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Manejo da salinidade na agricultura: Estudos basicos e aplicados Editores Hans R. Gheyi Universidade Federal do Reconcavo da Bahia Nildo da S. Dias Universidade Federal Rural do Semidrido Claudivan F. de Lacerda Universidade Federal do Ceara “Manejo da salinidade na agricultua: Estudos bésicos aplicados Fortaleza-CE Equipe Técnica Editoragto Eletrénica Walter Luiz Oliveira do Vale Normatizagio Maria Sonia Pereira de Azevedo Capa Silvana Ramos Alves Impressa0 Expressiio Grifica e Editora Fortaleza, CE FICHA CATALOGRAFICAELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRALDAUFCG M274 Manejo da salinidade na agricultura: Estudo basico e aplicados / Editores: Hans Raj Gheyi, Nildo da Silva Dias, Claudivan Feitosa de Lacerda.” Fortaleza, INCT Sal, 2010. 472p. il; 28 em ISBN: 978-85-7563.489-9 1. Salinidade. 2. Estresse Salino. 3. Agricultura biossalina. 4, Drenagem agricola. 5. Recuperagio. I. Gheyi, Hans Raj. Il. Dias, Nildo da Silva. III. Lacerda, Claudivan Feitosa de. IV. Titulo. CDU- 631.4133, 0s assuntos, dados e conceitos emitidos neste Livro, sio de exclusiva responsabilidade dos respectivos autores A eventual citago de produtos e marcas comerciais néo significa recomendagao de utiliza por parte dos autores! editores. A reprodugdo € permitida desde que seja citada a fonte, Sumario Apresentacao .. Prefacio Preface... ix Agradecimentos i Autores. xv Parte I - Introdugao .. 1. Integrated approach to address salinity problems in irrigated agriculture .. Julian Martinez Beltran Introduction... Soil and water salinity in irrigated agriculture .. Integrated approach for salinity management . Conclusions ... References DADRA Parte II - Salinidade no solo e na dgua.. 2. Origem e classificacdo dos solos afetados por sais . Mateus R. Ribeiro Introducao... Formacao e evolucao dos solos halomérficos Classificacao quimica e caracterizacao dos solos salinos e sédicos Solos salinos e sédicos no sistema brasileiro de classificacao de solos. Solos salinos e sddicos no sistema de classificacéo da FAO/WRB Consideragoes Referéncias 3. Aspectos fisicos e quimicos de solos em regides dridas e semidridas.. Paulo A. Ferreira, Jodo B. L. da Silva & Hugo A. Ruiz Introducao Propriedades fisico-quimicas .. Equilibrio entre cétions em solucao e adsorvidos Floculacao e dispersao das argilas . Classificacao dos solos salinos... Comportamento das argilas decorrente da concentracao salina e do pH . Efeitos da salinidade sobre a condutividade hidrdulica . 39 Referéncias 4. Qualidade da agua para irrigacao José S. de Holanda, Julio R. A. de Amorim, Miguel Ferreira Neto & Alan C. de Holanda Introdugao . Importancia da agua para as plantas A agua na natureza....... Adequacdo da agua para irrigacao ‘Avaliacdo da qualidade da agua para irrigacao. Classificagao da agua para irrigacao Classes de gua quanto ao risco de sodicidade Qualidade da Agua de mananciais do Nordeste Consideragées finais Referéncias.... 5. Avaliacao e monitoramento da salinidade do solo.. José E. Queiroz, Antonio C. A. Gongalves, Jacob S. Souto & Marcos V. Folegatti Introdugao. fi Diagnose e classificacao dos solos salinos .. Amostragem para estudos de salinidade ..... Variabilidade da salinidade do solo. Conclusoes ... Referéncias Pedro R. F. de Medeiros, Enio F. de F. e Silva & Sergio N. Duarte Introducao. Causas mais frequentes e formas de controle da salinidade Efeitos da saliniza¢ao sobre o solo e as plantas ... Controle da concentracao da solugao do solo Controle da salinidade via lavagem de manuten¢ao Recuperacao de solos afetados por sais Consideragées finais Referéncias 7. Modelagem do movimento de sais no solo .. Mauro A. Martinez, Jonathas B. G. Silva & Donizete dos R. Pereira Introducao. Armazenamento de solutos no solo Deslocamento de fluidos misciveis . Fluxo de solutos no solo .. Equacao diferencial para o transporte convectivo e dispersivo Condigées iniciais e de contorno Solugées analiticas Solugdes numéricas .. Parametros de transporte ..... Exemplos de usos de modelos Referéncias .. Anexo .. 8. Técnicas de estatistica multivariada aplicadas a estudos de qualidade de agua e solo. Eunice M. de Andrade, Ana C. M. Meireles & Helba A. Q. Palacio Introdugao. Estatistica multivariada Estudo de caso: Salinidade nos solos na Chapada do Apodi... 115 116 116 118 Analise de componentes principais - ACP. 121 Estudo de caso: Qualidade das aguas na bacia hidrografica do Rio Acarad, Ceara. 123 Referéncias.... 125 Parte Ill - Tolerancia das plantas a sali 9. Efeitos dos sais no solo e na planta Nildo da S. Dias & Flavio F. Blanco Introducao Efeitos dos sais na planta . Efeito dos sais sobre o solo ...... Tolerancia das plantas a salinidade Referéncias.. 129 .. 140 10. Fisiologia e bioquimica do estresse salino em plantas sss José T. Prisco & Enéas Gomes Filho Introdugao .. . Retrospectiva historica da fsiologia e bioquimica do estressesalino.. Efeitos da salinidade no ctescimento e desenvolvimento . Respostas fisiolgicas e bioquimicas ao estresse s. Aclimatacao ao estresse ... Consideracoes finais Agradecimentos ... Referéncias.. 143 Anexo. Glossétio de termos, usados . 11. Mecanismos biomoleculares envolvidos com a resisténcia ao estresse salino em planta: Joaquim A. G. Silveira, Sérgio L. F. Silva, Evandro N, Silva & Ricardo A. Viegas Introducao Efeitos do estresse salino e principais mecanismos de respostas das plantas Mecanismos biomoleculares da resisténcia a salinidade. Homeostase iénica ; Homeostase redoxi e protecaio oxidativa .. . Selecao assistida com marcadores moleculares... Conclusoes e pespectivas Referéncias.. 165 178 179 12. Biossalinidade e producao agricola Pedro D. Fernandes, Hans R. Gheyi, Albericio P. de Andrade & Salomao de S. Medeiros Introducao .. Halofitismo Ecofisiologia das halofitas.... Salinidade x produgao Cultivos biossalinos Agua do mar na agricultura biossalina.. Referencias... 