Está en la página 1de 10

14 A.

PÉREZ D E LABORDA

G u a d a lu p e A rbona, U n iv e rsid a d C o m p lu te n se , El acon­


tecimiento como categoría del relato contemporáneo
C ine-foru m : O rd e t de C ari D reyer (dirigido p o r J a v ie r
P ra d e s y A lfonso Pérez de L aborda)
II
M ié rc o le s 2 7 d e ju lio : Varías com prensiones de la gra- ENSAYO SOBRE LO GRATUITO
tuidad
J o s é L uis S á n c h e z N ogales, F a c u lta d de T eología de
G ra n a d a , El fa v o r de Dios: una aproximación a la gratuidad en
el Islam
G e ra rd o del Pozo, F a c u lta d de Teología ‘S a n D á m a so ’, Miguel G arcIa-B aró
U nidad y diversidad de la gracia de Dios en Cristo y el Espíritu: U niversidad P ontificia C omillas
visión católica Madrid
M esa re d o n d a : A lfonso C a rra sc o , F a c u lta d de Teología
‘S a n D á m a so ’, Gracia y socialidad
1. La experiencia de la m uerte y la gracia
J u e v e s 2 8 d e ju lio : En tom o a sa n A gustín
P atricio de N a v a sc u és, In s titu to de Filología C lá sic a y “Ya to d o es g ra c ia ”. É s ta s so n , com o se re c o rd a rá , la s
O rie n ta l S a n J u s tin o , La gracia en la doctrina de Pelagio ú ltim a s p a la b r a s e s c rita s p o r B e m a n o s e n s u e sp lé n d id o y
Ángel C a s ta ñ o , F a c u lta d de Teología ‘S a n D á m a s o ’, d u ro re tra to de lo q u e fue e n tie m p o s u n c u r a r u ra l. C on ellas
“D am e lo que p id e s y p id e lo que quieras” e x p re s a b a el p o e ta m á s el se n tim ie n to de a lg u ie n q u e a s is te a
M esa re d o n d a : Ángel C ordovilla, U n iv ersid ad P ontificia la m u e rte de o tra p e rs o n a a la q u e a m a , q u e la re a lid a d p e c u ­
C om illas, Verticalidad y horizontalidad en la cuestión d e la gra­ lia r de la m u e rte . El c u r a q u e m u e re , p u e s to q u e e s u n nu ev o
cia tipo de s a n to (todos los s a n to s p a re c e n de u n n u e v o tip o a s u s
c o n te m p o rá n e o s), p u e s to q u e el lec to r c o m p re n siv o n o p u e d e
V ie rn e s 2 9 d e ju lio : D espedida to le ra r la id e a de q u e h a y a d a d o te stim o n io h ero ico de n a d a y
A lfonso Pérez de L ab o rd a, F a c u lta d de Teología ‘S a n e n v an o , tie n e q u e h a b e r sido acogido e n u n nivel m á s alto de
D á m a s o ’, De la conciencia justificada: una lectura filosófica del re a lid a d , de d ic h a , de a m o r se n sib le.
comentario d e Lutero a los G álatas (1535) Lo m ism o n o s su c e d e a to d o s con c u a lq u ie r p e rs o n a
C o n fe re n c ia de c la u s u ra : A ntonio M aría R ouco V arela, re a lm e n te q u e rid a . Ahí e s tá n s u s re s to s , q u e n o a b u lta n m á s
c a rd e n a l-a rz o b isp o de M adrid, La vida de la gracia en la reno­ q u e u n ja rrito de ceniza; n a d a m á s h u m a n a y n a tu r a lm e n te
vación conciliar de la Iglesia in v ero sím il q u e el h e c h o de q u e u n a p e rs o n a cuyo c u e rp o se h a
re d u c id o a e s ta p o q u ísim a c o sa, p u e d a c o n tin u a r viva a h o ra
m ism o (como si v ie ra c o n ojos q u e se h a n p u lv erizad o ; com o si
p e n s a r a co n u n c e re b ro q u e no tie n e y a g o ta de a g u a ; com o si
a m a r a to d av ía , sólo q u e co n u n co ra z ó n d e sap a re cid o ).
La m u e rte su g ie re la e s p a n to s a id e a de q u e la vid a, y
so b re todo la s fo rm a s m á s a lta s de ella, no e s m á s q u e u n
a d o rn o p ro v isio n al de la m a te ria in c o n sc ie n te , u n p ro d u c to
b rilla n te —p u r a a p a rie n c ia — del fu n c io n a m ie n to de u n a e n o r-
16 M. GARCÍA-BARÓ
ENSAYO SOBRE LO GRATUITO 17

m e c a n tid a d de á to m o s q u e h a n e n tra d o e n c o m p lic a d ísim a s e


in e s ta b le s re la c io n e s rec íp ro c a s. Y c u a n d o la a m a d a se m u e re , t r a p e n e tra c ió n llega o no a s e r b a s ta n te , el significado de la
el a m a n te e s tá todo él a tra v e s a d o p o r la e v id e n c ia d e q u e el rea lid a d . Y si a n te la m u e rte in to le ra b le se n o s e s c a p a , com o
polvo es p ero n o d e b e s e r la re a lid a d defin itiv a de la a m a d a . s a c a d o de n u e s tr a g a rg a n ta p o r la m a n o de la s c o s a s m ism a s,
E lla d e s a p a re c e , in c lu so peor: p a s a a u n e s ta d o h o rrib le de el grito q u e dice q u e y a todo es g rac ia, la v e rd a d es q u e e ste
p u tre fa c c ió n o de ceniza; pero no h a y d e re c h o . Y se sie n te grito y to d o s s u s a n te c e d e n te s s o n ta m b ié n g rac ia, a no s e r
e n to n c e s c o n fu e rz a a b s o lu ta la n e c e sid a d de lo n a tu r a lm e n te q u e la e x c la m a c ió n de B e rn a n o s re s u lte u n a fa lse d a d , u n c o n ­
su e lo p a r a g e n te s d e m a sia d o fáciles de co n so la r.
im p osible: el m u n d o visible y tan g ib le sólo es, a lo su m o , u n a
G ra c ia q u ie re d ecir d o n y, e n esp ecial, d o n n o m erecido,
c a r a de la re a lid a d , y no la m á s im p o rta n te . M as com o no c ab e
no g a n a d o e n ju s tic ia p o r q u ie n lo recibe; el c u a l, p re c is a m e n ­
v ia ja r a l o tro lad o d e lo re a l y re g re s a r c o n la n o tic ia de q u e
te p o r e s ta c ir c u n s ta n c ia e se n c ia l de no h a b e rlo c o n q u is ta d o a
e x iste y es ta l y com o el a n h e lo y la n e c e s id a d m o ra l n o s d ice n fu erz a de b ra z o s y m érito s, p re c is a de u n a h o n d a y a n c h a
q u e h a de se r, c o m p re n d e m o s, c o n m ay o r o m e n o r o s c u rid a d , c a p a c id a d de aco g er y a c e p ta r lo q u e se le regala; n o v a y a a s e r
q u e , p o r e n c im a in c lu so de e s ta n e c e s id a d de o rd e n m o ra l y de q u e la g ra c ia se o to rg u e p ero el d o n a d o r q u e d e d e fra u d a d o p o r­
e ste a n h e lo a b s o lu to de vid a in d e p e n d ie n te de la m u e rte , es q u e a q u e l a q u ie n h a c e s u regalo lo re c h a z a .
p re c iso el m ism ísim o p o d e r de D ios p a r a q u e de v e ra s se a b r a V em os, p u e s , q u e a d e m á s de la s d o s p e rs o n a s q u e al
e n lo re a l el á m b ito de ese o tro m u n d o —in fin ita m e n te m á s m e n o s h a n de in te rv e n ir e n u n s u c e s o d e scrib ib le com o u n a
c o n s is te n te q u e el m u n d o e n d o n d e se n a c e y se m u e re — al g ra c ia (siem pre p u e d e u n d o n a n te e n tre g a r algo ú n ic o a la vez
q u e se d e s p ie rta n de m a n e ra d efinitiva los s a n to s y, en v e rd a d , a m u ch o s), n e c e s ita m o s, e n q u ie n es objeto del d o n , u n d eseo
to d o s a q u e llo s a los q u e a lg u ie n a m a con la fu e rz a in m e n s a de de p o seerlo a lg ú n d ía y la h u m ild a d de a c e p ta r q u e se lo te r ­
u n a m o r in c o m p a tib le con la m u e rte . m in e n re g a la n d o ; p o rq u e n o se d e s e a sin o lo q u e de a lg ú n
Sólo el q u e no h a sido a m a d o no tie n e p a rte e n el m u n d o m odo, p o r in ac c e sib le q u e e s té s itu a d o , e s p e ra m o s o b te n e r. Y
de Dios. Y com o n o so tro s p o d em o s p e n sa rlo c a si todo y p o d e ­ no se d e s e a ta m p o c o sin o a q u ello a lo q u e re a lm e n te se tie n d e
m o s d e s e a r o a n h e la r todo, p ero no ten e m o s la c a p a c id a d de con la acció n . Y si h a b la m o s del m á s alto y a tra y e n te objeto del
h a c e r y lo g ra r todo —y m en o s q u e n a d a h a c e r q u e D ios e x ista d eseo , e n to n c e s e s seg u ro q u e n o s e s ta m o s ta m b ié n refiriendo
p o rq u e lo n e c e s ita m o s —, llegados h a s ta a q u í g rita m o s con al objeto p o r el q u e m á s p e le a m o s, co n la c o n fia n z a de q u e el
B e rn a n o s, a n te la m u e rte , q u e y a todo en a d e la n te es g racia. h ero ísm o lo p u e d e p o n e r a n u e s tro alcance, a u n q u e ten g a,
Nos olv id am o s a s í de q u e ta m b ié n y a todo a n te s , d e sd e quizá, que c o m b in a rse con la b u e n a fo rtu n a y co n la co la b o ra ­
a n te s de todo a n te s , y a h o ra , e n el in c e s a n te a h o ra , es ta m b ié n ción de a lg ú n aliado.
gracia. Pero h e a q u í a h o ra q u e n o s re g a la n el p rem io al q u e
a s p ir a b a de a lg u n a m a n e r a to d a n u e s tr a acción. No sólo q u e
2. Fenomenología de la gracia n o s a y u d e n e n s u c o n q u is ta sin o q u e , m ie n tra s so m o s c o n s ­
c ie n te s de no h a b e rlo m erecid o y, de h e c h o , de n o h a b e rlo
La fa sc in a c ió n de la m u e rte n o s ju e g a a v eces la m a la g a n a d o to d av ía, n o s es e n tre g a d o de p ro n to , e n m edio de n u e s ­
p a s a d a de q u e sólo p o r ella, p a r a ella, c o n tra ella, a lc a n c e m o s tro e sfu erzo e n c o n a d o . ¿ E s q u e n o se n e c e s ita e n e s te m o m e n ­
v e rd a d e s c u y a a m p litu d , cuyo a lc a n c e , se e x tie n d e a m u c h ís i­ to u n a a b n e g a c ió n terrib le, h e ro ic a , p a r a n o re c h a z a r el re ­
m o m á s q u e los a lre d e d o re s de la m u e rte . T a n definitivo com o galo? ¿No es a c a s o el titá n q u ie n se ve e n el tra n c e de te n e r
q u e re c o n o c e r q u e a lg u ie n es m u c h o m á s p o d e ro so q u e
el in s ta n te del m o rir o del m o rírs e n o s a lg u ie n a m a d o , es todo
él m ism o , y a q u e le re g a la el objetivo p o r el q u e e s tá t r a ­
otro in s ta n te de la vida, e s te de a h o ra , p o r ejem plo. No tie n e
b a ja n d o co n fu ria c a si d iv in a? U n h é ro e q u e lo g ra aco g er
m á s p e so u n o q u e o tro y no c o n tie n e, p o r ello, m á s o m en o s
u n d o n m u e s tr a e n ese h e c h o q u e él lu c h a b a re a lm e n te p o r
v e rd a d . E n c u a lq u ie ra p o d re m o s o no p o d re m o s leer, si n u e s -
18 M. GARCÍA-BARÓ
ENSAYO SOBRE LO GRATUITO 19

