociedad Buenos Aires, Tusquets, 1993].
7
Evidentemente, aquello es válido también para la prosa, en t o d o caso la gran prosa. En rea-
lidad, si prescindimos de las exigencias de una métrica rígida, que de todos modos actual-
mente ya n o se exige, toda gran prosa presenta u n a musicalidad «material» y u n a musicali-
dad semántica. Podríamos citar a título de ejemplo numerosos fragmentos de Tucídides, entre
ellos, evidentemente, la Oración Fúnebre, así c o m o numerosos fragmentos de Proust, en-
tre ellos, evidentemente, la muerte de Bergotte. Zola, hoy injustamente despreciado como
artista y prosista, nos brinda ejemplos espléndidos con la invasión por parte de las prostitutas

28/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S DE I A POESÍA V)

r e n d a específica, relativa a la «elección», del m o d o de e x p r e s i ó n d e la s e m á n t i ­

ca musical, e n t r e la poesía griega a n t i g u a y la poesía m o d e r n a . Esta diferencia
aparece v i n c u l a d a a u n a p r o p i e d a d del griego a n t i g u o , q u e c o m p a r t e p r o b a ­
b l e m e n t e c o n t o d a s las l e n g u a s a las q u e p o d r í a m o s d e n o m i n a r p r i m a r i a s ,
8
p o r o p o s i c i ó n a las l e n g u a s q u e p o d r í a n ser l l a m a d a s s e c u n d a r i a s . Existe en
el griego a n t i g u o u n a p o l i s e m i a o r i g i n a r i a d e las palabras, u n a m u l t i p l i c i d a d
9
de las s i g n i f i c a c i o n e s q u e n o r e s u l t a s o l a m e n t e de las c o n n o t a c i o n e s o d e los
a r m ó n i c o s , sino q u e c o r r e s p o n d e a espectros s e m á n t i c o s , t o m a n d o la p a l a b r a
espectro e n su s e n t i d o fisicomatemático. E n griego a n t i g u o c o h a b i t a n en el
seno d e la m i s m a p a l a b r a , y e n u n a p r o p o r c i ó n c u a l i t a t i v a m e n t e d i s t i n t a a la
de las lenguas e u r o p e a s q u e d e a l g u n a m a n e r a yo p u e d a conocer, significa-
d o n e s diferentes, a veces d e r i v a d a s unas d e otras, a veces s i m p l e m e n t e e m ­
p a r e n t a d a s . E s t a u l t i m a d i s t i n c i ó n , p o r o t r o l a d o , d e b e ser relativizada, a u n ­
q u e m á s n o sea p o r el h e c h o d e q u e resultará a m e n u d o i m p o s i b l e d e c i d i r si
los s e n t i d o s e m p a r e n t a d o s p r o v i e n e n o n o d e u n a d e r i v a c i ó n secular d e la
cual n o q u e d a n rastros. El Vocabulaire de E m i l e B e n v e n i s t e p r o p o r c i o n a u n a
a b u n d a n t e cosecha c o n t e s p e c t o a esta c u e s t i ó n , q u e a b a r c a , p o r o t r o l a d o ,
10
p r e c i s a m e n t e a la m a y o r í a d e las l e n g u a s i n d o e u r o p e a s « p r i m a r i a s , . . T é r m i ­
n o s griegos c o m o einai, Lagos, phaínesthai," y tantos otros, parecen haber

de los bulevares en Nana, la carga de la división M a r g ú e m e en La DébMe o la m u e r t e de

Catherine en Germinal. La densidad i m p o r t a n t e de lo que recubre la poesía y la prosa
plantea cuestiones difíciles que n o p u e d o discutir aquí.
f
Esta distinción es equiparable a la planteada por Rémi Brague entre la cultura griega, conside­
rada como primaria, y las culruras latinas y luego europeas, a las que podemos llamar secunda­
rias en el sentido de que estas últimas presuponen explícitamente y se refieren casi siempre a la
cultura primaria. Las ideas del texto que presento aquí fueron expuestas en un seminario en la
EHESS, el 9 de mayo de 1984. Rémi Brague, que evidentemente no conocía este seminario,
presentó esta distinción en su libro Europe: la voie romaine, París, Criterion, 1992.
' Véase lo que dice Benveniste, en su Vocabulaire des institutions européennes, de la raíz in­
doeuropea supuesta, de la imposibilidad de establecer i n d e p e n d i e n t e m e n t e y de d e s m e n u ­
zar las significaciones vinculadas a esta raíz, y de decidir si «ya» no era polisémica.
0
Véase, p o r ejemplo, la discusión a propósito de los recursos expresivos del griego a n t i g u o
en el libro ya antiguo de I . Zielinski, Wir unddie Antike, o en los distintos ensayos de Ro­
mán Jakobson.
1
Véase, a p r o p ó s i t o de phaínesthai, m i texto «La décotiverte de 1' imagination», Domaines
de l hornme, París, Seuil, 1 9 8 6 [traducción castellana: «El descubrimiento de la imagina­
ción», Los dominios del hombre, Batcelona, Gedisa, 1998.]

0
60 POIES1S

e n c a r n a d o d e s d e el o r i g e n d e la lengua, y sin q u e se p u e d a d e c i d i r c o n res-

p e c t o a a l g u n a d e r i v a c i ó n , ramilletes d e significaciones en el s e n o d e las cua-
les parece e f e c t i v a m e n t e i m p o s i b l e establecer u n o r d e n g e n é t i c o i n t e r n o .
Agrego a esro o t r o h e c h o , tan i m p o r t a n t e c o m o el anterior. A u n e n el ca-
so d e la d e r i v a c i ó n , las c o n e x i o n e s i m e m a s de los t é r m i n o s del léxico son in-
m e d i a t a m e n t e visibles, y se las p u e d e tocat, según la e x p r e s i ó n c o m ú n , c o n
las m a n o s ; en c a m b i o , este h e c h o sucede en las l e n g u a s s e c u n d a r i a s en m u y
pocos casos, a m e n u d o desprovistos d e interés. H e m o s visto a n t e r i o r m e n t e
ejemplos de esta c u e s t i ó n c o n selánna y ora en Safo, gálasma en E s q u i l o , o
érgon en H e r ó d o t o . C o n s i d e r e m o s , en c a m b i o , las palabras lune en francés y
moon en inglés. U n a y o t r a n o están cargadas d e p a r e n t e s c o a l g u n o en c u a n -
to al léxico, y sus c o n n o t a c i o n e s son o reales o literarias; estas p a l a b r a s n o re-
m i t e n a u n a m a t r i z c o m ú n d e significaciones, d e la cual b r o t a r í a u n espectro
de significantes y d e significados. Lune en francés es, d e s d e este p u n t o de
vista, i n o r g á n i c o , si m e p e r m i t e n la expresión: la p a l a b r a cayó en el francés
p o r q u e el latín decía luna, c o m o moon cayó en el inglés d e s d e la raíz g e r m á -
n i c a Mond. P o d e m o s n o t a r q u e este ú l t i m o t é r m i n o es t a m b i é n t o t a l m e n t e
«inorgánico» e n el a l e m á n actual.
E s t a p o l i s e m i a indivisible originaria del griego n o es s e g u r a m e n t e u n pri-
vilegio d e esta lengua. A j u z g a r a u n q u e sea p o r los e j e m p l o s q u e h e m o s en-
c o n t r a d o en el m e n c i o n a d o libro d e B e n v e n i s t e , f e n ó m e n o s del m i s m o t i p o
existen en sánscrito o e n iraní a n t i g u o , c o m o existen en a n t i g u o g e r m á n i c o .
C o r r e s p o n d e a los q u e e s t u d i a n estas l e n g u a s d e c i r n o s en q u é m e d i d a estas
c u e s t i o n e s fueron a c t i v a m e n t e utilizadas en su poesía.
F i n a l m e n t e , existe en griego a n t i g u o (así c o m o en griego m o d e r n o ) u n a
i n m e n s a p r o d u c t i v i d a d libre en c u a n t o al léxico. Se p u e d e n crear palabras, y
se crean palabras d e s d e H o m e r o hasta el siglo IV y a u n m á s tarde, a p a r t i r de
posibilidades i n m a n e n t e s a la lengua, y reglas d e f o r m a c i ó n q u e se b r i n d a n
j u n t o c o n ella, en u n a escala i n c o m p a r a b l e m e n t e m á s a m p l i a q u e en las len-
guas europeas c o n t e m p o r á n e a s . L a utilización d e prefijos y sufijos, la creación
d e verbos a partir d e sustantivos o d e adjetivos y a la inversa, su c o m p o s i c i ó n ,
n o t u v i e r o n lugar d e u n a sola vez, sino a través d e u n p r o c e s o i n i n t e r r u m p i -
d o . E s t o n o excluye la discusión y las actitudes críticas. Aristófanes, en Las ra-
nas, critica a E s q u i l o —que trata a la l e n g u a c o m o m a r m o l e r o e x t r a y e n d o b l o -
q u e s d e m á r m o l d e u n a c a n t e r a - p o r b o c a d e E u r í p i d e s , q u e lo acusa de
fabricar palabras semejantes a m o n t a ñ a s y d e irse d e b o c a , m i e n t r a s él, E u r í -
pides, hablaría el lenguaje d e t o d o el m u n d o .

29/1!
 N O T A S O B R E A L G U N O S R E C U R S O S D E LA P O E S Í A 61

Estos p r o c e d i m i e n t o s d e d e r i v a c i ó n , e n el s e n t i d o m á s a m p l i o , p a r e c e n
c o n g e l a d o s en las lenguas e u r o p e a s m o d e r n a s , o s o n m u c h o m e n o s frecuen¬
tes. La rigidez del francés a c a d é m i c o es casi c a r i c a t u t e s c a e n este s e n t i d o ; la
lujutia d e la l e n g u a d e R a b e l a i s fue a s e s i n a d a p o r M a l h e r b e , Boileau y la
A c a d e m i a francesa.
El p r o c e d i m i e n t o d e c o m p o s i c i ó n , q u e p e r m a n e c e n u m é r i c a m e n t e i m ­
p o r t a n t e en a l e m á n , p a t e c e r e s t r i n g i d o a la l e n g u a a d m i n i s t r a t i v a , p r á c t i c a o
científica; n o e n c u e n t r o p r á c t i c a m e n t e p a l a b t a s c o m p u e s t a s e n H o l d e r l i n ,
G e o t g e o Rilke. La p r o d u c c i ó n d e verbos a p a r t i t de n o m b r e s o a la inversa
se lleva a c a b o s i e m p r e e n inglés, p e r o parece circunscrita al dialecto p e r i o -
dístico-administrativo o técnico.
El p o e t a e u r o p e o m o d e r n o n o fue e v i d e n t e m e n t e d e s a l m a d o o c o l o c a d o
en inferioridad d e c o n d i c i o n e s p o r esta s i t u a c i ó n , p e t o fue llevado a crear
o t r o s tipos d e recursos. D e s c r i b i r l o s u n t a n t o a d e c u a d a m e n t e exigiría escri­
bir u n t t a t a d o d e p o é t i c a e u r o p e a ( m e tefieto a la occidental) c o n i n n u m e r a ­
bles v o l ú m e n e s . A n t e s , al h a b l a r del m o n ó l o g o d e M a c b e t h , h e t t a t a d o d e
d e s t a c a t u n t e c u r s o al q u e l l a m é la m e t á f o r a desarrollada. E v i d e n t e m e n t e ,
n o se ttata d e la m e t á f o r a « e l e m e n t a l » , q u e a p a r e c e s i e m p r e y en c u a l q u i e r
p a r t e d e s d e el m o m e n t o en q u e h a y lenguaje, ya q u e t o d a expresión d e la
l e n g u a es s i e m p r e m e t a f ó r i c a / m e t o n í m i c a , m á s g e n e t a l m e n t e trópica. N i d e
la « i m a g e n poética» - c o m p a r a c i ó n , a s i m i l a c i ó n , alegoría, e t c é t e r a - , q u e p u e ­
de e x t e n d e r s e en n u m e r o s o s versos, c o m o o c u r r e tan a m e n u d o en H o m e r o .
Las ttes «imágenes» p t e s e n t a d a s p o r S h a k e s p e a r e en el pasaje d i s c u t i d o c o ­
m u n i c a n i n t e r i o t m e n t e , u n a p a s a a la o t r a a ttavés de u n a u m e n t o d e la fi¬
g u r a c i ó n / p r e s e n t a c i ó n , t e m i t i e n d o s i m u l t á n e a m e n t e a su teferente c o m ú n y
cada u n a a las otras y e n r i q u e c i é n d o s e hasta llegar a la akmé final.
Si h a y algo q u e d e b e s u s c i t a t n u e s t r o a s o m b r o , es la m u l t i p l i c i d a d d e las
vías q u e la p o t e n c i a cteativa d e los p o e t a s p u d o hacer s u r g i r e n el seno d e
lenguas diferentes p a t a alcanzar la m á s i m p o r t a n t e e x p t e s i v i d a d de la m u s i ­
calidad s e m á n t i c a en la poesía. A s o m b r o q u e se e x p e r i m e n t a , e n p r i m e r lu­
gar, frente a los recursos, al p o t e n c i a l q u e c o n t i e n e cada u n a d e estas l e n g u a s ,
c t e a c i ó n en c a d a caso d e o t r a s o c i e d a d , d e o t r o colectivo a n ó n i m o .

(Mayo de 1984-julio de 1996)

0
30/1!
 Koínonía

o
31/1Í
 La racionalidad deí capitalismo

A VASSILI G O N D I C A S ,
la facultad de juicio hecha hombre

P U E D E PARECER E X T R A Ñ O d i s c u t i r t o d a v í a a p r o p ó s i t o d e la « r a c i o n a l i d a d
e c o n ó m i c a » del c a p i t a l i s m o c o n t e m p o r á n e o e n u n a é p o c a e n q u e la d e s o c u -
p a c i ó n oficial alcanza e n b r a n d a los tres m i l l o n e s y m e d i o d e p e r s o n a s y m á s
del 1 0 % d e la p o b l a c i ó n activa e n los países d e la C o m u n i d a d E c o n ó m i c a
E u r o p e a ( C E E ) , y e n q u e los g o b i e r n o s e u r o p e o s r e s p o n d e n a esta s i t u a c i ó n
reforzando las m e d i d a s deflacionistas, c o m o la r e d u c c i ó n del déficit p r e s u -
p u e s t a r i o . El a s u n t o se p o n e m e n o s e x t r a ñ o , o m á s bien lo e x t r a ñ o c a m b i a
d e lugar, c u a n d o c o n s i d e r a m o s la increíble regresión ideológica q u e g o l p e a a
las sociedades occidentales d e s d e h a c e v e i n t e a ñ o s . C u e s t i o n e s q u e se c o n s i -
d e r a b a n l e g í t i m a m e n t e a d q u i r i d a s , c o m o la crítica d e v a s t a d o r a d e la e c o n o -
m í a política a c a d é m i c a p o r p a r t e d e la escuela d e C a m b r i d g e e n t r e 1 9 3 0 y
1 9 6 5 (Sraffa, R o b i n s o n , K a h n , K e y n e s , Kalecki, Shackle, Kaldor, P a s i n e t t i ,
etcétera), n o s o n discutidas o refutadas, sino s i m p l e m e n t e relegadas al silen-
cio o al olvido, m i e n t r a s q u e i n v e n c i o n e s i n g e n u a s e inverosímiles, c o m o la
economía de la oferta o el monetarismo, a c a p a r a n el c e n t r o d e a t e n c i ó n , al
m i s m o t i e m p o q u e los a d u l a d o r e s del n e o l i b e r a l i s m o p r e s e n t a n sus a b e r r a -
ciones c o m o si fuesen evidencias d e l s e n t i d o c o m ú n , q u e la libertad a b s o l u t a

Exposición presentada en el coloquio del C I R H P , Racionalidad instrumental y sociedad, en

octubre de 1996, bajo el título; «Notes p o u r servir a u n e critique de la rationalité d u capi-
talisme» [«Notas útiles a u n a crítica d e la racionalidad del capitalismo»]. La presente ver-
sión, considerablemente ampliada y modificada, debe m u c h o a las observaciones críticas de
mi amigo Vassili Gondicas. Soy, evidentemente, el único responsable d e los errores even-
tuales o las flaquezas de este texto. [Publicado anteriormente en la Revue Internationale de
psychosociologie, La Resistible Emprise de la rationalité instruméntale, vol. IV, n ú m . 8, o t o ñ o
de 1997, p p . 31-51.]

65
66 KOINONÍA

de los m o v i m i e n t o s del capital está a r r t i i n a n d o sectotes e n t e r o s d e la p r o -

d u c c i ó n d e casi t o d o s los países y q u e la e c o n o m í a m u n d i a l se c o n v i e n e en
u n casino p l a n e t a r i o . E s t a regresión n o está l i m i t a d a al sectot d e la e c o n o -
m í a . Prevalece t a m b i é n en el sectot d e la teoría p o l í t i c a (catácter a h o r a indis-
c u t i d o e i n d i s c u t i b l e d e la democracia representativa en el m i s m o m o m e n t o
en q u e está c a d a vez. m á s despreciada en t o d o s los países d o n d e n e n e a l g ú n
p a s a d o ) , y m á s g e n e r a l m e n t e e n t r e las disciplinas h u m a n a s , así c o m o lo d e -
m u e s t r a , p a t a errar s o l a m e n t e u n e j e m p l o , la ofensiva cientificista y positivis-
ta e n c o n t r a del psicoanálisis q u e h a c e furor en E s t a d o s U n i d o s d e s d e h a c e
quince años.
El t t a s f o n d o sociohistórico de esta regresión es detectable a s i m p l e vista.
Ella a c o m p a ñ a a u n a teacción social y política en curso d e s d e fines de los a ñ o s
setenta, cuyos principales artesanos en Francia fueron los socialistas, y cuyo fi-
nal n o es n a d a previsible p o r el m o m e n t o , salvo, en u n futuro vago y lejano,
en el carácter a u t o d e s t r u c t i v o d e este n u e v o c u r s o del c a p i t a l i s m o . Peto in-
cluso esta p e t s p e c t i v a n o p o d r í a ofrecer un c o n s u e l o , ya q u e está en j u e g o
m u c h o m á s q u e el suicidio del c a p i t a l i s m o , c o m o lo d e m u e s t r a , e n t r e o t t a s
c u e s t i o n e s , la d e s t t u c c i ó n del e n t o r n o a escala p l a n e t a t i a . El análisis crítico
d e la e v o l u c i ó n p t e s e n t e se hace a u n m á s i m p e r a t i v o . P e t o n o es el o b j e t o
p r i n c i p a l d e este texto.
El c a p i t a l i s m o es el p r i m e r r é g i m e n social q u e p r o d u c e u n a ideología se-
g ú n la cual sería racional La l e g i t i m a c i ó n d e los o r t o s t i p o s d e i n s t i t u c i ó n d e
la sociedad eta mítica, religiosa o t r a d i c i o n a l . E n el caso p r e s e n t e , se p r e t e n -
de q u e exista u n a l e g i t i m i d a d racional. E v i d e n t e m e n t e , este criterio, el del
ser racional (y n o c o n s a g r a d o p o r la experiencia o la t r a d i c i ó n , o t o r g a d o p o r
los héroes o los dioses, etcétera), está instituido p o r el c a p i t a l i s m o m i s m o ; y
t o d o o c u t r e c o m o si este h e c h o , el d e h a b e r s i d o m u y r e c i e n t e m e n t e i n s t i t u i -
d o , en vez d e relativizarlo, lo h u b i e r a v u e l t o i n d i s c u t i b l e . Si nos d e t e n e m o s
u n p o c o a pensar, la p r e g u n t a n o se p u e d e evitan ¿qué es la racionalidad, y
de q u é r a c i o n a l i d a d se trata? El c a p i t a l i s m o p o d t í a vanagloriarse d e c i e r t o
h e g e l i a n i s m o : la t a z ó n , decía el viejo m a e s t r o M a r x , es la o p e r a c i ó n c o n f o r -
m e a u n a m e t a . Por lo t a n t o , el criterio d e r a c i o n a l i d a d es la conformidad de
la o p e r a c i ó n a su m e t a . D e esta m a n e r a , e s t a r í a m o s frente a la i m p o s i b i l i d a d
de p r e g u n t a r n o s : ¿qué o c u t r e con la r a c i o n a l i d a d d e la m i s m a meta? E s t a ra-
c i o n a l i d a d c i r c u n s c r i t a a los m e d i o s , q u e M a x W e b e r l l a m a b a c u r i o s a m e n t e
Zweckrationalitdt, o sea, r a c i o n a l i d a d relativa a una meta s u p u e s t a m e n t e ad-
m i t i d a , r a c i o n a l i d a d i n s t r u m e n t a l , n o tiene, e v i d e n t e m e n t e , n i n g ú n valor en

32/1
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 67

sí m i s m a . La elección del m e j o r v e n e n o p a r a e n v e n e n a r al esposo, o la d e la

b o m b a H más eficaz p a r a e x t e r m i n a r m i l l o n e s d e p e r s o n a s , p o r su m i s m a ra-
cionalidad, a u m e n t a n el h o r r o r q u e e x p e r i m e n t a m o s n o s o l a m e n t e p o r la
m e t a perseguida, s i n o a d e m á s c o n respecto a los m e d i o s q u e p e r m i t i e r o n al-
canzarla c o n u n a eficiencia m á x i m a . La i d e o l o g í a c a p i t a l i s t a p r e t e n d e sin
e m b a r g o , e n sus m o m e n t o s m á s filantrópicos, p r o c l a m a r u n a m e t a d e la ra-
cionalidad^ sería el bienestar. Pero su especificidad p r o v i e n e del h e c h o d e
q u e ella identifica este b i e n e s t a t c o n u n valor e c o n ó m i c o m á x i m o - u ó p t i -
m o - , o b i e n p r e t e n d e q u e ese m i s m o b i e n e s t a r p r o v e n d r á , segura o m u y
p r o b a b l e m e n t e , d e la realización d e ese m á x i m o u ó p t i m o . D e tal m a n e r a
q u e , directa o i n d i r e c t a m e n t e , la racionalidad se ve r e d u c i d a a la r a c i o n a l i -
d a d económica, y ésta se define d e m a n e r a p u r a m e n t e c u a n t i t a t i v a c o m o ma-
ximizaciónlminimización - m a x i m i z a c i ó n d e u n producto y m i n i m i z a d o . ! de
los costos. E v i d e n t e m e n t e , es el m i s m o r é g i m e n el que d e c i d e respecto d e q u é
es u n p r o d u c t o - y d e q u é m a n e r a este p r o d u c t o será e v a l u a d o , así c o m o
1
d e c i d e cuáles serán los costos y cuál será el valor d e éstos.
O b s e r v a m o s q u e la relatividad del criterio ú l t i m o p a t a t o d a c u l t u r a es algo
c o n o c i d o , p o r lo m e n o s d e s d e M a x Weber, p a r a n o r e m o n t a r n o s a H e r ó d o t o .
T o d a sociedad i n s t i t u y e , c o n j u n t a m e n t e , su i n s t i t u c i ó n y su legitimización.
Esta l e g i t i m a c i ó n , t é r m i n o i m p r o p i o , o c c i d e n t a l , q u e t e m i t e a u n a racionali-
zación, está casi s i e m p t e i m p l í c i t a . M á s a ú n , es tautológica: las disposiciones
del A n t i g u o T e s t a m e n t o o del C o r á n t i e n e n su m i s m a justificación en lo q u e
afirman - q u e «no h a y m á s q u e u n solo D i o s , q u e es Dios», y q u e ellas r e p r e -
s e n t a n su p a l a b r a y su v o l u n t a d - . E n otros casos - l a s s o c i e d a d e s a r c a i c a s - ,
e n c u e n t r a n su justificación en el h e c h o de q u e fueron o t o r g a d a s p o r los a n -
repasados, q u e d e b e n ser r e v e r e n c i a d o s y h o n r a d o s según lo q u e p r e s c r i b e la
i n s t i t u c i ó n . A s i m i s m o , la legitimación del c a p i t a l i s m o p o r la r a c i o n a l i d a d es
tautológica: ¿quién en el i n t e r i o r d e esta s o c i e d a d , salvo quizás u n p o e t a o
u n místico, se atrevería a o p o n e r s e a la racionalidad?.
E v i d e n t e m e n t e , este círculo d e la i n s t i t u c i ó n n o es m á s q u e u n a i n s t a n c i a
del círculo de la creación. La i n s t i t u c i ó n n o p u e d e existir si n o asegura su
exisrencia, y la fuerza b r u t a g e n e r a l m e n t e es i n c a p a z de c u m p l i r con este rol

Véase mi texto de 1974, «Réflexions sur le développmem et la rationalité» [«Reflexiones so-

bre el desarrollo y la racionalidad»}, r e t o m a d o en Domaines de Thomme, Patís, Seuil, 1984
[ttaducción castellana: Los dominios del hombre, Barcelona, Gedisa, 1998J, en particular el
§ 4, «La ficción de una economía racional,,.
68 KOINOMÍA f

2
más allá d e cortos p e r í o d o s . A b r i e n d o u n paréntesis, p o d e r n o s p r e g u n t a r n o s
q u é pasaría en este s e n t i d o c o n tespecto a u n a sociedad a u t ó n o m a , o sea, u n a
sociedad c a p a z d e cuestionar, e x p l í c i t a m e n t e y d e m a n e r a lúcida, sus p r o p i a s
. n s t i t u c i o n e s . E n cierto s e n t i d o , n o p o d r á salir d e este cítenlo e v i d e n t e m e n t e .
A f i r m a r á q u e la a u t o n o m í a social y colectiva vale. D e s d e ya, p o d r á justificar
su existencia a p o s t e r i o r i , a través d e sus o b r a s , e n t r e las q u e figura el t i p o
a n t r o p o l ó g i c o d e i n d i v i d u o a u t ó n o m o q u e ella cteará. Pero la e v a l u a c i ó n p o ­
sitiva d e estas o b t a s d e p e n d e r á t o d a v í a d e criterios, o d e m a n e r a m á s general,
d e significaciones i m a g i n a r i a s sociales, q u e ella m i s m a h a b r á i n s t i t u i d o . E s t o
nos p e n n i t e r e c o r d a r q u e , en ú l t i m a i n s t a n c i a , n i n g u n a s o c i e d a d p u e d e en­
c o n t r a r su justificación fuera d e sí m i s m a . N o se p u e d e salir d e este círculo,
y n o es esto p r e c i s a m e n t e lo q u e p u e d e c o n s t i t u i r el f u n d a m e n t o d e u n a crí­
tica del c a p i t a l i s m o .
T e n e m o s q u e t o m a r n o t a d e q u e , en el ú l t i m o p e r í o d o , los ideólogos d e
turno abandonaron finalmente su p r e t e n s i ó n d e justificar o legitimar el régi­
m e n ; r e m i t e n s i m p l e m e n t e al fracaso del socialismo real - c o m o si las activida­
des d e L a n d r ú b r i n d a s e n u n a justificación a las d e S t a v i s k y - y a los números
del crecimiento, allí d o n d e este c r e c i m i e n t o p e r d u r a . E r a n m á s valientes en
ottas épocas, c u a n d o escribían t r a t a d o s d e economía del bienestar(Welfare Eco­
nomía). H a y q u e teconocer, d e t o d o s m o d o s , q u e el estado d e p l o r a b l e d e los
ex críticos profesionales del c a p i t a l i s m o (los marxistas o los q u e p r e t e n d e n
serlo) p e r m i t e a estos ideólogos, t o t a l m e n t e c o n s u s t a n c i a d o s con el espítitu
d e la época, dejar d e l a d o cualquier p r e t e n s i ó n d e llevar a c a b o algo serio.
D e t o d o s m o d o s , n u e s t t a critica será e s e n c i a l m e n t e i n m a n e n t e ; t r a t a r á d e
d e m o s t r a r q u e , en el p l a n o t e ó r i c o , las c o n s t r u c c i o n e s d e la e c o n o m í a políti­
ca a c a d é m i c a s o n i n c o h e t e n t e s , privadas d e s e n t i d o o válidas s o l a m e n t e p a r a
u n m u n d o ficticio; y q u e en el p l a n o e m p í r i c o , el f u n c i o n a m i e n t o efectivo
d e la e c o n o m í a capitalista t i e n e p o c o q u e ver c o n lo q u e p l a n t e a s o b r e él la
teoría. E n o t t a s palabras, h a r e m o s la crítica del c a p i t a l i s m o s e g ú n sus p r o p i o s
criterios. La d i s c u s i ó n será d i v i d i d a en c u a r t o partes:
- la especificidad y telatividad s o c i o h i s t ó r i c a d e la e c o n o m í a capitalista;
- la tealidad efectiva d e la i n s t i t u c i ó n capitalista;
- la ideología teótica d e la e c o n o m í a capitalista;

Véase mi texto « Pouvoir, politique, autonomie» (1988) [«Poder, política, autonomía»], re­
t o m a d o ahora en Le monde mórcele, París, Seuil, 1990, pp. 113-140 [traducción castellana:
El mundo fragmentado, Buenos Aires, Editorial Altamira, 1993].

33/fl!
 I A RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 69

- los factores d e la eficacia p r o d u c t i v a d e la sociedad capitalista y su «re­

sistencia» sociohistórica.

Especificidad y relatividad sociohistórica

de la institución capitalista

Para alguien q u e s o b r e v u e l a la h i s t o r i a , el tasgo característico del c a p i t a l i s m o

e n t r e t o d a s la formas d e vida sociohistófica es, e v i d e n t e m e n t e , la p o s i c i ó n d e
la e c o n o m í a - d e la p r o d u c c i ó n y del c o n s u m o - , pero t a m b i é n , y en m a y o r
m e d i d a , d e los criterios e c o n ó m i c o s , q u e o c u p a n u n lugar c e n t r a l y q u e s o n
u n valor s u p r e m o d e la v i d a social. E s t o d a l u g a r a la c o n s t i t u c i ó n del pro­
ducto social específico del c a p i t a l i s m o . E n pocas palabtas, t o d a s las activida­
des h u m a n a s y t o d o s sus efectos t e r m i n a n s i e n d o c o n s i d e r a d o s , e n m a y o r o
m e n o r m e d i d a , c o m o actividades y p r o d u c t o s e c o n ó m i c o s o, p o r lo m e n o s ,
c o m o e s e n c i a l m e n t e caracterizados y valorizados p o r su d i m e n s i ó n e c o n ó m i ­
ca. N o h a c e falta agregar q u e esta valorización se lleva a c a b o ú n i c a m e n t e en
términos monetarios.
Este aspecto estaba francamente r e c o n o c i d o desde el final del siglo XVIII, o
incluso antes. Las justificaciones d e la indiferencia m o d e r n a frente a los a s u n ­
3
tos c o m u n e s y a la p o l í t i c a i n v o c a n la c e n t t a l i d a d de los intereses e c o n ó m i c o s
para el h o m b r e m o d e r n o . T a n t o S a i n t - S i m o n c o m o A u g u s t e C o m t e serán los
cantores d e la é p o c a industrial o positiva. Las páginas de M a r x en los Manus­
critos de 1844, relativas a la t t a n s f o r m a c i ó n d e t o d o s los valores e n valores m o ­
netarios, s o n h e r m o s a s y fuertes; n o c o n s t i t u y e n u n corte c o n tespecto a la
o p i n i ó n d e la é p o c a por su c o n t e n i d o (véase Balzac) sino p o r la virulencia d e
la crítica. Pero esta fuerte c o n c i e n c i a d e la h i s t o t i c i d a d del f e n ó m e n o presente
en esta é p o c a seta t a p i d a m e n t e o c u l t a d a p o r los apologistas del n u e v o régi­
m e n , reclutados sobre t o d o e n t r e los e c o n o m i s t a s , d e un m o d o caractetístico.
Este o c u l t a m i e n t o t o m a r á la f o r m a d e u n a glorificación del capitalismo, p r e ­
s e n t a d o c o m o t é g i m e n e c o n ó m i c o racional, c u y a aparición m a t e a u n triunfo
de la razón en la historia y relega los regímenes antetiotes a la oscuridad de los
t i e m p o s góticos (para r e t o m a r u n a palabra más a n t i g u a de Siéyés) o primitivos.
La e m e t g e n c i a histórica del c a p i t a l i s m o se convierte, bajo su p l u m a , en la e p i -

3
Ya en Ferguson (An Essay on the History of Civil Society, 1759) y en Benjamín C o n s t a r a
(De la liberté des Anciens. comparée a celle des Modernes, 1819).

0
~'0 KOINONÍA

fanía d e la razón y, p o r e n d e , está asegurada d e tener u n porvenir sin fin. C o -

rno lo escribía M a r x , «para ellos h u b o historia, p e r o ya se terminó».
C u r i o s a m e n t e o n o , si p e n s a m o s en las ventajas ideológicas d e esta p o s t u r a ,
la d e n e g a c i ó n d e la historicidad del capitalismo prevaleció e n t r e los e c o n o -
mistas d e s d e R i c a r d o hasta n u e s t r o s días. Se ha glorificado la e c o n o m í a poli-
rica, y su o b j e t o , c o m o investigación d e la «lógica p u r a d e la elección» o c o -
m o e s t u d i o d e la «asignación d e r e c u r s o s l i m i t a d o s p a r a la realización d e
objetivos ilimitados» ( R o b b i n s ) . C o m o si esta elección p u d i e r a ser t o t a l m e n t e
i n d e p e n d i e n t e , en sus criterios y en sus objetos, d e la f o r m a sociohistórica en
la cual se ejerce; y c o m o si s o l a m e n t e la e c o n o m í a estuviera a l u d i d a en esta
elección (o c o m o si, en c o n s e c u e n c i a , la e c o n o m í a p u d i e s e ejercitar su d o m i -
n i o s o b r e todas las actividades h u m a n a s en las cuales u n a elección c u a l q u i e r a
d e b e llevarse a c a b o , d e s d e la estrategia h a s t a la cirugía). E s t a a b e r r a c i ó n flo-
reció en este p e r í o d o reciente, d o n d e v i m o s proliferar economías y p r e t e n s i o -
nes al cálculo e c o n ó m i c o casi en t o d o s lados (desde la e d u c a c i ó n h a s t a la re-
presión p e n a l ) . E s e v i d e n t e q u e , en esta perspectiva, los razonamientos d e la
ciencia e c o n ó m i c a (escribo de a h o r a en m á s esta p a l a b r a sin destacarla, p a r a
n o recargarla) se aplicarían l e g í t i m a m e n t e , e incluso d e h e c h o , a t o d a s las so-
ciedades q u e h a n o h a b r á n existido.
Bajo o t r o a s p e c t o , estas ideas h a n reflotado bajo la p l u m a de F. v o r i H a -
yek. La s o c i e d a d capitalista d i o p r u e b a s d e su excelencia - s u s u p e r i o r i d a d -
p o r u n a selección darwiniana. Se h a b r í a m a n i f e s t a d o c o m o s i e n d o la ú n i c a
capaz d e sobrevivir e n su l u c h a c o n las otras formas de sociedad. M á s allá d e
la a b s u r d i d a d d e la aplicación del e s q u e m a darwiniano a las formas sociales
d e la historia, y la repetición d e la falacia clásica (la s u p e r v i v e n c i a d e los m á s
a p t o s es la s u p e r v i v e n c i a d e los m á s a p t o s p a r a sobrevivir; la d o m i n a c i ó n del
c a p i t a l i s m o m u e s t r a s i m p l e m e n t e q u e es el m á s fuerte, al límite en el s e n t i d o
m á s b r u t o y b r u t a l d e este t é r m i n o , y n o p o r q u e sea el m e j o r o el m á s racio-
nal - e l antimetafísico H a y e k se revela a q u í h e g e l i a n o , p e r o d e la especie m á s
v u l g a i - ) , s a b e m o s q u e las cosas n o se d e s a r r o l l a r o n d e esta m a n e r a . Lo q u e
se observa en los siglos XVI, XVII y XVIII n o es u n a c o m p e t i c i ó n e n t r e u n a
c a n t i d a d i n d e f i n i d a de r e g í m e n e s d e la cual el c a p i t a l i s m o h u b i e r a salido vic-
t o r i o s o , s i n o la e n i g m á t i c a sinergia d e u n a m u l t i t u d de factores q u e c o n s p i -
ran t o d o s p a r a la c o n s e c u c i ó n d e u n m i s m o r e s u l t a d o . Q u e en lo sucesivo

4
Véase m i libro L imtitution ¿maginaire de la ¡ocíete [traducción castellana: La institución
imaginaria de la sociedad, Buenos Aires, Tusquets, 1993], primera parte (1965), r e t o m a d o
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 71

u n a sociedad b a s a d a en u n a t e c n o l o g í a a l t a m e n t e e v o l u c i o n a d a haya p o d i d o
m o s t r a r su s u p e r i o r i d a d e x t e r m i n a n d o n a c i o n e s y t r i b u s d e indios a m e r i c a ­
n o s , a b o r í g e n e s d e T a s m a n i a o d e Austtalia, y p o n i e n d o bajo su y u g o a mu¬
chas o t t a s , c o n s t i t u y e u n h e c h o d e s p r o v i s t o d e u n gran m i s t e r i o .
N o es necesario e n u m e r a r a q u í los e j e m p l o s y los e s t u d i o s d e m o s t t a n d o
q u e la histotia h u m a n a se desarrolló, casi en su totalidad, bajo regímenes en
los cuales la eficacia e c o n ó m i c a , la m a x i m i z a c i ó n del p r o d u c t o , etcétera, n o
eran d e n i n g u n a m a n e r a referencias centrales en las actividades sociales. N o
p o t el h e c h o de q u e estas sociedades hayan sido p o s i t i v a m e n t e irracionales en
el p l a n o de la organización d e su trabajo o d e sus relaciones de p r o d u c c i ó n .
Pero casi siempre, c o n u n nivel tecnológico d e t e n n i n a d o , la vida social se d e ­
sarrolla con p r e o c u p a c i o n e s t o t a l m e n t e diferentes a las q u e consisten en m e j o ­
rar la productividad del trabajo a través d e invenciones técnicas, r e a c o m o d a ­
m i e n t o s d e m é t o d o s de trabajo o relaciones d e p r o d u c c i ó n . Estos sectores d e
las actividades sociales estaban s u b o r d i n a d o s e integrados a otros c o n s i d e r a d o s
cada vez c o m o representantes d e las finalidades principales d e la vida h u m a n a ,
pero, f u n d a m e n t a l m e n t e , n o e s t a b a n separados del testo d e las actividades en
calidad d e producción o de economía. Estas separaciones son m u y tardías, y fue­
ron instituidas en especial s i m u l t á n e a m e n t e c o n el capitalismo, p o t o b r a del
sistema, y al servicio de éste. N o s l i m i t a r e m o s a recordar los trabajos de R u t h
Benedict sobte los indios de A m é r i c a del N o r t e , de M a r g a r e t M e a d s o b t e las
sociedades del Pacífico, d e G r e g o r y Bateson s o b r e Bali, ercétera, sin olvidar los
de Pierre Clastres sobte los T u p í G u a r a n í y d e Jacques Lizot sobre los Y a n o m a -
mi. El trabajo m á s teciente es el d e Marshall Sahlins (Age de pierre, Age d'abon-
dance [Edad de piedra, edad de abundancia]), q u e b r i n d ó la síntesis m á s satis­
factoria sobre estas cuestiones. Por otro l a d o , n o se ttata, d e n i n g ú n m o d o ,
s o l a m e n t e de los primitivos. La a n t r o p o l o g í a e c o n ó m i c a d e la Grecia a n t i g u a
5
lleva a conclusiones análogas, así c o m o el análisis de las sociedades medievales.
T o d o s los trabajos s o b r e la e m e r g e n c i a del c a p i t a l i s m o en E u r o p a O c c i ­
d e n t a l m u e s t r a n c l a r a m e n t e la contingencia h i s t ó n c a d e este p r o c e s o , i n d e ­
p e n d i e n t e m e n t e d e su validez intrínseca. P o d e m o s citat a M a x Weber, W e r n e r
S o m b a r t , Richard Tawney, etcétera. Incluso p a r a alguien t a n c o n v e n c i d o d e la

en la edición de Senil (1975), p . 6 2 [reed. col. Points Essais, p. 66], y «Reflexión sur le déve-
loppement et la rationdité» (1974) [«Reflexión sobre el desarrollo y la racionalidad,], art. ck.
Véase la obra fundamental de Aaron J. Gourevitch, Les Catégories de la culture médiévale,
París, Gallimard, 1983.

0
 '2 KOiNÜNÍA

necesidad histórica en general y d e la del c a p i t a l i s m o en p a t t i c u l a t c o m o Karl

M a r x , el n a c i m i e n t o del capitalismo es i n c o n c e b i b l e sin lo q u e él llama, justi-
ficadamente, la a c u m u l a c i ó n primitiva, a p r o p ó s i t o d e la cual (capítulos XXVI

basta XXXII del p r i m e r v o l u m e n d e El capital) demuestra exhaustivamente

q u e está c o n d i c i o n a d a p o r factores q u e n o son d e n i n g u n a m a n e r a económicos
y q u e n o d e b e n n a d a al mercado, en especial las exacciones, el fraude y la
6
violencia, t a n t o p r i v a d o s c o m o d e los E s t a d o s . U n trabajo a n á l o g o fue lle-
v a d o a c a b o m á s r e c i e n t e m e n t e p o r Karl Polanyi en La Grande Transforma-
tion [La gran transformación].
A n t e s d e seguir, se nos p l a n t e a la c u e s t i ó n d e u n a caracterización satisfac-
toria del l é g i m e n capitalista. S a b e m o s , p o t lo m e n o s d e s d e M a r x , q u e el ras-
g o específico del c a p i t a l i s m o n o es la s i m p l e a c u m u l a c i ó n d e riquezas. El
a t e s o r a m i e n t o está p r a c t i c a d o en m u c h a s sociedades históricas; i n t e n t o s de
valorización d e la tierra en g r a n escala a c o m p a ñ a d o p o r el trabajo servil p o r
p a r t e d e los p r o p i e t a r i o s latifundistas son i g u a l m e n t e c o n o c i d o s (en especial,
en u n p e r í o d o h i s t ó r i c o c e r c a n o al n u e s t r o , en la R o m a i m p e r i a l ) . Pero la
simple m a x i m i z a c i ó n (de la riqueza, d e la p r o d u c c i ó n ) n o es suficiente, c o m o
tal, p a r a caracterizar al c a p i t a l i s m o . M a r x h a b í a c a p t a d o el n ú c l e o esencial
del a s u n t o , c u a n d o p o s t u l a b a c o m o d e t e r m i n a n t e s del c a p i t a l i s m o la a c u -
m u l a c i ó n de las fuerzas p r o d u c t i v a s c o m b i n a d a c o n la t r a n s f o r m a c i ó n sisre-
m á t i c a d e los procesos d e p r o d u c c i ó n y d e trabajo y d e lo q u e él l l a m ó «la
7
aplicación r a z o n a d a d e la ciencia en el p r o c e s o d e p r o d u c c i ó n » . N o se trata
de la a c u m u l a c i ó n c o m o tal, s i n o d e la t r a n s f o r m a c i ó n c o n t i n u a del p r o c e s o
d e p r o d u c c i ó n en vista del c t e c i m i e n t o del p r o d u c t o c o m b i n a d o c o n u n a re-
d u c c i ó n de los costos q u e c o n s t i t u y e el e l e m e n t o decisivo. Eso c o n t i e n e lo
esencial d e lo q u e M a x W e b e t llamará l u e g o la racionalización, c o n respecto
a la cual dirá a c e r t a d a m e n t e q u e , bajo el c a p i t a l i s m o , aquélla t i e n d e a a p o d e -
rarse de todas las esferas d e la v i d a social, en p a r t i c u l a r c o m o e x t e n s i ó n del
i m p e r i o d e la c a l c u l a b i l i d a d . A los p u n t o s d e vista d e M a r x y d e W e b e t ,
G e o t g L u k á c s a g t e g a t á i m p o r t a n t e s análisis respecto del c o n g e l a m i e n t o del
c o n j u n t o d e la vida social p r o d u c i d o p o r el c a p i t a l i s m o .

'' T e n e m o s de eso una nueva demostración in vivo - e in anima vili— a través del carácter ver-
daderamente mañoso de la reacumulación primitiva llevada a cabo p o r el proceso de priva-
tización en el seno de las sociedades de los antiguos países comunistas.
7
La separación del productor y de los medios de producción no es absolutamente específica
del capitalismo; se encuentra ya en la esclavitud.
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 73

¿Por q u é la racionalización». C o m o todas las creaciones históricas, la d o m i -

n a c i ó n d e la t e n d e n c i a hacia esta racionalización es b á s i c a m e n t e arbitraria; no
p o d e m o s ni deducirla ni p r o d u c i r l a a partir d e o t r a cosa. Pero p o d e m o s carac-
terizarla m á s precisamente relacionándola c o n algo más c o n o c i d o , más fami-
liar, expresado bajo otras formas en otros tipos d e otganización social: la t e n -
dencia hacia el d o m i n i o . E s t o n o s p e t m i t e e q u i p a r a r esta t e n d e n c i a c o n u n o
de los rasgos más p r o f u n d o s d e la p s i q u e individual, la aspiración a la o m n i p o -
tencia. Esta t e n d e n c i a , este empuje hacía el d o m i n i o n o es, a su vez, exclusiva-
m e n t e específico del capitalismo; las o t g a n i z a c i o n e s sociales o r i e n t a d a s hacia la
c o n q u i s t a la p o n e n t a m b i é n de manifiesto. Peto p o d e m o s acercarnos a la espe¬
cificidad del capitalismo c o n s i d e r a n d o dos d e sus características esenciales. La
p r i m e r a consiste en el h e c h o d e q u e este e m p u j e del d o m i n i o n o está s o l a m e n -
te o r i e n t a d o hacia la conquista exterior, sino q u e a p u n t a t a m b i é n y en m a y o r
m e d i d a a la totalidad de la sociedad. N o d e b e realizarse s o l a m e n t e en la p r o -
d u c c i ó n , sino a d e m á s en el c o n s u m o , y n o s o l a m e n t e en la e c o n o m í a , sino
a d e m á s en la e d u c a c i ó n , el d e f e c h o , la vida política, etcétera. Sería un etror - e l
error m a r x i s t a - ver estas extensiones c o m o secundarias o instrumentales con
respecto al d o m i n i o d e la p r o d u c c i ó n y d e la e c o n o m í a , q u e sería lo esencial.
Es la m i s m a significación i m a g i n a r i a social q u e se apodera d e las esferas socia-
les unas tras ottas. Q u e esta significación comience p o r la p r o d u c c i ó n n o se d e -
be s e g u r a m e n t e a u n azar: es a través d e la p r o d u c c i ó n q u e los cambios d e la
técnica p e r m i t e n , e n p r i m e r lugar, u n a racionalización d o m i n a d o r a . Pero la
p r o d u c c i ó n n o tiene el m o n o p o l i o d e ésta. D e 1 5 9 7 a 1607, M a u r i c e de N a s -
sau, p r í n c i p e de O r a n g e y stathouder de H o l a n d a y de Z e l a n d a , establece, c o n
la a y u d a d e sus h e r m a n o s G u i l l a u m e - L o u i s y J e a n , las reglas e s t á n d a t p a r a el
m a n e j o de la escopeta: incluyen a p r o x i m a d a m e n t e cuarenta m o v i m i e n t o s p r e -
cisos q u e el m o s q u e t e r o d e b e efectuat en el o r d e n y según u n r i t m o fijo y u n i -
f o r m e p a r a t o d a la c o m p a ñ í a . Estas reglas s e r á n f o r m u l a d a s p o r J a c o b d e
G h y n en u n Manuel sur le mamement des armes {Manual sobre el manejo de las
armas], p u b l i c a d o en A m s t e r d a m e n 1 6 0 7 , q u e t e n d r á i n m e d i a t a m e n t e u n a
gran difusión en E u r o p a y será t r a d u c i d o p o r o r d e n del zar en u n a Rusia p r á c -
8
t i c a m e n t e analfabeta. La s e g u n d a característica consiste, e v i d e n t e m e n t e , en
el h e c h o de q u e el e m p u j e hacia el d o m i n i o se o t o r g a n u e v o s recursos, recur-

Véase William H . McNeill, Keeping Togetber in Time. Elarvard University Press, 1996, y la
crítica de J o h n Keegan en el Times Literary Supplement, 12 de julio de 1996, p. 3, y 6 de
septiembre de 1996, p. 17.

0
 KOINONÍA

sos d e carácter especial -racional, o sea, económico-, p a r a c u m p l i r s e . Ya n o es

la m a g i a ni la victoria en los c a m p o s d e batalla los q u e c o n s t i t u y e n sus recur-
sos, s i n o p r e c i s a m e n t e la r a c i o n a l i z a c i ó n , q u e a d q u i e r e a q u í u n c o n t e n i d o
particular, t o t a l m e n t e específico: el d e la m a x i m i z a c i ó n / m i n i m i z a c i ó n , es d e -
cir, la extremización, si p o d e m o s forjar este t é r m i n o a p a r t i r d e la m a t e m á t i c a
( m á x i m o y m í n i m o son dos casos del extremum). C o n s i d e t a n d o este c o n j u n t o
d e h e c h o s , p o d e m o s caracterizar la significación i m a g i n a r i a social n u c l e a r
del c a p i t a l i s m o c o m o el e m p u j e hacia la e x t e n s i ó n i l i m i t a d a del « d o m i n i o
racional». Voy a explicar m á s a d e l a n t e el t e m a de las comillas.
Esta extensión ilimitada del d o m i n i o racional está a c o m p a ñ a d a p o t varios
d i s t i n t o s m o v i m i e n t o s s o c i o h i s t ó n c o s , y está t e p t e s e n t a d a p o r ellos. N o
q u i e r o h a b l a r d e las c o n s e c u e n c i a s del c a p i t a l i s m o (por e j e m p l o , la u r b a n i z a -
ción y los c a m b i o s d e las características d e las ciudades), s i n o d e factotes cuya
presencia fue c o n d i c i ó n esencial d e su e m e r g e n c i a y d e su desarrollo:
- La e n o r m e aceleración del c a m b i o tecnológico, f e n ó m e n o h i s t ó r i c a m e n t e
n u e v o (esta c o n s t a t a c i ó n es b a n a l , p e r o d e b e ser subrayada). Esra aceleración
se sosriene en la eclosión científica q u e c o m i e n z a antes del R e n a c i m i e n t o , p e t o
se a c e n t ú a e n o r m e m e n t e con la aparición de éste. Se transforma, e n el p e r í o d o
reciente, en u n m o v i m i e n t o a u t ó n o m o de la tecnología científica. U n rasgo
particular de esta evolución de la tecnología d e b e ser s u b r a y a d o : ella se orienta,
d e m a n e r a p r e d o m i n a n t e , hacia la t e d u c c i ó n , y luego la e l i m i n a c i ó n , del rol
del h o m b r e en la p r o d u c c i ó n . E s t o es c o m p r e n s i b l e , ya q u e el h o m b r e es el
e l e m e n t o m á s difícil d e d o m i n a r ; p e r o este h e c h o c o n d u c e , al m i s m o t i e m p o ,
a irracionalidades de o t r o tipo ( p o r e j e m p l o , las fallas de los sistemas t e c n o l ó -
gicos p u e d e n t e n e r consecuencias catastróficas).
- El n a c i m i e n t o y la c o n s o l i d a c i ó n del E s t a d o m o d e r n o . El desarrollo del
c a p i t a l i s m o en E u r o p a O c c i d e n t a l va d e la m a n o c o n la c t e a c i ó n del E s t a d o
absolutista, q u e n u t r e y p r o p i c i a en m u c h o s aspectos. Al m i s m o t i e m p o , este
E s t a d o c e n t r a l i z a d o se b u r o c r a t i z a : u n a j e r a r q u í a b u r o c r á t i c a d o t a d a d e u n
buen orden sustituye a la i n t r i n c a c i ó n feudal m á s o m e n o s caórica. E s t a b u -
rocratización del E s t a d o y del ejército b r i n d a r á u n m o d e l o d e o r g a n i z a c i ó n a
la e m p r e s a capitalista n a c i e n t e .
- E n los casos m á s i m p o r t a n t e s ( I n g l a t e r r a , F r a n c i a , Países Bajos), la
c r e a c i ó n del E s t a d o m o d e r n o es paralela a la f o r m a c i ó n d e n a c i o n e s m o -
d e r n a s . Se c o n s t i t u y e , d e este m o d o , u n a esfera n a c i o n a l q u e , t a n t o d e s d e
el p u n t o d e vista e c o n ó m i c o ( m e r c a d o s p r o t e g i d o s n a c i o n a l e s y c o l o n i a l e s ,
c o m p r a s del E s t a d o ) c o m o d e s d e el p u n t o d e vista j u r í d i c o ( u n i f i c a c i ó n d e

36/1!
 1A RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 75

las reglas y d e las j u r i s d i c c i o n e s ) , es esencial p a r a la p r i m e r a fase d e d e s a -

rrollo del c a p i t a l i s m o .
- U n a m u t a c i ó n a n t r o p o l ó g i c a c o n s i d e t a b l e t i e n e lugar. La m o t i v a c i ó n
e c o n ó m i c a , a c e p t a d a o fotzada, t i e n d e a s u p l a n t a r a todas las ottas. Fd ser
h u m a n o se c o n v i e r t e en homo oeconomicus, o sea, homo computans. La d u r a -
ción se ve a b s o r b i d a p o r el t i e m p o m e n s u r a b l e , i m p u e s t o a t o d o s . El t i p o del
e m p r e s a r i o schumpetenano y, l u e g o , del e s p e c u l a d o r pasa a o c u p a r u n l u g a r
central. Las diferentes profesiones están m á s o m e n o s i n h i b i d a s p o t la m e n -
t a l i d a d del c á l c u l o y la g a n a n c i a . Al m i s m o t i e m p o , u n a p s i c o s o c i o l o g í a
o b r e r a , caracterizada p o r la s o l i d a r i d a d , la o p o s i c i ó n al o r d e n existente y su
c u e s t i o n a m i e n t o , n a c e y se desarrolla, y se o p o n d r á d u r a n t e casi dos siglos a
la m e n t a l i d a d d o m i n a n t e y c o n d i c i o n a t á el conflicto social.
- S o b r e t o d o , y en particular, el c a p i t a l i s m o n a c e y se desarrolla en u n a so-
ciedad en la cual está presente d e e n t r a d a el conflicto y, m á s p r e c i s a m e n t e , el
c u e s t i o n a m i e n t o del o r d e n establecido. P u e s t o d e manifiesto, al p r i n c i p i o , c o -
m o m o v i m i e n t o d e la protoburguesía q u e a p u n t a b a a la i n d e p e n d e n c i a d e las
c o m u n a s , este c u e s t i o n a m i e n t o t r a d u c e , f i n a l m e n t e , la t e c u p e t a c i ó n del a n t i -
g u o m o v i m i e n t o hacia la a u t o n o m í a d e n t r o d e las condiciones d e E u r o p a O c -
cidental y se desplegará en el c o n t e x t o del m o v i m i e n t o d e m o c t á t i c o y obrero.
La evolución del capitalismo luego d e u n estadio inicial es i n c o m p t e n s i b l e sin
esta oposición interna, q u e tuvo u n a i m p o r t a n c i a decisiva e n carácter de c o n -
dición m i s m a de su desarrollo, c o m o lo r e c o r d a r e m o s más adelante.

La ideología teórica de la economía capitalista

L o q u e h o y en día está c o n s i d e r a d o c o m o ciencia económica h a sido objeto d e

t a n t a s críticas devastadotas y establece t a n p o c a s telaciones c o n la tealidad,
q u e seguir o c u p á n d o s e de ella p u e d e parecer t a n a n a c r ó n i c o y d e poca utili-
d a d c o m o azotar caballos m u e r t o s . Pero, c o m o ya lo señalé, la regresión i d e o -
lógica es t a n g r a n d e y, sobre t o d o , los testos d e estas teorías flotan todavía en
t a n t o s espítitus confusos, y n o s o l a m e n t e en la m e n t e de periodistas, q u e se
hace n e c e s a n o enttegatse a u n ejercicio r e s u m i d o d e recapitulación.
H u b o u n a e c o n o m í a política clásica q u e t e r m i n a de h e c h o c o n M a r x . Pe-
ro, y ya M a r x lo h a b í a n o t a d o , c u a n t o h a b í a s i d o u n esfuerzo d e análisis se-
rio d e la n u e v a realidad social e m e r g e n t e bajo sus predecesores clásicos, se
c o n v i r t i ó r á p i d a m e n t e , e n t r e las m a n o s d e e p í g o n o s de S m i t h y de R i c a t d o ,

0
 76 KOINONÍA

en u n ejercicio d e defensa y glorificación del n u e v o r é g i m e n . L u e g o d e u n a

fase a p o l o g é t i c a vulgar, la e c o n o m í a política se viste d e u n ropaje m a t e m á t i ­
co, lo q u e le p e r m i t e p r e t e n d e r la cientificidad. Pero el carácter ideológico de
la n u e v a ciencia se ve t r a i c i o n a d o p o r su persistente esfuetzo d e p r e s e n t a r al
r é g i m e n c o m o inevitable y ó p t i m o . P o d r í a m o s n o t a r f á c i l m e n t e q u e u n a u
otra d e estas v i r t u d e s sería suficiente; n o p u e d e dejar d e l l a m a r la a t e n c i ó n
q u e lo inevitable sea, al m i s m o t i e m p o , ó p t i m o . A q u í , i n t e n t a r e m o s sola­
m e n t e destacar a l g u n o s p o s t u l a d o s f u n d a m e n t a l e s d e esta ideología y m o s ­
trar la v a c u i d a d o la falta d e realidad de ella.
La i d e a q u e e n g l o b a a t o d a s la otras es la idea de separabilidad, que con­
d u c e a la idea d e imputación separada. A h o r a b i e n , el s u b e s p a c i o e c o n ó m i c o ,
c o m o t o d o s los subespacios sociales, n o es ni discrero ni c o n t i n u o , utilizan­
d o p o r s u p u e s t o estos t é r m i n o s en su s e n t i d o m e t a f ó r i c o . U n i n d i v i d u o o
u n a e m p r e s a s o n c i e r t a m e n t e ubicables a través d e sus actividades e c o n ó m i ­
cas, m e n c i o n a b l e s c o m o e n t i d a d e s separadas, p e r o su actividad, en t o d o s sus
aspectos, está p e r m a n e n t e m e n t e e n t r e m e z c l a d a d e m ú l t i p l e s m a n e r a s c o n la
de u n a c a n t i d a d i n d e f i n i d a d e otros i n d i v i d u o s o e m p r e s a s q u e n o s o n , es­
t r i c t a m e n t e h a b l a n d o , separables. U n a e m p r e s a t o m a decisiones en función de
u n clima general de la opinión, y sus decisiones, en la m e d i d a e n q u e s o n i m ­
p o r t a n t e s , alterarán este c l i m a general. Sus acciones, sin q u e lo q u i e r a o lo
sepa, h a r á n m á s fáciles la v i d a y la actividad d e otras e m p r e s a s (ascenso e n el
r e n d i m i e n t o d e las e c o n o m í a s e x t e r n a s ) , o m á s difíciles (baja en el r e n d i ­
m i e n t o d e las e c o n o m í a s externas), y a su vez sufrirá, positiva o negativa­
m e n t e , los efectos d e acciones d e otras e m p r e s a s y d e o t r o s factores d e la vi­
d a social. La i m p u t a c i ó n d e u n r e s u l t a d o e c o n ó m i c o a u n a e m p r e s a es
p u r a m e n t e c o n v e n c i o n a l y arbitraria, sigue fronteras trazadas p o r la ley ( p r o ­
p i e d a d p r i v a d a ) , la c o n v e n c i ó n o el h á b i t o . T a n a r b i r r a n a es la i m p u t a c i ó n
del resulrado p r o d u c t i v o a tal o cual factor d e p r o d u c c i ó n , el capital o el tra­
bajo. C a p i t a l (en el s e n t i d o d e m e d i o s d e p r o d u c c i ó n p r o d u c i d o s ) y trabajo
c o n t r i b u y e n al r e s u l t a d o p r o d u c t i v o sin q u e se p u e d a n separar los a p o r t e s d e
cada e m p r e s a , salvo en los casos m á s triviales, y d e m o d o c u e s t i o n a b l e . Esto
es t a m b i é n válido en el i n t e r i o r d e u n a fábrica e n t r e los d i s t i n t o s d e p a r t a ­
m e n t o s y talleres y t a m b i é n p a r a el resultado de trabajo de cada individuo.
N a d i e p o d r í a hacer lo q u e h a c e sin la sinergia de la s o c i e d a d en la cual está
i n m e r s o y sin la a c u m u l a c i ó n d e los efectos d e la h i s t o r i a p r e c e d e n t e en sus
gestos y e n su espíritu. E s t o s efectos están t r a t a d o s t á c i t a m e n t e p o r p a r t e de
la e c o n o m í a política clásica c o m o regalos gratuitos de la historia, p e r o son en

37/1 í
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 77

realidad resultados f u e r t e m e n t e tangibles, q u e se p o n e n d e m a n i f i e s t o , p o r

e j e m p l o , c u a n d o c o m p a r a m o s la p r o d u c t i v i d a d industtial d e u n a p o b l a c i ó n
9
e u r o p e a c o n la d e p o b l a c i o n e s d e los países p r e c a p i t a l i s t a s . El p r o d u c t o s o -
cial es el p r o d u c t o d e la c o o p e t a c i ó n d e u n a colectividad c u y a s fronteras es-
tán d e s d i b u j a d a s . La idea d e u n p r o d u c t o i n d i v i d u a ! es u n a h e r e n c i a d e la
c o n v e n c i ó n / i n s t i t u c i ó n j u r í d i c a d e la p r i m e r a i n s t a u r a c i ó n d e la propiedad
privada sobre el suelo. Estas ideas, s e p a t a b i l i d a d e n general y p o s i b i l i d a d de
i m p u t a c i ó n s e p a r a d a en p a r t i c u l a r , s o n los p r e s u p u e s t o s tácitos de los p o s t u -
lados de la teoría e c o n ó m i c a .
El p r i m e r o de estos p o s t u l a d o s , explícito o i m p l í c i t o a u n bajo fotmas a t e -
n u a d a s , es el del homo oeconomicus, q u e n o c o n c i e r n e s o l a m e n t e a los i n d i v i -
d u o s sino a las o r g a n i z a c i o n e s ( e m p r e s a s , E s t a d o - a u n q u e este ú l t i m o , c u -
r i o s a m e n t e , p a t e c e escapat al p o s t u l a d o d e r a c i o n a l i d a d q u e caracterizaba a
t o d o s los d e m á s actores d e la v i d a e c o n ó m i c a , sin d u d a p o r q u e está p e r t u r -
b a d o p o r factores p o l í t i c o s - ) . El h e c h o d e q u e estos c u e t p o s colectivos desa-
rrollen c o n d u c t a s , racionalidades, y sobre t o d o i r r a c i o n a l i d a d e s específicas,
n o p r e o c u p a d e m a s i a d o a los t e ó r i c o s . Este h o m b r e e c o n ó m i c o es un h o m -
bre ú n i c a y p e r f e c t a m e n t e c a l c u l a d o r . Su c o n d u c t a es la d e u n a c o m p u t a d o r a
m a x i m i z a n d o / m i n i m i z a n d o a c a d a i n s t a n t e los resultados d e sus acciones.
P o d r í a m o s f á c i l m e n t e p r o v o c a r la risa del lector si d e s a r r o l l á r a m o s las c o n s e -
cuencias rigurosas de esta ficción: p o r ejemplo, q u e este h o m b r e cada m a ñ a n a ,
d e s p u é s d e despertarse p e r o a n t e s d e salir d e su c a m a , e x a m i n a , sin saberlo,
cerca de mil m i l l o n e s d e p o s i b i l i d a d e s q u e se le ofrecen p a r a m a x i m i z a r el
placer o m i n i m i z a r el displacer d e su j o r n a d a q u e c o m i e n z a , evalúa sus dis-

5
En mi texto de 1974 citado anteriormente (nota 1), ya observaba que los responsables de la
política de desarrollo comenzaban a c o m p r e n d e r que los obstáculos al desarrollo estaban ubi-
cados m u c h o más profundamente que en la falta de capital o de calificaciones técnicas. Esto
fue consignado en informes oficiales de la Banca m u n d i a l , por ejemplo, pero sin que haya
influenciado a los economistas teóricos. D e todos m o d o s , hasta responsables políticos serios
continúan descubriendo la Luna. En un discurso reciente, el señor Alan Greenspan, presi-
dente de la Federal Reserve Board, adelantaba la idea de que la introducción del capitalismo
en un país era imposible si algunos presupuestos culturales no estaban proporcionados. W i -
lliam Pfaff lo cita diciendo que después de 1989 (!) había descubierto que «muchas cosas
que habíamos considerado evidentes en nuestro sistema de mercado libre y que pertenecían
supuestamente a la naturaleza h u m a n a n o pertenecían de ninguna manera a la naturaleza,
sino a la cultura. El desmantelamiento de la planificación central en una economía no instau-
ra automáticamente, como algunos lo suponían», un capitalismo de mercado (International
Herald Tnbunedd 14 de julio de 1997, p . 8).

0
7
• <? KOlNONlA

cintas c o m b i n a c i o n e s y luego sale d e su c a m a , s i e m p r e listo, de t o d o s m o d o s ,

a revisar las c o n c l u s i o n e s d e su cálculo a la luz d e t o d a n u e v a i n f o r m a c i ó n
q u e reciba. Así c o m o la c o n s i d e r a c i ó n del c o n j u n t o del sistema capitalista p o r
p a r t e d e sus apologistas parece ignorar la historia, la e t n o l o g í a y la sociología,
este p o s t u l a d o q u i e r e ignorar la psicología y el psicoanálisis, la sociología d e
ios g r u p o s y d e las o r g a n i z a c i o n e s . N a d i e f u n c i o n a t r a t a n d o p e r m a n e n t e ­
m e n t e d e m a x i m i z a t / m i n i m i z a r sus utilidades y sus sobrantes, sus beneficios y
sus costos, y n a d i e p o d r í a hacerlo. N i n g ú n c o n s u m i d o r c o n o c e el c o n j u n t o
d e m e r c a n c í a s q u e están en el m e r c a d o , sus c u a l i d a d e s y sus defectos, y n a ­
d i e p o d r í a c o n o c e r l a s . T a m p o c o n i n g u n o se guía e x c l u s i v a m e n t e p o r consi­
d e r a c i o n e s d e u t i l i d a d o d e salvaguardia p e r s o n a l ; d e b e elegir en el c o n t e x t o
q u e le resulta accesible, está i n f l u e n c i a d o p o r la p u b l i c i d a d , sus preferencias
reflejan u n a g r a n c a n t i d a d d e influencias sociales m á s o m e n o s aleatorias
d e s d e el p u n t o d e vista económico. Eso es a d e m á s válido p a r a las decisiones
d e las o r g a n i z a c i o n e s . La b u r o c r a c i a directiva q u e m a n e j a las firmas n o sola­
m e n t e d i s p o n e d e u n a i n f o r m a c i ó n i m p e r f e c t a y t i e n e casi s i e m p r e criterios
e q u i v o c a d o s , sino q u e a d e m á s n o t o m a sus decisiones c o m o c o n c l u s i ó n d e
u n p r o c e d i m i e n t o racional, llega al t é r m i n o del m i s m o m e d i a n t e u n a l u c h a
e n t r e g r u p ú s c u l o s y clanes m o v i d o s p o r u n c o n j u n t o d e m o t i v a c i o n e s e n t r e
las cuales la m a x i m i z a c i ó n de los beneficios d e la e m p r e s a c o n s t i t u y e sola­
m e n t e u n a d e n t r o del c o n j u n t o , y n o s i e m p r e la m á s i m p o r t a n t e .
El p o s t u l a d o d e la m a t e m a t i z a c i ó n es e v i d e n t e m e n t e consustancial a la ra­
cionalización c o n c e b i d a c o m o exclusivamente cuantitativa. Los m a n u a l e s y los
textos de e c o n o m í a política están llenos de ecuaciones y de gráficos q u e care­
cen casi siempre d e s e n t i d o , salvo c o m o ejercicios elementales d e cálculo dife­
rencial y d e álgebra lineal. Esta ausencia d e s e n t i d o o b e d e c e a varias razones:
— Esta m a t e m a t i z a c i ó n es e s e n c i a l m e n t e c u a n t i t a t i v a (algebraica diferen­
cial). A h o r a bien, la e c o n o m í a efectiva p r e s e n t a la p a r a d o j a d e estar llena de
c a n t i d a d e s , q u e n o son r e a l m e n t e aptas para el t r a t a m i e n t o m a t e m á t i c o , salvo
el t r a t a m i e n t o e l e m e n t a l . Existen ciertas c a n t i d a d e s físicas, p e r o éstas, lo sabe­
m o s , son heterogéneas. N o p u e d e n ser ni a d i c i o n a d a s ni restadas, salvo c u a n ­
d o se trata r i g u r o s a m e n t e del m i s m o objeto ( n o m e refiero a los cálculos del
ingeniero). Sin e m b a r g o , se s u m a n en el c o n t e x t o del m e r c a d o , o en los cua­
dros d e c o m p a t i b i l i d a d nacional, a través de su precio. Pero los valores esta­
blecidos de esta m a n e r a tienen u n a significación ú n i c a m e n t e en u n c o n t e x t o
m u y r e d u c i d o . Por ejemplo, n o son c o m p a r a b l e s ni en su evolución t e m p o r a l
ni i n t e r n a c i o n a l m e n t e . S o l a m e n t e las evaluaciones a precio c o r r i e n t e son su-
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 79

mables, y b r i n d a n s o l a m e n t e u n a i m a g e n instantánea y con u n a significación

limitada. Estrictamente h a b l a n d o , n o tiene m u c h o sentido comparar, por
ejemplo, el p r o d u c t o n a c i o n a l en p e t í o d o s t e m p o r a l e s sucesivos u n t a n t o ale-
jados, p o r q u e su c o m p o s i c i ó n c a m b i ó en el ínterin, y los m é t o d o s i n v e n t a d o s
p a t a dejar d e lado el f a m o s o p r o b l e m a de los n ú m e r o s índices s o n artificios
p o c o rigurosos. E s t o n o c o n t r a d i c e la v e r a c i d a d d e e n u n c i a d o s c o m o «este
a ñ o la p r o d u c c i ó n h a r e t r o c e d i d o en relación c o n el a ñ o pasado» o bien «el
c o n s u m o o b r e r o a u m e n t ó c o n s i d e r a b l e m e n t e en u n siglo», p e r o convierte en
algo irrisorio los cálculos o las previsiones con tres o cuatro d e c i m a l e s corrien-
t e m e n t e puestos en práctica en la c o n t a b i l i d a d n a c i o n a l .
- La e c o n o m í a p o l í t i c a h a b l a t o d o el t i e m p o del capital c o m o factor d e
p r o d u c c i ó n , e n t e n d i e n d o p o r e s t o el c o n j u n t o d e m e d i o s d e p r o d u c c i ó n
p r o d u c i d o s . A h o r a b i e n , en realidad, n o es v e r d a d e r a m e n t e m e n s u r a b l e p o r
m ú l t i p l e s razones: su c o m p o s i c i ó n es h e t e r o g é n e a , las e v a l u a c i o n e s de los
bienes q u e lo c o m p o n e n al p r e c i o del m e r c a d o p u e d e n c a m b i a r de u n día
para o t r o según el e s t a d o de la d e m a n d a y las a n t i c i p a c i o n e s del beneficio,
las i n v e n c i o n e s tecnológicas q u e i n t e r v i e n e n t o d o el t i e m p o m o d i f i c a n el va-
lor d e los e l e m e n t o s q u e lo c o m p o n e n ( m a q u i n a r i a s nuevas p u e d e n p e r d e r
t o d o su valor si m á q u i n a s m á s c o m p e t i t i v a s a p a r e c e n en el m e r c a d o ) ; los
c a m b i o s d e preferencias, o sea, m o d i f i c a c i o n e s m á s o m e n o s d u r a d e r a s d e la
e s t r u c t u r a d e la d e m a n d a varían i g u a l m e n t e el valor d e estos e l e m e n t o s . Eso
n o i m p i d e el h e c h o d e q u e los m a n u a l e s d e e c o n o m í a política, y a u n los p r e -
m i o s N o b e l , h a b l e n t o d o el t i e m p o d e funciones de producción y se peleen a
p r o p ó s i t o d e su f o r m a m a t e m á t i c a m á s a p r o p i a d a .
- Por o t r o l a d o , el c á l c u l o d i f e r e n c i a l se o c u p a d e v a l o r e s c o n t i n u o s ,
m i e n t r a s q u e las c a n t i d a d e s e c o n ó m i c a s son discretas (ya se c o n s i d e r e n físi-
camente, ya se t o m e n sus e v a l u a c i o n e s en precios corrientes). Las derivadas o
las diferenciales q u e llenan los t e x t o s d e e c o n o m í a c o n s t i t u y e n u n a b u t l a a la
m a t e m á t i c a . Todas las cutvas marginales - d e c o s t o s , utilidades, e t c é t e r a - ca-
recen i n t r í n s e c a m e n t e d e s e n t i d o . D e h e c h o , la m i s m a c u e s t i ó n d e p r i n c i p i o
aparece en física c u á n t i c a , u t i l i z a n d o el cálculo difetencial, m i e n t r a s q u e los
f e n ó m e n o s tienen p r o b a b l e m e n r e u n a estrucrura discreta s u b y a c e n t e . Pero la
realidad observable es s u f i c i e n t e m e n t e seudocontinua c o m o p a r a justificar es-
te p r o c e d i m i e n t o , y esto está d e m o s t r a d o , de t o d o s m o d o s , p o r la eficacia
científica de los m é t o d o s d e la física (se p u e d e d e c i r lo m i s m o e n c u a n t o a
las e c u a c i o n e s d e la t e r m o d i n á m i c a e s r a d í s n c a ) . Se p u e d e n interpolar los
p u n t o s d e u n a curva s u p u e s t a a p a r t i r d e valores observables e x t r e m a d a m e n t e

0
 K'ÜINONÍA

cercanos, y p o d e m o s , p o r lo t a n t o , calcular u n a cuasiderivada. Pero u n gráfico

en el cual sólo p u e d e n ser d e t e r m i n a d o s p o c o s p u n t o s excluye su t r a t a m i e n t o
p o r m e d i o del análisis m a t e m á t i c o . Eso es válido p a t a t o d o s los d o m i n i o s d e la
e c o n o m í a , pero especialmente t r a t á n d o s e d e capital y d e p r o d u c c i ó n . A m o d o
d e ejemplo i m p a c t a n t e , pero de n i n g ú n m o d o excepcional, u n a c o m p a ñ í a de
aviación q u e quiere a u m e n t a r su capacidad d e t r a n s p o r t e p u e d e hacerlo única-
m e n t e m e d i a n t e la c o m p r a de u n i d a d e s q u e valen cada u n a decenas de m i l l o -
nes de dólares.
- T o d o esto equivale a decir q u e la n o c i ó n d e f u n c i ó n en e c o n o m í a care-
ce d e validez. U n a f u n c i ó n es u n a ley q u e p o n e en relación d e m a n e r a a b s o -
l u t a m e n t e rígida u n o o varios valores d e la variable i n d e p e n d i e n t e c o n u n
solo y ú n i c o valor d e la variable d e p e n d i e n t e . Pero, a u n s u p o n i e n d o q u e es-
tas variables p u e d a n ser m e d i d a s , semejantes relaciones rígidas s i m p l e m e n t e
n o existen e n e c o n o m í a . S e g u r a m e n t e existe u n g r a n n u m e r o d e regularida-
des q u e se a p r o x i m a n a lo q u e se decía a n t e r i o r m e n t e , sin las cuales la v i d a
real d e la e c o n o m í a sería i m p o s i b l e . Pero la a p r e c i a c i ó n c o r r e c t a d e estas re-
g u l a r i d a d e s y su utilización a d e c u a d a p o r p a r t e d e los actores d e la e c o n o m í a
r e m i t e n al arte y n o a u n a ciencia. P o d e m o s estar seguros, d e m a n e r a global,
d e q u e si la d e m a n d a d e u n a m e r c a d e r í a a u m e n t a frente a u n a oferta m á s o
m e n o s c o n s t a n t e , el precio de la m e r c a d e r í a va a a u m e n t a r . Pero es a b s u r d o
p r e t e n d e r decir m a t e m á t i c a m e n t e el valor del a u m e n t o . D e l m i s m o m o d o ,
u n a u m e n t o de la d e m a n d a i m p l i c a r á g e n e r a l m e n t e u n a u m e n t o d e la p r o -
d u c c i ó n . Pero el r e p a r t o del p o d e r a d q u i s i t i v o d e la d e m a n d a a d i c i o n a l e n t r e
a u m e n t o d e precio y a u m e n t o d e la oferta (de la p r o d u c c i ó n ) d e p e n d e de
u n a c a n t i d a d d e factores q u e n o s o n m e n s u r a b l e s y q u e , en realidad, n o son
s i e m p r e asignables: p o r e j e m p l o , el g r a d o d e o l i g o p o l i o d e n t r o d e la r a m a
c o n s i d e r a d a , las e s t i m a c i o n e s d e las firmas en lo q u e se refiere al carácter pa-
sajero o d u r a d e r o del a u m e n t o d e la d e m a n d a , etcétera. I n c l u s o , las posibili-
d a d e s d e a u m e n t o d e la oferta ( d e la p r o d u c c i ó n ) e n este caso n o s o n verda-
d e r a m e n t e d e t e r m i n a b l e s a priori. La c a p a c i d a d de p r o d u c c i ó n con un
capital fijo n o está r i g u r o s a m e n t e d e t e r m i n a d a salvo en a l g u n a s r a m a s excep-
cionales (altos h o r n o s , etcétera). Para la m a y o r í a d e las i n d u s t r i a s m a n u f a c -
tureras, esta c a p a c i d a d p u e d e variar casi d e u n o a tres, s e g ú n sea factible o
n o pasar del trabajo d e u n solo e q u i p o al trabajo d e dos o tres e q u i p o s . El
grado d e utilización del capital fijo está d e s d i b u j a d o y, e n m e n o r g r a d o , eso
es válido en c u a n t o a la i n t e n s i d a d d e la fuetza d e trabajo. M á s g e n e r a l m e n -
te, h a b l a r de leyes e n e c o n o m í a es u n m o n s t r u o s o a b u s o del lenguaje, salvo,
 LA. RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 81

u n a vez más, en algunos casos triviales q u e t a m p o c o son susceptibles de u n tra-

t a m i e n t o cuantitativo riguroso. Aun en el corto período, en el d o m i n i o de la
e c o n o m í a estática, el estado y la evolución del sistema d e p e n d e n esencialmente
de las acciones y las reacciones d e los individuos, d e grupos y d e clases q u e n o
están s o m e t i d o s a d e t e r m i n i s m o s fijos. Esto es a u n m á s válido para la evolu-
c i ó n a m e d i a n o y largo t é r m i n o . E s t a e v o l u c i ó n está d e t e r m i n a d a , en p a r t e ,
p o r el r i t m o y el c o n t e n i d o d e los c a m b i o s tecnológicos q u e s o n , p o r esencia,
imprevisibles. Si fueran previsibles, h a b r í a n sido realizados i n s t a n t á n e a m e n t e ,
1 0
c o m o observaba a n t i c i p a d a m e n t e Joan R o b i n s o n en 1951 - Por otra p a r t e ,
se e n c u e n t r a d e t e r m i n a d a p o r la a c t i t u d de firmas q u e , m á s allá de o t t o s fac-
tores irracionales, están m o t i v a d a s p o r su c a p a c i d a d anticipatoria, cuya exacti-
t u d n o se halla garantizada p o r n a d a . F i n a l m e n t e , esta e v o l u c i ó n está d e t e r -
m i n a d a p o r el c o m p o r t a m i e n t o d e la clase trabajadora, i g u a l m e n t e tan p o c o
previsible (su t e n d e n c i a a reclamar, p o r e j e m p l o , y la p o s i b i l i d a d d e hacerlo
e x i t o s a m e n t e , esta sujeta a factores psicológicos, políticos, etcétera).
- F i n a l m e n t e , lo esencial d e los r a z o n a m i e n t o s d e la e c o n o m í a a c a d é m i c a
r e m i t e al e s t u d i o d e las s i t u a c i o n e s d e equilibrio y d e sus c o n d i c i o n e s d e rea-
lización. La o b s e s i ó n del e q u i l i b r i o t i e n e d o s raíces, a m b a s ideológicas. Las
situaciones d e equilibrio se eligen, ya q u e s o n las únicas q u e p u e d e n p e r m i -
tir situaciones d e t e r m i n a d a s y u n í v o c a s : ¡os s i s t e m a s de e c u a c i o n e s s i m u l t á -
neas b r i n d a n u n a a p a r i e n c i a d e r i g u r o s a c i e n t i f i c i d a d . P o r o t r o l a d o , los
e q u i l i b r i o s están casi s i e m p r e p r e s e n t a d o s c o m o e q u i v a l e n t e s a s i t u a c i o n e s
d e optimación ( m e r c a d o s saneados, factores p l e n a m e n t e e m p l e a d o s , c o n s u m i -
dores realizando su m á x i m a satisfacción, etcétera). El resultado fue q u e , hasta
la d é c a d a d e 1 9 3 0 , los desequilibrios persistentes o los equilibrios catastróficos
o n o susceptibles de o p t i m a r (los equilibrios d e los m e r c a d o s m o n o p ó l i c o s u
oligopólicos, q u e i m p l i c a n u n a s o b r e e x p l o t a c i ó n adicional d e los c o n s u m i -
d o r e s , o los equilibrios d e s u b e m p l e o ) fueron t e n d e n c i o s a m e n t e o c u l t a d o s o
relegados a n o t a s en pie d e p á g i n a . I n c l u s o , se llegó a realizar la hazaña (Pi-
gou) d e p r e s e n t a r situaciones d e d e s o c u p a c i ó n masiva c o m o situaciones d e

1 0
«Notes on the economics of technical progress», en The Race of Interest and Other Essays,
Londres, M a c M i l l a n , 1952, p . 56: «If future innovation were foreseen in full detail it
would begin to be made ai once...» [« Si las futuras innovaciones se previeran en todos sus
detalles, esto comenzaría a hacerse enseguida...»]. El a r g u m e n t o se encuentra también en
textos más tardíos de Karl Popper, para demostrar igualmente la imprevisibilidad del pro-
greso tecnológico.
H2 KOINONÍA

equilibrio m á s o m e n o s satisfactorias, e x p l i c a n d o q u e ios o b r e r o s d e s o c u p a -

dos, en realidad, e s t a b a n retirados del mercado p o r q u e n o a c e p t a b a n u n a re-
baja m í n i m a de sus salarios p a r a hallar u n e m p l e o . (Esta clase d e e s t u p i d e c e s
sigue t e n i e n d o p l e n a vigencia a c t u a l m e n t e , c u a n d o se p r e t e n d e q u e la d e s o -
c u p a c i ó n e n E u r o p a sería a b s o r b i d a s o l a m e n t e si la oferta de trabajo fuera
m á s flexible, o sea, si los o b r e r o s estuvieran d i s p u e s t o s a a c e p t a r rebajas d e
sus salarios y otras ventajas.) A h o r a bien, la s i t u a c i ó n p e r m a n e n t e de la e c o -
n o m í a capitalista es u n a sucesión d e desequilibrios c a m b i a n t e s , lo q u e lleva a
convertir s i m u l t á n e a m e n t e c u a l q u i e r a n t i c i p a c i ó n en aleatoria, y a llenar de
fósiles la e s t r u c t u r a existente en t o d o m o m e n t o t a n t o del capital c o m o d e la
d e m a n d a (Joan R o b i n s o n ) .

La realidad efectiva de la economía capitalista

«La cuestión es, dice Alicia, si pueden hacer que las

palabras puedan significar tantas cosas diferentes.
La cuestión es, contestó Humpty Dumpty, quién va
ser el dueño, eso es todo.»

D u r a n t e m u c h o t i e m p o , la n u e v a ciencia económica se ha p r e o c u p a d o sola-

m e n t e p o r los factores q u e d e t e r m i n a n los precios de las m e r c a n c í a s específi-
cas en c o n d i c i o n e s d e equilibrio estático. Los e c o n o m i s t a s creían o a p a r e n t a -
b a n c r e e r q u e los m i s m o s f a c t o r e s q u e d e t e r m i n a b a n el p r e c i o d e u n a
m e r c a n c í a ideal bajo c o n d i c i o n e s ideales ( c o m p e t e n c i a perfecta, etcétera) d e -
t e r m i n a r í a n m á s o m e n o s t o d o s los precios ( i n c l u y e n d o el precio del trabajo y
el precio del capital), q u e a su vez d e t e r m i n a r í a n t o d o lo q u e o c u r r e de i m p o r -
tancia en la e c o n o m í a : su equilibrio global, el r e p a r t o del ingreso n a c i o n a l , la
a t r i b u c i ó n d e los recursos p r o d u c t i v o s e n t t e varias categorías d e usuatios y d e
utilización y - p e t o esta c u e s t i ó n p e r m a n e c í a en u n a n e b u l o s a - la evolución a
largo r é r m i n o . G o n algunas poca? correcciones, t o d o esto d e b í a detivar d e las
curvas d e costos y utilidades marginales, c o n respecto a las cuales era posible
demostrar fácilmente q u e se cruzaban s i e m p r e en p u n t o s ó p t i m o s d e equilibrio.
Q u e la característica f u n d a m e n t a l del capitalismo fuese la agitación s a c u d i d a y
violenta d e la e c o n o m í a y d e la sociedad n o parecía quitarles el sueño.
Esta c a n c i ó n sigue s i e n d o s u s u r r a d a sotto noce p o r los e c o n o m i s t a s a c a d é -
micos d e hoy, pero n a d i e parece ya t o m a d a en serio. Esro se d e b e sin d u d a al
h e c h o d e q u e la ficción de la c o m p e t e n c i a perfecta, p u r a y perfecta o petfec-

40/1!
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 83

t a m e n t e perfecta, se disipó en b u n i o - v o l v e r é s o b r e esto m á s a d e l a n t e - y q u e

resulta i m p o s i b l e , a u n t e ó r i c a m e n t e , pasar d e la realidad d e los m e r c a d o s oli-
gopólicos a equilibrios generales, o p t i m i z a n d o o t r a cosa q u e los beneficios d e
los oligopolios, o m á s p r e c i s a m e n t e d e los clanes q u e dirigen estos m e r c a d o s .
M á s a ú n , la m u n d i a l i z a c i ó n efectiva d e la p r o d u c c i ó n capitalista con las dife-
rencias colosales d e las c o n d i c i o n e s d e p r o d u c c i ó n q u e se p o n e n d e manifies-
to e n t r e países industrializados d e larga d a t a y países emergentes convierte s i m -
p l e m e n t e en irrisorio t o d o p o s t u l a d o de h o m o g e n e i d a d , a u n q u e fuese
a p r o x i m a d a , de los m e r c a d o s d e los factores de producción a escala planetaria.
La fase clásica del c a p i t a l i s m o , o sea, h a s t a u n p e r í o d o c e r c a n o al a ñ o
1 9 7 5 , p r e s e n t a b a rres g r u p o s d e p r o b l e m a s a c u a l q u i e r análisis e c o n ó m i c o
q u e h u b i e r a q u e r i d o conservar u n a p e r t i n e n c i a relativa a la realidad y a los
aspectos d e la e c o n o m í a q u e i m p o r t a b a n p a r a el estado y ¡a e v o l u c i ó n d e la
sociedad. El p r i m e r g r u p o , c l a r a m e n r e d e f i n i d o p o r R i c a r d o y r e t o m a d o p o r
M a r x , es el g r u p o del r e p a r t o del p r o d u c t o social (ingreso nacional). Ejerce
u n a influencia fuerre s o b r e la a t r i b u c i ó n d e los recursos e n r r e categorías (sec-
tores) de la p r o d u c c i ó n . El s e g u n d o g r u p o es el d e la relación e n t r e los r e c u r -
sos p r o d u c t i v o s d i s p o n i b l e s (capital y trabajo) y la d e m a n d a social efectiva,
relación d e la cual d e p e n d e el p l e n o e m p l e o o el s u b e m p l e o d e estos r e c u r -
sos. Se e n c u e n t t a e s t t e c h a m e n t e l i g a d o al tercer g r u p o : el d e la evolución d e
la e c o n o m í a , o sea, el c r e c i m i e n t o efectivo o deseable de la p r o d u c c i ó n . Los
tres g r u p o s están en estrecha c o m u n i c a c i ó n ya q u e , p o r e j e m p l o , el r e p a r t o
del ingreso es el principal factor r e g u l a d o r del r e p a r t o d e los recursos, q u e a
su vez j u e g a u n rol esencial t a n t o en la c a n t i d a d c o m o en el c o n t e n i d o d e la
inversión y, p o t e n d e , en e v o l u c i o n e s futuras d e la e c o n o m í a .
Si n o t e n e m o s en c u e n t a estos detalles, las calificaciones y los casos espe-
cíficos, y si en u n a p r i m e r a e t a p a h a c e m o s a b s t r a c c i ó n del c o m e r c i o exterior
(por ejemplo, considerando u n a economía m u n d i a l más o menos h o m o g é -
nea s u p u e s t a m e n t e ) , la respuesta a estas p r e g u n t a s es l l a m a t i v a m e n t e s i m p l e ,
El t e p a r t o de los ingresos e n t r e clases sociales y e n el i n t e r i o r d e cada u n a d e
estas clases, e n t r e g r u p o s sociales, e v o l u c i o n a e s e n c i a l m e n t e en función d e la
relación d e fuerzas entre ellos. E n u n a p r i m e r a a p r o x i m a c i ó n , este r e p a r t o re-
gula la a t r i b u c i ó n de los recursos e n t r e c o n s u m o e inversión. G l o b a l m e n t e ,
los trabajadores c o n s u m e n lo q u e g a n a n ; los q u e poseen bienes ganan lo q u e
11
gastan, c o n s u m e n u n a p a r t e m e n o r de su ingreso e invierten la m a y o r p a r t e

11
[Castoriadis retoma aquí la fórmula de Kaldor sobre la teoría kalekiana de la repartición,]

0
84 KOINONÍA

- o n o la i n v i e r t e n , e n c u y o caso aquélla desaparece y se p o n e s i m u l t á n e a ­

m e n t e d e m a n i f i e s t o u n a s i t u a c i ó n d e s u b e m p l e o - . D e esta m a n e r a se d e t e r ­
m i n a t a m b i é n el t e p a r t o d e la inversión e n t r e industrias q u e p r o d u c e n bienes
de c o n s u m o e i n d u s t r i a s q u e p r o d u c e n m e d i o s d e p r o d u c c i ó n . El equilibrio
global -da i g u a l d a d a p r o x i m a d a e n t r e c a p a c i d a d d e oferta, o sea, e m p l e o del
capital y d e la fuerza d e trabajo d i s p o n i b l e s , y la d e m a n d a efectiva, o sea,
s o l v e n t e - d e p e n d e , e n p r i m e r lugar, d e la c a n t i d a d d e la i n v e t s i ó n . Si c o n s i ­
d e r a m o s el total d e los salarios y d e los ingresos d e los p o s e e d o r e s d e bienes
d e s t i n a d o s al c o n s u m o c o m o d a t o s , h a b f á e q u i l i b r i o ú n i c a m e n t e si las e m ­
presas i n v i e r t e n lo suficiente p a r a a b s o r b e r m á s o m e n o s la c a p a c i d a d p r o ­
d u c t i v a d e las i n d u s t r i a s q u e p r o d u c e n los m e d i o s d e p r o d u c c i ó n . N a d a i m ­
p i d e el h e c h o d e q u e p u e d a n llevarlo a c a b o . Pero n a d a g a r a n t i z a t a m p o c o
q u e lo h a r á n . E s t o d e p e n d e d e n u m e r o s o s factores, e n t r e los cuales el p r i n c i ­
pal está f o r m a d o p o r sus a n t i c i p a c i o n e s c o n respecto a la d e m a n d a e s p e t a d a
1 2
de sus p r o d u c t o s . Pocas cosas razonables se p u e d e n decir a p r o p ó s i t o de es­
tas a n t i c i p a c i o n e s , a priori y e n general. D e allí las fluctuaciones r e c u r r e n t e s
del nivel d e a c t i v i d a d y los accidentes q u e p u e d e n llegat a d e p r e s i o n e s de
gran m a g n i t u d o a fases d e fuerte inflación. Si c o n s i d e r a m o s , en u n a p r i m e r a
a p r o x i m a c i ó n , el r i t m o del p r o g r e s o t e c n o l ó g i c o (por e n d e , t a m b i é n , la s u b a
de la p r o d u c t i v i d a d del trabajo) c o m o algo m á s o m e n o s c o n s t a n t e , estas
m i s m a s a n t i c i p a c i o n e s y el nivel d e inversión q u e r e q u i e r e n d e t e r m i n a r á n la
tasa d e c r e c i m i e n t o d e la e c o n o m í a a m á s largo plazo. E n este caso, estarán
f u e r t e m e n t e influenciadas, e n c u a n t o a t e n d e n c i a , p o r el c o n j u n t o de la ex­
periencia p a s a d a d e la e c o n o m í a capitalista, q u e es la de u n a e x p a n s i ó n p r o ­
m e d i o . H a b r á p u e s , en el largo plazo, u n atajo favotable al c r e c i m i e n t o , p e r o
t a m b i é n u n m a r g e n d e i n c e r t i d u m b t e i m p o r t a n t e en cada i n s t a n t e p a r t i c u -
lat p a r a cada e m p r e s a p a r t i c u l a t , m a r g e n c u y a c o m b i n a c i ó n c o n los efectos
agtegados d e las fluctuaciones a n t e r i o r e s sobre el capital fijo existente exclu-

1 2
Keynes agregaba a esto el costo de la inversión medida por la tasa de interés. Pero, para las
áreas que importan, las variaciones de la tasa de interés son menos decisivas que las pers­
pectivas de beneficio, y, sobre todo, sus efectos no son simétricos. Los Bancos centrales
pueden abogar u n a expansión a través de alzas importantes de las tasas de interés, pero m u ­
cho más difícilmente, por no decir que es imposible, pueden suscitarla. T e n e m o s n u m e r o ­
sos casos testigo de esta situación desde 1945, y aun hoy la situación en Alemania, Francia,
y, sobre todo, Japón. Las tasas reales en Francia y en Alemania están en su nivel más bajo
desde hace m u c h o tiempo; mientras que en Japón, la tasa de descuento es del 0 , 5 % y el
rendimiento de las obligaciones es inferior al 2 % .
 LA RACIONALIDAD D E L C A P I T A L I S M O ¿o

ye el h e c h o d e q u e exista a l g u n a vez u n c r e c i m i e n t o e q u i l i b r a d o y estaciona-

rio (con tasa m á s o m e n o s c o n s t a n t e , steady) a largo plazo. E s t e c u a d r o g e n e -
ral p u e d e y d e b e ser c o m p l e t a d o , e v i d e n t e m e n t e , c o n la c o n s i d e r a c i ó n d e
otros factores (aceleración o d i s m i n u c i ó n del p r o g r e s o t e c n o l ó g i c o , variacio-
nes en el m o v i m i e n t o d e m o g r á f i c o , a p e r t u r a d e n u e v a s z o n a s geográficas q u e
se están v a l o r i z a n d o , y así s u c e s i v a m e n t e ) .
N a d a d e t o d o esto p e r m i t e h a b l a r d e u n e q u i l i b r i o a s e g u r a d o , ni d e u n a
tasa d e c r e c i m i e n t o o d e u n nivel d e p r o d u c c i ó n ó p t i m o , n i d e u n a m a x i m i -
zación d e la u t i l i d a d social, n i d e u n a r e m u n e r a c i ó n del t r a b a j o según su
producto marginal, ni d e u n a tasa n a t u r a l del beneficio o del i m e tés, n i d e
n i n g ú n o t r o c u p i d o o ninfa q u e a b u n d a n en los m a n u a l e s d e e c o n o m í a . E n
particular, las g a n a n c i a s d e las e m p r e s a s n o e s t á n d e t e r m i n a d a s p o r el costo
marginal d e su p r o d u c t o ( q u e s o l a m e n t e fija, e n t i e m p o n o r m a l , u n l í m i t e
inferior a su p r e c i o d e v e n t a ) , s i n o p o r el p r e c i o q u e p u e d e n o b t e n e r (o i m -
p o n e r o extorsionar) p a r a su p r o d u c t o , d a d o el e s t a d o d e la d e m a n d a . Sola-
m e n t e este h e c h o excluye t o d a d i s c u s i ó n a p r o p ó s i t o de la racionalidad d e la
a t r i b u c i ó n d e los recursos en la e c o n o m í a .
A c o n t i n u a c i ó n c i t a m o s u n a cierta c a n t i d a d d e h e c h o s q u e m u e s t r a n c o n -
c r e t a m e n t e de q u é trata la racionalidad e c o n ó m i c a en el r é g i m e n capitalista.
- C a d a e m p r e s a invierte, e n p r i m e r lugar, e n su p r o p i a línea de p r o d u c -
ción y n o allí d o n d e el beneficio sería marginalmente superior ( p o r e n d e , so-
cialmentepreferible). Si se a n i m a a invertir en o t r o s sectores, se d e b e a u n a
previsión c o n respecto a u n a tasa d e g a n a n c i a sensiblemente superior.
- C a s i todas las e m p r e s a s ( i n c l u y e n d o los c o m e r c i o s d e barrio) se e n -
c u e n t r a n en u n a s i t u a c i ó n d e o l i g o p o l i o y n o d e c o m p e t e n c i a , c u a n d o n o d e
m o n o p o l i o o d e a c u e r d o e n t r e p r o d u c t o r e s bajo u n a f o r m a u otra.
- Este h e c h o d e s e m b o c a en el flujo d e n o c i o n e s c o m o , p o r e j e m p l o , la d e
mercadería c o m o p r o d u c t o h o m o g é n e o , y la d e sector c o m o c o n j u n t o d e fir-
m a s q u e p r o d u c e n el mismo producto.
- Las decisiones d e la e m p r e s a , invertir o n o , a u m e n t a r o d i s m i n u i r la
p r o d u c c i ó n , se t o m a n s i e m p r e sobre la base d e u n a i n f o r m a c i ó n i n c o m p l e t a
y d i s t o t s i o n a d a ; e n las e m p r e s a s i m p o r t a n t e s , estas decisiones s o n el resulta-
d o d e peleas i n t e r n a s e n t r e expertos y e n t r e clanes b u r o c r á t i c o s (y n o el resul-
t a d o d e u n procedimiento racional de decisión, S i m ó n , etcétera). E s t á n fuerte-
m e n t e desviadas c o n la finalidad d e favorecer el m a n t e n i m i e n t o del e q u i p o
d i r i g e n t e , c o m o ya lo h a b í a n p u e s t o en e v i d e n c i a desde los a ñ o s sesenta los
estudios de R o b i n M a r r i s .
86 KOINONÍA

- La s i t u a c i ó n i n t e r n a d e la e m p r e s a p r e s e n t a u n g r a d o m á s o m e n o s i m -
p o r t a n t e d e o p a c i d a d p a t a los d i r i g e n t e s , p o r la b u t o c t a c i a d e la e m p r e s a y la
resistencia d e los trabajadores.
- El mercado del capital (y del crédito) es t o t a l m e n t e imperfecto p e n q u e al
h e c h o d e q u e los f o n d o s d i s p o n i b l e s , c o m o ya lo s e ñ a l a m o s , se o t i e n t a n p r e -
f e r e n t e m e n t e hacia los sitios d o n d e h a n sido a d q u i t i d o s , se agtega la o p a c i -
d a d d e la s i t u a c i ó n d e los d e u d o t e s y los v í n c u l o s m u y fuertes c u i t e b a n c o s e
industria.
- E s t r e c h a m e n t e ligado c o n el p u n t o anterior, el capital, e n t a n t o p o d e t
p a t a d i s p o n e r de los recursos p r o d u c t i v o s y e s p e c i a l m e n t e del trabajo ajeno,
se e n c u e n t r a en p a r t e d i s o c i a d o d e la p r o p i e d a d o d e la posesión d e s u m a s
de valones. Lo esencial consiste e n la p o s i b i l i d a d d e acceso a tales recursos,
q u e p u e d e estar a s e g u r a d o p o r i n t e r m e d i o d e otras vías (por e j e m p l o , el cré-
dito bancario).
- La evaluación d e las e m p r e s a s existentes en el m e r c a d o está desdibuja-
da, ya q u e d e p e n d e d e las a n t i c i p a c i o n e s c o n respecto a los beneficios futu-
ros y d e la tasa promedio d e g a n a n c i a ptevista.
. - La p r o d u c c i ó n (y hasta cierto p u n t o , el m e r c a d o d e trabajo) está llena
de rentas p o r la s i t u a c i ó n .
- L a p r o p i e d a d p r i v a d a d e la tierra crea u n a r e n t a t e r r i t o r i a l a b s o l u t a
(Marx) q u e n o tiene n i p u e d e t e n e r n i n g u n a justificación e c o n ó m i c a .
- La fuerza d e trabajo n o es u n a m e r c a n c í a . Su p r o d u c c i ó n y r e p r o d u c -
ción n o son y n o p u e d e n ser reguladas p o r u n mercado^
- El r e n d i m i e n t o efectivo del trabajo (o la tasa efectiva r e m u n e r a c i ó n /
15
r e n d i m i e n t o físico, T P . R R ) se e n c u e n t r a e x t e n s a m e n t e i n d e t e r m i n a d o .

1 3
Véase mi texto «Sur le contenu du sucialisme III» (1958) que se encuentra ahora en L'Expé-
riencedu mouvement ouvrier, t o m o II, París, UGE, col. 10/18, 1974 [traducción castellana:
«Sobre el contenido del socialismo III», Barcelona, Tusquets, 1979).
M
H e desarrollado este p u n t o en numerosas oportunidades: en «Sur la dynamique du capita-
lisme», Socialisme ou Barbarie, n ú m . 12, septiembre-octubre 1953; «Le m o u v e m e n t révolu-
cionnaire sous le capitalisme moderne» (1960), r e t o m a d o en Capitalisme moderne et Révo-
lution, t o m o II, París, UGE, col. 10/18, 1979 [traducción castellana: Capitalismo moderno y
revolución, Madrid, Ruedo Ibérico, 1970]; «Valeur, égalité, justice, politique: de M a r x a
Aristote et d'Aristote á nous» (1975), r e t o m a d o en Les Carrefours du labyrinthe, París,
Seuil, 1978 [reed. col. Points Essais, 1998],
1 5
Véase mi libro Devant la guerre, París, Fayard, 1 9 8 1 , p. 132, n. 1 [traducción castellana:
Ante la guerra, Barcelona, Tusquets, 1986].

42 1!
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 87

E n la p r e s e n t e fase del c a p i t a l i s m o , o sea, d e s d e hace a p r o x i m a d a m e n t e u n

cuarto de siglo, t o d o esto sigue en vigencia, p e t o nuevos factores c o n m u e v e n la
perspectiva global. D e tal m a n e r a q u e la m u n d i a l i z a c i ó n efectiva de la p r o d u c -
ción, posibilitada p o r nuevos desarrollos tecnológicos (en r e s u m e n , la reducción
a casi n a d a , c u a n t i t a t i v a m e n t e h a b l a n d o , d e ¡a i m p o r t a n c i a d e la calificación
del trabajo en la p r o d u c c i ó n material, p o n i e n d o d e este m o d o a disposición del
capital m u n d i a l a miles d e m i l l o n e s d e h a m b r i e n t o s d i s e m i n a d o s en t o d o el
m u n d o ) y t a m b i é n políticos (el d e s a r m e d e los g o b i e r n o s en m a t e r i a d e p o l í -
tica e c o n ó m i c a , en p a r t i c u l a r la liberación toral d e los flujos i n t e r n a c i o n a l e s
de capital), t u v o a p a t e n t e m e n t e este efecto p a r a d ó j i c o d e d e s t r u i r la h o m o -
g e n e i d a d de las c o n d i c i o n e s e c o n ó m i c a s d e p r o d u c c i ó n en el m u n d o , j u s t a -
m e n t e c u a n d o se establecía u n m e r c a d o v e r d a d e r a m e n t e m u n d i a l . T o d a dis-
cusión c o n respecto a la d e t e r m i n a c i ó n d e p r e c i o s o de c u a l q u i e r o t t o t e m a a
través d e factores racionales - i n c l u y e n d o los beneficios c a p i t a l i s t a s - se c o n -
vierte, en estas c o n d i c i o n e s , e n irrisoria. Volveré sobre el a s u n t o en la ú l t i m a
p a i t e d e este texto.

Eficacia relativa, flexibilidad y resistencia del capitalismo

La m e j o r justificación del c a p i t a l i s m o es la q u e ofrecía S c h u m p e t e r al final

de su vida, en Capitalisme, Socialisme, Démocraüe {Capitalismo, socialismo,
1 6
democracia], así c o m o la r e s u m i ó J o a n R o b i n s o n : es v e r d a d q u e el s i s t e m a
es cruel, injusto, t u r b u l e n t o , p e r o es el p r o v e e d o r d e la m e r c a n c í a , y basta d e
prorestas, ya q u e es esta m e r c a n c í a lo q u e usredes quieren.
Justificación circular, t a m b i é n en este caso. E n los países ricos, la g e n t e
quiere esta m e r c a n c í a p o r q u e esrá e d u c a d a p a r a quererla d e s d e la m á s tierna
infancia (visite si q u i e r e u n a escuela m a t e r n a l d e hoy) y p o r q u e el r é g i m e n
i m p i d e , de mil m a n e r a s , q u e r e r c u a l q u i e r o t r a cosa. E n t o d o s los países, ya
q u e si el c a p i t a l i s m o n o i n v e n t ó ab ovo lo q u e se llama efecto de d e m o s t r a -
c i ó n , lo llevó a u n e x p o n e n t e c u y o g r a d o era a n t e r i o r m e n t e d e s c o n o c i d o .
Por el m o m e n t o , el sistema sigue m á s o m e n o s c o n la c a p a c i d a d de proveerla.
La discusión tiene q u e i n t e r r u m p i r s e aquí: la situación n o c a m b i a t á m i e n t r a s
persista esta inclinación, p o r p a r t e d e la g e n t e , p o r la a c u m u l a c i ó n de c a c h i -

Economic Philosophy, H a r m o n d s w o r t h , Penguin, 1962, p . 130.

0
X8 KOINONÍA

vaches, a c u m u l a c i ó n cada vez m á s aleatoria p a r a u n a c a n t i d a d creciente d e

p e r s o n a s , y c o n la cual p o d r á n o n o a l g ú n día sentirse s a t u r a d o s .
Pero algunas c u e s t i o n e s s u b s i s t e n . ¿ H a s t a d ó n d e llega, y s o b r e q u é se sos-
tiene la eficacia del c a p i t a l i s m o , a pesar d e t o d a s sus limitaciones? ¿ C ó m o
p u d o sobrevivir el r é g i m e n a esta larga serie d e crisis y d e vicisitudes h i s t ó r i -
cas y, p o r lo m e n o s h a s t a u n d e t e r m i n a d o m o m e n t o , e m e r g e r d e ellas forta-
lecido? ¿Cuáles son en este s e n t i d o los c a m b i o s q u e su n u e v a fase p u e d e e n -
gendrar?
La respuesta a la p r i m e r a p r e g u n t a n o es t a n difícil. El c a p i t a l i s m o es el
r é g i m e n q u e a p u n t a a i n c r e m e n t a r p o r t o d o s los m e d i o s la p r o d u c c i ó n
- c i e r t o tipo d e p r o d u c c i ó n , n o lo o l v i d e m o s - , y a d i s m i n u i r p o r t o d o s los
m e d i o s sus costos -costos q u e s o n , t a m p o c o lo d e b e m o s olvidar, definidos de
m o d o m u y restrictivo: ni la d e s t r u c c i ó n del m e d i o a m b i e n t e , ni el aplasta-
m i e n t o d e vidas h u m a n a s , ni la fealdad d e las c i u d a d e s , ni la victoria univer-
sal d e la i r r e s p o n s a b i l i d a d y del c i n i s m o , ni el r e e m p l a z o d e la tragedia y d e
la fiesta p o p u l a r p o r el folletín televisado están t e n i d o s en c u e n t a en este cál-
c u l o , y n o p o d r í a n ser t o m a d o s e n c u e n t a en n i n g ú n cálculo d e este tipo—.
Para llevar a c a b o esta m e t a , el c a p i t a l i s m o s u p o y p u d o c o n t a r c o n u n desa-
rrollo sin p r e c e d e n t e s e n la h i s t o r i a d e la t e c n o l o g í a , q u e el m i s m o sistema
p r o m o v i ó , e s t r e c h a m e n t e o r i e n t a d a , es c i e r t o , p e r o a d e c u a d a a las m e t a s per-
seguidas: p o d e r p a r a la clase d o m i n a n t e , c o n s u m o d e m a s a p a r a la m a y o r í a
de los d o m i n a d o s , d e s t r u c c i ó n del s e n t i d o del trabajo, e l i m i n a c i ó n del rol
h u m a n o del h o m b r e en la p r o d u c c i ó n . Pero la h e r r a m i e n t a m á s f o r m i d a b l e
fue la d e s t r u c c i ó n de t o d a s las significaciones sociales p r e c e d e n t e s y la i n c e n -
tivación, e n el a l m a d e t o d o s o d e casi t o d o s , d e esta c o m p u l s i ó n d e a d q u i r i r
lo q u e , en la esfera d e cada u n o , es o parece accesible, y p a r a lo cual se acep-
ta p r á c t i c a m e n t e t o d o . Esta e n o r m e m u t a c i ó n a n t r o p o l ó g i c a p u e d e ser d i l u -
cidada o comprendida, pero no explicada.
A estos recursos se a g r e g ó , a p a r t i r d e u n d e t e r m i n a d o m o m e n t o y d e
n i n g ú n m o d o d e s d e el o r i g e n , la t r a n s f o r m a c i ó n d e u n m e c a n i s m o institu-
cional p r e s e n t e d e s d e la m á s r e m o t a a n t i g ü e d a d , el m e r c a d o , d e s e m b a r a z a d o
d e t o d a s las trabas y e x t e n d i d o g r a d u a l m e n t e a todas las esferas d e la vida so-
cial. M i e n t r a s exista el c a p i t a l i s m o , este m e r c a d o n o es, n u n c a fue y j a m á s
p o d r á llegar a ser, u n m e r c a d o perfecto, ni siquiera v e r d a d e r a m e n t e c o m p e t i -
tivo en el s e n t i d o p i a d o s o d e los m a n u a l e s d e e c o n o m í a política. S i e m p r e es-
t u v o caracterizado p o r las i n t e r v e n c i o n e s del p o d e r del E s t a d o , las coalicio-
nes d e capitalistas, la r e t e n c i ó n d e la i n f o r m a c i ó n , las m a n i p u l a c i o n e s d e los
 LA RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 89

c o n s u m i d o r e s y la violencia a b i e r t a o c a m u f l a d a c o n t r a los trabajadores. E s t e

m e r c a d o difiere p o c o d e u n a j u n g l a m o d e r a d a m e n t e salvaje y, c o m o en t o d a
j u n g l a , los m á s a p t o s p a r a s o b r e v i v i r h a n s o b r e v i v i d o y s o b r e v i v e n , salvo
q u e esta a p t i t u d p a r a la s u p e r v i v e n c i a n o c o i n c i d a c o n n i n g ú n e s t a d o ó p t i ­
m o social, n i s i q u i e r a c o n la p o s i b i l i d a d m á x i m a d e u n a p r o d u c c i ó n t r a b a ­
d a p o r la c o n c e n t r a c i ó n d e los o l i g o p o l i o s y los m o n o p o l i o s , sin mencionar­
las a t r i b u c i o n e s irracionales d e los recursos, d e las a p t i t u d e s n o a p r o v e c h a d a s
y del conflicto p e r m a n e n t e a l r e d e d o r d e la p r o d u c c i ó n en los lugares d e tra­
bajo. Pero m á s allá d e los altibajos, d e los booms y d e los cracks, el sistema
f u n c i o n ó m a l q u e b i e n d e n t r o d e sus límites y s e g ú n sus m e t a s .
La respuesta a la s e g u n d a p r e g u n t a , si es q u e existe u n a respuesta, resulta
m á s difícil y c o m p l e j a . Es e s e n c i a l m e n t e paradójica. L i b r a d a a ella m i s m a , la
r n i n i m i z a c i ó n de los costos i m p l i c a l ó g i c a m e n t e los salarios m á s bajos posi­
bles p a r a u n a p r o d u c t i v i d a d m á s alta posible. El c a p i t a l i s m o d e la p r i m e r a
m i t a d del siglo XIX se o r i e n t a b a e s p o n t á n e a m e n t e hacia u n a s i t u a c i ó n de este
t i p o y ésta es la lógica q u e M a r x e x t r a p o l ó c o n sus c o n c e p t o s d e pauperiza­
ción y superproducción. Las l u c h a s o b r e r a s fueron las q u e c o n t r a r r e s t a r o n esta
t e n d e n c i a , i m p o n i e n d o a u m e n t o s d e salarios y r e d u c c i o n e s d e la d u r a c i ó n
del trabajo q u e h a n c r e a d o e n o r m e s m e r c a d o s i n t e r n o s d e c o n s u m o y h a n
e v i t a d o q u e el c a p i t a l i s m o se viera a h o g a d o en su p r o p i a p r o d u c c i ó n . A d e ­
m á s , h e m o s p r e s e n c i a d o , lo s a b e m o s , se p u e d e d e m o s t r a r - K e y n e s lo h a b í a
hecho—, q u e , l i b r a d o a sí m i s m o , el s i s t e m a n o es c o n d u c i d o e s p o n t á n e a ­
m e n t e hacia u n equilibrio, a u n q u e fuese a p r o x i m a d o , sino p r e f e r e n t e m e n t e
hacia u n a alternancia de fases de e x p a n s i ó n y de c o n t r a c c i ó n - l a s crisis e c o ­
n ó m i c a s - , las m á s violentas d e las cuales p u e d e n e n g e n d r a r , y d e h e c h o lo
h a n llevado a c a b o , u n a d e s t r u c c i ó n c o n s i d e r a b l e d e riquezas a c u m u l a d a s y
u n a d e s o c u p a c i ó n vertiginosa ( 3 0 % d e la fuerza d e trabajo e n los E s t a d o s
U n i d o s en 1 9 3 3 ) . A h o r a b i e n , t a m b i é n en este c a s o , fueron las reacciones
sociales y políticas las q u e h a n i m p u e s t o , en p r i m e r lugar e n los E s t a d o s
U n i d o s , nuevas políticas de i n t e r v e n c i ó n del E s t a d o en la e c o n o m í a .
E n los d o s casos —reparto del p r o d u c t o social, rol del Estado—, el establish-
ment capitalista, b a n c a r i o y a c a d é m i c o c o m b a t i ó f e r o z m e n t e estas i n n o v a c i o ­
nes descabelladas q u e i m p l i c a b a n el riesgo d e p r o v o c a r el fin del m u n d o . D u ­
r a n t e m u c h o t i e m p o , n o se l i m i t a r o n a p e d i r (y a o b t e n e r ) la i n t e t v e n c i ó n
del ejército p a r a enfrentar a los o b r e r o s en h u e l g a ; p r o c l a m a r o n q u e les re­
s u l t a b a i m p o s i b l e a c o r d a r a u m e n t o s d e salario o reducciones d e la j o r n a d a
d e trabajo sin p r o v o c a r la r u i n a d e su e m p r e s a y d e la sociedad toda; y en-

0
70 KOINONÍA

c o n t r a r o n s i e m p r e profesores d e e c o n o m í a p o l í t i c a p a r a darles la r a z ó n . Y el
s e ñ o r Rueff, el h é r o e d e la política e c o n ó m i c a francesa, o r g a n i z a b a la «defla-
ción Laval» e n 1 9 3 2 , m i e n t r a s q u e del o t r o lado del C a n a l d e la M a n c h a , el
Tesoro y la B a n c a d e I n g l a t e r r a a c u m u l a b a n m e m o r a n d o s d e m o s t r a n d o q u e
c u a l q u i e r r e l a n z a m i e n t o d e la d e m a n d a c o n o b r a s p ú b l i c a s e n g e n d r a r í a u n a
catástrofe e c o n ó m i c a .
Recién después d e la S e g u n d a G u e r r a M u n d i a l fueron aceptados, d e m a n e -
ra general, a u m e n t o s más o m e n o s regulares d e los salarios y u n a regulación
del E s t a d o p o r p a r t e del p a t r o n a t o y los e c o n o m i s t a s a c a d é m i c o s . El resultado
consistió en la fase m á s p r o l o n g a d a de e x p a n s i ó n capitalista, m á s o m e n o s
i n i n t e r r u m p i d a (las «Treinta Gloriosas»). Así c o m o lo previo Kalecki d e s d e
1 9 4 3 , u n a p r e s i ó n c r e c i e n t e sobre los salarios y los precios fueron la c o n s e -
c u e n c i a d e esa s i t u a c i ó n , q u e se m a n i f e s t ó c l a r a m e n t e a p a r t i r d e los a ñ o s
sesenta. N a d a d e m u e s t r a q u e n o h u b i e r a p o d i d o c o n t r o l a r s e a través d e polí-
ticas m o d e r a d a s . P e r o e n este caso e n t r ó e n j u e g o u n factor p r o p i a m e n t e p o -
lítico. Esta situación l e v e m e n t e inflacionista b r i n d ó la señal, y el pretexto, para
u n a contraofensiva reaccionaria ( T h a t c h e r , R e a g a n ) , u n a especie d e contrarre-
volución conservadora, q u e desde hace q u i n c e a ñ o s se e x t e n d i ó sobre t o d o el
planeta. E n el p l a n o político, esta contraofensiva explotó la q u i e b r a d e los par-
tidos d e izquierda tradicionales, la e n o r m e p é r d i d a d e influencia d e los sindi-
catos, la m o n s t r u o s i d a d manifiesta d e los r e g í m e n e s del socialismo real, in-
cluso a n t e s d e su d e r r u m b e , la a p a t í a y la privatización d e las p o b l a c i o n e s , la
irritación c r e c i e n t e d e éstas c o n t r a la hipertrofia y la a b s u r d i d a d d e las b u r o -
cracias d e los E s t a d o s . Salvo este ú l t i m o factor, t o d o s estos e l e m e n t o s t r a d u -
cen directa o i n d i r e c t a m e n t e la crisis del p r o y e c t o s o c i o - h i s t ó r i c o d e a u t o n o -
mía i n d i v i d u a ! o colectiva. El gran d e s e q u i l i b r i o de la relación e n t r e fuerzas
sociales q u e resultó d e esta s i t u a c i ó n p e r m i t i ó el r e t o r n o a u n liberalismo
b r u t a l y c i e g o , del cual s e g u r a m e n t e los p r i n c i p a l e s b e n e f i c i a r i o s s o n las
g r a n d e s e m p r e s a s d e la i n d u s t r i a y d e las finanzas y los g r u p o s q u e las diri-
gen, p e r o q u e van m u c h o m á s allá d e su rol p o l í t i c o ; en Francia, en E s p a ñ a ,
en varios países n ó r d i c o s , son los p a r t i d o s l l a m a d o s socialistas los q u e se en-
cargaron d e i n t r o d u c i r , i m p o n e r o m a n t e n e r ( G r a n Bretaña) el neoíiberalis-
m o . P r e s e n c i a m o s el c r u d o t r i u n f o del i m a g i n a r i o capitalista en sus formas
m á s groseras.

