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BIOGRAFIA DE LUIS PAULINO DE OLIVEIRA PINTO DA FRANÇA

Resumo:
Marechal de Campo
General
Formado em Direito
1º Administrador do Morgado da Fonte Nova
2º Morgado de Fonte Nova
Fidalgo Cavaleiro da Casa Real
Fidalgo da Cota d'Armas
Comendador em África na Ordem de Cristo
Cavaleiro professo na Ordem de Cristo
Comendador das Ordens de N.Srª da Conceição
Cavaleiro da Tôrre-e-Espada.
Distinguiu-se nas campanhas da Guerra Peninsular.
Deputado nas Cortes Constituintes de 1821-1823 pela Bahia
Vice-presidente da Câmara dos Deputados da Assembleia Constituinte em 1822
Maçon
Poeta
Nasceu em Cachoeira, Bahia em 30 de Junho de 1771.

Com 10 anos veio para Portugal ficando a viver no Porto.

Aos 15 anos cursava Matemáticas e Filosofia em Coimbra, vindo no entanto a formar-se


em Direito em 1793.

Era tenente do Regimento de Cavalaria I em Coimbra quando Junot invadiu Portugal em


1807. Durante o desarmamento do exército Portugês, instado a oferecer-se para um corpo
expedicionário ao serviço do Imperador Françês, recusou-se veementemente e para mostrar
a sua indignação, entra na igreja de Santa Cruz em Coimbra acompanhado de seu filho
Bento de 9 anos que já assentara praça e frente ao túmulo de D. Afonso Henriques quebra a
sua espada, improvisando o famoso soneto:

A teus pés, fundador da Monarquia


vai ser a lusa gente desarmada!
Cede hoje á traição a forte espada
que jamais se rendeu á valentia!

Oh Rei! Se minha dor, minha agonia


penetrar podem seprucral morada
arromba a campa e com mão mirrada
corre a vingar a afronta deste dia!

E eu fiel, qual te foi Moniz, teu pagem,


fiel sempre serei. Grata esperança
me sopra o fogo da imortal coragem!

E as lágrimas que a dor aos olhos lança


Recebe-as, grande Rei, por vassalagem,
aceita-as por protesto de vingança!

Tomou então parte activa no movimento patriótico que expulsou o invasor, distinguindo-se
em várias acções em 1809, nomeadamente na defesa da vila de Arouca, onde ao fim de 9
dias de luta o invasor françês abandonou o cerco, na defesa de Amarante e batalha de
Valverde onde á frente dos seus Dragões de cavalaria, carregou e levou de vencida um
regimento de lanceiros inimigo, sofrendo ferimentos.

Em 1812, embarcou para o Rio de Janeiro onde assumiu como Coronel o comando do 1º
Regimento de Cavalaria.

Em 1817, quando de uma viagem de barco do Rio de Janeiro para a Bahia com toda a
família, o navio naufraga e embora a família se salve, perderam todos os bens que
transportavam.

Em 1819 já proprietário do engenho de Aramaré, situado perto da Vila de Santo Amaro da


Purificação no recôncavo Baiano, requer ao rei autorização para instalar uma feira no
quarto dia da semana na sua propriedade, o que foi concedido. Dessa feira nasceu o núcleo
de uma nova vila, hoje Vila de Terra Nova.

Era também proprietário de um sobrado em Campo de São Paulo em Salvador, actualmente


junto da Avenida Maria Quitéria, em frente ao Hospital Dom Pedro de Alcântara, onde
passavam parte do ano.
Em Outubro de 1821 foi eleito deputado para representar a Bahia nas Cortes Constituintes
em Portugal, onde uma assembleia iria redigir e aprovar uma constituição comum para o
então chamado Reino Unido de Portugal, Algarve e Brasil.

Três facções se digladiavam na Bahia: Por um lado os "Praistas" extremistas, apoiados pela
classe comerciante abastada da cidade baixa e militares de origem Portuguesa vindos do
continente, que queriam a manutenção da situação colonial com hegemonia dos
Portugueses sobre os Brasileiros; Os "Independentistas" fanáticos, apoiados por Brasileiros
de ascendência europeia e pela população negra e mestiça, defensores a uma independência
a todo o custo; Finalmente um grupo moderado de Brasileiros de origem Portuguesa e
Portugueses radicados há longo tempo no Brasil, a maioria, defendendo a constituição de
um "Reino Unido" em situação de igualdade de direitos entre as duas Nações. Luís Paulino
e família sempre defenderam esta posição.

Em Portugal, os trabalhos das Cortes foram-se alongando, sem decisões concretas e os


deputados não se entendiam. Os deputados que representavam o Brasil esqueceram a sua
condição de representantes do Reino Unido; os que representavam Portugal, ou pelo menos
alguns deles, quizeram utilizar a ideia da União para restabeleceer situações de previlégio
dos Portugueses. Por várias vezes Luis Paulino mostra a sua coerência, coragem moral e
conhecimento de causa, tomando uma postura imparcial, como quando afirmou tanto para
os representantes Portugueses como para os Brasileiros "Eu voto como cidadão do Reino
Unido".

