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Polinômios de Legendre

R. Casana

Resumo

Estudamos as propriedades dos polinômios de Legendre.

1 Polinômios de Legendre
Seja a equação diferencial
−∇2 ψ (r) + V (r) ψ (r) = λψ (r) (1)

onde r = |r| tal que V (r) é tipo central e tem simetria esférica e a equação diferencial acima é separável
num sistema de coordenadas esféricas: r → (r, θ, φ) tal que

ψ (r) = U (r) Y (θ, φ) (2)

A equação de Laplace do eletromagnetismo

∇2 ψ (r) = 0 (3)

é um sistema de variáveis separáveis em coordenadas esféricas : r → (r, θ, φ) e a solução pode ser expressa
como
ψ (r) = U (r) Y (θ, φ)

O operador Laplaciano em coordenadas esféricas é

∂2
   
2 1 ∂ 2 ∂ 1 ∂ ∂ 1
∇ = 2 r + 2 sin θ + 2 2 (4)
r ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ r sin θ ∂φ2
Assim temos
1 ∂2
     
1 1 d 2 d 1 1 1 ∂ ∂
r U (r) + 2 sin θ Y (θ, φ) + Y (θ, φ) = 0
U (r) r2 dr dr r Y (θ, φ) sin θ ∂θ ∂θ sin2 θ ∂φ2

1 ∂2
     
1 d 2 d 1 1 ∂ ∂
r U (r) + sin θ Y (θ, φ) + Y (θ, φ) = 0
U (r) dr dr Y (θ, φ) sin θ ∂θ ∂θ sin2 θ ∂φ2

1 ∂2
 
2 1 ∂ ∂
L = sin θ + (5)
sin θ ∂θ ∂θ sin2 θ ∂φ2
e podemos reescrever  
1 d 2 d 1
r U (r) + L2 Y (θ, φ) = 0 (6)
U (r) dr dr Y (θ, φ)
| {z } | {z }
λ −λ
Assim obtemos a equação radial  
d 2 d
r U (r) = λU (r) (7)
dr dr

1
E uma equação de autovalores para a parte angular:

L2 Y (θ, φ) = −λY (θ, φ) (8)

Resolvemos a equação para a parte angular

1 ∂2
   
1 ∂ ∂
sin θ + Y (θ, φ) = −λY (θ, φ)
sin θ ∂θ ∂θ sin2 θ ∂φ2

∂2
 
∂ ∂
sin θ sin θ Y (θ, φ) + λ sin2 θ Y (θ, φ) + Y (θ, φ) = 0
∂θ ∂θ ∂φ2
podemos expressar a função Y (θ, φ) = Θ (θ) Φ (φ)

1 d2
 
sin θ d d
sin θ Θ (θ) + λ sin2 θ + Φ (φ) = 0 (9)
Θ (θ) dθ dθ Φ (φ) dφ2
| {z } | {z }
m2 −m2
para obter as seguintes equações diferenciais

d2
Φ (φ) + m2 Φ (φ) = 0 (10)
dφ2
e
m2
   
1 d d
sin θ Θ (θ) + λ − Θ (θ) = 0 (11)
sin θ dθ dθ sin2 θ
A solução da equação (10) é
Φ (φ) = eimφ , (12)

considerando que a densidade de probabilidade seja uma função unı́voca ou monódroma da variável angular
φ, então, a função deve satisfazer a condição de periodicidade

Φ (φ + 2π) = Φ (φ) (13)

com isso obtemos que ei2πm = 1, assim m deve ser um numero inteiro: m = 0, ±1, ±2, · · · . Ou seja a solução

Φm (φ) = eimφ ,

A relação de ortogonalidade do conjunto de funções eimφ é




Z2π
hΦm |Φm0 i = dφ Φ∗m (φ) Φm0 (φ) = 2πδ mm0 (14)
0

Agora, analisamos a equação (11). Fazendo a mudança de variável x = cos θ, temos

d d
= − sin θ (15)
dθ dx
com isso a EDO resulta em
m2
   
d 2 d
sin θ Θ (x) + λ − Θ (x) = 0
dx dx sin2 θ

m2
   
d 2 d

1−x Θ (x) + λ − Θ (x) = 0 (16)
dx dx 1 − x2

2
 d2 m2
 
2 d
1−x Θ − 2x Θ + λ − Θ=0 (17)
dx2 dx 1 − x2
que é conhecida como a EDO das funções associadas de Legendre para λ e m arbitrários.
Se m = 0 a equação
 d2 d
1 − x2
P − 2x P + λP = 0 (18)
dx2 dx
é conhecida como a EDO das funções de Legendre.
Vemos que os pontos x = ±1, são pontos singulares regulares e as soluções são singulares nesses pontos.
Logo, foi mostrado é possı́vel obter soluções finitas em x = ±1, essas soluções são polinomiais, os polinômios
de Legendre de ordem N e autovalor N (N + 1).

