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Argo Faces do gerencialismo em educa¢ao no con- texto da nova gestao publica Marcelo Soares Pereira da Silva lorena Sousa Carvalho Universidade Federal de Uberlandia Resumo © presente estudo analisa 0 Plano de Acdes Articuladas (PAR) no contexto dos novos modelos de gestao e das politicas educacionais que vem sendo implementados soba Sle da chumacls Nove Gosto Pibia NGP © sua petspectiva calcada no gerencialismo. Para tanto, serdio discuidos os elementos que estruturam a NGP. com des- aque pare a dimensdo da requlagso, da accountability. do planejamenta es mace e do governg eletrOnico e suas relagdes com a gestdo da educa¢ao e, mais especitica- mente, com o PAR. Ao final, sGo apresentadas algumas conclusGes que evidenciam o sentido do PAR frente & NGP como uma das faces do gerencialismo em educagdo. Palavras-chave: Politicas educacionais. Gerencialismo. Gestéio educacional. Managerialism faces in education in the context of new public managemen’ Abstract The present study analyses the Plan of the Articulated Actions (PAR) implanted in context of the new management models and of the educational politics under the aegis of what is called New Public Management (NPG) and its perspective from the manege- rialism. For this, it will be discussed the elements in which NPG is strutured, with enfasis for the dimension of the regulation, of accountability, of the strategic planning and the electronic government and is relations with the educational management and, more sp= cifically, with PAR. At the end, we presented some conclusions that evidence the meaning of the PAR in front of NPG as one of the managerialism faces in education. Keywords: Educational politics. Manegerialism. Educational management. Revise dvcopi om Qo, Noi. 0,34, p 21-209, tse. 24 ail 212 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio plies mo en la educacién en el contexto de la nueva gestion publica Caras del gerenc Resumen Este estudio analiza el (PAR) en el contexto de los nuevos modelos de gestién y las politicas educativas que se estan desenvolvendo bajo los auspicios de la denom- nada Nueva Gestién Péblica (NGP) y su perspectiva gerencialista. Para ello, vamos a discutir los elementos que estructuran la NGP, destacando el alcance de la regulacién, de la accountability, de la planificacién estratégica y de el gobiemo electrénico y su relacién con la gestion de la educacién y mas concretamente con el PAR. Al final, preser- tamos algunas conclusiones que muestran el sentido PAR ante la NGP como una faceta de el gerencialismo en la educacién Palabrasclave: Politica educativa. Gerencialismo. Gestién de la educacién. A condugdo das politicas ptblicas vem passando por importantes as quanto 4 sua impl a A a ‘A busca por mais efetividade, na realizacdo dessas polilicas 6, cada vez mais, reclamada por diferentes setores sociais. Nesse sentido, a perspectiva de pla- nglamente-e-do~ontele octal sobre essas polificas tem assumido contornos fiversos, seja com a criagdo e institucionalizagGo de orgdos ¢ instituicbes que assumem essa tarefa, seja com o desenvolvimento de novos modelos e ferramen- tas de gestao, Novos marcos coneeituais vém se consolidando na direcao de fortale- cer modelos de gesido de cardter gerencial. Principios diretrizes que vinham sendo construidos no cainpo da G0 fa gestao da produgao no setor privado, vaio sendo, crescentemenie, incorporados nos modos de se pensar ¢ realizar a gesitio publica. Planejamento estratégico, eficiéncia e eficdcia, controle social, respon- sabilizagdo, vao se conssfituindo em pilares orientadores dessa nova gestéo plblica. Ao lado desses pilares, também a incorporacéo das novas tecnologias da informagao e comunicacGo vem configurando um elemento esiruturante nessa Tova geslao publica, o que ajuda a compreender os conlomos de governo ele- trénico introduzidos por esses novos marcos. Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Argo Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ Na verdade, essas mudangas conceituais e metodolégicas que susten- tam a neva gestdo publica se articulam a um contexto mais amplo de avanco do pensamsnis ReONbSTaT no contexlo da globalizacdo e alcanga os diversos selores das politicas ptblicas, inclusive o campo educacional. No caso brasi- leiro, tais mudangas fomam corpo e so introduzidas de modo mais sisiemalico no contexto da Reforma de Estadeiniciadenesanas.de 1090, porém adentram aos anos 2000, mesmo com o novo quadro politico que assumiu 0 executivo federal de 2003. Nesse sentido, varios elementos da nova forma de compreen- der e organizar o funcionamento do Estado iniciados nos governos de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) tiveram continvidade ¢ se aprofundaram nos goveinos de Luis Indcio Lula da Silva (2003-201 0} Dilma Vana Bousseff (2071-2014) — E perttinente, no Gmbito deste estudo, analisar as bases da chamada Nova Gesto Publica (NGP], sua relacdo com a perspectiva do gerencialismo eee ‘govemno eleGnico e seus desdobramentos no campo da educagao, especial mente a partir da institucinalizagao do Plano de Acées Articuladas (PAR). Nesse movimento de andlise, num primeiro momento, procurarse-d se deter nasiaizes— do -gerencilisme pars_emseqtrsiior ‘os elementos estruturantes da NGP e sells desdobramento na gesiéo da educagdo. Ao final, a preocupagdo de como (© PAR deve ser compreendido para além de uma ferramenta de planejamento gesido uma vez que traz, em si, nos seus fundamentos, na sua forma de organi- zagdo e estruturagdo elementos que coniribuem para aprofundar na educa¢ao, publica, processos € praticas gestoriais que vém sendo implementadas em outros selores da vida social. Reforma do Estado e neoliberalismo: o geren: raizes Nos anos de 1990, concomitante com as reformas sociais e educa- cionais implementadas nesse periodo, se delineou a chamada Reformerde- Estado, o que implicou profundas mudancas no papel e nas formas de atuacéio do Estado frente & sociedade e deixou suas marcas até os dias atuais. O pro- cesso de Reforma do Estado brasileiro, na década de 1990, se desenvolveu no contexto da coneretizacao da politica neoliberal em diferentes paises da América Latina nnn —_—_———————_ Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 213 214 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio plies O neoliberalismo originou'se apés a Il Guerra Mundial, na regido da Europa e da América do Norte, Consmumuse em uma maliz teérica e politica fortemente contra o Estado intervencionista e de berrestar. Nos anos de 1970, se aprofundou a crise do Estado de Bem-Esiar Social ¢, nesse contexio, os neoliberais consideravam que © cardter intervencionista que esse modelo de organizacdo do Estado assumia, demandava muitos gastos piblicos, destruia a liberdade dos cidaddos ¢ inibia a live concorréncia. Nesse sentido, aposta- vam que o modelo de Estado neoliberal era a solugdo para a crise econdmica que se vivenciava. As bases de sua politica econémica, oriunda do século XX, cujos principais representantes sGo_ Hayek ¢ Friedman, tem como principio o estabelecimento do Estado Minimo, ou seja, a inibigdo da interferéncia do Estado Nacional na’economia € nas politicas sociais para se fornar um ente regulador. Como afirma Anderson, o neoliberalismo Tata-se de um ataque apaixonado conta qualquer limitagdo dos mnaconismes de mercade per pare do Esads, denuncadas come uma ameaca letal éliberdade, nao somente econémica, mas tam bém poltica (ANDERSON, 1995, p. 1) Ainda de acordo com Anderson [1995], sao caracierislicas das poli cas neoliberais: a contragGo na emissdo monetaria, a elevagdo das taxas de controles sobre os fluxos financeiros, o desemprego maci¢o e 0 enfrentameto do movimento organizado dos trabalhadores por meio de uma nover legisla Go antissindical, © corte, nos gastos sociais, e a privatizagdo dos servicos publicos. A tedelinicdo do papel do Estado na perspectiva neoliberal, a partir dos anos de 1990, se desenvolveu no contexto de reestruturagdo do modo de produgdo capilalista, tendo, como eixo central, a globalizagao. Nesse sen- tido, Gémes afirma que o neoliberalismo LJ recupera de imediato a globalizagéo ¢ apresenia a compel lividade no mercado mundial como objetivo e critétio crucial das mudangas radicais que sustenta de longa data na politica econé- mica # nas palticas em geral (COMES, 2000, p. 50) A globalizagdo néo se deu no campo econdmico, tampouco no campo politico. © processo de globalizacao se realiiza no contexio do modo de produgdo capitalista € traz diferentes dimensdes, fais como: a dimensdo Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Argo Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ cultural, politica, econémica, arlistica social e educacional. Para Gémes, a globalizagao consiste em [...] interconexées globais, néo somente no campo econémico, mas ha uma facilidade e freqiéncia com que informagées, con- taminagdo ambiental, migrantes, turismo, armas, imagens, ideias, doengas, ctiminalidade, e., fem através de fronteiras ransnacio nal e global (GOMES, 2000, p. 53}. Na verdade, a glabalizacéo néo é um fenémeno novo, visto