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IGREJA DO EVANGELHO QUADRANGULAR a ey INSTITUTO TEOLOGICO QUADRANGULAR Conhecimento teoldgico para melhor servir. Contemporanea . ge EE cy ASD SGEC Hea - BRASIL SGEC SECRETARIA GERAL DE EDUCACAD E CULTURA 50:4 QONSELHEIRO NEBIAS, 1122- CAMPOS ELISEOS .6P FONE (11) 32263131 DIRETOR EXECUTIVO Pr, Erivelton Tavares ELABORACAD, Prof. Dr. Marlon Ronald Fluck "ARACAO DE ORIGINALS Prof. Pr, Marco Antonio Teixeira Lapa ReVISAO Prof. Roberto Carlos de Carvalho Gomes CAPA E PROILTO GRAFICO Equipe SGEC DIAGRAMACAO Antonio Dias PRODUGAD SGEC Secretaria Geral de Educagio e Cultura da Iereja do Evangetho Quadrangular Gest3o: Pr. Erivelton Tavares 1? EDICAO: 2015 foDos os DIREITOS RESERVADOS - E prolbida a reproduico total ou parcial desta obra sem a permiss8o escnt dos Por qualsquer melos, salvo em citacdes breves, com indicacao da fonte. A violacao dos direitos dos autores ‘Lel n.9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Codigo Penal ime ll OBIETIVO GERAL........ OBJETIVOS ESPECIFICOS DE APRENDIZAGEM. PROGRAMA DE ESTUDOS DA DISCIPLINA. CAPITULO 1 - INTRODUCAO A TEOLOGIA CONTEMPORANEA. 1.1 0 PENSAMENTO MODERNO... 1.1.1 SCHLEIERMACHER E 0 INICIO DA TEOLOGIA MODERNA.. 1.1.2 SURGIMENTO DO LIBERALISMO RESUMO DO CAPITULO 1... AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 1... CAPITULO 2 - TEOLOGOS LIBERAIS. 2.1 ALBRECHT RITSCHL (1822-1889)...... 2.2 KARL GUSTAV ADOLF VON HARNACK (1851. 1930) RESUMO DO CAPITULO 2.. i . AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 2... CAPITULO 3 - TEOLOGIA EVANGELICAL ........ 3.1 FASES DO EVANGELICALISMO. 3.1.1 Primeira fase: Teologia Conservadora e Reavivamento 3.1.2 Segunda fase: Vinculac3o dos movimentos . 3.1.3 Terceipa fase: Separacdo entre Evangelicais e Fundamentalistas 3.1.4 Pés-Evangelicalismo 3.2 FUNDAMENTALISMO. 3.3 NEO-EVANGELICALISMO..... RESUMO DO CAPITULO 3 ....eseersnen AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 3 son CAPITULO 4 - © SECULO XX. 4.1 TRANSFORMAGOES OCORRIDAS NA PASSAGEM AO SECULO XX. 4.1.1 Igreja e Nacionalismo... 4.2 0 desenvolvimento da situacdo Nacional-Socialista 4.13 Declaragao teolégica de Barmen .. 4.13.1 Um apelo as congregacSes evangélicas e aos cristios na Alemanha.. 4.1.3.2 Declaracao teoldgica de Barmen .. RESUMO DO CAPITULO 4... AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 4 CAPITULO 5 - A TEOLOGIA DA NEO-ORTODOXIA . 55 5.10 CONCEITO. 5.2. KARL BARTH (1886-1968) 5.2.1 Biografia de Barth. 5.2.2 Fases da Teologia de Barth 5.2.2.1 Primeira fase: Até a primeira edigio da “Epistola aos Romanos” (1919) 5.2.2.2 Segunda fase: Até a “Dogmitica crista” (também chamada “Teologia Dialética”) 5.2.2.3 Terceira fase: época da Dogmatica da Igreja 5.3 RUDOLF BULTMANN (1884-1976) 5.3 PAUL TILLICH (1886-1965) . 5.4.1 Biografia de Paul Tillich $4.2 0 surgimento da Teologia Sistemstica.. 5.4.3 A Teologia Sistemstica RESUMO DO CAPITULO 5 AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 5 CAPITULO 6 - TEQLOGIA EVANGELICAL NA AMERICA LATINA RESUMO 00 CAPITULO... [AUTOATIVIDADE DO CAPITULO 6 FINAL .. APRESENTACAO Caro Aluno{a)! Estudar Teologia Contemporanea é algo envolvente! Este estudo deve nos auxiliar a entender como e por que varias visdes teolégicas existem hoje. Para isto, é bom perceber como a mentalidade humana foi se transformando amedida que o tempo passava. O pensamento moderno se modificou desde o século XVIII, levando os seres humanos a pensarem que deviam se emancipar ese tornarem independentes, inclusive de Deus. Este foi 0 periodo foi aquele em que mais se produziram livros contra a religigo, bem como também a favor da mesma. Nos temos de conhecer as novas idéias, a fim de entender a forma das pessoas pensarem sobre Deus. Somente podemos ajuda-las se antes entendermos a légica que elas adotam. Que estuda Teologia assume uma posigdo de lideranca e precisa conhecer as variadas formas das pessoas pensarem. Penso que 0 estudo de Teologia Contemporanea precisa nos ajudar a perceber como as idéias se desenvolveram nesta passagem de uma época para outra. Naturalmente, neste processo precisamos levar bem a sérioo que Paulo ensino em 1 Tessalonicenses 5.21: “Analisa tudo e retém o que é bom.” Que Deus nos ajude a discernirmos os espiritos, a perceber como a Teologia respondeu a perguntas de cada contexto em que surgiram e a nos deixarmos desafiar a comunicarmos a Palavra de Deus levando em conta as necessidades das pessoas que esto relacionadas conosco e nossos ministérios. Que 0 Espirito Santo nos guie continuamente, dando-nos a sabedoria que necessitamos (Tiago 1.6)! Bons estudos! Prof. Dr. Marlon Ronald Fluck PLANO DE ESTUDOS DA DISCIPLINA Esta disciplina visa levar o aluno a conhecer as linhas do pensamento teoldgico contemporaneo, que surgem no cenario cristao. OBJETIVO GERAL Levar o aluno a conhecer as diferentes e atuais linhas do pensamento teolégico a fim de que o mesmo possa fazer anélises comparativas e se posicione saudavel e inteligentemente a respeito. OBJETIVOS ESPECIFICOS DE APRENDIZAGEM + Conhecer 0 pensamento teolégico modern; + Conhecer e compreender o desenvolvimento do pensamento dos