Está en la página 1de 4

  Crônicas

Início  

Categoria: Crônicas

NUESTRAS MALAS PALABRAS


4 DE SETEMBRO DE 2018 RICARDO GOLDENBERG

Nadie, que yo sepa, ha hablado mejor de las malas palabras que Fontanarrosa. Las palabrotas, como él observa, son palabras de peso. Firmes, no
meras palabritas llevadas por el viento. Algunas son eternas, como las ofensas a la madre, a la masculinidad o a la virtud del que ha sido golpeado
por una de ellas. Otras, locales o transitorias de un determinado lugar o período. Freud consideraba un innegable progreso cultural tirar una palabra
en vez de una piedra, y por eso era tan cuidadoso cuando se trataba de seleccionar las suyas.

La “palabra subida de tono” que mejor define a los porteños en particular y a los argentinos en general, al menos cuando vistos desde afuera, y que
vale tanto como una palmada amistosa en la espalda cuanto como una injuria. Me refiero, claro está, a boludo. La cuestión es que boludo (o
“boluda”, aquí su etimología masculina se pierde con el uso) puede ser y no ser un insulto. Sino, veamos en “No seas boludo, Boludo”, el primero
podría considerarse una invectiva y se refiere a algo que el interpelado ha dicho o hecho, mientras que el segundo es apenas un apodo
campechano, como lo usan dos amigas que se encuentran en el Florida Garden: “¿Qué decís, Boluda?” “Bien, Boluda, ¿y vos?”

 Una vez dije en chiste que “boludo” era una clase vacía, puesto que nadie, absolutamente nadie, admite ser miembro de tal clase. Los boludos
son siempre los otros. Insinuaron que tal vez fuese yo el único boludo…

Del punto de vista de su lógica, “boludo” es lo inverso de “judío”. En este último caso, basta decirse tal para formar parte de la clase de los judíos. No
hace falta ser portador de ningún trazo positivo (no, ni siquiera la circuncisión). En el caso de la boludez, es necesario y suficiente haber sido así
calificado por algún otro. En ese sentido, la clase de los judíos se constituye por todos aquellos que se llaman a sí mismos de tal, y la de los boludos,
por todos los que han sido así denominados. Y quién, en la Argentina, no ha sido llamado boludo alguna vez? Del judaísmo se diría que es la clase a
la cual nadie quiere entrar (por eso, si alguien se declara miembro, no se le han de pedir más credenciales), y de la boludez, la clase de la que todos
quieren salir.

CONTINUAR LENDO:

NUESTRAS MALAS PALABRAS

POSTADO EM CRÔNICASTAGS INSULTO. PERVERSÃO. BOLUDO. PSICANÁLISE.DEIXE UM COMENTÁRIO

Da série dos impublicáveis: Apócrifo


20 DE MAIO DE 2017 (19 DE AGOSTO DE 2018)  RICARDO GOLDENBERG
 (mais…)

POSTADO EM CRÔNICAS, NA MÍDIATAGS CRÍTICA LITERÁRIA, CULTURA1 COMENTÁRIO

a morte da política
30 DE ABRIL DE 2016 (19 DE AGOSTO DE 2018)  RICARDO GOLDENBERG

A diferença entre a inteligência e a estupidez é que a inteligência é limitada.

Roberto Campos

 
Por exemplo, se você chegou até “por exemplo”, isso quer dizer que atravessou a arrebentação do nome de Roberto Campos e talvez possa surfar
com o autor altas ondas. Caso contrário, terá tomado um caldo por culpa da sua ideologia e permanecerá na praia. Nunca saberá se perdeu ou não
alguma diversão. Mas o autor poderia ter escolhido outra epígrafe. Poderia ter optado por esta:

Duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez. E não tenho certeza quanto ao universo.

Albert Einstein

Diz mais ou menos o mesmo, e o texto ficaria sob o guardachuva da autoridade do grande sábio gentil, tranquilo como a água de uma lagoa sem
vento. Por que então escolher o primeiro? Por dois motivos, é mais elegante e cria o problema que deseja pensar: a burrice ideológica.