el fru to de s u esfu e rzo y n o p o r la gloria, el gozo y la s o b e rb ia


del esfu erzo m ism o y de s a b e rs e s u c a u s a , s u a u to r. L ite ralm en te , se t r a t a de D on Q uijote, el C a b a lle ro de los
P orque n o s s u e le s u c e d e r q u e no c o m b a tim o s ta n to p o r L eones, d e s p e rta n d o a l h e c h o e x tra o rd in a rio d e q u e n a d a e n
la v icto ria com o p o r el a fá n de v ern o s vivos y fu e rte s e n la él, sie n d o todo ta n in fin ita m e n te su y o , es re a lm e n te suyo: de
q u e todo p ro ce d e de O tro, n o de o tra p a rte sin o de O tro u O tra
lu c h a . C laro q u e el fru to m á s a lto del esfu erzo s e g u ra m e n te es
P e rso n a . Y e ste co n o cim ien to ex trem o no lo a lc a n z ó D on
la v id a in m o rta l, y el q u e se e s fu e rz a b reg a n d o in c lu so c o n tra
Q uijote e n la d e rr o ta n i a n te la m u e rte , sin o ju s ta m e n te c u a n ­
la m u e rte (jugando con ella u n a p a rtid a de a je d rez q u e p a re c e
do tu v o q u e d e m o s tra r, d o m in á n d o s e a sí m ism o y s o m e tié n ­
q u e r e tr a s a la m is m a lleg ad a de lo q u e c re íam o s inexorable) lo d ose a la m á s e x tre m a ley de la c a b a lle ría —la q u e se a p lic a a
h a c e p a r a e x p e rim e n ta rs e in m o rta lm e n te vivo. los v e n c id o s— , q u e s u s u e ñ o e ra rea l. Sólo e n to n c e s p a s ó de la
P u e s b ien , si de v e rd a d todo es g racia, o se a , si de v er­ lo c u ra a la c o rd u ra .
d a d lo su p re m o es g ra c ia —y de a h í q u e lo d e m á s p u e d a ta m ­ Sólo e s de v e rd a d u n h é ro e e n la e x iste n c ia el h o m b re
b ié n serlo— , el h é ro e q u e lu c h a p o r u n fin q u e e n re a lid a d se q u e lleva h a s ta la ú ltim a c o n s e c u e n c ia s u d e b e r y e n to n c e s ,
c o n fu n d e con el lu c h a r m ism o (la vid a q u e s o s tie n e el reto de com o A b ra h a m e n fre n ta d o al sacrificio de algo m á s q u e sí
la m u erte) tie n e n e c e s id a d de re to rc e r s u h e ro ísm o , p o r d e c ir­ m ism o (el sacrificio del fru to de la P rom esa), e n tie n d e q u e todo
lo de a lg ú n m odo, de lu c h a r s u p e rh e ro ic a m e n te c o n tr a s u lo q u e es h a z a ñ a y d e b e se r h a z a ñ a , es m á s p ro fu n d a m e n te
m is m a h e ro ic id a d , p a r a c o n se g u ir triu n fa r so b re sí recib ien d o g racia, in c lu id o s el h é ro e y s u D u lcin ea.
to d o s u prem io n o de lo q u e p a re c e s u fu e n te n a tu r a l (la lu c h a
m is m a q u e él lleva a d e la n te ) sin o de la s m a n o s de a lg u ie n q u e
p o r e s ta m ism a c ir c u n s ta n c ia se rev ela in fin ita m e n te m á s fu e r­ 3. El acontecimiento como gracia
te q u e c u a lq u ie r fu erte.
Si todo, si lo s u p re m o , es g rac ia, q u e d a d ich o q u e el F ijém onos b ie n e n e ste p u n to de c u y a v e rd a d todo
h o m b re p o se e p o te n c ia lm e n te la e s e n c ia de e s te h é ro e q u e d epende: el d e re c h o a la c a p a c id a d de recibir la e x iste n c ia com o
em p ie za v e n cien d o a o tro s m u c h o s c a m p e o n e s p e ro q u e te rm i­ d o n se debe g a n a r e n la lu c h a m o ral, y no al m a rg e n de ella o
n a d e rro tá n d o s e a sí m ism o y lo g ra n d o re c o n o c e r q u e el nervio a n te s de ella. Y m ejo r q u e se d eb e g a n a r, debo a firm a r q u e se
de s u e m p re sa , la fu e rz a de s u p ro p ia fu e rz a —p o rq u e e s ta gana, q u e a sí es com o se tien e q u e g a n a r — si es q u e se g a n a —.
fu e rz a es la v id a in m o rta l p o r la q u e c o m b a te —, n o e s su y a , no No q u iero d e c ir q u e d e sd e el p rin cip io , a n te s de e m p e ­
n a c e de él m ism o , a u n q u e h a y a ten id o q u e creerlo a s í e n los z a r el c o m b a te h ero ico de la vida, n o h a y a de e s ta r y a p r e s e n ­
p rim e ro s tie m p o s. E ste p e rs o n a je de e x tra o rd in a ria te n s ió n , te en el h o m b re u n a sem illa de ta l fruto. Al c o n tra rio ; sólo q u e
e s te a u té n tic o v a ró n de d e seo s, h a de te rm in a r p o r s a b e r q u e p re c is a y n e c e s a ria m e n te existe e n to n c e s sólo la se m illa y no
la clave m is m a de s u e x iste n c ia e ra y a u n regalo, de m odo q u e y a el fru to m ism o.
to d o c u a n to h a h e c h o h a n a c id o de algo, de a lg u ie n , m u c h o La c o n fia n z a e n la g ra c ia es u n a c o n fia n z a in fin ita m e n ­
m á s re a l y c e n tra l q u e él m ism o. C on u n s a b e r c o m p le ta m e n ­ te in fa n til y, al m ism o tiem p o , q u e sólo florece de v e ra s e n la
m a d u re z del co m p ro m iso m o ra l m á s fu erte. La c o n fia n z a no es
te efectivo, q u e m odifica s e g ú n s u te n o r to d a la acció n , e ste
d eb ilid ad a c u a tro m a n o s sin o fu e rz a q u e se rec ib e y se co m ­
h é ro e — q u e en re a lid a d es u n o c u a lq u ie ra de n o s o tro s , u n
p a rte p o r el h e c h o m ism o de acogerla: ím p e tu e n tre D ios y s u
h o m b re del m o n tó n , u n o de ta n to s — te rm in a p o r ver, en la c u l­
C ria tu ra p a r a a d e la n ta r ju n to s e n la o b ra de la R ed ención.
m in a c ió n de s u h a z a ñ a , q u e n i s iq u ie ra el a n h e lo de v id a q u e
M ás in te n s a y v e rd a d e ra q u e el “y a todo e s g ra c ia ” de
lo h a im p u ls a d o es p ro p ie d a d s u y a sin o regalo de O tro. B e rn a n o s e s la fra se de S c h le ie rm a c h e r q u e a firm a q u e “m ila ­
Lo q u e im p lica e n c o n tra r la s o rp re s a a b s o lu ta de q u e la gro es el n o m b re religioso del a c o n te c im ie n to ” — o se a , q u e
p ro p ia e se n c ia de m í n o soy Yo M ism o, y a q u e no lo es m i a c o n te c im ie n to e s el n o m b re p ro fa n o del m ilagro— .
p o d e r, ni lo e s el objeto de m i co n o cim ien to y m i deseo.
20 M. GARCIA-BARÓ
ENSAYO SO B R E LO GRATUITO 21

