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Aeentrevista de avaliagao clinica: Um guia pratico Psicologia A ENTREVISTA DE AVALIACAO CLiNICA: UM GUIA PRATICO Teresa Mendonca Mcintyre Instituto de Educacao e Psicologia. Universidade do Minho Resumo — Este artigo apresenta um guia pritico para a realizagdo da entrevista de avaliacdo clinica) ) ‘como um possivel mapa de orientacdo para os estudantes de psicologia clinica, os psicdlogos clinicos em formagao e os formadores de psicologia clinica. Este guia de entrevista é o resultado de uma compilagao dos varios anos de experiéncia clinica da autora, como estudante e profissional de psicologia clinica nos Estados Unidos da América, inclusive numa clinica bilingue para imigrantes de lingua Portuguesa. O guia é presentemente usado no atendimento de clientes do Servico de Consulta Psicologica e Desenvolvi- mento Humano da Universidade do Minho, e na formacao pré e pés-graduado dos formandos em Psico- logia Clinica nesta Universidade. Neste guia so salientados os aspectos de contetido e método na reco- Iha de intormacio clinica relevante, assim como o aspecto processual da entrevista. A entrevista é concebida como um processo interactivo e extremamente pessoal, e este guia € apresentado como um esquema de referéncia das tarefas do psicélogo neste contexto, das fases deste processo, dos contetidos a explorar, e de-metodologias possiveis, cabendo a cada psicélogo avaliar, integrar e adapté-lo de acordo com 0 seu estilo pessoal e © contexto individual de cada cliente. O guia inclui ainda exemplos de co- mentérios ou questées tipo que ja foram testadas na prética clinica e podem ser dteis como pontos de re- feréncia, desde que adaptadas a cada contexto interactivo particular. PALAVRAS-CHAVE: Avaliacdo Clinica; Guia de Entrevista © KEY WORDS: Clinical Evaluation; Interview Guide INTRODUGAO Por razées de ordem clinica, ética e legal, a avaliacao clinica requer uma atencao cui- dada da parte do psicélogo, presumindo 0 cliente, ou outras fontes do pedido, que o psicdlogo clinico realizou uma avalia¢do cuidada da qual resultam conclusées mais ou menos especificas Toda a correspondéncia relativa a este artigo deverd ser enviada para: Teresa Mendonca Mcintyre, Departamento de Psicologia, Instituto de Educacao e Psicologia, Universidade do Minho, Campus de Gualtar, 4700 Braga. Tel.: 053- (604254; Fax.: 053-678987; e-mail-mcintyre@iep.uminho.pt. PSICOLOGIA: TEORIA INVESTIGAGAO E PRATICA, 1998, 3, 127-142. © Centro de Estudos em Educacio e Psicologia, Universidade do Minho Psicologi T. Melntyre em relagao a problematica apresentada pelo cliente. A importancia da entrevista de avaliacao clinica como instrumento imprescindivel, embora nao exclusivo, neste processo inicial de ava- liacdo foi ja assinalada pela autora (Mcintyre, 1994), assim como a necessidade de treino dos psicélogos clinicos nas competéncias especificas a realizacao da entrevista de avaliacao cli- nica. A apresentacao cle um guia pratico para a realizacao da entrevista de avaliacao clinica torna-se util como um mapa de orientacao para os estudantes de psicologia clinica, 0s psicélo- 05 clinicos em formacao e os formadores de psicologia clinica Este guia de entrevista € 0 resultado de uma compilagao dos varios anos de experiéncia clinica da autora, como estudante e profissional de psicologia clinica nos Estados Unidos da América, no atendimento de clientes em servigos de consulta externa numa clinica de psicote- rapia duma universidade estatal, em clinicas na comunidade, nos servigos de psiquiatria de hospitais gerais e numa clinica bilingue para imigrantes de lingua Portuguesa. Como tal, cons- titui um ponto de ligacao entre varias orientacées terapéuticas, varios contextos institucionais ¢ uma grande diversidade de clientes. O guia é presentemente usado no atendimento de clientes do Servico de Consulta Psicolégica e Desenvolvimento Humano da Universidade do Minho, Unidades de Consulta Psicolégica Clinica, e na tormacao pré e pés-graduada dos formandos em Psicologia Clinica nesta Universidade. Como base deste guia de entrevista encontram-se os seguintes pressupostos previamente assinalados pela autora (McIntyre, 1994): (a) 0 carécter relacional e bilateral da entrevista de avaliagao clinica, (b) a importancia da pessoa do psicdlogo no proceso de avaliagao clinica, (0) 0 objectivos fundamentais da entrevista de avaliacao clinica de conhecer a pessoa do cli- ente e chegar a uma formulagao interpretativa e/ou diagnostica da problematica do cliente, (d) de investigar as expectativas do cliente e permitir uma avaliagao e escolha por parte do cliente, isto (e) no contexto de um clima de rapport psicélogo-cliente. » A