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] fal Ce ‘eSB Refers jy oom 7 A psicologa de C6 Jung co complementagio da psique, seu arredondam, : “inteireza”, nto rum a uma Até aqui se falou da estrutura e d: € das formas e modos de reacio pelos Jung define 0s complexos como partes psiquicas ceradas da personalidade, grupos de conteidos psiquicos la fungao da consciéneig : * auais as r z Também do inconsciente se disse que abar econhecemos, que se separaram da consciencia, funcionando arbitréria e tos. Ora, surge a questéo se & possivel fa an diversos ambi, ‘autonomamente, € que “conduzem, portanto, uma existén- a falar de inconsciente ou morfologia do inconsciente, e como isso esta gett cia estranha para a esfera escura do inconsciente a partir 0 est relacionado de onde podem frear ou fomentar a todo instante desempe- a0 nosso conhecimento. Podes: J “Se, porventura, con: 1os conscientes"*. O complexo consiste primariamente de lo que nao € “consciente” ~ que é, portanto, dense pn ot ome a © nao dese um “elementonicleo”, de um portador de significado, que consciéncia? A resposta soa: Sim! No entanto, rare : na maioria das vezes é inconsciente e auténomo, portanto, direta, mas apenas em virtude de sua atuagio ou de sua nao é dirighel pelo sueito, e em segundo lugar, de indmeras nifestacées indiretas, que encontramos na forma de sintoma | associagbes ligadas a ele, e caracterizadas por um tom de sery ou complexos, imagens e simbolos no sonho, nas imaging timento unitério, que dependem, por sua vez, em parte de dis oes e visdes®, posicdes pessoais origindrias e em parte de vivencias ligadas { e causadas pelo meio circunstante®. “O elementonticleo, de 0 complexo } acordo com seu grau de valor energético, possui uma forca consteladora”®, Tanto individual quanto filogeneticamente, € ‘As manifestagdes que aparecem primeiramente no campo por assim dizer um “ponto nevrélgico”, um centro funcional da consciéncia sao sintoma e complexo. 0 sintoma pode ser do distirbio, que, quando ocorre uma situacio extema ou in- definido como um fendmeno de bloqueio do curso de uma terna adequada, tornase virulento, podendo colocar sob seu energia ica, podendo ser reconhecido tanto somitica i dominio e reverter todo o estado de equilibrio psiquico, forcar quanto psiquicamente. E um “sinal de alarme de que algo a totalidade do individuo a submeterse & sua influéncia. de essencial nao esta indo bem na impostagao da consciéncia O seguinte diagrama XII mostra o surgir do complexo, ou que é insuficiente, e que deveria acontecer portanto uma sob cujo efeito de choque a consciéncia por assim dizer se ampliagio da consciéncia”®, isto é, suspender um bloquelo, Ts "init pisider ESRD: OO EPS sendo que nao € possivel apontar de antemao onde se encon 65. Una dtnigo descrico mais detahaa do coecto de complero tra esse ponto de bloqueio e qual 0 caminho que leva a ele asim como dos dois mais importantes conceit hgadas a ele podem ser encontradas no livro da autora: Komplex, Archetypus. Symbol in der Psu. 62. E dbvio o paralelo com 0 método da fsica e sua colocagio de hindtesce chologie von C.G. Jung. Durique: Rascher, 1957, p. 758. [A seguir, eitado [Al também no se percebem as ondas e os dtomos, eles mesos, mas 1% fem UCOEL Merle base nos efeitos observados se conclui dos mesmos,e estes s20 pesauisl t 66. A energia psiguica. OC 8/1, § 19. seguindo hipdteses que consigam expicar da maneira mais abranden‘s Po 67. Esse diagrama foi retirado da redacio inglesa sobre a prelecio de Jung sivel o que é observado e postulado. | proferida em 1934/1935 na ETH em Zurigue. 63. WOLFF, T. Studien, p. 101. | | | 6 rompe,e @inconscente penetra atravts do tniay ciencia, elevandose 20 nivel da consciéncia ay ot 2 © limite da consciéncia, 0 “abaissement dun como o chama P. Janet, retirase eneritia A go estado ativo consciente, 0 individuo cai num extn ele € “tomado*, Um complexo que se eleva assiny um corpo estranho no espago da consci fechado, sua inteireza e um grau de aut te elevado. Apresenta, em gral, a imayein de uma sn psiquica de distirbi hagio um tom emocional viv ¢ x. mostra incompativel com a situacao habitual da e ou com 2 atitude habitual, Uma de suas causas mais tes € 0 conflto moral, € de modo algum vestrlo a0 elemene sciéncia frequen. sexual. 