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 Introáucción:
'Un consejo áe dado

Cuando lo empecé a escribir, este libro no trataba de nada o casi

nada parecido a lo que en él el lector encontrará. Era el invierno de
1996 y me hallaba en Holanda. Había viajado hasta allí por dos
motivos, mejor dicho, por dos pájaros. Uno estaba extinguido des­
de hacía más de tres siglos y el otro a punto de estarlo: el <lodo, que
vivió en la Isla Mauricio, y cierto «mirlo blanco», en realidad es­
tornino blanco más conocido como miná de Bali, al cual había
tratado infructuosamente de ver y fotografiar durante mi estancia
años antes en los bosques del norte de aquella otra isla, único lugar
donde existen unos pocos en estado salvaje.
Al lector le parecerá extraño emprender un viaje a Holanda en
relación con dos aves que no son nativas de ese país y sí de remotas
islas tropicales. Se lo explicaré: los holandeses, un pueblo hoy muy
amante de la naturaleza, han sido responsables de haber extinguido
en su pasado colonialista a varias especies, como el citado <lodo, el
antílope azul y la cebra del Cabo o cuaga, éstas dos últimas masa­
cradas hasta el exterminio por los colonos «boer» de Sudáfrica.
Otros hubiesen sido los causantes de esas extinciones 'si hubiesen
llegado y colonizado antes los lugares donde tales especies vivían.
En cuanto al «jalak putih», nombre con que los habitantes de Bali
conocen a ese estornino blanco que es el único pájaro endémico de
la isla, si actualmente se cuenta entre las diez aves más raras del
mundo no es porque Bali fue una vez posesión holandesa, sino
por su reducida zona de distribución, por la deforestación de la sel­
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 182 • LA ESPECIE SUICIDA
­­­­ Debemos pues decidir sin dilación entre continuar con el éxi­
f to que hasta ahora hemos tenido como especie, cambiando mu�
I; chas cosas para ello, o seguir preparando el fracaso que arrastrara
. en nuestra caída a otras numerosas formas de vida. Sólo la sabi­
duría, atributo tan característico nuestro que quisimos bautizarnos
con él, nos permitirá ser verdaderamente sapiens y no el mono
loco que en tantas ocasiones demostramos ser, administrar ade­
cuadamente los recursos de la Tierra y su riqueza biológica, de los
que dependemos, y controlar nuestra abundancia de otra manera
que preparando el advenimiento de una terrible guerra donde
todos seamos perdedores o nadie sea ya nada en absoluto. No se
trata de aquéllo que cínicamente enuncian ciertas pegatinas de co­
ches en Estados Unidos: «Salva al planeta. Mátate tú», pero sí de
aceptar el hecho de que formamos parte de un gigantesco ente
vivo al que, en nuestro propio beneficio, no nos conviene hacer
daño. Aunque el concepto de «Gaia» no agrada a algunos biólo­
gos por sus connotaciones religiosas, tal vez sea menos probable
que creyendo en él, como han creído casi todos los pueblos pri­
mitivos, dañemos a las estructuras vitales de la biosfera, que son
en definitiva las que permiten nuestra propia vida y la continuidad
de la especie humana.
En palabras de Pedro Arrojo, economista y miembro del «Co­
\ ­ mité Hombre y Biosfera» de la UNESCO: «Conseguir un mode­
'. lo de desarrollo sostenible no es que sea o no imposible, es simple­
\ mente imprescindible para la supervivencia de la civilización». Lo
.. mismo ha expresado, más literariamente, el conocido biólogo Ste­
phen Jay Gould en uno de los capítulos de su libro <�cho ­��rdi_­
tos»: «Sugiero que establezcamos un pacto con nuestro planeta­:­t:a
Tié­rra tiene todas las cartas y detenta un inmenso poder sobre
nosotros, de forma que tal convenio, que necesitamos desespera­
damente, sería una bendición para nosotros y un alivio para ella,
pese a que, en su propia escala de tiempo, no le hace ninguna falta.
Haríamos mejor en firmar los documentos mientras todavía esté
dispuesta en llegar a un acuerdo. Si la tratamos bien, nos soportará
durante un tiempo más. Si arañamos su piel, se vengará, nos echa­
rá a patadas, se pondrá un vendaje y seguirá ocupándose de sus pro­
pios asuntos en su propia escala». . llones de años atrás, que es la antigüedad del género Homo. Otros
Sin duda lo expresado debe intentarse por todos los medios; no
hay otro camino. Pero es posible que incluso en tales buenas ideas
ICEBERG A PROA O EL SUEÑO DE LA RAZÓN • 183
e intenciones no subyazca sino nuestra vieja soberbia una vez más,
el falso sentimiento de creer ,que podemos erigirnos en dueños o
administradores del mundo. Este tiene al menos 4.500 millones de
#iños de antigüedad y por él han pasado infinidad de formas de
vida variadísimas, ninguna pensante, es verdad, pero no por inteli­
gentes dejamos de ser unos advenedizos, huéspedes recién llegados
a una casa de la que, con bastantes molestias para sus otros muchos
inquilinos, aseguramos ser amos absolutos, nos zampamos todas las
provisiones, trastocamos numerosas cosas de su sitio, ocupamos
cada una de las estancias y defecamos en el jardín que previamente
hemos arrasado.
Tal vez no seamos dueños ni siquiera de nuestro propio des­
tino biológico, en la misma medida que nuestra evolución no estu­
vo decidida o prefijada de antemano para hacer que apareciésemos
en el mundo. Según ya concluyó hace medio siglo el paleontólogo
George Gaylard Simpson, la evolución no tiene propósito alguno;
se trata, en efecto, de un mecanismo oportunista y estocástico, es
decir, dependiente del azar, puesto que las mutaciones que confor­
man las especies se producen fortuitamente y es su oportunismo en
un momento dado lo que decide si pueden mantenerse en el ca­
rrusel de la vida o han de descender de él. Si la historia de la vida
en el planeta pudiera iniciarse de nuevo, nada sería igual; otras
hubiesen sido las criaturas del pasado y otras las del presente, y des­
de luego nosotros no nos encontraríamos entre éstas. La vida es un
fractal, un caleidoscopio en continuo giro, productor de mfínidad
­de formas que nunca aparecen dos veces.
• Por ello el hombre no es cumbre evolutiva de nada, y menos de
4.000 millones de años de ese constante caudal de formas de vida,
algunas de las cuales ciertamente abocaron en lo que somos. No es­
tamos más evolucionados que un chimpancé, ni siquiera que una
ameba; somos tan sólo «otra cosa». Tampoco nadie nos ha asegu­
rado que la inteligencia sea una cualidad superior a la de tener
alas como las aves o digerir madera como las termitas. Procedentes
de una larga línea evolutiva en la cual tenemos un antepasado co­
mún con los peces hace 400 millones de años y con los gusanos
hace el doble de tiempo, hemos debutado en el planeta 2,5 ó 3 mi­
tantos años antes, nuestra rama del árbol de la evolución, africana
acacia de anchísima copa y no abeto del que ocupamos el ápice, se
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