Este t r i u n f o se m a t e r i a l i z ó e s e n c i a l m e n t e c o n el d e s m a n t e l a m i e n t o del
rol del E s t a d o en el d o m i n i o e c o n ó m i c o . Los m o v i m i e n t o s i n t e r n a c i o n a l e s
de capitales q u e d a r o n exentos d e t o d o c o n t r o l ; el fetichismo del equilibrio
 I A RACIONALIDAD DEL CAPITALISMO 91

presupuestario prohibe toda política de regulación de la demanda; la política

monetatia pasó totalmente a manos de los Bancos centrales, cuya única
preocupación es la lucha contra una inflación ya inexistente. La consecuencia
fue, desde hace quince años, una desocupación mantenida en altos niveles; en
los lugares donde se produjo un retroceso de la desocupación, como en los
Estados Unidos y en Inglarerra, el precio fue la proliferación de trabajos con
tiempo reducido o mal remunerados y el estancamiento o la reducción de
los salarios reales, paralelamente a un incremento continuo de los beneficios
de las empresas y los ingresos de las clases altas. El ataque frontal contra los
salarios y las venrajas anteriormente adquiridas por parte de los trabajadores,
permitido por el incremento de la desocupación y la precariedad de los em-
pleos, está justificado por un chantaje: habría que reducir los costos del traba-
jo para poder enfrentar la competencia externa o evitar los cambios de ubica-
ciones. De este modo, quizás se pretende convencer de que una disminución
de algunos puntos de porcentajes de los salarios en Francia o en Alemania
bastarían para luchar victoriosamente coima la producción de países en los
cuales los salarios son la décima o la vigésima parre de los nuestros (2,5 dóla-
res, o sea, 1:5 francos por día para las obreras de Nike confinadas en los er-
gástulos de esta empresa en Indonesia, y menos aún en Vietnam). Ninguna
flexibilidad del trabajo en los viejos países industrializados podría resistir la
competencia de la mano de obra miserable de países que poseen un reservo-
rio inagotable de fuerza de trabajo. Existen, con posibilidad de movilización
tapida y ptácticamente sin necesidad de formación, centenares de millones
de obreros y obreras potenciales en China, la misma cantidad en la India,
casi una cantidad similar en otros países de Asia, sin hablar de América Lati-
na, África o Europa del Este. Y es absurdo pretender que una transición sin
sobresaltos pueda llevar a países que presentan tantos retrasos en sus condi-
ciones iniciales, a un estado de división internacional armoniosa del ttabajo.
Presenciamos una fase de transición brutal, salvaje, a una escala mucho más
amplia y en un lapso mucho más reducido que las otras fases de transición
de la historia del capitalismo, a la que se quiere justificar con el pretexto ab-
surdo de que el curso actual es ineludible, que ninguna política puede resistir
al juggernaut de la evolución de la economía.

Frente a tal situación, resulta vana una discusión con respecto a una ra¬
cionalidad cualquiera de la economía. El régimen apartó por sí mismo los es-
casos medios de control que ciento cincuenta años de luchas políticas, sociales
e ideológicas lograron imponerle. La anomia de la dominación de los barones

0
y2 KQINONÍA

d e p r e d a d o r e s d e la i n d u s t r i a y d e las finanzas en los E s t a d o s U n i d o s al final

del siglo p a s a d o n o s b r i n d a s o l a m e n t e u n p á l i d o a n t e c e d e n t e d e l o q u e
a c o n t e c e . Las firmas t r a n s n a c i o n a l e s , la e s p e c u l a c i ó n financiera y hasta las
mafias, e n el s e n t i d o estricto del t é r m i n o , s a q u e a n el p l a n e t a , ú n i c a m e n t e
guiadas p o r la visión a c o r t o plazo d e sus beneficios. El fracaso r e p e t i d o d e
c u a l q u i e r t e n t a t i v a d e preservar el m e d i o a m b i e n t e c o n t r a los efectos d e la
i n d u s t t i a l i z a c i ó n , civilizada y salvaje, n o c o n s t i t u y e o t r a cosa q u e la señal
m á s espectacular d e su m i o p í a . Los efectos ptevisibles y terroríficos d e la mo-
dernización s o b r e las r e s t a n t e s c u a t r o q u i n t a s p a r t e s del p l a n e t a n o j u e g a
17
n i n g ú n rol en las políticas a c t u a l e s .
La perspectiva q u e resulta de esta situación n o es la d e u n a crisis económica
del c a p i t a l i s m o en general en el s e n t i d o t r a d i c i o n a l . E n u n p l a n o a b s t r a c t o ,
el c a p i t a l i s m o (las e m p r e s a s m u n d i a l e s ) p o d r í a gozar c a d a vez d e m e j o r salud
hasta q u e el cielo caiga sobre n u e s t r a s cabezas. A q u e l l o s u p o n d r í a sin e m b a r -
go, e n t r e otras cosas, q u e la r u i n a d e los viejos países i n d u s t r i a l i z a d o s , espe-
c i a l m e n t e e n E u r o p a , y la salida d e miles d e m i l l o n e s d e p e r s o n a s d e su
m u n d o m i l e n a r i o p a r a ingresar e n sociedades tecnificadas, asalariadas y ur-
b a n a s en los países a ú n n o i n d u s t r i a l i z a d o s p o d r í a desarrollarse sin s a c u d i d a s
sociales y políticas d e g r a n e n v e r g a d u r a . Es u n a perspectiva posible. N a d a
aseguta q u e sea la m á s p r o b a b l e .
El análisis p u e d e llevar a p l a n t e a r s e este t i p o d e i n t e r r o g a n t e s . El resto
d e p e n d e d e las reacciones y d e las acciones d e las p o b l a c i o n e s d e los países
involucrados.

{Septiembre de 1996 agosto de 1997)

7
Ya evocaba los efectos previsibles de la industrialización de países no desarrollados en mi
texto de 1974, citado en nota 1, y sin d u d a no era el primero en hacerlo.
 Imaginario e imaginación
en la encrucijada*

VOY A HABLAR del i m a g i n a r i o y d e la i m a g i n a c i ó n bajo la p e r s p e c t i v a d e su

crisis actual en las sociedades o c c i d e n t a l e s ; crisis del i m a g i n a r i o social insti-
t u y e m e , crisis de la i m a g i n a c i ó n d e los seres h u m a n o s singulares. Es el m o t i v o
p o r el cual esta exposición tiene c o m o título « I m a g i n a r i o e i m a g i n a c i ó n en la
encrucijada».
Y en p r i m e r lugar, ¿por q u é imaginario». Tendríamos que proporcionar
quizás, en este festival, a l g u n a s p a l a b r a s sobre esta n o c i ó n . Imaginario por-
q u e la historia d e la h u m a n i d a d es la historia del i m a g i n a r i o h u m a n o y de sus
obras. H i s t o r i a y o b r a s del i m a g i n a r i o radical, q u e aparece a p e n a s existe u n a
colectividad h u m a n a : i m a g i n a r i o social i n s t i t u y e m e q u e ctea la institución e n
general (h forma i n s t i t u c i ó n ) y las i n s t i t u c i o n e s particulares d e la sociedad
c o n s i d e r a d a , i m a g i n a c i ó n radical del ser h u m a n o singular.
S o l a m e n t e algunas p a l a b r a s a p r o p ó s i t o del d e s t i n o d e la n o c i ó n en la
historia de la filosofía, E n esta h i s t o r i a , la n o c i ó n d e imaginario fue i g n o r a d a
o m a l t r a t a d a . E n lo q u e se refiere a la i m a g i n a c i ó n , fue r e c o n o c i d a , en p r i m e r
lugar, p o r Aristóteles, q u e d e a l g u n a m a n e r a la d e s c u b r i ó y v i s l u m b r ó aspec-
tos esenciales d e la m i s m a - p o r e j e m p l o , q u e el a l m a n o p i e n s a n u n c a sin
fantasma, o sea, sin representación i m a g i n a r i a - , p e r o q u e llega a la cuestión d e
la i m a g i n a c i ó n casi al final d e su t r a t a d o Del alma, y luego la a b a n d o n a p a r a
r e t o m a r el hilo d e su e x p o s i c i ó n . H a y a l g u n o s r e t o r n o s d e la c u e s t i ó n e n t r e
los filósofos n e o p l a t ó n i c o s d e los p r i m e r o s siglos d e n u e s t r a era, pero segui-
d a m e n t e la i m a g i n a c i ó n está t r a t a d a m á s o m e n o s c o m o u n a facultad psicoló-
gica, u t i l i z a n d o los aspectos m á s fáciles y banales d e la e x p o s i c i ó n d e Aristó-
teles, y esto sigue h a s t a el siglo XVIII. E n la s e g u n d a m i t a d d e ese siglo, en

* Conferencia brindada en Ábranles (Portugal) en noviembre de 1996, invitado por la Aso-

ciación La Preia.

0 93
94 KOI'NONÍA

relación c o n el interés d e esta é p o c a hacia las c u e s t i o n e s del b u e n g u s t o y del

arte, el t é r m i n o e m p i e z a a aparecer a m e n u d o bajo la p l u m a d e n u m e r o s o s
escritores i l u m i n i s t a s ingleses y escoceses, y luego e n A l e m a n i a . K a n t , en su
p r i m e r a e d i c i ó n d e la Crítica de la razón pura, d e s c u b r e lo q u e él l l a m a la
i m a g i n a c i ó n t r a s c e n d e n t a l - o sea, la i m a g i n a c i ó n r e q u e r i d a p a r a q u e p u e d a
abarcar el c o n o c i m i e n t o cierto y n o e m p í r i c o - . Pero, en la s e g u n d a e d i c i ó n
d e esa m i s m a Crítica, r e d u c e c o n s i d e r a b l e m e n t e el papel y la i m p o r t a n c i a d e
aquélla. La n o c i ó n r e t o m a con fuerza en F i c h t e , y luego la c u e s t i ó n cae, filo-
s ó f i c a m e n t e h a b l a n d o , e n el o l v i d o , hasta el a ñ o 1 9 2 8 , en q u e H e i d e g g e r , en
su libro Kant y el problema de la metafísica, d e s c u b r e n u e v a m e n t e la n o c i ó n
d e i m a g i n a c i ó n c o m o n o c i ó n filosófica. H e i d e g g e r se r e e n c u e n t r a c o n el
d e s c u b r i m i e n t o d e la i m a g i n a c i ó n p o r p a r t e d e K a n t , c o n s t a t a q u e K a n t , e n -
tre la p r i m e r a y la s e g u n d a e d i c i ó n d e la Crítica de la razón pura, retrocedió
en relación c o n esta c u e s t i ó n y la o c u l t ó , d e m a n e r a q u e él t r a t a d e otorgar
n u e v a m e n t e a la i m a g i n a c i ó n u n lugar esencial d e n t r o d e la relación del ser
h u m a n o c o n el m u n d o . Y l u e g o , tercera r e p e t i c i ó n de esta historia, d e s p u é s
del libro d e 1 9 2 8 , H e i d e g g e r n o h a b l a m á s d e la i m a g i n a c i ó n .
D e todos m o d o s , p o d e m o s decir finalmente q u e este t r a t a m i e n t o d e la
i m a g i n a c i ó n existió en a l g u n a m e d i d a en la historia d e la filosofía, c o n sus
r e c u b r i m i e n t o s sucesivos. Pero lo q u e b u s c a r í a m o s en v a n o sería lo q u e lla-
m o el imaginario social instituyeme, o sea, el r e c o n o c i m i e n t o d e este h e c h o
f u n d a m e n t a l : n o se p u e d e explicar ni el n a c i m i e n t o de la s o c i e d a d ni las e v o -
l u c i o n e s d e la historia p o r factores n a t u r a l e s , biológicos u o t r o s , t a m p o c o a
través d e u n a actividad racional As. u n ser racional (el h o m b r e ) . E n la h i s t o -
ria, d e s d e el o r i g e n , c o n s t a t a m o s la e m e r g e n c i a d e lo n u e v o radical, y si n o
p o d e m o s recurrir a factores t r a s c e n d e n t e s p a r a d a r c u e n t a d e eso, t e n e m o s
q u e p o s t u l a r n e c e s a r i a m e n t e u n p o d e r d e creación, u n a vis formandi, inma-
n e n t e t a n t o a las colectividades h u m a n a s c o m o a los seres h u m a n o s singula-
res. Por lo t a n t o , resulta a b s o l u t a m e n t e n a t u r a l llamar a esta facultad d e in-
n o v a c i ó n radical, d e creación y d e f o r m a c i ó n , imaginario e imaginación. El
lenguaje, las c o s t u m b r e s , las n o r m a s , la técnica, n o p u e d e n ser explicados pot
factores exteriores a las colectividades h u m a n a s . N i n g ú n factor n a t u r a l , b i o -
lógico o lógico p u e d e d a r c u e n t a d e ellos. A lo s u m o , p u e d e n c o n s t i t u i r las
c o n d i c i o n e s necesarias p a r a esta i n n o v a c i ó n (la m a y o r í a d e las veces, exterio-
res y triviales), pero n u n c a serán suficientes.
D e b e m o s , p u e s , a d m i t i r q u e existe en las colectividades h u m a n a s u n p o -
der d e creación, u n a vis formandi, q u e l l a m o el imaginario social instituyente.
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA E N C R U C I J A D A 93

¿Por q u é la filosofía n o s u p o r e c o n o c e r esta n e c e s i d a d , y p o r q u é a h o r a r e t r o -

c e d e s i e m p r e c o n h o r r o r e i r r i t a c i ó n frente a esta idea? M e p r e g u n t a n s i e m -
p r e : «¿qué es e s t e imaginario instituyentéi ¿Es la i m a g i n a c i ó n d e q u i é n ?
M u é s t r e n o s los i n d i v i d u o s q u i e n e s . . . , o los factores q u e . . . » , etcétera. P e r o ,
t e n e m o s p r e c i s a m e n t e allí u n a facultad c o n s t i t u t i v a de las colectividades h u -
m a n a s , y m á s g e n e t a l m e n t e , del c a m p o s o c i o h i s t ó r i c o . E n este a s u n t o , lo
q u e eriza la piel e irrita a los r e p r e s e n t a n t e s d e la filosofía h e r e d a d a , c o m o a
los de la ciencia esrablecida, c o n s i s t e e n la n e c e s i d a d d e r e c o n o c e r el i m a g i -
n a r i o colectivo, así c o m o la i m a g i n a c i ó n radical del ser h u m a n o singular, c o -
m o u n p o d e r d e c r e a c i ó n . C r e a c i ó n significa a q u í creación ex nihilo, la c o n -
j u n c i ó n en u n hacer-ser d e u n a f o r m a q u e n o estaba allí, la c r e a c i ó n d e
n u e v a s formas del ser. C r e a c i ó n o n t o l ó g i c a : d e formas c o m o el lenguaje, la
i n s t i t u c i ó n , la m ú s i c a , la p i n t u r a , o b i e n d e tal f o r m a particular, de tal o b r a
m u s i c a l , pictórica, poética, e t c é t e r a . ¿Por q u é esta i m p o s i b i l i d a d d e la filoso-
fía h e r e d a d a d e reconocer el h e c h o d e la creación? P o r q u e esta filosofía es o
bien teológica, p o r lo t a n t o , reserva la c r e a c i ó n a D i o s —la creación t u v o lu-
gar u n a vez p o r todas, o es creación divina p e r p e t u a d a - , o bien racionalista o
d e t e r m i n i s t a , y d e b e e n t o n c e s d e d u c i r t o d o lo q u e es a p a r t i r de p r i n c i p i o s
p r i m e r o s (¿y a p a r t i r d e q u é c o s a d e d u c i m o s p u e s estos p r i m e r o s p r i n c i -
pios?), o d e b e p r o d u c i r l a a p a r t i r d e causas (¿y a partir d e q u é p r o d u c i m o s
p u e s las p r i m e r a s causas?). Pero la creación p e r t e n e c e al ser en general —no
m e v o y a e x t e n d e r sobre el p a r t i c u l a r ya q u e h o y n o h a c e r n o s u n s e m i n a r i o
de filosofía-, y la creación p e r t e n e c e d e m a n e r a d e n s a y m a s i v a al ser s o c i o -
h i s t ó r i c o , c o m o lo a t e s t i g u a n la c r e a c i ó n d e la sociedad c o m o tal, la d e dife-
rentes sociedades y la a l t e r a c i ó n h i s t ó r i c a p e r m a n e n t e , l e n t a o r e p e n t i n a , d e
estas sociedades.
¿De q u é m a n e r a detallar esta o b t a del imaginario social instituyentéi Consis-
te, p o r u n a parte, en las instituciones. Pero la consideración d e estas institucio-
nes m u e s t r a q u e están a n i m a d a s p o r - o son p o r t a d o r a s d e - significaciones q u e
n o se refieren ni a la realidad ni a la lógica: p o r ese m o t i v o las llamo significa-
ciones imaginarias sociales. D e m o d o q u e D i o s , el D i o s de las religiones m o n o -
teístas, es u n a significación i m a g i n a r i a social, sostenida p o r múltiples institu-
ciones c o m o , p o r e j e m p l o , la Iglesia. P e t o t a m b i é n son significaciones los
dioses de las religiones politeístas, o los héroes fundadores, los t o t e m s , tabúes,
los fetiches, etcétera. C u a n d o h a b l a m o s del E s t a d o , se trata d e u n a institución
a n i m a d a p o r significaciones imaginarias. Del m i s m o m o d o , el capital, la m e r -
cancía {A jeroglífico social de M a r x ) , el interés, etcétera.
 KOJNONÍA

U n a vez creadas, t a n t o las significaciones imaginarias sociales c o m o las ins-

tituciones se cristalizan o se solidifican, y es lo q u e l l a m o el imaginario social
instituido. Este ú l t i m o a s e g u r a la c o n t i n u i d a d d e la s o c i e d a d , la r e p r o d u c -
c i ó n y la r e p e t i c i ó n d e las m i s m a s formas, q u e d e a h o r a en m á s regulan la vi-
da d e los h o m b r e s y p e r m a n e c e n allí hasta q u e u n c a m b i o h i s t ó r i c o l e n t o o
u n a n u e v a creación masiva v e n g a a modificarlas o a reemplazarlas radical-
m e n t e p o r otras formas.
C o n s i d e r e m o s la i m a g i n a c i ó n del ser h u m a n o singular. Allí está la d e t e r -
m i n a c i ó n esencial (la esencia) d e la p s i q u e h u m a n a . Esta p s i q u e es, en p r i -
m e r lugar, i m a g i n a c i ó n radical en el s e n t i d o d e q u e es ola o flujo i n c e s a n t e
d e r e p r e s e n t a c i o n e s , d e deseos y d e afectos. Esta ola es e m e r g e n c i a i n i n t e -
r r u m p i d a . A pesar del esfuerzo d e cerrar los ojos, taparse los o í d o s , s i e m p r e
h a b r á a l g u n a cosa. E s t a cosa o c u r r e adentro: imágenes, recuerdos, anhelos,
t e m o r e s , estados de ánimo s u r g e n d e u n m o d o a veces c o m p r e n s i b l e , q u e p o -
d e m o s h a s t a explicar, p e r o d e los cuales otras veces n o p o d e m o s b r i n d a r n i n -
g u n a explicación. N o h a y allí u n p e n s a m i e n t o lógico, salvo de u n a m a n e r a
excepcional y d i s c o n t i n u a . Los e l e m e n t o s n o están relacionados de m o d o ra-
cional o incluso razonable e n t r e sí, hay emergencia, h a y u n a mezcla indisocia-
ble. S o b r e t o d o , hay r e p r e s e n t a c i o n e s sin n i n g u n a f u n c i o n a l i d a d . Podemos
pensar q u e los a n i m a l e s , en t o d o caso los animales superiores, t i e n e n cierta
representación de su m u n d o , p e r o esta representación —y lo q u e la c o m p o n e -
está regulada f u n c i o n a l m e n t e , c o n t i e n e esencialmente lo q u e es necesario p a r a
la vida del a n i m a l y la c o n t i n u a c i ó n d e su especie. Pero, en el ser h u m a n o , la
i m a g i n a c i ó n carece d e f u n c i o n a l i d a d . Los h u m a n o s p u e d e n dejarse m a t a r p o r
la gloria. ¿En q u é consiste la funcionalidad d e la gloria? A lo s u m o , será u n
n o m b r e inscrito sobre u n m o n u m e n t o , él m i s m o e m i n e n t e m e n t e perecedero.
La gloria es el corolario subjetivo de u n valor social imaginario q u e constituye u n
polo de actividad de los h u m a n o s , p o r lo m e n o s de algunos, y q u e suscita u n de-
seo q u e se dirige hacia ella. Pues, ¿qué son los diferentes afectos h u m a n o s , en
especial los afectos m e n o s banales, p o r ejemplo, el afecto d e nostalgia? Es u n a
creación d e la i m a g i n a c i ó n radical d e la psique.
Si los seres h u m a n o s se h u b i e r a n entregado d i r e c t a m e n t e a esta imagina-
ción radical, n o h a b r í a n sobrevivido, n o p o d r í a n sobrevivir. Esta ola n o está
necesariamente relacionada ni c o n la lógica ni con la realidad. Su p u n t o de par-
tida es t o t a l m e n t e ajeno a ellas, y los deseos q u e surgen en su seno n o llevan al
sujeto hacia la vida en c o m ú n . U n o d e los afectos m á s p o d e r o s o s q u e e n c o n -
t r a m o s en ella, q u e se manifiesta o n o a la luz del día, es el de o d i o , q u e llega
 IMAGINARIO E IMAGINACIÓN EN I A ENCRUCIJADA

hasta el deseo d e asesinato. A m e n u d o digo, a m o d o de chiste, q u e q u i e n n o

e x p e r i m e n t ó , p o r lo m e n o s u n a vez p o r a ñ o , u n deseo de m u e t t e con respecto
a o t r o , está g r a v e m e n t e e n f e r m o y tendría q u e consultar r á p i d a m e n t e a u n psi-
coanalista. La reacción natural c u a n d o alguien constituye para nosotros un
obstáculo es deseat su d e s a p a r i c i ó n , y esto, lo sabemos, p u e d e llegar hasta el
acto. lis necesario, p u e s , q u e esta i m a g i n a c i ó n radical d e los seres h u m a n o s sea
d o m i n a d a , canalizada, regulada y c o n v e r t i d a e n apta pata la vida en sociedad y
t a m b i é n para lo q u e l l a m a m o s realidad. Eso se lleva a cabo m e d i a n t e su socia-
lización, en el c u r s o d e la cual a b s o r b e n la institución d e la sociedad y sus sig-
nificaciones, las interiorizan, a p r e n d e n el lenguaje, la catego tizado n de las cosas,
lo q u e es justo e injusto, lo q u e se p u e d e hacer y lo q u e n o se d e b e hacer, lo
q u e hay q u e a d o r a t y lo q u e hay q u e odiar. C u a n d o esta socialización o p e r a , la
i m a g i n a c i ó n radical, hasta cierto p u n t o , se e n c u e n t r a a h o g a d a en sus m a n i f e s -
taciones m á s i m p o r t a n t e s y su expresión a d q u i e r e u n carácter d e c o n f o r m i d a d y
de repetición. E n estas c o n d i c i o n e s , la sociedad e n su c o n j u n t o es h e t e r ó n o m a .
Pero los individuos m i s m o s son h e t e t ó n o m o s , ya que j u z g a n a p a r e n t e m e n t e
según critetios p r o p i o s , c u a n d o en realidad sus juicios tienen u n criterio social.
P o r o t r o lado, n o d e b e m o s v a n a g l o r i a r n o s t a n t o . A u n en nuestras sociedades,
u n a cantidad e n o r m e d e i n d i v i d u o s son de h e c h o h e t e t ó n o m o s , n o juzgan sino
a través de las convenciones y d e la opinión pública.
Las sociedades en las q u e se m a n i f i e s t a la posibilidad y la c a p a c i d a d d e
c u e s t i o n a r las i n s t i t u c i o n e s y las significaciones establecidas c o n s t i t u y e n u n a
í n f i m a excepción en la h i s t o r i a d e la h u m a n i d a d . E n realidad, t e n e m o s sola-
m e n t e d o s ejemplos: u n p r i m e r e j e m p l o en la Grecia a n t i g u a , con el n a c i -
m i e n t o d e la d e m o c r a c i a y la filosofía, y u n s e g u n d o en E u r o p a O c c i d e n t a l ,
l u e g o del largo p e r í o d o h e t e r ó n o m o d e la E d a d Media.
U n f e n ó m e n o m u y i m p o r t a n t e y central p a r a nuestra d i s c u s i ó n de h o y es
el h e c h o d e q u e la historia d e las sociedades está m a r c a d a p o r procesos d e
p u l s a c i ó n : fases d e c r e a c i ó n d e n s a y fuerte a l t e r n a n , en su s e n o , c o n fases
d e a t o n í a c r e a d o r a o d e regresión. Los e j e m p l o s son n u m e r o s o s . E v i d e n t e -
m e n t e , p e r t e n e c e n t o d o s a s o c i e d a d e s históricas, ya q u e n o p o d e m o s d e c i r
g r a n cosa con respecto a ¡as o t t a s . Es p o s i b l e q u e la d e s a p a r i c i ó n d e la civili-
zación h o m é r i c a —la m i n o i c a y la m i c é n i c a - n o p u e d a ser a t r i b u i d a s o l a m e n t e ,
o e s e n c i a l m e n t e , incluso, a i n v a s i o n e s o s i s m o s , sino a p r o c e s o s d e d e s i n t e -
g r a c i ó n interna. N o s a b e m o s n a d a al respecto, p o r lo m e n o s p o r ahora.
U n caso en el q u e la s o c i e d a d e n t r a en u n p e r í o d o d e d e c a d e n c i a l u e g o
de u n p e r í o d o d e creatividad tico e i n t e n s o es el d e la G t e c i a a n t i g u a , en es-
98 K O I N O N Í A

pecial la c i u d a d de Atenas. La era verdaderamente creadora se despl.ega has-

ta el final del siglo V, hasta Sa T e r m i n a c i ó n de la guerra del Peloponeso, cuan¬

do emergen la filosofía, la democracia, la tragedia, sin mencionar las otras

artes y Ciencias. Luego, a partir d e l siglo IV, no ocurre gran cosa. Por cierto,
¡a sociedad sigue creando por inercia; se da especialmente la paradoja de que
dos de los más importantes filósofos que jamás existieron, Platón y Aristóte-
les, pertenecen a ese siglo [V, pero hacen su aparición luego del gran período
de creación. Posiblemente se trate d e un caso único, de todos modos eviden-
te, q u e permite ilustrar la famosa frase d e Hegel, cuando dice que la filosofía
no aparece hasta q u e las obras d e la jornada han terminado, así como el pá-
jaro de Minerva emprende su vuelo solamente cuando cae la noche. (Frase
q u e , por otro lado, es literalmente falsa: la filosofía tomó vuelo en Grecia
aproximadamente al mismo tiempo que el inicio de la creación política grie-
ga, y no ocurre de manera diferente en los tiempos modernos. La frase no
expresa otra cosa que el anhelo de Hegel de que la historia de la humanidad,
en el sentido fuerte del término, llegue a su finalización con su propio siste-
ma.) En todo caso, luego de la victotia de Filipo y de Alejandro en Macedo-
n a , hace su aparición la civilización helénica o alejandrina -bastante compa-
rable, si puedo anticipar, a nuestta propia situación: ninguna creación
importante, eclect.csmo, comentarios interminables, muy valiosos por otro
lado; la filología y el arte de los gramáticos se desarrollan, las técnicas y las
artesanías continúan progresando, pero (con la notable excepción de la mate-
marica) no se produce ninguna gran manifestación de la imaginación radical
verdaderamente innovadora—.
Un caso semejante es el del Imperio Romano, luego del primer siglo de
nuestra era. Condicionado por la evolución interna de la sociedad romana
imperial y por la descomposición de las significaciones imaginarias sociales
que sostenían a las instituciones, su caída fue, simplemente, facilitada por ¡as
invasiones germánicas. Los bárbaros golpeaban las puertas del dominio romano
desde el primer siglo antes de nuestra era y fueron rechazados exitosamente
hasta el final del siglo II. La decadencia interna del Imperio en este momen to
es demasiado evidente para que la podamos negar sin usar argucias.
Encontraremos hechos importantes análogos en cualquier sitio en el que
se conozca la evolución de las sociedades: en Egipto, en el Medio Oriente,
en la India, en China y hasta en América Central.
Lo importante allí, desde el punto de vista de la dilucidación de la histo-
ria, consiste en el fracaso de las explicaciones. Esto no es sorprendente. Así

48/1!
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA E N C R U C I J A D A

c o m o n o hay explicación d e las fases d e c r e a c i ó n en la h i s t o r i a , ni del m o -

m e n t o en el cual s u r g e n , ni del c o n t e n i d o d e esta c r e a c i ó n , d e la m i s m a m a
ñ e r a n o p o d e m o s explicar la a p a r i c i ó n d e las fases de d e c a d e n c i a , el m o m e n t o
en. el q u e s u r g e n , el c o n t e n i d o q u e a d q u i e r e n . P u e d e n r e u n i r s e u n a m u l t i t u d
d e h e c h o s parciales, q u e p a r e c e n b r i n d a r m a y o r c o m p r e n s i ó n con respecto a
estas a l t e r n a n c i a s , p e r o n o c o n s t i t u y e n u n a v e r d a d e r a explicación de aquéllas
N o h a y leyes q u e rijan el i m a g i n a r i o radical, sus fases d e p l e n i t u d o sus fases
d e evanescencia. Y e v i d e n t e m e n t e n i n g u n a explicación n o s b r i n d a las i m á g e -
nes biológicas y b o t á n i c a s d e Spengler.
Ya h e h e c h o n o t a r q u e d u r a n t e el p e r í o d o helénico, c o m o d u r a n t e el p e -
ríodo tardío del I m p e r i o R o m a n o , sigue e x i s t i e n d o u n c i e r t o desarrollo d e la
técnica (y q u e este h e c h o r e c u e r d a de u n m o d o extraño lo q u e ocurre h o y )
E s t a m o s llevados, p u e s , a p l a n t e a r u n a distinción q u e se i m p o n e , a d e m á s , p o r
otras razones: la d i s t i n c i ó n e n t r e la cultura, en el s e n t i d o estricto del t é r m i n o ,
y la d i m e n s i ó n p u r a m e n t e funcional d e la v i d a social. La c u l t u r a es el d o m i n i o
del i m a g i n a r i o en el s e n t i d o estricto, el d o m i n i o poiético, lo q u e en u n a socie-
d a d llega más allá d e lo q u e es s o l a m e n t e i n s t r u m e n t a l . E v i d e n t e m e n t e , n o
h a y n i n g u n a s o c i e d a d q u e carezca d e c u l t u r a ; n i n g u n a s o c i e d a d se ve r e d u c i -
d a a lo funcional o lo i n s t r u m e n t a l ; n o c o n o c e m o s n i n g u n a sociedad h u m a n a
q u e viva c o m o las sociedades d e abejas o d e h o r m i g a s . E n ellas, s i e m p r e e n -
c o n t r a m o s c a n t o s , danzas, d e c o r a c i o n e s , cosas que no sirven para nada. Estos
p r i m i t i v o s , q u e t e n í a n t a n t a s dificultades p a r a vivir, l o g r a r o n e n c o n t r a r u n
t i e m p o p a r a estas estupideces. C o m o ya lo s a b e n , se a c a b a n d e e n c o n t r a r en
Portugal p i n t u r a s prehistóricas s o b r e las paredes de las g r u t a s paleolíticas, q u e
p r o b a b l e m e n t e figuran e n t r e las m á s a n t i g u a s , sino las m á s antiguas, q u e se
1
conocen. D e d i c a b a n su t i e m p o a hacer p i n t u r a sobre las paredes d e g r u t a s
m u y m a l i l u m i n a d a s . Esto era m á s i m p o r t a n t e para ellos q u e desarrollar las
fuerzas p r o d u c t i v a s o m a x i m i z a r el r e n d i m i e n t o de su capital.
La d i s t i n c i ó n e n t r e lo q u e l l a m o lo poiético y lo f u n c i o n a l n o se e n c u e n t t a
en las cosas, e v i d e n t e m e n t e , s i n o q u e se e n c u e n t r a en la relación e n t r e c ó m o
se h a c e n las cosas y su finalidad. U n vaso p u e d e ser s i m p l e m e n t e f u n c i o n a l
- s i r v e ; p o r e j e m p l o , u n vaso d e p l á s t i c o - p e r o p u e d e ser t a m b i é n u n a d m i -
rable o b j e t o d e arte, c o m o t a n t o s vasos a n t i g u o s , c h i n o s o africanos. E n este
ú l t i m o e j e m p l o , u n a d i m e n s i ó n esencial d e lo q u e c o n s t i t u y e el vaso escapa
a la finalidad, o la s u p e t a ; la belleza de u n vaso es inútil. P.stas dos creacio

1
[SE TRATA DEL SITIO DE FOZ COA, SOBRE EL ALTO DOURO.]
 KOINONÍA

nes, la po¡ética y la funcional, n o t i e n e n el m i s m o r i t m o ni el m i s m o s e n t i d o .

La creación patética p u e d e aplastarse, sin eme este h e c h o afecte la creación en
A d o m i n i o funcional: nuevas invenciones p u e d e n llevarse a c a b o , el desarrollo
técnico o incluso científico p u e d e c o n t i n u a r . Es lo q u e o c u r r i ó , c o m o ya lo
señalé, d u r a n t e el p e r í o d o h e l é n i c o , c o m o t a m b i é n luego d e la fase c u l t u r a l -
m e n t e c r e a d o r a d e la historia de R o m a . En o t r o s casos, p o r e j e m p l o , luego
del d e r r u m b e de la civilización h o m é r i c a o d u r a n t e la verdadera E d a d M e d i a
e u r o p e a (del siglo V al siglo XI d e nuestra era), las regresiones d e lo poiético y
d e lo funcional son s i m u l t á n e a s . Es posible, a d e m á s , q u e existan p e r í o d o s d e
i m p o r t a n t e creación poiéúca m i e n t r a s q u e el c o m p o n e n t e funcional se m a n -
t i e n e m á s o m e n o s estable; en t o d o caso, esto es lo q u e sugieren las n u m e r o -
sas sociedades arcaicas cuyas culturas son p r o f u n d a m e n t e diferentes, m i e n t r a s
q u e su i n s t r u m e n t a c i ó n funcional parece en general idéntica.
E s t a d i f e r e n c i a c i ó n , o b v i a d a p o r H e g e l y p o r M a r x , agrega t o d a v í a o t r a
d i m e n s i ó n a la m a g n a p r e g u n t a c o n respecto a la unidad d e la s o c i e d a d . ¿ D e
q u é m a n e t a p u e d e p e n s a r s e el h e c h o d e q u e d o s partes del m i s m o c u e r p o
p u e d a n c a m i n a r c o n r i t m o s diferentes? ¿ C ó m o d o s - c . varios - sectores d e la
v i d a d e u n a m i s m a s o c i e d a d p u e d e n convivir c o n t e m p o r a l i d a d e s t a n dife-
rentes? N o p u e d o h a c e r o t r a cosa a q u í q u e p l a n t e a r estos i n t e r r o g a n t e s , sin
i n t e n t a r dilucidarlos.
L u e g o d e G r e c i a , u n a n u e v a e m e r g e n c i a del p r o y e c t o d e a u t o n o m í a t i e n e
lugar c o n el n a c i m i e n t o efe la b u r g u e s í a e n E u r o p a O c c i d e n t a l , q u e se p o n e
d e manifiesto a p a r t i r d e los siglos XI-XII. Es el c o m i e n z o del p e r í o d o moder-
no e n el s e n t i d o a m p l i o . A partir d e este m o m e n t o , c o n s t a t a m o s q u e la ctea-
c i ó n c u l t u r a l se a m p l í a y se acelera c o n u n a riqueza y variaciones d e r i t m o
q u e i m p o s i b i l i t a n su simplificación y su e s t u d i o exhaustivo. Es p r á c t i c a m e n -
te i m p o s i b l e escribir u n a historia d e la c u l t u r a e u r o p e a . E s t o o c u r r e e n t o d o s
lados: en Italia, en E s p a ñ a , en P o r t u g a l , en Francia, en Inglaterra, en los paí-
ses a l e m a n e s , en los países e s c a n d i n a v o s , en las sociedades eslavas d e E u r o p a
central y oriental; en diferentes m o m e n t o s , son actividades diferentes q u e se
desarrollan en diferentes países; t o d o a q u e l l o se fecunda y se m u l t i p l i c a m u -
t u a m e n t e . Este f l o r e c i m i e n t o e x t r a o r d i n a r i o llega a u n a especie d e c u m b r e
d u r a n t e los dos siglos q u e a b a r c a n el p e r í o d o d e 1 7 5 0 a 1 9 5 0 . E s t e p e r í o d o
es m u y p a r t i c u l a r e n f u n c i ó n d e la i m p o r t a n t e densidad d e la creación c u l t u -
ral, p e r o a d e m á s en f u n c i ó n d e su alto g r a d o d e subversión.
Establezco la relación e n t r e esta e x p l o s i ó n y el h e c h o d e q u e el p r o y e c t o
s o c i o h i s t ó t i c o a u t ó n o m o i n v a d e la sociedad y la m o l d e a en t o d o s sus aspee-
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA E N C R U C I J A D A i í) 1

tos. A d q u i e r e la forma del m o v i m i e n t o d e m o c r á t i c o , d e las r e v o l u c i o n e s de

los siglos XVII, XVIII y XX, del m o v i m i e n t o o b r e r o y, m á s RECIENTEMENTE, del
m o v i m i e n t o d e las m u j e r e s y los jóvenes. P e r o lo q u e n o s i m p o r t a AQUÍ es lo
que OCUTRE en el d o m i n i o p r o p i a m e n t e c u l t u r a l . A s i s t i m o s a la c r e a c i ó n d e
f o r m a s n u e v a s y d e n u e v o s c o n t e n i d o s c o n u n a i n t e n c i ó n a b s o l u t a m e n t e ex-
plícita d e c a m b i o , s i e n d o ÉSTE u n a s p e c t o p r á c t i c a m e n t e d e s c o n o c i d o hasta el
m o m e n t o en la historia, salvo quizás en la G r e c i a a n t i g u a d u r a n t e el p e r í o d o
q u e t r a n s c u r r e a l r e d e d o r del siglo V .
S a b e m o s q u e se p r o d u c e s i m u l t á n e a m e n t e u n a e n o r m e aceleración d e la
i n v e n c i ó n t e c n o l ó g i c a , sin relación a l g u n a c o n lo q u e se p u d o c o n o c e r en
otras fases y en otras regiones d e la h i s t o r i a d e la h u m a n i d a d . E n este caso,
m e estoy refiriendo a este f e n ó m e n o i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e los m ú l t i p l e ,
efectos d e s t r u c t i v o s q u e p u d o p r o v o c a r d i c h o desarrollo t e c n o l ó g i c o . P e r o
este desarrollo t e c n o l ó g i c o N O p u d o causar los t r e m e n d o s c a m b i o s c u l t u r a l
q u e n o s o c u p a n . E s t o s m i s m o s progresos d e p e n d e n d e los c a m b i o s f u n d a
m e n t a l e s en el i m a g i n a r i o científico. D u r a n t e este p e r í o d o se crean e n lo
esencial LA f o r m a q u í m i c a , la f o r m a eléctrica, la teoría del calor y la t e r m o d i
n á m i c a , la teoría d e los c a m p o s (Faraday, M a x w e l l ) , así COMO las t e o r í a s d e
la relatividad y d e los q u a n t a ; a s i m i s m o , los progresos d e la m e d i c i n a y d e la
biología a p l i c a d a son correlativos a la e m e r g e n c i a d e u n a ciencia b i o l ó g i c a
n u e v a . Y p o r c i e r t o , la c r e a c i ó n d e nuevas disciplinas e n el d o m i n i o h u m a -
n o , c o m o la sociología y el psicoanálisis, está relacionada c o n el c o n j u n t o del
m o v i m i e n t o d e la s o c i e d a d , y n o c o n el desarrollo d e la tecnología. E s t o es
a u n m á s e v i d e n t e c o n r e s p e c t o a los g r a n d e s m o v i m i e n t o s filosóficos del LLU-
m i n i s m o y, luego del i d e a l i s m o a l e m á n . El m o v i m i e n t o general d e l i b e r a c i ó n
d e la sociedad, EL c u e s t i o n a m i e n t o y el d e r r u m b e de las f o r m a s políticas a n t i -
guas n o se d e t i e n e n en las p u e r t a s d e las actividades y disciplinas específicas,
t a n t o e n arte c o m o en filosofía y en CIENCIA.

P u e d e llamar la a t e n c i ó n el h e c h o de q u e , h a b l a n d o del despliegue poiéti-

co, incluya E N el m i s m o n o s o l a m e n t e a la filosofía sino t a m b i é n a la ciencia.
¿ACASO a m b a s n o expresan u n m o v i m i e n t o d e la R a z ó n pura] P r o c e d o d e es-
ta m a n e r a p o r q u e , c o n t r a r i a m e n t e a las IDEAS recibidas, la i m a g i n a c i ó n crea-
d o r a j u e g a u n p a p e l f u n d a m e n t a l t a n t o en CIENCIA c o m o en filosofía. Toda
gran o b r a filosófica es u n a c r e a c i ó n i m a g i n a r i a , ella es c r e a c i ó n de estas sig-
nificaciones particulares q u e s o n las significaciones filosóficas. Éstas n o s o n
p r o d u c t o s racionales. Por e j e m p l o , la idea d e idea n o p r o v i e n e de u n a INDUC-

c i ó n e m p í r i c a ni d e u n a d e d u c c i ó n lógica —estas últimas ¡a p r e s u p o n e n , E N

102 KOI N O NÍA

r e a l i d a d - . E s t o t a m b i é n es válido c o n ideas c o m o potencia y acto, cogito, mó­

nada o trascendental. Estas son grandes i n v e n c i o n e s , a p a r t i r d e las cuales se
aclara u n c o n j u n t o d e h e c h o s c o n c e r n i e n t e s a! ser, al m u n d o , a la n a t u r a l e z a ,
al p e n s a m i e n t o h u m a n o y su relación con el o t r o , etcétera. Pero o c u r r e lo
m i s m o e n la ciencia. Los g r a n d e s avances científicos p r o v i e n e n d e la crea­
ción d e n u e v o s e s q u e m a s i m a g i n a r i o s , q u e están f o r m a d o s p o r efecto d e la
coerción de la experiencia disponible, pero no se desprenden d e esta experiencia.
Por definición, u n a d e d u c c i ó n lógica n o p u e d e p r o v o c a r el n a c i m i e n t o d e
una n u e v a hipótesis. (La inducción n o es otra cosa q u e u n a d e d u c c i ó n n o ri­
gurosa a partir d e un c o n j u n t o i n c o m p l e t o d e h e c h o s c o m b i n a d o s c o n re­
glas, c o n c l u s i o n e s , etcétera, ya existente*. U n h e c h o nuevo p u e d e c o n t r a d e c i r
- y n o n e c e s a r i a m e n t e - las hipótesis vigentes, p e r o n o p r o v e e u n m i l i g r a m o
de hipótesis n u e v a s . Este es el m o t i v o p o r el cual la c o n c e p c i ó n d e la falsifi­
cación de P o p p e r es b á s i c a m e n t e defectuosa. L a falsificación p o r u n a n u e v a
o b s e r v a c i ó n p u e d e s i m p l e m e n t e refutar u n a c o n c e p c i ó n existente, e incluso
esto n o o c u r r e s i e m p r e : teorías falsificadas persisten d u r a n t e m u c h o t i e m p o ,
a veces e q u i v o c a d a m e n t e , o t r a s , a c e r t a d a m e n t e . La s i t u a c i ó n n o c a m b i a c o n
la i n v e n c i ó n d e u n a n u e v a hipótesis.) U n físico n o p u e d e f o r m u l a r hipótesis
d e c u a l q u i e t característica; es necesario q u e las n u e v a s teorías d e n c u e n t a d e
los h e c h o s c o n o c i d o s (en esto consiste la c o e r c i ó n ) y, si fuera posible, lleven
a c a b o p r e d i c c i o n e s s o b r e n u e v a s categorías d e h e c h o n o c o n o c i d a s hasta e n ­
t o n c e s . Es lo q u e h a o c u r r i d o c o n la p o s i c i ó n d e estos g r a n d e s e s q u e m a s
i m a g i n a r i o s n u e v o s , c o m o la i m a g e n n e w t o n i a n a del u n i v e r s o , la i d e a d e
c a m p o en F a r a d a y y M a x w e l l , los e s q u e m a s sucesivos d e E i n s t e i n , etcétera.

Existe u n parentesco p r o f u n d o e n t r e el arte, p o r u n l a d o , y la filosofía y la

ciencia, p o r el o t r o . N o s o l a m e n t e v e m o s a la i m a g i n a c i ó n c r e a d o r a en acción
en estos c a m p o s , sino q u e t a n t o el arte c o m o la filosofía y la ciencia t r a t a n d e
b r i n d a r u n a f o r m a al caos: al caos s u b y a c e n t e a! cosmos, el m u n d o , q u e se en­
c u e n t r a detrás d e los sucesivos estratos d e las apariencias. Existe esta i n d e t e r ­
m i n a c i ó n del ser e n su p r o f u n d i d a d , q u e es el corolario d e su p o t e n c i a creati­
va, d e la c u a l los i n f i n i t o s e s t t a t o s del c o s m o s r e p r e s e n t a n sus sucesivas
d e t e r m i n a c i o n e s . La i n s t i t u c i ó n d e la sociedad a p u n t a a recubrir este caos y a
crear u n m u n d o para la sociedad, y lo lleva a c a b o , pero es i m p o s i b l e evitar
en esta creación la existencia d e g r a n d e s agujeros, d e g r a n d e s c o n d u c t o s , a
naves d e los cuales el caos se hace e v i d e n t e . U n o d e estos c o n d u c t o s , quizás el
m á s difícil d e o b t u r a r pata el ser h u m a n o , sea la m u e r t e , a la q u e todas las ins­
tituciones conocidas de la sociedad trataron d e d a r u n a significación: se m u e r e
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N KN LA E N C R U C I J A D A 103

p o r la patria, se m u e r e para convertirse e n u n o d e los a n t e p a s a d o s q u e ven­

d r á n a reencarnarse e n el recién n a c i d o , se m u e r e para acceder al R e i n o d e los
cielos, y d e esta m a n e r a se o c u l t a el sin s e n t i d o intrínseco d e la m u e r t e .
El arte, p o r u n l a d o , la filosofía y la ciencia, p o r el o t r o , t r a t a n de p r o p o r
c i ó n a r u n a f o r m a al caos, u n a f o r m a a p r e n s i b l e para los h u m a n o s . El a r t e lo
lleva a c a b o a su m a n e r a , la filosofía y la c i e n c i a d i s p o n e n d e otra m o d a l i
d a d . E n a m b o s casos, t e n e m o s u n a creación d e formas. L a diferencia radica
en q u e el arte, al d a r u n a forma al caos, y p a r a darla, crea m u n d o s n u e v o s ,
d e u n a m a n e r a r e l a t i v a m e n t e libre. N o trabaja bajo la c o e r c i ó n de la e x p e ­
riencia; las coerciones q u e d e b e e n f r e n t a r s o n d e o t r o o r d e n , d e u n o r d e n in­
t e r n o . Pero la filosofía y la c i e n c i a t i e n d e n a d i l u c i d a r el m u n d o tal c o m o se
n o s p r e s e n t a , lo q u e les i m p o n e u n a c o e r c i ó n m u y fuerte, la coerción p r o d u ­
c i d a p o r la experiencia d i s p o n i b l e . P o r c i e r t o , la ciencia lo realiza a su m a n e ­
ta y e n u n d o m i n i o r e s t r i n g i d o , el d e n u e s t r a experiencia física, y se o c u p a
d e lo q u e presenta u n a r e g u l a r i d a d esencial e n esta experiencia y p u e d e ser
explicable. Para la filosofía, n o se trata d e explicar, ni siquiera, en r e a l i d a d ,
d e c o m p r e n d e r (en lo q u e se refiere a las disciplinas del d o m i n i o h u m a n o ) ; se
trata d e dilucidar. Pero u n a filosofía n o se sostiene si no i n t e n t a d a r c u e n t a d e
la t o t a l i d a d d e la experiencia h u m a n a . P u n t u a l i z o , sin p o s i b i l i d a d d e p r o f u n ­
dizar, la c u e s t i ó n d e q u e existe u n a r a m a del s a b e r m a r a v i l l o s a m e n t e m e z c l a ­
d a , la r a m a de la m a t e m á t i c a , q u e e n los casos m á s i m p o r r a n t e s crea m u n d o s
n u e v o s , p e r o s i m u l t á n e a m e n t e c o n t r i b u y e a d i l u c i d a r el m u n d o tal c o m o se
n o s presenta.

L l e g a m o s a h o r a a lo q u e c o n s t i t u y e v e r d a d e r a m e n t e n u e s t r o t e m a de hoy. Es
el p e r í o d o c o n t e m p o r á n e o a p a r t i r d e 1 9 5 0 , fecha q u e , e v i d e n t e m e n t e , n o
p r e t e n d e ser exacta. La b r u t a l c o n s t a t a c i ó n a la q u e llego es cjue este g r a n
m o v i m i e n t o creativo está a g o t á n d o s e . Este a g o t a m i e n t o s u p e r a el d o m i n i o
del a t t e . Alcanza t a m b i é n a la filosofía e i n c l u s o , a m i c r i t e r i o , a la v e r d a d e r a
creación teórica en el d o m i n i o científico, m i e n t r a s q u e el desarrollo d e la
tecnología y de la t e c n o c i e n c i a se acelera y se c o n v i e r t e e n a u t ó n o m o . E s t a
e v o l u c i ó n , este retroceso de la creatividad, va a la par del t r i u n f o , d u t a n t e este
p e r í o d o , del i m a g i n a r i o capitalista y d e u n retroceso cada vez m á s m a r c a d o
del m o v i m i e n t o d e m o c r á t i c o , del m o v i m i e n t o hacia la a u t o n o m í a en el p l a n o
social y político.
E m p i e z o c o n el d o m i n i o d e la filosofía. H e i d e g g e r p a r e c e h a b e r l o g r a d o
q u e su d i a g n ó s t i c o - e q u i v o c a d o - del «fin de la filosofía» se c o n v i e r t a casi en
 K O i N O N Í A

u n a especie d e profecía a u t o c u m p l i d a Salvo a l g u n a s e x c e p c i o n e s , n o hay

m á s filósofos, h a y c o m e n t a r i s t a s m u y e r u d i t o s e h i s t o r i a d o r e s d e la filosofía
m u y ilustrados, p e r o n o hay casi n i n g u n a creación n u e v a . La única experien-
cia a la Cual la filosofía trata d e e n t e n t a r de a h o r a en m á s es la d e su p r o p i a
historia Se c o n d e n o a n u t r i r s e d e v o r á n d o s e , d e v o r a n d o su p r o p i a carne.
Q u i z á s , en este caso, p o d a m o s discernir u n factor i n t e r n o q u e c o n t r i b u -
yó a esta e v o l u c i ó n , sin q u e sea suficiente, p o r cierto, para explicarla. Se tra-
ta d e la influencia de dos g r a n d e s filósofos dei i d e a l i s m o a l e m á n , K a n t y
H c g e l , q u e quizas desempeñó) su papel a p a r t i r d e c o n s i d e r a c i o n e s c o n t r a -
d i c t o r i a s p e t o q u e c o n v e r g i e r o n hacia el m i s m o r e s u l t a d o , en este caso. El
corte radical q u e K a n t q u i s o instaurar, c o n el p r e t e x t o d e u n a crítica d e la
metafísica, e n t r e la filosofía y la ciencia - l a filosofía r e d u c i d a , en el d o m i n i o
del c o n o c i m i e n t o , a u n a «etílica d e la razón t e ó r i c a » - , c o n d u j o a la idea d e
q u e los d o m i n i o s d e la ciencia y de la filosofía e s t a b a n s e p a r a d o s p o r u n
a b i s m o q u e n o era p o s i b l e t r a t a r d e f r a n q u e a r sin caer en el a b i s m o d e la es-
p e c u l a c i ó n metafísica. D e m a n e r a s i m é t r i c a y o p u e s t a , la e l a b o r a c i ó n d e
1 legel d e u n sistema q u e p r e t e n d í a e n g l o b a r t o d o el saber, i n c l u y e n d o el d e
la ciencia, y la p r o c l a m a c i ó n d e q u e este saber ( t a n t o científico c o m o filosó-
fico) e n c o n t r a b a allí su c o m p l e t u d , pareció d e m o s t r a r , p o r el m i s m o fracaso
de ese sistema, q u e la filosofía teórica e s t a b a o b l i g a d a , d e a h í en m á s , a re-
lugiarse e n el d o m i n i o d e la teoría del c o n o c i m i e n t o si n o q u e r í a repetir d e
u n m o d o irrisorio la v a n a t e n t a t i v a hegeliana. Los d o s efectos están presen-
tes, si la e x a m i n a m o s d e t e n i d a m e n t e , e n la p r o c l a m a c i ó n d e H e i d e g g e r del
«fin d e la filosofía en la ciencia tecnificada». Pero esta s e p a r a c i ó n e s t a n c a
e n t r e filosofía y ciencia, f u e r t e m e n t e p r o p i c i a d a p o r la especialización y la
c r e c i e n t e t e c n i c i d a d d e la ciencia c o n t e m p o r á n e a , n o p o d í a b r i n d a r a la fi-
losofía m á s q u e resultados catastróficos. P o r q u e la c o n d e n a b a a dejar d e l a d o
u n aspecto e n o r m e d e la experiencia h u m a n a —codo lo q u e se refiere a la na-
turaleza i n a n i m a d a y v i v i e n t e - , y a convertirse ella m i s m a en u n a disciplina
p a r t i c u l a r d e p o c o intetés - c o m o lo atestigua la d o m i n a c i ó n del p o s i t i v i s m o
lógico y d e la filosofía lingüística en el m u n d o anglosajón— o bien a erigirse
en p u r o pensamiento del Ser, vacío y estéril, ya q u e n o se p u e d e decir n a d a
dei Ser fuera d e los entes.

Pero este factor n o p u d o t e n e r m á s q u e u n papel s e c u n d a r i o , ya q u e se

c o n s t a t a u n a e v o l u c i ó n a n á l o g a e n t o d o s los d o m i n i o s . E s t o o c u r r e en el ca-
so d e la ciencia m i s m a . C i e r t a m e n t e , t e n e m o s a ú n avances científicos i m -
p o r t a n t e s , p e r o las d o s g r a n d e s f o r m a s teóricas s o b r e las cuales se a p o y a la
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA ENCRUCIJADA 10

ciencia fueron creadas a m b a s h a c e más d e tres cuartos d e siglo: la relatividad

entre 1905 y 1 9 1 6 , la teoría d e los c u a n t a e n t r e .1900 y los años treinta. Estas
dos teorías se c o n t r a d i c e n sin e m b a r g o e n t r e sí, y cada u n a d e ellas c o n t i e n e n o
p r e c i s a m e n t e r o m p e c a b e z a s , s e g ú n la t e r m i n o l o g í a d e T h o m a s K u h n sino
verdaderas aporías q u e t e n d r í a n q u e haber posibilitado el c u e s t i o n a m i e n t c de
los m i s m o s p a r a d i g m a s teóricos. E n verdad, hay nuevos e s q u e m a s q u e están
p r o p u e s t o s (teorías de las sogas y d e las supersogas, universo inflacionario ,},
p e r o n i n g u n o hasta a h o r a satisfizo las exigencias d e la experiencia.
El ú l t i m o g r a n d e s c u b r i m i e n t o f u n d a m e n t a l en biología, el del A D N , tu-
vo lugar en 1 9 5 3 , y p o r o t r o l a d o , se d e s p r e n d e de los trabajos d e D e l b r ü c k
sobre la biología m o l e c u l a r , q u e d a t a n del a ñ o 1 9 4 3 . Q u i z á s t e n g a m o s Q U E
m e n c i o n a r c o m o posible excepción las teorías d e la a u t o o r g a n i z a c i ó n , Q U E sin
e m b a r g o se b a s a n en la teoría d e los a u t ó m a t a s creada p o r T u r i n g y V b n
N e u m a n n entre 1935 y 1 9 5 5 .
Vale la p e n a d e t e n e r n o s u n m o m e n t o s o b r e la s i t u a c i ó n creada p o r los
avances de la m a t e m á t i c a y d e la física desde 1 9 0 0 en su relación con la filoso-
fía. Estos avances han c u e s t i o n a d o categorías f u n d a m e n t a l e s hasta ese m o m e n -
to (y hasta la actualidad) para la c o m p r e n s i ó n del m u n d o físico: causalidad, lo-
calización, s e p a r a c i ó n , e t c é t e r a . E n m a t e m á t i c a , a p a r t i r d e 1 9 3 0 , a l g u n o s
resultados a s o m b r o s o s —teoremas d e G ó d c l , T u r i n g , C h u r c h - pulverizaron las
concepciones sobre los f u n d a m e n t o s y las posibilidades en vigencia hasta ese
m o m e n t o . Esta situación requiere d e s e s p e r a d a m e n t e u n a dilucidación filosófi-
ca. Pero n o o c u r r i ó n a d a en este s e n t i d o , c o m o si la filosofía hubiese r e n u n c i a -
d o a su función, consistente en dilucidar n u e s t r a experiencia.
Existe, p u e s , este a g o t a m i e n t o d e la i m a g i n a c i ó n y del i m a g i n a r i o en los
d o m i n i o s d e la filosofía y d e la ciencia, y d e u n m o d o m a n i f i e s t o existe el
a g o t a m i e n t o d e la i m a g i n a c i ó n y del i m a g i n a r i o político. T e n e m o s q u e reco-
nocer la d e c a d e n c i a del m o v i m i e n t o o b r e r o y, de u n m o d o m á s g e n e r a l , la
del m o v i m i e n t o d e m o c r á t i c o . El discurso p o l í t i c o actual, r a n t o el de derecha
c o m o el de izquierda, es c o m p l e t a m e n t e estéril y repetitivo; i n c l u s o , n o se
sabe en q u é difieren e n t r e sí derecha e izquierda. Si sólo t o m a m o s el e j e m p l o
de Francia (pero, en este s e n t i d o , p o d r í a m o s h a b l a r de los E s t a d o s U n i d o s , de
Inglaterra, de E s p a ñ a , e t c é t e r a ) , e n t r e los g o b i e r n o s sucesivos d e M i t e t r a n d ,
de siete a ñ o s c a d a u n o , y los g o b i e r n o s a n t e r i o r e s y p o s t e r i o r e s n o existe n i n
g u n a diferencia n o t a b l e ; a l g u n o s detalles son diferentes y n o desprovistos de
i m p o r t a n c i a ( p o r e j e m p l o , la p o l í t i c a sobre la cuestión d e los i n m i g r a n t e s ) ,
pero las grandes o r i e n t a c i o n e s p e r m a n e c e n idénticas. FJ s e ñ o r J u p p é a c t u a l -
 KOINONÍA

m e n e e lleva a c a b o lo q u e Balladur hacía a n t e s , cjuien a su vez repetía lo q u e

el señor B é r é g o v o y p o n í a en práctica a n t e r i o r m e n t e .
Pero io m á s i m p o r t a n t e para n u e s t r o p r o p ó s i t o consiste en el a g o t a m i e n -
to de la creatividad en el d o m i n i o del arte. C u a n d o e m p e c é a escribir s o b r e
esta c u e s t i ó n —mis p r i m e r a s f o r m u l a c i o n e s en este s e n t i d o t u v i e r o n lugar en
1 9 6 0 , en u n texto t i t u l a d o «El m o v i m i e n t o r e v o l u c i o n a r i o bajo el capitalis-
m o m o d e r n o » , d o n d e c o n s t a t a b a q u e la novela había llegado a u n a t o l l a d e -
ro, y l u e g o en un texto de 1 9 7 8 , '.Transformación social y creación c u l t u -
r a l » - / m e dijeron «está exagerando», o bien «ya tiene cierta e d a d , lo q u e h o y
se hace n o es lo q u e se hacía c u a n d o usted era joven, p o r lo t a n t o u s t e d o d i a
la é p o c a c o n t e m p o r á n e a y m i r a c o n n o s t a l g i a el t i e m p o d e su j u v e n t u d » .
H a n p a s a d o m á s d e veinte a ñ o s y t e n g o el triste placer d e c o n s t a t a r q u e a u n
los críticos oficiales - d e s d e h a c e m u c h o t i e m p o d e d i c a d o s al c u l t o d e la van-
guardia - d i c e n lo m i s m o , quizás c o n la ú n i c a e x c e p c i ó n d e la novela.
¿Cuál fue la s i t u a c i ó n del arte d u r a n t e los ú l t i m o s c u a r e n t a años? P r i m e -
ro t u v i m o s u n a falsa vanguardia y u n s i m u l a c r o d e subversión. ¿ Q u é es la
v a n g u a r d i a ? H u b o d u r a n t e los d o s siglos anteriores, ya con el r o m a n t i c i s m o ,
p e t o en t o d o caso c o n B a u d e l a i t e y M a n e t , un f e n ó m e n o i m p o r t a n t e y n u e -
vo: u n a t u p t u r a e n t r e los artistas creadores y la s o c i e d a d establecida, la socie-
d a d burguesa. La o p i n i ó n oficial e m p i e z a p o r rechazar d u r a n t e m u c h o t i e m -
p o las i n n o v a c i o n e s d e la f o r m a y del c o n t e n i d o e t c a d a s p o r el a r t e en t o d o s
los d o m i n i o s . A pesar d e lo q u e se p u d o h a b e r d i c h o , este f e n ó m e n o es his-
t ó r i c a m e n t e n u e v o . P u d i e r o n darse dificultades en c u a n t o al r e c o n o c i m i e n t o
d e jóvenes creadores en o t r o s p e r í o d o s ; p e r o p e r m a n e c í a n en el c o n t e x t o d e
f e n ó m e n o s d e clan y de celos. Pero a partir d e la m i t a d del siglo XIX, se p r o -
d u c e efectivamente u n a t u p t u r a en t o d o s los c a m p o s . M e n c i o n é a B a u d e l a i -
te, p o d e m o s agtegar a R i m b a u d , M a l l a r m é , L a u t r é a m o n t en Francia, y casos
análogos en otros países. E n p i n t u r a , la r u p t u r a e m p i e z a c o n M a n e t , los i m -
presionistas y t o d o lo q u e sigue. E n m ú s i c a , esto e m p i e z a ya c o n W a g n e r ,
luego Stravinsky y la escuela de V i e n a .

- Véase Socialisme ou Barbarie, n ú m . 3 1 , diciembre de 1%0-febrero de 1 9 6 1 ; retomado en

(.apitalisme moderne et Révolution, t o m o II, Le Mouvement révolutionnaire sous k capitahsme
moderne, París, UGE, col. 10/18, 1979.
3
Véase Sociologie et Sociétés, 11, pp. 33-48; retomado en Le Contenu du socialume, París, UGE,
col. 1 0 / 1 8 . 1979.
 IMAGINARIO E IMAGINACIÓN EN I A ENCRUCIJADA i 07

A h o r a bien, esta v a n g u a r d i a parece, efectivamente, agotat.se luego de ia Se-

g u n d a G u e r r a M u n d i a l . Y asistimos, en u n a p r i m e r a fase, a la aparición d e
u n a falsa vanguardia, u n a sucesión d e esfuerzos artificiales p a r a innovar p o r m
novar, d e subvertir p o r subvertit, c u a n d o en realidad n o h a y n a d a n u e v o p o r
decir. Esto es evidente, s o b t e t o d o , en p i n t u r a y en música. Luego, en u n a se¬
g u n d a fase, ya desaparecieron incluso estas gesticulaciones subversivas. A m e s
del p o s m o d e r n i s m o , p e r o f u n d a m e n t a l m e n t e con él, e m p i e z a la era del con¬
f o r m i s m o , o sea, la práctica sin tapujos del eclecticismo y del colage. Se m u t a
las creaciones d e a n t a ñ o mezclándolas, se j u n t a n los plagios m á s h e t e t ó c b t o s .
A s i m i s m o , en el c a m p o d e la. filosofía, se ha glorificado el pensamiento débil, o
sea, la r e n u n c i a frente a la tarea d e la filosofía. L a estetilidad triunfe.
El p o s m o d e r n i s m o es la ideología q u e i n t e n t a teorizar y glorificar estas
prácticas; m á s g e n e t a l m e n t e , d e p r e s e n t a r el e s t a n c a m i e n t o y la regresión d e
la é p o c a c o n t e m p o r á n e a c o m o la expresión d e u n a m a d u r e z , d e u n final a
nuestras ilusiones. R e i v i n d i c a e x p r e s a m e n t e el rechazo d e la i n n o v a c i ó n y d e
la o r i g i n a l i d a d , e incluso d e la c o h e r e n c i a d e la forma. E n 1 9 8 6 , en N u e v a
York, p u d e e s c u c h a r c ó m o u n o d e los a r q u i t e c t o s p o s m o d e r n o s m á s f a m o s o s
p r o n u n c i a b a en u n a c o n f e r e n c i a esta fiase m e m o r a b l e : «El p o s m o d e r n i s m o
n o s liberó d e la t i r a n í a del estilo». E n la m e n t e d e esta g e n t e , el estilo es u n a
tiranía, c u a n d o en tealidad t e p r e s e n t a la c o h e r e n c i a d e la f o r m a , sin la cual
n o existe la o b t a d e arte, y c o n s t i t u y e s i m u l t á n e a m e n t e la expresión d e la i n -
d i v i d u a l i d a d del creador.
T r a t e m o s d e e n t r a r u n p o c o m á s en detalle a p r o p ó s i t o d e t o d o esto. Vea-
m o s , p o t e j e m p l o , lo q u e p a s ó en el c a m p o d e ia música. L u e g o de la escuela
a t o n a l y d o d e c a f ó n i c a , t u v i e r o n l u g a t varios e x p e r i m e n t o s q u e n o c o n d u j e -
fon a n a d a viable. A c t u a l m e n t e , la m ú s i c a q u e se p r o d u c e (es e f e c t i v a m e n t e
la p a l a b r a a d e c u a d a ) equivale a i m i t a c i o n e s y c o m p i l a c i o n e s de m ú s i c o s d e
los siglos XIX y XX. V i m o s , p o r e j e m p l o , a L u c i a n o Berio insertar largas citas
de las sinfonías d e B e e t h o v e n en su m ú s i c a .
La p r i m e r a m i t a d del siglo X X p r e s e n c i ó la maravillosa creación d e d o s
formas d e arte n u e v o y p o p u l a r , el jazz y el c i n e . A h o r a b i e n , desde m i p u n t o
de vista, o si prefieren, s e g ú n m i s o í d o s , el p e r í o d o c r e a d o r del jazz se t e r m o
n a con la m u e r t e d e Miles D a v i s y d e T h e l o n i o u s M o n k . L o q u e le s i g u e , el
rock, el rap, el dance y el techno s o n c i e r t a m e n t e f e n ó m e n o s sociales i m p o r -
t a n t e s , p e t o sin telación c o n la creación m u s i c a l , ya q u e se despliegan en u n a
m o n o t o n í a r í t m i c a total y u n a estereotipia a t m ó n i c a y m e l ó d i c a d o t a d a d e
u n a p o b r e z a afligente.
 i Oh KOiNONiA

La orra gran creación del siglo XX, el cine, está e x t r a v i á n d o s e en la i n d u s -

trializado!;, el facílismo y la v u l g a r i d a d . P o d e r n o s citar f á c i l m e n t e d e c e n a s
d e g r a n d e s directores del p e r í o d o anterior, pero casi n i n g u n o en el p e r í o d o
reciente.
E n el c a m p o de la p i n t u r a , parecería q u e la herramienta, esencia) para in-
n o v a r h o y consiste zn representar casi fotográficamente las sopas o las b o t e -
lla! de ketchup C a m p b e l l , de r e t o r n a r a varias formas de realismo o d e i m i t a r
p o b r e m e n t e las provocaciones de M a r e e ! D u c h a m p e x p o n i e n d o u n b i d é en
;
1 ) 2 0 (o sea, hace m á s d e eres c u a r t o s d e siglo). P u d i m o s presenciar r e d e n té-
m e m e en París, en el C e n t r o G e o r g e s - P o m p i d o u , el p i a n o d e Beuys recu-
b i e r t o de fieltro, p r e s e n t a d o c o m o u n a o b r a d e arte.
El caso d e la novela es m á s discutible. Sin d u d a sigue h a b i e n d o u n a g r a n
c a n t i d a d d e excelentes novelistas. Pero, ¿acaso estas novelas b r i n d a n real-
m e n t e algo n u e v o e i m p o r t a n t e en c o m p a r a c i ó n c o n la gran novela cal c o m o
la h e m o s c o n o c i d o ? ¿Se p u e d e c o l o c a r a estos novelistas a la m i s m a a l t u r a d e
Balzac, S t e n d h a l , F l a u b e r t , Tolstoi, D o s t o i e v s k i , H e n r y J a m e s , Proust, Kaf-
ka, Joyce, F a u l k n e r . . . ? ¿La forma novela m i s m a n o estaría agotada? C i t a r é so-
l a m e n t e el caso de M i l á n K u n d e r a , q u i e n , luego d e haber escrito u n a cierta
c a n t i d a d de novelas de c o n f o r m a c i ó n m á s o m e n o s clásica, en sus tres ú l t i m o s
libros siente la n e c e s i d a d d e e x p e r i m e n t a r c o n n u e v a s f o r m a s . Pero dejaré
abierta la c u e s t i ó n d e la novela.
Este r e t o r n o del c o n f o r m i s m o es u n r e t o r n o general d e la h e t e r o n o m í a .
H e d e f i n i d o la heteronomía c o m o el h e c h o de pensar y a c t u a r c o m o lo exi-
gen la i n s t i t u c i ó n y el m e d i o social ( a b i e r t a m e n t e o d e u n m o d o s u b t e r r á -
n e o ) . A h o r a b i e n , a c t u a l m e n t e , así c o m o h a y u n pensamiento único en e c o -
n o m í a , ya q u e n a d i e se a t r e v e a v o l v e r a c u e s t i o n a r la a b s u r d i d a d d e l
n e o l i b e r a l i s m o q u e c o n d u c e a la r u i n a d e las e c o n o m í a s e u r o p e a s , n a d i e pa-
rece estar en c o n d i c i o n e s d e c u e s t i o n a r el final de la filosofía o decir q u e lo
q u e se p r e s e n t a c o m o p i n t u r a es n u l o en la m a y o r í a d e los casos; d i g o n u l o ,
no d i g o m e d i o c r e o s i m p l e m e n t e a c e p t a b l e . Si alguien se atreve a s e m e j a n t e
discurso, será t i l d a d o d e b e o c i o , i n c a p a z d e c o m p r e n d e r el arte, o b i e n d e
viejo q u e se rehusa a a c e p t a r la e v o l u c i ó n d e la historia.
El c o n j u n t o d e estos h e c h o s , si t i e n e n cabida para n o s o t r o s y si a c o r d a m o s
g l o b a l m e n t e con la i n t e t p t e t a c i ó n q u e p r o p o r c i o n o d e ellos, t r a d u c e u n a cri-
sis d e la i n s t i t u c i ó n general d e la sociedad y d e las significaciones imaginarias
sociales. C o m o ya lo i n d i q u é , esta crisis n o es i n c o m p a t i b l e con u n a c o n t i -
n u a c i ó n de los progresos de la tecnología y la p r o d u c c i ó n , de la e r u d i c i ó n e i n -
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA E N C R U C I J A D A

cluso d e la ciencia. Por m i p a r t e , y sobre la b a s e de razones q u e n o t e n g o

t i e m p o d e e x p o n e r a h o r a , d u d o incluso d e q u e estos progresos p u e d a n c o n t i -
n u a r m u c h o t i e m p o m á s en a u s e n c i a d e las raices q u e los n u t r i e r o n .
Pienso q u e e s t a m o s en u n a e n c r u c i j a d a d e c a m i n o s d e la historia, d e la
g r a n historia. U n c a m i n o ya a p a r e c e c l a r a m e n t e trazado, e n t o d o caso e n lo
q u e se refiere a su o r i e n t a c i ó n general. Es el c a m i n o de la p é r d i d a del s e n t i -
d o , d e la r e p e t i c i ó n d e formas vacías, del c o n f o r m i s m o , d e la apatía, d e la
i r r e s p o n s a b i l i d a d y del c i n i s m o , j u n t o con el c r e c i e n t e d o m i n i o del i m a g i n a -
rio capitalista d e e x p a n s i ó n i l i m i t a d a d e u n control racional, seudo control
s e u d o racional d e la e x p a n s i ó n sin límites del c o n s u m o p o r el c o n s u m o , o
sea p o r n a d a , y d e la t e c n o c i e n c i a a u t ó n o m a e n su c u r s o , q u e f o r m a p a r t e
e v i d e n t e m e n t e , d e la d o m i n a c i ó n d e este i m a g i n a r i o capitalista.
O t r o c a m i n o d e b e r í a abrirse: n o está t r a z a d o de n i n g ú n m o d o . P u e d e
abrirse ú n i c a m e n t e a través d e u n d e s p e r t a r social y político, u n r e n a c i m i e n -
to, u n n u e v o resurgir del p r o y e c t o d e a u t o n o m í a i n d i v i d u a l y colectiva, es
decir, d e la v o l u n t a d d e l i b e r t a d . E s t o exigiría u n d e s p e r t a r d e la i m a g i n a -
ción y del i m a g i n a r i o creador. Por razones q u e traté de explicitar, tal d e s p e r -
tar es p o r definición imprevisible. Es s i n ó n i m o d e u n d e s p e r t a r social y p o l í -
tico; t i e n e n q u e p r o d u c i r s e i n e v i t a b l e m e n t e j u n t o s . T o d o lo q u e p o d e m o s
h a c e r es p r e p a r a r l o s e n la m e d i d a d e n u e s t r a s p o s i b i l i d a d e s , d e s d e el sitio
q u e o c u p a m o s . Les agradezco.

Respuestas a las preguntas

La p r e g u n t a del señor H e l e n o era: e n el seno d e la d i s t i n c i ó n e n t r e lo poiético

y lo f u n c i o n a l , ¿acaso lo f u n c i o n a l n o sería lo poiético «malo»? N o . Es i m p o r -
t a n t e d i s c u t i r criterios para p o d e r d i s t i n g u i r e n t r e lo poiético y lo funcional,
p e r o lo f u n c i o n a l c o m o tal n o p u e d e ser malo. N o p u e d e existir u n a socie-
d a d h u m a n a sin u n c o m p o n e n t e funcional. E s el c a m p o d e la lógica c o n j u n -
tista-identitaria (ensidica), el légein y el teúchein. N o p u e d e haber sociedad
sin a r i t m é t i c a , ni s o c i e d a d en la c u a l las h e r r a m i e n t a s n o ejerzan efectos d e -
t e r m i n a d o s sobre la m a t e r i a q u e se trabaja, d o n d e las i n s t i t u c i o n e s n o son
d u e ñ a s d e cierta f u n c i o n a l i d a d , u n a c o h e r e n c i a c o n j u n t i s t a - i d e n t i t a r i a . Lo
q u e es malo, lo q u e se d e b e c o m b a t i r , es lo q u e o c u r r e en la sociedad c o n -
t e m p o r á n e a , bajo el c a p i t a l i s m o : la a u t o n o m i z a c i ó n de lo funcional, la irra-
c i o n a l i d a d c o n s i s t e n t e en p l a n t e a r t o d o en la perspectiva del dominio rucio
 I I o KOINONÍA

nal, lo q u e lleva e v i d e n t e m e n t e a cuestiones t o t a l m e n t e a b s u r d a s . E n c u a n t o

a la distinción e n t r e l o p o i é t k o y lo funciona!, n o es difícil d a r c u e n t a d e ella.
Lo funcional es t o d o lo q u e o b e d e c e a necesidades vitales o físicas y a limita-
ciones lógicas- La p r o d u c c i ó n c o m o tal p e r t e n e c e , en general, a lo f u n c i o n a l .
Pero los objetivos ú l t i m o s d e la p r o d u c c i ó n n u n c a son funcionales, ya q u e
n o h a y sociedad h u m a n a q u e p r o d u z c a s o l a m e n t e p a r a conservarse. Los cris-
tianos c o n s t r u y e r o n iglesias, los primitivos a m e n u d o se p i n t a n el c u e r p o o
la cara. Estas iglesias, p i n t u r a s o dibujos n o tienen n i n g u n a u t i l i d a d , p e r t e -
necen a lo poiétko. P o r cierto, sirven para m u c h o m á s q u e el h e c h o d e servir
para algo: sirven para algo m u c h o m á s i m p o r t a n t e q u e t o d o el resto, el h e -
c h o d e q u e los h u m a n o s p u e d a n o t o r g a r u n s e n t i d o al m u n d o y a su vida.
E n esto consiste el rol d e lo poiétko.
L l e v a n d o a c a b o u n descenso e n el o r d e n lógico, creo q u e t e n e m o s q u e
contentar a h o r a al señor C o m e t t i . P l a n t e ó una p r e g u n t a i m p o r t a n t e , a la cual
b r i n d a r í a m o s p r o b a b l e m e n t e respuestas diferentes. P i e n s o q u e tiene t o d a la
razón c u a n d o dice q u e la filosofía, m u y t a p i d a m e n t e , a n t e t o d o a p a r t i r del
m o m e n t o en el cual existieron g l a n d e s p e n s a d o r e s q u e c o n s t r u y e r o n sistemas,
t u v o , en la m i s m a m e d i d a , u n rol d e b l o q u e o y u n rol d e a p e r t u r a . Pero n o
diría q u e ella b l o q u e ó f u n d a m e n t a l m e n t e . T o m e m o s el e j e m p l o d e P l a t ó n . Se
trata del filósofo q u e quizás ejerció el más a m p l i o d o m i n i o s o b r e el p e n s a -
m i e n t o (y n o s o l a m e n t e el p e n s a m i e n t o ) occidental d e s d e h a c e veinticinco si-
glos, d o m i n i o q u e , p o r otra p a r t e , sigue c u m p l i e n d o . P e n s a m o s s i e m p r e en
t é r m i n o s m á s o m e n o s p l a t ó n i c o s , y a u n c u a n d o nos rebelamos c o n t r a Pla-
t ó n , nos rebelamos c o n t r a él, lo q u e c o n s t i t u y e todavía u n a f o r m a d e d o m i -
nación. S i m u l t á n e a m e n t e , es el filósofo q u e t u v o ese p a p e l m u y negativo, en
p r i m e r lugar, p o r su o d i o hacia la d e m o c r a c i a , q u e lo llevó a p r o p o r c i o n a r
u n a i m a g e n c o m p l e t a m e n t e falsa del m u n d o a n t i g u o . Llevó a c a b o c o n éxito
esta fantástica o p e r a c i ó n estratégica d e i m p o n e r a la p o s t e r i d a d u n a represen-
tación detestable de la d e m o c r a c i a ateniense, y d e describir a los h o m b r e s p o -
líticos c o m o d e m a g o g o s y a los p e n s a d o r e s c o m o sofistas, a través d e u n a
acepción d e este t é r m i n o q u e fabricó t o t a l m e n t e y q u e prevaleció a p a r t i r de
ese m o m e n t o ; afirmaba q u e sus p o e t a s relataban fábulas a b s u r d a s y q u e sola-
m e n t e t e n í a n u n a influencia c o r r u p t a , etcétera. Al m i s m o t i e m p o , a l i m e n t ó
- a través de m a l e n t e n d i d o s , p e r o en la base d e los q u e se e n c u e n t r a , d e t o d o s
m o d o s , lo q u e e s c r i b i ó - t o d a u n a c o r r i e n t e idealista, en el m a l s e n t i d o d e la
palabra, en la filosofía occidental. H a y q u e ftacturar t o d o esto, h a y q u e r o m -
perlo. ¿Pero acaso sería éste el ú n i c o a p o r t e d e Platón? H u b o d e c e n a s d e miles
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA E N C R U C I J A D A

d e jóvenes q u e d e s p e r t a r o n a la filosofía l e y e n d o a P l a t ó n , d e los cuales u n a

b u e n a c a n t i d a d se c o n v i t t i ó e n científicos ( c o m o H e i s e n b e r g , p o r e j e m p l o )
Pero el t e m a t i e n e a d e m á s o t t o a s p e c t o . T o d o p e n s a m i e n t o , t o d o g r a n
p e n s a m i e n t o , t i e n d e hacia cierta clausura, t i e n d e a cerrarse. Q u i z á s esto sea
así p o r sus cuasi necesidades i n t e r n a s . 1.a o b s e s i ó n de la u n i d a d , q u e se c o n -
vierte en obsesión del sistema, es u n a m a n i f e s t a c i ó n del d o m i n i o i n i n t e r r u m -
p i d o del sistema c o n j u n t i s t a - i d e n t i t a n o sobre el p e n s a m i e n t o filosófico El i¡¡
do debe ser dilucidado, o b j e t i v o i n a l c a n z a b l e del p e n s a m i e n t o filosófico, se
c o n v i e r t e en: todo debe ser organizado. El se d e b e d a t c u e n t a y razón d e q u e lo
q u e se f o r m u l a se convierte e n : t o d o d e b e ser fundamentado, y a partir d e u n
único f u n d a m e n t o . H a y allí t e n d e n c i a s casi invencibles del p e n s a m i e n t o , p e -
t o ellas d e b e n ser c o m b a t i d a s m e d i a n t e u n a crítica i n t e r n a e n la m e d i d a en
q u e se p u e d a . Es posible d i s p o n e r d e u n a filosofía abierta sin tener q u e caer
p o r ello en el eclecticismo, o m e n o s a ú n , e n lo q u e se l l a m a h o y el pensa-
miento débil, p e n s a m i e n t o c u y o f u n c i o n a m i e n t o se o p e r a al m o d o d e u n a
r a p s o d i a , y e n d o d e i z q u i e t d a a d e r e c h a , sin p o d e r dar c u e n t a de p o r q u é se
dirige hacia la i z q u i e r d a en l u g a r d e dirigirse a la derecha, o a la inversa. La
filosofía se sostiene ú n i c a m e n t e p o r este esfuerzo de dilucidar, q u e n o p u e d e
c u m p l i r s e sin cierta c o h e r e n c i a , p e r o n o d e b e caer en la i l u s i ó n d e q u e p u e d e
c l a u s u r a r o clausurarse c o m o s i s t e m a . E n estas c o n d i c i o n e s , existe s i e m p r e
u n rol esencial para la filosofía, q u e en realidad n o es o t r a cosa q u e u n a d e
las principales expresiones d e n u e s t r a l i b e r t a d . Y n o es el rol q u e c u m p l e n
ciertas tendencias c o n t e m p o r á n e a s , a b a n d o n á n d o s e a u n eclecticismo q u e se
c o n v i e r t e en u n a f o r m a d e i r r e s p o n s a b i l i d a d .
E n lo q u e se refiere a la c u e s t i ó n d e lo i n t e r d i s c i p l i n a r i o , m e p r e g u n t a r o n
si o c u p a u n lugar en esta especie d e d i s l o c a c i ó n m o d e r n a . E n efecto, la frag-
m e n t a c i ó n d e las disciplinas c o n s t i t u y e u n factor d e d e c a d e n c i a e i n c l u s o d e
h e t e r o n o m í a p u r a , ya q u e e q u i v a l e a fractutar el universo d e la investigación
y del p e n s a m i e n t o en áreas q u e n o se c o m u n i c a n entre sí, y c a d a u n a d e ellas
t i e n d e a desarrollat u n d o g m a t i s m o p r o p i o y a enceguecerse c o n respecto al
testo. P o d e m o s relacionar esto c o n la p r e g u n t a del señor Pereira sobre el psi-
coanálisis. E n la a c t u a l i d a d , si h a y algo i m p a c t a n t e en las ciencias h u m a n a s ,
se trata d e lo q u e h e l l a m a d o la s o r d e r a psicoanalítica d e los sociólogos y la
s o r d e r a sociológica d e los psicoanalistas. U n o s y otros h a b l a n o l v i d á n d o s e d e
q u e el ser h u m a n o incluye d o s d i m e n s i o n e s indisociables, la d i m e n s i ó n psí-
q u i c a y la d i m e n s i ó n social. C a d a u n a se a p o d e r a de u n a m i t a d y habla d e
ella c o m o si la o t r a m i t a d n o existiera. Y ya q u e n o se t r a t a d e d o s mitades
I I2 KOINONIA

separables, la mitad de la cual cada u n a cree d a r c u e n t a se c o n v i e r t e en u n a

caricatura. Los erectos de esta a c t i t u d son p a r t i c u l a r m e n t e devastadores en
sociología, b teoría política, la teoría e c o n ó m i c a , la sociología, d o m i n a d a s ,
por utro lado, p o r un individualismo m e t o d o l ó g i c o d u e ñ o d e u n a i n g e n u i d a d
indescriptible, c o n t i n ú a n su discurso corno si Preud n o h u b i e r a existido, c o m o
si las m o t i v a c i o n e s d e los seres h u m a n o s fuesen simples y racionales. Pero si,
p o r e j e m p l o , las m o t i v a c i o n e s racionales de (os h u m a n o s fueran las q u e deter-
m i n a r a n t o d a la vida e c o n ó m i c a , ésta debería ser previsible, cosa q u e eviden-
t e m e n t e n o o c u r r e . L o m i s m o pasa en c u a n t o a las teorías políticas. El a p o r r e
del psicoanálisis para la c o m p r e n s i ó n del m u n d o h u m a n o , t o t a l m e n t e funda-
m e n t a l , nos muestra c l a r a m e n t e q u e n o son consideraciones d e interés e c o n ó -
mico ni factores racionales los q u e d o m i n a n las m o t i v a c i o n e s de los h o m b r e s ,
y q u e p e r m i t i r í a n e n t e n d e r su c o m p o r t a m i e n t o , i n v e r s a m e n t e , el psicoanáli-
sis sigue q u e r i e n d o i g n o r a r el rol f u n d a m e n t a l d e la i n s t i t u c i ó n social en la
socialización d e los h o m b r e s y p r e t e n d e s i e m p r e q u e r e r llevar a c a b o deriva-
ciones d e las i n s t i t u c i o n e s y d e las significaciones sociales a p a r t i r d e t e n d e n -
cias p r o f u n d a s d e la p s i q u e , lo q u e c o n s t i t u y e en m ú l t i p l e s aspectos u n c o n -
trasentido.
Pero el psicoanálisis p u e d e y d e b e b r i n d a r u n a c o n t r i b u c i ó n f u n d a m e n t a l
a u n a política de la a u t o n o m í a . Ya q u e la c o m p r e n s i ó n d e u n o m i s m o cons-
tituye u n a c o n d i c i ó n necesaria d e la a u t o n o m í a . N o se p u e d e conseguir u n a
sociedad a u t ó n o m a q u e n o se c o n t e m p l e a sí m i s m a , q u e n o se i n t e r r o g u e
sobre sus m o t i v a c i o n e s , sus razones para actuar, sus t e n d e n c i a s p r o f u n d a s .
Pero, c o n s i d e r a d a c o n c r e t a m e n t e , la s o c i e d a d n o existe fuera d e los indivi-
d u o s q u e la c o m p o n e n . La actividad autorreflexiva d e u n a sociedad a u t ó n o m a
d e p e n d e e s e n c i a l m e n t e d e la actividad autorreflexiva d e los i n d i v i d u o s q u e la
c o m p o n e n . U n a política d e la a u t o n o m í a , si n o q u e r e m o s pecar d e i n g e n u i -
dad, n o p u e d e existir sin t e n e r e n c u e n t a la d i m e n s i ó n p s í q u i c a del ser h u -
m a n o , y p r e s u p o n e , p o r e n d e , u n g r a d o i m p o r t a n t e d e c o m p r e n s i ó n de este
ser - a u n c u a n d o , p o r el m o m e n t o , el a p o r t e del psicoanálisis a esta c o m p r e n -
sión n o está s u f i c i e n t e m e n t e d e s a r r o l l a d o - . El i n d i v i d u o d e m o c r á t i c o n o
p u e d e existir si n o está lúcido, en p r i m e r lugar, c o n respecto a sí m i s m o . E s t o
n o significa q u e sea necesario psicoanalizar a t o d o el m u n d o . Pero h a b r á q u e
llevar a c a b o , quizás, u n a reforma radical d e la e d u c a c i ó n , q u e consistiría, en-
tre otras cosas, en t e n e r en c u e n t a en g r a d o m u c h o m a y o r la c u e s t i ó n d e la
a u t o n o m í a de los a l u m n o s , i n c l u y e n d o sus d i m e n s i o n e s psicoanalíticas, cosa
que hoy no ocurre.
 I M A G I N A R I O E I M A G I N A C I Ó N E N LA E N C R U C I J A D A

E n c u a n t o a la c u e s t i ó n cié las relaciones e n t r e d e m o c r a c i a y E s t a d o , te­

n e m o s q u e subrayar, en p r i m e r lugar, q u e h a y a q u í una c o n f u s i ó n , f o m e n t a
d a a p r o p ó s i t o p o r los escritores reaccionarios, e n t r e el E s t a d o y el poder. N o
p u e d e h a b e r s o c i e d a d sin p o d e r : será s i e m p r e necesario zanjar e n los litigios
o decidir q u e existe, en u n caso c o n c r e t o , u n a transgresión d e la ley social,
así c o m o h a b r á q u e t o m a r s i e m p r e decisiones q u e afecten a la totalidad d e
los m i e m b r o s d e la sociedad en relación c o n lo q u e hay q u e hacer y lo q u e
n o h a y q u e hacer, o sea, establecer leyes y g o b e r n a r . La u t o p í a a n a r q u i s t a y
marxista (la c o n c e p c i ó n d e M a r x sobre la «fase superior del c o m u n i s m o » ) es
u n a u t o p í a i n c o h e r e n t e . Teniendo e n c u e n t a lo q u e s a b e m o s d e la psique h u ­
m a n a , y d e las cuestiones q u e suscita el p r o c e s o d e m a d u r e z d e esta p s i q u e ,
las leyes serán s i e m p r e necesarias, c o m o t a m b i é n las l i m i t a c i o n e s colectiva
m e n t e decididas del accionar h u m a n o q u e p u e d e n ser quizás interiorizadas
p o r el i n d i v i d u o e n u n proceso d e socialización, pero q u e n u n c a p u e d e n ser
í n t e g r a m e n t e interiorizadas al p u n t o d e convertirse en u n a totalidad i m p o s i ­
ble de ser transgredida, ya q u e e n ese caso n o t e n d r e m o s u n a sociedad d e in­
d i v i d u o s a u t ó n o m o s sino u n a s o c i e d a d de a u t ó m a t a s . P o r lo t a n t o , s i e m p r e
h a b r á u n poder. Pero p o d e r n o significa E s t a d o . El Estado es u n a instancia d e
p o d e r separada d e la sociedad, c o n s t i t u i d a en a p a r a t o j e r á r q u i c o y b u r o c r á t i ­
co, q u e enfrenta a la sociedad y la d o m i n a ( a u n c u a n d o n o p u e d e p e r m a n e c e r
i m p e r m e a b l e a su influencia). S e m e j a n t e E s t a d o es i n c o m p a t i b l e con u n a so­
ciedad d e m o c r á t i c a . Las p o c a s funciones indispensables q u e c u m p l e el E s t a d o
actual p u e d e n y d e b e n ser restituidas a la c o m u n i d a d política.

(París, noviembre de 1996 • Tinos, agosto de 1997)

56/1 i
 Institución primera de la sociedad
e instituciones segundas'

EL O B J E T O d e esta j o m a d a d e e s t u d i o es el siguiente: ¿hay u n a teoría d e la

institución? C o n t e s t o p o r m i p a r t e : p o r s u p u e s t o q u e n o . N o h a y ni p u e d e
haber, u n a teoría d e la i n s t i t u c i ó n , ya q u e la teoría es la theoría: la m i r a d a
q u e se p o n e frente a algo y lo i n s p e c c i o n a . N o p o d e m o s c o l o c a r n o s frente a
la i n s t i t u c i ó n e inspeccionarla, ya q u e los recursos q u e p o d r í a n usarse s o n
ellos m i s m o s p a r t e d e la i n s t i t u c i ó n . ¿ C ó m o p o d r í a h a b l a r d e la i n s t i t u c i ó n
en u n lenguaje q u e quisiera ser r i g u r o s o , f o r m a l i z a d o o formalizable al infi-
n i t o , etcétera, d e s d e el m o m e n t o e n q u e este m i s m o lenguaje es u n a i n s t i t u -
c i ó n , quizás la p r i m e r a y m á s i m p o r t a n t e d e las instituciones?
E n Francia h a b l a m o s e n francés, h a b l o el francés, ya q u e lo h e e s t u d i a d o .
M i l e n g u a m a t e r n a es el griego - p e r o n o existe ni en m i francés ni e n m i
griego n i n g u n a clase d e n a t u r a l i d a d - . Y c o m o parece q u e e n esta r e u n i ó n
h a y u n a cierta p r e d i l e c c i ó n p o r los chistes, d i g a m o s q u e , si h u b i e r a n a c i d o
en C h i n a - n o d i g o , ni siquiera, si fuese c h i n o , sino s i m p l e m e n t e si h u b i e r a
n a c i d o e n C h i n a - , estaría t o d a m i v i d a c o n d e n a d o a i g n o r a r la diferencia
e n t r e la elección y la erección, ya q u e en la f o n o l o g í a c h i n a la «1» y la «r» n o
son fonemas distintos.
Pero n o se trata s i m p l e m e n t e d e fonética, T o d a la filosofía g r e c o o c c i d e n -
tal, y el p e n s a m i e n t o y la teoría o las teorías q u e "construimos, d e b e n m u c h o
a ciertos r a s g o s d e l a g r a m á t i c a d e las T e n g u a s l h d o e t l r o p e ^ - - y en p a r t i c u l a r
al farnoso v e r b o ^ ^ s e r » : U n a g r a n c a n t i d a d "de l e n g u a s , m u y bellas y (
p e r f e c t a m e n t e a p r o p i a d a s a la existencia d e su sociedad, n o i n c l u y e n el v e r b o /
«ser». Si los p u e b l o s q u e h a b l a n estas lenguas e m p r e n d i e r a n la tarea de c o n s - |

" Conferencia ofrecida en el coloquio sobre «Psicoanálisis y perspectiva familiar sistémica», el

1 5 de diciembre de 1885, publicada en Ya-t-il une théorie de l'institutioni, París, C e n t r o de
estudios de la familia, pp. 1 0 5 - 1 2 1 .

0 115
 116 KOINONÍA

ticuir u n a filosofía f u n d a m e n t a l , n o la l l a m a r í a n «ontología». P u e d o d i l u c i -

d a r m i relación c o n la l e n g u a , n o p u e d o a b s t r a e r m e d e ella y mirarla -o
construirá relación d e s d e el e x t e r i o r - .
N o p u e d o llevar a a b o la «teoría» d e la institución, ya q u e estoy e n el inte-
rior d e ésta, y a u n m u c h o m á s q u e eso. Salvo u n p u n t o límite, al cual i n t e n t o
acercarme c o n u n paciente en el diván o c o n m i g o m i s m o quizás m e d i a n t e u n
sueño, e x c e p t u a n d o este p u n t o l í m i t e q u e se sitúa casi al infinito, soy, del mis-
m o m o d o q u e t o d o s n o s o t r o s , u n fragmento a m b u l a n t e de la i n s t i t u c i ó n d e la
s o c e d a d , f r a g m e n t o s a m b u l a n r e s y c o m p l e m e n t a r i o s u n o s d e otros. Bípedos
hablantes: bípedos, lo q u e recuerda nuestra naturaleza biológica, m á s exacta-
m e n t e n u e s t r o a p u n t a l a m i e n t o biológico; y hablantes, q u e c i e r t a m e n t e t e m i t e
u n a vez m á s a este a p u n t a l a m i e n t o , a este b a s a m e n t o biológico, ya q u e p a t a
hablar se necesitan i g u a l m e n t e cuerdas vocales, e t c é t e r a , c o m o t a m b i é n u n sis-
t e m a nervioso cenital o r g a n i z a d o d e cierta m a n e r a - p e r o a d e m á s , es necesario
el lenguaje c o m o i n s t i t u c i ó n s o c i a l - . N o es éste el lugat ni el m o m e n t o a d e -
c u a d o p a r a ingresar e n la i n t e r m i n a b l e discusión q u e e m p i e z a en G r e c i a a
partir del siglo V antes d e C r i s t o , a p r o p ó s i t o del carácter «natural» -phúsei- o
c o n v e n c i o n a l / i n s t i t u i d o -nómot- d e l lenguaje, q u e fue r e t o m a d a h a c e algu-
nas décadas c o n la lingüística e s t t u c t u r a l , e n p r i m e r lugar, l u e g o c o n las c o n -
c e p c i o n e s d e C h o m s k y y la b ú s q u e d a d e universales o i n v a r i a n t e s a través d e
los diferentes lenguajes. U n a cosa es cierta: u n a p a r t e i m p o r t a n t í s i m a , la m á s
i m p o r t a n t e del lenguaje, la q u e se refiere a las'Jfgnjícaciones^uc"conTleva"da
s e m á h f i é a - , n ó corresponcle d e manerañnh^Ta'of^Sñd^f^tema
nervioso c c n t r A ' M ^
sMÍah^iguróiah^^
que 7^t^rr^t^^riu ^rS a e transformaciones reguladas. A h o r a
bien, s a b e m o s q u e n o existe u n a t r a d u c c i ó n exacta o perfecta de un texto
p r o p i a m e n t e d i c h o e n u n a l e n g u a o t t a q u e su l e n g u a d e o t i g e n ( f u e r a del ca-
so, trivial, e n el cual el t e x t o e n c u e s t i ó n n o es o t t a cosa q u e u n e n c a d e n a -
m i e n t o d e s í m b o l o s m a t e m á t i c o s ) . C o m o lo d e c í a J a k o b s o n , la verdadera
t r a d u c c i ó n es s i e m p t e re-creación p o é t i c a .
& Existe, p u e s , u n a d e p e n d e n c i a p r o f u n d a d e lo q u e p i e n s o y d e lo q u e digo
con T ^ t o l d l e ^ la

prevalencia, m á s Aún," a la p e n e t r a c i ó n d e lo q u e está i n s t i t u i d o e n n u e s t r a

sociedad natal en cada u n o d e n o s o t r o s - .
¿ P o d e m o s decir, p o r lo t a n t o , c o m o se dijo hace u n rato, q u e la t e o r í a s
u n c u e s t i o n a m i e n t o d e la i n s t i t u c i ó n ? E n p r i m e r lugar, una* vez m á ¡ , t e n e -

57/1 í
 INSTITUCIÓN PRIMERA E INSTITUCIONES SEGUNDAS

m o s q u e e l i m i n a r d e esta d i s c u s i ó n el t é r m i n o «teoría» e n su a c e p c i ó n h a b í
m a l . L u e g o , t e n e m o s q u e c o n s t a t a r q u e el c u e s t i o n a m i e n t o d e ¡a i n s t i t u c i ó n
a través d e la reflexión s o b r e la i n s t i t u c i ó n o la tentativa d e d i l u c i d a c i ó n d e
í r W i S r s e lleva a ^ b o 7 ¡ S T a m e n T e 7 d e u n a m a n e r a e x c e p c o n a l e n la
hjstoria ele ,d< ¡ h ciase e u r o p e a
" T i r e c o o c c i d e n t a L N o hay a q u í n i n g ú n e r n o c e n t r i s m o ' - y m e n o s aún, n i n -
g ú n privilegio, p o l í t i c o u o t r o , q u e n o s fuera o t o r g a d o - . Existe, ú n i c a m e n t e ,
la c o n s t a t a c i ó n d e q u e el c u e s t i o n a m i e n t o d e la i n s t i t u c i ó n i m p l i c a u n a
e W r m e " , üplum historia y ^ ^ r ^ e H o c o ñ l o q u e se s a b e , es"ta r u p t u r a
n ^ s e X p r o d u c i d o "entre los n a m b i K w a r a V I ó r & l é i c I ' E s t a r u p t u r a , la
e n c o n t r a m o s s o l a m e n t e d o s veces e n la historia d e la h „ m a n i d a d : . e r , k Grecia
a n t i g u a , p o r p r i m e r a vez, y luego e n " E u r o p a O c c i d e n t a l a p a t t i r d e fines d e
la alta E d a d M e d i a . Esta ruptura I m p l i c a q u e estos m i s ' m o s i n d i v i d u o s q u e
E é r ó n fabricados p o r su s o c i e d a d , q u e c o n s t i t u y e n los f r a g m e n t o s a m b u l a n ¬
tes d e ella, p u i í a p r j L j n t i ^ m crear p a t a sí los
recursos capaces d e c u e s t i o n a r las i n s t i t u c i o n e s q u e h e r e d a r o n , las i n s t i t u c i o -
nes ciria^c7éda-d~qué l o s h a b í a n F o r m a d o a ellos m i s m o s - h e c h o a c o r n p a -
. Í T d o 7 e v i d e n t e m e n t e , p o F u r T c a m b i o esencia! d e todo el c a m p o social i n s t i -
t u i d o - . E s o se t r a d u c e , a la vez, e n el n a c i m i e n t o d e u n espacio p o l í t i c o
p ú b l i c o y e n la creación d e la e n c u e s t a libre, d e la i n t e r r o g a c i ó n sin l í m i t e s . .
La p o s i b i l i d a d d e u n p e n s a r s o b r e la i n s t i t u c i ó n , d e u n a d i l u c i d a c i ó n d e la
i n s t i t u c i ó n , n o existe sino a p a r t i r d e l m o m e n t o e n q u e , t a n t o en los h e c h o s
c o m o e n los discursos, la i n s t i t u c i ó n está c u e s t i o n a d a : esto c o n s t i t u y e el n a -
c i m i e n t o d e la d e m o c r a c i a y d e la filosofía, q u e v a n de la m a n o .
H a y g e n t e q u e se levanta p a r a decir: las r e p r e s e n t a c i o n e s d e la t r i b u s o n
falsas y t r a t a n d e p e n s a r el m u n d o y al h o m b r e e n el m u n d o d e u n m o d o di
fetén te. Y h a y g e n t e q u e se l e v a n t a p a r a decir: el p o d e r establecido es i n j u s t o ,
las leyes i n s t i t u i d a s s o n injustas, h a y q u e i n s t a u t a r otras. Las d o s p o s i c i o n e s
s o n p r o f u n d a m e n r e solidarias. ¿ Q u é q u i e r e d e c i r q u e el p o d e r establecido e s
injusto? ¿ Q u é le d a d e r e c h o a decirlo? ¿Y acaso usted q u i e r e , s i m p l e m e n t e
colocar e n su lugar o t r o p o d e r t a n injusto, o b i e n p r e t e n d e instaurar u n p o
d e r justo? ¿Pero e n q u é consiste u n p o d e r jusro —qué es la justicia—? P o r o r r o
lado, u s t e d d e s t r u y e las r e p r e s e n t a c i o n e s d e l a t r i b u , quiere p o n e r e n s u lugar
orra cosa, p o r e n d e , usted s o s t i e n e q u e esta o t r a cosa es v e r d a d e r a - p u e s usred
sabe lo q u e e s l a v e r d a d - ; ¿pero e n q u é consiste la verdad?
Ya v i s l u m b r a m o s q u e , a u n c u a n d o la i n s t i t u c i ó n fuese u n h e c h o f u n d a -
m e n t a l d e la historia d é l a h u m a n i d a d , t r ¡ t á í t d o i e l ¡ ' u ^ ^

0
 2 , A^-H ¡rv\

X
I 18 KOINONÍA WAA^U^C- • '

t o s j j u e h u m a n i z a n al h o m b r e - e l o t r o es la i m a g i n a c i ó n r a d i c a l - n o se pue¬
de h a b l a r l e Ta m i s m a m a n e r a o ^ ' r o d a s l a l T ^ n t u c i o n e s e n la historia. Ya
q u e , en u n a sociedad p r e d e m o c r á t i c a y prefilosófica, la p o s i b i l i d a d d e cues-
tionar la i n s t i t u c i ó n p r á c t i c a m e n t e n o existe: los i n d i v i d u o s n o saben q u e los
dioses d e la tribu son i n s t i t u c i o n e s . N o lo saben y n o p u e d e n saberlo. Para
ser breve, cito u n o d e los casos m á s claros y m á s c o n o c i d o s : la Ley, para los
hebreos, n o es u n a ley d e la tribu; fue f o r m u l a d a y o t o r g a d a p o r el S e ñ o r en
persona. ¿ D e q u é m a n e r a se p o d r í a c u e s t i o n a r esta l e y ' ¿ C ó m o se p o d r í a d e -
cir q u e la Ley d e D i o s es injusta, c u a n d o la justicia se define c o m o la v o l u n -
tad d e Dios? ¿ D e q u é m a n e t a q u i e r e usted estar en c o n d i c i o n e s d e decir q u e
D i o s n o existe c u a n d o D i o s se define a sí m i s m o : ego eimi ho ón, «soy (aquel
que) es», soy el ser (paso p o r alto la d i s p u t a q u e se refiere a la i n t e r p r e t a c i ó n
del texto h e b r e o original). ¿ C ó m o se p u e d e decir: «Dios n o existe» c u a n d o ,
en la l e n g u a d e la t r i b u , sería el e q u i v a l e n t e d e : «el ser n o existe»?
En la gran m a y o r í a d e las sociedades q u e l l a m o sociedades beterónomas, la
i n s t i t u c i ó n afirma, p o r u n l a d o , q u e n o es o b r a h u m a n a ; p o r o t r o l a d o , los
i n d i v i d u o s están e d u c a d o s , a m a e s t r a d o s , fabricados d e tal f o r m a q u e e s t á n ,
p o t decirlo d e a l g u n a m a n e r a , c o m p l e t a m e n t e a b s o r b i d o s p o r la i n s t i t u c i ó n
de la sociedad. N a d i e p u e d e afirmar ideas, v o l u n t a d e s o deseos q u e p u e d a n
o p o n e r s e al o r d e n i n s t i t u i d o , y esto o c u r r e n o p o r el h e c h o d e estat s o m e t i d o
a sanciones s i n o p o r q u e , a n t r o p o l ó g i c a m e n t e , está fabricado d e tal m a n e r a y
ha i n t e r i o r i z a d o a tal p u n t o la i n s t i t u c i ó n d e la sociedad, q u e n o d i s p o n e d e
los recursos p s í q u i c o s y m e n t a l e s p a r a c u e s t i o n a r esta i n s t i t u c i ó n . E l c a m b i o
t n i e o c u r r e c o n la G t e c i a a n t i g u a , p o t u n a p a r t e , y c o n la E u r o p a pdsThedle-
val, p o r T Í S t r a T e T é l h e c h o d e q u e la i n s t i t u c i ó n d e d a T o a e d a d h a c e posible
la c r e a c i ó h d é m d i v . d u o s q u e n o v e n e n ella algo i n t o c a b l e , s i n o q u e logran
c u e s t i o n ó l a , ya sea en p a l a b r a s , ya sea e n a c t o s ; y a sea p o r a m b a s c o i a T s i -
nrtlIHriearnente. L l e g a m o s así al p r i m e r esbozo h i s t ó r i c o d e lo q u e l l a m o el
proyecto de autonomía sociaTftSlim^'f^dÜvUmL"~
Pero, J T f u - é - s T g m E c i ^ u t o ñ ^ a ? " ^ , «sí m i s m o » ; nomos, «ley». Es a u t ó -
n o m o aquel q u e se o t o r g a a sí m i s m T s u T p i x T p i l s ^ ^ q u e hace
lo q u e se le o c u l t e , s i n o q u i e n se p r o p o r c i o n a leyes). A h o r a b i e n , esto es tre-
m e n d a m e n t e difícil. Para u n i n d i v i d u o , p r o p o r c i o n a r s e a sí m i s m o su ley, en
c a m p o s en los cuales esto es posible, exige p o d e F a t r e v e r s e a ^
lidad d e las* c o n v e n c i o n e s , las c r e e n d ^ T a m o d a , los científicos q u e siguen
s o s t e n i e n d o c d h c ^ l ^ e r a b s u T d a s r i o s rnedios" d e c o m u n i c a c i ó n masivaTel
silencio p ú b l i c o , etcétera: P a r a u n a l ^ c i e d a d , o t o r g a r s e a sí m i s m a s u ley sig-
 iNSriTUCIÓN P R I M E R A E I N S T I T U C I O N E S S E G U N D A S 119

nifica aceptar a f o n d o la idea d e q u e ella m i s m a crea su i n s t i t u c i ó n , y q u e ¡a

crea sin p o d e r invocar n i n g ú n f u n d a m e n t o e x t r a social, n i n g u n a n o r m a d c
la n o r m a , n i n g ú n p a r á m e t r o d e s u p a r á m e t r o . E s o e q u i v a l e , p u e s , a decir
q u e ella m i s m a d e b e d e c i d i r a p r o p ó s i t o d e lo q u e es j u s t o e injusto - en esro
radica la c u e s t i ó n q u e c o n s t i t u y e el t e m a d e la v e r d a d e r a p o l í t i c a ( e v i d e n t e -
m e n t e , n o e s t a m o s h a b l a n d o d e la p o l í t i c a d e los políticos q u e están h o y en
la p a l e s t r a ) - .
La s o c i e d a d n o p u e d e existir sin i n s t i t u c i ó n , sin ley, y, c o n respecto a esta
ley, d e b e decidir ella m i s m a sin p o d e r r e c u r r i r (salvo a través d e la i l u s i ó n ) a
u n a fuente o f u n d a m e n t o e x t r a social. Los d o s aspectos e s t á n presentes en el
t é r m i n o del griego a n t i g u o nomos: el nomos c o n s t i t u y e l o p r o p i o d e c a d a s o -
c i e d a d o d e cada etnia, es su i n s t i t u c i ó n / c o n v e n c i ó n , lo q u e se o p o n e al or¬
d e n natural [t i n m u t a b l e ) d e las cosas, a lapbúsis; y, s i m u l t á n e a m e n t e , nomo;
es la ley, fuera d e la cual los seres h u m a n o s n o p u e d e n existir c o m o seres h u -
m a n o s , ya q u e n o h a y polis sin leyes y n o h a y seres h u m a n o s fuera d e la polis
d e la c i u d a d , d e la c o l e c t i v i d a d / c o m u n i d a d política. C u a n d o Aristóteles dice")
q u e fuera d e la polis el h o m b r e n o p u e d e ser o t r a cosa q u e u n a bestia salvaje '
o dios, sabe y dice q u e el ser h u m a n o n o está h u m a n i z a d o salvo en el s e n o i*
d e la polis, y a través d e ella - i d e a q u e , d e t o d o s m o d o s , está s i e m p r e p r e s e n -
J
te e n los poetas, los h i s t o r i a d o r e s y los filósofos griegos a n t i g u o s - .
Existen pues estas d o s caras d e l nomos, d e la ley: c o n s t i t u y e , cada vez, la
i n s t i t u c i ó n / c o n v e n c i ó n d e tal s o c i e d a d p a r t i c u l a r ; y es, s i m u l t á n e a m e n t e , ei
r e q u i s i t o t t a n s h i s t ó r i c o p a r a q u e h a y a s o c i e d a d - o sea q u e , i n d e p e n d í e n t e -
m e n t e d e su nomos p a r t i c u l a r , n i n g u n a s o c i e d a d p u e d e existif sin riamos ,
Sin esta d o b l e c o m p r e n s i ó n —c¡ue n o p o d e m o s existir s i n yiówws p e r o q u e j
a d e m á s este nomos c o n s t i t u y e n u e s t r a i n s t i t u c i ó n , n u e s t r a o b r a - , n o p u e d e
h a b e r d e m o c r a c i a , ya q u e e v i d e n t e m e n t e d e m o c r a c i a n o significa s o l a m e n t e
los d e r e c h o s del h o m b r e o el babeas corpus: eso n o es m á s q u e u n a s p e c t o de-
rivado ( q u e n o q u i e r e d e c i r m e n o r o s e c u n d a r i o ) d e la d e m o c r a c i a . D e m o -
cracia significa el p o d e r del p u e b l o o, d i c h o d e otro m o d o , q u e el p u e b l o
c o n s t i t u y e sus leyes; y p a r a f o r m u l a r l a s , d e b e estar c o n v e n c i d o d e q u e las le-
yes s o n cuestiones d e los h u m a n o s . Pero s i m u l t á n e a m e n t e , eso i m p l i c a q u e
no_existe u n p a r á m e t r o e x t r a . s o c r a L d e J a s leyes - e n esto c o n s i s t e la d i m e n -
sión trágica d e la d e m o c r a c i a - , ya q u e es a d e m á s su d i m e n s i ó n d e l i b e r t a d
radical: l a j e i n r c r a c i a es el r é g i m e n d e la autolimitación.
V o l v a m o s a la idea m i s m a d e i n s t i t u c i ó n 7 H a y , " e n efecto, p o l i s e m i a del
t é r m i n o y m a l e s t a r p r o v o c a d o p o r esra p o l i s e m i a , ya q u e , c o m o se dice, todo
 KOÍNON/A

es institución. S e g u r a m e n t e d e b e m o s diferenciar los niveles en los q u e n o s si-

tuarnos c u a n d o h a b l a m o s de i n s t i t u c i ó n . Para e m p e z a r , n o n o s referimos a la
seguridad social o a u n dispensario d e h i g i e n e m e n t a l . A l u d i m o s , en p r i m e r
lugar, y sobre t o d o , al lenguaje, a la religión, al poder, h a b l a m o s d e lo q u e es
un i n d i v i d u o en u n a sociedad d a d a . Incluso h a b l a r n o s de! v a r ó n y d e la m u -
jer, q u e son e v i d e n t e m e n t e i n s t i t u c i o n e s : lo q u e n o está i n s t i t u i d o en el va-
rón y en la m u j e r es el b a s a m e n t o biológico, el a p u n t a l a m i e n t o {Anlehnung),
para r e t o m a r u n t é r m i n o d e Freud a p r o p ó s i t o d e una c o n s t i t u c i ó n a n a t o -
mofisiológica sexuada. Pero el ser-varón y el ser-mujer están definidos d e o t r a
m a n e r a en n u e s t r a sociedad, y estaban d e f i n i d o s d e o t r a m a n e r a en la G r e c i a
a n t i g u a , y ¡ n,l H esrjn definidos de otra m a n e r a en ral t r i b u africana o Tn-
d o a m e r i o i n a . O c u r r e Jo m i s m o con el ser-ruño, id esiado de ía infancia c o m o
ta! tiene e v i d e n t e m e n t e una d i m e n s i ó n biológica y el ser-niño es u n a institución
cuya t o r m a es i i a n s l u s t ó n c a en el s e n t i d o d e q u e t o d a sociedad d e b e o t o r g a r
afgún e s t a t u t o á los n i ñ o s . P e r o esta i n s t i t u c i ó n es al m i s i n o t i e m p o p r o f u n -
d a m e n t e histórica, ya q u e el significado c o n c r e t o del ser-niño, en cada socie-
dad particular, c a m b i a c o n la t o t a l i d a d d e la i n s t i t u c i ó n d e esta sociedad: el
n i ñ o del A n t i g u o R é g i m e n es diferente del n i ñ o d e h o y con sus juegos elec-
t r ó n i c o s , su televisión y t o d o lo q u e estos h e c h o s p r e s u p o n e n y conllevan.
( )bservemos al pasar q u e esta significación parece a c t u a l m e n t e a p u n t o de di-
solverse, ya q u e n a d i e parece saber q u é es lo q u e u n n i ñ o , s u p u e s t a m e n t e , d e -
be hacer y lo q u e , s u p u e s t a m e n t e , n o d e b e hacer. A s i m i s m o , parece q u e se sabe
cada vez m e n o s en q u é s e n t i d o y bajo q u é f o r m a los varones son varones y las
mujeres s o n m u j e r e s . El c u e s t i o n a m i e n t o radical, y t o t a l m e n t e justificado,
del e s t a t u t o t t a d i c i o n a l d e la m u j e r t u v o dos efectos s i m u l t á n e o s : p o r u n la-
d o , dejó s u m e r g i d a en la c o n f u s i ó n la significación social (y psíquica) del
ser-mujer y, p o r esto m i s m o , ipso facto, p u s o s o b r e el t a p e t e el e s t a t u t o social
y p s í q u i c o del ser-varón, ya q u e se trata, en este caso, d e dos p o l o s de signifi-
caciones solidarias. ¿Cuáles son los c o m p o r t a m i e n t o s , los signos, los e m b l e -
m a s de la virilidad y de la f e m i n e i d a d hoy? S e r m u j e r es, c o m o en los t i e m -
c

pos d e m i abuela, h a b e r t e n i d o c a t o r c e e m b a r a z o s llevados a t é r m i n o o t e n e t

u n trasero c u y a m e d i d a circular es d e sesenta c e n t í m e t r o s ?

