UNA CIERTA SISTEMATIZACIÓN D E LA

DEMONOLOGÍA ÁRABE Y SUS ORÍGENES (II)

RODOLFO G I L GRIMAU
Instituto Cervantes. M a d r i d

BIBLÍD: [ 0 5 7 L 3 6 9 2 ( 2 0 0 6 ) 9 9 - 1 1 1 ]

R E S U M E N : E n e s t a s e c u n d a p a r t e d e l i n t e n t o d e sistematización d e l a demonología árabe, s e d a u n a figu-

r a m u y i m p o r t a n t e , p r e s e n t e t a n t o e n E l Corán c o m o e n l a tradición y en l a l i t e r a t u r a o r a l - c o d i f i c a d a o
n o - q u e es e l 'Ifnt, p e r s o n a j e q u e p a r e c e c o n s e r v a r r a s g o s d e l o s a n t i g u o s d e m o n i o s y d i o s e s mesopotámi-
COS. O t r a figura, n o m e n o s i m p o r t a n t e p e r o más l o c a l i z a d a e n ía tradición o r a ! d e l M a g r e b , es l a h i d r a , expre-
sión d e l a s a g u a s s i n d o m a r , y e l ^l, e l ogro, sobre t o d o l a ogra, debajo d e los cuales p u e d e n subyacer ritos
iniciáticos y r i t o s d e m u e r t e . Más f i g u r a s h a y , c o m o l o s d e m o n i o s y l a c u l e b r a , p e r o m e n o s ESpecífica.s.

P A L A B R A S C L A V E : 'IfnU ajañt, demonios,¿lí/, ogro,ginn, h i d r a , c u l e b r a , v i e n t o , p o l v o , f a n t a s m a , m a r .

A B S T R A C T : O u r a i m i n t h i s s e c o n d p a r t o f o u r p a p e r is a n e x a m i n a t i o n o f t h e Ifiít. T h i s w o u l d h e l p
US m u c h i n o r d e r t o s y s t e m i z e A r a b d e m o n o l o g y . T h e ífrit p l a y s a k e y r o l e i n t h e Q u r ' á n / K o r a n a s w e l l
as i n o r a l l i t e r a t u r e , e i t h e r c o d i f i e d o r n o t . I t s e e m s t o k e e p a l i v e s o m e features o f t h e ancient
Mesopotamian demons a n d gods. A n o t h e r important character w h i c h is m a i n l y f o u n d i n the
M a g h r e b i a n traditíon i s t h a t o f t h e " h i d r a " ( t h r e a t , h y d r a ? ) w h i c h e m b o d i e s t h e w i l d w a t e r . I n a d d i t i o n
t o i t , w c a l s o find t h e ffli, a n o g r e , m o s t l y a s h e - o g r e . B o t h t h e h y d r a a n d t h e pí¿ m i g h t e m b o d y death
a n d i n i t i a t i o n rites. O t h e r creatures m a y b e f o u n d , h u t t h e y are q u i t e m o r e unspecific.

K E Y W O R D S : 'ífrk, afant, d e v i l s , gúl, o g r e , ginn, t h r e a t , s n a k e , w i n d , d u s t , g h o s t , s e a .

IL El 'ifrít, coloquíalmente 'afrít

1 ) E s e l p e r s o n a j e m e n o s c l a r o y más i n d e f i n i d o , s u j e t o a t o d a c l a s e d e fluctuaciones des-

c r i p t i v a s . L a a z o r a 2 7 , 3 9 d e E l C o r á n d i c e : "MR 'ifrít de entre los genios", incluyéndolo c o m o

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-111

JOO Gil Grimau. Rodolfo

u n a clase d e e s t o s , c o s a q u e también o c u r r e e n o t r a s f u e n t e s ' . A v e c e s se l o i d e n t i f i c a s i m p l e -

m e n t e c o n e s t o s y c o n l o s d e m o n i o s , s i r v i e n d o e l término 'ifrh c o m o c a l i f i c a t i v o p e y o r a t i v o
d e u n g e n i o p e r v e r s o , c o m o e l f a n t a s m a d e u n h o m b r e a s e s i n a d o ^ , i n c l u s o d e ladrón. D e n t r o
d e o t r a s f u e n t e s , e s p e c i a l m e n t e n a r r a t i v a s , se l o d e s c r i b e c o m o u n s i m p l e h o m b r e , u n h o m b r e
v i e j o , u n g i g a n t e , u n híbrido d e h o m b r e y a n i m a l , u n a n i m a l , u n a f u e r z a o e l e m e n t o n a t u r a l ,
u n a p r e s e n c i a , u n a m u j e r j o v e n , a v e c e s b e l l a , mía m a t r o n a y u n a v i e j a . C u a n d o n o h a y d e s -
cripción, l a s a d j e t i v a c i o n e s d e s c r i p t i v a s s u e l e n s e r l a d e v i e j o , s a b i o o s i m i l a r , f u e r t e , n e g r o ,
príncipe y sultán, a s t u t o y h o s t i l . E n v e j e c e , c o m o a c a b o d e d e c i r , y m u e r e , s i b i e n s u e x i s t e n -
c i a física p a r e c e s e r m u y p r o l o n g a d a . E n m u c h a s o c a s i o n e s s u s " v i d a s " están c u i d a d o s a m e n t e
g u a r d a d a s e n f o r m a mágica. T a n t o l o s seres d e s u e s p e c i e o s i m i l a r así c o m o l a d e l o s seres
humanos pueden matarlos.
L o q u e n o s l l e v a a s u n a t u r a l e z a , q u e p a r e c e e s t a r f o r m a d a p o r u n a energía c a p a z d e t r a n s -
f o r m a r s e y d e a d o p t a r f o r m a s h u m a n o i d e s , a n i m a l o i d e s o específicas e inespecíficas m u y v a r i a s .
E l f u e g o , s o b r e t o d o , y e l a i r e s o n l o s e l e m e n t o s q u e , e n c i e r t o m o d o , se c o r r e s p o n d e n más c o n
esa energía e s e n c i a l d e s u s c u e r p o s . S o n dueños, a u t o r e s ^ o g u a r d i a n e s d e p r i n c i p i o s y m a n i f e s -
t a c i o n e s d e l a N a t u r a l e z a . D e s d e l a p e r s p e c t i v a islámica p u e d e n ser c r e y e n t e s o incrédulos. E s o s
l i l t i m o s d e b e n c o n f t m d i r s e p r o b a b l e m e n t e c o n l o s calificados c o m o rebeldes a D i o s y a sus
profetas.
R a s g o s t o d o s q u e n o s d a n u n a p r i m e r a visión q u e es l a d e seres c r e a d o s c o n u n p r i n c i p i o y
u n fin físicos, c u y a c o r p o r e i d a d p a r e c e s e r l a abstracción d e e l e m e n t o s n a t u r a l e s y fluidos c o m o
el aire, d e d o n d e s u capacidad d e a d o p t a r cualquier f o r m a o apariencia y s u incapacidad d e
c o n s e r v a r u n a f o r m a d e f i n i t i v a . S o n e n t e s s o c i a l e s d o t a d o s d e l i b r e albedrío y están e n u n p l a n o
v e c i n o a l d e los seres h u m a n o s , e n e l c u a l i r r u m p e n e i n t e r v i e n e n .
V i v e n e n alcázares o p a l a c i o s , e n m e d i o o d e n t r o d e l m a r , e n i s l a s o t i e r r a s t r a n s m a r i n a s , e n
c a s t i l l o s s o b r e m o n t a i i a s , e n g r u t a s , subterráneos o s i m i l a r e s , e n casas vacías, d e s i e r t o s y árbo-
les. T i e n e n l o s p o d e r e s d e v o l a r , t r a n s f o r m a r s u a s p e c t o , s e r i n v i s i b l e s , v i v i r b a j o e l a g u a y c o m -
b a d r . S u tónica g e n e r a l r e s p e c t o a l o s s e r e s h u m a n o s s u e l e s e r f a v o r a b l e , tolerándolos, ayudán-
d o l o s , amándolos a u n q u e a v e c e s e n c o n t r a d e l a v o l u n t a d d e e s t o s , enseñándoles o aconseján-
d o l e s , v e l a n d o s o b r e s u s d e s t i n o s , obedeciéndoles, favoreciéndoles y gastándoles b r o m a s .
A g r a d e c e n l o s f a v o r e s r e c i b i d o s . S u s m i e m b r o s f e m e n i n o s p r o h i j a n a ser h u m a n o q u e se a c o g e
a sus s e n o s o q u e l o s t o c a , d e n t r o d e u n explícito s i m b o l i s m o q u e figura e n l a tradición l i t e r a -
r i a g r i e g a y a m a z i g h . S i n e m b a r g o , l o s 'ajarít t r a t a n s i e m p r e d e m a n t e n e r s e a p a r t e , d e n t r o d e
su propio plano y naturaleza y d e n t r o d e l o dilatado d e sus existencias, para l o cual pueden
c o m b a t i r y p a c t a r c o n l o s h o m b r e s . E n s u e x i s t e n c i a y s o c i e d a d , t i e n e n categorías y fianciones

^ ¡^'Ddxvíiñ, Hayat al-hayawÁn al-qubra. E l C a i r o , 1 3 1 3 - 1 8 8 6 .

