Está en la página 1de 14
Fi SERIE S| 105 GIOVANNI SARTORI Ciitedra Albert Schweitzer am Humanidades Universidade de Cakimbia A TEORIA DA DEMOCRACTA REVISITADA Volume II — As questées classicas 10 A democracia grega e a democracia moderna £ claro quo lodas as condigses de liberdodo muderom: 0 propria polara “lterdede nda lem, no ‘oss lompo, © mesmo sign conligos.. E sempre E.Labouleys 10.1 Homontmia, néo homologia iferentes. Desse modo, com o passar do ‘tempo, tanto seu uso denotativo quanto seu uso conotativo mudaram. Setia estranho se ndo tivesse sido assim; ¢, por iss0, 6 surpreendente a palavras: éndres gar polis— vie. E muito revelador que potitefajteaha Parrea significado, a0 mesmo tempo, Eidadanid elestrutura (forma) da polid quanto conceitualmente. + { ‘al indicava simplesmente uma condigio, uma situagao ou estado de vyayust ser (como na expressio atual de status social). Maquiavel)foi o pri- + {Estado” komo uma entidade impéssoal’ a em= (2 aot & _Dregar o termo com sta denotagao politica moderna —e de forma um@ue. A pouco casual ¢ parcimoniosa. Na época de Maquiavel, as formas po-Pa#¥*A as ainda cram, em geral, designadas ou como regnum ou como ci-@5* 42” ando nas). Por isso ffobbeY prefera o termo-‘comu- © Foxit nia” (para “sd omg tudo quanto existisse fosse um rei e SUA COM, Pegmu (Fein) seria yy adequado. Da mesma forma, se tudo quanto houvesse fossem magis- vam trados caminhando pelas ruas € vivendo na casa ao lado, civitas seria Seeman adequado. O tinico uso cosrente e persistente de “Estado” no século XVI ocorreu, na esteira da Ragion di Stato de Botero, de 1589, ne A venpe 9 Eitan Ewiey EM Vosk ue YemaDS | podiucd ) passa 4 SER Cabo Ges Walk OBETIINO Les BCA % Beurihcabe coro HERESCAFT( PpaDeR, BoKiMIO, capmito Kevan Drerecatricn pf 0S Gt5605 MAUNA CaMEOI ER THe, Roe we A ee A ek fosovit Baran. ( 36 ro on nv AR anizada como um todo) e ide ado cada vez mais estri- ‘amen com a5 estruturas de comando (atoridade, poder, coesi0) ‘Assim, se 0s gregos tivesse sda}como nds, nogio de “Estado democrético” hes teria’ pazecido uma contradigao em termos. © que caracterizava a democracia dos )$ era exata~ mente 0 fato de nao ter um Estado — de ter menos Estado, poderia~ +, fema democritico que compreenda muito mais que uma cidade pe- uma vasta coletividade. Mas isso nfo é tudo. A diferenga entre as de- iga € modeima nao é apenas de dimensGes geogréficas ¢ * demogrificas exigindo solugGes completamente diferentes mas tam- _-,_bém uma diferenga de objetivos e valores. 10.2 Democracia direta owdemocracia da polis Dizer que aGemosraciaaniglera a contraparida da pois é di zer também que era uma “democracia direta’; e, na verdade, nfo dis- ua ir to longe a ponto itamente no corpo de to- jeranca existia mesmo et maneira. Nessa justapo-iewrors ape Tapes | ‘Além disso, existe também o desejo ou a Portanto, 0 anseio recorrente pelo mundo sa que as raconalizagées responderiam de um jito, © expen: cia responde de outro. Em principio, pode-se afirmar perfeitamente que aquele que exerce o poder deve estar. em melhor situacda, que aquele que o delega.aferceiros, que um sistema baseado.na partici. AD DREA Fope Ge ERSPONDGA Be una aAMnks Race Maes , URS Su VORRADE FATAL 9 AMA DE ovTRA. peyeyten SETS coe “PEC OCR GT 4 ae Sa, Scapa ou Sentagao- Mas ahi ia", Arist6teles chamava-a de “governa dos pobres"; ¢ essa mudan- ‘ga de foco nio resulta da inferéncia de que provavelmente os muitos {demas ea para uma necessidade ayn | econdmica: para compensar a produgio insuficiente de tiqueza, era ASS preciso confscarariqueza, Parece, eno, que a demdcracia da idade estava fadada