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Dicionario de ., ESTETICA [= lla lotet= oo) Gianni Carchia et ey a= (-1 (=) como fenémeno subjectivo> e «o nada» «se transforma em ressurrei¢ao» (Dramma, 250) Nas tiltimas décadas, enquanto se aprofundam as pesquisas sobre 0 barro- co histérico, tem sido proposta nas re- flexes sobre 0 POS-MODERNO (=) uma certa chamada de atengdo para 0 barroco. Mas surge de novo, de um pon- to de vista filos6fico geral, a questiio «Que € 0 barroco?», formulada recen- temente por G. Deleuze, no quadro de uma interpretacdo reflectida de Leibniz (A Prega. Leibniz e 0 Barroco, 1988). em que chega a propor «seis caracterfs- ticas estéticas do barroco» e a relangar a ideia de barroco (¢ de um neo-barroco) como chave interpretativa de expresses artfsticas contemporaneas e como paradigma de pensamento. L.Anceschi, L'idea del barocco. Studi su un pro- blema estetico, Nuova Alfa Editoriale, Bolonha, 1984: C. Brandi, La prima architestura barocea, Laterza, Roma-Bari, 1981; J. A. Maravall, La cul- tura del barocco. Analisi di una stramtura storica (1975), 11 Mulino, Bolonha, 1985; B. Migliorini “Etimologia c storia del termine barocco”, in AAVY, Manierismo, Barocco, Rococd, Academia nazionale dei Lincei, Roma, 1962; E. Panofsky, 11 barocco, il cinema, {a Rolls Royce (1994), Ele Milio, 1996; J. Rousset, La letteratura dell’etd harocca in Francia. Circe e il pavone (1954), I Mulino, Bolonha, 1985; R. Wellek, “Il concetto di barocco nella cultura letteraria” (1945) ¢ “Poscritto” (1962), in Idem, Concetti di critica, Boni, Bolonha, 1970, pp. 83-144. STEFANO VELOTTI Beleza(ing. beauty; fr. beauté; al. Schéinheit, it. bellezza) Podemos distin- guir, numa primeira aproximagao, duas acepgdes do conceito de beleza. Em sen- tido lato, define-se belo «tudo 0 que ve- ‘mos, ouvimos, imaginamos com prazer e aprovagao» (Wladislaw Tatarkiewicz, Sei Idee, p. 204). Neste caso, 0 belo &, para usar a célebre formula de Sto To- mas de Aquino, «id cuius ipsa appre- hensio placet» (Summa, I-a U-ae q. 27 a. 1 ad 3). Por sua vez, 0 belo «strictiori sensu é, juntamente com a graca, a sub- sl _ Beleza tileza, o sublime e semelhantes, uma categoria do belo sensu largo» (Tatar- kiewicz, op. cit. p. 205). S60 belo em sentido estrito € uma categoria especi- ficamente estética, de certo modo, mo- derna, Por outras palavras, de um ponto de vista estritamente estético, «pode paradoxalmente dizer-se que o belo uma categoria do belo» (Ibidem), ou entdo uma categoria que se distingue de ‘outras semelhantes (a adequago, 0 or- namento, a formosura, a graga, a subti- Jeza, 0 sublime) ou opostas (0 feio e as suas subdivis6es). Este desdobramento do coneeito de beleza liga-se ao facto de a estética se apresentar, no proprio acto do seu aparecimento enquanto dis- ciplina, como «estética reduplicada», segundo uma recente formulagao de Odo Marquard (Est. e anest.); ela é sem- pre, inextricavel e simultaneamente, es- tética do antigo e do modemo, do ingé- nuo e do sentimental, do classico e do roméntico. No momento em que 0 belo, com o nascimento da «arte estética» (Ibidem) moderna, se determina como categoria principalmente estética, per- de a sua anterior universalidade on- tolégica e, justamente deste modo, também o seu primado. O belo historiciza- -se, por assim dizer, e falha a sua acep- gio lato sensu: do ponto de vista de uma categorizagio meramente estética, strictiori sensu, 0 belo € reconhecido como requisito essencial do sentimento Classico da forma (Hegel), logo como peculiaridade do antigo. A qualificagiio «estética» do belo poe termo 4 origi- naria valéncia ontolégica, tal como se pode observar na metafisica clissica ¢ nas suas derivagGes, abrindo simulta- neamente caminho & sua relativizagio historicista (cf. W. Perpeet, Antike Aesthetik, 1961 e E. Grassi, Arte come antiarte, 1962). Assim, a partir do sé- culo XVIII, 0 belo como categoria es- tética rivaliza primeiro que tudo coma categoria do SUBLIME (3), até que, com 0 Romantismo, em consequéncia da reaccao anticlassicista, vem a ser ab- Beleza