^ T a b a r i , Gami' al-hayan fi tafiir al-Qur'dn, E l C a i r o , v o l . X I X , 9 3
^Las fuerzas r e M n c a i serían sus p r o p i o ser.

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-1 i 1

 Una cierta sistematización de la demonolo^a árabe y sus orígenes 101

d i s t i n t a s a l i g u a l q u e t i e n e n sus jefes y reyes. S e a n d e l p l a n o q u e sean, p u e d e n estar a i s e r v i c i o

d e u n d e t e r m i n a d o o b j e t o c o n s i d e r a d o mágico, o a l a s órdenes d e u n m a g o o b r u j o .
P u n t o s e s t o s q u e n o s c o m p l e m e n t a n l a visión d e s u s u b s t a n c i a y c a l i d a d . Están e s t r u c t u r a -
d o s jerárquicamente, h a b i t a n e n l u g a r e s l e j a n o s o d e difícil a c c e s o y r o d e a d o d e d e s p o b l a d o ,
s o n c a p a c e s d e p r o v o c a r r e a c c i o n e s d e m e t a m o r f o s i s e n sí m i s m o s , e n l o s seres y e n l a s c o s a s ,
y s u a c t i t u d d e c a r a a l a r a z a h u m a n a , s i b i e n f a v o r a b l e , p o r l o g e n e r a l es d e s u p e r i o r i d a d .
C o m o término d e comparación, l o s 'afarít [ e n L a s M i l y U n a N o c h e s ] a p a r e c e n c o n l a s
s i g u i e n t e s características: d e s c r i t o s c o m o p e r s o n a , v i e j o , g i g a n t e , híbrido d e h o m b r e y a n i m a l ,
e l e m e n t o o fuerza d e l a N a t u r a l e z a , m u j e r j o v e n , a n i m a l , a l t o , a n c h o d e cara y p o d e r o s o d e
p e c h o , altísimo. C r e a f a m i l i a y m a n t i e n e r e l a c i o n e s s e x u a l e s c o n s u s congéneres y c o n l o s seres
h u m a n o s . E n v e j e c e y , e n a l g u n a nairación e n l a q u e s e d a n g r a n d e s b a t a l l a s , m u e r e . A d o p t a
f o r m a s d i v e r s a s h u m a n a s y a n i m a l e s . E s c r e y e n t e o incrédulo, a v e c e s r e b e l d e .
L o q u e d a , c o m o p r i m e r r e s u m e n , q u e es u n s e r c r e a d o , c o n f u e r t e c a p a c i d a d d e t r a n s f o r -
mación física o i n s e g u r i d a d d e a p a r i e n c i a , s o c i a l e i n t e r v i n i e n t e e n e l t e r r e n o h u m a n o . V i v e e n
e l m a r , l a g o s , i s l a , b a j o t i e r r a , jardín, r u i n a s , m o n t e místico. P u e d e v o l a r y c r e a r o a p a r e n t a r
fenómenos n a t u r a l e s . R e s p e c t o a l s e r h u m a n o es h o s t i l , v e n g a t i v o , p r o t e c t o r , a m a n t e a u n q u e a
v e c e s r e c u r r i e n d o a l a f u e r z a , o b e d i e n t e , a g r a d e c i d o . C o n categorías y f u n c i o n e s d i f e r e n t e s , está
j e r a r q u i z a d o y t i e n e j e f e s y r e y e s . O b e d e c e a l o s m o n a r c a s h u m a n o s carismáticos, c o m o
Salomón y e l E m i r d e l o s C r e y e n t e s q u e c o r r e s p o n d a , a m a g o s y s i m i l a r e s .
E n L a s M i l y U n a N o c h e s s e l e d e s c r i b e c o m o " c o l u m n a d e h u m o más a l t a q u e e l c i e l o " ,
" p o l v a r e d a y t r o m b a e n o r m e " , " c o l u m n a n e g r a q u e s a l e d e l m a r " , " s e l a n z a c o m o u n gavilán",
" f i g u r a d e p e r r o , m a n o c o m o rastrillos, pies c o m o c o l u m n a s , ojos c o m o t i z o n e s e c h a n d o chis-
pas", " t u e r t o , roñoso", " l o s o j o s e m p o t r a d o s e n l a c a r a " , " s i e t e c u e r n o s a l o l a r g o d e s u c a b e z a " ,
" c a b e l l o s e n c u a t r o t r e n z a s q u e a r r a s t r a n p o r e l s u e l o " , " m a n o s d e d u e n d e " , "uñas d e león",
" p i e s c o m o e l e f a n t e t e r m i n a d o s e n c a s c o s c o m o a s n o " , " d o s a l a s , c u a t r o m a n o s , d o s d e las c u a -
les se p a r e c e n a l a s m a n o s d e l h o m b r e y d o s s o n c o m o g a r r a s d e león", " s u c a b e l l o es c o m o l a
c o l a d e los caballos, sus o j o s c o m o c a r b o n e s e n c e n d i d o s , t i e n e u n o j o s u p l e m e n t a r i o e n l a f r e n -
t e d e l q u e se d e s p r e n d e n c h i s p a s d e f u e g o " , " c o l u m n a d e R i e g o " , " r o j o s c o m o e l c o r a l " , " c u a -
t r o a l a s " , " c a b e z a s s i n c u e r p o , c u e r p o s s i n c a b e z a " , s e m e j a n t e s a a n i m a l e s y a fieras, " c a b e z a
c o m o cúpula, c o l m i l l o s c o m o g a r f i o s , n a r i c e s c o m o a g u a m a n i l e s , o r e j a s c o m o a d a r g a s , b o c a
c o m o c u e v a , d i e n t e s c o m o c o l u m n a s d e p i e d r a , m a n o s c o m o h o r q u i l l a s , p i e s c o m o mástiles d e
u n a barca, l a cabeza a l c a n z a n d o las n u b e s y los pies h u n d i d o s e n tierra", "elevada estatura y
h o r r o r o s o a s p e c t o " . S e c o n v i e r t e e n león, escorpión, b u i t r e , p e r r o n e g r o , g r a n a d a r o j a , tizón a l
rojo, pulga y pez rojo.
Y e n l a n a r r a t i v a o r a l magrebí - e n d o n d e e s f r e c u e n t e - se l o d e s c r i b e y c a l i f i c a c o m o h o m -
bre, m u c h a c h a , m u j e r , viejo, sabio, "cuarenta m e t r o s d e a n c h o y c i e n t o sesenta d e alto", "viejo
más d e d o s s i g l o s " , " m a n o c o r t a d a " , " g r a n d e y f u e r t e , c o n a l a s sombrías y g a n c h u d a s , n e g r o " ,
"siete c a b e z a s " , " l a c a b e z a t o c a b a l o s c i e l o s y l o s p i e s l a s a g u a s " , p e r r o o g a t o . E n esta n a r r a t i v a ,