H a g o a q u í u n paréntesis, r e l a c i o n a d o c o n u n a p r e g u n t a p l a n t e a d a h a c e
u n r a t o : ¿de q u é m a n e r a m u e r e n las instituciones? A l g u i e n decía: el naci-
m i e n t o d e las i n s t i t u c i o n e s p l a n t e a u n a p r e g u n t a fácil, lo q u e resulta difícil
de e n t e n d e r es la d e s a p a r i c i ó n d e las i n s t i t u c i o n e s . Al e s c u c h a r l o , s o n t e í a in-
t e r i o r m e n t e , ya q u e e s c u c h a r a a l g u i e n decir q u e el n a c i m i e n t o del lenguaje
 I N S T I T U C I Ó N PRIMERA. E I N S T I T U C I O N E S S E C U N D A S 1. :

o d e la filosofía, etcétera, p l a n t e a u n a c u e s t i ó n fácil es, d e h e c h o , b á s t a n s e

s o r p r e n d e n t e . P e r o lo i n t e r e s a n t e c o n s i s t e en q u e el p a r t i c i p a n t e t o m ó la
c o n t r a p a r t i d a d e la p o s i c i ó n filosófica t r a d i c i o n a l . E n la p o s i c i ó n filosófica
tradicional, así c o m o en el. prejuicio popular, lo q u e es e v i d e n t e y n o requiere
casi n i n g u n a explicación es q u e las cosas se t e r m i n a n , se c o r r o m p e n , m u e r e n ,
pasan. L x i j u t ^ o n s t i m v e u n e s c á n d a l o es la creación; p o r lo t a n t o , la creación
n o existe sino c o m o acto d i v i n o llevado a c a b o d e u n a vez p o r todas en el o r í
gen d e los t i e m p o s . La idea d e q u e la historia d e la h u m a n i d a d p u e d a ser u n a
creación i n i n t e n u m p i d a —lo q u e es e v i d e n t e - aparece c o m o r i g u r o s a m e n t e
i m p e n s a b l e en el p e n s a m i e n t o h e r e d a d o . E n c a m b i o , p e n s a r q u e las i n s t i t u -
ciones y los r e g í m e n e s p u e d a n desaparecer p a r e c e p l a n t e a r a la gente ú n i c a -
m e n t e cuestiones q u e se p u e d e n resolver. Pero en realidad, las dos pregunte,;,
los d o s e n i g m a s , están en perfecta simetría. La m u e r t e d e las formas p l a n t e a
u n p r o b l e m a t a n fot mi da ble c o m o su e m e r g e n c i a . ¿ Q u é es lo q u e hace q u e ,
en un momento determinado, a p a r e z c a lo q u e e n la G r e c i a a n t i g u a se l l a m a la
idea d e [afpéüs^o q u e y o l l a m o la significación i m a g i n a r i a social polis, la c i u -
d a d en t a h t t r í o m u n i d a d / c o l e c t i v i d a d d e c i u d a d a n o s responsables de sus le-
yes, d e sus actos y d e su d e s t i n o , y t o d o lo q u e conlleva esta significación?
T o d a s las explicaciones f u n c i o n a l i s t a s , e c o n ó m i c a s , materialistas históricas e,
incluso, psicoanalíticas, se m u e s t r a n i m p o t e n t e s (en realidad, absurdas) fren-
te a esta e m e t g e n c i a . Pero m u e s t r a n i g u a l m e n t e su i m p o t e n c i a frente al h e
c h o d e q u e a p a r t i r d e otro momento, aquello q u e a g l u t i n a esta polis, se e r o -
siona, se d e s c o m p o n e , d e s a p a r e c e . ¿ Q u é es lo q u e p r o v o c a q u e , n u e v a m e n t e
al final d e la alta E d a d M e d i a , en los intersticios del u n i v e r s o feudal, se re-
c o n s t i t u y a n c o m u n i d a d e s q u e q u i e r e n ser colectividades a u t o g o b e r n a d a s , las
n u e v a s c i u d a d e s o c o m u n a s b u r g u e s a s , en las cuales la p r o t o b u r g u e s í a ( ¡ m u -
c h o t i e m p o a n t e s d e t o d a idea o realidad del capitalismo!) c r e a r a los p r i m e -
ros g é r m e n e s d e los m o v i m i e n t o s e m a n c i p a d o r e s y d e m o c r á t i c o s m o d e r n o s ?
¿Y p o r q u é h o y la m a y o r í a d e las significaciones i m a g i n a r i a s q u e m a n t e n í a n
a g r u p a d a a esta s o c i e d a d p a r e c e n desvanecerse, sin q u e n i n g u n a o t r a cosa
p u e d a reemplazarlas? Las d o s p r e g u n t a s son insoslayables, y n i n g u n a teoría
p e r m i t e contestar a ellas.

La i n s t i t u c i ó n d e la a p l a s t a n t e m a y o r í a d e las sociedades c o n o c i d a s fue

h e t e t ó n o m a , en el s e n t i d o q u e ptecisé a n t e r i o r m e n t e . E n d o s sociedades h i s -
tóricas, i n c l u y e n d o la n u e s t r a , fueron creados gérmenes de autonomía, siem-
p r e vivos, r e p r e s e n t a d o s p o r ciertos aspectos d e las" i n s t i t u c i o n e s formales p e -
ro, s o b r e t o d o , e n c a r n a d o s e n los i n d i v i d u o s fabricados p o r estas sociedades
 ¡22 KOINONÍA

-usted, yo. los otros- en la medida en que estos individuos son siempre ca-
paces, por lo menos ésta es la esperanza, de levantatse para decir: «esta ley es
injusta, o bien «es necesario cambiar la institución de la sociedad». Si existe
una verdadera política en ia actualidad, es aquella que trata de preservar y de ,
desarrollar estos gérmenes de autonomía. Y si la práctica del psicoanálisis
tiene un sentido político, este sentido se establece únicamente en la medida
en que ttata de convertir al individuo, tanto como se pueda, en autónomo, \
o sea, lúcido en cuanto a su deseo y su realidad, y responsable de sus actos, '
es decir, considerándose como agente de lo que hace.
Lo que marca la humanización de! hombre es, por un lado, lo decía ante-
riormente, la institución. ¿Por que hay institución? Pregunta magnífica y, al
m i s m o tiempo, absurda: ¿por qué hay algo en lugar de la nada? Pero tenemos

que plantear la pregunta para poner en evidencia lo absurdo de un discurso

estúpido y obsoleto que en la actualidad está de vuelta, discurso estúpido,
aun cuando lo sostienen premios Nobel de economía, que presenta a la so-
ciedad como formada por un engranaje o una combinación de individuos.
Pero, ;de dónde los sacan, pues, a estos individuos». ¿Acaso crecen en la natu- i
raleza' El individuo es una fabricación social; y lo que yo sé como psicoana-
lista es que lo que no es social en el individuo no s o l a m e n t e ' i O ^ t a T d e
componerdmlldciedadT^ violentamente asocial. !
Lo que no es social en el individuo, aquello que anida en lo más profundo de
la " p s ^ ^ u T t w ñ a , no es segurante,"telo que se llama desde hace muchos \
años el deseo: cuando se habla del deseo, se significa siempre algo que puede
de una u otra manera, si no verbalizarie, por l o menos Articularse - p o r lo tan-
to~pr~esupone una serie ¿T7eJamáo~nls y á ^ e c t a g a s - , Pero el núcleo de la
psique es una mónada psíquica, caracterizada por la pura imaginación o ima-
ginación radical, cuyo punió de partida se sitúa en la completa indiferencia-
ción. La emergencia de la especie humana como especie viviente está marcada
por esta reformación congénita - p o r este cáncer psíquico, si se quiere- que
ístTcor^ desarrollada más allá de toda mesuraba
imagnación que se volvió ^ j T i t r * ^ i
funcional. Esto nos lleva a esterasgo humano único entre todas las especies vi-
vientes: el reemplazo del placer d e ' ó r g a n o ^ d r eí'placer de la representación.
(Aun para el individuo H u i h a i ^ l d c 3 S ] l z i d d 7 desarrollado, la p r e v a l e n c i T d T i
placer tle representación sobte el placer de órgano es manifiesta y aplastante;
de otro modo, nadie podría dejarse matar en una guerra, la fantasmatización
no sería un requisito previo esencial del placer sexual, etcétera.)

60/1!
 I N S T I T U C I Ó N PRIMERA E INSTITUCIONES SEGUNDAS ,23

Existe, p u e s , u n a d i s f u n c i o n a l i z a c i ó n d e la r e p r e s e n t a c i ó n v una d i s f u g -
cionalización del placer: p a r a el ser h u m a n o , el placer ya n o es, s i m p l e m e n t e ,
c o m o p a r a el a n i m a l , u n s i g n o q u e indica lo q u e hay q u e b u s c a r y lo q u e h a y
q u e evitar, s i n o q u e se h a c o n v e r t i d o en u n a finalidad en sí mjsjjio, a u n
c u a n d o se p r e s e n t a c o m o c o n t r a r i o a la c o n s e r v a c i ó n del i n d i v i d u o o d e la
especie. El h o m b r e n o es s o l a m e n t e , c o m o d e c í a Hegel, u n a n i m a l e n f e r m o ;
el h o m b r e es u n a n i m a l loco y u n a n i m a l r a d i c a l m e n t e i n e p t o para la vida.
Ú n i c a m e n t e sobrevive c r e a n d o l a s o c i e d a d , T a s s i g n i f i c a c i o n e s imaginarias
sociales y las i n s t i t u c i o n e s q u e las sostienen y las r e p r e s e n t a n . La s o c i e d a d
—la institución— n o está s o l a m e n t e para « c o n t e n e r la violencia» del ser h u m a -
n o i n d i v i d u a l , c o m o lo p e n s a b a n H o b b e s o a n t e r i o r m e n t e los sofistas del si-
glo V a . C ; n i s i q u i e r a p a r a « r e p r i m i r las p u l s i o n e s » , c o m o lo p e n s a b a F r c u d .
La sociedad está a q u í para h u m a n i z a r a este p e q u e ñ o m o n s t r u o q u e llega al
m u n d o b r a m a n d o y p a r a q u e resulte a p t o p a r a la vida. JPara eso, d e b e s o m e -
ter a la m ó n a d a p s í q u i c a a u n a fractura, le d e b e i m p o n e r a q u e l l o q u e la p s i -
q u e rechaza, en sus p r o f u n d i d a d e s , d e s d e el p r i n c i p i o y h a s t a el final: el re-
c o n o c i m i e n t o d e q u e la omnipotencia del pensamiento existe s o l a m e n t e en el
g l a n o f a n t a s m á t i c o ; el h e c h o d e q u e fuera d e u n o m i s m o h a y otros seres h u -
m a n o s , q u e existe cierta o r g a n i z a c i ó n del m u n d o (obra, e n c a d a o c a s i ó n , d e
la i n s t i t u c i ó n d e la s o c i e d a d ) , q u e la c o n s e c u c i ó n del p l a c e r real d e b e i n s t r u -
m e n t a r s e a través d e u n a serie d e m e d i a c i o n e s reales y, la m a y o r í a d e las v e -
ces, u n t a n t o desagradables, etcétera. D e tal m a n e r a q u e la i n s t i t u c i ó n d e la
s o c i e d a d d e b e , c a d a vez, i n s e r t a r e n u n a vida colectivaj.reaL_ m e d i a n t e u n a
violencia radical infligida a la m ó n a d a p s í q u i c a , a este ser e g o c é n t r i c o q u e
r e m i t e t o d o a sí m i s m o y es c a p a z d e vivir casi e t e r n a m e n t e en el p u r o placer
d e r e p r e s e n t a c i ó n . E n este p r o c e c f i m t e n t o f f a i n s t i t u c i ó n d e s t r u y e ío q u e T o r i -
g i n a l m e n t e , f o r m a b a u n s e n t i d o y c o n s t i t u í a u n s e n t i d o p a r a la psique (la
c l a u s u r a sobre sí, el p u r o placer d e r e p r e s e n t a c i ó n solipsista) - e n c o m p e n s a -
c i ó n , si m e p e r m i t e n la e x p r e s i ó n , p r o v e e a la p s i q u e de o t r a fuente de sen ti
d o : la significación i m a g i n a r i a s o c i a l - . Socializándose - c o n v i r t i é n d o s e en u n
i n d i v i d u o social—, la p s i q u e i n t e r i o r i z a estas significaciones y aprende q u e el
v e r d a d e r o sentido de la vida se e n c u e n t r a e n ^ o t r o lado: e n el h e c h o d e t e n e r
la e s t i m a del clan, o en la e s p e r a n z a d e p o d e r descansar j u n t o a A b t a h a m en
el s e n o d e D i o s , o d e ser kalós kágathós y c u i d a r su kléos y su küdos, o ser u n
s a n t o , o a c u m u l a r riquezas, o desarrollar las fuerzas p r o d u c t i v a s , o « c o n s t r u i r
el socialismo», etcétera. ' I b d a v í a y e m o s a q u í la c a p a c i d a d d e la especie h u -
m a n a de s u s t i t u i t el placer d e r e p r e s e n t a c i ó n al placer d e ó r g a n o : la repre-
 124 KOINÜNÍA

s e n t a c i ó n es en este caso la v e r t i e n t e subjetiva d e las significaciones i m a g i n a -

rias sociales i n v o l u c r a d a s en la i n s t i t u c i ó n .
" T a I n s t i t u c i ó n provee p u e s , d e a h o r a en m á s , el sentido a los i n d i v i d u o s
socializados; pero, a d e m á s , l e s b r i n d a t a m b i é n los recursos para c o n s t i t u i r ese
s e n t i d o para ellos m i s m o s , y lleva a c a b o esta tarea r e s t a u r a n d o en el nivel
social u n a lógica i n s t r u m e n t a l o f u n c i o n a l , u n a lógica q u e existía quizás d e
otra m a n e r a en el r e i n o a n i m a l , p e r o q u e fue q u e b r a d a en el h o m b r e p o r el
desarrollo d e s e n f r e n a d o d e la i m a g i n a c i ó n . I n s t r u m e n t á n d o s e en el seno d e
esta lógica y a través d e ella, la i m a g i n a c i ó n radical del ser h u m a n o singular
p u e d e convertirse e n f u e n t e d e c r e a c i ó n eu el nivel colectivo y real. U n fan-
tasma sigue s i e n d o u n f a n t a s m a para u n a p s i q u e singular; p e r o u n artista, u n
poeta, u n m ú s i c o , u n p i n t o r , n o p r o d u c e n fantasmas, ellos crean o b r a s , lo
q u e su i m a g i n a c i ó n e n g e n d r a a d q u i e r e u n a existencia real, o sea, s o c i o h i s t ó -
rica, u t i l i z a n d o u n a c a n t i d a d i n m e n s a d e recursos, d e e l e m e n t o s - p o r e m p e -
1
zar, el l e n g u a j e - q u e el artista j a m á s h u b i e r a p o d i d o crear por su cuenta.
S o n e l e m e n t o s q u e d e f i n e n lo q u e l l a m o la institución primera de la socie-
dad. L a i n s t i t u c i ó n p r i m e r a d e la s o c i e d a d e s ' T C c l ^ ' ^ r a l o d e ^ se
crea a j í m i s m a c o m o s o c i e d a d , y se crea cada vez o t o r g á n d o s e i n ¡ n t u d o n e s
^ ^ ^ Ú ^ ^ S ^ l o c v A ^ específicas d e la s o c i e d a d c o n s i d e r a d a :
específicas d e la s o c i e d a d egipcia faraónica, d e la s o c i e d a d h e b r a i c a , d e la so-
ciedad griega, d e la s o c i e d a d francesa o n o r t e a m e r i c a n a a c t u a l , etcétera. Esta
i n s t i t u c i ó n p r i m e r a se articula y se i n s t r u m e n t a a través de instituciones se¬
gundas (lo q u e n o q u i e r e decir, d e n i n g u n a m a n e r a , s e c u n d á b a l a ! q u e
p o d e m o s dividir en d o s c a t e g o r í a s . H a y a l g u n a s q u e s o n , d e u n m o d o abs¬
t r a c t o , e n su forma, Irans históricas. S o n , p o r e j e m p l o , el lenguaje - c a d a len-
gua es diferente, p e r o n o "hay s o c i e d a d sin l e n g u a j e - o b i e n el i n d i v i d u o - e l
t i p o d e i n d i v i d u o es c o n c r e t a m e n t e d i f e r e n t e en c a d a s o c i e d a d , p e r o n o h a y
sociedad q u e n o i n s t i t u y a u n tipo c u a l q u i e r a d e i n d i v i d u o - o b i e n la familia
- l a o r g a n i z a c i ó n y el contenido específicos d e la familia s o n , c a d a vez, o t r o s ,
p e r o n o p u e d e h a b e r s o c i e d a d q u e n o asegure la r e p r o d u c c i ó n y la socializa-
ción de la g e n e r a c i ó n siguiente, y la i n s t i t u c i ó n e n c a r g a d a d e eso es la familia,

!
El lector interesado en la justificación y el desarrollo de estas ideas puede remitirse a mis libros
L Imtitutwn imaginaire de la sociedad, París, Seuil, 1975, en particular el capítulo 6; Les Carre-
'jZursdu^ d la sociedad, Buenos Ai-
e

res. Tusquets, 1993], parte I, «Psique»; y Domaines de ihommei París; Seuil, 1986, p p / 2 1 9 -
237 y 364-384" [traducción castellana: Los dominios del hombre, Barcelona, Gedisa, 1998].

61 /1(
 I N S T I T U C I Ó N PRIMERA E INSTITUCIONES SECUNDAS 1/5

c u a l q u i e r a sea su f o r m a (las fábricas d e l a c t a n t e s en el Brave New World d e

H u x l e y s o n familias e n este s e n t i d o ) - . H a y i n s t i t u c i o n e s s e g u n d a s q u e s o n
especificas d e s o c i e d a d e s d a d a s y q u e t i e n e n e n ellas u n rol a b s o l u t a m e n t e
c e n t r a l , en el s e n t i d o d e q u e l o q u e es d e vital i m p o r t a n c i a p a r a la i n s t i t u -
ción d e la sociedad c o n s i d e r a d a , es decir, sus significaciones i m a g i n a r i a s s o -
ciales, está e s e n c i a l m e n t e s o s t e n i d o p o t estas i n s t i t u c i o n e s específicas.
T o m e m o s d o s ejemplos ciatos: la polis griega es u n a i n s t i t u c i ó n s e g u n d a es
pecífica, sin la cual el m u n d o griego a n t i g u o es imposible e inconcebible. La
empresa capitalista es i g u a l m e n t e u n a i n s t i t u c i ó n segunda específica s e m e j a n t e .
N o h a y capitalismo sin e m p r e s a y n o existe v e r d a d e r a m e n t e lo q u e e n t e n d e -
m o s p o r e m p r e s a e n las sociedades anteriores al capitalismo: esta i n s t i t u c i ó n
q u e conlleva u n a significación, este c o n j u n t o d e dispositivos y d e teglas q u e
r e ú n e a u n a gran c a n t i d a d d e g e n t e y les i m p o n e la utilización d e ciertas h e r r a -
m i e n t a s y m á q u i n a s , controla y organiza j e r á r q u i c a m e n t e s u trabajo, cuya fi-
nalidad es el a u t o c r e c i m i e n t o i n d e f i n i d o . Esta institución y esta significación
son u n a creación del capitalismo, y es ú n i c a m e n t e e n el s e n o d e ellas y a través
d e ellas q u e el capitalismo p u e d e existir. Estas instituciones segundas, las q u e
son transhistóricas y las q u e s o n específicas, tejidas c o n j u n t a m e n t e , a p o r t a n ,
en cada caso, la textura c o n c r e t a d e la sociedad considerada.
D o s observaciones para t e t m i n a r , a p r o p ó s i t o d e la práctica, ya q u e t o d o s
ustedes, c o m o y o , trabajan c o n ciertos objetivos respecto d e la realidad social,
y p r e s u m o q u e p a r a ustedes c o m o p a r a m í , t o d o lo q u e es n o es c o m o d e b e r í a
ser o c o m o quisiéramos q u e fuera, a u n c u a n d o los sondeos p r e t e n d e n q u e el
8 0 % d e los franceses o incluso u n porcentaje s u p e r i o r son o se consideran feli-
ces. La p r i m e r a observación se refiere a la solidaridad esencial, la e n o r m e inter-
d e p e n d e n c i a d e las diferentes i n s t i t u c i o n e s , d e t o d o s los ó t d e n e s , en u n a socie-
d a d d a d a . D e s d e hace algunos a ñ o s , t e n e m o s t e n d e n c i a a olvidarla, o e v i t a m o s
hablar d e ella, bajo el pretexto d e q u e n o se d e b e considerar la sociedad c o m o
u n t o d o o abarcar la totalidad d e la sociedad, p o r q u e se correría el riesgo d e
deslizarse hacia el totalitarismo. E s t o es, e v i d e n t e m e n t e , a b s u r d o ; u n a sociedad
es u n a totalidad e x t r e m a d a m e n t e c o m p l e j a y sus partes diferentes se m a n t i e n e n
j u n t a s d e mil m a n e r a s . N o existe, p o r ejemplo, n i n g u n a seguridad d e q u e , c o n
la dislocación d e las significaciones y d e los roles tradicionales del h o m b r e y
d e la mujer en la sociedad occidental c o n t e m p o r á n e a , el resto del sistema p o d r á
s i m p l e m e n t e c o n t i n u a r f u n c i o n a n d o c o m o si n o pasara n a d a . Aquello incluso
revela la incoherencia d e t o d a política q u e se p r e t e n d e seria y ú n i c a m e n t e refor-
mista; ya q u e semejante política equivale a q u e r e r modificar algunas piezas d e
 I
I
1.26 KOÍNONIA

un sistema sin p r e o c u p a r s e e incluso sin ser consciente d e los efectos de estas

modificaciones s o b t e el resto.
La s e g u n d a o b s e r v a c i ó n se refiere a un escollo s i m é t r i c o y o p u e s t o : sería
considerar q u e , t e n i e n d o en c u e n t a p r e c i s a m e n t e la observación p r e c e d e n t e ,
n o hay nada q u e hacer o q u e la única m a n e r a de trabajar es a p u n t a n d o i n m e ­
d i a t a m e n t e a u n a t r a n s f o r m a c i ó n radical d e la sociedad. Pero, j u s t a m e n t e ,
u n a t r a n s f o r m a c i ó n radica! d e la sociedad, si es posible - y p i e n s o p r o f u n d a ­
m e n t e q u e lo e s - , p o d r á ser ú n i c a m e n t e la o b r a d e i n d i v i d u o s q u e q u i e r e n su
a u t o n o m í a , t a n t o a escala social c o m o en el nivel individual. E n consecuencia,
trabajar p a r a preservar y e n s a n c h a r las posibilidades de la a u t o n o m í a y d e ia
acción a u t ó n o m a , así c o m o trabajar p a r a ayudar a la formación d e i n d i v i d u o s
q u e aspiran a la a u t o n o m í a e i n c r e m e n t a r la c a n t i d a d de los m i s m o s , consti­
tuye ya u n a o b r a política cuyos efectos son más i m p o r t a n t e s y m á s d u r a d e r o s
q u e algunas categorías d e agitación superficial y estéril.

62/1J
 Polis

o
63/1 í
 Herencia y revolución

El. TITULO de este texto p u e d e parecer ex i ra ñ o . El t é r m i n o herencia sugiere

u n a a c t i t u d c o n s e r v a d o r a , i n c l u s o F r a n c a m e n t e reaccionaria, c o m o en cierta
1
organización en los E s t a d o s U n i d o s , o bien remite a d o c u m e n t o s j u r í d i c o s
0 actas notariales. Revolución, en c a m b i o , es u n a palabra q u e lia sido prosti-
tuida p o r la i n d u s t r i a p u b l i c i t a r i a c o n t e m p o r á n e a : de vez en c u a n d o , asisti-
m o s a u n a revolución en la p r o d u c c i ó n d e a s p i r a d o r a s o d e papel h i g i é n i c o .
Pero, en el lenguaje h a b i t u a l , d e s d e 1 7 8 9 , fecha en la cual La R o c h e f o u -
c a u l d - l . i a n c o u r t la utilizó p o r p r i m e r a vez en su acepción m o d e r n a , y hasta
cerca d e 1 9 5 0 , significó u n c a m b i o radical, u n a subversión del o r d e n d e las
cosas instituidas (a n o c o n f u n d i r con tiroteos y d e r r a m a m i e n t o de sangre).
Este título r e q u i e r e , p u e s , u n a explicación.
N o creo y n o q u i e r o q u e el j u e g o ya se haya j u g a d o M e refiero a q u í al
j u e g o político, en el s e n t i d o fuerte del t é r m i n o político. N o h a b l o ni de! s e ñ o r
Reagan ni del s e ñ o r M i r t e r a n d y t a m p o c o p i e n s o en la gestión g u b e r n a m e n t a l
de los asuntos c o m u n e s . Por política, e n t i e n d o u n a actividad colectiva reflexi-
va y lúcida, q u e a p u n t a a la i n s t i t u c i ó n global d e la sociedad.
1.a s i n g u l a r i d a d histórica d e E u r o p a O c c i d e n i a ! , y a n t e r i o r m e n t e la de-
Grecia a p a r t i r del siglo V I H hasta el siglo V , radica en q u e se trata de las úni-
cas sociedades q u e crearon la política en el s e n t i d o de u n a actividad colectiva
q u e a p u n t a e x p l í c i t a m e n t e a la i n s t i t u c i ó n global de la s o c i e d a d , e s f o r z á n d o -

Publicado en inglés en: Reginald Lilly (ed.), The Ancients and thc Moderm, Bloomington,
Indiana University Press, 1996, p p . 159-169. Una primera versión (no publicada) de este
texto fue el tema de una conferencia en el contexto de los coloquios H a n n a h Arendt en la
N e w School for Social Research (Nueva York), en o c t u b t e de 1985. [Traducción al francés
de D o m i n i q u e Walter.]
1
\Hcritage Foundation: grupo de presión norteamericano ultra conservador.]

129
i 30 POLIS

se a b i e r t a m e n t e p a r a c a m b i a r l a y l o g r á n d o l o en u n a b u e n a m e d i d a . E n todas
las otras sociedades, asistirnos a intrigas d e corte, rivalidades e n t r e g r u p o s ,
m a q u i n a c i o n e s , c o m p e t e n c i a s declaradas, juegos c o m p l e j o s p a r a llegar al p o -
der, pero q u e i n t e r v i e n e n s i e m p r e en el interior del c o n t e x t o i n s t i t u i d o . E n la
G r e c i a a n t i g u a y en E u r o p a O c c i d e n t a l ( i n c l u y e n d o n a t u r a l m e n t e a los Esta-
dos U n i d o s ) , vemos surgir la política.
C o n s i d e r a d a de e s t a \ n a n e r a , la política es u n m o m e n t o y u n a e x p r e s i ó n
de! p r o y e c t o de a u t o n o m í a : n o acepta pasiva y c i e g a m e n t e lo q u e ya está allí,
lo q u e fue i n s t i t u i d o , sino q u e lo vuelve a cuestionar. Y lo q u e está cuestio-
n a d o p u e d e ser la « C o n s t i t u c i ó n » o u n c o n j u n t o d e leyes. P u e d e n ser t a m -
bién las r e p r e s e n t a c i o n e s colectivas d o m i n a n t e s e n el m u n d o , la s o c i e d a d , la
verdad o los valores. E n el s e g u n d o caso, el c u e s t i o n a m i e n t o n o es o t r a cosa
q u e la filosofía en su s e n t i d o original. La c r e a c i ó n d e la política y la c r e a c i ó n
de la filosofía, e n t a n t o expresiones d e u n p r o y e c t o de a u t o n o m í a , se p r o d u -
cen e n f o r m a s i m u l t á n e a , c o m o o c u r r i ó e f e c t i v a m e n t e en la historia, en G r e -
cia y en E u r o p a O c c i d e n t a l .
Estas expresiones del p r o y e c t o d e a u t o n o m í a atacan, a d e m á s , casi i n m e -
d i a t a m e n t e , el contenido d e la a u t o n o m í a . Los politai griegos o los burgueses
e u r o p e o s n o se d e d i c a r o n a c a m b i a r las i n s t i t u c i o n e s c o n la ú n i c a m e t a d e
p r o b a r q u e eran capaces d e llevar a cabo este c a m b i o . I n t e n t a r o n m á s b i e n
crear u n a situación p e t m i t i e n d o u n p r i n c i p i o d e realización d e la a u t o n o m í a
individual y social. Se ttata allí d e la c o m p o n e n t e democrática d e su actividad
política y d e las instituciones q u e se d e s p r e n d e n d e ella. ( P o d e m o s decir lo
m i s m o , mutatis mutandis, d e la filosofía en t a n t o realización d e la l i b e r t a d in-
telectual y psíquica, p e r o eso n o c o n s t i t u y e el t e m a q u e n o s o c u p a aquí.)
E s t o significa q u e nuestra herencia, nuestra t r a d i c i ó n , es la h e r e n c i a d e -
m o c r á t i c a y la t r a d i c i ó n r e v o l u c i o n a r i a en sus s e n t i d o s m á s estfictos. H a s t a
a q u í en lo q u e se refiere a la coexistencia d e estos d o s t é r m i n o s e n el t í t u l o
q u e h e elegido.
E v i d e n t e m e n t e , es p o s i b l e c o n s i d e r a r estas cosas d e u n m o d o diferente, e
incluso d e s d e u n p u n t o d e vista o p u e s t o . P o d r í a m o s llegar a decir q u e n u e s -
tra herencia se limita a lo q u e está allí, q u e n o hay q u e hacer n i n g u n a o t r a c o -
sa m á s q u e gerenciar este p a t r i m o n i o , vigilat esta f o r t u n a , g r a n d e o p e q u e ñ a .
Sin e m b a r g o , t e n e m o s q u e p o n e r d e m a n i f i e s t o cuáles son las c o n s e c u e n c i a s
de s e m e j a n t e p o s i c i ó n . La p a r t e c e n t r a l d e n u e s t r a h e r e n c i a radica en la crea-
c i ó n d e nuestras i n s t i t u c i o n e s ; p o d e m o s y d e b e m o s c a m b i a d a s si lo c o n s i d e -
r a m o s necesario. A h o r a b i e n , afirmar q u e n o hay n a d a para cambiar, p o r lo

64/1 ¡
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN 131

m e n o s n a d a i m p o r t a n t e , q u e n o h a y q u e h a c e r n a d a fuera del trabajo legisla-

tivo c o t i d i a n o y d e la gestión del C o n g r e s o o del P a r l a m e n t o , equivale a decir
q u e las cosas s o n p e r f e c t a m e n t e satisfactotias así c o m o se n o s p r e s e n t a r e q u e
h e m o s a l c a n z a d o la f o r m a m á s a c a b a d a d e sociedad p o s i b l e , o en t o d o caso
la m e n o s i m p e r f e c t a . Es afirmar, e n o t r o s t é r m i n o s , q u e n u e s t r a s o c i e d a d se
c o n f o r m a d e m a n e r a tal q u e t o d a t e n t a t i v a d e c a m b i o i m p l i c a r í a i n e v i t a b l e -
m e n t e u n d e t e r i o r o . Y, e f e c t i v a m e n t e , es éste el p u n t o d e vista q u e e s g r i m e
e x p l í c i t a m e n t e d e s d e h a c e m á s d e diez a ñ o s .
Pero b a s t a c o n a b r i r los o j o s p a r a i n v a l i d a r esta a f i r m a c i ó n : podemos
c o n s i d e r a r n o s satisfechos o insatisfechos, p e r o el estado e x i s t e n t e d e las cosas es
i n s o s t e n i b l e a largo plazo p o r q u e es políticamente autodestructivo. Produce
u n c o n g e l a m i e n t o c r e c i e n t e h e c h o de a p a t í a y d e privatización; p r o d u c e la
dislocación d e las significaciones i m a g i n a r i a s sociales q u e aseguran la c o h e -
sión d e las i n s t i t u c i o n e s . U n a s o c i e d a d c í n i c a y apática n o está en c o n d i c i o -
nes de sostener p o r m u c h o t i e m p o hasta las p o c a s i n s t i t u c i o n e s libetales q u e
subsisten hoy. A d e m á s , u n a s o c i e d a d liberal f u n d a d a e n la b ú s q u e d a i m p l a -
cable del interés p e r s o n a l i n d i v i d u a l r e m i t e s i m p l e m e n t e a algo t o t a l m e n t e
absurdo.
V e m o s surgir, d e s d e h a c e a l g u n o s a ñ o s , o t r a idea q u e p o s t u l a r í a q u e lia-
b n a m o s llegado a u n a n u e v a f o r m a d e política democrática, constituida p o t
la y u x t a p o s i c i ó n d e v a r i o s movimientos sociales - o m á s b i e n d e n o - m o v i -
m i e n t o s - q u e n o t i e n e n la p r e o c u p a c i ó n d e c o n s i d e r a r a la sociedad c o m o
u n t o d o , p e r o c u y a sinergia p r o d u c i r í a u n e s t a d o de cosas democrático. N o es
difícil a d v e r t i r q u e estos movimientos, d e s p r o v i s t o s d e i n q u i e t u d e s globales,
a d q u i e r e n i n e v i t a b l e m e n t e la f o r m a d e lobbys, cuyas p r e s i o n e s o p u e s t a s c o n -
t r i b u y e n a b l o q u e a r a la s o c i e d a d sobre p u n r o s i m p o r t a n t e s . Los a c o n t e c i -
m i e n t o s recientes nos b r i n d a n n u m e r o s o s e j e m p l o s al r e s p e c t o .
U n a ú l t i m a o b s e r v a c i ó n p r e l i m i n a r . Las declaraciones q u e sugieren, p o r
e j e m p l o , q u e las ideas i l u m i n i s t a s a ú n n o a l c a n z a r o n a p e n e t r a r en los h e -
chos t o t a l m e n t e están e q u i v o c a d a s en varios aspectos. N u e s t r a h e r e n c i a va
m u c h o m a s alia d e la Aufklarung y lo m e n o s q u e se p u e d e decir es q u e estas
ideas d e n i n g u n a m a n e r a recapitulan t o d o s los aspectos d e aquélla. Las L u c e s
p r o p i a m e n t e d i c h a s , m á s allá d e su i m p o r t a n c i a , f o r m a n s o l a m e n t e u n m o -
v i m i e n t o d e la sinfonía c r e a d o r a q u e c o n s r i t u y e el p r o y e c t o de a u t o n o m í a .
M u c h a s cosas i m p o r t a n t e s h a n s u c e d i d o d e s d e la AufklKrung q u e n o se l i m i -
t a n a la aplicación d e sus ideas. S o b r e t o d o , si tuviera q u e aparecer u n n u e v o
p e r í o d o de a c t i v i d a d p o l í t i c a t e n d i e n t e a la a u t o n o m í a , éste nos llevatía m u -
 132 POLIS

cho más lejos no solamente de la Aufklürung sino además de todo lo que hoy
somos capaces de imaginar.

//

C o n el propósito de limitar los malentendidos, debo clarificar ahora algunos

de mis otros presupuestos. La histotia humana es creación. Es, antes que na-
¡ da, autocreación bajo todos sus aspectos, separación de la humanidad de la
pura animalidad, una separación nunca terminada y, al mismo tiempo, im-
posible de vislumbrar. Esta autocreación se manifiesta a través de la posición
de formas de ser sin equivalentes, modelos ni causas en el mundo presocial.
Estas formas son el lenguaje, las herramientas, las normas instituidas, las sig-
nificaciones, los tipos antropológicos, etcétera. Ocurre lo mismo en lo que
se refiere a las formas globales particulares que toma la sociedad en diferen-
tes lugares y en difetentes épocas: tupí-guaraní o hebraica, griega o medieval
en Europa, asiría o burocrática capitalista.
Estos hechos elementales - l a autocreación de la humanidad, la autoinsti-
tución de las sociedades- son, casi siempre y en todo lugar, enmascarados,
disimulados frente a la sociedad por su misma institución. Y casi siempre y
en todo lugar, esta institución contiene la representación instituida de su
propio origen extra social. El carácter heterónomo de la institución de la so-
ciedad radica en el hecho de que la ley social no está planteada como crea-
ción de la sociedad sino percibida más bien con un origen fuera del alcance
de los seres humanos vivos. Tal es la fuente del carácter religioso de la insti-
tución de casi todas las sociedades conocidas y del lazo casi indisoluble entre
religión y hetetonomía. La institución de la sociedad encontró el garante de
su legitimidad, así como de su protección frente al cuestionamiento intento
y la relativización externa, a través de la representación instituida de un ori-
2
gen extra social de esta institución. «Dios nos dio nuestras leyes, ¿con qué
derecho ustedes podrían querer cambiarlas?»
Cada institución de la sociedad quiere perpetuarse. En general, ella logra
crear los recursos para llegar a esta meta, porque los seres humanos existen

2
Véase «Institution de la société et religión" (1982), Domaines de /' homme, París, Seuil,
1986, p p . 3 8 6 - 3 8 4 [reed. col. Points Essais, pp. 455-480] [traducción castellana: «Institu-
ción de la sociedad y religión», Los dominios del hombre, Barcelona, Gedisa, 1998].

65/1!
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN 135

s o l a m e n t e en la m e d i d a en q u e se socializan, o sea, se h u m a n i z a n , p o r la ins-

t i t u c i ó n social, y en la m e d i d a en q u e los m o d e l o s p l a n t e a d o s p o r esta insti-
t u c i ó n se c o n s t i t u y e n de c o n f o r m i d a d a la m i s m a y t i e n d e n a r e p r o d u c i r l a al
infinito. E n o t r o s t é r m i n o s , los b í p e d o s recién nacidos se c o n v i e r t e n e n i n d i -
v i d u o s sociales i n t e r i o r i z a n d o las i n s t i t u c i o n e s sociales existentes.
D e lo a n t e r i o r d e b e r í a resultar el h e c h o d e q u e u n o r d e n social, u n a vez
creado y al abrigo d e los factores exteriores, d u r a r í a e t e r n a m e n t e . S a b e m o s
q u e esto n o o c u r r e d e n i n g u n a m a n e r a . M á s p r e c i s a m e n t e , s a b e m o s q u e , a u n
c u a n d o fue casi la situación e n vigencia d u r a n t e m u c h o t i e m p o , eso n o o c u
rre. S a b e m o s q u e existieron n u m e r o s a s sociedades e x t r a o r d i n a r i a m e n t e dife-
rentes y q u e t o d a s son, en d i s t i n t o s g r a d o s , históricas e n el v e r d a d e r o s e n t i d o
d e la palabra, o sea, definidas p o r la a u t o a l t e r a c i ó n . Voy a describir a h o r a b r e
v e t n e n t e dos tipos i m p o r t a n t e s d e esta a u t o a l t e r a c i ó n o historicidad.
E n p r i m e r lugar, a n u e s t r o c r i t e r i o , c i e r t o g r a d o d e a u t o a l t e r a c i ó n , p o r
m í n i m o y l e n t o q u e sea, i m p r e g n a a t o d a s las sociedades. El lenguaje ofrece,
quizás, el e j e m p l o m á s l l a m a t i v o d e esta s i t u a c i ó n . T o d o s los días se i m p o -
n e n en la l e n g u a inglesa h a b l a d a , d i g a m o s , e n los E s t a d o s U n i d o s , m o d i f i c a -
ciones a n ó n i m a s c u y o o r i g e n se n o s escapa, bajo la f o r m a d e nuevas p a l a b r a s
d e jergas, n u e v o s d e s l i z a m i e n t o s s e m á n t i c o s , etcétera. L o m i s m o se h a p r o -
d u c i d o , en u n r i t m o m á s l e n t o , d e s d e h a c e miles de a ñ o s , en las s o c i e d a d e s
primitivas o salvajes y a u n en las tradicionales c o m o las sociedades c a m p e s i -
nas bajo el « d e s p o t i s m o asiático» o las s o c i e d a d e s c a m p e s i n a s e u r o p e a s , e s p e -
c i a l m e n t e las d e E u r o p a O r i e n t a l , hasta el siglo XX.
Esta a u t o a l t e r a c i ó n í n f i m a p e r o c o n t i n u a se llevará a c a b o m i e n t r a s exis-
t a n seres h u m a n o s y sociedades, ya q u e está ligada a la n a t u r a l e z a de los h o m -
bres y d e sus instituciones. Si estas ú l t i m a s estuvieran forjadas en el h i e r r o , n o
escaparían a la alteración, p e r o ya n o se trataría de autoalteración: c o m o el
h i e r r o , se o x i d a r í a n . Si e s t u v i e r a n c o n s t i t u i d a s con ideas racionales, s e r í a n '1
e t e r n a s . P e r o , e n realidad, las i n s t i t u c i o n e s e s t á n h e c h a s d e significaciones
s o c i a l m e n t e s a n c i o n a d a s y d e p r o c e d i m i e n t o s creadores d e s e n t i d o s . E s t a s
significaciones son e s e n c i a l m e n t e i m a g i n a r i a s - y n o racionales, funcionales o
reflejos de la realidad-, son significaciones imaginarias sociales. Ellas son efecti- j
vas y están e f e c t i v a m e n t e vivas e n t a n t o s o n investidas y v i v e n c i a d a s c o n
fuerza p o r seres h u m a n o s . E s t o es i g u a l m e n t e válido p a r a los p r o c e d i m i e n t o s
d e s a n c i ó n d e sus significaciones.
Los seres h u m a n o s se definen, en p r i m e r lugar, n o p o r el h e c h o de q u e son
razonables, sino p o r el h e c h o d e q u e están provistos de u n a i m a g i n a c i ó n radt-

0
 134 POLIS

cal. Es esta i m a g i n a c i ó n la q u e d e b e ser d o m a d a y d o m i n a d a p o r el p r o c e s o de

fabricación social q u e , p o r o t r o lado, n u n c a se t e t m i n a c o m p l e t a m e n t e , c o m o
lo d e m u e s t r a la existencia d e la transgresión en todas las sociedades c o n o c i d a s .
D e tal m a n e r a q u e la vida y las actividades de i n n u m e r a b l e s seres h u m a n o s in­
t r o d u c e n p e r m a n e n t e m e n t e alteraciones infinitesimales en la m a n e r a d e hacer
las cosas, así corno en la m a n e r a d e vivir efectivamente o d e interpretar,-de re­
crear p a t a ellos m i s m o s , las significaciones imaginarias s o c i a l m e n t e instituidas.
En consecuencia, u n a autoalteración lenta y n a t u r a l m e n t e n o consciente está
siempre a c t u a n d o en la vida social real. Esta autoalteración está casi s i e m p t e
oculta p o r acción de las instituciones existentes de la sociedad, d e la m i s m a
manera q u e la d i m e n s t ó n creadora de la a u t o i n s t i t u c i ó n . El o c u l t a m i e n t o d e la
a u t o i n s t i t u c i ó n (de la autocreación d e la sociedad) y el d e la a u t o a l t e r a c i ó n (de
la historicidad de la sociedad) son las dos catas de la h e t e r o n o m í a social.
El s e g u n d o t i p o de autoalteración (si dejamos de lado t o d o s los casos inter­
medios, e x t t e m a d a m e n t e i m p o r t a n t e s , d e c a m b i o social relativamente t a p i d o
pero t o t a l m e n t e ciego) se refiere a los períodos d e autoalteración i m p o r t a n t e y
rápida d e la sociedad chitante los cuales u n a intensa actividad colectiva, inves­
tida de u n g r a d o m í n i m o d e lucidez, a p u n t a a c a m b i a r las instituciones y lo
logra. Estos p e r í o d o s ejemplifican o t r o m o d o d e set d e lo s o c i o h i s t ó t i c o , el
c u e s t i o n a m i e n t o explícito d e las leyes d e su existencia y el esfuerzo c o r r e s p o n ­
d i e n t e d e t r a n s f o r m a c i ó n lúcida d e estas leyes. D a r é a estos p e r í o d o s el califica­
tivo de revolucionarios. E n este sentido, m e tefieto al p e r í o d o revolucionario en
el m u n d o griego del siglo VIII al siglo V a. C , y, en E u r o p a O c c i d e n t a l aproxi­
m a d a m e n t e a parrir del siglo XIII. Es en el curso d e estos p e r í o d o s q u e se ha
creado el proyecto d e a u t o n o m í a social e individual, y d e b e m o s a esta creación
el h e c h o de q u e h o y p o d a m o s pensar y hablar d e esta m a n e r a .

///

\ Llego a h o r a a la idea d e r e v o l u c i ó n e n t a n t o p r o y e c t o político explícito, o

m á s bien c o n s i d e r á n d o l a c o m o fase histórica d e n s a en el c u r s o d e la cual u n
^ — p r o y e c t o p o l í t i c o tadical se a p o d e r a d e la realidad social.
; Q u é significa metical en este c o n t e x t o ? N a t u r a l m e n t e , la idea d e u n a re­
v o l u c i ó n total, d e u n a tabula tasa social, es a b s u t d a . E n la r e v o l u c i ó n m á s ra­
dical q u e se p u e d a i m a g i n a r , los e l e m e n t o s d e la v i d a social q u e p e t m a n e c e n
i n m o d i f i c a d o s son c o n s i d e r a b l e m e n t e m á s n u m e r o s o s q u e aquellos q u e p o

66/1!
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN 135

d r í a n verse m o d i f i c a d o s : el l e n g u a j e , los edificios, las h e r r a m i e n t a s , los m o

dos d e c o m p o r t a m i e n t o y d e a c c i ó n y, s o b r e t o d o , i m p o r t a n t e s p a n e s d e la
e s t r u c t u r a sociopsíquica d e los seres h u m a n o s . Se trata, e n este caso, d e u n
hecho masivo q u e , al ser e n u n c i a d o d e m a n e r a explícita, se parece a u n a pe¬
rogrullada, p e r o al q u e se p u e d e ver, y d e b e verse, c o m o u n p r o b l e m a crucial
de la acción política.
Según lo q u e s a b e m o s al r e s p e c t o , el p r i m e r o en p l a n t e a r a b i e r t a m e n t e
este p r o b l e m a fue P l a t ó n . T e n i e n d o en c u e n t a lo q u e s o n los h o m b r e s , s e g ú n
P l a t ó n , seres total e i r r e m e d i a b l e m e n t e c o r r o m p i d o s , ¿ c ó m o o p e r a r los c a m -
bios deseados y, c o n c r e t a m e n t e , quién se e n c a r g a r á d e los m i s m o s ? La res-
puesta d e P l a t ó n en La República es bien c o n o c i d a : los filósofos d e b e n c o n -
vertirse en reyes, o los reyes d e b e n ser filósofos. Platón mismo considera
m u y improbable tanto una c o m o otra eventualidad.
La posición d e P l a t ó n es i n a c e p t a b l e p a r a nosotros, o p o r lo m e n o s p a r a
mí. E v i d e n t e m e n t e , calificar a P l a t ó n de totalitario es t o t a l m e n t e exagerado - y
hasta e s t ú p i d o - . I g u a l m e n t e , es u n etror calificarlo de conservador: su i n t e n -
ción n o era de n i n g u n a m a n e r a conservar el o r d e n establecido ni volver a u n
e s t a d o anterior. T o d o b u e n c o n s e r v a d o r a t e n i e n s e r e t r o c e d e r í a h o r r o r i z a d o
frente a las propuestas d e P l a t ó n c o n respecto a la p r o p i e d a d , las mujeres y los
niños. M á s precisamente, P l a t ó n a p u n t a b a a d e t e n e r el m o v i m i e n t o d e la his-
toria (esta cuestión aparece m á s c l a r a m e n t e en Las Leyes), y detrás de su acti-
t u d política y de su o d i o p r o f u n d o a la d e m o c r a c i a , hay u n p r e s u p u e s t o ocul-
to, en t o d o caso n o t o t a l m e n t e consciente: la historia es o b r a d e la colectividad
h u m a n a . A partir del m o m e n t o en q u e da libre curso a la v o l u n t a d d e la m a -
yoría y a su expresión, aparecen e n t o n c e s h génesis - e l c a m b i o y el devenir, n e -
gación del Ser v e r d a d e r o - y la d e s c o m p o s i c i ó n q u e a c o m p a ñ a a este proceso.
Sin e m b a r g o , el d i a g n ó s t i c o e r a c o r r e c t o y su f o r m u l a c i ó n permanece
idéntica, en su c o n j u n t o , en el c u r s o d e los d o s mil a ñ o s siguientes. ¿ C ó m o
c a m b i a r la sociedad si los actores y los i n s t r u m e n t o s del c a m b i o son i n d i v i -
d u o s vivientes en los cuales se e n c a r n a p r e c i s a m e n t e lo q u e d e b e ser c a m b i a -
do? Rousseau p o d í a pues escribir, en la s e g u n d a m i t a d del siglo XVIII: «Aquel
q u e se atteve a e m p r e n d e r la i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n de un p u e b l o d e b e sentirse
3
en c o n d i c i o n e s de cambiar, p o r así decirlo, la naturaleza h u m a n a . . . » . Si b i e n

3
Jean-Jacques Rousseau, Du contrat social, libro II, cap. 7, en CEuvres completes, París, Galii-
mard, col. Bibliothéque de la Pléiade, t o m o III, p. 3 8 1 . Una formulación similar figuraba
ya en la primera versión del Contrat, libro II, cap. 2, ibíd., p. 3 1 3 .

0
 136 POLIS

es cierto q u e R o u s s e a u , en este f r a g m e n t o , trata e x p l í c i t a m e n t e el terna de

una i n s t i t u c i ó n primera, el c o n j u n t o de sus esctitos políticos m u e s t r a q u e se
está e n f r e n t a n d o c o n el p r o b l e m a de P l a t ó n . Pata b r i n d a r instituciones a u n
p u e b l o , es necesario, en p r i m e r lugar, c a m b i a r ios h á b i t o s , los Sitien, las m a -
neras de ser de este p u e b l o . Sin un c a m b i o semejante, las n u e v a s instituciones
son mutiles y ni siquiera p u e d e n funcionar. Pero, p r e c i s a m e n t e , las nuevas
instituciones son necesarias para modificar estas m a n e t a s d e ser, estos h á b i -
4
tos. R o u s s e a u , c o m o P l a t ó n , M a q u i a v e l o o M o n t e s q u i e u , c o m o t o d o s los
grandes p e n s a d o r e s políticos (y c o n t r a r i a m e n t e a los actuales teóricos d e la
política), fue m u y l ú c i d o en este p u n t o . N o p u e d e existir n i n g u n a i n s t i t u c i ó n
Política q u e n o esté ligada, d e la c u m b r e a la base, del nivel m á s superficial al
nivel m á s p r o f u n d o , a los h á b i t o s , a los Sitien, a la t o t a l i d a d de la e s t r u c t u r a
a n t r o p o l ó g i c a , sociopsíquica, d e los i n d i v i d u o s q u e viven en esta sociedad.
D e t e n g á m o n o s u n p o c o en la aserción d e R o u s s e a u : «Aquel q u e se atreve
a e m p r e n d e r la i n s t i t u c i o n a l i z a c i ó n d e u n p u e b l o . . . » , d e b r i n d a r i n s t i t u c i o -
nes a u n p u e b l o . D e t r á s d e esta f o r m u l a c i ó n , v e m o s la i m a g e n , la figura y la
h i s t o t i a del Legislador, y la lista de estas g r a n d e s figuras q u e ya e n c o n t r a m o s
en M a q u i a v e l o : Moisés, d e s e o , L i c u r g o , N u m a . . . A h o r a b i e n , R o u s s e a u es
u n p e n s a d o r p r o f u n d o y, en cierto s e n t i d o , u n d e m ó c r a t a . ¿Por q u é e n t o n c e s
piensa s o l a m e n t e a «aquél» c o m o sujeto d e la acción, y al pueblo c o m o objeto
pasivo de esta a c c i ó n , o b j e t o q u e d e b e ser formado («formado» es el t é r m i n o
preciso u t i l i z a d o en la p r i m e r a versión del Contrato: «Aquel q u e se cree capaz
d e f o r m a r u n p u e b l o . . . » ) , f o r m a d o p o r u n legislador activo, n o s o l a m e n t e
en la c o n c e p c i ó n e s t t e c h a d e u n a C o n s t i t u c i ó n política, sino a d e m á s en rela-
c i ó n c o n sus h á b i t o s , sus m a n e t a s de sentir, d e pensar, d e a c t u a t y d e ser?
Q u e P l a t ó n se exprese d e esta m a n e t a resulta c o m p r e n s i b l e : indiferente a t o d a
c o n t r a d i c c i ó n posible entre este p u n t o d e vista y sus ideas sobre el ser h u m a n o
o el a l m a , cree firmemente q u e el p u e b l o n o es m á s q u e turba y n o cesa d e
repetirlo. ¿Pero Rousseau?
P o d r í a m o s hacer valer el h e c h o d e q u e R o u s s e a u es d u e ñ o d e u n a visión
m u y pesimista, i n c l u s o f r a n c a m e n t e siniestra, en lo q u e se refiere al p u e b l o
d e su t i e m p o y a la n a t u r a l e z a h u m a n a en general. C o n t r a r i a m e n t e al m a l e n -
t e n d i d o m u y d i f u n d i d o c o n respecto a este t e m a , el f o n d o del p r o b l e m a ra-
dica e f e c t i v a m e n t e en esta c u e s t i ó n , y los a c o n t e c i m i e n t o s , c o m o ya lo sabe-

4
Véase, además, Montesquieu, Considérations sur les causes de la grandeur des Romains et de
leurdécadence, cap. 1.

67/1!
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN 137

.nos, iban r á p i d a m e n t e a m o s t r a r l e su error (Del contrato social fue p u b l i c a d o

en 1 7 6 2 ; R o u s s e a u m u r i ó e n 1 7 7 8 ) . M á s i m p o r t a n t e a ú n y más p r o f u n d o :
el t e r r e n o s o b r e el cual P l a t ó n y R o u s s e a u llevan a c a b o el e n c u e n t r o es el
e q u i v a l e n t e filosófico del a s p e c t o i m a g i n a r i o d e la h e t e r o n o m i a . Por cierro,
t a n t o P l a t ó n c o m o R o u s s e a u r e c o n o c e r í a n g u s t o s a m e n t e el rol activo del
p u e b l o en la c t e a c i ó n del o r d e n político e x i s t e n t e , p e r o s u b r a y a r í a n i n m e d i a -
t a m e n t e la n a t u r a l e z a n e c e s a r i a m e n t e m a l a y c o t t o m p i d a d e este rol. Si p l a n
t e a m o s el p r o b l e m a en estos t é r m i n o s , l l e g a m o s a u n a a p o r í a ; de h e c h o , es lo
q u e dice R o u s s e a u en el p r i m e r párrafo del c a p í t u l o V I I , l i b r o II, del Contra-
5
to: « H a r í a n falta dioses p a r a p r o p o r c i o n a r leyes a los h o m b r e s » , que hace
eco a la frase d e P l a t ó n : « D i o s es la m e d i d a d e todas las cosas».
El p u e b l o y la h i s t o r i a p u e d e n llevar a c a b o el n a c i m i e n t o de algo nuevo,
pero s o l a m e n t e en el s e n t i d o d e u n a destrucción, de u n a descomposición, de
menor bien en el estado d e cosas. E n v i r r u d d e la e q u i p a r a c i ó n p l a t ó n i c a e n -
tte el Ser y el Bien, este menos bien significa t a m b i é n menos ser, hétton ón. D e
tal m a n e r a q u e este nuevo t i e n e su e s t a t u t o e n v i r t u d d e u n déficit o d e u n a
negación y, en c o n s e c u e n c i a , n o c o n s t i t u y e v e r d a d e r a m e n t e algo n u e v o .
E n u n a s o c i e d a d h e t e r ó n o m a , las leyes n o son creadas p o r los h o m b r e s .
Según P l a t ó n y la m a y o r í a d e los filósofos, t e n e m o s la explicación d e sus
g r a n d e s deficiencias p o r q u e s o n o b r a s d e los seres h u m a n o s . E n r e a l i d a d ,
t e n d t í a n q u e reflejar ( t r a d u c i r , expresar, etcétera) u n o r d e n s o b r e h u m a n o ,
6
h e c h o p o s i b l e p o r la m e d i a c i ó n d e u n ser «excepcional», y estar p r o t e g i d a s
de los i n t e n t o s d e a l t e r a c i ó n d e los h o m b r e s p o r una « n o b l e m e n t i r a » , la fá-
7
b u l a d e su o r i g e n d i v i n o .
Pero las pistas d e R o u s s e a u y d e P l a t ó n , p o i q u e son p e n s a d o r e s radicales,
c o n d u c e n al c o r a z ó n del p r o b l e m a . R e f o r m u l e m o s la idea: «Aquel q u e q u i e r e
instituir u n p u e b l o d e b e c a m b i a r los h á b i t o s d e éste». P e r o de h e c h o ¿ q u i é n
c a m b i a los h á b i t o s d e los p u e b l o s en la historia? La r e s p u e s t a es e v i d e n t e : los
p u e b l o s m i s m o s . D e tal m a n e r a q u e t e n e m o s , p o r lo m e n o s , u n a r e s p u e s t a
formal a n u e s t t a p r e g u n t a : p a r a q u e u n v e r d a d e r o c a m b i o d e las i n s t i t u c i o n e s
sea posible, d e b e ser a c o m p a ñ a d o p o r u n c a m b i o c o r r e s p o n d i e n t e d e u n a
p r o f u n d i d a d e q u i p a r a b l e e n los h á b i t o s . A h o r a bien, estos c a m b i o s d e h á b i -
tos son h e c h o s p r o m o v i d o s p o r los p u e b l o s , y la ú n i c a s e g u n d a d d e lograr

5
Jean-Jacques Rousseau, ob. cit., p . 3 8 1 .
6
Para Rousseau, véase el capítulo V I I del libro II del Contrato.
7
La República, 414b-c; idéntica idea en Rousseau, ob. cit., p. 3 8 3 .

0
 ¡38 POLIS

esta c o r r e s p o n d e n c i a radica p u e s en q u e el p u e b l o p r o c e d a t a n t o en el s e n t i -
d o del c a m b i o político (institucional formal) c o r n o en la vía del c a m b i o de
los h á b i t o s ( n a t u r a l m e n t e , o b r a n d o d e o t r o m o d o ) .
R e c o r d e m o s q u e M a r x se ve e n f r e n t a d o a la m i s m a c u e s t i ó n e n la tercera
- de sus Tesis sobre Feuerback «1 a d o c t r i n a materialista d e la m o d i f i c a c i ó n de
las c o n d i c i o n e s y de la e d u c a c i ó n olvida q u e las c o n d i c i o n e s son m o d i f i c a d a s
p o r los h o m b r e s , y q u e el m i s m o e d u c a d o r d e b e ser e d u c a d o [ . . . ] . La c o i n c i -
d e n c i a d e la m o d i f i c a c i ó n d e las c i r c u n s t a n c i a s y d e la m o d i f i c a c i ó n d e la ac-
tividad h u m a n a no p u e d e ser a p r e h e n d i d a y r a c i o n a l m e n t e c o m p t e n d i d a sino
en t a n t o p r á c t i c a revolucionaria». N o s e n c o n t r a m o s , p u e s , c o n la vieja a p o -
¡ - r í a : los seres h u m a n o s están c o n d i c i o n a d o s p o t el e s t a d o d e las cosas, q u e n o
p u e d e ser c a m b i a d o d e o t t a m a n e r a q u e a través de sus acciones. Pero, ¿por
qué los seres h u m a n o s t e n d r í a n la v o l u n t a d (¿y el poder?) de c a m b i a r esta si-
t u a c i ó n q u e los c o n d i c i o n a p a t a f u n c i o n a l en c o n f o t m i d a d c o n ella? L a res-
p u e s t a d e M a r x , la «práctica revolucionaria» p u e d e p a r e c e r verbal; p e r o sig-
nifica q u e el p u e b l o se t r a n s f o r m a t r a n s f o r m a n d o las c i r c u n s t a n c i a s e n las
cuales se e n c u e n t r a .
E s p e r o q u e las cosas se aclaren si u t i l i z a m o s las ideas expuestas a n t e r i o r -
m e n t e . El m i s m o p r o c e s o h i s t ó r i c o lleva a c a b o la t r a n s f o r m a c i ó n del p u e b l o
en el plano antropológico, o sea, q u e c a m b i a los h á b i t o s y la o t g a n i z a c i ó n q u e
le p e r t e n e c e n y c a m b i a i g u a l m e n t e la i n s t i t u c i ó n (fotmal) d e la s o c i e d a d . Po-
d e m o s t e n e r la i m p r e s i ó n d e q u e t o d o s los e l e m e n t o s necesarios p a r a la solu-
ción de n u e s t r o p r o b l e m a se p r e s u p o n e n u n o s c o n otros y q u e n o s e n c o n -
t r a m o s en u n círculo vicioso. Se trata e f e c t i v a m e n t e d e u n círculo, p e r o q u e
n o es vicioso, ya q u e se trata del círculo d e la creación histórica. ¿Los polttai
griegos crearon la polis, o la polis creó a los politaP. Esta p r e g u n t a es a b s u r d a
ya q u e la polis n o p u e d e h a b e r sido c r e a d a fuera de la acción d e seres h u m a -
n o s q u e estaban, p o r la m i s m a r a z ó n , t t a n s f o t m á n d o s e en polttai.
P e t o , ¿por q u é y d e q u é m a n e r a u n p u e b l o e m p i e z a a c a m b i a r s e a sí m i s -
m o y a c a m b i a r sus instituciones? ¿Y p o r q u é n o lleva a c a b o este p r o c e s o t o -
d o el t i e m p o ?
E n cierto s e n t i d o , ya c o n t e s t a m o s a esta p r e g u n t a . La historia h u m a n a es
creación. Es posible d i l u c i d a r esta creación en algunas de sus características
generales o en sus c o n t e n i d o s c o n c r e t o s , u n a vez q u e h a t e n i d o lugat. Pero
n o p o d e m o s explicarla ni predecirla ya q u e n o está d e t e r m i n a d a ; es m á s b i e n
d e t e t m i n a n t e . D e la m i s m a m a n e r a , su tempo y su r i t m o f o r m a n p a r t e , ellos
m i s m o s , d e la creación. D e c i m o s q u e los procesos históricos se p r o d u c e n se-

68/1!
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN 139

g ú n u n t i e m p o h o m o g é n e o y m e d i b l e del c a l e n d a r i o ú n i c a m e n t e en u n sen-
tido descriptivo e x t e r n o . I n t r í n s e c a m e n t e , e n su textura y en su c o n t e n i d o
c o n c r e t o , el t i e m p o d e u n p e r í o d o h i s t ó r i c o es parte i n t e g r a n t e d e la crea-
ción q u e esta é p o c a es, d e a c u e r d o c o n sus significaciones i m a g i n a r i a s m á s
p r o f u n d a s . N o es necesario señalar a q u í la e n o r m e diferencia q u e separa la
n o c i ó n d e t i e m p o en G r e c i a o en E u r o p a O c c i d e n t a l d e la q u e i m p e r a e n t r e
los t r o b r i a n d e s e s o los egipcios d e la é p o c a faraónica; p e r o , d e t o d o s m o d o s ,
esta c u e s t i ó n requiere r e a l m e n t e u n espacio d e reflexión.
V o l v a m o s u n i n s t a n t e a M a r x , ya q u e él fue q u i e n p l a n t e ó el p r o b l e m a de
la revolución d e la m a n e r a m á s explícita. N o m e p u e d o e x t e n d e r a q u í sobre
las a m b i g ü e d a d e s y las a n t i n o m i a s de su p e n s a m i e n t o , q u e tuve la p o s i b i l i d a d
8
de d i s c u t i t en varias o p o r t u n i d a d e s . A pesar d e la tercera Tesis sobre Feuer-
bach citada a n t e r i o r m e n t e y d e f o r m u l a c i o n e s similares, M a r x , c u a n d o se tra-
ta d e su principal p r e o c u p a c i ó n , la revolución socialista, n o logra m a n t e n e r la
irreductibilidad d e la praxis; p o r decirlo d e m a n e r a más b r u t a l : se m u e s t r a in-
capaz d e percibir el carácter c r e a d o r de ella, al buscar causas más sólidas, o
sea, garantías d e y p a t a la r e v o l u c i ó n . La c o n s e c u e n c i a directa consiste en el
h e c h o d e q u e se interesa a p e n a s e n los p r o b l e m a s de la acción y de la o r g a n i -
zación política c o m o tales. Por lo t a n t o , se d e d i c a a la b ú s q u e d a de leyes e c o -
n ó m i c a s susceptibles de p r o v o c a r el d e r r u m b e del capitalismo. N a t u r a l m e n t e ,
semejantes leyes, a u n f u n d a d a s , estatían fuera de c o n r e x t o y serían inútiles:
n a d a p u e d e garantizar q u e al d e r r u m b e del capitalismo le sucedería el socia-
lismo y n o el fascismo, El talón de hierro} 1984 o el c a n i b a l i s m o .
Sus tentativas p a r a e n c o n t r a r en el c a p i t a l i s m o las c o n d i c i o n e s d e la crea-
ción d e u n a clase revolucionaria s o n m á s a p r o p i a d a s : n o s o l a m e n t e u n a clase
q u e se esfuerza p o r d e r r o t a r al sistema, s i n o u n a clase c a p a z , luego d e esta
d e r r o t a , d e instalar u n a n u e v a s o c i e d a d c o n u n carácter t o t a l m e n t e «positi-
vo» (según la t e t m i n o l o g í a d e M a r x , en p r i m e r lugar la fase «inferior» y l u e -

8
Véase mi libro L'institution imaginaire de la société (1964), París, Senil, 1975, cap. I [recd.
col. Points Essais, 1999] [traducción castellana: La institución imaginaria de la sociedad,
Buenos Aires, Tusquets, 1993], Véase igualmente Francois Furet, Marx et la Révolution
francaise, París, Flammarion, 1986. U n trabajo sobre los análisis concretos de M a t x de las
otras transiciones históricas a la luz de la problemática formulada aquí sería s u m a m e n t e
útil. Sus ambigüedades con respecto a la Revolución Francesa son el tema de un excelente
análisis por parte de Francois Furet.
9
[Le Talón de fer [The ¡ron Heel\, París, UGE, col. 1 0 / 1 8 , 1978: novela de Jack L o n d o n pu-
blicada en 1907 en la cual se p u d o vislumbrar u n a premonición del ascenso del fascismo.]

0
I

140 POLIS

go la fase «superior.» del c o m u n i s m o ) . Esta clase es el p r o l e t a r i a d o o la clase

o b r e r a . Pero, ; p o r q u é m o t i v o las cosas serían d e esta m a n e r a ?
P o d e m o s e n c o n t r a r ttes clases d e respuestas a esta p r e g u n t a en M a r x :

1) E n u n r é g i m e n capitalista, el p r o l e t a r i a d o está s o m e t i d o a la aliena¬

c i ó n total o a la m á s a b s o l u t a privación; es u n a p u r a n e g a c i ó n q u e , e n c o n ­
s e c u e n c i a , p u e d e p r o d u c i r ú n i c a m e n t e el p o s i t i v o a b s o l u t o . E s t a p o s i c i ó n
c r i s t i a n o h e g e l i a n a d e b e ser d e s c a r t a d a i n m e d i a t a m e n t e p o n q u é es f á s i c a ­
m e n t e e r r ó n e a , l ó g i c a m e n t e a b s u t d a , p o l í t i c a m e n t e i n c o h e r e n t e y filosófi­
c a m e n t e arbitraria.
2) Las leyes de la historia exigen q u e el c a p i t a l i s m o sea s e g u i d o p o r el fin
de la historia o, m á s p r e c i s a m e n t e , p o t el fin d e la prehistoria. Es el c o m u n i s ­
m o . El p r o l e t a r i a d o estará, en c o n s e c u e n c i a , « h i s t ó r i c a m e n t e o b l i g a d o , e n
c o n f o t m i d a d c o n su ser», a realizar lo necesario p a r a el a d v e n i m i e n t o d e la
s o c i e d a d n u e v a (La Santa Familia). U n a d i s c u s i ó n c o n tespecto a esta esca-
tología a t b i t r a r i a n o parece necesaria t a m p o c o .
3) Las c o n d i c i o n e s del c a p i t a l i s m o , en p a r t i c u l a r el trabajo y la v i d a en la
fábtica y en los barrios obreros, inculcarán positivamente al p r o l e t a r i a d o u n a
n u e v a m e n t a l i d a d h e c h a d e solidaridad, s e n t i d o p r á c t i c o , espíritu d e m e s u r a ,
p r o f u n d i d a d d e p e n s a m i e n t o , humanidad, etcétera, i n t r í n s e c a m e n t e acordes
c o n la n u e v a sociedad q u e h a y q u e instalan E n o t r a s palabras, estas c o n d i ­
ciones n o p r o d u c e n s o l a m e n t e u n a clase o b t e r a , sino a d e m á s , a través d e esta
clase, u n n u e v o t i p o a n t r o p o l ó g i c o y u n a n u e v a e s t t u c t u r a s o c i o p s í q u i c a ,
c o n d i c i o n e s necesarias, a su vez, p a r a la p r o d u c c i ó n d e u n a n u e v a sociedad.
Las c o n d i c i o n e s del c a p i t a l i s m o t r a n s f o r m a n a los seres h u m a n o s d e tal m a ­
n e r a q u e ellos t r a n s f o r m a r á n s e g u i d a m e n t e esas c o n d i c i o n e s p a r a i m p u l s a r ­
las en la d i r e c c i ó n deseada.

P o r u n a serie d e r a z o n e s , la m á s i m p e r i o s a d e las cuales es la i n m e n s a decli­

n a c i ó n c u a n t i t a t i v a del p r o l e t a r i a d o e n su s e n t i d o m a r x i s t a , p o d r í a p a r e c e r
q u e esta d i s c u s i ó n p r e s e n t a ú n i c a m e n t e u n interés h i s t ó r i c o . E n realidad,
n o s c o l o c a n u e v a m e n t e en el c e n t r o d e n u e s t r a s p r e o c u p a c i o n e s teóricas y
políticas.
M a r x t u v o u n a visión correcta, en g r a n m e d i d a , al d i a g n o s t i c a t u n c a m ­
b i o d e la e s t r u c t u r a sociopsíquica de la clase obrera. E n los principales países
capitalistas, la clase o b r e r a del final del siglo XIX y d e la p r i m e r a m i t a d del si­
glo XX se c o n d u j o y a c t u ó c o m o n i n g u n a o t r a clase e x p l o t a d a y d o m i n a d a

69/1 í
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN 14;

del pasado. Esto no fue el producto de circunstancias, sino realmente la a m o

creación de la clase obrera en tanto clase y elemento que actúa en una socie-
dad capitalista. El pasaje de un proletariado en sí al proletariado para sí no
fue (y no es) necesario, como tampoco fue determinado pot las condiciones
objetivas de vida y de trabajo en el régimen capitalista. Fueron los o b r e r o s
británicos, franceses, alemanes y luego norteamericanos ios que lucharon pa-
ra eliminar el analfabetismo, para adquirir, elaborar y propagar ideas políti-
cas, pata organizar, formular y finalmente imponer exigencias tendientes a
modificar estas circunstancias.™ Y solamente algunas clases obreras d e los
países capitalistas - n o todas- alcanzaron estos resultados. \
Ahora bien, la diferencia entre, por ejemplo, los obreros ingleses de prin
cipios del siglo XIX y los trabajadores brasileños hasta el año 1964 (o, inclu-
so, los obreros ingleses de la actualidad) no constituye, segutamente, el refle-
jo de disparidades genéticas. En parte, esta diferencia está allí sin que se la
pueda explicar. Pero en parte también, para comprenderla, debemos tenet
en cuenta las diferencias en los aportes históricos y las disparidades en el con-
junto de las condiciones de los países aludidos, en particular las tradiciones
políticas, más allá de la instauración del capitalismo. El hecho es que los pri-
meros pasos decisivos, por su valor inaugural e instituyeme del movimiento
obrero, tuvieron lugar en países donde la tradición de lucha contra una au-
toridad opresiva y a favor de regímenes políticos populares, a favor de la li-
bertad de pensamiento y de investigación, formaba parte del sedimento his-
tórico. Una vez empezado en estos países, el movimiento podía extenderse a
otros - y fue lo que p a s ó - aun cuando, e insisto sobte el particular, no se ex-
tendió en todas partes y no presentó las mismas características a pesar de las
condiciones capitalistas.
El movimiento obrero, en estos países europeos (en sentido lato), se auto-
creó; peto esto fue posible por el hecho de la herencia, de la rradición del
movimiento democrático presente en la historia de estos países, de la refe-
rencia al proyecto sociohistórico de autonomía, nacido en el seno del mun-
do europeo. En consecuencia, es perfectamente comprensible que, antes de
su degeneración burocrática (socialdemócrata o bolchevique), el movimien-
to obrero haya creado instituciones con un carácter profundamente demo-

1 0
Trabajé profundamente este p u n t o en «La question de I' histoire d u mouvement ouvrier»,
L'Expérience du mouvement ouvrier, t o m o 1, Patís, UGE, col. 10/18, 1973, p p . 11-1.20 [tra-
ducción castellana: La experiencia del movimiento obrero, Barcelona, Tusquets, 1979].

0
 i 42 POLIS

c r í t i c o , algunas d e las cuales s u p e r a n las f o r m a s del m o v i m i e n t o d e m o c r á t i -

co b u r g u é s y resucitan p r i n c i p i o s , o l v i d a d o s ya h a c e m u c h o t i e m p o , e n r a i z a -
dos en las i n s t i t u c i o n e s d e la G r e c i a a n t i g u a c o m o , p o t e j e m p l o , la r o t a c i ó n
de los responsables en los sindicatos británicos de! p r i m e r p e r í o d o o b i e n la
i m p o r t a n c i a d e las asambleas generales soberanas d e t o d o s los i n t e r e s a d o s y
la revocabilidad p e r m a n e n t e d e los delegados i n s t a u r a d a p o r la C o m u n a de
París y resucitada o redescubierta cada vez q u e los o b r e r o s t u v i e r o n q u e for-
m a r g r u p o s a u t ó n o m o s , c o m o los C o n s e j o s ( q u e fueron f o r m a d o s n u e v a -
m e n t e en H u n g r í a en 1 9 5 6 ) . Las exigencias radicales del m o v i m i e n t o o b t e r o
con respecto a la p r o p i e d a d d e los m e d i o s de p r o d u c c i ó n r e m i t e n a la m i s m a
esfera d e significación. La d e m o c r a c i a s u p o n e la i g u a l d a d e n el r e p a r t o del
p o d e r y en las p o s i b i l i d a d e s d e p a t t i c i p a c i ó n en el p r o c e s o de t o m a d e deci-
sión política. Esto es n a t u r a l m e n t e i m p o s i b l e c u a n d o los i n d i v i d u o s , g r u p o s
o b u r o c r a c i a s empresariales c o n t r o l a n los c e n t r o s d e u n e n o r m e p o d e r e c o -
n ó m i c o q u e , p a r t i c u l a r m e n t e en las c o n d i c i o n e s m o d e r n a s , se t r a d u c e i n m e -
d i a t a m e n t e en p o d e r p o l í t i c o .

IV
N u e s t r a herencia, nuestra tradición, incluyen elementos contradictotios. N u e s -
tra htstotia creó la d e m o c r a c i a pero es, a d e m á s , la ú n i c a historia q u e e n g e n d r ó
el totalitarismo. D e u n m o d o similar, los atenienses son t a n responsables de An-
tígona c o m o de la masacre horrible de los melianos.
Pero n u e s t r a t r a d i c i ó n creó t a m b i é n la l i b e r t a d en o t r o s e n t i d o : la p o s i b i -
lidad y la r e s p o n s a b i l i d a d d e elegir. Elegir es u n a c t o p o l í t i c o q u e está e n la
base m i s m a d e la filosofía p r o p i a m e n t e dicha. Para ingresar a la a c t i v i d a d fi-
losófica, h a y q u e elegir el p e n s a m i e n t o frente a la revelación, la i n t e r r o g a -
ción ¡limitada frente a la a c e p t a c i ó n ciega d e lo q u e h a sido h e r e d a d o .
N u e s t r a h e r e n c i a c o n t i e n e e l e m e n t o s a n t i n ó m i c o s . C o n t i e n e a d e m á s la
p o s i b i l i d a d y la t e s p o n s a b i l i d a d d e la elección. Esto i m p l i c a la l i b e r t a d e n u n
s e n t i d o m u c h o m á s p r o f u n d o q u e el s e n t i d o constitucional. Al leer a T u c í d i -
des, n u n c a se ve a los atenienses a t r i b u y e n d o sus desgracias a la cólera d e los
dioses; ellos r e c o n o c e n , en sus desgracias, los resultados d e sus p r o p i a s d e c i -
siones y acciones. Los q u e viven h o y en la t r a d i c i ó n d e m o c r á t i c a - t a m p o c o
b u s c a r í a n , p o t lo m e n o s ésta es m i esperanza, causas extrasociales dirigidas a
explicar su i n f o r t u n i o colectivo.

70/1!
 HERENCIA Y REVOLUCIÓN ¡43

En esta herencia, elegimos el proyecto de autonomía individual y colecti-

va por innumerables razones pero, al fin de cuentas, lo hacemos porque que-
remos lo mismo, con todo lo que eso implica. O sea, lo mejor de nuestra cu!
tura, tal como la conocemos.
Voluntad no es voluntarismo. La voluntad es la dimensión consciente de
lo que somos como seres vivos definidos por la imaginación radical, o s e a ;

definidos como seres potencialmente creadores. Querer la autonomía s u p o -

n e querer ciertos tipos de instituciones de la sociedad y rechazar otros. P e t o
esto implica también querer un tipo de existencia histórica, de relación c o n
el pasado y con el futuro. Ambas relaciones, la relación con el pasado y la re-
lación con el futuro, tienen que set recreadas.
Actualmente, la relación con el pasado se reduce o bien al turismo ar-
queológico a bajo precio o bien a la erudición y a la visita sistemática a
museos d e todo tipo. Debemos rechazar la seudomodernidad y la sendo
subversión - l a ideología de la tabula rasa-, como también al eclecticismo
(el posmodernismo) o la adoración servil del pasado. Una nueva relación
con el pasado supone hacerlo revivir como nuestro e independiente de no-
sotros, o sea, ser capaces de entrar en discusión con el pasado aceptando,
al mismo tiempo, que nos cuestione. En este caso también, la relación que
los arenienses del siglo V mantenían con el pasado se presenta quizás no
como modelo, sino como germen, un indicio con respecto a las posibilida-
des que se han realizado. La tragedia no repite los mitos; los elabora nueva-
mente y los transforma, con el propósito de que, con este pasado i n m e m o -
rial como origen, puedan investir el lenguaje y las formas del presente más
actual, y de esta manera alcanzar a los seres humanos con todos los futuros
posibles. Esre extraño diálogo con el pasado, semejante a dos vías de sentido
único separadas en apariencia, pero de ninguna manera en la realidad, cons-
tituye una de las posibilidades más preciadas que la historia haya creado p a «
nosotros. Del mismo modo que debemos reconocer en los individuos, los
grupos, las unidades étnicas u otras su verdadera alteridad, debemos recono-
cer en nuestro propio pasado una fuente inagotable de alteridad cercana,
trampolín para nuestros esfuerzos y baluarte frente a nuestra locura siem-
pre al acecho.
Debemos también establecer una nueva relación con el futuro, dejar de
verlo como un progreso ilimitado, que nos brinda cada vez más de lo mismo,
o como un espacio de explosiones indeterminadas. Tampoco deberíamos hi-
potecar nuestra relación con el futuro agregándole el término falso de uto-

0
144 K")i.)$

pía. Más allá de lo que se puede llamar las posibilidades del presente, cuya
fascinación no puede engendrar otra cosa que la repetición, y sin renunciar
ai juicio, debemos atrevernos a querer un futuro, no cualquier futuro, no un
programa detenido, sino ese desarrollo siempre imprevisible y siempre crea­
dor, de cuyo devenir podemos formar parte, a través del trabajo y de la lu­
cha, a favor de la creación y contra aquello que pueda obstaculizarla.

71/K
 ¿Qué democracia?*

P U E D E SER ÚTIL recordar q u e c o n la e v o l u c i ó n de A m é r i c a Latina h a c e ya

c u a t r o o c i n c o a ñ o s , p e r o s o b r e t o d o con el d e r r u m b e del c o m u n i s m o en el
Este e u r o p e o d e s d e el o t o ñ o d e 1 9 8 9 , n o s o l a m e n t e los p e r i o d i s t a s s i n o t a m -
bién a l g u n o s a u t o t e s serios e m p e z a r o n a h a b l a r del t r i u n f o d e la d e m o c r a c i a ,
de la m a r c h a irresistible d e la d e m o c r a c i a s o b r e el p l a n e t a y otras c u e s t i o n e s
p o r el estilo. ¿Cuál d e m o c r a c i a ?
La e t i m o l o g í a n o resuelve t o d o s los p r o b l e m a s de s u s t a n c i a , p e r o a veces
a y u d a a pensar. D e m o c r a c i a : demos y krátos, krátos del demos, el p o d e r del
p u e b l o - c o m o la aristocracia es el p o d e r d e los áristoi, los mejores, los n o
bles, los g r a n d e s ; c o m o la a u t o c r a c i a es el p o d e r de autos, d e sí m i s m o , del
q u e n o tiene q u e rendir c u e n t a al o r t o o a los o t r o s - . ¿ D ó n d e v e m o s h o y el
p o d e r del p u e b l o ?
A n t e s d e c o n t i n u a r , sería n e c e s a r i o disipar d o s c o n f u s i o n e s d e b i d a s a d o s
a u t o t e s m o d e r n o s . El p r i m e r o es R o u s s e a u . E n su o b r a Del contrato social, la
definición de la d e m o c r a c i a es t r a n s p a r e n t e , e i n s o s t e n i b l e , ya q u e p r o c e d e
de u n j u e g o p u r o de n o c i o n e s abstractas. L a d e m o c r a c i a , tal c o m o está c o n -
cebida en Del contrato social, es la identidad del s o b e r a n o y del p r í n c i p e , y
consiste en la i d e n t i d a d del c u e r p o legislativo o, en u n s e n t i d o m á s radical,
del c u e r p o i n s t i t u y e m e y d e lo q u e l l a m a m o s a c t u a l m e n t e el p o d e r ejecutivo,
o sea, el p o d e r g u b e r n a m e n t a l y la a d m i n i s t r a c i ó n s i m u l t á n e a m e n t e . E n re-
lación c o n este t é g i m e n , R o u s s e a u dice q u e sería excelente p a t a u n p u e b l o
de dioses, p e r o n o realizable p a r a los h u m a n o s . S e m e j a n t e r é g i m e n n u n c a
existió y n o p o d r í a existit, a u n e n u n a t t i b u d e c i n c u e n t a p e r s o n a s . La i d e n -

Exposición en el coloquio de Cerisy [consagrado a la obra de C. Castoriadis], el 5 de julio de

1990, transcrito aquí con pequeñas modificaciones de estilo y la restitución integral del frag-
mento sobte economía que las exigencias del tiempo m e habían obligado a abreviar en opor-
tunidad del coloquio. Las notas a pie de página, esencialmente referencias, fueron agregadas
en el curso de la ttanscripción.

0 145
 Mó POLIS

« d a d del s o b e r a n o y del p r í n c i p e implica q u e el c u e r p o p o l í t i c o d e c i d a co¬

l e c t i v a m e n t e t o d o y ejecute c o l e c t i v a m e n t e sus decisiones, c o n i n d e p e n d e n -
cia d e su o b j e t o : p o r e j e m p l o , reemplazar c o l e c t i v a m e n t e u n a b o m b i l l a q u e -
m a d a en la sala d o n d e sesionan las asambleas. E n el c o n t e x t o d e s e m e j a n t e
r é g i m e n , n o p u e d e m d e b e h a b e t n i n g u n a delegación. E s t á claro q u e n o nos
referimos a esto c u a n d o h a b l a r n o s de d e m o c r a c i a y q u e , p o r e j e m p l o , el régi-
m e n a t e n i e n s e n o se c o n s t i t u í a de tal m a n e t a .
A p r o v e c h o esta s i m p l e alusión a los atenienses p a r a repetir lo q u e he di-
c h o en varias o p o r t u n i d a d e s - p e r o n o hay p e o r s o r d o . . , - , a saber, q u e los
atenienses n u n c a fueron para m í u n m o d e l o , y q u e n o dije q u e n o se haya
h e c h o n a d a p o l í t i c a m e n t e i m p o r t a n t e a posterior!. E u r o p a m o d e r n a se creó
c o m o E u r o p a m o d e r n a ; r e t o m ó d e los griegos lo q u e q u i s o y p u d o r e t o m a t ;
sobre t o d o , los recreó p e r m a n e n t e m e n t e en f u n c i ó n d e su p t o p i o i m a g i n a -
rte; llegó i n c l u s o m u c h o m á s lejos, e s p e c i a l m e n t e e n lo q u e se refiere a la
c u e s t i ó n d e la u n i v e r s a l i d a d , en u n a c a n t i d a d i m p o r t a n t e de c a m p o s . R e c o r -
d a n d o u n e j e m p l o e v i d e n t e , los gtiegos crearon la m a t e m á t i c a , p e r o la m a t e -
mática e u r o p e a c o n s t i t u y e u n a creación e x t r a o r d i n a r i a q u e r o m p e el cerco
d e la m a t e m á t i c a griega. G r e c i a nos i m p o r t a p o r el h e c h o de q u e en s u seno
aparecieron formas q u e nos h a c e n o p u e d e n i n d u c i r n o s a reflexionar, y q u e
en el c a m p o p o l í t i c o , p a r t i c u l a r m e n t e , m u e s t r a n q u e a l g u n a s formas d e m o -
cráticas d e ejercicio del p o d e r son posibles y realizables. E s t o o c u r r i ó en co¬
lectividades d e t r e i n t a m i l c i u d a d a n o s . ¿ Q u é p u e d e pasat c u a n d o se t r a t a de
t r e i n t a m i l l o n e s o tres mil m i l l o n e s d e c i u d a d a n o s ? E s t o , q u e es el v e r d a d e r o
p r o b l e m a d e la d e m o c r a c i a en la a c t u a l i d a d y q u e n i n g u n o e n t r e los pensa¬
dores de la d e m o c r a c i a parece q u e r e r planteárselo —más b i e n , se e s q u i v a el
p r o b l e m a h a b l a n d o d e s o b e r a n í a d e la n a c i ó n - , c o n s t i t u y e o t r a c u e s t i ó n .
Volveremos sobre el a s u n t o .
A l g u n a s p a l a b r a s a h o r a c o n respecto a la significación del t é r m i n o «de-
mocracia» en l ó c q u e v i l l e . I n m e n s o p e n s a d o r , q u e llega a E s t a d o s U n i d o s
con a p e n a s 3 0 a ñ o s d e e d a d , p e r m a n e c e a l g u n o s meses y v i s l u m b r a cosas
q u e n a d i e v i s l u m b r a b a , al p u n t o tal q u e , d e s d e h a c e varias d é c a d a s , los poli-
tólogos y ios sociólogos d e E s t a d o s U n i d o s recurren a él p a r a c o m p r e n d e r la
sociedad e s t a d o u n i d e n s e . N o es n e c e s a t i o , t a m p o c o , r e c o r d a r la i m p o r t a n c i a
de sus reflexiones sobre el A n t i g u o R é g i m e n y la R e v o l u c i ó n . E n F r a n c i a , su
r e d e s c u b r i m i e n t o d a t a d e a p e n a s v e i n t e a ñ o s - y se p r o d u c e , d e h e c h o , c o m o
u n recurso i d e o l ó g i c o , a p a r t i r d e la crisis del m a r x i s m o - . C u r i o s o m o v i -
m i e n t o p e n d u l a r , m e d i a n t e el cual se tira p o r la b o r d a a M a r x - l o q u e de al-

72/1 í
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 147

guna manera había que hacer, por cierto, y que llevo a cabo por mi cuenca
desde 1960-, pero en el que, con el agua sucia de la banadera, se tita simul-
táneamente no sólo al bebé, sino también la bailadera, el baño mismo y, fi-
nalmente, toda la casa. O sea, bajo el falso pretexto de que Marx habría co-
metido la equivocación de o p o n e r la realidad de los funcionamientos
sociales a lo que estaba escrito en los códigos, se suprime pura y simplemen-
te la realidad sociohistórica en la que el régimen político está inmerso.
Redescubrimos, pues, a Tocqueville, lo que es excelente, y queremos que
represente para nosotros al pensador de la democracia contempotánea, lo
que es exttaño. Aunque dbcqueville estaba en Estados Unidos a principios
de 1830, describe un país que ya no existía. En realidad, describe la situa-
ción social de los tiempos de Jefferson, más exactamente, la situación social
que cotrespondería a lo que Jefferson (salvo el tema de la esclavitud) hubiera
querido idealmente como fundamento de la democracia: en otras palabras,
una sociedad en la cual se realiza la igualdad de condiciones. Tocqueville no
era, de ninguna manera, un formalista; no analiza disposiciones constitucio-
nales, sino que describe una situación social (y cultural - u n a institución
imaginaria, en el sentido que le doy a este término-) caracterizada por la
igualdad de condiciones, igualdad que tendría la chance, por retomar el térmi-
no de Max Weber, la probabilidad significativa de realizarse, de maner efecti¬
va, en la sociedad. Lamentablemente, el momento en el que Tocqueville des-
cribe semejante estado de cosas en Estados Unidos es el momento en que este
estado desaparece. Es la era de Jackson, la industrialización avanza a pasos re-
doblados, los obreros ttabajan 7 2 horas por semana, etcétera. La igualdad de
condiciones tiene mucho plomo en el ala - y a lo tenía, en realidad, desde el
punto de partida-. (Dicho sea de paso, los aduladores de la república ameri-
cana olvidan generalmente que los padres fundadores establecieron la Consti-
tución con el propósito de luchar en contra de los movimientos sociales sub-
versivos que se manifestaban en la época, las demandas de supresión de las
deudas, etcétera.) ¿Cuál es entonces, en relación con el problema actual de la
democracia (en 1990), la pertinencia de las descripciones de Tocqueville?
El esquema político imaginario de Jefferson era completamente clásico
(grecorromano), igual al que Marx formularía admirablemente casi un siglo
más tatde: «La verdadera base socioeconómica de las democracias antiguas
era la comunidad de los pequeños productores independientes». La existencia
de tierras libres en Estados Unidos mantuvo una cohesión aparente en ese país
durante todo el siglo XIX, hasta la clausura de la frontera. Peto ya en 1830, la

0
H8 POLIS

gran p r o p i e d a d d e los esclavistas del Sur, h e r e n c i a del p a s a d o , y la r á p i d a in-

dustrialización del N o r t e , q u e a v a n z a b a j u n t o c o n el s u r g i m i e n t o d e las má-
quinas políticas c o r r u p t a s y poderosas, a n u n c i a n d o el f u t u r o , m o s t r a b a n q u e
el e s q u e m a ya n o daba, c u e n t a , si es q u e alg un3. vez lo h a b í a h e c h o , d e las rea-
lidades principales d e la sociedad e s t a d o u n i d e n s e . D e u n a m a n e r a u otra, oli-
garquías poderosas se habían a p o d e r a d o del p o d e r político.
Pero la d e s c r i p c i ó n de l o c q u e v i l l e era e s e n c i a l m e n t e sociológica, n o polí-
tica. M e j o r d i c h o , era sociohistórica. N o a p u n t a b a t a n t o al p o d e r p o l í t i c o si-
n o a esa e n o r m e agitación en el i m a g i n a r i o d e las sociedades m o d e r n a s q u e
rechaza las diferencias hereditarias d e status, o en o t r o s t é r m i n o s , q u e rechaza
t o d o status j u r í d i c a m e n t e p e r m a n e n t e e inaccesible al ciudadano común. Sa-
b e m o s q u e l o c q u e v i l l e es un n o b l e , se n o t a su nostalgia c o n respecto a algu-
nas características del A n t i g u o R é g i m e n (en p a r t e justificada, por otro lado),
los elogios a p r o p ó s i t o d e la excelencia d e los i n d i v i d u o s o d e lo q u e M a r x
h u b i e r a l l a m a d o la c o m u n i d a d o r g á n i c a e n t r e el s e ñ o r y la p e q u e ñ a colecti-
v i d a d d e la cual se c o n s t i t u y e c o m o jefe, j u e z y p a d r e . Lo q u e le l l a m a la
a t e n c i ó n es el h e c h o d e q u e t o d o esto fue e r r a d i c a d o d e E s t a d o s U n i d o s o,
m á s b i e n , n u n c a existió. L a igualdad de las condiciones c o n s t i t u y e el m o v i -
m i e n t o general d e las s o c i e d a d e s h u m a n a s q u e l o c q u e v i l l e p r o y e c t a , m e -
d i a n t e u n a i n t u i c i ó n genial (análoga a la de M a r x , q u i e n , a p a r t i r d e a l g u n a s
fábricas d e M a n c h e s t e r , d e d u j o la i n d u s t r i a l i z a c i ó n y la capitalización del
m u n d o ) , s o b r e el c o n j u n t o d e las s o c i e d a d e s m o d e r n a s y q u e las lleva a re-
chazar las a n t i g u a s d i s c r i m i n a c i o n e s sociales. U s t e d p u e d e pasar el m e s d e
julio en la C o s t a A z u l , el m e s d e a g o s t o en Biarritz, s e p t i e m b r e e n D e a u v i l l e ,
o c t u b r e en Escocia, n o v i e m b r e en S o l o g n a y d i c i e m b r e en El C a i r o , y n a d i e
le va a p r e g u n t a r si t i e n e d e r e c h o a p r o c e d e r d e esta m a n e r a . U s t e d t i e n e este
d e r e c h o d e la m i s m a m a n e r a q u e lo t i e n e c u a l q u i e r d u q u e q u e se h a y a casa-
d o c o n u n a h e r e d e r a e s t a d o u n i d e n s e . Por s u p u e s t o , le h a r á falta a l g ú n d i n e -
ro; p e r o n o e s t a m o s h a b l a n d o d e estas cosas triviales, se d a c u e n t a , e s t a m o s
h a b l a n d o d e política. Pero, ¿qué es lo político? Lo político es el p o d e r , su a d -
q u i s i c i ó n , su ejercicio. E n c o n t r a r e m o s pocas cosas s o b r e este a s u n t o en la
o b r a d e Tocqueville, y su c o n c e p c i ó n d e la democracia es p o l í t i c a m e n t e i n u -
1
tilizable. C o n respecto a esta a f i r m a c i ó n , existe u n a p r u e b a s u p l e m e n t a r i a a
través de u n r a z o n a m i e n t o p o r el a b s u r d o , q u e radica en la idea d e T o c q u e -

1
Pierre M a n e n t [Histoire intellectuelle du liberalisme, París, Calmann-Lévy, 1987) se había
percatado perfectamente de aquello: «La democracia [...] es, en primer lugar, un estado so-
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 149

viile c o n c e r n i e n t e al despotismo democrático. T o c q u e v i l l e n o se refiere al caso,

p e r f e c t a m e n t e realizable, e n el c u a l u n a tiranía de la mayoría sería llevada al
e x t r e m o , o p r i m i r í a a los i n d i v i d u o s o a las m i n o r í a s , violaría sus p r o p i a s le-
yes (por e j e m p l o , la ekklesía a t e n i e n s e en el a ñ o 4 0 6 ) . Él p o n e la m i r a en u n a
sociedad p e r f e c t a m e n t e democrática e n su a c e p c i ó n del t é r m i n o , en la cual la
igualdad de condiciones sería p e r f e c t a m e n t e realizada, p e r o d o n d e la a p a t í a
política d e los c i u d a d a n o s , su letargo c o n f o r m i s t a , dejaría t o d o el p o d e r en
m a n o s d e u n Estado tutelar (o, q u i z á s , en m a n o s d e u n d e m a g o g o t r i u n f a n t e
o, i n c l u s o , ¿ p o t q u é no?, d e u n Stalin o d e u n H i t l e r ) . P e r o , ¿qué sería, c o n -
c i c l á m e n t e , este Estado tutelar». N o sería, p o r c i e r t o , u n p u r o c o n c e p t o ; sería
p r e c i s a m e n t e u n E s t a d o , o sea, u n a p i t á m i d e b u r o c r á t i c a p o b l a d a d e subpo-
tentados privilegiados, b i e n a n c l a d o s en sus posiciones y q u e , r e t o m a n d o u n a
e x p r e s i ó n f a m o s a , serían m á s iguales q u e los o t r o s . Si s e m e j a n t e r é g i m e n
c o n s e r v a r a su carácter democrático e n el s e n t i d o de T o c q u e v i l l e (o sea, lega-
lista y rechazara c u a l q u i e r d e s i g u a l d a d de los status j u r í d i c o s ) , s i m p l e m e n t e
c o n s t i t u i r í a , p a r a n o s o t r o s , lo q u e v e m o s a l t e d e d o t : u n a oligarquía liberal,
no una democracia.
La e v o l u c i ó n d e las sociedades o c c i d e n t a l e s m u e s t r a q u e , efectivamente,
hay u n m o v i m i e n t o hacia la igualdad de condiciones en el s e n t i d o d e T o c q u c v i -
11c. E n esto tadica u n a d e las d i m e n s i o n e s del rechazo del o r d e n a n t i g u o , q u e
c o m b i n a la t e n d e n c i a hacia la realización del p r o y e c t o d e a u t o n o m í a i n d i v i -
d u a l y colectiva c o n la t t a n s f o r m a c i ó n capitalista del d i n e r o c o m o v e r d a d e r o
equivalente general y, p o r lo t a n t o , c o m o s u s t i t u t o general ( a m p l i a m e n t e des-
crito p o r Balzac m u c h o antes d e su formulación por Marx). H a y u n a t e n d e n c i a
hacia la igualdad de ciertas condiciones y, s i m u l t á n e a m e n t e , u n a tendencia hacia
la desigualdad d e ottas c o n d i c i o n e s , q u e se r e p r o d u c e n c o n s t a n t e m e n t e y p e t -
m a n e c e n s i e m p r e c o n n o s o t r o s . D e s d e el p u n t o d e vista d e la efectividad s o -
ciohistórica, n o del d e la letra d e las leyes, v i v i m o s en sociedades f u e r t e m e n t e
desiguales, en lo c o n c e r n i e n t e , s o b r e t o d o , a lo q u e se refiere al p o d e r e n t o -
d o s sus aspectos. Poco i m p o t t a , e n relación c o n esta d e s i g u a l d a d , el h e c h o
d e q u e haya r e n o v a c i ó n d e las capas d o m i n a n t e s a través d e u n r e c l u t a m i e n t o
o c a p t a c i ó n d e los e l e m e n t o s m á s a p t o s , hábiles e inteligentes d e las c a p a s
dominadas.

cial, definido por la igualdad de condiciones, y n o u n conjunto de instituciones políticas»

(pp. 2 2 3 - 2 2 4 , destacado en el texto). Véase, del m i s m o autot, Tocqueville et la Naissance de
la démocratie, París, Julliard, 1982.