La v id a es m u ltip lic id a d de a c o n te c im ie n to s : a c o n te c i­
m ientos, h is to ria de ellos y, so b re to d o , a rg u m e n to , n e c e s id a d n u e s tr a p a rte . Y y a sólo e n e s ta d e sc rip c ió n poco m a tiz a d a se
de fin alidad, hilo q u e d e sd e el fu tu ro r e c la m a los a c o n te c i­ e c h a de ver q u e lo q u e los d ía s tie n e n de n u e v o exige s e r re c i­
m ientos y les d a o q u ita se n tid o . E n la v id a , c a d a in s ta n te , bido com o u n d o n , p o r m á s q u e co in c id a o m á s q u e tra s to rn e
n u e s tr o s objetivos p a rtic u la re s . Sólo q u e e n e s te s e g u n d o c a so
cada p re s e n te , o se a , c a d a golpe d e r e a lid a d , es sie m p re u n
p u e d e p r e s e n ta r s e com o lo c o n tra rio de u n regalo: u n robo, los
aco ntecim iento. Q ué q u iere d e c ir e s ta p a la b r a , lo ex p re só b ien
celos de la d iv in id ad , el p o d e r del S a tá n so b re la h isto ria , el
Ortega: el h e c h o de q u e no h a y p r e s e n te n u e s tr o q u e no s e a p red o m in io del m al, in c lu so del m a l d e m o n ía co , so b re la m a r ­
problem ático (lo q u e a s u vez q u ie re d e c ir: q u e n o se vive ni c h a de c ie rto s a c o n te c im ie n to s. De a q u í q u e s e a u n a te n d e n ­
como n e c e s id a d p u r a n i com o m iste rio im p e n e tra b le ). Los filó­ c ia m u y p r o fu n d a de la n a tu r a le z a h u m a n a p e n s a r q u e la s
sofos d icen , tr a ta n d o de fo rm u la r la m is m a v e rd a d , q u e la s c o s a s e s tá n to d a s in c lu id a s e n el e sc e n a rio de u n a g ig a n te s c a
cosas q u e p a s a n s o n c o n tin g e n c ia s, o s e a , q u e p o d ría n h a b e r b a ta lla e n tre los p o d e re s e n fre n ta d o s de D ios y el D iablo, de
pasado, d e sd e el p u n to de v is ta de la ló g ic a , s ie m p re de o tra m odo q u e el h o m b re no e s m á s q u e u n p e ó n de b re g a e n la
m an era, s in q u e p o r ello el m u n d o se d e s e n c a ja r a de s u s goz­ g u e rra có sm ica.
nes. U n a c o n tin g e n c ia tie n e cierto s e n tid o , p e ro no d e m a sia d o , Y a d e m á s , h a y q u e p r e s ta r m u c h a a te n c ió n a u n lad o de
no u n se n tid o to ta l; y tam p o c o d e m a s ia d o p o c o , ta m p o c o c a re ­ las c o s a s q u e p a s a n : el h e c h o de q u e, salvo u n g ru p o e sp ec ial
ce del todo de se n tid o . E s, ju s ta m e n te , a lg o q u e p o d ía p a s a r, de ellas, e n tre la s q u e d e s ta c a la m u e rte , p o r m á s in ex o ra b le s
a u n q u e fu e ra m u y inverosím il, y d e h e c h o e s tá p a s a n d o , de q u e se p re s e n te n , sie m p re s o n ta m b ié n , p re c is a m e n te , u n p ro ­
modo q u e n o s obliga a re o rie n ta r n u e s t r a in te rp re ta c ió n del blem a, o se a , u n a ta re a . A u n q u e e ste m o s ta n in m ovilizados y
porvenir, p o rq u e , deb id o a la re a lid a d d e l a c o n te c im ie n to , ta n in e rm e s com o a q u e l J o h n n y , el h e rid o de g u e rra s in b r a ­
a h o ra h a n em p e z a d o a s e r m u c h o m á s p r o b a b le s de lo q u e zos, s in p ie rn a s , s in c a ra , o se a , s in bo ca, ojos n i o ídos, lo q u e
a n te s e ra n p a r a n o s o tro s cierto s o tro s s u c e s o s p o sib le s, m ie n ­ su c e d e n o s r e ta c o n tin u a m e n te a d a rle u n a r e s p u e s ta , d e ja u n
tra s que o tro s m u c h o s y a h a n q u e d a d o re le g a d o s a la im p o si­ m a rg e n p a r a n u e s tr a lib e rta d . E se m ism o p e rs o n a je literario ,
bilidad. cin em ato g ráfico , a l q u e m e refiero, a m a y o d ia de u n a m a n e ra
Así, c a d a in s ta n te viene a fo rz a rn o s a re le e r de a lg u n a q u e llega a s e r c o m p re n sib le p a r a los q u e lo c u id a n o h a c e n
m an e ra todo el p a s a d o y todo el fu tu ro ; tie n e u n a p a rte de e x p e rim e n to s so b re s u c u e rp o y s u alm a; p la n ta c a ra a los
esp erad o y o tra de n o v e d a d y de in e s p e r a d o . E n c a d a a c o n te ­ a c o n te c im ie n to s y re s p o n d e co n h ero ísm o a p a re n te m e n te s u i­
cim iento re c o n o c e m o s, p o r e sto m ism o , q u e e x iste u n hilo q ue, cida. No h a y e x is te n c ia si todo e s y a n e c e s id a d o si no existe
como el hilo del a rg u m e n to , se m a n tie n e p o r d e b a jo de todo, se n tid o q u e e n te n d e r y al q u e re sp o n d e r.
dando ro d eo s, tu m b o s y re tro c e so s, m u c h a s veces; p ero q u e V em os a s í el h o n d o d e re c h o que a s is te a
tam b ién h a y la m ara v illo sa , in co n c e b ib le , n o v e d a d c o n tin u a de S c h le ie rm a c h e r a e x c la m a r q u e todo a c o n te c im ie n to es m ila ­
lo real, q u e ja m á s se h a p re s e n ta d o d o s v e c e s c o n el m ism o gro, o se a , d o n , del m ism o m odo q u e vem os el h o n d o d e re c h o
rostro, p o r m á s q u e s e a n los m iles d e m illo n e s de a ñ o s q u e de los filósofos a d e c ir q u e los m ilag ro s so n a c o n te c im ie n to s.
hace q u e el m u n d o existe. Y e s ta m e z c la d e lic io s a y s u til de El p e n s a d o r religioso s u b ra y a b a e n o rm e m e n te la p a siv id a d , la
a c e p ta c ió n in fa n til de los s u c e s o s , el d e ja rse f e c u n d a r p o r el
a n tig ü e d ad —lo e sp e ra d o , el m ism o h ilito n a rr a tiv o , los m is ­
p o d e r in v a so r d e la s c o sa s q u e su c e d e n . V eía e n la c a p a c id a d
m os tipos de la s c o s a s y la s p e rs o n a s — y n o v e d a d se recib e en
de s e r in fin ita m e n te acogedor, p asivo e in fa n til a n te c a d a a c o n ­
la caja de r e s o n a n c ia s de la e x is te n c ia p e r s o n a l, d o n d e todo
tec im ie n to , u n a re ite ra c ió n de la s b o d a s m ís tic a s del a lm a con
queda, a u n q u e e n la form a, m u c h a s v e c e s, d e olvido, y todo se
Dios: D ios d a s u s voces e n la m a ta q u e a rd e y n o se q u e m a
proyecta y p rev é de a lg u n a m a n e ra . n u n c a , a l b o rd e del cam in o , y el h o m b re su e le p a s a r t a n de
Por ello, c a d a a c o n te c im ie n to , c a d a c o n tin g e n c ia , es u n p r is a q u e ve el fuego, d e sd e luego, p ero no ve q u e la z a rz a no
problem a m ay o r o m e n o r y re q u ie re a c c ió n e in te lig e n c ia de
22 M. GARCÍA-BARÓ