13. Melhoramento genético vegetal e selecao de cultivares tolerantes a salinidade ... Nand K. Fageria, Walter dos S. Soares Filho & Hans R. Gheyi Introdugao Salinidade e rendimento das culturas ....... Consideracées sobre a metodologia de avaliacao para tolerancia a salinidade . Melhoramento genético vegetal para tolerancia a salinidade ... Espécies de plantas adaptadas ao cultivo sob condicées salinas Perspectivas futuras Conclusées .... Referéncias... Parte IV - Manejo do sistema solo-agua-planta .. jidade-fertilidade do solo .. ‘avalcante & Adriana de F. M. Vital 14. Interagées sal Rivaldo V. dos Santos, Lourival F. Introdugao... As interacGes salinidade-fertilidad Dinamica dos nutrientes em solos salinizados Influéncia da matéria organica. Manejo da fertilidade em solos salinos e sédicos Resultados de pesquisa ... Estudos de correlacao . Referéncias 15. Estimativa da evapotranspiracao das culturas em ambiente salino Luis S. Pereira & Isabel Alves Evapotranspiragao - conceitos fundamentais..... o Evapotranspiracao da cultura de referencia, ET, 256 Evapotranspiracao das culturas .. Evapotranspiracdo real, corregao da ET, e dos K, devido a condicoes adversas de cultivo Evapotranspiracao real, balanco hidrico do solo e coeficientes de stress . Referéncias... Anexo 1. Coeficientes de cultura médios, K, ede base, Ke para culturas com bom manejo em clima sub-himido para uso com a ET, FAO-PM (Fontes: Allen et al., 1998, 2007; Allen & Pereira, 2009). Anexo 2. Altura maxima (h), profundidade | radicular maxima az) e fragao de esgotamento da dgua do solo em conforto hidrico (p) para diversas culturas (Allen et al., 1998) ... av 16. Manejo do solo-gua-planta em dreas afetadas por sai José F. de Medeiros, larajane B. do Nascimento & Hans R. Gheyi INttOdUGEO ...ssossssseesnseeeesseeeesaseenseeens Origem da salinidade em Areas irrigadas .. Qualidade da Agua de irrigacao Efeitos prejudiciais dos sais nas areas irrigadas Fatores que afetam a salinidade do solo e resposta das culturas a salinidade Previsdo de salinidade em Areas irrigadas Experiéncias no Nordeste brasileiro com agua salina Conclusées ...... Referéncias.. 17. Estratégias de manejo para uso de agua salina na agricultura Claudivan F. de Lacerda, Raimundo N. T. Costa, Marlos A. Bezerra & Hans R. Gheyi Introdugao . Caracterizacaio do problema Escolha da espécie ou cultivar e formacao do ‘stand* Misturas e substituicao de 4guas Praticas de manejo do solo e irrigagao... Rotacao de culturas e uso de cultivos adensados .. Praticas que favorecem a aquisicao de minerais pelas plantas Consideracées finais ... Referéncias. 18. SALTMED Model as an integrated management tool for water, crop, soil and fertilizers .. Ragab Ragab Introduction The SALTMED 2009 Model main features . Detailed description of the processes in the SALTMED Model SALTMED Model frames (user Interface) and examples of outputs Model application References ... 19. Uso de éguas salobras em sistemas hidrop6nicos de cultivo ... Tales M. Soares, Sergio N. Duarte, Enio F. de F. e Silva, Vital P. da S. Paz & Jorge L. Barcelos-Oliveira Introdugéo ‘Aalternativa da producao hidropdnica no semiarido Qualidade quimica da agua para hidroponia .. Consideragées finais Agradecimentos .. Referéncias ... Parte V - Drenagem para controle da salinidade e recuperacao de areas afetadas por sais... 367 20. Drenagem agricola no manejo dos solos afetados por sais Vera L. A. de Lima, Maria S. S. de Farias & Joao C. F. Borges Junior 369 Introdugao ... 370 Diagnéstico de problemas de drenagem 370 Drenagem agricola e salinidade .371 Critérios de drenagem.. 374 Envoltdrios .. 374 Aplicagao de modelos na drenagem agricola . 374 Referéncias.. . 381 21. Dimensionamento de sistemas de drenagem .. Herminio H. Suguino & José C. Barros Introdugao Drenagem superficial Calculos de espacamento entre drenos e dimensionamento de drenos subterraneos... Estudo de caso: Projeto irrigado brigida Referéncia Anexo 1. Terminologia e simbologia em drenagem agricola Anexo 2. Quadro de quantitativos e custos.. 22. Biodrenagem Salomao de S. Medeiros, Pedro D. Fernandes, José A. Santos Junior & Hans R. Gheyi Introdugao Principios da biodrenagem Principais culturas utilizadas na biodrenagem Vantagens e limitacdes da biodrenagem ... Biodrenagem e controle da salinidade do solo... Cenarios para implantacao do sistema de biodrenagem .. Planejamento de sistemas de biodrenagem Dimensionameto do sistema de biodrenagem Estudos de casos e experiéncias Consideragées finais, Referéncias 23. Recuperacao de solos afetados por sais. Lourival F. Cavalcante, Rivaldo V. dos Santos, Fernando F. F. Hernandez, Hans R. Gheyi & Thiago J. Dias Introdugao .. Técnicas de recuperacao de solos afetados por sais Recuperacao de solos salinos... Métodos de lavagem .. Recuperacao dos solos sédicos e salino-s6dicos . Refer€ncias..... xxvii 24. Indicadores de rentabilidade da recuperacao de solos sédicos Raimundo N. T. Costa, Claudivan F. de Lacerda, Luiz A. C. da Silva & Ana P. B. de Araujo Introdugéo. Analise de investimento Estudos de caso na bacia hidrografica do Rio Curu-ck Consideracées finai: Referéncias . 25, Fitorremediacao de solos afetados por sai Maria B. G. dos S. Freire, Edivan R. de Souza & Fernando J. Freire Introdugao .. Definigao de fitorremediagao Hist6rico da fitorremediacao em solos afetados por sais. Periodo de recupera¢ao... Espécies de plantas para fitorremediacao .. Género Atriplex... . Uso da biomassa produzida na alimentacdo animal. Mecanismos e processos envolvidos na fitorremediacao Manejo da fitorremediacao Consideracées finais .. Referéncias 9 Efeitos dos sais no solo e na planta Nildo da S. Dias! & Flavio F. Blanco2 ' Universidade Federal Rural do Semi-Arido ? Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecudria Meio Norte Introdugao Efeitos dos sais na planta Efeito osmotico Efeitos t6xicos Efeitos indiretos Efeito dos sais sobre o solo Efeitos sobre a estrutura Efeito sobre o pH Alteracao dos paramettos fisico-hidricos do solo Tolerncia das plantas a salinidade Estado nutricional das plantas Ajuste osmético: Sinalizacao bioquimica e melhoramento genético Toxidez Referéncias ‘Manejo da salinidade na agricultura: Estudos bsicos @aplicados ISBN 978-85-7563-489-9 Fonaleza-CE 2010 130 Nildo da §. Dias & Flavio F. Blanco Efeitos dos sais no solo e na planta INTRODUCAO A agricultura esti enfrentando um grande problema em todo o mundo com a falta de recursos hidricos adequado, forgando muitos produtores a utilizar Sigua salobra para a irrigagao das culturas (Reed, 1996). Em muitas éreas de produgdo, 0 uso de gua de baixa qualidade para irigacao © a aplicagdo de quantidades excessivas de fertilizantes so as principais razbes para o problema do aumento da salinidade do solo. Em se tratando de regides dridas ¢ semiaridas itrigadas, constitu um sério problema, limitando a produgao agricola e reduzindo a produtividade das culturas a niveis anti-econdmicos. Os efeitos da salinizagao sobre as plantas podem ser causados pelas dificuldades de absorgao de agua, toxicidade de fons especificos ¢ pela interferéncia dos sais nos processos fisiolégicos (efeitos indiretos) reduzindo 0 crescimento e o desenvolvimento das plantas. No solo, 0s efeitos negativos da salinizagio sto, desestruturagio, aumento da densidade aparente e da