que € inerente co capitalismo. Ela nasce e se intensifica com o proprio desenvolvi- mento do médo dé producGo capitalisia. O capitalismo, enquanto modo de produgdo, busca, cada vez mais, alastrar.o comércio intemacional, intensi- ficando 0’ mercado global. Nesse sentido, a globalizagdio deve ser tomada como um proceso de alastramento desse mado de produgdo e circulagéo de mercadorias, buscando uma universalizagao da légica capitalista no contexto da sociedade contempordinea. A ideia ¢ de que a ampliagdo do comércio intemacional, conforme a lei do mercado, se consfitviria na fonte do desenvol- vimento do processo econdmico € social de todos os paises. Nesse quadro, uma nova organizagdo de Estado se configura, 215 havendo uma diminuigcio de gastos publicos, que passa a ser realizada por agéncias de outros setores que néo o Estado. Para tanto, o Estado passa a funcionar com caracteristicas do mercado, provando uma modificago no seu papel, uma vez que o selor piblico passou a buscar uma nova forma de orga- nizagdo e gestéo, baseada na iniciativa privada. Acesatégia, portanto, é reformar 0 Estado e diminuir sua atuagéo ra supergracrise. Omercado € que deverd superar as falhas do Estado, e assim a légica do mercado deve prevalecer inclusive no Estado, parc: que ele possa ser mais elicientee prodtivo PERONI, 2003, p. 2) Os valores do mercado foram incluidos de diferentes formas na esiru- tura do Estado, por exemple, pivalizacaieconiiatacao de servicos exienes, toxagdo de servi 6 Temse um modelo de organizagdo do Estado cada vez mais orientaido pelo pragmatismo, voliado para os interesses do mercado e para i dade, a eficiéncia e a eficdcia, dentro de um novo pacto) Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 216 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio pica No Brasil, embora as agdes, Gesenvelvidas nos governos de Collor de Melo e ltamar Franco, entre_1990 ¢ 1994 nealiberal, a consolidagao de politicas Sisieniodas nesse idedrio se deu, prin- cipalmente, a partir dos govemos do presidente Fernando Henrique Cardoso: (1995-2002), quando se implementou o Plano Disetorde Reformade Esato de 1995. Esse plano foi criado considerando 0 enfrentamento da crise econé- mica brasileira. Nesse plano, foram delineadas diversas mudangas aplicadas na administracao publica em diferentes setores, sendo que essas reformas apre- sentadas tiveram reflexos nos governos subsequentes com a continuidade dos direcionamentos da politica neoliberal contida no Plano Diretor. © objetivo da Reforma do Estado brasileiro, segundo 0 Plano Diretor era [...J reforgarg governanga ~ a capacidade de governo do Estado ~ através da erueas pogamode de um tipo de administracao piblica butocratica, rigida e ineticiente, vattada para si propria © para o controle infemo, para uma adminishragtio publica geren- cial, flexivel ¢ eficiente, voltada para o atendimento do’ ‘cidade (SASL 19S, pT —_— Além do mais, 0 Plano Diretor trazia algumas perspectivas para a at- acdo do Estado a partir da redefinic¢Go de seu papel. © Estado reduz seu papel de executor ov prestador direto de ser vigos, mantendose, eniretonlo, no popel dexegulador e provedor oupiomotor desies. principalmenie dos servitoeseciaincomecde — cagGo © satde, que sdo essenciais para o desenvolvimento, na medida em que envolvem investimento em capital humane (BRASIL, 1995, p. 13}. O Estado passaria a nado ser mais fomentador de beneficios piblicos assumiria outro papel, como o de gerenciar, induzir e regular as politicas. Assumiria, enido, um novo tipo de cat ‘ogetencialismo. Temrse, desse modo, um processo combinado de diminui¢éo do Estado e ampliagdo da sociedade civil (VIEIRA, 2011). Castro, ao caracterizar 0 gerencialismo, destaca que A gesiéio gerencial coracteriza-se pela busca de efciéncia, pele redugdo © pelo controle dos gastos piblices, pela demanda de melhor qualidade dos servicos piblicos, pelos modelos de Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Argo Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ avaliagdo de desempenho, por suas novas formas de controlar 0 oroamento © 05 servigos publicos e pela descentralizaigao adminie- trativa, que dé maior autonomia ds agéncias e aos departamentos. Além do mais, o gerencialismo ou gestéo gerencial também tem ‘come caracteristicas a reducdo € o controle dos gastos piblicos e 0 modelo de avaliagtio por desempenho — que sera fundamental no mbito educacional (CASTRO, 2008, p. 3}. O Estado assume um cardter gerencialisia e, nessa perspectiva, objetiva priorizar a busca da eficiéncia Sees, reduzir gastos com