Documentos de Académico
Documentos de Profesional
Documentos de Cultura
Física clássica
z z z
Rz(π/2) Rx(π/2)
z z z
x x x
Rx(π/2) Rz(π/2)
x
x x
V ′x Vx
V ′y R Vy
V ′z Vz
RR T R T R 1
onde T significa transposta de uma matriz. Para transformações ortogonais vale a propriedade
V 2x V 2y V 2z V ′2x V ′2y V ′2z .
Rotação em torno do eixo z. Seja R z uma rotação em torno do eixo z por um ângulo no sentido positivo
(regra da mão direita).
cos − sen 0
R z sen cos 0 .
0 0 1
Rotações infinitesimais.Seja R z onde é um ângulo infinitesimal. Expandindo R z até segunda ordem e
desprezandos os termos de ordens mais elevadas, encontramos
1−
2
− 0
2
R z 1−
2
0 .
2
0 0 1
De maneira similar:
1 0 0
0 1−
2
R x −
2
1−
2
0
2
e
1−
2
0
2
R y 0 1 0
0 1−
2
−
2
1−
2
0
2
R x R y 1−
2
2 −
2
− 1 − 2
1−
2
2
2
R y R x 1−
2
0 −
2
− 1 − 2
Então
1− − 1−
2 2
0 − 2 −
2 2
1− − 1−
2 2
2 − 0 − − −
2 2
− − − − 1 − 2 − 1 − 2
0 − 2 0
2 0 0 R z 2 − 1
0 0 0
onde todos os termos de ordem mais elevada que 2 foram ignorados. Por exemplo, o termo em R z do tipo
1 − x para x 2 nos daria 1 − ≃ 1.
2 4
2 2
Como podemos representar
1 R qq 0
onde R qq 0 significa uma rotação de 0º em torno de qualquer eixo, então
R x R y − R y R x R z 2 − R qq 0.
Mecânica Quântica
Rotações infinitesimais. Aplicando uma rotação no sistema físico, espera-se que o estado ket
correspondente ao sistema girado seja diferente em relação ao sistema original.
DR → operador rotação associado a uma rotação R caracterizada por uma matriz ortogonal 3 3. Este
operador depende da dimensionalidade N do espaço ket em questão. Para N 2, DR é representado por
uma matriz 2 2.
Voltando ao argumento inicial, podemos escrever:
| R DR |
Analogia com translação e evolução temporal. Para ambos os casos, os operadores infinitesimais foram
escritos na forma
U 1 − iG
onde G é um operador hermitiano, G G. Especificamente
(a) Translação dx ′ na direção x
px
G→ , → dx ′ .
(b) Evolução temporal para dt
G → H , → dt.
(c) Rotação infinitesimal ?
Na clássica, o momento angular é gerador de rotações.
J k → projeção do momento angular no eixo k.
Rotação infinitesimal em torno do eixo k por um ângulo d será:
Dn̂ , d 1 − i J n̂ .
Esta equação define momento angular.
Rotação finita. Uma rotação finita pode ser obtida, compondo-se sucessivamente rotações infinitesimais em
torno do mesmo eixo. Por exemplo, rotação de um ângulo em torno do eixo z
N
D z lim 1 − i Jz
N→ N
−iJ z
exp
iJ J22
1− z − z 2
2
Relações de comutação do momento angular. Vamos supor que DR tenha as mesmas propriedades de
grupo que R
Comutação para R:
R x R y − R y R x R z 2 − 1
Comutação para DR:
D x D y − D y D x D z 2 − 1
Mas:
J 2x 2
D x exp −iJ x ≃ 1 − iJ x −
2 2
−iJ y iJ y J 2y 2
D y exp ≃ 1− −
2 2
D z 2 exp −iJ z ≃ 1 − iJ z
2 2
Logo,
− iJ z
2
Também, podemos reescrever D x D y − D y D x em termos de J
Igualando ambos os membros
− J x J y − J y J x 2 − iJ z 2
2
encontramos,
J x J y − J y J x iJ z .
Isto representa o comutador de J x com J y
J x , J y iJ z .
Repetindo os mesmos argumentos para rotações em torno dos demais eixos, obtém-se
J i , J j i ijk J k
conhecidas como relações de comutação fundamentais do momento angular.
Resumo dos argumentos usados:
J k é o gerador de rotações em torno do eixo k.
Rotações em torno de eixos diferentes não comutam.
Valor esperado de S x após a rotação. Sob uma rotação o valor esperado muda de acordo com
〈S x → R | Sx | R
| D z S x D z |
3
1 i
S z , S z , S z , S x
3!
2Sx
i 3 S y
As potências pares dão S x enquanto que as ímpares, S y . Colecionando esses termos, encontra-se
iS z −iS z
exp S x exp
2
3
Sx 1− − Sy −
2! 3!
S x cos − S y sen .
Momento angular. Do método 2, fica claro que esta propriedade também vale para o momento angular J. Em
geral
〈J k R ∑ R kl 〈J l
l
Até aqui tudo como esperado. Vamos examinar com mais detalhe o efeito do operador rotação sobre um ket
geral
| ∑|a ′ 〈a ′ | |〈| |−〈−|
a′
Vemos que
−iS z −iS z −iS z
exp | exp |〈| exp |−〈−|
e −i/2 |〈| e i/2 |−〈−|.
A presença do arco metade /2 tem uma consequência extremamente interessante.
Rotação por 2. Neste caso,
| R z 2 → e −i2/2 |〈| e i2/2 |−〈−| − |〈| |−〈−| −|
Assim, um ket girado de 360º difere do ket original pelo sinal negativo. Precisamos de uma rotação de 720º
( 4) para obtermos o mesmo ket com o sinal positivo.
Valor esperado. Este sinal negativo não aparece no valor esperado de S porque S fica de sanduiche entre |
e 〈|, ambos dos quais mudam de sinal.
Este sinal negativo é sempre observado?
onde
|e|B
≡ mec .
Operador evolução temporal. Baseado neste Hamiltoniano, o operador evolução temporal é dado por
precessão 2
estado ket 4
Já sabemos que, se todos os estados kets no universo fossem multiplicados por um sinal negativo, não haveria
nenhuma maneira de detectá-lo. A única maneira de detectar o predito sinal negativo, seria através de uma
comparação entre um estado que sofreu uma rotação e um outro que não foi submetido à rotação.
Como na interferência quântica induzida por gravidade, discutida na Seç. 2.6, contamos com as qualidades da
interferometria de nêutrons para verificar esta extraordinária predição da mecânica quântica.
A experiência. Um feixe de nêutrons termalizados é dividido em duas partes A e B (ver. figura abaixo).
Região de
B interferência
B
l
B
Trajeto B - o feixe atravessa uma pequena região de comprimento l onde está presente um campo magnético
estático.
