PETROLOGIA METAMÓRFICA

Aula Prática 03
Mineralogia dos metamorfitos:
grupo dos anfibólios e do
espinélio

Professora Gláucia Queiroga

 Grupo dos anfibólios
AB2C5T8O22(OH)2

A: Na, K ou vazia
B: Ca, Na, Mg, Fe2+; às vezes também Li e Mn2+
C: Mg, Fe2+, Al, Fe3+; às vezes também Mn3+, Ti4+,
Li+, Zn2+, Cr3+
T: Si, Al
(OH) pode ser substituído por F, Cl e às vezes O2-

Fe-Mg: anfibólios ferromagnesianos

Ca: anfibólios cálcicos
Ca-Na: anfibólios calco-sódicos
Na: anfibólios sódicos
Anfibólios Pertencem a uma família dimorfa

1. Ortoanfibólios – grupo pequeno de sistema

ortorrômbico; só aparecem em metamorfitos
Antofilita e gedrita

2. Clinoanfibólios – grupo maior de sistema monoclínico;

ocorrem tanto em rochas magmáticas quanto em
metamórficas
Série da cummingtonita-grunerita (Fe, Mg)
Série da tremolita-actinolita (Cálcico)
Série da hornblenda (Cálcico)
Série da glaucofana-riebeckita (Sódico)
 CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO ÓTICA DE PIROXÊNIOS E ANFIBÓLIOS

ANFIBÓLIOS PIROXÊNIOS

Seção basal Comumente losangular Comumente octogonal (fenocristais de

magmatitos)

Clivagem Perfeita, em duas direções, Boa, em duas direções, cortando-se em

cortando-se em ângulos de  56o ângulos de  93 (ou 87o)
(ou 124o)
Cor Geralmente coloridos (exceções Geralmente incolor ou com cores pálidas
são tremolita, antofilita etc) (exceção egirina, verde)

Caráter óptico Geralmente biaxial (-) Geralmente biaxial (+) (exceções:

(exceções: antofilita, hiperstênio, egirina)
cummingtonita)
Ângulo 2V Grande ( 80o) Moderado ( 50o), exceção opx
Relevo Moderado ( 1,66) Alto ( 1,75)
Ângulo de Pequeno: 10 – 30o (exceção Moderado: 35 – 50o (exceção egirina)
extinção seção anfibólios sódicos)
// a (010)
 ANFIBÓLIOS FERROMAGNESIANOS
ORTORRÔMBICOS (ORTOANFIBÓLIOS)

ANTOFILITA (Mg, Fe2+) 7Si8O22(OH,F)2

GEDRITA (Mg, Fe2+)5Al2[Si6Al2O22(OH,F)2]

São incolores ou de cor muito pálida; extinção paralela.

Antofilita e gedrita têm propriedades óticas

semelhantes, a diferenciação é química
(análises de microssonda ou MEV).
 Ocorrência:

Comuns no grau médio, fácies anfibolito, com temperaturas

crescentes (~700oC), transformação em ortopiroxênios: transição da
fácies anfibolito para a granulito.

Antofilita: metamorfitos ricos em Mg e deficientes em Al e Ca (ex:

antofilita-talco xistos derivados de protólitos ígneos ultramáficos).

→ Se a rocha for rica em Al, forma-se gedrita. Se for rica em

Ca, forma-se tremolita.

Gedrita: xistos derivados de protólito sedimentar rico em Al,

pobre em Ca (em caso contrário forma-se hornblenda) e pobre
em K (em caso contrário forma-se biotita no seu lugar).
Antofilita: seções basais losangulares típicas de anfibólios
Antofilita: porfiroblastos prismáticos incolores
Antofilita: porfiroblastos prismáticos longos, extinção paralela (seta)
Antofilita: porfiroblastos prismáticos longos, extinção paralela (seta)
Antofilita em porfiroblastos prismáticos, delgados e pós-
tectônicos
Antofilita: porfiroblastos prismáticos e seções basais (seta)
 ANFIBÓLIOS FERROMAGNESIANOS
MONOCLÍNICOS (CLINOANFIBÓLIOS)

CUMMINGTONITA-GRUNERITA
(Fe+2, Mg )7Si8O22(OH)2

Cor pálida, maclas polissintéticas abundantes, extinção

oblíqua

Cummingtonita: fácies anfibolito, rochas pobres em Ca

(metaultramáficas, xistos de protólito sedimentar e alguns
anfibolitos).

Grunerita: fácies xisto verde até meio da fácies anfibolito

(formações ferríferas).
Cummingtonita (associada a mineral opaco e granada)
Cummingtonita (maclas lamelares, cores de interferência vivas)
Cummingtonita (associada a magnetita e hornblenda)
Cummingtonita com maclas abundantes
Cummingtonita (associada a magnetita)
Cummingtonita com maclas (associada a magnetita)
 CLINOANFIBÓLIOS CÁLCICOS

TREMOLITA ACTINOLITA
Ca2Mg5Si8O22(OH)2 Ca2(Mg,Fe+2)5Si8O22(OH)2

Tremolita: incolor, verde muito claro. Ocorre em rochas

pobres em Fe e ricas em Ca-Mg (mármores dolomíticos, rochas
calcissilicáticas). Estável até grau alto. No grau baixo ocorre
com talco, antigorita, clorita, epidoto e quartzo. No grau
médio, com diopsídio ou cummingtonita e no grau alto com
diopsídio.