semelhanca de outros autores (Kaplan & Sadock, 1981; Sullivan, 1970), 6 também concebido que a entrevista é um processo gradual, que envolve fases mais ou menos definidas ‘no tempo, geralmente conceptualizadas como (a) fase de abertura — apresenta¢ao dos interve- nientes, investigagao do pedido (b) fase de reconhecimento — investigagao de quem é a pessoa do cliente no contexto do seu meio sociocultural e da sua hist6ria pessoal, e (c) fase de finali- za¢ao — 0 psicélogo apresenta ao cliente um sumério das suas impressdes durante a entrevista, apresenta uma avaliacdo da adequacao dos servicos 3 problematica do cliente, incluindo um plano de intervengao e consideracdes de prognéstico, e facilita a exploracao de expectativas, questes e reac¢des por parte do cliente. Embora este guia inclua muitos aspectos das tarefas do psicdlogo e contetidos a explorar, é também salientado que o aspecto processual da inte- raccao, ilustrado através das caracteristicas da linguagem em vez do seu contetido, como se diz, além do que se diz, é considerado um componente essencial da avaliagao clinica. Tratando-se a entrevista de avaliagao clinica de um processo interactivo e extremamente pessoal, este guia é, necessariamente, apenas um esquema de referéncia das tarefas do psicé- logo neste contexto, das fases deste processo, dos contetidos a explorar, e de metodologias possiveis, cabendo a cada psicélogo avaliar, integrar e adaptar de acordo com o seu estilo entrevista de avaliagio clinica: Um guia pritico Psicologia pessoal e 0 contexto individual de cada cliente. O guia inclui ainda exemplos de comentarios Ou questdes tipo que ja foram testadas na pratica clinica e podem ser titeis como pontos de re- ferancia, desde que adaptadas a cada contexto interactivo particular. Apresenta-se um sumario do guia de entrevista no Quadro 1 OBJECTIVOS DA ENTREVISTA DE AVALIACAO CLINICA 1. Alianga com o cliente estabelecimento de rapport com o cliente é facilitado por uma avaliacdo cuidada e sensivel pela parte do terapeuta. Esta alianca de trabalho entre o cliente e 0 terapeuta é indis pensavel ao seu tratamento. A avaliacao inicial também permite ao cliente ter uma primeira impressao doia) terapeuta e verificar se quer ou nao trabalhar com eleial. Este contacto inicial também é uma oportunidade para dar o Servico a conhecer ao cliente e quaisquer outras infor- magées do seu funcionamento. 2. Formulagao psicolégica do problema Uma compreensio psicolégica do cliente e do seu problema é fundamental indepen- dentemente de qualquer diagnéstico ou plano de tratamento. Obter informagao histdrica e uma amostra do comportamento do cliente sao indispensaveis a0 planeamento do tratamento eA antecipacao de problemas potenciais (prognéstico). Esta compreensao do problema permite uma comunicago mais empatica com o cliente e da informacao sobre a resposta mais prové- @ ) vel do cliente ao tratamento. 3. Diagndstico Determinar 0 nivel de psicopatologia do cliente é importante para (a) podermos fazer um diagnéstico segundo 0 DSMIII-IV (American Psychiatric Association, 1994) ou outro tema de classificacdo, (b) avaliar o nivel global de funcionamento do individuo como baseline contra a qual se podem medir futuras mudancas, (c) podermos fazer uma avaliaco do seu ajustamento aos servicos oferecidos, e (d) podermos sugerir servigos alternativos mais apropria- dos as necessidades do cliente. is- Psicologia T. Melntyre: 4. Planeamento do tratamento Este decorre directamente da avaliacao e é baseado nas necessidades do cliente e na sua capacidade para responder aos varios tipos possiveis de tratamento, E um projecto de colabo- racdo terapeuta-cliente e exige um certo grau de consenso clos dois quanto aos objectivos, mé- todos e duragao do tratamento. e@ CONSIDERACOES GERAIS 1. A entrevista de avaliagao nao é terapia. © seu objectivo é introdutério (contacto inicial entre o terapeuta e o cliente) e de apoio, e visa, principalmente, fornecer e recolher informagao para que haja um entendimento terapéutico sobre o problema e o seu modo de tratamento, com respeito pela apresentacao do cliente, e com pleno conhecimento e boa fé por parte deste. 