ENSAYO SOBRE LO GRATUITO 23


se c o n s u m e . S c h le ie rm a c h e r e s ta b a convencido e x p erien cial-
m e n te de q u e la c a p a c id a d de aco g im ien to p asivo de la s c o sa s el Todo del U niverso, y é ste h a de h a b e rlo recib id o y acogido el
d e s p ie rta e n n o s o tro s la vivencia, sie m p re la te n te , de la u n ió n h o m b re , q u ie ra o n o , e n la e d a d in fa n til y, e n re a lid a d , e n c a d a
m ís tic a co n D ios, el P a d re de to d a s la s C ria tu ra s . nuevo a c o n te c im ie n to , a lo largo de to d a u n a e x iste n c ia q u e
De a q u í el significado de e s ta o tra fra se s u y a ta n d e n s a c u e n ta c o n el Todo U niv ersal a la vez q u e a b s u rd a m e n te se
de se n tid o , ta n v e rd a d e ra , ta m b ié n , si se la sa b e to m a r cum e sfu e rz a p o r no v er q u e c u e n ta c o n él (pese a q u e a ú n n i lo
grano salís (y t a n fa lsa si se la tra g a s in p recau ció n ): q u e todo conoce p o r co m p leto n i lo h a tra n s fo rm a d o e n te ra m e n te ).
d eb e h a c e rs e c o n religión, p ero n a d a d eb e h a c e rs e p o r religión.
Él q u e ría d e c ir q u e la a c tiv id a d se la d e ja la religión a o tra s
fu e rz a s del e s p íritu : a la co g n o scitiv a y a la p rá c tic a , p o rq u e
4. La gracia como tarea
ella se re s e rv a p a r a sí la p a siv id a d , q u e, p o r o tra p a rte , es p ri­
Pero h o y im p o rta , m á s a ú n q u e s u b r a y a r los a s p e c to s
m o rd ia l. Sólo el q u e recibe todo, tie n e luego la ta r e a p o sib le de
p asivos, in fa n tile s, de la e x iste n c ia —q u e ja m á s p a s a r á n de
co n o cerlo todo o de tra n s fo rm a rlo todo. R ecibir el U niverso
m o d a ni d e ja rá n de s e r d e c isiv a m e n te re le v a n te s—■, p o n e r el
com o u n d o n a c a d a in s ta n te : ta l es la fa c u lta d de la religión; a c en to so b re los activ o s y h e ro ic o s, ta n to en la d im e n s ió n de la
ex p lo ra rlo y m ejo rarlo , ta le s so n los p o d e re s de la raz ó n . El s a b id u ría com o e n la d im e n sió n e sp ec ial de la s a n tid a d .
p e n s a d o r q u e ría d ecir, d e sd e luego, q u e u n h o m b re religioso Los tie m p o s q u e c o rre n s o n tie m p o s de n e g a ció n de la
q u e no s e a a d e m á s científico, m etafisico, a r tis ta y h é ro e m oral, lib e rta d y de re c o rte s e n el o p tim ism o de los p o d e re s del c o n o ­
no s e rá tam p o c o religioso, salvo si la s c ir c u n s ta n c ia s h is tó ri­ cim iento. Y c u a n d o digo q u e s o n tie m p o s poco p ro p icio s p a r a
c a s d e s u v id a lo h a n s itu a d o e n u n e s ta d o m u y p e c u lia r (por la lib e rta d y la te o ría , p a r a la u to p ía y la filosofía, q u iero d ecir
ejem plo, e n m edio de u n a c u ltu r a p re lite ra ria s u m a m e n te q u e lo so n , m e tem o, e n to d o s los á m b ito s, in c lu id o s a q u e llo s
ru d a ). Y ta m b ié n q u e ría d e c ir S c h le ie rm a c h e r q u e u n h o m b re e n los q u e o ficialm en te se e n tie n d e q u e se h a c e la d e fe n s a de
de cien cia, m eta físic a , a rte y m o ra l p ero s in religión, e n re a li­ e s ta s m a g n itu d e s de la v id a p o r oficio y p ro fesió n , com o p u e ­
d a d q u e d a rá tru n c a d o e n s u s e sfu e rzo s, p o rq u e no e s tá d a n serlo la u n iv e rs id a d o la s iglesias.
to m a n d o e n c u e n ta el h e c h o fu n d a m e n ta l de to d a e x iste n cia , Hoy sig u e e n pie, com o sie m p re , p ero q u iz á m á s a g u d a ­
q u e no e s otro q u e el de rec ib ir la v id a y rec ib ir e n s e g u id a , con m e n te q u e e n o tra s é p o c as, a q u e lla ex c la m a c ió n del sufi: u n
la vid a, el u n iv e rs o e n te ro . Por m u c h o q u e s e p a y logre, si no h o m b re no e m p ie za a s a b e r lo q u e significa te n e r re la c ió n ín ti­
d a s u lu g a r en el s is te m a de s u s c o n o c im ie n to s a e s te d a to de m a co n la v e rd a d m á s q u e c u a n d o u n m illa r de ju s to s h a n
p a rtid a , e r r a r á g ra n d e m e n te . ju ra d o c o n tra él a n te el trib u n a l y lo h a n d e c la ra d o c u lp a b le ,
Pero a la religión no le c o m p ete co n o c er n i h a c e r, sino blasfem o, ig n o ra n te . La c ru z to m a h o y m u c h a s veces el a s p e c ­
re c ib ir y q u e d a r fec u n d a d o : s e n tir e in tu ir, com o d e c ía e ste to s o rp re n d e n te de u n a p ré d ic a e n el d e sie rto , d e u n a lo c u ra a
n o ta b le p e n s a d o r, e s te s e n tid o r q u e influye ta n to e n m u c h o s la q u e no se d e b e p r e s ta r el oído, de u n a q u ijo ta d a e n b u s c a de
o tro s s e n tid o re s y p e n s a d o re s d e sd e 1800 h a s ta hoy. La c ie n ­ la m e ta físic a y la re d e n c ió n c u a n d o y a to d o s s a b e m o s , m á s o
cia, la m eta físic a , el a rte y la m o ra l tie n e n s u s p ro p ia s n o rm a s m en o s, q u é es v e rd a d y q u é no y q u é p o lític a s c o n d u c e n a lo
y s u s p ro p ia s v e rd a d e s , y t r a t a r de c o n fig u ra rla s re lig io sa m e n ­ q u e de v e ra s p e rs ig u e el h o m b re y c u á le s o tra s no.
te s e ría m e n o s c a b a rla s de m a n e r a im pía. Pero u n m etafisico o La p a s iv id a d im p á v id a d el s u je to in fa n til de
u n político s in religión, e n el se n tid o p a rtic u la r de e s ta d e s c rip ­ S c h le ie rm a c h e r hoy p u e d e m u y b ie n to m a r la fo rm a de fa lta de
ción q u e a c a b a m o s de a n a liz a r, s e rá s in d u d a u n b á rb a ro , u n m iedo a n te el exceso de v e rd a d e s te ó ric a s y p rá c tic a s q u e lle­
n ih ilis ta o u n d e p re d a d o r —q u e viene a s e r lo m ism o — ; o se a, n a n u n m u n d o d o n d e la a u té n tic a lib e rta d y el d e seo a u té n ti­
te n d r á im p o sib le la c o n s tru c c ió n de u n a m e ta físic a c o n v e rd a d co de v e rd a d s o n p e o r q u e so sp e c h o so s. Y re p ito q u e tem o q u e
y u n a é tic a c o n b ien , p o rq u e el m a te ria l de a m b a s es sie m p re el fen ó m en o e s u n iv e rs a l, q u e im p re g n a y a to d a s la s c u ltu r a s
24 M. GARCÍA-BARÚ
ENSAYO SOBRE LO GRATUITO 25

y s u b c u ltu r a s , y q u e s e ría rid ícu lo a c e p ta r q u e e x is te n ev id en ­


