Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
1
NUTRIÇÃO E AUMENTO NUTRIÇÃO E AUMENTO
PONDERAL PONDERAL
Ganho de peso - O ↑ médio numa primigesta As recomendações do Institute of Medicine para o ganho de peso
durante a gravidez são[1]:
saudável é 12,5 Kg. 12.5 a 18 kg para mulheres com baixo peso— IMC <19.8 kg/m2,
feto, placenta, útero hipertrofiado, aumento mamário, e 11.5 a 16 kg para mulheres de peso normal — IMC 19.9 a 26.0 kg/m2,
retenção hídrica constituem aprox. 9 kg, 7 a 11.5 kg para mulheres com excesso de peso — IMC 26.0 a 29.0
kg/m2,
o acúmulo de gordura materna refere-se ao restante. 6.8 kg para mulheres obesas — IMC >29.0 kg/m2.
O ganho ponderal gestacional apropriado deverá Na mulher saudável, bem nutrida, cuja gravidez decorra sem
basear-se em factores maternos como: complicações, o aumento ponderal proporcional, isto é, o aumento
total expresso em proporção do peso anterior à gestação, deverá
Idade e Raça situar-se entre os 17% e os 20%.
Hábitos (ex.tabagismo) Muito grosseiramente devemos considerar que a grávida deverá
aumentar 3 a 4 Kg nas primeiras 20 semanas e 1,5 a 2 Kg por cada
N.º de fetos mês na 2.º metade da gestação.
IMC anterior à gravidez
NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO
Deve incluir: Proteínas
Proteínas, gorduras, hidratos de carbono A unidade fetoplacentária consome aprox. 1 kg de
Micronutrientes como cálcio, ferro, magnésio, zinco proteínas durante a gravidez, com a maioria desta
e vitaminas; restrição moderada de sal...tudo numa necessidade acontecer nos últimos 6 meses.
DIETA EQUILIBRADA.
A grávida necessita de ingerir mais 5-6g de prot./dia
do que no estado não gravídico.
Calorias
A diferença importante entre as proteínas animais e
Recomenda-se um aumento diário de 300 kcal acima
dos níveis de calorias no estado não gravídico - vegetais está na concentração de aminoácidos
National Research Counsel essenciais. As proteínas animais contêm todos os 9 aa
São o factor nutricional isolado mais importante na essenciais que o organismo precisa para o
determinação do peso do RN. crescimento e reparação dos tecidos corporais.
NUTRIÇÃO NUTRIÇÃO
2
EVITAR DURANTE A
ACTIVIDADE SEXUAL GRAVIDEZ
Teoricamente, o intercurso sexual pode estimular o TP
devido: • HÁBITOS TABÁGICOS
Estimulação física do segmento inferior do útero,
Libertação endógena de ocitocina como resultado do orgasmo,
Acção directa das PG do sémem • ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS
Aumento da exposição a agentes infecciosos.
• EXPOSIÇÃO A AGENTES
Contudo, na ausência de complicações da gravidez (ex.
metrorragia, RBA), não existe evidência suficiente contra TERATOGÉNICOS.
a prática sexual durante a gravidez.
A maioria dos estudos não evidenciaram aumento do PPT ou
complicações infecciosas
• EXERCÍCIO FÍSICO EXCESSIVO
HÁBITOS HÁBITOS
Cafeína — Consumo > 500 mg/dia parece Álcool
Alcoolismo crónico →
dobrar o risco de aborto espontâneo e consumo anomalias fetais, síndrome
excessivo parece estar associado a RCIU (4-7 fetal alcoólico
chávenas). Parece existir também um risco de Tabaco
↓ média de 200g no peso de
diminuição no peso do RN (-28 g por 100 mg de RN de mães fumadoras
cafeína) com consumo elevado de cafeína. PPT, RPM, dificuldade
respiratória do RN
Drogas
300mg de cafeína/dia (2-3 chávenas) é permitida RCIU, hipóxia fetal e MFIU
Síndrome de abstinência no
RN
ACTIVIDADE FÍSICA
O BOM SENSO recomenda que padrões de trabalho que obriguem a grávida
Exercício e desporto
a esforço violento, provocando fadiga excessiva, deverão ser modificados.