2. Ouga atentamente. Isso comunica ao cliente uma sensacao de compreensao e inte- resse por parte do terapeuta. Apresente sumérios 4 medida que a entrevista vai decorrendo para ter a certeza de que est a ouvir o cliente, para demonstrar apoio e facilitar 0 aprofundar de um tema, ou para oferecer transigdes para outros temas 3. Abstenha-se de fazer interpretagdes. Primeiro compreenda o problema do ponto de vista do cliente e s6 depois faga uma formulacao do problema do seu ponto de vista. Deixe 0 cliente contar a sua “hist6ria”. PRIMEIRO CONTACTO © contacto inicial fornece ao clinico experiente muita informacao sobre o cliente. As- sim, 0 psicélogo experiente aprende a variar 0 contacto inicial segundo as necessidades do cli- ente. Um comego possivel sera cumprimentar o cliente na sala de espera e apresentar-se. Con- vide o cliente a entrar na sala de consulta e indique-Ihe o lugar. Poderd dar um pequeno sumdrio do que o cliente pode esperar durante essa sesso. “Hoje vamos saber mais sobre a razao da sua consulta e ver se podemos ajudé-lo. Farei algumas perguntas nesse sentido e no fim planearemos o que for melhor para o ajudar neste momento” Ou poderé iniciar a entrevista com uma questo ou afirmagao geral do tipo: “Poderd dizer-me alguma coisa sobre 0 que 0 preocupa?” ou “Ao telefone mencionou que se tem sentido deprimida...” A entrevista de avaliagio clinica: Um guia pratico Teoria, inwes::gacdo » Ansiedade Inicial Existe um nivel éptimo de ansiedade para cada cliente que o leva a procurar ajuda mas que Ihe permite fornecer e ouvir a informacao necessaria 8 avaliacao bilateral (McIntyre, 1994). Cabe ao psicélogo avaliar e monitorizar o nivel de ansiedade do cliente de modo a que esta se torne propulsora e nao impeditiva do processo de avaliacao clinica. ‘Assim, avalie através da observacao do cliente o nivel de ansiedade deste, lembrando-se de que todos os clientes esto um pouco ansiosos na primeira entrevista. A) Ansiedade de rotina: & melhor lidar com a ansiedade de rotina ou ansiedade mode- rada ignorando-a e prosseguindo com a entrevista. Geralmente esta ansiedade diminui espon- taneamente depois do inicio da entrevista. Em geral, dar demasiado énfase inicial aos senti- mentos e emogoes é desnecessério e contraprodutivo. B) Ansiedade elevada: Quando se notar desconforto Sbvio, como lagrimas, tremuras, ou dificuldade em falar, isso precisa de ser reconhecido pelo terapeuta. Primeiro através do sim- ples reconhecimento: "oi dificil para si vir hoje A consulta”, “Esta sob muita pressio neste momento”, “E difi- cil falar”. Geralmente o simples reconhecimento acalma a pessoa o suficiente para ela poder falar. Se isso ndo acontecer, 0 terapeuta tem de lidar com as emogées de um modo mais directo. Ha varias possibilidades: (a) a pessoa tem medo de estar “maluca”, “Ter de pedir ajuda a um psicélogo deve fazé-la pensar que est a ficar maluca” (b) a pessoa estd sob grande pressdo, como ameaca de despedimento ou divércio, “Esta 6 uma altura muito dificil da sua vida” (0) a pessoa esté com medo de ser avaliada, « “Talvez esteja com receio daquilo que eu vou dizer ou pensar acerca de si...” (d) a pessoa esté bastante perturbada, deprimida, psicética, etc. (pode ter que interrom- per ou adiar a consulta). As trés primeiras hipoteses so as mais frequentes. GUIA DE ENTREVISTA Com 94% dos clientes pode prosseguir com a entrevista segundo o formato abaixo. A ordem das alineas a seguir enunciadas serve apenas como guia, pois varias consideracdes po- dem levar a saltar de um ponto para 0 outro ou a dar maior énfase a um deles. Psicologia T. Melntyre 1. Razdo do pedido Um pedido de consulta pela escola, 0 médico internista ou psiquiatra, so razdes co- muns para a consulta psicolégica. Neste contexto é iundamental levar algum tempo a esclare- cer 0 pedido, especialmente, como o cliente compreende 0 pedido de consulta e qual o seu significado para o cliente. Clientes que foram mandaclos pelo seu médico pensam frequente- mente que 0 médico desistiu de os tratar e que este considera que todas as suas queixas estdo na “cabega”. Se necessério, 0 terapeuta também deve esclarecer a razao latente para o pedido de consulta junto do médico, escola, etc., antes de o cliente ser visto Geralmente. comega-se por investigar qual 2 razdo principal porque o cliente veio & consulta. Por exemplo “O que 0 trouxe aqui?”, “Qual a razdo porque veio a consulta?”, “Diga-me mais acerca do seu problema...” “Porque acha que o Dr. - pediu para que viesse aqui?” Obtenha uma explicacéo completa e em detalhe. Nao se aiaste do problema inicial sem obter.uma_boa compreensio do problema. Assegure-se de que compreende aquilo que o cli- ente Ihe quer comunicar. Cliente: “Eu tenho alguns problemas sexuais...", Terapeuta:"De que tipo?”; Cliente: “Eu fico deprimida...”, Terapeuta: “Quando e com que frequéncia?”; Cliente: “Nao me dou bem com a minha familia", Terapeuta: “Acerca de qué, quem diz © qué, 0 que acontece?” Inicialmente mantenha as perguntas ao minimo e deixe o cliente contar a sua histéria, Quando perguntar faca perguntas abertas. Isto comunica vontade de ouvir e permite que os padres usuais de pensamento e discurso do cliente aparecam. Através de afirmacdes empati- °D cas correctas o