te s c írc u lo s so c ia les de los q u e e s tá excluido p o r prin cip io . q u e s u c o n o c im ie n to p u e d a d e c a e r y c o n v e rtirse e n p u r a id eo ­
T a n to m á s im p o rta rec o rd a rlo e n el in te rio r de a m b ie n te s e s p e ­ logía q u e a p o y a u n m odo de v id a la m e n ta b le p e ro a u to ju s tifi-
c ia lm e n te proclives a e s ta te n ta c ió n de ver la b riz n a en el r o s ­ cado. N ing u n o de n o s o tro s e s tá e n la p le n itu d p o sib le de s u
se r, y to d o s, al m ism o tiem p o , s a b e m o s o s c u ra m e n te q u e la
tro del o tro p ero no la viga en el ojo de n o s o tro s m ism o s. La
falta de p re o c u p a c ió n p o r el b ie n y la v e rd a d es y a e n sí m ism a
a u to c o m p la c e n c ia e s la m a d re de to d o s los m a le s, p re c is a m e n ­
u n a p é rd id a p ro g re siv a y rá p id a de b ie n y de v e rd a d .
te p o rq u e , m u y de v e rd a d , timor Dei initium sapientiae. Se n o s h a con ced id o g ra c io sa m e n te vida, o se a , a lm a , o
V olvam os la m ira d a h a c ia n o s o tro s m ism o s. ¿ C u á l es la sea, rela ció n c o n sc ie n te , sie m p re in q u ie ta , sie m p re s u s c e p tib le
p r e g u n ta d e c isiv a q u e n o s dirigim os e n c u a lq u ie r m o m e n to de de c u id a d o y p re o c u p a c ió n , co n el ser, la v e rd a d y el bien.
la v id a? Y fijém onos: sie m p re y a u n a p re g u n ta . La reflexión Som os hijos vivos de la V ida, c u y a in te rio rid a d c o m p re n d e m o s
m is m a tie n e la fig u ra de u n a p re g u n ta , p ero s u objeto, o sea, q u e es la in te rio rid a d de D ios m ism o. S om os, e n e s te se n tid o
n u e s tr a v id a e n el p re s e n te reflexivo, ta m b ié n sie m p re se p a re ­ in alien ab le, h ijo s de D ios, el V iviente, el q u e E s, el q u e A sistirá
ce m á s a u n a p re g u n ta q u e a c u a lq u ie r o tra c o sa. E s ta m o s p a ra sie m p re , m u c h o m á s q u e h ijo s de n u e s tr o s p a d re s h u m a ­
viviendo e n d e te r m in a d a s itu a c ió n afectiva, c o n cierto g rad o de nos. C on n u e s tr o s p a d re s , e n el fondo, te n e m o s u n a relació n
tra n q u ilid a d , c o n a lg u n a s e x p e cta tiv a s; p ero si se n o s o c u rre m á s de h e rm a n d a d q u e de filiación, p o rq u e c o m p a rtim o s con
reflex io n a r so b re n u e s tr a s itu a c ió n rea l, e n s e g u id a a la p re ­ ellos e s ta c o n d ic ió n p e re g rin a y p re c a ria , p ro b le m á tic a , de la
g u n ta ¿cóm o esto y ?, ¿ q u ié n soy re a lm e n te a h o ra ? , le re s p o n d e ex isten cia, q u e e s el h a b e rn o s sido e n tre g a d a p a r a q u e n o s ­
o tr a p r e g u n ta m á s difícil de fo rm u la r co n sencillez, p e ro q u e se o tro s la c u id e m o s co n c u id a d o e x q u isito —p a r a el c u a l n o s
p a re c e a algo de e s te estilo: “M ira, m e e n c u e n tro a s í y así, y a h ace falta, a n te todo, u n a re la c ió n a u té n tic a c o n la v e rd a d — .
lo s a b e s , y a lo sé; p ero ¿de v e rd a d vivo com o d e b e ría vivir? ¿D e N u e stro s p a d re s h a n e n g e n d ra d o e n n o s o tro s so b re todo la s
v e rd a d se c u m p lirá n m is e s p e ra n z a s ? ¿L as ten g o p u e s ta s e n lo c irc u n s ta n c ia s c o n tin g e n te s de n u e s tr a e d u c a c ió n , n u e s tr a s
m e jo r? ”. rela cio n e s, n u e s tr a s d o tes de c u e rp o y de ta le n to ; p ero el d o n
S ó c ra te s c o n c e n tra b a e s te p u n to de u n a fo rm a e n re a li­ originario de la v id a n o s es se n c illa m e n te c o m ú n co n ellos.
d a d in s u p e ra b le . Él d e c ía q u e la m á x im a p re g u n ta del h o m b re N osotros y ellos so m o s v id a q u e se re la c io n a consigo m is m a en
a sí m ism o , la p r e g u n ta q u e c a d a u n o p ro p ia m e n te som os, el m odo del c u id a d o p o r la v e rd a d y el bien: v id a n o a b s o lu ta ,
a u n q u e te n d a m o s a p la n te a rla co n ra d ic a lid a d d e m a sia d o vida q u e tie n e c e rte z a ra d ic a l de q u e h a de a fro n ta r la m u e rte ,
poco (y de a h í s u p e c u lia r m isió n e n el E sta d o , q u e d u r a h a s ta vid a p u e s ta y re g a la d a p ero no a u to v iv ien te. La im a g e n m is m a
el d ía de hoy), e s la c u e stió n del a lm a , de la v e rd a d y del ser, de la sa lv a c ió n es p a r a c a d a u n o de n o s o tro s la de u n a vid a sin
q u e ta m b ié n se d e ja sim p lificar en la c u e stió n del bien . El a lm a c u id a d o , s in m u e rte , s in la p o sib ilid a d de d e c a e r e n la m e n ti­
n o es sin o la e s e n c ia y la c a u s a de la vida, lo vivo de la vida; la ra, el e rro r y el m a l h a s ta m a lo g ra rse d efin itiv am en te.
v e rd a d , el s e r y el b ien en fo c a n el p ro b le m a de si el a lm a , a sí Q u e re m o s vivir, a u n q u e de otro m odo q u e com o a h o ra .
e n te n d id a , p e rs ig u e com o debe, s in e rro re s, sin fa ls a s a p a rie n ­ Vivir es y a q u e re r vivir. M as si in te n ta m o s p e n e tr a r e n q u é sig­
c ia s, s in m a la v o lu n ta d q u e todo lo eche a p e rd e r, la s u p re m a nifica e ste q u e re r vivir p ero de otro m odo, de u n m odo q u e
e x c ele n cia de sí m is m a , la c u lm in a c ió n de s u ex iste n cia . n u n c a h e m o s a ú n g u s ta d o , n o s q u e d a m o s p e rp le jo s. Vivir, y a
¿C óm o se d e b e vivir? He a q u í la p r e g u n ta de to d o s los s e a e n la tie r ra m o rta l, y a s e a e n el cielo in m o rta l, q u iere decir,
m o m e n to s y de to d a s la s ép o c as de n u e s tr a vida. La c u e stió n e n s u n ú c le o de significación, te n e r sa b o r, s a b e r, de sí: a b r a ­
es, p u e s , el c u id a d o del a lm a , de la v e rd a d , del se r, del bien. z a rse , si c a b e ta l d escrip ció n : e s tre c h a rs e a sí m ism o , n o p e r ­
P o rq u e el p u n to de p a rtid a evid en te es q u e n in g u n o d e n o s ­ d e rse re s p e c to de sí; p ero todo ello, gozando de lo a b s o lu ta ­
o tro s e s tá y a e n el cielo, salvado; n in g u n o conoce lo su fic ie n te m e n te d ife ren te de m í, de lo q u e se m e re g a la no m e n o s q u e se
de la v e rd a d com o p a r a p o d e r en a d e la n te d e s p re o c u p a rs e de m e re g a la s u goce. S e n tirse sin tie n d o lo otro, e n u n a ex a ltac ió n
26 M. GARCÍA-BARÓ
ENSAYO SO BRE LO GRATUITO 27