a ser destruf sécio-econémica da democracia? ‘A questio _ owe on ae ‘© G filteog gtvalnilas de seguranca. Em pacticulat So sistema prego nao " aa Cbesegula’distinguir ruidos triviais de sinais importantes, caprichos. idades de longo prazko) segundo ponto, a po Rpredifanomento de necessi e-tocamemais, Na verdade, a sociedade opulenta tem com freq convicgdo de-que a humanidade alcangou um estigioronde e: idados de tempo integral? Nao. fenho a impressdo de que nao trabalhar nao produz opuléncia ¢ que \Guco trabalho nos deixa na pobreza. E também nfo podemos excluir cracias liberais proporeionani ni & facanha menor vis-d-vis a democracia grega, Pois resolvemos em. ‘um problema que os gregos no Gveram ou no enfrenta- ‘am: propotcionar uma liberdade segura a todos os maivTduas. 42 ‘a sOBA DA DEMOCRACA REMSTADA : weali Loca grega #9 demecracia modema, :3Individwalismo ¢ Bherdade: oo moderna eclissia deliberate” steal Q debate foi abérto ni(ASID)bot Bénin F luo carecterizado por um eu privado, porser ele mes- | if moc o dso de slo Pare os sens homen = CidBO SE need | i 94q-¢ | chedade ‘rant que s¢ preocupava apenas c Nasi “ fe, que se onsigo mesmo#, dividual” ‘A diferenca a que(Cgnstant Fe publica, nfo; e embora o primeiro termo se refira a um su Ale & Revoluigdo Francesa teve uma repi- blica como seu ideal e, embora naqueles anos turbuléntos também te- 4 nha exigido uma democ dacomo democracia, pecan todo governo é Sans BEROBUCA Sag Semaprs caNERTE , CS! pistes (kane W jour Bem evaules. Un gas "A génese ideal Ge nossas democracis est ngs, endo a uniformidade ewrevedura See ‘um ponto de vists que ganhou terreno na século XVII, juxundods, ‘BH9 Tar Tposs vagarosamente atrés da realidade. claro que essa nova compreensio da vida ideal veio na esteira dda Refornia-Em particular, a etperitncia das seitas purtanas foi um ~miarco-importante nesse proceSso, mas nao pelas raze freqlenternea- do respeito is reconstru Joe Ad ccs grga 2 0 denecioci modeina fato de ter encorajado a despolitizack i ters E tico como um todo, Tendo conseguido isso, nfo'se segue que o purite- icas, o que verdadeiraménte'acon- “Denoctocre Liseroy : aissenide € UPERDAPE ssdoiaes volutes indepen} -dentes do Estado, no sentido de o vingulo interno entre os assoctador. ORAOA SOMOCIACA EEVSTAOA >Mpara citar apenas alguns exerplos elogientes — foi con- waqueles que estavam Ide & realmente diferente do que os idea- lizadores de uma Idade de Ouro ex past facto defendem. Com o passat do tempo, o “poder popular” da sociedade erega funcionou cada vez ‘ais como um rolo compressor, pois tudo quanto a multido aprovava em limites a seu exercfcio de um poder deste- forma auizadaeeseauna elo constitucionalismo, € completa- 57¢&om virtude dessa even que mosses democra- “at denostins icos.o elemento puramente dem ‘as nao ¢ de:forma alguma o nico fator em, 10,5-Uma inversdo de. perspectiva _Bfatize’ que demiocraca modenia ao Gonsiste ape (Go facilente? Una das razBes ( 10 * Adh.cocie gga 2 danococis modeina ot, Podemos dizer grego de liberdade mente ndo serfamos. O polites era subordinado a polis, 0 ‘mente ligados pela unidade de seu destino, por preocupapées de vidas agora as substituigdes necessérias. O auadrado onde o desapareceu, ¢ 0 governo conduzido pel rusado agora pelas tiranias, isso ‘corre porque o mundo real mudou completamente. [Nas comunidades urbanas da Antighidade, a liberdade no se {ado — pois ndo havia , 0 problema inver tomado ao Estado. Seja qual foro respeito que tem sua moda, par se da conosco, Ailrabiome: fodtn de endivrdve du i tbpeig E importante, entio, entender politico livre pela