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Avaliação do Desempenho do Motor de Combustão Alimentado com Diesel e Biodiesel.

Avaliação do Desempenho do Motor de


Combustão Alimentado com Diesel e Biodiesel
Silva, Fabio Moreira da. (Professor Adjunto, DEG-UFLA, famsilva@ufla.br)
Lopes, Afonso. (Professor Doutor, DER-FCAV-UNESP/Jaboticabal, afonso@fcav.unesp.br)
Castro Neto, Pedro. (Professor Titular DEG-UFLA, pedrocn@ufla.br)
Dabdoub, Miguel J. (Professor Adjunto, DQ-USP, dabdoub@biodieselbrasil.com.br)
Salvador, Nilson (Professor Adjunto, DEG-UFLA, salvador@ufla.br)
Silva, Rouverson Pereira da. (Professor Doutor, DER-FCAV-UNESP/Jaboticabal,)

1 Introdução
A crise de petróleo nos anos 70 despertou o mundo para a busca de formas alternativas de energia,
sendo que no Brasil, determinou-se a criação do Pró-Álcool nos anos 80 e outros programas de incenti-
vo ao uso de combustíveis alternativos como óleos vegetais, gasogênio, gás natural, biogás e outros.
Considerando os atuais custos elevados do barril de petróleo, os combustíveis alternativos
passam a ser competitivos do ponto de vista econômico, devendo-se considerar, sobretudo que, no
futuro próximo, as reservas de petróleo tendem à escassez e o desenvolvimento mundial dependerá
da tecnologia e infra-estrutura para utilização de formas energéticas alternativas.
As possibilidades de aproveitamento da biomassa com finalidade de conversão energética de-
veriam ser consideradas com maior atenção a partir do Plano de Ações da Agenda 21 da Conferên-
cia das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992, que estabelece
a substituição de 20% das fontes energéticas, por renováveis até o ano 2000 e 50% até o ano 2020.
Assim, observa-se que os combustíveis alternativos e renováveis oriundos da biomassa vêm à tona,
como uma das soluções para o desenvolvimento auto-sustentado.
Uma das opções que se tem estudado para a substituição do diesel para os motores de combustão
por compressão é o biodiesel, que resulta da transesterificação de óleos vegetais e pode ser obtido a partir
do óleo de girassol, amendoim, algodão, soja, mamona e diversas outras plantas oleaginosas.
Os primeiros estudos com biodiesel começaram segundo Peterson et al. (1999), com o uso de
óleo de colza, em 1979, como combustível alternativo. De lá para cá diversos outros trabalhos fo-
ram realizados, com diferentes tipos de óleos vegetais puros ou misturados com diesel. O estudo do
uso de 12 combustíveis alternativos, produzidos pela mistura de óleos vegetais com óleo diesel tipo
2, em um motor diesel, realizado por Ali et al. (1996), em bancada dinamométrica, mostrou que o
desempenho do motor foi similar ao obtido com óleo diesel.
Mediante ao exposto o objetivo deste trabalho foi de avaliar o desempenho comparativo do
motor de combustão alimentado 100% com biodiesel, 100% com diesel e com a mistura de 50% de
biodiesel e diesel.

2 Materiais e métodos
Para a realização dos ensaios foi utilizado o motor de um trator VALMET, modelo MWM-
4TVA, diesel, de 4 tempos, refrigerado a água, com 4 cilindros em linha, cilindrada total de 3778
cm3 e taxa de compressão 18:1, com potência nominal segundo o fabricante de 78 cv a 2300 rpm.
Trator este destinado a serviços gerais, próprio para pequenas e médias propriedades agrícolas.
Os ensaios foram realizados nas seguintes condições de alimentação do motor: 100% com
biodiesel, 100% com diesel e com a mistura de 50% de biodiesel e diesel.
O diesel utilizado nos ensaios foi obtido na rede de abastecimento automotiva, com densidade
de 0,8186kg/L e poder calorífico inferior de 42.500kJ/kg e o biodiesel utilizado foi produzido no
LADETEL-USP de Ribeirão Preto, caracterizado como biodiesel de óleo residual, com densidade de
0,8959kg/L.
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Para a medida do consumo de diesel ou biodiesel pelo motor do trator, foi utilizado o medidor
volumétrico descrito por Gamero et al (1986), que trata de uma proveta graduada, com válvulas
solenóides que controlam o fluxo de entrada e saída do combustível, permitindo sua medida por
diferença de nível em função do tempo.
O dinamômetro utilizado nos ensaios de torque e potência consta do modelo NEB 200, marca
AW DYNAMOMETER, que transforma energia mecânica em calor por meio de um freio hidráulico,
onde o calor gerado no freio é dissipado por água de arrefecimento. O torque e a potência do motor
foram mensurados através da TDP do trator, em regime de plena carga para as rotações equivalen-
tes no motor de 2200, 1889, 1700 e 1500 rpm, correspondendo a 700, 600, 540 e 476 rpm da TDP.

