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Grande parte da população ainda desconhece o que essa prática pode acarretar. Confira a
entrevista com especialista no assunto que explica os efeitos da sonegação fiscal e
as chances de ser apanhado pela Receita.
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Por Fábio Bandeira de Mello, www.administradores.com.br
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A sonegação de impostos é, inevitavelmente, um problema comum em muitos países e no Brasil, se
tornou algo “enraizado” por boa parte da população e das empresas brasileiras. Muitos querem driblar
essa carga tributária, seja informando um valor abaixo do compatível com o imóvel/móvel que possuem,
ou não declarando pequenos rendimentos ou serviços prestados para não sofrerem a “mordida do leão”.
De acordo com o último estudo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), o
faturamento não declarado para a Receita Federal, responsável pela arrecadação do tributo, chega a R$
1,32 trilhão. De acordo com o estudo, há indícios de sonegação em 65% das empresas de pequeno porte,
49% das empresas de médio porte e 27% das grandes empresas.
Casos de sonegações são frequentemente conferidas no país. Um exemplo desses escândalos que
obteve grande repercussão foi o da butique de luxo Daslu, na qual, a proprietária foi presa devido a
acusações de sonegar cerca de R$ 10 milhões. Outro caso que também chamou a atenção do país foi do
ex-jogador de futebol Romário que também foi condenado por sonegar e condenado a pagar multa de
815 salários mínimos (cerca de R$ 391 mil), além de cumprir dois anos e meio de prestação de serviços à
comunidade em uma entidade pública.
Para retirar as dúvidas que ainda persistem sobre os efeitos da sonegação fiscal e qual é a chance de ser
apanhado pela Receita, o Portal www.administradores.com.br conversou com o advogado e
especialista no assunto Antonio Gonçalves. Confira a entrevista.
A sonegação de imposto se caracteriza pela omissão de rendimentos, ou seja, ocultar receitas no ato do
preenchimento de sua declaração anual de ajuste de imposto de renda para a pessoa física(pessoa). No
caso da pessoa jurídica (empresa), a sonegação se processa de forma mensal seja com ocultamento de
recibos ou com um lançamento de um valor menor comparado aos serviços prestados.
Primeiramente a multa, que tem sua percentagem varando de acordo com o momento da infração, ou
seja, 20% se houver denunciação espontânea, isto é, quando o contribuinte alerta a SRF da sonegação e
oferece o pagamento, portanto, incorrerá na multa de 20% mais juros e correção. A segunda possibilidade
é a multa de ofício por parte do fiscal com valor de 75% DO VALOR SONEGADO.
Entretanto também poderá ocorrer a denuncia para o Ministério Público e o consequente delito se
transformar em crime contra a ordem tributária, conforme a Lei n. 8.137/90. A pena ou condenação a
prisão, varia de acordo com o crime praticado, dentro da espécie da sonegação.
Com o implemento e desenvolvimento constante da informática como meio fiscalizatório é cada vez maior
o cerco contra os sonegadores. Métodos anteriormente que facilitavam as omissões fiscais estão
gradativamente sendo suprimidos, como o controle das transações imobiliárias através do DIMOB que
fiscaliza, além de compra e venda de imóveis, também os alugueis através da análise da comissão do
corretor com elevadas multas para omissões.
Agora, recentemente foi criada a DIMED, que tem como condão fiscalizar as atividades e negócios
praticados pelas operadores de serviços de saúde e as pessoas jurídicas que com elas operam. Isso
poderá impactar em um futuro próximo uma fiscalização sobre planos de saúde e despesas médicas tão
utilizados pelos contribuintes como meio de dedução e que pode ser objeto de fraude, etc.
4 - Na sua opinião, o que leva o Brasil possuir alto índice de sonegação de impostos?
Em países da Europa e nos Estados Unidos a percentagem de desconto em imposto a ser paga é maior
do que no Brasil, no entanto, serviços primordiais como saúde e educação são muito bem ofertados pelo
governo à população. Já no Brasil a contraprestação é falha, portanto, o contribuinte se puder optar não
entregará seu filho a um ensino na rede pública e muito menos optará por um hospital público, logo, qual
a finalidade dos impostos pagos? Esse é o pensamento que prepondera e incita o contribuinte a caminhar
pela estrada da sonegação, mesmo com riscos de multas elevadas e até mesmo risco de prisão.