Estado ket via trajeto B. O estado ket via trajeto B sofre uma variação de fase e ∓iT/2 , onde T é tempo gasto
para atravessar a região de comprimento l onde existe um campo magnético B ≠ 0 e é a frequência de
precessão de spin,
g eB
mn p c , g n ≃ −1, 91
g n e
para o nêutron com momento magnético .
2m p c
Região de interferência. Quando os trajetos A e B se encontram novamente na região de interferência a
amplitude do nêutron chegar via trajeto B é
c 2 c 2 B 0e ∓iT/2
enquanto que a amplitude do nêutron chegar via A é c 1 , independente de B.
Interferência. Assim, a intensidade observável na região de interferência deve exibir uma variação senoidal
cos ∓T
2
onde é a diferença de fase entre c 1 e c 2 B 0.
Ajustes no experimento. Na prática, o tempo T é uma quantidade fixa, mas a frequência pode ser variada,
de acordo com o valor do campo B. A diferença de fase, em função do campo B, é dada por
eg n Bl
c
onde l é o comprimento da pequena região que contém o campo. Então, o valor de B necessário para uma
precessão de 4 (período completo) é
B 4c
eg n l
Vemos então que é de 4 a rotação necessária para que o ket retorne com o mesmo sinal, como requerido
pelo formalismo.
〈a 1 |
| ̇ 〈a 2 | , 〈| 〈|a 1 , 〈|a 2
Para | |a 1 , isto é, quando for um dos estados de base, encontra-se
〈a 1 |a 1 1
1
|a ̇ 2
〈a |a 1
0
1 0
| ̇ ≡ |− ̇ ≡ −
0 1
〈| ̇ 1, 0 〈−| ̇ 0, 1
〈|
| |〈| |−〈−| ̇
〈−|
〈| c
≡ c c−−
〈−| c−
〈|, 〈|− ≡ c ∗ , c ∗− c ∗ c ∗− − .
Matrizes de Pauli. Os elementos de matriz | S k | e | S k |− , exceto pelo fator /2, são iguais aos
elementos de matriz da matriz k 2 2, conhecidas como matrizes de Pauli. Ou seja,
| S k | ≡ k , | S k |− ≡ k .
2 , 2 ,−
〈S k | S k | ∑∑ | a′ a ′ | S k |a ′′ a ′′ | †k
2
a′ a ′′
∑∑ | a′ a ′ | S k |a ′′ a ′′ |
a′ a ′′
| | S k | | | | S k |− −|
| − −| S k | | | − −| S k |− −|
| k , | | k ,− − |
2
| − k −, | | − k −,− − |
† k .
2
Matrizes de Pauli. Explicitamente, de (3.2.1) juntamente com (3.2.30), vemos que
0 1 0 −i 1 0
x , y , z .
1 0 i 0 1 −1
Propriedades das matrizes de Pauli. Algumas propriedades das matrizes de Pauli são:
2i 1
(1) i , j 2 ij
i j j i 0, para i ≠ j.
12 21 0
(3) 1 2 − 2 1 i 3 etc
1 2 − 2 1 2i 3
(4) †i i .
(6) Tr i 0.
a z a x − ia y
(7) a . Seja a um vetor tridimensional. Então
a x ia y −a z
a ∑ akk
k
0 1 0 −i 1 0
ax ay az
1 0 i 0 1 −1
0 ax 0 −ia y az 0
ax 0 ia y 0 1 −a z
a z a x − ia y
a x ia y −a z
∑ 1 j , k 1 j , k a j b k
2 2
jk
a b i a b
1, (n par)
(10) n̂ n . De fato, como consequência da propriedade anterior,
n̂ (n ímpar)
1, (n par)
n̂ n a a a a
n̂ (n ímpar)
|n̂ | 2 1
S ̇
2
encontra-se
−iS n̂ −i n̂
exp ̇ exp
2
Usando a propriedade (10), encontra-se
1 0
1
0 1
−i n̂
Forma explícita de exp como matriz 2 2. Usando o resultado
2
−n z −in x − n y
− i n̂
−in x n y n z
encontramos
cos − i n z sen −in x − n y sen
−i n̂ 2 2 2
exp (3.2.4
2
−in x n y sen cos i n z sen
2 2 2
0 cos i sen
cos − i sen 0
A matriz
0 cos i sen
cos − i sen 0
0 cos i sen 0 1 0 −i
cos − sen
cos − i sen 0 1 0 i 0
x cos − y sen .
Ou seja,
i z −i z
exp x exp x cos − y sen ,
2 2
que é o análogo matricial de (3.2.6).
Novamente rotação por 2. Usando o formalismo dos kets, vimos que um ket | de spin 1/2, sob rotação de
2, resulta em −|. O análogo 2 2 desta afirmação é:
−i n̂
exp 1 cos − i n̂ sen −1,
2 2 2 2 2
para qualquer n̂ .
S n̂ |S n̂ ; |S n̂ ; .
2
De fato, isto pode ser considerado como um problema autovalores, mas aqui apresentamos um método
alternativo baseado na matriz de rotação.
Procedimento. Sejam e os ângulos azimutal e polar, respectivamente, que caracterizam n̂ .
Segunda
rotação
β
Primeira
rotação
1 −i y 1
→ exp →
0 2 0
−i y
→ exp −i z
1
exp →
2 2 0
Desta forma,
−i y
exp −i z
1
exp
2 2 0
exp −i z
2
cos − sen
2 2 1
0
sen cos
2 2
cos − i sen 0 cos
2
2 2
0 cos i sen
2 2 sen
2
cos − i sen cos
2 2 2
cos i sen sen
2 2 2
Ou,
−i/2 1 i/2 0
cos e sen e
2 0 2 1
i
e −i/2 cos sen e −
2 2
a diferença ficando por conta de uma fase global sem significado físico.
(2) O grupo contém a identidade ou membro unitário 1, que tem a propriedade a 1 1 a a, onde a é qualquer
membro do grupo.
Observações:
(a) os membros de um grupo são chamados de elementos.
(b) o termo “multiplicação” não significa multiplicação usual.
Grupo Ortogonal
Seja a rotação de um vetor. Os vetores antes e depois da rotação, V e V ′ , respectivamente, são conectados
por uma matriz 3 3 real e ortogonal:
V′ R V
R 1 R 2 R 3 R 1 R 2 R 3
R1 1R R
4. A matriz inversa R −1 – que corresponde fisicamente a uma rotação no sentido oposto – definida por
RR −1 R −1 R 1
é também um membro.
a b
Ua, b (3.3.7
−b ∗ a ∗
a ∗ −b a b
U † a, bUa, b |a| 2 |b| 2 1
∗ ∗
b a −b a∗
1. Fechamento
Ua 1 , b 1 Ua 2 , b 2
a1 b1 a2 b2 a 1 a 2 − b 1 b ∗2 a 1 b 2 a ∗2 b 1
−b ∗1 a ∗1 −b ∗2 a ∗2 −a ∗1 b ∗2 − a 2 b ∗1 a ∗1 a ∗2 − b ∗1 b 2
U a 1 a 2 − b 1 b ∗2 , a 1 b 2 a ∗2 b 1
|a 1 a 2 − b 1 b ∗2 | 2 |a 1 b 2 a ∗2 b 1 | 2 1.