3 Resultados e discussão
Os resultados dos ensaios dinamométricos estão apresentados nas Tabelas 1 a 3, para as diversas
rotações na TDP e para cada combustível utilizado, assim como a relação percentual dos resultados
obtidos entre o biodiesel/diesel e biodiesel B50/diesel. Em média, a potência do motor ensaiado com
biodiesel puro foi 94% da potência do mesmo motor ensaiado com óleo diesel mineral. Para o biodie-
sel B50, a potência média apresentada foi 96,5% da potência com óleo diesel mineral.
Comportamento semelhante foi observado para as mensurações do torque do motor, encon-
trando-se percentuais médios de 93,8% e 97,1% do torque encontrado para óleo diesel mineral,
respectivamente para B100 e B50.

Tabela 1. Ensaio dinamométrico do motor – Comparação da Potência (KW) utilizando-se


plena carga alimentado com 100% à Diesel e 100% e 50% à Biodiesel.

Potencia (KW) Relação (%) Biodiesel/Diesel


Rotação da TDP (rpm)
Diesel (100%) Biodiesel (100%) Biodiesel (50%) 100/100 50/100
476 25,76 24,71 24,71 95,9 95,9
540 28,55 26,06 27,7 91,3 97,0
600 29,84 27,32 28,39 91,6 95,1
700 31,22 30,04 30,63 97,2 98,1
MÉDIA 28,84 27,03 27,86 94,0 96,5

Tabela 2. Ensaio dinamométrico do motor – Comparação de Torque (N.m), utilizando-se plena carga com,
100% Diesel e 100% e 50% à Biodiesel.

Torque (N.m) Relação (%) Biodiesel/Diesel


Rotação da TDP (rpm)
Diesel (100%) Biodiesel (100%) Biodiesel (50%) 100/100 50/100
476 517 496 507 95,9 98,1
540 505 461 490 91,3 97,0
600 475 435 452 91,6 95,2
700 426 410 418 96,2 98,1
Média 480,75 450,5 466,75 93,8 97,1

Tabela 3. Ensaio dinamométrico do motor – Comparação do consumo (L/h) utilizando-se plena carga
alimentado com 100% e 50% à Biodiesel.

Consumo (L/h) Relação (%) Biodiesel/Diesel


Rotação da TDP (rpm)
Diesel (100%) Biodiesel (100%) Biodiesel (50%) 100/100 50/100
476 8,60 8,65 9,21 100,6 107,1
540 9,30 9,10 10,69 97,8 108,5
600 9,95 9,63 10,74 96,8 107,9
700 10,28 10,65 11,01 103,6 107,1
Média 9,53 9,50 10,26 99,7 107,6

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Avaliação do Desempenho do Motor de Combustão Alimentado com Diesel e Biodiesel.

Figura 1: Curvas das relações percentuais de potência, Torque e Consumo de biodiesel puro em comparação com o diesel mineral.

Praticamente, não foram observadas diferenças na média do consumo quando se comparou


a utilização de óleo diesel mineral com o biodiesel puro (B100), porém, o consumo do B50 foi, em
média, 7,6% superior ao do diesel mineral.

Figura 2: Curvas das relações percentuais de potência, Torque e Consumo de biodiesel B50 em comparação com o diesel mineral.

4 Conclusões
Os resultados obtidos permitem as seguintes conclusões:
- A utilização do biodiesel reduziu a potência do motor a 91,3% e 97% da potência quando
se utilizou diesel mineral, respectivamente para o uso do B100 e do B50;
- Da mesma forma, o torque do motor foi reduzido a 93,8% e 97,1% respectivamente com o
uso do B100 e do B50 em relação do torque produzido quando se utilizou o diesel mineral;
- O consumo do B100 foi praticamente o mesmo do diesel mineral, verificando-se um con-
sumo de 7,6% maior quando se utilizou o B50.

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Referências bibliográficas
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RIO 92. Plano de ação da declaração do Rio, Rio de Janeiro, 1992.
SILVA, F. M. Sistema de alimentação de motores com duplo combustível - metano e
diesel. São Carlos: EESC/USP, 1995, 121p. (Tese de Doutorado).

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