retencdo de Agua do solo, redugdo da infiltragao de agua pelo excesso de ions sédicos (Rhoades et al., 2000) & diminuigao da fertilidade fisico-quimi A implicago pratica da salinidade sobre o solo é a perda da fertilidade e a susceptibilidade a erosdo, além da contaminagao do lengol fredtico e das reservas hidricas subterrineas. Nas plantas, estes efeitos implicam na perda de produtividade e de qualidade, ou perda total da producao. O comhecimento dos efeitos dos sais na planta € no solo, bem como os fenémenos envolvidos sio fundamentais quando se pretende adotar priticas de manejos adequados da agua ¢ de cultivo visando 4 producdo comercialmente com agua salina. Deste modo, este capitulo trata das interagdes dos sais com a planta € 0 solo em cultivos agricolas e a tolerincias das culturas A salinidade, EFEITOS DOS SAIS NA PLANTA Efeito osmético As plantas retiram a agua do solo quando as forgas de embebigdo dos tecidos das raizes so superiores ais forgas com que a agua € retida no solo. A presenga de sais na solugio do solo faz com que aumentem as forgas de retengdo por seu efeito osmético e, portanto, a magnitude do problema de escassez de agua na planta. O aumento da pressio osmética (PO) causado pelo excesso de sa soliveis, poder atingir um nivel em que as plantas no terdo forgas de succdo suficiente para superar esse PO e, em consequéncia, a planta nao iré absorver gua, mesmo de um solo aparenterente timido (seca fisiolégica), Dependendo do grau de salinidade, a planta, em vez de absorver, poder até perder a gua que se encontra no seu interior. Esta ago é denominada plasmélise e ocorre quando uma solugdo altamente concentrada & posta em contato com a célula vegetal. O fendmeno & devido ao movimento da gua, que passa das células para a solugdo mais concentrada. A Figura | mostra a curva de retengao de agua de um solo franco-argiloso para varios niveis de salinidade. Observa-se que a disponibilidade de égua para a cultura é reduzida a medida em que a salinidade aumenta. potencial osmético de um solo pode ser estimado conhecendo-se a CE, a partir da equagao: Wo = -0,36xCE o em que: , -potencial osmético, atm cE. - condutividade elétrica, dS m Assim, o potencial total com que a Agua é retida em um solo salino, pode ser expresso por: Efeitos dos sais no solo e na planta 31 vfs 1a me em Figura 1. Curvas de retengao de égua de um solo franco: argiloso para varios niveis de salinidade (Ayres & Westcot, 1999) Vr = Wm + Wo e em que: Y= potenecial total com que a digua é retida no solo, atm ¥Y,, = potencial matricial do solo, atm \Y, - potencial osmético da solugdo do solo, atm. Devido a baixa concentragio de sais soliveis, 0 potencial osmético em solos nao salinos é considerado desprezivel (W, = 0); logo, a 4gua deste solo esta disponivel a uma faixa de potencial de -33 ¢ -1500 kPa, em condigdes de capacidade de campo ¢ ponto de murcha permanente, respectivamente, porém a presenga de sais faz com que essa faixa de disponibilidade se diminuida, em razdo do aumento da tensio total pois, neste caso, considera-se o potencial osmético (4, < 0). Exemplo: © procedimento a seguir determina a salinidade e a contribuigdo relativa do potencial cosmético para 0 aumento do potencial total de um solo salino de textura média, em condigdes de umidade a capacidade de campo e ponto de murcha permanente. Dados: ~ Salinidade do solo: CE_= 10 dS m! ~ Considerando-se que um solo de textura média tem, normalmente, umidade & capacidade de campo e ponto de murcha, respectivamente, igual 4 metade ¢ a um quarto da condigio de saturagdo, ou seja 85 =20ce = 48pm ° em que: 6, - umidade do solo nas condigdes de saturag cm’ em? ou % Oc € By > umidade do solo A capacidade de campo ¢ ponto de murcha permanente, respectivamente, cm’ cm? ou %, Procedimentos: a) Solo a capacidade de campo ~ A condutividade elétrica, em dS m”, & capacidade de campo (CE,,) ¢ obtida considerando-se que a solugio salina se concentra no solo duas vezes, mediante a Eq. 4 Eq =2xCEy cy CE =2*10=20dSm = O potencial osmético deste solo a capacidade de campo € obtido segundo a Eq. 1: Wo =-36«20=~720 kPa ~ O potencial total com que a gua é retida no solo a capacidade de campo, ¢ obtido substituindo-se os valores do “Y," €“W," na Eq. 2 Wy = 733-720 = ~753 kPa ~ A contribuigdo relativa do ¥, na diminui potencial total a capacidade de campo é obtida mediante a relago percentual entre o potencial osmético ¢ 0 potencial total (=720) 100 = 95% do potencial total 753 b) Solo no ponto de murcha ~ A condutividade elétrica, em dS m', no ponto de mureha (CE,,,) é obtida, considerando-se que a solugzio salina se concentra no solo quatro vezes, conforme a Eq. 3 CE py, =4x10=40dSm" - O potencial osmético deste solo no ponto demure! € obtido de acordo com a Eq. 1: 132 Nildo da S. Dias & Flavio F. Blanco ~O potencial total com que a gua ¢ retida no solo em ponto de murcha é obtido, substituindo-se os valores do “Y_ © “PO” na Eq. 8.2: 1500-1440 = vee 940 KPa ~ A contribuigao relativa do ¥, na diminuigao do potencial total no ponto de murcha é obtida mediante a relacio percentual entre 0 potencial osmético e 0 potencial total ~1440) oy, =( AM ) 100 = 48,972 do potencial tol >| <500) ms 0s cdleulos anteriores mostram que a tensio total com que a agua é retida no solo A capacidade de campo e ponto de murcha é, respectivamente, 753 ¢ 2940 kPa. E obvio que a contribuigio relativa do Y, é maior quando 0 solo se encontra a capacidade de campo e a mesma é aumentada a cada elevagio da CE, A medida em que 0 contetido de Agua no solo diminui, a disponibilidade de dgua para as plantas varia continuamente em cada camada da zona radicular, ja que tanto o contetido de agua como ¥, variam continuamente, entre dois eventos de isrigagao, devido ao consumo de agua pela planta. Para a mesma profundidade, pouco depois da irrigagao o teor de gua no solo se aproxima de seu maximo, enquanto a concentraco dos solutos é minima; consequentemente, ‘ambos 0s teores variam & medida que a gua é consumida pela planta, sendo que o teor de umidade diminui enquanto 5 sais aumentam, A salinidade do solo reduz a disponibilidade da égua ‘no solo; no entanto, nem todas as culturas sao igualmente afetadas pelo mesmo nivel de salinidade, pois algumas so ‘mais tolerantes que outras e podem extrair gua com mai facilidade. Com base na resposta aos sais, as plantas so classificadas em glicdfitas ¢ haldfitas. As glicéfitas representam o grupo das plantas cultivadas e, na sua ‘maioria, so as menos tolerantes & agdio dos sais, enquanto as haléfitas compdem 0 grupo de plantas que adquirem fisiologicas; portanto, ajustam-se