terapeuta pode aumentar grandemente a quantidade e qualidade da informagao fornecida pelo cliente. Deixe as perguntas directas, orientadas para a identificacdo de sinto- mas, para depois do cliente acabar de contar a sua 2. Histéria do problema Faca uma breve revisao histérica de quando 0 problema comecou, quando o problema piorou ou melhorou, quem esta presente quando o problema acontece, o que acontece depois, © que ter esse problema significa para o cliente, o que tentou fazer para lidar com 0 problema, que tipo de ajuda procurou (se procurou um psicdlogo ou psiquiatra antes), se teve este pro- blema no passado e quando. Se consultou um psicélogo/psiquiatra, pergunte se o ajudou e como, e verifique se ainda esta em tratamento com essa pessoa. Por exemplo: “ H4 quanto tempo se tem sentido...?” Aeentrevista de avaliagso ia pratico “Como se sentiu quando...?”, “O que fez", “Como reagiu?, “O que € que isso quer di- zer acerca de si proprio?” Em geral, preste atencdo ao timing das suas perguntas, siga as deixas dadas pelo cliente use as proprias palavras do cliente, seja empatico e também especifico. Investigue a natureza do problema, as circunstancias que 0 rodeiam, incluindo os pensamentos do cliente acerca do problema e as suas reacc6es aos sintomas. Tente obter uma sequéncia no tempo dos sintomas apresentados. E necessaria uma pericia particular do psicélogo na exploracao de temas delicados, que geralmente geram ansiedade, sentimentos de vergonha, ou de culpa por parte do cliente. O que consiste em tema delicado varia de cliente para cliente, podendo ser questées acerca de dinheiro para o cliente com disfung3o obsessivo-compulsiva, ou de sexualidade para uma mu- Iher vitima de violacdo, ou ainda de relacées sociais para o cliente com tendéncia esquizoide. O psicélogo poderé guiar a conversa para estes temas usando atirmacées de transi¢do ou apro- veitandlo a iniciativa do cliente em abordar temas afins, Por exemplo: Se um cliente obsessivo disser que recebeu um aumento, “Qual é agora 0 seu salirio?” Se um cliente esquizoide disser que gosta de estar sozinho, “Gostou sempre de estar sozinho?” 3. Avaliagdo de perigo imediato Alguns dos temas delicados que tém de ser abordados pelo psicdlogo sao os respeitantes & avaliago de perigo imediato, uma vez que estes comportamentos séo geralmente sentidos € ”) pelo cliente com culpabilidade ou vergonha devido ao seu caracter social indesejavel. Con- tudo, o perigo de passagem ao acto pode existir em varias disfungdes e ha necessidade de ava liar este perigo durante a entrevista, quer para examinar a necessidade de uma intervencao imediata, quer por questdes legais. A avaliacao de perigo imediato inclui um inquérito sobre risco de suicidio, homicidio, presenga de toxicodependéncia e historia de delinquéncia. Suicidio: O modo como se questiona o cliente acerca do suicidio é importante, uma vez que muitos terapeutas se sentem desconfortaveis com este tipo de perguntas. Contudo, o tera- peuta nao deve deixar de perguntar se ha o minimo de suspeita, pois os clientes nao costumam falar deste sintoma espontaneamente. Um conjunto de perguntas como as seguintes podera ser util: Sobre antecedentes: “Alguma vez pensou em magoar-se intencionalmente?” “Alguma vez sentiu falta de interesse por tudo ao ponto de pensar em terminar a sua vida?” yacdo # arate T. Melntyre Psicolog!! 1 alguma vez desejou nao estar vivo?... ndo acordar no dia seguinte?” sabre sinais actuais: - Jem tido pensamentos acerca da morte?...acerca de morrer?” “ez planos para se matar?” Como pensou fazé-lo?” ou “O que faria2” ,"Como o faria?” Iuletas suicidas acompanham frequentemente a depressao, ansiedade, 0 alcoolismo e a paravet aguda. ttomicidio: € igualmente importante inquirir o cliente acerca de ideias homicidas, espe- cialnwnte se ideias paranoides aparecem durante o discurso. Ideias homicidas acompanham @® geste de personalidade, especialmente a de personalidade paranoide, limitrofe (border- unti-social, e a esquizofrenia, tipo paranoide. Por exemplo: tem vontade de matar (agredir) alguém?” "Jé tentou matar alguém?” “Esta to furioso «jue sente vontade de o matar2” “Como 0 faria?” “O que o impede de agredir/matar....?” liner © com toxicodependéncia: Como rotina é importante inquirir o cliente acerca do uso presente ou jpxsaulo de alcool, tabaco, cafeina, e drogas. © consumo destas substancias esta muitas ve- sex wan iado a certas doencas mentais e pode potencié-las ou aumentar risco de passagem go ate Por exemplo: ‘vastuma beber?” “Ja teve problemas com a bebida?” “Bebe agora?”; "Que bebidas?” “Quantos copos por dia?” “As refeicdes, fora das refeigées?” “Qua uma?” “Quantos cigarros por dia?” “Que marca?” “Quando fuma?” “Hebe café?" “Quantas chdvenas por dia?” “ja alguma vez usou drogas?” “Que drogas?” “Com que frequéncia?” “Durante quanto Y tere “Custuma medicar-se? Com que medicagées?” 