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30 razões porque ainda é melhor ser batista

Escrito por Fabio


Seg, 22 de Março de 2010 15:41

O que nos distingui como batistas? Por que somos batistas e não metodistas,
presbiterianos, luteranos, adventistas, pentecostais ou neopentecostais? Não
obstante nosso respeito a eles e reconhecimento de que são nossos irmãos em
Jesus, membros da igreja universal de Cristo, há algumas razões que justificam
nossa opção denominacional.

Elas são apresentadas aqui propositalmente sem maior aprofundamento teológico,


sem citações bíblicas que as fundamentem e de maneira livre e aleatória, para
tornar o texto mais curto possível e de fácil compreensão. O respaldo bíblico-
teológico está nos documentos "Declaração de Fé" e "Princípios Batistas". O "ainda"
no título fica como um alerta para o risco de virmos a perder estes diferenciais, sob
pena de não mais ser "melhor ser batista".
Os principais princípios e doutrinas distintivos dos batistas são:

1. Nas igrejas batistas as Escrituras Sagradas são o único fundamento de fé e


conduta. Em nossa maneira de interpretá-la não prosperam os extremos do
fundamentalismo ou do liberalismo. Para nós, nenhum outro documento ou livro se
aproxima nem de perto da autoridade da Bíblia.

2. Cada crente batista exerce o privilégio do livre e responsável exame da


Palavra de Deus. Apreciamos uma leitura piedosa e respeitosa da Bíblia.
Respaldamos nosso estudo do texto bíblico numa exegese fundamentada
cientificamente e no uso de consistentes regras da hermenêutica.

3. Cremos que a Bíblia é sua melhor intérprete, não se contradiz, mas se


complementa. É palavra divina, revelação progressiva de Deus e de Sua vontade,
escrita por seres humanos inspirados pelo Espírito Santo, que respeitou as
peculiaridades de suas personalidades e da estrutura cultural de cada tempo, sem
que ela perdesse sua extraordinária unidade. O Espírito Santo hoje não mais inspira
novas verdades, mas ilumina as mentes dos que a leem com fé para
compreenderem as verdades já reveladas.

4. Entre nós predomina o conceito de igreja local. Somos as igrejas batistas no


Brasil e não a igreja batista. Nossa união denominacional se dá por um processo
que reconhecemos ser mais difícil, mas muito mais maduro e coerente com a
liberdade com que Deus nos criou, e que exige extrema grandeza, desprendimento
e sabedoria de todos nós: A cooperação voluntária.

5. Nossas igrejas são autônomas, mas não independentes ou autosuficientes.


Valorizamos a interdependência e a comunhão fraterna com as igrejas co-irmãs.
Não obstante nossas igrejas se autogovernarem, primam por serem submissas à
soberana vontade de Deus, às orientações de Sua Palavra e fiéis às doutrinas e
princípios que concordemente julgamos coerentes com as Escrituras.

6. Formamos uma Convenção de igrejas e espontaneamente decidimos nos unir


a ela, contribuindo com recursos financeiros e humanos para seu crescimento,
seguindo suas orientações, diretrizes e filosofia, definidas, aliás, pela demonstração
da vontade da maioria e entendidas como expressão de nossa compreensão da
vontade de Deus contidas na Sua Palavra. Quando pensamos ou queremos agir de
maneira diferente, consideramos digno nos desfiliarmos da denominação e
respeitarmos todos os direitos legais e morais, inclusive patrimoniais do grupo que
deseja manter-se fiel aos princípios de fé batistas.
7. Nossa Convenção se estrutura por áreas afins à missão da igreja, que é a
implantação do Reino de Deus. Com a união dos esforços de todas as nossas
igrejas, pois uma isoladamente não conseguiria tanto, podemos realizar com mais
eficácia e volume a obra de evangelização do Brasil e do mundo, a obra de ação
social, de educação cristã e de formação teológico-ministerial.