osmoticamente e sobrevivem em meio altamente salino. Plantas mais tolerantes a0 meio salino aumentam a concentragdo salina no seu interior, de modo que permaneca um gradiente osmético favoravel para absorgdio de agua pelas raizes, Este processo é chamado ajuste osmético e se da com o actimulo dos ions absorvidos nos vactiolos das células foliares, mantendo a concentragao salina no citoplasma em baixos niveis, de modo que nao haja interferncia com os mecanismos enzimaticos © metabélicos nem com a hidratagdo de proteinas das células. Esta compartimentagao do sal & que permite, as plantas tolerantes, viverem em ambientes salinos, porém as plantas sensiveis & salinidade tendem a excluir os sais na solugdo do solo, mas nao so capazes de realizar o ajuste osmatico descrito e sofrem com decréscimo de turgor, levando as plantas ao estresse hidrico, por osmose. Efeitos t6xicos Esses efeitos acontecem quando as plantas absorvem 08 sais do solo, juntamente com a égua, permitindo que haja toxidez na planta por excesso de sais absorvidos. Este excesso promove, entio, desbalanceamento ¢ anos a0 citoplasma, resultando em danos principalmente na bordadura € no pice das folhas, a partir de onde a planta perde, por transpiracdo, quase que to somente Agua havendo, nessas regides, acimulo do sal translocado do solo para a planta e, obviamente, intensa toxidez de sais. Os danos podem reduzir significativamente os rendimentos ¢ sua magnitude depende do tempo, da concentragao de ions, da tolerdncia das plantas e do uso da agua pelas culturas. Os problemas de toxicidade frequentemente acompanham ou complicam os de salinidade ou permeabilidade, podendo surgir mesmo quando a salinidade for baixa. Os sintomas de toxicidade podem aparecer em qualquer cultura se as concentragoes de sais no interior sdo suficientemente altas ou acima de niveis de tolerdncia da cultura. Normalmente, a toxicidade & provocada pelos ions cloreto, sédio e boro; entretanto, muitos outros oligoelementos sao t6xicos as plantas, mesmo em pequenas concentragdes. A absorgao foliar acelera a velocidade de acumulagiio de sais dos ions téxicos na planta sendo, muitas vezes, a fonte principal da toxicidade. Os fons, sédio e eloreto podem, também, ser absorvidos via foliar, quando se molham durante a irtigagao por aspersdo e, sobretudo, durante periodos de altas temperaturas e baixa umidade. A Tabela I mostra algumas culturas afetadas por ions especificos. Cloreto: O cloreto nao é retido nem adsorvido pelas particulas do solo, deslocando-se facilmente com a agua do solo, mas é absorvido pelas raizes e translocado as folhas, onde se acumula pela transpiragio. primeiro sintoma deste fon, evidenciado pelas plantas, ¢ a queimadura do dpice das folhas que, em estagios avangados, atinge as bordas e promove sua queda prematura; nas culturas sensiveis, os sintomas aparecem, quando se alcangam concentragdes de 0,3 a 1,0 % de cloreto, em base de peso seco das folhas. Ffeitos dos sais no solo @ na planta 133 Tabela 1. Algumas culturas afetadas por fons especificos (Pizarro, 1978) Culturas Fruteir fons Fruteiras Hortalicas Pesce ‘Amendoeiral Milho’ ‘Nbacateiro Nar Cittos Pessegueiro Videira _ Morangueiro _ Ca Folhosas ~_tinho Abacateiro Batata Doce Fumo ch Citros Videira _ SOs Bananeira _Alface Beterraba NOv agucareira Cana-deagicar A sensibilidade das culturas a este ion € bastante varidvel como, por exemplo, as frutiferas, que comegam a mostrar sintomas de danos a concentragdes acima de 0,3 % de cloreto, em base de peso seco, as espécies tolerantes podem acumular até 4,0 a 5,0 % de cloreto sem manifestar qualquer sintoma de toxicidade. A Tabela 2 apresenta, para certas culturas, os valores de tolerincia ao cloreto, medidos no extrato de saturagao e na agua de irrigagao. E recomendavel manter baixos os niveis de salinidade no solo durante o plantio ¢ lembrar que os dados publicados na literatura foram obtidos de parcelas com culturas irrigadas por superficie. Por esta razdo, € necessirio considerar-se que a irrigago por aspersio pode causar queimaduras das folhas a nivel inferior a esses, pois as folhas também absorvem os sais. Sédio: A toxicidade ao sédio é mais dificil de diagnosticar que ao cloreto, porém tem sido identificada claramente como resultado de alta proporgdo de sédio na agua teor de sédio ou RAS). Ao contrario dos sintomas de toxicidade do cloreto, que tém inicio no apice das folhas, os sintomas tipicos do sédio aparecem em forma de queimaduras ou necrose, ao longo das bordas. As concentragdes de sédio nas folhas alcancam niveis téxicos apés varios dias ou semanas ¢ os sintomas aparecem, de inicio, nas folhas mais velhas e em suas bordas e, a medida em que 0 problema se intensifica, a necrose se espalha progressivamente na drea intemervural, até 0 centro das folhas. Para as culturas arbéreas, o nivel t6xico nas folhas se encontra em concentragdes acima de 0,25 a 0,50 % de sédio, em base de peso seco. A Tabela 3 classifica a tolerancia de varias culturas ao sédio, utilizando-se trés niveis de percentagem de s6dio trocavel.. Ito Tabela 2. Tolerancia relativa das plantas (variedades e porta enxerto] a0 cloreto, medidas no extrato de saturacao e na gua de irrigacao (Ayers & Westcot, 1991) Nivel maximo permissivel Porta __de-cloretos (mmole ")_ Planta enxerto Zona Agua de ouvariedade Radicular _irrigagao (Cle) (cla Tangerina Citros Cletpata 25,0 166 Limao e Citros famnjaazeda 15° 100 Citros Laranjadece 49,0 67 e citrage Frutas do Marianna 25,0 17,0 caroco Frutasdo Lovell e carogo. Shall oe oa cee Yunnan 75 5,0 ‘Abacate West Indian 75 5,0 ‘Abacate Mexican 50 3,3 Thompson Videira — SnGece 20,0 13,3 Cardinal e Videira Finck Rose 10,0 67 Amoreira Boysenberry 10,0 67 Amor one 10,0 67 relraplackberry " 3 IndiaSummer Amoreira Raspberry 5,0 Morangueiro Lassen 75 Morangueito Shasta 5,0 Tabela 3. Tolerancia relativa das culturas’ a0 porcentagem do sédio trocavel (PST) (Ayers & Westcot, 1991) Sensiveis Semiolerantes Tolerantes (PST < 15) (PSTde15.a40) (PST > 40) Caupi Trio Capim de Rhodes Griodebico —Tomate Capim Angola ‘Amendoim Espinafre Algodao Lentilha Sorgo Capim Bermuda Beterraba Tangerina Centeio een Pessego Arroz Beterraba Laranja Rabanete Cevada Pomelo (grapefruit) Cebola Alfafa Evilha Aveia Milho Mostarda ‘Aleodao Trevo (germinacao) Feijao Cana-de-agticar Noz Mitheto Frutas caducifélias Alface Abacate Fetusca Cenoura 134 Nilda eta §. Di Boro: © boro é um elemento essencial ao desenvolvimento das plantas, porém em quantidades relativamente pequenas. Para algumas culturas, se 0 nivel de boro na agua é de 0,2 mg L", as concentragdes entre |e 2 mg L"' so