p ro g re siv a , com o e n u n é x ta s is a c a d a m o m e n to m á s in te n so .
No e n c u e n tro m ejo res p a la b ra s p a r a la d ic h a in e x p re sa b le de do irrev ersib les y, p o r eso m ism o, in fin ita m e n te in te r e s a n te s y
la sa lv a c ió n a q u e a s p ira m o s . Sólo q u e e s te é x ta s is c re c ie n te p ro b le m átic o s c a d a u n o de n u e s tr o s m o v im ien to s e n la e x is­
no s e r á p o sib le s in la c o n c ie n c ia de q u e y a no q u e d a m al en ten cia.
n in g ú n rin c ó n del orbe, de q u e el peligro, el odio y la m u e rte Pero tam p o c o p o d em o s d e c ir q u e d e s e a m o s m o rir y
e s tá n d e fin itiv am e n te v encidos; de q u e el a m o r h a a rra s a d o q u e d a r m u e rto s. La m u e rte u n iv e rs a l s e ría ta n to com o la c e r­
todo lo q u e le h a c ía o b stá c u lo . tez a de q u e to d a la v id a q u e h u b o e n el m u n d o n o fue sin o u n a
¡La v id a viva, q u e c a n ta b a s a n A gustín; la v id a sin a lte r ­ b ro m a m a c a b ra : u n c ú m u lo de gozos y s u frim ie n to s q u e e n
rea lid a d no te n ía n se n tid o alg u n o ; u n a esp ecie de ju e g o
n a tiv a s de d o lo r d e p rim e n te , q u e es el objeto final del p e n s a ­
h o rre n d o q u e u n dios in fa n til y a b u rrid o h a ju g a d o con s u s
m ie n to de M ichel H enry; la vid a q u e se e q u ip a ra al a m o r, tal
so ld ad ito s de plom o. No p o d e m o s to le ra r la m u e rte s in se n tid o
com o, e n s u s fo rm a s ta n a p a re n te m e n te d is tin ta s la a la b a n y de la s p e rs o n a s q u e rid a s , p ero tam p o c o la n u e s tr a y, e n defi­
e x a m in a n F ic h te y K ierkegaard! nitiva, n in g u n a m u e rte . La n e c e s id a d de se n tid o es c e n tra l en
D esde e s ta la d e ra del m o n te C arm elo, es fu n d a m e n ta l n u e s tr a s v id as, y e sto significa c a si lo m ism o q u e fu tu ro , y
q u e o b se rv e m o s a l m ism o tiem p o el c a rá c te r m iste rio so , e x tre ­ fu tu ro vivo.
m ad o , del objeto de n u e s tr a e s p e ra n z a , y q u e re c a p a c ite m o s en L uego n o q u e re m o s viv ir y n o q u e re m o s m o rir.
cóm o e s te d o n c u lm in a n te de la g ra c ia exige c o n a b s o lu to Q u erem o s m o rirn o s y vivir d e s p u é s , p ero ja m á s u n a v id a com o
im p erio u n a a c tiv id a d h e ro ic a de n u e s tr a p a rte ; o m ejo r q u e é sta , d e s tin a d a a n u e v a m u e rte . De h e c h o , la m e la n c ó lic a im a ­
h e ro ic a , s a n ta . g in ación de a lg u n o s m etafísico s in d io s h a p e n s a d o e s ta p o sib i­
El p rim e ro de e sto s a s p e c to s del a s u n to es re la tiv a m e n ­ lid ad de m u e rte s d e n tro de la m u e rte , m ie n tra s q u e o tro s
te fácil de ver, a u n q u e doloroso y ro d ea d o de a n g u s tia , en m etafísico s de la m is m a p ro c e d e n c ia relig io sa y no m en o s
m u c h o s c a so s. Me refiero a q u e h a b la m o s m u y m al, m u y m elancólicos, h a n con ceb id o la c o n d e n a c ió n com o la r u e d a
in c o n s c ie n te m e n te , c u a n d o decim o s q u e el s u p re m o objeto del im p a ra b le de los re n a c im ie n to s y la s re m u e rte s.
a n h e lo c e n tra l del co ra z ó n del h o m b re es vivir; p o rq u e vivir sig­ No s a b e m o s lo q u e q u e re m o s. L ite ralm en te , n u e s tro
nifica, a n te todo, vivir com o a h o ra lo h a c e m o s, o se a, e n p eli­ co razó n a n s ia , com o el ciervo p erd id o e n el d e sie rto , com o el
gro de fra c a so , dirig id o s sin d u d a h a c ia la m u e rte . Y si a ñ a d i­ c a m in a n te p o r el p á ra m o s a m a rita n o , u n a g u a q u e no es de
m o s q u e se t r a t a de vivir p a r a sie m p re , e n to n c e s c a e m o s q u izá e s ta tie rra , p o rq u e s u sa b o r, s in c a n s a r , evita, s in em b arg o ,
e n u n a in g e n u id a d a ú n peor, p o rq u e vivir s in te n e r q u e m o rir, te n e r de n u ev o la d ic h a de p o d e r b e b e r se d ie n to . Q u e re m o s
s in p o d e r m o rir, es lite ra lm e n te e s p a n to s o y n i s iq u ie ra lo im a ­ m á s de lo q u e sa b e m o s; el c o ra z ó n pide im p o sib le s. L ograr
g in am o s. Ya s a b é is q u e B orges lo h a re p re s e n ta d o en u n c u e n ­ c o n c ie n c ia p le n a , c a si p le n a , de h a s ta q u é p u n to es a sí, re a l­
to c éleb re, q u e titu ló Los Inmortales. ¿ P a ra q u é q u e rría H om ero m e n te es e se n c ia l p a r a p o d e r m ed ir, a u n q u e s e a p a u p é rrim a -
s e g u ir c a n ta n d o p ro e z a s si e s tá s e g u ro de q u e v a a p o d e r co m ­ m en te , la h o n d u r a de la g ra c ia e n n u e s tr a vida.
p o n e r v e rso s u n n ú m e ro p e rfe c ta m e n te infinito de d ía s en el N a d a m á s e x tra o rd in a rio q u e e s te d o n de n e c e s ita r lo
fu tu ro ? H a s ta el m á s e lo c u e n te de los h o m b re s a b a n d o n a r ía im posible y de p o d e r o rie n ta r la v id a e n te ra , com o los n iñ o s y
el h a b la r e n ta le s c irc u n s ta n c ia s , p o rq u e si el tie m p o n o a v a n ­ los locos lo s u e le n h a c e r, h a c ia lo im posible n e c e sa rio . C om o si
p o r n u e s tr o e sfu erzo fu e ra n to d o s los d e sg ra c ia d o s a s e r re d i­
z a h a c ia la m u e rte la s p o sib ilid a d e s d e ja n de s e r p o sib ilid a d e s,
m idos, a u n q u e h a y a n vivido m iles de a ñ o s a n te s de n u e s tr o
la s c ir c u n s ta n c ia s se vuelven in d ife re n te s, todo d a lo m ism o,
n a c im ie n to ; com o si sólo p o rq u e n o s o tro s lo q u e re m o s con
n a d a a m e n a z a : no se p u e d e e s p e r a r sin o, p re c is a m e n te , q u e
to d a n u e s tr a a lm a fu e ra a s e r realizab le e s a v id a s in m u e rte y
se c o n c e d a de n u e v o a u n s e r ta n d e sg ra c ia d o la g ra c ia de la sin tedio q u e n i c o m p re n d e m o s c a b a lm e n te , p ero s in la c u a l,
m u e rte ta l com o a h o ra la vivim os: in m in e n te p e ro in e sp e ra b le , u n iv e rs a lm e n te d is fru ta d a , com o el b a n q u e te e te rn o al q u e
d a n d o s u s a b o r de c o s a ú n ic a a c a d a p a so de la v id a, h a c ie n -
28 M. GARCÍA-BARÓ
ENSAYO SO BRE LO GRATUITO 29

to d o s los p o b re s fu e ro n in v itad o s, n o le e n c o n tra m o s se n tid o ,