tedlogos liberais; + Conhecer e compreender 0 que é a teologia evangelical + Saber o que ocorreu teologicamente no Século XX; + Conhecer e compreender a teologia da Nova Ortodoxia; PROGRAMA DE ESTUDOS DA DISCIPLINA CAPITULO 1 - INTRODUGAO A TEOLOGIA CONTEMPORANEA CAPITULO 2 - TEOLOGOS LIBERAIS CAPITULO 3 - TEOLOGIA EVANGELICAL CAPITULO 4-0 SECULO XX CAPITULO 5 - A TEOLOGIA DA NEO-ORTODOXIA CAPITULO 6 - TEOLOGIA EVANGELICAL NA AMERICA LATINA. CAPITULO 1 & INTRODUGAO A TEOLOGIA CONTEMPORANEA 1G: TEOLOGIA CONTEMPORANEA: roaolitmarquesrespondendobiba blogspot com em 2842032 “Teologia Contemporanea” é um estudo fascinante. Todo estudante de Teologia precisa saber como a Teologia se desenvolveu 8 medida que os acontecimentos histéricos modificavam a face da terra ‘A modernidade foi produzindo uma série de transformagdes na forma dos seres humanos refletirem a respeito da vida e das ciéncias, Devido a isto, iniciaremos nossa abordagem descrevendo o pensamento moderno. Veremos que, a partir do século XVIII, houve uma énfase cada vez maior no papel das experiéncias humanas. 0 ser humano passou a julgar-se independente. Este foi século que mais obras se escreveu contra areligiso. Schleiermacher, um tedlogo evangélico desta época, tentou superar as dificuldades colocadas pelos céticos. Estudaremos, neste primeiro capitulo, sobre a contribuicao dele neste ambiente de profundas transformagées. A seguir, trataremos sobre expoentes da Teologia Liberal) Neste segundo capitulo, mostraremos a contribuigo de Ritschl Harnack para © desenvolvimento da teologia do século XIX e XX. Veremos que Ritsch! reinterpretou a fé crist3 em termos moralizantes. Para ele, Cristo salvou os seres humanos por meio de sua influéncia ética e moral. Harnack, por sua vez, defendeu que o evangelho foi corrompido pela influéncia da filosofia grega sobre a teologia crista. Ele propos como tarefa da Teologia distinguir a esséncia imutavel do Cristianismo da casca cultural que assumiu & medida que chegou aos mais variados povos no decorrer da historia da sua expansao. No terceiro capitulo estudaremos a Teologia Evangelical. Veremos que o Liberalismo Teolégico produziu fortes reagdes nos Estados Unidos da América, : smentalismo. 0 Fundamentalismo ser descrito nas suas variadas fases. A partir dos anos 1950, \dquitiu um sentido fortemente ideoldgico, assumindo intolerancia, anti-intelectualismo (0 social da igreja e dos cristdos. O fundamentalismo tornou-se entao defensor do gerando 0 Fundar o fundamentalismo 2 @ oposi¢ao ao engajament estilo norte-americano de vida: Veremos que a partir des anos 1950 ocorreu uma ruptura entre fundamentalistas e evangelicais (ouneo- evangelicais), que se uniram soba lideranga de Billy Graham. Estes procuraram um equilibrio entre autoridade bibles e ciencia moderna, O neo-evangelicalismo tem se unido, a partir de 1974, no Movimento Lausanne de Evangelizagao Mundial e desenvolvido © que se tem chamado de “Teologia da Missdo Integral’ No quarte capitulo estudaremos as transformacbes ocorridas na passagem do século XIX para 0 XX. 0 crescente nacionalismo fet com que a igreja na Alemanha perdesse a capacidade de discernir os espiritos de Sua epoca, dando apoio 20 Nazism. Seguindo 0 lema “um povo, um estado, uma igreja’, Hitler impés sua ide mundo baseada no racismo. No entanto, mais de sete mil pastores aliaram-se na Igreja Confessante a » im de resistc, Gefendendo os direitos dos perseguidos pelo estado totalita (0 Sinodo de Barmen, em 1924, claborou uma declaragSo de fé que declarava que ninguém tinha odireito ge substituir a mensagem biblica por conviccdes ideol6gicas e politicas. Veremos que os cristéos que viveram sauele momento cificl da historia desenvolveram a convicgao que a igreja no deveria se submeter ao estado {quando ele se volta contra Deus No quinto capitulo trataremes da “Teologia Neo-ortodoxa'. Ela surgiu como uma critica ao liberalismo teolégico, procurando manter a relevancia da fé cristé diante dos avangos da ciéncia. O maior expoente desta teniocia foi Karl Barth. Ele elaborou uma teologia baseada na revelacio de Deus. Para ele, 2 Teologiae algreja 1 5 Palavra de Daus © ndo necessariamente 2o estado totalitarista, que queria mandar na alma das ‘0 nazismo conscientemente desrespeitava 0 primeiro mandamento, cometendo pessoas. Ele defendeu a) auto-idolatria Barth dedicou 35 anos de sua vida para elaborar a “Dogmatica da Igreja”, obra de mais de 7.000 paginas, ultmann foi outro tedlogo desta época, sendo o exegeta do Novo Testamento mais influente do século XX, Veremos que ele claborou 0 método da demitologizacao, procurando manter o valor da mensagem biblica ara as pessoas influenciadas pela ciéncia da época Come terceiro expoente da teologia neo-ortodoxa estuddaremas a contribui¢3o de Paul Tillich, tedlogo que s# movia na fronteira entre Teologia ¢ Filosofia, bem como religiSe e cultura, Sua “Teologia Sistematica® 1 uma nova inter pretagao da tradi¢ao crista, Ele disse que as perguntas do ser humano moderno ea de mio dupla res da biblia estéo numa rela soxto capitule trataremas da Teologia Evangelical na América Latina. Entendemos que, 3 partir do final