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RECONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE
* Difundir ,e, posteriormente reforçar o conhecimento para que esse conhecimento assuma
um papel prático e não apenas um valor subjetivo;
* relacionar a formação intelectual do indivíduo ao exercício da consciência crítica, tanto
individual quanto coletiva;
* incutir e fixar aos indivíduos valores positivos tais como: senso de dever e preservação da
democracia, respeito às diferenças, reivindicação de seus direitos, busca pelo bem comum e
ajuda mútua com exercício da solidariedade;
Para que possamos nos aproximar dessas metas, reforçando a auto estima dos jovens,
principalmente aqueles em condição de vulnerabilidade social. Que manifestam
comportamentos muitas vezes em desacordo com o socialmente desejável é exigido um
processo algo demorado:
A razão para a demora nesse processo de ajuste reside mais profundamente na história:
Durante os últimos cem anos, desde o início da educação pública no Brasil as classes menos
favorecidas economicamente, e, dentre essas classes com maior incisão indígenas e afro
descendentes, sofrem os efeitos de políticas públicas que não fizeram nenhum esforço em
prol da democratização e qualificação do ensino de primeiro grau. Somente de vinte anos
para cá o ensino e a formação técnica para o trabalho vem sendo implementado no âmbito
do segundo grau nas escolas públicas brasileiras, e ainda assim em grande parte graças às
parcerias com a iniciativa privada que se beneficia diretamente com a formação de técnicos
necessários ao preenchimento de seus quadros operacionais.
Contudo, nesses últimos vinte anos sucessivas administrações federais e estaduais tem
orgulho de anunciar programas e metas de educação visando atingir níveis satisfatórios de
desempenho e melhorar resultados alarmantes. Índices que causam preocupação e retratam
a realidade da educação e cultura ofertadas às populações, principalmente aquelas em
estado de vulnerabilidade social neste país.
De modo geral, aumentar a auto estima (produzir uma auto imagem positiva) e contribuir
para a conformação e não apenas formação da identidade individual demanda a
compreensão dos fatores que compõem esse processo. Cada sociedade, comunidade, grupo
apresenta um tipo de discurso. Esse discurso espelha seus valores, códigos de conduta. As
escolhas individuais se balizam por tais delimitadores para empreenderem seus objetivos:
a) estruturas sociais
a.1 - família,
a.4 - macroestrutura social, formada pela sociedade no âmbito coletivo amplo, nacional e o
conjunto de valores que a rege: orientação política, ideologia (conjunto de idéias,
pensamento corrente), estímulo às iniciativas de desenvolvimento e finalmente não menos
importante apelo cultural.
Sabendo que a meta de todo e qualquer indivíduo ao construir sua identidade é obter
aprovação pessoal auferindo respeito ás suas idéias tanto no âmbito familiar quanto nos
diversos grupos que frequenta concluímos que: o sucesso ou o insucesso na obtenção desses
objetivos irá determinar seu status quo. Sua posição dentro da sociedade o que determina,
grosso modo, o grau de inclusão e aceitação social a ser experimentado por esse indivíduo.
Sua aprovação ou reprovação por parte do grupo, sua popularidade.
Para que seja dotado o indivíduo com uma carga de virtudes a fim de proporcionar sua
inserção social de modo satisfatório se faz necessário dotar-lhe de certas ferramentas
essenciais:
No dia 14 de dezembro de 1890, Rui Barbosa, ilustre figura da história brasileira, então
ministro da República recém constituída decreta a queima de todos os livros de matrícula e
registros fiscais relativos à escravidão na posse do Ministério da Fazenda. Esse expurgo
havia sido cogitado anteriormente pelo parlamentar abolicionista Joaquim Nabuco em 1888.
Os registros continham dados de compra, venda, propriedade e transferência de escravos
realizados no Brasil. Todas essas transações eram compiladas e arquivadas pelo Ministério
da Fazenda. A consequência imediata desse ato de esperteza governamental que temia
sofrer processos indenizatórios por parte dos fazendeiros escravistas foi o apagar da
memória de uma época. Impedindo às gerações futuras o acesso aos dados. Esse ato
impossibilitou aos pesquisadores recolherem informações a respeito desse período da
história brasileira. De certa maneira isso facilitou ás classes dominantes montar sua versão
ideal da história do Brasil impondo-a aos demais. Relegando o negro, o índio e as classes
mais baixas da pirâmide social ao papel de coadjuvantes na construção sócio econômica da
nação brasileira, o que se constitui em absoluta e descarada mentira.