toxicas. As Aguas superficiais raramente contém niveis t6xicos de boro, mas as guas de nascentes e as dguas de pogos podem conter concentragdes téxicas, principalmente nas proximidades de falhas sismicas e areas geotérmicas. De modo geral, os critérios de qualidade de gua em relag3o ao boro podem ser interpretados a partir das Tabelas 4 e 5 Tabela 4. Niveis de tolerdncia das culturas ao boro na agua de irrigacao (Ayers & Westcot, 1999) Concentragao ; Interpretacio (mg) lee 05 Bom para todas as plantas 05a 1,0 Panos ocorrem nas folhas de plantas sensiveis sem alterar a producao Tolerado por semitolerantes, mas fl , 0.22,0 reduz a producao de plantas sensiveis ayoa4o Somente plantas tolerates. produzem satisfatoriamente > 4,0 __Danos em quase todas as plantas Tabela 5. Tolerdncia relativa das plantas* ao boro na égua de irrigacao (Ayers & Westcot, 1999) Sensiveis Sembtolerantes __ Tolerantes 5 a1Omgl") (1,0a2,0mgl") (2,04,0 mgt’) Timao Batata Doce Cenoura Pomelo (grapefruit) Pimento Alface Abacate Tomate Repolho Laranja Morango Nabo Amora Avela Cebola Damasco Milho Aliafa Pessego Trigo Beterraba Coreja Cevada Tamara Caqui Azeitona Aspargo Figo Enilha Uva Algodao Maga Batata Pera Girassol Os problemas de toxicidade ocorrem, com maior frequéncia, por causa do boro na sigua que no solo. Os sintomas causados na folha pelo boro se resumem em manchas amarelas ou secas, prineipalmente nas bord € no pice das folhas velhas. Na medida em que © boro se acumuta, os sintomas se estendem pelas areas internervurais até o centro das folhas. Em alguns casos, & Fhivio F, Blanco 08 sintomas se manifestam mediante exudagio gomosa ‘nos ramos € no tronco como, por exemplo, na amendoeira. Na maioria das culturas, os sintomas aparecem quando a concentragio de boro nas folhas excede 250 a 300 mg kg" de matéria seca Efeitos indiretos Esses efeitos acontecem quando as altas concentragdes de sédio ou outros citions na solugao interferem nas condigdes fisicas do solo ou na disponibilidade de alguns elementos, afetando 0 crescimento e 0 desenvolvimento das plantas, indiretamente. Quando no extrato de saturagio ha teores apreciaveis de carbonato de sédio, 0 pH do solo podera aleangar valores elevados e haver a diminuigao na disponibilidade de zinco, cobre, manganés, ferro € boro, podendo ocorrer deficiéncia nas plantas cultivadas nessas condigde: Principalmente se em pequenas quantidades. Portanto, 0 crescimento da planta é influenciado nao diretamente pelo excesso de carbonato de sédio, mas pelo seu efeito sobre o pH do solo. A presenga de um fon em excesso poder provocar deficiéncia ou inibir a absoredo de outro, devido a precipitacdo. Por exemplo, 0 excesso de sulfato, carbonato ¢ bicarbonato, poder precipitar 0 célcio ¢ afetar o crescimento da planta pela falta do elemento precipitado © niio pelo excesso de outro fon. Um outro efeito indireto & 0 excesso de sédio trocdvel no solo, que provoca condigdes fisicas desfavoraveis para © crescimento das plantas, sobretudo para o desenvolvimento do sistema radicular. A presenga de sais de sédio também tende a restringir a taxa de ‘mineralizagdo do nitrogénio (N) ja que, com o aumento de sua concentragao no solo, em geral a mineralizagao do N organico é reduzida, afetando o crescimento da planta, pela redugio do N disponivel e nao pelo excesso de sédio. EFEITO DOS SAIS SOBRE 0 SOLO Ek fos sobre a estrutura 0 efeito dos sais sobre a estrutura do solo ocorre, basicamente, pela interagao eletroquimica existente entre 0s cations e a argila. A caracteristica principal deste efeito € a expanstio da argila quando timida e a contragAo quando seca, devido ao excesso de sddio trocivel. Se a expansio for exagerada, podera ocorrer a fragmentacao das particulas, causando a dispersdo da argila e modificando a estrutura do solo. De modo generalizado, os solos sddicos, ou seja, com excesso de sédio trocavel, apresentam problemas de permeabilidade e qualquer excesso de gua causara enchareamento na super do solo, impedindo a germinagao das sem mento das plantas, por falta de aeragiio, A dispersio do solo pode ser explicada com base na interago dos cations com a argila, Como jé mencionado, a micela do solo ou particula de argila tem cargas, predominantemente negativas que sao neutralizadas por atrairem citions presentes no sistema coloidal. Por outro lado, os anions, por terem cargas negativas, so repelidos, afastando-se da particula de argila. Deste modo, & formada ao redor da argila uma dupla camada idnica. 0 modelo mais aceitivel desta dupla camada é 0 de Stem, que consiste de uma camada de fons adsorvidos na superficie da argila e de uma camada difusa de cétion de concentragao decrescente, & medida que se afadta da particula de argila. A certa distancia da argila a concentragdo de cétions diminui e a de anions aumenta na solugdo a medida que se afasta da particula, tornado- se balanceadas (Figura 2) cres Contraions 9) (© € Liquido polar 1 [aria Camada adsorvida (Stern) Figura 2. Modelo de Stern (distribuicao dos fons em solugaio em funcao da distancia da superficie da argila) Samada difusa Quanto maior a carga, maior também sera a forga de atragdo, razao pela qual os cations bivalentes (como Ca” € Mg*) sdo atraidos pela superficie da argila com maior forga eletrostatica que os monovalentes (como Na’ e K’). A forga de atragio entre as cargas opostas (positiva e negativa) é inversamente proporcional ao quadrado da distancia entre as cargas, ou seja, quanto maior 0 raio idnico, menor é a espessura da dupla camada, porém a hidratagao dos cations é um fator importante a se considerar quando se refere ao raio iénico. Assim, embora o litio seja 0 cation de menor raio iGnico, a0 se hidratar ele tem maior raio e, portanto produzira menor espessura da dupla camada (Tabela 6). A forga cletrostatica dos bivalentes € superior ao e da hidratagao, diminuindo a espessura entre cargas negativas da argila e as cargas positivas dos cétions; ito tos dos sais no solo e na planta 135 Tabela 6. Raio iénico hidratado e nao hidratado em A° (angstrons) Ton Raio nao Raio hidratado hidratado ito 0,60 10,03 Sodio 0,98 7,90 Potissio 1,33 5,32 Magnésio 3 5,37 assim, a forga de hidratagdo é superada com mais facilidade pelos bivalentes, fazendo com que 0 calcio €0 magnésio sejam mais atraidos & argila que, por exemplo, 0 sédio; entdo, a dupla camada de ions existente ao redor da argila tem espessura menor quando predominam cations bivalentes ou mesmo trivalentes, como o AI”. Por outro lado, o aumento da concentragao da solu do solo faz com que os cations sejam atraidos fortemente pela superficie da argila (Tabela 7); assim, com o aumento da relagdo Ca/Na na solugdo do solo, a espessura da dupla camada diminui porém, quando a dupla camada de fons junto a argila contiver muito sddio © poucos fons em solugio (solo irrigado com agua de baixa concentragio de sais) tera espessura relativamente maior, Entao, aalta concentragdo de sais solaveis no solo (salinidade) no altera a estrutura do solo com argilas expansivas mas, sim, a bajxa concentragao de sais (CE < 0,2 dS m') e/ou a 0 de sédio, Tabela 7. Efeito da concentracao de cations no tamanho da dupla camada difusa Tamanho da dupla Concentragio camada ionica (A) (Normal NaCl CaCh__AICh 70 O54 a77 318 10° 302 151 101 10° 95 48 32 10? 