0 complexo é um poder da alma, frente ao q por uma fragio de tempo, a intengdo consciente, a liberdade da eu € suspensa® Todo ser humano tem complexos. Isso vem atestado em Muitos tipos de desajustes, como jé demonstrara Freud em sua Psychopathologie des Alltayslebens® de modo inequivoco, Complexos nao significam necessariamente uma inferioridade do individuo, apenas atestam “haver contetidos nao unifica dos, ndo assimilados, conflitivos, talvez. um empecilho, mas tak vvez, também, um chamariz, para maiores esforgos e assim até para a possibilidade de novo sucesso. Por isso, nesse sentido, complexos sao pontos centrais, pontos nodais da vida animica, (68. HG, Baynes descreveu os modos de manifestacdo e atuagdo desse pro cesso durante os iitimos trés decénios na Alemanha, no interes chamado Germany possessed (Londres, 1942). 68, *Consideragées gerais sobre a Teoria dos Complexas” § 216. 70. FREUD, S. Zur Psychopathologie des Alltagstebens. elim: Kort 1904 [Ges. Werke, vol. 4]. Apsieotouin dec 6. jung o ‘que no deverlamos prescinlr, sim, que nem deveriam falta, do contrério a atividade psiquica acabariaestacionando”™, De- pendendo do sau de “extensio” e de peso ou da funcio que ‘ocupam respectivamente na economia psiquica, podem falar portanto de certo modo de complexos “sadios” € *doentes" sendo que depende exclusivamente do estado da eonsciéncia, ou seja, da maior ou menor capacidade de articulagéo firme «da pessoa-eu consciente até que ponto esses complexos podem ser processados ou se, em itma instincia, eles tem um efeito favorivel ou nocivo. De qualquer modo, identiicam sempre Aquilo que no individuo *nio esté resolvido",“portanto, © pon- to indubitavelmente fraco em todos os sentidos da palavea"”, Diagrama XIE ‘AA = Limiar da consciéncia, que no lugar pontilhado se rompeu, ou seja, mergulhou no inconsciente BB = 0 caminho com complexo que se eleva CC Ambito da consciéncia DD = Ambito do inconsciente 71. “Tipotogia psicoligica” (1928). OC 6, § 925. 72. 0p. cit. Coles80 Retoxdes _, hungu anas A origem do complexo é fre de trauma, joque em fo fama um chogue emocional ou algo pac que uma parcela da psique “encapsulada” gyi tes F, ina concepcio de Jung. pode ter sua base tact Site infancia quanto nos aconteciment a? 82 tena complexo COS atual Plexo tem seu tltimo fundamento, porém, na manne ,° vezes, na aparente impossibilidade de confirma, 4 ono Sas Préprio individual. 3F © todo do ser ‘k O significado atual de um complexo e a liber sto individuo de sua influéncia, caso essa tenha um efar vo, $6 podem ser mostrados e empreendidos na psica Pratica. Sua existéncia, a profundidade de seus efeitos . ea tonalidade de sentimento, porém, s6 podem ser constataga, através de um processo de associacio, elaborado por Jung hum experimento ja ha mais ou menos 45 anos. Esse pro cedimento consiste em pronunciar individualmente & pessoa testada cem palavras, como “palavras-stimulo”, escolhidas segundo determinados pontos de vista; entio ela deve res. ponder a cada palavra com uma “palavra-reacio”, e quigd com a primeirissima palavra que Ihe ocorre logo que ouve a pala vra-estimulo, ndo importando seu contetido, e depois, como recapitulacdo, transcorrido um espago de tempo, reproduzir de meméria todas essas palavras-reacdo individualmente no mesmo procedimento. A duragio do tempo de reacdo mos trou ser determinada pela sensibilidade do complexo de cada palavra-reacdo. Igualmente a falta de reproducao ou a et 4 lor ducdo errada e outras formas de reagio mostraram ter 319i i ismo psiquico co sintomatico. Mostrouse que, aqui, 0 mecaniso ost a 5 rel segue apontar com a preciso de um ponteiro de ‘0s pontos da psique carregados de vanes Esse proceso de associacao foi elaborado por Jung até alcancar uma preciso extrema, quentemente o Que se cha ar na terapia jorado e apr com multiplas —— Apslcotogia de C6. Jung o particularidades, e levando em consideragio diversos pontos. néstico, significa um apoio essencial para toda psicoterapia, @ hoje em dia faz parte do aparato cotidiano dos dispositivos. psiquidtricos, do ensino da diagnose psiquica assim como de todo tipo de