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Imagem também se 1é Sandra Ramalho e Oliveira Scanne d with CamScanner 35 UMA PINCELADA DE SEMIOTICA O que é Semidtica? Antes de tudo, este é 0 titulo de um livro de Liicia Santaella, que melhor respondera a esta questao, pois a autora se dedica apenas a respondé-la, ainda que se declare impotente para concluir tal tarefa, remetendo o leitor para outras leituras. Do mesmo modo, Winfried Néth, em dois trabalhos, Panorama da Semiética e A Semiética no século XX, responde de um modo respeitavel 4 aparente simplicidade da questao. Isso me faz lembrar meu querido sobrinho neurocirurgiao, Marcelo Linhares, que em visita durante meu “post-doc” em Paris, fez-me a mesma indagac&o. Ouviu tentativas de respostas durante a noite inteira. E na noite seguinte, ao encontrarmos brasileiros na Opera Bastille, percebendo que faziam-me a mesma pergunta, exclamou, balangando a cabeca entre as maos, com medo de participar de nova pregagao: “Nao! Eles fizeram ‘aquela’ pergunta (0 que é Semiética?)”! Scanned with CamScanner 36 IWaen Tannci se ut Pxistem muitas histérias sobre apenas *o que é Semic sem entrar no que seja Semictica. Exemplos: no livro de Santnella, ela coloca: Seria 0 estudo dos simios? Ou uma especialidade em Camées? Meu proprio filho, subsidiado por primo Paulo (aquele que é gente), dizia que ett era uma semiota, mas que, a partir da cefesa do doutorado, passaria a ser uma “ota” inteira. ‘Também hi o caso da vizinha de poltrona de vidio, quando ‘eu estava rumo ao congresso internacional realizado no México, em 1997, que perguntou, no saber que meu destino cra 0 congresso de Semistica, se eu era oftalmologista. Encerrando as brincadeiras, embora algumas yerdas —e com elas procurando tirar ligbes—, 0 fato 6 que ras semiética é uma palavra ¢ um conceito desconhecidos. Isso porque ela é uma nova area de conhecimentos (para nio contrapor aos que néo aceitam chami-la de Ciéncia), ao ‘menos em termos de organizagiio em sociedade cientifica. Mas, com tantos sendes (& ou no & Ciéncia? é uma drea nova, de fato? existem varias Semiéticas?), parece haver mesmo necessidade de algumas palayras sobre Semistica neste livro; por outro lado, como pretendo também atingit ‘um piiblico leigo, além de estudantes que néio possuam, semiética no seu curricula, mais evidente ainda so torna necessirio apresentar algumas ideins sobre 0 assunto, remetendo os leitores mais interessados a fontes mais completas, profundas ou especificas. eee A primeira questio que surge quando se pronuncia a palayra semidtica 6 a seguinte: 0 que existe em comum entre Semidtica e Semiologia? De acordo com o fran Roger Odin, poder-se-ia eserever um liyro para estudat LUMA PINCELADA DE SEMIOTICA em detalhe a totalidade das definigdes propostas para cada uma dessas duas palavras; no entanto, ele apresenta trés possibilidades. A primeira seria a de considerd-Ins sindnimos, sendo apenas diferencindas pelo fato de Semiologia ser um termo de origem europeia e Semidtica, de origem norte-americana. ‘A segunda consiste em se reservar a palavra Semiologia para a tradigio saussureana (teorias dos seguidores do suigo Ferdinand de Saussure), e Semiética para a tradigao peirceana (teorias dos seguidores do norte-americano Charles Saunders Peirce), nfo apenas para diferenciar seus pais fundadores, mas para distinguir seus modelos tedricos e corpos de referéncia: estruturalismo no caso da Semiologia, ¢ pragmatismo no da Semidtica, A terceira relagdo entre Semiologia e Semidtica apontada por Odin diz que, na Franga, Semiética é frequentemente utilizada para designar as teorias propostas pelo lituano A.J. Greimas, as quais pretendem dar conta do fendmeno da produgao de sentido geral, diferenciando-a assim da Semiologia europeia,.que se ocupa do estudo da estruturagio das linguagens, além da sua produgio de sentidos. Para os iniciados, esta polémica entre os termos Semiologia © Semiética passou a ser um episédio hist6rico a partir de 1969, quando Roman