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Curso de Direito Processual Civil


(legislação + doutrina + jurisprudência)

Estudo direcionado em exercícios

AULA 5

– Prof. Régis CVM –

Julgue os itens abaixo e e responda às perguntas formuladas

14. A A ação civil pública demanda atividade probatória congruente com a


discussão que ela veicula

GABARITO: CERTO.

Os legitimados ativos, ou seja, aquelas pessoas que podem entrar com a Ação Civil
Pública na justiça, deverão “provar”, demonstrar, a verdade dos fatos que são
narrados na acusação.

Ainda, a prova produzida deve ser congruente, ou seja, no mesmo sentido da


acusação. A prova, então, deve ser robusta, séria, clara, inequívoca. Em outras
palavras: a prova a ser produzida logo no início da ação deve ser forte, evidente,
que não gere dúvidas quanto àquela pessoa que vai julgar a ação.

15. A ação civil pública é um instrumento processual, de ordem


constitucional, destinado à defesa de interesses difusos e coletivos.
Mesmo estando referida no capítulo da Constituição Federal relativo ao
Ministério Público (artigo 129, inciso III). A localização dessa norma
não afasta o caráter constitucional da ação civil pública também para
aquelas promovidas por entidades públicas e associações co-
legitimadas.

GABARITO: CERTO.

De fato, a Ação Civil Pública é medida judicial de natureza processual. Além disso, a
temática é, de fato, de fundo constitucional.
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Agora, de fato, a legitimatio ativa ad causam para a Ação Civil Pública é


principalmente, mas não exclusivamente, do Ministério Público. Por isso, a doutrina
afirma que a legitimação ficou ampliada.

Essa ampliação se deve ao parágrafo 1º, do artigo 129, da Constituição Federal,


pelo qual se estabelece a regra da sua não exclusividade do Ministério Público na
tutela (defesa) dos interesses sociais.

A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas no art. 129 da


Constituição Federal, dentre elas, a Ação Civil Pública, não impede a iniciativa de
terceiros, nas mesmas hipóteses, segundo o disposto na Constituição e na lei.

16. A Ação Civil Pública pode ser de natureza declaratória.

GABARITO: ERRADO.

A “natureza declaratória” não gera qualquer responsabilidade de imediato. Pode sim


gerar responsabilidade depois, mas não de imediato.

A Ação Civil Pública requer, conforme a Lei 7.347/85, no art. 3º, responsabilidade
de imediato, pois a ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.

Então, quando o juiz julga a causa, ao final vai responsabilizar, ou seja, condenar
alguém a pagar alguma coisa ou condenar alguém a fazer ou a não-fazer alguma
coisa.

17. A atuação extrajudicial do Ministério Público desencadeia, com


freqüência, sua atuação judicial, mediante a propositura de ações
judiciais, como é o caso da Ação Civil Pública. O mesmo ocorre com o
TCAC – Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta.

GABARITO: ERRADO.

De fato, quanto do Ministério Público atua de forma extrajudicial, depois essa


atuação se torna judicial.

São exemplos de atuação extrajudicial: o inquérito civil, o TCAC, solicitação de


informações.

O inquérito civil serve como peça administrativa pré-processual, ou seja, é um


procedimento que investiga a notícia de alguma irregularidade da atividade
administrativa. É uma atuação extrajudicial, porque se dá fora da justiça. Mas,
dependendo das conclusões do Inquérito, pode haver sim, depois, uma ação civil
pública.

O TCAC está previsto na nossa Lei 7.347/85, art. 5º, §6º:

Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de


ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá

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eficácia de título executivo extrajudicial.

Então, está aí o erro da questão, pois o TCAC TEM EFICÁCIA DE TÍTULO EXECUTIVO
EXTRAJUDICIAL, portanto, não precisa de passar pela justiça.

Como assim?

O inquérito civil para ter alguma eficácia tem que passar necessariamente pela
justiça. O TCAC não precisa disso. Então, concordo que o TCAC é sim um
procedimento extrajudicial e que vem antes do processo, mas não precisa de
“entrar” na justiça para ser considerado eficaz.

Professor, o que é o Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta?

Segundo a doutrina, o compromisso de ajustamento é um instituto de composição


extrajudicial do Ministério Público que representa uma novidade, trazida pela lei.

Muito embora, em muitos casos, o termo de compromisso seja realizado pelo


Ministério Público, existe a possibilidade de outros legitimados para tal, como
podemos observar no artigo citado acima.

Por exemplo, compete ao Auditor Fiscal do Trabalho orientar os empresários sobre a


necessidade de cumprimento das normas laborais, com o intuito de prevenir
infrações à legislação, elaborando um termo de compromisso.