30 15 10 10" 10 5 3 10 3 15; 1 A espessura da dupla camada exerce efeito pronunciado no comportamento fisico do solo e quando este se encontra mais ou menos em capacidade de campo, a espessura da dupla camada de potencial maximo e, a medida em que o solo vai perdendo Agua, pode alcangar niveis em que a dupla camada nao podera permanecer em sua espessura normal, particularmente as camadas grossas encontradas em solos sédicos, transformando-se em uma dupla camada truncada. Ao umedecer 0 solo, a dupla camada se expande, causando 0 poros interagregados e reduzindo a condutividade hidraulica do solo; além disso, a pressdo que originou a expansio empurra as particulas individuais de argila uma contra a fechamento dos 136 Nildo da 8. Dias & Flavic outra, dispersando 0 solo e seus agregados, fazendo-os desaparecer em partes. As particulas finas que ficam soltas, obstruem os poros do solo, reduzindo ainda mais a permeabilidade & figua e ao ar. ito sobre o pH Em geral, para reduzidas concentragdes de sais o pH das aguas pode ser elevado, pois a medida em que aumenta a salinidade da agua, o pH diminui. Para salinidade maior que 5 dS mr as aguas tém pH neutro, Fenémeno semelhante ocorre com a solugiio do solo, Por exemplo, a Figura 3 mostra como o pH de um solo aluvial, textura argilosa e pobre em matéria organica, diminui quando se aumenta a condutividade elétrica, cujos valores ndo podem ser generalizados para outros tipos de solo, pois esta diminuigao varia com as caracteristicas do solo. He a 8 4 8 | 3 = C 3B a 70! 1 3 S710 30 307010 300 CE.. (mS em! a 25°C) Figura 3. Relacdo entre o pH de um solo aluvial e a condutividade elétrica (Pizarro, 1977) Alteragio dos parametros fisico-hidricos do solo Densidade aparente: A contraco das particulas de argila com a redugo da umidade do solo pode ser caracterizada pela curva de encolhimento que relaciona © volume ocupado pelo solo com a umidade, Lima & Grismer (1994) observaram que solos sédicos encothem- se mais acentuadamente com a redugdo da umidade do que solos normais, apresentando densidade aparente maior, provavelmente como consequéncia da desestruturagao do solo que elimina os poros. As diferengas notadas no encolhimento dos solos permitiram observar, através de andlise computadorizada de imagens, que solos normais apresentam, quando secos, cerca de 8% de sua superficie aberta na forma de fendas, enquanto nos solos sédicos esta érea varia de 15 a 20% (Lima & Grismer, 1994), Blanco Retengo de gua no solo: Os solos, cuja estrutura foi modificada pela sodicidade e/ou auséncia de fons em solugdo, tendem a armazenar mais agua quando expostos aos mesmos niveis de potencial matricial (Russo & Bresler, 1980). As alteragdes na curva caracteristica de agua do solo sio maiores para niveis de umidade proximos da saturagao, podendo ocorrer mesmo sob baixos niveis de potencial como 1,5 MPa. Lima et al, (1990) estudaram os efeitos da sodicidade e da concentragdo de sais sobre as curvas caracteristicas de um solo argiloso € também observaram aumento da umidade retida quando 0 solo era exposto a maior concentragao de sédio na fase trocavel e/ou menor concentragao de sais em solugdo. Apés ajustarem os dados obtidos a equagao de van Genuchten (1980), conforme a Eq, 5, observaram que a sodicidade reduz 0 valor do pardmetro ot (alfa), enquanto aumenta os valores denem, 6 em que: 6 -umidade volumétrica, h_ = €0 potencial matricial © os subscritos re s correspondem, respectivamente, aos niveis de umidade residual e de saturagao, TOLERANCIA DAS PLANTAS. A SALINIDADE. A redugdo do crescimento da planta devido o estresse salino pode estar relacionado com os efeitos adversos do excesso de sais sob homeostase iénica, balango hidrico, nutrigao mineral e metabolismo de carbono fotossintético (Zhu, 2001; Munns, 2002). Os mecanismos pelo qual 0 estresse salino deprecia as plantas ainda é uma questo discutida devido & natureza muito complexa do estresse salino na planta. Devido ao rapido acimulo de sais no solo das dreas irrigadas, 0s problemas de salinizagao ¢ um fator critico para produgao vegetal. Entre as espécies sensiveis a0 estresse salino, o efeito da salinidade manifesta-se por severas redugdes do crescimento e distirbio na permeabilidade da membrana, atividade de troca hidrica, condutincia estomatica, fotossintese e equilibrio idnico (Shannon & Grieve, 1999; Navarro et al., 2003; Cabanero et al., 2004), Existem na literatura muitas tabelas de toleriincia das plantas & salinidade, expressando o efeito generalizado de sais sobre as plantas. Entre estas, pode-se destacar os dados publicados por Berstein (1974), Maas e Hoffman Ffeitos dos sais no solo e na planta (1977), Ayers (1977), Bresler et al. (1982), Maas (1984), e Ayers ¢ Westcot (1999). Alguns valores extraidos dessas publicagdes sao listados na Tabela 8. Existem diferentes mecanismos de tolerdncia das plantas a salinidade. Tester e Davenport (2003) sugerem a existéncia de dois grupos de mecanismos de tolerancia: (1) toleraneia individual das células, envolvendo, por exemplo, a compartimentagao intracelular e a sinalizagao bioquimica, ¢ (2) tolerancia a um nivel superior em relagao ao grupo anterior, envolvendo, por exemplo, 0 controle da absoredo e transporte interno de sais ¢ 0 aciimulo de Na nos interior da planta, Estado nutricional das plantas Dentre os fatores estudados para caracterizar a tolerincia das plantas & salinidade, uma grande atengio 137 deve ser dada ao estado nutricional das plantas. Incrementos na concentragio de NaCl na solucdo do solo prejudicam a absorgao radicular de nutrientes, principalmente de K Ca, ¢ interferem nas suas fungdes fisiolégicas (Zhu, 2001; Yoshida, 2002). Entio, a habilidade dos gendtipos de plantas em manter altos teores de K © Ca e baixos niveis de Na dentro do tecido € um dos mecanismos chaves que contribui para expressar a maior tolerincia a salinidade. Na maioria dos casos, genétipos tolerantes a salinidade so capazes