suigiu um grupo de jovens pensadores evangélicos que criaram auto-consciéncia da relevancia no na elaboracao teoldgica. Este grupo organizou a Fraternidade Teol6gica Lat Eles perceberam que precisavam observar os problemas e necessidades da realid mo aplicar a mensagem biblica a partir do contexto latino-americano. Ve bboragio teologica da FL nas suas varias fases e o valor de sua contribul bra “Teologia no ocidente moderns a editors “Cia. de Escritores”, a qual indicamos a leitura di Open a eroui uma desagregacso geralj Cada nacao p 6..Ger um ceticismo com relago as possibilidades da c asses filosoficos, 2 filosofia moderna passoul pi vimento de volta as fontes da Antiguidade. J elo circulo humanista de Florenga se produziy um udos dos humanos. época e deu 9) Houve também is vertentes da & , P-120) 96 JAKOB BURCKHARET: em 1to-conhecimento do ser humano. Nos Ensaios de e subjetividade. (HELFERICH, 1992, p.135) através de distanciamento. Surgiu a “razdo ra deixou de ser vista que tinha sido utilizada por 1.500 de Universo. A formulago da mecanica on, transformou a histéria da ciéncia de Clatidio Ptolomeu (do século Il d.C.) central do mundo e 0 2 passaram a ser completamente abandonados. amento, 0 conceita de ciéncia e a compreensao do 5 por motivos religiosos. Até o século XVII (periodo ssionalizago), 0 pensamento cientifico permaneceu so. Inclusive as idéias de Copérnico, somente se tornaram rem sido editoradas e .dlogo luterano m como apresentad; ‘amo po! janchthon e Calvino nico. O livro principal x de obras proibidas pela Igreja Catélica 71-1630) foi um dos poucos a Copérnico. (HELFERICH, 1992, p.140s,) s ideias de Cop me aliieu 642) foi quem levou as ideias de Copérnico adiante em seus expe e ref No entanto, quem conseguiu provar ; matematicamente o movimento dos planetas fol Isaac Newton (1643-1727). pela | Nele a Matematica, as Ciéncias Naturais e 0 conhecimento de Deus ainda *4 (HELFERICH, 1992, p.143s.) eram vistos conjuntamé O Empirismo' gerau 2 Filosofia moderna, rompendo radicalment ‘Apart de Tomas Hobbes’ se apregoou um naturalism moderno, sistema completo de hlosofa da experiéncia. Entendia-se que os fendmenos se tealzavam mecanicamente, Havia uma lipagso montsnca com fendmenos, de forma que ndo hava interesie pelo que estaria por detras das coisas, até ent3o vistas como verdades clernas. 0 ser humano € 05 animais, eram vistos como prisionciros do mecanismo dos sentidas. A religido era lei de Estado Fla no era flosofia, mas sim somente crenga. (HIRSCHBERGER, 1967, p.197-204) Para Hobbes, a souedade sem um estado poderoso se destruiria por 5150, (HELFLRICH, 1992, p 165) 0 estado recebeu dele onome de “Leviaia"". NX existem valores absolutos. Justica e injustiga sdo vistas, como frute de convensdes estabelecidas pelos seres humanos. (REALE; ANTISERI, 2005, p.82) Jo30 Locke (1632-1704) defendeu que exclusivamente pela experiencia se estabelecia © conhecimento, NSo havia, para ele, verdade inata. As Idéias cram simples impresses sensiveis. (HIRSCHBERGER, 1967, p.210- 212) A experiéneia passou a ser vista como “limite intransponivel de todo *:10A21000t em tsopmnwanoe, conhecimento possivel”, Amente era entendida como “uma tabula rasa na “Pt menrstez007 qual apenas a experiéncia inscreve os contetidos”. (REALE; ANTISERI, 2005, p.93) Com David Hume (1711°1776)/o)empirismo chegou 2 seu epllogo irracionalista. Defendeu que a natureza se sobrepunha a razl0. Em Hume, ‘o empirismo renunciou a propria Filosofia. (REALE; ANTISERI, 2005, p.131)A azo no pode ser contrapor 8 paixdo na conducdo da vontade. ArarSo no tem como guld-la. A moral é utiltarista. A religiSo no possul fundamento racional. A idéia do divino procede do medo da morte, (REALE; ANTISERI, 2005, p.141) Inclusive a conexao entre religioe ética foi negada por Hume. Defendeu que a ignorancia 6 a mae da devocdo religiosa (REALE; ANTISERI, 2005, p.143s,). Ele rompeu definitivamente com a metafisica (HIRSCHBERGER, 1967, jemenrerminto, p:231), Para ele, 6 hé o mundo sensivel,, © tempo e os homens. O ser humano & auténomo, libertando-se de tudo que & sobre-humano (HIRSCHBERGER, 1967, p. tava aberta para lluminismo com sua concepcao de homem ideal e universal, moldado pela natureza e pela razdo. $6 se admitia 0 que era acessivel ao conhecimento natural. A existéncia de revelacdo divina era, fi fatten retersienersat Mpspetcom: principio, descartada, < 561d aAeE 0). A porta es Os questionamentos céticos de Hume influenciaram rant, Srduindero 8 elaboragdo de uma filosofia cionalismo critico. (MARCONDES, 2005, p.207) Para Kant, ndo se pode provar a existéncia de Deus. Ele »egou qualquer valor a metafisica, Nao € para menos que Kant saudou o lluminismo* como “saida do homem do estado de minoridade®. (KANT, apud REALE; ANTISERI, 2005, p.217) O tluminismo se constituiu como um movimento de ideias filosoficas e poiticas que se propagaram pela Europa (especialmente na Franga, Inglaterra e Alemanha), caracterizando-se por confianca plena na razdo, na ciencia ena ‘educag30 coma meio de methoria da vida, Desenvolveu uma visio otimista da vida, da natureza e da historia, as quais 1 encaminhavam para o progresso. A