o setor piblico, além de controlar e introduzir modelos de avaliagdes que focam o desempenho individual, visando aferir 0 produto e instalando a competitivi- dade ea 1 escent zac como pilares dessa eficiéncia e eficdcia segundo Machado (1994, p 20), “[...Jo gerenciamento constitvi a base do. ee da qualidade total, pois visa nao sé estabelecer € manter, mas melhorar os padrées.” Ainda de acordo com a autora, existem dois tipos de gerenciamento: gerenciamento pela organizagGo ou de rotina e ger ciamento interfuncional, O primeiro tem como objetivo o controle das tarefas cotidianas, por meio de processos repetilivos. Esse nivel de gerenciamento requer planejamento e execucdo. O segundo tipo visa 4 construcao da visto da organizagdo, de seus objetivos estratégicos, tendo em vista a melhoria dos processos e 0 enfrentamento da competicdo. Esse novo tipo de administragdo e gestdo passa a ser o alicerce da nova organizacae do Estado que se configurou no final do século XX e principio do século XXI, articulado também aos processos de reestruturagéo produtiva e cde mudangas no mundo do trabalho e da produgao. Essa perspectiva de orger nizagao do Estado dissemina a ideia de que tudo o que é tui No contexto do gerencialismo, a légica do mercado se inseriu, cada vez mais, nos espagos publicos, num proceso em qué o selor publico tem incor porado na sua dinémica de funcionamento aspectos da cultura empresarial compelitiva. Tém-se, dessa forma, as bases do gerencialismo que ird orientar @ reorganizagdo do trabalho, tanto no setor produtivo, no mundo da produ- gdo € circulagao de mercadorias, quanto na organizacGo e funcionamento do Estado no contexto da globalizagao e do avango do idedrio neoliberal. ——EAEE——r—eroJvvrrore—e—erEereereaes Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 217 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio plies Por seu turno, © aprofundamento do gerencialismo no quadro da Reforma do Estado, conduzida no Brasil a partir do final dos anos de 1990 e que se estendeu ao longo deste século XI, possibilita demarcar as bases, os fundamentos, esiratégias e instrumentos da Nova Gestéo Publica [NGP) compreendida enquanto uma das faces do gerencialismo na organizagao e funcionamento do Estado na olvalidade, = seus desdobramentos no campo da gestio da &: A A Nova Gestio Pablica e a perspectiva gerencial no processo de regoranizacdo do Estado e a gesttio da educactio Sob a égide do pensamento neoliberal, a NG? também preconiza que 0s servieos publicos devem ser realizacos pele: iniciativa privada, em con- digdes de liviemercado, pois, em tese) essa medida GuMeNTaria a eficiéncia dos processos de trabalho. Nesse sentido, essa proposta favorece a privatiza- G0 dos servigos piblicos, tendo em vista que os neoliberais consideram que este 6 0 caminho mais eficiente e satisfatério. Nesse sentido, ela nao representa 218 umcorte total do modelo jé existente da forma de atuagdo do Estado, mas pro- cura constiluir instrumentos que deem conia das necessidades contemporaneas de modificar 6 papel do Estado. Embora algumas caracteristicas presentes na NGP n&o sejam inéditas, fais como o inleresse pela eficiéncia, 0 controle € métodos gerenciais, existem alguns elementos e aspectos que vao além. De acordo com Paula (2005), foram estabelecidas medidas organ zativas e administrativas, atribuindo caracteristicas G Nova Gestéo Publica. Denire elas, destacam-se: * descentralizagao do aparelho de Estado, que separou as ativi dades de planejamento ¢ execugao do governo e transformou as poltticas piblicas em monopdlios dos ministérios; *® privatizagao das estatais; * leicemzaga0 dos SEOs poblicos; * regulagao estalal das afividades poblicas conduzidas pelo setor privado; * uso de ideias e fertamentas getenciais advindas do setor privado (PAULA, 2005, p. 471. Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ Argo Em face desses apontamentos, na NGP, foram difundidas ideias como a superioridade do setor privade em telacto ao seiorpibhes; a proposicao de solugées iécnicas € prdticas administrativas formuladas no mundo empre- sarial aplicadas em institui¢des publicas; o ideal da produtividade; a pressGo pela eficiéncia; a busca pela exceléncia por meio da regulacao e do controle e, ainda, a crenga em tecnologias gerenciais que permitiriam as atividades organizadas. Segundo as diretrizes da Nova Gestdo Publica, os servigos publicos delegados cos setores privados ofereceriam mais resultados, seria mats ef clientes € salislaiérios, 0 que conduziria a crescente privatizagdo dos servigos piiblicos. A delega¢éo