Boletín de la Asociación Española ¿le Orientalistas (2006) 99-111

 102 Gil Grimau, Rodolfo

e l 'ifnt se t r a n s f o r m a e n águila, h i d r a , p a r t e d e l c u e r p o h u m a n o , murciélago o s i m i l a r , p a l o m a ,

perro, gata negra.
2 ) R e u n i d o s y r e e s t r u c t u r a d o s estos datos, n o s d a n u n r e s u l t a d o i n t e r e s a n t e :
E l 'ijnt, c u y a raíz lingüística ~fr- o s c i l a e n t o r n o a l o s c o n c e p t o s d e e s t a r p o l v o r i e n t o , t e n e r
el p e l o o l a s o r e j a s t i e s o s , s e r a s t u t o , s e r r o j i z o , y f r u c t i f i c a r l a s p a l m e r a s , es o t r o género d e
g e n i o , c o n c e b i d o p r o b a b l e m e n t e e n l a Península Arábiga y z o n a s d e l e n t o r n o p e r o m u y i n f l u i -
d o p o r demonología mesopotámica y t a l v e z l a i n d i a . E l s i g n i f i c a d o r a d i c a l d e f r u c t i f i c a s l a s
p a l m e r a n o s l l e v a a d e t e r m i n a d o s s e m i d i o s c s mesopotámicos y a espíritus d e l árbol e g i p c i o s .
E n principio, puede representar a los vientos del desierto y del mar: formas d e tornado, c o l u m -
n a d e h u m o h a s t a e l c i e l o , c a p a c i d a d d e c r e a r h u r a c a n e s , compresión e n e s p a c i o s pequeños y
dilatación s u b s i g u i e n t e , v u e l o y a l a s . S u n e g r u r a u o s c u r i d a d sería l a d e l a t r o m b a o l a d e l a i r e
c a r g a d o d e a r e n a , y s u g i g a n t i s m o e l d e u n a m a n g a atmosférica. L o s afiñt s u e l e n v i v i r e n e l
i n t e r i o r e l m a r , e n t i e r r a s transoceánicas o e n l o a l t o d e montañas, a i s l a d o s p e r o d i s p u e s t o s a
i n t e r v e n i r v o l a n d o y s i n p r e v i o a v i s o e n e l m u n d o d e l o s h o m b r e s . D e aquí s u carácter p e r j u -
d i c i a l o benéfico, según d e s t r u y a n o a t e r r e n - c a r a v a n a s , p o b l a d o s , t e m p o r a l - o f a v o r e z c a n l a s
comunicaciones y latierra -vientos monzones, lluvia.
S u dicotomía —además d e s e r u n r a s g o g e n e r a l e n t o d o e n t e d i v i n o - e s l a p r o p i a d e t o d a
f u e r z a n a t u r a l d e l a q u e s e e s p e r a m a l y b i e n , y e l a g r a d e c i m i e n t o q u e les g u a r d a n q u i e n e s r e c i -
b e n d e e l l o s f a v o r e s , es e u f e m i s m o d e c u l t o p r i m i t i v o . E n e s t a s p o s i b i l i d a d e s p a r a d i v i n a s y aére-
as e n t r a n también s u s r a s g o s d e v i d a i n i n t e r r u m p i d a , s u transmutación, f u e r z a e i n v i s i b i l i d a d .
L o s V i e n t o s ajarít\l i g u a l q u e o c u r r e c o n l o s v i e n t o s ' d i v i n o s ' d e l a tradición mesopotámi-
ca, s o n p o r t a d o r e s d e e n f e r m e d a d y m u e r t e , d e d o n d e l a r e l a t i v a fi-ecuencia c o n l a q u e r a p t a n
m u c h a c h a s , o s u s parédros f e m e n i n o s r a p t a n h o m b r e s , llevándose a s u s p r e s a s a s u s l e j a n a s
m o r a d a s e n d o n d e l a s m a n t i e n e n e n c e r r a d a s e n sarcófagos o a t a d a s j u n t o a sí c o m o a a l m a s e n
un mundo de idtratumba.
P e r o j u n t o a e s t a a n t r o p o morfización d e a i r e h a y o t r a , q u e es l a d e l o s a n i m a l e s s a l v a j e s d e l
d e s i e r t o o d e l a e s t e p a . L a h i e n a , e l león, l a p a n t e r a , e l o n a g r o y e l jabalí, quizás e l l o b o y e l c h a -
cal, s o n s e g u r a m e n t e l o s a n i m a l e s q u e h a y e n e l f o n d o d e esta s e g u n d a v e r t i e n t e d e l a c r e e n c i a .
Cerdas rojizas, astucia y e l m i s m o h e c h o d e cubrirse e n p o l v o , presentes e n los significados d e
l a raíz, p u e d e n s e r e l r e c u e r d o d e e s t e s e n t i d o . E l p o l v o l l e v a d o p o r e l a i r e o l a acción d e r e v o l -
carse e n él, servirían a a m b o s p r e s u m i b l e s orígenes. S u habitación e n r u i n a s y g r u t a s , s u c o m -
b a t i v i d a d , los rasgos a n i m a l e s q u e c o n s e r v a n e n s u s f o r m a s h u m a n o i d e s , e l b r i l l o r o j i z o d e s u s
ojos, el h e c h o d e t r a n s f o r m a r s e e n m o n t u r a , etc., p a r e c e n ser rasgos q u e c o n v i e n e n a esta s e g u n -
d a p r o c e d e n c i a , p r o v o c a n d o las m i s m a s r e a c c i o n e s a m b i v a l e n t e s q u e c o n l a p r i m e r a .
U n o s y o t r o s 'ajañt p u d i e r a n s e r l a expresión ' d e i f i c a d a ' d e u n a s e r i e d e f u e r z a s d e s u p e r -
ficie, rápidas, i r r u m p i e n t e s , p e l i g r o s a s , q u e h a b i t a n e n l o s márgenes d e l a s o c i e d a d h u m a n a
pero q u e p u e d e n a p o r t a n d e t e r m i n a d o s b e n e f i c i o s p o r l o q u e se les d e b e respeto. Estas fuer-
zas d e b i e t o n f o r m a r p a r t e d e p a n t e o n e s b a s t a n t e elásticos e n l o s q u e , c o n e l p a s o d e l o s s i g l o s .

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-111

 Una cierta sistematización de la demonología árabe y sus orígenes 103

se ílieron j e r a r q u i z a n d o b a j o l a p r e p o n d e r a n c i a d e u n o s d i o s e s más c o m p l i c a d o s . S u p a s o a l a
situación d e c o l a e n l a e s c a l a d e las c r e e n c i a s debió p r o d u c i r s e c u a n d o l a s r e l i g i o n e s m o n o t e -
ístas s e e x t e n d i e r o n , y a q u e e n e l l a s n o tenían l a p o s i b i l i d a d d e m a n t e n e r u n a situación i n d i -
vidualizada.
R e s u l t a s u g e r e n t e v e r las s e m e j a n z a s q u e a l g u n o s d e e s o s 'afarit t i e n e n c o n l o s d e m o n i o s
mesopotámicos. E n p r i m e r l u g a r , l a d e l c o n c e p t o ' d e m o n i o - v i e n t o ' , q u e m e p a r e c e común:
viento, viento del desierto, mal viento^ I d i p t u , d i v i n i d a d g u a r d i a n a d e l a o c t a v a p u e r t a d e l o s
i n f i e r n o s , es u n ' d e m o n i o - v i e n t o ' . M a r d u k c r e a l o s s i e t e v i e n t o s g u e r r e r o s c o n t r a T i a m a t ^
Ardat'L'ák sopla por la ventana de la casa, y A s a k k u sopla sobre el hombre como el viento^. Los
demonios soplan como el viento bajo el pivote (de la puerta), soplan por los agujeros; del cielo ha
bajado, sopla como un viento sobre el hombre; su forma es una tempestad, o r i g e n d e l a s lluvias
rojas; su voz es el huracán, su boca es el fuego, su aliento la muerte; E n k i d u e s como un solo que
sube del infierno. L o s d e m o n i o s aéreos p o r e x c e l e n c i a s o n l o s d e m o n i o s - t e m p e s t a d : los demo-
nios que originan el eclipse de luna son los malos vientos que marchan a la diestra del dios Adad
- t a l v e z v i e n t o s c a r g a d o s d e a r e n a i d e n t i f i c a d o s a e c l i p s e s - la puerta no puede detenerlos, el cerro-
jo no puede disuadirlos; no tiene boca, no tiene miembros, no oye, no tiene cara; rey de los malos
espíritus deíaire^.
E s t o s d i o s e s y d e m o n i o s mesopotámicos h a b i t a n e n l o s t e r r e n o s vacíos, e n l o s e s p a c i o s d e s i e r -
t o s , e n l o s h u e c o s d e ía t i e r r a ; n a c i d o s sobre la montaña del oeste, criados sobre la montaña del est^;
es —ha sido— arrojada a la montamP o r i g i n a r i a l a L a m a s t u d e l a Montaña, a e l l a expulsada'*^, e x p u l -
s a d a m e d i a n t e e x o r c i s m o s -antes de la desaparición del Sol, la harás salir y la colocarás cara al
poniente^- L o c u a l q u i e r e d e c i r h a c i a las t i e r r a s t r a n s m a r i n a s e i g n o t a s e n d o n d e e l S o l d e s a p a r e -
ce quizás c o m o las b r i s a s d e l a t a r d e c e r , c o l o c a d a e n " u n a b a r c a " p a r a q u e h a g a s u v i a j e , p e r o a n t e s
m o n t a d a s o b r e u n a s n o p a r a q u e a t r a v i e s e e l d e s i e r t o ' ' . P a z u z u h a b i t a l a montaña, hace temblar
las montañas^^. A s a k k u está a s i m i l a d o e n l a época seleúcida a l m a r p r i m o r d i a l ' ^ .