2. Inversa
−1
a b a ∗ −b
U −1 a, b Ua ∗ , −b
−b ∗ a ∗ b∗ a
3. Identidade
1 0
U1, 0
0 1
4. Associativa
−i n̂
Ua, b exp
2
Rotações de Euler
Rotação arbitária de um corpo rígido pode ser descrita em três passos, conhecidas como ângulos de Euler.
1 R z y → y ′
2 R y ′ z → z ′
3 R z ′ y ′ → y ′′
Em termos de matrizes ortogonais 3 3, o produto dessas três operações pode ser escrito como
R, , R z ′ R y ′ R z
Aqui aparecem dois tipos de rotação: em torno dos eixos do corpo e dos eixos fixos no espaço. Isto é
inconveniente. Vamos expressar as rotações em torno dos eixo do corpo, R y ′ e R z ′ , em termo de rotações
em torno dos eixo fixos no espaço.
R y ′ R z R y R −1
z
Assim.
R, , R z ′ R y ′ R z
R y ′ R z R −1
y ′ R y R z
′
R z R y R −1
z R z R z
comutam
onde usamos (3.2.44). Esta matriz é claramente da forma unimodular unitária. Inversamente, a forma mais
geral da matriz unimodular unitária 2 2 pode ser escrita nesta forma dos ângulos de Euler.
Novo conjunto de operadores. Para estudarmos os autovalores e autovetores do momento angular, vamos
introduzir um novo conjunto de operadores
1 J 2 ≡ J 2x J 2y J 2z
2 J ≡ J x iJ y
Como J x , J y e J z não comutam entre si, não podemos diagonalizar J x , J y e J z simultaneamente. Porém, podemos
escolher um dos J k para ser diagonalizado simultaneamente com J 2 . Por convenção, a escolha recai sobre J z .
Vamos denotar os autovalores de J 2 e J z por a e b, respectimente:
J z |a, b b |a, b
Para determinar os valores de a e b é conveniente trabalhar com os operador escada, J . As relações de
comutação são
J , J − 2J z ,
J z , J J ,
J 2 , J 0.
Qual o significado físico de J . Vamos examinar como J z age sobre J |a, b:
J z J |a, b J z , J J J z |a, b
J |a, b J J z |a, b
J |a, b bJ |a, b
b J |a, b
Ou seja: O ket J |a, b é ainda um autoket de J z , exceto que agora o autovalor e aumentado ou abaixado
− por uma unidade de . Assim, vemos por que J , que sobe ou desce degrau a degrau a “escada” dos
autovalores de J z , são conhecidos como operadores escadas.
J e os autovalores de J 2 . Embora J mudem os autovalores de J z por uma unidade de , eles não mudam
os autovalores de J 2 :
J 2 J |a, b J J 2 |a, b a J |a, b
Autovalores de J 2 e J z
Imagine que apliquemos J n vezes sobre o autoket de J 2 e J z :
J J … J |a, b |a, b n
n vezes
Assim,
J 2 − J 2z − J z |a, b max a − b 2max − b max |a, b max 0
Como |a, b max não é um ket nulo, conclui-se que
a − b 2max − b max 0
ou
a b max b max . (3.5.2
Obtenção de |a, b max a partir de |a, b min . Aplicando-se sucessivamente, um número de vezes finito, o
operador J ao ket |a, b min , podemos obter o ket |a, b max . Seja por exemplo,
|a, b max J J … J |a, b min |a, b min n
n vezes
Logo,
b max b min n, (3.2.2
onde n é um número inteiro. Como resultado, obtém-se
b max −b max n
ou
b max n . (3.2.2
2
Convenção. Por convenção, vamos utilizar j ao invés de b max , da seguinte forma
b max j
Ou seja,
j n.
2
Assim, o valor máximo do autovalor de J z é agora j, onde j é qualquer inteiro ou semi-inteiro. A Eq. (3.5.22)
torna-se
a 2 jj 1.
Vamos também definir m tal que
b m.
Assim,
− j ≤ m ≤ j
ou
− j ≤ m ≤ j.
Ou seja, se j é um inteiro, todos os valores de m serão inteiros; se j for semi-inteiro, todos os valores de m
serão semi-inteiros. Os valores permitidos de m para um dado j são
m −j, − j 1, … , j − 1, j (3.5.3
2j1 estados
Elementos de matriz de J . Para este caso, primeiro vamos considerar os elementos de matriz do operador
J † J . Este operador pode ser escrito como
J † J J − J J 2 − J 2z − J z
Assim,
〈j, m| J † J |j, m 〈j, m| J 2 − J 2z − J z |j, m
jj 1 2 − m 2 2 − m 2
2 jj 1 − mm 1
Mas
J |j, m c jm |j, m 1
então
〈j, m| J † J |j, m 〈j, m| J J |j, m 〈j, m 1| c ∗
jm c jm |j, m 1
2
|c jm | .
Portanto,
2
|c jm | 2 jj 1 − mm 1 2 j − mj m 1
A constante c jm é determinada a menos de um fator de fase arbitrário. É costume (convenção) escolher esta
constante como sendo real e positiva:
c jm j − mj m 1
Logo,
J |j, m j − mj m 1 |j, m 1.
De uma maneira similar, podemos obter
(3.5.4
onde cada quadrado sombreado é uma matriz quadrada 2j 1 2j 1 formada pelos elementos D mj′ m R
com qualquer valor definido de j. Além disto, cada matriz quadrada não pode ser quebrada em blocos menores
2j+1-k
2j+1-k
(3.5.4
para qualquer escolha da base.
Grupo das matrizes de rotação. As matrizes de rotação para um dado j formam um grupo:
Identidade. É um elemento do grupo, um vez que a matriz de rotação correspondedo a nenhuma rotação
0 é a matriz identidade 2j 1 2j 1.
Inversa. Também um elemento do grupo, correspondendo à inversão do ângulo de rotação → −,
mantendo o eixo de rotação n̂ .
Fechamento. As matrizes possuem esta propriedade, uma vez que o produto de qualquer duas delas é
também um elemento do grupo. Explicitamente, temos
Embora a rotação não mude o j, geralmente obtém-se estados com valores m diferentes do valor original.
Amplitude de probabilidade para |j, m ′ . Para determinar a amplitude de probabilidade de encontrar o estado
′
em |j, m , vamos expandir o estado final como segue:
DR |j, m ∑ |j, m ′ 〈j, m ′ |DR |j, m
m′
Logo,
D mj′ m , , e −im m d mj′ m
′
Exemplos
Caso j 1/2. Neste caso, os valores de m são
m −1,1.