dessas responsabilidades para o setor privado tem como um de seus desdobramentos a consolidagéo de mecanismos de regula Go por parte do Estado, sobre os servicos prestados. Em suma, Nova Gesiéo Piblieersignifica uma perspectiva de organi- zacGo e funcionamento do Estado que tem, como pilares, a atengao focada nos resultados, verificando se ha eficiéncia, qualidade e eficacia dos servisos; gesido descentralizada; criagéo de ambientes competitivos dentro das insti- tuicdes piiblicas; objetivos claros de produtividade e subornagao do controle social. Nesse contexto, se configurou, no quadro da NGP, as agéncias regu- ladoras como entes do Estado com papel de realizar a tarefa de controle sobre os servigos. A quesiéo da regulagao é mais amplamente discutida na drea da eco- nomia, no entanto ela abrange diversos setores da sociedade. Oliveira (2005, p. 755) ressalta que a ideia da regulacao "[...] aleanca todos os setores, envok vendo desde a regulacdo da energia, dos meios climaticos, dos alimentos, dos meios de comunicagao, entre outros servicos essenciais, até a imprensa.” Na perspectiva de Mavés (2009), a regulago é 0 processo de pro- ducao de regras e de orientagdes das condutas dos atores. Assim, a regulagao representa um conjunto de mecanismos que véo permilir 0 controle, buscando manter o equilibrio € orientar as agdes dos sujeitos. Barroso (2005) considera que a regulacdo esté relacionada, simbo- licamente, com a forma de interven¢Go do Estado na condugéo das politicas piblicas. Nesse sentido, o Estado assume o papel d x. Segundo 0 auior, Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 219 220 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio pica [--] Ltegulacdo é 0 oposto da regulamentagéo, uma vez que a priméira 4 mais flexivalors definieao dos processos ¢ rigid na avaliaeao da eficiencia e aFicaicia dos resultades, enquanto que ‘a segunda & centrada na definigdio © contiale a priori dos proce- dimentos e, relativamente, indiferente as questdes da qualidade e eficdcia dos resultados (BARROSO, 2005, p. 727) Nesse sentido, 0 sistema educacional também comegou a sofrer mudangas, simultaneamente, 4_nova regulagGo das politicas edueaetortais. A escola pblica, como agéncia estatal, ¢ objeto da nova regulacao; por isso, sofre algumas alteragées como, por exemplo, nos curricul le avaliagdo € na organizagdo do 1 ;. Segundo Afonso (2005) e Valente (2011), o Estado Avaliador e, consequentemente, o Estado Regulador, est presente de vatias formas na realidade educacional, mas, principalmente, nas avaliagdes externas. Atvalmente a avaliagac tern-se configurado como um dos principais eixos da regulagdo da educagéo, uma vez que se constitui em mecanisme de conse de dials de cacy, pois o Estado tem aireladoSTinanciamento aos resultados dos indices aleancar dos nos testes (VALENTE, 2011, p. 96) Com efeito, as politicas educacionais implementadas, ao longo das duas ultimas décadas, se sustentaram na légica da regulagdo. A avaliagao tem se configurado como um dos principais eixos darequtagas da educacéo. Por sua vez, os pardmetros e instrumentos de avaliacdo adotados seguem a légica do quase mercado, pois coloca em destaque principios e critérios de eficiéncia, produtividade e competitividade, priorizando a aferigéio pontual do desempenho dos alunos. Privilegiam os produtos ¢ 9s resultados em detrimento dos processos de construgdo. Nesse sentido, ndo consideram os fatores que estéo intrinsecos 4 escola e as classificam em fungéo do mérito_ A questdo da qualidade fica subordinada & légica competitiva e considera, apenas, os aspectios quantitativos. A esse respeito, Hypolito assevera que © que deve ser essaltado nessas polticas & a centalidade nos spacing ecandmicos em detrimento dos aspectos politicos & socicis, como deslocamiento da educardo para a esfera do econd mico € dos modelos gerenciais apregoados pelo mercado, como jG.cssinolado anteriormente. O que devetia ser pressuposto de quo lidade para a educagde piblica, garantida pelo Estado, passa a Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Argo Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ ser considerado come deficiéncia dos usustios. Em outtas palavras, ‘que era considerado como direito do cidadaio e dever do Estado passa a ser considerado como possibilidade de escolha, ¢ pa Tir do que & mensurado como ef (Fens ou incliente FYPOLO, 2010, p. 1344} Oliveira (2001), Oliveira (2005), Hypolito (2010) ¢ Valente (2011) demonstraram que, nos anos de 1990, as politicas piblicas educacionais foram geridas de forma racional, seguindo