0
150 POLIS

¿ Q u é d e b e m o s c o m p r e n d e r p o r d e m o c r a c i a ? P o r cierto, n o a l u d i m o s a
un m o v i m i e n t o hacia la i g u a l d a d d e c u a l q u i e r clase d e c o n d i c i o n e s ; ya q u e
el j u d a i s m o , el b u d i s m o , e! c r i s t i a n i s m o , el Islam, realizan, c a d a u n o a su
m a n e r a y c o n algunas diferencias entre sí, la i g u a l d a d d e las c o n d i c i o n e s m á s
f u n d a m e n t a l e s ; las c o n d i c i o n e s metafísicas q u e rigen la v i d a (o la n o - v i d a )
e t e r n a d e los fieles. Ya m e he e x p l a y a d o a! respecto e n v a n a s o p o r t u n i d a d e s ,
una m u y reciente en «Pouvoir, p o l i t i q u e , a u t o n o m i e » [«Poder, p o l í t i c a , a u t o -
2
nomía»] y «Eait et á faire» («Lo h e c h o y lo p o r h a c e r » ] . Pero, c o n el p r o p ó s i -
to d e fijar las ¡deas, recordaré d o s p u n t o s .
En p r i m e r l u g a r la d e m o c r a c i a es el p o d e r del demos, o sea, la colectivi-
d a d . Se plantea i n m e d i a t a m e n t e la p r e g u n t a : ¿ d ó n d e se d e t i e n e este p o d e r ?
¿Cuáles son sus límites? Este poder, e v i d e n t e m e n t e , d e b e d e t e n e r s e en algu-
na p a r t e , d e b e i m p l i c a r límites. Pero a d e m á s , t a m b i é n resulta e v i d e n t e q u e a
p a t t i t del m o m e n t o en q u e la s o c i e d a d ya n o a c e p t a n i n g u n a n o r m a t t a s c e n -
d e n t e o s i m p l e m e n t e h e r e d a d a , n o q u e d a nada q u e p u e d a , i n t r í n s e c a m e n t e ,
fijar ios límites d o n d e este p o d e r d e b e d e t e n e r s e . D e ello resulta q u e la d e -
m o c r a c i a es, e s e n c i a l m e n t e , el r é g i m e n d e la a u t o l i m i t a c i ó n . Los d e r e c h o s
del h o m b r e , p o r e j e m p l o , c o n s t i t u y e n tal a u t o l i m i t a c i ó n . E n v a t i o s países
tiene u n carácter c o n s t i t u c i o n a l ; en Francia, su e s t a t u t o es u n p o c o e x t r a ñ o ,
s i m u l t á n e a m e n t e c o n s t i t u c i o n a l y más que c o n s t i t u c i o n a l . A p e s a t d e esto,
n o creo q u e h a y a u n j u r i s t a q u e s o s t e n g a la i m p o s i b i l i d a d d e a b o l i r la Decla-
ración de los derechos del hombre y del ciudadano en F r a n c i a de m a n e r a total-
m e n t e legítima. U n a revisión d e la C o n s t i t u c i ó n s i e m p r e es p o s i b l e y n a d a
i m p i d e q u e , en ocasión d e tal revisión, el P r e á m b u l o q u e h a c e referencia a la
Declaración de los derechos sea m o d i f i c a d o , s u p r i m i d o , etcétera. La idea d e la
' Constitución n o revisable es u n a b s u r d o j u r í d i c o y íáctico. Pero afirmar q u e
la C o n s t i t u c i ó n es revisable significa q u e sólo la actividad del c o n s t i t u y e n t e
- e n el caso de la d e m o c r a c i a : del p u e b l o - p u e d e p o n e r límites a esta revisión
y garantizar los d e r e c h o s del h o m b r e , ciertas s e p a t a c i o n e s d e los p o d e t e s , re-
glas c o m o nullum crimen, nulla poena sinc lege, etcétera. T o d a s estas disposi-
ciones m e r e c e n q u e se l u c h e p o r ellas. Pero todas d e p e n d e n d e actos explíci-

- Publicados respectivamente en Le Monde mórcele, París, Seuil, 1990 [El mundo fragmentado,
Buenos Aires, Altamira, 1993], y Autonomie et Autotransformation de la société; laphilosophie
militante de Cornelius Castoriadis, bajo la dirección de Giovanni Busino, Genéve-París, Droz,
1989 (retomado en Fait et a faire, París, Seuil, 1997 [Hecho y por hacer, Buenos Aires, Eu-
deba, 1997]).
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 15!

tos del c u e r p o c o n s t i t u y e n t e , es decir, i n s t i t u y e n t e . La d e m o c r a c i a es el régi-

m e n d e la a u t o l i m i t a c i ó n , e n o t r a s p a l a b r a s , el r é g i m e n d e la a u t o n o m í a o d e
la a u t o i n s t i t u c i ó n . C o n s i d e r a d o s e n la p l e n i t u d de su s e n t i d o , estos tres rér-
m i n o s son, en realidad, s i n ó n i m o s . É s t e es, l a m b i é n , u n m o t i v o p o r el cual
la d e m o c r a c i a c o n s t i t u y e u n r é g i m e n trágico. El s e n t i d o d e tragedia es este
m i s m o s e n t i d o : la c u e s t i ó n del h o m b r e es la c u e s t i ó n d e la húbris, n o hay re-
gla ú l t i m a a la q u e p u e d a referirse p a r a escaparse de ella, ni D e c á l o g o , ni
Evangelio. El S e r m ó n d e la M o n t a ñ a n o m e d i c e cuáles s o n las leyes q u e d e -
b o votar (de h e c h o , m e dice q u e n o es necesaria n i n g u n a ley, q u e el a m o r
basta). D e b e m o s e n c o n t r a r n o s o t r o s m i s m o s las leyes q u e d e b e r n o s a d o p t a r ;
¡os límites n o están t r a z a d o s d e a n t e m a n o , la húbris es s i e m p r e posible. So-
bre esto habla la tragedia a t e n i e n s e , i n s t i t u c i ó n d e m o c r á t i c a p o r excelencia,
m s t i t u c i ó n q u e r e c u e r d a c o n s t a n t e m e n t e al demos la n e c e s i d a d d e la a u t o l i -
m i t a c i ó n . C u a n d o E u r í p i d e s , l u e g o de la m a s a c r e atroz d e los medianos p o r
p a r t e d e los atenienses, h a c e r e p r e s e n t a ! Las troyanas ( q u e los m o d e r n o s c o n
s i d e r a n t a n a m e n u d o , t o n t a m e n t e , c o m o u n manifiesto c o n t r a la g u e r r a ; n o
se rrata d e n i n g u n a m a n e t a d e n a d a p o r el estilo), p o n e en escena frente a los
atenienses a los m i s m o s a t e n i e n s e s , o sea, a los gtiegos l u e g o d e la c a í d a d e
T t o y a , c o m o si fuesen m o n s t r u o s e s p a n t o s o s arrastrados p o r la húbris e inca-
paces d e colocar n i n g ú n l í m i t e a sus acciones. Los representa c o m o realizando
el A u s c h w i t z o el Karyn d e la é p o c a . Lo h a c e frente al demos: tua res agitur, y
el demos, el m i s m o q u e llevó a c a b o o q u e d e j ó llevar a c a b o estos h o r r o r e s ,
es q u i e n lo c o r o n a .
P o d e r q u e n o acepta ser l i m i t a d o d e s d e el exterior ( n o m e refiero a los lí-
m i t e s triviales c o m o los límites n a t u r a l e s , p o r ejemplo). Pero, a d e m á s , p o d e r
a u t o i n s t i t u y e n t e . La d e m o c r a c i a es u n r é g i m e n q u e se a u t o i n s t i t u y e explícita-
m e n t e d e m a n e r a p e r m a n e n t e . E s t o n o significa q u e c a m b i e d e C o n s t i t u c i ó n
t o d o s los días o t o d o p r i n c i p i o d e m e s , sino q u e t o m a todas k s disposiciones
necesarias, d e hecho y d e d e r e c h o , p a r a p o d e r cambiar sus i n s t i t u c i o n e s sin
p r o v o c a r u n a guerra civil, sin violencia, sin d e r r a m a m i e n t o d e sangre. P o r su-
p u e s t o , nadie p u e d e garantizar q u e la violencia será e x p u l s a d a para s i e m p r e
d e la historia h u m a n a p o r q u e esté i n s t a u r a d a la democracia.
S e g u n d o p u n t o : ¿qué significa la i g u a l d a d e n el c o n t e x t o d e u n a s o c i e d a d
a u t ó n o m a , a u t o g o b e r n a d a y a u t o i n s t i t u i d a ? ¿Cuál es el pasaje lógico y filo-
sófico d e u n a (la a u t o n o m í a ) a la o t r a (la igualdad)? E n p r i m e r lugar, n a d i e
p u e d e querer, r a z o n a b l e m e n t e , la a u t o n o m í a p a r a sí sin q u e r e r l a p a r a t o d o s
P e t o a d e m á s , a partir del m o m e n t o en q u e existe u n a colectividad y q u e esta

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 POLIS

colectividad p u e d e vivir ú n i c a m e n t e bajo las leyes, n a d i e es e f e c t i v a m e n t e

a u t ó n o m o - l i b r e - si n o t i e n e la posibilidad efectiva d e p a r t i c i p a r en la deter­
m i n a c i ó n d e estas leyes. Libertad e i g u a l d a d se exigen m u t u a m e n t e . Vivien­
d o en sociedad, n o p u e d o vivir fuera d e estas leyes. (Vivir en sociedad n o es
un a t r i b u t o azaroso del ser h u m a n o , es, j u s t a m e n t e , ser h u m a n o . Las leyes
n o son un a g r e g a d o , deseable o d e p l o r a b l e , a la sociedad; la i n s t i t u c i ó n es el
ser-sociedad de la sociedad.) Las leyes n o p u e d e n ser definidas p a r a c a d a in­
d i v i d u o y sólo p a r a él; esta idea está tan d e s p r o v i s t a d e s e n t i d o c o m o la d e
un lenguaje p r i v a d o . Ei ú n i c o s e n t i d o m e d i a n t e el cual p u e d o decir q u e se
trata d e mis leyes es el q u e se refiere a m i p a r t i c i p a c i ó n en la f o r m a c i ó n d e la
ley, a u n q u e h a y a sido v e n c i d o en el v o t o ; se trata d e u n a ley a la q u e a p r u e b o
o d e la cual a p r u e b o la e l a b o r a c i ó n y la a d o p c i ó n , ya q u e p u d e p a r t i c i p a r en
su c o n f o r m a c i ó n .
I g u a l d a d significa, e n t o n c e s , r i g u r o s a m e n t e h a b l a n d o : igual p o s i b i l i d a d
p a r a t o d o s , efectiva, n o m e r a m e n t e escrita, p a r a p a r t i c i p a t del poder. N o se
trata s o l a m e n t e d e e n t r a r en el c u a r t o oscuro; se trata a d e m á s , p o r e j e m p l o ,
d e estar i n f o r m a d o , tan i n f o r m a d o c o m o c u a l q u i e r o t r o , d e lo q u e d e b e ser
d e c i d i d o . H a g a m o s la distinción e n t r e oikos, los a s u n t o s e s t r i c t a m e n t e priva­
dos; el agora, la esfera p r i v a d a / p ú b l i c a , el lugar d o n d e los c i u d a d a n o s se en­
c u e n t r a n fuera del d o m i n i o político; y la ekklesía, la esfera p ú b l i c a / p ú b l i c a , es
decir, en un r é g i m e n d e m o c r á t i c o , el lugar d o n d e se delibera y se d e c i d e n los
a s u n t o s c o m u n e s . E n el agora, d i s c u t o c o n o t r o s , c o m p r o libros u o t r a cosa,
estoy en u n espacio p ú b l i c o p e r o q u e es, al m i s m o t i e m p o , p r i v a d o , ya q u e
n i n g u n a decisión p o l í t i c a (legislativa, g u b e r n a m e n t a l o judicial) p u e d e to­
marse allí; la colectividad, a través de su legislación, nos asegura s o l a m e n t e la
libertad d e este espacio. E n la ekklesía en el s e n t i d o a m p l i o , q u e c o m p r e n d e
t a n t o la asamblea del pueblo c o m o así t a m b i é n el gobierno y los t r i b u n a l e s , es­
toy en u n espacio p ú b l i c o / p ú b l i c o : delibero c o n los o t r o s para decidir, y estas
decisiones son s a n c i o n a d a s p o r el p o d e r p ú b l i c o d e la colectividad. La d e m o ­
cracia t a m b i é n p u e d e definirse c o m o el devenir v e r d a d e r a m e n t e p ú b l i c o de la
esfera p ú b l i c a / p ú b l i c a - l o q u e en o t r o s r e g í m e n e s es u n h e c h o m á s o m e n o s
privado-. N o sólo en el A n t i g u o R é g i m e n lo público político es a s u n t o priva­
do del m o n a r c a , o, en el totalitarismo, de la m a q u i n a r i a del P a r t i d o ; u n a d e
las m ú l t i p l e s razones p o r las cuales parece u n a b u r l a h a b l a r d e democracia en
las sociedades occidentales actuales es q u e la esfera pública constituye de he­
c h o u n a esfera p r i v a d a —y esto es válido en Francia c o m o en E s t a d o s U n i d o s
o en I n g l a t e r r a - . E n p r i m e r lugar, es p r i v a d a en el s e n t i d o d e q u e las decisio-
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 153

ríes verdaderas se t o m a n en u n espacio aislado, e n los pasillos o los lugares d e

e n c u e n t r o d e los g o b e r n a n t e s . S a b e m o s , de h e c h o , q u e n o se t o m a n en los lu-
gares oficiales d o n d e se s u p o n e q u e d e b e r í a n tomarse; c u a n d o llegan frente al
C o n s e j o d e m i n i s t r o s o la C á m a r a de d i p u t a d o s , ya están echadas las c a r t a s .
Por o t r o lado, los c o n s i d e r a n d o s (los c o n s i d e r a n d o s verdaderos, en t o d o caso)
son secretos y, e n la m a y o r í a d e los casos, se i m p i d e l e g a l m e n t e el acceso a
ellos. El plazo d e acceso a los archivos p ú b l i c o s es de t r e i n t a años en Inglate¬
rra; en Francia, creo q u e se e x t i e n d e a c i n c u e n t a años. C i n c u e n t a , t r e i n t a o
diez anos, incluso u n solo m e s , estos p e r í o d o s alcanzan p a r a lo q u e q u i e r o
mostrar. Esperen c i n c u e n t a o t r e i n t a años y s a b r á n por q u é su padre, h e r m a -
n o o hijo m u r i ó d u r a n t e la guerra. E n esto consiste la democracia.
El devenir v e r d a d e r a m e n t e p ú b l i c o de la esfera p ú b l i c a / p ú b l i c a i m p l i c a
q u e la colectividad y los p o d e r e s p ú b l i c o s t e n g a n la o b l i g a c i ó n d e i n f o r m a r
r e a l m e n t e a los c i u d a d a n o s a p r o p ó s i t o d e t o d o lo referido a las d e c i s i o n e s
q u e h a y q u e t o m a r , i n f o r m a c i ó n q u e n e c e s i t a n p a r a p o d e r t o m a r estas deci¬
3
siones c o n c o n o c i m i e n t o d e c a u s a .
Previo, pues, a t o d a d i s c u s i ó n s o b r e la c u e s t i ó n democracia directa o "de-
mocracia" representativa, c o n s t a t a m o s q u e la democracia a c t u a l es c u a l q u i e t
cosa salvo u n a d e m o c r a c i a , ya q u e la esfera p ú b l i c a / p ú b l i c a es, d e h e c h o ,
u n a esfera privada, y c o n s t i t u y e la p r o p i e d a d d e la o l i g a r q u í a política y n o
del c u e r p o político.
Pero, c u a n d o d e c i m o s « i g u a l d a d significa la igualdad efectiva d e p a r t i c i -
p a c i ó n d e todos», n o se h a b l a , e v i d e n t e m e n t e , del solo h e c h o d e acceder a la
i n f o r m a c i ó n . E n este caso está i m p l i c a d a la c a p a c i d a d efectiva d e j u z g a r - l o
q u e c o n d u c e d i r e c t a m e n t e a la c u e s t i ó n d e la e d u c a c i ó n - , así c o m o está i m -
plicado el tiempo necesario a la c u e s t i ó n d e la i n f o r m a c i ó n y d e la reflexión
- c u e s t i ó n q u e c o n d u c e , t a m b i é n d e m a n e r a directa, al a s u n t o de la p r o d u c -
c i ó n y d e la e c o n o m í a - . Por o t r o l a d o , es necesario recordar, frente al d e s -
pliegue abusivo d e la d e m a g o g i a y d e la sofística c o n t e m p o r á n e a s , q u e se t r a t a
de igualdad política, d e i g u a l d a d d e p a r t i c i p a c i ó n en el poder. La i g u a l d a d n o

He insistido sobre el carácter fundamental de la difusión de las informaciones pertinentes

para que las decisiones puedan tomarse con conocimiento de causa, así c o m o en el carácter
esencialmente político (que implica responsabilidad y obligación de rendir cuentas) de las
funciones de colecta y de difusión de las informaciones desde el año 1957 («Sur le c o n t e n u
du socialisme II», en Socialisme ou Barbarie, n ú m . 22, julio 1957, r e t o m a d o en Le Contenu
du socialisme, París, UGE, col. 1 0 / 1 8 , 1979).

0
 5-1 POLIS

sigtiifici q u e la colectividad se c o m p r o m e t a a q u e t o d o el m u n d o sea capaz

de correr los 1 0 0 m e t r o s en 10 s e g u n d o s o d e t o c a r a la perfección los Estu-
dios d e C h o p i n , o a q u e t o d o s los chicos p u e d a n a p r o b a r t o d a s sus m a t e r i a s
con las m i s m a s notas —o incluso al simple h e c h o d e q u e t o d o s p u e d a n pasar
d e g r a d o y p u n t o - . Esto no n e n e n a d a q u e ver c o n la i g u a l d a d p o l í t i c a (aun-
q u e , así c o m o lo i n d i c a n ciertas evoluciones d e la s o c i e d a d c o n t e m p o r á n e a ,
esto p u e d e t e n e r q u e ver con la n o c i ó n de igualdad d e Tocqueville).
A u t o r e s recientes t r a t a r o n d e definir la d e m o c r a c i a a p a r t i r d e o t r a s c o n -
sideraciones-, p o r e j e m p l o , c o n v i r t i é n d o l a en el r é g i m e n d e la indetermina-
ción o en e! r é g i m e n q u e s u p r i m e ¡ 3 u n i d a d d e n o r m a e n t r e diferentes secto-
res sociales, o la u n i d a d e n t r e el saber y el p o d e r . T a m b i é n se p u d o escribir
q u e es el r é g i m e n d e la a p e r t u r a - f ó r m u l a en la q u e , salvo su c o n f u s i ó n , p u e -
d o r e c o n o c e r cosas q u e y o m i s m o e s c r i b í - . Pero e s t a m o s h a b l a n d o d e socie-
d a d e s occidentales c o n t e m p o r á n e a s . E n estas sociedades, c u a l q u i e r filósofo
p o l í t i c o d e los t i e m p o s clásicos h u b i e s e r e c o n o c i d o regímenes d e o l i g a r q u í a
liberal: oligarquía, ya q u e u n a capa d e f i n i d a d o m i n a la sociedad; liberal, ya
q u e esta c a p a deja a los c i u d a d a n o s u n a cierta c a n t i d a d d e libertades n e g a t i -
vas o defensivas. ¿Cuál es p u e s , e n la a c t u a l i d a d y e n el seno d e estas s o c i e d a -
des, el c o n t e n i d o c o n c t e t o de esta apertura?. Se t r a t a del c o n f o r m i s m o g e n e -
ralizado. ¿Y cuál es el c o n t e n i d o d e la indeterminación d e estos regímenes?
E n la m e d i d a e n q u e el f u n c i o n a m i e n t o d e u n r é g i m e n s o c i o h i s t ó r i c o p u e d a
ser determinado —evidentemente, nunca p u e d e llegar a serlo, a u n c u a n d o se
trate de u n a t r i b u salvaje o de u n r é g i m e n totalitario: u n r é g i m e n s o c i o h i s t ó -
rico n o es ni u n a m á q u i n a ni u n u n i v e r s o newtoniano—, este r é g i m e n d e la
s u p u e s t a i n d e t e t m i n a c i ó n está p e r f e c t a m e n t e determinado por mecanismos
i n f o r m a l e s , reales, e s e n c i a l m e n t e d i s t i n t o s d e las reglas formales (jurídicas),
pero p e r m i t i d o s y c u b i e r t o s p o r estas ú l t i m a s , q u e a s e g u r a n , e n la m e d i d a d e
lo p o s i b l e (ya q u e h a y sorpresas en c u a l q u i e r p a r t e , h a s t a en Rusia o e n C h i -
na; la h i s t o r i a es la sorpresa), la r e p r o d u c c i ó n d e lo m i s m o . E s esta la r e p r o -
d u c c i ó n q u e c o n s t a t a m o s en las sociedades democráticas c o n t e m p o t á n e a s , si
h a c e m o s a b s t r a c c i ó n , u n a vez m á s , d e lo i m p r e v i s i b l e y d e lo i n d e t e r m i n a d o ,
q u e están e n el c o r a z ó n d e t o d o r é g i m e n s o c i o h i s t ó r i c o . R e p r o d u c c i ó n de lo
m i s m o en el p l a n o e c o n ó m i c o , en el p l a n o p o l í t i c o , en el p l a n o c u l t u r a l .

¿ P o d e m o s decir q u e los diferentes sectores aplican n o r m a s diferentes, q u e

a c t u a l m e n t e n o existe u n a n o r m a q u e se i m p o n g a a t o d o s los sectores? Re-
sulta g r a c i o s o c o n s t a t a r q u e se invoca esta d i f e r e n c i a c i ó n o s e p a r a c i ó n d e
n o r m a s (con la cual, d i c h o sea d e paso, el j o v e n M a r x c o n s t i t u í a , p o r cierto

76/1
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? ] 35

e q u i v o c a d a m e n t e , la d e f i n i c i ó n m i s m a d e la alienación) d u r a n t e u n p e r i o d o
n el cual dos n o r m a s , y s o l a m e n t e d o s , se i m p o n e n c a d a vez m á s ( e v i d e n t e -
m e n t e , n a d a p u e d e i m p o n e r s e d e m a n e r a a b s o l u t a ) : la n o r m a j e r á r q u i c o b u -
rocrática, en el i n t e r i o r d e las g r a n d e s o r g a n i z a c i o n e s d e t o d a clase ( p r o d u c -
tivas, a d m i n i s t r a t i v a s , e d u c a t i v a s , culturales), e n cuyo s e n o t r a n s c u r r e la vida
de casi t o d o el m u n d o ; la n o r m a del d i n e r o , e n cualquier l u g a r d o n d e preva-
lecen los dispositivos del s e u d o m e r c a d o c o n t e m p o r á n e o . E s t a mezcla d e la
n o r m a del d i n e r o y d e la n o r m a j e r á r q u i c o b u r o c r á t i c a alcanza para seguir
caracterizando las sociedades liberales ricas c o m o s o c i e d a d e s d e c a p i t a l i s m o
burocrático fragmentado.
La disociación del saber y del poder c o n s t i t u y e u n a i d e a confusa en v a r i o s
aspectos, q u e a d q u i e r e su s e n t i d o a p a r e n t e sólo p o r o p o s i c i ó n a La República
de P l a t ó n y a las pretensiones del r é g i m e n estalinista ( q u e , e n realidad, e r a el
p o d e r d e los i g n o r a n t e s ) . Los reyes d e F r a n c i a eran m o n a r c a s n o p o r el h e -
c h o del saber, sino p o r q u e D i o s lo h a b í a d i s p u e s t o d e esta m a n e r a . P l a s t a
H i t l c r n o p r e t e n d í a q u e sabía, p e r o a f i r m a b a q u e e n c a r n a b a el d e s t i n o y la
m i s i ó n d e la raza a l e m a n a . E n c u a n t o a lo deseable, esta d i s o c i a c i ó n n o dice
n a d a m á s q u e el m i t o d e P r o t á g o r a s en el d i á l o g o del m i s m o n o m b r e : la p o -
lítica, lo escribí d e c e n a s d e veces, n o es u n a c u e s t i ó n d e cpistéme sino d e dóxa
- y esta es la ú n i c a justificación q u e n o pasa p o r u n p r o c e d i m i e n t o j u r í d i c o
del p r i n c i p i o m a y o r i t a r i o - . Y al afirmarlo, n o a g o t a m o s el a s u n t o , ya q u e t o -
das las dóxai n o s o n e q u i v a l e n t e s , y existe u n t i p o d e s a b e r en política q u e
n o es ciencia s i n o u n a c u e s t i ó n d e j u i c i o , d e p r u d e n c i a y d e v e r o s i m i l i t u d (es
el m o t i v o p o r el cual P l a t ó n d e s p r e c i a b a a los retóticos, m i e n t r a s Aristóteles
escribía u n a Retórica). E n c u a n t o a la t e a l i d a d c o n t e m p o r á n e a , t i e n d e m á s
bien a llevar a c a b o lo o p u e s t o a esta d i s o c i a c i ó n . Se p u e d e apreciar esta t e n -
d e n c i a en t o d a e s t r u c t u r a j e r á r q u i c o b u r o c r á t i c a , en la q u e el d i r e c t o r , el
profesor titular o el j u r a d o d e e x a m e n t i e n e n n e c e s a t i a m e n t e la razón (el p o -
d e r p r e t e n d e d e t e n t a r el s a b e r ) . Se p o n e d e m a n i f i e s t o , a d e m á s , en la a c t i t u d
de la p o b l a c i ó n , en la m e d i d a en q u e se i n t e r e s a p o r la política. ¿Por q u é
m o t i v o éste o a q u é l es bueno p a r a dirigir (el E s t a d o , el p a r t i d o , e t c é t e r a ) '
P o r q u e sabe, el (seudo) saber l e g i t i m a el p o d e r . El h e c h o d e q u e , p r e c i s a m e n -
te, se trate casi s i e m p r e d e u n s e u d o saber i m p o r t a p o c o e n este s e n t i d o (pe-
ro e n o t r o s e n t i d o , p u e d e ser e v i d e n t e m e n t e relevante).

E s t o n o n o s i m p i d e d e n i n g u n a m a n e r a clasificar a las sociedades occi-

dentales a p a r t e d e los o t r o s r e g í m e n e s sociohistóricos c o n o c i d o s . E n estas so-
ciedades se p u s o d e m a n i f i e s t o , a p a t t i r d e G r e c i a y bajo m o d a l i d a d e s dife-

0
156 POLIS

rentes, el p r o y e c t o d e a u t o n o m í a i n d i v i d u a l y colectiva. Las l u c h a s y las re-

voluciones q u e este p r o y e c t o inspiró, así c o m o las modificaciones lentas p e r o
de gran m a g n i t u d d e las c o n d u c t a s d e los i n d i v i d u o s , llevaron a la i n s t i t u -
c i ó n explícita e implícita d e disposiciones q u e , si n o p u d i e r o n realizar efecti-
v a m e n t e la a u t o n o m í a y el a u t o g o b i e r n o , c o n v i r t i e r o n d e t o d o s m o d o s a es-
tas sociedades en sociedades abiertas, en las q u e es factible la d i s p u t a i n t e r n a ,
y d o n d e los i n d i v i d u o s y los g r u p o s gozan d e ciertos d e r e c h o s y d e ciertas li-
b e r t a d e s q u e vuelven posible, de u n a m a n e r a f o r m a l y h a s t a c i e r t o p u n t o
efectiva, u n a reflexión i n d e p e n d i e n t e y u n a o p o s i c i ó n a las a u t o r i d a d e s esta-
blecidas. Estos d e r e c h o s y libertades c o n s t i t u y e n el r e s u l t a d o y la h e r e n c i a
del m o v i m i e n t o a n t i c i p a t o n o q u e a n i m ó a O c c i d e n t e d e s d e h a c e siglos. E s
su existencia, p e r o t a m b i é n su carácter e s e n c i a l m e n t e negativo y defensivo,
lo q u e p e r m i t e calificar a los r e g í m e n e s políticos o c c i d e n t a l e s d e oligarquías
liberales y, a las s o c i e d a d e s q u e los s o s t i e n e n , d e s o c i e d a d e s r e l a t i v a m e n t e
abiertas. U n a s e g u n d a p r e g u n t a , sobre la cual volveré al final d e esta e x p o s i -
c i ó n , es en q u é m e d i d a los procesos sociohistóricos efectivos q u e se d e s a r r o -
llan a la vista n o c o n s t i t u y e n u n a p r e p a r a c i ó n p a r a u n a n u e v a c l a u s u r a d e d i -
chas sociedades.
U n a b u e n a p a r t e d e las d i s c u s i o n e s c o n t e m p o r á n e a s , p o r lo m e n o s e n
Francia, se desarrolla c o m o si existiera u n a esfera política t o t a l m e n t e i n d e p e n -
d i e n t e del resto d e la vida social, o bien d e t e r m i n a n t e d e este resto (materia-
l i s m o h i s t ó t i c o i n v e r t i d o ) . E s t a esfera política está s o m e t i d a a la p o l é m i c a
c o n u n criterio q u e n o d e p e n d e d e la realidad d e los procesos, d e los d i s p o s i -
tivos, d e los m e c a n i s m o s efectivos, ni t a m p o c o del v e r d a d e r o espíritu d e las
leyes, sino d e la letra d e las leyes. D e esta m a n e t a , se b o r r a lo real e n beneficio
d e lo formal, lo implícito en beneficio d e lo explícito, lo latente en beneficio d e
lo manifiesto. Las c o n s t r u c c i o n e s racionalizantes q u e e n la a c t u a l i d a d se c o n -
sideran c o m o filosofía política se despliegan m e d i a n t e el olvido o el o c u l t a -
m i e n t o d e la efectividad del r é g i m e n sociohistórico en el q u e v i v i m o s .
L o q u e s u c e d e , e n este s e n t i d o , en c u a n t o a la representación, es p a r t i c u -
l a r m e n t e d i v e r t i d o . A q u e l l o s q u e h o y e s c r i b e n s o b r e la p o l í t i c a n o b r i n d a n
n i n g u n a filosofía de la representación. N o h e v i s t o , en n i n g u n a p a r t e , u n a
t u n d a m e n t a c i ó n o u n a d i l u c i d a c i ó n d e lo q u e p o d r í a ser e n r e a l i d a d u n a re-
presentación política, ni sé en q u é p o d r í a consistir. ¿ P o d r í a m o s c o n c e b i r , en
general, en la c o n c e p t u a l i z a c i ó n j u r í d i c a o c c i d e n t a l , a l g u n a regla q u e m e i m -
p i d i e r a m o d i f i c a r m i t e s t a m e n t o o tevocar u n a d e l e g a c i ó n d e p o d e r e s q u e se
c o n s t i t u y e s u p u e s t a m e n t e p a t a mi propio interés (y n o contractual)? La repre-
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 157

sentarían significa q u e a c o r d a m o s , en nuestro propio interés (y n o en el interés

de los representantes t a m b i é n ) , p a r a u n p e r í o d o d e c u a t r o , c i n c o o siete a ñ o s ,
n o i m p o r t a , u n a d e l e g a c i ó n irrevocable d e p o d e r para a l g u i e n . Pero u n m a n -
dato irrevocable q u e c o n s i d e r a r a solamente el interés del m a n d a n t e , a u n q u e
fuese p o r u n t i e m p o l i m i t a d o , d e s c o n o c i d o p o r s u p u e s t o e n el d e r e c h o pri-
vado, es a b s u r d o , i m p o s i b l e d e c o n s t r u i r j u r í d i c a m e n t e . El m a n d a t a r i o , dele-
gado, r e p r e s e n t a n t e , existe c o m o tal s o l a m e n t e p a r a expresar la v o l u n t a d del
r e p r e s e n t a d o y p u e d e establecer el lazo c o n este ú l t i m o ú n i c a m e n t e en la
m e d i d a en q u e lo expresa. Pero c o n el s i s t e m a representativo, la colectividad
e n t r e g a u n m a n d a t o irrevocable p o r u n l a r g o p e r í o d o a representantes que
p u e d e n a c t u a r p r o d u c i e n d o s i t u a c i o n e s irreversibles - d e tal m a n e r a q u e ellos
m i s m o s d e t e r m i n a n los p a r á m e t r o s y la t e m á t i c a d e su reelección-.
Estas m i s m a s elecciones c o n s t i t u y e n u n a r e s u r r e c c i ó n i m p r e s i o n a n t e del
m i s t e r i o de la Eucaristía y d e la Presencia real. C a d a c u a t r o o cinco a ñ o s , u n
d o m i n g o (jueves, en G r a n B r e t a ñ a , d o n d e el d o m i n g o e s t á c o n s a g r a d o a
otros m i s t e r i o s ) , la v o l u n t a d colectiva se l i c ú a o se t r a n s f o r m a en fluido, se
recolecta g o t a p o r g o t a e n vasijas s a g r a d a s / p r o f a n a s llamadas urnas y, a la n o -
c h e , gracias a a l g u n a s o p e r a c i o n e s s u p l e m e n t a r i a s , este fluido, condensado
cien m i l veces, es trasvasado e n el espíritu, a partir d e este m o m e n t o t r a n -
s u b s t a n c i a d o , d e a l g u n o s c e n t e n a r e s d e elegidos.
N o h a y filosofía d e la representación s i n o u n a metafísica implícita; t a m -
p o c o h a y análisis sociológico. ¿ Q u i é n r e p r e s e n t a a q u i é n y d e q u é m a n e r a lo
representa? H a n caído e n el o l v i d o , sin d i s c u s i ó n alguna, las críticas a la de-
mocracia representativa iniciadas c o n R o u s s e a u , c o n s i d e r a b l e m e n t e a m p l i a d a s
d e s d e e n t o n c e s y c o n v a l i d a d a s sin restricciones p o r la o b s e r v a c i ó n m á s su-
perficial d e los h e c h o s p o l í t i c o s c o n t e m p o r á n e o s . Se h a b o r r a d o el h e c h o d e
la a l i e n a c i ó n d e la s o b e r a n í a d e los q u e d e l e g a n en los d e l e g a d o s . Esta d e l e -
g a c i ó n d e b e ser, s u p u e s t a m e n t e , l i m i t a d a e n el t i e m p o . P e t o apenas i n s t a u r a -
d a , se t e r m i n a t o d o . R o u s s e a u e s t a b a e q u i v o c a d o en este s e n t i d o : los ingleses
ni siquiera están «libres c a d a c i n c o años», ya q u e , a lo largo de estos c i n c o
a ñ o s , las s u p u e s t a s o p c i o n e s a p r o p ó s i t o d e las cuales los electores serán lla-
m a d o s a p r o n u n c i a r s e h a b r á n s i d o c o m p l e t a m e n t e p r e d e t e r m i n a d a s p o r lo
q u e los d i p u t a d o s h a y a n h e c h o e n t r e d o s elecciones. A q u e l l o s q u i n q u e n i o s
t i e n e n efectos a c u m u l a d o s , e v i d e n t e m e n t e , y la elección d e l elector se e n -
c u e n t r a r e d u c i d a a grandiosos dilemas: M i t e r r a n d o C h i r a c , B u s h o D u k . i k i s
T h a t c h e r o K i n n o c k , etcétera. A p a r t i r del m o m e n t o e n q u e u n p e q u e ñ o
c u e r p o político existe s e p a r a d o del resto, n o p u e d e hacer o t r a cosa q u e c u i d a r

0
158 POLIS

s u s p r o p i o s p o d e r e s e intereses y c o m u l g a r en secreto con ¡os o t r o s p o d e r e s

reales ¡ o r i n a d o s e n ta suciedad, e s p e c i a l m e n t e los e c o n ó m i c o s .
S e g t i r a j w n t r , M a r x habría d i c h o q u e r o d o esto n o es m á s q u e u n a vulgar
realidad e m p í r i c a , u n a realidad ¡lides f e n o m é n i c a . ¿ Q u é nos i m p o r t a el reía-
lo de esta* a n é c d o t a s irrisorias c o m o , p o r e j e m p l o , la relación d e casi t o d o s
ios senadores e s t a d o u n i d e n s e s cu el escanda!'.) d e Savings and Loans (cuyo
c u s i ó está e n i m a n o en 7 0 0 mil m i l l o n e s de dólares), y las e s t i m a c i o n e s per-
m a n e n c e m e n c e sobrevaluadas? ¿Acaso mil m i l l o n e s d e d ó l a r e s c o n s t i t u y e n
u n c o n c e p t o político? E v i d e m e m e n i e n o . ¡Usted olvida, señor, q u e esos o b -
jetos son i n d i g n o s d e n u e s t r o p e n s a m i e n t o q u e c o n s i d e r a ú n i c a m e n t e lo p o -
lítico y la esencia <ie la d e m o c r a c i a , esencia q u e consiste en el h e c h o d e q u e
e] sirio del p o d e r está vacío y q u e n a d i e p u e d e p r e t e n d e r o c u p a r l o . » « N o s va
a t e n e r q u e disculpar, p e n s á b a m o s t o n t a m e n t e q u e las decisiones d e m a n d a r a
m a t a r a la g e n i e , d e h u n d i r l o s en la d e s o c u p a c i ó n , d e c o n f i n a r l o s en güeros,
t e m a n q u e e m a n a r d e u n lugar de poder f u e r t e m e n t e o c u p a d o . »
I'or c i e r t o , hay elecciones en E s t a d o s U n i d o s , p a r a el S e n a d o y la C á m a r a
d e los r e p r e s e n t a n t e s . A d e m á s - h a b r í a q u e ser p o l í t i c a m e n t e a n a l f a b e t o para
i g n o r a r l o - , es u n h e c h o c o m p r o b a d o , q u e n a d i e allá p o n e en d u d a , q u e está
a d m i t i d o con el m i s m o g t a d o d e certeza sobre q u e W a s h i n g t o n es la capital
federal, q u e u n a vez elegido s e n a d o r , u n o se c o n v i e r t e en s e n a d o r d e p o r vi-
d a , salvo q u e o c u r r a u n a c c i d e n t e . ¿Por qué? P o r q u e ser elegido s e n a d o r exi-
ge d i n e r o , m u c h o d i n e r o ( c o n c e p t o no político p a r a el f m a n c i a m i e n t o d e las
c a m p a ñ a s electorales, q u e incluye la televisión, e t c é t e r a ) , y q u e este d i n e r o
está s u m i n i s t r a d o p o r los C o m i t é s d e Acción Política (Political Action Com-
mittees, PAC) previstos p o r la ley e s t a d o u n i d e n s e , q u e r e g l a m e n t a sus activi-
d a d e s y los limites d e las c o n t r i b u c i o n e s e c o n ó m i c a s d e m a n e r a b a s t a n t e es-
t r i c t a , p o t lo m e n o s p o r e s c r i t o . ¿ Q u i é n s t i m i n i s t t a d i n e r o a l o s PAC?

P r o b a b l e m e n t e n o es el v a g a b u n d o d r o g a d i c t o d e ! v e c i n d a r i o . M á s b i e n , se
itata d e g e n t e q u e t i e n e , al m i s m o t i e m p o , d i n e r o y razones p a r a e n t r e g a r l o
al P A C r e p u b l i c a n o y n o al P A C d e m ó c r a t a , o viceversa. Y se sabe, m á s o m e -
nos, q u i é n e n t r e g ó tal c a n t i d a d d e d i n e r o - a s í c o m o se sabe c o n precisión
q u é ley v o t ó tai s e n a d o r - . El d i n e r o será s u m i n i s t r a d o p o r a q u e l l o s q u e lo
tienen para los q u e v o t a n c o m o c o t t e s p o n d e . Pero c u a n d o u n s e n a d o r d i s p o -
ne del d i n e r o d e u n P A C m á s tico q u e el P A C de su adversario, está práctica-
m e n t e asegurada su teelección. Y, d e h e c h o , son m u y escasos, p o r n o decir
inexistentes, los casos d e s e n a d o r e s en posesión d e su cargo (incumbents) que
h a n sido d e r r o t a d o s en las elecciones.

78/1
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? ¡59

Esto en c u a n t o a la realidad d e la r e p r e s e n t a c i ó n . Pero en verdad n o hay

q u e hablar d e la realidad d e la r e p r e s e n t a c i ó n p o r el s i m p l e h e c h o d e q u e
estamos p e l e a n d o c o n m o l i n o s d e v i e n t o . P o r q u e , en la m a y o r í a d e los ca-
sos los r e p r e s e n t a n t e s elegidos n o d i s p o n e n p r á c t i c a m e n t e d e n i n g ú n p o -
der. ; Q u é p o d e r t i e n e el P a r l a m e n t o francés? ¿ O incluso el P a r l a m e n t o in-
g l é s ^ C a s i n i n g u n o . L o s p o d e r e s p e r t e n e c e n a i n s t a n c i a s políticas extra
p a r l a m e n t a r i a s , los p a r t i d o s p o l í t i c o s , y e n t o d o s los casos, al p a r t i d o m a y o -
m a n o . R e a l i d a d p o l í t i c a f u n d a m e n t a l del m u n d o m o d e r n o , g l o r i o s a m e n t e
i g n o r a d a p o r p a r t e d e n u e s t r o s p e n s a d o r e s p o l í t i c o s , y q u e c o n c e n t r a en sus
m a n o s el p o d e r efectivo. Se h a b l a d e s e p a r a c i ó n d e p o d e r e s ; ¿qué s e p a r a c i ó n
de poderes? El p a r t i d o m a y o r i t a n o d i s p o n e del p o d e r legislativo; d i s p o n e ,
a d e m á s , del p o d e r q u e se l l a m a , d e m a n e r a h i p ó c r i t a , ejecutivo, para d a r a
e n c e n d e r q u e n o h a c e o t r a c o s a q u e ejecutar las leyes, lo q u e es u n a t o n t e r í a :
el p o d e r ejecutivo n o ejecuta n a d a , d e c i d e y g o b i e r n a . Los q u e ejecutan son
¡os oficiales d e justicia y ¡as d a c t i l ó g r a f a s . El p o d e r ejecutivo es, en r e a l i d a d ,
el p o d e r gubernamental; t o m a d e c i s i o n e s q u e n o son p r e d e t e r m i n a d a s p o r
n i n g u n a ley. N o aplica la ley, a c t ú a e n el c o n t e x t o d e las leyes, lo q u e es
c o m p l e t a m e n t e diferente. Sus d e c i s i o n e s s o n , e n los casos i m p o r t a n t e s , d i s -
crecionales y sin a p e l a c i ó n p o s i b l e . ¿Acaso el C o n s e j o d e E s t a d o , esta a d m i -
rable i n s t i t u c i ó n , p u e d e a n u l a r actos del g o b i e r n o ? Sí, al tratarse d e a c t o s
triviales; n o , c u a n d o se t r a t a d e actos v e t d a d e r a m e n t e i m p o r t a n t e s , q u e el
m i s m o C o n s e j o califica m u y c o r r e c t a m e n t e c o m o actos ele g o b i e r n o (affaire
C o u i t é a s , 1 9 1 2 ) , c o n r e s p e c t o a los cuales ya d e t e r m i n ó q u e n o p u e d e n ser
a t a c a d o s ni p o r exceso ni p o r a b u s o d e p o d e r . E v i d e n t e m e n t e , lo esencial d e
los actos ele u n g o b i e r n o s o n p r e c i s a m e n t e . . . actos de g o b i e r n o . Los a c t o s
administrativos son, c o m p a r a t i v a m e n t e , de un interés secundario, a u n
c u a n d o resulta i m p o r t a n t e p r e s e r v a r a los c i u d a d a n o s d e la a r b i t r a r i e d a d d e
los s u b p r e f e c t o s .

El p a r t i d o m a y o r i t a n o d o m i n a , e n t o n c e s , el p o d e r legislativo, el p o d e r
g u b e r n a m e n t a l y c o n t r o l a la a d m i n i s t r a c i ó n p r o p i a m e n t e d i c h a ( n o m i n a d o -
nes a c e n t e n a r e s o millares d e p u e s t o s i m p o r t a n t e s ) . E n c u a n t o al p o d e r j u -
dicial, t e n e m o s q u e c o n s i d e r a r la c u e s t i ó n c o n u n a dosis m o d e s t a de realis-
m o y d e s e n t i d o c o m ú n . A n t e s d e la i n s t a u r a c i ó n c o n s t i t u c i o n a l d e la
s e p a r a c i ó n d e los p o d e r e s ( q u e , p o r o t r o l a d o , en E u r o p a O c c i d e n t a l , se an-
ticipa p o r varios siglos a la R e v o l u c i ó n , en lo relativo a los t r i b u n a l e s ) , pode¬
m o s p o n e r en d u d a el h e c h o d e q u e el m o n a r c a a b s o l u t o h a y a a l g u n a vez i n -
t e r v e n i d o en los a s u n t o s e n t r e c a m p e s i n o s o c o m e r c i a n t e s , los juicios a los

0
 POI IS

ladrones etcétera. Aun en la a c t u a l i d a d , el p o d e r n o tiene n i n g ú n m o t i v o ni

interés para i n t e r v e n i r en el f u n c i o n a m i e n t o del a p a r a t o judicial c u a n d o se
trata de a s u n t o s civiles o criminales corrientes. Pero tiene b u e n a s razones y
g r a n d e s posibilidades d e i n t e r v e n i r en los a s u n t o s q u e le i m p o r t a n ; y es lo
q u e o c u r r e h a b i t u a l m e n t e . A p a r t i r del m o m e n t o e n q u e se trata d e u n a s u n -
to q u e presenta u n c o s t a d o político, ei g o b i e r n o p u e d e h a c e r s e p r e s e n t e d e
diversas m a n e r a s , y efectivamente lo hace. En Francia: g e n d a r m e s de N o u -
m é a , a m n i s t í a de los d i p u t a d o s , U r b a t e c h m q u e , etcétera. E n G r a n Bretaña,
d e s d e hace u n a d e c e n a de a ñ o s se a c u m u l a t o d a u n a l i t e r a t u r a referida a la
declinación de las libertades británicas ( , p o b r e B u r k e ! ) . La s i t u a c i ó n s i g u e
s i e n d o todavía m u y d i f e r e n t e en E s t a d o s U n i d o s ( d o n d e , p o r o t r o l a d o , asis-
t i m o s a u n a hipertrofia dei poder judicial correlativa al b l o q u e o progresivo d e
los m e c a n i s m o s legislativos); p e r o c o n e l p a c k i n g ( a t o s i g a m i e n t o ) d e la C o r t e
S u p r e m a p o r p a r t e d e los tres ú l t i m o s p r e s i d e n t e s a m e t i c a n o s , esta C o t t e se
o t i e n t a p o l í t i c a m e n t e en f u n c i ó n d e las o p c i o n e s políticas d e los jueces n o m -
b r a d o s p o r el p r e s i d e n t e (y c o n f i r m a d o s p o r el S e n a d o ) .
Por lo t a n t o , h a b l a r d e separación de los poderes es, a c t u a l m e n t e , u n e n g a ñ o
en g r a n p a r t e —y es t a m b i é n u n e n g a ñ o h a b l a r d e representación-. L o s repre-
sentantes son p a r l a m e n t a r i o s ; la m a y o r í a (y t a m b i é n la m i n o r í a ) h a c e ¡o q u e
le i n d i c a el líder (o la dirección) d e su p a r t i d o . E s t o es lo q u e o c u r r e en los
países v e r d a d e r a m e n t e p a r l a m e n t a r i o s (por e j e m p l o , en Inglaterra, la madre
de los p a r l a m e n t o s ) . O b i e n , c o m o o c u r r e en Francia, la m a y o r í a hace lo q u e
el p r e s i d e n t e le dice al p r i m e r m i n i s t r o c o n r e s p e c t o a lo q u e ella d e b e hacer,
salvo c u a n d o el p r e s i d e n t e c o n s i d e r a q u e se trata de a s u n t o s d e i n t e n d e n c i a y
deja q u e se atregle sola. Este f e n ó m e n o f u n d a m e n t a l , t a n t o d e s d e el p u n t o
d e vista d e la realidad c o m o del p e n s a m i e n t o p o l í t i c o ( p o r e j e m p l o , ¿qué pa-
saría c o n los p a r t i d o s en u n a v e r d a d e r a d e m o c r a c i a ? ) , p e r m a n e c e i g n o r a d o ,
c o n la excepción d e R o b e r t M i c h e l s , q u e había a b o r d a d o t o d a s estas c u e s t i o -
nes. T e n e m o s q u e m e n c i o n a r , p o r c i e r t o , a M a x W e b e r y a a l g u n o s o t r o s
d e s d e e n t o n c e s . A g r e g u e m o s s o l a m e n t e - c u e s t i ó n t a m b i é n c o n o c i d a desde
h a c e m u c h o tiempo— q u e los p a r t i d o s n o s o n s i m p l e s a g r u p a m i e n t o s d e o p i -
n i o n e s , ni t a m p o c o a g r u p a m i e n t o s d e intereses. L o esencial d e los p a r t i d o s
c o n t e m p o r á n e o s consiste en q u e ellos m i s m o s son a p a r a t o s b u r o c r á t i c o s d o -
m i n a d o s p o r clanes q u e se a u t o r r e c l u t a n ; vean lo q u e pasó en el c o n g r e s o so-
cialista de R e n n e s , o en el RPR, etcétera. E v i d e n t e m e n t e , es posible q u e m a -
ñ a n a en I n g l a t e r r a , l u e g o d e d i e z a ñ o s d e t h a t c h e r i s m o , u n reflejo d e
autoconservación d e los conservadores los lleve a expulsar a la señora T h a t c h e r

79/1
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 161

4
para n o p e r d e r las e l e c c i o n e s . E s t o significará, s i m p l e m e n t e , q u e el c l a n
(o los clanes, l u e g o d e la p e l e a y d e la s o l u c i ó n de c o m p r o m i s o ) q u e está
, „ la c i m a del p a t t i d o c o n s e r v a d o r e n t e n d e r á q u e n o p u e d e ser salvado si n o
sacrifica a su gloriosa líder. N o h a y n a d a democrático en este h e c h o , se trata
de un proceso viejo c o m o el m u n d o , del cual e n c o n t r a r e m o s analogías e n los
.mperios a n t i g u o s , así c o m o e n las d i c t a d u r a s c o n t e m p o r á n e a s , y h a s t a e n la
lógica d e la sucesión d e u n D i l l i n g e r o d e u n Al C a p o n e . L ó g i c a d e t o d a s las
estructuras f u e r t e m e n t e j e r a r q u i z a d a s , d o m i n a d a s d e s d e la c u m b r e p o r u n
g r u p o con u n líder más o m e n o s p o d e r o s o y carismático, y q u e n o t i e n e n a d a
q u e ver con la d e m o c r a c i a .
Por lo t a n t o , la realidad d e los p a r t i d o s está c o m p l e t a m e n t e d e j a d a d e la-
d o . Lo m i s m o o c u r r e c o n la n a t u r a l e z a del E s t a d o . El E s t a d o está i m p l í c i t a -
m e n t e r e p r e s e n t a d o c o m o u n o p e r a d o r a b s t r a c t o de u n i f i c a c i ó n de la socie-
dad. N o se tiene en c u e n t a su e s t r u c t u r a d e a p a r a t o j e r á r q u i c o b u r o c r á t i c o
f u e r t e m e n t e a u t ó n o m o y s e p a r a d o d e los a d m i n i s t r a d o s . N o insistiré m á s so-
bre la c u e s t i ó n del E s t a d o , salvo p a r a a s o m b r a r m e u n a vez m á s frente a u n a
filosofía política q u e ni siquiera m e n c i o n a su n o m b r e .
En u n n u m e r o reciente d e Débat, M a r c e l G a u c h e r , h a c i e n d o u n a especie
de repaso del e s t a d o d e la h u m a n i d a d en general y d e F r a n c i a en p a r t i c u l a t
en 1 9 9 0 , h a b l a e x c e l e n t e m e n t e del electroencefalograma plano del partido en
el poder, es decir, del P a r t i d o Socialista. F ó r m u l a m u y a c e r t a d a , p e r o , ¿poi-
q u é l i m i t a d a al p a t t i d o en el p o d e r ? Los electroencefalogramas d e los señores
C h i r a c , Pasqua, Giscard, etcétera, n o en calidad de individuos, p o r cierto, s i n o
c o m o jefes políticos, ¿serían m a n i f i e s t a m e n t e m e n o s p l a n o s q u e el del PS? La
d u d a es legítima, si nos a t e n e m o s a los p r o d u c t o s d e estos e n c e f a l o g r a m a s .
¿Y p o r q u é l i m i t a t s e a Francia? E n E s t a d o s U n i d o s , t o t l o el m u n d o se la-
m e n t a d e s d e h a c e d é c a d a s , s o b r e r o d o d e s d e el a ñ o 1 9 8 0 , sobre la n u l i d a d
del P a r t i d o D e m ó c r a t a ; t o d o el m u n d o c o n s t a t a q u e n o t i e n e ideas n i n a d a
p a r a decit, y si n o fuese p o r esa o b s e c u e n c i a , q u e es c o s t u m b r e , hacia el p r e -
sidente y p o r el bluff c o n t i n u o d e la era R e a g a n , se h a b r í a d i c h o - y a se d i c e -
lo m i s m o c o n respecto al p a t t i d o g o b e r n a n t e . La c h a t u t a d e los encefalogra-
m a s políticos es universal. E n igual m e d i d a , esto es válido e n A l e m a n i a , p o r
e j e m p l o - d e allí la sorpresa d i v i n a p a r a el canciller K o h l : los a c o n t e c i m i e n -
tos c o n v i e r t e n a u n h o m b r e c o n s i d e r a d o p o r t o d o s c o m o n u l o en u n g r a n

4
Lo que electivamente aconteció q u i n c e meses después de la fecha de esta exposición.

0
 ¡62 POLIS

canciller q u e llevó a c a b o la unificación d e A l e m a n i a - . El p o b r e h o m b r e n o

t u v o n a d a q u e ver c o n esto. Y q u e n o se diga q u e p o d r í a h a b e r fallado: n o se
nos o c u r r e c ó m o h u b i e r a fracasado en d i c h a unificación.
Yo escribía, ya d e s d e el a ñ o 1 9 6 0 , sobre la a u s e n c i a d e i m a g i n a c i ó n d e los
hombres políticos c o n t e m p o r á n e o s , ' D e s d e e n t o n c e s , las cosas se p u s i e r o n ca-
da vez m á s p e s a d a s . Pero t e n e m o s q u e llegar m á s lejos. ¿Por q u é m o t i v o ,
p u e s , este e l e c t r o e n c e f a l o g r a m a es plano? ¿Acaso la h u m a n i d a d se h a d e g e n e -
r a d o d u r a n t e a l g u n a s décadas? ¿Es casualidad el h e c h o de q u e el e l e c t r o e n c e -
falograma d e los p a r t i d o s en F r a n c i a - « t i e r r a clásica d e la política», decía
M a r x - sea plano? ¿Este h e c h o n o significa n a d a en relación con esta sociedad?
¿Todo lo q u e sabe hacer u n a sociedad democrática es, p o r lo t a n t o , llevar al
p o d e r a p a r t i d o s c o n el e l e c t r o e n c e f a l o g r a m a p l a n o ? ¿En q u é consiste u n a
democracia g o b e r n a d a p o r h o m b r e s en s e m e j a n t e estado? Así c o r n o u n m é d i -
co n o se satisface c o n c o n s t a t a r q u e la p r e s i ó n arterial del p a c i e n t e está m u y
alta, sino q u e se p r e g u n t a cuál es la causa de esta s i t u a c i ó n , d e b e r n o s p r e g u n -
t a r n o s p o r q u é este e n c e f a l o g r a m a es p l a n o . E s t o nos d e b e c o n d u c i r a u n
análisis p r o f u n d o d e t o d o el o r g a n i s m o sociohistórico c o n s i d e r a d o y d e las
razones q u e lo llevan a p r o d u c i r e s t r u c t u r a s dirigenciales t a n l a m e n t a b l e s .
O t r o p u n t o q u e brilla p o r su a u s e n c i a en el pensamiento político contem-
p o r á n e o : la p e s a d a y masiva realidad d e ¡a n a c i ó n . ¿ D e q u é m a n e r a la u n i -
versalidad d e los p r i n c i p i o s a los cuales se r e m i t e n p a r a fundar la democracia
p u e d e concillarse, p o r o t r o l a d o , con la m u l t i p l i c i d a d d e las soberanías nacio-
nales ( c u y a g r a n m a y o r í a , d i c h o sea d e paso, f u n c i o n a s o b r e la v i o l a c i ó n
c o n s t a n t e d e estos principios)? ¿En q u é consiste filosóficamente la soberanía
nacional? M a c i z o a m o n t o n a m i e n t o d e h e c h o s en b r u t o , frente a los cuales la
filosofía baja los brazos o lleva a c a b o c o m p r o m i s o s v e r g o n z o s o s c o n la reali-
dad. Parecería q u e , c o n t r a r i a m e n t e a u n a u t o r m u y c o n o c i d o d e fines del si-
glo XVIII, n u e s t r o s filósofos n u n c a se e n c o n t r a r o n c o n franceses, ingleses,
p o l a c o s , turcos, griegos, etcétera: s i e m p r e t u v i e r o n u n t r a t o c o n h o m b r e s .
F i n a l m e n t e , lo m á s i m p o r t a n t e , parecería q u e la e s t r u c t u r a capitalista b u -
rocrática d e la s o c i e d a d n o t e n d r í a efecto en relación c o n su f u n c i o n a m i e n t o
global o político. N o se trata d e las sesenta o d o s c i e n t a s familias, ni d e los se-

«Le m o u v e m e n t révolutionnaire sous le capitalisme m o d e r n e » , Socialismc ou Barbarie,

n ú m . 31 a 33, diciembre 1960-diciembre 1 9 6 1 , retomado en Capitalisme moderne et Révo-
lution, t o m o II, París, UGE, col. 10/18, 1979 [traducc.ón castellana: Capitalismo moderno y
revolución, Madrid, R u e d o Ibérico, 1970].

80/1!
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 163

ñores c o n c h a m b e r g o y g r u e s o s cigarros q u e c o m p r a r í a n los g o b i e r n o s . La

cuestión n o radica allí. La v e r d a d e r a c u e s t i ó n es la de las e s t r u c t u r a s a n t r o p o -
lógicas q u e c o r t e s p o n d c n a las estructuras s o c i o e c o n ó m i c a s , es decir, d e las
estructuras psícosociales del i n d i v i d u o c o n t e m p o r á n e o , d e su m a n e r a d e ac-
tuar y d e insertatse en la s o c i e d a d , y d e lo q u e el m i s m o f u n c i o n a m i e n t o d e la
sociedad t i e n d e a p r o d u c i r y a r e p r o d u c i r e n c u a n t o a c o n d u c t a . Se pasa p o r
alto, lisa y l l a n a m e n t e , el i m a g i n a r i o social d o m i n a n t e a p a r t i r del cual está
estructurado el i n d i v i d u o c o n t e m p o t á n c o . D e h e c h o , es lo q u e ocurre c u a n d o
se habla del i n d i v i d u a l i s m o - o , c o m o Fierre R o s a n v a l l o n esta m a ñ a n a , del
« a d v e n i m i e n t o del i n d i v i d u o . . - . C o m o si este individuo estuviera c o m p l e t a -
m e n t e i n d e t e r m i n a d o o c o r n o si existiera u n i n d i v i d u o e n sí y p a r a sí q u e
surgiera c o n la p r e t e n d i d a d e m o c t a c i a .
E n realidad, el q u e a d v i e n e c o n el c a p i t a l i s m o m o d e r n o es u n i n d i v i d u o
m u y particular: estos h o m b r e s , estas mujeres, y n o c u a l q u i e r h o m b r e o c u a l -
quier mujer. ¿ Q u i é n e s son? N o son c i u d a d a n o s d e B a m a k o n i florentinos del
siglo X V ni rusos d e los t i e m p o s d e las c o n v u l s i o n e s sociales; son h o m b r e s y
mujeres del c a p i t a l i s m o d e este siglo XX q u e t e t m i n a . N o n o s toca c o n s i d e r a r
al i n c o n s c i e n t e m á s p r o f u n d o d e ellos, n i t a m p o c o p o d e m o s hacerlo; basta
considerar sus m a n i f e s t a c i o n e s sociales, sus actividades, sus i n c l i n a c i o n e s , la
m a n e r a en q u e crían a sus hijos, etcétera. S o n aquellos i n d i v i d u o s q u e o t o r -
gan su c o n t e n i d o c o n c r e t o al individualismo.
Pero la ideología circulante q u i e r e c o n s t r u i r t o d o el s i s t e m a político sobre
la idea d e u n i n d i v i d u o fuera del c o n t e x t o histórico y social. P r e t e n d e otorgar¬
le - o r e c o n o c e r l e - la a u t o n o m í a m á s a m p l i a posible, sin t r a t a t u n s e g u n d o la
cuestión del c o n t e n i d o d e esta a u t o n o m í a y d e su uso (esta d e s p r e o c u p a c i ó n
sería, quizás, defendible d e s d e u n p u n t o de vista k a n t i a n o , o sea, desde la p e r s -
pectiva de u n a filosofía sin c a r n e ni h u e s o ) . Se c o m p r u e b a q u e el i n d i v i d u o
c o n t e m p o t á n e o utiliza las libertades q u e le o t o r g a el r é g i m e n para llevar a c a b o
actividades a p a r e n t e m e n t e inofensivas: ir a los s u p e r m e r c a d o s , manejar su co-
che, mirar televisión, etcétera. Sin e m b a r g o , es legítimo p r e g u n t a r n o s , d e s d e el
p u n t o de vista filosófico, q u é pasaría si este i n d i v i d u o o t o r g a r a o t r o contenido a
su a u t o n o m í a ; o si se c o m p r o b a r a q u e sus actividades n o s o n tan inofensivas
- p o r ejemplo, p o r q u e son, directa o i n d i r e c t a m e n t e , c o n t a m i n a n t e s o d e s t r u c -
toras del m e d i o a m b i e n t e - Pero f u n d a m e n t a l m e n t e , lo q u e c o n v i e n e a este
individuo en autónomo n o t i e n e , p o r s u p u e s t o , n i n g u n a característica indivi-
dual, salvo en relación c o n su anclaje matetial: se trata d e lo social lisa y llana-
m e n t e , y esto o c u r r e en la sociedad c o n t e m p o r á n e a casi en la m i s m a m e d i d a
 POLIS
164

q u e en u n a sociedad tradicional. H a c e lo q u e a p r e n d i ó o lo q u e está i n d u c i d o

a llevar a c a b o , y en este preciso m o m e n t o , a las 2 2 horas 2 5 m i n u t o s , la m a ­
yoría d e los hogares en Francia está a p u n t o d e apagar su televisor, q u e e n c e n ­
dieron casi t o d o s alrededor de las 2 0 horas, y d e ir a la c a m a al u n í s o n o .
El m i s m o d e r e c h o , así c o m o está c o n c e b i d o p o r los pocos portavoces c o h e ­
rentes del individualismo, n o es susceptible d e n i n g u n a justificación razonable.
U n individualismo v e r d a d e r a m e n t e c o n s e c u e n t e c o n sus premisas debería limi­
tar las reglas s o c i a l m e n t e sancionadas a las q u e se d e s p r e n d e n ú n i c a m e n t e del
p r i n c i p i o «está p r o h i b i d o llevar a c a b o aquello q u e interfiere c o n la a u t o n o m í a
del otro», y se m a n t i e n e n , m á s allá d e este p r i n c i p i o , e s t r i c t a m e n t e formales y
6
procesales. Pero es i m p o s i b l e c o n c e b i r u n sistema d e n o r m a s d e d e r e c h o t o ­
t a l m e n t e privadas d e u n contenido sustantivo m í n i m o , s u p e r a n d o la s i m p l e
preservación d e la libertad de cada u n o . E n p r i m e r lugar, n o h a y nada en esta
libertad y sus supuestos —ni siquiera la integridad corporal— q u e sea absoluta­
m e n t e natural, lo q u e significa, en otras palabras, r a d i c a l m e n t e i n d e p e n d i e n t e
d e toda institución sociohistórica d e la h u m a n i d a d . (Asimismo, t a n t o N o z i c k
c o m o Rawls i g n o r a n t o t a l m e n t e su provincialismo histórico, c o n s i d e r a n d o co­
m o natural aquello q u e está más o m e n o s establecido en su país a c t u a l m e n t e . )
L u e g o , t e n e m o s disposiciones n e c e s a r i a m e n t e presentes en el C ó d i g o p e n a l y
e n el C ó d i g o civil q u e n o p u e d e n ser justificadas fuera de consideraciones sus­
tantivas. La querella a p r o p ó s i t o del d e r e c h o al a b o r t o , por e j e m p l o , n o p u e d e
ser resuelta si n o se recurre a a r g u m e n t o s relativos a la sustancia, d a n d o prioridad
a la libertad sectorial presente d e u n a mujer a la libertad total p e r o s i m p l e m e n ­
te potencial y futura de u n e m b r i ó n —o a la inversa-. La d e t e r m i n a c i ó n d e la
m e n s u a l i d a d en c o n c e p t o de a l i m e n t o s q u e d e b e desembolsar u n p a d r e divor­
ciado p a r a sus hijos se hace t e n i e n d o en c u e n t a los medios económicos d e este
p a d r e ; e n otras palabras, n o tiene n a d a q u e ver c o n la libertadas, los hijos, sino
q u e i n c o r p o r a u n p r i n c i p i o d e m a n t e n i m i e n t o hereditario d e la repartición
existente d e los recursos e c o n ó m i c o s . (Por o t r o l a d o , t o d o el d e r e c h o d e suce-

c
«§ C. Principio general del derecho. - U n a acción es justa (legítima) c u a n d o [por] su inter­
medio o según la m á x i m a que reza que el libre albedrío de alguien puede coexistir con la li­
bertad de todos según una ley general, etcétera.» (Kant, Fundamento de la Metafísica de las
costumbres, primera parte, «Fundamentos metafísicos de la teoría del derecho», Introduc­
ción, § C). Véase también el final del § B: «De esta manera, el derecho es el conjunto de
las condiciones bajo las cuales el albedrío de u n o p u e d e ser unido al albedrío del otro según
una ley genera] de la libertad». En alemán, recht significa derecho (en todas las acepciones
del término) pero además significa justo.

81/1Í
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 165

siones n o tiene estrictamente n a d a q u e ver c o n la preservación de u n a autono-

mía individual cualquiera - s a l v o si se o t o r g a r a u n a libertad integral para escri-
bir el t e s t a m e n t o , cosa q u e m e parece q u e n o ocurre en n i n g ú n país-) La socie-
dad n o tiene n i n g u n a proyección en el t i e m p o si no tiene niños socializados,
es decir, criados y educados d e cierta m a n e r a . H a c e r nacer a u n n i ñ o e n u n país
en vez d e o t r o ya restringe su libertad, así c o m o criarlo d e tal m a n e r a y n o d e
otra, enseñarle e n la escuela esto en vez d e aquello. ¿Acaso es necesario q u e ,
para preservar la libertad Aá n i ñ o , el E s t a d o g e n d a r m e d e b a arrancárselo desde
su n a c i m i e n t o a sus padres ( p o r lo t a n t o , criarlo y educarlo según sus n o r m a s ,
las del E s t a d o ) ; o quizás los p a d r e s d e b e r á n preservarlo d e t o d a influencia ex-
terna, i n c l u y e n d o la propia? Si d e b e m a n t e n e r s e u n E s t a d o e n c o n d i c i o n e s m í -
nimas p a r a s a n c i o n a r las reglas m í n i m a s d e coexistencia social, sus gastos d e
f u n c i o n a m i e n t o d e b e n ser c u b i e r t o s ; nos gustaría e n t e r a r n o s d e en q u é consis-
tiría u n a fiscalización a b s o l u t a m e n t e neutral e n c u a n t o a sus efectos sociales.
Sería lógica y r e a l m e n t e i m p o s i b l e la existencia d e n o r m a s colectivas, tri
viales o n o , sin q u e se t o m a r a e n c o n s i d e r a c i ó n algo s i t u a d o más allá d e los
individuos: u n bien común c u a l q u i e r a , q u e t r a t e de la felicidad de la mayoría,
del p o d e r del E s t a d o o del t i r a n o , d e las p o s i b i l i d a d e s q u e h a b r í a q u e s u m i -
nistrar a los s u p e r h o m b r e s p a r a q u e se p u e d a n desarrollar sin verse c o n t a m i -
n a d o s p o r la m o r a l d e los esclavos, d e la justicia, de la pureza de la raza o d e
c u a l q u i e r o t r a cosa. R e a l m e n t e , y a q u e t o d o sistema d e n o r m a s se i n s p i r a ,
n e c e s a r i a m e n t e , e n la p r o m o c i ó n d e valores sustantivos y c o n d u c e d e m a n e -
ra i n e l u d i b l e a ellas. L ó g i c a m e n t e , p o r q u e e n el todos d e la n o r m a se e n c u e n -
tra n e c e s a r i a m e n t e i m p l i c a d o algo q u e t r a s c i e n d e al individuo. E n el m á s
s i m p l e d e los casos, p a r a preservar la autonomía d e c a d a u n o , la n o r m a d e b e
interferir en la autonomía d e c a d a u n o , lo q u e es decir d e t o d o s . Este todos
a n ó n i m o e i n d e f i n i d o n o es n i u n i n d i v i d u o d e t e r m i n a d o ni u n a c o l e c c i ó n
c o n c r e t a de i n d i v i d u o s d e t e r m i n a d o s , s i n o la p o s i b i l i d a d abstracta d e c o n t i -
n u a r la v i d a social c o m o tal. Si esta c o n t i n u i d a d n o está p l a n t e a d a c o m o va-
lor i n d i s c u t i b l e , n a d a e n la metafísica individualista p u e d e d e t e n e r la a r g u -
m e n t a c i ó n c o n o c i d a , q u e e m p i e z a c o n Callicles y T a r i s m a c o , p a s a n d o p o r
Sade, hasta llegar a S t i r n e r y N i e t z s c h e . Si e s t á p l a n t e a d a , conlleva n o r m a s y
decisiones c o n u n c o n t e n i d o s u s t a n t i v o q u e v a n m u c h o m á s allá d e las reglas
formales y d e los p r o c e d i m i e n t o s q u e p r e s e r v a n la l i b e r t a d individual.
L o q u e p o d r í a m o s l l a m a r la r e s p u e s t a d e H o b b e s a Callicles - n i n g ú n
h o m b r e es lo s u f i c i e n t e m e n t e fuerte c o m o p a r a enfrentar la coalición e n su
c o n t r a d e u n a m u l t i t u d d e d é b i l e s - t i e n e s e n t i d o sólo e n el t e r r e n o radical-

0
166 POLIS

m e n t e presocial en el cual se coloca H o b b e s para las necesidades d e su c o n s ­

t r u c c i ó n . C u a n d o los h u m a n o s están t o t a l m e n t e e m b r u t e c i d o s , c u a n d o t o ­
davía n o saben e n r e d a r s e u n o s con o t r o s c o n lindas palabras, m a g i a y mila­
gros, revelaciones d i v i n a s , m a n i o b r a s d e división, etcétera, la fuerza b r u t a
« r í a , e l e c t i v a m e n t e , la v e n c e d o r a . Pero t o d a la historia d e la h u m a n i d a d tes
ti m o n t a a q u í en c o n t r a d e tal p o s i b i l i d a d , a m p l i a m e n t e c o n s t i t u i d a p o r la
d o m i n a c i ó n de los r e y c sagrados, p o r las oligarquías m i n o r i t a r i a s , p o r los
d i c t a d o r e s , los e m p e r a d o r e s , los p a r t i d o s instalados en el p o d e r , etcétera. La
c o n s t t u c c i ó n d e Hobbt-s i n t e n t a extraer u n hecho ficticio d e u n derecho total­
m e n t e relativo. Ficticio n o p o r q u e tal estado de naturaleza nunca pudiera
existir (cosa p r o b a b l e m e n t e cierta), s i n o p o r q u e , d e h a b e r existido, n o h u ­
biera sido u n estado d e colectividad humana, o sea, u n a c o l e c t i v i d a d d e seres
h a b l a n t e s y, p o r lo t a n t o , c r e a d o r e s d e i m á g e n e s y d e i n s t i t u c i o n e s .
La ideología liberal c o n t e m p o r á n e a oculta la realidad sociohistórica del tégi-
tnen establecido. O c u l t a además u n a cuestión decisiva, la del f u n d a m e n t o y de
la correspondencia antropológica d e coda política y d e t o d o régimen. C u e s t i ó n
q u e obsesionaba a los filósofos q u e h a n esctito sobre política: P l a t ó n , Aristóte­
les, H o b b e s , Spinoza, M o n t e s q u i e u , Rousseau, Kant. Un h o m b r e d e m o c r á t i c o
n o es cualquier individuo, y estatnos e x p e r i m e n t á n d o l o . H i c i m o s t a m b i é n esta
experiencia, d r a m á t i c a m e n t e , a través del desarrollo o p u e s t o d e los recientes
acontecimientos en Checoslovaquia, p o r u n lado, y en R u m a n i a , p o r el o t r o .
C o m o s i e m p r e , el c o n t e n i d o a n t r o p o l ó g i c o del i n d i v i d u o c o n t e m p o r á ­
n e o n o es o t t a cosa q u e la e x p r e s i ó n o la realización c o n c r e t a , en c a r n e y
h u e s o , del i m a g i n a r i o social central d e la é p o c a , q u e m o l d e a el r é g i m e n , su
o r i e n t a c i ó n , los valores, a q u e l l o p o r lo cual vale la p e n a vivir o m o r i r , el em­
puje d e la sociedad, incluso sus afectos —y los i n d i v i d u o s l l a m a d o s a p e t m i t i t
la existencia c o n c t e t a d e t o d o e s t o - . S a b e m o s q u e este imaginario centra! d e la
época es, cada vez en m a y o r m e d i d a , el i m a g i n a r i o central capitalista, e x p a n ­
sión ilimitada de! p r e t e n d i d o d o m i n i o s u p u e s t a m e n t e racional —de h e c h o ,
del d o m i n i o d e la e c o n o m í a , d e la p r o d u c c i ó n y del c o n s u m o —, y c a d a vez
m e n o s el i m a g i n a r i o d e la a u t o n o m í a y d e la d e m o c r a c i a .
T e n e m o s q u e ver a d e m á s , bajo esta perspectiva, la innovación capitalista a
la cual se referia Maree! G a u c h e r . En la m e d i d a en q u e existe, esta i n n o v a c i ó n
n o es t a m p o c o cualquier i n n o v a c i ó n : o r i e n t a d a p o r el imaginario capitalista, se
e n c a m i n a hacia cierto s e n t i d o y excluye a otros. N u e s t r a época la c o n o c e sobre
t o d o c o m o innovación tecnológica, productiva, comercial, financiera; casi n o
existe la perspectiva d e i n n o v a c i ó n política, attística, cultural, filosófica.
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 167

Es necesario a h o r a llevar a c a b o u n a larga digresión sobre e c o n o m í a . H a b l a b a

a n t e r i o r m e n t e del analfabetismo a p r o p ó s i t o del régimen representativo; repe-
tiré la expresión, m á s e n f á t i c a m e n t e a ú n , a p r o p ó s i t o de la e c o n o m í a y del ca-
pitalismo. Se habla a h o r a e n c u a l q u i e r p a r t e del «triunfo d e la e c o n o m í a d e
m e r c a d o sobre la planificación». Pero n o h a y u n v e r d a d e r o m e r c a d o e n los
países capitalistas, así c o m o n o existía u n a planificación en ios países b u r o c r á -
ticos totalitarios. E n resumen: n o h a y m e r c a d o bajo el r é g i m e n capitalista, ya
q u e d o n d e existe el capitalismo, n o h a y m e r c a d o ; y d o n d e h a y m e r c a d o , n o
p u e d e haber capitalismo. Existe s o l a m e n t e u n s e u d o m e r c a d o , q u e c o n s t i t u y e
u n oligopolio, t o t a l m e n t e imperfecto e irracional. El hecho d e q u e este m e r c a d o
funcione mil millones de veces m e j o r q u e el aberrante delirio b u r o c r á t i c o ruso
u o t r o es indiscutible, c o m o t a m b i é n es i n f i n i t a m e n t e preferible vivir a q u í y
n o allá. Pero esto n o significa q u e m e r c a d o y capitalismo sean s i n ó n i m o s ni
q u e el s e u d o m e r c a d o capitalista sea el m e c a n i s m o ó p t i m o d e asignación y d e
reparto d e los recursos q u e se p r e t e n d e . El m e r c a d o existe p o r lo m e n o s d e s d e
los fenicios; existía con los griegos y los r o m a n o s , m u y desarrollado en el m u n -
d o m e d i t e r r á n e o . Tuvo u n a considerable regresión d u r a n t e la verdadera E d a d
M e d i a (del siglo V al siglo X ) , y l u e g o se desarrolló de n u e v o p a r a l e l a m e n t e a la
c o n s t i t u c i ó n y al desarrollo d e la burguesía. D e s p u é s , fue t o m a d o p o r el desa-
rrollo del capitalismo, pero p a r a q u e a d q u i r i e r a su f o r m a capitalista, f u e r o n
necesarios, s i m u l t á n e a m e n t e , la violencia y la intervención del Estado, c o m o
lo d e m o s t r a r o n a m p l i a m e n t e t a n t o M a r x c o m o Karl Polanyi. Este m e r c a d o ,
i n f i n i t a m e n t e m á s eficiente c o m o m e d i o de i n t e r c a m b i o q u e cualquier asigna-
ción arbitraria de recursos, c o m o p u e d e ser la seudoplanificación burocrática,
n o tiene n a d a q u e ver en su realidad c o n este m e c a n i s m o q u e o p t i m i z a racio-
n a l m e n t e esta asignación, tal c o m o está descrito idílicamente p o r los m a n u a l e s
de e c o n o m í a política d e s t i n a d o s al uso de los estudiantes.
La r a c i o n a l i d a d del m e r c a d o exigiría q u e h u b i e r a :

1) C o m p e t e n c i a perfecta e n t r e e m p r e s a s . N o existe; v i v i m o s en el c a p i t a -
l i s m o q u e es necesariamente u n a e c o n o m í a de oligopolios, m o n o p o l i o s ,
a c u e r d o s explícitos o tácitos, e t c é t e r a .
2) I n f o r m a c i ó n perfecta d e los c o n s u m i d o r e s . Bastaría tratar d e visualizar
lo q u e a q u e l l o significaría p a r a ver q u e se t r a t a d e un a b s u r d o .
3) I n f o r m a c i ó n perfecta d e los p r o d u c t o r e s . La m i s m a o b s e r v a c i ó n q u e la
anterior.
4) Fluidez perfecta d e los factores d e p r o d u c c i ó n , o sea, n o s o l a m e n t e
movilidad smo a d e m á s transformabilidad c o m p l e t a de las u n i d a d e s c o n c r e t a s

0
i6H POLIS

del capital y del trabajo. E s t o , r i g u r o s a m e n t e , i m p l i c a aseveraciones c o m o

q u e se p u e d a t r a n s f o r m a r , i n s t a n t á n e a m e n t e y sin costos, los i n m u e b l e s en
aviones, o q u e los p o r t u a r i o s d e s o c u p a d o s d e M a r s e l l a p u e d a n convertirse,
sin gastos y sin d e m o r a , en p r o g r a m a d o r e s en M a u b e u g e (y p o r q u é n o , en
azafatas en A t l a n t a ) . Significa, en o t r o s t é r m i n o s , q u e en esta e c o n o m í a so-
fiada n o existen ni fricciones ni p é r d i d a s , n i irreversibilidad costosa d e las
decisiones; vale decir q u e n o existe el t i e m p o y q u e los o b r e r o s son capitalis­
tas ( p u d i e n d o hacerse cargo sin n i n g ú n p r o b l e m a d e t o d o s los gastos d e t o d a
f o r m a c i ó n q u e les p a r e c i e r a ventajosa).
5) Racionalidad de los costos de p r o d u c c i ó n , en especial de los precios del
trabajo, el costo y el precio del capital, los precios d e ios recursos n o reproduci-
bles. T o d o esto n o tiene s e n t i d o . El precio d e los recursos n o reproducibles
(tierras, m i n a s , etcétera) se e n c u e n t r a n e c e s a r i a m e n t e bajo u n r é g i m e n d e p r o ­
piedad privada, u n precio de m o n o p o l i o . El precio del trabajo es i n d e t e r m i n a ­
d o y t e ó r i c a m e n t e i n d e t e r m i n a b l e ; de h e c h o , expresa a cada instante la rela­
ción de fuerza (explícita y implícita) entre e m p l e a d o r e s y e m p l e a d o s , ai m i s m o
t i e m p o q u e r e p r o d u c e la estructura establecida d e r e p a r t o de los ingresos - a
saber, la desigualdad del reparto inicial de los recursos y d e las c o n d i c i o n e s - .
E n otros t é r m i n o s , la fuerza del trabajo n o es u n a mercancía. El costo del capi­
tal (considerado c o m o e n s a m b l a d u r a material d e i n s t r u m e n t o s de p r o d u c c i ó n
p r o d u c i d o s ) se d e t e r m i n a ú n i c a m e n t e c o m o costo histórico, t o t a l m e n t e n o per­
tinente en u n a e c o n o m í a c o n c a m b i o técnico (la i n t e r v e n c i ó n d e u n a nueva
m á q u i n a o d e u n n u e v o p r o d u c t o p u e d e a n u l a r el valor de las m a q u i n a r i a s
existentes); su valor presente, c o m o el de t o d o bien d u r a d e r o , está esencialmen­
te d e t e r m i n a d o p o r anticipaciones sobre su valor futuro, q u e n o tienen n a d a
q u e ver c o n cualquier costo de producción. Las tasas d e interés, en la e c o n o m í a
capitalista, c o n s t i t u y e n u n f e n ó m e n o esencialmente m o n e t a r i o ( q u e n o tiene
n a d a q u e ver c o n u n a remuneración del capital ni con su especificidad), deter­
m i n a d o , p o r u n a p a r t e , p o r la política del B a n c o central, p o r o t r a p a r t e p o r las
anticipaciones d e los m e r c a d o s financieros sobre esta m i s m a política y sobre
otros f e n ó m e n o s i g u a l m e n t e irracionales (evolución d e los precios, etcétera).

6) E q u i l i b r i o del m e r c a d o global e s p o n t á n e a m e n t e realizado - q u i e r e decir

pleno e m p l e o de los recursos p r o d u c t i v o s - . Vemos q u e n o ocurre n a d a de esto,
y s a b e m o s , p o r lo m e n o s d e s d e Keynes, p o r q u é m o t i v o n o p u e d e ocurrir.

Si h a b l o , g r o s e r a m e n t e , d e a n a l f a b e t i s m o , es p o r q u e lo esencial d e t o d o lo
a n t e r i o r es algo c o n o c i d o d e s d e h a c e m u c h o t i e m p o ; en realidad, d e s d e los

83/1 í
 ¿QUÉ DEMOCRACIA?

a ñ o s tremía: R o b i n s o n , C h a m b e r l a i n , Keynes, K a h n , Sraffa, Shakle, Kalecki,

etcétera. Esto estaba g e n e r a l m e n t e a d m i t i d o hacia la m i t a d d e los a ñ o s c i n -
c u e n t a . L u e g o , c o m e n z ó u n a e n o r m e regresión s e m e j a n t e a la q u e o c u r r i ó en
filosofía política; u n p o c o quizás m e n o s g r a t u i t a en e c o n o m í a , en f u n c i ó n d e
q u e la regulación k e y n e s i a n a d e la d e m a n d a global c r e a b a o r t o s p r o b l e m a s
(en especial, el d e la inflación c r ó n i c a g e n e r a d a p o r el m a n t e n i m i e n t o a lar-
go plazo d e u n nivel p e r m a n e n t e m e n t e elevado de d e m a n d a global). A c o m -
p a ñ a n d o la ofensiva R e a g a n - T h a t c h e r en c o n t r a d e los s i n d i c a r o s y d e los ni-
veles d e salarios, esta regresión p e r m i t i ó q u e los e x t i r p a d o r e s de d i e n r e s d e
C h i c a g o sacaran a relucir las a n t i g ü e d a d e s tefutadas d e s d e h a c e m u c h o t i e m
p o (de h e c h o , la teoría c u a n t i t a t i v a d e la m o n e d a ) , q u e los expertos del F o n -
d o M o n e t a r i o I n t e r n a c i o n a l h u n d i e r a n a l g u n o s clavos a d i c i o n a l e s e n el
a t a ú d d e los países p o b r e s y q u e el s e ñ o r G u y S o n r í a n se c o n v i r t i e r a e n el
apósrol d e las Luces e c o n ó m i c a s e n Francia.
Si h a c e m o s abstracción d e estas peripecias molestas, irrisorias y t i b i a l e s , el
f o n d o d e las cuestiones n o es trivial d e n i n g u n a m a n e r a . M e refiero al p u n t o
d e vista p u r a m e n t e teórico. E n p r i m e r lugar, la e c o n o m í a se involucra ( a d e -
más) c o n cantidades - y las cantidades e c o n ó m i c a s n o lo son v e r d a d e r a m e n t e :
g e n e r a l m e n t e n o son medibles, ya q u e n o se p u e d e n c o m p a r a r e n t t e s í - . R e -
sultan c o n v e n c i o n a l m e n t e c o m p a r a b l e s (si c a b e la expresión, a través d e u n a
i n s t i t u c i ó n de s e g u n d o g r a d o ) , a posterior!, ex post, a p a r t i r del m o m e n t o e n
q u e se instituyen tasas d e i n t e r c a m b i o m á s o m e n o s fijas y, en particular, d e s -
d e q u e se instituye la moneda. L a m o n e d a c o n s t i t u y e el velo d e s e u d o c o m p a -
rabilidad q u e se arroja s o b r e objetos i n c o m p a r a b l e s . U n a c o m p a r a b i l i d a d teó-
rica p o d r í a ser e l a b o r a d a en u n a e c o n o m í a estática r e t r o t r a y e n d o t o d o s los
inputs necesarios a la p r o d u c c i ó n a u n o sólo d e ellos y, e n particular, p o r m o -
tivos evidentes, al t i e m p o d e trabajo (esto es g l o b a l m e n t e el p u n t o d e vista d e
los clásicos, ya a p a r t i r d e L o c k e , s e g u r a m e n t e desde S i n i t h y hasta M a r x ) .
Por u n a gran c a n t i d a d d e r a z o n e s , esta m i s m a r e d u c c i ó n n o t i e n e n a d a q u e
ver con la realidad: el trabajo m i s m o n o es h o m o g é n e o ; existen tecursos n o
reprodúceles; finalmente, los i n t e r c a m b i o s se llevan a c a b o m e d i a n r e precios
q u e s i m u l t á n e a m e n t e reflejan y realizan el r e p a r t o del e x c e d e n t e (y del p r o -
d u c t o en general) e n t t e trabajadores y n o trabajadores, así c o m o e n t r e los dis-
t i n t o s g r u p o s q u e f o r m a n , y este r e p a r t o está m a t g i n a l m e n t e d e t e r m i n a d o
por factores económicos, p r i n c i p a l m e n t e p o r la l u c h a i n c e s a n t e y p o l i m o r f a e n -
tte las partes involucradas. Pero, e n s e g u n d o lugar, el p r o b l e m a q u e d e b e ser
resuelto, incluso en el p l a n o d e la p u r a teoría, n o es el d e u n a e c o n o m í a esrá-

0
170 POLIS

cica s i n o el d e u n a e c o n o m í a con c a m b i o técnico (y c a m b i o d e preferencias, o

sea, d e la c o m p o s i c i ó n de la d e m a n d a final). A h o r a bien, en el s e n o d e s e m e -
jante e c o n o m í a , los coeficientes técnicos d e p r o d u c c i ó n , es decir, las c a n t i d a -
des relativas d e bienes necesarios a la p r o d u c c i ó n d e u n o b j e t o d e t e r m i n a d o ,
c a m b i a n t o d o el t i e m p o . (Basta q u e uno solo d e ellos se m o d i f i q u e p a t a q u e
c a m b i e t o d a la i m a g e n . ) En t é t m i n o s técnicos, la m a t r i z q u e representa la
e c o n o m í a (cuyos vectores c o r r e s p o n d e n a las diferentes actividades p r o d u c t i -
vas y a los c o m p o n e n t e s d e la d e m a n d a final), a la q u e l l a m a m o s M , c a m b i a
con el t i e m p o , al q u e l l a m a m o s t. Un a u d a z profesor d e e c o n o m í a q u e posee
una licencia en m a t e m á t i c a podría decir: n o i m p o r t a , e s c t i b i t e m o s M (í) == f
(t). Pero e v i d e n t e m e n t e aquello resultaría c ó m i c o , n o sólo p o t el h e c h o de
q u e n o c o n o c e m o s la función /," sino p o r q u e la idea d e q u e p o d r í a m o s c o n o
c e d a resulta i n t r í n s e c a m e n t e absurda: si c o n o c i é r a m o s la función / conoce-
ríamos la tecnología del a ñ o q u e viene y sólo faltaría aplicarla a partir d e a h o -
ra, y así s u c e s i v a m e n t e p o t los siglos d e los siglos. Peto hay algo m á s grave
a ú n , ya q u e el c a m b i o técnico n o es s i m p l e m e n t e u n c a m b i o d e la m a t r i z de
los coeficientes técnicos de p r o d u c c i ó n y d e d e m a n d a final; c o n s t i t u y e u n
c a m b i o del m i s m o espacio vectorial en el cual se i n t e n t a r í a insctibir esta m a -
triz (lo q u e p o r o t r o lado es p r á c t i c a m e n t e i m p o s i b l e ) . En t é t m i n o s sencillos,
cada i n v e n c i ó n de u n p r o d u c t o n u e v o , i n s t r u m e n t o o proceso p r o d u c t i v o sig-
nifica q u e nuevas d i m e n s i o n e s se agregan al espacio vectorial e c o n ó m i c o , y
q u e otras (no n e c e s a r i a m e n t e c o r r e s p o n d i e n t e s ) están s u p r i m i d a s . Si n u e s t r o
a m i g o , el i n t r é p i d o profesor d e e c o n o m í a m a t e m á t i c a , i n t e n t a r a e n t o n c e s es-
cribir: E (t) = g(t) ( d o n d e Ees el espacio vectotial y g o t t a «función»), habría
q u e e c h a r l o d i r e c t a m e n t e , ya q u e inscribir u n a f u n c i ó n p r e s u p o n e q u e se
p u e d e definir m í n i m a m e n t e el c o n j u n t o del cual extrae sus valores, lo q u e
equivaldría a firmar q u e se p u e d e n definir todas las tecnologías posibles ( a h o -
ra o en u n millón d e años) y la ley d e su sucesión en el t i e m p o . Para decirlo
a u n más s i m p l e m e n t e , los m o t i v o s p o r los cuales la e c o n o m í a real n o es racio-
nal son en gran m e d i d a los m i s m o s q u e aquéllos p o r los cuales n o existe u n a
ciencia económica rigurosa. Si existiera, t o d o s los e c o n o m i s t a s , y s o l a m e n t e
ellos, serían i n f i n i t a m e n t e ricos.

N o h e m o s t e r m i n a d o a ú n . T o d o el edificio d e la supuesta ciencia económi-

ca está n e c e s a r i a m e n t e f u n d a d o ( i n c l u y e n d o a M a r x ) en la idea de q u e po¬
dría h a b e r u n a imputación separada d e los costos d e p r o d u c c i ó n (o, lo q u e
v e n d r í a a ser lo m i s m o , d e los resultados d e la p r o d u c c i ó n ) a las u n i d a d e s y a
los factores d e p r o d u c c i ó n . Pero s e m e j a n t e i m p u t a c i ó n separada es, teórica-

84/1!
r ¿QUÉ DEMOCRACIA? 171

m e n t e , u n a c o m p l e t a falacia. El p r o d u c t o g l o b a l es el r e s u l t a d o d e la activi-
d a d global (y d e t o d a la h i s t o r i a p r e c e d e n t e ) . El p o s t u l a d o d e s e p a r a b i l i d a d
- y de la i m p u t a c i ó n c o r r e s p o n d i e n t e d e partes del p r o d u c t o - c o n s t i t u y e la
t r a d u c c i ó n seucloteórica d e la i n s t i t u c i ó n d e la a p r o p i a c i ó n privada (mistifi-
cación a la cual el m i s m o M a r x s u c u m b e ) .
Es el sistema e c o n ó m i c o t o m a d o in toto (y c o n su historia precedente) el
q u e p r o d u c e , y n o tal usina o tal trabajador. N o existe u n a topología e c o n ó m i -
ca, ni discreta ni c o n t i n u a (no h a b l o , e v i d e n t e m e n t e , del universo físico subya-
cente en la e c o n o m í a e i m p l i c a d o en la m i s m a empresa). Se traza u n a frontera
c o n t a b l e i n d i c a n d o d ó n d e se d e t i e n e n los costos propios (y las ganancias pro-
pias) de u n a e m p r e s a porque h a y a p r o p i a c i ó n privada; esta frontera es ficticia
desde otra perspectiva, a u n q u e fuese p o r el h e c h o de (lo d e s c u b r i m o s a h o r a ,
en función d e los p r o b l e m a s del m e d i o a m b i e n t e ) las externalidades, d e los
costos s o p o r t a d o s p o r otras e n t i d a d e s distintas d e la e m p r e s a y de los benefi-
cios en relación c o n los cuales la e m p r e s a n o hizo nada. T o m a n d o u n e j e m p l o
e x t r e m o p e r o ilustrativo, costos y beneficios d e la m i s m a fábrica, r i g u r o s a m e n t e
idéntica en c u a n t o a las m a q u i n a r i a s y al personal, situada en R u h r y en A n a -
tolia, n o serán s e g u r a m e n t e los m i s m o s . Y si se p u e d e p r o d u c i r c o m o se p r o -
d u c e en u n a fábrica m o d e r n a , ello se debe además al h e c h o d e que existen t o -
das las economías externas d e t o d a la historia p r e c e d e n t e y d e t o d o el c o n t e x t o
h u m a n o presente -regalos gratuitos, n o d e la naturaleza, s i n o d e lo sociohistó
rico occidental, d e los q u e la I n d i a , África o incluso Rusia n o se b e n e f i c i a r o n - .
T o d a d e c i s i ó n d e i m p u t a c i ó n c o n s t i t u y e u n a decisión política, ya q u e es
s i m u l t á n e a m e n t e e ipso facto u n a decisión d e asignación. La decisión p o l í t i -
ca q u e subyace a la e c o n o m í a capitalista, n u n c a f o r m u l a d a d e m a n e r a explí-
cita, tiene c o m o c o n t e n i d o esencial el h e c h o d e r e p r o d u c i r grosso m o d o la
e s t r u c t u r a existente del r e p a r t o d e los r e c u r s o s y de las reinas ( a u n q u e n o
e x a c t a m e n t e a los beneficiarios i n d i v i d u a l e s d e este r e p a r t o ) . E n u n a socie-
d a d d e m o c r á t i c a , las decisiones f u n d a m e n t a l e s de i m p u t a c i ó n y de asigna-
c i ó n d e b e r á n ser t o m a d a s e x p l í c i t a m e n t e y c o n c o n o c i m i e n t o d e causa. Vol-
7
veré b r e v e m e n t e sobre el p a r t i c u l a r m á s a d e l a n t e .

Varios a s p e a o s de lo anrerior han sido desarrollados más ampliamente en «Sur la d y n a m i -

que du c a p i t a l i s m o , Socialisme ou Barbarie, n u m . 12 y 13, agosto de 1953 y enero de
1954; «Le m o u v e m e n t révolutionnaire...», citado en nota 5; «Technique», 1973, retomado
en Les Carrefours du labyrintbe, París, Seuil, 1 9 7 8 ; «'Rationalité' et ' d é v e l o p p e m e n t ' » ,
1974, r e t o m a d o en Domaines de l'homme, París, Seuil, 1986; «Valeur, égalité, justice, poli-

0
 172 POLIS

D e c i r q u e la e c o n o m í a capitalista c o n t e m p o r á n e a es «racional» q u i e r e d e -
cir q u e lo sería a d e m á s en el m i c r o n i v e l : este m i c r o n i v e l es la e m p r e s a , es¬
t r u c t u r a j e r á r q u i c o b u r o c r á t i c a a t o s i g a d a d e c o n t r a d i c c i o n e s y d e l u c h a s , en
especial, la q u e tiene lugar e n t r e dirigentes y ejecutantes (la cual p o r o t r o l a d o
n o o p o n e en la e m p r e s a d o s g r u p o s c l a r a m e n t e s e p a r a d o s , s i n o q u e atraviesa
la m a y o r í a d e las veces a los m i s m o s i n d i v i d u o s . ) M a r c e l G a u c h e r escribía
r e c i e n t e m e n t e en Le Débat, q u e e s t a m o s e s p e r a n d o al teórico d e la i r r a c i o n a -
l i d a d d e la b u r o c r a c i a . E s p e r o q u e este teórico, c u a n d o h a g a su a p a r i c i ó n ,
p o d r á aprovechar u n p o c o del análisis q u e h i c e d e la m i s m a d u r a n t e c u a r e n t a
a ñ o s , t a n t o en lo q u e se refiere a la i r r a c i o n a l i d a d d e la b u r o c r a c i a p o l í t i c a
8
global, c o m o en lo q u e a t a ñ e a la b u r o c r a c i a en la e m p r e s a . E s p e r o , a d e m á s ,
q u e aparezca m i e n t r a s t o d a v í a viva, p a r a p o d e r c o m p r e n d e r e n q u é m e d i d a
m i s análisis e r a n e s e n c i a l m e n t e insuficientes. P e r o , d i c h o sea d e p a s o , n o
p u e d o dejar d e a s o m b r a r m e p o r el h e c h o d e q u e se aprecie t a n t o la g e s t i ó n
b u r o c r á t i c a del c o n j u n t o d e la e c o n o m í a y q u e se p u e d a fingir creer q u e es
o t r a cosa c u a n d o se t r a t a d e la b u r o c r a c i a ejecutiva d e I B M , G e n e r a l M o t o r s ,
P e u g e o t , M i t s u b i s h i , etcétera.

Estas c o n t r a d i c c i o n e s y l u c h a s i n t e r n a s d e la e m p r e s a c o n t e m p o r á n e a se
t r a d u c e n p o r lo q u e se l l a m a p ú d i c a m e n t e disfuncionamientos, a los cuales la
ú n i c a respuesta h a l l a d a p o r el c a p i t a l i s m o consiste en la r o b o t i z a c i ó n c o n s -
t a n t e d e la p r o d u c c i ó n . Pero esta r o b o t i z a c i ó n , a d e m á s d e sus p r o b l e m a s in-
trínsecos (en el análisis d e los cuales n o p o d e m o s e n t r a r a q u í , p e r o q u e son
evidentes p o r e j e m p l o en el lugar d o n d e está m á s avanzada, la i n f o r m á t i c a )
n o h a c e o t r a cosa q u e rechazar o desplazar la c u e s t i ó n hacia las p a r t e s t o d a -
vía n o r o b o t i z a d a s d e las e m p r e s a s y del s i s t e m a en general.
F i n a l m e n t e , exista o n o , la racionalidad d e la e c o n o m í a n o sería n u n c a
o t r a cosa q u e la racionalidad d e u n s i s t e m a d e recursos, y el j u i c i o s o b r e ella
está p e n d i e n t e del j u i c i o sobre la r a c i o n a l i d a d d e los fines q u e estos recursos

tique...», 1975, retomado en Les Carrefours..., ob. cit.; Devant la guerre, París, Fayard,
1982, p p . 128-212 [traducción castellana: Ante la guerra, Barcelona, Tusquets, 1986].
8
Véase el conjunto de mis textos retomados en La Société bureaucratique, 2 vol., París, UGE,
col. 10/18, 1973; nueva edición, París, Christian Bourgois, 1990 [traducción castellana:
La sociedad burocrática, Barcelona, Tusquets, 1976]. Además, y sobre todo, «Sur le contenu
du socialisme III», Socialisme ou Barbarie, n ú m . 2 3 , enero de 1958, r e t o m a d o en L'Expé-
riencedu mouvement ouvrier, t o m o II, París, UGE, col. 1 0 / 1 8 , 1974 [traducción castellana:
La experiencia del movimiento obrero, Barcelona, Tusquets, 1979].

85/1 i
 ¿ Q U É DEMOCRACIA? 17 3

llevan a cabo. La a s i g n a c i ó n d e los recursos p r o d u c t i v o s e n el sistema c a p i t a -

lista y t a m b i é n su o r g a n i z a c i ó n e s t á n s u b o r d i n a d a s a u n fin q u e n o es n i ra-
cional ni s i m p l e m e n t e r a z o n a b l e : la e x p a n s i ó n infinita d e l ( s e u d o ) d o m i n i o
(seudo)racional; c o n c r e t a m e n t e , la e x p a n s i ó n infinita d e la p r o d u c c i ó n , j u s -
tificada p o r la e x p a n s i ó n i n f i n i t a d e l c o n s u m o q u e p e r m i t i r í a . L l e g a m o s fi-
n a l m e n t e a la e x p a n s i ó n i l i m i t a d a del c o n s u m o c o m o fin e n sí m i s m a , lo
q u e es u n a b s u r d o . Los q u e q u i e r e n d e f e n d e r filosóficamente las s o c i e d a d e s
capitalistas c o n t e m p o r á n e a s d e b e r í a n d e f e n d e r filosóficamente sus valores.
Estos valores n o t i e n e n n i n g u n a a m b i g ü e d a d : se vive y se m u e r e p a r a a u -
m e n t a r el c o n s u m o . M e g u s t a r í a m u c h o q u e u n filósofo se levante y diga: es-
t a m o s e n este p l a n e t a p a r a c o n s u m i r c a d a vez m á s , y q u e trate, si n o d e fun-
d a m e n t a r , p o r lo m e n o s d e d e f e n d e r esta p r o p o s i c i ó n . P e r o n o veo esto e n
n i n g u n a p a r t e . Veo s o l a m e n t e discursos s o b r e la democracia y la e q u i p a r a -
ción de las c o n d i c i o n e s , y ni s i q u i e r a u n a p a l a b r a sobre la p r e g u n t a : ¿cuáles
son las condiciones q u e se t r a t a d e e q u i p a r a r ?
Por cierto, existe u n a ú l t i m a línea d e defensa, y n o h a y q u e descartarla lisa
y l l a n a m e n t e . E s t e r é g i m e n , estas o r i e n t a c i o n e s , son q u e r i d a s finalmente por
los m i s m o s i n d i v i d u o s , e n su g r a n m a y o r í a , o p o r lo m e n o s ellos n o las re-
chazan. Yo m i s m o insistí s o b r e el p a r t i c u l a r e n vanas o p o r t u n i d a d e s . Pero se
trata d e r e c o n o c i m i e n t o d e h e c h o , n o d e u n j u i c i o p o l í t i c o , y este r e c o n o c i -
m i e n t o n o dice o t r a cosa q u e lo q u e se sabe s o b r e t o d o r é g i m e n : el r é g i m e n
n o es separable d e los i n d i v i d u o s , ni los i n d i v i d u o s del r é g i m e n . Los i n d i v i -
d u o s s o n los p r o d u c t o s de este r é g i m e n , q u e ellos m i s m o s r e p r o d u c e n per-
m a n e n t e m e n t e . Las sociedades islámicas p r o d u c e n i n d i v i d u o s islámicos q u e
r e p r o d u c e n o las sociedades islámicas; la s o c i e d a d soviética p r o d u c í a h o m -
bres y mujeres soviéticos, q u e la r e p r o d u c í a n , hasta el m o m e n t o en q u e re-
sultó i m p o s i b l e e incluso después de este momento (véase la Rusia a c t u a l ) . D e
u n m o d o m á s g e n e t a l , n i n g u n a s o c i e d a d es factible (de u n a m a n e r a d u r a d e -
ra) si n o fabrica u n a a d h e s i ó n m í n i m a d e la m a y o r í a d e la p o b l a c i ó n a sus
i n s t i t u c i o n e s y a sus significaciones i m a g i n a r i a s . C o n este criterio, t o d a s las
sociedades serían democráticas - l o q u e es u n a afirmación a b s u r d a - . Y en n i n -
g u n a de ellas p o d r í a existir u n a política q u e rechace la i n s t i t u c i ó n establecida,
y n o debería existir n i n g u n a , ya q u e sería antidemocrática - l o q u e n o es o t r a
cosa q u e u n sofisma d e s t i n a d o a e n m a s c a r a r el conformismo esencial d e los
defensores c o n t e m p o r á n e o s del o r d e n e s t a b l e c i d o - .
Para t e r m i n a r , a l g u n a s p a l a b r a s s o b r e los p r i n c i p i o s q u e , a m i c r i t e r i o ,
d e b e n estar en la base d e t o d a o r g a n i z a c i ó n d e m o c r á t i c a d e la e c o n o m í a .

0
 ¡74 POLIS

1) La a u t o n o m í a d e los i n d i v i d u o s i m p l i c a su s o b e r a n í a c o m o c o n s u m í
\ d o r e s , p o r lo t a n t o , u n v e r d a d e r o m e r c a d o (sin situaciones m o n o p ó l i c a s ni
9
oligopólicas, y sin m a n i p u l a c i ó n d e los c o n s u m i d o r e s ) .
2) I m p l i c a , i g u a l m e n t e , el p o d e r d e decisión colectiva c o m o p r o d u c t o t e s ,
p o r lo t a n t o , la a u t o g e s t i ó n d e las u n i d a d e s p r o d u c t i v a s .
3) La a p r o p i a c i ó n p r i v a d a d e beneficios d e c u a l q u i e r t i p o es i n a c e p t a b l e .
i 4) Los precios del m e r c a d o d e b e n reflejar la i m p o r t a n c i a d e las d e m a n d a s
relativas y d e los costos de producción c o r r e s p o n d i e n t e s al nivel d e p r o d u c c i ó n
i m p l i c a d o p o r la d e m a n d a del p r o d u c t o en c u e s t i ó n .
5) C o m o ya lo v i m o s , estos costos de producción n o p u e d e n ser d e t e r m i n a -
dos sin a r b i t r a r i e d a d ; las g r a n d e s c o n v e n c i o n e s q u e están n e c e s a r i a m e n t e en
la base d e esta d e t e r m i n a c i ó n d e b e r á n , p o r lo t a n t o , ser fijadas p o r u n a deci-
sión política explícita d e la colectividad.
6) Las principales c o n v e n c i o n e s son:
- u n a h o r a d e trabajo = u n a h o r a d e trabajo;
- el costo de utilización d e u n a pieza d e u n e q u i p a m i e n t o e q u i v a l e a su
costo d e r e p r o d u c c i ó n p r e s e n t e y previsto d i v i d i d o p o r su d u r a c i ó n prevista,
a g r e g a n d o , si fuera necesario, u n m a r g e n , i d é n t i c o p a r a t o d o s los t i p o s de
e q u i p a m i e n t o (véase 7, m á s a d e l a n t e ) ;
i - Las e x t e r n a l i d a d e s positivas o negativas, en la m e d i d a en q u e son asig-
n a b l e s , están i m p u t a d a s (bajo la f o r m a de tasas o p r i m a s ) a las u n i d a d e s q u e
las g e n e r a n .
7) La colecrividad decide d e m o c r á t i c a m e n t e sobre el r e p a r t o del p r o d u c t o
c o n s u m i d o e n t r e c o n s u m o p r i v a d o global y c o n s u m o p ú b l i c o , y r e p a r t o del
p r o d u c t o global n e t o e n t t e c o n s u m o total e inversión neta. E n otras p a l a b r a s ,
es la colectividad la q u e decide sobre el f u n d a m e n t o d e u n c r e c i m i e n t o y, en
|| el caso afirmativo, sobre la tasa d e este c r e c i m i e n t o . Esta tasa se c o n v i e r t e , e n -
tonces, en el m a r g e n (tasa de beneficio o tasa de interés: véase N e u m a n n , 1934)
agregado al costo d e utilización del capital existente. Está claro q u e , en u n a
e c o n o m í a estática, esta tasa de beneficio tiene q u e ser nula.
N o p r e t e n d o q u e estos p r i n c i p i o s sean suficientes p a r a resolver t o d a s las
p r e g u n t a s ; c o n s t i t u y e n s i m p l e m e n t e , a m i c t i t e r i o , el p u n t o d e p a r t i d a d e
, t o d a discusión d e los p r o b l e m a s d e u n a e c o n o m í a d e m o c r á t i c a d e s d e el p u n t o
d e vista d e la economía.

9
H e defendido este principio, y los que siguen, desde el año 1957, en «Le contenu d u socia-
lisme II», art. cit., nota 3.

86/1 i
•jfcl I
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 175

; C u á l e s s o n las perspectivas d e u n r é g i m e n d e oligarquía liberal en los países

ricos?
La existencia c o n t i n u a d e este r é g i m e n p r e s u p o n e , e n p r i m e r lugar, la
presencia p e r m a n e n t e d e ciertas c o n d i c i o n e s naturales. T e n e m o s q u e r e c o -
nocer q u e , bajo el c a p i t a l i s m o , t u v o lugar u n a fantástica e x p a n s i ó n e c o n ó m i -
ca, i n f i n i t a m e n t e m á s i m p r e s i o n a n t e q u e lo q u e los h i m n o s m á s e x a l t a d o s d e
M a r x d i r i g i d o s al rol p r o g r e s i v o d e la b u r g u e s í a h a b í a n d e j a d o entrever. El
s.stema tiene u n a gran eficacia p a r a p r o d u c i r y u n d e s a r r o l l o sin p r e c e d e n t e
de la técnica. Para q u e esta p r o d u c c i ó n p u d i e r a desplegarse, hacía falta u n a
naturaleza: reservas n a t u r a l e s d e t o d a clase. Y d e h e c h o , el e n o r m e d e s a r r o l l o
p r o d u c t i v o y e c o n ó m i c o d e los ú l t i m o s c i e n t o c i n c u e n t a a ñ o s h a sido c o n d i -
c i o n a d o p o r la d e s t r u c c i ó n ( c o n s u m o ) irreversible de las reservas n a t u r a l e s o
a c u m u l a d a s e n la biosfera d e s d e h a c e c e n t e n a r e s de m i l l o n e s d e a ñ o s . E s t a
d e s t r u c c i ó n i r r e m e d i a b l e sigue: e n este p r e c i s o m o m e n t o , la d e s t r u c c i ó n d e
los b o s q u e s tropicales e n c a l i d a d d e especies vivientes c o n t i n ú a . Las m e d i d a s
t o m a d a s o c o n s i d e r a d a s p a r a d e t e n e r esta d e s t r u c c i ó n s o n irrisorias. D e mo¬
d o q u e hablar, c o m o lo h a c e M a r c e l G a u c h e r , de d o m i n a c i ó n del h o m b r e
s o b r e la a n t r o p o s f e r a y el m u n d o c r e a d o p o r él n o hace o t r a cosa q u e r e p r o -
d u c i r la vieja ilusión c a r t e s i a n o - c a p i t a l i s t a - m a r x i s t a del h o m b r e d u e ñ o y se-
ñ o r d e la n a t u r a l e z a - c u a n d o el h o m b r e es, e n realidad, m á s bien c o m o u n
n i ñ o q u e se e n c u e n t r a e n u n a casa cuyas p a r e d e s son d e c h o c o l a t e , y q u e se
d i s p u s o a c o m e r l a s , sin c o m p r e n d e r q u e p r o n t o el testo d e la casa se le v a a
caer e n c i m a - .
A h o r a bien, esta d e s t r u c c i ó n es, h a s t a n u e v o aviso, necesaria p a r a la su-
p e r v i v e n c i a del sistema. El r é g i m e n d e o l i g a r q u í a liberal, c o n la a p a t í a y la
privatización q u e lo h a c e n p o s i b l e , p r e s u p o n e q u e la g e n t e pase e f e c t i v a m e n t e
su t i e m p o en los s u p e r m e r c a d o s y frente al televisor. Los países en los q u e la
g e n t e p u e d e vivir d e esta m a n e r a r e p r e s e n t a n algo así c o m o 8 0 0 m i l l o n e s d e
p e r s o n a s , s o b r e u n a p o b l a c i ó n t o t a l del g l o b o q u e se a c e r c a a los c i n c o m i l
m i l l o n e s y m e d i o - o sea, a p r o x i m a d a m e n t e u n a s é p t i m a p a r t e del t o t a l - . E n
las regiones ricas, h a b i t a d a s p o r la p r i m e r a categoría de p e r s o n a s , el p r o d u c t o
b r u t o n a c i o n a l (l'BN) p o r c a b e z a y p o r a ñ o , m e d i d o c o n v e n c i o n a l m e n t e , es
del o r d e n d e los 2 0 m i l dólares, E n los o t r o s países, c o n su p o b l a c i ó n d e 4 , 7
m i l m i l l o n e s d e p e r s o n a s , el P B N n o d e b e superar en p r o m e d i o los 5 0 0 o
6 0 0 dólares (en el seno d e este g r u p o , las diferencias t a n t o e n t r e países c o m o
e n t r e capas sociales son m u c h o m á s c o n s i d e r a b l e s q u e e n el seno del p r i m e r o .
P o r varias razones, estas cifras r e p r e s e n t a n ú n i c a m e n t e registros de e n v e r g a -

0
176 POLIS

d u r a ) . A h o r a b i e n , si existe efectivamente, y es m i creencia, u n a relación n o

e n t t e d e m o c r a c i a y c a p i t a l i s m o s i n o e n t r e la a p a t í a política a ttavés d e la cual
f u n c i o n a n m á s o m e n o s los países ricos y el nivel d e v i d a en el s e n t i d o capi-
talista del t é t m i n o , la universalidad d e esta democracia exigiría q u e se llevara
el nivel de v i d a d e los países p o b r e s así d e f i n i d o al nivel d e los países ricos,
c o n u n a a p r o x i m a c i ó n del 2 0 , 3 0 o 5 0 % . E n otras palabras, h a b r í a q u e m u l -
tiplicar la p r o d u c c i ó n a n u a l m u n d i a l p o r u n factor q u e seria a p r o x i m a d a -
m e n t e 2 0 0 ( g l o b a l m e n t e , 7 p a r a tener en c u e n t a la diferencia d e c a n t i d a d de
h a b i t a n t e s y 3 0 p a r a t e n e r en c u e n t a la d e los niveles de vida); y p o r e n d e ,
a u m e n r a r 2 0 0 veces m á s la velocidad d e la d e s t r u c c i ó n anual d e la n a t u r a l e -
za, el v o l u m e n d e las e m a n a c i o n e s tóxicas, etcétera. Y, s u p o n i e n d o q u e u n a
o p e r a c i ó n m á g i c a p e r m i t i e r a alcanzar este nivel d e p r o d u c c i ó n m u n d i a l , se-
ría necesario q u e éste siga a u m e n t a n d o luego a t a z ó n del 2 al 3 % p o r a ñ o
- q u i e r e decir, a u m e n t a t el d o b l e a p r o x i m a d a m e n t e cada t r e i n r a a ñ o s - . Si
q u e r e m o s la universalización de la democracia d e esrilo o c c i d e n t a l y despre-
c i a m o s las utopías y a los utopistas, t e n d r e m o s q u e decir d e q u é m a n e t a estos
desafíos serán e n f r e n t a d o s .
Pero las c o n d i c i o n e s a n t r o p o l ó g i c a s del sistema s o n , si fuese p o s i b l e , a u n
m á s i m p o r t a n t e s . El c a p i t a l i s m o se desarrolló u s a n d o d e u n a m a n e r a irrever-
sible u n a h e r e n c i a histórica creada p o r épocas a n t e t i o t e s a ¡a q u e se e n c u e n -
tra i n c a p a z d e reproducir. Esta h e r e n c i a incluye, p o r e j e m p l o , la h o n e s t i d a d ,
la i n t e g r i d a d , la r e s p o n s a b i l i d a d , el e s m e r o en el trabajo, las c o n s i d e r a c i o n e s
q u e se m e r e c e n los o t r o s , etcétera. A h o r a bien, en u n r é g i m e n q u e p r o c l a m a
p e r m a n e n r e m e n t e , e n los h e c h o s y en palabras, q u e el d i n e r o es el ú n i c o va-
lor, y d o n d e la ú n i c a s a n c i ó n es la d e la ley p e n a l , ¿cuáles son los m o t i v o s
q u e i m p e d i r í a n a los jueces p o n e r en s u b a s t a las decisiones q u e d e b e r í a n to-
mar? Por cierto, la ley lo p r o h i b e . Pero, ¿por q u é los e n c a r g a d o s d e aplicarla
serían incorruptibles? ¿Quis custodes custodeatí ¿Qué impide a un inspectot
de la dirección i m p o s i t i v a t e c i b i t s o b o r n o s en la lógica del capitalismo? ¿Por
q u é u n d o c e n t e d e b e t í a a b u r r i r s e p a r a t t a t a t d e e n s e ñ a r cosas a sus a l u m n o s
si p u e d e c o i m e a r a su inspectot? U n m a t e m á t i c o d e p t i m e r o r d e n , profesor
en la facultad, gana quizás 16 m i l francos p o r m e s y produce jóvenes m a t e m á -
ticos. En este g r u p o , aquellos q u e saben lo q u e o c u r r e en la vida (o sea, casi
todos), n o seguirán h a c i e n d o m a t e m á t i c a ; h a r á n i n f o r m á t i c a e ingresarán a
u n a e m p r e s a c o n u n salario inicial d e quizás 3 0 mil francos. P o r lo t a n t o ,
¿quién, en la g e n e r a c i ó n s i g u i e n t e , se c o n v e t t i t á en profesor de m a t e m á t i c a ?
Según la lógica del sistema, casi n i n g u n o . Ustedes dirán: siempre existirán estos

87/1 í
 ¿QUÉ DEMOCRACIA?
i 77
locos s i m p á t i c o s , q u e prefieren u n a bella d e m o s t r a c i ó n a u n salario elevado.
Pero yo d i g o q u e j u s t a m e n t e , s e g ú n las n o r m a s del sistema, estas p e r s o n a s n o
u e n e n q u e existir; su s u p e r v i v e n c i a es u n a a n o m a l í a sistémica, c o m o lo es la
supervivencia de obreros responsables, jueces íntegros, b u r ó c r a t a s w e b e r i a n o s ,
etcétera. Pero, ¿ d u r a n t e c u á n t o t i e m p o u n s i s t e m a p u e d e r e p r o d u r c i r s e sola-
m e n t e en f u n c i ó n de a n o m a l í a s sistémicas?

T e r m i n o c o n algunas últimas noticias, d o s encuestas s o b r e la j u v e n t u d esta-

d o u n i d e n s e (International Herald Tribune, 2 9 d e j u n i o d e 1 9 9 0 , p p . 1 y 5:
<US Y o u t h in 90's: t h e I n d i f f e r e n t G e n e r a t i o n » ) .
El señor J o h n Karras, de 2 8 a ñ o s , se e n c o n t r a b a el o t r o día en u n n e g o c i o .
La estación de radio más escuchada p o r la g e n t e de su generación emitía u n in-
forme sobre los m u e r t o s y los desaparecidos d e las últimas dos grandes i n u n d a -
ciones del suroeste del E s t a d o d e O h i o . El cajero, u n poco m á s joven q u e el se-
ñ o r K a r r a s , s e ñ a l a n d o la r a d i o d i c e : « M e r e p u g n a e s c u c h a r h a b l a r d e esas
cosas». C o m e n t a r i o de! señor Karras, q u e p r e p a r a u n d o c t o r a d o en ciencias de
la educación en el O h i o State University: «Se trata de u n a actitud generalizada
en relación con el m u n d o p o r p a r t e de los jóvenes de su generación. N o q u i e -
ren escuchar hablar d e lo q u e o c u r r e en él, salvo si golpean a su propia p u e r t a » .
Las conclusiones d e dos encuestas nacionales, dice el diario, c o r r o b o r a n es-
ta observación. U n estudio del Times Mirror Center for the People and the Press,
q u e acaba de publicarse, c o n c l u y e q u e la generación joven (18 a 2 9 años) «sa-
be m e n o s , se interesa m e n o s , v o t a m e n o s y es m e n o s crítica con respecto a sus
líderes y sus instituciones q u e los jóvenes de antaño». Los estudios del C e n s u s
C e n t e r (el o r g a n i s m o e s t a d o u n i d e n s e d e d i c a d o a los censos) m u e s t r a n q u e ,
desde 1 9 7 2 , casi t o d o el d e t e r i o r o de la participación electoral se d e b e a las
personas de m e n o s de 4 5 años y q u e el d e t e r i o r o más a c e n t u a d o se observa e n -
tre los electores de 18-25 a ñ o s . El artículo sigue h a b l a n d o d e la crisis d e la ciu-
dadanía. La única cosa q u e interesa a los jóvenes son los issues (temas, p r e g u n -
tas, r e i v i n d i c a c i o n e s ) q u e les c o n c i e r n e n p e r s o n a l m e n t e y, e n t r e ellos, los
movilizan f u n d a m e n t a l m e n t e los q u e c o r r e s p o n d e n a la intervención del g o -
bierno en sus libertades personales. C u a n d o se les pide q u e definan a la c i u d a -
danía, u n o de los entrevistados contesta: «Es el derecho d e n o ser p e r s e g u i d o
p o r la policía». ( N o t a : la i m p l i c a n c i a de esta definición consiste en q u e la poli-
cía p u e d e perseguir a v o l u n t a d a los n o - c i u d a d a n o s - s i m p l e s residentes, i n m i -
grantes clandestinos, ¡e incluso turistas! Y a q u í t e n e m o s eso q u e se refiere a los
derechos del hombre, etcétera-.)