^ Gentes, anges et démons, París 1 9 7 1 , Éditions d u S e u i l , L e i b o v i c i , M . , «Génies e t démons e n B a b y l o n i e », p . 8 7 .

^ Ibídem, p p . 8 7 - 8 8
^ C u n e t f o r m texts f r o m B a b y l o n i a n ' l a b l e t s i n t h e B r i r i s h M u s e u m . L o n d o n , 1 7 , 1 9 : 4 5 .
^ T h o m p s o n , R . C . , The Devils and Evií Spirits of Babylonia, \, 5 2 , 3 5 , | o u r n a l o í S e m i r i c L a n g u a g e s a n d
L i t e r a t u r e s , B a l t i m o r e , 3 5 , 4 4 . F a l k c n s r e i n , A . , Literarisch Keilchrijitexte aus Uruk, B c r i i n , 1 9 3 1 , 3 2 , 6, 1 2 .
T h o m p s o n , op. citW, t a b l e t a X I , 4 5 ss. Génies, anges et démons, p p . 9 9 , 1 0 1 , 1 0 2 , 8 7 , 9 0 , 9 6 .
^ Génies, anges et démons, p . 8 8 .
D a n g i n , T h . , Révue d'Assyriologie et d'Archéologie Oriéntale, 1 8, 1 8 6 .
'^ L a m b e r t , V . G . , Babylonian Wisdom Literature, O x f o r d , 4 4 , 5 5 -
" D a n g i n , T h . , Révue d'Assyriologie et dArchéologie Oriéntale, 1 8 , 1 8 6 .
Ibidem.
l e i b o v i c i , op. cit.

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104 Gil Grimau, Rodolfo

E n conexión d i r e c t a c o n l a p r o c e d e n c i a c e l e s t e y aérea d e l a m a y o r p a r t e d e e s t o s d e m o n i o s ,
están s u s características ornitológicas: pájaro de la noche, murciélago, con los pájaros del cielo
vuela, los miembros posteriores terminan en patas de pájaro, cabeza de pájaro de presa, Pazuzu es
un demonio alado, sus patas terminan por garras de águila, la cabeza de un pájaro, las alas desple-
gadas, patas de águila^"^. Y e n e s t r e c h a ligazón c o n l a a n i m a l i d a d s a l v a j e d e o t r o d e s u s orígenes,
las s i g u i e n t e s d e s c r i p c i o n e s : su faz la de una leona -o perra- sus orejas son las orejas d£ un asno,
sus senos están descubiertos, su cabellera está en desorden, sus manos manchadas, sus uñas son lar-
gas, sus pies son como los de Anzú (un pájaro), su veneno es el veneno de la serpiente, su veneno es
el veneno del escorpión^^. Monstruo cuadrúpedo tetráptero, cuyos miembros anteriores son los de un
león, los miembros posteriores terminan por patas de pájaro^^. Siete demonios con cabeza de ani-
mal; pantera, león, lobo, carnero, rebeco, serpiente, pájaro depresa^^. Cuerpo'de mujer desnuda, los
miembros inferiores terminando en garras de ave, tiene la cabeza y las orejas de una leond'\
Demonio alado, sus patas terminan en zarpas, una cola de escorpión está a veces ligada a su cuer-
po^^. Forma de hombre con cabeza de carnivoro^^. Su faz es sombría como el ramaje del bosque, su
mano es una trampa, su pie es un armadijo^-^. Boca de león, dientes de dragón, patas de águila, cola
de cangrejo^^. Leona alada cuyo cuerpo está cubierto de escamas, terminando los brazos y los pies en
garras de pájaro^^.
S o n desctípciones y d a t o s p a r a l e l o s a l o s d e l o s afarit d e l a n a r r a t i v a o r a l , c o i n c i d i e n d o e n
l o s f a c t o r e s aéreos, e n d e t e r m i n a d o s r a s g o s a n i m a l e s , e n e l b r i l l o d e l o s o j o s e n c e n d i d o s , d e l o s
q u e s e d e s p r e n d e n c h i s p a s ^ ^ y e n e l desaliño o s u c i e d a d .
P o r último, a l g u n o s d e l o s n o m b r e s c o n l o s q u e a p a r e c e n e n l a n a r r a t i v a o r a l s o n ;
Qaddüs i b n Q a d d ú s , Z a r z u k a y l o s c u a t r o r e y e s A l - A b y a d , A l - A h m a r , A l - A s w a d y A l -
A z r a q , m u c h a s veces c a l i f i c a d o s c o m o g e n i o s . Y , e n Las M i l y U n a N o c h e s s o n : Sajr, G i r g t s
i b n Ragmüs i b n I b l i s , M a y m ú n a b i n t al-Dirmiyát, D a h n a s , Q a s q a s , D á h i s i b n a l - A m a s ,
D a h n a s i b n Faqtás.

Génies, anges et démons, p p . 9 5 - 9 6 , 9 7 , 1 0 0 , 1 0 3 .

D a n g i n , op-cit., 1 8 . 1 7 0 .
Génies, anges et démons, p . 9 5 .
''Ibíd^.
Ibídem, p . 9 6 .
Ibidem.
^' T h o m p s o n , op. cit., I I .
^- Génies, anges et démons, p . 9 9 .
ibidem, p . 1 0 0 .
'Ubidem, p. 1 0 3 .
ho q u e recvicrda a los nsafim d e l A n t i g u o T e s t a m e n t o y, e n general, a t o d o ser d e ese género "procedente d e las estre-
llas", c o m o en el p e n s a m i e n t o mesopotámico. R e c o r d e m o s q u e , e n l a v i e j a tradición islámica, los m e t e o r i t o s i n f l a m a -
dos que e n t r a n e n k atmósfera s o n diablos q u e i n t e n t a n acercarse a los secretos d e l c i e l o y q u e s o n d e r r i b a d o s .

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 Una cierta sistematización de la demonología árabe y sus orígenes 105

III. El gül, ogro

1 ) E n árabe n o r m a t i v o e l término gul-^\. gilan y agwál— se a p l i c a t a n t o a l o g r o c o m o a l a

o g r a , a u n q u e e n c o l o q u i a l l a o g r a r e c i b a m u c h a s v e c e s e l n o m b r e d e gula. A l o g r o también s e
l o l l a m a qutrub i ^ i y a l a o g r a si la'. E n l a n a r r a t i v a n o r t e a f r i c a n a , e s t e p e r s o n a j e o c o n -
j u n t o u n i f i c a d o d e p e r s o n a j e s r e c i b e también o t r o s n o m b r e s d e n t r o d e l o s léxicos l o c a l e s ,
m u c h a s veces d e o r i g e n t a m a z i g h .
P a r a l o s árabes a n t i g u o s , e l gal e r a u n a f o r m a d e marid, g e n i o h o s t i l , b e s t i a l y diabólico,
c a p a z d e a s u m i r f o r m a s v a r i a d a s , d e v o r a d o r , a s a l t a n t e y d e s t r u c t o r , s u j e t o d e brujería^''. E n l a
n a r r a t i v a o r a l venía y v i e n e d e s c r i t o c o m o h o m b r e , g i g a n t e , m i t a d m o n s t r u o o a n i m a l , v o z d e
t r u e n o y s o p h d o d e t o r m e n t a , f i i e r t e y rápido, g r a n d e y g r u e s o , s u s d i e n t e s c o m o l o s d e ima
p a n t e r a s u cabeza p a r e c i d a a l a d e u n oso, s u s o j o s l e b r i l l a n c o m o e l f u e g o , c o n siete cabezas,
o j o s r o j o s , b e l l o pequeño ser, h o r r i b l e y s i m i l a r , m u j e r , m u j e r m i t a d m o n s t r u o , h e m b r a m o n s -
t r u o y a n i m a l , n e g r a , señora, e n o r m e , c o n l a s m a n o s v e l l u d a s , l o s l a b i o s r e c o g i d o s p o r s o b r e
u n o s c a n i n o s a m e n a z a d o r e s , c r u e l , c o n siete cabezas, c o n granes dientes.
E n e s t a n a r r a t i v a c r e a f a m i l i a c o n s u s congéneres y c o n l o s h u m a n o s , m a n t e n i e n d o c o n
e s t o s r e l a c i o n e s s e x u a l e s m u c h a s v e c e s f o r z a d a s . A v e c e s t i e n e n d e f e c t o s físicos. M u e r e n y p u e -
d e n ser m a t a d o s a b a s e d e f u e g o . T o m a n f o r m a s a n i m a l e s y h u m a n a s , s i e n d o c a p a c e s d e p a s a r
d e u n e s t a d o a o t r o y también a l a invisibiÜdad. L a o g r a , s o b r e t o d o l a d e tradición magrebí,
p u e d e l l e g a r a a d o p t a r c o m o h i j o o h i j a a l héroe o a heroína q u e s e l l e g a a c h u p a r u n o d e s u s
s e n o s , n o r m a l m e n t e e l e c h a d o h a c i a l a e s p a l d a p o r e n c i m a d e l h o m b r o i z q u i e r d o . También es
característico q u e l a o g r a , y e l o g r o , p u e d a n r e s u c i t a r a u n m u e r t o t o m a n d o c o m o b a s e s u
e s q u e l e t o , o a r e s u c i t a r s e y r e v i v i r s e a sí m i m o s . D e s d e l a p e r s p e c t i v a islámica p u e d e o n o s e r
musulmán.
V i v e e n g r u t a s , g u a r i d a s r o c o s a s y subterráneos, e n l o s d e s c a m p a d o s , c a m p o s y d e s i e r t o s , e n
c a m p o s c u l t i v a d o s p r o p i o s , e n montañas o detrás d e e l l a s , e n f u e n t e s y p o z o s , casas o p a l a c i o s ,
c a s t i l l o s t r a n s m a r i n o s , e n e l país d e l o s o g r o s , e n b o s q u e s , j a r d i n e s , h u e r t o s , e n e l a g u a , e n
árboles, casas a b a n d o n a d a s y r u i n a s . L o s 'agwál t i e n e n l o s p o d e r e s d e r e s u c i t a r y r e s u c i t a r s e ,
m a r c h a r b a j o t i e r r a , ser m u y fuertes, ser i n v i s i b l e s , aparecer e n t r e rayos, t r u e n o s y v i e n t o s ,
h a c e r m a g i a , a p a r e c e r s e e n sueños, c a m b i a r e l c o l o r d e l a s montañas y v o l a r . A v e c e s m a n i f i e s -
t a n u n f u e r t e t e m o r a l o s p e r r o s . R e s p e c t o a l o s seres h u m a n o s s o n m a r c a d a m e n t e antropófa-
gos, p r o t e c t o r e s c u a n d o los p r o h i j a n , a r b i t r o s d e sus b u e n a s y m a l a s o b r a s , h o s t i l e s , s o m e t i d o s
a l a f u e r z a y a s t u c i a d e l héroe, a g r a d e c i d o s a l o s s a c r i f i c i o s c r u e n t o s q u e se l e s h a g a n y a l a a m a -
b i l i d a d c o n q u e se l o s t r a t e . R a r a m e n t e a p a r e c e n j e r a r q u i z a d o s , o p e r a n d o e n s o l i t a r i o o e n
pequeños g r u p o s .

