Relações Hum Soc Psic

RELAÇÕES HUMANAS
E PSICOLOGIA
SOCIAL
Profª: Samantha Lobo
Psicóloga
AULA DO CURSO DE TÉCNICO DE ENFERMAGEM LEC - LICEU DE ENSINO CONTEMPORÂNEO - DISCIPLINA: FUNDAMENTOS DA PSICOLOGIA - PROFª SAMANTHA LOBO
PSICOLOGIA EM CONSTRUÇÃO
• A psicologia não ficou estagnada no tempo. Desenvolveu-se e foi
construindo novas abordagens que deram prosseguimento às já
existentes, retomando conhecimentos antigos e superando-os.
• Por ser uma ciência nova, a Psicologia está sempre em processo de
construção.
• Se pensarmos a Psicologia como o estudo do mundo psicológico,
torna-se importante incluir nesta ciência a reflexão e o estudo da
relação dos indivíduos com o coletivo onde estão inseridos.
• E é desta forma que a relação indivíduo-sociedade se torna o tema
geral da Psicologia Social.
A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO INDIVÍDUO-
SOCIEDADE
• A Psicologia encontrou dificuldades ao procurar estudar o ser humano e
tornar-se ciência de acordo com a ciência moderna (objetiva, neutra,
sistemática e empírica):
o sujeito pesquisador e o objeto de pesquisa são o mesmo, e a exigência da
ciência moderna era manter-se afastada do objeto (ciência objetiva da
subjetividade.
• A Psicologia Social, como área da Psicologia, não escapou da dicotomia

entre os teóricos e se dividiu em dois blocos de estudo:
• 1º bloco: manifestações comportamentais suscitadas pela interação de uma pessoa
com outras pessoas, ou pela mera expectativa de tal intervenção; toma como
referência o encontro social para conhecer vários conceitos.
• 2º bloco: criticava a dicotomia do 1º bloco. Estudou o indivíduo e sociedade como
parte de um mesmo processo, em que ambos se constituem mutuamente. Não se
pode entender o indivíduo e sua subjetividade, sem se considerar sua inserção em
uma sociedade.
1º BLOCO
• Em 1908, alguns teóricos utilizaram o termo Psicologia Social de forma
sistemática para se referirem ao estudo dos fenômenos presentes na
relação indivíduo-sociedade.
• Daí a diante, muitos outros teóricos contribuíram com produções

científicas nesse campo.
 Enquanto alguns cientistas diziam que instintos e comportamentos inatos
explicavam o comportamento dos indivíduos na sociedade, outros diziam que, na
verdade eles são adquiridos e aprendidos na sociedade
• Então, a partir de 1920, nos EUA, a Psicologia Social passou a se

desenvolver mais ainda dentro de duas visões: uma sociológica e outra
psicológica.
 VISÃO SOCIOLÓGICA
• Afirma o domínio da exterioridade sobre o indivíduo através da Teoria
dos Papéis Sociais:
 A sociedade é um conjunto de posições sociais (mãe, aluno, professor, médico),
logo, há uma expectativa de comportamento estabelecidas pelo conjunto social
para os ocupantes das diferentes posições sociais que determinam o papel
prescrito. Ou seja, sabemos o que esperar de alguém que ocupa determinada
posição.
• Quando ocorre o encontro entre duas ou mais pessoas, elas utilizarão

indícios da posição que cada uma ocupa para decidir como tratá-la e
como comportar-se.
• Através dos papéis sociais compreendemos melhor a situação social,

pois são referência para o nosso próprio comportamento.
 VISÃO PSICOLÓGICA
• Dialogando com a visão sociológica, através da Teoria Cognitiva,
acreditou-se ser necessário fortalecer o indivíduo na relação com a
sociedade.
•Além disso, afirmou que a pressão social, os papéis e as expectativas

não terão influência sobre os indivíduos se eles não perceberem.
•A forma como o indivíduo se põe frente à sociedade, como percebe os

outros, como entende as regras sociais, como lhe chegam as expectativas,
etc são importantes para entender a sociedade.
• A interação social e o encontro social são os objetos de estudo dessa

perspectiva.
PERCEPÇÃO SOCIAL
• O ato de percebermos uns aos outros em
um encontro social. Não só a presença do
outro, mas o conjunto de características que
apresenta, o que nos possibilita ter uma
impressão da pessoa.
• A partir do contato com o mundo, o

indivíduo organiza as informações na
cognição (organização do conhecimento no
nível da consciência), e esta organização o
permite compreender ou categorizar um
novo fato.
COMUNICAÇÃO
• Processo que envolve codificação (formação de um sistema de código) e
decodificação (forma de entender a codificação) de mensagens, que permite
troca de informação entre indivíduos.
• A comunicação não é constituída apenas de código verbal; também é