2 2
Escrevendo J y 2
y e usando (3.2.44)
− y
exp cos/2 − i y sen/2
2
A matriz d 1/2 torna-se
− y
d mj′ m 〈j, m ′ | exp |j, m
2
〈j, m ′ | 1 cos/2 − i y sen/2 |j, m
0 −i
y
i 0
encontra-se
1 0 0 −i
d j cos/2 − i sen/2
0 1 i 0
cos/2 0 0 − sen/2
0 cos/2 sen/2 0
ou
m 1/2 m −1/2
cos − sen
2 2
d j
sen cos
2 2
Jy J − J−
2i
podemos usar (3.5.41), para j j ′ , ou seja,
〈j, m ′ | J |j, m j − mj m 1 m ′ ,m1
Assim, a matriz J y pode ser obtida a partir da relação
m 1 m 0 m −1
0 − 2i 0 m′ 1
1 J j1 m′ 0
2i
2 0 0 − 2i
0 0 0 m ′ −1
m 1 m 0 m −1
0 0 0 m′ 1
− 1 J j1
2i 0 0 m′ 0
2i 2
0 2i 0 m ′ −1
Portanto,
m 1 m 0 m −1
0 − 2i 0 m′ 1
J j1
y 2i 0 − 2i m′ 0
2
0 2i 0 m ′ −1
Jy 2
2 Jy 3
1 −1 1 − −i −
2! 3!
cos
2
Jy Jy
1 cos − 1 − i sen
ou
−iJ y Jy 2
Jy
exp → 1− 1 − cos − i sen
Logo,
−J y
d mj1 ′
′ m 〈j, m | exp |j, m
Jy 2 Jy
〈j, m ′ | 1 − 1 − cos − i sen |j, m
2
Jy Jy
m ′ m − 1 − cos 〈j, m ′ | |j, m − i sen 〈j, m ′ | |j, m
Como
0 2 0
iJ j1
1
y
− 2 0 2
2
0 − 2 0
e
2
2 0 − 2i 0 1 0 −1
J j1 1 2
1
y
2i 0 − 2i 0 2 0
2 2
0 2i 0 −1 0 1
então
1 0 0 1 0 −1
d 1 0 1 0 − 1 0 2 0 1 − cos
2
0 0 1 −1 0 1
0 2 0
− 1 − 2 0 2 sen
2
0 − 2 0
ou
Prof. Abraham Moysés Cohen Mecânica Quântica A 29
1 1 − cos 0 − 1 1 − cos
1 0 0 2 2
d 1 0 1 0 − 0 1 − cos 0
0 0 1 − 1 1 − cos 0 1 1 − cos
2 2
0 1 sen 0
2
0 − 1 sen 0
2
Evidentemente este método torna-se cada vez mais trabalhoso à medida que o j aumenta. Na Seç. 3.8
estudaremos um método muito mais fácil de obter d mj′ m para qualquer j.
Isto corresponde a uma rotação infinitesimal de um ângulo em torno do eixo z. De fato, numa rotação em
torno do eixo z, as coordenadas x, y, z transormam-se de acordo com
x ′ x cos − y sen
y ′ x sen y cos
Para um ângulo infinitesimal , valem as aproximações
cos ≃ 1
sen ≃
Assim, para as coordenadas transformadas, obtém-se
x ′ x − y
y ′ y x
z′ z
que é o resultado obtido.
Função de onda. Suponha agora que a função de onda para um estado arbitrário seja dada por 〈x ′ , y ′ , z ′ |.
Após uma rotação por um ângulo em torno do eixo z, a função de onda do estado transformado será
De maneira similar,
L 2 L 2z 1 L L − L − L (3.6.
2
juntamente com (3.6.9) e (3.6.13), encontramos
Mas
Lk ∑ ijk x i p j
ij
então
L2 ∑ ∑ ijk x i p j ∑ lmk x l p m
k ij lm
∑ ijk x i p j lmk x l p m
ijlmk
∑ x i p j x l p m ∑ ijk lmk
ijlm k
Como
∑ ijk lmk il jm − im jl
k
encontra-se
L2 ∑ il jm − im jl x i p j x l p m
ijlm
∑ il jm x i p j x l p m − im jl x i p j x l p m
ijlm
∑ il jm x i x l p j − i jl p m − im jl x i p j p m x l i lm
ijlm
∑ il jm x i x l p j − i jl p m − ∑ im jl x i p j p m x l i lm
ijlm ijlm
∑ il jm x i x l p j p m − i ∑ il jm jl x i p m
ijlm ijlm
∑ il x i x l ∑ jm p j p m − i ∑ ∑ il jm jl xipm
il jm im jl
∑ x i x i ∑ p j p j − i ∑ ∑ il jl jm x i p m
i j ijm l
x 2 p 2 − i ∑ ij jm x i p m
ijm
x 2 p 2 − i ∑ ∑ ij jm xipm
im j
x 2 p 2 − i ∑ im x i p m
im
x 2 p 2 − i ∑ ∑ im x i pm
m i
x p − i ∑ x m p m
2 2
x p − ix p
2 2
∑ im jl x i p j p m x l i lm
ijlm
∑ im jl x i p j p m x l i ∑ im jl x i p j lm
ijlm ijlm
∑ im jl x i p m p j x l i ∑ im jl lm x i p j
ijlm ijlm
∑ im jl x i p m x l p j − i jl i ∑ im jl lm x i p j
ijlm ijlm
∑ im jl x i p m x l p j − i ∑ im jl jl x i p m i ∑ im jl lm x i p j
ijlm ijlm ijlm
∑ im x i p m ∑ jl x l p j − i ∑ x i p i ∑ jl jl i ∑ lm x m p l
im jl i jl lm
∑ x i p i ∑ x j p j − i ∑ x i p i ∑ 1 i ∑ x l p l
i j i j l
3
x p 2 − 3ix p ix p
x p 2 − 2ix p
Substituindo estes resultados na equação para L 2 , encontra-se
L 2 x 2 p 2 − ix p −x p 2 2ix p
ou
Capítulo 3 Teoria do Momento Angular 34
L 2 x 2 p 2 − x p ix p
2
∂r ∂r
Então,
〈x ′ |L 2 | 〈x ′ |x 2 p 2 | − 〈x ′ |x p 2 | i〈x ′ |x p|
Como x 2 x x r 2 , obtém-se
∂r ∂r ∂r
ou
Harmônicos Esféricos
Partícula num potencial com simetria esférica. Vamos considerar uma partícula sem spin sujeita a um
potencial com simetria esférica. Sabe-se que a equação de onda em coordenadas esféricas admite separação
de variáveis e as autofunções da energia pode ser escrita como
〈x ′ |n, l, m R nl rY ml , (3.6.2
Um Hamiltoniano esfericamente simétrico comuta com L z e L 2 e seus autoestados são também autoestados de
L 2 e L z . Como L k satisfazem as relações de comutação do momento angular, as equações de autovalores para
L 2 e L z serão:
Dependência angular. Como a dependência angular é comum para todos os problemas com simetria
esférica, podemos isolá-la e considerar
〈n̂ |l, m Y ml , Y ml n̂ (3.6.2
onde definimos um autoket da direção |n̂ . Deste ponto de vista, Y ml , é a amplitude de probabilidade para o
estado caracterizado por l e m ser encontrado na direção n̂ especificada por e . Assim, partindo da equação
de autovalores para L z ,
L z |l, m m |l, m
multiplicando pela esquerda pelo bra de |n̂ , encontra-se
〈n̂ |L z |l, m m 〈n̂ |l, m
e, usando (3.6.9),
− i ∂ Y ml , m Y ml ,
∂
o que implica que a dependência em de Y ml , comporta-se como e im . Por outro lado, de
L 2 |l, m ll 1 2 |l, m
encontra-se
〈n̂ | L 2 |l, m ll 1 2 〈n̂ |l, m
De (3.6.15),
ou
d n̂ Y ml ∗ , Y ml , 0
2
d d sen Y ml ∗ , Y ml ,
′ ′
′
0
0
2
d dcos Y ml ∗ , Y ml ,
1 ′
−
Cálculo de Y ll . Para obtermos os Y ml vamos partir com o caso m l. Aplicando o operador levantamento L
ao ket |l, l devemos obter um ket nulo, ou seja,
L |l, l 0,
uma vez que a ação de L sobre o valor de m é aumentar por uma unidade um valor que já é o máximo.