aconselhamento profssional, e inclusive dentro do aconselhamento da corte de justica. O conceito compl xo provém de Jung. Ele publicou seu grande trabalho sobre ele no ano de 1904-1906 em Diagnostischen Assoziationstu- dien, onde introduz a expressio “complexo sentimental” para designar o fenomeno de “grupos de representacdes sentimen- tais no inconsciente”, sendo que posteriormente, por questo de brevidade, usou-se apenas ainda o termo “complexo”™. Os arquétipos [Até que ponto podese ter contato néo s6 com o incons- ciente pessoal, mas também com conteiidos do inconsciente coletivo é ficil de se constatar no material fornecido pelos sonhos, fantasias e visbes. Razdes de natureza mitolégica ‘ou da simbologia da historia comum da humanidade, assim como reagées de natureza especialmente intensa podem ser deduzidos do fato de se ter participacio nas camadas mais profundas, Essas razdes e simbolos tém relevancia determi- nante para toda a vida psiquica, possuem um cardter funcio- nal dominante e estio extremamente carregadas de energia, azo por que foram designadas por Jung no inicio (1922) como “protétipos” ou, segundo J, Burckhardt, “imagens ori- 73. A expressio “complexo”, no mais, fra empregada por E. Bleue para identiicar certas descobertaspsiquicas, assim como é empregada em geral referida is mais diversas coisas. de 1919 a partir de I de um lado, ino atualizado, que se tornou percebive, que jd adentrou 0 campo da consciéncia, que entio figueg como imagem arquetipica, como representagio arquetipics como proceso arquetipio etc, sendo que seu modo de mark festagio varia constantemente e depende da respectiva cone telagio dentro da qual ele se m também, modos de acio € reacdo arquetipicas, cursos e pro, cessos como, por exemplo, 0 devir do eu, o avancar da idade ete. Portanto, formas de vivencia, sim; de sofrimento, concep. 74. Em seu escrito “Instinto e inconsciente” (1928). OC 8/1, § 263.282, 75. Jung tirou a expresséo “arquétipo” do Corpus Hermeticum (II. 140, 22, Ed. Scott) assim como do livro de Dionis minibus, cap. 2, § 6, onde se diz: “[... aitque sanctus Pater id solvens, ma- ais ea quae dicuntur confirmare quoniam sigillum idem est, sed diverstas confirmantium. unius ac eiusdem primitivae formae (thés authés kai miis archetipias), dissimiles reddit effiges”. Mas 0 que mais 0 m yu a escolha da palavra foi as ideae principalis, de Santo Agostinho, visto que contém seu sentido e contetido numa cunhagem impressionante; em seu livro Li ber de divers. quaest, XLVI, § 2 diz Agostinho: *[...] Sunt namque ideae Principales formae quaedam, vel rationes rerum stabiles atque incommu- {obles, quae ipsae formatae non sunt, ac per hoc aeternae ac semper € dem modo sese habentes, quae in divina intelligentia continentur. Et cum dpsae neque intereant; secundum eas tamen, formari dicitur omne quod oriri et interire potest, et omne quod oritur et interit. Anima vero negatur as intueri posse, nisi rationalis ..", onde “idea principalis’, segundo © ‘sentido, pode ser traduzida justificadamente por “arquélipo”. 76. Em seu artigo “Der Geist der Psychologie” (in: Eranos. Jahrbuch, Zurique: RheinVerlag, 1947), agora sob o titulo “Consideragoes ‘Sobre a natureza do fisico” (1947). OC 8/2, § 343-424). Apstcologla de C6. ung 1 {G0es € ideias arquetipicas, que sob certas circunstancias se tornam atuantes, visiveis, abandonando seu funcionamento, que até entao transcorria de forma inconsciente. O arquétipo tem, portanto, nio apenas um modo de manifestagio estitico, como, por exemplo, num “protétipo", mas também um modo de manifestacio processualdinamico, como, por exemplo, na diferenciagio de uma fungdo da conscigncia. Na medida em que possuam uma natureza geral do ser humano e base arquetipica, nao importando se elas ocorrem no nivel de ideagao bioldgica, psicobiolégica ou espiritual. Podemos até expor certa “sequéncia escalonada” dos arquétipos, depen- dendo se tornam visivel uma caracteristica pertencente a toda a humanidade, ou a um grupo maior ou menor de pessoas. ‘Como se di com 0s pais origindrios de uma genealogia, tam. bém os arquétipos podem gerar filhos e filhos dos filhos, sem perder sua “forma originaria”. ‘Na medida em que os arquétipos