palavra demo Iado por necessidade de cofciso e que os resumios Ho onigemvOIS" ( 52 Arson px oawocetcn ana sées e simplificagdes fimestas. & apenas um pequeno passo entre a abreviagéo.enquanto artificio util e a abreviagdo enquanto cancela- mento de.25 séculos de:tentativas, correyées e inovagdes. Na pritica didria, “demooracia” é suficiente; na teotia da democracia, nfo. A teo- ria requer de. fato que os espagos em branco sejam preenchios, isto &, “que tomemos novamente explicito tudo o que — ao dizer “democra- cia apenas — permanece implicit, Faz realmente pouco.sentido pa~ ‘ius aribuirmos a nosso conceito de democracia o significado. que ‘téve para os gregos do século V a.C. Para dizer o minimo, faz pouco sentido, a menos que as diferengas entre a democracia pré-liberal e a Gemocracta Wberal)sejam apresentadas de maneira clata ¢ adequada. Notas " Atiama-se freqientemente que Herédoto foi o primeira usar o teem “demo ‘racia” (ver History, ivro I, 80-83), Na verdad, temo nfo aparece em seu texto, apenas om suas raduses, Mas nele encontramos de fat urna sociedade politica comandada pelo demas ou por i Aassociagfo entre demobratiae 2 Sobre a razko de Estado, a obra: in der naweren Geschichte (Mincben-1 ‘no de “Estado” foi divulgado especialment porque Barbeyrac resalveu tradhizi cvtar pe Fia,Bioteressante que "Estado" nio seja um verbete da Eneyclopé ue embor a sociedade aso" ovo, o Estado “bx. "spiase!"n0 povo. - “Z Quanto forma ela quale autogsvero euion-e con intend, er 0 To + Aah (io gogo 2 0 danocaco inden 5a 6 As extimaivassfocontoverts sas ex gl se aceite que a populgdo ‘musculna da lade de Atenas oa ova Ge Pesos no ose supe 45 i ine, povavlmeatecetea de quart i Ver W. Warde te grees and romans (London, Maal, 1932). claboras de Aff E Zimmer, The Gros Fowler, The citystate louvores © censuras com vistas asi mesmos ea seus intereses peéprios” (rad. de Jowett para o inglés) penser ° Ver Politics, 1290, Que poucos possama ser pobrese muitos possam s 1 (Paris, 1878) p. 396.0 capitulo 2 do ON. D. Fustl de Coulanges, La livzo TV apresenta uma descr democracia extai de seu povo da “quantidade de trabalho que essa © 54, LOA DA BEMOCHAC EEVSTADA Constant and the making of modern liberalism (New Havea, Yale University Byes, 1984), caps 62. 18: A rejipo frontal de Fustel que bavia deserito a cidade gre- Dbseryou que o problema ‘ment insignificante pelo watamento da diferenga entre alberdade antiga e a kom sou Allgemeine Staatschrs". B. Croce, tica @ 2 ito elogiete, portent, que embora a conoarfo dap {atts teaha se aatdo em nsea pave tiot’, a tsocagfo com prvado” foi completamente exquecide, (afastando-seradicalmente da persona la Sn), oppo So Kant que at penne deve set as eo msl mesmas", tadur melhor que qul- quer otto, ames ver, oFespeto pelo individu que acacia ocident for a alimeatar. 2 Dotrina generale dello Stato (wad clioga a ese concluso apesar de sua ota 19, scima).. 25 Jacob (Burckbard) The civilization of the Renais on, Phaidon Pres, 1953), abut & Renasceaca liana cismd nem pela crisienisma, Sees i941), 161, 10+ A(( sada gogo 06 danococé nada 55 nd society in the Midale Ages (Baltimore, Sohne Hopkins University Press, to mais adiante (tp. 11, seglo 7), azo para usar expressSos diferentes € que Mosca nfo tnkaem mente ogovero de ei anglosark 2 Por essa rezio, Burckhardt obs nado seu pove infeliz". En: 56 oa 8 O scom on oovoctsci wvsrs08 zee cempasanjen autres esitamente de segunda ondem, omen no ©0- ‘Soyo a inde Média € gue ter 6 uraco ds Yes porageles qo = ree- cam tne por tlre e ponca import is Agu, A peda comm ot potstas popular, on impe- resin