Multiplicando pela esquerda pelo bra de |n̂ e usando o resultado dado em (3.6.13), obtém-se
i ∂ − il cotg 〈n̂ | l 0
∂
ou seja
d 〈n̂ | l l cotg 〈n̂ | l
d
−l
Fazendo-se m l, l − 1, … , obtém-se sucessivamente Y ll , Y l−1
l , … , Y l , … Y l . O resultado geral, para m ≥ 0 é
0
e definimos Y −m
l através da relação
∗
Y −m
l , −1 Y l ,
m m
(3.6.3
★ Podemos mostrar que os valores de l devem ser inteiros. Leia os argumentos no final da seção.
z
Segunda
rotação
|ẑ
|n̂
θ
β
Primeira
rotação
y
α
φ
x
onde |n̂ contém todos os possíveis valores de l. Projetando no estado 〈l ′ , m ′ | apenas um termo na soma l
contribui, isto é,
〈l ′ , m ′ |n̂ ∑ ∑ DR 〈l, m ′ |l, m〈l, m|ẑ
l m
∑ D ml m , , 0 〈l ′ , m|ẑ
′
′
Por definição
〈n̂ |l, m Y ml ,
então
〈ẑ |l, m Y ml 0, indeterminado
e portanto
〈l, m|ẑ Y m∗
l 0, indeterminado
é um número. Sabe-se que, para 0, Y ml se anula para m ≠ 0, uma vez que |ẑ é um autoket de L z com
autovalor zero. Assim,
〈l, m|ẑ Y m∗
l 0, indeterminado m0
2l 1
P l cos m0
4
cos 1
2l 1
m0
4
Voltando à Eq. (3.6.49), obtém-se
′
Y ml ∗ , ∑ D mlm , , 0 〈l, m|ẑ
′
2l 1
4
∑ D mlm , , 0 m0
′
2l 1
D ml′ 0 , , 0
4
ou
D l
m0 , , 0
4 Y m∗ , (3.6.5
2l 1 l ,
Logo,
d j
00 4 Y 0∗ ,
2l 1 l
4 2l 1
P l cos
2l 1 4
ou seja,
d j
00 P l cos . (3.6.5
−iJ n̂ −iS n̂
exp ⊗ exp (3.7.4
Função de onda. A função de onda para uma partícula com spin é escrita como
〈x ′ , | x ′ (3.7.5
x ′
− x ′
onde | x ′ | 2 representa a densidade de probabilidade de encontrar a partícula na posição x ′ com spin para
cima e para baixo −.
Base alternativas
Base formada pelos autokets de L 2 , L z , S 2 e S z . Ao invés da base |x ′ para a parte espacial, podemos usar
|n, l, m que são autokets de L 2 e L z , ou seja,
L 2 |n, l, m ll 1 2 |n, l, m
L z |n, l, m m |n, l, m
e para a parte de spin |, que são autokets de S 2 e S z , ou seja,
Como consequência das anteriores, as relações de comutação para o operador spin total são
S x , S y iS z , … (3.7.
Autovalores dos operadores spins. Os autovalores para os vários operadores de spin são listados abaixo
S z S 1z S 2z → m
S 1z → m1
S 2z → m2
Expansão de um estado de spin arbitrário. Podemos expandir um estado de spin arbitrário em termos dos
2
autokes de S e S z ou em termos dos autokets de S 1z e S 2z . As duas possibilidades são:
Observe que em cada conjunto existem quatro kets de base. A relação entre os dois conjuntos é:
Demonstração. O lado direito de a nos diz que temos ambos os elétrons com spin para cima; esta situação
só pode corresponder a s 1 e m 1. A b pode ser obtida de a, aplicando-se o operador abaixamento
S − S 1− S 2− S 1x − iS 1y S 2x − iS 2y (3.7.
a ambos os lados de a. Ou seja,
S − |s 1, m 1 S 1− S 2− |, (3.7.
onde S 1− S 2− afeta apenas a primeira (segunda) entrada de |, . Lembrando que
J |j, m j ∓ mj m 1 |j, m 1
encontramos para este caso:
1 11 − 1 1 |s 1, m 0 1 1 1 − 1 1 |−,
2 2 2 2
1 1 1 − 1 1 |, −
2 2 2 2
ou
2 |s 1, m 0 |−, |, −
|s 1, m 0 1 |−, |, −
2
S − |s 1, m 0 1 S 1− S 2− |−, |, −
2
ou
1 0 S 1− |, − S 2− |−, 0
2
1 1 1 1 − 1 1 |−, −
2 2 2 2 2
1 1 1 − 1 1 |−, −
2 2 2 2
ou
2 |s 1, m −1 2 |−, − |s 1, m −1 |−, −.
Finalmente, a d pode ser obtida, exigindo que este seja ortogonal aos outros três kets, em particular ao b.
Coeficientes de Clebsch-Gordan. Os coeficientes que aparecem do lado direito de (3.7.15) são o exemplo
mais simples dos coeficientes de Clebsch-Gordan, que serão discutidos mais adiante. Eles representam
simplesmente os elementos da matriz de transformação que conecta a base m 1 , m 2 à base s, m.