representam reprodugdes de reagGes instintivas, isto €, psiquicamente necessirias, frente a determinadas situages, provocando um comportamento que evita a consciéncia através de sua disposicio inata - comporta- mento que jaz ali no sentido de uma necessidade psi 7, mesmo quando, visto a partir de fora, esse nem sempre seja sentido como adequado -, no eq. io da economia psic eles desempenham uma fungdo decisiva, Isso porque repre: sentam ou personificam certos dados instintivos da psique iva, as raizes verdadeiras, mas “Instinto e inconsciente™. OC 8/'1, § 277. Mais detalhes sobre 0 Conceito de arquétipo, cf. no artigo da autora: JACOBL. Komplex, p. 3688. 78. Ck. “A psicologia do arquétipo da crianga” (1840), OC 9/1, § 271. Colesto Reflexdes lungy Frente a objeeio de que 0 esttuto ata da cing natureza exclu a posiildade de herdar propredades Fides ou recordaes de imagens Jung respond: "Ness ceito nao se trata de uma ‘representagao herd, a nhamentos herdados, ou seja, de psiquica, portanto, aquela manei auais 2 galinha provém do ovo, os péssaros constioem sa hos, certo tipo de vespas atinge o ginglio motor ds la arta as enguias encontram 0 caminho para as Bermal.. Portanto, um pattern of behavior. Esse as Pecto do arquétipo € 0 biolégico; a psicologia cientifica é que se ocupa dele. Mc essa imagem se modifica logo por completo quando se olha a partir de dentro, ou seja, no ambito da alma subjetiva, Agui © arquétipo se mostra como numinoso, ou seja, como uma vivencia de significado fundamental. Quando ele se reveste de simbolos correspondentes, 0 que nem sempre é 0 caso, entio ele desloca 0 sujeito para 0 estado onde € tomado, cujas conse. quéncias nao podem ser vistas”, No seguinte diagrama XIIT® apresentase a estratificacao da psique em relagao a atuacdo dos arquétipos. 0 ambito de consciéncia esta cheio dos mais hete rogéneos elementos; ali, muitas vezes, os simbolos arquetipi- cos esto encobertos de outros contetidos ou interrompidos em sua conexao. Através de nossa vontade podemos dirigir e dominar amplamente os contetidos de nosso espago da cons- ciéncia; mas, contrariamente a isso, o inconsciente representa uma continuidade e ordem independentes de nds e nao passt vel de influéncia, e os arquétipos formam seus centros de for lada’, de encay mi. uum modo herdado da funcag ra € modo inatos, segundo og 79, Prélogo 20 livro de HARDING, E. Frauen-Mysterien (0s misterios de mulher) (1947). OC 18/2, § 1.228s. 80. Esse diagrama foi retirado da versio inglesa da conferéncia pro! Jung em 1934/1935 na ETH. ferida por Apsicologla de CG. Jung a 62 € campos de forca. No sentido dessas forgas, os contetidos que caem no inconsciente so submetidos a uma nova ordem invisivel, inacessivel a0 conhecimento consciente, esquivary se no caminho para eles, modificados em sua aparéncia e em seu significado, as vezes, de modo incompreensivel. Essa or- dem interior absoluta do inconsciente € a que forma nosso Tefligio e auxilio nos abalos e nos incidentes casuais da vida, quando compreendemos o modo de “negociar"™ com ela. As- sim se torna compreensivel também que nosso inconsciente ossa modificar nossa atitude consciente, reverté-la em seu contrario, quando reconhecemos, por exemplo, nos sonhos 0 pai idealizado como um ser humano com cabeca de animal ¢ Pernas de bode, como Zeus amedrontador, a mulher amével € décil como Ménade etc., como demonstragio do “incons Ciente exortativo”, que “melhor sabe” e busca salvar alguém frente a uma falsa avaliagio. Os arquétipos se aproximam também daquilo que Plato chamou de “ideias". Apenas que “ideias” em Platéo podem las exclusivamente como protétipos de per- feigdo suprema no “sentido claro”, cujo contraposto escuro do se encontra mais retirado no mundo da eternidade, como as “ideias”, mas pertence aquele da humanidade do passado; contra isso, segundo a concepgio de Jung, 0 arquétipo traz em si, de forma imanente, em sua estrutura bipolar, tanto 0 lado escuro quanto 0 claro. Jung chama os arquétipos também de “érgios da alma”, ou, segundo Bergson, “lés éternels incréés”. *Seu nticleo in- 81, Sobre essa ordem interna foram editicados por exemplo os exercicios de ‘Yora e seus efeitos. 