Essa é a exata medida da eficácia da ação, qual seja, a aplicação de um conjunto de


medidas ou preparação antecipada, a fim de garantir a tutela da lei em relação ao
trabalhador.

O objetivo do TCAC é o de evitar uma ação judicial. Veja: se o Ministério Público


“perceber” que alguém está sem situação irregular, ANTES de entrar na justiça
contra essa pessoa, poderá o Ministério Público dar uma “chance” a essa pessoa
para “consertar” o erro, mediante a assinatura do TCAC.

Então, a pessoa “errada” se compromete, ou seja, assina um Termo de


Compromisso para ajustar a sua conduta às exigências legais. Isso evita uma ação
civil pública.

Essa “assinatura” do termo tem eficácia de título executivo, ou seja, se a pessoa


que assinou o termo, desobedecer ao que foi acertado, pagará multas e receberá
cominações (punições) legais.

O elemento em tela é uma tarefa que contém uma solução negociada de conflito
envolvendo direito transindividual com eficácia de título executivo.

Assim sendo, com o objetivo de evitar o ajuizamento da ação, pode, então, o


Ministério Público estabelecer com o causador do dano um compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências da lei, mediante cominações que terão
força de título executivo extrajudicial. Registre-se que cabe agora execução de
obrigação de fazer ou não fazer, fundada em título extrajudicial homologado pelo
Ministério Público.

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18. A Jurisprudência pacífica do STJ tem sido construída no sentido de que


o Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil púbica em
defesa de interesse individual de menor.

GABARITO: CERTO.

A discussão que envolva menores de idade, como um grupo social, é considerado


direito individual homogêneo, portanto, tendo como elemento de fundo um
interesse difuso e, por isso, é cabível a ação civil pública para tutelar os direitos
dessa classe social.

Interessante observar que a Lei 7.347, no seu art. 1º, não fala na tutela (proteção)
de direitos difusos.

Mas... ... ...

A Constituição Federal fala sim. Observe:

CF, Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...) III - promover o
inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

19. A O artigo 129 da Constituição Federal estabelece que o Ministério


Público tem legitimidade ativa “ad causam” para propor ação civil
pública com o objetivo de serem resguardados os interesses difusos e
coletivos, entre os quais está o direito do consumidor.

GABARITO: CERTO.

O direito do consumidor é considerado um interesse difuso, pois não podemos


identificar, individualizar, os beneficiários da Ação Civil Pública.

Não podemos dar “nomes” individuais aos consumidores. São pessoas não-
identificáveis. Sabemos que existem, mas não identificamos individualmente.
Mesmo que haja um interesse individual em discussão, ele deve ser homgêneo a
toda a classe de consumidores.

Nesse sentido, veja o que diz a Constituição Federal:

CF, Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: (...) III - promover o
inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e social,
do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.

Os direitos dos consumidores é interesse difuso e coletivo. Prova disso também se


encontra no fato de que a Lei 7.347/85 adita, logo no seu art. 1º, inciso II, a
possibilidade de uma Ação Civil Pública para discutir direito dos consumidores.

20. A O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil
pública que verse sobre tributos.

GABARITO: CERTO.

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A Lei 7.347/85, no seu art. 1º, parágrafo único, é clara ao dizer que não será
cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos,
contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou
outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser
individualmente determinados, pois, se os beneficiários forem individualmente
determinados, não mais se pode falar em direitos difusos e coletivos.

21. A O Ministério público tem legitimação para ação civil pública em tutela
de interesses individuais homogêneos dotados de alto relevo social,
como os de mutuários em contratos de financiamento pelo Sistema
Financeiro da Habitação, podendo questionar, na justiça, quaquer
irregularidade, por meio da Ação Popular.

GABARITO: ERRADO.

Temos nessa questão apenas um “errinho”. A legitimatio ativa ad causam para a


ação popular é do cidadão, assim definido na lei como aquela pessoa que possui
título eleitoral, ou seja, a capacidade eleitoral passiva.

Lembre-se: “legitimatio ativa ad causam” é a autorização que a lei dá a algumas


pessoas ou categoria de pessoas para serem autoras numa ação na justiça.

Nesse sentido, a Ação Civil Pública possui o Ministério Público como agente
autorizado para a ação. Já na Ação Popular, o agente legitimador é o cidadão, na
forma da lei.

22. Afinal, o que é AÇÃO CIVIL PÚBLICA?

RESPOSTA: Di PIETRO define Ação Civil Pública como o “meio processual de que se
podem valer o Ministério Público e as pessoas jurídicas indicadas em lei para
proteção de interesses difusos e gerais.”