de manter altas relagdes K/Na nos tecidos (Mansour, 2003; Zeng et al., 2003). Pelo aumento da absorgdo de K e consequente redugdo da absorgao de Na, 0 K contribui para manter a relagdo K/Na alta na planta conforme constatado em plantas de piment&o (Rubio et al., 2003), A habilidade dos gendtipos de excluir Na da raiz é uma Tabela 8. Valores limites de condutividade elétrica do extrato saturado do solo para evitar efeitos generalizados no desenvolvimento das plantas Nome Nome cientifico ds) Nome Nome cientifico cay ‘Abacate Persea americana 1,3 Damasqueiro Prunus armeniaca 16 Abobrinha Cucumis sativus 2,5 limo Elymus triticoides 27 Abobrinha Cucurbita pepo melopepo—3,2__Ewilha Pisum sativum L 25 Abobrinha italiana Cucurbita pepo melopepo 4,7 Espinaire Spinacia oleracea 20 Aipo, salsao Apium graveolens 18 Feijao'fava Vicia faba 16 Alface Lactuca sativa 13. Feijoetro Phaseolus vulgaris 1,0 Alfafa Medicago sativa 2,0 Festuca Festuca elatior 3,9 Algodoeiro Gossypium hirsutum 7,7 Figo Ficus carica 25 Ameixa Prunus domestica 15. Framboesa Rubus idaeus 10 ‘Améndoa Prunus dulcis 15. Laranja Citrus sinensis 7 ‘Amendoim Arachis hypogaea 3,2 Limao Citrus limon W7 Amoreira Rubus ursinus 15 Linho Linum usitatissimum 17 ‘Amoreira preta. Rubus spp, 15 Maca Malus sylvestris v7 Arroz Oryza sativa 3,0 Melao cantaloupe Cucumis melo 22 Azeitona Olea europaea 2,7 Milho doce Zea mays 17 Azevém Lolium perenne 5,6 Milho forrageito Zea mays 18 Batata Solanum tuberosum 1,7 Milho gra Zea mays 17 Batata doce Ipomoea batatas 1,5. Morango Fragaria spp, 10 Beterraba Beta vulgaris 4,0 Nabo Brassica rapa 09 Beterraba acucareira Beta vulgaris 7,0 Noz Junglans regia 17 Brocolis Brassica oleraceae botrytis 2,8 Pera Pyrus communis 15 Cana de agucar Saccharum officinarum 1,7 Pessego Prunus pérsica 17 Capim bermuda —_Cynodon dactylon 6,9 Pimentao Capsicum annuum 15 Capim doce Phalaris tuberose 4,6 Pomelo (grapefruit) Citrus paradisi 18 Capim dos pomares Dactylis gromerata 1,5 Rabanete Raphanus sativus 12 Capim mimoso Eragrostis spp, 2,0 — Repolho Brassica oleracea capitata. ‘1,8 Capim sudao Sorghum sudanense 2,8 Roma Punica granatum 25 Cartamo Carthamus tinctorius 5,3. Sesbania Sesbania exaltata 23 Caupi Vigna unguiculata 13° Soja Glycine Max 5,0 Cebola Allium cepa 1,2 Sorgo Sorghum bicolor 40 Cenoura Daucus carota 10 Tamareira Phoenix dactylifera 40 Cevada (forragem) Hordeum vulgare 6,0 Tomateiro Lycopersicon lycopersicum 2,5 Cevadla (gra0) Hordeum vulgare 8,0 Trigo Triticum aestivum 60 Corichao Lotus uliginosus 2,3 Vagem Phaseolus vulgaris L 15 Couve-flor Brassica oleracea 2,5 Videira Vitis spp. 15 138 Nildo da 5. importante caracteristica da planta, contribuindo para aumentar a relagdio K/Na e expressar a alta tolerancia aos sais (Yoshida, 2002; Zhu, 2002). Como a aplicagao de fertilizantes aumenta a concentragao de nutrientes no solo, alguns autores tém afirmado que a aplicagao de fertilizantes em quantidade maior do que a quantidade recomendada traria beneficios em condigGes de salinidade moderada, pois haveria maior absorgzio de nutrientes, aumentando as relagdes K/Na, Ca/Na NO¥/CI (Cuatero & Muiioz, 1999) © aumento da absorgao de K, e consequente redugaio da absorgio de Na, contribuiu para manter a relagdo K/ ‘Na mais alta em plantas de pimento (Rubio et al., 2003) e espinafre (Chow et al., 1990) Com relagdo a relacio NO,/Cl, 0 aumento na concentragaio de NaCl na solugao nutritiva promoveu redugdo nos teores foliares de NO; em plantas de tomate, ¢ nao teve efeito sobre os teores de K, apesar do aumento dos teores de Na nas folhas (Phills et al., 1979), Pessarakli ¢ Tucker (1988) verificaram que sob baixas concentragdes de NaCl na solugdo nutritiva a absorgdo de N no foi afetada, porém esta foi reduzida em 70% sob altos niveis de salinidade. A inibigao da absorgao de nitrato pode ocorrer devido a interagao NOy/ Cl nos sitios de absorgao ou a despolarizagio da membrana pelo Na (Suhayda et al., 1990), o que tem sido associado a inibig&o naio-competitiva de absorgdo de NOs (Hawkins ¢ Lewis, 1993), Além do N e do K, outros ions também podem conferir certo grau de tolerincia das cultur salinidade. A aplicagao de Si em plantas de moringa cultivadas em solugao nutritiva elevou os teores foliares de K ¢ Cae reduziu os de Na e Cl; entretanto, ndo se observou redugao nos efeitos depressivos do NaCl sobre a produedo de matéria seca das fothas, caule e raizes (Miranda et al., 2002). Por outro lado, Matoh et al. (1986) demonstraram que 0 Si promove aumento do teor de K € da relagio K/Na nas folhas em arroz e da produgao de matéria seca em cevada, Apesar dessas evidéncias, existem controvérsias sobre o aumento da tolerincia das culturas a salinidade pelo aumento da adubagdo. Em extensa revisdo bibliogrifica sobre os efeitos de doses de nutrientes na tolerancia de culturas a salinidade, Grattan e Grieve (1999) verificaram que muitos estudos tém sido conduzidos com o solo ou o substrato deficiente em N, P elou K. Com isso, os efeitos benéficos de altas doses de nutrientes ndo implicam em aumento da tolerancia das culturas a salinidade, uma vez que as culturas respondem positivamente aos niveis crescentes de fertilizantes mesmo nos tratamentos nao-salinos. Plantas que se desenvolvem em solos férteis podem parecer mais tolerantes aos sais em relagdo aquelas que crescem em solos deficientes, pois a fertilidade & principal fator limitante do crescimento; enti, a adi¢Zo de fertilizante extra no alivia a inibigdio do desenvolvimento causada pela salinidade (Rhoades et al., 2000). De fato, algumas pesquisas tém demonstrado que a aplicagio de fertilizantes nfo resultam em aumento da tolerincia 4 salinidade de algumas culturas. Blanco et al. (2008a, 2008b) utilizaram agua de irrigagao de alta salinidade na irrigagio do tomateiro em ambiente protegido & verificaram, nas folhas, aumento da relagio N/Cl com as doses de N, € da concentragdo de K e prolina (aminodcido relacionado a tolerancia das plantas a salinidade) com as doses de K. Entretanto, os efeitos da salinidade no foram aliviados e a produtividade nao foi alterada, demonstrando que 0 aumento na dose de fertilizantes aplicados nao conferiu maior tolerineia do tomateiro a salinidade, Resultados apresentados por Tabatabaei e Fakhrzad (2008) demonstram aumento na relagdo K/Na em folhas de azevem somente quando compararam plantas que receberam nitrato de potassio com plantas que ndo receberam (condigao de deficiéneia em K); jé na presenca de doses crescentes desse fertilizante, nao houve aumento de K/Na nas folhas do -orroborando com a afirmagao de Rhoades et azevem, al. (2000). Com base nessa