82. Cf. “Psicologia do arquétipo da crianga”, OC 9/1, § 271. m Colegdo Reflexes, _—, Rulanas Diagrama XII 1 = A superficie de nossa consciéncia, 2 = Esfera na qual a “ordem interna” comeca a atuar. 3 = 0 caminho que tomam os contetidos quando caem no inconsciente, 4= 0s arquétipos e seus campos de forca magnética, que muitas vezes desviam os conteiidos de seu caminho, atraindo-s pat AA = Zona na qual 0 acontecimento arquetipico se tor pela acdo do acontecimento exterior; 0 “modelo origindrio" é por assim dizer recoberto. temo tiltimo” pode até ser circunscrito, mas nio descrito"™. Isso porque, “o que quer que expressemos sobre 0 arquéti- po nao passa de ilustragdes e concretizagées, pertencentes 4 consciéncia”™, E se quiséssemos procurar outras analogias deveriamos langar mao sobretudo da “configuracao” (Gestalt = forma) em seu sentido 0 mais amplo, como é entendida hoje pela psicologia da Gestalt, e que também foi adotada pela bio- logia®’. Os arquétipos so determinados formalmente € nao 83. Op. cit, § 265. 84, “Consideragoes teSricas sobre a natureza do psiquico”. OC 8/2, §417- uisada por 85, Asrelagdes entre “forma e ‘arquetipo foram amplamente pesauisods Pe KEW. Bash no artigo “Geta, Symbol und Archetypus” (Schuetz <6 fr Psychologie, 1946, V, 2) Cit, as expanages correspondents m2 4a autora: “Komplex, Archetypus, Symbol [.},P- 455s» assim A pstcologia de C6 tung a segundo © contetido. “Sua forma - afirma Jung - pode ser ‘equiparada mais ou menos com o sistema de eixos do cristal, que de certo modo forma previamente a figura do cristal na ‘4guarmie (0 arquétipo per se), sem possuit ele proprio uma O sistema de eixos determina assim apenas a estrutura estereométrica, mas ‘nao a forma concreta do cristal individual [.... E igualmente 0 arquétipo possui [...] é verdade, um niicleo de significado invaridvel, que determina seu modo de manifestacao sempre apenas em principio, mas jamais também concretamente™ Isso significa, portanto, que o arquétipo existe previamente € estd imanente, como “sistema de eixos” no ambito incons- ciente da psique. A dguamie, que tem de se depositar, a ex periéncia da humanidade, apresenta as imagens, que se foam nesse sistema de eixos e que vio se acumulando no seio do inconsciente em formas cada vez mais agudas e ricas de con- tetidos. A figura, portanto, nao é “gerada” ao elevar-se, mas ja estava presente ali no obscuro, onde jazia desde aquela época em que enriquecia 0 tesouro de experiéncias psiquicas da hu- manidade em forma de uma vivencia fundamental psiquica: e ‘na medida em que se eleva para a consciéncia é iluminada por uma luz crescente, e vai ganhando contornos cada vez mais, definidos até tornarse plenamente em todas as suas Particularidades. Esse processo de clarificagdo nao tem ape- ‘nas um significado individual, mas tem também importincia Para a humanidade em geral. Confirmam esse fato a palavra 86. “Aspectos psicoldgicos do arquétipo materno” (1939), OC 9/1, § 155 (A citado como: Arquétipo materno). Sobre essa analog extraordinara + bestimmt, welche Trachten mglich von diesen Moglichkeiten verwirlicht 6 Colecdo Retexses _ de Nietzsche que diz que “no sono e no son toda a incumbéncia da humanidade primi 208 de Jung que di: “a suspeita de que também na pag ontonese corresponde a flogtnese & entsy joer tt No sentido ds pesauisa moderna sobre hereditare vada a efeito pela corrente da Teoria das Formas we Poderiamos dizer também que aguilo que &herdada pi as “formas” nosso condicionamentoestruturalmente rado em “formas", devem ser percebidos tanto mm sean literal como também num sentido expresso de inteitean t cs forma ndo precisa, propriamente, de qualquer interpetacag ela apresenta seu préprio sentido"®. Poderiamos identifcar as representagdes arquetiica como “autofiguragdes dos instntos” na psique, 0 desenroleras Psiquico tornado imagem, como modelo originério de mode, de comportamento humano. O homem aristotélico dir: Os arquétipos sio representagdes, nascidas da experiéncia nos pais e mies reais. 0 homem platénico diria: Dos arquétipos 6 surgiram pais e maes, porque aqueles sio os protétipos, as imagens prévias dos fendmenos”. Para o individuo, os arqué- tipos existem @ priori, sio inerentes ao inconsciente coletivo 87. NIETZSCHE, Menschlich-Allzumenschliches. Vol. Il, p. 273s. (Apud ‘Simbolos da translormacao (1952). OC 5, § 27. 