De plano, é interessante observar a classificação dessa autora. Como visto


anteriormente, o que a lei afirma ser interesse coletivo, Di PIETRO posiciona como
sendo a mesma coisa que interesse geral

Se Di PIETRO fala em interesses difusos e gerais, então o coletivo é o geral. Não


poderia ser diferente, pois o interesse coletivo estrito, onde os sujeitos podem ser
determinados, é objeto do Mandado de Segurança Coletivo e não da Ação Civil
Pública.

O objeto da proteção da Ação Civil Pública está no corpo da Lei nº 7.347/85, no seu
artigo 1º, o qual se destaca, no contexto da nossa banca, a tutela dos interesses
metaindividuais.

Por sua vez, CARVALHO FILHO afirma que essa lei é de natureza eminentemente
formal, pois regula a tutela de vários direitos subjetivos e deveres jurídicos relativos
ao meio ambiente, ao consumidor e a outros interesses coletivos e difusos.

Ainda considerando esse mesmo diploma legal, o artigo 2º aduz ser o foro

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competente o do local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano. Se o dano se verificar


em mais de uma comarca, é competente qualquer uma delas.

BEZERRA LEITE faz uma interessante conexão entre a Ação Civil Pública e os
direitos humanos. Para esse autor, os interesses metaindividuais que são ditos na
Ação Civil Pública são notadamente direitos humanos fundamentais.

A Ação Civil Pública, no que tange à tutela dos interesses metaindividuais, é o


principal ícone de realização plena e eficaz dos direitos humanos.

Poderão ser autores da Ação Civil Pública os seguintes sujeitos: o Presidente da


República, as Mesas do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, das
Assembléias Legislativas dos Estados-membros da Federação, da Câmara
Legislativa do Distrito Federal e dos municípios, Governadores de Estado e do
Distrito Federal, Prefeitos municipais, além da Defensoria Pública e o Conselho da
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), com suas seccionais.

A legislação também confere legitimidade às associações, desde que constituídas há


pelo menos 01 (um) ano e que incluam entre suas finalidades a proteção ao meio
ambiente, ao consumidor e aos patrimônios artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico.

Dessa forma, a Ação Civil Pública é aquela pela qual o órgão do Ministério Público ou
outros legitimados ativos (as pessoas jurídicas, públicas ou privadas) ingressam em
juízo com o intuito de proteger o patrimônio público e social, o meio ambiente, o
consumidor, ou, ainda, quaisquer interesses difusos e coletivos, pleiteando a fixação
da responsabilidade e, conseqüentemente, a reparação pelos danos causados.

Os bens jurídicos tutelados pela ação cívil pública estão elencados no art. 129, III,
CF; ou seja, a defesa de direitos transindividuais relacionados com o meio
ambiente, o consumidor, os bens e direitos de valor artístico, histórico, turístico e
paisagístico, as infrações à ordem econômica e à economia popular, à ordem
urbanística, a crianças e adolescentes, a idosos, a pessoas portadoras de
deficiência, e a qualquer outro interesse difuso ou coletivo.

A legislação distingue os direitos transindividuais, passíveis de tutela coletiva (isto é,


os interesses difusos, os interesses coletivos e os interesses individuais
homogêneos) dos direitos estritamente individuais, que são passíveis de defesa
individual (por meio de ações judiciais promovidas por cada um dos lesados).

23. Apregoa a Constituição da República, em vigor, que o Ministério Público


é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127, caput),
arrolando, entre suas funções institucionais, a de promover o inquérito
civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (CF,
art. 129, III). Nessa linha de determinação, o Ministério Público Federal
tem legitimidade ativa para propor ação civil pública objetivando a
defesa da correta aplicação dos recursos federais destinados a ações

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voltadas à preservação da saúde da população de um município.

GABARITO: CERTO.

De fato, conforme a Constituição Federal, o Ministério Público é instituição que


tutela (protege) os interesses da SOCIEDADE.

Nesse sentido, podemos dizer que o Ministério Público é função essencial à


prestação jurisdicional.

O que é prestação jurisdicional?

É o mesmo que função jurisdicional, ou seja, a própria atividade do juiz de julgar as


causas, aplicando a lei ao caso concreto, resolvendo, assim, as lides que lhe são
apresentadas.

Para a defesa do patrimônio público e social, defesa do meio ambiente e outros


interesses difusos e coletivos, o Ministério Público é legitimado ativo para a Ação
Civil Pública.

O que é legitimado ativo?

É a autorização dada pela lei para ser autor de uma ação judicial.

SÓ QUE ANTES DE ENTRAR COM A AÇÃO CIVIL PÚBLICA, O PRÓPRIO MINISTÉRIO


PÚBLICO PODERÁ ABRIR UM INQUÉRITO CIVIL PARA INVESTIGAR O FATO QUE
PODERIA TER CAUSADO UMA LESÃO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO, SOCIAL OU AO
INTERESSE COLETIVO DIFUSO OU COLETIVO.