Ao afirmar que o índio preferia a morte ao cativeiro porque não estava acostumado ao
trabalho os dominadores contaram outra mentira. As reduções jesuíticas no Rio Grande do
Sul provam exatamente o contrário. Demonstram a infatigável e diligente capacidade
indígena de desempenhar quaisquer ofícios, por mais complexos, que se lhe dispusessem a
ensinar-lhe. Conquanto fossem livres e pudessem aderir às práticas do colonizador por sua
vontade.
- Teatro:
* criação de esquetes;
- Musicalização:
* Violão brasileiro.
- Capoeira:
Professor: Mestre
Músicos acompanhantes:
* filosofia;
* estilos.
- Palestra:
Palestrante: Professora Náthaly Weber, Diretora Regional da CUFA (Central única das
Favelas) de Cachoeira do Sul. Produtora Executiva do Projeto Volta ao Samba.
Inúmeras canções da música popular brasileira que são signos da brasilidade. Aqui
destacamos apenas uns poucos exemplares de obras que comentam passagens da vida
nacional e influenciam a sociedade. Formam opinião, contribuem para que surja
consciência crítica e, abrangendo a macroestrutura regional e/ou nacional, amparam o
discurso identitário brasileiro: Aquarela do Brasil; Isto aqui é o que é; Tropicália; Bye Bye
Brasil e Kizomba.
- Aquarela do Brasil de Ary Barroso. Não se trata apenas simplesmente de uma canção
exaltando o nacionalismo mas, uma peça melódico e poeticamente recheada de um
sentimentalismo algo ingênuo que evidencia o caráter gentil da Pátria e a boa índole do
brasileiro que ama seu país (patriotismo tropical).Que em seu seio desfruta de uma vida
boa: "Ah! esse coqueiro que dá coco/aonde amarro minha rede/nas noites claras de luar.
Ah! É o meu Brasil lindo e trigueiro/o meu Brasil brasileiro/terra de Samba e
pandeiro/Brasil, pra mim/pra mim Brasil...//".
Quase três décadas mais tarde o compositor Caetano Veloso compõe Tropicália
apresentando uma visão crítica sobre o país e o momento conturbado da ditadura militar no
Brasil: "...o monumento/é de papel crepom e prata/os olhos verdes da mulata/a cabeleira
esconde atrás da verde mata/o luar do sertão/o monumento não tem porta/a entrada é uma
rua antiga/estreita e torta/e no joelho, uma criança/ sorridente, feia e morta/estende a
mão//". Com ironia e construções metafóricas Caetano ataca o regime de exceção o que lhe
rende perseguição política, prisão e a ida para o exílio na Inglaterra.
Num outro momento histórico brasileiro a canção composta por Chico Buarque de Holanda
Bye Bye Brasil tema do filme homônimo de 1979 expõe as mazelas de um país que busca o
progresso a qualquer preço. E sofre um processo de exploração por parte do capital
estrangeiro, experimentando ao mesmo tempo um crescimento econômico desordenado,
junto a uma situação política instável que ora pende á redemocratização ora ameaça um
retrocesso no processo democrático: "...no Tabariz/o som é que nem os Bee gees/[...] eu
penso em vocês night and day/explica que tá tudo okay//...".
Nos remetendo agora ao século XXI a composição de Alexandre Florez Kizomba alude
claramente a um desejo de internacionalização da cultura. Não massificação cultural pura e
simples mas, a possibilidade de compartilhamento da cultura produzida no Brasil com os
demais povos. Essa é uma clara referência às convicções políticas do autor: "Não cabe na
ciranda as cores da bandeira/contrabando meu canto/suborno a aduaneira/vou cantar para o
povo d'um outro país/a cor é um amuleto e demarca a fronteira/pelo sinal impresso na
minha carteira/tenho vosso permisso para prosseguir//".