88, Stmbolos da transformacdo. OC 5, § 26. 89. “Consideragdes tedricas sobre a natureza do psiquico”. OC 8/2 § ee 90, Kinderraumseminar Seminrio sobre sonhos de eriancas)1996/189 impresso particular). Na versio reelaborada do ponto de vista redacional, hoje em: Kindertraume. Ed. por Lorenz Jnt e Maria MeyerGrass FrehorE 1987, p. 78 (enquanto a literalidade for a mesm: um Breisgau: set uit citado com rtraume 1936/1837, do contro a versio rire como: Kindertraumsemsinar 1936-1937 (impresso particular), sem SPT? de paginas) [Ediga jira: Semindrio sobre sonhos de criancé polis: Vozes, 2 Arsleoogis 66 tung 7" € Por isso imuunes do devi eperecer individual. “A questio de saber sea estruturapslquicae seus elementos surgiram em de terminada época ou nao ¢ pripra da metaisica, e por sso nao precisa de resposta da psicologia",“O arquétipo€ metaiseo, Porque é transcendente &consciéncia"®, em seu ser, de acordo com Jung. pertence 20 “pscoide" ou sja, ao iabito aparenta. do com a psique.O arquétipo é por asim dizer “uma presenea eterna, € tnica perguntaa ser clocada ali é sea conscienca © percebe ou ndo™®. Pode brotar em muitas eamadas e nveis, nas mais diversas constelagies, em sua forma de manifestacao, ‘em Sua “indumentéria” adaptase & Tespectiva situacdo, e ape- sar disso em sua estrutura fundamental continua 0 mesmo, € portanto ~ como uma melodia - transponivel". Um esquema no qual, porém, estio contides apenas alguns aspectose for ‘mas de manifestagio; por exemplo, o aspecto do “feminino”, dentre os milhares possives, poderia demonstra isso em se- fuida. A “forma” se mantém, o conteido se modifica. Quanto mais simples ou indeterminado for um tema ou imagem arquetipica em sua forma, tanto mais profunda seré a camada do inconsciente coletivo de onde provém, uma ca- mada onde os simbolos esto ali present ‘como “sistema de eixos”, sem ter recebid« ‘mento de contetido, ainda indiferenciados pela sedimentacao da corrente infinita da experiéncia individual; portanto, prece- dem por assim dizer a esta. Quanto mais temporal e pessoal- mente condicionado for um problema, tanto entrelacada, detalhada e firmemente esbogada em seus contomnos serd ‘a ‘91. *Arquétipo materno", OC 9/1, § 187. 92. *Prlogo a Harding”. OC 18/2, § 1.229, 93. Psicologia e alquimia. OC 12, § 258. ‘94. Também aqui poderiam ser vistas pontes para a psicologia da Gestalt. também 0 cosmos e std construido fundam tais simples. E assir como, festagio arquetipica, em sa potresg Sa Potencialmente ja toda multiplicidade « toda : € de mundo. Assim, por exemp tine sentido estrutural-formal Ja menci © arauétipo € “mie, No ‘onado, preexistent Superior a toda forma estrutural de manifeuta rs & no”. & um niileo de significado que permancce sc que pode s ben er preenchido com todos os aspectos “materno”. O prottipo da mae e os tragos da om todas as suas propriedades paradoxas, na alma humsee atual sio as mesmas que as dos tempos miticos". A dstnens do eu da “mie” esti no comego de todo e qualquer tomers consciente. Todavia, tornarse consciente, ou conscienc 40%, € tornarse mundo através da distingdo. Criar con ializa scien: 98. Essa imagem origindria se encontra na psique masculina e na psiaue feminina, em cada uma num nivel diverso. © assim chamado complexo de ‘me, em cujas pesquisas ainda estamos engatinhando, & no vardo um a to dificil e problemstico, e na mulher relativamente descomplicado, Com ‘complexo do pai, pode endo dar-se quase sempre o contritio, 96. Como € usada por Jung, a expressio “conscienci dung) significa mais do que um mero “observar’, “perce Nao poss consciéncia mals profunda, mais ampla, mais intensa € mais aberta, capa de apreender e processar até o fim aquilo que do mundo exterior, seja do mundo interior, Assim, no process0 anal Consciencializagio como meta do desenvolvimento da personalidade do individuo, coisa que deveria ser vista como i siguico e a sauide da psique. Nio se ti ‘ho sentido comum do emprego usual da Ambito da psique, guiado e dominado pe! Apateologa de CO, tung lidade, formular ieias, isso € 0 principio paterno do