Ora, no finalzinho do item acima, o examinador parece que nos solicita um


“exemplo” prático de aplicação da lei.

Para a defesa dos interesses da populaçãoa de um Município. Nesse sentido, cabe


sim a ação civil pública para garantir que verbas orçamentárias repassadas possam
ter aplicação correta!

24. Conforme a legislação de controle judicial da atividade administrativa,


pode-se afirmar que se o autor de uma medida judicial entrar com uma
ação civil pública, outra pessoa estará impedida de entrar com uma
ação popular com o mesmo objeto.

GABARITO: ERRADO.

Conforme a Lei 7.347/85, que regula a Ação Civil Pública, logo no início, ou seja, no
seu art. 1º, o autor, ou melhor, os autores podem sim entrar com as duas ações
(Ação Civil Pública e Ação Popular), versando sobre o mesmo assunto, ou, como
falou a questão, com o mesmo objeto.

Isso porque o art. 1º da referida lei diz que é possível Ação Civil Pública, “... sem
prejuízo da ação popular...”.

Mas, lembre-se de que se, de fato, houver essas duas ações com o mesmo assunto,
essas duas ações serão consideradas CONEXAS entre si.

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Inclusive, é por isso que o art. 2º, parágrafo único, da Lei da Ação Civil Pública, fala
em prevenção. Veja:

A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações


posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo
objeto.

Assim, se o juiz “X” recebe uma Ação Civil Pública, estará PREVENTO, ou seja,
“ligado”, para também julgar uma Ação Popular, DESDE QUE ambas as ações
estejam CONEXAS entre si.

PREVENÇÃO = LIGAÇÃO (o juiz de uma causa é “o mesmo” para outra).

PREVENÇÃO = “O MESMO” (o juiz de uma causa está “ligado” para outra).

Prevenção é isso: o juiz de uma causa é o mesmo para outra conexa, porque ele
está ligado a ambas pelo mesmo objeto.

25. Conforme a Lei da Ação Civil Pública, é facultativo ao servidor público


apresentar às autoridades competentes a “notitia” de alguma
irregularidade que possa ensejar uma Ação Civil Pública.

GABARITO: ERRADO.

Esse item já estaria errado se você se baseasse nos seus conhecimentos relativos à
Lei 8.112/90.

Veja só: qualquer um de nós, servidores, que tiver ciência de alguma


irregularidade, no exercício de nossas funções, devemos, de imediato, elaborar uma
espécie de “notitia”, ou seja, “notícia”, formal, escrita, com todos os dados de que
dispomos.

Ainda mais em se tratando de alguma irregularidade grave que possa gerar


(ensejar) uma futura Ação Civil Pública!

Observe a Lei 7.347/85, no seu artigo 6º:

Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do


Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto
da ação civil e indicando-lhe os elementos de convicção.

Pra qualquer pessoa “comum” o verbo utilizado é “poderá” e para servidor,


“deverá”. Então a referida notícia de irregularidade a que se refere a questão acima
é uma OBRIGAÇÃO ao servidor.

Acrescento que essa obrigação de dar notícias de irregularidades à autoridade


competente, no caso, ao Ministério Público, se estende também aos juízes e
tribunais, conforme essa mesma lei, só que logo abaixo, ou seja, no seu artigo 7º:

Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de


fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério
Público para as providências cabíveis.

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26. Cuidando-se de ação civil pública por ato de improbidade administrativa


proposta pelo Ministério Público Estadual, é obrigatória a intervenção
do Parquet.

GABARITO: ERRADO.

A teor do disposto no art. 5º, § 1º, da Lei nº 7.347/1985, é o contrário, ou seja, se


o MP atua como Parquet, NÃO SE FAZ NECESSÁRIA sua intervenção como custus
legis.

Como assim, professor?

O Ministério Público possui duas “faces”: ora atua como PARQUET, ora atua como
CUSTUS LEGIS.

Quando o MP é “Parquet”, ele corresponde ao autor de uma ação judicial.

Quando o MP é “custus legis”, ele atua no processo apenas como fiscal da lei.

Veja, então, o que diz aquele art. 5º, §1º, da Lei 7.347/85:

O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará


obrigatoriamente como fiscal da lei.

Então, se o MP for Parquet não será custus legis. Se o MP não é Parquet, será
custus legis.

27. Dá-se a conexão quando existe identidade parcial de partes e identidade


das causas de pedir entre duas ações civis públicas propostas
concomitantemente pelo Ministério Público Federal e pela União,
devendo ser determinada a reunião de ambas as ações, a fim de se
evitar julgamentos conflitantes entre si.

GABARITO: GABARITO.