Exercício — Na ausência de complicações médicas
Actividade profissional durante a gravidez deve ser limitada ou ou obstétricas, a grávida pode praticar exercício
contraindicada em algumas mulheres: físico moderado pois ajuda a parte cardiorespiratória
e muscular.
Metrorragia
Colo uterino curto (<3 cm) ou dilatado antes das 36 semanas de gestação Existem normas que a grávida deve respeitar e estão
Malformação uterina contra-indicados:
Hipertensão gestacional Fadiga excessiva,
RCIU Actividade atlética de competição,
Gravidez múltipla
Desportos que implicam bruscas variações de
Antecedentes de PPT
Polihidrâmnios
esforços ou são potencialmente perigosos (ténis,
Distúrbios médicos maternos que são instáveis ou associados a uma perfusão
equitação, ski, ginástica com aparelhos, etc.)
placentar diminuída Incentivo à natação (desporto + adequado)
↓ sensação de peso corporal excessivo
Vantajoso um aumento dos períodos de descanso e de horas de sono
Exercita músculos abdominais, do períneo e coxas
3
A gravidez é um estado fisiológico que
pode ser complicado (apenas 5-20%) por Primeira consulta pré-natal
processos patológicos perigosos para a Anamnese;
saúde da mãe e do feto. Exame físico (geral, ginecológico e obstétrico);
Determinações analíticas (sistemáticas e
PRIMEIRA CONSULTA: selectivas);
O seu objectivo é detectar, o mais Exames complementares (sistemáticos e
selectivo);
precocemente possível, as situações
Detecção de factores de risco
patológias obstétricas ou médicas que a mãe
Informações gerais à grávida
e o feto poderão estar expostos.
ANAMNESE ANAMNESE
1. Factores demográficos e gerais: 3. Antecedentes pessoais gerais:
Idade materna, etnia, profissão, nível sócio- Peso e TA habituais,
económico, estado civil; Doenças médicas,
Idade, etnia e profissão do cônjugue; Hábitos (tabaco, álcool, drogas),
Medicação habitual no último ano (anti-convulsivantes,
2. Antecedentes obstétricos: tranquilizantes, anticoagulantes orais, medicamentos do foro
dermatológico como etretinato e a isotretionina, etc.) e a data em
Gestações anteriores; que foi interrompida,
Abortos espontâneos e gravidez ectópica; Intervenções cirúrgicas, problemas anestésicos e alergia a
Interrupções voluntárias da gravidez; medicamentos, etc.
Partos anteriores (duração e características da
gravidez, local e tipo do parto, vitalidade, sexo, peso 4. Antecedentes ginecológicos:
e eventuais malformações do RN), infecções, infertilidade, contracepção (último método utilizado e a
Características do puerpério e da amamentação data em que foi interrompido), padrão menstrual, problemas
específicos, etc.
4
DETERMINAÇÕES ANALÍTICAS DETERMINAÇÕES ANALÍTICAS
Sistemáticas:
1. Grupo sanguíneo (ABO e Rh); Específicas:
2. Hemograma completo e índices eritrocitários;
3. Siderémia; Electroforese da hemoglobina (na suspeita de
Glicose em jejum;
4.
