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PAISAGENS URBANAS POS-MODERNAS: MAPEANDO CULTURA E PODER Sharon Zukin A conjuntura de mudancas espaciais, culturais e sociais que tanto estimula os que, nos tiltimos anos, tém escrito sobre cidades, esté reunida de modo bastante impreciso no termo “paisagem urbana pés-modera” Embora nenhum critério claro separe as cidades modemas das pés-modemas, percebemos que algo mudou ‘na maneira como organizamos 0 que vemos: 0 consumo do espago € do tempo, que est ao mesmo tempo acelerado e abstraido da Iogica da produgio industrial, obriga & dissolucio das identidades espa: io sobre novas bases. De um modo geral, a pés-mod ocorre como al de dissolugio e rediferenciacio © como uma metifora | dessa_experiéncia sagem pés-moderna depende da fragmenta- € fortemente matizada pelas novas formas de apropriagio cultural. A ge em inverter a narrativa da cidade moderna, tornando-a um nexo fi populagio pode comprar, um panorama onirico de consumo visual. Elementos dessa visto dao forma ao vocabulirio comumente usado pela critica cultura , uma imagem que uma larga faixa da ivados pela preeminéncia do espaco sobre o tempo na p i Cooke vincula a reorganizagao urbana e Este texto foi publicadooriginalmente em Sharon Zukin (1991) Landscapes of power: From Det University of California Press. No Brasil, uma trad ath foi publicada pela pri ‘urbana ps-modemas: Mapeando cultura e poder". Revista do Patrimdnio Histérico e Anstico Nacional, #24, Tradusio. Revisio da tradugdo de Pedro Maia Soares at regional & reestruturag2o econdmica global associada ao p6s-fordismo, e David Harvey enfatiza, sob a rubrica da “acumulagio flexi € influenciado por Debord ¢ Baudrillard - 0 quanto a apropriacao. tomou-se uma est de aumento do valor econdmico. Quando pressionados para darem exemp! cles sugerem as mesmas imagens: eles entendem a paisagem urbana pés-moderna, por um lado, em termos de torres altas € polidas que voltam suas costas para a rua (0 “hiperespaco", de Jameson), usando seu virtuosismo técnico para encerrar uma imensa massa de trabalhadores de escrit6tios, turistas e consumidores ‘em uma visio panoramica do bazar da vida urbana. Além do conhecido Hotel Bonaventure, em Los Angeles, € do Renaissance Center, de Detroit, tais projetos incluem o complexo empresarial Bradgate, em Londres, e, ‘até certo ponto, toda a nova construgio das Docklands. Por outro lado, porém, uma paisagem urbana pés-moderna também diz respeito 2 restauragio e & renovago de antigos lugares, & sua abstracao da I6gica 10. industrial ou mercantil, e & sua renovago como espagos de consumo na tiltima moda, por sagens de ferro fundido ou de tijolos vermelhos do passado. Entre esses lugares, esto Fauneil Hall ¢ Fan Pier, em Boston; o Inner Harbour, de Baltimore; 0 South Street Seaport, em Nova York; 0 Covent Garden, em Londres; ¢ a Princess Street, em Glasgow (cf. Harvey 1989, Jameson 1984, Scott e Cooke 1988, Soja 1989). espaco incita ¢ imita a ambigilidade. Os sitios especificos da cidade moderna sto transformados em espacos liminares p6s-modernos, que tanto falseiam como fazem a mediagio entre natureza ¢ artefato, uso piiblico e valor privado, mercado global e lugar especifico. Liminaridade, aqui, remete a0 conceito de Victor ‘Tumer, subvertido por Jean-Christophe Agnew, que alterou o significado antropol6gico origi de certos grupos, especialmente grupos de idade, de um status social para outro”, novo significado social e cultural de “espaco transicional’.' Nomear um espaco com entre instituigdes. © comportamento aprendido € sempre posto em questio quando a liminaridade cruza lugares lucrativos com nao lucrativos, casa com espago de trabalho, bairro (residen (comercial). © espaco liminar pode também gerar confusao ontolégica entr produtos da fantasia coletiva comercializada, como ja descreveu E.L. Doctorow (1971). A liminaridade dificuta 0 esforgo de construclo de uma identidade espacial. As mesmas caracte que tornam os espagos liminares tio atraentes, to competitives em uma economia de mercado, representa também o desgaste da diferenciagdo local. As fonts dessa erosio encontram-se em trés amplos processos de produgio, a abstragaio em relagio ao trabalho material e a mudanga do significado social — que era extraido iva do consumo. Contudo, 0 espaco liminar situa essas mudangas gerais em nossa ) com centro fidual e os da produgio € hoje d 1, Ainda que Turer distnguisse cuidadosamente os rites ‘onaslimindides ou da marginalidade, que sio abet amplamente foi criticada, Ver Tumer (1982) ¢ Agnew nares de passagem coletiva nas sociedades trbaise nas agrtias mais a individualmente na Sociedade industrial moderna, sua tendéncia a 38 das 3 termo

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