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Do crude ao gás de petróleo

liquefeito (GPL) e aos fuéis:


destilação fracionada e
cracking do petróleo II
Do crude ao gás de petróleo liquefeito (GPL) e aos fuéis

Álcoois e éteres: princípios de nomenclatura

Os compostos orgânicos que não são hidrocarbonetos podem ser considerados derivados
destes por inclusão de outros átomos, para além de H e C.

É possível identificar nas respetivas moléculas grupos de átomos que são os principais
responsáveis pelo comportamento químico da substância – grupos funcionais (ou
grupos característicos), como por exemplo –OH nos álcoois.
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Álcoois e éteres: princípios de nomenclatura

A estrutura dos álcoois obtém-se substituindo um átomo de H (ou vários) na estrutura


de um hidrocarboneto por um grupo hidroxilo, –OH (ou vários).

O respetivo nome tem como raiz o do hidrocarboneto correspondente, acrescido do


sufixo -ol.

Álcoois que contêm, por molécula, mais que um grupo –OH chamam-se poliálcoois e o
seu nome termina em -diol, -triol, etc.
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Álcoois e éteres: princípios de nomenclatura

Apresentam-se modelos moleculares e fórmulas de estrutura das moléculas de


metanol (álcool metílico), etanol (álcool etílico) e, também, do 1,2-etanodiol (ou
etano-1,2-diol), vulgarmente denominado etilenoglicol.

Metanol Etanol Etilenoglicol


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Álcoois e éteres: princípios de nomenclatura

As regras de nomenclatura já referidas permitem identificar outros álcoois:

1,2-propanodiol 1,3-propanodiol 1,2,3-propanotriol


ou propan-1,2-diol ou propan-1,3-diol ou propan-1,2,3-triol
ou glicerol

Embora se aceite, por exemplo, a designação 1,2,3-propanotriol, mantém-se a regra


geral da IUPAC quanto a localizadores tão próximos quanto possível do sufixo
indicativo da família – propan-1,2,3-triol.
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Álcoois e éteres: princípios de nomenclatura

Os éteres constituem uma outra classe de compostos orgânicos em que existe o


elemento oxigénio.

O grupo funcional dos éteres é –O–.

O mais conhecido é o etoxietano (o grupo −O−CH₂−CH₃ chama-se grupo etoxi) ou


éter dietílico:

O éter mais simples é o metoximetano (ou éter dimetílico), e a sua fórmula química é:
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Álcoois e éteres: princípios de nomenclatura

Em éteres assimétricos, como o metoxietano, o nome do grupo funcional (metoxi-) é


acrescentado à cadeia maior (-etano).

Este éter também é chamado éter etílico e metílico (neste nome os grupos substituintes
surgem por ordem alfabética). Ambas as designações são aceites pela IUPAC.
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O benzeno e outros hidrocarbonetos aromáticos

Designam-se por hidrocarbonetos aromáticos todos os que possuem pelo menos um


anel benzénico na sua estrutura.
O benzeno, C6H6, é um composto cíclico de geometria planar, com uma elevada razão
entre átomos de carbono e de hidrogénio por molécula (1 : 1), e que se pode considerar
na origem de muitos outros hidrocarbonetos policíclicos semelhantes, como por exemplo
o naftaleno, C10H8.

As fórmulas de estrutura destes compostos são as seguintes:

Benzeno Naftaleno
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O benzeno e outros hidrocarbonetos aromáticos

Na constituição do petróleo surgem, além de alcanos e cicloalcanos, vários


hidrocarbonetos aromáticos.

Tal como sucede com os hidrocarbonetos alifáticos, existem muitos compostos


derivados de hidrocarbonetos aromáticos.

Pode encontrar-se um grupo –OH em vez de um átomo de H na


molécula de benzeno; o composto, um álcool, designa-se por
fenol e ao grupo –C6H5 chama-se grupo fenilo:

Fenol
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Isomeria de cadeia, de posição e de grupo funcional

São frequentes os casos de compostos orgânicos com a mesma fórmula molecular –


isto é, com o mesmo número de átomos de cada elemento por molécula – e cujos
átomos estão associados em arranjos geométricos diferentes – ou seja, com fórmulas
de estrutura diferentes.

Tais substâncias designam-se por isómeros e têm propriedades diferentes.

