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Complemento do item 1.1.

AS CONSTANTES GEODÉSICAS FUNDAMENTAIS E


ELIPSÓIDES DE REFERÊNCIA INTERNACIONAIS

As dimensões da Terra: evolução até o SGR 1967

Durante mais de dois séculos, a maior preocupação da Geodésia foi a determinação da


melhor figura matemática da Terra. A partir das medidas históricas dos arcos de meridiano no Peru
e na Lapônia, a cerca de duzentos e cinqüenta anos, até o começo da era espacial, o semi-eixo
maior e o achatamento do elipsóide de referência foram considerados como as constantes
geodésicas mais fundamentais. Outros parâmetros considerados eram os conseqüentes da
gravimetria, a partir da fórmula da gravidade normal, praticada desde 1900, porém que passaram a
merecer status de grandezas fundamentais somente a partir da era espacial.
O primeiro elipsóide calculado, com alguma precisão quantitativa foi o da Comissão de
Pesos e Medidas da França (1799) com:

a = 6 375 653 m e α = 1:334

Antecedendo a era espacial, cabem ser destacadas as determinações:

Autor ano a α

Delambre 1810 6 376 985 1:308,64


Walbeck 1819 6 376 896 1:302,8
Everest 1830 6 377 276 1:300,8
Airy 1830 6 376 542 1:299,3
Bessel 1840 6 377 397 1:299,15
Clarke 1866 6 378 206 1:294,98
Clarke 1880 6 378 245 1:293,5
Hayford 1909 6 378 388 1:297,0
Hayford 1910 6 378 062 1:298,2
Krassovsky 1942 6 378 245 1:298,3
Jeffreys 1942 6 378 097 1:297,28
Esta tabela deve ser cuidadosamente examinada no sentido de se verificar os afastamentos
observados na magnitude do semi-eixo maior e no achatamento a cada época e também no
sentido da constatação da evolução dos métodos geodésicos.
Para a determinação de um elipsóide de referência e do seu campo de gravidade, são
necessárias no mínimo quatro constantes.
Em 1930, foi adotado o primeiro elipsóide de referência internacional baseado no
determinado por Hayford em 1909, conforme a tabela, completado pela Fórmula Internacional da
Gravidade cujos parâmetros são:

γe = 978 049,0 mGal


γp = 983 221,3 mGal

determinados em 1930. O elipsóide de referência de Hayford de 1909 foi preferido em relação ao


de 1910 por ter sido baseado em reduções isostáticas, o que possibilitava a melhora dos
resultados por considerações de irregularidades do geóide. Este elipsóide foi durante muito tempo
reconhecido como um modelo de excelente aproximação da figura da Terra. Somente com o
advento do uso de satélites artificiais conjuntamente com a medida de grandes arcos com grande
precisão, é que se começou a obter parâmetros mais precisos. Por esta razão, a União
Astronômica Internacional (IAU) após consulta à União Geodésica e Geofísica Internacional
(IGGU) e Associação Internacional da Geodésia (IAG), adotou em 1964 um novo sistema de
constantes fundamentais entre as quais figuram as três constantes geodésicas:

a = 6 378 160 m
GM = 398 603 x 109 m3s-2
J2 = 0,0010827

sendo G a constante gravitacional de Newton, M a massa da Terra, e J2 = (C-A) / (M a2) é o


denominado fator de elipticidade geopotencial ou fator dinâmico de forma, associado com o
achatamento terrestre, C e A os momentos principais da inércia da Terra. O valor da velocidade
angular da Terra:

ω = 0,000 072 921 15 s-1

foi determinado astronomicamente com grande precisão. As quatro constantes fundamentais a,


GM, J2 e ω determinam de forma unívoca um elipsóide de referência e seu campo da gravidade
normal. A escolha destas quatro constantes fundamentais é conseqüência da mudança de
estrutura da Geodésia em conseqüência de advento dos satélites artificiais. Somente o semi-eixo
maior a continuou a ser determinado pela medida de arcos longos ou grandes triangulações
geodésicas. As outras constantes foram definidas, seja pela astronomia (ω), seja por satélites
artificiais: GM pela terceira lei de Kepler aplicada a órbitas de satélites e J2, pelas perturbações
sobre satélites próximos.
Em 1967, com adoção pela IAU e IUGG de uma Origem Internacional Convencional (CIO)
para o movimento do polo e que o então BIH adotou as longitudes convencionais para a
determinação de TUI (e TUI2), adotou os valores por último referidos de a, GM e J2, e que qualquer
sistema geodésico de referência geocêntrico (SGR 1967) fosse definido como tendo o semi-eixo
menor do elipsóide paralelo àquele definido pelo CIO e que o meridiano de origem das longitudes
fosse paralelo áquele definido como origem pelo BIH. Esta recomendação foi retificada em 1971,
pois havia sido esquecida a especificação de um valor internacional para o ω, o qual veio a ser
adotado conforme o valor aqui apresentado. Todos os valores referidos fornecem como valores
secundários:

α = 1: 298,247 17

γe = 978 031,846 mGal


γp = 983 217,728 mGal

Já por ocasião de sua adoção se sabia que este sistema possuía um semi-eixo equatorial
ainda grande (já existiam muitas determinações apontando para o valor de a = [6 378 140 ± 5] m e
para α = [1:298,257 ± 0,001] em relação a figura da Terra Real, tal que foi raramente utilizado a
nível internacional ( o Brasil foi um dos poucos países que adotou este SGR, para a cartografia
sistemática e ainda com aproximação desnecessária no achatamento). A partir desta experiência a
IAG decidiu ser mais prudente e judiciosa em definições futuras.

Evolução do sistema de parâmetros geodésicos fundamentais da IAG até o SGR 1980

A partir desta experiência a IAG formou Grupo Especial de Estudos para preparar para cada
assembléia geral da entidade uma lista dos parâmetros geodésicos mais representativos em
relação ao SGR, visando manter no melhor nível de qualidade e atualização principalmente para
as aplicações científicas, sem contudo mudar os valores de SGR 1967. Este grupo persistiu até
1979, contribuindo de forma efetiva para a precisão dos trabalhos científicos a nível internacional,
quando enfim foi recomendado o SGR internacional 1980 (geocêntrico), o qual representou
efetivamente um grande avanço qualitativo em relação ao SGR 1967. O SGR 1980 apresenta os
valores:
a = 6 378 137 m
GM = 3 986 005 x 108 m3s-2
J2 = 0,001 082 63
ω = 0,000 072 921 15 s-1

Destes valores derivam as grandezas:

α = 1: 298,257 22

γe = 978 032,677 mGal


γp = 983 218,637 mGal

Este SGR, mesmo com a evolução acentuada de sistemas de posicionamento globais e


melhores determinações do geopotencial, permanece ainda bastante válido, tanto que se constitui
de base para o WGS84, de largo emprego científico e tecnológico.

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