8. Nossas igrejas são democráticas. Adotamos um governo congregacional.


Cada membro tem direito a voz e voto. Prevalece a vontade da maior parte. Quem
perde, humildemente, segue a maioria. Temos ciência, entretanto, de que
mesmo a vontade da maioria e até a unanimidade pode, em algum momento, não
representar a vontade de Deus e, muitas vezes, algumas decisões podem ser
revistas.

9. Somos avessos ao autoritarismo, mas entendemos a importância da


autoridade, principalmente a espiritual. Temos mecanismos regimentais para
mudar nossa liderança quando ela não está servindo bem. Não somos presbiteriais
(governo de alguns) ou episcopais (governo de um). Não temos líderes infalíveis
nem prosperam entre nós, por muito tempo, donos da verdade e da última palavra.

10. Sabemos para onde vão os recursos arrecadados em nosso meio. Podemos
definir onde vão ser gastos e, ainda melhor, receber periodicamente relatórios
auditados das entradas e saídas. Nosso mundo batista é mais transparente.

11. Nossas igrejas mantêm-se separadas do Estado. Queremos ser a consciência


do Estado, voz profética fiel, incontaminável, irrepreensível, orientadora e
questionadora do poder público. Politicamente somos apartidários, o que não
impede que os membros individualmente façam suas opções. Como parte do Reino
de Deus, usamos nossa influência na busca da construção de um mundo melhor e
de uma sociedade mais justa.

12. Entendemos que não devemos receber favorecimentos ou doação de


recursos públicos para a manutenção de nossos cultos, templos e ações
evangelísticas. Entretanto, consideramos como legítimas, extensivo a todas as
confissões religiosas, as imunidades tributárias constitucionais em função de nossa
natureza não-econômica e dos enfoques socioespirituais de nossa missão. Não nos
opomos à formalização de parcerias públicas ou privadas para projetos sociais, em
prol dos mais pobres, desde que elas não comprometam nossa autonomia,
princípios éticos e autoridade espiritual.

13. Como batistas, preconizamos a absoluta liberdade de consciência.


Defendemos que todos têm liberdade para escolher sua religião, pregar suas
convicções, respeitando direitos e crenças alheias. Acreditamos que cada pessoa
é livre e responsável diante de Deus. Entretanto, somos impelidos a anunciar a
todos, com obstinação e sabedoria, aquilo que firmemente cremos, para que
tenham a liberdade de poder aceitar ou rejeitar.

14. Abraçamos o sacerdócio universal de todos os crentes. Todos têm acesso


direto ao Pai. Nossos pastores não são gurus ou mediadores. São profetas,
intérpretes da Palavra revelada de Deus. São seres humanos, um pouco mais
preparados e convictos da convocação divina para o ministério pastoral. Não são
proprietários ou concessionários de bênçãos celestiais. São pessoas comuns, mas
chamadas e capacitadas por Deus, para instruírem e cuidarem do rebanho do
Senhor. Nossos pastores não são donos do rebanho, nem vão prestar contas
diante de Deus por ovelhas que se dispersam, mas, sim, pelo ministério para o qual
foram convocados, se o cumpriram bem. Para nós, todos os salvos somos ministros
e intercessores diante de Deus e a verdade revelada está disponível a todos.
15. Não temos pressa para batizar ninguém. Queremos ver, antes, naquele que
quer ser batizado, evidências de crente regenerado e ter alguma certeza de que
cada batizando está ciente do preço a ser pago por um discípulo de Cristo. Por isso,
também, não batizamos bebês ou crianças, que não podem ter plena consciência
disso, até porque não achamos que o batismo em si produza salvação. Só o tempo
e os frutos dirão se o batismo representou realmente uma conversão verdadeira.

16. Entendemos como biblicamente adequado o batismo por imersão, por


simbolizar melhor o novo nascimento (morte para o mundo e ressurreição para uma
nova vida em Cristo) e a identificação com a morte e ressurreição de Cristo, sem
deixar de ter como irmãos em Cristo aqueles que foram batizados de outra forma,
mas sob a égide de uma genuína fé em Jesus Cristo.