logos, ‘que numa luta infinita se arranca das trevas origindrlas do seio materno, do reino do inconsciente. No principio ambos. eram um, e jamais um poderd ser sem o outro, assim como a Juz seria privada de seu sentido num mundo no qual o escuro rio Ihe estivesse contraposto. “O mundo s6 persiste porque seus contrérios mantém o equilibrio™”. Na linguagem do inconsciente, que € uma linguagem em imagens, os arquétipos aparecem em forma de imagem perso- nificada ou simbélica. “O que sempre expressa um conteiido ico é de principio pardbola Linguistica, Quando fala de sol, por exemplo, identificando-o com o ledo, 0 rei, 0 tesou- ro de ouro guardado pelo dragio e a forca de vida ou ‘forca da satide’ do ser humano, entio nao se trata nem de um nem de outro, mas de um terceiro desconhecido, que pode ser mais ou menos expresso através de todas essas comparacées, ‘mas que ~ coisa que continuara sendo uma molestagio para 0 intelecto ~ permanece desconhecido ¢ sem formulagio [..] em momento algum devemos nutrir ilusdo de poder, finalmente, esclarecer e assim resolver um arquétipo. Mesmo a melhor tentativa de esclarecimento nao passa de uma tradugio, mais ©u menos bemsucedida, do mesmo, numa outra lingwagem de imagens", a0 contritio, de uma espécie de “conscitnca superior", que sustenta tanto a relagio com os conteddos psiquieos do eu quanto, a0 mesmo tempo, sia liaagto com o inconsciente. Kssa “consciéncia superior®poderia set dest nada também ainda methor como *eonseigncia mais profunda ¢ mais ala" uma vez que sua ampliagio ¢elevagia surgiram através de uma seraxio € pela manutenséo de uma ligagdo firmemente fundamentada e sem alritos ‘om as profundezas do inconsciente, repousando sobre es, 97. “Arquétipo materno’, OC 9/1, 8 174 98 “Arquetipo da crianga'. OC 9/1, 8 271 a Diagrama xy a princess das oot A massa dos arquétipe: ente coletivo. Seu ntimero é relativam des das vives pois corresponde “2 Apetcotogiade Cong Ser um arguet PEE oo de todo atecer 1a se sruataade, Adler. na Nasa de poe, tamiom esas bo nleas que 80 exe fo 2 um arguetip. como podem encontratastambim mos ven SHAS ou nas representantes Owstias agumistas Tamtym a teva ge Run a Pe nam arquetins que vem exrresso de mado espeal gund “Feta. 2 quadrupla corporalsade ~ ofa Teor das Quatmo Pangies 0 ara imagem do quate a energie segumlo as quatro shiegtes seiestes ademas obserar com meuénsa 0 numero quatro no arrange Gos gee dos des soho. & tem provavel que se passa estarever a insti nner © 0 signicado magico da cruz ou do arcu quadngurtite tamtem 2 partir a propriedade arquetipca da tetrade ("Sumoles onan”. OC 12. § 189} Ao ldo do numero trés, que tamtem é a expressio de um arguetipa Sen pares como simbolos K.W, Bash me chamou aa ‘2 do organismo corpéreo € 0 carbono, que vem caracterizado por quate na, Iencias:sabe-se que também 0 ‘diamante’ é um cristal de carbono. O carbone pret o diamante a ‘mais clara das éguas' |. Tal tipo de analogia seria de tum mau gosto intelectual lamentavel se no cde uma mera invengio da consciéncia e néo de uma produgio espontinea do psiquicoobjetivo, do inconsciente”(“Simbolos oniricos”. OC 12, § Talvez possa ser considerado mais que um simples acaso 0 fato de, numa época em que no ambito das ciéncias da natureza, sobretudo da fisca mo- dem. em vitude de descobertas revolucionérias, estar ocorrendo a trans: a0 do “pensamento tridimensional” para 0 “quadridimensional’, € a mais moderna corrente da psicologia do profundo, a psicologia a Jung, ter escolhido o arquétipo do quatro como coneceito est Ge sua teoria. Assim como foi necessario que a fsica moderna introdui tempo como quarta dimensio, a fim de poder alcancar uma visio que abran jaa totalidade, e assim como essa dimensio nos parece algo essencialmente distinto frente as trés conhecidas dimensdes do espago, também a funco “inferior”, a quarta fungio, é“afungdo totalmente distnta’, totalmente con traposta & consciencia e, apesar de sua inclusdo e diferenciagao - como o fato de na fsica se levar em consideracdo o tempo ~, tornase indispensével para um modo de consideragéo integral do psiquico. J4 meramente por esse novo e fundamental aspecto e pelas consequéncias dai decorrentes na concepeao e trato da psique, a psicologia junauiana se enquadra no rol daquelas ciéncias que estio em vias de modificar desde o fundamento aime: gem de mundo que se divulga até o presente, e edificar de novo uma imasem ‘de mundo vindouro, segundo principios orientadores comuns. sobre 0s nexos de cosmos, Perscrutar esse material na pertilo para nova vida, intesrando-o na consciéncia, significa nada menos do que suspender a solidio do individuo, articu- lando-o no decurso do acontecer eterno. E assim, 0 que se indicou aqui, tornase mais que conhecimento € psicologia, ‘Tornase teoria ou doutrina e caminho. 