2 Função geratriz
Seja uma carga pontual q localizada no ponto ~r0 em relação à origem O, o potencial medido no ponto de
observação ~r é

1 q
V (~r) =
4πε0 |~r − ~r0 |
E sejamr0 = |~r0 | e r = |~r| e ~r · ~r0 = rr0 cos θ com θ é o ángulo formador pelos vetores ~r e ~r0 assim,
1/2 1/2
|~r − ~r0 | = r2 − 2~r · ~r0 + r02 = r2 − 2rr0 cos θ + r02
1 q
V (~r) =
4πε0 (r2 − 2rr0 cos θ + r02 )1/2
Primeiro consideramos o caso r < r0 ,
1 q
V (~r) = 1/2
4πε0 
r2
r0 r02
− 2 rr0 cos θ + 1
−1/2
r02

q r
= 1 − 2 (cos θ) 0 + 2
4πε0 r0 r r
Agora, consideramos o caso r > r0 ,
1 q
V (~r) =
4πε0 02 1/2
 
0
r 1 − 2 rr cos θ + rr2
−1/2
r0 r02

q
= 1 − 2 (cos θ) + 2
4πε0 r r r
Em qualquer dos casos o termo na raiz quadrada pode ser escrito como

1 X
G(x, t) = = Pn (x)tn
(1 − 2xt + t2 )1/2 n=0

onde |x| < 1, t < 1. A função G(x, t) é chamada a função geratriz dos polinômios de Legendre.

1 X
G(−x, t) = = Pn (−x)tn
(1 + 2xt + t2 )1/2
n=0
t → −t
∞ ∞
1 X n
X
G(−x, −t) = = P n (−x) (−t) = (−1)n Pn (−x)tn
(1 − 2xt + t2 )1/2 n=0 n=0

1 X
G(x, t) = 1/2
= Pn (x)tn
2
(1 − 2xt + t ) n=0

3
logo

(−1)n Pn (−x) = Pn (x) →


Pn (−x) = (−1)n Pn (x) (19)

Se x = 1 :

1 X
G(1, t) = = Pn (1)tn
(1 − 2t + t2 )1/2 n=0

1 X
= = tn
1−t
n=0

logo
Pn (1) = 1
e
Pn (−1) = (−1)n
Se x = 0 :

1 X
G(0, t) = = Pn (0)tn
(1 + t2 )1/2 n=0

!
1 X −1/2
= = t2n
(1 + t2 )1/2 n=0 n
!
m m! Γ(m + 1)
= ≡
n n!(m − n)! n!Γ(m − n + 1)
!
Γ 12

−1/2
=
n!Γ 12 − n

n
 
1
X = Γ −n
2
   
1 1
−n X = Γ 1+ −n
2 2
    
1 1 1
1+ −n −n X = Γ 2+ −n
2 2 2
     
1 1 1 1
2+ −n 1+ −n −n X = Γ 3+ −n
2 2 2 2
Após n-vezes
..
         .  
1 1 1 1 1 1 1
n−1+ −n n − 2 + − n ... 2 + − n 1+ −n −n Γ −n = Γ n+ −n
2 2 2 2 2 2 2
          
1 3 5 − 2n 3 − 2n 1 − 2n 1 1
− − ... Γ −n = Γ
2 2 2 2 2 2 2

1
       
Γ 2 1 3 5 − 2n 3 − 2n 1 − 2n
1
 = − − ...
Γ 2 −n 2 2 2 2 2
(−1)n (−1)n (2n − 1)!
= (2n − 1) (2n − 3) ... (5) (3) (1) =
2n 2n−1 (n − 1)!
n
(−1) (2n)!
=
2n (n)!