Actinolita: pleocroísmo em matizes de verde. Ocorre em

rochas metabásicas (xistos verdes). Estável na fácies xisto
verde; transformação em hornblenda na fácies anfibolito (T
~500ºC).
 Atenção!
O pleocroísmo da actinolita é mais fraco que o
da hornblenda. Além disso, há diferenças no
ângulo de extinção:

- actinolita: extinção menor que 17º

- horblenda: extinção maior que 17º

Tremolita
Tremolita
Tremolita
Tremolita
Porfiroblastos de tremolita
Porfiroblastos de tremolita (o maior, em extinção, tem exsolução)
Actinolita
Actinolita
Actinolita
Actinolita
 CLINOANFIBÓLIOS CÁLCICOS
HORNBLENDAS
(Na,K)0-1Ca2(Mg,Fe2+,Al,Fe3+)5(Si6-7,5Al2-0,5)O22(OH)2

As hornblendas comuns são formadas por:

•Tschermakita Ca2(Mg,Fe2+)3Al2Si6Al2O22(OH)2 –
comum em metamorfitos
•Pargasita NaCa2(Mg,Fe2+)4AlSi6Al2O22 (OH)2

•Edenita NaCa2(Mg,Fe2+)5Si7AlO22(OH)2
•Hastingsita NaCa2(Mg,Fe2+)4Fe3+Si6Al2O22(OH)2 –
comum em magmatitos
 HORNBLENDA TSCHERMAKÍTICA

• Fácies anfibolito e granulito

•Forte pleocroísmo em matizes de verde
• Com temperaturas crescentes a cor mais forte
muda:
verde azulado  verde  castanho
fácies anfibolito baixo  anfibolito alto  granulito

• Ângulo de extinção maior do que da actinolita.

•Em grande variedade de rochas, tipicamente nos
anfibolitos e em muitos gnaisses.
Hornblenda verde-azulada, fácies anfibolito inferior
Hornblenda, fácies anfibolito inferior
Hornblenda verde-azulada, fácies anfibolito inferior
Hornblenda: forte pleocroísmo, seções basais com clivagens
oblíquas em 2 direções
Seções basais de hornblenda com clivagens
Hornblenda com pleocroísmo verde – verde oliva (sem
tonalidade azulada): fácies anfibolito superior
Hornblenda com pleocroísmo verde (sem tonalidade azulada)
para amarelado : fácies anfibolito superior (ver slide anterior)
Hornblenda (marrom, fácies granulito), plagioclásio, piroxênios
(relevo alto, quase incolor)
Hornblenda, plagioclásio, piroxênios
 CLINOANFIBÓLIOS SÓDICOS

GLAUCOFANA – RIEBECKITA
Na2(Mg,Fe2+)3(Al,Fe3+)2Si8O22(OH)2

Glaucofana s.s: Na2(Mg,Fe2+)3Al2Si8O22(OH)2

Riebeckita: Na2(Mg,Fe2+)3(Fe3+)2Si8O22(OH)2

Crossita: composição química entre glaucofana e riebeckita

Cores azuladas:
Glaucofana: lavanda (= violeta rosado) – azul – incolor/amarelado
Riebeckita: azul escuro – amarelo esverdeado escuro - amarelo

Glaucofana: pressões muito altas (7-17 kbar) e temperaturas baixas

(150-500oC); rochas ricas em Al da fácies xisto azul.
Riebeckita: mais comum em rochas ígneas. Nos metamorfitos
ocorre em formações ferríferas de grau baixo a médio.
Glaucofana
Glaucofana
Glaucofana
Glaucofana
Glaucofana
Riebeckita: seção basal losangular com clivagens oblíquas em 2
direções
Riebeckita
Riebeckita
 Grupo do espinélio
(Mg,Fe,Mn,Zn)(Al,Fe,Cr)2O4
Sistema cúbico
Fórmula geral: AB2O4

* Pleonasto é um espinélio s.s. com algum Fe

**Picotita é uma variedade de hercinita cromífera
*** Espinélios ricos em Fe+3 e Cr são opacos
 ESPINÉLIOS DE ALUMÍNIO

CARACTERÍSTICAS DIAGNÓSTICAS

Grãos pequenos, de relevo muito alto, isótropos

Espinélio s.s. Hercinita Picotita

Incolor, rosa-claro,
azul-claro. Cinza- Verde-escura, Amarelada,
azulado com verde-esmeralda acastanhada
incorporação de Fe2+
(pleonasto)
 Ocorrência dos espinélios de Al:

• Como mineral acessório em metamorfitos de fácies

granulito ou piroxênio hornfels (T muito alta). Também
ocorre em rochas ígneas.

• Espinélio s.s: ocorre em metamorfitos deficientes em

sílica, como mármores e algumas rochas
calcissilicáticas.

• Hercinita (espinélio de Fe): comum em

metamorfitos aluminosos mais ricos em Fe, como
alguns granulitos ácidos (nos quais se associa a
quartzo). Também em ígneas máficas e ultramáficas,
comumente como picotita (variedade de hercinita
cromífera).
Hercinita em rocha metaultramáfica
Hercinita (grãos isótropos) em rocha metaultramáfica
Espinélio s.s.
Espinélio s.s. (grãos isótropos)
Espinélio verde (hercinita), intercrescido com magnetita
Espinélio verde (hercinita), incluso em cordierita (incolor)
Espinélio (grãos isótropos inclusos em cordierita)