razio critica atuaré como luz da humanidade. Tudo que se opunhsa a ela era visto como irracional e indigno do ser humano iluminado, ou seja, como obscurantismo. (GRANADOS, 2002, p. 175.) “ ruano mana mencena nab, e642 1 (ombud come “erocailar tem Smo 104 26,1610 rome dato por Motes so etd, eat de etna don perry anc ST) cms a coremte hea caracertade plc empenho de etabeiece cits ¢ a0 come gle wn todos os camoos de exerénis mana [ABBAGHANO, 1.1.1 SCHLEIERMACHER E 0 INICIO DA TEOLOGIA MODERNA No inicio do século XIX muitos pensadores estavam desistindo do Cristianismo por consideré-Io irracional. Surgiram, no entanto, reacdes de Pessoas que procuravam fugir da tirania da raz3o. Surgiu entdo o Romantismo como corrente filoséfica. Pensadores do Romantismo vieram a influenciar Frederic Daniel Ernestt Schleiermacher (1768-1834), o qual vird a formular uma alternativa teolégica romantica, Schleiermacher é tido como iniciador da Teologia Moderna OY yc Schleiermacher foi educado dentro da viso da Teologia petista. morava. Seus pais levaram-no ao centro de formagao de professores (escola pedagdgica) da Igreja morava, em Niesky, visto que nao queriam que ele caisse sob a influéncia de uma teologia cética, que oafastasse da vida piedosa ensinada em sua casa. Ali, Schleiermacher estudou até 1785, quando se transferiu a0 seminario de Barby, onde comecou a ler escritos filoséficos de Kant, obras de Goethe e de correntes teoldgicas histérico-criticas, os quais eram oibida pelos irmaos moravos. Isto gerou conflitos, que o levaram transferir 3 Universidade de Halle, que entrementes se tornara reduto influéncia do lluminismo. Ele permaneceu em Halle de 1787-1789. Universidade de Halle era dominada pelo Racionalismo e pela nterpreta¢ao historico-critica da biblia, Um dos seus precursores foi Joao m3o Semler (1725-1791), professor e depois diretor da Universidade de 2 Biblia e 3 historia da igreja. te dacr J030 Salomao Semler, professor da Universidade de Halle desde 1752, eligi30 como sendo fundamentalmente moralidade, e sua histéria, a do melhoramento moral da humanidade. Os textos da biblia representavam uma forma local e proviséria da fé. O Deus dos judeus nao era o tureza. Eles no criam na alma como imortal. Foram influéncias viladas nos cativeiros babildnico e persa, que produziram "6:/080 sAlowko SEMLER, em en whip ncep¢o de salvagdo eterna. sree A Biblia representava apenas uma verdade parcial, igual a tantos outros reflexos também presentes nas outras religides. Entre os nao cristdos também se representaram momentos da revelacdo eterna, Isto ocorreu sempre que entre eles existiu moralidade (HAZARD, 1983, p.75s.). O que tipificou o século XVIII foi que nunca tantas obras foram publicadas contra a religido e também nunca tantas foram escritas ao seu favor (HAZARD, 1983, p.81). Em 1794, Schleiermacher tornou-se pastor auxiliar em Landsberg junto ao rio Wartha. De 1796-1802 foi capelao do Hospital de Caridade de Berlim. Entre 1787 e 1804 havia se desenvolvido o Classicismo por construcao da poesia de Goethe e de Schiller. A partir dos anos 1790 surgiu o Romantismo na Alemanha. Os roménticos interpretavam o mundo a partir de uma visio estética, o que posteriormente foi aplicado a religiao. A énfase no sentimento e na fantasia produziu uma nova mistica, gerando uma piedade estético-mistica. (GRANADOS, 2002, p.22s.) Em 1799, o rei Frederico Guilherme Ill. nomeou Schleiermacher interino no cargo de pregador da corte, em Potsdam. Na sua estada ali, Schleiermacher elaborou também os Discursos sobre a religido, obra em que procurou reconciliar o Romantismo com a religiao. (GRANADOS, 2002, p.26) Em 1802, Schleiermacher assumiu o cargo de pregador reformado da corte da Pomerania ulterior. A partir desta data, ele formulou um plano de unificagao das igrejas evangélicas luterana e reformada baseado no culto, tentando evitar que a religiSo caisse em descrédito. A partir da influéncia da coroa prussiana, a partir de 1804, foi professor da Universidade de Halle. Halle foi uma das primeiras Universidades em termos de destaque, pois em Berlim ainda nao havia uma. Ele era um reformado em meio a uma Universidade luterana, 0 que era para favorecer os planos de uniao. (GRANADOS, 2002, p.32) {1v 1809 fol fundada a Universidade Real de Berlim, onde ele foi dedo da Faculdade es Teooga eretor da Universidade de 1815 1816. Em 1817, fol eleito para presidir o primeiro sinodo sri ne Beri ere ‘a "Declaracao oficial do Sinodo de Berlim concernente 3 Santa Ceia celebrada em 30 de outubro de 1817~ Fol o intento de unit os culloy sem necessariamente estabelecer uma unidade dogmatica (doutrinaria), Em 182? fol concretizada a unificagdo da Igrela Evangélica da Prussia. Schleiermacher cooperou também para a ¢laboragao do hinario undo para Berlim. (GRANADOS, 2002, p.41) As proximas geragdes de tedlogos foram influenciadas pela teologia de Schleiermacher. Kar! Barth escreveu que ele nao apenas fundou uma escola de pensamento teoldgico, mas sim estabeleceu toda uma era te (BARTH, 1985, p.a79) eologica Nos "Discursos acerca da religido a seus desprezadores eruditos” Schleiermacher nao falou como tedlogo dirigindo-se