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Contextualização

As primeiras referências ao fenómeno El Niño datam do século XVIII, quando


frequentemente, em Dezembro, as costas do Peru e Equador, geralmente caracterizadas
por águas muito frias e pela pesca farta, observava-se um aquecimento das mesmas.
Essas águas natalinas que afugentavam os cardumes de atum e de outros peixes daquela
região, foram batizadas pelos pescadores peruanos como o nome (em espanhol) El
Niño “O Menino" numa referência ao Menino Jesus (Rojas et al., 2014)

Em geral o El Niño inicia no começo do anos, atinge a máxima intensidade durante


Dezembro do mesmo ano e Janeiro do ano seguinte e, enfraquece na metade do segundo
ano. Com a ocorrência deste fenómeno, modificam se as condições de temperatura, de
precipitação e humidade, o que condiciona o rendimento agrário (Madeiros, 1998).
Outro sim, com a alteração das condições climáticas, o nível de água no solo e nas
bacias hidrográficas também varia proporcionalmente a nível de precipitação, bem
como as condições de vida da biodiversidade.

Em Moçambique o El Niño tem trazido secas severas e cheias do Sul ao Norte


respectivamente o que faz com que as províncias do sul do país estejam a registar perda
de gado e de vidas humanas, população em insegurança alimentar aguda, escoamento
abaixo da média e migração de pessoas a procura de mínimas condições de vida
(IVAIRS, 2016).

Os fenómeno El Niño e La Niña, que são resultados do aquecimento acima do normal


ou resfriamento abaixo do normal das águas tropicais do Pacífico, respectivamente, são
exemplos dos eventos modificadores do clima numa região. A sua ocorrência causa
modificações nas correntes de ar do globo terrestre que por sua vez contribui para a
alteração do comportamento do clima (Babkina, 2003)

Conceitos de El Niño e La Niña

O El Niño é uma anomalia que acontece no Oceano Pacífico Equatorial junto com o
enfraquecimento dos ventos alísios (que são ventos de leste para oeste em baixos níveis)
na região equatorial. Com essas mudanças, altera o padrão de circulação atmosférica,
causando em todo Planeta, fenômenos como enchentes, secas, e outros problemas sócio-
ambientais e econômicos. Esse fenômeno não tem um ciclo bem definido, ocorrendo
entre 2 a 7 anos. (OLIVEIRA, 1999)
O termo El Niño significa O Menino Jesus, pois seu surgimento era notado por
pequenas embarcações de marinheiros que vinham Paita e Pacasmayo que observaram
uma contracorrente do Norte para o Sul logo após o Natal.

No Oceano Pacífico Equatorial temos um aquecimento de suas águas que junto com os
ventos alísios em baixos níveis, temos um represamento dessas águas quentes no oeste
do oceano pacífico. A célula de Walker, que fica nessa região equatorial tem
movimentos ascendentes nessas áreas de águas mais quentes formando nuvens, e
movimentos descendentes na região do oeste da América do Sul, devido aos ventos em
altos níveis que são de oeste para leste.

Esse seria o normal da circulação atmosférica, isto é, sem a presença de El Niño. A


figura abaixo demonstra como é as condições normais atmosféricas.

O termo La Niña surgiu por ser o oposto do El Niño e significa “A Menina”. Pode
também ser chamado de El Viejo (O velho), episódio frio, e anti- El Niño, mas esse
último citado seria se referindo ao Diabo, pois se El Niño significa Menino Jesus, anti-
El Niño significaria o oposto, por isso esse termo é pouco utilizado.

Nos anos de La Niña, os ventos alísios se intensificam então à um represamento maior


de águas no oeste do Oceano Pacífico Equatorial e com ventos mais intensos a
ressugência irá aumentar, deixando as águas mais frias na superfície. E com as águas
represadas mais no oeste, gera ascendência e formação de nuvens, alongando a célula de
Walker.

Esse fenômeno também ocorre entre 2 a 7 anos, e com menor freqüência do que o El
Niño, tendo períodos de 9 a 12 meses, sendo poucos que duram até 2 anos. As
anomalias não chegam à 4ºC abaixo do normal.