1velinquéncia: A passagem ao acio pode tomar a forma de violéncia ou actos anti-soci- ais 1 wc eSsArio inquirir © cliente sobre antecedentes de violéncia, incluindo violéncia na fa- mila Ver exemplo: Ja alguma vez esteve metido em encrencas, sarilhos, bulhas, escaramugas?” J. alguma vez teve problemas com a policia por algo que tenha feito?” i casa, hé brigas frequentes? Discutem muito?” “Batem um no outro? Nos filhos?” "Aqui também é importante investigar se o individuo ¢ ou foi vitima de violéncia. 4, dutros problemas (quando acabar de investigar 0 problema principal, pergunte se existem problemas adi- cio Por exemplo: ‘Aeentrevista de avaliacdo clinica: Um guia pratico Teoria, investigacto e priticaPsicologia ws ida neste momento?”. zs e vida social, familia e rela- “Esta preocupado acerca de mais alguma area da sua Verifique rapidamente as areas de trabalho/escola, a Bes conjugais, stress/tensdo interior e sadde. 5. Condigées de vida Questione 0 cliente quanto a com quem vive, onde vive, que tipo de emprego tem e se esta satisfeito com ele, vida social, aspiragdes e objectives educacionais, curso, aproveita- mento, vida de lazer, etc.. Tente completar um t6pico de cada vez em vez de voltar a um tema varias vezes. . @> Pode usar a seguinte afirmagio de transicao: “Agora gostaria de saber algo acerca de onde vive, como, com quem...Esta contente com estas acomodacées?” 6. Histéria pessoal e de desenvolvimento pedido do cliente s6 pode ser compreendido no contexto da sua historia pessoal, re- veladora dos seus padrées de pensamento, emogao e-comportamento. Através da historia de vida 0 psic6logo chega a um nivel mais profundo de compreensao da continuidade entre os problemas actuais do cliente e o seu passado. Nesta fase o terapeuta investiga de um modo cronolégico os marcos fundamentais da vida do cliente, prestando atengio ao contetido mas também ao proceso, isto 6, 4s emocées, associagbes, movimentos e reacg6es do cliente. Para se obter uma compreensio do conteddo g @ processo, a entrevista no pode ser demasiado estruturada, permitindo ao cliente um desen- rolar natural.da sua historia. Pode-se comecar esta fase da entrevista com uma afirmacao de transicao, “agora gostaria de fazer uma viagem no tempo consigo e saber acerca de algumas coi- sas importantes que aconteceram na sua vida” € util obter informagao acerca das seguintes dreas: Nascimento - informagao acerca do planeamento da gravidez, dificuldades na gravidez ou parto, e 0 temperamento basico do bebé. Para criancas obter esta informacao dos pais. “Que tipo de histérias é que a sua familia Ihe conta acerca do seu nascimento?” “Que tipo de bebé é que era?” “Acha que os seus pais 0 queriam (desejavam)?” “Qual é a primeira coisa de que se lembra?” (perguntar as emogdes) ~ Faga perguntas acerca do pai e da mae e da sua relacao com estes e com os irmaos. Investigue se o cliente se sentia amado, feliz e desejado como crianga. Se em crianga tinha outras pessoas que tomavam conta dele (como por exemplo os avés), faga perguntas acerca do modo como se processavam estas relagdes. Se ha suspeitas for- tes acerca de abuso fisico , sexual ou privacdo e negligéncia parental, questione-o acerca disto. Pergunte se o cliente teve alguns problemas como crianga como tiques, enurese, sonambu- lismo, fobias, pesadelo ou terrores nocturnos, ou problemas médicos graves. Se o cliente foi hospitalizado enquanto crianga faga perguntas acerca desta experiéncia e como se sentiu acerca dela. Por exemplo: “Que irmaos ou irmas eram mais proximos de si? De quem gostava mais? Porqué? Qual foi o que Ihe causou mais problemas? Porqué?” “Como era 0 casamento dos seus pais?” “Que tipo de pessoa era 0 seu pai? Descreva a sua mae.” “Alguém mais vivia em sua casa? E importante investigar a tradigao/crengas religiosas da familia, se eram permissivas ou rigidas e se houve conflito entre os pais quanto & educagao religiosa da crianga. Experiéncia escolar ~ Peca ao cliente para se lembrar das suas primeiras experiéncias escolares (incluindo pré-primaria). Investigue qual a sua resposta inicial a professores, 0 seu in- teresse, sucesso escolar e dificuldades escolares. Investigue se tinha um amigo favorito da in- fancia e a natureza deste relacionamento. Por exemplo: “Que notas é que tinha na escola priméria? “Que tipo de crianga 6 que era?” “Fora da sua familia, qual era a pessoa mais importante para si entre os 6 e 12 anos? Houveram alguns professores de que gostasse mais? “Teve alguns ferimentos ou doengas