a tedlogos, mas sim se expressou como um ser humano erudito na versio universal para dentro da vida cultural de sua época (KAHLER, 1989, p.46). Ele queria dar testemunho para dentro de uma cuttura que estava descartando Deus. Tentou defender a religido contra 0 ceticismo. No entanto, ele defendeu um conceito de religito completamente distinto, Para ele, religido era mais do que Teologia e Etica. A retigio transcendia a metatisica € d tica, pertencendo a um terceiro reino: 9 do sentimentd Eo sentido eo sabor para como infinito (SCHLEIERMACHER, 2000, p.35). Distinto do conhecimento e da a¢do, o sentimento religioso “renuncia Imediatamente a todas as reinvindicagdes sobre tudo o que pertence & cigncia ou a moralidade’. A religito no era inferior aos outros dois reinos. O conhecimento era um departamento de vida diferente do da religido, Para Schlelermacher a religido era para ser o fundamento para o conhecimento e para a agao. “O ue pode o homem alcangar que ¢ digno de se falar, se na vida ou na arte, que nio surge em seu proprio set da influencia deste senso para o infinito?” Comentando suas prelecdes sobre a religisio, GRANADOS sintetiza sua defesa, dizendo que ele “Proclama o aleance individual da reiaido « o torna acessvel ao espiritoroméntico. & umro sintese de ‘dealismo flosofco ¢ piedade morava e representa um claro avanco para a superasde do amines or parted Teolagia, Bate 0 pé ne questao da autonomia da religide contra e metafca €@ moral & ‘earesso 4 vide religiosa mesma e a ecificagdo piedosa das faculdades afetvas em contrupysyte O38 dfoamas¢ oy sistemas de ensino. A religho &‘intuicdo e sentimento’ intuio do universa, sersaysee aoste pelo infinito, & 0 ser de Deus en nds através de asso sentimento.” (GRANADOS. 2002, p83) As doutrinas e os dogmas nao sio necessarios para a religido em si. A Teologia & para refletir sobre a religido, Os que fazem opasico a relighio por causa de algum tedlogo obscuro de mentalidade estreita tém entendido mal que religido e teologia S40 duag coisas distintas. Schleiermacher levou ao extremo a visio Pletista de que a religiso devia ser sentida e experimentada, desenvolvendo a visio de que religi3o nao era nada seno sentimento e experiéncia. Até Schleiermacher, a Teologia Cristd era vista como narrativa da revelacdo de Deus encontrada na Biblia, na historia da Teologia e na natureza. Schleiermacher fez dela o estudo da experiéncia religiosa do ser humano. Para ele, “cada intuigao e sentimento original procedem da revelacao. Ele livrou 2 religiao dos seus céticos, ‘mas as custas de seu conteUdo anterior (SCHLEIERMACHER, 2000, p.47-77).. © sentimento era entendido como “auto-conscigncia imediata’, Era independente diante do conhecimento e da moralidade. Por isto mesmo, a religido no carecia de certificago de parte do conhecimento. Ela era a “consciéncia emotiva do Infinito que € despertada pelo finito”. Na sua obra ‘Dogmitica crista’, desenvolveu uma analise da autoconsciéncia crist’: Na autoconsciéncia imediata, no sentimento de dependéncia absoluta, encontrava a religiao a razo de ser. “A consciéncia do ser absoluto dependente & exatamente 0 mesmo que a consciéncia de estar em relacio com Deus” (MACKINTOSH, 2004, p.72). Para Schleiermacher, sentimentos si0 uma realidade trans-subjetiva, 41.1.2 SURGIMENTO DO LIBERALISMO Com Schleiermacher, teve inicio © Liberalismo Teol6gico. O Liberalismo surgiu primeiramente como movimento politico-social€ teve grande _influ@ncia nas concepcées politicas do século XIX, vindo depois a também transformar a vida religiosa do Cristianismo. Trouxe os principios da liberdade individual e do direito a igualdade para dentro do universo religioso, dando- thes legitimidade. As comunidades religiosas deveriam, a partir destes principios, adotar uma postura igualitaria, antiautoritaria e anti-hierarquica. Representa este movimento tipificador do novo Protestantismo 0s tedlogos Friedrich Schleiermacher, Albrecht Ritsch! e Adolf von Harnack. Areligiosidade tornou-se uma questo de ordem privada do individuo, algo que somente tem a ver com sua auto-compreenso e sua decisdo pessoal, Religido e Politica tornam-se instancias completamente separadas, “bem como também Igreja e Estado. O Liberalismo insistia na mediacdo entre religiao e cultura moderna através da traduco racional das posturas religiosas. Criticaram-se os dogmas e os ritos. As verdades absolutas foram vistas com ceticismo, e foram acentuadas as conseqiiéncias praticas comportamentais da fé religiosa. Promoveu-se o elemento ético da religio, 1. KOOL VON HABNAC em bem como 0 estético. Como critério decisivo nenhuma ajuda adviria de Ieferoreito Voripetcon.em2hie.2012 aytoridade eclesiastica, mas sim as perspectivas de utilidade vivencial da busca de significado religioso e de orientagio existencial. Até hoje, 0 Liberalismo tem influenciado a religiso vivenciada na pratica i A vida religiosa tornou-se algo desvinculado das instituigdes religiosas ou de preceitos normativos dogmético-teolégicos, salvo para uma minoria comprometida. A membresia eclesidstica diminuiu progressivamente A Teologia Liberal tentou adaptar a Teologia a Cultura e 3s