Os isómeros são compostos com a mesma fórmula molecular que diferem na fórmula
de estrutura e, por essa razão, também nas propriedades físicas e químicas.
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Isomeria de cadeia, de posição e de grupo funcional


Há, por exemplo, dois alcanos de fórmula C4H10:

butano ou n-butano metilpropano ou isobutano

Trata-se de isomeria de cadeia.

Os dois isómeros têm algumas propriedades diferentes.


Massa volúmica
Composto Ponto de fusão / ᵒC Ponto de ebulição / ᵒC
a 20 ᵒC / g cm-3
Butano normal
-138 -0,5 0,622
(n-butano)
Metilpropano
-160 -12 0,603
(isobutano)
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Isomeria de cadeia, de posição e de grupo funcional

Uma diferente posição da ligação múltipla em alcenos ou em alcinos ilustra uma outra
categoria de isomeria: isomeria de posição.

1-buteno ou but-1-eno

2-buteno ou but-2-eno

Também para o propanol existem dois isómeros de posição, neste caso conforme o
grupo –OH esteja ligado a um átomo de C terminal ou ao átomo de C central.

1-propanol 2-propanol
ou propan-1-ol ou propan-2-ol
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Isomeria de cadeia, de posição e de grupo funcional

Quando comparamos o etanol, CH3–CH2–OH, e o éter dimetílico, CH3–O–CH3,


verificamos que ambos possuem a mesma fórmula molecular, C2H6O.

Etanol Éter dimetílico

No entanto, pertencem a classes funcionais diferentes e, portanto, possuem


diferentes propriedades. São compostos que exibem isomeria de grupo funcional.
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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

A escrita de fórmulas de estrutura de compostos orgânicos implica a representação de


ligações químicas e apoia-se em exemplos de moléculas mais simples.

A regra do octeto é útil para a escrita de fórmulas de estrutura.

A referência a octeto decorre de o número máximo de eletrões de valência para


átomos do 2º período da Tabela Periódica ser oito.

Em rigor, só se pode esperar que esta regra se aplique quando estão envolvidos
átomos desse período, em especial C, N, O e F.
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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

Cada um destes átomos, na ligação com outros, partilha eletrões de modo a se


contarem 8 eletrões da valência na imediata vizinhança do núcleo respetivo.

Água Amoníaco Metano

À volta de cada símbolo C, N e O estão representados quatro traços, simbolizando oito


eletrões: regra do octeto. Estes podem ser todos ligantes (como em CH4), ou pode
haver alguns de efeito não ligante (H2O, NH3).
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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

• Ozono
Para a molécula de ozono, O3, podia estabelecer-se uma estrutura cíclica:

No entanto, a estrutura de O3 é aberta. Na verdade há duas fórmulas de estrutura


abertas, simétricas, que cumprem a regra do octeto:

A estrutura real é um híbrido das duas últimas, representando-se assim:


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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

A molécula de ozono é um híbrido de ressonância: o sinal ↔ significa que a estrutura


real não pode ser representada por nenhuma das fórmulas, por si, mas que deve
considerar-se uma situação intermédia.

As ligações oxigénio-oxigénio de cada lado da molécula são idênticas, com


características intermédias entre uma ligação simples e uma ligação dupla:

• a energia de ligação é maior do que em O–O e menor do que em O=O;

• o comprimento de ligação é menor do que em O–O e maior do que em O=O.


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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

• Dióxido de enxofre

A molécula de dióxido de enxofre, SO2, tem semelhanças com a molécula de ozono.

O S e O pertencem ao grupo 16 da Tabela Periódica. Assim, não surpreende que


as geometrias moleculares sejam semelhantes.

• Benzeno

podem estabelecer-se duas fórmulas de estrutura que obedecem à regra do octeto,


denominadas estruturas de Kekulé.
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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

A estrutura real é um híbrido de ressonância destas duas:

Isto é, todas as ligações carbono-carbono são equivalentes, com características intermédias


entre a ligação simples C–C e a ligação dupla C=C, como pode ser constatado na tabela.