solutamente proscrito enquanto cAno- ne do valor estético. Qualquer reflexio. sobre o significado da beleza deve, por isso, contar em primeiro lugar com a desvalorizagao da sua valéncia origi- nal, com esta passagem de uma dimen- so metafisico-ontolgica para uma di- mensao limitadamente estética, identi- ficando os lugares ¢ os meios desta mu- tagao. Antes da Idade Moderna, 0 concei- to de beleza pertence a toda a doutrina universal do ser e cumpre uma funcio diferente da que the é conferida a Posteriori, retrospectivamente, pela es- tética. Ateoria universal do belo formulada pela antiguidade — a que Tatarkiewicz chamou a «Grande Teoria» do belo (op. cit., pp. 151 ss.) ~ afirma que a beleza consiste na PROPORCAO (+) das par- tes. Esta determinagdo metafisica da beleza deve-se A filosofia dos pita- g6ricos, para os quais a lei do universo é a matematica, que por isso mesmo compreende em si a lei do belo. No nt- mero, que determina a figura e a forma mensuraveis, 0 cosmos revela-se como. um todo ordenado e, exactamente por essa razao, como beleza. Enquanto po- téncia ordenadora do caos originario, o ntimero confere ordem aos sons (imtisi- ca), As cores (pintura), as proporgoes (es- cultura) e aos movimentos humanos (danga); por isso nele esta o fundamen- to de uma doutrina ontolégica e sacral da proporgio e da SIMETRIA (3). Essa mesma teoria se encontra em Platao, que elogia a beleza da ordem césmica que consiste justamente na simetria e na pro- porcao (Timeu 31 b, Leis Il, 665 a, Filebo 55 e). Na origem de qualquer ma- nifestagao da beleza esta a delimitagio, a ordenagao-do ilimitado: «Daqui pro- vém a alternancia das estacdes e de.tudo o que é belo, enquanto 0 ilimitado e 0 que contém o limite se fundem [...] E mil outras coisas que deixo de nomear, como, além da saide, também a beleza e a forga juntas» (Filebo. 26 b). Platiio 8 reduz, pois, a satide, a miisica, a alter- nancia das estagdes ¢ qualquer percep- gio da beleza & delimitacao e a propor- a0. A beleza do corpo, por exemplo, consiste no harmonioso desenvolyimen- to das suas fungées, até & consecugio da perfeicao; o mesmo vale para a vir- tude da alma. «Tudo aquilo que é bom é belo, e 0 belo nao pode carecer de pro- poreaio; e contudo também o ser vivo, se deve ser bom ¢ belo, hd que supd-lo proporcionado» (Timeu 87 e ss.). E ainda: « do belo, posta em evidéncia, também cla, pela metafisica antiga da luz. mas desenvolvida depois em todas as suas implicagSes pela estética do idealismo com base na nogao de «aparéncia». «Da- qui resulta que, a respeito do ser do belo, 0 belo ser entendido ontologicamente sempre como ‘imagem’. E indiferente que aparega ‘ele mesmo’ ou a sua ima- gem». Deste modo, «o carficter meta- fisico do belo é constitufdo justamente pelo facto de eliminar o hiato entre ideia e fenémeno. Ele é certamente ‘ideia’, isto é, pertence a uma ordem do ser que se institui como estiivel e permanente em si, acima do fluir dos fenémenos. Mas € igualmente claro que ele mesmo se manifesta, como um ‘fenémeno’» (Ibidem, p. 555). Le forme del bello, 11 Mulino, Bolonka, chia, Arie ¢ bellezza, 11 Mulino, Bo- lonha, 1995; H.-G. Gadamer, L’atiualita del bello (1977), Marietti, Génova, 1986; M. Mothersill, Beauty Restored, Clarendon Press, Oxford, 1084; H. Osborne, Theory of Beauty, Routledge, Lon- dres, 1952; F. Rella, L’enigma della bellezza, Feltrinelli, Milo, 1991; G. Santayana, 11 senso della bellezza (1896), Aesthetica, Palermo, 1997; 8. Zecchi, La bellecca, Bollati Boringhieri, Tu- rim, 1990. GIANNI CARCHIA Beleza natural (ing. natural beauty; ft. beauté naturelle: al. Naturschonheit, it. bellezza naturale) Na Antiguidade e na Idade Média, a nocao de BELEZA (>) refere-se antes de mais 4 natureza no seu. todo: precisamente porque € pensada como ordem ¢ harmonia, a beleza surge como qualidade do universo no seu con- junto e dos produtos naturais particula- Tes. A beleza é uma qualidade do ser, a0 qual adere objectivamente (na Idade Média, a beleza ¢ por vezes acrescenta-

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