Isso que o comando da questão falou é verdade.

Veja: se você observar o art. 5º da Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85), lá você
vai encontrar as pessoas legitimadas para a propositura da referida ação.

Nesse sentido, o inciso I fala que o Ministério Público pode entrar com a ação. No
inciso III fala que a União também pode entrar com a ação.

Mas, se os dois entrarem, ao mesmo tempo, pelo mesmo motivo, formarão duas
ações. A questão está dizendo que, nesse caso, se essas duas ações tiverem o
mesmo objeto, elas estarão conexas entre si.

Bem... concluindo: ambas deverão ser dirigidas ao mesmo juiz, para que um só
julgador julgue a causa. O objetivo de conduzir ambas as ações ao mesmo julgador
se dá para que se evite conflito entre as ações.

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Um só juiz apreciando ambas as ações evita decisões conflitantes entre elas.

28. É correto afirmar que antes de iniciar uma Ação Civil Pública, o
Ministério Público poderá iniciar um inquérito civil, a fim de levantar
dados mais concretos sobre eventuais irregularidades que possam dar
motivo a uma Ação Civil Pública.

GABARITO: CERTO.

Isso está descrito no art. 8º, §1º:

O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou


requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações,
exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10
(dez) dias úteis.

O objetivo de um inquérito é o de levantar dados sobre algum fato que seja


considerado irregular.

Inquérito é pesquisa. Essa “pesquisa” tem por objetivo levantar informações. Essas
informações vão “ajudar” bastante o próprio Ministério Público na formulação de
uma Ação Civil Pública.

O inquérito civil,procedimento administrativo promovido pelo Ministério Público e


que antecede a Ação Civil Pública, foi criado em 1985, pelos arts. 8º e 9º da Lei da
Ação Civil Pública (Lei federal nº 7.347, de 1985), e se encontra hoje consagrado no
art. 129, III, da Constituição Federal de 1988.

O inquérito civil é um procedimento administrativo investigatório, de caráter


inquisitivo, instaurado, presidido e, se for o caso, arquivado pelo Ministério Público.

Seu objetivo consiste, basicamente, em coletar elementos de convicção para as


atuações processuais ou extraprocessuais a cargo desta instituição, notadamente a
propositura da ação civil pública em defesa de interesses difusos, interesses
coletivos ou interesses individuais homogêneos, que são os chamados interesses
transindividuais ou metaindividuais, como o meio ambiente, o consumidor, os bens
e valores artísticos, estéticos, turísticos, paisagísticos, históricos etc.

O inquérito civil também se presta a apurar os danos causados a crianças e


adolescentes, a idosos, a pessoas portadoras de deficiência, a pessoas
discriminadas; igualmente pode ter por fim apurar danos ao patrimônio público e
social (como atos de improbidade administrativa) etc.

Embora seja um procedimento, ele não é tecnicamente um processo, porque nele


não se fazem acusações, nem nele se impõem sanções ou penalidades. Daí o seu
caráter inquisitivo, ou seja, não é contraditório. Como nele não há acusação nem
imposição de penas, nele não há ampla defesa, embora seja comum que as pessoas
investigadas, diretamente ou por meio de advogados, sejam ouvidas e apresentem
documentos, informações ou façam requerimentos, que podem ou não ser
atendidos pelo Ministério Público.

O inquérito civil não cria, não modifica e não extingue direitos. Se ele servir de base
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à propositura de uma ação civil pública, a petição inicial desta virá acompanhada do
inquérito civil.

O inquérito civil submete-se ao controle de legalidade pelo Poder Judiciário.

Embora seja costumeiramente um procedimento prévio ao ajuizamento da ação civil


pública prevista na Lei nº 7.347, de 1985, ele não é obrigatório, pois esta ação pode
ser instaurada independentemente dele, caso se baseie em outros elementos de
convicção (como um processo administrativo, ou os dados colhidos pelo Tribunal de
Contas etc.).

Muitos se referem a ele como "inquérito civil público", mas a lei que o criou (Lei n.
7.347/85, arts. 8º e 9º) e a Constituição que o consagrou (art. 129, III) só o
chamam de "inquérito civil", até porque não há razão para chamá-lo de "público",
porque não existe "inquérito civil privado".

Ao investigar a possível ocorrência de danos a interesses que lhe incumbe defender,


poderá o órgão do Ministério Público tomar as providências necessárias (p. ex.,
propondo a ação civil pública ou tomando um compromisso de ajustamento de
conduta). Se, ao contrário, concluída a investigação, o órgão do Ministério Público
se convencer de que não houve o dano, ele poderá promover diretamente o
arquivamento da investigação, mas a decisão de arquivamento do inquérito civil
estará sujeita à revisão de um colegiado competente da própria instituição (que
será, nos Ministérios Públicos dos Estados, o Conselho Superior do Ministério
Público, ou, nos Ministérios Públicos da União, uma das Câmaras de Coordenação e
Revisão).