17. A Ceia que celebramos não é santa. Santo é o Senhor da Ceia. Não
entendemos que os elementos mudem de substância, ou passem a possuir
qualquer presença mística divina. Na ceia do Senhor, nenhuma graça e unção de
mistério são transmitidas ou conferidas, a não ser a bênção da comunhão, da
gratidão, da recordação, do memorial do bendito sacrifício de Cristo na cruz.

18. Aguardamos com serenidade e expectativa a volta de Jesus, o juízo final e a


entrada no novo Céu e na nova Terra para qualquer tempo. Enquanto isso,
queremos ser sal e luz e instrumentos usados por Deus para implantação dos
valores do Reino neste mundo. Não somos prisioneiros de sistemas escatológicos
detalhistas, de dispensacionalismos esquemáticos rígidos ou de milenismos literais.

19. Não compactuamos com promessas vãs de prosperidade para os que


contribuem. Dizimamos por obediência à Bíblia, por consciência da necessidade
da obra e pela alegria de dar. Continuamos crendo num Deus que nos ama, que nos
tem como filhos, possuindo ou não fartura de bens materiais ou de saúde.

20. Predomina entre nós a doutrina da abstenção (não participar) em relação ao


uso de bebidas alcoólicas (bem como cigarros e outras drogas), ainda que alguns
poucos prefiram o princípio da temperança (participar com moderação). Por amor
aos potencialmente ou ex-viciados e evitando o risco de atribuir à frágil carne o
poder de autocontrolar-se, a grande maioria de nós prefere abster-se.

21. Defendemos o casamento santo, indissolúvel e monogâmico. Absorvemos


com tristeza o divórcio pela "dureza dos corações" dos seres humanos que não
conseguiram se manter juntos, mas não o recomendamos. Temos como abençoado
o sexo somente dentro do casamento.

22. Não ignoramos o poder de Satanás, mas não o superestimamos, vendo-o


em todo lugar e em qualquer coisa, colocando-o em igualdade com Jesus. Contamos
com o discernimento do Espírito para julgar corretamente manifestações parecidas
com possessões ou influências demoníacas, pois temos consciência de que a
maioria tem outras razões que as explicam. Em discernindo-as como realmente
malignas, enfrentamos no poder de Jesus, com oração, com amor e respeito à
pessoa humana, sem as usarmos para promover espetáculo público com elas. Nas
igrejas batistas só Jesus Cristo tem lugar de destaque.

23. Pregamos e promovemos um Evangelho de ação integral. Como Jesus


ensinou, não é só a alma do homem que precisa de salvação, mas também suas
emoções e seu corpo, bem como sua família, a sociedade e as estruturas sociais,
econômicas e políticas. Mesmo tendo consciência de que a redenção completa só
se dará com a volta de Cristo, lutamos para que os valores e os ideais do
Evangelho façam diferença já.
24. Compreendemos a importância da obra do Espírito Santo, que age como e
onde quer, mas nunca contrário à sua própria Palavra, trazendo confusão.
Queremos estar abertos ao Seu mover, mas somos cuidadosos ao afirmar que
certos comportamentos, sem precedentes nas Escrituras ou tiradas fora de seu
contexto, sejam realmente ações dEle. Nossa cautela nos tem livrado de embarcar
em movimentos fugazes ditos do Espírito.

25. Temos clareza de que a missão dos anjos é específica, ocasional e dirigida
por Deus. A presença permanente, protetora, conscientizadora e orientadora é
prioritariamente do Espírito Santo de Deus, que habita no coração daqueles que,
pela fé, recebem a Cristo Jesus como Salvador e Senhor.