^•^ Abü F a r a g Isfahaní, Kitábu 4-Agám, 1 8 , 2 0 9 ss.

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 106 Gil Grimau, Rodolfo

( ' o n t o d o s estos d a t o s p o d e m o s d a r u n e s q u e m a d e l p e r s o n a j e . S e t r a t a d e u n ser creado,

s u j e t o a m u e r t e , r e l a t i v a m e n t e e s t r u c t u r a d o e n células f a m i l i a r e s m u y s u e l t a s , a g r e s t e y s a l v a j e ,
d o t a d o d e g r a n v o r a c i d a d , q u e c o m e h o m b r e s , seres d e s u m i s m a especie y a n i m a l e s . Se le atrae
c o n h a l a g o s y s a c r i f i c i o s . A v e c e s p r o h i j a a l ser h u m a n o . S u a s p e c t o e s d e h o m b r e o m i t a d a n i -
m a l . T i e n e p o d e r e s mágicos. E s d e u n a g r a n f o r t a l e z a física p e r o d e p o c a i n t e l i g e n c i a p o r q u e
s u e l e s e r engañado. L a o g r a t i e n e más p a p e l q u e e l o g r o . H a y m u y p o c o s n o m b r e s i n d i v i d u a -
lizados e n la n a r r a t i v a consultada: M a d r e ogra, P e r r o d e los C r i s t i a n o s , P e r l a e n s u R a m a , E t -
Tahar Faragi.
Las M i l y U n a N o c h e s n o s d a n u n a serie d e datos c o m p a r a t i v o s . D e s c r i t o s c o m o cabezas
de t o r o o d e c a m e l l o , h u m a n o , n e g r o e n o r m e d e f u e r z a e x t r a o r d i n a r i a , p e r s o n a d e o j o s g r a n -
des y c a b e z a p a r t i d a c o n e n o r m e s o r e j a s c o l g a n t e s y o j o s c o m o t i z o n e s , y m u j e r . C r e a f a m i l i a
c o n sus congéneres y t i e n e r e l a c i o n e s s e x u a l e s c o n l o s s e r e s h u m a n o s . M u e r e . F o r m a s a n i m a -
les n o específicas. N o p r o h i j a n i r e s u c i t a . P u e d e o n o s e r musulmán. V i v e e n r o c a s , d e s i e r t o s
" s i n p l a n t a s n i a g u a " , m o n t e m u y e l e v a d o , " V a l l e d e l a s F l o r e s y c a s t i l l o d e S a d d a d i b n 'Ád",
isla, s e l v a y m o n t e . N o m a n i f i e s t a característica o p o d e r e s p e c i a l e x c e p t o l a f u e r z a física y l a
estatura. E s c o m e d o r d e carne h u m a n a . S u h o s t i l i d a d hacia el h o m b r e p u e d e t r a n s f o r m a r s e e n
a l i a n z a p o r religión. Está r e l a t i v a m e n t e j e r a r q u i z a d o .
E l e s q u e m a e s m u y p o b r e . S e t r a t a d e u n e n t e c r e a d o , d e e s t r u c t u r a más b i e n f a m i l i a r , a i s -
l a d o y h o s t i l , antropófago, d e l i b r e albedrío, s a l v a j e y f u e r t e .
D e s d e e l p u n t o d e v i s t a árabe clásico e l gül e s u n a d e l a s f o r m a s a d o p t a d a s p o r l o s ginn.
Serían seres híbridos, q u e s e p r e s e n t a n c o n a s p e c t o s s e m i - a n i m a l e s , a n i m a l e s o h u m a n o s .
D e n t r o d e e s t o último, l a h e m b r a gül a p a r e c e m u c h a s v e c e s c o m o u n a b e l l a m u j e r q u e s e d u c e
a los h o m b r e s y l o s v u e l v e l o c o s , q u e m a n t i e n e c o n e l l o s r e l a c i o n e s íntimas q u e l l e g a n a l m a t r i -
m o n i o y a l a procreación. L a t r i b u d e l o s l l a m a d o s Banü Si'lá' descendía d e u n o d e e s t o s
casos^^.
2 ) L a raíz gwl, d e d o n d e v i e n e e l término d e gül^ s i g n i f i c a f u n d a m e n t a l m e n t e " l l e v a r s e a l g o
o a a l g u i e n súbita, rápidamente", p o r e n d e " r a p t a r , h a c e r d e s a p a r e c e r " , además d e " c a m b i a r d e
f o r m a " . L a raíz sí, a l a p e n e n e c e e l término stlá \a " t o s e r " , p e r o también "ser v i v o , a l e -
gre, chillón y d e s v e r g o n z a d o " . E n c u a n t o a l a raíz qtrb - v j U - d e d o n d e p r o c e d e qutrub, t i e n e
l o s s e n t i d o s d e "ser i n q u i e t o , a g i t a d o , d e r r i b a r p o r t i e r r a y s a c u d i r " , s i e n d o qutrub, además d e
o g r o o g n o m o , " l o b o d e p e l o r a s o , y e n f e r m e d a d l l a m a d a licantropía o melancolía". L a raíz qtr
- - s i n b, p e r o c o n " e n , c o n , p o r " s u b s i g u i e n t e s - o sea ¿ / e n árabe- d a c o m o s e n t i d o " a r r e -
b a t a r a l g o d e g o l p e y e s c a p a r s e " , además d e o t r o s r u m b o s p a r a l e l o s . E n e s t o s r u m b o s , d e n t r o d e
las f o r m a s idiomáticas árabes y b e r e b e r e s d e s d e E g i p t o a M a r r u e c o s , h a y v a r i o s g r u p o s r a d i c a l e s

C h e l h o d , op. cit., pp. 7 2 - 7 3 - G i b b , H . A . R . , y K r a m e r s , J . H . , Shorter Encycbpaedia of Islam, L e i d e n , L o n d o n ,

1 9 6 1 , p. 1 1 4 .