0
¡78 POLIS

N o p o d r í a , p o r m i p a r t e , soñar u n a m e j o r c o n f i r m a c i ó n d e lo q u e d i g o a
p r o p ó s i t o del carácter negativo y defensivo d e las libertades bajo el r é g i m e n
actual: son lo q u e s o n y están percibidas d e esta m a n e t a , l e g í t i m a m e n t e , p o t
p a r t e d e los j ó v e n e s c o n t e m p o t á n e o s . El d i r e c t o r d e la e n c u e s t a del Times
Mirror i n t e r p r e t a , d e m a n e t a m u y correcta a m i criterio, las a c t i t u d e s d e los
jóvenes: n o son t a n frustrados o d e s i l u s i o n a d o s c o m o la g e n t e d e las genera-
ciones a n t e r i o r e s , s i n o q u e les falta interés; este d i r e c t o r dice q u e se t r a t a de
u n a g e n e r a c i ó n p a r a la cual el spot televisivo d e t t e i n t a s e g u n d o s es el m e d i o
de c o m u n i c a c i ó n m á s a d e c u a d o . T o d o s estos jóvenes s u b r a y a n p e r m a n e n t e ¬
m e n t e sus derechos e i g n o r a n sus responsabilidades. E s t o m e h a c e recordar
u n a frase reciente d e u n filósofo francés, q u e dice a p r o x i m a d a m e n t e : el c o m -
bate p o r la d e m o c r a c i a es el c o m b a t e p a r a c o n s e g u i r cada vez más derechos.
¿ D e r e c h o s contra quién»
N o t r a t a m o s en este caso con los efectos d e u n a c o n s p i r a c i ó n del G r a n
C a p i t a l ni la a c t i v i d a d d e las m u l t i n a c i o n a l e s . T r a t a m o s c o n t o d o el sistema,
la g e n t e f o r m a d a p o r este sistema, lo q u e pasa c o n el p u e b l o bajo este régi-
m e n en los países ricos. C o m o lo d e m u e s t r a el e j e m p l o d e la ex R e p ú b l i c a
D e m o c t á t i c a A l e m a n a , las p o b l a c i o n e s d e los o t r o s países p a r e c e n n o aspirar
a o t r a cosa: e n c o n t r a r s e t a m b i é n en esta s i t u a c i ó n . E m e r g e n c i a d e u n tipo
a n t r o p o l ó g i c o d e i n d i v i d u o ( r e c o r d a n d o v a g a m e n t e a los c i u d a d a n o s t o m a -
nos l u e g o d e la d e r r o t a d e los G r á e o s y hasta el final del I m p e l i ó ) , q u e ya n o
tiene relación c o n a q u e l q u e ha creado este r é g i m e n , ni e n el p l a n o p o l í t i c o
ni siquiera en el p l a n o e c o n ó m i c o ( r e e m p l a z o d e los e m p r e s a r i o s schumpete-
rianos p o r gerentes b u r ó c r a t a s y especuladores financieros). Estos h o m b r e s y
estas mujeres n u n c a h u b i e r a n p o d i d o llevar a cabo las Revoluciones a m e r i c a n a
o francesa, ni siquiera a s u m i r el rol de las g r a n d e s figuras d e la R e v o l u c i ó n
I n d u s t r i a l . La a u t o r r e p r o d u c c i ó n c o n t i n u a del sistema, y m u y e s p e c i a l m e n t e
la d e sus c o m p o n e n t e s liberales, resulta c a d a vez m á s p r o b l e m á t i c a en este
c o n t e x t o . C o n s e c u e n t e m e n t e , se p l a n t e a n cuestiones gravísimas p a r a el futuro
del p r o y e c t o de a u t o n o m í a . Ya n o se trata d e m o s t r a r q u e este p r o y e c t o es
realizable, q u e n o c o n t i e n e i n c o h e r e n c i a i n t e r n a y n o se e n f r e n t a a n i n g u n a
i m p o s i b i l i d a d . C o m o su tealización requiere u n a a c t i t u d d e los seres h u m a -
nos r a d i c a l m e n t e o p u e s t a a la q u e se describe a n t e r i o r m e n t e , se trata, p o t lo
t a n t o , del deseo y d e la c a p a c i d a d d e estos seres h u m a n o s d e salir d e esta
c o n d i c i ó n , d e crear el s u r g i m i e n t o d e algo diferente. La revolución r e q u e r i d a
para llevar a cabo esto es i n f i n i t a m e n t e más p r o f u n d a y m á s difícil q u e la t o m a
del Palacio de I n v i e r n o o la victoria en u n a g u e r r a civil.

88/1 (
 ¿QUÉ DEMOCRACIA? 179

Las raíces d e la s i t u a c i ó n q u e v i v i m o s se e n c u e n t r a n en la d e r r o t a d e
aquello q u e , l u e g o d e h a b e r s u p l a n t a d o al c r i s t i a n i s m o e n la s o c i e d a d , l u e g o
de su secularización y del r e c h a z o d e t o d a o r i e n t a c i ó n s e g ú n n o r m a s t r a s c e n -
dentes, o c u p ó el lugar d e ellas: el i m a g i n a r i o del p r o g r e s o , fuese bajo su for-
m a capitalista liberal o bajo su f o r m a marxisra, q u e ya n o sobrevive s i n o c o -
m o cascara vaciada d e t o d o s u c o n t e n i d o valorativo, d e t o d o c o n t e n i d o q u e
la g e n t e p o d r í a valorar i n c o n d i c i o n a l m e n t e . E s t e i m a g i n a r i o y las ideologías
q u e lo h a n r e p r e s e n t a d o c o n s t r u í a n la h i s t o r i a h u m a n a c o m o u n a m a r c h a
hacia cada vez m á s l i b e r t a d , c a d a vez m á s certeza, cada vez m á s felicidad. Se-
g u r a m e n t e , era c u e s t i ó n d e este h o r r o r o s o e irrisorio cada vez más, p e r o n o
d e c u a l q u i e r cosa: el más se a s e n t a b a en o b j e t o s q u e t o d o el m u n d o e n la s o -
ciedad aceptaría valorizar. L o q u e sobrevive d e t o d o esto es la e x p a n s i ó n d e l
c o n s u m o d e casi c u a l q u i e r cosa y la e x p a n s i ó n a u t ó n o m a d e la t e c n o l o g í a
científica, q u e o c u p a el l u g a r d e las creencias religiosas d e a n t a ñ o . P o d e m o s
p r e g u n t a r n o s hasta q u é p u n t o , s o c i o l ó g i c a m e n t e , la a c t i t u d supersticiosa del
h o m b r e c o n t e m p o r á n e o frente a la t e c n o l o g í a científica es e s e n c i a l m e n t e d i -
ferente d e la a c t i t u d d e los h o m b r e s p r i m i t i v o s frente a la m a g i a : p o r c i e r t o ,
hay diferencias en c u a n t o al o b j e t o , p e r o ¿ q u é o c u r r e c o n respecto a las a c t i -
tudes y los m o d o s d e a d h e s i ó n ? ¿Acaso el h o m b r e sabe m á s c o n respecto a lo
q u e ella afirma, las razones q u e s u s t e n t a n su afirmación y las q u e lo llevan a
creer en ella? La mezcla d e e s p e r a n z a y d e t e r r o r c o n la cual la m i r a ¿tiene
efectos diferentes?
Si el i m a g i n a r i o d o m i n a n t e d e la h u m a n i d a d o c c i d e n t a l c o n t e m p o r á n e o
tiene esta catacterística, el r e n a c i m i e n t o del p r o y e c t o d e a u t o n o m í a r e q u i e r e
c a m b i o s i n m e n s o s , u n v e r d a d e r o t e r r e m o t o , n o en t é r m i n o s d e violencia físi-
ca sino en t é r m i n o s d e creencias y d e c o n d u c t a s h u m a n a s . Se trata d e u n
c a m b i o radical de la r e p r e s e n t a c i ó n de! m u n d o y del lugar d e los seres h u m a -
nos en él. T e n e m o s q u e d e s t r u i r la representación del m u n d o c o m o o b j e t o d e
u n d o m i n i o creciente o c o m o d e c o t a d o d e u n a antroposfera. El m u n d o , c o n
lo q u e c o n t i e n e de caótico y d e s i e m p r e refractado a la d o m i n a c i ó n , n u n c a
será separable d e la a n t r o p o s f e r a , y el h o m b r e n u n c a lo d o m i n a r á . ¿ C ó m o p o -
dría hacerlo, ya q u e se r n a n t e n d t á s i e m p r e i n c a p a z de d o m i n a r la t r a m a d e
sus actos cuya sucesión i m p l i c a su p r o p i a vida? Este f a n t a s m a g t a n d i o s o y va-
cío del d o m i n i o sirve d e c o n t r a p a r t i d a a la grotesca a c u m u l a c i ó n d e gadgets
irrisorios, los d o s c o n j u n t o s f u n c i o n a n d o c o m o d i s t r a c c i ó n y d i v e r t i m e n t o
para ocultar n u e s t r a m o r t a l i d a d esencial, pervertir nuestra p e r t e n e n c i a al cos-
m o s , olvidar q u e s o m o s los i m p r o b a b l e s beneficiarios d e u n a i m p r o b a b l e y
ISO POLIS

m u y estrecha b a n d a d e c o n d i c i o n e s físicas q u e h a c e n posible la vida en u n

p l a n e t a e x c e p c i o n a l al q u e e s t a m o s d e s t r u y e n d o .
H a y q u e destruir, a d e m á s , el e m p u j e y los afectos q u e c o r r e s p o n d e n a esta
representación. E m p u j e d e u n a expansión sin límite de u n p r e t e n d i d o d o m i -
n i o y d e u n a constelación d e afectos q u e c u r i o s a m e n t e lo a c o m p a ñ a : irrespon-
sabilidad y d e s p r e o c u p a c i ó n . D e b e m o s d e n u n c i a r a la húbris e n t r e y alrededor
de nosotros, acceder a u n éthos d e a u t o l i m i t a c i ó n y d e p r u d e n c i a , aceptar esta
m o r t a l i d a d radical para p o d e r ser, en la m e d i d a d e lo posible, libres.
D e m o d o q u e se trata esencialmente d e o t r a cosa q u e d e gerenciar t r a n q u i -
l a m e n t e el c o n s e n s o existente, a u m e n t a t m i l i m é t r i c a m e n t e los espacios de liber-
tad o reivindicar cada vez más derechos. D e q u é m a n e r a hacerlo es o t r a historia.
U n gran m o v i m i e n t o político colectivo n o p u e d e nacer p o r el acto d e v o l u n -
tad d e algunos. Peto, m i e n t r a s d u r e esta hipnosis colectiva, existe p a r a los q u e
e n t r e nosotros tienen el p e s a d o privilegio de p o d e t hablar, u n a ética y u n a p o -
lítica provisionales: develar, criticat, d e n u n c i a r el estado d e cosas existente. Y
p a t a t o d o s : i n t e n t a r c o n d u c i r s e y a c t u a r d e u n a m a n e r a ejemplar en d o n d e
u n o se e n c u e n t r e . S o m o s responsables d e lo q u e d e p e n d e de n o s o t r o s .
 Psique

O
¡L/06
 Las raíces psíquicas y sociales del odio*

Q U I Z Á S HAYAN EXISTIDO guerras q u e movilizaron ú n i c a m e n t e pulsiones agre-

sivas limitadas, p o r ejemplo, el m o n t o m í n i m o d e agtesividad implicado en la
propia defensa. Pero de lo q u e s o m o s testigos d e s d e hace a ñ o s en África y en
Europa, así c o m o lo q u e t u v o l u g a t en E u r o p a y en Asia del Este d u r a n t e la
Segunda G u e r r a M u n d i a l , consiste e n u n a explosión de agresividad ilimitada,
expresada p o r el racismo, las m a t a n z a s sin disefiminación d e poblaciones civi-
les, las violaciones, las destrucciones d e m o n u m e n t o s y viviendas, los asesina-
tos y las t o t t u r a s infligidas a los prisioneros, etcéteta. Lo q u e sabemos d e la
historia h u m a n a nos obliga a p e n s a t q u e las innovaciones del p e r í o d o reciente
en este c a m p o se refieren, sobre t o d o , a las d i m e n s i o n e s cuantitativas y las i n s -
t r u m e n t a c i o n e s técnicas del f e n ó m e n o , c o m o t a m b i é n a sus articulaciones c o n
el imaginario de los g r u p o s c o n s i d e r a d o s , p e r o , d e n i n g u n a m a n e r a , a la n a t u -
raleza d e esra agresividad. I n d e p e n d i e n t e m e n t e d e la i m p o r t a n c i a de otras c o n -
diciones o factores c o n c o m i t a n t e s , resulta i m p o s i b l e c o m p r e n d e r la c o n d u c t a
de la gente q u e patticipa en estos a c o n t e c i m i e n t o s sin vet en ellos la materiali-
zación de s e n t i m i e n t o s de o d i o e x t r e m a d a m e n t e poderosos.
Trátate de m o s t r a r a q u í q u e este o d i o tiene d o s fuentes q u e se tefuerzan
mutuamente:
- la t e n d e n c i a f u n d a m e n t a l d e la p s i q u e d e rechazar (y, p o r lo t a n t o , d e
odiar) t o d o lo q u e n o es ella m i s m a ;

Las principales ideas de este texto fueron temas de conferencias: en San Francisco, en el co-
loquio Psychoanalyñc perspectiva on neo-fascism and anti-immigration politics: trends in Eu-
rope and the United States, el 8 de m a y o de 1995; en París, en el coloquio Guérir de la gue-
rre etjuger lapaix (Universidad de París-VIIl y Colegio Internacional de Filosofía), el 2 3 de
junio de 1995; y en Roma, en el contexto de la serie de conferencias Paysages de lapense'e
flanearse, organizada por la embajada de Francia, el 24 de octubre de 1996. El presente
texto fue considerablemente retocado y completado para u n a conferencia en el contexto de
un simposio en Miilheim, Die Konstruktion der «Nation» gegen die Juden, el 26 de noviem¬
bre de 1996.

0 183
18-í PSIQUE

- la cuasi necesidad d e la clausura d e la i n s t i t u c i ó n social y d e las signifi­

caciones i m a g i n a r i a s q u e acarrea.

La raíz psíquica

«El o d i o es m á s viejo q u e el a m o r » , escribía F r e u d , y esto es cierto si e n t e n ­

d e m o s al a m o r en su s e n t i d o h a b i t u a l , c o m o a m o r d e o b j e t o . Pero el o d i o n o
es m á s viejo q u e el a m o r arcaico, o r i g i n a r i o , el a m o r d e sí mismo, q u e se
n o m b r a a m e n u d o , e q u i v o c a d a m e n t e , «narcisismo p r i m a r i o » : la c l a u s u r a re-
p r e s e n t a c i o n a l , afectiva y d e s e a n t e sobre sí m i s m o del n ú c l e o p s í q u i c o origi­
nal. L l a m o a este n ú c l e o la mónada psíquica.
Freud h a b í a v i s l u m b r a d o esta clausura sobre sí. Utiliza la p a l a b r a «autis-
mo» d e Bleuler p a r a caracterizarla y c o m p a r a ese e s t a d o p r i m o r d i a l del ser
h u m a n o , i n c l u y e n d o la f u n c i ó n n u t r i c i a d e la m a d r e , c o n la c o m p l e t u d del
1
huevo de pájaro.
Es esta c l a u s u r a q u e se c o n v i e r t e en la m a t r i z del s e n t i d o p a r a la p s i q u e .
M á s p r e c i s a m e n t e , a q u e l l o q u e el c o r a z ó n d e la p s i q u e entenderá o considera­
rá d e a h o r a en a d e l a n t e y p a r a s i e m p r e c o m o s e n t i d o es este e s t a d o unitario
en el cual sujeto y objeto s o n i d é n t i c o s , y en el q u e r e p r e s e n t a c i ó n , afecto y
deseo son u n a sola y m i s m a cosa, p o r q u e el deseo es, i n m e d i a t a m e n t e , r e p r e ­
s e n t a c i ó n (posesión psíquica) d e lo d e s e a d o y, p o r lo t a n t o , afecto d e placer
(lo q u e es la f o r m a m á s p u r a y m á s fuerte d e la o m n i p o t e n c i a del p e n s a ­
m i e n t o ) . Tal es el s e n t i d o q u e la p s i q u e b u s c a r á p a r a s i e m p r e , q u e n u n c a p o ­
drá alcanzarse en el mundo real, y cuyos s u s t i t u t o s serán f o r m a d o s p o r largas
cadenas d e m e d i a c i o n e s , o b i e n de visiones místicas fuera del c o n t e x t o cós­
m i c o . Si n o e n t e n d e m o s esto, j a m á s p o d r e m o s c o m p r e n d e r p o r q u é m o t i v o
la identificación - c o n p e r s o n a s , tareas, colectividades, significaciones, insti­
t u c i o n e s - es u n p r o c e s o tan p o d e r o s o y o m n i p r e s e n t e en la v i d a psíquica.
T a m p o c o p o d r í a m o s c o m p r e n d e r d e q u é m a n e r a la s o c i e d a d p u e d e j u g a r
c o n la plasticidad d e la p s i q u e casi sin l í m i t e a l g u n o , c o n u n a sola c o n d i ­
ción: q u e b r i n d e s e n t i d o al sujeto - h a b l a n d o r i g u r o s a m e n t e , s u s t i t u c i o n e s
de s e n t i d o - en la vida real.

S. Freud, «Los dos principios del funcionamiento mental», Obras Completas, Madrid, Biblio­
teca Nueva, 1981. Contrariamente a lo que se afirma a m e n u d o , el tema de la investidura nar-
cisista original está presente aquí y en la obra freudiana, incluso hasta el Compendio de 1938.

91/1!
 I A S RAÍCES P S Í Q U I C A S Y S O C I A L E S DEL O D I O 18,

A partir del m o m e n t o ( p r o b a b l e m e n t e , l í m i t e teórico o ideal) en el c u a l

este estado original d e « t r a n q u i l i d a d psíquica» (para utilizar la expresión d e
Freud) se r o m p e - c o m o d e b e r í a ser si el infans s o b r e v i v e - , la energía inicial
de este a m o r de sí m i s m o se e s c i n d e e n tres p a r t e s :
- u n a p a r t e se m a n t i e n e c o m o a u t o i n v e s t i d . u a del n ú c l e o p s í q u i c o , y su
influencia i m p r e g n a todas las fases ulteriores del desarrollo del sujeto y las
capas c o r r e s p o n d i e n t e s d e la p e r s o n a l i d a d m a d u r a ;
- o t r a parte se transfiere, bajo la f o r m a d e sí mismo, al p e c h o : Ich bin die
Brust, «soy el p e c h o » , es u n a d e las ú l t i m a s frases escritas p o r F r e u d ;
- la ú l t i m a se t r a n s f o r m a en o d i o del mundo exterior, p o r el cual d e b e -
rnos c o m p r e n d e r t o d o lo q u e es exterior a la m ó n a d a p s í q u i c a y q u e , en c o n
secuencia, incluye los avalares d e l Yo real (Real-Ich) psíquico y s o m á t i c o en el
curso del desarrollo.

La p r i m e r a parte (el a m o r d e sí r e m a n e n t e ) d a c u e n t a del e g o c e n t r i s m o i m -

posible de erradicar, q u e , más o m e n o s disfrazado, d o m i n a , e n ú l t i m a i n s t a n -
cia, t o d o s nuestros p e n s a m i e n t o s y t o d o s n u e s t r o s actos. D e s d e o t r o p u n t o d e
vista, a p a r e n t e m e n t e sin relación c o n el anterior, se trata del e g o í s m o o n t o l ó -
gico n e c e s a r i a m e n t e i n h e r e n t e a t o d o ser p a r a sí m i s m o . E n todas partes y
s i e m p r e , estoy en el o r i g e n d e las c o o r d e n a d a s espaciales y t e m p o r a l e s , m i
a q u í y m i a h o r a s o n el a q u í y el a h o r a a secas, el m u n d o es m i representación.
Las d o s partes restantes se m e z c l a n y se e n t r e c r u z a n m u y r á p i d a m e n t e , d e
allí la a m b i v a l e n c i a f u n d a m e n t a l d e t o d o s los afectos y, p o r empezar, la q u e
se establece e n c u a n t o al p r i m e r o b j e t o de a m o r separado, la m a d r e . E s t e e n -
redo d e s e m b o c a en el h e c h o d e q u e «el p e c h o h a c e falta t a n a m e n u d o al n i -
ño» ( F r e u d ) . La a u s e n c i a del p e c h o h u b i e s e s i d o la d e s t r u c c i ó n de la t o t a l i -
d a d c e r r a d a sobre sí del infans y, p o r lo t a n t o , d e r r u m b e d e l s e n t i d o d e su
m u n d o . Esta d e s t r u c c i ó n está p a l i a d a , i n i c i a l m e n t e , por u n a creación i m a g i -
naria, la a l u c i n a c i ó n del p e c h o . C u a n d o el r e c u b r i m i e n t o d e la fractura d e la
clausura d e la m ó n a d a o r i g i n a l p o r p a r t e de esta a l u c i n a c i ó n del p e c h o ya n o
es posible, el infans se q u e d a c o n u n agujero a b i e r t o en su m u n d o y reaccio-
na a través d e la a n g u s t i a y d e la rabia. Este a g u j e r o , esta c a r e n c i a del p e c h o ,
es u n a falta d e s e n t i d o y, e n este caso, c o m o o c u r r e s i e m p r e , es la falta d e
s e n t i d o (o su d e s t r u c c i ó n , a c t u a l o i n m i n e n t e , real o i m a g i n a d a ) la q u e c o n s -
tituye u n a fuente d e a n g u s t i a . Ya q u e el infans es d u e ñ o d e los r u d i m e n t o s
de u n a inteligencia i n d u c t i v a - p o r el h e c h o d e q u e su i m a g i n a c i ó n h a c e algo
c o n la r e g u l a r i d a d o la r e p e t i c i ó n - , se establece r á p i d a m e n t e u n lazo e n t r e el

O
186 PSIQUE

agujero y el r e c u e r d o del o b j e t o q u e normalmente lo llena (lo h a b i t u a l se

c o n v i e r t e en n o r m a l ya q u e c o r r e s p o n d e al d e s e o ) . El carácter o el valor d e
este o b j e t o se e s c i n d e e n t r e d o s a t r i b u c i o n e s o p u e s t a s , el p e c h o b u e n o y el
p e c h o m a l o . Estas a t r i b u c i o n e s , los afectos y los d e s e o s q u e los a c o m p a ñ a n
- e n r e s u m e n , a m o r y o d i o - son transferidos l u e g o a la i m a g e n q u e se v i n c u -
ló c o n el p e c h o , la m a d r e c o m o e n t i d a d o p e r s o n a . E s o se c o n v i e r t e en la
m a t r i z d e la a m b i v a l e n c i a q u e p o b l a r á todas las relaciones del sujeto a partir
d e este m o m e n t o .
H a y algo m á s , a u n m á s i m p o r t a n t e . El r e s u l t a d o del proceso d e m a d u r a -
ción/socialización consiste en la f o r m a c i ó n del i n d i v i d u o social q u e es, en sí
m i s m o , u n objeto e x t r a ñ o y extranjero d e s d e el p u n t o d e vista del n ú c l e o d e
la m ó n a d a d e la p s i q u e . (En t e m i m o s freudianos, el Real-Ich, el Yo real, pre-
senta t o d o s los a t t i b u t o s c o n t r a d i c t o r i o s a los del Lust-Icht, el Yo placer) Por
lo t a n t o , se c o n v i e r t e s i m u l t á n e a m e n t e en el s o p o r t e d e u n a transferencia del
a m o r d e sí m i s m o y del o b j e t o d e o d i o d e las instancias psíquicas no reales,
o d i o q u e alcanza, c o m o lo dije a n t e r i o r m e n t e , a t o d o lo q u e es exterior al
n ú c l e o p s í q u i c o . El Yo real n o p u e d e evitar ser el o b j e t o d e la a m b i v a l e n c i a
de los afectos. H a b i t u a l m e n t e , el a m o r de este Yo se i m p o n e sobre el o d i o del
cual es objeto, de u n a m a n e r a q u e alcanza para asegurar la supervivencia del su-
jeto en la realidad. Pero el o d i o del Yo sigue v i v i e n d o s i l e n c i o s a m e n t e en las
profundidades.
D e m o d o q u e existen, desde el p u n t o de vista psicoanalítico, dos vectores
del o d i o . El p r i m e r o , o d i o del otro real, n o es m á s q u e el revés d e la investidura
positiva d e sí m i s m o , y se m a n t i e n e sostenido p o r u n sofisma p o d e r o s o y ele-
m e n t a l , i g u a l m e n t e presente en las formas colectivas del o d i o o del desprecio,
quizás m á s fácilmente perceptible en estas últimas. Soy (el) bien. (El) b i e n soy
Yo. Él n o es yo. Por lo t a n t o , él n o es (el) b i e n (o, p o r lo m e n o s , n o t a n t o co-
m o yo). Soy francés (inglés, italiano, n o r t e a m e r i c a n o , etcéteta). Ser francés
(inglés, italiano, n o r t e a m e r i c a n o , etcétera) es ser (el) bien. Él n o es francés (in-
glés, italiano, n o r t e a m e r i c a n o , etcétera), p o r lo t a n t o , n o es (el) bien.
El s e g u n d o v e c t o r es el o d i o a sí m i s m o . P o r q u e el Yo es u n o d e los pri-
m e r o s extranjeros q u e se le p r e s e n t a a la p s i q u e . E n esto radica u n o d e los
sentidos d e la e x p r e s i ó n «Yo es otro», d e R i m b a u d - e n el f o n d o n o se dife-
rencia del s e n t i d o a p a t e n t e m e n t e p r i m e r o : el Yo, fabricación e s e n c i a l m e n t e
social, n o es m á s yo q u e c u a l q u i e r v e c i n o o t r a n s e ú n t e - . C o n t r a r i a m e n t e a lo
q u e se suele creer, este o d i o d e sí m i s m o es universal. E s t á claro q u e este
o d i o sólo p u e d e sobrevivir (más e x a c t a m e n t e , el sujeto q u e lo e x p e r i m e n t a ) ,

92/1!
 LAS RAÍCES P S Í Q U I C A S Y S O C I A L E S D E L O D I O 187

si es f u e r t e m e n t e d o m a d o y / o d e s p l a z a d o h a c i a objetos v e r d a d e r a m e n t e exte­
riores. Gracias a este d e s p l a z a m i e n t o , el sujeto p u e d e c o n s e r v a r el s e n t i m i e n ­
to c a m b i a n d o su o b j e t o . E s t e p r o c e s o se p o n e c l a r a m e n t e e n evidencia e n el
fenómeno del r a c i s m o , q u e evocaré m á s a d e l a n t e .

La raíz social

El lazo e n t r e la raíz p s í q u i c a y la raíz social, t a n t o en el caso del o d i o c o m o

en t o d o s los o t r o s casos, es el p r o c e s o d e socialización i m p u e s t o a la p s i q u e ,
m e d i a n t e el cual la p s i q u e está forzada a a c e p t a r la s o c i e d a d y la realidad,
m i e n t r a s q u e la s o c i e d a d vela, c o n sus l i m i t a c i o n e s , p o r la n e c e s i d a d p r i m o r ­
dial de la p s i q u e : la n e c e s i d a d d e s e n t i d o .
El infans p u e d e m o r i r ; c o n m á s frecuencia, es socializado. La socializa­
ción se c o n s t i t u y e sobre la n e c e s i d a d biológica ( h a m b r e ) p e r o , a d e m á s y d e
m a n e r a m u c h o m á s fuerte, s o b r e la n e c e s i d a d psíquica d e s e n t i d o . N i n g u n a
de estas dos necesidades es t o t a l m e n t e i n s u p e r a b l e : p o r u n l a d o , la a n o r e x i a ,
y, p o r o t r o , el a u t i s m o , d e m u e s t r a n t a m b i é n e n este caso, la n a t u r a l e z a dis­
funcional y anrisocial d e la p s i q u e . La n e c e s i d a d psíquica d e s e n t i d o d e b e ser
satisfecha, u n a vez rota la c l a u s u r a d e la m ó n a d a inicial, p o r el e n t o r n o del
infans - e n t o r n o c o m p u e s t o p o r i n d i v i d u o s y a socializados, q u e n o p u e d e n
t r a n s m i t i r o t r a cosa q u e el s e n t i d o a b s o r b i d o e investido p o r ellos m i s m o s - .
Ser socializado significa, en p r i m e r lugar y s o b r e t o d o , investir la i n s t i t u c i ó n
existente de la s o c i e d a d y las significaciones i m a g i n a r i a s insertas en esta i n s ­
t i t u c i ó n . Estas significaciones i m a g i n a r i a s s o n : los d i o s e s , los e s p í r i t u s , los
m i t o s , los t ó t e m , los t a b ú e s , la familia, la s o b e r a n í a , la ley, el c i u d a d a n o , la
justicia, el E s t a d o , la m e r c a n c í a , el capital, el interés, la r e a l i d a d , etcétera. La
realidad es, e v i d e n t e m e n t e , u n a s i g n i f i c a c i ó n i m a g i n a r i a , y su c o n t e n i d o
particular está f u e r t e m e n t e c o d e t e r m i n a d o , p a r a cada s o c i e d a d , p o r la insti­
t u c i ó n i m a g i n a r i a d e la s o c i e d a d .
La d i m e n s i ó n d a d o r a del s e n t i d o d e la i n s t i t u c i ó n social es, e v i d e n t e m e n ­
te, m u c h o m á s q u e m u l t i d i m e n s i o n a l , y es e x t r a o r d i n a r i a m e n t e compleja;
d e h e c h o , consiste en la c r e a c i ó n d e u n m u n d o , el m u n d o d e esta s o c i e d a d
U n a d e sus m ú l t i p l e s d i m e n s i o n e s es, sin d u d a , el lenguaje. El lenguaje n o es
u n instrumento de comunicación, c o m o si existieran i n d i v i d u o s t o t a l m e n t e
h e c h o s y p l e n a m e n t e c o n f o r m a d o s q u e se m u r i e s e n de g a n a s de c o m u n i c a r ­
se y sólo necesitasen u n instrumento p a r a este fin. El lenguaje es el e l e m e n t o

0
 188 PSIQUE

en el i n t e r i o r del cual se establecen objetos, procesos, estados, cualidades y dis-

tintas clases d e relaciones y lazos e n t r e ellos.
L o q u e n o s inreresa a q u í s o n las razones intrínsecas p o r las cuales esta
i n s t i t u c i ó n d e c a d a s o c i e d a d revistió hasta a h o r a , casi i n e v i t a b l e m e n t e , el ca-
rácter d e u n a clausura d e d i s t i n t o s t i p o s . D e m o d o q u e s i e m p r e existe u n a
c l a u s u r a material, en el s e n t i d o d e q u e s i e m p r e existen t e r r i t o r i o s o fronteras
m a s o m e n o s b i e n d e t e r m i n a d a s y, en t o d o s los casos, definiciones rigurosa-
m e n t e limitativas c o n respecto a los i n d i v i d u o s q u e p e r r e n e n a la sociedad
c o n s i d e r a d a . Pero la c l a u s u r a m á s i m p o r t a n t e es la clausura de sentido. Los
territorios y t o d o el resto a d q u i e r e n su i m p o r t a n c i a ú n i c a m e n t e en f u n c i ó n
de los s e n t i d o s específicos q u e se les a t r i b u y e n : T i e r r a p r o m e t i d a , carácter
s a g r a d o del t e r r i t o r i o p a r a las póleis griegas, e s t r i d e n c i a s i e m p r e p r e s e n t e d e
las d i s p u t a s relativas a las fronteras. E s t o es v á l i d o , s o b r e t o d o - l o veremos—
p a r a los i n d i v i d u o s : u n extranjero lo es en la m e d i d a en q u e las significacio-
nes q u e lo i m p r e g n a n s o n ajenas, lo q u e n e c e s a r i a m e n t e q u i e r e d e c i r s i e m p r e
extrañas. A h o r a b i e n , u n a significación n o p u e d e , en general, ser no extraña
m á s q u e e n la m e d i d a en q u e está i n v e s t i d a p o s i t i v a m e n t e . Basta reemplazar,
en la frase p r e c e d e n t e , no extraña p o r el t é r m i n o familiar p a r a a d v e r t i r q u e se
trata d e u n a t a u t o l o g í a .

D e s d e h a c e m u c h o t i e m p o , se utilizó la m e t á f o r a d e las sociedades abier-

tas y cerradas. Pero a q u í utilizo el t é r m i n o clausura en el s e n t i d o m á s cerca-
2
n o p o s i b l e a su significación m a t e m á t i c a . U n m u n d o d e significaciones está
c l a u s u r a d o si t o d a p r e g u n t a s u s c e p t i b l e d e ser f o r m u l a d a en el m i s m o , o
bien e n c u e n t r a u n a respuesta en t é r m i n o s d e significaciones d a d a s , o b i e n
está p l a n t e a d a c o m o desprovista d e s e n t i d o . D e esta m a n e r a , los m u n d o s de
las s o c i e d a d e s arcaicas o t r a d i c i o n a l e s e s t á n c l a u s u r a d o s , m i e n t r a s q u e el
m u n d o griego a n t i g u o o el m u n d o e u r o p e o m o d e r n o ( e u r o p e o , en su s e n t i d o
a m p l i o ) están m á s o m e n o s abiertos.
Casi todas las sociedades c o n o c i d a s se i n s t i t u y e r o n m e d i a n t e u n a clausura,
y en el i n t e r i o r d e la m i s m a . Se c r e a r o n u n n i c h o metafísico d e s e n t i d o , lo
q u e equivale a decir q u e fueron religiosas o h e t e r ó n o m a s , en el s e n t i d o de

U n cuerpo algebraico está clausurado si todas las ecuaciones escritas con elementos de este
cuerpo poseen soluciones en su interior. Por ejemplo, el cuerpo R de los n ú m e r o s reales
no está algebraicamente clausurado - l a ecuación x A U O n o tiene solución d e n t r o de
este c u e r p o - , pero el cuerpo C de los n ú m e r o s complejos constituye una solución, y la
ecuación anterior encuentra en él su resolución x = i, d o n d e i es la raíz cuadrada de - 1 .

93/11
 LAS RAÍCES P S Í Q U I C A S Y S O C I A L E S D E L O D I O 189

q u e o c u l t a r o n el h e c h o d e su a u t o i n s t i t u c i ó n e i m p u t a r o n su i n s t i t u c i ó n a
u n a fuente extrasocial. N o p u e d o e x t e n d e r m e a q u í s o b r e c o n s i d e r a c i o n e s
destinadas a d e m o s t r a r q u e estas d o s características s o n m á s o m e n o s e q u i v a -
lentes. Basta d e c i r q u e estos rasgos c o r r e s p o n d e n a dos c o n s t i t u y e n t e s d e u n a
sociedad h e t e r ó n o m a :
- el imperativo o la necesidad de u n a fundación y de u n a garantía extraso-
cial (extrainstitucional) d e la i n s t i t u c i ó n ;
- el imperativo o la necesidad d e q u e resulte i m p o s i b l e t o d o c u e s t i o n a -
rmento de la i n s t i t u c i ó n , esto q u i e r e decir, d e t e n e r t o d a discusión s o b r e sus
f u n d a m e n t o s ú l t i m o s , a f i r m a n d o q u e se basa sobre algo q u e trasciende a los
h u m a n o s vivientes.

D u r a n t e el p r o c e s o d e socialización, y m e d i a n t e éste, los i n d i v i d u o s d e b e n

efectuar el pasaje d e u n s e n t i d o inicial coextensivo a su p r o p i a esfera p s í q u i c a
privada (el s e n t i d o q u e rige e n la m ó n a d a ) a u n s e n t i d o social, p a r t i c i p a t i v o .
Así c o m o lo d i a e n t e n d e r a n t e r i o r m e n t e , el s e n t i d o q u e rige en la m ó n a d a
es c o m p l e t a m e n t e e x t r a ñ o a lo q u e c o n s i d e r a m o s c o m o s e n t i d o en la v i d a d e
vigilia. N o s o l a m e n t e i g n o r a el t i e m p o y la c o n t r a d i c c i ó n , sino q u e i g n o r a ,
incluso, la d i s t i n c i ó n , la s e p a r a c i ó n y la a r t i c u l a c i ó n . A través d e u n a serie d e
círculos c o n c é n t r i c o s - l a familia, los p a r i e n t e s , el clan, la localidad, el g r u p o
de e d a d , el g r u p o social o la clase social, la n a c i ó n , la raza...-, el m u n d o d e
sentidos del sujeto q u e se c o n v i e r t e en i n d i v i d u o se e n s a n c h a p r o g r e s i v a -
m e n t e , y este p r o c e s o se lleva a c a b o c o n u n a identificación m á s o m e n o s
fuerte e x t e n d i d a a esas u n i d a d e s m á s a m p l i a s . (El h e c h o d e q u e esas identifi-
caciones p u e d a n resultar a veces a n t i n ó m i c a s p r o p o r c i o n ó a la t r a g e d i a u n
tema recurrente.)
T o d o esto es, o d e b e r í a ser, m u y c o n o c i d o . Lo q u e d e b e subrayarse s o n las
consecuencias p a r a la o r g a n i z a c i ó n psíquica del i n d i v i d u o . Todas las balizas
identificatorias del i n d i v i d u o c o r r e s p o n d e n al m u n d o i n s t i t u i d o de las signifi-
caciones sociales, en el cual, e v i d e n t e m e n t e , u n lugar esencial está o c u p a d o
por las significaciones q u e se refieren a las distintas e n t i d a d e s colectivas insti-
tuidas, d e las q u e el i n d i v i d u o es u n m i e m b r o o u n e l e m e n t o . T o m e m o s p o r
ejemplo el e n u n c i a d o « yo soy el hijo de X». L o q u e es u n hijo - m á s allá del
s i m p l e h e c h o biológico q u e , p o r o t r a p a r t e , es i n i c i a l m e n t e d e s c o n o c i d o o, e n
t o d o caso, se m a n t i e n e s i e m p r e i n c i e r t o - es lo q u e tiene q u e hacer c o m o hijo;
q u é es este X y q u i é n es X, la idea m i s m a d e u n yo y d e u n soy, t o d o s estos
t é r m i n o s n o t i e n e n e s t r i c t a m e n t e n i n g ú n s e n t i d o fuera del m u n d o social ins-

0
 190 PSIQUE

t í m i d o d e la significación en general, y fuera d e la significación específica

p r o p i a d e la sociedad c o n s i d e r a d a . U n hijo r o m a n o del 5 0 0 a. C . y u n hijo
e s t a d o u n i d e n s e actual t i e n e n m u y pocas cosas e n c o m ú n . Y p o r razones evi­
d e n t e s , c u a n t o m á s cerca e s t a m o s d e u n a sociedad c o m p l e t a m e n t e cerrada,
arcaica, m á s fuerte es la i d e n t i f i c a c i ó n . C o n o c e m o s b i e n a l g u n o s casos d e
«salvajes» q u e m u r i e r o n s i m p l e m e n t e p o r q u e los e u r o p e o s bien i n t e n c i o n a d o s
quisieron a t o d a costa alejarlos d e su t r i b u y d e sus dioses. S a b e m o s a d e m á s
m u y bien q u e esta identificación, casi s i e m p r e , es m á s fuerte q u e la c o n s e r v a ­
ción del i n d i v i d u o . Matar y m o r i r en el curso d e u n a vendetta familiar, d e u n
conflicto tribal, d e u n a g u e r r a feudal o d e u n a g u e r r a n a c i o n a l -pro patria
morí e n todas sus versiones— es u n h e c h o universal, u n a obligación q u e las so­
ciedades i m p o n e n a sus m i e m b r o s y q u e estos m i e m b r o s a c e p t a n e n t o d a s
partes y d e s d e s i e m p r e c o n orgullo y exaltación, salvo d u r a n t e la é p o c a h i s t ó ­
rica reciente, e n u n área geográfica restringida a algunas sociedades m o d e r n a s .
El s e n t i d o , p a r a la p s i q u e , es i d é n t i c o a la n o división d e su t o t a l i d a d ini­
cial. L a r u p t u r a d e esta t o t a l i d a d es p o s i b l e s o l a m e n t e si, d e u n a m a n e r a
i n i n t e r r u m p i d a , se s u m i n i s t t a n a la p s i q u e s u s t i t u c i o n e s d e sí y s u s t i t u c i o n e s
d e s e n t i d o s . E n esto consiste el p r o c e s o d e identificación q u e transfiere, i n i -
c i a l m e n t e , s o b r e objetos i n m e d i a t o s , y l u e g o sobre distintas f o r m a s d e colec­
tividades i n s t i t u i d a s y s o b r e las significaciones q u e las a n i m a n , u n quantum
de i n v e s t i d u r a r e c o g i d o e n la i n v e s t i d u r a inicial d e sí m i s m o . A través d e u n a
m a n e r a q u e quizás se h a y a v u e l t o i n c o m p r e n s i b l e p a r a ciertos individuos de
sociedades m o d e r n a s , el salvaje es su t r i b u , el fanático es su Iglesia, el n a c i o ­
nal es su n a c i ó n , el m i e m b r o d e u n a m i n o r í a é t n i c a es esta m i n o r í a , y recí­
procamente.
E s t a identificación c o n colectividades b r i n d a a d e m á s , e v i d e n t e m e n t e , u n
s u s t i t u t o a la o m n i p o t e n c i a p e r d i d a d e la m ó n a d a p s í q u i c a , El i n d i v i d u o
p u e d e sentirse p a r t í c i p e del p o d e r efectivo d e c i n c o m i l o c i n c o m i l l o n e s d e
o t r o s seres. « V e n c e r e m o s p o r q u e s o m o s los m á s fuertes» es u n a t o n t e r í a
i g u a l m e n t e c o m p a r t i d a a a m b o s lados del frente d e batalla. A d e m á s , esta
identificación es la q u e p e r m i t e tal p o s i b i l i d a d d e n o sentirse c u l p a b l e y d e
d e s i n h i b u s e p a r a q u e resulte factible el despliegue sin frenos d e d e s t r u c t i v i ­
d a d m o r t í f e r a en la guerra, p e r o t a m b i é n e n los m o v i m i e n t o s d e la m u c h e ­
d u m b r e , c o m o se p u e d e apreciar d e s d e h a c e m u c h o t i e m p o . T o d o o c u r r e c o ­
m o si e n esos m o m e n t o s los i n d i v i d u o s r e c u p e r a r a n , sin saberlo, la certeza
de q u e la fuente d e la i n s t i t u c i ó n es el h o m b r e colectivo a n ó n i m o , c a p a z d e
p l a n t e a r s e nuevas reglas y levantar a n t i g u a s p r o h i b i c i o n e s .

94/1!
t

LAS RAÍCES P S Í Q U I C A S Y S O C I A L E S DEL O D I O 1<>i

Resultados

Ya dije q u e existen d o s e x p r e s i o n e s psíquicas del odio: el o d i o del o t r o y el

odio d e sí m i s m o , a u n q u e este ú l t i m o n o a p a r e c e , en g e n e r a l , c o m o tal. Pero
t e n e m o s q u e e n t e n d e r q u e ios d o s t i e n e n u n a raíz c o m ú n , la resistencia d e k
m ó n a d a p s í q u i c a a aceptar lo q u e p a t a ella es i g u a l m e n t e extranjero: el indi­
viduo socializado c u y a f o r m a t u v o q u e a d o p t a r y los i n d i v i d u o s sociales cuya
coex stencia t u v o q u e a c e p t a r ( s i e m p r e , p r o f u n d a m e n t e , c o n u n m e n o r g i a
1

do de realidad q u e su p r o p i a e x i s t e n c i a p a r a sí m i s m a - p o r lo t a n t o , t a m b i é n
m u c h o m á s f á c i l m e n t e sacrificaba-). Esta e s t r u c t u r a o n t o l ó g i c a del ser h u ­
m a n o i m p o n e restricciones i n s u p e r a b l e s p a r a t o d a o r g a n i z a c i ó n social y t o d o
proyecto político, restricciones q u e n o p u e d o explayar a q u í ; basta d e c i r q u e
c o n d e n a i r r e v o c a b l e m e n t e t o d a i d e a d e u n a s o c i e d a d transparente, todo pro­
y e c t o p o l í t i c o q u e t e n d i e r a a la t e c o n c i l i a c i ó n i n m e d i a t a pretendiendo
provocar u n c o r t o c i r c u i t o en la i n s t i t u c i ó n .
D u r a n t e el p r o c e s o d e socialización, las d o s d i m e n s i o n e s del o d i o están
bastante d o m a d a s ; p o r lo m e n o s , sus manifestaciones m á s d r a m á t i c a s se hallan
en esa situación. U n a p a r t e del o d i o logra ser d o m a d a m e d i a n t e u n a desvia­
ción p e r m a n e n t e d e la t e n d e n c i a d e s t r u c t i v a hacia fines sociales m á s o m e n o s
constructivos: la e x p l o t a c i ó n d e ia naturaleza, la c o m p e t e n c i a i n t e r i n d i v i d u a l
que a d o p t a varias formas {potlach, actividades atléticaspacíficas c o m o los j u e ­
gos atiéticos u otras, c o m p e t e n c i a e c o n ó m i c a , política, d e prestigio, luchas in-
traburocráticas, etcétera), o b i e n , s i m p l e m e n t e , hacia la malevolencia i n t e r ­
subjetiva banal. T o d o s estos d e s a g u a d e r o s c a n a l i z a n , en t o d a s las s o c i e d a d e s
c o n o c i d a s , u n a p a n e del o d i o y d e la e n e r g í a d e s t r u c t i v a disponible, pero
n u n c a su totalidad.
Pero t o d o o c u r r e , hasta a h o r a , c o m o si esta canalización fuera p o s i b l e a
c o n d i c i ó n de guardar, p o r así d e c i r l o , la p a r t e restante del o d i o y d e la d e s ­
t r u c t i v i d a d en u n reservorio, lista p a r a ser t r a n s f o r m a d a , a intervalos regula­
res o irregulares, en actividades d e s t r u c t i v a s formalizadas e institucionaliza­
das en c o n t r a d e otras c o l e c t i v i d a d e s , o sea, la guerra. E s t o n o q u i e r e d e c i r
q u e el o d i o p s í q u i c o c o n s t i t u y a la causa d e estas guerras; n o es u n t e m a q u e
v a y a m o s a discutir a q u í . Está claro q u e , e n la historia, e n c o n t r a r e m o s n u m e ­
rosas guerras - d e s d e las i n v a s i o n e s g e r m á n i c a s o de ios m o n g o l e s h a s t a las
«guerras de encaje» del siglo XVIII, sin m e n c i o n a r las guerras c i v i l e s - q u e n o
e n c u e n t r a n su fuente p r i m e r a en el o d i o . P e r o el o d i o es, sin lugar a d u d a s ,
u n a c o n d i c i ó n n o s o l a m e n t e n e c e s a r i a s i n o esencial d e las guerras. L l a m o

0
 192 PSIQUE

u n a condición esencial a la q u e m a n t i e n e u n a relación intrínseca c o n aquello

q u e c o n d i c i o n a . El o d i o c o n d i c i o n a la guerra y se expresa a través d e la mrerra.
La frase d e A n d r é M a l r a u x en Les Noyers d'Altenburg, « Q u e la victoria en esta
guerra p e r t e n e z c a a los q u e la h u b i e r a n e m p r e n d i d o sin quererla», expresa
un a n h e l o c o n t r a r r e s t a d o p o r la realidad de casi t o d a s las g u e r r a s . N o se en-
tendería, de o t r o m o d o , c ó m o es posible, )ara millones y m i l l o n e s d e personas
a lo largo d e la h i s t o r i a c o n o c i d a d e la especie h u m a n a , estar d i s p u e s t o s , d e
u n s e g u n d o a o t r o , a asesinar a p e r s o n a s d e s c o n o c i d a s y ser a s e s i n a d o s p o r
ellos. Y c u a n d o los recursos d e este reservorio d e o d i o n o están a c t i v a m e n t e
m o v i l i z a d o s , se m a n i f i e s t a n d e m a n e r a s u b t e r r á n e a bajo las f o r m a s del des-
p r e c i o , d e la x e n o f o b i a y del racismo.
P u n t u a l i c e m o s , e n t r e p a r é n t e s i s , el h e c h o d e q u e los psicoanalistas ha-
b l a n a m e n u d o del t a b ú del asesinato de u n a m a n e t a superficial. E n reali-
d a d , s o l a m e n t e el asesinato intraclan está c u e s t i o n a d o en ei m i t o f r e u d i a n o
d e Tótem y tabú, y es el ú n i c o q u e está s a n c i o n a d o s o c i a l m e n t e , m i e n t r a s
q u e el asesinato d u r a n t e u n a g u e r r a o en la o p o r t u n i d a d d e u n a vendetta es
u n t í t u l o d e gloria.
Existe a q u í u n a c o n j u n c i ó n fatal. Las t e n d e n c i a s d e s t r u c t i v a s d e los i n d i -
v i d u o s se c o n j u g a n a d m i t a b l e m e n t e con la n e c e s i d a d casi total p o r p a r t e d e
la i n s t i t u c i ó n social d e clausurarse, d e reforzar la p o s i c i ó n d e sus p r o p i a s le-
yes, valores, reglas, significaciones c o m o únicas en su excelencia y en sus v e t -
d a d e s , a través d e la a f i r m a c i ó n d e q u e las leyes, las creencias, los dioses, las
n o r m a s , ¡as c o s t u m b r e s d e los o t r o s son inferiores, falsas, malas, asquerosas,
a b o m i n a b l e s , diabólicas. Y esto, a su vez, está en c o m p l e t a a r m o n í a c o n las
necesidades d e la o r g a m z a c . ó n idcntiíicatoria d e la p s i q u e del i n d i v i d u o . Ya
q u e , para la m i s m a , t o d o lo q u e se e n c u e n t r a m á s allá del círculo d e signifi-
caciones q u e tan d i f í c i l m e n t e invistió a lo largo d e su c a m i n o h a c i a la socia-
lización es falso, m a l o , d e s p r o v i s t o d e s e n t i d o . Y estas significaciones son pa¬
ra ella coextensivas a la c o l e c t i v i d a d y a la red d e la c o l e c t i v i d a d a la cual
p e r t e n e c e : el clan, la t r i b u , el p u e b l o , la n a c i ó n , la religión. E v i d e n t e m e n t e ,
c o n f l i c t o s e n t r e estos d i s t i n t o s p o l o s d e referencia s o n p o s i b l e s ; s a b e m o s ,
a d e m á s , q u e s u r g e n en m u c h o m e n o r medida, en. los c o n t e x t o s arcaicos q u e
en los c o n t e x t o s m o d e r n o s . E n t o d o caso, lo q u e d e b e ser c l a r a m e n t e e n t e n -
d i d o , c o m o base d e t o d o el resto, es el h e c h o d e q u e , en p r i n c i p i o y en u n a
p r i m e r a a p r o x i m a c i ó n , t o d a a m e n a z a a las p r i n c i p a l e s colectividades i n s t i t u i -
das a las q u e p e r t e n e c e n los i n d i v i d u o s es vivida p o r ellos c o m o u n a amena¬
za m u c h o m á s seria q u e la p r o b a b l e en c o n t t a d e su p r o p i a vida.

95/1!
 LAS RAÍCES P S Í Q U I C A S Y S O C I A L E S DEL O D I O

C o m o ya lo dije, estos rasgos p u e d e n observarse c o n m a y o r i n t e n s i d a d y

pureza en las soc.edades t o t a l m e n t e cerradas: las sociedades arcaicas y t r a d i -
cionales, pero a d e m á s , y en m a y o r m e d i d a , en las sociedades totalitarias m o -
dernas. La falacia f u n d a m e n t a l sigue s i e n d o s i e m p r e : n u e s t r a s n o r m a s son el
bien; el bien s o n nuestras n o r m a s ; las n o r m a s d e los o t r o s n o s o n n u e s t r a *
normas; p o r lo t a n t o , esas n o r m a s n o s o n el b i e n . Del m i s m o m o d o : n u e s t r o
dios « v e r d a d e r o ; p o r lo t a n t o , el dios d e los o t r o s n o es u n v e r d a d e r o d i o s .
Siempre resultó casi i m p o s i b l e p a r a las colectividades h u m a n a s c o n s i d e r a r h
alteridad c o m o p r e c i s a m e n t e eso: s i m p l e a l t e r i d a d . A s i m i s m o , les resultó casi
imposible c o n s i d e r a r a las i n s t i t u c i o n e s d e los otros ni inferiores ni s u p e n o -
res, sino, s i m p l e m e n t e , i n s t i t u c i o n e s diferentes y, en v e r d a d , en la m a y o r í a
de ios casos, i n c o m p a r a b l e s c o n las p r o p i a s .
3
R e t o m a n d o u n r a z o n a m i e n t o q u e detallé e n o t r a p a r t e , el e n c u e n t r o d e
una sociedad c o n otras sociedades abre, g e n e r a l m e n t e , tres posibilidades d e eva-
luación: estos o t r o s s o n n u e s t r o s superiores, s o n iguales a n o s o t r o s , s o n infe-
riores a nosotros. Si a c e p t á r a m o s q u e son superiores a n o s o t r o s , d e b e r í a m o s
renunciar a nuestras p r o p i a s i n s t i t u c i o n e s y a d o p t a r las instituciones q u e les
4
p e r t e n e c e n . Si fuesen iguales, sería s i m p l e m e n t e indiferente ser u n y a n k i o
un indio crow, u n cristiano e n vez d e u n p a g a n o . Estas d o s posibilidades s o n
intolerables. Ya q u e a m b a s i m p l i c a n , o p a r e c e n implicar, q u e el i n d i v i d u o d e -
bería a b a n d o n a r sus p r o p i a s referencias identificatorias, q u e debería a b a n d o -
nar, o p o r lo m e n o s p o n e r e n tela d e juicio, su propia i d e n t i d a d tan d u r a -
m e n t e a d q u i r i d a a lo l a r g o d e ! p r o c e s o d e s o c i a l i z a c i ó n . Q u e d a , p u e s ,
s o l a m e n t e la tercera posibilidad: los otros s o n inferiores. P o r cierto, esta afir-
mación descarta la e v e n t u a l i d a d d e q u e los o t r o s p u e d a n ser iguales a noso¬
tros en el s e n t i d o de q u e sus i n s t i t u c i o n e s y las nuestras serían, a p r i m e r a vista

«Réflexions sur le racisme» (1.987), retomado en Le Monde mórcele, París, Senil, 1990 pp 29-36
[traducción castellana: El mando fragmentado, Buenos Aires, Altamira, 1993],
Sabemos que esta posibilidad n o es ajena a la historia real. Corresponde a las distintas for-
mas de aculturación, a m e n u d o forzada por la violencia, que incluye la violencia e c o n ó m i -
ca, a veces practicada también c o m o aculturación parcial compensada por una d o m i n a c i ó n
efectiva de los vencedores: mongoles en C h i n a , r o m a n o s frente a Grecia, etcétera La discu-
sión de los distintos casos específicos mostraría, seguramente, que las ¡deas expuestas en eí
texto constituyen el hilo de Ariaclna para llegar a su comprensión. Los casos de conversión
voluntaria masiva, especialmente religiosa, remiten a otras consideraciones. Desde el p u n t e
de vista adoptado aquí, equivalen a revoluciones d u r a n t e las cuales una institución imagina-
ria de la sociedad total es subvertida y reemplazada por otra.

0
 194 PSIQUE

y g l o b a l m e n t e , incomparables. N o es difícil e n t e n d e r p o r q u é m o t i v o la e m e r
gencia ,1 tal p e r s p e c t i v a es h i s t é r i c a m e n t e i m p r o b a b l e . N o s c o n d u c i r í a
aceptar e n los >rro >qi. i l o q u e para n o s o t r o s es a b o m i n a b l e , lo q u e , en prin
cipio, es i m p o s i b l e par i coda c u l t u i . i ligiosa. A u n en los casos d e c u l t u r a s % .
religiosas, este h e c h . pl ,w „ , a va. r. u stiones insoluoles en el nivel pura
rncnct* ccóoco; ;<JUC h > c e r i ttcntf- 3 scciedáíi^fi q u e n o r e c o n o c e n los derecho.,
h u m a n o s , s o m e t e n a sus sujetos a sanciones crueles o llevan a c a b o c o s t u m
br. horror, . i da t b U i <n n I, m m . C i n d 1 ó r g a n o sexual f e m e n i n o , p,
e j e m p l o ) : Acceder a la i lea I u n í posible i n c o m p a t i b i l i d a d d e las c u l t u r a
>olo i p o s t b l ; e n u n i o t u d d pat la q u e , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e su adía
lion a sus i n s t i t u c i o n e s , • h i p r o d u c i o o u n a p r i m e r a a p e r t u r a i n t e r n a , qu,
posibilita u n a t o m a d e distancia c o n respecto a lo i n s t i t u i d o .
Este es el m o t i v o p o r el cual el m o v i m i e n t o hacia el r e c o n o c i m i e n t o d e es­
ta alteridad esencial c o m i e n z a al m i s m o t i e m p o y c o n las m i s m a s m o t i v a c i o ­
nes p r o f u n d a s q u e el m o v i m i e n t o hacia la r u p t u r a d e la clausura d e la signifi­
cación, o sea, hacia el c u e s t i o n a m i e n t o d e la i n s t i t u c i ó n actual d e la sociedad,
el final d e la p l e n a h e t e r o n o m í a , la liberación d e los p e n s a m i e n t o s y d e ios ac­
tos; e n realidad, se trata del n a c i m i e n t o d e la d e m o c r a c i a y d e la filosofía.
A partir d e ese m o m e n t o , la idea d e q u e los o t r o s n o s o n ni perversos n i
inferiores c o m i e n z a a abrirse c a m i n o : H o m e r o , H e r ó d o t o , M o n t a i g n e , Swift,
M o n t e s q u i e u . . . Sería t e n t a d o r y e s t i m u l a n t e p o d e r decir q u e la a p e r t u r a del
p e n s a m i e n r o y d e la d e m o c r a t i z a c i ó n parcial y relativa d e los r e g í m e n e s polí­
ticos e n O c c i d e n t e a d o p t a r o n el m i s m o r i r m o q u e la d e c l i n a c i ó n del c h a u v i ­
n i s m o , d e la x e n o f o b i a y del r a c i s m o . Pero, d e j a n d o d e l a d o las e x p l o s i o n e s
terroríficas d e la b a r b a r i e x e n ó f o b a y racista d u r a n t e el siglo XX, n o p o d r í a ­
m o s a c e p t a r esta i d e a sin p a g a t el p r e c i o d e n u m e r o s a s restricciones m u y
fuertes. C a b e , e n particular, reflexionar acerca d e la e x t r e m a v i r u l e n c i a del
r e s u r g i m i e n t o del n a c i o n a l i s m o , d e la x e n o f o b i a y del r a c i s m o d u r a n t e el si­
glo XX, en países civilizados y democráticos. E n c u a n t o al m u n d o n o o c c t d e n -
tal, la a t e r r a d o r a s i t u a c i ó n actual n o necesita c o m e n t a r i o s .
T e n e m o s q u e a g r e g a r q u e , t a m b i é n e n este c a s o , la i n c o n m e n s u r a b l e
m u l t i p l i c i d a d y h e t e r o g e n e i d a d d e las formas históricas d e las i n s t i t u c i o n e s
desafía t o d o e s q u e m a c o m p r e n s i b l e d e e n t e n d i m i e n t o . La h o s t i l i d a d hacia
los extranjeros recorre p r á c t i c a m e n t e t o d o el e s p e c t r o d e p o s i b i l i d a d e s , d e s d e
el asesinare i n m e d i a t o hasta la h o s p i t a l i d a d m á s generosa. La xenía era co­
m ú n a t o d o s los G r i e g o s , m i e n t r a s q u e los h a b i t a n t e s d e L a c e d e m o n i a h a ­
b í a n i n s t i t u i d o la xenelasía, e x p u l s a n d o al extranjero l u e g o d e u n a estadía

96/1!
 LAS R A Í C E S P S Í Q U I C A S Y S O C I A L E S D E L O D I O CH

5
m í n i m a . Pero t e n e m o s q u e agregar q u e esta variedad i n s t i t u i d a y la b e n e v o ­
lencia q u e a veces p u e d e i m p l i c a r c o n c i e r n e , e x c l u s i v a m e n t e , a los individuos
extranjeros, n u n c a a las i n s t i t u c i o n e s c o m o tales, y a los extranjeros de paso,
casi n u n c a a su i n s t a l a c i ó n . ( L o s i m p e r i o s m u l t i é t n i c o s f o r m a n u n a d a s e
aparte, p o r razones e v i d e n t e s : e n este caso, la a u t o r i d a d c e n t r a l i m p o n e la
tolerancia hacia los a l ó g e n o s , cosa q u e n o i m p i d i ó , c o m o lo s a b e m o s , los p o ­
g r o m o s d e los j u d í o s y la m a s a c r e d e los a r m e n i o s . )
l o d o lo q u e se dijo h a s t a a q u í da c u e n t a d e la exclusión del exterior. N o
alcanza a explicar p o r q u é m o t i v o esta exclusión se t r a n s f o r m a en d i s c r i m i n a ­
ción, d e s p r e c i o , c o n f i n a m i e n t o y, finalmente, o d i o , r a b i a , l o c u r a asesina.
C o n s i d e r a n d o las formas m u y variadas, p e r o además e x t r e m a s , q u e p u e d e n
a d o p t a r estas c o n d u c t a s y sus explosiones violentas en a l g u n o s m o m e n t o s es­
pecíficos d e la historia, n o c r e o q u e p u e d a h a b e r u n a explicación general; sola­
m e n t e las encuestas históricas p u e d e n volver los hechos p a r c i a l m e n t e c o m ­
prensibles en su e x t r a o r d i n a r i a diversidad. Pero esta c o m p r e n s i ó n r e q u i e r e , en
primer lugar, q u e seamos capaces d e r e c o n o c e r y de e s t i m a r c o r r e c t a m e n t e la
extraordinaria c a n t i d a d d e o d i o c o n t e n i d o en el reservorio p s í q u i c o , o d i o q u e
la institución social n o p u d o o n o q u i s o canalizar hacia o t r o s objetos.
Sin e m b a r g o , p o d e m o s m e n c i o n a r u n factor en relación c o n las explosiones
masivas d e o d i o n a c i o n a l y racial en la é p o c a m o d e r n a . L a d i s o l u c i ó n , e n las
sociedades capitalistas, d e t o d a s las instancias d e colectividades i n t e r m e d i a s
significantes y, p o r lo t a n t o , la s u p r e s i ó n d e posibilidades d e identificación al­
ternativa p a r a los i n d i v i d u o s , s e g u r a m e n t e t u v o c o m o efecto u n a c r i s p a c i ó n
.dentificatoria sobre las e n t i d a d e s religión, nación o raza y, p o r e n d e , exacerbó
i n m e n s a m e n t e la t e n d e n c i a al o d i o al extranjero en t o d a s sus formas. L a si­
tuación n o es e s e n c i a l m e n t e diferente en las sociedades n o e u r o p e a s q u e pa¬
decen f r o n t a l m e n t e el c h o q u e d e la invasión d e la m o d e r n i d a d y la pulveriza­
ción d e sus referentes i d e n t i f i c a t o r i o s tradicionales, q u e r e a c c i o n a n c o n u n
i n c r e m e n t o d e f a n a t i s m o religioso y / o n a c i o n a l .
U n a observación final s o b r e el racismo. E n c u e n t r o a s o m b r o s o el h e c h o d e
q u e , d e a c u e r d o con m i c o n o c i m i e n t o , la caractetística p r i n c i p a l y d e t e r m i ­
n a n t e del r a c i s m o , reconocible i n m e d i a t a m e n t e a simple vista, n o h a y a sido
o b s e i v a d a p o r los escritores q u e se h a n o c u p a d o del t e m a . E s t a catacterística
consiste en la inconvertibilidad esencial del o t r o . C u a l q u i e r f a n a t i s m o religioso

Xenofón, La Constitulion de Sparte, 14, 4.

0
196 PSIQUE

aceptaría c o n alegtía la conversión de los infieles; t o d o nacionalista racional

d e b e r í a regocijarse c u a n d o se a n e x a n territorios extranjeros y sus h a b i t a n t e s
p u e d e n asimilarse. Pero éste n o es el caso del r a c i s m o . Los j u d í o s a l e m a n e s
h u b i e r a n celebrado el h e c h o de p e r m a n e c e r c i u d a d a n o s del III Reich; la m a -
yoría de ellos lo h u b i e r a p e d i d o y aceptado. Pero los nazis n o q u e r í a n saber
n a d a al respecto. P r e c i s a m e n t e , p o r q u e en ei caso del r a c i s m o , el o b j e t o del
o d i o d e b e m a n t e n e r s e inconvertible: el i m a g i n a r i o racista d e b e invocar o in-
v e n t a r características s u p u e s t a m e n t e físicas (biológicas), p o r lo t a n t o irreversi-
bles, en el seno de los objetos de su o d i o ; el color d e la piel, los rasgos del ros-
t r o , s o n el a p u n t a l a m i e n t o m á s a p r o p i a d o d e este o d i o p o r q u e , e n c o n j u n t o ,
señalarían la e x t r a ñ a irreductibilidad del o b j e t o y e l i m i n a r í a n c u a l q u i e r riesgo
d e confusión e n r í e éste y el sujeto. D e allí t a m b i é n la repulsión particular-
m e n t e m a r c a d a c o n respecto al mestizaje, q u e d e s d i b u j a las fronteras e n t r e los
p u r o s y los i m p u r o s , y m u e s t r a al racista q u e falta m u y p o c o p a t a q u e él m i s -
m o se e n c u e n t r e del o t r o lado d e la barrera del o d i o . F i n a l m e n t e , estaría segu-
r a m e n t e justificado relacionar esta f o r m a e x t r e m a del o d i o al o t r o c o n la for-
m a m á s oscura, m á s s o m b r í a y m á s r e p r i m i d a del o d i o : el o d i o a sí m i s m o .
La h e t e r o n o m í a y el o d i o al o t r o t i e n e n u n a raíz c o m ú n : la casi a b s o l u t a
imperiosidad, la casi necesidad d e la c l a u s u l a del s e n t i d o , q u e deriva d e las
t e n d e n c i a s intrínsecas a la i n s t i t u c i ó n y d e la b ú s q u e d a d e certezas ú l t i m a s
p o r p a r t e d e la p s i q u e singular q u e lleva a identificaciones e x t r e m a d a m e n t e
fuertes, a c u e r p o s d e creencias estancas c o m p a r t i d a s y sostenidas p o r colecti-
vidades reales. La a u t o n o m í a , o sea, la p l e n a d e m o c t a c i a , y la a c e p t a c i ó n del
o t r o no f o t m a n p a r t e d e la p e n d i e n t e n a t u r a l d e la h u m a n i d a d . A m b a s en-
c u e n t r a n o b s t á c u l o s e n o r m e s . S a b e m o s p o r la h i s t o r i a q u e la l u c h a p o r la d e -
m o c r a c i a e n c o n t r ó , hasta a h o r a m a r g i n a l m e n t e , m á s éxito q u e la l u c h a c o n -
tra el c h a u v i n i s m o , la x e n o f o b i a y el r a c i s m o . Pero, p a r a aquellos q u e están
i n v o l u c r a d o s e n el ú n i c o p r o y e c t o p o l í t i c o d e f e n d i b l e , el p r o y e c t o d e la li-
b e r t a d universal, la ú n i c a vía a b i e t t a es la c o n t i n u a c i ó n d e la l u c h a p a r a re-
m o n t a r esta p e n d i e n t e .

97/1 í
 Psique y educación

[ACQUES ARDOINO. — E n o c a s i ó n de la p u b l i c a c i ó n d e u n n ú m e r o de la re-

vista Pratiques de formation [Prácticas de formación] c e n t r a d o en la m u l t i r r e -
ferencialidad, n o s gustaría i n t e r r o g a r l o sobre ios p r o b l e m a s de la e d u c a c i ó n
y d e la f o r m a c i ó n d e los sujetos. Y p o n e r a p r u e b a , s o b r e este t e m a , su p r o -
pia teoría sobre el i m a g i n a r i o y la psique.

R E N E BARBIER. — P e r s o n a l m e n t e , t e n g o la sensación d e q u e , en esta t e o r í a ,

n o se a b o r d a u n p u n t o m u y i m p o r t a n t e , q u i z á j u s t i f i c a d a m e n t e : la c u e s t i ó n
de lo q u e se l l a m a meditación e n la t r a d i c i ó n oriental. O sea, u n e s t a d o d e
á n i m o , u n e s t a d o d e c o n c i e n c i a q u e n o es conciencia de algo, q u e se lleva a
cabo a través d e u n a e x p e r i e n c i a p e r s o n a l . E n las ú l t i m a s fases d e esta m e d i -
tación e n c o n t r a m o s , s i m u l t á n e a m e n t e , u n a vigilancia e x t r e m a y u n a a u s e n -
cia d e r e p r e s e n t a c i ó n . N o h a y ni c o n c e p t o ni i m a g e n . Es u n a zona d e la p s i -
q u e en la cual lo i m a g i n a r i o sería silencioso. L o q u e e n t r a r í a e n c o n t r a d i c c i ó n
c o n su c o n c e p c i ó n de la v i d a p s í q u i c a c o m o flujo c o n t i n u o e i n i n t e r r u m p i -
d o d e i m á g e n e s , formas, figuras, etcétera. ¿ Q u é piensa al respecto?

C O R N E L I U S C A S T O R I A D I S . — C o n o z c o , a u n q u e de m a n e r a insuficiente, la
filosofía o r i e n t a l , p e r o n o t e n g o n i n g u n a c o m p e t e n c i a c o n r e s p e c t o a las
prácticas o r i e n t a l e s d e m e d i t a c i ó n . . . N o c r e o q u e se p u e d a h a b l a r s o b r e esto
sin tener u n a experiencia personal al respecto. A u n así, p o d e m o s p r e g u n t a r n o s
en q u é m e d i d a aquellos q u e atravesaron estas experiencias p u e d e n h a b l a r so-
bre el t e m a c o r r e c t a m e n t e . A p a r t e d e lo q u e p o d r í a l l a m a r s e u n estado l í m i t e
(no en la a c e p c i ó n p s i q u i á t r i c a del t é t m i n o ) , y t a m b i é n e n este caso t e n g o

Entrevista con Jacques Ardoino, Rene Barbier y Florence Giust-Desprairie, realizada el 7

de febrero de 1 9 9 1 , publicada en Pratiques de formarían, 25-26 abril 1993, pp. 4 6 - 6 3 . [Por
razones de espacio, la redacción de las preguntas ha sido un poco abreviada.]

197
198 PSIQUE

m i - d u d a s al respecto, n o veo d e q u é m a n e r a un e s i a d o p s í q u i c o p o d r í a ser

o t r a cosa q u e u n flujo reptescn cativo-afectivo-intencional. ¿ Q u é s a b e m o s de
e s t o s , ' tdn- linares? Fxisten esos m i l é s i m o s d e s e g u n d o s fugitivos del o r g a s -
m o , « p e q u e ñ a m u e r t e » , decían los A n t i g u o s , fadmg del sujeto, t r a d u c í a La-
c a n : m o m e n t o de la desaparición del sujeto h a b i t u a l , e v a n e s c e n t e e i n d e c i b l e
existen, t u la cradidóñ occidental, experiencias místicas; quizás t o d o el m u n d o
p u e d e e x p e r i m e n t a r vivencias a n á l o g a s leí « s e n t i m i e n t o o c e á n i c o » d e R o
main Rolland d e W i l h e m Reich; sal >emos q u e Frctid a f i r m a b a q u e le resul
raba d e s c o n o c i d o ) . P o d r í a m o s decir, e n u n a p r i m e r a a p r o x i m a c i ó n , q u e s o n
e s t a d o s sin repr.--i.ent.il i o n y >u¡ i n t e n c i ó n , p e r o n o d e s p r o v i s t o s d e s e n t i -
m i e n t o . N o sé lo q u e diría al respecto u n p r a c t i c a n t e d e la m e d i t a c i ó n o r i e n -
ial q u e , a d e m á s , n o estuviera m u y familiarizado c o n nuestras n o c i o n e s . Por
m i p a r t e , p i e n s o q u e esta d e s c r i p c i ó n es insuficiente. Estos e s t a d o s m e llevan
a p e n s a r m u c h o más en u n r e t o r n o hacia el e s t a d o inicial de la m ó n a d a d e la
p s i q u e : u n a s u e r t e d e i n d i f e r e n c i a c i ó n p r i m e r a , i n d i f e r e n c i a c i ó n e n t r e sí
m i s m o y el o t r o , e n t r e s e n t i m i e n t o s , r e p r e s e n t a c i o n e s y deseos, c a r a c t e r i z a d o
e s e n c i a l m e n t e p o r u n a fuerza c o n t i n u a d e lo i d é n t i c o , d e p e r m a n e n c i a en es-
ce ser-a\\í. E s o es p a r a m í , ya lo s a b e n , el escado inicial, original, d e la p s i q u e
h u m a n a , en la m e d i d a e n q u e lo p o d a m o s r e c o n s t i t u i r - o postular— p o r u n
p r o c e d i m i e n t o regresivo, a partir d e rasgos f u n d a m e n t a l e s d e la p s i q u e pasi-
bles d e ser o b s e r v a d o s , cosa q u e resulta p o s i b l e , p r e c i s a m e n t e , p o r q u e ella
s i e m p r e h a r o t o p a r c i a l m e n t e este e s t a d o .

E s t o es lo q u e creo e n c o n t r a r , e n u n a forma i m p u r a , m e z c l a d a c o n ideas

de presencia de u n o t r o (de C r i s t o , d e D i o s , e t c é t e r a ) , en los textos m í s t i c o s
o c c i d e n t a l e s q u e c o n o z c o (Santa Teresa, San J u a n d e la C r u z . . . ) . P r o b a b l e -
m e n t e , habría q u e e n c o n t r a r s i m i l i t u d e s e n t r e estos f e n ó m e n o s y los f e n ó -
m e n o s d e t r a n c e , sobre los cuales confieso i g u a l m e n t e mi i n c o m p e t e n c i a , y
para los q u e h a b r í a q u e c o n s u l t a t c o n n u e s t r o a m i g o Lapassade. Pero parece
p r o b a b l e q u e , t a m b i é n en estos f e n ó m e n o s , lo q u e está en j u e g o c o n s i s t a en
la re-fusión d e los e l e m e n t o s h a b i t u a l m e n t e d i s t i n t o s d e la vida p s í q u i c a q u e
t i e n d e n a r e t o r n a r a su unidad primordial. La analogía más c e r c a n a q u e p u e -
d o e n c o n t r a r en m i e x p e r i e n c i a p e r s o n a l es e s c u c h a r m ú s i c a , p o r s u p u e s t o ,
n o c u a l q u i e r m ú s i c a . H a y allí c o m o u n a a b s o r c i ó n c o m p l e t a en o t r a cosa
q u e n o es u n o m i s m o (esto es, p o r o t r o l a d o , el s e n t i d o inicial d e la p a l a b r a
« e m o c i ó n » , ex-motus). Pero t a m b i é n , en este caso, u n o está a t r a p a d o p o r un
flujo de r e p r e s e n t a c i o n e s y de s e n t i m i e n t o s . E v i d e n t e m e n t e , se t t a t a d e re-
p r e s e n t a c i o n e s a u d i t i v a s , q u e a s u m e n esta e x t r a o r d i n a r i a p a r t i c u l a r i d a d d e
 PSIQUE Y EDUCACIÓN i 99

ser s i m u l t á n e a m e n t e diferentes (más se c o n o c e la m ú s i c a e n detalle, m á s fuer­

te es la sensación d e petderse en ella), y en fusión p e r m a n e n t e unas con otras,
a la vez vertical y h o r i z o n t a l m e n t e . Pero se trata, a d e m á s , de s e n t i m i e n t o *
que, ti bien q u e r e m o s n o m b r a r l o s , t r a i c i o n a n la cosa: ya q u e la m ú s i c a , n o
expresa ni representa s e n t i m i e n t o s c o n o c i d o s , c o n t r a r i a m e n t e a lo q u e se su­
p o n e , sino q u e es c r e a d o r a d e ellos. Existe, e n este caso, u n s e n t i d o q u e n o
es discursivo (es el m o t i v o p o r el cual los c o m e n t a r i o s verbales a p r o p ó s i t o
del contenido d e la m ú s i c a s o n , g e n e r a l m e n t e , h u e c o s ) . Y existe u n d e s e o ,
cercano quizás al deseo del e s t a d o d e n i r v a n a ( S c h o p e n h a u e r , W a g n e r . . . ) :
q u e esto siga s i e m p r e así - d e s e o q u e se c u m p l e de t o d o s m o d o s , p o r lo m e ­
nos, en la m ú s i c a clásica o c c i d e n t a l , en y a través de u n m o v i m i e n t o y d e u n
e q u i l i b r i o d e alteración y d e r e p e t i c i ó n ( n o es el caso del flamenco y del ga-
m e l a n ) - . E s t o es, p r o b a b l e m e n t e , t o d o lo q u e u n o c c i d e n t a l c o m o y o p u e d e
c o n o c e r d e estados a n á l o g o s a los q u e u s t e d m e n c i o n a . P e r o , u n a vez m á s , a
p n o r i y hasta c o m o p r u e b a d e lo c o n t r a r i o , n o p u e d o creer a los q u e d i c e n
q u e , en los p u n t o s e x t r e m o s d e la m e d i t a c i ó n , n o hay m á s r e p r e s e n t a c i ó n . Si
así fuera, n o veo d e q u é m a n e r a sería p o s i b l e hablar d e estos estados m á s tar­
d e e, i n c l u s o , recordarlos.

R. B. Pienso q u e los q u e viven este t i p o d e estado d e c o n c i e n c i a n o se re­

fieren a ellos en t é r m i n o s d e r e p r e s e n t a c i o n e s , sino q u e a l u d e n , m á s b i e n , a
u n e s t a d o d e c o n c i e n c i a q u e n o es conciencia d e algo. Q u i z á s e s t a r í a m o s , al
final d e c u e n t a , en el seno d e p o s t u l a d o s filosóficos.

C. C . — H a b l a n d e eso.

R. B. — S í , se refieren a ellos d e s p u é s . Pero n o h a b l a n en t é r m i n o s d e r e p r e -

s a l t a c i o n e s , salvo en el caso d e los q u e h a n t e n i d o visiones, etcétera. Pero esto
es o t r a cosa. N o h a b l o de visiones e x t á t i c a s . . .

C . C. - - P e r o si se refieren a p o s t u l a d o s d e ese t i p o , eso significa q u e , i n c l u s o

en el m o m e n t o m á s a g u d o d e esa e x p e r i e n c i a , tenían la p e r c e p c i ó n , e n el
s e n t i d o m á s vago del t é r m i n o , d e algo q u e estaba allí y q u e era al m i s m o
t i e m p o ellos m i s m o s .

J. A. — D e lo q u e e s t a m o s s e g u r o s , si e n t e n d í bien lo q u e usted decía, es de

q u e h u b o por lo m e n o s i n t e n c i ó n , y hasta v o l u n t a d , ya q u e este estado d e m e -

0
200

di ición se logra s o l a m e n t e a través de un ascetismo. H a y u n esfuerzo para

llegar a él y retornar.

C. C. —1 .sfue zc le exclusión de t o d o el testo.

j . A . — T o d a v í a h .y iin . :ion ilid ,d, c u a n d o se habla d e s p u é s d e esos esta-

d o s , ya q u e existí I i „olu.., J le. úficar algo a alguien, o sea, d e d a r c u e n t a
o dad i slg . .,,<., .-.uto d. esa experiencia. Por lo c i n t o , el e l e m e n t o in¬
i, n a . n i h d i d . . a ; , 11 vis a. Pero, m e p r e g u n t o e n t o n c e s si n o h a b r á algo
d 1 orden de u n a b ú s q u e d a q u : debería ser llamada, efectivamente, «regresiva»
(no t o m o la palabra en su s e n t i d o peyorativo), o sea, d e u n r e t o r n o a la m a -
dre, q u e finalice en la indiferenciación primitiva. En el caso d e la m e d i t a c i ó n ,
d d a s c e t i s m o , d e u n p r o c e d i m i e n t o espiritual, esta regresión es v o l u n t a r i a ,
p r o d u c t o r a d e otra cosa; n o es cuestión de reducirla al aspecto p u r a m e n t e re-
gresivo, en el s e n t i d o p r i m e r o del t é r m i n o , p e r o d e t o d o s m o d o s h a y algo d e
este o r d e n .

C . C . — S í , salvo q u e yo n o h a b l a r í a d e la m a d r e : el e s t a d o d e m ó n a d a es u n
estado a n t e r i o r a la m a d r e , c o m o si fuese u n e s t a d o a n t e t i o t al o b j e t o par¬
cial, c o m o d i c e n en psicoanálisis, en c o n d i c i ó n d e o b j e t o s e p a r a d o .

J. A. - - ¿ P e r o habría r e c u e r d o del estado de m ó n a d a ?

C . C . - - N o hay r e c u e r d o , ni c o n s c i e n t e ni incluso i n c o n s c i e n t e : es lo q u e
he t r a t a d o de decir en el c a p í t u l o VI d e La institución imaginaria de la socie-
dad, en la m e d i d a en q u e eso resulte decible. La m ó n a d a n o está r e p r i m i d a ,
es a n t e r i o r a la represión; p e r o , sin la p o s t u l a c i ó n del estado d e m ó n a d a , t o -
d o el resto d e la historia d e la psique p e r m a n e c e i n c o m p r e n s i b l e . ¿ D e d ó n d e
p r o v i e n e , p o r e j e m p l o , la « o m n i p o t e n c i a mágica del p e n s a m i e n t o » ? E n pri-
m e r lugar, n o es para n a d a «mágica». F r e u d la llama mágica p o r q u e piensa
en la realidad, pero la m ó n a d a es real: n o h a b l a m o s , e v i d e n t e m e n t e , d e la rea-
lidad del s u b t e t t á n e o , h a b l a m o s d e la única realidad q u e intetesa, en p r i m e r
lugar, al psicoanálisis, la realidad psíquica. El i n c o n s c i e n t e p u e d e formar, y
e f e c t i v a m e n t e forma, el f a n t a s m a q u e satisface el deseo. E n este s e n t i d o , la
p s i q u e , e f e c t i v a m e n t e , es t o d o p o d e r o s a . ¿Cuál es el origen d e la o m n i p o t e n -
cia? L u e g o d e c i m o s q u e a p a r t i r d e cierto m o m e n t o el infans a t t i b u y e esta
o m n i p o t e n c i a a la m a d t e . ¿Pero el infans, d e d ó n d e p u e d e sacar a relucir u n

99/1 í
 PSSQUF.Y ['.Oí CA( i -i •ii

e s q u e m a de o m m p o t e n c i a , d ó n d e lo h a b r á e n c o n t r a d o ? L o e n c o n t r ó en sí
m i s m o , es u n a o p e r a c i ó n proyectiva. T e n e m o s aquí u n rasgo f u n d a m e n t a
de la i m a g i n a c i ó n radical del sujeto: éste n o p u e d e a p r e h e n d e r desde d i n i -
cio el m u n d o d e o t r o m o d o q u e c o m o sí m i s m o . I n c l u s o , n o hace falta de-
c i r c o m o si fuese d u e ñ o del m u n d o , ya q u e aquello s u p o n e una diferencia-
ción, sino c o m o sí m i s m o , i n f i n i t a m e n t e plástico en c u a n t o a lo q u e desea,
a u n q u e esta p a l a b r a sea t o d a v í a u n a b u s o d e lenguaje, y a q u e n o hay, en esta
etapa, n i n g u n a d i s t i n c i ó n e n t r e d e s e a d o y r e p r e s e n t a d o .
E n c o n t r a m o s fuertes huellas d e este e s t a d o aun e n el m d i v i d u o a d u l t o
;Por q u é hace falta este d u r o a p r e n d i z a j e d e la realidad, d e la d i s t i n c i ó n , de
la diferenciación? ¿Por q u é n o p o d e m o s s o p o r t a r a u n o t r o q u e sea v e r d a d e -
r a m e n t e o t r o y n o o t r o e j e m p l a r d e sí m i s m o ? ¿Y, de d ó n d e viene esta ma-
nía, esta rabia u n i í i c a d o r a q u e e n c o n t r a m o s t a n t o en la filosofía c o m o en la
política? La m ó n a d a es a n t e r i o r al estado fusional, q u e es u n a p r o l o n g a c i ó n
de la necesidad del l a c t a n t e d e ver a t o d o el m u n d o c o m o sí m i s m o . Existe
ya, d e h e c h o , esta visión e n la frase d e F r e u d en sus ú l t i m a s a n o t a c i o n e s del
a ñ o 1 9 3 9 : Ich btn dic Brust, «soy el p e c h o » . ¿ Q u é q u i e r e decir eso? Q u e soy
el p e c h o y q u e el p e c h o soy y o - q u e n o h a y d i s t i n c i ó n - . El seno será p e r c i -
b i d o , luego, c o m o p e r t e n e c i e n t e a u n o t r o , q u e d i s p o n e d e él; pero c o m o es-
te o t r o d e b e t a m b i é n f o r m a r p a r t e del m u n d o del sí m i s m o , del s u j e t o , el
l a c t a n t e tratará d e i n s t a u r a r u n e s t a d o fusional con su m a d r e . Y t e n e m o s , t o -
davía, u n eco p o d e r o s o d e t o d a esta s i t u a c i ó n en el a m o r a d u l t o . E n el se-
g u n d o acto d e Instan e Isolda, T r i s t á n dice: «No hay m á s Isolda»; e Isolda
contesta: « N o h a y m á s T r i s t á n » . Los d o s a m a n t e s , t a m b i é n el a u d i t o r i o , es-
tán i n m e r s o s en esta m ú s i c a fantástica, m ú s i c a de c ó p u l a en el s e n t i d o m á s
elemental y más filosófico del t é r m i n o , d e r e u n i ó n d e d o s partes h a s t a e n -
tonces separadas, p e r o q u e se p e r t e n e c e n m u t u a m e n t e .
El estado d e m ó n a d a es a n t e r i o r a t o d a distinción con la m a d r e , p o r lo tan-
to, a t o d a fusión con la m a d r e , ya q u e la fusión p r e s u p o n e d o s cosas separadas.

R. 13. — ¿ E s o significa q u e n o establece e n a b s o l u t o la d i s t i n c i ó n e n t r e lo q u e

p o d r í a vivenciar u n b e b é y lo q u e p u e d e vivenciar a l g u i e n cuya p s i q u e esrá
t a n e l a b o r a d a c o m o la d e K r i s h n a m u r t í ?

C. C. —Establezco una distinción fundamental. Digo que Krishnamurtí, a

fuerza de ascetismo, de esfuerzos, d e n o sé q u é , llega a reproducir u n estado
q u e n o es, e v i d e n t e m e n t e , el e s t a d o del l a c t a n t e , ya q u e piensa este e s t a d o co

0
202 PSIQUE

roo u n a u n i ó n c o n el t o d o y c o m o la abolición de las distinciones, cosas q u e

para u n bebé n o significan nada. S o l a m e n t e alguien q u e p e n s ó la distinción
p u e d e pensar en una abolición de las distinciones. E v i d e n t e m e n t e , n o es el es-
tado del bebé, pero n o hay posibilidad de referirse a él salvo e m p l e a n d o los
misinos términos: soy el t o d o , el todo soy y o , la diferencias están abolidas - p e r o
K r t s f m a m u m tiene, a posieriori, una representación d e t o d o a q u e l l o - .
Ahora b i e n , la r e p r e s e n t a c . ó n , a p a r t i r del m o m e n t o en el cual deja de
ser este e s t a d o de m ó n a d a ininteligible e i r r e p r e s e n t a b l e , i m p l i c a s i e m p r e la
m u l t i p l i c i d a d y la diferenciación. C o m o m í n i m o , i m p l i c a u n a figura, p e r o
m u c h o m á s q u e eso. Y si e m p e z a m o s a t e n e r en c u e n t a ese « m u c h o m á s » ,
v e m o s q u e n o p o d e m o s d a r c u e n t a d e eso en t é r m i n o s d e lógica ensídwa
(conjuntista-identitana). Por ejemplo, no p o d e m o s decir cuántos elementos
c o n t i e n e esta m u l t i p l i c i d a d . E s t a m o s s e n t a d o s a q u í , c a d a u n o d e n o s o t r o s
tiene u n a p e r c e p c i ó n , e i n c l u s o m á s d e u n a . Si t r a t a m o s d e e n u m e r a r los
elementos q u e h a y en este c o n t e x t o , c o n s t a t a m o s i n m e d i a t a m e n t e q u e es
i m p o s i b l e y q u e escapa a la teoría d e los c o n j u n t o s ; el á l g e b r a n o se aplica,
la t o p o l o g í a t a m p o c o . ¿ D ó n d e están n u e s t r a s fronteras? H a b l a m o s . E s t o y
a q u í , u s t e d e s e s t á n allá, les h a b l o . E s t o e n t r a en sus o í d o s y u s t e d e s p i e n s a n
cosas. ¿ Q u é relación t i e n e n esas cosas c o n lo q u e les digo? S e g u r a m e n t e n o
son la estricta r e p r o d u c c i ó n y r e p e t i c i ó n d e lo q u e les d i g o ; las p i e n s a n al
m i s m o t i e m p o q u e o t r a s cosas p r o p i a s d e ustedes m i s m o s . Pero n o se e n -
c u e n t r a n en el e s t a d o en el q u e se e n c o n t r a r í a n si e s t u v i e r a n solos y sin p o -
der e s c u c h a r m e ; y lo m i s m o es válido p a r a m í . N o h a y fronteras, p o r e n d e ,
n o hay t o p o l o g í a . T a m p o c o h a y u n a relación d e o r d e n . N i n g u n a e s t r u c t u r a
l ó g i c o m a t e m á t i c a p u e d e a p l i c a r s e s u s t a n c i a l m e n t e . P e r o , sin e m b a r g o ,
existe la d i f e r e n c i a c i ó n .
E n c a m b i o , en el e s t a d o d e m ó n a d a , n o h a y diferenciación: soy t o d o , soy
el m i s m o ser, el ser soy y o , y soy placer, el placer soy y o m i s m o . P o r c i e r t o ,
t o d o esto está d i c h o p o r n u e s t r o lenguaje a d u l t o . Pero es vivido c o m o exac-
t a m e n t e el m i s m o , q u e soy yo m i s m o , q u e es el t o d o .

F L O R E N C E G I U S T - D E S P R A I R I E . — ¿ E n el a u m e n t o d e la c a n t i d a d d e p e r s o -
nas q u e a d h i e r e n a experiencias espirituales, n o p o d r í a m o s ver u n a p r o t e s t a
c o n t r a u n m u n d o c a d a vez m á s a t o m i z a d o , f r a g m e n t a d o , insoportable? Se
trataría, e n t o n c e s , d e u n i n t e n t o p o r e n c o n t r a r , r e e n c o n t r a r otra cosa a tra-
vés d e esas experiencias d e u n i d a d . . .

100/1
 PSIQUE Y EDUCACIÓN 203

C. C . — E s o m e parece t o t a l m e n t e cierto. L o q u e se ha l l a m a d o , d e m a n e r a
reiterada y exagerada, el r e t o r n o d e lo religioso r e m i t e a eso, pero t a m b i é n el
Z e n i t h t i e n e q u e ver c o n esta c u e s t i ó n . D e s d e h a c e u n o s t r e i n t a años, v e m o s
estas salas g r a n d e s d o n d e la m ú s i c a n u n c a es s u f i c i e n t e m e n t e e n s o r d e c e d o r a
y, e n t o n c e s , u n o n o p u e d e dejar d e pensar e n los estados d e casi t r a n c e , de
p é r d i d a de sí y d e i n d i f e r e n c i a c i ó n c o n r e s p e c t o a los o t r o s , d e s e u d o unifi¬
cación y de s e u d o significación q u e i n t e n t a n ir más allá d e la significación
Se vive en el i n s t a n t e , u n o se deja p e n e t t a t p o r u n a m ú s i c a , suerte d e viola-
ción p r o p i a m e n t e física a fuerza d e decibeles, d e mezcla d e c u e r p o s en u n a
sexualidad difusa, d e a r t i c u l a c i o n e s q u e c i r c u l a n . Peto e s t o n o es i m p o r t a n t e .
Se trata, en este caso, d e a p u n t a l a m i e n t o s p a r a volver a e n c o n t r a r u n a s i t u a -
ción q u e c o n t i e n e la realización d e u n s e n t i d o total, m i e n t r a s q u e t o d o sen-
t i d o a m o l l a d o es s i t u a d o e n u n a a n t e t i o r i d a d . Pienso, c o m o usted, q u e los
i n t e n t o s d e a b a n d o n a r s e a la filosofía o r i e n t a l r e m i t e n a la m i s m a d e s e s p e r a -
ción d e los i n d i v i d u o s en este m u n d o o c c i d e n t a l , s i m u l t á n e a m e n t e d e s p e r s o -
nalizado y privatizado.

R. B. — U s t e d hace u n a i n t e r p r e t a c i ó n sociológica del f e n ó m e n o . Yo q u e r r í a

volver a la n a t u r a l e z a del f e n ó m e n o . U s t e d d i c e q u e el b e b é se e n c u e n t r a en
u n e s t a d o d e m ó n a d a . Si e n t i e n d o c o t r e c t a m e n t e , este e s t a d o d e m ó n a d a
c o n s t i t u y e , d e a l g u n a m a n e r a , la a p r e h e n s i ó n i n c o n s c i e n t e del estado c a ó t i -
co, e n el s e n t i d o del c a o s / a b i s m o / s i n f o n d o del q u e usted habla.

C. C . — N o es lo m i s m o .

R. B. — ¿ C u á l es la diferencia? ¿ Q u é relación establece e n t r e este e s t a d o d e

m ó n a d a en el infansyá caos/abismo/sin fondo?

C . C . — E l c a o s / a b i s m o / s i n f o n d o c o n s t i t u y e lo q u e está detrás o d e b a j o d e
t o d o e n t e c o n c r e t o y es, al m i s m o t i e m p o , la p o t e n c i a c r e a d o r a -vis forman-
di, d i r í a m o s en l a t í n - q u e h a c e surgir f o r m a s , seres o r g a n i z a d o s . El ser h u -
m a n o singular es u n f r a g m e n t o d e este caos y, al m i s m o t i e m p o , él m i s m o e
u n f r a g m e n t o o u n a i n s t a n c i a d e esta vis formandi, d e esta p o t e n c i a o d e la
creatividad del ser c o m o tal. Y los dos a s p e c t o s se t e e n c u e n t r a n en la i m a g i -
n a c i ó n radical del sujeto; a q u e l l o c o n s t i t u y e p r e c i s a m e n t e la f o r m a d e la m ó
n a d a , lo q u e n o s o t r o s a d u l t o s e x p r e s a r í a m o s d i c i e n d o : soy t o d o .

50
204 PSIQUE
I

J. A. — E l e s t a d o d e m ó n a d a . «Soy t o d o » es, en este caso, p a n t e í s t a y, p o r

o t r o l a d o , resulta d i v e r t i d o , p o r q u e p e n s a m o s s i e m p r e en Leibniz, p o r su­
p u e s t o , p e r o t e n e m o s q u e referirnos a d e m á s a S p i n o z a .

C . C . — E l «soy t o d o » de la m ó n a d a significa: t o d o es y o m i s m o , n a d a está

fuera d e m í . Pero, para un v e r d a d e r o p a n t e í s t a , n o se t r a t a d e eso: D i o s es
t o d o , D i o s esrá en codas partes, soy u n f r a g m e n t o d e este t o d o / D i o s , etcétera,
y p u e d o , e v e n t u a l m e n t e , t e n e r acceso a este r o d o , p o r e j e m p l o , a través del
c o n o c i m i e n t o del tercer g é n e r o . Pero el e s t a d o q u e t r a t o d e describir es, ver­
d a d e r a m e n t e , la m ó n a d a sin v e n t a n a , c o m o h u b i e s e d i c h o Leibniz, salvo q u e
en este caso, e v i d e n t e m e n t e , n o existe a r m o n í a preestablecida, d e inserción
a r m o n i o s a d e t o d a s las m ó n a d a s en u n a sinfonía d e c o n j u n t o . La percepción
de la m ó n a d a es u n a p e r c e p c i ó n de sí m i s m a , la o r i e n t a c i ó n d e su fuerza se
dirige h a c i a sí m i s m a , y d e n i n g u n a m a n e r a esta o r i e n t a c i ó n se a r m o n i z a c o n
la d e las otras m ó n a d a s . Eso p e r m a n e c e s i e m p r e , a u n en el i n d i v i d u o a d u l t o ;
uno muere solo, hasta u n g r a n filósofo es s i e m p r e , p a r a sí m i s m o , el c e n t r o
del m u n d o : el m u n d o va a t e r m i n a r i r r e v o c a b l e m e n t e p a r a sí, u n o se h u n d e
en el n e g r o a b s o l u t o a u n s a b i e n d o q u e va a seguir.

J. A. — P e r o la m ó n a d a c o n t i e n e t a m b i é n t o d o .

C. C . — N o , la m ó n a d a c o n t i e n e este e m p u j e hacia la unificación del t o d o y

es, finalmente, aquello q u e luego p e r m i t e , en cierto s e n t i d o , m a n t e n e r j u n t o
lo q u e de otra m a n e r a sería u n a dispersión absoluta. C o n s i d e r e m o s lo q u e le
ocurre a u n lactante - o u n ser viviente en g e n e r a l - . Le ocurren un m o n t ó n de
cosas, estímulos sensoriales, dolores corporales internos, sensaciones d e h a m b r e ,
sombras q u e pasean - s o m b r a s q u e se t r a n s f o r m a n d e m a n e r a f r a g m e n t a d a y
sucesiva en objetos, u n pecho y, luego, u n a madre, e t c é t e r a - . T o d o esto d e b e
m a n t e n e r s e u n i d o y p u e d e llegar a estarlo, en p r i m e r lugar y p a r a e m p e z a r (y
en realidad para t e r m i n a r ) , p o r q u e : a) este ser vive bajo la exigencia absoluta
de q u e eso se m a n t e n g a u n i d o (en lenguaje a d u l t o , q u e se c o n s t i t u y a u n senti­
do) y b) d i s p o n e d e la capacidad para, en la m e d i d a d e su posibilidad, m a n t e ­
nerlo j u n t o . N o s r e e n c o n t r a m o s , desde o t r a perspectiva, c o n las cuestiones de
la filosofía. C u a n d o K a n t decía, en su « D e d u c c i ó n d e las categorías», «Yopien­
so es el p r i n c i p i o de la u n i d a d trascendental de la apercepción», v i s l u m b r a b a el
s e g m e n t o cognitivo a d u l t o del a s u n t o . Pero el «principio» d e t o d a vida subjeti­
va es: soy t o d o . La v i d a subjetiva, al p r i n c i p i o , r e m i t e t o d o a sí m i s m o . El

101/1
 PSIQUE Y EDUCACIÓN 20.5

m u n d o es m i representación (y m i h u m o r , y el material i n f i n i t a m e n t e plástico

de m i deseo). Y h a y q u e salir d e esto para entrar en la vida adulta. Al c o m i e n z o ,
las palabras tienen el sentido q u e les o t o r g o (y los residuos d e esta situación se
m a n t i e n e n hasta el final). T e n e m o s q u e aprender, p e n o s a m e n t e , q u e las pala-
bras tienen u n s e n t i d o s o c i a l m e n t e establecido y q u e n o se p u e d e atribuirles el
sentido q u e q u e r e m o s . El p u n t o d e vista del infans q u e c o m i e n z a por a p r o -
piarse d e las palabras es el p u n t o d e vista d e H u m p t y D u m p t y en Alicia: las
palabras significan lo q u e q u i e r o q u e signifiquen.

J. A. -Y, p o r lo t a n t o , la m ó n a d a es a t e m p o r a i .

C. C . - E n el s e n t i d o d e q u e i g n o r a el t i e m p o . F r e u d d i c e esto c o n r e s p e c t e
al i n c o n s c i e n t e , p e r o c u a n d o d i c e q u e el i n c o n s c i e n t e i g n o r a el t i e m p o e ig-
n o r a la c o n t r a d i c c i ó n , su f o r m u l a c i ó n m e p a r e c e excesiva. P o d e m o s d e c i r l o
de la m ó n a d a , n o lo p o d e m o s d e c i r c o n respecto al i n c o n s c i e n t e f r e u d i a n o ;
este ú l t i m o i g n o r a el t i e m p o h a b i t u a l , el t i e m p o social d i u r n o , pero es evi-
d e n t e q u e desarrolla su p r o p i o t i e m p o . U n s u e ñ o se despliega e n un t i e m p o d e
s u e ñ o y crea, p e r m i t e el n a c i m i e n t o , de un t i e m p o de s u e ñ o . Flay u n a t e m -
p o r a l i d a d p r o p i a del s u e ñ o , así c o m o existe, d e m a n e r a m á s general, u n a
t e m p o r a l i d a d p r o p i a del i n c o n s c i e n t e . N o se trata de nuestra temporalidad
d e a d u l t o s socializados; el m e d i o d í a p u e d e estar u b i c a d o a n t e s d e las n u e v e ;
n o i m p o r t a , h a y u n antes y u n d e s p u é s .

J. A. — P e r o , en t a n t o p o d e r u n i f i c a d o r es a t e m p o r a i . M i e n t r a s q u e la r e p r e -
s e n t a c i ó n es ya n e c e s a r i a m e n t e t e m p o r a l .

C. C . — P o r cierto.

J. A. — Y p o r lo t a n t o , la r e p r e s e n t a c i ó n es p l u r a l .

C . C . — P o r cierto.

J. A. — L o q u e n o s lleva a la c u e s t i ó n d e la m ú l t i p l e referencia.

C . C . — L a i m a g i n a c i ó n radical h a c e surgir su t i e m p o , q u e es u n t i e m p o
p r o p i o , y su espacio, q u e es u n espacio p r o p i o . Soy s i e m p r e , a u n en este m o -
m e n t o , el o r i g e n d e las c o o r d e n a d a s . El cero d e los ejes x, y, z s i e m p r e soy

30
206 PSIQUE

y o , en el a q u í y ahora. Es en u n c o n t e x t o social q u e t o d o s estos o r í g e n e s es-

tán referidos e i n t e g r a d o s a u n origen social - l a p r i m e r a O l i m p í a d a y el o m -
bligo d e Delfos, el n a c i m i e n t o d e C r i s t o y el m e r i d i a n o d e G r e e n w í c h , e t c é -
t e r a - , Pero esta i m a g i n a c i ó n hace surgir t a m b i é n , y sobre t o d o , un
contenido, u n flujo representativo-afectivo-intencional espontáneo, inagota-
ble e i n d o m a b l e . N o s h e m o s a c o s t a d o a d o r m i r , e s t á b a m o s c a n s a d o s p e r o de
b u e n h u m o r , p e r o , d e r e p e n t e sobreviene u n a idea o u n r e c u e r d o , el h u m o r
c a m b i a t o t a l m e n t e , ya n o hay m a n e r a d e conciliar el s u e ñ o . É s t e es u n e j e m -
plo trivial, p e r o s u m a m e n t e esclarecedor, del flujo p s í q u i c o .

R. B . -—No es el caso d e t o d o el m u n d o .

C . C . — ¿ Q u é q u i e r e decir q u e n o es el caso d e t o d o el m u n d o ?

R. B. — P o r s u p u e s t o , ésa es la s i t u a c i ó n m á s frecuente, p e r o creo q u e algu-

n o s i n d i v i d u o s p u e d e n i n t e r r u m p i r este flujo m e n t a l . P o r e j e m p l o , K r i s h n a -
m u r t i n o p a r t i c i p a b a d e esta i n t e n c i o n a l i d a d , d e esta v o l u n t a d d e d o m i n i o ;
y se dice c o n respecro a él q u e estaba en u n a especie d e vacío p e r p e t u o . N o
p i e n s o q u e p o d a m o s llegar m á s lejos s o b r e este t e m a y t e n e m o s o t r o s p u n t o s
m u y i m p o r t a n t e s p a r a tratar. Pero, sin e m b a r g o , q u e d o insatisfecho c o n res-
p e c t o a la e q u i p a r a c i ó n q u e usted establece e n t r e el n i ñ o p e q u e ñ o y el q u e
m e d i t a ; a m i criterio, e n este ú l t i m o existe u n a d i m e n s i ó n d e o t r a n a t u r a l e -
za, q u e n o c o n s t i t u y e u n a t e n d e n c i a regresiva. Lo q u e o c u r r e e n él es u n a
s u e r t e d e n u e v a u n i ó n , p e r o q u e n o es d e o r d e n fusiona!.

C . C . — N o querría p r o l o n g a r esta d i s c u s i ó n , ya dije q u e n o soy c o m p e t e n t e ,

Pero m e p r e g u n t a t í a : ¿ p o r q u é d i a b l o s K r i s h n a m u r t i , o c u a l q u i e r p e r s o n a
q u e se e n t t e g a a la m e d i t a c i ó n , q u e r r í a n alcanzar u n estado d e n u e v a u n i ó n ?
¿Por q u é q u e r r í a alcanzar ese estado y n o u n estado en el cual t o d o está infi-
n i t a m e n t e d i f e t e n c i a d o y a r t i c u l a d o ? ¿ D e d ó n d e le v i e n e esa idea?

R. B. — N o creo q u e q u i e r a alcanzar algo, creo q u e n o t i e n e p r o y e c t o .

C. C . Pero, sin e m b a r g o . . . K r i s h n a m u r t i y los o t r o s p a s a b a n su v i d a tra-

t a n d o d e alcanzar ese e s t a d o . P o d r í a n h a b e r i n t e n t a d o d e m o s t r a r el ú l t i m o
t e o r e m a d e F e r m a t , j u g a r en M o n t e c a r l o , correr detrás d e las c h i c a s . . . ¿ D e
d ó n d e le viene ese a n h e l o ?

102/1
 PSIQUE Y E D U C A C I Ó N 20?

R. B. — É s a es la p r e g u n t a . . .

C . C . — L a respuesta, a mi c r i t e r i o , es q u e l a m ó n a d a está s i e m p r e al a c e c h o
e n las p r o f u n d i d a d e s , y s u s u r r a : h a y q u e r e e n c o n t r a r , . .

R. B . — C o n t e s t a r é a esa p r e g u n t a . Ese a n h e l o le v i e n e de! h e c h o d e q u e

K r i s h n a m u r t i , c o m o t o d o el m u n d o , y c o m o el m u n d o , es c a o s / a b i s m o / s i n
f o n d o , y c o l o c o en esta c o n c e p c i ó n t o d a u n a d i m e n s i ó n d e d e s t r u c c i ó n y d e
creación. Eso es la fuente, e n el i n t e r i o r d e sí m i s m o , d e ese deseo. E s el d e -
seo de r e e n c o n t r a r s e c o n la p l e n i t u d en u n m o v i m i e n t o . . ,

C . C . — ¡ P e r o u s t e d d i c e « r e e n c o n t r a r s e c o n la p l e n i t u d » ! R e e n c o n t r a s e :
preste a t e n c i ó n a su frase, r e e n c o n t r a r s e . . .

R. B . — S í , p e r o se trata d e r e e n c o n t r a r s e d e o t r o m o d o . P o r q u e hay, efecti-

v a m e n t e , u n a d i f e r e n c i a . . . E s t o y c o m p l e t a m e n t e de a c u e r d o c o n su c o n c e p
ción d e la i n s t i t u c i ó n i m a g i n a r i a de la s o c i e d a d , q u e r o m p e c o n c i e r t a v i o
lencia la c l a u s u r a d e la m ó n a d a d e la p s i q u e del infans p a r a d a r lugar a u n
p r o c e s o de a u t o n o m i z a c i ó n . E s t o m e p a r e c e r e a l m e n t e m u y claro, d e allí la
i m p o r t a n c i a d e la s o c i e d a d , d e lo s o c i o h i s t ó r i c o . Pero, al m i s m o t i e m p o , la
p s i q u e de u n sabio c o m o K r i s h n a m u r t i n o p u e d e e q u i p a r a r s e a los reencuen-
tros. Es algo del o r d e n d e u n a u n i ó n q u e y o separo d e l o f u s i o n a l . . . Pero
quizás n o s e n c o n t r e m o s e n el l í m i t e d e lo q u e se p u e d e d e s c r i b i r . . .

C . C . — E s t a m o s e n lo t o t a l m e n t e i n c o n t r o l a b l e . C o s a q u e n o o c u r r e e n el
caso d e la experiencia psicoanalítica.

R. B. — S a l v o lo q u e u n o m i s m o p u e d e vivenciar.

C. C. Sí, p e r o q u e es p o r n a t u r a l e z a i n c o m u n i c a b l e .

R. B. — C i e r t a m e n t e , ése es el m o t i v o p o r el cual el v e r d a d e r o sabio calla.

C . C . — T e n d r í a m o s q u e p r e g u n t a r n o s , sin e m b a r g o , a n t e s de pasar a o t r o
t e m a , en q u é m e d i d a s e m e j a n t e s sabios p u e d e n formar u n a colectividad

R. B. — E s o t r a cosa.

I
208 PSÍOUL

C. C. —Sí, pero m e parece m u y importante.

R. B — E s t o y d e a c u e r d o . ¡ D e allí p r o v i e n e la vía q u e d e f i e n d o en calidad

de occidental u n p o c o mestizo, la perspectiva d e u n a c e t c a m i e n t o p a r a d ó j i c o
K r i s l u i a r n i i r t i - C a s t o r i a d i s (risas)! U n m o t i v o m á s p a r a a b o r d a r el s e g u n d o
t e m a d e n u e s t r a entrevista, la e d u c a c i ó n .

j . A. — U s t e d h a b l ó en varias o p o r t u n i d a d e s de la e d u c a c i ó n , sin diferenciarla,

sin e m b a r g o , d e la pedagogía. Se trata d e pasar d e u n n ú c l e o original d e p u l -
siones al ánthropos, o sea, a u n ser q u e estaría provisto, d e allí e n más, d e cierta
capacidad de a u t o n o m í a y q u e , s i m u l t á n e a m e n t e , llevatía a cabo el d u e l o d e la
o m n i p o t e n c i a . Para n o s o t r o s , la educación es un c o n j u n t o de objetivos, de fi-
nalidades y, en c o n s e c u e n c i a , la e d u c a c i ó n es ya del o r d e n d e lo político.

C . C . — E n ese s e n t i d o , estoy t o t a l m e n t e d e a c u e r d o . H e escrito explícita-

1
m e n t e en «Poder, política, a u t o n o m í a » : el o b j e t o de la v e r d a d e r a política es
t r a n s f o r m a r las i n s t i t u c i o n e s , p e t o t r a n s f o r m a r l a s d e tal m a n e r a q u e estas
i n s t i t u c i o n e s p u e d a n e d u c a r a los i n d i v i d u o s en el s e n t i d o de la a u t o n o m í a .
Sin lugar a d u d a s , n o existe u n a sociedad a u t ó n o m a . La s u p u e s t a filosofía
política m o d e r n a y c o n t e m p o r á n e a se o l v i d ó de la c u e s t i ó n d e la e d u c a c i ó n ,
q u e había sido la p r e o c u p a c i ó n cenital de t o d o s ¡os g l a n d e s filósofos, d e s d e
Platón y Aristóteles hasta R o u s s e a u . La filosofía política habla a h o r a presu-
p o n i e n d o q u e fueron d a d o s individuos libres, n o se sabe c ó m o , a estas socie-
d a d e s , sin d u d a , p r o v e n i e n t e s d e u n a fábrica, y q u e la ú n i c a c u e s t i ó n es arre-
glar sus relaciones. Pero estas relaciones n o serán u n a cosa diferente q u e lo
q u e serán estos i n d i v i d u o s . M a r x sabía esto p e r f e c t a m e n t e c u a n d o hacía re-
ferencia a la vieja c u e s t i ó n e n t r e e d u c a d o t e s y a l u m n o s , y r e c o r d a b a q u e los
e d u c a d o r e s d e b e n ser ellos m i s m o s e d u c a d o s . Pero creía h a b e r e n c o n t r a d o la
solución al p r o b l e m a p o r q u e p e n s a b a q u e había e n c o n t r a d o en la realidad
s o c i o e c o n ó m i c a del c a p i t a l i s m o al gran E d u c a d o r , las c i r c u n s t a n c i a s objetivas
q u e r e a l m e n t e f o r m a r í a n , a la vez, a los e d u c a d o r e s y a los a l u m n o s . A h o r a
b i e n , esto n o es c i e r t o ; m á s e x a c t a m e n t e , esta tealidad f o r m a s i m u l t á n e a -
m e n t e a e d u c a d o t e s y a l u m n o s en el c o n t e x t o del e s p í r i t u d e la s o c i e d a d
existente. S o l a m e n t e u n a c o l e c t i v i d a d a u t ó n o m a p u e d e f o r m a r i n d i v i d u o s

1
Retomado en Le Monde mórcele, París, Seuil, 1990, pp. 113-139 [traducción castellana: El
mundo fragmentado, Buenos Aires, Altanara, 1993].
 PSIQUE Y KOUCACICN 20 y

a u t ó n o m o s - y viceversa, d e lo c u a l surge, p a r a la lógica h a b i t u a l , u n a par;»

d o j a - . Lo q u e sigue es u n o d e los aspectos d e esta p a r a d o j a : la a u t o n o m í a
consiste e n la c a p a c i d a d d e p o n e r e n tela d e j u i c i o la i n s t i t u c i ó n d a d a de la
.ociedad; y es esta m i s m a i n s t i t u c i ó n la q u e , p o t i n t e r m e d i o s o b r e t o d o de
la e d u c a c i ó n , d e b e capacitarlos p a r a p o d e r cuestionarla.