Outra forma de obter os coeficientes. Uma outra maneira de se obter esses coeficiente é escrever a
representação matricial do operador
S 2 S 1 S 2 2 S 21 S 22 2S 1 S 2
S 21 S 22 2S 1z S 2z S 1 S 2− S 1− S 2 (3.7.
na base m 1 , m 2 . Ou seja
2 0 0 0 |,
0 2 1 0 |, −
S 2 ̇ 2
0 1 2 0 |−,
0 0 0 2 |−, −
Como se pode observar, esta matriz quadrada não é diagonal, devido aos operadores S 1 e S 2 que conectam
estados |m 1 , m 2 com |m 1 1, m 2 1. Mas podemos mostrar que esta matriz é diagonalizado por uma matriz
unitária do tipo
1 0 0 0 1 0 0 0
1 1 2 0 0 0 1
0 0 0 − 1 0
−1 2
2 2 0 2 1 0 2 2
U S U
0 − 1 1 0 0 1 2 0 0 1 1 0
2 2 2 2
0 0 0 2
0 0 0 1 0 0 0 1
2 0 0 0
0 3 0 0
0 0 1 0
0 0 0 2
Os elementos da matriz U que diagonaliza S 2 são os coeficientes de Clebsch-Gordan para este problema.
Porém,
J 1k , J 2j 0 (3.7.2
Opção A - Base formada pelos autokets simultâneos de J 21 , J 22 , J 1z e J 2z , denotado por |j 1 j 2 ; m 1 m 2 . Esses operadores
comutam entre si. As equações de autovalores para esses operadores são
J 21 |j 1 j 2 ; m 1 m 2 j 1 j 1 1 2 |j 1 j 2 ; m 1 m 2
J 1z |j 1 j 2 ; m 1 m 2 m 1 |j 1 j 2 ; m 1 m 2
J 22 |j 1 j 2 ; m 1 m 2 j 2 j 2 1 2 |j 1 j 2 ; m 1 m 2
J 2z |j 1 j 2 ; m 1 m 2 m 2 |j 1 j 2 ; m 1 m 2
Opção B - Base formada pelos autokets simultâneos de J 2 , J 21 , J 22 , e J z . Esses operadores comutam entre si. Denotamos
esta base por |j 1 j 2 ; jm. As equações de autovalores para esses operadores são
Embora se tenha
J 2 , J z 0, (3.7.3
esta relaçao não vale para as componentes z de J 1 e J 2 , ou seja,
J 2 , J 1z ≠ 0 e J 2 , J 2z ≠ 0 (3.7.3
como pode se demonstrado, escrevendo-se
J 2 J 21 J 22 2J 1z J 2z J 1 J 2− J 1− J 2 .
Mudança de base. Vamos considerar a transformação unitária que conecta as duas bases:
|j 1 j 2 ; jm ∑ ∑ |j 1 j 2 ; m 1 m 2 〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; jm (3.7.3
m1 m2
onde usamos
∑ ∑ |j 1 j 2 ; m 1 m 2 〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 | 1 (3.7.3
m1 m2
1. Os coeficientes C m
jm
1m2
são nulos, exceto para
m m1 m2.
2. Os coeficientes Cm
jm
1m2
são nulos, exceto para
Demonstração: Esta é a versão quântica do modelo vetorial da adição de dois momentos angulares, onde
visualisamos J como a soma vetorial de J 1 e J 2 . Porém, é importante verificá-la, mostrando que, se (3.7.38) é
válida, então a dimensionalidade do espaço definido por |j 1 j 2 ; m 1 m 2 é a mesma de |j 1 j 2 ; jm. No primeiro
caso, a dimensão vale
N 2j 1 1 2j 2 1 (3.7.3
Para o segundo caso, considerando j 1 ≥ j 2 , vemos que, para cada valor de j, existem 2j 1 estados e, de
acordo com (3.7.38) j pode variar desde j 1 − j 2 até j 1 j 2 . Assim,
j 1 j 2
N ∑ 2j 1
jj 1 −j 2
ou seja,
〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; m ′1 m ′2 m 1 m ′1 m 2 m ′2
devido à ortogonalidade dos estados |j 1 j 2 ; m 1 m 2 , juntamente com a condição de que os coeficientes são reais.
Da mesma forma,
∑ 〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; jm〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; j ′ m ′ jj mm ′ ′ (3.7.4
m 1, m 2
ou seja,
∑ 〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; jm〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; j ′ m ′
m 1, m 2
∑ 〈j 1 j 2 ; jm|j 1 j 2 ; m 1 m 2 〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; j ′ m ′
m 1, m 2
〈j 1 j 2 ; jm|j 1 j 2 ; j ′ m ′ jj ′ mm ′
onde usamos argumentos similares.
Normalização de |j 1 j 2 ; jm. Como caso especial deste último, façamos j ′ j, m ′ m m 1 m 2 . Obtém-se
∑ |〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; jm| 2 1
m 1, m 2
j1j2j
〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 |j 1 j 2 ; jm −1 j 1 −j 2 m 2j 1 (3.7.4
m1m2 − m
j 2 ∓ m ′2 j 2 m ′2 1 |j 1 j 2 ; m ′ , m ′2 1 〈j 1 j 2 ; m ′1 m ′2 |j 1 j 2 ; jm
Multiplicando agora o resultado por 〈j 1 j 2 ; m 1 m 2 | e usando a ortogonalidade, que significa contribuições não
nulas para o lado direito apenas se
m 1 m ′1 1, m 2 m ′2 , primeiro termo
m 1 m ′1 , m 2 m ′2 1, segundo termo.
J+
J-
m2 = j2
m1 + m2 = j
A A proibido!
D
J+
m1 = - j1 m1 = j1 J-
J-
E B x
J+
m1 + m2 = - j J-
F C
m2 = - j2
(b)
(a)
Adição de j 1 l e j 2 s 1
2
Considere o seguinte exemplo de adição do momento angular orbital com o momento angular de spin 1/2:
j l 1 , l 0.
2 (3.7.5
j , 1 l 0.
2
j l 1 e l− 1 .
2 2
Por exemplo, para l 1 (estado p), os valores permitidos de j são: j 3 e 1 . Na notação espectroscópica,
2 2
p 3/2 e p 1/2 onde o subscrito refere-se a j.
Plano m 1 m 2 . O plano m 1 m 2 , ou melhor, o plano m l m s deste problema é particularmente simples: os sítios
permitidos formam apenas duas linhas. A linha superior, para m s 1 , e a inferior, para m s − 1 .