formas de pensar._modernas. Pelas transformagées ocorridas na cosmovistio moderna, o liberalismo creu que a mensagem biblica como tal tornou-se incompreensivel ao ser humano hodierno. Tentam, entdo, repensar a fé para continuar de valia para ser humano. fs categoria’ wsadas na biblia para falar da experiéncia religiosa sao, na compreensao liberal, mutdyeis, Ao mesmo tempo, o liberalisme rejeitoua crenga religiosa baseada exclusivamente na autoridade. AS concepy hin ham de passar pelo teste da razdo e da experiéncia. Tudo estava sujeito a reavaliacao. Ateligitio te ie isar passat por uma andlise critica. A prépria Biblia ndo era entendida como um registro, infalivel & Costianisino” passou a substituir a autoridade das Escrituras e dos credos. ide anencia de Deus, Deus era a vida do mundo. Ele era encontrado na vida, € Jo. snmente na Biblia 1 Ludo, nao podendo, portanto, haver distingo entre natural e sobrenatural.. t 1 jerdade racional e a virtude moral. \. {vy da eeligiao urn sentimento que estava por detras das instituigdes e credos das Jc le que capacitaya o ser humano a integrar sua personalidade e, assim, atingir to rahificava a presenca de Cristo no mundo. O pecado era a imperfeicao,, inoturidade da humanidade. A salvagdo e redencao eram a remogao destes soderia ser mudada pela persuaséo e pela educagao,. q ais tinham sua mais alta expresso. A ora¢do aumentava a sensibil efivios moras, como estabilidade, auto-controle e paz de espirito: jnista com relagio ao ser humano. O reino de Deus se realizaria através de um estado J iprejn colaborava para a concretizagéo do reino de Deus & medida que imitava t egadamente. ant e sua reje ede odo raiodno transcend aa nocher definiu a religido como “sentimento de dependéncia absc 1h era 0 sentimento. A reli dara i 1 que ser adequada aos" "novos tee Surgido no sécuio XIX, n2 Alemanha, o Liberaliso Teologica apareceu em uma epoca de revolusso. Aquela era uma époce de profundas transformaySes. Ess "AO. uso Tinh uma 2drengénca triplice, come veremos 2baixo: Politica (em 1789, dere-se 2 RevolucSo Francesa) Revoluc3o Epistemolégica® (advinda de Kant) No mundo das emogSes (exemplificada e7 Goethe]: 3 experiéncia consigo mesmo. Estas trés revolucbes dese mpenharam um papel reisvante nas elaboragies teclog'cas desta epoca. Era uma €poca pré-romantica, em qué as pessoas fariam tudo pare manter a experiéncia religiosa, sem necessariamente manter intactos os conteudos da Teologia. A experiéncia, 0 sent~ento, 2 consciéncia des ~esmo, 2 piedade sdo todos conceites relevantes cunhados nesta época (principalmente em Schieiermacher] e marcardo os tedtogos no decorrer dos séculos que se sucedem. Schleiermacher reagiu frente a0 llunismo e tirou conseqiéncias pare a Dogmatica Crista. Pare ele, a verdade no tinha so a ver com o pensar, mas tambem com 0 Ser. Se antes se buscava a esséncia do pensar, agora se perscrutava a esséncia da pratica O pensar e o ser foram vinculados. Neste sentido, Schleiermacher questionou as idéias kantianas. No seu livro “A critica da razo pratica” se preocupou com a cuestdo: Como se pode conhecer a Deus? Schieiermacher se questionou sobre: ‘Todas experiéncias s30 experiéncias vinculadas ao tempo? Kant, com seu “imperative categorico”, estabeleceu que o importante era o cumprimento do dever. Deus se tornou 0 ser que garantia a pratica da ordem moral. Deus era 0 postulado interior da ética kantiana. Schleiermacher foi querer, pelo contrario, reservar um espago auténomo para a retigido. Religido refletia um tipo de experiéncia distints daquela expressa por Kant (de que Deus era 0 principio mantenedor da pratica do imperativo categorico} © idealismo ético de Kant tinha levado a rejeic3o de todo raciocinio transcendental. Schleiermacher contrapés a idéia da religido como condico do coracdo, cuja esséncia é 0 sentimento. Com isto, @ religiso passou a ser vista como experiéncia individual de dependéncia de Deus. Assim, se constitui uma posicao distinta também do idealismo absoluto de Hegel, que enfatizava a estrutura racional no mundo como existente 3 parte das mentes individuais. Se para Hegel o real era apenas 0 racional, para Schleiermacher a experiéncia com Deus escapava ao controle da razio. A fé e a experiéncia religiosa foram defendiidas como autonomas. 0 liberalismo passou a se dedicar 3 pesquisa sobre o Jesus historico, através de Strauss e Ritsch!, contrapondo-o a0 Cristo da fé. Pensou-se estar, assim, na busca de esséncia do Cristianismo RESUMO DO CAPITULO 1 ’ teak? Se * Oalvo deste capitulo foi nos introduzir no pensamento moderno, que preparou o caminho para a ‘Teologia Contempordnea. A modernidade foi marcada pela desagregacao. Em vez de buscar 0 Deus infinito, passou-se a procurar o homem infinito. A partir do século XVIII iniciou a énfase cada ver maior na experiéncia. O ser humano queria ser liberto de tudo que se dizia sobre-humano. Ele s€ entendia independente de Deus. + Schleiermacher tentou superar 0 ceticismo, definindo religio como sendo sentimento de dependénci: absoluta. Fé nao era para ser vista como ciéncia nem moralidade, mas sentimento e consciéncia de que dependemos. Religido n3o ¢ inferior a ciéncia. Ela possui autonomia. + Surgiu o Liberalismo. A religiéo ganhou énfase fortemente privada. Omundo havia vivide transformagoe’ politicas, na forma de organizago das idéias, bem como no universo das emogées. Acentuou-se | experiéncia individual e auténoma com Deus, que nao é controlada pela rarao. 