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Existe
empresa, pois existe demanda: clientes que têm necessidades a serem satisfeitas.
O lucro é objetivo dos negócios, que a empresa desenvolve para realizar sua missão de servir
ao cliente. O lucro é exatamente isso: remuneração pelos serviços prestados.”
ÉTICA DO LUCRO
É condição à perpetuidade da empresa a ética do lucro, para que não viva as contradições que
atormentam seu espírito e a levam a toda sorte de equívocos operacionais.
A função da empresa, seu objetivo essencial, não é o lucro, mas prestar serviços. Existe empresa,
pois existe demanda: clientes que têm necessidades a serem satisfeitas.
Para isso surge a empresa e a qualidade em servir é a sua responsabilidade básica.
O lucro é objetivo dos negócios, que a empresa desenvolve para realizar sua missão de servir ao
cliente. O lucro é exatamente isso: remuneração pelos serviços prestados.
É importante que essa distinção seja clara, pois suas distorções são evidentes no mercado. Muitos
são os empresários que praticam o discurso radical: "o objetivo de nossa empresa é lucrar". Com
isso induzem ao "vale tudo pelo lucro" Este conceito introduz-se no espírito do empregado e
torna-se princípio de cultura, e a ética vai para o arquivo morto, desenterrada em momentos de
festa, em arroubos oratórios. Mas os tempos estão mudando.
Ética dá lucro?
Afirmo que sim, pois o bom conceito traduz-se em confiabilidade, e esta é fundamental para
efetivar negócios.
O lucro, em geral, ganha força e significado puramente financeira. Essa é uma visão estreita que
não contempla a riqueza social e psicológica do resultado positivo, como indicador de saúde
institucional.
A obsessão pelo lucro acaba por gerar o não-lucro, pois desgasta parceiros e inibe clientes, donde
dificilmente a Ética sai imune.
Quando a perspectiva de retribuição é dinheiro, sua aceitação é sempre restritiva. Jamais alguém
vai achar que está sendo remunerado à altura, fica sempre o sentimento de que se é explorado.
O que motiva as pessoas é saber que estão comprometidas com um projeto de vida. O que engaja
vontades e inteligências são valores, sentimentos e idéias. Preservados esses, o ganho financeiro
faz sentido como estímulo positivo. Não é mais a “compensação à vamperização” a que se
sujeitam, na percepção distorcida do trabalho como “ meio de morte”, compelidas a empenhar a
saúde e a alma na conquista da remuneração. A materialidade dessa constatação é
frequentemente camuflada pela teatralidade das mordomias e dos altos ganhos.
Assisti um empresário afirmar para um alto executivo: -“ você, aqui, vai ganhar muito dinheiro,
mas terá que deixar seu sangue” e eu pensei: sua alma, também.
http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte03/etica_soc-empr.htm