4

1 X
G(0, t) = = Pn (0)tn
(1 + t2 )1/2 n=0

1 X (−1)n (2n)! 2n
= = t
(1 + t2 )1/2 n=0
2n (n!)2

P2n+1 (0) = 0
(−1)n (2n)!
P2n =
2n (n!)2

2.1 Relações de recorrência

1
G(x, t) =
(1 − 2xt + t2 )1/2

X
= 1 + xt + ... = P0 (x) + P1 (x)t + Pn (x)tn
n=0

P0 (x) = 1
P1 (x) = x

A primeira relação de recorrência é obtida derivando em relação a t :



1 X
G(x, t) = = Pn (x)tn
(1 − 2xt + t2 )1/2 n=0


∂ x−t X
G(x, t) = = nPn tn−1
∂t (1 − 2xt + t2 )3/2 n=1

x−t 1 X
→ = nPn tn−1
(1 − 2xt + t2 ) (1 − 2xt + t2 )1/2
n=1
∞ ∞
x−t X X
→ Pn tn = nPn tn−1
(1 − 2xt + t2 )
n=0 n=1


X ∞
X
(x − t) Pn t n = 1 − 2xt + t2 nPn tn−1
n=0 n=1

X ∞
X ∞
X ∞
X ∞
X
x Pn t n − Pn tn+1 = nPn tn−1 − 2x nPn tn + nPn tn+1
n=0 n=0 n=1 n=1 n=1
X∞ X∞ X∞ ∞
X ∞
X
x Pn t n − Pn−1 tn = (n + 1) Pn+1 tn − 2x nPn tn + (n − 1) Pn−1 tn
n=0 n=1 n=0 n=1 n=2


X ∞
X ∞
X
0 = [(n + 1) Pn+1 − xPn ] tn + [Pn−1 − 2xnPn ] tn + (n − 1) Pn−1 tn
n=0 n=1 n=2
= P1 − xP0 + [2P2 − xP1 ] t + [P0 − 2xP1 ] t
X∞ h i
+ (n + 1) Pn+1 − xPn + Pn−1 − 2xnPn + (n − 1) Pn−1 tn
n=2
∞ h
X i
= P1 − xP0 + [2P2 − 3xP1 + P0 ] t + (n + 1) Pn+1 − x (2n + 1) Pn + nPn−1 tn
| {z }
=0 n=2

5
2P2 − 3xP1 + P0 = 0
3 1
→ P2 (x) = x2 −
2 2
assim obtemos a primeira relação de recorrência:

(n + 1) Pn+1 − x (2n + 1) Pn + nPn−1 = 0 , n≥1 (20)

A segunda relação de recorrência a obtemos derivando a função geratriz em relação a x :



1 X
G(x, t) = = Pn (x)tn
(1 − 2xt + t2 )1/2 n=0


∂ 1 −2t X
G(x, t) = − 3/2
= Pn0 (x)tn
∂x 2 (1 − 2xt + t2 )
n=1

t 1 X
= = Pn0 (x)tn
(1 − 2xt + t2 ) (1 − 2xt + t2 )1/2
n=1
∞ ∞
t X X
= Pn (x)tn = Pn0 (x)tn
(1 − 2xt + t2 )
n=0 n=1


X ∞
X
t Pn (x)t n
= 1 − 2xt + t 2
Pn0 (x)tn
n=0 n=1

X ∞
X ∞
X ∞
X
Pn tn+1 = Pn0 tn − 2x Pn0 tn+1 + Pn0 tn+2
n=0 n=1 n=1 n=1
X∞ X∞ ∞
X ∞
X
0
Pn tn+1 = Pn+1 tn+1 − 2x Pn0 tn+1 + 0
Pn−1 tn+1
n=0 n=0 n=1 n=2


X ∞
X ∞
X ∞
X
0
0 = Pn+1 tn+1 − 2x Pn0 tn+1 + 0
Pn−1 tn+1 − Pn tn+1
n=0 n=1 n=2 n=0
X∞ ∞
X ∞
X
0
− Pn tn+1 − 2x Pn0 tn+1 + 0
tn+1

0 = Pn+1 Pn−1
n=0 n=1 n=2
X∞ ∞
X ∞
X
P10 P20 2 0 n+1
2xP10 t2 Pn0 tn+1 0
tn+1
  
0 = − P0 t + − P1 t + Pn+1 − Pn t − − 2x + Pn−1
n=2 n=2 n=2
∞ h
X i
P10 − P0 t + P20 − 2xP10 − P1 t2 + 0
− Pn − 2xPn0 + Pn−1
0
tn+1
 