graves?” Adolescéncia ~ Areas-chave a investigar sao a reaccdo do cliente 4 puberdade, relacio- namento com amigos do mesmo sexo e sexo oposto, primeiras experiéncias sexuais, uso de substancias, dificuldades e sucessos escolares, comportamentos desviantes e delinquéncia, sa- tisfagdo com o peso e aparéncia, e mudangas na relacado com os pais. Por exemplo: “Qual foi a coisa mais importante que Ihe aconteceu no liceu/ensino secundario?” “Continuou a ser (bom, médio, mau) aluno? O que produziu essa mudanca?” "Quando comegou a namorar? Quando foi a sua primeira experiéncia sexual? Como?” “Em que actividades participava no seu tempo de lazer? Trabalhava?” “Houve alguém na sua escola que era uma mé influéncia? Em que problemas se meteu?” “Houveram alguns desentendimentos com os seus pais que apareceram durante © ceu/ensino secundério? “Como decidiu ir para a universidade? Que curso escolheu?” A entrevista de avaliagdo clinica: Um guia prtico ota, imvestigacdo ¢ proticaPsicolegia a7 “O que gostaria de fazer daqui a 5 anos? “Como era na universidade? Sociavel, timid Tinha alguns interesses ou hobbies particulares? O que é que a sua familia pensa acerca dos seus planos vocacionais?” Hist6ria adulta - Investigue quando o cliente comecou a morar fora de casa e a sua res- posta inicial. Examine satisfacdes, desapontamentos e mudangas na sua profissdo. Se for ca- sado ou tiver uma relacao duradoura, pergunte como e porque é que o relacionamento come- ou, e investigue a vida sexual e doméstica do casal. Se o cliente tem filhos, pergunte como este se sentiu acerca de ter criangas, 0 seu envolvimento no cuidado das criangas, ea sua rela- do actual com as mesmas. Investigue a natureza das relagdes adultas do cliente com amigos, colegas de trabalho, familiares e, especialmente, os pais. Examine a adaptacao do cliente a x® periéncias de vida, como a morte de pai, amigo, avés, etc... Investigue a evolugao das prati- cas/crencas religiosas do cliente da adolescéncia até a vida adulta. Por exemplo: “Como conheceu o seu marido/mulher? O que é que primeiro 0 atraiu a ela/ele?” “que fez com que decidisse casar-se com ele/ela? Casou-se por causa de uma gravi- dez nao planeadat” “Acerca de que 6 que voces discuter/brigam? Quando é que vocés se dao melhor?” im ~ “Ha alguma coisa mais importante que eu nao tenha perguntado?” 7. Historia psiquiatrica Investigue sobre antecedentes de desordens psiquidtricas, tratamento psiquiatrico e hos- pitalizagdes. Pergunte especificamente acerca da resposta a medicagées psicotrpicas. Se o cli-@ *) ente esteve em psicoterapia, investigue o relacionamento dele com o terapeuta, como se sentiu com a terapia, incluindo eventuais beneficios obtidos. 8. Historia médica e psiquidtrica familiar Determine se alguns dos parentes em 12 grau do cliente teve ou tem uma desordem psi- quiatrica, tratamento psiquiatrico ou hospitalizacao, ou se tentou suicidar-se. Questione acerca de desordens com padrées familiares, como a depressao, esquizofrenia e o alcoolismo. Investi- gue antecedentes familiares de doencas organicas. Por exemplo: “Alguém na sua familia sofre ou sofreu dos nervos?” a PsicologidTeoria, investigacio ¢ prética 9. Historia médica Investigue os factos e a reac¢ao do cliente a doencas médicas importantes, medicagdes e hospitalizac6es. Isto inclui informagao acerca do uso e abuso de medicacées, cafeina e nico- tina. Ouga atentamente todas as queixas somaticas, tendo em vista a possibilidade de existirem quaisquer doengas neurolégicas. Pergunte especificamente acerca de doengas na infancia que possam ter afectado 0 desenvolvimento do sistema nervoso e o desenvolvimento emocional (encefalite, doengas infecciosas, quedas com ou sem perda de consciéncia, etc.). Pergunte @ ace*a de fendmenos epilépticos (desmaios, déres de cabeca periddicas, tonturas, ataques, pe- queno mal, etc.). 10. Questées do cliente Embora’o psic6logo deva encorajar o cliente a por questées que ele tenha ao longo de toda a entrevista, 6 necessdrio por-se 5 a 10 minutos de lado na fase de finalizagao para se li dar com questdes que tenham surgido durante a entrevista (0 cliente pode estar a chorar e ne- cessitar de alguns minutos para se recompor) e para permitir ao cliente que trouxe uma lista es- crita ou mental de questdes o tempo necessdrio para as abordar. Por exemplo: “Faltam cerca de 10 minutos para acabar a consulta, talvez gostasse de me fazer algu- mas perguntas sobre questdes que possa ter” 11. Sumario e conclusées E frequente necessitar-se de mais de uma entrevista para se completar a avaliagdo cli- nica. Geralmente fazem-se de uma a trés entrevistas. E necessario lidar com as expectativas do cliente em relagdo ao processo de avaliagao, pois