utilizada para comunicação expressões faciais, gestos, movimentos, etc.
ATITUDES
• A partir da percepção do meio social e outros, o indivíduo vai organizando
essas informações, relacionando-as com afetos (positivos e negativos) e
desenvolvendo uma predisposição para agir (favorável ou desfavorável) em
relação às pessoas e aos objetos presentes no meio social. A essas
informações com forte carga afetiva, que predispõem o indivíduo para a
determinada ação (comportamento), é dado o nome de atitude.
• Portanto, para a Psicologia Social, diferentemente do senso comum, nós não
tomamos atitudes (comportamento, ação), nós desenvolvemos atitudes
(crenças, valores, opiniões) em relação aos objetos do meio social.
• A partir de novas informações, novos afetos ou novos comportamentos ou
situações, as atitudes podem ser modificadas. Ou ainda, quando se é
obrigado a comportar-se em desacordo com a atitude anterior.
PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO
• Em um encontro, as atitudes são importantes pois, de certo modo, norteiam o
comportamento. Ainda há influência de motivação, dos interesses e das
necessidades com que o indivíduo se apresenta na situação. Este conjunto de
aspectos psicológicos permite ao indivíduo compreender, atribuir significado e
responder ao outro.
• E de onde vem isso?
• A formação do conjunto de nossas crenças, valores e significações se dá pelo
processo da socialização, o qual o indivíduo torna-se membro de
determinado conjunto social, aprendendo seus códigos, suas normas e regras
básicas de relacionamento, apropriando-se dos conhecimentos já
sistematizados e acumulados.
GRUPOS SOCIAIS
• São conjuntos de indivíduos que, com
objetivos comuns, desenvolvem ações na
direção desses objetos. Para garantir essa
organização, possuem normas; formas de
pressionar seus integrantes para que se
conformem às normas; um funcionamento
determinado, com tarefas, funções
distribuídas entre seus membros; formas de
cooperação e de competição; apresentam
aspectos que atraem os indivíduos, impedindo
que abandonem o grupo.
• São elementos intermediadores entre o
conjunto social mais amplo e o indivíduo.
2º BLOCO: CRÍTICA À DICOTOMIA
 A Psicologia Social, nos anos 1970, teceu críticas à sua própria inserção na
sociedade e às suas contribuições e compromissos.
 Dentre as críticas:
Falta de teor crítico às injustiças e desigualdades sociais;
 A psicologia social do 1º bloco estudava indivíduo e sociedade de forma

separada, como se um pudesse existir sem o outro;
 O social é visto apenas como a relação entre pessoas (interação social), e não
como um conjunto de produções humanas capazes de, ao mesmo tempo em que vão
construindo a realidade social, construir também o indivíduo.
 Para esta perspectiva, o indivíduo age sobre o mundo transformando-o, e
ao fazer isto transforma a si mesmo.
Ou seja, os seres humanos e o mundo se transformam em um mesmo

processo (3 âmbitos), caracterizado pela ação coletiva.
1º âmbito: individual – processo de transformação que ocorre com o sujeito;
2º âmbito: social – processo de transformação no plano do coletivo;
3º âmbito: mundo material – o mundo material vai adquirindo formas dadas

pelos humanos e vai se transformando.
 As teorias desse bloco visam compreender a existência da subjetividade na
vida que é coletiva.
 Esta compreensão possibilitou que ao se estudar a relação indivíduo-

sociedade, se pudesse evidenciar questões sociais responsáveis por situações
de exclusão, dominação e desigualdade vividas.
 Logo, o objeto desta nova Psicologia Social é o estudo da dimensão

subjetiva dos fenômenos sociais.
O ESTUDO DOS FENÔMENOS SOCIAIS
 Qualquer fenômeno que ocorre em nossa sociedade e são analisados a
partir da perspectiva coletiva, pode ser objeto da Psicologia Social, que
estudará a sua dimensão subjetiva.
Expressões Relações de
culturais gênero
Violência
Movimentos
sociais Desigualdade Relações
social comunitárias
Exclusão
Processos
políticos Sexualidade
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. de. Psicologias:
uma introdução ao estudo de Psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva,
2008.
 DAVIDOFF, L. L. Introdução à Psicologia. 3ª ed. São Paulo: Pearson
Makron Books, 2001.

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RELAÇÕES HUMANAS

• A Psicologia Social, como área da Psicologia, não escapou da dicotomia

• Daí a diante, muitos outros teóricos contribuíram com produções

• Então, a partir de 1920, nos EUA, a Psicologia Social passou a se

• Quando ocorre o encontro entre duas ou mais pessoas, elas utilizarão

• Através dos papéis sociais compreendemos melhor a situação social,

•Além disso, afirmou que a pressão social, os papéis e as expectativas

•A forma como o indivíduo se põe frente à sociedade, como percebe os

• A interação social e o encontro social são os objetos de estudo dessa

• A partir do contato com o mundo, o

• A comunicação não é constituída apenas de código verbal; também é

 A psicologia social do 1º bloco estudava indivíduo e sociedade de forma

Ou seja, os seres humanos e o mundo se transformam em um mesmo

2º âmbito: social – processo de transformação no plano do coletivo;

3º âmbito: mundo material – o mundo material vai adquirindo formas dadas

vida que é coletiva.

 Esta compreensão possibilitou que ao se estudar a relação indivíduo-

 Logo, o objeto desta nova Psicologia Social é o estudo da dimensão

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