5. Urémia;
hemoglobinopatias);
6. Uricémia; Provas da função renal (antecedentes de pré-
7. Creatinémia;
8. VDRL; eclâmpsia ou de HTA crónica);
9. Serologia para a Rubéola e Toxoplasmose;
10. AgHBs Provas de função hepática e marcadores de
11. Anticorpos anti-HIV1 e HIV2 hep.B (se AgHBs+) e C;
12. Urina tipo II
13. Urocultura com sensibilidade aos AB Testes serológicos específicos de acordo com
14. Rastreio bioquímico de cromossomopatias e defeitos do TN
15. Teste de Coombs indirecto às grávidas Rh- a comunidade em que a grávida se insere.
16. Prova de O’Sullivan
Sistemáticos Específicos
Ecografia às 11-13+6 sem para: Amniocentese genética às 15-16 semanas se:
1. Datação da gravidez 1. Idade materna igual ou superior a 35 anos;
2. Medição da TN 2. Antecedentes de abortos de repetição (3 ou mais
3. Diagnóstico de gestação multifetal abortos consecutivos);
4. Patologia ovular 3. Filhos anteriores com malformações;
5. Detecção de malformações 4. Suspeita de malformações na gestação em curso;
6. Patologia ginecológica associada. 5. Rastreio ecográfico ou bioquímico positivos
5
Exames de rotina em todas as Exames de rotina em todas as
consultas consultas
Pressão arterial; Avaliação do estado geral ( presença de edemas,
Peso; varizes, hemorróides, existência de patologia
Análise com fitas-teste de associada, etc.)
urina colhida na altura da
consulta; Revisão da dieta e de outras prescrições;
Altura uterina (distância Avaliação da situação e apresentação do feto (no
sínfise púbica-fundo uterino); 3.º T);
Auscultação fetal (batimentos
cardíacos fetais audíveis a Toque vaginal para apreciação do colo uterino e
partir das 10-12sem com do estádio da apresentação a partir das 34-35
“Sonicaid” e a partir das 19- semanas.
20sem com o “Pinnard”);
CTG a partir das 38sem (ou mais cedo se houver
indicação) para avaliação da reactividade do feto
Hemodiluição
Anemia fisiológica da gravidez
Anemia e gravidez
The Centers for Disease Control and Necessidades de ferro durante a gravidez –
Prevention has defined anemia as Concil on Foods and nutrition
hemoglobin levels of less than 11 g/dL in Compensar as perdas externas---170mg
the first and third trimesters and less than Compensar expansão eritrocitária---450mg
10.5 g/dL in the second trimester [18]. Feto---270mg
Women with hemoglobin values below Placenta e cordão--- 90mg
these levels can be considered anemic and Total: 980mg
should undergo a standard evaluation
6
Anemia e gravidez Plaquetas na gravidez normal
Prevenção Diminuição fisiológica das plaquetas em
Suplemento de ferro no 2.º e 3.º trimestres cerca de 10%
Em geral, as mulheres que tomam suplementos
férricos têm uma Hb média superior em 1g/dL à
daquelas que não tomam suplementos.
Tipos de suplemento
Sulfato ferroso
Gluconato ferroso
Fumarato ferroso
1 comp./dia (30mg)
7
Diabetes gestacional Diabetes gestacional
Rastreio A população de maior risco deve fazer o teste mais cedo
(1.ºT), devendo repeti-lo, se o resultado for normal, entre
Nas restantes grávidas: as 24 e as 28 semanas.
População de alto risco:
Deve ser realizado entre as 24-28 semanas. Obesidade materna (IMC>29)
Através da prova de O’Sullivan → teste Idade materna >30 anos
positivo quando ≥ 140 mg/dl. Etnia negra ou asiática
Hx familiar de DM
Se rastreio negativo repetir entre as 32-34 Hx de Diabetes Gestacional em gravidez anterior
semanas. Antecedentes de morte fetal ou neonatal inexplicada
Antecedentes de feto macrossómico
Hidrâmnios
Glicosúria significativa
Hepatite C Hepatite B
A transmissão vertical do VHC ronda os 10% Rastreio universal a todas as grávidas no 1.º
A co-infecção pelo HIV e a presença de ARN- e 3.º trimestres.
VHC estão associados a um aumento de risco. A finalidade é prevenir a transmissão vertical
Não há vacina nem imunoglobulinas específicas mãe-filho através da serovacinação.
para impedir a transmissão do vírus
Mulheres grávidas com contacto íntimo com
portadores de VB devem ser vacinadas e
VHC+ → Referenciar receber imunoglobulina excepto se imunizadas
ou infectadas
A vacinação é segura durante a gravidez
8
Sífilis Toxoplasmose
Complicações perinatais: Diagnóstico serológico.