To48);0.6. Jo, os autores cssics em lingua ingles qase sempre traduire res pu 2 ea (Gr pln) un enpresfo qs enone 2 | blag ne ome earttna agora sea so, AT RAISEGREEh Hook, Te ¥ Perpetual peace, se¢30 2, O requisito fundamental do wena paz perpéiua: “A. ven, Yale University Press, 1957), Dig porque 0 Per ete res oan ove scp caer res cng a motte le opt, | Om ave 7 Hen 1s baron Pres and ary systema: a fromevort for anabts Stay punters tgs que te foi atsibuido pe ido favorivel foi Aspects of human equality (New York, Harpes, Paine; mas apenas para dizer que a “democraci antigos formecea josa durante a Reforma, ver Joseph Le- ““avtereno” para onde a representagdo foi eaxe representagio enxer- ,2 volumes (London, Longman, 1960). ‘ada na demoerecia",enfatizou Paine, "é preferivel 4 dem: 8 fragmeat ras cldssicas, The rise of puritanism e Libe the puritan revolution (New York, Cok ‘a semente plantada pelos puitanos foi trans ria prinipalmente pele obras de Milton, Areopagisieae The tenure ste, lemos a fusio da causa purtana com a mais alta eultu- fda Renascenga, Em segundo lugar, a derivagio esta de nossa democrac ‘xperidecia puritana, como defendida especislmente por A. S. P. Woodhouse, iberty (London, Dent, 1938) tani 5 z é z Tyee com # adverteoca de que um “govern republicano" nfo nha nada'erm Scomum-conra "democracia para”, ~~ : OT BW “Mt, 4), ido das pedisias, ver R. Hubert, Les ‘eteceratico do sermio purtano. Por outro 1), Bo2SESS. ‘ontia a tendéncia de exagerar a contibuicio dos puritans, esta énfase itt é posta, feta por Benedetto Croce e por um setor considers que se esquecem a tal posto da Reforma que chegam & durante os anos da Revolugdo. Embora *demo- shard Baxter and puri (New Brnswick, Rute 957), p. 4. Ver também L. F. Sot, Slants im arms: purt- ed | CC eexpavenocncn neon fo ‘anion and demociacy in Cromwell's Army. Stanford Univesity Press, 1959). fo . “2:Acteigisentagia medioval alo & excegéo a essa generalizagdo, pois estava en~ —“Scouragada ns todas as suns ierarquias por uma concepeio de vida orginics, de hase tologicn, que, por sua vez, levou 8 associagBes legais rigorosas. A Idade ‘Média ere mulicentrada em termos de organizardo, mas unicentrada e.mono- ‘rothitica ens termos cultura ‘i3ver Bla, Republic, 563: “ fim... defzarazn dese importa até com a es, oe melaa ou nfo; nko teifo ninguém acima deles” (kad. de B. Jowett pars 0 inglés). Ver também Arist 1292, 12934), Isboraes e Demés- “ese, que comprovam, todos, qu, assim que a les perderem a aura de sacra- Tidads, que lhes veio da tradicfo, foram destraidas por uma govemno popular i, em data tio remota qua nt que era absurdo acreditar que demos nfo tnhe 0 i aquisesse, 51. Bry, 2-Ver 0 capita 53 Para as qualifcagées neces captulos 5 6 passim. 5, vor especialmente o capltulo 2, seydo 3; ¢ 08 (C 11 A liberdade ¢ a lei Quanto mois comple o repli compia les Técito ALL Liberdade e¢ liberdades ‘Liiberatismo ¢ uma palavra mais dificil de definir que demo- cracia, Entre as muitas razGes que justificam essa dificuldade, a dbvia e-cracia, E as dificuldades de nosso tema so constituidas pelo fato de o termo liberdade ¢ de a frase “sou livre” aplicarem-se & variedade caleidoscépica da propria vida humana. Fe- lizmente serd suficiente para n6s consi ‘mum contexto especifico: liberdade 6, portanio, separar a questo especifica da liberdade p especulagSes gerais sobre a natureza da verdadeira lib Acton observou que “rienhum obsticulo tem sido to constant dificil de transpor quanto a incerteza ¢ a confusto relativas A. da verdadeiraliberdade. Se os interesses hostis produziram mu

También podría gustarte