ele pode nao voltar a uma segunda entre- vista. € dtil assegurar ao cliente que todas as suas questdes serao cuidadosamente abordadas na dltima entrevista e que o psicélogo Ihe comunicard as suas impressdes nessa altura. Entre- tanto, se houver necessidade de entrevistas adicionais, continua a ser titil 0 psic6logo fazer um pequeno sumario, mesmo que este apenas incida sobre o processo ou fases da avaliacio. Se esta é a diltima entrevista de avaliagao, faga um sumario de algumas das impresses com que ficou sobre o problema apresentado que possam ajudar o cliente e trazer a entrevista a uma conclusao natural. € preferivel o terapeuta focar-se no problema(s) fundamentais e de origem mais recente do que sobrecarregar o cliente com uma lista de problemas. O objective desta formulacdo interpretativa ou diagnostica é a identificagao mitua de areas problemiticas e a sua compreensdo ‘to contexto da histéria do cliente e da sua conjuntura psico-social ac- tual. Por exemplo: - alia ES aR ahaa, Aeentrevista de avaliagio clinica: Um guia pratico Teoria, investigacio e priticaPsicologia “Eu vejo 0 seu problema (preocupagao)..... podendo estar relacionado com, Se esti satisfeito com a informacao que obteve até agora, e tem uma compreensao ini- cial do problema, entdo avance com o plano terapéutico. Faca planos especificos que transmi- tird ao cliente, Por exemplo: “acho que posso ajudé-lo (trabalhar juntos para)..... a minha sugestao é.. “vamos combinar uma hora certa para a sua consulta semanal. Cada consulta duraré aproximadamente 45 minutos”. Questées acerca do tipo de tratamento, sua duracdo, despesa e interferéncia da inter- vencio na rotina do cliente, surgem frequentemente nesta fase da entrevista e deverdo ser abordadas com sensibilidade por parte do psicdlogo. @ Se precisa de mais informagao, o cliente parece psicético ou potencialmente psicotico, bastante deprimido efou suicida; capaz de actuar de modo violento e destrutivo; esta a ser visto por outro terapeuta, ou apenas Ihe dé um mau pressentimento, marque mais 1 ou 2 con- sultas para avaliacdo antes de decidir 0 plano de intervencao. Se as davidas persistirem fale com um seu supervisor ou colega. Por exemplo: “ainda nao estou bem certa acerca do seu problema... preciso de mais uma consulta para clarificar a sua situacao” ANALISE DO PROCESSO Como jé foi salientado, 0 processo da entrevista é to importante como o contetido, Neste processo incluem-se observag6es dos aspectos processuais da comunicagao do cliente, as suas reaccdes ao entrevistador e as proprias reacgdes do psicdlogo ao cliente. Os aspectos > processuais da comunicagao do cliente so muitas vezes designados de Mental Status Exam, podendo assumir a forma de um questiondtio longo ou abreviado (Mini-Mental) que serve de guia a0 psicdlogo (Folstein, Folstein & McHugh, 1975; Kaplan & Sadock, 1981) ou tomar uma forma menos estruturada. A andlise do processo envolve a avaliagio dos seguintes aspectos: (a) aparéncia e comportamento, (b) linguagem (c) emoc6es, (d) pensamento (e) percepgao (f fun- (Goes sensoriais e intelectuais (orientacao, meméria, raciocinio abstracto, juizo critico}, (g) con- trole de impulsos, e (h) insight. Os leitores s2o referidos a Kaplan e Saddock para uma descri- ao pormenorizada. Sendo a entrevista de avaliacdo clinica apenas uma das técnicas de avaliacdo clinica, a andlise destes processos pode ainda ser completada com outras técnicas da psicologia, como os varios testes psicolégicos, e da medicina, como os métodos de diagnéstico neurolégico. Psicolagid”=2-~: a T. Metntyre 1. Razao do Pedido Investigagao do pedido, qual o seu significado para o cliente. Obtenha uma explicaco com- pleta e em detalhe. Mantenha as perguntas ao minimo e deixe o cliente «contar a sua historian. 2. Histéria do Problema Breve revisdo hist6rica de quando 0 problema comegou, quando piorou ou melhorou, 0 que tentou fazer para lidar com o problema, se teve esse problema no passado e quando. | 3. Avaliagdo de Perigo Imediato 4 = Avaliagao do risco de suicidio (ideagao suicida, intencao suicida, hit j * Avaliagio do risco de homicidio (ideagao homicida, intenca0 homicida). * Avaliagio de toxicodependéncia (élcool, tabaco, cafeina, drogas, medicag6es). * Historia de delinquéncia (antecedentes de violéncia, criminalidade, violéncia na familia) @ 4, outros Probiemas Outras 4reas problema: trabalho/escola, vida social, familia, stress, satide, etc.. 5. Condigées de Vida ‘Onde vive, com quem, tipo de emprego e satisfacao, vida social, aspiracdes, vida de lazer. 6. Historia Pessoal e do Desenvolvimento * Nascimento * Desenvolvimento pré-escolar + Experiéncia escolar * Adolescéncia * Histéria adulta 7. Hist6ria Psiquiatrica Antecedentes de desordens psiquidtricas, tratamentos (psicotrépicos e psicoterapia) e hospita- lizagoes. 