Pensar a ideologia é possível, o que não é possível é um pensamento ideológico, visto que a ideologia é o não-pensamento; é a resposta pronta
entrega, o sentido fixado de antemão. E pensar é sempre por em questão o sentido recebido, petrificado, fazer o percurso da resposta até a
pergunta que lhe deu orígem, e que já não é mais colocada, pois toda resposta se basta. Responder é erguer um muro que nos proteja da angústia
pela falta de sentido que espreita do outro lado. Na peça de Brecht, Galileu Galilei, o cientista diz para os teólogos que a verdade está sobre suas
cabeças, basta olhar pelo telescópio. Eles respondem que não tem nada que ver, a verdade está na mão, escrita nos livros de Aristóteles. A ideologia
é isso, a transformação de um pensamento vivo –o de Aristóteles– em um dogma morto. Um pensamento sustenta seu movimento das perguntas
que habilita; o dogma é como a lama de Mariana, o depósito do lixo das respostas recebidas sufocando qualquer dúvida.

Mas a loucura, a loucura é imaginar que fazer política equivale a implementar uma ideologia. Se entendemos por política a administração de
conflitos de interesse de grandes massas de gente, um programa ideológico equivale a impor uma solução unilateral para eliminar o conflito.
Solução baseada num conjunto de ideias tido como o bem supremo ou a verdade absoluta, imposta pela força. É a morte da política. Cabe enfatizar,
porém, que afirmar a burrice da ideologia não é fazer pouco dela. A ideologia é tão poderosa quanto é burra. E quanto mais estúpida seja, mais
poderosa ela se torna. Uma frase como “é melhor estar errado com Sartre, que estar certo com Aron”, é de uma burrice espetacular. Pérola
ideológica, afirma que morrer por uma causa faz desta uma causa justa. É a lógica que sustenta a ação política dos caras que morreram para matar
os humoristas desarmados de Charlie Hebdo. Quem duvida que se trata de verdadeiros idealistas? Eu tenho horror dos idealistas, mas acredito, com
Alain Badiou, que o único modo de nos defendermos deles é pensando-lhes a lógica. Rejeitá-los sem entender, é catastrófico; é se deixar vencer
pelo terror e cair na debandada da manada frente ao ataque das onças.

A estupidez não é falta de inteligência, longe disso. A estupidez é uma paixão. Jacques Lacan diz que é uma das grandes paixões humanas, maior
que o amor e o ódio. Ele a chama “paixão da ignorância”, e consiste em agarrar-se firme a um sentido para eliminar toda dúvida e qualquer
pergunta. É uma piada definir o homem como “ser racional”, visto que a sua apaixonada burrice mostra a sua queda pelo irracional. Nesse sentido,
diria, somos todos ideológicos, e a grande aposta seria ao menos não nos vangloriarmos disso para, quem sabe, começarmos a pensar um pouquinho
as coisas fundamentais, sem tanto horror pelo abismo da angústia.

Advertência ao leitor atual e a leitores futuros:


Eu penso contra. “Penso contra”, no sentido em que se diz de alguém que se apoia contra uma parede. Não me apoiaria se a parede estivesse
desmoronando. Cabe dizer isto para que se saiba que meus textos respeitam seus adversários. Não existiriam sem eles, e não teria graça nenhuma
bater em cachorro morto.

POSTADO EM CRÔNICAS, TEXTOSTAGS ESQUERDA E DIREITA, GOLDENBERG, NÃO VAI TER GOLPE, PATRULHA IDEOLÓGICA, PETRALHAS E COXINHAS, POLÍTICA, PSICANÁLISE E


POLÍTICA1 COMENTÁRIO

SOBRE A IMBECILIDADE MASCULINA


27 DE ABRIL DE 2016 (19 DE AGOSTO DE 2018)  RICARDO GOLDENBERG

 
Para a Tati Bernardi

POSTADO EM CRÔNICAS, NA MÍDIATAGS FEMINISMO, MACHISMO, PATRULHA POLÍTICA, RICARDO GOLDENBERG, TATI BERNARDIDEIXE UM COMENTÁRIO

También podría gustarte