5=Epistemolona€ 2 lnc do conhecimento, ave trata d forma come extutvram oe neneamentos Rica: humana NIN T ON Cah ep ee 2 Lae ka arc homer uluer lores Oy dlevcan a Mau ANOTACOES chen a a tol Log. Je Mey nye pol aren un Wow nig de ow feast de pate te eu . ax oe 4 h i aad ipdis hfe ou che” O tain dd bev ee Quit lind cre fous de tp Cole wwe @ GUS =p ctu Cow @ dove dan ¢ ; se IG Te pa pytivap. Ne fis Pa poe fawmnos be ate TM Cae (aT mea ——__ MMos vom 2 tle dyalidads . buon ome GaGe. {inane Fak nw Taina: prank Keays soba wv beaitiwa BOT Bako phen 2" indircu nie, mes andr of fet ole ep 2g Romi ne 4 Wid W Contin © Dy RA wo rece GON Las 4 id yer deme | fain g> 4 SS otinde aun | Ke ye oewatrg os wobbuer «eth. fre to CaWiAsm? eR 2 fos bokeoos Lidisory Combnpe varia bene, Prseca Ve ous. 4 0) “Tes Wp olin ap. Ou yah x sé now, et howe’ wWWwaengmrie cen * Dus, do tole iy Ls mie o| ue imeerk Ob! nobunoode Be eae: Lepr nao ‘% sc. ol iNaorde po. wdtwsy ob Lacks i Sg _ wa CLAVE, sAloselu, bon kon, usveuales we Jasin ods bee SPAMA RAGE “pulp Vg? doy > a falurar cor acl Rong puceda (g i th S Chegou a hora da autoatividade. Vocé fara uma revisGo do capitulo, responderd as questées, destacara a folha da autoatividade e a entregard para o professor na préxima aula. Boa revisGo e otimos resultados! “Cead tua. ota . “ES Varad commas Wrog lar CAPITULO o TEOLOGOS LIBERAIS on) a = Ee a < es al, iniciada por Schleiermacher, teve muitos seguidores. neste capitulo, o perfil teolégico de dois: eu em 18 1ava desde 1810 e Em 1839 Ritsch i atividade académi c ) de 1841 até o veréo de 1843, le. Procurou aulas do Prof. Friedrich August ivamento, com 0 qual se decepcionou cienti Filosogia Hegeliana e Doutrina da Reconciliaggo. Em maio de 1843 tornou-se doutor em Filosofia pela Universidade de Halle. Pesquisando em fontes da Patristica derruboua tese de que o Evangelho de Lucas teria sido mutilado por Marcigo. Apresentou esta tese como trabalho de habilitagao para a docéncia na Universidade de Bonn em 1846. De 1846 a 1864 foi docente em Bonn. Neste periodo, afastou-se da “Escola de Tubingen”, visto que rejeitou a teoria do conflito radical entre o judaismo petrino eo helenismo paulino. Defendeu a veracidade do evangelho de Joao. Ritschl defendeu a prioridade da Comunidade (lgreja local) sobre os individuos. Distanciando-se de Schleiermacher, defendeu que a religido atua, “A, ‘30 Nos Sentimentos, mas na vontade. A revelaco é uma “declaragio da vat s vontade de Deus para a criacdo de uma comunidade entre ele ¢ os seres no mY humanos, bem como entre eles entre si” (SCHAFER, 1988, V.29, p.224). 7 Defendeu também que aquilo que era chamado de “justificacao", hoje se Aa intitula “reconciliago” (SCHAFER, 1988, v.29, p.225). Como ele definia a =» f€ cristd, dogmaticamente, como uma decisio religiosa da vontade, pode [:F TNOWCh em enwnindncrsen agora construir a ética diretamente sobre isto. (SCHAFER, 1988, v.29, p.225) Em seus “Comentarios a respeito da ira de Deus” defendeu que, no Antigo Testamento, a ira de Deus nunca é posta sobre o povo da alianca, mas sim s6 sobre os que se rebelam ou sobre outros povos. Enquantono Novo Testamento Cristo exercita 0 juizo assim que o ser humano, através da fé, é reconciliado com Deus. Para Ritschl, a respeito de uma ira de Deus sobre o pecado hereditdrio a biblia nao fala nada, e uma reconciliagso através dos sofrimentos de Cristo Ihe é estranha, (SCHAFER, 1988, v.29, p.226). De 1864 a 1874 foi Professor em Gottingen. Neste periodo ele explicitou seu principio cristolégice: “Cristo € 0 portador da revelacao e assim também 0 arquétipo (“Urbild”) da religio subjetiva; quem quiser entendé-lo precisa primeiramente percebé-lo com convencimento advindo da fé. Sua divindade esta em que ele é eternamente querido por Deus € que seu alvo final é idéntico ao alvo final de Deus. reino invisivel de Deus como organizacao ética e a igreja como comunidade religiosa visivel compreendem as mesmas pessoas (SCHAFER, 1988, v.29, p.227) A partir de 1867, Ritsch! pesquisou sobre aquele que sera o tema de sua vida “A doutrina cristé da Justificagao e da reconciliacao” (obra em trés volumes, publicada de 1870-1874). Ele considerava o cristianismn0 ‘como uma elipse com dois focos: oreino de Deus e a redenco ou justificagSo. A justificago elimina a consciéncia de culpa, 0 que conduz & reconciliagdo com a vontade de Deus. Rechagou o conceito de ira penal de Deus. Cristo morreu como resultado de sua suprema lealdade 3 su vocagao, O individuo experimenta os efeitos da reconciliagéo unicamente em conexdo com a comunidade fundada por ele, (BROWN, 1989, p. 918. ) Ao rejeitar 0 conceito juridico de justificacdo, Ritschl via a “a morte de Cristo nao como uma propriacée pelos pecados, mas como o resultado da lealdade & Sua vocacao para levar os homens a plena comunhao com Deus pelo compartilhar