Jakobson propés —e a Associagio Internacional de Semiética aceitou— a adoga0 do ‘termo comum Semiética para designar todo o campo de estudo abarcado tanto pela Semiologia como pela Semistica. Scanned with CamScanner HAGE TaMBEM See E “o que é Semiética”? A palavra semiética é derivada do grego semeion, que significa signo. E signo significa tudo aquilo ou todo aquele que significa, de um modo simplista. Sao iniimeros os estudiosos que vém tentando definir Semiética, até porque, como ja pode ser observado anteriormente, existem varias correntes teéricas na Semidtica, ¢ cada uma delas a define de acordo com sua visio especifica. Algumas dessas conceituagées so complexas; todavia, pode-se iniciar por definigdes sucintas, nao podendo evitar simplificagies grosseiras ¢ lacunares, conforme palavras de Liicia Santaella. Semiética é a Géndia geral dos signos; também pode ser considerada a Géndia da significagao, ou Giéncia que estuda todas as linguagens: ou, ainda, *Ciéncia que tem por objeto.de investigago todas as linguagens possiveis, ou seja, que tem por objetivo o exame dos modos de constituigio de tod6 qualquer fendmeno de produgao de significagao e de sentido”, se usarmos palavras de Liicig Santaella. Pode ser ainda definida como a!*Ciéncia geral de todos os sistemas de signos por meio dos quais se estabelece a comunicagio entre 0s homens”, usando-se as palavraside J. T. Coelho Netto; ou conforme Odin, inspirado em Greimas: geral dos sistemas de comunicagao, capaz de possibilitar © estudo do conjunto dos processos de produao de sentidos, seja intervindo nas linguagens verbais, no verbais ou no mundo natural”. Semiética também pode ser considerada um conjunto de meios que tornam possivel o conhecimento de uma grandeza manifesta qualquer que se propée a conhecer, “tal qual aparece durante e depois de sua descrigao”, se considerarmos a definigao do Diciondrio de Semistica de A. J. Greimas J. Courtés. Ou a Géncia dos signos e dos en PINCELAOA DE SEMIETICN significativos (semiose) na natureza ena ‘qultura, conforme Nath. No entanto, 0 proprio Winfried Nath pondera, a seguir, seu conceito integrador, reconhecendo que esta definigao nao é aceita por todos 0s estudiosos da rea. Enfim, s0 muitos os modos de conceituar esse campo de estudo que é recente, como conhecimento sistematizado, embora remonte as cavernas 0 seu objeto de estudo, qual seja, 0 fendmeno da significagio. E, por outro lado, o proprio estudo das linguagens verbais ¢ niio verbais remontam a Plato, embora nao organizados no context de uma area especifica de investigacao. Na Histéria Antiga, esses estudos situavam-se no mbito da Filosofia; na Idade Média, nos dominios de vertentes da Filosofia - Teologia e Légica, bem como da Gramética ¢ da Retérica; dai em diante, em diversas correntes filos6ficas eda Filologia; modernamente, na Linguistica, na Teoria Literdria, na Antropologia, na Semiologia e nas chamadas Ciéneias da Comunicagio e da Informagao, até essas diversas vertentes se encontrarem em um estudrio caudaloso e desembocarem em um mar comum, denominado Semidtica, jé na segunda metade do século XX. Dai 0 questionamento a respeito de ser ou nao a Semidtica uma Ciéncia recente. seen Outra polémica que se estabelece é se a Semidtica € Ciéncia ow nao. Alguns propdem como pressuposto, para considerar qualquer conjunto de conhecimentos acumulados © em desenvolvimento uma Ciéncia, o fato de existir um objeto de estudo definido, um método de investigagao Préprio e uma base teérica comum. Scanned with CamScanner 40 IMAGEN TANBEM SEL Ora, 0 que contemporaneamente se considera Semidtica no atende a nenhum dos trés pressupostos. Nao existe um objeto de estudo para a Semiética: poder-se-ia dizer as linguagens; mas como delimitar linguagens, quando hoje se fala da Ecossemiética, da Sociossemiética, da Biossemiética ¢ da Semiética da cultura? Consequentemente, essa diversidade de objetos de estudo exige equivalente multiplicidade de instrumentos de investigagio. O mesmo vai ocorrer, como