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-1 Jl

 Una cierta sistematización de la demonología árabe y sus orígenes 107

c o n l o s q u e s e e x p r e s a l a i d e a d e l o g r o , refiriéndose c a s i t o d o s a l a s i d e a s d e s a l v a j i s m o , c o g e r y
a g a r r a r , c o m o e l árabe w h s - - l u h u s , l a w a h s , e l t a m a z i g h a z m , a m z , coger, d e d o n d e -
a m z a , t a m z a , o g r o y o g r a - y o t r a s f o r m a s , a l g u n a quizás e m p a r e n t a d a c o n e l l a t i n o h u e r c o ^ ^ .
I n d e p e n d i e n t e m e n t e d e l a asimilación o confiosión d e l gul c o n e l 'ifnt y c o n e l ginn, habría
detrás d e t o d o s e s t o s d a t o s d o s b a s e s d e p e n s a m i e n t o y símbolo b a s t a n t e i n t e r l i g a d a s , q u e serí-
a n l a d e l o s a n i m a l e s d e presa salvajes -león, p a n t e r a , l o b o , h i e n a - y l a d e l h o m b r e a p a r t a d o y
a g r e s t e q u e , p o r p e r t e n e c e r a u n a hominización d i f e r e n t e , p o r r a z o n e s d e iniciación o d e s o c i e -
d a d secreta, r a p t a , m a t a y hasta p r a c t i c a l a a n t r o p o f a g i a .
A l a p r i m e r a hipótesis c o n t r i b u y e l a m u y frecuente relación q u e e x i s t e e n l a s t r a d i c i o n e s
entre el ogro y l a cueva, la segunda c o m o guarida del p r i m e r o , v i v i e n d a y c u b i l de u n ani-
m a l considerado silvestre y carnicero. A l g u n a s cuevas h a n conservado, e n e l M a g r e b , e l
r e c u e r d o y e l s e m i c u l t o a e s t e o r i g e n . E l a n i m a l habría s i d o h u m a n i z a d o y p e r s o n i f i c a d o ,
c o n s e r v a n d o l o s r a s g o s d e c o g e r y a r r e b a t a r rápidamente l a p r e s a , s e r ágil e i n q u i e t o , a t a c a r
y h u i r . E n c i e r t o m o d o , e l l o b o más q u e l o s g r a n d e s f e l i n o s u o t r a fiera, p a r e c e r e s p o n d e r a
e s t a s características.
L a o g r a , s o b r e t o d o e n e l M a g r e b , es m u c h o más f r e c u e n t e y d e f i n i d a q u e e l o g r o , c o r r e s -
pondiéndose s o b r e m a n e r a c o n l a ' s e r r a n a o l a p a s t o r a h o s t i l d e n u e s t r a poesía y t r a d i c i o n e s d e
l a Península Ibérica. O g r o y o g r a m a n t i e n e n s u s r a s g o s a s i l v e s t r a d o s , antropófagos y e n e m i s t o -
sos; u n o y o t r o a c e c h a n y p u e d e n t e n e r r e l a c i o n e s d e c o n v i v e n c i a , r i v a l i d a d y s e x o c o n l o s seres
h u m a n o s , i n c l u s o m a t r i m o n i o y d e s c e n d e n c i a c o n j u n t a , p e r o es l a o g r a s o b r e t o d o l a t i p i f i c a -
d a p o r e l a c e c h o y l a s r e l a c i o n e s , p o r e l h e c h o d e a d o p t a r a l héroe o a l a heroína a b a n d o n a d o s
— c o m o l a l o b a epónima c o n R ó m u l o y R e m o - y p o r e l p o d e r r e s u c i t a r c o n s u p r o p i a l e c h e a
los m u e r t o s descarnados.
L a o g r a es, p u e s , u n a s e f i o r a d e a m o r , v i d a , d e s c a r n a m i c n t o y m u e r t e , i d e n t i f i c a d a a las fie-
ras d e l m o n t e y d e l d e s c a m p a d o , y h a b i t a n t e e n c u e v a s . N o s r e c u e r d a i n e v i t a b l e m e n t e a l a
D a m a d e l a s Montañas, l a P o t n i a t h e r o n , señora d e l a s fieras anatólica, c r e t e n s e y g r i e g a p r i -
m i t i v a , t a l v e z mediterránea e n c a s i t o d o e l neolítico. U n a d i o s a c o n t o d o u n c o m p l i c a d o s i m -
b o l i s m o , e n b u e n a p a r t e s a c a d o d e l s u b c o n s c i e n t e , m e z c l a d e h o r r o r , s e x o , c o m i e n z o y fin u n i -
d o s quizás a i n i c i a c i o n e s .
Cabría p e n s a r e n r i t o s y s o c i e d a d e s d e iniciación c o n prácticas mortíferas o s a n g r i e n t a s ,
i n c l u s o dionisíacas, q u e e s t u v i e r a n d e u n a m a n e r a u o t r a l i g a d a s a e s t a s u p u e s t a figura...
Cabría p e n s a r e n s o c i e d a d e s d e r i v a d a s d e l c u l t o a l a m u e r t e , p e r s o n i f i c a d a ésta e n u n a figura
central, a l estilo d e los h o m b r e s - l o b o d e l a vieja A r c a d i a o los "bersekir" g e r m a n o s , 'pieles d e
o s o ' y p i e l e s d e l o b o ' , g u e r r e r o s extáticos f e r o c e s y n o c t u r n o s , p o s i b l e m e n t e a i o s 'aysawa
magrebíes y a o t r o s s i m i l a r e s d e v a r i a s c u l t u r a s . Podría h a b e r e f e c t o s alucinógenos y d e
" a m o k ' c o n l a ingestión d e p l a n t a s q u e p r o v o c a n e l e n t u s i a s m o - e n s u s e n t i d o etimológico-

L a o u s t , Contes berberes du Maroc, XVII-XVTIÍ.

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-111

108 Gil Grimau> Rodolfo

c u y o r e c u e r d o cal v e z q u e d e e n e l bayd al-gül, t l > l < > i ^ o teryaU " m a n d r a g o r a s a l v a j e " ^ ^ , r e l a c i o -

n a d a c o n d o s a p e l a t i v o s d e l o s o g r o s , u n o e n árabe y o t r o e n t a m a z i g h . L a alegría y l a v i v e z a ,
j u n t o c o n l a desvergüenza y e l griterío, p r e s e n t e s e n t r e l o s s i g n i f i c a d o s d e l a raíz sU convendrí-
a n a l a p o s i b l e e x i s t e n c i a d e u n a s fiestas d e t i p o d i o n i s i a c o ; y es i n d u d a b l e q u e l a licantropía y
l a melancolía a g u d a , d e l a raíz qtrb , c o n d u c e n a las r e f l e x i o n e s q u e a c a b a m o s d e hacer.
Melancolía a g u d a es l a q u e s e c o n s e r v a e n e l español ' h u e r c o ' , d e r i v a d o d e l orcus l a t i n o , d i o s
subterráneo y d e l a m u e r t e d e c u y o n o m b r e p r o b a b l e m e n t e p r o c e d e e l término o g r o .
B a j o l o s r a s g o s y a c t o s d e l a o g r a y d e o g r o mediterráneos, p o r c o n s i g u i e n t e , p u d i e r a p u e s
o c u l t a r s e u n fenómeno r e l i g i o s o i m p o r t a n t e c u b i e r t o c o n u n v e l o p o s t e r i o r d e m i s t e r i o y t r a n s -
m i t i d o c o n u n a c a r g a d e h o r r o r . También p u d i e r a s i g n i f i c a r l a transmisión d e u n c o n t e x t o , q u e
sería e l d e u n a línea d e r e s t o s p a r a l e l o s d e h u m a n i d a d coetáneos, N e a r d e n t h a l u o t r o s , i g u a l
q u e e n l a tradición e u r o p e a y s o b r e t o d o e n l a asiática. D e t o d a s f o r m a s , e l e s t u d i o d e l fenó-
m e n o o g r o - o g r a n e c e s i t a d e u n e s t u d i o i n d e p e n d i e n t e , j u n t o c o n e l d e l cíclope d e l q u e es c o n -
c o m i t a n t e , s e g u r a m e n t e sugestivo y l l e n o d e sorpresas.