e n ú ltim a in s ta n c ia , a n a d a . viene h a s ta ella de la v e rd a d a m a rg a de la s c ie n c ia s n a tu r a le s
Se b la s fe m a de la e s p e ra n z a c u a n d o n o se la p ie n s a a b so lu tiz a d a s. Y c o n siste e n la c e rte z a de q ue, m u c h o a n te s de
com o a q u ello q u e m á s d in a m iz a la vida. La c o n fia n z a c o n la o c u p a rse con la v e rd a d u n iv e rs a l de la s c o s a s re a le s, al h o m ­
q u e im p re g n a los a c to s y las a c titu d e s de u n h o m b re es, si b re le im p o rta no s u frir p o r los a ta q u e s de los o tro s h o m b re s ,
re a lm e n te e s tá b a s a d a e n la e s p e ra n z a h ip erb ó lic a , e x a g e ra d a , no se r d a ñ a d o p o r ellos en n in g ú n se n tid o , sin o , al c o n tra rio ,
a b s o lu ta , s a n ta , u n a c o n fia n za lle n a de e n e rg ía y de c u id a d o , e x p a n d ir s u n a tu r a l egoísm o y p o n e r a s u servicio la s v id as,
a n te s a m e n a z a d o ra s , de los d e m á s. A c a d a u n o lo q u e m á s n o s
in fin ita m e n te p re o c u p a d a p o r el b ien y p o r la v e rd a d .
im p o rta es lid e ra r a los o tro s, o se a , m a rc a r n u e s tr o tiem p o
P o rq u e de la c u e stió n de la v e rd a d tam p o c o se d eslig a con n u e s tro n o m b re , d e ja r de n o s o tro s u n re c u e rd o im b o rra ­
n i u n m o m e n to la e s p e ra n z a a u té n tic a , com o a lg u n a s d e s c rip ­ ble, decid ir so b re o tra s v id as y s o m e té rn o s la s , e n definitiva.
c io n e s h a n p re te n d id o . Y de h e c h o , a q u í h a e s ta d o m u c h a s Q u erem o s no s u frir p o r el egoísm o ajen o , y el m edio m ejor es
veces la c ru z d ra m á tic a de m u c h o s h o m b re s e x tra o rd in a rio s. h a c e r d e p e n d e r a los d e m á s de n o s o tro s m ism o s y n u e s tr o s
P o rq u e os re c u e rd o q u e a la p r e g u n ta fu n d a m e n ta l p o r la exce­ fines, q u e ellos d e b e rá n c re e r q u e s o n ta m b ié n los su y o s.
le n c ia d e la v id a h u m a n a , p o r la a re té , p o r cóm o se d eb e vivir Éxito, fam a, h o n o re s , votos, p e rs u a s ió n , e n c u e s ta s , d in ero ,
a c a d a h o r a p a r a vivir, e n c o n ju n to , b ien , los filósofos clásico s placeres, carg o s, m e n c io n e s, etc. C u a n d o y a se tie n e esto ,
de G re c ia e n c o n tra ro n b á s ic a m e n te tre s r e s p u e s ta s , q u izá em piezan a in te r e s a r o c io sa m e n te la s d e m á s v e rd a d e s; y e n el
c u a tro , q u e los d e m á s h o m b re s ven im o s re p itie n d o de u n a s y fondo de los te m p lo s egipcios, e n el co ra z ó n del lujo y de s u
o tra s fo rm a s d e sd e e n to n c e s, in c lu so c u a n d o n o s d e ja m o s in s ­ calm a, se in s ta la la p rim e ra b ib lio teca, se in ic ia n la s o b se rv a ­
p ira r p o r fu e n te s c u ltu ra le s no griegas. Y la m á s a n tig u a de ciones e s te la re s, se p o n e n la s b a s e s de la s m a te m á tic a s y se
e s ta s so lu c io n e s p o sib le s a la g ra n p re g u n ta fue la de d e d ic a r e s tu d ia el m u n d o no h u m a n o ; p ero no a n te s . La v e rd a d no es
la v id a a la v e rd a d p a r a te rm in a r d e sc u b rie n d o q u e la u n iv e r­ ta n n e c e s a ria com o el no rec ib ir d a ñ o de la s fie ras de n u e s tr a
s a l v e rd a d e s la q u e hoy lla m a ría m o s la r e s p u e s ta de las c ie n ­ m ism a especie. La v e rd a d es a d o rn o e sp lé n d id o de la vida
c ia s n a tu r a le s . El h o m b re q u e h a e n te n d id o q u e d e b e b a s a r la se g u ra , p ro v ista de c u a n to e s n e c e sa rio p a r a s u evolución
estable.
e s p e ra n z a e n la v e rd a d , se e n c u e n tra al fin con q u e no h a y m á s
La te rc e ra so lu c ió n es la de S ó crates: q u e el b ie n c o n ­
v e rd a d q u e la de la q u ím ica , q u e la de la n a tu ra le z a , d e n tro de
siste e n la v e rd a d , sólo q u e la v e rd a d a c e rc a de n o s o tro s m is ­
la c u a l todo n a c e y m u e re a s u tu rn o y en el lu g a r y el tiem po
m os no se c o n fu n d e c o n la p r e s u n ta v e rd a d a c e rc a de la n a t u ­
y la c o n d ic ió n q u e el Principio D o m in an te , in g e n e ra d o e in m o r­ raleza com o c o n ju n to de re a lid a d e s q u ím ica s. El m al no es el
tal, p ero ta m b ié n im p e rso n a l, h a d e s tin a d o p a r a la s in fin ita s que se recib e sin o el q u e se h a c e , y se h a c e d a ñ o e n la m is m a
re a lid a d e s fu g ac e s q u e c o m p o n e n los ciclos p e rd u ra b le s de los m ed id a en q u e se t r a t a a la s p e rs o n a s sin su fic ie n te c o n o ci­
m u n d o s. m iento de ellas m is m a s y, so b re todo, de s u b ien . La p re g u n ta
Tal fue la v e rd a d de A n a x im a n d ro y de H eráclito, y a sí po r el b ien no es la m is m a q u e la p re g u n ta p o r la re a lid a d de
sig u e sie n d o la v e rd a d de m u c h o s c o n te m p o rá n e o s , y no p r e ­ la n a tu ra le z a , deb id o a q u e q u ie n c o n sig a re s p o n d e r la p rim e ­
c is a m e n te de los p e o re s, p o rq u e se tr a t a de la s g e n te s q u e ra , no p o r ello se h a c e b u e n o n i se lib ra de te n e r q u e volver a
te m e n el p o d e r de v io lencia de los s u e ñ o s y t r a t a n de a ju s ta r rea liz a r to d a s u in v estig a c ió n u n d ía d e s p u é s , u n a h o r a d e s ­
s u s v id as, a u n q u e s e a d e s c o n s o la d a m e n te , a lo q u e c o n s id e ra n p u é s. El b ien tie n e la p ro p ie d a d de no d e ja rse a fe rra r ja m á s ,
q u e re a lm e n te se d e m u e s tra o se re fu ta , q u e ra m o s los h o m ­ m ie n tra s se vive. P o r m u c h o q u e se h a y a tra b a ja d o p o r d e s ­
b re s lo q u e q u e ra m o s . Y no d eb e h a b e r d u d a s re s p e c to a q u e p re n d e rs e de ig n o ra n c ia e n e s te se n tid o , no se e s tá n u n c a m á s
r e c h a z a r el w ish fu l th in k in g sie m p re es c o sa b u e n a y s a n ta . a llá de la n e c e s id a d de u n n u ev o diálogo filosófico so b re el b ie n
La s e g u n d a so lu c ió n c lá sic a a la c u e stió n de cóm o se y los m ed io s p re c iso s p a r a in te n ta r d a rle a lc a n c e . S e a c u a l s e a
d eb e vivir e s la c ín ic a de los s o fista s, m u y c o m p re n sib le , si se
30 M. GARClA-BARÓ
ENSAYO SOBRE LO GRATUITO 31