se pode deduzir, sobre o referencial teérico necessirio para dar conta desse mundo significante. Ou seja, 0s fundamentos semidticos estardo associados a bases tedricas das Ciéncias da vida, ou das Ciéneias Sociais, ou da Fisica, da Filosofia, ou de uma ou mais subdivisées de alguma dessas Ciéncias, como a Estética, para dar conta da especificidade de cada objeto de estudo. Assim sendo, permanece a polémica. Como nio bastassem essas interrogagdes (Semitica ou Semiologia? recente ou remota? Ciéncia ou nio?), a Semitica contemporinea apresenta escolas ou linhas tedricas distintas, o que ja foi evidenciado quando da apresentagio de definigies, pois cada definigao encerra um modo particular de descrever o que seria a area de estudo, na dependéncia da matriz teérica a qual se filia 0 autor. Existem, portanto, diversas linhas tedricas na Semiética. Vamos fazer algumas consideragdes apenas sobre trés delas, que sio as mais conhecidas no Brasil. Uma delas é chamada Semiética Russa, Semiética Soviética ou Semiética da Europa Oriental, sendo que, depois de varios desenvolvimentos nas teorias e apés algumas mudangas geopoliticas havidas naquela regifio da Europa, hoje também conhecida como Semiética da Cultura. Dizem os autores, entre eles Béris Schneidermann, autor do livro —— yun PINCELADA DE SEMIOTICA a ‘Semidtica Russa, que na segunda metade do século XIX, na Ruissia, embora nio existisse ainda essa érea de conhecimento estruturada, jé havia uma consciéncia semidtica, que perdurou praticamente até Stalin assumir o poder. Essa consciéncia, se niio nasceu, ao menos seus principio estavam presentes nos estudos do grupo que ficou conhecido como Circulo Linguistico de Moscou. Foi ai que surgiu o chamado formalismo russo, dada a preocupacao daqueles estudiosos com a forma linguistica. 0 Circulo Linguistico de Moscou inspirou a criagéo do Circulo Linguistico de Praga entre as décadas de 1920 ¢ 1940. Em ambos havia a predominancia de estudos acerca da linguagem verbal, com énfase na anélise sintatica, especialmente da poesia. Entretanto, jé havia o preniincio da possibilidade de estender os principios da estruturagéo da linguagem verbal para o estudo de outros cédigos estéticos, como a pintura, o teatro, 0 cinema ¢ a arte popular, A esse respeito, uma figura fundamental foi Roman Jakobson, que participou de ambos os grupos, além de ter deixado clara, em suas obras, a possibilidade do transito entre sistemas distintos, a partir de um modelo comum, até entio utilizado nos estudos das linguas naturais. Com a chegada de Stalin ao poder, deu-se o fechamento do regime na entio URSS, e, como acontece em situagdes de cereeamento de liberdades individuais e de grupos, ficam sob suspeigao todos os modos de se comunicar. E, nesse caso, nao foi diferente: o regime politico passou a interferir tanto na produgio artistica como na teérica, particularmente nos estudos linguisticos. Mais tarde, na década de 1950, é fundado em Moscou o Instituto de Semiética da URSS, havendo a retomada de estudos anteriores € novos desenvolvimentos. Em 1970, a nova Scanned with CamScanner TMAGEM TaMBEM Se Le geracdo de semioticistas soviéticos passa a denominar Semiética da Cultura a linha especifica adotada por cles, pelo fato de terem como principio investigar os sistemas de signos sempre levando em conta seu respectivo contexto cultural. Na atualidade, 0s prinefpios adotados por esses estudiosos ultrapassaram 0s limites da Europa Oriental e a Semiética da Cultura est presente em diversas regides do mundo. utra das trés linhas ou escolas mais reconhecidas no ambito da Semidtica é chamada Semiética Americana ou, simplesmente, Semidtica Peirceana. Isso porque seu fundador foi o norte-americano Charles Saunders Peirce (1839-1914), o qual deixou uma vasta produgao teérica que talvez nao tenha sido completamente explorada até hoje. 0 ponto de partida de Peirce nao foi a lingua natural, como foi o caso das outras linhas teéricas da Semiética. Peirce, que era fil6sofo e matematico, criou