As cartas que entretanto foi recebendo da mulher e filhos que ficaram na Bahia dão-lhe
noticias alarmantes: Os seus inimigos políticos põem em causa a sua reputação e honra; Os
'praistas' influenciando Madeira, o Governador de Armas Português da Bahia, levaram-no a
imobilizar a Junta Governativa Civil e a perseguir todos os oponentes e população em
geral, levando primeiro a autênticas chacinas e mais tarde a uma guerra aberta entre as
tropas Portuguesas e a população em armas suportada pelos Independentistas, situação que
Luis Paulino previra e que o levara a opor-se no Congresso, à nomeação de Madeira para o
cargo.

Durante uma sessão plenária do Congresso Constituinte em 1822, Luís Paulino votou com
a maioria a favor de moção hostil ao Brasil. O deputado Cypriano José Barata de Almeida
também da Bahia, independentista fanático de tendências republicanas, que durante a
sessão se conservara mudo, sai do Plenário, e num dos corredores encontra Luís Paulino e
impelido pela revolta do seu patriotismo, pelo seu inconformismo, pelo imprudente e
excessivo arrebatamento, tira satisfações com Luis Paulino. Trocam injúrias e resolvem
defrontar-se por meio das armas. No alto da escada, de repente, Cypriano Barata agride
física e inopinadamente Luis Paulino, e com ímpeto empurra-o pela escada abaixo. Desta
queda resultou fractura de costelas e uma contusão pulmonar, origem provável da
tuberculose de que viria a morrer 2 anos depois.

O Jornal “Reverbero Constitucional Fluminense”, do dia 2 de julho de 1822, no artigo


“Extractos da Carta de hum Deputado do Brazil em Côrtes” retrata estes fatos:
“Chegou hoje e leo-se no Congresso a fatal noticia do combate na Bahia entre as Tropas
Europeas e Brazileiras, na qual estas ficárão, vencidas, e se espera terrivel reacção. O
Congresso ouvio tudo isso com indifferença, e remeteo o negocio ao Governo, percebendo-
se bem, que quer, que se enviem Tropas de refresco para subjugar aquella
Provincia, quanto a este respeito tudo perdido se fôr a votos, porque somos subplantados
infallivelmente. Por motivo desta noticia se agarrárão hoje vergonhosamente nas escadas do
Paço das Cortes, dous Deputados da Bahia, hum liberal, e outro addido á causa Europea, e
que em certo modo defendia o procedimento da Tropa de Portugal; mas foi pisado e ferido,
(apesar de ser Marechal) por cahir pela escada de pedra, e o Liberal, Paisano, e velho ficou
victorioso. Veremos pela primeira vez este Processo, que será rigoroso, attentas as
circumstancias ponderadas”.
O fato de Luís Paulino ter jurado e assinado, juntamente com a ala moderada Brasileira, a
nova Constituição considerada pelos independentistas desfavorável ao Brasil, não seria tão
grave, se a isso ele não acrescentasse uma longa permanência em Portugal após a retirada
de seus colegas, exercendo inclusive cargos de confiança no exército português.

As atitudes de Luís Paulino – veementemente repudiadas por inimigos, colegas e alguns


parentes – podem justificar-se, ora pelos laços de fidelidade e gratidão que o uniam a D.
João VI, ora pela posição política tradicionalmente de centro adotada pela família Pinto da
França; ou ainda pela dupla vertente brasileira e lusitana que alimentava, na família, uma
atitude conciliatória, mercê da dificuldade em optar por um dos dois países.

Durante a Guerra da Independência que se seguiu após 1822, a família de Luiz Paulino
dividiu-se na luta, uns pelo Brasil, outros em favor de Portugal.

Em Agosto de 1823, já doente, volta à Bahia vindo de Portugal com directrizes do Rei para
que as tropas Portuguesas abandonassem a luta e negociassem um armistício.

Entretanto Madeira e suas tropas tinham sido obrigados a retirar da Bahia que foi ocupada
pelas tropas e apoiantes Independentistas. Paulino é muito mal recebido e obrigado a
embarcar, sendo enviado para o Rio de Janeiro, onde, já agonizante, permanece até Janeiro
de 1824 à ordem do Congresso Brasileiro, que lhe dá ordem de expulsão.

Faleceu no mar em viagem de regresso a Portugal em 8 de Janeiro de 1824, consumido pela


tuberculose.

Era muito ambicioso e tinha um apurado senso de grandeza, não se coibindo a despesas que
dissessem respeito á pompa da sua representação. Além disso, o seu sentido de patriotismo,
dispunha-o a gastar sem medida desde que se tratasse do nome de Portugal.
Cultivou a poesia de que se publicaram algumas no 'Jornal de Coimbra', no 'Parnaso
Brasileiro' e na 'Miscelânea Poética' do Rio de Janeiro.

A sua poesia mais conhecida foi um soneto que escreveu horas antes de morrer, em pleno
Oceano Atlântico de regresso a Portugal, despedindo-se dos familiares e amigos:

Eis já dos mausoléus silêncio horrendo,


Me impede o respirar, a voz me esfria.
Eis chega a morte eterna, eis morre o dia,
Ao nada a natureza vai descendo.

No, da aniquilação, passo tremendo,


Escudo-me da sã filosofia,
Terror humilde, o rosto não m'enfia.
Como Catão morreu, eu vou morrendo!

Mas ah tu, d'alma, nobre qualidade,


Saudade cruel co'o sofrimento
Me arremessas às marés de ansiedade...
Mulher...filhos...amigos...num momento,
No momento do adeus pra eternidade
Vós sois o meu cuidado, o meu tormento!

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