0 = Pn+1
n=2
| {z } | {z }
=0 =0

Assim, obtemos a segunda relação de recorrência:

0
Pn+1 − Pn − 2xPn0 + Pn−1
0
=0 , n≥1

2.2 Relação de ortogonalidade


 d2 d
1 − x2 2
Pn − 2x Pn + n(n + 1)Pn = 0 (21)
dx dx
Z 1
dxPn (x) Pm (x) = An δ nm (22)
−1

6
Z 1
An = dxPn (x) Pn (x)
−1
Usando as relações de recorrência

(n + 1) Pn+1 = (2n + 1) xPn − nPn−1 , n≥1

1  
2n − 1 n−1
Z
Al = dxPn (x) xPn−1 (x) − Pn−2 (x)
−1 n n
2n − 1 1 n−1 1
Z Z
= dxPn (x) xPn−1 (x) − dxPn (x) Pn−2 (x)
n −1 n
| −1 {z }
=0

1
2n − 1 1
 
2n − 1
Z Z
n+1 n
An = dxxPn (x) Pn−1 (x) = dx Pn+1 (x) + Pn−1 (x) Pn−1 (x)
n −1 n −1 2n + 1 2n + 1
n + 1 2n − 1 1 n 2n − 1 1
Z Z
= dxPn+1 (x) Pn−1 (x) + dxPn−1 (x) Pn−1 (x)
2n + 1 n −1 2n + 1 n −1
| {z }
=0

1
2n − 1 2n − 1
Z
An = dxPn−1 (x) Pn−1 (x) = An−1
2n + 1 −1 2n + 1
2n − 1
An = An−1 , n≥1 (23)
2n + 1
Sabemos que
A0 = 2

então
2n + 1
An+1 = An , n≥0
2n + 3

2n + 3 2n + 1
An+2 = An+1 = An
2n + 5 2n + 5

2n + 5 2n + 1
An+3 = An+2 = An
2n + 7 2n + 7
..
.
2n + 1
An+k = An
2n + 2k + 1
Fazendo n = 0, temos
2
Ak = (24)
2k + 1
Ou seja Z 1
2
dxPn (x) Pm (x) = δ nm (25)
−1 2n + 1

7
2.3 Outras relações de recorrência:

(n + 1) Pn+1 − x (2n + 1) Pn + nPn−1 = 0 , n≥1 (26)


0
Pn+1 − Pn − 2xPn0 + Pn−1
0
=0 , n≥1 (27)

Derivamos (26)
0
(n + 1) Pn+1 − (2n + 1) Pn − x (2n + 1) Pn0 + nPn−1
0
=0 (28)

Multiplicando (27) por (n + 1)

0
(n + 1) Pn+1 − (n + 1) Pn − 2x (n + 1) Pn0 + (n + 1) Pn−1
0
=0

0
e restando de (28) para eliminar Pn+1 :

− (2n + 1) Pn − x (2n + 1) Pn0 + nPn−1


0
+ (n + 1) Pn + 2x (n + 1) Pn0 − (n + 1) Pn−1
0
= 0
− (2n + 1) Pn + (n + 1) Pn − x (2n + 1) Pn0 + 2x (n + 1) Pn0 + nPn−1
0 0
− (n + 1) Pn−1 = 0
−nPn + xPn0 − Pn−1
0
= 0

obtemos uma 3ra relação de recorrência,

0
nPn + Pn−1 − xPn0 = 0 (29)

0
Eliminado Pn−1 usando as equações (27) e (28)

0
nPn+1 − nPn − 2xnPn0 + nPn−1
0
=0

0
(n + 1) Pn+1 − (2n + 1) Pn − x (2n + 1) Pn0 + nPn−1
0
=0

0
(n + 1) Pn+1 − (2n + 1) Pn − x (2n + 1) Pn0 + nPn−1
0 0
− nPn+1 + nPn + 2xnPn0 − nPn−1
0
= 0
0 0
(n + 1) Pn+1 − nPn+1 − (2n + 1) Pn + nPn − x (2n + 1) Pn0 + 2xnPn0 + nPn−1
0 0
− nPn−1 = 0
0
Pn+1 − (n + 1) Pn − xPn0 = 0

0
Pn+1 = (n + 1) Pn + xPn0 (30)

Fazendo n → n − 1
Pn0 = nPn−1 + xPn−1
0
(31)
0
e substituindo Pn−1 de (29)

0
Pn−1 = xPn0 − nPn
0
xPn−1 = x2 Pn0 − xnPn

Pn0 = nPn−1 + x2 Pn0 − xnPn

obtemos
x2 − 1 Pn0 = xnPn − nPn−1

(32)

que expressa a derivada do polinômio Legendre em termos de Pn .