R. B. — ¿ N o hace u n a d i s t i n c i ó n e n t r e el p e d a g o g o , el d o c e n t e y el e d u c a d o r :

C. C . — N o h e reflexionado d e t a l l a d a m e n t e s o b r e estas cuestiones. O t o r g o

u n espacio i n m e n s o a la e d u c a c i ó n y, sobre t o d o , a su. o r i e n t a c i ó n f u n d a m e n -
tal, pero es e v i d e n t e q u e h a y q u e establecer distinciones y articulaciones. En
p r i m e r lugar, n o hay q u e olvidar q u e la e d u c a c i ó n empieza c o n el n a c i m i e n t o
y t e r m i n a c o n la m u e r t e . Y lo esencial d e la e d u c a c i ó n q u e la sociedad c o n -
t e m p o r á n e a ofrece a los i n d i v i d u o s n o es la e d u c a c i ó n formal s u m i n i s t r a d a en
las escuelas, sino la q u e se p r o p a g a c o t i d i a n a m e n t e a través d e los m e d i o s de
c o m u n i c a c i ó n , s o b r e t o d o la televisión, la p u b l i c i d a d , e t c é t e r a ; e, i n c l u s o ,
más allá de esta situación, t o d o lo q u e pasa e n la sociedad, la política, el u r b a -
n i s m o , las c a n c i o n e s . . . P l a t ó n ya decía q u e las m i s m a s p a r e d e s d e la c i u d a d
e d u c a n a los n i ñ o s y a los c i u d a d a n o s . E v i d e n t e m e n t e , a l g u i e n q u e vivía en
u n a c i u d a d c o m o p u d o h a b e r s i d o a n t i g u a m e n t e Atenas o c o r n o t u v o q u e
h a b e r sido Florencia, q u e en. p a r t e lo sigue s i e n d o , está e d u c a d o de m a n e t a
diferente de a l g u i e n q u e vive e n u n barrio m a r g i n a d o , e n F r a n c i a o en o t r a
p a r t e . U n o aspira la sociedad p o r t o d o s los p o r o s .
A h o r a bien, en el interior d e la e d u c a c i ó n , en el s e n t i d o a m p l i o (pero ri-
guroso) así d e f i n i d o , h a y c i e r t a m e n t e sectores o momentos m á s particulares,
c o m o p u e d e ser la pedagogía, o sea, la e d u c a c i ó n dirigida a i n d i v i d u o s q u e n o
están formados todavía c o m o a d u l t o s . U n a b u e n a parte d e la pedagogía, q u i -
zás la m á s esencial, c o m i e n z a a n t e s d e la escuela: c u a n d o u n a m a d r e a l i m e n t a
a su n i ñ o , practica la p e d a g o g í a , lo sepa o n o . . . Luego, t e n e m o s p o r s u p u e s t o
la pedagogía, en el s e n t i d o t r a d i c i o n a l y a c o t a d o , en i n s t i t u c i o n e s específicas,
y sus relaciones c o n la i n s t r u c c i ó n p r o p i a m e n t e dicha, q u e n o s o n sencillas.

J. A. — R e t o m a n d o sus t é r m i n o s , m e parece q u e h a b r í a , e n p r i m e r lugar,

u n a d i s t i n c i ó n i n t e r e s a n t e p a r a establecer e n t r e p e d a g o g í a y e d u c a c i ó n . El
t é r m i n o pedagogía estaría r e s e r v a d o a lo v i n c u l a r r e l a c i o n a d o c o n la t r a n s m i
sión del saber al n i ñ o , en el s i s t e m a e d u c a t i v o ; trabajo q u e e n el f o n d o r e m i -
te m á s bien a la lógica c o n j u n t i s t a i d e n t i t a r i a y a la i m a g i n a c i ó n radical del

30
 210 PSIQUE

sujeto. M i e n t r a s q u e ia n o c i ó n d e educación i m p l i c a , e f e c t i v a m e n t e , la a r t i -
c u l a c i ó n e n t r e esta ú l t i m a y la i m a g i n a c i ó n social c r e a d o r a . Se p l a n t e a siem-
pre en rérrninos d e a p u n t a l a m i e n t o , o sea, sobre los d o s registros, el registro
p s í q u i c o y el registro social.
S e g u n d o p u m o ; quizás en m a y o r m e d i d a q u e la n o c i ó n d e a u t o n o m í a ,
sobre la v e r t i e n t e d e la i m a g i n a c i ó n y del sujeto, t e n d r í a ganas d e e m p l e a r en
este caso el t é r m i n o autorización. Lacan lo e m p l e ó en su f a m o s a fórmula
«uno se a u t o r i z a solo a sí mismo»,, a u n c u a n d o la d e s m e n t í a p r á c t i c a m e n t e ,
pero esto es o t r a h i s t o r i a . . , La n o c i ó n d e a u t o r i z a c i ó n , p e r o en el s e n t i d o re-
flectante, o sea, autorizarse, convertirse u n o m i s m o en su p r o p i o a u t o r (o su
p r o p i o c o a u t o r , si q u e r e m o s evitar la f o r m a psicótica), es u n a n o c i ó n extre-
m a d a m e n t e valiosa, q u e p e r m i t e evitar ciertos h á b i t o s sociológicos d e la a u -
t o n o m í a : la a u s e n c i a d e dialectización d e los sociólogos d e la ideología p o r
e j e m p l o , o sea, el c o r t e radical q u e p e r m i t e a f i r m a r q u e hay u n f u n c i o n a -
m i e n t o a u t ó n o m o del p e n s a m i e n t o racista, p o r e j e m p l o . . .

C. C . — C r e o q u e h a y q u e m a n t e n e r s e firme sobre esta c u e s t i ó n y c o n s e r v a r

el t é r m i n o a u t o n o m í a .

J. A. - P e r o s o b r e u n a v e r t i e n t e m á s social d e t o d o s m o d o s , m á s i n s t i t u -
cional,..

C . C . - - T i e n e , e v i d e n t e m e n t e , las d o s v e r t i e n t e s . La i n t e r a c c i ó n e n t r e lo
i m a g i n a r i o social y la i m a g i n a c i ó n radical s i n g u l a r está a q u í , d e s d e el p r i n c i -
p i o ; la r u p t u r a d e la m ó n a d a p s í q u i c a c o m i e n z a c o n esto. Y el a g e n t e esen¬
cial de esta r u p t u r a , de la socialización del infans, es la m a d r e . Los p s i c o a n a -
listas, lo escribí ad nauseam, h a b l a n d e la m a d r e c o m o si cayera del cielo
y
c o m o si fuese u n a e n t i d a d específica y e x c l u s i v a m e n t e psicoanalítica. ¿Pero
q u e es la m a d r e ? Ella es, p a r a el bebé, la d e l e g a d a en f o r m a s i m u l t á n e a d e ia
sociedad e x i s t e n t e y de tres m i l l o n e s d e a ñ o s d e h u m a n i z a c i ó n . E v i d e n t e -
m e n t e , está allí c o n su i n c o n s c i e n t e , q u e a c t ú a s o b r e el n i ñ o d e m a n e r a deci-
siva. Pero este m i s m o i n c o n s c i e n t e , el i n c o n s c i e n t e m a t e r n o , h a sido fuerte-
m e n t e m a r c a d o p o r t o d a la socialización a la q u e la m a d r e fue s o m e t i d a . Si
no h u b i e r a sido s o m e t i d a a esta socialización, n o h a b r í a sido m a d r e y, en t o -
d o caso, n o h a b r í a e s t a d o c a p a c i t a d a p a r a e n s e ñ a r a h a b l a r al n i ñ o . Por lo
t a n t o , esta i n t e r a c c i ó n d e lo i m a g i n a r i o social y d e la i m a g i n a c i ó n s i n g u l a r
está s i e m p r e p r e s e n t e .

104, 1
 PSIQUE Y EDUCACIÓN 2] 1

La diferencia q u e s e ñ a l a b a a n t e r i o r m e n t e respecto de la e d u c a c i ó n e n ge-

neral es q u e ésta se dirige a a l g u i e n e x p r e s a m e n t e d e s i g n a d o . C u a n d o las au-
t o r i d a d e s , s u p o n g a m o s q u e a u t o r i d a d e s d e m o c r á t i c a s , el demos de A t e n a s ,
por ejemplo, o u n a colectividad m o d e r n a a u t o g o b e t n a d a , deciden organizar
la c i u d a d d e tal m a n e r a , c o l o c a n d o el agora y el ekklesía al l a d o d e este ú l t i -
m o , los edificios p ú b l i c o s e n u n espacio a b i e r t o en el c e n t f o d e la c i u d a d y
las h a b i t a c i o n e s p r i v a d a s e n la periferia, d e c i s i o n e s q u e t i e n e n u n s e n t i d o
político e v i d e n t e y p r o f u n d o , estas decisiones a p u n t a n e n la m i s m a m e d i d a a
las g e n e r a c i o n e s p r e s e n t e s c o m o a las g e n e r a c i o n e s futuras, h a s t a llegar a u n
f u t u r o i n d e f i n i d o , p e r o n o a p u n t a n a p e r s o n a s e x p r e s a m e n t e d e s i g n a d a s . En
c a m b i o , si soy p a d r e o d o c e n t e , profesor e n u n liceo o e n la u n i v e r s i d a d ,
t e n g o s i e m p r e frente a m í a seres d e t e r m i n a d o s , estoy e n i n t e r a c c i ó n d i r e c t a
c o n su p s i q u i s m o , y allí e m p i e z a el o t r o c o m p o n e n t e d e la p e d a g o g í a e n el
s e n t i d o p r o p i o del t é r m i n o . E s u n a d i m e n s i ó n q u e se o l v i d a s i e m p r e , y io
p u d i m o s ver en la ú l t i m a crisis d e los liceos e n o t o ñ o , de m a n e r a e x t r e m a d a -
m e n t e p e r t u r b a d o r a y, al m i s m o t i e m p o , s u m a m e n t e irrisoria. N a d i e h a b l a -
b a d e la relación a l u m n o s - d o c e n t e s , lo q u e c o n s t i t u y e el c e m e n t o d e este
a s u n t o , sin la c u a l n o p u e d e existir la p e d a g o g í a y ni s i q u i e r a la i n s t r u c c i ó n .
N o h a y p e d a g o g í a si el a l u m n o n o inviste, e n el sentido fuerte del t é r m i n o ,
lo q u e a p r e n d e y el p r o c e s o d e a p r e n d i z a j e s i m u l t á n e a m e n t e ; y n o p u e d e lle-
var a c a b o esta i n v e s t i d u r a , y a q u e el ser h u m a n o se c o n s t i t u y e d e esta m a n e -
ra, si n o es m e d i a n t e u n a i n v e s t i d u r a s o b r e u n a p e r s o n a c o n c r e t a , a través d e
u n E r o s p l a t ó n i c o . A h o r a b i e n , esta p e r s o n a n o p u e d e ser u n asalariado c u a l -
quiera. N o se dice, n a d i e se a t r e v e a decirlo, p o r q u e están la F E N , el S N E S , el
S G E N , el S N E - s u p , etcétera, c u y a ú n i c a p r e o c u p a c i ó n es la escala d e los sala-
rios y las condiciones de trabajo, c o m o en c u a l q u i e r profesión. N a d i e se atreve
a p l a n t e a r la c u e s t i ó n d e la c a p a c i d a d d e los d o c e n t e s para suscitar el Eros e n
sus a l u m n o s . La p r o f e s i ó n d e d o c e n t e n o es u n trabajo c u a l q u i e r a . Por su-
puesto, los d o c e n t e s d e b e n recibir u n salario m u y superior al q u e rige en la ac-
tualidad; e v i d e n t e m e n t e , se les d e b e n b r i n d a r c o n d i c i o n e s d e trabajo q u e les
p e r m i t a n desarrollar su tarea. Pero n o son las m e d i d a s q u e se a d o p t e n en estos
niveles - l o s ú n i c o s q u e los s i n d i c a t o s y los m i n i s t r o s son c a p a c e s de c o n s i d e -
rar-- las q u e b r i n d a r á n s o l u c i o n e s a la crisis d e la e n s e ñ a n z a . Si los d o c e n t e s
n o s o n capaces d e suscitar e n t r e los n i ñ o s el a m o r p o r lo q u e a p r e n d e n y, a d e -
más, p o r el h e c h o d e a p r e n d e r , n o s o n d o c e n t e s . Si esto falta, u n o p u e d e
e v e n t u a l m e n t e salir d e u n liceo p r e p a r a d o , c o m o u n a especie d e a n i m a l , p a r a
sortear c o n éxito las d i s t i n t a s selecciones d e las escuelas terciarias, p e r o n o
212 PSIQUE

c o m o alguien a b i e r t o al m u n d o y a p a s i o n a d o p o r esta e n o r m e d i m e n s i ó n d e
la existencia h u m a n a q u e c o n s t i t u y e el saber. Si p u d e hacer algo en m i vida,
lo d e b o a mis p a d r e s , p e r o , a d e m á s , a esta e n o r m e s u e r t e q u e tuve, en el cur-
so d e la miserable e d u c a c i ó n griega de m i infancia y d e m i adolescencia, d e
t e n e r cada a ñ o , e n t r e la d e c e n a de m a e s t r o s q u e t e n í a m o s , p o t lo m e n o s u n o
del cual estaba d e alguna m a n e r a e n a m o r a d o .

2
R B. — A l g o m e l l a m a la a t e n c i ó n a c t u a l m e n t e . D o s a u t o r e s , H e n r i A t l a n
v M u (sel Sene:,' u iban le pul)li( ir u n libro sobre la e d u c a c i ó n , la ética, los
valore.-,.. Q u e yo sepa., hasta el m o m e n t o , n i n g ú n psicoanalista p u b l i c ó re-
c i e n t e m e n t e u n libro sobre el t e m a . ;Por q u é m o t i v o los psicoanalistas dejan
un p o c o d e lado la c u e s t i ó n e d u c a t i v a , c u a n d o , p o r o t r o l a d o , ella c o n s t i t u y e
u n a c u e s t i ó n c e n t tal para el d e v e n i r p s í q u i c o del sujeto?

C. C . - - Usted sabe q u e la d e o n t o l o g í a i m p i d e criticar a los colegas, pero ya es-

cribí suficientemente sobre el t e m a para p o d e r hacerlo ahora. Los psicoanalis-
tas c o n t e m p o r á n e o s están sordos frente a t o d o lo q u e n o constituye su psicoa-
nálisis: el diván, el aparato psíquico, sus instituciones, etcétera. Están sordos a
las cuestiones sociales, sordos a la política, sordos a la pedagogía, sordos y cie-
gos, esto es evidente, salvo m u y pocas excepciones. Por m i parte, ttaté d e reu
nir la d i m e n s i ó n psicoanalítica y la d i m e n s i ó n sociohistórica, en el c a p í t u l o VI
d e la Institución imaginaria de la sociedad, c o m o en varios otros textos, y u n a
4
vez m á s , m u y r e c i e n t e m e n t e en «Psicoanálisis y política», texto q u e e m p i e z a
c o n la palabra famosa d e F r e u d en c u a n t o a las tres profesiones imposibles: el
psicoanálisis, la pedagogía y la política. Si los psicoanalistas n o fuesen sordos y
ciegos frente a lo social, lo político, lo e d u c a t i v o , h a b r í a n i n t e n t a d o pensar so-
bre estos objetos y decir algo al respecto; n o a través de u n psicoanálisis d e los
políticos o los electores, lo q u e es ridículo, sino t r a t a n d o de dilucidar estos o b -
jetos d e s d e el p u n t o de vista psicoanalítico y, p o r esa vía, quizás, la actividad
de la gente p o d r í a resultar m á s lúcida. F r e u d había f o r m u l a d o esperanzas en
este sentido en vatios textos, antes y después d e 1 9 1 4 . Los psicoanalistas se hi-
cieron cargo de m a n e r a m u y insuficiente de esas esperanzas - o bien tuvieron
lugar algunas perversiones o degeneraciones sin gran i n t e r é s - .

2
Tout, Non, Peuhétre. Education et vérité, París, Seuil, 1991.
1
Le Tiers-instruit, París, Franijois Bourin, 1991,
:
Retomado en Le Monde mórcele, ob. cic, p p . 141-154,
 PSIQUE Y EDUCACIÓN 213

Pero q u e r r í a a p r o v e c h a r a q u e l l o q u e A r d o i n o recordó c o n respecto a la

-transferencia para c o m p l e t a r lo q u e d i g o en este t e x t o , «Psicoanálisis y políti-
5
ca». E n este s e n t i d o , h a y q u e llevar a cabo u n a distinción f u n d a m e n t a l , y le
agradezco p o r h a b e r m e p e r m i t i d o p e n s a r al r e s p e c t o . E n esto consiste el pri-
vilegio d e la discusión, y así c o m o lo p l a n t e á b a m o s a n t e r i o r m e n t e : ¿quién es
el a u t o t d e u n p e n s a m i e n t o y c u á l es la o r i g i n a l i d a d d e u n p e n s a m i e n t o ;
¿ D ó n d e está la frontera? P o d e m o s r e t o m a r t o d a la discusión a n t e r i o r desde la
perspectiva de la Transferencia. ¿ Q u é es la transferencia? S e g u r a m e n t e consiste
en el ingreso del sujeto a u n e s t a d o regresivo. La regresión n o significa q u e va
a hacer p i p í sobre el d i v á n , sino q u e revive el a m o r y el o d i o infantil c o n t r a la
figura a d u l t a q u e coloca en el sitio del analista. Se trata, en g e n e r a l , de ¡magos
paténtales; p u e d e n ser t a m b i é n otras figuras, p e r o siempre c o n la intensidad
de los s e n t i m i e n t o s y d e los deseos, q u e fueron dirigidos hacia esta figura, a u n
c u a n d o estén e n m a s c a r a d o s , c e n s u r a d o s , etcétera. Y la catarsis psicoanalítica
tiene lugat, si efectivamente o c u r r e , c u a n d o ei sujeto vuelve a pasar, gracias a
esta regresión, a través de ese flujo i n c a n d e s c e n t e inicial, f u n d i é n d o s e en sí
m i s m o , y r e c o n s t r u y é n d o s e , p a r a utilizar las i m á g e n e s de Tbsen en Peer Gynt.
E n esro consiste la transferencia psicoanalítica e n su p l e n i t u d . Pero en la p e -
dagogía n o p u e d e h a b e r m á s q u e f o r m a s s u b l i m a d a s d e la transferencia, si m e
p e r m i t e n utilizar esta e x p r e s i ó n e x t r a ñ a . Q u i e r o decir q u e , en este caso, la
transferencia d e b e ser sostenida y dirigida sobre lo q u e está s u b l i m a d o , o sea,
las actividades q u e s o n objetos sociales - e l saber es u n o b j e t o social p o r exce-
l e n c i a - , q u e son la fuente de u n p l a c e l e n t e n d i d o n o c o m o u n placer de ó r g a -
n o ni c o m o u n s i m p l e placer d e representación ( u n a e n s o ñ a c i ó n , u n fantas-
m a ) , sino c o m o el placer d e pensar. Pero c u a n d o p a s a m o s a la política, en el
s e n o d e u n a colectividad d e a d u l t o s a u t ó n o m o s , el e l e m e n t o transferencia!
d e b e t e n d e r a cero. Ya q u e s a b e m o s , a través del ejemplo o p u e s t o , o sea, en
u n r é g i m e n m o n á r q u i c o y, e n m a y o r m e d i d a , e n u n r é g i m e n totalitario, q u e
en estos casos el factor transferencia! t i e n d e al 1 0 0 % : los s e n t i m i e n t o s se diri-
gen hacia la figura del p a d r e q u e sabe, q u e p u e d e y q u e decide.

J. A. — L a transferencia es m a s i v a y ciega.

C . C . — S e g u r a m e n t e es ciega. U n a transferencia del 1 0 0 % es forzosamente

ciega, ya q u e coloca al sujeto frente al o t r o o m n i p o t e n t e , o m n i s c i e n t e , b e n é v o -

5
Véase nota anterior.

50
:>(4 PSIQUE

lo y misterioso. El D i o s d e las religiones m o n o t e í s t a s constituye, e v i d e n t e m e n -

te, el ejemplo e x t r e m o d e esta situación. N o p o d r í a p a s a t lo m i s m o e n u n a so-
ciedad d e m o c r á t i c a . A u n en u n a d e m o c r a c i a s i e m p r e existirán, s e g u r a m e n t e ,
líderes políticos, i n d i v i d u o s q u e sobre ciertos aspectos ven m á s lejos cjue los
otros, q u e p u e d e n d a r explicaciones mejores y m á s abarcativas. Pero las rela-
ciones con el líder, a u n c u a n d o n u n c a p u e d e n ser puras, d e b e n estar s e p a t a d a s
lo m á s posible d e los e l e m e n t o s transferencíales. Es p o r esto, a d e m á s , q u e la
verdadera política resulta a u n m á s imposible q u e el psicoanálisis y la pedagogía.
U n p e d a g o g o d e b e , en cierto s e n t i d o , suscitar el a m o r d e sus a l u m n o s , a m o r
s u b l i m a d o . U n político n o tiene q u e suscitar el a m o r d e sus partidarios. Si lo
provoca, los enceguece. P o r s u p u e s t o , sería a b s u r d o pensar q u e estas relaciones
p o d r í a n ser a l g u n a vez asépticas, desprovistas d e los vectores afectivos; p e r o es-
tos valores d e b e r í a n m o l d e a r s e sobre la a m i s t a d , n o sobre el a m o r . Está claro
q u e el t e m a merecería ser p r o f u n d i z a d o m á s adelante.

J. A. — E s t o p l a n t e a u n a c u e s t i ó n p r á c t i c a q u e n o es a n o d i n a , q u e es h a s t a
c e n i t a l en lo q u e se refiere a la e d u c a c i ó n d e los e d u c a d o r e s . E n la f o r m a c i ó n
d e los d o c e n t e s , se p r o d u c e s i e m p r e u n a fiscalización en la f o r m a c i ó n inicial
y se olvida la f o r m a c i ó n p e r m a n e n t e . Sería, p o r lo t a n t o , m u y i m p o r t a n t e
instaurar u n a sensibilidad c u l t u r a l sobre este t e m a , p a r a q u e , sin estar en el
c o n t e x t o d e u n a cura o d e a l g u n a clase d e terapia, se instale, d e t o d o s m o -
d o s , u n a l e t t a efectivo s o b t e el h e c h o d e q u e la relación d o c e n t e s - a l u m n o s
n o es sencilla, q u e n o está c o n s t i t u i d a s o l a m e n t e c o n b u e n a s i n t e n c i o n e s ,
q u e h a y u n c ú m u l o de p r o b l e m a s y q u e , p o r e j e m p l o , el d o c e n t e t i e n e q u e
evitar el d o m i n i o sobre el a l u m n o . Lo q u e n o s lleva al tercer t e m a d e n u e s t r o
c o l o q u i o , lo q u e l l a m a m o s m u l t i p l i c i d a d d e las referencias...

F. G . - D . — Q u e r r í a , antes d e tratar eso, h a c e r o t r a p r e g u n t a . Trabajo sobre el

t e m a de las escuelas nuevas y las i n n o v a c i o n e s pedagógicas, en el cual la p r e o -
c u p a c i ó n p o r desarrollar el ser, el sujeto, es evidente. P o r o t r o lado, es u n te-
m a exitoso: estos n i ñ o s se vuelven, sin lugar a d u d a s , más autónomos que en
o t r o s c o n t e x t o s pedagógicos. Pero cada vez e n c o n t r a m o s u n p u n t o c o m ú n ,
q u e consiste e n u n a deficiencia en el nivel d e la t r a n s m i s i ó n d e los c o n o c i -
m i e n t o s . C o m o si desarrollar el ser, el ser político, implicara u n a b a n d o n o d e ,
la transmisión de los c o n o c i m i e n t o s . M i e n t r a s en la teoría n o se d e t e c t a la
causa de tal deficiencia, ¡las experiencias concretas m u e s t r a n q u e desarrollar al
sujeto conlleva u n a especie d e descalificación d e la t r a n s m i s i ó n de los c o n o -
 PSIQUE Y EDUCACIÓN 2U

c i m i e n t o s , d e la t r a n s m i s i ó n del saber! O b t e n d r í a m o s d o s b l o q u e s : a q u e l l o s
q u e o p t a r í a n p o r la d i d á c t i c a y a q u e l l o s q u e t e n d e r í a n a desarrollar m á s a la
p e r s o n a y al c i u d a d a n o , y q u e , p o r lo t a n t o , t e n d r í a n q u e llevar a c a b o el sa-
crificio del saber y d e su t r a n s m i s i ó n .

C. C . —-Por m i p a r t e , rechazo este d i l e m a . Si la e x p e r i e n c i a revela lo que us-

ted afirma, esto q u i e r e decir q u e fue llevada a c a b o por g e n t e q u e e q u i l i b r a b a
mal los dos c o m p o n e n t e s . E n m i o p i n i ó n , e n s e ñ a r es, e v i d e n t e m e n t e , e d u c a r
en el m a r c o institucional y, p o r lo t a n t o , tratar d e ayudar a los alumnos a a d -
quirir su a u t o n o m í a ; p e r o es, a d e m á s , llevarlos a a m a r el c o n o c i m i e n t o y el
proceso de su a d q u i s i c i ó n , cosa q u e n o se p u e d e lograr sin a p r e n d e r cosas. D e
lo c o n t r a r i o , sería u n sendo-psicoanálisis colectivo p a t a n i ñ o s o adolescentes.

E G . - D . — P o r s u p u e s t o , ¿pero q u é es lo q u e lleva a...?

C . C . - N o sé, n o estoy en la e d u c a c i ó n , n o c o n o z c o la experiencia d e las es-

cuelas d e las q u e está h a b l a n d o , p e r o m e o p o n g o , en la m i s m a m e d i d a , a los
excesos d e los p e d a g o g o s , q u e m i a m i g o P h i l i p p e R a y n a u d y otros fustigan
l e g í t i m a m e n t e , c o m o a los excesos d e la e d u c a c i ó n / i n s t r u c c i ó n : a q u í t i e n e n
u n a c o n j u g a c i ó n d e verbos l a t i n o s , a p r e n d i e r o n sus verbos latinos o n o , 2 0 o
0, a s u n t o t e r m i n a d o . Las d o s a c t i t u d e s están equivocadas. El d i l e m a n o t i e n e
razón d e ser. N o veo c ó m o se p u e d e f o r m a r a a l u m n o s c o m o seres a u t ó n o -
m o s , en el s e n t i d o v e r d a d e r o y p l e n o del t é r m i n o , si estos seres n o a p r e n d e n a
a m a r el saber, p o r lo t a n t o , si n o a p r e n d e n . Es casi u n a tautología.

J. A. — ¿ A c a s o n o sería, s e g ú n sus p r o p i o s t é r m i n o s , u n o d e los efectos n e g a -

tivos d e la lógica c o n j u n t i s t a identitaria?

C . C . — E n t o d o caso se trara d e u n a s e p a r a c i ó n excesiva, m á s a ú n , d e la

creación de u n a falsa a n t i n o m i a en u n c o n t e x t o en el cual, p o r lo c o n t r a r i o ,
los d o s Términos, bien e n t e n d i d o s , se i m p l i c a n m u t u a m e n t e . Q u e r r í a volver,
antes d e seguir, sobre u n a p a l a b r a p r o n u n c i a d a hace u n r a t o p o r u n o d e u s -
tedes, la p a l a b r a sensibilización. L o s e d u c a d o r e s d e b e n estar s e n s i b i l i z a d o s
frente a t o d o s estos p r o b l e m a s p e r o , a d e m á s , frente a o t r a cosa: la r e c i p r o c i -
d a d de la relación pedagógica. N o simétrica, s i n o recíproca. P o d e m o s , en este
caso, t o m a r el e j e m p l o del psicoanálisis. S a b e m o s q u e n o fue F r e u d q u i e n
i n v e n t ó el psicoanálisis, f u e r o n , d e a l g u n a m a n e r a , sus p a c i e n t e s . F r e u d t e n í a
 116 F»SK¿UE

ba ra», : g e n i o para c o m p r e n d e r lo q u e hacían y t e o r i z a r l o . S u p o e s c u c h a r a

una pa KIITE q u e le decía: ¡cállese p o r fin y d é j e m e hablar! D e allí s u r g e lo
LENCÍAL d e la a c t i t u d p i c o a n a l í c k a , y s i e m p r e es así. Es, a s i m i s m o , u n a d e
las p a r a d o j a s qua corro i i n d i s o l u b l e s la c u e s t i o n e s d e la f o t m a c i ó n d e ¡os
psicoanalistas y D . I, D o . , , , , , r. de |ui >• e v e - d a d e r a m e n t e analista. Ya q u e
n o se apn-n-l. i psio níJisls en los s e m i n a r i o s ; se a p r e n d e t e n i e n d o a la
g e n t e en :l d i i ín I i trm mi es n c i e r t o s e n t i d o , u n a recreación del
inálisk p o r partí I I pu.m.- I') iert... .-xisten los e n c u a d r e s teóricos, p e r o
.10 ñ u uadre , ptied. n ilumiri ir)<« en u n m o m e n t o y e n c e g u e c e r l o s en otro.
\ . q u e es casi i l e v u a b h q u e r e n g a m o s la t e n d e n c i a a u b i c a r ai p a c i e n t e en
una categoría o a utilizar u n a llave maestra, si m e p e r m i t e n Sa expresión, para
ii t e r p r e t a r los s u e ñ o s . S o n los pacientes q u i e n e s n o s e n s e ñ a n el f u n c i o n a -
m i e n t o efectivo del i n c o n s c i e n t e y los m o d o s d e f u n c i o n a m i e n t o del i n c o n s -
ciente q u e n o c o n o c í a m o s . P i e n s o q u e lo m i s m o es válido p a r a u n p a d r e . N o s
o l v i d a m o s d e q u e u n n i ñ o e n s e ñ a cosas a sus p a d r e s . Y u n e d u c a d o r d e b e
a d e m á s saber q u e los n i ñ o s p u e d e n enseñarle m u c h a s cosas s o b r e el s e r - n i ñ o
q u e n o e s t á n e n los libros, o q u e n o figuran c o n esa i n t e n s i d a d , esa p r e g n a n -
cia, esa e v i d e n c i a q u e se p o n e d e m a n i f i e s t o en las r e a c c i o n e s d e los n i ñ o s .
P u e d e n e n s e ñ a r l e cosas s o b r e el f u n c i o n a m i e n t o d e ! e s p í r i t u y del a l m a de
los n i ñ o s . Es n e c e s a r i o q u e los e d u c a d o r e s estén sensibilizados s o b r e estas
cuestiones.

J. A. — P a r a ejemplificar esta r e c i p r o c i d a d , r e t o m a n d o lo q u e u s t e d a c a b a de
decir: e m p l e o g u s t o s a m e n t e u n t é t m i n o q u e m e a y u d ó m u c h o , e n m i cali-
d a d d e profesional y d e investigador, al q u e l l a m o negatricidad, q u e consiste
en la r e p r e s e n t a c i ó n q u e m e f o r m o d e la c a p a c i d a d del o t r o p a r a c o n t r a r r e s -
tar c o n sus p r o p i a s c o n t r a e s t r a t e g i a s las estrategias d e las cuales él m i s m o se
siente o b j e t o . C r e o q u e está e x a c t a m e n t e r e l a c i o n a d o c o n lo q u e usted acaba
de decit.

C. C. —Totalmente.

J. A. — S i tuviera q u e t o m a t u n e j e m p l o c o n t e m p o r á n e o d e negatricidad
quizás c o n efectos m u y felices, lo iría a b u s c a r e n t r e o t r o s e n el p e r s o n a j e d e
Saddarn Hussein.

C. C. — E s t o y totalmente de acuerdo.

107/1
 PSIQUE Y EDUCACIÓN 217

J. A. — Y el t é r m i n o autorización: n o h e m o s v u e l t o s o b t e él m i s m o . ¿ U s t e d
c o n s i d e r a q u e es t a m b i é n u n a n o c i ó n útil?

C. C . — E s s u m a m e n t e i m p o r t a n t e y t o d a la c u e s t i ó n c o n s i s t e e n saber c u á -
les s o n los límites necesarios e n c u a n t o al autorizarse a sí mismo. ¿Hasta qué
p u n t o u n o se autoriza? Es t o d o el p r o b l e m a .

J. A . — E l p r o b l e m a d e la relación e n t r e la ley y la transgresión.

C . C . — E x a c t a m e n t e . U n a vez m á s , autonomía significa, c o m o d e m o c r a c i a ,

autolimitación y n o limitación impuesta por otro.

R. B . - - Q u i z á s sea i n t e r e s a n t e pasar a h o r a al tercer p u n t o , p a t a saber c ó m o

e n t i e n d e ese t é r m i n o q u e l l a m a multirreferenaalidad...

C . C . — M e gustaría, en p r i m e r lugar, q u e u s t e d explique q u é e n t i e n d e c o n

esta expresión.

J. A. — S e p u e d e e m p e z a r , q u i z á s , p o r o p o n e r l a a u n t é r m i n o q u e se volvió
m u y banal a c t u a l m e n t e , la multidimensionalidad, ya u t i l i z a d o p o r G u r v i t c h
p a r a la sociología. L a m u l t i r r e f e r e n c i a l i d a d se caracterizaría, p a r a mí, n o sólo
p o r la p l u r a l i d a d s i n o , a d e m á s , p o r la h e t e r o g e n e i d a d . E n n u e s t r o lenguaje,
sería casi la m i s m a d i s t i n c i ó n q u e e n t r e el diferente y el otro. P o r multirrefe-
rencialidad e n t i e n d o , p u e s , s i s t e m a s d e lectura, d e r e p r e s e n t a c i ó n , p e r o , a d e -
m á s , lenguas, a c e p t a d a s en su p l u r a l i d a d . P o r e j e m p l o , n o p u e d o reducir el
lenguaje r e s u l t a n t e d e u n a p e r s p e c t i v a psicológica al lenguaje d e u n a p e r s -
pectiva sociológica. Estas referencias, necesariamente diferentes unas de
otras, i m p l i c a n u n d u e l o p o r la u n i d a d y van a servir p a r a d a r c u e n t a d e la
c o m p l e j i d a d de u n f e n ó m e n o , p a r a aclararlo u n poco. P a r a m í , se p r o d u c e ,
d e esa m a n e r a , u n a cierta m u l t i r r e f e r e n c i a l i d a d e n el a p u n t a l a m i e n t o y e n la
articulación de dos imaginarios.

C . C . — E l t e m a es e x t r e m a d a m e n t e a m p l i o , i n v o l u c r a casi r o d o . D i r é , s i m -
p l e m e n t e , algunas palabras. E s t o y t o t a l m e n t e d e a c u e r d o c o n el p r i n c i p i o y
creo q u e eso se refleja en m i t r a b a j o . T o m e m o s , p o r e j e m p l o , lo p s í q u i c o y
lo social; escribí, e n varias o p o r t u n i d a d e s , q u e la psique es i r r e d u c t i b l e a la
sociedad, del m i s m o m o d o q u e la s o c i e d a d es i r r e d u c t i b l e a la psique. Es u n

50
21S PSIQUE

error d e psicoanalista q u e r e r d e d u c i r la s o c i e d a d del f u n c i o n a m i e n t o p s í q u i ­

co y u n error s i m é t r i c o del sociólogo ver en la p s i q u e sólo el p r o d u c t o d e la
•sociedad y d e la socialización. Existe i n d i s o c i a b i l i d a d e i r r e d u c t i b i l i d a d . O t r a
indisociabilidad e i r r e d u c t i b i l i d a d , m u c h o m á s a m p l i a , ya q u e a b a r c a t o d o
lo q u e existe, es la q u e r e m i t e a lo i m a g i n a r i o e n u n s e n t i d o estricto, a lo
patético, y al c o n j u n t i s t a i d e n t i t a r i o , a lo ensídico. El i n m e n s o d o m i n i o ensi-
dico, lógico m a t e m á t i c o en el s e n t i d o m á s a m p l i o , es d e n s o en el ser p o r t o ­
das p a r t e s , d e n s o en el s e n t i d o m a t e m á t i c o , t o p o l ó g i c o , p r e c i s a m e n t e : e n ­
c o n t r a r e m o s e l e m e n t o s ensídicos, t a n cerca c o m o u n o q u i e r a d e c u a l q u i e r
punto d e lo q u e existe. En el delirio m á s loco, existen e l e m e n t o s enstdicos, sin
los cuales ya n o sería u n delirio, ni siquiera r u i d o . Y lo m i s m o o c u r r e en el
p o e m a m á s s u b l i m e . La m ú s i c a n o es m a t e m á t i c a , p e r o c o n t i e n e m a t e m á t i c a
en t o d a s p a r t e s . C o m p o n e r u n a fuga es, a d e m á s , calcular t o d o el t i e m p o :
h a y q u e t t a n s p o n e r el t e m a a la q u i n t a , i n t r o d u c i r u n c o n t r a t e m a e n tal rela­
c i ó n , etcétera. Pero sería u n a t o n t e r í a decir q u e la m ú s i c a se r e d u c e a eso. I n ­
v e r s a m e n t e , en ls m a t e m á t i c a , t o d o n o es s i m p l e cálculo sino q u e , a d e m á s , las
bases del cálculo r e m i t e n a lo i m a g i n a r i o , a lo poiético. Estas d o s d i m e n s i o n e s
s o n i n a s o c i a b l e s e irreductibles u n a respecto d e la otra, y t o d o lo q u e existe,
bajo c u a l q u i e r f o r m a , se despliega en a m b a s d i m e n s i o n e s . Pero c u a n d o habla­
m o s d e multirreferencialidad, t e n e m o s q u e tratar d e precisar sus límites. Ya
q u e , en función d e los factores q u e m e n c i o n á b a m o s a n t e r i o r m e n t e , existen
en la a c t u a l i d a d confusiones fantásticas, q u e resultan d e u n eclecticismo d e ­
senfrenado. Se invoca a W i t t g e n s t e i n y los juegos de lenguaje, y u n o se h a c e
u n a p a n z a d a : p á g i n a 14, estoy en el j u e g o del lenguaje freudiano; p á g i n a 15,
en el j u e g o del lenguaje d e D u t n é z i l ; p á g i n a 16, es el j u e g o del lenguaje de
Palo Alto, y así sucesivamente. Y l l e g a n d o a ese p u n t o , n o va m á s .

J. A. — E s el coleccionista.

C . C . — E l coleccionista, el ecléctico. N o p o d e m o s sustraernos a u n a exigencia

de coherencia. Por cierto, el m u n d o n o es c o h e r e n t e , está f r a g m e n t a d o , d e b e ­
m o s r e c o n o c e r esta f r a g m e n t a c i ó n , esta fractura del ser d e la cual n o s o t r o s
m i s m o s s o m o s u n a manifestación, ya q u e n o s o m o s ni galaxias ni estrellas con
n e u t r o n e s , s i n o c o m p l e t a m e n t e o t r a cosa. Y n o p o d e m o s c a p t a r n o s c o n las
mismas categorías, con los m i s m o s c o n c e p t o s q u e esas otras clases de entes.
Pero en el interior d e u n c a m p o , d e b e m o s tratar d e ser lo más coherentes posi­
ble y n o p o d e m o s articular entre sí y de cualquier m a n e r a los diferentes c a m -

10871
 PSIQUE Y E D U C A C I Ó N 219

pos - e n la m e d i d a en q u e se dejen a r t i c u l a r . Por ejemplo, en psicoanálisis, n o

se p u e d e ser al m i s m o t i e m p o freudiano y j u n g i a n o , a u n c u a n d o ciertas ideas
de J u n g p r e s e n t e n interés. D e l m i s m o m o d o , n o se p u e d e mezclar p u r a y s i m -
p l e m e n t e psicoanálisis y p e n s a m i e n t o d e la s o c i e d a d y de la historia.

J. A . — L a p r e g u n t a q u e u s t e d p l a n t e a es la s i g u i e n t e : ¿ p u e d e existir u n a
m u l t i r r e f e r e n c i a l i d a d q u e n o sea la del new age>

C . C . — Es e x a c t a m e n t e eso. T e n e m o s q u e d e c i r n o al espíritu de Cordoue y

a t o d o aquello, b u e n o , ya está d i c h o . N o sé si Rene Barbier se va a e n o j a r . . .

R. B . — P e r o n u n c a m e e n o j o . . . (Risas.)

C . C . — S í , es su lado K r i s h n a m u r t i . Existen, sin lugar a d u d a s , cosas a d m i r a -

bles en el p e n s a m i e n t o oriental, e n el b u d i s m o , etcétera, p e r o la idea de q u e la
física c u á n t i c a t e n g a algo q u e ver c o n estas cuestiones es u n a s i m p l e confusión.
Q u i z á , el b u d i s m o sea m e j o r y m á s valioso q u e ia física c u á n t i c a , pero eso es
otra cosa. B u e n o , a h í está. M e siento feliz d e q u e nos p o n g a m o s d e a c u e r d o .

R. B . — E s t o n o significa q u e n o h a y a paralelos q u e d e b e m o s observar.

C. C . — N o lo creo, p e r o sería necesaria u n a d i s c u s i ó n d e t a l l a d a .

J. A. — N o v a m o s a seguir d i s c u t i e n d o , pero diría q u e la multirreferencialidad,

q u e n o vire a la confusión o al sincretismo, es u n i n s t r u m e n t o provisorio d e
análisis de f e n ó m e n o s c o m p l e j o s , q u e n o d e f i n o , p o r otro l a d o , ontológica-
m e n t e c o m o u n a p r o p i e d a d del o b j e t o , sino c o m o u n a i n v e n c i ó n (es t a m b i é n
el fruto d e lo imaginario) en la relación del sujeto con el o b j e t o . O sea q u e h a y
un p r i m e r m o m e n t o q u e consiste e n postular la c o m p l e j i d a d del objeto. Lo
q u e m e p e r m i t i r á , i n m e d i a t a m e n t e , aplicarle u n a i n s t r u m e n t a c i ó n alternativa
adecuada. El lado positivo resulta, j u s t a m e n t e , el d u e l o p o r esa u n i d a d i m a g i -
naria q u e proviene del estado d e m ó n a d a . Para conocer cierta c a n t i d a d d e fe-
n ó m e n o s en el estado actual d e nuestros c o n o c i m i e n t o s plurales, quizás n o se-
p a m o s proceder d e otra m a n e r a q u e a u n a n d o varios discursos.

C. C . — L o q u e l l a m a m o s la c o m p l e j i d a d es, a m i c n t e r i o , u n a de las m a n i -
festaciones de lo q u e l l a m o la n a t u r a l e z a magmáüca del ser; a saber, el h e c h o
2?<l PSIQUE

d e q u e el ser n o es u n c o n j u n t o ni u n a j e r a r q u í a bien o r d e n a d a d e c o n j u n -
tos, sino u n m a g m a . D e él se p u e d e n extraer c o n j u n t o s , se p u e d e n c o n s t r u i r
c o n j u n t o s en su s e n o , p e r o esas extracciones o esas c o n s t r u c c i o n e s n o p o -
d r á n agotarlo ni p o d r á n n u n c a recubrirlo t o t a l m e n t e . Las m i s m a s relaciones
e n t r e los diversos aspectos q u e p o d e m o s llegar a c o n s i d e r a r c o m o ensídicos
n o son ellas m i s m a s ensidicas. D e m a n e r a tal q u e a q u e l l o q u e parece a s o m -
brar t a n t o a los teóricos d e la c o m p l e j i d a d m e a s o m b r a , en a l g ú n s e n t i d o ,
m u c h o m e n o s . Por e j e m p l o , las jerarquías e n m a r a ñ a d a s : ya q u e las jerar-
q u í a s n o e n m a r a ñ a d a s s o n , p r e c i s a m e n t e , lo p r o p i o d e la lógica ensídka.
Existen los e l e m e n t o s d e u n c o n j u n t o , sus p a r t e s , el c o n j u n t o m i s m o , las
r e u n i o n e s d e c o n j u n t o s , etcétera; y, en casos e x t r e m o s , estas jerarquías p u e -
d e n ser c o m p l i c a d a s y diferentes según el p u n t o d e vista q u e se a d o p t a , p e t o
n u n c a s o n e n m a r a ñ a d a s . Pero, si salimos d e estas j e r a r q u í a s ensídicas, n o h a y
n i n g u n a g a r a n t í a d e q u e h a b r á jerarquías bellas. Por lo t a n t o , la r e n u n c i a a la
unificación o a la simplificación final n o es ni provisoria ni u n a n o r m a de
b u e n a c o n d u c t a . Se trata d e u n d u e l o q u e h a y q u e llevar a c a b o d e u n a vez
p o r t o d a s , n o r e n u n c i a n d o al i n t e n t o d e d i l u c i d a r y d e volver c o h e r e n t e lo
q u e p o d e m o s d i l u c i d a r y volvet c o h e r e n t e . . . Y es esto lo q u e n o s diferencia
de los orientales, p o t lo m e n o s d e los o t i e n t a l e s sobre los q u e h a b l a m o s a n -
tes. Estos o t i e n t a l e s d e c i d i e r o n d e u n a vez p o r todas q u e , si m e p e r m i t e n la
b r u t a l i d a d de la expresión, detrás de las apariencias n o h a y N a d a . En p r i m e r
lugar, p i e n s o q u e esto n o es c i e t t o , m á s e x a c t a m e n t e , q u e este e n u n c i a d o n o
tiene s e n t i d o (o n o t i e n e m á s q u e u n s e n t i d o a n t r o p o c é n t r i c o : detrás d e las
a p a r i e n c i a s , n o h a y lo q u e n o s gustaría q u e h u b i e r a ) . P e r o , f u n d a m e n t a l -
m e n t e , detrás de las apariencias están, y estarán s i e m p r e , otras apariencias, y
n o p o d e m o s r e n u n c i a r a p o n e r u n p o c o d e o r d e n en c a d a u n o d e estos estra-
tos d e apariencia y en sus relaciones recíprocas, s a b i e n d o q u e este o r d e n n o es
m á s q u e u n o r d e n c o n j u n t i s t a - i d e n t i t a t i o y quizás, o s e g u r a m e n t e , q u e n o se
trata s i m p l e m e n t e d e u n o r d e n . N o n o s a p r e s u r e m o s a llegar a u n a c o n c l u s i ó n
final p a r a r e t i r a r n o s en el silencio, lo q u e sería u n a a c t i t u d profundamente
ligada a n u e s t r o p r o y e c t o g r e c o o c c i d e n t a l .

{París, 7 de febrero de 1991)

 El psicoanálisis: situación y límites*

/. El estatuto de la teoría¡mcoanalítica

1.1. Epistemología

Si LAS D I S C U S I O N E S a p r o p ó s i t o del psicoanálisis d a n i m p r e s i ó n de u n a c o n -

fusión quizás i n i g u a l a d a e n el m u n d o m o d e r n o , esto se d e b e , en p a r t e , a la
indefinición en q u e está i n m e r s o su e s t a t u t o , c o m o teoría y c o m o práctica.
E n t a n t o teoría, el psicoanálisis es j u z g a d o , la mayoría d e las veces, s e g ú n
u n criterio d e éxito o d e fracaso (e i n c l u s o , m u y r e c i e n t e m e n t e , según si se lo
considera o n o c o m o u n a i m p o s t u r a ) . D e t r á s d e esta a c t i t u d , está la ideología
d o m i n a n t e , cicntificista, positivista y tecnocrática. La validez del psicoanálisis
estaría en relación c o n su a p t i t u d p a r a c o n f o r m a r s e con las n o r m a s y criterios
de la ciencia existente, es decir, d e las ciencias exactas, o sea, p r á c t i c a m e n t e
las ciencias fisicomatemáticas. D e u n a m a n e r a global, estos criterios r e m i t e n
a la acumulatividad, a la controlabilidad universal (que i n c l u y e , según los ca-
sos, tal o cual v a r i e d a d d e p o s i b i l i d a d d e verificación o d e falsificación) y a la
c a p a c i d a d d e p r e d i c c i ó n . L o s d o s ú l t i m o s criterios, c o m o se p u e d e a p r e c i a r
sin dificultad, son m á s o m e n o s e q u i v a l e n t e s . La d e m a n d a i m p l í c i t a q u e se
h a c e a la práctica analítica d e alinearse c o n los m é t o d o s d e la tecnología m o -
d e r n a c o r r e s p o n d e a este c o n t e x t o . Se le exige a la t e o r í a q u e c u l m i n e en
prescripciones prácticas n o a m b i g u a s , prescripciones c u y o éxito (o fracaso)
será la p i e d r a a n g u l a r d e sus p r e t e n s i o n e s a la validez.

[Texto inédito. Escrito en inglés por Cornelius Castoriadis (y leído por Joel Whitebook, en
noviembre de 1997) en ocasión de la conferencia Building Bndges: A Conference on Psychoa-
nalysis and-Culture, organizada por el William Allanson Whire Institute (Nueva York). Este
texto aborda, implícita o explícitamente, algunas cuestiones planteadas p o r las contribuciones
de dos participantes en la conferencia, L. Jacobson y P. Cushman. Traducción al francés de
Myrto Gondicas.]

50 221
 222 PSIQUE

Esta analogía y los m o d o s d e evaluación q u e resultan d e ella s o n i n s o s t e -

nibles. E n p r i m e r lugar, y sin p o n e r e n d u d a n i p o r u n s e g u n d o los e n o r m e s
resultados d e las c i e n c i a , m o d e r n a s <v d e la tecnología q u e está asociada a
ellas), n o poden-,os n a c a p >; airo la extensión c o n s i d e r a b l e d e sus l i m i t a c i o -
(

nes t e o t i . a s . í ¿ H u r a ñ a m e n t e a lo q u e p r e t e n d e la versión oficial v i g e n t e , la

ciencia c o m e n m o m n e a , s o p o r t a e! peso d e u n a c a n t i d a d d e e n i g m a s y a p o -
rta,, cuya solución está lejos d e vislumbrarse en eí h o r i z o n t e . C o m o e j e m -
plos mas i m p o r t a n t e s : la m a t e m á t i c a , q u e es la c o l u m n a vertebtal y la p a r t e
neis segura d e ia ciencia m o d e r n a , es c u e s t i o n a d a p o r los resultados b i e n c o -
n o c i d o s (Ciodel. l u r i n g . O h u r c h ) sobre la ¿ndecidibilklad. H a c e ya s e t e n t a
a n o s q u e la física es incapaz de conciliar sus d o s pilares, a saber, la teoría
c u á n t i c a y la d e ia relatividad general, q u e s o n a la vez t e ó r i c a m e n t e incom¬
patibles y e x p e r i m e n t a l m e n t e confirmadas, y q u e p o s e e n , cada u n a , sus pro¬
pios e n i g m a s . La biología, a la q u e se d i o c r é d i t o c o n e n t u s i a s m o respecto d e
u n a explicación universa! d e la e v o l u c i ó n , n o explica, et. realidad, n a d a p a r é -
e n l o . La e v o l u c i ó n es u n h e c h o masivo e i n d i s c u t i b l e , p e r o la c o n c e p c i ó n
n e o d a r w i n i a n a , la d e la síntesis moderna, n o p u e d e ofrecer m á s q u e u n a t a n -
tología: la c a p a c i d a d d e s u p e r v i v e n c i a y la e l i m i n a c i ó n d e los menos a Otos s o n
u n a c o n d i c i ó n necesaria, p e r o d e n i n g ú n m o d o suficiente, para la aparición
d e especies nuevas. Ésta resulta d e (o c o r r e s p o n d e a) m u t a c i o n e s genéticas,
s e g u r a m e n t e ; p e r o estas m u t a c i o n e s son p r á c t i c a m e n t e aleatorias y n a d a en la
recría d a c u e n t a d e la presencia sobre la T i e r r a d e a l g u n o s millones d e espe-
cies a n i m a l e s diferentes, en lugar d e m i l l o n e s d e variedades d e bacterias, n i
t a m p o c o la razón d e esta t e n d e n c i a d o m i n a n t e , i n n e g a b l e , d e u n a c o m p l e j i -
/.ación d e las formas d e vida.

La acumulMividad se refiere a los resultados y n o a las teorías d e base. La

historia d e las ciencias avanza p o r saltos d i s c o n t i n u o s , q u e T o m a s K u i m , al
q u e e x t r a ñ a m o s t a n t o , fue el p r i m e r o e n describir, s u b r a y a n d o su i m p o r t a n c i a .
El p u n t o d e v.sta cientificista-pos.tivista-tecnocrático q u e tiene vigencia
a c t u a l m e n t e se basa e n u n a metafísica. El ser e n su g l o b a l i d a d sería u n siste-
m a t o t a l m e n t e racional, u n a e s t r u c t u r a r i g u r o s a q u e o b e d e c e e n t o d a s u ex-
t e n s i ó n a relaciones y a leyes d e t i p o c o n j u n t i s t a i d e n t i t a r i o . Tal metafísica
c o n s t i t u y e el p o s t u l a d o c o m p l e m e n t a r i o i n d i s p e n s a b l e p a r a a p u n t a l a r el
i m a g i n a r i o del c a p i t a l i s m o , en el q u e prevalece la significación social i m a g i -
n a r i a d e u n a e x p a n s i ó n i l i m i t a d a del d o m i n i o racional. D e h e c h o , existe u n a
d i m e n s i ó n c o n j u n t i s t a i d e n t i t a r i a (o lógico matemática) d e n s a e n t o d a s p a r -
tes, e n t o d o lo q u e existe. E s t o explica la efectividad y la eficacia d e la a p r e -

110/1
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y LÍMITES

h e n s i ó n científica m o d e r n a , y ei d o m i n i o q u e la técnica c o n c o m i t a n t e a o s
1
b r i n d a s o b r e n u m e r o s o s aspectos del u n i v e r s o .
E n pocas palabras, el ser es c r e a c i ó n - d e s t r u c c i ó n , y esto quiere decir, fun-
d a m e n t a l m e n t e , d i s c o n t i n u i d a d , e m e r g e n c i a d e u n nuevo radical y de ¡a estra-
tificación d e lo q u e existe, q u e c o r r e s p o n d e a estos i m p o r t a n t e s virajes de!
imaginario científico q u e i n t e r v i e n e n c u a n d o ia explicación teórica pasa de un
estrato del ser a o t r o . El m u n d o h u m a n o - m u n d o psíquico y m u n d o sociohis-
t ó r í c o - c o r r e s p o n d e , p r e c i s a m e n t e , a u n o d e estos estratos e n el despliegue del
ser y a u n a r u p t u r a en su historia. El m o d o d e existencia, el t i p o de ser resul-
t a n t e d e la aparición del m u n d o h u m a n o es, e n p r i m e r lugar y antes q u e n a d a ,
el del sentido, y éste es el m o t i v o p o r el cual decir q u e el psicoanálisis d e b e r í a
b r i n d a r explicaciones q u e n o b r i n d a n o quiere decir, literalmente, nada. Las ex-
plicaciones tienen lugar ú n i c a m e n t e en relación c o n la d i m e n s i ó n c o n j u n t i s t a
identitaria, y el m u n d o físico tesulta explicable s o l a m e n t e p o r q u e es, en gran
parte, p o r lo q u e s a b e m o s al respecto, reductible a relaciones d e este tipo.

1.2. Comprensión e interpretación

U n a de las cuestiones más i m p o r t a n t e s del psicoanálisis consiste en trabajar so-

bre el sentido - e s lo q u e se llama e n t e n d e r {verstehen) e i n t e r p r e t a r - . A u n q u e
había en él u n a a n t i n o m i a al r e s p e c t o - o , m á s b i e n , u n a escisión (Spaltung)
e s e n c i a l - , F r e u d era p e r f e c t a m e n t e c o n s c i e n t e d e este t e m a . D e h e c h o , t i t u l ó
su p r i m e r a o b r a i m p o r t a n t e La interpretación - y n o La explicación- de los
sueños: Traumdeutung y n o Traumerklarung. Sabía q u e trataba c o n dos niveles

Los lamentos de Hcidegger a propósito de la logocracia occidental, el olvido del ser y la tecniíica-
ción del m u n d o rio son capaces de avanzar en el sentido de brindarnos una explicación sobre el
éxito tan general de esta expansión y de esta dominación; ¿de qué maneta éstas serían posibles si
no existiera en el Ser mismo algo que encuentran? 1.a única explicación, en la perspectiva de
Heidegger, setía afirmar que el Dasein puede imponer el lugos a todo lo que existe, o sea, algo
que no tiene ninguna relación con él, llevando a a b o algo que sería, en definitiva, una violación
de la realidad existente. Peto en este caso, a pesar de toda su retórica, Heidegger aparece incons-
cientemente agarrado al ctedo de la omnipotencia humana, Lo mismo ocurre, por supuesto, mu-
tatis mutandis, con el relativismo posmoderno y deconstruccionista, aun en sus formas más sim-
ples, pragmáticas, como en Richard Rorty. Señalado este punto, tenemos que agregar que el
deconstruccionismo está inmerso a tal punto en la incoherencia -la mentalidad del anythhiggoes
[«todo vale»]-, como se ve con claridad especialmente en e! nivel práctico político, que toda dis-
cusión de estas posiciones sería literalmente imposible, suponiendo que la cosa valiera la pena.

50
224 PSlOUü

i entid n a o m a n i f i e s t o - i n c l u s o si parecía ilógico, a u n q u e n o desprovis-

to d e sentido: shmuñdrig pero no sinnlos-, y el otro latente, al q u e la interpre-
tación proporcionaba el acceso. Freud n o necesitaba ni d e H e i d e g g e r ni d e G a -
d a m e r p a r a darse c u e n t a de aquello. Era c o n t e m p o r á n e o d e M a x W e b e r , el
f u n d a d o r de la sociología comprensiva iverstehende Soziologic), detrás del cual en-
c o n t r a m o s a Diithey, W w d e l b a n d , Rickert y, para r e m o n t a r n o s a u n m á s lejos,
a H e r d e r y a Hegel. l o d o s sabían q u e el m u n d o h u m a n o es, r e t o m a n d o los tér-
m i n o s d e Ricker, »el m u n d o i n t e r m e d i o del sentido i n m a n e n t e » (dieZwischen-
welt des irnmanenten Sinnes). Pero la innovación formidable d e F r e u d consistió
en darse cuenta d e q u e el sentido manifiesto y el latente son dos cosas diferen-
tes, y en comai la decisión teórica, fundamental de considerar q u e los lapsus son
significantes, del m i s m o m o d o que los sueños, el delirio, los fantasmas y las alu-
cinaciones. Esto es lo q u e los críticos vulgares del psicoanálisis q u e a c t u a l m e n t e
e s c u c h a m o s son incapaces d e ver, La validez de esta decisión es i n d e p e n d i e n t e
d e la naturaleza del sentido q u e Freud pensaba haber e n c o n t r a d o , e incluso del
valor de las vías q u e siguió t r a t a n d o de establecerlo. Su validez es i g u a l m e n t e in-
d e p e n d i e n t e del h e c h o d e q u e Freud n o había designado como tal el círculo her-
menéutica - q u e , p o r otro lado, n o constituye u n d e s c u b r i m i e n t o d e G a d a m e r y
otros, ya q u e está i m p l í c i t a m e n t e presente en Nietzsche, en M a r x y en varios re-
presentantes del idealismo a l e m á n , sin m e n c i o n a r a Protágotas—. D e esto preci-
s a m e n t e se trata en la contratransferencia; y es el m o t i v o p o r el cual F r e u d insis-
tía sobre la necesidad de u n a purificación del analista p o r el análisis didáctico, ya
q u e eta perfectamente consciente del rol decisivo del intérprete y de sus ideas
preconcebidas en el proceso intetprctativo. E v i d e n t e m e n t e , este p r o c e d i m i e n t o
n o alcanza a todos los p a r á m e t r o s q u e c o n d i c i o n a n la actitud del intérprete, c o -
m o su posición en el espacio-tiempo sociohistórico, su sexo o su p e r t e n e n c i a a
u n estrato social. Los descubrimientos, e n este caso, p e r t e n e c e n a N i e t z s c h e ,
M a r x y Hegel. T e n e m o s q u e t o m a r l o s en cuenta, y si el pansexualismo de Freud
parece ser u n obstáculo, h a b r á q u e discutir su c o n t e n i d o y n o el principio.

1.3. La metapsicología y la cuestión de la dilucidación

Las tareas teóricas del psicoanálisis n o p o d r í a n reducirse a la c o m p r e n s i ó n

o a la i n t e t p r e t a c i ó n - del m a t e r i a l p s í q u i c o c o n c r e t o . D e b e , a d e m á s , d a t
c u e n t a d e lo que se manifiesta c o m o significación c o n s c i e n t e e i n c o n s c i e n t e y
d e los motivos de tal clivaje. Éste es el c a m p o de la metapsicología, es decir, de
la investigación sobre la e s t r u c t u r a y el f u n c i o n a m i e n t o d e lo q u e F t e u d lia-
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y L I M I T E S 225

m a b a el a p a r a t o p s í q u i c o : u n c a m p o en el q u e t a m b i é n d e b e m o s establecer
d i s t i n c i o n e s . T e n e m o s la decisión teórica en sí m i s m a : el m u n d o p s í q u i c o n o
está c o n s t i t u i d o s o l a m e n t e d e s e n t i d o , se c o n f o r m a a través d e u n a e m e r g e n ¬
cia, o lo q u e l l a m a r é u n a creación d e s e n t i d o s e g ú n u n a organización dada, o
sea, a l g u n o s rasgos d e e s t r u c t u r a y d e f u n c i o n a m i e n t o c o n s t a n t e s , p c r m a
tientes o d u r a d e r o s , a l g u n a s determinaciones y leyes. Y, l u e g o , están los d e s c u -
b r i m i e n t o s particulares d e F r e u d , p r e c i s a m e n t e , sobre la c o n s t i t u c i ó n de esta
o r g a n i z a c i ó n , su f u n c i o n a m i e n t o , esta e s t r u c t u r a d u r a d e r a , lo q u e es el apa-
rato p s í q u i c o y la m a n e r a en q u e f u n c i o n a .
Pero aquí aparece n u e v a m e n t e u n a especificidad. Del m i s m o m o d o en q u e ,
c u a n d o d e c i d i m o s q u e el m u n d o p s í q u i c o y, m á s g e n e r a l m e n t e , el m u n d o h u -
m a n o es u n m u n d o de significaciones, e x c l u i m o s ipso lacio la posibilidad d e
q u e se p u e d a tratar d e u n m u n d o d e quarks, d e partículas d e carga nula, o d e
células; a s i m i s m o , c u a n d o d e c i d i m o s q u e existe u n a organización, u n a e s t r u c -
tura y u n m o d o de f u n c i o n a m i e n t o d e la p s i q u e , d e s c a r t a m o s ipso t a c t o la
idea de q u e esta organización p u e d a ser d e o r d e n fisicoquímico o biológico.
Esto n o alcanza a resolver la c u e s t i ó n d e las relaciones espíritu-cerebro o psi-
quis-soma; p e r o , s e g u r a m e n t e , descarta la idea según la cual las significaciones
psíquicas y sus fijaciones p o d r í a n ser determinadas p o r la física o la biología.

1.4. El rol del elemento conjuntista identitario (lógico)

en el mundo psíquico

C o m o lo dije en o t r a o p o r t u n i d a d , la d i m e n s i ó n e s t r i c t a m e n t e lógica ( c o n -
j u n t i s t a identitaria) está p r e s e n t e en todas p a r t e s en t o d o lo q u e existe; se
p u e d e decir, u t i l i z a n d o u n a m e t á f o r a t o p o l ó g i c a , q u e es densa por todas par-
tes. Pero esto n o quiere decir q u e a g o t a lo real. A s i m i s m o , la d i m e n s i ó n lógi-
ca está p r e s e n t e p o r todas p a r t e s en el m u n d o p s í q u i c o , sin alcanzar a a g o t a r -
lo ni r e m o t a m e n t e . E i n c l u s o , en este caso, d e a c u e r d o c o n lo q u e s a b e m o s
al respecto, el resto es m á s i m p o r t a n t e q u e en c u a l q u i e r o t r o c a m p o . E s t e fe-
n ó m e n o está r e l a c i o n a d o , a m i c r i t e r i o , c o n el p r e d o m i n i o del e l e m e n t o
poiético en los ¿eres h u m a n o s . P e r o , d e a l g ú n m o d o , e n este caso n o h a g o
m á s q u e repetir lo m i s m o d e o t r a m a n e r a .
T o m e m o s d o s ejemplos. E n el nivel del contenido: la i n t e r p r e t a c i ó n d e los
s u e ñ o s n o s l l a m a la a t e n c i ó n p o r la c a n t i d a d d e trabajo p u r a m e n t e lógico
q u e allí se despliega, p e r o a d e m á s , y d e m a n e r a todavía m á s nítida, p o r la i n -
creíble c a n t i d a d y calidad d e lógica m o v i l i z a d a p a r a la c o n s t r u c c i ó n y la p r e -

50
22(5 PSIQUE

s e n t a c i ó n del s e n t i d o l a t e n t e - e n la t e r m i n o l o g í a f r e u d i a n a , el trabajo del

sueño--. Proceso paralelo a la f o r m i d a b l e creación poiético. p r e s e n t e en t o d o s
los s u e ñ o s , salvo los m á s triviales.
t.n el c a m p o de la nieta psicología, e s t a m o s o b l i g a d o s a recurrir a n o c i o -
nes c o m o fuerza e i n t e n s i d a d , e c o n o m í a , sitios, t e n d e n c i a s p e r m a n e n t e s ( p o t
e j e m p l o , el p r i n c i p i o del placer), etcétera. Estas n o c i o n e s son o b j e t o d e u n
cierto desprecio p o t p a r t e d e los psicoanalistas c o n t e m p o r á n e o s , p a r t i c u l a r -
m e n t e en Francia, salvo c u a n d o s e las tilda c o n c o n d e s c e n d e n c i a d e metáfo-
ras. .. IVro, si b i e n es c i e r t o q u e n o p o d e m o s t o m a r estos t é r m i n o s en el s e n -
t i d o q u e tienen en otros c a m p o s del saber, c o m o la t e r m o d i n á m i c a (y esta
2
salvedad se h a c e a p e s a t de ciertas f o t m u l a c i o n e s peligrosas de F r e t i d ) , no
p o d r í a m o s reducirlos a simples i m á g e n e s . Por e j e m p l o , las d i s t i n c i o n e s y tér-
m i n o s d e Fretid q u e r e m i t e n a la topografía p u e d e n ser correctas o n o , p e r o
n o p o d e m o s e l i m i n a r la c u e s t i ó n d e la existencia o r d e n a d a y s i m u l t á n e a d e
e n t i d a d e s diferentes, y es p r e c i s a m e n t e lo q u e q u i e r e decir la n o c i ó n d e espa-
cio {topos). A s i m i s m o , el carácrer e n i g m á t i c o de estas f o r m u l a c i o n e s económi-
cas n o altera p a r a n a d a el h e c h o e v i d e n t e d e q u e existen i n t e n s i d a d e s m u y
diferentes en las investiduras psíquicas.
El trabajo teórico del psicoanálisis, sea concreto o abstracto (vale decir m e -
t a p s i c o l ó g i c o ) , c o n t i e n e , n e c e s a r i a m e n t e , u n a d i m e n s i ó n lógica, y si esto
o c u r r e n o se d e b e s o l a m e n t e al h e c h o d e q u e n o p o d a m o s dejat d e p e n s a r
l ó g i c a m e n t e , s i n o a q u e la lógica es i n m a n e n t e a la o r g a n i z a c i ó n de la p s i q u e
- c o m o , p o r o t r o lado, lo i n d i c a esta m i s m a o r g a n i z a c i ó n - , sin agotat, lo re-
p e t í m o s , t o d o s sus aspectos, cosa q u e c o r r o b o r a , p o r e j e m p l o , el h e c h o d e
q u e el inconsciente ignora el tiempo y la contradicción.

2. El estatuto de la actividadpsicoanalítica

2.1. La terapia y sus metas

H i s t ó r i c a m e n t e , la actividad psicoanalítica e m p e z ó c o m o práctica médica. H i -

zo falta q u e transcurriera u n c u a r t o de siglo p a r a q u e F r e u d p u d i e r a d e c i d i r
(en su ensayo s o b r e La cuestión del análisis profano) q u e , p a r a ejercer el psi-
coanálisis, era m e n o s i m p o r t a n t e h a b e t e s t u d i a d o m e d i c i n a q u e c o n o c e r la

2
Véase el empleo que hace de la noción de topografía, del principio de constancia, etcétera.

1
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y L Í M I T E S 227

literatura, la e t n o l o g í a , la h i s t o r i a , etcétera (agregaría la filosofía y la t e o r í a

política). N o sé al c a b o d e c u á n t o t i e m p o la American Psychoanalytical Aso-
ciaron (Asociación Psicoanalítica E s t a d o u n i d e n s e ) a d m i t i ó q u e el d o c t o r a d o
en m e d i c i n a n o era u n a c o n d i c i ó n necesaria p a r a la práctica del análisis.
E n la a c t u a l i d a d , h e m o s a l c a n z a d o ei o t r o e x t r e m o del e s p e c t r o . T o d o va
le, y existe u n a c o n t i n u i d a d casi sin fractura del análisis a la c a r t o m a n c i a y a
la astrología, p a s a n d o p o r la a c t i v i d a d del c o n s e j o de i n s p i r a c i ó n p s i c o a n a l í -
tica, el análisis t r a n s a c c i o n a l , la sexoiogía, las terapias c o n d u c t i s t a s , el g r i t o
p r i m a r i o - p u e d e n ustedes c o m p l e t a r la l i s t a - .
La c o n s t a n t e d e todas estas p t á c t i c a s , d e s d e el t r a t a m i e n t o p s i c o a n a l í t i c o
m á s estricto h a s t a las v a r i e d a d e s m á s d e g e n e r a d a s y fantasiosas d e hoy, es la
idea d e terapia. Q u i e n dice t e r a p i a p u e d e significar u n a d e las d o s cosas si-
g u i e n t e s : p o r u n desvío, e n relación con cierta n o r m a , es necesario verse en-
carrilado; o b i e n , q u e h a y s u f r i m i e n t o y u n o desea i n s t a n t á n e a m e n t e ser ali-
v i a d o . Las d o s ideas p r o m u e v e n c u e s t i o n e s casi i m p o s i b l e s d e ser t r a r a d a s .
D e s d e el p r i n c i p i o , v e m o s q u e están f u e r t e m e n t e relacionadas c o n las e t e r n a s
i n t e r r o g a c i o n e s sobre ei final y las m e t a s del análisis.
H a b l a r d e desviación en r e l a c i ó n con u n a n o r m a i m p l i c a q u e s e p a m o s lo
q u e es la n o r m a , lo q u e debería ser, y q u e e s t e m o s d i s p u e s t o s a d e f e n d e r l a .
A h o r a bien - s i d e j a m o s d e l a d o a K a n t , q u e p l a n t e a , d e t o d o s m o d o s , n o t
m a s i n a l c a n z a b l e s - , u n a n o r m a p u e d e ser o biológica o social. E n n u e s t r o
c a m p o , a pesar d e los esfuerzos o b s t i n a d o s p o r definir u n desarrollo normal
o u n a sexualidad normal, u n a n o r m a biológica n o t e n d r í a n i n g ú n s e n t i d o .
N o t e n e m o s y n o p o d e m o s t e n e r u n m o d e l o c a n ó n i c o d e lo q u e sería u n a
p s i q u e normal. R e c o r d e m o s s o l a m e n t e esta digresión de F r e u d en u n o d e sus
3
ú l t i m o s escritos - « A n á l i s i s t e r m i n a b l e e i n t e r m i n a b l e » - , e n el q u e se pre¬
g u n t a a sí m i s m o y al lector p o r q u é h a b r í a q u e c o n s i d e r a r a n o r m a l u n a v i d a
bisexual y c o n t e s t a , sin t a p u j o s , q u e n o h a b r í a n i n g ú n m o t i v o p a r a ello. P e r o
t a m p o c o p o d e m o s a d m i t i r sin restricciones ni crítica la validez d e las n o r m a s
sociales existentes. U n a n o r m a social está s o c i a l m e n t e i n s t i t u i d a : n o h a c e fal-
ta d e n i n g u n a m a n e r a d e m o s t r a r la relatividad espacial y t e m p o r a l i n h e r e n t e
a este e s t a t u t o . . C o n o c e m o s la p a r a l i z a c i ó n d e la h o m o s e x u a l i d a d en n u m e -
rosos países hasta los a ñ o s 1 9 6 0 , i n c l u s o , y los ctueles castigos infligidos a
O s e a r W i l d e y A l a n T u r i n g (este ú l t i m o fue llevado al s u i c i d i o a su salida d e
la cárcel). T o d a v í a hoy, en el E s t a d o d e G e o r g i a (y, p r o b a b l e m e n t e , en varios

3
S. Freud, Obras Completas, Biblioteca Nueva, t o m o III, Madrid, 1981 [N. del T . ] .
2.28 PSIQUE

o t r o s ) , s o d o m í a y relaciones sexuales orales s o n c o n s i d e r a d a s delitos q u e se

castigan c o n varios a ñ o s d e cárcel. M á s g e n e r a l m e n t e , y sin p r o f u n d i z a r la
crítica, a la vista d e n u e s t r o s c o n o c i m i e n t o s h i s t ó r i c o s y e t n o l ó g i c o s , el psi-
coanálisis n o sabría a p u n t a l a r la validez d e las n o r m a s sociales en el c a m p o
sexual; y si lo h a c e , c o m o o c u r r i ó d u r a n t e d e c e n a s d e a ñ o s , recibe el r e p r o -
che p l e n a m e n t e justificado de adaptacionismo, s o b r e el cual volveré. D e s c u -
b r i m o s , en este caso, u n pasaje necesario e n t r e c u e s t i o n e s psicoanalíticas y
c u e s t i o n e s políticas, en el s e n t i d o m á s radical del t é r m i n o p o l í t i c o : lo q u e es-
tá e n relación c o n ia i n s t i t u c i ó n de la sociedad y sus c o n t e n i d o s .
P e r o , d e t o d o s m o d o s , e s t a m o s d e s c o n c e r t a d o s frente a la idea del sufri-
m i e n t o p s í q u i c o , i n d e p e n d i e n t e m e n t e d e los s e n t i m i e n t o s de s i m p a t í a q u e
el f e n ó m e n o d e s p i e r t a en n o s o t r o s . T o d a v i d a h u m a n a i n c l u y e necesaria-
m e n t e dolor, ¿y q u i é n establecerá la frontera e n t r e d o l o r normal y anormal, a
c o n d i c i ó n d e q u e r e r j u g a r el p a p e l d e los defensores d e u n m o d e l o d a d o d e
salud psíquica? ¿ D e b e r í a m o s a c e p t a r la d e m a n d a t e r a p é u t i c a d e a l g u i e n q u e
sufre p o r q u e su n o v i a / o lo a b a n d o n ó ? ¿ O cerrar los ojos s o b r e la a c t i t u d d e
n u e s t r o s c o n t e m p o r á n e o s c u a n d o se p r e c i p i t a n s o b r e el V a l i u m , el T e m e s t a
o c u a l q u i e r o t r o r e m e d i o c a d a vez q u e se ven e n f r e n t a d o s a u n a s i t u a c i ó n d i -
fícil? Y si c o n t e s t a m o s p o r la afirmativa a esta p r e g u n t a , ¿por q u é n o dejar el
lugar a los n e u r o f a r m a c ó l o g o s ?
F r e u d p r o p o r c i o n ó u n a definición a p a r e n t e m e n t e i r r e p r o c h a b l e a p r o p ó -
sito del objetivo (y d e las metas) del psicoanálisis: «restaurar la c a p a c i d a d d e
a m a r y d e trabajar». P e r o , ¿amar qup. —y, algo m u c h o m á s p r o b l e m á t i c o ,
¿trabajar para qup.-. ¿Acaso n o s l i m i t a r e m o s a restaurar la c a p a c i d a d d e tra-
bajar e n u n a fábrica de t i p o f o r d i a n o taylorista? ¿ U n s o m e t i m i e n t o servil a
las c o n d i c i o n e s existentes sería un i n d i c i o valedero d e s a l u d psíquica? El tra-
bajo es u n valor en la m e d i d a en q u e sus p r o p i o s fines están v a l o r a d o s , y esta
valorización t i e n e , sin d u d a , u n carácter social, i n s t i t u i d o . El a m o r p l a n t e a
otras c u e s t i o n e s , en especial, el flujo d e su c o n t e n i d o , el carácter d e su obje-
to, i m p o s i b l e d e definir, y su relación e n i g m á t i c a c o n el t i e m p o .
Pero Freud habló, además, más h u m i l d e m e n t e , del psicoanálisis c o m o prác-
tica cuya m e t a es llevar el d o l o r neurótico hacia u n estado d e dolor h u m a n o ba-
nal. A m i criterio, esta distinción llegará a cualquiera q u e tenga la más m í n i m a
familiaridad con la vida psíquica. Pero, en este caso, t a m b i é n sería vano creer
q u e se p u e d e delimitar r i g u r o s a m e n t e los d o s estados. Lawrence Jacobson, en
su h e r m o s o y valiente a p o r t e , nos relata lo q u e n o está f u n c i o n a n d o en dos de
sus pacientes: la falta de autenticidad en la relación q u e establecen c o n la propia
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y L I M I T E S 229

vida. Siento u n a p r o f u n d a s i m p a t í a por esta idea. Y p e r s o n a l m e n t e n u n c a p o

dría llegar a ser a m i g o d e alguien en q u i e n percibiera la falta d e a u t e n t i c i d a d
Pero el p r o b l e m a radica, j u s t a m e n t e , en este t é r m i n o percibir \feel}. N o t e n g o
n i n g u n a d u d a en c u a n t o a su significación, ni c o n respecto a m i capacidad de
distinguir entre q u i é n es a u t é n t i c o y q u i é n n o lo es. Pero soy incapaz d e p o n e r
esta cuestión en palabras abstractas. Para m í , se trata del m i s m o o r d e n d e cosas
q u e la diferencia entre, d i g a m o s , Beethoven y Saint-Saéns. «Los h o m b r e s liné-
eos, los h o m b r e s llenos d e paja» [the hollow men, the stuffed men], de T. S. íiliot,
constituyen u n objeto de e s t u d i o p e t f e c t a m e n t e legítimo p a r a la literatura. Y
asimismo, ¿quién dirá c o n certeza si la señora d e Bovary era auténtica o n o '
Quizás el único m o m e n t o d e a u t e n t i c i d a d de su vida haya sido el de su suicidio
- p e r o en este caso n o sería d e n i n g u n a utilidad s a b e r l o - .

2.2, La dimensión política del psicoanálisis

El psicoanálisis incluye u n a d i m e n s i ó n política i m p o s i b l e d e eliminar. Evi-

d e n t e m e n t e , n o d e s i g n a m o s c o n el t é r m i n o d e político el d e s e m p e ñ o d e los
señores C l i n t o n y G i n g r i c h , s i n o las c u e s t i o n e s y a c t i v i d a d e s relativas a la
institución de la sociedad. P o r esta vía, el psicoanálisis e s t á i n e v i t a b l e m e n t e
i n v o l u c r a d o e n las c o n t r o v e r s i a s respecto d e las ideas y las actividades p o l í t i -
cas. E n esta m e d i d a , el psicoanálisis es u n a a c t i v i d a d práctica, q u e r e m i t e al
c a m p o d e la dóxa y n o d e la epistéme.
N o s p e r c a t a m o s de esta s i t u a c i ó n c a d a vez q u e se p l a n t e a la c u e s t i ó n d e
las m e t a s del análisis, ya q u e e s t á n n e c e s a r i a m e n t e relacionadas c o n u n i n d i -
v i d u o social, e n su relación c o n s i g o m i s m o p e r o t a m b i é n c o n el o t r o y, m á s
allá d e c u a l q u i e r otro p a r t i c u l a r , c o n u n e n t o r n o d e t e t m i n a d o p o r la o r g a n i -
zación social. (Esto es lo q u e está en j u e g o d e m a n e t a m a n i f i e s t a e n los d o s
p a c i e n t e s d e L a w r e n c e J a c o b s o n . ) E n este s e n t i d o , r e s u l t a c o m p l e t a m e n t e
fuera d e c o n t e x t o exigir del psicoanálisis q u e lleve a c a b o u n viraje relacional.
E n p r i m e r lugar, la c o n s i d e r a c i ó n d e las relaciones del p a c i e n t e c o n su e n t o r -
n o s i e m p r e existió. F r e u d n u n c a dejó d e h a b l a r de las relaciones d e sus pa-
cientes c o n su e n t o r n o . Pero el p r o b l e m a d e F r e u d era e x a c t a m e n t e el m i s m o
q u e el del análisis vincular d e la a c t u a l i d a d : el fracaso e n r e c o n o c e r d e f i n i t i -
v a m e n t e q u e , m á s allá d e c u a l q u i e r otro c o n c r e t o , el psicoanálisis i m p l i c a , en
su práctica y en su teoría, la t o t a l i d a d d e la red de i n s t i t u c i o n e s y significa-
ciones sociales, i m p e r s o n a l e s y a n ó n i m a s . Y si h a b l a m o s d e p a r á m e t r o s mo-
rales o éticos en psicoanálisis, d e b e m o s d a r n o s c u e n t a d e q u e ( c o n t r a r i a m e n t e

30
 PSIQUE

a lo q u e a c t u a l m e n t e afirman la tradición cristiana y gran parte de la t r a d i c i ó n

filosófica) la m o r a l o la ética n o son otra cosa q u e u n a d i m e n s i ó n de la política
y de q u e ésta, d e cualquier m a n e r a , p e r m a n e c e inseparable d e aquéllas.
E n este s e n t i d o , n o p u e d o hacer otra cosa q u e p r e s e n t a t m i s o p i n i o n e s d e
m a n e r a d o g m á t i c a ; d e t o d a s f o r m a s , en este c a m p o , n o p u e d e existir u n a
fundación a prtori: p o d e m o s b r i n d a r , s o l a m e n t e a p o s t e r i o r i , u n a justifica-
ción r a z o n a b l e d e las posiciones q u e se sostienen. El psicoanálisis tiene, e n lo
esencial, el m i s m o o b i e t o q u e la política: la a u t o n o m í a de los seres h u m a n o s .
Si r e c o n o c e m o s el carácter f u n d a m e n t a l m e n t e social d e éstos, esta a u t o n o -
m í a y <:sta l i b e r t a d serán n e c e s a r i a m e n t e i n d i v i d u a l e s y colectivas al m i s m o
t i e m p o . N o p u e d o vivir - p o r e m p e z a r , n u n c a p o d t í a h a b e r m e c o n v e r t i d o en
u n ser h u m a n o - en soledad; t a m p o c o p u e d o e l i m i n a r a los o t r o s . Por lo t a n -
t o , la c u e s t i ó n q u e se p l a n t e a es: ¿de q u é m a n e r a p u e d o ser libre si e s t o y
o b l i g a d o a vivir en u n a sociedad e n la cual la ley está d e t e r m i n a d a p o r o t r a
p e r s o n a ? La ú n i c a respuesta c o n c e b i b l e , salvo en el caso d e caer e n u n d e l i r i o
del t i p o d e Stirner, consistiría en decir: t e n g o la p o s i b i l i d a d efectiva d e p a r t i -
cipar e n u n pie de i g u a l d a d c o n q u i e n sea e n la f o r m a c i ó n y en la a p l i c a c i ó n
d e la ley. E n esto consiste la v e r d a d e r a significación de la d e m o c r a c i a . P e r o
t a m b i é n : ¿ c ó m o p u e d o llegar a ser libre si estoy g o b e r n a d o p o r m i i n c o n s -
ciente? Pero, ya q u e n o p u e d o n i e l i m i n a r l o ni aislarlo, la ú n i c a respuesta es:
p u e d o ser libre si establezco c o n m i i n c o n s c i e n t e o t r o t i p o d e relación, u n a
relación gracias a la cual p u e d o saber, en la m e d i d a de lo posible, lo q u e o c u r r e
e n su interior, y q u e m e p e r m i t e , en la m e d i d a de lo posible, filtrar t o d o lo
q u e , del i n c o n s c i e n t e , pasa a m i actividad exterior d i u r n a . Es lo q u e l l a m o
establecer u n a subjetividad reflexiva y deliberativa. E n m i o p i n i ó n , es fácil
m o s t r a r q u e u n a sociedad a u t ó n o m a sólo es p o s i b l e si está f o r m a d a p o r i n d i -
v i d u o s a u t ó n o m o s . El i n d i v i d u o a u t ó n o m o sólo p u e d e existir en u n a socie-
d a d a u t ó n o m a . Esto se d e b e a q u e ú n i c a m e n t e el ejercicio efectivo d e la a u -
t o n o m í a desarrolla la a u t o n o m í a y q u e u n a e d u c a c i ó n o r i e n t a d a h a c i a la
a u t o n o m í a p u e d e existir ú n i c a m e n t e en este t i p o d e sociedad.

2.3. Implicaciones para el psicoanálisis.

El psicoanálisis como actividad práctico poiética

Está c i a t o q u e la a u t o n o m í a n o p u e d e ser i m p u e s t a ; t a m p o c o p u e d e enseñar-

se. T o d o lo q u e se p u e d e hacer consiste en a y u d a r al a n a l i z a n t e a p r o g r e s a r
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y L Í M I T E S .13 ¡

hacia la a u t o n o m í a , lo q u e i m p l i c a , al m i s m o t i e m p o , u n saber y u n a activi-

d a d . C o m p a f t i r el saber es la m e t a de la i n t e r p r e t a c i ó n , q u e p u e d e p e r m i t i r
al sujeto acceder a sus m o t i v a c i o n e s y p u l s i o n e s o c u l t a s y r e p r i m i d a s . Pero
t e n e m o s q u e g u i a r al a n a l i z a n t e hacia esta i n t e r p r e t a c i ó n d e tal m a n e r a q u e
a d q u i e r a g r a d u a l m e n t e la c a p a c i d a d d e p r o d u c i r l a él m i s m o . El psicoanálisis
es u n a actividad sobre sí m i s m o , u n a reflexión d e sí m i s m o sobre sí m i s m o , es
el acceso a la a u t o n o m í a p o r el ejercicio efectivo d e la a u t o n o m í a con la a y u d a
d e u n o t r o . La a c t i v i d a d d e esta o t r a p e r s o n a - c u y o s l í m i t e s p u e d e n ser defi-
n i d o s ú n i c a m e n t e en relación c o n las exigencias del d e s a r r o l l o , p o r p a r t e del
p a c i e n t e , d e su actividad s o b t e sí m i s m o - - n o consiste e n la aplicación d e
u n a técnica, s i n o q u e c o n s t i t u y e u n a praxis, a saber, la a c c i ó n d e u n a p e r s o n a
q u e se p r o p o n e a y u d a r a o t t a a acceder a sus p o t e n c i a l i d a d e s de a u t o n o m í a .
E n la m e d i d a en q u e el c o n t e n i d o c o n c t e t o d e esta m e t a n o está d e t e r m i n a -
d o d e a n t e m a n o y n o p u e d e llegat a serio, ya q u e i m p l i c a t a m b i é n la libera
ción d e las c a p a c i d a d e s c r e a d o r a s d e la i m a g i n a c i ó n radical en el a n a l i z a n t e ,
esta a c t i v i d a d es creación, e n o t r a s palabras, es unapoiesis.
Veo, p u e s , en el psicoanálisis, u n a a c t i v i d a d práctico patética, y en esto
consiste, i g u a l m e n t e , el rasgo q u e define a estas dos o t t a s profesiones q u e
F t e u d d e c l a r a b a imposibles. El psicoanálisis, c o m o la p e d a g o g í a y la p o l í t i c a ,
es la acción d e u n a a u t o n o m í a s o b r e o t t a a u t o n o m í a , v i r t u a l ; su m e t a c o n s i s -
te en crear estas formas n u e v a s , q u e son i n d i v i d u o s a u t ó n o m o s y u n a socie-
dad autónoma.

3. La situación sociohistórica del psicoanálisis

3.1. El contexto del trabajo de Freud

Resulta inútil r e c o r d a r las l i m i t a c i o n e s y los prejuicios q u e se ejercieron so-

bre el trabajo d e F r e u d p o r el c o n t e x t o d e su época, d e su e n t o r n o c u l t u r a l y
p o r la ideología d o m i n a n t e d e su t i e m p o . E n sus c o m i e n z o s , F r e u d e r a u n
positivista cientificista - i d e o l o g í a d o m i n a n t e en la é p o c a , q u e h o y sigue vi-
g e n t e - , y n u n c a dejó de serio. Pero t u v o , al respecto d e eso, u n a a c t i t u d a m -
bigua; n u n c a se olvidó d e q u e el psicoanálisis tenía q u e ver c o n el sentido y n o
c o n m o l é c u l a s o p o t e n c i a l e s q u í m i c o s . E s t a b a p r o f u n d a m e n t e s u m e t g i d o en
la c u l t u r a patriarcal de su m e d i o y d e su t i e m p o - c u l t u r a q u e se despliega a lo
largo de vatios miles d e a ñ o s en la historia d e la h u m a n i d a d - , y p e r c i b i m o s
 PSIQUE

en su o b r a n u m e r o s a s m a r c a s bien c o n o c i d a s d e esa cultura. N u n c a se atrevió

a descubrir, o, m á s bien, a n o m b r a r , el rol f u n d a m e n t a l d e la i m a g i n a c i ó n ra-
dica! en la vida psíquica. U n a d e las m á s patéticas t r a g i c o m e d i a s d e la h i s t o -
ria intelectual - q u e a b u n d a n , p o r o t r o l a d o - consiste en su creencia inicial
en la realidad del a c o n t e c i m i e n t o t r a u m á t i c o , seguida d e la a c e p t a c i ó n gra-
d u a l , a r e g a ñ a d i e n t e s , del c a r á c t e t f a n t a s m á t i c o , o sea, i m a g i n a r i o , d e ese
acontecimiento; luego, la a c u s a c i ó n d i r i g i d a hacia él, o c h e n t a a ñ o s m á s t a r d e ,
de h a b e r o c u l t a d o a p r o p ó s i t o su d e s c u b r i m i e n t o inicia! d e la s e d u c c i ó n d e
n i ñ o s p e q u e ñ o s p o r p a r t e d e a d u l t o s ; y, m á s r e c i e n t e m e n t e , la a c u s a c i ó n in-
versa s e g ú n la cual, e n los E s t a d o s U n i d o s , las i n d u s t r i a s p s i c o t e r a p é u t i c a s y
j u r í d i c a s serían d e u d o r a s d e u n a respetabilidad científica a t r i b u i d a a h i s t o -
rias t o t a l m e n t e i n v e n t a d a s . Pero quizás p o d a m o s a p r e h e n d e r el efecto m á s
d e p l o r a b l e del c o n t e x t o s o c i o h i s t ó r i c o sobre la teoría psicoanalítica en su fal-
ta total d e interés respecto del rol f u n d a m e n t a l q u e les t o c a d e s e m p e ñ a r a la
s o c i e d a d , a las i n s t i t u c i o n e s y a las significaciones i m a g i n a r i a s en la f o r m a -
c i ó n del i n d i v i d u o . C u e s t i ó n asociada al i n t e n t o ( d e s t i n a d o al fracaso) d e de-
ducir la sociedad d e la p s i q u e y a las graves l i m i t a c i o n e s q u e esto i m p u s o
t a n t o a la teoría c o m o a la práctica. Se llegó a c o n s i d e r a r a la sociedad c o m o
u n a realidad en el m i s m o sencido en q u e se dice q u e la g r a v i t a c i ó n f o r m a
p a i t e d e la t e a l i d a d - e n vez d e ver q u e la realidad p e r t i n e n t e en este caso es
la s o c i e d a d (a pesar d e u n a frase llena d e s e n t i d o en Tótem y tabú, q u e las ge-
n e r a c i o n e s sucesivas o l v i d a r o n a l e g r e m e n t e ) - . T a m b i é n se d e b e a este m o t i -
vo q u e el i n d u d a b l e t a d i c a l i s m o p o l í t i c o d e F r e u d se volvió, c o n el correr d e
los a ñ o s , p r á c t i c a m e n t e sin o b j e t o y d e s e m b o c ó , al fin d e c u e n t a s , en las p o -
siciones a m b i g u a s y h a s t a c o n t r a d i c t o r i a s d e El malestar en la cultura y d e El
porvenir de una ilusión.

T o d o esto n o d i s m i n u y e , d e n i n g u n a m a n e r a , la i m p o r t a n c i a d e F r e u d ,
ni la v e r d a d de lo q u e l l a m a r í a el n ú c l e o d u r o de la teoría psicoanalítica, al
cual llego a h o r a . L i m i t a r s e a estos p u n t o s criticables o a o t r o s , m e n o s i m p o r -
t a n t e s , o l v i d a n d o u o c u l t a n d o los d e s c u b r i m i e n t o s e i n t u i c i o n e s f u n d a d o r a s
d e F r e u d sería a d o p t a r u n a a c t i t u d d e tipo t a l m u d i s t a - o p e o r a ú n : estalinista
o z h d a n o v i a n a - , p e r o al revés. E n efecto, tal a c t i t u d i m p l i c a tratar el t e x t o
freudiano c o m o la T o r a o c o m o El capital: n o h a y forma d e q u e p u e d a h a b e r
allí u n a sola p a l a b r a e r r ó n e a y, si se e n c u e n t r a n p u n t o s q u e t e q u i e t e n ser ree-
x a m i n a d o s , se arrojará t o d o el c o n j u n t o al basutal de la H i s t o r i a o se lo lleva-
rá al c e m e n t e f i o d e los dead white males [ h o m b r e s b l a n c o s m u e r t o s ] , en la
c o m p a ñ í a infame d e P l a t ó n , Aristóteles, Spinoza, K a n t , etcéteta.
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y L Í M I T E S 233

3.2. Después de Freud

Ya lo s a b e m o s , la c o r r i e n t e d o m i n a n t e de la teoría y de la práctica psicoanalí-

tica, desde la é p o c a de F r e u d p e r o a u n m á s Juego de su d e s a p a r i c i ó n , en E u
ropa, y en los E s t a d o s U n i d o s , t o m ó u n a o r i e n t a c i ó n n e t a m e n t e a d a p t a c i ó n is-
ta, a pesar de a l g u n o s i n t e n t o s b i e n i n t e n c i o n a d o s pero m a l o g r a d o s ( p i e n s o en
W i l h e l m Reich) d e c o m b i n a r psicoanálisis y crítica social. T e n e m o s allí u n o
d e los p r i n c i p a l e s factores d e la crisis actual - u n a v e r d a d e r a crisis d e s d e el
p u n t o d e vista s o c i o l ó g i c o - , q u e se manifiesta d e mil m a n e r a s :
- en p r i m e r lugar, y f u n d a m e n t a l m e n t e , e n la p r i m a c í a p r á c t i c a m e n t e n o
c u e s t i o n a d a del r e d u c c i o n i s m o , ya sea a través d e u n a ó p t i c a biológica ti a d i -
cional o a través de i n t e n t o s d e r e d u c i r la p s i q u e a u n a versión más o m e n o s
sofisticada d e u n a súper c o m p u t a d o r a ;
- en la proliferación d e v a r i e d a d e s parapsicoanalíticas d e t o d o t i p o , c o m o
las q u e m e n c i o n é a n t e r i o r m e n t e ;
... en el rechazo global y n o crítico del psicoanálisis p o r parte d e g r u p o s
de d i s t i n t o s credos (feministas, antioccidentales, etcétera), y, f e n ó m e n o m a n i -
fiestamente r e l a c i o n a d o c o n el a n t e r i o r , e n la i n c r e í b l e v u l n e r a b i l i d a d d e
n u e s t t a é p o c a frente a t o d a s las m o d a s c u l t u r a l e s p o s i b l e s : h e r m e n é u t i c a ,
c o n s t r u c t i v i s m o , p o s m o d e r m s m o , d e c o n s t r u c c i o n i s m o , etcétera.

Lo q u e se expresa, en general, a través d e estos f e n ó m e n o s es la e n o r m e re-

gresión ideológica de la era a c t u a l , m a n i f i e s t a e n casi t o d o s los c a m p o s del
p e n s a m i e n t o h u m a n o ( e c o n o m í a , teoría p o l í t i c a , sociología). Pero u n a c o n -
t r i b u c i ó n n o d e s d e ñ a b l e en favor d e esta regresión p r o v i e n e de la necrosis - o
de esta suerte de p s i t a c i s m o - q u e p a d e c e la teoría psicoanalítica d o m i n a n t e
y d e su i n c a p a c i d a d p a t a e n f r e n t a r los p r o b l e m a s de n u e s t r a época,

33. El núcleo duro

A n t e s de t e r m i n a r , d e b o e n u m e r a r b r e v e m e n t e las ideas q u e , a m i c r i t e r i o ,
c o n s t i t u y e n el n ú c l e o d u r o d e la p r á c t i c a y d e la teoría psicoanalítica:
- el c a m p o p s í q u i c o es el del s e n t i d o , al q u e d e b e m o s c o n s i d e r a r en su
calidad d e tal;
- la p s i q u e está n e c e s a r i a m e n t e afectada p o r u n clivaje estructural, p o r lo
m e n o s e n t r e u n nivel c o n s c i e n t e y u n nivel i n c o n s c i e n t e ;

50
234 PSIQUE

- en el nivel i n c o n s c i e n t e , la omnipotencia del pensamiento reina en cali-

dad de d u e ñ a absoluta;
- el p r i n c i p i o d e placer juega u n rol esencial t a n t o en la v i d a c o n s c i e n t e
c o m o en la vida i n c o n s c i e n t e ;
- la sexualidad h u m a n a está d o m i n a d a d e m a n e r a decisiva p o r la i m a g i -
nación y la sexualidad infantil es un factor c e n t r a l del desarrollo p s í q u i c o ;
- la p r o y e c c i ó n y la i n t r o y e c c i ó n son los canales m e d i a n t e los cuales la
p s i q u e i n d i v i d u a l e n t r a en relación c o n el mundo exterior,
- lo q u e l l a m a m o s el i n d i v i d u o h u m a n o es, en su m a y o r p a r t e , u n p r o -
d u c t o d e la sociedad.

N o se trata, e n este caso, d e u n c r e d o , y, p o r s u p u e s t o , e s t o n o alcanza p a r a

c o n s t r u i r u n a teoría p s i c o a n a l í t i c a . E n particular, el f u n c i o n a m i e n t o d e la
i m a g i n a c i ó n h u m a n a y el proceso de socialización exigirían largos d e s a r r o -
llos. Pero d e b e r í a m o s p r e g u n t a r l e s a los q u e atacan al psicoanálisis si recha-
zan estas premisas. Si es así, sería factible q u e u n a discusión c o n ellos n o fuera
d e g r a n utilidad.

4. La naturaleza de la psique humana

y los límites del psicoanálisis

4.1. Limites teóricos y prácticos

La existencia h u m a n a es i n d i s o c i a b l e m e n t e psíquica y social. U n ser h u m a n o

n o socializado n o existe y n o p o d r í a existir. N o se trata d e u n d a t o exterior,
s i n o esencial, q u e t i e n e i m p l i c a n c i a s decisivas en la o r g a n i z a c i ó n y en los
c o n t e n i d o s d e la vida psíquica. N o basta c o n r e c o n o c e r este h e c h o ; h a y q u e
r e c o n o c e r los límites q u e éste asigna t a n t o a la práctica c o m o a la teoría del
psicoanálisis.
D e s d e el p u n t o d e vista práctico, p o d e m o s ayudar a la g e n t e a progresar
hacia la a u t o n o m í a personal, p e r o n o p o d e m o s , en calidad d e psicoanalistas,
s u p r i m i r o modificar los factotes, instituciones y significaciones sociohistóricas
q u e frenan y contrarrestan este trabajo d e u n a m a n e r a , a m e n u d o , decisiva.
Práctica y teóricamente, t e n e m o s q u e a d m i t i r q u e f e n ó m e n o s c o m o la psi-
cosis nos p l a n t e a n p r o b l e m a s casi insolubles. La interpretación - o sea, la c o m -
prensión— choca con la clausura total del m u n d o del i n d i v i d u o psicótico. Los
 EL P S I C O A N Á L I S I S : S I T U A C I Ó N Y L I M I T E S 23 =

efectos q u e ella p o d r í a tener están limitados p o r la naturaleza específica d e la

transferencia e n el psicótico, s i e m p r e y c u a n d o la transferencia tenga lugar.
T e ó r i c a m e n t e , d e u n m o d o general, el trabajo de d i l u c i d a c i ó n del u n i v e r -
so p s í q u i c o e n c u e n t r a u n a serie d e a p o d a s ; ¿qué son, p o r e j e m p l o , fuerzas
psíquicas n o medibles? Y n o p o d e m o s o l v i d a r n o s ni u n solo i n s t a n t e del p r o
b l e m a v e r t i g i n o s o de la relación c u e r p o a l m a (o cerebro-espíritu) al cual n o s
e n f r e n t a m o s d e a l g u n a m a n e r a t o d o s los días, incluso e n n u e s t r a p r á c t i c a , a
ttavés d e las e n f e r m e d a d e s p s i c o s o m á t i c a s , los efectos d e la i n t e r p r e t a c i ó n
sobre el e s t a d o físico del a n a l i z a n t e , etcétera.

4.2. El límite último

La p s i q u e n o es u n a m e c á n i c a racional y b i e n aceitada. Es, e s e n c i a l m e n t e ,

i m a g i n a c i ó n radical, u n flujo p e r m a n e n t e e m e r g e n t e de r e p r e s e n t a c i o n e s , d e -
seos y afectos. E n t a n t o tal, es creadora, lo q u e quiere decir, a d e m á s , q u e este
flujo y lo q u e p r o d u c e están a m e n u d o i n d e t e r m i n a d o s . El a s u n t o a p a r e c e
c l a r a m e n t e , a u n q u e n o t e m a t i z a d o , en los escritos de F r e u d . La interpretación
de los sueños dice m u y c l a r a m e n t e q u e n o t o d o s los s u e ñ o s son i n t e r p r e t a b l e s
y q u e n i n g ú n s u e ñ o lo es t o t a l m e n t e . F r e u d n o b r i n d a la explicación a esta
c u e s t i ó n , p e r o su texto a p o r t a u n a p a r t e d e la respuesta: las representaciones
del s u e ñ o están sobredeterminadas. A d e m á s , están m a n i f i e s t a m e n t e , p o r o t r o
lado, subdeterminadas. N o existe, p u e s , u n a correspondencia t é r m i n o a t é r m i n o
e n t r e las i m á g e n e s del contenido manifiesto y los d i s t i n t o s p e n s a m i e n t o s del
s u e ñ o , respecto d e los cuales F r e u d dice q u e e x t i e n d e n sus ramificaciones a lo
d e s c o n o c i d o . D e m a n e r a m á s radical y m á s general, la m i s m a idea d e s o b r e -
4
d e t e r m i n a c i ó n resulta insuficiente en el t e x t o d e 1915 s o b r e k s p u l s i o n e s .
F r e u d n o s i n d i c a d e q u é m a n e r a la p u l s i ó n se presenta m e d i a n t e u n a r e p r e -
s e n t a c i ó n (Vorstellungreprásentanz des Triebes). A h o r a b i e n , n o existe e n los
seres h u m a n o s , d e m a n e r a visible, u n a r e p r e s e n t a c i ó n normal asociada a u n a
p u l s i ó n d a d a . El p e c h o c u m p l i r á este p a p e l c o n la m i s m a eficacia q u e u n za-
p a t o d e taco fino.
Esta c r e a t i v i d a d d e la i m a g i n a c i ó n h u m a n a está e n la raíz de los p r o b l e -
m a s p s í q u i c o s y p o l í t i c o s m á s graves. Los seres h u m a n o s crean su p r o p i o
m u n d o , diferente del m u n d o d e los o t r o s m a m í f e r o s . P e r o cada ser h u m a n o

4
[Métapsychologiefirís, Gallimard, 1952.]
236 PSIQUE

c i c a t a m b i é n , en el i n t e r i o r d e este c u a d r o g e n e r a l , su m u n d o p t o p i o . E s t o
e q u i v a l e a d e c i r q u e el ser h u m a n o es solipsista, es e g o c é n t r i c o , a u t o c e n t r a -
d o , n o s o l a m e n t e d e s d e el p u n t o d e vista moral s i n o t a m b i é n o n t o l ó g i c o y
e p i s t e m o l ó g i c o . E n sus c a p a s p t o f u n d a s , la p s i q u e —el i n c o n s c i e n t e - es
a m o r a l , p e r o t a m b i é n asocial y n o c ó s m i c a . E s t o i m p l i c a t a m b i é n q u e , e n
t a n t o tal, está r a d i c a l m e n t e i n c a p a c i t a d a p a t a la v i d a p o r sí m i s m a . A l c a n z a
a v i v i r s o l a m e n t e en la m e d i d a en q u e la s o c i e d a d y sus i n s t i t u c i o n e s la
a r r a n c a n v i o l e n t a m e n t e de su p r o p i o m u n d o , h e c h o q u e ella paga m u y caro,
p o r o t r o l a d o . L a p s i q u e está o b l i g a d a a a b a n d o n a r , o, m á s e x a c t a m e n t e , a
enterrar, lo q u e p a r a ella se identifica c o n el s e n t i d o , a c a m b i o d e la p o s i b i ­
lidad ( d e la casi n e c e s i d a d ) d e i n t e r i o r i z a r y d e investif lo q u e la s o c i e d a d le
ofrece en c a l i d a d d e s e n t i d o : las significaciones i m a g i n a r i a s sociales. Pero
esto q u i e r e decir q u e , a p a r t i r d e ese m o m e n t o , la p s i q u e está h a b i t a d a p o t
u n a negatividad i m p o s i b l e d e e r r a d i c a r c o n t r a la s o c i e d a d , c o n t t a los o t r o s ,
c o n t t a la r e a l i d a d , i n c l u s o , c o n t r a esa m á s c a r a social q u e le o b l i g a r o n a
a d o p t a r , o sea, c o n t r a sí m i s m a c o m o p e r s o n a social. D e allí q u e resulte i m ­
p o s i b l e erradicar, en el nivel del n ú c l e o d u r o p s í q u i c o , el odio, las t e n d e n ­
cias agresivas y d e s t r u c t i v a s y / o d e u n m a s o q u i s m o f u n d a m e n t a l . Hasta
a h o r a , las i n s t i t u c i o n e s sociales e n f r e n t a r o n este p r o b l e m a c r e a n d o d e r i v a ­
c i o n e s i n t r a o e x t r a sociales, c o m o la c o m p e t e n c i a y la g u e r r a . Se p u e d e y
se d e b e e n c o n t r a r o t r a s vías, m á s h u m a n a s , p a r a c u m p l i r esta f u n c i ó n . Pe­
ro n u n c a d e b e p r e s u p o n e r s e u n ser h u m a n o naturalmente bueno, solamen­
te c o r r o m p i d o p o r las i n f l u e n c i a s perjudiciales d e la s o c i e d a d , i l u s i ó n ca­
tastrófica q u e c o m p a r t e n los a n a r q u i s t a s , las f e m i n i s t a s , diversos m i l i t a n t e s
tadicales c o n t e m p o r á n e o s y a l g u n o s p s i c o t e r a p e u t a s . E s t a m o s d e s t i n a d o s a
luchar p o r un c a m b i o de sociedad, por instituciones v e r d a d e r a m e n t e de­
m o c r á t i c a s , p a r a expulsar a la p r o d u c c i ó n y a la e c o n o m í a del lugar c e n t r a l
y d o m i n a n t e q u e t e r m i n a r o n o c u p a n d o e n el m u n d o c o n t e m p o r á n e o , p o r
u n a e d u c a c i ó n o r i e n t a d a h a c i a la a u t o n o m í a y n o s o l a m e n t e hacia la a d q u i ­
sición d e h a b i l i d a d e s p r o f e s i o n a l e s . P e r o t e n e m o s q u e m i r a r d e frente la
realidad, en este caso, f u n d a m e n t a l m e n t e , la t e a l i d a d psíquica: u n a socie­
d a d m u c h o m á s h u m a n a es p o s i b l e y d e s e a b l e , p e t o u n ser h u m a n o angeli­
cal n o es ni p o s i b l e n i deseable.

(Julio-septiembre de 1977)
 Nuevamente sobre la psique y la sociedad*

La psique y la imaginación radical

F E R N A N D O U R R I B A R R I . - - Q u e r r í a pedirle, e n p r i m e r lugar, q u e d e f i n a la
n o c i ó n central d e su teoría d e la psiquis, q u e es la i m a g i n a c i ó n radical.

C O R N E L I U S C A S T O R I A D I S . — P i e n s o q u e la i m a g i n a c i ó n radical es lo q u e
diferencia el p s i q u i s m o h u m a n o del p s i q u i s m o a n i m a l . ¿ Q u é es lo q u e p e r -
m i t e q u e la p s i q u e sea capaz d e p r o d u c i r estas r e p r e s e n t a c i o n e s , estos fantas-
m a s q u e n o r e s u l t a n d e las p e r c e p c i o n e s ? Es la i m a g i n a c i ó n radical. Sería
u n a p r i m e r a a p r o x i m a c i ó n . L a p s i q u e h u m a n a se caracteriza p o r la a u t o n o -
m í a d e la i m a g i n a c i ó n , p o r u n a i m a g i n a c i ó n radical: n o se t r a t a s i m p l e m e n t e
d e ver -o d e v e r s e - en u n espejo, s i n o t a m b i é n la c a p a c i d a d d e f o r m u l a r eso
q u e n o está, d e ver en c u a l q u i e r cosa lo q u e n o está allí. P a r a el p s i q u i s m o
h u m a n o , existe u n flujo, u n a e s p o n t a n e i d a d representativa q u e n o está so-
m e t i d a a u n fin p r e d e t e r m i n a d o .
Por s u p u e s t o , si t o m a m o s la o b r a d e F r e u d , v o l v e m o s a e n c o n t r a r el p r o -
b l e m a de los fantasmas, d e los Urpkantasien o fantasmas originarios. Ya n o
i m p o r t a q u e estos fantasmas sean t r a n s m i t i d o s g e n é t i c a m e n t e o p r o d u c i d o s
p o r cada sujeto en su vida p s í q u i c a , el ú n i c o t e m a es q u e n o t i e n e n n i n g u n a
relación c o n la realidad. N o s o n i m á g e n e s ni forografías d e u n a realidad, s o n
creaciones d e la p s i q u e . S o n las creaciones q u e r e e n c o n t r a m o s p e r m a n e n t e -
m e n t e en la clínica c u a n d o a n a l i z a m o s los s u e ñ o s , c u a n d o e s c u c h a m o s a u n
p a c i e n t e q u e t i e n e u n a i m a g e n del m u n d o q u e le p e r t e n e c e , m u y diferente
d e la i m a g e n de los otros.
U n o d e l o s p r o b l e m a s esenciales es la relación d e estas representaciones con
la pulsión. M u c h a g e n t e p i e n s a q u e las p u l s i o n e s i m p o n e n a la p s i q u e u n a

' [Entrevista con F e r n a n d o Urribarri, publicada en Zona erógena, Revista abierta depsicoaná
lisis y pensamiento contemporáneo, Buenos Aires, n ú m . 2 8 , mayo de 1 9 9 6 , pp. 4-6 y 48-50.]

50 237
 rSIQLJi-.

cierta c a n t i d a d d e representaciones o d e fantasmas q u e c o r r e s p o n d e n a ellas,

liso es válido ú n i c a m e n t e para el p s i q u i s m o a n i m a l , en el cual e n c o n t r a m o s re­
presentaciones estereotipadas d e los instintos, p o r e j e m p l o , el a n i m a l del o t r o
sexo si se trata d e la sexualidad. E n los seres h u m a n o s , tenernos lo q u e F r e u d
1
llama, en su texto d e 1 9 1 5 sobre «Los instintos y sus destinos», la Vorstellunp-
represasentanz des Triebes, o sea, la representación p o r delegación d e la p u l s i ó n
en la psique. P o d e m o s describir el proceso d e la m a n e r a siguiente: la p u l s i ó n ,
según Freud. tiene su origen en lo s o m á t i c o pero, para q u e p u e d a influir sobre
la psique, tiene, q u e hablar el idioma d e la psique, tiene q u e e n c o n t r a r u n a tra­
d u c c i ó n sobre el p l a n o p s í q u i c o , y esta t r a d u c c i ó n es la Reprasentanz mediante
una Vorstellung, es decir, u n a representación. Se trata d e u n a especie d e e m b a ­
jada, u n a delegación q u e a d q u i e r e la forma d e u n a representación. T e n e m o s
q u e ver allí u n a manifestación d e la i m a g i n a c i ó n radical en el set h u m a n o : n o
existe u n lazo p t e d e t e r m i n a d o o d e relación obligatoria e n t t e la p u l s i ó n y su
r e p r e s e n t a n t e psíquico. Esto se ve c o n absoluta claridad en la sexualidad.

E U . — O sea q u e la p u l s i ó n p u e d e e n c o n t r a r u n a expresión psíquica, u n r e ­

p r e s e n t a n t e representativo, u n a r e p r e s e n t a c i ó n , p o r q u e la p s i q u e es i m a g i n a ­
ción radical, o sea, c a p a c i d a d d e la p s i q u e p a r a crear r e p r e s e n t a c i o n e s . . .

C. C . — E x a c t a m e n t e . Y h a y algo m á s . . .

E U . — .. .es q u e las r e p r e s e n t a c i o n e s particulares creadas n o son estereotipa-

das, universales p a r a la especie, p r e d e t e t m i n a d a s .

