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A imigração japonesa no Brasil começou no início do século XX, através de um acordo entre o governo japonês e o

brasileiro. Atualmente, o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão com cerca de 1,5 milhão de nikkeis (em
japonês: 日系, nikkeis?) (termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes).

O Japão estava superpovoado no século XIX. O país tinha ficado isolado do Mundo durante os 265 anos do período Edo
(Xogunato Tokugawa), sem guerras, epidemias trazidas do exterior ou emigração. Com as técnicas agrícolas da época, o
Japão produzia apenas o alimento que consumia, sem praticamente formação de estoques para períodos difíceis. Qualquer
quebra de safra agrícola causava fome generalizada.

O fim do Xogunato Tokugawa deu espaço para um intenso projeto de modernização e abertura para o exterior durante a
era Meiji. Apesar da reforma agrária, a mecanização da agricultura desempregou milhares de camponeses. Outros
milhares de pequenos camponeses ficaram endividados ou perderam suas terras por não poder pagar os altos impostos,
que, na era Meiji, passaram a ser cobrados em dinheiro, enquanto antes eram cobrados em espécie (parte da produção
agrícola).

Os camponeses sem terra foram para as principais cidades, que ficaram saturadas. As oportunidades de emprego
tornaram-se cada vez mais raras, formando uma massa de trabalhadores miseráveis.

A política emigratória colocada em prática pelo governo japonês tinha como principal objetivo aliviar as tensões sociais
devido à escassez de terras cultiváveis e endividamento dos trabalhadores rurais, permitindo assim a implementação de
projetos de modernização.[5]

A partir da década de 1880, o Japão incentivou a emigração de seus habitantes por meio de contratos com outros
governos.[6] Antes do Brasil, já havia emigração de japoneses para os Estados Unidos (principalmente Havaí), Peru e
México. No início do século XX, também houve grandes fluxos de emigração japonesa para colonizar os territórios
recém-conquistados da Coreia e Taiwan. Somente no Brasil e Estados Unidos se formaram grandes colônias de
descendentes de japoneses. Praticamente todos os imigrantes que formaram grandes colônias na Coreia e Taiwan
retornaram ao Japão depois do fim da Segunda Guerra Mundial.

Com a expansão das plantações de café, faltava mão-de-obra na zona rural paulista no final do século XIX e no início do
século XX. A economia cafeeira foi o grande motor da economia brasileira desde a segunda metade do século XIX até a
década de 1920.

O Japão, que só tinha se aberto para o comércio mundial em 1846, até então era considerado muito distante física e
politicamente do Brasil. O primeiro Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão foi assinado apenas
em 5 de novembro de 1895.

Além disto, a política de imigração brasileira era executada não só como um meio de colonizar e desenvolver o Brasil,
mas também de "civilizar" e "branquear" o país com população europeia. A imigração de asiáticos foi praticamente
proibida em 1890. Neste ano, o decreto nº 528 assinado pelo presidente Deodoro da Fonseca e pelo ministro da
Agricultura Francisco Glicério determinava que a entrada de imigrantes da África e da Ásia seria permitida apenas com
autorização do Congresso Nacional. O mesmo decreto não restringia, até incentivava, a imigração de europeus. Somente
em 1892, foi aprovada a lei nº 97 que permitia a entrada de imigrantes chineses e japoneses no Brasil e, assim, o decreto
nº 528 de 1890 perdeu seu efeito.[7]

O preconceito contra o recebimento de imigrantes asiáticos era muito forte. Todos asiáticos eram considerados raças
inferiores que prejudicariam o "branqueamento" que ocorria no Brasil com o recebimento de imigrantes europeus. Havia
também o medo do "perigo amarelo", isto é, que as grandes populações de orientais se espalhassem étnica e culturalmente
pelas Américas. O medo do "perigo amarelo" tinha sido exacerbado pelo expansionismo militarista do império nipônico
que, buscando conquistar terras para colonizar, derrotou a China em 1895 e a Rússia, em 1905 (a terceira derrota de um
país europeu em frente a um não-europeu nos tempos modernos, a primeira sendo a Invasão Mongol na Europa em 1241,
a segunda a Itália perante a Etiópia em 1896). Finalmente, havia o sentimento de que o imigrante japonês era um "quisto
inassimilável" devido a seus costumes e religião.[8]

O Kasato Maru é considerado pela historiografia oficial como o primeiro navio a aportar no Brasil com imigrantes
japoneses. A viagem de 52 dias começou no porto de Kobe e terminou no Porto de Santos em 18 de Junho de 1908.
Vieram 165 famílias (781 pessoas) que foram trabalhar nos cafezais do oeste paulista.

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