concepcdes dos organismos intermaciondis, dentre eles, o Banco Mundial, vinculando a educagéo ao desenvolvimento econémico. Nesse sentido, as tendéncias dos érgdos priva- dos influencioram, de forma significative, na educagao, prescrevendo politicas com caréigri Sci i instituic’ educativas presiadoras de servicos ¢.0 aluno seu cliente. Concominante @ perspectiva da regulagdo, a NGP estava base ada, também, no principio de accountability Araccountability teve origem na Inglaterra e nos Estados Unidos e tem sido traduzida no Brasil sob a ética de responsabilizacéo. A uilizagéio dessa concepodo vem se desenvalvendo, desde os anos de’ 1990, ¢ se Consolida na condugao das poltticas pilblicas em geral e no campo da educagdo em particular. Para Afonso (2009), accountability sugere uma gama de significados, remetendo as palavras politicas, sistemas, modelos, dimensdes, agéncias, prdticas.e aciares Em seu estudo, Afonso [2009], esclarece que o temo accountability abrange [Lu] tés dimensdes estruturontes: uma de infommacéo. outta de jus: = lificagto ¢ uma outta de imposigdo ov sancég. Num eniendimento mais imediato, « prestagao de contas pode ser o pilar que sustenta ov condensa as duas primeiras: o direito de pedir informagSes e de exigir justificagées — sendo que, para a concretizagéo de ambas, 6 socialmente esperado que haja a obrigagGo ou dever (regu: lamentades legalmente ou ndo} de atender ao que ¢ solicitado, informar ejstfcar conse assim dugs dimensées da prestaco de contas, a qual pode, assim, ser definida, em sentido restrto, como obrigacdo ou dever de responder a indagages ou solicitor 96es (answerability] (AFONSO, 2009. p. 59, gritos no original Dessa forma, as agées proferidas séo pensadas e repensadas seguindo um padréo de eficiéncia com vistas ao éxito cotidiane. A politica de accountability 6, portanto, uma politica de responsabilizagao. Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 221 222 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio plies A responsabilizagdo esta intimamente associada 4 prestagao de contas, uma vez que ser responsével por um processo ou um resuleds implica ~ scbretudo no sctor publica om uma seciedade democratica ~ em ter que prestor contas dos resultados e do uso dos recursos aplicados (VIDAL; VIEIRA, 2011, p. 425). A adogdo da accountability (ou responsabilizagdio) no Brasil contribuiu para as mudangas no modelo de gestéo burocrdtica para uma adminisiragao de-cariter geiencial. Nesse orocesso- area adoeae da descontalzacio para garantir a eficdcia e a eficiéncia das politicas publicas, acompanhado do processo de responsabilizagao, transferéncia de responsabilidades, prester Go de contas e transparéncia A accountability é, pois, sinénimo de responsabilizagdo e presta- Go de conias ¢ esid associada ds abordagens e perspectivas das politicas gerenciais. Seu "[...] signiticado indica frequentemente uma forma hierdrquico- -burocrdtica ou tecnocratica e gerencialista de prestagdo de contas” (AFONSO, 2012, p. 472) No campo educacional, a accountability pode ser caracterizada como uma transferéncia de responsabilidade da manutencd r meio da captagGe de recursos Tinanceiros pelos proprios responsdveis e ndo mais dependendo do subsidie governamental, bem como a sua concorréncia no mercado estabelecida pelas avaliagdes em larga escala e, consequente- mente, o seu “rankeamento.” A escola é cada vez mais responsabilizada pelo seu sucesso OU Seu HACGSSO, UTA Vez que os governos consideram os recursos disponibilizados suficientes para que progridam e se desenvolvam. Outro componente da NGP, com raizes nas empresas privadas, 6 0 planejamento estratégico, como forma de garantir maior eficiéncia, eficacia e controle no alcance dos resultados esperados. O planejamento estratégico se expandiu na segunda metade do século XX e passou a ser fortemente utilizado na drea de administragGo € gestéio de empresas, no dmbito dos grupos ¢ ins- litui¢des privadas. O planejamento estratégico, conforme Rovere Fh [N09] @ um pro- cesso gerencial que possibilita ao executivo estdbelecer o rumo a ser seguido pela empresa, com vistas a obter um nivel de olimizagéo na relagao da empresa com 6 seu ambiente. Parente Filho ressalta que Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Argo Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ No campo empresarial, o planejamento estraiégice ¢ direcionado para a ampliacéo da competitividade da empresa, como condi G0 para sua sobrevivéncia e desenvolvimento em um ambiente de ‘épidas e inesperadas mudangas [PARENTE FILHO, 2001, p. 30) Trata-se de uma ferramenta gerencial que apresenta um diagnéstico da situagéo atual, a identificagao da misao © valores, profsia uma preter — Go fulura (visdo de futuro), composta com objetivos estralégicos, que, por sua vez, sGo reduzidos a metas [objetivos quantificados). Campos (1992, p. 68) explica que “[...] 