C . C . — E x a c t a m e n t e . E n el p s i q u i s m o a n i m a l , p o d e m o s p e n s a t q u e la repre­
s e n t a c i ó n está definida d e m a n e t a fija p o r p a r t e del i n s t i n t o y q u e se trata d e
u n proceso funcional. La r e p r e s e n t a c i ó n sexual para u n a n i m a l es funcional,
e n t r a e n el proceso q u e lleva a la r e p r o d u c c i ó n . P o d e m o s decir m u c h a s cosas
d e la representación h u m a n a , p e r o n o p o d e m o s decir q u e está d e t e r m i n a d a
p o r la f u n c i ó n r e p r o d u c t o r a . I n c l u s o , se trata d e u n a característica esencial
del p s i q u i s m o h u m a n o , a la q u e l l a m o su afuncionalidad: lo q u e se i m a g i n a ,
lo q u e se representa, ya sea en el p l a n o c o n s c i e n t e o i n c o n s c i e n t e , n o está de­
t e r m i n a d o p o r u n a f u n c i o n a l i d a d biológica. A u n e n el caso d e q u e p u e d a

1
S . FREUD, "IX>S INSTINTOS y SUS DESTINOS", Obras Completas, TOMO II, MADRID, BIBLIOTECA
NUEVA, 1 9 8 1 [ N . DEL T . ] .
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E Y LA S O C I E D A D 2T)

coincidir de vez e n c u a n d o : ¿ c u á n t o s actos sexuales p u e d e t e n e r a lo largo de

su vida, d i g a m o s , u n n e u r ó t i c o n o r m a l cuya m e t a sea la r e p r o d u c c i ó n ?
T e n e m o s , p u e s , q u e a d m i t i r esta caractetística esencial del p s i q u i s m o h u -
m a n o q u e es su falta de funcionalidad, q u e se c o m b i n a i n d i s o l u b l e m e n t e c o n
la c a p a c i d a d q u e t i e n e la p s i q u e d e e x p e r i m e n t a r placer m e d i a n t e la repre-
s e n t a c i ó n , s o l a m e n t e r e p r e s e n t a n d o . Y esta desligazón e n t r e el placer de re-
p r e s e n t a c i ó n y el placer d e ó r g a n o es posible ú n i c a m e n t e e n el ser h u m a n o .
Si l l a m o a esta i m a g i n a c i ó n radical, se d e b e a q u e la c r e a c i ó n de r e p r e -
s e n t a c i o n e s , d e s e n t i m i e n t o s , d e deseos p o t p a r t e de la i m a g i n a c i ó n h u m a
n a está c o n d i c i o n a d a p e r o n u n c a p r e d e t e r m i n a d a . N o existe u n m o t o r ex-
t e r n o , es u n p o d e r e s p o n t á n e o q u e crea el f a n t a s m a , las r e p r e s e n t a c i o n e s ,
los afectos c o r r e s p o n d i e n t e s . Y es el m o t i v o p o r el cual estos están d e s p r o -
vistos d e f u n c i o n a l i d a d . ¿ C u á l es la f u n c i o n a l i d a d biológica d e la p a s i ó n re-
ligiosa? N o e n t e n d e r í a m o s n a d a d e la p s i q u e sin r e c o n o c e r la p r e s e n c i a
esencial d e la i m a g i n a c i ó n radical, este p o d e r í o e s p o n t á n e o y creador, a f u n -
c i o n a l , q u e c o r r e s p o n d e a q u e el p l a c e r d e la r e p r e s e n t a c i ó n está en u n nivel
s u p e r i o r al nivel del placer d e ó r g a n o .
La i m a g i n a c i ó n radical está t a m b i é n en la base de o t r a c a p a c i d a d e x t r a o r -
dinaria del ser h u m a n o : el s i m b o l i s m o . Gracias a la i m a g i n a c i ó n radical, el ser
h u m a n o p u e d e ver u n a cosa en o t r a cosa. E n eso consiste el quid pro quo: t o -
m a r u n a cosa p o r otra; ver escrita la palabra perro y q u e esta palabra represen-
te p a r a m í u n p e r r o , q u e el p e r r o se m e haga p r e s e n t e . C o n t r a r i a m e n t e al pla-
n o a n i m a l , en q u e existe sólo la señal fijada a u n objeto - p o r ejemplo, el o l o r
d e u n d e p r e d a d o r - , para los h u m a n o s n o h a y s o l a m e n t e señales, hay f u n d a -
m e n t a l m e n t e s í m b o l o s . Eso es lo q u e h a c e p o s i b l e el lenguaje, lo q u e c o n s t i -
t u y e su a p o y a t u r a .

E U . — ¿ S u n o c i ó n d e i m a g i n a c i ó n i m p l i c a u n d o b l e r e c h a z o , el del b i o l o -
gisrno y el del e s t r u c t u r a l i s m o lacaniano?

C. C . — L a n o c i ó n lacaniana d e i m a g i n a c i ó n es irrisoria. L o i m a g i n a r i o p a r a
el l a c a n i s m o es lo especular, o sea, lo q u e p o d e m o s ver en el espejo. «La i m a -
gen en el espejo es i m a g i n a r i a , n o es real.» E s o es m u y p o b r e , es u n vulgar
reduccionismo...

F. U . — L a r e d u c c i ó n de lo i m a g i n a r i o a lo especular es el reverso c o m p l e m e n -
tario d e la r e d u c c i ó n formalista d e lo s i m b ó l i c o a la c o m b i n a t o r i a significante.
 PSIQUE

C. C. - E s t o y d e a c u e r d o . Es lo q u e p e r m i t e , a d e m á s , a los l a c a n i a n o s des-
c o n o c e r u n a serie d e a s p e c t o s esenciales d e ! ser h u m a n o . D e s c o n o c e r , p o r
e j e m p l o , la creatividad d e ! ser h u m a n o singular, así c o m o la c r e a t i v i d a d e n el
nivel s o c i o h i s t ó r i c o . D e s d e el m o m e n t o en q u e la i m a g i n a c i ó n se ve r e d u c i -
d a a lo i m a g i n a r i o en calidad de reflejo en u n espejo, lo i m a g i n a r i o n o p u e d e
hacer otra cosa q u e repetir/reflejar lo q u e ya está allí. N o s r e e n c o n t r a r n o s , en
este caso, c o n la n o c i ó n d e i m a g i n a c i ó n m á s p o b r e en la h i s t o r i a d e la filoso-
fía y d e la psicología, ya q u e si en eso consiste el p r o c e s o , ¿de q u é m a n e r a
p u e d e surgir algo n u e v o : i m p o s i b l e E n el sistema l a c a n i a n o , lo q u e es n u e -
vo —en el s e n t i d o radical - está «forcluido», para utiiizat su t e r m i n o l o g í a . Por
lo t a n t o , es i m p o s i b l e p e n s a r cuestiones tan simples y f u n d a m e n t a l e s c o m o ,
p o r e j e m p l o : ¿por q u é s u r g i ó en u n m o m e n t o d e t e r m i n a d o esta n o v e d a d
q u e se l l a m a psicoanálisis? La v e r d a d es q u e esto es i m p e n s a b l e c o n los p a r a
metros lacanianos.

F. U . — ¿ Q u é relación establece e n t r e su c o n c e p c i ó n d e ¡a i m a g i n a c i ó n radi-

cal y la n o c i ó n freudiana d e inconsciente?

C. C. -El i n c o n s c i e n t e es u n a d e las realizaciones d e la i m a g i n a c i ó n radical

y, p a r a n o s o t r o s , psicoanalistas, la m á s i m p o r t a n t e sin lugar a d u d a s . Pero a n -
tes d e llegar m á s lejos sobre la cuestión del i n c o n s c i e n t e , q u e r r í a p u n t u a l i z a r
q u e el i n c o n s c i e n t e n o es el ú n i c o c a m p o en el cual se p o n e d e m a n i f i e s t o la
i m a g i n a c i ó n radical. Se manifiesta i g u a l m e n t e en lo c o n s c i e n t e , en la vida
d i u r n a , en la m e d i d a en q u e ésta n o es u n a p u r a repetición. E n la m e d i d a en
q u e s o m o s capaces d e t e n e r ideas nuevas o de aceptar ideas nuevas q u e p r o -
v i e n e n de los otros esto q u i e r e decir, q u e hay u n a c a p a c i d a d d e s u r g i m i e n t o
d e nuevas representaciones, a u n en el p l a n o consciente. D e m o d o q u e la vida
consciente n o está c o n d e n a d a a la s i m p l e repetición. Pero p a r a n o s o t r o s , psi-
coanalistas, el c a m p o m á s i m p o r t a n t e es, e v i d e n t e m e n t e , el c a m p o del in-
consciente.

F. U . - Insisto s o b r e la n e c e s i d a d d e precisar la relación e n t r e i n c o n s c i e n t e e

imaginación radical. Para llegar más lejos, diría q u e u n a consecuencia d e la ima-
ginación radical es su c o m p r e n s i ó n del i n c o n s c i e n t e c o m o algo q u e n o está
ú n i c a m e n t e d e f i n i d o p o r la r e p e t i c i ó n . El i n c o n s c i e n t e está p e n s a d o , a d e -
m á s , c o m o c a p a c i d a d d e e m e r g e n c i a d e nuevas r e p r e s e n t a c i o n e s , f u e n t e d e
creación, c o m o si estuviera a b i e r t o , provisto en ú l t i m a i n s t a n c i a de u n a d i -
 N U E V A M E N T E S O B R E I A P S I Q U E t LA S O C I E D A D

m e n s i ó n prospectiva, p o r decirlo d e u n m o d o provocativo, ya q u e usted critica

la c o m p r e n s i ó n unilateral del i n c o n s c i e n t e c o m o a t e m p o r a l . . .

C, C . -—Es c i e r t o , p e r o n o sé si usaría el t é r m i n o prospectivo q u e p u e d e in-

d u c i r a u n a e q u i v o c a c i ó n o p u e s t a y e q u i v a l e n t e a la d e atemporalidad. Lo
esencial consiste en el h e c h o d e q u e n o h a y s o l a m e n t e r e p e t i c i ó n del p a s a d o .
H a y e m e r g e n c i a d e cosas n u e v a s , d e r e p r e s e n t a c i o n e s n u e v a s e, i n c l u s o , de
nuevas e s t r u c t u r a s .

F. U . - - - ¿ D e n u e v a s estructuras? <En q u é s e n t i d o ?

C. C . — T o m e m o s la c o n c e p c i ó n f r e u d i a n a clásica del desarrollo del i n d i v i -

d u o . Se e m p i e z a p o r la fase o r a l . S a b e m o s p o r la clínica q u e , en la p r i m e r a
etapa d e su existencia, el i n d i v i d u o n o se l i m i t a a e n t r a r en relación c o n un
o b j e t o esencial, el p e c h o , y q u e t i e n e una actividad, la s u c c i ó n , q u e es t a m -
bién fuente d e placer y d e d i s p l a c e r en caso d e ausencia del p e c h o . P e r o esto
n o es r o d o . Existe t o d a u n a e s t r u c t u r a p s í q u i c a de la o r a l i d a d q u e se d e s p l i e -
ga en esta etapa. Y v e m o s e n la clínica d e ios a d u l t o s , en su v i d a ulterior, los
restos o las huellas d e esta e s t r u c t u r a .
Si s e g u i m o s el e s q u e m a f r e u d i a n o , el s u j e t o pasa l u e g o a la etapa a n a l . Se
p r o d u c e e n t o n c e s u n a n u e v a e s t r u c t u r a c i ó n psíquica. Estas etapas n o s o n
simples fases del desarrollo, i m p l i c a n t a m b i é n cada vez e s t r u c t u r a s y rees-
t r u c t u r a c i o n e s psíquicas del sujeto. Para e x p r e s a r lo a n t e r i o r c o n u n a e x p r e -
sión q u e utilizo a veces, c a d a fase crea u n mundo propio del sujeto m a r c a d o
p o r el carácter oral o anal. Estas e s t r u c t u r a s n o son s i m p l e m e n t e d e s t r u i d a s
o s u p r i m i d a s p o r el desarrollo ulterior, h e c h o q u e u n a vez m á s v e m o s clara-
m e n t e en la clínica.
U n a d e las especificidades del p s i q u i s m o h u m a n o consiste, j u s t a m e n t e , en
su estratificación. La p s i q u e está caracterizada p o r u n a m u l t i p l i c i d a d d e ins-
tancias, p o r el conflicto e n t r e ellas. Es u n p r o d u c t o de la historia d e la p s i q u e
q u e crea s i e m p r e diversos estratos q u e , lejos d e desaparecer, e n t r a n en diversas
relaciones. La historia p s í q u i c a se c o n v i e r t e e n estratificación de la p s i q u e . Lo
q u e diferencia la e v o l u c i ó n del p s i q u i s m o h u m a n o de t o d o o t r o proceso de
aprendizaje es el h e c h o de q u e , en el seno d e esta historia, se c o n s t i t u y e n las
instancias, o los tipos d e p r o c e s o s , q u e m á s t a r d e n o serán armoniosamente in-
tegrados ni s i m p l e m e n t e superados. D i g a m o s q u e , en esta historia, las etapas
ulteriores n o a n u l a n las a n t e r i o r e s , sino q u e coexisten conflictivamente.

50
242 PSIQUE

F. U. - E n su c o n c e p t u a l i z a c i ó n del i n c o n s c i e n t e , p o r e j e m p l o , e n textos c o -
2
m o «£! csrado d e ! sujeto h o y » o en el capítulo VI d e La institución imaginaria
de la sociedad, lo define c o m o «un flujo d e r e p r e s e n t a c i o n e s , d e afectos y d e
i n t e n c i o n e s » (o de «des-eos», e n o t r o s m o m e n t o s ) . M e gustaría q u e p u d i e r a
desarrollar esta idea.

C . C . — E m p e c e m o s c o n el t é r m i n o intención. Ya h i c i m o s a l u s i ó n a! psi-
q u i s m o a n i m a l , p e r o , d e m a n e r a m á s general, t o m e m o s al ser v i v i e n t e : i m -
plica u n ser para si. El ser vivo p o s e e y persigue su p r o p i a finalidad, sus o b j e -
tivos en t a n t o ser para sí, c o m o la c o n s e r v a c i ó n y la r e p r o d u c c i ó n . C a d a ser
vivo crea, en c a d a o p o r t u n i d a d , u n m u n d o p r o p i o . E s i m p o s i b l e , a q u í , e n -
trar en detalles q u e r e m i t e n m á s b i e n a la filosofía q u e al psicoanálisis. P e r o ,
a p a r t i r del m o m e n t o e n q u e existe u n ser vivo, t e n e m o s e n t o n c e s u n ser pa-
ra si, lo q u e i m p l i c a autofinalidad, c r e a c i ó n d e u n m u n d o p r o p i o y d e obje-
tos y h e c h o s q u e este ser viviente b u s c a o evita. Es esto lo q u e l l a m o inten-
ción e n el nivel del ser vivo e n calidad de ser para sí: la t e n d e n c i a e l e m e n t a l a
buscar ciertas cosas y a esquivar, a h u i r d e otras. E s t a i n t e n c i ó n está a c o m p a -
ñ a d a , c o m o lo v e m o s c l a r a m e n t e en los a n i m a l e s , d e u n afecto e l e m e n t a l , d e
placer o d e displacer, p e r o q u e e n t o n c e s n o es m á s q u e u n a s i m p l e señal b i o -
lógica, q u e n o p u e d e ser e l a b o r a d a . L o esencial es la f u n c i ó n vital. C u a n d o
h a b l a m o s del ser h u m a n o , a u n q u e se trata t a m b i é n d e u n ser para sí, de u n
ser v i v i e n t e , la s i t u a c i ó n c a m b i a y se c o m p l i c a p o r la i m a g i n a c i ó n radical y
su c a p a c i d a d p a r a h a c e r surgir r e p r e s e n t a c i o n e s , afectos y deseos. E n este
p l a n o , n o h a b l o d e i n t e n c i ó n sino m á s bien d e d e s e o , p a r a m a r c a r la especi-
ficidad del ser h u m a n o . E n el ser h u m a n o e n calidad d e ser d e s e a n t e , las i n -
t e n c i o n e s n o están ligadas a funciones biológicas. P o d r í a m o s , i n c l u s o , b u s c a r
t é r m i n o s específicos d i f e r e n t e s p a r a la r e p r e s e n t a c i ó n y el afecto, q u e n o
existen s o l a m e n t e en el p l a n o h u m a n o .

E U . — H a b l a t a m b i é n d e afectos i n c o n s c i e n t e s . Las a f i r m a c i o n e s d e F r e u d
s o n c o n t r a d i c t o r i a s s o b r e este p u n t o —pensemos, p o r e j e m p l o , en la tesis d e
la represión o del inconsciente, p o r u n l a d o , o en n o c i o n e s tales c o m o el senti-
miento inconsciente de culpa, p o r el o t r o l a d o - .

2
Le Monde mórcele, París, Seuil, ¡ 9 9 0 , p p . 1S9-225 [traducción castellana: El mundo frag-
mentado, Buenos Aires, Altamira, 1993].
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E Y LA SO( "IEDAD 243

C. C . - - S u referencia a F r e u d es o p o r t u n a . Si e x a m i n a m o s el c o n j u n t o d e su
obra, veremos q u e su p o s i c i ó n n o es clara d e n i n g u n a m a n e r a . Incluso en los
3
textos metapsicológicos d e 1 9 1 4 . E n «Los instintos y sus d e s t i n o s » , habla de
reptesentante por representación d e la pulsión y d e representante por afecto d e la
pulsión. Y lo q u e usted señalaba es cierto: si t o m a r n o s a! ú l t i m o Freud, es evi-
d e n t e q u e piensa q u e existen afectos inconscientes. Lo q u e n o podría ser de
o t r o m o d o ya q u e existen deseos inconscientes. Se plantea a q u í una cuestión
m u y compleja, la d e la relación e n t r e estos d o s vectores psíquicos. E n c o n t r a -
m o s a veces, en Freud, la idea d e q u e la representación estatía f o r m a d a p o r el
deseo. Esto es m a n i f i e s t a m e n t e v e r d a d e r o la m a y o r í a de las veces, p o r e j e m p l o ,
c u a n d o h a b l a m o s d e los s u e ñ o s d e deseo (para n o p e r d e r n o s , dejo de l a d o la
diferencia c o n ios sueños t r a u m á t i c o s ) . Si t o m a m o s el caso p r i m e r o , q u e c o n s -
tituye el s u e ñ o d e deseo, ¿qué es lo q u e v e m o s e n él? U n deseo inconsciente q u e
busca su satisfacción - i n c o n s c i e n t e - m e d i a n t e el s u e ñ o . ¿ Q u é i m p l i c a e s t o '
Q u e el deseo n o p u e d e p r o c u r a r s e el afecto d e placet en el inconsciente sin re-
currir a u n a representación. T o d o o c u r r e c o m o si existiera u n director d e escena,
q u e es el deseo, q u e o r d e n a al i n c o n s c i e n t e q u e le presente algo q u e p u e d a sa-
tisfacerlo. La función del i n c o n s c i e n t e a las o r d e n e s de este director p r o d u c e es-
ta representación del s u e ñ o latente. Pero n o es el único caso. P u e d e suceder, a
veces, q u e sea la representación la q u e suscita el deseo. Se trata, e n t o n c e s , d e
u n a relación c o m p l e j a e n este caso e n t r e d e s e o y r e p r e s e n t a c i ó n - q u e i m p l i c a
la organización particular del i n c o n s c i e n t e y del p s i q u i s m o en general, q u e n o
se p u e d e pensar con la lógica h a b i t u a l , con la lógica c o n j u n t i s t a identitaria.
N o p o d e m o s decir q u e el deseo es s i e m p r e la causa y la representación, el re¬
sultado. T a m p o c o se p u e d e d e c i t lo c o n t r a r i o . Las cosas están mezcladas: es
i m p o s i b l e c o n c e b i r u n deseo q u e n o sea deseo de algo; cualquier cosa q u e se
manifieste, p o r lo m e n o s e l e m e n t a l m e n t e , a través de u n a representación. Es
imposible c o n c e b i t en el i n c o n s c i e n t e representaciones q u e sean indiferentes.

F. U . - Si n o lo son, se d e b e al h e c h o d e q u e están ligadas a afectos e n u n

flujo indisociable d e r e p r e s e n t a c i o n e s , afectos y deseos. E s t a definición m e
tapsicológica p l a n t e a u n a c u e s t i ó n filosófica, lógica: la i n d i s o c i a b i l i d a d d e
los c o m p o n e n t e s , q u e n o se r e c o r t a n c h a t a m e n t e en u n i d a d e s diferentes y se-
p a r a d a s d e los e l e m e n t o s e x t e r n o s , i m p l i c a u n a lógica d i f e t e n t e d e la lógica
c o n j u n t i s t a identitaria. U n a lógica m á s c o m p l e j a , capaz d e s u p e r a r la o n t o l o -

3
[Véase nota 1.]
244 PSIQUE

gía h e r e d a d a b a s a d a e n la n o c i ó n del ser en tanto que determinación y, a d e -

más, de q u e resulten pensables la creación y la i m a g i n a c i ó n —a lo q u e a p u n t a
su lógica de los magmas—.

C. C. —Exactamente. H a y a q u í u n a a p e r t u r a a c u e s t i o n e s filosóficas y n o s o -
lamente psicoanah'ticas. M e refería j u s t a m e n t e a eso. Pero si a b o r d a m o s estos
t e m a s ahora, quizás corramos el riesgo d e p e r d e r el hilo d e n u e s t r a d i s c u s i ó n .

Estructuración de la psique: la mónada psíquica

F. U . — E s t e hilo, lo r e t o m a m o s , n o s lleva a la c u e s t i ó n d e la e s t r u c t u r a c i ó n
de la psique. U s t e d h a b l a d e estratificación p a r a m e t a f o rizar este proceso. H a -
bla d e diferentes etapas q u e v a n desde la mónada psíquica hasta el individuo
social, p a s a n d o p o t u n a fase triádica, y q u e d e s e m b o c a n en la p o s i b i l i d a d —pe-
ro ú n i c a m e n t e la p o s i b i l i d a d - d e u n a subjetividad autónoma y reflexiva. Antes
d e evocar c a d a e t a p a d e este proceso, q u e r r í a p l a n t e a r l e u n a c u e s t i ó n s o b r e el
s e n t i d o general d e este m o d e l o : algo así c o m o u n a visión d e c o n j u n t o .

C. C . — E l s e n t i d o general d e esta perspectiva está f u n d a d o sobre el h e c h o d e

q u e t o d o s los f e n ó m e n o s psíquicos q u e c o n o c e m o s resultan c o m p t e n s i b l e s
ú n i c a m e n t e c u a n d o los r e m i t i m o s a u n p u n t o d e origen, al q u e l l a m o la mó-
nada psíquica, d o m e m o s , p o r e j e m p l o , lo q u e F r e u d llama la omnipotencia
mágica del pensamiento. ¿ Q u é significa esto? Q u e e n el i n c o n s c i e n t e basta q u e
u n deseo aparezca para q u e sea realizado, realizado e n y a través d e la repre-
sentación. ¿ D e d ó n d e p r o v i e n e esto? O b i e n : ¿de d ó n d e p r o v i e n e el e g o c e n -
t r i s m o f u n d a m e n t a l d e los seres h u m a n o s ?
Estas p t e g u n t a s llevan a d e s c u b r i t u n a m i s m a realidad: u n p r i m e r e s t a d o
p s í q u i c o , c u y o m o m e n t o c r o n o l ó g i c o exacto p o c o i m p o r t a , al q u e l l a m o la
mónada psíquica. Esta d e n o m i n a c i ó n trata d e d a r c u e n t a d e su característica
esencial, a saben n a d a existe p a r a el sujeto fuera del m i s m o sujeto, q u e se vive
c o m o fuente d e placer y c o m o capaz d e realizar ese placer. Es el r e i n o d e la
satisfacción i n m e d i a t a d e t o d o deseo q u e p o d r í a presentarse.
U n a d e las mejores definiciones d e este e s t a d o m o n á d i c o es la d e F r e u d
4
en sus n o t a s d e 1 9 3 8 . D i c e esta frase precisa y f o r m i d a b l e : «soy el pecho»,

1
S. Freud, "Conclusiones, ideas, problemas", o b . cit., t o m o III [ N . del T . ] .
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E Y 1 A S O C I E D A D 245

q u e luego c o m e n t a . F r e u d m i s m o p o s t u l a q u e existe un p r i m e r m o m e n t o en
el cual el recién n a c i d o «es el p e c h o » y, e v i d e n t e m e n t e , eso n o ocurre p a r a el
observador, la nodriza, la m a d r e o el h e r m a n i t o , sino para él m i s m o . El o b j e t o
n o es u n o b j e t o s e p a r a d o . El buen objeto es el recién n a c i d o p a r a sí m i s m o .
«Soy el pecho» n o es p o r lo t a n t o u n a a f i r m a c i ó n a t r i b u t i v a o bien transitiva,
c o m o «soy rubio». P o d r í a m o s t r a t a r d e r e p r e s e n t a r n o s esto p a r a c o m p l e t a r la
d e s c r i p c i ó n : el b e b é se vivencia s i m u l t á n e a m e n t e por i n t e r m e d i o d e la su-
perficie labial, la c a v i d a d b u c a l y, p r o b a b l e m e n t e , d e la p r i m e r a p a r t e del sis-
t e m a digestivo, c o m o i n d i f e r e n c i a d o d e esta f u e n t e de l í q u i d o cálido y agra-
d a b l e q u e c o n s t i t u y e la leche, y se vive c o m o t e n i e n d o - s i e n d o - u n d e s e o y
p u d i e n d o realizarlo c o n placer. Es a q u í d o n d e p o d r í a m o s e n c o n t r a r la raíz
del e g o c e n t r i s m o a b s o l u t o , la d e la omnipotencia mágica del pensamiento co-
m o la d e la t e n d e n c i a del i n c o n s c i e n t e a f o r m a r r e p r e s e n t a c i o n e s q u e satisfa-
gan su deseo, etcétera. La m ó n a d a organiza la experiencia del placer, n o con
u n objeto sino c o m o e x p e r i e n c i a t o t a l - t o t a l i t a r i a , c o m p l e t a , a b s o l u t a - d e u n
estado. Esta e x p e r i e n c i a o r i e n t a r á p a r a s i e m p r e al p s i q u i s m o , c u y o objeto de
deseo, c u y a b ú s q u e d a , será la r e c u p e r a c i ó n d e este estado y el r e t o r n o a el. Es
m á s u n deseo de estado q u e d e o b j e t o . E n este s e n t i d o , ¡a a l i e n a c i ó n del d e s e o
del sujeto al deseo d e u n o t r o —tal c o m o lo v e r e m o s en la fase t r i á d i c a - e s al-
go q u e viene en s e g u n d o lugar, p o s t e r i o r m e n t e .
Este estado n o p u e d e , e v i d e n t e m e n t e , d u r a r m u c h o t i e m p o . Se p r o l o n g a
en lo q u e F r e u d l l a m a la satisfacción alucinatoria del deseo: el b e b é es c a p a z d e
actualizar el o b j e t o q u e n o está a q u í . Y p o d e m o s , e v i d e n t e m e n t e , ver e n esto
u n a expresión d e la i m a g i n a c i ó n radical: el p e c h o n o está a q u í pero el b e b é
lo alucina, a veces, a p o y a d o s o m á t i c a m e n t e e n la s u c c i ó n del pulgar. P e r o ,
luego d e esta e t a p a se p r o d u c e u n a r u p t u r a . H a y u n a n e c e s i d a d s o m á t i c a
q u e crece, y está, a d e m á s , la p r e s e n c i a del o t r o q u e r o m p e este circuito c e r t a -
d o s o b r e sí m i s m o . Pero n o será t a n t o el h a m b r e sino el displacer lo q u e
r o m p e r á la c l a u s u r a d e la m ó n a d a . O sea q u e la necesidad d e o t o r g a r u n sen-
t i d o a este displacer, a p o y a d o s o b r e la t e n s i ó n s o m á t i c a , h a c e necesaria la
creación, p o r p a r t e de la p s i q u e , d e u n afuera al cual a t r i b u i r la fuente del
displacer: n e c e s i d a d q u e p o n e d e manifiesto la d e otorgar un sentido.

F. U . — A n t e s d e dejar la m ó n a d a , existe u n a cuestión esencial en relación

c o n esto: el p r e d o m i n i o , e n el ser h u m a n o , d e l placer d e r e p r e s e n t a c i ó n so-
bre el placer d e ó r g a n o . E s t e h e c h o e n c u e n t r a e n la e t a p a m o n á d i c a u n m o -
mento fundador y fundamental...

30
246 PSIQUE

C . C . — E v i d e n t e m e n t e . L o q u e p o n e d e m a n i f i e s t o ¡a p r o l o n g a c i ó n d e l
m o m e n t o d e satisfacción real o r g á n i c o p o r p a r t e d e la a l u c i n a c i ó n , es la ca-
p a c i d a d del ser h u m a n o de e x p e r i m e n t a r placer m e d i a n t e la s i m p l e r e p r e s e n -
t a c i ó n , a c o m p a ñ a d a o n o d e u n placer d e ó r g a n o . Es el n ú c l e o . El p l a c e r se
va a d e s a r i o l l a r en la v i d a psíquica: v e r e m o s el p r e d o m i n i o c a d a vez m á s
g r a n d e del placer d e r e p r e s e n t a c i ó n s o b r e e! placer de ó r g a n o . E n el m o m e n -
to de la satisfacción a l u c i n a t o r i a , t e n e m o s el p r i m e r m o m e n t o d e esta c a p a -
cidad del ser h u m a n o p u e s t a en acto. O sea, el h e c h o d e p o d e r a l u c i n a r y d e
e n c o n t r a r placer en la a l u c i n a c i ó n , m e d i a n t e la r e p r e s e n t a c i ó n .

F. U . — ¿ Q u é relación p o d e m o s establecer e n t r e la fase m o n á d i c a y el narci-

s i s m o p r i m a r i o tal c o m o fue c o n c e p t u a l i z a d o p o r Freud?

C . C . — S o n m u y c e r c a r n o s , a u n c u a n d o F r e u d c a m b i ó b a s t a n t e su p o s i c i ó n
sobre la c u e s t i ó n del n a r c i s i s m o . A l g u n o s autores s o s t i e n e n q u e a b a n d o n a el
n a r c i s i s m o , o le q u i t a i m p o r t a n c i a en la s e g u n d a m i t a d d e su o b r a , lo q u e es
inexacto: esta n o c i ó n sigue e s t a n d o p r e s e n t e e n los textos de los a ñ o s 1 9 2 0 y
1 9 3 0 e, i n c l u s o , e n frases c o m o la q u e cité a n t e r i o r m e n t e . P i e n s o q u e h a y
u n a real cercanía e n t r e lo q u e d i g o y las ideas d e F r e u d , p e r o creo q u e él
n u n c a las llevó a cabo. O b i e n , p a r c i a l m e n t e , e n « I n t r o d u c c i ó n al narcisis-
m o » y en a l g u n o s pasajes en los q u e h a b l a del recién n a c i d o c o m o si fuera
u n a e t a p a q u e n o l l a m a ya n a r c i s i s m o s i n o a u t i s m o . E n La Institución imagi-
naria d o y a c o n o c e r la cita e x a c t a . . .

F. U . — E s u n a cita d e los Dos principios..., en u n a n o t a a! pie de p á g i n a del

capítulo VI: « H a b r í a q u e citar in extenso esta n o t a , en la cual F r e u d afirma
[...] q u e el recién n a c i d o , j u n t o c o n los c u i d a d o s m a t e r n o s , c o n s t i t u y e u n sis-
t e m a p s í q u i c o bajo la e n t e r a d o m i n a c i ó n del "principio de placer"; q u e u n
b u e n e j e m p l o d e " u n sistema p s í q u i c o s u s t r a í d o a las excitaciones del m u n d o
exterior" y q u e satisface i n c l u s o sus necesidades d e a l i m e n t o s "de m a n e r a a u -
5
rista" (según u n a expresión de Bleuler) está b r i n d a d o . . . »

C . C . — S í , es a q u í d o n d e F r e u d c o m p a r a el p s i q u i s m o h u m a n o c o n u n p o -
llito e n su c a s c a r ó n . El s e n t i d o d e la c o m p a r a c i ó n n o consiste en q u e el s u -

5
VInstitution imaginaire de la ¡ocíete, París, Seuil, 1975, p. 3 9 8 , n. 28 [reed. col. Points Es-
sais, p . 429] [traducción castellana: La institución imaginaria de la ¡ociedad, Buenos Aires,
Tusquets, 1993].
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E Y i A S O C I E D A D 24/

j e t o h u m a n o se e n c u e n t r a e n u n m e c h o n u t r i t i v o c e r r a d o e q u i v a l e n t e al
h u e v o ; si h a y c l a u s u r a , es la del p s i q u i s m o s o b r e sí m i s m o , es la representa-
c i ó n cerrada sobre sí misma q u e el sujeto se c r e a d e sí m i s m o y del m u n d o
Esta es la c l a u s u r a , el e n c i e r r o s o b r e sí m i s m a d e la m ó n a d a psíquica, d e la
e t a p a m o n á d i c a . E s la c l a u s u r a q u e el sujeto h u m a n o d e b e r o m p e r para s o -
brevivir; salvo e n el caso, q u e lleva a g u a p a r a mi m o l i n o , d e ¡a a n o r e x i a
m e n t a l del recién n a c i d o .

La fase triádica: el infans, el objeto parcial y la madre

F. U . — ¿ P e r o q u é lugar otorga a la libidinización del p e q u e ñ o ser h u m a n o , a su

investiduta p o r parte de otro c o m o c o n d i c i ó n , p o r ejemplo, p a r a llevar a c a b o
el pasaje del nivel a n i m a l , funcional, al nivel del placer de la representación?

C. C . — D u r a n t e la e t a p a m o n á d i c a , n o h a y o t r o ni o b j e t o . «Soy m i o b j e -
to» o «soy el p e c h o » , c o m o d i c e F r e u d . Y c r e o q u e la a n o r e x i a m e n t a l del
recién n a c i d o m u e s t r a esto: la c l a u s u r a s o b r e sí m i s m o , la i g n o r a n c i a t o t a l
del o t r o . A h o r a b i e n , este o t r o es b i o l ó g i c a y p s í q u i c a m e n t e esencial p a r a el
sujeto, lo s a b e m o s al m i r a r el p r o c e s o d e s d e afuera. Pero él m i s m o n o se
i n s c r i b e d e s d e el p r i n c i p i o en su p s i q u e . C o n s t i t u y e u n a p e r s p e c t i v a e x t e r n a
a la p s i q u e del recién n a c i d o . Para éste, el o t r o n o existe c o m o tal. C u a n d o
a p a r e c e , lo c o n s i d e r a c o m o u n o b j e t o decisivo p a r a él; decisivo n o p o r su
v i d a —ya q u e el recién n a c i d o n o p i e n s a en estos t é r m i n o s - s i n o p a r a su sa-
tisfacción, p a t a su placer.
Es lo q u e l l a m o la fase triádica, definida p o r la instalación d e u n juego, u n a
puesta en relación entre el infans, la m a d r e y el p e c h o . La m a d r e aparece c o m o
aquello q u e d i s p o n e del p e c h o , y el infans, sobre la base de su ú n i c o e s q u e m a ,
el d e la o m n i p o t e n c i a , lo proyecta sobre la m a d r e . E n otras palabras, el infans
q u e se creía o m n i p o t e n t e d e s c u b r e q u e n o lo es y transfiere esta o m n i p o t e n c i a
a su m a d r e . D e allí surgirá la a m b i v a l e n c i a del infans hacia la m a d r e . E n este
s e n t i d o , la idea d e M e l a n i e Klein es correcta, h a b r á u n p e c h o b u e n o y u n p e -
cho m a l o , q u e c o r r e s p o n d e r á n , e n t é r m i n o s generales, al p e c h o presente y al
p e c h o ausente. E n esta etapa se establece u n a relación e n t r e tres t é t m i n o s , en
la cual el objeto parcial, el p e c h o , es el lugar d o n d e confluye, es la zona d e e n -
t r e c r u z a m i e n t o , de relación del infans con la m a d r e . Pero n o se trata todavía
d e u n m u n d o a b i e r t o , a u n c u a n d o se p r o d u c e el pasaje a estos tres t é r m i n o s .
248 I'SÍQUE

F. U . - I I m u n d o d e la fase triádica está cerrado e n u n s e n t i d o p a r t i c u l a r , ya

q u e i m p l i c a u n a a p e r t u r a , u n c o m i e n z o de diferenciación y d e s e p a r a c i ó n .
1
Esta c u e s t i ó n rae p a r e c e esencial, m á s a ú n c u a n d o la e s t r u c t u r a c i ó n d e la
p s i q u e es al m i s m o t i e m p o su socialización. D e m o d o q u e la o p e r a c i ó n p r i - \
m e r a d e separación q u e caracteriza a la fase triádica i m p l i c a u n p r i m e r m o -
m e n t o de socialización. ¡

C. C. — A b s o l u t a m e n t e La i m p o s i c i ó n d e la socialización a la p s i q u e es
e s e n c i a l m e n t e i m p o s i c i ó n d e la s e p a r a c i ó n , e n u n s e n t i d o a m p l i o y p r o f u n -
d o . P a r a la m ó n a d a p s í q u i c a , equivale a u n a r u p t u t a violenta, i m p u e s t a p o r
su relación con los o t r o s , m e d i a n t e la cual se c o n s t i t u i r á u n a realidad simul¬
t á n e a m e n t e exterior, i n d e p e n d i e n t e , t r a n s f o r m a b l e y participativa. E s t a r u p - ¡
t u r a v i o l e n t a es lo q u e , en su t e r m i n o l o g í a , Piera A u l a g n i e r l l a m a b a violencia \
primaria. Q u i e r e decir q u e , m i e n t r a s la m ó n a d a p s í q u i c a t i e n d e s i e m p r e a
encerrarse sobre sí m i s m a , esta r u p t u r a es c o n s t i t u t i v a d e lo q u e seta, o p o -
d r a ser, el i n d i v i d u o social. L a i m p o s i c i ó n de esta relación al o t r o , y l u e g o a
los o t r o s , es u n a sucesión d e r u p t u r a s infligidas a la m ó n a d a p s í q u i c a a través
de las cuales se c o n s t i t u y e el i n d i v i d u o social, c o m o sujeto d i v i d i d o e n t r e u n
p o l o m o n á d i c o , q u e t i e n d e s i e m p r e a u n a nueva clausura, y lo q u e él o r g a n i z ó
e i n t e g r ó p o c o a p o c o en diversas síntesis.

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F. U . - V o l v i e n d o a la fase triádica, p o d e m o s decir q u e r o m p e la c l a u s u r a
m o n á d i c a y q u e ttae u n a n u e v a atribución de sentido del m u n d o , u n m u n d o i
f o r m a d o p o r tres t é r m i n o s , en el cual se o t o r g a a la m a d r e la o m n i p o t e n c i a j
del s e n t i d o . E n el pasaje e n t t e estas fases se juega, s i m u l t á n e a m e n t e , la dife- |
renciación a d e n t r o - a f u e r a y la c o n s t i t u c i ó n del m u n d o exterior. U s t e d señala,
a d e m á s , q u e existe, en este p r o c e s o , u n p r e d o m i n i o d e la p r o y e c c i ó n s o b r e la
introyección.

C . C . — D e s d e el p r i n c i p i o hay u n h e c h o : el recién n a c i d o vivencia a la m a -

dre según el e s q u e m a de la o m n i p o t e n c i a . Esta o m n i p o t e n c i a de la m a d t e es
u n a proyección. Esre proceso es f u n d a m e n t a l ya q u e v e r e m o s q u e , a lo largo
de la vida, el otro será - a l m e n o s p o t e n c i a l m e n t e - u n factor de alienación. Se
p o d r a s i e m p r e colocar a u n o t r o en el lugar d e la o m n i p o t e n c i a . Pero s i m u l t á -
n e a m e n t e hay - y esto es e s e n c i a l - procesos d e introyección. Sin la i n t r o y e c -
ción, el sujeto q u e d a r í a e n c e r r a d o en el solipsismo. La introyección c o n s t i t u -
ye la base d e la socialización; t o d a c o m u n i c a c i ó n e n t r e sujetos i m p l i c a la

123/1
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E Y LA S O C I E D A D

posibilidad d e recibir e i n c o r p o r a r palabras, s e n t i d o , significaciones que p r o -

vienen del o t r o . Pero si m e referí a la p r i m a c í a d e la p r o y e c c i ó n , se d e b e a q u e
ésta se manifiesta d e m a n e r a casi p e r m a n e n t e . ¡Fíjense en la transferencia!

F U. — A su c r i t e t i o , en la fase t r i á d i c a se c o n s t i t u i d a el pattern del fantas-

m a . ¿Por qué?

C. C . — P o r q u e es la p r i m e r a s i t u a c i ó n en la cual h a y diferenciación. El o t r o
a p a r e c e c o m o d u e ñ o del o b j e t o d e deseo. E n t o d o f a n t a s m a , está p í e s e m e
u n a e s t r u c t u t a s u b y a c e n t e y, c o n ella, u n o b j e t o d e deseo. Se p l a n t e a , e n t o n -
ces, el p r o b l e m a d e saber q u i é n es el d u e ñ o d e este objeto.

F U . — E n este s e n t i d o , d e b e r í a m o s decir, p u e s , q u e lo esencial d e esta fase

es la función d e la m a d r e en c a l i d a d d e dueña de la significación, d u e ñ a d e la
atribución de sentido.

C. C . — A b s o l u t a m e n t e . Es la m a d r e q u i e n asigna u n a significación a c a d a
cosa y s i t u a c i ó n . C o m e n z a n d o , c o m o lo señaló Piera Aulagnier, p o r la n o m i -
n a c i ó n d e los afectos del b e b é . Es la m a d r e , a d e m á s , q u i e n d i c e «esto es b u e -
no» y «esto es malo».

F. U . — S e g ú n su c o n c e p t u a l i z a c i ó n , la e s t t u c t u t a c i ó n d e la p s i q u e es t a m -
b i é n u n proceso de socialización q u e e m p i e z a c o n la fase triádica. Es, p o r lo
t a n t o , u n m o m e n t o clave d e este d o b l e p r o c e s o d e e s t r u c t u r a c i ó n / s o c i a l i z a -
c i ó n , en el cual se o p e r a u n a p r i m e r a s e p a r a c i ó n .

C . C . — La socialización e m p i e z a en la fase triádica p o r q u e es la m a d r e la

p r i m e r a q u e dice «no» al infans. D e esta m a n e t a se c o n s t t u y e , a la vez, la m a -
d r e c o m o o m n i p o t e n t e , al r e c o n o c e r l e u n a existencia y u n deseo o v o l u n t a d
q u e son e x t r a ñ o s al infans y q u e él n o d o m i n a . Y esto lo o b l i g a a r e c o n o c e r l a
c o m o s e p a r a d a d e él m i s m o .

Individuo y sociedad: atribuciones de sentidos

F. U. — H a b l e m o s d e la salida d e la fase t r i á d i c a , de este m u n d o i m a g i n a r i o

t o d a v í a c e r r a d o a causa d e la o m n i p o t e n c i a d e la m a d r e c o n respecto al s e n -
,'S<) PSIQUE

tklo. Y h a b l e m o s , e n t o n c e s , de la a p e r t u r a n o a! o t r o s i n o a los o t r o s , al pa­

d r e y a lo social, o sea, del pasaje hacia el individuo social.

C. C. — S e empieza a salir de este m u n d o cerrado a partir d e la r u p t u r a d e la

m ó n a d a , c u a n d o se está trente a la obligación de a b a n d o n a r la o m n i p o t e n c i a .
Pero esta p r i m e r a salida es u n a falsa salida en la m e d i d a en q u e la o m n i p o t e n ­
cia se transfiere a o t r o , y en la m e d i d a en q u e el infans p u e d e q u e d a r e n c e r r a d o
con su m a d r e , lo q u e p r o d u c e las más graves patologías, a h o r a bien c o n o c i d a s .
Para p r o f u n d i z a r este p r o c e s o resulta necesario q u e el infans, e n el nivel
p s í q u i c o , p u e d a desplazar a la m a d t e d e su l u g a r d e o m n i p o t e n c i a . E s t o
a c o n t e c e , e f e c t i v a m e n t e , en la f u n c i ó n edípica. L a m a d r e ya n o a p a r e c e co­
m o o m n i p o t e n t e , c o m o la ú n i c a q u e t i e n e p o d e r ; se la r e c o n o c e , a d e m á s ,
c o m o i n c o m p l e t a , t o m a d a en su deseo p o r el o t r o , o sea, el p a d t e . Está o b l i ­
gada, e n t o n c e s , a tener en c u e n t a la palabra del p a d r e . Y c u a n d o cae la figura
d e la m a d r e o m n i p o t e n t e , j u s t a m e n t e en ese m o m e n t o , se p r o d u c e u n a aper­
tura socializante. Pero n o t e n e m o s q u e q u e d a m o s allí, ya q u e la a p a r i c i ó n del
p a d r e n o basta p a t a r o m p e r la clausura, p a r a socializar, p a r a c u m p l i r c o n la
f u n c i ó n edípica. E s necesario, a d e m á s , q u e el p a d r e sea r e c o n o c i d o c o m o pa­
d r e e n t r e otros padres, q u e aparezca n o c o m o s i e n d o él m i s m o la fuente d e la
Ley, sino c o m o p o r t a v o z d e esta Ley, s o m e t i d o él m i s m o a la Ley.

E U . — D e s t a c o , de estos desatrollos, q u e la e s t r u c t u r a c i ó n d e la p s i q u e es,

a d e m á s , u n proceso d e socialización. Y la llave d e esta d o b l e p e r s p e c t i v a q u i ­
zás sea la n o c i ó n de atribución de sentido, d e significación, c o m o característi­
ca esencial d e la p s i q u e y t a m b i é n de la sociedad.

C . C . — A b s o l u t a m e n t e . El p r o c e s o d e socialización se j u e g a en este p r o c e s o
de significación y a través d e él. l a sociedad es, e s e n c i a l m e n t e , u n m a g m a de
significaciones i m a g i n a r i a s sociales, q u e o t o r g a n s e n t i d o a la vida colectiva e
i n d i v i d u a l . E n c o n s e c u e n c i a , la socialización n o es o t r a cosa q u e la e n t r a d a ,
y el f u n c i o n a m i e n t o , en este m a g m a i n s t i t u i d o d e significaciones sociales.
Esto es f u n d a m e n t a l p a r a c o m p r e n d e r la e s t r u c t u r a c i ó n psíquica, ya q u e ,
d e lo c o n t r a r i o , n o se ve o t r a cosa q u e el aspecto negativo d e ésta, o sea, la re­
presión, eso q u e esta n e g a d o o q u i t a d o ai sujeto, c u a n d o a d e m á s t e n e m o s
q u e ver el aspecto positivo: la s o c i e d a d otorga al sujeto s e n t i d o , a p o r t a c o n
sus significaciones la a t r i b u c i ó n d e s e n t i d o q u e satisface la n e c e s i d a d i m p e ­
riosa d e la p s i q u e . D e lo c o n t r a r i o , esto n o funcionaría.

124/
 N U E V A M E N T E S O B R E I A P S I Q U E Y LA S O C I E D A D 25

R e c o n o c e r l o es, a d e m á s , esencial en lo q u e se refiere a la c o m p r e n s i ó n de

lo social. Lo social es espacio y p r o c e s o d e creación. N o h a b r í a historia verídi-
ca sin c a m b i o , r u p t u r a y c r e a c i ó n . Lo sociohistórico es f u n d a m e n t a l m e n t e
e m e t g e n c i a de nuevas significaciones imaginarias sociales. Su i n s t i t u c i ó n , la
d i n á m i c a e n t t e lo i n s t i t u y e m e - l a i m a g i n a c i ó n r a d i c a l - y lo instituido - l a s
instituciones ya c r e a d a s - , es s e c u n d a r i a c o n respecto a esta característica esen-
cial d e las colectividades h u m a n a s , q u e consiste en la c a p a c i d a d de crear n u e -
vas significaciones, n u e v o s s e n t i d o s . La i m a g i n a c i ó n radical n o exisre sola-
m e n t e en el nivel d e la p s i q u e i n d i v i d u a l , s i n o t a m b i é n a nivel sociohistórico
colectivo, en calidad d e imaginario radical. ¡La sociedad n o existe ni se c o n s t i -
t u y e solamente c o n i n t e r d i c c i o n e s ! A pesar d e l efecto q u e p o d r í a p r o v o c a r
cierta lectura d e Tótem y tabú en el p e n s a m i e n t o d e algunos psicoanalistas d e -
m a s i a d o a p u r a d o s , y a pesar t a m b i é n d e a l g u n a s equivocaciones del m i s m o
F r e u d , la sociedad n o p u e d e ser p e n s a d a c o m o el resultado d e dos p r o h i b i c i o -
nes, la del incesto y la del asesinato. La s i m p l e p r o h i b i c i ó n n o p u e d e crear na-
da; p u e d e , a p e n a s , regular algo. E n la creación y la existencia de sociedades,
h a y u n c o n t e n i d o positivo casi i n f i n i t o , n o s o l a m e n t e p r o h i b i c i o n e s .
P o r lo t a n t o , v o l v i e n d o a la e s t r u c t u r a c i ó n psíquica, d i g a m o s q u e si la
p s i q u e n o e n c u e n t r a en el e s p a c i o social u n s e n t i d o c a p a z d e r e e m p l a z a r el
s e n t i d o o r i g i n a r i o , m o n á d i c o , n o p o d r á , e v i d e n t e m e n t e , salir d e la c l a u s u r a
y sobrevivir É s t a es u n a d e las c o n d i c i o n e s q u e la psique exige a la s o c i e d a d :
p o d e m o s hacer c o n ella casi c u a l q u i e r cosa, u n budista, u n cristiano, u n b u r -
gués, u n nazi, etcétera, p e r o lo q u e la s o c i e d a d n o p u e d e hacer es dejar d e
proporcionarle u n sentido.

La sublimación: concepto ampliado

F. U . — T a l c o m o aparece l ó g i c a m e n t e si se sigue el hilo d e n u e s t r a discusión,

u n aspecto m u y i m p o r t a n t e en sus trabajos sobre la psique c o n c i e r n e al p r o c e -
so d e sublimación. C r e o q u e es u n eje c o n el q u e es posible apreciar de m a n e r a
s i m u l t á n e a la originalidad d e su p u n t o d e vista y sus raíces p r o f u n d a m e n t e
freudianas. A través de u n a e l a b o r a c i ó n de la n o c i ó n clásica, y o t o r g á n d o l e to¬
d o su alcance, u s t e d p r o p o n e u n a c o n c e p c i ó n ampliada d e la s u b l i m a c i ó n .

C . C . — E s v e r d a d . Pero si t u v e la n e c e s i d a d d e p r o p o n e r u n a c o n c e p c i ó n
ampliada de la s u b l i m a c i ó n , tal c o m o u s t e d l e g í t i m a m e n t e la califica, es por-
252 PSIQUE

q u e existe esta p r e g u n t a f u n d a m e n t a l : ¿qué es la v i d a h u m a n a ? ¿ D e q u é se

trata? ¿De satisfacción pulsional? E s t o es u n a p e q u e ñ a p a r t e d e la v i d a hu-
m a n a . Lo h u m a n o está definido p o r el p r e d o m i n i o del placer d e r e p r e s e n t a
ción sobre el placer d e ó r g a n o , sobre la s i m p l e satisfacción p u l s i o n a l .
T o d o a q u e l l o q u e es investidura de objetos q u e n o s o n directa o indirec-
l a m e n t e - d e m a n e r a i n m e d i a t a o m e d i a t a - o b j e t o s p u l s i o n a l e s , lo c o n s i d e r o
c o m o actividad s u b l i m a d a . Ésta tiene c o m o c o n d i c i ó n , c o m o p u n t o d e a p o -
yo, la c a p a c i d a d d e la p s i q u e para e x p e r i m e n t a r placer a través d e la repre-
s e n t a c i ó n . Por c i e r t o , el placer d e r e p r e s e n t a c i ó n está e n j u e g o , a d e m á s , e n el
i n t e r i o r d e los fantasmas y en la actividad f a n t a s m á t i c a d i u r n a , p e r o la dife-
rencia esencial consiste en q u e , e n el caso d e la s u b l i m a c i ó n , se t r a t a d e la i n -
v e s t i d u r a d e objetos s o c i a l m e n t c valorizados.
¿En q u é consiste, a c t u a l m e n t e , la s u b l i m a c i ó n en el psicoanálisis en g e n e -
ral? C u a n d o l e e m o s textos psicoanalíticos, t e n e m o s la i m p r e s i ó n d e q u e el
ú n i c o m o d e l o d e s u b l i m a c i ó n es el m o d e l o e n el cual el n i ñ o , e n vez d e ju-
gar c o n sus heces, juega c o n los colores y se c o n v i e r t e en u n p i n t o r . Total-
m e n t e ridículo. L o cierto es q u e a p e n a s el n i ñ o e m p i e z a a hablar, lleva a ca-
b o u n a actividad s u b l i m a d a , está s u b l i m a n d o . N o b u s c a n i n g ú n placer d e
ó r g a n o , busca c o m u n i c a r s e , y p a r a ello, inviste y utiliza u n o b j e t o social, el
lenguaje. El h e c h o d e q u e el n i ñ o q u i e r a ser el m e j o r d e su g r a d o o el m á s
h a b i l i d o s o en el fútbol se d e b e a q u e se trata d e o b j e t o s s o c i a l m e n t e investi-
d o s q u e n o p r o c u r a n u n placer d e ó r g a n o ni satisfacciones pulsionales.

F. U . — U n a d e las c o n s e c u e n c i a s m á s i n t e r e s a n t e s d e esta r e c o n c e p t u a l i z a -
c i ó n d e la s u b l i m a c i ó n es, sin lugar a d u d a s , la p o s i b i l i d a d d e q u e se p i e n s e
la a r t i c u l a c i ó n e n t r e el sujeto y el i m a g i n a r i o social.

C . C . — L a s u b l i m a c i ó n es el eje o el lado subjetivo del f u n c i o n a m i e n t o d e

la i n s t i t u c i ó n social.

F. U . — P a r a p o d e r p e n s a r esta a r t i c u l a c i ó n necesaria e n t r e la p s i q u e y lo so-

cial, Fiera A u l a g n i e r p r o p u s o , en La Vióleme de l'interprétation [La violencia
6
de la interpretación] , la idea d e u n contrato narcisista y la n o c i ó n d e discurso
del conjunto. P o d e m o s r e m i t i r n o s e n este caso al c a p í t u l o VI d e La Institución

6
[P. Aulagnier, La Violence de l'interprétation, París, PUP, 1975.]
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E Y ÍJ\ S O C I E D A D 253

imaginaria... p a r a u n desarrollo m á s a m p l i o . M e gustaría q u e p u d i e r a preci-

sar la relación, c o n respecto a estos t e m a s , e n t r e su p e n s a m i e n t o y el de fuera
Aulagnier.

C. C . - - L o q u e Piera Aulagnier l l a m ó el discurso del conjunto es u n aspecto de

la institución d e la sociedad; es el discutso social q u e dice: «Esto es rea!, esto
n o es real, esto es v e r d a d e r o o j u s t o , y esto n o lo es, etcétera». C o n el contrato
narcisista, ella t r a t a b a de teotizar lo q u e la p s i q u e espera d e la sociedad c o m o
c o m p e n s a c i ó n al a b a n d o n o d e su ultra narcisismo monádico. Es el contrato nar-
cisista: «Si tu c o n d u c t a es tal o cua!, tendrás, e n t o n c e s , el r e c o n o c i m i e n t o de
los otros, serás investido p o r los otros, q u e c o l m a r á n la b r e c h a narcisista abier-
ta p o r el a b a n d o n o de la o m n i p o t e n c i a originaria». Creo q u e las dos ideas son
a b s o l u t a m e n t e correctas.

Sujeto y autonomía

F. U . - A n t e s d e t e r m i n a r n u e s t r a d i s c u s i ó n , querría q u e h a b l á r a m o s d e la
n o c i ó n d e subjetividad reflexiva y deliberante, q u e propone c o m o estado posi-
ble del i n d i v i d u o social. E s t a d o q u e p o n e e n j u e g o la significación y la e x p e -
riencia m i s m a d e la a u t o n o m í a .

C . C . - E l i n d i v i d u o social es u n i n d i v i d u o c o n s c i e n t e . P o r lo t a n t o , s u y o
c o n s c i e n t e es c a p a z d e r a z o n a r y d e calcular; p o d e m o s q u e d a r n o s e n este
p u n t o . Esto es válido p a t a la m a y o r p a r t e d e la historia d e la h u m a n i d a d .
D e s d e el p u n t o d e vista p s i c o a n a l í t i c o y, a d e m á s , desde el p u n t o de vista s o -
ciohistórico, p o d e m o s ver q u e este i n d i v i d u o , a u n q u e n o sea psicótico, p e r -
verso ni n e u r ó t i c o , está a l i e n a d o . Es h e t e t ó n o m o : tiene ciertos criterios s o b r e
lo q u e es b u e n o , m a l o , j u s t o , i n j u s t o , etcétera, p e r o estos criterios n o f u e r o n
p r o d u c i d o s p o r él. F u e r o n i m p u e s t o s en su socialización p o r la sociedad. Pero
si n o s d e t u v i é r a m o s a q u í , e n esta s u m i s i ó n al discurso social, n o p o d r í a m o s
e n t e n d e r a l g u n o s h e c h o s y a l g u n o s procesos históricos, ya q u e la historia hu¬
m a n a n o es s o l a m e n t e la e s c l a v i t u d y la E d a d M e d i a . P o r e j e m p l o , n o p o -
d r í a m o s e n t e n d e r p o r q u é s u r g i ó el psicoanálisis. ¿Por q u é m o t i v o F r e u d n o
dice s o l a m e n t e : «Sí, la sexualidad a n d a m u y m a l , etcétera»? ¿Por q u é e m p i e z a
d i c i e n d o q u e la represión d e la sexualidad e n f e r m a a los h o m b r e s ? Y b i e n ,
c u a n d o F r e u d d i c e esto, ¿se t r a t a s o l a m e n t e d e u n yo consciente». N o . D i g o

50
254 PSIQUE

q u e se trata d e u n a subjetividad reflexiva. O sea, d e u n sujeto c a p a z d e c u e s -

t i o n a r las significación:::; i m a g i n a r i a s de la s o c i e d a d en la q u e vive e, i n c l u s o ,
sus i n s t i t u c i o n e s . Divp. e n t o n c e s q u e a iste u n a creación en la historia d e la
h u m a n i d a d (que n o es difícil cíe reconocer p o r el psicoanálisis, p e r o q u e n o
d e b e ser e n t e n d i d a s o l a m e n t e a través d e c o n s i d e r a c i o n e s psicoanalíticas): es
la subjetividad reflexiva, correlativa al n a c i m i e n t o del p r o y e c t o d e a u t o n o -
mía y d e u n a acá hnckd política a u t ó n o m a , reflexiva y d e m o c r á t i c a . Se t t a t a
de un sujeto q u e ito es t i m p l e m e n c e c o n s i e n t e , sino q u e es capaz d e c u e s -
tionar ras significaciones y las reglas q u e recibió de su s o c i e d a d .

i U . -—Para el psicoanálisis, el c o r o l a r i o d e esta definición sería q u e la s u b -

jt tividad a u t ó n o m a está definida p o r cierto t i p o d e c a m b i o en la relación
entre consciente e inconsciente.

C . C . — E s t o t a l m e n t e cierto. E n u n a perspectiva psicoanalítica, se trata de

un sujeto q u e n o está s i m p l e m e n t e a r r a s t r a d o o c o n d u c i d o p o r su i n c o n s -
ciente, s i n o q u e es capaz d e ser l ú c i d o en relación c o n sus deseos, d e c o n e c -
tarse y ser p e r m e a b l e a ellos, y d e p o d e r , al m i s m o t i e m p o , filtrarlos. Es u n
sujeto capaz d e reflexionar y d e decidir lo q u e va a llevar a c a b o c o n sus d e -
seos y lo q u e n o va a realizar, y d e a c t u a r en c o n s e c u e n c i a .

F. U . — L o q u e nos c o n d u c e d i r e c t a m e n t e a lo q u e l l a m a el p r o y e c t o psicoa-
nalítico, q u e p a r a u s t e d está ligado a la e m e r g e n c i a del p r o y e c t o d e a u t o n o -
m í a . Y a e n t e n d e r la finalidad del análisis e n este c o n t e x t o .

C. C . — P o r supuesto. La finalidad del análisis, e n el m e j o r d e los casos,

consiste en a y u d a r al p a c i e n t e a convertirse en u n sujeto a u t ó n o m o , o sea,
u n a s u b j e t i v i d a d reflexiva y d e l i b e r a n t e . Es a y u d a r l o a t e n e r u n a relación d i -
ferente c o n sus deseos, p a r a q u e p u e d a canalizarlos y d o m i n a r l o s c o n otras
h e r r a m i e n t a s q u e n o sean la represión. Se trata d e u n objetivo ideal. C o m o
m í n i m o , se t r a t a d e a y u d a r al p a c i e n t e a «pasar del s u f r i m i e n t o n e u r ó t i c o a
un i n f o r t u n i o h u m a n o banal».

F. U . — C u e s t i ó n q u e se o p o n e claramente a la ética del deseo d e los l a c a n i a n o s . . .

C . C . — L o s l a c a n i a n o s h a b l a n y h a b l a n a p r o p ó s i t o d e la ética sin decir

n u n c a n a d a preciso al respecto. ¿ Q u é significa la ética del deseo? P o d e m o s t e n e r
 N U E V A M E N T E S O B R E LA P S I Q U E V I A S O C I E D A D

el deseo d e matar. ¿ H a b t á q u e tealizarlo? A. lo s u m o , se p o d r í a h a b l a r de rea-

lizar ciertos deseos. Pero s u r g e e n t o n c e s u n a c u e s t i ó n clave, q u e los l a c a n i a u n j
evitan o s i m p l e m e n t e i g n o r a n : ¿realizar q u é deseos? Y t e n e m o s o t r a p r e g u n -
ta, n e c e s a r i a m e n t e social: ¿cuál es el criterio? ¿Este criterio p u e d e surgir ex-
c l u s i v a m e n t e del psicoanálisis, c o m o parecen a l u c i n a t los lacaniauos? N o . La
decisión será s i n g u l a r y subjetiva, p e r o estará l i g a d a t a m b i é n a u n a s i t u a c i ó n
colectiva y sociohistórica. E n psicoanálisis, lejos d e u n a ética del deseo priva-
tizado, el p r o y e c t o d e a u t o n o m í a está p u e s t o e n j u e g o c o m o mdisociable
m e n t e i n d i v i d u a l y social. O sea q u e la c u e s t i ó n d e la acción subjetiva y d e la
libertad, en la m e d i d a en q u e el ser h u m a n o es u n ser social, está s i e m p r e
puesta en juego en su relación c o n la libertad d e los otros. La actividad libre d e
un sujeto p u e d e ser ú n i c a m e n t e la eme a p u n t a a la libertad d e los otros.
127/1
 Lógos

50
128/1
 M o d o de ser y problemas de conocimiento
de lo sociohistórico*

LO M E J O R q u e u n a c o n c e p c i ó n positivista d e la historia p u e d e ofrecer es esto:

la historia es la s u m a total d e las acciones d e los seres h u m a n o s a traces del
espacio y el t i e m p o . Se p u e d e e m p e z a r p e r f e c t a m e n t e d e esta m a n e r a . Sin
e m b a r g o , de i n m e d i a t o s u r g e n p r e g u n t a s . ¿ Q u é son estos seres h u m a n o s y
de d ó n d e vienen? ¿Puede h a b e r seres h u m a n o s sin historia, fuera de Ja histo-
ria? ¿Acaso n o e s t á n m o l d e a d o s d e formas m u y diferentes en el interior ae la
historia, quizás i n c l u s o por acción de la historial ¿Estas acciones de los seres
h u m a n o s t i e n e n lugar en u n vacío? ¿Existe alguna acción h u m a n a q u e t e n g a
u n a posible significación fuera d e la s o c i e d a d i n s t i t u i d a , d e las relaciones, d e
las significaciones, d e las m e t a s , d e los valores p l a n t e a d o s p o t esta s o c i e d a d
i n s t i t u i d a ? A m e n o s q u e e n t e n d a m o s p o r historia el s i m p l e d e s p l i e g u e d e
u n a sucesión d e cualquier clase d e a c o n t e c i m i e n t o s a través del t i e m p o ( c o m o ,
p o t e j e m p l o , e n la expresión: «la h i s t o n a del sistema solat»), ¿ e n c o n t r a m o s
a l g u n a vez, acaso, la h i s t o r i a sin la sociedad? ¿ D e b e r í a m o s decir, e n t o n c e s ,
q u e la historia, en el s e n t i d o p r o p i o , es el p r o d u c t o de las sociedades? ¿Pero
p o d e m o s o l v i d a r n o s del h e c h o d e q u e las f o r m a s sociales, las sociedades par-
ticulares definidas p o r sus i n s t i t u c i o n e s específicas son ellas m i s m a s produc-
tos d e la historia? ¿La s o c i e d a d e n g e n d t a la h i s t o r i a o es al revés? ¿O b i e n esta
o p o s i c i ó n carece de sentido?
E n efecto, carece de sentido. Setía, incluso, inadecuado decir que la sociedad
es el producto de la historia o q u e la h i s t o t i a es el trabajo d e la sociedad. La
histotia es la a u t o a l t e t a c i ó n d e la sociedad, u n a alteración cuyas formas mis¬
mas son cada vez la creación d e la sociedad considerada. La repetición en sí

' [Título original: «The Social-historical: M o d e of being, Ptoblems of Knowledge», escrito

directamente en inglés pata la revista Thought. Aparecido en Pbilosopby, Politia, Autonomy.
Nueva York-Oxford, Oxford University Press, 1 9 9 4 , pp. 33-46. Traducción al francés de
Olivier Fressard.]

»0 259
260 LÓGOS

m í s m a - c o r n o , p o r e j e m p l o , e n las s o c i e d a d e s p r i m i t i v a s o t r a d i c i o n a l e s •
n u n c a es, n a t u r a l m e n t e , u n a estricta repetición. E n su o c u r r e n c i a efectiva y
para p o d e r t e n e r lugar, la repetición está m a r c a d a m e n t e dirigida p o r la orien-
tación f u n d a m e n t a l del c o n j u n t o d e las i n s t i t u c i o n e s d e estas sociedades. E n
u n ni ve! m á s p r o f u n d o , sería incluso i n a p r o p i a d o decir q u e la historia es u n a
dimensión d e ¡a sociedad, la d i m e n s i ó n gracias a la cual el pasado d e u n a so-
ciedad es s i e m p r e i n m a n e n t e a su presente, y este presente está s i e m p r e h a b i -
t a d o p o r u n i u t u r o d e forma y d e c o n t e n i d o n o especificados. La historia es
a u t o d e s p h e g u e d e la sociedad a través dei t i e m p o ; p e r o este t i e m p o es, e n sus
características esenciales, u n a creación d e la s o c i e d a d , s i m u l t á n e a m e n t e u n
t i e m p o histórico y, a d e m á s , en c a d a ca.so particular, el t i e m p o d e esta sociedad
particular c o n su t i e m p o patticulat, sus articulaciones significativas, sus ancla-
jes, sus proyectos y sus p r o m e s a s . D e l m i s m o m o d o , existe u n a u t o d e s p l i e g u e
d e la sociedad en el espacio, t e m a sobre el cual n o m e h e d e d e t e n e r a q u í . Por
espacio, n o m e refiero a u n espacio geográfico (o localización), s i n o a la crea-
ción d e u n a m u l t i d i m e n s i o n a l i d a d natural y social o r d e n a d a y s i m u l t á n e a ,
p r o p i a d e c a d a sociedad. Ya q u e la sociedad n o p u e d e ser en el t i e m p o sin es-
te a u t o d e s p l i e g u e , ya q u e ella m i s m a es, e n efecto, este a u t o d e s p l i e g u e en el
1
t i e m p o , h a b l a r e m o s m á s bien e n t é r m i n o s filosóficos d e lo sociohistórico.
La historia n o llega a la sociedad: c o n s t i t u y e s u a u t o d e s p l i e g u e . E s t a afit-
m a c i ó n c o n t r a d i c e t o d o el e s p e c t r o d e d o c t r i n a s existentes: la h i s t o r i a c o m o
p r o d u c t o d e la v o l u n t a d d e D i o s ; la h i s t o r i a c o m o r e s u l t a d o d e acción d e le-
ves {naturales o históricas); la historia c o m o proceso sin sujeto; la h i s t o r i a c o m o
p r o c e s o p u r a m e n t e aleatorio. Sin e m b a r g o , n o es m i i n t e n c i ó n discutif o re-
2
futar estas tesis a q u í .
P l a n t e a m o s la historia en sí c o m o creación y d e s t r u c c i ó n . H a b l a m o s , e n
este p u n t o , en u n nivel o n t o l ó g i c o , ya q u e n o s i n t e r e s a m o s e n la creación y
en la d e s t r u c c i ó n d e formas, d e eíde. La creación n o es producción, n o es el
h e c h o d e c o l o c a r e n el m u n d o u n ejemplar d e u n eídos preexistente; es la p o -
sición ab ovo d e tal eidos. Ella es, i n c l u s o , m e n o s la e m e r g e n c i a aleatoria d e
u n a c o n f i g u r a c i ó n q u e resulta d e u n a c o m b i n a c i ó n n u m é r i c a m e n t e singular.
La d e s t r u c c i ó n es, en este caso, d e s t r u c c i ó n o n t o l ó g t c a . C u a n d o u n a estrella

1
C . CASTORIADIS, VInstitution imaginaire de la société, PARÍS, SEUIL, 1 9 7 5 , CAP. IV, P. 2 3 3 - 3 0 2
ÍRCED. COL. POINTS ESSAIS, P. 2 5 1 - 3 2 6 ] [TRADUCCIÓN CASTELLANA: La Institución imaginaria de la
sociedad, BUENOS AIRES, TUSQUETS, 1 9 9 3 ] .
' LBÍD., CAP. 1 ( P P . 1 3 - 9 3 , Y CAP. 3 , P P . 1 5 9 - 2 3 0 DE LA EDICIÓN FRANCESA [REED. COL. POINTS ES-
SAIS, P P . 1 3 - 1 0 4 Y 1 7 1 - 2 4 8 1 ) .
 M O D O D E S E R D E L O S O C I O H LSTÚRICX) 26J

o u n a galaxia t e r m i n a n su c u r s o y finalmente desaparecen c o m o estrella o

c o m o galaxia, n o h a y d e s t r u c c i ó n p r o p i a m e n t e dicha. La forma estrella o ga­
laxia n o está afectada, y o t r a s estrellas y galaxias del m i s m o u p o p o d r í a n ser
(y d e h e c h o lo son) p r o d u c i d a s n u e v a m e n t e . Y, a u n q u e éste n o fuese el caso,
el etdos n o estaría d e s t r u i d o : u n o b s e r v a d o r científico ideal p o d r í a , en princi­
p i o , r e c o n s t r u i r esta f o r m a . E n cierto s e n t i d o , n a d a está r e a l m e n t e perdido
con la explosión de u n a s u p e r n o v a o la desaparición de los d i n o s a u r i o s (inde­
p e n d i e n t e m e n t e d e las l a g u n a s e m p í t i c a s y d e los p r o b l e m a s q u e se g e n e r a n
p a r a los biólogos). Pero la d e s t r u c c i ó n de la polis ateniense, de la religión ro­
m a n a , d e la Florencia d e los siglos XI-XVI es la d e s t r u c c i ó n del etdos ú n i c o y
singular e n c a r n a d o e n c a d a u n a d e estas e n t i d a d e s históricas. N o t e n d r í a n i n ­
g ú n s e n t i d o decir q u e este etdos está i d e a l m e n t e preservado en el m i s m o sen­
tido p o r el cual sería p o s i b l e asegurar q u e el t e o r e m a d e Pitágotas q u e d a r í a
i d e a l m e n t e preservado a u n d e s p u é s d e la d e s a p a r i c i ó n d e la T i e r r a y del fin de!
g é n e r o h u m a n o . P o r q u e ser d e u n a e n t i d a d sociohistórica n o es p u r a m e n t e
(ni siquiera e s e n c i a l m e n t e ) inteligible o r e d u c t i b l e a e l e m e n t o s inteligibles: en
p r i n c i p i o , tesulta i m p o s i b l e restituir, luego d e q u e haya s i d o d e s t r u i d o , el ei-
dos q u e e n c a r n a b a y realizaba. N o es s o l a m e n t e la gloria d e A t e n a s o d e R o m a
lo q u e h a desaparecido. E s t o d o el m u n d o d e significaciones, afectos e inten­
ciones -significaciones i m a g i n a r i a s sociales- c r e a d o p o r estas sociedades, q u e ,
a d e m á s , las c o h e s i o n a b a , lo q u e n o p u e d e ser r e e n c o n t r a d o , sino a p e n a s a p r o ­
x i m a d o con m u c h a s dificultades. Volveremos sobre el particular.
M á s a ú n q u e la c r e a c i ó n d e u n etdos, la destrucción d e u n etdos d e b e ser
c o m p l e t a m e n t e i m p e n s a b l e p a r a la o n t o i o g í a h e r e d a d a . Así c o m o la crea­
ción d e u n eidos s o c i o h i s t ó r i c o n o es u n a creación d e elementos inmutables
r e u n i d o s ( p o r e j e m p l o , los pares opuestos d e las teorías estructurarías), la
d e s t r u c c i ó n d e u n etdos en la h i s t o r i a n o es la d e s c o m p o s i c i ó n e n elementos
q u e fueron c o m b i n a d o s bajo esta f o r m a y q u e p o d r í a n ser r e c o m b i n a d o s
bajo o t r a f o r m a . N o e x i s t e n s e m e j a n t e s elementos en los d o m i n i o s de lo h u ­
m a n o . Los elementos d e la v i d a s o c i o h i s t ó r i c a son c r e a d o s , c a d a vez, en tanto
que e l e m e n t o s en su p e r t i n e n c i a , su significación, sus c o n e x i o n e s , etcétera,
en el s e n o d e la i n s t i t u c i ó n p a r t i c u l a r d e la sociedad a la cual pertenecen y a
través d e ella. Así, c a d a f o r m a s o c i o h i s t ó r i c a es v e r d a d e r a y a u t é n t i c a m e n t e
singular, p o s e e u n a s i n g u l a r i d a d esencial, n o n u m é r i c a o c o m b i n a t o r i a (en
u n s e n t i d o e s t r i c t o , el e s t r u c t u r a l i s m o y el p o s t e s t r u c t u r a l i s m o a f i r m a n q u e
la s i n g u l a r i d a d de u n a s o c i e d a d , o incluso d e u n a o b r a , es y d e b e ser exacta¬
m e n t e del m i s m o c a t á c t e r q u e el del n ú m e r o , d i g a m o s , 5 5 6 . 6 3 2 . 4 1 3 ) . D e

iO
262 I.ÓGOS

h e c h o , la prueba d e q u e el eidos s o c i o h i s t ó r i c o es c r e a d o está en q u e p u e d e

M i d e s t r u i d o < o r n o n i n g ú n o t r o eídos p u e d e llegar a serlo. Por e j e m p l o , t o ­
da f o r m a Hatea ( q u e sea c o n s i d e r a d a c o n c r e t a o a b s t r a c t a m e n t e , c o m o t i p o )
p u e d e d e s c o m p o n e r s e en sus e l e m e n t o s y así, p o r lo m e n o s en p r i n c i p i o ,
r e c o m p o n e r s e . ( Q u e esto bien p u e d a no ser el caso i n c l u s o en física, c o m o
se p u e d e infetii de ciertos aspectos de la c o s m o l o g í a c o n t e m p o r á n e a y d e la
teoría d e los c u a n t a s , c o n s t i t u y e una i n d i c a c i ó n d e q u e quizás el ser s i m p l e ­
m e n t e físico n o p u e d a q u e d a r c o m p l e t a m e n t e c a p t u r a d o en categorías c o n -
j u n t i s t a s i d e n t i t a r i a s d e la o n t o i o g í a h e r e d a d a . )
La especificidad de lo s o c i o h i s t ó r i c o n o reside s o l a m e n t e en el ser-para-
sf, el sentido para..., la representación, c! afecto, la intención (o deseo) q u e s o n
ya creaciones d e lo viviente c o m o ta!, a u n c u a n d o , e v i d e n t e m e n t e , a d q u i e ­
3
ren c o n t e n i d o s c o m p l e t a m e n t e diferentes en el c a m p o s o c i o h i s t ó r i c o . Lo
s o c i o h i s t ó r i c o es, e n p r i m e r lugar, la especificidad f e n o m e n o l ó g i c a d e las
i o r m a s q u e crea y a través d e las cuales existe: las i n s t i t u c i o n e s , e n c a r n a c i o ­
nes d e las significaciones i m a g i n a r i a s sociales, y su p r o d u c t o c o n c r e t o , su
p o r t a d o r y te-productor, el i n d i v i d u o viviente en su c o n d i c i ó n d e f o r m a so
ciohistórica. Sin e m b a r g o , algo más i m p o r t a n t e a ú n , lo sociohistórico es la
f o r m a o n t o l ó g i c a q u e puede cuestionarse a sí misma y, p o t lo t a n t o , a través
de esta a c t i v i d a d autorreflexiva, alterarse explícitamente. Evidentemente, no
se trata d e u n r e s u l t a d o fatal o necesario. T a m p o c o a q u e l l o a c o n t e c e hos epi
to polú, s i n o m á s b i e n c o m o excepción. Sin e m b a r g o , n o es en el c a m p o so­
c i o h i s t ó r i c o q u e r e e n c o n t r a m o s u n eidos q u e c u e s t i o n a sus p r o p i a s leyes d e
existencia (la política en el s e n t i d o p r o p i o ) y, m á s específicamente, las repre-
s e n t a c i o n e s h e r e d a d a s q u e tiene del m u n d o y d e sí m i s m o (filosofía). N o es­
t a m o s h a b l a n d o d e u n a posibilidad inmanente o esencial d e lo sociohistórico.
La d e m o c r a c i a y la filosofía n o son los resultados d e las t e n d e n c i a s n a t u r a l e s
o e s p o n t á n e a s d e la sociedad o d e la historia. Ellas m i s m a s son cteaciones y
conllevan u n a r u p t u r a radica! c o n el e s t a d o d e cosas a n t e r i o r m e n t e i n s t i t u i ­
d o A m b a s son aspectos del p r o y e c t o d e a u t o n o m í a . P e t o la e m e r g e n c i a d e
este p r o y e c t o (del cual la o n t o i o g í a y la a u t o o n t o l o g í a d e lo s o c i o h i s t ó r i c o ,
en t a n t o e n c a r n a d a s en esta autotreflexión, c o n s t i t u y e n un aspecto) se p r o ­
d u c e s o l a m e n t e en este nivel del ser.

C. Castoriadis, «L' état du sujet aujourd'hui», Le Monde mórcele, París, Seuil, 1990, pp. 189-
225 [traducción castellana: «El estado del sujeto hoy», El mundo fragmentado, Buenos Aires,
Altamira, 1993].
 M O D O D E SER D E L O S O C I O H I S T Ó R I C O 263

Este rasgo esencial d e So s o c i o h i s t ó r i c o p o n e al d e s n u d o , para n o s o t r o s , la

c u e s t i ó n i n s o n d a b l e del a c c e s o a su c o n o c i m i e n t o . E v i d e n t e m e n t e , n o es
n u e s t r a c o n c e p c i ó n la q u e h a c e surgir la c u e s t i ó n . Esta está allí, manifiesta, a
ttavés de las i n n u m e r a b l e s dificultades sustantivas del c o n o c i m i e n t o de lo so-
ciohistórico, a p e n a s velada p o r las diversas teorías sobre la sociedad y la h i s t o -
ria f o r m u l a d a s p o r el m a t e r i a l i s m o histórico, el f u n c i o n a l i s m o , el e s t r u c t u r a -
lismo, etcétera, q u e s o m e t e n al m a t e r i a l sociohistórico al suplicio del lecho de
P r o c u s t o . N u e s t r a c o n c e p c i ó n p e r m i t e , s i m p l e m e n t e , alcanzar, desde el p r i n -
cipio, u n a visión clara del c a r á c t e r i n f i n i t a m e n t e e n i g m á t i c o de la c u e s t i ó n .
T o d a s o c i e d a d crea, en lo q u e d e b e ser l l a m a d o su c l a u s u r a cognitiva -o
m e j o r a ú n , su clausura de significación-, su p r o p i o m u n d o , q u e es al m i s m o
t i e m p o t a n natural (y sobrenatural) c o m o humano. N u e s t r a s fuentes están
h a b i t a d a s p o r ninfas, n u e s t r a s estrellas s o n palacios para n u e s t r o s dioses, so-
l a m e n t e u n a j o v e n virgen p u e d e h a c e r u n m a t r i m o n i o h o n o r a b l e , y así suce-
s i v a m e n t e . E n este m u n d o , las o t r a s s o c i e d a d e s (los otros g r u p o s h u m a n o s )
o c u p a n u n lugar, u n a significación y u n rol g e n e r a l m e n t e r e s t t i n g i d o s y defi-
n i d o s . Lo q u e s a b e m o s al r e s p e c t o es p o b r e , e s e n c i a l m e n t e p r a g m á t i c o ( p r a c -
tican el c o m e r c i o d e la sal, se sirven d e flechas e n v e n e n a d a s ) , y del o r d e n mí-
tico religioso (son p a g a n o s , m a l d e c i d o s de D i o s , etcétera). D e a c u e r d o c o n
lo q u e sabernos, s o l a m e n t e d o s sociedades, la G r e c i a a n t i g u a y la E u r o p a O c -
c i d e n t a l , d e s a r r o l l a r o n u n a u t é n t i c o interés p o r los o t r o s en su calidad de
otros e i n t e n t a r o n acceder a u n c o n o c i m i e n t o y a u n a c o m p r e n s i ó n d e sus
formas de ser. É s t a es la t t a d i c i ó n e n la cual n o s e n c o n t r a m o s .
El i n t e n t o d e conocer, en la m e d i d a de las posibilidades, otras sociedades
fuera de la n u e s t r a , sean presentes o pasadas, p l a n t e a i n m e d i a t a m e n t e d o s pre-
g u n t a s : ¿por qué y cómo? E l i m i n e m o s las respuestas fáciles a la primera p r e g u n -
ta. E v i d e n t e m e n t e , p o d e m o s a c u m u l a r c i e r t o c o n o c i m i e n t o sobre los o t r o s
(en u n s e n t i d o , todas las s o c i e d a d e s lo h a c e n ) para, por e j e m p l o , explotarlos,
c o n q u i s t a r l o s , d o m i n a r l o s o c o n v e r t i r l o s —La géographie, ca sert d'abord, á
fiaire la guerre [La geografía sirve, en principio, para la guerra], título d e u n a
4
o b r a en f r a n c é s - . Pero estoy b u s c a n d o u n a respuesta r a z o n a b l e , d i s c u t i b l e ,
q u e p u e d a ser d e f e n d i d a . E s t a respuesta n o p u e d e e n c o n t r a r s e s i n o e n las
i m p l i c a n c i a s de n u e s t r o p r o y e c t o d e a u t o n o m í a . A través d e n u e s t r o s esfuer-
zos para c o n o c e r a los o t r o s , i n d e p e n d i e n t e m e n t e de t o d a c o n s i d e r a c i ó n d e
interés p r á c t i c o , v a m o s m á s allá d e la clausura de significación de nuestra pro-

[El autor es Yves Lacoste, París, M a s p e r o , 1976: reed. La Dccouverte, 1985.]

164 LUGOS

pía i n s t i t u c i ó n . Ya. no d i v i d i m o s el m u n d o h u m a n o e n t r e nosotros y ellos —no-

sotros: los ú n i c o s verdaderos seres h u m a n o s ; los otros: salvajes, b á r b a r o s , pa-
ganos, y así s u c e s i v a m e n t e - Ya n o c o n s i d e r a m o s n u e s t r a p r o p i a i n s t i t u c i ó n
d e la sociedad c o m o la única b u e n a , razonable, v e r d a d e r a m e n t e h u m a n a , y
las i n s t i t u c i o n e s d e los otros c o m o curiosidades, aberraciones, «absurdidades
primirivas» (Engels) o castigo divino p o r su n a t u r a l e z a diabólica. D e j a m o s de
considerar, a d e m á s , nuestra representación del m u n d o c o m o la ú n i c a llena de
mentido. Sin a b a n d o n a r n e c e s a r i a m e n t e nuestras i n s t i t u c i o n e s —ya q u e , e n rea-
lidad, son estas instituciones las q u e hicieron este cuestionamiento—, p o d e m o s
a d o p t a r u n a posición crítica sobre ellas: p o d e m o s descubrir, c o m o lo h i c i e r o n
los griegos de los siglos VI y V, q u e las instituciones y las representaciones per-
tenecen al nomos y n o a la phúsis, q u e son creaciones h u m a n a s , y q u e n o son
otorgadas por Dios o p o r la naturaleza. E s t o abre i n m e d i a t a m e n t e la posibilidad
de c u e s t i o n a r nuestra propia institución y de actuar c o n respecto a la m i s m a . Si
sus orígenes están en el nomos y n o en la phúsis, puede entonces cambiatse a
rravés d e la a c c i ó n y la reflexión h u m a n a s . Y esto lleva i n m e d i a t a m e n t e a
nuevas p r e g u n t a s . ¿ D e b e r í a m o s cambiarla? ¿Por q u é motivos? ¿ D e n t r o d e q u é
límites? ¿ C ó m o ? Es el m o t i v o p o r el cual u n interés a u t é n t i c o p o r las institu-
ciones d e los o t r o s p u e b l o s , en t a n t o q u e o t r o s , aparece d e h e c h o s o l a m e n t e
en estas d o s f o r m a c i o n e s sociohistóricas, Grecia a n t i g u a y E u r o p a O c c i d e n t a l
( q u e incluye, n a t u r a l m e n t e , a los Estados U n i d o s ) , d o n d e la vetdaderapolítica
- e n el s e n t i d o del c u e s t i o n a m i e n t o d e las instituciones existentes y su c a m b i o
a través d e u n a acción colectiva d e l i b e r a d a - y la verdadera filosofía - e n el sen-
tido del c u e s t i o n a m i e n t o d e las representaciones y d e las significaciones insti-
t u i d a s y su c a m b i o a través d e la actividad autotreflexiva del p e n s a m i e n t o -
fueron creadas. Lo q u e t e n g o e n m e n t e e n este p u n t o n o es u n a secuencia
causal o cronológica. La geografía, la historiografía y la e t n o l o g í a (en lo q u e las
d i s t i n g u e d e las crónicas d e los sacerdotes y d e los reyes, así c o m o d e los rela-
tos de viajes maravillosos y míticos) n a c i e r o n , d e h e c h o , c o m o partes d e la fi-
losofía en el s e n t i d o más a m p l i o (y el m á s verdadero) del t é r m i n o , q u e es, en
sí m i s m a , u n a d i m e n s i ó n del m o v i m i e n t o d e e m a n c i p a c i ó n d e m o c r á t i c a n a -
c i d o en las póleis griegas y q u e resurge - m u c h o m á s tarde, luego d e u n largo
p e r í o d o de r e g r e s i ó n - en las c i u d a d e s d e E u r o p a O c c i d e n t a l después del a p o -
geo d e la E d a d M e d i a .

E v i d e n t e m e n t e , u n a vez n a c i d o , este interés e m p i e z a a n u t r i r s e d e lo q u e

luego se c o n v e r t i r á en u n a sed insaciable d e c o n o c i m i e n t o per se. Esta sed es
u n a d e las manifestaciones d e n u e s t r a libertad o a u t o n o m í a : c o n s t a n t e m e n t e ,

131
 M O D O D E SER D E L O S O C I O H 1 S T Ó R I C O 2<ó

c u e s t i o n a m o s la r e p r e s e n t a c i ó n h e r e d a d a (ya sea científica o filosófica) d e lo

q u e es, c o n s t a n t e m e n t e d e r r u m b a m o s las paredes de nuestra propia clausura
D e h e c h o , ésa es la v e r d a d e r a significación d e la verdad ral c o m o fue c r e a d a
en el m u n d o g r e c o o c c i d e n t a l . N a t u r a l m e n t e , en cada sociedad, d e b e h a b e r
a l g ú n tipo d e verdad, p e r o q u e d e b e r í a m o s llamar, más b i e n , corrección (co-
rrectness; Richtigkeii): la c o n f o r m i d a d e s t e r e o t i p a d a d e los e n u n c i a d o s y d e
las r e p r e s e n t a c i o n e s c o n la q u e el m u n d o i n s t i t u i d o y c l a u s u r a d o de las sig-
nificaciones d e la sociedad c o n s i d e t a d a estableció d e f i n i t i v a m e n t e el e s t a d o
real de las cosas y, a s i m i s m o , el c t i t e t i o i n s t i t u i d o a través d e ! cuaJ esta c o n -
f o r m i d a d es, en c a d a o p o r t u n i d a d , juzgada. E n el m u n d o g r e c o o c c i d e n t a l , la
v e r d a d es creada c o m o el m o v i m i e n t o p e r p e t u o p a r a r o m p e r la clausura d e
las significaciones — m o v i m i e n t o p e t p e t u o p o t q u e esta c l a u s u r a n u n c a p u e d e
ser e l i m i n a d a - . Sin e m b a r g o , en el caso p a r t i c u l a r del c o n o c i m i e n t o socio
h i s t ó t i c o , n u e s t r o interés t i e n e , a d e m á s , o t r a m o t i v a c i ó n i g u a l m e n t e fuerte:
a p r e h e n d e r las p o s i b i l i d a d e s esenciales d e los seres h u m a n o s . C o n s i d e r a m o s
sus creaciones sociohistóricas y sus acciones —o bien, las nuestras— s u b l i m e s
o m o n s t r u o s a s , y d e esta m a n e r a a m p l i a m o s n u e s t r a p e r s p e c t i v a s o b r e las
posibilidades del ser h u m a n o . Si H i t l e r existió, es q u e H i t l e r es t a m b i é n u n
h u m a n o posible. E s t o es v á l i d o c o n respecto a las f o t m a c i o n e s sociohistóri-
cas q u e hicieron p o s i b l e esos e j e m p l a r e s d e la h u m a n i d a d .
¿Pero cómo p o d e m o s c o n o c e r las otras s o c i e d a d e s y é p o c a s históricas? Lo
q u e n o s o t t o s c o n o c e m o s está a m p l i a m e n t e , quizás t o t a l m e n t e , c o n d i c i o n a d o
p o r lo q u e s o m o s e n n u e s t r a c o n d i c i ó n d e i n d i v i d u o s sociales e d u c a d o s y fa-
b r i c a d o s p o r esta s o c i e d a d p a r t i c u l a r , q u e es la nuestra. E s t o va m u c h o m á s
allá d e los prejuicios y m u c h o m á s allá de la e p i s t e m o l o g í a y d e la teoría del
c o n o c i m i e n t o . La p r e g u n t a t i e n e u n f o n d o o n t o l ó g i c o . S o m o s lo q u e s o m o s
p o r q u e c o m p a r t i m o s u n m u n d o q u e , lejos d e flotat l i b r e m e n t e o de sei n e u
tro ( s u p o n i e n d o la humanización o la socialización en g e n e r a l ) , está c r e a d o e
i n s t i t u i d o p o t n u e s t r a p r o p i a sociedad. N i K a n t ni H u s s e r l escriben e n u n
lenguaje t r a n s c e n d e n t a l . A m b o s e s e t i b e n en a l e m á n . Y la l e n g u a a l e m a n a
- c o m o t o d a s las o t t a s l e n g u a s - c o n v o c a t o d o u n m u n d o .
Es p o r eso q u e la p r i m e r a p r e s u p o s i c i ó n consiste en c u e s t i o n a r la i n s t i t u -
ción q u e n o s h i z o lo q u e s o m o s y q u e n o s d i o nuestras m a n e r a s de pensar.
Esto tiene s o l a m e n t e u n valor negativo. E v i t a m o s i m p u t a r e n forma n o crítica,
e n t o n c e s , a los o t t o s respecto d e los m o t i v o s , los s e n t i m i e n t o s y valores, q u e
t i e n e n vigencia y s e n t i d o e n t r e n o s o t r o s , e i n c l u s o la racionalidad en general
(Y p o r o t r o l a d o , ¿quién dijo q u e n u e s t t a racionalidad es la r a c i o n a l i d a d tout
 266 lugos

counr La p r i m e r a tarea consiste, en este s e n t i d o , en e m p e z a r a i n d a g a r

n u e s t r a p r e t e n d i d a i i :i u n d u l a d ; v n i la p r i m e r a tarea racional q u e , ya lo sa-
b e m o s , p e r m a n e c e d e h e c h o i n c o m p l e t a y es, en p r i n c i p i o , i m p o s i b l e d e
c o m p l e t a r (salvo en los d o m i n i o s triviales q u e excluyen el infinito y la a u t o -
rreferencaa, o sea, q u e excluyen p o r definición ia actividad autorreflexiva del
p e n s a m i e n t o ) . Para e m p e z a r , r e c o n o c e m o s q u e otra s o c i e d a d vive, literal-
m e n t e , en o t r o m u n d o , su p r o p i o m u n d o (lo q u e ya c o n o c í a H e r ó d o t o , c o -
m o lo m u e s t r a n sus observaciones sobre C atnbises, D a r í o , los egipcios y s o -
bre las c o s t u m b r e s funerarias griegas e h i n d ú e s ) . ¿ D e q u é m a n e r a p o d e m o s
p e n e t r a r este o t r o m u n d o o, al m e n o s , acercarnos a él?
Así c o m o lo hice en las páginas anteriores, d o y a c o n o c e r estas conclusiones
en b r u t o , sin las pruebas (sin la a r g u m e n t a c i ó n necesaria y la c o r r o b o r a c i ó n
6
e m p í r i c a ) . Existen tinivetsales sociohistóricos limitados y (salvo q u e sean tri-
viales) siempre son p r o b l e m á t i c o s . R e m i t e n a dos grandes clases. Los p r i m e r o s
p e r t e n e c e n a lo q u e llamo la d i m e n s i ó n c o n j u n t i s t a identitaria ( a b r e v i a n d o :
ensídica) de la i n s t i t u c i ó n d e cada sociedad. D a d o lo q u e s o m o s y lo q u e sa-
h e m o s , p o d e m o s d e d u c i r l o s casi a priori. P o t e j e m p l o , la sociedad d e b e p o -
seer u n lenguaje q u e le p e r m i t a los juicios p r e d i c a t i v o s y la división d e los
e n u n c i a d o s en correctos e i n c o r r e c t o s . Es necesario, a d e m á s , a l g u n a a r i t m é -
tica y g e o m e t r í a , c o m o a s i m i s m o clasificaciones y d e s c r i p c i o n e s f u n c i o n a l -
m e n t e a d e c u a d a s del m u n d o físico, q u e i n c l u y e a los seres h u m a n o s en cali-
d a d d e e n t i d a d e s biológicas, en el s e n o del cual vive esta sociedad (el primer
estrato natural). A h o r a b i e n , se c o m p r u e b a (sumbaínel) q u e t o d o s los h u m a -
nos c o m p a r t e n la m i s m a c o n s t i t u c i ó n biológica y el m i s m o mundo físico, y
c o n o c e n algo sobre estas p r o p i e d a d e s . Para p e r d u r a r , u n a s o c i e d a d d e b e > « -
cionar adecuadamente - m a n t e n e r s e y r e p r o d u c i r s e - y, en c o n s e c u e n c i a , d e b e ,
hasta cierto p u n t o , c o n s t r u i r su m u n d o en cierta c o n s o n a n c i a c o n a l g u n a s
exigencias d e la lógica ensídica, c o n respecto a la cual c o n s t a t a m o s q u e el pri¬
m e r e s t t a t o n a t u r a ! corresponde d e la m i s m a m a n e r a . Sería fácil, p e r o fasti¬
d i o s o , m u l t i p l i c a r ad infinitum los e j e m p l o s d e restricciones q u e se i m p o -
n e n , así, a la creación d e las i n s t i t u c i o n e s sociales.
Peto t o d o esto n o n o s lleva m u y lejos y se r e d u c e a lo siguiente: d a d o el
m e d i o físico q u e r o d e a a la T i e r r a y las p r o p i e d a d e s biológicas d e los seres

5
[«A secas», en francés en el original.]
6
\ éase La institución imaginaria de la sociedad y Les Carrefours du labyrintbe [Las encrucija-
das del laberinto].

132/
 M O D O D E S E R D E IX) S O C Í O H 1 > 26?

h u m a n o s , c a d a s o c i e d a d , si d e b e m a n t e n e r s e y reproducirse (o sea, si d e b e
m a n t e n e r s e observable), d e b e r á proveer a su r e p r o d u c c i ó n material y sexual.
C o n esta finalidad, d e b e r á crear a l g u n o s f r a g m e n t o s c o h e r e n t e s de lógica en-
sídica y d e c o n o c i m i e n t o aplicable s o b r e este m u n d o . Sin e m b a r g o , esto t a m -
b i é n sería válido p a r a u n g r u p o d e simios, y n o haría d e n i n g u n a m a n e r a in-
teligible la v a r i e d a d casi i l i m i t a d a d e las s o c i e d a d e s , de sus significaciones
i m a g i n a r í a s sociales y d e las i n s t i t u c i o n e s c o r r e s p o n d i e n t e s N u e s t r o conoci-
m i e n t o s o b r e estas restricciones y su carácter particular (el m e d i o a m b i e n t e
geográfico, las técnicas h e r e d a d a s o c o p i a d a s d e o t t o s y el conocimiento ensí-
dico) sólo i n d i c a a l g u n o s pilares utilizados en c a d a caso, cuyas p a r t i c u l a r i d a -
des a y u d a r o n y / o c o n s t i t u y e r o n u n o b s t á c u l o e n las c o n s t r u c c i o n e s d e sus
i n s t i t u c i o n e s . El p l a n o , la f o t m a , las a r t i c u l a c i o n e s , el objetivo de la c o n s -
t r u c c i ó n , t o d o eso es o t r a c u e s t i ó n , y es lo q u e nos interesa f u n d a m e n t a l -
m e n t e . N o s o n las p r o p i e d a d e s d e la p i e d r a las q u e establecen la diferencia
e n t t e la p i r á m i d e d e K e o p s , el P a r t e n ó n y la c a t e d r a l d e A m i e n s . T a m p o c o la
s e m e j a n z a ( p r o b l e m á t i c a ) d e e s t r u c t u r a s sintácticas n o s e n s e ñ a r á algo s o b r e
la diferencia s e m á n t i c a e n t r e «la m a n z a n a es u n a fruta p r o d u c i d a p o r u n ár-
bol» y «la vida es u n c u e n t o r e l a t a d o p o r u n idiota».
La c o n s t r u c c i ó n de su m u n d o p r o p i o p o r p a r t e de c a d a sociedad es, p o r
esencia, la creación d e u n m u n d o d e significaciones, sus significaciones i m a -
ginarias sociales, q u e o r g a n i z a n el m u n d o n a t u r a l (presocial, biológicamente
dado), i n s t a u r a n u n m u n d o social p r o p i o p a r a c a d a s o c i e d a d (con sus a r t i c u -
laciones, reglas, i n t e n c i o n e s , e t c é t e r a ) , e s t a b l e c e n las m a n e r a s en q u e los in
d i v i d u o s h u m a n i z a d o s y socializados d e b e n ser fabricados e i n s t i t u y e n los
m o t i v o s , v a l o r e s y j e r a r q u í a s d e la v i d a ( h u m a n a ) s o c i a l . La s o c i e d a d se
a p u n t a l a , p o r c i e r t o , sobre el p r i m e r e s t t a t o n a t u r a l , p e r o p a r a levantar u n
edificio d e significaciones f a n t á s t i c a m e n t e c o m p l e j o (y l l a m a t i v a m e n t e c o h e -
rente) q u e inviste a t o d a s las cosas c o n u n a significación (piensen, u n a vez
m á s , en el lenguaje). El h e c h o d e q u e p o d a m o s dilucidar, hasta cierto p u n t o ,
a l g u n a s d e sus i m p l i c a c i o n e s es t a m b i é n u n universal t r a n s h i s t ó r i c o . La so
c i e d a d socializa ( h u m a n i z a ) la p s i q u e salvaje, b r u t a , loca, d e s f u n c i o n a l i z a d a ,
del recién n a c i d o y le i m p o n e u n f o r m i d a b l e c o n j u n t o d e restricciones y de
l i m i t a c i o n e s : la p s i q u e d e b e r e n u n c i a r a su e g o c e n t r i s m o a b s o l u t o y a la o m -
n i p o t e n c i a d e su i m a g i n a c i ó n , r e c o n o c e r la realidad y la existencia d e los
o t r o s , s u b o r d i n a r sus deseos a reglas de c o n d u c t a y a c e p t a t satisfacciones su-
b l i m a d a s e, i n c l u s o , la m u e r t e en n o m b r e d e fines sociales. D e esta m a n e r a ,
la s o c i e d a d alcanza, en u n g r a d o increíble ( a u n q u e n u n c a e x h a u s t i v a m e n t e ) ,
268 LOCOS

a derivar, o r i e n t a r y canalizar las pulsiones y los i m p u l s o s e g o c é n t r i c o s , aso-

cíales (y, p o r s u p u e s t o , c o m p l e t a m e n t e irracionales) hacia a c t i v i d a d e s social-
m e n t e c o h e r e n t e s , hacia u n p e n s a m i e n t o d i u r n o m á s o m e n o s lógico, etcéte-
ra. Pero, en contrapartida, si m e p u e d o expresat en estos t é r m i n o s , la p s i q u e
i m p o n e u n a exigencia esencial a la i n s t i t u c i ó n social: la i n s t i t u c i ó n social d e -
be proveerla d e sentido. C o n s i d e r a d o d e s d e el p u n t o d e vista d e la p s i q u e , el
proceso p o r el cual ella a b a n d o n a ( a u n q u e n u n c a t o t a l m e n t e ) sus vías y o b -
7
jetos p r i m o r d i a l e s e inviste (catheets) las m a n e r a s d e c o m p o r t a r s e , los m o t i -
vos y los objetos s o c i a l m e n t e significativos consiste e n la sublimación; consi-
d e r a d a d e s d e el p u n t o d e vista d e la sociedad, se trata d e la fabricación social
del i n d i v i d u o (criar, e d u c a r ) . D e este m o d o , se crea u n n u e v o eidos, diferente
en c a d a s o c i e d a d p a r t i c u l a r : el i n d i v i d u o social ( u s t e d , y o y los o t r o s ) . El in-
d i v i d u o es, d e h e c h o , el p o r t a d o t c o n c t e t o efectivo d e las i n s t i t u c i o n e s d e la
sociedad y está, e n p r i n c i p i o , c o m p e l i d o p o r c o n s t r u c c i ó n , p o r así d e c i r l o , a
m a n t e n e t l a s y r e p r o d u c i r l a s . Q u e esta exigencia se fracture p o r la a p a r i c i ó n
d e sociedades q u e c o n t i e n e n el g e r m e n d e la a u t o n o m í a y el t i p o c o r r e s p o n -
d i e n t e de i n d i v i d u o , p l a n t e a o t r a c u e s t i ó n .
La tarea sustantiva del conocimiento de o t t a sociedad q u e d a así r e m i t i d a
al i n t e n t o d e p e n e t r a r , t o r n a r accesible y r e c o n s t i t u i r el m u n d o , c o n sus sig-
nificaciones i m a g i n a d a s sociales. (En la m e d i d a en q u e el p o r t a d o t c o n c t e t o
d e las p a n e s q u e e m e r g e n d e estas significaciones es el i n d i v i d u o , c i e t t o gra-
d o d e individualismo metodológico es l e g í t i m o , a u n q u e d e n i n g u n a m a n e r a
suficiente.) Sin e m b a r g o , n o d e b e m o s o t o r g a t a la expresión significaciones
imaginarias sociales u n c o n t e n i d o intelectualista ni, i n c l u s o , s i m p l e m e n t e
noemático. Las significaciones i m a g i n a r i a s c o n s t r u y e n ( o r g a n i z a n , a r t i c u l a n ,
invisten d e sentido) el m u n d o d e la s o c i e d a d c o n s i d e r a d a (y se s o s t i e n e n ca-
da vez en la o t g a n i z a c i ó n ensídica intrínseca del p r i m e r estrato n a t u r a l ) . Sin
e m b a r g o , a través d e u n m i s m o m o v i m i e n t o y en f o r m a i n d i s o c i a b l e , llevan
a c a b o algo m u c h o m á s i m p o r t a n t e q u e eso. P i d i e n d o p r e s t a d a s , metafórica-
m e n t e , las d i s t i n c i o n e s correctas d e la a n t i g u a psicología, p o d e m o s decir q u e
ellas d e t e r m i n a n s i m u l t á n e a m e n t e las r e p r e s e n t a c i o n e s , los afectos y las in-
t e n c i o n e s d o m i n a n t e s d e u n a sociedad. D e h e c h o , p o d e m o s casi m o s t r a r a
priori q u e estas d i s t i n c i o n e s c o r r e s p o n d e n a los m o d o s d e ser f u n d a m e n t a l e s
d e t o d a e n t i d a d q u e se c o n s t i t u y e para sí - y , a su m a n e t a , la s o c i e d a d y el in-

' ¡Del griego kdtbexis, término que «se traduce» besetzung («investidura») en la literatura psi-
coanalítica anglosajona.]
 M O D O D E S E R D E LO S O C I O H I S T Ó R I C O 269

d i v i d u o son para sí mismos-? N o sólo la c o n s t r u c c i ó n noemáticv. (representa-

cional) del m u n d o n a t u r a l y social es u n a creación s i e m p r e diferente d e la so-
ciedad, sino q u e , a d e m á s , t o d a sociedad p o s t u l a las i n t e n c i o n e s i m p o r t a n t e s y
d o m i n a n t e s q u e le son p r o p i a s (vivir t r a n q u i l a m e n t e d e la música y la d a n z a ,
a d o r a r a D i o s y vivir c o m o u n s a n t o , ser kalbs kágathós, c o n q u i s t a r el m u n d o ,
acrecentar \zs fuerzas productivas, construir el socialismo, etcétera). A d e m á s , es-
te p u n t o g e n e r a l m e n t e es o b v i a d o , ella crea sus afectos característicos y d o m i -
n a n t e s , cuya s i m p l e caracterización es m u y difícil y p u e d e arrastrarnos hacia
u n t e r r e n o resbaladizo o a los p a n t a n o s d e los a peu prés [más o menos] s e u d o -
literarios. U n e j e m p l o p u e d e a y u d a r a c o m p r e n d e r lo q u e q u i e r o d e c i r L u e g o
d e h a b e r descrito la filosofía d e T o m á s d e A q u i n o y su esfuerzo i n m e n s o para
incluir a Aristóteles en la filosofía cristiana, É t i e n n e G i l s o n c o m e n t a : «Pero
p a r a T o m á s , la fe p e r m a n e c e p r i m o r d i a l » . A h o r a bien, esta frase sería c o m o
c h i n o básico p a r a Aristóteles y, en realidad, p a r a cualquier griego clásico. P o -
to en griego clásico, fides en latín clásico t i e n e n s o l a m e n t e u n a relación de
h o r n o n i m i a c o n lo q u e pístis y fides, la fe, devinieron en el c r i s t i a n i s m o ; los
posibles a n t e c e d e n t e s en el j u d a i s m o n o d e b e n i m p o r t a r n o s en este caso. La
fe, e n t a n t o c o m p l e j o d e Erlebnisse central y d e c i s i v a m e n t e o r g a n i z a d o a l r e d e -
d o r d e u n afecto, c o n s t i t u y e u n a creación histófica de la i n s t i t u c i ó n cristiana
de la religión (y d u r a n t e q u i n c e siglos, d e la sociedad m i s m a ) . P o d e m o s se-
guir su instauración desde P a b l o y los Padres griegos h a s t a A g u s t í n ; p o d e m o s
p u n t u a l i z a r aspectos específicos d e textos teológicos y místicos, h i m n o s , ar-
q u i t e c t u r a de iglesias, p i n t u r a s ; obligar a la g e n t e a e s c u c h a r d u r a n t e h o r a s la
Pasión según San Mateo; describir la c a r i d a d , la piedad, el espíritu d e las cru-
zadas. Pero n o p o d r e m o s j a m á s m o s t r a r n i d e m o s t r a r la fe (ni exhibirla, ni
definirla). Y sin esta posibilidad, t o d a d e s c r i p c i ó n de u n a sociedad cristiana,
sin hablar d e la c o m p r e n s i ó n , será d e s e s p e r a d a m e n t e m u t i l a d a .

Así, l u e g o d e la descripción exterior d e u n a sociedad (de su o r g a n i z a c i ó n

ensídica y f u n c i o n a l ) , d e b e m o s i n t e n t a r a p r e h e n d e r su etdos p a r t i c u l a r , lo
q u e i m p l i c a p e n e t r a r y c o m p r e n d e r el m a g m a de sus significaciones i m a g i -
narias sociales. Algunas partes constitutivas d e este m a g m a y a l g u n a s d e las
formas institucionales q u i z á s sean universales, y esto p u e d e a y u d a r n o s ( p e r o ,
t a m b i é n , c r e a r n o s ilusiones) e n n u e s t r o trabajo. Lo q u e i m p o r t a , sin e m b a r
9
go, es la s i n g u l a r i d a d d e este m a g m a . D e los tres vectores, p o r decirlo d e al-

8
Véase «El estado del sujeto hoy», El mundo fragmentado, ob. cit.
» En este sentido, véase V Imtitution..., ob. cit., p p . 4 5 7 - 4 6 3 ; «La logique des m a g m a s et la

:¡o
 270 LUGOS

gima m a n e r a , q u e lo caracterizan, el m e n o s c o m p l i c a d o p a r a describir es el

de las intenciones de La sociedad c o n s i d e r a d a , ya q u e p u e d e n ser i n m e d i a t a -
m e n t e leídas en sus acciones efectivas, s i n e m b a r g o , a u n en este caso, las c o -
sas n o son s u n p l e s . res r e l a t i v a m e n t e fácil comprenderte intenciones {\zpul-
sión, el empuje) d e ¡a sociedad capitalista, o de! c o m p o n e n t e capitalista d e las
sociedades occidentales actuales. .Supongamos q u e p u e d a n describirse a d e c ú a
d a m e n t e m e d i a n t e la expresión: la expansión ilimitada del "dominio" racional
( N o es necesario d e t e n e r n o s a q u í en los i n n u m e r a b l e s p r o b l e m a s q u e implica
esta expresión y los h e c h o s a los q u e se refiere.) La relativa facilidad de acceso,
en este caso, n o se d e b e s o l a m e n t e a n u e s t r a cercanía y a n u e s t r a participa-
ción en esta sociedad. La naturaleza m i s m a d e los objetivos del sistema capita-
lista y de los tecursos q u e utiliza (así c o m o , d e m a n e r a m á s general, del m u n -
d o q u e c o n s t t u y e ) lo hace, en gran m e d i d a , susceptible de c o n s i d e r a c i o n e s
de lógica ensídica (Zweckrationalitdt). C ó m o viven los i n d i v i d u o s d e esta s o -
ciedad la e x p a n s i ó n d e la s e u d o r r a c i o n a l i d a d y p o r q u é u n a s o c i e d a d p u e d e
o n e n t a t s e hacia ella, es o t r a historia.
La situación es m u y diferente, sin e m b a r g o , en la m a y o r í a d e los otros ca-
sos. C o n s i d e r e m o s , p o r e j e m p l o , la s o c i e d a d azteca o i n c l u s o , m u c h o m á s
cerca d e n o s o t r o s , las verdaderas sociedades cristianas (del siglo V al siglo X I I ) .
Aquí, las intenciones están t a n í n t i m a m e n t e m e z c l a d a s c o n las significaciones
(en el s e n t i d o estricto) o representaciones, p o r u n l a d o , y c o n los afectos, p o r
el o t r o l a d o (véase lo q u e se dijo a n t e r i o r m e n t e sobre la fe) q u e , m u y a m e -
n u d o , n u e s t r a c o m p r e n s i ó n corre el riesgo d e seguir s i e n d o exterior o, s i m -
p l e m e n t e , verbal. C t e o q u e a l g u n o s aspectos d e las c o n s i d e r a c i o n e s d e M a x
Weber sobre las religiones mundanas ilusrran esre riesgo. Por usar u n a i m a -
gen: en la m ú s i c a , s i e m p r e t e n e m o s el r i t m o , la m e l o d í a y la a r m o n í a . Por
s u p u e s t o , existen m e l o d í a s m o n o f ó n i c a s , p e r o a u n en esos casos, la a r m o n í a
está e n c a s t r a d a en la m e l o d í a , q u e n o p u e d e existir sin p e r t e n e c e r a u n d e t e r -
m i n a d o m o d o , lo q u e otorga a cada n o t a su valor a r m ó n i c o potencial. Incluso
el p u t o r i t m o m o n ó t o n o d e u n t a m b o r , p o r e j e m p l o , c o n t i e n e u n a melodía,
caso límite en el q u e el trazo melódico es s i m p l e m e n t e : a, a, a...
La s i t u a c i ó n se asemeja a a q u e l l a r e l a c i o n a d a c o n el d o m i n i o pleno de
u n a l e n g u a extranjera (la s i m i l i t u d n o es g r a t u i t a , ya q u e la l e n g u a c o n t i e n e

question de I ' autonomie», en Domames de /' homme, París, Seuil, 1986, p p . 3 8 5 - 4 1 9

[reed. col. P o h u Essais, p p . 481-523] [traducción castellana: Los dominios del hombre, Ge-
disa, Barcelona, 1998.