8
Da última equação podemos obter

nPn−1 = xnPn − x2 − 1 Pn0




1 − x2 0

Pn−1 = xPn + Pn (33)
n
Agora usamos
0
Pn+1 = (n + 1) Pn + xPn0
0
xPn+1 = x (n + 1) Pn + x2 Pn0

e fazendo n → n + 1 em (29)
(n + 1) Pn+1 + Pn0 − xPn+1
0
=0

(n + 1) Pn+1 + Pn0 − x (n + 1) Pn − x2 Pn0 = 0


(n + 1) Pn+1 − x (n + 1) Pn + 1 − x2 Pn0 = 0


1 − x2 0

Pn+1 = xPn − P (34)
n+1 n
As equações

1 − x2 0

Pn−1 = xPn + P (35)
n  n
1 − x2 0
Pn+1 = xPn − P (36)
n+1 n
permitem obter os polinômios de grau n − 1 e n + 1 em termos do polinômio de grau n.
Combinando essas equações podemos obter a EDO satisfeita pelos polinômios de Legendre. Primeiro
derivamos (36)
1 − x2 00

0 2x
Pn+1 = Pn + xPn0 − Pn + P0
n+1 n+1 n
1 − x2 Pn00 − 2xPn0 − (n + 1) Pn + (n + 1) Pn+1
0
− x (n + 1) Pn0 = 0

(37)

Agora usamos (30)

0
Pn+1 = (n + 1) Pn + xPn0
0
(n + 1) Pn+1 − x (n + 1) Pn0 = (n + 1)2 Pn

1 − x2 Pn00 − 2xPn0 − (n + 1) Pn + (n + 1)2 Pn = 0




1 − x2 Pn00 − 2xPn0 + n (n + 1) Pn = 0

(38)

2.4 Fórmula de Rodrigues

Seja o problema de Sturm-Liouville para polinômios ortogonais

d2 y dy
α (x) 2
+ β (x) + λy = 0 (39)
dx dx
a função peso é
x
β(x0 ) 0
Z 
ωα = C exp dx (40)
α(x0 )

9
O polinômio de grau n é expresso pela seguinte formula
Cn dn
yn (x) = (ωαn )
ω dxn
Para os polinômios de Legendre temos

1 − x2 Pn00 − 2xPn0 + n(n + 1)Pn = 0



(41)

ω=1

dn n
Pn (x) = Cn n
1 − x2
dx
1 dn n
= n n
x2 − 1
2 n! dx
n
n X n!
2
x −1 = (−1)k x2n−2k
k! (n − k)!
k=0

d N
x = N xN −1
dx
d2 N N!
x = N (N − 1) xN −2 = xN −2
dx2 (N − 2)!
d3 N N!
x = N (N − 1) (N − 2) xN −3 = xN −3
dx3 (N − 3)!
..
.
dm N N!
x = xN −m
dxm (N − m)!

n
dn 2
n X k n! dn 2n−2k
x − 1 = (−1) x
dxn k! (n − k)! dxn
k=0
n
X n! (2n − 2k)!
= (−1)k x2n−2k−n
k! (n − k)! (2n − 2k − n)!
k=0
n
X n! (2n − 2k)! n−2k
= (−1)k x
k! (n − k)! (n − 2k)!
k=0
n
X n! (2n − 2k)!
= (−1)k xn−2k
k! (n − k)! Γ (n − 2k + 1)
k=0

n
dn n X n! (2n − 2k)!
n
x 2
− 1 = (−1)k xn−2k
dx k! (n − k)! Γ (n − 2k + 1)
k=0

se n − 2k + 1 > 0
n+1 hni
0≤k< →0≤k≤
2 2
[ n2 ]
dn n X n! (2n − 2k)!
x2 − 1 = (−1)k xn−2k

dx n k! (n − k)! Γ (n − 2k + 1)
k=0
n
[ ] 2
1 X n! (2n − 2k)!
Pn (x) = n (−1)k xn−2k
2 n! k! (n − k)! Γ (n − 2k + 1)
k=0