0 Planejamento Estratégico é, pois, um conjunto de atividades necessdrias para sé determinar as metas [visio], os méiodos (esiraiégia] ¢ o desdobramento destas metas e métodos." O planejamento esiratégico se apresenia como modelo de um plane jamento com aspecto técnicoracional. Ele simplifica ao extremo os objetivos a serem alcangados, 0 processo e as diferentes elapas do planejamento, pondo em deslaque 0 aspecto técnico deixando de considerar, na devida dimensdo, 08 aspectos politicos, culturais ¢ fllosdficos. Na perspectiva do planejamento esiralégico, apenas os gestores e/ou adminisiradores sGo responsdveis pelo proceso de planejamento e definigao dos objetivos. Ademais, os processos de tomadas de decisdes organizacionais devem ser pautados na efic: Essai afirmagdo se comprova na passagem de Saldanha, na qual relata que © planejamento estratégico, que se reflete no todo de uma orga nizagdo, tende a ser responsabilidad dos diretores e presidentes, Nele, seréo tomadas decisées presentes que ido produzir efeitos futuros, os quais poderdo ser positives au negatives, dependenda exclusivamente de um planajamento abrangente e de uma daciséo acertada [SAIDANHA, 2006, p. 30}. As andlises, as decisSes ¢ 0 acompanhamento ficam centralizados nas maos da geréncia e o processo de execugdo é incumbéncia dos demais segmentos da institui¢do, limitando, assim, os espacos de Participagée no pro- cesso. Portanto, no planejamento estratégico,, niveis superior nistragGo e, apds aprovadas, sGo impos- taSGos demais segmentos. Parente Filho (2001) destaca ainda que um dos principios bésicos que corientam as agées no planejamento estratégico é a abordagem sistémica. Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 223 224 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio pica O planejamento estratégico como abordagem sistémica tem como referéncia inicial a missdo da organizagéo. Com base em um ppro- cesso participative de conhecimento ¢ anélise dos pontos fortes € dos pontos fracos interos 4 organizagao e do estudo das oport- nidades e restrigées do ambiente externo, estabelece estratégias, ‘ou seja, os meios e agdes integradas de longo prazo, que visam aleangar os objetives e metas estabelecides para © cumprimento da missdo da organizagio [PARENTE FILHO, 2001, p. 44). Segundo a autor, a abordagem sistémica do planejamento estratégico impde, no momento dos estudos e das andlises, a consideracao, em primeiro lugar, das questdes internas e externas da organizagao {ou setor]. Além do mais, para se realizar o PE, exige-se um diagndstico prévio dos pontos fortes € pontos fracos da instilvicdo, exigem-se descentralizacca e divisdio de responsa- bilidades e atribui¢des , sobretudo, a interagdo com parceiros € beneficidrios. Esse tipo de planejamento apresenta algumas limitacées, uma vez que atribui, como fungée principal, atender as necessidades do sistema econd- mico é, principalmente, porque parte de andlises quantitativas de necessidades espectficas. Nessa perspectiva, Parente Filho, ao situar 0 planejamento estratégico na educagao, chama a alen¢Go para o fato de que: [1,0 predominio de abordagens técnicas, fundamentadas em modelos cxiginarios da economia, influenciaram o planejamento estaiégico, imprimindo formas © conteddos predominaaiemente tcnicos aos processos de planejamento, negligenciando a nal ‘22a polica e os aspecios culrais ¢ instucionais da atvidade ‘educacional [PARENTE FILHO, 2001, p. 20). A aplicacdo do Planejamento Fsiratégice-ne-eampoeducactonat se deu como uma tentativa de introduzir mudangas organizacionais € gerenciais capazes de provocar melhorias. No entanto, seu caréter burocrético tem con duzido a processos de organizacao da pratica educativa que ndo contribui para se alcangar avangos substantivos na qualidade da educagao. Outro pilar que sustenta a Nova Gestao Publica é solidagéio do chamado governo eletronico. © governo életrGnico se configura «© partir da diversidaide de mecanismos de disseminagdo de informactio que as instancias governamentais disponibilizaram por meio da tecnologia, utilizando- -se de ferramentas, portais, sistemas e plataformas eletrénicas virtuais. —e— EE EOeEE——e—eeeEeeeeee Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014 Argo Marcelo Soares Pereira da