134/
 M O D O D E SER DE l O S O O . í > H D T Ó R ! C O

y, v i r t u a l m e n t e , t r a n s m i t e la t o t a l i d a d d e la vida d e ta s o c i e d a d y u n a narre
sustancial d e su historia). T a l d o m i n i o es p o s i b l e , a u n q u e m u y difícil, v q.n-
zas n o accesible a t o d o s . ( N o c r e e m o s , d e n i n g u n a m a n e r a , q u e t o d o el
m u n d o sea capaz d e c o m p r e n d e r c u a l q u i e r i d i o m a extranjero y, m e n o s a ú n ,
q u e t o d o el m u n d o p u e d a estar e n c o n d i c i o n e s de d o m i n a r , con igual facili-
d a d , d i g a m o s , t o d a s las t a m a s d e la m a t e m á t i c a c o n t e m p o r á n e a . ) Pero ei c o -
n o c i m i e n t o así a d q u i r i d o n o es fácilmente traducible a la l e n g u a m a t e r n a del
e s t u d i a n t e . D e la m i s m a m a n e r a , la traducción (la t r a n s p o s i c i ó n del s e n t i d o )
conllevaría la restitución d e t o d a s las c o n n o t a c i o n e s p e r t i n e n t e s de la s e g u n d a
c u l t u r a a la p r i m e r a - c o s a q u e es imposible, e s t r i c t a m e n t e h a b l a n d o , y q u e só-
lo p u e d e plantearse c o m o límite o i d e a l - . Esto n o implica d e n i n g u n a m a n e r a
q u e t o d o s los juicios sobre u n a sociedad extranjera - o s o b r e la nuestra son
e q u i v a l e n t e s , q u e anything goes {todo vale\. L a validez d e los i n t e n t o s para
c o m p r e n d e r y r e c o n s t i t u i r u n a c u l t u r a extranjera p u e d e ser juzgada según el
siguiente criterio: ¿en q u é m e d i d a son capaces d e o t o r g a r u n sentido a esa
otra sociedad, de abarcar la m a y o r c a n t i d a d posible de sus aspectos y d i m e n s i o -
nes, y de mostrar, de m a n e r a plausible, q u e existe u n m a g m a d e significaciones
imaginarias sociales distinto del nuestro, q u e da c u e n t a de la o t g a n i z a c i ó n espe-
cífica d e la sociedad c o n s i d e r a d a , le p e r m i t e u n a c o h e s i ó n y p e r m a n e c e d e -
trás de las actividades observables y las cevres [obras] de los i n d i v i d u o s q u e le
pertenecen?
N o d e b e m o s c o n f u n d i r este ú l t i m o criterio c o n los Idealtypen de Max We
ber y su comparación con el c o m p o r t a m i e n t o efectivo. N o s ó l o el c o m p o n e n t e
zweckrationalád c o m p o r t a m i e n t o (su d i m e n s i ó n instruméntalo funcional) es
el m e n o s i m p o r t a n t e p a r a n o s o t r o s ; sino q u e es, en c a d a o p o r t u n i d a d , u n a
creación d e la sociedad c o n s i d e r a d a y está p r o f u n d a m e n t e i m p r e g n a d a c o n
las significaciones imaginarias d e esta sociedad. La universalidad m i s m a d e las
d e t e t m i n a c i o n e s p u r a m e n t e i n s t r u m e n t a l e s y racionales, a través d e las d i f -
rentes formas sociohistóricas, es a la vez u n d a t o (el m á s f r e c u e n t e en sus as¬
pectos triviales) y u n a p r e g u n t a (para los m á s i m p o r t a n t e s ) . Pero hay m u c h o
m á s q u e esto. T o d a r e c o n s t r u c c i ó n del c o m p o r t a m i e n t o i n d i v i d u a l compren-
sible a p a r t i r d e realidades sociales observables d e b e r e c o n o c e r las exigencias
f u n d a m e n t a l e s d e c o h e r e n c i a , c o m p l e m e n t a n e d a d e, i d e a l m e n t e h a b l a n d o ,
d e c o m p l e t u d . L o s tipos ideales n o son c o m o p r e n d a s c o l g a d a s d e u n per-
c h e r o . D e b e n conectarse de manera interna y, n e c e s a r i a m e n t e , referirse u n o s
a otros y, t o d o s j u n t o s , a la i n s t i t u c i ó n d e la sociedad y sus significaciones
imaginarias sociales. El pater familias r o m a n o t o m a c o m o referencia i n t e r n a

50
272 LÓGOS

- n o p o r q u e el teórico lo construya así a la esposa r o m a n a , el p l e b e y o al pa

r u c i o , y t o d o s t i e n e n c o m o referencia las leyes del urbs, a la religión r o m a n a ,
etcétera. Ellos d e b e n ajustarse n o sólo p a r a p r o d u c i r u n a sociedad que fun-
cione sino t a m b i é n un mundo coherente dotado con un sentido (para n o s o t r o s )
extraño; en esto consiste la dificultad. Para llevar a c a b o s e m e j a n t e recons-
t r u c c i ó n , t e n d r í a m o s q u e estar en c o n d i c i o n e s , p o r lo t a n t o , d e p e n e t r a r , en
un g r a d o p r o f u n d o , el i m a g i n a r i o r o m a n o , d i g a m o s , d e los tres p r i m e r o s si-
glos de la R e p ú b l i c a , y r e c o n s t i t u i r l o d e m a n e r a m á s o m e n o s satisfactoria
( m e d i a n t e diferentes tipos de c i r c u n l o c u c i o n e s ) , en n u e s t r o p r o p i o i d i o m a .
El s u p u e s t o f u n d a m e n t a l q u e subyace a este esfuerzo es, e v i d e n t e m e n t e , filo-
sófico: c o m p r e n d e r q u e n a d a de n u e s t r o i d i o m a p u e d e considerarse univer-
sal ( i n c l u s o , p o r e j e m p l o y f u n d a m e n t a l m e n t e , el comportamiento económico
racional). Tal c o m o lo m e n c i o n a m o s a n t e r i o r m e n t e , la p a r t e m á s fácil d e esta
reconstrucción se refiere al vector intencional ~d i m p u l s o o e m p u j e d e la socie-
d a d - , ya q u e p u e d e ser descifrado a partir d e sus actividades y de la jerarquía
de sus valores. Las dificultades para reconstruir el vector representacional son
m á s i m p o r t a n t e s pero, u n a vez q u e h a y a m o s abierto n u e s t r o m u n d o y roto
p a r c i a l m e n t e su clausura, n u e s t r a i m a g i n a c i ó n nos p e r m i t i r á inventar esque-
m a s de m u n d o s diferentes, incluso v i o l e n t a m e n t e exóticos, y c o m p a r a r l o s con
los f e n ó m e n o s s o c i o h i s t ó n c o s observables. La tarea m á s difícil, en p r i n c i p i o ,
inaccesible, consiste en la reconstrucción del vector afectivo. N a d i e p o d r á estar
n u n c a en c o n d i c i o n e s de decir de q u é m a n e r a los griegos vivían su religión ni
q u é significaba para u n neófito la iniciación en los mustéria de Eleusis.
E n este p u n t o , el círculo se cierra sobre sí m i s m o . N u e s t r a i n c a p a c i d a d
para revivir la Sttmmung d e u n a s o c i e d a d extranjera, en razón de la u n i d a d
esencial del espacio social d e f i n i d o p o r estos tres vectores, n o vuelve v a n o
n u e s t r o c o n o c i m i e n t o , s i n o q u e lo erige, m á s b i e n , e n la m a r c a d e u n a i m -
posibilidad esencial.

{Tinos, agosto de 1987- París, diciembre de 1987)

135/1
 Falso y verdadero caos"

ANTES DE ABORDAR m i t e m a , c o m o si n o fuera nada, querría pedirles a todos

q u e nos d e t e n g a m o s algunos s e g u n d o s , en n u e s t r o diálogo i n t e r n o , en la cues-
tión a la q u e nos r e m i t í a n u e s t r o colega ruso y e n esa época, n o tan lejana, en
la q u e u n a p a r t e d e los psiquiatras y psicoanalistas en O c c i d e n t e l u c h a b a n p o r
dar a conocer las terribles realidades d e Rusia, casi siempre, frente a la obstina-
ción más interesada q u e e s t ú p i d a del establishment psiquiátrico internacional.
D e s d e h a c e a p r o x i m a d a m e n t e v e i n t e a ñ o s , se p u s o en c i r c u l a c i ó n el tér-
m i n o caos y p a r e c e q u e se lo q u i e r e c o n v e r t i r a h o r a en u n c o n c e p t o c o m o -
d í n , correlativo a u n m é t o d o q u e sería m á s o m e n o s r i g u r o s o - h o y , r i g u r o s o
q u i e r e decir m a t e m á t i c o - , q u e abarcaría t o d a s las disciplinas y, p o t q u é n o
decirlo, renovaría la filosofía. N o e s c a t i m o m i a d m i r a c i ó n frente a los t r a b a -
jos y las nuevas h a z a ñ a s d e los físicos m a t e m á t i c o s (se trata, p o r o t t o l a d o y
f u n d a m e n t a l m e n t e , d e m a t e m á t i c a aplicada, lo q u e n o c o n s t i t u y e p a r a m í
u n t é r m i n o d e s p r e c i a t i v o ) , q u e p e r m i t e n explicar, hasta c i e r t o p u n t o ( h a b r í a
q u e p o n e r s e de a c u e r d o s o b r e lo q u e se e n t i e n d e p o r e x p l i c a c i ó n ) , u n a m u l -
t i t u d de f e n ó m e n o s y e n c o n t r a r ciertas s i m i l i t u d e s en su c o m p o r t a m i e n t o ,
m e d i a n t e c a m p o s q u e p e r t e n e c e n a registros m u y diferentes c o m o , p o r
e j e m p l o , la t u r b u l e n c i a d e los fluidos y las c o n c e n t r a c i o n e s d e asteroides e n
el sistema solar. Pero t e n g o d u d a s , en p r i m e r lugar, con r e s p e c t o a la n o v e -
d a d esencial d e las ideas d e base d e estos trabajos; en s e g u n d o lugar, d e su al-
c a n c e filosófico y, finalmente, d e su p r e t e n s i ó n d e universalidad. C r e o q u e ,
c o m o m e p u d e p e r c a t a r h a c e u n r a t o al e s c u c h a r , varios a s p e c t o s de lo q u e
voy a c o m e n t a r t i e n e n p u n t o s e n c o m ú n o s o n u n a especie d e eco de algu-
nas p r e o c u p a c i o n e s q u e R e n e T h o m expresó a n t e s q u e y o .

Exposición en el marco de las Noches de Ville-Évrard consagradas al caos, el 26 de septiem-

bre de 1992; publicado en La Nuil de Ville-Évrard. Temps, mémoire, chaos, París, Descartes
et Compagnie, 1993, pp. 2 0 1 - 2 1 0 . Retomado aquí luego de algunas correcciones formales.

50 273
274 LOCOS

E n p r i m e r lugar, p r e c i s a m o s la n o c i ó n d e fenómenos caóticos. D e n t r o del

[ ¿ ¡ m i n o caos se llegó a incluir t o d o y c u a l q u i e r cosa, t o d a región en la q u e
lia) desoí d e n y en la q u e las cosas n o s o n t a n simples. C o n o z c o s o l a m e n t e
u n a d e f i n i c i ó n m á s o m e n o s rigurosa d e los f e n ó m e n o s caóticos, la q u e e n -
c o n t r a m o s e n D . R u c ü e . q u e parece g e n e r a l m e n t e a d m i t i d a : son los p r o c e -
sos de e v o l u c i ó n t e m p o r a l en los q u e existe u n a d e p e n d e n c i a sensitiva, sensi-
ble, i m p o r t a n t e , c o n respecto a las c o n d i c i o n e s iniciales, a saber, lo q u e está
allí al p r i n c i p i o , o en relación con las c o n d i c i o n e s límites, c o m o se dice e n
m a t e m á t i c a , o sea, lo q u e rodea el f e n ó m e n o .
Si d e esto se ttata, n o h a y en ello, e l e c t i v a m e n t e , n i n g u n a idea n u e v a . T o -
dos aquellos q u e t u v i e r o n u n accidente a u t o m o v i l í s t i c o h a n d e b i d o p e n s a r e n
aigún m o m e n t o : «Si h u b i e r a salido m e d i o s e g u n d o m á s t e m p r a n o o m e d i o
s e g u n d o m á s t a r d e d e m i casa, n o h a b r í a t e n i d o este accidente». N o es n e c e -
sario recordarles a Pascal o a la nariz d e C l e o p a t r a , ¿no es cierto? Si h u b i e r a
sido u n p o c o m á s corta, la cara del m u n d o h a b r í a sido c a m b i a d a . Pero desa-
fío a c u a l q u i e r a a escribir la e c u a c i ó n q u e relacionaría los a p a r a t o s q u e m e d i -
rían la n a r i z d e C l e o p a t r a c o n la c o n t i n u a c i ó n de la h i s t o r i a univetsal; p e r o
esto d e b e r í a , sin e m b a r g o , resultar factible.
T h o m c i t a b a hace u n r a t o , a c e r t a d a m e n t e , a P o i n c a r é , H a d a m a r d , R u e -
lle, s u c e s i v a m e n t e . E n lo q u e se refiere a las ideas, n o a la e l a b o r a c i ó n m a t e -
m á t i c a q u e está e f e c t i v a m e n t e m u c h o m á s d e s a r r o l l a d a e n los a u t o r e s cita-
d o s p o r T h o m , p o d r í a m o s agregar a M a x w e l l q u e , en u n texto d e 1 8 7 0 ,
Science and Free Will {Ciencia y libre albedrío], h a b l a d e esta d e p e n d e n c i a
s e n s i t i v a en r e l a c i ó n c o n las c o n d i c i o n e s iniciales. C i t o s i m p l e m e n t e u n
b t e v e pasaje, a u n c u a n d o t o d o el t e x t o m e r e c e n u e s t r o i n t e r é s . E n este s e n -
t i d o , dice M a x w e l l :

la roca desprendida por la helada y en equilibrio sobre un punto singular del

flanco de la montaña, la pequeña chispa que produce el incendio del gigan-
tesco bosque, la pequeña palabra que provoca el estallido de la guerra, el pe-
queño escitípulo que impide al hombre llevar a cabo lo que quiere, la pequeña
espora que arruina todas las papas, la pequeña gémula que nos conviene en
filósofos o en tontos. Ciada existencia, a partir de cierto nivel, tiene sus puntos
singulares; en la medida en que aumenta el nivel crece la cantidad de puntos;
en estos puntos hay influencias, cuyo tamaño es demasiado pequeño para ser
tenidas en cuenta por un ser finito, que pueden producir resultados de suma
importancia.

1
 FALSO Y V E R D A D E R O C A O S 27a

R e t o m o , l u e g o d e este r e c o r d a t o r i o h i s t ó r i c o , la c u e s t i ó n en sí. « D e p e n d e n -
cia sensitiva c o n respecto a las c o n d i c i o n e s iniciales.»: h a b r í a q u e recordar.
R e n e T h o m , creo, n o lo h i z o p o r u n a c u e s t i ó n d e m o d e s t i a , la teoría d e las
catástrofes q u e él e l a b o r ó . T h o m m u e s t r a d e q u é m a n e r a u n pasaje infinite-
simal en el c a m p o d e las variables d e base p u e d e c o n d u c i r , p r e c i s a m e n t e a
catástrofes en el s e n t i d o q u e a t r i b u y e al t é r m i n o , q u e n o es el s e n t i d o h a b í
tual, en el c a m p o d e los f e n ó m e n o s observables. Pero, d e t o d o s m o d o s la
expresión « d e p e n d e n c i a sensitiva»» es d e m a s i a d o imprecisa y h a b r í a q u e h a -
blar, m á s bien, d e d e p e n d e n c i a e x t r e m a . ¿ Q u é p o d e m o s d e c i r sobre esta n o -
c i ó n d e dependencia extrema* Yendo m u y d e prisa, creo q u e n o se la p u e d e
e n t e n d e r sino bajo la f o r m a d e u n a d i s c o n t i n u i d a d a la q u e h a b r í a q u e defi-
nir m á s p r e c i s a m e n t e , p e r o a p r o p ó s i t o d e la cual ya p o d e m o s decir lo si-
g u i e n t e : h a y d e p e n d e n c i a e x t r e m a c u a n d o u n a v a r i a c i ó n c o n t i n u a d e las
c o n d i c i o n e s iniciales c o n d u c e a u n a variación d i s c o n t i n u a del resultado. V e -
m o s q u e n o s r e e n c o n t r a m o s d e l l e n o c o n la t e o r í a d e las catástrofes de R e n e
T h o m p e r o bajo o t r a forma. Y si f o r m u l a m o s las cosas de esta m a n e r a , d e s c u •
b r i m o s q u e todas las ciencias m o d e r n a s se b a s a b a n , hasta a h o r a , sobre u n
p o s t u l a d o i m p l í c i t o : p o s t u l a d o d e c o n t i n u i d a d d e los f e n ó m e n o s físicos e, in-
cluso, d e los f e n ó m e n o s existentes en general. P o r o t r o lado, esta c o n t i n u i d a d
n o es siquiera la c o n t i n u i d a d m a t e m á t i c a en el s e n t i d o p l e n o del t é r m i n o y
c o n s t i t u y e u n a s i m p l e p r o p o r c i o n a l i d a d directa. O sea q u e , p a r a q u e este pos¬
t u l a d o implícito fuera satisfecho, sería necesario q u e todos ios efectos fueran
p r o p o r c i o n a l e s a sus causas. Basta e n u n c i a r c l a r a m e n t e esta i d e a p a r a p e r c i b i r
la e n o r m i d a d d e ella. Pero esta idea estaba ya p u e s t a en tela d e juicio p o t los
f e n ó m e n o s d e t u r b u l e n c i a o p o r la física c u á n t i c a ; ¿cuál es, e n este c a m p o , el
a p o r t e d e los veinte ú l t i m o s años? S i m p l e m e n t e , los casos d e d i s c o n t i n u i d a d
a d q u i r i e r o n u n a i m p o r t a n c i a m u c h o m á s g r a n d e , y fueron d e s c u b i e r t o s p o r
azar. E s t o m e r e c u e r d a u n a h i s t o r i a q u e relata H e n r i Atlan s o b r e el b o r r a c h o
q u e b u s c a su llave bajo el farol; el o t r o pasa y p r e g u n t a : « — ¿ Q u é haces aquí?
— B u s c o m i l l a v e . . . - -¿Estás s e g u r o de q u e se c a y ó debajo d e l farol? — ¡ D e
n i n g u n a m a n e r a , e s t o y s e g u r o d e q u e cayó e n o t r o lado! — ¿ P u e s , e n t o n c e s ,
p o r q u é buscas d e b a j o del farol? — ¡ P o r q u e la luz está allí!»..

La ciencia positiva trata ú n i c a m e n t e los f e n ó m e n o s q u e s a b e m á s o m e -

n o s tratar, lo q u e es l e g í t i m o , p e r o p r o c l a m a q u e ellos a g o t a n t o d o lo q u e es,
lo q u e es a b e t r a n t e .
D a d o q u e n o existían las c o m p u t a d o r a s y q u e n o se p o d í a tratar los fenó-
m e n o s c o n d i s c o n t i n u i d a d e s m u y a c e n t u a d a s , se los dejaba d e l a d o , c u e s t i ó n

50
276 LOCOS

q u e r e c o r d a b a T h o m , y q u e t a m b i é n v i e r o n a d e m á s I {adamar, P o i n c a r é , et-
cétera. A p a r e c i e r o n las c o m p u t a d o r a s , se p u d o t r a t a r estos f e n ó m e n o s y, a
p a r t i r d e ese m o m e n t o , la c u e s t i ó n a d q u i r i ó la i m p o r t a n c i a q u e tiene hoy,
c o n resultados q u e están lejos d e ser insignificantes e n el c a m p o d e la inves
ligación c o n c r e t a , p e r o q u e n o p r e s e n t a n n a d a e s e n c i a l m e n t e n u e v o y q u e ,
fundamentalmente - c o n esto llego al s e g u n d o p u n t o - , n o c o n t i e n e n n a d a
n o v e d o s o con respecto a las ideas del d e t e r m i n i s m o y del i n d e t e r m i n i s m o .
A q u í , la confusión es d e tal m a g n i t u d q u e la idea d e caos es utilizada, p o r u n
l a d o , p o t g e n t e q u e q u i e r e atacar al d e t e n n i n i s m o y, p o r o t r o l a d o , p o r g e n t e
q u e q u i e t e m o s t r a r q u e a l g u n o s procesos p u e d e n ser p e r f e c t a m e n t e d e t e r m i -
nistas y, sin e m b a r g o , resultar imprevisibles o i m p r e d e c i b l e s - c r e o q u e estos
ú l t i m o s son los m á s s e r i o s - .
Es evidente q u e , gracias a las c o m p u t a d o r a s , las predicciones p u e d e n llegar
m u c h o m á s lejos del p u n t o al cual h a b í a n llegado a n t e r i o r m e n t e . ¿Pero, q u é
es u n a c o m p u t a d o r a ? U n a c o m p u t a d o r a es u n a m á q u i n a d e t e r m i n i s t a p o r ex-
celencia. Así c o m o lo afirma el f a m o s o p r i n c i p i o gigo {garbage in, garbage
oul): «si colocan caca en su c o m p u t a d o r a , saldrá caca d e ella»; si los d a t o s es-
tán correctos y si las articulaciones lógicas están bien h e c h a s , saldrán resulta-
d o s correctos. D e todas m a n e r a s , se trata d e u n a m á q u i n a d e t e r m i n i s t a .
E n tercer lugar, está el t e m a d e la universalidad, del q u e sólo diré u n a s pa-
labras. Para q u e las teotías del caos tuvieran u n alcance universal, h a b r í a q u e
p o d e r escribir las ecuaciones n o lineales q u e rigieron, p o r ejemplo, el d e r r u m -
be del I m p e r i o R o m a n o o el del I m p e r i o R u s o . N o creo q u e e s t e m o s en este
p u n t o ; creo, incluso, q u e n u n c a llegaremos a él. D i g o algo más: q u e el presu-
puesto d e la universalización sería q u e t o d o lo q u e es, a b s o l u t a m e n t e t o d o , es-
tá sujeto a la m a t e m á t i c a y a la posibilidad d e a g r u p a m i e n t o , o sea, a b a r c a d o
p o r la teoría de los c o n j u n t o s . Este p o s t u l a d o n o tiene sentido; afirmo q u e n o
se p u e d e colocar a los f e n ó m e n o s psíquicos, sociohistóricos, ni a u n biológicos,
en su totalidad bajo el d o m i n i o d e estructuras algebraicas o topológicas, o de
estructuras d e o r d e n . P l a n t e a r é s i m p l e m e n t e esta p r e g u n t a : ¿Beethoven está
más cerca, en el sentido t o p o l ó g i c o del t é r m i n o , d e M o z a r t o de H a y d n ? ¿Ro-
m e o y Julieta se q u i e t e n más o m e n o s q u e Tristán e Isolda? ¿El c o m p o n e n t e
g r e c o r r o m a n o tiene m a y o r o m e n o r peso q u e el c o m p o n e n t e j u d e o c r i s t i a n o en
nuestra cultura grecooccidental? El día en q u e p u e d a decit q u e estos e n u n c i a -
dos tienen sentido, se p o d r á volver a h a b l a r d e esta univetsalidad.
S e g u n d o p u n t o a h o r a : c o n t r a r i a m e n t e a lo q u e a n t e s d i j o n u e s t r o colega
ruso, en la t e r m i n o l o g í a griega inicial, e n la Teogonia d e H e s í o d o , c o m o lo
 FALSO Y V E R D A D E R O C A O S 277

1
m o s t r ó O l o f G i g o n en u n l i b r o d e 1 9 4 5 , «caos», n o significa de n i n g u n a
m a n e r a «desorden y confusión»; «caos» q u i e r e decir «vacío». Esto p r o v i e n e
del v e r b o chaina o chásko. L o q u e dice H e s í o d o es q u e al p r i n c i p i o ex.stía el
vacío, existía la n a d a , y, a p a r t i f d e allí, h u b o la Tierra, el C i e l o y E r o s El
t é r m i n o «caos», en la a c e p c i ó n q u e se le a t r i b u y e a h o r a d e «mezcla confusa»,
aparece p o r p r i m e r a vez en la l i t e r a t u t a l a t i n a del siglo I d. C . D e t o d o s m o ­
d o s , la idea d e caos en su c o n d i c i ó n d e tohu-bohu inicial está ya p r e s e n t e en
H e s í o d o , en u n pasaje del final d e la Teogonia, c u a n d o d e s c r i b e el lugar d o n ­
d e Z e u s e n c i e r r a a los T i t a n e s y l u e g o a los G i g a n t e s , d e s p u é s de h a b e r l o s
v e n c i d o : u n lugar c a ó t i c o , q u e está descrito c o m o tal. Se e n c u e n t r a , a d e m á s ,
e n P l a t ó n y en Aristóteles: la i d e a n o está d e s i g n a d a c o m o caos, p e r o en el
Timeo, el gran d i á l o g o c o s m o l ó g i c o d e P l a t ó n , es l l a m a d a chora, q u e q u i e r e
decir, e n u n s e n t i d o , "espacio"; n o se trata d e u n a mezcla sin forma d e ele­
m e n t o s confusos, es el p u r o y a b s o l u t o d e v e n i t en c o n d i c i ó n de tal, o sea, la
i n d e t e t m i n a c i ó n total; y éste es t a m b i é n el significado d e la hule ( m a t e r i a )
en Aristóteles. P l a t ó n , c o m o Aristóteles, h a c e n d e este caos u n c o m p o n e n t e
del m u n d o s u b l u n a r , p o r lo m e n o s a c o n d i c i ó n d e q u e le sean i m p u e s t a s for­
m a s , ideas. E n P l a t ó n , estas f o r m a s , estas eíde, tesultan i m p u e s t a s [a los seres
s u b l u n a r e s ] p o r el d e m i u r g o q u e c o n t e m p l a las formas e t e r n a s ; en A r i s t ó t e ­
les, estas formas se e n c u e n t r a n allí d e s d e s i e m p r e y c o n t i n ú a n p o r t o d a la
e t e r n i d a d . P i e n s o q u e estas ideas (de la chora y d e la m a t e r i a ) son m u y i m ­
p o r t a n t e s , y q u e h a y q u e p a r t i r d e allí y n o d e u n caos d e t e r m i n i s t a : h a y q u e
p a r t i r d e la idea d e algo t o t a l m e n t e i n d e t e r m i n a d o .
Pero ya n o q u e r e m o s m á s al d e m i u r g o p l a t ó n i c o ni la idealización d e las
formas aristotélicas, ya q u e , p o r lo c o n t r a r i o , t o d o nos lleva a a d m i t i r la i d e a
d e lo n o v e d o s o en el ser m i s m o , y n o s o l a m e n t e en calidad d e i m p r e s i ó n s u b ­
jetiva, pienso q u e d e b e m o s llevar a cabo u n a ontología, u n a nueva o n t o l o g í a
en la cual el caos sería la determinación f u n d a m e n t a l del ser, q u e p o d e m o s -
precisar al hablar, p o r u n l a d o , d e la n o c i ó n d e inexhaustibilidad y, p o r o t r o
lado y f u n d a m e n t a l m e n t e , d e la c a p a c i d a d i n m a n e n t e d e creación, d e u n vis
formandi del ser. P o d e m o s sostener, y esto es lo que m e p r o p o n g o , q u e esta
i n e x h a u s t i b i l i d a d del ser p r o v i e n e d e la i n m a n e n c i a de su vis formandi.
A n t e s de ir m á s lejos, q u e r r í a justificat esta idea de creación, de c r e a c i ó n
i n m a n e n t e . Existe lo n o v e d o s o a b s o l u t o ; n o v e d a d n o significa imprevisibili-

1
[Der Ursprungder Griechischen Philosophie: van Hesiod bisParmenides, Bale, Schwabe, 1945.]

50
 27Ü LUGOS

d a d . Si alguien j u e g a a la ruleta, el 2 7 quizás salga; esto es imprevisible p e r o

rio es n o v e d o s o : ese n ú m e r o ya salió miles d e veces; lo q u e p r o p o r c i o n a la
n o v e d a d n o es la i m p r e v i s i b i l i d a d q u e es n u e v a y n o es la i n d e t e r m i n a c i ó n
c o m o tal. Los f e n ó m e n o s c u á n t i c o s , c u a n d o se llega a la r e d u c c i ó n del p a -
q u e t e d e o n d a s , s o n , en u n s e n t i d o , i n d e t e r m i n a d o s ; p u e d e n p r o p o r c i o n a r
ú n i c a m e n t e p r o b a b i l i d a d e s , p e r o n o son n u e v o s , se t r a t a s i e m p t e d e los m i -
serables p r o t o n e s o n e u t r o n e s q u e ustedes v a n a volver a e n c o n t r a r . Lo nove¬
d o s o c o n s t i t u y e el h e c h o d e la n o d e d u c t i b i l i d a d y d e la i m p o s i b i l i d a d d e la
m u l t i p l i c a c i ó n , o sea, la i m p o s i b i l i d a d d e c o n s t r u i r X a p a r t i r del c o n j u n t o
d e la s i t u a c i ó n anterior. Este c o n j u n t o d e la s i t u a c i ó n a n t e r i o r p r o p o r c i o n a
s i e m p r e c o n d i c i o n e s necesarias, p e r o esas c o n d i c i o n e s n o son suficientes en
los casos q u e n o s i n t e r e s a n , en los q u e está lo n o v e d o s o : d e allí la n o v e d a d d e
lo q u e está c r e a d o en t a n t o f o r m a , en t a n t o eidos; la creación es ex nihilo pe-
ro n o es in nihilo ni curn nihilo; surge en a l g u n a p a i t e , y surge p o r i n t e r m e -
dio d e las cosas.
C a o s es el f o n d o del ser, es incluso el sin f o n d o del ser, es el a b i s m o q u e
está detrás d e t o d o lo q u e existe; p t e c i s a m e n t e , esta d e t e r m i n a c i ó n q u e consti-
tuye la c t e a c i ó n d e formas h a c e q u e el caos se p r e s e n t e s i e m p r e así c o m o cos-
m o s , o sea, c o m o m u n d o o r g a n i z a d o en el sentido m á s a m p l i o del t é r m i n o ,
c o m o o r d e n . S o l a m e n t e d e s c u b r i m o s q u e la o r g a n i z a c i ó n y el o r d e n ú l t i m o
d e este c o s m o s se nos e s c a p a n ; se n o s escapan, p t e c i s a m e n t e , p o r q u e n o h a y
reductibilidad d e los d i s t i n t o s estratos d e aquello q u e se p r e s e n t a c o m o ser
frente a otros estratos q u e serían, s u p u e s t a m e n t e , m á s f u n d a m e n t a l e s o m á s
elementales. P i e n s o q u e n o h a y r e d u c c i ó n posible d e lo s o c i o h i s t ó t i c o a lo
p s í q u i c o , ni d e a m b o s a o t r a cosa, y q u e n o h a y r e d u c c i ó n p o s i b l e d e lo b i o -
lógico a lo fisicoquímico, p o r la sencilla razón de q u e lo q u e ya e m e r g e , p o r
e j e m p l o , c o n lo biológico, c o n s t i t u y e u n sentido n o existente en el m u n d o fí-
sico, es decir, u n s e n t i d o e n sí, q u e a p u n t a , p o r e j e m p l o , a la a u t o c o n s e r v a -
c i o n , a la a u t o r r e p r o d u c c i ó n . U n a estrella, u n a galaxia, n o se p r e o c u p a n p o r
el h e c h o de autorreprodt.cir.se o d e conservarse, se c o n s e r v a n o n o se conser¬
van, se trata de leyes.
C r e o q u e lo q u e n o s interesa f u n d a m e n t a l m e n t e , en este caso, es p t e g u n -
t a m o s en q u é m e d i d a d e b e m o s h a b l a r de la p s i q u e c o m o caos, y c o m o caos
q u e crea u n c o s m o s o q u e c o n t r i b u y e a la creación d e u n c o s m o s , u n sin
f o n d o , u n a b i s m o q u e es al m i s m o t i e m p o p o d e r d e f o r m a c i ó n , vis forman-
do ¿Por q u e m o t i v o p o d e m o s hacerlo? E n p r i m e r lugar, p o r q u e h a y e m e r -
gencia o creación de la p s i q u e h u m a n a en general c o m o tal, c o m o nivel d e

138/1
 FALSO Y V E R D A D E R O C A O S 279

ser diferente, t a n t o c o n r e s p e c t o al sistema n e r v i o s o centra! c o m o t a m b i é n al

p s i q u i s m o biológico. E n relación c o n el s i s t e m a nervioso central, existe la
e m e r g e n c i a del s e n t i d o en sí m i s m o ; en relación con el p s i q u i s m o b i o l ó g i c o ,
el s e n t i d o q u e la p s i q u e h u m a n a crea o q u e se c o n s t i t u y e e n la m i s m a crea-
c i ó n n o es funcional. Este s e n t i d o en la p s i q u e h u m a n a n o está r e s t r i n g i d o a
la c o n s e r v a c i ó n del i n d i v i d u o n i a la r e p r o d u c c i ó n de la especie. Los h o m -
bres y las m u j e r e s h a c e n el a m o r d e s d e h a c e miles y d e c e n a s d e miles d e
a ñ o s , i n d e p e n d i e n t e m e n t e del h e c h o d e saber si van a p r o c r e a r o n o : u n a pe-
rra, n o . La sexualidad n o es f u n c i o n a l en el ser h u m a n o , lo es en t o d o s los
m a m í f e r o s q u e c o n o c e m o s y los o t r o s seres s e x u a d o s .
¿ Q u é significa esta falta d e f u n c i o n a l i d a d ? Significa q u e lo q u e era la psi-
q u e a n i m a l está fracturada p o r la e m e r g e n c i a d e algo q u e resulta c o n s t i t u t i v o
d e la p s i q u e h u m a n a , o sea, la i m a g i n a c i ó n radical c o m o flujo p e r m a n e n t e de
representaciones, afectos y deseos. A h o r a b i e n , lo q u e e m e r g e d e esta m a n e r a ,
lo q u e se crea d e esta m a n e r a , resulta en sí m i s m o caótico, e n el s e n t i d o q u e
a t r i b u í a este t é r m i n o , a saber: es creación p e r m a n e n t e , es s u r g i m i e n t o per-
m a n e n t e q u e surge del a b i s m o o d e algo sin f o n d o , pero q u e n o p u e d e ser s i n o
al o t o r g a r s e o a d q u i r i r u n a f o r m a . E s t o t i e n e lugar a lo largo d e u n a h i s t o r i a
q u e n o p u e d o reconstituir a q u í y q u e , p o r o t r o lado, resulta e x t r e m a d a m e n t e
difícil r e c o n s t i t u i r y c o m p l e t a m e n t e ininteligible por varias c u e s t i o n e s . S ó l o
q u i e r o s u b r a y a r u n aspecto o, m á s bien, d o s . E n p r i m e r lugar, q u i e r o s u b r a -
yar lo q u e tiene d e e x t r a ñ o , y m á s q u e e x t r a ñ o , en la relación e n t r e p s i q u e y
s o m a , e n t r e a l m a y c u e r p o , en t o d o caso e n el ser h u m a n o ; quizás t a m b i é n
e n t r e los m a m í f e r o s superiores y o t r o s , p e r o lo q u e nos i m p o r t a es el ser h u -
m a n o . E n el c o n t e x t o d e las m i l y u n a rarezas d e esta h i s t o r i a , q u e a m i cri-
terio m u e s t r a n p o r q u é n u n c a será posible globalizar esta c u e s t i ó n , m a t e m a -
tizarla, h a y u n a q u e c o n s i s t e en el h e c h o d e q u e la p s i q u e y el sorna s o n
s i m u l t á n e a m e n t e inseparables y separables. ¿Por q u é m o t i v o son i n s e p a r a -
bles? P o r q u e si tuviera u n revólver y si fuese u n a mala p e r s o n a , le p e g a r í a u n
tiro a la cabeza d e m i a m i g o B o u r g u i g n o n , y si su c r á n e o h u b i e r a t e n i d o u n
agujero, n o h a b r í a m á s p s i q u e d e B o u r g u i g n o n . A d e m á s , s o n inseparables
p o r otros m o t i v o s : al s u m i n i s t r a r p s i c o t ó n i c o s se c a m b i a el f u n c i o n a m i e n t o
p s í q u i c o ; a n t e r i o r m e n t e , se t o m a b a alcohol o peyote y se c a m b i a b a el fun-
c i o n a m i e n t o p s í q u i c o . Las m o l é c u l a s d e Largactil o de a l c o h o l e n c u e n t r a n ,
en a l g u n a parte, esta cosa i n m a t e r i a l q u e c o n s t i t u y e la p s i q u e ; n o sé d ó n d e la
e n c u e n t r a n . Al m i s m o t i e m p o , s o n separables p o r q u e d e s d e el n a c i m i e n t o la
p s i q u e está v u e l t a sobre sí m i s m a ; t e n e m o s la p r u e b a de e s t o , p o r e j e m p l o ,

50
 :
81

280 LÓGOS

con la a n o r e x i a del recién n a c i d o y, p r o b a b l e m e n t e , c o n el a u t i s m o , o m á s

c o m ú n m e n t e c o n la resistencia a la t o r t u r a . A l g u i e n se deja cortar en p e d a -
zos, pero n o t r a i c i o n a a sus cantaradas, ¿por q u é m o t i v o ? T e n d r í a q u e trai-
cionarlos, b i o l ó g i c a m e n t e h a b l a n d o , p e r o n o los traiciona.
E s t a p s i q u e f o r m a u n c o s m o s a lo largo d e su historia y d e los avalares de
su historia. Sufre u n largo p r o c e s o p a r a d e s e m b o c a r e n el i n d i v i d u o c o m ú n ,
e n usted, en m í m i s m o , e n c u a l q u i e r i n d i v i d u o q u e es creación social pero
sobre u n f o n d o d e p s i q u e , t r a b a j a d o p o r la p s i q u e s u b y a c e n t e q u e implica
s i e m p r e la p o s i b i l i d a d d e creación d e lo n u e v o . Esta p s i q u e se p r e s e n t a bajo
formas m á s o m e n o s d e t e r m i n a d a s ; p o r e j e m p l o , las instancias psíquicas de
F r e u d son f o r m a s d e t e r m i n a d a s en la m e d i d a d e lo posible; las e n t i d a d e s n o -
sológicas o, s i m p l e m e n t e , d e carácter, son t a m b i é n f o r m a s m á s o m e n o s de¬
t e r m i n a d a s . Al final d e esta historia, t e n e m o s a u n i n d i v i d u o q u e p u e d e si-
m u l t á n e a m e n t e calcular y soñar, y p u e d e a u n s o ñ a r c a l c u l a n d o ; q u e lleva a
c a b o cálculos s o ñ a n d o , así c o m o F r e u d nos lo reveló, ya q u e en los s u e ñ o s
los n ú m e r o s s o n , en p r i n c i p i o , analizables. El h o m b r e c a m i n a y c a n t a , a m a y
m a t a a lo q u e a m a m u y a m e n u d o , y sus s u e ñ o s , c o m o d i c e a c e r t a d a m e n t e
el m i s m o F r e u d , n o son n u n c a p l e n a m e n t e analizables. F r e u d n o h a b l a de
caos c o n respecto a la p s i q u e ; q u i z á s , ya q u e se p r o c l a m a b a positivista, el tér-
m i n o lo h u b i e r a h o r r o r i z a d o . Pero sabía p e r f e c t a m e n t e d e q u é se trataba, co-
m o lo m u e s t r a u n f r a g m e n t o d e La interpretación de los sueños ( q u e t o d o el
m u n d o dejaba d e l a d o h a c e q u i n c e a ñ o s ) :

En los sueños mejot mterprerados, se está obligado, a menudo, a dejar en la

oscuridad un lugar, ya que duranre la interpretación se pone de manifiesto
que surge un ovillo de pensamientos del sueño que no se deja desenmarañar,
y que además n o proporcionó otro aporte al contenido del sueño. Eso es el
ombligo del sueño, el lugar en el cual ésre se sostiene sobre lo desconocido.
Los pensamientos del sueño a los que se llega durante la interpretación de-
ben, incluso, obligatoriamente y de m o d o totalmente universal [para Freud,
ningún sueño es rotalmente interpretable], permanecer inconclusos, y huyen
por todas partes a través de las redes enmarañadas de nuestro m u n d o de
pensamientos. Desde el sitio más denso de esta maraña emerge, entonces, el
deseo del sueño como el hongo de su micelio.

C r e o q u e p o d e m o s a p r e h e n d e r , a p a r t i r d e esta cita, lo q u e es el caos p s í q u i -

co, q u e , a d e m á s , n o tiene n i n g u n a relación c o n el t é r m i n o q u e circula ac-
tualmente.

139/1
 Observaciones sobre ei espacio y el número'

Esto no impide el hecho de que, en el interior de los límites así trazados, la

matemática (y más generalmente, todo aquello que podemos concebir c o m o
sistema formal) está totalmente atravesada por la lógica conjuntista o idenri-
taria. Esto ocurre, evidentemente, de la misma manera para la topología, que
se ha convertido recientemente en fashmnable en lugares inesperados, quizás
en función de la excesiva atención que se otorga en esos lugares al significan­
te a expensas del significado. La topología puede brindar algunas metáforas
llamativas y, en algunos casos, permitir la construcción de modelos menos
rígidos que en otras ramas de la matemática. Pero practicar la topología no
constituye, de ningún modo, una actividad más esencial que la aritmética;
desde un punto de vista fundamental, las operaciones lógicas como el modo
de ser del objeto son aquí y allá los mismos.

Estas frases fueron extraídas d e La institución imaginaria de la sociedad, libro

del cual envié u n e j e m p l a r a l l e n é T h o m c u a n d o se p u b l i c ó ( 1 9 7 5 ) . U n
tiempo después, u n a nota de agradecimiento de Rene T h o m m e aseguraba
q u e m e e q u i v o c a b a c o m p l e t a m e n t e al asimilar la t o p o l o g í a c o n la a r i t m é t i c a .
E n su m o m e n t o , h a b í a i n t e r p r e t a d o la o b s e r v a c i ó n d e T h o m c o m o u n a
reacción de a m o r p r o p i o del prestigioso t o p ó l o g o . L u e g o , m e percaté de q u e
esa o b s e r v a c i ó n se d e s p r e n d í a d e u n a p o s i c i ó n filosófica e x p r e s a d a c a d a vez
m á s c l a r a m e n t e en sus p u b l i c a c i o n e s de la ú l t i m a década, q u e o t o r g a n u n a
p r i m a c í a m i t o l ó g i c a a lo c o n t i n u o (y al espacio, t é r m i n o p a r a t o m a r t a n t o
en s e n t i d o figurado c o m o en s e n t i d o p r o p i o ) s o b r e lo d i s c r e t o y el n ú m e r o .
Q u i z á s R e n e T h o m aceptaría q u e esta p o s i c i ó n p u e d a ser caracterizada p o r
la inversión de la famosa frase d e K r o n e c k e r : « D i o s hizo lo c o n t i n u o , t o d o el
resto es creación del h o m b r e » - e s t e resto i n c l u y e , e v i d e n t e m e n t e , a los e n t e
ros n a t u r a l e s - .

[Texto inédito.]

50 281
282 LÓGOS

Antes d e a b o r d a r la discusión de esta posición, p e r m í t a n m e b r i n d a r u n a ex-

plicación sobre las motivaciones y las intenciones del texto q u e escribí en 1 9 7 5 .

Lo ensídico y los magmas

D e s d e el o r i g e n de la filosofía, la idea d e q u e el ser s u p e r a a m p l i a m e n t e la

lógica h a b i t u a l está a f u m a d a c o n fuerza bajo diferentes formas: esto e m p i e z a
c o n A n a x i m a n d r o y H e r á c l i t o , está c l a r a m e n t e f o r m u l a d o en P l a t ó n y Aris-
tóteles, y llega hasta H u s s e t l y B e r g s o n . C u a n d o escribía La institución...,
varios r u m o r e s d e j a b a n entrever q u e se h a b r í a e n c o n t r a d o u n a base m á s mo-
derna (y m á s rigurosa) a esta s u p e r a c i ó n d e la lógica t r a d i c i o n a l , al o p o n e r lo
discreto - s e p a r a d o , i n a n i m a d o , m e c á n i c o - a lo continuo - u n i f i c a d o , viviente,
o r g á n i c o - . Al m i s m o t i e m p o , las p r e s t i d i g i t a c i o n e s topológicas de J. Lacan
p r o v o c a b a n el a s o m b r o y los m u g i d o s d e i n c o m p r e n s i ó n a d m i r a t i v a d e las
ovejas d e la Calle U l m .
M i trabajo t a n t o s o b r e lo i m a g i n a r i o social y lo s o c i o h i s t ó t i c o c o m o so-
b t e la p s i q u e y la i m a g i n a c i ó n radical del ser h u m a n o s i n g u l a r m e h a b í a
c o n v e n c i d o , a partir del a ñ o 1 9 6 4 , d e q u e lo q u e circulaba en estos c a m p o s
era o t t a cosa q u e la lógica t r a d i c i o n a l (aristotélica, dialéctica o formal m o -
d e r n a ) , sin q u e se p u e d a afirmar n i p o r espacio d e u n s e g u n d o q u e ella n o
t e n í a n i n g u n a influencia. D e allí la idea d e u n a lógica d e m a g m a s , q u e in-
cluye la lógica t r a d i c i o n a l (a la q u e l l a m a b a c o n j u n t i s t a i d e n t i t a r i a y, a h o r a ,
1
c o n u n afán d e b r e v e d a d , ensídica) p e r o n o r e d u c t i b l e a ella.
M i c o m p r e n s i ó n d e la ciencia c o n t e m p o r á n e a m e p e r s u a d í a d e q u e se-
m e j a n t e lógica c o r r e s p o n d í a t a m b i é n al m o d o de ser del m u n d o físico y b i o -
lógico y, p o r lo t a n t o , d e t o d o ser, c o n excepción d e los artefactos h u m a n o s
en calidad de artefactos. U n a u t o m ó v i l es ensídico si se lo m i r a c o m o a u t o -
móvil; de lo c o n t r a r i o , c o n s t i t u y e u n a m a s a i n d e s c r i p t i b l e d e partículas cons-
t a n t e m e n t e atravesadas p o t i n n u m e r a b l e s n e u t r i n o s , a s o c i a d o s q u i z á s con
cierta c a n t i d a d d e materia oscura, t o d o regido en p a r t e p o r leyes m á s b i e n in-
c o m p r e n s i b l e s . U n a l g o r i t m o c o n s i d e r a d o c o m o tal, s e p a r a d o de los a x i o m a s
q u e lo f u n d a n , o u n a m á q u i n a d e I u r i n g d e s e n c a r n a d a son p u r a m e n t e ensí-

1
Véase «Science m o d e r n e et interrogation philosophique», 1 9 7 1 , retomado en Les Carre-
fours du libyrinthe, París, Seuil, 1978; y «La lógica de los magmas y la cuestión de la auto-
nomía», 1 9 8 1 , retomado en Los dominios del hombre, Barcelona, Gedisa, 1998.
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EL E S P A C I O Y El. N Ú M E R O 283

¿icos, si h a c e m o s a b s t r a c c i ó n d e los p r e s u p u e s t o s de su existencia y de las

c o n s e c u e n c i a s a las q u e nos p u e d e n llevar.
La lógica ensídica c o n s t i t u y e la base d e u n a c a n t i d a d infinita d e p r o p o s i -
ciones q u e n o p u e d e n ser e l i m i n a d a s , del t i p o d e 2 + 2 = 4 , a n o es no-a.
ánthropos ántropon gennái, n o se p u e d e estar s i m u l t á n e a m e n t e en el h o r n o y
en el m o l i n o , etcétera. Se e n c a r n a e x p l í c i t a m e n t e en estas actividades f u n d a -
1
m e n t a l e s de t o d a sociedad q u e s o n el légein y el teúchein Es densa en t o d a s
p a n e s del ser. R e s u l t a i m p o s i b l e analizar u n s u e ñ o sin r e c u r r i r a ella, i m p o s i -
ble analizar u n s u e ñ o l i m i t á n d o s e al s u e ñ o m i s m o . Su p r e s u p u e s t o bás.co es
la existencia d e c o n j u n t o s en el s e n t i d o m a t e m á t i c o ingenuo: afirmación d e la
existencia de e l e m e n t o s b i e n d i s t i n t o s y bien definidos, separables y c o m b i -
nables a v o l u n t a d , q u e t r a n s m i t e n h e r e d i t a r i a m e n t e sus p r o p i e d a d e s d e com-
binabilidady d e separabilidad a los c o n j u n t o s (o clases) q u e p u e d e n f o r m a r s e
a p a r t i t d e ellos. L a p r o p i e d a d m á s l l a m a t i v a es, quizás, la p o s i b i l i d a d de
p a t t i c i o n e s , o sea, d e división e x h a u s t i v a d e u n c o n j u n t o e n p a i t e s q u e e s t á n
t o t a l m e n t e separadas e n t t e sí (cuyas i n t e r s e c c i o n e s , si t o m a m o s pares d e p a r -
tes, están vacías), y la p o s i b i l i d a d d e llevar esta p a r t i c i ó n h a s t a llegar a ele-
m e n t o s indivisibles b i e n d e f i n i d o s , los á t o m o s ensídicos.
I m p o r t a s u b r a y a r este ú l t i m o a s p e c t o , q u e m u e s t r a , a d e m á s , p o r q u é la
idea h a b i t u a l ( m a t e m á t i c a ) del c o n t i n u o n o n o s a y u d a a s u p e r a r la lógica
ensídica. El c o n j u n t o d e los n ú m e r o s reales R es, s u p u e s t a m e n t e , la e n c a r n a -
c i ó n m i s m a del c o n t i n u o , e n las a n t í p o d a s d e lo discreto. Sin e m b a r g o , t o -
d o e l e m e n t o d e este c o n j u n t o está s u p u e s t a m e n t e b i e n d e f i n i d o y es m u y
d i s t i n t o d e t o d o s los o t r o s ( i n c l u s o , p o r s u p u e s t o , de los q u e p u e d e n estar
tan cerca como uno querría). Q u é o c u r r e c o n esta p r o p i e d a d c u a n d o d e s c u -
b r i m o s q u e n o se p u e d e d e f i n i r n i , p o r lo t a n t o , d i s t i n g u i r casi n i n g ú n ele-
m e n t o de R es u n a p r e g u n t a d e la q u e n o s o c u p a r e m o s m á s a d e l a n t e . D e l
m i s m o m o d o , u n a f u n c i ó n (real) e n u n e s p a c i o d e f u n c i o n e s está, en cali-
d a d de tal, s u p u e s t a m e n t e b i e n d i s t i n t a y b i e n d e f i n i d a - i n d e p e n d i e n t e -
m e n t e , u n a vez m á s , del h e c h o d e q u e su d e f i n i c i ó n exigiría la definición d e
u n a d o b l e i n f i n i d a d n o c o n t a b l e d e e l e m e n t o s casi i n d e f i n i b l e s - . Los con-
juntos desdibujados p e r t e n e c e n a lo ensídica, ya q u e su d e f i n i c i ó n r e m i t e a
u n a c u e s t i ó n d e p r o b a b i l i d a d : las p r o b a b i l i d a d e s n o p u e d e n ser definidas d e
o t r a m a n e r a q u e ensídicamente ( t r i b u s b o r e l i a n a s , ercétera). Por el m i s m o
m o t i v o , la i n d e t e r m i n a c i ó n c u á n t i c a , en la m e d i d a en q u e asigna p r o b a b i l i -

2
Véase La institución imaginaria de la sociedad, Buenos Aires, Tusquets, 1993, cap. 5.
284 LOGO.S

d a d e s {amplitudes) d e t e r m i n a d a s a los e l e m e n t o s c u á n t i c o s , es d e t e r m i n i s t a ,
p o r lo t a n t o , ensídica.

Continuo matemático y continuo efectivo

Si es cierto q u e el ser s u p e r a la lógica ensídica, s u p e r a , p o r lo t a n t o ( c o n t e -

n i é n d o l o s ) , t a n t o lo c o n t i n u o c o m o lo d i s c r e t o , el espacio c o m o el n ú m e r o ,
la g e o m e t r í a c o m o la a r i t m é t i c a , la t o p o l o g í a c o m o el álgebra, e n t a n t o q u e
estas n o c i o n e s están d e f i n i d a s m a t e m á t i c a m e n t e ( t e n d r í a m o s q u e agregar,
para ser exhaustivos, las e s t r u c t u r a s d e o r d e n ) . Si la cuantificación no puede
a g o t a r lo q u e es, la t o p o l o g í a t a m p o c o p o d r í a lograr este a g o t a m i e n t o .
Precisemos este p u n t o . La t o p o l o g í a interesante (dejemos d e l a d o la t o p o -
logía grosera y la t o p o l o g í a discreta) trabaja c o n lo c o n t i n u o . ¿Acaso lo c o n t i -
n u o r e m i t e a la lógica ensídica». L l a m a m o s c o n t i n u o a t o d o espacio c o m p a c t o
y conexo. La definición de lo c o n e x o s u p o n e la de partición, la definición de
lo c o m p a c t o s u p o n e la d e u n espacio separado, p o r lo t a n t o , la de p u n t o s dis-
tintos q u e poseen vecindarios inconexos. D e todas m a n e r a s , la definición de
u n espacio topológico p o n e en j u e g o n u m e r o s a s n o c i o n e s de la teoría d e los
c o n j u n t o s . E n t o n c e s , si lo c o n t i n u o está sujeto a la aplicación d e la m a t e m á t i -
ca - l o q u e n o quiere decir q u e sea cuantificable-, es ensídica, p o r lo q u e cons¬
tituye u n a n i m a l de la m i s m a familia q u e la aritmética (que el n ú m e r o ) . N o se
trata de la m i s m a u n i d a d , pero tienen u n a n t e p a s a d o en c o m ú n : el c o n j u n t o .
Pero ¿ p o d e m o s d e c i r lo m i s m o del c o n t i n u o intuitivo o del c o n t i n u o
real?, l e ñ e m o s u n a r e p r e s e n t a c i ó n i n m e d i a t a ( u n a i n t u i c i ó n p u r a , d i r í a
K a n t ) del espacio y del t i e m p o c o m o c o n t i n u o s : ni u n o ni o t r o i n c l u y e n
agujeros. Lo viviente se m u e v e en la realidad, y nos m o v e m o s a través d e u n
m o v i m i e n t o c o n t i n u o en u n espacio c o n t i n u o y u n t i e m p o c o n t i n u o . Esto
- a beneficio d e i n v e n t a r i o d e los sofismas d e Z e n ó n - nos i m p i d e c o n s i d e r a r
lo c o n t i n u o c o m o u n s i m p l e artefacto m a t e m á t i c o (ensídico)? Pero e n t o n -
ces, e x a c t a m e n t e p o r las m i s m a s razones, n o p o d e m o s o t o r g a r n i n g u n a pri-
macía al espacio sobre el n ú m e r o , a la g e o m e t r í a sobre la a r i t m é t i c a , a la t o -

N o querría, por sobre rodo, que se me entendiera mal. N o se trara de la actividad del ver-
dadero matemático que es ensídica; es tan poiética c o m o cualquier otra, puede llegar a ser
una de las más imaginativas actividades h u m a n a s . Es el capta mortuum de estos resultados
que, idealmenre, riende hacia lo ensídica rotal.

141/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E El. E S P A C I O V EL N U M E R O 285

p o l o g í a s o b r e el álgebra. Q u i z á s , e q u i v o c a d a m e n t e , cada u n o d e n o s o t r o s se
r e p r e s e n t a c o m o u n a u n i d a d q u e t i e n e d o s brazos y dos p i e r n a s . Lo viviente
trata d e evitar un d e p r e d a d o r , el d e p r e d a d o r caza una presa. El artículo defa-
n i d o , t a n t o o m á s q u e el a r t í c u l o i n d e f i n i d o , s u p o n e la u n i d a d . H a b l a r de!
m o v i m i e n t o p r e s u p o n e el u n o (y el e s q u e m a f u n d a m e n t a ! d e la i t e r a c i ó n ,
i m p l í c i t o en los a x i o m a s d e P e a n o ) , y, a b s t r a c t a m e n t e , la p r o p o s i c i ó n i n v e r s a
n o es v e r d a d e r a . Uno n o es s i m p l e m e n t e u n a categoría c o m o en el c u a d r o
k a n t i a n o , está p r e s u p u e s t o e n t o d a s las otras categorías en g r a d o e x r r e m o . Y
si p a s a m o s del o t r o l a d o del espejo, el u n o n o s resulta i m p u e s t o p o r la exis­
t e n c i a d e lo viviente, ya q u e la f o r m a u n o , i m p u e s t a a lo existente s i m p l e ­
m e n t e físico, p r e s u p o n e , p o r c i e r t o , u n a t r i b u t o o n t o l ó g i c o de este ú l t i m o :
q u e sea u n i f i c a -del m i s m o m o d o q u e la i m p o s i c i ó n d e c u a l q u i e r o t r a
f o r m a a u n a m a t e r i a p r e s u p o n e q u e esta ú l t i m a sea íonnable-. Pero n o p o ­
d e m o s decir q u e sale del o b j e t o c o n la m i s m a fuerza q u e e n el caso d e l o vi­
v i e n t e . La u n i d a d de u n a galaxia o d e u n a m o l é c u l a n o t i e n e u n m i s m o o r ­
d e n d e i n t e n s i d a d , si m e p u e d o expresar así, q u e la de u n roble o d e u n a
serpiente. La u n i d a d del i n d i v i d u o viviente n o c o n s t i t u y e u n a acción tinifi
c a d o r a del observador, está e n sí y p a r a sí.
Pero p o d e m o s utilizar u n a a r g u m e n t a c i ó n análoga c o n c e r n i e n t e a lo c o n ­
t i n u o efectivo. Ya q u e , d e u n a m a n e r a similar, se i m p o n e a n o s o t r o s la c o n t i ­
n u i d a d d e lo viviente. P o d e m o s decir, i n c l u s o , q u e lo v i v i e n t e es discreto so­
l a m e n t e en la m e d i d a en q u e es c o n t i n u o , y q u e es c o n t i n u o en la m e d i d a en
q u e es discreto. Un viviente - u n á r b o l , u n a b a l l e n a - es u n a u n i d a d en la m e ­
d i d a e n q u e es c o n t i n u o c o m o v i d a , c o m o movimiento e n el s e n t i d o d e A r i s ­
tóteles, y c o m o extensión: i n t e r a c c i ó n i n c e s a n t e d e partes e n t r e sí y c o n el t o ­
d o , en el s e n o d e u n a clausura q u e e s t á i g u a l m e n t e e n sí y p a r a sí. L o
viviente c o r n o tal n o es, e n regla g e n e r a l , divisible, n o c o n s e r v a su n a t u r a l e z a
l u e g o d e u n a p a r t i c i ó n . Volveré s o b r e el particular.

Digresión sobre la física

La c o n t i n u i d a d d e lo real físico n o s s u m e r g e e n ottas complejidades. La relati­

vidad, restringida c o m o generalizada, p o s t u l a u n espacio t i e m p o c o n t i n u o . La
física c u á n t i c a p l a n t e a l í m i t e s i n f e t i o r e s a las u n i d a d e s d e m a t e f i a / e n e r g í a
( c o n s r a n t e de Planck) e, i n c l u s o , a las u n i d a d e s espacio t i e m p o ( t i e m p o d e
4 3
Planck, 1 0 - segundos). Si t e n e m o s u n límite inferior de las u n i d a d e s d e t i e m

50
286 LÓGOS

8
po y u n límite superior d e las velocidades (velocidad d e la luz, 3 x 1 0 m e t r o s /
3 5
s e g u n d o ) , resultaría u n a u n i d a d m í n i m a del espacio d e 3 x 1 ( L m e t r o s . Los
34 3 3
fotones harían e n el vacío c a d a 1 0 ~ s e g u n d o u n salto d e p u l g a d e 3 x 1 0 ~
c e n t í m e t r o s . N o pueden h a c e r n i m á s n i m e n o s . S a b e m o s q u e la t e o r í a
c u á n t i c a p l a n t e a p r o b l e m a s f o r m i d a b l e s . Su c o n c i l i a c i ó n c o n la relatividad
general es u n o d e ellos. O t r o p r o b l e m a , q u e m e p a r e c e t a n c o m p l i c a d o c o -
m o el anterior, es el d e la materia oscura: si, c o m o se dice, ella r e p r e s e n t a
e n t r e el 9 0 y el 9 9 % d e la m a t e r i a / e n e r g í a del U n i v e r s o , ¿qué c o n c i l i a c i ó n
sería c o n c e b i b l e e n t r e la existencia d e tal m a t e r i a i n e r t e , n o i n t e r a c t i v a c o n
el r e s t o , salvo e n lo q u e se refiere a la g r a v i t a c i ó n y las teorías c u á n t i c a s
( c r o m o d i n á m i c a ) d e las i n t e r a c c i o n e s e n t r e p a r t í c u l a s (o fuerzas), q u e están
abrochadas d e s d e el p u n t o d e vista lógico m a t e m á t i c o ? P e r o t e n d r e m o s q u e
aceptar f u n d a m e n t a l m e n t e q u e el espacio t i e m p o d e la física n o es asimila-
4 3
ble a R \ s i n o a u n especie d e Z (o m á s b i e n a u n Z x Z\ c o n las unidades
3 5 4 3
respectivas " 1 " -= 3 x I O " metro, y " 1 " ' = 3 x 10" segundos). Habría,
p u e s , q u e d e s c o m p o n e r el m o v i m i e n t o en u n a s u c e s i ó n i n n u m e r a b l e d e sal-
tos d e p u l g a d e u n a célula espacio t e m p o r a l a otra y l u e g o a o t r a , etcétera.
N a d a diferenciaría e n t o n c e s estos saltos d e p u l g a d e u n a d e s a p a r i c i ó n d e la
partícula de la posición (x, y, z, i) y d e su recreación en la posición {x, y, z, t).
La estabilidad d e los o b j e t o s c o t i d i a n o s c o r r e s p o n d e r í a d e ral m a n e r a , u n a
vez m á s , a la falta d e e x a c t i t u d d e n u e s t r a p e r c e p c i ó n . Q u i z á s éste sea el
p u n t o d e vista m á s c o m p a t i b l e c o n el espíritu de la teoría c u á n t i c a . Q u e d a r í a
d e t o d o s m o d o s p e n d i e n t e d e verificación la l e g i t i m i d a d d e la u t i l i z a c i ó n
del cálculo diferencial s o b r e valores d i s c o n t i n u o s ( p e r o ello n o c o n s t i t u y e
u n o b s t á c u l o en t e r m o d i n á m i c a ) .

Lo viviente como tal

Esta d i s c o n t i n u i d a d , ¿acaso n o c o n t a m i n a r í a t a m b i é n la c o n t i n u i d a d d e lo
viviente, p o r i n t e r m e d i o d e su s u s t r a t o p u r a m e n t e físico? N o , si a c e p t a m o s
u n a d i s t i n c i ó n metafísica, es decir, o n t o í ó g i c a . E n t a n t o cuerpo físico, lo vi-
viente es (o n o es) d i s c o n t i n u o , s e g ú n los edictos d e la física de t u r n o . Pero,
en calidad d e viviente, realiza u n a c o n t i n u i d a d t e m p o r a l y espacial sin a n a l o -
gía en el m u n d o físico, c o n t i n u i d a d estrictamente local en lo q u e se refiere al
i n d i v i d u o viviente, escasamente local en lo q u e se refiere a las generaciones y
a la especie, y, finalmente, al e c o s i s t e m a terrestre. E s t a c o n t i n u i d a d d e lo vi-

142/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EL E S P A C I O Y El. N U M E R O 287

4
tal, del ti én eínai, del etdos y del lagos diría A r i s t ó t e l e s , está c o n s t i t u i d a ,
creada p o r p a r t e lo viviente. ( E n c o n t r a r e m o s , en o t r o nivel, u n a s u e r t e de
continuidad^ lo p s í q u i c o p r o p i a m e n t e d i c h o y en lo s o c i o h i s t ó r i c o . p e r o la
discusión de este t e m a nos llevaría d e m a s i a d o lejos.) Se t r a t a de la c o t m m u -
d a d del c o n j u n t o d e los p r o c e s o s (del trabajo d e las potencias que resisten a la
muerte) q u e c o n v i e r t e n a u n o r g a n i s m o vivo e n o t r a cosa q u e u n m o n t a s e d e
m o l é c u l a s , las q u e p o r o t r o l a d o se t t a n s m i t e n h e r e d i t a r i a m e n t e e n m a y o r
g r a d o q u e los caracteres hereditarios, esta m i s m a t r a n s m i s i ó n m o l e c u l a r q u e
p r e s u p o n e la otra. Las m u t a c i o n e s , p o r e j e m p l o , son m u t a c i o n e s y a c t ú a n en
este s e n t i d o ( a u n y sobre t o d o c u a n d o son letales) s o l a m e n t e c u a n d o surgen
en u n a célula viviente. Es esta v e r d a d e r a vis viva a la q u e n o vacilaría en lla-
m a r la sustancia (la f o r m a , el etdos) d e la vida.

El número

H e t r a t a d o de d e m o s t r a r q u e ni el n ú m e r o ni el espacio efectivo p u e d e n ser

c o n s i d e r a d o s c o m o p r i o r i t a r i o s u n o en relación c o n el o t r o . T r a t a r é a h o r a de-
m o s t r a r algo más: ni el n ú m e r o ni el espacio p u e d e n ser c o n s i d e r a d o s c o m o
s i m p l e m e n t e ensídicos. E n los d o s casos, lo ensidico y lo poiético, lo d i f e r e n t e
y lo o t r o , lo tepetitivo y lo c r e a t i v o , se e n t r e l a z a n , del m i s m o m o d o q u e se
entrelazan en t o d o e n t e efectivo y e n el ser c o m o tal.
N o t e m o s , en p r i m e r lugar, q u e el c o n j u n t o d e los e n t e r o s n a t u t a l e s y t o -
da teoría d e este c o n j u n t o se a p o y a n sobre p r e s u p u e s t o s irreductibles -no
d e d u c i b l e s y n o p t o d u c i b l e s a p a r t i r de o t r a c o s a - . E n los a x i o m a s d e P e a n o ,
t i e n e n la f o r m a d e u n p r i m e r e l e m e n t o o e l e m e n t o d i s t i n g u i d o , q u e n o es el
sucesor de n i n g ú n o t r o , f o r m a d e la iteración (operación sucesor i n f i n i t a m e n -
te iterable), d e la i d e n t i d a d o i g u a l d a d , d e la i m p l i c a n c i a d e p r o p o s i c i o n e s ,
etcétera. U n a vez d a d o este c o n j u n t o , sus extensiones sucesivas - q u e p a r e c e n
naturales pero q u e exigieron a l g u n a s d e c e n a s d e miles d e a ñ o s - llevan a los
c o n j u n t o s de los racionales positivos, de los reales algebraicos positivos, de
los e n t e r o s racionales, de los reales algebraicos a secas, de los c o m p l e j o s alge-
braicos, finalmente de los reales y complejos trascendentes calculables (algébri-
cos diferenciales, según el t é r m i n o d e É . B o r e l ) .

4
De anima, I I , 1, 4 1 2 b 16; 2, 4 1 4 a 1 3 .
28S LÓGOS

T o d o s estos c o n j u n t o s s o n efectivamente c o n s t r u i b l e s (sus e l e m e n t o s son

calculables o c o m p u t a b l e s ) m e d i a n t e o p e t a c i o n e s y a l g o n t m o s bien defini-
dos v calculables A h o r a bien, el c o n j u n t o d e los reales a secas (por lo t a n t o ,
a d e m a s , el c o n j u n t o d e los c o m p l e j o s a secas, p e r o n o h a b l a r é d e estos p u e s ,
en lo q u e a n o s o t r o s nos interesa, el c o n j u n t o C d e los c o m p l e j o s es i s o m o t -
¿
fo a R ) n o está e f e c t i v a m e n t e d e f i n i d o , ya q u e casi n i n g u n o d e sus e l e m e n -
tos es e f e c t i v a m e n t e calculable.
C o n s i d e r e m o s , p a r a simplificar, el c o n j u n t o d e los n ú m e r o s c o n t e n i d o s
en el i n t e r e a l o [0, 1]. S a b e m o s q u e es e q u i p o l e n t e ( m i s m a p o t e n c i a , m i s m o
n u m e r a l cardinal) c o n el c o n j u n t o d e los reales positivos R . T o d o s estos nú¬
+

meros p u e d e n escribirse bajo la f o r m a d e u n a sucesión infinita d e n ú m e r o s

tales q u e 0 , . . . ( e v e n t u a l m e n t e , t o d o s n u l o s a p a r t i r d e u n cierto lugar). E n
u n a n o t a c i ó n binaria, esto d a lugar a u n a sucesión infinita d e 0 y 1. El c o n -
j u n t o d e estas sucesiones es, p o r lo t a n t o , e q u i p o l e n t e c o n el c o n j u n t o de los
n ú m e r o s reales positivos; s a b e m o s ( C a n t o t , d e m o s t r a c i ó n p o r la d i a g o n a l )
q u e este c o n j u n t o tiene la p o t e n c i a d e u n c o n t i n u o , o sea, q u e es infinito n o
n u m e r a b l e . Pero s a b e m o s , a d e m á s , a p a r t i r d e los trabajos de Botel, Von Mi¬
ses, Wald y, m u y e s p e c i a l m e n t e , K o l m o g o r o v , S o l o m o n o v , C h a i t i n y Mar-
tin-Lóff, q u e casi todas las sucesiones d e n ú m e r o s son aleatorias. Efectiva-
m e n t e , es l e g í t i m o y lógico d e s i g n a t a u n a sucesión c o m o n o a l e a t o t i a si
existe u n a ley (en lenguaje con t e m p o r á n e o , u n p r o g r a m a - u n a l g o r i t m o )
para p r o d u c i r s u c e s i v a m e n t e sus t é r m i n o s . D e tal m a n e r a q u e la raíz c u a d r a -
da d e 2 p u e d e ser calculada c o n la c a n t i d a d d e d e c i m a l e s q u e c o n s i d e r e m o s
necesaria, según u n a l g o r i t m o c o n o c i d o . A s i m i s m o , los n ú m e r o s q u e É. B o -
rel llamaba algebraicos diferenciales, c o m o e o />, son e f e c t i v a m e n t e calcula-
bles; para e, basta llevat a c a b o el cálculo d e las s u m a s d e t é r m i n o s d e tipo
\ln !,ni;N p a t a c o n s e g u i r la c a n t i d a d d e d e c i m a l e s q u e n e c e s i t a m o s ; d e la
m i s m a m a n e r a , el valor d e II se a p r o x i m a a 4 (1 - 1/3 i 1/5 - 1/7 + 1/9 -
1/11 + 1/13...)- Pero t o d a ley, t o d o p r o g r a m a , t o d o a l g o r i t m o d e b e n p o d e r
escribirse (formularse) c o n u n a c a n t i d a d finita d e signos. Por lo t a n t o , ei
o n j u n t o de estas leyes, p r o g r a m a s , a l g o r i t m o s sería, en el m e j o t d e los casos,
n u m e r a b l e . Pero el c o n j u n t o d e las sucesiones (y/o de los n ú m e r o s teales) n o
f i n u m e r a b l e , existen infinitamente más. Pot lo t a n t o , casi n i n g ú n e l e m e n t o
de R es efectivamente calculable; casi t o d o s los e l e m e n t o s de R son aleatorios.
C a d a u n o p o d r í a ser p r o d u c i d o sólo m e d i a n t e u n a sucesión infinita de ser-
íeos azarosos verdaderos (de las cuales n u n c a se p o d r í a c o m p r o b a r si p r o d u -
cen, efectivamente, e l e m e n t o s aleatorios ya q u e , p o r e j e m p l o , luego de u n a

143/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EE E S P A C I O Y El N U M E R O 289

c a n t i d a d d e sorteos a r b i t r a r i a m e n t e g r a n d e , la sucesión d e sorteos anteriores

podría r e c o m e n z a r . . . ) . Los e l e m e n t o s calculables de R son n u m e r a b l e s y el
c o n j u n t o de ellos es insignificante en el c o n j u n t o de los n ú m e r o s reales
E n m a t e m á t i c a , h a c e m o s m a l a b a t i s m o s c o n u n c o n j u n t o del cual n o c o n o
cemos ni n u n c a llegatemos a conocer, de n i n g u n a m a n e r a (ni siquiera a través
del d a t o abstracto de u n a ley inaplicable), casi n i n g ú n e l e m e n t o . A mi criterio,
existe u n abuso de lenguaje o, p o r lo m e n o s , u n a a m b i g ü e d a d c u a n d o d e c i m o s
R c o m p l e t o , d a n d o a e n t e n d e r d e este m o d o , p o r ejemplo, q u e el R que nos re-
sulta accesible c o n t i e n e ios límites d e todas las sucesiones d e C a u c h y , c o n t i e n e
los límites de las sucesiones d e C a u c h y que nos resultan accesibles, es decir, q u e
p o d r í a m o s definit, cuyo c o n j u n t o es e v i d e n t e m e n t e n u m e r a b l e . Del m i s m o
m o d o , p o d r í a m o s especificar u n c o r t e de D e d e k i n d s o l a m e n t e m e d i a n t e el d a -
to efectivo de dos s u b c o n j u n t o s d e R q u e ella define - l o q u e es posible, una
vez más, s o l a m e n t e p a t a u n c o n j u n t o n u m e t a b l e de casos-.
C o n v e n g a m o s en d e s i g n a t R el c o n j u n t o d e los reales calculables e n e!
(

sentido definido a n t e t i o r m e n t e , ' y R a el c o n j u n t o de los reales aleatorios. El

c o n j u n t o R d e los reales a secas será e n t o n c e s la r e u n i ó n d e R y i O R n o es c

c o n t i n u o en el s e n t i d o m a t e m á t i c o (no es c o n e x o , t o d o e l e m e n t ó d e # lo
divide en dos c o n j u n t o s a b i e r t o s ) . M á s a ú n , si la d e m o s t t a c i ó n d e C a n t o r es
válida, el c o n j u n t o está a g u j e r e a d o de u n a f o r m a n o n u m e r a b l e , n o es m á s
q u e u n a sucesión d e agujeros i n f i n i t a m e n t e n o n u m e r a b l e s m a n t e n i d o s u n i -
d o s p o r u n a sucesión d e p u n t o s n u m e r a b l e s . (La p a r a d o j a , a p a r e n t e o real,
i m p l i c a d a p o r esta frase, n o p u e d e d e t e n e m o s en este caso.)
¿ Q u é es, p o r lo t a n t o , R, el c o n j u n t o de los n ú m e r o s reales, si la casi totalidad
de sus e l e m e n t o s n o p u e d e n set e x h i b i d o s n i d i r e c t a m e n t e n i m e d i a n t e u n a
sucesión d e o p e r a c i o n e s efectivas, a u n q u e fuese infinita, n i m e d i a n t e u n a ley
de e n g e n d r a m i e n r o , i m p o s i b i l i d a d q u e es r i g u r o s a m e n t e d e m o s t r a b l e , m i e n -
tras q u e al m i s m o t i e m p o p o d e m o s d e m o s t r a r d e m a n e r a ran rigurosa ( C a n -
tor) q u e existe? P r o p o n g o c o n s i d e r a r a R c o m o u n a m e t á f o t a del C a o s y a R f

c o m o u n a m e t á f o r a del C o s m o s , p a r t e del C a o s e n g e n d r a d a a p a r t i r del

C a o s y q u e h u n d e sus raíces en éste, m á s o m e n o s d e t e r m i n a d a (más o m e -
nos gracias a G ó d e l y otros) y q u e p r e s e n t a m ú l t i p l e s o r g a n i z a c i o n e s (leyes).
E v i d e n t e m e n t e , ni 1 ni 0 son engendrados por leyes: p e r m a n e c e n c o m o m e t á -
foras del sí y del n o , del h a y y del n o hay. D i g a m o s t a m b i é n q u e R es la m e -
táfora de lo poiético, y R la m e t á f o r a d e lo ensídico in materia.
f {Informa, lo
poiético en m a t e m á t i c a c o n s i s t e e n la p o s i c i ó n d e los a x i o m a s y la c t e a c i ó n
d e m é t o d o s de d e m o s t r a c i ó n ; lo ensídico, los a l g o r i t m o s d e d u c r i v o s y c o m -

50
 o LOCOS

p u t a c i o n a l e s . ) P o d e m o s t a m b i é n decir q u e R b r i n d a u n m o d e l o i m p e r f e c t o
de m a g m a : p o d e m o s extraer d e él, o c o n s t r u i r en su s e n o , u n a c a n t i d a d in-
definida d e o t g a m z a c i o n e s c o n j u n t i s t a s ; p e t o n o es a b s o l u t a m e n t e c o n s t r u i -
ble a través de o p e t a c i o n e s c o n j u n t i s t a s .
D e d e k i n d escribía a C a n t o r q u e se r e p r e s e n t a b a a los c o n j u n t o s c o m o
bolsas i n a g o t a b l e s . C a n t o r le c o n t e s t ó q u e él se los r e p r e s e n t a b a m á s b i e n
corno un abismo.

La medida del espacio

; Q u é es Ri U n a tespuesta m á s o m e n o s válida sería: el c o n j u n t o d e los arre-

glos infinitos c o n repetición d e signos (0, 1). ¿Por q u é t e n e m o s q u e p e n s a r en
R y tenerlo en cuenta? P o r q u e C a n t o r lo i n t r o d u j o . ¿En q u é m e d i d a necesita-
m o s d e R m á s q u e d e t o d o o t r o p r o d u c t o d e u n a c o m b i n a t o n a ilimitada?
P o r q u e d e c i d i m o s q u e p o d e m o s establecer u n a c o r r e s p o n d e n c i a b i u n í v o c a
e n t r e sus e l e m e n t o s y los p u n t o s d e la recta real. ¿ Q u é es lo q u e justifica esta
decisión? E n p r i m e r lugar, n u e s t r a i n t u i c i ó n : n o s resulta i m p o s i b l e c o n s i d e r a r
u n a recta real h e c h a e s e n c i a l m e n t e de agujeros. N o p o d e m o s ver la recta - e l
espacio en g e n e r a l - de o t r a m a n e r a q u e c o m p l e t a , a u n c u a n d o sólo p o d e m o s
especificar las abscisas de u n a c a n t i d a d ínfima d e p u n t o s q u e la componen.
N u e s t r a i n t u i c i ó n d e la c o n t i n u i d a d es i n t u i c i ó n d e la c o n t i n u i d a d d e la
kinésis. E n esto, sin d u d a , el m o v i m i e n t o local p e r m a n e c e privilegiado: Aris-
tóteles ya lo privilegiaba, a pesar del c u i d a d o q u e d e d i c a b a a d i s t i n g u i r los
c u a t r o tipos d e m o v i m i e n t o . A p a r t i r d e Galiíeo, este m o v i m i e n t o e l i m i n ó
los o t r o s . La c o n t i n u i d a d de la kínesis es, s i m u l t á n e a m e n t e , c o n t i n u i d a d del
espacio y del t i e m p o . E n la vida h a b i t u a l , n o p u e d o ir d e A a B sin c u b r i r t o -
dos los p u n t o s i n t e t m e d i o s . N o p u e d o saltar del a h o r a a m á s t a r d e - e n el
m o m e n t o en el cual estaré d e v u e l t a en m i casa, en el cual tal d o l o r h a b r á
t e r m i n a d o , o tal cita será llevada a c a b o - . Sólo o c u r r e o t r a cosa a! m a r g e n d e
este m u n d o c o t i d i a n o - c o n la m a g i a , el c h a m a n i s m o , las botas mágicas del
g a t o , las i n t e r v e n c i o n e s o las o m n i p r e s e n c i a s d i v i n a s - . Pero estos aspectos
r e m i t e n a otras c o n s i d e r a c i o n e s .
E n t o n c e s , ¿de q u é m a n e r a p a s a m o s del n ú m e r o al espacio, o a la inversa,
si los n ú m e r o s d e s e m b o c a n en R, del cual casi n i n g ú n e l e m e n t o p u e d e estar
dado, m i e n t r a s q u e la i n t u i c i ó n , la percepción del espacio y del t i e m p o coti
d i a n o s , fenomenológicos, s o n las d e u n c o n t i n u o ?

144/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EL E S P A C I O Y EL N Ú M E R O 2 y!

El espacio c o t i d i a n o , el e s p a c i o del p r i m e r estrato n a t u r a l , es ¡ o c a l m e n t e

cuasi e u c l i d i a n o (véase m á s abajo). Es apto p a r a la i d e n t i d a d : los d e s p l a z a -
m i e n t o s c o n s e r v a n la distancia, las c o n g r u e n c i a s (estratos superpuestos) son
de h e c h o s i e m p r e posibles. ( N i n g u n a d e estas p r o p i e d a d e s tiene u n s e n t i d o
c o n respecto al t i e m p o ; p e r o , m e d i a n t e m o v i m i e n t o s o f e n ó m e n o s espaciales
-esfera celeste, c l e p s i d r a - , se c o n s t i t u y e u n t i e m p o ensídica mensurable, q u e es
suficiente t a n t o p a r a los c a l e n d a r i o s p r i m i t i v o s c o m o p a r a los cálculos c u á n t i -
cos.) Por esta m i s m a característica, es a p t o p a r a la m e d i c i ó n ; n o para la m e d i -
ción en el s e n t i d o m a t e m á t i c o - v o l v e r e m o s s o b r e el a s u n t o - sino p a r a la me-
d i d a e l e m e n t a l , s u f i c i e n t e e n c u a n t o a la n e c e s i d a d / u s o (pros ten chreían
hikanos, h a b r í a d i c h o Aristóteles). S o m o s s i e m p r e t r i b u t a r i o s d e la p r i m e r a
decisión d e u n h o m b r e o d e u n a mujer d e la era paleolítica q u e planteó q u e ral
pedazo de m a d e r a = 1. Le resultaba necesario conservar u n p e d a z o d e m a d e r a
m á s o m e n o s recto (tan recto c o m o fuese p o s i b l e p o r m ú l t i p l e s razones d e co-
m o d i d a d ) , p o r e j e m p l o , p a r a e q u i p a r a r el largo d e los pilotes de su h a b i t a c i ó n
lacustre. E n los siglos XIII y XIV, los filósofos d e la escuela d e O x f o r d , R o b e n
Grosseteste o W a l t e r Burley, t e n í a n claridad sobre este p u n t o : «...ya q u e el
c o n t i n u o es divisible al i n f i n i t o , resulta q u e e n u n c o n t i n u o n o hay m e d i d a
p r i m a r i a y ú n i c a según la N a t u r a l e z a , sino ú n i c a m e n t e s e g ú n la i n s t i t u c i ó n de
5
los h o m b r e s » . E n n u e s t r o lenguaje, este h o m b r e i n m e m o r i a l plantea: tal par-
te c o m p a c t a d e R 1. C o m p a c t a en u n s e n t i d o n o c o n t i n u o , ya q u e n o c o n e -
xo: la r a m a es u n a cosa cerrada, y si la r o m p o en dos p a r t e s , t e n d r é dos cosas
cerradas (es necesario q u e la p u e d a r o m p e r e n d o s partes, en tres, etcétera, d e
lo c o n t r a r i o n o c o n s t i t u y e u n b u e n i n s t r u m e n t o d e m e d i d a ) .
Es útil recordarle a los f e n o m e n ó l o g o s q u e el espacio c o t i d i a n o , el espacio
del p r i m e r estrato n a t u r a l , del mundo de la vida, n o es m á s q u e cuasi euclidia-
no, y esta p r o p i e d a d se d a sólo l o c a l m e n t e : n o es, e v i d e n t e m e n t e , h o m o g é -
neo, ni siquiera i s ó t r o p o , c o n d e n e u n alto y u n bajo, los rieles del ferrocarril
convergen a lo lejos, la dirección d e c u a l q u i e r d e m o del Á t i c a hacia A t e n a s es
ú n i c a y privilegiada p o r los h a b i t a n t e s del d e m o . Basta m i r a r u n a carta d e la
red d e la SNCF p a r a c o n s t a t a r q u e el espacio francés n o es ni h o m o g é n e o ni
isótropo. Y es s o l a m e n t e casi c o n t i n u o en el s e n t i d o d e Aristóteles, d e la divi-
sibilidad, ya q u e ésta n u n c a p u e d e ser llevada d e m a s i a d o lejos. A p e n a s co-
m i e n z a la reflexión, el m u n d o d e la vida a p a r e c e c o m o p r o b l e m á t i c o .

5
Walter Burley, citado por G. J. W h i t r o w , The Natural Philosophy ofTime, Oxford, Claren
don Press, 1980, p. 2 1 5 ; reed. 1990.

50
292 LOCOS

La g e o m e t r í a e u c l i d i a n a , r e t o m a n d o a q u e l l o q u e se d i j o h a c e m u c h o
t i e m p o ( p o r lo m e n o s d e s d e P l a t ó n ) , es u n a idealización ultrajante d e este
espacio. Y está c o n s t r u i d a s o b r e la i n t u i c i ó n d e la c o n t i n u i d a d , s o b r e t o d o la
de los m o v i m i e n t o s (trazado de u n a recta, r o t a c i ó n de u n s e g m e n t o a l r e d e d o r
de u n a e x t r e m i d a d fija...), D e j a n d o d e l a d o a q u í la aritmetización d e la recta
q u e hizo H i l b e r t , p o d e m o s c o n s t a t a r q u e d e s d e Pitágoras y E u d o x i o , p a s a n d o
p o r D e s c a r t e s y l l e g a n d o a C a u c h y , Weierstrass, D e d e k i n d , C a n t o r , se lleva a
c a b o la c o r r e s p o n d e n c i a d e las e n t i d a d e s algebraicas c o n la recta. Q u é es lo
q u e p e r m i t e q u e esta idealización funcione es u n a p r i m e r a p r e g u n t a q u e n o
voy a a b o t d a r a q u í . C o n q u é d e r e c h o h a c e m o s c o r r e s p o n d e r e n r i d a d e s alge-
braicas y m e t a l g e b r a i c a s (R) c o n el espacio idealizado d e la g e o m e t r í a eucli-
d i a n a (o n o e u c l i d i a n a , p o r o t r o lado) c o n s r i t u y e o t r a p r e g u n t a , a g u d i z a d a
p o r el r e c o r d a t o r i o d e ia anterior. La transferencia d e las p r o p i e d a d e s d e TV al
r e c u e n t o d e las cabras del r e b a ñ o o de los i n d i v i d u o s del clan n o p l a n t e a u n
p r o b l e m a , p o t lo m e n o s e n la m i s m a m e d i d a . Pero, ¿qué es lo q u e justifica la
transferencia d e las p r o p i e d a d e s d e R s o b r e u n a recta?
Esta p r e g u n t a n o se f o r m u l a en v a n o , c o m o lo d e m u e s t r a u n breve retor-
n o a las paradojas d e Z e n ó n .

Digresión sobre Zenón

C o n t r a r i a m e n t e a lo q u e se cree, las paradojas d e Z e n ó n están s i e m p r e vivas

6
y d i s c u t i d a s . M e l i m i t a r é a q u í a la d e Aquiles y la t o r t u g a , q u e es, a m i cri-
terio, la m á s fecunda, la m á s clara y c o n t i e n e lo esencial d e las otras, c o m o
ya lo v e r e m o s . N o t e m o s q u e las paradojas n o están resueltas p o r las refuta-
ciones n e o k a n r i a n a s ( M a x Adler, p o r e j e m p l o ) . Q u e Z e n ó n dividiera al infi-

Entre las recientes discusiones a propósito de las paradojas, la de W h i t r o w {The Natural...,

ob. cit., p p . 190-200) es notable pot su solidez y su concisión. Las «Remarques sur les
paradoxes de Zénon» de Alexandre Koyré (1922), retomadas en Les Études d'histoire de la
pernee philosophique, París, Gallimard, 1971, p p . 9-35, conservan todo su interés. Basta no-
tar que Peirce y W h k e h e a d rechazaban las paradojas (Peirce consideraba a Aquiles y a la
tortuga como una «pequeña trampa estúpida», y W h i t e h e a d atribuía la «falacia de Z e n ó n a
su ignorancia de series matemáticas infinitas»), mientras que Russell las consideraba «todas
como infinitamente sutiles y profundas», y que W . James pensaba, con respecto a las refuta-
ciones de la paradoja de Aquiles, que «pasaban completamente por alto la argumentación
de Zenón». Véase, además, la próxima nota.

145/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EL E S P A C I O í EL N Ú M E R O 293

n i t o el espacio p e r o n o el t i e m p o es c l a r a m e n t e u n c o n t r a s e n t i d o : las p a r a -
dojas se a p o y a n p r e c i s a m e n t e s o b r e la c o r r e s p o n d e n c i a t é r m i n o a t é r m i n o de
los elementos del eje espacial y del eje t e m p o r a l . N o p o d e m o s decir t a m p o c o ,
ya q u e el espacio y el t i e m p o s o n formas p u r a s d e la i n t u i c i ó n , q u e el m t e n t o
d e a p r e h e n d e r l o s a través d e las h e r r a m i e n t a s d e la c o m p r e n s i ó n n o p u e d e
llevar a o t r a cosa q u e a p a r a d o j a s . A c e p t a r este a r g u m e n t o sería c o n d e n a r si-
m u l t á n e a m e n t e al sin s e n t i d o la m a t e m á t i c a y la física m a t e m á t i c a
E n lenguaje m o d e r n o , la a p o r í a p u e d e estar c o n d e n s a d a en d o s p r o p o s i -
ciones:

1) I n d e p e n d i e n t e m e n t e del a v a n c e inicial (finito) a d e la t o r t u g a , y cual-

q u i e r a sea la relación d e v e l o c i d a d b d e la t o r t u g a y c d e Aquiles, c m a y o r
que M ( o Q ) f o r m a n d o p a r t e del u n i v e r s o d e A r q u í m e d e s , existe s i e m p r e
u n t i e m p o t tal q u e t (c - b) > a. Es el m o t i v o p o r el cual A q u i l e s s u p e r a r á a
la t o r t u g a .
2) Existe s i e m p r e u n a a p l i c a c i ó n biyectiva e n t t e los s e g m e n t o s [a, a + b]
( ¿ p e q u e ñ o ) y [0, ct\; en o t r a s p a l a b r a s , estos s e g m e n t o s t i e n e n la m i s m a p o -
t e n c i a y, a s i m i s m o , t i e n e n la m i s m a p o t e n c i a q u e el lapso d e t i e m p o t; en
otras palabras, t o d a v í a existen t a n t o s puntos espacio t e m p o r a l e s en u n r e c o -
r r i d o d a d o d e A q u i l e s y de la t o r t u g a q u e m a n t i e n e n p a r a ésta u n a d e l a n t a -
m i e n t o d (es i n d i f e r e n t e q u e estos s e g m e n t o s sean c o n s i d e r a d o s c o m o i n t e r -
valos cerrados d e / r o d e Q ) . Es el m o t i v o p o r el cual Aquiles n u n c a s u p e r a r á
a la t o t t u g a .

El lector c o n t e m p o r á n e o se s o b r e s a l t a r á al leer la s e g u n d a p r o p o s i c i ó n y la
c o n s i d e r a r á l e g í t i m a m e n t e c o m o u n a falacia. Ya q u e , c o n el m i s m o a r g u -
m e n t o , d e m o s t r a r í a m o s q u e A q u i l e s (o c u a l q u i e r móvil) p o d r í a s i e m p r e re-
c o r r e r s ó l o u n s e g m e n t o a t b i t r a r i a m e n t e p e q u e ñ o y, e n ú l t i m a i n s t a n c i a ,
ninguno. Es lo q u e dice, p o r o t r o l a d o , el m i s m o Z e n ó n c o n la p a r a d o j a d e la
dicotomía (antes d e llegar al p u n t o d e abscisa x, el móvil d e b e llegar al p u n t o
x/2, y así s u c e s i v a m e n t e ) . D i r e m o s q u e el a r g u m e n t o d e Z e n ó n c o n f u n d e la
potencia (los n ú m e r o s cardinales) d e los inrervalos de R (o d e Q) y la m e d i d a
d e los s e g m e n t o s . L a m e d i d a d e las distancias e n u n a recta implica u n a u n i -
d a d d e m e d i d a finita, m i e n t r a s q u e el recuento d e los e l e m e n t o s de u n c u e r -
p o infinito (R o Q) se p r o p o n e a p r e h e n d e r estos e l e m e n t o s c o m o infinita-
mente pequeños, evanescentes o q u e no participan ni del espacio ni del tiempo
(definición del punto p o r E u c l i d e s ) . El lector d i r á q u e a lo s u m o r e c a e m o s en

50
2')4 I..ÓGOS

una vieja c a n t i n e l a metafísica: c ó m o p r o t l u c i t u n a recta e x t e n d i d a a p a r t i r d e

p u n t o s n o e x t e n d i d o s , etcétera.
S.n e m b a r g o , el a s u n t o n o es tan sencillo,
l o d o intervalo (abierto o c e r r a d o ) de R o d e O t i e n e la m i s m a c a n t i d a d
de p u n t o s q u e c u a l q u i e r o t r o (e incluso, si se t o m a n las p r e c a u c i o n e s necesa-
rias, q u e los m i s m o s R o Q). Z e n ó n se a p o y a s o b r e esta p r o p i e d a d , c o n u n a
t e r m i n o l o g í a e v i d e n t e m e n t e diferente. D e h e c h o , c o n s i d e r o q u e h a y q u e ha-
cerlo a c r e e d o r d e la p r i m e r a d e m o s t r a c i ó n d e esta p r o p o s i c i ó n (para el c o n -
j u n t o d e los racionales positivos) e, i m p l í c i t a m e n t e , d e la p r i m e r a i n t u i c i ó n
d e la idea d e p o t e n c i a d e u n c o n j u n t o infinito.
A esto Aristóteles c o n t e s t a , l e g í t i m a m e n t e : u n s e g m e n t o n o está c o m p u e s -
to p o r u n a suma d e p u n t o s . Es c i e n o . Pero la p r e g u n t a se plantea: ¿de qué está
h e c h o , p o r lo t a n t o , u n s e g m e n t o ? V i s i b l e m e n t e , u n s e g m e n t o está h e c h o a
p a t t i t d e otros s e g m e n t o s , ya q u e es divisible, y es divisible al infinito, en el
s e n t i d o d e q u e n o existe u n l í m i t e inferior al s e g m e n t o c o n c e b i b l e . (Esto o c u -
rre en la m a t e m á t i c a ; m e n c i o n a m o s antes las c u e s t i o n e s q u e p l a n t e a en este
s e n t i d o la física c u á n t i c a . Pero, si existe u n a u n i d a d m í n i m a absoluta de lon-
g i t u d , en otras palabras, si el espacio y el t i e m p o están h e c h o s d e u n i d a d e s in-
divisibles, v o l v e m o s , ya lo m e n c i o n a m o s , a la idea d e q u e el m o v i m i e n t o está
h e c h o de u n a sucesión d e i n m o v i l i d a d e s , lo q u e c o n s t i t u y e el s e n t i d o d e la
paradoja de la flecha, i n m ó v i l en t o d o instante.) E n otras palabras, n o existe
u n a u n i d a d d e l o n g i t u d absoluta. Por cierto, la c a n t i d a d d e s e g m e n t o s m í n i -
m o s (del m i s m o largo) d e dos s e g m e n t o s d e diferente l o n g i t u d será diferente,
dividiéndolos hasta el l í m i t e q u e haga falta. Esta c a n t i d a d será idéntica ú n i c a -
m e n t e si se franquea el l í m i t e y si el s e g m e n t o m u y p e q u e ñ o se c o n v i e r t e en
u n segmento infinitesimal, u n p u n t o . Es lo q u e h a c e Z e n ó n , y es lo q u e Aris-
tóteles, l e g í t i m a m e n t e , le p r o h i b e llevat a cabo. Pero q u e d a , e n t o n c e s , la pre-
g u n t a : ¿qué es lo q u e o t o r g a el d e r e c h o d e identificar la recta (real o racional)
7
c o n el c u e r p o algebraico d e los reales o de los racionales?

Mi propósito, en este caso, no es discutir las patadojas en sí mismas, y estoy de acuerdo en

general con la conclusión de W h i t r o w {The Natural..., ob. cit., p. 200) de que «se producen
antinomias lógicas irrefutables {defimte) si tratamos de combinar la hipótesis de continuidad,
por lo tanto, de divisibilidad infinita, con la de la naturaleza transtcional del tiempo», salvo si
pienso que la raíz de las dificultades se encuentra tanto del lado de la «continuidad» c o m o
de la «naturaleza transicional del tiempo». Enuncio, brevemente, el fundamento de mi afir-
mación. Resulta imposible dividir el segmento (0, 1) en una cantidad infinita de segmentos

146/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E El. E S P A C I O Y El. N U M E R O 295

La medida del espacio, continuación

La p a r a d o j a d e Aquiles y la t o r t u g a se resuelve si a d m i t i m o s esta d i s t i n c i ó n : la

p o t e n c i a d e u n c o n j u n t o n o es, e n general, lo m i s m o q u e la m e d i d a de este
c o n j u n t o . El h e c h o de q u e el s e g m e n t o (a, b) sea más p e q u e ñ o q u e el seg-
m e n t o (a, b + c); si el s e g m e n t o (b, c) tiene u n a m e d i d a e s t r i c t a m e n t e positi-
va, n o tiene n a d a q u e ver c o n la p o t e n c i a d e las partes correspondientes de R o
d e Q. H a y u n a n o - c o n g r u e n c i a d e s e g m e n t o s , c u y a p o t e n c i a es la m i s m a . La
relación e n t r e el espacio y el n ú m e r o es e x t r a ñ a .
Lo v e m o s en p r i m e r l u g a r al c o n s t a t a r q u e esta d i s t i n c i ó n n o es s i e m p r e
válida. E n N, p o r e j e m p l o , la distancia d e n a « ' ( p a r a n< n) es igual al n u -
m e r o cardinal ( m e n o s 1) d e la p a r t e (0, 1,..., » » - n). Lo v e m o s sobre t o d o
r e c o r d a n d o las dificultades d e la m i s m a n o c i ó n d e m e d i d a , ai m e n o s , a p e n a s
se sale de los espacios d e u n a d i m e n s i ó n .
S e g ú n u n a p r o p o s i c i ó n o n t o l ó g i c a f u n d a m e n t a l , espacio y t i e m p o n o s o n
n a d a si n o son a d e m á s , de u n a m a n e r a u o t r a , d e t e r m i n a d o s , o sea, ensídicos
(lo q u e n o q u i e r e decir n e c e s a r i a m e n t e m e n s u r a b l e s o cuantificables d e m a -
n e r a p e r t i n e n t e ) . El h e c h o es q u e (sumbaínei) el espacio y el t i e m p o s o n c o n -
jutuistas d e varias m a n e r a s : a c e p t a n e s t r u c t u r a s de o r d e n y e s t r u c t u r a s alge-
braicas y topológicas. Pero q u e el espacio sea susceptible d e ser s o m e t i d o a!
álgebra, es decir, n u m e r a b l e , n o es d e n i n g u n a m a n e r a u n a evidencia. El n ú -
m e r o tiene q u e pasar p o r la m e d i c i ó n . O r i g i n a l m e n t e , se c o r r a u n p e d a z o d e
m a d e r a y se c o n s t i t u y e c o n él u n a u n i d a d d e l o n g i t u d , lo q u e p e r m i t e medir
s e g m e n t o s d e recta. La o p e r a c i ó n p u e d e ser llevada a la cuarta o tercera p o -

iguales: si los segmentos son iguales, habrá un n ú m e r o finito en el s e g m e n t o (0, 1). Pero es
posible evidentemente dividir el segmento (0, 1) en u n a cantidad infinita de segmentos de-
siguales, por ejemplo, decrecientes: así, los segmentos definidos por los p u n t o s 0, 1/2, 3/4,
7 / 8 . . . , (2" - l ) / 2 " . . . El matemático dirá que la suma de estos segmentos tiende hacia 1, y
se ocupará de otra cosa. Es lo que lleva a cabo W h i t e h e a d cuando reprocha a Z e n ó n no co-
nocer la suma de la serie 2~" (n = 1, 2, 3 . . . ) que es «igual a 1». Pero es igual a 1 en el senti-
do de que la diferencia entre la suma y i puede resultar tan pequeña como lo decidamos. El
matemático dice: tan pequeña c o m o lo decidamos significa nula, y sigue su camino. El fi-
lósofo (en este caso Z e n ó n ) dice que la identificación: tan pequeña c o m o se decida = 0 no
resulta de ninguna manera evidente. Y tiene razón. C o m o ejemplo, t e n e m o s la creación del
análisis no esrándar a partir de 1960 (véase A. Robinson, Non-Standard Analysis, Amster-
dam, N o r r h - H o l l a n d , 1966; en particular, el capírulo x, «Concerning the history of the
calculus», p p . 2 6 0 - 2 8 2 ) .

50
296 LUGOS

cencía en el espacio físico. Pero n o o c u r r e lo m i s m o c o n el espacio m a t e m á t i -

co. H a u s d o r f f es el p r i m e r o en f o r m u l a r el p r o b l e m a d e la m e d i d a universal:
;existe. para t o d o e l e m e n t o d e f i n . d o A d e R, u n n o m b r e real positivo m (A),
ñ o n u l o para A * 0, d e tal m a n e r a q u e :
\)m(A U B) = m (A) + m (B) si Ay B son disyuntivos;
2) rn (A) - m (B) si A y B derivan u n o del o t r o p o r traslación o r o t a c i ó n .

H a u s d o r f f d e m u e s t r a ( 1 9 1 4 ) q u e el p r o b l e m a es i n s o l u b l e p a r a n igual o su-
p e r i o r a 3 (lo q u e n o i m p i d e seguir m i d i e n d o v o l ú m e n e s ) . B a n a c h c o n s t r u y e
u n a aplicación s e m e j a n t e para « = l y p a r a n = 2 (pero esta ú l t i m a n o es la
ú n i c a ) . Pero c o n s t r u y e , a d e m á s , u t i l i z a n d o el a x i o m a d e la elección, la para-
d o j a l l a m a d a d e B a n a c b - ' l a r s k i ( 1 9 2 3 ) , e q u i v a l e n t e a la a s e r c i ó n d e q u e
s i e m p t e se p u e d e n d e s c o m p o n e r d o s e l e m e n t o s d e f i n i d o s q u e c o n t i e n e n p o r
lo m e n o s u n p u n t o i n t e r i o r ( p o r e j e m p l o , d o s bolitas c u y o r a d i o es diferen-
te) en u n a c a n t i d a d finita e igual d e p a r t e s d i s y u n t i v a s e iguales (o sea, se
p u e d e recortar u n a n a r a n j a y el u n i v e r s o visible en u n a c a n t i d a d igual d e p e -
dazos iguales, d i s y u n t i v o s e n t t e sí). E s t e r e s u l t a d o , s u m a m e n t e o p u e s t o a la
i n t u i c i ó n , n o p a t e c e p e r t u r b a r s o b r e m a n e r a el s u e ñ o d e los m a t e m á t i c o s , p e -
ro parecía c o n s t i t u i t p a r a É m i l e Borel u n a razón s u p l e m e n t a r i a p a t a rechazar
8
el a x i o m a d e la e l e c c i ó n .
R e c o r d e m o s q u e todas las medidas utilizadas p o r la t o p o l o g í a (distancias,
separaciones, n o r m a s , s e m i n o r m a s . . . ) s o n e s e n c i a l m e n t e u n i d i m e n s i o n a l e s :
aplicaciones d e K x /; en R+ c o n c e r n i e n t e s a parejas d e p u n t o s , p o r m á s ex-
t r a ñ a q u e resulte la naturaleza d e estos puntos (funciones, sucesiones...) o de
la aplicación utilizada (distancia /r-ádica, etcétera.)

Generalización de la noción de espacio

¿Existe u n aspecto p o r el cual el espacio escapa a la ensídica*. Sí, p e r o este as-

pecto n o es inmediatamente la topología. C o n s i s t e en h falta de homogeneidad
cualitativa, a su vez e n g e n d r a d a p o r la creación, q u e d e b e temporalizarse y es-
pacializarse, a u n c u a n d o se ttate d e idealidades. Las ideas platónicas coexisten
n e c e s a r i a m e n t e en u n lugar supraceleste, «resulta necesario q u e t o d o el ser se

8
É. Borel, Éléments de la théorie des ensembles, París, Albin Michel, 1949, p p . 2 0 0 - 2 0 1 ,
206-210, 226-229, 236-237, 239, 310.

147/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EL E S P A C I O y EL N Ü M E R O 297

e n c u e n t r e en a l g u n a p a r t e , e n a l g ú n lugar y o c u p a n d o c i e r t o espacio, y[...\

aquello q u e n o está e n la T i e r r a o en a l g u n a p a r t e en el Cuelo no es n a d a :
{Timeo, 5 2 b ) . D e la m i s m a m a n e r a , existe u n espacio d e la m a t e m á t i c a en
g e n e r a l , n o el espacio matemático s i n o el e s p a c i o en el c u a l la m a t e m á t i c a
existe y p r o v o c a la existencia e x i s t i e n d o , r e c e p t á c u l o d e la coexistencia par­
c i a l m e n t e o r d e n a d a d e lo m ú l t i p l e , c r e a d o p o r las creaciones d e los materna,
ticos y a l t e r a d o p o r éstas. El espacio d e la m a t e m á t i c a n o es lo m i s m o antes
y d e s p u é s d e P i t á g o r a s , a n t e s d e D e s c a r t e s - N e w t o n - L e i b n i z y d e s p u é s de
ellos, antes de C a n t o r y d e s p u é s d e él, a n t e s y d e s p u é s d e G o d e l , etcétera.
A c t u a l m e n t e , e n este espacio, coexisten los e n t e r o s n a t u r a l e s y los c u e r p o s fi­
nitos, los p o l i e d r o s regulares y el t e o r e m a d e L o w e n h e i m - S k o l e m , el c o n j u n
to d e los n ú m e r o s p r i m o s y los filtros d e F r é c h e t .
T h o m e s c r i b e j u s t i f i c a d a m e n t e : « . . . t o d a c u a l i d a d p u e d e ser vista, en
cietta m e d i d a , c o m o f o r m a espacial, u n a f o r m a e x t e n d i d a e n u n espacio a b s ­
9
t r a c t o » . Pero n o es e v i d e n t e q u e semejantes espacios sean a p t o s p a r a u n tra­
t a m i e n t o t o p o l ó g i c o . Se trata d e la idea m á s general del espacio, n o t r a t a b l e
m a t e m á t i c a m e n t e s i n o , quizás, d e m a n e r a trivial.
Pero en el c a m p o de lo m a t e m a t i z a b l e espacial - q u e resulta ser m u l t i d i -
m e n s i o n a l g e n e r a l m e n t e ; q u e sean necesarias varias d i m e n s i o n e s es o t r o
a s u n t o - en su calidad de espacial, el lazo d e c u a l i d a d c o n la Topología es m a ­
nifiesto y p r i m o r d i a l . (Basta r e c o r d a r q u e , a l g e b r a i c a m e n t e , los espacios d e
u n a o d o s d i m e n s i o n e s n o p u e d e n ser v e r d a d e r a m e n t e d i f e r e n c i a d o s y q u e
h a y q u e recurrir a la t o p o l o g í a p a r a establecer la h e t e r o g e n e i d a d de éstos.) El
eidos a d q u i e r e aquí su s e n t i d o original: a s p e c t o , figura, f o r m a . Esto, q u e en
las formas espaciales n o es trivial, c o n d u c e r á p i d a m e n t e a la t o p o l o g í a , así
c o m o , m á s e s p e c í f i c a m e n t e , la a p r e h e n s i ó n del pasaje d e u n a f o r m a a o t r a ,
c u a n d o se trata d e la e m e r g e n c i a d e u n a f o r m a , c o n d u c e a la t e o t í a de las ca­
tástrofes. Por c i e r t o , t o p o l o g í a y teoría de las catástrofes rrabajan m e d i a n t e
nociones ensídicos y r e l a t i v a m e n t e rígidas (lo c e r r a d o , el b o r d e , etcétera). Pero
allí está la c o n s e c u e n c i a de la d i m e n s i ó n ensídica densa p o t t o d a s partes e n el
ser, en este caso, p a r t i c u l a r m e n t e p e r t i n e n t e y rica. Es a b s u r d o acusar a la t e o ­
ría d e las catástrofes d e n o ser explicativa. Su p r o p ó s i t o c o n s i s t e en describir
aquello q u e está e n juego e n el pasaje d e u n a forma a otra. N o a p u n t a a esta­
blecer u n a dinámica de los procesos: esta d i n á m i c a d e p e n d e d e la e v o l u c i ó n

> Pridire n'estpos expliquer, París, Eshel, col. La question, 1991, p. 5 3 ; reed., París, Flamma-
rion, col. C h a m p s , 1993.

30
 I.OÜOS

t e m p o r a l d e los factores c u a n t i t a t i v o s y s i e m p r e q u e d a r í a p o r explicar por

q u e estos factores varían y c ó m o se p u e d e establecer la ley d e su v a r i a c i ó n .
N o a p u n t a t a m p o c o a explicar la creación d e u n a f o r m a , i n t e n t o q u e sería,
d i c h o sea d e paso, a b s u r d o . Pero p a r a p o d e r h a b l a r d e u n a n u e v a f o r m a , es
necesario p o d e r describirla r i g u r o s a m e n t e , y es allí d o n d e i n t e r v i e n e n la t o -
pología y la teoría d e las catástrofes.
.Sería p r e s u n t u o s o d e m i p a r t e p u n t u a l i z a r q u e en 1 9 7 5 n o estaba e q u i -
v o c a d o , ni t a m p o c o R e n e T h o m ?

Observaciones finales

El set c o n o c e lo discreto, ya q u e se c o n s t i t u y e a través d e las fracturas, las crea-

ciones, los estratos h e t e r o g é n e o s . C o n o c e a d e m á s lo c o n t i n u o , en la m e d i d a
en q u e estas fracturas y las formas q u e e m e r g e n d e ellas están, f o r z o s a m e n t e ,
c o n d i c i o n a d a s p o r aquello q u e les precede y los rodea - l a creación es ex mhilo,
n o in mhilo ni cum nihilo-, y q u e cada nivel o n t o l ó g i c o h a c e e m e r g e r u n es-
pacio y u n tiempo p r o p i o s . A pesar d e q u e estos t é t m i n o s están t o m a d o s m e -
t a f ó r i c a m e n t e , se i m p o n e n a q u í d e t o d o s m o d o s y se i m p l i c a n u n o c o n o t r o
d e la m a n e r a m á s extraña. El orden de coexistencias i m p l i c a el co-, o sea, u n a
s i m u l t a n e i d a d . El orden de sucesiones, e n t a n t o o t d e n , implica u n a extensión a
lo largo d e la cual existe u n a sucesión y u n o r d e n . Leibniz creía quizás definir,
n o hacía o t r a cosa q u e explicitar ( a d m i r a b l e m e n t e ) e n u n círculo.
Existe u n a i d e a pura d e la e x t e n s i ó n q u e n o se p u e d e eliminar. Existe lo
m ú l t i p l e ; y n o p o d e m o s p e n s a r lo m ú l t i p l e sino en u n r e c e p t á c u l o , o b i e n
c o m o haciendo ser u n r e c e p t á c u l o q u e lo recogerá. L o m ú l t i p l e está e n u n a
c o n t i n u i d a d - o c o n s t i t u y e el set d e u n a c o n t i n u i d a d existente; lo m ú l t i p l e
p u e d e set del o t d e n d e lo diferente o b i e n del o r d e n del o t r o - . E n el p r i m e r
caso, t e n e m o s u n a e x t e n s i ó n ensídica; e n el s e g u n d o , u n a e x t e n s i ó n patética
(imaginaria).
Lo m ú l t i p l e n o es d e d u c i b l e , t o d a d e d u c c i ó n (o p r o d u c c i ó n ) lo p r e s u p o n e ,
de la m i s m a m a n e r a y e n el m i s m o g r a d o q u e p r e s u p o n e lo u n o . M á s especí-
A c á m e n t e : si existiera ú n i c a m e n t e el ser hacia sí (kath'auto, Aristóteles, Me-
tafísica, G , 1 0 0 3 a 2 1 - 2 2 ) , s o l a m e n t e el u n o sería c o n c e b i b l e d e u n a m a n e r a
a b s t r a c t a (¿pero p a r a quién?). Pero el ser hacia sí se manifiesta y es, a d e m á s ,
ser p a r a n o s o t r o s . O b i e n , d i c h o d e o t r a m a n e r a : e m e r g e n seres y h a c e n q u e
el ser hacia sí se haga p r e s e n t e p a r a ellos, d e v e n g a e n ser p a r a ellos. S o m o s

148/1
 O B S E R V A C I O N E S S O B R E EL E S P A C I O Y EL N Ú M E R O 299

o t r a cosa q u e s i m p l e m e n t e el ser hacia sí, ya q u e s o m o s esos para q u i e n e s

existe el ser ( h a c i a sí y p a r a n o s o t r o s ) . D e s d e q u e s o m o s , existe lo m ú l t i p l e
p o r el m i s m o h e c h o d e q u e s o m o s . Y esto n o c o n s t i t u y e u n a deducción, ya
q u e somos es u n h e c h o p u r o . Y se c o m p r u e b a (sumbainei), salvo q u e e s t u v i é -
s e m o s locos, q u e , incluso en u n m u n d o sin n u e s t r a presencia, lo m ú l t i p l e h a
s i d o , es y será. E s t o t a m b i é n es u n h e c h o p u r o .
Lo m ú l t i p l e es u n o (de o t r o m o d o n o sería n a d a ) , y en lo m ú l t i p l e hay
u n o s . Pero lo m ú l t i p l e c o m o tal n o es lo c o n t i n u o . L o m ú l t i p l e se d i v i d e , s e
bifurca entre discreto y c o n t i n u o —co-originarios~. Las u n i d a d e s de u n n ú m e -
ro cardinal (los momentos d e u n n ú m e r o o r d i n a l ) coexisten en u n a extensión.
Y la reflexión nos obliga a a d m i t i r q u e t o d a extensión i m p l i c a (¿está h e c h a d e ' )
u n a infinidad n o n u m e r a b l e d e e l e m e n t o s inagotables, los e l e m e n t o s del c o n -
j u n t o d e los reales (aleatorios y calculables) q u e , casi t o d o s , p e r m a n e c e r á n p a r a
s i e m p r e inespccificables. Es el m o t i v o p o r el c u a l n o p u e d e haber d i s p u t a e n -
tre el espacio y el n ú m e r o ; es el m o t i v o p o r el cual su relación suscita a p o r í a s
i n t e r m i n a b l e s , p o r e j e m p l o Z e n ó n , y la p a r a d o j a o el e n i g m a d e la m e n s u r a -
bilidad del espacio.

(julio-diciembre de 1993)
 ÍNDICE

Consideraciones preliminares.
Advertencia 9

Poíesis
[11]

A n t r o p o g e n i a en E s q u i l o y a u t o c t e a c i ó n del h o m b r e en Sófocles 13
N o t a s sobre a l g u n o s recursos d e la poesía 35

Koinonía
[63]

La racionalidad del c a p i t a l i s m o 65
I m a g i n a t i o e i m a g i n a c i ó n e n la e n c t u c i j a d a 93
I n s t i t u c i ó n p t i m e t a d e la s o c i e d a d e i n s t i t u c i o n e s s e g u n d a s 11 5

Polis
[127]

H e t e n c i a y revolución 129
¿Qué democracia? 145

Psique
[181]

Las raíces psíquicas y sociales del o d i o 183

301
MV1 ÍNDICE

Psique y e d u c a c i ó n 197
El psicoanálisis: situación y límites.. 221
N u e v a m e n t e sobre la p s i q u e y la sociedad 237

Lógos
[257]

M o d o d e ser y p r o b l e m a s de c o n o c i m i e n t o d e lo sociohistórico 259

Falso y v e r d a d e r o caos 273
O b s e r v a c i o n e s sobre el espacio y el n ú m e r o 281
Se t e r m i n ó d e i m p r i m i r en el m e s de febrero d e 2001
en Latingráfica, R o c a m o r a 4 1 6 1 ,
B u e n o s Aires, A r g e n t i n a .
Se t i r a r o n 2 0 0 0 ejemplares,