8. Hist6ria Médica e Psiquidtrica Familiar 2 Investigar parentes em 1° grau e desordens com padrao familiar. 9. Hist6ria Médica Doencas médicas, hospi miticas. 10. Questdes do Cliente ‘Ao longo da entrevista e 5-10 min. na finalizagao. \GBes, uso e abuso de medicacées, nicotina e cafeina, queixas so- 11. Sumério e Conclusdes * Investigagao das expectativas do nte e suas reaccdes 8 avaliacao. + Pequeno sumério para identificacao mctua de areas problema e sua insergao na histéria do cliente. ‘ Apresentaco do plano terapéutico Quedro 1 — 4 entrevista de avautagao clinica: Um guia prauco | cheat, Psicol: CONCLUSAO Este guia mostra que a tarefa de fazer uma entrevista de avaliago clinica é bastante difi- cil, exigindo a integracao de muitas das aptiddes clinicas adquiridas no treino do psicdlogo. Embora o psicélogo faca esta integra¢ao no contexto do seu estilo pessoal e da sua orientacao terapéutica, a entrevista de avalia¢ao clinica ultrapassa persuasdes tedricas, 0 que apoia a utili- dade de um guia de entrevista. A experiéncia clinica da autora, confirmada pelos relatos de outros (Kaplan & Sadock 1981; Sullivan, 1970) mostra que ninguém executa uma entrevista perieita. Assim, é comum esquecermo-nos de alguma informagao importante, nao chegar a historia pessoal na primeira entrevista, sermos tentados a fazer uma interpretacao que nos parece irresistivel ou sobrecarre- gar o cliente com uma pergunta menos sensivel. Como qualquer encontro humano de estra- nhos, a entrevista de avaliagao clinica 6 um processo de hesitagdes e modulacdes pessoais e inter-pessoais em que ha lugar para erros e para crescimento pessoal e profissional. O que se pretende € que, apesar destas imperfeigdes, se construa um “consenso negociado” (Lazare et al, 1972) acerca da problematica do cliente, que facilite o inicio da intervengao terapéutica Esse consenso negociado assenta numa visdo do cliente como um “utente” dos servigos do psi- célogo, cujos pedidos sao legitimos e com direitos de consumidor dos produtos oferecidos por este. Disso e da complexidade do proceso de avaliacdo clinica advém a necessidade de treino dos psicélogos nas competéncias deste tipo de entrevista, esperando-se que este guia possa ser usado para este fim com flexibilidade e sensibilidade. REFERENCIAS Lazare, A., Cohen, F., Jacobson, A., Williams, M., Mig- none, R.. & Zisook, 8. (1972). The walkin patient as ‘customer’: a key dimension in evaluation and treat ment, American Journal of Orthopsychiatry, 42 (5), 872.880. Meintyre, T. 11994): A entrevista de avaliacio clinica: Sua relevancia para 0 processo terapeutico e na for- ‘American Psychiatric Association 11994). Diagnostic and statistical manual of mental disorders (4rd rev. ed.}. Washington, DC: Author. Folstein, M., Folstein, S., & McHugh, P (1975). Mini ‘mental status examination. Journal of Psychiatric Re- search, 12, 189-198. magao psicoterapeutica.. Jornal de Psicologia, 1211), Kaplan, H., & Sadock, B (1981). Modern synopsis of 37 comprehensive textbook of psychiatry Il. Baltimore, Sullivan, H 11970). The psychiatric interview. New MD: Williams & Wilkins, ‘York: W. W. Norton & Company. 2 CLINICAL EVALUATION INTERVIEW: A PRACTICAL GUIDE ABSTRACT This paper presents a practical guide for the clinical assassment interview as a possible guiding map for clinical psychology students, psychologists in training and their professors or supervisors. This guide is the result of several vears of clinical experience of the author.-both as 4 student and professional o clinical psychology in the U.S.A, including her work with a bilingual clinic for Portuguese-speaking immigrants. The guide is currently used in the Counseling and Psychological Services of the University of Minho, and in the pre and post-graduate training of psychology students at this university. This guide emphasizes the content and the methodology of gathering relevant clinical information, as well as the “process” of the interview. The interview is conceptualized as an interactive and extremely personal process, and this guide is presented to serve as a frame of reference for the tasks of the psychologist, the stages of this process, the contents to be explored, and the possible methods to be used. It falls upon the psychologist to evaluate, integrate and adapt this guide according to his personal style and the client context. The guide also includes examples Of statements and questions which may be helpful as aids to the clinician if adapted to each particular interpersonal context.

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