10
3 Aplicações: Equação de Laplace
Os polinômios de Legendre são usados para resolver a equação de Laplace num sistema em coordenadas
esféricas com simetria azimutal: A equação de Laplace do eletromagnetismo

∇2 Φ (r) = 0, (42)

com a seguinte condição de fronteira ou de contorno



Φ (r) = f (θ) .

r=a

é um sistema de variáveis separáveis em coordenadas esféricas : r → (r, θ, ) e a solução pode ser expressa
como
Φ (r) = U (r) P (θ)

O operador Laplaciano em coordenadas esféricas é

∂2
   
2 1 ∂ 2 ∂ 1 ∂ ∂ 1
∇ = 2 r + 2 sin θ + 2 2 (43)
r ∂r ∂r r sin θ ∂θ ∂θ r sin θ ∂φ2

Assim temos    
1 d 2 dU 1 d dP
r + 2 sin θ =0
U r2 dr dr r P sin θ dθ dθ
   
1 d 2 dU 1 d dP
r + sin θ =0 (44)
U dr dr P sin θ dθ dθ
| {z } | {z }
λ −λ
Assim obtemos a equação radial  
d 2 dU
r − λU (r) = 0 (45)
dr dr
E uma equação de autovalores para a parte angular:
 
1 d dP
sin θ + λP = 0 (46)
sin θ dθ dθ

Resolvemos a equação para a parte angular

d2 P cos θ dP
2 + sin θ dθ + λP = 0 (47)

Fazendo a mudança de variável x = cos θ , P → P (x) temos

d d
= − sin θ (48)
dθ dx
d2 d2

d d d
= − sin θ = − cos θ + sin2 θ 2 (49)
dθ2 dθ dx dx dx

com isso a EDO resulta em


d2 P
 
2 dP cos θ dP
sin θ 2 − cos θ + − sin θ + λP = 0
dx dx sin θ dx

 d2 P dP
1 − x2 2
− 2x + λP = 0 (50)
dx dx

11
que é conhecida como a EDO das funções de Legendre para λ arbitrário. Vemos que os pontos x = ±1,
são pontos singulares regulares e as soluções são singulares nesses pontos. Logo, foi mostrado é possı́vel
obter soluções finitas em x = ±1, essas soluções são polinomiais, os polinômios de Legendre de ordem n e
autovalor λ = n(n + 1).
Os polinômios de Legendre Pn (cos θ) formam uma base ortogonal
Z π
2
hPn |Pm i = dθ sin θ Pn (cos θ) Pm (cos θ) = δ nm (51)
0 2n + 1

X
F (θ) = Am Pm (cos θ)
m=0
∞ ∞
X X 2 2
hPn |F i = Am hPn |Pm i = Am δ nm = An
2n + 1 2n + 1
m=0 m=0

2n + 1
An = hPn |F i
Z 2 π
dθ0 sin θ0 Pn cos θ0 F θ0
 
hPn |F i =
0


X 2n + 1
F (θ) = hPn |F i Pn (cos θ)
2
n=0
∞ Z π 
X 2n + 1 0 0 0
 0

= dθ sin θ Pn cos θ F θ Pn (cos θ)
2 0
n=0

" #
Z π
0 0
X 2n + 1
Pn cos θ Pn (cos θ) F θ0
0
 
= dθ sin θ
0 2
n=0
Obtemos a relação de completeza:

X 2n + 1
Pn cos θ0 Pn (cos θ) = δ cos θ − cos θ0
 
2
n=0
A solução da equação radial
d2 U dU
r2 + 2r − n(n + 1)U (r) = 0
dr2 dr
seja U (r) = rβ ,

β(β − 1)rβ + 2βrβ − n(n + 1)rβ = 0


β 2 + β − n(n + 1) = 0
p
1 + 4n(n + 1)−1 ±
β± =
2
−1 ± (2n + 1)
=
2
β + = n e β − = −n − 1
Bn
U (r) = An rn + n+1 (52)
r
Assim uma solução será  
Bn n
Φn (r, θ) = An r + n+1 Pn (cos θ) (53)
r
e a solução geral
∞  
X
n Bn
Φ (r, θ) = An r + n+1 Pn (cos θ)
r
n=0

12
3.1 A solução para a região 0 < r < a :

X
Φ1 (r, θ) = Am rm Pm (cos θ) (54)
m=0

Usando a condição de contorno Φ1 (r = a, θ) = f (θ) :