26. Cremos que Deus, por Sua soberania, tem poder para curar e realizar
milagres ainda hoje, com quem, onde e quando quer. Segundo Sua perfeita
vontade, pode também não curar. A exemplo de Jesus, preferimos que as pessoas
se acheguem a Ele em busca da cura espiritual e do milagre da salvação, pois estes
são eternos. Não somos afeitos a dar ordem a Deus para que milagres e curas
aconteçam. Não manipulamos situações e emoções, nem estimulamos sua busca
frenética. Mesmo testemunhando muitas curas em nossas igrejas, somos, como
Cristo, prudentes em alardeá-las. Sempre que precisamos de um milagre, pedimos
por ele a Deus, confiantes e submissos à Sua vontade.

27. Somos, por origem, avessos à espiritualização ou divinização de objetos,


imagens e pessoas. Não atribuímos poder sobrenatural às coisas. Não nos
identificamos com místicos, feiticeiros, esotéricos ou fanáticos religiosos. Cremos
na suficiência de Jesus Cristo. Exercitamos nossa fé com sobriedade e apoiados
na boa doutrina cristã. Cultuamos exclusivamente ao Deus triúno, Senhor absoluto
de nossas vidas e do amanhã. Nossos templos e qualquer dia da semana ou ano
não são santos. Ainda que tenhamos por nossos salões de culto e suas
dependências zelo, eles só representam santuários quando o povo remido nele se
reúne em nome de Jesus e para adorar a Deus. Eles são espaços para adoração,
comunhão, crescimento cristão e serviço à comunidade ao redor dele, em nome de
Jesus. Templos do Espírito Santo são, primordialmente, os salvos em Jesus,
onde o Espírito habita, onde quer que estejam.

28. É muito bom ser batista porque, ainda que precisemos construir alguns grandes
e bonitos templos e prédios para nossas instituições servirem mais e melhor, temos
consciência de nossa condição de peregrinos e de que nossa prioridade é a
evangelização e o cuidado espiritual de nosso país e mundo. Nossas agências
missionárias e igrejas, com ofertas levantadas entre nós, sustentam centenas de
missionários que, espalhados pelo Brasil e por toda a Terra, semeiam o Evangelho
da graça (não da Lei), da paz (não do confronto), do livre arbítrio (não da
imposição), da liberdade (não da dominação), da misericórdia (não da
arrogância), do amor (não do ódio), do perdão (não da vingança), da justiça (não
da corrupção), da retidão (não da imoralidade), da santidade (não do pecado). As
Boas Novas do bom e do maravilhoso Deus, que salva vidas e transforma o mundo
em um lugar melhor.

29. Somos um exército de milhares de homens e mulheres, jovens e crianças, que


voluntariamente servem a Deus em suas igrejas e comunidades. Ainda que
tenhamos alguns que precisem dedicar-se exclusivamente à obra, e que para isso
necessitam do justo sustento, prevalece entre nós o trabalho dedicado e
espontâneo da imensa maioria dos filhos de Deus que desejam adorar e servir ao
Senhor no mundo, como resposta de gratidão e amor pela salvação que recebemos.

30. É melhor ser batista porque, ainda que tenhamos coisas para melhorar,
fragilidades para superar e defeitos para corrigir, nosso sistema tem muitos
mecanismos e recursos para que qualquer um, sendo usado por Deus, encaminhe
propostas que visem a aperfeiçoar ou mudar o que for necessário para servirmos
mais e melhor ao Senhor e sermos um povo abençoado e abençoador neste tempo
e neste mundo.

Como batistas temos também alguns problemas, mas isto é para outro texto. Caso
o leitor tenha mais alguma razão que nos diferencie positivamente de outros grupos
denominacionais, gostaria de receber sua participação. Vamos ver até quantas
razões podemos chegar. O objetivo não é despertar vaidade e, com isso, nos
separar ainda mais dos irmãos de outras denominações, mas ajudar aos membros
de nossas igrejas a estarem conscientes de sua identidade batista.

WALMIR VIEIRA
Pastor, diretor executivo da ANEB e secretário executivo interino da ABIBET

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