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Brecht em Benjamin:

épico x aristotélico, distanciamento x empatia


ST1wbAqBr/PPGT/Fátima Costa de Lima

BRECHT, Bertolt. Dramaturgia não-aristotélica. Artefilosofia, Ouro Preto, número 14, jul 2013.
BENJAMIN, Walter. Estudos para a teoria do teatro épico (inédito), p. 43-46;
O que é teatro épico [primeira (inédita) e segunda versão (1939)], p. 11-29;
Um drama familiar no teatro épico (1932), p. 39-42.
In: Ensaios sobre Brecht. Tradução Claudia Abeling. São Paulo: Boitempo, 2017.
“Empatia” em Brecht
Dramaturgia não-aristotélica x empatia
Modo científico de observação não naturalista: não trágico, não
psicológico, não sugestiona o espectador
Tarefa didática: ensina postura crítica a fim de transformar o mundo
Tornar-se cientista em experimento controlável para que o espectador
também adquira controle sobre o mundo manejável, praticável
Conteúdo: ciências sociais, psicologia comportamental não-introspectiva
Princípio: dialética materialista, “único método que torna possível dizer
algo a respeito do movimento das grandes massas humanas
Contra a dramaturgia aristotélica imita a realidade por ato de empatia
Crítica da Poética de Aristóteles: 3 unidades e catarse (pela empatia)
Alegria, sim
Empatia, hoje, é “empatia do indivíduo do alto capitalismo” x “postura do
espectador concebida como inteiramente livre, crítica, e a partir de
soluções puramente terrenas para as dificuldades”
A renúncia à empatia tem como princípio sua ação contínua na história –
deteriorada “pela podridão geral de nossa ordem social; por outro lado,
“nenhum motivo para sobreviver”.
TESES SOBRE A EMPATIA
1. identificação
2. construção empática de todo o palco
3. empatia = função social que (se fez progredir outras épocas) hoje é
contraproducente para a função social do teatro;
o teatro burguês solicita identificação com a arte capitalista,
mas esta impede o desenvolvimento das forças produtivas da sociedade
grandes coletivos > personalidade individual (em nossa época)
4. o indivíduo no coletivo se torna irrepresentável
5. nova forma: (x conduzir o espectador) suscitar sua postura crítica
organizando apresentação artística e convivência social
6. Como: mostrar o espantoso e o estranho, conhecido -> desconhecido
7. liquidar os resíduos do culto; transformar > interpretar
8. refuncionalização social com reorganização da técnica
9. emoção crítica (x empática)
O que é teatro épico? (segunda versão)
1. O público relaxado (x público tenso do drama), coletivo interessado
que não pensa sem motivo, PRONTO AO POSICIONAMENTO IMEDIATO;
eventos examinados PELA EXPERIÊNCIA DO PÚBLICO e cena transparente:
conhecimento e perspicácia, SEM PERDER DE VISTA AS MASSAS
2. A fábula Recorrer à história (ficcional ou real, conhecida ou
desconhecida, se for real melhor); DILATAÇÃO ÉPICA PELA ATUAÇÃO:
cartazes, letreiros (x ilusão) e temporalidade:
NÃO IMPORTA TANTO O FINAL, MAS A EXPERIÊNCIA PEDAGÓGICA
3. O herói não trágico CONTRADIÇÕES SOCIAIS NO PALCO
HERÓI NÃO TRÁGICO (x herói da tragédia clássica grega):
da IM, barroco, romantismo; Fausto e Hamlet; chega a Brecht
4. A interrupção TEATRO ÉPICO X TEATRO DRAMÁTICO ->
DRAMATURGIA NÃO ARISTOTÉLICA e ABANDONO DA CATARSE
= extravasar afetos pela empatia com o destino comovente do herói
Interesse relaxado -> O PÚBLICO SE ESPANTA COM AS SITUAÇÕES
Teatro épico APRESENTA SITUAÇÕES (x desenvolve ações)
A SEREM DESCOBERTAS pelo público = DISTANCIAMENTO
Como? INTERROMPENDO PROCESSOS
Exemplo: Cena de família, o estranho confrontado com a situação

MAS, HÁ UM OLHAR DIANTE DO QUAL MESMO AS CENAS MAIS


CONVENCIONAIS DA VIDA BURGUESA NÃO SÃO TÃO DIFERENTES DISSO
QUAL É O SEU OLHAR?
5 O gesto que pode ser citado O efeito da fala aguardado e revelado até a
multidão colocá-la no prato da balança = O JOGO INTERROMPIDO
Interrupção ~ citação: quebra a coesão do texto O TE CITA COM GESTOS.
Como tornar os gestos citáveis: o ator espaça e cita o próprio gesto em
cena. Objetivo da peça didática: QUANTO MAIS INTERROMPEMOS A
AÇÃO, MAIS GESTOS OBTEMOS
6 A peça didática TROCA ATOR-PÚBLICO:
TODO ESPECTADOR PODE TORNAR-SE COADJUVANTE
Preocupação de Brecht: o trabalhador vai compreender a peça?
7. O ator A forma básica do teatro épico é a do CHOQUE
[wB, Baudelaire; Buck-Morss, anestética] entre situações individuais ->
tomada de posição crítica diante do comportamento encenado e do
modo que encena
wB cita bB: “O ator deve mostrar uma coisa e deve se mostrar. Ele mostra
a coisa naturalmente à medida que se mostra e se mostra à medida que
mostra a coisa. Embora exista coincidência nisso, não é possível coincidir
tanto a ponto de a diferença entre as duas desaparecer.” (p. 28)
No TE, ARTÍSTICO ~ POLÍTICO, permite percebê-lo o modo de atuação
Ator alemão no exílio interpretar um SS: sem possibilidade de empatia
8. O teatro sobre a tribuna TE melhor definido a partir do “palco”
Soterramento da orquestra: fosso que separa ator-público e mortos-vivos
O palco carrega as marcas de sua origem sacra, continua elevado,
mas não mais uma profundeza incomensurável: tornou-se TRIBUNA
“Peça didática e teatro épico são uma tentativa de ocupar essa tribuna”
Estudos para a teoria do teatro épico
O TE é gestual. Questões:
1. De onde o TE tira seus gestos? Da atual, uma combinação entre
acontecimento histórico e gesto atual, gesto imitado só tem valor
em debate [Gestus Black Panthers, hoje superutilizado na luta?]
2. O que significa “aproveitamento de gestos”? Vantagens do G:
1. quanto mais discreto e habitual, menos falsificável;
2. início, meio e fim podem ser fixados, enquadramento de elementos de
uma atitude no seu fluxo [Boal] = fenômeno dialético do G.
INTERRUPÇÃO DA AÇÃO: quanto mais interrompemos ação, mas Gs.
Função da canção e do texto: interromper a ação (ilustrar e incentivar)
RETARDAMENTO DA AÇÃO + CARÁTER EPISÓDICO DO RETARDAMENTO
TRANSFORMAM TEATRO GESTUAL EM TEATRO ÉPICO
Processos no palco: função da ação e do texto = elementos variáveis
numa experiência de organização. Resultado da experiência?
3. Quais são os métodos na elaboração do gesto?
Os que abrem a dialética do teatro épico: G-situação; ator-personagem;
comportamento autoritário do ator-comportamento crítico do público;
ação representada-ação implicada na cena, sob a
DIALÉTICA CONHECIMENTO <-> EDUCAÇÃO [PEDAGOGIA]
imediato, mas pode ser diferente para ator e público
A Mãe [Die Mutter]
Última peça que Brecht estreou em Berlim antes do exílio, 1932

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