discussdo, nota-se que ainda ha controvérsias sobre a eficiéneia da aplicagao de nnutrientes em excesso visando aumentar a tolerdincia das culturas & salinidade. De qualquer forma, & fato que plantas bem nutridas toleram mais & salinidade do que plantas submetidas a deficiéncia de algum nutriente e, portanto, é importante que haja um programa eficiente de manejo do solo ¢ da adubagao para que a convivéncia com a salinidade seja possivel. De acordo com Munns e James (2003), 0 mecanismo de exclusiio de Na correlaciona-se muito bem com a tolerancia em gendtipos de trigo tetrapléide. Em plantas de Arabidopsis thaliana (Elphick et al., 2001) ¢ yeast (Almagro et al., 2001), foram observados elevadas sensibilidade & NaCl sendo associada com a habilidade deficiente dos gendtipos no sistema de efluxo de Na. O ‘screening’ em gendtipos de plantas para alta tolerdncia ao estresse salino as relagdes K/Na ¢ Na/Ca ca concentragdo de Na nos tecidos, entretanto, sdo pardmetros usados constantemente para diferentes espécies cultivadas (Munns e James, 2003). Ajuste osmético As plantas tolerantes a salinidade so designadas como plantas hal6fitas ¢ podem necessitar cerca de 15 g L"! de cloreto de sédio, equivalente a metade da Efeitos dos concentragdo da égua do mar, para completar seu ciclo fenolégico. Essas plantas absorvem, por exemplo, 0 cloreto de sédio em altas taxas € 0 acumula em suas folhas para estabelecerem um equilibrio osmético com o baixo potencial da dgua presente no solo. Este ajuste osmético se da com o aciimulo dos ions absorvidos nos vactiolos das células das folhas, mantendo a concentragdo salina no citoplasma e nas organelas em baixos niveis de modo que nao haja interferéneia com os mecanismos enzimaticos © metabélicos ¢ com a hidratagio de proteinas das células. compartimentacao do sal que permite, segundo Lauchi © Epstein (1984), as plantas haléfitas viverem em ambiente salino, Para esse ajuste osmético, na membrana que separa © citoplasma e 0 vactiolo nao hé fluxo de um compartimento para outro, mesmo que haja clevado gradiente de concentragdo. O ajuste osmético é obtido por substéncias compativeis com as enzimas ¢ os metabolitos ali presentes. Fsses solutos so, na maioria, organicos como compostos nitrogenados e, em algumias plantas, agiicares, como 0 sorbitol (Lauchi ¢ Epstein, 1984), ‘As plantas sensiveis a salinidade tendem, em geral, a excluir os sais na absorgdo da solugio do solo, mas nao sio capazes de realizar 0 ajuste osmtico descrito € sofrem com decréscimo de turgor, levando as plantas a0 hidrico por osmose. Embora 0 crescimento da parte aérea das plantas se reduza com o aumento da concentragio salina do substrato onde vivem, a redugio da absorgao de agua nao é necessariamente a causa principal do reduzido crescimento das plantas em ambientes salinos. De fato, Kramer (1983) aponta que plantas que crescem em substratos salinos mantém seu turgor e chama atengao para 0 fato de que suculéncia & uma caracteristica comum entre as haléfitas. Este fato igere que essas plantas ndo percam agua por salinidade como se estivessem em solos secos e também nao se recuperem, como fazem as plantas estressadas por falta de agua, ao receberem agua novamente. Assim, parece que 0 efeito no crescimento, de niveis similares de potencial osmitico e matrico, é diferente. Esta inferéncia permite questionar 0 emprego da soma algébrica com a mesma ponderagdo para potencial gravitacional, matricial € osmético ao calcular o potencial total da agua no solo. Plantas muito sensiveis & salinidade também absorver gua do solo juntamente com os sais permitindo que haja toxidez na planta por excesso de sal absorvido. Este excesso promove desbalanceamentos no citoplasma resultando em danos principalmente na bordadura € no pice das folhas, a partir de onde a planta perde, por o, quase que tio somente gua, havendo estre 139 nestas regides aciimulo do sal translocado do solo para a planta, ¢ obviamente intensa toxidez de sais. Sinalizagao bioquimica e methoramento genético Ji se pode conseguir cultivares de espécies de plantas originalmente sensiveis & salinidade mais tolerantes aos sais. ‘A resposta das plantas aos estresses abidticos, nos quais inclui-se o estresse salino, envolve uma série de reagdes bioquimicas, que sio reguladas por genes especificos. Para entender completamente a resposta biologica das plantas a salinidade, é preciso entender os mmismos pelos quais as plantas “percebem” os sinais de estresse do meio ¢ como elas respondem a esses sinais, através da transmissao de sinais as células, os quais ativardo os mecanismos de resposta adaptativa da planta. De acordo com Xiong et al. (2002), de um modo geral, a iranscrigao de um sinal comega com a percepcao, seguido da geragao de mensageiros secundarios (fosfatos, inositol, dentre outras). Esses mensageitos secundarios podem alterar as concentragdes intracelulares de Ca, iniciando varias fosforilagdes de intese de proteinas diretamente envolvidas na protego celular ou em fatores de transcrigdo que controlam grupos especificos de genes reguladores de estresse. Os produtos desses genes podem participar da geragdo de moléculas reguladoras, como 0 acido abscisico (ABA), etileno e acido salicilico. Um desses genes ¢ 0 SOS! (Wu et al., 1996), um gene altamente sensivel ao Na ¢ o responsavel pelo fluxo Na"/ H* que ocorre pela membrana celular, regulando, assim, a concentragaio de Na no interior das células (Shi et al., 2000). O avango no conhecimento dos processos bioquimicos envolvidos na toleréncia das plantas a salinidade possibilitam a insergao de novos genes ao cédigo genético desses organismos, dando origem ais variedades transgénicas tolerantes & salinidade. Pela introdugao do gene AtNHX1 tem-se obtido aumento consideravel na tolerdncia A salidade do milho (Yan et al., 2004), tomate (Zhang e Blumwald, 2001), festuca alta (Tian et al., 2006), dentre outras, Toxidex Os sais também podem apresentar toxidez especifica originada de alguns ions como por exemplo cloreto, boro € sédio. Sousa (1995) observou que o feijoeiro apresenta danos maiores quando irrigado com altos niveis de cloreto de sddio comparado ao cloreto de calcio. Também ha diferengas entre cloreto e sulfato. Por exemplo, sabe-se que algumas plantas crescem menos quando sujeitas a 140 niveis de sulfato do que aos mesmos niveis de cloreto, Alguns autores citados por Kramer (1983) também citam que o cloreto aumenta a suculéncia das plantas, enquanto o sulfato diminui REFERENCIAS Almagro, A, Prista,C., Benito, B., Loureiro Dias, M.C., Ramos, J. 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