Comprimento da ligação/ pm Energia da ligação / kJ mol-1


Ligação C-C 154 346
Ligação C=C 133 610
Ligação CC do benzeno 139 500
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Fórmulas de estrutura com base na «regra do octeto» e híbridos de ressonância

Uma forma alternativa de indicar a equivalência das 6 ligações carbono-carbono é a


representação seguinte:

A linha circular substitui 3 traços, que representam 6 eletrões de valência. Estes 6


eletrões designam-se eletrões 𝜋 e constituem uma nuvem eletrónica que está
uniformemente distribuída em torno do anel benzénico.
Diz-se que há deslocalização dos eletrões 𝝅 por todo o anel.
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Polaridade das moléculas


As variações na energia de ionização e na afinidade eletrónica permitem compreender
que na ligação de um átomo X a um átomo Y, na formação de moléculas, um deles
possa exercer maior atração sobre os eletrões que passam a ser comuns.

O cloro, Cℓ, tem elevada afinidade eletrónica e elevada energia de ionização, isto é,
atrai um eletrão extra com relativa facilidade e perde eletrões com dificuldade. Na
ligação com um átomo de H, para formar HCℓ, os eletrões comuns responsáveis pela
ligação têm maior probabilidade de se encontrarem junto do átomo de cloro, Cℓ, do
que junto do átomo de hidrogénio, H.
Diz-se que o átomo Cℓ é mais eletronegativo do que H e que a ligação H–Cℓ é uma
ligação covalente polar.
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Polaridade das moléculas


Em consonância com a diferença de eletronegatividades, as moléculas diatómicas
heteronucleares – como HCℓ e HF – são, em regra, polares.

Em HF os eletrões responsáveis pela ligação tendem a permanecer mais próximos do


átomo de F.
Assim, ocorre aí um excesso de carga negativa, verificando-se no átomo de H uma
deficiência de carga negativa :

Os valores δ+ e δ– são simétricos, já que globalmente a molécula é eletricamente


neutra.
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Polaridade das moléculas

Diz-se que a molécula possui um polo positivo e um polo negativo, ou seja, um


dipolo elétrico, embora, normalmente, este conceito respeite a cargas elétricas
pontuais.

É caracterizado pelo chamado momento dipolar, que é um vetor ( 𝜇Ԧ ) com a


direção da linha que une as cargas pontuais, no sentido do polo positivo para o
negativo e de valor igual ao produto do módulo da carga de cada polo pela
distância entre eles: qr.
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Polaridade das moléculas


A grandeza momento dipolar exprime-se numa unidade chamada debye, D. Em
unidades do Sistema Internacional (SI), 1 D = 3,336 × 10−30 C m.

Para HF, o momento dipolar é assim caracterizado:

𝜇 = 1,91 D

Uma maneira de representar a polaridade das moléculas é através dos chamados


mapas de potencial eletrostático, que revelam a distribuição de carga elétrica, por sua
vez dependente da densidade eletrónica (probabilidade eletrónica por unidade de
volume).
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Polaridade das moléculas

Mapa de potencial eletrostático das moléculas de HF e F2:

HF F2

As zonas vermelhas representam maior densidade de carga negativa e zonas a azul


menor densidade de carga negativa.
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Polaridade das moléculas

Em moléculas poliatómicas, o momento dipolar global é o vetor resultante dos


momentos dipolares correspondentes a cada ligação. Portanto, também depende da
geometria molecular.

O momento dipolar da molécula de metano é nulo, já que, sendo a geometria tetraédrica,


os vetores relativos a cada uma das ligações hidrogénio–carbono anulam-se.

CH4 𝜇Ԧ = 0

O metano é uma molécula apolar.


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Polaridade das moléculas

São estas mesmas considerações de simetria, decorrentes da geometria molecular, que


justificam o facto de hidrocarbonetos como etano, ciclo-hexano, eteno e benzeno
serem compostos com moléculas de momento dipolar nulo.

𝜇Ԧ = 0 𝜇Ԧ = 0
C₂H₄ C₆H₆
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Polaridade das moléculas

Em regra, em derivados de hidrocarbonetos não há compensação de polaridades das


ligações, especialmente graças à presença dos grupos funcionais.

As moléculas dos álcoois, como o metanol e o etanol, são polares, tal como a molécula
de água:

𝜇Ԧ ≠ 0

𝜇 = 1,87 D

Há que considerar a polaridade das ligações O–H (e O–C) e a contribuição dos pares
de eletrões não ligantes do átomo de O.
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Polaridade das moléculas


A molécula de metanol, que difere da molécula de água por ter um grupo metilo em vez
de um átomo de H, possui momento dipolar.

O mesmo se diz dos éteres, que diferem de uma molécula de água por possuírem
grupos alquilo em vez de átomos de H.

H2O CH3OH (CH3)2O

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