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O PODER DO ESTADO
Conceito
O Poder Político é o que preside, integra e harmoniza todos os grupos sociais,
possibilitando a convivência entre os membros dos grupos sociais, mediante um
conjunto de regras que compõe o direito comum a todos eles. (Kildare Gonçalves
Carvalho, Direito Constitucional Didático. p. 76)
Para Dalmo de Abreu Dallari, existem duas classificações do Poder do Estado:
a) Poder do Estado como poder político, incondicionado e preocupado em assegurar
sua eficácia e sem qualquer limitação;
b) Poder do Estado como poder jurídico, nascido do direito e exercido exclusivamente
para a consecução de fins jurídicos.
Com amplitude o primeiro a falar de separação dos poderes foi John Locke,
nascido em 09 de agosto de 1632, em Bristol, Inglaterra, médico, filósofo e político.
1) A Teoria da Separação dos Poderes foi concebida num momento histórico em que se
pretendia limitar o Poder do Estado representado pelo Monarca e reduzir ao mínimo
sua atuação.
2) Adepta às novas necessidades do Estado, a separação dos poderes passou a
exercer o objetivo de aumentar a eficiência do Estado, pela distribuição de suas
atribuições em seus respectivos órgãos.
Os poderes são dinâmicos e não estáticos quanto ao seu exercício, por isso,
para garantir a harmonia e a interdependência entre os Poderes, foi concebida a
técnica dos freios e contrapesos, que surge para garantir que nenhum poder se
sobreponha ao outro, ou seja, é a limitação do poder pelo poder. Esta técnica começou
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com Montesquieu e foi desenvolvida por Bolingbroke, na Inglaterra, durante o século
XVIII.
A Constituição Republicana Brasileira de 1988, ao consagrar em seu artigo 2º, o
princípio da separação dos poderes, os declara independentes e harmônicos. Assinale-
se, contudo, que essa independência não é absoluta, pois a própria Constituição prevê
expressamente a atribuição de funções atípicas aos três Poderes do Estado. Citem-se,
como exemplos, a competência do Executivo para expedir medidas provisórias, iniciar o
processo legislativo e vetar projetos de lei, como atos de natureza legislativa; a
competência do Legislativo para julgar o Presidente da República por crime de
responsabilidade (função jurisdicional), aprovar a indicação de determinados titulares
de cargos públicos (função executiva) e a competência do Judiciário para iniciar o
processo legislativo referentemente a determinadas matérias (função legislativa) e
nomear os magistrados de carreira (função executiva). Mas tais funções atípicas têm
sempre em vista a noção de freios e contrapesos. Assim, as medidas provisórias,
baixadas pelo Presidente da República, deverão, para se converterem em lei, ser
aprovadas pelo Congresso Nacional, que poderá rejeitar o veto presidencial a projeto
de lei, pelo voto da maioria dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto (art. 66
§ 4º), se ao Poder Judiciário não cabe elaborar as leis, pode declarar a sua
inconstitucionalidade, compensando-se, neste caso, a falta dessa prerrogativa.
O princípio da legalidade
5.3. Limitações