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Ser Mdico: Seus artigos e livros parecem se referir medicina como uma espcie de sacerdcio, vinculando-a f e vocao. O que isso significa? Edmund Pellegrino: Na verdade, no considero a medicina como sacerdcio: a profisso compartilha, isso sim, dos atributos inerentes a outras dedicadas ao auxlio dos seres humanos que se sentem em perigo, esto ansiosos, vulnerveis e dependentes, como o sacerdcio, o direito e o ensino. A fenomenologia presente na relao entre mdico e paciente, padre e fiel, cliente e advogado, estudante e professor, similar:
SM: Os quatro princpios mostram-se, ento, insuficientes para guiar decises ticas em sade? Pellegrino: Os princpios parecem teis para organizar as ideias. Acreditamos, no entanto, que carecem de melhor fundamentao filosfica para serem usados como moralidade comum. Ser que o fato de se tornarem bastante conhecidos justificativa suficiente para o seu uso? E as pessoas que rejeitam um dos princpios ou todos os
Pellegrino: Minha impresso que tem acontecido poucas mudanas. Sinceramente no acho que a natureza humana ou a distribuio de traos de carter apresentou mudanas significativas ao longo do tempo: aqueles que pensam que ou o passado, ou o presente, ou o futuro se sintonizam melhor com a tica das Virtudes so vtimas de uma das trs ideologias o antiquarismo, o presentismo, ou o futurismo.
* Jornalista do Centro de Biotica do Cremesp, especialista em Biotica (USP) e mestre em Sade Pblica (USP).