29. O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público.

GABARITO: CERTO.

Esse é o entendimento do STJ. Mas, muitos alunos me perguntam:

Qual seria, então, a diferença entre a ação popular e a ação civil pública, nesse
sentido, já que ambas poderiam tutelar, em tese, o patrimônio público?

Primeiramente, “tutelar” significa “proteger”. De fato, tanto a ação popular como a


ação civil público podem sim proteger o patrimônio público.

Agora, veja o quadro abaixo das pequenas diferenças:

Ação Popular:

9 A legitimidade ativa é de qualquer cidadão;

9 A legitimidade é individual, portanto;

9 Tem caráter indenizatório.

A Ação Civil Pública:

9 A legitimidade ativa é dada aos entes previstos no art. 5º da Lei 7.347/85;

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9 A legitimidade é institucional, portanto;

9 Tem caráter sancionatório (art. 3º da Lei 7.347/85).

30. O Ministério Público, como substituto processual de toda a coletividade


e na defesa de autêntico interesse difuso, tem legitimidade ativa para
propor ação civil pública com o objetivo de evitar lesão ao patrimônio
público.

GABARITO: CERTO.

Atenção: a Lei da Ação Civil Pública, Lei n. 7.347/85, não fala em tutela (proteção)
ao patrimônio público.

Mas, a CF, no seu art. 129, III, fala sim a respeito da tutela do patrimônio público,
por meio da Ação Civil Pública.

Cuidado para você não confundir a Ação Popular com a Ação Civil Pública, pois
ambas as ações têm por um dos seus objetivos a tutela (proteção) do patrimônio
público.

Só que a Ação Popular, o legitimado ativo é o cidadão; na Ação Civil Pública, o


Ministério Público.

31. O que é o “termo de compromisso de ajustamento de conduta” no


contexto da ação civil pública?

RESPOSTA: Inicialmente, vemos essa expressão na Lei da Ação Civil Pública, Lei n.
7.347/85, no seu art. 2º, §6º:

Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de


ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá
eficácia de título executivo extrajudicial.

O termo é um papel que as pessoas assinam, se comprometendo em corrigir


determinados “erros” em procedimentos administrativos.

A obrigação de fazer ou de não fazer, desde que firmada em compromisso de


ajustamento, se não for cumprida, ou seja, obedecida, dá ensejo, então, a uma
execução específica. Ademais, poderá também surgir o dever de ser paga uma
multa, caso ela seja estabelecida no título. Tal multa poderá ser cobrada pela via de
execução por quantia certa.

Nós já vimos anteriormente o que seria esse TCAC – Termo de Compromisso de


Ajustamento de Conduta. Mas, conclui-se que o objetivo do ajuste de conduta não
se centra exatamente numa perspectiva de prêmio à transgressão ou flexibilização
nociva da norma. O que se busca com tal instituto é atingir o fim da norma, sob a
égide da efetividade.

O ajuste de conduta é a garantia de plena tutela preventiva ou, quando muito, de

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acesso à justiça: o que se afere é a proteção mais efetiva ou pelo menos idêntico ao
que se obteria em juízo.

Por fim, a doutrina afirma que, na essência, o ajuste de conduta é um negócio


jurídico bilateral, cuja legitimidade para agir são dos órgãos públicos e do Ministério
Público.

32. O que representa chamado “requisito de pré-constituição” no contexto


da Ação Civil Pública?

RESPOSTA: De fato, esse termo se encontra no art. 5º, §4º, da Lei da Ação Civil
Pública:

O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja


manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou
pela relevância do bem jurídico a ser protegido.

Para entendermos melhor esse “termo”, temos que voltar um pouco no art. 5º,
inciso V, alínea “b”. Esse dispositivo fala dos legitimados para a proposição da Ação
Civil Pública, dizendo que se essa ação for proposta por uma associação, terá que
demonstrar, perante o juiz da causa, sua finalidade institucional.

Essa demonstração de que o objeto da ação civil pública tem haver com os
objetivos institucionais da associação-autora da ação é o chamado “requisito de pré-
constituição”.

O tal requisito, diz a lei, poderá ser “dispensado” se a associação tem provas
evidentes, claras e inequívocas de que os seus objetivos são exatamente aqueles
que ela pretende ser tutelado (protegido) por uma ação civil pública.

33. Observando-se os dispositivos da Lei da Ação Civil Pública, é possível


verificar a presença de aspectos penais no corpo do seu texto, não
obstante essa legislação ser de natureza processual civil.

GABARITO: CERTO.