O El Niño é um fenómeno meteorológico de escala global caracterizado pela interacção


oceano-atmosfera e que afecta a circulação geral da atmosfera o que provoca variações
na temperatura e na precipitação em diversas regiões do globo. Este, é formado por duas
componentes: oceânica que se refere ao aquecimento anómalo das águas superficiais e
sub-superficiais do oceano Pacífico tropical e atmosférica referente a flutuações de
pressão invertidas entre o Pacífico e o oeste (Ambrizzi, 2016).

O El Nino causa fenómenos como secas e enchentes em várias partes do mundo. Ele,
normalmente ocorre em intervalos médios de 4 anos e persiste de 6 a 15 meses, contudo
a sua frequência é em intervalos de tempo irregulares, sendo mais comum de 3 a 5 anos,
podendo ser de 2 a 12 anos. A frequência é a intensidade dos eventos El Niño e La Niña
aumentaram ao longo do século XX, o que gerou muitas pesquisas para investigar a
existência da relação com as mudanças climáticas globais (Christopherson, 2012).

Características do El Niño

O El Nino caracteriza-se pelo aquecimento acima do anormal das águas oceânicas no


sector centro-leste do oceano pacífico tropical, desde a costa da América do Sul
(próximo ao peru e equador) até aproximadamente a Linha da Data (longitude de 180
graus). Os ventos alísios se enfraquecem nas regiões ocidental e central do Pacífico, o
que aumenta a profundidade que as águas quentes atingem no Leste e, por sua vez esta
diminui no Oeste (Varejão & Silva, 2005)

Consequências do El Niño em Moçambique

O El Nino de 2015-2016 provavelmente seja o mais forte registado nos últimos 18 anos
e, segundo os especialistas, deve ficar entre os três mais poderosos de que se tem
conhecimento (Serra, 2016).

(…) pelo menos 176.139 pessoas estão em insegurança alimentar aguda, aquela que é
considerada preocupante. Estas vítimas estão distribuídas pelas províncias de Gaza
(77.365 pessoas), Inhambane (75.565 pessoas), Sofala (14.006 pessoas) e Niassa (9.203
pessoas). Estes números poderão aumentar nos próximos meses dependendo do
comportamento da presente época chuvosa, uma vez que a maioria dos agregados
familiares em risco tem como principal fonte de alimentos básicos a produção própria.
A título de exemplo, nas províncias de Gaza e Inhambane, os números de pessoas em
insegurança alimentar subiu de Maio para Novembro de 2015, tendo passado de 66.119
para 75.565 pessoas em Inhambane, e de 71.665 para 82.377 pessoas em Gaza
(IVAIRS, 2016).

No que se refere ao estado das bacias hidrográficas, o Ministério da Agricultura e


Segurança Alimentar (MASA), fez saber que a situação mostrava que o ano hidrológico
de 2016 era atípico para as bacias hidrográficas da região sul de Moçambique pois, os
escoamentos situavam se muito abaixo da média dos anos mais secos (1991/1992 e
1997/1998) em que se registou fenómenos El Niño (IVAIRS, 2016). Na realidade, em
Moçambique no período de 2015/2016 verificou se uma disparidade de consequências
do El Niño visto que, a região Norte registou cheias e as regiões Sul e Centro do país,
foram assolados pelas secas (Matias, 2016)

REFERÊNCIAS

OLIVEIRA, Gilvan Sampaio de. O El Niño e você: o fenômeno climático. São José dos
Campos, SP: TRANTEC, 1999.

BABKINA, A. M. EL Niño: Overview and Bibilography. Nova York. 2003.

CHRISTOPHERSON, R. Geossistemas. Uma Introdução à Geografia Física. 7ª Edição,


2012.

IVAIRS, A dura seca em Moçambique. Disponível em


https://ivairs.wordpress.com/2016/01/10/a-dura-seca-em-mocambique/. Acessado em 10
de Março de 2021.

Madeiros, R. M. El Niño, La Niña sua influência no globo e seus efeitos no estado do


Piauí. 2ª Edição, Teresina, 1998.

Serra, C. Atenção Moçambique: El Niño poderá ser o mais em 18 anos.


Http://oficinadesociologia.blogspot.com/2016/01/atenção-para-Moçambique-el-nino-
deve.html publicado em 01/03/2016.

Matias, Leonel. Moçambique: fortes chuvas no norte e seca no sul.


Http://www.dw.com/pt/mo%C3%A7ambique-fortes-chuvas-no-norte-e-seca-no-suk/a-
18982828.htm última actualização em 15/01/2016. Consultado em 10/03/201

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