rV. La hidra

Q u e y o s e p a , e s t e p e r s o n a j e n o a p a r e c e e n l a tradición árabe preislámica, a u n q u e sí e n l a

mediterránea y e n l a n o r t e a f r i c a n a . E s u n p e r s o n a j e a l q u e a v e c e s s e c o n f u n d e c o n e l ginn y
c o n e l 'Ifnt.
N o aparece c o n f a m i l i a , n i m a n t i e n e r e l a c i o n e s sexuales c o n los seres h u m a n o s . M u e r e v i o -
l e n t a m e n t e a m a n o s d e l héroe q u e , h a b i t u a l m e n t e , d e b e c o r t a r s u s s i e t e c a b e z a s p a r a m a t a r l o
d e l t o d o p o r q u e , s i n o , resucita. A l g u n a h i d r a g u a r d a s u v i d a e n u n h u e v o e s c o n d i d o . N o se l a
c a l i f i c a d e c r e y e n t e o incrédula. H a b i t a e n f u e n t e s y p o z o s . N o t i e n e o t r a s características e s p e -
c i a l e s . E s c o m e d o r a d e c a r n e h u m a n a . E n o c a s i o n e s , s u m a l d a d o s u condición d e d i v i n i d a d
acuática h o s t i l es a p l a c a d a c o n s a c r i f i c i o s d e p e r s o n a s , e s p e c i a l m e n t e d e d o n c e l l a s . C a r e c e d e
jerarquización.
L o q u e n o s d a c o m o r e s u m e n e l d e u n ser r e p t i l i f o r m e d e siete cabezas y f u e r t e v i t a l i d a d ,
m o r t a l , íntimamente l i g a d o a l a g u a d e l a s c a p a s freáticas. E n L a s M i l y U n a N o c h e s n o h a y
ningún d a t o s i m i l a r . E n c a m b i o , l a h i d r a d e l o s t r a b a j o s d e Hércules es s i n d u d a e l m i s m o p e r -
s o n a j e , a u n q u e c o n d o s c a b e z a s más, y h a b i t a e n u n p u n t o d e a g u a d u l c e : e l p a n t a n o d e L e r n a
y l a f u e n t e Anímone. C o m o las h i d r a s magrebíes, d e v o r a y d e v a s t a y r e c o b r a s u s c a b e z a s c o n -
f o r m e se las v a n c o r t a n d o . Quizás e l dragón a l q u e m a t a C a d m o e n l a f u e n t e d e A r e s s e a t a m -
bién u n a h i d r a . E n l a l i t e r a t u r a o r a l r u s a a p a r e c e e l m i s m o m o n s t r u o p r o c e d e n t e d e l a g u a y

O t r o n o m b r e d e l a mandr.-ígora e n árabe es tuffah al ginn, CiMt m a n z a n a del genio o de ios genios.

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-111

 Una cierta sistematización de la demonología árabe y sus orígenes 109

policéfalo, y e n o t r a s l i t e r a t u r a s , c o m o l a j a p o n e s a , c o n l a s e r p i e n t e d e o c h o c a b e z a s a l a q u e
m a t a u n d i o s s a l v a n d o a u n a víctima f e m e n i n a . P a r e c e c a r e c e r d e n o m b r e s p r o p i o s .
C r e o q u e , e n l a l i t e r a t u r a o r a l mediterránea, es u n t r a s u n t o p a r a las a g u a s d u l c e s d e l g r a n
m o n s t r u o acuático, e n e m i g o d e l o t e r r e s t r e y d e s u o r d e n e s t a b l e c i d o y r e p r e s e n t a n t e p o r l o
t a n t o d e l c a o s p r i m o r d i a l , q u e e n l a mitología c a n a n e a es Lotán y e n l a h e b r e a Leviatán. E l
m o n s t r u o i n v a d e , i n u n d a , d e s t r u y e , a través d e s u s múltiples c a u c e s o vías q u e h a y q u e a t a j a r .
E n e l c i c l o d e Hércules, e l m i s m o m o n s t r u o a p a r e c e c o m o h i j o d e Tifón y E q u i d n a , t r a n s f o r -
m a c i o n e s griegas, d e n t r o d e u n m i t o d e o r i g e n c a n a n e o , d e l d i o s e g i p c i o S u t i o S e t h y d e l a
d i o s a s e r p i e n t e M c r e t S e g e r . E n l a mitología c e l t a a p a r e c e i g u a l m e n t e y s i g n i f i c a n d o l o m i s m o :
e l c a o s i n i c i a l e n d o n d e s e m e z c l a t o d o l o q u e p u e d e s e r y l o q u e d e j a d e ser, g r a n e n e m i g o
acuático q u e es v e n c i d o , s u j e t o y o r d e n a d o p o r e l d i o s s o l a r .

V, La culebra, o serpiente en general

Y a l a h e m o s v i s t o c o n t i n u a m e n t e v i n c u l a d a a l o s ginn, también a l a h i d r a . P e r o se d a e n
f o r m a independiente, descrita e n la narrativa oral c o m o h o m b r e o serpiente grande cuyos ojos
b r i l l a s c o m o b r a s a s , s e r p i e n t e o h i d r a "más g r a n d e q u e e l mástil d e u n n a v i o " , s e r p i e n t e y p o s i -
ble h o m b r e e n harapos, culebra, serpiente d e siete cabezas. Las descritas e n L a s M i l y U n a
N o c h e s s o n s i n d u d a expresión d e l o s g e n i o s . T i e n e n r e l a c i o n e s s e x u a l e s c o n l o s s e r e s h u m a -
n o s , p u e d e n m o r i r a m a n o s d e l héroe y s e r o n o c r e y e n t e s , h a b i t a n e n g r u t a s , d e s c a m p a d o s ,
casas; e n e l c i e l o , d e d o n d e b a j a n a l m a r p a r a b e b e r , l o q u e p o s i b l e m e n t e s e a u n t r a s u n t o d e
l o s r a y o s s o l a r e s . . . S o n h o s t i l e s y d e v o r a d o r a s , a m o r o s a s , iniciáticas, a c o g e d o r a s . N o t i e n e n
jerarquización a p a r e n t e .
L o q u e n o s d a c o m o r e s u m e n u n p e r s o n a j e más b i e n próximo a l s e r h u m a n o , c o n e l q u e
m a n t i e n e u n a cierta g a m a d e c o m p o r t a m i e n t o s , creado y c o n algunos atisbos d e sacralidad.

VI. Los demonios

S i n o t r a descripción q u e n o s e a afín a l a s d e l o s ginn, 'afiñt y agwál. D e a s p e c t o m u c h a s

v e c e s h u m a n o o h u m a n o i d e , o b e d e c e n a u n a n i l l o o talismán, a l m a g o y t e m e n a l o s c o n j u r o s .
N o p u e d e n oír e l N o m b r e d e D i o s . E n L a s M i l y U n a N o c h e s se d e s c r i b e a I b h s c o n e l a s p e c -
t o d e u n v i e j o c i e g o . Abú M u r r a es u n v i e j o v e n e r a b l e y e l e g a n t e . P o s e e a u n a d o n c e l l a y l e c a u s a
l a l o c u r a . Ibl'ís h a c e d e i n t e r m e d i a r i o e n t r e d o s a m a n t e s . L o s d e m o n i o s , c o m o I b l i s o s u o t r o
n o m b r e , Abü M u r r a , y M u r r a - A m a r g u r a - s u h i j o o t r a s u n t o , c a n t a n y t o c a n e l laúd a l a p e r -
fección. H a y p o c o q u e añadir a l o y a c o m e n t a d o r e s p e c t o a l o s sayañn üíM*^* a I b l i s , s u j e f e o
c a b e z a v i s i b l e . L a v e j e z d e I b l i s o Abü M u r r a es símbolo d e s u antigüedad. A m b o s n o m b r e s , y

Bolcíin de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-1]}

110 Gil Grimau, Rodolfo

M u r r a , aparecen tratados, e n l a narrativa, c o n respeto. E l h e c h o d eq u e todos canten y t o q u e n

el laúd c o n maestría t i e n e íntima conexión c o n u n e p i s o d i o d e l a " l e y e n d a d e Salomón", e n l a
que M u r r a i b n al-Harit, el hijo d eIblis o - a g r i c u l t o r o c i v i h z a d o r - d i c e a Salomón s e r
e l p r i m e r o e n h a b e r i n v e n t a d o y u t i l i z a d o e l laúd. I b l i s p r e g u n t a a D i o s cuáles s o n s u s p o d e r e s
y e n t r e o t r a s c o s a s d e m a n d a : "¿mi l e c t u r a ? " , " l a poesía" se l e r e s p o n d e , "¿mi almuédano?", " l a
flauta". S i e n d o p u e s c o n s i d e r a d a l a música y , e n b u e n a p a r t e , l a poesía, c o m o a l g o e m i n e n t e -
m e n t e s e n s u a l , t e r r e s t r e y d i s t r a y e n t e d e l a vía d i v i n a p o r t o d o t r a d i c i o n a l i s t a . L a figura d e I b l i s ,
p o c o e s t u d i a d a científicamente, es l a d e u n semidiós o e n t e d i v i n o c i v i l i z a d o r r e c h a z a d o , s e m e -
jante a Prometeo.