Silva | lorena Sousa Carvalh¢ Para Agune; Carlos (2005; Osbourne (1997), em alguns casos, a def nigGo de governo eletrénico esté vinculada ds tentativas de moderizagdo da administragao publica e & melhoria da eficiéncia dos processos operacionais e administrativos do govern. Por sua vez, Ronaghan (2002) e Medeiros (2004) afirmam que essa definigdo estd clarcmente associada ao uso da Internet, pelo setor piblico, Medeiros e Guimardes (2004) sintetizam alguns conceitos de governo eletronico ligados a trés Greas de conhecimento: politicas publicas, gesiéo e comporlamento organizacional e tecnologia da informagéo, como apresen- tado no Quadro 1 que se segue: Quadro 1 Definigdes de Governo Eletrénico Fonte Governo Eletrénico referese ao uso, por agéncias governamen- fais, de tecnologins de infounastieeem® redes de longa dis- tancia, Intemet e computacdo mével) capazes de telagdes com cidadaos, fas unidades do governo. 3 Mundial Essas tecnologias podem servir a diferentes fins, como. melhor | Barco Mundial prestagde de servicos aos cidaddios, inleragses mais eficazes td ‘com empresas ¢ a indistria, empowerment do cidadéo por meio 225 do acesso a informagées ou mais eficiéncia na administragéo governamental. Governo eletrénico ou egoverno significa prover acesso ptblico via Internet a informagées sobre os servicos oferecidos pelos de-| National Audit partamentos centrais do governo e suas agéncias, habilitando o| Office [...] ptblico a conduséio e conclusdio de transagées para tais servicos. O termo ‘e-government’ [utilizado em inglés para denominar o governo eletrénico] aborda 0 uso de novas tecnologias de infor OCDE magdo e comunicagdo pelos governos, aplicadas a fodas as suas td fungdes. Egoverno é definido como: utilizagdo da Internet e da web para} Nagées Uni- ofertar informagées servicos governamentais aos cidaddos. das [...] tetmo governo eletrénico ¢ definido como a oferta @ toca de informagdes e servicos governamentais online para cidadéios, | INTOSAI [...] empresas e oultas agéncias governamentais. Governo eletrénico refere-se a processos ¢ estruturas relativos ao © ; OkotUma [...] fornecimento eletrénico de servicos governamentais ao publico. Fonte | Medeiros ¢ Guimardes (2004) Revise duo on Qo, Ni. 0, 34,p 21-209, te. 204 226 Arligo Faces do gerencialsmo em educagao no conlexto da nova gestio pica Por cero, 0 governo eleirénico se refere ao desenvolvimer mentas gerenciais informatizadas que. ili publicos terem uma consitente base de dados eletrénicos por meio da rede mundial de computadores. Isso possibilita aos érgdos de governo um controle crescente de informagSes e processos gerenciais, ao mesmo tempo que possi- bilita integragGo dessas ferramentas. Essas ferramentas e mecanismos estado ligados & incorporacao das Tecnologias de Informacdo e Comunicagae {TICs}, nos termos formulados por Ramos [2008], nos processos de planejamento, controle, monitoramento e avaliagao. Chamamos Tecnologias de Informagéo ¢ Comunicagao {TIC} coe pocedimenos mélodos € SqupSMENOS POE POCEST informagao e comunicar que surgiram no contexto da Revolugao Informatica, Revolugdo Telematica ou Terceira Revolugdo Industrial, desenvolvidos gradualmente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 90 do mesmo século. Estas fecnologias agilizaram e tornaram menos palpavel o conteédo da comunicagao, por meio da digitalizagao e da comunicagdo em redes para a captacdo, transmissdo e distribuigéo das informa- ses, que padem assumir a forma de texto, imagem estatica, video ou som. Considerarse que o advento desias nowas tecnologias e a forma como foram utlizadas por govemos, empresas, individuos sectores sociais possibilitaram o surgimento da Sociedade da Informagdo (RAMOS, 2008, p. 5) Em outras palavras, com a ascensdo da Internet e das inovagées em comunicagées e informacées, as organizaces governamenais tiveram a pos- sibilidade de migrar seus sistemas existentes em recursos convencionais para sistemas e plataformas com interface nas TICs. Os instruments ligados as TICs ampliaram « possibilidace de disponibilizar inforrnagdes piblicas ¢, portanto, deram origem ao que passou a ser chamado de Govemo Eletrénico. © governo letténico, por meio do uso das TICs, desenvolve siste- mas é ferramentas no qual é possivel encontrar inimeras informagées, dados e demandas relativas a uma instituicao. Estas informacées sao disseminadas rapidamente e os gestores piblicos possuem acesso aos dados disponibiliza- dos por meio da Internet. Raise Edie om Qs, No 0,36. 211-299 o/b. 7014

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