el m o m e n to de n u e s tr a vid a e n el q u e n o s e n c o n tre m o s , to d a ­
vía e s ta m o s a tie m p o de m a lo g ra rla (o salv arla), lo q u e signifi­ si todo en la v id a c o n s is tie ra e n ella, se a b re a n te él el a n c h o y
d u ro cam p o de la m o ral, q u e e n re a lid a d es infinito; y sólo m á s
c a q u e la v e rd a d a c e rc a del b ien tie n e u n a e s e n c ia l co n dición
allá de e ste e n o rm e á m b ito se e n c u e n tr a la p u e r ta re a l de la
h u id iz a , q u e n o conviene, e n cam bio, a las v e rd a d e s m a te m á ti­
e s p e ra n z a a b s o lu ta , la e x iste n c ia p ro p ia m e n te religiosa, c a p a z
c a s, físicas, q u ím ica s, m éd icas. La c e rtez a resp e c to de la m ejor
de ver com o p u r a g ra c ia el c o n ju n to todo de la re a lid a d .
v id a p o sible es c u e stió n de diálogo a la vez q u e de acción: Los e s p iritu a le s lo h a n s a b id o h a c e m u c h o , e Ignacio de
a m b o s m éto d o s so n del todo in se p a ra b le s; y n i el u n o n i la o tra Loyola lo recoge c o m p e n d io s a m e n te en s u s m á x im a s: se tr a ta
e s tá n a c a b a d o s m ie n tra s la vid a c o n tin ú a . Las o b ra s a c re c ie n ­ de vivir com o si n o s o tro s lo p u d ié ra m o s todo y lo d e b ié ra m o s
ta n la in teligibilidad del bien, y el diálogo so b re él e s tim u la las todo y Dios no e x istie ra, p ero e n la co n fian za, s u p e rio r a c u a l­
o b ra s. La vid a d eb e c re c e r en c o h e re n c ia e n tre aq u ello q u e reco­ q u ier o tra fe, de q u e re a lm e n te D ios lo es todo y h a c e todo en
n o c e m o s com o la v e rd a d y aquello q u e con n u e s tr a m ism a todos —y n u e s tr o tra b a jo a g o ta d o r no es m á s q u e u n a c a d e n a
a c ció n s o ste n e m o s de h e c h o q u e es la verd ad ; p o rq u e c a d a acto de perezas e ilu sio n es, co n a lg u n o s s a lto s im p e tu o so s a d e la n te
libre, c a d a acció n , es u n a te sis so b re el bien, y n a d a su e le reve­ y alg u n o s ra to s de reflexión p r o fu n d a a c e rc a de la v e rd a d — .
la r m ejor q u e los a c to s de u n h o m b re lo q u e e n re a lid a d éste La g ra c ia n o s h a s itu a d o e n e s te e s ta d o h o n d o de p e r ­
p ie n s a so b re el b ien perfecto, o se a, so b re la d iv inidad. plejidad, a so m b ro gozoso y b ú s q u e d a ; n o s o tro s , e n cam bio,
R eco n o cerse, p u e s , sie m p re a d is ta n c ia del b ien divino, nos s u s tr a e m o s c a si c o n tin u a m e n te a e s te e s p e c tá c u lo de la s
p ero sie m p re s u a m a n te , s u b u s c a d o r in c a n s a b le , y a d e sd e el p ro fu n d id a d e s y volvem os n u e s tr a e x iste n c ia u n p la n o q u e no
p rin c ip io a lc a n z a d o p o r s u a m o ro s a flecha, es s a b e rs e u n h o m ­ ve m á s h o riz o n te s q u e los del m u n d o . Pero ta m b ié n e s g rac ia
b re , n a d a m á s q u e u n h o m b re , n a d a m e n o s q u e u n s e r eleva­ el h ech o de q u e n i el m á s p lan o y su p e rfic ia l de los h o m b re s
do p o r e n c im a del nivel de to d o s a q u e llo s o tro s q u e, a u n q u e co n sig a olvidar del todo la d im e n s ió n de la p ro fu n d id a d .
lle n a n a n u e s tr o lad o la s m e d id a s de la n a tu ra le z a , no viven, Y es ello a s í, fu n d a m e n ta lm e n te , p o rq u e a ú n es u n a
com o n o s o tro s , e n tre la m e ra n a tu r a le z a y la d iv in id ad , com o gracia q u e s a lta m á s a los ojos el e n c u e n tro con ta n ta s p e rs o ­
n a s q ue, com o los sím b o lo s m á s c la ro s de lo divino d e n tro del
e n u n s a lto dificilísim o fu e ra del esp ac io de la s c o s a s y to d av ía
ho rizo n te c e rc a n o , n o s re g a la n s u am o r, s u c u id a d o , a c a d a
m u y p o r d eb ajo del e sp ac io de D ios. R econocer los lím ites de la
paso. N inguno de n o s o tro s m erece la c a n tid a d e n o rm e de c o n ­
c ie n c ia n a tu r a l y los m u y d ife re n te s de la m o ral, e s e m p e z a r a
sid e ra cio n e s q u e recib e de o tro s d ía tr a s d ía, d e sd e u n a m ira ­
vivir e n la e n c ru c ija d a e x tre m a , h e ro ic a, a p a s io n a n te , lle n a de d a de acog im ien to y c o m p re n sió n a u n re c u e rd o silencioso,
a m o r a u té n tic o , q u e es y d eb e s e r el h o m b re . desde u n a b ra z o a u n leve g esto de rec o n o c im ien to . N adie es
La c u a r ta r e s p u e s ta c lá sica , q u e sólo a lg u n o s pocos de su y o ta n in te r e s a n te com o p a r a in s p ir a r u n a m o r a p a s io n a ­
filósofos p a g a n o s h a n e n s a y a d o s u fic ie n te m e n te , c o n siste en do, q u e se n o s d e d ic a sólo a n o s o tro s , com o h a b ié n d o n o s dife­
e x te n d e r la c ie n c ia h u m a n a h a s ta a b a rc a r e n s u in te rio r a Dios ren ciad o p o r lo q u e n o s es m á s p e c u lia r de e n tre m illones de
m ism o . E s la v e rsió n m á s p o p u la r y m á s d e s a s tr o s a de la o tra s p e rs o n a s q u e no e n te n d e m o s q u e s e a n e n re a lid a d ta n
m eta físic a , e n re a lid a d p a n te ís m o in m o ra lis ta y s u e ñ o s de d is tin ta s com o p a r a q u e d a r del todo e x c lu id a s de e s ta p re d ile c ­
v isio n a rio s de m a l ag ü ero . ción m ara v illo sa . N adie, so b re to d o , es lo b a s ta n te b u e n o com o
Lo filosófico fue sie m p re a s p ir a r con m áx im o d e seo a la p a ra q u e e n c a d a m o m e n to se le e s té re g a la n d o la p re s e n c ia de
c o n te m p la c ió n de la s v e rd a d e s y de la v e rd a d e te rn a , p ero m u y g en tes, a n ó n im a s o no, re sp e c to de la s c u a le s s a b e t a n p ro fu n ­
a s a b ie n d a s de q u e la co n d ició n de e s ta te o ría s u p re m a es la d a m e n te q u e es s u d e b e r no d a ñ a rla s . Si es d e s g ra c ia n o s e r
v id a m o ra l lle v a d a h a s ta el ú ltim o rigor de s u exigencia. Com o am a d o , in c o m p a ra b le m e n te m ay o r d e s d ic h a es no a m a r; p ero
lo h a recogido e n s u s fó rm u la s a d m ira b le s K ierk eg aard , c u a n ­ a e s ta tra g e d ia provee el nervio divino de lo re a l s im p le m e n te
do el h o m b re d e ja de ju g a r al p a n te ís m o , al d e s c o n s u e lo in s in ­ con la d o n a c ió n del prójim o, del re a lm e n te otro c o n q u ie n m e
cero de la s c ie n c ia s n a tu r a le s , al p u ro ju e g o de la p o lític a com o
32 M. GARCÍA-BARÓ

tropiezo, cuyo e n c u e n tro es y a u n a c o n te c im ie n to de a p a rició n


in d u d a b le del d e b e r de c a rid a d , del prin cip io de to d a ju s tic ia .
Pero e s to s a s p e c to s del p ro b le m a g e n e ra l de la g rac ia
p e rte n e c e n m e n o s al n ú c le o de s u e s e n c ia q u e al d e s g ra n a rs e
de los m ú ltip le s fen ó m e n o s e n los q u e é s ta se e x p o n e y se vive.
III
B á s te n o s co n re g is tra r el h e c h o c a p ita l de q u e el d e b e r de c a ri­ GRACIA Y ANALOGÍA
d a d y ju s tic ia y, a la in v ersa , el a m o r y el c u id a d o q u e rec ib i­
m o s g ra tu ita m e n te , a d e m á s de s e r d o n e s de g ra c ia q u e c o n s ti­
tu y e n el e le m e n ta l viático de n u e s tr a vida, tie n e n la v irtu d
p o d e ro s a de sim b o liz a r co n m á x im a eficacia c u á l es la v e rd a d
ú ltim a de la s c o sa s. N adie la d e ja de p ercib ir, a u n q u e s e a com o Alejandro Llano
u n eco leja n o e n s u s oídos y a d e s a c o s tu m b ra d o s o m al a c o s ­ U niversidad de Navarra
tu m b ra d o s ; de m odo q u e s e ría in ú til q u e volviera n a d ie de los
te rrito rio s de u ltr a tu m b a a re la ta rn o s q u é s u c e d e e n ellos.

A u n q u e se tra te de u n lu g a r m u y conocido, m ere ce a q u í


la p e n a re c o rd a r q u e , e n el com ienzo de s u libro L as palabras
y las cosas, c ita u n tex to de B orges, q u e a s u vez c ita “u n a c ie r­
ta en ciclo p ed ia c h in a ”, d o n d e e s tá escrito q u e «los a n im a le s se
dividen en: a) p e rte n e c ie n te s a l E m p e ra d o r, b) e m b a ls a m a d o s,
c) a m a e s tra d o s , d) lec h o n e s, e) s ire n a s , f) fa b u lo so s, g) p e rro s
su e lto s, h) in c lu id o s e n e s ta clasificació n , i) q u e se a g ita n com o
locos, j) in n u m e ra b le s , k) d ib u ja d o s co n u n p in ce l finísim o de
pelo de cam ello, 1) e tc é te ra , m) q u e a c a b a n de ro m p e r u n
ja rró n , n) q u e de lejos p a re c e n m oscas».
La r is a q u e e n m í pro v o ca el texto b o rg ia n o es, s in d u d a ,
d is tin ta a la de F o u c a u lt, a q u ie n cito sin e m b a rg o a m i vez:
«En el a so m b ro de e s ta tax o n o m ía , lo q u e se ve de golpe, lo q ue,
por m edio del apólogo, se n o s m u e s tr a com o e n c a n to exótico
de otro p e n s a m ie n to , es el lím ite del n u e s tro : la im p o sib ilid a d
de p e n s a r esto . Pero, ¿q u é es im p o sib le p e n s a r y de q u é im p o ­
sibilidad se tr a ta ? (...) No s o n los a n im a le s “fa b u lo s o s ” los q u e
son im p o sib les, y a q u e e s tá n d e sig n a d o s com o ta le s , sin o la
e s c a s a d is ta n c ia e n q u e e s tá n y u x ta p u e s to s a los p e rro s s u e l­
tos o a a q u ello q u e de lejos p a re c e n m oscas».
Y a h o ra sigo leyendo, a m i m odo, a F o u c a u lt: c u a n d o
realizam o s u n a clasificació n reflex io n ad a, c u a n d o decim o s q u e
el gato y el p e rro se a s e m e ja n m e n o s q u e d o s galgos, a u n si
u n o y otro e s tá n e n c au tiv erio , a u n si a m b o s c o rre n com o locos
y a u n si a c a b a n de ro m p e r el ja r r ó n , ¿ c u á l es la b a s e a p a rtir

También podría gustarte