2 2
Caso j l 1 . Vamos estudar o caso específico j l 1 . Uma vez que m s não pode ser maior que 1 ,
2 2 2
podemos usar a recorrência de J − de maneira que sempre estaremos na linha superior m 2 m s 1 ,
2
enquanto que o valor de m l varia por uma unidade, cada vez que consideramos um novo triângulo J − . De
(3.7.49) (sinal inferior), para m 1 m l m − 1 e m 2 m s 1 , ou seja,
2 2
j mj − m 1 〈m l m s |j, m − 1
j 1 m 1 j 1 − m 1 1 〈m l 1, m s |jm
j 2 m 2 j 2 − m 2 1 〈m l , m s 1|jm
encontramos fazendo m → m 1:
l 1 m1 l 1 − m 〈m − 1 , 1 |l 1 , m
2 2 2 2 2
lm 1 l−m 1 m 1 , 1 l 1 ,m 1
2 2 2 2 2
Logo,
lm 1 l−m 1
〈m − 1 , 1 |l 1 , m 2 2
2 2 2 l 1 m1 l 1 −m
2 2
m 1 , 1 l 1 ,m 1
2 2 2
ou
lm 1
m − 1 , 1 l 1 ,m 2 m 1 , 1 l 1 ,m 1
2 2 2 lm 3 2 2 2
2
lm 5
m 3 , 1 l 1 ,m 2 2 m 5 , 1 l 1 ,m 3
2 2 2 lm 7 2 2 2
2
lm 7
m 5 , 1 l 1 ,m 2 2 m 7 , 1 l 1 ,m 4
2 2 2 lm 9 2 2 2
2
l − 1, 1 l 1 , l − 1 1 2l l, 1 l 1 , l 1
2 2 2 2l 1 2 2 2
e, portanto,
m − 1 , 1 l 1 ,m
2 2 2
lm 1 lm 1 lm 3
2 2 2
lm 3 lm 3 lm 5
2 2 2
2l l, 1 l 1 , l 1
2l 1 2 2 2
lm 1
2 l, 1 l 1 , l 1 . (3.7.5
2l 1 2 2 2
ms x x x
J- J- J-
ml
m l l, m s 1 j l 1 , m l 1 ≡ l, 1 l 1 , l 1 1 (3.7.5
2 2 2 2 2 2
Assim, de (3.7.57)
j l 1 , m a ml m − 1 , ms 1 b ml m 1 , ms − 1
2 2 2 2 2
1 1
j l − , m c ml m − , ms 1 1
d ml m , ms − 1
2 2 2 2 2
lm 1
O parâmetro a pode ser facilmente obtido de (3.7.59), sendo dado por a 2 . Portanto,
2l 1
lm 1
j l 1 ,m 2ml m − 1 , ms 1
2 2l 1 2 2
b ml m 1 , ms − 1 .
2 2
j l − 1 , m c ml m − 1 , ms 1
2 2 2
d ml m 1 , ms − 1
2 2
Isto pode ser escrito na forma matricial
j l 1 ,m a b m− 1, 1
2 2 2
j l − 1 ,m c d m ,− 1
1
2 2 2
a b cos sen
→
c d − sen cos
lm 1
Como cos a 2 , podemos encontrar
2l 1
lm 1 2l 1 − l − m − 1
sen b 1 − cos 2 1− 2 2
2l 1 2l 1
l−m 1
2
2l 1
Portanto, a matriz de transformação será:
lm 1 l−m 1
2 2
2l 1 2l 1
l−m 1 lm 1
− 2 2
2l 1 2l 1
Relações de comutação. Admitimos que as relações de comutação para a, a † e N são do mesmo tipo que
dos osciladores. Ou seja,
a , a † 1, a − , a †− 1,
N , a −a , N − , a − −a − , (3.8.2
N , a † a † , N − , a †− a †− .
a † |n , n − n 1 |n 1, n − , a †− |n , n − n − 1 |n , n − 1,
(3.8.5
a |n , n − n |n − 1, n − , a − |n , n − n − |n , n − − 1.
Ket |n , n − a partir do vácuo |0, 0. Para obter o ket |n , n − basta aplicar sucessivamente a † e a †− ao vácuo
|0, 0. Isto é
onde
a |0, 0 0 (3.8.6
Agora definimos
J ≡ a † a − , J − ≡ a †− a (3.8.8
Jz ≡ a † a − a † a − N − N − (3.8.8
−
2 2
Estes operadores satisfazem as relações de comutação de momento angular:
J 2 ≡ J 2z 1 J J − J − J 2 N N 1 .
2 2 2
Demonstração. Como J 2 J 2x J 2y J 2z e escrevendo J J x iJ y , obtém-se J x 1 J J − e
2
J y 1 J − J − , então
2i
J 2 J 2x J 2y J 2z
J 2z 1 J J − 2 − 1 J − J − 2
4 2
1
J z J J J J − J − J J − J − − J J J J − J − J − J − J −
2
4
J z 1 2J J − 2J − J
2
4
J z 1 J J J − J
2
2
Como J ≡ a † a − e J − ≡ a †− a , a , a † 1 e a , a †∓ 0 encontramos
J J − 2 a † a − a †− a 2 a † 1 a †− a − a
2 a † a 1 a †− a −
2 N 1 N −
Da mesma forma
J − J 2 a †− a a † a − 2 a †− 1 a † a a −
2 a †− a − 1 a † a
2 N − 1 N
assim como,
J 2z 2 N − N − 2 2 N 2 N 2− − 2N N −
4 4
onde usamos N , N − 0. Logo,
J 2 J 2z 1 J J − J − J
2
2 N 2 N 2− − 2N N − 2 N 1 N − N − 1 N
4 2
2 N 2 N 2− − 2N N −
N NN− N− N−N
2 2
2 N 2 N 2− − 2N N − 2N N − 4N N −
2 2
2 N 2N
2
2 2
2 N N 1
2 2
como foi antecipado.
Interpretação Física
1) interpretação 1
Assim,
n − n 1 j − mj m 1 ,
n n − 1 j mj − m 1 , (3.8.
J 2 |n , n − 2 N N 1 |n , n −
2 2
2 n n − n n − 1 |n , n −
2 2
Assim, como n n − j m j − m 2j
2 n n − n n − 1 2 2j
2j 1 2 jj 1
2 2 2 2
Ação de J sobre |j, m. Como vimos, o operador J atuando sobre |n , n − muda n para n 1 e n − para
n − − 1, ou seja,
J |n , n − n − n 1 |n 1, n − − 1
Usando , isto será
J |n , n − J j n n − , m n − n − j − mj m 1
2 2
n 1 n − − 1 n 1 − n − − 1
j′ , m′
2 2
j − mj m 1 j ′ n n −
, m′ − n− 1
n
2 2
onde j → j ′ j e m → m ′ m 1:
J |j, m j − mj m 1 |j, m 1.
De forma similar para J − . A Eq. (3.8.7), ou seja,
a † n a †− n −
|n , n − |0, 0
n! n−!
pode ser escrita agora para o autoket mais geral de N , N −
a † jm a †− j−m
|j, m |0 (3.8.
j m!j − m!
Caso de interesse. Seja m j, que fisicamente significa que o autovalor de J z é o maior possível para um
dado j. Logo,
a † 2j
|j, j |0 (3.8.