É art. 10 da Lei 7.347/85 que nos mostra exatamente essa versão penal.

Veja:

Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa
de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, a
recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à
propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público.

Então, fica assim: se o Ministério Público requisitar informações a quem quer que
seja, para instruir uma Ação Civil Pública, essas pessoas são obrigadas a fornecer
tais informações.

Instruir é o mesmo que provar, ou seja, elaborar provas.

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Então, o Ministério Público poderá sair atrás de documentos que possam provar
alguma irregularidade. Se as pessoas que detém os referidos documentos se
negarem a fornecê-los, OU se demorarem muito a fornecer, certamente serão
processados criminalmente por isso.

Lista de QUESTÕES apresentadas nesta aula

159. A ação civil pública demanda atividade probatória congruente com a


discussão que ela veicula

160. A ação civil pública é um instrumento processual, de ordem


constitucional, destinado à defesa de interesses difusos e coletivos.
Mesmo estando referida no capítulo da Constituição Federal relativo ao
Ministério Público (artigo 129, inciso III). A localização dessa norma
não afasta o caráter constitucional da ação civil pública também para
aquelas promovidas por entidades públicas e associações co-
legitimadas.

161. A Ação Civil Pública pode ser de natureza declaratória.

162. A atuação extrajudicial do Ministério Público desencadeia, com


freqüência, sua atuação judicial, mediante a propositura de ações
judiciais, como é o caso da Ação Civil Pública. O mesmo ocorre com o
TCAC – Termo de Compromisso de Ajustamento de Conduta.

163. A Jurisprudência pacífica do STJ tem sido construída no sentido de que


o Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil púbica em
defesa de interesse individual de menor.

164. A O artigo 129 da Constituição Federal estabelece que o Ministério


Público tem legitimidade ativa “ad causam” para propor ação civil
pública com o objetivo de serem resguardados os interesses difusos e
coletivos, entre os quais está o direito do consumidor.

165. A O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil
pública que verse sobre tributos.

166. A O Ministério público tem legitimação para ação civil pública em tutela
de interesses individuais homogêneos dotados de alto relevo social,
como os de mutuários em contratos de financiamento pelo Sistema
Financeiro da Habitação, podendo questionar, na justiça, quaquer
irregularidade, por meio da Ação Popular.

167. Afinal, o que é AÇÃO CIVIL PÚBLICA?

168. Apregoa a Constituição da República, em vigor, que o Ministério Público


é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado,
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e
dos interesses sociais e individuais indisponíveis (CF, art. 127, caput),

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arrolando, entre suas funções institucionais, a de promover o inquérito


civil e a ação civil pública, para a proteção do patrimônio público e
social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos (CF,
art. 129, III). Nessa linha de determinação, o Ministério Público Federal
tem legitimidade ativa para propor ação civil pública objetivando a
defesa da correta aplicação dos recursos federais destinados a ações
voltadas à preservação da saúde da população de um município.

169. Conforme a legislação de controle judicial da atividade administrativa,


pode-se afirmar que se o autor de uma medida judicial entrar com uma
ação civil pública, outra pessoa estará impedida de entrar com uma
ação popular com o mesmo objeto.

170. Conforme a Lei da Ação Civil Pública, é facultativo ao servidor público


apresentar às autoridades competentes a “notitia” de alguma
irregularidade que possa ensejar uma Ação Civil Pública.

171. Cuidando-se de ação civil pública por ato de improbidade administrativa


proposta pelo Ministério Público Estadual, é obrigatória a intervenção
do Parquet.

172. Dá-se a conexão quando existe identidade parcial de partes e identidade


das causas de pedir entre duas ações civis públicas propostas
concomitantemente pelo Ministério Público Federal e pela União,
devendo ser determinada a reunião de ambas as ações, a fim de se
evitar julgamentos conflitantes entre si.

173. É correto afirmar que antes de iniciar uma Ação Civil Pública, o
Ministério Público poderá iniciar um inquérito civil, a fim de levantar
dados mais concretos sobre eventuais irregularidades que possam dar
motivo a uma Ação Civil Pública.

174. O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em
defesa do patrimônio público.

175. O Ministério Público, como substituto processual de toda a coletividade


e na defesa de autêntico interesse difuso, tem legitimidade ativa para
propor ação civil pública com o objetivo de evitar lesão ao patrimônio
público.

176. O que é o “termo de compromisso de ajustamento de conduta” no


contexto da ação civil pública?

177. O que representa chamado “requisito de pré-constituição” no contexto


da Ação Civil Pública?

178. Observando-se os dispositivos da Lei da Ação Civil Pública, é possível


verificar a presença de aspectos penais no corpo do seu texto, não
obstante essa legislação ser de natureza processual civil.