X
f (θ) = Am am Pm (cos θ)
m=0

∞ ∞
X X 2 2
hPn |f i = Am am hPn |Pm i = Am am δ nm = An an
2n + 1 2n + 1
m=0 m=0
2n + 1
An = hPn |f i
2an

X 2n + 1  r n
Φ1 (r, θ) = hPn |f i Pn (cos θ) (55)
2 a
n=0

3.2 A solução para a região r > a :



X Bm
Φ2 (r, θ) = Pm (cos θ) (56)
rm+1
m=0

Usando a condição de contorno Φ2 (r = a, θ) = f (θ) :



X Bm
f (θ) = Pm (cos θ)
am+1
m=0

∞ ∞
X Bm X Bm 2 Bn 2
hPn |f i = m+1
hP n |Pm i = m+1
δ nm = n+1
a a 2n + 1 a 2n + 1
m=0 m=0
2n + 1 n+1
Bn = a hPn |f i
2

X 2n + 1  a n+1
Φ2 (r, θ) = hPn |f i Pn (cos θ) (57)
2 r
m=0

4 Exemplo 1
Seja uma esfera de raio R e na superfı́cie a função Φ (solução da equação de Laplace ∇2 Φ = 0) vale

Φ (r, θ) = V0 cos3 θ. (58)

r=R

Calcular a solução nas regiões 0 ≤ r ≤ R e r ≥ R.

Solução

4.0.1 A solução na região 0 ≤ r ≤ R



X
Φ1 (r, θ) = Am rm Pm (cos θ) (59)
m=0

Φ (r, θ) = V0 cos3 θ = f (θ) . (60)

r=R
2n + 1
An = hPn |f i
2Rn

13

X 2n + 1  r n
Φ1 (r, θ) = hPn |f i Pn (cos θ) (61)
2 R
n=0
Z π
hPn |f i = V0 dθ sin θ Pn (cos θ) cos3 θ
0
Para calcular a integral fazemos a mudança de variável

x = cos θ → dx = − sin θ dθ
Z 1
hPn |f i = V0 dx Pn (x) x3
−1

Sabemos que x3 é um polinômio de 3ro grau, assim, ele deve ser uma combinação linear dos polinômios
P0 (x), P1 (x), P2 (x) e P3 (x)
P0 (x) = 1 , P1 (x) = x

Calculamos P2 (x) e P3 (x) usando alguma das relações de recorrência, por exemplo,

1 − x2 0

Pn−1 = xPn + P (62)
n  n
1 − x2 0
Pn+1 = xPn − P (63)
n+1 n

1 − x2 0 1 − x2
 
2 3 1
P2 = xP1 − P1 = x − = x2 −
2  2 2  2
1 − x2 0 3 3 1 1 − x2 5 3
P3 = xP2 − P2 = x − x − 3x = x3 − x
3 2 2 3 2 2
3 1 5 3
P2 = x2 − , P3 = x3 − x
2 2 2 2
logo
5 3 5 3
P3 = x3 − P1 → x3 = P3 + P1
2 2 2 2
2 3
x3 = P3 + P1
5 5
Z 1 Z 1  
3 2 3
dx Pn (x) x = dx Pn P3 + P1
−1 −1 5 5
Z 1
3 1
Z
2 2 2 3 2
= dx Pn P3 + dx Pn P1 = δ n3 + δ n1
5 −1 5 −1 5 2n + 1 5 2n + 1
Z 1
2V0 2 3V0 2
hPn |f i = V0 dx Pn (x) x3 = δ n3 + δ n1
−1 5 2n + 1 5 2n + 1

∞  
X 2n + 1  r n 2V0 2 3V0 2
Φ1 (r, θ) = δ n3 + δ n1 Pn (cos θ)
2 R 5 2n + 1 5 2n + 1
n=0
∞     ∞  
X r n 2V0 3V0 X 2V0  r n 3V0  r n
= δ n3 + δ n1 Pn (cos θ) = δ n3 Pn (cos θ) + δ n1 Pn (cos θ)
R 5 5 5 R 5 R
n=0 n=0
3V0  r  2V0  r 3
= P1 (cos θ) + P3 (cos θ)
5 R 5 R
Assim, a solução dentro da esfera é
3V0  r  2V0  r 3
Φ1 (r, θ) = P1 (cos θ) + P3 (cos θ) (64)
5 R 5 R