da Sua prépria consciéncia de filiacao.” (PIERARD, 1990, v. 3, p. 314) “recebiment® 0 ético e 0 religioso so tratados com 0 mesmo peso. A justificagio foi definida como recede (aceitagao) de pecadores na comunhdo com Deus”. Reconcilia¢o é concordancia confiante com a vontat Deus. (RITSCHL, citado em SCHAFER, 1988, v.29, p.229} . ebendo Lecionow em Géttingen de 1874 a 1889. Neste periodo avaliou a doutrina de Schleiermacher perce seu grande erro como sendo nao ter visto a religido como movimento da vontade, 0 que levou-0 a0 pan a0 sacerdécio hierarquizado e ao conflito entre igreja e estado. " em a nc Desde os anos 1870 Ritschl foi atraindo estudantes, “formando escola”, A sua escola pertercet 23° Herrmann, Julius Kaftan, Adolf von Harnack e Ernst Troeltsch, entre outros. (SCHAFER, 1988, v.29, P ——— Em Ritschl, a fé é fortemente tornada ética. A salvaco compreende uma nova ética e a realizac3o do reino de Deus. Ritschl era um pesquisador incansdvel. Ele dominou trés dreas de estudo: Novo Testamento, Histéria do Cristianismo e Dogmatica. Entre 1870 e 1874, Ritschl publicou, em trés volumes, sua obra-prima: Die Christliche Lehre von der Rechtfertigung und Versohnung (A Doutrina Crist’ da Justificagio e Reconciliagdo). Os trés volumes desta obra tratam dos pontos de vista: (1) do Novo Testamento; (2) da Hist6ria do Cristianismo; (3) da Teologia Sistematica. O autor apresentou uma reinterpretacao moralizante da fé crist em termos especialmente atraentes para os protestantes alemaes daquela época. Devido as criticas, nas edigdes posteriores Ritschl sublinhou a justificagio como aco concedida por Deus. Com 0 conceito de reconciliaggo ele entendeu a tarefa humana de tornar palpavel 0 reino de Deus através da ética. Os seres humanos concretizam o ideal do reino de Deus quando sao libertos do reino do pecado e ‘capacitados a confianca em Deus € ao amor ao proximo. (HELMER, 2000, p.586) Ritschl apresentou-se como um estudioso do Novo Testamento e de Lutero, com uma interpretagao liberal da fé crista. Isto quer dizer: ele enfrentou os ortodoxos com suas préprias armas. Ritschl argumentou que os ortodoxos dos seus dias erraram por confundirem a doutrina crist com a metafisica. Por sua parte, Ritschl insistiu em rejeitar a metafisica’, eliminando-a da teologia. Agostinho fez teologia de uma base platanica, e Tomas ‘de Aquino argumentou a partir de pressuposigées aristotélicas. Lutero — 0 herdi das mais diversas teologias alemas - desvinculou a teologia da metafisica. Para Ritschl, a ortodoxia protestante restaurou a metafisica & teologia. Compete a Ritschl reformular a teologia sem metafisica. Dessa maneira Ritschl se apresentou como ‘©. campedo do verdadeiro luteranismo de sua €poca 7 Os escritos de Ritschl contra a metafisica eram, na realidade, contra a ortodoxia protestante. Os escritos de Ritschl também continham numerosos ataques contr: misticismo. Aqui, outra vez, seus argumentos antimisticos foram, na realidade, ataques contra o Pietismo’, uma outra ala do protestantismo alemao. Ritschl escreveu uma obra critica ao Pietismo: “Geschichte des Pietismus” (Histéria do Pietismo), em trés volumes, onde o interpretou como se fosse um novo tipo dé monasticismo, Ritschl rejeitou tanto a Ortodoxia como o Pietismo. Como ele acusou os ortodoxos de confundirem a metafisica com o cristianismo, também rejeitou 0 Pietismo como uma infiltracdo do misticismo no pensamento cristo. Das reinterpretacdes de Ritschl, a mais importante ¢ sua leitura da obra redentora de Cristo. Ritschl apresentou uma nova teoria de expia¢o ~ a teoria da influéncia moral. Tedlogos do século dezenove como Albrecht Ritschl (1822-1889) e Ernst Troeltsch (1865-1923) procuravam encontrar o espaco da teologia no mundo pés-Kantiano. Mas talvez tenha sido o tedlogo suigo Karl Barth (1886-1968) quem melhores resultados alcangou nessa direcdo. Barth, insatisfeito com as solugdes propostas pelos tedlogos do século dezenove, e inspirado por criticos como Soren Kierkegaard (1813-1855), Friedrich Nietzsche (1844-1900). Wilhelm Herrmann (1946-1922) e Albert Schweitzer (1875-1965), deu inicio no perfodo entre as guerras mundiais a um movimento teologico que buscava alcancar aquilo que a teologia oitocentista nao havia conseguido: uma teologia nao iluminista e pés-Kantiana, que ndo se evaporasse & medida que fosse produzida, que nao fosse redutivel a nada além da teologia cristd propriamente e da revelagao de Deus em Jesus Cristo, Na “teologia da crise” de Barth (do grego “krinein’, julgar), ndo é a infinita bondade de Deus que é salientada, como na teologia deistat, mas juizo divino sobre tudo que se revela humano, sobremodo humana, inclusive a religiao. Ritschl foi influenciado por pensadores como Immanuel Kant, Friedrich Hegel e Friedrich Schleiermacher. Em seus estudos deu @nfase ao Novo Testamento, Historia do Cristianismo e Dogmatica. Essa énfase ¢ claro em sua obra “Die Christliche Lehre von der Rechtfertigung” (A Doutrina Crista da Justificacao e Reconciliacao) publicada em 1870 em trés volumes. Como tedlogo protestante alemao, estudou nao somente 0 Novo

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