Risco aumentado de morte fetal Rastreio universal nos 3 trimestres
ACIU
Parto pré-termo
Infecção congénita
O risco de sífilis congénita existe em todas as
fases da infecção materna, sendo superior na
sífilis primária e secundária.
Toxoplasmose Toxoplasmose
IgG+ e IgM+: Perante infecção suspeita ou confirmada
Infecção recente? iniciar Espiramicina 3 gr./dia
Infecção antiga? ↓
↓ Referenciar
Teste de avidez baixa → infecção recente < 3
meses
Teste de avidez alto → infecção antiga > de 3
meses
Rubéola Rubéola
Interpretação dos títulos: O risco de infecção congénita e malformações
IgG – e IgM- : fetais varia com a idade gestacional, sendo a taxa
Se valores de IgG médios ou elevados → imunidade de infecção:
De 66% antes das 12 semanas
Valores muito baixos de IgG repetir teste 2 a 3 semanas
De 45% entre as 13 e as 18 semanas
→ se valores de IgG estáveis = imunidade antiga
→ se ↑ de 4 vezes ou mais no título ou IgM+ = infecção O risco de malformações:
↓ Até às 11 semanas → 40 a 60%
REFERENCIAR No início do 2.º trimestre → 35%
Depois das 17 semanas → os RN apresentam apenas
formas sub-clínicas.
9
Rastreio bioquímico de
Citomegalovírus cromossomopatias e defeitos do TN
IgG+ e IgM+ Infecção Primária ou Detecção de cromossomopatias
Reinfecção entre as 11-13 sem de gestação
pelo doseamento no soro
materno da ß-HCG e PAPP-A
Teste da avidez → Baixo → Infecção nas grávidas com menos de 35
anos (exige um exame
recente (< 3 meses) ecográfico na semana em que
Teste de avidez → Alto → Infecção antiga se fará a colheita para correcta
determinação do tempo de
↓ gestação e medição da TN);
referenciar
Rastreio bioquímico de
Sintomas e sinais de alarme
cromossomopatias e defeitos do TN
Vómitos repetidos ou intensos
RB das cromossomopatias e defeitos do TN, entre Tonturas ou vertigens
as 15 e as 24 semanas (de preferência entre 15- Alterações da visão
18 sem), pelo doseamento no soro materno, da α- Aumento súbito de peso
Diminuição da diurese ou queixas urinárias
fetoproteína e da ß-HCG, nas grávidas < 35 anos) Dores abdominais
Cefaleias intensas ou permanentes
Edemas matutinos da face e das mãos
Diminuição súbita dos movimenntos fetais
Leucorreia aquosa, abundante
Hemorragia vaginal
Febre
Tumor ou dor em zona varicosa
10
Exames complementares Rastreio do Streptococus
periódicos: ß-hemolítico
Ecografia GBS — Todas as mulheres grávidas devem ser rastreadas
para a colonização com Streptococcus ß-hemolítio do
Às 32-36 semanas para: grupo B com colheita de amostra no 1/3 inferior da vagina
1. Avaliação do crescimento fetal; e recto entre as 35-37 sem gestacionais. As únicas
2. Detecção de malformações;
mulheres que são excluídas deste rastreio são aquelas que
tiveram bacteriuria por GBS anteriormente na gravidez
3. Patologia e localização placentárias; actual ou aquelas que tiveram um RN anterior com
4. VLA infecção por GBS. Estas mulheres devem receber
5. Dinâmica fetal profilaxia antibiótica durante o trabalho de parto
6. Patologia funicular
independentemente do estado de colonização.
7. Perfil biofísico fetal
8. Fluxometria ( se indicado)
Vigilância Fetal — Ecografia e cardiotocografia.
11