VIL Los aparecidos

V i e n e n descritos e n l a narrativa oral c o m o h o m b r e s negros y blancos, mujeres c o n c i n t a de

d u e l o s o b r e l a fi-ente, m u j e r e s c o n v e l o s b l a n c o s , m u j e r b e l l a c o n v e l o b l a n c o . C r e y e n t e s a u n -
q u e n o d e m o d o específico e n t o d o s l o s c a s o s . H a b i t a n o s e m a n i f i e s t a n s a l i e n d o d e u n m u r o ,
e n u n a casa e n c a n t a d a , e n u n c e m e n t e r i o . S u r g e n y d e s a p a r e c e n o p e r a n d o e n s i l e n c i o . C a s t i g a n
o r e c o m p e n s a n a l d i f i i n t o según s u v e r d a d e r a c a r i d a d i n t e r n a , r e c o m p e n s a n a l a m u j e r c o m p a -
siva y le d a n p o d e r sobre s u m a r i d o vago y m e n t i r o s o , r e c o m p e n s a n a q u i e n e s los a y u d a n y n o
l o s t e m e n , se m a n t i e n e n i n d i f e r e n t e s a n t e l o s a v a n c e s d e h o m b r e s e n a m o r a d o s . L a s M i l y U n a
N o c h e s d a n e j e m p l o s p a r a l e l o s . U n o s g u a r d i a n e s , q u e a p a r e c e n e n las n o c h e s 6 1 3 y s i g u i e n t e s ,
s o n t r a s u n t o d e l o s d i o s e s anónimos d e l A m e n t i e g i p c i o y n a d a p a r e c e n t e n e r q u e v e r c o n l o s
a n t e r i o r e s . E l único n o m b r e q u e s e d a e n l a n a r r a t i v a árabe es e l d e " D a m a b l a n c a " .
L o s h o m b r e s q u e s a l e n d e l m u r o , c o n l a dicotomía d e s u s a s p e c t o s b l a n c o y n e g r o p a r a s i g -
n i f i c a r p r e m i o o c a s t i g o , s o n p a r i e n t e s c o n c e p t u a l e s d e l o s ángeles M u n k a r y N a k i r q u e , e n l a
tradición, v i e n e n a b u s c a r a l m u e r z o e n s u t u m b a . L a s m u j e r e s c o n a s p e c t o d e plañideras,
encintadas d e d u e l o o vestidas c o n velos blancos d e d u e l o , parecen cmparentarse c o n ritos
f u n e r a r i o s d e u l t r a t u m b a y s e r p e r s o n a j e s d e u n rito d e salvación mediterráneo. L a " D a m a
b l a n c a " , h e r m o s a , s i l e n c i o s a y d e s e a d a , es u n f a n t a s m a f e m e n i n o típico, idéntico a l q u e e x i s t e
e n casi t o d a tradición y c u e n t i s t i c a , t a l v e z e m p a r e n t a d o ideológicamente c o n l a s m u j e r e s s e r -
pientes y mujeres z o r r o d el a literatura extremo-oriental.

VIIL Personajes indefinidos

C a l i f i c a d o s y d e s c r i t o s c o m o p e r s o n a j e s , v i e j a s , " c r i a t u r a " , U n i v e r s o , m u j e r , hombre-espíri-

t u , h i j o d e sultán, "guardián d e l a casa", Wáqwáq, pájaro h a b l a n t e , león o l e o n e s , c o n s i e t e c a b e -
zas a l g u n o s d e e l l o s , a n i l l o , h a d a , ruhannía -V^ÍJ , dragón o gat, espíritu d e u n átbol, c u e r p o s

Boletín de la Asociación Española de Orientalistas (2006) 99-11}

Um cierta sistematización de ía demonología árabe y sus orígenes lll

s i n a l m a . T i e n e n r e l a c i o n e s s e x u a l e s c o n l o s h u m a n o s , casándose c o n e l héroe o c o n l a heroí-

n a . S o n explícitamente c r e y e n t e s . H a b i t a n o s e m a n i f i e s t a n e n d e s c a m p a d o , casas a l b o r d e d e l
c a m i n o , p a l a c i o s , casas e n c a n t a d a s , a c a n t i l a d o , c a s t i l l o , c a v e r n a , b o s q u e , árbol. T i e n e n c o m o
características y fiinciones p a r t i c i d a r e s l a s d e t r e n z a r c u e r d a s d e p e l o s n e g r o s o d e p e l o s b l a n -
c o s p a r a h a c e r , c o n e l l a s , c a e r l a n o c h e y s u b i r e l día; t r a n s p o r t a r mágicamente a l héroe, d e c a s a
e n c a s a a l a r g a d i s t a n c i a u n a d e o t t a , e n u n a b r i r y c e r r a r d e o j o s . O b e d e c e n l a s órdenes d e l
R e y R o j o . S e a p a r e c e n e n sueños a i héroe y l e t r a n s m i t e n u n m e n s a j e d i v i n o . L o a y u d a n .
C o n o c e n l a h i s t o r i a o c u l t a d e éste y d e s u f a m i l i a . P a s a d e s u p a l a c i o a l a c a s a d e l a heroína p o r
u n t u b o d e v i d r i o . G a s t a b r o m a s pesadas. H a b l a y a d v i e r t e a l rey. C o m b a t e u s a n d o espadas.
O b e d e c e a q u i e n l o posee. V i v e largo t i e m p o , aparece y desaparece. A c u d e a q u i e n i n m o l a fren-
t e a s u c a s a seis t o r o s . I n t e n t a s a l v a r s u árbol c o n c e d i e n d o g r a c i a s . P u e d e n m o r i r p o r h e r i d a s ,
por el Riego o por l a tala.
S u s c o m p o r t a m i e n t o s c o n l o s seres h u m a n o s s o n p o r l o g e n e r a l p o s i t i v o s , r e t r a s a n d o l a a p a -
rición d e l día a petición d e l héroe, t r a n s p o r t a n d o a l héroe h a s t a l a m o r a d a d e l R e y R o j o p o r
o r d e n d e éste, a c t u a n d o d e m e n s a j e r o angélico, s i e n d o a m o r o s o , a c o n s e j a n d o y a d v i r u e n d o , y ,
a v e c e s , mostrándose d e s c o n f i a d o e i n c l u s o h o s t i l .
E n L a s M i l y U n a N o c h e s se m u e s t r a n c o m o "siervos d e D i o s " y " c u e r p o s s i n a l m a " , c u y a
descripción e s l a d e p a j e s c o m o l u n a s c o n v a r a s mágicas d e o r o r o j o , p e r s o n a s a r m a d a s , a l g u -
n a a c a b a l l o , c r e y e n t e s , h a b i t a n d o e n m o n t e s a l t o s , b a j o t i e r r a , t r a s d e l a s s i e t e p u e r t a s mági-
cas, y g o l p e a n d o c o n s u s e s p a d a s mágicas a l o s i n t r u s o s q u e n o s a b e n r e a c c i o n a r a u n h e c h i z o .
D e s a p a r e c i e n d o . E l único n o m b r e q u e a p a r e c e es e l d e Paraíso q u e , c o n e l d e U n i v e r s o y
Wáqáq, se i n t e g r a n e n t e m a s árabes a m p l i o s d e interpretación difícil y o r i g e n quizá n o árabe.
E l r e s t o d e l o s p e r s o n a j e s , s u s características y s u s c o m p o r t a m i e n t o s , se i n t e g r a n c a s i s i
d u d a s e n l o s e s q u e m a s d e l o s t¿J^ y -«íJif- o e n l o s angélicos. L o s p e r s o n a j e s q u e t e j e n y
d e s t e j e n e l día, y l o s g e n i o s g u a r d i a n e s d e l o s días d e l a s e m a n a , están a m i j u i c i o e n l a m i s m a
c u e r d a ideológica - m u y p a r e c i d a a l t e j e r y d e s t e j e r d e Penélope- s e g u r a m e n t e d e tradición
mediterránea. H a y algún p e r s o n a j e - " e l h o m b r e espíritu"- c e r c a n o a l a tradición temática d e
la leyenda d e E r o s y Psiquis, m u y n o r t e a f i i c a n a p o r cierto. Y los "cuerpos s i n a l m a " , q u e s o n
r e f l e j o p r o b a b l e d e las d i v i n i d a d e s d e e n t r a d a a l m u n d o d e l o s m u e r t o s e g i p c i o a n t i g u o , p o s i -
b i l i d a d q u e d e p o r sí necesitaría d e u n pequeño e s t u d i o .

IX. Seres marinos

Descritos o calificados c o m o rey del mar, animales del mar. Acogedores respecto a l h o m b r e
y a g r a d e c i d o s a q u i e n e s les h a c e n s a c r i f i c i o s a las o r i l l a s d e l a g u a , y a q u i e n e s l o s d e v u e l v e n a l
mar.

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