14
4.0.2 A solução para r ≥ R

2n + 1 R n+1
X  
Φ2 (r, θ) = hPn |f i Pn (cos θ) (65)
2 r
n=0

Φ (r, θ) = V0 cos3 θ = f (θ) . (66)

r=R
Z 1
2V0 2 3V0 2
hPn |f i = V0 dx Pn (x) x3 = δ n3 + δ n1
−1 5 2n + 1 5 2n + 1
3V0 R 2 2V0 R 4
   
Φ2 (r, θ) = P1 (cos θ) + P3 (cos θ) (67)
5 r 5 r

5 Exemplo 2
Seja uma esfera de raio R formada por dois hemisférios que estão separados na linha equatorial por um
isolante muito fino. A função Φ (solução da equação de Laplace ∇2 Φ = 0) na superfı́cie vale

 V0 , 0 ≤ θ < π/2



Φ (r, θ) = . (68)

r=R 
 V , π/2 < θ ≤ π

0

Calcular a solução nas regiões 0 ≤ r ≤ R e r ≥ R.

Solução

5.0.1 A solução na região 0 ≤ r ≤ R



X
Φ1 (r, θ) = Am rm Pm (cos θ) (69)
m=0

 V0 , 0 ≤ θ < π/2



Φ (r, θ) = = f (θ) . (70)

r=R 
 V , π/2 < θ ≤ π

0

2n + 1
An = hPn |f i
2Rn

X 2n + 1  r n
Φ1 (r, θ) = hPn |f i Pn (cos θ) (71)
2 R
n=0
Z π/2 Z π
hPn |f i = V0 dθ sin θ Pn (cos θ) − V0 dθ sin θ Pn (cos θ)
0 π/2

Para calcular a integral fazemos a mudança de variável

x = cos θ → dx = − sin θ dθ

Z 0 Z −1
hPn |f i = −V0 dx Pn (x) + V0 dx Pn (x)
1 0
Z 1 Z 1 Z 1
n
= V0 dx Pn (x) − V0 dx Pn (−x) = V0 [1 − (−1) ] dx Pn (x)
0 0 0
Z 1
n
hPn |f i = V0 [1 − (−1) ] dx Pn (x)
0

15
Z 1
In = dx Pn (x)
0

0 1 1
nPn + Pn−1 − xPn0 = 0 → Pn = xP 0 − P 0 (72)
n n n n−1

1 Z 1
1 1
Z   Z
1 0 1 0 1
In = dx xPn − Pn−1 = dx xPn0 − 0
dxPn−1
0 n n n 0 n 0
1
 1 Z 1 
1 1
= xPn − dx Pn − Pn−1

n 0 0 n 0
Z 1 Z 1
n dx Pn (x) = Pn (1) − dx Pn − [Pn−1 (1) − Pn−1 (0)]
0 0

Pn (1) = 1
(−1)n (2n)!
P2n+1 (0) = 0 , P2n =
2n (n!)2
Z 1
1
dx Pn (x) = Pn−1 (0)
0 n+1

[1 − (−1)n ]
hPn |f i = V0 Pn−1 (0)
n+1
hP2k |f i = 0 , n = 2k
V0
hP2k+1 |f i = P2k (0) , n = 2k + 1 , k = 0, 1, 2, 3, ..
k+1

V0 X 4k + 3  r 2k+1
Φ1 (r, θ) = P2k (0)P2k+1 (cos θ) (73)
2 k+1 R
k=0

V0 X 4k + 3  r 2k+1 (−1)k (2k)!
Φ1 (r, θ) = P2k+1 (cos θ) (74)
2
k=0
k+1 R 2k (k!)2

5.0.2 A solução para r ≥ R



2n + 1 R n+1
X  
Φ2 (r, θ) = hPn |f i Pn (cos θ) (75)
2 r
n=0

 V0 , 0 ≤ θ < π/2



Φ (r, θ) = = f (θ) . (76)

r=R 
 V , π/2 < θ ≤ π

0

hP2k |f i = 0 , n = 2k
V0
hP2k+1 |f i = P2k (0) , n = 2k + 1 , k = 0, 1, 2, 3, ..
k+1

V0 X 4k + 3 R 2k+2
 
Φ2 (r, θ) = P2k (0)Pn (cos θ) (77)
2 k+1 r
k=0

V0 X 4k + 3 R 2k+2 (−1)k (2k)!
 
Φ2 (r, θ) = Pn (cos θ) (78)
2
k=0
k+1 r 2k (k!)2

16

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