uma teoria dos signos associada & Légica, cuja fungio seria a de classificar ¢ descrever todos 0s tipos de signos. Se para Goethe tudo na vida é ritmo, para Peirce tdo no mundo é signo: os objetos, as ideias e 0 préprio ser humano sio entidades semidticas. Esse principio é chamado por seus seguidores de visio semidtica universal do mundo ou visto pansemiética do mundo, pois ele nem sequer admitia uma classificagdo entre entidades semisticas © nao semidticas. Para dar conta de classificar todos os fenémenos desse mundo inteiro semiético, ou seja, para desenvolver a classificagaio de todos os signos, Peirce criou apenas trés categorias, ¢ teve também a necessidade de inventar novas palavras para designar essas categorias. Essas palavras foram traduzidas para o Portugués como primeiridade, LUMA PINCELADA DE SEMIOTICA secundidade, terceiridade, do Inglés Firstness, Secondness e Thirdness, repectivamente. Essas categorias constituem a base das teorias do autor, pois sio esses os termos que designam as Gnicas trés possibilidades de enquadramento de todos os fenémenos da natureza e da cultura, incluido 0 pensamento, 05 conhecimentos, 0 proprio ser humano. As categorias de Peirce podem ser assim sintetizadas: primeiridade, como sendo a capacidade contemplativa do ser humano, 0 ato de apenas ver os fendmenos, o acaso, espontineo; secundidade, como a capacidade para distinguir ¢ discriminar as experiéncias, ou a reagao aos fatos coneretos; terceiridade, a capacidade de generalizar os fatos c organizé-los em categorias; nesse nivel, dé-se, segundo cle, a mediagio, o crescimento, a aquisigao. Essa tricotomia & um modelo teérico que possibilita a sua aplicagao em diversas dreas do conhecimento. Do mesmo modo, outra tricotomia pregada por Peirce —as nogées de icone, indice ¢ simbolo— tem servido para aproximar ¢ inter-relacionar a Semiética com as chamadas Ciéncias cognitivas. A grande divulgadora e estudiosa da obra de Peirce no Brasil é Liicia Santaella, que j& possui duas dezenas de livros publicados com base nas teorias peirceanas. Como essas brevissimas nogies podem mostrar, a Semiética peirceana, a exemplo de outras escolas semisticas, utiliza uma terminologia hermética, 0 que muitas vezes afasta os imteressados no estudo do fendmeno da significagao. E sua construc tedrica é tao original em relagao a estudos sobre linguagens e significagio com base na Linguistica, que levou Roger Odin, estudioso da significagao, a afirmar que a Semiética de Charles Saunders Peirce quase nada tem a ver com a Semiologia de Ferdinand de Saussure Scanned with CamScanner 4a TMAGEM TAMBEM se Le A iiltima fonte teérica semiética contemporanea, de acordo com a classificagao de Santaella, em trés origens distintas, nasceu e vem se desenvolvendo com mais consisténcia na Europa Ocidental; é conhecida como Semistica Saussureana (por conta de Ferdinand de Saussure), Semidtica da Europa Ocidental (para diferencié-la da semiética de origem soviética), Semidtica Francesa (mesmo que varios de seus seguidores sejam de outras nacionalidades), Semiética Visual (pelo fato de o estudo da visualidade estar muito bem desenvolvido pelo grupo da chamada Ecole de Paris) e, mais recentemente, para se referir a desenvolvimentos posteriores, usam-se as expressdes Semiética Greimasiana ou Discursiva, para designar os adeptos das teorias propostas pelo lituano Algirdas Julien Greimas e seu grupo de pesquisadores. As linhas teéricas, no ambito das Ciéneias, desenvolvem-se como dinastias: determinado cientista professa principios especificos, utiliza um método aplicével a outros objetos de estudo ou descobre certas propriedades de um elemento; seus assistentes acompanham-no, sucedem-no, fazem novas descobertas, associam-se a outra geracio de diseipulos; estes, por sua vez, continuam os estudos, aprofundando-os ou, as vezes, mudando seus rumos. E a ela associa-se outra geracio, e assim sucessivamente, Isso fica evidente na vertente francesa da Semidtica. Seu fundador, 0 suigo 45 [UMA PINCELADA DE SEMIOTICA Ferdinand de Saussure (1857-1915), partiu do estudo da linguagem; criou a Linguistica, que tinha como objeto no apenas 0 estudo de sinais, mas da matriz do comportamento ¢ do pensamento dos seres humanos, uma vez que considerava a linguagem a formatagao de atos, vontades, sentimentos, emog6es e projetos, ou seja, um dos principais fundamentos das sociedades humanas. Saussure, percebendo a possibilidade de estender varias das proposigées adotadas para a andlise da lingua natural para outros sistemas de significagio, propés o termo Semiologia para designar o estudo geral de todos os sistemas de signoss contudo, fora o estudo mesmo das Iinguas naturais, apenas alguns estudos foram feitos, ainda assim, muito associados 4 Linguistica ou, como “uma disciplina anexa” a ela, confor- me disse, mais tarde, Greimas. Na segunda geragio dessa abordagem tedrica destaca-se 0 dinamarqués Louis Hjelmslev (1899-1965), que estudou 0 isomorfismo entre diversos sistemas de signos, vindo 8 propor critérios para considerar outros sistemas que no os das Kinguas naturais, como linguagem. & sua a denominagio que designa plano da expressiio e plano do contetido ao que Saussure havia chamado, respectivamente, de significante € significado, termos esses mais familiares aos leigos. Alguns © criticam por apenas mudar a terminologia adotada por Scanned with CamScanner ‘aa IMAGEN TAMBOD Se Le Saussure neste e em outros fendmenos da significagio. Outro nome de destaque é o francés Roland Barthes (1915-1980), que agrega a nogo de sujeito e o sentido cultural ao processo de significagao. Dedica-se aos estudos do mito, da lingua, do teatro, da fotografia, do cinema, da arquitetura, da pintura, da propaganda, da moda e até da medicina e da misica. Tanto Hjelmslev como Barthes tém diversas obras publicadas em portugués. Um personagem de grande relevancia na geracao pos-Saussurre é Algirdas Julien Greimas (1917-1992). Ele criou um grupo de pesquisadores dedicado a sociolinguistica, cujos interesses estavam voltados tanto para a Ciéncia especulativa como para a Ciéncia aplicada, tendo inicialmente como objeto de estudo o texto literério. Deixou importantes fundamentos tedricos para seus seguidores em forma de ensaios ¢ livros. Greimas foi um dos semioticistas que se mantiveram mais figis as ideias estruturalistas de Saussure, sendo que 0 objetivo principal do projeto semistico de Greimas é 0 de estudar o discurso com base na ideia de que uma estrutura narrativa se manifesta em qualquer tipo de texto, a palavra “texto” extrapolando, de acordo com essa linha tedrica, a condigao exclusiva de texto verbal. Para Greimas e seus discipulos, um ritual ou um balé podem ser considerados textos ou discursos. Ha PINCELADA DE SEMIOTICA a Em decorréncia disso, ele e seu grupo, assim como seus seguidores atuais, ocuparam-se do estudo do espaco, da arquitetura, da pintura, da teologia, da televisio, do cinema, da publicidade, da moda, do direito e de outras Ciéncias Sociais, sempre considerando texto as manifestagées, nessas reas. O francés Eric Landowski, integrante do grupo de pesquisadores de Creimas e seu parceiro na obra Introduction & Vanalyse du discours en sciences sociales, foi quem trouxe essa vertente tedrica (e metodolégica) da Semiética para o Brasil; e a estudiosa Ana Claudia Mei Alves de Oliveira 6 a maior divulgadora da Semistica Greimasiana em nosso pais —e uma das mais importantes também no ambito internacional—, em fungdo de sua vasta, producio académica e de sua agio politica junto a Associagao Internacional de Semiética Visual, da qual jé foi presidente. Na obra A Semiética no século XX, Winfried Néth afirma que apenas um esbogo grosseiro das ideias de Greimas poderia ser apresentado em um capitulo. Menor ainda € nossa ambig&o nestas poucas linhas, nao s6 em relagéo Greimas, mas a toda a Semiética. Afinal, é apenas uma Pincelada de Semistica, conforme 9 promesdo. Scanned with CamScanner

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