Legislação

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LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985.
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente,
ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico
(VETADO) e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de
responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº
8.884, de 11.6.1994)
l - ao meio-ambiente;
ll - ao consumidor;
III – à ordem urbanística; (Incluído pela Lei nº 10.257, de 10.7.2001)
IV – a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico;
(Renumerado do Inciso III, pela Lei nº 10.257, de 10.7.2001)
V - por infração da ordem econômica e da economia popular; (Redação dada pela Medida
provisória nº 2.180-35, de 2001)
VI - à ordem urbanística. (Redação dada pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam
tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou
outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individualmente
determinados. (Redação dada pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para processar e julgar a causa.
Parágrafo único. A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações
posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
(Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001)
Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de
obrigação de fazer ou não fazer.
Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar
o dano ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de
valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (VETADO). (Redação dada pela Lei
nº 10.257, de 10.7.2001)
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela
Lei nº 11.448, de 2007).
I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007).
II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007).
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de
2007).
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; (Incluído pela
Lei nº 11.448, de 2007).
V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; (Incluído pela Lei nº
11.448, de 2007).
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor,
à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,
turístico e paisagístico. (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
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§ 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente


como fiscal da lei.
§ 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras associações legitimadas nos termos deste
artigo habilitar-se como litisconsortes de qualquer das partes.
§ 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o
Ministério Público ou outro legitimado assumirá a titularidade ativa. (Redação dada pela Lei
nº 8.078, de 1990)
§ 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispensado pelo juiz, quando haja manifesto
interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do
bem jurídico a ser protegido. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990)
§ 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do
Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos de que cuida esta lei.
(Incluído pela Lei nº 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto) (Vide REsp 222582 /MG
- STJ)
§ 6° Os órgãos públicos legitimados poderão tomar dos interessados compromisso de
ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante cominações, que terá eficácia
de título executivo extrajudicial. (Incluído pela Lei nº 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem
de veto) (Vide REsp 222582 /MG - STJ)
Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do
Ministério Público, ministrando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto da ação
civil e indicando-lhe os elementos de convicção.
Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos
que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para
as providências cabíveis.
Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá requerer às autoridades competentes as
certidões e informações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze)
dias.
§ 1º O Ministério Público poderá instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar,
de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no
prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.
§ 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou
informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada daqueles
documentos, cabendo ao juiz requisitá-los.
Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas todas as diligências, se convencer da
inexistência de fundamento para a propositura da ação civil, promoverá o arquivamento dos
autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente.
§ 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de informação arquivadas serão remetidos, sob
pena de se incorrer em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Conselho Superior do
Ministério Público.
§ 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Ministério Público, seja homologada ou
rejeitada a promoção de arquivamento, poderão as associações legitimadas apresentar
razões escritas ou documentos, que serão juntados aos autos do inquérito ou anexados às
peças de informação.
§ 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho
Superior do Ministério Público, conforme dispuser o seu Regimento.
§ 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará,
desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação.

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Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa
de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, a recusa, o
retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil,
quando requisitados pelo Ministério Público.
Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o
juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da
atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se
esta for suficiente ou compatível, independentemente de requerimento do autor.
Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão
sujeita a agravo.
§ 1º A requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada, e para evitar grave
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal
a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em
decisão fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de
5 (cinco) dias a partir da publicação do ato.
§ 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da
decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o
descumprimento.
Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indenização pelo dano causado reverterá a um
fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão
necessariamente o Ministério Público e representantes da comunidade, sendo seus recursos
destinados à reconstituição dos bens lesados.
Parágrafo único. Enquanto o fundo não for regulamentado, o dinheiro ficará depositado em
estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária.
Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à
parte.
Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em julgado da sentença condenatória, sem que
a associação autora lhe promova a execução, deverá fazê-lo o Ministério Público, facultada
igual iniciativa aos demais legitimados. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 16. A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial
do órgão prolator, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas,
hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento,
valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997)
Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis
pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao
décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos. (Renumerado do
Parágrafo Único com nova redação pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação autora,
salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processuais.
(Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil,
aprovado pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie suas
disposições.
Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei será regulamentado pelo Poder Executivo no
prazo de 90 (noventa) dias.

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Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que
for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor. (Incluído Lei nº 8.078, de 1990)
Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. (Renumerado do art. 21, pela Lei
nº 8.078, de 1990)
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. (Renumerado do art. 22, pela Lei nº 8.078,
de 1990)
Brasília, em 24 de julho de 1985; 164º da Independência e 97º da República.
JOSÉ SARNEY
Fernando Lyra
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 25.7.1985

BONS ESTUDOS A TODOS!


Um grande abraço,
Prof. Régis...

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