0 arquétipo, como fonte originéria de todo 0 conjunto da experiéncia humana, encontrase no inconsciente, a partir de onde intervém com poder em nossa vida. Tornase entio tarefa e dever dissolver a. suas projecdes, elevando seu contetido & consci Jung apontou para um aspecto especialmente carregado de significados na atuacdo dos arquétipos, como ultimo fru- to de suas pesquisas, em seus estudos sobre “Sincronicidade io de conexdes acausais”. Com isso, lancou nova traSensory Perception), iveis de forma bastante 100, Essa expressio foi cunhada e empregada pela primeira rényi em seu escrito “Uber Ursprung und Griindung in der Binfiuhrung in das Wesen der Mythologie (Amsterdam, 1941, p. 3 anexando-se conhecida de espago, tempo e cau: 0 estabelecerse de tais fendmenos de sincr de um “saber a priori presente € atuante no que repousa numa ordem de correspondéncia do micro oom quétipos detém a funcao das operacies que estabelecer arranjo. Na coincidéncia de sentido de uma imagem com um acontecimento exterior, que perfaz a essen fendmenos sincrénicos, revela-se tanto 0 aspecto reo do arquétipo quanto seu aspecto espiritual também que, através de sua elevada carga de en efeito numinoso, provoca naquele que 4 viven 52), OC 8/38 101. Sincromicidade: um principio de relagies acausais 5) 449 (A seguir, abreviado por Sincronicidade). 102. Op. cit, § 948. eskeinga de CO ta emocionalidade, ou 0 \ransfere para um ahaistement du niceau a experimentagan de tais ferdmnenen de tincronicitade. Poser 3 forma tecombechd lcamente submetido a uma desse ponto, uma série de e aguarda pelo ape “Arquétipas eram e sin poderes psiquicns de vida. que querem ser levados a sétio e de moo estranko também ost dam para se imporem. Sempre foram os que traziam prnecin teve crmo comsequéncia 9 perils of the neurdticas e até psiciticas, na medida em que se comportem ‘como 6rgios do corpo ou sistemas de funcionamento organ pertenceram desde os primardios a todas as sa Terra como 0 conteido ¢ 0 mais preciose bem. E, apesar de terem recebido uma estruturacio dvgmitica ¢i € terem sido despidos de sua forma ‘atuam na psique, especisimente ali onde a f@ reigios ainda estd viva no ser humano, com todo poder clementar de seu contetido prenhe de sentido, tratese do simbolo do Deus que morte e ressuscita, do mistério da concepedo sem pecado 00 ctistianismo, do véu de Maia nos hindus ou da oracio volteda ‘para o Oriente dos maometanos. E s6 ali onde a f€ € 0 dogma 163. Ibid. § 955. YO. “Arqueupo da erianga’, OC 9/1. § 256. 86 Coleco Retlexces sons aig se enrijeceram, tornando-se formas varias ~ ¢ ¢ maior parte de nosso mundo ocidental, altamente ¢ tecnificado, dominado pela ratio - que e! Ste EO case n, Wilizade, Zak ¢ tor Las também Derder, sua forga migica, entregando, abandonando ¢ Ser Many, sem solo e desamparado, a iniquidade de fora e de dentro, O sentido e a meta da orientacdo psiquica de Jung é aiu dar o homem moderno a superar sua solidao e sua confusin, Possibilitando sua insergao na grande Corrente da vida e aux liando-o a alcangar, pelo saber e pela vontade, uma inteireza que religue seu lado claro da consciéncia com Seu inconscien. te escuro. humane, * Uma das tarefas principais deste livro - e um instrumen. to e recurso de que lanca mao Jung - é mostrar esse caminho. Todavia, para compreender todos os pressupostos, é preciso abordar brevemente ainda, primeiro, a segunda parte da teo: ria, a “dindmica da psique”. O co que que. daqu des ¢ prop de di apen de lit “ener relag conti 1 Ven abrans xual d tingao spect 2. Par que aq de ener

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