2j!
Podemos imaginar este estado como sendo o estado de 2j partículas de spin 1/2 com todos os spins
apontando na direção positiva do eixo z.
Observação (1) Em geral, notamos que objetos complicados com valores altos de j podem ser visualizados como sendo
constituídos de partículas de spin 1/2, das quais j m com spins para cima e j − m com spins para baixo.
Observação (2) Embora nem sempre se possa considerar literalmente um objeto de momento angular j como um
sistema composto de partículas de spin 1/2, é sempre possível afirmar que, enquanto estamos considerando as
propriedades de transformação sob rotações, podemos visualizar qualquer objeto de momento angular j como um sistema
composto de 2j partículas de spin 1/2 formado da maneira indicada pela Eq. (3.8.18).
★ Leia o restante da seção.
Assim,
a † jm a †− j−m
DR |j, m DR |0
j m!j − m!
jm j−m
DRa † D −1 R DRa †− D −1 R
(3.8.2
j m!j − m!
Como
−iJ y
DR|0 exp |0
−i −i 2
1 Jy 1 J 2y |0
2!
e com J y 1 J − J − a † a − − a †− a ,
2i 2i
J y |0 a † a − − a †− a |0
2i
0
devido a (3.8.6). Assim,
DR|0 |0.
Logo,
−iJ y iJ y
DRa † D −1 R exp a † exp (3.8.2
Assim
i 2 2
a † 1 − a † a †−
2! 2 2
a † cos a †− sen .
2 2
ou seja,
−iJ y iJ y
exp a † exp a † cos a †− sen (3.8.2
2 2
Da mesma forma
−iJ y iJ y
exp a †− exp a †− cos − a † sen (3.8.2
2 2
encontramos
jm
a † cos a †− sen
2 2
j m! jm−k
k
∑ j m − k! k!
a † cos
2
a †− sen
2
k
e
j−m
a †− cos − a † sen
2 2
j − m! j−m−l
l
∑ j − m − l! l!
−a † sen
2
a †− cos
2
.
l
j − m! j−m−l
l
−a † sen a †− cos |0
j − m − l! l! 2 2
Ou,
D 0, , 0 |j, m
j m!j − m!
∑∑ j m − k! k!j − m − l! l!
k l
jm−kl
jk−l−m
−1 j−l−m a † 2j−k−l a †− kl cos sen |0 (3.8.2
2 2
Outra maneira de expressar este resultado é usar (3.5.49), (3.5.5.1) e (3.8.18) , isto é,
D 0, , 0 |j, m ∑ |j, m ′ d jmm ′
m′
′ ′
a † jm a †− j−m
∑ d j
mm ′ |0 (3.8.3
m′ j m ′ !j − m ′ !
Comparando as duas expressões, podemos obter uma forma explícita para d j
mm ′ , através da igualdade dos
coeficientes das potências de a † . Especificamente,
′
a † 2j−k−l a † jm
o que nos fornece
2j − k − l j m ′ l j − k − m ′ (3.8.3
Para m ′ constante, esta relação nos diz que as somas em k e l não são independentes. Eliminando l de acordo
com (3.8.31),
′
a †− kl a †− j−m
fica automaticamente satisfeita. Os expoentes do sen/2, cos/2 e −1 ficam, com esta substiuição
jm−kj−k−m ′ 2j−2km−m ′
jm−kl
cos cos cos
2 2 2
jk−jkm ′ −m 2k−mm ′
jk−l−m
sen sen sen
2 2 2
′
−1 j−l−m −1 k−mm
Portanto, (3.8.29’), após eliminarmos a soma em l, torna-se
D 0, , 0 |j, m
′
a † jm a †− j−m
′
j m!j − m! j m ′ !j − m ′ !
∑ j m − k! k!j − m − l! l!
k j m ′ !j − m ′ !
2j−2km−m ′ 2k−mm ′
′
−1 k−mm cos sen |0
2 2
Comparando com (3.8.30) para um m ′ fixo, encontramos
Medida da componente de spin de um dos elétrons. Existe uma chance de 50% de se obter (numa medida)
qualquer uma das componentes do spin para cada um dos elétrons, uma vez que o sistema composto pode
estar em |ẑ ; ẑ − ou |ẑ −; ẑ com igual probabilidade.
Conhecendo a componente do spin de um dos elétrons. Suponha que um dos elétrons esteja, com certeza,
no estado de spin para cima, o outro elétron está necessariamente no estado de spin para baixo.
Medida. Quando a componente do spin do elétron 1 está para cima, o aparelho de medida seleciona o
primeiro termo, |ẑ ; ẑ −, de (3.9.1); uma medida subseqüente da componente do spin do elétron 2 deve
confirmar que o estado ket do sistema composto é dado por |ẑ ; ẑ −.
Correlação. Este tipo de correção pode persistir mesmo quando as duas partículas estão muito separadas e
já interagem uma com a outra. A exigência é que à medidas que elas se afastem não exista nenhuma
mudança em seus estados de spin.
Visualização. Considere a figura que representa um sistema de duas partículas de spins ½, movendo-se em
direções opostas.
Partícula 2
B A
Partícula 1
Observadores. O observador A mede S z da partícula 1 (indo para a direita), enquanto que o observador
mede o S z da partícula 2 (esquerda).
O observador A realiza medida. Se A encontrar S z , então mesmo antes de B realizar sua medida, A pode
predizer com certeza que o resultado de B será S z − para a partícula 2.
O observador A não realiza medida. Sem realizar sua medida, A pode apenas afirmar que o resultado de B
tem 50% de chance para encontrar S z ou S z −.
Este resultado parece não ser tão estranho. Podemos dizer: “é parecido com o caso de uma caixa que
contém uma bola preta e uma branca. Quando, sem olhar, retiramos uma delas, existe uma chance de 50% de
tirarmos a bola preta ou a branca. Mas se a primeira for a bola preta, então podemos dizer com certeza que a
segunda bola será a branca.”
Observador A. Pode medir tanto S z como S x da partícula 1, bastando apenas mudar a orientação do
analizador de spin.
Observador B. Só pode medir S x para a partícula 2.
O observador A realiza uma medida de S z . Se A obtém S z para a partícula 1, a medida de B pode resultar
numa das duas S x ou S x −, com igual chance. Mesmo conhecendo-se o S z da partícula 2, sua componente S x
é completamente indeterminada.
O observador A realiza uma medida de S x . Se A também obtém S x para a partícula 1, então com certeza o
observador encontrar S x − para a partícula 2.
O observador A não realiza medida. Neste caso, B terá uma chance de 50% para obter S x ou S x −.
Resumo:
1. Se A mede S z e B mede S x , existe uma correlação completamente aleatória entre as duas medidas.
Os observadores A e B podem medir S x ou S z . Neste caso, todos os resultados possíveis dessas medidas de
correlação de spin são mostradas na tabela abaixo: